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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE FARMÁCIA Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas CiPharma Planejamento experimental utilizado na adequação dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ, via ultrassom e via aquecimento Ricardo Machado Cruz OURO PRETO - MG 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

ESCOLA DE FARMÁCIA

Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas

CiPharma

Planejamento experimental utilizado na adequação dos métodos de

obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ, via ultrassom e

via aquecimento

Ricardo Machado Cruz

OURO PRETO - MG

2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

ESCOLA DE FARMÁCIA

Planejamento experimental utilizado na adequação dos métodos de

obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ, via ultrassom e

via aquecimento

Ricardo Machado Cruz

Orientador: Prof. Dr. Orlando David Henrique dos Santos

Co-Orientador: Sidney Augusto Vieira Filho

OURO PRETO

2014

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências

Farmacêuticas da Escola de Farmácia da Universidade Federal de

Ouro Preto para obtenção do título de Mestre em Ciências

Farmacêuticas, área de concentração: Fármacos e Medicamentos,

linha de pesquisa: Estudos e Desenvolvimento de Medicamentos.

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Catalogação: [email protected]

C955p Cruz, Ricardo Machado.

Planejamento experimental utilizado na adequação dos métodos de obtenção de

nanocápsulas por polimerização in situ, via ultrassom e via aquecimento [manuscrito] / Ricardo

Machado Cruz – 2014.

xvii, 81f. : il. color.; graf.; tabs.

Orientador: Prof. Dr. Orlando David Henrique dos Santos.

Co-orientador: Prof. Dr. Sidney Augusto Vieira Filho.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Ouro Preto. Escola de Farmácia.

Programa de Pós – graduação em Ciências Farmacêuticas.

Área de concentração: Fármacos e Medicamentos.

1. Nanocápsulas - Teses. 2. Nanoemulsões– Teses. 3. Polimerização – Teses.

4. Ultrassom – Teses. 5. Otimização multivariada – Teses. I. Universidade Federal de Ouro

Preto. II. Título.

CDU: 615.12

CDU: 669.162.16

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Agradecimentos

R. M. Cruz, 2014.

Dedico este trabalho ao meu pai que é a

pessoa mais forte que eu já conheci e a todos que me

apoiaram nessa jornada.

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Agradecimentos

R. M. Cruz, 2014.

AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Orlando David Henrique dos Santos, orientador, pelo acolhimento,

ensinamentos e voto de confiança nessa difícil jornada. Acima de tudo, sou muito grato à

amizade criada e aos conselhos dados.

Ao Bibo, pela “adoção” e incentivo nos momentos complicados. Foi enorme sua

contribuição na escrita desse trabalho.

À Prof. Giulmare e ao Piroska, pela cooperação fundamental realizada com os

planejamentos experimentais.

Aos demais professores que contribuíram com a minha formação.

À Patrícia, Léo e Délio, técnicos do Cipharma e EFAR, que sempre me ajudaram

com prontidão e boa vontade.

À Mirela, pelo cuidado e disponibilidade em ajudar, mesmo sempre me pregando

sustos em seus e-mails.

Ao Ramon e John pelas prosas descontraídas nos corredores do Cipharma.

Às companheiras Simone, Vanessa, Karen e Thaïs pela amizade, cafés no Pit Stop

e cachaçadas no Satélite. As dificuldades da vida se tornam mais fáceis quando não

estamos sozinhos.

À Jana, Fred, Dani e a todos colegas que me ajudaram e compartilharam as

dificuldades da pós.

À grande Família da gloriosa República Tcheca. Os meus melhores momentos

vividos em Ouro Preto foram na companhia de vocês. Vocês são companheiros para o

resto da vida.

À minha mãe Elva e ao meu pai Zé Carlos, pelo carinho e palavras de incentivo e

sabedoria. Aos meus irmãos Eduardo, Juliana e Fubazinho que sempre me ajudam, não

importa o trabalho que eu dê...

Aos amigos de Sete Lagoas, que mesmo ficando longe por muito tempo, a amizade

nunca é perdida. Em especial ao Danilo, que sempre me incentivou e infelizmente partiu

prematuramente.

Agradecimento especial à Vivi, pelo carinho, companheirismo, apoio e muita

paciência!! Não sei como você me tolera, mas eu sou muito feliz ao seu lado!!

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i

Sumário

R. M. Cruz, 2014.

SUMÁRIO

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS................................................ v

ÍNDICE DE FIGURAS.................................................................................................... vii

ÍNDICE DE TABELAS.................................................................................................... xi

RESUMO.......................................................................................................................... xiii

ABSTRACT...................................................................................................................... xv

INTRODUÇÃO................................................................................................................ xvi

1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 1

1.1. Nanotecnologia......................................................................................................... 1

1.2. Nanoparticula polimérica......................................................................................... 2

1.3. Nanoemulsões.......................................................................................................... 4

1.3.1. Métodos de obtenção de nanoemulsões................................................................ 5

1.4. Polimerização em nanoemulsões.............................................................................. 8

1.5. Ultrassom................................................................................................................. 9

1.6. Quimiometria........................................................................................................... 10

1.6.1. Planejamento experimental.................................................................................... 11

1.6.1.1. Triagem das variáveis......................................................................................... 11

1.6.1.1.1. Análise dos efeitos das variáveis.................................................................... 12

1.6.1.2. Superfície de resposta........................................................................................ 14

1.6.1.2.1. Planejamento composto central...................................................................... 14

2. OBJETIVOS......................................................................................................... 16

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ii

Sumário

R. M. Cruz, 2014.

3. Obtenção e caracterização físico-químicas das nanoemulsões e

nanocápsulas.....................................................................................

17

3.1. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................... 17

3.1.1. Material................................................................................................................ 17

3.1.2. Métodos................................................................................................................ 18

3.1.2.1. Obtenção da nanoemulsão................................................................................ 18

3.1.2.2. Determinação da temperatura de inversão de fases (PIT)................................. 20

3.1.2.3. Determinação de tamanho de partícula e índice de polidispersão.................... 21

3.1.2.4. Determinação do potencial zeta........................................................................ 21

3.1.2.5. Obtenção das nanocápsulas por polimerização in situ...................................... 21

3.1.2.6. Extração do polímero das nanocápsulas........................................................... 22

3.1.2.7. Espectroscopia de absorção na região do infravermelho por transformada de

Fourier (FT-IR) ............................................................................................... 22

3.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................ 23

3.2.1. Determinação da temperatura de inversão de fases............................................. 23

3.2.2. Tamanho de partícula índice de polidisperção..................................................... 25

3.2.3. Determinação do potencial zeta........................................................................... 26

3.2.4. Espectroscopia de absorção na região do infravermelho por transformada de

Fourier (FT-IR) ............................................................................................... 26

4. Avaliação do uso de ultrassom como método de obtenção de

nanopartículas poliméricas............................................................ 31

4.1. MÉTODOS............................................................................................................ 31

4.1.1. Polimerização por ultrassom............................................................................... 31

4.1.2. Avaliação da eficiência do processo de polimerização....................................... 32

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iii

Sumário

R. M. Cruz, 2014.

4.1.3. Influência da irradiação com ultrassom na granulometria e no índice de

polidispersão...................................................................................................... 32

4.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 32

4.2.1. Influência de aplicações de ultrassom no tamanho de partícula........................ 33

4.2.2. Avaliação da eficiência de polimerização.......................................................... 35

4.3. CONCLUSÃO...................................................................................................... 36

5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por

polimerização in situ via ultrassom e via aquecimento.................... 37

5.1. MÉTODOS.............................................................................................................. 37

5.1.1. Síntese de nanocápsulas poliméricas..................................................................... 37

5.1.1.1. Polimerização por aquecimento.......................................................................... 38

5.1.1.2. Polimerização por irradiação com ultrassom...................................................... 38

5.1.2. Eficiência da reação de polimerização.................................................................. 38

5.1.3 Planejamento fatorial com ponto central................................................................ 39

5.1.3.1 Triagem das variáveis.......................................................................................... 39

5.1.3.2. Determinação de superfície de resposta............................................................. 40

5.1.3.3. Análise estatística............................................................................................... 42

5.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................................. 43

5.2.1. Método de polimerização via ultrassom................................................................ 43

5.2.1.1 Triagem das variáveis.......................................................................................... 43

5.2.1.2. Determinação da superfície de resposta do método de polimerização via

ultrassom.......................................................................................................... 46

5.2.1.2.1. Formulação A2EH........................................................................................... 48

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iv

Sumário

R. M. Cruz, 2014.

5.2.1.2.1.1. Otimização do processo de polimerização via ultrassom para a

formulação A2EH..................................................................................... 54

5.2.1.2.2. Formulação A2EH + AB................................................................................ 55

5.2.1.2.2.1. Otimização do processo de polimerização via ultrassom para a

formulação A2EH + AB............................................................................ 62

5.2.2. Método de polimerização via aquecimento........................................................... 63

5.2.2.1. Determinação da superfície de resposta do método de polimerização via

aquecimento.............................................................................................. 67

5.2.2.2. Otimização do processo de polimerização via aquecimento para a formulação

A2EH................................................................................................................ 73

5.3. CONCLUSÃO..................................................................................................... 74

5. CONCLUSÃO...................................................................................................... 75

6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................ 77

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v Abreviaturas, siglas e símbolos

R. M. Cruz, 2014

ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS

µL Microlitro(s)

µm Micrômetro

0C Graus Celsius

A/O Emulsão água em óleo

A2EH Acrilato de 2-etilhexila

AB Acrilato de butila

ATR Refletância total atenuada

Cm-1

Freqüência da radiação infravermelha correspondente a números da ordem de 1012

a 1014 Hz. É caracterizada através do número de onda, representada por n e

expressa em cm-1

.

DLS Dynamic light scattering. Espalhamento dinâmico da luz

EIP Emulsion inversion phase. Ponto de inversão de emulsão

FeSO4 Sulfato Ferroso

Fig. Figura(s)

FT-IR Espectroscopia na região do infravermelho com transformada de Fourier

KPS Persulfato de potássio

min Minuto(s)

mL Mililitro(s)

mV Milivolt(s)

nm Nanômetro(s)

O/A Emulsão óleo em água

Pg Página(s)

PIT Phase invesion temperature. Temperatura de inversão de fases

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vi Abreviaturas, siglas e símbolos

R. M. Cruz, 2014

q.s.p Quantidade suficiente para

rpm Rotações por minuto

T Temperatura

Tab. Tabela(s)

μScm-1

Microsiemens por centimetro. Unidade de condutividade elétrica.

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vii

Índice de Figuras

R. M. Cruz, 2014.

ÍNDICE DE FIGURAS

1. Revisão bibliográfica

Figura Titulo Página

1.1 Representação esquemática de nanopartículas capsulares (a,b) e esféricas (c,d) 2

1.2 Métodos utilizados na elaboração de nanoemulsões............................................... 7

1.3 Representação dos principais eventos envolvidos em uma polimerização

radicalar………………………………………………………………………........

8

1.4 Possível mecanismo de polimerização de acrilatos utilizando KPS como

iniciador..………………………………………………………………………….

9

1.5 Representação da cavitação acústica observada na propagação de ondas sonoras.. 10

1.6 Planejamento fatorial 23 para um experimento com três variáveis (k = 3).............. 12

1.7 Esquema de um planejamento composto central para k = 3.................................... 15

3. Obtenção e caracterização físico-química da nanoemulsão e nanocápsulas

Figura Titulo Página

3.1 Representação molecular dos monômeros (a) A2EH e (b) AB ............................ 19

3.2 Representação da manipulação da nanoemulsão................................................... 20

3.3 Condutividade da nanoemulsão NE A2EH em função da temperatura. Em

destaque o momento de inversão de fases. ............................................................ 24

3.4 Condutividade da nanoemulsão NE A2EH + AB em função da temperatura. Em

destaque o momento de inversão de fases. ........................................................... 24

3.5 Representação dos monômeros (a) acrilado de 2 –etilhexila e (b) acrilato de

butila e dos polímeros (c) poliacrilato de butila + poliacrilato de 2 etilhexila e

(d) Poliacrilato de 2-etilhexila ..............................................................................

28

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viii

Índice de Figuras

R. M. Cruz, 2014.

3.6 Espectro de infravermelho obtido para o polímero poli(acrilato de 2-etilhexila) . 28

3.7 Espectro de infravermelho obtido para o co-polímero poli(acrilato de 2-

etilhexila-acrilato de butila) .................................................................................. 29

3.8 Espectro padrão do poli(acrilato de 2-etihexila) ................................................... 29

3.9 Espectros de infravermelho do monômero acrilato de 2-etilhexila (azul) e do

polímero poli(acrilato de 2-etilhexila) (vermelho) ............................................... 30

4. Avaliação do uso de ultrassom como método de obtenção de nanopartículas poliméricas

Figura Titulo Página

4.1 Gráfico do efeito das aplicações subsequentes de ultrassom no tamanho médio

(nm) das partículas em presença de 6,0 mg/mL de KPS ...................................... 33

4.2 Gráfico do efeito das aplicações subsequentes de ultrassom no tamanho médio

(nm) das partículas em presença de 18,0 mg/mL de KPS ...................................... 34

4.3 Gráfico da influência de sucessivos períodos de irradiação com ultrassom na

eficiência da reação de polimerização (%) ............................................................ 35

5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ via

ultrassom e via aquecimento

Figura Titulo Página

5.1 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração

de KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a -1,682 ......... 49

5.2 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração

de KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a 0 ................. 49

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ix

Índice de Figuras

R. M. Cruz, 2014.

5.3 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração

de KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a +1,682 ........ 50

5.4 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e concentração de KPS quando o tempo da aplicação foi fixado em nível igual a

-1,682...................................................................................................................... 51

5.5 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e concentração de KPS quando o tempo da aplicação foi fixado em nível igual a

0 ............................................................................................................................ 51

5.6 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e concentração de KPS quando o tempo da aplicação foi fixado em nível igual a

+1,682 ................................................................................................................... 52

5.7 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e tempo quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a -1,682 ......... 53

5.8 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e tempo quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a 0 ................. 53

5.9 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e tempo quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a +1,682 ........ 54

5.10 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração

de KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a -1,682 ......... 55

5.11 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração

de KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a 0.................. 56

5.12 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração

de KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a +1,682......... 56

5.13 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e concentração de KPS quando o tempo foi fixado em nível igual a -1,682......... 58

5.14 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e concentração de KPS quando o tempo foi fixado em nível igual a 0.................. 58

5.15 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e concentração de KPS quando o tempo foi fixado em nível igual a +1,682......... 59

5.16 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e tempo quando concentração de KPS foi fixada em nível igual a -1,682............ 60

5.17 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e tempo quando concentração de KPS foi fixada em nível igual a 0 ................... 61

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x

Índice de Figuras

R. M. Cruz, 2014.

5.18 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações

e tempo quando concentração de KPS foi fixada em nível igual a +1,682 ........... 61

5.19 Foto de tubos contendo formulações apresentando separação de fases ............... 64

5.20 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração

de KPS quando a temperatura foi fixada em nível igual a -1,682 ........................ 68

5.21 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração

de KPS quando a temperatura foi fixada em nível igual a 0 ................................. 69

5.22 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração

de KPS quando a temperatura foi fixada em nível igual a +1,682 ........................ 69

5.23 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e

concentração de KPS quando a variável tempo foi fixada em nível igual a -

1,682 ...................................................................................................................... 70

5.24 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e

concentração de KPS quando a variável tempo foi fixada em nível igual a 0....... 71

5.25 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e

concentração de KPS quando a variável tempo foi fixada em nível igual a

+1,682..................................................................................................................... 71

5.26 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e tempo

quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a -1,682 ....................... 72

5.27 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e tempo

quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a 0 ............................... 72

5.28 Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e tempo

quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a +1,682....................... 73

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xi

Índice de Tabelas

R. M. Cruz, 2014.

ÍNDICE DE TABELAS

1. Revisão da literatura

Tabela Titulo Página

1.1 Planejamento fatorial completo com três variáveis A, B e C …………................ 13

3. Obtenção e caracterização físico-química da nanoemulsão e nanocápsulas

Tabela Titulo Página

3.1 Formulação das nanoemulsões .............................................................................. 19

3.2 Tabela de resultados de granulometria .................................................................. 25

3.3 Resultados de potencial zeta para as nanoemulsões NE A2EH e A2EH + AB..... 26

3.4 Principais bandas de absorção e suas atribuições analisadas................................. 27

5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ via

ultrassom e via aquecimento

Tabela Titulo Página

5.1 Planejamento fatorial completo com três variáveis................................................ 39

5.2 Variáveis e valores atribuídos................................................................................ 40

5.3 Planejamento por composto central com 3 variáveis............................................. 41

5.4 Variáveis e valores para planejamento por composto central................................ 41

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xii

Índice de Tabelas

R. M. Cruz, 2014.

5.5 Resultado de eficiência de polimerização para ambas as formulações através do

método de polimerização via ultrassom na etapa de triagem das variáveis .......... 44

5.6 Valores de efeitos e p para as variáveis “Número de aplicações”, “Tempo” e

“Concentração de KPS” para o método de polimerização de nanocápsulas via

ultrassom................................................................................................................ 45

5.7 Resultados de eficiência de polimerização para as formulações A2EH + AB e

A2EH, através do método de polimerização in situ via ultrassom com

planejamento por composto central ...................................................................... 47

5.8 Faixa de níveis e valores das variáveis “Tempo” e “Concentração de KPS’ que

resultam em maiores resultados de eficiência de polimerização em 4, 7 e 10

aplicações de ultrassom ........................................................................................ 57

5.9 Faixa de níveis e valores das variáveis “Número de aplicações” e

“Concentração de KPS’ que resultam em maiores resultados de eficiência de

polimerização em tempos de 211, 248 e 285 segundos de aplicação de

ultrassom................................................................................................................ 59

5.10 Faixa de níveis e valores das variáveis “Tempo” e “Número de aplicações’ que

resultam em maiores resultados de eficiência de polimerização via ultrassom

em concentrações de KPS de 2, 12 e 22 mg/mL .................................................. 62

5.11 Valores para variáveis de polimerização através do método via aquecimento ..... 63

5.12 Resultado de eficiência de polimerização para ambas as formulações através do

método via aquecimento......................................................................................... 65

5.13 Valores de efeitos e p para as variáveis “Número de aplicações”, “Tempo” e

“Concentração de KPS” para o método de polimerização de nanocápsulas via

ultrassom ............................................................................................................... 66

5.14 Resultados de eficiência de polimerização através do método de polimerização

in situ via aquecimento com planejamento por composto central ........................ 67

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xiii Resumo

R. M. Cruz, 2014

RESUMO

Nanopartículas poliméricas consistem em sistemas coloidais de tamanho entre 10 a 1000

nm. Uma das classes é constituída pelas nanocápsulas que são sistemas vesiculares contendo um

núcleo líquido circundado por uma membrana polimérica. Um método para sua obtenção é

através da polimerização in situ de monômeros contidos em uma nanoemulsão. Neste trabalho,

foram realizados planejamentos experimentais multivariados para compreender e definir quais as

condições reacionais dos métodos via ultrassom e via aquecimento para obtenção de

nanocápsulas resultam em maiores valores de eficiência de polimerização. O método via

ultrassom teve como variáveis selecionadas o tempo e o número de aplicações em ultrassom e a

concentração do iniciador de KPS. A primeira mostrou exercer maior efeito na polimerização,

mas foi considerada como fator limitante devido à desestabilização da formulação em longos

tempos de aplicação. Aplicações subsequentes em ultrassom apresentou efeito de pequena

intensidade, ineficientes para compensar o tempo. A concentração de KPS foi a variável com

maior liberdade de alteração para ajuste do método. O método via aquecimento teve a

temperatura, o tempo e a concentração de KPS como variáveis selecionadas. Dessas três, a

primeira mostrou exercer o efeito mais elevado, com a capacidade de reduzir as condições

reacionais das outras duas, apesar de também ser considerada como fator limitante por induzir a

desestabilização da formulação em altas temperaturas. O tempo e a concentração de KPS

apresentaram efeitos de pequena intensidade na polimerização, mas significativos para ajuste do

método. A compreensão das propriedades de cada variável e dos gráficos de superfície de

resposta obtidos permitiu que as condições reacionais da polimerização dos métodos via

ultrassom e via aquecimento para obtenção de nanocápsulas fossem ajustadas sem a perda da

integridade físico-química da formulação.

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xiv Resumo

R. M. Cruz, 2014

Palavras chaves: Nanocápsulas, nanoemulsões, polimerização in situ, ultrassom, otimização

multivariada.

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xv

Abstract

R. M. Cruz, 2014

ABSTRACT

Polymeric nanoparticles consist in colloidal systems with sizes in a range between 10 and

1000 nm. One class is constituted of nanocapsules which are vesicle systems with a liquid core

surrounded by a polymeric membrane. Obtainment method is through monomers contained in a

nanoemulsion in situ polymerization. In this present work was performed multivariate design to

understand and establish the reaction conditions to obtain nanocapsules with higher

polymerization efficient, using ultrasound and heating methods. Ultrasound method had as

selected variables time, application number and initiator KPS concentration. The fist showed

higher effect in polymerization, but was considered as limiting factor due to formulation

disestablishment with long periods of time. Subsequent applications showed small intensity

effect, therefore inefficient to compensate submission time. KPS concentration was the variable

with higher liberty to adjust the method. Heating method had temperature, time and KPS

concentration as selected variables on screening stage. The fist showed higher effect and enable

to reduce the reaction conditions of the others, although was also considered limiting factor due

to formulation disestablishment with high temperatures. Time and KPS concentration showed

small intensity effect on polymerization but significant to adjust the method. Understanding each

variable proprieties and obtained surface response graphics allowed adjust the polymerization

reaction conditions of ultrasound and heating methods to obtain nanocapsules with no

formulation integrity loss.

Keywords: Nanocapsules, nanoemulsions, in situ polymerization, ultrasound, multivariable

optimization.

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xvi Introdução

R. M. Cruz, 2014

INTRODUÇÃO

Grande número de fármacos da terapia tradicional possuem características físico-

químicas e/ou farmacocinéticas limitadas, tais como baixa solubilidade, degradação in vivo,

pequeno tempo de meia-vida circulante, não especificidade de sítio de ação, necessidade de

dosagem elevada e indução de efeitos tóxicos colaterais (PARVEEN, SUPHIYA et al., 2012). A

utilização da nanotecnologia como sistemas carreadores permite adequar tais limitações e

apresentar novas características como liberação controlada do fármaco, diminuição de efeitos

adversos, aumento da biodisponibilidade do fármaco, o que contribui para a redução da

frequência de administração e para aumentar a adesão ao tratamento e o conforto do paciente

(SAHOO, S K et al., 2007; MUDSHINGE et al., 2011).

As nanocápsulas são nanopartículas poliméricas de tamanho variando entre 10 a 1000

nm. Elas apresentam um núcleo líquido no seu interior uma cavidade, normalmente lipofílico,

circundado por uma membrana polimérica. O material encapsulado fica dissolvido no interior do

núcleo ou adsorvido na superfície polimérica (SCHAFFAZICK et al., 2003). Um método para

sua obtenção é através da polimerização in situ de monômeros contidos em uma nanoemulsão

previamente preparada como meio reacional. Este método implica em subter a nanoemulsão

contendo os monômeros a aquecimento e nesse meio é adicionado solução de persulfato de

potássio (KPS) e sulfato ferroso (FeSO4). A dissociação do sulfato ferroso libera íons Fe2+

que

induz a quebra homolítica do KPS, resultando na formação de radicais sulfatos, responsáveis

pelo inicio da reação em cadeia com os monômeros na fase contínua da nanoemulsão

(SPERNATH; MAGDASSI, 2007; GOTO et al., 2013). Apesar de proporcionar condições

reacionais mais brandas para a polimerização, os íons Fe2+

, em alguns casos apresentam

incompatibilidade com excipientes ou fármacos na formulação formando complexos e

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xvii Introdução

R. M. Cruz, 2014

inviabilizando a sua utilização. Entretanto, a não utilização do sulfato ferroso nesse método

aumentará ainda mais o tempo necessário do processo, originalmente de quatro horas, caso não

haja modificação da temperatura. Portanto, é necessário compreender cada elemento desse

método de forma isolada e conjunta para adequá-lo corretamente.

A polimerização in situ via ultrassom é uma proposta de um método para obtenção de

nanocápsulas de maneira eficiente e rápida, uma vez que é aplicada uma grande quantidade de

energia no meio reacional. O ultrassom é utilizado nas chamadas reações sonoquímicas devida à

ocorrência do fenômeno da cavitação acústica, na qual são irradiadas elevadas temperaturas e

pressão no meio líquido com aplicação de ultrassom (PAULUSSE; SIJBESMA, 2006). Assim,

também é necessária a compreensão deste método para determinar as suas condições ótimas de

trabalho.

Este trabalho foi dividido em três etapas experimentais. A primeira consistiu na descrição

das formulações e dos métodos utilizados para a obtenção e caracterização das nanoemulsões e

respectivas nanocápsulas. Na segunda foram avaliados os impactos na granulometria, índice de

polidispersão e eficiência de polimerização quando ultrassom foi empregado como método de

polimerização para a obtenção de nanocápsulas. Na ultima foram determinadas as condições

reacionais dos métodos via ultrassom e via aquecimento para obtenção de nanocápsulas nas

quais resultam em maiores valores de eficiência de polimerização. Para cada método empregou-

se o planejamento fatorial com composto central na etapa de triagem, obtendo-se os efeitos de

cada variável selecionada O método via ultrassom teve como variáveis selecionadas o tempo e o

número de aplicações em ultrassom e a concentração do iniciador de KPS. Para o método via

aquecimento utilizou-se a temperatura, o tempo e a concentração de KPS.. Em seguida, um novo

planejamento foi realizado para obter informações das variáveis em maior número de níveis e

assim, gerar superfícies de reposta mais minuciosas.

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1 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.1. Nanotecnologia

Nanotecnologia é a ciência multidisciplinar responsável pelo desenvolvimento e

manipulação de materiais em tamanho aproximadamente de 10-9

m. Em geral, a nanotecnologia

possui grande potencial e pode ser aplicadas em diversas áreas como farmacêutica, agrícola,

tecnologias de informação e comunicação, engenharia de materiais e outras (GLENN, 2006;

SAHOO et al., 2007). Somente na área de saúde, em que é nomeada como “nanomedicina”, as

aplicações da nanotecnologia são diversas. Pode-se utilizá-la em diagnósticos, através de

nanopartículas magnéticas, ou sondas encapsuladas, na terapia, como nanopartículas de liberação

sítio específica de fármacos com farmacocinética desejada; terapia gênica ou teranósticos

(partículas com potencial de diagnóstico e terapêutico simultaneamente); cirurgia reconstrutiva,

dentre outras (TELI et al., 2010).

Grande número de fármacos utilizados na terapia tradicional possui características físico-

químicas e/ou farmacocinéticas limitadas, como baixa solubilidade, degradação in vivo, pequeno

tempo de meia-vida circulante, baixa especificidade de sítio de ação, necessidade de dosagem

elevada e indução de efeitos tóxicos colaterais (PARVEEN, SUPHIYA et al., 2012). A utilização

da nanotecnologia como sistemas carreadores permite adequar tais limitações e apresentar novas

características como liberação controlada do fármaco, diminuição de efeitos adversos, aumento

da biodisponibilidade do fármaco, o que contribui para a redução da frequência de administração

e para aumentar adesão ao tratamento e o conforto do paciente (SAHOO et al., 2007;

MUDSHINGE et al., 2011).

Várias estratégias para carreamento de fármacos vêm sendo empregadas, citando como

exemplo o uso de lipossomas, dendrímeros, nanoemulsões e nanopartículas poliméricas. Elas

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2 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

diferem entre si na composição, tamanho, formatos e propriedades físico-químicas e de

superfície (MARCATO; DURÁN, 2008; MUDSHINGE et al., 2011). O emprego de sistemas

nanoparticulados permite substituir as propriedades físico-químicas e farmacocinéticas

indesejadas dos fármacos alterando-as pelas propriedades do carreador (DEVALAPALLY et al.,

2007).

1.2. Nanopartículas poliméricas

Nanopartículas poliméricas consistem de um sistema coloidal sólido de tamanho entre

10 a 1000 nm, que são obtidas na forma de nanocápsulas ou nanoesferas (Fig. 1.1). As

nanocápsulas (Fig. 1.1a, b) possuem no interior de sua cavidade m núcleo líquido, normalmente

lipofílico, circundado por uma membrana polimérica. O material encapsulado fica dissolvido no

interior do núcleo (Fig. 1.1a) ou adsorvido na superfície polimérica (Fig. 1.1b). As nanoesferas

(Fig. 1.1c, d) consistem em uma matriz polimérica desprovido de um núcleo. O material carreado

é encapsulado na matriz (Fig. 1.1c) ou adsorvido na superfície (Fig. 1.1d) (SCHAFFAZICK et

al., 2003).

Figura 1.1: Representação esquemática de nanopartículas capsulares (a,b) e esféricas (c,d).

FONTE: SCHAFFAZICK et al, (2003)

Existem vários materiais que são utilizados como polímeros na obtenção de

nanopartículas, incluindo materiais de origem natural, como quitosana e derivados de celulose, e

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3 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

de origem sintética como os polímeros acrílicos. Independentemente de sua origem, é necessário

que o polímero utilizado seja inerte, biocompatível e biodegradável (JUNG et al., 2000;

GREENHALGH; TUROS, 2009). O material utilizado é um dos fatores que determina a

categoria do método de preparo, isto é, considera-se uma categoria o conjunto métodos que

utilizam polímeros ou macromoléculas previamente preparadas e outra a polimerização in situ.

A polimerização in situ de uma nanoemulsão ocorre através de alguns acontecimentos

em paralelo. A reação é iniciada com a degradação de iniciadores de polimerização formando

radicais livres na fase aquosa. Estes são espécies muito reativas e reagem prontamente com os

poucos monômeros solubilizados na água, iniciando uma reação em cadeia. Estes monômeros

radicalares reagem com os presentes na interface da gotícula e continuam a polimerização em

toda a superfície para a formação da nanocápsula. A reação em cadeia termina com a ligação

entre dois radicais, estabilizando as espécies com elétrons desemparelhados (HUNKELER, 1991;

ASUA, 2002).

Neste trabalho foi utilizado o método de obtenção de nanocápsulas através de

polimerização in situ de nanoemulsões previamente preparadas como meio reacional

(SPERNATH; MAGDASSI, 2007; GOTO et al., 2013). Este método implica em subter a

nanoemulsão, contendo os monômeros, a aquecimento e agitação. Nesse meio é adicionado

solução de persulfato de potássio [K2O8S2 (Kalium persulfate ou KPS)] e sulfato ferroso (FeSO4)

em proporção de 1:1. A dissociação do sal forma íons Fe2+

induzindo a quebra homolítica da

ligação σ do oxigênio-oxigênio do KPS, mesmo em níveis de baixa energia ou calor (40 oC).

A quebra homolítica resulta na formação de radicais sulfato ([SO4-]∙) iniciando a reação

em cadeia com os monômeros na fase contínua da nanoemulsão. Apesar de amenizar as

condições da reação de polimerização, os íons Fe2+

, em alguns casos apresentam

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4 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

incompatibilidade com excipientes ou fármacos na formulação formando complexos e

inviabilizando a sua utilização.

1.3. Nanoemulsões

Nanoemulsões são assim chamadas pelo tamanho das gotículas em torno de 10 a 500 nm.

Elas são definidas como um sistema coloidal heterogênio em que dois líquidos imiscíveis,

normalmente água e óleo, são estabilizados por sistema de tensoativos na interface, formando

gotículas (fase dispersa) na fase contínua (FORMARIZ et al., 2005).

As nanoemulsões não constituem um sistema termodinamicamente estável, apresentando

valor positivo de energia livre de formação ( (Equação 1). O valor positivo ocorre em

consequência dos valores da temperatura e do aumento da entropia de formação das gotículas

( serem inferiores ao alto valor da energia superficial ( , em que representa a tensão

superficial e a diferença da área superficial após emulsificação. Assim, a formação das

nanoemulsões ocorre de forma não espontânea e requer fornecimento de energia para a sua

obtenção (TADROS et al., 2004; ANTON et al., 2008).

(1)

A tendência natural desse sistema é rearranjar-se de forma a diminuir a energia livre, ou

seja, diminuir a área de superfície, com consequente redução da tensão superficial.

Esse processo ocorre por dois mecanismos: floculação que em geral é seguida de

coalescência das gotículas ou por maturação de Ostwald, na qual ocorre difusão das moléculas

da fase dispersa de gotículas menores para as maiores através da fase contínua (TADROS et al.,

2004; ANTON et al., 2008). Para possibilitar a obtenção das nanoemulsões é necessária a

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5 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

utilização de tensoativos. Estes são substâncias que apresentam em sua estrutura molecular uma

região de domínio hidrofílico e outra lipofílica (ou hidrofóbica). Essa característica molecular

dos tensoativos permite que fiquem situados na interface de uma mistura de líquidos imiscíveis.

Assim, a tensão interfacial é reduzida, permitindo o aumento da área interfacial aumentando

assim o tempo de estabilidade das emulsões (FLORENCE; ATTWOOD, 2006; LANDFESTER,

2006). A utilização de tensoativos adequados em uma formulação confere estabilidade cinética

em uma nanoemulsão. Essa estabilidade ocorre principalmente por repulsão eletrostática em

função da carga superficial entre as nanopartículas que inibem sua aproximação (floculação) e

possível agregação (coalescência) das gotículas. As propriedades conferidas pelo tamanho

nanométrico das gotículas ajudam a evitar a cremeação (separação das partículas em função da

diferença de densidade) (REDDY et al., 1981) e a sedimentação, pois a força da gravidade

exercida nas partículas é sobrepujada pelo movimento Browniano (TADROS et al., 2004;

ANTON et al., 2008; MCCLEMENTS, 2012).

1.3.1. Métodos de obtenção de nanoemulsões

Existem três métodos diferentes que podem ser aplicados para a produção de

nanoemulsões: método de emulsificação de alta energia, de baixa energia em temperatura

constante e de temperatura de inversão de fases [Phase Invesion Temperature (PIT)].

(SONNEVILLEAUBRUN, 2004; TADROS et al., 2004; MORAIS et al., 2006).

De acordo com a equação (1), as nanoemulsões são sistemas metaestáveis de formação

não espontânea, sendo, portanto, necessária a aplicação de energia para aumento da área

interfacial. Essa energia atua como força de cisalhamento e deve ser superior a pressão de

Laplace, que é definida como a diferença entre a pressão interna e pressão externa da gotícula. A

relação entre quebra e coalescência das gotículas é um dos fatores que determinam o tamanho da

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6 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

partícula formada (TADROS et al., 2004). Para a emulsificação utilizando alta energia

empregam-se equipamentos que promovam alto cisalhamento (high-shear), como Ultraturrax®,

ultrassom, microfluidizadores, etc..

Os métodos de baixa energia em temperatura constante baseiam-se na alteração da forma

de mistura dos componentes de uma formulação (água, óleo e tensoativos) levando a formação

de intermediários com características físico-químicas diferentes durante o processo de

emulsificação. Em geral, envolvem a adição de água em solução de tensoativos e óleo, adição de

óleo em solução de tensoativos e água ou a mistura simultânea de todos os componentes da

nanoemulsão (TADROS et al., 2004).

Os métodos de inversão de fases utilizam propriedades físico-químicas dos componentes

da formulação para a obtenção de gotículas nanométricas (LIU, W. et al., 2006). Um desses

métodos consiste na alteração da temperatura do sistema de modo a alterar a afinidade dos

tensoativos da formulação denominado como método da temperatura de inversão de fases (PIT

do inglês Phase Invesion Temperature). Isso é possível utilizando tensoativos não iônicos

etoxilados para estabilização de emulsões óleo em água (O/A). Quando esse sistema é aquecido,

os tensoativos sofrem desidratação aumentando o seu caráter lipofílico. Ao ultrapassar o valor de

temperatura acima da PIT, a emulsão se inverte de O/A para água em óleo (A/O). Quando a

formulação é resfriada, o tensoativo reidrata-se, retornando seu caráter hidrofílico, assim, a

emulsão volta a sua conformação (O/A), apresentando gotículas nanométricas estáveis

(SHINODA; ARAI, 1964; TADROS et al., 2004; KOROLEVA; YURTOV, 2012).

Outro método utilizado é pelo ponto de inversão de emulsão (EIP do inglês Emulsion

Inversion Phase) em que a água é adicionada gradativamente, formando pequenas gotículas na

fase oleosa, assim é formada inicialmente emulsão A/O. Após ultrapassar o limiar da proporção

dos componentes, as fases se invertem, formando gotículas do óleo na fase aquosa (emulsão

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7 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

O/A). EIP também é usado com eletrólitos, outros tensoativos além dos não iônicos etoxilados,

etc (FERNANDEZ et al., 2004; KOROLEVA; YURTOV, 2012).

Emulsificação

de baixa energia

em temperatura

constante

Emulsificação

por temperatura

de inversão de fases

Emulsificação

de alta energia

Processos utilizados

na elaboração de

nanoemulsões

Figura 1.2: Métodos utilizados na elaboração de nanoemulsões.

Além das aplicações de nanoemulsões como sistema carreador de fármacos, elas podem

ser utilizadas como meio para a obtenção de nanopartículas poliméricas.

Para este fim, as nanoemulsões contendo monômeros em sua formulação passam por uma

reação de polimerização após a sua manipulação (ASUA, 2002; PINTO REIS et al., 2006).

1.4. Polimerização em nanoemulsões

Existem vários métodos de polimerização que são utilizados, sendo que o de maior

aplicação industrial é a “polimerização radicalar”. Aproximadamente 50 % dos polímeros

industriais são produzidos dessa maneira devido a sua facilidade operacional e ao bom

rendimento da reação (BRAUNECKER; MATYJASZEWSKI, 2007). A polimerização radicalar

é uma reação em cadeia que possui como força motriz a formação de radicais livres. Os radicais

livres são espécies com elétrons desemparelhados em sua estrutura, tornando-os altamente

reativos. As reações de polimerização radicalar são dividas em quatro eventos principais (Fig

1.3): (A) a iniciação, na qual ocorre a quebra homolítica de uma ligação covalente de um

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8 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

iniciador termossensível; (B) a reação do radical formado com um monômero, gerando as

primeiras espécies de crescimento do polímero; (C) a propagação, em que ocorre o crescimento

da cadeia do polímero e, (D) a terminação, em que ocorre a reação entre dois radicais,

encerrando assim, a reação em cadeia (WANG; MATYJASZEWSKI, 1995).

I2 2R˙ (A) Sendo:

I2 = iniciador

R˙ = radical formado na degradação do iniciador

M = monômero

PN = polímero contendo N monômeros

R˙ + M P1˙ (B)

PN˙ + M PN+1˙ (C)

PN˙ + PM˙ PN+M (D)

Fig. 1.3: Representação dos principais eventos envolvidos em uma polimerização radicalar.

Um possível mecanismo de polimerização de derivados acrilatos em uma nanoemulsão,

utilizando o KPS como iniciador (Fig. 1.4), o processo começa através da quebra do KPS

formando o radical sulfato ([SO4-]˙), em seguida este radical reage com a dupla ligação do grupo

acrilato dos monômeros formando as primeiras unidades de crescimento da cadeia polimérica,

seguido da propagação e terminação da polimerização (HUNKELER, 1991).

Quando se utiliza aquecimento brando (abaixo de 40 ºC) do meio reacional, esse

processo é considerado como um método de baixa energia. Por outro lado, métodos de alta

energia como aplicação de microondas ou ultrassom também são utilizados visando um menor

tempo de reação

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9 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

Figura 1.4: Possível mecanismo de polimerização de acrilatos utilizando KPS como iniciador.

1.5. Ultrassom

O primeiro trabalho demonstrando um processo de utilização de ultrassom foi publicado

por Richards e Loomis, em 1927. Atualmente, existe um interesse em sua utilização em reações

químicas, chamadas sonoquímicas, principalmente para obtenção de polímeros. A utilização de

ultrassom é muito ampla, incluindo desde sua aplicação em processos de descontaminação

ambiental, processamento de alimentos, uso como emulsificador de alta energia e em indústria

química (HUNICKE, 1990; CAINS et al., 1998; ABISMAÏL et al., 1999; COLLINGS et al.,

2010; AWAD et al., 2012).

O ultrassom caracteriza-se por ondas sonoras de alta frequência acima da capacidade de

audição humana, ou seja, acima de 20 kHz (HE et al., 2005; PAULUSSE; SIJBESMA, 2006).

Existem várias teorias sobre o mecanismo do ultrassom em reações químicas, mas elas se

convergem sobre a cavitação acústica, em que ocorre o surgimento, o crescimento e a ruptura de

bolhas no meio líquido (Fig.1.5) (GEDANKEN, 2004). As bolhas formadas apresentam

temperaturas elevadas de aproximadamente 5000 K, e o seu rompimento resulta na liberação de

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10 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

pressões elevadas (acima de 1000 atm) no local. Essas condições são suficientes para induzir a

quebra das ligações dos iniciadores, formando os radicais na fase gasosa do interior das bolhas

ou na região adjacente da ruptura da bolha, justificando a sua utilização em reações de

polimerização ( HE et al., 2005; PAULUSSE; SIJBESMA, 2006; BHANVASE et al., 2012).

Figura 1.5: Representação da cavitação acústica observada na propagação de ondas sonoras.

FONTE: Adaptado de PAULUSSE; SIJBESMA (2006).

1.6. Quimiometria

A quimiometria é entendida como a aplicação de modelos matemáticos e estatísticos

para a compreensão e análise de informações químicas (ROSENGREN et al., 2005). A partir da

década de 1970 com a utilização de computadores no âmbito do laboratório químico a

quimiometria se tornou mais abrangente (BARROS NETO et al., 2006; KOSKINEN;

KOWALSKI, 1975). As possibilidades da aplicação da quimiometria são diversas, desde a área

química, indústria de alimentos, biotecnologia, ciências farmacêuticas, agronomia e outras. Esta

vasta gama é possível devido à adoção de variadas estratégias como o planejamento e a

otimização de experimentos e detecção de padrões comportamentais observados a partir de dados

obtidos, estabelecendo relações entre objetos e variáveis (BARROS NETO et al., 2006).

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11 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

1.6.1. Planejamento experimental

A aplicação de planejamento experimental apresenta vantagens como: (i) ser econômica

em relação ao número de testes realizados, uma vez que limita as variáveis que se deseja estudar;

(ii) permite mensurar a influência de um ou mais variáveis na resposta (iii) permite estimar a

magnitude do erro experimental (MASON et al., 2003).

1.6.1.1. Triagem das variáveis

O planejamento experimental é iniciado analisando algumas questões importantes sobre

seu objeto de estudo, ou seja, deve-se primeiramente analisar qual objetivo do experimento e

quais e como são as respostas que podem ser mensuradas. Assim, é possível selecionar todas as

variáveis que possam influenciar no experimento. Todas as variáveis não selecionadas são

fixadas até o final do experimento para que não influenciem nos resultados. Após a seleção das

variáveis deve-se analisar a influência de cada uma e possíveis interações entre elas resultando

em efeito conjunto na resposta (MORGAN et al., 1989; TEÓFILO; FERREIRA, 2006).

Uma das estratégias para a triagem das variáveis é o planejamento fatorial completo que

consiste em realizar experimentos alterando uma variável de cada vez em dois níveis (cada nível

é um valor específico da variável), assim, um experimento com k variáveis terá 2k experimentos

a serem realizados. Ou seja, se um objeto de estudo possui 4 variáveis selecionadas, devem ser

realizados 24 = 16 experimentos. O planejamento fatorial completo possui como desvantagens o

grande número de experimentos necessário quando há muitas variáveis envolvidas e a

dificuldade de se obter replicatas exatas dos experimentos (MORGAN et al., 1989; TEÓFILO;

FERREIRA, 2006).

Uma forma de reduzir o número de repetições é utilizar planejamento fatorial com

composto central, assim, além dos experimentos realizados nos dois níveis realiza-se replicatas

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12 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

empregando valores médios dos níveis estabelecidos de todas as variáveis. Além de minimizar o

número de experimentos, essa estratégia reduz o risco de não detectar uma relação não linear

entre os intervalos (TEÓFILO & FERREIRA, 2006).

A compreensão dessas estratégias descritas torna-se mais clara quando é realizada uma

analogia com uma figura geométrica. Em um experimento com três variáveis (k = 3) tem-se a

representação de um cubo em que cada vértice representa um experimento com o nível (-1 ou

+1) de cada variável (x1, x2 e x3). Os níveis 0 representam os valores dos pontos centrais (Fig.

1.6).

Figura 1.6: Planejamento fatorial 23 para um experimento com três variáveis (k = 3).

FONTE: Adaptado de TEÓFILO; FERREIRA (2006).

1.6.1.1.1. Análise dos efeitos das variáveis

A análise das variáveis permite estimar o efeito que cada uma e suas interações

exercem. Os efeitos isolados de cada variável são calculados a partir da diferença das médias dos

resultados dos experimentos em nível (+1) e (-1). Por exemplo, para um experimento 23, tem-se

o seguinte planejamento (Tab. 1.1):

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13 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

Tabela 1.1: Planejamento fatorial completo com três variáveis A, B e C

O efeito da variável 1(ef A) é calculado utilizando a equação (2) abaixo:

Onde r = reposta do determinado experimento e n = número de experimentos (MORGAN et al.,

1989).

O cálculo da interação entre duas variáveis é estimada através da Equação (3) detalhada

no exemplo abaixo da interação dos efeitos AC, considerando o planejamento 23 (Tabela 1):

Neste exemplo, o número de cada experimento foi substituído pelos níveis das variáveis

para melhor compreensão da equação. Assim, o efeito da interação AC é entendido como a

metade da diferença das médias dos efeitos da variável A exerce entre a variável C fixada em

nível +1 e -1 (MORGAN et al., 1989).

Experimento Variável

A B C

I -1 -1 -1

II +1 -1 -1

III -1 +1 -1

IV +1 +1 -1

V -1 -1 +1

VI +1 -1 +1

VII -1 +1 +1

VIII +1 +1 +1

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14 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

A interação das três variáveis é estimada pela metade da diferença obtida quando uma

estimação da interação de duas variáveis em nível -1 de um terceiro fator é subtraída de uma

estimação da interação das mesmas duas variáveis no nível +1 da terceira variável (MORGAN et

al., 1989). Seguindo o mesmo exemplo do planejamento 23 da Tabela 1, teremos o calculo da

interação ABC será obtido pela Equação (4) abaixo:

1.6.1.2. Superfície de resposta

Após determinar através da triagem a influência das variáveis e suas interações, é

possível otimizar um experimento, ou seja, estimar as condições em que os resultados obtidos

serão ótimos (máximos ou mínimos) (MASON et al., 2003; TEÓFILO; FERREIRA, 2006).

A superfície de resposta é uma representação gráfica através da qual se estima os resultados de

um experimento em função dos diferentes níveis das variáveis.

1.6.1.2.1. Planejamento composto central

Existem diferentes planejamentos que são realizados para a obtenção da superfície de

resposta. Uma das estratégias mais comuns é o planejamento composto central. Neste método, o

planejamento é realizado de maneira similar ao planejamento fatorial completo com a adição de

experimentos nos chamados pontos axiais (α). A elaboração desse planejamento é realizada da

seguinte maneira:

(i) definição do número de variáveis significativas que serão usadas (k);

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15 1. Revisão bibliográfica

R.M.Cruz, 2014.

(ii) elaboração do planejamento fatorial (2k);

(iii) adição de 2k pontos nas coordenadas axial, sendo que α = e

(iv) adição de m repetições nos pontos centrais (0,0,...,0). O número total de experimentos necessário

para esse planejamento é definido por 2k+2k+m (MASON et al., 2003; TEÓFILO; FERREIRA,

2006). Uma representação esquemática de um planejamento composto central com 3 variáveis (k

= 3) está esquematizado na Figura 1.7. Neste caso, o valor de α = 1,682.

Figura 1.7: Esquema de um planejamento composto central para k = 3.

FONTE: Adaptado de TEÓFILO; FERREIRA (2006).

Os resultados obtidos são utilizados para calcular coeficientes de ajuste de modelos

quadráticos. As equações geradas a partir dos coeficientes são complexas funções que permitem

obter os gráficos de superfície de resposta, os quais possibilitam estimar resultados quando as

condições experimentais são modificadas e, dessa maneira, desenvolver o método para obter

resultados ótimos (mínimo ou máximo) (MORGAN et al., 1989; MASON et al., 2003;

TEÓFILO; FERREIRA, 2006).

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16

2. Objetivos

R. M. Cruz, 2014

2. Objetivos

2.1. Objetivo Geral:

Otimização do processo de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ a partir de

nanoemulsões utilizando métodos via ultrassom e via aquecimento.

2.1. Objetivos específicos:

Desenvolvimento e caracterização de nanoemulsões contendo monômeros;

Obtenção e caracterização de nanocápsulas;

Análise da influência da aplicação de ultrassom em nanoemulsões em relação ao tamanho

de partícula e eficiência de polimerização;

Seleção e determinação dos efeitos das variáveis nos métodos de polimerização via

ultrassom e via aquecimento;

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17 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

3. OBTENÇÃO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICAS DAS

NANOEMULSÕES E NANOCÁPSULAS

A primeira etapa deste trabalho envolve a obtenção e caracterização físico-química das

nanoemulsões e respectivas nanocápsulas utilizadas nas etapas subsequentes.

3.1. MATERIAL E MÉTODOS

3.1.1. Material

Monômeros:

Acrilato de 2-etilhexila(A2EH) – (BASF) (Fig. 2.1a)

Acrilato de butila (AB) – (BASF) (Fig. 2.1b)

Figura 3.1: Representação molecular dos monômeros (a) A2EH e (b) AB

O armazenamento dos monômeros acrílicos é realizado na presença do inibidor de

polimerização, éter monometílico da hidroquinona, sendo necessária a sua retirada prévia por

filtração em coluna de carvão ativado para a utilização dos monômeros na formulação.

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18 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

Tensoativos:

Croduret® 50 – Óleo de Rícino Etoxilado e Hidrogenado. EHL = 14,1 (Croda do

Brasil – Campinas/SP).

Spam 80 - Monooleato de Sorbitano. EHL = 4,3.

Ativador:

Sulfato Ferroso (Próquimios) – FeSO4.

Iniciador:

Persulfato de Potássio (KPS) (Merck Brasil) - K2O8S2.

Solventes e outros materiais:

Carvão ativado em pó P. A. (Dinâmica)

Metanol P. A. (Vetec Química Fina)

Clorofórmio P.A (Vetec Química Fina)

3.1.2. Métodos

3.1.2.1. Obtenção da nanoemulsão

O método utilizado para obtenção de nanocápsulas baseia-se na polimerização in situ de

uma nanoemulsão previamente preparada (SPERNATH; MAGDASSI, 2007; GOTO et al.,

2013). As nanoemulsões foram preparadas através de emulsificação por inversão de fases,

empregando os dois mecanismos de PIT e EIP associados. Assim, as fases foram aquecidas

acima da temperatura de inversão e a fase aquosa foi adicionada gradativamente sobre a oleosa.

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19 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

Duas formulações foram utilizadas nesse trabalho modificando somente os monômeros

(Fig. 3.1). Na primeira, o polímero foi formado somente por A2EH (Fig. 3.1a) e na segunda foi

formado um co-polímero de A2EH + AB (Fig. 3.1b) em proporção de 1:1, conservando a

concentração total de 5,0 % (p/p) de monômeros em ambas as formulações.

A composição das formulações consiste em óleo de soja como componente de fase

oleosa, o Croduret® 50 e o Spam 80 como tensoativos, A2EH e AB como monômeros e água

destilada (Tab. 3.1).

Tabela 3.1: Formulação das nanoemulsões

Excipiente

Concentração (% p/p) da formulação

A2EH+AB A2EH

Óleo de Soja 5,0 5,0

Croduret® 50 3,0 3,0

Spam 80 2,0 2,0

Acrilato de 2 etilhexila 2,5 5,0

Acrilato de butila 2,5 -

Água destilada q.s.p. 100 q.s.p. 100

A preparação das nanoemulsões foi realizada como representado na Figura 3.2.

Inicialmente, os componentes da fase oleosa (óleo de soja, Croduret® 50 e Spam 80) foram

pesados em balança analítica, tendo como suporte um béquer, e levados a aquecimento em banho

térmico. Concomitantemente, a água foi aquecida em outro béquer. Os monômeros foram

adicionados na fase oleosa quando a temperatura atingiu 72 ± 2 ºC Previamente a sua utilização,

os monômeros foram eluídos através de uma coluna de carvão ativado visando a remoção dos

inibidores de polimerização. Quando ambas as fases atingiram 85 ± 2 ºC, a fase aquosa foi

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20 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

vertida lentamente sobre a fase oleosa mantendo a agitação mecânica constante a 600 rpm

(Fisaton

- Mod.713) até resfriamento a temperatura ambiente (25 ± 2°C).

Figura 3.2: Representação da manipulação da nanoemulsão.

3.1.2.2. Determinação da temperatura de inversão de fases (PIT)

A temperatura de inversão de fases é aquela na qual se observa uma nanoemulsão O/A

se inverte tornando A/O quando aquecidas ou o contrario quando resfriadas. Isso é possível

devido a uma propriedade dos tensoativos não-iônicos etoxilados, os quais possuem caráter

predominante hidrofílicos em temperatura ambiente e sofrem desidratação quando aquecidos

invertendo sua afinidade para predominante lipofílica.

Para a determinação da PIT, uma amostra da nanoemulsão foi aquecida lentamente e

realizou-se a medição constantemente da sua condutibilidade elétrica com o emprego de um

condutivímetro (Instrutherm CD-820).

PIT é determinada como a média entre o valor de condutividade mais alto e mais baixo.

O experimento foi realizado em triplicata (IZQUIERDO et al., 2002).

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21 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

3.1.2.3. Determinação de tamanho de partícula e índice de polidispersão

As análises de tamanho de partícula e índice de polidispersão foram obtidas por

espalhamento dinâmico da luz (DLS do inglês Dynamic Light Scattering ). Esse método baseia-

se na flutuação dependente do tempo do espalhamento de uma luz quando incidida em uma

partícula suspensa. Essa flutuação ocorre devido ao movimento browniano das partículas (BECK

et al., 2011; ZIMBONE et al., 2011). As análises de tamanho de partícula e índice de

polidispersão foram realizadas com equipamento Nanosizer® N5 Submicron Particle Size

Analyzer (Beckman Coulter). Foram utilizados 10.0 µL de cada amostra e diluídas em 10 mL de

água purificada. As medidas foram realizadas em triplicata de cada amostra após a etapa de

emulsificação e de polimerização, sendo os resultados expressos na média dos valores obtidos.

3.1.2.4. Determinação do potencial zeta

O potencial zeta foi determinado pela técnica de espalhamento dinâmico de luz e análise

da mobilidade eletroforética das nanopartículas através da aplicação de um campo elétrico de

força conhecida na amostra. A análise foi realizada em equipamento Zetasizer® Nanoseries

Nano ZS (Malvern Instruments) à temperatura ambiente (25 ± 3 ºC). As amostras foram diluídas

em água Milli-Q em proporção de 1:1, sendo as medidas realizadas em triplicata e os resultados

expressos na média dos valores obtidos.

3.1.2.5. Obtenção das nanocápsulas por polimerização in situ

Para a reação de polimerização, foram adicionados em 30,0 mL de nanoemulsão uma

solução aquosa de KPS e FeSO4 totalizando 0,04 g do primeiro e 0,07 g do segundo.

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22 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

Posteriormente o sistema foi mantido em banho-maria Thermomix® (B. Braun Biotech

Internacional, modelo 18BU) a 40 ºC durante 4 horas. As soluções de KPS e de FeSO4 foram

adicionadas nos tempos 0 e 2 h (GOTO et al., 2013).

3.1.2.6. Extração do polímero das nanocápsulas

Para caracterizar o polímero é necessário primeiramente extraí-lo das nanopartículas e

assim verificar a ocorrência da polimerização. Primeiramente foi retirado 1 mL de cada amostra

após reação polimerização e colocado em microtubos de 2 mL juntamente com o mesmo volume

de clorofórmio. A mistura foi agitada em vortex (MS 1 minishaker Ika®) durante 2 minutos e

centrifugada por 10 minutos (Excelsa BABY I 206R – Fanem Ltda) a 104 rpm. Após a remoção

da fase superior, foi adicionado 1 mL de metanol. As amostras foram novamente submetidas a

agitação durante 2 minutos e centrifugadas e mantidas em estufa a 35 oC para a secagem dos

solventes (TAS; MATHIAS, 2010).

3.1.2.7. Espectroscopia de absorção na região do infravermelho com transformada de

Fourier (FT-IR)

Os polímeros extraídos foram analisados por espectroscopia na região do infravermelho

em comprimento de onda entre 4000 a 380 cm-1

em aparelho (Varian 640-IR, Spectrometer FT-

IR). As amostras foram analisadas por refletância total atenuada (ATR) em 20 scans com

resolução de2 cm-1

.

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23 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

3.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.2.1. Determinação da temperatura de inversão de fases

Nanoemulsões O/A apresentam um comportamento típico de condutividade. Durante o

aquecimento, ocorre um aumento da condutividade, devido à composição aquosa da fase

contínua. Ao atingir a temperatura de inversão de fases, o valor reduz à próximo de zero, pois, a

fase externa se torna a fase oleosa em que existe uma maior dificuldade de mobilidade dos

elétrons (ANTON et al., 2007). Os gráficos de condutividade da formulação NE A2EH (Fig. 3.3)

e NE A2EH + AB (Fig. 3.3) são apresentados a seguir. A temperatura de inversão de fases foi

igual a 81.8 °C para NE A2EH (Fig. 3.3) e 68.4 °C para (Fig. 3.4).

Os pequenos aumentos de 99,9 a 113 μScm-1

(Fig. 3.3) e 92,86 a 102,3 μScm-1

(Fig. 3.4)

ocorrem devido a maior mobilidade dos elétrons na fase continua em temperaturas maiores. O

declínio da condutividade ocorre em consequência da inversão de fases, sendo a PIT. A diferença

da PIT entre as formulações pode ser explicada pela influência das interações intermoleculares

realizadas pelas cadeias laterais dos monômeros polimerizados. O A2EH possui uma cadeia

carbônica maior que o AB (Fig. 3.1a), apresentando maior número de interações

intermoleculares do tipo van der Waals consequentemente a formulação contendo somente o

A2EH (Fig. 3.1b) requer maior energia para que essas interações se quebrem e a inversão ocorra.

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24 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

Figura 3.3: Condutividade da nanoemulsão NE A2EH em função da temperatura. Em destaque o

momento de inversão de fases.

Figura 3.4: Condutividade da nanoemulsão NE A2EH + AB em função da temperatura. Em

destaque o momento de inversão de fases.

0

20

40

60

80

100

120

20 30 40 50 60 70 80 90 100

Co

nd

uti

vid

ad

e (μ

Scm

-1)

Temperatura (°C)

0

20

40

60

80

100

120

20 30 40 50 60 70 80

Co

nd

uti

vid

ad

e (μ

Scm

-1)

Temperatura (°C)

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25 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

3.2.2. Tamanho de partícula e índice de polidisperção

Os resultados obtidos de granulometria e índice de polidisperção das formulações são

mostrados na Tabela 3.2.

Tabela 3.2: Tabela de resultados de granulometria

Replicata Tamanho (nm) Índice de polidispersão

A2EH A2EH + AB A2EH A2EH + AB

A 129,4 133,0 0,234 0,467

B 135,9 135,0 0,004 0,133

C 127,8 136,0 0,338 0,318

D 129,9 134,0 0,230 0,303

E 144,7 144,1 0,389 0,179

Média 133,5 ± 6,22 136,4 ± 3,97 0,237 ± 0,135 0,280 ± 0,117

As análises granulométricas não mostraram diferença estatística significativa entre os

tamanhos de partícula das formulações apesar da composição química dos monômeros ser

diferente. O A2EH apresenta cadeia carbônica ramificada, diferente do AB que é uma cadeia

simples (Fig. 3.1).

O índice de polidispersão é utilizado para caracterizar uma amostra quanto a sua

homogeneidade de distribuição de tamanho das partículas, ou seja, a dispersão do valor médio

(TADROS et al., 2004). Um sistema é considerado monodisperso quando seu índice de

polidispersão encontra-se abaixo de 0,3. Valores próximos a 1 caracteriza sistemas polidispersos,

em que há partículas de tamanho muito variado no sistema (JAFARI et al., 2008). Portanto, em

média, as amostras se mostraram como sistemas monodispersos.

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26 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

3.2.3. Determinação do potencial zeta

O potencial zeta é definindo como a diferença potencial elétrico entre superfície da

partícula e a camada próxima à partícula, o qual é influenciado pelas mudanças na interface com

o meio dispersante (SCHAFFAZICK et al., 2003). É importante que os valores do potencial zeta

sejam diferentes de zero, pois a presença de cargas na superfície das partículas causa repulsão

elétrica entre elas, diminuindo a chance de eventual coalescência (LIU, W. et al., 2006).

Os valores médios de potencial zeta para as formulações NE A2EH e NE A2EH + AB

(Tab. 3.3) foram respectivamente iguais a -20,3 e -17,3 mV. Os valores negativos indicam uma

possível estabilização por repulsão elétrica das partículas. Os potenciais negativos encontrados

foram esperados, uma vez que o óleo de soja apresenta ácidos graxos em sua composição

(FONSECA; GUTIERREZ, 1974).

Tabela 3.3: Resultados de potencial zeta para as nanoemulsões NE A2EH e NE A2EH + AB

Formulação Potencial zeta (mV)

NE A2EH -20,3 ± 0,416

NE A2EH + AB -17,3 ± 0,231

3.2.4. Espectroscopia de absorção na região do infravermelho por transformada de Fourier

(FT-IR)

A espectroscopia de absorção na região do infravermelho por transformada de Fourrier

(FT-IR) é um método adequado para a determinação da presença ou ausência de uma grande

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27 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

variedade de grupos funcionais em uma molécula. Através de FT-IR são detectadas as vibrações

das ligações químicas de uma molécula, fornecendo informações estruturais importantes como

configuração e conformação química e forças interatômicas associadas às ligações de valência ou

a interações intermoleculares.

A conversão dos monômeros (Fig. 3.5a, b) em polímeros (Fig. 3.5c, d) foi confirmada

através das análises dos espectros de FT-IR dos polímeros extraídos das nanocápsulas (Fig. 3.6 e

3.7) em comparação dos espectros obtidos do padrão do Poli(Acrilato de 2-Etilhexila) (Fig. 3.8)

(Sigma Aldrich) e do monômero (Fig. 3.9). As principais bandas consideradas para análise dos

monômeros e respectivos polímeros foram apresentadas na Tabela 3.4.

Tabela 3.4: Principais bandas de absorção e suas atribuições analisadas

Bandas de absorção (cm-1

) Atribuição

2948-2880 Vibração de ligações alifáticas C-H (CH2 e CH3)

1732 Característica do grupo éster

1454-1400 Vibração de ligações C-CH3 assimétricas e simétricas

1246-1170 Vibração das ligações C-O-C assimétricas e simétricas

766 Correspondente a ligação CH externa ao plano

FONTE: SILVERSTEIN (1998).

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28 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

Figura 3.5: Representação dos monômeros (a) acrilado de 2 –etilhexila e (b) acrilato de butila e

dos polímeros (c) poliacrilato de butila + poliacrilato de 2 etilhexila e (d) poliacrilato

de 2-etilhexila.

Figura 3.6: Espectro de infravermelho obtido por ATR para o polímero poli(acrilato de 2-

etilhexila).

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29 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

Figura 3.7: Espectro de infravermelho obtido por ATR para o co-polímero poli(acrilato de 2-

etilhexila-acrilato de butila).

Figura 3.8: Espectro padrão do poli(acrilato de 2-etihexila).

FONTE: http://www.sigmaaldrich.com/spectra/ftir/FTIR002065.PDF (Acessado em 28/04/2013).

Os espectros das amostras evidenciam a presença das bandas principais assim como é

notado no espectro do polímero padrão indicando sua formação nas nanocápsulas.

Quando os espectros dos polímeros são sobrepostos com o espectro do monômero (Fig.

3.9), é observado o desaparecimento das bandas correspondentes à dupla ligação do monômero,

em 905 – 920 cm-1

e 985 – 1000 cm-1

, e consequente aumento das bandas em 2948-2880 cm-1

correspondentes às ligações carbônicas de cadeia alifática (SILVERSTEIN, 1998).

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30 3. Obtenção e caracterização físico-química das nanoemulsões e nanocápsulas

R.M. Cruz, 2014.

Figura 3.9: Espectros sobrepostos de infravermelho por ATR do monômero acrilato de 2-

etilhexila (azul) e do polímero poli(acrilato de 2-etilhexila) (vermelho).

2948-2880 cm-1

905 – 920 cm-1

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31 4. Avaliação do uso de ultrassom como método de obtenção de nanopartículas poliméricas

R. M. Cruz, 2014.

4. AVALIAÇÃO DO USO DE ULTRASSOM COMO MÉTODO DE

OBTENÇÃO DE NANOPARTÍCULAS POLIMÉRICAS

Goto et al (2013) desenvolveram um método de obtenção de nanocápsulas através de

polimerização in situ que envolve o aquecimento de uma nanoemulsão contendo monômeros na

presença de FeSO4 e KPS no meio. Porém, íons Fe2+

, utilizados como ativadores da

polimerização, em muitos casos interagem com componentes da formulação induzindo a

formação de precipitados. A não utilização desses íons torna necessário um tempo ainda maior

para a reação, originalmente de 4 horas. Assim, o ultrassom foi sugerido como método com

menor tempo necessário para obtenção das nanocápsulas. No presente trabalho teve-se como

objetivo realizar um estudo sobre os impactos deste método e suas variáveis sobre o processo de

produção de nanocápsulas por polimerização in situ de nanoemulsões.

4.1. MÉTODOS

4.1.1. Polimerização por ultrassom

Alíquotas de 5,0 mL de nanoemulsões (NE A2EH) foram acondicionadas em 10 tubos de

centrífuga (15 mL). Em cinco deles foi adicionado 0,3 mL de solução de KPS a 10 % (p/v) (6,0

mg/mL como concentração final de KPS) e nos outros cinco foi adicionado 0,9 mL da mesma

solução de KPS a 10 % (18,0 mg/mL). Em seguida, o meio reacional foi submetido a quatro

aplicações sucessivas e de mesma duração de ultrassom em sonicador VC750 (Sonics, USA)

com amplitude de 25%. As aplicações de ultrassom foram iniciadas sempre em temperatura

ambiente (25 ± 2 ºC). Os períodos de tempo avaliados foram de 0,5, 1, 2, 3 ou 5 minutos.

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32 4. Avaliação do uso de ultrassom como método de obtenção de nanopartículas poliméricas

R. M. Cruz, 2014.

4.1.2. Avaliação da eficiência do processo de polimerização

Alíquotas de 100,0 µL de cada amostra foram pesadas em placas de vidro e submetidas à

secagem em estufa a 30 ºC, durante 24 h. Após esse tempo, as placas secas foram novamente

pesadas. A eficiência de polimerização foi considerada como a porcentagem de monômeros

polimerizados e foram calculados como a diferença de 100% dos monômeros aplicados na

preparação e dos monômeros volatilizados (LIAO et al., 2001). A massa de monômero

volatilizado foi calculada pela diferença entre o peso total da fase oleosa da amostra (óleo de soja

+ tensoativos + 100 % dos monômeros + KPS) e o peso seco obtido (óleo + tensoativos +

polímero + KPS). As análises gravimétricas foram realizadas em duplicatas após cada aplicação

de ultrassom.

4.1.3. Influência do tempo de aplicação de ultrassom na granulometria e no índice de

polidispersão

Após cada período de irradiação com ultrassom, realizou-se uma avaliação do tamanho

médio (nm) das gotículas e do índice de polidispersão em cada amostra, seguindo o protocolo

descrito no item 3 (3.1.2.3, pg 21). As análises foram realizadas em triplicata e os resultados são

apresentados como a média dos valores obtidos.

4.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A aplicação de ultrassom é um método utilizado como emulsificador na obtenção de

nanoemulsões e que também pode ser utilizado em reações químicas (KENTISH et al., 2008;

YILDIZ et al., 2002; LIAO et al., 2001).

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33 4. Avaliação do uso de ultrassom como método de obtenção de nanopartículas poliméricas

R. M. Cruz, 2014.

4.2.1. Influência de aplicações de ultrassom no tamanho de partícula

O gráfico abaixo (Fig. 4.1) mostra o efeito de sucessivas aplicações de ultrassom no

tamanho de partícula das amostras. O primeiro ponto de cada curva (0 aplicações) indica o

tamanho da gotícula anterior à aplicação de ultrassom, ou seja, correspondente ao da

nanoemulsão de origem. Dentre as formulações preparadas, verificou-se que a nanoemulsão

isenta de monômeros apresentou menor tamanho. Provavelmente, este fato está relacionado com

a acomodação dos monômeros nas gotículas proporcionando um maior volume do núcleo

lipofílico e proporcionalmente seu diâmetro em relação às gotículas da formulação ausente de

monômeros.

Figura 4.1: Gráfico do efeito das aplicações subsequentes de ultrassom no tamanho médio (nm)

das partículas em presença de 6,0 mg/mL de KPS.

As formulações contendo monômeros apresentam redução de tamanho de partícula após

a primeira aplicação de ultrassom, independentemente seu tempo de duração. Após sucessivas

aplicações de ultrassom, o tamanho médio das partículas não é alterado significativamente. Uma

teoria para esse fato é que a primeira aplicação de ultrassom seja capaz de provocar uma

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34 4. Avaliação do uso de ultrassom como método de obtenção de nanopartículas poliméricas

R. M. Cruz, 2014.

polimerização inicial na superfície das gotículas, aumentando, assim, a resistência da gotícula

impedindo a ruptura nas aplicações posteriores. Outra razão se deve a concentração de tensoativo

na formulação. Os tensoativos são chamados assim por reduzirem a tensão interfacial. A menor

tensão possível numa mistura água/óleo ocorre quando há separação total das fases, portanto

quanto menor o tamanho de partícula, maior é a tensão interfacial. Assim, o tamanho médio das

gotículas formadas relaciona-se com o número de mols do tensoativo adsorvido na superfície da

gotícula (TADROS et al., 2004).

Utilizando uma concentração três vezes maior (18,0 mg/mL) de KPS, observou-se

resultados semelhantes para os tempos de 0,5 a 3 minutos em relação às amostras anteriores (Fig.

4.2).

Figura 4.2: Gráfico do efeito das aplicações subsequentes de ultrassom no tamanho médio (nm)

das partículas em presença de 18,0 mg/mL de KPS.

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35 4. Avaliação do uso de ultrassom como método de obtenção de nanopartículas poliméricas

R. M. Cruz, 2014.

As amostras submetidas a tempos de 5 minutos de aplicação apresentaram aumento do

tamanho de partícula. Nessas amostras, pode ter ocorrido uma formação excessiva de radicais

podendo ocorrer uma polimerização externa à superfície da gotícula ou uma pequena degradação

oxidativa dos tensoativos. A redução da concentração de tensoativos aumenta o diâmetro médio

das gotículas e facilita a coalescência e possível separação de fases (HORVÁTH; HUSZÁNK,

2003; KARCI et al., 2013).

4.2.2. Avaliação da eficiência de polimerização

Para a melhor compreensão dos efeitos de diferentes tempos na eficiência da reação de

polimerização realizou-se avaliação gravimétrica após cada aplicação de ultrassom (Fig. 4.3).

Figura 4.3: Gráfico da influência de sucessivos períodos de irradiação com ultrassom na

eficiência da reação de polimerização (%).

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36 4. Avaliação do uso de ultrassom como método de obtenção de nanopartículas poliméricas

R. M. Cruz, 2014.

Todos os resultados tiveram comportamentos de polimerização similares

independentemente dos tempos de aplicação. Inicialmente é observada uma alta relativa de

eficiência seguida de uma redução do crescimento em que a curva tende a uma estabilização,

indicando que aplicações posteriores não possuam a mesma eficiência que os primeiros.

Em geral, as curvas de eficiência de polimerização para os tempos de 3 e 2 min de

aplicaçãos de ultrassom apresentaram melhores resultados que os tempos menores. Os resultados

também indicam que a duração de aplicação de ultrassom não contribui de forma linear para

maiores rendimentos. Aplicações sucessivas de ultrassom mostraram pequeno ou nenhum

aumento quando comparados o primeiro e o ultimo ponto de cada curva, apesar de existir uma

tendência crescente da eficiência de polimerização com o aumento de aplicações

independentemente do tempo.

4.3. CONCLUSÃO

Os resultados obtidos mostraram que existe uma limitação de concentração de KPS e

tempo aplicado de ultrassom em nanoemulsões previamente formadas para que não haja perda

do seu tamanho nanométrico.Também foi observado que as condições experimentais escolhidas

não apresentaram uma resposta linear com os efeitos exercidos na eficiência de polimerização,

sendo necessários experimentos sistematizados para a melhor compreensão dessas variáveis.

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37

5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

5. OTIMIZAÇÃO DOS MÉTODOS DE OBTENÇÃO DE NANOCÁPSULAS

POR POLIMERIZAÇÃO IN SITU VIA ULTRASSOM E VIA

AQUECIMENTO

O desenvolvimento de um método para obtenção de nanocápsulas através de

polimerização in situ utilizando o ultrassom requer um conhecimento aprofundado de suas

variáveis e suas correlações.

A aplicação da quimiometria no planejamento de experimentos permite a melhor

compreensão do processo de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ. Para tal, o

planejamento experimental multivariado é de grande valia por reduzir o número de experimentos

em relação aos experimentos univariados. O mesmo procedimento é utilizado objetivando

alterações de um método previamente estabelecido, como na obtenção de polimerização de

nanocápsulas através de aquecimento. A exclusão de FeSO4 na reação de polimerização tende a

reduzir a eficiência da reação, ou seja, a porcentagem de monômeros polimerizados. Assim, o

planejamento experimental auxilia no ajuste das outras condições da reação. Os resultados

expressos na forma de porcentagem de monômeros polimerizados permitem entender o

comportamento das variáveis envolvidas no método e a correlação entre si.

5.1. MÉTODOS

5.1.1. Síntese de nanocápsulas poliméricas

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38

5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

5.1.1.1. Polimerização por aquecimento

O método descrito no item 3 (item 3.1.2.5. da pg 24) foi modificado de modo a não utilizar

sulfato ferroso como ativador. Assim, alíquotas de 5,0 mL da nanoemulsão foram

acondicionadas em tubos de centrífuga (15 mL). Em seguida, volumes diferentes de solução de

KPS a 10 % foram adicionados e a mistura reacional foi mantida em banho-maria, em

temperatura constante e agitação magnética em chapa aquecedora “ARE” (Velp Scientifica)

(GOTO et al., 2013). As condições da reação de polimerização (volume de KPS adicionado,

temperatura e tempo de reação) foram estabelecidas por planejamento experimental.

5.1.1.2. Polimerização por irradiação com ultrassom

Alíquotas de 5,0 mL de nanoemulsões foram acondicionadas em tubos de centrífuga (15

mL). Um volume de solução de KPS a 10 % (p/v) foi adicionado em cada tubo. Em seguida, as

amostras foram submetidas a ultrassom com amplitude de 25 % em sonicador VC750 (Sonics-

USA) por períodos de tempo constantes. As aplicações de ultrassom foram iniciadas sempre em

temperatura ambiente (25 ± 2 ºC). As condições da reação polimérica (volume de KPS, tempo e

número de aplicações) foram determinadas por planejamento experimental.

5.1.2. Eficiência da reação de polimerização

A eficiência do processo de polimerização foi calculada utilizando o método descrito no

item 4 (4.1.2 da pg 34), através da correlação com o monômero residual calculado por método

gravimétrico (LIAO et al., 2001). De cada amostra, foram transferidos 100,0 µL para placas de

vidro que foram pesadas e depois, secas em estufa a 30 ºC durante 24 h. Após esse período de

tempo, as placas secas foram novamente pesadas.

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39

5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

5.1.3 Planejamento fatorial com ponto central

5.1.3.1 Triagem das variáveis

Para cada método foram escolhidas variáveis que poderiam influenciar a reação de

polimerização. No método por aquecimento foram escolhidas a temperatura, o tempo de duração

e a concentração do iniciador KPS adicionado no meio reacional. Para o método de ultrassom

foram escolhidas como variáveis, o número de aplicações de ultrassom, o tempo de duração e a

concentração de KPS adicionada. A análise de triagem foi realizada através de planejamento

fatorial completo com composto central de três variáveis (LUNDSTEDT et al., 1998), de acordo

com o modelo abaixo (Tab. 5.1).

Tabela 5.1: Planejamento fatorial completo com três variáveis

Para todas as variáveis foram atribuídos valores mínimos e máximos que foram utilizados

nos experimentos (Tab. 5.2). Este planejamento experimental foi realizado de modo a alterar

Experimento Variável

1 2 3

I -1 -1 -1

II +1 -1 -1

III -1 +1 -1

IV +1 +1 -1

V -1 -1 +1

VI +1 -1 +1

VII -1 +1 +1

VIII +1 +1 +1

IX 0 0 0

X 0 0 0

XI 0 0 0

XII 0 0 0

XIII 0 0 0

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40

5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

entre os valores mínimo (-1) e máximo (+1) somente uma variável por experimento e

quintuplicatas utilizando os pontos centrais (0).

Nessa etapa totalizaram quatro planejamentos, sendo um para cada formulação (A2EH e

A2EH + AB) e método (aquecimento ou ultrassom) com treze experimentos cada.

Tabela 5.2: Variáveis e valores atribuídos

(*) Concentração final no sistema.

5.1.3.2. Determinação de superfície de resposta

Após a verificação das correlações e significância das variáveis escolhidas foi realizado o

planejamento composto central para obtenção superfície de resposta utilizando os resultados da

etapa de triagem como base. Assim, o novo planejamento utilizou as mesmas variáveis da etapa

anterior em cinco níveis (Tab. 5.4) de análise como representado na Tabela 5.3.

Método via aquecimento

Variável -1 0 +1

Temperatura (oC) 40 50 60

Tempo (min) 60 150 240

Concentração de KPS (mg/mL)(*)

6 12 18

Método via ultrassom

Variável -1 0 +1

No de aplicações 1 3 5

Tempo (s) 30 150 270

Concentração de KPS (mg/mL)(*)

6 12 18

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Tabela 5.3: Planejamento por composto central com 3 variáveis

Tabela 5.4: Variáveis e valores para planejamento por composto central.

(*) Concentração final no sistema

Experimento Variável 3

1 2 3

I -1 -1 -1

+1 -1 -1

III -1 +1 -1

IV +1 +1 -1

V -1 -1 +1

VI +1 -1 +1

VII -1 +1 +1

VIII +1 +1 +1

IX -1,682 0 0

X +1,682 0 0

XI 0 -1,682 0

XII 0 +1,682 0

XIII 0 0 -1,682

XIV 0 0 +1,682

XV 0 0 0

XVI 0 0 0

XVII 0 0 0

XVIII 0 0 0

XIX 0 0 0

Método via aquecimento

Variável -1,682 -1 0 +1 +1,682

Temperatura (oC) 51,59 55 60 65 68,41

Tempo (min) 26,36 40 60 80 93,64

Concentração de KPS

(mg/mL)(*)

14,6 16 18 20 21,3

Método via ultrassom

Variável -1,682 -1 0 +1 +1,682

No de aplicações 4 5 7 9 10

Tempo (s) 211 226 248 270 285

Concentração de KPS

(mg/mL)(*)

2 6 12 18 22

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42

5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

5.1.3.3. Análise estatística

As análises estatísticas dos resultados foram realizadas com auxílio das planilhas

eletrônicas “FATPC 1.1”, utilizada para análise de planejamento fatorial completo 23 com

composto central; e “CCD 1.0” utilizada para análise de planejamento composto central- modelo

quadrático com três variáveis. Ambas gratuitamente disponibilizadas pela Coordenação do

“Laboratório de Quimiometria Teórica e Aplicada da UNICAMP”, disponíveis em

http://lqta.iqm.unicamp.br/portugues/Downloads.html (Acessado em 20/05/2013).

A planilha “FATPC 1.1” é utilizada para análise dos resultados obtidos por planejamento

fatorial completo e permite ao usuário somente a inserção de resultados e a escolha do nível de

significância para os cálculos estatísticos. Assim, são fornecidas várias informações calculadas

como os efeitos de cada variável e suas interações, se esses efeitos são significativos, o erro

estimado da análise, resultados esperados, falha de ajuste, e outros.

As análises dos efeitos das variáveis e a interação entre duas ou três variáveis foram

estimadas a partir das Equações (2), (3) e (4) respectivamente, descritas em Revisão

bibliográfica.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Como método de avaliação de efeitos significativos, a planilha utiliza o teste t de Student

e possibilita efetuar uma comparação do valor de p do teste estatístico amostral com o nível de

significância α. Quando p ≤ α, assume-se que a influência do efeito é significativa para os

resultados do método e quando o valor de p > α a influência não é significativa.

O erro estimado é calculado a partir das replicas realizadas nos pontos centrais e é

utilizado como marcador de qualidade da análise, ou seja, se fatores externos influenciaram nos

resultados obtidos induzindo a uma análise pobre do experimento.

A segunda planilha utilizada, “CCD 1.0”, é similar à “FATPC 1.1” apresentando as

mesmas análises estatísticas adaptadas para planejamento composto central e com acréscimo de

poder gerar a equação da função de superfície de resposta a partir dos coeficientes obtidos dos

resultados inseridos.

5.2. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os estudos dos métodos escolhidos foram divididos em duas etapas: a primeira de

triagem das variáveis, na qual é determinado seus efeitos individuais e conjuntos e se são

significativas ou não para o processo, e a segunda é a etapa de otimização do experimento, em

que são determinadas as melhores condições para a reação (TEÓFILO; FERREIRA, 2006).

5.2.1. Método de polimerização via ultrassom

5.2.1.1. Triagem das variáveis

Os resultados obtidos de eficiência de polimerização foram compilados na Tabela 5.5. A

análise estatística dos resultados mostra com um intervalo de confiança de 95 % (Tab. 5.6) que

as variáveis escolhidas são significativas para a reação, apresentando na formulação A2EH + AB

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

valores de p igual a 0,0006; 9x10-5 e 0,0004 para número de aplicações (variável 1), tempo

(variável 2) e concentração de KPS (variável 3) respectivamente. Na formulação A2EH os

valores de p obtidos foram 0,0493; 0,0009 e 0,0072 para a mesma ordem das variáveis.

Para ambas as formulações, a análise dos resultados entre os experimentos mostrou que o

tempo de aplicação de ultrassom exerceu maior efeito sobre os resultados (23,22 para A2EH+

AB e 16,6 para A2EH).

Tabela 5.5: Resultado de eficiência de polimerização para ambas as formulações através do

método de polimerização via ultrassom na etapa de triagem das variáveis

Este resultado é devido à termossensibilidade do iniciador e ao maior aumento da

temperatura após tempos de aplicação mais prolongados. A segunda variável mais influente foi a

concentração de KPS (13,84 para A2EH+ AB e 5,74 para A2EH), uma vez que o aumento da

concentração do iniciador induz a formação de maior quantidade de radicais no meio reacional.

A variável com menor influência foi o número de aplicações de ultrassom que apresentou uma

Experimento N

o de

aplicação Tempo (s)

Concentração de

KPS (mg/mL)*

Formulação

A2EH + AB**

Formulação

A2EH**

I 1 30 6 2,3 9,4

II 5 30 6 5,7 5,6

III 1 270 6 14,1 15,8

IV 5 270 6 32,8 41,6

V 1 30 18 14,3 19,7

VI 5 30 18 13,8 16,1

VII 1 270 18 27,5 34,8

VIII 5 270 18 54,7 24,9

IX 3 150 12 18,9(1)

30,7

X 3 150 12 20,9 29,4

XI 3 150 12 23,3 28,3(1)

XII 3 150 12 23,1 26,1(1)

XIII 3 150 12 23,2 30,5

(*) Concentração final no sistema

(**) % de eficiência de polimerização

(1) Valor descartado para análise estatística

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

tendência para atingir a um platô, após sucessivas aplicações. Este fato está de acordo com o que

foi discutido no item 4 deste trabalho.

Tabela 5.6: Valores de efeitos e p para as variáveis “Número de aplicações”, “Tempo” e

“Concentração de KPS” para o método de polimerização de nanocápsulas via

ultrassom

A2EH + AB A2EH

Variável Efeitos p Efeitos p

Número de

aplicações (1) 12,2017 0,0006 2,12648 0,0493

Tempo (2) 23,2222 9E-05 16,6 0,0009

Concentração de

KPS (3) 13,8423 0,0004 5,74122 0,0072

Interação de 1 e 2 10,7523 0,0009 5,80296 0,0071

Interação de 1 e 3 1,15631 0,2495 -8,88472 0,003

Interação de 2 e 3 3,7919 0,0185 -4,63729 0,011

Interação de 1,2 e 3 3,10286 0,0315 -8,94769 0,003

A análise dos efeitos conjuntos mostra que a interação entre as variáveis “número de

aplicações” e “tempo de aplicação” produz maior efeito sobre os resultados que as demais

interações em ambas as formulações, indicando que quando ambas encontram-se em maiores

valores, o resultado de eficiência é maior. Em contraste, a interação entre as variáveis “número

de aplicações” e “concentração de KPS” não se mostrou significativa para a formulação A2EH+

AB (p = 0,2495) e como efeito negativo para a formulação A2EH, ou seja, o ajuste deve ocorrer

elevando o nível de uma e reduzindo o da outra.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Os melhores resultados de eficiência de polimerização foram obtidos nos experimentos

IV para a formulação A2EH (41,6 %) e VIII para a formulação A2EH + AB (54,7 %), realizados

nas condições (+1,+1,-1) e (+1,+1,+1) respectivamente. Assim, as condições reacionais desses

experimentos foram utilizadas como base para a elaboração do planejamento experimental para a

superfície de resposta. A faixa de tempo de aplicação tendeu ao limiar suportado pela formulação

para que não perdesse a estabilidade. As amostras foram submetidas a até 10 aplicações de

ultrassom. Como a concentração de KPS induziu a obtenção de resultados diferentes, quando

avaliados os melhores resultados para cada formulação, a faixa de concentração foi ampliada

abrangendo de 2 a 22 mg/mL. Essas condições reacionais não foram ultrapassadas para que os

tensoativos não iônicos não sofressem degradação oxidativa na presença de grande concentração

de radicais (HORVÁTH; HUSZÁNK, 2003; KARCI et al., 2013).

5.2.1.2. Determinação da superfície de resposta do método de polimerização via ultrassom

Os resultados obtidos para esse planejamento (Tab. 5.7) foram compilados na planilha

“CCD 1.0” para a obtenção dos coeficientes de correção do modelo quadrático e assim obter a

função da representação gráfica da superfície de resposta. Os resultados encontrados para a

formulação contendo somente o monômero A2EH foram superiores aos encontrados para a

formulação contendo A2EH + AB. Essa diferença encontrada é devida a menor reatividade do

monômero AB por apresentar uma menor cadeia alifática ligada ao grupo éster (BEUERMANN

et al., 1996).

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Tabela 5.7: Resultados de eficiência de polimerização para as formulações A2EH + AB e

A2EH, através do método de polimerização in situ via ultrassom com

planejamento por composto central

Na planilha “CCD 1.0” deve-se fixar uma das três variáveis em um dos níveis (-1,682, -1,

0, +1 ou +1,682) para que a equação gráfica da superfície de resposta seja gerada a partir dos

coeficientes das outras duas variáveis em função da resposta estimada. Dessa forma, para cada

planejamento existem três casos possíveis para análise de acordo com a variável fixada.

Experimento N

o de

aplicação Tempo (s)

Concentração de

KPS (mg/mL)(*)

Formulação

A2EH + AB(**)

Formulação

A2EH(**)

I 5 226 6 21,6 49,4

II 9 226 6 36,2 66,7

III 5 270 6 32,8 55,4

IV 9 270 6 47,4 31,4

V 5 226 18 44,4 70,8

VI 9 226 18 52,6 79,8

VII 5 270 18 51,3 76,0

VIII 9 270 18 63,3 28,8

IX 4 248 12 40,0 63,0

X 10 248 12 51,1 81,6

XI 7 211 12 40,3 66,8

XII 7 285 12 25,5 39,5

XIII 7 248 2 31,1 42,5

XIV 7 248 22 55,4 87,0

XV 7 248 12 51,4 75,9

XVI 7 248 12 50,0 75,0

XVII 7 248 12 50,8 46,4(1)

XVIII 7 248 12 53,3 27,2(1)

XIX 7 248 12 50,6 78,7

(*) Concentração final no sistema

(**) % de eficiência de polimerização

(1) Valor descartado para análise estatística

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

5.2.1.2.1. Formulação A2EH

Caso I: Variável “Número de aplicações” fixada

Através da etapa de triagem ficou evidente que esta é a variável de menor efeito sobre a

polimerização. Uma pequena variação de eficiência da polimerização foi observada quando a

variável é fixada em três níveis diferentes. No primeiro, o “Número de aplicações” foi fixado em

nível -1,682 (Fig. 5.1) equivalente à quatro aplicações de ultrassom. Observa-se que em níveis de

“Tempo” entre -0,4 a 0,4 (equivalentes a 239,2 a 256,8 s) e “Concentração de KPS” entre 2,5 a 5

(equivalentes a 27 a 62 mg/mL), os valores estimados para eficiência de polimerização atingem

100 %. Neste caso, a elevada concentração do iniciador é indesejada pela grande concentração de

radicais formados, que induzem a desestabilização da formulação. Portanto, para quatro

aplicações de ultrassom, pode-se trabalhar com tempos entre 239 a 257 s e utilizando entre 16,8 e

24,0 mg/ml de KPS para se obter eficiência de polimerização entre 80 a quase 100 %.

O aumento de aplicações de ultrassom reduz os níveis das outras variáveis para obtenção

de elevados valores de eficiência de polimerização (Fig. 5.1 a 5.3). Aplicações de ultrassom por

períodos entre 231,5 a 242,5 s e em concentrações entre 21,6 a 31,2 mg/mL de KPS

apresentaram as estimativas mais altas de eficiência de polimerização, aproximadamente 90 %,

quando as nanoemulsões foram submetidas 7 vezes ao ultrassom (Fig. 5.2).

Em tempos de aplicação entre 215 a 237 s e em aproximadamente 7,2 e 21,6 mg/mL de

KPS foram estimados valores de eficiência de polimerização superiores 90 % quando as

nanoemulsões são submetidas a 10 aplicações de ultrassom (Fig. 5.3).

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Figura 5.1: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração de

KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a -1,682.

Figura 5.2: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração de

KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a 0.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Figura 5.3: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração de

KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a +1,682.

As condições reacionais amenizadas não são vantajosas pelo elevado número de

aplicações de ultrassom necessário para obtenção de resultados ótimos.

Caso II: Variável “Tempo” fixada

De acordo com os resultados da etapa de triagem, essa variável apresentou maior efeito

sobre a polimerização. Valores de tempo iguais a 211, 248 e 285 s foram utilizados para fixar

esta variável e obter os gráficos representados nas Figuras 5.4 a 5.6. Considerando as regiões de

menor número de aplicação, foi observado que em períodos mais longos estimaram-se resultados

eficiência de polimerização em aproximadamente 100 % (Fig 5.5 e 5.6) enquanto que em tempo

mais curto o resultado estimado foi em aproximadamente 55 % (Fig 5.4).

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

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Figura 5.4: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

concentração de KPS quando o tempo da aplicação foi fixado em nível igual a -

1,682.

Figura 5.5: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

concentração de KPS quando o tempo da aplicação foi fixado em nível igual a 0.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

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Figura 5.6: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

concentração de KPS quando o tempo da aplicação foi fixado em nível igual a

+1,682.

Caso III: Variável “Concentração de KPS” fixada

Nas Figuras 5.7 a 5.9 são mostrados os gráficos obtidos quando a concentração de KPS

foi fixada em níveis iguais a -1,682, 0 e + 1,682, equivalentes a 2, 12 e 22 mg/mL.

As áreas estimadas de elevada eficiência de polimerização, aproximadamente 100 %, foi

alcançada com alto nível de “Número de aplicações”, ou seja, superiores a 3,3, 2,4 e 1,6

equivalentes a 14, 12 e 10 aplicações nos gráficos em que a concentração de KPS foi fixada

respectivamente em -1,682, 0, +1,682. Entretanto, essas condições apresentam a desvantagem de

serem de baixa praticidade O aumento da concentração de KPS também mostrou reduzir a

necessidade de numerosas aplicações de ultrassom.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Figura 5.7: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

tempo quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a -1,682.

Figura 5.8: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

tempo quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a 0.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

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Figura 5.9: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

tempo quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a +1,682.

5.2.1.2.1.1. Otimização do processo de polimerização via ultrassom para a formulação

A2EH

A variável “Tempo” mostrou exercer maior efeito sobre a polimerização pelo método via

ultrassom em relação às outras variáveis selecionadas. A aplicação de ultrassom nas

nanoemulsões A2EH e A2EH + AB por períodos maiores que 300 s não foi adequada devido à

indução de instabilidade por degradação do tensoativo na presença de grande concentração de

radicais.

Aplicações subsequentes é uma alternativa para se evitar a utilização de períodos

prolongados de ultrassom. O uso de sucessivas aplicações apresenta pequeno efeito sobre a

polimerização sendo necessárias várias submissões para obtenção de maiores resultados de

eficiência.

A concentração de KPS é uma variável de grande importância para obter maior

rendimento da reação de polimerização, uma vez que o tempo é um fator limitante e o número de

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

aplicação elevado reduz a praticidade do método. Assim, a maior liberdade de modificação das

condições reacionais desse método é atribuída a essa variável.

Portanto, de acordo com a etapa de triagem das variáveis (Tab. 5.5 e 5.6) e análise dos

gráficos de superfície de resposta (Fig. 5.1 a 5.9), as melhores condições para polimerização in

situ das nanocápsulas contendo somente A2EH pelo método via ultrassom se deve a aplicação

única de duração entre 250 a 280 segundos de ultrassom e em concentrações de KPS entre 12 e

22 mg/mL, estimando-se obter aproximadamente 90 % de eficiência de polimerização.

5.2.1.2.2. Formulação A2EH + AB

Caso I: Variável “Número de aplicações” fixada

Nas figuras 5.10 a 5.12 são apresentados os gráficos obtidos ao fixar o número de

aplicações em níveis iguais a -1,682, 0 e +1,682, respectivamente equivalentes a 4, 7 e 10

aplicações em ultrassom.

Figura 5.10: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração de

KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a -1,682.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Figura 5.11: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração de

KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a 0.

Figura 5.12: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração de

KPS quando o número de aplicações foi fixado em nível igual a +1,682.

As faixas de “Tempo” e de “Concentração de KPS” correspondentes às regiões de

maiores valores estimados de eficiência de polimerização foram organizadas na Tabela 5.8.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

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Tabela 5.8: Faixa de níveis e valores das variáveis “Tempo” e “Concentração de KPS’ que

resultam em maiores resultados de eficiência de polimerização em 4, 7 e 10 aplicações de

ultrassom

Aplicações 4 7 10

Nível do tempo -0,8 a 0,8 -0,4 a 0,4 -0,4 a 0,4

Tempo(s) 230,4 a 265,6 239,2 a 256,8 239,2 a 256,8

Nível de concentração de KPS 1,2 a 3,6 1,2 a 2,8 0,4 a 2

Concentração de KPS (mg/mL)(*)

19,2 a 33,6 19,2 a 28,8 14,4 a 24

(*) Concentração final no sistema

Através das Figuras 5.10 a 5.12 e da Tabela 5.8 é possível observar que o aumento do

número de aplicações de ultrassom induziu uma pequena alteração no tempo de aplicação e

considerável redução da concentração de KPS.

Adicionalmente foi observado que existe um aumento de 50 % (Fig. 5.10) para

aproximadamente 65 % (Fig. 5.12) de eficiência de polimerização quando aumentou se de 4

para 10 aplicações em ultrassom. Portanto, o aumento de submissões é pouco vantajoso para se

aumentar a eficiência de polimerização.

Caso II: Variável “Tempo” fixada

Nas Figuras 5.13 a 5.15 são apresentados os gráficos obtidos ao fixar o tempo em níveis

iguais a -1,682, 0 e +1,682, respectivamente equivalentes a 211, 248 e 285 s.

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Figura 5.13: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

concentração de KPS quando o tempo foi fixado em nível igual a -1,682.

Figura 5.14: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

concentração de KPS quando o tempo foi fixado em nível igual a 0.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

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Figura 5.15: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

concentração de KPS quando o tempo foi fixado em nível igual a +1,682.

As faixas de “Número de aplicações” e “Concentração de KPS” para obtenção das

melhores regiões de eficiência de polimerização foram organizadas na Tabela 5.9 abaixo:

Tabela 5.9: Faixa de níveis e valores das variáveis “Número de aplicações” e “Concentração de

KPS’ que resultam em maiores resultados de eficiência de polimerização em

tempos de 211, 248 e 285 segundos de aplicação de ultrassom

Tempo (s) 211 248 285

Nível de número de aplicações -1,2 a 2,4 0 a 2,4 0,6 a 1,8

Número de aplicações 5 a 12 7 a 12 8 a 11

Nível de concentração de KPS 0,6 a 3 1 a 2,6 0 a 2,4

Concentração de KPS (mg/mL)(*)

15,6 a 30 12 a 27,6 12 a 26,4

(*) Concentração final no sistema

Como anteriormente mencionado, a variável “Tempo” representou um fator limitante

para este método, pois a aplicação de longos períodos de ultrassom induz a formação de alta

concentração de radicais causando a perda da estabilidade da formulação. Dentre os gráficos

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apresentados para o Caso II, foi observado que para a variável “Tempo” fixada em valor igual a

248 s (Fig. 5.14) foram estimados os maiores valores para eficiência de polimerização, de

aproximadamente 65 %.

Caso III: Variável “Concentração de KPS” fixada

Nas Figuras 5.16 a 5.18 são apresentados os gráficos obtidos ao fixar a concentração de

KPS em níveis iguais a -1,682, 0 e +1,682, respectivamente equivalentes a 2, 12 e 22 mg/mL.

Figura 5.16: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

tempo quando concentração de KPS foi fixada em nível igual a -1,682.

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Figura 5.17: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

tempo quando concentração de KPS foi fixada em nível igual a 0.

Figura 5.18: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do número de aplicações e

tempo quando concentração de KPS foi fixada em nível igual a +1,682.

As faixas de “Tempo” e “Número de aplicações” para obtenção das melhores regiões de

eficiência de polimerização foram organizadas na Tabela 5.10.

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Tabela 5.10: Faixa de níveis e valores das variáveis “Tempo” e “Número de aplicações’ que

resultam em maiores resultados de eficiência de polimerização via ultrassom em

concentrações de KPS de 2, 12 e 22 mg/mL(*)

Concentração de KPS (mg/mL)(*)

2 12 22

Nível de número de aplicações 2 a 4 1,2 a 2,8 0,4 a 2,4

Número de aplicações 11 a 15 9 a 13 8 a 12

Nível de Tempo (s) -0,2 a 0,8 -0,4 a 0,8 -0,4 a 0,4

Tempo (s) 243,6 a 265,6 239,2 a 265,6 239,2 a 256,8

(*) Concentração final no sistema

Neste caso, a concentração de KPS mais elevada (22 mg/mL) foi observado o maior valor

estimado de eficiência de polimerização, atingindo aproximadamente 65 % (Fig. 5.18). Essa

variável mostrou exercer pouca influência no tempo de aplicação de ultrassom, mas o seu

aumento reduz consideravelmente o número submissões.

5.2.1.2.2.1. Otimização do processo de polimerização via ultrassom para a formulação

A2EH + AB

A otimização do método de obtenção de nanocápsulas via ultrassom considera além de

resultados melhores de eficiência de polimerização, a viabilidade das condições de reação.

Assim, é desejável que o método possua praticidade e preserve a estabilidade da formulação. A

análise dos três casos permitiu visualizar as interações existentes entre as três variáveis

selecionadas na etapa de triagem e dessa maneira estabelecer seus valores para melhores

resultados.

A variável “Tempo” é um fator limitante e em 248 s apresentou melhores resultados sem

que a formulação perdesse estabilidade. O número de aplicações apresentou pequeno efeito sobre

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R.M. Cruz, 2014.

a eficiência de polimerização, sendo necessárias várias aplicações de ultrassom para produzir

aumento dos resultados de eficiência reduzindo a praticidade do método. Uma das maneiras de

solucionar este problema é através da variação da concentração de KPS no meio reacional.

Elevadas concentrações do iniciador possibilitam a redução do número de aplicações de

ultrassom.

Portanto, as condições reacionais para melhores resultados de eficiência de polimerização

para essa formulação pode ser obtida com 4 aplicações de 248 segundos de ultrassom e 19

mg/mL de KPS. Nessas condições são estimados rendimentos de 60 % de eficiência de

polimerização.

5.2.2. Método de polimerização via aquecimento

Inicialmente, para a etapa de triagem das variáveis para método de polimerização via

aquecimento foram selecionadas a “Temperatura”, “Tempo” e “Concentração de KPS” aplicada

na nanoemulsão e os valores foram fixadas como mostrados na Tabela 5.11.

Tabela 5.11: Valores para variáveis de polimerização através do método via aquecimento

(*) Concentração final no sistema

Variável -1 0 +1

Temperatura (oC) 30 50 70

Tempo (min) 60 150 240

Concentração de KPS (mg/mL)(*)

6 12 18

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

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Entretanto, foram observados sinais de perda da estabilidade das formulações por

separação de fases, como visualizado na Figura 5.19.

Figura 5.19: Foto de tubos contendo formulações apresentando separação de fases.

Esses sinais de instabilidades são justificados pela degradação dos tensoativos pela

grande quantidade de radicais formados na alta temperatura e tempo prolongado de

polimerização (HORVÁTH; HUSZÁNK, 2003; KARCI et al., 2013). Nota-se que na

concentração maior de KPS (18 mg/mL) em ambas as formulações, os experimentos VIII sofreu

total separação de fases. Entende-se que nesses casos, as condições da reação de polimerização

ultrapassaram as condições de estabilidade da formulação indicando a existência de um limiar

viável das condições de polimerização.

A perda da estabilidade dessas formulações impossibilitou a realização de análise de

eficiência de polimerização, tornando-se necessário alterar os valores de análise da variável

“temperatura”. Os valores selecionados foram de 40 e 60 oC. Dados de eficiência de

polimerização para ambas as formulações através do método de aquecimento com agitação

foram estabelecidos (Tab. 5.12).

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

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Tabela 5.12: Resultado de eficiência de polimerização para ambas as formulações através do

método via aquecimento

A análise dos resultados obtidos mostrou que houve influência com confiança de 95 %

das variáveis escolhidas na polimerização via aquecimento (Tab. 5.13). Para formulação A2EH +

AB, o aquecimento, a temperatura e concentração de KPS apresentaram valor de p = 1-06

; 0,0009

e 0,0002, respectivamente. Para a formulação A2EH os valores encontrados de p foram

respectivamente 7x10-5

; 0,0039 e 0,0007.

A análise dos efeitos de cada variável evidenciou que a temperatura exerce grande

influência na polimerização (42,8443 para A2EH+ AB e 50,1581 para A2EH). A concentração

de KPS é a segunda variável que provoca maior efeito sobre a polimerização (11,4431 para

A2EH+ AB e 23,7208 para A2EH). Assim, como mencionado nos resultados para o método de

ultrassom, esses valores são igualmente esperados. O tempo possui menor efeito sobre a reação

de polimerização (7,93886 para A2EH+ AB e 13,1545 para A2EH).

Experimento Temperatura

(oC)

Tempo

(min)

Concentração de

KPS (mg/mL)(*)

Formulação

A2EH + AB(**)

Formulação

A2EH(**)

I 40 60 6 5,4 3,8

II 60 60 6 38,4 70,5

III 40 240 6 9,2 24,6

IV 60 240 6 57,2 71,6

V 40 60 18 15,8 24,6

VI 60 60 18 57,6 92,8

VII 40 240 18 16,9 64,7

VIII 60 240 18 65,7 83,4

IX 50 150 12 46,4 75,0

X 50 150 12 47,8 10,4(1)

XI 50 150 12 48,7 70,8

XII 50 150 12 46,7 71,0

XIII 50 150 12 49,4 69,9 (*)

Concentração final no sistema (**)

% de eficiência de polimerização (1)

Valor descartado para análise estatística

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

As interações dos efeitos para esse método não mostrou serem significativas, exceto para

a interação “temperatura” e “tempo” para formulação A2EH (-17,3046) que indica que devem

ser tratadas de maneiras inversas ao ajustar o método. Os resultados comparativos entre as

formulações demonstraram que a formulação contendo os dois monômeros resultou em valores

de eficiência de polimerização inferiores aos da formulação A2EH. Essa diferença é explicada

devido à menor reatividade do monômero AB em relação ao A2EH por possuir uma menor

cadeia alifática ligada ao grupo éster (BEUERMANN et al., 1996). Devido a essa diferença de

eficiência, a etapa seguinte de análise não foi realizada para a formulação A2EH + AB.

Tabela 5.13: Valores de efeitos e p para as variáveis “Número de aplicações”, “Tempo” e

“Concentração de KPS” para o método de polimerização de nanocápsulas via

ultrassom.

A2EH + AB A2EH

Variável Efeitos p Efeitos p

Temperatura (1) 42,8443 1E-06 50,1581 7E-05

Tempo (2) 7,93886 0,0009 13,1545 0,0039

Concentração de

KPS (3) 11,4431 0,0002 23,7208 0,0007

Interação de 1 e 2 5,50773 0,0036 -17,3046 0,0017

Interação de 1 e 3 2,4132 0,0548 -6,68274 0,0257

Interação de 2 e 3 -3,38397 0,0196 2,21177 0,265

Interação de 1,2 e 3 -1,99914 0,0899 -7,44435 0,0193

O melhor resultado de eficiência de polimerização para a formulação A2EH (92,8 %) foi

observado no experimento VI (+1,-1,+1), indicando que as condições ótimas para esse método

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

encontram se em valores próximos a esses níveis. Assim, essas condições reacionais foram

utilizadas como base na etapa seguinte de otimização.

5.2.2.1. Determinação da superfície de resposta do método de polimerização via

aquecimento

Os resultados de eficiência da reação de polimerização obtidos para os experimentos nas

condições de acordo com o planejamento por composto central são mostrados na Tabela 5.14.

Tabela 5.14: Resultados de eficiência de polimerização através do método de polimerização in

situ via aquecimento com planejamento por composto central

Experimento Temperatura (oC) Tempo (min)

Concentração de

KPS (mg/mL)(*)

Formulação

A2EH(**)

I 55 40 16 67,1

II 65 40 16 91,0

III 55 80 16 84,8

IV 65 80 16 94,6

V 55 40 20 78,5

VI 65 40 20 93,4

VII 55 80 20 88,1

VIII 65 80 20 95,0

IX 51,59 60 18 60,8

X 68,41 60 18 93,9

XI 60 26,36 18 82,3

XII 60 93,64 18 98,4

XIII 60 60 14,6 92,6

XIV 60 60 21,4 94,7

XV 60 60 18 93,9

XVI 60 60 18 94,5

XVII 60 60 18 97,2

XVIII 60 60 18 94,3

XIX 60 60 18 92,4

(*) Concentração final no sistema;

(**)

% de eficiência de polimerização

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Através desses resultados, as equações e gráficos foram obtidos utilizando a planilha

“CCD 1.0” da mesma maneira como realizado para o método de ultrassom. Assim, foi necessário

fixar uma das três variáveis selecionadas gerando três casos para análise dos resultados.

Caso I: Variável “Temperatura” fixada:

Na etapa de triagem foi observado que a “Temperatura” foi a variável que exerceu maior

efeito sobre a eficiência de polimerização neste método. Ao fixa-la em nível igual a –1,682 (Fig.

5.20) foram observados resultados estimados acima de 80 % de eficiência de polimerização. Em

níveis maiores, iguais a 0 e +1,682 (Fig. 5.21 e 5.22) foram observadas regiões nos gráficos em

que foram estimados resultados em 100 %. Também foi observada grande influência dessa

variável sobre as outras. O aumento da temperatura reduz a necessidade de longos períodos de

tempo e elevadas concentrações de KPS para reação polimérica.

Figura 5.20: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração de

KPS quando a temperatura foi fixada em nível igual a -1,682.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Figura 5.21: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração de

KPS quando a temperatura foi fixada em nível igual a 0.

Figura 5.22: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função do tempo e concentração de

KPS quando a temperatura foi fixada em nível igual a +1,682.

Através das Figuras 5.20 a 5.22, foi observado que as variáveis “Tempo” e

“Concentração de KPS” apresentam pequena correlação. Dessa maneira as duas apresentam

faixas largas sem alteração dos resultados estimados de eficiência de polimerização.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Caso II: Variável “Tempo” fixada

Ao fixar o tempo em níveis iguais a -1,682, 0 e +1,682, foram obtidos os gráficos

mostrados nas Figuras 5.23 a 5.25. Foi observado que o efeito da concentração de KPS na

eficiência de polimerização foi praticamente nulo quando o tempo de reação é fixado em nível

igual a 0 e +1,682 ,equivalentes a 60 e 93 min (Fig. 5.24 e 5.25), pois em qualquer nível de

temperatura os valores estimados de eficiência de polimerização não se alteram em diferentes

níveis de concentração de KPS Essa característica não foi observada na Figuras 5.23 em que

observou se um decaimento da eficiência de polimerização associado a redução dos níveis de

concentração de KPS. Portanto, menores concentrações de iniciador podem ser utilizadas quando

o tempo de reação for mais longo em um ajuste deste método.

Figura 5.23: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e

concentração de KPS quando a variável tempo foi fixada em nível igual a -

1,682.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Figura 5.24: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e

concentração de KPS quando a variável tempo foi fixada em nível igual a 0.

Figura 5.25: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e

concentração de KPS quando a variável tempo foi fixada em nível igual a

+1,682.

O aumento do tempo de reação exerce dois efeitos principais: a redução do nível e um

pequeno alargamento da faixa de temperatura da reação conservando eficiência de polimerização

próximos à 100 %. Assim, através de uma nanoemulsão aquecida a 50 oC durante

aproximadamente 90 minutos foram estimados rendimentos superiores a 90 % de polimerização.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Caso III: Variável “Concentração de KPS” fixada:

Os gráficos gerados quando fixou se a concentração de KPS em níveis iguais a -1,682, 0

e + 1,682, equivalentes a 14,6, 18 e 21,36 mg/mL (Fig. 5.26 a 5.28), foram semelhantes aos

obtidos com a variável “Tempo” fixada.

Figura 5.26: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e tempo

quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a -1,682.

Figura 5.27: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e tempo

quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a 0.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

Figura 5.28: Gráfico da eficiência de polimerização (%) em função da temperatura e tempo

quando a concentração de KPS foi fixada em nível igual a +1,682.

De forma análoga à concentração de KPS no caso II, a variável “Tempo” apresentou

pequena intensidade de efeito na eficiência de polimerização em relação à temperatura. Também

foi observada a redução tempo de reação quando aumenta se a concentração de KPS no meio. O

mesmo não foi apresentado para a temperatura. Esta mostrou exercer maior efeito sobre a

polimerização, com pequena variação dos níveis e apresentando maiores resultados na faixa

entre aproximadamente 54 e 70 oC (Fig. 5.26 a 5.28).

5.2.2.2. Otimização do processo de polimerização via aquecimento para a formulação

A2EH

A polimerização via aquecimento permite grande liberdade ao manipulador ajustar as

condições de reação devida robustez do método. A variável “Temperatura” possui a maior efeito

sobre a eficiência de polimerização, porém é fator limitante por induzir a desestabilização da

formulação, como demonstrado. As variáveis “Tempo” e “Concentração de KPS” possuem

pequena interação entre elas sendo necessária grande variação no nível de uma para reduzir o

nível da outra.

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5. Otimização dos métodos de obtenção de nanocápsulas por polimerização in situ

R.M. Cruz, 2014.

A otimização deste método é realizado de duas formas distintas dependentes do objetivo:

redução da temperatura de aquecimento para evitar degradação de algum componente

termossensível ou desestabilização da própria formulação; ou redução do tempo para obtenção

das nanocápsulas poliméricas. O primeiro objetivo é alcançado em reação com aquecimento em

aproximadamente 52 oC durante 112 minutos e 14,6 mg/mL de KPS. O segundo objetivo pode

ser alcançado com condições reacionais em aproximadamente 68 ºC durante 28 minutos e 21,0

mg/mL de KPS. Em ambos os objetivos os valores de eficiência de polimerização tende a 100 %.

5.3. CONCLUSÃO

Os planejamentos experimentais multivariados realizados para estudo dos métodos de

obtenção de nanocápsula por polimerização in situ via ultrassom e via aquecimento permitiram

compreender melhor o funcionamento desses sistemas. Em consequência, para cada método foi

possível ajustar as condições reacionais objetivando alcançar os valores de eficiência de

polimerização mais elevados.

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6. Conclusão

R. M. Cruz, 2014

6. CONCLUSÃO

As nanoemulsões e nanocápsulas foram obtidas e caracterizadas quanto ao seu tamanho

de partícula, índice de polidispersão, potencial zeta e determinada o valor da PIT. Através dos

resultados concluiu-se que as formulações foram obtidas com tamanho adequado para serem

consideradas nanopartículas monodispersas e apresentando potencial zeta adequado para evitar a

agregação das partículas.

O estudo de impacto de aplicações sucessivas de ultrassom em nanoemulsões mostrou

que a redução do tamanho de partícula é limitada pela concentração de tensoativos e pela

formação de polímeros que estabilizam a estrutura das nanopartículas prevenindo a ruptura

causada pela energia emitida através do ultrassom. Os resultados observados indicaram que as

condições experimentais escolhidas não induzem uma resposta linear com os efeitos exercidos na

eficiência de polimerização.

Através da etapa de triagem das variáveis e análise dos gráficos de superfície de resposta

(item 5) concluiu-se que as melhores condições para polimerização in situ de nanocápsulas

contendo somente A2EH, pelo método via ultrassom, se deve a aplicação única de duração entre

250 a 280 segundos de ultrassom e em concentrações de KPS entre 12 e 22 mg/mL, estimando-

se obter aproximadamente 90 % de eficiência de polimerização.

As condições reacionais para melhores resultados de eficiência de polimerização para a

formulação A2EH + AB foram estimadas para 4 aplicações de 248 segundos de ultrassom e 19

mg/mL de KPS. Nessas condições são estimados rendimentos de 60 % de eficiência de

polimerização.

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76

6. Conclusão

R. M. Cruz, 2014

O método de obtenção de nanocápsulas por aquecimento foi ajustado de duas formas

distintas dependentes do objetivo: redução da temperatura de aquecimento para evitar

degradação de algum componente termossensível ou desestabilização da própria formulação; ou

redução do tempo para obtenção das nanocápsulas poliméricas. O primeiro objetivo foi

alcançado por reação com aquecimento em aproximadamente 52 oC durante 112 minutos e 14,6

mg/mL de KPS. O segundo objetivo foi alcançado com condições reacionais em

aproximadamente 68 ºC durante 28 minutos e 21,0 mg/mL de KPS. Em ambos os objetivos os

valores de eficiência de polimerização tende a 100 %.

Os dados contidos neste trabalho permitem que as variáveis avaliadas nos métodos de

ultrassom e aquecimento para obtenção de nanocápsula por polimerização in situ sejam ajustados

de modo atender alguma necessidade futura com segurança provida pela estimativa de eficiência

da reação.

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