universidade federal de juiz de fora … sua presença nessa monografia foi fundamental, você fez...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA PATRÍCIA APARECIDA DOS SANTOS COIMBRA VIVIAN CAMPOS DAMASCENO RELAÇÃO ENTRE O DESEQUILÍBRIO ESTÁTICO E O GRAU DE DEGENERAÇÃO ARTICULAR NO JOELHO DO MEMBRO INTACTO DE INDIVÍDUOS COM AMPUTAÇÃO UNILATERAL JUIZ DE FORA 2009

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

PATRÍCIA APARECIDA DOS SANTOS COIMBRA VIVIAN CAMPOS DAMASCENO

RELAÇÃO ENTRE O DESEQUILÍBRIO ESTÁTICO E O GRAU DE

DEGENERAÇÃO ARTICULAR NO JOELHO DO MEMBRO INTACTO DE

INDIVÍDUOS COM AMPUTAÇÃO UNILATERAL

JUIZ DE FORA 2009

PATRÍCIA APARECIDA DOS SANTOS COIMBRA VÍVIAN CAMPOS DAMASCENO

RELAÇÃO ENTRE O DESEQUILÍBRIO ESTÁTICO E O GRAU DE

DEGENERAÇÃO ARTICULAR NO JOELHO DO MEMBRO INTACTO DE

INDIVÍDUOS COM AMPUTAÇÃO UNILATERAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de Medicina, Departamento de Fisioterapia, da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, como pré-requisito para a conclusão de curso.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo José Danza Vicente Co-orientadora: Profa. Jennifer Granja Peixoto

Juiz de Fora 2009

Laboratório de Pesquisa em Reabilitação Musculoesquelético

PATRÍCIA APARECIDA DOS SANTOS COIMBRA VÍVIAN CAMPOS DAMASCENO

RELAÇÃO ENTRE O DESEQUILÍBRIO ESTÁTICO E O GRAU DE

DEGENERAÇÃO ARTICULAR NO JOELHO DO MEMBRO INTACTO DE

INDIVÍDUOS COM AMPUTAÇÃO UNILATERAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade de Medicina, Departamento de Fisioterapia, da Universidade Federal de Juiz de Fora – UFJF, como pré-requisito para a conclusão de curso.

Aprovado em

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________ Eduardo José Danza Vicente

Prof. do Departamento de Fisioterapia

_________________________________________ Cláudia Helena Cerqueira Mármora

Fisioterapeuta

_________________________________________ Rosa Maria de Carvalho

Fisioterapeuta

Laboratório de Pesquisa em Reabilitação Musculoesquelético

Coimbra, Patrícia Aparecida dos Santos

Relação entre o desequilíbrio estático e o grau de degeneração articular no joelho do membro intacto de indivíduos com amputação unilateral / Patrícia Aparecida dos Santos Coimbra, Vívian Campos Damasceno – 2009.

67 f. : il.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia)–Universidade Federal

de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009.

1. Amputação - Reabilitação. 2. Articulação. I. Damasceno,

Vivian Campos. II. Título.

CDU 616-089.873

A Deus: Obrigada por me dar o dom da fortaleza,

porque assim eu pude enfrentar as dificuldades

com uma força que não sabia ter, obrigada pelo

dom da paciência, só assim fui capaz de

enxergar minhas potencialidades e limitações,

obrigada ainda por não ter me deixado sozinha e

por ter colocado anjos aqui para me ajudar.

À minha Família: Mãe, Pai (in memória) minha

irmã e irmãos, Obrigada por terem me dado tanto

amor e carinho, por toda a dedicação e

momentos de anulação para que os filhos

seguissem adiante a procura de um futuro

melhor. Vocês me fizeram entender para viver

agente precisa lutar, enfrentar desafios, conviver

com dificuldades e com as diferenças. Deram-me

irmãos fantásticos dos quais eu me orgulho tanto,

cada um com sua forma peculiar, mas todos

amados com a mesma intensidade. Obrigada por

sempre estarem presentes, me apoiando e me

incentivando em tudo que me proponho a fazer,

AMO TODOS VOCÊS!

Á minha família de coração: Obrigada pelo

acolhimento, por sempre me tratarem como uma

filha, por confiarem em mim e nas minhas

potencialidades... Juntos conseguimos seguir

adiante, ainda que nossos planos não sejam

concretizados nessa vida!

Celsinho, “Tudo o que amamos profundamente

se torna parte de nós” você sempre será uma

presença marcante mesmo na ausência física, se

fechar meus olhos sou capaz de sentir sua

vibração e seu amor protetor, você sempre

esteve e estará comigo me ajudando nessa

caminhada de duras provações, obrigada por

sempre ter acreditado em mim, por ter me

ajudado tanto durante a faculdade e por ter

repartido comigo seus conhecimentos, jamais

vou me esquecer da nossa historia! A maior

conquista da minha vida foi ter você a meu lado.

Certa de que um dia nos reencontraremos jamais

me despedirei de você,.... até breve... TE AMO

Vivian sua presença nessa monografia foi

fundamental, você fez muita diferença, rende

mais quem trabalha em parceria! Valeu a pena

todo trabalho que tivemos, as inúmeras reuniões

em sua casa, dias de semana emendados aos

finais de semana para que pudéssemos terminar

o trabalho no prazo correto. Dessa parceria

nasceu uma amizade para vida toda! Obrigada

minha amiga, missão cumprida!

Meninas...Lidy, Isa, Pri, Isuda, Dai, Carol,

começarei pelo final, obrigada por TUDO!

Quando digo tudo, quero dizer obrigada por

vocês serem fiéis amigas de todas as horas: de

alegria e de dificuldade, vestiram minha camisa e

não me deixaram desistir, sempre a dizer ”Veja,

você não está só....estamos aqui para o que der

e vier...você vai conseguir...não desista....”

Agradeço à Deus o presente de ter vocês

comigo!

A todos amigos, sem exceção, obrigada!

Aos meus amados pais, Elismar e Fátima, pelo

amor incondicional, pelos conselhos e carinho

nos momentos de dúvida, tristeza, dificuldade e

pelo apoio sempre conferido a mim permitindo

com que eu alcançasse meus objetivos e

realizasse os meus sonhos. Obrigada pelos

ensinamentos, incentivos, orações e, sobretudo,

por confiarem e acreditarem em mim. Vocês são

grandes exemplos!

Aos meus amados irmãos, Vanessa e Vinícius,

que me acompanharam nesta conquista,

presenciando meu crescimento e fornecendo

apoio e ânimo sempre que necessário. Obrigada

pelo amor e amizade!

Agradeço muito a Deus por ter nascido em uma

família tão cheia de luz e amor. Devo a vocês

tudo o que sou hoje!

Ao meu grande amor, Johnny. Pessoa

encantadora e admirável que têm feito dos meus

dias mais felizes desde que entrou em minha

vida. Obrigada pelo companheirismo, amor,

carinho, confiança e respeito.

A queridíssima amiga Patrícia, minha super

dupla! Obrigada por ter me acolhido, pela

paciência e pelo carinho. Muitos foram os

contratempos, as dificuldades, mas graças à

nossa relação de amizade e respeito tudo ficou

mais fácil. Maiores ainda foram os momentos de

alegria e descontração. Lembra? Quantas

risadas! Sentirei saudades... Saiba que você

sempre poderá contar com a minha sincera

amizade!

Às grandes amigas da “Liga”: Camila, Daniella,

Denise e Jaqueline pelo carinho e amizade

sincera. Amigas que ajudaram a superar e a

suavizar os momentos de tristeza e dificuldade,

que me deram o apoio e incentivo necessário

fazendo desta longa caminhada mais prazerosa e

divertida. Peço a Deus que ilumine todas vocês e

que esta nossa união jamais se perca! Liga, Liga,

Liga!...

Aos queridos avós, tios e grandes amigos. Vocês

que torcem por mim e que estiveram ao meu lado

me dando suporte, força e carinho durante toda

esta jornada. Obrigado por se fazerem presentes

em minha vida de uma forma tão especial.

A Deus, que se fez presente a todo o momento

me abençoando e me guiando sempre para o

melhor caminho. Obrigado meu Deus por todas

as pessoas maravilhosas colocadas em minha

vida e por ter me feito, mais uma vez, vitoriosa!

Ao querido Prof. Dr. Eduardo

Com profunda gratidão agradecemos sua

generosidade em dividir seu tempo e

conhecimento para que pudéssemos concluir

esse trabalho. Ao longo desses anos de

convivência passamos por momentos difíceis e,

por muitas vezes, de dúvidas também.

Felizmente, por termos tido ao nosso lado não

somente um professor, mas sim um exemplo de

Educador, pudemos contar também com seus

conselhos, com sua amizade. Obrigada pela

confiança depositada em nós, pela oportunidade

ímpar de enriquecimento curricular, e, sobretudo,

obrigada pelos ensinamentos além do âmbito

acadêmico, que certamente nos acompanharão

durante o dia a dia daqui para frente.

Às queridas professoras, Cláudia e Rosa, por terem

aceitado gentilmente o convite para serem banca do

nosso trabalho de conclusão de curso.

Ao fisioterapeuta Anderson Daibert, por disponibilizar

cordialmente o seu laboratório para a realização da

coleta de dados e atenção concedida em todos os

momentos da pesquisa.

Aos voluntários da pesquisa, por permitirem a

realização deste trabalho contribuindo para

ampliação do conhecimento científico.

Ao médico Reumatologista Rafael Fraga, por

contribuir para a concretização desse trabalho.

A Coordenação e ao Departamento de Fisioterapia

da Faculdade de Medicina da Universidade Federal

de Juiz de Fora.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES Imagem 1 – Sistema de baropodometria eletrônica, marca IST

Informatique, modelo Footwork...............................................23

Fotografia 1 – Indivíduo protetizado no membro inferior esquerdo,

sobre o baropodômetro, com os pés posicionados

funcionalmente........................................................................25

Imagem 2 – Menor (A) e maior (B) valor da média do pico de

pressão plantar no membro intacto de dois indivíduos

estudados...............................................................................33

Imagem 3 – Menor (A) e maior (B) valor da média do pico de

pressão plantar no membro amputado de dois

indivíduos estudados..............................................................34

Imagem 4 – Menor (A) e maior (B) valor da área de superfície

de contato plantar no membro intacto de dois

indivíduos estudados..............................................................37

Imagem 5 – Menor (A) e maior (B) valor da área de superfície de

contato plantar no membro amputado de dois

indivíduos estudados..............................................................38

Fotografia 2 - Radiografias em incidência ântero-posterior da

articulação do joelho no membro intacto de dois

indivíduos amputados. Em A pode-se observar o

espaço articular preservado, sem sinais de

degeneração articular. Em B nota-se uma

diminuição do espaço articular e degeneração......................42

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Tabela utilizada na avaliação radiológica da

articulação do joelho do membro intacto dos

indivíduos amputados.............................................................26

Tabela 2 - Tabela utilizada na avaliação reumatológica da

articulação do joelho do membro intacto dos

indivíduos amputados............................................................27

Tabela 3 – Média, desvio padrão (DP), valor mínimo e

máximo da idade, em anos, índice de massa

corpórea, em Kg/m² e tempo de protetização,

em anos, dos 12 indivíduos estudados .................................30

Tabela 4 – Valores da variável média do pico de pressão

plantar, em Kgf/cm², nos membros intacto e

amputado dos 12 indivíduos estudado...................................31

Tabela 5 – Média e desvio padrão (DP), valores de p,

valores mínimo, máximo da média do pico de

pressão plantar, em Kgf/cm², nos membros

intacto e amputado dos 12 indivíduos estudados..................32

Tabela 6 – Valores da variável área de superfície de contato

plantar, em cm², nos membros intacto e amputado

dos 12 indivíduos estudados .................................................35

Tabela 7 - Média, desvio padrão, valores de p, mínimo e

máximo da área de superfície de contato

plantar, em cm², nos membros intacto e

amputado dos 12 indivíduos estudados.................................36

Tabela 8 – Valores da variável força de reação do solo,

em Kgf, sobre os membros intacto e amputado

dos 12 indivíduos estudados..................................................39

Tabela 9 – Média, desvio padrão, valores de p, mínimo e

máximo da força de reação do solo, em Kgf,

sobre os membros intacto e amputado dos 12

indivíduos estudados..............................................................40

Tabela 10 – Valores da variável descarga de peso em

porcentagem (%), nos membros intacto e

amputado dos 12 indivíduos estudados.................................41

Tabela 11 –Média, desvio padrão, valores de p, mínimo e

máximo da descarga de peso em porcentagem

(%), nos membros intacto e amputado dos 12

indivíduos estudados..............................................................41

Tabela 12- Resultado da avaliação radiológica da articulação do

joelho do membro intacto dos indivíduos amputados,

de acordo com o grau de degeneração e/ou

diminuição do espaço articular...............................................43

Tabela 13 - Resultado da avaliação clínica reumatológica

da articulação do joelho do membro intacto dos

indivíduos amputados, de acordo com os sinais de

dor, crepitação, rigidez matinal e sinovite,

associados aos achados radiográficos..................................43

RESUMO

Os indivíduos amputados de membro inferior apresentam desequilíbrio na

distribuição do peso durante a postura ortostática. Em decorrência desse

desequilíbrio, o membro intacto desses indivíduos acaba sendo sobrecarregado, o

que pode ocasionar dor, degeneração articular e, conseqüentemente, osteoartrite

(OA). O objetivo do trabalho foi quantificar o desequilíbrio estático nos membros

inferiores de indivíduos com amputação unilateral transfemoral ou transtibial e o

grau de degeneração articular no joelho do membro intacto, relacionando com o

tempo de protetização e com a idade. Para o experimento, foram avaliados 12

indivíduos, de ambos os sexos, protetizados após amputação transtibial ou

transfemoral unilateral, com idade variando de 20 a 65 anos. No dia da coleta dos

dados os indivíduos tiveram que caminhar, por duas vezes, até o baropodômetro,

onde permaneciam parados com os pés em posição funcional para captação da

porcentagem da descarga de peso, da média do pico de pressão e da área de

superfície de contato plantar no membro protetizado e no membro intacto. Os

valores da força de reação do solo foram encontrados a partir das variáveis

supracitadas quando empregadas na fórmula de Pascal (P=F/A). Após a coleta, os

indivíduos tiveram o joelho do membro intacto radiografado, em incidência antero-

posterior, avaliado por um médico radiologista e, clinicamente, por um

reumatologista. Pode-se observar que em 50% (6/12) dos indivíduos a

porcentagem da descarga de peso foi maior sobre o membro intacto enquanto que,

nos 50% (6/12) restantes, esta foi maior sobre o membro protetizado. A área de

superfície de contato plantar foi maior no membro intacto em 100% (12/12) e a

média do pico depressão plantar foi maior no membro protetizado em 100%

(12/12). A diferença entre os valores da força de reação do solo para o membro

intacto e o membro protetizado não foi estatisticamente significativa. Dessa forma,

concluímos que não há relação entre o desequilíbrio estático e o grau de

degeneração articular no joelho do membro intacto de indivíduos com amputação

unilateral transtibial ou transfemoral. No entanto, há uma relação direta entre a

idade e o grau de degeneração articular no joelho do membro intacto desses

indivíduos.

Palavras-chave: amputados, descarga de peso, osteoartrite de joelho

ABSTRACT

Background: Individuals of lower limb amputees have imbalance in the weight

distribution during the orthostatic posture. As a result of imbalance, the intact limb of

these individuals is overloaded, which can cause pain and joint degeneration as

osteoarthritis. Objective: Quantify the static imbalance in the lower limbs of

individuals with transtibial or transfemoral amputations and the degree of joint

degeneration in the knee intact limb, linking these with the time of prosthesis use

and age. Materials and methods: Were evaluated 12 adults of both sexes,

prosthesis after unilateral transtibial or transfemoral amputation, with age ranging

from 20 to 65 years. On the day of data collection, the individuals had to walk twice,

on the baropodômetro (pressure plate), where they remained standing with the feet

in functional position to capture the percentage of weight-bearing, the foot

maximum mean pressure and the foot contact surface area of the prosthesis limb

and intact limb. The values of the ground reaction force were found from the

variables already mentioned when they were inserted in the Pascal’s formula (P = F

/ A). After collection, the individuals had the intact limb knee X-rayed, in the antero-

posterior position, and evaluated by a radiologist. The clinical evaluation for

diagnosis of osteoarthritis in the knee was made by a rheumatologist. Outcomes: It

was observed that in 50% (6 / 12) of individuals the percentage of weight-bearing

was greater on the intact limb whereas, in 50% (6 / 12) remaining, it was greater on

the prosthesis limb. The foot contact surface area was greater on the limb intact in

100% (12/12) and the foot maximum mean pressure was higher on the prosthesis

limb in 100% (12/12). The difference between the values of the ground reaction

force to the intact limb and to the prosthesis limb was not statistically significant.

Conclusion: There is not relation between the static imbalance and the degree of

joint degeneration in the intact knee of individuals with unilateral transtibial or

transfemoral amputation. However, the degree of joint degeneration is directly

related to their age.

Keywords: amputees, weight-bearing, osteoarthritis

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................14

2. OBJETIVO............................................................................................20

3. MATERIAIS E MÉTODOS....................................................................22

3.1. Materiais....................................................................................23

3.1.1. Permanentes...................................................................23

3.2. Aspectos éticos.........................................................................23

3.3. Indivíduos..................................................................................23

3.4. Procedimento............................................................................24

3.5. Análise Estatística.....................................................................27

4. RESULTADOS......................................................................................28

4.1. Característica dos indivíduos.....................................................29

4.2. Análise da média do pico de pressão........................................31

4.3. Análise da área de superfície de contato plantar......................35

4.4. Análise da força de reação do solo...........................................39

4.5. Análise da porcentagem da descarga de peso.........................40

4.6. Dados radiográficos e clínicos...................................................42

4.6.1. Análise radiográfica.........................................................42

4.6.2. Avaliação clínica reumatológica.......................................43

5. DISCUSSÃO..........................................................................................44

5.1. Discussão dos métodos.............................................................45

5.2. Discussão dos resultados..........................................................47

6. CONCLUSÃO........................................................................................55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................57

ANEXOS....................................................................................................63

Anexo 1......................................................................................................64

Anexo 2......................................................................................................67

1. INTRODUÇÃO

A remoção cirúrgica, total ou parcial, de um membro é denominada por

Buccolini, (2001) como amputação. A utilização da prótese vem com o propósito

de oferecer uma imagem corporal próxima a normal, a fim de ajudar o individuo a

desenvolver maior confiança e habilidades físicas, bem como promover uma

melhora em sua qualidade de vida (Barauna et al., 2005).

Durante a primeira e a segunda guerra mundial, no início e em meados do

século XX, respectivamente, houve um grande aumento no número de amputados

que necessitavam de protetização, o que acabou por estimular o desenvolvimento

de materiais e de técnicas para os diversos tratamentos, proporcionando assim

uma melhora na reabilitação funcional (Pastre et al., 2005). No entanto, hoje em

dia, os indivíduos amputados ainda enfrentam alterações físicas e desafios

emocionais conseqüentes de suas amputações (Norvell et al., 2005).

Atualmente a osteoartrite (OA) tem atingido proporções epidêmicas

(Symmons, 2001). Segundo Emrani, (2007) somente nos EUA é possível encontrar

mais de 21 milhões de pessoas afetadas por esta doença, sendo que 36% dos

idosos apresentam algum grau de degeneração na articulação do joelho

(D'ambrosia, 2005).

De acordo com Andrews, (1996) 80% da população acima dos 65 anos

apresenta pelo menos uma doença crônica, sendo a OA a mais comum dessas

desordens (Davis et al., 1991). Indivíduos na faixa etária dos 35 aos 54 anos estão

ligeiramente mais predispostos a desenvolverem essa condição quando

comparados a adultos jovens. Quando a faixa etária é de 55 a 74 anos as chances

de desenvolver a OA aumentam de forma significativa, apresentando uma

porcentagem de acometimento nas articulações de joelho, sacrilíaca e quadril, em

150%, 360 e 800% respectivamente (Robbins et al., 2001). Baliunas et al., (2002)

concluíram que adultos com idade acima de 55 anos têm a articulação do joelho

acometido em 10% dos casos. Dentre as articulações do membro inferior, que

podem sofrer esse processo de degeneração, o acometimento do joelho

apresenta-se como a forma mais incapacitante (Davis et al., 1991).

Um dos prováveis fatores que favorecem o desenvolvimento da OA é o

incremento brusco nas forças de impacto durante a locomoção, que ocorre em

indivíduos não amputados em torno dos 50 anos em virtude do ajustamento

postural, conseqüente da instabilidade gerada pela diminuição da sensibilidade

plantar tátil (Robbins et al., 2001). Nos indivíduos amputados o que ocorre não é

uma diminuição da sensibilidade plantar táctil, mas sim uma perda total dessa

sensibilidade no antímero protetizado.

Para a descrição, bem como a classificação, da OA é utilizado um critério

padrão sensível e específico estabelecido pela American College of Rheumatology

(ACR).

Além de incluir a avaliação clínica (Bellamy et al., 1999), a confirmação da

OA se da pelos sinais radiográficos (Hungerford e Cockin, 1975; Lemaire e Fisher,

1994; Melzer et al., 2001). Peat et al., (2001) observaram que 50% dos pacientes

que apresentavam OA no joelho, diagnosticada através do exame radiológico, não

relatavam dor como sintomatologia, haja vista que o grau de degeneração articular,

observado nestes exames, não correspondia de forma diretamente proporcional

aos relatos de dor desses pacientes (Maly et al., 2008).

Nolan et al., (2002) acreditam que quaisquer assimetrias que promovam um

aumento na descarga de peso sobre o membro intacto, independentemente da

causa, ocasionam alterações degenerativas articulares sobre o membro contra

lateral. Isso ocorre em virtude de uma alteração patológica na biomecânica dos

membros inferiores resultando em uma descarga assimétrica, gerando uma

excessiva e anormal sobrecarga em um dos membros (Maly et al., 2008).

Estudos comprovam que, tanto na marcha quanto em repouso, a descarga

de peso ocorre, principalmente, sobre o compartimento medial do joelho. Essas

cargas compressivas, sendo excessivas e repetitivas, podem contribuir

significantemente para o desenvolvimento e a progressão da degeneração articular

(Croft et al., 1992; Norvell et al., 2005).

As mudanças fisiológicas normais da idade, que acompanham de forma

diretamente proporcional às alterações biológicas, em geral, convergem para uma

condição que resulta em diminuição e até a ausência das atividades físicas. Dessa

forma, pode-se observar, com o sedentarismo, um aumento da massa corporal de

20 a 30% entre os 30 e 80 anos de idade que é decorrente da atrofia muscular e do

aumento da deposição do tecido adiposo (Andrews, 1996).

Nos indivíduos amputados essas alterações ocorrem de forma precoce ou

mais acentuada. Por tornarem-se sedentários ao diminuírem suas atividades

físicas, e ou muitas vezes interromperem a prática de esportes, acabam por

obter um aumento no índice de massa corpórea (IMC). Dessa forma, pode-se

observar uma sobrecarga e, conseqüentemente, a degeneração articular no

membro intacto que fica mais susceptível a apresentar a OA no joelho (Norvell et

al., 2002). Em contra partida, indivíduos que apresentam alto IMC e praticam

atividades físicas de repetição, também estão substancialmente expostos a esta

condição (Maly et al., 2008).

Norvell et al., (2005) observaram que, em indivíduos sem amputação, tanto

o joelho direito como o esquerdo são igualmente susceptíveis a desenvolver OA,

pois a descarga de peso entre os membros inferiores acontece de forma mais

equilibrada. No entanto, tal afirmação não pode ser aplicada quando se trata de

indivíduos que utilizam próteses. Nos amputados, pode-se observar na maioria das

vezes um desequilíbrio na descarga de peso entre o membro íntegro e o membro

amputado. Normalmente, o membro íntegro é sobrecarregado, diminuindo de

forma significativa a chance das articulações do membro amputado desenvolverem

e apresentarem a sintomatologia da OA. Essa sobrecarga imposta de forma

constante sobre o membro intacto pode acometer tanto a articulação do joelho

quanto a articulação do quadril, ou até mesmo as duas articulações (Burke, Roman

e Wright, 1978).

Há evidência de que nos amputados o risco de surgimento de OA aumenta

com o nível de amputação (Norvell et al., 2005), com o tempo de protetização

(Kulkarni et al., 1998), com a idade do amputado (Kulkarni et al., 1998), com a

diminuição da mobilidade associada ao aumento do IMC (Davis et al., 1991;

Kulkarni et al., 1998; Kaufmana, 2001; Peat et al., 2001; Norvell et al., 2005) e com

as alterações biomecânicas nos joelhos em virtude dos vários tipos de próteses

(Kulkarni et al., 1998).

A assimetria no comprimento dos membros inferiores também proporciona

um aumento no estresse articular, por gerar um desequilíbrio na descarga de peso

sobre o membro intacto (Dixon & Campbell-Smith, 1969), o que favorece o

desenvolvimento de OA na articulação do quadril e do joelho no membro íntegro.

No entanto, são poucos os trabalhos encontrados na literatura que descrevem, de

forma quantitativa, o desequilíbrio ou a assimetria na descarga de peso entre os

membros inferiores dos amputados (Rossi et al., 2008; Barbosa e Bernardes, 2009;

Noronha, 2009).

Em um estudo realizado por Melzer et al., (2001) pode-se observar que 65%

dos amputados de membro inferior possuíam graus diferenciados de degeneração

na articulação do joelho do membro intacto, sendo essa incidência altamente

significante em relação aos indivíduos sem amputação. Lemaire & Fisher, (1994)

relatam que amputados transtibiais acima dos 65 anos, que tenham feito uso de

prótese por mais de 25 anos, apresentam uma incidência altamente significante de

OA na articulação do joelho do membro intacto.

Hungerford & Cockin, (1975) comparando indivíduos com amputação

transfemoral, com indivíduos com amputação transtibial e com indivíduos sem

nenhuma amputação, observou alterações degenerativas nas articulações do

joelho do membro íntegro em 63% dos amputados transfemorais, em 41% dos

amputados transtibiais e, finalmente, em 21% nos indivíduos sem amputações.

Concluindo que, quanto maior o nível da amputação maior a chance do surgimento

de alterações degenerativas.

A dor no joelho intacto, que ocorre em ate 71% dos amputados transtibiais

ou transfemorais, acaba por dificultar o desempenho na realização das atividades

de vida diária reduzindo, dessa forma, a qualidade de vida destes indivíduos (Nolan

et al., 2002). Norvell et al., (2005) acreditam que é possível que amputados

participem menos de atividades recreacionais em virtude dessa condição.

As anormalidades da marcha, resultantes do uso da prótese para membros

inferiores, têm sido documentadas incluindo o aumento do gasto energético

metabólico, redução na velocidade da marcha (Zuniga et al., 1972; Hershler &

Milner., 1980; Czerniecki, 1996; Seroussi et al., 1996), redução na fase de balanço,

aumento do tempo da fase de apoio e das forças de reação do solo no membro

intacto (Hershler & Milner, 1980; Czerniecki, 1996; Seroussi et al., 1996). Tendo em

contrapartida, o aumento na fase de balanço, redução do tempo da fase de apoio

e menor força de impulsão no membro protetizado (Zuniga et al., 1972; Czernieck

et al., 1996; Seroussi et al., 1996; Nolan et al., 2002).

Esse aumento da fase de apoio no membro intacto de indivíduos

amputados, durante uma das fases da marcha, faz com que a maior parte das

forças de reação do solo seja absorvida pelo mesmo (Norvell et al., 2005),

gerando uma maior sobrecarga na articulação do joelho e, conseqüentemente,

uma maior exigência desse membro (Robbins et al., 2001).

Essas assimetrias podem ocorrer devido a uma combinação de fatores

como diminuição na força da musculatura do membro inferior, déficit na percepção

sensorial e instabilidade ou dor na porção em que ocorre a descarga de peso no

membro acometido (Royer e Wsilewski, 2005; Al-Zahrani e Bakheit, 2002).

É de conhecimento, diz Baraúna et al., (2005), que esses indivíduos

apresentam alterações de equilíbrio tanto na marcha quanto em repouso, sendo

maiores as oscilações sobre o antímero do corpo de maior massa, ou seja, o

antímero intacto, o que implica em maior descarga de peso nas articulações desse

membro. Ao relacionar as oscilações com a idade e com o tempo de protetização,

pode-se observar que essas são maiores em indivíduos com idade avançada e que

haviam sido reabilitados e protetizados há pouco tempo.

Segundo Royer e Koenig, (2005) ao se reduzir as forças de impacto e a

sobrecarga sobre a articulação do joelho do membro intacto é possível se obter

uma redução no risco de desenvolver um processo degenerativo. Melhorando-se o

conforto, a estabilidade e a propriocepção no membro protetizado é provável que a

demanda muscular e a sobrecarga sobre o membro intacto seja reduzida.

Royer e Koenig, (2005) concluíram que a sobrecarga articular, em indivíduos

amputados, acomete as articulações tanto em repouso quanto durante a marcha.

No entanto, a maioria dos trabalhos descritos estuda somente as alterações

durante a marcha, de forma dinâmica, enquanto que a avaliação quantitativa da

descarga de peso entre o membro protetizado e o intacto em posição de repouso,

ou seja, na postura ortostática, é negligenciada.

2. OBJETIVO

O objetivo desse trabalho foi quantificar, por meio das variáveis

baropodométricas, o desequilíbrio estático nos membros inferiores de indivíduos

com amputação unilateral transfemoral ou transtibial e o grau de degeneração

articular no joelho do membro intacto, relacionando com o tempo de protetização e

com a idade.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Materiais

3.1.1. Permanentes:

Foi utilizado o sistema de baropodometria eletrônica, marca IST

Informatique, modelo FootWork, pertencente ao Laboratório Anderson Daibert

(Imagem 1).

Imagem 1 - Sistema de baropodometria eletrônica, marca IST Informatique,

modelo FootWork.

3.2. Aspectos éticos

O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora, (Parecer nº 190/2008) (Anexo 1). Em um primeiro contato com os participantes, foi realizada a conscientização e o esclarecimento da natureza e do propósito da pesquisa. Os participantes do estudo fizeram a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2) e assinaram o mesmo concordando em participar da pesquisa.

3.3. Indivíduos

A amostra selecionada foi de 12 indivíduos adultos, de ambos os sexos, com

idade variando de 20 a 65 anos com amputações transfemorais e transtibiais de

membro inferior, reabilitados das amputações no serviço de Fisioterapia do Centro

de Atenção à Saúde (HU-/CAS/UFJF) da Universidade Federal de Juiz de Fora

(UFJF), com radiografia recente (em incidência antero-posterior), de no máximo

dois meses, do joelho do membro não amputado.

Os critérios de exclusão foram: uso de medicamentos para problemas

neuromusculares ou outras patologias significantes (Hsu et al., 2006), como

doenças reumáticas, presença de lesões significantes no joelho do membro intacto

(Imeokparia et al.,1994; Coggon et al., 2000; Lau et al., 2000), bem como

indivíduos já submetidos à qualquer tipo de procedimento cirúrgico, (Burke, Roman

e Wright, 1978), os quais levem ao desequilíbrio entre membros inferiores .

3.4. Procedimento

No dia da coleta, os indivíduos caminharam até o baropodômetro

(plataforma de pressão) duas vezes, onde permaneceram por 30 segundos, para a

captação dos dados nos membros protetizado e intacto.

Por meio do baropodômetro, foi possível obter os dados das seguintes

variáveis: porcentagem da descarga de peso, da média do pico de pressão e a

área de superfície plantar no membro amputado e no membro intacto, por meio de

2074 captadores, trabalhando a uma freqüência de 150Hz. Os valores da força de

reação foram encontrados a partir das variáveis supracitadas quando empregadas

na fórmula de Pascal (P=F/A) (Fotografia 2).

.

Fotografia 2 – Indivíduo protetizado no membro inferior esquerdo (*), sobre o

baropodômetro (seta preta grande), com os pés posicionados

funcionalmente. O baropodômetro encontra-se conectado a um

computador por meio de um cabo USB localizado na porção superior

esquerda (seta preta pequena).

Após a coleta dos dados, os indivíduos foram submetidos a uma avaliação

por um médico radiologista e a uma avaliação clínica por um médico

reumatologista, pertencentes ao serviço de Clínica médica do HU/CAS/UFJF para

diagnóstico de OA de acordo com os critérios da American College of

Rheumatology (ACR), que é o critério padrão para classificação da OA de mão,

joelho e quadril e é sensível e específico (Bellamy et al, 1999).

Para que a avaliação da articulação do joelho ficasse mais objetiva, criou-se

uma tabela de pontos de forma que o médico radiologista classificou o espaço

articular e a degeneração no joelho do membro intacto em: 0 (sem diminuição e/ou

degeneração), 1 (leve diminuição e/ou degeneração), 2 (moderada

diminuição e/ou degeneração) e 4 (intensa diminuição e/ou degeneração) (Tabela

1).

*

Tabela 1 - Tabela utilizada na avaliação radiológica da articulação do joelho do

membro intacto dos indivíduos amputados, de acordo com o grau de

degeneração e/ou diminuição do espaço articular.

0 - Sem diminuição do espaço articular e/ou presença de degeneração

1 - Grau leve de diminuição do espaço articular e/ou presença de leve

degeneração.

2 – Grau moderado de diminuição do espaço articular e/ou presença de moderada

degeneração.

3 – Grau intenso de diminuição do espaço articular e/ou intensa presença de sinais

degenerativos.

Da mesma forma, o médico reumatologista, de acordo com os critérios do

ACR, analisou durante a avaliação clínica a presença de dor, crepitação, rigidez

matinal e sinovite, associando esses dados ao diagnóstico radiográfico. A

pontuação ao final foi de 0 para ausência de OA de joelho; 1, 2 e 3 para leve,

moderada e intensa OA de joelho, respectivamente (Tabela 2).

Indivíduos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Pontuação para degeneração

e/ou diminuição do espaço articular

Tabela 2 - Utilizada na avaliação reumatológica da articulação do joelho do

membro intacto dos indivíduos amputados, de acordo com os sinais de

dor, crepitação, rigidez matinal e sinovite, levando ao diagnóstico de

osteoartrite.

0 - Ausência de osteoartite na articulação do joelho.

1- Leve osteoartrite de joelho

2- Moderada osteoartrite de joelho

3- Intensa osteoartrite de joelho

3.5. Análise Estatística

A análise estatística das variáveis coletadas foi realizada pelo teste “t” de

Student, que é um teste paramétrico utilizado para avaliação de variáveis

dependentes.

Indivíduos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Pontuação da avaliação

clínica reumatológica

4. RESULTADOS

4.1. Características dos indivíduos

A amostra foi composta por 12 indivíduos, sendo que 41,67% (5/12) eram

protetizados após amputações transtibiais e 58,33% (7/12) indivíduos protetizados

após amputações transfemorais. Desses indivíduos, 16,66% (2/12) eram mulheres,

sendo uma com amputação transtibial e outra com transfemoral, e 83,34% (10/12)

eram homens, sendo quatro com amputação transtibial e seis com transfemoral.

A idade média foi de 51,33 anos (±13,62), tendo o voluntário mais jovem 20

anos e o mais velho, 65 anos. Esses indivíduos apresentaram índice de massa

corpórea com média de 24,44 Kg/m² (±3,25), variando de 18,82 a 30,80 Kg/m² e

média do tempo de protetização de 11,55 (±12,89) anos, variando de 1,42 a 33

anos (Tabela 3).

Tabela 3 - Média, desvio padrão (DP), valor mínimo e máximo da idade, em anos,

índice de massa corpórea, em Kg/m² e tempo de protetização, em

anos, dos 12 indivíduos estudados.

Indivíduos Idade (anos) Índice de massa

corpórea (Kg/m²)

Tempo de protetização

(anos)

1 51 23,22 30

2 20 24,40 6

3 61 21,45 33

4 40 24,64 4,5

5 62 23,60 7

6 63 24,40 1,5

7 57 30,80 1,5

8 62 22,30 1,42

9 43 24,72 1,67

10 65 18,82 2

11 54 29,70 19

12 38 25,30 31

Média 51,33 24,44 11,55

DP 13,62 3,25 12,89

Mínimo 20 18,82 1,42

Máximo 65 30,80 33

4.2. Análise da média do pico de pressão plantar, no membro intacto e no membro

amputado, por meio do baropodômetro

Em relação à média do pico de pressão plantar, na posição ortostática, nos

12 indivíduos estudados, pode-se observar que 100% (12/12) deles apresentavam

assimetria entre os membros inferiores (Tabela 4). No membro intacto pode-se

observar uma média de 2,06 Kgf/cm² (± 1,05), variando de 0,85 Kgf/cm² a 4,08

Kgf/cm² (Figura 3), no membro amputado pode-se observar uma média de 4,83

Kgf/cm² (± 1,81), variando de 3,16 Kgf/cm² a 8,77 Kgf/cm² (Figura 4). Apresentando

diferença estatisticamente significante (p<0,01) (Tabela 5).

Tabela 4 – Valores da variável média do pico de pressão plantar, em Kgf/cm², nos

membros intacto e amputado dos 12 indivíduos estudados.

Indivíduos Média do pico de pressão no

membro intacto (Kgf/cm²)

Média do pico de pressão no

membro amputado (kgf/cm²)

1 1,26 5,78

2 4,08 7,77

3 2,85 5,31

4 4,07 8,77

5 1,7 3,37

6 0,85 3,16

7 1,49 4,74

8 1,49 4,23

9 1,99 3,48

10 1,39 3,2

11 1,82 4,12

12 1,77 4,09

Tabela 5 - Média, desvio padrão, valores de p, mínimo e máximo da média do pico

de pressão plantar, em Kgf/cm², nos membros intacto e amputado dos

12 indivíduos estudados.

Média do pico de

pressão plantar

Média ± Desvio

Padrão

Valores de p Mínimo Máximo

Membro intacto

2,06±1,05 P<0,01* 0,85 4,08

Membro amputado 4,83±1,81 P<0,01* 3,16 8,77

* Diferença altamente significante

A

3A

Imagem 2 – Menor (A) e maior (B) valor da média do pico de pressão plantar no

membro intacto de dois indivíduos estudados. Pode-se observar as

diferenças nas tonalidades das cores de acordo com os diferentes

níveis de pressão. As cores quentes representam maiores pressões, as

cores frias menores pressões.

B

A

444

Imagem 3 – Menor (A) e maior (B) valor da média do pico de pressão plantar no

membro amputado de dois indivíduos estudados. Pode-se observar as

diferenças nas tonalidades das cores de acordo com os diferentes

níveis de pressão. As cores quentes representam maiores pressões, as

cores frias menores pressões.

4.3. Análise da área de superfície de contato

plantar, no membro intacto e no membro

amputado

Em relação à área da superfície de contato plantar na posição ortostática,

dos 12 indivíduos estudados, pode-se observar que 100% (12/12) deles

apresentavam assimetria entre os membros inferiores (Tabela 6). No membro

intacto, pode-se observar uma média de 121,70 cm² (± 13,20), variando de 95,7

cm² a 142,1 cm² (Figura 5), no membro amputado pode-se observar uma média de

30,45 cm² (± 11,48), variando de 18,56 cm² a 60,32 cm² (Figura 6). Apresentando

diferença estatisticamente significante (p<0,01) (Tabela 7).

Tabela 6 – Valores da variável área de superfície de contato plantar, em cm², nos

membros intacto e amputado dos 12 indivíduos estudados.

Indivíduos Área da superfície de contato

plantar no membro intacto

Área da superfície de contato

plantar no membro amputado

B

(cm²) (cm²)

1 122,38 27,84

2 114,84 35,38

3 142,1 34,22

4 95,7 27,84

5 109,04 40,02

6 136,88 20,88

7 127,6 25,52

8 121,22 20,3

9 122,38 23,2

10 120,64 18,56

11 110,78 60,32

12 136,88 31,32

Tabela 7 - Média, desvio padrão, valores de p, mínimo e máximo da área de

superfície de contato plantar, em cm², nos membros intacto e amputado

dos 12 indivíduos estudados.

Área de superfície

de contato plantar

Média ± Desvio

Padrão

Valores de p Mínimo Máximo

Membro intacto

121,70 ± 13,20 P<0,01* 95,7 142,1

Membro amputado

30,45 ± 11,48 P<0,01* 18,56 60,32

* Diferença altamente significante

A

B

555

Imagem 4 – Menor (A) e maior (B) valor da área de superfície de contato plantar

no membro intacto de dois indivíduos estudados.

B

A

6

Imagem 5 – Menor (A) e maior (B) valor da área de superfície de contato plantar

no membro amputado de dois indivíduos estudados.

4.4. Análise da força de reação do solo, no membro intacto e no membro

amputado

Em relação à força de reação do solo na posição ortostática, dos 12

indivíduos estudados, pode-se observar que 100% (12/12) deles apresentavam

assimetria entre os membros inferiores (Tabela 8). No membro intacto, a média foi

de 46,96 (± 11,03) Kgf, variando de 30,53 Kgf a 69,62 Kgf, enquanto que no

membro amputado, a média foi de 41,30 (± 13,34) Kgf, variando de 23,57 Kgf a

69,04 Kgf. Apresentando diferença não estatisticamente significante (p>0,05)

(Tabela 9).

Tabela 8 - Valores da variável força de reação do solo, em Kgf, sobre os membros

intacto e amputado dos 12 indivíduos estudados.

Indivíduos Força de reação do solo

sobre o membro intacto (Kgf)

Força de reação do solo

sobre o membro amputado

(Kgf)

1 40,38 41,76

2 48,23 49,88

3 69,62 40,22

4 48,8 69,04

5 30,53 32,41

6 41,06 30,06

7 53,59 36,23

8 38,79 29,84

9 59,96 33,17

10 33,71 23,57

11 50,95 52,47

12 47,9 57

Tabela 9 - Média, desvio padrão, valores de p, mínimo e máximo da força de

reação do solo, em Kgf, sobre os membros intacto e amputado dos 12

indivíduos estudados.

Força de

reação do solo

Média ± Desvio Padrão Valores de p Mínimo Máximo

Membro

intacto

46,96 ± 11,03 P=0,135 30,53 69,62

Membro

amputado

41,30 ± 13,34 P=0,135 23,57 69,04

4.5. Análise da porcentagem da descarga de peso, no membro intacto e no

membro amputado, por meio do baropodômetro

Em relação à descarga de peso na posição ortostática, dos 12 indivíduos

estudados, pode-se observar que 100% (12/12) deles apresentavam assimetria

entre os membros inferiores (Tabela 10). No membro intacto, pode-se observar

uma media de 53,5% (±7,48), variando de 41% a 64%, no membro amputado

pode-se observar que a média foi de 46,5 (±7,48), variando de 36% a 59%.

Apresentando diferença estatisticamente significante (p<0,05) (Tabela 11).

Tabela 10 – Valores da variável descarga de peso em porcentagem (%), nos

membros intacto e amputado dos 12 indivíduos estudados.

Indivíduos Descarga de peso no membro

intacto em porcentagem (%)

Descarga de peso no membro

amputado em porcentagem

(%)

1 49 51

2 49 51

3 64 36

4 41 59

5 48 52

6 57 43

7 60 40

8 56 44

9 64 36

10 59 41

11 49 51

12 46 54

Tabela 11 - Média, desvio padrão, valores de p, mínimo e máximo da descarga de

peso em porcentagem (%), nos membros intacto e amputado dos 12

indivíduos estudados.

4.6. Dados radiográficos e clínicos

Descarga de peso Média± Desvio

Padrão Valores de

p

Mínimo Máximo

Membro intacto 53,5 ± 7,48 P<0,05 41 64

Membro amputado 46,5 ± 7,48 P<0,05 36 59

4.6.1. Análise radiográfica

Pela análise radiográfica dos indivíduos protetizados pode-se observar que

75% (9/12) não apresentaram alteração degenerativa nem diminuição do espaço

articular na articulação do joelho, não recebendo ponto algum. Os outros 25%

(3/12) apresentaram um grau leve de diminuição do espaço articular e leve

presença de degeneração, recebendo 1 (um) ponto (Figura 7) (Tabela 12).

Nenhum indivíduo apresentou uma diminuição de espaço articular ou degeneração

articular com um grau moderado ou intenso.

Fotografia 2 – Radiografias em incidência ântero-posterior da articulação do joelho

no membro intacto de dois indivíduos amputados. Em A pode-se

observar o espaço articular preservado, sem sinais de degeneração

articular. Em B nota-se uma diminuição do espaço articular e

degeneração.

Tabela 12– Resultado da avaliação radiológica da articulação do joelho do membro

intacto dos indivíduos amputados, de acordo com o grau de

degeneração e/ou diminuição do espaço articular.

A B

0 - Sem diminuição do espaço articular e/ou presença de degeneração

1 - Grau leve de diminuição do espaço articular e/ou presença de leve

degeneração

4.6.2. Avaliação clínica reumatológica

A análise clínica reumatológica, realizada de acordo com os critérios do ACR

incluindo os sinais radiográficos, demonstrou que 100% (12/12) dos indivíduos não

apresentavam nenhum dos sinais que pudesse levar ao diagnóstico de OA como

dor, crepitação, rigidez matinal e sinovite. Desta forma, de acordo com a tabela de

pontuação, todos os indivíduos não receberam nenhum ponto (Tabela 13).

Tabela 13 – Resultado da avaliação clínica reumatológica da articulação do joelho

do membro intacto dos indivíduos amputados, de acordo com os sinais

de dor, crepitação, rigidez matinal e sinovite, associados aos achados

radiográficos.

0 - Ausência de osteoartite na articulação do joelho.

Indivíduos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Pontuação para degeneração

e/ou diminuição do espaço articular

0

0

0

0

0

1

0

1

0

1

0

0

Indivíduos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Pontuação da avaliação

clínica reumatológica

0 0 0

0 0 0 0 0 0 0 0

0

5. DISCUSSÃO

5.1. Discussão dos métodos

Muitos autores descrevem que a causa da amputação não atua

significantemente na porcentagem de descarga de peso distribuída entre os

membros intacto e amputado dos indivíduos protetizados (Eberhart et al., 1954;

Burke et al., 1978; Lemaire & Fisher, 1994; Kulkarni et al., 1998; Melzer et al.,

2001; Nolan et al., 2002; Norvell et al., 2005; Royer e Koenig, 2005; Mussman et

al., 1983). Dessa forma, em nosso estudo, não houve uma separação dos

indivíduos em virtude da etiologia da amputação, de modo que amputados por

trauma não foram divididos de amputados por problemas vasculares e alocados

em grupos distintos. Baraúna et al., (2005) avaliaram indivíduos amputados

somente por etiologia traumática, comparando com indivíduos sem amputações.

A OA é a mais prevalente forma de artrite em idosos, sendo particularmente incapacitante quando os joelhos são afetados (Kaufman et al., 2001). É estimado que 9% dos homens e 18% das mulheres acima dos 65 anos tenham OA de joelho (Davis et al., 1991). Um estudo longitudinal sobre OA de joelho mostrou que mulheres apresentam um risco 1,8 vezes maior de desenvolverem esse processo degenerativo, quando comparado com os homens (Felson et al., 1997), de tal forma que Kaufman et al., (2001) descrevem que o sexo atua de forma determinante e significativa na AO.

Vários trabalhos (Burke, Roman e Wright, 1978; Nolan et al., 2003; Royer e

Koening, 2005; Schmid et al., 2004; Vrieling et al., 2008), utilizaram em seus

estudos uma amostra composta por indivíduos tanto do sexo masculino quanto

feminino. Em nosso experimento não houve diferença nos resultados quando

analisados homens e mulheres separadamente, então optou-se por apresentar os

resultados sem essa divisão.

De acordo com Marks, (2007) a partir dos 40 anos, os indivíduos sem

amputações já apresentam uma maior predisposição a desenvolver OA de joelho

quando comparados com indivíduos com menos de 40 anos. Entretanto, na maioria

dos estudos (Kulkarni et al., 1998; Al-Zahrani e Bakheit, 2001; Sadeghi et al., 2001;

Royer e Koening, 2005; Royer and Wasilewski, 2005) a idade não é delimitada,

uma vez que amostras homogêneas de indivíduos amputados de membros

inferiores unilaterais ou bilaterais são difíceis de serem conseguidas.

Nesse estudo, a idade dos 12 indivíduos amputados unilateralmente variou

de 20 a 65 anos, sendo que 10 apresentaram idade superior a 40 anos e desses

somente 3 demonstraram, pela análise radiográfica, sinais de leve degeneração e

redução do espaço articular, sem diagnóstico clínico de OA.

Sobrepeso é um forte fator de risco para a incapacitante OA de joelho (Manninem et al., 1996; McAlindon et al., 1996). Vários estudos têm demonstrado que indivíduos com alto IMC apresentam um maior risco de desenvolver OA de joelho (Shouten et al., 1992; Hochberg et al., 1995; Manninem et al., 1996; McAlindon et al., 1996; Felson et al., 1997).

Esses indivíduos apresentaram um IMC com média de 24,44 Kg/m² (±3,25).

Marks, (2007) em seu estudo, correlacionou IMC com a idade e observou que, dos

24 indivíduos com mais de 40 anos diagnosticados com OA de joelho, 80%

apresentaram IMC maior que 25 Kg/m², classificando-os como indivíduos com

sobrepeso ou obesos. Nesse estudo, 16,66% (2/12) indivíduos apresentaram IMC

entre 25 Kg/cm² e 30 Kg/cm², ou seja, sobrepeso, não apresentando nenhuma

degeneração ou redução no espaço articular. Apenas 8,33% (1/12) dos indivíduos

apresentaram IMC maior que 30 Kg/cm², ou seja, obesidade grau I, não

apresentando nenhuma degeneração ou redução no espaço articular, de acordo

com a avaliação radiológica, não recebendo, portanto, diagnóstico de OA de joelho.

O método utilizado para avaliação, a baropodometria computadorizada,

mostrou-se adequada para analisar e quantificar os possíveis desequilíbrios na

distribuição do peso entre os membros inferiores de indivíduos com amputações

transtibiais ou transfemorais unilaterais, uma vez que se trata de uma plataforma

que contêm 4.098 captadores que detectam a pressão exercida pelo membro

sobre o solo, além de ser um método de coleta rápido, fácil e não invasivo.

Durante a análise baropodométrica, os indivíduos ficavam em posição

ortostática sobre a plataforma de pressão, durante 30 segundos, olhando para um

ponto fixo imaginário localizado na parede. Esse tempo para coleta dos dados das

variáveis baropodométricas foi o mesmo adotado por Baraúna et al., (2005) que, ao

estudar as oscilações no plano sagital e no plano frontal em indivíduos amputados

e não amputados, perceberam que as maiores oscilações do corpo ocorrem neste

intervalo de tempo.

5.2. Discussão dos resultados

O objetivo desse trabalho foi quantificar o desequilíbrio estático, por meio

das variáveis baropodométricas, nos membros inferiores de indivíduos com

amputação unilateral transfemoral ou transtibial e o grau de degeneração articular

no joelho do membro intacto, relacionando com o tempo de protetização e com a

idade. Para isso, foram coletados dados da porcentagem da descarga de peso, da

média do pico de pressão plantar e da área de superfície de contato plantar dos

membros intacto e amputado. Os valores da força de reação do solo, o dado mais

discutido na literatura, foram encontrados a partir das variáveis supracitadas

quando empregadas na fórmula de Pascal.

Por meio da baropodometria computadorizada, pode-se observar uma média

na porcentagem da descarga de peso no membro intacto de 53,5% (± 7,48), valor

máximo de 64% e valor mínimo de 41%, e, no membro amputado, uma média de

46,5% (±7,48) com valor máximo de 59% e valor mínimo de 36%, apresentando

diferença estatisticamente significativa (p<0,05).

De acordo com Kulkarni et al., (1998) a marcha de um indivíduo amputado de membros inferiores é assimétrica, não importa o quanto de atenção for dada à reabilitação e à prótese. A marcha alterada dos amputados coloca uma maior quantidade de estresse sobre o membro intacto. Estes autores acreditam que o aumentado estresse é devido ao membro intacto ter uma maior proporção de carga vertical exercida sobre ele, além dele fornecer a maioria das forças ascendentes de reação do solo e gerar o movimento de impulsão. Sendo assim, a marcha alterada, bem como o uso de uma prótese, estariam alterando a distribuição da carga dentro da perna amputada. Essa alteração na descarga de peso não acontece somente durante a marcha, mas também em repouso, na posição ortostática.

Em relação à média do pico de pressão plantar, no membro intacto, foi

encontrada uma média de 2,06 Kgf/cm² (±1,05), com valor máximo de 4,08 Kgf/cm²

e valor mínimo de 0,85 Kgf/cm², e, no membro amputado uma média de 4,83

Kgf/cm² (±1,8) com valor máximo de 8,77 Kgf/cm² e valor mínimo de 3,16 Kgf/cm².

A diferença entre os valores encontrados para membro amputado e membro

intacto foi estatisticamente significativa (p<0,01).

Para a área de superfície de contato plantar, no membro intacto, pode-se

observar uma média de 121,70 Kgf/cm² (±13,20) com valor máximo de 142,1

Kgf/cm² e valor mínimo de 95,7 Kgf/cm², e, no membro amputado uma média de

30,45 Kgf/cm² (±11,47), com valor máximo de 60,32 Kgf/cm² e valor mínimo de

16,56 Kgf/cm². A diferença entre os valores encontrados para membro amputado e

membro intacto foi estatisticamente significativa (p<0,01).

Ao relacionarmos os dados das variáveis supracitadas, pode-se observar que a média do pico de pressão é inversamente proporcional à área de superfície de contato plantar, ou seja, o maior valor para a variável média do pico de pressão sempre encontrada no membro amputado está diretamente relacionado a menor área de superfície de contato presente também neste lado.

Ao calcularmos a força de reação do solo, para o membro intacto,

encontramos uma média de 46,96 Kgf (±11,03), com valor máximo de 69,62 Kgf e

valor mínimo de 30,53 Kgf, e, para o membro amputado, uma média de 41,30 Kgf

(±13,34), com valor máximo de 69,04 Kgf e valor mínimo de 23,57Kgf. A diferença

entre os valores encontrados para membro amputado e membro intacto não foi

estatisticamente significativa (p=0,135).

Embora haja evidências de que um aumento nas forças de reação do solo sobre o membro intacto, em decorrência da descarga de peso assimétrica, pode contribuir com OA em adultos de meia idade (Robins et al., 2001). Em nosso estudo, não foi possível relacionar a variável de força de reação do solo com a susceptibilidade a OA, uma vez que o nível de amputação em nossa amostra não foi homogêneo e a área de superfície de contato em que esta força é absorvida varia de um indivíduo para o outro não tendo, por esse motivo, como ser calculada.

Royer e Koenig, (2005) estudando a densidade mineral óssea em indivíduos

com amputações unilaterais transtibiais, por meio de radiografias específicas com e

sem contraste, observaram que a diferença na carga mecânica entre os membros

inferiores havia sido refletida na densidade mineral óssea da tíbia proximal no

membro intacto, a qual foi 45% maior que no membro amputado. Concluíram,

portanto, que o membro intacto, por receber maiores cargas mecânicas durante a

marcha (Sanderson e Martin, 1997), apresenta maior densidade mineral óssea do

que o membro amputado (George et al., 2001). Entretanto, de quanto seria esse

desequilíbrio na descarga de peso, responsável por uma mineralização óssea

quase 50% maior no membro intacto, sobre os membros inferiores de um indivíduo

protetizado?

Mussman et al., (1983) aplicando um questionário em 47 amputados

protetizados de membro inferior observaram que 64% deles afirmavam descarregar

mais o peso do corpo sobre o membro intacto, durante atividades físicas.

Segundo Burke, Roman e Wright, (1978) o membro intacto carrega maiores cargas do que membro protetizado. Além disso, o tempo gasto sobre o membro amputado é marcadamente menor do que a gasta sobre o membro intacto, sendo essa a explicação para o desenvolvimento de OA em quadril e joelho de indivíduos amputados (Borgmann, 1960). A desigualdade do comprimento da perna pode também contribuir para o aumento do estresse sobre a perna intacta (Dixon e Campbell-Smith, 1969); para facilitar a fase de balanço na marcha a perna protetizada é feita niveladamente menor que a perna intacta.

Não obstante, Baraúna et al., (2005) comparando as oscilações do centro de

gravidade no plano sagital e no plano frontal, em indivíduos amputados de membro

inferior e em indivíduos não amputados, observaram que os indivíduos amputados

oscilam mais para o lado do membro intacto. Tais resultados podem ser facilmente

compreendidos por Geurts e Mulder, (1994) os quais afirmam que amputados,

quando adotam posição estática, tendem a ter desequilíbrios para o lado de maior

massa, ou seja, para o lado do membro intacto. Isakov et al., (1992) também

explicam este fato, quando compararam equilíbrio e descarga de peso entre

amputados transtibiais com indivíduos não amputados, ao verificarem aumento das

oscilações para o lado do membro intacto.

De acordo com Baraúna et al., (2005) esses autores possibilitaram uma

nova explicação acerca do desequilíbrio ao afirmarem que, em indivíduos

amputados, ocorre uma perda da informação proprioceptiva da pele, tecido

subcutâneo, cápsula articular, ligamentos, tendões e músculos, como resultado da

amputação. Essa perda de informação faz com que os indivíduos sobrecarreguem,

através da assimetria na distribuição do peso, o membro intacto.

Por meio da análise radiográfica, percebeu-se que 75% (9/12) dos

indivíduos estudados não apresentavam diminuição do espaço articular e/ou

presença de degeneração na articulação do membro intacto. Os 25% (3/12)

restantes demonstraram grau leve de diminuição do espaço articular e/ou presença

de degeneração, recebendo 1 ponto na classificação de acordo com o médico

radiologista.

Burke et al., (1978) utilizaram um critério semelhante para avaliar o desgaste

articular na articulação do joelho. Em seus resultados, pode-se observar que

26,21% (11/42) dos indivíduos estudados apresentavam desgaste articular.

Entretanto, quando foi analisado a grau de desgaste nesses 11 indivíduos,

encontrou-se degeneração articular grau 1, 2 ou 3. Esses autores concluíram que o

membro intacto de indivíduos amputados unilaterais é mais susceptível à

degeneração articular e, conseqüentemente, a OA.

Norvell et al., (2005) utilizando o questionário de graduação de dor crônica,

entrevistaram 62 indivíduos amputados e protetizados em vários níveis, sendo que

50% eram transfemorais, 36,4% eram transtibiais e os 13,6% restantes eram

amputados em outros níveis de membro inferior. Esses autores observaram uma

prevalência de dor no joelho contrário ao lado amputado em 40,3% desses

indivíduos e afirmaram que a experiência de dor crônica após amputação de

membros inferiores é complexa e multidimensional não sendo limitada ao membro

amputado.

Quando associamos a análise radiográfica com a avaliação clínica

reumatológica, percebemos que nenhum dos 12 indivíduos estudados recebeu

diagnóstico de OA no joelho contrário à amputação, não apresentando sinais

radiográficos nem sintomas tais como dor, sinovite, rigidez matinal e crepitação.

Peat et al., (2001) observaram que 50% das pessoas na população em geral que possui OA de joelho com diagnóstico radiográfico não apresentou dor. Peat et al., (2001) e Hannan et al., (2000) descrevem que não é incomum observar um sinal radiográfico de OA com ausência de sintomas de dor ou incapacidades. Contudo, indivíduos podem, também, apresentar OA sintomática no joelho quando exames radiológicos podem não demonstrar sinais de degeneração.

Os estudos de Norvel et al., (2005) sugerem que os indivíduos que foram submetidos à amputação são mais que duas vezes susceptíveis a desenvolver dor no joelho do membro intacto do que indivíduos sem amputação. Essa associação é maior ainda entre amputados transfemorais.

Nesse estudo, foi possível observar que 50% (6/12) dos indivíduos

descarregavam a maior parte do peso sobre o membro intacto, enquanto que os

outros 50% (6/12) restantes descarregavam sobre o membro amputado. Desses,

16,66% (2/12) dos indivíduos apresentaram grande assimetria, sendo a descarga

sobre o membro intacto de 64% e sobre o membro amputado de 32%. No entanto,

estes indivíduos apresentaram diferentes tempos de protetização correspondendo

a 1,76 e 33 anos. Do mesmo modo, os 25% (3/12) dos indivíduos que

apresentaram menores assimetrias, sendo a descarga de peso sobre o membro

intacto de 49% e sobre o membro amputado de 51%, também apresentaram

diferentes tempos de protetização correspondendo a 6, 19 e 30 anos. Dessa forma,

não foi possível observar uma relação entre a assimetria na descarga de peso e o

tempo de protetização.

Dos 12 indivíduos estudados, 50% (6/12) foram protetizados antes dos 40

anos e os 50% (6/12) restantes foram protetizados com mais de 40 anos. Ao

analisarmos a idade dos indivíduos estudados com a assimetria na descarga de

peso entre seus membros inferiores, encontramos no indivíduo mais novo, com 20

anos, valores de 49% para o membro intacto e de 51% para o membro amputado

e, no indivíduo mais velho, com 65 anos, valores de 59% para o membro intacto e

41% para o membro amputado.

Embora Borer, (1995) ao revisar textos sobre o efeito do exercício no

crescimento musculoesquelético, tenha identificado que a maturidade deste

sistema é atingida em torno da terceira década de vida, não foi possível afirmar, no

presente estudo, que indivíduos protetizados acima do 40 anos têm uma menor

tendência a apresentar assimetria na descarga de peso, uma vez que a amostra

não se mostrou homogênea em relação à idade, não apresentando relação entre

essas variáveis.

Lemaire e Fisher, (1994) descrevem um significante aumento na incidência de OA na articulação do joelho do membro intacto de indivíduos amputados transtibial acima dos 65 anos, os quais tinham usado prótese por ao menos 25 anos. Em contra partida, Kulkarni et al., (1998) encontrou uma maior incidência de OA no quadril do membro amputado quando comparado ao membro intacto entre veteranos da II Guerra Mundial.

Baraúna et al., (2005) ao estudar as oscilações corporais dos indivíduos protetizados, observaram que estas são menores quanto maior for o tempo em anos de uso da prótese.

Em nosso estudo, o indivíduo que apresentou maior tempo de protetização,

o equivalente a 33 anos, não apresentou nenhuma alteração à avaliação

radiológica. Em contra partida, o indivíduo que apresentou menor tempo de

protetização, o equivalente a 1,42 anos, obteve pontuação 1 na avaliação

radiológica, ou seja, grau leve de degeneração e/ou diminuição do espaço articular.

Sendo assim, não foi possível observar uma relação entre o tempo de protetização

e a susceptibilidade em desenvolver OA no joelho do membro intacto.

Contudo, ao observarmos a idade dos 3 indivíduos que apresentaram, a

avaliação radiológica, grau leve de degeneração e/ou diminuição do espaço

articular, encontramos que esses possuíam idades iguais a 62, 63 e 65 anos,

sendo os indivíduos mais velhos da amostra. Dessa forma, foi possível relacionar a

idade com a susceptibilidade em desenvolver OA no joelho do membro intacto.

Royer e Koenig, (2005) sugerem que, embora exista uma plausível ligação

entre as forças mecânicas e os danos articulares, é importante reconhecer que a

OA é uma doença multifatorial e que a idade, o peso corporal, as lesões articulares

e os fatores genéticos, entre outros, podem contribuir para a degeneração da

cartilagem.

Segundo Burger et al., (1997) aproximadamente 68% a 88% dos indivíduos

amputados usam suas próteses mais de 7 horas diárias para auxiliar na mobilidade

e atividades rotineiras, o que pode ser um fator que influencia na sobrecarga

mecânica sobre o membro intacto e possível degeneração articular, e apenas um

pequeno número de amputados não permanece com suas próteses a maior parte

do dia.

Melzer et al., (2001) ao comparar indivíduos amputados que praticavam ou

não atividade física, concluiu que a incidência de OA na articulação do joelho do

membro intacto foi 65% maior no grupo que praticava exercício em relação ao que

não praticava. Em contra partida, Norvel et al., (2005) descreve que as alterações

advindas da OA, no caso de indivíduos amputados, ocorrem de forma precoce ou

mais acentuada. Por tornarem-se sedentários, ao diminuírem suas atividades

físicas e ou muitas vezes interromperem a prática de esportes, acabam por obter

um aumento no índice de massa corpórea (IMC). Dessa forma, estes aumentam

também a sobrecarga e a degeneração articular no membro intacto ficando

susceptíveis a OA de joelho.

Segundo Burke, Roman e Wright, (1978) a osteoporose característica no

membro amputado parece quase certamente representar uma forma da atrofia por

desuso. Isto pode bem ter um efeito protetor, considerando a reduzida prevalência

de OA nas articulações do membro amputado.

Um número de fatores potencial pode influenciar, em longo prazo, no desenvolvimento de OA em indivíduos amputados, incluindo idade, imobilidade levando a um ganho de peso e biomecânica alterada, a qual pode ser influenciada pelo tipo da prótese (Kulkarni et al., 1998).

Além disso, a assimetria na descarga de peso durante o equilíbrio na

postura ortostática, que ainda não causou degeneração articular no joelho do

membro intacto dos indivíduos estudados, pode já ter causado degenerações

articulares no quadril desses indivíduos, o que não foi investigado no presente

estudo. A literatura descreve uma incidência de OA de quadril consideravelmente

maior do que OA de joelho em indivíduos sem amputações, com idade entre 55 a

74 anos (Robbins, Waked e Krouglicof, 2001) e, apesar de vários estudos

enfatizarem a ocorrência de OA no joelho do membro intacto de indivíduos

amputados, alguns autores também têm documentado sobre a incidência de OA no

quadril desses indivíduos (Kulkarni et al., 1998; Burke, Roman e Wright, 1978).

Um estudo realizado por Kulkarni et al., (1998) encontrou resultados de OA

tanto no quadril do membro intacto quanto no do membro amputado. Portanto,

seria sugestivo a realização de um novo estudo, com esses mesmos indivíduos,

tendo o propósito de investigar a ocorrência de degeneração e/ou diminuição no

espaço articular nos quadris ipsilateral e contra lateral à amputação.

6. CONCLUSÃO

Não há relação entre o desequilíbrio estático e o grau de degeneração

articular no joelho do membro intacto de indivíduos com amputação unilateral

transtibial ou transfemoral. No entanto, há uma relação direta entre a idade e o

grau de degeneração articular no joelho do membro intacto desses indivíduos.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Al-ZAHRANI, K. S.; BAKHEIT, A. M. O. A study of the gait characteristics of patients with chronic osteoarthritis of the knee. Disability and Rehabilitation, v. 24, n. 5, p.275-280, jul.2001. ANDREWS KL. Rehabilitation in Limb Deficiency. 3. The Geriatric Amputee. Arch Phys Med Rehabil 77:S-14-S-17, 1996. BALIUNAS, A. J. et al. Increased knee joint loads during walking are present in subjects with knee osteoarthritis. Osteoarthritis and Cartilage, Chicago, v.10, p.573-579, fev.2002. BARBOSA E BERNARDES, 2009. Análise da descarga de peso durante o apoio unipodal na marcha e das alterações degenerativas no joelho de indivíduos amputados. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2009. BARAÙNA, M. A. et al. Avaliação do equilíbrio estático em indivíduos amputados de membros inferiores através da biofotogrametria computadorizada. Revista Brasileira de Fisioterapia, v.10, n.1, p83-90, set.2005. BELLAMY, N. et al. Perceptual variation in categorizing individuals according to American College of Rheumatology classification criteria for hand, knee, and hip osteoarthritis (OA): observations based on an Australian Twin Registry study of OA. Journal of Rheumotology, v.26, n.12, p.2654-8, 1999. BORER, K. T. The effects of exercise on growth. Sports Medicine, v.20, n.6, p.375-397, 1995. BORGMANN, F. Zur gutachtlichen beurteilung von ruckenbeschwerden und befunden bei oberschelamputation. Zeitschrift fur Orthopddie und ihre Grenzgebeite, v.93, p.351-364,1960. BUCCOLINI, F. Reabilitação: amputados, amputações e próteses. São Paulo: Robe Livraria e Editora; 2001. BURGER, H.; MARINCEK, C.; ISAKOV, E. Mobility of persons after traumatic lower limb amputation. Disabil. Rehabilitation, v.75, n.7, p.852-29, 1997. BURKE, M. J.; ROMAN, V.; WRIGHT, V. Bone and joint changes in lower limb amputees. Annals of the Rheumatic Diseases, Leeds, v.37, p.252-254, set.1978. COGGON, D. et al. Occupational physical activities and osteoarthritis of the knee. Arthritis Rheum., v.43, p.1443-9, 2000. CROFT, P. et al. Osteoarthritis of the hip: an occupational disease in farmers. B M J, v.304, p.1269-72, 1992.

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TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Nome do projeto: Relação entre o desequilíbrio estático e o grau de degeneração articular no joelho do membro intacto de indivíduos amputados unilaterais Responsável:

Prof. Dr. Eduardo José Danza Vicente

Eu, _______________________________________, RG N.º _____________, residente à

_________________________________ n.º ______, bairro __________________, na cidade de

_________________________, estado _______________________, declaro ser conhecedor das

condições sob as quais me submeterei no experimento acima citado, detalhado a seguir:

A) O objetivo desse trabalho foi quantificar o desequilíbrio estático, por meio das variáveis baropodométricas, nos membros inferiores de indivíduos com amputação unilateral transfemoral ou transtibial e o grau de degeneração articular no joelho do membro intacto, relacionando com o tempo de protetização e com a idade. B) Inicialmente serei submetido a uma avaliação clínica por um médico reumatologista, pertencente ao serviço de Clínica Médica do Centro de Atenção à Saúde – CAS/HU para diagnóstico da osteoartrite no joelho de acordo com os critérios da American College of Rheumatology. C) Num outro momento, serei submetido à avaliação numa plataforma, denominada baropodômetro, utilizada para avaliar a pressão sob os pés durante a postura ortostática. Terei que caminhar duas vezes sobre o baropodômetro, na primeira vez será coletada as variáveis baropodométricas no membro protetizado, e, na segunda vez, no membro intacto.

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FISIOTERAPIA Juiz de Fora/MG – Brasil, CEP: 36016-130

TEL: (32) 3229-3837 TELEFAX: (32) 3229-3843, E-mail: www.ufjf.br

D) Sei que os resultados dos testes serão disponibilizados para mim em qualquer etapa da pesquisa.

F) Os dados obtidos neste trabalho, inclusive se houverem fotografias, serão

mantidos em sigilo e não poderão ser consultados por outras pessoas sem a minha autorização por escrito. No entanto, poderão ser utilizados para fins científicos, desde que resguardada a minha privacidade.

G) Minha identidade será preservada em todas as situações que envolvam

discussão, apresentação ou publicação dos resultados da pesquisa, a menos que haja uma manifestação da minha parte por escrito, autorizando tal procedimento.

H) Estou ciente que minha participação no presente estudo envolve risco mínimo,

uma vez que nenhuma intervenção ou modificação intencional em minhas variáveis fisiológicas ou psicológicas ou que sejam invasivos à minha privacidade. Entretanto, as possíveis despesas de ressarcimento serão custeadas pelo pesquisador responsável em caso de ocorrer algum prejuízo, seja ele de ordem física, psicológica ou social.

I) Minha participação nesse estudo é estritamente voluntária. Não receberei

qualquer forma de remuneração pela minha participação no experimento, no entanto receberei vale transporte para as avaliações no CAS. Serei incluído nos agradecimentos, quando da publicação futura desse trabalho. Os resultados obtidos a partir do estudo não serão propriedades exclusivas dos pesquisadores, mas concordo que os pesquisadores divulguem os resultados da maneira que melhor convier ao meio científico, resguardando meu sigilo e privacidade.

J) A minha recusa em participar do procedimento não me trará qualquer prejuízo,

estando livre para abandonar o experimento a qualquer momento.

Eu li e entendi todas as informações contidas neste documento, assim como as da Resolução 196/96 do Conselho

Nacional de Saúde.

Juiz de Fora, _______ de _____________________ de 2009.

_______________________________

Assinatura do Voluntário (a)

Responsável:

_________________________________________

Prof. Dr. Eduardo José Danza Vicente Coordenador do Projeto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

PESQUISADOR RESPONSÁVEL: Prof. Dr. Eduardo José Danza Vicente

ENDEREÇO: Ladeira Alexandre Leonel, 1 .010, apto 301

CEP: 36033-240 – JUIZ DE FORA – MG

TELEFONE : 3236-2780

E-MAIL: [email protected]

Em caso de dúvidas com respeito aos aspectos éticos deste estudo, você poderá consultar o

CEP- COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA/UFJF

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DA UFJF

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA

CEP 36036.900

FONE:32 3229 3788