sabrina jeffries - demônios de halstead #5 - uma lady nunca se rende(are)

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7/17/2019 Sabrina Jeffries - Demônios de Halstead #5 - Uma Lady Nunca Se Rende(ARE) http://slidepdf.com/reader/full/sabrina-jeffries-demonios-de-halstead-5-uma-lady-nunca-se-rendeare 1/300 Uma Lady Nunca se Rende Demônios de Halstead Hall 5 Sabrina Jeffries ARE - 1 

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Sabrina Jeffries

Uma Lady Nunca se Rende

Série Demônios de Halstead Hall 5

(Série encerrada)

Pesquisa: GRH

Revisão e Formatação: Virginia/Roze Franzin(ARE)

Distribuição: ARE

 A autora best-seller do New York Times Sabrina Jeffries encanta os leitores com o livro final

da sua sensual série de romances da regência, Os Demônios de Hallstead Hall,

com Lady Célia Sharpe e o íntegro detetive da Bow Street, Pinter.

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rgumento

 

 Lady Célia Sharpe sempre foi cautelosa sobre casamento...

mas agora seu futuro depende disso. 

Com dois meses para encontrar um marido e cumprir o ultimato de sua avó, Célia ajusta

sua mira em três solteiros. Ser pedida em casamento por um desses homens ricos e de alto

escalão certamente irá provar a sua capacidade de se casar, por isso esperava que o casamento

em si não seria necessário para Célia para receber sua herança. O segundo passo do seu planoaudacioso é contratar o sombrio e perigosamente atraente detetive de Bow Street, Jackson

Pinter, para investigar os três homens que ela escolheu.

Com Lady Célia infernizando Jackson dia e noite, a última coisa que ele quer é ajudá-la a

encontrar um marido. E quando ela relembra memórias enevoadas que levam sua investigação

sobre as mortes misteriosas de seus pais em uma nova direção, colocando-a em perigo,

Jackson percebe que o único homem que ele quer que se case com Célia é ele mesmo!  

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Caros leitores,

Graças a Deus Célia tem levado a sério o meu pedido que ela se casasse. Ela reuniu

vários cavalheiros aqui para uma festa em casa para que ela possa fazer a sua escolha.

Só uma coisa me preocupa - Jackson Pinter. O detetive da Bow Street está mostrando

um interesse muito impróprio nela. Eu não gosto disso. Ele é, aparentemente, o filho bastardo

de um nobre que nunca o reconheceu, então ele precisa casar bem, a fim de prosseguir em sua ambição de ser magistrado. Isso significa que ele pode considerá-la uma escolha muito

boa para esposa.

 Isso não me incomodaria se eu não suspeitasse que ela também abriga um interesse

 secreto no homem. Eu os surpreendi sozinhos em mais de uma ocasião, e às vezes ela olha

 para ele com tal evidência alarmante de uma paixão nascente...

Os meus outros netos acham que não devo interferir. Até o meu querido Isaac (sim, eu

me tornei bastante amigável com o audacioso general) diz para eu não me intrometer em

assuntos que não são da minha conta. Mas ela é tão jovem e ingênua! Eu não posso ficar

 parada e não fazer nada se o interesse dele for apenas em sua posição e fortuna. Eu fiz isso

uma vez com sua mãe, não vou fazê-lo novamente.

 Isaac, o velho tolo, insiste em que o fascínio do Sr. Pinter por ela,

decididamente, não é mercenário. Ele afirma que o homem a segue com os olhos cada vez

que estão próximos um do outro. Embora eu concorde que o Sr. Pinter parece

muito... intrigado com ela, isso não significa necessariamente que ele está apaixonado. Ele

 pode desejar o seu dinheiro e seu corpo, sem se importar nem um pouco com ela.

 Enquanto isso, ela tem um duque, um conde e um visconde em seus calcanhares,

nenhum deles precisa de seu dinheiro. Ela poderia ser uma duquesa, minha Célia! Por que

ela deveria se contentar com um mero detetive, mesmo que ele esteja trabalhando duro para

resolver o assassinato de seus pais? Você pode me culpar por querer algo mais para ela?

 Atenciosamente,

 Hetty Plumtree

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Prólogo

 

Halstead Hall  –  1806

Célia despertou ao som de adultos sussurrando no berçário. Sua garganta coçava,

fazendo-a querer tossir. Mas se o fizesse, os adultos chamariam a babá para colocar as coisas

mais desagradáveis em seu peito, e Célia odiava isso. A babá chamava de emplastro demostarda. Era gorduroso e amarelo, e cheirava mal.

Os sussurros ficaram mais altos, até que estavam bem atrás dela. Ela ficou

imóvel. Eram mamãe e a babá? Qualquer uma delas poderia colocar o emplastro de mostarda

em seu peito. Ela manteve os olhos fechados para que a deixassem em paz.

- Podemos nos encontrar no pavilhão de caça. - sussurrou uma voz.

- Shh, ela poderia ouvi-lo. - sussurrou a outra.

- Não seja um absurdo. Ela está dormindo. E de qualquer maneira, ela tem apenas

quatro anos. Não vai entender.

Célia franziu a testa. Ela tinha quase cinco e entendia muitas coisas. Montes e

montes. Como que ela tinha duas avós –  Nonna Lucia no céu e Gran em Londres –  e como ela

tinha que ter coisas em seu peito sempre que ela tinha uma tosse e como ela era a mais nova

de todos os Sharpes. Papai a chamava de Elfo. Ele dizia que ela tinha orelhas pontudas, mas

ela não tinha. Ela sempre lhe dizia isso e ele apenas ria.

- Todo mundo vai estar no piquenique. - a segunda voz continuou - Se você alegar

uma dor de cabeça e não for, e eu escapar na confusão, nós poderíamos ter uma ou duas horas

 para nós antes do jantar.

- Eu não sei...

- Vamos lá, você sabe que quer, mia dolce Bellezza.

 Mia dolce Bellezza? Papai chamava mamãe assim. Ele disse que significava “minha

doce beleza”. 

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Seu coração deu um salto. Papai estava aqui! Quando vinha ao berçário, ele lhes

contava sobre Nonna Lucia, sua mãe, e falava palavras engraçadas em taliano. Ela não tinhacerteza do que era taliano, mas Papai falava quando contava histórias sobre Nonna Lucia.

Então, a outra pessoa devia ser mamãe. O que significava que ela ainda tinha que ficar

quieta para evitar o emplastro de mostarda.

- Não me chame assim. Eu odeio isso.

Por que mamãe dizia isso? Papai a tinha deixado com raiva de novo? Ele a deixava

com raiva um monte de vezes. Gran disse que era por causa de suas “putas”. Uma vez Célia

 perguntou a babá o que era uma puta, e a babá bateu nela e disse que era uma palavrafeia. Então, por que Papai as tinha?

Célia abriu um olho para ver se mamãe estava carrancuda, mas mamãe e Papai

estavam atrás dela, e ela teria que virar para vê-los. Então, eles saberiam que ela estava

acordada.

- Desculpe, querida. - Papai sussurrou - Eu não queria incomodá-la. Prometa que você

vai me encontrar.

Houve um longo suspiro.

-Não posso. Não quero que sejamos pegos.

Apanhados fazendo o quê? Mamãe e Papai iam fazer algo impertinente?

- Nem eu. - Papai sussurrou - Mas agora não é o momento para nós tentarmos

qualquer tipo de...

- Eu sei. Mas detesto como ela olha para mim. Acho que ela sabe.

- Você está imaginando coisas. Ela não sabe nada. Ela não quer saber.

- Alguém está vindo. Rápido, a outra porta.

Por que mamãe e Papai se preocupavam se alguém estava vindo?

Célia levantou a cabeça para espreitá-los, mas não conseguia ver a porta

 principal. Então a porta dos criados se abriu, e ela baixou a cabeça e fingiu estar dormindo.

Foi difícil, no entanto. Sua garganta coçava muito. Ela tentou resistir, mas finalmente

teve que tossir.

A babá aproximou-se da cama.

- Ainda tem aquela tosse desagradável, não é, querida?

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Célia fechou os olhos muito forte, mas não deve tê-la convencido, porque a babá a

virou de costas e começou a desabotoar a camisola.-Vai passar. - Célia protestou.

- E vai passar mais rápido com o emplastro de mostarda. - disse a babá.

- Eu não gosto do emplastro de mostarda. - Célia reclamou.

- Eu sei, querida. Mas você quer que a tosse vá embora, não é?

Célia franziu a testa.

- Acho que sim.

A babá riu para ela, então pegou um copo e derramou algo de uma garrafa nele.- Aqui, isso vai ajudar.

Ela deu a Célia para beber. Tinha um gosto estranho, mas ela estava com sede, então

 bebeu enquanto a babá preparava o emplastro de mostarda.

 No momento em que a babá começou a aplica-lo, Célia se sentia tão sonolenta. Suas

 pálpebras estavam tão pesadas que ela esqueceu as coisas de cheiro ruim em seu peito.

Ela dormiu muito tempo. Quando acordou novamente a babá deu-lhe mingau, mas

disse que o emplastro de mostarda podia esperar até a noite. Então, ela deu a Célia mais dessa

 bebida estranha, e Célia teve sono novamente. A próxima vez que acordou, estava escuro.

Deitada ali confusa, ela ouviu seus irmãos mais velhos Minerva e Gabe brigando pela

última fatia de torta de pera. Ela gostaria de um pouco de torta, estava com fome.

A babá veio novamente, com dois homens: o tutor de Gabe, o Sr. Virgil, e Tom, o

lacaio favorito de Célia.

- Minerva,- a babá ordenou - você e Gabe desçam para o estúdio com Tom. Sua avó

quer falar com vocês.

Depois que eles saíram, Célia ficou lá, sem saber o que fazer. Se Minerva e Gabe iam

ganhar presentes de Gran, ela também queria, mas se a babá resolvesse aplicar-lhe outro

emplastro de mostarda...

Era melhor ficar quieta.

- Você não vai acordar a menina? –  o Sr. Virgil perguntou a babá.

- É melhor deixá-la dormir. Ela vai ter que saber, eventualmente, e a queridinha não

vai entender. Como posso contar a ela que seus pais partiram? É muito horrível.

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Partiram? Como quando eles iam para Londres e deixavam-na com Minerva e Gabe

em Halstead Hall?- E que milady atirou em milorde? –  a babá continuou - Isso não está certo.

Papai saía para atirar em aves com convidados às vezes. Seu irmão mais velho Jarret

disse-lhes tudo. As aves caíam no chão, e os cães as pegavam. E elas nunca voavam

novamente. Mas mamãe não iria atirar em Papai. Devia ser outro “milorde”. Havia muitos

deles aqui para a festa em casa.

- É perturbador. –  disse o Sr. Virgil.

- E nós dois sabemos que sua senhoria não o confundiu com um intruso. Ela provavelmente o matou porque estava zangada com ele sobre suas pombas sujas.

- A Sra. Plumtree disse que foi um acidente. –  o Sr. Virgil parecia inflexível - Se sabe

o que é bom para você, minha senhora, não vai falar nada para contradizer isso.

- Eu conheço o meu dever. Mas o que a sua senhoria fez depois que atirou

nele... Como ela pôde deixar as pobres crianças sem um pai ou  uma mãe? Isso é uma

abominação.

 Bominação soava mal. E ela começou a temer que era sobre mamãe que eles estavam

falando.

- Como o Dr. Sewell escreveu em “The Suicide”, - disse o sr. Virgil em seu tom mais

 pomposo –  “O covarde foge à morte, o valente vive”. É pura covardia, é o que é. E eu estou

desapontado que sua senhoria revelou-se uma covarde.

Célia começou a chorar. Não poderia ser sobre Mamãe. Mamãe não era uma

covarde! Covarde era ruim. Papai tinha explicado a ela. Isso significava que alguém não era

valente. E mamãe sempre foi valente.

- Agora olhe o que você fez. - disse a babá - Você acordou a menina.

- Mamãe não é uma covarde! - Célia sentou-se na cama - Ela é corajosa! Eu q-quero

vê-la. Eu quero v-ver M-Mamãe!

A babá a pegou e alisou seu cabelo para trás.

- Shh, agora, querida, acalme-se. Está tudo bem. Você quer algo para comer?

- Não! Quero Mamãe! - ela chorou.

- Eu posso levá-la para baixo para ver sua avó. Ela vai explicar tudo.

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O pânico tomou seu peito. Por que eles não a deixavam ver Mamãe? Sempre que Célia

tinha uma de suas tosses, mamãe vinha se ela pedisse.- Eu não quero Gran! Quero Mamãe! - ela estava chorando muito - Eu-quero-Mamãe-

eu-quero-Mamãe-eu-quero-Mamãe...

- Ela vai ficar doente novamente com o choro. - disse a babá - Passe-me aquele elixir

 paregórico, Sr. Virgil.

O Sr. Virgil tinha um olhar estranho no rosto, como se alguém lhe tivesse batido.

- A menina vai ter que saber a verdade eventualmente.

- Ela não está em condições de ouvir isso agora.  –  a babá apertou um copo nos lábiosde Célia, e derramou a bebida que a deixava sonolenta em sua boca. Ela quase se engasgou

antes que descesse por sua garganta. Isso parou seu pranto.

A babá deu-lhe mais. Célia não se importava. Ela estava com sede. Ela bebeu, então

sussurrou:

- Eu quero Mamãe.

- Sim, querida.  –   a babá disse suavemente  –  Mas, primeiro, deixe a sua velha babá

cantar-lhe uma canção, tudo bem?

Suas pálpebras estavam pesadas novamente.

- Não quero canção nenhuma. - queixou-se, deitando a cabeça no ombro da babá. Ela

olhou para o Sr. Virgil. - Mamãe não é uma covarde. - ela cuspiu.

- Claro que não.  –  a babá disse suavemente. Ela pegou algo e colocou nos braços de

Célia - Aqui está a nova boneca bonita que sua mãe lhe deu.

- Lady Bell! - Célia a agarrou.

A babá levou-a até a cadeira de balanço e sentou-se para balançá-la, indo e voltando,

indo e voltando.

- Há uma música que você quer que eu cante para você e Lady Bell, meu doce?

- Cante sobre William Taylor. - A lady em “William Taylor” não era uma covarde,

e ela tinha atirado em alguém.

A babá estremeceu.

- Está ouvindo o que a moça quer, Sr. Virgil? É francamente assustador.

- É evidente que ela entende mais do que você imagina.

- Como você conhece essa canção, querida? –  a babá perguntou.

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- Minerva canta.

- Eu não vou cantar isso. - disse a babá - Eu vou cantar outra. “Sonos dourados beijam

 seus olhos / Sorrisos despertam quando você levantar / Durma, bela criança travessa, não

chore...” 

Célia empurrava irregularmente contra o peito da babá. Ela geralmente gostava de

ouvir sobre os Sonos Dourados, mas não esta noite. Ela queria ouvir sobre a lady que tinha

uma pistola e “atirou em seu verdadeiro amor William com a noiva em seu braço direito”. O

capitão na canção fez da senhora um comandante por atirar em William. Isso significava que

a senhora era corajosa, certo? E desde que Mamãe tinha atirado em alguém, Mamãe eracorajoso também.

 Mas ela atirou em Papai. 

Isso não podia estar certo. Mamãe não iria atirar em Papai.

Suas pálpebras ficaram pesadas. Ela não queria dormir. Ela tinha que explicar como

Mamãe não podia ser a “senhoria”. Mamãe era corajosa. Célia iria dizer-lhes isso.

Porque Célia era valente, também. Não era uma covarde... nunca uma covarde...

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Capítulo Um

Ealing

Novembro de 1825

Quando o detetive da Bow Street Jackson Pinter entrou biblioteca de Halstead Hall,

ele não se surpreendeu ao encontrar apenas uma pessoa lá. Era cedo, e ninguém na famíliaSharpe costumava levantar cedo.

- Bom dia, Masters. - disse Jackson, inclinando a cabeça para o advogado que estava

sentado debruçado sobre alguns papéis. Giles Masters era marido da irmã Sharpe mais velha,

Lady Minerva. Ou senhora Masters, como ela tinha escolhido ser chamada.

Masters olhou para cima.

- Pinter! É bom ver você, meu velho. Como estão as coisas em Bow Street?

- Bem o suficiente para eu ter tempo para esta reunião.- Ouso dizer que os Sharpes têm sobrecarregado você com a investigação da morte de

seus pais.

- Assassinato. - Jackson corrigiu - Nós determinamos isso com certeza agora.

- Certo. Eu esqueci que Minerva disse que a pistola encontrada no local nunca havia

sido disparada. Uma pena que ninguém notou isso 19 anos atrás, ou uma investigação poderia

ter sido realizada e, em seguida, poupado uma grande dose de sofrimento.

- A sra. Plumtree pagou qualquer um que poderia ter investigado mais.Masters suspirou.

- Você não pode culpá-la. Ela pensou que estava impedindo um escândalo.

Jackson fez uma careta. Em vez disso, ela impediu a descoberta da verdade. E foi por

isso que ela terminou com cinco netos presos ao passado, incapazes de ir em frente com suas

vidas. Por isso ela tinha feito seu ultimato: todos tinham de se casar até o final do ano ou

nenhum herdaria. Até agora, eles tinham cumprido com a obrigação. Todos, menos um.

Em sua mente surgiu uma imagem de Lady Célia que ele rapidamente reprimiu.

- Onde estão todos?

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- Ainda no café da manhã. Eles virão em bando do outro lado do pátio em breve, tenho

certeza. Sente-se.- Eu vou ficar de pé. - ele caminhou até a janela que dava para o pátio carmesim,

nomeado por seu piso vermelho.

Estar em Halstead Hall sempre deixava Jackson desconfortável. A enorme mansão

gritava “aristocracia”. Tendo passado sua infância em um cortiço de Liverpool antes de se

mudar para uma casa geminada em Cheapside aos dez anos, ele achava Halstead Hall muito

grande, muito suntuoso e muito cheio de Sharpes.

Depois de quase um ano com eles, como seus clientes, ele ainda não tinha certeza decomo se sentia sobre eles. Mesmo agora, quando os viu andando pelo pátio debaixo de um

céu de novembro escurecido de nuvens, ele ficou tenso.

Eles não pareciam como se planejassem jogar qualquer coisa sobre ele. Eles pareciam

felizes e contentes.

Primeiro vinha o próprio grande lorde –  Oliver Sharpe, o nono Marquês de Stoneville,

que diziam ser quase uma cópia de seu pai, com sua pele cor de oliva, cabelos e olhos escuros.

Inicialmente Jackson tinha desprezado o homem, depois de ter cometido o erro de acreditar

nas fofocas sobre ele. Ele ainda pensava que Stoneville tinha escolhido o caminho errado após

morte de seus pais, mas desde que o marquês parecia ter mudado isso agora, talvez houvesse

algo bom nele, afinal.

Ao lado dele caminhava lorde Jarret, cujos olhos verdes azulados e cabelos pretos

faziam-no parecer mais uma mistura de seu pai meio italiano e mãe loira. Ele era o favorito

dos irmãos para Jackson. Sem besteiras e bem-humorado, Jarret era o mais fácil de falar. E

uma vez que sua maquinadora avó materna, a senhora Hester Plumtree, lhe permitiu assumir

os negócios da família, o homem tinha florescido. Jarret trabalhava duro na cervejaria

Plumtree; Jackson podia admirar isso.

Depois dele vinha lorde Gabriel com sua nova esposa, Lady Gabriel, em um dos

 braços. Sem dúvida, as esposas dos outros dois homens estavam em seu confinamento –  Lady

Stoneville esperava para o próximo mês, e Lady Jarret não estava muito atrás. Mas Jackson

não ficaria surpreso ao ouvir em breve sobre uma criança iminente do mais novo irmão

Sharpe. O casal parecia muito apaixonado, o que era bastante surpreendente, considerando

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que seu casamento tinha sido inicialmente acertado apenas para cumprir o ultimato ridículo da

sra. Plumtree.Aquela mulher altiva agarrava-se ao outro braço de Gabe. Jackson admirava a

determinação e coragem da senhora Plumtree –  o lembrava de sua amada tia Ada, que o tinha

criado e agora vivia com ele. Mas o que a mulher idosa estava exigindo de seus netos cheirava

a arrogância. Ninguém deveria ter tanto poder sobre os seus descendentes, nem mesmo uma

lenda como Hetty Plumtree, que transformou sozinha a cervejaria da família em uma grande

empresa após a morte de seu marido.

Atrás dela, as duas irmãs Sharpe saíram para atravessar o pátio. Ele arrastou umarespiração pesada quando a mais jovem chamou sua atenção.

Masters se aproximou para olhar pela janela, também.

- E lá vem ela, a mulher mais bonita do mundo.

- E a mais enlouquecedora. - Jackson murmurou.

- Cuidado, Pinter. - Masters disse em uma voz cheia de diversão –  É da minha esposa

que você está falando.

Jackson se alarmou. Ele não estava olhando para a senhora Masters.

- Eu imploro seu perdão. - ele murmurou, imaginando que não poderia se explicar

melhor.

Masters nunca aceitaria que Lady Célia era para sua irmã como uma gazela era para

uma égua de criação. O advogado recém-casado estava cego pelo amor.

Jackson não estava. Qualquer idiota podia ver que Lady Célia era a mais cativante das

duas. Enquanto a senhora Masters tinha os encantos exuberantes de uma prostituta das docas,

Lady Célia era uma deusa grega esguia e alta, seios pequenos e de pernas compridas, com a

testa elegante de uma aristocrata, olhos suaves de uma corça...

E o temperamento de uma megera. A condenada fêmea podia esfolar a carne dos ossos

de um homem com sua língua afiada.

Ela também podia aquecer o seu sangue com um sorriso involuntário.

Deus o salvasse, era uma coisa boa que o sorriso dela nunca tinha sido concedido a

ele. Caso contrário, ele podia agir sobre a fantasia que o assolava desde o dia em que a

conhecera  –   de empurrá-la em algum armário privado, onde ele poderia assaltar sua boca

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impunimente. Onde ela iria envolver aqueles braços finos sobre seu pescoço e o deixaria fazer

o que quisesse com ela.Era frustrante. Até que ela tivesse aparecido, ele nunca se permitiu desejar uma mulher

que não podia ter. Ele raramente tinha se permitido desejar alguém, só uma prostituta

ocasional quando se sentia desesperado por companhia feminina. Agora, ele não conseguia

 parar  de fazer isso.

Era porque ele a tinha visto muito pouco ultimamente. O que ele precisava era de um

excesso de Lady Célia para deixá-lo enjoado dela. Então, ele poderia limpar esse desejo sem

fim pelo impossível.Com uma carranca, ele se afastou da janela, mas era tarde demais. A visão de Lady

Célia cruzando o pátio vestida com um tecido rico já tinha mexido com seu sangue. Ela nunca

usava essas roupas encantadoras; geralmente sua figura esbelta estava envolta em aventais

 para proteger seus vestidos cotidianos de manchas de pó enquanto ela praticava seu tiro ao

alvo.

Mas esta manhã, naquele vestido cor de limão, com seu cabelo finamente arranjado e

uma pulseira de joias em seu pulso delicado, ela era verão em um dia de inverno sombrio, a

luz do sol na escuridão da noite, música no silêncio de um salão de concerto ainda deserto.

E ele era um tolo.

- Eu posso ver como você pode achá-la enlouquecedora. - Masters disse em voz baixa.

Jackson ficou tenso.

- Sua esposa? - disse ele, sendo deliberadamente obtuso.

- Lady Célia.

Inferno e chamas. Ele obviamente deixara seus sentimentos a mostra. Ele passou sua

infância aprendendo a mantê-los escondidos para que as outras crianças não vissem como os

seus epítetos o feriam, e ele tinha refinado esse talento como um investigador que sabia o

valor de um comportamento sem emoção.

Ele baseou-se nesse talento enquanto enfrentava o advogado.

- Qualquer um iria achá-la enlouquecedora. Ela é irresponsável e mimada, e suscetível

de dar a seu futuro marido infelicidade a todo momento. - quando ela não estava tentando-o à

loucura.

Masters levantou uma sobrancelha.

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- No entanto, você costuma observá-la. Tem algum interesse aí?

Jackson forçou um encolher de ombros.- Certamente que não. Você vai ter que encontrar outra maneira de herdar a fortuna da

sua nova esposa.

Ele esperava picar o orgulho de Masters e, assim, mudar de assunto, mas Masters riu.

- Você, casar com a minha cunhada? Isso eu gostaria de ver. Afora o fato de que sua

avó nunca aprovaria, Lady Célia o odeia.

Ela o fazia de fato. A atrevida tinha tomado uma antipatia imediata por ele quando ele

interferiu em uma partida de tiro improvisada da qual ela estava participando com seu irmão eseus amigos em um parque público. Isso devia tê-lo posto em guarda logo em seguida.

Uma pena que não tinha. Porque mesmo que ela não o desprezasse e não estivesse a

quilômetros acima dele na hierarquia, ela nunca seria uma boa esposa para ele. Ela era jovem

e indulgente, e não o tipo de mulher que se contentava com o salário de um detetive de Bow

Street.

 Mas ela vai ser uma herdeira, uma vez que se case.

Ele cerrou os dentes. Isso só tornava as coisas piores. Ela diria que ele estava se

casando com ela por sua herança. Assim como todos os outros. E o seu orgulho se irritava

com isso.

 Bastardo sujo. Filho da vergonha. Filho de puta. Pirralho bastardo. Ele havia sido

chamado de tudo isso quando menino. Mais tarde, quando ele ascendeu em Bow Street,

aqueles que se ressentiam da sua progressão rápida o tinham chamado de arrivista ilegítimo.

Ele não estava prestes a adicionar caça dotes na lista.

- Além disso, - Masters continuou - você pode não ter percebido isso, já que não tem

estado muito por perto nestas últimas semanas, mas Minerva afirma que Célia está de olho em

três pretendentes potenciais muito elegíveis.

O olhar assustado de Jackson disparou para ele. Pretendentes? A palavra “quem” 

estava em seus lábios quando a porta se abriu e Stoneville entrou. O resto da família o seguiu,

fazendo Jackson forçar um sorriso e trocar gentilezas enquanto se acomodavam em cadeiras

ao redor da mesa, mas sua mente continuava correndo sobre as palavras de Masters.

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Lady Célia tinha pretendentes. Elegíveis. Bom –  aquilo era bom. Ele não precisa mais

se preocupar consigo mesmo ao seu redor. Ela agora estava fora de seu alcance, graças aDeus. Não que ela tenha estado alguma vez ao seu alcance, mas...

- Você tem novidades? - perguntou Stoneville.

Jackson se sobressaltou.

- Sim. - ele respirou fundo e forçou a sua mente para o assunto em questão - Como

vocês sabem, o criado de seu pai insiste que seu pai não estava tendo um caso com a senhora

Rawdon 19 anos atrás.

- O que eu ainda não acredito, - Stoneville interrompeu - Ela certamente me levou a pensar de outra forma quando ela... er... foi encontrada no meu quarto.

 Na cama de sua senhoria, para ser preciso. Apesar de que toda a família agora sabia da

sedução do herdeiro de dezesseis anos pela senhora Rawdon no dia da morte de seus pais, não

era algo sobre o qual ele gostasse de se debruçar, muito menos Stoneville.

- Eu estou ciente disso, - disse Jackson - É por isso que eu venho tentando confirmar a

informação através de outra fonte.

- Que fonte? - perguntou a senhora Masters.

- A ex-criada da senhora Rawdon, Elsie. O valete não teria sido o único funcionário

com informações privadas. Se o seu pai e a senhora Rawdon estavam envolvidos, a criada

 pessoal da senhora provavelmente sabia disso, também. - ele respirou fundo - Infelizmente, eu

ainda não localizei Elsie.

- Então, por que estamos aqui? - perguntou Jarret, sempre direto ao ponto.

- Porque enquanto procurava por ela, eu descobri uma circunstância curiosa. Parece

que seu último local de emprego foi com um cavalheiro rico em Manchester.

Embora os outros tomaram um momento para compreender o significado disso, Jarret

e Gabe entenderam na hora. Eles estiveram com Jackson no inquérito do ex-cavalariço chefe

de Halstead Hall, Benny May, cujo corpo havia sido encontrado depois que ele viajou para

visitar um “amigo” em Manchester.

- Certamente você não acha que Elsie pode ter tido algo a ver com a morte de Benny.

 –  a Sra. Plumtree exclamou, o horror se mostrando em seus traços envelhecidos.

- Eu não tenho idéia. - disse Jackson - Mas parece-me coincidência demais que Benny

viajasse para onde Elsie estava, só para acabar morto logo depois que ele deixou a cidade.

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- Estava? - perguntou Gabe - Elsie deixou Manchester?

- Sim. Acho isso suspeito. De acordo com sua família, ela enviou-lhes uma breve notadizendo que estava deixando seu posto e indo para Londres para procurar um novo.

Aparentemente, ela sempre se recusou a dizer-lhes a identidade de seu empregador. Eles

suspeitaram que ela estava envolvida com o homem romanticamente. Seja qual for o caso, eu

estou tendo dificuldades para encontrá-la. Ninguém em Manchester parece saber de nada.

Mas ela disse à sua família que iria enviar-lhes notícias, logo que ela se estabelecesse em

Londres.

- É possível que nós estejamos latindo para a árvore errada com Elsie e Benny? - perguntou Stoneville - As autoridades nunca tiveram certeza de que ele foi assassinado. Ele

 pode ter sido vítima de um acidente de caça. Elsie pode ter se mudado porque não gostava de

seu empregador. Estarem ambos em Manchester, ao mesmo tempo, poderia ser uma

coincidência.

- É verdade. - mas nos negócios de Jackson, coincidências genuínas eram raras - Eu

soube que ela era mais jovem do que sua mãe.

- Muito bonita, também, se bem me lembro. - disse Stoneville.

- Que estranho a senhora Rawdon empregar uma jovem atraente como criada pessoal.

- disse a senhora Plumtree - Isso é pedir para ter problemas, os homens sendo como são.

- Nem todos os homens, Gran. - disse a senhora Masters, resoluta.

A Sra. Plumtree lançou um olhar pela mesa, em seguida, sorriu.

- Não, nem todos os homens.

Jackson lutou para proteger seus pensamentos. Masters lhe parecia um excelente

marido, mas ele já tinha se reformado quando tinha começado a cortejar sua esposa. E os

homens Sharpe pareciam dedicados a suas esposas, mas será que isso duraria?

Sua mãe tinha sido seduzida por um nobre, um jovem lorde impetuoso em Liverpool

com uma queda por criadas doces. Em vez de se casar com ela, o asno tinha se casado com

uma mulher rica e transformado a mãe de Jackson em sua amante, abandonando-a quando

Jackson tinha dois anos. Assim, Jackson não tinha ilusões sobre o que o casamento

significava para a aristocracia.

 Não culpe o seu pai, a mãe disse quando estava morrendo na casa de seus tios. Se não

 fosse por ele, eu não teria você. E isso fez tudo valer a pena. 

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Ele não sabia como. A memória de seu corpo magro deitado na cama...

Com esforço, ele socou a sua ira e se obrigou a prestar atenção ao assunto em questão.- Estou à espera de notícias da família de Elsie sobre sua localização em Londres. Eu

ouvi do regimento do major Rawdon na Índia que ele tinha assumido um posto de três anos

em Gibraltar, então eu mandei uma carta para lá questionando-o sobre a festa em sua casa.

Até conseguir respostas, eu deveria ficar próximo a cidade ao invés de retornar a Manchester

em uma provável perseguição inútil. - ele olhou para o marquês - Com a aprovação de sua

senhoria.

- Tudo o que você achar melhor. - Stoneville murmurou - Apenas mantenha-nosinformados.

- Claro.

Tomando isso como uma despedida, Jackson saiu pela porta. Ele tinha outro

compromisso esta tarde, e tinha que parar em casa para pegar o relatório que sua tia estava

transcrevendo. Só ela podia transformar seus rabiscos em uma prosa legível e inteligível. Se

ele saísse agora, poderia ter tempo para comer antes...

- Sr. Pinter!

Ele se virou para ver Lady Célia se aproximando.

- Sim, minha senhora?

Para sua surpresa, ela olhou nervosamente para a porta aberta da biblioteca e baixou a

voz.

- Eu preciso falar com você em particular. Você tem um momento?

Ele reprimiu impiedosamente o salto em seu pulso. Lady Célia nunca pediu para falar

com ele a sós. A singularidade disso o fez assentir bruscamente e indicar um salão nas

 proximidades.

Ela precedeu-o, em seguida, ficou olhando em volta com ansiedade atípica quando ele

entrou e deixou a porta aberta, não querendo ninguém o acusando de impropriedade.

- O que é? - ele perguntou, tentando não parecer impaciente. Ou intrigado. Ele nunca

tinha visto Lady Célia aparentar insegurança. Isso despertava irritantemente sua simpatia.

- Eu tive um sonho ontem à noite. Quer dizer, eu não tenho certeza se era realmente

um sonho. Quer dizer, é claro que era um sonho, mas...

- Qual é o seu ponto, senhora?

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Ela elevou o queixo, e um conhecido brilho belicoso surgiu em seu olhar.

- Não há necessidade de ser rude, sr. Pinter.Ele não podia evitar; estar tão perto dela estava fazendo coisas desconfortáveis com

ele. Podia sentir seu perfume, uma mistura tentadora de... o que quer que fosse de flores que

as mulheres da nobreza usavam para melhorar seus encantos.

Seus encantos não precisavam de aprimoramento.

- Perdoe-me. - ele resmungou - Eu estou com pressa de voltar para a cidade.

Ela assentiu com a cabeça, aceitando sua desculpa superficial.

- Ontem à noite eu tive um sonho que muitas vezes eu tinha quando criança. Eu nãosei se era porque estávamos trabalhando no quarto das crianças, ou porque Annabel e Maria

estavam discutindo... - quando ele ergueu a sobrancelha, ela firmou os ombros - De qualquer

forma, quando eu costumava ter, parecia irreal, então eu assumi que era apenas um sonho,

mas agora... - ela engoliu em seco - Eu acho que ele também pode ser uma lembrança do dia

em que meus pais morreram.

Isso chamou sua atenção.

- Mas você tinha apenas quatro anos.

- Algumas semanas menos de cinco, na verdade.

Certo. Tinha vinte e quatro anos, e os assassinatos completaram19 anos em abril

 passado.

- O que faz você pensar que é uma memória?

- Porque eu ouvi papai fazendo acertos com uma mulher para encontrá-la no pavilhão

de caça.

Um arrepio percorreu-lhe a espinha.

- No sonho, eu suponho que é mamãe, mas mesmo então, ela não agia certo.

- De que maneira?

- Papai costumava chamar mamãe de “mia dolce bellezza”, e ela corava e dizia que

ele era cego. Bem, no sonho o homem chamou a mulher de “mia dolce bellezza”, e ela ficou

com raiva. Ela disse-lhe que odiava quando ele fazia isso. Você não vê? Ela provavelmente se

ressentia de ser chamada da mesma maneira que ele chamava sua esposa.

- Eu suponho que você não poderia dizer como era a voz dela.

Ela suspirou.

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- Infelizmente, os dois estavam sussurrando. Eu só sei que era papai por causa do “mia

dolce bellezza”.- Entendo.

- Se isso realmente aconteceu, significa que mamãe de alguma forma descobriu sobre

o encontro de papai. É por isso que ela pediu a Benny para não contar a papai para onde

estava indo. Porque ela queria pegar ele e sua amante no ato. E quem quer que papai estava

indo lá para encontrar chegou primeiro e atirou em mamãe.

- Então, quando seu pai apareceu, ela atirou nele também? - disse ele com ceticismo -

Agora que ela tinha garantido que seu amante estava livre para casar com ela?A expressão de Lady Célia ficou incerta.

- Talvez papai estivesse com raiva porque ela tinha matado mamãe. Talvez eles

 brigaram pela arma e ela disparou.

- Então ela recarregou a arma depois de atirar em sua mãe. Ela estava à espera do seu

 pai - seu amante - com uma arma carregada.

- Eu-eu não sei. Tudo o que sei é o que eu ouvi.

- O que poderia ter sido um sonho.

Ela suspirou.

- É possível. É por isso que eu vim até você com isso, em vez de mencioná-lo durante

a nossa reunião de família. Eu não queria fazer com que todos se animassem sobre isso até

termos a certeza.

- Nós?

- Sim. Quero que investigue e descubra se isso poderia ter sido real.

O apelo de seus encantadores olhos castanhos o arrastava, mas ela estava pedindo o

impossível.

- Eu não vejo como eu poderia...

- Outras coisas aconteceram no sonho. - disse ela apressadamente –  O tutor de Gabe, o

Sr. Virgil, veio mais tarde, e minha babá cantava para mim. Ouvi coisas. - ela tirou um maço

de papel dobrado do bolso e estendeu-o para ele.

Relutantemente, ele o pegou.

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- Eu escrevi tudo o que conseguia lembrar. - ela continuou - Achei que você poderia

falar com o Sr. Virgil e a babá, e descobrir se estou me lembrando dessa parte corretamente.Se não, então o resto não importa. Mas se eu estou...

- Eu entendo. - ela poderia ter guardado algo importante em sua memória. Mas quais

as partes? Como ele poderia separar o joio do trigo?

Ele passou as palavras cuidadosamente escritas, e algo saltou para ele.

- A babá lhe deu remédio?

Lady Célia assentiu.

- Ela o chama de elixir paregórico. Eu suspeito que a discussão de Annabel e Mariasobre isso ontem foi o que levou ao meu sonho.

- Você sabe que paregórico contém ópio.

- É mesmo? - uma carranca conturbada atravessou seu rosto - Minhas cunhadas

disseram que nunca iriam usá-lo em seus próprios filhos.

- Disseram-me que os médicos discordam sobre a sua utilidade. - ele pesava suas

 palavras - Você pode não saber disso, mas às vezes o ópio pode provocar...

- Eu sei. - disse ela secamente - Sonhos e fantasmas e coisas que não são reais. - ela

encontrou seu olhar - Mas eu sinto em meus ossos que era real. Eu não posso explicar isso, e

eu sei que eu posso estar errada, mas acho que, pelo menos, merece atenção, não é? Se

descobrirmos que realmente é uma memória, podemos reunir quem estava faltando naquela

manhã e descobrir a amante de papai por um processo de eliminação. - ela elevou o queixo -

Além disso, a babá me deu a paregórico depois que ouvi a conversa.

- A menos que ela lhe deu algum para dormir na noite anterior. - disse ele suavemente.

Seu rosto se abateu, e ele sentiu o desapontamento como um soco no estômago.

Ele limpou a garganta.

- Eu concordo que vale a pena investigar. A babá está na minha lista de pessoas para

rastrear, de qualquer maneira, e o sr. Virgil certamente é de interesse. Vou falar com os dois e

vamos continuar a partir daí. - ele empurrou o papel no bolso do casaco - Você estava certa de

vir a mim com isso.

Ela sorriu para ele em seguida, o primeiro sorriso que ela já tinha dado a ele. Isso

trouxe vida ao seu rosto e uma suavidade de suas características que brilhavam um caminho

através de sua própria alma.

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- Obrigada. - disse ela.

Deus o ajudasse, ele precisava conservar seu juízo.- De nada. - ele virou-se para a porta. Tinha que sair dali. Se adivinhasse o que fazia

com ele, ela zombaria dele impiedosamente por se atrever a levantar o olhar tão alto - Se isso

for tudo...

- Na verdade, - disse ela - eu preciso de algo mais de você, também.

Desconcertado, ele quase fugiu. Lentamente, ele olhou para ela mais uma vez.

- Sim?

Ela respirou, então ergueu o queixo.- Eu preciso que você investigue os meus pretendentes.

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Capítulo Dois

Célia percebeu que tinha chocado o Sr. Pinter quando as sobrancelhas pretas e grossas

se uniram em uma carranca. Sua forma magra parecia ainda mais rígida do que o habitual, e

suas feições angulares –  o nariz de flecha e queixo pontiagudo  –  ainda mais severas. Em seu

traje de manhã formal de sarja preta e linho branco, ele irradiava desaprovação masculina.

Mas porquê? Ele sabia que ela era a única “demônia” que restava solteira. Será que eleachava que ela iria deixar seus irmãos e irmãs perderem sua herança por algum desejo rebelde

de frustrar o ultimato de Gran?

Claro que ele achava. Ele tinha sido tão gentil e atencioso durante a recitação do sonho

que ela tinha quase esquecido que ele a odiava. Por que mais estariam seus olhos, cinza

ardósia como depois de uma tempestade, agora tão frios e distantes? O maldito sujeito sempre

foi tão condescendente e seguro de si, tão... tão...

Masculino.

- Perdoe-me, minha senhora, - disse ele em sua voz estranhamente rouca - mas eu não

sabia que você tinha nenhum pretendente.

Amaldiçoou-o por estar certo.

- Bem, eu não tenho... exatamente. Há homens que possam estar interessados, mas não

foram tão longe quanto um pedido de casamento. - ou até mesmo para mostrar uma

 parcialidade a ela.

- E você está esperando que eu vou torcer seus braços para que eles o façam? - ele

falou lentamente.

Ela ruborizou sob seu olhar penetrante.

- Não seja ridículo.

 Este  era o Sr. Pinter que ela conhecia, quem a tinha chamado de “uma senhorita

aristocrata imprudente” e uma “criadora de problemas”.

 Não que ela se importasse com o que ele pensava. Ele era como os amigos de seus

irmãos, que a viam como um moleque, porque ela podia demonstrar boas qualidades com uma

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arma. E como o primo Ned. Cadela magricela, sem seios, você não tem um pingo de nada

 feminino em você.

 Ned amaldiçoado do inferno. Certamente ela aumentou um pouco nos dez anos desde

o seu... encontro privado. Certamente suas características agudas tinham suavizado em outras

mais femininas.

Mas ela ainda tinha a pele cor de oliva fora de moda do seu pai e altura deselegante, e

a estrutura juvenil da mãe. Ela ainda tinha o cabelo castanho deploravelmente reto, para não

mencionar os olhos cor de avelã mais chatos.

Célia daria tudo para se parecer com a irmã. Para preencher os vestidos em todos oslugares certos. Para ter madeixas onduladas com estrias de ouro neles, olhos de jade brilhante,

e a pele classicamente perfeita como uma boneca de porcelana. Célia era às vezes descrita

como bonita, mas ao lado de Minerva...

Ela engoliu sua inveja. Podia não ter a aparência de sua irmã, mas tinha outras

qualidades atraentes. Uma delas era que os homens ficavam confortáveis ao redor dela por

causa de seu interesse em armas e tiro.

- Você pode achar difícil de acreditar, Sr. Pinter, - ela continuou na defensiva - mas

alguns homens gostam de minha companhia. Eles me consideram fácil de conversar.

O fantasma de um sorriso tocou seu rosto bonito.

- Você está certa. Eu acho isso difícil de acreditar.

Desgraçado arrogante.

- Ainda assim, há três homens que podem considerar se casar comigo, e eu poderia

usar sua ajuda para assegurá-los.

Odiava ter que pedir-lhe isso, mas ele era necessário para seu plano. Ela só precisava

de uma boa oferta de casamento, uma oferta impressionante que iria mostrar a Gran que ela

era capaz de conseguir um marido decente.

Gran não acreditava que ela podia, ou ela não estaria mantendo esse maldito ultimato.

Se Célia pudesse provar seu erro, Gran poderia deixá-la escolher um marido em seu próprio

tempo.

E se esse plano não funcionasse, Célia teria pelo menos um homem com quem ela

 poderia se casar para cumprir termos da avó.

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ARE - 25 

- Então, você finalmente decidiu atender às demandas da Sra. Plumtree. - disse ele, sua

expressão ilegível.Ela não estava disposta a deixá-lo a par de seu plano secreto. Oliver poderia tê-lo

empregado, mas tinha certeza de que o Sr. Pinter também espionava para Gran. Ele

certamente iria correndo contar a ela.

- Não é como se eu tivesse uma escolha.  –   a amargura penetrou em seu tom - Em

menos de dois meses, se eu permanecer solteira, meus irmãos serão deserdados. Eu não posso

fazer isso com eles, não importa o quanto eu me ressinto da intromissão de Gran.

Algo que parecia estranhamente como simpatia cintilou em seu olhar.- Você não quer se casar?

- É claro que eu quero me casar. Todas as mulheres não querem?

- Você mostrou pouco interesse nisso antes. - disse ele com ceticismo.

Isso porque os homens tinham demonstrado pouco interesse por ela. Oh, os amigos de

Gabe adoravam conversar com ela sobre balas e discutir os últimos desenvolvimentos em

cartuchos, mas eles raramente a convidavam para dançar, e se eles fizessem, era apenas para

consultá-la sobre armas. Ela tentou flertar, mas era terrível nisso. Parecia tão... falso. Assim

como os elogios dos homens, os poucos que recebeu. Era mais fácil descartá-los com uma

risada do que tentar descobrir quais eram genuínos, mais fácil fingir ser um dos rapazes.

Ela secretamente desejava que pudesse encontrar um homem a quem poderia amar,

que iria ignorar os escândalos ligados ao nome de sua família e saciar seu hobby de tiro ao

alvo. Aquele que poderia atirar tão bem quanto ela, já que ela nunca poderia respeitar um

homem que não conseguia acertar o que ele visa.

 Aposto que o Sr. Pinter sabe manejar bem uma arma.

Ela fez uma careta. Ele provavelmente se considerava um grande atirador, de qualquer

maneira. Para um homem cuja linhagem era tida como desagradável, o Sr. Pinter era tão

altivo que ela o chamava secretamente de Pinter Orgulhoso ou Adequado Pinter. Ele disse a

Gabe na semana passada que a maioria dos lordes eram bons para apenas duas coisas: a

redistribuição de fundos de suas propriedades para as casas de jogo e bordéis em Londres, e

ignorar o seu dever para com Deus e com seu país.

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Ela sabia que ele estava trabalhando para Oliver só porque queria o dinheiro e o

 prestígio. Secretamente, ele os desprezava a todos. O que provavelmente era o motivo porqueele estava sendo tão sarcástico sobre ela se casar.

- Seja como for, - disse ela - eu estou interessada em casamento agora. - ela caminhou

até a lareira para aquecer as mãos - É por isso que eu quero que você investigue os meus

 potenciais pretendentes.

- Por que eu?

Ela lançou-lhe um olhar de soslaio.

- Esqueceu-se que Oliver o contratou inicialmente para esse fim?O enrijecimento de sua postura disse-lhe que ele tinha esquecido. Com o cenho

franzido, ele tirou o caderno e lápis que sempre parecia ter em seu bolso.

- Muito bem. Exatamente o que você quer que eu descubra?

Respirando mais fácil, ela se afastou do fogo.

- As mesmas coisas que você descobriu para os meus irmãos, a verdade sobre as

finanças dos meus potenciais pretendentes, a sua elegibilidade para o casamento, e... bem...

Ele fez uma pausa em rabiscar suas notas e arqueou uma sobrancelha para ela.

- Sim?

Ela brincava nervosamente com a pulseira de ouro que usava. Esta parte, ele poderia

se recusar a fazer.

- E os seus segredos. Coisas que eu posso usar em minha... er... campanha. Seus

gostos, suas fraquezas, o que não é óbvio para o mundo.

Sua expressão a gelou mesmo com o fogo em suas costas.

- Eu não tenho certeza se entendi.

- Suponha que você descobre que um deles prefere mulheres de vermelho. Isso pode

ser útil para mim. Gostaria de usar vermelho, tanto quanto possível.

Diversão brilhou em seus olhos.

- E o que você vai fazer se todos eles preferem cores diferentes?

- É apenas um exemplo. - disse ela, irritada - Na verdade, eu espero que você possa me

fornecer informações mais substanciais. Você pode descobrir que um dos meus pretendentes

sustenta um bastardo. Eu poderia usar isso para...

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- Seu irmão me paga para ter certeza que seus pretendentes são aceitáveis e elegíveis, -

ele grunhiu - não para ajudá-la a chantagear os homens para se casar.Tarde demais, ela se lembrou de que ele era um bastardo.

- Eu não quis dizer isso! Se eu soubesse que um pretendente teve um filho ilegítimo

com quem ele se importa o suficiente a ponto de sustentá-lo, então eu saberia que ele gosta de

crianças. Assim eu poderia divagar sobre o quanto eu gosto de crianças. Isso é tudo.

Isso pareceu acalmá-lo apenas ligeiramente.

- Em outras palavras, você vai fingir ser outra pessoa, a fim de conquistar um marido.

- Oh, pelo amor de Deus, - disse ela na defensiva - não é diferente do que a metade dasmulheres na sociedade faz para agarrar um homem. Eu não quero perder meu tempo em flerte

inútil quando um pouco de conhecimento íntimo vai melhorar a minha mira sobre os alvos.

Ele lhe deu um sorriso condescendente.

- O que é? - ela retrucou.

- Só você lidaria com um cortejo como um atirador lida com uma competição de tiro. -

ele lambeu a ponta de seu lápis - Então, quem são esses alvos infelizes?

- O conde de Devonmont, o Duque de Lyons, e Fernandez Valdez, o Visconde de

Basto.

Seu queixo caiu.

- Você está louca?

- Eu sei que eles estão um pouco além do meu alcance, mas eles parecem gostar da

minha companhia...

- Eu ouso dizer que eles gostam! - ele caminhou até ela, estranhamente irritado - O

conde é um libertino com uma notória reputação por tentar entrar debaixo das saias de todas

as mulheres que ele conhece. O pai do duque era louco, e dizem ser de família, razão pela

qual a maioria das mulheres o evita. E Basto é um idiota português que é muito velho para

você e claramente busca por alguma coisa doce e jovem para cuidar dele em seus anos de

declínio.

- Como você pode dizer tais coisas? O único que você conhece pessoalmente é o lorde

Devonmont, e mesmo assim você mal o conhece.

- Eu não preciso. Suas reputações me dizem que eles estão absolutamente inaceitáveis.

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 Inaceitáveis? Três dos solteiros mais cobiçados de Londres? O Sr. Pinter era louco,

não ela.- Lorde Devonmont é primo da esposa de Gabe. O duque é o melhor amigo de Gabe,

que conheço desde a infância, e o visconde... bem...

- É um tipo bajulador, pelo que ouvi dizer, - ele explodiu.

- Não, ele não é. Ele é muito agradável para conversar. - realmente, essa era a conversa

mais ridícula –  Com quem diabos você acha que eu deveria me casar, afinal?

Aquilo pareceu pegá-lo de surpresa. Ele desviou o olhar.

- Eu não sei. - ele murmurou - Mas não... Quer dizer, você não deve... - ele puxou agravata - Eles são errados para você, isso é tudo.

Ela tinha perturbado o Sr. Pinter. Que surpreendente! Ele nunca  ficava perturbado.

Isso o fazia parecer vulnerável e muito menos... rígido. Ela gostava disso.

Mas ela gostaria ainda mais se entendesse o que havia provocado isso.

- Por que você se importa com quem eu escolher, contanto que você seja pago? Eu

estou disposta a pagar mais para garantir que você descubra tudo o que eu quero saber.

Mais uma vez ele se transformou em Pinter Orgulhoso.

- Não é uma questão de pagamento, madame. Escolho meus próprios trabalhos, e este

não é do meu gosto. Bom dia. - virando as costas, ele se dirigiu para a porta.

Oh, Deus, ele não tinha a intenção de ajudá-la.

- Então você está renegando seu contrato com Oliver? - ela gritou.

Ele parou.

Ela pressionou o ponto apressadamente.

- No mínimo, você me deve uma investigação dos antecedentes dos meus

 pretendentes. Se você não me der isso, eu vou dizer ao meu irmão que você se recusou a fazer

aquilo para o que ele o contratou.

Quando ele cerrou os punhos, uma pontada de culpa a assaltou. Ele tinha sido tão

agradável sobre seu sonho antes que ela se sentiu mal o pressionando. Mas inferno, era  o

trabalho dele. O Sr. Pinter tinha feito aquilo por Minerva e Gabe; certo como o diabo ele

 poderia fazer isso por ela.

Ele a encarou mais uma vez, sua expressão agora cuidadosamente branda.

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- Eu ouso dizer que quando eu contar a ele o que você está pensando, ele vai ficar do

meu lado. Ele não estava feliz quando sua irmã escolheu o Sr. Masters.- Mas isso funcionou bem, do que eu vou lembrá-lo se ele protestar. Ele não vai, no

entanto, ele sabe o quanto é importante que eu me case.

O Sr. Pinter perscrutou seu rosto tão intensamente que a incomodou.

- E o amor? - ele perguntou em uma grossa voz rouca - Você ama qualquer um desses

homens?

Ele tinha a audácia de falar daquilo, quando conhecia sua situação?

- Gran não está me dando a chance de me apaixonar.- Então diga a ela que você quer mais tempo. Desde que ela saiba que você está aberta

à idéia, tenho certeza que ela irá...

- Dar-me um adiamento? Você sabe melhor do que isso. Ela vai dizer que eu tive

quase um ano já, e que eu o desperdicei.

Ela estaria certa também. Mas Célia esperava que os planos tortuosos de seus irmãos

funcionariam e poriam fim ao ultimato diabólico de Gran. Em vez disso, seus irmãos e irmã

tinha todos cedido e se casado.

Ou melhor, eles se apaixonaram. Não era justo. Tinha sido fácil para sua linda irmã

encontrar um marido –  ela simplesmente foi atrás do homem que ela sempre quis. Gabe tinha

se casado com a irmã de seu melhor amigo, Jarret tinha encontrado uma mulher que adorava

cerveja tanto quanto ele, e Oliver havia praticamente caído na mulher perfeita.

Mas Célia não tinha antigos admiradores à espera nos bastidores, ou melhores amigas

com irmãos elegíveis e nem companheiros atiradores atraídos por ela. Ela tinha três homens

que poderiam considerar se casar com ela. Ela tinha que se contentar com isso.

- É tarde demais para o amor, Sr. Pinter. - disse ela, cansada - Gran está respirando no

meu pescoço, e esta não é a época para o matrimônio. Há alguns bailes no campo e pouco

mais antes do final do ano. A probabilidade de eu tropeçar sobre quaisquer outros cavalheiros

elegíveis a esta altura é muito pequena.

- Tem de haver outra pessoa, alguém mais...

- Ninguém que eu conheça, com quem eu esteja confortável. Pelo menos eu gosto

desses cavalheiros. Eu consigo me ver casada com um deles. - possivelmente. Se acontecesse

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o pior - E uma vez que todos eles são ricos e com títulos, Gran os consideraria irrepreensíveis.

 –  o que era o ponto, embora ela não pudesse dizer isso a ele.Sua expressão se tornou cínica.

- Então é isso que você está procurando em um marido. - disse ele friamente - Um rico

homem de posição.

- Não!  –  quem era ele para assumir que ela era mercenária - Isso é o que Gran está

 procurando. Eu só quero um homem que eu possa tolerar. Mas se meus pretendentes são

ricos, pelo menos, eles não vão se casar comigo simplesmente para ganhar a minha fortuna. -

como papai tinha feito com mamãe - Eu prefiro não casar com um caçador de fortunas.- Eu vejo. - um músculo tremeu em sua mandíbula - Ainda assim, lordes ricos e

caçadores de fortuna não são suas únicas opções. Certamente existem outros cavalheiros

respeitáveis.

- Por que está sendo tão teimoso sobre isso? - de repente, ocorreu-lhe - Espere, não é

 porque os meus pretendentes são nobres? Eu sei que você considera cavalheiros intitulados

como seres desprezíveis, mas...

- Isso não é verdade. - ele resmungou - Eu conto com lorde Kirkwood e seu irmão

entre os meus amigos, e até mesmo, se me arrisco a ser presunçoso, seus irmãos. Não são

todos os homens de posição que eu acho desprezíveis  –  apenas aqueles que se aproveitam de

mulheres. Como Devonmont. E, provavelmente, os outros dois também.

- Que eu saiba, nenhum deles jamais se aproveitou de uma mulher respeitável. Até

meus irmãos tiveram suas... aventuras, quando solteiros.

- Assim como seu pai.

Ele tinha que apontar isso.

- Isso é diferente. Papai quebrou seus votos de casamento. Isso não significa que os

meus pretendentes iriam fazê-lo. - ela engoliu em seco - A menos que você pense que seja

impossível para uma mulher como eu manter homens como eles satisfeitos e felizes?

Ele se sobressaltou.

- Não! Eu não estava tentando dizer... Isso é...

- Está tudo bem, Sr. Pinter. - disse ela, lutando para esconder a dor em sua voz - Eu sei

o que você pensa de mim.

Seu olhar se fixou no dela, confundindo-a com a sua ferocidade súbita.

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- Você não tem idéia do que eu penso de você.

Ela torceu o bracelete nervosamente, e o movimento atraiu os olhos dele para baixo, para suas mãos. Mas quando seu olhar voltou a subir, ele diminuiu a velocidade, demorando

em seus seios.

Poderia o Sr. Pinter... Seria possível que ele...

Certamente que não! O Adequado Pinter nunca estaria interessado em uma mulher

imprudente de seu temperamento. Ora, ele nem sequer gostava dela.

Ela tinha se vestido cuidadosamente hoje, na esperança de convencê-lo a fazer o seu

 jogo, mostrando que ela podia parecer e agir como uma dama, na esperança de ganhar umamedida de seu respeito.

Mas o modo íntimo como seu olhar continuou até passar do peito à garganta, e depois

 parou de novo em sua boca, era mais como seus irmãos olhavam para suas esposas. Não era

desrespeitoso, e sim mais como... interessado.

 Não, ela devia estar imaginando isso. Ele estava apenas tentando deixá-la

desconfortável; estava interpretando mal o calor aparente em seu olhar. Ela recusou-se a

deixar-se imaginar o que não estava lá. Não depois das coisas desagradáveis que Ned tinha

dito a ela quando ela tinha quatorze anos.

 Eu só a beijei para ganhar uma aposta, você sabe.

Ela tinha aprendido a lição depois disso. Os homens tinham o hábito irritante de fingir

interesse por uma mulher apenas para ganhar algo que eles queriam. Basta olhar para mamãe,

sonhando com contos de fadas enquanto papai tinha sonhado só com finanças.

Bem, ela se casaria com um homem que não precisava ou queria sua fortuna. O Sr.

Pinter não se enquadrava nessa categoria.

E dado como sua expressão ficou impassível quando seu olhar encontrou o dela, tinha

razão para ser cética. Ele jamais se interessaria por ela dessa forma.

Ele confirmou isso dizendo, com sua formalidade habitual:

- Eu duvido que qualquer homem iria considerar vossa senhoria inaceitável como

esposa.

Oh, quando ele ficava tão pomposo, ela podia matá-lo.

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- Então nós concordamos que os cavalheiros em questão me achariam satisfatória. -

disse ela, combinando com seu tom frio - Portanto, eu não vejo por que você supõe queseriam infiéis.

- Alguns homens são infiéis, não importa quão bonitas suas esposas sejam. - o Sr.

Pinter rosnou.

Ele a achava bonita?

Lá ia ela outra vez, lendo muito em suas palavras. Ele só estava fazendo um ponto.

- Mas você não tem nenhuma razão para acreditar que estes cavalheiros seriam. A

menos que haja algum segredo obscuro que você já sabe sobre eles que eu não sei?Olhando para longe, ele murmurou uma maldição em voz baixa.

- Não.

- Então, aqui está sua chance de descobrir a verdade sobre seus personagens. Porque

eu prefiro fatos a opiniões. E eu tinha a impressão de que você o fazia, também.

Tome isso, Sr. Pinter! Preso em sua própria armadilha.  O homem sempre insistiu em

ficar com os fatos.

E ele sabia muito bem que ela pegou-o, pois fez uma careta, então cruzou os braços

sobre o peito. Seu peito bastante impressionante, a partir do que ela podia dizer debaixo do

casaco preto e colete lustre simples.

- Eu não posso acreditar que sou a única pessoa que me oporia a estes cavalheiros. -

disse ele - E a sua avó? Você já consultou a ela?

Ela levantou os olhos para o céu. Ele estava sendo surpreendentemente resistente a

seus planos.

- Eu não preciso. Cada vez que um deles pede para dançar comigo, ela sorri. Ela está

sempre me pedindo para sorrir para eles ou tentar algum flerte. E se eles fazem algo como

segurar minha mão ou me levar para um passeio, ela me interroga com grande alegria sobre o

que foi dito e feito.

- Ela está deixando você sair em  passeios privados com esses patifes? - disse Pinter

em pura indignação.

- Eles não são patifes.

- Eu juro por Deus, você é um cordeiro entre os lobos. - ele murmurou.

Essa imagem dela, tão diferente de como se via, a fez rir.

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- Passei metade da minha vida na companhia de meus irmãos. Toda vez que Gabe saía

 para atirar, eu ia com ele. Em cada parte da casa que envolvia seus amigos, fui convidada amostrar minhas habilidades com uma pistola. Acho que sei como lidar com um homem, Sr.

Pinter.

Seu olhar aborrecido cintilou para dela.

- Há uma grande diferença entre saltitar por aí em companhia do seu irmão com um

grupo de seus amigos e deixar um libertino como Devonmont ou um estrangeiro diabólico

como Basto passear sozinho com você por alguns caminhos escuros do jardim.

Um rubor aqueceu seu rosto.- Eu não quis dizer passeios desse tipo, senhor. Eu quis dizer caminhadas diurnas por

nossos jardins e tal, com os servos à vista. Tudo perfeitamente inocente.

Ele bufou.

- Eu duvido que isso vai ficar desse jeito.

- Oh, pelo amor de Deus, por que você está sendo tão teimoso? Você sabe que eu

 preciso casar. Por que você se importa com quem eu escolher?

- Eu não me importo. - ele protestou - Estou apenas pensando em como muito do meu

tempo será desperdiçado investigando pretendentes que já sei que são inaceitáveis.

Ela soltou um suspiro exasperado. Claro. Com ele, era sempre sobre o dinheiro. Os

Céus proíbam que ele perca seu tempo ajudando-a.

- Sua família também me contratou para investigar a morte de seus pais. - ele

continuou - Você prefere ter esse seu esquema tirando a minha atenção desse assunto?

Deixe que ele tente fazê-la se sentir culpada por isso.

- Claro que não, mas você disse que está à espera de notícias do Major Rawdon e da

família de Elsie. Além de questionar a minha babá e o Sr. Virgil, você não está terrivelmente

ocupado agora, não é?

Hah! Ele certamente não gostou da observação. Olhos como gelo perfuraram os dela.

- Eu tenho que encontrar  a sua babá e o Sr. Virgil. E eu tenho outros clientes. Mas se

você pudesse me apresentar opções mais aceitáveis, tenho certeza que eu poderia encontrar

tempo para examinar suas origens e dar-lhe um relatório completo.

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- Se eu tivesse outras opções, eu as teria apresentado. - ela retrucou - Mas se você

souber de algum cavalheiro elegível que você possa coagir a me cortejar, então, por todos osmeios, me diga. Estou aberta a sugestões.

Ele piscou.

- Tem que haver algum sujeito...

- Certo. - levantando a saia, ela se dirigiu para a porta - Obrigada pelo seu tempo, Sr.

Pinter. Eu posso ver que vou ter que resolver isso sozinha.

- O que é que isso quer dizer?

Ela olhou para ele.- Isso deveria ser óbvio. Desde que você se recusa a investigar os cavalheiros que eu

escolhi, vou ter que fazer isso sozinha.

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Capítulo Três

Jackson ficou boquiaberto com ela, perguntando como tudo isso tinha ficado tão

terrivelmente errado. Mas ele sabia como. A mulher era claramente louca. Uma candidata a

Bedlam.

E tentando levá-lo pelo mesmo caminho.

- Você não pode estar falando sério. Desde quando você sabe alguma coisa sobre ainvestigar as pessoas?

Ela colocou as mãos nos quadris.

- Você não vai fazer isso, então eu preciso.

Deus o ajudasse, ela era a mais irritante, enlouquecedora...

- Como é que você se propõe a fazer isso?

Ela encolheu os ombros.

- Fazendo-lhes perguntas, eu suponho. A festa em casa para o aniversário de Oliver é

na próxima semana. Lorde Devonmont já vem, e será fácil convencer Gran a convidar os

outros dois. Uma vez que eles estiverem aqui, eu poderia entrar furtivamente em seus quartos

e ouvir as suas conversas ou talvez subornar seus valetes...

- Você perdeu sua maldita mente. - ele sussurrou.

Só quando ela arqueou uma sobrancelha ele percebeu que tinha amaldiçoado tão

vilmente na frente dela. Mas a mulher transformaria um homem são em um completo idiota!

O pensamento dela vagando dentro e fora de quartos de homens, arriscando sua virtude e sua

reputação, fez seu sangue gelar.

- Você não parece entender. - disse ela em um tom cortante, como se falasse com uma

criança - Eu tenho que arranjar um marido de alguma forma. Preciso de ajuda, e eu não tenho

a quem recorrer. Minerva raramente está aqui, e os esforços casamenteiros da vovó são tão

sutis como uma marreta. E mesmo que meus irmãos e suas esposas pudessem fazer esse tipo

de trabalho, eles estão preocupados com seus próprios assuntos. Isso deixa você, que parece

 pensar que pretendentes caem do céu ao meu capricho. Se eu não posso mesmo tentá-lo a me

ajudar por dinheiro, então vou ter que seguir por conta própria.

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Girando nos calcanhares, ela se dirigiu para a porta.

Inferno e chamas, ela corria o risco de tentar uma coisa muito idiota. Ela tinha algumanoção tola de que era invencível. É por isso que passava o tempo a atirar em alvos com os

amigos de seu irmão, alegremente despreocupada que sua pistola pudesse falhar ou que uma

 bala perdida a atingisse por engano.

A moça fazia o que lhe agradava, e os homens de sua família deixavam. Alguém tinha

que frear sua insanidade, e parecia que ele teria que ser ele.

- Tudo bem! - Ele gritou - Eu vou fazer isso.

Ela parou, mas não se virou.- Você vai descobrir o que eu preciso, a fim de abocanhar uma das minhas escolhas

 para marido?

- Sim.

- Mesmo que isso signifique ser um pouco dissimulado?

Ele cerrou os dentes. Isso seria uma tortura. A dissimulação não o incomodava; ele

seria tão dissimulado quanto necessário para se livrar desses malditos pretendentes. Mas ele

teria que passar muito tempo em torno da moça tentadora, mesmo que apenas para certificar-

se que os bastardos não a comprometessem.

Bem, ele só tinha que encontrar algo para mandá-la correndo para o outro lado. Ela

queria fatos? Raios, ele lhe daria fatos contundentes o bastante para denegrir seus

 pretendentes completamente.

Então o quê?

Se você souber de algum cavalheiro elegível que você possa coagir a me cortejar,

então, por todos os meios, me diga. Estou aberta a sugestões.

Tudo bem, então ele não tinha ninguém para sugerir. Mas ele não podia deixá-la se

casar com qualquer uma das suas escolhas ridículas. Eles iriam fazê-la infeliz, ele tinha

certeza disso. Ele devia fazê-la ver que ela estava cortejando o desastre.

Em seguida, ele encontraria alguém mais elegível para ela. De algum modo.

Ela olhou para ele.

- E então?

- Sim. - disse ele, suprimindo uma maldição - Eu vou fazer o que quiser.

Um riso incrédulo escapou dela.

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ARE - 37 

- Isso eu gostaria de ver. - quando ele fez uma careta, ela acrescentou rapidamente: -

Mas obrigada. Verdadeiramente. E eu estou feliz por pagar a mais por seus esforços, como eudisse.

Ele enrijeceu.

- Não há necessidade.

- Bobagem. - disse ela com firmeza - Vai valer a pena ter sua discrição.

Sua carranca se aprofundou.

- Meus clientes têm sempre minha discrição.

- Mas o único cliente na minha família, realmente pagando, no momento, é Oliver. Euquero ser sua cliente em meus próprios termos, especialmente desde que você deve manter

meus planos em segredo dele e de Gran.

Isso despertou suas suspeitas.

- E por que isso?

Sua expressão ficou velada.

- No caso disso não sair como eu quero.

Sob seu olhar aguçado, ela corou. Porra, se isso não a fazia parecer ainda mais bonita.

Ela baixou o olhar para o bracelete incrustado de pedras preciosas que ela continuava

torcendo sobre seu pulso fino.

- Eles acham que sou incapaz de conseguir um marido, e eu quero provar que eles

estão errados. Mas não quero que eles saibam que me vali de tais táticas desonestas para isso.

É embaraçoso. - ela olhou para ele - Você entende?

Ele acenou com a cabeça. O orgulho era um motivador poderoso. Às vezes o desejo de

 provar que as pessoas estavam erradas era a única coisa que impelia um homem  –   ou uma

mulher –  a seguir em frente.

- Essa conversa vai ficar entre nós. - disse ele firmemente - Você pode contar com

isso.

Alívio brilhou em seu rosto adorável.

- Mesmo assim, eu gostaria de pagar por qualquer trabalho que não seja coberto por

seu arranjo com Oliver.

Ele não receberia dinheiro dela por isso.

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ARE - 38 

- Eu digo uma coisa. Supondo que tudo corra bem e você consiga um desses

cavalheiros como um marido, você pode cobrir a minha taxa com o dinheiro que você herdarde sua avó.

- Mas e se isso não  correr bem? Você ainda merece uma compensação por seus

esforços. Gran me dá uma mesada. Apenas me diga o que você quer.

O que ele queria era ela, nua em sua cama, olhando para ele com um sorriso, abrindo

os braços e puxando-o para baixo para beijar aquela boca completamente encantadora.

Mas isso era impossível por mais razões do que ele podia contar.

- Meus clientes só me pagam se obtêm resultados. - ele mentiu - Então, até vocêatingir o seu objetivo, não há nenhuma taxa.

Ela olhou para ele com ceticismo.

- Certamente você precisa de pelo menos uma garantia de algum tipo. - ela soltou sua

 pulseira e estendeu-a para ele - Pegue isso. Vale algumas libras, eu garanto.

Mais como algumas centenas de libras. Só uma lady como ela para agir como se fosse

uma bugiganga.

Quando ele apenas olhou para ela, ela acrescentou em voz baixa:

- Eu insisto. Eu não quero estar em débito com você, caso isso não funcione. Você

sempre pode vendê-la ou dá-la a sua namorada. Ou talvez a sua mãe.

Ele ficou tenso.

- Eu não tenho uma namorada, e minha mãe está morta.

O rosto dela se abateu.

- Me desculpe, eu esqueci que sua mãe... Isso é... - ela recuou a pulseira - Que coisa

horrível eu lembrá-lo disso.

O arrependimento em sua voz suave agarrou suas entranhas. Ele nunca tinha visto esse

lado dela.

- Está tudo bem. Ela morreu há muito tempo.

Os olhos dela procuraram seu rosto.

-Algumas feridas nem mesmo o tempo cura, não importa o que as pessoas dizem.

Eles trocaram um olhar carregado por sua perda mútua, suas mães tão vilipendiadas na

morte como tinham sido injustiçadas na vida.

- Você vive com sua tia. - disse ela, hesitante –  Não é?

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Ele limpou a garganta.

- Na verdade, ela mora comigo. Meu tio deixou sua casa em Cheapside para mimquando ele morreu no ano passado, com a condição de que ela pudesse viver lá até sua morte.

Eu tinha planejado permanecer em meu alojamento regular, mas ela tem estado tão solitário

ultimamente... - percebendo que estava revelando mais do que queria, ele disse - De qualquer

forma, eu me mudei semana passada.

Ela estendeu a pulseira novamente.

- Nesse caso, mantenha isso como garantia e dê a ela, se o nosso acordo não revelar-se

útil.- Ela nunca poderia usar isso. - rebateu. Era muito caro, mesmo para a viúva de um

elogiado magistrado, exibir na igreja ou nas lojas.

Um rubor encheu suas bochechas.

- Oh, é claro. Eu vejo.

Ele não esperava que ela entendesse seu significado, mas sua mortificação mostrava

que ela tinha. Ele nunca tinha pensado que Lady Celia era tão perspicaz. Ou sensível.

- Os pulsos da minha tia não são tão delicados quanto o seus. - acrescentou

apressadamente - Não serviria nela. - quando alívio apareceu em seus olhos, ele ficou

contente por mentir - Ainda assim, eu vou aceitá-lo como um gesto de boa-fé de sua parte,

embora eu espere devolvê-lo em algumas semanas. - ele pegou a pulseira dela.

- É claro. - seu sorriso brilhante o aqueceu - Então, o que você acha da idéia de

convidar os cavalheiros para a festa em casa? Isso me dará mais chances de conhecê-los, e

Halstead Hall é certamente grande o suficiente para acomodar mais alguns convidados.

O que era um eufemismo. A residência do marquês era chamada de “casa calendário” 

 porque tinha 365 quartos, sete pátios, cinquenta e duas escadas, e doze torres. Henry VIII a

tinha dado ao primeiro marquês.

- E se você assistir, também, - ela continuou - você pode investigar os cavalheiros com

mais facilidade.

Droga. Participar de uma festa em casa significaria gorjetas para os criados e roupas

finas para ele, uma facada em seus recursos. Especialmente agora que ele estava tentando

fazer melhorias na casa que herdou.

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Mas se seus pretendentes idiotas estariam em Halstead Hall com ela, então, raios, ele

estaria aqui, também. Eles não iriam aproveitar-se dela com a sua vigilância.- Nós estamos de acordo que você não vai fazer nada desses tolos absurdos que você

mencionou, como espioná-los, certo?

- Claro que não. Para isso é que eu tenho você.

Seu lacaio privado para saltar aos seus comandos. Ele já estava lamentando isso.

- Certamente os cavalheiros vão aceitar o convite. - ela continuou, alegremente

ignorando seu descontentamento - É época de caça, e a propriedade tem alguns excelentes

 pássaros.- Eu não saberia.

Ela lançou-lhe um sorriso fácil.

- Porque você geralmente caça homens, não pássaros. E, aparentemente, você faz isso

muito bem.

Um elogio? Dela?

- Não há necessidade de me lisonjear, minha senhora. - disse ele secamente - Eu já

concordei com seu esquema.

Seu sorriso desapareceu.

- Realmente, Sr. Pinter, às vezes você pode ser tão...

- Honesto? - ele cutucou.

- Irritante. - ela ergueu o queixo - Vai ser mais fácil trabalhar em conjunto, se você não

for sempre tão espinhoso.

Sentia-se mais do que espinhoso, e pelas razões mais loucas que se possa imaginar.

Porque ele não gostava dela caçando pretendentes. Ou usando-o para fazê-lo. E porque ele

odiava sua postura de “Senhora da Casa”. Isso o lembrava muito fortemente da diferença de

suas posições.

- Eu sou quem eu sou, minha senhora. - ele resmungou, tanto um lembrete para si

mesmo como para ela - Você sabia o que estava comprando, quando se propôs a fazer isso.

Ela franziu a testa.

- Você precisa fazer isso parecer tão sórdido?

Ele se aproximou o máximo que ousava.

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- Você me quer para reunir informações que você pode usar em um falso papel para

 pegar um marido. Não sou eu quem está tornando isso sórdido.- Diga-me, senhor, eu vou ter que suportar o seu moralismo a todo momento? - ela

disse em uma voz cheia de doçura - Porque eu ficaria feliz em pagar mais para você guardar

suas opiniões para si mesmo.

- Não há dinheiro suficiente no mundo para isso.

Seus olhos brilhavam para ele. Bom. Ele preferia muito mais quando ela estava

zangada. Pelo menos era ela mesma, não um personagem.

Ela aparentemente se conteve, colando um sorriso completamente falso nos lábios.- Eu vejo. Bem, então, você pode conseguir ser civilizado durante a festa em casa?

 Não me apraz a ideia de trazer pretendentes aqui se você vai estar espreitando, deixando-os

desconfortáveis.

Ele reprimiu a vontade de provocá-la ainda mais. Se o fizesse, ela iria seguir por conta

 própria, e isso seria desastroso.

- Vou tentar “espreitar” o mínimo.

- Obrigada. - ela estendeu-lhe a mão - Vamos selar o acordo?

 No minuto em que seus dedos se fecharam sobre os dela, ele desejava que tivesse se

recusado. Porque ter sua mão macia na sua despertou tudo o que ele estava tentando suprimir

durante este encontro.

Ele não conseguia soltá-la. Para uma mulher de estrutura tão delicada, ela tinha um

aperto surpreendentemente firme. Sua mão era como ela, fragilidade e força, tudo embrulhado

em beleza. Ele tinha um louco impulso de levá-la aos lábios e beijar sua pele cremosa.

Mas ele não era Lancelot nem ela Guinevere. Só nas lendas os cavaleiros humildes se

atrevem a cortejar damas.

Soltando sua mão antes que pudesse fazer algo estúpido, ele esboçou uma reverência.

- Bom dia, minha senhora. Vou começar a minha investigação de uma vez e a

informarei assim que descobrir alguma coisa.

Ele deixou-a ali, uma deusa cercada pelas antigas glórias da mansão aristocrática.

Deus o ajudasse, essa tinha que ser a pior missão que ele já tinha aceitado, uma que tinha

certeza de que se arrependeria.

 Eu prefiro não me casar com um caçador de fortunas.

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Com uma carranca, ele colocou a pulseira no bolso do casaco. Não, ela só preferia

idiotas, libertinos e filhos de loucos. Desde que eles fossem ricos e com títulos, ela estavacontente, porque então saberia que não estavam atrás de seu dinheiro.

 No entanto, ele não podia mesmo desprezá-la por isso. Viajar entre dois mundos o

tornava ainda mais consciente de quão difícil seria viver naquele para o qual ele não tinha

nascido.

Ainda ...

 Eu sei o que você pensa de mim.

Se ele não tivesse cuidado, um dia iria mostrar-lhe exatamente o que ele pensava dela.Mas se esse dia chegasse, ele tinha que estar melhor preparado para as consequências.

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Capítulo Quatro

Hetty estava terminando uma conversa com a mulher de Gabe, Virginia, quando viu o

Sr. Pinter deixar o salão azul, parecendo agitado.

Ele tinha estado lá com Célia todo esse tempo? Sozinho?

Isso não poderia ser bom. Os outros pensavam que ele e Célia se odiavam, mas Hetty

não tinha tanta certeza, pelo menos da parte dele. O homem observava a menina quando pensava que ninguém estava olhando.

O que Hetty queria saber era porquê. Será que Célia realmente lhe interessava? Ou ele

tinha esperança de promover suas ambições ao se casar com uma mulher rica? Não seria a

 primeira vez que um homem de baixo grau havia alavancado a sua posição como um

empregado de uma grande família em uma conexão mais direta.

De qualquer maneira, ele não devia ter conversas privadas com Célia.

Virginia saiu, deixando Hetty para bloquear o caminho do Sr. Pinter quando ele se

aproximou.

- Parece que minha neta esteve lhe mostrando o lado áspero de sua língua novamente.

Ele parou, com uma expressão inescrutável no rosto.

- Nem um pouco. - disse ele suavemente - Tivemos uma conversa perfeitamente

cordial.

- E eu posso perguntar sobre o que?

- Não, você não pode.

Ela franziu a testa.

- Você é muito inflexível, Sr. Pinter. Esqueceu-se que você está trabalhando para meu

neto?

- Eu tenho obrigações para com outros em sua família também, o que significa que

lhes devo a minha discrição. Então, se isso é tudo...

- Que obrigações você poderia ter com minha neta? - Hetty exigiu enquanto observava

Célia deixar a sala de estar e vê-los.

Célia se apressou.

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- Deixe-o, Gran. Ele está fazendo o que Oliver contratou-o para fazer - investigando

meus pretendentes. Estávamos conversando sobre isso.- Oh. - Hetty olhou para o Sr. Pinter. O homem podia ser condenadamente difícil de

ler, às vezes - Por que não o disse, Sr. Pinter?

- Porque estou com um pouco de pressa, senhora. Então, se você quer me desculpar,

desejo-lhe um bom dia.

Com uma mesura superficial, ele se afastou. Hetty notou que Célia observou-o ir com

o mesmo tipo de interesse velado com que ele às vezes o observava.

Seus olhos se estreitaram. Tinha que haver mais nisso do que eles estavam dizendo.Eles tinham estado naquele salão por um tempo muito longo. E as respostas do Sr. Pinter

tinha beirado a grosseria. O homem era direto e franco, mas nunca rude.

Sua neta, por outro lado...

- Ele parecia estar com uma pressa terrível para fugir. O que você disse a ele lá, afinal?

Duas manchas de rubor apareceram no rosto de Célia, outro sinal alarmante de que

algo estava acontecendo.

- Eu simplesmente contei tudo o que ele precisava saber para investigar meus

 pretendentes.

- E que pretendentes são estes? A última vez que eu perguntei, você disse que não

tinha nenhum.

- As coisas estão progredindo bem com Lorde Devonmont, o Duque de Lyons, e o

Visconde de Basto. É por isso que eu preciso de mais informações.

Ah. Bem, isso não era tão ruim. Devonmont e Lyon eram eminentemente elegíveis.

Devonmont era um pouco selvagem, mas isso nunca a preocupou. Seu falecido marido tinha

sido selvagem até que se casou. Seus netos também. O casamento os havia endireitado.

 Não endireitou seu genro.

Hetty fez uma careta. Tudo bem, então aquilo tinha sido um fracasso seu. Ela nunca

deveria ter incentivado Lewis Sharpe a se casar com sua filha, embora então ela não teria

cinco netos maravilhosos, com dois bisnetos a caminho.

Com alguma sorte, Célia iria dar-lhe mais.

- Basto. - Hetty pensou em voz alta - Não me lembro desse.

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- Oh, nós nos encontramos no baile onde Gabe e Virginia dançaram juntos pela

 primeira vez há alguns meses. Desde então, temos visto um ao outro com bastante frequência,mas raramente nos eventos em que você participa. Ele odeia deixar sua irmã doente sozinha à

noite. Mas ele é muito bom e parece interessado em mim quando eu o encontro. Ele é

 português, eu acredito.

- Estrangeiro, hein? - Hetty franziu a testa - Então, estou feliz que o Sr. Pinter o esteja

investigando. Você tem que ter cuidado com os estrangeiros.

- Certo. Eu não gostaria de me apressar ao casamento com um estranho. - disse Célia

mordaz - Oh, espere, sim, eu faria. Minha avó ordenou que eu devo fazer isso.Hetty reprimiu um sorriso.

- Sarcasmo não combina com você, querida.

- Ultimatos draconianas não combinam com você, Gran.

- Reclame o que for preciso, mas eu ainda quero vê-la casada no final do ano.

Pulso firme era a única maneira de lidar com seus netos. Célia, em particular, tinha

sido muito indulgente; estava na hora de empurrá-la para fora do ninho.

Célia olhou para ela.

- Tudo bem. Então eu vou precisar da sua ajuda.

Isso colocou Hetty instantaneamente em guarda. Célia nunca pedia a ajuda de

ninguém. Ela tinha alguma tola noção de que era uma mulher independente.

- O que você deseja de mim?

- Eu gostaria que você acrescentasse o duque e o visconde a lista de convidados para a

 próxima festa em casa. Tendo-os de visita aqui, será mais fácil para mim determinar suas

intenções.

- E lhes dar um empurrãozinho? - Hetty cutucou.

Sua neta se irritou.

- Não tenho dúvida de que todos farão ofertas, se tiverem a chance. - disse ela com

veemência - Eles já estão meio apaixonados por mim.

- E quanto a você? Está meio apaixonada por eles?

Os olhos de Célia brilharam.

- Eu não acho que o amor era parte desta equação, Gran.

- Com certeza é. Não confunda isso. Eu quero que você se case por amor.

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Aproveitando a deixa de Hetty, Célia ficou séria.

- Então não me dê um prazo. Deixe-me fazer do meu jeito.- Como você tem feito até agora, mantendo cada homem a distância, assustando-os

com sua pontaria? - Gran balançou a cabeça - Você não pode se apaixonar, se você não deixa

um homem se aproximar. E você não vai deixar um homem se aproximar a menos que tenha

um motivo. Eu conheço você. Se eu rescindir o ultimato, você vai enterrar-se nesta

 propriedade e nunca mais sair.

Um sorriso triste atravessou o rosto de Célia.

- Eu disse a ele que ia dizer isso.- Quem?

- Não importa. - Célia respirou pesadamente –  Então, você irá convidá-los? Mais duas

 pessoas dificilmente podem fazer muita diferença.

Hetty olhou para ela.

- Maria queria que fosse uma reunião mais particular, apenas os amigos mais próximos

de Oliver e familiares, já que ela é tão avançada em seu confinamento e não pode estar com os

convidados do jeito que ela gostaria.

- Eu pensei que era por isso que você, Minerva e Virgínia estavam fazendo a maioria

do trabalho. - Célia retrucou.

- Bem, sim, mas...

- E o duque é um amigo da família. Ele pode ser mais amigo de Gabe do que de

Oliver, mas eu não acho que Oliver ou Maria se importariam.

- Eles podem se importar em ter esse estrangeiro Basto vagando pela casa.

- Você quer que eu me case ou não?

Hetty agarrou sua bengala.

- Eu digo uma coisa. Vou incluí-los se você revelar o que foi discutido com o Sr.

Pinter na sala de estar.

- Eu já disse a você...

- Bobagem. Ele disse algo sobre ter uma obrigação para com você.

- Sim. Uma obrigação para pesquisar meus pretendentes.

- Nada mais?

Um rubor culpado cobriu o rosto de sua neta.

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- Por que você acha que haveria algo mais entre mim e o Sr. Pinter?

 Porque você cora quando seu nome é mencionado. Porque ele te segue com os olhos.

 Porque eu não sei o que fazer com ele, e isso me preocupa.

Era sempre melhor ficar calada até que tivesse todos os fatos.

- Ele será convidado para esta festa?

- É claro. - disse Célia com falsa leveza na voz - É a melhor maneira para ele descobrir

informações sobre os meus pretendentes.

- Então eu espero que o homem tenha roupas apropriadas para o evento. Duvido que

um detetive de Bow Street use o tipo de traje de noite adequado para jantar com duques emarqueses.

Uma carranca franziu a testa de Célia.

- Eu não tinha pensado nisso.

Bom. Era a hora dela considerar tais coisas se tinha algum interesse romântico no

homem.

- Bem, não importa. - ela acenou a mão com desdém - Considerando os grandes

honorários que cobra, tenho certeza que ele pode se dar ao luxo de comprar o que precisa.

- E-eu não queria que ele sofresse qualquer encargo financeiro por causa disso. - o

rosto de Célia mostrou uma quantidade alarmante de preocupação com a pressão sobre o

 bolso de Sr. Pinter.

Hetty a perscrutou com o olhar.

- Devo convidar a tia dele também?

Célia parecia genuinamente confusa.

- Eu não vejo o porquê. Esta não é uma visita social. Ele vai ficar aqui para trabalhar.

- É claro. - Hetty soltou um suspiro. Talvez tudo fosse como parecia. Embora a menina

aparentasse estar tramando algo suspeito, isso não parecia envolver sentimentos profundos

 pelo Sr. Pinter.

Agora, se ela pudesse estar tão certa sobre os sentimentos do Sr. Pinter por Célia...

AINDA remoendo sua barganha inquietante com Lady Célia, Jackson correu para a

casa de seu tio em Cheapside e se dirigiu para o seu estúdio. Ele tinha menos de uma hora

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 para estar em seu escritório para se reunir com seu cliente, e precisava pegar o relatório que

ele tinha prometido ao homem.- Jackson! - Tia Ada lhe bradou da sala de estar.

-Agora não, tia. - ele gritou - Estou atrasado.

Ada Pinter Norris saiu para o corredor, um pacote pequeno de pura vontade. Às vezes,

surpreendia-lhe que ela e sua mãe fossem irmãs. Sua mãe tinha sido alta e morena como ele,

enquanto o topo da cabeça loira grisalha de tia Ada mal chegava ao seu ombro.

- Você já comeu? Não responda –  eu sei que você não o fez.

Ele entrou em seu estúdio e examinou sua mesa, mas não viu os papéis.- Eu tenho que ir ao escritório para...

- É isso que você está procurando? - ela perguntou.

Virou-se para encontrá-la acenando com uma folha de papel.

- Sim, obrigado.

Mas quando ele estendeu a mão, ela empurrou-a.

- Não até que você coma.

- Oh, pelo amor de Deus, tia Ada...

- Nada de blasfemar, agora. Se você pretende ser escolhido como magistrado-chefe,

você não pode falar como um estivador.

Com um arquear de sobrancelha, ele estendeu a mão.

- Eu não vou ser escolhido como nada se eu não satisfazer aqueles que necessitam de

minha ajuda.

- Uma ova. Eles podem esperar alguns minutos. - seus olhos brilharam um aviso  –  

Falo sério. Não me faça jogar isto no fogo.

Ele lhe deu sua carranca mais sombria.

- Você não ousaria.

Ela endireitou seus ombros.

- Tente-me. E esse seu olhar carrancudo pode intimidar os criminosos, mas não vai

funcionar em mim. Não funcionou quando você tinha dez anos, e certamente não o fará agora.

- Então eu vou ter que recorrer à força. - ele lutou contra um sorriso enquanto

espreitava em sua direção - Eu a supero por uns bons 30 quilos. Poderia arrebatar esses papéis

antes de você chegar em qualquer lugar perto de um fogo.

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- Eu poderia bater-lhe na cabeça com uma frigideira, também.

A idéia de sua tia de natureza doce batendo-lhe na cabeça com algo o fez rir. Eleergueu as mãos.

- Tudo bem, eu vou comer. Mas tenho que fazer isso rápido.

Estalando a língua para ele, ela se dirigiu para a cozinha. Ele a seguiu, sacudindo a

cabeça. Fazia tanto tempo desde que ele tinha vivido na mesma casa com ela que às vezes

esquecia quão teimosa ela poderia ser.

- Eu não sei o que fazer com você. - ela reclamou quando ele se sentou à mesa da

cozinha. Ela encheu um prato com guisado e o colocou diante dele - Sempre com pressa. Nunca tendo tempo para comer corretamente. Isso vai acabar, agora que você está vivendo

aqui. Eu não vou vê-lo trabalhar demais até se enfiar numa sepultura antes da hora como

Wil...

Ela parou com um gemido que lhe cortou o coração.

- Sinto muito, tia. - disse ele - Eu não queria aborrecê-la.

- Não me importo. - ela sussurrou, limpando as lágrimas de seus olhos - É só que... Eu

sinto tanta falta dele. Isso vem nos momentos mais estranhos.

- Eu sei. - ele disse suavemente - Eu sinto falta dele, também.

Tio William, o magistrado, havia lhe ensinado tudo. Só Deus sabia o que teria

acontecido se Jackson e sua mãe continuassem a viver sua existência precária em Liverpool.

O dia em que seu tio tinha respondido a carta da mãe, vindo para arrebatá-los das garras da

 pobreza tinha sido o dia em que Jackson finalmente começou a respirar novamente.

- Coma. - sua tia apertou um garfo na mão dele - Eu não quero fazer você se atrasar.

Ele bufou, mas começou a comer o guisado. Ele não tinha percebido como estava

faminto.

Com franca curiosidade em seu rosto, ela se sentou ao lado dele.

- Então, como foi a reunião com os Sharpes?

- Bem o suficiente. - disse entre mordidas - Fui convidado para a festa em sua casa.

Seu rosto se iluminou.

- Isso é maravilhoso. Eu sabia que a sua associação com eles lhe faria bem. É muito

exclusiva? Haverá muitas pessoas importantes lá?

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- Um duque e um conde, por exemplo. - ele engoliu um pouco de cerveja - Não tenho

nenhuma roupa de noite adequada o suficiente para lá?- Senhor, não.

- Eu tinha medo disso. - ele suspirou - Não há tempo para conseguir qualquer coisa

feita com o alfaiate, também. A festa é na próxima semana.

- Na próxima semana! - ela apertou os lábios –  As roupas de seu tio devem ser boas o

suficiente. Ele jantava com lordes do Parlamento ocasionalmente. Você é da mesma altura

que ele tem –  tinha  –  e eu provavelmente ajustar na cintura...

- Eu odeio pedir-lhe para fazer todo esse trabalho.- Bobagem. Você não pode deixar passar a oportunidade de fazer conexões

importantes simplesmente por falta de um paletó decente.

- Não é o que você pensa. Estou trabalhando.

O rosto dela desanimou.

- Trabalhando?

- Estou investigando possíveis pretendentes de Lady Célia.

- Oh. - ela disse em voz baixa.

Ele olhou para ela, surpreso por encontrá-la parecendo aflita.

- O que está errado?

- Eu não sabia que ela tinha pretendentes.

- É claro que ela tem pretendentes. - nenhum que ele pudesse aprovar, mas não iria

falar disso com sua tia - Tenho certeza de que você leu sobre o ultimato de sua avó nesses

relatórios você transcritos. Ela tem que se casar, e em breve, também.

- Eu sei. Mas eu estava esperando... Quero dizer, com você lá tantas vezes e ela sendo

um tipo não convencional... - quando ele lançou-lhe um olhar interrogativo, ela continuou

com mais força - Não há nenhuma razão porque você não poderia ser seu pretendente.

Ele quase engasgou com o pão.

- Você está fora de sua mente?

- Ela precisa de um marido. Você precisa de uma esposa. Por que não ela?

- Porque filhas de marqueses não se casam bastardos, para começar.

A palavra grosseira a fez estremecer.

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- Você ainda é de uma família perfeitamente respeitável, não importa as circunstâncias

de seu nascimento. - ela olhou para ele com um brilho repentino nos olhos - E eu noto quevocê não disse que não estava interessado.

 Inferno. Ele absorveu um pouco de molho com o pão.

- Não estou interessado.

- Eu não estou dizendo que você tem que ser apaixonado por ela. Isso talvez fosse

 pedir muito neste momento, mas se você a cortejasse, com o tempo...

- Eu iria me apaixonar? Com Lady Célia? Isso não é possível.

- Por que não?Porque o que ele sentia por Célia Sharpe era luxúria, pura e simples. Ele nem sabia se

queria se apaixonar. Isso tudo era muito bom para os Sharpes, que podiam amar quem

quisessem, mas para pessoas como ele e sua mãe, o amor era um luxo impossível... ou uma

tragédia se formando.

É por isso que ele não podia deixar o seu desejo por Lady Célia superar sua razão. Sua

fome por ela podia ser mais poderosa do que ele queria admitir, mas ele a tinha controlado até

agora, e ele a controlaria melhor com o tempo. Tinha que fazer isso. Ela estava determinada a

se casar com outra pessoa.

Sua tia o estava observando com um olhar velado.

- Ouvi dizer que ela é um pouco bonita.

Inferno e chamas, ela não iria deixar isso para lá.

- Você ouviu? De quem?

- Seu secretário. Ele viu quando a família veio ao escritório uma vez. Ele me contou

sobre todos os Sharpes, como eles dependem de você e te admiram.

Ele bufou.

- Eu vejo que meu secretário andou exagerando.

- Então ela não é bonita?

- Ela é a mulher mais linda que eu conheço. - ante sua sobrancelha arqueada, ele fez

uma careta –  Bonita demais para o meu gosto. E de muita importância social.

- Sua avó é uma cervejeira. Sua família já foi afundada em escândalo durante anos. E

eles são gratos por tudo que você fez até agora. Eles podem ser gratos o suficiente para

aprovar sua proposta.

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- Você não conhece os Sharpes.

- Ah, então eles são muito ricos e poderosos? Tratam-no como um serviçal?- Não. - ele rosnou - Mas...

- Pelos meus cálculos, restam dois meses antes que ela tenha que se casar. Se ela não

tiver nenhuma oferta, ela pode estar ficando desesperada o suficiente para...

- Casar com um bastardo?

- Ignorar a diferença em seus status. - ela agarrou o braço dele - Você não vê, meu

rapaz? Aqui está a sua chance. Você está à beira de se tornar magistrado chefe. Isso teria

algum peso com ela.Largando o garfo, ele se recostou na cadeira.

- Primeiro de tudo, eu não estou à beira de qualquer coisa. Só porque Sir Richard

Birnie está se aposentando, não significa que eles vão escolher-me para substituí-lo.

Essa era a sua esperança, é claro, e tudo o que ele tinha feito tinha sido para promover

esse objetivo, como sua tia sabia muito bem. Ele serviu como juiz assistente pelos últimos

dois anos, desde que ele tinha ajudado a resolver o assassinato da primeira lady Kirkwood.

Mas, mesmo aos trinta e dois anos, ele ainda era muito jovem para se tornar magistrado chefe.

- Em segundo lugar, - ele continuou - um magistrado-chefe está tão abaixo da filha de

um marquês como uma árvore está sob a lua.

Um olhar rebelde atravessou o rosto de sua tia.

- Sir Richard começou como aprendiz de seleiro. Ele conseguiu um título de cavaleiro

em parte porque ele se casou com uma mulher com boas conexões.

- A filha de um padeiro rico. Isso é muito longe de uma dama da sociedade.

- Isso não significa que não possa acontecer. Você é um bom homem, um homem

 bonito, se eu me permite dizê-lo. Você é jovem e forte, com uma boa educação e boas

maneiras cavalheirescas –  melhores que as de Sir Richard, de qualquer maneira. E agora que

você tem esta casa...

- Ela vive em uma mansão!  –   libertando o braço, ele se levantou - Você realmente

acha que ela ficaria feliz aqui em Cheapside, com os açougueiros, comerciantes e

mercadores?

Sua tia parecia ferido.

- Eu pensei que você gostava deste bairro.

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 Droga.

- Eu gosto, mas... - não lhe restava alternativa, além de dizer a verdade - Ela não mesuporta, tudo bem? Eu seria a última pessoa no mundo com quem ela iria querer se casar. -

 pegando o relatório, ele se dirigiu para a porta - Eu tenho que ir.

- Jackson?

- O quê? - ele gritou.

- Se isso for verdade, ela é uma tola.

Lady Célia não era tola. Ela simplesmente sabia que não devia se envolver com um

homem que não sabia a identidade de seu próprio pai. Ele conseguiu um breve aceno decabeça.

- Vejo você hoje à noite, tia.

Quando saiu da casa, uma raiva antiga o sobrecarregou. Ele não se zangaria com tia

Ada por suas palavras, mas ela não entendia. Desde que ele começou a trabalhar para os

Sharpes, ela esperava que sua associação com eles iria elevá-lo na sociedade, e nada que ele

dissesse enfraquecia essa esperança.

Sem dúvida, ela acreditava que o suposto sangue nobre de seu pai o fazia de alguma

forma superior a todos os outros bastardos. Mas um dia ela iria aprender. Um bastardo não

reclamado era um bastardo não reclamado, não importa quem era seu pai.

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Capítulo Cinco

Uma semana depois, na primeira noite da festa, os convidados se misturavam

alegremente sobre o grande salão e um pouco de dança de improviso estava em andamento,

mas Célia se sentia um pouco deprimida.

Coloque-a com um grupo de homens se vangloriando de suas proezas e tentando

superar uns aos outros, e ela estava perfeitamente em casa. Mas, em reuniões formais, elatinha problemas. Homens se transformavam em criaturas tão tolas, quando confrontados com

as senhoras em vestidos finos. Eles derramavam elogios ridículos ou falavam só do tempo,

como se as mulheres fossem estúpidas demais para qualquer outra coisa. Ou eles se retiravam

em massa para a sala de carteado.

Ela não era adepta de flertar, como Minerva, e ela não lia muito, como sua cunhada

Maria. Tudo sobre o que ela poderia falar era tiro ao alvo, e isso raramente levava um homem

a ver uma mulher sob uma perspectiva romântica.

Mas essa não era a única razão para seu humor deprimido. Seus pretendentes não 

estavam agindo de acordo com o plano.

Embora Lorde Devonmont estivesse aqui, o Visconde de Basto tinha dito que somente

 poderia vir a Halstead Hall durante o dia. Ele estava relutante em deixar sua irmã sozinha à

noite com apenas servos para cuidar dela. E o duque ainda não tinha chegado. Ele aceitou o

convite para a festa, mas, aparentemente, não tinha pensado que era necessário apresentar-se

em tempo hábil. Ele não tinha enviado nenhuma nota sobre o motivo de seu atraso, também.

Como um típico duque, ele estava fazendo tudo ao seu gosto e assumindo que o mundo

aprovaria. Isso não augurava nada de bom para o seu comportamento como um marido.

A pior parte era que o Sr. Pinter tinha aparecido tarde demais para ela para pegá-lo

sozinho e perguntar o que ele descobriu sobre seus pretendentes. Como ela podia continuar

sem alguma informação privilegiada? Ele sabia que ela esperava por aquilo. Em vez disso, ele

vagava entre os convidados como uma pantera perseguindo a presa.

Quando ele chegou perto de onde ela estava, ela observou que, pelo menos, os temores

de Gran sobre sua roupa tinham sido em vão. Embora fora de moda, a sua refinada casaca

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azul cobalto com botões dourados e seu colete de seda azul céu eram perfeitamente

respeitáveis. A cor transformava seus olhos cinzentos em um azul hipnotizante, e seu peito eombros preenchiam tanto casaco e colete bastante impressionantemente.

 Não que ela se importasse. Ela também não se importava como as calças brancas

agarravam as panturrilhas que eram surpreendentemente musculosas ou como suas coxas se

tencionavam contra o tecido. E daí que ele figurava bem em traje de noite? Seus modos

severos arruinavam tudo.

Embora no momento sua postura fosse tudo, menos severa. Ele estava falando

amigavelmente Lady Kirkwood, que disse algo que o fez rir. Surpreendente! O homem podiarir! Isso transformava tanto seu rosto, suavizando as bordas afiadas e adoçando sua expressão.

Um caroço encheu a garganta de Célia. Por que ela nunca o via rir?

E por que ele estava se divertindo com os Kirkwoods, afinal? Ele não deveria estar

fora questionando os criados de seus pretendentes e entrando furtivamente em seus quartos?

Obtendo informações? Lorde Kirkwood não travava amizade com qualquer um de seus

escolhidos.

O sr. Pinter percebeu seu olhar sobre ele, e sua risada morreu. Em seguida, ele

ofereceu-lhe um aceno de cabeça tão frio quanto qualquer outro que já tinha visto.

Isso provocou seu temperamento. Ela assentiu com a mesma frieza e deliberadamente

virou as costas para ele, só para encontrar lorde Devonmont aproximando.

- Posso ter esta dança, minha senhora? - ele perguntou, com um sorriso genuíno.

Se lorde Devonmont podia sorrir para ela, por que aquele maldito detetive não podia?

- Eu ficaria encantada. - ela disse em uma voz efusiva que esperava alcançar o

intrometido Sr. Pinter - Que bom que você me convidou.

Seus olhos brilharam quando ele lhe ofereceu o braço.

- Que bom que você aceitou.

Enquanto ele a levou para a pista de dança, ela lançou um olhar furtivo de volta para

onde o Sr. Pinter estava olhando para ela e lorde Devonmont com seu olhar impenetrável de

costume. Aquilo fez um arrepio descer por sua espinha.

Em seguida, a valsa começou. Lorde Devonmont era um excelente dançarino, graças a

Deus. Ela gostava de dançar quase tanto quanto ela gostava de atirar. Era físico e energético, e

ela era bastante boa naquilo.

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Deram algumas voltas em um silêncio confortável. Então, ela não pôde resistir a

espreitar na direção dos Kirkwoods para ver se o Sr. Pinter havia notado sua habilidade navalsa. Mas ele não estava mais com eles. Teria ele finalmente saído para fazer o seu trabalho?

Estaria agora mesmo entrando no quarto de lorde Devonmont?

- Procurando por alguém? - perguntou lorde Devonmont.

Oh, Deus, ela tem sido muito óbvia.

- Certamente que não. - disse ela suavemente.

Ele ergueu uma sobrancelha.

- Então você não estava esperando ver Lyons?Isso a assustou.

- Por que diabos você acha isso?

- Você está no mercado casamenteiro, e Lyons é solteiro. - sua voz se aprofundou  –  

Assim como eu.

Maldição, ela não poderia deixá-lo conhecer seus planos tão rapidamente. Ele podia

fugir.

- Realmente, lorde Devonmont, não é o que você...

- Chame-me de Pierce. Somos praticamente da família. - ele disse naquela voz rouca e

ladina que seus irmãos costumavam usar com mulheres que queriam levar para a cama. Seus

irmãos não tinham sido sempre discretos em seus flertes.

Vindo de lorde Devonmont, no entanto, aquilo pegou-a completamente de surpresa.

Certamente ele não estava tentando... seduzi-la.

- Você é um primo em segundo grau da esposa do meu irmão, isso dificilmente é uma

conexão familiar.

- Então me chame de Pierce porque somos amigos. - ele a estreitou enquanto giravam,

os olhos brilhando enquanto desciam para seus lábios - Amigos íntimos, se eu conseguir o

meu desejo.

Desta vez não havia dúvida sobre suas intenções. Mas ele era tão experiente e

lisonjeiro que ela não pôde evitar  –   ela riu. Quando isso o fez franzir a testa, ela tentou

reprimir sua diversão, mas isso só a fez rir mais.

- O que há de tão engraçado? - ele murmurou.

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- Sinto muito. - disse ela, engolindo sua diversão - É que ouvi meus irmãos fazendo

tais insinuações para as mulheres nesse tom de voz durante anos, mas eu nunca as recebiantes.

O sorriso sensual de Pierce rivalizava com o de Casanova.

- Eu não sei por que não. - disse ele em um sotaque preguiçoso. Seu olhar a percorreu

de modo apreciativo enquanto eles rodavam pela sala - Hoje à noite, nesse vestido roxo, você

 parece particularmente atraente. A cor combina com você.

- Obrigada. - Minerva estava tentando fazer com que ela parasse de usar os marrons e

laranjas há anos, mas Célia sempre tinha ridicularizado as opiniões da irmã. Só depois deVirginia dizer exatamente a mesma coisa no mês passado que ela tinha começado a pensar

que devia escutar. E encomendou vestidos novos de acordo.

- Você é uma mulher linda com a figura de uma Vênus e uma boca que poderia fazer

um homem...

- Você pode parar agora. - sua diversão desapareceu. Ela estaria lisonjeada se ele

realmente quisesse dizer aquilo, mas evidente que isso era apenas um jogo para ele - Eu não

 preciso de falsos elogios, garanto-vos.

Interesse despertou em seus olhos.

- Será que não lhe ocorreu que eu poderia ser sincero?

- Só se você estiver sinceramente tentando me seduzir.

Ele lançou-lhe um olhar descaradamente carnal enquanto a segurava mais apertado.

- Bem, é claro que eu estou tentando seduzi-la. O que mais eu poderia fazer?

Ela levantou sua voz sobre a música.

- Eu sou uma mulher respeitável, você sabe.

- O que isso tem a ver com alguma coisa?

Ela arqueou uma sobrancelha para ele enquanto se moviam conjunto.

- Mesmo uma mulher respeitável pode ser tentada a, digamos, escapulir com um

cavalheiro para um passeio no pátio iluminado pela lua. E esse cavalheiro poderia roubar um

 beijo ou dois...

- Lorde Devonmont!

- Tudo bem. - ele sorriu com tristeza - Mas você não pode me culpar por tentar. Você

 parece arrebatadora esta noite.

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- Lá vai você de novo. - disse ela, exasperada  –  Você não pode nunca falar com uma

mulher como se ela fosse uma pessoa normal?-Isso seria tão maçante. - quando ela franziu a testa, ele balançou a cabeça - Muito

 bem. Que temas de conversa cintilante você tem em mente?

Isso era fácil. Ela estava perguntando algo desde sua prima havia se casado com o

irmão dela.

- Quando você se ofereceu para casar com Virginia, há alguns meses, era só para

salvá-la das atenções do meu irmão ou você estava realmente esperando que ela aceitasse? -

em outras palavras, ele estava à procura de uma esposa ou não?O brilho repentino em seus olhos lhe disse que ele poderia ter adivinhado sua intenção.

- Essa é uma conversa muito séria para uma festa. Não podemos apenas continuar

flertando?

Embora sua voz tinha uma certa dureza agora, ela se recusou a deixá-lo mudar de

assunto.

- Eu só me perguntava se Virginia o deixou de coração partido. Se você ainda abrigava

algum sentimento por ela.

Um olhar fechado atravessou seu rosto.

- Ninguém me deixa de coração partido, minha senhora. Nem mesmo minha prima.

O incômodo silêncio que se seguiu a fez se arrepender por ser tão direta. Mas o que

mais ela poderia fazer? Ela não tinha tempo para ser tímida. Ela tinha que saber se ele era

suscetível ao casamento. Porque se ele não fosse, ela não perderia seus esforços com ele.

Infelizmente, a valsa estava terminando. E uma vez que ele já havia sido seu par

anteriormente, eles não poderiam dançar novamente sem os outros convidados especularem

que havia algo mais sério entre eles.

Será que ele a convidaria para dançar de qualquer maneira? Isso certamente

esclareceria suas intenções.

Mas ele não o fez. Depois de acompanhá-la para fora da pista de dança, ele se inclinou

muito educadamente e saiu em direção a sala de carteado.

Ela suspirou. Aquilo tinha ido mal. Como ela deveria conquistar um marido, se não

tinha um talento especial para flertar?

Quando se dirigia para pegar sua bolsa, uma mão agarrou seu braço.

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- Venha comigo para a sala de descanso. - murmurou Virginia e arrastou-a fora.

Que diabo era isso?Assim que elas entraram na pequena sala designada para as senhoras, Célia se soltou

de sua cunhada.

- O que é isso tudo?

Virginia colocou as mãos nos quadris.

- Espero que você não esteja de olho em Pierce.

Célia piscou.

- Eu fui tão óbvia?- Você não. Ele. O malandro gosta de entreter-se flertando descaradamente com jovens

respeitáveis. Mas ele nunca pretende nada com isso. Eu o avisei várias vezes...

- Eu agradeceria se você não o avisasse. - disse Célia um pouco tenso - Nunca sabe,

ele pode estar pronto para se estabelecer. Ele propôs casamento a você, não foi?

- Porque ele estava testando a determinação de Gabriel, isso é tudo. Ele não tinha a

intenção de se casar comigo, eu lhe garanto. - Virginia perscrutou seu rosto - Você não está

apaixonada por Pierce, não é?

Célia considerou mentir, mas isso não parecia muito sensato.

- Não. Ele é um pouco parecido demais com meus irmãos para ser um pretendente.

Embora eles conseguiram se estabelecer em felicidade conjugal, por isso, talvez o seu primo...

- Será que ele sugeriu a você um passeio ao luar?

- Como você sabe?

Virginia suspirou.

- Isso é o que ele faz. Eu acho que é uma espécie de desafio para ele, para ver se pode

obter que jovens damas o deixem roubar um beijo. Se ele consegue... - ela parou de falar com

o cenho franzido.

- Se ele tiver sucesso, então o que? - Célia cutucou.

- Francamente, eu não tenho certeza. Isso é o máximo que as moças já chegaram em

suas reclamações comigo sobre ele. Primeiro, elas me dizem que ele as beijou e foi como uma

comunhão em algum “plano etéreo”.  - ela bufou - Em seguida, elas protestam que tinham

certeza que ele as amava. E então elas começam a chorar. Tudo vai por água abaixo.

- Você não acha que ele realmente...

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- Não! - ela mordeu o lábio –  Quer dizer, eu creio que não. É difícil saber com Pierce.

Ele é tão imprevisível. - seu olhar encontrou o de Célia - Mas eu odiaria pensar nele levandovocê sozinha para fora e tentando...

- Você não precisa se preocupar com isso. - disse Célia  –  É para isso que eu tenho

Betty.

- Betty?

Célia enfiou a mão na bolsa e tirou sua pistola para senhoras.

Virginia saltou para trás.

- Oh, minha nossa! A sua família sabe que você carrega isso por aí?- Eu duvido. Não creio que eles aprovem.

- Eu diria que não! - Virginia examinou-a com curiosidade - Está carregada?

- Só com a pólvora. Não há nenhuma bala.

- Graças a Deus por isso. Ainda assim, você não se preocupa que possa disparar

sozinha?

- Não. Ela tem duas proteções para impedi-la de disparar acidentalmente. Certifiquei-

me disso quando a comprei. - ela levantou a pistola  –  Disseram-me que as damas da noite

usam esse tipo de arma para assustar os clientes que tentam prejudicá-las.

- Quem disse?

- Meu armeiro, é claro.

- Como diabos você encontrou um armeiro?

Célia deu de ombros.

- Gabe me apresentou ao seu.

Virginia revirou os olhos.

- Você e meu marido são loucos, eu juro.

- Eu acho que nós somos. - com um leve sorriso, ela acariciou o punho de madrepérola

- Eu aprendi a atirar com ele.

Após Célia ter sido forçada a atingir Ned com um tijolo para tirá-lo de cima dela no

abrigo do jardim naquele dia terrível, ela tinha ido direito até Gabe e pediu-lhe para ensiná-la.

Graças a Deus, ele a levou a sério. Porque a partir de então ela se sentiu segura sabendo que

nenhum homem jamais poderia deixá-la em desvantagem novamente.

Virginia olhou incerta para a pistola.

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- Só pólvora nela, certo?

- O suficiente para fazer um estrondo muito alto. Mas eu diria que seria o suficiente para assustar um sujeito se disparada.

- Eu ouso concordar. - Virginia começou a sorrir.

- O quê? - perguntou Célia.

- Talvez não fosse má idéia você sair para um passeio ao luar com Pierce. Ele poderia

levar uma sacudida.

Célia riu. Em seguida, as duas começaram a rir.

 No momento em que saiu da sala de descanso, ela estava quase esperando que lordeDevonmont a levasse para algum lugar e tentasse violentá-la. Embora ela já tinha disparado a

 pistola em uma situação controlada, ela estava querendo testá-la em condições mais típicas.

Mas não foi lorde Devonmont quem ela praticamente atropelou quando ela e Virginia

entraram no salão de baile. Foi o Duque de Lyons.

- Bem, se não é Lady Célia. - disse ele com sua costumeira reserva ducal - E Lady

Gabriel, também. É um prazer.

Ambas as mulheres se inclinaram em reverências.

- Ora, não vamos fazer cerimônia. Eu a conheço desde que você estava aprendendo a

andar.

- É verdade. - Célia comentou. Gabe e o falecido irmão de Virginia, Roger, tinham

sido amigos íntimos do duque, quando ele ainda era um marquês - E você e eu também

estivemos juntos em competições de tiro uma ou duas vezes.

Seus modos se tornaram um pouco mais frios.

- Nós estivemos, de fato.

Oh, Deus, uma vez que ela sempre o tinha vencido, provavelmente não deveria ter

mencionado isso. Ninguém gostava de ser lembrado de tais falhas.

Ele olhou em volta do grande salão, que estava desprovido de música no momento.

- Eu cheguei muito tarde para a dança?

- Eu acredito que as senhoras se revezando ao piano estão fazendo uma pausa para

desfrutar de um pouco de refresco. - disse Célia - Tenho certeza que elas vão começar de

novo em breve.

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- Eu deveria pedir desculpas por meu atraso. - disse ele suavemente  –   Tive um

 problema com minha carruagem. Ela perdeu uma roda.- Que horror! - exclamou Virginia - É uma carruagem tão excelente.

- Eu concordo.

Eles ficaram em silêncio. Célia pensava em como prosseguir com a conversa, quando

Virginia disse:

- Como não há dança agora, Vossa Graça, você deve visitar o laranjal. Nós decoramos

 para o aniversário de sua senhoria amanhã. Tenho certeza de que Lady Célia estaria disposta a

mostrá-lo.Um olhar estranho atravessou seu rosto antes dele sorrir e oferecer a Célia seu braço.

- Eu teria muito prazer em vê-lo.

Ele soou como se quisesse dizer isso. Enquanto Célia segurava o braço dele, ela o

 pegou lançando-lhe um olhar bastante calculista. O que significava aquilo? Ela realmente não

o conhecia muito bem. Eles estariam sozinhos lá fora.

Enquanto contornavam a sala, ele disse:

- Você está diferente hoje à noite, Lady Célia.

Como ela devia responder? Com alguma observação tímida? Ela optou pela franqueza.

- De que maneira?

- Mais parecida com uma dama que o habitual. Na maioria das vezes que eu a vejo,

você está vestindo aventais para praticar tiro.

- Oh. Isso provavelmente é verdade.

Eles caminharam um momento em silêncio. Então ele disse:

- Talvez devêssemos colocar as cartas na mesa. - seu olhar verde cintilante encontrou

o dela - Você precisa de um marido para ganhar a sua herança. Eu preciso de uma mulher para

levar o meu herdeiro. Não há nenhuma razão pela qual não poderíamos chegar a um acordo

sobre o assunto.

Ela ficou boquiaberta. O duque estava facilitando as coisas para ela, e praticamente

sem nenhum esforço da sua parte.

Então, onde estava a exultação que ela esperava? Onde estava o triunfo de vencer

Gran em seu próprio jogo?

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- Você é muito direto, excelência. - disse ela, lutando para encontrar seu rumo nesta

conversa estranha.- Entendi que a sua situação exige pressa.

- Sim, mas... bem... isso é precipitado, mesmo para mim. O que você fez? Acordou de

manhã e decidiu adquirir uma esposa?

Um tênue sorriso rompeu sua reserva.

- Não é bem assim. Eu pensei sobre o assunto durante os últimos meses, desde que

Gabe sugeriu isso.

- Meu irmão sugeriu que se case comigo? - disse ela, irritada. Gabe realmenteduvidava que ela pudesse arranjar um marido sozinha, não é?

- Ele plantou a semente. - eles caminharam para fora da porta de salão e atravessaram

o pátio em direção ao laranjal - Posso ser sincero?

- Você parece já estar indo nessa direção. - ela murmurou - Não creio que precise da

minha permissão para continuar.

Ele riu. Era um som surpreendentemente quente para um homem que ela sempre

considerou bastante frio.

- Como eu tenho certeza que você sabe, meu pai tinha um... problema.

- Você quer dizer, a sua loucura? - já eles estavam sendo francos...

- Sim. - ele disse depois de um momento de hesitação - Qualquer mulher que me

aceite corre o risco de me observar enlouquecer e, talvez, passar isso para seus filhos. Assim,

casar comigo pode não ser uma vantagem. Eu já sabia disso há algum tempo. É por isso que

não tinha feito nenhuma proposta antes. Estou disposto a arriscar me casar, por razões óbvias,

mas muitas mulheres podem não querer assumir o mesmo risco. Eu pensei que talvez, em seu

caso...

- Tendo em conta as minhas escolhas limitadas e a urgência da minha situação, - disse

ela, cinicamente - eu poderia estar disposta a arriscar, também.

- Exatamente.

Ela se esforçou para não demonstrar seus sentimentos feridos. Não tinha certeza do

que era pior, ter um homem desejando-a só porque era “um tipo de desafio” ou ter um homem

que a queria apenas para própria conveniência. Ela era realmente um partido tão ruim?

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Lágrimas ardiam em seus olhos quando eles entraram no laranjal. O fogão Buzaglo

que havia sido recém-instalado mantinha o ambiente surpreendentemente quente para oinverno, e os lampiões a gás lançavam uma luz suave sobre a passarela de azulejos.

Dez laranjeiras em vasos estavam dispostas em uma linha ao longo das janelas. Na

 parede oposta, havia uma fileira de bancos para que as pessoas pudessem sentar e desfrutar do

cheiro e da vista das laranjeiras em flor ou repletas de frutos. Mas mesmo os alegres adornos

 brilhantes em volta dos vasos não poderiam animá-la.

Porque alguma coisa tinha acontecido com ela. Como ela poderia deixar Lyons fazer

uma oferta se ela pretendia recusar? Ele pensaria que ela estava se recusando por causa daloucura de sua família. E se a notícia de que ele propôs casamento e foi rejeitado se

espalhasse, a situação dele iria piorar. Ela não podia fazer isso com ele.

Mas sua única outra opção era se casar com ele. Ela não tinha certeza de como se

sentia sobre isso, também. Era difícil imaginar passar a vida com um personagem tão elevado.

- Então, isso seria estritamente um casamento de conveniência.

- Não exatamente. Eu esperaria que nós pudéssemos ter um casamento normal, afável.

Afável. Como amigos.

Ele parou para perscrutar seu rosto.

- Vou dar-lhe tempo para pensar sobre isso, minha cara. Sei que soltei isso sobre você,

talvez precipitadamente. Mas posso supor que você esteja ao menos interessada na minha

 proposta?

Ela poderia estar. Se...

- Diga-me uma coisa, excelência. Você me considera de algum modo... atraente como

mulher?

Ele parecia alarmado.

- Perdoe-me. Acho que a minha oferta soa um pouco fria.

- Um pouco, sim.

Isso trouxe um brilho aos seus olhos.

- Então talvez isso irá acalmar sua mente. - ele estendeu a mão para pegá-la pelo

queixo, depois baixou a boca para a dela.

Ela prendeu a respiração. Um beijo certamente acalmaria seus receios.

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Mas quando seus lábios tocaram os dela, suaves, persuasivos... frios, ela sentiu uma

 pontada de decepção. Não que houvesse nada de errado com o seu beijo. Era apenas tão...Cauteloso. Reservado. Como se estivesse testando as águas. Ela não queria um homem

 para testar as águas com ela. Ela queria que ele a agarrasse em um abraço apaixonado e lhe

mostrasse, em termos inequívocos, que a achava desejável. Que ele queria...

- Eu sugiro que você solte a dama, senhor. - rosnou uma voz familiar, sobressaltando-a

- Ou você não vai gostar das consequências.

A visão do duque tomando liberdades tinha feito alguma coisa ferver dentro deJackson, que não podia reprimir. Ele agiu estranhamente por impulso, e já se arrependeu.

Porque o duque agora retrocedeu com os movimentos lânguidos de todos esses

homens de alto nível para avaliá-lo com um olhar de desprezo.

- Eu não creio que nós já nos conhecemos, senhor.

Jackson lutou para conter as emoções selvagens jorrando através dele. Lady Célia

estava fuzilando-o com os olhos, e o duque estava claramente irritado. Mas agora que Jackson

tinha metido o nariz nisso, ele não voltaria atrás.

- Sou Jackson Pinter, do Bow Street Office. O irmão desta dama me contratou para...

 para... - se ele dissesse que tinha sido contratado para investigar pretendentes, lady Célia

 provavelmente o mataria ali mesmo.

- O sr. Pinter está investigando as mortes de nossos pais. - explicou ela em uma voz

sedosa que não enganou Jackson. Ela estava furiosa. - E, aparentemente, ele acha que essa

 posição permite-lhe o direito de interferir em assuntos mais pessoais.

Quando Jackson encontrou seu olhar ardente, não pôde resistir a atormentá-la.

- Seu irmão também me contratou para protegê-la de caçadores de fortuna. Eu estou

fazendo o meu trabalho.

Ultraje tomou o rosto do duque.

- Você sabe quem eu sou?

Um pretendente eminentemente elegível para sua senhoria, maldita fosse.

- Um homem beijando uma mulher jovem, inocente, sem o conhecimento ou

 permissão de sua família.

Lady Célia o fitava com irritação.

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- Sr. Pinter, este é a Sua Graça, o Duque de Lyons. Ele não é um caçador de fortunas.

E isso não é da sua conta. Eu lhe agradeceria por manter suas opiniões para si mesmo.Jackson encarou-a.

- Como eu disse no outro dia, minha senhora, não há dinheiro suficiente no mundo

 para isso.

O duque lançou-lhe um olhar avaliador.

- Então o que você pretende fazer sobre o que viu, senhor?

Jackson desviou o olhar de lady Célia.

- Isso depende de você, excelência. Se vocês voltarem para o salão agora, eu não pretendo fazer nada.

Era alívio ou desgosto o que viu no rosto do duque? Difícil dizer nesta parca

iluminação.

- Contanto que você se comporte com decência em torno de lady Célia no futuro -

Jackson continuou - eu não vejo nenhuma razão para nada disso sair daqui.

- Bondade sua. - o duque ofereceu seu braço a lady Célia - Vamos, minha senhora?

- Vá na frente. - ela disse friamente - Eu preciso falar com o Sr. Pinter a sós.

Olhando para ela e para Jackson, o duque assentiu.

- Espero dançar com você depois, minha cara. - disse ele com um sorriso que enervou

Jackson.

- É claro. - seu olhar fixo em Jackson - Eu ficaria muito contente.

 No minuto em que o duque se foi, no entanto, qualquer “ prazer ”  que ela estava

sentindo aparentemente desapareceu.

- Como você  se atreve  a interferir! Você devia estar lá em cima investigando os

quartos dos meus pretendentes ou falando com os seus servos ou algo útil em vez de...

- Você percebe o que poderia ter acontecido se eu não tivesse aparecido? - ele retrucou

- Este local é privado e isolado, com um belo fogão quente mantê-lo aconchegante. Tudo o

que ele teria de fazer era deitar você em um desses malditos bancos que estão em toda parte

e...

Ele se conteve. Mas não rápido o suficiente.

- E o que? - ela espetou –  Eu teria deixado que ele me desonrasse como a devassa que

eu sou?

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Maldição.

- Eu não disse isso.- É o que parecia. Aparentemente, você tem alguma noção de que eu não tenho

nenhuma restrição, sem capacidade de resistir as atenções de um homem que eu conheço

desde a infância.

- Você não tem idéia do que um homem pode fazer a uma mulher! - Jackson gritou.

Ela empalideceu.

- Foi apenas um beijo.

Ele caminhou até ela, impulsionado por uma loucura que não conseguia controlar.- É assim que começa. Um homem como ele a persuade a um beijo, em seguida, uma

carícia, então...

- Eu nunca iria deixá-lo ir além de um beijo. - disse ela, indignada - Que tipo de

mulher você pensa que eu sou?

Ele apoiou-a em direção à parede.

- O tipo que é muito confiante para perceber do que alguns homens realmente estão

atrás. Você não pode controlar todas as situações, minha senhora. Alguns homens tomam o

que querem, e não há uma maldita coisa que você pode fazer sobre isso.

- Eu sei mais sobre a verdadeira natureza do homem do que você pensa. - ela parou

quando suas colidiram com a parede - Eu posso cuidar de mim mesma.

- Você pode? - ele apoiou as mãos contra a parede em cada lado dela, prendendo-a.

Ele pensou em sua mãe e o desgosto que ela sofreu porque um nobre a tinha desejado.

A náusea o inundou com a idéia de lady Célia alguma vez sofrendo tal coisa, porque ela era

muito irresponsável e ingênua para reconhecer que ela não era invencível.

Curvando-se para se aproximar, ele abaixou a voz.

- Você realmente acredita que pode deter qualquer homem que queira prejudicá-la,

não importa o quão forte e determinado ele seja?

Desafio brilhou em seus olhos.

- Absolutamente.

Estava na hora de alguém lhe fazer perceber sua vulnerabilidade.

- Prove. - ele rosnou. Então, trouxe sua boca até a dela.

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Capítulo Seis

Célia congelou. Ela não podia acreditar –  o Adequado Pinter a estava beijando. Forte,

com ousadia, com mais sentimento do que o duque.

Deus do céu.

Incomodada com o desafio que ele tinha previsto, ela se atrapalhou com a pistola em

sua bolsa, mas assim que ela a teve em sua mão ele sussurrou com voz rouca contra seuslábios:

- Doce Senhor, Célia...

Ele nunca a tinha chamado apenas por seu nome de batismo. Ele certamente nunca

disse isso tão... desesperadamente. Isso a fez hesitar com a pistola na mão.

Ele tomou sua boca mais uma vez, e seu mundo mudou em seu eixo, enquanto o beijo

se tornava mais selvagem, mais demorado. Não se tratava mais de um desafio, não quando ele

a beijava como se sua boca detivesse o segredo para a eternidade. Tão deliciosos, seus beijos

intoxicantes faziam seu sangue dançar em suas veias.

Sua boca se inclinou sobre a dela, e sua língua varreu a comissura de seus lábios com

uma urgência que fez sua garganta doer. Lembrando como Ned a tinha beijado, ela abriu os

lábios para ele.

Ele ainda circulou por um breve instante. Então, com um gemido, ele enfiou a língua

em sua boca. Ohhh, aquilo era incrível . Quando Ned tinha feito isso ela achou confuso e

nojento, mas o beijo do Sr. Pinter era tão oposto ao de Ned quanto o sol da chuva.

Lento e sensual, ele mergulhou dentro com golpes quentes que a deixaram ansiando

 por mais. Como isso podia estar acontecendo com ela? Com ele? Quem poderia ter imaginado

que o impassível Sr. Pinter poderia beijar tão apaixonadamente?

Inconsciente do que fazia, ela ergueu a mão livre para agarrar o pescoço dele. Ele a

estreitou, achatando-a contra a parede enquanto arrebatava sua boca sem nenhum remorso.

Sua barba arranhava seu queixo, a boca tinha gosto de champanhe, e o cheiro de laranjeiras

adoçavam o ar ao seu redor.

Era delicioso... inebriante. Paraíso.

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Ela esqueceu a pistola na outra mão, esqueceu que estavam à vista de qualquer um que

 pudesse estar olhando pelas janelas que davam para o laranjal, esqueceu-se de que ele tinhaacabado de dar sermão como se ela fosse alguma idiota. Porque ele estava beijando-a agora

como se fosse um anjo. Seu  anjo. E Deus a ajudasse, mas ela queria que ele continuasse

 beijando-a assim para sempre.

Mas um ruído vindo do fogão  –  o crepitar de uma lenha se acomodando  –  pareceu

fazê-lo voltar a si. Ele arrancou os lábios dos dela e olhou para ela um momento, seus olhos

selvagens, sua respiração pesada.

Sua expressão mudou, tornando-se de pedra fria.- Você vê, Lady Célia? - disse ele em sua voz rouca e rude - Um homem pode fazer o

que quiser, se ele tem uma mulher sozinha.

O prazer dela morreu na hora. Isto tinha sido apenas para ensiná-la uma lição?

Raiva rugiu nela. Como ele  se atrevia? Lembrando-se da pistola, ela empurrou-a sob

seu queixo e a engatilhou.

- E se ele o fizer, a mulher tem o direito de se defender. Você não concorda?

A surpresa em seu rosto era imensamente gratificante, mas não durou muito tempo.

Estreitando os olhos, ele inclinou-se para sibilar:

- Vá em frente, então. Fogo.

Ela engoliu em seco. Embora não houvesse nenhuma bola, a pólvora por si só,

causaria sérios danos. Ela nunca poderia...

Enquanto ela hesitava, ele tirou a pistola de seus dedos dormentes. Seu olhar

aborrecido a fuzilou.

- Nunca aponte uma arma a menos que você esteja preparada para usá-la.

Ela cruzou os braços sobre o peito, sentindo-se subitamente exposta.

- A maioria dos homens seria intimidado pela simples visão de uma pistola. - ela

murmurou.

- Eu não estava.

- Você não é como a maioria dos homens. - disse ela com firmeza.

Ele reconheceu aquilo com um breve aceno de cabeça. Em seguida, foi até um dos

vasos, apontou para a terra, e disparou. Quando a fumaça se dissipou, ele notou a falta de um

 buraco no chão e voltou-se para ela.

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- Pólvora - ele a cravou com o olhar - Ocorreu-lhe que, a menos que disparasse à

queima-roupa, você podia simplesmente irritar o homem a quem você está mirando?- Eu só preciso disso para os homens que estão ao meu redor. - ela resmungou.

- De qualquer forma, da próxima vez que você precisar se proteger, esqueça a pistola e

 bata seu joelho entre as pernas do homem tão forte quanto você possa. Isso vai fazer o seu

 ponto com a mesma eficácia e dar-lhe tempo de sobra para fugir.

Rubor inundou suas bochechas. Desde que ela tinha irmãos, ela sabia o que ele queria

dizer, mas não era algo que ela jamais teria pensado fazer. Uma pena, pois teria lhe caído bem

com Ned.- Por que você está me dizendo isso?

- Eu quero que você saiba como se defender se alguém tomar liberdades.

- Mesmo que a pessoa seja você?

Uma estranha luz brilhava em seus olhos quando ele guardou sua pistola no bolso.

- Especialmente se for eu.

O que ele queria dizer com isso?

- Sr. Pinter, sobre o nosso beijo...

- Eu estava fazendo um ponto. - disse laconicamente - Nada mais. Reclame com seus

irmãos sobre isso e me demita se for preciso, mas não se preocupe, não importa o que você

faça, isso não vai acontecer novamente.

Ela prendeu a respiração. Como ele podia ser tão indiferente? Ele a beijou de forma

tão convincente, tão docemente...

Tudo começou assim com Ned, também, e entretanto isso não significava nada para

ele. Ele fez aquilo apenas para impressionar seus amigos.

O Sr. Pinter se dirigiu para a porta.

Sufocando sua dor, ela gritou:

- Onde você está indo?

Ele fez uma pausa para lançar-lhe um olhar gelado.

- Eu tenho quartos dos pretendentes para vasculhar e servos para interrogar, lembra?

- Eu quero a minha pistola de volta. - ela retrucou.

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- Você vai recuperá-la amanhã. Dada a sua crença tola de que levá-la irá protegê-la em

qualquer circunstância, é melhor que você não a tenha para se esconder atrás. Talvez, então,você não será tentada a ter encontros privados com cavalheiros atrevidos.

Um rubor quente queimou suas bochechas.

- O único cavalheiro atrevido contra quem eu preciso de proteção é você. Da próxima

vez que eu o tiver na mira, eu vou atirar em você.

- Então é melhor você não errar. - ele falou lentamente - Porque se você apontar uma

arma para mim de novo, eu vou prendê-la por agredir um oficial da lei.

Enquanto ela ainda estava ofegante, ele saiu do laranjal. Ela pegou sua bolsa e atirou-ana porta assim que se fechou. Ele era uma besta! Um monstro! E ainda a fez esquecer de

 perguntar-lhe se ele tinha descoberto algo sobre seus pretendentes!

Lágrimas surgiram em seus olhos. Era tão... tão típico dele aturdi-la dizendo uma coisa

tão horrível. Ela poderia jurar que ele fez isso de propósito. Ele estava sempre passando por

cima dela. Beijá-la apaixonadamente um minuto e ameaçar mandar prendê-la no próximo  –  o

diabo afetado!

Ela desabou sobre um banco, lutando para conter as lágrimas. Ela não iria chorar por

ele. Ela não faria isso! Os homens eram criaturas terríveis. E Gran queria que ela se casasse 

com um deles?

Oh, céus, o que estava fazendo? Lorde Devonmont, obviamente, não estava

interessado em casamento. O visconde chegava de manhã, e se a pedisse em casamento, Gran

 poderia abandonar seu ultimato apenas para manter um estrangeiro fora da família.

Então, havia o duque. Seu beijo poderia não tê-la excitado, mas pelo menos ele

 buscava uma conexão respeitável, e Gran estaria extremamente impressionada por uma

 proposta dele. Célia só não tinha certeza se ela poderia tirar proveito disso.

Mas ela arrumaria isso de alguma forma. Então o Sr. Pinter iria se arrepender de ser

tão terrível para ela.

Jackson atravessou a porta e entrou em um corredor para evitar os servos que

atravessam o pátio em direção ao laranjal, sem dúvida atraídos pelo tiro de pistola. Que Célia

lidasse com eles. Ele não poderia falar com ninguém agora.

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Que idiota ele era! Realmente pensava que poderia sair beijando a filha de um

marquês?E não apenas a filha de um marquês. Célia, parecendo tão tentadora em seu vestido

roxo suntuoso. Adorável, furiosa Célia.

 Lady Célia, ele lembrou a si mesmo. Mas ele nunca seria capaz de pensar nela assim

de novo, não quando o gosto e o cheiro dela ainda enchiam seus sentidos.

Ouvindo vozes atrás dele, entrou em uma sala vazia para conter suas emoções sob um

aparente controle. Mas não adiantou. Ele ainda podia sentir o corpo ceder ao seu, ainda ouvia

sua respiração rápida enquanto ele tinha tomado todas as liberdades.Maldita ela e sua boca macia e seus suspiros delicados e seus dedos se curvando em

sua nuca de forma que tudo o que ele queria fazer era empurrá-la para baixo em um banco...

Inferno e chamas! Ele enfiou as mãos pelos cabelos. Que raios ele deveria fazer com

ela?

E por que ela o deixou beijá-la, afinal? Por que ela esperou até que ele fez um

completo idiota de si mesmo antes de sacar aquela maldita pistola?

Oh. Certo. Foi por isso. Para que  se fizesse  de bobo. Para acalmá-lo em uma falsa

sensação de segurança para que ela pudesse provar que poderia controlar qualquer situação.

Bem, ele tinha impedido isso, mas era pouco consolo. Ele se comportou como um

maldito grosseirão, devorando sua boca, como se fosse um lobo e ela fosse o jantar. Se ele

 permitisse que ela falasse de seu beijo, ela provavelmente teria apontado exatamente como ele

tinha sido insolente. Poderia tê-lo avisado para nunca mais fazer algo tão descarado

novamente.

Ela não precisava dizer a ele. Ele tinha aprendido a lição.

Sim. Ele tinha.

A memória de sua boca se abrindo sob a sua surgiu dentro dele, e ele cerrou os

 punhos.

 Não, ele não tinha. Tudo o que ele tinha aprendido era que ele a queria mais

intensamente do que nunca. Ele queria beijá-la de novo, e não apenas a boca, mas sua

elegante garganta e o ombro delicado e os suaves, tenros montes de seus seios...

A maldição explodiu fora dele. Isso era loucura! Ele tinha que parar de ficar louco por

 pensar nela como se...

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- Aí está você, senhor. - disse uma voz atrás dele - Eu pensei que poderia ter sido você

que veio aqui.- Que diabos significa isso? - ele rosnou enquanto se virava para quem tinha sido tolo

o suficiente para segui-lo.

Era John, o mais antigo lacaio de Stoneville e o que o marquês mais confiava. O

homem empalideceu.

- E-eu imploro seu perdão, mas eu pensei que você gostaria de saber o que eu descobri

sobre a babá e Sr. Virgil. Você me pediu para procurar por eles.

- Sim, eu me lembro. Obrigado. - Jackson tinha recorrido a John porque, embora olacaio não estivesse com a família na ocasião das mortes, ele conhecia quase todos os que

tinham estado. Jackson forçou-se a sorrir, a relaxar, a se comportar como se não estivesse

aqui pensando o quanto ele queria desonrar a dama mais jovem da casa - Perdoe-me, eu tenho

algumas coisas em minha mente agora, e isso deixou-me irritado.

As palavras de Célia  –   lady Célia  –   espontaneamente saltaram em sua mente: Será

mais fácil trabalhar em conjunto, se você não for sempre tão espinhoso.

Ele reprimiu um grunhido. Nunca seria fácil trabalhar com ela.

Cautelosamente, John se aproximou para entregar-lhe um pedaço de papel.

- Temo não ter localizado todos os servos que você pediu ainda. Mas aqui está uma

lista dos que eu consegui. Estou quase certo de que a babá  –  isto é, a sra. Duffett  –  vive em

High Wycombe. Anotei o último endereço que alguém tinha dela, mas se você me der um dia

 para falar com um empregado aposentado em Ealing, vou confirmar esse e quaisquer outros

na lista.

Jackson pegou o papel.

- Eu apreciaria isso, muito obrigado.

 Normalmente, ele iria até High Wycombe e checaria o endereço por si mesmo, mas

era uma viagem de quase duas horas de carruagem e ele precisaria de pelo menos metade de

um dia. Ele não se atrevia a ficar longe de Halstead Hall por tanto tempo com os malditos

 pretendentes de Lady Célia tentando ficar a sós com ela. Assim, poderia esperar até o final da

festa.

Enquanto John se virava para ir, algo ocorreu a Jackson.

- A propósito, você descobriu se a babá já usou elixir paregórico com as crianças?

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- Oh! Sim, eu esqueci. O mordomo disse que ele acredita se lembrar que isso aparecia

nas contas dos imóveis ao longo do tempo. Mas ele teria que verificar para ter certeza. Elequeria saber se você queria que ele fizesse isso. - John franziu a testa - E ele estava um pouco

curioso para saber por que você queria saber.

Curioso não era bom, não se Jackson ia manter esta linha particular de investigação

secreta pelo bem de Lady Célia.

- Algo que um dos Sharpes disse me fez pensar sobre isso. Mas diga a ele para não se

 preocupar.

Ele perguntaria a babá quando ele a encontrasse, mas ele não tinha certeza se valiamesmo a pena mencionar isso.

 Eu sinto em meus ossos que era real.

Ele suspirou, lembrando quão fervorosamente Lady Célia tinha dito essas palavras.

 Não importa quantos problemas ela lhe dava, e o quanto ele queria ficar longe dela, não

 poderia simplesmente ignorar o seu sonho, sem investigar. Ela podia ser a mulher mais

enervante que já conheceu, mas ela merecia mais do que isso.

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Capítulo Sete

Célia não ficou surpresa ao encontrar-se sozinha à mesa do café. Ainda era cedo para

que as pessoas tivessem levantado, considerando-se que a dança e o carteado tinham ido até

 bem depois da uma da manhã. Normalmente ela ainda estaria na cama também, mas não tinha

sido capaz de dormir.

 Não foi por causa de seus pretendentes, entretanto. O flerte de lorde Devonmont nofinal da noite havia demonstrado que sua menção a casamento não o tinha enviado

afugentado. E o duque tinha dançado com ela duas vezes. A segunda vez ele foi muito

amável, forçando-a a considerar seriamente a possibilidade de aceitar sua oferta.

Só uma coisa a impedia: seu beijo frio. Especialmente quando comparado com os

 beijos ardentes do Sr. Pinter.

Maldito fosse o homem. Não importava o quanto ela dissesse a si mesma que seus

 beijos não quiseram dizer nada, seu orgulho ferido queria acreditar no contrário. Seu orgulho

ferido insistia que tinham sido muito apaixonados para ser apenas uma lição.

Seu orgulho ferido era uma maldita chateação.

- O Visconde de Basto, minha senhora. - disse uma voz vinda da porta.

Com um sobressalto, ela se virou para encontrar um lacaio conduzindo o visconde

 para a sala de desjejum.

- Bom dia, senhor. - ela levantou-se para dizer alegremente, feliz por se distrair de seus

 pensamentos - Você chegou cedo, eu vejo.

Com um largo sorriso, ele caminhou até pegar a mão dela e levou-a aos lábios,

 beijando-a conforme a moda Continental.

- Eu não queria perder um momento do meu tempo com uma linda senhora.

Às vezes, ela tinha que se esforçar para entender as suas palavras através de seu forte

sotaque, mas ela entendeu isso perfeitamente.

- Estou feliz por isso. - ela fez um gesto para o aparador –  Aceite um desjejum.

- Obrigado, eu acredito que o farei. Deixei a cidade sem comer. - ele piscou para ela -

Eu estava com muita pressa para vê-la.

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Ela reprimiu uma risada. Às vezes, ele era a versão portuguesa de lorde Devonmont.

Enquanto ele caminhava até o aparador, ela sentou-se e tentou ignorar o que ele usava,mas seu traje ultrajante era uma de suas poucas falhas. Ela entendia que a moda era diferente

em Portugal, mas na verdade, ela nunca tinha visto tal pavão!

Ainda assim, ela poderia dizer que uma boa forma estava sob seu colete de veludo

vermelho e calças de cetim verde. Felizmente o casaco era marrom, o que ajudou a atenuar a

vivacidade das outras cores, embora ele usasse a gravata em um nó elaborado e bastante

antiquado.

Espontaneamente, o comentário do Sr. Pinter sobre ele esvoaçou em sua cabeça: Bastoé um idiota português que é muito velho para você e claramente busca por alguma coisa doce

e jovem para cuidar dele em seus anos de declínio. 

Ela fez uma careta. Por que diabos o Sr. Pinter achava o homem tão velho? O cabelo

de Lorde Basto era negro como a noite, onde até mesmo Oliver estava começando a mostrar

tons de cinza. Ela diria que ele tinha uma idade próxima a de Oliver  –  trinta e nove anos, no

máximo. Isso era apenas quinze anos mais velho que ela, certamente não fora do reino da

 possibilidade de um marido.

Ela desejava que ele não fosse tão peludo, no entanto. Ele mantinha sua barba e bigode

 bem aparado, e ela entendeu que era bastante comum no exterior, mas nenhum homem na

Inglaterra usava bigodes cheios. A primeira coisa que faria se eles se casassem era convencê-

lo a fazer a barba.

Sentou-se ao lado dela na mesa com um prato cheio de ovos e linguiça e lançou-lhe

um olhar sério.

- Eu devo pedir desculpas, minha senhora. Desejaria ter podido acompanhá-la aqui à

noite também, mas é muito difícil... como é que se diz... companhia ... para a minha irmã

doente.

- Companhia? Oh, você quer dizer uma acompanhante?

Ele sorriu agradecido.

- Sim, essa é a palavra. A acompanhante deve falar português, e isso não é tão fácil de

encontrar. Eu só pude contratar a uma senhora, e ela só pode vir durante o dia.

- Sim, eu suspeito que há poucas mulheres inglesas que falam português. Você tem

sorte que você encontrou alguém que o faz.

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- Tenho certeza de que é verdade. - ele lançou um olhar para ela - Eu não me atrevo a

esperar que você fale.- Temo que não. - quando ele pareceu desapontado, ela acrescentou: - Mas o seu

Inglês é muito bom, por isso não há necessidade.

Seus olhos brilharam.

- Você é muito gentil, minha senhora. Na verdade, você é a inglesa mais amável que

eu já conheci.

Ela riu. O visconde estava ascendendo rapidamente em sua lista.

- Algumas pessoas não me acham amável. - Como um certo insensível detetive da BowStreet.

Ele bateu a mão no peito.

- Eu não posso acreditar nisso! Você é tão uma alma brilhante... uma alma brilhante.

Como alguém pode não vê-lo?

Ela sorriu para ele.

- Todos eles devem ser cegos.

- E surdos. - Ele bateu em sua têmpora - E não muito certos da cabeça.

- Excelente, meu senhor. - disse ela - Você compreendeu o idioma muito bem.

Ele pareceu surpreso com isso, e depois sorriu.

- Eu tenho que saber se eu quiser impressionar a senhora.

Ela lançou-lhe um olhar tímido.

- E por que você iria querer me impressionar, senhor?

Pegando sua mão, ele deu um beijo de novo e desta vez não a liberou.

- Por que eu não quereria? - Sua expressão melancólica atraiu sua simpatia.

- É melhor você comer seus ovos antes que esfriem. - disse ela, retirando

delicadamente a mão dela.

Ele suspirou e fez o que ela mandou. Depois de um momento, ele disse:

- Eu entendo que a família de seu pai é estrangeira, como eu. Isso é verdade?

- Sim, a mãe de Papai era da Toscana.

- Então, ele era meio italiano. É por isso que sua mãe se casou com ele? Porque ela

gostava estrangeiros?

Ele disse aquilo tão esperançosamente que Célia bufou.

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- Eu acho que ela gostava que ele fosse um marquês, mas não percebeu o que aquilo

significava.Ele franziu o cenho.

- Eu não entendi.

- Meu pai estava acostumado a viver como quisesse, sendo bajulado por ser um

marquês. Ele não mudou seu comportamento, uma vez que se casou.

- O que você quer dizer?

- Ele não foi fiel a minha mãe. Mas ela se casou com ele porque achava que eles

estavam apaixonados. Assim, suas infidelidades quebraram seu coração.- Eu vejo. E você sabe com certeza que ele não foi fiel?

 Podemos nos encontrar no pavilhão de caça.

 Não, isso era pessoal demais para falar.

- Eu só sei porque meus irmãos falam disso. Eu não me lembro de nada daquele

tempo. Eu era muito jovem.

- Isso é bom. - disse ele.

Ela olhou para ele, sobrancelha levantada.

Ele lançou-lhe um olhar penetrante.

- Nenhuma criança deveria ter de testemunhar as - como você disse?  –  infidelidades

 paternas.

- Concordo plenamente. - ela lhe deu um sorriso triste - Ainda que eu estou surpresa

que você se sinta assim. Eu achava que por ser do continente e de uma classe privilegiada...

- Eu aprovaria tal comportamento? - Ele parecia ofendido.

Mas ela insistiu.

- Talvez. Muitos nobres se casam por dinheiro, para ter certeza de que suas

 propriedades serão cuidadas. Mamãe imaginou-se amada por Papai, quando tudo que ele

queria era a sua fortuna.

- E você tem medo que um homem vai se casar com você para a sua fortuna. - disse

ele, surpreendendo-a com a sua visão.

- Você pode me culpar? Eu quero um homem que goste de mim por mim, não pelo que

eu posso oferecer a ele.

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- Isso é muito sábio da sua parte. E você tem o direito de esperar isso também. - ele

virou-se pensativo - Mas às vezes as pessoas querem muitas coisas, não apenas uma.Dinheiro, uma esposa amável... paz.

 Paz ? Que escolha estranha.

- E o que você quer, senhor?

Como se percebendo que ele tinha revelado muito sobre si mesmo, ele lançou-lhe um

sorriso sem graça.

- Eu quero tudo, é claro. Quem não quer? - Ele afagou-lhe a mão - Mas eu vou me

contentar com uma esposa amável. - Foi o mais perto de fazer uma declaração de suasintenções que ele chegou.

Então é claro que o Sr. Pinter escolheu esse momento inoportuno para entrar na sala de

desjejum.

- E com qual esposa amável você se contentará, senhor? - disse ele em um tom

sarcástico.

Seu olhar caiu para descansar na mão do visconde na dela, então escureceu. Ela

resistiu ao impulso de arrancar a mão livre.

O visconde franziu o cenho, apertando sua mão quase possessiva sobre a dela.

- Eu conheço você, senhor?

- Ainda não. O nome é Jackson Pinter. - ele veio para ficar do outro lado da mesa e se

curvou sobre ela para oferecer a mão para lorde Basto, forçando o visconde a liberar a mão

 para apertá-la - Alguns me chamam de “lacaio” da sra. Plumtree, - ele acrescentou com um

olhar de soslaio para Célia - apesar de eu trabalhar para Lorde Stoneville.

Ela enrubesceu, lembrando-se da conversa que tiveram há alguns meses atrás, quando

ela o chamou assim. Ele estava claramente procurando briga. Sem dúvida, ele ainda estava

chateado por ela puxar uma pistola para ele na noite passada.

- Sr. Pinter faz investigações de todos os tipos. –  explicou - Por dinheiro.

Os olhos cinza-ardósia do Sr. Pinter se cravaram nela.

- Alguns de nós não podemos viver da fortuna da nossa família, minha senhora.

- Enquanto alguns de nós gostam muito de morder a mão que os alimenta. - se ele

 podia jogar suas palavras contra ela, então ela poderia jogar de volta o que ele disse para ela 

meses atrás.

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Ela ficou surpresa quando um sorriso relutante surgiu em seus lábios.

- Um golpe direto, madame. Talvez eu devesse sair da linha de fogo, enquanto euainda tenho a minha cabeça.

- Talvez você deva abster-se de colocar-se na linha de fogo, em primeiro lugar. - ela

 brincou - Um oficial da lei deveria saber melhor.

- Saber melhor do que o que? - Oliver perguntou enquanto entrava na sala com o

duque a seu lado.

Geralmente, ela gostava de estar em uma sala cheia de homens. Mas quando eram seu

irmão, dois pretendentes, e o único homem cujos beijos a tinham afetado, havia um pouco demasculinidade demais no ar para seu gosto.

- Sua irmã e eu estávamos tendo uma de nossas discussões habituais. - disse Pinter.

- Quer dizer que ela estava juntando-lhe sobre as brasas de novo. - disse Oliver.

- Acredito que as brasas eram mútuas neste momento. - disse ela suavemente.

Oliver bufou. Ela podia sentir o olhar do visconde sobre ela, e o duque parecia estar

observando a ela e o Sr. Pinter. Era muito perturbador.

- Então você está investigando a morte dos pais dos Sharpes, não é? - o duque

 perguntou ao Sr. Pinter em tom de conversa.

Quando Célia gemeu, Oliver virou o olhar para ela.

- Você disse a ele sobre isso?

Ontem à noite, ela estava tão preocupada que o Sr. Pinter pudesse dizer ao duque seu

 papel na investigação de seus pretendentes que ela deixou escapar algo que a família vinha

mantendo bastante sigiloso até agora.

- Eu temo que fui eu quem lhe disse, Vossa Senhoria. - disse Pinter - Eu achava que

ele sabia disso, dada a sua amizade com seu irmão.

Ela ficou chocada que o Sr. Pinter mentisse para Oliver para poupá-la do

constrangimento. Especialmente desde que ele dependia de Oliver para parte de seu sustento.

Os olhos do Sr. Pinter encontraram os dela, um leve sorriso em seus lábios.

- Desculpe, meu velho. - disse o duque, seu olhar curioso sobre ela e o Sr. Pinter -

 Ninguém disse que era um segredo. - ele lançou um olhar velado ao visconde - Eu não deveria

ter tocado no assunto.

Parecendo confuso, lorde Basto inclinou-se para sussurrar.

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- Eu tinha ouvido falar que sua mãe atirou no seu pai como um acidente e, em seguida,

atirou em si mesma. Não é assim?- É... complicado. - ela murmurou, consciente do olhar severo de Oliver sobre eles.

- Eu vejo que o gato está fora do saco. - Oliver resmungou - Só para você saber, o Sr.

Pinter está aqui para explorar a possibilidade de que os nossos pais foram assassinados. Se os

senhores não se importam, preferimos que a informação não se espalhe.

- Que tipo de informação? - disse uma voz bem disposta da porta.

Lorde Devonmont. E ele tinha Gabe com ele.

- Deus do céu. - disse Célia - O que estão fazendo todos vocês, homens, de pé tãocedo?

Gabe riu.

- Nós vamos caçar, é claro. Bem, exceto por Jarret. Ele tem que estar na cervejaria. -

ele olhou para o visconde - Você vem com a gente, Basto, não vem?

- Eu ficaria muito contente.

- Falando de tiro, minha senhora, - disse Pinter enquanto dava a volta na mesa - eu dei

uma olhada em sua pistola como você pediu. Tudo parece estar em ordem.

Removendo-a do bolso do casaco, ele entregou a ela, uma pitada de humor em seu

olhar. Enquanto vários pares de olhos masculinos se fixaram nela, ela enrubesceu. Para

ocultar seu embaraço, fez um grande show de examinar sua arma. Ele limpou bem, o que, ela

admitiu a contragosto, foi bastante simpático da parte dele.

- Que arma inteligente. - disse o visconde e estendeu a mão para ela - Posso?

Ela entregou-lhe a pistola.

- Como é pequena. - exclamou.

- É uma pistola de bolso de senhoras. - ela disse enquanto ele a examinou.

Oliver franziu o cenho para ela.

- Quando você adquiriu uma pistola de bolso, Célia?

- Há pouco tempo atrás. - disse ela alegremente.

Gabe sorriu.

- Você pode não saber disso, Basto, mas minha irmã é algo como uma atiradora de

elite. Eu ouso dizer que ela tem uma coleção de armas maior do que Oliver.

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- Não deve ser maior. - disse ela - Melhor, talvez, mas eu sou exigente com minhas

armas de fogo.- Ela venceu todos nós em algum momento ou outro em tiro ao alvo. - o duque disse

secamente - A senhora provavelmente poderia bater uma mosca a cinquenta passos.

- Não seja tolo. - disse ela com um sorriso - Um besouro, talvez, mas não uma mosca.

- No momento em que as palavras saíram de sua boca, ela poderia ter chutado a si mesma. As

damas não se orgulhavam de sua pontaria, não se quisessem prender maridos.

- Você deve vir atirar conosco. - disse Oliver - Por que não?

A última coisa que ela precisava era de vencer seus pretendentes em tiro ao alvo. Ovisconde, em particular, iria levar aquilo muito mal. Ela suspeitava que os homens

 portugueses preferiam que suas mulheres fossem flores frágeis.

- Não, obrigado. - disse ela - Tiro ao alvo é uma coisa, mas eu não gosto de caçar aves.

- Fique à vontade. - disse Gabe, claramente feliz por fazer um passeio só para

cavalheiros, já que ele sabia perfeitamente bem que a caça de aves não a incomodava.

- Vinde então, Lady Célia; - disse Lorde Devonmont - Você estava comendo perdizes

no jantar da noite passada. Como você pode discutir sobre caça de aves?

- Se ela não quiser ir, deixe-a ficar. - Gabe declarou.

- Ela não pássaros ela tem uma objeção em atirar em pássaros. - disse Pinter em tom

de insulto - Sua senhoria simplesmente não pode acertar um alvo em movimento.

Ela engoliu uma réplica ardorosa. Não assustar os pretendentes.

- Isso é ridículo, Pinter. - disse Gabe - Eu vi Célia... ow! Que diabo, Oliver? Você

 pisou no meu pé!

- Desculpe, meu velho, você estava no caminho. - Oliver disse enquanto ia até a mesa

- Eu acho que Pinter está certo, no entanto. Célia não pode acertar um alvo em movimento.

- Oh, pelo amor de Deus. - ela protestou - Eu certamente  posso acertar um alvo em

movimento! Só porque escolhi não atirar nos pobres pássaros indefesos...

- Conveniente, não é, sua súbita aversão a atirar em “ pobres aves indefesas”? - disse

Pinter com um olhar presunçoso para lorde Devonmont.

- Conveniente, de fato. - lorde Devonmont concordou - Mas não é surpreendente. As

mulheres não têm a mesma capacidade de seguir um pássaro em voo que um homem...

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- Isso é um absurdo, e você sabe disso! - Célia saltou para seus pés - Eu posso acertar

um pombo ou uma perdiz na asa, bem como qualquer homem aqui.- Soa como um desafio para mim. - disse Oliver - O que você acha, Pinter?

- Definitivamente um desafio, senhor. –  o Sr. Pinter estava olhando para ela com o que

 parecia satisfação.

Maldição, havia sido esse seu propósito –  incitá-la para isso?

Oh, o que isso importa? Ela não podia deixar passar sua provocação ou a de

Devonmont.

- Tudo bem. Vou me juntar aos senhores para a caça.- Então eu proponho que quem abater a maioria dos pássaros beija a dama.  –   lorde

Devonmont disse com um brilho nos olhos.

- Isso não é um grande prêmio para mim. - Gabe resmungou.

Ela colocou as mãos nos quadris.

- E se eu abater o maior número de pássaros?

- Então você atira em quem quiser. –  o Sr. Pinter disse arrastadamente.

Enquanto os outros riram, Célia olhou para ele. Ele estava certamente se divertindo, o

desgraçado.

- Eu teria cuidado se fosse você, Sr. Pinter. Essa pessoa provavelmente seria você.

- Oho, homem, você realmente a tem enraivecida neste momento. - exclamou Gabe -

O que diabos você fez?

O olhar de Sr. Pinter encontrou o dela, brilhando com uma diversão diabólica.

- Eu confisquei sua pistola.

Enquanto Gabe suspirava, Oliver balançou a cabeça.

- Você vai aprender em breve a nunca tirar uma das armas de Célia. Não, se você quer

viver.

- Eu não sou tão ruim assim. - Célia resmungou quando o duque e o visconde olharam-

na com uma pontada de alarme, embora o sorriso de lorde Devonmont se ampliou - Eu nunca

atirei em uma pessoa em minha vida.

- Há sempre uma primeira vez. - Gabe brincou.

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- Oh, pelo amor de Deus. - ela olhou-os todos resolutamente - Eu prometo não atirar

em qualquer um de vocês. Que tal isso? Se eu ganhar, os senhores me devem uma arma. Entreos vocês cinco, tenho certeza que podem pagar uma decente.

- Cinco? - disse Pinter - Não tenho uma parte neste pequeno jogo?

Ela olhou para baixo.

- Eu pensei que você tinha certos deveres para atender. - ele deveria estar investigando

seus pretendentes.

- Todos os deveres que ele tem comigo podem esperar, Célia. - disse Oliver - Venha

conosco, Pinter. Eu quero ver o quão bem você lida com uma espingarda de caça.O Sr. Pinter sorriu para ela.

- Eu ficaria honrado, meu senhor. Enquanto sua senhoria não se importe.

É claro que ela se importava. Mas, se ela tentasse barrá-lo, diriam que ela estava com

medo ele a vencesse.

- Nem um pouco. - disse ela - Basta estar preparado para contribuir com a sua parte

 para o meu rifle.

Mas enquanto se dirigia para a porta, não era o rifle que a estava preocupado. Era

aquele maldito beijo. Porque se ele ganhasse...

Bem, ela só tinha que se certificar que ele não o fizesse.

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Capítulo Oito

Mirando enquanto a perdiz voava mais alto, Jackson disparou, derrubando outra.

Moveu-se para a frente com os outros enquanto os cães saíam correndo para pegar os

 pássaros. Os seis homens e Célia estavam espalhados em uma linha que atravessava o campo

de modo que cada uma das suas mortes seriam claramente delineadas, mas isso tornava difícil

manter o controle de quantos os outros tinham abatido.Os cães galoparam de volta para lançar os pássaros aos pés de Stoneville. Desde que

Jackson não tinha cães, sua senhoria tinha corajosamente abandonado o uso deles em seu

favor. Aparentemente, Stoneville pretendia se divertir exclusivamente observando Jackson

superar Célia. 

Jackson não estava inteiramente certo do porquê, mas tampouco se importava. Ele só

se preocupava em certificar-se de atirar bem o suficiente para bater os três pretendentes de

Célia, para impedi-los de ganhar o beijo.

 Assim, você pode ganhá-lo você mesmo.

Ele fez uma careta enquanto paravam em seu novo local para recarregar. Bobagem.

Mas se acontecesse de ganhá-lo, ele iria tratá-la como a dama que ela era. Devonmont era

exatamente o tipo de sujeito brincalhão para ser insolente com ela na frente de todos. Lyons já

tinha tido um gosto de seus lábios, motivo pelo qual poderia muito bem pensar em fazer com

que seu segundo gosto fosse mais íntimo. E Basto, que já tinha uma predileção por segurar a

mão dela, maldito diabo insolente...

Jackson praguejou sob sua respiração. Ele estava agindo como um idiota ciumento.

Tudo bem, então ele estava com ciúmes, mas uma coisa não tinha nada a ver com outra. Ele

apenas queria impedir Célia de cometer um enorme erro.

Quando ela tentou escapar da caçada, Jackson percebeu que ela estava falando sério

sobre a escolha de um desses idiotas como um marido. Claramente, ela pensava que se

fingisse ser alguma senhorita insossa, ajudaria suas chances.

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Então, ele se certificou de que ela não fizesse tal coisa. Se eles fossem dignos dela,

teriam que ser dignos da verdadeira Célia, não alguém que ela fingisse ser. Pessoalmente,considerava-os todos tolos por não ver que ela estava representando um ato.

E ela não podia ver que um casamento construído sobre essas enganações iria falhar?

 Não, ela estava muito cega por sua determinação em provar que sua avó estava errada

sobre ela. Bem, ele não podia deixá-la tropeçar em algum envolvimento idiota com lordes que

não a mereciam. Especialmente depois do que tinha descoberto sobre eles.

- Vejo que você está acostumado a caçar perdizes, sr. Pinter. - Lyons comentou

enquanto ele, também, recarregava.- Meu tio me levou para caçar algumas vezes. - respondeu Jackson.

Os batedores espantaram as perdizes. Enquanto as aves subiam, ele e os outros

atiraram. Ele acertou outra perdiz.

Eles foram se acumulando. Para a competição, Stoneville tinha designado um limite de

tempo de duas horas. Jackson não tinha certeza de quanto tempo tinha passado, mas

adivinhava a partir da posição do sol que o fim da primeira hora estava chegando.

Assumindo que ele manteria o que abatesse, sua tia estaria em êxtase sobre a

abundância de aves de caça para a sua mesa.

- Seria seu tio William Norris, o magistrado? - Stoneville perguntou a Jackson quando

todos eles se adiantavam novamente.

- Sim. Seus amigos gostavam de caçar. Às vezes, eu ia junto.

- E eu que pensei que você só disparava contra pessoas. - Célia comentou do outro

lado dele.

- Eu raramente preciso atirar no exercício das minhas funções. Mas eu tenho que usar

minha pistola ocasionalmente. - ele lançou um olhar para ela - Ao contrário de você, minha

senhora, eu não carrego a minha para exibição.

Suas bochechas enrubesceram, mas ela apenas fungou e parou para recarregar

novamente. Assim como ele.

Ele provavelmente devia parar de atormentá-la sobre sua maldita pistola de bolso, mas

isso ainda o perturbava. Com pólvora ou não, tal arma poderia facilmente provocar um

homem a atacá-la.

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Ainda assim, Jackson admitiu que provavelmente não teria esse efeito neste grupo.

Eles não pareciam ser do tipo valentão, apenas do tipo seduzir-uma-mulher-até-sua-cama.Como por suas habilidades de tiro, Lyons era um bom atirador, mas Devonmont não parecia

levar o esporte a sério. Basto foi a grande surpresa. Era evidente que ele tinha alguma

experiência com armas. Ele era hábil em sua carga e um atirador decente, também. Mas não

era particularmente rápido. Ele ficava lançando olhares para Célia que eram cheios de anseio

e talvez desejo.

Jackson não gostou nem um pouco. Quando entregasse-lhe o seu relatório, ele

enfatizaria a inadequação absoluta do visconde como um pretendente. De Devonmonttambém.

A inadequação de Lyons era mais obscura. Mas Jackson ainda poderia fazer um caso

contra o homem, e ele tinha toda a intenção de fazê-lo, assim que pudesse ficar sozinho com

ela. De preferência em uma área pública onde o que aconteceu entre eles na noite passada não

 poderia ocorrer novamente.

 Mentiroso. Você quer beijá-la tanto que você pode sentir o gosto.

Era uma maravilha que ele pudesse atirar em linha reta com ela de pé tão perto. Ela

tinha se vestido para atrair novamente hoje, desta vez em um traje de montaria pesado da cor

da floresta. Ele tornava seus olhos castanhos apenas verde o suficiente para lembrá-lo que ela

era uma Sharpe, com os mesmos olhos que a maioria deles. A alfaiataria cara de seu traje de

lã, um cruzamento entre um vestido e um casaco, lembrou-lhe que ela era uma dama e uma

herdeira, especialmente desde que ela se absteve de vestir seu avental de costume.

Ele nunca a tinha visto atirando e tinha assumido que seu talento devia ser exagerado.

 Não era. Ele não tinha sido capaz de manter o controle de seus acertos enquanto se

concentrava em seus próprios alvos, mas estava bastante certo que o número chegava perto do

seu. Ele observou sua concentração, o cuidado que ela tinha em mirar, o jeito que ela

compensava o vento e outras variáveis. Ele nunca tinha conhecido outra mulher como ela. Ela

era magnífica.

- Ouçam, rapazes. - Devonmont chamou - Eu estou congelando aqui. Poderíamos

tomar alguns momentos para aquecer nosso sangue com um pouco de bebida?

- Vá em frente. - disse Célia maliciosamente - Eu só vou continuar atirando.

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- Isso não é maneira de tratar os nossos convidados, mana. - Stoneville repreendeu -

 Nós provavelmente deveríamos ir para o campo leste de qualquer maneira, isso é apenas paranos divertirmos. Senhores e senhora, larguem suas armas e vamos ter algum refresco. Temos

vinho e cerveja, e Cook enviou algumas coisas finas no caso de ficarmos com fome, também.

Os cavalheiros pareciam felizes por descansar, mas Célia parecia descontente. Jackson

escondeu um sorriso. Alguém poderia pensar que ela saltaria com a oportunidade de flertar

com seus pretendentes, mas ela estava focada apenas em vencer. Gostava disso sobre ela.

Os lacaios arrumaram rapidamente uma mesa com pratos de pão, manteiga, queijo e

 bolo. Mas foram as canecas de estanho de cerveja que Jackson acolheu, precisando de algumacoisa para aquecer seu sangue. O clima estava frio, e ele notou Célia tremendo, mesmo em

seu traje de lã, embora ela mesma não parecesse notar aquilo. Ela estava preocupada com os

servos que estavam contando os pássaros nos sacos para dar-lhes um relatório de quem estava

à frente no tiroteio.

Jackson serviu-lhe uma caneca de cerveja e se aproximou para entregá-la a ela.

- Beba isso, minha senhora. Vai aquecê-la.

- Obrigada. - murmurou ela pegando a caneca.

Seus dedos roçaram os dela, e seu olhar subiu ao encontro do dele. Por um longo

momento eles olharam um para o outro, e ele se lembrou de quão suave sua boca tinha sido

ontem à noite, quão doce era o cheiro dela enquanto ele a apoiava contra aquela parede e...

- Lady Célia, aceita um pouco de bolo de limão? - Basto perguntou com uma voz dura

que era muito possessiva.

Ela saltou como se pega em um ato desobediente. Colando um sorriso ao seu rosto, ela

caminhou até o visconde.

- Eu adoraria, obrigada. - disse ela sem olhar para trás para Jackson.

Enquanto isso, ele não conseguia tirar os olhos dela. Como ela podia até mesmo

tolerar esse asno, muito menos dar as boas-vindas a sua atenção? Toda palavra que saía da

 boca do sujeito era motivada por um desejo de ganhar a sua fortuna.

Mas ela não sabia disso ainda.

- Então, Gabe, - o duque disse enquanto se servia de um pouco de vinho - após esta

disputa, você deveria experimentar a minha nova arma Manton com detonador espoleta.

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- Obrigado, meu velho, mas Célia tem uma há um par de meses. Estivemos

experimentando-a regularmente –  Eu acredito que ela a está usando hoje. É uma arma muito boa, não é, mana?

O duque franziu a testa.

- Manton me disse que eu era um dos primeiros a tê-la.

- Um dos primeiros. - enfatizou Jackson - Parece que lady Célia foi a primeira.

Ela lançou-lhe um olhar de advertência. Ele ignorou.

- O que o Sr. Pinter quis dizer, - disse ela suavemente - foi que o Sr. Manton,

 provavelmente, diz isso a todos os seus clientes.- Isso não é o que eu quis dizer, minha senhora. - respondeu Jackson, exageradamente

irritado - Eu disse que eu quis dizer, e agradeceria por não colocar palavras na minha boca.

- Eu agradeceria por não me provoc... - ela deteve-se, lançando um olhar furtivo para

seus pretendentes escutando - Perdoe-me, senhor. Eu não estava tentando “colocar  palavras

em sua boca”.

- É claro que você estava. - ele estava mais do que disposto a atiçar seu temperamento

se isso a levasse a mostrar seu verdadeiro eu - É por isso que você falou como se pudesse ler

meus pensamentos. O que nós dois sabemos que você não pode. - se pudesse, ela saberia que

agora ele não queria nada mais do que a arrastá-la longe destes malditos lordes e beijar cada

centímetro de seu.

- Eu digo, Pinter, - Gabe interviu - você está muito argumentativo hoje.

- A palavra que você está procurando é “espinhoso”, disse Célia, um brilho militante

em seu olho –  O sr. Pinter não gosta de ter uma simples mulher falando por ele.

Isso provocou o seu temperamento.

- Eu não gosto de ter ninguém, homem ou mulher, falando por mim. Ouso dizer que

você sente a mesma coisa.

Ela corou, mas não se afastou, seus olhos o fuzilando.

- Entrementes, - Devonmont se intrometeu - eu nunca ouvi falar de uma espoleta.

Alguém poderia esclarecer-me?

Célia rasgou seu olhar de Jackson.

- Como você pode não ter ouvido falar disso? Todos estão falando sobre isso!

- Sério? - Devonmont parecia divertido - Eu preciso sair mais na sociedade.

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- Na verdade, você devia. - disse Célia resolutamente - Apenas na semana passada, no

evento dos Knightons, lorde Templemore me disse que Manton agora se recusa a fazerflintlocks a não ser por pedido especial. É impressionante!

- Impressionante, de fato. - Devonmont disse com um brilho de humor em seus olhos -

Então, novamente, o que é espoleta?

- Oh, não há esperança para você. - ela soltou um suspiro exasperado - Não posso

acreditar que você saiba tão pouco sobre armas de fogo.

- Eu não posso acreditar que você saiba tanto. - Devonmont rebateu - Nunca vi uma

mulher tão interessada em armas como você. É um pouco assustador.- É mesmo, não é? - Jackson observou –  Melhor se cuidar, Devonmont. Sua senhoria é

suscetível a atirar primeiro e perguntar depois, se ela achar que você está fazendo alguma

coisa que ela não aprova.

- Eu posso apenas tomar cuidado com meu coração, Pinter. - Devonmont piscou para

Célia - Então, novamente, há algumas coisas pelas quais vale a pena arriscar a vida.

Célia pareceu assustada, então lançou a Jackson um sorriso presunçoso. Com um

suspiro, ele bebeu mais cerveja. Devonmont estava realmente começando a irritá-lo. Todos

eles estavam.

- Então, lorde Devonmont, - disse Célia, virando as costas para Jackson - você gostaria

que eu lhe mostrasse a diferença entre uma arma de espoleta e uma pederneira?

- Certamente. - Devonmont respondeu - Embora eu não posso prometer que me

lembrarei de nada depois, me desculpe.

Isso era todo o convite que ela necessitava. Pegando sua nova arma, ela lançou-se

numa descrição animada que deixaria um armeiro orgulhoso.

Quando diabos ela tinha aprendido tanto sobre o assunto? E por que uma mulher que

havia sido criada acreditando que sua mãe tinha disparado e matado seu pai, não só aprendeu

a atirar, mas adorava atirar? Ela já tinha visto alguém morto com uma arma? Ou o processo

de apontar e disparar era apenas algo mecânico para ela?

Ele não entendia aquele lado dela de modo algum. E de alguma forma ele achava que

se pudesse entender, ele iria encontrar a chave para quem ela era.

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Em seguida, ele passou a olhar para o visconde, e seu sangue se acalmou. Os olhos do

visconde seguiam todos os passos de Célia, e seu dedo manteve acariciando sua taça como sequisesse acariciar alguma parte dela.

Jackson rangeu os dentes. De jeito nenhum ele deixaria aquele maldito estrangeiro  –  

ou Devonmont, ou mesmo o duque –  acariciar qualquer parte dela.

- Será que vamos ficar o dia todo discutindo que armas são mais eficazes para matar, -

ele retrucou - ou estamos realmente indo matar alguma coisa?

Gabe trocou um olhar com sua irmã.

- Você está certa. “Espinhoso” é a palavra.- Sr. Pinter está, provavelmente, apenas ansioso para ganhar o seu beijo. - Stoneville

comentou - E, dada a forma como os números estão agora, ele pode muito bem fazê-lo.

Todos eles giraram para olhar para sua senhoria.

Stoneville riu.

- Devonmont matou um patético número de oito pares de pássaros, Gabe um

respeitável quinze, Basto um impressionante dezessete e meio, Lyons um ainda mais

impressionante dezenove, e Pinter um surpreendente vinte. Minha irmã está empatada com ele

em vinte pares.

- Boa demonstração, Pinter! - disse Gabe amigavelmente - Você tem que vencê-la de

modo que nenhum de nós tem que pagar por um maldito rifle.

- Agora aqui, Gabe, - o duque interrompeu irritado - Eu tenho tanta chance de vencê-la

quanto Pinter. Estou atrás apenas por um par.

- Eu não me importo quem a vença. - disse Gabe - Apenas certifique-se de que um de

vocês o faça, no caso de eu não conseguir. Ela vai escolher a arma mais cara na loja de

Manton.

- Você é tão sovina, Gabe. - Célia brincou enquanto eles caminhavam de volta sobre o

campo, em direção ao extremo leste da propriedade.

- Isso é porque eu preciso de cada guinéu que eu tenho, no caso de você não se casar.

O lorde poderia ter feito o comentário como uma piada, mas era evidente que Célia

não o tomou dessa forma. Quando o sangue drenou de seu rosto, Jackson sentiu uma pontada

de simpatia. Ele podia entender por que ela queria mostrar a sua família que ela poderia

encontrar um marido decente. Mas decente era a palavra de ordem.

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- Oh, eu diria que lady Célia vai se casar mais cedo do que você pensa. - o duque

comentou. Quando ele deslizou um olhar de cumplicidade para Célia e ela sorriu de leve,Jackson sentiu coração desabar.

O duque tinha seriamente seu olho nela. E, aparentemente, ela sabia disso.

Maldição.

Ao pararem, Jackson começou a carregar a arma com movimentos rápidos e eficientes.

Esse maldito duque poderia olhar tudo o que ele quisesse, mas ele não estava se casando com

Célia.

 Nem mesmo recebendo outra chance de beijá-la. Não se Jackson tinha algo a dizersobre isso.

Célia acertou outro pássaro. Ela não gostava de caçar, mas o desafio de um alvo em

movimento a atraía. Infelizmente, ela não devia estar à altura do desafio. Ela devia deixar um

dos cavalheiros ganhar sua pequena aposta e roubar um beijo. Isso iria ajudá-la a fazer muito

mais do que vencê-los.

Mas e se o Sr. Pinter ganhasse? E se ele a beijasse como fizera na noite passada? Seria

exatamente o tipo de coisa que ele faria, afastar seus pretendentes, fazendo parecer que ela

tinha interesse em outro lugar. Que talvez ele tivesse interesse nela, também.

Talvez ele tivesse.

Ela bufou. O único interesse que ele tinha era em arruinar sua vida. Ele ainda não

havia relatado a ela sobre seus pretendentes. Ele preferia estar aqui, tentando perturbar todos

os seus planos, do que fazendo o seu trabalho.

Ele atirava bem, apesar de tudo. Ela lhe concederia isso. O homem sabia manejar uma

arma de fogo.

- Então, minha querida, - disse o duque a partir da posição que ele tinha tomado a seu

lado depois que eles tiveram sua pausa - você parece ter dominado a pistola de percussão

muito bem.

Ela debateu como responder enquanto eles caminhavam para a frente. Ser cuidadosa

com o orgulho de um homem era mais difícil do que ela esperava.

- Não tão bem quanto eu gostaria. Há menos atraso no disparo, então você tem que

apontar de forma diferente, e às vezes eu esqueço. E você?

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- O mesmo, embora eu nunca poderia tê-la manejado tão bem se eu a tivesse usado

hoje. Vou ter que parar de ir e voltar entre ela e a pederneira. Mas eu preciso de mais tempo para praticar antes de começar a usar a arma percussão exclusivamente.

- Preciso de mais prática também. - disse ela.

- Talvez pudéssemos praticar juntos em Marsbury House em algum momento. - disse

ele.

- Eu desfrutaria disso. - ela ignorou a vozinha lhe dizendo que incentivar o carinho do

duque estava errado quando ela não tinha certeza se queria casar com ele.

- Sim, lady Célia sempre gosta de ensinar um homem como usar sua arma.  –   o sr.Pinter comentou - Você não poderia pedir um tutor melhor, excelência.

Quando o duque se enrijeceu compreensivelmente, ela olhou para o Sr. Pinter.

- Sua Graça não precisa de tutoria. Ele atira muito bem. E consegue permanecer

civilizado, ao mesmo tempo, o que é mais do que eu posso dizer de você, senhor.

Por que o Sr. Pinter era tão difícil? Já era ruim o suficiente que ele a tivesse incitado a

esta competição, tinha também que fazer seus pretendentes se ressentirem dela? Até agora,

eles tinham tomado a sua participação nesta competição sem problemas, mas se ele

continuasse a provocá-los...

O sr. Pinter fez uma careta quando todos pararam para recarregar.

- Civilidade é para vocês aristocratas. - sua voz era mal-humorada - Nós, meros

mortais não vemos sentido nisso.

- Então, é um milagre que alguém já o contratou para fazer qualquer coisa. - ela

respondeu - Civilidade é a base de uma sociedade educada, não importa qual o status de um

homem.

- Eu pensei que o dinheiro era o alicerce. - ele respondeu - Por que mais o ultimato de

sua avó fez todos vocês correrem na tentativa de encontrar cônjuges?

Foi uma coisa desagradável a dizer e ele sabia disso, pois ele lançou-lhe um olhar

 beligerante assim que as palavras saíram de sua boca.

- Eu não sei por que você devia reclamar sobre isso. - disse ela maliciosamente -

 Nossa situação proporcionou-lhe completamente uma boa chance para engordar seus próprios

 bolsos.

- Célia, - Oliver disse em voz baixa - recolha suas garras.

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- Por quê? Ele está sendo rude.

Os batedores espantaram as perdizes. O sr. Pinter derrubou outro pássaro, um músculo pulsando em sua mandíbula enquanto eles todos atiravam.

- Eu imploro seu perdão, minha senhora. Às vezes, minha língua foge ao meu bom

senso.

- Tenho notado. - ela pegou os cavalheiros observando-os com interesse e forçou um

sorriso - Mas desde que você é bom o suficiente para pedir desculpas, vamos esquecer o

assunto, não é?

Com um aceno de cabeça esticado, ele reconheceu o seu pedido de uma trégua.Depois disso, ambos se concentraram em atirar. Ela estava determinada a vencê-lo, e

ele parecia igualmente determinado a vencer os outros cavalheiros. Ela tentou não pensar

sobre o porquê, mas a possibilidade de outro beijo dele a deixava nervosa e animada.

Enquanto o fim da segunda hora de tiro se aproximava, as mãos ficaram úmidas.

Enquanto ela e os outros continuavam atirando, Oliver pediu a contagem a partir do guarda-

caça. Ela e sr. Pinter ainda estavam nuca e pescoço, e o duque havia caído atrás deles por mais

um.

Ela ouviu uma maldição do sr. Pinter e olhou em sua direção.

- O que está errado?

- Apenas uma falha de ignição, minha senhora. - disse laconicamente - Acredito que

 preciso de uma nova arma.

Será que ela deveria ir em frente? Os outros foram, por isso ela devia, também, no

entanto, parecia de alguma forma injusto tirar proveito de algo que não tinha nada a ver com a

sua capacidade de atirar. Os servos se apressaram a fornecer-lhe uma nova pederneira, mas

ele já tinha perdido terreno.

Quando Oliver pediu tempo, alguns momentos depois, ela tinha vencido todos eles.

Mas ela tinha vencido o sr. Pinter por apenas um pássaro.

- Parece, lady Célia, que você ganhou uma nova arma. - disse o duque graciosamente.

- Não. - respondeu ela. Todos olharam para ela - Não parece esportivo vencer um

desafio só porque um dos meus adversários tinha uma arma de fogo com defeito. Que nós

fornecemos a ele, diga-se de passagem.

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- Não se preocupe.  –   o sr. Pinter disse arrastado - Eu não vou segurar a arma

defeituosa contra você e seus irmãos.- Esse não é o ponto. Deveria ser justo, e não foi.

- Então, vamos seguir em frente, - disse Oliver - e deixar que os servos espantem as

aves novamente. Pinter pode dar mais um tiro. Isso é provavelmente tudo o que a falha de

ignição lhe causou de atraso. Se ele errar, então você ganhou. Se ele acertar o alvo, então é

um empate, e nós vamos decidir sobre um desempate.

- Isso parece justo. - ela olhou para o Sr. Pinter - O que você diz, senhor?

- O que quer que minha senhora deseje. - Seus olhos se encontraram em um olharcaloroso.

Tinha a sensação perturbadora de que ele se referia a mais do que apenas o tiro ao

alvo.

- Bem, então. - disse ela levemente - Vamos continuar com isso.

Os batedores se adiantaram para espantar as aves, mas seja por causa de onde tinham

 pousado ou por causa da posição dos batedores, os pássaros subiram mais longe do que era

 prático.

- Dane-se tudo. - Gabe murmurou - Ele não vai dar um tiro a partir daqui.

- Você pode ignorar este, e nós vamos tê-los liberando-os novamente. - disse Célia.

Mas o Sr. Pinter levantou a arma para seguir seu voo. Com um flash e o cheiro

 pungente de pólvora queimada, a arma disparou e fumaça branca encheu o ar. Ela viu uma

queda de aves.

 Não, não um pássaro. Ele abateu dois pássaros com um tiro impossível.

Sua respiração ficou presa em sua garganta. Ela acertou dois com um tiro algumas

vezes, devido à forma como eles se agruparam e quão bem os batedores os dispersaram, mas

 para fazê-lo a uma distância tal...

Ela olhou para ele, surpresa. Ninguém nunca tinha a tinha vencido e certamente não

com um tiro incrível.

O sr. Pinter olhou para ela de forma constante enquanto entregava a arma para um

servo.

- Parece que eu ganhei, minha senhora.

Sua boca ficou seca.

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- Parece, de fato.

Gabe piou, satisfeito por ter escapado de comprar-lhe uma arma. O duque e o viscondefizeram uma careta, enquanto Devonmont apenas pareceu divertido, como de costume.

Tudo isso desapareceu quando o olhar do sr. Pinter caiu para a sua boca.

- Bem feito, Pinter. - disse Oliver, batendo-lhe no ombro - Você, obviamente, mais do

que ganhou um beijo.

Por um momento, a fome crua brilhou em seus olhos. Em seguida, foi como se um véu

descesse sobre seu rosto, suas feições ficaram em branco. Ele aproximou-se dela, abaixou a

cabeça...E beijou-a na testa.

O rubor inundou suas bochechas. Como ele se atrevia a beijá-la na última noite como

se ela fosse uma mulher, e então tratá-la como uma criança na frente de seus pretendentes! Ou

 pior, uma mulher sob sua proteção!

- Graças a Deus que isso está feito. - disse ela com altivez, tentando manter alguma

dignidade.

Todos os homens riram, exceto o sr. Pinter, que a observava com uma expressão

fechada.

Quando os outros cavalheiros o cercaram para felicitá-lo pelo seu bom tiro, ela

tramava. Iria fazê-lo pagar por cada observação, cada embaraço de hoje, assim que tivesse a

chance de pegá-lo sozinho.

Porque ninguém a fazia de boba e se saía com isso.

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Capítulo Nove

O resto da tarde pareceu interminável para Jackson, apesar de ter sido, provavelmente,

só uma hora ou mais. Eles comeram mais, beberam mais, e os cavalheiros brincaram mais.

Célia estava dócil, o que parecia incitar seus pretendentes a flertar escandalosamente com ela.

 Não podiam ver que ela estava com raiva? Não precisava ser um investigador para perceber

os sinais.O problema era que ele não sabia o motivo de sua raiva, que parecia dirigida a ele.

Devia ser porque ele a tinha vencido. Ela definitivamente era do tipo um mau perdedor.

Se ele fizesse uma observação, ela respondia friamente, enquanto respondia aos outros

cavalheiros com um sorriso. Ele tinha assumido que depois da noite passada, ela iria tratá-lo

um pouco mais calorosamente, mas não teve essa sorte. Isso estava começando a irritá-lo.

Afinal, ela quem tinha insistido que ele atirasse novamente, era culpa dela que ele ganhou.

Teria sido o beijo que tinha acendido o seu temperamento? Não, como podia ser isso?

Ele beijou-a com infinita delicadeza.

 No momento em que o grupo se arrastou de volta através da propriedade em direção à

mansão, ele estava de mau humor. Ele não se importava com sua vitória, ou com Gabe

 batendo-lhe no ombro e louvando o seu tiro, ou com Stoneville pedindo seu conselho sobre

questões imobiliárias. Toda a sua atenção estava centrada sobre os malditos pretendentes que

iam atrás Célia como lobos famintos.

E na maldita fêmea que o atormentava com cada sorriso que ela outorgava aos outros.

Eles não mereciam seus sorrisos, e ele queria ter certeza que ela sabia disso.

A oportunidade veio mais rápido do que o esperado. Eles tinham acabado de entrar na

ala leste do jardim. O duque e o visconde estavam à frente deles, discutindo política

 portuguesa, enquanto Gabe e Devonmont andavam um pouco atrás deles para falar sobre

corridas de cavalos. Célia arrastava os pés, o que levou Jackson e Stoneville a fazer o mesmo.

Quando os outros estavam bem à frente, ela parou com um olhar de horror em seu rosto.

- Oh, Deus, acredito que deixei minha arma carregada. Eu estava tão distraída com o

sucesso do Sr. Pinter que esqueci. Devo falar com os servos sobre isso.

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Os olhos de Stoneville estreitaram sobre ela.

- Você tem certeza? Eu não posso imaginar você cometendo tal erro.- É aquela nova arma de percussão. Esqueci-me dos cartuchos; é verdadeiramente

terrível da minha parte. Os servos não vai saber como lidar com isso. - seu olhar se desviou

 para Jackson - Poderia me ajudar com isso, Sr. Pinter? Você provavelmente está melhor

familiarizado em como descarregar estas novas armas.

A referência velada ao seu comportamento na noite anterior o deixou alerta, assim

como o seu olhar de desafio.

- Certamente, minha senhora. Fico feliz em ajudar de qualquer maneira.Stoneville olhou dela para Jackson.

- Tem certeza de que você precisa de ajuda?

- Claro. E o Sr. Pinter lida com esse tipo de contratempo diariamente, dados os

recrutas que ele treina em Bow Street, então deixe-o fazer o que ele faz de melhor.

 Não era trabalho de Jackson treinar qualquer pessoa em Bow Street - havia subalternos

que faziam isso, mas uma vez que rapidamente tornou-se aparente que o “acidente” da dama

era apenas um ardil para capacitá-los a falar em particular, ele jogou junto.

- Sim, uma ocorrência comum. - ele ofereceu-lhe o braço - Eu posso lidar com isso

muito bem.

- Obrigada, Sr. Pinter. - ela disse enquanto curvava a mão na dobra do cotovelo.

Ele podia sentir os olhos de sua senhoria a observá-los enquanto se dirigiam por um

corredor diferente que levava para os alojamentos dos servos em outra ala, mas, pelo menos, o

homem não continuou protestando.

Assim que eles estavam fora de vista, ela puxou-o para baixo uma passagem apagada.

- Por aqui. Há um lugar onde podemos falar em particular. Ninguém nunca vem aqui.

Ele logo encontrou-se em uma parte isolada da mansão. O cheiro de mofo e as portas

fechadas lhe disseram que as câmaras não tinham sido abertas em algum tempo. Então ela

abriu uma porta com uma chave que ela mantinha em uma corrente em volta do pescoço e

entrou.

O aposento era claramente uma sala sem uso, uma vez que todos os móveis, salvo um

sofá e uma mesa de trabalho com livros empilhados, estavam protegidos da poeira com

coberturas de lona branca. Mas o sofá e mesa tinham sido colocados diante da lareira, e ficou

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claro a partir das cinzas da lareira que um fogo tinha sido aceso há não muito tempo atrás. A

vassoura de cabo curto nas proximidades e um cobertor de lã completavam a imagem doretiro privado de alguém.

Dela.

- Eles não lhe deram uma sala de estar grande o bastante, minha senhora? - ele

 perguntou enquanto ela se inclinava para colocar um pouco de carvão na lareira, e depois

usava uma pedra e alguns gravetos para acender o fogo.

Ela o olhou por baixo de cílios rebaixados.

- Você não tem idéia do que como é estar cercado por uma família como a minha.Temos espaço suficiente para uma centena de convidados, mas todo mundo parece

determinado a permanecer nos mesmos dez aposentos. Minha família não sabe o significado

de privacidade.

Endireitando-se, ela virou-se para encará-lo.

- Às vezes eu só quero ficar longe de todos eles. Especialmente nos últimos tempos,

com Gran respirando no meu pescoço sobre casamento. Às vezes eu vou atirar, e às vezes... -

ela encolheu os ombros.

- Você vem aqui para se esconder.

Seus olhos brilharam para ele.

- Escapar. Não é a mesma coisa.

Ele foi até a mesa e pegou um livro, depois sorriu para o título:  Munição: Um Tratado

 Descritivo. Ele passou pelos outros  –   Instruções aos jovens desportistas em tudo o que se

relaciona às armas e tiro ao alvo, O compêndio do atirador ... e por incrível que pareça, um

livro chamado Emma.

Quando aquilo o fez erguer um olhar questionador em sua direção, ela enrubesceu.

- Não conte a Minerva sobre isso. Ela não vai ficar feliz em saber que estou lendo um

romance de uma mulher que ela considera sua concorrente, mesmo que a autora esteja morta.

- Eu nem sonharia em mencioná-lo. Embora esteja surpreso por você ler romances.

- Eu tenho outros interesses além de armas, você sabe.

- Eu nunca disse o contrário.

- Mas você me acha uma completa moleca. Admita-o.

Ele mediu suas palavras.

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- Eu acho que você é uma mulher com alguns interesses incomuns que vem a ser

semelhantes aos de alguns homens. Esses interesses, no entanto, não a tornam uma moleca. Nenhuma moleca iria atiçar seu sangue do jeito que ela fazia agora em seu traje

elegante, apesar das manchas negras de pólvora ao longo de suas mangas e a lama seca ao

longo de sua bainha. E nenhuma moleca iria mantê-lo acordado ontem à noite imaginando

como seria levantar a saia para que ele pudesse passar as mãos ao longo das faixas pálidas de

coxa que estavam acima de suas ligas.

- E contudo, - disse ela com voz rouca - você me beijou como se eu fosse alguma

 pirralha sob a sua proteção. Deus o livre de me tratar como uma mulher desejável na frentedos meus pretendentes. Poderia dar-lhes ideias.

Ele olhou para ela, atordoado. Ela estava com raiva porque ele tinha concedido a ela o

respeito que ela merecia?

- Perdoe-me, minha senhora. - disse acidamente - Eu não achei que você quisesse que

eu a jogasse de costas na grama e a violentasse. Vejo que estava enganado.

Duas manchas de rubor apareceram em seu rosto.

- Há uma grande distância entre me violentar e me tratar como uma criança. Os

cavalheiros esperavam que você me beijasse nos lábios, como eles teriam feito. Você ganhou

um tal beijo, depois de tudo. Quando você não o tomou, tenho certeza que eles pensaram que

era porque eu era de alguma forma... pouco atraente para você. E isso apenas fere a minha

causa.

Sua causa, que era ser prometida a um desses asnos. A raiva ferveu nele.

- Deixe-me ver se eu entendi corretamente. Você queria que eu a beijasse com algum

grau de paixão para que seus pretendentes ficassem convencidos de sua conveniência como

uma mulher. Está certo?

Ela lançou-lhe um olhar ressentido, depois assentiu.

Ele se aproximou, incapaz de conter seu temperamento.

- Não é o suficiente para você que já estejam latindo em seus calcanhares como cães

apaixonados? Que estejam segurando sua mão na mesa do café da manhã e convidando-a para

sessões de treinos tête-à-tête em suas propriedades?

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- Que bem isso me traz quando você tenta afastar suas afeições de mim a todo

momento? Você me provocou a aceitar esse desafio de tiro porque você queria que eu osassustasse com o meu entusiasmo por armas. Admita-o.

Tudo bem, então isso era verdade. Mas ele tinha boas razões para isso.

- Eu queria que eles vissem você por quem você realmente é, e não a mulher que você

continua fingindo ser.

- Fingindo ser? - ela disse com a voz embargada - E quem é essa? Uma dama digna de

casamento? Você queria me expor como alguma... aventureira ou um homem em traje de

mulher ou... oh, eu não sei o quê.- Não! - protestou ele, de repente, completamente confuso com seu argumento.

- Você sabe o quê, Sr. Pinter? Desde que fizemos o nosso acordo, você fez apenas

 piorar as coisas, por algum motivo nefasto de seu próprio interesse. - ela colocou as mãos nos

quadris e deu-lhe um olhar de desafio puro - Então eu o demito. Já não necessito de seus

serviços. - com a cabeça erguida, ela caminhou para a porta.

Inferno e chamas, ele não iria deixá-la fazer isso! Não quando ele sabia o que estava

em jogo.

- Você não quer ouvir o meu relatório? - ele gritou atrás dela.

Ela parou perto da porta.

- Eu não acredito que você já tem um relatório.

- Eu certamente tenho, um muito aprofundado. Eu só estou esperando minha tia

transcrever meus garranchos em algo decifrável. Dê-me um dia, e eu posso oferecer-lhe

nomes, endereços e datas, o que você precisar.

- Um dia? Apenas outra desculpa para me afastar para que você possa causar mais

estragos. - ela se dirigiu para a porta, e ele correu para pegá-la pelo braço e arrastá-la para

encará-lo.

Ele ignorou o olhar fulminante que ela lhe lançou.

- O visconde é 22 anos mais velho que você. - disse ele sem rodeios.

Seus olhos se arregalaram.

- Você está inventando isso.

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ARE - 103 

- Ele está muito bem para idade, eu vou conceder-lhe isso, mas ainda é quase o dobro

da sua idade. Como muitos sujeitos vaidosos do Continente, ele tinge seu cabelo e barba  –  razão pela qual parece mais jovem do que você pensa.

Isso pareceu sacudi-la momentaneamente. Em seguida, ela enrijeceu.

- Tudo bem, então ele é um homem mais velho. Isso não significa que ele não daria

um bom marido.

- Ele é um espertalhão envelhecendo, com uma irmã inválida. As vantagens em jogo

são todas dele. Você certamente acabaria tendo que cuidar de ambos. É provavelmente por

isso que ele quer casar com você.- Você não pode ter certeza disso.

- Não? Ele já está escolhendo não ficar aqui para a festa em casa durante a noite por

causa de sua irmã. Isso me diz que ele precisa de ajuda, não pode depender de servos.

Seus olhos encontraram os dele, ardentes com ressentimento.

- Porque é difícil encontrar aqueles que falam português.

Ele bufou.

- Eu descobri esta informação de seus servos  portugueses. Eles também me disseram

que sua pródiga renda é uma fachada. Ele está ficando sem fundos. Porque você acha que seus

servos fofocam sobre ele? Eles não foram pagos recentemente. Assim, ele definitivamente

está de olho em sua fortuna.

- Talvez ele esteja. - ela admitiu emburrada - Mas não os outros. Não tente alegar isso

deles.

- Eu não faria isso. Eles estão em boa situação financeira. Mas Devonmont é afastado

de sua mãe, e ninguém sabe o porquê. Preciso de mais tempo para determiná-lo, embora,

talvez, sua cunhada poderia te dizer, se você se preocupasse em perguntar.

- Muitas pessoas não se dão bem com as suas famílias. - disse ela corajosamente.

- Ele tem uma amante de longa data, também.

Uma expressão preocupada atravessou seu rosto.

- Homens solteiros costumam ter amantes. Isso não significa que ele não iria desistir

dela quando se casar.

Ele lançou-lhe um olhar duro.

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- Você está dizendo que não tem nenhum problema com um homem cortejando você

enquanto mantém uma amante?O suspiro que escapou dela era tudo o que ele precisava.

- Eu não acho que ele esteja interessado em casamento, de qualquer maneira. - ela

levantou o queixo dela - Isso ainda deixa o duque.

- Com sua família louca.

- Ele já me falou sobre seu pai, de quem eu já sabia de qualquer maneira.

- Ah, mas você sabia sobre seu tio-avô? Ele terminou sua vida em um asilo na Bélgica,

recebendo algum tratamento especial para sua loucura.Seu lábio inferior tremeu.

- O duque não mencionou isso, não. Mas, então, a nossa conversa foi breve. Tenho

certeza que ele vai me dizer se eu perguntar. Ele foi muito franco sobre o tema da loucura de

sua família quando ele ofereceu...

Quando ela parou, o coração de Jackson caiu em seu estômago.

- Ofereceu o que?

Ela hesitou, depois os ombros.

- O casamento, se você quer saber.

Dane-se tudo. Jackson não tinha direito a ressentir-se, mas o pensamento dela nos

 braços de Lyon o fez querer esmagar alguma coisa.

- E, claro, você aceitou sua oferta. - disse ele amargamente - Você não podia resistir ao

apelo de ser uma grande duquesa.

Seus olhos brilharam para ele.

- Você é a única pessoa que não vê a vantagem em tal união.

- Isso é porque eu não acredito em casamentos de conveniência. Dada a história da sua

família, eu pensei que você também não.

Ela enrubesceu.

- E por que você assumiria que seria uma coisa dessas? Será que é tão difícil acreditar

que um homem pode realmente se importar comigo? Que ele possa realmente querer se casar

comigo por mim mesma?

A mágoa nas palavras dela o pegou de surpresa.

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ARE - 105 

- Por que alguém iria querer se casar com a imprudente lady Célia, afinal, - ela

continuou com a voz embargada - se não fosse por sua fortuna ou para escorar sua reputação?- Eu não quis dizer nada disso. - disse ele bruscamente.

Mas ela já estava com o temperamento exaltado.

- É claro que você o fez. Você me beijou ontem à noite só para fazer um ponto, e você

não poderia nem mesmo ter de me beijar adequadamente novamente hoje...

- Agora veja aqui. - disse ele, agarrando seus ombros - Eu não quis te beijar

“adequadamente” hoje, porque estava com medo que se eu o fizesse eu não conseguiria parar.

Aquilo pareceu atingi-la.- O-o que?

Bom Deus, ele não deveria ter dito isso, mas ele não podia deixá-la ir embora

 pensando que ela era uma espécie de pária em torno dos homens.

- Eu sabia que se eu me aproximasse, e colocasse meus lábios nos seus...

Mas agora ele estava tão perto. E ela estava olhando para ele com aquela mistura de

espanto e orgulho ferido, e ele não se conteve. Não mais.

Ele a beijou, para mostrar a ela o que ela parecia não conseguir enxergar. Que ele a

queria. Que, mesmo sabendo que era errado e nunca poderia funcionar, queria tê-la.

Ela rasgou os lábios dos dele.

- Sr. Pinter... - ela começou em um sussurro.

- Jackson. - ele rosnou - Deixe-me ouvir você dizer o meu nome.

Afastando-se dele, ela lançou-lhe uma expressão ferida.

- V-você não tem que fingir...

- Eu não estou fingindo nada, maldição!

Agarrando-a pelas mangas, ele arrastou-a para perto e beijou-a novamente, com ainda

mais ardor. Como ela não podia ver que ele sofria para tomá-la? Como ela podia não saber a

tentação que era ela? Seus lábios o intoxicavam, o deixavam com a cabeça leve. O tornavam

imprudente o suficiente para beijá-la tão descaradamente que qualquer outra mulher de sua

classe estaria insultada.

Quando ela se afastou uma segunda vez, ele esperava que ela lhe desse um tapa. Mas

tudo o que ela fez foi articular um protesto débil.

- Por favor, Sr. Pinter...

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ARE - 106 

- Jackson. - ordenou, em voz baixa, instável, encorajado pelo olhar derretido em seus

olhos - Diga meu nome de batismo.Seus exuberantes cílios escuros baixaram enquanto o rubor cobria suas bochechas.

- Jackson...

Sua respiração ficou presa na garganta com a intimidade daquilo, e o fogo explodiu

em seu cérebro. Ela não estava empurrando-o, por isso, para o inferno com a tentativa de ser

um cavalheiro.

Ele tomou sua boca selvagemente desta vez, saqueando todas as partes do seu calor

sedoso enquanto seu sangue pulsava forte em suas veias. Ela tinha gosto de vinho tinto e bolode limão, tão azedo e doce ao mesmo tempo. Ele queria devorá-la. Ele queria tomá-la, aqui

nesta sala.

Então, quando ela puxou seus braços e se afastou, ele a seguiu.

Ela não parou de recuar, mas também não virou as costas e correu.

- Ontem à noite você alegou que isso não aconteceria de novo.

- Eu sei. E mesmo assim aconteceu. - como alguém em um antro de ópio, ele tinha

estado desejando-a por meses. E agora que ele de repente teve um gosto daquilo que desejava,

ele tinha que ter mais.

Quando ela bateu as costas contra a mesa, ele pegou-a pela cintura. Ela virou a cabeça

antes que ele pudesse beijá-la, de modo que ele se posicionou para enterrar o rosto em seu

 pescoço para acariciar a delicada garganta que esteve cobiçando.

Com um arrepio, ela deslizou as mãos até seu peito.

- Por que você está fazendo isso?

- Porque eu quero você. - ele admitiu, condenando a si mesmo - Porque eu sempre quis

você.

Em seguida, ele cobriu a boca com a sua mais uma vez.

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ARE - 107 

Capítulo Dez

A cabeça de Célia estava rodando. Ele a queria? Sr. Pinter há querido a ela?

 Não sr. Pinter. Jackson. Jackson. 

Ela soltou um suspiro trêmulo quando ele arrastou beijos de sua boca para sua orelha,

sua respiração pesada e seu coração acelerado sob as mãos que ela pressionou contra o peito

dele.Ele a queria. Ele a estava devorando, arrastando beijos de boca aberta ao longo de seu

 pescoço e garganta, como um homem faminto. Ele ainda tinha cheiro de salitre e fumo, tão

masculino e de terra como o raspar de seus bigodes fracamente contra sua pele. Desejo brotou

quando ele lambia o oco de sua garganta.

Ela nunca tinha experimentado beijos e carícias como essas antes, suaves e ardentes,

tudo ao mesmo tempo. Ela estava a caminho de se afogar.

- Jackson... - ela sussurrou.- Gosto de ouvir o meu nome em seus lábios - ele murmurou contra seu ouvido. - Diga

isso de novo.

- Jackson... isto não é outra lição... é? - Ela tinha que saber. Ela tinha que ter certeza.

- Deve ser - ele rosnou. - Deus sabe que você não aprendeu a primeira muito bem ou não

estaríamos aqui juntos, sozinhos.

Quando ele a ergueu sobre a mesa, colocando fora alguns dos livros, ela engasgou. - Eu

nunca fui boa com as lições.

Ele deu um beijo em seus lábios. - Talvez você não tivesse o professor certo. Ou as

lições certas, minha senhora.

- Celia. - ela rebateu, enterrando as mãos em seu cabelo grosso, escuro. Ele tinha o

cabelo mais bonito, macio ao toque, com ondas lindas que caiam desenfreadamente sobre os

dedos. - Se vou chamá-lo de Jackson, você deve me chamar de Celia.

Seus olhos ficaram cinza derretido quando eles encontraram com os dela.  –  Celia - ele

soprou. Então, ele levou as mãos para abrir os botões de seu casaco e retirar seu laço, para que

ele pudesse lançá-lo de lado.

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ARE - 108 

Ela prendeu a respiração. - O-o que você está fazendo?

- Continuando suas aulas. - Ele espalhou aberto seu vestido, para expor suas roupas de baixo. - Eu quero te provar. Você vai me deixar, querida?

Querida? Isso por si só teria suavizado sua determinação, pois nenhum homem jamais a

tinha chamado de uma coisa tão linda. Mas o fato de que ele estava pedindo o que Ned tinha

tentado forçar dela, derreteu sua resistência ainda mais.

- Estou disposta a repetir uma lição quantas vezes for preciso para aprendê-la. - disse ela,

chocada com sua própria ousadia.

Sua resposta foi desamarrar a parte superior de seu espartilho e puxar os bojos para baixo, para expor sua camisa. Ela arrastou um longo suspiro, quando o frio da sala fez seus

mamilos endurecem, debaixo da roupa. O fogo que saltou no seu rosto era tão quente que

 provocou chamas abaixo, em sua barriga.

- Que lição é essa? - Ela engasgou.

Seu olhar selvagem encontrou o dela. –  Isso, mesmo um bastardo baixo pode ser tentado

acima de seu posto quando uma senhora é tão linda como você.

- Uma senhora? Não um moleque?

- Eu queria que você fosse um moleque, querida. - disse ele amargamente. - Então você

não teria viscondes, condes e duques disputando seus favores.

Ele estava com ciúmes? Oh, quão maravilhoso ele era! - E Bow Street Runners? - Ela

cutucou.

Ele lançou um olhar escuro que, aparentemente, supôs que era para servir como sua

resposta, pois ele, em seguida, inclinou-se para fechar a boca sobre um dos seios cobertos

com a camisa.

Bom. Céus. Que delícia era isso? Ela não deveria permitir isso. Mas o homem por quem

tinha sido fascinada por meses, a tratava como se realmente a encontrasse desejável e ela não

queria que ele parasse.

Segurando a cabeça junto a ela, exultou com a maneira faminta que ele chupava seu seio

através de sua camisa, virando os joelhos em água e seu sangue em vapor.

Ele dava prazer a seu peito com dentes e língua, enquanto sua mão encontrou o outro

seio e provocou o mamilo até endurecê-lo. Seu pulso saltou tão alto que ela temia que ela

fosse desmaiar. - Jackson... ohhh, Jackson... Eu pensei que você... me desprezava.

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ARE - 109 

- Será que isso se sente como se desprezasse você? - Ele murmurou contra seu peito, em

seguida, lambeu-o suavemente para completar.Um tremor sensual varreu por ela. - Não. - Mas então, ela havia sido uma tola antes com

os homens. Ela não era boa em entendê-los quando se tratava deste.  - Se você tem me

desejado algum tempo, por que você não... disse nada antes?

- Como o quê? "Minha senhora, fico imaginando você nua na minha cama?". Ele

deslizou uma mão para baixo, até seu quadril. - Eu não sou idiota o suficiente para arriscar ser

 baleado por impertinência.

Ela deveria estar emocionada ou desapontada ao ouvir que ele a imaginava em suacama? Era mais do que ela esperava, mas ainda não era suficiente.

Ela enterrou os dedos em seu ombro. - Como você sabe que eu não vou tentar balear

você agora?

Ele acariciou seu peito. - Você deixou sua pistola na mesa do café da manhã.

Uma estranha excitação a percorreu. Não fazia sentido, considerando-se o que tinha

acontecido na última vez que um homem a tinha pego sozinha e indefesa. - Talvez eu tenha

outra escondida nesta sala.

Ele levantou a cabeça para olhar fixamente nos olhos dela. –  Então, é melhor eu mantê-la

muito ocupada para usá-la.

De repente, ele estava beijando-a novamente duro, beijos famintos... cada um mais

intoxicante do que o último. Ele encheu as mãos com os seios e acariciava-os

descaradamente, distraindo-a de qualquer coisa, menos do sabor e sensação dele.

Um gemido escapou dela e ele afastou sua boca da dela. - Você não deve deixar-me tocá-

la desse jeito.

- No entanto, eu estou. - ela suspirou contra sua bochecha. - E você não está parando, de

qualquer maneira.

- Diga a palavra e eu vou. - No entanto, ele arrastou a saia para cima e pressionou para

frente, entre as pernas. - Isto é louco. Nós dois somos loucos.

- Somos? - Perguntou ela, dificilmente consciente do que ela estava dizendo.

Porque ela sentiu-se totalmente no direito de estar em seus braços, como se ela tivesse

esperado todo esse tempo para estar lá. Seu coração nunca tinha clamado por isso, por

ninguém.

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- Eu geralmente não tiro proveito das irmãs dos meus clientes. - ele murmurou enquanto

suas mãos deslizavam para agarrar suas coxas. - É imprudente.-Eu sou sua cliente também. Eu pareço como se estivesse reclamando? - Ela sussurrou e

 puxou sua cabeça para baixo, para a dela.

Com um gemido, ele cobriu a boca com a sua mais uma vez. Beijaram-se muito tempo,

suas respirações entrelaçando, seus corações batendo forte. Seus polegares se arrastaram no

interior de suas coxas, logo acima seu liga e uma deliciosa antecipação fez inclinar-se para

ele, querendo que ele a tocasse, a acariciasse...

- Celia! Onde está você, garota?O som vinha de não muito longe, fora do quarto. Ambos congelaram. Era Gran!

Ela afastou sua boca da dele, em pânico. - Você tem que ir. - Ela empurrou seus ombros.

- Ela não pode encontrá-lo aqui. Ela não deve! Gran o teria demitido antes que Celia pudesse

até mesmo descobrir como ele se sentia sobre ela. Como ela se sentia a respeito dele. 

Ele hesitou, os olhos famintos, os lábios entreabertos. Em seguida, uma decepção

estranha cintilou em seu rosto antes que ele se afastasse e endurecendo suas feições

novamente. - Não, de fato. Sua avó não deve achar que você está sendo atacada por gente

como eu.

- Jackson- - ela começou.

- Eu vou. - disse ele bruscamente e caminhou para a janela.

Antes que ela pudesse chamá-lo de volta ou protestar contra as suas palavras, ele abriu e

 passou por dentro do pátio, fechando a janela atrás dele.

- Celia, eu sei que você está de volta aqui, em algum lugar! - Gran choramingou, muito

mais perto agora.

Freneticamente, Celia saltou da mesa e abotoando seu vestido. No último minuto, ela viu

seu laço no chão e pisou em cima dele, assim que Gran entrava mancando.

Gran parou, então procurou a sala com os olhos que eram afiados como sempre.- Por que

você não me respondeu?

Celia forçou um sorriso. - Eu respondi. - ela mentiu. - Você não deve ter ouvido. - Que

diabos estava Gran fazendo aqui, afinal?

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- Oliver disse que você estava com sr. Pinter nos quartos dos empregados, mas eles

disseram que não tinham visto nenhum dos dois. E que todas as armas de fogo já estavam emordem e colocados nas suas prateleiras.

Ela levou a mão ao peito dramaticamente. - Oh, graças a Deus! Nós fomos lá, mas depois

me lembrei de que eu tinha um livro que explica como descarregar as novas armas de

 percussão, então eu mandei-o de volta para casa. Eu vim aqui, imaginando que eu poderia

lidar descarregando a arma sozinha, se eu encontrasse a passagem do livro que eu estava me

lembrando.

A explicação soou insana, mas era a única desculpa que ela poderia pensar que eraremotamente convincente.

Gran não parecia convencida. Seu olhar mergulhou para baixo. - Você geralmente olha

através de seus livros no chão?

- Claro que não. Você me assustou, isso é tudo. Derrubei-os. - Cruzando os braços sobre

o peito, ela partiu para a ofensiva. - E como é que você soube onde me encontrar, afinal?

- Um dos criados me disse para verificar esta parte norte da casa, ela disse que tinha visto

que alguém tinha queimado carvão em uma das lareiras. - O olhar de Gran estreitou. -

Eventualmente, eu descobrirei tudo o que se passa nesta casa, menina. Não pense que

esconderá nada de mim.

Celia lutou para não engolir e se trair. Gran era como um tubarão quando sentia aroma de

sangue na água. - E o que eu iria esconder de você?

- Que você e sr. Pinter estão aprontando alguma coisa.

- Ele está investigando meus pretendentes, nada mais.

Gran varreu seu olhar ao redor da sala novamente. - Espero que isso seja verdade. Ele

não terá recursos para pagar até mesmo a aparência de impropriedade.

- Impropriedade? Eu não posso imaginar o que você quer dizer.

Sua avó arqueou uma sobrancelha. - Não se faça de idiota comigo. Esta não é a primeira

vez que você esteve sozinha com ele. Você deve considerar como que parece.

- A quem?

- Para todos. Ele não pode dar ao luxo de ter pessoas fofocando sobre você e ele-

- Não, claro que não. - disse ela amargamente. - Porque então você teria que demiti-lo,

mesmo depois de tudo o que ele fez para a nossa família.

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ARE - 112 

O olhar de Gran virou aço. - Na verdade, ele não pode permitir isso, porque ele está

muito perto de ser nomeado magistrado-chefe. Qualquer aparência de impropriedade emdireção a irmã de um cliente pode afundar essa nomeação. - Gran procurou seu rosto. - A não

ser, é claro, que ele se case com a mulher. A mulher rica, de classe, aumentaria suas chances.

Levou tudo do controle da Celia para parecer despreocupada, embora seu coração

clamasse em seu peito. Jackson estava na fila para um compromisso importante? Por que ele

nunca mencionou isso?

 Porque ele sabia o que você acha de suas propostas. Porque ele sabia que iria colocá-la

em guarda enquanto ele estava fingindo a desejar loucamente.  Não, ela não podia acreditar que seus doces beijos e carícias tinham sido calculados. Eles

tinham sido muito imprudente, muito apaixonados. Poderia tal coisa realmente ser fingido?

Ele tinha sido sempre franco com ela, não estava nele para representar assim.

Estava?

Ela forçou um sorriso em seus lábios, determinada a não deixar as palavras de Gran

afetá-la até que ela pudesse descobrir a verdade. Gran era conhecida por suas estratégias

tortuosas. Isso pode ser apenas mais uma dessas.

Mas para quê?

- Eu não sei por que você acha que o sr. Pinter seria pego em uma impropriedade

comigo, de todas as pessoas. Ele não consegue ficar na mesma sala comigo.

- No entanto, ele bateu em seus pretendentes esta tarde para que pudesse ganhar um beijo

de você.

Celia deu uma risada frágil. - Pelo contrário, para que ele pudesse evitar ter que pagar a

sua parte do rifle, que teria me devido se eu tivesse ganhado. Sr. Pinter não é nada se não tiver

cuidado com seu dinheiro. Você não ouviu o conto inteiro? Ele me deu um beijo na testa.

Dificilmente é a ação de um homem em busca meus favores.

Com uma tentativa de indiferença, ela se abaixou para pegar um livro. - Em qualquer

caso, mesmo que ele estivesse tentando me cortejar, não é como se eu caísse em seus truques.

Tenho três pretendentes perfeitamente elegíveis aqui, esta semana, por que eu deveria me

importar se há um Bow Street Runner pendurado atrás de mim?

Gran observou-a com cuidado. –  Então, você não tem sentimentos para o homem.

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ARE - 113 

- Eu tenho um duque praticamente no meu bolso. - ela conseguiu. - O que eu quero com

o sr. Pinter?Quem fez sua corrida de sangue e seu coração dispararem. Quem fez a sua esperança,

 pela primeira vez, que ela ainda podia encontrar um homem para amá-la. Um homem que ela

 poderia amar.

 Amor? Ele não disse nada de amor ou mesmo afeto. Ele havia falado apenas do desejo.

Por essa questão, ele não disse nada de casamento.

Então, novamente, se o que ele queria era uma mulher rica e influente, ele seria um tolo

 por fazer isso óbvio demais, muito cedo.Maldição! Gran estava atrapalhando sua mente, brincando com seu coração. E para quê?

Para se certificar de que ela não se casasse com um pobre? Não era justo, dadas às

circunstâncias.

- Eu só acho estranho, - ela continuou - que você deva se preocupar como o Sr. Pinter se

sente sobre mim. Eu pensei que tudo o que você queria era ter um homem para casar-se

comigo. Ele seria tão bom quanto qualquer outro.

Gran estremeceu. - Não se ele está atrás de sua fortuna. Isso é o que aconteceu com sua

mãe e me arrependo até hoje que eu não vi debaixo dos sorrisos enganadores de seu pai e do

título, do seu motivo mercenário.

Celia engoliu o nó na garganta. - Bem, já que sr. Pinter não tem título e mal sabe como 

sorrir, você não precisa se preocupar. Se ele tem um motivo mercenário, ele está escondendo-

o bem. - Ela sorrateiramente chutou o laço debaixo da mesa quando ela deu um passo adiante.

- Agora, vamos ter um pouco de chá, não é?

Depois de mais um olhar duro sobre a sala, Gran pegou o braço oferecido por Celia e

deixar sua neta acompanhá-la para fora da porta. Mas, enquanto elas caminhavam pelo

corredor, a mente de Celia manteve tropeçando na revelação de Gran.

 A mulher rica de classe aumentariam suas chances. 

 Não seria a primeira vez que um homem teria fingido encontrá-la atraente por suas próprias

razões. Mas, se as suspeitas de Gran sobre os motivos de Jackson provassem verdadeiras,

seria definitivamente a última. Porque Celia preferiria entrar em um casamento sem amor com

o Duque de Lyons do que ser usada por Jackson Pinter.

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Capítulo Onze

Esta noite, Jackson estava no canto espaçoso do salão de baile de Halstead Hall, virando

um copo de ponche após o outro e desejando poder estar em outro lugar. Mas de todos os

acontecimentos da festa, ele não poderia faltar ao baile de aniversário de sua senhoria. Mesmo

Lorde Basto tinha escolhido ficar esta noite em vez de ir para casa de sua irmã, embora ele

dissesse que gostaria de voltar a Londres depois.Jackson inspecionou o salão, tentando não se fixar por uma pessoa que lhe interessava.

Celia estava alegremente dançando com aquele maldito Lyons, deixando o duque por as mãos

em cima dela, enquanto Jackson só podia ficar assistindo.

Ele fez um lamaçal das coisas hoje. Ele deixou seus sentimentos a mostra e agora ele

estava pagando por isso. Durante toda a noite, Celia tinha balançado entre ignorá-lo

completamente e dando-lhe olhares velados que ele não sabia como interpretar.

Enquanto isso, ele não conseguia desviar o olhar dela. Ela dançava como uma criatura deoutro reino - a fada cintilante da floresta. Ele deve ter ficado sob algum encantamento para

achar que ele sequer poderia ter a tal fada para si, mas a ilusão persistiu, não importa o quanto

ele lutou. Depois de degustar esta tarde, ele sofria para reclamá-la diante de todos.

Uma loucura. Ela pertencia aqui, entre sua espécie, e não em Cheapside com um

 bastardo. Talvez um dia, se ele se tornasse magistrado chefe...

Mas ela nunca iria deixar seus irmãos e irmãs perderem sua fortuna. Ela iria escolher um

 pretendente muito antes disso.

 Esse pretendente pode ser você. 

Ele abafou um riso amargo. O que era um sonho ridículo. Até agora, ela não tinha dado

nenhuma indicação de que o encontro desta tarde tinha significado algo para ela, mas gozou

de um momento. Se ela queria ser pego com ele, queria forçar a questão, ela poderia ter

conseguido. Ele certamente teria resolvido o seu problema de como ganhar um marido,

 porque ele teria oferecido para ela naquele momento.

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Mas ela entrou em pânico com a ideia de sua avó pegá-los juntos. Sem dúvida, seu

interlúdio tinha sido apenas um caso de uma mulher cuidadosamente criada cedendo a suacuriosidade sobre os homens.

 Não seria a primeira vez que uma senhora flertava com um homem abaixo de sua classe,

apenas porque ele lhe deu prazer. Ele tinha visto o suficiente entre senhoritas com paixões por

seus lacaios que não deu em nada, fêmeas bem criadas com cuidado, que caiam sobre tutores

que não tinham intenção de se casar. Não havia nenhuma razão para acreditar que Celia sentia

mais por ele do que apenas um desejo imprudente.

E mesmo se ela tivesse uma vaga noção de que eles poderiam se casar, mesmo que ele pudesse convencê-la sobre ele não estar interessado em sua fortuna, não faria diferença. Ela

não poderia ser feliz casada com ele, dada a sua posição e a dela. Como poderia?

O mordomo apareceu na entrada do salão de festas e anunciou em uma voz que mal

 podia ser ouvido sobre a música - Sr. e Sra Desmond Plumtree e Sr. Edward Plumtree.

A mandíbula de Jackson caiu. - O que diabos que eles estão fazendo aqui? - Ele

murmurou enquanto Desmond passeava com sua esposa e filho.

- Desmond ainda é meu sobrinho, depois de tudo. - disse uma voz muito perto dele.

Sra Plumtree, de todas as pessoas. Isso colocou Jackson instantaneamente em guarda. Ele

ainda não tinha ideia de por que tinha aparecido na ala norte, esta tarde, ou se ela percebeu

que ele tinha estado lá sozinho, com a neta.

- Eu imploro seu perdão, minha senhora. - disse ele rigidamente quando ele jogou para

trás o restante de seu soco e virou-se para fazer a batalha com a Sra maquiavélica Plumtree. -

Eu não quis ser desrespeitoso.

- Acredite em mim, eu entendo a sua surpresa. - Ela olhou para onde seu sobrinho e

sobrinho-neto estavam conversando com Stoneville e olhando desajeitadamente sobre eles. -

Foi ideia de Minerva convidá-los.

- Mesmo depois que os dois ameaçaram sua vida?

- Minerva não vê dessa forma. Ela considera que é um mal-entendido suposto de

ressentimento idiota de Desmond para nossa família. Mas Jarret vem trabalhando com

Desmond e Ned para fazer seu moinho mais bem-sucedido, ele e Minerva pensam que poderia

ser uma boa ideia para fazer as pazes. Confesso que estava ansiosa para isso, também. Eles

ainda são a minha família, depois de tudo.

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ARE - 117 

A dança terminou e o duque levou Celia até uma cadeira, na parede oposta após as dos

Plumtrees. Ela não parecia ter notado sua entrada, sem dúvida, ela estava dançando, muitoocupada para ouvi-los serem anunciados. O duque disse algo a ela, em seguida, dirigiu-se para

a sala que mantinha a mesa de ponche.

 No minuto em que o homem se foi, Ned se separou de seus pais e passeou para onde

Celia estava. Ela o viu e o sangue drenou de seu rosto.

Os olhos de Jackson se estreitaram.

- Eu não acho que todos os seus netos concordam com a sua avaliação. - disse ele,

acenando que Celia tinha subido rigidamente para cumprimentar Ned.Sra Plumtree seguiu seu olhar. - Celia nunca gostou do fato de que Desmond contrata

crianças em suas usinas. Mesmo que Jarret colocou um fim a essa prática, ela ainda não gosta

de seu primo.

- Não é a Desmond que ela está reagindo.

 Ned deu um passo mais perto e ela deu um passo rápido para trás, levantando a ira na

 parte de trás do pescoço de Jackson. Moveu-se para frente, mas a Sra Plumtree colocou a mão

em seu braço. - Isso não é da sua incubência, Sr. Pinter.

- Mesmo se você confia no sujeito, minha senhora, eu não. - ele retrucou. - Olhe como

sua neta está, como se pronta para o voo. Olhe para seu rosto. Não é não gostar de seu pai que

a atormenta. Ela parece quase assustada. Ou melhor, ela parece que está fingindo não  ter

medo. E aquele não é um olhar que eu já vi nela antes.

- Se isso for verdade, o duque vai cuidar da questão. - disse a Sra Plumtree, sem

 problemas. - Ele está se aproximando dela agora.

Jackson prendeu a respiração quando Lyons veio para o lado de Celia e Celia

visivelmente relaxou. Ela disse algo para o duque, que a pegou pelo braço e levou-a para

longe. Só então Jackson soltou a respiração. Mas Ned continuou a observá-la com tensão

 palpável e que o preocupava.

Então, Celia olhou para Jackson, ao vê-lo e a sua avó de pé juntos, a mistura de emoções

em seu rosto fez uma nova preocupação tomar conta dele. O que exatamente tinha dito Sra

Plumtree a Celia depois que ele deixou a sala, esta tarde? Fosse o que fosse parecia que a fez

cautelosa em torno dele. Deus me salve, entre isso e sua reação estranha a Ned, ele não sabia

o que pensar.

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- Você vê? - Sra. Plumtree comentou. - O duque tem o assunto na mão.

- Parece que sim, - ele cortou fora. Isso foi tudo o que conseguiu. Ele não podia suportarque o duque tivesse sido o único a protegê-la e não ele.

- A resposta diplomática. - disse ela, olhando para fora, sobre os casais dançando. - Você

vai ser um bom magistrado chefe, eu acho.

Choque invadiu-o, que ele lutou bravamente para disfarçar. Então ela sabia disso, sabia?

- Eu sou apenas um dos vários possíveis candidatos, madame. Você me faz grande honra

assumir que vou ser escolhido.

- Masters disse-me que a nomeação está praticamente resolvida.- Então, Masters sabe mais do que eu sobre o assunto.

- E mais do que a minha neta, também. - disse ela.

Seu estômago deu um nó. Droga, Sra Plumtree e suas maquinações. - Mas eu tenho

certeza que você fez um grande esforço para informá-la do mesmo

A mulher hesitou, em seguida, agarrou a cabeça de sua bengala com ambas as mãos. - Eu

 pensei que ela deve ter todos os fatos antes de se jogar em uma combinação ruim.

Inferno. E a Sra Plumtree provavelmente tinha implícito que uma rica esposa iria avançar

sua carreira. Ele poderia facilmente imaginar como Celia responderia ao ouvir isso,

especialmente depois que ele tinha caído em cima dela com toda a sutileza de um boi no

 barranco.

Seu temperamento inchou. Embora ele tenha suspeitado que a Sra Plumtree não o

aprovaria para sua neta, uma parte dele tinha pensado que seu serviço à própria família e da

mulher - poderia impedi-la de se comportar de maneira previsível. Ele deveria ter pensado

melhor.

- Sem dúvida, ela estava grata pela informação. - Afinal, ele deu a Celia apenas a

desculpa de que precisava para continuar em sua marcha para se casar com um grande senhor.

- Ela alegou que não havia nada entre você e ela.

- Ela está certa. - Nunca tinha havido. Ele havia sido um tolo de pensar que poderia

haver.

- Estou feliz em ouvir isso. - Seu olhar de soslaio estava cheio de cálculo. - Porque se

você jogar seus cartões direito, você tem uma perspectiva ainda melhor diante de você do que

a de magistrado-chefe.

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Ele congelou. - O que você quer dizer?

- Você pode não estar ciente disso, mas um dos meus amigos é o secretário do Interior,Robert Peel. O seu superior.

- Eu estou bem ciente quem meu superior é.

- Parece que ele quer estabelecer uma força policial. - continuou ela. - Ele está bastante

certo de que vai acontecer eventualmente. Quando isso acontecer, ele vai nomear um

comissário para supervisionar toda a força em Londres. - Ela lhe lançou um olhar duro. -

Você poderia ser esse homem.

Jackson lutou para esconder sua surpresa. Ele tinha ouvido rumores dos planos de Peel, éclaro, mas não tinha percebido que eles tinham progredido tanto. Ou que ela estava a par

deles.

Então, ficou claro para ele por que ela estava lhe dizendo isso. - Quer dizer, eu poderia

ser esse homem, se eu deixar a sua neta em paz.

Um leve sorriso tocou seus lábios. - Eu vejo que eu estava certa ao considerá-lo um

sujeito muito perceptivo, sr. Pinter.

Levou toda a sua vontade de afastar a sua ira. Ele não  gostava de receber ordens de

ninguém, mas especialmente por uma mulher que iria deixar a longa convivência com a

aristocracia convencê-la de que ela tinha o direito de passar por cima de quem quisesse.

- E se eu optar por ignorar o seu 'suborno', madame? - Retrucou.

Ela endureceu, em seguida, mudou seu olhar para onde Celia estava dançando

novamente com o que duque. - Eu poderia decidir deserdar minha neta.

Ele ficou boquiaberto com ela. - Você cortaria mesmo que ela cumprisse seu ultimato?

- Eu poderia. Se ela escolhe mal. - Cor rosa em suas bochechas. - Eu nunca disse que iria

dar o meu dinheiro para eles se casarem. Eu só disse que eu faria era não dar a eles se eles não

o fazem.

- E aqui pensando que você fosse uma mulher honrada. Eu acho que não sou tão

 perspicaz depois de tudo.

Ela se encolheu. - O resto deles iria receber o seu dinheiro. Só não ela. - Ela procurou seu

rosto. - Se eu achar que é melhor, o que é.

A raiva inútil o sufocou que ele mal entendida; ele sabia o tempo todo que nada poderia

vir de sua atração tola por Celia.

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Ainda assim, se ela tivsse sua herança, ela pode inclinar-se para casar com ele. Pelo

menos ele não estaria forçando-a a desistir de todos os seus confortos, juntamente com o seulugar na sociedade. Então, ela poderia não se importar que a alta sociedade não a aceitasse.

Mas sem o dinheiro?

Ele poderia facilmente ter recursos para uma mulher, mas não aquele utilizado para viver

assim. Olhando em volta para os lacaios de libré e o salão de baile brilhando com seus lustres

de cristal, cheios de velas de cera de abelha, ele engoliu a bile subindo na garganta. Lembrou-

se de como casualmente tinha falado de oferecer-lhe uma pulseira cara como pagamento,

 provavelmente porque ela sabia que havia muito mais de onde essa veio.Como é que ele podia pensar por um momento que ela iria considerar dar tudo isso para

ele? Se a riqueza e posição não importavam para ela, ela não estaria buscando um senhor

nobre para marido, neste exato momento.

Obrigou-se a encontrar o olhar interrogativo da Sra Plumtree. - Como eu disse antes, não

há nada entre mim e sua neta. Ela não tem interesse em ser casada com um bastardo. - E,

certamente, não aquele cuja renda modesta era nada a de uma senhora de seus meios. - Eu

tenho certeza que ela vai escolher um pretendente mais ao seu gosto, no devido tempo.

- Você me entendeu mal, senhor. - disse ela, irritada. - Eu só estou tentando protegê-la.

- Ao dirigi-la para os braços do primeiro homem de posição que oferece para ela?

Querendo ou não que o ame ou ele a ela? Você acha tão pouco o seu valor?

Sra Plumtree o encarou. - Você é impertinente, senhor.

- Eu vou ser ainda mais impertinente, se isso é o que precisa para manter Lady Celia de

cometer um erro, ela pode se arrepender pelo resto de sua vida. - Ele olhou para onde Basto

agora estava, segurando-a perto demais na valsa. - O visconde não é tão jovem como ele

aparenta, nem são suas finanças tão saudáveis como elas parecem. E o conde tem uma amante

de longa data. Você sabia?

- Como posso confiar em você, para dizer a verdade sobre esses homens?

- Você realmente acha que pode confiar   neles? O futuro de Lady Celia está amarrado

indissoluvelmente a uma fortuna. Isso turva a água com qualquer homem.

- Mesmo o duque? Eu acho que ele não tem necessidade de se casar por dinheiro ou

qualquer outra coisa.

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Jackson ficou tenso. - Isso é verdade. Exceto para os rumores de loucura em sua família,

ele é eminentemente elegível. - E isso irritou Jackson além de toda a resistência. - Mas ela nãoo ama.

Sra Plumtree lançou-lhe um olhar de pesquisa. - Como você sabe?

 Porque ela passou a tarde em meus braços, deixando-me beijar e acaricia-la,

ansiosamente respondendo ao meu desejo por ela. Mesmo insinuando que ela poderia sentir

o mesmo. Até que ela me jogou da sala em pânico quando percebeu, o que eu sabia o tempo

todo, que meros mortais como nós nunca podemos atravessar o fosso. 

Ainda assim, isso não significava que ele tinha de estar perto e vê-la sofrer em umcasamento com o homem errado. - Porque Lady Celia me disse.

Ele amaldiçoou quando ele disse as palavras. Foi uma traição - ele prometeu manter as

suas conversas privadas, mas ele se recusava vê-la se casar com um homem que ela

claramente não amava. Isso seria tão ruim quanto se casar com um homem como ele e perder

sua fortuna.

- Ela está tentando ganhar um marido tão precipitadamente só porque você está

forçando-a. - ele continuou. - Se você tivesse acabado de dar a ela uma chance-

- Ela teve muitas chances, já.

- Dê-lhe outra. –  Lembrando a insegurança de Celia sobre se considerar um moleque, ele

acrescentou - Esta pequena experiência é a certeza de ter aumentado a sua confiança com os

homens. Se você deixá-la mais tempo, tenho certeza de que ela poderia encontrar um

cavalheiro que poderia amar, que iria amá-la por sua vez.

- Como você? - Perguntou a Sra Plumtree.

Ele deu uma risada cáustica. - Sua neta não é tola o bastante para se apaixonar por um

homem da minha posição. Então, você está desperdiçando seus subornos e ameaças em mim,

senhora.

- E quanto a você? Como você se sente sobre ela ?

Ele teve o suficiente disso. - Suspeito que independente do que eu disser, você vai

acreditar no que quiser. - Ele sabia que não era bom revelar o que sentia por Celia,

especialmente quando ele não tinha certeza de si mesmo. - Agora, se vocês me dão licença, eu

vejo um criado com quem eu preciso falar sobre a investigação da sua filha e de seu genro

assassinados.

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- Você já ouviu falar alguma coisa? - Perguntou ela, uma captura súbita em sua voz.

- Eu estou seguindo novas pistas, isso é tudo.- Será que elas vão exigir a sua saída da festa?

Embora ele não detectou nada em sua voz além da curiosidade, ela deve estar ansiosa

 para tê-lo fora do caminho. Ele detestava se unir com os seus desejos, mas ...

Ele olhou para onde Celia estava com o duque e seus irmãos, contando alguma história

que tinha Lyons rindo ruidosamente e a dor em seu peito ficou quase insuportável.

- Sim. - ouviu-se dizer. - Se John tem a informação que eu estou esperando, eu gostaria

de ir amanhã de manhã. Devo estar de volta pela noite.Ela olhou dele para Celia e uma expressão pensativa atravessou seu rosto. - Eu vou ter

certeza de que Oliver será informado sobre o motivo de sua ausência.

- Obrigado. - Com uma reverência curta, ele dirigiu-se para John.

Ele tinha feito tudo o que podia para dissuadir Celia de fazer um mau contrato. Talvez

suas palavras dessem frutos, se ele não estivesse aqui para provocá-la. Ou talvez a Sra

Plumtree voltasse aos seus sentidos.

Seja qual for o caso, ele não podia suportar ver esse assunto jogado fora. Melhor ficar

longe, onde ele poderia pensar. Onde ele conseguiria respirar. Aonde ele não iria se fazer de

tolo por uma mulher que ele não tinha nada que desejar.

Antes que ela fizesse ele de idiota.

Hetty assistiu ao sr. Pinter andar para fora e se perguntou se talvez tivesse ido longe

demais. A maneira como ele tinha olhado para Celia...

- Aí está você. - disse uma voz por perto.

Ela se virou para ver General Isaac Waverly aproximando.

A vibração fraca em seu peito ao vê-lo, parecendo tão arrojado em traje de noite, a fez

sorrir com tristeza. Quem poderia imaginar que depois de todos esses anos um homem

 poderia fazê-la acelerar o coração e seu sangue correr rápido? Ela pensou que já estava

demasiada velha para essas coisas.

Aparentemente ela estava errada.

Isaac lançou-lhe um sorriso maroto quando ele se aproximou.  –  Eu fui cobrado de lhe

dizer que está quase na hora de trazer o bolo. - Ele ofereceu-lhe o braço. - Maria quer ter a

família junto com ela.

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Mudando sua bengala para a outra mão, ela pegou o braço dele com um sorriso. - Lidere,

gentil senhor.Quando eles contornaram a sala, ele acenou para onde o Sr. Pinter estava agora em

 profunda conversa com John. - O que é aquilo?

- Eu não tenho certeza, - disse ela - mas eu acredito que o Sr. Pinter está saindo amanhã,

 por um tempo. Ele me disse que tinha a ver com a ligação do assassinato de Lewis e Pru, mas

ele não quis dizer exatamente o que.

Algum som próximo a fez virar a cabeça. Mas não havia ninguém perto deles, ninguém

 parado na porta aberta para a sala de jogos, que eles estavam passando. Então, por que sesentia como se estivesse sendo vigiada?

Ela sacudiu o pensamento. Toda essa conversa de assassinato a deixou nervosa.

- Pinter está partindo hoje? - Isaac comentou. - Isso é uma pena.

- Por quê?

- Você não percebeu como ele olha para Célia, às vezes? Eu acho que ele poderia ter

suas atenções nela.

- Eu pensava assim também. Até agora.

- Até agora?

- Ele não reagiu exatamente como eu esperava quando I- - Oh, Deus, talvez ela não

devesse mencionar isso. Isaac pode não aprovar.

- Hetty? - Isaac cutucou.  –   Que travessura você tem feito agora? Você não estava

advertindo-o para cair fora, não é?

A desaprovação em seu tom a fez dura. - E se fosse? O homem é o fruto de amor de uma

criada e Deus sabe quem.

A mandíbula de Isaac esticou. - Eu não sabia que você era tão esnobe.

- Eu não sou. - ela protestou. - Mas, dada a sua situação, eu quero ter certeza que ele está

interessado em Celia além de sua fortuna. Eu assisti a minha filha se casar com um homem

que ela pensava que a amava, para descobrir que ele era apenas um caçador mais hábil do que

a maioria. Eu não quero cometer esse erro novamente.

Ele suspirou. - Tudo certo. Acho que eu entendo a sua cautela. Mas Pinter? Eu nunca vi

um caçador menos provável. Ele fala sobre pessoas de posição com nada além de desprezo.

- E isso não preocupa você? Ela é uma dessas pessoas, afinal de contas.

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- O que ele me diz é que ele não pensa em casar por classe ou fortuna.

Ela agarrou seu braço. - Eu suponho. E devo admitir que quando eu insinuei que eu poderia deserdá-la se ela se casasse com um de classe baixa-

- Hetty!

- Eu não faria isso. Mas ele não sabe disso. É uma boa maneira de ter certeza de como

ele se sente sobre ela.

- Você está brincando com fogo. - ele colocou para fora. - E o que ele disse?

- Ele me disse que nunca se casaria com alguém tão baixo quanto ele, em seguida, tentou

me convencer a rescindir meu ultimato, para que ela pudesse se casar com um homem que elaamava. E isso foi depois que eu deixei claro que não podia ser ele. Ele foi muito eloquente

sobre o assunto do que ela merecia. Acusou-me de não saber o seu valor, o diabo

impertinente.

- Bom homem, o nosso Pinter. - ele murmurou.

- Eu imploro seu perdão? - Disse ela, eriçando.

- Um homem apaixonado vai lutar para ver que a mulher com quem se importa, é dado o

que ela merece, mesmo que ele não pode tê-la. - Isaac olhou de soslaio. - Mesmo que algum

intrometido ditou que se casar com ela iria arruinar seu futuro para sempre.

Um arrepio percorreu a espinha de Hetty. Ela não tinha considerado a sua tática por essa

ótica.

-Tenha cuidado, minha querida. - disse Isaac, em voz baixa. –  Você está se intrometendo

na vida de seus netos para ter bons resultados, que você se esqueceu de que o coração está

além de seu alcance.

Ele estava certo?

 Não. Ele estava ignorando uma coisa muito importante. - Suponha que ele realmente está

apaixonado. O que me diz dela? Ela nunca tem nada de bom a dizer sobre ele.

- No entanto, ela cora quando ele entra em uma sala. E ela olha para ele uma boa parte.

Ou não tinha você notado?

- Por uma questão de fato, eu tenho. - Olhando para ele, ela suavizou seu tom. - Mas eu

não quero que ela se machuque, Isaac. Eu devo estar certa de que ela seja desejada por si

mesma e não por sua fortuna. Seus irmãos tiveram uma chance de não ganhar a sua herança, a

menos que se casassem então, eu sempre soube que suas companheiras os amavam, mas ela...

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- Ela balançou a cabeça. - Eu tinha que encontrar uma maneira de remover a sua fortuna da

equação.- Eu ainda digo que você está assumindo um grande risco. - Ele olhou para além dela,

 para onde Celia estava falando com o duque. - Você realmente acha que ela ficaria melhor

com Lyons?

 Mas ela não o ama... Se você der a ela um chance... 

- Eu não sei. - disse Hetty com um suspiro. - Eu não sei de mais nada.

- Então, você não deve se intrometer. Porque há outro resultado que você não

considerou. Se você tentar manipular o assunto para a sua satisfação, ela pode frustrar porcompleto. Em seguida, você vai encontrar-se na posição incômoda de ter de escolher entre

deserdá-los ou recuar em seu ultimato. Pessoalmente, eu acho que você deveria ter desistido

desse absurdo há muito tempo, mas eu sei muito bem quanto teimosa você pode ser quando

você tem um bocado entre os dentes.

- Ah, é? - Ela disse maliciosamente. - Estou sendo teimosa com você?

Ele olhou para ela. - Você não concordou em se casar, ainda.

Seu coração capotou em seu peito. Não era a primeira vez que ele havia mencionado o

casamento, mas ela se recusou a levá-lo a sério.

Até agora. Era claro que ele não iria adiar por mais tempo. Ele parecia solenemente

sério. - Isaac...

- Você está preocupada que EU  seja um caçador?

- Não seja ridículo.

- Porque eu já te disse que eu vou assinar qualquer acordo de casamento, você tem seu

advogado para elaborar. Eu não quero a sua fábrica de cerveja ou a sua vasta fortuna. Eu sei

que vai para os seus netos. Eu só quero você.

As palavras gentis a fez suspirar como uma menina tola. - Eu sei disso. Mas por que

simplesmente não continuar como temos estado?

Sua voz baixou. - Porque eu quero fazer você ser minha em todos os sentidos.

Um arrepio doce varreu ao longo de sua espinha. - Nós não precisamos casar para isso

- Então, tudo o que você quer de mim é um caso?

- Não! Mas...

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- Eu quero mais do que isso. Eu quero dormir com você em meus braços e acordar com

você na minha cama. Eu quero o direito de estar com você sempre que eu quiser, noite ou dia.- Seu tom se aprofundou. - Eu te amo, Hetty. E quando um homem ama uma mulher, ele quer

 passar sua vida com ela.

- Mas, na nossa idade, as pessoas vão dizer-

- A nossa idade é um argumento  para  casamento. Podemos não ter muito tempo de

sobra. Por que não vivê-la ao máximo, em conjunto, enquanto ainda estamos em boa saúde?

Quem se importa com o que as pessoas dizem? A vida é curta demais para deixar que outras

 pessoas ditem suas escolhas.Ela apoiou-se em seu braço quando chegaram os degraus que levavam até o tablado, na

 parte da frente do salão. Ele tinha um ponto. Ela estava se recusando a se casar com ele

 porque ela tinha certeza de que as pessoas iriam pensar que ela era uma velha tola e boba.

Mas então, ela sempre tinha estado fora de sintonia com todos os outros. Por que deveria

ser diferente? - Vou pensar sobre isso. - ela murmurou enquanto se dirigiam para o centro do

tablado, onde a família estava reunida.

- Acho que vou ter de me contentar com isso. Por enquanto. - Ele lhe lançou um olhar

aquecido. - Mas, mais tarde, esta noite, uma vez que temos a oportunidade de ficar sozinhos,

vou tentar métodos mais eficazes para persuadi-la. Porque eu não vou desistir disso. Eu posso

ser tão teimoso quanto você, minha querida.

Ela reprimiu um sorriso. Graças a Deus por isso.

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Uma Lady Nunca se Rende

Demônios de Halstead Hall 5

Sabrina Jeffries

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Capítulo Doze

Perto da meia-noite, Celia saiu da sala se afastando, em seguida, parou de repente. Ela

teve a sensação mais estranha que alguém estava olhando para ela. Mas uma rápida olhada ao

redor mostrou que não havia ninguém lá. Que estranho. Um criado deve ter passado por ali e

olhou em sua direção.

Embora fosse cedo, a baile estava terminando, portanto, a equipe já estava correndo para

colocar as coisas em ordem, enquanto os músicos empacotavam seus instrumentos. Maria e

Annabel tinham ido para a cama às onze. Virginia e Gran pareciam estar indo para lá agora,

enquanto Gabe e o general se juntavam aos outros cavalheiros, que pareciam tender mais para

a sala de jogos, igual aos seus pretendentes.

Os Plumtrees estavam aqui em algum lugar, mas Jarret disse que tinha planejado ficar na

 pousada, em Ealing. Graças aos céus. Pelo menos ela não precisava se preocupar em correr de

 Ned, hoje à noite.

Ela não o tinha visto em anos, até este verão, quando ele foi pego tentando machucar

Giles e Minerva. Mesmo assim, ela não esteve sozinha com ele, foi por isso que quando ele se

aproximou dela no baile, ela tinha tido um bom começo.

Felizmente, ele não teve tempo para fazer mais do que pedir a ela para dançar. Ela

recusou. Em seguida, o duque apareceu e ela tinha dito a seu pretendente que ela precisava

falar com Maria sobre o bolo. Isso a livrou de Ned. Ela conseguiu evitá-lo o resto da noite,

também.

Ele e Jackson.

Ela suspirou. Ela não tentou evitar Jackson, amaldiçoá-lo, mas ele tentou claramente

evitar a ela. Na verdade, ele tinha desaparecido do baile depois de sua conversa com John,

após sua preocupante conversa com Gran.

- Você parece um pouco ansiosa. - disse uma voz ao seu lado.

Ela olhou para ver que sua irmã estava lá. Socorro a percorreu. Tinha sido um longo

tempo desde que ela tinha tido um bom bate-papo com Minerva, e se alguma vez ela precisou

de uma coisa dessas, era agora. - Você vai ficar a noite?

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Com uma risada, Minerva olhou para onde o marido estava indo para a sala de jogos com

Jarret. - Parece assim. Por quê?Fazendo uma fração de segundo da decisão, Celia agarrou o braço de sua irmã. - Porque

eu preciso de alguns conselhos de irmã.

Minerva abriu um largo sorriso. -  Isso eu posso dar. Vou encontrá-la em seu quarto em

meia hora. Apenas deixe-me sair deste vestido e colocar algo mais confortável.

Pouco tempo depois elas estavam confortáveis no quarto de Celia com uma lareira, um

 pouco de chocolate para beber e muitos cobertores para embrulhar sobre elas enquanto

estavam sentadas na cama de Celia, à luz das velas.- Então, me diga, querida. - disse Minerva quando ela levantou a taça de chocolate para

os lábios. –  Sobre o que é que você precisa de conselhos?

Celia suspirou. - Meus pretendentes.

- Ah. - Minerva tomou um gole de chocolate. - Você parecia bastante assediada por

cavalheiros esta noite. O duque dançou com você três vezes. Isso é praticamente uma

 proposta de casamento.

Celia olhou para sua xícara. Ela deveria dizer a Minerva? Talvez ela deveria. Sua irmã

tinha um jeito de cortar todas as bobagens para chegar direto ao osso das coisas. - Na verdade,

ele já propôs casamento.

Minerva a olhou assustada. - Ora, isso é maravilhoso! - Ela olhou Celia de perto. - Não

é?

- Eu não tenho certeza.

O olhar de sua irmã era afiado. - Você o ama?

- Eu gostaria que as pessoas parassem de me perguntar isso. - Celia murmurou baixinho.

- Que pessoas?

- Gran. - Ela engoliu em seco. - Senhor Pinter.

- Senhor Pinter? - Minerva ecoou com interesse decidido.

- Não é o que você pensa. - Celia protestou. - Eu o contratei para descobrir a verdade

sobre meus pretendentes, por isso ele queria saber se eu estava apaixonada por qualquer um

deles.

Minerva arqueou uma sobrancelha. - E por que ele deveria se importar?

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- Isso é o que EU  disse. E desde então, ele vem me atraindo na frente deles e me dizendo

coisas terríveis sobre eles, para denegri-los em minha mente.- Mesmo Lyons? - Disse Minerva.

- Bem, não. Quer dizer, eu tenho certeza que você já ouviu falar sobre a loucura na

família do duque, mas além disso, Jackson não encontrou uma única coisa.

- Jackson? 

Celia corou.  –   Senhor Pinter. - Quando Minerva ficou olhando, acrescentou

sombriamente. - Nós estivemos um com o outro por causa da investigação. Isso é tudo.

- Ah. - Minerva sorveu mais chocolate. - Volte para a parte sobre a oferta de casamentodo duque.

- Não seria um casamento por amor. Sua Graça apenas é mais um desde que eu preciso

de um marido e ele pode ter dificuldade para encontrar uma esposa, com a loucura em sua

família, poderíamos simplesmente... concordar em nos casarmos.

- Eu vejo. E você aprovaria isso?

Celia olhou sem ver as cortinas da cama penduradas, com suas desbotadas flores azuis e

amarelas contra um campo verde-claro. - Eu não sei. Quer dizer, eu gosto dele o suficiente, eu

suponho. Nós conhecemos sua família desde sempre. Ele não parece se preocupar com o

escândalo na nossa e ele é um excelente atirador-

- Isso estaria certamente no topo de minha lista de requisitos para um marido. - Minerva

interrompeu, os olhos brilhando. - Deve ser capaz de acertar um alvo a cinquenta passos

- Cinquenta passos! Você está louca? Teria de ser, pelo menos, uma centena.

Sua irmã caiu na gargalhada. - Perdoe-me por não saber o que constitui boa pontaria

suficiente para o seu parceiro em potencial. - Seu olhar calculista cresceu. - Ouvi dizer que

 Jackson é um atirador muito bom. Gabe disse que ele venceu todos, hoje, até mesmo você.

- Não me lembre. - Celia resmungou.

- Gabe também disse que ganhou um beijo de você.

- Sim, e ele me deu um beijinho na testa. - Celia disse, ainda irritada com isso. - Como se

eu fosse uma... uma garotinha.

- Talvez ele só estivesse tentando ser educado.

Celia suspirou. - Provavelmente.

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 Eu não te beijei hoje "corretamente", porque eu estava com medo, se fizesse eu não

 poderia parar. - A coisa é... - Celia mordeu o lábio inferior e se perguntou o quanto ela deveria revelar a

sua irmã. Mas ela tinha que discutir isso com alguém e ela sabia que podia confiar em

Minerva. Sua irmã nunca tinha traído a sua confiança. - Essa não foi a primeira vez que

Jackson me beijou. Nem a última.

Minerva quase engasgou com o chocolate. - Meu Deus, Celia, não diga essas coisas

quando eu estou bebendo algo quente! - Cuidadosamente ela colocou seu copo na mesa de

cabeceira. - Ele beijou você? - Ela agarrou a mão livre de Celia. - Mais de uma vez?Celia assentiu.

Sua irmã pôs os olhos para o céu. - E ainda assim você está debatendo se celebrará um

casamento de conveniência com Lyons. - Então ela pareceu alarmada. - Você quis  que o

homem beijasse você, certo?

- É claro que eu queria- - Ela se conteve. - Ele não me forçou, se é isso que você está

 perguntando. Mas, também, Jackson não... Quer dizer, Sr. Pinter... me ofereceu nada de

importante.

- Ele não mencionou o casamento?

- Não.

Preocupação cruzou o rosto de Minerva. - E o amor? E sobre isso?

- Isso também não. - Ela colocou o próprio copo em cima da mesa, em seguida, arrastou

um cobertor até o queixo. - Ele apenas me beijou. Um monte.

Minerva deixou a cama e andou na frente da lareira. - Para os homens, é assim que

começa às vezes. Eles desejam uma mulher pela primeira vez. O amor vem depois.

A menos que eles desejassem uma mulher por algum outro motivo, a maneira que Ned

tinha feito. - Às vezes, tudo o que sente por uma mulher é o desejo. - Celia apontou. - Às

vezes, nunca o amor entra nele. Como papai com suas mulheres.

- Senhor. Pinter não me parece esse tipo. - Bem, ele não me pareceu ter um pingo de

 paixão, até que ele começou a me beijar.

Minerva lançou-lhe um olhar malicioso. - Como é o seu beijo?

Calor subiu em suas bochechas. - É muito... er... inspirador. - Muito melhor do que Ned,

com certeza.

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- Isso é muito importante em um marido. - Minerva disse secamente. - E o que dizer do

duque? Tem ele beijado você?- Uma vez. Era... não é tão inspirador. - Ela se inclinou para frente. - Mas ele está

oferecendo o casamento e Jackson não tem sequer insinuado para ele.

- Você não deve se contentar com um casamento de conveniência. Especialmente se

você preferir Jackson.

 Eu não acredito em casamentos de conveniência. Dada a história da sua família, eu

acho que você não faria isso, de qualquer maneira. 

Celia enrolou no cobertor em um nó. Isso foi fácil para Jackson dizer, ele não tinha umaavó intrigueira respirando no seu pescoço. Para esse assunto, tampouco Minerva.

- Gran não se apiedará. - disse Celia. - Eu esperava que, talvez, se eu... Oh, não importa.

Isso provavelmente não teria funcionado de qualquer maneira.

- O que não teria dado certo?

Celia explicou seu plano para angariar uma oferta impressionante de casamento, para que

ela pudesse jogá-lo de volta na cara de vovó. Então, ela disse a Minerva de seus escrúpulos,

expondo Lyons à humilhação pública.

- Eu vejo o seu dilema. - disse Minerva. - Por que você não vai até vovó e conta-lhe

sobre a oferta do duque, em seguida, diga que você não o ama? Talvez ela vá adiante.

- Ou talvez ela vá chamar o duque, recebê-lo como seu futuro neto e começar a planejar

o casamento. Lembre-se de como ela anunciou o noivado de Oliver na festa, antes mesmo que

ele tivesse a chance de parar com isso? Se ela faz isso para mim  , eu não vou ser capaz de

chorar escondida sem embaraçar-me e  o duque. Eu não quero correr esse risco. Ele é um

homem bom, não importa como ele beija.

Minerva suspirou. - Você tem um ponto. Vovó é tão imprevisível. E ela provavelmente

amará vê-la casada com um duque.

- Eu sei.

- Talvez você deva pegar o touro pelos chifres. Peça Jackson para casar com você.

Celia olhou para sua irmã. - E se ele concorda pelo motivo errado?

- O que você quer dizer?

- Vovó diz que está acima para algum compromisso importante. E se ele só quer uma

esposa rica porque iria ajudá-lo a se tornar magistrado chefe? E se essa é a única razão pela

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qual ele está me beijando? - E reclamando sobre seus pretendentes. E tentando denegrir sua

reputação para ela.Minerva arqueou uma sobrancelha. - Se fosse esse o caso, você pensaria que ele teria

oferecido casamento no minuto em que começamos a falar sobre pretendentes.

- Se ele tivesse sentimentos mais profundos por mim, - Celia rebateu: - Você pensaria

que ele teria oferecido casamento, então, também. Ele não tem.

Como esta tarde, se ele quisesse se casar com ela, ele poderia apenas ter ficado para

deixar vovó pegá-los juntos. Ele deve ter sabido que vovó iria fazê-los se casar, mas ele a

tinha deixado quando Celia tinha pedido para ele.Então, novamente, ele poderia ter temido que vovó simplesmente o demitisse. Para um

homem com as ambições de Jackson, teria sido o suficiente para mandá-lo fugir.

- Oh, droga, isso é tudo tão confuso! - Ela reclamou. - Como é que uma mulher deve

descobrir o que um homem realmente quer?

- Se você encontrar a resposta a essa pergunta, seja boazinha e diga ao resto de nós. -

Minerva brincou. - Apesar de, tanto quanto eu posso dizer, os homens são criaturas simples,

 por toda a sua postura. Eles querem comida, bebida e uma moça para a cama, não

necessariamente nessa ordem.

- E o amor? - Perguntou Celia.

Minerva sorriu. - Isso também. Alguns homens querem, de qualquer maneira. Você só

vai ter que passar algum tempo com o sr. Pinter e descobrir se é isso que ele quer de você.

- E como, demônios, que eu vou passar um tempo com ele quando ele está me evitando,

desde a última vez que me beijou?

- Talvez ele esteja preocupado com a diferença em suas posições.

- Isso não o impediu de me beijar. - Ela fez uma careta. - Além disso, você já ouviu o que

ele disse sobre a nossa classe. De qualquer maneira, ele acha-se acima de nós, e não abaixo de

nós. Ele nem sequer me pediu para dançar hoje à noite! Ele poderia ter pedido. Ninguém teria

 pensado nada disso. Em vez disso, ele passou todo o baile de pé, olhar de desaprovação e

conversando com os criados.

- Talvez porque você passou todo o baile na companhia de seus pretendentes.

Celia lançou um suspiro exasperado. - O que mais eu poderia fazer? Eu não estou

autorizada a pedir a um homem para dançar. E, pelo menos, eu sei que os meus pretendentes

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querem. Senhor Devonmont quer me seduzir, o visconde quer sossego em sua velhice, e o

duque quer se casar comigo. Eu não tenho ideia do que Jackson quer, além de me deixarlouca.

E fazê-la querer ele. Ela passou metade da noite lembrando seus doces beijos e suas

 palavras ferozes a cerca de desejá-la.

Algo disso foi fingido? Era difícil saber. Ainda assim, mesmo hoje à noite ela o pegou

olhando para ela com tanta fome...

A onda de calor através de seu corpo a fez morder de volta um palavrão.

- Ainda faltam uns dois dias até a festa em casa acabar. - Minerva apontou. - Por quevocê apenas não ve como as coisas progridem? Diga ao duque você precisa de tempo para

considerar sua oferta e usar esse tempo para tentar descobrir o que está acontecendo com o sr.

Pinter.

- Em outras palavras, deixar o seu comportamento ser o guia de suas sensações.

Minerva fez uma careta. - Já esteve lendo Jane Austen?

Oops. Tinha esquecido que ela tinha lido a linha em Emma. 

- Não me interpretem mal, ela é uma boa escolha. - disse Minerva, mordaz. - E eu

 suponho que é um bom conselho. Embora eu também a aconselho a decidir o que é que você

quer dele. Casamento?

- Eu não sei. Esse é o problema.

Mas uma hora mais tarde, depois que Minerva a tinha deixado e Celia estava deitada,

sozinha na cama, ela percebeu que ela sabia uma coisa que ela queria dele. Sozinhos mais

tempo juntos. Mais chances para ver como ela se sentia e se era real ou apenas alguma

loucura do momento.

Só agora é que ela percebeu o quanto ela estava protegendo-se de sentir alguma coisa por

um homem. Mas sempre que ela estava com ele, ela não queria se proteger. Ele a fazia querer  

sentir.

Ela adormeceu, sonhando com a boca de Jackson sobre a dela, suas mãos em seu corpo.

E ela acordou apenas algumas horas depois, tocando-se.

Mesmo quando ela estava completamente acordada, ela continuou o comportamento

vergonhoso. Ela colocou a mão em seu peito, lembrando-se de como ele chupou e acariciou.

Seus dedos pareciam mover-se por vontade própria, acariciando o mamilo através de sua

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camisola. Ele fez seu sangue correr quente... mas ainda não era tão boa como quando ele tinha 

feito isso.Só pensando em como ele tinha pressionado entre suas pernas e arrastou os polegares

 para cima de suas coxas nuas...

Oh, céus, o que seria a sensação de tê-lo tocando-a lá , entre as pernas? Ned tinha

tentado fazer essa mesma coisa quando ela bateu-lhe com o tijolo. Na época, ela estava

chocada que ele iria mesmo tentar fazê-lo.

Mas agora, depois de chegar tão perto de ter Jackson acariciando-a lá, não parecia tão

terrível. De fato...Com o rosto em chamas, ela apertou a mão contra a parte dela que parecia doer por seu

toque. Tentando não pensar em como ela estava sendo má, ela esfregou-se lá. Céus, mas me

sentia tão bem! Fechando os olhos, ela imaginava que era a mão de Jackson esfregando nela e

fazendo-a ficar mais e mais úmida, mais e mais dolorida...

Um rangido no interior da parede era todo o aviso que chegou a ela antes da porta de

serviço abrir e Gillie, sua empregada, entrar.

Ela congelou, grata que as cobertas estavam sobre ela. Enquanto Gillie alimentava o

fogo, Celia estava lá, fingindo dormir, totalmente mortificada. Olha só o que esse maldito

homem tinha feito para ela! Ele a tinha se tocando como uma devassa.

Após Gillie sair, Celia tentou voltar a dormir, mas era impossível. Sua mente e corpo,

ambos estavam muito agitado. Quando uma hora tinha passado com o sono iludindo-a, ela

 pulou da cama e começou a andar. Esta foi à loucura. Ela não podia acreditar que ela estava

deixando o homem fazer isso com ela! Ela tinha que sair da casa. Sentada ao redor e

remoendo sobre Jackson só iria fazê-la louca.

Ela tocou chamando Gillie. Era perto da alvorada, os outros convidados estariam todos

na cama. Assim, ela poderia fazer a única coisa que sempre ajudou a acalmar sua agitação.

Recorrer ao tiro ao alvo.

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Capítulo Treze

Pouco depois do amanhecer, por volta de 7h e 30min, Jackson saiu a cavalo para

entrevistar Sra Duffett, com as palavras da Sra Plumtree ainda ressoando em seus ouvidos.

Ele desejou que o passeio para High Wycombe não fosse tanto tempo. Ele não estava com

disposição para estar a sós com seus pensamentos.

Para ganhar tempo, ele cortou através da propriedade em vez de andar até o caminho

 para a estrada. Graças a Deus, que era muito cedo para a neve –  já era ruim o suficiente que o

vento fosse mais acentuado do que o normal hoje.

Ele não andava longe quando ouviu um tiro de pistola nas proximidades. Ele tinha visto

guarda de caça tomando café da manhã na cozinha de Halstead quando ele saiu, por isso não

 poderia ser ele. Os convidados da casa tinham ficado até tarde dançando e jogando cartas, o

que ele duvidava que estariam caçando tão cedo. Além disso, ele não ouviu cães.

Isso deixou apenas uma possibilidade: caçadores.

Ele só poderia mencionar ao guarda-caça quando voltasse... mas a ideia de alguém

atirando em qualquer coisa à toa na propriedade o perturbou. Um segundo tiro o decidiu.

Estimulou o cavalo a galope, ele andava em direção ao som.

Mas quando ele subiu ao morro, a visão que o cumprimentou o fez parar. Na parte

inferior do morro estava Celia em um traje de montar, sua arma apontada em sua direção. Ele

 parou assim que ela o viu.

Depois de esvaziar a arma, disparando-o na direção oposta, colocou-a no chão, de costas

 para eles, pegou suas saias e chegou até a colina, com fogo em seus olhos. - Você tentando se

matar? - ela gritou.

Só então ele notou o alvo que foi colocado na colina, abaixo dele. Assim este era o lugar

onde ela fazia a sua prática de tiro. Ele deveria saber que ela teria um lugar secreto para ele.

- Perdoe-me por interromper. - disse ele secamente enquanto ela se aproximava. -

Quando eu ouvi tiros, eu pensei que eram caçadores.

- E você estava indo enfrentá-los sozinho? - Ela colocou as mãos nos quadris. - E se

houvesse vários, armados e prontos para atirar?

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A própria ideia o fez revirar os olhos. - Na minha experiência, os caçadores furtivos

fogem quando veem alguém vindo. Eles não brandem armas. - Ele não pode resistir dezombar. - Você é a única pessoa que faz isso, minha senhora.

 No uso de seu título, ela endureceu. - Bem, você poderia ter se machucado da mesma

forma. Você realmente não deve deslocar-se sobre as pessoas assim. E o que você está

fazendo tão cedo, afinal? - Seus olhos se estreitaram. - Você não pode estar indo na direção de

Londres, você está na direção errada.

- Eu estou indo para High Wycombe. Aparentemente, sua antiga babá mora lá, então, eu

vou questioná-la sobre os acontecimentos na manhã em que morreram seus pais. Dessa formaeu posso confirmar se seu sonho é apenas um sonho ou algo mais.

Seu rosto se iluminou. - Deixe-me ir com você.

Inferno. Isto é o que ele tem por meter o nariz onde não pertencia.

- Não. - ele disse asperamente. - Isso decididamente não é uma boa ideia.

Virando a cavalo ao redor rapidamente, ele estimulou-o em um galope e voltou de onde

ele veio. A última coisa que ele precisava era ela tentando se juntar a ele.

Infelizmente, isso não foi suficiente para dissuadi-la. Em um momento, ela havia corrido

 para baixo do morro, pegou sua arma e seu cavalo, e galopou atrás dele. Em poucos minutos,

ela estava andando ao lado dele. Com uma maldição, ele puxou o cavalo para um trote.

- Por que não seria uma boa ideia? - Perguntou ela.

 Porque a visão de você, tão delicadamente empoleirada em seu sela faz o meu sangue

 ferver e minhas mãos coçam para tocá-la. 

- Se você vai sumir, todo mundo vai se preocupar.

Ela bufou. - Primeiro de tudo, é apenas uma hora depois do amanhecer.Todo mundo vai

estar dormindo por mais algumas horas. Em segundo lugar, a minha empregada Gillie sabe

dizer que eu estou dormindo por causa de uma dor de cabeça, como ela sempre faz quando

estou no tiro ao alvo. - Ela lhe deu um sorriso tímido.  –  A vovó não aprova o tiroteio, você

sabe. Então, eu tenho um monte de dores de cabeça.

Ele cerrou os dentes. Claro, Celia faz o que ela tem que fazer para conseguir da sua

 própria maneira.

- Ninguém questiona isso. - continuou ela. - Assim, podemos ir a High Wycombe e

voltar antes que alguém perceba que eu estive fora.

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- Há outras razões para você não se juntar a mim. Por um lado, na hora que eu levá-la, a

Sra Duffett vai moderar suas respostas. Vou perguntar sobre o mulherengo de seu pai, entreoutras coisas e ela vai se recusar a dizer a verdade, se você estiver lá.

- Então me apresente como sua irmã, que veio para tomar notas. Eu duvido que ela vá me

reconhecer. Ela não me vê desde que eu tinha nove anos, quando eu era pequena e magricela e

meu cabelo era muito mais claro.

- Este não é o ponto. - ele mordeu. - Por que diabos você quer estar lá, afinal?

Ela piscou para seu tom afiado, em seguida, olhou fixamente para os campos próximos. -

Eu tenho que saber, você não vê? Eu tenho que ouvir por mim mesmo se era um sonho oualgo que realmente aconteceu. - Ela lançou-lhe um olhar suplicante. - Você nunca sabe o que

 pode vir em seu interrogatório. A enfermeira pode dizer algo que desencadeie outra

lembrança em mim.

Droga, ela estava certa. Se fosse qualquer uma das outras Sharpes, ele não iria hesitar.

Mas a ideia de passar várias horas em sua companhia era ao mesmo inebriante e apavorante.

- Se você não me deixar ir junto, - continuou ela. - eu só vou segui-lo.

Ele fez uma careta para ela. Ela provavelmente iria; a mulher era tão teimosa quanto era

 bonita.

- E não acho que você pode me impedir, também. - acrescentou. - Halstead Hall tem um

 bom estábulo e Lady Bell é uma das nossas montagens mais rápidas.

- Lady Bell? - Ele disse sarcasticamente. - Não Alvo ou Pistola?

Ela olhou para ele. - Lady Bell era minha boneca favorita quando era uma menina, foi a

última coisa que mamãe me deu antes de morrer. Eu costumava brincar com ela sempre que

eu queria me lembrar dela. A boneca ficou tão esfarrapada que eu joguei-a fora quando a

superei. - Sua voz baixou. - Eu lamentei mais tarde, mas aí já era tarde demais.

A ideia de sua brincadeira com uma boneca, de lembrar sua falecida mãe, fez sua

garganta apertar e seu coração vacilar. - Tudo bem. - ele resmungou. - Você pode ir comigo

 para High Wycombe.

Surpresa deixou suas bochechas rosadas. - Oh, obrigada, Jackson! Você não vai se

arrepender, eu prometo a você!

- Eu já me arrependo - ele resmungou. - E você tem que fazer o que eu digo. Não é para

andar armada, você ouviu?

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- Eu nunca ando armada!

- Não, você só anda por aí com uma pistola cheia de pó, pensando que você pode seguraros homens com ela.

Ela jogou a cabeça. - Você nunca vai me deixar esquecer isso, você vai?

- Não enquanto nós dois vivermos.

 No minuto em que as palavras saíram de seus lábios, ele poderia ter chutado a si mesmo.

Elas soaram muito parecidas com uma promessa, que ele daria tudo para ter o direito de

cumprir.

Felizmente, ela não parecia ter notado. Em vez disso, ela estava se contorcendo edançando sobre a sela.

- Você está bem? - Ele perguntou.

- Eu tenho um carrapicho preso em minha meia que continua esfregando contra a minha

 perna. Eu só estou tentando ajeitar isso. Não se preocupe comigo.

Sua boca ficou seca com sua menção de meias. Ele trouxe o encontro de ontem

vividamente em sua mente, quando ele levantou a saia para chegar à extensão suave da

 panturrilha, envolta em seda. De como ele correu as mãos até as coxas, enquanto sua boca

tinha saboreado-

Deus salve-o. Ele não poderia estar pensando sobre essas coisas enquanto andava. Ele se

mexeu desconfortavelmente na sela quando eles chegaram à estrada e se estabeleceram em

um ritmo confortável.

A estrada estava ocupada a esta hora mais cedo. Os agricultores locais estavam dirigindo

suas carroças para o mercado ou a cidade e os trabalhadores estavam indo para os campos.

Para alívio de Jackson, tornou mais fácil não falar. Conversando com ela estaria fadado a ser

difícil, especialmente se ela começasse a consultá-lo sobre seus pretendentes.

Depois que eles tinham viajado poucos quilômetros, ela perguntou em tom de conversa.

 –  Será que sua tia se importa por você estar longe esta semana?

Pelo menos ela tinha escolhido um tema seguro. - Não. Ela entende que eu estou

trabalhando.

- Eu acho que ela deve estar muito orgulhosa de você.

- Você acha isso surpreendente? - Ele falou lentamente.

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- Não! - Ela lançou-lhe um olhar, considerando. - Por que não deveria? Você é um

investigador muito habilidoso, que me disseram.- Mas não qualificado o suficiente para atender a sua senhoria. - disse ele, sentindo um

desejo perverso de atraí-la.

- Eu não disse isso. Pelo que tenho visto, você é muito completo. - Ela voltou seu olhar

 para a estrada à frente. - Não é à toa que você está sendo considerado para o cargo de Chefe

do Magistrado.

Seu estômago deu um nó. Ele deveria saber que todas as conversas com Celia tinham o

 potencial para ser um pântano cheio de lama. - Eu suponho que sua avó lhe disse sobre isso.A expressão preocupada atravessou seu rosto. - Ela diz que você deve ter cuidado para

não ser acusado de qualquer impropriedade. Isso poderia prejudicar suas perspectivas de

 progressão. Ela disse que eu deveria tomar cuidado para não deixá-lo ser pego nessa situação.

- Oh, ela fez, não é? - Sra. Plumtree foi ainda mais maquiavélica do que ele deu a ela o

crédito. - E eu vejo que você a ouviu muito bem, pois aqui estamos nós, sós novamente. Em

sua iniciativa.

Um rubor impregnou suas bochechas, que reforçavam a sua beleza, ele teve que desviar

o olhar. - Não se preocupe, - disse ela - ninguém nunca vai saber sobre isso. Eu vou ter

certeza disso.

- Como ninguém sabia sobre o nós estarmos sozinho juntos ontem?

- Ninguém soube! - Protestou ela.

- Certo. E a sua avó não achou que estávamos juntos, de qualquer maneira. A última vez

que alguém nos viu, estávamos saindo de braços dados, lembra?

- Ah, mas eu disse a ela algum disparate sobre como nós nos separamos antes de eu vir

 para a ala norte.

- E ela acreditou em você. - disse ele com ceticismo.

- Sim. - Ela mordeu o lábio inferior. - Bem, eu acho que ela fez.

- Não me parece isso.

Sua testa franze com preocupação quando ela olhou para ele. - O que ela disse para você,

ontem à noite no baile?

Que ela vai deserdá-la se eu sou tolo o bastante para propor para você. 

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 Não, ele não podia revelar isso. Celia não gostava que dissessem o que fazer tanto quanto

ele. Ela podia ligar-se a ele apenas para irritar sua avó. Ele não a queria desse jeito.Especialmente quando ela não tinha ideia de como era viver sem dinheiro.

- Ela perguntou sobre minhas intenções para com você.  –   Ele cuidou de não falar

 palavras que poderiam machucá-la. - Eu disse a ela que não havia nada entre nós.

- E você? - Sua expressão era impenetrável quanto ela mudou seu olhar para a estrada à

frente. - Felizmente, eu disse-lhe a mesma coisa.

Ele agarrou as rédeas. Tanta coisa para machucá-la.

- Mas você conhece vovó. - Celia continuou levemente. - Ela vai pensar o que quiser,não importa o que qualquer um de nós diga.

- Bem, - ele prosseguiu - sua mente vai certamente descansar sobre você e eu quando

você anunciar que vai se casar com o duque.

- Quando eu anunciá-lo? - ela repetiu, depois ficou em silêncio por um longo momento.

- Há algo que eu... deveria ter mencionado antes.

Ele cerrou os dentes. Droga, droga, droga. Ela já deve ter anunciado ontem à noite,

depois que ele deixou o baile. Estava gravada na pedra agora. Ela estava planejando deixar o

duque cruel em sua cama e sua vida, mesmo que ela não-

- Eu nunca tive qualquer intenção em casar com o duque.

Atordoado, ele se virou embasbacado para ela, uma onda de alívio disparou direto para

sua alma. Em seguida, ele se conteve. Ele poderia estar lendo suas palavras totalmente errado.

- Oh? Você já se fixou em um dos outros em vez disso?

Ela respirou fundo. - Na verdade, eu tinha planejado completamente um outro resultado.

Seu sangue clamava em seu peito. - O que você quer dizer?

- Eu estava esperando que, se eu ganhasse uma oferta de um homem de alto escalão, eu

 poderia jogá-lo de volta na cara de Gran para provar que eu sou tão casadoura como qualquer

mulher. Em seguida, ela iria perceber que seu ultimato era uma tolice e que ela iria rescindi-

lo.

Doce Deus.  Isso, ele não tinha esperado. - Eu vejo. - ele murmurou, tornando-se

 praticamente sem palavras por sua revelação. Todo esse tempo ele tinha assumido que ela

tinha querido se casar com um desses imbecis. Se ela não tinha realmente...

 Não, ele não podia permitir-se à esperança. Nada tinha realmente mudado.

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- Eu sei, eu sei, - ela continuou - você não tem que dizer isso, era um plano estúpido. Eu

não pensei completamente.Ele pesava suas palavras. - Se foi um plano estúpido - e eu não estou dizendo que foi - é

só porque você interpretou mal os sentimentos de sua avó sobre a sua elegibilidade para se

casar.

Ela bufou. - Ela acha que ninguém nunca iria casar com 'a mi ss sociedade imprudente‟ e

uma „criadora de problemas'. 

Ele fez uma careta ao ouvir suas próprias palavras jogadas de volta para ele. Celia era

tudo o que ele queria... e muito mais. Não que ele ousasse dizer a ela. Já era ruim o suficienteque ele revelou muito de como se sentia ontem. Por enquanto, ela pode pensar que é somente

desejo. Se ele começasse a fazer-lhe elogios, ela pode imaginar o quão longe os sentimentos

dele foram e isso ele não faria.

Assim, ele temperou seus comentários. - Sua avó está apenas preocupada que você vai se

desperdiçar em um homem que não merece você. - Como um bastardo Bow Street Runner. -

Eu suspeito que se você diga a ela que vai se casar com o duque, ela não vai estar nem um

 pouco surpresa. E ela certamente vai concordar em rescindir o ultimato, agora que ela

finalmente conseguiu o que queria.

- Sim, eu tenho chegado a essa conclusão sozinha. E, além disso... bem... não seria justo

envolvê-lo em tal conspiração por trás das costas, quando ele é um homem verdadeiramente

agradável, oferecendo casamento. Se a conversa sai que ele tenha oferecido e eu aceito,

somente para declinar depois, as pessoas iriam supor que eu tinha feito isso por causa da

loucura em sua família. Isso seria cruel.

Agora que Jackson sabia que ela não estava realmente indo se casar com o duque, ele

 poderia ter a mente aberta. - Certamente não seria gentil. - ele concordou. - Mas eu ficaria

mais preocupado que, se a conversa saísse, você iria ser pintada como o pior tipo de rejeição.

Ela deu de ombros que fora. - Eu não me importo, desde que me libertasse do ultimato de

vovó.

Levou um momento para digerir isso.  –   Então, você mentiu quando disse em nossa

 primeira discussão de seus pretendentes que tinham interesse no casamento?

- É claro que eu não menti. - Suas bochechas vermelhas novamente. - Mas eu quero casar

 por amor e não porque Gran decidiu que estou demorando muito para casar. Eu quero que

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meu marido realmente se importe comigo. - Sua voz tremeu um pouco. - E não é só a minha

fortuna. - Ela deu-lhe um olhar de soslaio. - Ou as minhas conexões.Ele endureceu na sela. - Eu entendo. - Ah, sim, ele entendeu tudo certo. Qualquer

insinuação que ele fizesse, seria considerada mercenária. Sua avó se certificou de dizer-lhe de

suas aspirações.

 Não que isso importasse. Se ele se casasse com ela, ele se arriscaria a observá-la perder

tudo. Um magistrado chefe faz uma quantia bastante elevada para alguém da posição de

Jackson, mas para alguém dela?

 Não era nada. Menos do que nada.- Então o que você pretende fazer? - Perguntou. - Sobre o ultimato de sua avó, eu quero

dizer.

Ela balançou a cabeça. - Se apresentá-la com uma oferta e implorando clemência não

funcionou, meu plano original era apenas se casar com qualquer dos três cavalheiros que

tenham oferecido.

- E agora?

- Eu não posso me obrigar a fazê-lo.

Ele parou de apertar as rédeas. - Bem, isso é alguma coisa, então.

- Então, eu me encontro de volta onde eu comecei. Acho que terei de angariar mais alguns

 pretendentes. - Ela lançou um olhar para ele. - Alguma ideia?

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Capítulo Quatorze

Celia não sabia como fazê-lo de forma mais clara. Se Jackson estava interessado em

casamento, agora era a hora de falar. Ela deixou claro como ela se sentia por estar casada por

sua fortuna e conexões. Tudo o que ele tinha a fazer era intervir e declarar que ele não se

importava com nada disso, que ele estava loucamente apaixonado por ela e tudo estaria bem.

Em vez disso, ele disse com firmeza: - Eu não posso imaginar como eu poderia ajudá-la

a esse respeito, minha senhora.

A "minha senhora" particularmente feriu. Ela pensou que já tinha passado por sua

atuação como Pinter orgulhoso e sua dor a fez impertinente. - Bem, você continuou insistindo

quando te contratei que deve haver alguns cavalheiros adequados lá fora, que iriam se casar

comigo. Então, vá encontrar algum. Até agora, tudo o que fez foi criticar os que eu encontrei

 para mim.

Ele lhe deu um pequeno sorriso. - Excelente ponto.

- Eu sei. - ela rebateu.

Embora, agora, ocorreu-lhe que seus protestos veementes sobre sua escolha de

 pretendentes eram estranhos. Dadas as suas carícias acaloradas ontem, o comportamento dele

estalou de ciúme. Então, se ele se importava o suficiente para ficar com ciúmes dos outros

homens, por que ele não se importava o suficiente para cortejá-la?

 Eu disse a ela que não havia nada entre nós. 

Isso foi apenas sua maneira de acalmar os temores de Gran e proteger o seu orgulho? Ou

será que seu encontro ontem realmente foi apenas um flerte?

- Para um homem cuja tarefa é resolver os problemas, - ela resmungou - você cria mais

do que resolve.

- Em minha defesa, eu não estou acostumado a trabalhar de casamenteiro - ressaltou.

- Claramente.

Eles montaram alguns minutos em silêncio. Lentamente, ocorreu-lhe que ela realmente

não sabia o que o seu trabalho implicava, além do seu trabalho para Oliver. Na verdade, ela

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não sabia muito sobre ele em tudo. Talvez se pudesse aprender mais, ela poderia descobrir por

que ele gostava de beijá-la apaixonadamente um minuto e ignorá-la na próxima.- Então, - ela disse - você tem uma boa chance de se tornar magistrado chefe?

Por alguma razão, o fez endurecer. - Razoavelmente boa, eu acho.

- O que faz exatamente o magistrado chefe?

Ele olhou-a de soslaio. - Por que você quer saber?

- Estou curiosa, isso é tudo. E nós temos mais uma hora e meia de andar à frente.

Delicie-me.

- Muito bem. - Ele puxou seu chapéu de castor mais firmemente para baixo em sua testa.- Você sabe alguma coisa sobre a magistratura?

- Eles são os juízes, certo?

- Em Bow Street, engloba muito mais. Há algum trabalho para fazer no escritório, algum

trabalho de supervisão dos oficiais subalternos e algum trabalho que serve como um juiz.

- Se você está agindo como um juiz, você não tem que ser um advogado?

- É assim que o sistema é executado. Magistrados são nomeados. O presente magistrado

chefe começou como aprendiz de seleiro. Magistrados recebem algum treinamento na lei, mas

a posição é mais fiscalização do que qualquer coisa. Em Londres, sendo magistrado chefe,

coloca você no comando de todos os sete escritórios do magistrado.

Oh meu. - Isso soa terrivelmente importante.

- Terrivelmente. - ele repetiu em um tom seco.

Como o vento soprou para cima, ela atirou a capa mais firmemente sobre ela. - Como é

que a sua tia se sente sobre você se tornar magistrado chefe?

Ele deu um sorriso triste. - Ela está torcendo um bocado para me ver em um cargo tão

elevado. Ela envaideceu como um pavão, quando eles me fizeram assistente do magistrado.

- Oh! Eu não sabia que você já era um magistrado.

- Assistente. - enfatizou. –  Atuo como além de meus deveres como um mensageiro. Foi-

me dada a nomeação há dois anos.

- Depois que você resolveu o primeiro assassinato de Lady Kirkwood?

Ele lançou-lhe um olhar surpreso. - Você sabia disso?

- Claro. É por isso que Oliver contratou você, porque seu amigo Lord Kirkwood elogiou

suas habilidades lá em cima.

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Um misterioso sorriso brincou em seus lábios.

- O que é tão engraçado? - Perguntou ela.- Eu só estava pensando que deve ter irritado você tremendamente ter - me, de todas as

 pessoas, contratado por seu irmão depois de eu ter lhe chutado e aos amigos do seu outro

irmão, de Green Park.

Ela riu. - Eu acho que fez na época. Mas...

- Mas...

Suas mãos apertaram as rédeas. - Devo fazer outra confissão?

- Por favor. - ele demorou. - Eu estou tomando nota de cada uma, no caso de eu ter quefazer chantagem.

- Muito engraçado. Mas a verdade é que... jogo de tiro em Green Park realmente não era

aconselhado. Eu sabia disso na época, mas eu me deixei levar pelo momento, e por insistência

de vários cavalheiros jovens. Você estava certo por colocar um fim a isso.

- É claro que eu estava certo.

- Jackson!

Ele riu. - Bem, eu estava e você sabe disso. - Moderando, ele nivelou com um olhar

firme. - Você tem bom senso quando você escolhe. Notei agora, que o seu alvo de prática foi

colocado em uma colina para evitar danos a qualquer pessoa que possa desviar-se para a área.

A única maneira que você teria me acertado quando eu subia era se você optasse por isso.

Você não é estúpida geralmente com armas, de qualquer maneira. Nem imprudente.

Ela inspirou. - Isso não é o que você disse a outra noite, quando você me deu aulas sobre

a minha pistola.

- Só porque vocês não estavam preparados para seguir adiante. - Seu olhar se estreitou

sobre ela. - Não puxe uma arma para um homem a menos que você queira usar para derrubá-

lo.

- Eu já tive a palestra, lembra?

Ele abriu um sorriso. - Desculpe. Meu tio dizia que eu nasci tentando dizer às pessoas o

que fazer. - Ele ficou pensativo. - E que ele  nasceu tentando dizer-lhes para onde ir.

A dor repentina que tomou conta de seu rosto fez seu coração torcer por ele. - Ele era um

magistrado, também, não era?

- Um dos melhores.

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Ela olhou-o de perto. - Eu suponho que você sente falta dele terrivelmente.

Depois de um momento, ele acenou com a cabeça. - Ele era a coisa mais próxima que eu já tive de um pai.

- Ele era irmão da sua mãe?

- Não. Minha tia é irmã da minha mãe.

Isso a surpreendeu. - Em seguida, foi muito gentil da parte dele para levar vocês, depois

de... quero dizer... - Oh, Senhor, ela provavelmente não deveria ter trazido isso.

Ele lançou-lhe um olhar velado. - Depois que minha mãe tão espetacularmente arruinou

sua vida?- Bem... sim. Não deve ter sido fácil para um magistrado levar sua... não cunhada não

casada e seu-

- Bastardo. - ele a cortou.

- Eu ia dizer 'filho' - ela murmurou.

Sua conduta rígida a fez se perguntar quantas vezes ele havia sido chamado dessa

 palavra em sua juventude. As crianças podem ser cruéis. Ela sabia, melhor do que ninguém,

graças à fofoca implacável sobre as mortes escandalosas de seus pais.

- Você esquece, - continuou ela - Eu agora tenho um sobrinho que nasceu fora do

casamento. George é um querido. Não é culpa dele que sua mãe deu a luz no lado errado do

cobertor. E sequer é culpa dela, dadas as circunstâncias. Ela esperava realmente se casar com

seu noivo uma vez que ele voltasse da guerra. Se ele não tivesse sido morto-

- Bem, se minha mãe sofria de tal ilusão, ela não sofreu por muito tempo. - Ele fixou o

olhar na estrada à frente. - Meu pai era aparentemente bastante jovem, mas ele era um lorde

mimado e depois que a convenceu a fugir com ele e tomou sua inocência, ele se recusou a

casar com ela. Ele disse que precisava de uma esposa rica. Ele a amava, mas não o suficiente

 para diminuir as suas expectativas para o futuro.

- Oh, Jackson. - ela sussurrou, com o coração na garganta.

Mas ele pareceu não ouvir. - Em vez disso, ele encontrou sua esposa rica em algum lugar

 perto de Liverpool e estabeleceu minha mãe como sua amante lá, então a abandonou quando

eu comecei a consumir muito de sua atenção. Aparentemente, ele não gostava de competir

com afeições de uma criança.

- Você continua dizendo 'aparentemente'. Não sabe quem ele é?

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Ele balançou a cabeça negativamente. - Eu tinha dois anos quando ele nos deixou. E a

minha mãe nunca revelou o seu nome ou até mesmo o título. Não admira que ele odiava a nobreza. Ela não podia imaginar o que seria não saber quem

era seu pai, para ir dia a dia se perguntando se algum homem que ela trabalhou ou se reuniu

em sociedade era o homem que a tinha procriado.

Deve ter sido muito difícil para ele. - Como é que você viveu depois que ele o deixou?

- Não mal em primeiro lugar. Mamãe fazia trabalho por empreitadas para uma costureira,

mas quando as máquinas vieram, havia menos do que isso. Nós nos mudamos para a parte

mais pobre da cidade e ela começou a trabalhar na fábrica. Então, ela ficou doente. - Sua vozapertou. - Eu tinha dez anos. Ela já tinha começado a falar de buscar sua família quando algo

aconteceu e a pressionou para fazê-lo.

Quando ele não continuou, ela disse. - Oh?

- Eu passava os dias em uma escola de caridade local e entrei em uma briga com um

rapaz que a chamou de prostituta. Eu ... hum ... o chamei de algumas palavras bem escolhidas

 por mim, ele me agarrou pelo pescoço e começou a me sufocar. Ele esmagou minha laringe.

Ele teria me matado se a diretora não o tivesse tirado de cima de mim. - Ele deu-lhe um olhar

de soslaio. - É por isso que a minha voz soa tão áspera. E foi então que ela foi para sua irmã,

 para ajudar.

- Por que ela não foi antes disso?

Ele deu-lhe um olhar duro. - Pela mesma razão que você mencionou, ela temia que a

 presença dela em sua casa fosse arruinar seu cunhado das perspectivas. Mais tarde soube que

eles não tinham ideia de que ela estava vivendo tão torpemente. Ela morava com eles, depois

que seus pais morreram, mas uma vez que ela fugiu para ficar com seu amante, ela não se

manteve em contato com eles, por vergonha ou ressentimento. Minha tia sempre disse que

eles teriam nos recebido de uma vez se soubessem que ela estava se mantendo sozinha.

Um caroço pegou na garganta de Celia. - Sua tia deve ser uma pessoa muito boa. E o seu

tio, também, é claro.

Sua expressão se suavizou. - Eles são os melhores que eu já conheci. Eles tentaram

salvar a mamãe, mas ela estava muito doente na época para ser salva. Depois que ela morreu...

- Ele parou, seus olhos enevoados. Quando ele pode continuar, ele disse: - Depois disso, o tio

William levou-me sob sua asa como aprendiz. Fui com ele todos os dias para Bow Street. -

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Um sorriso distante levantou os lábios. - Eu aprendi o negócio a partir de cima para baixo. Eu

sempre serei grato a ele por isso.Ela ficou em silêncio um longo momento, absorvendo tudo. O que era incrível um

homem como Jackson, ter sofrido tanto e ainda ter chegado tão longe. - Deve ter sido difícil

 para você, começando tão jovem em um lugar como Bow Street. Você deve ter trabalhado

muito duro para ter subido tão alto em tão pouco tempo.

- No meu mundo, trabalhar duro é uma exigência para todos os que querem comer,

minha senhora.

Seu tom de voz tenso, combinado com seu discurso formal e sua condescendência clara,deixou-a com raiva. - Você esquece Jackson, que minha família sempre teve um pé no seu

mundo. Eu sei muito bem que tudo o que eu comer e beber vem a mim por causa do suor e do

trabalho de meus avós em sua cervejaria. Ela certamente não vem de pessoas como meu pai,

que acabou com todos os seus fundos em uma vida selvagem que deixaram a propriedade

 praticamente falida.

Ela torceu as rédeas na mão, sua voz voltando ácida. - De fato, é por isso que Gran sente

que ela tem o direito de estabelecer regras para o nosso futuro. Porque ela está pagando por

nosso passado por um longo tempo. - Dando um olhar ressentido, ela acrescentou: - E é por

isso que você acha que ela tem o direito, também. Admiti-o.

Sua maneira suavizou quando ele olhou para ela, uma faísca repentina de simpatia em

seus olhos. - Não mais. Eu vou admitir, eu concordei com seus objetivos no início, mas... -

Ele balançou a cabeça. - Eu não posso aprovar seus métodos, querida.

Querida?

Seus olhos se encontraram e ele corou, então desviou o olhar. - Nós vamos chegar em

High Wycombe, antes de conhecê-lo. - ele disse, com a voz visivelmente mais difícil - Por

isso, devemos provavelmente discutir o que eu vou pedir a Sra Duffett.

Ela suspirou. Toda vez que ela pensou que ela estava à beira de descobri-lo, ele dizia

algo para confundi-la.

Uma coisa que ela  fez   saber, ele era um homem ainda mais fino do que ela tinha

 percebido. O tipo de homem que ela ficaria feliz em se casar. Mas só se ele realmente

quisesse se casar com ela.

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Ela poderia ter estado disposta a aceitar um casamento de conveniência com o duque,

uma vez que ela cuidou de Sua Graça somente como um amigo. Com Jackson, no entanto, ela precisava de mais, porque ela se importava muito mais. Ela nunca poderia suportar viver com

ele dia após dia, ansiando por ele, desfrutando de seus beijos, se seu desejo por ela era apenas

 parte de sua ambição.

Então, antes que ela deixe seu coração ser totalmente agarrado, ela tinha que ter certeza

de que ele a queria por si mesma. Nada menos.

HIGH WYCOMBE ERA uma cidade de mercado um pouco curiosa, a noroeste de Londres.Eles não tinham nenhuma dificuldade em encontrar um lugar para se alimentar e cuidar de

seus cavalos, enquanto eles estavam na cidade, mas eles tiveram um pouco mais de

dificuldade para encontrar a Sra Duffett. As instruções que John tinha dado a Jackson não

foram fáceis de seguir, por isso foi bem passado das dez quando eles encontraram a estrada

rural nos arredores da aldeia.

Enquanto caminhavam em direção a casa da fazenda, ele arriscou um olhar para Celia.

Ele estava preocupado com ela. Ela tinha crescido pensando que eles viriam a encontrar sua

 presa. Ela ficaria muito desapontada se ela descobrisse que seu sonho era realmente apenas

um sonho. E ele odiava que ela poderia duvidar de si mesma e de suas lembranças.

Ele ainda não podia acreditar em tudo o que ela tinha dito a ele na estrada. Ou as muitas

coisas que ele confessou a ela, sobre sua mãe e sua infância. Ele pensou que ela ficaria

horrorizada ao ouvir os detalhes sórdidos. O fato de que ela não estava...

Droga, lá ele foi de novo, esperando por mais. Mas como não podia? Sempre que ele

olhava para ela, ele queria-

- Bem? Devemos bater? - Perguntou ela.

Ele piscou. Ele ainda não tinha notado que eles tinham chegado à porta. - Claro.- Ele

 bateu duas vezes na porta. Quando isso trouxe ninguém, ele bateu novamente.

- Vindo, vindo! - Gritou uma voz abafada do interior.

A mulher que abriu a porta era muito jovem para ser a ex-babá de Célia. Rechonchuda e

de olhar aborrecido, ela colocou uma mecha de cabelo loiro gorduroso dentro de sua touca. -

Sim?

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Demônios de Halstead Hall 5

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- Meu nome é Jackson Pinter e esta é a minha irmã, senhorita Cordelia Pinter. Cordelia

era o nome de sua mãe. - Eu trabalho para Lord Stoneville. Estávamos esperando para falarcom a Sra Duffett, em seu nome. Temos entendido, por aqueles que costumavam trabalhar

com ela no Salão Halstead, que ela agora vive aqui.

A mulher piscou. - Oh. Sim. Entre. - Ela ficou de lado, lançando olhares furtivos ao

chapéu de castor bem escovado e a fina capa de Celia. - Eu sou Anne Wyler, sua neta. Eu

vivo com a minha mãe e meu pai acima na estrada, mas eu olho Granny uma ou duas vezes

 por dia, para ter certeza que ela não precisa de nada. Ela não enxerga tão bem assim, você

sabe.Ela baixou a voz com um olhar de volta pelo corredor. - Ela e me pai realmente não se

dão bem, então ela prefere ficar aqui sozinha. Mas eu tenho certeza que ela ficaria feliz em

falar com você. Ela fala com carinho de seus dias de trabalho em Halstead Hall e em casa na

cidade de Mrs. Plumtree, em Londres. Ela conta histórias sobre a família o tempo todo. Eu

vou levá-lo de imediato.

Orientando-os para uma pequena sala de estar, ela ofereceu sentar-se, em seguida, saiu

correndo pelo corredor. - Avó! - Ela gritou quando ela foi. - Você tem visitantes, sim senhora!

Eles vêm de Halstead Hall!

- Jackson - Celia murmurou enquanto eles se sentaram ao lado do outro no sofá. - Olhe

 para isso!

Ele seguiu seu olhar para a lareira, que tinha um sortimento variado de sapatos de bebê,

ilustrações infantis, vestidos minúsculos e toucas, orgulhosamente exibindo abaixo uma cópia

quadro de Halstead Hall.

Os olhos de Celia se encheram de lágrimas. - Eu me lembro da touca suave com as

 bordas recortadas. Foi o meu favorito quando eu tinha oito anos. Gran deve ter dado a ela

quando eu cresci.

Ela começou a se levantar do sofá, mas ele colocou a mão em seu braço. - Você não é

Celia agora, lembra? Você não sabe dessa mulher.

Um suspiro trêmulo escapou. - Claro.

Seu olhar caiu em sua mão e ele puxou-a fora.

- Talvez você devesse dar-me o seu caderno e um lápis. - continuou ela. - Desde que eu

tenho que ser a que deve tomar notas.

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- Certo.

Ele tinha acabado de passar o caderno quando Anne apareceu na porta, para introduziruma senhora corpulenta de cerca de setenta anos, toda vestida de cinza, com exceção de sua

touca branca, sua luva e seus punhos de renda branca. Ele reprimiu um sorriso.

Quando ele e Celia se levantaram e Anne fez as apresentações, a Sra Duffett olhou para

eles com um sorriso. - Como é agradável conhecê-lo, senhor! E você, também, senhorita

Pinter, é claro. Como está seu senhorio? Ouvi dizer que ele finalmente se casou, junto com

dois de seus irmãos e uma de suas irmãs. Eu estava tão feliz em ouvir isso. Ele sempre foi um

 bom menino- E ele tornou-se um homem de bem, também. - disse Jackson, consciente do olhar de

Celia nele.

Quando todos se sentaram, ele deslizou um olhar sobre Celia, perguntando se ela poderia

conter suas reações a uma mulher que deve ter sido como uma mãe para ela. Embora Celia

usasse uma expressão cuidadosamente branda que não transparecia nada, ele notou que suas

mãos tremiam no colo.

Melhor ir direto a ele, antes que ela traia a si mesma. - Senhora. Duffett, - Jackson disse -

sua senhoria me pediu para reunir informações para a família, sobre o dia da morte dos pais.

 Nova evidência veio à tona que o que acreditávamos que aconteceu naquele dia pode não

estar totalmente correto.

- Minha nossa! - disse ela, tocando um lado cinza de luva à sua garganta. - Você acha

que não foi suicídio, afinal?

Seus olhos se estreitaram. - Por que você pergunta?

- Ele parecia tão estranho. Sua senhoria não era o tipo de disparar a si mesma. Afogar-se,

talvez, mas nunca atirar a si mesma. - Ela alisou suas saias. - Ela sempre foi elegante, muito

consciente de sua aparência. Tiro é tão... confuso, você não acha?

- Muito. - disse ele secamente. - Vamos começar com os acontecimentos daquele dia no

 berçário. Eu gostaria de ter uma imagem mais clara para onde o seu senhorio e senhoria - e os

filhos - foram a cada momento do dia.

- As crianças?

- Sim. Iria me ajudar com o meu mapeamento da cena.

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- Oh. - Isso pareceu confundi-la momentaneamente, mas então ela disse. - Bem, eu posso

te dizer onde estavam as crianças, mas eu não tenho certeza de lembrar o paradeiro de seusenhorio e senhoria a cada momento.

- Qualquer coisa que você lembre-se seria uma ajuda.

Ela apertou os lábios, em seguida, olhou para sua neta. - Annie, querida, você se

importaria de colocar a chaleira no fogo para o chá? Estou perto de estar ressecada, e tenho

certeza que os meus convidados também.  –   Quando Anne Rose saia, ela acrescentou. - E

quando estiver pronto, traga alguns pedaços da boa torta de marmelo, também.

- Sim, vovó. - Anne saiu da sala.Sra Duffett sorriu para Jackson. - Um rapaz como você precisa manter a sua força.

Minha Annie faz uma torta de marmelo deliciosa. - Ela se inclinou para frente. - Ela é solteira,

você sabe.

- Não me diga. - ele murmurou com um olhar para Celia, que estava claramente lutando

 para não rir. - Agora, sobre aquele dia em Halstead Hall...

- Claro. Deixe-me ver... - Com um olhar distante em seus olhos, ela recostou-se na

cadeira. - Senhorita Minerva e Mestre Gabriel levantarem-se cedo, como de costume, os

 pequenos patifes, mas a Srta Celia dormiu bastante tempo. Ela tinha uma tosse, veja você, que

sempre a atormentava, dei-lhe algo para ela que a fez dormir.

- Elixir Paregórico, você quer dizer.

- Exatamente. - Em seguida, ela se conteve e endureceu. - No meu tempo não havia nada

deste absurdo sobre ser ruim para as crianças. O sono é importante quando uma criança está

doente.

- Claro.

Suas bochechas, finas como papel, ficaram rosa. - Ela dormiu direito através do café da

manhã. Ela ainda estava dormindo quando sua senhoria veio a checá-la-

- Sua Senhoria? - Ele interrompeu, um súbito arrepio correndo por sua espinha. - Você

quer dizer, Lady Stoneville?

- Claro. Ela sempre vinha para ver os filhos quando estavam doentes.

Quando Celia prendeu a respiração ao lado dele, ele lançou-lhe um olhar de advertência.

- E o que dizer de seu senhorio? Ele fez o mesmo?

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Sra Duffett deu uma risada tilintar. - Não seja bobo. Ele nunca se levantava tão cedo. Às

vezes, ele vinha à noite antes do jantar e dava-lhes um pouco de diversão, mas eu ouso dizerque ele ainda estava na cama naquela manhã.

Talvez tivesse sido um sonho, depois de tudo. - Então, você e sua senhoria estava

sozinhas com as crianças.

- Bem, é claro. Suponho que alguém poderia ter vindo mais tarde depois que eu saí com

o Mestre Gabriel e Miss Minerva.

- Você deixou o berçário? - Celia perguntou do lado dele.

Sra Duffett olhou assustado à Celia em se manifestar. - Eu levei as crianças para um passeio por insistência de sua senhoria. Ela disse que iria cuidar da senhorita Celia.

As ramificações disso o atingiram de uma só vez. Celia tinha insistido que era o pai dela

na creche naquela manhã. Mas, e se não fosse? E se tivesse sido sua mãe ?

E se sua mãe tinha arranjado a tarefa no pavilhão de caça? Isso explicaria por que ela

tinha montado antes de sua senhoria.

- Estava a sua senhoria sozinha quando você voltou para o berçário? - Jackson cutucou.

- Sim, mas ela só ficou mais um momento. Ela murmurou algo sobre ter que ver seus

convidados e correu.

Pensou sobre o que Celia tinha descrito. Era possível que ao tentar não alertar a

enfermeira para a tosse, Celia não tinha notado que sua mãe ainda estava lá. Memória pode

ser inexata em uma criança pequena.

Ou a coisa toda realmente tinha sido apenas um sonho.

Confundira tudo. Ele tinha que saber mais, mas se ele conduzisse a Sra Duffett por todo

o dia, levaria muito tempo e eles não tinham muito antes das pessoas em Halstead Hall

notassem a ausência de Celia.

Talvez fosse hora para outra tática. - Deixe-me perguntar uma coisa. Você parecia cética

sobre Lady Stoneville tomar sua própria vida. Se você tivesse que arriscar um palpite sobre o

que aconteceu no pavilhão de caça, o que seria?

Ela levantou a mão à garganta. - Eu nunca poderia presumir...

- Ele pode levar a investigação em uma nova direção. E se, por algum acaso, os Sharpes

foram assassinados, você não iria querer ver seu assassino levado à justiça?

- Assassinado! - Exclamou ela.

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Ele deu de ombros. - Se sua senhoria não se matou...

- Oh! Eu entendo o seu significado, senhor. - Ela olhou para copia sobre a lareira. -Assassinado?

- É bem possível. Então me diga sobre a fofoca na época. O que você ouviu do Sharpes e

seus assuntos que podem ter levado ao assassinato? - Quando ela parecia desconfortável, ele

cutucou. - Eu entendo que seu senhorio era ... indiscriminado com seus afetos?

Ela corou. - Bem, eu não gosto de falar mal dos mortos, mas... - Ela se inclinou para

frente. - Ele tinha uma amiga ou duas.

Obrigou-se a não olhar para Celia para a reação dela. Afinal, ela sabia de indiscrições deseu pai. - Isso deve ter chateado sua senhoria terrivelmente.

- Ele fez. - Ela baixou a voz significativamente. - Embora houvesse rumores que ele não

estava sozinho em seus entretenimentos. Alguns disseram que sua senhoria tinha decidido que

o que era molho para o ganso era molho para o ganso, se você me entende.

Seu sangue batia em seus ouvidos, tudo que Celia lhe dissera passou pela sua mente. O

"Mia dolce bellezza"  poderia facilmente ter sido falado por amante de Lady Stoneville, para

 provocá-la com palavras que seu marido poderia ter usado. Que poderia ter sido por isso que a

mulher ficou com raiva sobre ele. E isso explicaria por que sua senhoria tinha ido ao berçário

quando a Sra Duffett entrou. Se sua senhoria tinha estado lá, não teria sentido necessidade de

sair. Ele teria apenas enxotado sua amante para fora.

A forma como sua senhoria deve ter feito com seu amante.

Explica também porque o valet de sua senhoria tinha insistido que o homem não tinha se

envolvido com a Sra Rawdon. Porque ele não tinha.

Aparentemente Celia tinha chegado às mesmas conclusões, pois ela ficou de pé e disse

com voz rouca: - Não, mamãe nunca teria... ela nunca poderia ... é uma mentira! Eu não

acredito nisso! - Ela lançou-lhe um olhar frenético. - Jackson, diga-lhe que não é possível!

Droga, droga, droga.

- Mamãe? - Senhora. Duffett chiou. - Espere, eu pensei que você fosse o Sr. Pinter de...

oh, querida, você não pode ser ... Eu não sabia-

- Perdoe-me pelo subterfúgio. - disse ele às pressas. - Mas, como você já deve ter

adivinhado, esta não é a minha irmã. Essa é Lady Celia Sharpe.

E ela acabou de enviar seu interrogatório todo para o inferno.

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Capítulo Quinze

Celia poderia dizer pela expressão pétrea de Jackson que ela tinha arruinado seus planos

de como essa discussão deveria ir, mas ela não se importava. Ela não podia deixar essa ideia

como está! Mamãe nunca teria tomado um amante. Nunca! Não quando ela odiava as

infidelidades de papai.

- Senhorita Celia? - A babá olhou quando ela também se levantou de seu assento.  –  

Pequeno Duende?

- Papai foi o único a me chamar Duende. - disse Celia distraidamente, folheando suas

memórias, tentando entendê-los à luz do que a babá estava afirmando sobre Mama.

- Sim. É por isso que nós começamos a fazer isso. Encaixava, você era uma coisa tão

 pequena.

Mas ela não tinha sido uma coisa pequena em um longo tempo. Até mesmo seus irmãos

não a chamavam de Duende mais, pelo que sentia estranho ter a babá fazendo-o.

A babá a surpreendeu agarrando-a em um grande abraço. - Oh, minha querida, eu não

 posso acreditar que é você!- Ela olhou para ela com um olhar nebuloso. - Olhe para você,

crescida. Você está tão alta! E tão elegante aparência, também. A senhora fina que você

acabou por ser.

- Eu...eu...obrigada. - Celia estava dividida entre a vontade de abraçar a velha ama e

querer sacudi-la pelo que ela tinha dito. Ela ficou ali sem jeito, sem saber o que fazer.

- Oh! Eu tenho algo para lhe mostrar. Vem! - Agarrando Celia pela mão, a babá puxou-a

 para um baú e abriu-o para revelar um tesouro de vestidos de bebê, sapatos e afins. - Sua avó

era sempre tão gentil em me deixar manter uma coisa ou duas depois das crianças não os

querer.

Ela começou a vasculhar o baú. - Ora, onde está... - Ela pegou uma cartilha desgastada. -

Oh, olhe, este era do seu irmão. Mestre Gabe talentoso em todos os lugares depois de seus

 pais... Bem, de qualquer maneira, ele gostou das pinturas.

Empurrando-o na mão de Celia, ela procurou um pouco mais. - E aqui está o lenço

vermelho de Miss Minerva. - Ela atirou a Celia um olhar de cumplicidade. - Sua irmã sempre

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usava os coloridos. Você gostava dos delicados com muitas rendas. Você gostava até estar

 bonita e feminina.- Ela gostava? - Jackson pareceu surpreso quando ele veio para ficar ao lado delas.

Ela sentiu seu olhar fixo sobre ela, mas não podia devolvê-lo, sua mente ainda estava

muito cheio de turbulências.

- Oh sim.  –  A babá disse. - Era estranho realmente. Ela gostava de roupas de menina,

mas ela não era enjoada como a maioria das meninas. Ela estava curiosa sobre tudo, até

mesmo insetos e aranhas. Minerva iria gritar com a visão de uma cobra, mas a Srta Celia

queria pegá-lo e examiná-lo. Ela queria saber como as coisas funcionavam. - Ela lançou aCelia um sorriso malicioso. - Isto é, até Mestre Ned lhe chamar a atenção, quando ela tinha

nove anos. Então ela se virou toda em sorrisos afetados e bobo.

Jackson ficou rígido. - Ned Plumtree?

Céus, Celia tinha esquecido que sua paixão por Ned tinha começado tão cedo. Ou que ela

muitas vezes confidenciou a babá sobre o assunto.

- Sim, é verdade. - Senhora Duffett acariciou a mão de Celia. - Como está seu primo?

Ele fez todas as meninas desmaiar em sua época e você foi a pior, pelo que me lembro.

- Ned está bem - disse ela com força, incapaz de encontrar o olhar de Jackson.

Rapidamente ela mudou de assunto. - O que é que você estava procurando no baú?

- Oh!  –  A babá vasculhou mais um momento, em seguida, tirou uma boneca doll suja,

com a falta de um olho de vidro e metade do seu cabelo desaparecido. - Você se lembra disso,

querida?

- Lady sino! - Lágrimas encheram os olhos de Célia. - Mas eu joguei fora!

- Eu sei. Eu pesquei-o para fora e mantive-o no caso de você tê-la perdido. Você amava

essa boneca.

Celia segurou perto, com o coração cheio quando ela olhou para os braços de couro

rasgados e as bochechas de cera com o rosa desgastado. - Eu me lembro do dia que mamãe

deu para mim. Ela havia retornado de uma viagem de compras em Londres, com presentes

 para todos nós.

Mas essa foi uma de suas melhores lembranças da mãe. Não a mulher frustrada que

 poderia ter ficado no berçário tendo um encontro amoroso com um homem diferente do papai.

Ela piscou para conter as lágrimas.

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Poderia ser verdade? Mamãe e um outro homem, juntos?

A babá tocou em seu braço. - Perdoe-me, querida, por fofocar sobre sua mãe. Eu estoumuito arrependida.

- Não. - ela disse apressadamente, pegando na mão da babá. - Não se desculpe. É

importante eu ouvi-la, mesmo que isso signifique...

Era hora de crescer, é hora de olhar para seus pais com um olhar duro. Isso é o que pode

demorar em encontrar seu assassino.

Celia engoliu em seco. - Eu não sou mais uma garotinha. Eu preciso- - Ela olhou para

Jackson. - Nós precisamos ouvir a verdade. Por favor, diga-nos o que você lembra. Qualquerinformação pode ser crucial.

A babá olhou para o rosto com preocupação em seus olhos, então assentiu. - Bem, então,

venha sentar-se. Vou ver o que eu consigo me lembrar.

Quando estavam sentados, Celia perguntou - Já houve qualquer evidência que mamãe

tinha um amante...? Ou era apenas fofoca?

A velha suspirou.  –   Cook confirmou que viu sua senhoria beijando um homem na

despensa, tarde da noite, mas não podia ver quem era o homem. Ela sabia que não era o seu

 pai porque ele já tinha ido para a cama.

E, infelizmente, a sua cozinheira anterior tinha morrido há alguns anos.

- Quando ela viu isso? - Perguntou Jackson. - Durante a festa em casa? Ou alguma outra

vez?

- Ela nunca disse. Ou se ela fez, eu não me lembro.

- Será que ela tinha alguma ideia de quem poderia ter sido? - Jackson cutucou.

A babá balançou a cabeça negativamente. - Nós brincamos que era o Sr. Virgílio. Ele

sempre elogiou sua senhoria.

- Nem sempre. - Celia colocou, lembrando seu sonho.

A sua memória?

- Babá, no dia em que meus pais morreram, não era o sr. Virgil discutindo enquanto você

me levou para dormir?

- Você se lembra disso? - Disse a babá, olhando assustada.

Um arrepio percorreu a espinha de Celia. - Acho que sim. Sr. Virgil chamou mamãe de

uma covarde e isso me fez chorar. E então eu lhe pedi para cantar 'William Taylor.'

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A babá ficou muito agitada. - Oh, querida, o que me deu bastante arrepios.

- Por quê? - Perguntou Jackson.Ambas o olharam de soslaio.

- Eu não estou familiarizado com a música. - disse Jackson defensivamente. - Eu

 perguntei a minha tia sobre isso depois que você mencionou, Lady Celia, mas ela não sabia o

que seria.

- É uma antiga balada Inglesa, que costumava ser uma das nossas favoritas. - explica

Célia. - William Taylor está em seu caminho para se casar quando ele vai servir. Sua noiva se

veste como um marinheiro e vai a caça dele, na marinha. Ela serve a bordo de um navio e nocampo de batalha é descoberto que ela é uma mulher.

A babá continua o conto. - O capitão pergunta por que ela está lá e ela diz que está à

 procura de seu verdadeiro amor. Ele diz a ela que seu verdadeiro amor se casou com outra e

que ela pode encontrá-lo andando na praia vizinha. Então, ela se encontra na espera por

William, o encontra com sua nova esposa e atira nele. - Ela lança a Celia um longo olhar. -

Foi absolutamente assustador que você pediu para cantar, queridinha, dado o que tinha

acontecido.

- Nem um pouco. - disse Celia. - Você e sr. Virgil estavam falando sobre pessoas

 baleadas. Essa era a única música que eu sabia sobre essas coisas. Além disso, eu sempre

gostei, por causa do que aconteceu com a mulher que atira em William. - Celia deu a Jackson

um sorriso triste. - O capitão fez dela o comandante de um navio.

Jackson arqueou uma sobrancelha. - Isso seria atrativo para você.

- O mais importante, - disse ela - é que isso significa, provavelmente, que o meu sonho

não é apenas um sonho.

- Provavelmente. - Jackson concordou.

- Sonho? - Perguntou a babá.

Rapidamente Celia descreveu integralmente o mesmo, começando com o que tinha

acontecido naquela manhã.

A babá parecia perturbada. - Para o meu conhecimento, é consideravelmente justo de

acontecer naquele dia. Eu não sabia que alguém estava no berçário com sua senhoria naquela

manhã, mas eu suponho que é possível.

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- Mesmo que seja, - disse Celia - nós ainda não sabemos quem era. E nós não podemos

ter certeza de que ele tinha alguma coisa a ver com os assassinatos. Por que iria atirar emmamãe se ele estava apaixonado por ela?

- Eu tenho algumas teorias sobre isso. - disse Jackson enigmaticamente. - Mas eu vou

 precisar de mais informações. - Ele se levantou. - E nós devemos ir embora de qualquer

maneira.

Anne veio então, com uma bandeja amplamente carregada. - Você está indo embora? -

Ela disse, a decepção no rosto.

- Ainda não, eles não estão! - Exclamou a babá. - É só colocar essa bandeja aqui em cimada mesa. - disse a neta. - Nós estamos indo tomar um chá.

- Senhora. Duffett, eu lamento, mas- - Jackson começou.

- Vamos agora, você não pode ir ainda. Eu mal tive a chance de falar com a minha

menina aqui. - Ela agarrou a mão de Celia quando ela encarou-a. - Quero ouvir tudo sobre

eles, o que estão fazendo, como todo mundo está se saindo... as pessoas que se casaram estão

.... - Ela se iluminou. - Será que eles vieram com você para a cidade, Sr. Pinter? Quero dizer,

com Lady Celia sendo solteira, eu sei que você não veio aqui sozinha com ela.

Celia disparou a Jackson um olhar de advertência. - A família está de volta a Halstead

Hall, eu receio, mas nós trouxemos a minha empregada. Infelizmente, ela estava morrendo de

fome, por isso, a deixamos na estalagem na estrada, uma vez que não tinhamos certeza de

quanto tempo a nossa visita a você iria tomar.

A babá parecia engolir todo o conto, graças a Deus. - Bem, então, não há necessidade de

correr, hein? E você deve estar muito faminta por agora. Fique para o chá, pelo menos.

Celia apelou para Jackson. - Podemos? Talvez a babá se lembre de mais detalhes enquanto

nós falamos. E eu tenho tantas perguntas ainda sem resposta, tantas possibilidades para-

- É meio-dia passado. - alertou.

- Se ficar uma hora, nós ainda vamos chegar em casa por volta das três. As pessoas

apenas mal sairam.

Ele olhou para ela e para os rostos expectantes das outras duas senhoras e suspirou. -

Tudo bem. Uma hora. Mas apenas uma hora, você ouve?

Celia assentiu. Não havia muito tempo para desvendar os segredos de uma vida, mas ele

teria que fazer.

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Duas  horas depois,  Jackson estava dividido entre querer estrangular Celia e querer

confortá-la quando ela disse, lacrimosas, adeus à Sra Duffett. Ele entendeu por que Celia tinhaflertado. Ela claramente ainda estava sofrendo com a notícia de que sua mãe poderia ter tido

um amante e ela estava tentando encontrar uma fenda na história.

Mas se eles não retornassem para Halstead Hall antes de sua ausência ser descoberta, ela

estaria arruinada. Uma moça solteira não podia simplesmente sair em uma viagem, não

importa quão curta fosse, com um cavalheiro solteiro. Eles teriam que se casar.

Sim, eles teriam, não?

Um desejo poderoso o varreu, enquanto observava seu abraço a Sra Duffett. Por um breve momento, ele se entregou a fantasia de ser marido de Celia.

Ele voltaria a Cheapside todos os dias depois do trabalho em Bow Street para encontrá-

la, sua esposa, esperando em sua casa para cumprimentá-lo com um beijo. Eles teriam um

 jantar agradável, em seguida, caminhariam até a Ponte Blackfriars, passeariam pelo Tâmisa

 para ver o pôr do sol no verão ou o nascer da lua em uma noite fria, no inverno.

Depois eles voltariam para casa, ele ia escrever seus relatórios enquanto ela costuraria

suas meias-

A risada áspera obstruiu sua garganta. Como se uma senhora como ela costuraria meias.

Ou ficaria satisfeita com uma simples caminhada através de uma ponte, na luz do luar, em vez

de uma noite no teatro.

Você poderia pagar uma noite no teatro de vez em quando e meias novas a qualquer

momento se suas velhas ficassem furadas. 

Mas só se ele se tornasse chefe magistrado. E uma vez que as crianças viessem ao

longo...

Crianças? Isso era um grande salto para frente, tendo em vista que um casamento entre

eles era impossível. Droga, Sra Plumtree fosse para o inferno.

- Lady Celia, - disse ele, de forma mais acentuada do que pretendia. - nós temos que ir.

Ela se separou da Sra Duffett com um sorriso de despedida. - Sim, claro, sr Pinter.

Por fim, eles estavam voltando para onde seus cavalos estavam parados. Ele esperou ela

falar, mas ela permaneceu em silêncio enquanto faziam seus cavalos se dirigirem para fora da

cidade.

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Depois de alguns minutos, ele não podia mais esperar para abordar o assunto. Ao

contrário desta manhã, quando a estrada estava ocupada, ela estava praticamente desertaagora, no meio da tarde. - Eu estive pensando o que a Sra Duffett disse à luz de sua memória

desta manhã.

Ela suspirou. - Assim como eu.

- E que conclusões tirou?

- Eu simplesmente não posso acreditar que mamãe teria sido infiel a papai depois que o

criticou por suas próprias infidelidades. Não faz sentido.

- Celia ... - ele começou em um tom baixo.- Eu sei. - Sua voz ficou embargada. - Não faz sentido, mas tem que ser o que aconteceu.

Eu não posso fazê-lo funcionar de outra maneira. Mamãe não teria vindo para me ver como

estava, me deixar sozinha, em seguida, voltar 10 minutos mais tarde para me ver de novo... e a

 babá está certa de que papai raras vezes entrou no berçário. Ele não teria estado lá tão cedo.

Ela respirou pesado. - Eu fico pensando sobre tudo o que me lembro. As vozes são

apenas sussurros, não há nenhuma razão para acreditar que papai estava lá se não fossem as

 palavras, 'mia dolce bellezza’   e que só poderia ter sido o amante de mamãe zombando de

 papai. Posso facilmente entender como isso teria irritado mamãe.

- Essa é a minha conclusão, também. - Ele desejou poder acabar com sua dor, se pudesse

voltar atrás e apagar tudo o que ela tinha ouvido. Além da traição, também deve ser

humilhante saber que sua mãe tinha sido tão indiscreta que mesmo os criados tinham notado. -

Então, nenhum de vocês nunca suspeitou que sua mãe-

- Não. Eu ouso dizer que, mesmo Gran estava alheia. - Ela olhou cegamente na estrada à

frente. –  Embora, talvez, se você perguntar a Oliver e Jarret, eles podem se lembrar de algo

 pertinente. Eles tinham idade suficiente para pegar essas pistas. Eu era muito jovem. - O rosto

dela desmoronou. - Oh, Senhor, você tem que dizer a eles, não é? Vai destruir Oliver. Ele

sempre culpou Papai por tudo o que deu errado em seu casamento.

 Nunca Jackson quis tanto que ele tivesse o direito de abraçá-la e acalmar a sua mágoa.

Ele se esforçou para dizer as palavras que poderiam torná-lo melhor. - Pelo que sabemos, esta

era sua única indiscrição. Ninguém poderia culpá-la, tendo em conta o comportamento do seu

 pai.

- Você não acredita que fosse o Sr. Virgílio, não é? - Perguntou Celia.

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- Não. Ele tinha que ter sido Rawdon. Pense o que sua mãe disse de manhã, na sua

cabeceira: 'Eu odeio como ela olha para mim sempre que fala comigo. Eu acho que ela sabe.‟

Sr. Virgílio não tinha mulher para competir com ela, pelo que sabemos.

- A não ser que parte realmente fosse um sonho. Eu não posso ter certeza.

- Ele não parece ser algo que uma criança iria inventar, não é?

- Suponho que não. - Ela suspirou. - Eu só não entendo como ela pode censurar Oliver

 por seu comportamento com a Sra Rawdon. Ele nos disse há alguns meses que ela comparou-

o ao papai, afirmando que Oliver estava se tornando "a mesma criatura egoísta como ele era,

sacrificando alguém para seus prazeres." Essas são palavras duras provenientes de umamulher que estava fazendo a mesma coisa.

- Eu acho que as pessoas costumam usar palavras mais duras para os pecados de outros

que eles mesmos cometem. Ela estava se sentindo culpada sobre o que ela estava fazendo,

então ela atacou Oliver para cobrir sua própria culpa.

- Isso faz sentido. - disse ela com uma voz triste. - E mostra como astuto você pode ser

quando se trata de compreender as pessoas. Eu não entendo as pessoas em tudo. Eu pensei

que eu entendia o casamento de mamãe e papai, mas agora... - Ela deixou escapar um longo

suspiro. - Você acha que mama estava apaixonada pelo... capitão?

- Eu não sei. Suas palavras para Oliver naquele dia implica que ela poderia ter sido. Ela

disse que a Sra Rawdon 'já tinha ele. ' Isso é o que você diz a uma mulher que você inveja.

- Então, você acha que a Sra Rawdon matou mamãe?

- Eu não tenho certeza disso. - Jackson admitiu. - Como ela sabia sobre o assassinato?

 Nós já concordamos que o seu pai foi o único a notar sua mãe cavalgando quando ele foi para

o piquenique e, aparentemente, seguiu-a.

O vento soprou para cima e Celia segurou a capa mais firmemente sobre ela. - Senhora.

Rawdon poderia tê-la seguido, também.

- Talvez, mas certamente sua mãe teria tomado medidas para evitar isso. E seu pai teria

notado, em qualquer caso. Além disso, temos também concordado que era no meio da tarde,

quando saíam para a caça. Mas Desmond ouviu os tiros ao anoitecer, horas mais tarde. Se ela

tivesse seguido eles, ela teria matado imediatamente.

- E o Capitão Rawdon foi, provavelmente, o homem que apareceu depois que morreram,

assim que sua esposa não poderia ter seguido a ele lá. - disse ela.

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- Isso me deixa confuso. Eu suspeito que realmente foi um homicídio-suicídio, que seus

 pais discutiram e sua mãe atirou no seu pai, exceto que a arma não é a que foi usada paracometer os assassinatos.

- Talvez o Capitão Rawdon arrumou a cena. - disse ela.

- Por que ele faria isso, a menos que ele estivesse arrumando-a para sua esposa?

- E partindo do princípio de que a Sra Rawdon de alguma forma soube do encontro

amoroso e os matou, por que Desmond não a viu ir embora? - Celia apontou. - Onde ela

estava? Desmond nunca disse exatamente o que ele viu naquele dia.

- Nós precisamos interrogá-lo novamente. - disse Jackson. - Eu quero mais detalhessobre o que ele viu quando entrou na loja.

Ela ficou em silêncio por um breve momento. - Não há outra possibilidade. - disse ela

em voz baixa. - Desmond pode ter algumas informações incorretas. Ou talvez o capitão esteve 

montando à distância e ele o está acobertando.

- Talvez Desmond está mentindo por outras razões. - disse Jackson severamente. - Nós

ainda não podemos ter certeza se ele  não teve parte nela. E depois há a morte de Benny, os

Rawdon estão em Gibraltar. Então, quem matou Benny? E por quê?

- Poderia a empregada doméstica da Sra Rawdon, Elsie, estar envolvida de alguma forma

e Benny suspeitasse? Poderia ela ter matado Benny?

- Então, por que não teria ele me contado suas suspeitas quando eu falei primeiro com

ele? - Jackson apontou.

 Nenhum deles tinha uma resposta.

Eles montaram alguns momentos sem falar. Os bosques de faia eram grossos e

sombreados, neste ponto da estrada, emprestando um silêncio aos seus arredores. Este era o

momento de abordar o assunto de Ned. Depois que a Sra Duffett tinha dito a respeito de Celia

e seu jovem primo, Jackson tinha que saber como ela tinha ido de gostar dele para ter medo

dele. - Celia-

Um estalo soou em algum lugar próximo. Ele não registrou que som era até o cavalo de

Celia se erguer e outro estalo soou. Quando ele viu o sangue escorrendo do ombro de seu

cavalo e ouviu o seu grito: - O que é demônio? - Ele percebeu o que estava acontecendo.

Alguém estava atirando neles.

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Capítulo Dezesseis

Tudo  aconteceu rapidamente, após isso. Celia mal tinha registrado os dois tiros de

 pistola e estava apenas sentindo Lady Sino cambalear debaixo dela quando Jackson montou

ao lado dela e puxou-a fora de seu cavalo e sobre o seu.

Quando ela agarrou sua cintura, ele estimulou o cavalo a galope. Ela olhou para trás,

 para ver Lady Sino tropeçar, mas pelo menos, a égua ainda estava se movendo. Celia se

esforçou para ver quem estava atirando contra eles, mas a fumaça obscurecia sua visão e a

 pessoa estava atirando de dentro do bosque.

Mais tiros seguiram e Celia podia ouvir cascos atrás dela. Oh, Senhor, alguém realmente

estava tentando matá-los! E neste trecho densamente arborizado, deserto da estrada, a pessoa

 poderia realmente ter sucesso.

- Nós temos que sair da estrada. - Jackson falou de volta para ela. - Estamos como patos

aqui fora e não podemos andar com dois de nós em um cavalo.

Isso era tudo o aviso que ele lhe deu antes de desviar-se para a floresta. Ramos de faia

quebravam, forçando o cavalo a abrandar.

Jackson saltou da sela, em seguida, puxou-a para baixo, ao lado dele. - Venha! Estamos

mais seguros a pé. - Ele fez uma pausa apenas tempo suficiente para pegar os alforjes do

cavalo, jogá-los por cima do ombro, e, em seguida, dar um tapa em seu cavalo na parte

traseira, para enviá-lo de volta para a estrada. - Isso deverá confundi-los por alguns minutos.

Então, ele agarrou sua mão e arrastou-a junto com ele quando partiu em uma corrida

mais profunda, dentro da floresta. Arbustos rasgavam a saia enquanto corriam últimos ramos

nus e caiam através de pilhas de folhas. Ele parou de repente, colocou um dedo sobre os

lábios e vasculhou a bolsa da sela até que encontrou a pistola.

Ele rapidamente carregou a arma, mantendo um olho sobre as árvores entre eles e a

estrada. Aos arredores podiam ouvir alguém xingando quando seu agressor descobriu que o

cavalo surgido na estrada estava sem cavaleiro.

Jackson pegou a pistola com uma mão enquanto ele tentou puxá-la novamente com a

outra.

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Ela segurou firme. - Por que não podemos apenas ficar e lutar? - Ela sussurrou.

Com uma carranca, ele pressionou a boca em sua orelha. - Aqueles tiros estavam muito próximos para ser de uma única arma de fogo, então estamos desprotegidos e possivelmente

em campo aberto. Eu não vou arriscar em uma luta que eu não poderia ganhar.

Olhos escurecendo, ele a puxou para frente. - Agora vamos. Temos que encontrar um

esconderijo ou pelo menos algum lugar menos exposto.

Eles começaram a se mover novamente, desta vez mais lentamente, com ele advertindo-a

a fazer o mínimo de barulho possível. Felizmente, seu perseguidor não estava tomando esses

cuidados, o que tornou mais fácil ir para longe dele. Então, ela e Jackson passaram sobretroncos, atravessaram através de longos trechos de faia, contornaram a beira de um lago. Ela

não tinha ideia de onde estavam indo, ela podia ver o céu através dos ramos estéreis, mas o

sol já estava baixo demais para ela se fixar na sua localização. Será que Jackson tinha um

 plano ou estava apenas levando-a cegamente pela floresta?

Parecia como se tivessem caminhado por um longo tempo quando eles começaram a

subir um trecho. De repente, Celia tropeçou e caiu sobre algo saliente no solo. Quando

Jackson ajudou-a se levantar, seu olhar se estreitou sobre o que a tinha feito cair.

Ele chutou para longe alguns destroços para revelar o que parecia...

- Uma chaminé? - Ela perguntou, perplexa.

Ele retirou a pilha de escombros para trás da chaminé, em seguida, disse - Este é o

caminho. - Passando um braço em torno da cintura, ele a puxou para a beira da colina, que

caiu abruptamente diante deles. Ele olhou-o, em seguida, seguiu a curva do morro para baixo

e puxou-a para frente de um penhasco, que tinha estado apenas em pé.

Ele empurrou algumas videiras mortas de lado. - É a casa de um caçador furtivo. - ele

murmurou. - Às vezes, eles constroem nas encostas das colinas para tornar mais difícil para as

autoridades encontrarem.

Quando os sons de alguém rompendo no meio do mato, acima deles se aproximou, ele

empurrou de lado as videiras para encontrar uma porta apodrecendo. Abriu-a, arrastou-a para

dentro, em seguida, puxou as videiras para trás sobre a abertura antes de fechar a porta.

Tocando o dedo aos lábios, ele a puxou profundamente nas entranhas da casa de campo,

há muito abandonada. Na parte de trás havia uma lareira cheia de detritos, um armário aberto

com algumas panelas baratas e vários pedaços de louça, um balde de lata maltratada e um

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leito com um cobertor comido pelas traças esticado a meio caminho, através de um colchão

fino. Pedaços de palha preso para fora da capa desgastada do colchão.- Fique aqui. - ele sussurrou, em seguida, foi até a janela, na parte da frente da casa.

Tanta sujeira estava sobre ela que ela duvidou que pudesse ver muita coisa, embora tentasse,

esfregando as vidraças com o cotovelo em uma vã tentativa de limpar a sujeira.

A cima vinha os sons de cascos ou talvez até mesmo de duas pessoas pisoteando. Ela não

 podia ter certeza. Para seu desespero, a atividade agitou alguns detritos que desceram pela

chaminé, na lareira.

Oh, Senhor, por favor, não os deixa ver a chaminé. Um tiro repentino a fez pular e apertar a mão sobre sua boca. Era seu perseguidor

tentando levá-los a trair seu esconderijo? Ou simplesmente atirando em sombras?

Lançando-lhe um olhar de advertência, Jackson voltou seu olhar para a janela. Ele

segurou a pistola na mão e ela poderia dizer de sua expressão sombria que ele estava

 preparado para lutar por sua vida.

Os sons de alguém à procura continuaram durante o que pareceu um longo tempo. Ela

ficou congelada em seu lugar, até que suas costas começaram a doer de estar dura tanto

tempo. Ela deslizou para o colchão e sentou-se cautelosamente. Ele quase não poupou-lhe um

olhar enquanto ele estava de guarda, perto da janela.

Ficou mais escuro. Nesta época do ano o sol baixava pelas quatro e uma vez que tinha

deixado High Wycombe por volta das duas e já havia viajado para uma hora quando foram

alvejados, provavelmente iria ficar completamente escuro em breve.

Depois de um tempo, os sons da procura se afastou até que todos podiam ouvir os ruídos

da floresta, o canto dos pássaros, o farfalhar de pequenos animais, vento choramingando por

entre as árvores.

Ela levantou-se para se aproximar de Jackson. - Você acha que eles estão indo? - Ela

sussurrou.

- Provavelmente. Mas devemos ficar parado durante mais algum tempo, para ter certeza.

- Então, o quê?

 Não estava claro o suficiente para ver seu rosto, mas ela podia ouvir sua respiração. -

 Nós vamos ficar aqui esta noite. Temo que não temos escolha. No momento em que estiver

seguro para sairmos vai ser muito perto de o sol cair e não há lua. Nós nunca poderíamos

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encontrar o nosso caminho de volta para a estrada, através da floresta no escuro e mesmo que

 pudéssemos, eu não vou arriscar a possibilidade do agressor nos emboscar lá na frente, emalgum lugar. Temos sorte de que ele ou ela ou eles, não nos encontraram.

Ela questionou. - Tem certeza de que não era apenas uma tentativa de assalto?

- Em plena luz do dia? Pouco provável. Além disso, não tem aparecido um assaltante ao

longo desta estrada em anos. E por que perseguir-nos na floresta? Um ladrão não iria arranjar

 problemas se ele não tinha sido visto.

- Então... parece que eles realmente estavam atrás de nós.

- Você -  ele disse asperamente, seus olhos escuros com raiva. - Eles estavam atrás devocê. Foi contra você que disparou, o seu cavalo que foi atingido

- Lady Bell. - ela disse em angústia repentina. - Eles atiraram em Lady Bell.

- Somente no ombro. Ela ainda pode sobreviver. Com alguma sorte, alguém vai

encontrá-la na estrada e cuidar dela.

- Eu espero que sim. Porque eu devo a ela uma grande dívida. Se ela não tivesse

empinado no primeiro tiro, a única perdida, eu poderia estar deitada nessa estrada, em vez

disso. - Um tremor a assolou. - E se você não tivesse me puxado do cavalo.

- Eu perdi meia uma vida quando eu percebi- - Ele sufocou qualquer outra coisa que ele

estava prestes a dizer. - Melhor não pensar sobre isso. - Ele apertou seu ombro. - Você

sobreviveu, e isso é tudo o que importa.

- Você salvou minha vida.

Ele sorriu levemente. - Se você não pode confiar em um Bow Street Runner para

 protegê-la, quem você pode confiar? - Seu tom se tornou feroz. - Eu não vou deixar nada

acontecer com você, eu juro.

- Eu sei. - Ela olhou para ele, com o coração cheio.

Ele corou, em seguida, empurrou o olhar para a janela. - Você pode ouvir alguma coisa?

- Não mais. - Ela olhou para fora da janela, mas tudo o que podia ver eram as videiras. -

Eu não entendo como eles nos encontraram. Como alguém poderia ter sabido que eu estaria

viajando desta forma hoje, quando eu mesmo não sabia?

- Alguém deve a ter seguido quando você saiu de casa esta manhã.

- Por que eles não me atiraram, então?

- Você estava carregando um rifle, lembra-se? Talvez eles não quisessem arriscar.

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- Ou talvez fosse você  que eles seguiram.

- Ainda que eu dissesse a algumas pessoas que estava indo procurar uma ligação, eudeliberadamente não lhes diria onde. E eu não consigo ver como alguém poderia ter me

seguido sem que eu percebesse.

- Eles não teriam acompanhado de perto. - disse ela. - Há uma colina onde você pode ver

toda a propriedade e a estrada. Se eles estavam cuidando você através do morro, eles teriam

visto nós seguirmos para High Wycombe juntos.

Ele assentiu com a cabeça. - E eles podem ter decidido que era um bom momento para

fazer sua chance de eliminar você.- Por quê?

- Eu não sei. Porque você ouviu algo importante na manhã que seus pais foram mortos?

Porque você sabe quem é o assassino sem perceber?

- Então por que não me atacar na estrada  para  High Wycombe? Eles não estavam

 preocupados com o que eu poderia saber com a babá? "

- A estrada estava muito cheia então, lembra? Eles esperaram até que estivesse deserto,

quando eles estavam mais propensos a fugir do assassinato.

- Como fizeram com Benny.

- Exatamente.

Seu sangue gelou. Alguém tinha matado para silenciar Benny, estava disposto a matar

 para silenciá-la, provavelmente o mesmo alguém na creche, naquele dia. Tinha que ser o

amante de mamãe, Capitão Rawdon, porque sua esposa não teria sabido sobre Celia ouvir

essa conversa.

Mas seu amante ser o assassino não fazia sentido, à luz dos fatos. Além disso, os

Rawdons estavam em Gibraltar, na medida em que ninguém sabia.

- E há outra possibilidade. - Jackson continuou, seu tom duro.

Ela engoliu em seco, continuando a ter dificuldade para compreender que alguém queria

que ela morresse. - Oh?

- Desmond poderia ter decidido eliminar a competição para ter a fortuna de sua avó. Se

você se casar, ele perde todas as chances nisso, então ele pode pensar que matar você daria

um fim, uma vez que anularia a demanda da sua avó.

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- Certamente ele não é estúpido o suficiente para acreditar que Gran iria manter o seu

ultimato se algo acontecesse com um de nós.A risada escapou dele. - Desmond não me parece particularmente brilhante.

- Verdade. - Ela olhou para fora da janela, para a luz morrendo e um arrepio a assolou.

- Você está com frio. - ele murmurou.

- Não. - ela disse, então percebeu que ela estava realmente frio, não só das verdades

impiedosos batendo nela, mas a partir do simples fato de que era inverno e a noite estava

caindo.

Jackson tirou o sobretudo e colocou-o sobre a sua capa. - Eu deveria começar um fogoantes que fica muito escuro para ver.

- Você não precisa de suprimentos para isso?

Ele sorriu. - Eu tenho a pólvora e uma pedra sobressalente para a pistola. Isso e um

 pouco de palha do colchão lá, deve ser tudo que eu preciso. - Ele olhou para a lareira. - Há

ainda toras junto à lareira.

- Você não está preocupado com os nossos perseguidores verem a fumaça sair da

chaminé?

- Nós vamos ter que rezar para que eles tenham ido suficientemente longe para não notar.

O que me lembra... - Ele tirou o casaco e entregou a ela. - Depois que eu começar o fogo,

 pendure este sobre a janela. Nós não queremos que qualquer luz se mostre completamente.

Quando ele caminhou até a lareira, ela percebeu que nunca o tinha visto em mangas de

camisa. Ele sempre era muito formal demais para isso.

Mas ele não parecia nem um pouco formal, ele ajoelhou-se para iniciar o fogo. Ele

 parecia duro e desgrenhado e completamente capaz de iludir assassinos e cuidar dela,

enquanto se esconde no fundo da floresta.

Um tremor a percorreu. Ser forçada a sobreviver em tais condições primitivas era muito

além de sua experiência, mas ela suspeitava que ele se sentisse perfeitamente confortável com

isso. Se ela tivesse que estar em perigo, ela não conseguia pensar em qualquer homem que

confiasse mais para mantê-la segura.

Ela assistiu até que começou o fogo. Em seguida, ela cobriu a janela antes de ir se juntar

a ele na lareira, onde ele alimentou as toras para o fogo. - Não está feliz agora que tivemos

algo para comer na casa da Sra Duffett, não é? - Ela disse, tentando aliviar o clima.

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Ele arqueou uma sobrancelha para ela. - Se tivéssemos deixado anteriormente-

- Eu sei. Poderíamos ter evitado isso. - Ela levantou o queixo. - Ou não.Uma risada escapou dele, aliviando a tensão.  –   A sua maneira. - Ele se levantou e

caminhou até os alforjes para pescar fora um pacote embrulhado. - Embora eu esteja ainda

mais contente que sua cozinheira goste de mim. - Ele jogou o pacote para ela, em seguida,

tirou outro. - Ela não me deixou sair esta manhã sem eu carregar com a comida para o dia.

Ela rasgou o papel para encontrar um sanduíche de presunto e queijo. - Oh, eu amo a

cozinheira. - ela respirou quando ela caiu sobre ele com entusiasmo. O chá e bolo não a

seguraram por muito tempo. - Pelo menos não vai morrer de fome. - disse ela entre mordidas.Ele olhou-a de soslaio enquanto devorava seu próprio sanduíche. - Acredito que

 podemos sobreviver por uma noite sem um suntuoso jantar em Halstead Hall, não é?

Observando sua condescendência, ela perguntou. - Incomoda-lhe que nós comemos tão

 bem?

Ele piscou, então franziu a testa. - Claro que não. - ele deixou sair. - Por que não, se você

 pode pagar por isso? - Acabando com o seu sanduíche, ele pegou o balde. - Eu estou indo para

verificar a chaminé é claro e ver se não consigo encontrar um pouco de água, enquanto ainda

há luz. Os antigos moradores devem ter alguma fonte.

- Você está me deixando sozinha? - Ela guinchou.

- Você vai ficar bem. - Ele entregou-lhe a pistola.  –   Atire se precisar. - Seus olhos

 brilhavam para ela. - Eu sei que você sabe.

Dirigiu-se para a porta e ela gritou: - Espere!

Quando ele fez uma pausa para olhar para ela interrogativamente, ela se apressou a

entregar-lhe o seu sobretudo. - Você vai precisar disso. Está congelando lá fora. - Enquanto

ela o ajudou, ela sussurrou: - Tenha cuidado.

Ele tirou o chapéu. - Sempre, minha senhora. - disse ele em voz rouca que nunca deixou

de fazer seu coração virar. Então ele saiu.

Depois que ele se foi, ela tirou o gorro e luvas e examinou seus arredores. O fogo não

iria durar muito com tão pouca madeira. Seria difícil para se manter quente durante toda a

noite, quando o vento soprava através das rachaduras nas paredes como se através de uma

 janela aberta.

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Mas talvez ela pudesse fazer algo sobre isso. Ela procurou no quarto e encontrou uma

cadeira quebrada em um canto. Ela arrastou-o para a lareira, em seguida, examinou o armário para ver se ela poderia quebrá-lo e usá-lo para lenha, também. Ele era feito de material frágil

e que não iria queimar por muito tempo, mas era algo.

Agora, se houvesse algumas pedras ou tijolos para esquentar no fogo e usar para aquecer

os pés...

Depois de uma rápida pesquisa, ela encontrou tijolos debaixo da cama que devem ter

sido usados para esse propósito e ela os colocou no fogo. Ao vasculhar os alforjes, ela

descobriu um frasco de algo picante. Ela tomou um gole e quase engasgou com a bebida forte.Meu, meu, não era Jackson cheio de surpresas?

Depois de mais um gole que queimou todo o caminho, ela começou a se sentir um pouco

mais quente. Removendo capa de lã, ela pendurou num gancho perto do fogo, para que

 pudessem usá-lo como uma capa. Ela jogou o cobertor comido pelas traças de lado e bateu o

colchão para se certificar de que não havia nenhuma criatura nojenta aninhada dentro dele, em

seguida, colocou o cobertor de volta. Mas ela era não estava indo dormir com isso ao lado de

sua pele.

Suas saias! Ela tirou uma, rasgou ao meio e espalhou sobre o cobertor comido pelas

traças. Isso era melhor. Não que alguém conseguiria dormir bem em um colchão de palha de

qualquer maneira, mas-

Foi quando bateu-lhe que havia apenas uma cama. Ela prendeu a respiração. Era lógico

que eles compartilhariam. Foi também lógico que compartilhar a cama poderia levar a partilha

de outras coisas...

Suas bochechas aqueceram. Se isso acontecesse, não haveria como voltar atrás. Ela

estaria irremediavelmente arruinada.

Oh, o que ela estava pensando? Ela estaria arruinada de qualquer forma, mesmo que

 passasse a noite inteira aqui, casta como freira.

 Naturalmente, era possível que Jackson não iria querer   compartilhar sua cama ou

qualquer outra coisa. Eles estiveram juntos durante todo o dia e ele não tinha uma vez tentado

 beijá-la. E mesmo que ele a desejasse, ele poderia se recusar a seduzi-la, com ele sendo tão

honrado e tudo.

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Por outro lado, se ele estava interessado em sua fortuna, ele poderia aproveitar esta

oportunidade para garantir.Mas ela não podia acreditar nisso. Ele não parecia o tipo. E mesmo se fosse, dificilmente

importava mais. Depois, eles voltariam para casa depois de uma noite passada na floresta

 juntos, Gran quase certamente insistiria que eles se casassem. E se Gran não o fizesse, Oliver

faria.

Então, se ela tivesse que se casar com ele de qualquer maneira, eles poderiam muito

 bem...

Ela corou novamente. Oh, ela realmente era descarada. Mas por que não? Se por algummotivo ele se recusasse a casar com ela amanhã, ela estaria arruinada mesmo assim, então por

que não aproveitar esta oportunidade para ver como era a experiência de fazer amor com um

homem que a cuidava? Mamãe tinha tomado um amante, explodiu, por que não deveria?

Um pouco de vibração começou em sua barriga que não seria debelada, mesmo depois

que ela tomou outro gole do licor de Jackson.

 Naquele momento, a porta se abriu, fazendo-a pular. Olhou em volta dela para a pistola,

que ela deve ter colocado em algum lugar, mas era apenas Jackson.

- Parece que você tem estado ocupada. - ele disse quando ele pousou o balde para

inspecionar o quarto.

- Você encontrou água!

- Há um córrego perto. - Seu olhar fixou sobre o que ela tinha na mão. - Vejo que você

encontrou meu brandy.

Recusando-se a ficar envergonhada, ela caminhou até entregar o frasco para ele. - Eu fiz,

de fato. - Ela lhe lançou um olhar malicioso quando ele bebeu um pouco. - Quem diria que o

estimável sr. Pinter, tão elevado, bebe bebidas fortes?

Ele fez uma careta para ela. - Um pouco de brandy em um dia frio, não machuca

ninguém. E eu não sou elevado.

- Oh? Você não disse a Gabe na semana passada que a maioria dos senhores eram apenas

 bons na distribuição de recursos de suas propriedades em todas as casas de jogo e bordéis em

Londres, ignorando o seu dever para com Deus e do país?

Quando ele corou, ela sentiu uma pontada de consciência, mas apenas uma pontada. Ele

 parecia tão encantador quando ele estava perturbado.

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- Eu não estava dando a entender que a sua família...

- Está tudo bem. - disse ela, tendo pena dele. Ele tinha  salvado sua vida, depois de tudo.- Você tem um bom motivo para ser elevado. E você não está muito errado, em qualquer caso,

existem muitos senhores que são uma praga na sociedade.

Ele ficou em silêncio um longo momento. - Eu espero que você perceba que eu não acho

de seus irmãos. Ou o seu cunhado. Eles são bons homens.

- Obrigada.

Removendo seu sobretudo, ele caminhou até pendurá-lo em cima de sua capa, então

ficou lá aquecendo as mãos no fogo. - Eu gostaria de poder dizer o mesmo sobre seus primos.Oh céus. Essa foi a última coisa no mundo que ela queria falar, especialmente depois do

que a babá lhe tinha dito hoje.

Ela se ocupou com caçar através de seus alforjes para mais comida. - Desmond e Ned

sempre foram... difíceis.

- No entanto, você estava apaixonada por Ned quando você era uma menina. - Ele

continuou a saborear o brandy, seu olhar fixo nela.

Aproveitando uma pera, ela deu um par de mordidas enquanto se perguntava o que

responder. - Não durou muito tempo.

- Eu imaginei isso. - Quando ela lhe lançou um olhar assustado, ele acrescentou: - Eu vi a

sua reação a ele no baile na noite passada.

Se ela tinha sido tão óbvia?

- O que ele fez a você? - Jackson cutucou, enquanto ele tampou o frasco e colocou-o no

 bolso de seu sobretudo.

Ela comeu o resto da pera. Quanto ela deveria dizer a ele? O que seria adequado Pinter

 pensar se ela revelasse tudo?

Oh, ela poderia facilmente imaginar e ela não podia suportar.

- Ele machucou você? - Perguntou Jackson com uma voz mais dura. - Eu juro, se ele pôs

a mão em você-

- Não foi assim. - ela murmurou.

Com uma expressão escurecendo, Jackson se aproximou dela.  –  Então, me diga como

foi.

- Foi há muito tempo, realmente. Nada a falar.

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- Eu vi seu rosto na noite passada. - disse ele em voz baixa. - Por um momento, você

estava com medo dele e eu quero saber por quê.- Eu não estava com medo-

- Droga, Celia, diga-me o que ele fez!

Ela engoliu em seco, depois virou de costas para ele. - Eu acho que ele tentou me

deflorar.

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Capítulo Dezessete

R aiva incandescente subiu em Jackson. -  Deflorar você! - ele engasgou. - Você quer

dizer que ele tentou estuprar  você?

- Não! - Ela virou-se para ele com um olhar de alarme.  –  Eu lhe disse, não era assim!

Quero dizer, não era... - Ela baixou o olhar para suas mãos. - Oh, eu nunca deveria ter dito

nada.

Ele se esforçou para conter sua raiva. Ele era um investigador, pelo amor de Deus, ele

deveria saber agora por que você não consegue a verdade de alguém por excesso. Tomando-a

gentilmente pelo braço, ele a levou para a cama.

- Comece pelo começo. - Ele pediu a ela para sentar-se, em seguida, sentou-se ao lado

dela, embora não muito perto. Ela precisava de alguma distância agora. - Diga-me o que

aconteceu. Eu prometo, eu só vou sentar aqui e ouvir. - Mesmo que o matasse, e ele poderia

muito bem.

Com um aceno de cabeça, ela olhou em toda a sala. - Foi tudo culpa minha, na verdade.

- Não foi sua culpa. - ele retrucou.

Ela o olhou de soslaio. - Eu pensei que você estava indo sentar e ouvir.

Ele respirou para se acalmar. - Certo. Vá em frente.

- Eu pensava em Ned durante anos, você vê. O verão depois que fiz quatorze anos, ele

tinha dezessete anos e de férias da escola, quando sua família veio visitar-nos em casa, na

cidade de Gran. Eles ficaram duas semanas. - Ela amassava a saia dela, nervosa. - Ele era o

companheiro muito arrojado na época. Ele cavalgava bem, ele e Gabe costumavam correr no

Rotten Row o tempo todo e ele era um dançarino muito bom. Então, quando ele reparou em

mim...

Sua voz ficou embargada. - Você tem que entender, meninos nunca repararam em mim,

não ao lado de Minerva. Ela tinha acabado seu debu e havia homens atrás dela em todos os

lugares. Ela disse que eram todos caçadores de fortuna, mas não me pareceu assim para mim.

É claro que eu ainda não estava debutando, então eu não cheguei a presenciar muito de seu

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sucesso em primeira mão. Mas aos poucos eventos que participei, ela sempre foi a bela do

 baile e eu era apenas a irmã magra.Demorou algum esforço para ele manter a boca fechada com isso, mas de alguma forma

ele conseguiu.

- Então, Ned começou a flertar comigo. - continuou ela. - E eu estava muito lisonjeada.

Todos nós, as crianças iriam para Hyde Park e ele iria me escoltar como se eu já estivesse

crescida. Ele... ele me fez elogios e me deu flores- - Sua voz endureceu. - Suas atenções eram

tudo uma mentira, mas eu não achei que fosse, até mais tarde.

Tudo uma mentira? Ela quis dizer porque o burro estava tentando ficar sob suas saias?- De qualquer forma, Gran realizou uma grande festa, um dia de verão e depois que todo

mundo foi para dentro, para a ceia, Ned me convenceu a ir para o abrigo de jardim com ele.

A expressão preocupada que atravessou seu rosto fez Jackson querer encontrar Ned

Plumtree e bater nele até virar uma massa sangrenta. Ele fechou os punhos com tanta força

que suas unhas cravaram em suas palmas.

- No início, era tudo que eu queria. - disse ela. - Ele... Ele me beijou. Não era horrível,

mas não foi tão bom quanto eu esperava. Ele era assim, bem, desajeitado para isso. - Ela

suspirou. - Eu não gostei muito. Mas eu achei que era o que acontecia quando um menino

 beijava uma garota, você sabe?

 Não, ele não sabia, mas ele poderia muito bem imaginar um Celia jovem, doce, ansiosa

 para seu primeiro beijo. Provavelmente, como sua mãe tinha sido.

Mas sua mãe tinha idade suficiente para perceber o que estava fazendo. Celia tinha

apenas quatorze anos.

Ele conteve sua raiva. - Você não tem nada para compará-lo.

- Exatamente. - Sua voz baixou. - Mas quando ele... colocou as mãos em meu peito... eu

sabia que não estava certo.

O desejo de matar o atravessou novamente.

- Eu disse que ele não deveria fazer isso - continuou ela. - e ele continuou... espremendo,

tão duro que doía. - As palavras saíram dela agora, uma após a outra, em rápida sucessão. - E

então, ele começou a arrastar minhas saias com a outra mão e eu disse-lhe para parar com

isso, ele me empurrou no chão e ficou em cima de mim e suas mãos estavam em cima de

mim, então- - Ela fez uma careta. - Então eu bati nele com um tijolo.

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A interrupção abrupta do seu conto fez piscar. - Você... você o quê?

Ela lançou-lhe um olhar furtivo por debaixo de seus cílios abaixados. - Dei-lhe na cabeçacom um tijolo. Eu bati-lhe muito forte. Ele começou a praguejar e rolou de cima de mim, eu

 pulei e corri para a porta do galpão.

- Doce Deus. - ele murmurou, seu coração pulando em sua garganta quando ele percebeu

o quão perto ela esteve de ser violada.

- Ele me alcançou no jardim e disse algumas coisas ruins, mas eu ainda tinha o tijolo,

então eu joguei em cima dele e corri para dentro da casa.

Ele ficou boquiaberto com ela. - Onde estava a sua família enquanto tudo isso estavaacontecendo? - Ele perguntou com a voz rouca. - Os seus irmãos, sua irmã?

- Eles estavam jantando. Sendo a mais jovem, eu e os meus primos mais novos éramos

relegados a mesa das crianças, ninguém estava prestando muita atenção em nós, nesse

momento. Além disso, tudo aconteceu tão rápido... Eu consegui entrar e sentar-me antes que

alguém sequer notasse que eu não estava lá.

A sombra de um sorriso cruzou os lábios. - Eles perceberam depois que Ned estava

faltando, no entanto. Quando eles me perguntaram se eu o tinha visto, eu disse a eles que ele

estava reclamando de uma dor de cabeça desde que havia caído de seu cavalo, no início do dia

e bateu a cabeça.

Ela olhou presunçosa. –  Ele odiava isso. Ele estava tão orgulhoso de ser conhecido por

suas habilidades de equitação e depois todos o chamavam Desajeitado Plumtree por um

tempo. E ele não se atreveu a me corrijar, por medo de que eu iria dizer-lhes o que realmente

aconteceu.

- Por que não, droga? - Jackson entre dentes.

Ela o olhou de soslaio. - Oliver teria atirado nele na hora.

- Bom. Eu tenho em mente de fazer isso da próxima vez que eu o vejo.

- Eu não vou deixar você atirar em Ned. - disse ela corajosamente. - Isso não ajudaria

suas chances de ser escolhido magistrado-chefe. - Ele estava prestes a protestar que não dava

a mínima sobre ser escolhido magistrado chefe agora, quando ela acrescentou: - E eu não ia

deixar Oliver fazê-lo também, não com todos os rumores de que ele havia atirado em mamãe.

Tivemos escândalo suficiente em nossa família como isso.

Ela cruzou os braços sobre o peito. - Além disso, se alguém atirar em Ned, vai ser eu.

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E assim, tudo se encaixou. - Ah, então isso é porque você convenceu Gabe para ensiná-la

a atirar. É por isso que você carrega pistola de bolso das senhoras em sua bolsa.Ela deu-lhe um aceno conciso. - Eu não ia deixar que nada disso acontecesse comigo

nunca mais.

Um frio repentino o varreu. Como ela poderia pensar estar tão sozinha? - Deixando a

 possibilidade de escândalo de lado, você deveria ter dito a sua família. Eles poderiam ter

lidado com Ned em particular.

- E então, eles descobririam como imprudente eu era. - ela sussurrou. - Que patética e

estúpida, estúpida demais para... ver que Ned não se importava comigo ... para perceber queele estava apenas zombando...

Com um pequeno gemido, ela se levantou da cama, mas ele agarrou a mão dela e puxou-

a de volta para encará-lo. - Não foi  sua culpa que Ned se aproveitou de sua juventude e sua

atração por ele para tentar uma sedução, pelo amor de Deus.

- Você não entende,  foi minha culpa. - Ela abaixou a cabeça, recusando-se a olhar para

ele. - Eu deveria ter percebido. Os meninos nunca tinham me olhado daquele jeito... mas eu

 pensei que ele realmente gostava de mim. Todo o tempo, ele estava apenas...

Lágrimas brotaram nos olhos dela que rasgaram a sua alma. - Quando eu não iria d-

deixá-lo... você sabe... ele disse que não m-me queria realmente, de qualquer maneira. - ela

gaguejou, a mão apertando a sua dolorosamente. - desde que eu era uma... uma magricela sem

tetas e nem um pingo de f-feminino em mim.

- Oh, querida. - ele sussurrou, puxando-a para baixo, para o seu colo para que pudesse

abraçá-la. Ela estava quebrando seu coração.

Todas as suas conversas voltaram para assombrá-lo.

 A menos que você acha impossível para uma mulher como eu manter os homens como

eles satisfeitos e felizes? 

Você queria me expor como alguma... aventureira ou um homem em traje de mulher ou

... oh, eu não sei o quê. 

Você me beijou ontem à noite só para fazer um ponto e você não podia nem suportar me

beijar de novo hoje, corretamente.

Inferno e chamas. As pistas haviam estado ali o tempo todo e ele as ignorou.  Este era o

motivo para ela chegar a tais conclusões estranhas sobre sua atratividade quando ele passou

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todas as horas resistindo à vontade de levá-la para a cama. E foi por isso que ela estava

determinada a provar a sua avó sobre sua capacidade de se casar.Ele abraçou-a enquanto ela engoliu ar, lutando claramente com os soluços. - Ele me disse

que só fez i-isso para g-ganhar uma aposta. S-seus amigos disseram que ele nunca poderia ter

a filha de um marquês d-dando-lhe um b-beijo, então ele apostou que podia.

- Isso é um monte de disparates. - ele sussurrou, em seguida, lamentou a nitidez de seu

tom de voz quando o rosto escureceu em confusão. - Eu apostaria bem contundente que ele só

disse essas coisas porque estava sofrendo sobre sua rejeição. Uma criança mimada como

Plumtree odiaria ter seu orgulho picado. Quando ele descobriu que não podia você deixá-lofazer o que quisesse, ele tentou derrubá-la ao nível dele, falando inverdades vis.

Roçou um beijo em suas bochechas úmidas, ele desejava que tivesse o filho da puta na

frente dele agora, para que pudesse bater nele por fazê-la duvidar de si mesma. - É o que

idiotas como ele fazem, se eles não conseguirem o que querem. Então, não acredite em nada

disso. Nenhum menino no seu juízo perfeito iria encontrá-la pouco atraente.

Ela olhou para o rosto dele, ainda parecendo incerta. - Eu era bastante magra e eu nunca

tinha... tinha muito em termo de seios.

- Seu peito está bem, - ele sussurrou, pensando em como deliciosos seus seios eran,

quanto firmes e belos pareciam através da roupa úmida do seu corpete quando ele se atreveu a

abrir seu vestido para dar uma espiada. - E mesmo se Plumtree quis dizer o que ele disse, isso

só mostra quanto idiota que ele é. Por se ter uma deusa como você em seus braços e não

apreciá-lo... "

Ele a beijou, incapaz de resistir à exuberante boca suculenta tão perto da sua. Ele colocou

tudo o que sentia, para que ele pudesse acabar com qualquer mágoa que os Neds do mundo

lhe dera.

Quando ele se afastou, percebendo que estava pisando em terreno perigoso, ela disse

com voz rouca: - Você nem sempre foi tão... apreciativo. Quando eu disse que os homens

gostavam da minha companhia, você disse que achava difícil de acreditar.

- O que ? - ele respondeu com uma careta. - Eu nunca disse tal coisa.

- Sim, você fez, o dia em que eu lhe pedi para investigar meus pretendentes. Lembro-me

claramente.

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- Não há nenhuma maneira no inferno que eu nunca... A conversa voltou para ele de

repente e ele balançou a cabeça. - Você está lembrando apenas uma parte, querida. Você disseque os homens gostam da sua companhia e consideram fácil de conversar com você. Foi a

última parte que eu achei difícil de acreditar.

- Oh. - Ela o olhou de soslaio. - Por quê? Você nunca pareceu ter dificuldade de falar

comigo. Ou melhor, me dar sermão.

- Ou é sermão ou parar a sua boca com beijos. - disse ele secamente. - Conversar com

você não é fácil, porque cada vez que eu estou perto de você eu quero levá-la para algum

lugar isolado e fazer um número de coisas más com você.Ela piscou, então olhou para ele com tanta suavidade que fez o seu peito doer. - Então,

 por que não faz?

- Porque você é a filha de um marquês e irmã de meu empregador.

- O que isso significa? Você é um magistrado e assistente de um famoso Bow Street

Runner.

- E o bastardo que ninguém sabe de quem.

- O que faz de você um companheiro adequado para um diabinho com uma reputação de

imprudência.

A palavra companheiro ressoou em seu cérebro. O que ela quis dizer com isso?

Então, ela deu um beijo em sua mandíbula, minando sua resistência e sua razão, ele sabia

exatamente o que ela queria dizer.

Ele tentou soltá-la dele antes que perdesse a cabeça completamente, mas ela enroscou

seus braços em volta do pescoço e não o deixou ir. - Mostre-me

- Mostre-lhe o quê?

- Todas as coisas ruins que você quer fazer comigo.

Desejo cravou como febre em suas veias. - Meu Deus, Celia-

- Eu não vou acreditar em uma palavra que você disse, se você não fizer isso. - Seu olhar

ficou conturbado. - Eu não acho que você sabe o que quer. Ontem você me deu esses beijos e

carícias encantadoras e, em seguida, você agiu como se nunca me conhecesse.

- Você estava com seus pretendentes. - disse ele com a voz rouca.

- Você poderia ter dançado comigo. Você nem sequer me pediu para uma dança.

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Tê-la em seu colo estava despertando-o para uma dureza dolorosa. - Porque eu sabia que

se eu fizesse, eu iria querer... Eu preciso...Ela beijou um caminho para baixo da sua garganta, transformando o seu sangue em fogo.

- Mostre-me. - ela sussurrou. - Mostre-me agora o que você quer. O que você precisa.

- Eu me recuso a arruiná-la - disse ele, meio como uma advertência para si mesmo.

- Você já tem. - Com um olhar tímido, ela desamarrou o lenço e arrastou-o de seu

 pescoço. - Quando voltar amanhã, todo mundo vai saber que passamos a noite juntos, e não

importa se fizemos algo mau ou não. Então, por que não desfrutarmos disso?

A lógica irrefutável de seu argumento não lhe escapou. Nem o fato de que ele já estavaflexionando as mãos convulsivamente em sua cintura, para evitar deslizá-las até os delicados

montes de seus seios pequenos...

- Eu não vou ser outra Ned, aproveitando da sua inocência.

- Você não é nada como ele. - ela protestou em voz baixa. - Você é honrado, forte e o

único homem que eu quero que me mostre como ser uma mulher. - Ela pegou a cabeça entre

as mãos. - E se você não me beijar neste minuto, Jackson Pinter, eu juro que vou tirar minha

roupa fora um peça de cada vez até-

Ele tomou sua boca selvagemente, sua mente já enchendo com a imagem dela nua por

 baixo dele, exatamente onde ele sempre quis. Em sua cama. Em sua vida. Como ele poderia

resistir a ela? Ela era tudo que ele já tinha desejado e sua capacidade de lutar contra isso ficou

mais fraca com cada carícia de suas mãos suaves, seus lábios macios.

- Jackson. - ela sussurrou contra sua boca. - Mostre-me como ser uma mulher. Sua 

mulher.

- Minha esposa? - Ele murmurou. - Porque se fizermos isso hoje à noite...

Ela recuou para olhá-lo. - É isso que você quer? De ter a mim como sua esposa?

Ele olhou nos olhos que estavam assombrados por insegurança e percebeu o que estava

 pedindo. Será que ele queria assegurar como sua esposa a rica Lady Celia, cujas conexões

sublime poderia promover suas ambições?

Ou será que ele quer fazer amor com a mulher corajosa que tinha aprendido a atirar

assim ela nunca teria que ter medo de novo, que tinha mantido as ações de sua prima em

segredo para proteger sua família de um maior escândalo e que agora olhava para ele como se

ele fosse de fato o Lancelot para ela, Guinevere?

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Amanhã eles precisariam de uma discussão séria sobre o casamento e o que significaria,

mas, por enquanto, ele não se importava com as ameaças de sua avó e seus medos sobre seufuturo. Não quando ele sabia que as palavras cruéis de Ned ainda tocavam em seus ouvidos.

Hoje à noite ela precisava ouvir algo completamente diferente.

- O que eu quero, - disse ele em voz baixa - é você. Só você.

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Capítulo Dezoito

Lágrimas encheram os olhos de Célia. Ele entendeu. Ele queria ela. Nem sua fortuna ou

suas conexões, mas ela.

Em seguida, ele deixou isso claro, levando sua boca tão vorazmente que ela mal

conseguia recuperar o fôlego. Ele segurou os seios através de seu vestido, e ela exultou. Ele

seria dela agora. O marido dela. Para sempre. 

- Em um aspecto, eu entendo por que Ned se comportou como ele fez. - ele murmurou

contra sua garganta.

Isso a pegou de surpresa. - O que você quer dizer?

- Deve tê-lo deixado totalmente louco por chegar perto de tê-la, apenas para ser negado. -

Ele manuseou seus seios, lentamente, suavemente, de uma forma tão completamente diferente

de Ned que parecia uma paródia comparar os dois homens. - Não que isso desculpe a maldita

coisa que ele fez, se um dia eu tiver a chance, eu vou bater muito nele. Mas eu já cheguei

 próximo ao Paraíso...

- Paraíso? - Com um sorriso estonteante, ela desabotoou o colete. - Você é bastante poeta

 para um Bow Street Runner.

- Meu tio costumava dizer que qualquer homem que não pode apreciar a poesia não tem

alma. Eu pensei que ele estava louco. Até agora.  –  Vasculhando-a com os olhos, ele alcançou

a volta por trás dela para abrir seu vestido e sua voz ficou grossa e rouca. - „Ela anda em

 beleza, como a noite / De clima sem nuvens e céu estrelado' - É o único versos que me

lembro. E eles se encaixam perfeitamente.

Um trinado de emoção tocou em sua veia. - Byron? Você está citando Lord Byron? - Ela

empurrou o colete fora. - Isso não é só poesia, mas poesia ímpia.

Ele pediu a ela para ficar de pé, em seguida, levantou-se, também, e virou-a de modo que

 pudesse terminar de desfazer seu vestido. - Não sou tão elevado agora, sou?

 Não, de fato. - Eu gostaria de ter sabido que você estava pensando em mim

escandalosamente todo esse tempo. - Quando seu vestido caiu no chão, ela estremeceu, em

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 parte do frio na casa de campo em ruínas e em parte da emoção de saber que Jackson estava

 prestes a tomar sua inocência. - Eu teria suportado seus sermões mais facilmente.Com mãos experientes, ele desatou seu espartilho. - E talvez teria sido melhor para mim.

- Talvez. - Quando seu espartilho seguiu seu vestido para o chão, ela o encarou com um

sorriso maroto. - Ou talvez eu tivesse atormentado você de forma diferente.

- Ah, é? - Ele conseguiu dizer, embora seus olhos estivessem devorando ela de uma

forma que fez cada nervo cantar. Ele não a deixou com nenhuma dúvida de sua apreciação por

seu corpo.

Sua reação diferiu de forma tão marcante em relação a Ned que se sentia livre de sertímida, para provocar. Desatou a outra saia e deixou-a cair, recuando para sair dela. - Por

exemplo, eu poderia usar camisas gastas com menos frequência e mais vestidos decotados.

Sua respiração ficou difícil quando ele caminhou em direção a ela, desabotoando a

camisa. - Isso teria de fato sido um tormento.

- Porque teria feito você me querer?

- Eu já queria você, com blusas e tudo. Mas teria atirado outros homens para você como

abelhas ao mel e eu teria que conter o desejo de matá-los por estar olhando para você como eu

estou agora.

- Por que, sr. Pinter, você estava com ciúmes? - Brincou ela, feliz por ter suas suspeitas

confirmadas.

Seus olhos encontraram os dela, de repente solene. - Por que você acha que eu escolhi

hoje para ir para High Wycombe? Porque eu não podia suportar ver você flertar com seus

 pretendentes mais um dia.

Oh, meu. Quem teria imaginado que Jackson poderia dizer essas coisas deliciosas?

Em seguida, ele arrastou a camisa. Deus misericordioso no céu, quem teria imaginado

que Jackson poderia  parecer   tão delicioso sob suas roupas? Embora ela tivesse um indício

quando ele tinha o traje de noite gasto, ela não esperava isso. 

Seu peito bem cinzelado diminuiu para uma cintura magra que não mostrou nenhum

sinal de gordura. O cabelo escuro rodeava sobre seus mamilos, então arrastou para baixo para

tocar seu umbigo antes de desaparecer sob suas calças. Ele tinha o corpo de um esgrimista em

vez de um lutador, mas seus braços musculosos eram o suficiente para explicar como ele

conseguiu arrancar-lhe da parte traseira de seu cavalo tão facilmente esta tarde.

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ARE - 186 

Em seguida, ele desabotoou as calças e baixou para revelar uma ceroula que mostraram

todas as linhas de suas coxas e panturrilhas bem-feitas, para não mencionar a protuberânciadistinta.

Oh, querida, ela estava olhando. Com um corado, ela empurrou seu olhar para longe.

- Sua vez, querida. - ele murmurou. - Você vai tirar a sua roupa? Ou devo?

Ela estendeu a mão para os laços, então sentiu um momento de hesitação, quando a voz

de Ned penetrou em sua cabeça: cadela magricela sem teta - você não tem um pingo de nada

 feminino em você. 

Como se Jackson soubesse exatamente o que a deteve, ele se adiantou para erguer oqueixo com o polegar, forçando-a a encontrar seu olhar. - Eu daria qualquer coisa para limpar

as palavras de Ned de sua memória, mas desde que eu não posso, eu posso, pelo menos,

adicionar verdades para combater as mentiras que ele falou. Você sabe o que eu vejo quando

olho para você, minha senhora?

Às vezes, quando ele a chamou de "minha senhora", parecia sua maneira de colocar

distância entre eles. Mas agora as palavras realizaram uma reverência que parou a respiração

em sua garganta.

- Eu vejo uma mulher de incrível elegância e força. - Mantendo o olhar fixo com o dela,

ele arrastou a camisa fora de seus ombros. - Eu vejo uma fada rainha que poderia destruir um

homem com uma palavra ou encantar com um sorriso.

Ele enfiou os dedos pelos cabelos, puxando-o livre de seus grampos para que caisse para

 baixo, sobre os ombros. Com os olhos que brilhavam com veemência à luz do fogo, ele

levantou uma madeixa para beijar, em seguida, esfregou sobre sua bochecha.

- Eu vejo uma moça com o cabelo como o chocolate rico, olhos que misturam verde e

marrom, em uma floresta impenetrável de cor, e um rosto e forma tão encantadora que me

humilha pensar em tocá-la, muito menos fazer amor com ela.

Ele puxou sua camisa para baixo de seu corpo, seu olhar seguindo em uma avaliação

lenta, que brilhou tão quente e com fome que qualquer medo ou constrangimento persistente,

desapareceu em seu rastro.

Sua voz ficou rouca. - Como os seus seios ...- Ele inclinou a cabeça para sugar primeiro

um, depois o outro, sua boca quente jogando sobre eles tão maravilhosamente que ela

engasgou. Em seguida, ele recuou a murmurar. - Ned era cego ou idiota ou ambos. Ou, mais

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 provavelmente, um mentiroso. Porque ninguém em sã consciência jamais pensaria que estes

são nada, mas bonitos.Lágrimas brotaram nos olhos dela quando ele levantou-a nos braços e levou-a para a

cama. Como ela poderia ter pensado que ele era frio e sem paixão? Ele escondeu seus

sentimentos muito bem, mas em tempos de grande intensidade, brilhou nua em cima de sua

face. Ela estava se tornando mais hábeis em lê-los.

Agora ela poderia facilmente ler o desejo em seus olhos quando ele a deitou na cama e

estendeu a mão para os botões de sua ceroula. Em seguida, ele hesitou. - Você tem certeza

sobre isso?Ela levantou-se em seu cotovelo para desabotoar sua ceroula para ele. - Eu estou muito

certa.

E é claro que ele estava com muita certeza, no momento em que ela abriu a ceroula, sua

excitação explodiu para surpreendê-la com a sua espessura e rigidez impressionante.

Pouco depois de se casar, Minerva tinha explicado exatamente o que acontecia no quarto

de dormir entre um homem e uma mulher, advertindo que o apêndice de um homem pode ser

um pouco assustador e muito diferente do que aqueles que Celia tinha visto em cavalos, vacas

e cães de caça.

Sim, era diferente, mas não é realmente assustadora. Mais como, estranhamente bela.

Para não mencionar, fascinante quando ele balançou um pouco como se fustigado pelo vento.

- Pronta para o resto? - Ele falou lentamente, uma pitada de diversão em sua voz.

- Há mais? - Quando ele desceu sua ceroula para revelar os bagos pendurados para baixo,

ela disse. - Oh. Claro. Mas eu não esperava que fosse tão peludo.

Com uma risada, ele deslizou na cama ao lado dela. - Não mais peludo do que você no

mesmo lugar. - E ele pôs a mão direita sobre a sua parte privada entre as pernas.

- Ohhhh. - disse ela quando ela percebeu que suas partes se espelhavam e

complementavam-se.

Então, ele começou a esfrega-la, como ela se esfregava na cama, só que muito melhor e

tudo ficou em branco. - Jackson... céus ... Jackson ... Trata-se uma daquelas coisas más ... que

você queria fazer comigo?

- Por quê? - A mão dele parou. - Incomoda-lhe que eu pensei em tocar em você assim?

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- Certamente que não. Pensei em fazer coisas más com você, também, você sabe.

Imaginei que seria como ter você me beijando. - Sua voz baixou para um sussurro.  –  Acariciando-me exatamente como agora, entre as pernas...

Desejo inflamou em seu rosto quando ele retomou seu afago.  –  Será que queria? - Ele

esfregou mais duro. - Assim?

Ela arqueou-se contra sua mão. - Oh, sim. Definitivamente... assim.

O sujeito diabólico sorriu. - Onde mais você me imaginava tocar em você?

- Oh, em tudo. - ela respirava.

- Talvez aqui. - Ele inclinou a cabeça para sugar o mamilo, provocando-o com a línguaaté que ela engasgou e enfiou os dedos pelos cabelos para segurá-lo contra ela.

- Certamente aqui. - ela concordou quando ele esbanjou suas atenções sobre primeiro um

seio, depois o outro.

Em seguida, ele deslizou um dedo dentro dela. - Ou talvez aqui. - ele murmurou, com

sua voz áspera pecaminosamente.

- A minha palavra! - Ela chiou. - Eu nunca imaginei isso.

- Eu fiz. - disse ele. - Muitas vezes.

Ele mergulhou profundamente com o seu dedo enquanto seu polegar se moveu de

maneira surpreendente contra uma parte dela que estava doendo e ansiosa por seu toque. Sua

respiração estremeceu fora dela, o corpo dela subindo ao encontro de sua perversa mão.

- Deus me ajude, eu não tinha... ideia. - Ela se contorceu, querendo mais da deliciosa

sensação e se sentindo culpada que ele estava acariciando-a, enquanto ela não fez nada para

agradar-lhe. - Quando você pensou em... coisas más ... que nós poderíamos fazer, estavam lá

algumas... que eu poderia fazer para você?

- O inferno e chamas, sim. - Ele atirou-lhe um olhar aquecido, em seguida, pegou sua

mão e enrolou-o em torno de sua parte excitada. –  Toque-me, querida. - Quando ela fez isso,

sua respiração cresceu grossa e pesada.

Depois de apenas alguns momentos, ele gemeu. -Oh, Deus, pare... pare! Talvez seja

melhor restringir seu toque... para outras partes de mim.

- Eu não fiz isso direito? - Ela sussurrou.

Ele soltou uma risada áspera. - Muito bem, eu estou receoso. Alguns homens precisam

de sua bomba preparada, mas o meu foi preparado para você por tanto tempo... - Ele deu um

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 beijo sobre seu peito. - Melhor não me tocar mais lá, apesar de que tem as rédeas em qualquer

outro lugar.Depois disso, não havia palavras. Ele a explorou; ela explorou seus ombros fortes, o

 peito delgado, a mandíbula que ela gostava de beijar. Ela adorava a sensação de sua carne sob

os dedos, nervos e músculos dançando quando ele reagiu ao seu toque. Ela adorava que ele

não poderia esconder o quanto suas carícias o afetavam. Ele era geralmente tão controlado e

difícil de ler. Mas ela podia lê-lo aqui, na cama e ele fez seu coração disparar.

Assim aconteceu com o jeito que ele estava acariciando-a, com firmeza, dedos peritos,

encontrando todas as partes dela que ansiavam por ele. Ela fechou os olhos para que pudessesaborear cada sensação e logo ela estava respirando cada vez mais difícil, dançando tão

descontroladamente debaixo de sua mão, que ela mal percebeu que ele tinha se ajoelhado

entre suas pernas até que suas mãos levantaram os joelhos e algo maior do que um dedo

começou a escorregar dentro dela.

Seus olhos se abriram. Mas, assim como ela estava se sentindo desajeitada e imaginando

se ela parecia tão incomoda quanto se sentia, ele murmurou. - Você é a criatura mais linda que

eu já vi.

Imediatamente ela relaxou. Como é que ele sempre sabia a coisa certa a dizer? Ela

 passou as mãos sobre os ombros largos. - Você é muito... atraente mesmo, senhor. - disse ela,

 para tomar sua mente fora da carne grossa pressionando-se dentro dela.

- Não zombe de mim. - ele mordeu.

- Eu não estou! - Seria possível que ele não era tão seguro de si mesmo, como sempre

 pareceu? - Você deve saber que você é bonito. Eu sempre pensei assim.

Quando satisfação mostrou em seu rosto, ela ficou feliz por ter dito isso.

Ele penetrou mais profundo, olhos brilhando com fome feroz. - E eu sempre pensei que

você é uma deusa.

Ela o olhou com ceticismo. - Mesmo quando eu tentei sua paciência?

- Você tentou minha paciência? - Ele brincou.

- Você sabe o que eu fiz.

Parando em sua pressão para dentro, ele virou solene. - Eu tenho medo que eu estou a

 ponto de tentar sua paciência, mais intensamente.

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Ela olhou para ele, tocou além das palavras que ele estava sendo tão gentil com ela.

Puxando a cabeça para baixo, ela deu um beijo em seus lábios, em seguida, sussurrou - Faça-me sua. Eu posso suportar qualquer coisa para ser sua.

As palavras pareceram assustá-lo, em seguida, o fez crescer ainda mais dentro dela, se

isso fosse possível. - Vamos ver. - ele murmurou.

Ela não teve tempo de registrar a resposta estranha, antes que ele tomasse sua boca.

Quando ele a beijou profundamente, empurrou igualmente profundamente dentro dela.

A dor rápida fez ofegar contra seus lábios, mas ele continuou a beijá-la enquanto ele

ainda segurava, deixando-a ajustar-se a tensão, o desconforto e a estranha experiência de estartão intimamente unida a um homem que ela mal conhecia, ainda.

Depois de alguns momentos, ele começou a se mover, lentamente no início, como se

sentindo seu caminho. Ele olhou para ela, com um olhar abrasador que fez seu estômago

revirar. - Você está... tudo bem?

- Tudo bem. - ela mentiu, embora ainda se sentisse estranho e desconfortável para tê-lo

dentro dela. Felizmente, estava ficando menos a cada momento.

- Eu imaginei você assim... muitas vezes... nua, partilhando a minha cama. - ele

murmurou, as palavras fervorosas aquecendo-a, fazendo-a relaxar. - Você não tem ideia."

- Eu tenho alguma ideia. - ela conseguiu. - Eu imaginei você, também.

Ele parecia cético. - Assim?

- Bem, não exatamente... Eu não sei ... o que esperar. - Ou como chocantemente íntimo

que se sentiria.

Uma mecha de seu cabelo escuro caiu sobre um olho, fazendo-o parecer mais como um

 personagem perigoso e menos como o Jackson formal de que ela conhecia.

- E agora que você fez? - Perguntou ele.

- Eu gosto disso. - O movimento começou a aquecê-la abaixo, para acender o mesmo

formigamento que ela sentiu quando ele a esfregou. - É como uma valsa muito travessa.

Ele sufocou uma risada. - Sim. Eu conduzo. Você segue.

Você se move entre as minhas pernas. 

Ah, então é por isso que as pessoas pensam que a valsa é tão escandalosa! - Eu nunca

vou ser capaz de valsar outra vez... sem pensar isso. - ela respirava.

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Ele se inclinou para sussurrar: - Então, eu vou ter que reivindicar você para a próxima

valsa.Gostava da palavra reivindicação. 

- E a próxima... e na próxima... - Ele empurrou mais rapidamente nela e seu formigueiro

intensificou, torcendo em algo quente e excitante e infinitamente mais emocionante do que

qualquer valsa.

- Jackson... ohhh, Jackson ...

- Cada valsa... a partir de agora ... até a eternidade.

- Sim ... - Ela se sentia como se estivesse em espiral ascendente, como faíscas dançandodo fogo na chaminé e por fora, e agora ela foi subindo, subindo com ele para os climas sem

nuvens e céus estrelados, onde toda a beleza andou....

- Sim! - Ela gritou quando ela chegou ao clímax. - Oh, sim, Jackson, sim... Eu sou sua ...

Eu sou sua... sua ...

E com um gemido feroz, ele dirigiu profundamente e se acabou dentro dela. - Como sou

seu... - ele sussurrou em seu ouvido enquanto estremeceu e balançou sobre ela. - Teu. Sempre.

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Capítulo Dezenove

Hetty e Oliver estavam tendo um brandy em seu estudio antes que os convidados

começassem a chegar para o jantar quando Minerva entrou, levando a empregada muito

ansiosa com o futuro de Célia.

- Você tem que ouvir o que Gillie acabou de me dizer. - disse Minerva, empurrando a

empregada encolhida para frente. - Eu disse a ela que tinha que dizer a vocês dois ela mesma.

Isso despertou o interesse de Hetty, uma vez que Celia tinha sido claramente ausente

durante todo o dia. - O que foi, menina?

Quando Gillie hesitou, Minerva disse. - Celia não tem uma dor de cabeça. Ela não estava

dormindo em seu quarto durante todo o dia com um pano escuro sobre seus olhos.

Hetty desatou a rir. - Isso não é nenhuma surpresa.

O olhar de Gillie saltou para Hetty. - Perdão, senhora?

- Vamos menina, eu não sou boba. Eu sei que sua senhora exclama 'dor de cabeça'

sempre que ela quer fugir. Eu a teria feito confessar seu subterfúgio antes, mas... - Ela soltou

um suspiro. - Eu cansei de lutar contra ela. Eu pensei que se eu deixá-la pensar que estava me

enganando, ela poderia não ser tão teimosa sobre tudo o mais.

- Bem, EU  não sabia. - Oliver disse com uma careta. - Você poderia ter me dito.

- Gostaria de ter feito alguma coisa sobre isso? - Perguntou Hetty.

- Não, mas...

- Ela não vai voltar para casa, no entanto. - Gillie explodiu.

Os olhos de Hetty estreitaram. - O que você quer dizer? Ela geralmente volta muito antes

de escurecer.

- Sim, isso é o que tem me preocupado, srª Plumtree. - Gillie torceu as mãos. - Ela saiu

logo depois do amanhecer, que não é como ela, também. Ela gosta de seu sono. Então, para

ela ter ido embora durante todo o dia e à noite...

- Para não mencionar, - Minerva colocou - que o sr. Pinter tem sumido durante todo o

dia.

- Não falta. - disse Oliver. - Ele saiu para seguir algumas pistas após o-

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- Ao amanhecer? - Minerva levantou uma sobrancelha.  –  Ele chegou a dizer para onde

estava indo?Um frio começou na barriga da Hetty. - Não. Só que tinha algo a ver com os assassinatos

de Pru Lewis e-

- Eu suspeito que tinha mais a ver com Celia. - Minerva retorquiu.

Hetty começou a suspeitar a mesma coisa.

- Por quê? - Perguntou Oliver.

- Ontem à noite, - disse Minerva - Celia confessou que ela e sr. Pinter - ou, como ela o

chama, Jackson - passaram mais tempo juntos sozinhos do que qualquer um de nós percebeu.Aparentemente, eles já se beijaram várias vezes.

Hetty fez uma careta. As coisas tinham ido tão longe entre eles? E bem debaixo do seu

nariz?

- Boa mostra, Pinter. - Oliver murmurou.

- Oliver! - Hetty o repreendeu.

- O Quê? É claro como o dia que os dois fantasiam entre si. Graças a Deus, eles estão

finalmente fazendo algo sobre isso. Pinter, provavelmente, tomou o assunto em suas próprias

mãos e levou-a para um piquenique ou um passeio, uma vez que eles não tiveram muitas

chances de estar sozinho juntos nos últimos dias, com seus outros pretendentes ao redor.

- Você está dizendo que não tem nenhum problema com a sua irmã passar um dia inteiro

sozinha com um homem, fazendo Deus sabe o quê? - Hetty estalou.

- É chamado de namoro. - Oliver olhou de soslaio. - Não me diga que você desaprova.

Você tem tentado convencê-la a se casar por anos. Ela finalmente tem um pretendente que ela

realmente parece gostar e eu tenho que aplaudi-la.

- E se casamento não é o que ele tem em mente? - Cuspiu Hetty, irritada que seu neto

 poderia apenas encobrir o fato de que Celia pode estar lá fora se engajando em atividades

impertinentes com o Bow Street Runner.

- Não seja ridícula. Pinter é um homem honrado. Ele não iria desonra-la.

- Eu não acho que ele está tentando, de qualquer maneira. - disse Minerva

maliciosamente. - Eu acho que eles fugiram.

- O quê? - Disse Hetty. - Por que você acha isso?

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Gillie saltou para protestar. - A senhorita teria dito algo para mim se ela estivesse

fugindo com um cavalheiro. Eu não acho que-- Ela lhe contou que o sr. Pinter a beijou? - Perguntou Minerva.

Gillie parecia perturbada. - Bem, não, mas-

- Eu descanso meu caso. - disse Minerva.

- Eu disse 'sem fuga‟ - Hetty estalou.

- Você estava pronta para renunciar a essa exigência para Gabe. - Oliver apontou. - Eu

não vejo por que você não pode fazer isso por Celia.

Ela olhou para ele. - Você é cego, Oliver? Será que não ocorreu a você que o Sr. Pinter pode querer se casar com sua irmã por sua fortuna?

- Ah, pelo amor de Deus, não Pinter.

Sua defesa veemente do homem levou-a de surpresa. Ela sabia que Oliver gostava do

companheiro, mas ela não tinha adivinhado quanto.

Poderia Oliver estar certo sobre o caráter de sr. Pinter? Isaac pareceu concordar com ele.

E ela advertiu ao homem que ela iria cortar Celia fora se ele a perseguisse. Então, uma fuga

 pode significar que ele não se importava com a fortuna de Celia.

Por outro lado, isso poderia significar que ele não acreditava que Hetty iria realmente

manter a sua ameaça. Ou...

Outra possibilidade terrível pulou na mente de Hetty. - Oh, Deus. Eu sou uma tola.

- Bem, todos nós concordamos com isso. - disse Oliver secamente.

Ela ignorou seu neto insolente, presa em uma nova preocupação. Ameaçando sr. Pinter,

tinha pensado em forçá-lo a revelar seus verdadeiros sentimentos. Mas e se a Bow Street

Runner tinha simplesmente decidido ir ao seu redor? Se ele levou Celia e não casar com ela

imediatamente, forçaria Hetty a ter que concordar com um casamento em  seus termos. O que

significava que ela teria que dar a herança de Celia, se ela quisesse salvar a reputação da

moça.

Claro, sempre havia a possibilidade de que ele estava realmente apaixonado e eles

estavam fugindo juntos por causa de tentativas de Hetty em separá-los.

Ela sacudiu aquele pensamento perturbador. Pegando a menina de sua família dessa

maneira escondida não era o comportamento de um homem apaixonado. Não era nobre, de

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qualquer maneira. - Senhor. Pinter pode ter uma razão mais tortuosa para o transporte de Celia

do que qualquer um de nós sequer considerou. Se você só sabia-- Se soubesse o que? - Perguntou Oliver, estreitando os olhos.

Oh céus. Ela não podia revelar a Oliver e Minerva que ela tinha ameaçado sr. Pinter. Um

deles pode dizer a Celia, e a garota iria ficar em pé de guerra sobre o assunto, sem ver como o

esquema de Hetty poderia provocar a verdade.

- Senhor. Pinter mentiu na minha cara sobre o seu envolvimento com Celia. - disse ela

corajosamente. - Ele negou que tivesse qualquer interesse um no outro, o tempo todo a

cortejando nas minhas costas. O que é pior, ele incentivou Celia a mentir, também, parareivindica-la. Essa não é a ação de um homem honrado.

Minerva fez uma careta. - Você nunca vai me convencer de que o sisudo e reto sr. Pinter

iria se comportar de uma forma tão grosseira.

- Nem eu. - disse Oliver. - Além disso, estamos saltando para conclusões selvagens aqui.

Eles podem não estar juntos, entretanto. Celia pode ter esquecido o tempo e estar agora

mesmo marchando para casa, na escuridão, enquanto Pinter está fora em sua expedição.

O pulso de Hetty acalmou um pouco.  –  Talvez. - ela admitiu. - Nesse caso, toda essa

especulação é para nada.

- Alguém deveria sair para onde quer que Celia vai para atirar. - Oliver olhou para Gillie.

- Você sabe onde pode ser?

- Eu não tenho ideia, senhor. Eu nunca vou com ela quando ela dispara.

- Droga. Bem, a primeira ordem do assunto é encontrá-la. Então, se ela não está lá,

devemos procurar na propriedade. Gillie, verifique seu quarto, certifique-se de que ela não

deixou para trás uma nota sobre onde ela ia estar ou mesmo sobre uma fuga. Leve Minerva

com você.

Enquanto as duas mulheres se dirigiam para a porta, Hetty gritou: - Espere! Antes de

chegarmos aos nossos hóspedes em um tumulto pela ausência de Celia, talvez devêssemos

lidar com isso de forma mais discreta.

Oliver cruzou os braços sobre o peito. - O que você quer dizer?

- Se ela não fugiu com sr. Pinter e não há verdadeira causa para alarme, eu não quero que

seus potenciais pretendentes reconsiderem seu interesse por ela. Celia é a pessoa que solicitou

que sejam convidados para esse caso. Parto do princípio de que ela tinha uma razão.

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 Ela está tentando ganhar um marido tão precipitadamente só porque você está

 forçando-a. Impiedosamente, ela empurrou as palavras do sr. Pinter de sua mente, ela ainda não tinha

ideia de quais eram seus motivos e até que ela o fizesse, não podia confiar no que ele disse. -

O duque está à beira de oferecer para ela, pelo que eu entendo, - continuou ela - e eu não

quero estragar isso com alguma especulação inútil.

Embora Minerva não se importasse com isso, ela concedeu o ponto com um aceno de

cabeça. - Talvez Gran esteja certa, deveria proceder com cautela. Eu odiaria ver Celia forçada

a casar com sr. Pinter por algum mal-entendido, a forma como eu fui forçado a casar comGiles.

Oliver olhou de soslaio. - Não houve 'equívoco' envolvido em seu casamento, minha

querida. Você foi pega mentindo seminua nos braços dos Masters. Você tem sorte que eu não

atirei no canalha ali mesmo. E você não parecia muito relutante em se casar com ele,

tampouco, se bem me lembro.

Minerva fungou. - Esse não é o ponto. Eu só acho que devemos ter cuidado com os

 pretendentes de Celia até termos certeza do que aconteceu. Acho que ela pode realmente

deseja casar um deles.

Um suspiro escapou Oliver. - Você pode estar certo. - Ele pensou por um momento e

depois disse. - Muito bem, isso é o que vamos fazer. Gran vai dizer a todos que a minha

mulher está em trabalho de parto prematuro. Desde que Maria foi descansar durante toda a

tarde, ninguém a viu, de modo que deve ser crível. Gran, vou dizer que eu acho que é melhor

todo mundo ir à cidade para uma noite no teatro e um jantar tardio. Isso vai mantê-los fora do

nosso caminho. Isaac e Gran pode estar no comando de entretê-los na cidade

- Mas eu quero estar aqui! - Gran protestou.

- Não há nada que você possa fazer aqui, a não ser se preocupar. Na verdade, Minerva

deve ir com você. –  Sobrepondo aos protestos de Minerva, ele continuou firme. - Mantenha os

nossos hospedes ocupados enquanto nós fazemos a nossa busca e os trazemos para casa. Eles

vão dormir até meio-dia e se até lá não ouvimos ou encontramos nada, vamos enviar todos

 para casa.

- Por que nós não apenas mandá-los para casa agora? - Perguntou Minerva.

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ARE - 197 

- Porque vai levar-lhes tempo para arrumar as malas e não vamos ser capazes de

 pesquisar durante esse tempo sem que percebam.Gran suspirou. –  Verdade.

Oliver começou a andar. Ele estava sempre no seu elemento durante emergências. - Eu

gostaria de saber para onde Pinter se dirigiu.

- John poderia saber. - Gran disse. - Ele falou com o sr. Pinter longamente ontem à noite.

Depois de tocar a campainha para John, Oliver voltou sua atenção para Gillie. - Vá

 procurar no quarto de Celia por anotações. Você pode começar isso agora, ninguém vai vê-la.

- Quando Gillie se dirigiu para a porta, ele disse. - Mas, primeiro, explique para Maria por queela não deve sair de seu quarto. Então, envie Jarret e Gabe aqui embaixo.

Ele foi até a janela para olhar para fora e fez uma careta. - Gabe e Jarret podem procurar

na propriedade, embora isso vai levar algum tempo com luz da lanterna sem lua. Se tivermos

sorte, Gabe poderá saber onde Celia vai para atirar. Vamos envolver os criados somente

quando tivermos que fazer. Nós não os queremos conversando com os criados dos nossos

hóspedes sobre o que está acontecendo.

John entrou naquele momento. - Meu senhor, você queria me ver?

- Você sabe onde sr. Pinter foi chefiar hoje?

- Não, senhor. Ele pediu uma lista de ex-criados e seus endereços, alguns dias atrás, e ele

confirmou a informação na noite passada. Ele não disse que criado ele planejava visitar,

entretanto.

- Mas ele disse que estava visitando um hoje? - Gran cutucou.

- Na verdade, não. Ele simplesmente pegou a lista e me agradeceu. - John se iluminou. -

Mas, talvez, um dos garotos do estábulo saberá.

- Mesmo que ele lhes disse, ele poderia ter mentido. - Gran apontou. - Especialmente se

ele tinha planos para... - Ela lançou um olhar furtivo para John. - Especialmente se ele queria

esconder seu verdadeiro propósito.

Com um rolar de seus olhos, Oliver dispensou John, em seguida, virou-se para Hetty. -

Você credita a Pinter com muitas artimanhas. Vamos supor, por um momento, que ele disse a

verdade. Se não pudermos descobrir com os agentes onde chefia, Giles e eu iremos para a

cidade e falar com atendente de Pinter e sua tia. Um deles poderia saber. Ele pode até ter

voltado para casa agora.

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- Não teria ele vindo aqui em primeiro lugar? - Gran apontou.

- Não se ele está quente no rastro de uma pista do caso. - Oliver falou lentamente. - Masagora você me pegou curioso: o que exatamente você tem contra Pinter que te faz tão

contrária a ele por Celia?

A mudança repentina no assunto pegou-a desprevenida. - Nada, eu juro! - Como Oliver

continuou a olhar com ceticismo para ela, ela disse. - Acontece que eu sei um pouco sobre o

homem, isso é tudo. E eu já vi muitos de sua espécie ao longo dos anos tentar melhorar de

vida.

- Casar para melhorar de vida? - Disse Oliver com uma voz dura. - Como minha mãe?Hetty corou. - Sua mãe amava seu pai, não importa o que mais você possa pensar sobre

ela. E embora ela estava embaixo na escala, tenho a certeza que ela era bem-educada e tinha

todas as vantagens de fazê-la uma esposa adequada para um marquês. Enquanto o sr. Pinter,

até que ele tinha dez anos-

- Eu sei a sua história, assim como você, aparentemente, sabe, Gran, - Oliver

interrompeu. - Você acha que eu contratei o homem sem descobrir tudo sobre ele em primeiro

lugar?

Ela piscou. Ela realmente tinha pensado nisso.

- Não importa a sua infância, - Oliver continuou - ele passou vinte e tantos anos fazendo

algo de si mesmo enquanto nós cinco sentamos em nossos traseiros, em luto pelos nossos

 pais. Ele tinha mais para lamentar do que qualquer um de nós, mas ele trabalhou duro para

chegar onde ele está hoje. - Ele olhou-a para baixo. - Eu admiro isso. E eu acho que Celia

 poderia fazer muito pior do que se casar com Jackson Pinter.

Gran fungou. - Bem, então, eu só espero que você esteja certo sobre seu caráter.

Oliver deu-lhe um sorriso de pena. - E eu espero que um dia você possa vê-lo tão

claramente quanto eu - Ele veio para dar um tapinha em seu ombro. - Na verdade, estou mais

 preocupado com Pinter agora do que eu estou com Celia. Se eles decidiram fugir, foi

 provavelmente com instigação dela. Conhecendo minha irmã, eles já tem metade de Gretna

Green e o pobre homem está começando a lamentar que a conheceu.

Apesar de suas palavras serem brincalhonas, Gran podia ouvir a preocupação subjacente

em seu tom leve.

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ARE - 199 

Bem, pelo menos ele estava levando isso a sério. E se alguém poderia encontrar dois

amantes fugitivos e detê-los antes que fizessem algo drástico, era seu neto.

****

JACKSON estava ao lado  de Celia, perfeitamente contente. Com seu corpo enrolado em

torno dela, ele mal notou o frio no quarto. Ele quase não notou nada, mas o fato de que ela

estava em seus braços, nua, e que ele finalmente a fez sua.

Ela estava cochilando agora, mas ele não se importou. Em repouso, ela baixava a guardae se tornava verdadeiramente na imagem que às vezes ele imaginou dela, com um meio

sorriso em seus lábios e seu cabelo derramando sobre seus ombros como rios de seda escura.

Com um suspiro, ela aconchegou contra ele e seu coração capotou em seu peito.

A resposta visceral alarmou. Ela poderia ter concordado em se tornar sua esposa, mas

assuntos não foram resolvidos de maneira nenhuma. Pessoas fazem e dizem coisas no calor do

desejo que eles se arrependem ao amanhecer, especialmente as pessoas cujas vidas estavam

vinculadas a grandes fortunas e ligações familiares antigas.

 Ela não se importa com nada disso. 

Talvez não. E, talvez, se ele e Celia pudessem ficar aqui para sempre, apenas os dois

nesta casa de campo, fazer amor e encontrar-se nos braços um do outro, eles poderiam fazer o

resto do mundo desaparecer. Mas eles não podiam ficar aqui. Afora os assassinos à espreita,

tinha a sua família a considerar. Eles devem estar frenéticos, querendo saber o que havia

acontecido com ela, não percebendo que ela estava com ele.

Uma vez que eles soubessem, eles seriam gratos que ele queria casar com ela? Ou será

que eles se recusariam a permitir? Ele não tinha ideia do que esperar. Se ele tivesse aprendido

alguma coisa com a vida trágica de sua mãe, era que a aristocracia tinha suas próprias regras.

Ele queria pensar que os Sharpes eram diferentes, que eles iriam apoiar um casamento

entre ele e Celia, mas como ele poderia ter certeza? Ele não pensou na sra Plumtree se

opondo, mas ela teria.

Ele suspirou. Deveria contar a Celia de que ela poderia ser cortada se se casasse com ele?

Que ela pode ter que desistir de sua vida confortável inteiramente?

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 Não, como poderia? Talvez se revelasse uma ameaça vazia e ele teria causado um racha

entre ela e sua avó para nada. Se para Sra Plumtree significava deserdar Celia, deixaria dizer aCelia ela mesma. Então, não estaria sobre a sua cabeça explicar a Celia por que estava prestes

a perder sua fortuna ao se casar com ele.

Ainda assim, ele precisava ter certeza que ela entendeu que se casar com alguém abaixo

de sua posição poderia significar fortuna ou nenhuma fortuna. Seus amigos podem abandoná-

la. Sua família pode fazê-lo.

Celia talvez não pudesse aguentar isso, simplesmente porque ele não tinha sido capaz de

manter seu pau em suas calças por uma noite.Ele olhou para ela. Ah, mas ele esperava que ela o fizesse. O casamento com Celia

seria...

Mas ele não deveria deixar-se esperar muito. Ainda não. Ele passou a infância esperando

 por seu pai para voltar para salvar a mãe e ele e para reclamá-lo como um filho e tudo o que

ele ganhou foi uma infância de dor e privação.

Ele nunca se colocaria por isso novamente. Melhor proteger seu coração. Haveria tempo

de sobra para colocá-lo aberto para ela quando - se- ele e Celia se casassem e se ligassem para

a vida.

Mas não importa o que aconteceria, no dia seguinte, ele nunca se arrependeria de ter tido

esta noite com ela.

Ela estremeceu em seu sono e ele percebeu que, também, foi ficando mais frio. Ele

deixou a cama para buscar sua capa e seu sobretudo. Quando voltou, ela estava acordada e o

olhando com um olhar sonolento.

- Será que eu cochilei? Ela perguntou quando ele subiu de volta na cama.

- Sim. - Ele abriu as roupas quentes sobre eles. - Eu imagino que você teve tão pouco

sono como eu, na noite passada.

- Menos, provavelmente. Você deixou o baile cedo. Eu fiquei até tarde conversando com

Minerva.

Quando ela se virou para encará-lo, o sobretudo escorregou um pouco. Ele puxou-o de

volta no lugar e o frasco de conhaque no bolso bateu a mão. Depois de recuperá-lo, ele lhe

ofereceu um pouco.

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Ela bebeu o licor, então sorriu para ele e entregou-lhe o frasco. - Você sabe que eu nunca

 bebi brandy antes de hoje?- Espero que não. - Ele tomou um longo gole. - Senhoras finas não bebem conhaque. -

Ou usufruir das camas de bastardos arrependidos.

- Isso é uma pena, se você me perguntar. - ela disse alegremente enquanto agarrava o

frasco e engolia mais. - Eu estou achando muito quente. - Ela engoliu em seco mais ainda. -

Revigorante, mesmo.

Seus olhos estavam mais brilhantes agora e suas bochechas coradas. Uh oh. O suficiente

 para ele arruiná-la. Ele não iria levá-la bêbada, também.Ele pegou a garrafa dela. - Isso é brandy suficiente para você.

- Por quê? - Ela se aconchegou perto dele com um biquinho atraente. - Ninguém vai

saber.

- Eu vou. E confie em mim, você vai se arrepender de manhã se você beber muito hoje à

noite.

Ela fez uma careta para ele. - Eu vejo que Pinter Certinho voltou.

- Perdão?

Malícia brilhou em seus olhos. - É assim que eu pensei em você sempre que você me

 passou sermão. Pinter Certinho, pretensioso e altivo.

Ele levantou uma sobrancelha. - Você pode me chamar assim depois do que acabamos de

fazer?

- Por que não? - Ela se esticou e abriu os braços em um amplo arco acima de sua cabeça.

- Eu me sinto bastante bem e você está tentando estragar tudo.

Com os seios a espreita para fora, abaixo de sua cobertura improvisada, ela parecia uma

deusa, incitando ao motim na libertinagem selvagem.

Ele balançou a cabeça tristemente. - Eu acho que eu sou.

É por isso que ele iria deixar sua discussão séria sobre o casamento para o dia seguinte.

Além disso, ele não gostava de ser visto como "Pinter Certinho." Ele apoiou a cabeça de um

lado para olhar para baixo, em seu rosto adorável. - Você sempre me chamou de „Pinter

Certinho‟? Ou isso é recente?

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ARE - 202 

- Desde que nos conhecemos. Apesar de não ser por muito tempo. - Ela lançou-lhe um

sorriso provocante. - Depois que você me beijou, eu percebi o quão impróprio você poderiaser.

- Eu posso ser francamente escandaloso quando eu quiser. - ele murmurou, inclinando-se

 para dar-lhe um beijo longo e minucioso.

Quando ele se afastou, ela o olhou pensativo. - Eu não acho que este foi o seu primeiro...

 bem ... encontro íntimo.

- Não. Mas eu não tive cem, como seus irmãos.

- Cem! - Ela parecia horrorizada. - Tantos?Ele não deveria ter dito isso. - Eu provavelmente estou exagerando.

Ela pensou por um momento, então suspirou. - Provavelmente não. Eles eram terríveis

vilões até eles se casaram. - Ela olhou para ele com uma expressão séria.  –  Talvez "certinho"

não é tão ruim, afinal.

- Eu posso pensar em piores apelidos. - disse ele, lembrando a grande variedade de

apelidos lançados sobre ele, em sua juventude.

- Pelo menos ninguém nunca te chamou de Elf.

Ela pareceu tão deliciosamente colocar para fora que não pode deixar de rir. - Como foi

que isso aconteceu, afinal?

- Eu honestamente não sei. - Ela apoiou a cabeça na mão. - Papai disse que era porque eu

tinha orelhas pontudas, o que é um absurdo, é claro. E babá disse que era porque eu era

 pequena. Mas todas as crianças são pequenas.

Ele olhou para o nariz pequeno e a expressão pensativa no rosto em forma de coração. -

Eu tenho uma teoria.

- Ah, é?

- Às vezes, quando você está imersa em seus pensamentos, você tem uma visão

sobrenatural sobre você que faz pensar em criaturas de um outro reino - duendes e dríades e

ninfas. Eu imagino que fazia você parecer um pouco como um elfo quando era pequena.

Ela o olhou com ceticismo. - Eu não me pareço com um elfo agora, não é? Porque devo

avisá-lo de que ninguém na minha família está autorizado a me chamar Elf em muitos anos,

sob pena de morte. E eu não estou quebrando isso para você.

- Então, eu vou chamá-la Rainha Mágica. Isso é o que você se parece para mim.

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ARE - 203 

Ela lançou-lhe um sorriso deslumbrante. - Você faz excelentes elogios, Jackson. Ele

completamente redime seus outros pecados.- E que pecados são esses? - Ele falou lentamente.

- Ser condescendente. Escondendo seus verdadeiros sentimentos. - Olhos brilhando, ela

 puxou sua cabeça para a dela. - Levando meses e meses em se locomover para me beijar.

- Eu devia estar louco. - ele murmurou antes de beijá-la novamente.

Desta vez, levou a mais beijos, as caricias... ao calor, que pôs o seu sangue em chamas.

Embora ele protestasse, dizendo que ela devia estar muito dolorida para fazer amor, ela o

ignorou e fez o seu melhor para despertá-lo à loucura.Assim, ele garantiu que ela estava extasiada com prazer debaixo dele antes de entrar nela

novamente, mergulhando tão profundamente em seu calor que ele pensou que poderia morrer

de prazer.

Foi só muito tempo depois, enquanto ela dormia em seus braços, que ele percebeu que já

tinha parado de proteger seu coração.

E isso não faria. Porque se ele não fosse cuidadoso, ele poderia encontrá-lo facilmente

 pisado sob as botas da fortuna da família Sharpe.

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Capítulo Vinte

Celia estava congelando. Ela puxou o cobertor estranhamente grosso sobre os ombros

nus, assim como ouviu alguém atiçando um fogo nas proximidades.

- Gillie. - ela murmurou. - Coloque uma lenha extra, sim?

- Não é Gillie. - disse uma voz de homem, soando vagamente irritado. - Não há criadosaqui. Você vai ter que se contentar comigo.

Ela deu um salto, empurrando o cobertor para seu peito enquanto várias coisas batiam

nela de uma vez. Ela não estava em sua própria cama. Ela estava nua. E Jackson estava a

 poucos metros de distância, vestindo apenas um par de calções, uma camisa desabotoada e

uma carranca.

Tudo, desde a noite anterior voltou para ela, a corrida pela floresta, a descoberta da

casa... o amor.Calor inundou suas bochechas naquela última memória.

Ele pareceu notar, por isso sua expressão se suavizou, antes que ele pegasse sua pistola e

começasse a limpá-la. A última vez que tinha visto, ela estava carregada. Quando ele tinha

esvaziado? E quanto tempo ele tinha estado andando, afinal?

- Volte a dormir, - ele murmurou. - Ainda há uma hora antes de amanhecer. Eu vou

acordá-la quando estiver mais perto da hora de ir embora.

Era o homem estúpido? Será que ele realmente achava que ela poderia dormir, enquanto

ele caminhava sobre a casa, se preparando para sua fuga de assaltantes desconhecidos?

Aparentemente, ele fez. Mas desde que ela não podia obrigá-lo, ela se moveu para o lado

dele para vê-lo trabalhar.

Ele foi rápido e eficiente, um pouco como um soldado deve ser. Em minutos, ele teve a

 pistola limpa e brilhante, antes de carregá-la com pó seco fresco e uma esfera enrolada. Então

ele arrumou seu kit de arma e colocou-o em um alforje antes de retirar uma escova dura.

 No processo, algo caiu do saco, que ele pegou, abrindo-o e olhando para ele. De onde ela

estava, parecia um relógio, mas ele estava olhando para ela por muito tempo para isso.

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A curiosidade levou a melhor sobre ela. - O que é isso?

Ele começou, então levou o objeto até ela. Ela sentou-se, mantendo cobertor dobrado emtorno de seus seios enquanto ele entregava a ela. Era um grande medalhão. Quando ela abriu,

ela encontrou três retratos em miniaturas, um dos quais estava oposto a uma folha de metal no

meio para que o primeiro retrato estivesse sozinho e o segundo em frente ao terceiro.

- O tio encomendou por um artista amigo de sua mãe depois que fui morar com ele e tia

Ada em Londres, há 22 anos atrás. - Jackson apontou para a primeira imagem de uma jovem

mulher pálida e frágil, com cabelos escuros e um pálido sorriso. - Essa é minha mãe.

Ela olhou para ele, com o coração na garganta. - Ela era linda.- Ela era, de fato. - Sua voz tornou-se sufocada.  –  Embora, menos neste retrato. Ela já

estava doente no momento em que isso foi feito.

 Na esperança de aliviar o seu estado de espírito, ela olhou para o outro retrato, tão loira

como a primeira era escuro, com os olhos alegres. - E esta é a sua tia, eu imagino?

Um leve sorriso em seus lábios. - Sim. Com meu tio.

Ela olhou para seu tio, um homem bonito em sua juventude. - Você se parece com ele.

- Isso é impossível. - disse ele secamente. - Ele não é meu tio pelo sangue, lembra-se?

Ele se casou com a irmã da minha mãe.

- Ah, certo. Eu esqueci. - Ela olhou atentamente para o retrato. O homem era mais leve

na constituição, mas ... - Eu ainda digo que você se parece com ele.

O olhar de Jackson se estreitou no retrato. Então ele lançou-lhe um olhar frio. - Não seja

ridícula. Não há nenhuma semelhança em tudo.

- Eu admito, seu cabelo é organizado de forma diferente, mas veja lá, onde o nariz é fino

como o seu e os seus olhos estão profundamente definido? E ele tem a sua mandíbula.

Um olhar estranho atravessou seu rosto, antes que ele pegasse o medalhão e fechasse. -

Ele não se parece comigo. É um absurdo, ninguém jamais tinha percebido tal coisa.

Enquanto se dirigia de volta para o alforje com o medalhão, sua rigidez de volta, ficou

claro para ela o que ele deve ter pensado que ela estava dizendo. Oh céus. Ela não tinha

insinuado ... Ela nunca iria sugerir...

Ah bem. Melhor deixar isso quieto agora. Qualquer pedido de desculpas que ela poderia

oferecer só iria piorar a situação.

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E claramente que não queria fazer isso, ele agora não estava em bom humor. Pegando a

escova, ele foi trabalhar em suas botas enlameadas, como se sua vida dependesse de torna-las brilhantes.

- Você gostaria que eu fizesse isso? - Perguntou ela.

- Alguma vez você já limpou botas, antes?

- Bem, não, mas o quão difícil pode ser? Eu não me importo em ajudar.

Um olhar fechado atravessou seu rosto e sua escovação cresceu positivamente maníaca. -

 Não se preocupe com isso. Eu tenho feito isso todos os dias da minha vida, nos últimos 25

anos, e eu imagino que estarei fazendo isso todos os dias durante os próximos trinta ou mais,se Deus quiser.

Oh, querida, Pinter orgulhoso tinha aparecido com uma vingança esta manhã. Ela ficou

surpresa que ele não a tinha chamado de "minha senhora" ainda.

- Você não tem criados, entretanto? - Perguntou ela.

- Não é para me ajudar a vestir. - disse ele, em um tom duro enquanto ele escovava

loucamente suas botas. - Os homens como eu não tem valetes. Isso provavelmente não vai

mudar se ... quando nos casarmos.

Ele realmente disse "se"? Se tivesse sido um lapso de língua, de não estar sendo usada

 para o pensamento? Ou algo mais?

Ele a colocou no limite. E foi determinada a banir Pinter orgulhoso. - E por que você

deve ter um valete quando você já sabe limpar botas tão bem? - Ela brincou. - Eu espero que

você seja tão bom com as botas de senhora. Eu prefiro o meu escovado com crina de cavalo,

mas se você insistir em tudo o que você está usando lá, eu suponho que eu posso tolerar isso.

Ele ergueu um olhar severo para ela, embora ele mantivesse a escovação. - Você acha

isso engraçado.

- Não, na verdade. - disse ela levemente. - O que eu acho engraçado é a ideia de um Bow

Street Runner tomar um valete em suas viagens. Qualquer valete decente iria lamentar o dano

ao seu chapéu cada vez que alguém desse um tiro em você. Isso poderia tornar-se irritante.

Um sorriso surgiu em seus lábios. - Talvez um pouco, sim.

- E só imaginar como ele ficaria desesperado sobre o efeito que o vento tem em sua

gravata. Para não mencionar quando a pólvora poderia manchar os punhos da camisa.

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Ele riu, então pareceu captar a si mesmo e ficar pensativo novamente. Largou suas botas

no chão, fixando-a com um olhar sério. - Piada à parte devo dizer-lhe que a minha vida diáriadifere pouco da minha vida viajando.

- Ah, é? - Disse ela, determinada a manter a conversa leve. - Cheapside deve ser bastante

 pobre. Você dorme em colchões cheios de defeitos e come refeições pobres todos os dias, não

é?

Ele olhou-a de soslaio. - O que eu quero dizer é que eu tenho que me virar para

sobreviver a maior parte do tempo, não só quando viajo, mas em casa. Ninguém atiça o fogo

antes de eu subir ou apara as minhas penas ou faz criaturas fantasiosas de pasta de açúcar paradecorar meus bolos de aniversário. Meus poucos serventes-

- Ah, então você tem servos. Comecei a me perguntar como você tem tempo de ser um

Bow Street Runner quando você deve sempre lavar as próprias roupas, cozinhar sua própria

comida, e, possivelmente, até mesmo construir seus próprios armários e tecer seus próprios

tapetes.

Ele encarou-a. - Isso tudo é uma piada para você.

- Oh, não - disse ela, ficando séria quanto ele. - Nem um pouco. Então me diga, você tem

criados?

- Sim - ele mordeu fora. - A criada para todo o trabalho, um cozinheiro e um criado.

- E um cocheiro?

- Eu contrato um para viagens. Por quê?

- Eu estava me lembrando de que você usou a sua própria carruagem para o transporte de

Gabe e Minerva de Burton para Gran, na última primavera.

Um músculo trabalhou em sua mandíbula. - Eu possuo uma pequena carruagem que eu

mantenho. - disse ele quase defensivamente. - Era do meu tio. Mas em Londres, eu viajo a

cavalo ou de carro de aluguel. Ou eu ando.

- Eu sou uma grande andadora - disse ela, desafiadora.

Um bufo escapou dele. - É por isso que você montou Lady Sino por um quilômetro para

ir dar tiro? - Ele caminhou até terminar arrumando os alforjes.

Ela franziu a testa. - Eu tinha o meu almoço, meu kit de arma e um par de pistolas de

duelo em meus alforjes, além do rifle preso em um coldre de sela. Então, não, eu não tentaria

carregar tudo por um quilometro.

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- Meu ponto é...

- Eu sei qual é o seu ponto. Você não vive como a minha família faz. Sendo sua esposavai significar desistir de algumas coisas. - Ela olhou para baixo. - Eu não me importo.

- Você diz isso agora, mas você nunca teve que viver sem uma centena de criados,

refeições preparadas por um cozinheiro francês e servido em prata e porcelana, e tudo isso nos

confins de qualquer espaçosa casa da cidade de Londres ou da mansão de trezentos e sessenta

e cinco quartos.

- Bem, eu mal posso negar isso. - ela disse, seu temperamento subindo. - Mas isso não

significa que eu sou incapaz de ficar sem tudo isso.Tomando a camisa que ele enganchou perto do fogo, na noite anterior, ele caminhou até

a cama e entregou a ela. - Você nunca teve que se contentar com apenas um par de sapatos e

uma pequena variedade de vestidos. Você está acostumada a joia cara, a seda e cetim, com

renda escorrendo de cada coisa delicada que você possui.

- Sua tia estava usando rendas naquele retrato. - ressaltou. - E eu acho que a touca custa

quase tanto quanto a minha.

- Talvez, mas é sua melhor de domingo. - Ele apontou para a capa de Celia com um

empurrão de sua mão. -  Isso é o que você usaria para ir  fotografar. Você nem sequer usaria

 para andar para cidade, eu diria.

O fato de que ele estava certo, não atenuou seu temperamento. - Qual é o ponto desta

 palestra, Jackson? Você mudou de ideia sobre se casar comigo?

- Não! - A veemência em uma palavra acalmou-a um pouco. Ele correu os dedos pelos

cabelos, em seguida, suavizou o tom. - É claro que eu quero casar com você. Eu só quero ter

certeza de que você sabe onde está se metendo.

Saindo da cama, ela recorreu sua camisa, em seguida, começou a se vestir. - Você parece

esquecer que uma vez que se casar, eu vou herdar uma fortuna. Com certeza, ele não vai

comprar uma mansão de trezentos e sessenta e cinco quartos, mas deveria fazer-nos

razoavelmente confortável. E quando você se tornar Chefe Magistrado-

- Essa nomeação não é de nenhuma maneira certa. - Seus olhos escureceram quando ela

se contorceu em seus calções. - Quanto a sua fortuna, eu... hum... não há...

Sua voz sumiu quando ela se sentou na cama e vestiu uma meia, em seguida, amarrou a

liga em torno dela. Ela notou como o olhar fixou no pouco de coxa que ela deixou a mostra,

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acima da liga. Em uma explosão de rebeldia, ela vestiu a outra meia com lentidão excruciante.

Poderia muito bem lembrar o quanto eles tinham chegado a esse passo, em primeiro lugar.Quando a respiração aguçou e ele flexionou as mãos, como se resistindo à vontade de

agarrá-la e beijá-la sem sentido, ela se divertia com isso.

- Sim? Você estava dizendo? - Ela o provocou. - Algo sobre a minha fortuna?

Seu olhar estalou em seu rosto, em seguida, virou tempestuoso. - Isso não está certo,

também.

- Por que não?

Ele vestiu suas próprias roupas com movimentos bruscos que traíram sua agitação, quasetanto como o fez a protuberância em seus calções. - Sua avó poderia não aprovar o casamento.

Ela pode decidir não dar-lhe a sua parte.

- Não seja ridículo. Gran nunca faria uma coisa dessas. - Ela parou de vestir o espartilho.

- Sua regra era que tínhamos de casar e ela deixou bem claro que não se importava com quem

casasse, contanto que o fizesse dentro do ano.

Andando por trás dela, ele começou a atá-la. - Digamos que, por uma questão de

argumento, que ela mudou de ideia. - Sua voz era dura, difícil. - Suponha que ela decida que

não me aprova. Suponha que ela se recusa a dar-lhe a sua fortuna se você desafiá-la. E então?

Um nó se formou em sua barriga. Será que o dinheiro importa tanto para ele? - Então,

não temos a sua fortuna. Eu te disse. Eu não me importo.

- Isso é o que você disse. - Seu tom era plano, tenso.

Sentindo um frio crescente em sua barriga, ela puxou seu vestido para que ele pudesse

apertá-lo, também. - Você não acredita em mim.

Ele ficou em silêncio por tanto tempo, enquanto abotoava o vestido, até que ele fez o

 peito doer. - Eu não acredito que você sabe o que é viver sem tudo o que isso significaria.

Ela virou-se para ele. Ela teve o suficiente de sua condescendência e comportando-se

como se estivesse indo ficar preso com alguma mulher mimada que não poderia sobreviver

em seu mundo, um mundo perfeitamente suave, que ela podia dizer. - Se você quer cair fora

de se casar, Jackson-

- Isso não é o que eu estou dizendo.

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- Certamente soa assim. - Ela enfiou os pés em suas botas, em seguida, bateu o chapéu na

cabeça, sem se importar com o fato de que seu cabelo estava solto e seus alfinetes de cabelo, provavelmente, foram espalhados aos quatro ventos. - Amanheceu. É melhor irmos.

Ele olhou para a porta, viu a luz cinza se infiltrando em torno das bordas, em seguida,

soltou uma maldição baixa. - Sim, é melhor.

Enquanto ela calçou as luvas, ele despejou os restos do balde de água sobre o fogo, em

seguida, tomou o casaco da janela e sua capa da cama e vestiu os dois.

Quando ele se aproximou dela com seu manto e ela tentou arrebatar dele, ele não deixou.

Em vez disso, ele colocou-a sobre os ombros e começou a amarrá-lo, assim como ela o haviaajudado com sua capa, na noite anterior.

Fervendo sobre sua forma superior e suas dicas sobre a sua vida mimada, ela se recusou

a olhar para ele.

Com uma maldição murmurada, ele levantou o queixo dela e obrigou-a a olhar em seus

olhos. - Estou apenas tentando me certificar de que você leva isso a sério. Que você sabe o

que você está prestes a começar, se você se casar comigo.

Lá estava ele novamente. Se você se casar. - Oh, acredite em mim. - ela retrucou - Eu

estou começando a perceber exatamente o que eu estou prestes a começar.

Orgulhoso e apropriado Pinter o tempo todo. Dias de se sentir culpada de vir de uma

família de privilégio e fortuna, pontuada com algumas noites gloriosas de fazer amor.

Lágrimas encheram os olhos dela e ela afastou-se dele, não querendo que ele percebesse.

Quando ela foi para a porta, ele a pegou pelo ombro. - Deixe-me ir primeiro.

Provavelmente há um caminho para a estrada que foi usada pelos caçadores furtivos, mas não

 podemos ter certeza se alguém está esperando por nós ao longo dela, por isso precisamos nos

mover rapidamente e silenciosamente. Sem falar. Fique mais perto, atrás de mim, com você

agarrando meu casaco e esteja preparada para correr, se eu digo. Entendido?

- Sim. - Ela não estava tão zangada com ele que iria ignorar o perigo que poderiam

encontrar.

Ele abriu a porta, mas antes de sair, ele se virou e tomou sua boca em um beijo longo e

aquecido. Quando ele se afastou, sua expressão era uma mistura de necessidade e frustração. -

Eu nunca vou deixar ninguém te machucar. Você sabe disso, não sabe?

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 Ninguém além de você mesmo, quer dizer - ela quase disse. Em vez disso, ela balançou a

cabeça.- Você confia em mim?

- Claro. - Ela confiava nele para mantê-la a salvo, pelo menos.

Ele balançou a cabeça, em seguida, saiu pela porta com ela em seus calcanhares. Fiel à

sua competência como Bow Street Runner, dentro de instantes, ele encontrou um caminho

que ela nunca teria notado e começou a descer.

Enquanto ela o seguiu em silêncio absoluto, ela repetiu a conversa. Ela estava errada de

estar tão chateada? Ele era um homem prático, afinal. Ela deveria acrescentar isto à lista:Prático, adequado e Pinter orgulhoso. Tudo o que ela não era.

Bem, talvez ela tivesse um pouco de seu orgulho. Ela certamente tinha encontrado muito

enquanto ele estava fazendo seu palavreado como uma nobre senhora que não poderia viver

sem "criaturas imaginárias de açúcar" para decorar seu bolo de aniversário.

Ela tinha que ter em mente que ele não disse que a amava, mas o amor ainda não tinha

entrado na conversa.

Você não disse que você o amava, também. 

 Não. Mesmo que ela o fizesse. Muito terrivelmente.

Ela gemeu. Quando tinha acontecido? Quando ele salvou a vida dela? Ou respondeu a

suas revelações embaraçosas sobre Ned, ameaçando atirar no homem e, em seguida,

chamando-a de rainha das fadas? Ou teria ocorrido quando ele estava fazendo amor com ela

com tanta ternura que ela nunca iria esquecer?

Oh, isso não importa quando tinha acontecido. Ela o amava. Apesar de seu orgulho e

suas palestras e sua determinação para fazê-la se sentir como um aristocrata sem valor, ela

tinha caído de amor com o desgraçado.

Mas, depois de tudo o que ele havia dito, ela estaria condenada se lhe disse. Se ele queria

o seu amor, ele teria que deixar isso claro. Agora, tudo o que ele parecia querer era o seu

corpo. E, possivelmente, sua mão em casamento, mas ela não tinha certeza sobre o que no

momento.

Ainda assim, a noite passada ele disse que lhe pertencia. Se ele quis dizer isso, e ela não

tinha nenhuma razão para não acreditar nele, então certamente eles poderiam batalhar por isso

 juntos. Essa foi quase uma declaração de amor, não foi?

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 Não era como se eles tivessem uma escolha de qualquer maneira. Gran estava fazendo-os

se casar.Esse pensamento animou. Sim, eles teriam que se casar. Assim, ele apenas teria que

aprender a lidar com sua fortuna e sua posição e sua falta de capacidade de ficar sem "sedas e

cetins" nos laços em seus vestidos.

E, talvez, no meio de tudo isso, ele poderia encontrar uma maneira de amá-la também.

Para alívio de Jackson, eles chegaram à estrada sem incidentes. Sem dúvida, o atacante

de Celia tinha seguido em frente, uma vez que havia desaparecido. Mas isso não significavaque eles estavam fora de perigo, só que eles estavam fora de perigo no momento.

- Uma vez que parece que está dando tudo certo, - Celia murmurou quando eles

começaram a descer a estrada - você acha que poderia voltar e verifica Lady Bell?

- Isso é imprudente. - disse Jackson. - Quem quer que tentou matar você pode prever isso

como uma ação e até mesmo agora estar a espreita de você.

- Oh. Eu não tinha pensado nisso. E o que dizer do seu cavalo?

Ele suspirou. - Se ninguém o roubou entre aqui e Londres, ele vai voltar para Cheapside.

- Eu espero que Lady Sino tenha sobrevivido. - disse ela melancolicamente.

- Assim que chegamos à propriedade, nós vamos enviar alguém de volta por ela, eu juro.

- Ele tinha suas dúvidas sobre se Lady Sino tinha feito isso, mas não expressou. Celia tinha o

suficiente para se preocupar no momento.

Tal como os seus pronunciamentos preocupantes na casa de campo. Tudo bem, então,

talvez ele tenha feito isso um pouco escuro, mas ele queria que ela viesse se casar com os

olhos abertos. Ele queria sem recriminações, quando ele não pudesse viver suas expectativas.

 No entanto, suas palavras ficaram presas em sua memória: Eu sei qual é o seu ponto. De

que você não vive bem como a minha família faz. Sendo sua esposa vai significar desistir de

algumas coisas.  Eu não me importo. 

Ela diz isso agora, mas ela pode não sentir o mesmo mais tarde.

Você mudou de ideia sobre se casar comigo? 

Isso o fez estremecer. Ele não queria deixá-la com esse medo. - Celia, - ele murmurou -

sobre a nossa discussão anterior...

- Você se fez muito claro. Eu não tenho certeza que há muito mais a dizer.

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- Ah, mas há. - Ele pegou a mão enluvada na dele. - Eu quero casar com você, você sabe.

Eu nunca iria abandoná-la agora que ... bem ...- Estou arruinada? - Ela disse secamente. - Como é gentil de sua parte.

- Não foi isso que eu quis dizer, maldição.

- Claro que é. Você é um homem honrado e homens honrados se comportam

honradamente quando eles arruínam uma mulher. Seja querendo ou não.

Isso acionou o seu temperamento. –  Agora, veja aqui, eu nunca disse que não queria me

casar com você. Eu certamente nunca- - Ele parou ao ouvir o som de cavalos na estrada, em

seguida, apressou-a para a floresta.- O que dev-

- Shh - ele murmurou, colocando os dedos sobre a boca. - Alguém está vindo.

Seus olhos se arregalaram quando ela olhou para a estrada. Ambos prenderam a

respiração até que uma carroça pesada apareceu, puxada por dois cavalos e conduzido por um

agricultor magro, com um cachimbo preso entre os dentes e um chapéu de castor na cabeça

grisalha.

Imediatamente, Jackson puxou-a de volta para o lado da estrada, em seguida, deixou-a

 para que ele pudesse entrar no caminho da carroça que se aproximava, acenando com as

mãos.

- Whoa! - Gritou o homem enquanto ele puxava as rédeas. Assim que os cavalos

 pararam, o agricultor se levantou na carroça. - Sois vós louco? Eu poderia ter passado por

cima de você!

Em seguida, ele avistou Celia e piscou. - Perdão, senhora. - Ele puxou a aba do chapéu. -

Eu não vi você lá.

Jackson forçou um sorriso, esperando parecer menos alarmante para um estranho. -

Minha esposa e eu fomos roubados por assaltantes na noite passada, senhor, e nós poderíamos

usar sua ajuda.

O fazendeiro olhou desconfiado. - Salteadores? Nesta estrada?

Celia veio para o lado dele e enrolou a mão sobre o braço dele. - Eles atiraram no meu

cavalo e nós corremos para a floresta, para escapar de sermos baleados. Você não encontrou

um cavalo morto, enquanto você veio por aqui, não é?

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- Não, mas eu ouvi falar de um cavalo encontrado ferido no ombro quando um treinador

 passava cedo. Eu acredito que eles enviaram a alguém da cidade para cuidar dele.Celia caiu contra Jackson. - Graças a Deus.

- É urgente que possamos ir para o nosso destino. - disse Jackson. - Se você fizer a

gentileza de nos deixar ir com você para onde você está indo...

- Eu estou indo para o mercado, em Ealing. - disse o fazendeiro. - Mas eu tenho uma

carroça cheia de maçãs e não há espaço lá atrás para as pessoas, então-

- Há dez libras aqui para você. - Jackson tirou sua bolsa e sacudiu-a até que as moedas

tilintaram. - Nós fugimos antes que os assaltantes pudessem consegui-lo.Isso mudou o comportamento do homem, inteiramente. - Dez libras vai comprar um

assento no banco comigo, ele vai. - disse o homem alegremente. - Maldição, 10 libras vai

comprar um banco e a madame terá um bolo de maçã que trouxe comigo. - Ele levantou o

cano. –  Se não for um empecilho para você.

Jackson evitou uma careta. - Obrigado, mas os assentos em sua carroça serão o bastante.

Foi só depois que eles estavam acomodados ao lado do agricultor, que Jackson percebeu

que não poderia continuar a sua discussão com Celia em frente ao agricultor, que pensava que

eles já fossem casados. Isso teria que esperar até que eles estivessem sozinhos.

Mas eles não tiveram chance de ficar sozinhos. Quando o fazendeiro descobriu que eles

estavam indo para Halstead Hall, ele insistiu em levá-los através de Ealing direto para a

mansão.

Então, foi assim que aconteceu de chegarem em Halstead Hall no meio da manhã, com

uma carroça cheia de maçãs e um fazendeiro que estava ansioso para ver, como ele mesmo

disse, "aquele lugar que é tão grande quanto uma cidade."

Criados vieram correndo antes que eles sequer chegassem à casa. Para a surpresa de

Jackson, não havia nenhum sinal dos irmãos Sharpe, a quem ele esperava que estivessem fora

da propriedade à sua procura.

Em vez disso, a sra Plumtree e sra Masters encontraram com eles na entrada da mansão.

- Você está casada?  –  Srª Plumtree perguntou, em voz dura, depois que Jackson tinha

 pago ao agricultor de olhos arregalados e expulsou-o feliz.

- Ainda não. - disse Celia, olhando tão confusa quanto ele se sentia.

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- Então você fugiu para se casar e, em seguida, mudou de ideia, não é? - Perguntou a Sra

Masters.- Nós não fugimos. - disse Jackson. - Alguém tentou atirar em Celia. Escondemo-nos na

floresta, a noite toda, para escapar.

Sra Masters gritou: - Meu Deus! - Enquanto a Sra Plumtree assumia o controle da

situação, correndo através da escada e ordenando os servos para ir buscar Senhor Jarret e

Senhor Gabriel, nos campos.

- Onde estão Oliver e Sr. Masters? - Celia perguntou a sua irmã enquanto se dirigiam

através do Pátio carmesim.- Em Londres, na tentativa de descobrir o que aconteceu com o Sr. Pinter. - explicou a

Sra Masters. - Depois que você e eu tivemos a nossa discussão na noite de anteontem, eu

 pensei que talvez... - Ela lançou um olhar furtivo a Jackson. - Partimos do pressuposto de que

você havia fugido.

Isso deve ter sido bastante discutido. Ele daria tudo para saber o que as duas mulheres

haviam dito.

Só então, Devonmont saiu no pátio. - Ah, eu queria saber onde todos estavam. Saíram

cedo você e Pinter, para o tiro?

- Sim. - disse a Sra Plumtree, rapidamente. - Sr. Pinter estava atirando e Minerva e Celia

saíram para buscá-lo, para o café da manhã.

- Então, a dor de cabeça está melhor hoje, não é? - Perguntou Devonmont à Celia, sem

uma pitada de desconfiança.

Que diabo? Não tinha nenhum dos seus pretendentes percebido que eles tinham ido

embora?

- Muito melhor, obrigada. - Celia resmungou.

- Se você está indo para o café, eu vou acompanhá-la. - disse Devonmont e ofereceu a

Celia seu braço.

- Você continua. - disse a Sra Plumtree rapidamente. - Senhor Pinter e as meninas viram

algo suspeito enquanto estavam fora, então eu preciso falar com eles sobre isso, por um

momento. Eles voltarão em breve.

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Isso fez com que os olhos de Devonmont estreitaissem, mas aparentemente ele sabia ser

melhor não negar a Sra Plumtree. Com um encolher de ombros, ele caminhou em direção àsala do café.

Dirigiram-se para o escritório da Stoneville.

- O que está acontecendo, Gran? - Perguntou Celia. - Por que ninguém parece saber que

estive fora?

- Você não vê, minha senhora? - Jackson disse cinicamente, quando a verdade apareceu.

- Sua avó conseguiu encobrir nossa ausência. Ela aparentemente traballhou uma maneira de

não arruinar você.Celia olhou dele para sua avó, incrédula. - Você manteve inteiramente em segredo?

Sra Plumtree lançou-lhe um olhar sombrio. - Vamos discutir o assunto, uma vez que

chegar a um lugar mais privado, minha querida.

Jackson bufou. E assim começou a ruína de suas esperanças tolas para uma vida com

Celia. Sra Plumtree estava determinada em garantir que eles não se casassem. O que

significava que ela provavelmente iria realizar a suas ameaças de cortar Celia fora.

Dane-se a mulher ao inferno.

E agora? Se ele revelasse que tinha tomado a inocência de Celia?

Então, ele realmente  faria  parecer o diabo em pele de cordeiro, para disputar um

casamento com Celia. Além disso, como ele poderia constrangê-la assim? Ela nunca iria

querer que sua família soubesse o que ele e ela tinham feito; o que ele estava certo, dada a

forma como ela tinha escondido o quase defloramento dela pelo Ned.

Mas também, não significava que Jackson iria abandoná-la. Ele não  iria se comportar

como seu pai, recusando-se a ser responsável por suas ações.

Se o conto que ele sempre acreditou sobre o pai dele era mesmo verdade. Jackson fez

uma careta, lembrando o que Celia tinha dito....

 Não, ela estava errada. Ele não se parecia com seu tio. Ninguém nunca tinha dito isso.

Seu pai era um nobre maldito que tinha arruinado sua mãe. E Jackson não iria seguir os seus

 passos ao se recusar a casar com ela.

 Mas se for isso que Celia quer, liberdade para se casar com quem lhe agrada? 

Sua garganta apertou. Agora que ela tinha sido salva a ignomínia de ser arruinada, pode

ser exatamente o que ela quer.

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Mesmo que ela ache que não, poderia ser o melhor. O duque poderia se casar com ela,

independentemente, ele só quer uma esposa que não se importe com a loucura de sua família.E, embora ela dissesse que não se importava com o dinheiro, como ela poderia entender as

ramificações de perder sua fortuna? Ela não tinha nada para compará-lo. Será que ele tinha o

direito de esperar que ela desista de tudo por ele?

Eles entraram no escritório bem decorado de sua senhoria, com suas pinturas de

Rembrandt e decantadores de conhaque em cristal e seus móveis de mogno e latão, e a

desesperança tomou conta dele. Este era o lugar onde ela pertencia e não em alguma casa

apertada em Cheapside, não importa o quão alegre e quente se encontrasse.- Agora, sr. Pinter, - disse a Sra Plumtree - por favor, comece pelo começo e conte-nos

tudo. Porque se você não saiu para fugir com a minha neta, como diabos vocês dois acabaram

em uma posição de ser baleados?

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Capítulo Vinte e Um

O tempo todo em que Jackson estava explicando os acontecimentos dos últimos dois

dias, Celia maravilhou-se com a sua calma. Ela estava uma pilha de sentimentos confusos,

enquanto falava com a voz de investigador como de costume, como se não tivesse passado a

noite em um abraço loucamente apaixonado, como se não houvesse nada entre eles.

Como ele fazia isso? Será que ela já o conhecia realmente?Friamente e sem emoção, ele descreveu o sonho de Celia e como ela pediu-lhe para

investigar, o que resultou em sua viagem para High Wycombe, juntos. Mas quando chegou à

 parte sobre Mama tendo um caso, tanto Minerva e Gran engasgaram.

- Não. - Minerva protestou. - Não pode ser. Eu não acredito nisso.

- No começo eu também não. - Celia admitiu. - Mas temo que pudesse ser verdade. Ele

se encaixa as circunstâncias em muitas maneiras.

- Senhora Plumtree, - Jackson disse - você tem alguma ideia de quem poderia ter seenvolvido com a sua filha?

- Eu juro, esta é a primeira coisa que eu ouvi desse tipo. - Gran parecia visivelmente

abalada. Ela caminhou até o fogo, sua bengala descendo no tapete em movimentos agitados,

em seguida, voltou para onde Jackson estava. - Mas depois que Josias morreu, eu estava

lutando para manter a cervejaria. Eu raramente passava um tempo aqui. Eu não estava ciente

de que Lewis e Pru conheciam os Rawdons, bem como tudo isso. Quanto a qualquer outro

amante que Pru poderia ter tido... - Ela parou com um suspiro.

- Você não tem ninguém para suspeitar? - perguntou Jackson.

- Não. Sinto muito.

- Talvez Celia esteja equivocada. - Minerva colocou. –  Talvez, realmente era apenas um

sonho.

- Talvez. - disse Jackson. - Mas, dado o que a sua velha babá disse, eu duvido.

- Assim que Oliver retornar, teremos de discutir isso mais. - Gran disse. - Ele pode saber

mais do que ele imagina. Vou chamá-lo, passar o que me foi dito, ele e Masters estavam na

casa da cidade esperando por uma palavra de seu paradeiro. - Sua voz endureceu. - Mas,

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 primeiro, eu quero ouvir sobre por que você passou a noite escondido de assassinos na

floresta.Celia soltou um suspiro trêmulo. Este seria pegajosa, de fato.

Com um aceno conciso, Jackson deu uma versão bastante truncada do que tinha

acontecido. Celia não esperava nada menos, já que ele era um cavalheiro afinal de contas, no

entanto, irritou que ele poderia fazê-lo tão facilmente. Tinha certeza de que, se ela tivesse dito

o conto, ela estaria corando até as pontas de suas orelhas.

Seu olhar fixou no de Gran. - Você entende, não é que não tivemos escolha. Nós não

 podíamos arriscar a segurança de Lady Celia andando através da floresta cegamente à noite,especialmente sem lua.

- É claro. - Gran disse. - Você agiu para protegê-la e nós somos muito gratos por isso. Na

verdade, tenho certeza de que Oliver vai compensá-lo muito generosamente-

- Eu não quero compensação por salvar a vida de Celia. - Jackson estalou, a única traição

de seus verdadeiros sentimentos, até agora. Em seguida, ele parecia voltar a si mesmo e seu

tom se tornou mais formal. - Eu me comportei como qualquer cavalheiro faria.

- Você certamente fez. - Minerva colocou. - Gran não teve a intenção de ofendê-lo, tenho

certeza.

- Em todo o caso, - disse Jackson rigidamente - não importa as circunstâncias, a única

coisa apropriada para eu fazer, por ter passado a noite a sós com sua senhoria

desacompanhada, é oferecer o casamento.

 Apropriada? Casamento para ela era a única coisa apropriada a fazer?

Adequado Pinter tinha chegado com uma vingança e Celia estava pronta para estrangulá-

lo. Como ele poderia propor um casamento a Gran como se fosse apenas uma solução para

um problema traquina? Ele nem sequer olhou para ela, pelo amor de Deus!

- Isso é muita bondade sua. - disse o Gran. - Muito cavalheiro, de fato. Mas não vejo

nenhuma necessidade para qualquer um de vocês terem uma decisão tão precipitada agora. -

Seu tom endureceu. - A não ser, é claro, algo mais... escandaloso ocorreu durante a sua estada

na casa de campo?

Um silêncio tenso, curto, caiu sobre a sala antes de Jackson dizer - Certamente que não. -

Sua voz suavizou uma fração. - Sua senhoria é incapaz de se comportar escandalosamente.

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Como é doce dele defender sua honra para sua família, mas por que ele não olhava para

ela? E por que ele ofereceu uma proposta tão fria de casamento?Ontem à noite, ela pensou que o conhecia. Ele parecia tão gloriosamente apaixonado por

ela, se não a amando. Mas, então, esta manhã, ele se transformou em uma criatura totalmente

diferente, mais orgulhoso e arrogante do que qualquer senhor que tinha conhecido e

aparentemente determinado a convencê-la de que o casamento entre eles nunca iria funcionar.

Será que ele realmente achava que ela nunca poderia caber em seu mundo?

Sua proposta sem brilho certamente fez parecer assim. E, nesse caso, ela não tinha

certeza se queria se casar com ele. Ela certamente não queria passar o resto de sua vida tendo palestra sobre sua natureza estragada e caráter falho, não importa o quão glorioso o homem

fosse na cama.

- E você, sr. Pinter? - Gran perguntou. - Qual é o  seu  talento para se comportar

escandalosamente?

- Ele não tem nenhum. - Celia sufocou. - Senhor Pinter é sempre o mais adequado dos

senhores, confie em mim.

Embora ele endurecesse, ele não deu nenhum outro sinal de que sentiu a farpa.

- Nesse caso, - Gran disse. - Eu acredito que nós podemos calar todo o incidente. Você e

Celia não precisam se casar. Você não concorda, sr. Pinter?

Alguma estranha mensagem pareceu passar entre Gran e ele, pois quando ele voltou seu

olhar para Celia, ele guardou uma desesperança que gelou o sangue dela. - Se é isso que sua

senhoria quer.

O que sua senhoria queria era alguma indicação de que todas as suas palavras doces e

carícias, de ontem à noite, não tinham sido impulsos de um momento. O que sua senhoria

queria era que ele declarasse o seu desejo de se casar com ela com entusiasmo, em vez de

deixar Gran intimidá-lo a retirar, ou seja lá o que foi que estava ocorrendo entre eles.

Mas, claramente, sua senhoria não ia conseguir o que queria. E isso fez com que ela

quisesse atacar. Ele não era o único que poderia ser "adequado".

Ela forçou um sorriso frio. - Sua senhoria gostaria de um banho quente e um sono longo

e agradável, algo de alimentos. - Ela engoliu a mágoa brotando em sua garganta. - Como você

tão cuidadosamente me lembrou esta manhã, Sr. Pinter, que senhoras finas não suportam

 privações severas.

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ARE - 221 

Por um momento a raiva queimou em seus olhos, dizendo-lhe que o seu objetivo tinha

sido atingido. Mas, então, um véu desceu sobre o rosto mais uma vez e nenhuma emoçãomostrou em seus traços, em absoluto.

Suas palavras na noite passada subiram espontaneamente: O que eu quero é você. Só

você. 

Estupidamente, ela acreditou nele. Ela pensou que estava finalmente vendo o real

Jackson Pinter, aquele para quem paixão e necessidade varriam todas as outras considerações

 práticas e sociais. Mas, talvez, a noite passada de Jackson foi uma aberração e o real Jackson

era o orgulhoso, adequado e prático.- Nesse caso, eu deveria ir. - ele cortou. - Embora o rastro esteja fresco, devo organizar

agentes para procurar nas estradas próximas a High Wycombe e questionar eventuais

testemunhas.

E assim, ele se tornou o Bow Street Runner, mais uma vez, inteiramente focado em

assuntos muito mais importantes do que esperanças tolas de uma senhora para um futuro com

ele.

Ele se virou para Gran. - Enquanto isso, eu não acho que deva Celia deixar estas paredes,

até que descubramos quem está determinado a machucá-la. E um guarda deve ser colocado

em seu porta-

- Um guarda! - Gran exclamou. - Certamente você não acha que alguém dentro de

Halstead Hall atirou em vocês. Eles estavam todos aqui na tarde de ontem, enquanto vocês

dois tinham ido embora.

- Todos? - Ele perguntou, com uma sobrancelha levantada. - Todos os pretendentes? Os

Plumtrees? Os criados?

- Sim, - ela retrucou - todos. Minerva pode atestar isso.

- Na verdade, Sr. Pinter, - Minerva disse - Eu posso falar por todos os convidados. Na

verdade, fomos duramente pressionados para mantê-los entretidos quando eles ficavam

 perguntando sobre como Celia estava se saindo. Quanto aos criados, com certeza você não

imagina que um deles iria machucá-la.

- Além disso, - disse a Sra Plumtree - porque é que alguém aqui passearia para atirar no

 bosque quando ele poderia escorregar em seu quarto e matá-la durante o seu sono?

- Todos os mesmos- - Jackson começou.

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ARE - 222 

- Eu vou ficar bem, sr. Pinter. - Celia colocou. Se ele não estava preocupado o suficiente

sobre ela, para ficar e protegê-la, então ela certamente não iria colocar-se com sua família emetade dos criados pairando sobre a tentativa de fazê-lo. Especialmente quando tudo que ela

queria era enterrar-se em seu quarto sozinha e chorar. - Por favor, não se incomode com a

minha segurança.

Isso teve alguma reação, mas ele mascarou rapidamente. - Muito bem. Desde que você

 parece certa de que estará segura aqui, irei buscar o assaltante de Lady Celia, em outros

lugares. Se sua senhoria perguntar sobre mim em Londres, então minha tia será informada que

estou sumido, então eu ficaria muito grato se um de vocês enviasse uma mensagem e adeixasse saber que estou bem. Diga a Stoneville que eu vou voltar esta noite, se eu puder, para

informar sobre o que eu descobri. - Sua voz tornou-se áspera. - E para ter certeza de que Lady

Celia está bem, é claro.

Em seguida, ele caminhou em direção à porta. Lágrimas repentinas queimaram os olhos

de Célia. Ia ele realmente agir como se nada tivesse acontecido entre eles? Como poderia?

Mas só quando ele passou perto dela, ele parou e virou-se para lançar-lhe um longo

olhar, falando. - Antes disso, minha senhora, se você precisar de alguma coisa, qualquer

coisa...

E por um momento, ela pensou ter visto o Jackson de ontem à noite.

Em seguida, ele mostrou a ela um sorriso autodepreciativo. - Ah, mas você tem sua

família e um duque que está ansioso para casar com você. Por que você deveria precisar de

alguma coisa de mim?

O coração de Celia quebrou ao vê-lo ir. Como ele podia jogar o duque em seu rosto

quando ele sabia que ela nunca iria se casar com o homem? Oh, isso realmente levou o bolo!

Jackson tinha herdado mais sangue de seu nobre pai do que ele iria admitir.

 Meu pai era aparentemente um jovem bastante arrojado, mas ele era um lord mimado.... 

Sua garganta aumentou a aspereza. Seu pai, sua família, seu...eles eram uma só peça para

ele. Ele nem sequer lhe deu uma chance!

Ela desejou que pudesse amaldiçoar o dia em que o tinha conhecido, mas ela não podia.

Ela o amava. E não havia uma coisa que ela pudesse fazer sobre isso.

Suas lágrimas derramaram por suas bochechas e Minerva viu. - Oh, querida. - disse ela,

enquanto ela veio para o lado de Celia. - Você quer que eu o busque de volta?

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ARE - 223 

- Não se atreva. - Gran estalou. - Certamente você não quer que sua irmã seja forçada a

um casamento por causa do que é essencialmente um acidente, não é?Celia disparou a sua avó um olhar ferido. - Não, eu prefiro muito mais a ser obrigada a

me casar por causa de algum ultimato bobo.

Gran franziu a testa. - Eu lhe disse antes, eu só quer-

- Para eu casar por amor. Para eu me casar com a minha escolha. - Ela apontou o dedo na

 porta. - Bem, a minha escolha só saiu porque ele acha que eu não consigo viver em seu

mundo. Enquanto isso, você parece pensar que eu não posso controlar a minha, tampouco.

Então, onde é que isso me deixa?- O quê? - Disse Gran. - Eu nunca disse que não podia manejar-

- Você não? A única coisa esperada de uma senhora é casar bem. E já que você,

obviamente, pensa que não poderia ter sucesso, sem alguma insistência, que nenhuns de nós

 poderiamos... inventando seu ultimato estúpido.

Enquanto Gran ficou lá horrorizada, Celia acrescentou: - Bem, eu tenho uma surpresa

 para você. Eu não estou jogando o seu jogo mais. Eu não vou casar com ninguém. E se você

quer deserdar a muitos de nós, vá em frente. Eu prefiro viver em uma vala sozinha do que me

casar com um homem que não me ama, apenas para atender às suas demandas.

Ela correu para fora da porta. Ela teve o suficiente das maquinações da vovó e falta de fé

de Jackson, nela. Ela teve o suficiente de aquiescência de seus irmãos com a demanda louca

de sua avó. Estava na hora de alguém se levantar para Gran.

E ela era a única pessoa que podia.

HETTY fez uma careta. Ela tinha feito o que devia e ela se recusava a se sentir culpada

 por isso, não importa o que Celia dissesse.

- Parabéns, Gran. - Minerva disse friamente. - Você só destruiu sua chance de felicidade.

Bem feito.

- Não seja uma tola. Sr. Pinter não é sua chance de felicidade. Queria ouvir a sua

 proposta sem brilho?

- Então, é melhor esperar que ela não acabe  grávida. Porque eu não acredito em uma

 palavra que um deles disse sobre como eles passaram a última noite juntos.

Hetty empalideceu. - Você não acha que o Sr. Pinter teria...

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- Eu acho que o Sr. Pinter é tão apaixonado por ela quanto ela por ele, e duas pessoas

apaixonadas nem sempre se contem. Mesmo que ambos sejam muito tolos para admitir isso para você.

- Não, você está errada sobre isso. - disse Hetty com firmeza. - Se ele estivesse

apaixonado por ela, ele teria insistido em um casamento. Mas ele fez apenas uma tentativa

desanimada porque ele pensou que, se ele se casasse com ela, eu teria-

Tarde demais, ela se conteve.

- Teria o quê?  –  Estreitando os olhos, Minerva perseguiu em sua direção. - O que você

ameaçou, Gran?Hetty empertigou-se rigidamente. - Eu fiz o que deveria ter feito com Pru. Eu agi para ter

certeza de que o Sr. Pinter não estava atrás de sua fortuna. E eu não lamento-

- O que você disse a ele? - Minerva exigiu.

Hetty poderia ter ordenado a menina não ser insolente e para ficar de fora. Mas ela não

queria Minerva correndo para Celia, fazendo especulações selvagens. Melhor que Minerva

soubesse a verdade. Em seguida, ela iria entender.

- Eu lhe disse que iria cortar Celia fora se ela casasse com alguém abaixo dela.

- Oh, Gran... - Minerva disse com uma voz de nojo.

- Eu estava certa de fazê-lo, também. Você não viu como ele retirou no momento em que

eu disse que ela não precisava se casar com ele? Obviamente, ele pensou que não havia

sentido em prosseguir o casamento, se ele não poderia ter a fortuna!

Minerva fez uma careta para ela. - Ouso dizer que ele não podia suportar ver a mulher

que amava passar a odiá-lo por ser a causa dela perder a sua fortuna!

Isaac tinha dito algo semelhante, mas Hetty não tinha visto nenhum sinal de que o sr.

Pinter amava-a tão profundamente. - Você está atribuindo motivos muito nobres para o nosso

sr. Pinter. Como você pode ter certeza de que ele a ama? Ele foi muito frio hoje.

- De acordo com Celia, ele é muito frio na maioria das vezes... exceto quando ele está

 beijando-a com paixão selvagem.

Oh, sim. Ela tinha esquecido todos aqueles beijos, Minerva havia mencionado ontem. No

entanto... - Talvez ele a deseje, mas-

- Enquanto você estava manipulando os assuntos a sua satisfação, eu estava olhando para

ele. Depois que você disse que eles não precisavam se casar, ele olhou para Celia com tal

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desespero... Oh, Gran, você não sabe o que você fez. Ela o ama. E eu realmente acredito que

ele a ama. Mas cada um está convencido de que o outro não se importa o suficiente e vocênão está ajudando. Então, agora ...

- Agora, ele precisa lutar por ela. - Hetty considerou a conversa à luz de tudo o que

Minerva estava dizendo a ela. - Você ouviu o que Celia disse: 'minha escolha acabou de sair

 por aquela porta, porque ele acha que eu não consigo viver no seu mundo‟. 

- Ele só acha, porque você disse a ele que ela vai perder tudo, se ela se casar com ele!

- E isso o preocupa? - Hetty cruzou os braços sobre o peito. - Mesmo quando duas

 pessoas são do mesmo mundo, o casamento é difícil, minha querida, você sabe disso tão bemquanto qualquer um. Mas quando eles são de mundos diferentes...

Sua voz ficou mais forte com a sua convicção. - Se ele não tem fé em sua capacidade

 para caber em seu mundo agora, se acha que as coisas vão ser iguais uma vez que eles estão

casados. Ele tem que acreditar nela. E se ele não pode ...

- Talvez. - Minerva admitiu. - Mas Gran, não é seu lugar para decidir se ele pode ou não,

se ela pode enfrentar o desafio ou não. Eles têm que decidir por eles mesmos. Você entrou em

cena em que você não deveria e eu acho que você vai se arrepender no final da estrada.

Porque se Celia continuar a relutar em sua ultimato-

- Ela não vai. - disse Hetty inquieta, lembrando Isaac dando-lhe o mesmo aviso. - Ela

voltará a seus sentidos.

- E se casar com o homem de  sua escolha? Você tem certeza que é o melhor? Porque se

ela não se casar com sr. Pinter, só resta o duque e ela não o ama.

Hetty respirou pesado, lembrando-se que o Sr. Pinter tinha afirmado, embora Celia nunca

lhe tinha dito qualquer coisa do tipo. - Você não sabe isso com certeza.

- Eu tenho. Além do mais, eu acho que você sabe disso, também. Você parece acreditar

que segurando firme no seu ultimato, você está corrigindo o erro que você fez com sua filha a

um homem como Papa. Isso se você conseguir tudo bem casado, ele vai compensar o que

aconteceu com eles.

Minerva olhou para ela com pena em seu rosto. - Mas tudo o que você está fazendo é

cometer o mesmo erro, novamente. Porque, embora Celia não vá se casar com um caçador de

fortuna se ela se casar com o duque, ela ainda vai ser casar com um homem que a quer por

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razões que nada têm a ver com a forma como ela é maravilhosa. Portanto, para o seu bem - e

o dela - espero que ela adira as suas armas.Quando Minerva se dirigiu para a porta, Hetty gritou: - Você está indo para revelar-lhe o

que eu disse ao sr. Pinter?

Minerva fez uma pausa. - Ainda não decidi. Por um lado, você pode estar certa, ele

 precisa lutar por ela. Por outro lado, Celia está sofrendo ... - Ela atirou a Hetty um olhar

cansado. - Ao contrário de você, Gran, não tenho a pretensão de saber o que é melhor para

todos. Terei que ver o que ela precisa de mim.

Depois que ela saiu, Hetty ficou congelada. O que Celia precisa? O que qualquer deles precisa? Ela tinha pensado que precisavam de cônjuges, e certamente pareciam muito mais

felizes agora que tinham se casado.

Mas e se ela estava errada sobre Celia? E se o que Celia precisava era algo além do

 poder de Hetty para dar?

Essa pergunta perturbadora assombrou ela para o resto da manhã.

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Capítulo Vinte e Dois

Depois de várias horas de busca, Jackson e seus homens não encontraram nada para

indicar que estavam tentando matar Celia. Nem uma coisa.

Então, horas depois de deixar Halstead Hall, ele andava em direção a Cheapside,

fervendo com a frustração. Eles percorreram a floresta em ambos os lados da estrada por uns

dois quilômetros. Tinha marcas de cascos encontrados em alguma lama mole, mas isso só lhesdisse que pelo menos um dos agressores tinha ficado à espera deles, o que ele já tinha

adivinhado. Quem quer que tenha atacado, tivera o cuidado de deixar poucos vestígios.

 Ninguém na paisagem circundante tinha visto nada. Os assaltantes tinham escolhido bem

seu tempo para atacar. Seu cavalo aparecera em um campo nas proximidades, mas nenhum

sinal ficou dos vilões. Isso significava Celia ainda estava em perigo, o alvo de quem só Deus

sabe, por razões que ele poderia apenas vagamente ter certeza.

E ele tinha desistido do direito de protegê-la.Ele gemeu. Ele poderia ter dito a sua avó para ir para o inferno, que ele estava se casando

com Celia, não importa o quê. Mas ele não tinha. E, embora em sua cabeça, ele sabia que

tinha razão de ser cauteloso, ele sentia no coração como se tivesse se engando.

Ele bufou. Corações mentiam o tempo todo. Seu coração havia mentido para ele,

dizendo-lhe que a classe e fortuna não importavam. Era melhor não escutá-lo.

Como você tão cuidadosamente lembrou-me esta manhã, Sr. Pinter, quee senhoras finas

não suportam privações severas bem. 

Tudo bem, então ela disse com sarcasmo e raiva óbvios, mas era verdade, mesmo que ela

não iria admitir isso.

Ele tinha chegado a casa. Já estava escuro, então ele ficaria apenas o tempo suficiente

 para tranquilizar sua tia que ele estava bem e talvez comer alguma coisa antes de partir para

Ealing, novamente.

Entregando seu cavalo a Jimmy, que estava designado para ele, ordenou que o rapaz

 buscasse sua carruagem e uma equipe de libré, em seguida, subiu as escadas. Antes mesmo de

chegar à porta, ela se abriu e sua tia correu para agarrá-lo em seus braços.

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ARE - 228 

Quando ela se afastou, seus olhos e nariz avermelhados disse-lhe que ela estava

chorando. - Graças a Deus, você está bem! - Ela disse em uma voz cheia de emoção. - Éverdade que você foi baleado?

Confundido inteiramente, disse. - Como você ficou sabendo disso?

Tia Ada levou-o para dentro. - Enviei Jimmy para o escritório de Bow Street nesta

manhã, onde lhe disseram que você estava fora, à procura do bandido que disparou em você e

Lady Celia. - Ela fechou a porta, em seguida, empurrou-o em seus braços novamente. -

Depois que sua senhoria me disse ontem à noite que você e Lady Celia estavam

desaparecidos, eu pensei que teria insuficiência cardíaca. Ela insistiu em que você deveria terfugido para se casar, mas eu sabia que você nunca faria uma coisa dessas. Isso não está em

seu caráter.

Ela se afastou para olhar para o rosto dele. - Oh, meu caro, eu não poderia ter suportado

se eu tivesse perdido você, também. Você é a única coisa que me resta de seu-

Quando ela parou, o sangue escorrendo de seu rosto, ele sabia. Dane-se tudo para o

inferno, ele sabia com certeza. Ele não podia acreditar que ele não tinha adivinhado antes.

Talvez ele não quisesse saber.

- Do meu quem, tia? E não diga 'mãe'. Você não teria parado se você quis se referir a ela.

- Ele olhou para ela, sua garganta apertada, sua respiração em algum lugar em seu peito. - Eu

sou a única coisa que lhe resta dele, certo? Meu tio. Não, não é meu tio. - Ele deu uma risada

louca. - Meu pai.

Com um pequeno gemido, ela se virou caminhando até o hall.

O fato de que ela não negou disse tudo. Ele a seguiu até a cozinha com uma raiva

impotente o segurando, dirigido ao homem que ele sempre quis que fosse o seu pai. Mas

nunca assim, não se isso significava que o homem tinha-

- É verdade, não é?

Suas mãos tremiam quando ela puxou um prato de comida fora do forno e colocou-o

sobre a mesa.

Ignorando-o, ele a virou para encará-lo. - Admita, maldição!

- Como você sabia? - Ela sussurrou. - Quando foi que você descobriu?

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- Lady Celia viu as miniaturas e notou uma semelhança. Eu disse que ela era louca.

Então, eu olhei para ele e vi pela primeira vez. Eu não queria acreditar, mas há  umasemelhança.

- Quando você era um menino e seu cabelo estava mais claro, - ela prosseguiu - você

 parecia menos com ele, mas com a idade seu cabelo escureceu, você começou a olhar como

ele fazia quando era jovem. Felizmente, ele mudou à medida que envelhecia, também,

colocou peso e ficou careca. Ainda assim, ele viveu em terror que você pudesse notar a

semelhança na miniatura um dia.

Jackson deu uma risada fria. - É evidente que eu sou cego sobre o que mais importa. Eununca vi isso até Celia... Oh, Deus, como você não poderia ter me dito?

- Eu queria, mas sua mãe nos fez jurar que não. Ela não queria que você se ressentisse

 por sua morte ou por não estar lá em seus primeiros anos.

- Sim! - Disse ele ferozmente. - O que é isso? Todos esses anos eu pensei que tinha

algum idiota de um nobre como pai... - Sua garganta ficou apertada e áspera. - Bem, a parte

do idiota era certo, não era? Ele abandonou minha mãe e eu.

- Não, ele não fez. - disse ela com firmeza. - Ele não tinha ideia de que ela estava

levando o seu filho quando ela deixou a nossa casa aos vinte. Na verdade, ela não tinha ideia

até mais tarde. E EU  nem sabia que eles estiveram juntos.

- Mas ela deixou, porque ele se aproveitou dela. - ele rosnou.

- Ele não era assim. - Tia Ada engasgou enquanto ela ia buscar um pouco de cerveja. -

Ela me revelou depois que você se mudou para cá que eles estiveram juntos apenas uma vez.

Eu estava visitando um amigo uma noite e eles beberam muito vinho e... - Suas mãos

tremiam, derramando a cerveja. - Ele me disse - me disse quando eu a forcei a admitir a

verdade - que ambos se arrependeram profundamente. É por isso que ela saiu logo depois que

ocorreu.

Sua tia trouxe o caneco, com os olhos cheios de remorsos, quando ela apertou-o em sua

mão. - Ela tinha algum dinheiro guardado e uma amiga que era costureira. Ela pensou que

 poderia gerir por conta própria, mas, em seguida, uma vez que ela era uma senhora solteira,

ela descobriu que estava grávida e...

- Ela ficou em Liverpool. - Ele colocou a cerveja para baixo. - E quem poderia culpá-la

 por não querer voltar para onde ela iria arriscar meu tio- pai - apalpá-la de novo?

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ARE - 230 

- Jackson... - ela disse, em um tom de súplica.

- Portanto, não houve fuga com um canalha nobre, apenas o meu tio... Droga! -Ele passou os dedos pelo cabelo. - Eu não sei nem como pensar nele!

- Tentamos encontrá-la depois que ela saiu, você sabe. Mas ela não quis ser encontrada,

não queria que eu lembrasse isso. Ela não queria me magoar ou arruinar meu casamento. Eu

entendo isso. - Ela agarrou a mão dele. - Eu só queria que não tivesse sido tão difícil para

vocês dois, em Liverpool. Eu realmente acredito que, se sua amiga costureira não tivesse

 perdido o seu negócio...

Ela suspirou. - Mas então, sua mãe tinha se afastado por tanto tempo e havia colocadoem sua cabeça que coisas terríveis aconteceriam, se ela voltasse. Eu não acho que ela

 percebeu o quanto você sofreu naquela escola de caridade até que aquele garoto estúpido

quase o matou. Foi quando ela engoliu seu orgulho e voltou para casa. Fiquei magoada por

um longo tempo, depois que ela me disse a verdade, mas antes que ela morresse, eu a perdoei.

E ele.

- Ela, eu entendo, mas como você pode  perdoar-lhe? - ele grunhiu. - Como não poderia

odiá-lo pelo que ele fez?

- Eu fiz, o odiei por um tempo. Depois que ela voltou para nós, eu exigi que ela me

dissesse quem era seu pai e ela se negava. Em seguida, seu tio... Então, William começou

dizendo que eu deveria deixá-la e eu comecei a perceber a culpa em seu rosto quando ele

olhava para ela.

Ela andou pela cozinha, com as mãos cerradas, juntas em sua cintura. - No início, eu

 pensei que ele se culpava por não procurá-la com mais afinco, depois que ela saiu. Mas logo

eu não podia deixar de notar como terno ele estava com você, como imediatamente que ele o

tinha em seu coração. - Sua voz ficou embargada. - E eu adivinhei a verdade.

Bom Deus, o que ela deve ter sofrido quando percebeu isso. Como ela tinha suportado

isso? - E então, você me tinha sob os seus pés, - disse ele amargamente - uma lembrança viva

de que sua irmã e seu marido tinha traído você. Deve ter sido um tormento para você, olhar

 para mim cada dia-

- Não se atreva a pensar uma coisa dessas! - Ela gritou, quando ela se virou para ele. -

Você foi a minha salvação, meu querido menino. William e eu não podiamos ter filhos. Então,

quando sua mãe lhe trouxe aqui...

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ARE - 231 

Lágrimas escorriam pelo seu rosto e ele puxou o lenço para pressionar na mão dela.

Ela tomou um momento para se recompor, em seguida, continuou com uma vozdolorida. - Você valeu as dificuldades passageiras que surgiram entre mim e William. Eu não

 poderia ter pedido um filho melhor. Você é a luz da minha vida. - Ela alisou uma mecha de

seu cabelo. - Por que mais eu teria me preocupado assim, depois de ouvir que estava

desaparecido? Se você soubesse a noite miserável que eu tive ...

Quando ela começou a chorar, ele a puxou para seus braços e abraçou-a, dividido entre a

culpa sobre sua preocupação e um temor crescente por ver o quanto ela o amava. Como isso

 poderia ser, dadas as circunstâncias? Tio William era o seu  pai. O diabo se deitou com a própria irmã de tia Ada!

Mas não havia dúvida de sua sinceridade sobre seus sentimentos.

Depois de um momento, ela recuou e enxugou as lágrimas com o lenço. - Você sabe por

que Lady Celia notou a semelhança entre você e William, não é?

Ele endureceu. A última coisa que ele queria discutir agora era Celia. - Ela tem um olho

 bom. - ele rosnou, quando sentou-se à mesa.

- E ela está memorizando cada linha de seu rosto. Porque ela te ama.

Deus, como ele desejava que fosse verdade.

- Eu não sou a única a notá-lo também. Sua senhoria disse a mesma coisa.

Ele esfaqueou a costeleta de carneiro. - E eu tenho certeza que ele estava pronto para me

esfolar vivo, na simples possibilidade.

- Não, na verdade. - Ela estendeu-lhe o queixo. - Ele ficou muito contente quando pensou

que vocês dois tinham fugido. Ele disse que estava na hora.

- O quê? - Jackson ficou boquiaberta com ela.

- Eu concordei com ele. Mas eu também o assegurei que você nunca iria se comportar de

forma desonrosa. Então, ele e sr. Masters ficaram preocupados por ambos. Eu prometi enviar

uma mensagem para casa da cidade de sua avó, logo que eu ouvisse alguma coisa. Eu fui lá

esta manhã para dar-lhes as notícias de Halstead Hall e embora ele já soubesse de algo, ele

estava muito grato por me ver. E  ansioso para vê-lo novamente.

Ela tinha que estar confundindo as reações de sua senhoria. - Não há dúvida de que ele

quer o meu relatório. - ele murmurou, enquanto devorava a ceia.

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ARE - 232 

- Sem dúvida, ele quer saber suas intenções para com sua irmã. Você passou a noite com

ela. Isso traz consigo algumas consequências.- Não é o que você pensa. - disse ele na defensiva, embora provavelmente era exatamente

o que ela pensava. - Nós não tivemos uma escolha.

- Claro que não. Ninguém passa a noite em uma abandonada casa em ruína, de um

caçador furtivo, por opção.

- Exatamente. - Ele piscou. - Espere, como você sabia onde passamos a noite?

- A mensagem que recebi veio de Lady Minerva, que tem bastante talento de escritora

 para descrever situações. - Seus olhos se estreitaram sobre ele. - Ficou claro que você éresponsável pela ruína da jovem, apesar das circunstâncias. Então, eu espero que você tenha

oferecido casamento.

- Claro. - Ele bebeu um gole de cerveja.

- E ela declinou?

Ele virou o caneco na mão. - Sua avó tinha organizado as coisas de modo que ninguém,

além da família, sabia disso. O que significa que ela não tinha necessidade de se casar.

- Ela disse isso?

- Ela não precisou. - Ele engoliu mais cerveja, em seguida, colocou a caneca firmemente

 para baixo. - Sua avó tornou dolorosamente claro.

- Então, você teve a oportunidade de sair de um jogo que você não deseja.

- Não! - Com sua sobrancelha levantada, ele fez uma careta. - Agora veja, eu fiz o meu

dever.

- Eu espero que você não o colocou como: „Minha senhora, eu sei que é o meu dever.

Peço-lhe que se case comigo?‟ 

- Certamente que não. Eu disse...

O que ele disse?

 A única coisa apropriada para eu fazer, depois de ter passado a noite a sós com sua

 senhoria, é oferecer casamento. 

Droga. Mesmo ele sabia que era uma proposta tão pouco romântica, que um homem já

ofereceu a uma mulher.

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- Não importa o que eu disse. - ele resmungou. Ele brincou com as batatas cozidas, seu

apetite sumindo. - Nada disso importa. Ela nunca poderia se encaixar aqui, nunca ser feliz aoredor desse meio-

- E você sabe disso por que...

- Oh, pelo amor de Deus, você viu a sua casa da cidade. - ele retrucou. - Você viu como

eles vivem... é mais grandioso do que qualquer coisa que eu poderia dar a ela. Mesmo que sua

avó lhe permitisse receber sua fortuna, o que seria duvidoso.

- Eu vejo. Então, ela está como perder tudo isso?

- Ela não teve a chance de perder tudo... ela nunca esteve em outro lugar, mas no colo deluxo.

- Exceto por ontem à noite. Suponho que ela incomodou você, cutucando a torná-lo mais

confortável.

- Claro que não. Ela nunca iria- - Ele parou, lembrando-se de como ela começou a

ajeitar seu ninho enquanto ele foi em busca de água. Vendo a sobrancelha levantada de sua

tia, ele disse: - Ela sabia o que tinha que fazer.

- Ela fez? É estranho para uma senhora mimada. Embora eu tenho certeza que ela

queixou-se constantemente com a falta de calor, alimentos e móveis.

Inferno, ele podia ver aonde isso ia. - Ela não fez. Mas foi apenas uma noite, e estávamos

nos escondendo de assassinos.

- Confie em mim, Jackson, assassinos ou não, se você me arrastasse pela floresta e me

fizesse passar tal privação, eu teria me queixado. Em voz alta. Repetidamente.

Ele levantou-se da mesa, de olho nela com ceticismo abjeta. - Não, você não faria. Você

faria a melhor das coisas.

- E ela não fez?

Com um olhar duro, ele cruzou os braços sobre o peito. - Uma noite em uma casa de

campo não é um bom teste de quão bem ela suportaria uma vida em Cheapside.

- Então, a noite passada foi um teste, não é? E, mesmo assim, ela passou. Em resposta,

você falou sobre o dever e honra. Fez sentir como se casar com ela seria sua concessão para o

decoro. Já julguei a situação corretamente?

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ARE - 234 

Foi ficando mais difícil fingir que ele se comportou como nada mais que um idiota, esta

manhã. - Ela tem um duque mastigando o freio para se casar com ela e você acha que ela poderia ser feliz comigo? Aqui?

Tia Ada colocou as mãos nos quadris. - Você sabe, eu estou começando a ser insultada.

Eu pensei que eu tinha feito essa casa bastante confortável e agora eu descubro que você a

acha comparável a algum casebre na mata.

- Não é isso que eu...

- Se você mostrou a mesma falta de sentimento com ela como você está fazendo comigo

agora, é uma maravilha que ela não golpeou você. - Ela balançou a cabeça. - Você decidiu seufuturo, mesmo sem considerar os sentimentos dela. Você não acha que foi presunçoso?

Um suspiro de frustração escapou dele. - Não é só o dinheiro; É a diferença em nossas

classes. Mesmo sabendo quem era meu pai, eu não sou nada menos que um bastardo e ela não

é menos do que uma senhora. Eu ainda trabalho para viver.

- E ela está incomodada com isso? Ela é desdenhosa de sua classe?

 Deve ter sido difícil para você, começando tão jovem em um lugar como Bow Street.

Você deve ter trabalhado muito duro para ter subido tão alto em tão pouco tempo. 

Celia tinha dito essas palavras com admiração clara. E ela estava disposta a se casar com

ele, mesmo sabendo que ele nunca poderia se tornar magistrado-chefe. Na verdade, ela tinha

 passado a metade da manhã resistindo a todas as suas tentativas em lhe dizer o quão difícil

 poderia ser isso se eles se casassem.

Tia Ada pegou sua hesitação em dizer um não. - Esse é o problema com você, meu

rapaz. Você é tão pronto em assumir que os outros vão virar o nariz que você ignora como

eles realmente se comportam. Você é bem respeitado na comunidade. Você conseguiu muito,

ainda que você se prepare para o grito de "bastardo", mesmo quando esse grito não é dado.

Ele odiava quando sua tia fazia sentido, especialmente quando se entrava em conflito

com o que ele tinha certeza de que estava certo. Embora ele estivesse ficando menos certo

disso, a cada momento.

Sua voz caiu para um suave murmúrio. - Já ocorreu a você que ela não se queixou ontem

à noite, porque ela estava com você? Que estar com você fez o resto suportável? E que estar

sem você possa fazer toda a sua vida sofisticada intolerável?

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ARE - 235 

- Não, - ele disse acidamente quando ele se levantou da mesa e se virou para a porta -

não tinha me ocorrido.Ela colocou a mão em seu braço para pará-lo. - Por que não? Será assim tão difícil de

acreditar que alguém pode realmente te amar por quem você é?

A raiva brotou nele. - Sim, é! - Ele cuspiu. - Quando eu teria dado a minha alma para ser

chamado de seu filho, o meu próprio pai não pode ter sequer a coragem de me reclamar! Ele

não me amou por quem eu sou; como vou acreditar que alguém mais poderia?

Tristeza profunda tomou conta de seu rosto, tingida com pesar. - Oh, meu querido

menino, foi errado sua mãe lhe dizer esse conto tolo que ela inventou sobre o seu nascimento.E foi errado da minha parte e William deixá-lo ficar. - Ela agarrou seu braço. - Eu sei que nós

cometemos erros, nós três. Mas, certamente, você percebe que sempre foi amado. Por mim,

 por sua mãe, e sim, pelo seu pai.

Lágrimas escorriam pelo seu rosto, mas ela limpou-as sem piedade. - Ele estava tão

orgulhoso de você, e justamente por isso. Se não fosse por seu medo de um escândalo que

 poderia me envergonhar e lhe custar o cargo, ele teria gritado aos quatro ventos que você era

seu filho. Nunca, jamais, pense por um minuto que ele tinha vergonha de você. Ele amou você

até o dia que ele morreu.

O fervor de suas palavras rastejou para dentro do núcleo duro que sempre se ressentiu de

seu suposto senhor nobre, corroendo-o.

Por muitos anos, ele viveu com esta pressão em seu peito, essa crença de que seu pai não

o queria o suficiente para reclamá-lo. E sua revelação de que seu tio era seu pai só tinha

aliviado a dor um pouco, pois mantivera o conhecimento dele.

Mas se ele fosse justo, ele teve de reconhecer que, em seu lugar, ele teria sido cauteloso,

também. Ele sabia o que era sofrer insultos terríveis. Seu tio nunca teria querido para tia Ada.

E o tio William tinha sido capaz de fazer mais por Jackson como magistrado elogiado do que

se ele tivesse perdido a posição. Magistrados eram esperados que vivessem uma vida

exemplar; eles não deveriam exercer a lei considerando o incesto com suas cunhadas.

Embora tivesse sido errado do tio William mantê-lo desse jeito, Jackson começou a

entender por que ele fez. O homem tinha sido falho. Ele cometeu erros.

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ARE - 236 

E assim tinha ele, em ser tão cauteloso com Celia. Certamente ele não tinha lhe dado

uma chance justa de aceitar ou recusar sua oferta de casamento. No mínimo, Celia mereciaessa oportunidade.

- Eu tenho que ir, tia. - ele murmurou. - Eu disse a sua senhoria que gostaria de voltar

esta noite para dar-lhe um relatório completo e está ficando tarde, já.

- Sim, é claro. - Então ela começou. - Oh, eu quase esqueci, no meio de tudo o que está

acontecendo! - Alcançando a mão no bolso do avental, ela tirou uma carta e entregou a ele. -

Você recebeu uma carta de algumas pessoas no norte.

Era da família da ex-empregada doméstica da Sra Rawdon, Elsie. Eles finalmenteforneceram-lhe um endereço, em Chelsea. Mas se ele fosse lá agora, ele nunca ia retornar para

Halstead Hall antes da família se retirar.

Confundindo tudo isso, ele deveria ir entrevista Elsie esta noite. E se ela tivesse se

envolvido com o tiroteio?

De alguma forma, ele duvidava disso. Ele só não podia imaginar a empregada de uma

senhora de tocaia na estrada para matá-los, em seguida, procurar na floresta. Além disso, ele

tinha que ver Celia. Ele não podia suportar a ideia dela deitada em sua cama, odiando-o

durante toda a noite.

Empurrando a carta no bolso, ele se virou para a porta.

- Antes de sair, - disse sua tia - responda uma pergunta para mim. Se Lady Celia não

fosse a filha de um marquês, se ela fosse uma jovem mulher que tinha conhecido em uma

reunião, a filha de um padeiro ou um alfaiate, você hesitaria em se casar com ela?

- Não. - disse ele, nem mesmo tendo que considerar sua resposta. - Se eu pudesse tê-la,

eu não desejaria querer nada mais.

Ela agarrou sua mão e apertou-a. - Em seguida, faça o que deve para segurá-la. Porque se

você não fizer a tentativa, você vai se arrepender pelo resto de sua vida.

As palavras dela ficaram com ele durante toda a hora e meia de viagem para Halstead

Hall. Elas o atormentaram enquanto seu carro se aproximou do estábulo e ele notou as outras

carruagens lá, lhe dizendo que a festa na casa ainda estava acontecendo, apesar de tudo.

Suas palavras eram tudo o que ele conseguia pensar enquanto era encaminhado para o

escritório de Stoneville. Enquanto Jackson esperava o marquês, que lhe tinha sido dito que

ainda estava acordado e estaria com ele hoje, elas não iriam deixá-lo.

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Tia Ada estava certo. Se ele não tentasse fazer Celia dele, ele nunca iria suportar a perda

dela.Stoneville entrou no escritório, uma expressão cautelosa no rosto. - Bem, bem, - ele disse

enquanto Jackson levantou-se - o nosso investigador ausente mostrou-se finalmente. Você ou

seus homens não acharam nada no caminho de High Wycombe?

- Eu receio que não, meu senhor.

Conforme Stoneville sentou atrás da mesa e ordenou a Jackson sentar, também, Jackson

relatou com tudo o que ele e Celia tinha descoberto, porém, ficou claro que sua família já

tinha tomado conhecimento das informações sobre caso de amor de sua mãe.Depois de adicionar suas próprias observações para que, em seguida, Jackson desse um

relatório completo do que tinha acontecido no caminho, e suas suspeitas a respeito do por que

tinham sido alvo de tiros. O marquês perguntou-lhe várias questões, que ele respondeu da

melhor maneira possível.

- Então, você pretende falar com Elsie amanhã?

- A primeira coisa, na parte da manhã. Eu teria ido hoje à noite, mas eu pensei que você

 precisava ouvir tudo pela primeira vez.

- Eu aprecio isso.

- Além disso, eu também queria saber... que é... - Jackson se preparou para qualquer

reação. - Como está Lady Celia?

Stoneville lhe lançou um olhar velado. - Ela está bem, considerando tudo o que

aconteceu. Ela trancou-se no quarto e nos disse que ela não queria ver ninguém. - Seu olhar

endurecido. - Especialmente você. Ela disse que não queria nada com você a partir de agora.

Ela me fez prometer que o manteria longe dela. O que me faz querer saber exatamente o que

aconteceu ontem à noite.

Inferno.

Tempo de declarar suas intenções. Rodeios não tinham lhe servido muito bem, mais

cedo. - Não importa o que aconteceu. Estou aqui para fazer as coisas direito. Eu quero casar

com sua irmã.

Stoneville olhou-o de perto. - Minerva parecia pensar de outra forma.

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Jackson suspirou. - Eu não estou surpreso. Eu acredito que eu também deixei Lady Celia

insegura de minhas intenções. Eu ... hum ... fiz uma confusão quando eu propus pela primeiravez.

O marquês riu. - Eu ouvi dizer.

Jackson lançou-lhe um olhar assustado.

- Sim, eu ouvi tudo sobre sua oferta. Perdoa a minha diversão. Se você vai se lembrar, eu

fiz uma confusão da minha própria proposta de casamento. - Ele ficou sério. - Eu também

entendo que a minha avó tinha algo a ver com a sua reticência para oferecer casamento.

- Eu não estava reticente. - disse Jackson ferozmente. - Eu nunca fui reticente sobre isso.Eu queria casar com sua irmã quase desde o momento em que a conheci. E não importa o que

sua avó pensa, não tem nada a ver com a sua fortuna ou sua posição ou-

- Eu sei. - Quando Jackson piscou, o marquês sorriu. - Você esquece.. Eu vi você

trabalhar por quase um ano. Eu escutei as suas opiniões e ouvi de sua boa reputação. Eu

conheço um homem de bom caráter, quando vejo um.

- Mesmo que ele seja um bastardo? - Jackson mordeu.

- O duque de Clarence tem dez  bastardos e todo mundo faz vista grossa, então eu não

vejo por que não podemos ter pelo menos um na família. Ou dois, se você contar o enteado de

Jarret. - Stoneville sorriu. - Nós, os Sharpes, somos demônios afinal. Nós não gostariamos de

nos tornarmos enfadonhos. Quais seriam as fofocas para falar?

As palavras de sua tia pularam em sua mente: Esse é o problema com você, meu rapaz ...

Você prepare-se para o grito de "bastardo", mesmo quando esse grito não é dado. 

- Sua avó não é tão indiferente sobre isso. - Jackson destacou.

- Veradade. E ela pode muito bem manter a sua ameaça de cortar Celia fora.

- Você sabe sobre isso?

- Ela deixou escapar a Minerva.

- Ah. Então Lady Celia sabe agora, também. - disse ele, não tenho certeza se isso era

uma coisa boa ou uma ruim.

- Na verdade, eu não acho que ela sabe. - Ele olhou fixamente para Jackson. Será que

isso importa para você se Celia perde sua fortuna?

- Não, mas eu odeio o pensamento de sentenciá-la a uma vida de sacrifício.

- No entanto, você ainda quer oferecer o casamento.

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- Eu faço e desta vez eu vou ter certeza que ela saiba o que sua avó tem a intenção de

fazer. Mas eu espero que não importe para ela. - Ele admitiu, tinha percebido depois de menosde um dia separado dela. - Porque, aparentemente, eu sou mais egoísta do que eu pensava. Eu

simplesmente não posso suportar ficar sem ela.

A expressão de Stoneville suavizou. - Agora isso é  o que você deve dizer quando

conseguir vê-la.

- E quando pode ser isso? - Perguntou Jackson.

- Eu não sei. Eu lhe disse, ela me fez prometer mantê-lo longe. E a família já se retirou

 para a noite.  –  Na maldição murmurada de Jackson, a voz do marquês suavizou. - Dê-lhetempo. Você tem que falar com Elsie de manhã de qualquer maneira, então venha aqui depois

disso e talvez ela vá vê-lo em seguida.

Jackson não  iria esperar até amanhã, não quando cada momento longe dela a fez

endurecer seu coração contra ele.

Ele levantou-se. - Como quiser. Mas eu deixei vários itens pessoais aqui, enquanto eu era

um convidado na festa em casa, por isso, se você não se importar, eu vou buscar antes de sair.

- Isso lhe daria uma desculpa para encontrar o quarto dela e fazê-la ouvir.

- Muito bem. - Como Jackson dirigiu para a porta, Stoneville gritou: - O seu quarto é na

ala oeste, não é?

Jackson parou para olhá-lo com cautela. - Sim. Por quê?

- Você pode não saber que há um atalho através da ala sul. - O marquês olhou fixamente

 para ele. A família residia na ala sul. - Na verdade, eu adoraria sua opinião sobre uma obra de

arte. Estou pensando em vendê-la e você pode saber de um comprador. É uma pintura militar

excelente de Goya, pendurada junto à porta de Celia, se gostaria de dar uma olhada em seu

caminho.

Ele não podia acreditar, Stoneville estava dizendo a ele como encontrar o quarto de

Celia.

- Basta lembrar, - Stoneville acrescentou - se você encontrar com alguém, explique que

eu queria a sua opinião sobre um pouco de arte.

- Eu aprecio a sua fé em minha opinião, meu senhor. - disse ele. - Eu certamente vou dar

uma olhada na pintura.

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O olhar de Stoneville endureceu enquanto ele falava. - Eu acredito que você vai se

comportar como um cavalheiro, enquanto você está passando por ali.Ele reprimiu uma réplica quente, sua senhoria não precisava falar. Mas o fato de que o

homem estava ajudando-o com Celia era um pequeno milagre, e ele não estava disposto a

ignorar isso. - Sim. Um perfeito cavalheiro.

- Bom. Vou cobrar isso de você.

Com um aceno de cabeça, Jackson saiu correndo para o corredor. Mesmo com Stoneville

incentivando-o maliciosamente nessa empreitada, ele hesitou em esgueirar-se na casa, após as

senhoras terem se recolhido. Mas os sons de homens bêbados um corredor abaixo, disse-lheque alguns dos senhores ainda estavam acordados, de modo que ele acelerou seus passos. A

última coisa que ele queria era correr para os pretendentes de Célia, agora. Ele não tinha

certeza se podia confiar em si mesmo em torno deles.

Jackson tinha ido à ala sul uma vez antes, quando Stoneville o tinha recebido em roupão,

então ele sabia o seu traçado. Felizmente, ele levou apenas alguns minutos para encontrar o

quarto de Celia.

Ele bateu na porta de Celia, mas não houve resposta. Deveria golpear nela para acordá-

la?

Ah, mas se ela perguntasse quem estava lá e ele dissesse a ela, ela poderia se recusar a

deixá-lo entrar. Ele olhou para a fechadura antiga e seus olhos se estreitaram. Talvez, seria

melhor ter o elemento surpresa do seu lado.

Graças a Deus, ele sempre viajava com suas ferramentas.

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Capítulo Vinte e Três

Celia foi despertada de um sono profundo por algum som. Uma batida? Ela não tinha

certeza. Mas quem quer que fosse bateria de novo. Não que isso lhes faria nenhum bem,

 porque ela não estava deixando ninguém vê-la em seu estado atual, olhos inchados de tanto

chorar e cabelos emaranhados de virar e virar. Foi um milagre ela ter dormido, depois que ela

 passou horas se preocupando com Jackson.

Ela fez uma careta. Ela não iria pensar sobre ele novamente.

De repente, um som diferente veio em suas orelhas, um clicar constante na porta. Pela

luz do fogo, ela viu a vibração da alça.

O medo a percorreu. Meu Deus, alguém estava tentando esgueirar-se para o seu quarto!

E não alguém com uma chave ou teria aberto a porta, agora. Era a mesma pessoa que havia

tentado matá-la?

Então, eles estavam prestes a ter uma surpresa. Silenciosamente, ela sentou-se e levantou

a pistola que tinha mantido carregado em sua mesa de cabeceira, desde de ontem. Com o

coração acelerado, ela esperou até que a porta se abriu, então engatilhou a pistola e disse: - Eu

 pararia aí mesmo se eu fosse você. Eu tenho uma arma apontada para você e eu não hesitarei

em usá-la.

Houve uma ingestão dura de ar, seguido por uma voz masculina baixa, dizendo: - Sou

eu, Celia. Não atire.

- Jackson? - Ela disse, incrédula. - O que o-

- Eu tinha que te ver. - Ele abriu a porta e entrou.

Seu coração ainda batendo, ela cuidadosamente desengatilhou a arma e baixou. - Vá

embora.

- Não até que falemos. - disse ele com firmeza.

- Eu poderia ter matado você, você sabe!

- Você poderia. - ele concordou, sem um pingo de sua condescendência habitual sobre o

assunto dela e de armas. - Da próxima vez saberei melhor do que pegá-la de surpresa.

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Seus olhos estavam escuros, assombrados. Em seguida, ele se aproximou e parecia notar

que ela só usava sua camisa. Quando o calor queimou em seu rosto, ela levantou a armanovamente. - Oh, não, você não está indo valsar aqui como se nada tivesse acontecido e

esperar ser levado para a minha cama, sem uma palavra.

Ele ergueu as mãos. - Eu não esperava por isso.

A arma vacilou na sua mão quando a emoção obstruiu sua garganta. - Você fez soar

como se casar comigo seria o p-pior tipo de o-obrigação...

Dor cortou sua face. - Eu não quis. - disse ele, avançando mais perto. - Eu sou um idiota,

eu sei.- Depois da noite passada, eu p-pensei que você realmente se importava comigo e e-

então, esta manhã-

- Eu fiz você se sentir como se você fosse uma idiota mimada que não podia fazer nada

direito. - disse ele, agora perto o suficiente para tirar a arma dela. Ele não o fez. E ainda mais

surpreendentemente, ele pareceu entender a raiva dela.

- Eu não me importo com o que a sua casa em Cheapside é - ela sussurrou - e eu não me

importo quantos criados você tem, e eu não me importo-

- Eu sei. - disse ele com a voz rouca. - Ou atira-me ou deixa de lado a arma, querida,

 porque eu quero desesperadamente te abraçar.

E ela desesperadamente queria. Só que ela não podia suportar que ele fosse carinhoso

com ela, em seguida, vire frio pela manhã novamente. - Ainda não. Eu quero saber por que

você se tornou tão formal, uma vez que chegamos aqui, por que você desistiu de mim. Queria

mudar de ideia sobre o desejo de casar uma vez que você percebeu que Gran tornou

desnecessário?

- Deus, não. - Ele empurrou uma mão pelo cabelo. - Há algo que eu tenho que lhe dizer.

E uma vez que diga vai fazer você querer atirar em mim ou alguém, de qualquer forma, eu me

sinto muito melhor dizendo sem uma arma me olhando na cara.

Ela hesitou, depois assentiu. - Mas você tem que prometer que não vai me tocar até que

eu digo que você pode.

Um leve sorriso em seus lábios. - Muito bem.

- Falo sério!

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Demônios de Halstead Hall 5

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Sóbrio, ele recuou alguns passos. - Eu vou ficar por aqui. Você coloca a arma na mesa de

cabeceira, onde você pode alcançá-la, se eu me comportar mal, tudo bem?- Tudo bem. - Ela largou a arma e, em seguida, sentindo-se muito exposta em sua

camisa, puxou um lençol em volta dela. - Antes de começar, você deve saber o que eu disse a

Gran: Eu não vou me casar com ninguém, ultimato ou não. Então você vê, eu realmente não

me importo com a minha fortuna. Se eu não poderia tê-lo...

- Ah, mas você me tem, querida. Eu estou aqui porque eu não podia suportar ficar sem

você.

Palavras que teria derretido ela ontem, apenas frustrando ela agora. - Você sempre dizessas coisas doces quando estamos sozinhos, mas amanhã você vai agir como Apropriado

Pinter novamente e tudo será esquecido!

Ele parecia chocado. - Não desta vez, eu juro.

- Por que desta vez será diferente do que as últimas três vezes que você me beijou e

fingiu que não significou nada?

- Por um lado, eu só informei seu irmão que eu ia me casar com você. - Quando ela se

abriu para ele, ele acrescentou - Como você acha que eu descobri onde seu quarto estava?

Ela tinha estado a ponto de acreditar até que ele disse isso. - Oliver nunca permitiria você

aqui tão tarde.

- No entanto, aqui estou eu.

- Você é um investigador. Você provavelmente descobriu com seus métodos usuais.

- Eu juro, eu estou aqui por causa de seu irmão. - Ele suspirou. - Ainda que ele me

fizesse prometer se comportar como um cavalheiro.

- Isso soa como Oliver. - E ela não tinha certeza se deveria agradecê-lo por isso. - Então

você não está aqui para me seduzir.

- Eu estou aqui para convencê-la a se casar comigo.

- Oh? Da maneira como você tentou me convencer esta manhã? - Ela disse acidamente.

Ele corou. - Eu percebo agora que eu provavelmente parecia um pouco ... er ...

- Sem entusiasmo?

- Maldição, eu não estava sem entusiasmo ou reticente ou nada disso!

Ela levantou uma sobrancelha.

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ARE - 244 

- Fui pego de surpresa quando sua avó disse que tudo poderia ser abafado. Ocorreu-me

que você poderia preferir não ser forçada a casar só porque eu ... porque ...- Ficamos íntimos?

Ele deu um aceno conciso.

- Você pensou que eu preferiria esquecer que tínhamos compartilhado a cama, para que

eu pudesse ter algum outro homem na minha cama... um duque rico, por exemplo?

- Não! - Ele enfiou as mãos no bolso. - Não foi nada disso. Eu não quis dizer... eu...

Ele estava confuso. Ela sempre gostava mais dele, então. Fazia-o mais acessível. Se ela

não estivesse ainda tão zangada com ele, ela iria encontrá-lo cativante.Um olhar claramente desconfortável atravessou seu rosto. - Eu não queria fazer as coisas

mais difíceis para você, tudo bem?

- Não, você não quis fazer as coisas mais difíceis para você. Você não queria colocar-se

com uma mulher mimada que poderia exigir que você usasse sua fortuna para coisas como

rendas e criaturas de açúcar em bolos.

- O que eu não queria era minha esposa perder sua fortuna só porque ela se casou

comigo. - Um músculo trabalhou em sua mandíbula. - Eu não estava levantando a hipótese

quando eu disse que sua avó poderia cortá-la fora. A verdade é que... - Ele hesitou, depois deu

de ombros. - Ela me disse que se você se rebaixasse para se casar com alguém tão baixo como

eu, ela iria cortá-la completamente. Os seus irmãos ganhariam a sua herança, mas você não

conseguiria nada.

Isso levou Celia completamente de surpresa. - Você está mentindo.

- Eu gostaria de estar.

Celia pensou em voltar ao longo dos últimos dias, sobre seu comportamento estranho, o

que ele tinha dito, e de repente várias coisas faziam mais sentido. - Quando ela fez isso?

- A noite do baile.

Foi por isso que ele ficou frio de novo, por que ele não iria dançar com ela. Por que ele a

tinha evitado, teria continuado a evitá-la se ela não tivesse insistido em ir com ele para High

Wycombe.

Foi também por isso que ele deu a ela todas aquelas palestras sobre como a vida com ele

seria, como pobre seria em Cheapside. Porque ele tinha certeza de que Gran iria cortá-la,

depois que eles se casassem.

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ARE - 245 

 No entanto, ele tinha feito amor com ela ontem à noite só depois que ela concordou em

se tornar sua esposa. E ele tinha feito isso sabendo que ela seria pobre. Que ele não ganharianada a partir do casamento, exceto uma mulher criada delicadamente, que poderia ser um

fardo para ele.

Um caroço ficou preso na garganta. Todos os seus cuidados, esta manhã, tinha sido o

Prático Pinter percebendo que ele deveria prepará-la para perder tudo.

O que eu quero é você. Só você. 

Talvez ele realmente quisesse dizer isso. Mas se é assim, então era hora ele agiu como

ele. Ele deveria parar de tentar fazer o que ele achava que era certo para ela, sem consultá-la.- Eu sei o que você está pensando- - ele começou.

- Você sabe? - Esse era o problema. Ele realmente achava que ele sabia. - Esclareça-me.

- Você acha que eu recusei a me casar com você, porque você não teria nenhuma fortuna.

- E é esse o caso?

- Não! - Disse ele, claramente insultado.

- Então você está dizendo que você tem um bom caráter para se casar por motivos

financeiros, mas você acha que eu tenho um caráter ruim por assumir que você faria.

Isso pareceu pegá-lo desprevenido. - Eu não estou dizendo isso.

- Você não está? - Ela abraçou os joelhos contra o peito. - Quando alguém implica que

você é sem princípios por causa das circunstâncias de seu nascimento, você se transformar em

Pinter orgulhoso, tão elevado como um lorde. No entanto, você trata toda a aristocracia com a

mesma escova por causa de seu nascimento. Será que isso parece justo?

Ele olhou para ela de mau humor. - Você esquece que quando você me pediu para

investigar seus pretendentes, você disse que não queria se casar com alguém inferior na

hierarquia e na riqueza, que poderia vir a ser um caçador.

Ela fez uma careta. - Eu comecei tendenciosa. A diferença é que, quando eu descobri que

 bom homem que você é, eu ajustei minhas opiniões. - A raiva subiu nela quando se lembrou

de suas palavras de despedida sobre o duque esta manhã. - No entanto, depois de tudo o que

dissemos um para o outro, você fez soar como se eu tivesse que sair correndo para me casar

com o primeiro duque rico que oferecesse.

- Porque você merece um duque, dane-se! - A expressão preocupada franziu a testa. -

Você merece um homem que pode dar-lhe a lua. Eu não posso. Posso dar-lhe um lar decente,

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ARE - 246 

com uma criada, com pessoas decentes, mas você... - Sua voz ficou embargada. - Você é a

mulher mais incrível que eu já conheci. Destrói-me pensar sobre o que você vai ter quedesistir de estar comigo.

- Eu te disse antes, eu não me importo! - Disse ela com veemência. - Porque você não

 pode acreditar em mim?

Ele hesitou por um longo momento. - A verdade?

- Sempre.

- Porque não posso imaginar por que você me quer quando você tem homens de posição

e riquezas ao seu alcance.Ela deu uma risada triste. - Você grosseiramente exagera meus encantos, mas eu não

 posso reclamar. É uma das muitas coisas que eu adoro sobre você, que você vê uma versão

melhor de mim do que eu jamais poderia. - Lembrando as palavras maravilhosas que ele disse

ontem à noite, quando ela tinha estado tão autoconsciente, ela saiu da cama para caminhar até

ele. - Você sabe o que EU  vejo quando eu olho para você?

Seu olhar desconfiado trancou com a dela. - Pinter adequado. Orgulhoso Pinter.

- Sim, mas isso é apenas quem você mostra ao mundo para se proteger. - Ela estendeu a

mão para acariciar sua bochecha, deleitando-se com a respiração irregular que lhe escapou. -

Quando você baixa a guarda, no entanto, vejo Jackson.... que quer a verdade, não importa o

quão duro. Que arrisca sua própria vida para proteger os mais fracos. Que iria sacrificar

qualquer coisa para me impedir de ter que sacrificar tudo.

Travando sua mão, ele interrompeu o seu caminho. - Você vê um santo. - disse ele com a

voz rouca. - Eu não sou um santo; Eu sou um homem com as necessidades e desejos e um

grande número de arestas.

- Eu gosto de suas arestas. - disse ela com um sorriso suave. - Se eu realmente quisesse

um homem de posição e riquezas, eu provavelmente teria me casado há muito tempo. Eu

sempre disse que eu não poderia me casar, porque ninguém me queria, mas a verdade era que

eu não queria nenhum deles. - Ela tocou uma mecha de seu cabelo. -Aparentemente, eu estava

esperando por você, com arestas e tudo.

Seus olhos voltaram-se quente com desejo. Levou a mão aos lábios, beijou a palma da

mão com tanta ternura que seu coração pulou em sua garganta. Quando ele levantou a cabeça,

ele disse: - Então se case comigo, com arestas e tudo mais.

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ARE - 247 

Ela engoliu em seco. - Isso é o que você diz agora, quando estamos sozinhos e você está

 preso-Ele cobriu a boca com a dele, beijando-a com tanto fervor que ela se transformou em

uma poça de mingau. Explodindo, ele sempre fez isso, também, quando estavam sozinhos, era

quando eles estavam com os outros que ele reconsiderou de estar juntos, para sempre. E ele

ainda não tinha dito nada de amor.

- Isso é o suficiente disso. - ela advertiu, puxando de volta dele. - Até que você faça uma

 proposta adequada, diante da minha família, você não estará compartilhando minha cama.

- Querida...- Nada de 'querida' , Jackson Pinter. - Ela se afastou dele. - Eu quero Apropriado Pinter

de volta, agora.

Um sorriso zombeteiro cruzou os lábios. - Desculpa, amor. Eu joguei-o para fora quando

vi como ele estava zoneando minha vida privada.

 Amor? 

 Não, ela não se deixaria amolecer. Não até que ela tivesse certeza que ele não viraria frio

mais tarde. - Você disse a Oliver que você se comportaria como um cavalheiro.

- Para o inferno com o seu irmão. - Ele a perseguia com a intenção clara.

Mesmo quando ela correu atrás de uma cadeira para evitá-lo, a emoção atravessou. -

Você não está ainda preocupado que Gran vai me cortar e você vai ser selado com uma

mulher mimada e sem dinheiro suficiente para agradá-la?

- Para o inferno com a sua avó, também. Para essa matéria, para o inferno com o

dinheiro. - Ele jogou a cadeira para o lado como se fosse graveto; ela caiu ruidosamente pelo

chão. - É você que eu quero.

- Jackson! - Ela gritou quando ele se aproximou dela. - Alguém pode ouvi-lo!

- Bom. - Pegando-a pela cintura, ele recuou-a para a cama. - Então você estará bem e

verdadeiramente comprometida e não haverá mais dúvida de nos casarmos.

Enquanto ela ainda estava emocionada pela maneira magistral que ele decidiu assumir o

comando, ele caiu sobre a cama, seguindo-a para cobrir seu corpo com o seu.

Quando ela se abriu para ele, chocada ao ver seu amor cauteloso comportar tão

deliciosamente incauto, ele murmurou. - Ou melhor ainda, eles podem nos encontrar aqui

 juntos de manhã e marchar-nos direto para a igreja.

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Então, ele tomou sua boca com a dele.

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Capítulo Vinte e Quatro

JACKSON queria cantar quando ela abriu a boca para seu beijo. Ele entendeu sua raiva,

ela tinha direito a ela. E se ele fosse um homem decente, ele faria o que ela exigiu e voltar

 pela manhã para fazer "uma proposta adequada", diante de sua família.

Mas ele não estava dando a chance de que ela mudaria sua cabeça com a luz do dia.

Desta vez, ele iria deixá-la implorando-lhe tão mal quanto ele a desejava, mesmo que ele

tivesse de passar a noite toda fazendo isso.

Ele arrastou a boca ao longo de sua mandíbula até o pescoço para saquear a carne macia

lá. Ela virou a cabeça para beliscar sua orelha, então sussurrar: - Eu nunca deveria ter baixado

a minha arma, você é um diabo.

- Eu disse a você - ele murmurou  –  para não brandir uma arma a menos que você quer

usá-la.

- Eu gostaria de ter atirado em você quando eu tive a chance, - ela disse em uma voz

dolorida - apenas por ser tão frio comigo esta manhã.

Ele a tinha machucado, dane-se. - Eu vou fazer amor com você. - Ele acariciou o peito,

manuseando o mamilo até que ela engasgou. - Depois desta noite, você nunca vai ter motivos

 para duvidar de mim novamente.

- Você fez amor comigo antes. - ela protestou quando ele fechou a boca sobre seu peito e

o sugou através de sua camisola. - Isso não significa nada.

- Isso significava tudo. - Ele se levantou de cima dela e olhou em volta, até que ele viu o

que estava procurando. - Mas eu lhes digo. - Ele estendeu a mão e agarrou o cabo para o sino

dos criados, em seguida, pressionou-o em sua mão. - Eu vou te mostrar exatamente o quanto

você significa para mim. E se em algum momento, você questionar a minha sinceridade, basta

tocar a campainha. Alguém virá e nos fará casar e vai ser isso.

Ela levantou uma sobrancelha. - Nossos poucos criados não estão perto do local nesta

casa grande. Isso dá-lhe tempo de sobra para correr para fora ou esconder.

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Ele deslizou para fora da cama e retirou seu casaco, então desabotoou o colete. - Não se

estamos nus e eu estou em sua cama, dentro de você. - Quando ela piscou para que adescrição flagrante, ele baixou a voz. - Tire a sua camisola, querida.

Com teimosia típica, ela só olhava para ele, então ele rapidamente removeu o resto de

suas roupas, até que ele ficou lá apenas em seus calções. - Eu vejo o que você quer dizer para

me torturar por minha crueldade esta manhã.

- E se eu fizer? - Disse ela, embora sua voz tremesse um pouco e seus olhos beberam-no.

Esse desejo desceu direito para seu pênis, que já estava engrossando a proporções

insuportáveis. Ele se contorceu para fora de seus calções. Ele não tinha certeza se poderiaconter-se até que ele pudesse agradá-la tão completamente quanto ele pretendia, mas ele iria

tentar.

- Eu admito que você tem o direito de me atormentar. - Ele se ajoelhou a seus pés sobre a

cama. - Mas eu espero que você me dê o direito de mudá-la de ideia.

Antes que ela soubesse o que ele planejava, ele deslizou a camisola até aparecer à luz o

triângulo escuro de cabelo, em seguida, inclinou-se e deu um beijo direto no meio dela.

- Jackson! - Ela guinchou. - O que você está fazendo?

Ele abriu seus cachos e sorriu ao ver os lábios já molhados para ele. - Mudando sua ideia.

- disse ele, em seguida, cobriu-a lá com a boca.

- Oh ... meu ... Deus. - ela sussurrou quando ele passou a língua nela, curtindo cada

gemido e suspiro enquanto ela deslizava por baixo dele.

Com um sorriso de triunfo, ele voltou a dar prazer a ela seriamente, utilizando dentes e

língua e os lábios para excitá-la.

- Jackson ... céus ... Jackson, você é um patife!

 Ninguém jamais o chamou de patife, mas sob as circunstâncias soou como um elogio. O

seu sabor almiscarado disparou seu sangue, fez o seu pau endurecer e seus bolas apertarem,

até que ele pensou que iria morrer antes de chegar a tê-la. E ainda assim ele continuou

 bebendo-a, enfiando a língua profundamente para não pensar o quanto ele queria impurrar

dentro dela.

Felizmente, não demorou muito para que ele a tivesse se contorcendo sob ele,

levantando-se para encontrar sua boca e, finalmente, explodindo em uma versão violenta que

a fez gritar e agarrar a cabeça em sua barriga.

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ARE - 251 

Enquanto ela estava lá tremendo, ele beijou a barriga e as coxas e o lugar onde os seu

lombo terminava e começava suas nádegas. Se ele não estivesse tão esmagadoramenteexcitado, ele iria beijá-la dos ombros até as solas dos pés, para que pudesse marcar cada parte

dela como dele.

Sua. Pela primeira vez, ele começou a acreditar que era possível.

Enquanto ele lambia e acariciava seu umbigo, ela suspirou. - Sua ... maldade ... não para

... de me surpreender, senhor.

- Eu disse a você, - disse ele, incapaz de evitar a satisfação em sua voz. - toda vez que eu

estou perto de você, eu quero fazer coisas más com você.Ele deslizou para cima de seu corpo, arrastando a camisola para que ele pudesse ver e

tocar os belos seios que atormentavam regularmente sua imaginação. - Mau, coisas

escandalosas. - Ele puxou seu mamilo com os dentes enquanto se esfregava abaixo,

mantendo-a excitada enquanto ele manobrava entre suas pernas.

Seus olhos se encontraram, agora completamente vidrados de desejo.

- É tudo o que eu estive pensando por semanas. - disse ele com a voz rouca enquanto

 puxava os joelhos para cima e entrava nela com um impulso feroz. - Tudo que eu sonhava à

noite.

Fechou as mãos em volta do pescoço e arqueou-se contra ele abaixo.

- Eu nunca pensei... que o sonho poderia se tornar realidade. - Ele enterrou-se mais e

mais em seu calor exuberante. - Nunca pensei que... a senhora poderia ser minha.

- E agora?

Suas bochechas estavam deliciosamente coradas e seu coração estava brilhando em seus

olhos.

- Agora eu sei que eu não tenho escolha. - Ele entrou nela, clamando-a. - Eu tenho que

fazê-la minha, senhora... não importa a que custo. - Ele podia sentir a sua liberação chegando

sobre ele, rasgando-o. Impiedosamente, ele lutou contra isso, querendo que eles atingissem o

clímax juntos. - Porque sem você... não há sonhos. Somente pesadelos.

Os olhos dela se suavizaram. Em seguida, ela engasgou e entrou em erupção, sua carne

doce convulsionando em seu pênis e provocando seu próprio clímax. O inundou uma

avalanche de sensação que ele já não podia negar a verdade.

Ele tinha perdido a batalha para proteger seu coração.

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- Eu te amo. - ele murmurou enquanto ele perdeu-se dentro dela. - Eu amo você, minha

querida Celia. - Quando a esperança brilhou em seu rosto, ele disse: - Eu sempre vou te amar.Em seguida, ele caiu em cima dela.

Eles estavam lá, unidos por vários momentos. Quando ele saiu, ela enrolou-se contra ele

e olhou para o rosto dele, incerta. - Você quis dizer isso?

- Claro. - Ele deu um beijo em seus lábios. - Eu amo você, querida.

Felicidade pulou em seu rosto, mas como ele continuou a olhar para ela, mudou-se para

algo que parecia como cálculo. - Eu suponho que você espera que eu diga algo similar.

Ainda que a sua respiração ficasse presa em sua garganta, ele arqueou uma sobrancelha.- Ainda me torturando por esta manhã?

Travessura pura iluminou seus lindos olhos. - Talvez.

- Então, vou ter que torná-la mais segura de mim. - ele falou e pegou a corda de sino.

- Não se atreva! - Ela gritou, meio brava, meio rindo, quando ele fechou a mão em torno

dele.

- Você me ama? - Perguntou ele e balançou a cabo sobre sua cabeça.

- Eu poderia. - brincou ela. - Um pouco. Você ainda me acha uma senhora mimada?

Ela agarrou o cabo e ele levantou-o mais alto. - Provavelmente não mais mimada do que

qualquer outra fêmea bonita habituada a conseguir as coisas a sua própria maneira, com os

homens que as adoram.

- Pelo menos você está misturando elogios com os insultos agora. - Ela olhou-o sob os

cílios rebaixados. - Então você me adora, não é?

- Loucamente. Apaixonadamente. - Ele soltou o cabo. - E não, eu não acho que você é

mimada. Se eu tinha alguma dúvida, minha tia a baniu completamente.

- Sua tia?

- Eu disse-lhe tudo... bem, não tudo, mas as partes importantes. E depois ela assinalou

que eu sou provavelmente o pior pretendente quando se trata de propor, ela defendeu o seu

comportamento nesta manhã com grande entusiasmo.

Um sorriso diabólico cruzou os lábios. - Eu acho que vou gostar de sua tia.

- Eu tenho certeza que você vai. Vocês duas são ervilhas em uma vagem. - Ele debateu

em dizer-lhe o resto, mas decidiu que ela deveria saber. - Como vê, você estava certa sobre a

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semelhança entre mim e meu tio. Eu... um... tive uma longa conversa com a tia Ada e parece

que o tio William era... não era quem eu sempre pensei.O fato de que ela tomou o seu significado de uma vez disse-lhe que ela tinha descoberto

isso por si mesma, já. - Eu sinto muito, Jackson.

- Não sinta. Se eu pudesse escolher qualquer homem como meu pai, seria ele. - Ele disse

a ela todo o conto, em seguida, acrescentou. - Então você vê, eu nem sequer tenho sangue

nobre para me elogiar.

- Nesse caso, - brincou ela - o casamento está cancelado.

Ele cobriu o peito com a mão. - Acho que vou ter que fazer mais persuasão.- Faça o seu pior, - disse ela levemente - mas eu avisá-lo, uma senhora nunca se rende.

- Vamos ver sobre isso. - ele murmurou antes de prender sua boca em um beijo quente.

Algum tempo depois, enquanto estavam entrelaçados de novo, completamente gastos, ela

acariciou seu ombro e disse: - Eu te amo, você sabe.

- Eu pensei que você poderia.

Ela lançou-lhe um olhar de indignação fingida. - Diabo arrogante! Você pode ser tão

arrogante como os meus irmãos, às vezes.

- Mais do que isso. Porque eu vou exigir casar o mais rápido possível. - Ele passou a mão

sobre a barriga. - Depois de toda a nossa atividade, você pode agora estar carregando meu

filho. E meu filho não vai nascer um bastardo.

Seus olhos brilharam para ele. - Pode ser uma filha.

- Nenhuma filha minha vai nascer bastarda. - disse ele.

- E você vai me deixar ensiná-la a atirar?

- Não há necessidade. Se tivermos uma filha, nenhum homem será permitido ficar perto

de uma milha até que ela tenha trinta.

Ela riu alegremente. - Então eu oro, por causa do nosso filho, que não tenhamos uma

filha. - Ela abraçou perto. - Mas se o fizermos, eu ainda quero ensiná-la a atirar. Nunca

machuca uma mulher por estar preparada.

Um caroço prendeu em sua garganta ao pensar em todas as coisas que tinha feito de

modo cauteloso... a morte dos pais, idiotice de Ned ... ser baleado. - Isso me lembra, eu tenho

que ir.

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- Você deve de fato. - ela concordou. - Por mais que você brinque com isso, não

deveriam encontrá-lo aqui. Meus irmãos são imprevisíveis e Gran só poderia persegui-lo aoredor da mansão com sua bengala.

- Eu posso lidar com seus irmãos e avó. Infelizmente, ainda há um assassino atrás de

você e eu tenho que descobrir quem.

- Você descobriu alguma coisa hoje?

Enquanto ele se vestia, disse-lhe tudo o que tinha descoberto. Quando ele chegou à parte

sobre a carta de Elsie, no entanto, ela se sentou. - Você vai ver primeiro esse assunto, não vai?

- Eu tinha planejado vir aqui em primeiro lugar, para que eu pudesse propor a você deuma maneira condizente com a sua classe.

- Não se preocupe com isso. - disse ela com uma onda de desprezo de sua mão. - Se você

fizer isso em primeiro lugar, vamos passar o dia inteiro em discussões e recriminações e,

eventualmente, espero, na celebração. Antes disso, eu quero ouvir o que tem a dizer Elsie. Ela

 pode saber a verdade sobre Mama!

- Ela pode. Mas não tenha muitas esperanças.

- Se você visitá-la cedo o suficiente, - ela apontou - você pode estar aqui antes que

alguém ainda se levante. - Ela sorriu para ele. - E traga sua tia também. Eu quero muito

conhecê-la.

- Eu já posso ver que você e ela vão se unir.

- Eu espero que sim.

O olhar sonhador no rosto fez seu coração parar em sua garganta. Oh Deus, o que ele não

daria para manter esse olhar lá para sempre. Mas e se ele não puder? E se-

- Oh não, você não fazer isso. - disse Celia. - Eu já posso ver Pinter orgulhoso

rastejando.

Ele riu. Ela o conhecia tão bem.

- Dê-me sua gravata. - disse ela, estalando os dedos.

- O Quê?

- Eu vou segurá-lo e se você tentar me negar novamente, eu vou deixá-lo em minhas

roupas de cama e certificar-me de Minerva encontra-la.

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Ele riu. - Não há necessidade para isso. - Virando para a cama, ele se inclinou para beijar

sua boca fazendo beicinho. - Eu juro que eu vou estar aqui tão cedo quanto eu puder amanhã, pronto para batalhar por você, meu amor.

- É melhor você estar. - ela murmurou. Enquanto se dirigia para a porta, ele a ouviu

acrescentar: - Eu ainda poderia tocar o sino, você sabe.

Ele sorriu para ela. - Vá em frente, minha senhora. Vou ficar aqui mesmo, enquanto você

 joga a casa em polvorosa.

Isso pareceu acalmá-la, pois ela fez uma careta, então disse: - Oh, vá em frente com isso.

Ele saiu da sala sorrindo. Mas ele não ficou sorrindo por muito tempo. Ele tinha ficadotão preso a ela que ele não teve o cuidado de sair e só tinha ido a alguns passos no corredor,

quando percebeu que alguém estava do outro lado, olhando para ele.

 Ned, de todas as pessoas. O bastardo pavoneou em direção a ele com um sorriso de

escárnio. Ele, obviamente, testemunhou Jackson saindo do quarto de Celia.

- O que você está fazendo aqui? - Jackson exigiu.

- Não que seja o seu negócio, mas eu estive jogando cartas com os meus primos, que

sugeriram que eu passasse a noite. - Ele lançou um olhar astuto a Jackson. - Parece que o Sr.

Pinter honrado não é tão honrado afinal. Não que eu estou surpreso que você possa tirar

 proveito do desrespeito da minha linda prima pela decência, mas-

As palavras mal tinham saído da boca do homem e Jackson tinha-o pelo pescoço e

empurrou contra a parede. Enquanto Ned arranhava os dedos de Jackson, os olhos arregalados

com alarme, Jackson sussurrou: - Fala da minha futura esposa com o mais reverente dos tons

de novo e teremos pistolas ao amanhecer.

Ele se inclinou para pressionar a boca no ouvido de Ned. - Eu sei o que você fez com ela

quando ela tinha quatorze anos. Você escapou, porque ela estava assustada e era ingênua e

 pensou que todo mundo iria culpá-la. Mas nós dois sabemos que, se os irmãos souberam

disso, eles iriam cortar as suas bolas e enfiá-las pela sua garganta. Se eu não temesse

envergonhá-la ainda mais, eu faria isso.

Voltou de volta a olhar para o rosto do idiota, ele fez Ned entender bem a sua ameaça

antes de liberar o bastardo. - Mas se eu pegar você sussurrando uma palavra em seu ouvido,

você vai acordar nas entranhas de alguma prisão onde ninguém nunca vai encontrá-lo. Eu

tornei perfeitamente claro?

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 Ned piscou. - Perfeitamente, senhor.

- Bom.Ele assistiu Ned passar a porta de Celia, chegar ao seu próprio quarto e entrar. Em

seguida, Jackson voltou para as escadas.

A primeira coisa que ele iria fazer, depois que ele e Celia casassem, era certificar-se de

que seu primo fosse proibido de ir a Halstead Hall, para sempre.

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Capítulo Vinte e Cinco

Celia acordou sentindo descansada, feliz e apaixonada. Jackson a amava! E hoje ele viria

 propor casamento e tudo estaria bem.

Ela só queria que isso não significasse que Gran iria ganhar, mas não era tola o suficiente

 para cortar o nariz para ofender seu rosto. E ela odiava pensar de seus irmãos perdendo suas

heranças por causa dela.

Saindo da cama, ela tocou para Gillie. Quando a empregada entrou, ela disse: - Não é um

adorável dia, Gillie?

Desde que Gillie a tinha deixado chorando no dia anterior, ela parecia um pouco

 perplexa. - Na verdade é, milady.

Enquanto Gillie ajudava com seu vestido, Celia se perguntou se ela poderia levar a

menina com ela, para viver em Cheapside. Poderia Jackson pagar uma dama de companhia

 para ela se Gran realmente fosse cortá-los?

Mas Gran não faria isso. Oliver nunca iria deixá-la, iria? Não que isso importasse.

Enquanto ela tinha Jackson, ela não se importava com o que ela enfrentasse em Cheapside.

- Que horas são? - Perguntou ela a Gillie, enquanto a garota arrumava o cabelo.

- São quase onze horas.

- Não creio que o Sr. Pinter chegou ainda esta manhã. - Celia escondeu um sorriso

quando a menina lhe deu um olhar espantado.

- Não, milady. Não que eu saiba.

Se ele foi falar com Elsie, era provavelmente muito cedo para ele estar aqui, ela pensou

com um suspiro.

Como Gillie procurava pelo chapéu favorito da patroa, Celia vagou até a janela. Era um

 belo dia para se tornar noiva de Jackson. O sol estava brilhando, banindo a escuridão do

inverno de costume. Estava tão claro, que ela podia ver a estrada e uma carruagem vindo-

Jackson! Ele estava aqui depois de tudo! E ele veio em sua carruagem, também, como

um cavalheiro. Não há dúvida de que era porque ele tinha a sua tia com ele, mas ainda assim,

ele mostrou que estava falando sério sobre esta proposta de casamento.

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Ela provavelmente deveria esperar aqui como uma dama, até que alguém viesse buscá-la,

mas ela não se sentia como uma dama hoje. Agarrando o chapéu de Gillie, ela bateu-o nacabeça, correu pelo corredor, e, em seguida, desceu as escadas. Apenas alguns minutos

depois, ela tinha chegado à carruagem, onde ela se forçou a não correr, mas em vez de

caminhar serenamente para a carruagem, ela podia ver agora na outra extremidade.

Mas quando ele se aproximou, ela percebeu que não era o condutor de Jackson.

Explosão, explosão, e mais explosão. Era o maldito Visconde de Basto. Ela tinha esquecido

completamente sobre a festa da casa, que não terminaria até amanhã. Esta era a época que ele

sempre vinha.A última pessoa que queria ver no momento era um de seus pretendentes. Infelizmente,

ela não podia sair dali, agora. O carro já estava diminuindo. Ele a tinha visto.

Ele parou em frente a ela e ele pulou para fora. - Minha senhora! Que delícia de se

deparar com você desse jeito. Eu tinha ouvido falar que estava doente.

Ela forçou um sorriso. - Estou me sentindo muito melhor agora. - E ela estaria se

sentindo melhor ainda, uma vez que ela pudesse se livrar de seus pretendentes.

Ele ofereceu-lhe o braço e ela aceitou. Apontando para o cocheiro dirigir ao lado deles,

ele a levou de volta para a mansão.

- Você está parecendo muito bonita hoje.

- Obrigada. - Seu segundo sorriso foi mais genuíno. Ele não poderia evitar que ela não

tinha nenhum interesse romântico nele; não há necessidade de ser rude com o homem.

- Você tem um brilho místico sobre você. Como uma ninfa da floresta. Ou uma fada.

Realmente, por que os homens sempre pensavam que ela parecia algo de outro mundo? E

onde tinha todos eles ido quando ela tinha estado interessado em encontrar um homem?

Embora o que ela disse a Jackson na noite passada era verdade, ela nunca tinha ficado

realmente interessada nos homens que ela conheceu na sociedade. Homem como o visconde

meramente a deixavam impaciente para ser afastar. Talvez ela sempre preferisse homens com

arestas e ela simplesmente não tinha percebido isso, até agora.

- Não é de admirar a sua família te chamar „Elf‟ - disse ele alegremente. - Em alguns

aspectos, ele combina com você.

- EU odeio esse apelido, devo confessar. - disse ela. - É por isso que ninguém me chama

assim desde que eu era uma cri-

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Ela se conteve. Como ele poderia tê-lo ouvido chamar assim? Ela tinha ameaçado sua

família com tiro se eles continuassem a fazer e eles tinham tomado a sua palavra.Enquanto um arrepio passava por ela, ela perguntou em um tom mais agradável que

conseguiu reunir. - Quando você ouviu alguém me chamar de Elf? Devo ter perdido. Eu teria

dado a eles um fim.

Ela arriscou um olhar para o rosto dele. Ele parecia congelado em um sorriso que parecia

totalmente falso.

- Oh, uma vez ou outra. - disse ele, evasivo. - Talvez você não estivesse por perto.

- Deve ser isso.Exceto que ninguém de sua família teria ousado.

Ela começou a considerar algumas coisas estranhas. Dada à idade que Jackson havia

 postulado para ele, ele era apenas um pouco mais jovem do que Papa seria agora. Sua

conversa com o visconde, no outro dia, passou por sua cabeça... a discussão de seus pais e

suas mortes, sua curiosidade sobre a atração de sua mãe por Papa...

Estranha pergunta ou perfeitamente normal?

Oh, ela estava sendo absurda. Se ele tivesse sido amante de Mama, por que ele gostaria

de voltar aqui e correr o risco de ser pego? Além disso, o amante de Mama não era português.

Ela teria se lembrado disso.

A menos que...

- É engraçado sobre os pseudônimos. - disse ela corajosamente. - Você me chamou de

algo no outro dia, em português, que eu pensei que era muito musical. Eu acho que você disse

que isso significava 'beleza brilhante‟. Algo Brilhante?

- Alma brilhante é o que eu chamei você...  Brilhante alma. - disse ele, com os olhos de

repente duros para ela. - Beleza brilhante seria Brilhante Beleza.

Sua respiração prendeu em sua garganta e ela tinha que puxar o olhar do dele para

esconder sua consternação. Mia dolce bellezza. 

E se não fosse italiano que tinha ouvido, mas português? Aos quatro anos de idade, teria

ouvido o que ela sabia já a frase, em italiano as palavras pode parecer a mesma coisa.  Dolce 

significa "doce" em italiano. Caso  Beleza e bellezza significavam beleza, então talvez dolce

tinha seu correspondente em português, também.

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- Ou talvez você esteja pensando em 'Minha Doce Beleza’ - ele murmurou, como se

tivesse lido sua mente. - Isso significa „minha doce beleza.‟ Seu olhar saltou para ele e seu coração afundou. Ele estava olhando para ela com

entendimento completo.

- Você se lembra daquele dia na creche, não é? - Ele perguntou com a voz embargada. -

Eu não posso acreditar nisso. Eu esperava que você estivesse dormindo ou não se lembraria

depois de todos esses anos, mas-

- E-eu não sei o que você está falando.

Sua mão agarrou-a com força e ele latiu algo ao seu cocheiro, em português.- Me solta! - Ela tentou puxar para se livrar.

Antes que ela pudesse bater com o joelho nele, como Jackson tinha dito a ela como fazer,

ele sacou uma pistola do bolso do casaco e disse em voz baixa: - Lamento dizer, minha

senhora, que você vai ter que vir comigo.

O cocheiro parou. Seus dois lacaios pularam e agarraram-na, jogando-a pela porta que o

visconde abriu para eles. Em seguida, o visconde saltou atrás dela, junto com um dos lacaios.

Enquanto a carruagem virava e seguia a saída, ela enfiou a cabeça para fora da janela e

gritou, mas o visconde forçou sua mão sobre a boca. - Shh, não vou te machucar, eu juro.

Ela mordeu sua mão e ele amaldiçoou abominavelmente. Se ele ia matá-la, ela o deixaria

fazer isso aqui na frente de sua família! Ela não ia acabar morta em algum pavilhão de caça,

sem ninguém nunca saber o que tinha acontecido e por que.

- Se você não ficar quieta, - ele rosnou. - eu vou disparar nesse lacaio correndo pela rua

da casa, agora.

Seguindo a carruagem, um dos criados de Halstead Hall. Ela não queria que ele morresse

 por causa dela. Ela não tinha certeza se ele tinha visto o que aconteceu, mas se tivesse, saberia

de quem era a carruagem. Ele saberia que a tinha levado.

Ele contaria a Jackson e Jackson viria atrás dela. Ah sim, Jackson deve estar indo por

este caminho a qualquer momento! Eles podem até mesmo ultrapassá-lo, ela iria assistir ele

 para fora da janela. Nesse meio tempo, ela teria que sobreviver até que ele pudesse chegar até

ela.

Desgostosa com a forma como ela se colocou direto nas garras do visconde, ela se jogou

contra o assento. Como podia ter sido tão imprudente em perguntar a ele sobre a "beleza"? Ela

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 pensou que estava sendo sutil e ela queria... precisava saber a verdade sobre a Mama, mas

tinha sido tola, dadas as circunstâncias.- Onde está a sua pistola? - Ele perguntou, agora que ela tinha parado de lutar com ele. -

Dá-me ou eu terei meu homem procurando por isso.

Ela pensou em mentir para ele, mas ela não queria que aquele servo sujo a tocasse. - Eu

não a tenho. Deixei-a no meu quarto, eu juro.

Ele correu seu olhar sobre ela, mas sua alegação pareceu satisfazê-lo. E por que não

seria? Ela não tinha nenhuma bolsa, sem avental, sem bolsos. Ela ainda não tinha colocado

sua capa.Oh, o que estava pensando ao correr para fora de casa sem nada e especialmente sem a

 pistola? Isso é o que dá ela ser precipitada. Jackson estava certo, às vezes ela era...

despreparada e desta vez seria sua ruína.

- Minha família sabe quem você é. - ela mentiu. - Eles sabem o que você fez com a

minha mãe.

Ele bufou. - Se isso fosse verdade, você não teria andado comigo. Você teria corrido de

volta para a casa no momento em que me viu. - Ele olhou-a de perto. - Foi a Elf que me

entregou, não foi? Um erro tolo da minha parte. Eu não sabia que sua família já não lhe

chamava assim.

- Esse criado viu sua carruagem, você sabe. Ele pode mesmo ter visto você me

sequestrar. Ele vai dizer a minha família e eles vão vir atrás de você.

- É por isso que estamos correndo tão rápido ao longo da estrada. E por isso que eu disse

ao cocheiro pegar outra rota, logo que ele tiver a chance.

Isso significava que Jackson não iria se deparar com ela em seu caminho para a mansão.

Desespero varreu por ela. - Não importa. - ressaltou. - Eles sabem onde você vive.

- Nós não estamos indo para onde eu vivo. - disse ele com uma voz dura. - Eu nunca

mais vou voltar lá novamente.

 Não, não, não... se ele fosse para algum lugar que Jackson não esperava, então ele não

 poderia saber onde encontrá-la! Não que isso importasse, ela provavelmente estaria morto

antes que viajasse muito longe.

Maldição, ela não iria morrer e deixar esta canalha se safar!

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- Se você parar por aqui e me deixe sair, você terá bastante tempo para fugir. Eu prometo

não contar a ninguém quem você é.- Você deve me achar um grande tolo. - ele disse secamente.

- Por favor. - disse ela, não avessa a implorar por sua vida. - Se você já teve qualquer

amor por Mama, você não vai matar sua filha.

Ele olhou para ela horrorizado. - Eu não tenho vontade de matá-la, meu doce. Estes dois

dias sem você tem sido uma agonia.

Ela bufou. - É por isso que você tinha uma pistola carregada no bolso?

- Eu só carrego por causa do que eu ouvi em Ealing, ontem, sobre um casal baleado porassaltantes, nas estradas por aqui.

- Agora quem é o louco? Nós dois sabemos que não foram assaltantes. Você foi o único

que atirou em nós.

- Eu não atiro em ninguém! E nós? Quem é nós? - Ele parecia genuinamente surpreso. -

Como você pode pensar que eu iria atirar em você? Eu acho você inebriante... maravilhosa.

Eu estava seriamente cortejando você!

- E você acha que eu me casaria com o amante da minha mãe? Você está louco?

- Não é tão estranha a ideia. - disse ele, embora parecesse como se tivesse acabado de lhe

ocorrer. - Até você saber que eu era seu amante, você aceitou minhas atenções ansiosamente.

Maldição. Seu plano insensato de usar seus pretendentes para forçar a mão de Gran

estava voltando para assombrá-la. - Mas agora eu sei. - disse ela com veemência. - E isso

muda tudo.

- Ah, quanto fogo, tanta paixão. Você é tudo o que eu desejaria em uma mulher. - Seus

olhos tinham uma luz quase febril. - Você é tão parecida com ela, bela e assombrosa.

- Eu não sou nada como Mama. - ela jorrou, chocada que ele estivesse insistindo que

queria se casar com ela. - Todo mundo diz isso. Eu sou mais alta e mais magra e meu cabelo é

negro-

- Não é em sua aparência, mas na volta de seu rosto, o jeito como você sorri. A

suavidade de seus olhos. Ela tinha olhos suaves, sua mãe. - Sua voz tornou-se amarga. - E o

 bastardo de seu pai nunca apreciou.

- Então, você o matou. - ela sussurrou.

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- O quê? Não! - Ele fez uma careta para ela. - Eu vejo o que você está pensando, mas

isso não é verdade. Eu não matei seus pais.

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Capítulo Vinte e Seis

Impacientemente, Jackson passeou na pequena sala da hospedaria onde vivia Elsie.

Sua senhoria havia dito a Jackson que Elsie estava em busca de uma ocupação, desde a sua

chegada em Londres e estava para chegar de volta de uma entrevista, a qualquer momento.

- Sente-se, Jackson. - disse a tia. Ela tinha vindo aqui com ele, porque ele pretendia ir

 para Ealing, depois. - A mulher o receberá aqui quando ela chegar. E Lady Celia vai entender.

Você disse que ela sabia onde estava indo.

- Sim, mas isso me deixa nervoso por deixá-la sozinha com um assassino vagando por aí.

- Você determinou que ele não foram os Plumtrees que dispararam contra vocês dois, por

isso é qualquer outra coisa duvidosa que dentro da casa iriam tentar machucá-la, não é?

Ele parou na frente dela. - Eu ainda não confio em Desmond e Ned. Esses home-

A porta se abriu, e uma mulher entrou, sorrindo. - Bom dia para você, senhor. Minha

senhoria disse que você queria me ver. É sobre um emprego?

Ela não poderia ter mais do que quarenta anos, com traços finos e uma figura esbelta. Ele

não teria ficado surpreso ao saber que Lewis Sharpe tinha tido um desejo por ela, embora ele

não acreditasse agora que era o caso.

- Você é Elsie Watkins? - Perguntou.

Ela assentiu com a cabeça.

- Uma vez serviu como empregada doméstica da Sra Augustus Rawdon?

Medo substituiu a amabilidade em seu rosto. –  Eu peço desculpas senhor, eu acredito que

você tem me confundido com outra pessoa.

Ela virou-se para a porta.

Ele levou um golpe ao adivinhar a fonte de seu medo e disse: - Eu não estou ligado com

os Rawdons. Estou aqui em nome da família Sharpe. E eles têm o direito de saber a verdade

sobre o que aconteceu com seus pais.

Quando ela parou, ficando rígida, ele veio por trás dela. - Sou Jackson Pinter, o noivo de

Lady Celia. Você pode se lembrar dela, ela era a mais nova dos filhos de Sharpe. Estou

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investigando a morte de seus pais e eu espero que você possa esclarecer algumas questões

sobre seus ex-empregadores, que ajudariam a minha investigação.Lentamente, ela o encarou. - Você é o homem que falou com Benny, não é?

- Você falou com ele, também.

Ela engoliu em seco. - Ele sabe as mesmas coisas que eu, por isso, se você já sabia que

ele veio me ver, então você deve ter falado com ele de novo e não há nada mais que eu possa

falar-

- Benny está morto. Alguém o matou, na estrada de Manchester.

Se ele já suspeitava de Elsie estar envolvida, a suspeita desapareceu quando ela ficou branca e parecia como se fosse desabar. Tomando o braço dela, ele a levou para o sofá.

Sua tia tirou um frasco de sais de cheiro de sua bolsa e apressou-se ao seu lado. - Aqui

está, minha querida. Isso vai ajudar.

Elsie permitiu tia Ada ministrar os sais a ela um momento, então olhou para Jackson. -

Eu não tinha ideia sobre Benny. Deixei os Rawdons no mesmo dia em que ele veio me ver

- Os  Rawdons a empregaram? - disse Jackson. - Eles estão em Manchester? Mas eu

 pensei que o Capitão Rawdon foi enviado para Gibraltar.

- Ele estava, até seis meses atrás. Sra Rawdon ficou saudades, então ele renunciou ao seu

 posto e voltou a Inglaterra. Pelo menos é o que me disseram. Eles me pediram para mantê-lo

 para mim. Eles queriam viver tranquilamente aqui, longe de todos os seus antigos amigos. A

sra Rawdon tinha herdado uma propriedade em Manchester, de modo que é onde eles foram.

Ela cheirou mais dos sais. - Eu não os questionei... eles sempre foram um casal peculiar.

E ela disse que se lembrou do meu serviço com carinho, que foi por isso que ela me contratou.

- Sua voz endureceu. - Eu acreditei nela, também, até Benny levar-me a pensar ao contrário.

Jackson se sentou ao lado dela. - O que Benny te disse?

- Você tem que entender, os Rawdons visitavam os Sharpes muitas vezes naqueles anos,

então Benny e eu nos tornamos... namorados. Nós conversamos sobre as coisas. Depois de

visitá-lo para perguntar onde sua senhoria estava no dia em que morreu, ele ficou nervoso.

- Porque ele sabia do caso entre Lady Stoneville e Capitão Rawdon. - Jackson adivinhou.

Ela corou. - Ele suspeitava. E ele suspeitava que eu soubesse ainda mais.

- E você?

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- Nada, com certeza. Minha patroa sempre alegou que eles estavam tendo um caso, mas

ela era do tipo ciumento. Ela sempre via as mulheres atrás de seu marido, onde não havianenhuma.

Seus olhos cheios de preocupação. - Mas Benny e eu sempre acreditamos

verdadeiramente que Lady Stoneville matou o marido. O policial afirmou, por isso, assumi

que devia haver evidência clara disso. Local onde o caso poderia ter acontecido parecia

inconsequente. Nós não queríamos revelar uma coisa tão terrível sobre sua senhoria. Deixe os

restos mortais em paz e tudo isso.

- Então, ele veio e disse que havia dúvidas no assunto das mortes.Ela assentiu com a cabeça.  –  Benny estava perturbado que poderia haver mais do que

 pensávamos. Ele decidiu procurar por mim, para que pudéssemos realizar consultas sobre o

quanto revelar a você. Mas quando ele me encontrou no meu posto atual, ele se assustou ao

saber que eu estava trabalhando para os Rawdons, novamente. Ele temia que eles estivessem

envolvidos na morte. Ele considerou suspeito que os Rawdons queriam manter sua presença

na Inglaterra em segredo, mas eles me procuraram para me contratar.

- Ele provavelmente suspeitou, tal como eu, que eles queriam mantê-la... e tudo o que

sabia, sob o seu polegar.

- Benny me implorou para sair com ele naquele mesmo dia. - Ela lançou a tia de Jackson

um olhar furtivo. - Eu lhe disse que não era o tipo de fugir com um homem sozinho, querido

ou não. Além disso, eu não estava deixando um cargo bem remunerado, com tais provas

frágeis. Então ele foi sem mim.

Uma expressão de ansiedade atravessou seu rosto. - Mas meu senhor o viu sair, e depois

ele me fez todos os tipos de perguntas... por que Benny havia chegado, do que se tratava. Isso

me assustou. Eu passei por isso o melhor que pude, fingindo que era apenas uma visita social,

mas depois de tudo o que Benny me disse, me deixou muito nervosa. Naquela noite, depois

que todos estavam dormindo, eu embalei minhas coisas e fugi.

- E você nunca viu Benny novamente.

- Não. Eu pensei que eu poderia alcançá-lo na estrada, mas eu nunca fiz. - Ela olhou para

seu rosto, seus olhos conturbados. - Você não acha que o capitão matou, não é?

- Alguém fez e está parecendo mais e mais, como se fosse um dos Rawdons. Apenas

considere-se sortuda que você escapou.

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- Eu disse aos meus pais para não dar a ninguém meu endereço, por isso pode entender o

meu choque quando você apareceu aqui.- Expliquei a eles que você pode ser testemunha de um assassinato, assim eles acharam

melhor cooperar. Especialmente quando eu disse que você pode estar em perigo. Pedi-lhes

 para não contar a você sobre isso, no entanto. - Ele lhe deu um sorriso amarelo. - Me

desculpe, mas eu não podia correr o risco de que você estava envolvida.

- Entendo.

- Então, você ainda não sabe ao certo se o capitão e Lady Stoneville estavam envolvidos

em um caso.- Não, mas Benny me disse que tinha visto o capitão voltar muito agitado no final da

tarde, do dia do piquenique, ao anoitecer.

- Eu não acho que ele mencionou o cavalo que ele montava.

Isso pareceu deixa-la perplexa. - Sinto muito, mas não.

 Não importava. Jackson estava quase convencido de que o homem misterioso sobre o

cavalo tinha sido o capitão Rawdon. Mas, se fosse esse o caso e Rawdon os tinha matado, por

que Desmond viu o homem andando em direção ao alojamento?

A menos que a sra Rawdon tenha disparado os tiros.

Ele sentou-se e pensou em voz alta. - O que eu não entendo é por que os Rawdons

retornarm à Inglaterra, em primeiro lugar. Se eles tinham medo de ser suspeitos de

assassinato, por que voltar?

- Eu os ouvi discutir uma vez sobre a sua presença aqui. Percebi que ele realmente não

quer ficar. Ele queria voltar a Portugal para viver, mas ela estava cansada de climas

estrangeiros, e-

- Voltar para Portugal? - Perguntou ele, um arrepio correndo por sua espinha. - Eles

viveram em Portugal um tempo?

- Oh, sim. A avó do capitão era portuguesa. Ele tem família lá. Durante a guerra, entre

Portugal e Espanha, me disseram que ele ajudou a formar um grande número de tropas

 portuguesas, uma vez que ele fala fluentemente português. Eu creio que há ainda algum título

obscuro em sua família-

- Bom Deus! - Jackson disse com voz rouca. - O visconde português. Capitão Rawdon é

o Visconde de Basto.

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CELIA olhou para o visconde, chocada com a sua afirmação. - Eu ouvi Mama concordarem encontrá-lo no pavilhão de caça. Se não foi você quem matou ela e Papa, em seguida,

quem poderia ter sido?

Um olhar fechado atravessou seu rosto. - Eu não sei. Cheguei lá depois do que

aconteceu, para encontrá-los mortos.

Ela deveria acreditar nele? Sua chegada depois, se encaixava com as informações que

Desmond lhes tinha dado, mas também significava que tinha estado totalmente errada sobre o

Capitão Rawdon ser amante de Mama. O visconde tinha sido o único a atender Mama no pavilhão de caça.

 No entanto, algo não estava certo. Se Mama tinha estado tão intimamente envolvida com

um visconde português como foi-lhe permitido no quarto das crianças, como poderia ninguém 

saber sobre isso? Ele deve ter sido um convidado na festa em casa e certamente alguém se

lembraria dele. Gran talvez não, porque ela tinha chegado tarde, mas Oliver e Jarret o teriam

visto. Não teriam achado estranho que dois senhores portugueses tinham andado na área da

família?

Além disso, ela poderia jurar que o amante de Mama não tinha um sotaque estrangeiro.

Então, novamente, havia essa frase soprando. - Uma coisa que me intriga sobre esse dia no

 berçário. - ela se aventurou. Enquanto ela estava presa com ele, ela deveria descobrir tudo o

que podia. - Por que você chamava Mama a mesma coisa em português que Papa sempre a

chamou em italiano?

Ele endureceu. - Foi uma brincadeira entre nós. Eu costumava dizer que ele era meu

irmão gêmeo malvado, que a amava por seu dinheiro e eu a amava por ela mesma.

- Não poderia ter sido uma grande piada, ela não parecia gostar quando você a chamava

assim.

Uma ruga marcou a testa. - Sua mãe odiava ser lembrada de que seu marido não a amava

e respeitava como deveria. Eu não deveria ter dito isso. Eu nunca quis machucá-la.

Celia lembrou do que Jackson tinha dito: Ela estava se sentindo culpada sobre o que ela

estava fazendo, então ela atacou Oliver para cobrir sua própria culpa. Oliver pode não ter

sido a única pessoa que ela atacou.

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Mas isso trouxe à mente outras coisas: o que a sra Rawdon fizera aquele dia, o que ela

disse a Mama, a reação de Mama. Por que Mama teria inveja da sra Rawdon se o marido damulher não tinha sido seu amante?

A menos que ...

Celia abafou um gemido. E se Oliver e Jarret não tinha reconhecido o amante português,

 porque tinha sido um disfarce? A barba cerrada, o sotaque... o cabelo tingido para mudar sua

idade.

Um arrepio rastejou sobre ela. E se o visconde fosse o Capitão Rawdon?

Mas então, por que persistir no disfarce agora que ela havia se lembrado dele no berçário? Por que continuar esse estranho disfarce?

 Porque ele realmente não quer casar com você. E ele não sabe que nós suspeitamos dos

 Rawdons. 

As ramificações bateram nela. Ele não poderia saber. Eles nunca tinham falado de todos

os detalhes ao seu redor. Ele pode não saber sobre a sra Rawdon seduzindo Oliver, querendo

contra-atacar Mama. Certamente a mulher não teria dito ao seu marido. E se o capitão acredita

que a família não sabia nada para ligar aos Rawdons intimamente com mamãe e papai, então

ele poderia pensar ser capaz de manter o disfarce indefinidamente.

Mas, então, o que aconteceu com a sua esposa? Onde ela estava? Ela poderia estar morta

agora?

Em seguida, bateu nela. A irmã inválida, é claro, a quem ele nunca apresentou a eles.

Talvez sua esposa realmente fosse inválida. Ou talvez ele só temesse que ela não fosse tão boa

em disfarce como ele.

É por isso que ele passava as noites na cidade, também. Sua esposa poderia ter

concordado em deixá-lo "cortejar" Celia para descobrir o que ela sabia, mas a mulher nunca

teria lhe deixado muito longe de sua vista. Não se ela sabia que ele tinha se desviado antes.

Então, se ele realmente tinha a intenção de se casar com Celia como visconde, mesmo

que ele tenha uma esposa, fazia sentido que ele mantinha o baile de máscaras. E

 provavelmente não seria uma boa ideia para Celia que ele soubesse que ela tinha percebido

quem ele realmente era. Contanto que ele achasse que havia uma chance dele se casar com

ela, ele não tinha motivo para matá-la.

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Isso a deixou sem escolha, ela teve que deixá-lo manter a fachada até que ela pudesse

 pegá-lo com a sua guarda baixa e conseguir a pistola. Ou até que Jackson a encontrasse.Porque ela tinha que ter fé que Jackson iria encontrá-la, de alguma forma.

Ela só esperava que ele a encontrasse a tempo.

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Capítulo Vinte e Sete

Jackson havia deixado sua tia encarregada de organizar os oficiais Bow Street para

serem enviados para Bedford Square, a suposta casa da cidade do visconde onde ele se

estabelecia.

Elsie também tinha mencionado que os Rawdons tinha uma moradia familiar, em

Paddington, mas que tinha estado fechado por anos. Jackson teria preferido enviar homens lá

também, mas Paddington estava fora da jurisdição de Bow Street. Além disso, Rawdon

certamente não iria lá, se ele estava tentando manter sua identidade secreta.

Com alguma sorte, os agentes de Bow Street iriam encontrar Rawdon em casa, em

Bedford Square, com sua esposa. Se não, Jackson esperava alcançá-lo na mansão, talvez

mesmo antes de Celia vê-lo. Era cedo ainda para a festa em casa, os convidados tinham

subido tarde.

O "visconde" às vezes chegava cedo, mas se ninguém foi para cima, ele seria forçado a

esfriar atrás dele. E o homem tinha aparentemente estado lá durante todo o dia de ontem, sem

uma vez se aproximar dela. Contanto que ele não soubesse que alguém tinha adivinhado a sua

verdadeira identidade, ela poderia permanecer segura.

Ou então Jackson manteria dizendo a si mesmo. Porque a alternativa de que o bastardo

colocasse as mãos sobre ela de alguma forma, era muito assustadora para contemplar.

O primeiro sinal que Jackson teve que algo estava errado veio quando sua carruagem

correu até a unidade em Halstead Hall. Muitas pessoas correram ao encontro do cocheiro e

muitos deles eram da família, Sr. Masters e as esposas dos irmãos Sharpe, juntamente com a

Sra Plumtree e General Waverly, seu pretendente. Uma vez que nenhum deles era Celia, seu

 pulso começou a trovejar em seus ouvidos.

Assim que o carro diminuiu a velocidade, ele pulou para fora. Ele gritou uma ordem para

os lacaios para mudar para os seus cavalos para a saída, em seguida, virou-se para a Sra

Masters. - Onde está Celia? - Perguntou ele. - Por que todos vocês vêm me cumprimentar?

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Vestindo uma expressão preocupada que o atingiu no coração, ela disse: - Um dos

lacaios acha que ele a viu sendo forçada a entrar na carruagem do Visconde de Basto, há umahora.

Seu coração despencou em seu estômago. Ele não podia acreditar. - Estou muito

atrasado. - Ele olhou para eles em transe enquanto o seu mundo caia diante dele. - Oh meu

Deus, eu estou muito atrasado.

- Não se preocupe, Pinter. - disse o general Waverly. - Assim que o lacaio disse-nos,

enviamos os convidados a casa dos Plumtrees, então os irmãos Sharpe e sr. Masters poderiam

montar e sair atrás de Basto e Celia. Sr. Masters foi a rota mais próxima para Gretna Green eos irmãos se dirigiram para seu percurso em Londres, no caso dele ir para lá.

- Ele não foi para lá. - disse Jackson com a voz rouca. - O homem não é estúpido. Ele

saberia que iriam primeiro para a sua casa na cidade. Ou o que acreditamos ser a sua casa na

cidade, de qualquer maneira.

Isso fez com que a Sra Plumtree piscasse. - O que você quer dizer?

Jackson olhou para ela. Isto era sua culpa, por forçar Celia em procurar pretendentes. -

Eu tenho razão para pensar quem é, na verdade Basto é o Capitão Rawdon. - disse ele,

recusando-se a medir as palavras com ela. - E uma vez que um dos Rawdons pode muito bem

ter matado sua filha e genro...

A cor sumiu de seu rosto e ela cambaleou para trás com um pequeno gemido. Waverly

 pegou, apoiando-a com um braço em volta da cintura. - Você tem certeza que é Basto

Rawdon? - Perguntou.

- Certeza suficiente. - Jackson mordeu. Deus, como ele desejava que ele não fosse. - Há

uma hora atrás entrevistei a ex-criada de sua esposa, cuja história me convenceu de que ele

está cortejando Celia todo esse tempo para determinar se ela se lembra de vê-lo com a mãe.

Portanto, este rapto não se trata de um casamento; trata-se de eliminar a última testemunha

viva, atos que ele ou sua esposa sem dúvida cometeram.

Sra Plumtree engasgou, mas ele não tinha tempo, e muito menos inclinação, para

confortá-la. Lançando-lhe um olhar fulminante, ele disse: - Eu tenho que ir.

Ela gritou: - Espere, onde você está indo?

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Os lacaios ainda não tinham mudado os cavalos, por isso ele poupou um momento para

ela. - Elsie mencionou que a família da Sra Rawdon tem uma casa de vila em Paddington. Na pequena chance de que ele poderia ir para lá, eu estou indo para lá.

- Deixe-me ir com você.  –  Srª Plumtree afastou Waverly. - Por favor, sr. Pinter, se eu

ficar aqui com nenhuma notícia, vou enlouquecer.

- Que bom! - Palavras amargas subiram em sua garganta, ameaçando sufocá-lo se elas

ficassem por dizer. - Você merece. Ela provavelmente não sobreviverá 10 minutos em sua

 presença. Por que ele deveria deixá-la viver depois que ele matou seus pais e Benny? Depois

que ele atirou em nós na estrada? - O pensamento de Celia morta dirigia um punhal em seucoração, o que provocou palavras mais irritadas. - E tudo isso é obra sua. Você forçou-a em

 busca de pretendentes que ela não queria e, assim, jogou-a em suas garras. Ela teria estado

segura, vivendo sua vida, se não fosse por você.

- Pinter, é um pouco forte, você não acha? - Disse Waverly rispidamente.

- Não é forte o suficiente. - Jackson caminhou até Hetty, incapaz de conter sua fúria um

momento mais. - Você sabe por que ela está incentivando o visconde, o conde e o duque?

Porque ela tinha a certeza de que ela não poderia se casar.

Ele pensou em como insegura ela tinha estado, quão mal ela queria mostrar a sua família

que ela era uma mulher que poderia ser motivo de orgulho. Isso o fez querer atacar a dama

obstinada diante dele.

- Ela esperava angariar tais ofertas impressionantes de casamento, que você iria

finalmente aceitar que ela era casadoura e iria deixá-la fora de seu ultimato. Esse era o seu

 plano. Até que ela se apaixonou por mim. Aparentemente, ela fez uma escolha ruim, também,

desde que eu tenha falhado com ela. E agora a única mulher que eu já amei-

Ele parou com um gemido sufocado. - Eu tenho que ir. Eu tenho que tentar recuperá-la,

mesmo se houver pouca esperança disso.

Se ele não tivesse sido tão tolo ontem, se ele tivesse feito a sua "proposta adequada", em

seguida, eles poderiam ter enviado o visconde maldito longe e ele não estaria em agonia

agora. Mas ele teve de se agarrar ao seu orgulho estúpido, em seu lugar. Ele nunca iria se

 perdoar por isso, nunca se perdoaria por colocá-la em perigo.

Como ele viveria se ela morresse?

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Quando ele se virou para o transporte, Lady Gabriel gritou: - Ela carrega uma pistola, há

alguma esperança.Ele balançou a cabeça enquanto saltou para o coche, mas suas palavras ofereceram pouca

tranquilidade. Rawdon sabia que ela carregava uma pistola, então ele provavelmente a tirou

dela, no momento em que tinha chegado a esse transporte.

Ainda assim, talvez ela a tenha e iria começar a usá-la. Jackson não tinha escolha a não

ser rezar para que ela o fizesse. Se ele não tinha esperança por algo do tipo, ele iria ficar louco

desvairado. Porque a vida sem Celia não valeria a pena viver.

A ironia o atingiu quando a carruagem se afastou. Que tolice que ele tinha estado a se preocupar com a sua capacidade de fornecê-la com vestidos e criados adequados e toda a

 podridão. Como ele poderia ter contemplado por um momento, jogando-a para longe por tais

razões triviais?

Agora, só uma coisa importava: que Celia permanecesse viva. Porque se ele não tivesse a

chance de abraçá-la em seus braços novamente, ele não daria a mínima sobre o resto.

CELIA tinha que pegar a pistola longe do Capitão Rawdon, de alguma forma. Era a sua

única chance de sobrevivência. Se ela pudesse fazê-lo parar o carro, de preferência onde havia

 pessoas ao redor, ela poderia controlá-lo, mas, embora ela lhe pedisse um par de vezes para

 parar, com o pretexto da necessidade de aliviar-se, até o momento ele se recusou.

Maldição, canalha. Qual a distância que ele pretendia para viajar? Parecia que eles

estavam evitando a cidade, pois tinha tomado um caminho diferente do que aquele que

conduz à cidade, que os Sharpes sempre usavam. Ele estava carregando-a direto para Gretna

Green?

Esse era o único lugar que poderia ir para se casar, ela era maior de idade, mas se casar

na Inglaterra, mesmo com uma licença especial, seria necessário o consentimento dela e ele

tinha que saber que ela não iria dar-lhe. Seria muito mais fácil encontrar alguém que iria casá-

los, sem que fosse à Escócia.

- Quase lá agora, meu amor. - ele murmurou. Ele parecia distraído, absorvido em algum

mundo privado, que ela não estava a par.

- Onde?

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Ele não respondeu. Oh, Senhor, ele quis dizer para matá-la em algum lugar fora da

cidade e enterrá-la? No segundo que ela estivesse fora desta carruagem, ela iria lutar. Se ele pretendia matá-

la, ele teria que atirar em um alvo em movimento. É claro que o seu lacaio provavelmente

estava armado e ele tinha outros homens...

O desespero tomou conta dela. Como ela iria sair dessa?

Pararam abruptamente. Seu lacaio saiu, olhou ao redor, em seguida, fez sinal ao visconde

 para sair. Dois dos criados agarraram-na entre eles e a levaram chutando e gritando na entrada

de trás do que parecia ser uma casa perfeitamente respeitável, nos arredores de Londres. Não havia outras casas diretamente nas proximidades. Maldição, onde ele a trouxe? E

 por quê? Onde quer que fosse, ninguém tinha estado aqui em algum tempo. O interior da casa

 parecia deserto. Todo o mobiliário estava envolta em lençóis e parecia que não havia nenhum

criado ao redor.

Seus homens entraram em seu interior o que parecia ser uma grande sala de estudo, com

apenas uma porta. Depois de dar algumas ordens para seus captores, em português, Rawdon

fechou a porta e deu um passo em frente, para bloqueá-la.

Ela voou para a janela, mas estava trancada, e tudo o que ela podia ver do lado de fora

era um jardim. Gritar não lhe faria nenhum bem. Ninguém estava perto o suficiente para ouvi-

la.

Girando sobre ele, ela gritou: - O que estamos fazendo aqui? Onde nós estamos,

maldição?

Ele atirou-lhe um olhar irritado enquanto andava em frente à porta.  –  Deixe-me em paz.

Eu tenho que pensar.

- Sobre o quê? - Ela colocou as mãos nos quadris. - Você quer me manter aqui? E por

quanto tempo?

- Quieta! - Ele gritou. - Deixe-me pensar!

Ela se encolheu. Melhor ter cuidado ao provocá-lo. E o que ele tem que pensar?

Como ele continuou a andar, obviamente agitado e resmungando para si mesmo, ficou

claro para ela. Ele não deve ter planejado este rapto. Quando ele sugeriu se casar com ela, ele

 parecia tão surpreso com a ideia como ela.

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Se ele tivesse planejado isso, certamente eles já estariam na estrada para Gretna Green.

Ele teria trazido suprimentos e preveria paradas ao longo da estrada.Caro Senhor. Ele tinha vindo para cortejá-la ou para descobrir o quanto ela sabia sobre a

morte de seus pais, mais provável, mas quando ela o reconheceu, ele teve uma decisão de

momento para raptá-la. O que significava que ele não tinha ideia de como proceder.

Isso poderia funcionar em seu favor. Ela poderia guiá-lo em uma direção que melhor lhe

convinha. Ou pelo menos é melhor desacelerá-lo até que ela pudesse encontrar uma maneira

de escapar ou pegar sua pistola, o que viesse primeiro.

Deliberadamente, ela suavizou seu tom. - Meu querido senhor Basto, percebo que vocêtem muito em sua mente no momento, mas eu tenho certas necessidades. Se há uma sala

reservada...

Seu olhar voltou para ela, preocupado, distraído. - Eu sinto muito, mas como você disse,

eu tenho muito em minha mente. Não vai demorar muito agora. Se você pode apenas esperar

um pouco mais, vou estar em uma posição para dar-lhe todo o conforto, meu amor.

Ela rangeu os dentes. Ela esperava que alguns momentos longe dele permitissem a ela

uma chance de escapar. Ainda assim, foi uma coisa boa ela realmente não precisar de um

quarto reservado ainda, porque se ela tivesse acesso a um, ela poderia ser tentada a jogar um

 penico nele apenas por chamá-la de "meu amor".

- Alguma coisa para beber seria bom, também. - disse ela. - Estou com sede.

- Tudo a seu tempo, minha cara, tudo a seu tempo. - Ele acenou vagamente na direção do

que parecia ser uma cadeira atrás da mesa, coberta por lençol. - Por que você não toma um

 banco até que partamos?

- Quando será isso?

Ele começou a andar novamente. - Em breve, espero. Tenho de arranjar... determinados

assuntos a respeito de nossa jornada.

- Para o norte? - Ela cutucou.

- Não exatamente. Acho que é melhor se nós- -Ele parou, como se percebendo que ele

tinha dito mais do que deveria.

Oh, querida, não para o norte? Ela deve mantê-lo falando, mantê-lo a pensar sobre as

dificuldades de seu plano improvisado. Talvez se ela pudesse levá-lo a perceber que nada

disso iria funcionar, ele iria deixá-la ir.

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- Será que não existem provisões aqui? - Perguntou ela.

- Esta casa não tem sido usada há algum tempo. Ela pertence a um... amigo meu.Um amigo? Ou ele e sua esposa?

Ela, profundamente, esperava que fosse o último. Jackson ainda não sabia que o

visconde era o Capitão Rawdon, mas não havia mais possibilidade de sua constatação por

conta própria do que descobrir que era algum amigo do visconde.

Ela fez-lhe mais perguntas, mas ele ficou agitado e mandou-a ficar quieta. Agitado era

ruim. As pessoas começavam a atirar quando eles estavam agitados. Então, ela parou de falar

e voltou sua atenção para descobrir como ela poderia escapar.Havia passado muito tempo enquanto ela considerava e descartava várias possibilidades.

Conseguir a arma dele parecia improvável, ele segurava-a sempre pronta e um momento em

que ela pisou perto dele, ele brandiu para ela. Ela poderia fingir estar doente? Ele corria para o

lado dela e ela poderia pegar a arma?

Mas se ele chamasse um de seus homens em vez disso, ela iria perder essa vantagem. Ela

 poderia precisar dela em um momento. Até agora, ele não olhou como se quisesse matá-la.

Ela poderia ter conforto nisso.

Talvez, se ela jogasse algo para ele, ele iria disparar, então, ela poderia fugir enquanto

ele estava mexendo para recarregar. Ela descartou essa ideia no mesmo momento, enquanto

seus homens entravam e saíam, respondendo a várias ordens. Mesmo que ela passasse por ele,

ela teria que passar por eles e havia pelo menos três.

O que ela não daria neste momento para saber português. Especialmente quando ele

 parecia ficar ainda mais chateado, depois que um deles deu-lhe algum relatório.

Assim que o rapaz saiu, ele se virou para ela. - O meu homem me diz que há agentes da

lei na minha porta, em Bedford Square.

Jackson! Se eles pudessem desvendar a verdade...

- O que você quis dizer quando disse que alguém atirou em você ontem? - O "visconde",

 perguntou.

Ela piscou. - Exatamente o que eu disse. Fui com um amigo... para falar com a nossa

velha babá, que vive em High Wycombe, sobre o que aconteceu no dia em que meus pais

foram assassinados, e em nosso caminho para casa, alguém atirou em nós. Fomos forçados a

nos esconder até que fosse seguro.

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- Maldita seja, que inferno. - ele murmurou baixinho.

 Ela?  Sua esposa? E ele tinha acabado de soltar seu sotaque, também. Ela deveriamencionar? Ou fingir que ela não tinha notado?

- Ela quem? - Perguntou ela.

Ele passou os dedos pelo cabelo. - Minha... er... irmã. Ela não aprova meu namoro com

você.

Celia praticamente mordeu a língua tentando manter silêncio sobre esse ponto. - Então

você acredita que ela atirou em mim?

- Eu não sei. Mas é algo que ela faria.- No entanto, você ainda espera que eu me case com você, mesmo que eu corra o risco de

 perder a minha vida?

Embora sua cor virou cinza, ele veio em sua direção com preocupação em sua expressão.

- Isso não vai acontecer. Eu não vou permitir isso. Você e eu vamos a bordo de um navio para

Portugal e vamos deixá-la e este maldito país, para trás.

Oh, querida, ele pretendia levá-la a bordo de um navio? Não admira que ele pensou que

 poderia se casar com ela sem impunidade.

- Minha irmã pode cuidar de si mesma, por tudo que me importa. - ele continuou. Seus

olhos se suavizaram com ela. - Contanto que eu tenha você-

- Seu bastardo! - Disse uma voz atrás dele. - Eu deveria ter percebido que você estava

 planejando me abandonar. Quando você já se preocupou com a sua esposa?

Quando ele se virou em direção à porta, uma mulher mais velha, vestindo um manto

caro, entrou.

Uh oh. Sra Rawdon tinha finalmente feito sua aparição.

Loura e de olhos azuis, ela deve ter sido muito bonita, mas a amargura e viagem tropical

 pareciam ter corroído sua aparência. Talvez o temperamento azedo que se evidenciou em sua

carranca feroz tinha algo a ver com isso, também.

- Dane-se! - Gritou Rawdon. - Como você sabia que estávamos aqui?

- Não insulte minha inteligência. - disse ela com desdém. - Você acha que eu ia deixar

você ir cortejá-la todos os dias em Halstead Hall, sem ter um criado de vocês no meu salário?

O minuto que você desembarcou aqui, ele veio correndo para me dizer. Eu saí de uma porta

lateral enquanto os oficiais exigiam me ver.

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- E aqui eu encontro você planejando  fugir, com essa... essa... pivete. - Ela zombou de

Celia. - Não que eu esteja surpresa... depois de todos esses anos, eu estou bem acostumadacom os seus truques.

- Os meus truques? - ele sussurrou. - Eu somente te trai com uma mulher, mas você

nunca me deixa esquecer isso.

- E por que eu deveria? - Ela resmungou. - Muito antes disso, eu comprei-lhe o corpo e

alma. Por toda a sua conversa sobre suas relações elevadas em Portugal, que não dá a mínima

 para você, tudo que você possui vem do meu dinheiro da família. No entanto, você estava

 pronto para jogar tudo fora, porque a esposa de algum marquês estúpido era infeliz em seucasamento.

Celia mantinha um olho sobre a pistola de Rawdon, mas ele tinha a arma firmemente sob

seu controle. Além do mais, sua esposa estava enfrentando Celia, por isso a mulher notaria

qualquer movimento que ela fizesse em sua direção e o alertaria.

- Eu não iria deixá-lo fazer isso, então, - Srª. Rawdon continuou - e eu não vou deixar

você fazer isso agora. Certamente não por alguma pivete tímida, com metade da minha idade.

Tímida? Ele não deve ter dito a sua mulher muito sobre ela, tinha?

Mas que poderia trabalhar a seu favor. - Por favor, senhora Rawdon. - ela disse em sua

melhor voz de menininha, mesmo quando ela se aproximou da porta. - Eu não quero fugir

com o seu marido, se você só me deixar ir-

- Você acha que eu sou idiota, mocinha?  –  Srª. Rawdon bufou. - Meu criado me contou

tudo sobre a bajulação do meu marido em cima de você e suas respostas prontas. Claro,

 Augustus disse que era tudo para convencê-la a confiar nele, para que pudesse descobrir o

quanto você sabia sobre as mortes de seus pais, mas não demorou muito tempo para descobrir

que ele estava mentindo. Eu podia ver todos os sinais da paixão. Eu vi os mesmos quando ele

começou a cair por sua condenada mãe.

Sra Rawdon puxou um par de pistolas de duelo para fora, debaixo de seu manto. - Bem,

menina, meu criado e eu podemos ter perdido você no caminho para High Wycombe, mas

desta vez o meu objetivo será alcançado.

O coração de Celia parou na garganta, quando o Capitão Rawdon se colocou entre eles e

apontou sua própria pistola para a esposa. - Você não está fazendo isso de novo, Lilith. Eu

não estava lá para pará-la a última vez, mas desta vez, eu vou morrer antes de deixar você

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atirar em outra mulher inocente. Passei metade da minha vida acobertando você e eu não

estou fazendo isso. Eu vou matar você, em primeiro lugar.Ela riu. - Você não tem as pedras.

Celia temia que sua esposa pudesse estar certo, a pistola do capitão vacilou.

Oh Deus, isso era o que tinha acontecido com mamãe e papai. Sra Rawdon deve ter

apontado para a mamãe, papai interveio para protegê-la, ela atirou nele, e então, ela tinha

atirado em Mama.

- Eu juro que eu vou fazer isso. - ele rosnou, enquanto ele estabilizava a pistola em cima

dela.Sra Rawdon disparou e Capitão Rawdon caiu, batendo a cabeça contra o canto da mesa

enquanto ele descia. Sabendo que ela seria a próxima, Celia se jogou sobre ele, fingindo

chorar e livrou a pistola das mãos flácidas.

Mas quando ela subiu apontando, Jackson entrou na sala atrás da Sra Rawdon. - Abaixa a

arma, senhora. Agora.

Os olhos da Sra Rawdon estreitaram e ela começou a se voltar para Jackson. Celia

disparou, acertando a arma em sua mão direita fazendo-a voar. Mas, aparentemente, essa era

 passado para a Sra Rawdon, que já estava equilibrando a outra para atirar em Jackson, quando

ele disparou contra ela.

Sra Rawdon estremeceu. Sua pistola disparou, mas a bala penetrou na moldura da porta,

à direita de Jackson. Em seguida, ela caiu no chão, ainda segurando a arma.

Jackson tinha atirado direto através do coração.

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Capítulo Vinte e Oito

Jackson  ajoelhou-se e certificou-se de que a Sra Rawdon estava tão morta como ela

 parecia, em seguida, levantou-se para olhar para Celia.

Seu olhar estava fixo na Srª Rawdon. Quando a pistola caiu de seus dedos dormentes, ela

tomou alguns passos até onde ele estava e olhou para a Sra Rawdon e o buraco em seu peito.

Ele arrastou Celia em seus braços e forçou a cabeça em seu ombro. - Não olhe, meu

amor. Tente não olhar.

Ela estava tremendo agora, reagindo tardiamente. - Tanto sangue. - ela sussurrou. - Eu

não posso acreditar nisso. - Ela ergueu o rosto para ele. - Todos esses anos de disparos e eu

nunca vi um tiro em uma pessoa.

- Antes ela do que você. - disse ele com a voz rouca. - Depois de tudo o que ela fez- -

Sua voz tornou-se feroz. - Ele estava certo de que ela era a única a morrer. Eu não teria

suportado se fosse você.

Lágrimas começaram em seus olhos quando ela o abraçou com força. - Eu sinto muito,

meu querido. Eu nunca teria chegado perto dele se eu tivesse adivinhado que o visconde era o

Capitão Rawdon.

- Eu sei. Eu só fiz a ligação depois de falar com Elsie.

- É ele-

Jackson olhou dela para o capitão, que estava tão quieto que Jackson suspeitava que ele

também estivesse morto. - Eu não acho que ele fez isso. - Seus olhos se estreitaram na pistola

deitada perto do homem, aquela que Celia tinha usado. - Essa não é a sua pistola.

- Eu não tenho a minha. - Ela lançou-lhe um olhar marejado. - Eu pensei que você estava

chegando a casa esta manhã e eu corri para fora, para encontrá-lo sem pensar. Oh, o que

adianta para mim transportar uma pistola, se eu não a tenho quando precisar? - Ela lançou um

olhar fugaz para o capitão e a propagação lenta de sangue sobre o seu lado esquerdo. - Eu não

tenho certeza de que quero atirar novamente, de qualquer maneira.

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Ele colocou a cabeça entre as mãos, para que ela não pudesse ver o sangue. - Rezo para

que nunca seja uma necessidade. Mas se você achar na hora que você quer voltar para atirar,eu não me importo. Contanto que você me deixe ser o único a mantê-la segura.

À medida que o medo que o assolou nas últimas horas o pegou, ele beijou-a com força,

querendo assegurar-se de que tudo estava bem, que eles estavam bem. Quando ele se afastou,

ela olhou mais calma.

Em seguida, um alarme súbito bateu nela. - Homens do capitão. Onde-

- Eu cuidei do companheiro perto da porta, mas eu não vi quaisquer outros. Sem dúvida,

eles saíram correndo quando a Sra Rawdon apareceu arrumando suas pistolas. Eles provavelmente sabiam do que ela era capaz. Em qualquer caso, os meus homens devem

chegar a qualquer momento. Depois que eu cheguei e notei a carruagem de Basto na volta, eu

mandei meu cocheiro para Bedford Square para buscar os oficiais que minha tia enviou para

lá, depois que nós conversamos com Elsie, esta manhã.

Ela lançou-lhe um sorriso trêmulo. - Eu sabia que você iria adivinhar a verdade,

eventualmente. Eu só ficava dizendo a mim mesmo que se eu pudesse protelar o tempo

suficiente, você viria para mim.

Sua fé nele trouxe um nó na garganta. Ele beijou seu cabelo, sua testa fria, as bochechas

umedecidas. - Você fez muito bem sem mim, meu amor. Mas eu sinto muito que você teve

que vê-la morrer.

- Depois de tudo que ela fez, eu deveria odiá-la. Ela matou a mamãe e o papai. Ela é a

 pessoa que atirou em nós. E eu suspeito que ela matou Benny, também. - Ela lançou um

rápido olhar sobre o corpo. - Mas agora ela não parece perigosa. Ela apenas se parece com

uma pobre mulher, frustrada no amor.

Um gemido soou nas proximidades. Eles se viraram em choque ao ver o movimento do

capitão.

- Ele está vivo. - disse Celia. - Eu não acredito nisso!

Eles correram até ele e Jackson ajoelhou-se para examinar o ferimento. - A bala parece

ter evitado o seu coração. - ele disse a ela. - Ele bateu a cabeça com força suficiente na mesa

 para derrubá-lo sem sentido, mas se nós pudermos levá-lo a um médico, ele ainda pode

sobreviver.

Os olhos do capitão se abriram. - A minha esposa-

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- Ela está morta. - disse Celia suavemente. - Sinto muito.

Antes que Rawdon pudesse fazer mais do que gemer, um enxame de agentes entrou nasala.

- Busquem um médico imediatamente. - Jackson ordenou a um deles, que imediatamente

saiu para fazê-lo.

- Ela matou... os Sharpes, você sabe. - disse, enquanto Rawdon Jackson tirou a capa e

dobrou-a para colocar sob a cabeça e os ombros, em uma tentativa de torná-lo mais

confortável. - Antes de eu poder-

- Fique quieto, agora. - Jackson murmurou. - O médico estará aqui em breve.- Não. - disse Rawdon. - Eu tenho que falar enquanto eu puder, no caso de... - Ele deu a

Celia um longo olhar. - Perdoe-me, minha cara. Eu nunca deveria... arriscar a sua vida. - Ele

deu uma risada abafada. - Eu deveria ter sabido que ela descobriria. Ela sempre descobre.

- Como ela descobriu sobre o seu encontro amoroso nesse dia? - Perguntou Celia.

- Ela... ouviu eu e Pru no berçário. Lilith tinha me seguido lá. Eu só consegui descobrir

mais tarde, depois que ela deu o tiro - Ele engoliu em seco. - Eu fui o único a descobrir os

corpos de seus pais, no pavilhão de caça. Ela foi... se esconder em algum armário, eu não sei

 por quê.

- Para evitar Desmond, muito provavelmente. - Jackson murmurou para Celia.

- Quando ela me ouviu, ela saiu. - Rawdon continuou. - Ela sabia que eu iria...

reconhecer as pistolas como dela. Ensinei-a atirar quando ela poderia estar... viajando para o

exterior comigo. Eu nunca sonhei que ela faria...

Ele respirou estremecendo. - De qualquer forma, ela era... histérica. Levou algum tempo

 para conseguir a história dela. Ela disse... que tinha anteriormente ameaçado Pru para ficar

longe de mim.

Ameaçado ela? Oh, sim, Jackson lembrou quando a Sra Rawdon seduziu o jovem

Stoneville. Essa tinha sido a ameaça. Se ele se lembrava direito, Stoneville tinha saído da sala,

enquanto as mulheres ainda estavam lá juntas. Talvez a Sra Rawdon tivesse feito uma ameaça

ainda mais tangível, então.

O capitão continuou. - Mas Pru foi para o pavilhão de caça de qualquer maneira, não

sabendo que Lilith sabia do nosso... encontro. Lilith estava à espreita de Pru. Ela disse... que

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as pistolas eram só para assustá-la. Mas enquanto elas discutiam, seu pai entrou... e ficou

entre elas. A arma disparou, matando-o. Então, ela atirou em sua mãe... em pânico.Os olhos de Rawdon esfriaram. - Eu sabia que era uma mentira. Desde que o disparo em

Lewis... tinha sido um acidente, ela não iria... ser incriminada. Mas, com o marquês morto...

sua mãe estaria livre para ficar comigo. Lilith não aguentava ... o pensamento de que eu

 poderia deixá-la. Então, ela matou Pru.

O capitão lançou a Celia um olhar arrependido. - Eu queria denunciá-la... mas ela

ameaçou me acusar... do assassinato de Lewis. Quem iria contradizê-la? Sua palavra contra a

minha.Desmond poderia ter revelado a verdade, mas o capitão não teria sabido.

- Além disso, - acrescentou, em voz de auto-aversão - Lilith tinha todo o dinheiro. E eu

não poderia viver... sem o dinheiro.

- Então você cobriu por ela. - Celia . - Ela matou Benny, também, não foi?

- Benny? - Ele franziu a testa. - Esse criado que veio ver Elsie?

- Ele foi encontrado morto na estrada de Manchester. - Jackson colocou.

O capitão fechou os olhos com um gemido. - Eu disse a ela sobre ele. Ela disse... que

tinha certeza de que ele nunca falou. Eu percebi que ela tinha... oferecido-lhe dinheiro. Ela

sempre foi de oferecer, às pessoas, o dinheiro... para se manter em silêncio. - Seus olhos se

abriram de novo. –  Coitado, mal sabia de nada... não valia a pena se preocupar. Eu disse isso a

ela.

Seu olhar ficou distante. - Nós nunca deveríamos ter voltado para a Inglaterra, mas ela

disse... que bom era o dinheiro se ela não poderia ser parte da sociedade... não poderia ir para

o teatro de Londres, não podia...

Ele balançou a cabeça. - Eu não teria voltado se tivesse qualquer suspeita... Depois de 19

anos de nada nos jornais... Mesmo assim, insisti em ir para Manchester primeiro... ser

 prudente, enquanto eu ... tentava descobrir se alguém suspeitava de algo. Depois de Benny

vir... ela insistiu em vermos o que poderíamos descobrir em Londres.

- Como ela sabia sobre mim e Celia em visitar a Sra Duffett? - Perguntou Jackson.

Quando Rawdon olhou em branco, Celia explicou a Jackson. - Ela tinha um dos seus

criados espionando para ela. Eu achei que eu senti alguém observando a todos nós no baile. O

criado deve ter dito a ela naquela noite que você estava perseguindo pistas, então ele e ela

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sairam para segui-lo naquela manhã, mas quando viu que eu estava com você, ela aproveitou

a oportunidade para me matar. Foram eles nos perseguindo na floresta. Ela admitiu. Entendoque ela percebeu que o marido estava ficando apaixonado por mim.

A raiva cresceu dentro dele de novo.

- Ela sempre foi ciumenta. - disse o capitão. - Sempre... tão... malditamente... ciumenta...

Sua voz caiu para um sussurro, e Celia se inclinou perto para ouvir, enquanto Jackson gritava

 para seus homens: - Onde está aquele médico, maldição?

Jackson sentiu o pulso. Estava lá, mas o homem precisava de ajuda. Felizmente, o

médico chegou momentos depois e Jackson deixou Rawdon sob seus cuidados.Então, Stoneville e seus irmãos correram, juntamente com a tia Ada.

- Está tudo bem! - Exclamou ela, enquanto ela correu para pegar Jackson. - Graças ao

 bom Deus!

Enquanto isso, os irmãos de Celia estavam se revezando espremendo-a.

Quando os Sharpes certificaram-se de que Celia estava bem, Stoneville virou-se para

Jackson. - Olha aqui, Pinter, se você não se importa, vamos levar Celia de volta para Halstead

Hall, para que possamos acalmar Gran, enquanto você está ocupado aqui.

Celia agarrou o cotovelo de Jackson. - Eu não vou sem Jackson.

Ele cobriu a mão dela, segurando-a lá. - Nós vamos estar juntos em breve. Vocês três

sigam em frente e deixem a Sra Plumtree saber que estamos bem. Depois que eu organizar

algumas questões aqui, Celia, minha tia e eu estaremos bem atrás de você. Posso dizer-lhe

tudo, então.

Os irmãos trocaram olhares especulativos, mas não questionaram seu direito de cuidar

dela.

Graças a Deus. Porque agora que ele estava de volta, ele não estava deixando-a fora de

sua vista por um tempo muito longo.

Quando eles se aproximaram de Halstead Hall duas horas mais tarde, Celia ficou

engasgada. Ela pensou que nunca poderia vê-lo novamente.

Jackson pegou sua mão. - Você está bem?

- Estou tão feliz por estar aqui. - Ela olhou para ele. - Com você.

Sua tia fingiu estar olhando pela janela, mas Celia ainda podia vê-la sorrir para si mesma.

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Celia gostou de Ada Norris. Ela era a única pessoa que Celia já tinha visto, além dela

mesma, que poderia sair provocando Jackson.Certamente, seus homens nunca iriam tentar fazê-lo. Celia tinha observado com

admiração crescente como Jackson tinha habilmente tomado a seu cargo a cena, depois que

seus irmãos saíram. Os outros Runners seguiram suas ordens sem questionar. Eles cercaram

os criados portugueses de Rawdon e o capanga da Srª Rawdon. Eles reuniram evidências para

usar contra o capitão, assumindo que ele sobreviveria para ser julgado por sequestro de Celia

e sua parte em encobrir a morte de seus pais.

E quando eles tomaram o relatório de Jackson sobre os tiroteios, eles trataram o assuntocom cuidado, o que lhe permitiu mantê-la fora dele, tanto quanto possível, sem dúvida, por

causa de seu status. Mesmo depois que o magistrado chefe chegou, a palavra de Jackson que

ele iria levá-la para os escritórios de Bow Street, em poucos dias, para que ela pudesse

responder as perguntas, era tudo o que era necessário para tê-los finalmente autorizados a

deixar o local com Celia e sua tia.

Agora, sua carruagem parou em frente de Halstead Hall. Cada membro da sua família foi

 para fora para cumprimentá-los, e assim que Celia desceu, o caos se seguiu. Eles estavam

todos rindo e chorando e falando e abraçando ao mesmo tempo. Jackson ficou para trás com

sua tia, como se ele entendesse que sua família precisava de suas próprias garantias de que ela

estava bem.

Então, Gran silenciou todos eles. - Eu tenho algo para lhe dizer, Celia. - disse ela, com a

voz rouca de emoção. - De agora em diante, sua vida é sua. Se você quer se casar, tudo bem.

Se você não quer se casar, que é bom, também. De qualquer maneira, você e seus irmãos e

irmã, herdarão. - Ela lançou um olhar de desculpas na direção de Jackson. - Senhor Pinter

tornou bem claro esta manhã que o desastre de hoje nunca teria acontecido, se não fosse por

meu ultimato arrogante.

Jackson fez uma careta. - Sobre isso, Sra Plumtree-

- Você estava certo, Sr. Pinter. - Ela olhou em volta para sua família enquanto General

Waverly veio para ficar ao lado dela. - E você não foi o único que apontou como eu estava

equivocada. Isaac e Minerva tentaram me mostrar o meu erro, também, como fizeram todos

vocês de uma vez. Mas, até esta manhã, eu era muito teimosa para ouvir.

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Com um sorriso amarelo, ela pegou o braço do general. - Eu disse a mim mesmo que eu

não conhecia outra maneira de empurrar vocês crianças, após esta parte mais difícil de suasvidas. Mas agora vejo que não era o meu lugar para pressioná-la.

- Talvez não, mas estamos felizes que você fez. - Oliver colocou. - Se você não tivesse,

não teríamos descoberto a verdade sobre a morte do pai e da mãe. - Ele passou o braço em

torno do ombro de Maria. - Nós não teriamos encontrado nossos maravilhosos cônjuges.

- Mesmo assim, - disse ela - ainda que seja tarde demais para rescindir meu ultimato para

o resto de vocês, eu posso fazer as pazes por fazê-lo para Celia. - Ela deu um passo a frente

 para beijar o rosto de Celia e olhar com carinho em seu rosto. - E mais uma coisa, minhaquerida. Eu nunca, por um momento, pensei que você era incapaz de encontrar um marido.

Porque qualquer homem seria um tolo se não quisesse casar com você.

As palavras curaram a última mágoa que Celia tinha sentido desde que Gran tinha

colocado sua demanda. - Obrigada, Gran. - ela sussurrou enquanto a abraçava.

Em seguida, Jackson moveu-se para frente, para estar diante de Celia. - Sua avó está

certa. - Ele caiu de joelhos e pegou sua mão. - Meu querido amor maravilhoso, - disse ele

enquanto olhava para o rosto dela - eu percebo que não estou permitindo-lhe tempo para

desfrutar de sua liberdade recém-adquirida, mas não posso evitá-lo. Eu sou um homem

egoísta e eu não posso correr o risco de perdê-la novamente.

Ela sorriu para ele, com o coração na garganta.

Ele beijou-lhe a mão. - Eu não me importo com o seu tiro e eu não me importo com a sua

fortuna e eu não me importo se nós viveremos em um casebre para o resto de nossas vidas.

Desde que estejamos juntos, eu vou estar contente. Porque eu te amo, e eu não posso viver

sem você. E eu ficaria honrado além das palavras, se você consentir em ser minha esposa.

Depois de tudo que ela passou nos últimos dias, ela explodiu em lágrimas. Quando o

alarme mostrou em seu rosto, ela apertou as mãos e lutou para recuperar o controle suficiente

 para responder: - Sim, Jackson, sim. Com todo o meu coração, sim!

Amor brilhando em seu rosto, ele levantou-se e beijou-a no meio de uma mistura de

gritos selvagens e gargalhadas.

Quando ele se afastou, Gabe gritou: - Isso é um beijo muito melhor do que aquele que

lhe deu quando você ganhou o jogo de tiro!

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- E uma proposta de casamento muito melhor do que aquela que lhe deu ontem de

manhã! - Minerva entrou na conversa.- Deixe-o! - Celia repreendeu quando Jackson ficou vermelho sobre as orelhas. - Ele

salvou minha vida duas vezes, descobriu quem matou mamãe e papai, e ensinou Gran alguma

humildade. Nós não podemos todos ser bom em tudo, você sabe.

Em meio a risos, ele a beijou novamente, mas sua família não deixou que continuassem

 por muito tempo. Esava frio lá fora, depois de tudo. Gran os arrebanhou para dentro do grande

salão, onde os criados trouxeram refrescos. Lá, todos tiveram que se revezar parabenizando-os

e clamando por todos os detalhes habituais de como tinha começado isso e quando se tornou overdadeiro amor.

Uma vez que a curiosidade foi satisfeita e que conheceram a tia de Jackson, ele e Celia

se revezaram dizendo-lhes o que realmente aconteceu com mamãe e papai.

Quando terminaram, Oliver disse no silêncio: - Então, papai tentou salvar a mamãe?

Celia assentiu. - Ele andou entre a Sra Rawdon e Mama. Ele deu a sua vida por ela.

- Então, talvez eles se amassem um pouco, mesmo no final. - Minerva arriscou.

- Eu gosto de pensar que era mais do que apenas um pouco. - disse Celia. - Naquela

manhã, quando eu os ouvi na creche, ela parecia muito desconfortável com o capitão. Então,

eu prefiro pensar que ela insistiu em ir para o pavilhão de caça, porque ela queria quebrar as

coisas com o capitão em pessoa. E prefiro pensar que papai foi até lá para tentar reconquistá-

la.

Ela olhou para a família que ela amava muito. - Nunca poderemos saber a verdade do

que estava em seus corações. Então, o que lhes dói em confiar em um sonho que poderia ser

tão verdadeiro quanto o pesadelo que acreditamos todos esses anos?

Houve um longo silêncio. Então Jarret disse: - Ouvi, ouvi, irmã. Eu vou beber a isso. -

Deslizando o braço em volta da cintura de Annabel, ele levantou uma taça. - Para mamãe e

 papai, o amor que poderia ter sido.

Todos se juntaram no brinde.

Muito mais tarde, quando a família tinha se estabelecido em grupos menores, a tia de

Jackson estava tendo uma conversa longa, envolvida com Gran, ele colocou Celia ao lado.

- Há uma coisa que me intriga. - disse ele.  –  Logo, antes do médico chegar esta tarde,

Rawdon sussurrou algo para você. O que foi?

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Celia deslizou a mão na dobra do cotovelo. - Ele disse que quando a Sra Rawdon

disparava, ela perdia seu coração, porque o amava muito profundamente para ir adiante emata-lo.

- Você acredita nisso? - Ele perguntou, olhando cético.

- Não. Eu acredito que ela poderia tê-lo perdido de propósito, mas o que ela sentia era

obsessão e ciúme, não o amor.

Ela assentiu com a cabeça em direção a sua tia. - O amor é quando você suporta a dor

 por causa de uma amada irmã e do marido, se isso é preciso para alimentar a criança de sua

união ilícita.Então, ela olhou para Gran. - O amor é, por vezes fazendo as coisas erradas, porque você

está no final da sua sagacidade em saber como ajudar a sua família.

Ele puxou-a em seus braços. - O amor é correr riscos quando cada parte racional de você

grita: 'Não arriscar‟. Porque é somente quando seu coração foi rasgado que você tem a chance

de encontrar a única pessoa capaz de fazê-lo inteiro.

Com seu próprio coração batendo descontroladamente, ela sorriu para ele. - E você diz

que não é poético.

- Bem, - ele disse, com um brilho nos olhos - talvez alguns de nós  possa  ser bom em

tudo.

E quando ele a puxou para um canto escuro e beijou-a com grande doçura, ela

reconheceu que em algumas coisas, ele era realmente muito bom.

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Epílogo

Em um dia frio, mas brilhante de St. Valentim, Jackson e sua esposa e tia assistiam ao

casamento da Sra Plumtree e do general Waverly, na capela de Halstead Hall. Jackson estava

verdadeiramente feliz pelo casal. Ela admitiu logo após seu noivado com Celia que ela só

ameaçou deserdar sua neta para testar o seu amor. Desde que ela descaradamente reconheceu

sua culpa na questão, ele tinha perdoado. Na verdade, eles tinham consertado cercas de tal

forma que ela insistiu em chamá-la de Gran como os outros cônjuges faziam.

Agora, enquanto se dirigiam para o grande salão, sua esposa e tia começaram a discutir

sobre vestidos e flores e coisas além do seu conhecimento, mas ele não se importou. As duas

senhoras estavam sempre tão animadas. Ele nunca imaginou que ele gostaria de ter duas

gralhas em sua casa, mas ele fez, especialmente porque elas se preocupavam com ele.

 No final, todos os seus medos sobre o quão bem Celia iria se sentir em Cheapside havia

chegado a nada. Eles tiveram que acrescentar um par de criados e fazer reformas na casa, mas

foram coisas que ele poderia ter feito por conta própria.

O melhor de tudo, por ter vindo de uma família grande, Celia pareceu gostar de ter sua

tia ao redor. E a tia Ada teve o cuidado de dar-lhes, muitas vezes, um pouco de privacidade,

vai visitar vários amigos por dias a fio.

- Não está Gran uma bela noiva, Jackson? - Perguntou Celia.

- Hmm? Sim. Linda. - Ele cobriu a mão enluvada com a dele. - Apesar de não ser tão

 bonita como uma noiva que você foi.

Ela sorriu. –  Adulador.

- Nem um pouco. É a verdade absoluta.

- Você foi uma noiva linda. - Tia Ada concordou. - Esse véu com as rosas...

E elas estavam fora novamente, discutindo gazes e fitas e uma coisa chamada

furbelow(ornamento vistoso). Essa última soou suja, mas ele percebeu que provavelmente não

era, se elas estavam discutindo isso com tanto entusiasmo.

Os três entraram no grande salão, onde o café da manhã do casamento seria realizado.

Ele olhou para a animação de sua esposa e sentiu o aperto habitual no seu coração. Será que

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ele nunca pararia de sentir isso, esse prazer de saber que ela era sua? Que ela seria sua

sempre?Ele tinha dito que o sentimento iria silenciar ao longo do tempo, mas ele duvidava disso.

Dois meses depois de seu casamento, ainda havia dias em que ele olhava para ela e sentia

como se tivesse tropeçado em um sonho do qual despertaria a qualquer momento para

encontrar-se despojado de novo.

- Senhor Pinter! - Gritou uma voz e ele olhou para ver Freddy Dunse, primo americano

de Lady Stoneville, indo para ele. Ele e Freddy tinham desempenhado um pequeno papel em

trazer Stoneville e sua esposa juntos há um ano, quase no mesmo dia.Quando Freddy chegou até eles, Celia enrolou seu braço com o de Jackson e disse com

orgulho. - Você tem que chamá-lo de Sir Jackson agora, Freddy. Ele foi nomeado cavaleiro

 por resolver os assassinatos de mamãe e papai. E  por me salvar dos vilões responsáveis.

- Que é também por isso que o fez magistrado-chefe. - Tia Ada apontou, ainda

envaidecendo-se com orgulho sobre ambas as nomeações. –  Que já era tempo, eu digo.

Jackson suspirou. Suas duas gralhas haviam se vangloriando de seu sucesso a todos que

viram. - Ignore-as, Freddy. Você pode me chamar o que quiser. - Depois de ter passado a

maior parte de sua vida desprezando pessoas de posição, ele ainda não tinha certeza de como

se sentia sobre ser um deles.

- Ah, mas é por isso que eu quero falar com você, meu velho! - Disse Freddy. - Eu quero

ouvir em primeira mão o conto de como você resgatou Lady Celia... Lady Pinter... oh, como

você ingleses chamam as senhoras de cavaleiro.

- Lady Pinter. - Celia disse com firmeza.

Ela tinha uma escolha entre manter o seu título mais nobre ou tomar o nome de Jackson

sobre seu casamento. Ainda agradava-lhe que ela tinha escolhido o último.

- E as senhoras não podem ser nomeadas cavaleiro. - Celia acrescentou suavemente. - Só

os homens.

- Apesar de que, neste caso, a senhora merecia ser nomeada cavaleiro, já que ela teve um

 papel na captura do vilão. - disse Jackson.

- Ela  fez ? - Freddy olhou para Celia com nova admiração. - Diga-me tudo.  Eu quero

ouvir o que quer que eles deixaram de fora dos trabalhos. Existiam espadas? Eu sei que

alguém foi baleado. Havia lotes e lotes de sangue?

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- Freddy! - Celia exclamou, tia Ada ficou boquiaberta com Freddy, horrorizada. - Nós

não vamos falar sobre isso no casamento de Gran!- Eu não sei por que não. Ela se casou com um general. Ele sabe algo sobre as armas e o

sangue, eu diria.

- Então, vá falar com ele. - disse Celia. - Eu juro, você é tão ruim quanto seu primo.

Isso era verdade. Lady Stoneville tinha muito apreço por relatos vívidos de assassinato e

caos.

Mas Freddy tinha um outro gosto mais atraente. Jackson se inclinou para murmurar: - Há

torta, meu bom companheiro. Bem ali. Três tipos.- Bife e rim? - Freddy perguntou, olhos brilhando.

- Você vai ter que ir ver.

Isso era tudo o que precisava para ter Freddy pulando sobre a sua esposa Jane e

arrastando-a para a mesa, para ajudá-lo a descobrir que tipo de torta que era.

- Meu Deus! - exclamou a tia Ada. - Qual é o problema com esse jovem?

- Ele é um bom tipo. Ele é apenas um pouco... diferente. E por falar em diferentes... -

Jackson murmurou quando viu Ned a passos lentos, em direção a eles.

Celia seguiu o olhar de Jackson e ficou tensa.

Então, Ned os viu, e o sangue drenou de seu rosto. Ele muito acentuadamente virou e foi

em outra direção.

- O que foi aquilo? - Perguntou Celia.

- Quem sabe? - Disse Jackson, embora ele se permitisse um pequeno sorriso privado.

- Oh, olhe, - Tia Ada disse - os noivos entraram. Eu devo ir prestar minhas homenagens.

Você está vindo, Jackson?

- Vá em frente. - disse ele. - Nós vamos estar lá em um minuto.

Alguém estava se aproximando e Jackson não ficou nada feliz com isso. Ele não tinha

visto Devonmont desde a festa em casa e não se importaria de nunca mais ver o homem de

novo, mas desde que Devonmont era primo de cunhada... era improvável.

À medida que o homem se aproximava deles, Celia lançou a Jackson um olhar de

avaliação. - Você sabe que ele nunca significou nada para mim.

- Isso faz-me apenas um pouco menos inclinado a esmagar seu rosto.

- Jackson! - Disse ela, rindo. - Você nunca faria tal coisa.

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- Tente-me. - Ele olhou para ela. - Não deixe que esta fachada sóbria engane você,

querida. Quando se trata de você, eu posso ser tão ciumento como qualquer outro homem.- Bem, você não tem nenhuma razão. - Ela inclinou-se para beijar a bochecha dele e

sussurrar: - Você é o único homem que eu vou sempre amar.

Ele ainda estava deleitando-se com essa observação quando Devonmont os alcançou. -

Acho que isso não seria um bom momento para eu beijar a noiva? - Ele declarou.

Jackson olhou para ele.

- Isso é o que eu pensava. - disse Devonmont, rindo. - Mas, falando sério, Pinter, você é

um homem de muita sorte.- Eu sei isso. - disse Jackson.

- E eu digo com toda a sinceridade que sua esposa é uma mulher de muita sorte, também.

Jackson foi pego de surpresa. - Obrigado, senhor. - ele conseguiu dizer

Após Devonmont acenar e ir embora, Celia disse: - Certamente que suaviza você em

direção a ele um pouco.

- Talvez. - Jackson admitiu. - Apesar de ser uma coisa boa Lyons não estar aqui. Eu não

acho que eu poderia ser civilizado para tanto, em um dia.

Ela ainda estava rindo quando sua avó tocou um sino para ganhar sua atenção.

- Obrigado a todos por se juntar ao celebrar o meu casamento. - Gran enfiou a mão na

dobra do cotovelo de seu novo marido. - Eu posso ser uma velha tola às vezes, mas eu sou

uma velha tola e feliz.

Ela olhou em volta para os convidados, que consistia em apenas sua família e relações

estreitas como Devonmont. - Como vocês sabem, pouco mais de um ano atrás, eu tinha

vergonha de como meus netos estavam vivendo suas vidas e mortificada que eles eram

chamados de „demônios‟  por todos na sociedade. Por isso, tomei medidas que eu vim a ver

que eram um pouco duras.

- No entanto, os meus netos não só aceitaram o desafio que estabeleci para eles, mas

excedeu-o. O que é mais, eu vim a entender que o fato de serem demônios não é de todo ruim,

se não fosse por suas vontades fortes, eu duvido que eles tivessem encontrado tais cônjuges

maravilhosos ou sucesso tão admirável em seus vários empreendimentos. Então, hoje eu

gostaria de lhes dizer duas coisas: Um, estou tremendamente orgulhosa dos meus demônios.

Isso trouxe uma salva de palmas, que a fez corar.

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Quando ela continuou, sua voz estava embargada. - E dois, obrigada por me dar esses

lindos bisnetos... enfim. - Conforme o riso encheu a sala, um brilho entrou em seu olho. - Eu prometo amá-los cegamente e desfrutar deles-

- E não se intrometer em suas vidas? - Jarret chamou.

- Isso, eu não prometo. - disse ela maliciosamente, que trouxe uma nova rodada de riso. -

Embora eu deva tentar  conter a minha intromissão aos assuntos da minha alçada.

- Eu diria que seus irmãos encontram menos que tranquilizador. - Jackson disse a Celia.

Ela tinha um olhar engraçado no rosto, assim como sua tia. Ele não teve a chance de

 perguntar sobre isso antes, no entanto, os brindes estavam sendo propostos e o salão tornou-seum verdadeiro mar de parabéns e discursos.

Depois que foi feito e as pessoas começaram a se misturar, juntando-se aos alimentos

colocados nas grandes mesas, Sra Masters apressou até a sua irmã e disse: - Eu estou indo

 para cima, para ver os bebês. Você e Srª. Norris desejam vir?

- Vamos todos. - disse Celia, segurando firme o braço de Jackson.

- Tudo bem. - disse ele, um pouco perplexo com sua determinação para arrastá-lo junto.

Ele tinha visto os bebês apenas no mês passado. Ainda assim, a tia Ada ainda não tinha, e ele

supôs que ele poderia suportar vê-los novamente.

Quando eles entraram no berçário, a nova babá instantaneamente advertiu-os para ficar

quieto, já que ambas as crianças estavam dormindo.

A última vez que ele e Celia tinham entrado no berçário, ele momentaneamente se

 preocupou com a reação dela para estar nele, logo após eles descobrirem a verdade sobre a

morte de seus pais, mas sua paixão com os novos bebês parecia banir qualquer memória ruim.

Hoje, no entanto, ele se perguntou se aquelas memórias haviam retornado. Ela estava

estranhamente pensativa. Ela não disse nada quando eles olhavam para Lady Prudence

Sharpe, filha de Stoneville, rechonchuda, de cabelos dourados, que parecia um querubim de

uma pintura. Mesmo Jackson não poderia deixar de concordar com a sua tia que o bebê era

"adorável".

Celia permaneceu em silêncio enquanto iam olhar Mestre Hugh Sharpe, filho e herdeiro

de Jarret, uma criança de cabelos pretos, que chupava o polegar em seu sono.

- Este é um pouco demônio na confecção. - sua tia previu. Sra Masters concordou.

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Em seguida, a tia Ada olhou para a senhora Masters. - Talvez devêssemos voltar para o

café da manhã.- Absolutamente. - disse a Sra Masters, com um olhar velado em Celia.

- Nós vamos estar juntos em breve. - disse Celia, para sua surpresa.

Sua surpresa cresceu mais aguda quando os outros dois insistiram em levar a babá com

eles. - Enfim sós. - ele murmurou, pensando se Celia poderia querer um momento privado

com ele. Embora a creche fosse um lugar estranho para ele.

- Sim. Eu tenho algo a dizer-lhe, Jackson. - Levando a mão, colocou-o em sua barriga. -

Estou bastante certa de que você e eu vamos ter um filho em breve.Ele olhou para ela, tonto e sem palavras.

Em seu contínuo silêncio, um olhar ansioso atravessou seu rosto. - Eu sei que é, talvez,

um pouco mais cedo do que o esperado, mas-

- É maravilhoso. - ele engasgou. - Absolutamente maravilhoso. - Ele alisou a mão sobre

a barriga. - Eu não posso imaginar nada melhor do que ter um filho com você, meu amor. Mas

você tem certeza?

Ela relaxou. - Tão certo como qualquer um pode ter neste momento. Sua tia e eu

achamos que pode ter quase três meses, então...

Quando ela parou de falar com um corado, acrescentou-se os números em sua cabeça,

em seguida, soltou uma risada. - Isso provavelmente aconteceu naquela noite, na casa de

campo.

- Ou a noite em meu quarto de dormir.

- Então, é uma coisa boa que eu caí em mim e dei-lhe a „ proposta adequada‟ que você

exigiu. Ou eu estaria olhando para o cano de seu rifle praticamente agora.

- Eu duvido disso. Eu simplesmente teria me casado com o duque. - brincou ela.

Ele fez uma careta. - Sobre o meu cadáver.

Ela riu. - Você sabe muito bem que você teria feito uma proposta muito antes de eu saber

que estaria grávida.

- Ah, mas você teria dito sim? Achei que você me disse uma vez que a senhora nunca se

rende.

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- Ela não faz. - Olhos brilhando, ela enterrou os dedos em seus cabelos e puxou sua

cabeça para a dela. - Exceto onde o amor está no meio. Eu vim a perceber que em matéria deamor, uma senhora inteligente sempre se rende.

Fim

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Vire a página para dar uma olhadinha emsua capa dura Natal emocionante,

com Pierce Waverly Até Ter um Senhor selvagem! 

Disponível a partir Gallery Booksem novembro de 2012

As  bochechas de Camilla de Stuart estavam aquecidas enquanto ela ficava boquiabertacom Pierce Waverly, o Conde de Devonmont. Como ele ousa se recusar a permanecer aqui,visitando a sua própria mãe para o Natal, a menos que Camilla concordasse em passar suas

noites com ele! Que desprezível, mau-Em seguida, o cérebro dela pegou sua indignação moral. O conde tinha uma expressãomuito calculista, como se soubesse exatamente qual seria sua reação.

Oh, é claro! Ele estava fazendo isso para passar a perna, a criatura diabólica. Ele queriaque ela fosse tão insultada por sua proposição, assim ela o deixaria só e parasse de atormentá-lo sobre seu distanciamento de sua mãe.

Isso fez muito mais sentido do que acreditar que ele realmente quis dizer isso. Ela nãoera o tipo de mulher que libertinos elegantes tentassem seduzir. A própria ideia era absurda.

Obrigou-se a olhar perplexa. - Eu tenho medo que eu não entendo, meu senhor. Como eu poderia entreter um homem mundano como você?

Sua carranca escura súbita reforçou sua convicção de que sua suposta barganha era um

 blefe. - Estou certo de que você me entende. Após o jantar, todas as noites que minha mãe seretirar, você e eu vamos ter a nossa própria festa. Aqui. No meu quarto, onde você pode entrare sair sem ser notada. Se eu tiver que passar meus jantares com ela, então você deve passar assuas noites comigo. 

- Entretendo você. - disse ela afetadamente, ganhando tempo para descobrir que respostaseria melhor para ganhar o que ela queria. - Sim, eu entendo essa parte. Eu não sou apenas otipo certo de entretenimento que você quer.

Ele cerrou os dentes. - Ah, pelo amor de Deus, você sabe precisamente o tipo deentretenimento que um 'homem mundano‟, como eu gosta.

Agora que ela tinha apanhado sobre o jogo dele, que era tudo o que ela podia fazer paranão rir dele. Ele era tão transparente. O que havia de errado com todas aquelas mulheres em

Londres que elas não viam através dele?"Pelo contrário, meu senhor", disse ela alegremente. "EU não conheço bem o suficiente

 para saber o que você gosta. Talvez você prefira que eu cante para você, ou dance, ou leia um bom livro. Eu entendo que é bastante extensa a biblioteca de Montcliff. Sua mãe disse quevocê comprou a maioria dos livros para você mesmo. Tenho certeza de que há alguma de- devolume.

"Eu não estou falando sobre você ler para mim!" Ele praticamente gritou.Quando ela apenas olhou para ele com uma expressão fingida de inocência, ele mudou

seu comportamento. Seus olhos castanhos viraram sensuais e um sorriso sensual cruzou oslábios. "Eu estou falando do tipo de entretenimento que a maioria das viúvas preferem."

Meu, meu, não admira que os rumores em Londres são das senhoras saltaremregularmente em sua cama. Quando ele olhava desse jeito em uma mulher e falava comaquela voz sedutora decididamente, a fêmea provavelmente derretia em uma poça a seus pés.

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Por isso, foi uma coisa boa que ela era não uma mulher comum. Antes dela haver setornado companheiro de sua mãe, ela teve a oferta lasciva ocasional de canalhas que gostavade predar fêmeas desprotegidas. Felizmente, ela sempre soube como lidar com eles.

Esta era uma situação mais complicada, no entanto. Se ela não era uma mulher comum,ele definitivamente não era um canalha comum, tampouco.

Ela fingiu pensar por um momento. - Entretenimento que as viúvas preferem ... As obrasde caridade? Cuidar de suas famílias? Não, esses não são realmente divertidos, embora elesfazem passar o tempo. "Ela inclinou a cabeça. "Confesso, meu senhor, que você me temcompletamente perdida."

Uh oh, que provavelmente estava fazendo isso até demais, pois a compreensão derepente brilhou em seu rosto. "Você está me provocando deliberadamente. Bem, então, eu vousoletrar o que você está fingindo não entender. Você passaria as noites na minha cama. Isso

está claro o suficiente? "Ele disse de uma forma tão irritada que não pode deixar de rir. "Claro, de fato, apesar deabsurda."

Seu olhar se estreitou sobre ela. "Absurda, como?"Tempo para que ele soubesse que ela havia apanhado sobre seu jogo. "Eu estou ciente de

sua reputação, senhor. Eu não sou o tipo de mulher que você gostaria de levar para a cama. "Algo brilhou em seus olhos que parecia com admiração. "Eu pensei que você disse que

não me conhecia tão bem," ele falou."Eu sei que tipo de mulher com quem você é mais visto frequentemente. E por todas as

histórias, elas são altas, louras, com pele de porcelana e mãos inteligentes. "Ele olhou assustado. "Você sabe da minha reputação. "

Ela encolheu os ombros. "Eu li os jornais. E sua mãe gosta de ouvir todas as histórias devocê, mesmo as mais picantes ".A menção de sua mãe fez seu olhar endurecer. "Então você deve saber que homens como

eu normalmente não são exigentes na sua escolha de entretenimento feminino.""Oh, mas não importa o quão entediado você pode estar no país, tenho certeza que você

está discriminando o suficiente para não querer na cama uma pequena, tímida, criadasardenta, quando você pode ter qualquer atriz loura bonita ou cantora de ópera em vez disso",Ela disse friamente.

Cruzando os braços sobre o peito, ele arrastou o olhar para baixo ela, então ele circulouem uma avaliação lenta e cuidadosa que a deixava nervosa. Uma pena que ele não era ummero dandy perfumado; ela poderia ter lidado com um daqueles com bastante facilidade. Mas

este libertino perspicaz, com segredos escondidos era imprevisível.Camilla nunca tinha gostado do imprevisível."E se eu dissesse que eu realmente  sou indiscriminado? Você, em seguida,

compartilharia a minha cama em troca de passar o Natal aqui com a minha mãe? "Ela engoliu em seco. Por que ele persistia em blefar quando ele soube que ela tinha

apanhado sobre ele?Oh, o que é que isso importa? Ele nunca iria realmente desejar em sua cama, e ambos

sabiam disso. Poderia muito bem chamar seu blefe. "Por que não? Os rumores são de vocêser muito bom nesse tipo de coisa. "Ela não conseguia manter a borda de sua voz. "Alémdisso, a probabilidade de eu nunca mais ter a chance de ser seduzida por um sujeito tãonotório como você, é pequena."

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Ele piscou para a declaração franca, em seguida, lançou-lhe um sorriso triste. "MeuDeus, a senhora Stuart, me lembre nunca de jogar cartas com você. Eu ouso dizer que você éum grande terror nas mesas de jogo. "

Ela reprimiu um sorriso dela própria. "Eu confesso que eu ganhei uma mão ou duas dewhist em minha vida."

"Mais do que uma mão ou duas, eu aposto." Ele soltou um longo suspiro. "Tudo bem,então, deixe-me propor uma barganha que ambos realmente podemos aderir." Ele procurouseu rosto. "Eu vou fazer o que quiser, eu vou sair para jantar com você e mãe todas as noitesaté o Natal. Depois disso, você vai vir aqui para se juntar a mim em um de seus espetáculosmais inócuos para a noite. "Ele levantou uma sobrancelha. "É o mínimo que você pode fazer,se você quer me forçar a mofar no país por duas semanas."

Ela soltou um suspiro. Ela ganhou! "Fico feliz em tentar entretê-lo, meu senhor, se você

só vai dar a sua mãe algum tempo com você. Isso é tudo o que eu peço. ""Eu não acabei." Ele olhou fixamente para ela. "Em troca desta farsa para continuar até o Natal, você deve concordar nunca mais tentar forçar a minha mão na questão da minha mãe."

Quando ela respirou como se fosse falar, acrescentou, com mais firmeza, "Duas semanasde mim e Mãe assistindo juntos devem demonstrar para você porque você não tem nenhumnegócio envolvendo-se em nosso relacionamento. Mas mesmo se isso não acontecer, o dia de

 Natal deve marcar o fim de sua intromissão-ou eu vou demiti-la sem o menor escrúpulo. Euestou entendido? "

"Sim, meu senhor", disse ela, devidamente castigado. Ela extrapolou seus limites noenvio dessa carta enganosa para ele.

Ele franziu a testa. "Nesta sala, não me chame de 'meu senhor." Isso me lembra muito

de... "Ele fez uma pausa. "Apenas me chame Devonmont. Isso vai fazer. ""Muito bem, meu ... Devonmont."Um suspiro escapou dele. "Eu devo estar fora da minha mente para deixá-lo tão

facilmente, depois do que você fez.""Facilmente?", Ela não resistiu. "Você esqueceu que eu vou ter que entretê-lo todas as

noites?"Seus lábios se curvaram como se ele lutasse com um sorriso. "Ah, sim, que será um

ensaio deste tipo para você. E eu espero entretenimento muito empolgante. No mínimo, vocêdeve me mostrar a sua capacidade ... de renome no whist, para que eu possa trucidar você."Ele ficou sério. "Se eu tenho que suportar esta casa toda noite, então você, minha querida,vai se juntar a mim no meu sofrimento."

A observação amarga lhe deu uma pausa. Não tinha Lady Devonmont dito que esta era amansão original na propriedade? Aquela em que ele cresceu?

Como se percebendo que ele tinha revelado mais do que ele tinha a intenção, ele abriuum sorriso. "Não vai ser tão difícil, eu prometo. Eu posso ser encantador quando eu quero ser,você sabe. "

"Sem dúvida", disse ela secamente.Ele olhou para ela um longo momento, seu sorriso desaparecendo. "Bem, então, estamos

de acordo. Eu vou te ver aqui esta noite depois de Mãe se retirar. "E depois que ela tinha colocado seu filho, Jasper, para a cama, embora ela não poderia

dizer isso.Ainda assim, ela hesitou, querendo confirmar uma coisa. Talvez ela não deve pressionar

o assunto, mas por um centavo, em uma libra. "E você vai descer para jantar, senhor? Estamesma noite? "

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