universidade federal de goiÁs escola de veterinÁria e ... · de células na fase s do ciclo...

50
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL DISCIPLINA: SEMINÁRIOS APLICADOS DOENÇAS VIRAIS MAIS FREQUENTEMENTE ASSOCIADAS ÀS FALHAS REPRODUTIVAS NA FÊMEA SUÍNA E SUA OCORRÊNCIA UMA REVISÃO Thales Coelho de Alvarenga Orientador (a): Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito GOIÂNIA 2011

Upload: others

Post on 02-Jun-2020

5 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL

DISCIPLINA: SEMINÁRIOS APLICADOS

DOENÇAS VIRAIS MAIS FREQUENTEMENTE ASSOCIADAS

ÀS FALHAS REPRODUTIVAS NA FÊMEA SUÍNA E SUA OCORRÊNCIA

UMA REVISÃO

Thales Coelho de Alvarenga

Orientador (a): Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito

GOIÂNIA

2011

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

ii

THALES COELHO DE ALVARENGA

DOENÇAS VIRAIS MAIS FREQUENTEMENTE ASSOCIADAS

ÀS FALHAS REPRODUTIVAS NA FÊMEA SUÍNA E SUA OCORRÊNCIA

UMA REVISÃO

Seminário apresentado junto à

Disciplina Seminários Aplicados do

Programa de Pós-Graduação em

Ciência Animal da Escola de

Veterinária e Zootecnia da

Universidade Federal de Goiás. Nível:

Mestrado.

Área de Concentração:

Sanidade Animal, Higiene e

Tecnologia de Alimentos (SANHTA)

Linha de Pesquisa:

Etiopatogenia, epidemiologia,

diagnóstico e controle das doenças

infecciosas dos animais

Orientador (a):

Wilia Marta Elsner Diederichsen de Brito – IPTSP/UFG

Comitê de Orientação:

Jurij Sobestiansky – EVZ/UFG

Moema Pacheco – EVZ/UFG

GOIÂNIA 2011

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

iii

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 3

2.1 Aspectos ligados a reprodução suína ........................................................... 3

2.2 Parvovirose suína ......................................................................................... 4

2.3 Doença de Ajeszky (DA) ............................................................................... 8

2.4 Peste suína clássica (PSC) ........................................................................ 11

2.5 Circovirose suína ........................................................................................ 14

2.6 Síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos (PRRS) ............................ 17

3 OCORRÊNCIA DAS ENFERMIDADES VIRAIS MAIS FREQUENTEMENTE

ASSOCIADAS AOS TRANSTORNOS REPRODUTIVOS EM SUÍNOS .............. 22

3.1 Parvovirose suína ....................................................................................... 22

3.2 Doença de Aujeszky ................................................................................... 24

3.3 Peste suína clássica ................................................................................... 26

3.4 Circovirose suína ........................................................................................ 29

3.5 Síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos ......................................... 31

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 34

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 35

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

iv

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Leitões oriundos de porcas com PPV 7

Figura 2 - Leitões abortados de uma fêmea suína infectada pelo VDA 10

Figura 3 - Leitões com sinais clínicos de comprometimento do sistema

nervoso pelo CSFV

13

Figura 4 - Miocardite mononuclear em coração fetal causado pelo

PCV2 – corte histológico

17

Figura 5 - Leitões nascidos de uma porca infectada com PRSSV 19

Figura 6 - Distribuição da DA no mundo no primeiro semestre de 2011 26

Figura 7 - Distribuição da PSC no mundo no primeiro semestre de

2011

28

Figura 8 - Representação dos países onde já ocorreu circovirose

suína

31

Figura 9 - Distribuição da PRRS no mundo no primeiro semestre de

2011

33

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

1 INTRODUÇÃO

A busca por maior rentabilidade e eficiência produtiva tem

impulsionado a suinocultura intensiva. O crescente aumento do rebanho suíno

e o elevado grau de tecnificação do sistema de produção industrial acarretaram

em maior predisposição às doenças. Dentre elas, os transtornos reprodutivos

se destacam por influenciarem de forma direta o número de suínos terminados

por ano, assim influenciando negativamente os índices zootécnicos e as metas

de produção de carne, e consequentemente também, a lucratividade da

atividade.

Na fêmea suína, a interrupção da gestação pode causar transtornos

tanto na porca como na leitegada, afetando todo o concepto. Um grande

número de agentes infecciosos tem sido associado ao aborto e às falhas

reprodutivas em suínos. Alguns atuando esporadicamente enquanto outros

ocorrem com maior frequência.

As causas de enfermidades reprodutivas em porcas, podem se

dividir em duas categorias. A primeira categoria é representada por agentes

infecciosos que causam infecção primária do trato reprodutivo, representando

30-40% dos abortos, fetos mumificados e natimortos. O segundo grupo inclui

as toxinas, estresses ambientais, fatores nutricionais e doenças sistêmicas da

porca (de causa infecciosa ou não) (ALMOND et al., 2006).

Através de duas rotas de infecção principais, os agentes infecciosos

conseguem se disseminar pelo sistema reprodutivo da fêmea. A primeira, via

trato genital, onde eles atingem o útero através da vagina durante o estro ou

parto. A segunda forma ocorre pela corrente sanguínea, onde haverá episódios

de viremia, antes de atingirem o útero (VANNIER, 1999).

Diante da facilidade de disseminação dos agentes infecciosos em

um rebanho suíno, é importante conhecer a epidemiologia da doença para

evitar a sua introdução, assim como aplicar os métodos de controle quando se

fizer necessário. As autoridades sanitárias não devem poupar esforços para

garantir uma boa sanidade do rebanho, a fim de evitar barreiras sanitárias por

parte dos países importadores de produtos suídeos.

Em um estudo com matrizes suínas acometidas por transtornos

reprodutivos, os títulos de anticorpos indicativos de infecções virais tiveram

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

2

maior frequência (64,17%) do que os títulos de anticorpos indicativos de

infecções bacterianas (15%). Evidenciando a importância dos agentes virais

frente aos demais agentes causadores de falhas reprodutivas (LIMA, 2010).

Dada a importância de um bom desempenho reprodutivo do rebanho

suídeo e a elevada prevalência das doenças virais, este trabalho tem como

objetivo revisar as principais características das enfermidades virais mais

frequentemente associadas às falhas reprodutivas, assim como levantar

aspectos de sua ocorrência a nível mundial.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

3

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Aspectos ligados à reprodução suína

Um grande número de agentes infecciosos tem sido associado às

falhas reprodutivas em suínos. Dentre eles, os vírus estão mais

frequentemente envolvidos do que os outros agentes (KIRKBRIDE &

MCADARAGH, 1978; MALDONADO et al., 2005).

O impacto de uma doença reprodutiva reflete no índice de

reabsorção embrionária, abortos, leitões mumificados e natimortos. A fase

embrionária, iniciada logo após a concepção, termina por volta dos 35 dias de

gestação, e neste estágio inicia-se a fase fetal e a ossificação esquelética

começa. Antes da fase fetal, se o embrião morre, haverá reabsorção

embrionária e retorno ao estro (SOBESTIANSKY & BARCELLOS, 2007).

Aborto foi definido por SOBESTIANSKY & BARCELLOS (2007)

como o nascimento/expulsão da leitegada antes do término fisiológico normal

de gestação da fêmea suína. O período médio normal de gestação é de 114

dias. Qualquer leitegada nascida antes do 110º dia de gestação é considerada

um aborto quando nenhum dos fetos sobrevive além de 24 horas.

O aborto está frequentemente associado à toxemia, viremia e

hipertermia, que podem interferir no controle endócrino e causar danos ao

tecido endometrial uterino. Caso haja um processo inflamatório, haverá a

liberação de prostaglandinas 2α, que atuarão na regressão do corpo lúteo que

é uma estrutura fundamental para a manutenção da gestação através da

produção de progesterona (SOBESTIANSKY & BARCELLOS, 2007).

As mortes fetais, que ocorrem após 90 dias de gestação, são

consideradas como natimortalidade. Representam 5 a 7% do total de fetos

nascidos e podem ser classificadas em dois grupos: natimortos pré-parto

quando morrem antes ou natimortos intra-parto quando morrem durante o parto

(DIAL et al., 1992).

A mumificação fetal ocorre quando os fetos mortos são retidos

dentro do útero e desidratam, sendo considerado aceitável um índice de 1,5%

do total de leitões nascidos (ZANELLA et al., 2007).

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

4

O período de imunocompetência fetal inicia-se aproximadamente

entre 70 a 75 dias de gestação, podendo os fetos suínos, a partir deste

período, se tornarem mais resistentes à infecção (SOBESTIANSKY &

BARCELLOS, 2007).

De acordo com SOBESTIANSKY & BARCELLOS (2007) a simples

observação do aspecto do feto suíno morto, não permite determinar com

precisão a causa da sua morte, estando seu aspecto mais relacionado com o

momento de morte intra-uterina do que com o fator teratogênico envolvido.

Fato este, que reforça ainda mais a importância do diagnóstico laboratorial

nestas ocorrências.

Entre as causas infecciosas sistêmicas que causam falhas

reprodutivas nas porcas, alguns agentes virais merecem destaque, como:

parvovírus suíno (PPV), vírus da síndrome reprodutiva e respiratória suína

(PRRSV), vírus da doença de Aujesky (VDA), vírus da peste suína clássica

(CSFV) e o vírus da circovirose suína (PCV2) (MORENO et al., 2007).

2.2 Parvovirose suína

O nome parvovírus foi proposto pela nomenclatura de vírus no

Comitê Internacional de Taxonomia Viral (ICTV) baseado no latim, onde parvus

significa pequeno. Os parvovírus compõem a família Parvoviridae, que é

dividida em duas subfamílias, a Parvovirinae, que infecta vertebrados, e a

Densovirinae, que infecta insetos. A subfamília Parvovirinae é composta por

cinco gêneros: Parvovirus, Erythrovirus, Dependovirus, Amdovirus e Bocavirus

(ANDREWS, 1970; ICTV, 2009).

O parvovirus suíno (PPV) está enquadrado no gênero Parvovirus

que possui 12 espécies, todas elas são antigenicamente diferentes entre si e

sua infecção natural é restrita a um único hospedeiro. O parvovírus suíno

(PPV) foi descrito pela primeira vez em 1967, sendo posteriormente relatado

causando transtornos reprodutivos em fêmeas suínas em diversos países

(ORAVAINEN et al., 2005).

Os membros da família Parvoviridae são vírus pequenos (18 a 26

nanômetros), esféricos, com capsídeo icosaédrico e ausência de envelope.

Seu genoma é composto por uma molécula de DNA de fita simples, possui

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

5

duas grandes fases abertas de leitura (ORF). A ORF1 codifica para proteínas

da replicação celular enquanto a ORF2 codifica para proteínas do capsídeo

(MUZYCZKA & BERNS, 2001).

A ampla distribuição do PPV pode ser explicada pela habilidade do

vírus em resistir às condições ambientais adversas fora do hospedeiro. Devido

a essa habilidade, as principais fontes de infecção são as instalações

contaminadas, porém a transmissão pode ser feita através de contato oronasal

direto ou indireto e a partir de suas excreções e secreções (MORAES &

COSTA, 2007).

Uma característica importante do parvovírus suíno é a dependência

de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação

semiconservativa do DNA) para sua replicação. A infecção por este vírus

ocorre principalmente em órgãos que apresentam células com elevada

capacidade de multiplicação, como as células embrionárias, células da medula

óssea e células precursoras do epitélio intestinal (MENGELING et al., 1999).

Após a penetração do vírus no organismo, há multiplicação viral em

tecidos linfóides, na medula óssea e nas criptas intestinais. A viremia ocorre

dois a quatro dias após a infecção, persistindo por dois a três dias. A infecção

pode ser crônica, com replicação do vírus em células intestinais e excreção nas

fezes por períodos longos, contribuindo para a contaminação ambiental. Como

o PPV tem afinidade por células em multiplicação, os fetos e os envoltórios

fetais podem ser atingidos, tornando-os também uma fonte de infecção

(ROEHE et al., 2007).

A doença ocorre principalmente em fêmeas de primeiro parto, as

quais não possuem imunidade para o vírus e apresentam maior risco de

infecção seguida de problemas reprodutivos, mas o vírus pode infectar animais

de todas as idades. Em fêmeas pluríparas, com prévio contato com o agente, o

efeito do vírus passa a ser reduzido ou nulo, devido ao desenvolvimento da

imunidade ativa (MORAES & COSTA, 2007).

Alguns autores sugerem que o vírus ultrapassa a barreira placentária

através da passagem de macrófagos maternos contendo o vírus. A difusão do

vírus é lenta, ocorrendo infecção embrionária ou fetal 10 a 15 dias após a

infecção da porca e os efeitos estão relacionados com o período de gestação

em que a porca adquire a infecção (ROEHE et al., 2007).

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

6

Na fase embrionária, a infecção geralmente resulta em morte

embrionária e reabsorção. Se a maioria dos embriões morrerem, a porca pode

retornar ao cio (regular ou irregular), mas se a maioria dos embriões resistirem,

a gestação poderá ser mantida e haverá o nascimento de uma leitegada

pequena. Após a ossificação, que inicia após o trigésimo dia de gestação, a

infecção do feto pelo PPV também ocasiona a morte, mas a reabsorção é

impedida pelo esqueleto fetal resultando em mumificação (MORAES & COSTA,

2007).

Por volta dos 70 dias de gestação o feto torna-se imunocompetente,

produzindo seus próprios anticorpos, sobrevivendo assim à infecção. Nem

todos os fetos se infectam através da placenta durante a viremia na gestante,

alguns se infectam intra-uterinamente via fetos adjacentes, o que explica um

sinal clássico da doença que é a morte fetal em diferentes estágios de

desenvolvimento (SOBESTIANSKY & BARCELLOS, 2007).

Com relação aos sinais e sintomas da fêmea podemos ter repetição

de cio irregular, parição de número menor de leitões, fetos mumificados, baixo

volume abdominal durante a gestação, ocorrência de falsa gestação e

diminuição do ganho de peso das fêmeas no último mês de gestação

(MORAES & COSTA, 2007).

A manifestação mais típica da parvovirose suína é a mumificação

fetal, ocorrendo na mesma leitegada múmias de diferentes tamanhos, devido à

difusão lenta da infecção, de feto para feto. Leitões oriundos de porcas com

PPV podem ser vistos na Figura 1. Outra característica comum da doença é a

presença, em uma mesma leitegada, de leitões sadios, leitões infectados,

leitões natimortos e mumificados (ROEHE et al., 2007).

As lesões são características e restritas aos fetos e ao útero.

Macroscopicamente, os fetos podem apresentar diminuição do escore corporal,

congestão, edema, hemorragia, acúmulo de líquido sanguinolento nas

cavidades corpóreas e desidratação dos tecidos que levam à mumificação fetal

(MORAES & COSTA, 2007). Os mesmos autores relataram que

microscopicamente, observa-se necrose celular em diversos tecidos fetais e

infiltração de células mononucleares. Em gestantes, as lesões microscópicas

se caracterizam por inflamação, hipertrofia endotelial e infiltração de células

mononucleares no endométrio, lâmina própria e miométrio.

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

7

Figura 1: A) Leitões nascidos vivos inviáveis; B) Leitegada abortada; C) Feto mumificado; D) Leitão natimorto. Fonte: ROCHA, 2010.

O diagnóstico da parvovirose suína pode ser realizado por diversas

técnicas laboratoriais. A sorologia é útil para avaliar o estado imunitário de um

rebanho, onde a observação de diferentes níveis de anticorpos no plantel é

considerada indicativa de infecção em evolução. O teste de hemaglutinação

(HA) é realizado para detectar o antígeno, ou seja, partículas virais infectantes

em materiais como soro de fêmeas suínas ou fluidos e anexos fetais. Como o

PPV é capaz de aglutinar eritrócitos de diversas espécies, entre elas

camundongos, humanos e macacos, o uso do teste de inibição da

hemaglutinação (HI) é eficiente na detecção de anticorpos contra o vírus, além

disso, tem baixo custo e fácil uso, sendo considerado um método bastante

sensível para o diagnóstico (ORAVAINEN et al., 2005).

O isolamento viral pode ser utilizado para diagnóstico devido ao

efeito citopático que o PPV causa em determinadas células, porém é uma

técnica muito demorada e por vezes os tecidos chegam ao laboratório

autolisados. A prática de reação em cadeia da polimerase (PCR) é bastante

sensível e específica no diagnóstico de parvovirose, realizada a partir de

órgãos refrigerados de fetos mumificados ou natimortos, bem como sangue e

fluidos corporais (MALDONADO et al., 2005).

Até o presente momento não há um tratamento específico para PPV.

Com isso, medidas gerais de manejo devem ser adotadas a fim de promover

um bom estado sanitário para o rebanho. Por ser uma doença endêmica, a

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

8

vacinação é a principal medida adotada, pois objetiva estimular a imunidade do

plantel, principalmente das nulíparas, evitando a infecção de embriões e fetos

(ROEHE et al., 2007).

A vacinação deve ser feita em todos os animais reprodutores do

plantel. A primeira vacinação deve ocorrer com 160 dias de vida. Caso a

vacinação não seja possível, algumas granjas colocam as fêmeas em contato

com o vírus antes da primeira gestação (fêmeas de 170 - 190 dias de idade)

(MENGELING et al., 1999).

2.3 Doença de Aujeszky (DA)

A doença de Aujeszky, também conhecida como pseudoraiva suína,

é uma doença infecto-contagiosa, tendo como hospedeiros primários os

suídeos, embora o vírus possa infectar outras espécies de mamíferos

domésticos (KLUGE et al., 1999).

Em 1902, Aujeszky, na Hungria, observou uma patologia, até então

desconhecida, como uma entidade clínico-patológica acometendo cães e

gatos. A seguir, Marek descreveu seus aspectos clínicos minuciosamente e,

em 1910, foi comprovada que a patologia era produzida por um vírus

(CÔRREA & CÔRREA, 1992).

Durante várias décadas, a doença foi observada, sucessivamente

em todos os mamíferos domésticos e em varias espécies de animais selvagens

(CÔRREA & CÔRREA, 1992).

A DA é causada pelo herpesvírus suíno 1 (SuHV-1) ou vírus da

doença de Aujeszky (VDA), pertencente à família Herpesviridae, sub-família

Alphaherperviridae, gênero Varicellarirus. Possui envelope glicoprotéico e o

genoma é composto de uma molécula de DNA de fita dupla (ROIZMAN &

PELLETT, 2001; ICTV, 2009).

O vírus é sensível às condições ambientais, às elevadas

temperaturas, aos desinfetantes a base de cloro, formol e amônia quaternária.

Os suídeos são considerados reservatórios do VDA e este pode originar

infecção latente, enquanto que nas outras espécies a latência não é

frequentemente observada por serem considerados hospedeiros finais e

morrerem em decorrência da infecção. O VDA desencadeia sinais

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

9

neurológicos, e nos gatos, cães e bovinos causa uma encefalite fatal

(SOBESTIANSKY & BARCELLOS, 2007).

A via de infecção mais importante é a nasofaringea, por contato

direto com animais doentes ou portadores. A via transplacentária também é

importante e o vírus pode afetar o embrião ou feto em qualquer estágio de

desenvolvimento (SANDRIN, 2000).

Após a inalação do vírus, haverá replicação viral nas células da

mucosa oro-nasal, nas amígdalas e pulmões, podendo ocorrer viremia. Os

leitões que nascem normais podem ainda ser infectados pelo leite materno ou

pela secreção das vias respiratórias (CÔRREA & CÔRREA, 1992).

O vírus atinge os gânglios nervosos pelas vias linfáticas alcançando

a corrente sanguínea, estabelecendo então, infecção no sistema nervoso

central. Caso o suíno sobreviva à infecção, o vírus permanece latente podendo

ser reativado em caso de imunossupressão (VANNIER, 1999).

Em suínos jovens predominam sinais neurológicos com o índice de

letalidade aproximando-se dos 100%, em leitões não imunes, além dos sinais

neurológicos, ocorre também sinais respiratórios. Porcas gestantes apresentam

hipertermia, aborto, reabsorção fetal, dificuldade respiratória e eventualmente

emêse. O índice de letalidade nessa faixa etária é pequeno. Assim, as perdas

relacionadas à DA são decorrentes dos elevados índices de letalidade e

morbidade de leitões, abortos, natimortos, fetos mumificados e macerados e

redução no desenvolvimento dos animais em crescimento e terminação

(KLUGE et al., 1999).

Se a infecção ocorrer antes do trigésimo dia de gestação, haverá

morte embrionária e reabsorção dos embriões, consequentemente retorno ao

estro. Leitões abortados de uma fêmea suína infectada pelo VDA podem ser

vistos na Figura 2. Se ocorrer infecção após esse período, normalmente 50%

das fêmeas abortam ou dão origem a fetos macerados, mumificados,

natimortos, fracos ou podem até parir leitões normais (SOBESTIANSKY &

BARCELLOS, 2007).

As lesões observadas estão mais frequentemente relacionadas ao

sistema nervoso central, principalmente congestão das meninges. A mucosa

nasal, laringe e amígdalas poderão estar congestas ou até hemorrágicas.

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

10

Porcas que abortaram recentemente podem exibir endometrite e edema da

parede do útero. (LYRA, 1983).

Figura 2: Aborto em fêmea suína infectada com o VDA. Fonte: SUINOCULTURA EM FOCO, 2005.

As lesões microscópicas são encontradas no sistema nervoso

central (meningoencefalite) e pulmões (pleurite e pneumonia intersticial)

(SANDRIN, 2000).

Para estabelecer o diagnóstico, deve-se levar em consideração o

histórico e os sinais clínicos. Transtornos reprodutivos, nervosos e elevada

mortalidade entre leitões jovens são indicativos da doença. Assim como o

relato de mortalidade repentina de cães e gatos com prurido (peste de coçar)

ou paralisia dos membros posteriores (SOBESTIANSKY & BARCELLOS,

2007).

A confirmação laboratorial se faz pela pesquisa de antígenos em

secções de tecidos, isolamento viral em cultivos celulares e/ou animais de

laboratório e provas sorológicas (SANDRIN, 2000).

O isolamento do VDA é realizado a partir da inoculação viral em

cultivo de células sensíveis, sendo sua identificação alcançada por técnicas de

imunofluorescência, imunoperoxidade ou neutralização com anticorpos

específicos. Pode-se usar também isolamento através da inoculação

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

11

intramuscular em coelhos, com suspensão de cérebro a 20% (MORES &

ZANELLA, 2003).

A técnica imunoenzimática é muito utilizada para a pesquisa de

anticorpos para o VDA e os exames positivos são submetidos à prova de

soroneutralização (CIACCI-ZANELLA et al., 2004).

A prevenção e o controle da DA é feito por medidas higiênico-

sanitárias. Medidas profiláticas de rebanho como: sorologia periódica e

eliminação dos animais positivos devem ser adotadas. O saneamento de uma

granja infectada por esta técnica pode demorar muito tempo, ou se inviabilizar

pela permanência de portadores, então deve ser realizado o sacrifício de todos

os animais da granja, desinfecção rigorosa das instalações, estabelecimento de

vazio sanitário e repovoamento com animais saudáveis (SOBESTIANSKY &

BARCELLOS, 2007).

A vacinação de suínos para a DA é uma prática comum na maioria

dos países com ocorrência endêmica da doença. Embora a imunidade induzida

pela vacinação de suínos não impeça a excreção viral após infecção, a

utilização de vacinas para esta enfermidade tem como objetivo não só proteger

os suínos contra as manifestações clínicas da doença, mas também prevenir o

estabelecimento da infecção ou, se esta ocorrer, reduzir a eliminação viral

(CUNHA & PEIXOTO, 2004).

Todas as vacinas atualmente comercializadas são produzidas a

partir de genótipos de vírus que sofreram deleções. O uso destas vacinas,

quando associados ao teste imunoenzimático específico, permite diferenciar os

animais imunizados daqueles infectados com genótipos de campo (VANNIER,

1999). No Brasil, o uso de vacinas é regulado por órgão oficial, e seu uso

somente é permitido em situações de foco (SOBESTIANSKY & BARCELLOS,

2007).

2.4 Peste suína clássica (PSC)

A peste suína clássica (PSC) é uma enfermidade viral exclusiva dos

suídeos, caracterizada por quadros hemorrágicos, com elevada morbidade e

letalidade, afeta animais de todas as idades. O primeiro surto da enfermidade

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

12

foi descrito nos EUA em 1833, e no Brasil foi descrita pela primeira vez em

1899 (HANSON, 1957).

O agente etiológico é um vírus com genoma de RNA, envelopado,

pertencente ao grupo Pestivírus, da família Flaviviridae. Este vírus possui alta

capacidade de atravessar a barreira placentária, causando infecções intra-

uterinas (BERSANO et al., 200; ICTV, 2009).

O vírus é facilmente inativado pelo clorofórmio, éter e hipoclorito de

sódio 3%, possuem elevada sensibilidade ao calor, entretanto são

extremamente resistentes a variações no pH (WODD et al., 1988).

A principal via de transmissão da PSC é direta, mas pode ocorrer de

forma indireta através de secreções, principalmente oronasais, lacrimais, urina

e fezes. A via de penetração do vírus é a oro-nasal, sendo as tonsilas o

primeiro sítio de replicação viral, que em seguida, penetra na corrente

circulatória alcançando linfonodos, baço, rins, porção distal do íleo e cérebro

(SOBESTIANSKY & BARCELLOS, 2007).

Além disso, o vírus da PSC (CSFV) tem sido isolado viável de

produtos frescos de suíno, produtos congelados e carne suína curada. Estes

subprodutos de suínos importados têm sido associados à introdução viral e

surtos em regiões, até então, livres da doença (PATON & WILKE, 2003).

A faixa etária de maior susceptibilidade ao vírus está em torno de 21

dias. A movimentação de animais, pessoas e fômites são importantes para a

disseminação da enfermidade no interior da granja. A presença de portadores é

um fator muito importante na epidemiologia da doença. A eliminação viral inicia

48-72 horas após a infecção (BERSANO et al., 2005).

A infecção pode originar diferentes formas clínicas, dependendo da

virulência do genótipo viral. A doença pode ocorrer de forma aguda, subaguda

ou clínica inaparente. Na forma aguda a intensa degeneração do endotélio

vascular levará ao surgimento de hemorragias, que podem levar desde morte

súbita a necrose e infarto de órgãos internos. Prostação, relutância ao exercício

(posição de cão sentado), paresias, hipertermia, taquipnéia e hemorragias

cutâneas são sinais clínicos comuns. Geralmente a morte dos animais demora

de 7-14 dias (SOBESTIANSKY & BARCELLOS, 2007).

Nas demais formas clínicas são observados transtornos

reprodutivos, como abortos, infertilidade e natimortos. Além destes distúrbios,

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

13

sinais nervosos atípicos podem ser observados (LIMA, 2010). Leitões com

sinais clínicos de comprometimento do sistema nervoso podem ser

visualizados na Figura 3.

Figura 3: Leitões na fase de creche, acometidos pelo CSFV, com sintomas nervosos, principalmente incoordenação dos membros posteriores. Fonte: SUINOCULTURA EM FOCO, 2005.

Quando uma fêmea gestante é exposta ao vírus de baixa virulência,

este, ao ser transmitido ao feto, pode causar natimortalidade, leitegada de

tamanho reduzido, como também leitões aparentemente sadios, porém

persistentemente infectados (OIRSCHOT & TERPSTRA, 1977).

Infecção transplacentária pode ocorrer em qualquer fase da

gestação. Se ocorrer entre 50 – 70 dias de gestação, a porca originará leitões

clinicamente saudáveis inicialmente, mas posteriormente poderá haver

tremores congênitos e perda de peso. Caso sobrevivam, servirão de

reservatório contínuo para a PSC (GIVENS & MARLEY, 2008).

Na necropsia serão observadas lesões hemorrágicas, que vão

desde pequenas hemorragias na pele até congestão e infarto do baço, fígado,

pulmão e medula óssea. O coração também pode ser afetado, tornando-se

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

14

friável. Nas formas crônicas podem ser observadas, desde ulcerações no

intestino às lesões de órgãos reprodutivos (LIMA, 2010).

O CSFV é imunossupressor e anticorpos neutralizantes poderão

estar ausentes nas primeiras três semanas da infecção, as lesões encontradas

em animais acometidos de PSC têm origem imunológica (PATON & WILKE,

2003).

O isolamento do vírus em cultivo celular é dos métodos mais

amplamente utilizados para o diagnóstico da PSC. O vírus pode ser isolado do

sangue (papa de leucócitos) ou suspensões de baço, tonsilas, linfonodos,

glândulas parótidas e rins. Dado ao fato de que o vírus da PSC não é

citopatogênico, anticorpos específicos têm que ser usados para detecção do

vírus em cultivo celular (BERSANO et al., 2001).

Alternativamente, pode ser utilizada a técnica de imunofluorescência

e o teste imunoenzimático para a detecção dos antígenos virais. A técnica de

reação em cadeia da polimerase em tempo real (PCR) pode ser uma

alternativa para o diagnóstico desse vírus (SOBESTIANSKY & BARCELLOS,

2007).

2.5 Circovirose suína

A síndrome da circovirose suína é uma infecção viral de grande

importância econômica, ubíqua, causada pelo circovírus suíno tipo 2. O

circovírus suíno foi relatado primeiramente por TISHER et al. (1974), onde foi

observado um vírus que infectava células de cultivo de rim de suíno, e

posteriormente, demonstraram que o material genético viral era composto por

uma fita circular de DNA, razão pela qual foi denominado de circovírus suíno

(TISHER et al., 1982).

A enfermidade foi reconhecida pela primeira vez no Canadá em

1991, onde foi observada a presença um surto de uma doença que cursava

com emagrecimento progressivo, alterações respiratórias, palidez, icterícia e

extensas lesões nos tecidos linfóides. O circovírus suíno (PCV) foi

diagnosticado no Brasil pela primeira vez em 2000 (CIACCI-ZANELA &

MORES, 2000).

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

15

O circovírus faz parte da família Circoviridae, gênero Circovírus. São

conhecidos dois tipos de circovírus suíno: o circovírus suíno tipo 1 (PCV1), que

é considerado apatogênico para os suínos, e o circovírus suíno tipo 2 (PCV2),

associado a diversas manifestações clínicas em suíno (LIU et al., 2005).

O PCV é o menor vírus conhecido que infecta vertebrados,

icosaédrico, não envelopado e contém uma fita simples, circular de DNA. O

genoma do PCV2 contém três principais regiões abertas de leitura (ORFs)

(NAWAGITGUL et al., 2000). A ORF1 codifica proteínas importantes da

replicação do DNA viral, a ORF2 codifica a proteína do capsídeo que é a

porção antigênica e a ORF3 codifica proteínas não essenciais à replicação

viral, entretanto, pode ser importante na patogenia por induzir apoptose (LIU et

al., 2005).

Suínos (Sus suis) e o javali (Sus scrofa) parecem ser os hospedeiros

naturais, enquanto espécies não suídeos não são susceptíveis à infecção,

entretanto foi relatada a detecção de PCV2 em pulmão de bovinos e fetos

abortados de bovinos, porém o vírus não foi capaz de causar doença nestas

espécies (O’CONNOR et al., 2001).

A transmissão do PCV2 pode ocorrer de forma horizontal e vertical.

O PCV2 tem sido detectado em secreções nasais, saliva, fezes, leite, sêmen e

sangue de suínos. Estudos demonstraram que a excreção viral foi

significativamente maior em animais com a manifestação clínica da circovirose

suína do que em animais portadores do PCV2, porém clinicamente saudáveis

(SÉGALES et al., 2005).

Na maior parte dos casos clínicos pode-se comprovar que o PCV2 é

necessário, mas não suficiente para causar a circovirose e as co-infecções

(outros microorganismos) e outros fatores (genética, estresse, nutrição e

manejo) são importantes para a manifestação do quadro clínico, severidade

das lesões e quantidade de carga viral de circovírus no hospedeiro (ELLIS et

al., 2003).

Estudos demonstram que falhas reprodutivas associadas ao PCV2

podem ocorrer sem a participação de outros agentes infecciosos, entretanto,

pode haver co-infecções (O’CONNOR et al., 2001).

A síndrome da circovirose suína pode manifestar formas clínicas

diferentes: síndrome multissistêmica do definhamento dos suínos (SMDS),

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

16

síndrome da dermatite e nefropatia suína (PDNS), pneumonia necrosante e

proliferativa (PNP), enterites, falhas reprodutivas e tremores congênitos. Todas

essas síndromes podem ser denominadas de doenças associadas ao

circovírus suíno (PCVAD) (SÉGALES et al., 2005).

A SMDS cursa com emagrecimento progressivo, dispnéia, anemia,

diarréia, palidez, icterícia, linfopenia, hipertrofia dos linfonodos (principalmente

os inguinais). Na PNDS o sinal clínico mais evidente é a formação de máculas

e pápulas na pele, de coloração vermelho a púrpura, que podem coalescer e

cicatrizar (LIU et al., 2005).

Pode-se observar lesões com ocorrência e frequência variável como

hepatites, nefrites e pulmões não colabados. Histologicamente predominam as

extensas lesões linfóides nos órgãos do sistema imunitário com depleção

linfóide e aumento de macrófagos. Em alguns casos (30 a 40%) pode-se

detectar corpúsculo de inclusão viral nas lesões (OPRIESSNIG et al., 2007).

A associação do PCV2 com abortos, fetos mumificados e natimortos

indica que a infecção transplacentária pode ocorrer em qualquer idade da

gestação. Os embriões suínos com a zona pelúcida intacta resistem ao PCV2,

porém tornam-se mais susceptíveis com o avanço do estágio embrionário

(MATEUSEN et al., 2004).

A mumificação ou natimortalidade fetal depende do período

gestacional nas quais os fetos foram expostos ao PCV2. Fetos infectados antes

dos 75 dias de gestação apresentaram maiores chances de mumificação fetal

enquanto fetos infectados após esta idade se apresentam natimortos ou fracos

ao nascimento, sendo que estes apresentam grande potencial de carrear o

vírus para a vida pós-natal (SANCHEZ et al., 2001).

De acordo com SANCHEZ et al. (2001) congestão hepática,

hemorragia e hipertrofia cardíaca são as principais lesões macroscópicas em

fetos inoculados com PCV2. As principais lesões histológicas encontradas

foram miocardites fibrosantes e/ou necrosantes podendo ou não estarem

acompanhadas de pneumonia intersticial. Miocardite mononuclear em coração

fetal é considera bastante característico de infecção por PCV2, Figura 4.

Para o diagnóstico de circovirose suína é necessário associar os

sinais clínicos, presença de achados de necropsia e demonstração do antígeno

viral nas lesões histopatológicas (SÉGALES et al., 2005).

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

17

O PCV2 é detectado nos tecidos através das técnicas de PCR,

imunohistoquímica e isolamento viral. As técnicas de imunofluorescência ou

imunoperoxidase são realizadas para a confirmação do isolamento, pois o

agente não produz efeito citopático nos cultivos celulares. O exame

histopatológico pode ser realizado em tecidos de fetos abortados e natimortos

(O’CONNOR et al., 2001).

Figura 4: Miocardite mononuclear extensa em coração de feto suíno acometido pelo PCV2. Fonte: SUINOCULTURA EM FOCO, 2005.

As vacinas existentes no mercado diminuem as perdas através da

redução da viremia e diminuição da severidade das lesões causadas pelo

vírus, no entanto não impedem a infecção pelo agente. Por isso deve-se adotar

medidas de manejo, biossegurança e controle das co-infecções para reduzir as

perdas causadas pela circovirose suína (OPRIESSNIG et al., 2007).

2.6 Síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos (PRRS)

A PRRS é uma doença viral, caracterizada por falhas reprodutivas

em porcas e transtornos respiratórios em leitões e suínos em crescimento e

terminação (CIACCI-ZANELLA et al., 2004).

Surtos de transtornos reprodutivos acometeram diversos rebanhos

suínos nos Estados Unidos da América (EUA) entre 1985 e 1987. Devido à

impossibilidade de se isolar o agente etiológico associado aos surtos, a doença

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

18

passou a ser conhecida como doença misteriosa dos suínos. Na Europa, surtos

similares foram observados a partir de 1990 (COLLINS et al., 1992).

A identificação do vírus da doença misteriosa dos suínos foi

realizada em 1991 na Europa, e no primeiro congresso sobre a doença nos

EUA em 1992, o vírus passou a ser chamado de vírus da síndrome reprodutiva

e respiratória suína (PRRSV) (CIACCI-ZANELLA et al., 2004).

Juntamente com o vírus da artrite eqüina, vírus da febre hemorrágica

dos macacos e o vírus amplificador da desidrogenase láctica dos

camundongos, o PRRSV foi classificado numa nova família, a Artereviridae. As

amostras européias e americanas do vírus possuem genótipos diferentes, e

diferenças antigênicas e de patogenicidade ocorrem dentro do mesmo genótipo

(SOBESTIANSKY & BARCELLOS, 2007).

O PRRS é um vírus esférico de 40 a 80 nanômetros (nm), com

envelope lipoprotéico envolvendo o capsídeo. O genoma viral consiste de uma

molécula de RNA de cadeia simples. O vírus não aglutina hemácias, a maioria

dos genótipos são não citopatogênicos e é inativado quando incubado à 56ºC

por 45 minutos. O vírus penetra nas células por endocitose e replicam no

citoplasma das células hospedeiras, preferencialmente macrófagos alveolares

(BENFIELD et al., 1992).

O vírus é altamente infeccioso, sendo pequena a quantidade de

agente necessário para induzir a infecção. O PRRSV pode persistir por vários

meses em animais infectados e a transmissão da doença se dá por contato

direto ou indireto com secreções e excreções. O período de incubação varia

entre 10 a 37 dias, onde após a viremia no sangue, o vírus dissemina-se para

órgãos com elevada circulação de anticorpos (MENGELING et al., 2000).

O suíno e o javali são os únicos animais conhecidos por adquirirem

a infecção natural por PRSSV. A capacidade do vírus em atingir a placenta foi

demonstrada após infecção intra-nasal de porcas em gestação, as quais

tiveram período anormal de gestação, porcentagem elevada de fetos mortos, e

foi possível isolar o vírus de leitões moribundos (CIACCI-ZANELLA et al.,

2004).

A placenta apresenta susceptibilidade diferenciada ao PRRSV, de

acordo com os estágios da gestação. A infecção placentária é mais freqüente

quando a infecção pelo vírus ocorre após os 90 dias de gestação. PRIETO et

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

19

al. (1996) comprovaram que a exposição ao vírus, no início da gestação, não

produz efeito significativo sobre a concepção e fertilização, entretanto pode

resultar em morte embrionária.

Estudos indicam que o vírus da PRRS atravessa a placenta,

carregado por macrófagos infectados, o que é favorecido pela diminuição da

barreira sanguínea materno-fetal, durante o fim da gestação (acima de 90

dias). A infecção uterina por PRRSV pode causar o rompimento da placenta

fetal da placenta maternal e esta poderá se encontrar marrom esverdeada com

uma consistência adiposa. A morte do feto poderá ocorrer devido a lesões no

cordão umbilical (KREUTZ, 1998).

Podem ocorrer ainda, alterações na duração normal do parto,

aumento no número de animais que retornam ao cio, mortalidade de leitões

lactentes e aumento da quantidade de natimortos. Leitões nascidos de uma

porca infectada com PRSSV podem ser visualizados na Figura 5. Há o

nascimento de leitegadas normais, ou ainda, partos prematuros com leitões

fracos, mumificados e leitegadas com todos os leitões mortos em diferentes

fases da gestação (SOBESTIANSKY & BARCELLOS, 2007).

Figura 5: Leitões recém nascidos inviáveis, natimortos e mumificados oriundos de porca com PRRS. Fonte: RESPIG, 2011.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

20

De acordo com SOBESTIANSKY & BARCELLOS (2007) poderá

haver leitões com crescimento prejudicado, orelhas cianóticas e poderá ocorrer

morte súbita. Fêmeas podem abortar dos 70 aos 110 dias de gestação e parto

prematuro (108 a 112 dias) ou tardio pode ocorrer. Aos poucos a doença se

torna crônica e as perdas são reduzidas.

Os sinais clínicos sistêmicos da infecção pelo PRSSV incluem

hipertermia, letargia, cianose petequial dérmica temporária, anorexia, agalaxia

e morte nos casos agudos. Sinais respiratórios mais frequentes são espirros,

tosse e respiração forçada (PRIETO et al., 1996).

A anorexia e a hipertermia nas porcas em lactação levam à agalaxia

que resulta na morte dos leitões por desnutrição ou colibacilose. Assim, a

mortalidade pode chegar aos 80%. Nos leitões, a doença tem maior impacto

por volta das oito semanas de vida (CIACCI-ZANELA et al., 2004).

A manifestação clínica e a severidade da doença dependem de

fatores como a amostra do PRSSV, a presença de outros agentes infecciosos,

a idade dos suínos infectados ou estágio reprodutivo que ocorre a infecção,

imunidade do rebanho, tamanho do rebanho e ambiência (KREUTZ, 1998).

O vírus causa infecções persistentes por períodos prolongados, às

vezes sem a presença de anticorpos detectáveis. Em casos não complicados

por infecções secundárias, pode-se encontrar somente a presença de líquido

claro na cavidade torácica (HALBUR et al., 1996).

As lesões macroscópicas, quando presentes, geralmente se

restringem aos pulmões e linfonodos. A área afetada dos pulmões varia de 10

a 70%, dependendo do genótipo viral. As áreas de lesões geralmente ocorrem

nos lobos apicais, médios e acessórios. Essas áreas têm coloração

acinzentada, não colapsam e tem o parênquima firme. Os linfonodos regionais

geralmente se encontram hipertrofiados e acinzentados (HALBUR et al., 1996).

O cordão umbilical, dos fetos natimortos, pode apresentar manchas

hemorrágicas e estar edemaciado em até três vezes o tamanho normal. As

lesões uterinas consistem em endometrite, placentite e separação multifocal de

linfócitos e macrófagos na lâmina própria do endométrio, no tecido conectivo

perivascular e na parede vascular (CIACCI-ZANELA et al., 2004).

As lesões microscópicas são mais proeminentes nos pulmões e

linfonodos. Nos pulmões se observa pneumonia intersticial multifocal,

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

21

caracterizada pelo espessamento dos septos alveolares devido à infiltração de

células mononucleares, hipertrofia e hiperplasia de pneumócitos do tipo 2, além

da presença de exsudato no espaço alveolar. Os linfonodos contêm múltiplos

focos de necrose nos centro germinativos, contendo linfócitos com núcleo

picnótico (HALBUR et al., 1996).

Alguns kits sorológicos podem indicar se a amostra é de origem

européia ou americana. O diagnóstico de PRSS é baseado no isolamento viral

e o vírus também pode ser detectado através da transcrição reversa acoplada

à reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) (KREUTZ, 1998).

Antígeno viral pode ser detectado em órgãos fixados em formalina

através de imunohistoquímica. Métodos sorológicos para a detecção de

anticorpos para o PRRSV incluem imunofluorescência direta, soroneutralização

viral e teste imunoenzimático (MENGELING et al., 2000).

O uso de antibióticos é recomendado para evitar infecções

secundárias. A introdução de animais no rebanho deve ser precedida de testes

sorológicos e quarentena. Práticas higiênicas comuns a outras doenças que

causam aborto também devem ser utilizadas, tais como a eliminação de fetos e

placentas abortadas, desinfecção das instalações, eliminação de animais

moribundos e fracos e utilização do sistema “todos dentro todos fora” (CIACCI-

ZANELA et al., 2004).

A vacinação de animais protege contra o genótipo utilizado, mas não

contra os outros genótipos. A vacinação oferece proteção parcial contra

problemas reprodutivos, mas não tem eficácia contra problemas respiratórios

(LAGER et al., 1995).

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

22

3 OCORRÊNCIA DAS ENFERMIDADES VIRAIS MAIS FREQUENTEMENTE

ASSOCIADAS AOS TRANSTORNOS REPRODUTIVOS EM SUÍNOS

3.1 Parvovirose suína

O Parvovírus suíno (PPV) foi descrito primeiramente em 1967,

sendo posteriormente isolado de fetos em diversos países. A parvovirose suína

está presente em todos os continentes, acometendo animais de todas as

idades (BORDIN, 2010).

Estudos relataram a presença do PPV em todo o rebanho suíno da

Europa, sendo que a Itália e a Espanha apresentaram relatos de maior

ocorrência do que os demais países (MOSCARI et al., 1983; ROBINSON et al.,

1985; FONI & GUALANDI, 1989).

No Japão, MORIMOTO et al. (1972) isolou PPV de tecidos de

cérebro de leitões recém nascidos. Na China, em 2010, foi relatado infecção

por um novo genótipo de PPV, com 99% de similaridade ao genótipo descrito

nos EUA. Na África, há relatos da presença do PPV causando infecção em

suínos desde 1975 (PINI et al., 1975; HUANG et al., 2010).

Em um estudo sorológico, realizado com soro suíno proveniente de

23 granjas dos EUA, foi relatada uma positividade de 77% das 123 amostras

analisadas de fêmeas em idade reprodutiva (REDMAN et al., 1974). Em 1991,

em Iowa, MENGELING et al. (1991) estudaram 1.137 fetos provenientes de

ninhadas que continham fetos mumificados e relataram que 33% dos fetos

foram positivos ao PPV pela técnica de imunofluorescência direta, e

observaram que a parvovirose suína continuava sendo uma das principais

causas de morte suína nos EUA. HUANG et al. (2010) destacaram a alta

frequência do PPV no rebanho suíno dos EUA como causador de falhas

reprodutivas.

BORDIN (2010) analisou 1901 fetos, de oito Estados brasileiros,

sendo coletada uma amostra de órgãos diversos de cada animal e uma

amostra de conteúdo gástrico, e encontrou uma positividade de 27,6% de

positividade para PPV.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

23

STRECK (2009) pesquisou o PPV em soros suínos de 16 municípios

da região sudeste do Brasil, através da técnica de PCR e encontrou amostras

positivas em todas as categorias analisadas: leitões saudáveis (15,7% de

animais positivos), leitões refugos (18,2%) e fêmeas (17,8%). ROCHA et al.

(2010) também na região sudeste, encontrou uma menor frequência de PPV,

ao analisar 230 fetos, provenientes de 27 rebanhos suínos. Apenas seis fetos

foram positivos pela técnica de PCR, sendo o cerebelo e a medula os órgãos

onde os vírus foram detectados com maior frequência.

LIMA (2010) realizou um levantamento sorológico, para agentes

infecciosos causadores de falhas reprodutivas em infecções naturais de

fêmeas suínas no território brasileiro e todas as 120 fêmeas amostradas foram

positivas para o PPV e destas 120, 94,17% apresentaram resultados

indicativos de doença pelo PPV.

RODRIGUEZ et al. (2003) pesquisando PPV em 36 propriedades

com histórico de natimortos encontraram uma soropositividade de 80%, no

estado do Pará. Estudo realizado com animais de criações extensivas, no

estado de Goiás, analisou a infecção por PPV através da técnica de inibição da

hemaglutinação, e das 171 amostras analisadas, 25 (14,6%) foram positivas

para a presença de PPV, sendo que a soropositividade entre as propriedades

variou de 27,2% a 73,9% (BARTHASSON et al., 2009).

O PPV é amplamente distribuído em populações de javalis, com

soroprevalência variando de 14% a até 77% em populações européias e o PPV

foi associado às falhas reprodutivas nesta espécie. Transmissão horizontal

entre javali e o suíno doméstico pode ocorrer se houver contato eles (RUIZ-

FONS et al., 2008).

Em um estudo feito com uma população de javalis da Croácia,

revelou uma prevalência de 41,6% de positividade para PPV na população

estudada, sendo que a população adulta foi significativamente mais acometida

pela infecção (70%) que os animais jovens (30%) (RÓIC et al., 2005).

ZHANG et al. (2010) realizaram investigações para identificar o

agente causal de um surto agudo de abortos, em uma população de javalis, na

China. O PPV foi o único agente isolado de fetos natimortos e mumificados,

evidenciando o papel do javali como reservatório viral para a parvovirose suína.

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

24

3.2 Doença de Aujeszky

Após a descoberta por Aujeszky, em 1902, e o esclarecimento

detalhado da epidemiologia na década de 1960, a DA passou a ser

extensivamente estudada no mundo inteiro. No Brasil foi descrita pela primeira

vez em 1912, e ocorreram diversos surtos entre as décadas de 50 e 60, nos

estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul

(CÔRREA & CÔRREA, 1992).

Em um estudo realizado com 824 fetos suínos abortados nos

Estados Unidos da América (EUA) durante um período de seis anos, na

década de 70, demonstrou que a DA era a causa responsável por cerca de 1%

do total de fetos abortados. Em 1988, o desenvolvimento de uma vacina ajudou

a diminuir as perdas causadas por abortos e mortalidade dos leitões, um ano

depois os EUA desenvolveram uma política de erradicação da DA que foi

alcançada em todo o território norte-americano no ano de 2004 (USDA, 2008).

A DA foi reportada na Grã-Bretanha por 11 anos entre 1979 e 1991,

nesse estudo foi considerado o período entre 1938 e 2007, e a DA atingiu um

maior número de casos em 1983, sendo que desde 1991 está erradicada

(PEISO et al., 2011).

Na Espanha, um estudo sorológico com suínos realizado por

GUTIÉRREZ-MARTIN et al. (2000) descreveu uma soropositividade de 73%

para DA, posteriormente no mesmo país foram testadas 293 amostras de

tecidos fetais e não foi constatada a DA nas amostras analisadas

(MALDONADO et al., 2005).

Foram verificados, na Espanha, no ano de 2005, através de técnicas

de imunohistoquímica, os principais agentes que estariam associados ao PCV2

em casos de pneumonia necrosante proliferativa, e o VDA foi detectado como

co-infecção em casos esporádicos, significando que o vírus ainda está

presente nesta região (GRAU-ROMA & SEGALES, 2007).

Devido aos programas de erradicação da DA em suínos, em

diversos países têm se observado que o vírus continua circulando através da

população de javalis (sus scrofa). O vírus, infectando javalis, já foi descrito em

diversos países do mundo e representa um reservatório em potencial para a

população suína (VENGUST et al., 2005).

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

25

VENGUST et al. (2005) analisaram 427 amostras de soro de javalis

pelo teste imunoenzimático, e relataram que 111 foram positivas para o VDA

na Eslovênia, associando as mortes de lynx (Lynx lynx) neste país à DA.

LARI et al. (2006) coletaram amostras de tecido e sangue de 152

javalis da região central de Itália e detectaram uma positividade em 62 animais

(41%) para o VDA. Em outro estudo realizado no sudeste da Itália, amostras de

soro de javali foram testadas para leptospirose, salmonelose, parvovirose,

PSC, PRRS, doença vesicular dos suínos e DA. Das 342 amostras testadas

105 foram positivas para VDA, sendo numericamente inferior à apenas a PRRS

com 129 animais (37,7%) (MONTAGNARO et al., 2010).

No Brasil a doença passou a ter maior destaque na década de 80

após acometer criações intensivas de suínos em Santa Catarina (SC) e São

Paulo (SP). Em 2001 teve início um programa de erradicação desta doença no

estado de SC que atualmente é considerada área livre de DA. A estratégia do

Brasil é a regionalização, e a adesão dos Estados é voluntária (CIACCI-

ZANELA et al., 2008).

Num estudo realizado por SOUZA et al. (2002), em 1997, na região

metropolitana de Goiânia, foram coletadas 829 amostras de sangue suíno, de

40 sistemas de produção de suínos de ciclo completo, e 18 (2,17%) amostras

foram consideradas soropositivas para o VDA pelo teste imunoenzimático. Foi

reportado um foco de DA no Rio Grande do Sul (RS) em 2003 e outro estudo

mostra soropositividade ao VDA mesmo em suínos provenientes de granjas de

reprodutores suídeos certificadas (GRSC) representando um enorme potencial

para a disseminação da infecção (GROFF et al., 2005).

TOMPOROSKI et al. (2010) relataram 21 focos de DA no estado do

Paraná, no período de 2000 a 2009, com predomínio nas granjas de suínos

comerciais, criações de subsistência e granjas de javalis. A ocorrência da DA

em criações de javalis já havia sido reportada no estado de São Paulo, onde

cerca de 20% dos animais amostrados foram considerados positivos ao teste

imunoenzimático (CUNHA et al., 2006).

Estudo realizado em criações de suínos, provenientes de agricultura

familiar, em um município do Estado de Rondônia, demonstrou que nenhum

animal foi positivo para DA e PSC, representando a regionalização pela qual

passa o território brasileiro em relação à DA (AGUIAR et al., 2006).

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

26

O último foco registrado de DA no Brasil ocorreu em 2004, no estado

de Santa Catarina (AGRODEFESA, 2011). A Figura 6 mostra o histórico de

ocorrências da DA no mundo no primeiro semestre de 2011.

Figura 6: Distribuição da DA no mundo no primeiro semestre de 2011. Adaptado da OIE. Fonte: OIE, 2011.

3.3 Peste Suína Clássica

A peste suína clássica foi descrita pela primeira vez em 1833, nos

EUA, e em 1899 no Brasil, mas foi a partir do relato de um surto em 1934, no

estado de São Paulo, que ela passou a ser frequentemente estudada no

rebanho suíno brasileiro (BERSANO et al., 2001).

Na América do Norte a PSC está erradicada. O último caso de PSC

no Canadá data de 1963. Especial atenção é dada a região sul do México e

aos países que compõem a América Central, essas áreas são consideradas

livres com vacinação (EDWARDS et al., 2000).

Na Europa o controle de PSC é altamente prioritário dentro dos

países que compõem a União Européia (UE), devido às perdas sócio-

econômicas. A maior parte dos países do leste europeu caracteriza-se por

possuírem explorações de fundo de quintal e por isso há relatos de surtos de

PSC nessa área, principalmente na Romênia e Bulgária (BLOME et al., 2010).

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

27

Os mesmos autores relataram que a PSC é considerada erradicada

na maioria dos países que compõem a UE. Nos países do leste europeu foram

relatados surtos esporádicos de PSC mesmo naqueles que já abandonaram a

pratica de vacinação, conforme descrito na Romênia em 2006. A população de

javalis dessas áreas tem sido reportada como potenciais reservatórios do vírus

da PSC e mais estudos precisam ser realizados nesta espécie para um

adequado programa de erradicação de PSC.

A América do Sul ainda é considerada área endêmica, devido a

surtos recorrentes em diversos países dessa região. A Ásia, com exceção do

Japão, também é considerada endêmica para PSC, e a situação

epidemiológica de países como China e Coréia do Norte ainda é pouco

conhecida. Na Índia foram descritos 1.308 surtos de PSC entre os anos de

1996 a 2008(EDWARDS et al., 2000; BLOME et al., 2010; PATIL et al., 2010).

A situação em grande parte da África é incerta, mas a doença foi

reportada em Madagascar (PATON & WILKE, 2003).

KADEN et al. (2005), analisando fêmeas de javalis e seus

descendentes, na Alemanha, relataram que a susceptibilidade dos javalis,

principalmente os jovens, e a elevada densidade populacional em algumas

regiões são importantes para a perpetuação da PSC. Javalis infectados por

PSV também foram relatados na Eslôvenia, Croácia, França, Itália e Suiça

(RÓIC et al., 2006; VENGUST et al., 2006).

Em um estudo realizado na Croácia, comprovou-se a importância

epidemiológica dos javalis jovens na prevalência da PSC. Dos 259 javalis

amostrados, 121 (46,71%) foram positivos ao teste imunoenzimático, destes

121 sororreagentes, 94 (63,94%) estavam amamentando (RÓIC et al., 2006).

No Brasil, na década de 60 foi desativado o plano de combate à

PSC iniciado em 1946 e a partir daí decorreram-se várias décadas sem

vacinação sistemática e obrigatória, sem controle de focos e, sem sacrifício de

doentes o que facilitou a disseminação da enfermidade. Até que em 1981 foi

reinstituído o programa de combate a peste suína clássica (BERSANO et al.,

2001).

Na região Sul, com a intensificação da exploração suinícola, a

vacinação foi extensivamente empregada e nenhum foco foi observado a partir

de 1988, com exceção de um foco esporádico no estado do Paraná, em 1997.

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

28

Fato este que permitiu que a erradicação da PSC passasse a ser uma meta

alcançável (EDWARDS et al., 2000).

Devido à extensa área brasileira e dada a importância da

suinocultura em cada região, o país foi subdividido em três áreas, área I

compreendendo os estados do sul, livres da doença e proibida a vacinação,

área II considerada endêmica e com uma participação importante na produção

de suínos, onde a vacinação foi feita obrigatória e área III onde a suinocultura

industrial não foi considerada importante e a vacinação não era obrigatória

(FREITAS et al., 2007).

O país conseguiu controlar de forma efetiva os surtos de PSC e em

1998, a vacinação foi proibida em todo o território nacional, sendo permitida

apenas em casos emergenciais. Em 2001, após análises sorológicas, 14

estados foram incluídos como área livre de PSC sem vacinação. Em 2004 foi

criado o programa nacional de sanidade suídea (PNSS) que abrange a

erradicação da PSC, sendo que o ultimo caso da doença no Brasil foi

registrado em 2009 nos estados do Pará e Amapá (AGRODEFESA, 2011).

A Figura 7 mostra o histórico de ocorrências da PSC no mundo no

primeiro semestre de 2011.

Figura 7: Distribuição da PSC no mundo no primeiro semestre de 2011. Adaptado da OIE Fonte: OIE, 2011.

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

29

3.4 Circovirose suína

Após o circovírus suíno ter sido associado aos surtos de caquexia

que acometiam suínos no Canadá em 1996, ele passou a ser constantemente

estudado, e posteriormente foi isolado de leitões natimortos de uma granja com

histórico de baixa eficiência reprodutiva (ROCHA, 2008).

A circovirose suína tem distribuição mundial e há relatos de infecção

por PCV2 em todas as regiões do mundo. Apesar da primeira descrição da

circovirose suína ter ocorrido somente em 1996, relatos de estudos

retrospectivos, com amostras de tecidos parafinizados, apontam para uma

circulação viral ainda mais precoce: a partir de 1962, na Alemanha

(JACOBSEN et al., 2009) e desde 1986, na Espanha (RODRIGUEZ-ARRIOJA

et al., 2003) e na Suíça (STAEBLER et al., 2005).

Em outro estudo onde foram analisados cinco rebanhos suínos de

propriedades comercias, localizadas no México e nos EUA, foram coletadas

amostras de sangue e colostro de 125 porcas e sangue dos leitões antes que

eles tivessem a primeira mamada. Nas matrizes 100% das amostras de

colostro e 96,8% das amostras de soro foram positivas para PCV2. E das 499

amostras de soro de leitões, 107 (21,4%) também foram positivas (SHEN et al.,

2010).

SHEN et al. (2010) realizaram pesquisa de DNA viral de PCV2, na

América do Norte, e 47,2% (59/125) das amostras de soro das matrizes, 40,8%

(51/125) das amostras de colostro e 39,99% (199/499) das amostras de

sangue dos leitões, resultaram positivo aos testes.

Mesmo em regiões isoladas geograficamente e com programas

sanitários eficientes, existem relatos de infecção pelo PCV2, como é o caso de

Cuba, que em 2010 teve o primeiro relato publicado de infecção por PCV2

causando diversas síndromes clínicas (PÉREZ et al., 2010).

Na Austrália, apesar da infecção estar presente, a doença clínica

ainda não foi descrita, gerando dúvidas sobre a baixa sensibilidade dos

métodos de diagnóstico ou da ausência real da enfermidade (RAYE et al.,

2005).

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

30

Um estudo realizado no Japão, descreveu uma elevada frequência

de infecções por PCV2 em granjas de criação intensiva e relatou uma maior

mortalidade de leitões em granjas acometidas pelo PCV2 do que nas granjas

sorologicamente negativas para a circovirose (KAWASHIMA et al., 2007).

No Brasil, a primeira descrição de PCV2 infectando suínos foi feita

em 2001, e desde então tem sido reportada em todo o território nacional

(PINTO et al., 2011).

ROCHA et al. (2010) analisaram fragmentos de coração e pulmão,

de 147 fetos suínos natimortos e mumificados, de oito estados brasileiros,

através da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), e identificaram

74 (50,3%) amostras positivas e nove amostras (6,2%) apresentaram co-

infecção com o PCV2 e o PPV.

Em um estudo retrospectivo, CIACCI-ZANELA et al. (2005)

utilizando um banco de dados com amostras suínas do Brasil, relataram a

presença DNA de PCV2 em 2 amostras de tecidos, das 25 analisadas, sendo

uma destas amostras datada de 1988.

Em Goiás ARAÚJO et al. (2002) relataram evidências clínicas de

infecção, reforçadas pela identificação de lesões compatíveis com PCV2 à

necropsia e análise histopatológica dos tecidos de suínos de um caso suspeito

de circovirose. Em adição, fetos mumificados e natimortos provenientes de

granjas do estado, com e sem evidências de circovirose, também apontaram

para a circulação do vírus na região (ROCHA, 2007).

Em 2009, foi relatada a presença do PCV2 em suínos de criações

extensivas de Goiás, e em 2011 foi confirmada a presença de circovirose suína

no estado de Goiás em criações intensivas através da análise dos sinais

clínicos, lesões e presença de material genético viral por PCR (SALES, 2011).

Estes resultados indicam que o PCV2 é um importante agente

infeccioso causador de morte embrionária e fetal em suínos no Brasil e deve

ser incluído na lista de diagnóstico diferencial de transtornos reprodutivos

(ROCHA et al., 2010).

VICENTE et al. (2004) relataram a presença de anticorpos para

PCV2 em soros de javalis, com uma soroprevalência de 47,89% do total de 656

amostras. Na Bélgica e Espanha a soroprevalência de PCV2 em javalis foi de

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

31

30 – 40%, e a doença em javalis tem sido reportada por toda a América do

Norte e Europa (RUIZ-FONS et al., 2008).

Na Figura 8 estão representados, com coloração vermelha, os

países onde foi relatada a circovirose suína.

Figura 8 - Representação (vermelho) dos países em que a circovirose suína foi relatada. Fonte: GRAU-ROMA et al. (2011)

3.5 Síndrome reprodutiva e respiratória suína

A síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos foi detectada

primeiramente na América do Norte, em 1987, posteriormente na Europa, em

1990, na Ásia, surtos de PRRS foram descritos no Japão em 1988, Taiwan em

1991 e China em 1995 (LI et al., 2010).

Um estudo retrospectivo de soro armazenado em 1979 indicou que o

PRRSV já estava presente em Ontário no Canadá desde esse ano. Nos EUA,

infecção foi relatada e houve doença clínica em 19 estados em 1992

(VANSINKLE, 2007).

De acordo com VANSINKLE (2007) durante os anos de 1990 e

1991, o PRRS foi relatado infectando rebanhos da Alemanha, Holanda e

Bélgica. A Comunidade Européia (CE) realizou um inquérito sorológico e

relatou 35% de positividade, em 1.940 rebanhos, para o PRRSV, as amostras

vieram do Reino Unido, França, Bélgica, Holanda e Chipre. Espanha e

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

32

Dinamarca relataram surtos de PRRS em 1992, após a importação de suínos

da Alemanha.

No Reino Unido foi realizado um estudo sorológico de 103 rebanhos

suínos para PRRS e foi relatada a soropositividade de 41 rebanhos (39,8%), os

pesquisadores associaram a maior frequência da doença com os rebanhos

mais numerosos e com elevada introdução de suínos (EVANS et al., 2008). Na

Suécia a infecção foi descrita pela primeira vez em 2007 e foram tomadas

medidas para o abate de todo o rebanho que teve contato com o caso índice,

posteriormente foi realizado um levantamento sorológico de 90% da população

de suínos e nenhum animal foi considerado positivo ao PRSSV (CARLSSON et

al., 2009).

Um estudo realizado em 1993, relatou soropositividade para PRRSV

no Japão, Filipinas e Córeia do Sul. Na China, Li et al. (2007) relataram

ocorrência de um genótipo viral extremamente virulento acometendo 81

rebanhos suínos da região oriental chinesa.

Um levantamento sorológico realizado na Tailândia revelou uma

soroprevalência em todo o rebanho estudado de 79,3% e 5,3% para PRRS e

DA respectivamente. O estudo transversal revelou que 87,5%, 4% e 99% das

leitoas de reposição foram infectadas por PRRSV, ADV e PPV respectivamente

(TUMMARUK & TANTILERTCHAROEN, 2011).

WU et al. (2011) realizaram um estudo sorológico em javalis (Sus

scrofa) e identificaram uma elevada correlação entre animais positivos para o

PRRS e lesões histopatológicas características da doença. O estudo indicou

uma baixa prevalência entre os animais da população de javalis estudada, e a

relacionou com a baixa densidade populacional e a não convivência com os

suínos domésticos, embora o javali possa ser reservatório viral para esta

espécie.

Na América do Sul, a doença já foi descrita na Colômbia, Venezuela

e Chile, e a fonte de infecção viral foram suínos enfermos provenientes de

países acometidos por PRRS. No Brasil não há relatos de infecção pelo vírus

da PRRS e medidas de biossegurança foram adotadas para evitar a sua

entrada no país (CIACCI-ZANELA et al., 2004). Os mesmos autores

investigaram a presença de anticorpos para PRRS, provenientes de granjas de

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

33

todas as regiões do país, num intervalo de 10 anos, entre as décadas de 90 e

2000.

Das 3442 amostras de sangue coletadas, 27 foram positivas na

pesquisa de anticorpos, destes animais foi coletado material para realizar

cultivo celular viral e todas as amostras testaram negativamente. Este estudo

confirma a situação brasileira de livre de PRRS (CIACCI-ZANELA et al., 2004).

A Figura 9 mostra o histórico de ocorrências da PRRS no mundo no

primeiro semestre de 2011.

Figura 9: Distribuição da PRRS no mundo no primeiro semestre de 2011. Adaptado da OIE. Fonte: OIE, 2011.

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

34

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

As doenças virais que ocorrem com maior frequência nas granjas

suídeas são responsáveis por perdas econômicas volumosas. Além de menor

quantidade de animais/desmamados/ano, poderão ocorrer também, restrições

comerciais a todo o rebanho animal do país acometido pela enfermidade.

Os sinais clínicos são bastante comuns às diversas doenças e

exames complementares devem ser realizados para se estabelecer o

diagnóstico preciso. Uma vez que algumas dessas enfermidades são de

notificação obrigatória, elas devem ser prontamente reportadas aos órgãos de

fiscalização oficial do país.

Entre as dificuldades que se encontra em controlar a ocorrência

dessas enfermidades podemos citar a elevada capacidade de difusão viral,

alguns estabelecendo estado de latência, enquanto outros infectando animais

persistentemente sem qualquer detecção de sinais clínicos por parte do

produtor e a participação do javali (Sus scrofa) atuando como reservatório, na

epidemiologia da doença.

O Brasil se encontra em uma posição privilegiada, graças à atuação

das autoridades públicas com participação do setor privado. Esforços não

devem ser economizados para se melhorar o atual status do país frente às

enfermidades que acometem os animais.

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

35

REFERÊNCIAS

1. AGRODEFESA. Agência Goiana de Defesa Agropecuária, 2011. Apresenta textos sobre o Programa Estadual de Sanidade Suídea. Disponível em: http://www.agrodefesa.go.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=66&Itemid=11 . Acesso em: 14 nov, 2011.

2. AGUIAR, D.M.; CAVALCANTE, G.T.; DIB, C.C.; VILLALOBOS, E.M.C.; CUNHA, E.M.S.; LARA, M.C.C.S.H.; RODRIGUEZ, C.A.R.; VASCONCELLOS, S.A.; MORAES, Z.M.; LABRUNA, M.B.; CAMARGO, L.M.A.; GENNARI, S.M. Anticorpos contra agentes bacterianos e virais em suínos de agricultura familiar do município de Monte Negro, RO. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.73, n.4, p.415-419, 2006.

3. ALMOND, G.W.; FLOWERS, W.L.; BATISTA, L.; D’ALLAIRE, S. Diseases of the reproductive system. In: STRAW, B.E.; ZIMMERMAN, J.; D’ALLAIRE, S.; TAYLOR, D.J. Diseases of Swine. Ames, 9 ed. Blackwell Publishing Professional, Cap.6, p.113-147, 2006.

4. ANDREWS, C. H. Generic names of viruses of vertebrates. Virology, New York, v.40, p.1070-1071, 1970.

5. ARAÚJO, E. G.; SOBESTIANSKY, J.; FERNANDES, L. T. F.; BRITO, L. A. B.; CIACCI-ZANELLA, J. R.; MORÉS, N. Circovirose suína - situação no Brasil. In: SOBESTIANSKY, J.; BARBARINO, P. J.; SEYBOTH, L.; MATOS, M. P. C. Circovirose suína e circovírus suíno. Goiânia: Artigo 3, Impressos Especiais, 2002, p.51.

6. BARTHASON, D.L.; BRITO, W.M.E.D.; SOBESTIANSKY, J.; CAIXETA, S.P.M.B.; MIRANDA, T.M.T.; SILVA, L.A. Ocorrência de infecção por parvovírus suíno e gastrenterite transmissível em suínos, criados de forma extensiva, em Goiás. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v. 61, n.5, p.1227 – 1229, 2009.

7. BENFIELD, D.A.; NELSON, E.; COLLINS, J.E.; HARRIS, L.; GOYAL, S.M.; ROBINSON, D.; CHRISTIANSON, W.T.; MORRISON, R.B.; GORCYKA, D.; CHALEK, D. Characterization of swine infertility and respiratory syndrome virus. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, Columbia, v.4, p.127-133, 1992.

8. BERSANO, J.G.; VILLALOBOS, E.M.C.; BATLOUNI, S.R. Pesquisa do vírus da peste suína clássica em suínos sadios abatidos em matadouros no estado de São Paulo. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.68, n.1, p. 9-12, 2001.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

36

9. BERSANO, J.G.; VILLALOBOS, E.M.C.; OGATA, R.A.; KIYOTA, S.; BILYNSKYJ, M.C.V.; PORTUGAL, M.A.C. A erradicação da peste suína clássica no estado de São Paulo: contribuição de duas décadas de pesquisa no Instituto Biológico. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.67, n.1, p.31-37, 2005.

10. BLOME, S.; GROTHA, I.; MOENNING, V.; GREISER-WILKE, I. Classical swine fever virus in South-Eastern Europe – Retrospective analysis of the disease situation and molecular epidemiology. Veterinary Microbiology, Amsterdam, n. 146, p.276-284, 2010.

11. BORDIN, R.A. Papel da infecção por Parvovírus suíno e Leptospira spp. na ocorrência de mortalidade fetal e embrionária em suínos. 2010. 51fl. Tese (Doutorado em Ciências) – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo.

12. CARLSSON, U.; WALLGREN, P.; RENSTROM, L.H.M.; LINDENBERG, A.; ERIKSSON, H.; THOREN, P.; SELLING, L.E.; LUNDEHEIM, N.; NORREGARD, E.; THORN, C.; ELVANDER, M. Emergence of porcine respiratory and reproductive syndrome in Sweden: Detection, Response and Eradication. Transboundary and Emerging Diseases, Estocolmo, v. 56, p. 121 – 131, 2009.

13. CIACCI-ZANELA, J.R.; MORÉS, N. Síndrome multissistêmica do definhamento do leitão desmamado (SMDLD) causado pelo circovírus suíno. Congresso Mercosur de Producción Porcina. Memória, Buenos Aires, p.16, 2000.

14. CIACCI-ZANELLA, J.R.; TROMBETTA, C.; VARGAS, I.; COSTA, D.E.M. Lack of evidence of porcine reproductive and respiratory syndrome virus (PRRSV) infection in domestic swine in Brazil. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.2, p.449-455, 2004.

15. CIACCI-ZANELLA, J.R.; MORES, N.; SIMON, N.L.; OLIVEIRA, S.R.; GAVA, D. Identificação do circovírus suíno tipo 2 por reação da polimerase e por imunoistoquímica em tecidos suínos arquivados desde 1988 no Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, v.36, n. 5, p. 1480 – 1485, 2005.

16. CIACCI-ZANELLA, J.R.; AMARAL, A.L.; VENTURA, L.V.; MORES, N. Erradicação da doença de Aujeszky em Santa Catarina: importância da condição sanitária das leitoas de reposição. Ciência Rural, Santa Maria, v.38, p.749-754, 2008.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

37

17. COLLINS, J.E.; BENFIELD, D.A.; CHRISTIANSON, W.J. Isolation of swine infertility and respiratory syndrome virus in North America and experimental reproduction of the disease in gnotobiotic pigs. Journal of Veterinarian Diagnostic Investigation, Columbia, v.4, p. 117-126, 1992.

18. CÔRREA, W.M.; CÔRREA, C.M. Enfermidades infecciosas dos animais domésticos. Rio de Janeiro, Ed. Médica, 2ª edição, cap. 69, 1992.

19. CUNHA, E.M.S.; PEIXOTO, Z.M.P. Aujeszky’s Disease: A Review. Animal Science, São Paulo, v.35, n.4, 2004.

20. CUNHA, E.M.S.; NASSAR, A.F.C.; LARA, M.C.C.S.H.; BERSANO, J.G.; VILLALOBOS, EM.C.; OLIVEIRA, J.C.F. Antibodies against pseudorabies virus in feral swine in southeast Brazil. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.58, n.4, p.462-466, 2006.

21. DIAL, G.D.; MARSH, W.E.; POLSON, D.D.; VAILLANCOURT, J.P. Reproductive failure: differencial diagnosis. Diseases of Swine, Ames, 7 ed. Cap. 2, p. 88-137, 1992.

22. EDWARDS, S.; FUKUSHO, A.; LEFÈVRE, P.C.; LIPOWSKI, A.; PEJSAK, Z.; ROEHE, P.; WESTERGAARD, J. Classical swine fever: the global situation. Veterinary Microbiology, Amsterdam, ed. 73, p.103-109, 2000.

23. ELLIS, J.; SPINATO, M.; YONG, C.; WEST, K.; MCNEILLY, F.; MEEHAN, B.; KENNEDY, S.; CLARK, E.; KRAKOWKA, S.; ALLAN, G. Porcine Circovirus 2–associated disease in Eurasianwild boar. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, Columbia, v.15, 364–368, 2003.

24. EVANS, C.M.; MEDLEY, G.F.; GREEN, L.E. Porcine reproductive and respiratory syndrome virus (PRSSV) in GB pig herds: farm characteristics associated with heterogeneity in seroprevalence. Veterinary Research, Paris, v.4, p. 40 – 48, 2008.

25. FREITAS, T.R.P.; ESTEVES, E.G.; OLIVEIRA, A.M.; JOINEAU, M.A.G.; DUARTE, A.C.S.; VARGAS, I.; CALDAS, L.A.; REBELLO, M.A. Peste Suína Clássica: estudo para a avaliação dos surtos de peste suína clássica no Brasil de 1978 a 2004. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v.28, n.2, p.277 – 286, 2007.

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

38

26. FONI E.; GUALANDI G.L. A serological survey of swine parvovirus infection in Italy, Microbiologica, Bologna, v.12, p. 241 – 245, 1989.

27. GIVENS, M.D.; MARLEY, M.S.D. Infectious causes of embryonic and fetal mortality. Theriogenology, Stoneham, v.84, p.21 – 37, 2008.

28. GRAU-ROMA, L.; SEGALÉS, J. Detection of porcine reproductive and respiratory syndrome virus, porcine circovirus type 2, swine influenza virus and Aujeszky’s disease virus in cases of porcine proliferative and necrotizing pneumonia (PNP) in Spain. Veterinary Microbiology. Amsterdam, v. 119, p. 144-151, 2007.

29. GRAU-ROMA, L.; FRAILE, L.; SEGALÉS, J. Recent advances in the epidemiology, diagnosis and control of diseases caused by porcine circovirus type 2. The Veterinary Journal, London, v.187, p.23–32, 2011.

30. GROFF, F.H.S.; MERLO, M.A.; STOLL, P.A.; STEPAN, A.L.; WEIBLEN, R.; FLORES, E.F. Epidemiologia e controle dos focos da doença de Aujeszky no Rio Grande do Sul, em 2003. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v.25, p. 25-30, 2005.

31. GUTIERRÉZ-MARTIN, C.B.; DELGADO, O.R.; NISTAL, D.A.; REDONDO, V.A.L.; RIOJA, F.G.; VICENTE, J.M.; FERRI, E.F.R. Simultaneous serological evidence of Actinobacillus pleuropneumonie, PRRS, Aujeszky’s disease and influenza viruses in Spanish finishing pigs. Research in Veterinary Science, London, v.68, p.9-13, 2000.

32. HALBUR, P.G.; PAUL, P.S.; MENG, X. Comparative pathogenicity of nine US porcine reproductive and respiratory syndrome virus isolates in a five-week-old cesarian-derived, colostrum-deprived pig model. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, Columbia, v.8, p.11-20, 1996.

33. HANSON, R.P. The origin of the Hog Cholera. Journal of the American Veterinary Medical Association, Chicago, v.131, p.211, 1957.

34. HUANG, L.V.; ZHAI, S.L.; CHEUNG, A.K.; ZHANG, H.B; LONG, J.X.; YUAN, S.S. Detection of a novel porcine parvovirus, PPV4, in chinese swine herds. Virology Journal, London, v.7, p. 31 – 33, 2010.

35. ICTV. International Committe on Taxonomy of Viruses, 2009. Dispõe sobre a taxonomia viral. Disponível em http://ictvonline.org/virusTaxonomy.asp?version=2009&bhcp=1. Acesso em: 09 nov 2011.

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

39

36. JACOBSEN, B.; KRUEGER, L.; SEELIGER, F.; BRUEGMAN, M.; SEGALES, J.; BAUMGAERTNER, W. Retrospective study on the ocurrence of porcine circovirus 2 infection and associated entities in Northern Germany. Veterinary Microbiology, Amsterdam, v.138, p.27-33, 2009.

37. KADEN, V.; STEYER, H.; SCHNABEL, J.; BRUER, W. Classical swine fever (CSF) in wild boar: the role of the transplacental infection in the perpetuation of CSF. Journal of Veterinary Medicine, Berlin, B52, p.161-164, 2005.

38. KAWASHIMA, K.; KATSUDA, K.; TSUNEMITSU, H.; Epidemiological investigation of the prevalence and features of postweaning multisystemic wasting syndrome in Japan. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, Columbia, v.19, p. 60 – 68, 2007.

39. KIRKBRIDE, C.A.; MCADARAGH, J.P. Infectious agents associated with fetal and early neonatal death and abortion in swine. Journal of the American Veterinary Medical Association, Chicago, v.172, n.4, p.480 - 483, 1978.

40. KLUGE, J.P.; BERAN, G.W.; HILL, H.T.; PLATT, K.B. Pseudorabies (Aujeszy’s Disease). Diseases of Swine, Ames, Iowa State University Press, p. 146-233, 1999.

41. KREUTZ, L.C. Síndrome reprodutiva e respiratória dos suínos: uma breve revisão. Ciência Rural, Santa Maria, v.28, n.1, p.179-186, 1998.

42. LAGER, K.M.; MENGELING, W.L.; BROCKMEIER, S.L. Limited cross-protection between two strains of porcine reproductive and respiratory syndrome virus in pregnant swine. International Symposium on PRRSV, 1995, Copenhagen, Anais… Copenhagen, 1995. p. 10

43. LARI, A.; LORENZI, D.; NIGRELLI, D.; BROCCHI, E.; FACCINI, S.; POLI, A. Pseudorabies vírus in european wild boar from central Italy. Journal of Wildlife Diseases, Ames, v. 42, p. 319-324, 2006.

44. LI, Y.; WANG, X.; BO, K.; TANG, B.; YANG, B.; JIANG, W.; JIANG, P. Emergence of a highly pathogenic porcine reproductive and respiratory syndrome virus in the Mid-Eastern region of China. The Veterinary Journal, London, v.174, p. 577 – 584, 2007.

45. LI, B.; FANG, L.; LIU, S.; ZHAO, F.; JIANG, Y.; HE, K.; CHEN, H.; XIAO, S. The genomic diverse of Chinese porcine reproductive and respiratory syndrome virus isolates form 1996 to 2009. Veterinary Microbiology, Amsterdam, n.146, p. 226 – 237, 2010.

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

40

46. LIMA, E.S. Diagnóstico sorológico de doenças infecciosas causadoras de falhas reprodutivas em suínos. 2010. 113f. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal). Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages.

47. LIU, J.; CHEN, I.; DU, Q.; CHUA, H.; KWANG, J. The ORF3 protein of porcine circovirustype 2 is involved in viral pathogenesis in vivo. Journal of Virology, Washington, v.80, p.5065-5073, 2005.

48. LYRA, T.M.P Doença de Aujeszky – Medidas de controle em suínos. Informe Técnico, Brasília, p.20, 1983.

49. MALDONADO, J.; SEGALES, J.; MARTINEZ-PUIG, D.; CALSAMIGLIA, M.; RIERA, P.; DOMINGO, M.; ARTIGAS, C. Identification of viral pathogens in aborted fetuses and stillborn piglets from causes of swine reproductive failure in Spain. The Veterinary Journal, London, v.169, p. 454-456, 2005.

50. MATEUSEN, B.; SANCHEZ, R.; VAN SOOM, A. et al. Susceptibility of pig embryos to porcine circovirus type 2 infection. Theriogenology, Stoneham, v.61, p.91-101, 2004.

51. MENGELING, W.L.; LAGER, K.M.; ZIMMERMAN, J.K.; SAMARIKERMANI, N.; BERAN, G.W. A current assessment of a role of porcine parvovirus as a cause of fetal porcine death. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, Columbia, v.3, p. 33 – 35, 1991.

52. MENGELING, W.L.; B.E.; D’ALLAIRE, S.; TAYLOR, D.J. Porcine Parvovirus. Diseases of Swine, Ames, 8.ed. Cap.8, p. 119-124, 1999.

53. MENGELING, W.L.; LAGER, K.M.; VORWALD, A.C. The effect of porcine parvovirus and porcine reproductive and respiratory syndrome virus on porcine reproductive performance. Animal Reproduction Science, Amsterdam, v.60 - 61, p. 199-210, 2000.

54. MONTAGNARO, S.; SASSO, S.; MARTINO, L.; LONGO, M.; IOVANE, V.; GHIURMINO, G.; PISANELLI, G.; NAVA, D.; BALDI, L.; PAGNINI, U. Prevalence of antibodies to selected viral and bacterial pathogens in wild boar in Campania region, Italy. Journal of Wildlife Diseases, Ames, v. 46, p. 316-319, 2010.

55. MORAES, M.P.; COSTA, P.R.S. Parvoviridae. In: FLORES, E. (Org.). Virologia Veterinária, Santa Maria, p. 275-296, 2007.

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

41

56. MORENO, A.; PAIXÃO, R.; OLIVEIRA, F. Agentes causadores de mumificação fetal, natimortalidade e abortamento em suínos no Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE VETERINARIOS ESPECIALISTAS EM SUINOS, 2007, Florianópolis. Anais... ABRAVES, 2007. 13 p.

57. MORES, N.; ZANELLA, J.R.C. Programa de erradicação da doença de Aujeszky no estado de Santa Catarina. Comunicado Técnico, EMBRAPA, Concórdia, 2003.

58. MORIMOTO, T.; FUJISAKI, Y.; ITO, Y.; TANAKA, Y. Biological and physiochemical properties of porcine parvovirus recovered from stillborns piglets. National Institute of Animal Health Quarterly, Tokyo, v.12, p. 137 – 144, 1972.

59. MOSCARI E.; KUDRON E.; SZALAY D.; HORVATH I.; SZABO L.; TOPLAK L. Isolation of porcine parvovirus (PPV) from swine herds affected by reproductive failure, and serologic evidence of infection in Hungarian large swine herds. Acta Veterinaria Hungarica, Budapest, v. 31, p. 5 – 15, 1983.

60. MUZYCZKA, N.; BERNS, K.I. Parvoviridae: the viruses and their replication. In: GRIFFIN, D.M.; MARTIN, M.A.; ROIZMAN, B.; STRAUS, S.E. Fields Virology, San Francisco, v.2, 4 ed, Lippincott Williams & Wilkins, p. 2327-2359, 2001.

61. NAWAGITGUL, P.; HARMS, P.A.; MOROZOV, I.; THACKER, B.J.; SORDEN, S.D.; LEKCHAROENSUK, C.; PAUL, P.S. Modified indirect porcine circovirus (PCV) type 2 based and recombinant capsid protein (ORF2)-based enzyme-linked immunosorbent assays for detection for antibodies to PVC. Clinical and Diagnostic Laboratory Immunology, Washington, v.9, p.33-40, 2002.

62. O’CONNOR, B.; GAUVREAU, H.; WEST, K.; BOGDAN, J.; AYROUD, M.; CLARK, E.G.; KONOBY, C.; ALLAN, G.; ELLIS, J.A. Multiple porcine circovirus 2-associated abortions and reproductive failure in a multisite swine production unit Canadian Veterinary Journal, Ottawa, v. 42, p. 551-553, 2001.

63. OIE. World Organization for Animal Health. Disease distruibution maps. Disponível em http://www.oie.int/. Acessado em 17 nov 2011.

64. OPRIESSNIG, T.; MENG, X.J.; HALBUR, P.G.; Porcine circovirus type 2 associated disease: Update on current terminology, clinical manifestations, pathogenesis, diagnosis, and intervention strategies. Journal of Veterinary Diagnostic Investigation, Columbia, v.19, p. 591 – 597, 2007.

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

42

65. OIRSCHOT, J.T.V.; TERPSTRA, C. A congenital persistent of fever infection. Veterinary Microbiology, Amsterdam, v.2, p.121-132, 1977.

66. ORAVAINEN, J.; HEINONEN, M.; TAST, A.; VIROLAINEN, J.V.; PELTONIEMI, O.A.T. High Porcine parvovirusantibodies in sow herds: prevalence and associated factores. Reproduction in Domestic Animals, Berlin, v. 40, p. 57-61, 2005.

67. PATIL, S.S.; HEMADRI, D.; SHANKAR, B.P.; RAGHAVENDRA, A.G.; VEERESH, H.; SINDHOORA, B.; CHANDAN, S.; SREEKALA, K.; GAJENDRAGAD, M.R.; PRABHUDAS, K. Genetic typing of recent classical swine fever isolates from India. Veterinary Microbiology, Amsterdam, n. 141, p. 367 – 373, 2010.

68. PATON, D.J.; WILKE, I.G. Classical fever – un update. Research in Veterinary Science, London, v. 75, p. 169 – 178, 2003.

69. PEISO, O.O.; BRONSVOORT, B.M.C.; HANDEL, I.G.; VOLKOVA, V.V. A review of exotic animal disease in Great Britain and Scotland specially between 1938 and 2007. PLoS ONE, San Francisco, v.6, issue 7, e22066, 2011.

70. PÉREZ, L.J.; ARCE, H.D.; PERDECO, M.I.; DOMÍNGUEZ, P.; FRÍAS, M.T. First report of porcine circovirus type 2 infections in Cuba. Research in Veterinary Science, London, v.88, p. 528 – 530, 2010.

71. PESCADOR, C.A.; BANDARRA, P.M.; CASTRO, L.A.; ANTONIASSI, N.A.B.; RAVAZZOLO, A.P.; SONNE, L.; CRUZ, C.E.F.; DRIEMEIER, D. Co-infection by porcine circovirus type 2 and porcine parvovirus in aborted fetuses and stillborn piglets in southern Brazil. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v.27, p. 425 - 429, 2007.

72. PINI, A. Porcine parvovirus in pig herds in Southern Africa. Journal of the South African Veterinary Association, Pretoria, v.46, p. 241 – 244, 1975.

73. PINTO, F.F.; GERBER, P.F.; OLIVEIRA, T.M.L.; BORGES, I.A.; LOBATO, Z.I.P. Perfil sorológico, viremia e eliminação do circovírus suíno tipo 2 em animais naturalmente infectados pertencentes a granjas com ou sem a síndrome da refugagem multissitêmica. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v.31, p.17 – 22, 2011.

74. PRIETO, C.; SUAREZ, P.; BAUTISTA, J.M. Semen changes in boars after experimental infection with porcine reproductive and respiratory syndrome virus. Theriogenology, Stoneham, v.45, p.383 - 395, 1996.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

43

75. RAYE, W.; MUHLING, J.; WARFE, L.; BUDDLE, J.R.; PALMER, C.; WILCOX, G.E. The detection of porcine circovirus in the Australian pig herd. Australian Veterinary Journal, Monthly, v.83, n.5, p. 300-304, 2005.

76. REDMAN, D.R.; BOHL, E.R.; FERGUSON, L.C. Porcine parvovirus: natural and experimental infections of the porcine fetus and prevalence in mature swine. Journal of the Ohio Agricultural Research and Development Center, Wooster, v.10, p.718 – 723, 1974.

77. RESPIG. Porcine reproductive and respiratory syndrome (PRRS). Disponível em http://www.respig.com/diseases/prrs.asp. Acessado em 16 nov 2011.

78. ROBINSON B.T.; CARTWRIGHT S.F.; DANSON D.L. Porcine parvovirus: a serological survey in the United Kingdom January 1984 to January 1985, Veterinary Recovery, Washington, v. 117, p. 611 – 612, 1985.

79. ROCHA, D.L. Identificação do circovírus suíno tipo 2 e do parvovírus suíno em fetos natimortos e mumificados provenientes de granjas no Brasil. 2008. 41f. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) – Escola de Veterinária, Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

80. ROCHA, D.L.; ALBERTON, G.C.; SANTOS, J.L. Identification of porcine circovirus type 2 and porcine parvovirus in porcine stillbirths and mummified fetuses from swine farms in Brazil. Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v.11, n.3, p. 600 – 606, 2010.

81. RODRIGUEZ-ARRIOJA, G.M.; SEGALÉS, J.; ROSELL, C.; ROVIRA, A.; PUJOLS, J.; PLANA-DURAN, J. DOMINGO, M. Retrospective study on porcine circovirus type 2 infection in pigs from 1985 to 1997 in Spain. Zoonosis and Public Heath, Nova York, v.50, n.2, p. 99-101, 2003

82. RODRIGUEZ, C.A.R.; HOMEM, V.S.F.; HEINEMANN, M.B.; NETO, J.S.F.; RICHTZENHAIN, L.J.; SORARES, R.M. Soroprevalência de anticorpos anti-parvovírus suíno em suínos do município de Uruará, estado do Pará. Arquivos do Instituto Biológico, São Paulo, v.70, n.4, p.501-503, 2003.

83. ROEHE, P.M.; SOBESTIANSKY, J.; BARCELLOS, D.E.S.N. Parvovirose. In: SOBESTIANSKY J. & BARCELLOS D.E.S.N. (Org.). Doenças dos Suínos, 780 p. Goiânia, ed: Canône, p. 286-293, 2007.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

44

84. RÓIC, B.; CAJAVEC, S.; TONCIC, J.; LIPEJ, Z.; MADIC, J.; JEMERSIC, L.; MIHALJEVIC, Z.; LOJKIC, M.; CAC, Z.; SOSTARIC, B. Prevalence of antibodies to porcine parvovirus in wild boars (Sus scrofa) in Croatia. Journal of Wildlife Diseases, Ames, v.41, p. 796 – 799, 2005.

85. RÓIC, B.; CAJAVEC, S.; TONCIC, J.; LIPEJ, Z.; MADIC, J.; JEMERSIC, L.; MIHALJEVIC, Z.; LOJKIC, M.; CAC, Z. A serological survey of classical swine fever virus in wild boar (Sus Scrofa) from Crotia. VETERINARSKI ARHIV 76, Zagreb, p.65-72, 2006.

86. ROIZMAN, B.; PELLET, P.E. The Family Herpesviridae: a brief introduction. Virology, New York, p. 2381-2397, 2001.

87. RUIZ-FONS, F.; SÉGALES, J.; GORTÁZAR, C. A review of viral diseases of the European wild boar: Effects of population dynamics and reservoir rôle. The Veterinary Journal, London, v.176, p.158-169, 2008.

88. SALES, T.P. Diagnóstico da circovirose suína em criações intensivas no estado de Goiás. 2011. 54fl. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) – Escola de Veterinária, Universidade Federal de Goiás, Goiânia.

89. SANCHEZ, R.E.; NAUWYNCK, H., MCNEILLY, F. et al. Porcine circovirus 2 infection in swine fetuses inoculated at different stages of gestation. Veterinary Microbiology, Amsterdam, v.83, p.169-176, 2001.

90. SANDRIN, A. Estudo educativo Epidemiológico da doença de Aujeszky em Santa Catarina no período de 1983 à 1999. 2000. 66fl. Monografia (Especialização em Sanidade Animal) – Centro de Ciências Agroveterinárias, Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages.

91. SEGALES, J.; ALLAN, G.M.; DOMINGO, M. Porcine circovirus diseases. Animal Health Research Reviews, Kansas, v. 6 (2), 119-142, 2005.

92. SHEN, H.; WANG, C.; MADSON, D.M.; OPRIESSNIG, T. High prevalence of porcine circovirus viremia in newborn piglets in five clinically normal swine breeding herds in North America. Preventive Veterinary Medicine, Amsterdam, v.97, p. 228 – 236, 2010.

93. SOBESTIANSKY, J.; BARCELLOS, D. Doenças dos Suínos. Cânone editorial, 780p, Goiânia, 2007.

94. SOUZA, C.M.; SOBESTIANSKU, J.; MATOS, M.P.C.; CAIADO, K.L. Prevalência da infecção pelo vírus da doença de Aujeszky em matrizes suínas de sistemas de produção que abastecem o mercado consumidor

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

45

de Goiânia. Ciência Animal Brasileira, Goiânia, v.3, n.2, p. 53-56, 2002.

95. STAEBLER, S.; SYDLER, T.; BUERGI, E.; McCULLOUGH, K.; McNEILLY, F.; ALLAN, G.; POSPISCHIL, A. PMWS: an emerging disease identified in archived porcine tissues. The Veterinary Journal, London, v.170, n.1, p.132-134, 2005.

96. STRECK, A.F. Detecção e caracterização de amostras de Parvovírus suíno. 2009. 116fl. Dissertação (Mestrado em Ciências Veterinárias) – Faculdade de Veterinária, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

97. SUINOCULTURA EM FOCO. 2005. Disponível em http://suinotec.com.br/suinofotos_dados_indices.php?id=25. Acessado em 11 nov 2011

98. TISCHER, I.; RASCH, R.; TOCHTERMANN, G. Characterization of papovavirus and picornavirus-like particles inpermanent pig kidney cell lines. Zentralblatt fur Bakteriologie, Stuttgart, Abt.1 Originale A, v.226, p.153-167, 1974.

99. TISCHER, I.; GELDERBLOM, H.; VETTERMANN, W.; KOCH, M. A. A very small porcine virus with a circular singlestranded DNA. Nature, London, v.295, p.64-66, 1982.

100. TOMPOROSKI, A.; ALBERTON, G.C.; TOMPOROSKI, A. Prevalência da doença de Aujesky no estado do Paraná no período de 2000-2009. Archives of Veterinary Science, Curitiba, v.15, n.4, p.183-189, 2010.

101. TUMMARUK, P.; TANTILERTCHAROEN, R. Seroprevalence of porcine reproductive and respiratory syndrome, Aujeszky’s disease and porcine parvovirus in replacement gilts in Thailand. Tropical Animal Health Production, Edinburgh, v.49, p.576 – 579, 2011.

102. USDA. United States Department of Agriculture. Pseudorabies (Aujeszky’s Diseases) and Its Eradication. Technical Bulletin nº 1923. Minnesota, 2008.

103. VANNIER, P. Infectious causes of abortion in swine. Reproduction in Domestic Animals, Berlin, v.34, p. 367-379, 1999.

104. VANSINKLE, J. PRRS Research consortium advances knowledge base. National Hog Farmer, Minneapolis, v. 52, p. 35, 2007.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ... · de células na fase S do ciclo celular (é quando ocorre replicação semiconservativa do DNA) para sua replicação

46

105. VENGUST, G.; VALENCAK, Z.; BIDOVEC, A. Presence of antibodies against Aujeszky’s disease virus in wild boar (Sus scrofa) in Slovenia. Journal of Wildlife Diseases, Ames, v. 41, p. 800-802, 2005.

106. VENGUST, G.; GROM, J.; BIDOVEC, A.; KRAMER, M. Monitoring of classical swine fever in wild boar (Sus scrofa) in Slovenia. Journal of Veterinary Medicine, Berlin, B53, p.247-249, 2006.

107. VICENTE, J.; SÉGALES, J.; HOFLE, U.; BALASCH, M.; PLANA-DURAN, J.; DOMINGO, M.; GORTAZAR, C. Epidemiological study on porcine circovirus type 2 (PCV2) infection in the European wild boar (Sus scrofa). Veterinary Research, Paris, v.35, p.243 – 253, 2004.

108. ZANELLA, E.; SILVEIRA, P.R.S.; SOBESTIANSKY, J. Falhas reprodutivas. Doenças dos Suínos, Goiânia, Ed: Canone, p. 545-571, 2007.

109. ZHANG, C.F.; SONG, C.P.; CHEN, C.M.; CUI, S.J.; MIAO, L.F. Reproductive failure in wild boars associated to porcine parvovirus infection and in vivo and in vitro characterization of the causal isolate. Tropical Animal Health Production, Edinburgh, v.42, p. 1611 – 1613, 2010.

110. WODD, L.; BROCKMAN, S.; HARKNESS, J.W.S. Classical swine fever virulence and tissue distribuition of a 1986 english isolate in pigs. Veterinary Recovery, Washington, v.122, p. 391-394, 1988.

111. WU, J.; LIU, S.; ZHOU, S.; WANG, Z.; LI, K.; ZHANG, Y.; YU, J.; CONG, X.; CHI, X.; LI, J.; XU, S.; DU, Y.; REN, S.; WANG, J. Porcine reproductive and respiratory syndrome in hybrid wild boars, in China. Emerging Infectious Diseases, Atlanta, v.17, n.6, p.64 – 68, 2011.