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8 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL AVANÇADA CAROLINE MOREIRA MACHADO DE OLIVEIRA DANIEL YOKOTA DE ALMEIDA IAMINAN SALUSTO TONETTE DIAS ROBSON GUIMARÃES DOS SANTOS A EVOLUÇÃO DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL NO CASO TIBRÁS / MILLENNIUM Salvador 2003

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL AVANÇADA

CAROLINE MOREIRA MACHADO DE OLIVEIRA DANIEL YOKOTA DE ALMEIDA

IAMINAN SALUSTO TONETTE DIAS ROBSON GUIMARÃES DOS SANTOS

A EVOLUÇÃO DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL NO CASO TIBRÁS / MILLENNIUM

Salvador 2003

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CAROLINE MOREIRA MACHADO DE OLIVEIRA DANIEL YOKOTA DE ALMEIDA

IAMINAN SALUSTO TONETTE DIAS ROBSON GUIMARÃES DOS SANTOS

A EVOLUÇÃO DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL NO CASO TIBRÁS / MILLENNIUM

Monografia apresentada ao curso de Especialização em Administração, Universidade Federal da Bahia. Orientador: Prof. Dr. Robinson Tenório.

Salvador 2003

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Às nossas famílias pelo apoio, carinho e incentivo que recebemos ao longo dessa jornada.

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Agradecimentos À Deus que nos sustenta e capacita. Ao nosso orientador, Prof. Dr. Robinson Tenório, pelos seus ensinamentos e suas orientações que foram imprescindíveis para a conclusão deste trabalho. Às nossas famílias, pelo carinho e companheirismo dispensados. Aos nossos professores, pelo apoio e incentivo a nossa qualificação profissional. Aos nossos colegas do CPA, por sempre estarem presentes contribuindo com sugestões, críticas e dúvidas; Aos membros da Millennium Chemicals, Sr. Raimundo Siqueira, Srª. Isabel Kenny, ao Sr. Paulo Dantas, e à Sr. Eurides Soares; ao Sr. Fernando Fernandez; Aos Srs. Jefferson e João Antônio, que colaboraram com os testes-pilotos, pela confiança em prestarem seus depoimentos.

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“Não há vento favorável para barco sem rumo”. Sêneca

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RESUMO Este estudo de caso tem como objetivo analisar a evolução das Estratégias Empresarias ocorridas nos últimos 10 anos da Millennium Chemicals, empresa do ramo industrial, do setor químico, em especial, na sua unidade localizada em Camaçari, Bahia. Para tanto, foi realizado um estudo desde a implantação da Estratégia Empresarial na empresa, ainda TIBRÁS, passando pelos momentos da venda para a Millennium. A TIBRÁS pertencia à Bayer e a Andrade Gutyerres. Para tanto, dividimos o trabalho em três etapas. Inicialmente, foi feito um levantamento a respeito das teorias sobre estratégia, sua história, conceito e evolução, assim como, a respeito da Indústria Química na Bahia. Posteriormente, foi feito um levantamento documental sobre a TIBRÁS e sobre a Millennium, através de informações obtidas no seu web site, nos informativos internos, como o jornal Infomillennnium, e em murais da unidade de Camaçari. A partir desse material teórico, buscou-se a realidade da TIBRÁS/Millennium, e o procedimento de coleta de informações sobre a evolução das estratégias empresariais foi feito através de entrevistas com questionários abertos para pessoas que estão e que estiverem diretamente ligadas ao processo de sua implantação na empresa, desde o ano de 1993, ano em que começou a ser implantado, de forma ordenada a Estratégia Empresarial na empresa, ainda TIBRÁS, verificando o uso de ferramentas como o Six Sigma e o Balanced Scorecard, e a preocupação com o meio ambiente que cada vez mais passou a fazer parte do dia-a-dia da empresa. Palavras-Chave: Estratégia - Estratégia Empresarial; Indústria - Química – Bahia; Millennium;

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 8 2. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 13

2.1 CONCEITO DE ESTRATÉGIA 13 2.2 A ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 15 2.3 O QUE COMPÕE A ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 24

2.3.1 Identidade Institucional 24 2.3.2 Análise do Ambiente 24 2.3.3 Definição dos objetivos estratégicos da empresa 25

2.4 OS PRINCIPAIS TEÓRICOS DA ESTRATÉGIA 26

2.5 TIPOS DE ABORDAGENS SOBRE ESTRATÉGIAS EMPRESARIAS 29

3. INDÚSTRIA QUÍMICA 31 3.1 A HISTÓRIA DA QUÍMICA 31 3.2 O CONCEITO E A EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA QUÍMICA 32

4. A MILLENNIUM 39

4.1 A MILLENNIUM CHEMICALS 39 4.2 A TIBRÁS 40

4.2.1 Participação no Mercado e Concorrência 41 4.3 A MILLENNIUM NO BRASIL 41

4.3.1 Políticas e Valores 42 4.3.2 Missão 43 4.3.3 Visão 43 4.3.4 Valores 44 4.3.5 Princípios Estratégicos 44 4.3.6 Política de Pessoal 45 4.3.7 Política de Atuação Responsável 46 4.3.8 Mercado 48

4.3.8.1 Fornecedores 49 4.3.8.2 Clientes 50 4.3.8.3 Concorrentes 50 4.3.8.4 Produto Substituto 50 4.3.8.5 Produtos 51

4.3.9 A Responsabilidade Social na Millennium 55 5. QUESTÕES DE PESQUISA 58

5.1 QUESTÕES TEÓRICAS 58 5.2 QUESTÕES DOCUMENTAIS 59

5.3 QUESTÕES OPERACIONAIS REFERENTES À ORGANIZAÇÃO 59 6. ASPECTOS METODOLÓGICOS 61

6.1 ABORDAGEM 61 6.2 LOCAL DE INVESTIGAÇÃO 62 6.3 POPULAÇÃO 62 6.3.1 Amostra 62

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6.4 INSTRUMENTO DE COLETA 63 6.5 PROCEDIMENTO DE COLETA 63 6.6 TRATAMENTO DE DADOS 65

7. A EVOLUÇÃO DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL NA MILLENNIUM 66

7.1 COMO COMEÇOU A ESTRATÉGIA EMPRESARIAL DA TIBRÁS/MILLENNIUM 66 7.2 O CENÁRIO DA TIBRÁS NA IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL 68 7.3 TRANSIÇÃO DA TIBRÁS PARA MILLENNIUM 70

7.3.1 Transição e mudanças de cenário 71 7.3.2 A Transição para os públicos da Millennium 73

7.4 A ESTRATÉGIA HOJE 76 7.4.1 A questão ambiental e a Certificação Iso 14000 78 7.4.2 Preocupação da TIBRÁS/Millennium com o meio ambiente 79 7.4.3 Comportamento ambiental inadequado ameaçando negócio da Millennium 80 7.4.4 Preocupação da empresa em estar adequada às leis ambientais 81 7.4.5 A recuperação do passivo ambiental 82 7.4.6 Melhorias nas emissões para o ar e para o mar 82 7.4.7 Questão ambiental ligada à estratégia da empresa 84

7.5 PROGRAMA DE QUALIDADE NA EMPRESA 84 7.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 86 8. CONCLUSÃO 88 REFERÊNCIAS 92 ANEXO 94

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como finalidade analisar a estratégia empresarial aplicada na

indústria do ramo químico Millennium Chemicals, no Brasil, em especial no estado

da Bahia, no período compreendido entre 1993 e 2003, avaliando as mudanças de

estratégias realizadas pela empresa a cada mudança de tendência ocorrida seja ela

no ambiente externo ou no ambiente interno.

A estratégia empresarial tem como finalidade mobilizar todos os recursos da

empresa no âmbito global, visando atingir objetivos em longo prazo. Ela pode ser

caracterizada como um conjunto de objetivos, metas, diretrizes fundamentais e

planos para atingir esses objetivos, postulados de forma a definir em que atividade

se encontra a empresa, e que tipo de empresa ele é ou pretende ser.

Não existe um modelo padrão para se traçar a estratégia empresarial de uma

empresa, a formulação de estratégia deve levar em conta a definição do negócio, a

sua missão e os princípios, em seguida, inclui-se a análise do ambiente, a definição

dos objetivos e a formulação das estratégias, que representa a parte mais sujeita a

atualizações para acompanhar e se antecipar as alterações do ambiente e da

empresa.

As estratégias empresariais geralmente são elaboradas pela direção da organização

como um todo e podem ter prazos que podem ir de cinco a dez anos.

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Toda organização tem uma estratégia, seja ela boa ou ruim, mesmo que esta nunca

tenha sido declarada explicitamente. Quer dizer, toda organização tem uma relação

com o seu ambiente interno e externo, que pode ser estudada ou escrita. Esta visão

de estratégia inclui organizações onde o comportamento dos administradores é de

reação, de resposta e de ajustamento ao ambiente sempre que necessário. Ao invés

de ser pró-ativa, ou seja, fazer uma leitura adequada do mercado e suas nuances

com antecedência, buscando formular os cenários em que a empresa estará inserida

para evitar ser surpreendida e ter prejuízos.

A partir dos anos 70, o planejamento com enfoque estratégico ganha contornos mais

definidos e maior importância, diante da complexidade e dinâmica crescente dos

ambientes de negócios. O grau elevado da concorrência provocou a preferência pelo

planejamento estratégico, de um lado, para compreender melhor as oportunidades e

os desafios criados pelo ambiente externo, e de outro, para entender o ambiente

interno das empresas, ou seja, a competência de seus funcionários, os

equipamentos, os processos disponíveis, e os capitais envolvidos dentre outros.

A partir do exposto acima utilizamos a indústria Millennium como foco de pesquisa

que tem como ramo a atividade a química, devido a facilidade de acesso da equipe

a esta empresa e por ela ter um planejamento empresarial formado, implantado e

controlado, e que trimestralmente passa por uma análise que tem como finalidade

manter ou mudar o planejamento devido as tendências do mercado.

A indústria química da Bahia encontra-se concentrada no CIA (Complexo Industrial

de Aratu) e no Pólo Petroquímico de Camaçari, a 18 km de Salvador, que possui 150

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km de rodovias internas, que o conectam aos portos de Aratu e Salvador, por onde

escoam seus produtos. Esse complexo é formado de empresas que totalizam 242

que operam em outras atividades além da química, como, metal-mecânica,

madeireira, processadora de alimentos, metalúrgica, farmacêutica, têxtil, de

borracha, de artefatos de plástico, termoplásticos, metalurgia, fertilizantes, celulose,

cervejaria e serviços industriais.

O caso estudado em nossa pesquisa foi a Millennium Chemicals, que é uma das

principais indústrias químicas do mundo, emprega mais de 4 mil profissionais entre

suas 8 fábricas - Brasil, Inglaterra, França, Estados Unidos e Austrália - e escritórios

localizados nos 5 continentes. É a maior produtora brasileira e segunda maior

fabricante mundial do pigmento branco dióxido de titânio (TiO2), chamado de

TiONA®, nome comercial dado pela Millennium, que é utilizado como matéria-prima

na confecção de tintas, vernizes, plásticos, papel, cosméticos, entre outros. É a

única indústria química, na América Latina, que possui uma mina própria de extração

do minério ilmenita, matéria-prima para produção do TiONA®.

Compartilhando conhecimentos entre os laboratórios espalhados por todo o mundo,

os cientistas e engenheiros da Millennium trabalham com tecnologias de última

geração visando manter as emissões para a natureza, muito abaixo dos níveis

permitidos e produzir produtos de alta performance "em seu estado da arte"

(MILLENNIUM, 2003).

A atuação da Millennium junto à comunidade tem se tornado cada vez mais presente

e através do apoio a programas ecológicos e às entidades filantrópicas, tem

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colaborado de forma pró-ativa para a construção de um perfeito equilíbrio entre a

natureza e o homem. O compromisso com a preservação do meio ambiente e a

valorização do ser humano são fatores fundamentais para uma empresa que

valoriza a cidadania, como a Millennium.

Uma das maiores indústrias químicas do mundo, a Millennium Chemicals instalou-se

no Brasil em 1998, com o objetivo de trazer ao país todo o seu conhecimento e

experiência internacional na produção do dióxido de titânio (TiO2).

Com a aquisição da Tibrás, que produzia, desde o começo da década de 70, o

dióxido de titânio (TiO2) na fábrica em Camaçari - Bahia, a Millennium incorporou às

suas instalações brasileiras (Bahia, Paraíba e São Paulo) seus programas voltados

às áreas de Qualidade, Recursos Humanos, Controle de Processos e Confiabilidade,

além do Responsible Care® (programa desenvolvido pela Millennium junto à

comunidade, buscando participar da formação do sentimento de cidadania

especialmente nas comunidades onde atua). Tanto na unidade da Bahia quanto na

Paraíba, são desenvolvidos programas sociais e educacionais como o “Amigos da

Natureza”, na Bahia e o “Ribinho Verde”, na Paraíba, de conscientização ambiental,

além do Programa Millennium na Escola, que apóia atividades didáticas entre as

escolas vizinhas das unidades da Millennium.

A fábrica na Bahia, em Camaçari, a cerca de 20 km de Salvador, situada na rodovia

BA-099, tem uma área construída de 53.428 m2, foi fundada em 1971, sua

capacidade de produção atual é de 60 mil toneladas/ano de dióxido de titânio, e uma

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mina no município de Mataraca, Paraíba, onde extrai os minérios ilmenita, rutilo e

zirconita, além do escritório comercial em São Paulo.

Basicamente, o trabalho foi todo realizado com base na unidade de Camaçari da

Millennium, pois na mesma é possível encontrar todas condições para o

desenvolvimento da pesquisa pretendida.

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2. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Para este estudo, foi feita uma pesquisa de várias linhas de pensamento a respeito

da estratégia, desde o pensamento militar, origem da estratégia, até sua apropriação

pelas empresas, tornando-se ferramenta fundamental para a conquista de

competitividade perante o mercado, quando não, de sua sobrevivência.

2.1 CONCEITO DE ESTRATÉGIA

Segundo o Dicionário da Língua Brasileira (HOLANDA, 1964, p. 514), estratégia é a

arte militar de mover tropas ou navios de modo que se imponham ao inimigo local, o

tempo, e demais condições de batalha, e também significa arte de dirigir um

conjunto de disposições.

Já para Michael Porter, estratégia é a busca de uma posição competitiva favorável

em uma indústria, a arena fundamental onde ocorre a concorrência; e a escolha

desta estratégia competitiva está baseada no nível de atratividade da indústria e nos

de- terminantes da posição competitiva reativa dentro desta indústria (PORTER, 1985,

p. 21);

A palavra estratégia está vinculada a objetivos macros, ações mais globais, de maior

tempo e maior amplitude e pode ser decomposta em diversas táticas, com metas e

objetivos definidos, com ações menores, direcionadas, de menor tempo e menor

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amplitude, a fim de atender as respectivas estratégias. Como analogia, pode-se

relacionar estratégia com a palavra guerra e táticas com batalhas.

Segundo Steiner, estratégia significa “a arte do general”, derivando-se da palavra

grega strategos, que significa general. Estratégia, na Grécia Antiga, significava

aquilo que o general faz. Antes de Napoleão, estratégia significava a arte e a ciência

de conduzir forças militares para derrotar o inimigo ou abrandar os resultados da

derrota. Na época de Napoleão, a palavra estratégia estendeu-se aos movimentos

políticos e econômicos visando a melhores mudanças para a vitória militar (OLIVEIRA,

2001, p. 237).

Em termos militares, segundo Von Bullow citado em Bethlem (1980, p. 3), a

estratégia é a ciência dos movimentos guerreiros fora do campo de visão do general;

e a tática, a ciência dos movimentos guerreiros dentro de referido campo. Outros

autores mencionam que a estratégia cuida de como dispor os exércitos; e a tática,

de como lutar. Entretanto, deve-se considerar que, no contexto empresarial, as

batalhas e os inimigos não são sempre, claramente, identificáveis.

O conceito de estratégia tem sido, por milhares de anos, focalizado como o principal

objeto de análise de estudos militares. Sua utilização como conceito relativo às

áreas de administração é relativamente recente.

Assim como para os militares, em se tratando da vida empresarial, a estratégia é de

extrema importância, pois ela define quais serão os caminhos de ação que devem

ser seguidos para serem alcançados os objetivos estabelecidos pela empresa em

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dado momento. E o executivo “deve saber que o momento propício aos movimentos

estratégicos é tão importante quanto o movimento em si” (OLIVEIRA, 2001, p. 192).

Muitos são os conceitos de Estratégia, entretanto, identificamos que o conceito de

James Stoner está em maior sintonia com a nossa linha de pesquisa, pois tem um

foco mais voltado para a administração:

“Estratégia é o programa geral para a consecução dos objetivos de uma

organização e, portanto, para o desenvolvimento de sua missão,

estabelecendo uma direção para a organização seguir em termos de seus

diversos objetivos, além de orientar o aproveitamento dos recursos

(tecnológicos, humanos, financeiros…) em direção a estes objetivos (STONER,

1985)”.

Diante dos conceitos abordados até o momento, temos, então que estratégia é um

conjunto de decisões em longo prazo, de forma organizada, preocupando-se com as

relações com os ambientes internos e externos, baseada em objetivos e diretrizes.

2.2 A ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

A Estratégia Empresarial pode ser caracterizada pela conjugação produto/mercado,

isto é, a especificação dos produtos com os quais a empresa pretende atingir seus

objetivos e dos mercados onde ela pretende operar para coloca-los ou vendê-los.

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Também é possível entender a Estratégia Empresarial pela escolha dos indicadores

de crescimento que conduzirá a direção que a empresa deseja, tendo por base a

relação entre produto/mercado escolhida, ou sua vantagem competitiva, ou seja, o

perfil de competências da empresa em relação aos seus concorrentes.

Portanto, enquanto Estratégia é a mobilização de todos os recursos da empresa no

âmbito global, visando atingir objetivos de longo prazo, Estratégia Empresarial é o

conjunto dos objetivos, finalidades, metas, diretrizes fundamentais e os planos para

atingir esses objetivos, postulados de forma a definir em que atividades se encontra

a empresa e que tipo de empresa ela é ou deseja ser.

Muitos podem ser os motivos que provocam a mudança de estratégia dentro de uma

empresa, entre elas, podemos destacar as mudanças no cenário, como por

exemplo:

- Entrada de novos concorrentes / perda de Market Share;

- Mudança de Diretoria;

- Incremento tecnológico;

- Abertura de mercados;

- Recessão / Crescimento econômico;

- Nova legislação;

- Questões Ambientais

A Estratégia Empresarial pode ser resumida como a mobilização de todos os

recursos da empresa no âmbito global visando atingir objetivos a longo prazo.

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Como estratégia empresarial podemos chamar as decisões antecipadas de o que

fazer, quando fazer, quem deve fazer, com que recursos, a fim de atingir alvos num

tempo predefinido. O conceito mais simples de estratégia empresarial é: a arte de

planejar.

As décadas de 60 e 70 podem ser consideradas como a "idade de ouro da

estratégia empresarial". A proliferação de conceitos, de escolas de administração e

empresas de consultoria estratégica, refletia a então crescente aceitação da teoria

do planejamento estratégico.

O período de 1960-1980 representa o momento de esplendor para o planejamento

estratégico e para o estrategista profissional.

A "idade de ouro" surgiu dramaticamente, floresceu numa extensa gama de idéias

úteis e métodos efetivos e, posteriormente, foi caindo em desgraça à medida que a

pressão das novas situações e desafios punham em evidência seus pontos fracos.

Atualmente, esta idade de ouro está chegando ao fim; a atividade da estratégia

empresarial e a gestão moderna em geral encontram-se em um período de transição

menos nítido, monolítico e confiável.

Mas seu efeito ainda perdura e, por certo, continuará influenciando profundamente a

estratégia empresarial do fim do século. Portanto, é importante traçar sua evolução e

compreender seus principais conceitos e as instituições que a respaldaram. Para os

que atualmente ocupam cargos de direção é ainda mais importante analisar as

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causas de seu êxito e de sua indiscutível grandeza, e também as razões de sua

decadência.

Em 1962, com a publicação de strategy and structure do historiador de empresa

Alfred P. Chandler começou-se a dar atenção ao apoio interno à estratégia. Essa

obra trata da grandeza da estratégia de diversificação e do surgimento da estrutura

multidivisional como apoio, no período posterior à Primeira Guerra Mundial, nos

Estados Unidos. Como todos os historiadores, Chandler também refletia as

preocupações e as idéias dominantes de sua época, a década de 60.

Ironicamente, as idéias centrais de Chandler tiveram maior acolhida entre os

estudantes de direção de empresas do que entre seus próprios colegas

historiadores e economistas. Sua primeira grande idéia central consistia na

separação da direção em dois campos básicos: as operações e a estratégia. A

direção operativa abarca as atividades diárias, em curto prazo e relativamente

rotineiras, que constituem parte dos esforços de gestão da empresa. A direção

estratégica, pelo contrário, refere-se ao gerenciamento alongo prazo na empresa em

seu conjunto. Por isso, a inovação fundamental desenvolvida ao longo da obra de

Chandler diz respeito mais à perspectiva do que a uma decisão estratégica ou a uma

mudança estrutural determinada.

Esse desdobramento explícito significou um considerável avanço conceitual no

terreno da estratégia empresarial. Legitimou a atividade de planejamento

empresarial em seu conjunto e revalorizou-a no seio da organização. Em acréscimo,

a noção de estratégia empresarial como uma área definida e independente significou

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o início de sua profissionalização, tendência intensificada nos últimos anos da

década de 60 e que alcançou seu ponto mais alto no fim da última década.

A idade de ouro da estratégia empresarial repousava em alguns conceitos básicos, e

o primeiro deles estabelecia que os executivos de sucesso eram também diretores

gerais eficazes. Por conseguinte, as qualidades de um estrategista eficaz não

dependiam da organização ou do ambiente específico em que ele desempenhava

sua atividade. Dava-se menos importância à experiência de carreira do alto

executivo do que aos traços gerais de sua personalidade e aos métodos de direção

universais.

Portanto, se existe um tipo de função como a do diretor geral, capaz de dirigir

eficazmente a estratégia de qualquer empresa em todo momento ou lugar, deduz-se

que a estratégia idônea depende basicamente de identificar e/ou capacitar os

diretores gerais. Mais ainda, levando esta tese até suas últimas conseqüência, o

processo de tomada de decisões estratégicas diferencia-se claramente do processo

rotineiro e diário da tomada de decisões operacionais, estreitamente relacionado

com a natureza específica da empresa e seu ambiente competitivo.

O mais eloqüente defensor do conceito de direção geral foi Kenneth Andrews, cujas

principais obras sobre estratégia empresarial eram originariamente notas conceituais

complementares destinadas aos alunos de política de empresas de Harvard

Business School.

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O pensamento de Andrews gira em torno da análise que faz sobre os variados

aspectos do alto executivo. Para Andrews, este deveria desempenhar

simultaneamente diversos papeis no terreno pessoal, administrativo, estratégico e

até mesmo ético. Na prática ele distingue três classes de liderança superior:

organizativa, pessoal e arquiteto da estratégia.

Andrews estabelece elegantemente a verdadeira dimensão estratégica da liderança

com sua terceira categoria - o diretor geral como arquiteto da estratégia.Para além

dos atributos rotineiros e pessoais, o diretor geral é o "guarda dos objetivos da

empresa".

A mensagem de Andrews exerceu grande influência no terreno da estratégia

empresarial. Para ele, o ponto de partida era o diretor geral; a liderança contava em

termos pessoais, administrativos e estratégicos em longo prazo. Com efeito,

Andrews incluiu explicitamente a ética como parte da estratégia empresarial,

acrescentando que a estratégia deve incluir o que a empresa deve ser. E afirmou: “...

ao determinar a estratégia futura, deve-se levar em consideração como parte

integrante de seu ambiente social, os níveis éticos e morais". Antecipou-se também

à discussão iniciada no início da década de 80, entre o papel das partes

interessadas exteriores ao mercado (consumidores, governo, ecologistas, etc.) na

determinação da estratégia empresarial. Em 1980, por exemplo, o diretor geral da

Du Pont, Irving Shapiro, desempenhou importante papel ao conseguir o apoio da

indústria química à lei superfund sobre a eliminação dos resíduos químicos.

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A preferência de Andrews inclinava-se para a ação, face aos desafios estratégicos, e

punha de lado a elegância inútil. "Generalizar sobre como construir uma estratégia

eficaz é menos importante do que trabalhar nisso", escreveu certa ocasião. Apesar

do estilo de Andrews ser estranhamento reservado e abstrato, atualmente voltam a

ser descobertas suas principais teses, como a que destaca a importância do papel

da alta direção na formulação e na execução da estratégia empresarial. Com efeito,

esse primeiro atributo da estratégia, a necessidade de liderança, significa um vínculo

permanente entre o começo da idade de ouro e o período de transição que marca o

seu fim, iniciado na década de 80.

Seguem, abaixo, alguns conceitos de estratégia empresarial desde 1947 até os dais

atuais citados por Djalma Oliveira (2002):

• movimento ou uma série específica de movimentos feitos por uma

empresa (VON NEUMANN e MORGENSTERN, 1947:79);

• determinação de metas básicas a longo prazo e dos objetivos de uma

empresa, e a adoção das linhas de ação e aplicação dos recursos necessários

para alcançar essas metas (CHANDLER JR., 1962, p. 13);

• conjunto de objetivos e de políticas importantes (TILLES, 1963, p. 113);

• maneira de se conduzir as ações estabelecidas pela empresa, tal como

um maestro rege sua orquestra (WRAPP, 1967, p. 13);

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• conjunto de decisões que determinam o comportamento a ser exigido em

determinado período de tempo (SIMON, 1971, p. 79);

• conjunto de objetivos, finalidades, metas, diretrizes fundamentais e de

planos para atingir esses objetivos, postulados de forma que defina em que

atividades se encontra a empresa, que tipo de empresa ela é ou de- seja ser

(ANDREWS, 1971, p. 28);

• ação do sistema empresarial em funcionamento, de forma vantajosa

(RUMELT, 1974, p. 28);

• conjunto de objetivos da empresa e a forma de alcançá-los (BUZZELL et

alii, 1977, p. 116);

• futuridade das decisões correntes (STEINER, 1979, p. 5);

• plano uniforme, compreendido e integrado que é estabelecido para

assegurar que os objetivos básicos da empresa serão alcançados (GLUECK et alli,

1980, p. 9);

• processo de selecionar oportunidades definidas em termos de pedidos a

serem atendidos e produtos a serem oferecidos (PASCALE e ATHOS, 1982, p. 8);

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• modo pelo qual a empresa procura distinguir-se de maneira positiva da

concorrência, usando seus pontos fortes para atender melhor às necessidades

dos clientes (OHMAE, 1985, p. 42);

• forma de pensar no futuro integrada no processo decisório, com base em

um procedimento formalizado e articulador de resultados e em uma programação

(MINTZBERG, 1983, p. 9);

• plano ou curso de ação de vital, intensa e continuada importância para a

empresa em sua totalidade (SHARPLIN, 1985, p. 6);

• regras e diretrizes para decisão, que orientem o processo de

desenvolvimento de uma empresa (ANSOFF, 1990, p. 93);

• padrão ou plano que integra os objetivos maiores de uma empresa, suas

políticas e seqüências de ações em um todos coeso (QUINN, 1992, p. 5)

• programa amplo para se definirem e alcançarem as metas de uma

empresa; resposta da empresa a seu ambiente através do tempo (STONER e

FREEMAN, 1995, p. 141).

De acordo com esta evolução no conceito de Estratégia Empresarial, é possível

verificar que o ambiente (interno e externo) passa a ser mais valorizado no momento

de ser feita a Estratégia Empresarial.

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32

2.3 O QUÊ COMPÕE UMA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL

Alguns itens são de fundamental importância para a construção do planejamento

estratégico, tais como a identidade Institucional, Análise do Ambiente, e a definição

dos Objetivos Estratégicos da empresa, como veremos logo abaixo:

2.3.1 Identidade Institucional

Faz parte da Estratégia Empresarial definir com clareza onde ela está atualmente

com a Definição do Negócio, ou seja, o campo de atuação da Organização, a

declaração explícita da sua Missão, que é a razão da sua existência, explicitação

dos Princípios de Atuação, que são as Crenças e Diretrizes de suas ações,

transmitidos para e por seus colaboradores e estabelecimento dos Fatores Chaves

de Sucesso, que são os atributos imprescindíveis para o sucesso da Organização.

2.3.2 Análise do Ambiente

A análise do Ambiente é um processo de identificação de Oportunidades, Ameaças,

Forças e Fraquezas que afetam a empresa no cumprimento da sua Missão.

Oportunidades são situações externas, atuais ou futuras que, se adequadamente

aproveitadas pela empresa, podem influencia-la positivamente. Por sua vez,

Ameaças são situações externas, atuais ou futuras que, se não eliminadas,

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minimizadas ou evitadas pela empresa, podem afeta-Ia negativamente. Já as Forças

são características da empresa, tangíveis ou não, que podem ser potencializadas

para otimizar seu desempenho. Fraquezas são características da empresa, tangíveis

ou não, que devem ser minimizadas para evitar influência negativa sobre seu

desempenho.

2.3.3 Definição dos Objetivos Estratégicos da Empresa

Os Objetivos Estratégicos da Empresa podem ser vistos da através da ótica do

crescimento, abrangendo aspectos econômicos, geográficos e quantitativos, ou seja,

o aumento do marketing share. Do ponto de vista da inovação, podemos identificar

que os objetivos estão relacionados com a criação de novos produtos ou de novos

processos de Pesquisa e Desenvolvimento.

Para tanto, sempre é necessário estabelecer Indicadores de desempenho que

quantifiquem os resultados, identificando o que foi feito de bom, e o que necessita

ser revisado.

O conceito de Estratégia pode ser sintetizado no pensamento de Sun Tzu, em seu

livro "A Arte da Guerra".

“Se conhecemos o inimigo (ambiente externo) e a nós mesmos (ambiente

interno), não precisamos temer o resultado de uma centena de combates. Se

nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma

derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as

batalhas" (TZU, 1984, p. 114).

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Mesmo tendo sido escrito há milhares de anos, e ter sido voltado para questões

militares, o pensamento de Sun Tzu é extremamente importante para a tomada de

decisões nas estratégias empresariais.

2.4 OS PRINCIPAIS TEÓRICOS DA ESTRATÉGIA

Como já foi visto anteriormente, estratégia foi, primordialmente, um tema de

discussões militares, por tanto, o primeiro pensador de grande destaque foi um

estrategista de guerra, Sun Tzu:

Sun Tzu

O pioneiro. O estrategista militar e autor do célebre livro “A Arte da Guerra”, que foi

escrito há mais de 2500 anos na China antiga e, hoje, tornou-se uma espécie de

manual do executivo moderno. Sun Tzu foi um general chinês que viveu no século IV

AC e que no comando do exército real de Wu acumulou inúmeras vitórias,

derrotando exércitos inimigos e capturando seus comandantes. Foi um profundo

conhecedor das manobras militares ensinando estratégias de combate e táticas de

guerra (TZU, 1984, p. 7-16).

Alfred Chandler

Professor Chandler, como é conhecido, vive em Cambridge, Boston. Escreveu os

livros "A estratégia continua a determinar a estrutura" e "O conceito da estratégia

não muda”. Para ele, “o destino das estratégias de empresas individuais tem que ser

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35

redefinido a fim de fazer exame da vantagem da nova tecnologia eletrônica"

(RODRIQUES, 2001 p. 1).

Michael Porter

Nos últimos 20 anos, o trabalho de Michael Porter definiu os fundamentos da

competição e da estratégia competitiva. Consultor e professor da Harvard Business

School, é considerado uma das maiores autoridades mundiais em estratégia

competitiva. Porter é conhecido pela sua capacidade singular de estabelecer a ponte

entre a teoria econômica da gestão e a sua prática, conseguindo transmitir a

verdadeira essência da competição. No que diz respeito à competição e às

estratégias empresariais, Porter inicia a sua análise ao nível de uma indústria

singular, dissecando de seguida fórmulas de negócio para empresas diversificadas.

A estrutura e a evolução das indústrias e os meios segundo os quais as empresas

ganham e mantêm a sua vantagem competitiva nessas mesmas indústrias

constituem o ponto crucial da competição (PORTER, 2003, p. 1).

Peter Drucker

Muitas pessoas sustentam que, desde os tempos de Keynes, nenhum outro

pensador teve tanta influência sobre seus contemporâneos quanto Peter Drucker.

Exageros à parte, indiscutível é que esse austríaco é um dos intelectuais mais

importantes de nosso tempo. Não por acaso, ele vem sendo chamado nos meios

acadêmicos e gerenciais de “pai do gerenciamento moderno". Ao longo de sua vasta

obra, composta de 27 livros sobre administração, uma autobiografia e dois volumes

de ficção, Drucker exibe uma capacidade singular para integrar essa rica

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combinação de pensamento filosófico, político, econômico, histórico, sociológico,

tecnológico e mesmo científico (DRUCKER, HSM Management 1997, p. 1).

Kenishi Ohmae

Descrito como o "Sr. Estratégia", o economista japonês, Dr. Kenichi Ohmae, é

procurado regularmente para ser um consultor de gerências. Em 1994, o economista

foi escolhido como um dos cinco gurus da gerência no mundo. Como autor, publicou

mais de 100 livros, muitos dos quais são voltados aos negócios e às análises sócio-

políticas. Contribuiu também com numerosos artigos às publicações principais (por

exemplo, jornal de Wall Street, Harvard Business Review, Foreign Affairs, New York

Times) (OHMAE, 1985).

Igor Ansoff

É reconhecido internacionalmente com uma das maiores autoridades em

administração estratégica e planejamento estratégico. Sua marcante contribuição à

administração através de publicações e pesquisas, soma-se a atuação como alto

executivo de grandes empresas como a Lockhead Aircraft Corporation e a Rand

Corporations. Igor Ansof foi o primeiro a editar um livro sobre Estratégia,

Planejamento Estratégico, da Editora Atlas (ANSOFF, MCDONNEL, 1993).

Henri Mintzberg

Este guru da estratégia, com 61 anos, vive agora repartido entre dois gabinetes em

dois continentes, entre a McGill University, em Montreal, no Canadá, onde é

professor de estratégia e organização desde 1968, e Praga, na República Checa,

onde tem uma empresa de consultoria com um parceiro. (MINTZBERG, AHLSTRAND e

LAMPEL, 2000, p.1).

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37

2.5 TIPOS DE ABORDAGENS SOBRE ESTRATÉGIAS EMPRESARIAS

Em WHITTINGTON (2002), podemos identificar quatro linhas de pensamentos

estratégicos que podem ter sua aplicabilidade relacionada com a Indústria Química:

A Escola Clássica, que prescreve uma abordagem racional, imparcial e seqüencial,

oferecida como norma universal. As perspectivas Evolucionária e Processual são

mais cautelosas, cada uma delas cética quanto à capacidade dos estrategistas

clássicos de dirigir as estratégias de forma efetivamente racional e hierárquica. Para

os evolucionistas, a mudança ambiental costuma ser rápida demais, imprevisível e

implacável demais para prever e antecipar; o conselho deles é concentrar-se na

viabilidade do dia-a-dia, tentando, ao mesmo tempo, manter as opções abertas. Os

processualistas duvidam de que as organizações ou os mercados funcionem com a

eficiência implacável que os classicistas e os evolucionistas alegam

respectivamente; inclinam-se, portanto, em direção a pacientes estratégias de ajuste

e ao cultivo gradual de competências essenciais. Finalmente, os teóricos Sistêmicos

assumem uma postura mais relativista, insistindo em que tanto os fins quanto os

meios da estratégia dependem do caráter de sistemas sociais prevalentes, e que,

portanto, mesmo a hiper-racionalidade da escola clássica pode ser apropriada em

certos contextos sociais - mas apenas em alguns. (WHITTINGTON, 2002. p. 44-46)

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As principais características podem ser identificadas no quadro abaixo:

Clássica Processual Evolucionária Sistêmica

Estratégia Formal Elaborada Eficiente Inserida

Justificativa Maximização do

Lucro

Vaga Sobrevivência Local

Foco Interna (planos) Interna (política /

cognições)

Externa

(mercados)

Externa

(sociedade)

Processos Analítica Negociações /

Aprendizado

Darwinivana Social

Influências-

chave

Economia /

Militarismo

Psicologia Economia /

Biologia

Sociologia

Autores

Conhecidos

Chandler; Ansof;

Poter

Cyert & March;

Mintzberg; Pettigrew

Hannan &

Freeman;

Willianson

Granovetter;

Whitley

Surgimento Anos 1960 Anos 1970 Anos 1980 Anos 1990

(WHITTINGTON, 2002, p. 46)

Este quadro associa cada abordagem à década específica na qual surgiu. Com ele,

podemos verificar as nuances ocorridas com o pensamento estratégico ao longo do

tempo, e sua evolução para uma abordagem mais social, assim como, as questões

sociais foram também mais discutidas no final do século passado e início do século

XXI.

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3. INDÚSTRIA QUÍMICA

Maior setor da indústria de transformação brasileira, a Indústria Química é o foi alvo

de nossa pesquisa, tendo como caso estudado, a Millennium Chemicals. Assim

como a Millennium, todas indústrias do ramo químico produzem commodities, e por

isso, necessitam estar atentas às variáveis do macro ambiente, como inovação

tecnológica, potenciais parceiros, uma nova legislação, questões ambientais etc. O

intuito disso é manter, ou adquirir vantagem competitiva.

3.1 A HISTÓRIA DA QUÍMICA

A história da química se confunde com a história da humanidade. Quando o homem

aprendeu a fazer o fogo, já estava fazendo química, entre os egípcios e os

babilônios, há mais de cinco mil anos, já se trabalhavam o ouro, a prata, e o cobre, e

se extraiam outros metais de seus minérios. A sistematização dos conhecimentos

relativos à indústria química, porém, só aconteceram muitos anos mais tarde.

Já a química moderna, cujo nascimento é situado tradicionalmente por volta do início

do século XIX, conseguiu livrar-se do lastro pseudocientífico que a acompanhara

durante milênios para integrar-se ao campo da investigação racional, característico

das ciências contemporâneas. Disciplina encarregada do estudo das transformações

ocorridas nos corpos, em virtude de mudanças em sua natureza ou estrutura interna,

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a química compreende um conjunto de especialidades das ciências naturais, que faz

uma ponte entre o estudo das qualidades da matéria inanimada e das propriedades

mais essenciais dos organismos vivos. O extraordinário poder dos recursos

científicos para a transformação dos elementos da natureza - traço que define as

técnicas químicas - alimenta o desenvolvimento de numerosas indústrias

pertencentes a um setor da economia em permanente crescimento. A fabricação de

substâncias e materiais úteis para uma vasta gama de aplicações, que caracterizou

as incipientes empresas de produção em grande escala da revolução industrial,

aumentou notavelmente com o surgimento de novas áreas de exploração mineral

durante o século XX.

3.2 O CONCEITO E A EVOLUÇÃO DA INDÚSTRIA QUÍMICA

Denomina-se indústria o conjunto de atividades produtivas que o homem realiza, de

modo organizado, com a ajuda de máquinas e ferramentas. Dentro dessa ampla

definição se enquadram os mais diversos afazeres, em diferentes lugares e épocas.

De modo geral, toda atividade coletiva que consiste em transformar matérias-primas

em bens de consumo ou de produção, com auxílio de máquinas é industrial,

entretanto, o conceito de indústria química e sua abrangência têm sido objeto de

divergências que dificultam a comparação e análise dos dados estatísticos a ela

referentes.

Buscando solucionar ou pelo menos reduzir essas divergências, a ONU, há alguns

anos, aprovou uma nova classificação internacional para a indústria química,

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incluindo-a na Revisão n° 3 da ISIC (International Standard Industry Classification).

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, com o apoio da

ABIQUIM e utilizando os novos critérios aprovados pela ONU, definiu uma nova

Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) e promoveu o

enquadramento de todos os produtos químicos nessa nova classificação (Divisão

24). De acordo com essa classificação, considera-se como da indústria química, os

seguintes segmentos:

- Fabricação de Produtos Químicos Inorgânicos;

- Fabricação de Produtos Químicos Orgânicos;

- Fabricação De Resinas e Elastômeros;

- Fabricação de Fibras, Fios, Cabos e Filamentos Contínuos Artificiais e

Sintéticos;

- Fabricação de Produtos Farmacêuticos;

- Fabricação de Defensivos Agrícolas; Fabricação de Sabões, Detergentes,

Produtos de Limpeza e Artigos de Perfumaria;

- Fabricação de Tintas, Vernizes, Esmaltes, Lacas e Produtos Afins;

- Fabricação de Produtos e Preparados Químicos Diversos.*

O nascimento e evolução da indústria se dão desde os tempos pré-históricos, onde o

homem elaborou seus utensílios e armas mediante a transformação dos materiais de

que dispunha, como o sílex e, mais tarde, os metais. À medida que avançou a

civilização, a especialização no trabalho aumentou e originou-se um grupo social, os

artesãos, que se encarregavam de produzir os objetos de que a sociedade

necessitava, como objetos de cerâmica, tecidos, armas etc.

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A passagem da manufatura para a fabricação industrial de um produto transcorre por

etapas, a primeira das quais consiste na divisão do trabalho e na especialização:

cada operário realiza um mínimo de operações diferentes, de modo a especializar-se

de preferência numa só, que realizará muito rapidamente, de modo sistemático, ao

longo de toda a jornada de trabalho. Uma segunda etapa refere-se à mecanização

do trabalho, em que as ferramentas são substituídas por máquinas dispostas ao

longo de uma linha de montagem, pela qual os produtos passam em seqüência e

vão sendo montados e recebendo acessórios, pintura, embalagem etc., até que

estejam prontos para distribuição. Na terceira etapa procede-se à eletrificação da

linha de montagem e das diferentes operações, o que reverte em maior rapidez e

precisão na fabricação.

O passo seguinte, só viável para a grande indústria, é a automação do processo de

fabricação, que reduz a demanda de mão-de-obra e consegue, além de rapidez e

precisão, continuidade de produção. O elemento fundamental dessa etapa é o robô

industrial, conjunto de mecanismos capaz de repetir com exatidão uma ou diversas

operações industriais. Uma fase subseqüente é a otimização do processo, cujo

objetivo é o aproveitamento máximo dos recursos materiais e humanos da fábrica.

Para sua consecução, é necessário controlar o funcionamento de todas as máquinas

de atividade simultânea, assim como reduzir ao mínimo as reservas armazenadas e

a energia consumida.

As principais indústrias de base são a mineradora ou extrativa, a química e a

metalúrgica ou pesada. Quase todas as demais atividades industriais constituem o

que se chama de indústria leve. Do ponto de vista do destino do produto, cabe ainda

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outra classificação: quando se trata de máquinas, ferramentas ou meios de

transporte industrial, diz-se que a indústria se dedica à fabricação de bens de

capital, ou seja, bens não dirigidos ao consumo humano imediato, mas para produzir

outros bens. As indústrias de bens de consumo são as mais numerosas e variadas.

Compreendem a fabricação de alimentos, móveis, têxteis, impressos, aparelhos

eletrodomésticos e produtos eletrônicos, entre outros.

Pode-se dividir a evolução da industria química ao longo do tempo em três grandes

períodos:

- Período Antigo (da pré-história ao início da era Cristã). Empírico.

- Período dos Alquimistas e dos Iatroquímicos (Século I ao Século XVII).

Busca da Pedra Filosofal e do Elixir da Longa Vida.

- Período Moderno (do Século XVIII até o presente). Começa com Lavoisier e

caracteriza-se pela estreita união entre a teoria e a experimentação, fazendo

da Química uma ciência exata.

As Industrias Químicas, por trabalharem com commodities, devem estar atentas às

nuances do macro ambiente, como a inovação tecnológica, entrada de novos

parceiros, nova legislação, etc., a fim de manter, ou adquirir vantagem competitiva, e

também questões como a degradação ambiental, o esgotamento de recursos

naturais e a persistência do desequilíbrio econômico entre países industrializados e

subdesenvolvidos levaram o mundo todo a questionar a industrialização sem

controle e a formular propostas de desenvolvimento sustentado, ou seja, utilização

racional dos recursos disponíveis.

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A necessidade de estabelecer Estratégias Empresariais é devido a crescente

complexidade do mercado e do ambiente financeiro, da intensificação da

competitividade global, do alargamento da base científico/tecnológico dos produtos e

serviços.

A Indústria Química é o maior setor da indústria de transformação brasileira. É área-

chave para o desenvolvimento brasileiro, com vendas anual superiores a 50 bilhões

de dólares. Seus produtos participam de todos os segmentos da atividade industrial,

notadamente na agroindústria (fertilizantes e defensivos agrícolas), na indústria de

bens duráveis (automobilística, eletro-eletrônica, metalúrgica) e em produtos de

consumo (farmacêutica, alimentos, cosméticos, detergentes, tintas, têxtil).

Com os avanços no campo das pesquisas, novas perspectivas podem surgir para a

Indústria Química, tais como, as potenciais necessidades da Indústria farmacêutica

provenientes de novas descobertas, como por exemplo, vindas da vasta

biodiversidade existente, e ainda inexplorada, da região amazônica.

Tornar-se, com mais intensidade, uma fonte de energia alternativa, pois a indústria

petroquímica, que depende das reservas de petróleo, não terá uma vida longa, pois

o petróleo é uma fonte esgotável.

Do ponto de vista econômico, podemos verificar que o déficit da balança comercial

de produtos químicos do Brasil foi superior a US$ 6,2 bilhões no ano passado, valor

13,5% menor do que o déficit registrado em 2001, que alcançou o recorde de US$

7,2 bilhões. No ano passado, o Brasil exportou US$ 3,8 bilhões em produtos

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químicos, 8,44% mais do que em 2001. Mas as importações, mesmo recuando

6,32% em comparação a 2001, somaram mais de US$ 10 bilhões. A redução no

déficit comercial de produtos químicos pode ser atribuída mais aos efeitos do câmbio

e de variações em preços, tendo em vista que, em volume, as importações

aumentaram 3,76% em relação a 2001, superando a marca de 17 milhões de

toneladas. As exportações somaram 5,5 milhões de toneladas, o que representa

aumento de 14,62% em relação a 2001.

Considerado apenas o segmento de produtos químicos de uso industrial, o déficit

em 2002 foi superior a US$ 4,6 bilhões, com importações totais de US$ 7,9 bilhões e

exportações em torno de US$ 3,3 bilhões. Foram importadas em 2002 mais de 16,6

milhões de toneladas e exportadas 5,5 milhões de toneladas de produtos químicos

de uso industrial.

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GRÁFICO 1

Produtos Químicos (em milhões FOB)

2085 2291 2502 2774 3367 3483 3830 3625 3442 4030 3533

3565 35754445

5642

3831

79288848

9673 10077 978810649 10761

10081

1000

3000

5000

70009000

11000

13000

15000

91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02

Exportações Importações

Fonte: ABIQUIM

GRÁFICO 2

Produtos Químicos Industriais (em milhões FOB)

0291 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01

3083 3160 3451 3211 3004 3576 3050 32941925 2066 2276 2543

7958

852584347640815879407390

6812

49373961

32433204

1000

3000

5000

7000

9000

11000

13000

15000

Exportações Importações

Fonte: ABIQUIM

Para a empresa de consultoria Booz Allen Hamilton, “a indústria química brasileira

precisa sair do círculo vicioso de baixa rentabilidade, baixo investimentos, perda de

competitividade e aumento de déficit na balança comercial de produtos químicos,

caso contrário o Brasil poderá enfrentar sérias dificuldades em muitos outros setores

industriais”. Esta é a conclusão central do estudo “O Futuro da Indústria Química no

Brasil” (JORPLAST. 2003, p.1).

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4. A MILLENNIUM

A Millennium Chemicals é uma empresa de atuação global, presente nos 5

continentes. Ela chegou ao Brasil com a aquisição da TIBRÁS, estando presente

nos estados da Bahia, Paraíba e São Paulo. A Millennium fabrica um produto que

está presente no cotidiano de todas os seres humanos. O seu produto, o dióxido de

Titânio é um ingrediente de extrema importância principal na fabricação de tintas,

revestimentos, plásticos, papel, borracha, e cosméticos. Faz parte da cultura da

Millennium realizar programas de cunho social junto à comunidade vizinha que muito

contribui para se aproximar das pessoas que estão ao seu redor.

4.1 A MILLENNIUM CHEMICALS

A Millennium Chemicals é uma empresa global que fabrica produtos de alta

performance e qualidade, presentes nas vidas de todas as pessoas e uma das

principais indústrias químicas do mundo. Emprega mais de 4 mil profissionais entre

suas 8 fábricas - Brasil, Inglaterra, França, Estados Unidos e Austrália - e escritórios

localizados nos 5 continentes. Sua participação no mercado está em torno de 27%

no mundo e 47% no Brasil. A Millennium fabrica o pigmento branco dióxido de titânio

(TiO2), utilizado como matéria-prima na confecção de tintas, vernizes, plásticos,

papel, cosméticos, entre outros. A Millennium chega ao Brasil com a aquisição da

TIBRÁS.

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4.2 A TIBRÁS

A TIBRÁS foi fundada em 1966, sendo o único produtor de dióxido de titânio da

América do Sul. Na sua implantação, o capital nacional foi financiado pela SUDENE,

e em seguida utilizou a tecnologia da Inglaterra e da “RAPORT” (hoje, vendida para

a Millennium) para a produção. Em 1971 a Andrade Gutierrez fez uma parceria com

a Bayer e essa parceria durou até que a empresa fosse vendida para Millennium. A

Bayer tinha a responsabilidade de manter a tecnologia dentro da TIBRÁS fazendo

capitação constante de novas tecnologias. Nesta parceria com a Andrade Gutierrez,

a parte operacional e técnica ficava com a Bayer e a Andrade Gutierrez fazia a parte

comercial. Inicialmente, a compra do minério era feita na Austrália e por volta de

1975 foi descoberta uma jazida na Paraíba, sendo denominado de “RIB” na época,

hoje é chamada de Millennium Paraíba, local onde é produzido a ilmenita, matéria –

prima para a produção de dióxido de titânio. Atualmente, por uma questão ambiental

é feita uma dosagem a esta ilmenita com dióxido de titânio concentrado a fim de

diminuir o teor de ferro, que é um subproduto que era lançado ao mar, haja vista,

que hoje é um fator condicionante para a operacionalidade da unidade Bahia.

A fábrica da Bahia foi instalada em 1971, para produzir anualmente 22.000

toneladas (T) e ao longo dos anos passou por uma séria de ajustes, chegando em

1980 com uma produção anual de 33.000 T. Em 1983 devido a grande demanda por

dióxido de titânio no mercado, houve uma ampliação na planta, atingindo uma

produção de 50.000 T, novamente, efetuando ajustes pode aumentar de forma

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significativa a produção, chegando em 1997 com 60.000 T, tendo perspectiva de um

aumento para os próximos cinco anos.

4.2.1 Participação no mercado e concorrência

Dentro do mercado brasileiro a participação da TIBRÁS era de 51%, hoje sua fatia

caiu para uma faixa em torno de 46 a 48%. É importante lembrar que a Millennium

também exporta para o cone sul e para o Caribe. Com relação à concorrência, a

Dupont é a principal a nível nacional, com cerca de 20% do mercado e, a primeira

produtora a nível internacional. Ela importa um produto semi-acabado e tem uma

unidade em Minas Gerais a “CHAIS” onde ela termina este produto e vende aqui no

Brasil.

4.3 A MILLENNIUM NO BRASIL

A Millennium se instalou no Brasil em 1998 com o objetivo de trazer ao país todo o

seu conhecimento e experiência internacional na produção do dióxido de titânio

(TiO2).

Foto aérea da unidade de Camaçari, Bahia, da Millennium.

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Maior produtora brasileira, a Millennium é a única indústria química, na América

Latina, que possui uma mina própria de extração do minério ilmenita, e segundo

maior fabricante mundial do pigmento branco TiO2.

Com a aquisição da Tibrás, a Millennium incorporou a seus bens, uma fábrica que

produzia, desde o começo da década de 70, o dióxido de titânio (TiO2) em Camaçari

– Bahia que possui uma capacidade de produção de 60 mil toneladas/ano de dióxido

de titânio, e uma mina no município de Mataraca, Paraíba, onde extrai os minérios

ilmenita, rutilo e zirconita, além do escritório comercial em São Paulo.

4.3.1 Políticas e Valores

A Millennium Chemicals tem valores fundamentais com seus empregados,

acionistas, clientes e comunidade.

Cultivam dentro da organização a valorização do ser humano, estimulando seu

crescimento pessoal e profissional. É possível identificar isso em seu ambiente de

trabalho seguro e inovador, integrando diferentes culturas, incentivando a criação de

valor dos empregados, elementos-chave para o meio ambiente, contribuindo para a

criação de uma qualidade de vida mais saudável nas comunidades vizinhas às

unidades.

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4.3.2 Missão

Segundo Oliveira (2001, p. 128), a Missão é “a razão de ser da empresa”. Ou seja, o

motivo pelo qual ela existe, que atividades exerce hoje e quais deverá exercer no

futuro.

A Missão da Millennium é:

"Atuar como empresa global, oferecendo produtos e serviços de alta tecnologia,

atendendo e buscando superar as expectativas dos acionistas, clientes, empregados

e comunidade” (MILLENNIUM, 2003).

A missão da Millennium condiz com o cenário dinâmico e com competitividade em

nível global deste início de século, pois, envolve expectativas e a satisfação de

necessidades tanto do público interno quanto do externo.

4.3.3 Visão

De acordo com Quigley (apud OLIVEIRA, 2001 p. 88), a Visão é “algo que se

vislumbra para o futuro desejado da empresa”. Podemos dizer que a visão é como

um sonho factível, o que a empresa mais deseja ser.

A Visão da Millennium é:

“Ser a empresa de produtos químicos mais criadora de valores do mundo”

(MILLENNIUM, 2003).

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52

4.3.4 Valores

Os princípios básicos que norteiam a vida e as decisões das pessoas que compõem

a Millennium são:

- Empregar os padrões éticos mais elevados.

- Tratar-se mutuamente com respeito e abertura.

- Proteger o meio ambiente, a saúde e segurança de seus empregados e do

público (MILLENNIUM, 2003).

4.3.5 Princípios Estratégicos

Os princípios que orientam a estratégia da Millennium são:

- Proporcionar aos clientes produtos e serviços de alta qualidade através da

aquisição de novas tecnologias que propiciem um melhor aproveitamento do

produto reduzindo o envio de resíduos para o ar e para o mar.

- Usar EVA® - Economic Value Added (Valor Econômico Agregado) -, um

critério de desempenho para medir a situação financeira de cada unidade,

com o intuito de definir o sucesso financeiro.

- Focalizar o crescimento em atividades empresariais criadoras de valores.

- Melhorar contínua e agressivamente nossa postura de custo.

- Ressaltar a participação dos empregados na propriedade da empresa e a

remuneração com base no desempenho (MILLENNIUM, 2003).

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4.3.6 Política de Pessoal

A visão da Millennium Chemicals é tornar-se a empresa química mais criadora de

valores do mundo, dedicada ao pessoal, aos clientes, à comunidade e ao meio

ambiente. Eles estão convencidos de que o seu pessoal, tanto individualmente

quanto em equipe, cria este valor.

A Millennium tem como seus princípios da Política de Pessoal, os seguintes itens:

- Criar um ambiente de trabalho seguro e inovador, que atenda às

necessidades humanas para promover o respeito e a confiança de apoio no

local de trabalho e no lar;

- Formular e implementar programas competitivos de remuneração e apoio ao

pessoal;

- Atender às necessidades empresariais estratégicas de conhecimentos e

aptidões, bem como às necessidades de crescimento, mobilidade e trabalho

em equipe de seu pessoal;

- Estabelecer comunicações abertas para promover o respeito e a confiança;

- Construir uma força de trabalho multicultural e diversificada, cada vez mais

produtiva;

- Desenvolver políticas e serviços de recursos humanos justos e coerentes;

- Compartilhar a responsabilidade de administração de pessoal entre todos os

líderes e Recursos Humanos da Millennium (MILLENNIUM, 2003).

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Acreditando que o ser humano é um fator-chave para o sucesso de seus negócios, a

Millennium investe no desenvolvimento pessoal e profissional de seus empregados,

através de uma política de Recursos Humanos justa e coerente, reconhecendo e

incentivando a criação de valor dentro da organização.

A Millennium garante aos empregados condições compatíveis com o mercado,

reconhecendo seu potencial, incentivando seu crescimento profissional com

programas de treinamento, educação e benefícios, bem como sua participação e

delegação no gerenciamento das atividades, adotando uma postura de total

transparência, comprometida em respeitar e agregar valor ao ser humano, tanto no

âmbito da comunidade quanto com seus empregados.

4.3.7 Política de Atuação Responsável®

A atuação responsável é, cada vez mais, um fator preponderante para a

sobrevivência de uma empresa, seja em qual setor da economia ela atue. Com

consumidores mais atentos e exigentes, nenhuma empresa que almeje ser líder de

mercado, ou prosperar em determinados nichos pode deixar de atender às

demandas dessa nova sociedade que está se constituindo com base em pilares

éticos, ecológicos, e que valorizam a cidadania, a preservação do meio ambiente e

da memória cultural, e que, em muitos casos, conseguem fechar as portas de tais

empresas que não conseguiram escutar tais anseios da comunidade, ao preterirem

seus produtos adquirindo de seus concorrentes.

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A Millennium Chemicals adota e segue os princípios orientadores do programa

Responsible Care® desenvolvido pela Chemical Manufacturers Association.

A empresa tem o objetivo de beneficiar cada vez mais a sociedade, a economia e o

meio ambiente, bem como os acionistas, seguindo esta política:

- Tornar a segurança, a saúde e a proteção do meio ambiente,

responsabilidade direta da gerência de linha;

- Oferecer um lugar de trabalho que promova a melhoria contínua da

segurança, saúde e desempenho ambiental;

- Capacitar os empregado para trabalhar de maneira segura, saudável e

ambientalmente responsável;

- Treinar os empregados a fim de assegurar que realizem o seu trabalho de

maneira segura, saudável e ambientalmente responsável;

- Estabelecer metas regulares de melhoria do desempenho em segurança,

saúde e meio ambiente;

- Tornar a segurança, a saúde e a conservação ambiental, componentes

críticos de todos os aspectos das suas atividades, inclusive desenho,

construção, manutenção e operação de suas instalações e no

desenvolvimento, distribuição, uso e descarte de seus produtos atuais e

futuros;

- Comunicar preocupações relevantes de segurança, saúde e meio ambiente

aos empregados, vizinhos, fornecedores, distribuidores, clientes e outros

investidores interessados;

- Procurar colaboração do público no estabelecimento de um diálogo contínuo

sobre questões da Atuação Responsável® com as comunidades onde a

empresa tem fábricas;

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- Participar na formulação de leis, regulamentos e padrões responsáveis que

assegurem a comunidade, o lugar de trabalho e o meio ambiente;

- Preservar os recursos naturais e minimizar os resíduos por meio da

conservação e práticas de recuperação;

- Cumprir ou ultrapassar todas as leis, regulamentos e padrões aplicáveis

(MILLENNIUM, 2003).

4.3.8 Mercado

Novos produtos, tecnologias e mercados estão mudando sensivelmente o perfil das

indústrias no Brasil. Atualmente, as empresas estão focadas na busca da qualidade

total aliada à constante superação das expectativas de seu cliente, oferecendo um

produto de alta performance e competitivo neste cenário global. A Millennium

alinhada às novas tendências do mercado vem trabalhando neste sentido.

Atuar em um mercado mundial e competitivo exige das pessoas, que fazem parte

desta organização, uma postura de comprometimento com o resultado final

associada a uma mentalidade mais voltada para o mundo.

Hoje, segundo o Raimundo Siqueira, Gerente de Qualidade, a Millennium, como

uma empresa global, acessa informações e utiliza os recursos de uma organização

que está presente em 5 continentes, assegurando o fornecimento de produtos de

alta performance e tecnologia de última geração, respaldados por uma equipe de

profissionais experientes.

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Com isto, a Millennium está apta a fornecer um produto similar, em termos de

qualidade e rendimento, ao pigmento fabricado nos outras unidades. Atender e

superar as expectativas de seus clientes, oferecendo produtos e serviços de alta

tecnologia é uma meta constante para a Millennium.

A Millennium se mostra uma empresa orientada ao cliente. Desta forma, busca

sempre entender as necessidades futuras de nosso cliente, antecipando e

oferecendo soluções integradas, desenvolvendo negócios e potencializando a

qualidade de seu produto final, tornando possível o aumento de sua competitividade

dentro deste cenário.

O mercado é composto de fornecedores, clientes, concorrentes e produtos

substitutos. Podemos destacar as seguintes empresas como participantes do

mercado da Millennium:

4.3.8.1 Fornecedores

Seus principais fornecedores são: A Caraíba Metais que fornece o Ácido Sulfúrico; a

Dow Química que fornece o Ácido Clorídrico e a Soda Cáustica, a Bahia Gás que

fornece o Gás Natural, a COELBA que fornece a Energia Elétrica, a Millennium

Paraíba que fornece a Ilmenita, a Richard Bay que fornece a Escória, a Cia de

Cimento Portiland Poty que fornece a Cal hidratada.

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Com relação ao insumo enxofre, não existe um fornecedor fixo, aquele que

apresentar um melhor valor será negociado, entretanto, os mais comuns são do

Canadá ou Venezuela.

4.3.8.2 Clientes

Razão de viver de qualquer empresa, os principais clientes que fazem negócios com

a Millennium são aquelas que estão inseridas no segmento de: Tintas, Vernizes,

Plásticos, Papéis, Cosméticos e de Higiene Pessoal. As principais empresas são:

Acrilex, Alpargatas, Basf, Bayer, Colgate, Instituto Adolfo Lutz, Petrobrás, Tigre S.A.,

Tintas Work, e Unilever do Brasil.

4.3.8.3 Concorrentes

A Millennium possui como concorrente tanto no mercado nacional quanto no

internacional a Dupont.

4.3.8.4 Produto Substituto

Na realidade ainda não existe um produto substituto ao dióxido de titânio, ou seja,

que possua as mesmas características de cobertura e resistência a intempéries,

geralmente, o que se usa são cargas do tipo carbonato de cálcio, sulfato de bário ou

cal dentro de tintas inferiores para que possam adquirir uma melhor performance,

entretanto, no caso de tintas automobilísticas este artifício é inviável e certamente o

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cliente nunca mais irá negociar com estes fornecedores, geralmente utiliza-se deste

artifício para produtos de vida curta, por exemplo, em out-door.

4.3.8.5 Produtos

A Millennium produz o Dióxido de Titânio, que é um pigmento branco, não tóxico. O

nome do dióxido de titânio da Millennium é TIONA®. Onde tem cor tem TIONA®. O

pigmento branco TIONA® é o ingrediente principal utilizado na confecção de tintas,

revestimentos, plásticos, papel, borracha, cosméticos, entre outros. Devido à sua

estabilidade contra agentes físicos e químicos, é utilizado em praticamente todos os

produtos nos quais deseje características coloridas e de opacidade, podendo figurar

não apenas em materiais brancos, mas nos coloridos também. A depender da sua

aplicação pode ser fabricado conforme a sua necessidade podendo ser classificados

conforme segue abaixo:

Tipo:

O TiONA® 568 é um pigmento rutilo , pós-tratado

com compostos de alumínio, silício e compostos

orgânicos.

Características:

* Máxima flexibilidade de formulação

* Alto poder de tingimento

* O TiONA® 568 é um dióxido de titânio de

aplicação múltipla, feito para se dispersar

facilmente em uma ampla variedade de sistemas,

proporcionando boa opacidade, luminosidade e

cor, bem como boa durabilidade.

Aplicações:

* Tintas à base d’água e base solvente para

sistemas decorativos e industriais.

* Tintas em pó.

* Primers

* Revestimentos para papéis.

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Tipo:

O dióxido de Titânio R-KB-2/BR é um pigmento

rutilo micronizado, pós-tratado com compostos

de alumínio, silício e orgânicos.

Características:

* Multiuso

* Boa claridade

* Tonalidade neutra

* Excelente opacidade e capacidade de cobertura

* Excelente resistência às intempéries

* Fácil dispersão

* O dióxido de titânio R-KB-2/BR é um pigmento

multiuso. Devido às suas propriedades ópticas

balanceadas, à sua alta resistência às

intempéries e à sua fácil dispersão o TiONA® R-

KB-2/BR é utilizado com sucesso nas

aplicações gerais das indústrias de tintas e

plásticos.

Aplicações:

* Uso geral

* Tintas industriais e decorativas

* Plásticos

Tipo:

O dióxido de Titânio R-KB-3/BR é um

pigmento rutilo micronizado, de núcleo

cristalino estabilizado, pós-tratado com

compostos de alumínio e orgânicos.

Características:

* Boa claridade

* Tonalidade neutra

* Excelente poder de cobertura e tingimento

* Fácil dispersão

* Alto brilho e nitidez

* Boa resistência à luz e intemperismo

* O dióxido de titânio R-KB-3/BR caracteriza-

se pelas suas propriedades ópticas

otimizadas, boa resistência às intempéries e a

sua fácil dispersão. O TiONA® R-KB-3/BR tem

alto potencial de brilho, e mesmo quando

aplicado em sistemas de secagem em estufa,

a nitidez da imagem refletida permanece.

Devido à fácil umectação, o dióxido de titânio

R-KB-3/BR pode ser disperso em todos os

sistemas ligantes e com os mais diversos

equipamentos

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Aplicações:

* Tintas industriais (líquidas ou em pó) e

decorativas de alta qualidade.

Tipo:

O dióxido de Titânio R-FK-D/BR é um pigmento

rutilo micronizado, pós-tratado com compostos

de alumínio e orgânicos.

Características:

* Excelente opacidade

* Alto grau de brancura

* Subtonalidade azulada

* Fácil dispersão

* O dióxido de titânio R-FK-D/BR é indicado

para a pigmentação de plásticos em geral,

proporcionando alto grau de brancura ou

tingimentos neutros.

* O TiONA® R-FK-D/BR é facilmente disperso

em meios poliméricos, possibilitando a

composição de Masterbach concentrados. É

especialmente recomendado para sistemas,

nos quais, a dispersão e a opacidade são

críticas.

4.3.9 A Responsabilidade Social na Millennium

A Millennium implantou nas suas instalações brasileiras (Bahia, Paraíba e São

Paulo) seus programas voltados às áreas de Qualidade, Recursos Humanos,

Controle de Processos e Confiabilidade, além do Responsible Care®. Na Bahia e na

Paraíba, são desenvolvidos programas sociais e educacionais como o “Amigos da

Natureza”, na Bahia e o “Ribinho Verde”, na Paraíba, de conscientização ambiental,

além do Programa Millennium na Escola, que apóia atividades didáticas entre as

escolas vizinhas das unidades da Millennium, além de ser membro fundador do

programa Responsible Care® da indústria química, possui um código e políticas de

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proteção ao meio ambiente, saúde e segurança, patrocinando projetos ecológicos e

desenvolvendo ações junto às comunidades vizinhas às suas instalações.

A conscientização ambiental é para a Millennium algo natural e fundamental em

todas s suas unidades. Ao longo dos últimos anos, a empresa vem destinando

milhões de dólares em atividades voltadas para as áreas de segurança, saúde e

proteção ambiental. Suas 8 fábricas, ao redor do mundo, realizam diversos

programas de pesquisa e desenvolvimento, cujo objetivo é a redução de resíduos

industriais e a extinção de impactos ambientais, desta forma, trabalha para manter

as emissões à natureza muito abaixo dos níveis permitidos. Sistemas de

monitoramento ambiental e programas de segurança em emergências,

continuamente atualizados, protegem seus empregados e moradores de

comunidades vizinhas.

A Millennium é uma empresa cidadã. Sua presença junto à comunidade tem se

tornado cada vez mais intensa, incluindo o patrocínio a programas ecológicos como

o Projeto Mamíferos Marinhos - Millennium, que protege golfinhos, baleias e lontras

no litoral baiano e sergipano, bem como o apoio ao Projeto TAMAR, na base de

Arembepe, Bahia, de proteção às tartarugas marinhas e o patrocínio ao Projeto

Peixe Boi, na Paraíba.

O compromisso da Millennium com as comunidades locais inclui o patrocínio de 65

atletas da equipe de natação do Costa Verde Tênis Clube, em Salvador, o apoio a

entidades beneficentes como a APAE (Associação de Pais e Amigos de

Excepcionais) de Salvador, orfanatos locais e o patrocínio da Copa Millennium de

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Futebol, evento dirigido a 16 equipes de vilarejos próximos à fábrica da Millennium

na Bahia. A última Copa Millennium envolveu mais de 400 pessoas durante as

partidas.

O Programa Portas Abertas tem recebido nos unidades da Millennium, ao longo dos

últimos anos, centenas de estudantes de escolas públicas e particulares, além da

visita de professores e universidades. Este programa visa instruir e disseminar a

política do Responsible Care®, promovendo uma maior integração da Millennium

com as comunidades e escolas, onde a companhia está inserida, tornando-os

consciente com relação à educação ambiental e tornar a Millennium uma agente

participativo e presente no cotidiano dos moradores vizinhos, ou seja, pessoas são

convidadas a conhecer a fábrica por dentro, inteirando-se das suas atividades e,

principalmente, estabelecendo laços de confiança entre moradores das áreas

vizinhas à planta.

Suportando projetos sociais e ecológicos, e buscando uma harmonia entre a

tecnologia e o meio ambiente, a Millennium pretende ser a empresa de produtos

químicos mais criadora de valores do mundo. Desta forma, investiu nos últimos anos

mais de U$ 40 milhões no tratamento do efluente e na recuperação de lagos e

mananciais, localizados próximos às suas instalações. A partir deste ano, a

Millennium iniciou a substituição da queima do óleo combustível por gás natural em

suas instalações na Bahia.

Fruto de um investimento de US$ 900 mil para a aquisição de novos equipamentos e

instalação interna de distribuição de gás, o novo processo trará benefícios

significativos para o meio ambiente. O novo combustível resultará na redução de

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50% das emissões gasosas totais da fábrica, além de melhorar a qualidade dos

produtos.

Para tanto, foi construído um gasoduto de 23 quilômetros de extensão, entre o Pólo

Petroquímico de Camaçari e a empresa, possuindo uma capacidade de

fornecimento de acima de 150 mil metros cúbicos/dia.

A preocupação da Millennium com a diminuição de suas emissões é antiga. Há seis

anos, a Millennium já havia investido US$ 8,5 milhões na aquisição da planta de

oxidação úmida, que recicla cerca de 95% do SO2 resultante da calcinação. Com a

substituição, a empresa dá mais um passo alinhado com o seu compromisso de

excelência nas áreas de proteção ambiental, saúde e segurança.

Outro projeto desenvolvido pela Millennium, visando a proteção do meio ambiente,

foi a criação da Kemwater. Com um investimento de U$ 4 milhões a Kemwater, uma

joint venture entre a Millennium e a Kemira, produz a partir do resíduo do processo

de fabricação do dióxido de titânio, um sub produto chamado sulfato ferroso. No

passado, esse resíduo da produção de TiO2 era descartado na natureza. Atualmente

é um produto comercialmente viável, uma vez que é vendido para empresas para

tratamento de água e esgoto. Com isso, conseguiu-se também ganhos ambientais,

com a redução na quantidade dos resíduos lançados pela fábrica.

Essa unidade instalada em Camaçari, dentro do parque industrial da Millennium

Chemicals da Bahia, recebe todos os insumos básicos (água, vapor, energia e

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manutenção) para o seu funcionamento, possuindo uma capacidade de produção

mensal de 87 toneladas/dia de FERIX-XL3 (sulfato férrico).

O FERIX-XL-3 é um floculante utilizado no tratamento de água para consumo

humano, de efluentes residenciais e industriais e também como componente para

produção de ração animal e medicamentos.

Através destes projetos com a comunidade, a Millennium, indiscutivelmente se torna

uma empresa cidadã, estando atenta para as suas necessidades e contribuindo para

melhorá-la, permitindo uma transparência nas comunicações com o público externo

fortalecendo ainda mais a confiança. O diálogo com a comunidade é constante,

incluindo além da população vizinha, a fábrica, o governo e a imprensa.

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5. QUESTÕES DE PESQUISA

Para nossa monografia, dividimos as questões de pesquisa em três partes a fim de

facilitar o processo de construção da revisão da literatura, como também para

melhor orientar na obtenção dos resultados da pesquisa. Dividimos em: Questões

Teóricas, referentes à teoria existente a respeito dos temas Estratégia, e Indústria

química; Questões Documentais, referentes a questões sobre a Millennium,

adquiridas através de documentos, Jornalzinho Interno e Web Site da Millennium;

Questões Operacionais, que serviram de roteiro para as entrevistas.

5.1 QUESTÕES TEÓRICAS

As questões teóricas baseiam-se no estudo realizado na estratégia empresarial e na

indústria química.

1. Qual o conceito de Estratégia?

2. O que é Estratégia Empresarial?

3. Quais os principais teóricos que são referências neste tema?

4. O que faz uma organização mudar sua Estratégia Empresarial?

5. Que tipos de abordagens sobre Estratégias Empresarias existentes, e que

podem ser aplicadas na Indústria Química?

6. Qual a Histórico (Conceito, Origem, Evolução) da Indústria Química?

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7. Quais suas Peculiaridades?

8. Qual a importância da Estratégia Empresarial na indústria química?

9. Qual o futuro (cenário esperado) da Indústria Química?

5.2 QUESTÕES DOCUMENTAIS

As questões documentais baseiam-se no estudo realizado pela equipe através de

documentos internos, jornais de circulação interna e site da empresa.

1. Qual o Histórico da Millennium?

2. Qual a Missão, Visão e Valores da Millennium?

3. Como é composto o mercado da Millennium (Fornecedores, Clientes,

Concorrentes, Produtos Substitutos {caso haja})?

4. Qual a participação de mercado da Millennium?

5. Quais são seus Produtos?

5.3 QUESTÕES OPERACIONAIS REFERENTES À ORGANIZAÇÃO

As questões operacionais baseiam-se no levantamento do referencial da literatura

sobre a estratégia empresarial aliado às questões documentais.

1. Qual o negócio da empresa Tibrás / Millennium?

2. Como se deu a passagem de Tibrás para Millennium (para o funcionário, cliente,

concorrente, acionista, meio ambiente)?

3. Por que houve a mudança?

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4. Quais foram os responsáveis pelas Estratégias Empresariais na Millennium?

5. Como surgiu a idéia da implantação da estratégia Empresarial na Tibrás /

Millennium?

6. Como foi definido o cenário (político, tecnológico, econômico, social, cultural e

mercadológico) na implantação da Estratégia Empresarial da empresa Tibrás?

7. Como foram os últimos 10 anos da Millennium quanto a:

a. Definição;

b. Implantação;

c. Evolução;

d. Importância;

e. Resultados;

f. Avaliação

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8. Houve alguma mudança de cenário? Em caso de positivo, quais foram

consideradas as mais importantes?

9. A empresa trabalha algum diferencial no seu produto?

10. Quais as Estratégias Empresariais e seus resultados na Millennium?

11. Em qual estágio se encontra, dentro do cronograma, a atual Estratégia

Empresarial?

12. Quais as Expectativas da Estratégia atual?

13. Quais as dificuldades encontradas na implantação das Estratégias Empresariais

em cada momento?

14. Como é feita a avaliação das Estratégias aplicadas?

15. Quais critérios e Indicadores de Desempenho são utilizados?

16. Há relação entre a Estratégia Empresarial e Responsabilidade Social aplicada na

Millennium?

17. Qual a importância da Cetrel na escolha da planta de Camaçari?

18. Quais os resultados obtidos com a estratégia empresarial?

19. Está sendo possível identificar o que mudou com sua implementação?

6. ASPECTOS METODOLÓGICOS

Os aspectos metodológicos foram subdivididos nos seguintes temas: Abordagem,

local da investigação, população, amostra, instrumento de coleta, procedimento de

coleta e tratamento de dados.

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6.1 ABORDAGEM

Como o nosso intuito é de aprofundar os conhecimentos na

área de Estratégias Empresariais, procuramos então utilizar

como forma de pesquisa um estudo de caso, em que uma

organização que possui um processo de Estratégias

Empresariais bem definidos com o seu Planejamento

Estratégico já implantado e avaliados.

O local da escolha foi então a empresa Millennium (antiga Tibrás), devido a

oportunidade do acesso fácil à esta indústria, e por termos conhecimento de que a

mesma já possui um processo já implantado, então direcionamos nosso estudo para

esta organização.

O primeiro acesso foi feito com questionário para descobrirmos as pessoas-chave

que estavam envolvidas no objeto da pesquisa, e em seguida, entrevistas com estas

pessoas, seguindo da análise documental cedidos pela empresa, através de jornais

de circulação interna (InfoMillennium), e Web Site da empresa.

6.2 LOCAL DA INVESTIGAÇÃO

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Este trabalho foi realizado na Indústria Millennium Chemicals Bahia, que está

localizada na rodovia BA-099 no município de Camaçari, região metropolitana de

Salvador, estado da Bahia, mais especificamente, com os setores internos da

empresa de Planejamento, o Departamento de Qualidade, e as Gerências e

Diretorias envolvidas com o tema.

6.3 POPULAÇÃO

A população é composta conforme segue abaixo:

- Sr. Raimundo Siqueira - Gerente de Qualidade da Millennium

Responsável pela Estratégia Empresarial hoje;

- Sr. Fernando Fernandez – Consultor em Qualidade

Trabalhava na Tibrás na época da Implantação da Estratégia Empresarial;

- Sra. Maria Isabel – Líder de Meio Ambiente

Participa do processo da Estratégia Empresarial na Millennium

- Sr. Paulo Dantas – Gerente de Recursos Humanos

6.3.1 Amostra

A amostra foi igual à população. Não-probabilística intencional, pois o tema

estratégia necessita ser abordado com as pessoas que fizeram parte do

planejamento.

6.4 INSTRUMENTO DE COLETA

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Como instrumento de coleta utilizamos:

- Questionário aberto a fim de identificar os responsáveis pela elaboração da

Estratégia Empresarial;

- Entrevista semi-estruturada com os responsáveis da elaboração, controle e

manutenção da estratégia empresarial da Millennium para adquirir maiores

informações sobre a evolução da mesma;

- Análise documental cedido pela empresa através de jornais de circulação

interna (Informillennium), e Web Site da Empresa;

6.5 PROCEDIMENTO DE COLETA

No dia 16 de agosto de 2003, foi encaminhado a Sra. Eurides Soares do

departamento de RH da Millennium via e-mail um questionário aberto a fim de

identificarmos quais foram os responsáveis pela elaboração da Estratégia

Empresarial desta empresa.

No dia 22 de agosto de 2003, a Sra. Eurides Soares (RH) respondeu o e-mail

identificando o responsável atual, o Sr. Raimundo Siqueira (Departamento de

Qualidade Total), o qual respondeu o questionário.

No dia 28 de agosto de 2003, foi realizada a entrevista com o Sr. Fernando

Fernandez (ex-funcionário da TIBRAS e um dos responsáveis pela elaboração e

implantação da Estratégia Empresarial na empresa) Consultor Externo, onde ele nos

informou quem foram os responsáveis pela implantação da Estratégia Empresarial

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na antiga Tibrás que continuam a trabalhar na Millennium, para que os

procurássemos diretamente. Nesta entrevista, também foi identificado como se deu

o processo de utilização da ferramenta Estratégia Empresarial nesta empresa.

Nas entrevistas foi utilizado o gravador portátil como uma ferramenta de auxílio na

coleta de dados

O primeiro teste piloto da pesquisa foi realizado com o Sr. João Antônio da empresa

ITF Chemical, empresa química do ramo de Farmoquímica, situada no Pólo

Petroquímico de Camaçari, Bahia, no dia 23 de Setembro de 2003.

O segundo teste foi feito através de correio eletrônico, com o Sr. Jefferson Teixeira,

da Beraca Sabará Químicos e Ingredientes Ltda., empresa do ramo de produtos

para tratamento de água a base de cloro, situada em Pernambuco, pois este não se

encontrava na cidade de Salvador.

Após a realização dos testes-piloto, identificamos a necessidade de fazer algumas

alterações em nossos questionários, com o acréscimo de algumas perguntas, um

melhor ordenamento das questões e fusão de algumas perguntas que estavam

repetitivas por terem o mesmo sentido. Também identificamos que haveria espaço

para acrescentarmos perguntas referentes à questão ambiental, uma vez que, este

tema cada vez mais faz parte do cotidiano das indústrias do setor químico.

As entrevistas com o Sr. Raimundo Siqueira e com a Sra. Isabel ocorreram no dia,

21/10/2003, na própria fábrica da Millennium, em Camaçari, onde Sra. Isabel indicou

o Sr. Paulo Dantas (Gerente de RH) para enriquecer nossa pesquisa, sendo a

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entrevista realizada no dia 18/11/2003, na Universidade Federal da Bahia no

Campus de Administração (Biblioteca).

6.6 TRATAMENTO DE DADOS

Análise das entrevistas, dos questionários e dos documentos. E em seguida,

sintetizamos com as informações mais importantes.

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75

7. A EVOLUÇÃO DA ESTRATÉGIA EMPRESARIAL NA MILLENNIUM

7.1 COMO COMEÇOU A ESTRATÉGIA EMPRESARIAL DA

TIBRÁS/MILLENNIUM

Segundo o Sr. Raimundo Siqueira, a TIBRÁS tinha um sistema de planejamento

estratégico, porém, só em 1993, passou a utilizá-lo de maneira mais profissional,

tendo como responsáveis pela estratégia um time de diretores e gerentes da

empresa. Estes grupos se reuniam para discutir baseados em cenários, ameaças e

oportunidades, quais as estratégias que a empresa adotaria, geralmente para os

próximos quatro anos.

Embora o processo de geração de estratégia possa se dispor a mudar a direção na

qual uma organização esta indo, as estratégias resultantes estabilizam esta direção.

E a escola de configuração demonstra isso: descreve a estabilidade relativa da

estratégia dentro de determinados estados, interrompidas por saltos ocasionais e

mesmos enormes para novos.

Na escola de “Configuração”, existem dois aspectos importantes: O primeiro é como

as diferentes dimensões de uma organização sob determinadas condições para

definir “estados”, “modelos” ou “tipos ideais”, o segundo é como esses diferentes

estados são seqüenciados ao longo do tempo para definir “estágios”, “períodos” e

“ciclo de vida” organizacionais. (MINTZBERG, AHISTRAND e LAMPEL, 2000 p. 222-223).

É claro que os estados significam comportamentos defensivos. Assim, para aqueles

que têm essa percepção, criar estratégia significa afrouxá-los para que a

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organização possa efetuar a transição para o novo estado. Por isso, o outro lado

desta escola vê o processo como sendo de transformação acentuada - por exemplo,

“reformulação” “ou revitalização” (MINTZBERG, AHISTRAND e LAMPEL, 2000 p. 222-223).

Da maneira com que as mudanças ocorrem atualmente, requer dos responsáveis

pela formulação da estratégia empresarial uma dinâmica muito grande para que

tenha condições de acompanharem as constantes mudanças de cenários e adequá-

las ao objetivo e foco do negócio da empresa, fazendo ajustes ocasionais sempre

que perceberem que a estratégia está sendo desviada do objetivo proposto pela

empresa.

Esta parte pode ser comparado com as premissas da Escola de Configuração “Onde

a chave para a administração estratégica é sustentar a estabilidade ou, no mínimo,

mudanças estratégicas adaptáveis a maior parte do tempo, mas reconhecer

periodicamente a necessidade de transformação e ser capaz de gerenciar esses

processos de ruptura sem destruir a organização” (MINTZBERG, AHLSTRAND e LAMPEL,

2000, p.224).

No início da década de 90, a empresa decidiu criar um programa de qualidade

sistemática estruturada, e se decidiu em estudar a gestão, com isso, passaram a

tratar a estratégia de forma mais profissional. Conforme citado pelo Sr. Raimundo

Siqueira, a estratégia sempre se foi feita, porém, de maneira organizada começou

por volta de 1993/94. Decidiu-se fazer como se fazia no mundo inteiro, baseado no

programa de qualidade e produtividade, e a partir destes conhecimentos, procurou-

se ver como estavam fazendo com as melhores empresas e, então, foi decidido

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elaborar um plano estratégico de uma maneira sistematizada, com prazo de 6 (seis)

meses para que o planejamento seja revisto.

Desta forma, pode-se obter alguma dificuldade, pois a “direção estratégica também

pode construir um conjunto de antolhos para ocultar perigos em potencial”. Seguir

um curso predeterminado em águas desconhecidas é a maneira perfeita para colidir

com um iceberg. Embora a direção seja importante, às vezes é melhor movimentar-

se devagar, olhando com cuidado para frente, mas não muito, bem como par cada

lado, para que o comportamento possa ser mudado de um instante para outro

(MINTZBERG, AHLSTRAND e LAMPEL, 2000, p.22).

Fixar um objetivo ou estratégia e seguí-lo cegamente, sem existir a preocupação dos

meios, somente com o final, gera uma obsessão descontrolável, deixando de viver o

momento para viver somente o futuro, tornando a organização inerte as mudanças

atuais, o que dificulta a percepção das novas ameaças e recuperação de possíveis

quedas e, conseqüentemente o cumprimento da meta da empresa.

7.2 O CENÁRIO DA TIBRAS NA IMPLANTAÇÃO DA ESTRATÉGIA

EMPRESARIAL

Para desenhar o cenário em que a empresa estava inserida, foi convidado um

comentarista político de Salvador*, ele fez uma palestra no início de 1995

evidenciando a ameaça de um governo Lula. Esta palestra teve o intuito de atualizar

a equipe dos gestores para as tendências do cenário nacional.

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No cenário tecnológico, procurou-se colher as informações que se tinha da fábrica

da Bayer que desenvolvia tecnologia para TIBRÁS. Para o cenário econômico, o

superintendente da FIEB (Federação das Indústrias do Estado da Bahia) na época,

Rafael Lucchesi, proporcionou uma visão muito boa do cenário econômico e de

mercado, segundo o Sr. Raimundo Siqueira. Já para definição do mercado industrial,

foram utilizadas as informações que a TIBRÁS obtinha, tendo em vista a sua

participação de 60% no mercado, o que colaborou bastante para a formação do

cenário mercadológico.

Segundo Porter, o principal aspecto das indústrias emergentes é a grande incerteza

juntamente com a certeza de alguma mudança ocorrerá. A estratégia não pode ser

formulada sem uma previsão explicita ou implícita de como a estrutura da indústria

vai evoluir. Infelizmente, contudo, o número de variáveis que entram em uma

previsão como esta é em geral muito grande. Em conseqüência, qualquer método

para reduzir a complexidade do processo de previsão é altamente aconselhável

(PORTER,1986, p. 223).

Assim, a liderança torna-se um elemento passivo para fins de ler o ambiente e

garantir uma adaptação adequada pela organização (MINTZBERG, AHLSTRAND e

LAMPEL, 2000, p.211).

Dentro deste contexto, torna-se necessária a montagem de uma eficiente rede de

estratégia, onde as ferramentas mais importantes possam interagir no sentido de

fortalecer a consecução dos objetivos da empresa onde a definição do cenário é

muito importante para atingir estes objetivos.

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7.3 TRANSIÇÃO DA TIBRAS PARA MILLENNIUM

Na Millennium, a estratégia empresarial é definida da mesma forma como era na

TIBRÁS; há um grupo global denominado de Grupo Operacional. A estratégia

empresarial, na Millennium, tem projeções desdobradas por áreas que chegam em

torno das unidades existindo uma orientação global, porém existe uma adequação

para a realidade local. No caso do Brasil, continua com uma equipe de gerentes que

se reúnem trimestralmente para rever estas estratégias, sempre atentos aos

cenários que vão aparecendo.

A Millennium, quando chegou ao Brasil, implantou o programa de boas práticas,

principalmente dentro da área de manufatura tecnológica da empresa. As boas

práticas consistem em, anualmente, ter uma reunião formal, em que cada unidade

leva as suas melhores práticas e apresentam seus resultados e, se for comprovado

que aquela prática é boa para a empresa, ela será recomendada para outras

unidades.

“Pode-se dizer que a Millennium fez uma colcha de retalhos. Ela tinha

uma fábrica nos EUA, comprou uma na França, na Inglaterra, Brasil e,

com a aquisição dessas novas tecnologias, ela vem buscando fazer

uma tecnologia própria, através do que tem de melhor em cada fábrica”

(Raimundo Siqueira).

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Para o Gerente de Recursos Humanos, Paulo Dantas, a Millennium tem como

objetivo padronizar suas unidades, porém, respeitando a cultura local de cada país,

com isso, cada vez mais a Millennium está enviando líderes dos estados Unidos

para o Brasil, para que possam aprender com a cultura local e ajudar a estratégia

global a enfrentar os choques culturais, éticos, legais etc.

7.3.1 Transição e mudanças de Cenário

O cenário sempre está mudando. O dióxido de titânio sendo uma commodity é de

difícil substituição, levando o negócio a permanecer no mercado por um bom tempo,

ocorrendo apenas mudanças sazonais. A Millennium não tem nenhuma perspectiva

de sair deste mercado, pois, em se tratando de Brasil o titânio ainda vai durar uns 18

anos de vida, tempo que a Millennium Paraíba permanecerá produzindo e sendo

viável a produção competitiva no Brasil. Se hoje não houvesse essa jazida, a fábrica

seria inviável, pois teriam que importar a principal matéria-prima (Ilmenita), elevando

o custo de produção, deixando de ser competitivos no mercado e,

conseqüentemente perdendo market share para os concorrentes.

Segundo o Sr. Raimundo Siqueira, apesar de a Millennium não ter uma mina que

venha a substituir a da Paraíba, está na estratégia da empresa procurar novas

jazidas. Foi descoberta uma jazida em Camamu - BA, e a comunidade expulsou os

pesquisadores devido a uma abordagem mal feita pela empresa, com isso, a

Millennium Global achou melhor não se envolver em escândalo e solicitou uma

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suspensão da pesquisa, entretanto, não há desistência, a empresa continua a

procura por uma mina no Brasil, a fim de tornar viável o negócio.

Na escola ambiental, definiu-se como um conjunto de forças fora da organização,

que ajuda a colocar em equilíbrio a visão global da formação de estratégia,

posicionando o ambiente como uma das três forças centrais no processo, ao lado de

liderança e organização, porém, de forma mais moderada, as visões desta escola

focam as pessoas da administração estratégica a levar em consideração a gama

disponível de poderes decisórios, dadas as forças e demandas do contexto externo.

Além disso, esta escola tem ajudado a descrever diferentes dimensões dos

ambientes que os estrategistas têm diante de si e a seguir seus possíveis efeitos

sobre a formação de estratégia.

No contexto acima podemos identificar uma das premissas da escola ambiental

onde:

1. O ambiente, apresentando-se à organização como um conjunto de forças

gerais, é o agente central no processo de geração de estratégia.

2. A organização deve responder a essas forças, ou será “eliminado”.

3. Assim, a liderança torna-se um elemento passivo para fins de ler o

ambiente e garantir uma adaptação adequada pela organização.

(MINTZBERG, AHLSTRAND e LAMPEL, 2000, p.211)

Excluir o fator ambiental (externo) do contexto da formação da estratégia

empresarial não é uma decisão positiva, principalmente no caso da Millennium que

depende da produção da mina, na Paraíba, para que seu negócio se torne

competitivo e, tendo conhecimento da vida limitada da mina, não atentar para este

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fator, certamente, coloca em situação de risco o desempenho da unidade na Bahia,

evidenciando que além da liderança e organização, o ambiente merece atenção

especial para a formação da estratégia empresarial.

7.3.2 A Transição para os públicos da Millennium

Segundo o Sr. Raimundo Siqueira, para os funcionários foi feito um plano de 100

dias que consiste em uma troca de informações entre americanos e brasileiros, os

americanos vieram à fábrica e os brasileiros foram conhecer a fábrica dos EUA com

o intuito de fazer uma integração com as outras unidades da Millennium. Com

referência aos funcionários do segundo e terceiro escalão foi feita uma pesquisa

para entender o que os funcionários pensavam referentes a mudança e com base

nesta pesquisa tentou-se desmistificar alguns boatos que foram colocados

principalmente pelos sindicatos, tais como que a empresa estava sendo fechada, ou

comprada para se transformar em uma fábrica de processo cloro. Então algumas

ações foram tomadas no intuito de fornecer informações mais seguras e reais a

cerca da transição, a assessoria de imprensa foi acionada para retirar o clima de

insegurança do pessoal. Com estas medidas o objetivo da empresa era alinhar a

TIBRÁS no negócio da Millennium.

A escola Cultural define a formação de estratégia como um processo enraizado na

força social da cultura, preocupando-se em grande parte com influência da cultura

na manutenção da estabilidade estratégicas e, em alguns casos, resistindo

ativamente às mudanças estratégicas, sendo assim, a cultura organizacional fica

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associada com cognição coletiva, ou seja, passa a ser a mente da organização, as

crenças comuns que se refletem nas tradições, nos hábitos, bem como em

manifestações mais tangíveis – histórias, símbolos, ou mesmo edifícios e produtos,

em certo sentido, a cultura representa a força vital da organização, a alma do seu

corpo físico (MINTZBERG, AHISTRAND e LAMPEL, 2000, p. 194-195).

Ou seja, observou-se características semelhantes a as premissas da escola cultural

na atitude da Millennium conforme pode-se identificar abaixo:

1. A formação da estratégia é um processo de interação social, baseado nas

crenças e nas interpretações comuns aos membros de uma organização.

2. Um indivíduo adquire essas crenças através de um processo de

aculturação ou socialização, o qual é em grande parte tácito e não verbal,

embora seja, às vezes, reforçado para uma doutrinação mais formal.

3. Portanto, os membros de uma organização podem descrever apenas

parcialmente as crenças que sustentam a sua cultura, ao passo que as

origens e explicações podem permanecer obscuras.

4. Em conseqüência disso, a estratégia assume a forma de uma perspectiva,

acima de tudo, enraizada em intenções coletivas (não necessariamente

explicadas) e refletida nos padrões pelos quais os recursos ou

capacidades da organização são protegidos e usados para sua vantagem

competitiva (MINTZBERG, AHLSTRAND e LAMPEL, 2000, p.196).

A cultura de uma empresa tem grande influência na implantação e desenvolvimento

da estratégia empresarial, pois, é através dela que os funcionários agem,

favorecendo ou não nas tomadas de decisões e resultados dos objetivos dos

administradores, sendo assim, requer um tratamento delicado, no qual permita que o

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gestor tenha o conhecimento desta cultura organizacional, permitindo ações que

leve aos objetivos da empresa, isto por que, a cultura reflete em ações coletivas na

organização, influencia o estilo de pensar e de analisar de seus empregados, logo,

tem grande influência no processo de formação de estratégia.

Já com referência aos clientes, eles não tiveram muitos problemas, porque alguns

deles já eram clientes da Millennium, e a equipe comercial da TIBRÁS praticamente

foi toda absorvida pela Millennium mantendo assim o mesmo padrão.

Já a questão dos acionistas da empresa, os majoritários não queriam mais fazer

parte negócio, um deles era a Construtora Andrade Gutierrez que estava mais

integrada no ramo de construção e percebeu que deveria investir mais neste

segmento. A outra era a Bayer que por sua vez, estava se dedicando única e

exclusivamente ao segmento farmo-química e, devido a estes fatores, as duas

empresas acima citadas, não tinham mais interesse em investir na TIBRÁS, gerando

diversos problemas para a empresa, então em conjunto, a Construtora Andrade

Gutierrez e a Bayer chegaram à decisão de vender a TIBRÁS a empresa

Multinacional Millennuim. E com relação aos pequenos acionistas, os mesmos

mantiveram com seus investimentos na fábrica, pois tinham a consciência de ser um

ramo promissor.

A política da Millennium não era igual a da TIBRÁS, que tinha uma visão brasileira

regida por uma legislação brasileira. A Millennium já tinha uma visão global devido

ao fato de possuir unidades em quase todo o mundo e ver como as pressões a nível

ambiental, de segurança e saúde eram feitas. A mudança foi muito grande em

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questão de tratar e gerir o meio ambiente, pois é um fator condicionante a empresa

às questões ligadas ao meio ambiente, saúde e segurança e isto podemos identificar

nos itens relacionados ao meio ambiente no decorrer do texto.

7.4 A ESTRATÉGIA HOJE

A Millennium Brasil, produz uma commodity: o dióxido de titânio. Então, a Millennium

busca como obter vantagem competitiva através da Liderança de Custos em seus

produtos com a melhoria contínua de seus processos, da informatização e

sistematização de processos críticos, e de uma Produção Limpa e Segura com

redução expressiva do passivo ambiental e melhoria nas condições de trabalho,

conforme dito pelo Sr. Raimundo Siqueira. O objetivo da Millennium é alanvancar o

Market Share no mercado latino americano, principalmente no Brasil.

Segundo Porter (1986), a Liderança em Custos implica em na construção agressiva

de instalações em escala eficiente e uma perseguição vigorosa de redução de

custos através da experiência. Para alcançar essa liderança nos custos, a

Millennium conta com a produção própria de sua principal matéria-prima, a Ilmenita,

que é extraída de mina, no estado da Paraíba.

Hoje, a empresa a nível global, com relação as suas estratégias, prioriza os projetos

que apresentem um EVA® maior, forçando que cada unidade procure utilizar da

melhor maneira a ajuda vinda da matriz, pois caso contrário, perderá créditos e,

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certamente, não terá condições de continuar crescendo, tornando-se uma fábrica

sem perspectivas.

Logo no início da implantação da estratégia algumas dificuldades foram encontradas

tais como: as rejeições de pessoas e departamentos, aliado ao medo e insegurança

de perder o emprego, principalmente os empregados do maior nível hierárquico,

entretanto, após o departamento de comunicação fazer um trabalho de

conscientização da real proposta da empresa na Bahia, está sendo instalada não de

forma sistêmica uma ferramenta de grande importância, que tem como objetivo

medir o desempenho da empresa aliado ao seu orçamento, o Balanced Scorecard

(BSC) que faz com que sua estratégia chegue mais perto do que foi planejado. Na

Millennium Bahia, algumas pessoas já começaram a utilizar, como uma forma de

adaptação, sabendo da importância desta ferramenta, a empresa tem um grande

interesse em implantar totalmente até 2005.

Balanced Scorecard é um sistema integrado de gestão e implementação da

Estratégia da Empresa e seu propósito é “... traduzir a missão e a Estratégia das

empresas em um conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de

base para um sistema de medição e gestão estratégica”, como definiu seu criador,

Prof. Robert Kaplan da Harvard Business School (KAPLAN e NORTON, 1997).

7.4.1 A questão ambiental e a Certificação ISO 14000

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Está dentro das diretrizes estratégicas da Millennium ser uma empresa orientada

para a preservação do meio ambiente, estando sempre atenta às questões

ambientais.

O objetivo da Millennium é ter todas as unidades certificáveis até o final de 2004.

Não está nos planos, a certificação, porém, a Millennium possui um sistema de

gestão que permite certificar. Para fazer isso, é necessária uma revisão na política,

então foi criado um grupo de implantação com 30 pessoas de todas as áreas que

foram treinadas tanto nas normas quanto na questão de levantamento de aspectos e

impactos ambientais, então começou-se a levantar as atividades para poder

identificar os aspectos e impactos ambientais que são pertinentes. Na realidade, a

empresa já tinha começado a fazer este trabalho ano passado, quando implementou

o programa de resíduos sólidos.

Para o programa de conscientização a Millennium contatou o serviço de um

consultor externo, José Peroba, que através de palestras ao longo do ano levou a

todos os empregados, sem exceção, a um maior nível de consciência com relação à

questão ambiental.

Segundo a Líder de Meio Ambiente, Isabel Kenny, a Millennium tem um sistema de

gestão baseado na ISO 14.000. Se a Millennium vai ou não se certificar, é uma

decisão que ainda não foi tomada, isto por que, ela é bastante complexa, pois

implementar um sistema que permita a certificação, sem que nenhum item deixe de

atender o requisito legal, sendo considerado não conformidade, lembrando que na

certificação da ISO 14000, a auditoria é muito mais rígida e tem muitos mais itens

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para serem avaliados que a ISO 9000, tornando uma estrutura mais complexa. A

unidade da Paraíba acabou de passar por pré-auditoria e lá houve algumas não-

conformidades, com isso, foi gerado um plano de ação buscando corrigir estas não

conformidades. A idéia da Millennium Paraíba é certificar, mas ainda tem algumas

pendências. A ISO 9.000 é restrita ao processo que você está tratando, mas a ISO

14.000 envolve todo o ambiente, ou seja, é mais complexo e está se transformando

em um grande desafio para a Millennium Bahia em se enquadrar em todos os itens.

7.4.2 Preocupação da TIBRÁS/Millennium com o meio ambiente

A TIBRÁS sofreu muitas mudanças nos últimos dez anos com relação à questão

ambiental, como também a própria consciência ambiental das indústrias químicas e

petroquímicas. No Pólo, por exemplo, situações que eram aceitáveis há 10 anos

atrás, hoje são impensáveis, e a Millennium vem trabalhando desde a época da

TIBRÁS em uma série de melhorias que foram implementadas antes da mudança

para Millennium, por exemplo: a unidade de oxidação úmida que foi instalada na

descarga da calcinação (etapa do processo de fabricação de TIO2), uma unidade

que custou US$ 10 milhões, que foi realizada pela TIBRÁS, outra questão foi um

confinamento feito com resíduos em 1993 ainda pela TIBRÁS, entretanto, o que era

aceitável naquela época, hoje não é mais, é necessário trabalhar para estar sempre

melhor, vale lembrar que a TIBRAS foi a 1ª empresa que começou a monitorar as

chaminés, há 20 anos.

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7.4.3 Comportamento ambiental inadequado ameaçando negócio da

Millennium

Cada organização na sociedade tem o seu papel junto à lei que está a cada dia mais

rigorosa, as pessoas, e a comunidade de uma forma geral, estão mais conscientes,

com isso passam a exigir mais do comportamento ambiental das empresas. A

Millennium sofre uma grande influência desta pressão, pois está localizada num local

paradisíaco, hoje seria impensável ter uma fábrica neste local, ou seja, jamais um

órgão ambiental autorizaria. Quando a Millennium foi implantada, não existia o CRA

(Centro de Recursos Ambientais), com isso, sua implantação foi concedida através

de uma licença especial liberada pelo governador do estado.

Existe uma grande pressão dos acionistas referente à questão ambiental, pois a

empresa, sendo de origem americana, possui ações que são negociadas na bolsa,

que desvalorizam se a empresa obtiver um comportamento ambiental inadequado.

7.4.4 Preocupação da empresa em estar adequada às leis ambientais

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Com o dinheiro gasto em imobilizados de projeto de capital em 2003, a empresa

obteve US$ 6 milhões, sendo 80% investido com meio ambiente e segurança. Hoje o

meio ambiente é uma questão estratégica para a empresa, pois, atualmente os

níveis de emissões de poluentes estão aceitáveis pela legislação, mas, certamente,

no futuro bem próximo podem não estar mais, em função do rigor da legislação, para

que a empresa possa ficar adequada ambientalmente, tem-se procurado andar a

frente neste aspecto, por exemplo, o que a empresa tem feito é muito mais do que a

lei exige, um exemplo típico é a LAMA que é resíduo de ilmenita não reagida com o

ácido sulfúrico, e que inicialmente era lançado para o mar há trinta anos atrás,

depois se criou um aterro na CETREL, a fim de reduzir a emissão para o mar e, em

seguida passou a neutralizar este produto deixando de ser um resíduo de classe um,

que é resíduo perigoso, para classe dois que é menos perigoso.

Há cerca de cinco anos atrás a TIBRÁS desenvolveu um projeto de incorporar estes

resíduos nas cerâmicas, e isso não era exigido pela legislação, foi uma iniciativa

própria da empresa que é procurar um destino mais adequado para este resíduo.

Hoje temos, por exemplo, para se desenvolver um novo produto, mesmo que seja

com uma tecnologia melhor do ponto de vista de aplicação, existe uma série de

normas para que o produto seja desenvolvido, tais como: consumo inferior de

energia ao do produto anterior, consumo de insumos inferior, então nossa área de

pesquisa e desenvolvimento quando estão criando novos produtos, buscando novas

alternativas, eles estão levando em consideração a questão de consumo de matéria

prima e de insumos de uma maneira geral, e isso é uma determinação da Millennium

global.

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7.4.5 A recuperação do passivo ambiental

Segundo a Srª. Isabel Kenny, a Millennium contaminou o lençol freático que está

localizado em baixo da fábrica, e através de postos de monitoramento, vem

conseguindo sanar as fontes de contaminação, o passivo continua presente, porém

a Millennium vem acompanhando as curvas de indicação de contaminação, que vêm

diminuindo, porque recuperar a água subterrânea é algo que requer muito tempo,

com isso, para que a recuperação seja total, é necessário de três a quatro anos,

entretanto, como forma de evolução do tratamento, existe até locais onde você podia

encontrar água ácida que hoje não tem mais, devido a este trabalho de recuperação

das áreas contaminadas e também da preocupação e conscientização da empresa

em manter o ambiente equilibrado.

7.4.6 Melhorias nas emissões para o ar e para o mar

Com relação às melhorias nas emissões para ar a empresa efetuou duas grandes

intervenções, primeiro foi a mudança na queima de óleo combustível para gás

natural, para sustentar este projeto a Millennium é obrigada a pagar uma quantidade

estabelecida independente do consumo da empresa, esta medida foi tomada para

que o projeto fosse viável, com isso houve uma grande diminuição nas emissões

para a atmosfera.

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A segunda grande intervenção foi a instalação da unidade de oxidação úmida

fazendo com que 95% de SO2 ficasse retido nela. Antigamente na partida da planta

do ácido sulfúrico, era causado muitos problemas a comunidades vizinhas

principalmente com a comunidade de Areias, isto ocorria devido à baixa absorção de

SO2 pelo catalisador quando a temperatura estava baixa a fim de eliminar essa

grande emissão de SO2, em julho passado a planta passou por um reforma geral

gastando em média 1,2 milhões de dólares, onde foi trocado o antigo catalisador por

um catalisador de primeira geração, que reage às temperaturas mais baixas

evitando emissão de SO2 para a atmosfera. Existem também outros projetos como:

ampliação de chaminés e melhoria no sistema de lavagem das chaminés.

Com relação ao mar, reduziu-se o descarte de sulfato ferroso através de uma

parceria do tipo Joint Venture, entre a Millennium e a Kemira, criando a Kemwater,

uma planta que fabrica seus produtos a partir do sulfato ferroso produzido pela

Millennium, possibilitando que todo o sulfato ferroso produzido seja vendido,

antigamente este produto era descartado na natureza, isto mostra a preocupação

que a Millennium tem referente à questão ambiental.

7.4.7 Questão ambiental ligada à estratégia da empresa

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De acordo com a Srª. Isabel Kenny, para a empresa Millennium hoje, a questão da

segurança e da preservação do meio ambiente é uma questão de empregabilidade,

qualquer funcionário que não se enquadre dentro das normas estabelecidas não tem

lugar na empresa, é preferível demitir o funcionário a ter que prestar os pêsames a

sua família, os funcionários estão trabalhando para sair do mesmo jeito que

iniciaram as suas atividades na empresa, e é inegociável hoje em dia que sejam

seguidas às normas de segurança e de meio ambiente cada vez mais, porque a

nossa sobrevivência no mercado depende disso, ou seja, se a empresa quiser

permanecer no dentro do negocio de Titânio, a condição básica é ter um bom

desempenho ambiental e de segurança excelentes.

7.5 PROGRAMA DE QUALIDADE NA EMPRESA

A Millennium orgulha-se de participar, através de seu produto final, do cotidiano da

maioria das pessoas ao redor do mundo e prima pela qualidade de seus produtos,

alinhada com as novas tendências do mercado, a Millennium foca seis esforços na

busca da qualidade total para oferecer produtos competitivos e de alta performance,

adequados ás necessidades de seus clientes.

O processo de fabricação é acompanhado constantemente por peritos passando por

rigorosos controles de qualidade em todas as etapas, técnicos em laboratórios

especializados e sistemas computadorizados controlam e monitoram a qualidade,

assegurando a produção ininterrupta de produtos uniformes, seus especialistas

mantêm um diálogo continuo com seus clientes trabalhado com eles para aprimorar

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as especificações dos produtos e atingir o “estado da arte” no seu processo de

fabricação.

O resultado diário desta política rendeu, tanto a Millennium BA (planta) quanto a

Millennium PB (mina), a certificação pela norma internacional ISO 9002, estas

certificações foram concedidas pelo Bureau Veritas Quality Internacional (BVQI),

uma organização reconhecida pela seriedade e pelo rigor nos seus critérios de

avaliação.

Para atingir as suas metas a companhia tem investido na otimização dos processos

administrativos, e manufaturas e de gerenciamento de serviços oferecendo soluções

para a redução de custos e a maximização da produtividade, tendo o profissional da

Millennium como peça chave para contribuir e agregar valor ao cliente.

Os princípios que regem a política de qualidade da Millennium são:

- Promover um relacionamento aberto com os clientes visando antecipar e

exceder as suas expectativas;

- Avaliar os processos em função das exigências dos clientes;

- Melhorar continuamente a consistência e desempenho dos produtos e

serviços, utilizando técnicas, estatísticas e ferramentas da qualidade;

- Proporcionar desenvolvimento continuo e treinamento para atingir a visão da

qualidade;

- Reconhecer a iniciativa, a inovação e o trabalho em grupo;

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- Liderar o processo da qualidade, através de compromisso e envolvimento

pessoal;

- Comparar nosso desempenho com as melhores praticas;

- Exigir dos fornecedores o que fornece aos seus clientes;

- Comunicar o nosso desempenho (MILLENNIUM, 2003).

7.6 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO

Através de grupo de indicadores de cada área, por exemplo, operacionais, meio-

ambiente, pessoal (RH), financeiro, clientes, qualidade, mercado, chegando em

torno de 70 indicadores, são escolhidos aqueles de maior importância classificados

com “TOP TEN”, se estes indicadores tiverem um bom desempenho, possivelmente,

os resultados da empresa serão bons.

Procurando uma maior transparência com os funcionários, a empresa fornece estas

informações de desempenho a eles, através de boletim interno, no qual são

escolhidos dentro do “TOP TEN” cinco indicadores, que farão parte da negociação

na participação dos lucros e resultados com os empregados.

“Hoje, ninguém mais consegue gerir uma empresa sem ter uma

estratégia definida, que todos entendam, pelo menos as pessoas-

chave da empresa, por que os resultados estão ligados com as

estratégias e, não tem como dissociá-los“ (Raimundo Siqueira).

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Atualmente a estratégia sofre revisões de melhoramento e uma ferramenta de

grande valor para estas correções é o six sigma, através dela é possível uma

redução dos custos operacionais de forma bastante acentuada, fator este de grande

importância para sobrevivência da empresa.

O Six Sigma é um dos elementos do processo de Qualidade Total. O uso do Six

Sigma é uma forma muito mais quantitativa de medir os esforços de Qualidade Total

e efetivamente comunicar o progresso para clientes, funcionários, fornecedores e

acionistas, pois mede o desempenho em termos absolutos, e não relativos,

comparando-se com a concorrência.

8. CONCLUSÃO

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Atualmente, considera-se a estratégia empresarial como uma ferramenta importante

para alinhar a empresa a seguir um objetivo, ajustando a missão e a visão da

empresa. Na Millennium, a estratégia empresarial somente começou a ser

implantada a partir da necessidade de unir todos os departamentos em um objetivo

comum, adequando a estratégia global a cada unidade do mundo.

No inicio da década de 90, a TIBRÁS não praticava, de maneira profissional, o

conceito de estratégia empresarial e, a partir do momento que foi decidido estudar a

gestão administrativa da empresa, em 1993, passou-se a aplicar seu conceito de

maneira mais especifica aos negócios da empresa. Com isso, a definição da

estratégia passou a ser de responsabilidade de grupos de diretores e gerentes que

tinham como objetivo elaborar uma estratégia empresarial que acompanhasse as

mudanças de cenários e que fosse capaz de oferecer para a empresa resultados

positivos, possibilitando uma maior participação da Millennium no mercado de TiO2.

Com o objetivo de manter a estratégia atualizada havia reuniões semestrais para

realização de ajustes com o cenário atual da época. Vale lembrar que a estratégia

tinha uma abrangência de quatro a cinco anos, tempo necessário para avaliar se

estava condizente com as necessidades da empresa, bem como seu desempenho

no mercado de atuação.

A TIBRÁS, no final da década de 90, passou por um processo de venda na qual

várias empresas do ramo de fabricação de TiO2 do mundo participaram deste

processo sendo que a Millennium foi consagrada com a compra. Após a aquisição

da unidade da Bahia, a mina na Paraíba e o escritório em São Paulo, a Millennium

Global passou a interferir nas decisões destas unidades, principalmente na da

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Bahia, onde foi solicitado uma definição da missão, visão e valores da fábrica e, a

partir destas, criou-se um estratégia empresarial que é aplicada até hoje onde ela

está focada na produção limpa (redução de emissões), na segurança e na saúde

com objetivo de aumentar o crescimento na participação do mercado.

Atualmente, a Millennium Bahia, através da sua estratégia empresarial, busca atingir

as metas determinadas pela Millennium Global na qual exige um desempenho

ambiental excelente, uma maior participação no mercado, a redução dos custos

operacionais, um ambiente de trabalho saudável e seguro permitindo que seus

funcionários saiam da fábrica conforme chegaram, sendo necessário um trabalho em

equipe no qual possam conseguir recursos (pessoais, tecnológicos, financeiros e

etc.) a fim de atingir o que exige a Millennium Global. Vale ressaltar que a questão

ambiental é um fator condicionante para empresa, pois, caso apresente um

comportamento ambiental inadequado, certamente, os órgãos competentes irão agir

aplicando multas ou até mesmo obrigando o fechamento da fábrica, repercutindo

negativamente na comunidade e também no mercado de ações, comprometendo

assim o negócio da empresa.

A questão ambiental passou a ser um fator preponderante na tomada de decisões

dos gestores da Millennium. A imagem da empresa pode ser abalada caso haja

problemas relacionados com a degradação do meio ambiente, principalmente, por

que a fábrica de Camaçari está localizada em um local de riquezas naturais.

A Millennium sabe da importância de ter uma boa estratégia empresarial e de

também poder cumpri-la de maneira eficaz e, para isso, busca ferramentas que

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facilitem atingir estes objetivos como o Balance Scorecard, o Six Sigmas e Boas

Práticas. Complementando estas ferramentas, existem também treinamentos para

seus funcionários e programas sociais que juntos conseguem transmitir a verdadeira

missão da empresa, logo, pode-se concluir que uma boa estratégia empresarial para

ser seguida requer a colaboração de todos os setores da empresa, uns de maneiras

mais participativas e outros com menor participação e, permitindo que os

administradores da estratégia estejam sempre atentos as mudanças de cenários

para que possam efetuar ajustes em tempo hábil, impedindo que afetem os negócios

da empresa.

Outro fator de extrema importância no escopo da Estratégia da Millennium, e a

existência de sua mina, na Paraíba. Com esta mina, é possível que a empresa

obtenha redução de custos, e com isto, conseguir vantagem competitiva perante os

seus concorrentes. Por trabalharem com uma commodity, a Millennium opta por

diferenciar-se no mercado através de preços baixos, obtidos através dos baixos

custos por possuírem uma mina de onde extraem a matéria-prima principal na

produção do dióxido de titânio.

Como foi possível identificar através da Visão da Millennium, seu intuito é agregar o

máximo de valor em suas atividades, empregando recursos de modo mais produtivo

e lucrativo. Para isto, ela utiliza o conceito do EVA® - Economic Value Added (Valor

Econômico Agregado), que se trata de uma metodologia, eficaz e atual, para medir a

criação de valor em um negócio.

Diante das constantes e rápidas mudanças que ocorrem no mundo dos negócios,

faz-se importante estar atento a todas as variáveis do mercado, no seu ambiente

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externo, como por exemplo, inovações tecnológicas, questões jurídico-legais ou

ambientais, como também no ambiente interno, como o investimento em pesquisa e

desenvolvimento, gestão das relações humanas, ou programas de incentivo para os

funcionários. Para isto, fica cada vez mais clara a necessidade de lançar mão de

ferramentas de gestão que contribuam para que a empresa alcance os objetivos

desejados, como pudemos perceber no caso da TIBRÁS/Millennium, que, além de

possuir uma estratégia empresarial bem definida e compartilhada, utiliza várias

ferramentas de gestão.

REFERÊNCIAS

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101

ANSOFF, H. Igor; McDONNELL, Edward J. Implantando a Administração

Estratégica. São Paulo: Atlas, 1993.

CAVALCANTI, Marly (organizadora). Gestão estratégica de negócios:

evolução, cenários, diagnóstico e ação. São Paulo: Pioneira, 2001.

KAPLAN, Robert S.; NORTON, David P. A estratégia em ação: Balanced

Scorecard. 7ª edição, Rio de Janeiro: Campus, 1997.

MINTZBERG, Henry; AHLSTRAND, Bruce; LAMPEL, Joseph. Safári de

estratégias: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre:

Bookman, 2000.

PEPPERS, Dom. Marketing 1:1. Ed. Campus, 7ª edição, Rio de Janeiro, 1994

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Estratégia empresarial e vantagem

competitiva: como estabelecer, implementar e avaliar. 3ª edição, São Paulo:

Atlas, 2001.

______. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia, práticas. 18ª

edição, São Paulo: Atlas, 2002.

OHMAE, Kenichi. O Estrategista em Ação: a arte japonesa de negociar. São

Paulo: Ed. Pioneira, 1985.

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102

PORTER, Michael E. Estratégia competitiva: técnicas para análise de indústrias

r da concorrência. Rio de Janeiro: Campus, 2000.

TZU, Sun. A Arte da Guerra. 8ª edição, São Paulo: Record, 1984.

HOLANDA, Aurélio Buarque. Dicionário da Língua Brasileira. Volume II.P. 514.

Editora Civilização Brasileira S.A. Rio de Janeiro: 1964.

ALLEN, Richard. O processo de criação da visão. HSM Management, São Paulo,

n. 9, p. 18-22, jul./ago. 1998<http://www.strategia.com.br> Acesso em 01 out.

2003.

RODRIGUES, J. N. Alfred Chandler, The “Father” Of Strategy. 2002, p. 1.

<http://gurusonline.tv/uk/conteudos/chandlerhimself.asp> Acesso em 10 out.

2003.

DRUCKER, Peter. Admirável mundo novo. In: HSM Management. 1997

http://www.perspectivas.com.br/leitura/ges31.htm Acesso em 01 out. 2003.

Estudo analisa o futuro da indústria química no Brasil. 2003, p.1.

<http://www.jorplast.com.br/jpmar03/pag09.html> Acesso em 29 set. 2003.

Michael Porter - O Guru da Estratégia. 2003. p.1.

<http://www.adeph.com/porter.htm> Acesso em 29 set. 2003.

ANEXO

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ANEXO A - Produtos da Millennium

Tipo:

O TiONA® 568 é um pigmento rutilo , pós-tratado com compostos de alumínio, silício

e compostos orgânicos.

Classificação:

DIN EN ISO 591-1; 2000 - Tipo R2

ASTM D476-00 - Tipo III, IV, VI

INECS 236-675-5

CAS-Nr. 13463-67-7

Colour Index Nr. 77891, Pigment White 6

Dados Técnicos:

Teor de TiO2 - 93%

Absorção em óleo - 22g/100 g de TiO2

pH (a 10%) - 8,0

Massa específica - 4,0 g/cm3

Perda a 105°C - 0,6%

Características:

* Máxima flexibilidade de formulação

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* Alto poder de tingimento

* O TiONA® 568 é um dióxido de titânio de aplicação múltipla, feito para se dispersar

facilmente em uma ampla variedade de sistemas, proporcionando boa opacidade,

luminosidade e cor, bem como boa durabilidade.

Aplicações:

* Tintas à base d’água e base solvente para sistemas decorativos e industriais.

* Tintas em pó.

* Primers

* Revestimentos para papéis.

Tipo:

O dióxido de Titânio R-KB-2/BR é um pigmento rutilo micronizado, pós-tratado com

compostos de alumínio, silício e orgânicos.

Classificação:

DIN EN ISO 591-1; 2000 - Tipo R2

ASTM D476-00 - Tipo III, IV, VI

CAS-Nr. 13463-67-7

Colour Index Nr. 77891, Pigment White 6

Dados Técnicos:

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Teor de TiO2 - 93,5%

Tratamento de superfície - Al2O3, SiO2, orgânico

Densidade/ DIN ISO 787/10 - 4,1 g/cm3

Índice de refração - 2,7

Retenção em peneira 325 mesh - 0,02%

Absorção em óleo/ DIN ISSO 787/5 - 22

Coeficiente de difusão relativo - 100

Características:

* Multiuso

* Boa claridade

* Tonalidade neutra

* Excelente opacidade e capacidade de cobertura

* Excelente resistência às intempéries

* Fácil dispersão

* O dióxido de titânio R-KB-2/BR é um pigmento multiuso. Devido às suas

propriedades ópticas balanceadas, à sua alta resistência às intempéries e à sua fácil

dispersão o TiONA® R-KB-2/BR é utilizado com sucesso nas aplicações gerais das

indústrias de tintas e plásticos.

Aplicações:

* Uso geral

* Tintas industriais e decorativas

* Plásticos

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Tipo:

O dióxido de Titânio R-KB-3/BR é um pigmento rutilo micronizado, de núcleo

cristalino estabilizado, pós-tratado com compostos de alumínio e orgânicos.

Classificação:

R 2 / DIN 55912/1

CAS-Nr. 13463-67-7

Colour Index Nr. 77891, Pigment White 6

Dados Técnicos:

Teor de TiO2 - 93,0%

Modificadores - Al2O3

Densidade/ DIN ISO 787/10 - 4,1 g/cm3

Índice de refração - 2,7

Retenção em peneira 325 mesh - 0,02%

Absorção em óleo/ DIN ISO 787/5 - 21

Coeficiente de difusão relativo - 103

Características:

* Boa claridade

* Tonalidade neutra

* Excelente poder de cobertura e tingimento

* Fácil dispersão

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* Alto brilho e nitidez

* Boa resistência à luz e intemperismo

* O dióxido de titânio R-KB-3/BR caracteriza-se pelas suas propriedades ópticas

otimizadas, boa resistência às intempéries e a sua fácil dispersão. O TiONA® R-KB-

3/BR tem alto potencial de brilho, e mesmo quando aplicado em sistemas de

secagem em estufa, a nitidez da imagem refletida permanece. Devido à fácil

umectação, o dióxido de titânio R-KB-3/BR pode ser disperso em todos os sistemas

ligantes e com os mais diversos equipamentos

Aplicações:

* Tintas industriais (líquidas ou em pó) e decorativas de alta qualidade.

Tipo:

O dióxido de Titânio R-FK-D/BR é um pigmento rutilo micronizado, pós-tratado com

compostos de alumínio e orgânicos.

Classificação:

R 2 / DIN 55912/1

CAS-Nr. 13463-67-7

Colour Index Nr. 77891, Pigment White 6

Dados Técnicos:

Teor de TiO2 - 96,5%

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108

Tratamento de superfície - Al2O3, orgânico

Densidade/ DIN ISO 787/10 - 4,1 g/cm3

Índice de refração - 2,7

Retenção em peneira 325 mesh - 0,02%

Capacidade de tingimento/ DIN 53192 - 710

Características:

* Excelente opacidade

* Alto grau de brancura

* Subtonalidade azulada

* Fácil dispersão

* O dióxido de titânio R-FK-D/BR é indicado para a pigmentação de plásticos em

geral, proporcionando alto grau de brancura ou tingimentos neutros.

* O TiONA® R-FK-D/BR é facilmente disperso em meios poliméricos, possibilitando a

composição de Masterbach concentrados. É especialmente recomendado para

sistemas, nos quais, a dispersão e a opacidade são críticas.