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    ndice Volume I Sntese de Indicadores Carta do Presidente Grupo Millennium Rede Millennium Colaboradores Estratgia Enquadramento Macroeconmico e Competitivo Anlise das reas de Negcio Anlise Financeira Gesto dos Riscos Aco BCP Principais Eventos de 2007

    rgos e Corpos Sociais Participaes Qualificadas Demonstraes Financeiras Proposta de Aplicao de Resultados

    Volume II Relatrio do Conselho Geral e de Superviso Parecer do Conselho Geral e de Superviso Contas e Notas s Contas (Consolidado) Contas e Notas s Contas (Individual) Relatrio do Governo da Sociedade Volume III Relatrio de Sustentabilidade

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    SNTESE DE INDICADORES Sntese de Indicadores Milhes de euros

    2007 2006 2005 % 07/06

    Balano Activo total 88.166 79.045 76.850 11,5%Crdito a clientes (lquido) 65.650 56.670 52.909 15,8%Recursos totais de clientes 63.953 57.239 56.363 11,7%Situao lquida e Passivos subordinados 7.543 7.562 7.208 -0,2%

    Margem financeira 1.537,3 1.430,8 1.407,7 7,4%Produto bancrio 2.791,9 2.874,7 3.016,9 -2,9%Custos operacionais 1.748,6 1.725,5 1.908,2 1,3%Imparidade

    Do crdito (lq. de recuperaes) 260,2 119,9 113,5 117,0%De outros riscos 94,8 35,4 57,2 168,2%

    Impostos sobre lucros 69,6 154,8 97,4 -55,1%Interesses minoritrios 55,4 52,0 87,0 6,5%Lucro lquido atribuvel ao Banco 563,3 787,1 753,5 -28,4%

    Rendibilidade dos capitais prprios mdios (ROE) 13,7% 22,0% 24,1%Resultados antes imposto e interesses minoritrios / Capitais prprios mdios 17,2% 27,2% 28,3%Produto bancrio / Activo lquido mdio 3,3% 3,7% 4,0%Rendibilidade do activo mdio (ROA) 0,6% 1,0% 1,0%Resultados antes imposto e interesses minoritrios / Activo lquido mdio 0,8% 1,3% 1,2%

    Crdito vencido h mais de 90 dias / Crdito total 0,7% 0,8% 0,8%Crdito com incumprimento / Crdito total 1,0% 1,1% 1,1%Crdito com incumprimento, lq. / Crdito total, lq. -0,8% -1,1% -1,4%Imparidade para crdito / Crdito vencido h mais de 90 dias 251,8% 284,8% 301,8%

    Rcio de solvabilidade Banco de PortugalTier I 5,5% 6,6% 7,4%Total 9,6% 11,0% 12,9%

    Capitalizao bolsista (aces ordinrias) 10.545 10.112 8.361Resultados lquidos recorrentes por aco (euros)

    Bsico 0,14 0,20 0,22 -30,4%Diludo 0,14 0,20 0,20 -30,4%

    Valores de mercado por aco (euros)Mximo 4,30 2,88 2,39Mnimo 2,57 2,14 1,88Fecho 2,92 2,80 2,33

    SucursaisActividade em Portugal 885 864 909 2,4%Actividade Internacional 743 614 642 21,0%

    ColaboradoresActividade em Portugal 10.821 10.876 11.510 -0,5%Actividade Internacional 10.301 8.449 8.138 21,9%

    Nota: os indicadores referentes aos exerccios de 2006 e 2007, incluindo os rcios prudenciais, reflectem os ajustamentos efectuados s contas com efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2006.

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    Prezado Accionista,

    O exerccio de 2007 foi marcado pela conjuntura negativa em torno do sistema financeiro mundial e por uma multiplicidade de acontecimentos especficos na vida do vosso Banco. Destacaria ao nvel da conjuntura a turbulncia nos mercados financeiros com origem na denominada crise do subprime, que desencadeou um perodo de volatilidade e expressivos ajustamentos nos mercados de capitais e monetrios e, ao nvel dos acontecimentos especficos, a exposio meditica em torno de um conjunto de temas relativos vida do Banco, que traduzem e ilustram a complexidade do exerccio de 2007.

    Dirigindo-me a vs, Senhores Accionistas, no posso deixar de, em primeiro lugar, agradecer o apoio que prestaram ao Banco, e, logo de seguida, expressar que minha convico que s a qualidade das Pessoas que servem o Millennium bcp permitiu que as consequncias resultantes do momento que se viveu no comprometessem o futuro do Banco. O valor da marca Millennium bcp continua a ser hoje inquestionvel.

    Os resultados lquidos consolidados do Millennium bcp ascenderam a 563 milhes de euros, incorporando um conjunto de impactos positivos e negativos, com preponderncia destes ltimos. Contudo, apesar da envolvente negativa que condicionou o desempenho, salientaria que o resultado operacional em base comparvel aumentou 9,6%, o que demonstra a qualidade do franchise do Millennium bcp e a sua capacidade em gerar proveitos, tendo os volumes de negcio apresentado um crescimento sustentado, com o crdito concedido a clientes a aumentar 13,1%, e verificando-se uma acelerao da captao dos recursos de clientes, que aumentaram 11,7%.

    Importa salientar o desenvolvimento das operaes internacionais, cujo contributo registou um acrscimo de 40,1%, em base comparvel, e representa j 20,0% dos resultados do Grupo, beneficiando dos planos de expanso das redes comerciais em curso e frutificando os investimentos efectuados ao longo dos ltimos anos. O Grupo dispe hoje de um portfolio de operaes diversificado e com exposio a mercados em elevado crescimento, destacando-se a relevncia da operao do Bank Millennium na Polnia, j com mais de 400 sucursais e cerca de 1 milho de clientes, a liderana destacada do Millennium bim no mercado Moambicano, o crescimento de 46,5% dos resultados do Millennium Bank na Grcia e o lanamento de uma operao de raiz na Romnia no passado ms de Outubro.

    A evoluo dos fundos prprios do Banco foi influenciada pelos impactos adversos relevados no ltimo trimestre de 2007, situando-se o rcio core tier I em 4,3% no final do ano. Com o objectivo de reforar os nveis de capital e financiar os planos de crescimento orgnico nas diferentes geografias, o Conselho de Administrao Executivo props, j em Fevereiro de 2008, ao Conselho Geral e de Superviso e ao Conselho Superior a realizao de um aumento do capital social reservado aos Accionistas, no montante de 1.300 milhes de euros, o qual mereceu, por unanimidade, o parecer

    CARTA DO PRESIDENTE

  • 5

    favorvel de ambos os rgos. O aumento de capital foi tomado firme, na sua totalidade, por reputados Bancos de Investimento.

    O novo Conselho de Administrao Executivo, eleito para o trinio 2008-2010 na Assembleia Geral de Accionistas de 15 de Janeiro de 2008, est confiante e empenhado em recuperar a capacidade de execuo e de entrega de resultados do Millennium bcp. Foi revisto o Programa estratgico do Banco para os prximos anos, adequando-o ao novo enquadramento econmico-financeiro e viso que assumimos para o Banco. A execuo da nova estratgia desenvolve-se em torno de cinco vectores, nomeadamente: (i) o recentrar da actividade do Banco nos Clientes; (ii) a expanso das operaes de Retalho nos mercados de maior potencial; (iii) o reforo da disciplina de pricing, de risco e de gesto do capital; (iv) a simplificao das estruturas e processos do Banco; e (v) o fortalecimento da reputao institucional.

    Num contexto que sabemos particularmente exigente, encaramos, confiantes e com entusiasmo, a responsabilidade em contribuir para o incio de uma nova e prspera etapa na vida do vosso Banco. Acreditamos no futuro do Millennium bcp. Saberemos continuar a merecer a vossa confiana.

  • 6

    O Millennium bcp (Banco Comercial Portugus) um banco com centro de deciso em Portugal, multidomstico na geografia do negcio e no valor gerado. o maior banco privado em Portugal, com uma quota de mercado de 24,8% em crdito e de 22,8% em recursos e a maior rede de distribuio bancria do pas com 885 sucursais, sendo tambm uma instituio de referncia na Europa e em frica, atravs das suas operaes bancrias na Polnia, Grcia, Moambique, Angola, Romnia, Sua, Turquia e tambm nos Estados Unidos da Amrica. Todas as operaes operam sob a marca Millennium.

    A actividade em Portugal representa 81,6% dos activos totais, 80,3% dos recursos totais de clientes, 82,6% do crdito a clientes e 80,0% dos resultados lquidos, verificando-se um contributo crescente das novas operaes em resultado de opes estratgicas tomadas no momento prprio. As operaes internacionais representam j 48,8% dos mais de 21 mil Colaboradores do Grupo e 45,6% do total de 1.628 sucursais. So de destacar a crescente dimenso da operao do Bank Millennium na Polnia, j com mais de 400 sucursais, a liderana destacada do Millennium bim no mercado moambicano e a abertura de operaes na Romnia em 2007.

    O Grupo oferece uma ampla gama de produtos e servios bancrios e servios financeiros relacionados, designadamente contas ordem, meios de pagamento, produtos de poupana, de investimento, crdito imobilirio, crdito ao consumo, banca comercial, leasing, factoring, seguros, private banking e gesto de activos, entre outros, servindo a sua base de Clientes de forma segmentada. Dispondo da maior rede de sucursais em Portugal e de uma crescente rede nos pases onde opera, o Grupo oferece ainda canais de banca distncia (servio de banca por telefone e banca pela Internet), que funcionam tambm como pontos de distribuio dos produtos e servios do Millennium.

    O Banco Comercial Portugus foi criado em 1985, na sequncia da desregulamentao do sistema bancrio portugus, a qual possibilitou o estabelecimento de bancos comerciais de capital privado. Desde a fundao, o Banco Comercial Portugus destaca-se pelo seu dinamismo, inovao, competitividade, rendibilidade e solidez financeira, afirmando-se como lder destacado em vrias reas de negcio financeiro em Portugal e como instituio de referncia a nvel internacional na distribuio de produtos e servios financeiros. O Banco escalou diversos patamares de crescimento, tendo sido protagonista na aquisio, reestruturao e integrao de diversas instituies financeiras em Portugal. O crescimento do Banco Comercial Portugus foi catalisador de evoluo do sistema bancrio portugus para um dos mais desenvolvidos, modernos e inovadores da Europa. As aces do Banco Comercial Portugus esto admitidas cotao na Euronext Lisbon, sendo a capitalizao bolsista em 31 de Dezembro de 2007 de 10,5 mil milhes de euros.

    GRUPO MILLENNIUM

  • 7

    O modelo de organizao em 31 de Dezembro de 2007 baseia-se em cinco unidades de negcio Banca de Retalho, Corporate e Banca de Investimento, Empresas, Private Banking e Asset Management e Negcios no Exterior, e duas unidades de suporte Servios Bancrios e reas Corporativas.

    Em 31 de Dezembro de 2007, o Grupo tinha, de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), um activo total de 88.166 milhes de euros e recursos totais de clientes de 63.953 milhes de euros. O crdito concedido a clientes (lquido) era de 65.650 milhes de euros. O rcio de solvabilidade consolidado, calculado de acordo com as normas do Banco de Portugal, situava-se em 9,6% (tier I em 5,5%). O Banco Comercial Portugus apresenta notaes de rating de longo prazo elevadas: Aa3 Moodys / A Standard & Poors (S&P)/ A+ Fitch, todas com outlook estvel, com excepo da S&P, cujo outlook negativo.

    Um Grupo lder enfocado no negcio de Retalho em Portugal, Polnia e Grcia(Dezembro de 2007)

    Portugal Outros

    Principais Indicadores

    Crdito a clientes (lquido): 6.130 milhes de euros(quota de mercado de 12,7% em nova produo de crdito hipotecrio acumulada at Dezembro de 2007)

    Recursos de clientes:7.769 milhes de euros(quota de mercado de 3,8% em fundos de investimento em Dezembro de 2007)

    Colaboradores: 6.067Sucursais: 410

    Crdito a clientes (lquido): 3.966 milhes de euros(quota de mercado de 1,9% em crdito total em Dezembro de 2007)

    Recursos de clientes:3.201 milhes de euros(quota de mercado de 1,0% em depsitos em Dezembro de 2007)

    Colaboradores: 1.411Sucursais: 165

    Crdito a clientes (lquido): 54.204 milhes de euros(quota de mercado estimada em crdito a clientes bruto excluindo titularizao de 24,8% em Dezembro de 2007)

    Recursos de clientes:51.380 milhes de euros(quota de mercado estimada de 22,8% em Dezembro de 2007)

    Colaboradores: 10.821Sucursais: 885

    Polnia Grcia

    Principais Indicadores Principais Indicadores

    Crdito a clientes (lquido):

    1.350 milhes de euros

    Recursos de clientes:1.604 milhes de euros

    Colaboradores: 2.823Sucursais: 168

    Principais Indicadores

    46% das nossas Sucursais esto localizadas fora de Portugal49% dos nossos Colaboradores trabalham fora de Portugal

    Fonte: BCP. Quotas de mercado em Portugal so baseadas na inform ao divulgada publicamente pela Associao Portuguesa de Bancos. As Quotas de Mercado na Polnia so divulgadas pela Associao de Bancos Polacos e pela Associao Polaca de Gestoras de Activos. As Quotas de Mercado na Grcia so baseadas na informao divulgada pelo Banco da Grcia e pelos Bancos Gregos.

  • 8

    REDE MILLENNIUM REDE MILLENNIUM

    No Estrangeiro Em Portugal

    1.628 sucursais Millennium

    Rede de Distribuio

    864 885

    354410

    148

    165

    40

    0

    16

    16

    85

    75

    9

    3

    18

    18 Millennium bcpbank

    Banco Millennium Angola

    Millennium bim

    Millennium bank na Turquia

    Millennium bank na Romnia

    Millennium bank na Grcia

    Bank Millennium na Polnia

    Millennium bcp Portugal

    20072006

    1.478

    1.628

    Portugal54,4%

    Millennium bank Polnia

    25,2%

    Millennium bcpbank

    1,1%

    Millennium bank Turquia

    1,0%

    Millennium bim5,2%

    Banco Millennium

    Angola0,6%

    Millennium bank

    Romnia2,5%

    Millennium bank Grcia

    10,1%

    Nmero de Sucursais Decomposio das Sucursais em 2007

    885 sucursais

  • 9

    Escritrios de Representao e Sucursais

    4,6 milhes

    de Clientes

    1.937

    2.649

    967

    435

    473

    Clientes no Exterior

    Clientes em Portugal

    Polnia

    Grcia

    Turquia 19

    Moambique

    Angola 14

    EUA 26

    Romnia 4

    4.6 milhes de Clientes Nmero de Clientes por pas (milhares)

    1.938

    2.649

    967

    435

    473

    Clientes no Exterior

    Clientes em Portugal

    Polnia

    Grcia

    Turquia 19

    Moambique

    Angola EUA 26

    Romnia

    4,6 milhes de Clientes Nmero de Clientes por pas (milhares)

    40 4

    165

  • 10

    O nmero de Colaboradores do Millennium bcp registou um significativo aumento em 2007, de 9,3%, face ao ano anterior (+1.797), tendo atingido um total de 21.122 Colaboradores.

    A maior subida regista-se nos Negcios no Exterior, que excederam os 10 mil Colaboradores e aumentaram 21,9% para 10.301 (+1.852 face a 2006), representando 48,8% do total de Colaboradores do Grupo. Esta evoluo reflecte fundamentalmente a opo do Grupo de consolidar a sua presena multidomstica com o incio de operaes na Romnia e os planos de expanso nas diversas operaes no exterior.

    Em Portugal, o quadro de pessoal continuou a reduzir-se, registando uma diminuio de 0,5%, o que evidencia o esforo de racionalizao e de melhoria de eficincia, tendo presente o incio de expanso de sucursais que se verificou na segunda metade do ano. O nmero de Colaboradores em Portugal situou-se em 10.821 em 2007 (-55 face a 2006), representando 51,2% do total do Grupo. Tal como no ano anterior, continua a verificar-se uma reduo nos servios centrais, mas, em 2007, este decrscimo foi parcialmente compensado por algum aumento nas reas comerciais.

    A Polnia representou o maior aumento em termos absolutos, aumentando o nmero de Colaboradores em 978 para 6.067 (+19,2%), em linha com a forte expanso da rede de sucursais.

    COLABORADORES

    Colaboradores (final de ano)

    2007 2006 2005 Variao % 07/06

    Retalho 6.876 6.751 6.909 1,9%Corporate e Banca de Investimento 300 292 307 2,7%Empresas 811 841 962 -3,6%Private Banking e Asset Management 406 388 365 4,6%Servios Bancrios 1.670 1.811 1.882 -7,8%reas Corporativas 758 793 1.085 -4,4%

    Total em Portugal 10.821 10.876 11.510 -0,5%Bank Millennium na Polnia 6.067 5.089 4.484 19,2%Millennium bank na Grcia 1.411 1.209 1.065 16,7%Millennium bank na Romnia 509 - - -Millennium bank na Turquia 300 315 260 -4,8%Millennium bim 1.595 1.511 1.376 5,6%Banco Millennium Angola 185 71 38 160,6%Millennium bcpbank 234 254 190 -7,9%Banque BCP Frana - - 555 -Banque BCP Luxemburgo - - 58 -Bcpbank Canada - - 112 -

    Total Internacional 10.301 8.449 8.138 21,9%Total Colaboradores 21.122 19.325 19.648 9,3%

  • 11

    Na Grcia, o crescimento em 2007 do nmero de Colaboradores foi tambm bastante expressivo, alinhado com a expanso da actividade e da rede de sucursais, registando-se um aumento de 16,7% para 1.411 Colaboradores (+202 face a 2006).

    A operao em Moambique manteve-se como a terceira maior do Grupo em termos de quadro de pessoal, com 1.595 Colaboradores, apresentando um crescimento em 2007 de 5,6% face a 2006. Em Angola, e durante o seu primeiro ano de actividade completo como instituio de direito angolano, o Millennium mais que duplicou a sua presena, que conta com 185 Colaboradores.

    As operaes na Turquia e nos Estados Unidos da Amrica mantiveram um forte enfoque nos seus programas de reestruturao da actividade e no aumento da eficincia e melhorias de processos, que se reflectiram numa reduo de Colaboradores de 4,8% e 7,9%, para 300 e 234, respectivamente.

    Durante o ano de 2007, as actividades de gesto das pessoas no Grupo concentraram -se em:

    Expanso de actividades das operaes internacionais, que exigiram um elevado esforo de contratao e formao;

    Melhoria das competncias, capacidades e eficcia atravs de um poderoso programa de formao e certificao e de iniciativas na gesto de talentos, com os Programas Come and Grow with Us, People Grow, Grow Fast e estgios de vero;

    A implementao de novo sistema de avaliao;

    Elevado esforo de melhoria de eficincia em Portugal, atravs da promoo da mobilidade interna e da segunda vaga do Programa de Desenvolvimento de Competncias Comerciais (mobilidade voluntria para as reas comerciais), com um forte investimento em formao.

    O Millennium bcp continua a apostar em diferentes instrumentos de gesto das pessoas conducentes a uma boa performance por parte dos Colaboradores. Contudo, as hierarquias so responsveis ltimas pela satisfao, motivao, carreira e desenvolvimento profissional das equipas que lideram, no sendo a gesto das pessoas delegada numa rea central. Os Colaboradores e as respectivas hierarquias so apoiados por reas administrativas, de formao e desenvolvimento profissional, pelo Chief Talent Officer, pelos patronos, pelo Conselho de Administrao Executivo e pelo seu Presidente.

    A gesto das pessoas est desenvolvida no Relatrio de Sustentabilidade (Volume III do Relatrio e Contas).

    Millennium bcp

    Portugal51,2%

    Bank Millennium na Polnia

    28,7%

    Millennium bcpbank

    1,1%

    Millennium bank na Turquia1,4%

    Millennium bim7,6%

    Banco Millennium

    Angola0,9%

    Millennium bank na Romnia

    2,4%Millennium

    bank na Grcia6,7%

    Decomposio dos Colaboradores em 31 de Dezembro de 2007

    Millennium bcp

    Portugal51,2%

    Bank Millennium na Polnia

    28,7%

    Millennium bcpbank

    1,1%

    Millennium bank na Turquia1,4%

    Millennium bim7,6%

    Banco Millennium

    Angola0,9%

    Millennium bank na Romnia

    2,4%Millennium

    bank na Grcia6,7%

    Decomposio dos Colaboradores em 31 de Dezembro de 2007

  • 12

    Nos ltimos anos, as prioridades estratgicas do Millennium bcp reflectiram -se na prossecuo das metas definidas no Programa Millennium, iniciado no final de 2003, e com o qual se definiram objectivos concretos e ambiciosos, tendo resultado na implementao de um conjunto alargado de medidas, que permitiram atingir patamares superiores de rendibilidade. O Millennium bcp aspirava ser um banco lder, enfocado na retalho em Portugal, Polnia e Grcia. A estratgia do Millennium bcp baseava-se em trs pilares: Gesto criteriosa da base de capital; Maximizar o valor da rede de retalho domstica; e Enfoque na Polnia e Grcia como mercados de crescimento.

    Em Maro de 2005, o Banco procedeu definio rigorosa da Viso, Misso e Valores da Empresa, tendo sido, igualmente, definidas as Prioridades de Actuao e os Princpios Fundacionais. As prioridades estratgicas estabelecidas at 2007 consistiam em cumprir o Programa Millennium, respondendo aos novos desafios e exigncias competitivas e visando a consecuo dos objectivos estratgicos definidos para o curto, mdio e longo prazo. Adicionalmente, foi implementado um novo modelo de governo dualista em 2006 e um modelo organizacional baseado numa estrutura assente em Comits de Coordenao e Comisses Societrias em 2005.

    O ano de 2007 foi marcado por diversos acontecimentos, que condicionaram a implementao da estratgia definida pelo Banco:

    Concluso do processo da OPA ao Banco BPI, S.A., que terminou em Maio de 2007 e em que, no obstante a racionalidade estratgica e atractividade da contrapartida oferecida, no se verificou nenhuma das duas condies de sucesso da oferta.

    Realizao de 3 sesses de Assembleias Gerais entre Maio e Agosto de 2007, que incluram propostas de mudanas dos estatutos do Banco e de eleio de rgos sociais apresentadas por diversos grupos de accionistas e que, tendo recebido ampla cobertura meditica, no foram todavia aprovadas, gerando instabilidade no governo da Sociedade.

    No final de Agosto de 2007, o Senhor Dr. Paulo Teixeira Pinto renunciou ao cargo de Presidente do Conselho de Administrao Executivo, bem como a todos os demais cargos sociais que exercia no Grupo ou em repres entao deste. O Senhor Dr. Filipe de Jesus Pinhal, primeiro Vice-Presidente do Conselho de Administrao Executivo do Banco, passou a exercer as funes de Presidente do Conselho de Administrao Executivo.

    Em Dezembro de 2007, o Conselho de Administrao Executivo, por proposta do seu Presidente, solicitou a convocao de uma Assembleia Geral para eleio de novo Conselho de Administrao Executivo, tendo para o efeito apresentado proposta, que mais tarde retirou. Na sequncia deste pedido, realizou-se uma Assembleia Geral a 15 de Janeiro de 2008, no mbito da qual, por proposta de vrios accionistas, foi eleito o novo Conselho de Administrao Executivo, que no integra qualquer dos anteriores membros.

    ESTRATGIA

  • 13

    Proposta de fuso apresentada pelo Banco BPI, S.A. em Outubro de 2007. O Conselho de Administrao Executivo do Banco Comercial Portugus deliberou de considerar inadequados e inaceitveis os termos da proposta de fuso apresentada pelo Banco BPI, S.A. e de manifestar ao Conselho de Administrao do Banco BPI, S.A. disponibilidade para encetar conversaes visando um acordo de fuso, desde que tal processo se iniciasse sem condies prvias de qualquer natureza e subordinado ao objectivo ltimo de uma soluo equitativa, que desse origem a uma instituio dotada de plena autonomia estratgica. Em 25 de Novembro de 2007, foram concludas sem sucesso as negociaes iniciadas no dia 6 de Novembro de 2007 com o Banco BPI, S.A. com vista a uma eventual operao tendente fuso entre os dois bancos.

    Renncia do Senhor Eng. Jorge Jardim Gonalves aos cargos de Presidente do Conselho Geral e de Superviso e de Presidente do Conselho Superior do Banco Comercial Portugus, com efeitos a 31 de Dezembro de 2007. Os Vice-Presidentes, o Senhor Dr. Gijsbert J. Swalef e o Senhor Dr. Antnio Gonalves, assumiram as funes de Presidente dos Conselhos respectivos, at ao termo do mandato em curso.

    O novo Conselho de Administrao Executivo foi eleito em 15 de Janeiro de 2008 por uma larga maioria dos votos. O Conselho de Administrao Eexecutivo prope-se a retomar a estabilidade no governo do Millennium bcp e o enfoque na gesto do Banco, tendo definido uma nova Viso Estratgica e as Prioridades Estratgicas para o trinio de 2008-2010. O Programa Millennium 2010 foi revisto em Fevereiro de 2008, adequando-o ao novo enquadramento econmico-financeiro e viso assumida para o Banco.

    Em Fevereiro de 2008, foi definida uma nova Viso Estratgica para o trinio 2008-2010. O Millennium bcp aspira ser um Banco de Referncia no Servio ao Cliente, com base em plataformas de distribuio inovadoras, com crescimento enfocado no Retalho, em que mais de 2/3 do capital estar alocado ao retalho e empresas, em mercados de elevado potencial, que apresentem um crescimento de volumes de negcio superior a 10%, e atingir um nvel de eficincia superior na gesto de capital e em custos, traduzido num compromisso com um rcio de eficincia em nveis de referncia.

  • 14

    As prioridades estratgias do Millennium bcp passaram a basear-se em cinco vectores:

    I. Recentrar nos Clientes, estimular a actividade comercial e melhorar nveis de servio Reforar os esforos de aquisio de clientes e introduzir novos mecanismos de reteno e de relacionamento para sustentar ganhos de quota de mercado, especialm ente num mercado crescentemente competitivo como Portugal;

    II. Expandir as operaes de retalho em mercados de elevado potencial Enfoque no segmento historicamente mais rendvel, em que as competncias de execuo do Millennium bcp so mais fortes nas vrias geografias, traduzindo-se na expanso da rede de distribuio em 100 novas sucursais em Portugal, 150 na Polnia, e mais de 200 sucursais noutras geografias durante os prximos 3 anos;

    III. Reforar a disciplina de pricing, de risco e de gesto do capital Melhorar a eficincia na alocao do capital, chave para a criao de valor e minimizao do impacto resultante do aumento do custo de financiamento, num contexto de mercado mais desafiante;

    IV. Simplificar o Banco com vista a atingir nveis superiores de eficincia Simplificar de forma agressiva a estrutura do Banco, procedimentos e modelo comercial por forma a possibilitar que o Banco opere com um nvel de eficincia operacional ao nvel das melhores prticas;

    V. Reforar a reputao institucional Fortalecer a imagem institucional e de credibilidade do Banco para um nvel mais coerente com a sua posio como um Banco moderno e orientado para os Clientes em Portugal.

    Viso 2008-2010: enfoque no Retalho, na Eficincia e no Crescimento como elementos base de diferenciao da estratgia do Banco

    Elementosdiferenciadores da Viso

    Viso estratgica

    Banco de referncia no Servio ao Cliente, com Crescimento focado no Retalho em Mercados de elevado potencial, e nvel de Eficincia superior

    Plataformas de distribuio

    inovadoras, cultura comercial orientada para os diferentes

    segmentos de clientes

    >2/3 do capital em retalho e empresas

    Cost-to-income em nveis de

    referncia, eficiente na

    gesto de capital

    Geografias de elevado

    crescimento (superior a 10%)

  • 15

    O Programa Millennium 2010, inicialmente lanado em Junho de 2007, foi revis to e actualizado j em 2008, estando enfocado em 12 iniciativas operacionais, sendo crtico o compromisso com a disciplina na sua execuo. As vrias iniciativas esto agrupadas por prioridade estratgica.

    Assim, relativamente primeira prioridade estratgica - Recentrar nos Clientes - so lanadas duas novas iniciativas: Reforar a captura de Clientes, a reteno e fidelizao, com maior enfoque nos recursos de clientes e Reforar o dinamismo comercial, melhorando os nveis de servio. Foram ainda revistas trs iniciativas no mbito deste vector: Reforar a posio no segmento de pequenas e mdias empresas (PME), Aumentar a penetrao em Crdito ao Consumo e Implementar um novo modelo comercial para os segmentos Corporate e Empresas.

    No mbito da segunda prioridade estratgica - Expanso das operaes de retalho nos mercados de maior potencial - de assinalar a reviso da expanso da capacidade de distribuio no retalho com formatos e modelos adaptados a cada mercado, compreendendo a abertura de cerca de 100 novas sucursais em Portugal, cerca de 150 na Polnia, para alm das sucursais Pequenos Negcios e cerca de 45 na Grcia, para alm das sucursais Affluent e Micro-negcios, cerca de 60 na Romnia, e mais de 100 sucursais nas demais geografias.

    Em relao terceira prioridade estratgica - Reforo do pricing, disciplina de risco e capital - so lanadas duas novas iniciativas, consistindo no reforo e simplificao dos processos de recuperao de crdito, e no alinhamento do pricing de acordo com o risco e consumo de capital no mbito de Basileia II, reestruturando o mix da carteira de crdito, com reforo do enfoque no Retalho. Neste vector h ainda que referir a reviso de uma iniciativa, compreendendo o aumento dos nveis de solvabilidade (core tier I em torno de 6%).

    Prioridades estratgicas para 2008-2010

    Actual Proposta

    Simplificar o Banco para alcanar nveis de eficincia superiores

    Reforar disciplinade pricing, risco e

    capital

    2010Expandir o alcance(novos balces)

    Acelerar o aumento de

    produtividade

    Maximizar o valor do actual

    franchise2

    Manter disciplina no

    capital4

    1

    3

    2010Expandir o alcance

    (novos balces)

    Acelerar o aumento de

    produtividade

    Maximizar o valor do actual

    franchise2

    Manter disciplina no

    capital4

    1

    3

    2010

    Fortalecer a reputao

    institucional

    Expandir operaesde retalho nos mercados de

    maior potencial Recentrar nos clientes, dinamizar a actividade comercial emelhorar nveis de servio

  • 16

    A quarta prioridade estratgica, consiste na Simplificao do Banco, reduzindo custos agressivamente com vista a atingir nveis superiores de eficincia. Neste mbito esto compreendidas duas iniciativas, revistas relativamente ao programa anterior: simplificao da organizao e reestruturao de base de custos de forma agressiva, e implementao de um novo modelo operacional mais lean nas sucursais.

    Relativamente ltima prioridade estratgica, que consiste no Reforo da reputao ins titucional, destacam -se novas iniciativas, que consistem no aumento da transparncia da gesto, fortalecimento da imagem institucional, promoo de nveis de servio ao Cliente de excelncia, e polticas de risco e comunicao rigorosas, entre outras.

    Perseguir a excelncia em termos de eficincia, servio ao cliente e inovao e procurar oportunidades de crescimento disponveis que acrescentem valor e em estrito respeito pela disciplina de capital, so os novos desafios que se deparam ao Millennium bcp. A implementao da nova estratgia inclui a prossecuo dos seguintes principais objectivos operacionais:

    Aumento de volumes (via reforo da captao, reteno e vinculao de clientes);

    Reforo da margem (via pricing e mix do portfolio/negcio);

    Reforo da eficincia (via simplificao organizativa e reduo de custos);

    Reforo da base de capital (via maior enfoque e gesto mais criteriosa).

    Com o objectivo de reforar os nveis de capital e financiar os planos de crescimento orgnico nas diferentes geografias, o Conselho de Administrao Executivo props, j em Fevereiro de 2008, ao Conselho Geral e de Superviso e ao Conselho Superior a realizao de um aumento do capital social reservado aos Accionistas, no montante de 1.300 milhes de euros, o qual mereceu, por unanimidade, o parecer favorvel de ambos os rgos. O aumento de capital foi tomado firme, na sua totalidade, por Bancos de Investimento internacionais.

    M2010 revisto: Execuo disciplinada e enfocadaem 12 iniciativas operacionais

    Recentrar nos clientes, dinamizar actividade comercial e melhorar nveis de servio

    Expandir operaesde retalho nos mercados de maior potencial

    Reforar disciplina de pricing, risco e

    capital

    Simplificar o Banco , reduzindo custos agressivamente para alcanar nveis de eficincia superiores

    Fortalecer a reputao institucional

    Iniciativa revista/a reforarNova iniciativa (a lanar)

    R

    N

    Iniciativas

    R

    N 1.

    2.3.4.5.

    6.

    7.8.

    9.

    10.11.

    12.

    N

    R

    RR

    N

    R

    Reforar captao, reteno e vinculao de clientes (com enfoque emrecursos )Reforar dinmica comercial melhorando nveis de servioReforar posio nas PMEsAumentar penetrao em Crdito ao ConsumoImplementar novo modelo comercial no Corporate e Empresas

    Expandir capacidade de distribuio de retalho com formatos e modelos adaptados aos diferentes mercados ~100 em Portugal ~150 na Polnia + Small Business ~200 noutros pases

    Robustecer e simplificar processos de recuperao de crditoAlinhar Pricing em funo do risco e consumo de capital (Basileia II) reestruturando o mix da carteira de crdito (maior enfoque no Retalho)Aumentar nveis de solvabilidade (CT1>6%), incluindo desinvestir activos no core ou no geradores de margem (Imobilirio)

    Simplificar organizao e reestruturar base de custos de forma agressivaImplementar novo modelo operativo (lean) nas sucursais

    Aumentar transparncia na gesto (incluindo compensao de rgos sociais, meritocracia e incentivos)

    R

    N

    NR

    Prioridades estratgicas

  • 17

    Enquadramento econmico e financeiro

    Aps vrios anos de um enquadramento muito favorvel, caracterizado por taxas de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) mundial consistentemente robustas, pelo desenvolvimento extraordinrio dos mercados e instrumentos financeiros, em particular do mercado de crdito, e pelo aprofundamento da integrao dos mercados mundiais, comearam a surgir indcios de alterao deste contexto durante o 1 semestre de 2007.

    O processo de reavaliao do risco, que teve lugar a partir do Vero de 2007, tem vindo a condicionar o comportamento dos mercados financeiros globais e a elevar o grau de incerteza relativo evoluo da actividade econmica em 2008. O receio de que o agravamento das condies financeiras contribua, numa segunda fase, para cristalizar este clima negativo, motivou a adopo de medidas de natureza extraordinria por parte de alguns governos e dos Bancos Centrais das economias desenvolvidas, com o intuito de descontinuar o ciclo vicioso de averso ao risco e reinstituir o regular funcionamento dos mercados de capitais. No obstante a reduzida exposio directa da economia portuguesa a estes desenvolvimentos, o elevado grau de integrao e de abertura econmica e financeira representa um factor de exigncia adicional para o esforo de consolidao dos progressos conseguidos, em termos de reduo do dfice pblico, de recuperao da competitividade e de convergncia no mbito da Unio Europeia.

    ENQUADRAMENTO MACROECONMICO E COMPETITIVO

    Produto Interno Bruto(Taxa de variao anual real do PIB em p.p.)

    0

    2

    4

    68

    10

    12

    14

    2006 2007 2008

    Mundo

    rea do Euro

    EUA

    Japo

    China

    ndia

  • 18

    O aumento dos incumprimentos no mercado norte-americano de crdito hipotecrio de alto risco (subprime), na sequncia da viragem do ciclo no mercado imobilirio e da menor disciplina na concesso de emprstimos nos Estados Unidos da Amrica (EUA), provocou uma alterao substancial na confiana e na atitude dos investidores, com um impacto transversal s diversas classes de activos financeiros. Os diferenciais de risco de crdito alargaram -se, os principais ndices accionistas evidenciaram uma maior volatilidade e os investidores reduziram a sua exposio a investimentos em activos de elevada remunerao, tendo, por contrapartida, um aumento expressivo na procura por activos de refgio, tipicamente de dvida pblica e de curto prazo.

    O aumento da instabilidade no mercado de capitais, a incorporao no balano das responsabilidades contingentes anteriormente assumidas pelas instituies bancrias no perodo de liquidez abundante, nomeadamente os compromissos com veculos estruturados de investimento, e a incerteza quanto ao risco e exposio das contrapartes, conduziram a uma degradao do funcionamento regular dos mercados interbancrios. O volume de transaces reduziu-se e o custo dos fundos aumentou, em contraciclo com a poltica monetria prosseguida nos EUA e na Unio Econmica e Monetria (UEM). A deteriorao nas condies subjacentes ao modelo de financiamento das instituies financeiras e a sbita e indesejada expanso do activo dos bancos afectou sobremaneira a propenso e a capacidade para a produo de crdito e, por essa via, criou entraves ao curso normal da actividade econmica.

    Num contexto de recrudes cimento das tenses inflacionistas por presso da procura e rigidez da oferta de matrias primas, com destaque para os bens alimentares e para a energia , e perante o dilema de condescender com a complacncia dos investidores ou incorrer no risco de precipitar a economia mundial num ciclo recessivo, as autoridades monetrias das economias desenvolvidas adoptaram uma postura pragmtica, com o propsito de mitigar a deteriorao das condies de liquidez, e reduziram as taxas directoras (como no caso dos EUA e do Reino Unido), flexibilizaram os requisitos para a obteno de fundos e procederam cedncia de montantes invulgarmente elevados nas operaes de mercado aberto.

    Mercados de Aces e de Crdito

    360

    400

    440

    480

    Mar-07 Mai-07 Jul-07 Set-07 Nov-07

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80Mercados de Aces EuroStoxx

    Risco de Crdito: empresas Europa (Itraxx 5 anos)

  • 19

    No final de 2007, a taxa dos Fed Funds situava-se em 4,25%, menos 100 pontos base (p.b.) do que em Junho, enquanto o Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa principal de refinanciamento em 4%, o que, todavia, representa uma alterao face ao ciclo anterior de aperto das condies monetrias e que se antecipava continuasse no incio de 2008. No obstante estes esforos, as principais taxas de juro de referncia (Libor e Euribor) conservaram um diferencial elevado face s taxas directoras, constituindo evidncia da averso ao risco presente nos mercados interbancrios. Na generalidade, os investidores antecipam novas redues nas taxas de juro norte-americanas no decurso do primeiro semestre de 2008, mas prevalece uma maior incerteza quanto actuao do BCE, devido ao elevado diferencial entre a taxa de inflao registada e o objectivo da poltica monetria e a necessidade de manter expectativas inflacionistas controladas.

    Nos EUA, o Governo Federal promoveu um plano de interveno no mercado de crdito habitao, visando reduzir o risco de um aumento substancial das insolvncias ao longo de 2008. A Reserva Federal submeteu a consulta uma proposta de regulao da concesso de crdito destinado habitao, e, ao nvel da indstria, tiveram lugar iniciativas com o propsito de conter os efeitos decorrentes da acentuada desvalorizao de activos financeiros estruturados de crdito, nomeadamente no sentido de limitar uma potencial alienao forada destes activos por parte de investidores institucionais.

    Nos prximos meses, o sucesso destas medidas ser determinante para o retomar do clima de maior confiana entre os investidores e para o desbloquear das anomalias que se verificam no mercado de capitais. Todavia, no dever evitar o abrandamento da actividade econmica mundial que se perspectiva. De facto, tem-se assistido a uma reviso, em baixa, das projeces de crescimento econmico, de maior magnitude para 2008 e para os EUA, onde o risco para o desempenho do sector imobilirio e a respectiva influncia nas decises de consumo privado se afigura mais elevado. O nosso cenrio privilegia um crescimento econmico nos EUA e na UEM semelhante, em cerca de 2%, mas qualitativamente diferente, dado que enquanto para a rea do Euro representa um andamento em linha com o nvel de crescimento potencial da economia, no caso dos EUA inferior ao seu nvel de crescimento potencial. Para a economia mundial, os efeitos podero resultar mais brandos, beneficiando com o bom desempenho das economias em fase de desenvolvimento.

    Taxas de juro na rea do Euro

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    Jan-99

    Jan-00

    Jan-01

    Jan-02

    Jan-03

    Jan-04

    Jan-05

    Jan-06

    Jan-07

    Jan-08

    Euribor 3m Taxa de refinanciamento do BCE

  • 20

    Implicaes para as economias domsticas

    Portugal

    O ano de 2007 revelou-se favorvel para economia portuguesa em vrios domnios: na trajectria desinflacionista, na reduo do peso de dfice pblico e no crescimento real do PIB. O crescimento real do PIB em 2007 situou-se em 1,9%, sendo de assinalar o maior contributo da procura interna para o crescimento do PIB, em particular atravs do investimento empresarial. O consumo privado mantm um crescimento muito brando, decorrente da estagnao do emprego e das restries aos oramentos familiares, nomeadamente para assegurar o servio da dvida. A melhoria da competitividade tem vindo a reflectir-se numa recuperao de quotas de mercado, mas o andamento mais moderado da actividade nos principais pases de destino das exportaes portuguesas dever reflectir-se num abrandamento da procura externa.

    A degradao nas condies de funcionamento dos mercados de capitais constitui um constrangimento importante, em particular para regies econmicas com um grau de abertura comercial e financeiro elevado, como o caso de Portugal. Num cenrio de abrandamento mais pronunciado do crescimento mundial, a evoluo das exportaes poder-se- revelar menos dinmica do que o previsto e as condies de aprovao de emprstimos poder-se-o tornar mais restritivas, onerando o esforo de investimento actualmente em curso. O aumento do risco de crdito, que justifica o alargamento do diferencial entre as taxas de juro, como a Euribor e a taxa de juro do BCE, configura o equivalente a um aperto das condies monetrias e que mais relevante para pases onde a prtica comum so os emprstimos a taxa de juro varivel, como o caso de Portugal. Este fenmeno, em conjunto com a valorizao da moeda europeia um subproduto da evoluo relativa dos diferenciais de taxas de juro entre os EUA e a UEM e do preo do petrleo, sugere que as condies monetrias enfrentadas pela economia portuguesa permanecem moderadamente adversas ao crescimento.

    Existem, no entanto, factores que podero mitigar estes efeitos, destacando-se o facto de o mercado imobilirio portugus ao longo dos ltimos anos no ter evoludo em sintonia com os demais mercados europeus, em que se registaram expressivas valorizaes do preo das casas, estando, por esta razo, menos exposto a um ajustamento mais pronunciado, o grau de exposio do sistema bancrio nacional s estruturas financeiras complexas relacionadas com a crise do subprime ser pouco significativo, a expectativa de retoma de condies mais normais de funcionamento dos mercados, decorrente do impacto desfasado das medidas que tm vindo a ser tomadas pelas autoridades e da divulgao das contas anuais das instituies financeiras, o que contribui para reduzir os problemas de assimetria de informao e permitir a correcta diferenciao do risco entre as contrapartes, a resilincia das economias emergentes e a respectiva capacidade de suportar uma acentuada expanso do comrcio internacional e, dada a acumulao de poupana nos ltimos anos, de se constiturem como uma reserva financeira para a recapitalizao de balanos (tal como evidenciado pela recente participao de investidores asiticos e do mdio oriente em capital de importantes instituies financeiras europeias e norte-americanas) e a expressiva melhoria dos mercados de emprego na rea do Euro (taxa de desemprego mais baixa dos ltimos 15 anos), passvel de suster uma retraco mais pronunciada do consumo.

  • 21

    Para 2008, o cenrio projectado pelo Millennium bcp consiste num crescimento real do PIB em Portugal semelhante ao registado em 2007, isto , na ordem dos 2%, reconhecendo que, de momento, os riscos para uma realizao inferior ao esperado suplantam os factores positivos.

    Polnia e Grcia

    Na Polnia, as perspectivas apontam para a manuteno de um crescimento robusto em 2008, de 5,5%, ligeiramente menos dinmico do que em 2007 (6,5%) mas ainda assim superior ao nvel de crescimento potencial. A melhoria na rendibilidade das empresas tem potenciado a despesa em investimento, no obstante o aumento dos custos laborais. A diminuio continuada da taxa de desemprego tem concorrido para a sustentao de um clima de elevada confiana entre os consumidores. As presses da procura e as restries de oferta esto a reflectir-se num aumento da taxa de inflao (4,0% em Dezembro), superior ao limite de tolerncia definido pelo Banco Central (3,5%). Nestas circunstncias, a autoridade monetria tem vindo a adoptar uma poltica monetria mais restritiva e aumentou a principal taxa de referncia em 100 p.b. no decurso de 2007, para 5%. Perante o risco de manuteno de tenses inflacionis tas, o Conselho Monetrio dever conservar o enviesamento para novos aumentos das taxas de juro no incio de 2008. Em virtude da evoluo do diferencial relativo das taxas de juro, do bom desempenho macroeconmico e da estabilidade governativa, a moeda polaca apreciou-se em cerca de 5% face ao euro e em 15% face ao dlar.

    A Grcia manteve uma das maiores taxas de crescimento real do PIB entre os Estados membros, com um contributo muito relevante da despesa de investimento. O crescimento real do PIB dever ser prximo de 4% este ano e em linha com o crescimento potencial (3,5%) em 2008. Os ganhos nos rendimentos lquidos do trabalho, provenientes quer da boa prestao do mercado de emprego, quer da reduo da carga fiscal, devero promover uma evoluo robusta do consumo privado, a par com a manuteno do esforo de investimento. O desequilbrio externo e a persistncia de uma taxa de inflao superior mdia europeia representam focos de vulnerabilidade para a economia grega.

    Produto Interno Bruto das Economias Domsticas

    Taxa de variao anual real do PIB em p.p.

    0 5 10 15 20 25 30

    rea do Euro

    Portugal

    Grcia

    Polnia

    Turquia

    Romnia

    Angola

    Moambique

    EUA

    2006 2007

    2008

  • 22

    Condies regulamentares de enquadramento

    Foram diversas as iniciativas de mbito regulamentar no ano de 2007, destacando-se: a preparao e a adequao das estruturas internas para o novo Acordo de Capital (Basileia II), que ter implementao faseada ao longo de 2008 nos estados da Unio Europeia. Este acordo versa sobre os requisitos de adequao de fundos prprios para a cobertura dos riscos de crdito, mercado e operacional e poder representar um novo vector de competncias e de diferenciao entre as instituies de crdito, a transposio, em Novembro de 2007, da Directiva dos Mercados de Instrumentos Financeiros, que regula o exerccio da actividade das empresas de investimento, dos mercados financeiros e de sistemas de negociao associados, instituindo um maior nvel de concorrncia entre operadores no espao europeu, ao mesmo tempo que refora os mecanismos de proteco dos investidores finais, nomeadamente atravs da segmentao por grau de sofisticao financeira, e a preparao para a rea nica de Pagamentos em Euros (SEPA), com a estandardizao de alguns meios de pagamento j em 2008, com o objectivo de, a mdio prazo, promover a total harmonizao dos sistemas e dos custos dos diversos instrumentos de pagamentos (cartes, transferncias e dbitos directos) no espao da Unio Europeia.

    Relativamente a Portugal, h ainda a relevar as alteraes introduzidas no primeiro semestre de 2007 aplicveis s datas valor dos movimentos dos depsitos ordem e das transferncias, ao arredondamento das taxas de juro aplicado aos contratos de crdito e ao limite na comisso por desmobilizao antecipada no crdito habitao. Este conjunto de medidas teve como implicaes um maior estreitamento da margem de taxa de juro e reduo no valor dos comissionamentos, uma vez que estes foram utilizados como um meio para a captao de Clientes em 2007. Na Polnia, a Recomendao S, que versa sobre os requisitos adicionais inerentes concesso de crdito em moeda estrangeira, e que entrou em vigor em 2006, continua a favorecer o aumento dos emprstimos denominados em zlotis. Porm, o aumento do diferencial de taxas de juro e a firmeza da moeda polaca podero, de novo, fomentar o interesse por emprstimos em moeda estrangeira. Para alm do projecto Basileia II, para o incio de 2008 sero tambm adoptadas novas regras em termos de corporate governance. Na Grcia e em Portugal, h ainda a destacar a entrada em vigor (2006 em Portugal e em 2007 na Grcia) de legislao de enquadramento para a emisso de obrigaes hipotecrias, alargando o leque de opes de fontes de financiamento para as instituies financeiras.

    Na sequncia da turbulncia nos mercados financeiros, e semelhana do que se comea a observar nos EUA, ser provvel que surjam iniciativas de carcter regulamentar quer do lado do processo da oferta de crdito, quer do lado do modelo de financiamento e consequente originao de activos financeiros titularizados.

    Sistemas bancrios

    Desde o Vero que se regista uma deteriorao pronunciada nas condies de liquidez presentes nos mercados por grosso interbancrios, que ser mais importante para sistemas bancrios e instituies mais dependentes da titularizao de crditos como fonte de financiamento da actividade ou cujos proveitos estejam mais dependentes do comportamento dos mercados de capitais. Esta conjuntura dever ter consequncias ao nvel da composio dos recursos de balano, com aumento do peso de recursos mais estveis, e no grau de exigncia na afectao de capital. O impacto na evoluo da margem de taxa de juro depender do grau de sucesso na transmisso do aumento do custo de financiamento para o cliente final.

  • 23

    A procura por crdito dever tambm abrandar. Por outro lado, a conjugao de abrandamento da actividade econmica com a menor disciplina na concesso de crdito dos ltimos anos poder evidenciar-se sob a forma de degradao na qualidade do activo. Nestas condies, ser improvvel que se mantenham crescimentos de actividade e de nveis de rendibilidade to robustos em 2008 como nos anos recentes.

    Em Portugal, o crdito bancrio ao sector privado tem crescido de forma robusta, suportado pela acelerao no crdito a sociedades no financeiras a par com uma desacelerao gradual nos emprstimos a particulares. De entre estes, destacam -se os emprstimos para aquisio de habitao. A expanso da actividade creditcia, e com maior expresso em segmentos que tipicamente tm associadas menores garantias de capital, tem conduzido ao aumento dos requisitos de fundos prprios e a uma reduo nos indicadores de solvabilidade. O rcio entre os crditos de cobrana duvidosa e o total do crdito concedido tem permanecido relativamente estvel, mas poder ocorrer alguma deteriorao no futuro, em Clientes que exibam maior sensibilidade ao risco de taxa de juro e/ou se encontrem em condies mais precrias em termos de rendimentos auferidos. A margem financeira tem beneficiado do efeito volume e do alargamento das margens de taxa de juro das operaes passivas, permitindo compensar o efeito contrrio proveniente do esmagamento das margens nas operaes activas, reflexo da intensidade da concorrncia e das alteraes operadas no quadro regulamentar. A instabilidade que tem vindo a caracterizar o comportamento dos mercados financeiros ter prejudicado os proveitos oriundos da intermediao de operaes no mercado de capitais, pese embora as caractersticas do nosso mercado tenham mitigado estes efeitos. A reaco das instituies financeiras ao aumento das dificuldades na obteno de financiamento (no mercado monetrio interbancrio e nos mercados de dvida titulada) tem evoludo no sentido de adopo de critrios mais exigentes para a aprovao de emprstimos, o que tender a proporcionar uma evoluo mais branda do crdito e mais alinhada com a capacidade de captao e reteno dos recursos tradicionais de Clientes. Se, por um lado, tal significa um aumento da concorrncia do lado das operaes passivas, estas tambm tm beneficiado com o aumento da averso ao risco e consequente procura por parte dos Clientes de aplicaes financeiras menos expostas volatilidade do mercado de capitais.

    Crdito ao sector privado (%, tvh)

    -5

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    30

    35

    Jan-00 Jan-01 Jan-02 Jan-03 Jan-04 Jan-05Jan-06 Jan-07

    rea do Euro Portugal Grcia Polnia

  • 24

    Na Polnia, a evoluo favorvel da actividade econmica continuou a proporcionar um bom desempenho do sistema bancrio. Os bancos permanecem muito activos na prossecuo de estratgias de captao de quota de mercado, com destaque para o segmento dos particulares, especificamente no crdito habitao, dado que este possibilita um maior envolvimento atravs da oferta de produtos relacionados (seguros, contas corrente, cartes, etc.). A produo de crdito continua muito dinmica, repercutindo-se numa reduo dos rcios de adequao de capital. A alterao nas condies de funcionamento dos mercados financeiros globais teve efeitos muito tnues na actividade bancria, dado que os recursos tradicionais de Clientes ainda representam uma poro muito importante das responsabilidades do sistema bancrio. Todavia, o forte ritmo de concesso de crdito no est a ser acompanhado por idntica evoluo do lado dos recursos de clientes, exigindo fontes alternativas de financiamento que tendem a ser marginalmente mais onerosas. A qualidade do activo no dever sofrer alteraes materialmente relevantes, embora o aumento da concorrncia e o alargamento na base de Clientes possa implicar um aumento da exposio a Clientes de risco mais elevado.

    Na Grcia, verifica-se uma desacelerao nos emprstimos a particulares por contrapartida de uma expanso mais vigorosa dos emprstimos a sociedades no financeiras, reflectindo, por um lado, a dissipao dos efeitos da legislao adoptada em 2005, favorvel expanso do crdito a particulares, e, por outro lado, a fase do ciclo econmico, que se caracteriza por um clima de confiana propcio ao investimento. semelhana do que se registou na rea do Euro, houve uma transferncia na afectao das poupanas para os depsitos tradicionais em detrimento dos fundos de investimento. O grau de transformao de depsitos em crdito relativamente baixo na Grcia, pelo que o sistema bancrio poder estar menos exposto s alteraes das condies de liquidez nos mercados de capitais.

    Moambique e Angola partilham de um elevado desenvolvimento dos respectivos sistemas bancrios, na cobertura geogrfica, na oferta de produtos e na entrada de novos operadores, que so atrados pela estabilidade poltica, pelas oportunidades de crescimento em perspectiva e pela baixa penetrao de servios bancrios. A elevada dependncia destes pases do ciclo das matrias primas representa um risco importante para a conjuntura econmica e para a actividade bancria. Para 2008 destaca-se a realizao de eleies gerais em Angola.

    Na Turquia, a estabilidade poltica e macroeconmica, com relevo para o processo desinflacionista e a firmeza da moeda turca, possibilitaram a reduo das taxas de juro, com efeitos positivos nos volumes de crdito e no comportamento do mercados de capitais.

    A adeso da Romnia Unio Europeia em 2007 contribuiu para uma melhoria significativa do clima de confiana, com reflexos muito fortes na procura interna e no crescimento do crdito ao sector privado. Por forma a atenuar os desequilbrios macroeconmicos (tenses inflacionistas e dfice externo), o Banco Nacional Romeno aumentou as taxas de juro em 50 p.b., para 7,5%, no final de 2007 e ser provvel que ocorram novos ajustamentos de poltica monetria ao longo de 2008.

  • 25

    O Millennium bcp desenvolve um conjunto de actividades bancrias e servios financeiros em Portugal e no estrangeiro, com especial nfase nos negcios de Banca Comercial, de Corporate e Banca de Investimento e de Private Banking e Asset Management.

    Actividade dos segmentos de negcio em 2007

    Os valores reportados para cada segmento de negcio resultam da agregao das subsidirias e das unidades de negcio definidas no permetro de cada segmento, reflectindo tambm o impacto, ao nvel do balano e da conta de explorao, do processo de afectao de capital e de balanceamento de cada entidade, efectuado com base em valores mdios.

    As rubricas do balano de cada subsidiria e de cada unidade de negcio so recalculadas tendo em conta a substituio dos capitais prprios contabilsticos pelos montantes afectos atravs do processo de alocao, respeitando os critrios regulamentares de solvabilidade. O balanceamento das vrias operaes assegurado por transferncias internas de fundos, no se registando alteraes ao nvel consolidado.

    As contribuies lquidas de cada segmento incorporam todos os impactos dos movimentos de fundos descritos anteriormente e reflectem os resultados individuais das unidades de negcio, independentemente da percentagem de participao detida pelo Grupo, incluindo os impactos relacionados com a realocao de capitais.

    A informao seguidamente apresentada foi preparada tendo por base as demonstraes financeiras elaboradas de acordo com as IFRS e a organizao das reas de negcio do Millennium bcp.

    Para efeitos de comparabilidade desta informao foram repercutidas, em 2006, as alteraes estruturais ocorridas em 2007 ao nvel da organizao dos segmentos e excludos os impactos de algumas operaes pontuais. As referidas alteraes organizativas resultaram da afectao do negcio registado no Banco de Investimento Imobilirio gesto das reas de negcio que acompanham os Clientes respectivos (Banca de Retalho, Corporate e Banca de Investimento, Empresas e Private Banking e Asset Management) e da alocao de algumas carteiras de ttulos, que integravam o permetro do Corporate e Banca de Investimento, gesto de novos owners, nomeadamente Empresas e reas Corporativas.

    ANLISE DAS REAS DE NEGCIO

  • 26

    Sntese da Rendibilidade das reas de Negcio

    Nota: Em Junho de 2007, o crdito do BII foi integrado nas reas de negcio e foi alterada a estrutura de gesto da carteira de ttulos do Banco, apresentando -se a informao em base comparvel.

    (*) Exclui as subsidirias alienadas em 2006 (Banque BCP Frana e Luxemburgo e bcpbank Canad).

    (Milhes de Euros)

    Dez-06

    Dez-07

    Dez-06

    Dez-07

    Dez-06

    Dez-07

    Dez-06

    Dez-07

    Dez-06

    Dez-07

    Retorno do Capital Alocado

    Negcios no Exterior

    Contribuio Lquida Capital Alocado

    Banca de Retalho

    Private Banking e Asset Management

    Banca de Empresas

    Corporate e Banca de Investimento

    144,2

    438,7

    133,6

    423,3

    46,2

    191,2

    141,3

    185,5

    33,2

    100,6

    737

    1.175

    632

    1.074

    812

    130

    604

    547

    114

    750

    23,5%

    37,3%

    24,7%

    39,4%

    35,5%

    19,2%

    23,9%

    29,2%

    15,9%

    24,4%

    (*)

  • 27

    A estratgia de abordagem da Banca de Retalho em Portugal encontra-se delineada tendo em considerao os Clientes que valorizam uma proposta de valor alicerada na inovao e rapidez, designados Clientes Mass market, e os Clientes cuja especificidade de interesses, dimenso do patrimnio financeiro ou nvel de rendimento, justifica uma proposta de valor baseada na inovao e na personalizao de atendimento atravs de um gestor de Cliente dedicado, designados Clientes Pres tige e Negcios. No mbito da estratgia de cross-selling, a Banca de Retalho funciona tambm como canal de distribuio dos produtos e servios da generalidade dos negcios do Millennium bcp.

    A Banca de Retalho em Portugal alcanou uma contribuio lquida de 438,7 milhes de euros em 2007, consubstanciada no aumento de 3,7% face aos 423,3 milhes de euros relevados em 2006, situando-se a rendibilidade do capital afecto em 37,3% em 31 de Dezembro de 2007. O crescimento da margem financeira e a reduo dos custos operacionais mais do que compensaram o reforo das dotaes de imparidades para riscos de crdito e provises e a diminuio das comisses, penalizadas por alteraes de natureza regulamentar que afectaram sobretudo as comisses de desmobilizao antecipada de crdito habitao e as comisses de cartes.

    BANCA DE RETALHO

    Milhes de euros, excepto percentagens

    2007 2006 Variao 07/06

    Demonstrao de ResultadosMargem financeira 1.007,7 942,6 6,9%Outros proveitos lquidos 413,7 436,9 -5,3%

    1.421,4 1.379,5 3,0%Custos operacionais 715,8 728,8 -1,8%Provises e imparidades 108,8 66,9 62,7%Contribuio antes de impostos 596,9 583,8 2,2%Impostos 158,2 160,5 -1,5%Contribuio lquida 438,7 423,3 3,7%

    Sintese de IndicadoresCapital afecto 1.175 1.074 9,4%Rendibilidade do capital afecto 37,3% 39,4% -Riscos ponderados 24.314 22.349 8,8%Rcio de eficincia 50,4% 52,8% -

    Crdito a clientes 33.639 30.944 8,7%Recursos totais de clientes 34.051 32.574 4,5%

    Colaboradores (nmero) 6.876 6.751

  • 28

    O rcio de eficincia evidenciou uma melhoria, situando-se em 50,4% em 2007, face aos 52,8% em 2006, como resultado das iniciativas implementadas no mbito da prossecuo do aumento da produtividade, nomeadamente na centralizao de procedimentos administrativos e na reengenharia de processos.

    O crdito a clientes cresceu 8,7% e cifrou-se em 33.639 milhes de euros em 31 de Dezembro de 2007, comparando com 30.944 milhes de euros em 31 de Dezembro de 2006, traduzindo o dinamismo da actividade comercial, suportado pelo lanamento contnuo de campanhas de marketing apelativas e pela concepo de solues de crdito habitao adaptadas s diferentes necessidades dos clientes e evoluo do mercado.

    Os recursos totais de clientes ascenderam a 34.051 milhes de euros em 31 de Dezembro de 2007, traduzindo um crescimento de 4,5% face aos 32.574 milhes de euros apurados em 31 de Dezembro de 2006, beneficiando de uma estratgia activa de conquista de recursos adicionais de clientes, potenciado pela disponibilizao de solues de investimento e de poupana diversificadas e com nveis de rendimento atractivos, no quadro da proposta global de captao de recursos dirigida a cada um dos segmentos de clientes: Mass Market, Prestige e Negcios.

    Segmento Mass Market

    A estratgia prosseguida no decurso de 2007 centrou-se na captao de novos Clientes, com particular enfoque nos jovens e imigrantes, sustentada em produtos ncora, como a domiciliao de vencimentos e o crdito habitao. Com estes objectivos, foram lanadas ao longo do ano campanhas de comunicao inovadoras e introduzidas ofertas distintivas face concorrncia. O acompanhamento dos novos Clientes e o reforo da sua relao com o Banco foram uma preocupao permanente em 2007, tendo sido lanado um programa de acolhimento de novos Clientes. Os resultados alcanados situaram -se globalmente em linha com os objectivos traados, permitindo um rejuvenescimento da base de Clientes do Banco e um reforo da relao com os novos Clientes, traduzida no aumento do nvel de rendibilidade e cross-selling. O reforo do modelo de aco comercial teve resultados positivos, tendo sido possvel alcanar patamares elevados de desempenho, apesar da conjuntura adversa vivida em 2007.

    Com o objectivo de reforar a captao de novos Clientes, foram lanadas ao longo do ano campanhas de comunicao fortes e distintivas, com destaque para a Campanha Novos Clientes suportada no sorteio de automveis, a Campanha Vantagem Ordenado 3% e a Campanha V a Portugal sem pagar dirigida ao segmento emigrante.

    No mbito do acolhimento a novos Clientes, foi lanada a Oferta de Boas Vindas, atravs da qual so disponibilizados no momento de abertura de conta os instrumentos financeiros bsicos necessrios sua movimentao. Em complemento, foi desenvolvido um plano de aco comercial dirigido a novos Clientes que pretende estimular a relao ao longo do primeiro ano atravs da colocao de produtos fidelizadores ajustados ao perfil individual de cada Cliente, como sejam a domiciliao de vencimentos, o crdito habitao ou produtos de poupana.

    A aco comercial junto da base de Clientes foi desenvolvida com apoio num plano de aco comercial pr-activo, suportado por um sistem a inovador concebido a partir de tcnicas de customer relationship management (CRM), que orienta a aco comercial com indicaes claras dos produtos mais adequados para cada Cliente.

    128,4151,2

    14,0

    15,0

    2006 2007

    Novos Clientes do RetalhoMilhares, excepto percentagens

    142,4166,2+16,7%

    +17,8%

    Mass Market

  • 29

    Relativamente oferta para o segmento de Mass Market, manteve-se a apos ta em solues integradas de produtos e servios, com destaque para a soluo Cliente Frequente, sendo de salientar o lanamento do Programa Preferncia, que abrange mais de um milho de Clientes e que confere iseno de comisses nos principais produtos bancrios correntes. Foi esta a via encontrada para apresentar uma proposta de pricing diferenciada aos Clientes que mantm uma relacionamento mais estreito com o Banco.

    A optimizao dos diversos canais de distribuio, atravs da sua integrao progressiva e a introduo de planos de aco partilhados, foram uma prioridade no desenvolvimento do modelo de aco comercial, sendo hoje evidente o alinhamento da oferta entre canais. Por forma a dinamizar os meios de pagamento e recebimento, manteve-se em 2007 um forte investimento na expanso da rede de equipamentos ATM.

    Em 2007, a introduo de medidas de carcter regulamentar, com destaque para as alteraes ocorridas na legislao sobre crdito imobilirio e outros produtos de crdito, a reduo das inter-change fees no negcio de cartes e a entrada em vigor da Directiva dos Mercados de Instrumentos Financeiros (DMIF), conduziram a uma reengenharia de processos e a um reposicionamento do Banco na abordagem comercial, tendo em vista o aproveitamento de novas oportunidades e uma resposta adequada s ameaas emergentes neste novo contexto. Na rea de meios de pagamento, a envolvente regulamentar exigiu um esforo complementar de enquadramento e investimento tecnolgico, sendo de salientar o forte impacto no desenvolvimento de produtos e servios, da legislao que veio alterar substancialmente o processo inerente aos depsitos e transferncias a crdito, com vantagens em termos de data valor e disponibilizao de fundos aos Clientes. A crise de liquidez nos mercados internacionais, sentida no segundo semestre, gerou adicionalmente uma maior conteno no mercado do crdito, projectando, em contrapartida, uma maior agressividade no mercado dos recursos.

    No que respeita ao crdito imobilirio, a introduo de profundas alteraes regulamentares obrigaram a um reposicionamento do Banco em termos de abordagem comercial. A renovao da oferta do produto, associada a uma presena permanente na comunicao e junto dos Clientes, permitiu alcanar os objectivos definidos para 2007, tendo sido mantida uma posio de liderana no mercado. A estratgia definida privilegiou trs reas de negcio especficas crdito novo, transferncias de crditos de outras Instituies e crdito hipotecrio. Com este enfoque e por fora da presso concorrencial, foram desencadeadas vrias aces promocionais, onde a componente preo foi determinante spread promocional de 0%, prestaes at 50% mais baixas, transferncias gratuitas, reforos de crdito com custos suportados pelo Banco e ainda ofertas especiais como um depsito a prazo com uma remunerao de 10% a 1 ano e a oferta da soluo Cliente Frequente.

    Na rea de recursos, e num contexto de subida generalizada das taxas de juro e instabilidade dos mercados de capitais, o enfoque situou-se nos produtos de poupana e investimento de baixo risco, preferencialmente com capital garantido e horizontes de investimento de curto e mdio prazo, destacando-se os produtos estruturados de taxa de juro com perfil de rendibilidade crescente, inovadores no mercado nacional. Para Clientes com um perfil de risco mais agressivo, a proposta do Banco centrou-se na oferta de um mix de produtos de estruturados de aces que permitem capitalizar a subida dos mercados accionistas a mdio prazo ou que maximizam a rendibilidade num cenrio de aumento da volatilidade dos mercados, simultaneamente diversificando o risco e aumentando a rendibilidade potencial.

    2.481 2.631

    780 808

    2006 2007

    Equipamentos de Self Banking

    3.261

    +5,5%

    +6,0%ATMs

    CATs e

    Outros

    3.439

    4.247,1 4.427,0

    Nova Produo de Crdito Habitao

    20072006

    Milhes de euros, excepto percentagens

    22,7% 22,9%(*)

    (*) Setembro de 2007.

    Quota de mercado

    4.247,1 4.427,0

    Nova Produo de Crdito Habitao

    20072006

    Milhes de euros, excepto percentagens

    22,7% 22,9%(*)

    (*) Setembro de 2007.

    Quota de mercado

  • 30

    Na rea de crdito pessoal, ser de realar a ateno dada disciplina do preo e a procura da melhor conformidade com as regras prudenciais de Basileia II, tendo sido introduzida a diferenciao do preo por grau de risco do Cliente. Dentro desta lgica, procurou dinamizar-se o negcio atravs de campanhas com visibilidade e aces de marketing directo, divulgando a oferta de uma forma dirigida junto dos Clientes de bom risco. A introduo de modelos de deciso automtica e a integrao da simulao e aprovao no processo permitiram uma agilizao do processo e uma melhoria dos nveis de servio prestados aos Clientes. Por outro lado, foi disponibilizada ao longo do ano uma oferta diversificada e renovada de produtos de financiamento automvel, assente em parcerias com algumas marcas automveis, que permitiram oferecer aos Clientes condies especiais de financiamento e descontos no preo. Em termos de novos produtos, destaca-se o lanamento do Crdito Universitrio com Garantia Mtua, que oferece condies de preo muito atractivas no financiamento de licenciaturas, mestrados, ps -graduaes e doutoramentos.

    Na rea de cartes, a oferta de bilhetes de cinema manteve-se como ferramenta de estimulao da utilizao dos meios de pagamento do Banco. Destacam -se os lanamentos do carto Blue, do programa de fidelizao Membership Rewards e do American Express Selects, no mbito do acordo com a American Express. De salientar ainda a certificao EMV Europay Mastercard Visa pela American Express, tanto dos cartes como do sistema de acquiring, e o incio do processo de migrao para o chip EMV.

    Em 2008, a prioridade de actuao no segmento Mass Market consistir na captao de novos Clientes, nomeadamente, no segmento jovem e Clientes imigrantes, apoiada numa oferta integrada de produtos e servios financeiros, distintivos e inovadores face concorrncia e que garantam rede comercial a melhor proposta de valor do mercado e, simultaneamente, nveis sustentados de rendibilidade por Cliente. O acompanhamento dos novos Clientes ao longo do primeiro ano de relao ser um vector complementar sustentado por um plano de aco comercial pr-activo, mais robusto. O Banco assume ainda como objectivo disponibilizar a oferta de solues inovadoras, no apenas aos seus Clientes, mas tambm a particulares que, por circunstncias vrias, optam por manter a sua conta ordem noutras instituies de crdito. Pretende-se, desta forma, conferir o acesso a produtos exclusivos sem que seja exigido qualquer requisito prvio de relao bancria.

    Num contexto de crescente preocupao com o endividamento das famlias portuguesas, ser desenvolvido um projecto que possa ser um contributo para uma progressiva consciencializao da sociedade e dos Clientes do Banco para a necessidade do conhecimento e correcta utilizao dos produtos financeiros.

    Segmento Prestige

    A estratgia para este segmento assenta na melhoria contnua da proposta de valor do Banco, no que respeita oferta de produtos e servios, bem como da qualidade do servio ao Cliente, atravs da melhoria constante das competncias tcnicas e comportamentais dos Gestores Prestige, sua dinmica comercial e s ferramentas de suporte sua actividade diria.

    O ano de 2007 iniciou-se com uma campanha primria forte dirigida ao segmento Prestige, tendo os objectivos quer de captao de novos Clientes, quer de aumento da posio patrimonial nos Clientes actuais, sido amplamente ultrapassados.

    2.823 2.863

    N. de Cartes no Segmento de Retalho

    20072006

    Milhares,

    excepto percentagens

    +1,4%

  • 31

    O nvel de cumprimento do plano de contactos definido para o segmento manteve um nvel de concretizao elevado, o que em muito contribuiu para o aumento do nvel de satisfao dos Clientes deste segmento em geral e para o aumento do nvel de satisfao com o Gestor de Cliente, em particular (85,8).

    Tendo por base o reforo das competncias e da capacidade tcnica dos Gestores Prestige, o Millennium bcp definiu e estruturou um processo de Certificao dos Gestores Prestige, que passar a ser realizado anualmente para todos os novos Gestores, bem como os que ainda no tenham obtido a respectiva certificao. Este processo representa um desafio de formao para todos os Gestores e a uma forma distintiva de marcar a diferena e de potenciar a qualidade na relao com o Cliente.

    Em 2007, destacam -se os Seminrios Prestige 2007 dirigidos a todos os comerciais, este ano subordinados ao tema Produtos e Instrumentos Financeiros, e a introduo de melhorias significativas ao nvel da oferta especfica do segmento. O programa Cliente Prestige passou a incluir o Carto Prestige de Dbito e o Carto Prestige de Crdito, o primeiro gratuito e o segundo gratuito em funo da utilizao, transferncias gratuitas em nmero ilimitado, efectuadas em canais automticos em Portugal e Unio Europeia, 10 cheques gratuitos por ms emitidos nas mquinas self service do Millennium bcp e a incluso de novos fundos de investimento na oferta de arquitectura aberta disponvel atravs da Internet.

    Prosseguindo a forte dinmica de perfilagem da actual base de Clientes Prestige, foram introduzidas melhorias na ferramenta de suporte ao Aconselhamento Financeiro o Dossier Prestige passando a estar disponvel a apresentao do nvel de balanceamento das carteiras, a elaborao de um documento com proposta de investimento e a garantia de conformidade desta ferramenta com a DMIF.

    Em 2008, o Banco ir prosseguir a sua estratgia de abordagem ao segmento, procurando:

    O crescimento sustentado do segmento Prestige em nmero de Clientes (captao), volume e rendibilidade;

    Aperfeioar as boas prticas comerciais do Programa Mais Prestige aumentar a intensidade e a qualidade da relao com os Clientes Prestige;

    Clarificar/posicionar as vantagens da oferta Cliente Prestige, distinguindo argumentrio e elementos de comunicao nas sucursais Prestige;

    Consolidar o processo de Certificao dos Gestores Prestige e o plano anual de formao contnua, assim como aperfeioar e dinamizar a utilizao das ferramentas especficas de suporte actividade do Gestor Prestige;

    Abordar de forma pr-activa o Segmento Prestige Estrangeiros em Portugal redefinio da proposta de valor e dinamizao comercial.

    Segmento Negcios

    O Millennium bcp o lder destacado no segmento de Negcios. Esta posio foi alcanada atravs de uma oferta abrangente, um nvel de servio que se pretende de excelncia, e uma estratgia de proximidade e conhecimento muito forte dos Clientes, baseado em relaes de grande confiana e numa anlise adequada do risco, quer seja com recurso a robustos modelos de scoring, o que permite acelerar o tempo de deciso e corresponder s legtimas expectativas dos Clientes, quer seja com base na anlise e aconselhamento em projectos de investimento de maior dimenso. Atravs de um modelo misto de gestores de Clientes e acompanhamento em sucursais de Retalho, o

  • 32

    Banco apresenta-se como a primeira referncia em termos de notoriedade no segmento.

    O Cliente Aplauso representa cada vez mais uma iniciativa de grande impacto nos Clientes, rendibilidade do segmento Negcios e notoriedade da marca, traduzindo-se numa distino por parte do Millennium bcp aos Empresrios que investem na sustentabilidade dos seus negcios e que escolheram o Millennium bcp como parceiro financeiro dos seus projectos.

    Em 2007, o Banco lanou um grande projecto denominado Mais Negcios que passou pela formao e pela dinamizao de vrias iniciativas no mbito da captao de novos Clientes e no maior envolvimento com Clientes de bom risco. O projecto Mais Negcios cobre as iniciativas e pr-actividade comercial (estar mais com os Clientes), reforo da proposta de valor (novos produtos e melhores solues para os Clientes) e reduo das cargas administrativas nas sucursais (privilegiar o tempo dedicado ao cliente em detrimento de rotinas internas). Estas medidas so complementadas com uma aco transversal de formao dos Gestores de Negcio, para que estejam mais habilitados a apresentar sempre as melhores solues aos Clientes.

    Na vertente da pr-actividade comercial, as visitas a Clientes aumentaram em cerca de 77%, tendo tambm dedicado mais ateno captao, com resultados assinalveis. Ao nvel do reforo da j abrangente oferta de negcios, destaca-se a linha denominada Early Stages (25 milhes de euros de apoio ao Empreendedorismo, com base no Programa FINICIA do IAPMEI) e a Preferncia Negcios, que permite aos Clientes ficarem isentos das comisses de emisso de cheques e transferncias dentro do espao SEPA. Por fim, relativamente reduo da carga administrativa, de assinalar o aumento do uso de limites de crdito pr-aprovados, o que permitiu reduzir o tempo de anlise das propostas de crdito dos Clientes. O nvel de pr-aprovao aumentou 25% durante o ano 2007.

    O sucesso destas iniciativas foi inequvoco: inverteu-se a tendncia de diminuio ligeira da quota de mercado, que se situa em cerca de 26,5% no final do ano, o crdito assumiu um novo dinamismo, com um crescimento superior a 6% e ultrapassando os 10 mil milhes de euros s a pequenos negcios. O envolvimento com os Clientes Aplauso, os melhores Clientes do segmento, aumentou 32,5%, o que representa uma clara melhoria do perfil de risco da carteira global.

    No segmento de Negcios, o contexto competitivo caracterizou-se por uma acentuada concorrncia, com reflexos ao nvel da contnua descida de margens a que se assistiu at final do Vero. Em simultneo, a rendibilidade do segmento foi afectada por alteraes legislativas (datas -valor e arredondamentos), pelas vrias ofertas dos concorrentes de comisses nulas para cheques e transferncias, e pela subida das taxas de juro (aumentando os custos de financiamento). No final do ano, e na sequncia do aumento do preo do risco sentido aps o Vero, assistiu-se a uma inverso na tendncia de reduo de margens, mas de forma no generalizada, o que coloca a mdia do ano abaixo da mdia de 2006. As incertezas a nvel macroeconmico resultaram num clima pouco favorvel ao investimento e, principalmente, no agravamento do perfil de risco de muitas empresas.

  • 33

    Para 2008, espera-se condies mais restritivas relativamente concesso de crdito s empresas, materializando-se numa maior disciplina nos preos, mais adequados ao perfil de risco e ao custo de capital. Mantendo-se um contexto de forte competitividade, a qualidade do servio, a rapidez e flexibilidade no processo de deciso assumiro um papel mais predominante na escolha dos Clientes.

    O objectivo do Banco consiste em crescer acima do mercado, ganhando quota de mercado, mas sendo especialmente selectivo nos riscos e assumindo-se cada vez mais como o parceiro de referncia para os empreendedores que investem em projectos criadores de riqueza. Para atingir os seus objectivos, o Millennium bcp ir reforar as vertentes do programa Mais Negcios recentemente lanado, nomeadamente no acompanhamento dos Clientes e na promoo da deciso automtica de crdito e no lanamento de algumas solues integradas para a satisfao das necessidades dos Clientes, adequadas dimenso ou ao sector de actividade em que operam.

  • 34

    O segmento Corporate e Banca de Investimento inclui a rede Corporate em Portugal, dirigida a empresas e entidades institucionais com um volume anual de negcios superior a 100 milhes de euros, oferecendo uma gama completa de produtos e servios de valor acrescentado, e a actividade de Banca de Investimento que desenvolvida essencialmente pelo Millennium bcp Investimento, instituio especializada no mercado de capitais, prestao de servios de consultoria e assessoria estratgica e financeira, servios especializados project finance, corporate finance, corretagem de valores mobilirios e equity research e na estruturao de produtos derivados de cobertura de risco.

    No decurso do segundo semestre de 2007, o Conselho de Administrao Executivo do Milliennium bcp decidiu integrar a Rede Corporate e a Banca de Investimento sob o mesmo Comit de Coordenao, com vista ao aproveitamento de sinergias derivadas do reforo da articulao comercial e do aproveitamento pleno do franchise de relacionamento com as maiores empresas portuguesas e de capacidade de execuo em vrios mercados da banca de investimento.

    CORPORATE E BANCA DE INVESTIMENTO

    Milhes de euros, excepto percentagens

    2007 2006 Variao 07/06

    Demonstrao de ResultadosMargem financeira 160,6 113,3 41,7%Outros proveitos lquidos 183,5 222,4 -17,5%

    344,1 335,7 2,5%Custos operacionais 90,7 80,6 12,6%Provises e imparidades 2,6 -2,7 --Contribuio antes de impostos 250,7 257,9 -2,8%Impostos 59,5 72,4 -17,8%Contribuio lquida 191,2 185,5 3,1%

    Sintese de IndicadoresCapital afecto 812 750 8,3%Rendibilidade do capital afecto 23,5% 24,7% -Riscos ponderados 16.774 14.946 12,2%Rcio de eficincia 26,4% 24,0% -

    Crdito a clientes (1)

    11.700 9.938 17,7%Recursos totais de clientes 3.432 3.547 -3,2%

    Colaboradores (nmero) 300 292(1) Inclui Papel Comercial.

  • 35

    No segmento Corporate e Banca de Investimento a contribuio lquida aumentou 3,1%, cifrando-se em 191,2 milhes de euros em 2007, comparando com 185,5 milhes de euros em 2006. O aumento da contribuio lquida foi determinado pela evoluo favorvel dos proveitos totais e pela reduo da carga fiscal, associada a uma maior capacidade de utilizao do reporte fiscal disponvel no Millennium investment banking em 2007, que mais do que compensou o acrscimo dos custos operacionais e o maior nvel de dotaes por imparidade e provises. A rendibilidade do capital afecto fixou-se em 23,5% em 31 de Dezembro de 2007 (24,7% em 31 de Dezembro de 2006).

    Em 2007, os juros e os prmios e descontos relacionados com activos financeiros detidos para negociao passaram a ser contabilizados na margem financeira, quando anteriormente eram registados em resultados em operaes financeiras. O impacto desta alterao nos outros proveitos lquidos foi parcialmente compensado pelo crescimento das comisses geradas pela actividade da banca de investimento. Sublinhe-se que o Millennium investment banking liderou o mercado primrio portugus de Obrigaes em 2007, em duas vertentes - no mercado primrio de emitentes portugueses e no mercado primrio de obrigaes domsticas -, num ano particularmente difcil para os mercados de crdito obrigacionistas e num segmento de mercado muito competitivo, com muitos operadores, entre os quais os maiores bancos internacionais.

    Os recursos totais de clientes ascenderam a 3.432 milhes de euros em 31 de Dezembro de 2007, condicionados, por um lado, pela volatilidade associada aos depsitos de grandes empresas e clientes institucionais, e, por outro, pela desmobilizao de recursos de clientes institucionais particularmente sensveis ao factor preo e detentores de elevados patrimnios financeiros .

    O crdito concedido a clientes (incluindo papel comercial) totalizou 11.700 milhes de euros em 31 de Dezembro de 2007, apresentando um crescimento de 17,7% face aos 9.938 milhes de euros registados em 31 de Dezembro de 2006, impulsionado pelo relanamento de projectos de investimento e acompanhando os sinais de retoma em alguns sectores de actividade econmica em Portugal.

    Rede Corporate

    A actuao da Rede Corporate no decurso de 2007 assentou em duas vertentes principais: reforo do conhecimento e eficcia da rea comercial, atravs de aces de formao e implementao de mecanismos de apoio venda, permitindo melhorar o planeamento comercial, identificar oportunidades de negcio e prioritizar os contactos com os Clientes, e enfoque da aco comercial na captao de recursos estveis e na melhoria da qualidade de crdito, procurando adequar o pricing das operaes de crdito ao risco associado e ao valor criado potencial, no mbito dos novos conceitos decorrentes de Basileia II.

    Com o objectivo de aumentar a eficcia da rea comercial da Rede Corporate e capturar o potencial existente, procedeu-se durante o ano de 2007 implementao do Programa Corporate GTI, consistindo no processo de reengenharia das tarefas administrativas e comerciais. Este programa encontra-se alicerado em 3 pilares:

    1.Ganhar Tempo: aumentar o tempo comercial do gestor de Cliente, atravs da reduo da carga administrativa, transferida para o Assistente e para o Middle-Office;

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    2.Ter um Plano: definio de um plano de abordagem comercial para cada Cliente, com estabelecimento de objectivos individuais, segmentando a carteira de acordo com o nvel de prioridade de cada Cliente;

    3.Ir ao encontro do Cliente: garantir um nmero mnimo de visitas por Cliente, com identificao clara dos contactos chave ao nvel de cada Empresa.

    A aplicao deste programa apoia-se de forma substancial nas funcionalidades disponibilizadas ao nvel do Commercial Toolkit (aplicativo de suporte da actividade, visando aumentar a eficincia da aco comercial), que permite obter uma viso global e integrada do Cliente, a gerao e tratamento de oportunidades de negcio, a prioritizao e programao da actividade comercial atravs do estabelecimento de um plano anual de contactos com os Clientes com definio de objectivos de contactos e potencial de negcio gerado. Em complemento, foi ainda desenvolvido o Simulador de Valor Criado, permitindo alinhar o pricing das operaes ao risco inerente sua realizao, de acordo com os novos conceitos decorrentes de Bas ileia II, por forma a maximizar o Valor Criado. A nvel interno, foi tambm disponibilizado rea comercial o novo aplicativo de informao de gesto (EIS Executive Information System).

    Tendo em vista o acompanhamento das necessidades detectadas junto dos Clientes da Rede Corporate, foram lanadas algumas novas solues das quais se destacam:

    Concluso com sucesso do novo servio de Banca Online para Empresas, resultante de uma parceria estabelecida com a Empresa Primavera BSS, permitindo aos Clientes uma maior integrao dos servios bancrios com a sua realidade interna ao nvel dos seus Enterprise Resource Planning (ERP);

    Disponibilizao de novos servios no Canal Multibancrio principal forma de comunicao das maiores empresas com os Bancos designadamente ao nvel da emisso de ordens de transferncias para o estrangeiro e extractos de conta das Empresas em Outras Instituies de Crdito (OIC) sediadas no estrangeiro;

    Novos desenvolvimentos ao nvel do Servio de Agregao de Comisses e Portes, designadamente, a introduo das comisses referentes a carta-cheque, cash-pooling e manuteno de conta, a implementao do extracto electrnico e a criao de verses em lngua estrangeira (espanhol e ingls);

    Criao de linha de crdito no montante global de 100 milhes de euros destinada ao apoio exportao e internacionalizao das empresas portuguesas;

    Celebrao com o Turismo de Portugal de um protocolo para apoio a projectos de investimento no sector de turismo, no valor global de 60 milhes de euros. Este acordo apresenta condies preferenciais para as Empresas em termos de financiamento, agregando uma componente de financiamento por parte do Turismo de Portugal a taxas de juros bonificadas.

    Banca de Investimento

    Em Novembro de 2007, foi publicado o anncio do projecto de fuso por incorporao do Banco Millennium bcp Investimento, S.A., na sociedade Banco Comercial Portugus, S.A.. Este projecto poder vir a ser concretizado em 2008, a par com outras iniciativas destinadas melhoria da eficincia operativa e a propiciar as melhores condies para o desenvolvimento das diferentes reas de negcio.

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    Na Banca de Investimento, que opera sob a marca Millennium investment banking, desenvolveram -se vrias oportunidades assentes nas capacidades de estruturao e execuo de operaes mais complexas e de maior valor, reforadas com uma nova estrutura organizacional implementada no ltimo trimestre de 2006 e no relacionamento com os Clientes do Grupo, em Portugal e nas operaes no exterior.

    O Millennium investment banking assumiu a liderana na corretagem de aces na Euronext Lisbon durante o ano de 2007, com uma quota de mercado de 11,6%, no obstante a crescente fragmentao e competitividade no mercado, com a entrada de novos operadores, entre os quais alguns dos maiores bancos internacionais. Nos produtos de negociao, continuou a ter um papel de destaque na introduo de produtos inovadores no mercado portugus. Foram lanados os primeiros certificados temticos associados a sectores de actividade Dow Jones Banca e Dow Jones Telecomunicaes.

    Na rea de mercado de capitais de rendimento fixo, o Millennium investment banking participou activamente na organizao e montagem de emprstimos obrigacionistas, tendo alcanado a liderana destacada no que respeita a emisses de dvida de emitentes nacionais, com uma quota de 23,1%, de acordo com a League Table divulgada pela Bloomberg. Destacam -se as lideranas dos emprstimos obrigacionistas para a Celbi (300 milhes de euros), Sonae Distribuio (200 milhes de euros), Jos de Me