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BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S.A. Sociedade Aberta Sede: Praça D. João I, 28, 4000-295 Porto Matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Porto, sob o número único de matrícula e identificação fiscal 501.525.882 Capital Social integralmente realizado: 4.694.600.000 euros (Oferente) OFERTA PÚBLICA GERAL E VOLUNTÁRIA DE AQUISIÇÃO DE 1.000.000 DE VALORES MOBILIÁRIOS PERPÉTUOS SUBORDINADOS COM JUROS CONDICIONADOS, COM VALOR NOMINAL UNITÁRIO DE 1.000 EUROS, EMITIDOS PELO BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S.A, POR ENTREGA DE ATÉ 1.600.000.000 ACÇÕES DO BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S.A. A EMITIR PROSPECTO DE OFERTA PÚBLICA DE TROCA O presente prospecto deverá ser lido em conjunto com os documentos inseridos por remissão, os quais fazem parte integrante do mesmo. ORGANIZAÇÃO 29 de Abril de 2011

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BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S.A. Sociedade Aberta

Sede: Praça D. João I, 28, 4000-295 Porto Matriculada na Conservatória do

Registo Comercial do Porto, sob o número único de matrícula e identificação fiscal 501.525.882

Capital Social integralmente realizado: 4.694.600.000 euros (Oferente)

OFERTA PÚBLICA GERAL E VOLUNTÁRIA DE AQUISIÇÃO DE 1.000.000 DE VALORES MOBILIÁRIOS PERPÉTUOS SUBORDINADOS COM JUROS CONDICIONADOS, COM VALOR NOMINAL UNITÁRIO DE 1.000 EUROS,

EMITIDOS PELO BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S.A, POR ENTREGA DE ATÉ 1.600.000.000 ACÇÕES DO BANCO COMERCIAL

PORTUGUÊS, S.A. A EMITIR

PROSPECTO DE OFERTA PÚBLICA DE TROCA

O presente prospecto deverá ser lido em conjunto com os documentos inseridos por remissão, os quais fazem parte integrante do mesmo.

ORGANIZAÇÃO

29 de Abril de 2011

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Tratando-se de oferta pública de troca através da qual o Oferente se propõe adquirir Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados por si emitidos, oferecendo, em contrapartida, acções, a emitir, representativas do seu próprio capital social, o presente prospecto inclui não apenas as informações previstas para o prospecto de oferta pública de aquisição (nos termos previstos no Regulamento da CMVM nº 3/2006) mas também a informação obrigatória do prospecto de oferta pública de distribuição (nos termos do Regulamento (CE) n.º 809/2004 da Comissão, de 29 de Abril). Assim, e de modo a permitir uma mais fácil identificação entre a estrutura do prospecto das ofertas públicas de aquisição e a do presente prospecto, abaixo se apresenta uma tabela indicativa de correspondência entre os respectivos índices.

0 – ADVERTÊNCIAS / INTRODUÇÃO ...................................................... CAPÍTULO 0

0.1. Resumo das características da operação ......................................................................................... Capítulo 0 0.2. Efeitos do Registo .............................................................................................................................. Capítulo 0

1 – RESPONSÁVEIS PELA INFORMAÇÃO ................................................ CAPÍTULO 3

2 – DESCRIÇÃO DA OFERTA ...................................................................... CAPÍTULO 4

2.1. Montante e natureza da operação ................................................................................................................ 4.1 2.2. Montante, natureza e categoria dos valores mobiliários objecto da oferta ........................................... 4.2 2.3. Contrapartida oferecida e sua justificação .................................................................................................. 4.3 2.4. Modo de pagamento da contrapartida ........................................................................................................ 4.4 2.5. Caução ou garantia da contrapartida ........................................................................................................... 4.5 2.6. Modalidade da Oferta ..................................................................................................................................... 4.6 2.7. Assistência ........................................................................................................................................................ 4.7 2.8. Objectivos da aquisição .................................................................................................................................. 4.8 2.9. Declarações de aceitação ................................................................................................................................ 4.9 2.10. Resultado da Oferta .................................................................................................................................... 4.10

3 – INFORMAÇÕES RELATIVAS AO OFERENTE, PARTICIPAÇÕES SOCIAIS E ACORDOS ............................................. CAPÍTULO 7

3.1. Identificação do Oferente .............................................................................................................................. 7.1 3.2. Imputação de direitos de voto ...................................................................................................................... 7.2 3.3. Participações do Oferente no capital da Sociedade Visada ..................................................................... 7.3 3.4. Direitos de voto e participações da Sociedade Visada no Oferente ...................................................... 7.4 3.5. Acordos parassociais....................................................................................................................................... 7.5 3.6. Acordos celebrados com os titulares dos órgãos sociais da Sociedade Visada .................................... 7.6 3.7. Representante para as relações com o mercado ........................................................................................ 7.7

4 – OUTRAS INFORMAÇÕES .................................................................... CAPÍTULO 19

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ÍNDICE

ADVERTÊNCIAS ............................................................................................................... 7

DECLARAÇÕES OU MENÇÕES RELATIVAS AO FUTURO ..................................... 10

DEFINIÇÕES ................................................................................................................ 11

CAPÍTULO 1 – SUMÁRIO ................................................................................................ 13

1.1 Factores de risco ................................................................................................................................................ 15

1.1.1 Factores de risco relacionados com a actividade do Emitente .................................................... 15

1.1.2 Riscos relacionados com a estrutura accionista do Banco ............................................................ 18

1.1.3 Factores de risco relacionados com os valores mobiliários entregues como contrapartida na Oferta ..................................................................................................................... 18

1.2 Responsáveis pela informação ........................................................................................................................ 19

1.3 Características essenciais da Oferta Pública de Troca e das Acções que constituem a Contrapartida na Oferta ................................................................................................................................. 23

1.3.1 Características essenciais da Oferta Pública de Troca ................................................................... 23

1.3.2 Características essenciais das Acções que constituem a Contrapartida na Oferta .................... 24

1.4 Diluição ............................................................................................................................................................... 25

1.5 Dados financeiros seleccionados do Emitente e Oferente das acções oferecidas em contrapartida na Oferta................................................................................................................................... 26

1.6 Identificação do Emitente / Oferente e informação adicional ................................................................. 27

1.6.1 Identificação do Emitente .................................................................................................................. 27

1.6.2 Capital social ......................................................................................................................................... 28

1.6.3 Documentação acessível ao público ................................................................................................. 28

CAPÍTULO 2 – FACTORES DE RISCO .......................................................................... 29

2.1 Factores de risco relacionados com a actividade do Emitente ................................................................. 29

2.2 Riscos relacionados com a estrutura accionista do Banco ......................................................................... 56

2.3 Factores de risco relacionados com os valores mobiliários entregues como contrapartida na Oferta ................................................................................................................................................................. 57

CAPÍTULO 3 – RESPONSÁVEIS PELA INFORMAÇÃO .............................................. 61

3.1 Identificação dos responsáveis pela informação contida no prospecto .................................................. 61

3.2 Disposições legais relevantes sobre responsabilidade pela informação................................................... 64

3.3 Declaração dos responsáveis pela informação contida no prospecto ..................................................... 65

CAPÍTULO 4 – DESCRIÇÃO DA OFERTA PÚBLICA DE TROCA ............................. 66

4.1 Montante e natureza da operação .................................................................................................................. 66

4.2 Montante, natureza e categoria dos valores mobiliários objecto da oferta ............................................. 66

4.3 Contrapartida oferecida e sua justificação .................................................................................................... 66

4.4 Modo de pagamento da contrapartida .......................................................................................................... 68

4.5 Caução ou garantia da contrapartida ............................................................................................................. 69

4.6 Modalidade da Oferta ....................................................................................................................................... 69

4.7 Assistência .......................................................................................................................................................... 69

4.8 Objectivos da aquisição .................................................................................................................................... 69

4.9 Declarações de aceitação .................................................................................................................................. 70

4.10 Resultado da Oferta ........................................................................................................................................ 71

4.11 Diluição ............................................................................................................................................................. 71

CAPÍTULO 5 – DESCRIÇÃO DAS ACÇÕES QUE CONSTITUEM A CONTRAPARTIDA DA OFERTA ....................................................... 72

5.1 Montante e natureza ......................................................................................................................................... 72

5.2 Motivos da emissão de acções ........................................................................................................................ 72

5.3 Deliberações, autorizações e aprovações ...................................................................................................... 72

5.4 Categoria, forma de representação e emissão das Acções ......................................................................... 73

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5.5 Preço e liquidação ............................................................................................................................................. 74

5.6 Colocação, períodos e locais de aceitação e resultados .............................................................................. 74

5.7 Organização e liderança ................................................................................................................................... 74

5.8 Regime de transmissão das acções representativas ao capital social do Millennium bcp ..................... 74

5.9 Serviço financeiro .............................................................................................................................................. 75

5.10 Admissão à negociação .................................................................................................................................. 75

5.11 Estabilização .................................................................................................................................................... 75

5.12 Direitos atribuídos às Acções e seu exercício ............................................................................................ 75

5.13 Momento e circunstâncias em que a Oferta pode ser alterada, retirada ou suspensa ......................... 76

5.14 Eventuais ofertas públicas de aquisição obrigatórias ................................................................................ 76

5.15 Outras ofertas .................................................................................................................................................. 77

CAPÍTULO 6 – REGIME FISCAL ................................................................................... 79

6.1 Rendimentos derivados da troca de Valores por Acções........................................................................... 79

6.1.1 Residentes e não residentes com estabelecimento estável em Portugal ..................................... 79

6.1.2 Não residentes sem estabelecimento estável em Portugal ............................................................ 80

6.2 Rendimentos derivados da detenção de Acções .......................................................................................... 80

6.2.1 Pessoas singulares residentes para efeitos fiscais em Portugal ou com estabelecimento estável em Portugal ao qual sejam imputáveis rendimentos associados às Acções ................ 80

6.2.2 Pessoas singulares não residentes para efeitos fiscais em Portugal sem estabelecimento estável ao qual sejam imputáveis os rendimentos associados às Acções ................................. 81

6.2.3 Pessoas colectivas residentes para efeitos fiscais em Portugal ou pessoas colectivas não residentes com estabelecimento estável em Portugal ao qual sejam imputáveis os rendimentos associados às Acções.................................................................................................. 82

6.2.4 Pessoas colectivas não residentes para efeitos fiscais em Portugal sem estabelecimento estável ao qual sejam imputáveis os rendimentos associados às Acções ................................. 85

CAPÍTULO 7 – INFORMAÇÕES RELATIVAS AO OFERENTE, PARTICIPAÇÕES SOCIAIS E ACORDOS .......................................... 87

7.1 Identificação do Oferente ................................................................................................................................ 87

7.2 Imputação de direitos de voto ........................................................................................................................ 87

7.3 Participações do Oferente no capital da Sociedade Visada ....................................................................... 89

7.4 Direitos de voto e participações da Sociedade Visada no Oferente ........................................................ 89

7.5 Acordos parassociais......................................................................................................................................... 89

7.6 Acordos celebrados com os titulares dos órgãos sociais da Sociedade Visada ...................................... 89

7.7 Representante para as relações com o mercado .......................................................................................... 90

CAPÍTULO 8 – DADOS FINANCEIROS SELECCIONADOS DO EMITENTE E OFERENTE DAS ACÇÕES OFERECIDAS EM CONTRAPARTIDA NA OFERTA ....................................................... 91

CAPÍTULO 9 – CAPITALIZAÇÃO E ENDIVIDAMENTO DO EMITENTE E OFERENTE DAS ACÇÕES OFERECIDAS EM CONTRAPARTIDA NA OFERTA ....................................................... 94

CAPÍTULO 10 – DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE DO EMITENTE ............................ 96

10.1 Principais Actividades .................................................................................................................................... 96

10.1.1 Introdução ......................................................................................................................................... 100

10.1.2 Principais segmentos/áreas de negócio ....................................................................................... 101

10.1.2.1 Banca de Retalho ............................................................................................................. 101

10.1.2.2 Banca de Empresas & Crédito Especializado ............................................................ 102

10.1.2.3 Corporate & Banca de Investimento ........................................................................... 102

10.1.2.4 Private Banking & Asset Management ........................................................................ 103

10.1.2.5 Negócios no Exterior ..................................................................................................... 103

10.1.2.6 Outros ............................................................................................................................... 110

10.2 Análise da Actividade ................................................................................................................................... 111

10.2.1 Enquadramento sectorial ................................................................................................................ 111

10.2.2 Actividade dos segmentos de negócio ......................................................................................... 114

10.2.2.1 Desempenho em 2010, 2009 e 2008 (IAS/IFRS) ..................................................... 114

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10.2.3 Principais acontecimentos .............................................................................................................. 145

10.2.3.1 Principais acontecimentos (2008-2010) ...................................................................... 145

10.2.3.2 Acontecimentos recentes ............................................................................................... 153

10.3 Informação sobre tendências ...................................................................................................................... 153

10.4 Estratégia e pontos fortes ............................................................................................................................ 154

10.5 Imóveis, instalações e equipamentos ......................................................................................................... 159

10.6 Investimentos ................................................................................................................................................ 160

10.7 Investigação e desenvolvimento ................................................................................................................. 161

10.8 Política de dividendos .................................................................................................................................. 163

10.9 Dependências significativas ......................................................................................................................... 165

10.10 Acções judiciais e arbitrais ......................................................................................................................... 166

10.11 Interrupções de actividade ........................................................................................................................ 169

CAPÍTULO 11 – ANÁLISE DA EXPLORAÇÃO E DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DO EMITENTE E OFERENTE DAS ACÇÕES OFERECIDAS EM CONTRAPARTIDA NA OFERTA .............................................. 170

11.1 Análise dos resultados de exploração e da situação financeira ............................................................. 170

11.1.1 Análise da Demonstração Consolidada dos Resultados ........................................................... 172

11.1.2 Análise do Balanço Consolidado ................................................................................................... 198

11.2 Factores significativos que afectaram materialmente os rendimentos ou a situação financeira ou comercial da actividade do Millennium bcp ........................................................................................ 216

11.3 Gestão de Risco no Millennium bcp ......................................................................................................... 216

CAPÍTULO 12 – LIQUIDEZ E RECURSOS DE CAPITAL DO EMITENTE E OFERENTE DAS ACÇÕES OFERECIDAS EM CONTRAPARTIDA NA OFERTA ..................................................... 241

12.1 Descrição dos fluxos de tesouraria ............................................................................................................ 241

12.2 Recursos financeiros ..................................................................................................................................... 243

12.3 Declaração relativa ao fundo de maneio ................................................................................................... 246

CAPÍTULO 13 – ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO, E PESSOAL DO EMITENTE E OFERENTE DAS ACÇÕES OFERECIDAS EM CONTRAPARTIDA NA OFERTA .................... 247

13.1 Órgãos de Administração e de Fiscalização ............................................................................................. 247

13.1.1 Composição ...................................................................................................................................... 247

13.1.1.1 Conselho Geral e de Supervisão ................................................................................... 247

13.1.1.2 Conselho de Administração Executivo ....................................................................... 255

13.1.1.3 Revisor oficial de contas ................................................................................................ 259

13.1.2 Declarações relativas aos membros dos órgãos de Administração e de Fiscalização .......... 259

13.1.3 Remunerações e outros benefícios ............................................................................................... 259

13.1.3.1 Remuneração do Conselho Geral e de Supervisão ................................................... 259

13.1.3.2 Remuneração do Conselho de Administração Executivo ....................................... 260

13.1.3.3 Remuneração do Revisor Oficial de Contas / Auditor Externo ............................ 260

13.1.4 Detenção de acções por parte dos órgãos de Administração e de Fiscalização ................... 261

13.1.5 Prazos dos mandatos dos órgãos de Administração e Fiscalização ........................................ 261

13.1.6 Condições especiais conferidas aos membros dos órgãos de Administração e Fiscalização ........................................................................................................................................ 261

13.2 Informações sobre o órgão de auditoria e o órgão de remunerações ................................................. 262

13.2.1 Comissão para as Matérias Financeiras (CMF) ........................................................................... 262

13.2.2 Conselho de Remunerações e Previdência .................................................................................. 263

13.3 Quadros Superiores ...................................................................................................................................... 263

13.3.1 Dirigentes .......................................................................................................................................... 263

13.3.2 Declarações relativas aos Quadros Superiores............................................................................ 265

13.3.3 Remunerações e outros benefícios ............................................................................................... 265

13.3.4 Detenção de acções por parte dos Quadros Superiores ........................................................... 266

13.4 Cumprimento das obrigações previstas no regime do Governo das Sociedades Cotadas............... 266

13.5 Outros Corpos Sociais ................................................................................................................................. 275

13.5.1 Mesa da Assembleia Geral .............................................................................................................. 275

13.5.2 Secretário da Sociedade ................................................................................................................... 275

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13.6 Representante para as Relações com o Mercado .................................................................................... 275

13.7 Pessoal ............................................................................................................................................................. 275

13.7.1 Número de efectivos e sua repartição .......................................................................................... 275

13.7.2 Esquemas de participação dos trabalhadores.............................................................................. 276

13.8 Pensões e encargos associados ................................................................................................................... 276

CAPÍTULO 14 – PRINCIPAIS ACCIONISTAS E OPERAÇÕES COM ENTIDADES TERCEIRAS LIGADAS ............................................... 285

14.1 Principais Accionistas do Emitente e Oferente ....................................................................................... 285

14.2 Partes relacionadas ........................................................................................................................................ 286

14.3 Acordos para alteração do controlo do Emitente ................................................................................... 293

CAPÍTULO 15 – INFORMAÇÃO ADICIONAL ............................................................ 294

15.1 Identificação do Emitente ........................................................................................................................... 294

15.2 Legislação que regula a actividade do Emitente ...................................................................................... 294

15.3 Capital social .................................................................................................................................................. 294

15.3.1 Valor e representação ...................................................................................................................... 294

15.3.2 Acções próprias ................................................................................................................................ 295

15.4 Estatutos ......................................................................................................................................................... 296

15.4.1 Descrição dos principais direitos inerentes às acções ................................................................ 296

15.4.2 Objectivos e metas do Emitente ................................................................................................... 300

15.4.3 Capital social, outros valores mobiliários e direito de preferência .......................................... 300

15.4.4 Principais disposições estatutárias relativas aos órgãos de Administração e Fiscalização ... 301

15.4.5 Participações qualificadas e comunicação de participações ...................................................... 308

CAPÍTULO 16 – INFORMAÇÕES SOBRE A DETENÇÃO DE PARTICIPAÇÕES .. 309

CAPÍTULO 17 – PREVISÕES OU ESTIMATIVAS DE LUCROS ................................ 318

CAPÍTULO 18 – INFORMAÇÕES DE TERCEIROS, DECLARAÇÕES DE PERITOS E DECLARAÇÕES DE EVENTUAIS INTERESSES ..... 319

CAPÍTULO 19 – OUTRAS INFORMAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO ACESSÍVEL AO PÚBLICO....................................................................................... 320

19.1 Documentos publicados ao abrigo da presente Oferta .......................................................................... 320

19.2 Informação inserida por remissão.............................................................................................................. 320

19.3 Comunicações ................................................................................................................................................ 320

19.4 Locais de consulta ......................................................................................................................................... 320

ANEXOS .............................................................................................................. 322

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ADVERTÊNCIAS

A referência neste documento a diplomas legais ou outras fontes normativas objecto de modificação é sempre efectuada pela identificação do normativo originário, sem prejuízo da aplicação da respectiva versão actualizada quando relevante. A forma e o conteúdo do presente prospecto obedecem ao preceituado no Código dos Valores Mobiliários (“CódVM”), ao disposto no Regulamento da CMVM n.º 3/2006 com as devidas adaptações conforme previstas no seu artigo n.º 20.º relativo às ofertas públicas de troca, no Regulamento (CE) n.º 809/2004 da Comissão, de 29 de Abril, objecto da rectificação publicada no Jornal Oficial n.º L 215, de 16 de Junho de 2004, tal como alterado pelo Regulamento (CE) n.º 1787/2006 da Comissão, de 4 de Dezembro, publicado no Jornal Oficial n.º L 337, de 5 de Dezembro de 2006, pelo Regulamento (CE) n.º 211/2007 da Comissão, de 27 de Fevereiro, publicado no Jornal Oficial n.º L 61, de 28 de Fevereiro de 2007 e pelo Regulamento (CE) 1289/2008 da Comissão, de 12 de Dezembro de 2008, publicado no Jornal Oficial n.º L 340 de 19 de Dezembro de 2008 e demais legislação aplicável. O presente prospecto diz respeito à oferta pública de troca de até 1.000.000 de valores mobiliários perpétuos subordinados com juros condicionados, de valor nominal unitário de 1.000 euros (adiante designados por “Valores”) por até 1.600.000.000 acções do Banco Comercial Português, S.A. (adiante designado por “Millennium bcp”, “Oferente”, “Emitente”, “Sociedade” ou “Banco”), na proporção de 1.600 acções do Oferente por cada Valor (adiante designada por “Oferta Pública de Troca” ou “OPT”). O presente prospecto foi objecto de aprovação por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (“CMVM”) e encontra-se disponível sob a forma electrónica em www.cmvm.pt e em www.millenniumbcp.pt. As entidades que, no âmbito do disposto no artigo 149.º do CódVM, são responsáveis pela suficiência, veracidade, actualidade, clareza, objectividade e licitude da informação contida no presente prospecto encontram-se indicadas no Capítulo 3 - Responsáveis pela informação. A presente Oferta Pública de Aquisição foi objecto de registo prévio na CMVM, em 29 de Abril de 2011, sob o número 9184. Nos termos do disposto nos números 6 e 7 do artigo 118.º do CódVM, o “registo de oferta pública de aquisição implica a aprovação do respectivo prospecto e baseia-se em critérios de legalidade” e “a aprovação do prospecto e o registo não envolvem qualquer garantia quanto ao conteúdo da informação, à situação económica ou financeira do oferente, do emitente ou do garante, à viabilidade da oferta ou à qualidade dos valores mobiliários”. O n.º 5 do mesmo artigo estabelece que “a aprovação do prospecto é o acto que implica a verificação da sua conformidade com as exigências de completude, veracidade, actualidade, clareza, objectividade e licitude da informação”. O Millennium bcp, actuando por intermédio da sua área de banca de investimento (para este efeito, adiante designado “Millennium investment banking”) é o intermediário financeiro responsável pela prestação dos serviços de assistência à Oferta. O Millennium bcp é responsável, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 149.º do CódVM, pela prestação dos serviços de assistência previstos no artigo 337.º do CódVM, devendo assegurar o respeito pelos preceitos legais e regulamentares, em especial quanto à qualidade da informação.

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8

A existência deste prospecto não assegura que a informação nele contida se mantenha inalterada desde a data da sua disponibilização. Não obstante, se, entre a data da sua aprovação e o final da presente Oferta, for detectada alguma deficiência no prospecto ou ocorrer qualquer facto novo ou se tome conhecimento de qualquer facto anterior não considerado no prospecto, que seja relevante para a decisão a tomar pelos destinatários da Oferta, o Emitente deverá requerer imediatamente à CMVM a aprovação de adenda ou de rectificação do prospecto. No Capítulo 2 do presente prospecto (Factores de Risco) estão referidos riscos associados à actividade do Emitente, à Oferta e aos valores mobiliários objecto da Oferta. Os destinatários da Oferta devem ponderar cuidadosamente os riscos associados à detenção de valores mobiliários, bem como as demais advertências constantes deste prospecto antes de tomarem qualquer decisão de aceitação dos termos da Oferta. Para quaisquer dúvidas que possam subsistir quanto a estas matérias, os destinatários da Oferta deverão informar-se junto dos seus consultores jurídicos, financeiros ou outros. Os destinatários da Oferta devem também informar-se sobre as implicações legais e fiscais existentes no seu país de residência que decorrem da aquisição, detenção, oneração ou alienação das acções do Emitente que lhes sejam aplicáveis. Qualquer decisão deverá basear-se na informação do prospecto no seu conjunto e ser efectuada após avaliação independente da condição económica, da situação financeira e dos demais elementos relativos ao Emitente. Nenhuma decisão deverá ser tomada sem prévia análise, pelo potencial investidor e pelos seus eventuais consultores, do prospecto no seu conjunto, mesmo que a informação relevante seja prestada mediante a remissão para outra parte deste prospecto ou para outros documentos incorporados no mesmo. A distribuição do presente prospecto ou a aceitação dos termos da Oferta, com consequente subscrição dos valores mobiliários aqui descritos, pode estar restringida em certas jurisdições. Aqueles em cuja posse o presente prospecto se encontre deverão informar-se e observar essas restrições. A Oferta, que se rege pelo disposto no CódVM, decorre exclusivamente no território português, não se efectuando noutros mercados, designadamente, nos Estados Unidos da América, Austrália, Canadá ou Japão, sem prejuízo de nela poderem participar todos os destinatários cuja participação não seja objecto de proibição por lei que lhes seja aplicável. Tendo em conta as restrições legalmente aplicáveis noutras jurisdições, nomeadamente no que diz respeito a pessoas qualificáveis como “US Persons” pelas leis dos Estados Unidos da América, é feita a seguinte menção em língua inglesa:

“NOT FOR DISTRIBUTION OR RELEASE IN OR INTO OR TO ANY PERSON LOCATED OR RESIDENT IN THE UNITED STATES, AUSTRALIA, CANADA OR JAPAN OR IN ANY JURISDICTION WHERE SUCH DISTRIBUTION OR RELEASE IS UNLAWFUL.

This offering document not been filed with, or reviewed by, any national or local securities commission or regulatory authority of the United States or any other jurisdiction, nor has any such commission or authority passed upon the accuracy or adequacy of this Prospectus. Any representation to the contrary is unlawful and may be a criminal offence.

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The distribution of the offering document in certain jurisdictions may be restricted by law. Persons into whose possession the offering document comes are required by the Company to inform themselves about, and to observe, any such restrictions. This offer is being made in the Portuguese market in accordance with the Portuguese Securities Code (“Código dos Valores Mobiliários”) and is only addressed to persons to whom it may lawfully be made. In particular, in order to comply with relevant securities laws, it is not being made by any means or instrumentally, directly or indirectly, in or into any other jurisdictions, in particular, without limitation, the United States, Canada, Australia or Japan. This document is not an offer of securities for sale in the United States, Australia, Canada, Japan or in any jurisdiction in which such offer is unlawful. No person receiving a copy of this prospectus and/or any other document or subscription form related hereto in any jurisdiction other than Portugal may treat the same as constituting either an offer to sell or the solicitation of an offer to subscribe if, in the relevant jurisdiction, such an offer or solicitation cannot lawfully be made. In such circumstances, this prospectus and/or any other document or subscription form related thereto are for informational purposes only and none other.”

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DECLARAÇÕES OU MENÇÕES RELATIVAS AO FUTURO

O presente prospecto inclui declarações ou menções relativas ao futuro. Algumas destas declarações ou menções podem ser identificadas por palavras ou expressões como “antecipa”, “acredita”, “espera”, “planeia”, “pretende”, “tem intenção de”, “estima”, “projecta”, “irá”, “procura(-se)”, “antecipa(-se)”, “prevê(-se)”, “perspectiva(-se)” e similares. Com excepção das declarações sobre factos pretéritos constantes do presente prospecto, quaisquer declarações que constem do presente prospecto, incluindo, sem limitar, em relação à situação financeira, às receitas e rendibilidade (incluindo quaisquer projecções ou previsões financeiras ou operacionais), à estratégia da actividade, às perspectivas, planos e objectivos de gestão para operações futuras, constituem declarações ou menções relativas ao futuro. Estas declarações relativas ao futuro, ou quaisquer outras projecções contidas no prospecto, envolvem riscos conhecidos e desconhecidos, incertezas e outros factores que podem conduzir a que os resultados concretos, a performance efectiva ou a concretização de objectivos do Millennium bcp ou os resultados do sector, sejam significativamente diferentes dos que constam ou estão implícitos nas declarações ou menções relativas ao futuro. Estas declarações ou menções relativas ao futuro baseiam-se numa multiplicidade de pressupostos, convicções, expectativas, estimativas e projecções do Millennium bcp em relação às suas actuais e futuras estratégias de negócio e do contexto em que o Grupo espera vir a desenvolver a sua actividade no futuro. Tendo em conta esta situação, os destinatários da Oferta deverão ponderar cuidadosamente estas declarações ou menções relativas ao futuro previamente à tomada de qualquer decisão de investimento relativamente às Acções BCP.

Nos termos dos números 1 e 2 do artigo 8.º do CódVM, deve ser objecto de relatório de auditoria a informação financeira anual contida em documento de prestação de contas ou prospecto que deva ser submetido à CMVM, e, sempre que contenha previsões sobre a evolução dos negócios ou da situação económica e financeira da entidade a que respeita, o mesmo deve pronunciar-se expressamente sobre os respectivos pressupostos, critérios e coerência.

Diversos factores poderão determinar que a performance futura ou os resultados do Grupo sejam significativamente diferentes daqueles que resultam expressa ou tacitamente das declarações ou menções relativas ao futuro, incluindo os seguintes:

– alterações nas condições económicas e de negócio em Portugal, bem como nas condições económicas e de negócio nas operações do Grupo no estrangeiro, nomeadamente na Polónia;

– flutuações e volatilidade das taxas de juro, dos spreads de crédito e dos depósitos e das taxas de câmbio;

– alterações nas políticas governamentais e no enquadramento regulamentar da actividade bancária;

– alterações no ambiente competitivo do Grupo BCP; – flutuações dos mercados accionistas em geral e do preço das acções do BCP; – outros factores que se encontram descritos no Capítulo 2 - Factores de Risco; e – factores que não são actualmente do conhecimento do Millennium bcp.

Caso alguns riscos ou incertezas se concretizem desfavoravelmente, ou algum pressuposto venha a revelar-se incorrecto, as perspectivas futuras descritas ou mencionadas neste Prospecto poderão não se verificar total ou parcialmente e os resultados efectivos poderão ser significativamente diferentes dos antecipados, esperados, previstos ou estimados no presente prospecto. Estas declarações ou menções relativas ao futuro reportam-se apenas à data do presente prospecto. O Millennium bcp não assume qualquer obrigação ou compromisso de divulgar quaisquer actualizações ou revisões a qualquer declaração relativa ao futuro constante do presente prospecto de forma a reflectir qualquer alteração das suas expectativas decorrente de quaisquer alterações aos factos, condições ou circunstâncias em que os mesmos se basearam, salvo se, entre a data de aprovação do prospecto e o fim do prazo da Oferta, for detectada alguma deficiência no prospecto ou ocorrer qualquer facto novo ou se tome conhecimento de qualquer facto anterior não considerado no prospecto, que seja relevante para a decisão a tomar pelos destinatários da Oferta, caso em que deverá imediatamente requerer à CMVM aprovação de adenda ou rectificação do prospecto.

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DEFINIÇÕES

Excepto se indicado diversamente de forma expressa, os termos a seguir mencionados têm, no presente prospecto, os significados aqui referidos: “Acções” As até 1.600.000.000 acções, ordinárias, escriturais e

nominativas, sem valor nominal e com um valor de emissão de €0,625, a emitir por contrapartida na presente Oferta Pública de Troca;

“Acções BCP” ou “Acções do Oferente” As 4.694.600.000 acções ordinárias, escriturais e nominativas,

sem valor nominal representativas do capital social do Banco Comercial Português, S.A.;

“CMVM” Comissão do Mercado de Valores Mobiliários; “CVM” Central de Valores Mobiliários; “Código das Sociedades Comerciais” ou “CSC” Código das Sociedades Comerciais aprovado pelo Decreto-

Lei n.º 262/86, de 2 de Setembro, tal como posteriormente alterado;

“Código dos Valores Mobiliários” ou “CódVM” Código dos Valores Mobiliários aprovado pelo Decreto-Lei

n.º 486/99, de 13 de Novembro, tal como posteriormente alterado;

“Euro”; “euro” ou “€” Euro, a moeda única Europeia; “NYSE Euronext Lisbon” Euronext Lisbon – Sociedade Gestora de Mercados

Regulamentados, S.A.; “Grupo” ou “Grupo BCP” Conjunto formado pelo Banco Comercial Português, S.A. e

as sociedades que com ele se encontram em relação de domínio ou de grupo, nos termos do artigo 21.º do CódVM;

“Banco”, “Emitente”, “Millennium bcp”, “Oferente”, ou “Sociedade” Banco Comercial Português, S.A.; “Incorporação de Reservas” O aumento de capital por incorporação de reservas de

prémio de emissão, no montante de 120.400.000 euros, mediante a emissão de 206.518.010 novas acções, sem valor nominal e com valor de emissão de €0,583, deliberado na Assembleia Geral de Accionistas de 18 de Abril de 2011;

“Interbolsa” Interbolsa – Sociedade Gestora de Sistemas de Liquidação e

de Sistemas Centralizados de Valores Mobiliários, S.A.; “IRC” Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas; “IRS” Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares;

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“Mercado Regulamentado Euronext Lisbon” O mercado regulamentado gerido pela Euronext Lisbon –

Sociedade Gestora de Mercados Regulamentados, S.A.; “Millennium investment banking” O Banco Comercial Português, S.A., sociedade aberta, com

sede na Praça D. João I, 28, no Porto, com o capital social de 4.694.600.000 euros, matriculado na Conservatória do Registo Comercial do Porto sob o número único de matrícula e de identificação de pessoa colectiva 501.525.882, agindo através da sua área de banca de investimento e, para efeitos desta oferta, com estabelecimento na Av. José Malhoa, 27, 1099-010 Lisboa, na qualidade de intermediário financeiro responsável pela assistência à Oferta;

“Oferta”, “Oferta Pública de Troca” ou “OPT”: A oferta pública de troca a que o presente prospecto respeita. “Valores” Os 1.000.0000 valores mobiliários perpétuos com juros

condicionados, de valor nominal unitário de 1.000 euros, emitidos pelo Banco Comercial Português nas seguintes 4 emissões: a emissão com o código ISIN PTBCPMOM0002, com o valor nominal total de 300.000.000 euros, também conhecida como “Millennium bcp Valor Capital 2009”; a emissão com código ISIN PTBCPYOM0024, com o valor nominal total de 200.000.000 euros; a emissão com código ISIN PTBCLZOM0019, com o valor nominal total de 400.000.000 euros; e a emissão com código ISIN PTBAI8OM0069, com o valor nominal total de 100.000.000 euros.

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CAPÍTULO 1 – SUMÁRIO

A forma e o conteúdo do presente prospecto obedecem ao preceituado no Código dos Valores Mobiliários (“CódVM”), ao disposto no Regulamento da CMVM n.º 3/2006 com as devidas adaptações conforme previstas no seu artigo n.º 20.º relativo às ofertas públicas de troca, no Regulamento (CE) n.º 809/2004 da Comissão, de 29 de Abril, objecto da rectificação publicada no Jornal Oficial n.º L 215, de 16 de Junho de 2004, tal como alterado pelo Regulamento (CE) n.º 1787/2006 da Comissão, de 4 de Dezembro, publicado no Jornal Oficial n.º L 337, de 5 de Dezembro de 2006, pelo Regulamento (CE) n.º 211/2007 da Comissão, de 27 de Fevereiro, publicado no Jornal Oficial n.º L 61, de 28 de Fevereiro de 2007 e pelo Regulamento (CE) 1289/2008 da Comissão, de 12 de Dezembro de 2008, publicado no Jornal Oficial n.º L 340 de 19 de Dezembro de 2008 e demais legislação aplicável. O presente prospecto diz respeito à oferta pública de troca de até 1.000.000 de valores mobiliários perpétuos subordinados com juros condicionados, de valor nominal unitário de 1.000 euros (adiante designados por “Valores”) por até 1.600.000.000 acções do Banco Comercial Português, S.A. (adiante designado por “Millennium bcp”, “Oferente”, “Emitente”, “Sociedade” ou “Banco”), na proporção de 1.600 acções do Oferente por cada Valor (adiante designada por “Oferta Pública de Troca” ou “OPT”). O presente prospecto foi objecto de aprovação por parte da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (“CMVM”), e encontra-se disponível sob a forma electrónica em www.cmvm.pt e em www.millenniumbcp.pt. Nesta parte, apresenta-se um sumário do presente prospecto com o objectivo de descrever as características essenciais e os riscos associados ao Emitente, à Oferta e aos valores mobiliários oferecidos como contrapartida da Oferta. O presente capítulo deverá ser entendido apenas como uma introdução ao prospecto, não dispensando a leitura integral do mesmo, considerando que a informação aqui incluída se encontra resumida e não pretende ser exaustiva. Adicionalmente, este prospecto deverá ser lido e interpretado em conjugação com todos os elementos de informação que nele são incorporados por remissão para outros documentos, fazendo esses documentos parte integrante do prospecto. Nos termos do n.º 4 do artigo 149.º do CódVM, nenhuma das pessoas ou entidades responsáveis pela informação contida no presente prospecto poderá ser tida por responsável meramente com base neste sumário do prospecto, ou em qualquer tradução deste, salvo se o mesmo contiver menções enganosas, inexactas ou incoerentes quando lido em conjunto com o prospecto ou com outros documentos incorporados no mesmo. As entidades que, no âmbito do disposto no artigo 149.º do CódVM, são responsáveis pela suficiência, veracidade, actualidade, clareza, objectividade e licitude da informação contida no presente prospecto encontram-se indicadas no Capítulo 3 - Responsáveis pela informação. A presente Oferta Pública de Aquisição foi objecto de registo prévio na CMVM, em 29 de Abril de 2011, sob o número 9184. Nos termos do disposto nos números 6 e 7 do artigo 118.º do CódVM, o “registo de oferta pública de aquisição implica a aprovação do respectivo prospecto e baseia-se em critérios de legalidade” e “a aprovação do prospecto e o registo não envolvem qualquer garantia quanto ao conteúdo da informação, à situação económica ou financeira do oferente, do emitente ou do garante, à viabilidade da oferta ou à qualidade dos valores mobiliários”. O n.º 5 do mesmo artigo estabelece que a aprovação do prospecto “é o acto que implica a verificação da sua conformidade com as exigências de completude, veracidade, actualidade, clareza, objectividade e licitude da informação”.

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O Millennium bcp, actuando por intermédio da sua área de banca de investimento (para este efeito, adiante designado “Millennium investment banking”) é o intermediário financeiro responsável pela prestação dos serviços de assistência à Oferta, nos termos e para efeitos da alínea b) do n.º 1 do artigo 113.º do CódVM. O Millennium bcp é responsável, nos termos e para os efeitos do disposto no artigo 149.º do CódVM, pela prestação dos serviços de assistência previstos no artigo 337.º do CódVM, devendo assegurar o respeito pelos preceitos legais e regulamentares, em especial quanto à qualidade da informação. A existência deste prospecto não assegura que a informação nele contida se mantenha inalterada desde a data da sua disponibilização. Não obstante, se, entre a data da sua aprovação e o final da presente Oferta for detectada alguma deficiência no prospecto ou ocorrer qualquer facto novo ou se tome conhecimento de qualquer facto anterior não considerado no prospecto, que sejam relevantes para a decisão a tomar pelos destinatários da Oferta, o Emitente deverá requerer imediatamente à CMVM a aprovação de adenda ou de rectificação do prospecto. No Capítulo 2 do presente prospecto (Factores de Risco) estão referidos riscos associados à actividade do Emitente, à Oferta e aos valores mobiliários objecto da Oferta. Os destinatários da Oferta devem ponderar cuidadosamente os riscos associados à detenção de valores mobiliários, bem como as demais advertências constantes deste prospecto antes de tomarem qualquer decisão de aceitação dos termos da Oferta. Para quaisquer dúvidas que possam subsistir quanto a estas matérias, os destinatários da Oferta deverão informar-se junto dos seus consultores jurídicos, financeiros ou outros. Os destinatários da Oferta devem também informar-se sobre as implicações legais e fiscais existentes no seu país de residência que decorrem da aquisição, detenção, oneração ou alienação das acções do Emitente que lhes sejam aplicáveis. Qualquer decisão deverá basear-se na informação do prospecto no seu conjunto e ser efectuada após avaliação independente da condição económica, da situação financeira e dos demais elementos relativos ao Emitente. Nenhuma decisão deverá ser tomada sem prévia análise, pelo potencial investidor e pelos seus eventuais consultores, do prospecto no seu conjunto, mesmo que a informação relevante seja prestada mediante a remissão para outra parte deste prospecto ou para outros documentos incorporados no mesmo. A distribuição do presente prospecto ou a aceitação dos termos da Oferta, com consequente subscrição dos valores mobiliários aqui descritos, pode estar restringida em certas jurisdições. Aqueles em cuja posse o presente prospecto se encontre deverão informar-se e observar essas restrições. A Oferta, que se rege pelo disposto no Código dos Valores Mobiliários, decorre exclusivamente no território português, não se efectuando noutros mercados, designadamente, nos Estados Unidos da América, Canadá, Austrália ou Japão, sem prejuízo de nela poderem participar todos os destinatários cuja participação não seja objecto de proibição por lei que lhes seja aplicável. Tendo em conta as restrições legalmente aplicáveis noutras jurisdições, nomeadamente no que diz respeito a pessoas qualificáveis como “US Persons” pelas leis dos Estados Unidos da América, é feita a seguinte menção em língua inglesa: “NOT FOR DISTRIBUTION OR RELEASE IN OR INTO OR TO ANY PERSON LOCATED OR RESIDENT IN THE UNITED STATES, AUSTRALIA, CANADA OR JAPAN OR IN ANY JURISDICTION WHERE SUCH DISTRIBUTION OR RELEASE IS UNLAWFUL.

This offering document not been filed with, or reviewed by, any national or local securities commission or regulatory authority of the United States or any other jurisdiction, nor has any such commission or authority passed upon the accuracy or adequacy of this Prospectus. Any representation to the contrary is unlawful and may be a criminal offence.

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The distribution of the offering document in certain jurisdictions may be restricted by law. Persons into whose possession the offering document comes are required by the Company to inform themselves about, and to observe, any such restrictions. This offer is being made in the Portuguese market in accordance with the Portuguese Securities Code (“Código dos Valores Mobiliários”) and is only addressed to persons to whom it may lawfully be made. In particular, in order to comply with relevant securities laws, it is not being made by any means or instrumentally, directly or indirectly, in or into any other jurisdictions, in particular, without limitation, the United States, Canada, Australia or Japan. This document is not an offer of securities for sale in the United States, Australia, Canada, Japan or in any jurisdiction in which such offer is unlawful. No person receiving a copy of this prospectus and/or any other document or subscription form related hereto in any jurisdiction other than Portugal may treat the same as constituting either an offer to sell or the solicitation of an offer to subscribe if, in the relevant jurisdiction, such an offer or solicitation cannot lawfully be made. In such circumstances, this prospectus and/or any other document or subscription form related thereto are for informational purposes only and none other.” 1.1 Factores de risco

O investimento em acções, incluindo nas acções representativas do capital social do Emitente e Oferente, envolve riscos. Dever-se-á ter em consideração toda a informação contida neste prospecto e, em particular, os riscos que em seguida se descrevem, antes de ser tomada qualquer decisão de investimento. Qualquer dos riscos que se destacam no prospecto poderá ter um efeito substancial e negativo na actividade, resultados operacionais, situação financeira e perspectivas futuras do Grupo. Adicionalmente, qualquer dos riscos que se destacam no prospecto poderá afectar de forma negativa o preço de mercado das acções representativas do capital social do Emitente e Oferente e, em resultado, os destinatários da Oferta poderão perder parte ou a totalidade do seu investimento. O texto que se segue elenca alguns dos riscos mais significativos e susceptíveis de afectar o Grupo. Adicionalmente, podem existir alguns riscos desconhecidos e outros que, apesar de serem actualmente considerados como não relevantes, se venham a tornar relevantes no futuro. Todos estes factores poderão vir a afectar de forma adversa a evolução dos negócios, proveitos, resultados, património e liquidez do Grupo. A ordem pela qual os seguintes riscos são apresentados não constitui qualquer indicação relativamente à probabilidade da sua ocorrência ou à grandeza dos seus potenciais impactos. 1.1.1 Factores de risco relacionados com a actividade do Emitente

− O Banco depende da economia portuguesa;

− Os custos de financiamento e os níveis de liquidez do Banco poderão ser afectados negativamente por posteriores downgrades dos ratings da República Portuguesa;

− Reduções nos ratings do crédito do Banco poderão aumentar os custos de financiamento e

tornar mais difícil a capacidade do Banco em captar novos fundos ou de reembolsar dívida que se venha a vencer;

− Uma mudança na política do governo, ou do próprio governo poderá ter um efeito material

adverso nos resultados do Banco, na sua condição financeira, liquidez e perspectivas futuras;

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− O negócio do Banco e os seus resultados operacionais têm sido, e continuarão a ser, afectados por dificuldades macroeconómicas ou condições políticas através das suas operações internacionais, nomeadamente em Angola, Grécia, Moçambique, Polónia e Roménia;

− Uma quebra acentuada dos mercados de capitais globais poderá ter um efeito adverso na

actividade, nos resultados e na valorização dos investimentos estratégicos do Banco, bem como no valor dos activos que integram o Fundo de Pensões do Grupo;

− A recente turbulência nos principais mercados financeiros, especialmente nos mercados

interbancários e de dívida, poderá afectar a posição de liquidez do Banco e a sua capacidade de aumentar os volumes de crédito;

− O Banco está altamente dependente do financiamento junto do BCE;

− As responsabilidades para com os clientes do Banco são superiores aos activos de elevado

grau de liquidez;

− O Banco está exposto a riscos de crédito e de contraparte;

− O Banco está exposto a riscos de concentração;

− O Banco está exposto ao risco de mercado;

− O Banco tem uma elevada exposição ao mercado imobiliário português;

− O Banco está sujeito a riscos operacionais;

− Ataques terroristas ou uma ‘pandemia’, poderão ter efeitos perturbadores, quer no volume de negócios quer na qualidade de crédito dos clientes, afectando o rendimento do Banco, a qualidade da carteira de crédito e, por conseguinte, a condição financeira global do Banco;

− O Banco enfrenta riscos tecnológicos;

− O Banco tem exposição a dívida soberana;

− A deterioração da situação financeira da Grécia pode ter um efeito adverso no capital;

− Volatilidade provocada pelo risco de crédito do Banco;

− As transacções para carteira própria do Banco envolvem riscos;

− As operações de cobertura de risco (hedging) efectuadas pelo Banco poderão não evitar

perdas;

− A volatilidade nas taxas de juro poderá afectar negativamente a margem financeira e ter outras consequências adversas;

− Não existem garantias de preservação da base de clientes do Banco;

− Litígios laborais ou quaisquer outras acções laborais podem criar problemas operacionais ou

tornar mais dispendiosa a condução da actividade do Banco;

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− O Banco poderá ter que vir a suportar custos adicionais, associados ao seu programa de reestruturação das prioridades de gestão;

− O Banco poderá ter dificuldades na contratação e retenção de pessoal qualificado;

− O Banco está sujeito a riscos de estratégia;

− O Banco está sujeito a riscos de Compliance;

− O Banco está exposto a Contingências e Riscos de Governance;

− O Banco poderá ficar exposto a riscos não identificados ou a um nível não esperado de

riscos, apesar das políticas de gestão de risco prosseguidas pelo Banco;

− Existe o risco de o fundo de pensões do Banco se vir a revelar sub-capitalizado e de o Banco ser forçado a fazer contribuições adicionais para o fundo no futuro;

− Os resultados do Banco poderão ser afectados adversamente por alterações regulatórias,

incluindo alterações no modo como é calculado o capital regulatório existente;

− O Banco está sujeito à realização de stress tests;

− O Banco poderá ser adversamente afectado pela alteração da legislação e regulamentação fiscais e o aumento de impostos ou a redução de benefícios fiscais;

− O Banco pode ser objecto de uma oferta de aquisição não solicitada;

− O Banco poderá participar em operações de concentração, parceria ou alienação de activos;

− O Banco foi acusado e e condenado (não definitivamente) pelo Banco de Portugal e pela

CMVM em processos de contra-ordenação relacionados com operações, incluindo o financiamento da aquisição de acções emitidas pelo Banco, efectuadas com sociedades, designadamente sedeadas em centros off-shore, e, nesse contexto, procedeu ao registo cautelar de um ajustamento de 300 milhões de euros (220,5 milhões de euros líquidos de impostos) às suas demonstrações financeiras. O Banco contestou aqueles processos de contra-ordenação e impugnou judicialmente as decisões condenatórias do Banco de Portugal e da CMVM, sendo conhecidas duas decisões judiciais (não definitivas e não transitadas em julgado), ambas referentes ao processo de contra-ordenação da CMVM, que mantiveram a condenação do BCP no pagamento de uma coima de €5.000.000 e determinaram a suspensão, pelo período de dois anos, da execução de metade do valor daquela coima, estando pendente o respectivo recurso para o Tribunal Constitucional;

− O Banco enfrenta uma forte concorrência nas principais áreas de actividade em Portugal;

− Risco de seguros: o Banco está também exposto aos riscos de seguros, na medida em que o

valor dos sinistros exceda o valor das reservas detidas relativas aos mesmos;

− Riscos derivados da avaliação dos instrumentos financeiros, a qual é efectuada usando modelos financeiros que incorporam pressupostos, juízos e estimativas que podem variar com o passar do tempo ou não ser precisos;

− Risco Reputacional;

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− Medidas de governos e bancos centrais para combater a crise financeira têm um impacto significativo no ambiente concorrencial;

− As relações legais entre o Grupo e os seus clientes são baseadas em contratos

estandardizados e formulários criados para um grande número de transacções comerciais; assim, problemas nas condições individuais desta documentação ou erros nesta documentação podem afectar um grande número de contratos com clientes;

− O resultado de litígios nos quais o Grupo não é parte pode ainda assim ter consequências

adversas para o Grupo devido a diversas razões, incluindo a contestação de práticas e cláusulas normalmente usadas em todo o sector;

− A planeada criação de um esquema de protecção de depósitos aplicável a toda a União

Europeia poderá resultar num encargo financeiro do Grupo sob a forma de pagamento de contribuições substanciais, que podem não ser repercutidas no mercado;

− As deliberações da Comissão Europeia relativas ao quadro comunitário da Recuperação

Bancária e Resolução (“Quadro da Gestão da Crise”) podem ter como resultado consequências regulatórias que podem restringir as operações negociais do Banco e levar ao aumento dos custos de refinanciamento;

− Há riscos associados a uma eventual necessidade adicional de capital por parte do Banco;

− Caso seja solicitado ao Banco que reforce a sua posição de capital, poderá não ser possível a

este captar capitais adicionais no mercado de capitais ou dispor de activos comercializáveis. Tal poderá potencialmente conduzir a injecções de capital obrigatórias por parte do Governo Português, o que poderá diluir o valor das participações dos accionistas.

1.1.2 Riscos relacionados com a estrutura accionista do Banco

− Accionistas detentores de posições relevantes poderão exercer um controlo significativo sobre o Millennium bcp após a Oferta e os seus interesses poderão diferir dos interesses dos demais accionistas; os accionistas com posições relevantes podem desencorajar operações de concentração que poderiam beneficiar os demais accionistas;

− O Millennium bcp não pode assegurar aos destinatários da Oferta que o preço das suas

acções ordinárias não irá descer, designadamente em resultado da venda de quantidades significativas de acções entregues no âmbito da Oferta; a dimensão total da operação é significativa não sendo possível prever o seu impacto na cotação;

− Operações destinadas a aumentar o capital do Millennium bcp podem resultar numa

sucessiva diluição da participação dos accionistas. 1.1.3 Factores de risco relacionados com os valores mobiliários entregues como contrapartida na Oferta

− A representação do capital social de sociedades por acções sem valor nominal, como é o caso do Millennium bcp, poderá suscitar questões e problemas interpretativos;

− Após o termo da Oferta, só será possível alienar acções adquiridas através da mesma após as

mesmas estarem registadas em conta de valores mobiliários junto de intermediário financeiro legalmente habilitado;

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− O Millennium bcp não pode assegurar aos investidores que o registo do aumento de capital na Conservatória do Registo Comercial tenha lugar na data prevista. Está previsto que a admissão à negociação das Acções no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon venha a ocorrer em simultâneo com a admissão à negociação das acções que vierem a ser emitidas em subsequente aumento de capital em numerário e com reserva de preferência para accionistas;

− O Millennium bcp não pode assegurar que o valor de emissão das Acções a entregar em

contrapartida na Oferta corresponda ao valor de mercado das mesmas no momento da sua admissão à negociação;

− O Millennium bcp não pode assegurar aos destinatários da Oferta que o preço das suas

acções ordinárias não irá descer;

− O preço de mercado das Acções BCP pode vir a ser negativamente afectado por vendas adicionais de Acções BCP por parte dos actuais accionistas que detenham posições significativas;

− Decisões de investimento ou de desinvestimento por parte de accionistas com posições

significativas podem ter impacto na cotação das Acções BCP;

− Pagamento de dividendos pelo Millennium bcp;

− Os accionistas de países que não adoptaram o Euro enfrentam um risco de investimento suplementar decorrente das flutuações da taxa de câmbio relativamente à sua participação no capital social do Millennium bcp;

− Os direitos dos accionistas minoritários poderão ver-se limitados no quadro da lei

portuguesa;

− Os direitos dos investidores enquanto accionistas serão regidos pelo direito português, podendo alguns aspectos diferir dos direitos usualmente reconhecidos a accionistas de sociedades regidas por direitos que não o português.

A Oferta não foi objecto de notação de risco por qualquer sociedade de prestação de serviços de notação de risco (rating) registada na CMVM. 1.2 Responsáveis pela informação

Nos termos do artigo 149.ºdo CódVM são responsáveis pelo conteúdo da informação contida no prospecto: O Emitente Banco Comercial Português, S.A., sociedade aberta, com sede no Porto, na Praça D. João I, 28, freguesia de Santo Ildefonso, matriculado na Conservatória do Registo Comercial do Porto sob o número único de matrícula e identificação fiscal 501.525.882 e com o capital social integralmente realizado de 4.694.600.000 euros.

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Os Membros do Conselho de Administração Executivo do Emitente O actual Conselho de Administração Executivo foi eleito em Assembleia Geral Anual de 18 de Abril de 2011 e é composto pelos seguintes membros: Presidente: Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira Vice-Presidentes: Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo Vítor Manuel Lopes Fernandes Vogais: Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho Miguel Maya Dias Pinheiro António Manuel Palma Ramalho José Jacinto Iglésias Soares Rui Manuel da Silva Teixeira Os membros do Conselho de Administração Executivo José Jacinto Iglésias Soares e Rui Manuel da Silva Teixeira foram eleitos pela primeira vez em Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011. Na data da Assembleia Geral Anual em que foram aprovadas as contas do exercício de 2008, eram membros do Conselho de Administração Executivo Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira (Presidente), Armando António Martins Vara (Vice-Presidente), Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo (Vice-Presidente), Vítor Manuel Lopes Fernandes, Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho, Nelson Ricardo Bessa Machado e José João Guilherme (Vogais). Na data da Assembleia Geral Anual em que foram aprovadas as contas do exercício de 2009, eram membros do Conselho de Administração Executivo Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira (Presidente), Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo (Vice-Presidente), Vítor Manuel Lopes Fernandes (Vice-Presidente), Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho, Nelson Ricardo Bessa Machado, José João Guilherme e Miguel Maya Dias Pinheiro (Vogais). Integrava ainda o Conselho, com funções suspensas desde Novembro de 2009, Armando António Martins Vara. Na data da Assembleia Geral Anual em que foram aprovadas as contas do exercício de 2010, eram membros do Conselho de Administração Executivo Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira (Presidente), Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo (Vice-Presidente), Vítor Manuel Lopes Fernandes (Vice-Presidente), Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho, Nelson Ricardo Bessa Machado, José João Guilherme e António Manuel Palma Ramalho (Vogais). Os titulares do órgão de fiscalização e o Revisor Oficial de Contas O Millennium bcp adopta o modelo de governo societário usualmente designado por dualista, composto, nomeadamente no que se refere à fiscalização da Sociedade, por um Conselho Geral e de Supervisão, com uma Comissão para as Matérias Financeiras, e um Revisor Oficial de Contas. Conselho Geral e de Supervisão O actual Conselho Geral e de Supervisão foi eleito em Assembleia Geral Anual de 18 de Abril de 2011 e é composto pelos seguintes membros:

Presidente: António Victor Martins Monteiro Vice-presidentes: Manuel Domingos Vicente

Maria Leonor C. Pizarro Beleza de Mendonça Tavares

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Vogais: Álvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto António Henriques Pinho Cardão António Luís Guerra Nunes Mexia António Manuel Costeira Faustino Carlos José da Silva Daniel Bessa Fernandes Coelho João Manuel de Matos Loureiro José Guilherme Xavier de Basto José Vieira dos Reis Josep Oliu Creus Luís de Mello Champalimaud Manuel Alfredo da Cunha José de Melo Pansy Catalina Ho Chiu King Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos Vasco Esteves Fraga

Integram a Comissão para as Matérias Financeiras os seguintes membros:

Presidente: João Manuel Matos Loureiro Vice-Presidente: José Guilherme Xavier de Basto Vogais: José Vieira dos Reis Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos

Revisor Oficial de Contas KPMG & Associados, SROC, S.A. (SROC nº 189) – Efectivo, representada por Ana Cristina Soares Valente Dourado (ROC nº 1011) e Revisor Oficial de Contas suplente, João Albino Cordeiro Augusto (ROC nº 632). Na data da Assembleia Geral Anual em que foram aprovadas as contas do exercício de 2008, os membros do Conselho Geral e de Supervisão eram:

Presidente: Gijsbert J. Swalef Vice-presidente: António Manuel Ferreira da Costa Gonçalves Vogais António Luís Guerra Nunes Mexia Francisco de la Fuente Sánchez João Alberto Ferreira Pinto Basto José Eduardo de Faria Neiva Santos Keith Satchell Luís Francisco Valente de Oliveira Luís de Mello Champalimaud Manuel Domingos Vicente Mário Branco Trindade Vogal Suplente: Ângelo Ludgero da Silva Marques

Integravam na mesma data a Comissão para as Matérias Financeiras os seguintes membros:

Presidente: Luís Francisco Valente de Oliveira Vice-Presidente: João Alberto Ferreira Pinto Basto Vogal: José Eduardo de Faria Neiva Santos

Era ainda membro Perito da Comissão para as Matérias Financeiras Jeff Medlock.

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Em 12 de Abril de 2010 e 18 de Abril de 2011, datas das Assembleias Gerais anuais em que foram aprovadas as contas dos exercícios de 2009 e 2010, respectivamente, os membros do Conselho Geral e de Supervisão, eleitos para o biénio 2009/2010, em Assembleia Geral de 30 de Março de 2009, eram:

Presidente: Luís de Mello Champalimaud Vice-presidentes: Manuel Domingos Vicente Pedro Maria Calainho Teixeira Duarte Vogais António Luís Guerra Nunes Mexia António Victor Martins Monteiro João Manuel de Matos Loureiro José Guilherme Xavier de Basto José Vieira dos Reis Josep Oliu Creus Manuel Alfredo da Cunha José de Melo

Patrick Wing MingHuen (em representação da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, S.A., exercendo o cargo em nome próprio)

Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos Vasco Esteves Fraga

Integravam nas mesmas datas a Comissão para as Matérias Financeiras os seguintes membros:

Presidente: João Manuel Matos Loureiro Vice-Presidente: José Guilherme Xavier de Basto Vogais: José Vieira dos Reis Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos

A Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, KPMG & Associados, SROC, S.A. inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 189 e registada na CMVM sob o n.º 9093, representada pelo Dr. Vítor Manuel da Cunha Ribeirinho (ROC n.º 1081) foi responsável, na qualidade de Auditor Externo ao Emitente e de Revisor Oficial de Contas do Emitente, pela Certificação Legal e Relatório de Auditoria das contas individuais e consolidadas do Millennium bcp, reportadas a 31 de Dezembro de 2008, 2009 e 2010. A alteração, em 2011, do representante da Sociedade de Revisores Oficiais de Contas resulta da aplicação do disposto no Decreto-Lei n.º 224/2008, de 20 de Novembro, que alterou o Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, ao determinar, nas entidades de interesse público, a rotação do sócio responsável pela orientação ou execução directa da revisão legal de contas com uma periodicidade não superior a 7 anos, a contar da sua designação. Considerando que o sócio da KPMG & Associados – SROC, S.A., Dr. Vítor Manuel da Cunha Ribeirinho, em exercício de funções de revisão legal de contas no Banco representava aquela sociedade desde 2006, sob proposta do Conselho Geral e de Supervisão, foi eleita representante da KPMG & Associados – SROC, S.A. a sócia Ana Cristina Soares Valente Dourado. O Revisor Oficial de Contas responsável pelo relatório previsto no artigo 28º do CSC A Leopoldo Alves & Associados, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 15 e registada na CMVM sob o n.º 219, com sede na Avenida da República, 48 – 1º esq., 1050-195 Lisboa, representada por Leopoldo de Assunção Alves (ROC nº 319) foi, na sequência de designação pelo Millennium bcp, responsável pela elaboração do relatório do revisor oficial de contas previsto no artigo 28.º do CSC, emitido em 31 de Março de 2011.

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O intermediário financeiro responsável pela prestação dos serviços de colocação e de assistência à Oferta O Banco Comercial Português, S.A., actuando por intermédio da sua área de banca de investimento (“Millennium investment banking”), com estabelecimento na Avenida José Malhoa, 27, 1099-010 Lisboa, é o intermediário financeiro responsável pelos serviços de colocação e de assistência à Oferta. Nos termos do artigo 149.º, n.º 3 do Código dos Valores Mobiliários a responsabilidade das pessoas acima referidas é excluída se provarem que o destinatário tinha ou devia ter conhecimento da deficiência de conteúdo do prospecto à data da emissão da sua declaração contratual ou em momento em que a respectiva revogação ainda era possível. Nos termos do n.º 4 do mesmo artigo, a responsabilidade é ainda excluída se eventuais danos resultarem apenas do sumário de prospecto ou de qualquer das suas traduções, salvo se o mesmo contiver menções enganosas, inexactas ou incoerentes, quando lido em conjunto com os outros documentos que compõem o prospecto. Por força da alínea b), do artigo 150.º, do CódVM, o Emitente responde independentemente de culpa, em caso de responsabilidade dos membros do seu órgão de administração, ou das entidades que sejam nomeadas como responsáveis por informação contida no presente prospecto. No que respeita à presente Oferta, nos termos do artigo 153.º do CódVM, o direito à indemnização “deve ser exercido no prazo de seis meses após o conhecimento da deficiência do conteúdo do prospecto e cessa, em qualquer caso, decorridos dois anos contados desde a data da divulgação do resultado da oferta.” 1.3 Características essenciais da Oferta Pública de Troca e das Acções que constituem a Contrapartida na Oferta

1.3.1 Características essenciais da Oferta Pública de Troca

A Oferta é geral e voluntária, obrigando-se o Oferente, nos termos e condições descritos neste prospecto e nos demais documentos da Oferta, a adquirir a totalidade dos Valores que forem objecto de válida aceitação da Oferta. Apenas podem ser objecto de aceitação os Valores que, na data de encerramento da Oferta, se encontrem integralmente realizados, com todos os direitos inerentes e livres de quaisquer ónus, encargos e responsabilidades, bem como de quaisquer limitações ou vinculações, nomeadamente quanto aos respectivos direitos patrimoniais e/ou sociais ou à sua transmissibilidade. A aceitação da Oferta por destinatários quanto a ela sujeitos a lei estrangeira fica subordinada ao cumprimento dos respectivos requisitos legais ou regulamentares. São objecto de Oferta os 1.000.000 de valores mobiliários perpétuos com juros condicionados, de valor nominal unitário de 1.000 euros, representativos da totalidade de cada uma das quatro séries emitidas pelo Millennium bcp, com os seguintes códigos ISIN:

– ISIN PTBCPMOM0002, de valor nominal total de 300.000.000 euros, também conhecida como “Millennium bcp Valor Capital 2009”;

– ISIN PTBCPYOM0024, de valor nominal total de 200.000.000 euros; – ISIN PTBCLZOM0019, de valor nominal total de 400.000.000 euros; – ISIN PTBAI8OM0069, de valor nominal total de 100.000.000 euros.

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As Acções a emitir para efeitos do pagamento da contrapartida oferecida na presente Oferta Pública de Troca são no máximo 1.600.000.000 acções ordinárias, escriturais e nominativas sem valor nominal e destinam-se a ser admitidas à negociação no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon. A contrapartida oferecida é constituída por acções do Oferente a serem emitidas para o efeito e a entregar aos aceitantes da Oferta na proporção de 1.600 Acções por cada Valor objecto de Oferta. Nos termos previstos nas condições de cada uma das emissões dos Valores, atendendo à natureza condicionada dos juros, não é aplicável a figura dos juros corridos pelo que não é devido, nem será entregue, qualquer montante adicional para além da contrapartida definida no parágrafo anterior. As Acções a emitir destinam-se a ser subscritas pelos titulares dos Valores que sejam aceitantes da presente Oferta. Assim sendo, o aumento de capital do Millennium bcp deliberado para os efeitos da Oferta poderá ficar, no caso de subscrição incompleta, limitado às subscrições recolhidas. O prazo da Oferta é de duas semanas e decorrerá entre as 8.30 horas do dia 2 de Maio de 2011 e as 15.00 horas do dia 13 de Maio de 2011, sendo esta a última hora até à qual as aceitações poderão ser recebidas. De acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 126.º, no n.º 6 do artigo 185.º-A e no n.º 3 do artigo 133.º do CódVM, os destinatários da Oferta têm o direito de revogar a declaração de aceitação através de comunicação escrita dirigida ao intermediário financeiro que a recebeu:

a) em geral, em qualquer momento até cinco dias antes do termo do prazo da Oferta ou em prazo inferior constante dos documentos da Oferta;

b) no caso de lançamento de oferta concorrente, até ao último dia do período de aceitações;

c) no caso de suspensão da Oferta pela CMVM, até ao quinto dia posterior ao termo da

suspensão, com direito à restituição do que tenha sido entregue. Assim, na presente oferta, e de acordo com o estipulado pelo Oferente, os destinatários têm o direito de revogar a declaração de aceitação até ao último dia do período de aceitações, ou seja, até às 15.00 horas do dia 13 de Maio de 2011. O resultado da Oferta será apurado em Sessão Especial de Mercado Regulamentado a ter lugar na Euronext Lisbon, previsivelmente no próximo dia 16 de Maio de 2011, em hora a designar no respectivo Aviso de Sessão Especial, sendo esta entidade igualmente responsável pela divulgação do Resultado da Oferta. Prevê-se que a liquidação da Oferta ocorra no dia útil seguinte à data da Sessão Especial de Mercado Regulamentado destinada a apurar os resultados da Oferta, ou seja, no dia 17 de Maio de 2011. 1.3.2 Características essenciais das Acções que constituem a Contrapartida na Oferta

Em 18 de Abril de 2011, os accionistas do Millennium bcp deliberaram em Assembleia Geral aprovar aumentar o capital social em 1.120.400.000 Euros, sendo o aumento total integrado por:

– Aumento no montante de 120.400.000 Euros, por incorporação de reservas de prémio de emissão, mediante a emissão de 206.518.010 novas acções ordinárias, escriturais e nominativas sem valor nominal, com valor de emissão de 0,583 Euros, a atribuir aos accionistas do Banco nos termos legais, e

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– Aumento por novas entradas em espécie em 1.000.000.000 Euros, limitado às subscrições recolhidas, mediante a emissão de até 1.600.000.000 novas acções ordinárias, escriturais e nominativas sem valor nominal, com valor de emissão de 0,625 Euros, sendo as novas entradas constituídas por valores mobiliários designados “Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados com Juros Condicionados” (a “OPT”).

O valor de emissão total final das Acções BCP a emitir ficará dependente do número de aceitações que se verifiquem na Oferta Pública de Troca, facto que poderá determinar sujeição da emissão ao regime da subscrição incompleta. O Millennium bcp não irá auferir qualquer receita monetária em resultado da emissão das Acções, uma vez que a mesma é realizada por novas entradas em espécie de Valores. Será solicitada à NYSE Euronext Lisbon a admissão à negociação, no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon, de todas as acções a emitir no âmbito da Oferta. É intenção do Oferente proceder à admissão das Acções em simultâneo com as que vierem a ser emitidas em subsequente aumento de capital em numerário e com reserva de preferência para accionistas, caso tal aumento em numerário venha a ser deliberado conforme autorização conferida ao Conselho de Administração Executivo na Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011, na qual foram definidos os termos da presente Oferta e aprovada a possibilidade de subsequente realização daquele aumento do capital em numerário. O Oferente prevê que a admissão à negociação das Acções venha a ocorrer até ao final do mês de Junho de 2011, mas, em qualquer dos casos, e de acordo com o previsto na lei, a admissão deverá ser solicitada no prazo máximo de 90 dias após a emissão das Acções, sendo que esta depende, designadamente, do registo comercial do aumento de capital na competente Conservatória do Registo Comercial. Estas datas de admissão das Acções à negociação não prejudicam a atribuição de direitos de preferência em subsequentes aumentos de capital, e nomeadamente no eventual aumento do capital em numerário acima referido, sendo intenção do emitente promover a admissão à negociação de tais direitos em condições e período idênticos aos aplicáveis aos direitos destacados das demais acções. 1.4 Diluição

Nos termos da legislação aplicável, não é conferido direito de subscrição preferencial aos actuais accionistas do Millennium bcp na parte do presente aumento de capital a realizar por entradas em espécie, pelo que, em caso de aceitação completa por parte dos detentores dos Valores objecto da Oferta, todos os actuais accionistas do Millennium bcp sofrerão uma diluição da sua participação, sendo a diluição directamente resultante da realização da OPT equivalente a 24,61%, resultante do quociente entre a quantidade de novas acções emitidas e oferecidas em contrapartida na Oferta e a quantidade total final de acções representativas do capital social do Millennium bcp (já incluindo também as acções emitidas no âmbito da Incorporação de Reservas). A título exemplificativo, um accionista do Millennium bcp que detenha, à data do presente prospecto, uma participação correspondente a 1% do actual capital social e que venha a receber a sua correspondente proporção das Acções emitidas no âmbito da Incorporação de Reservas, verá a sua participação reduzida para cerca de 0,7539% do capital social em resultado do pleno sucesso da presente Oferta.

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1.5 Dados financeiros seleccionados do Emitente e Oferente das acções oferecidas em contrapartida na Oferta

Balanço consolidado (síntese) 2008 2009 20101º Trimestre

2011

ACTIVOCaixa e disponibilidades em ICs e bancos centrais 3.112.755 3.084.276 2.743.287 2.513.358Aplicações em instituições de crédito 2.892.345 2.025.834 2.343.972 1.230.261Créditos a clientes 75.165.014 75.191.116 73.905.406 72.689.673Activos financeiros detidos para negociação 3.903.267 3.356.929 5.136.299 4.052.975Activos financeiros disponíveis para venda 1.714.178 2.698.636 2.573.064 2.879.766Activos financeiros detidos até à maturidade 1.101.844 2.027.354 6.744.673 6.746.586Activos por impostos diferidos 586.952 584.250 688.630 717.918Outros activos (1) 5.947.369 6.582.015 5.874.408 5.798.182

94.423.724 95.550.410 100.009.739 96.628.719

PASSIVODepósitos de instituições de crédito 9.339.367 10.305.672 20.076.556 19.408.731Depósitos de clientes 44.907.168 46.307.233 45.609.115 44.866.925Títulos de dívida emitidos 20.515.566 19.953.227 18.137.390 17.098.510Outros passivos financeiros ao justo valor

através de resultados 6.714.323 6.345.583 4.038.239 4.078.118Passivos subordinados 2.598.660 2.231.714 2.039.174 1.352.633Outros passivos (2) 4.100.406 3.186.180 2.861.789 2.616.665

88.175.490 88.329.609 92.762.263 89.421.582

CAPITAIS PRÓPRIOSCapital 4.694.600 4.694.600 4.694.600 4.694.600Títulos próprios -58.631 -85.548 -81.938 -83.223Prémio de emissão 183.368 192.122 192.122 192.122Acções preferenciais 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000Outros instrumentos de capital - 1.000.000 1.000.000 1.000.000Reservas de justo valor 214.593 93.760 -166.361 -241.545Reservas e resultados acumulados -274.622 -243.655 -190.060 84.806Lucro líquido do exercício atribuível aos accionistas do Banco 201.182 225.217 301.612 77.730Total de Capitais Próprios atribuíveis aos accionistas do Banco 5.960.490 6.876.496 6.749.975 6.724.490

Interesses que não controlam 287.744 344.305 497.501 482.647

Total de Capitais Próprios 6.248.234 7.220.801 7.247.476 7.207.137

(1) Inclui: Activos com acordo de recompra, Derivados de cobertura, Investimentos em associadas, Activos não correntes detidos para venda,Propriedades de investimento, Outros activos tangíveis, Goodwill e activos intangíveis, Activos por impostos correntes e Outros activos.

(2) Inclui: Passivos financeiros detidos para negociação, Derivados de cobertura, Passivos não correntes detidos para venda, Provisões, Passivos porimpostos correntes, Passivos por impostos diferidos e Outros passivos.

Demonstração Consolidada dos Resultados (síntese) 2008 2009 20101º Trimestre

20101º Trimestre

2011

Margem financeira 1.721.048 1.334.155 1.516.835 340.592 401.564

Resultados de serviços e comissões 740.417 731.731 811.581 202.153 195.425Outros proveitos de exploração 112.495 269.843 482.569 140.193 42.089Outros resultados de actividades não bancárias 17.390 16.233 16.550 4.200 5.104Total de proveitos operacionais 2.591.350 2.351.962 2.827.535 687.138 644.182

Custos operacionais 1.670.791 1.540.250 1.603.335 382.246 356.230Imparidade do crédito -544.699 -560.029 -713.256 -164.758 -166.567Outras imparidades e provisões -44.524 -97.356 -217.610 -21.818 -28.616

Resultado operacional 331.336 154.327 293.334 118.316 92.769

Resultados por equivalência patrimonial 19.080 66.262 67.481 16.738 16.697Resultados de alienação de subsidiárias e outros activos -8.407 74.930 -2.978 -3.133 -3.234

Resultado antes de imposto 342.009 295.519 357.837 131.921 106.232

Impostos -83.998 -46.217 3.082 -22.006 -9.724

Resultado após impostos 258.011 249.302 360.919 109.915 96.508

Resultado consolidado do exercício atribuível a:Accionistas do banco 201.182 225.217 301.612 96.404 77.730Interesses que não controlam 56.829 24.085 59.307 13.511 18.778

Lucro do exercício 258.011 249.302 360.919 109.915 96.508

Resultado líquido por acção (em Euros)Básico 0,034 0,034 0,043 0,062 0,046Diluído 0,034 0,034 0,043 0,062 0,046

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27

1.6 Identificação do Emitente / Oferente e informação adicional

1.6.1 Identificação do Emitente

O Banco, ao abrigo da autorização concedida mediante a Portaria 258/85, de 9 de Maio, da Presidência do Conselho de Ministros e do Ministério das Finanças e do Plano, foi constituído por escritura pública outorgada no dia 25 de Junho de 1985 e registado em Portugal, na Conservatória do Registo Comercial do Porto sob o nº 40.043, em 17 de Julho de 1985. Actualmente, a esse registo corresponde o número único de matrícula e de identificação fiscal 501.525.882.

Demonstração dos Fluxos de Caixa Consolidados (síntese) 2008 2009 20101º Trimestre

20101º Trimestre

2011

Fluxos de caixa de actividades operacionais 4.682.723 2.197.152 8.064.922 -1.513.967 1.795.610Fluxos de caixa de actividades de investimento -1.922.724 -970.436 -4.562.296 -898.771 -362.776Fluxos de caixa de actividades de financiamento -2.416.785 -1.401.182 -3.091.631 2.341.405 -1.824.716

Outros Indicadores Económico-Financeiros 2008 2009 20101º Trimestre

20101º Trimestre

2011

Rendibilidade

Rendibilidade dos capitais próprios médios (ROE) 4,5% 4,6% 6,1% 7,9% 6,6%Resultado antes de imposto e interessesque não controlam / Capitais próprios médios 7,1% 5,7% 6,6% 9,9% 8,1%Produto bancário / Activo líquido médio 2,8% 2,6% 2,9% 2,9% 2,7%Rendibilidade do activo médio (ROA) 0,3% 0,3% 0,4% 0,5% 0,4%Resultado antes de imposto e interessesque não controlam / Activo líquido médio 0,4% 0,3% 0,4% 0,6% 0,4%Taxa de margem financeira 2,1% 1,6% 1,7% 1,6% 1,8%Outros proveitos / Produto bancário 33,9% 46,5% 47,6% 51,4% 38,9%

Eficiência

Rácio de eficiência (1) 58,6% 63,6% 56,3% 54,5% 58,9%Rácio de eficiência - actividade em Portugal (1) 54,0% 60,2% 51,3% 50,6% 56,4%Custos com pessoal / Produto bancário (1) 32,2% 35,7% 31,2% 29,8% 34,0%

Solvabilidade (*)

Rácio Tier I 7,1% 9,3% 9,2% 9,3% 9,2%Core Tier I 5,8% 6,4% 6,7% 6,4% 6,7%Rácio Total 10,5% 11,5% 10,3% 11,3% 10,3%

Riscos de Crédito

Crédito a clientes (2) 75.765 76.935 76.411 77.137 75.315Crédito vencido total 851 2.032 2.500 2.140 2.861Imparidade do crédito 1.480 2.157 2.506 2.103 2.625Crédito vencido há mais de 90 dias / Crédito total 0,9% 2,3% 3,0% 2,5% 3,4%Crédito com incumprimento / Crédito total 1,3% 3,4% 4,5% 3,8% 5,0%Crédito com incumprimento, líq. / Crédito total, líq. -0,6% 0,6% 1,2% 1,1% 1,5%Imparidade do crédito / Crédito vencido há mais de 90 dias 211,6% 119,0% 109,4% 108,9% 103,8%Imparidade do crédito / Crédito vencido total 173,9% 106,1% 100,2% 98,3% 91,8%

Outros indicadores

Sucursais 1.804 1.809 1.744 1.809 1.734Actividade em Portugal 918 911 892 912 891Actividade internacional 886 898 852 897 843

Clientes (milhares) 4.917 5.056 5.165 5.094 5.209Actividade em Portugal 2.618 2.570 2.500 2.558 2.469Actividade internacional 2.299 2.486 2.664 2.536 2.740

Colaboradores 22.589 21.796 21.370 21.816 21.387Actividade em Portugal 10.583 10.298 10.146 10.254 10.121Actividade internacional 12.006 11.498 11.224 11.562 11.266

Nota: valores em milhões de euros, excepto percentagens, número de sucursais, número de clientes e número de colaboradores.

(1) Exclui o impacto de itens específicos.

(2) Ajustado das participações em associadas parcialmente alienadas - Millennium bank Turquia (2008) e Millennium bcpbank USA (2008 a 2009).(*) Rácio de solvabilidade de acordo com o modelo de Notações Internas (IRB) para Dezembro de 2010 e 1º Trimestre de 2011 e de acordo com o método padrão para Dezembro de 2008, Dezembro de 2009 e 1º trimestre de 2010.

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O Emitente é uma sociedade anónima com o capital aberto ao investimento público (sociedade aberta) e tem sede social sita na Praça D. João I, 28 no Porto, com o telefone n.º 222064131, encontrando-se registado no Banco de Portugal como Banco com o código 33, na CMVM como Intermediário Financeiro sob o n.º de registo 105 e no Instituto de Seguros de Portugal como Mediador de Seguros Ligado n.º 207074605. 1.6.2 Capital social

O capital social do Emitente é actualmente de 4.694.600.000 euros, totalmente realizado e representado por 4.694.600.000 acções sem valor nominal. As acções são ordinárias, escriturais e nominativas, sem valor nominal, e encontram-se inscritas no sistema centralizado (CVM) gerido pela Interbolsa – Sociedade Gestora de Sistemas de Liquidação e de Sistemas Centralizados de Valores Mobiliários, S.A., com sede na Avenida da Boavista, 3433 - 4100-138 Porto. 1.6.3 Documentação acessível ao público

Encontram-se à disposição do público, para consulta, mediante solicitação e sem encargos, na sede do Millennium bcp, sita na Praça D. João I, 28, 4000-295 Porto e em www.millenniumbcp.pt os estatutos do Emitente e a informação incluída por remissão conforme descrito no ponto 19.2. A informação incluída por remissão mencionada acima pode igualmente ser consultada em formato electrónico através do site oficial da CMVM (www.cmvm.pt). O presente prospecto encontra-se disponível para consulta nos seguintes locais:

− Millennium bcp, na sua sede sita na Praça D. João I, 28, 4000-295 Porto, e no seu estabelecimento sito na Av. José Malhoa, 27 1099-010 Lisboa;

− Euronext Lisbon, sita na Av. da Liberdade, nº 196 - 7º, 1250-147 Lisboa; − Sítio do Millennium bcp na internet, em www.millenniumbcp.pt; − Sítio oficial da CMVM na Internet, em www.cmvm.pt.

Uma versão em papel será entregue, gratuitamente, aos titulares dos Valores que o solicitem na sede do Oferente.

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CAPÍTULO 2 – FACTORES DE RISCO

O investimento em acções, incluindo em acções representativas do capital social do Emitente e Oferente, envolve riscos. Dever-se-á ter em consideração toda a informação contida neste prospecto e, em particular, os riscos que em seguida se descrevem, antes de ser tomada qualquer decisão de investimento. Qualquer dos riscos que se destacam no prospecto poderá ter um efeito substancial e negativo na actividade, resultados operacionais, situação financeira e perspectivas futuras do Grupo. Adicionalmente, qualquer dos riscos que se destacam no prospecto poderá afectar de forma negativa o futuro preço de mercado das acções representativas do capital social do Emitente e Oferente e, em resultado, os destinatários da Oferta poderão perder parte ou a totalidade do seu investimento. O investimento em acções, incluindo nas Acções BCP, envolve riscos. Dever-se-á ter em consideração toda a informação contida neste prospecto e, em particular, os riscos que em seguida se descrevem, antes de ser tomada qualquer decisão de investimento. O texto que se segue descreve alguns dos riscos mais significativos e susceptíveis de afectar o Grupo. Adicionalmente, podem existir alguns riscos desconhecidos e outros que, apesar de serem actualmente considerados como não relevantes, se venham a tornar relevantes no futuro. Todos estes factores poderão vir a afectar de forma adversa a evolução dos negócios, proveitos, resultados, património e liquidez do Grupo. A ordem pela qual os seguintes riscos são apresentados não constitui qualquer indicação relativamente à probabilidade da sua ocorrência. 2.1 Factores de risco relacionados com a actividade do Emitente

O Banco depende da economia portuguesa A maioria dos resultados líquidos do Grupo é gerada em Portugal, os quais representaram 83% do total dos resultados do Grupo em 2010 (78% do total dos resultados do Grupo no 1.º trimestre de 2011). Como tal, a evolução da economia portuguesa tem um grande impacto nos negócios do Grupo, na sua situação financeira e nos resultados operacionais. A economia portuguesa estagnou desde a recessão económica de 2007, e a República Portuguesa tem sido alvo de uma pressão sem precedentes nas suas finanças públicas. Em 2010, o défice público português representou 9,1% do seu Produto Interno Bruto (“PIB”) (Fonte: Eurostat, Abril de 2011). A dívida pública portuguesa totalizou 93% do PIB em 2010 (Fonte: Eurostat, Abril de 2011). O desemprego cresceu de 9,6% em 2009 para 11% nos finais de 2010 (Fonte: Eurostat, Abril de 2011). O crescimento real do PIB diminuiu 2,5% em 2009 e, apesar de ter aumentado 1,3% em 2010, as previsões actuais estimam que a economia portuguesa tenha uma contracção de 1% em 2011 (Fonte: Eurostat, Abril de 2011). As condições macroeconómicas negativas em Portugal têm afectado significativamente, e continuarão a afectar, o comportamento dos clientes do Banco, e, por arrastamento, a procura e oferta dos produtos e serviços do Banco. Em consequência é esperado um crescimento limitado nas carteiras de empréstimos nos próximos anos, pelo que será difícil ao banco gerar receitas de juros suficientes para compensar a queda na margem financeira. Para além disso, o maior desemprego, a redução da rendibilidade das empresas e o crescimento das insolvências empresariais e de pessoas singulares têm, e continuaram a ter, reduzido a capacidade dos mutuários para pagar os empréstimos e, consequentemente, levarão à continuação do aumento do rácio de crédito vencido, que poderá ultrapassar a sua média em termos históricos, reflectindo uma deterioração da qualidade dos activos do Banco. Qualquer outra deterioração significativa das condições económicas globais, incluindo do perfil creditício de outros países da UE, ou da solvabilidade dos bancos portugueses ou internacionais, ou alterações na zona Euro, podem dar origem a preocupações relativas à capacidade da República Portuguesa em atender às suas necessidades de financiamento. Essas condições:

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− Teriam impacto directo no valor nas carteiras de obrigações de dívida pública portuguesas e gregas do Banco (a 31 de Dezembro de 2010, as aplicações do Banco de aproximadamente 5,8 mil milhões de euros em obrigações de dívida pública portuguesa – 5,2 mil milhões de euros em 31 de Março de 2011 – e 0,7 mil milhões de euros em obrigações de dívida pública grega – 0,7 mil milhões de euros em 31 de Março de 2011 – representavam aproximadamente 75% da sua carteira de obrigações de dívida pública – 74% em 31 de Março de 2011). Qualquer redução permanente do valor das Obrigações de Dívida Pública será reflectida na posição de capital do Banco;

− Afectariam fortemente a capacidade do Banco em aumentar o capital e atender aos requisitos mínimos regulamentares relativos ao capital;

− Limitariam fortemente a capacidade do Banco de obter liquidez; − Afectariam de forma negativa as posições de capital do Banco, os resultados operacionais e

sua condição financeira; e − Deteriorariam a condição financeira das empresas e das pessoas singulares e a continuação

do aumento do rácio de crédito vencido, que poderá ultrapassar máximos históricos, reflectindo uma deterioração da qualidade dos activos do Banco.

Em Novembro de 2010, o governo português implementou medidas para reduzir o défice, reduzindo os gastos públicos e aumentando as receitas. Em Março de 2011, o parlamento português rejeitou as ulteriores medidas do governo para reduzir o défice, levando à demissão do Primeiro-Ministro. Em Abril de 2011, o governo português solicitou ajuda financeira externa aos estados membros da União Económica e Monetária (“UEM”) através da European Financial Stability Facility (“EFSF”) e do Fundo Monetário Internacional (“FMI”). Se Portugal for incapaz de acordar os termos e condições de qualquer assistência por parte do EFSF ou do FMI (o “Programa de Estabilização”), haverá um risco de Portugal não conseguir cumprir com o pagamento das suas obrigações. Tal incapacidade poderá ter um feito material negativo na economia portuguesa que, por seu turno, poderá ter um impacto material negativo no negócio do Banco, na sua condição financeira e resultados operacionais. Enquanto os termos e condições do Programa de Estabilização não forem finalizados, qualquer assistência será condicionada pela implementação por Portugal de um número de medidas de austeridade destinadas a diminuir o seu perfil de dívida e a promover o crescimento. Tais medidas poderão incluir, entre outras: aumentos dos impostos (incluindo um aumento do IRC e da tributação de mais-valias); cortes nas despesas públicas; reformas no mercado laboral; aceleração do plano de privatizações; e exigências regulatórias acrescidas no sector financeiro. A implementação destas medidas poderá também conhecer uma considerável oposição por parte dos sindicatos e do público em geral em Portugal, o que poderá pressionar a capacidade do governo na aplicação de tais medidas. Qualquer uma das medidas acima mencionadas, se implementadas, poderá ter um efeito material e negativo na economia portuguesa, que por seu turno poderá ter um efeito material negativo no negócio do Banco, na sua condição financeira e resultados operacionais. Existe uma grande incerteza em relação à extensão do Programa de Estabilização e em relação a que metas fiscais serão implementadas. Mesmo que um Programa de Estabilização seja acordado, tensões relacionadas com as finanças públicas portuguesas poderão continuar a afectar a liquidez e rentabilidade do sistema financeiro em Portugal, tendo como resultado: redução do valor de mercado das obrigações de dívida pública portuguesa; liquidez limitada no sistema bancário português e dependência de financiamento externo; aumento da concorrência para captação dos depósitos dos clientes e, consequentemente, do respectivo custo; limitação da concessão de crédito aos clientes; e um aumento do número de empréstimos em situação de incumprimento. Além disso, mesmo se Portugal implementar as medidas requeridas ao abrigo de um Programa de Estabilização, a dívida pública (em percentagem do PIB) pode, ainda assim, aumentar. É portanto incerto que, mesmo que um Programa de Estabilização seja implementado com sucesso, a economia portuguesa cresça o suficiente para aliviar as restrições financeiras da República Portuguesa.

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Embora um Plano de Estabilização seja também destinado a estabilizar o sistema financeiro, não poderá excluir-se que alguns factores possam ser perturbadores do sistema, tais como os levantamentos de depósitos, com um impacto negativo no gap comercial. O acordo também poderá conter a imposição de metas de alavancagem, aumento dos requisitos de capital e alienação de activos, o que poderá aumentar os custos e potencialmente forçar o Grupo a vender alguns dos seus activos em condições de pressão. Contudo, deve ser referido que o Banco de Portugal já aumentou os requisitos de capital, estabelecendo um nível mínimo de 8% para o Core Tier 1, que os bancos portugueses deverão cumprir até ao final de 2011. Assim, os bancos portugueses poderão deparar-se com a necessidade de aumentar o seu capital, restringir a sua política de distribuição de lucros, alocação de activos e passivos, e eventualmente requerendo capital adicional aos seus accionistas ou desencadeando os mecanismos públicos de recapitalização especialmente destinados para este propósito. Para além do mais, o Banco poderá também enfrentar incertezas no que diz respeito ao acesso ao mercado de financiamento institucional (e respectivas condições) durante e depois do programa de ajustamento económico e financeiro ter lugar. Uma falha no obtenção de assistência suficiente ou uma falha na implementação do Programa de Estabilização (e no cumprimento das suas metas orçamentais) poderá exigir que o Governo Português tome medidas de austeridade adicionais, o que poderá levar ao fim da ajuda financeira do FMI e da UE, o que criaria as condições para um incumprimento no que diz respeito à divida pública portuguesa. Assim, as incertezas resultantes da crise económica da República Portuguesa e a recepção e implementação de qualquer ajuda através de um Programa de Estabilização, e as reacções do mercado associadas, tiveram e continuarão a ter, um efeito material negativo no negócio do Banco, nos seus resultados operacionais e na condição financeira do Banco. Os custos de financiamento e os níveis de liquidez do Banco poderão ser afectados negativamente por posteriores dowgrades dos ratings da República Portuguesa As agências de rating Moody’s e Fitch efectuaram o downgrade da notação de rating de longo prazo da República Portuguesa para “Baa1” (a 6 de Abril de 2011) e “A-“ (a 24 de Março de 2011), respectivamente. A agência de rating Standard & Poor´s efectuou o downgrade da notação de rating de longo prazo da República Portuguesa para “BBB-“ (a 29 de Março de 2011). Todas as três agências de rating colocaram as perspectivas de rating da República Portuguesa em outlook negativo e puseram o rating sob revisão. As expectativas são de que, se Portugal for objecto de novo downgrade, então o BCP poderá ser igualmente alvo de um downgrade. Um downgrade é susceptível de fazer aumentar o custo de financiamento da dívida pública portuguesa, o que poderá resultar num aumento dos impostos, redução dos gastos públicos e, consequentemente, num efeito negativo nas condições económicas portuguesas. Um downgrade é também susceptível de ter um impacto negativo no rating do crédito do Banco e no custo de financiamento de alguns valores mobiliários garantidos pela República Portuguesa, podendo resultar no levantamento de depósitos do Banco. No decorrer normal da sua actividade, o Banco tem também aplicações em obrigações de dívida pública emitidas pela República Portuguesa. A 31 de Dezembro de 2010, estas perfaziam um total de 5,8 mil milhões de euros (5,2 mil milhões de euros em 31 de Março de 2011). Um downgrade, ou séries de downgrades no rating da dívida pública portuguesa poderá ter um impacto negativo na medida em que o Banco poderá usar essas obrigações como colateral. Um downgrade da República Portuguesa terá um impacto, não apenas na elegibilidade das obrigações de dívida pública portuguesa, mas também, indirectamente, em outros valores mobiliários. Assim, um downgrade ou séries de downgrades no rating de Portugal poderá ter um efeito sistémico no sector bancário português, poderá ter efeitos negativos na economia portuguesa e na capacidade do Banco em proceder à alienação desses valores mobiliários ou tornar mais difícil e/ou mais caro para o Banco o acesso a fontes privadas de capital e de financiamento.

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Reduções nos ratings do crédito do Banco poderão aumentar os custos de financiamento e tornar mais difícil a capacidade do Banco em captar novos fundos ou de reembolsar dívida que se venha a vencer Os ratings do crédito são uma componente importante do perfil de liquidez do Banco. Entre outros factores, os ratings do crédito baseiam-se na solidez financeira, na qualidade do crédito, concentração da carteira de crédito, nível e volatilidade dos resultados, adequação do capital, qualidade da gestão, liquidez do balanço, disponibilidade de uma base significativa de depósitos na banca de retalho e comercial, e capacidade para aceder a uma ampla e variada gama de fontes de financiamento. A capacidade do Banco para competir com sucesso no mercado de financiamento depende de vários factores, que incluem estabilidade financeira, reflectida em resultados operacionais e ratings de crédito determinados por agências de notação crédito reconhecidas internacionalmente. Assim, um downgrade nos ratings do Banco poderá ter impacto na sua aptidão para obter financiamentos, e poderá ter um efeito material negativo no seu negócio, condição financeira e resultados. No dia 6 de Abril de 2011, a Moody’s Investors Service baixou o rating do Banco de “A3” para Baa3”. No dia 5 de Abril de 2011, a Fitch Agency baixou o rating do Banco de “BBB+” para “BBB-“. No dia 28 de Março de 2011, a Standard & Poor’s Rating Services baixou o rating do Banco de “BBB+” para “BBB-“. Destas três agências de rating, duas colocaram o Banco sob observação ou revisão com um outlook negativo e possível dowgrade. A outra colocou o Banco em outlook negativo. Não há qualquer garantia de que o Banco não venha a ser sujeito a mais downgrades e quaisquer downgrades posteriores nos ratings do crédito do Banco poderão ter um impacto material negativo no volume e nas condições do seu financiamento, bem como da sua posição financeira, limitar o acesso do Banco a mercados de financiamento e de capital, originar obrigações materiais de prestação de garantias adicionais em contratos de derivados ou outras modalidades de financiamento e enfraquecer a posição competitiva do Banco em alguns mercados. Além disso, a disponibilidade dos depósitos está muitas vezes dependente dos ratings do crédito e uma série de posteriores downgrades poderiam levar a significativos levantamentos dos depósitos, o que iria resultar numa deterioração material do financiamento do Banco e da sua posição de liquidez e poderia ter implicações sistémicas no sistema bancário português. A redução do rating do crédito do Banco poderá excluir a elegibilidade de alguns activos como garantia nas operações de refinanciamento junto do Banco Central Europeu e reduzir a valorização das garantias existentes, restringindo assim o acesso ao financiamento. Uma mudança na política do governo, ou do próprio governo poderá ter um efeito material adverso nos resultados do Banco, na sua condição financeira, liquidez e perspectivas futuras A política do governo português no que diz respeito ao sector bancário, incluindo a sua supervisão, regulação e estruturação, tem, e continuará a ter, um grande impacto no Banco. O governo português pode implementar a sua política através da utilização dos seus extensos poderes ao abrigo da legislação existente, bem como da introdução de nova legislação ou alteração da legislação existente. Não há garantias de que as políticas actuais do governo português venham a ser continuadas e a introdução de novas políticas do governo ou alteração das políticas existentes poderão ter um grande impacto nos resultados do Grupo, condição financeira, liquidez e perspectivas. Tais políticas poderão ser introduzidas tanto pelo actual governo como por um novo governo após as eleições legislativas de 5 de Junho de 2011 que venha a ser composto por representantes de partidos diferentes do actualmente representado.

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O negócio do Banco e os seus resultados operacionais têm sido, e continuarão a ser, afectados por dificuldades macroeconómicas ou condições políticas através das suas operações internacionais, nomeadamente em Angola, Grécia, Moçambique, Polónia e Roménia O grupo tem operações em mercados internacionais que estão expostos aos riscos decorrentes dos potenciais desenvolvimentos adversos aos níveis político, governamental e económico nos países onde está estabelecido. Estas operações estão também expostas a riscos operacionais, incluindo de interrupção dos serviços, erros, fraudes por terceiros, omissões, atrasos na disponibilização de serviços e obrigações de gestão dos riscos. Desde o início da recessão económica em 2007, tem havido uma significativa volatilidade nos mercados financeiros em todo o mundo, resultando em condições de rendibilidade difíceis para o sector financeiro e na falência de inúmeras instituições financeiras. Embora tenha havido alguma recuperação nos mercados em que o Banco operou em 2010, houve diferenças significativas na força da recuperação das várias economias nacionais. Isto resultou numa forte desarticulação dos mercados financeiros em todo o mundo, declínios significativos nos valores de quase todas as classes de activos e níveis sem precedente de iliquidez nos mercados de capitais. A incerteza relativa ao ritmo e à escala da recuperação económica global e as condições poderão deteriorar-se, sendo o suporte fiscal e monetário retirado. A crise financeira e a recessão económica tiveram um impacto negativo em geral e repercussões específicas no sector noutras jurisdições fora de Portugal nas quais o Banco opera, incluindo Angola, Grécia, Moçambique, Polónia e Roménia. Tal como ocorreu em Portugal, isto resultou num declínio da procura de produtos e serviços, redução da confiança dos clientes e empresas, redução das despesas dos particulares e do consumo, aumentos dos custos com o serviço da dívida dos consumidores e dos negócios e limitações na disponibilidade geral do crédito. Estes factores têm afectado significativamente, e continuarão a afectar, os clientes do Banco e, por arrastamento, a oferta e procura dos serviços e produtos do Banco, e por seu turno a condição financeira e os resultados do Banco. Além disso, um maior desemprego, a redução da rendibilidade das empresas e o crescimento das insolvências empresariais e de pessoas singulares, poderão reduzir a capacidade dos mutuários em pagar os empréstimos. A contribuição das operações internacionais para o Resultado Líquido do Grupo, em 31 de Dezembro de 2010, foi de 17,2% (21,6% em 31 de Março de 2011). Considerando individualmente as operações na Polónia, Grécia, Moçambique, Angola e Roménia, as respectivas contribuições para o Resultado Líquido Consolidado do Grupo BCP eram, na mesma data, de 17,7% na Polónia (Resultado Líquido de 81,3 milhões de euros, dos quais 53,3 imputáveis ao Grupo), -5,3% na Grécia (Resultado Líquido negativo de 16,0 milhões de euros), 11,70% em Moçambique (Resultado Líquido de 52,8 milhões de euros, dos quais 35,2 imputáveis ao Grupo), 4,1% em Angola (Resultado Líquido de 23,6 milhões de euros, dos quais 12,4 imputáveis ao Grupo) e -7,8% na Roménia (Resultado Líquido negativo de 23,6 milhões de euros). Considerando individualmente as operações na Polónia, Grécia, Moçambique, Angola e Roménia, as respectivas contribuições para o Resultado Líquido Consolidado do Grupo BCP em 31 de Março de 2011 eram de 21,6% na Polónia (Resultado Líquido de 25,6 milhões de euros, dos quais 16,8 imputáveis ao Grupo), -13,7% na Grécia (Resultado Líquido negativo de 10,7 milhões de euros), 17,6% em Moçambique (Resultado Líquido de 20,6 milhões de euros, dos quais 13,7 imputáveis ao Grupo), 4,9% em Angola (Resultado Líquido de 7,3 milhões de euros, dos quais 3,8 imputáveis ao Grupo) e -8,2% na Roménia (Resultado Líquido negativo de 6,4 milhões de euros). Relativamente à Grécia, assistiu-se a uma contracção do PIB de 4,5% em 2010, estando prevista uma contracção de 3% em 2011. O desemprego aumentou significativamente nos últimos anos, subindo de 10,3% em 2009 para 14,2% em 2010. A dívida pública subiu para 142% do PIB em 2010, de 128,6% em 2009. O défice público diminuiu para 9,5% em 2010 de 15,3% em 2009 (Fonte FMI). A forte recessão na Grécia fechou efectivamente o acesso ao financiamento nos mercados de capitais. Em 2010 o governo grego recebeu ajuda económica do FEEF e prosseguiu um processo

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contínuo de consolidação orçamental. Globalmente, verificam-se fracas condições económicas no mercado grego, assim como inquietação social, que no geral teve, e poderá continuar a ter, consequências negativas na indústria de serviços financeiros, incluindo o aumento dos custos operacionais e redução do nível de pagamento dos empréstimos. Também na Roménia se verificou uma redução em termos reais do PIB em 1,2% em 2010 contra 7% em 2009. É esperado um crescimento da economia de 1,5% em 2011. A dívida pública aumentou para 35% do PIB em 2010, de 30% em 2009. O défice público diminuiu para 6,5% do PIB em 2010, de 7,3% em 2009 (Fonte: FMI). Embora o governo tenha implementado medidas de austeridade para controlar os gastos orçamentais, subsiste alguma incerteza quanto ao compromisso das autoridades na prossecução das metas, o que poderá resultar numa instabilidade nos mercados financeiros, gerando dificuldades de financiamento no mercado de capitais e contribuindo para o aumento dos níveis de incumprimento dos empréstimos. A Polónia foi o único país da União Europeia a escapar à recessão. Embora a economia tenha sofrido um abrandamento significativo no seu crescimento, aumentando de 1,6% em 2009 para 3,8% em 2010. É esperado um crescimento económico de 3,8% em 2011. A dívida pública aumentou para 56% do PIB em 2010, de 51% em 2009. O défice público aumentou para 7,9% do PIB em 2010, de 7,2% em 2009 (Fonte: FMI). Apesar das perspectivas de crescimento do PIB no próximo ano, a situação de desequilíbrio em termos de finanças públicas aumenta o risco de adopção de medidas de austeridade orçamental, com repercussão potencialmente negativa na actividade económica e um contexto mais adverso em termos do volume de negócio, da qualidade dos activos e custos fiscais acrescidos sobre a actividade bancária. Angola e Moçambique têm-se destacado pelo crescimento forte, embora a inflação tenha aumentado de forma significativa em 2010 para 14,5% e 12,7%, respectivamente (Fonte: FMI). Estes países ainda se encontram numa fase inicial do processo de desenvolvimento, que se caracteriza por uma elevada dependência do crescimento económico em commodities como o petróleo em Angola e o alumínio em Moçambique, aumentando a sua vulnerabilidade a choques específicos nestes mercados. A precariedade das condições sociais, se bem que com uma notável melhoria nos anos mais recentes, é prejudicial ao desenvolvimento regular da actividade bancária, o que poderá ter um substancial impacto adverso nos resultados, situação financeira e perspectivas do Banco. Uma quebra acentuada dos mercados de capitais globais poderá ter um efeito adverso na actividade, nos resultados e na valorização dos investimentos estratégicos do Banco, bem como no valor dos activos que integram o Fundo de Pensões do Grupo Os rendimentos obtidos nos investimentos financeiros do Grupo constituem uma parte importante da rendibilidade consolidada, particularmente relevante nos negócios de gestão de activos, desenvolvido pela Millennium bcp Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A., seguros do ramo vida, desenvolvido pela joint venture Millenniumbcp Fortis (actualmente, Millenniumbcp Ageas) e no negócio da banca de investimento. A ocorrência de uma quebra acentuada nos mercados de capitais globais poderá afectar as vendas de alguns produtos e serviços do Banco, designadamente produtos unit-linked, seguros de capitalização, fundos de investimento mobiliário, serviços de gestão de activos, corretagem, emissões no mercado primário e operações de banca de investimento, e diminuir, significativamente, as comissões relacionadas com os mesmos. Como accionista minoritário do Grupo de Seguros do Millennium bcp Ageas, há um risco de que o Banco seja chamado para injectar capital nesta sociedade se o rácio da solvabilidade do grupo de seguros descer abaixo de determinado nível pré-acordado, por exemplo, em resultado de obrigações derivadas de produtos de seguro com níveis mínimos de retorno garantido. Desta forma, um declínio nos mercados de capitais em geral poderá afectar, de forma adversa, os resultados, a situação financeira e as perspectivas do Banco.

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Adicionalmente, a constante e prolongada flutuação das cotações nos mercados de títulos ou prolongada volatilidade ou perturbação dos mercados poderão originar a retirada de fundos dos mercados por parte dos investidores, traduzindo-se numa descida das taxas de investimento, ou no resgate antecipado de apólices vida, o que poderia influenciar negativamente a colocação dos produtos de investimento do Grupo, incluindo algumas categorias de seguros de vida, resultando na diminuição dos fundos próprios do Banco. Em 31 de Dezembro de 2010, a carteira de acções do Grupo, incluindo os investimentos em associadas, ascendia a 524,0 milhões de euros, equivalente a 0,5% dos activos totais do Grupo. Em 31 de Março de 2011, a carteira de acções do Grupo, incluindo os investimentos em associadas, ascendia a 507,3 milhões de euros, equivalente a 0,5% dos activos do Grupo. Eventuais depreciações no valor da carteira de participações financeiras do Grupo poderão repercutir-se de forma adversa na sua situação financeira e resultados. O valor dos activos que integram o património do Fundo de Pensões do Grupo está também dependente da evolução futura dos mercados de capitais. Na medida em que o Banco e certas empresas do Grupo garantem determinados benefícios na reforma a parte dos respectivos colaboradores, uma quebra acentuada dos mercados de capitais poderá gerar uma insuficiência na cobertura, pelo valor dos activos no seu património, das responsabilidades assumidas pelo Fundo de Pensões, afectando negativamente os rácios de capital e os resultados financeiros do Banco. A recente turbulência nos principais mercados financeiros, especialmente nos mercados interbancários e de dívida, poderá afectar a posição de liquidez do Banco e a sua capacidade de aumentar os volumes de crédito Desde a segunda metade de 2007, as perturbações que se verificaram nos mercados globais de crédito, juntamente com o repricing do risco de crédito e a deterioração dos mercados imobiliários, em particular nos Estados Unidos, têm contribuído para uma crescente degradação das condições nos mercados financeiros e tiveram um impacto negativo na confiança dos investidores. Estas condições resultaram na falência de inúmeras instituições financeiras nos Estados Unidos e na Europa e numa actuação, sem precedentes, das autoridades governamentais, regulatórias e bancos centrais em todo o mundo. No geral, isto afectou negativamente os mercados interbancários e de dívida em termos de volume, maturidade e credit spreads. Entre os sectores dos mercados de crédito global que experimentam particulares dificuldades devidas à crise actual, estão os associados com títulos garantidos por créditos hipotecários sub-prime, instrumentos de dívida titularizados, obrigações de dívida colaterizada, instrumentos financeiros alavancados e valores mobiliários de estrutura complexa. Estas condições resultaram numa volatilidade histórica, liquidez limitada ou inexistente, aumento dos credit spreads e na falta de transparência de alguns mercados. A continuada volatilidade no sector financeiro e no mercado de capitais, os incumprimentos, ou os receios de incumprimento, de uma ou mais instituições financeiras, poderá levar a um significativo problema de liquidez em todo o mercado e a perdas ou incumprimentos posteriores de outras instituições financeiras. Se as condições do mercado actuais e as circunstâncias se deteriorarem ainda mais, ou continuarem por prolongados períodos de tempo, poderá haver um declínio dos fundos disponíveis, na qualidade do crédito e o aumento dos níveis de incumprimento dos empréstimos, o que poderá ter um impacto negativo no rating, nos investimentos, nos negócios, nas condições de financiamento, na tesouraria e nos resultados operacionais do Banco. As necessidades de refinanciamento remanescentes do Banco até ao final de 2011 ascendem a 1,7 mil milhões de euros. O Banco contraiu, e continuará a contrair, empréstimos junto do BCE em momentos de volatilidade ou escassez de liquidez dos mercados. O Banco tem uma carteira de activos altamente líquidos que podem ser actualmente utilizados junto do BCE e de outros bancos centrais em todo o mundo.

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À data de 31 de Dezembro de 2010, esta carteira mobilizava 20,6 mil milhões de euros, dos quais 14,9 mil milhões de euros, em termos líquidos, estavam utilizados a essa data. À data de 31 de Março de 2011, esta carteira mobilizava 20,1 mil milhões de euros (inclui uma operação que deixou de ser integrada na pool no final de Março e foi retomada no decurso do mês de Abril de 2011), dos quais 14,7 mil milhões de euros, em termos líquidos, estavam utilizados a essa data. O BCE estabeleceu uma série de critérios para determinar quais os activos elegíveis para operações de recompra com instituições financeiras e os termos em que esses activos são avaliados para esse propósito. Estes critérios poderão mudar no futuro, o que poderá afectar a capacidade para prosseguir com estas transacções financeiras. Em particular, o Banco detinha, em 31 de Dezembro de 2010, títulos de dívida pública portuguesa no total de 5,8 mil milhões de euros (5,2 mil milhões em 31 de Março de 2011) e títulos de dívida pública grega no valor de 0,7 mil milhões de euros (0,7 mil milhões de euros em 31 de Março de 2011), que podem ser utilizados pelo Banco como colateral. Caso o valor destes activos diminua, o montante de financiamento que poderá ser obtido com recurso a eles diminuirá correspondentemente. O Banco está altamente dependente do financiamento junto do BCE Actualmente, o Banco tem acesso limitado aos mercados internacionais de dívida, tal como evidenciado pela sua grande dependência no financiamento junto do BCE, que, em 31 de Dezembro de 2010 representava 14,9% da totalidade dos seus activos (15,2% em 31 de Março de 2011). No ambiente actual, a retirada da ajuda do BCE resultaria no facto de o Banco ser forçado a dispor dos seus activos, potencialmente com desconto significativo face ao respectivo valor contabilístico, de modo a poder cumprir com as suas obrigações, com um correspondente impacto negativo no capital. O Banco está a implementar algumas medidas para diversificar as suas fontes de financiamento além do BCE e aumentou o recurso ao financiamento no mercado de acordos de recompra (repo), tendo igualmente acelerado o processo de desalavancagem, fazendo um esforço para aumentar os fundos dos clientes no balanço e para reduzir os empréstimos aos clientes. Isto representará um risco de elevação do custo dos depósitos e, ao mesmo tempo, o processo de repricing dos empréstimos poderá não acompanhar o aumento do custo dos depósitos. As responsabilidades para com os clientes do Banco são superiores aos activos de elevado grau de liquidez A principal fonte de financiamento do Banco é a sua base de depósitos. Nos últimos anos, no entanto, a manutenção das taxas de juro em níveis historicamente reduzidos tem resultado na canalização das poupanças dos clientes aplicadas em produtos financeiros mais tradicionais, nomeadamente os depósitos, para instrumentos com um maior potencial de rendibilidade. As outras fontes de financiamento do Banco incluem as operações efectuadas no mercado monetário, as obrigações de médio e longo prazo, as obrigações hipotecárias, o papel comercial, os produtos estruturados de médio prazo e ainda as operações de titularização (“securitização”) de parte dos seus créditos. Nos últimos anos o Banco reforçou os seus fundos próprios através de aumentos de capital, da emissão de valores mobiliários obrigatoriamente convertíveis em acções, de títulos subordinados permutáveis e obrigações convertíveis e das emissões de valores mobiliários perpétuos subordinados com juros condicionados. A incapacidade do Banco na obtenção de fundos suficientes num ambiente financeiro difícil, ou no cumprimento das suas responsabilidades para com os seus clientes e outros investidores, poderá afectar de forma adversa os seus resultados e a sua posição financeira. O Banco está exposto a choques repentinos do sistema financeiro e um repentino levantamento dos fundos depositados e/ou ao agravamento do fecho dos mercados de financiamento, que poderão ter um impacto adverso na solvabilidade do Banco e um efeito material adverso nos resultados operacionais, condição financeira e perspectivas de liquidez do Banco.

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O Banco está exposto a riscos de crédito e de contraparte Os níveis de incumprimento nos empréstimos concedidos tiveram, e podem continuar a ter, um impacto negativo nas operações do Banco. O Banco está exposto ao risco de crédito dos seus clientes e contrapartes. Esta exposição poderá derivar de actividades de trading, concessão de crédito, aceitação de depósitos, compensação e liquidação e ainda de numerosas outras actividades e relações. Estas contrapartes incluem clientes institucionais, corretores e dealers, bancos comerciais, bancos de investimento e entidades mutualistas. Grande parte destas relações expõe o Banco ao risco de crédito caso a contraparte ou o cliente venha a entrar em incumprimento. Adicionalmente, o risco de crédito do Banco pode ser exacerbado na eventualidade de os activos dados em garantia não poderem ser executados, ou serem liquidados a preços que não permitam cobrir o valor total do empréstimo ou da exposição a instrumentos derivados que estes visariam cobrir, o que poderia expor o Banco a um maior risco de crédito e impossibilitar a recuperação do crédito em caso de sinistralidade. Tal poderia, por sua vez, afectar a capacidade de o Banco cumprir com o pagamento das suas obrigações. Muitas das estratégias de cobertura e gestão de risco utilizadas pelo Banco envolvem também transacções que envolvem a prestação de serviços financeiros pela contraparte. A insolvência destas contrapartes poderá desequilibrar a eficácia das estratégias de cobertura de risco e outras estratégias de gestão de risco, o que poderá afectar a capacidade de o Banco cumprir com os pagamentos devidos e afectar de forma materialmente adversa a sua situação financeira e resultados das operações. Adicionalmente, se o crescimento económico continuar a reduzir-se, a taxa de desemprego a aumentar ou se as taxas de juro sofrerem uma subida acentuada, o risco de crédito dos clientes do Banco pode deteriorar-se. Para além do exposto, as provisões e outras reservas do Banco poderão vir a revelar-se desadequadas ou o Banco ser forçado a realizar significativas provisões adicionais para fazer face a possíveis perdas de imparidade em momento futuro. Qualquer falha na gestão de risco e políticas de controlo respeitantes ao risco de crédito poderá afectar de forma materialmente adversa o negócio do Banco, a sua posição financeira, de tesouraria ou resultados das operações. Riscos decorrentes de alterações na qualidade do crédito e no pagamento de empréstimos e de montantes devidos de clientes e contrapartes são inerentes ao negócio do Banco. Alterações adversas na qualidade do crédito dos clientes e contrapartes do Banco, a deterioração geral nas condições económicas portuguesa e globais, ou o aumento dos riscos sistémicos nos sistemas financeiros poderem afectar a recuperação e o valor dos activos do Banco e obrigar a um aumento nas provisões respeitantes aos créditos de cobrança duvidosa e de outras provisões. Isto afectaria de forma materialmente adversa a situação financeira do Banco e os resultados das operações. O crédito com incumprimento, apurado de acordo com a Instrução n.º 16/2004 do Banco de Portugal, o qual inclui o crédito vencido há mais de 90 dias e também o crédito de cobrança duvidosa, representava 5,0% em 31 de Março de 2011 e 4,5% da carteira de crédito em 31 de Dezembro de 2010, comparando com 3,4% da carteira de crédito em 31 de Dezembro de 2009. A dotação da imparidade do crédito (líquida de recuperações) do exercício de 2010 ascendeu a 713,3 milhões de euros, o que compara com 560,0 milhões de euros em 2009, evidenciando o reforço das dotações para imparidade do crédito. No 1.º trimestre de 2011, a dotação da imparidade de crédito (líquida de recuperações) ascendeu a 166,6 milhões de euros, o que compara com 164,8 milhões de euros no 1.º trimestre de 2010. O esforço de provisionamento, medido pela proporção das dotações para imparidade de crédito (líquida de recuperações) em função da carteira de crédito, situou-se em 88 pontos base no 1.º trimestre de 2011, o que compara com 93 pontos base em 2010 e 72 pontos base em 2009. Qualquer falha na gestão do risco ou nas políticas de controlo relativas ao risco de crédito poderia ter um impacto adverso no negócio, na situação financeira e nos resultados do Banco. Há transacções de crédito para as quais a recuperação do crédito está totalmente dependente dos activos financeiros dados como garantia. Este risco é especialmente elevado nas transacções alavancadas em que o capital detido pelos clientes é reduzido, em que a contraparte é um veículo de investimento e em que a estrutura foi na prática construída e proposta pelo Banco. As Provisões

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relativas a estas transacções podem aumentar significativamente, afectando os resultados operacionais do Banco. Também poderão existir operações de concessão de crédito em que as garantias não estejam correctamente formalizadas. No caso de aumento dos níveis de incumprimento dos créditos, os níveis de imparidade relativas aos créditos podem aumentar de forma significativa, o que se poderá reflectir nos resultados do Banco. O Banco está exposto a riscos de concentração O Banco tem uma elevada concentração de crédito em determinados grupos de clientes e de accionistas. O peso dos 30 maiores clientes (Grupos de clientes), em termos de Exposure at Default, em 31 de Dezembro de 2010, excluindo Bancos e Soberanos, era de 13,65% (14,10% em 31 de Março de 2011). O incumprimento de qualquer desses grupos de clientes e accionistas determinaria o aumento da imparidade e do crédito mal-parado, com reflexo nos resultados do Banco e na qualidade dos seus activos, e poderia afectar de forma materialmente adversa a sua situação financeira e resultados das operações. O Banco está exposto ao risco de mercado O Banco está exposto ao risco de mercado, que se poderá traduzir no risco de desvalorização dos seus investimentos financeiros ou afectar os resultados da actividade de trading em consequência de alterações nos factores de mercado, nomeadamente: risco de alterações nas cotações dos valores mobiliários, risco de taxa de juro, risco cambial; alterações nos preços das mercadorias. O desempenho dos mercados financeiros poderá causar alterações de valor na carteira de investimento e de negociação do Banco. O Banco detém posições de negociação e de investimento em dívida, capital, divisas e outros mercados. Estas posições poderiam sofrer um impacto materialmente adverso decorrente de um aumento da volatilidade e de acrescida deslocalização dos mercados financeiros. Mudanças no nível de taxas de juro, curvas de yield e spreads podem afectar a margem financeira do Banco. Alterações nas taxas de câmbio podem afectar o valor dos seus activos e responsabilidades em moeda estrangeira e podem afectar os resultados de trading. As carteiras de acções de negociação e disponíveis para venda ascendiam a 126,6 milhões de euros a 31 de Dezembro de 2010 (143,0 milhões de euros em 31 de Março de 2011), comparado com 395,2 milhões de euros a 31 de Dezembro de 2009. Uma potencial desvalorização nas carteiras de trading das acções do Grupo disponíveis para venda e outros valores mobiliários de rendimento variável do Grupo podem ter um efeito materialmente adverso na situação financeira do Grupo e respectivos resultados. O Banco tem uma elevada exposição ao mercado imobiliário português O Banco tem uma elevada exposição ao mercado imobiliário português, quer directamente, através de activos relacionados com as suas operações ou obtidos em dação de pagamentos, quer indirectamente, por via de imóveis a garantir empréstimos ou através do financiamento de projectos de promoção imobiliária, o que o torna vulnerável a uma depressão no mercado imobiliário. A desvalorização significativa dos preços no mercado imobiliário português induziria perdas por imparidade nos activos detidos directamente, menor cobertura das exposições de crédito com colateral imobiliário e no fundo de pensões, afectando de forma adversa a situação financeira e resultados do Banco. O Banco está sujeito a riscos operacionais No decurso normal da actividade do Banco e em resultado da sua estrutura organizativa, o Banco está sujeito a determinados riscos operacionais, incluindo interrupções no serviço, erros, fraudes atribuíveis a terceiros, omissões e atrasos na prestação de serviços e na implantação de requisitos para a gestão dos riscos. Apesar de estes riscos serem monitorizados pelo Banco não é possível garantir que o acompanhamento e a prevenção destes riscos serão plenamente eficazes, impedindo que os riscos se materializem. Qualquer falha nas políticas de gestão e controlo dos riscos relativos

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aos riscos operacionais poderá afectar de forma adversa o negócio do Banco, a sua situação financeira e resultados das operações. Ataques terroristas ou uma ‘pandemia’, poderão ter efeitos perturbadores, quer no volume de negócios quer na qualidade de crédito dos clientes, afectando o rendimento do Banco, a qualidade da carteira de crédito e, por conseguinte, a condição financeira global do Banco Apesar de a probabilidade, momento, local e grau de perturbação de um evento desta natureza ser muito difícil de aferir, um ataque terrorista ou uma pandemia seriam susceptíveis de provocar fortes perturbações na actividade económica, aumentar o grau de incerteza económica, reduzir os níveis de confiança económicos e conduzir a graves distorções na actividade económica global. A ocorrência de qualquer um destes eventos poderia comportar efeitos materiais adversos para o negócio, situação financeira e resultados das operações do Banco. O Banco enfrenta riscos tecnológicos As nossas operações estão muito dependentes de procedimentos ao nível das Tecnologias de Informação (“TI”), especialmente na sequência da centralização nos nossos sistemas de tecnologias de informação. Os procedimentos de TI envolvem a manutenção de registos, reporte financeiro e outros sistemas, incluindo monitorização de pontos de venda e sistemas de contabilidade interna. Apesar de os nossos sistemas de computador terem sido avaliados e de acreditarmos que os nossos sistemas de back up são adequados, não podemos assegurar a potenciais investidores que seremos capazes de identificar e corrigir problemas relacionados com os nossos sistemas de tecnologias de informação (incluindo potenciais questões de segurança, tais como roubo de dados), ou que seremos capazes de implementar com sucesso melhorias tecnológicas. Se algum destes riscos se materializar, o nosso negócio, situação financeira e ou resultados das operações podem ser afectados de forma materialmente adversa. O Banco tem exposição a dívida soberana A crise financeira internacional revelou desequilíbrios estruturais na despesa do Estado em múltiplas jurisdições do mundo, incluindo na Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha. À data de 31 de Dezembro de 2010, a exposição do Grupo à dívida soberana portuguesa era de cerca de 5,8 mil milhões de euros, a exposição à dívida soberana grega era de 0,7 mil milhões de euros e a exposição à dívida soberana irlandesa era de 0,2 mil milhões de euros, de entre os quais 3,4 mil milhões de euros eram contabilizados na carteira de activos financeiros detidos para negociação e 3,2 mil milhões de euros na carteira de activos financeiros detidos até à maturidade. À data de 31 de Março de 2011 a exposição do Grupo à dívida soberana portuguesa era de 5,2 mil milhões de euros, a exposição à dívida soberana grega era de 0,7 mil milhões de euros e a exposição à dívida soberana irlandesa era de 0,2 mil milhões de euros, de entre os quais 2,7 mil milhões na carteira de activos financeiros detidos para negociação e 3,2 mil milhões na carteira de activos financeiros detidos até à maturidade. A diferença apurada, antes de impostos, entre o valor de mercado e o valor contabilístico registado nas demonstrações financeiras para a exposição global do Banco a dívida soberana totalizou -0,020 mil milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010 (-0,158 mil milhões de euros em 31 de Março de 2011). Adicionalmente, a reserva de justo valor para activos financeiros disponíveis para venda (a qual não influencia o rácio core Tier 1), apurada antes de impostos, relacionada com exposição a dívida soberana, totalizou 0,002 mil milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010 (-0,017 mil milhões de euros em 31 de Março de 2011). Estes Governos podem não conseguir ou pretender não pagar o capital ou juros quando devidos. No caso de incumprimento, poderão ser limitadas, ou mesmo inexistentes, as possibilidades de direito de regresso. As condições políticas, especialmente a disponibilidade de um Estado para cumprir as obrigações emergentes das suas dívidas, têm implicações significativas. A capacidade de um emitente soberano realizar pagamentos pontuais relativos às obrigações emergentes da dívida que emitiu serão também fortemente influenciadas pela balança de pagamentos do Estado soberano que emite a dívida, incluindo a performance das exportações, o seu acesso a facilidades de crédito

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internacional e investimentos, flutuações das taxas de juro e a extensão das suas reservas cambiais. Adicionalmente, o eventual incumprimento no pagamento do capital ou dos juros por parte destes Estados poderá criar ou aumentar um sentimento de desconfiança em relação ao comportamento de outros Estados membros da União Europeia. Este efeito poderá ter um impacto negativo na valorização da posição de dívida soberana detida pelo Banco, bem como na valorização de outras classes de activos. A deterioração da situação financeira da Grécia pode ter um efeito adverso no capital Os activos ponderados pelo risco (RWA) do Millennium Bank Grécia totalizavam, em 31 de Dezembro de 2010, 3,9 mil milhões de euros dos RWA do Grupo (3,9 mil milhões de euros em 31 Março de 2011) e representavam 6,6% do valor total do Grupo (6,6% em 31 de Março de 2011). O montante de goodwill associado à aquisição do Millennium Bank Grécia constitui aproximadamente 37% da goodwill total no balanço do Grupo. Consequentemente, a continuada estagnação ou deterioração económica da situação financeira na Grécia poderá conduzir a uma imparidade adicional nas contas consolidadas do Grupo. Em particular, o Banco pode reconhecer write-downs ou efectuar perdas de imparidade no goodwill associadas à aquisição do Millennium Bank Grécia. Apesar de o goodwill não ter um impacto nos requisitos de capital do Banco, qualquer write-down ou perdas por imparidade terá um impacto nos resultados do Grupo. Em 2010, o Grupo reconheceu uma imparidade no goodwill do Millennium Bank Grécia no montante de 147,1 milhões de euros. O montante total do goodwill referente à Grécia era de 294,3 milhões de euros, antes do write-off. As fracas condições de mercado da Grécia ou uma deterioração das perspectivas relativas à performance e situação financeira do Millennium Bank Grécia poderão resultar em imparidades adicionais relativas a goodwill do Millennium Bank Grécia. Como resultado da deterioração da situação económica na Grécia, o crédito vencido há mais de 90 dias do Millennium bank fixou-se em 4,1% em Dezembro de 2010 (4,9% em Março de 2011), aumentando de 2,5% verificados em Dezembro de 2009. A tendência em alta da evolução do crédito mal-parado é uma realidade e pode resultar na deterioração da qualidade dos activos na Grécia, afectando os resultados do Banco e a sua posição em termos de capital. Volatilidade provocada pelo risco de crédito do Banco O ano de 2010 ficou marcado pelo agravamento da crise financeira internacional e a sua extensão à actividade económica, pelos ajustamentos muito acentuados das taxas de juro de mercado e pelo aumento bastante considerável nos spreads dos instrumentos de dívida privada. A incerteza existente, com especial incidência no sector financeiro, em virtude das dificuldades crescentes das instituições financeiras e do risco sistémico, manteve em níveis bastante elevados o custo da protecção contra o incumprimento dos instrumentos de dívida privada do mercado financeiro e, em particular, dos bancos nacionais. A manutenção desta situação origina o aumento do spread de crédito do Banco com impacto negativo ao nível da margem financeira, mas induz ganhos no fair value dos passivos ao justo valor. Contudo, estes efeitos poderão ser reversíveis a prazo: a diminuição do spread de crédito do Banco produzirá os efeitos inversos, o que se traduz na possível diminuição dos resultados do Banco. Em conclusão, o Banco tem um conjunto de títulos emitidos contabilizados à fair value option o que induz volatilidade na conta de exploração resultante da variação dos spreads de crédito do Banco. Haverá a aceleração das perdas em fair value option caso o spread de crédito do Banco tenha uma redução significativa. Note-se que, em qualquer caso, não se verificará qualquer impacto sobre os rácios de solvabilidade do Banco, dadas as normas regulamentares em vigor para o apuramento dos fundos próprios. As transacções para carteira própria do Banco envolvem riscos O Banco realiza presentemente várias actividades de tesouraria por sua conta própria, incluindo a colocação de depósitos denominados em euros e noutras moedas no mercado interbancário e a negociação de títulos soberanos nos mercados primário e secundário.

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A gestão da carteira própria inclui a tomada de posições nos mercados de rendimento fixo e accionista, tanto com dinheiro como através de produtos derivados e de outros instrumentos financeiros. Apesar do limitado nível de envolvimento do Banco nestas actividades, a negociação por conta da carteira própria envolve riscos, dado os seus resultados dependerem em parte das condições de mercado. Adicionalmente, o Banco depende de uma vasta gama de ferramentas de reporte e gestão interna do risco de modo a reportar correcta e atempadamente a sua exposição a tais transacções. O Banco pode incorrer em perdas significativas, que poderão afectar de forma materialmente adversa o seu negócio, a sua situação financeira e os resultados operacionais. As operações de cobertura de risco (hedging) efectuadas pelo Banco poderão não evitar perdas O Banco efectua transacções de cobertura de risco (hedging) para reduzir a sua exposição aos diferentes tipos de risco associados ao seu negócio. Muitas das estratégias de cobertura de risco do Banco são baseadas em padrões de transacções históricos e correlações. Por conseguinte, desenvolvimentos inesperados de mercado podem afectar negativamente a eficácia das estratégias de cobertura de risco do Banco. Para além disso, o Banco não cobre toda a sua exposição a riscos em todos os ambientes de mercado ou contra todos os tipos de risco. Adicionalmente, a forma como ganhos e perdas resultantes de certas coberturas de risco ineficazes são registadas pode resultar em volatilidade adicional nos seus resultados reportados. Se algum dos instrumentos ou estratégias de cobertura do Banco forem ineficazes, o Banco poderá vir a incorrer em perdas, que poderão ter substanciais impactos adversos no seu negócio, situação financeira e resultados operacionais. A volatilidade nas taxas de juro poderá afectar negativamente a margem financeira e ter outras consequências adversas As taxas de juro são altamente sensíveis a muitos factores que o Banco não controla, incluindo políticas monetárias, e condicionantes políticas internas e internacionais. As alterações das taxas de juro de mercado podem afectar os juros que o Banco cobra, recebidos dos activos geradores de juros, de forma diferente quando comparados com aos juros que o Banco paga pelos passivos geradores de juros. Esta diferença poderá reduzir a margem financeira do Banco. Em Abril de 2011, o Banco Central Europeu anunciou a decisão de aumentar a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento do Eurosistema (UEM) de 1% para 1,25%. Um aumento das taxas de juro na Zona Euro pode aumentar os futuros custos associados ao serviço da dívida em Portugal e agravar as condições financeiras gerais se os aumentos de taxa de juro se afastarem da situação financeira portuguesa. Acresce que, após a concretização da ajuda financeira externa a Portugal, o acesso ao mercado para financiamento pode continuar a ser difícil. Por outro lado, a implementação de futuras reformas orçamentais em Portugal pode vir a desencadear considerável oposição por parte dos sindicatos e do público. Para além disso, um aumento da taxa de juro poderá reduzir a procura de crédito e a capacidade do Banco de originar crédito a clientes, bem como contribuir para um aumento da taxa de incumprimento de crédito por parte dos clientes do Banco. Inversamente, uma redução do nível das taxas de juro poderá afectar o Banco negativamente através de, entre outros, maiores níveis de amortização dos créditos concedidos e da sua carteira de crédito à habitação, uma menor margem financeira nos depósitos, redução da procura no que diz respeito a depósitos e um aumento da concorrência nos depósitos e concessão de empréstimos a clientes. Em resultado destes factores, alterações significativas ou volatilidade nas taxas de juro poderão ter um substancial impacto adverso no negócio, situação financeira ou resultados operacionais do Banco.

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O Banco está a proceder ao repricing do seu portfolio de empréstimos. No entanto, o Banco não pode fixar alterar unilateralmente as condições da sua carteira de empréstimos à habitação em Portugal, que representava, em 31 de Dezembro de 2010, 29,5% do total dos empréstimos (29,7% em 31 de Março de 2011), e, por conseguinte, apenas pode esperar que os spreads da nova produção de empréstimos vão tendo impacto, ao longo do tempo, no spread médio da sua carteira global de crédito à habitação. Não existem garantias de preservação da base de clientes do Banco O sucesso do Banco depende da capacidade de manter elevados níveis de fidelização da sua base de clientes, oferecendo-lhes para o efeito uma vasta gama de produtos competitivos e de superior qualidade, com elevados níveis de serviço. Para a consecução deste objectivo, o Banco adoptou a estratégia de segmentação da base de clientes, pretendendo servir de forma mais adequada as diversas necessidades de cada segmento, e pelo cross-selling dos seus produtos e serviços em Portugal sob uma marca única. A intensificação da concorrência no mercado bancário português e europeu poderá ter impacto nos clientes, nomeadamente nos seus padrões de comportamento e fidelização. O eventual insucesso na manutenção da fidelização da base de clientes ou em proporcionar aos clientes uma oferta diversificada, competitiva e de qualidade superior de produtos com um consistente elevado nível dos serviços prestados poderá afectar de forma adversa o negócio, situação financeira e resultados operacionais. O sucesso na manutenção de elevados níveis de fidelização e na captação de novos clientes depende em grande medida da reputação do Banco. Recentemente, o Banco foi afectado por rumores infundados relativos à sua solvabilidade, que o banco reportou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Qualquer factor que tenha impacto na reputação do Banco pode afectar a capacidade do Banco de reter clientes e fundos, assim como de captar novos clientes e aumentar os fundos de clientes. Adicionalmente, à data de 31 de Dezembro de 2010, cerca de 5% da base de clientes domésticos do banco eram também detentores de acções ordinárias do Banco. Caso a cotação das acções ordinárias do Banco BCP venha a decair, tal poderá conduzir ao desagrado dos accionistas do Banco, o que poderá conduzir a uma alargada insatisfação dos clientes do Banco na medida em que estes sejam também accionistas do Grupo, o que poderá ter um efeito adverso no negócio, situação financeira ou resultados operacionais do Banco. Litígios laborais ou quaisquer outras acções laborais podem criar problemas operacionais ou tornar mais dispendiosa a condução da actividade do Banco O Grupo está exposto ao risco de litígios laborais e outras acções laborais. À data de 31 de Dezembro de 2010, aproximadamente 85,7% dos trabalhadores do Grupo em Portugal e 47,8% da totalidade dos seus trabalhadores eram membros de sindicatos. O Grupo pode ser alvo, no futuro, de greves, paragens nos trabalhos ou quaisquer outras acções laborais. Qualquer dessas acções pode perturbar as operações, possivelmente por um período significativo de tempo, resultando no aumento dos salários e benefícios atribuídos aos colaboradores ou por outro lado um efeito negativo relevante nos negócios, condição financeira e resultados operacionais do Grupo. O Banco poderá ter que vir a suportar custos adicionais, associados ao seu programa de reestruturação das prioridades de gestão A fim de implementar a reestruturação delineada nas suas prioridades de gestão, o Banco poderá efectuar uma redução gradual do número de colaboradores em Portugal ou em outros países, Tal seria concretizado sobretudo através de rescisões por mútuo acordo ou reformas antecipadas, o que poderá implicar custos adicionais de reestruturação, ao nível dos custos com pessoal. Embora as reduções do quadro de colaboradores no passado se tenham efectuado sem danos sociais, legais ou reputacionais significativos, o Banco não pode garantir que estas medidas ou quaisquer outras acções futuras respeitantes à reorganização das suas actividades não resultem em litígios, perturbações de trabalho, ou noutros efeitos materialmente adversos ao negócio, à situação financeira ou resultados operacionais do Banco.

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O Banco poderá ter dificuldades na contratação e retenção de pessoal qualificado A capacidade do Banco para implementar a sua estratégia depende da sua capacidade em recrutar e manter os colaboradores devidamente qualificados e competentes. A incapacidade para atrair e reter colaboradores qualificados e competentes para cada função, em particular os seus quadros superiores, poderá limitar ou atrasar a execução da estratégia do Banco, o que poderá ter um efeito negativo no negócio, situação financeira e resultados operacionais do Banco. O Banco está sujeito a riscos de estratégia O Banco está exposto a riscos de estratégia, existindo a possibilidade de o Banco tomar decisões estratégicas inadequadas, falhar na implementação de decisões ou experienciar falta de capacidade de resposta face à evolução das condições de mercado, podendo assim não atingir, total ou parcialmente, os objectivos apresentados no seu programa estratégico. Não é possível garantir antecipadamente que o Banco conseguirá executar a sua estratégia e atingir os seus objectivos devido a condicionalismos gerais, designadamente os decorrentes do agravamento das condições de mercado, envolvente económica adversa, aumento da concorrência ou acções dos seus principais concorrentes. A execução da estratégia do Banco e o alcançar dos objectivos traçados podem ser afectados por: atrasos ou falhas na implementação do seu programa estratégico; o grau de sucesso das medidas de expansão estrutural em curso; o impacto de medidas centradas no cliente; um impacto das iniciativas de reforço da gestão do risco menor do que o previsto; a implementação de medidas de retoma da rendibilidade; e o enfoque da carteira na dimensão internacional, incluindo o possível desinvestimento em operações seleccionadas. O Banco poderá não conseguir executar com sucesso uma ou várias medidas actualmente em curso previstas nas suas prioridades de gestão. Caso o Banco não consiga atingir os objectivos estratégicos estabelecidos, o seu negócio, a sua situação financeira, os seus resultados e o valor das suas acções poderão ser afectados negativamente. O Banco está sujeito a riscos de Compliance O Banco actua num sector fortemente regulado e está sujeito a reclamações por não cumprimento e a que contra ele sejam propostas acções judiciais por entidades públicas, autoridades reguladoras e terceiros. De análises ao nível da compliance ou de outros procedimentos que sejam desfavoráveis para o Banco poderão resultar sanções de carácter legal, limitação das suas oportunidades de negócio e redução do seu potencial de expansão, tudo podendo vir a ter um impacto materialmente relevante na sua capacidade para cumprir determinadas obrigações contratuais. O Banco está igualmente sujeito a regras e regulamentos relacionados com o branqueamento de capitais e com o financiamento do terrorismo. O cumprimento das regras de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo implica custos e esforços significativos, podendo a sua não observância ter consequências gravosas, designadamente jurídicas e de reputação, para o Banco. Embora o Banco acredite que as suas actuais políticas e procedimentos de combate ao branqueamento de capitais e financiamento de terrorismo são adequadas para assegurar o cumprimento da legislação aplicável, o Banco não pode garantir que se encontrará, a todo o momento, em cumprimento com todas as regras aplicáveis, que são extensíveis a todo o Grupo e se aplicam a todos os seus trabalhadores, em todas as circunstâncias. Qualquer violação, ou mesmo a suspeita de violação destas regras, poderá ter consequências jurídicas e financeiras sérias, que poderão afectar negativa e significativamente o negócio, situação financeira e resultados operacionais do Banco. O Banco está exposto a Contingências e Riscos de Governance Não é possível garantir à partida que o Grupo será capaz de implementar a sua visão e estratégia de médio prazo devido a constrangimentos gerais, tais como o agravamento das condições de mercado, a envolvente económica e financeira adversa, o aumento da concorrência ou as acções dos maiores concorrentes do Banco, ou ainda constrangimentos específicos associados a possíveis

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atrasos na implementação do seu programa estratégico ou à eficácia e grau de implementação das medidas para retomar o crescimento e a liderança na banca de retalho e capturar maior valor nos segmentos de empresas e corporate, manter o objectivo de redução de custos, optimizar o capital e a disciplina de gestão de liquidez e fortalecer a gestão do risco. O Banco pode enfrentar dificuldades na implementação de medidas críticas de gestão que visam o repricing, a optimização da recuperação dos rendimentos bancários e da rentabilidade, a mitigação da exposição a diferentes tipos de riscos e o aumento de fundos próprios, com um impacto negativo nos níveis projectados de eficiência, comprometendo os objectivos por si definidos e a sua solvabilidade. O Banco poderá ficar exposto a riscos não identificados ou a um nível não esperado de riscos, apesar das políticas de gestão de risco prosseguidas pelo Banco O Banco está exposto a um conjunto de riscos, incluindo, entre outros, riscos de crédito, riscos de mercado, riscos operacionais e riscos de liquidez. Não obstante terem sido implementadas políticas de gestão do risco para cada tipo de risco a que o Banco está exposto, tomando como hipótese os piores cenários possíveis (worst case scenarios), as políticas e procedimentos utilizados pelo Banco na identificação, acompanhamento e gestão destes riscos poderão não se revelar eficazes. Os sistemas de gestão de risco do Banco assentam numa combinação de controlos e supervisão humanos e técnicos, que estão sujeitos a erros e falhas. Alguns dos sistemas de gestão de risco do banco são baseados em mecanismos de controlo desenvolvidos internamente e em dados históricos sobre o comportamento dos mercados, apoiando-se igualmente em práticas comuns do sector. Tais métodos poderão não prever adequadamente perdas futuras, em particular as relacionadas com flutuações extremas dos mercados, as quais podem ser substancialmente superiores às observadas historicamente. Estes métodos podem ser igualmente ineficazes na protecção contra perdas causadas por erros técnicos, caso os sistemas de teste e de controlo implementados não sejam eficientes na prevenção de falhas técnicas de software e hardware. Eventuais erros ou falhas na implementação dos referidos sistemas de gestão de risco, bem como a sua eventual incapacidade para identificar todos os riscos ou níveis de risco a que o Banco se encontra exposto, poderão afectar de forma adversa a sua situação financeira e resultados. Existe o risco de o fundo de pensões do Banco se vir a revelar sub-capitalizado e de o Banco ser forçado a fazer contribuições adicionais para o fundo no futuro Os trabalhadores elegíveis contratados antes de 2006 têm direito a uma pensão definida. Caso a deterioração nos mercados financeiros globais provoque uma descida do retorno do investimento e do valor do fundo de pensões, o Banco poderá ter que aumentar o montante de perdas actuariais que terão que ser reconhecidas como custo ao longo dos próximos vinte anos, o que poderá também acontecer caso ocorram alterações nos pressupostos actuariais relativos ao fundo de pensões. Foi acordado entre os Bancos Portugueses, representados pela Associação Portuguesa de Bancos, o Governo e os Sindicatos, a integração de todos os bancários no activo na Segurança Social o que se traduz em termos práticos na redução do risco associado a contribuições adicionais futuras para os fundos de pensões. Este acordo teve expressão no Decreto-Lei n.º1-A/2011 de 3 de Janeiro. Contudo, os fundos de pensões continuam a assegurar o financiamento dos planos de pensões existentes em cada Banco correspondentes ao período decorrido desde a sua admissão até à integração dos colaboradores na Segurança Social. Para além disso, e de acordo com o artigo 3.º do Decreto-Lei anteriormente referido, os trabalhadores bancários a que se refere o artigo anterior passam a estar protegidos pelo regime geral nas eventualidades de maternidade, paternidade, adopção e velhice e mantêm a protecção nas eventualidades de desemprego e doenças profissionais. Contudo, as eventualidades de doença e morte mantêm-se na responsabilidade dos Bancos. Por esse facto a taxa contributiva global, no caso dos empregados bancários abrangidos pela Caixa de Abono de Família dos Empregados Bancários, é inferior ao regime geral (26,6% em vez de 34,75%). Conforme disposto no Acordo, no que se refere ao plano de pensões de reforma, os colaboradores mantêm os benefícios adquiridos bem como a garantia do benefício futuro ser no mínimo equivalente ao estabelecido no ACT. Foi ainda mantida por parte das entidades

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empregadoras, a responsabilidade pelo pagamento dos complementos de pensões à data da reforma. Nesta base, a exposição ao risco actuarial e financeiro associados aos benefícios mantém-se. À data de 31 de Dezembro de 2010, as perdas actuariais ascendiam a 1.921 milhões de euros (532 milhões de euros estavam incluídos no corredor). O Banco de Portugal, por meio do Aviso 11/2008, autorizou o deferimento das perdas actuariais apuradas em 2008 ao longo dos quatro anos seguintes, com a excepção do retorno dos activos do fundo em 2008. O valor das perdas actuariais apuradas em 2008, que serão deferidas, numa base linear, até 2012, ascendia a 534 milhões de euros. A 31 de Dezembro de 2010 as responsabilidades relativas às pensões de reforma ascendiam a 5.322 milhões de euros e estavam integralmente financiadas a níveis acima do limite mínimo definido pelo Banco de Portugal, num nível de cobertura de 104,0%. Nos primeiros três meses de 2011, o Fundo de Pensões registou um rendimento financeiro positivo de 1,13%. As contribuições feitas pelo Banco para o fundo de pensões fundavam-se em determinados pressupostos relativos à mortalidade e, por conseguinte, existe o risco que os beneficiários vivam mais tempo e retirem mais do fundo de pensões do que o fundo pode suportar. No âmbito dos IFRS e tal como definido na IFRS 1, o Banco decidiu recalcular os pressupostos actuariais desde a data de criação do fundo de pensões, o que resultou num aumento das responsabilidades com pensões. No âmbito deste novo cálculo, todos os ganhos actuariais e perdas de mais de 10% do valor das responsabilidades do fundo de pensões (o corredor) estão agora a ser amortizadas para o período remanescente de vida activa dos trabalhadores (agora 20 anos) até à data da reforma dos trabalhadores (anteriormente: 10 anos). Em caso de insuficiência de fundos do seu fundo de pensões, o Banco terá que fazer contribuições adicionais para o fundo no futuro, o que poderá ter um efeito materialmente adverso no seu negócio, situação financeira, ou resultados operacionais. Adicionalmente, o Banco terá obrigatoriamente que deduzir do seu rácio de Capital Tier 1 a parte das perdas actuariais não reconhecidas que excedam os 10,0% do valor das responsabilidades de pensões ou o valor dos activos do seu fundo de pensões, dos dois o que representar um montante mais elevado. Como resultado, quaisquer futuras reduções no valor dos activos do fundos de pensões podem ter um impacto materialmente adverso nos níveis de capital do Banco. Atendendo às regras de Basileia III, o Banco terá 5 anos para deduzir o corredor de Core Tier I após 2012, ou seja: 532 milhões de euros, o que representa 106,4 milhões de euros por ano. Os resultados do Banco poderão ser afectados adversamente por alterações regulatórias, incluindo alterações no modo como é calculado o capital regulatório existente O Grupo conduz o seu negócio de acordo com a regulamentação aplicável e com sujeição aos riscos regulatórios associados, incluindo os efeitos das alterações nas leis, regulamentos e políticas em Portugal e nos outros países em que o Grupo prossegue a sua actividade. Como resultado do actual ambiente e eventos recentes no mercado, as entidades reguladoras portuguesas e internacionais, incluindo a União Europeia, têm ponderado alterações significativas ao enquadramento regulatório, particularmente no respeitante à adequação do capital e ao âmbito das operações dos bancos. Como resultado destas e de outras alterações em curso e, possivelmente, de futuras alterações na paisagem regulatória dos serviços financeiros, o Banco poderá enfrentar uma maior regulação. O cumprimento com novos regulamentos poderá aumentar os requisitos regulatórios de capital e os custos do Banco, tornar mais pesados os deveres de informação, restringir certos tipos de transacções, afectar a estratégia do Banco e limitar ou implicar a modificação de taxas ou comissões que o Banco cobra em certos empréstimos e em outros produtos, quaisquer dos quais poderá diminuir o rendimento dos seus investimentos, activos ou participações. O Banco poderá também enfrentar custos acrescidos de compliance e limitações na sua capacidade para prosseguir certas oportunidades de negócio, e, em consequência, estes poderão ter um efeito adverso significativo na actividade, situação financeira e resultados das operações do Banco.

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Como consequência da recente crise financeira e da actuação conjunta dos bancos centrais e dos governos para recapitalizar as instituições financeiras europeias, conceder garantias ao sector financeiro e criar condições aos bancos para retomarem o mercado de financiamento, e da intervenção do Estado Português no Banco Português de Negócios, S.A., o Banco de Portugal emitiu uma recomendação para os bancos atingirem um rácio de capital Core Tier I de não menos de 8% até Dezembro de 2010. O ratio de Core Tier I do Banco estava em 6,7% (método IRB) num nível consolidado a 31 de Dezembro de 2010 (6,7% em 31 de Março de 2011) e, após o aumento de capital proposto, deverá ser superior a 8%. Não existe certeza de que o rácio de Core Tier I permanecerá superior a 8% no futuro próximo; poderá ser necessário tomar medidas específicas adicionais, como a venda de activos e a consequente redução de activos ponderados pelo risco (RWA) ou a emissão de instrumento financeiros não dilutivos, para garantir que o Banco cumpra os seus requisitos de adequação de capital. É também de notar que o aumento dos requisitos relativos a capital implica a diminuição da rendibilidade dos capitais próprios (return on equity). Basileia III Em 12 de Setembro de 2010 foi anunciado pelo Comité de Basileia sobre Supervisão Bancária um novo acordo sobre capital, conhecido como Basileia III, que revê a maior parte dos requisitos mínimos de capital e de liquidez. O acordo obtido tem requisitos de capital mais exigentes que serão aplicados ao longo de um período de transição para atenuar o impacto no sistema financeiro internacional. Os requisitos mínimos de capital para Core Tier I capital (que não inclui capital híbrido) aumentarão gradualmente de 2% dos risk-weighted assets para 7% dos risk-weighted assets em 2019. O rácio de solvabilidade total aumentará de 8% para 10,5% entre 2016 e 2019. Alterações adicionais incluem: i) um aumento progressivo do rácio de common equity de 2% para 4,5% em 2015; ii) um aumento progressivo no rácio de Tier 1 de 4% para 6% em 2015; iii) um requisito adicional de rácio de conservação de capital de 2,5% sobre a common equity, com implementação faseada de 2016 a 2019 e aplicação de restrições na capacidade de os bancos de pagarem dividendos ou fazerem outros pagamentos, a definir, se o capital for inferior ao rácio de common equity e de conservação do capital; iv) um buffer de capital anti-cíclico, que será entre 0% e 2,5% dos risk-weighted assets, com característica de absorção de perdas, em função da fase do ciclo de crédito de acordo com a sua aplicação pelas autoridades de supervisão nacionais; v) o rácio de alavancagem será testado num rácio não ajustado do risco de 3%. Adicionalmente, o regime Basileia III também contém requisitos mais estritos relativos à qualidade do capital que pode ser considerado core tier I capital e para o cálculo de risk-weighted assets. A implementação plena de Basileia III é apenas esperada para o final de 2019. Espera-se que os principais impactos previstos de Basileia III nos rácios consolidados de capital se relacionem com activos fiscais diferidos, défice do valor de imparidades para perdas esperadas, corredor do Fundo de Pensões, participações minoritárias em subsidiárias consolidadas, participações significativas em instituição financeiras não consolidadas e no aumento dos requisitos de capital para riscos de mercado e de contraparte. Em 13 de Janeiro de 2011 o Comité de Basileia emitiu “Requisitos mínimos para assegurar a absorção de perdas em situação de não viabilidade”, que sugere algumas regras específicas para bancos internacionalmente activos. As regras exigem que todos os instrumentos adicionais de Tier I e Tier II emitidos por bancos internacionalmente activos tenham de incluir, com sujeição a certas excepções, uma disposição nos seus termos e condições que requeira que os mesmos sejam writen-off quando ocorram determinadas circunstâncias. Se estas regras forem implementadas em Portugal, o Banco ficará sujeito às mesmas. Se a proposta for implementada na sua actual redacção, tal poderá afectar o preço dos instrumentos adicionais de Tier I e Tier II que o Grupo emita no futuro. Subsiste alguma incerteza quanto aos requisitos finais e implementação de Basileia III. Se estas medidas fossem implementadas como actualmente propostas, seria de esperar que tivessem um impacto significativo no capital e na gestão de activos e responsabilidades do Grupo. Por seu turno, tal poderia vir a ter um efeito adverso nos resultados, condição financeira e perspectivas do Grupo.

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O Banco está sujeito à realização de stress tests Reguladores nacionais e internacionais, incluindo o Fundo Monetário Internacional, o Banco Central Europeu e outros, têm vindo a realizar stress tests ao sector bancário e o Banco antecipa que tais testes possam continuar a ter lugar. Os stress tests podem vir a revelar necessidades adicionais de capital num banco em particular ou no sistema bancário português em geral, podendo conduzir à introdução de maior regulamentação no sistema financeiro. Em particular, os stress tests podem resultar no Banco ser obrigado a obter capital adicional. Consequentemente, a realização de stress tests pode afectar de forma adversa o custo de financiamento do Banco, com impacto adverso na sua actividade e condição financeira. Adicionalmente, uma quebra de confiança no sistema bancário na sequência da divulgação dos stress tests relativos a um banco ou ao sistema bancário português como um todo, ou ainda a percepção generalizada de que tais testes podem não ter sido suficientemente rigorosos, podem também afectar negativamente o custo de financiamento do Banco. O Banco poderá ser adversamente afectado pela alteração da legislação e regulamentação fiscais e o aumento de impostos ou a redução de benefícios fiscais O Banco poderá ser afectado adversamente por alterações fiscais em Portugal, na União Europeia e em outros países onde desenvolve a sua actividade. O Banco não controla essas alterações fiscais, ou alterações de interpretação das leis fiscais por parte de qualquer autoridade fiscal. As recentes medidas tomadas pelo Governo Português para estimular a economia e apoiar o sistema bancário, bem como o objectivo proposto de reequilibrar as contas públicas no médio prazo, podem conduzir a um aumento da carga fiscal ou à redução dos benefícios fiscais. Alterações significativas na legislação fiscal em Portugal, na União Europeia ou nos países onde o Banco mantém actividade, ou dificuldades na implementação ou cumprimento de novas leis e regulamentação fiscais, poderão ter um relevante impacto adverso na actividade, situação financeira e resultados das operações do Banco. O Banco pode ser objecto de uma oferta de aquisição não solicitada À luz da tendência em curso na Europa relativa à consolidação do sector bancário, o Banco poderá ser objecto de oferta de aquisição não solicitada. Nessa eventualidade, poderão ocorrer alterações na actual estratégia societária, nos principais pontos de enfoque dos seus negócios, nas suas operações e recursos, que poderão ter um relevante impacto adverso na actividade, situação financeira e resultados do Banco. O Banco poderá participar em operações de concentração, parceria ou alienação de activos Apesar de as prioridades de gestão do Banco estarem focadas no crescimento orgânico e de o Banco ter reforçado o compromisso com a disciplina na sua execução, não existem garantias de que o Banco não possa vir a rever as suas opções e designadamente vir a participar em operações de concentração ou alienação de activos, em Portugal ou noutras geografias, caso surja uma oportunidade. Na eventualidade de participar em tais operações, poderão ocorrer alterações na actual estratégia, na organização e estrutura do Banco, nos principais negócios, nos recursos, na situação financeira e resultados. Adicionalmente, o Banco poderá não ser capaz de extrair o potencial de sinergias, de custos e/ou proveitos, total ou parcialmente, associadas a uma eventual operação de concentração. O Banco poderá ainda ter que suportar custos adicionais resultantes das reestruturações necessárias a uma eventual operação de concentração ou alienação, nomeadamente ao nível de custos com o pessoal. Futuras operações de fusão, alienação ou aquisição poderão resultar em perdas inesperadas devido a responsabilidades não previstas, podendo afectar significativa e negativamente a actividade, situação financeira e resultados do Banco.

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O Banco foi acusado e e condenado (não definitivamente) pelo Banco de Portugal e pela CMVM em processos de contra-ordenação relacionados com operações, incluindo o financiamento da aquisição de acções emitidas pelo Banco, efectuadas com sociedades, designadamente sedeadas em centros off-shore, e, nesse contexto, procedeu ao registo cautelar de um ajustamento de 300 milhões de euros (220,5 milhões de euros líquidos de impostos) às suas demonstrações financeiras. O Banco contestou aqueles processos de contra-ordenação e impugnou judicialmente as decisões condenatórias do Banco de Portugal e da CMVM, sendo conhecidas duas decisões judiciais (não definitivas e não transitadas em julgado), ambas referentes ao processo de contra-ordenação da CMVM, que mantiveram a condenação do BCP no pagamento de uma coima de €5.000.000 e determinaram a suspensão, pelo período de dois anos, da execução de metade do valor daquela coima, estando pendente o respectivo recurso para o Tribunal Constitucional Síntese de procedimentos e averiguações por parte da CMVM e do Banco de Portugal No final do exercício de 2007, o Banco tomou conhecimento da notificação que lhe foi dirigida, com data de 27 de Dezembro de 2007, pelo Banco de Portugal, dando conta da instauração contra o Banco do processo de contra-ordenação n.º 24/07/CO “com fundamento na existência de indícios da prática de ilícitos de mera ordenação social previstos e punidos no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (aprovado pelo Decreto-Lei n.º 298/92, de 31 de Dezembro), designadamente a inobservância de regras contabilísticas, a prestação de informações falsas ou incompletas ao Banco de Portugal, nomeadamente no que diz respeito ao valor dos fundos próprios, e o incumprimento de obrigações de natureza prudencial”. Um comunicado público do Banco de Portugal de 28 de Dezembro de 2007 referiu ter tal processo sido instaurado “com base em factos relacionados com 17 entidades off-shore cuja natureza e actividades foram sempre ocultadas ao Banco de Portugal nomeadamente em anteriores inspecções”. Em 12 de Dezembro de 2008, o Banco foi notificado pelo Banco de Portugal de acusação contra si deduzida no âmbito do referido processo de contra-ordenação n.º 24/07/CO instruído pelo Banco de Portugal. O Banco não aceitou a acusação contra si deduzida, pelo que apresentou contestação neste processo de contra-ordenação dentro do respectivo prazo, que terminou em 16 de Março de 2009. Em 12 de Maio de 2010, o Banco foi notificado do teor da decisão que no âmbito do processo foi proferida, contra si, pelo Conselho de Administração do Banco de Portugal, que condenou o Banco no pagamento de coima única no montante de € 5.000.000 e aplicou igualmente sanções a algumas pessoas singulares ligadas ao Banco. O Banco recorreu da decisão da autoridade administrativa, tendo-se já iniciado o julgamento no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa. Em 12 de Dezembro de 2008, o Banco foi também notificado pela CMVM de acusação contra si deduzida em processo de contra-ordenação n.º 41/2008. O Banco não aceitou a acusação contra si deduzida e apresentou, em 27 de Janeiro de 2009, contestação no processo de contra-ordenação em causa, tendo sustentado a total improcedência da acusação. Anteriormente, em 21 de Dezembro de 2007, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários tinha dirigido ao Banco, com cominação de este o divulgar publicamente na íntegra – o que o Banco fez em comunicado de 23 de Dezembro de 2007 –, o ofício do seguinte teor:

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“A CMVM, no âmbito das suas competências, tem em curso uma acção de supervisão ao BCP, enquanto sociedade com acções cotadas em mercado regulamentado, visando apurar a natureza e a actividade de diversas entidades sedeadas em jurisdições off-shore, responsáveis por investimentos em valores mobiliários emitidos pelo Grupo BCP ou por sociedades com ele relacionadas. Apesar de a acção de supervisão ainda prosseguir, designadamente com vista a obter uma caracterização completa e final da situação e do comportamento no mercado dessas entidades, bem como determinar as responsabilidades relevantes, incluindo pessoais, a CMVM retirou já as seguintes conclusões preliminares: a) Com financiamentos obtidos junto do Banco Comercial Português, as referidas entidades off-shore constituíram carteiras de valores mobiliários – integrando quase exclusivamente acções do grupo BCP – não havendo, em regra, evidência de terem sido alimentadas para esse efeito por qualquer outra transferência significativa de entidade exterior ao Grupo; b) É já conhecido que parte das dívidas foi eliminada pela cessão a terceiros dos créditos por valores residuais; c) As condições dos financiamentos em apreço e o modo de governação das entidades em causa indiciam que o BCP assumiu todo o risco dessas entidades off-shore e que detinha poderes de domínio da vida e negócios dessas entidades; d) Deste modo, as operações em causa configuram de facto o financiamento da aquisição de acções próprias, não reportadas como tal. Esta configuração está também presente numa operação realizada com uma instituição financeira de que resultou a comunicação, por esta, de uma participação qualificada, tendo, todavia, o interesse económico permanecido no BCP bem como a possibilidade do exercício dos direitos de voto; e) Das circunstâncias descritas decorre que a informação prestada às autoridades e ao mercado, no passado, nem sempre foi completa e/ou verdadeira, designadamente no que diz respeito ao valor do capital próprio e aos detentores do mesmo; f) Foi detectada a realização de transacções de mercado pelas entidades referidas, em montantes e com frequência significativos, que carecem de análise aprofundada com vista a tipificar possíveis infracções às regras do mercado. Assim, face à natureza das presentes conclusões e à urgência da matéria, a CMVM, ao abrigo do art. 360.º, nº 1, alínea f) do Código dos Valores Mobiliários, solicita ao BCP que venha imediatamente: a) Esclarecer o mercado sobre se a informação financeira por ele mais recentemente divulgada reflecte já integralmente as perdas financeiras decorrentes da situação referida; b) Informar da existência de quaisquer outras situações não relevadas, de forma a que os investidores estejam em condições de fazer um juízo devidamente fundamentado sobre os valores mobiliários emitidos pelo BCP; c) Transcrever no seu comunicado o conteúdo integral desta comunicação da CMVM, podendo informar, se assim o entender, não ter sido ainda o BCP ouvido formalmente sobre estas conclusões. A CMVM prosseguirá a acção de supervisão em curso, retirando todas as consequências no âmbito das suas competências, e comunicando às autoridades competentes irregularidades de outra natureza e continuando a colaborar com o Banco de Portugal no quadro das competências deste.” Em 26 de Junho de 2009, o BCP foi notificado da condenação no pagamento de uma coima única no valor de € 5.000.000 (cinco milhões de euros) pela divulgação de informação não verdadeira. A CMVM deliberou proceder à suspensão parcial pelo montante de € 2.500.000 e pelo prazo de 2 anos da execução da coima aplicada. Na Decisão a CMVM expressou o entendimento de que decorreria da lei que, em caso de impugnação judicial, a decisão relativa à suspensão parcial da execução da coima se extinguiria. O Banco não aceitou a decisão e em 24 de Julho de 2009 apresentou impugnação judicial da decisão.

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No dia 21 de Julho de 2010, o Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa proferiu a sentença no processo que confirmou a decisão condenatória da CMVM, inclusivamente no valor da coima de € 5.000.000, tendo todavia considerado procedente o recurso do Banco no que diz respeito à subsistência da suspensão parcial da coima, que foi mantida apesar de o Banco ter impugnado judicialmente a decisão da CMVM. O Banco recorreu da decisão judicial e foi notificado, em 11 de Abril de 2011, da decisão do Tribunal da Relação de julgar não procedente o seu recurso, tendo apresentado recurso junto do Tribunal Constitucional. Ajustamento às demonstrações financeiras Em Dezembro de 2007, o Banco iniciou processo de averiguação interno relativamente a operações conexionadas com as acima referidas sociedades off-shore. Para além disso, o Banco correspondeu às solicitações da CMVM e do Banco de Portugal, designadamente fornecendo a documentação solicitada. Face às indicações existentes a respeito das investigações das autoridades de supervisão quanto à análise mais completa da substância económica das operações abaixo descritas, o Banco decidiu em 2008 considerar uma interpretação mais prudente, face aos riscos agora identificados, da natureza e da reestruturação das mesmas, pelo que procedeu ao registo de um ajustamento de 300 milhões de euros com efeitos a 1 de Janeiro de 2006, ascendendo o respectivo efeito líquido de imposto a cerca 220,5 milhões de euros. Esta decisão não implicou qualquer tipo de reconhecimento pelo Banco da existência de alegadas infracções que lhe venham porventura a ser imputadas. Este ajustamento diminuiu os rácios de capital Tier 1 do Banco e poderá originar perdas de confiança, o que poderá dificultar eventuais aumentos de capital futuros. Não pode ser garantido que não sejam exigidos ou recomendados ao Banco novos ajustamentos, o que poderá depender do resultado dos procedimentos e averiguações efectuados pelo Banco de Portugal e pela CMVM ou poderá resultar de outro modo em consequência das, ou em relação às, transacções a seguir sumariadas. Síntese de actividades das entidades off-shore e respectivas transacções Os mencionados procedimentos e averiguações, bem como o referido ajustamento, estão relacionados com operações que seguidamente se sintetizam. Entre 1999 e 2002, sociedades sedeadas em centros off-shore, financiadas pelo Banco, adquiriram acções do Banco, que, em Novembro de 2002, ascendiam aproximadamente a 5% do capital social do Banco. Em Novembro de 2002, as referidas sociedades procederam à alienação das acções BCP que detinham a uma instituição financeira, com contrapartida em numerário, tendo também recebido valores mobiliários indexados a acções emitidos por aquela instituição (Equity-Linked Notes). Em 2004, os referidos financiamentos foram objecto de reestruturação e foram assumidos por grupo empresarial cuja actividade consiste em projectos imobiliários (doravante referido por “GI”). No âmbito desta operação, o GI assumiu um passivo líquido para com o Banco de cerca de 450 milhões de euros. O Banco alienou também ao GI a sociedade Comercial Imobiliária (doravante referida por “CI”) por 26 milhões de euros e um conjunto de outros imóveis no valor de 61 milhões de euros. O Banco readquiriu posteriormente, ainda no decurso do ano de 2004, 11,5% do capital social da CI. Em 2005, o Banco efectuou contribuição em espécie ao Fundo de Pensões do Grupo BCP de um conjunto de activos que incluía papel comercial emitido pela CI, no montante de 200 milhões de euros, conjuntamente com acções emitidas por entidades cotadas. O encaixe da emissão de papel comercial emitido pela CI foi usado para reembolso ao Banco de uma parte dos empréstimos em dívida. Em 2007, o papel comercial foi convertido em capital social da CI, passando o Grupo GI a deter no capital da CI uma participação de 68,34% e o Fundo de Pensões do Grupo BCP uma participação de 28,29% (o qual posteriormente alienou 18,29% ao Banco).

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Em 2006, a CI adquirira uma participação e interesse económico de 54% em projecto de desenvolvimento imobiliário em Luanda, Angola (“Projecto da Baía de Luanda”) e o Banco concedeu-lhe suprimentos no montante de 300 milhões de euros, cujo encaixe foi usado para reembolsar uma parte dos empréstimos devidos pelo GI ao BCP. Em 2007, o Banco aceitou dação em pagamento de 68,34% do capital social da CI, para reembolso de responsabilidades perante o Banco no montante de 61 milhões de euros. Em resultado, designadamente, das operações acima referidas, (i) todos os empréstimos concedidos pelo Banco às entidades off-shore (posteriormente assumidos pelo GI) foram reembolsados; (ii) o Banco passou a ter alocada, a partir de 2005, uma provisão no montante de 85 milhões de euros para o crédito em causa, (iii) o Banco ficou credor da CI da quantia de 300 milhões de euros de suprimentos, os quais, após o referido ajustamento acima referido, estão contabilizados pelo valor líquido de 23,4 milhões de euros; (iv) o Banco detém 99,9% do capital social da CI, e, indirectamente, cerca de 54% dos benefícios futuros no Projecto da Baía de Luanda (participação essa que, segundo duas avaliações independentes efectuadas em Setembro de 2007, foi então avaliada entre 278,8 milhões de euros e 231,6 milhões de euros). Face às indicações existentes a respeito das investigações das autoridades de supervisão quanto à análise mais completa da substância económica das operações, o Banco decidiu considerar uma interpretação mais prudente, face aos riscos identificados, da natureza e da reestruturação das mesmas, pelo que procedeu ao registo de um ajustamento de 300 milhões de euros (220,5 milhões de euros líquidos de impostos) referente ao contrato de suprimento celebrado com a CI, tendo procedido ao seu registo contabilístico pelo valor de investimento (23,4 milhões de euros). Esta decisão não implicou qualquer tipo de reconhecimento pelo Banco da existência de alegadas infracções que lhe viessem porventura a ser imputadas. O ajustamento produziu efeitos a 1 de Janeiro de 2006 e as demonstrações financeiras do Banco de 31 de Dezembro de 2007 foram ajustadas por forma a reflectirem os efeitos desta reestruturação a partir de 1 de Janeiro de 2006. O Banco, quando efectuou este ajustamento, não tinha sido notificado de qualquer acusação e não admitiu nem admite qualquer infracção ou responsabilidade relativamente às operações acima descritas. Durante 2009, o Banco Comercial Português, ponderadas as condições de mercado e as perspectivas de desenvolvimento do Projecto da Baía de Luanda, decidiu reduzir a participação accionista do Grupo no referido projecto para 10%, mediante alienação à sociedade de direito Angolano Finicapital - Investimentos e Gestão S.A., o que se traduziu num encaixe de aproximadamente USD 100.000.000, gerando uma mais-valia no montante de 57.196.000 euros. O Banco Comercial Português considera que a participação conservada pelo Grupo no Projecto da Baía de Luanda permitirá manter uma presença relevante num projecto de grande importância para Angola e mantém a expectativa de que o Projecto da Baía de Luanda virá a gerar resultados adicionais no futuro, os quais poderão ser registados por contrapartida de resultados do Banco nos exercícios em que os mesmos forem gerados. Conforme referido, em Junho de 2009 e Maio de 2010, o Banco foi notificado de decisões condenatórias da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e do Banco de Portugal em processos contra-ordenacionais contra si instaurados relativos a factos, designadamente os acima referidos, ocorridos anteriormente ao exercício de 2008. Em 24 de Julho de 2009, o Banco Comercial Português, não tendo aceitado a decisão da CMVM, tomou a decisão de a impugnar judicialmente. O Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa proferiu sentença que confirmou a decisão condenatória da CMVM, inclusivamente no valor da coima de € 5.000.000, tendo contudo julgado parcialmente procedente o recurso no que respeita à subsistência da suspensão de € 2.500.000, pelo período de dois anos. O Banco recorreu da mesma para a Relação, tendo este Tribunal decidido

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julgar não procedente o recurso do BCP e confirmado integralmente a sentença condenatória. O Banco apresentou recurso junto do Tribunal Constitucional. Quanto à decisão do Banco de Portugal, o Banco apresentou recurso de impugnação judicial, estando o julgamento em curso desde 11 de Abril de 2011. Neste momento não é possível prever o desfecho definitivo dos referidos processos ou se serão, no futuro, instaurados novos processos ou averiguações. Todavia, o Banco corre o risco de ser objecto de sanções de natureza cível, administrativa ou outra, incluindo coimas, dependendo do resultado das acusações e das averiguações e procedimentos em causa. O Banco pode ainda ser objecto de averiguações ou procedimentos por parte de outros reguladores ou pode ser alvo de litígios, em Portugal ou qualquer outro lugar, por parte de accionistas ou de terceiros, litígios que, se decididos em desfavor do Banco, podem originar perdas significativas para o Banco e fazer baixar os ratings do mesmo. Quaisquer destes procedimentos regulatórios e litígios podem resultar em publicidade ou percepções negativas relativamente à actividade desenvolvida pelo Banco, podendo originar perda de clientes e aumento do custo de financiamento e, bem assim, desviar a atenção da equipa de gestão da gestão corrente da actividade do Banco. Consequentemente, o decurso das averiguações regulatórias, quaisquer processos regulatórios subsequentes e responsabilidades apuradas, e qualquer litígio emergente das, ou relacionado com, as operações acima descritas, se decididos em desfavor do Banco, poderão ter um efeito negativo relevante na sua actividade, resultados das operações ou condição financeira. O Banco enfrenta uma forte concorrência nas principais áreas de actividade em Portugal Desde 1996, o Banco testemunhou uma significativa expansão de serviços financeiros pessoais no mercado bancário português, que resultaram no desenvolvimento sustentado do mercado bancário, crédito ao consumo, fundos de investimento, e produtos unit-linked, bem como a um aumento do uso de cartões de crédito. O mercado bancário português é um mercado desenvolvido, que contém grandes concorrentes nacionais e estrangeiros, os quais adoptam estratégias multi-produto, multi-canal e multi-segmento, e que melhoraram significativamente as suas capacidades comerciais. Nos anos recentes, houve um desenvolvimento significativo das operações bancárias online, o que permitiu aos bancos avaliar as necessidades dos seus clientes de modo mais preciso e ajustar as suas propostas de valor. Os bancos estrangeiros entraram igualmente no mercado português, particularmente nas áreas da banca corporativa, gestão de activos, private banking e serviços de banca de investimento. Para além do mais, muitos bancos portugueses dedicam-se a aumentar o seu rendimento através do aumento das suas quotas de mercado e cross-selling, bem como através do enfoque nas actividades core, que tendem a suportar estratégias comerciais mais agressivas. Os factores descritos acima conduziram a um aumento da concorrência. É expectável que a tendência para a integração dos mercados financeiros europeus se intensifique, o que pode contribuir para um aumento adicional da concorrência, primordialmente na gestão de activos, banca de investimento e serviços de corretagem online. À luz desta concorrência crescente, o Banco poderá não ser capaz de competir de modo efectivo nos mercados em que opera, ou não ser capaz de manter ou aumentar o nível dos resultados das operações, tudo isto podendo ter efeitos substanciais adversos nos respectivos negócios, situação financeira e resultados das operações. O Banco enfrenta igualmente concorrência significativa na sua actividade internacional. Risco de seguros: o Banco está também exposto aos riscos de seguros, na medida em que o valor dos sinistros exceda o valor das reservas detidas relativas aos mesmos Falhas no controlo de riscos de seguros podem ter efeitos substanciais adversos na nossa performance financeira e reputação. O Grupo detém 49% do capital social Millennium bcp Ageas, sendo os restantes 51% detidos pela Ageas. Esta participação é contabilizada pelo método de equivalência patrimonial. O risco de seguros é o risco decorrente de discrepâncias entre os sinistros esperados e os sinistros verificados. Dependendo do produto em concreto, o risco é influenciado pelas alterações macroeconómicas, alterações no comportamento dos clientes, alterações na saúde pública, pandemias e catástrofes como terramotos, acidentes industriais, motins ou terrorismo.

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Riscos derivados da avaliação dos instrumentos financeiros, a qual é efectuada usando modelos financeiros que incorporam pressupostos, juízos e estimativas que podem variar com o passar do tempo ou não ser precisos Ao estabelecer o justo valor de certos instrumentos financeiros, o Grupo baseia-se em cotações de mercado, ou, quando o mercado para o instrumento financeiro não for suficientemente activo, modelos de avaliação internos que utilizam informação observável dos mercados financeiros. Em certas circunstâncias, a informação para instrumentos financeiros individuais utilizada por tais modelos de avaliação pode não estar disponível ou pode tornar-se indisponível devido a alterações nas condições dos mercados financeiros. Nessas circunstâncias, os modelos internos de avaliação do Grupo exigem que o Grupo defina pressupostos, faça juízos e estimativas para definir o justo valor. Tal como noutras instituições financeiras, estes pressupostos, juízos e estimativas que o Grupo tem de fazer relacionam-se frequentemente com aspectos que são necessariamente incertos, tais como cash flows esperados, a capacidade dos mutuários para servirem a dívida, a valorização e depreciação do preço de propriedades comerciais e residenciais, e os níveis relativos de incumprimentos e irregularidades. Tais pressupostos, juízos e estimativas podem necessitar de ser actualizados para reflectirem factos, tendências e condições do mercado em mudança. A resultante alteração nos justos valores de instrumentos financeiros poderá ter um efeito adverso significativo nos ganhos e situação financeira do Grupo. Adicionalmente, a recente volatilidade e falta de liquidez dos mercados têm posto à prova as bases factuais de certos pressupostos subjacentes e tornaram difícil avaliar alguns dos instrumentos financeiros do Grupo. Avaliações em períodos futuros, reflectindo as condições de mercado prevalecentes, podem resultar em alterações nos justos valores destes instrumentos, o que poderá ter um efeito adverso nos resultados, situação financeira e perspectivas do Grupo. Risco Reputacional O risco reputacional é inerente à actividade do Grupo. A opinião negativa do público ou do sector pode resultar de práticas reais ou percepcionadas no sector bancário, tal como o branqueamento de capitais ou a venda fraudulenta de produtos financeiros, ou ainda pela forma, real ou percepcionada, como o Grupo conduz as suas actividades. A opinião negativa do público ou do sector pode afectar adversamente a capacidade do Grupo de manter e atrair clientes e, em particular, depositantes institucionais e de retalho, cuja perda poderá afectar adversamente o negócio, situação financeira e perspectivas do Grupo. O Banco tem um número limitado de clientes que foram classificados como pessoas politicamente expostas de acordo com a legislação aplicável. Não obstante o Grupo exercer um crescente escrutínio das transacções com pessoas politicamente expostas de modo a assegurar o cumprimento das leis aplicáveis, a prestação de serviços bancários a estes indivíduos traz consigo riscos reputacionais, mesmo que nenhuma lei seja violada. Medidas de governos e bancos centrais para combater a crise financeira têm um impacto significativo no ambiente concorrencial As instituições financeiras mais débeis podem ter de considerar participação em operações de fusão ou aquisição ou enfrentar cessação da actividade. Tal poderá alterar os níveis de concentração de mercado e a força relativa das instituições no mercado. Possivelmente, poderão emergir concorrentes mais fortes. Tal poderá ter implicações na re-alocação de volumes de negócio, em pressões adicionais na margem financeira e na erosão da base de depósitos. Poderá ser exigido às instituições financeiras que fortaleçam os seus níveis de capital, através de operações gestão de responsabilidades, aumentos do capital e optimização dos activos, com consequências no seu custo médio de capital, alocação de crédito, e possivelmente, gerar efeitos reputacionais adversos.

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O banco central pode exigir às instituições que procurem fontes de financiamento mais estáveis ou de longo prazo. Tais financiamentos normalmente implicam taxas de juro superiores, tendo portanto um impacto no rendimento líquido, com relevância particular em instituições com maiores mismatches de funding. As pressões políticas e sociais para o apoio dos bancos à economia podem interferir com as decisões de concessão de crédito e conduzir, ao longo do tempo, à erosão da qualidade do crédito ou à abstenção por parte das instituições de crédito de um endurecimento das condições de concessão de crédito na altura devida. As autoridades podem também considerar a imposição de limites nos encargos cobrados aos consumidores, exigir níveis mínimos de serviço ou introduzir limites máximos nas taxas de juro ou comissões cobradas, o que pode criar distorções no mercado. As relações legais entre o Grupo e os seus clientes são baseadas em contratos estandardizados e formulários criados para um grande número de transacções comerciais; assim, problemas nas condições individuais desta documentação ou erros nesta documentação podem afectar um grande número de contratos com clientes O Grupo mantém relações contratuais com um grande número de clientes. Em todas as áreas de negócio e departamentos do Grupo, a gestão de um tal número de relações legais implica o uso de termos e condições gerais, minutas standard de contratos e formulários. Esta estandardização implica que assuntos que necessitem de clarificação, erros de redacção ou o uso de termos e condições individuais, contratos standard e formulários constituam um risco significativo devido ao grande número de contratos celebrados nestas condições. À luz das recentes alterações no quadro legal aplicável devido a novas leis e decisões judiciais, e à crescente influência da legislação europeia nas leis nacionais, é concebível que nem todos os termos e condições gerais, contratos standard e formulários utilizados pelo grupo cumpram com todos os requisitos legais aplicáveis a todo o tempo. Se existirem problemas de aplicação ou erros, ou se as disposições contratuais individuais ou os contratos na sua totalidade forem inválidos, um grande número de relações com clientes poderá ser afectado negativamente, podendo resultar em pedidos de indemnização ou noutras consequências legais que poderão ter um efeito adverso nos activos líquidos, situação financeira e resultados das operações do Grupo. O resultado de litígios nos quais o Grupo não é parte pode ainda assim ter consequências adversas para o Grupo devido a diversas razões, incluindo a contestação de práticas e cláusulas normalmente usadas em todo o sector As decisões judiciais e regulatórias desfavoráveis a outros bancos podem também ter ramificações para o Grupo, mesmo nos casos em que o Grupo não é parte nos respectivos processos. Tal poderá ser o caso da impugnação ou declaração de ilegalidade de práticas ou cláusulas contratuais normalmente usadas em todo o sector. Por exemplo, decisões que tenham impacto em cláusulas individuais constantes de termos e condições gerais ou calendários de amortização de empréstimos poderão afectar todo o sector. Esse poderá também ser o caso de uma decisão que dependa das circunstâncias especiais de um caso individual e cujo resultado seja depois usado por terceiros contra o Grupo. O Grupo pode, em consequência, ser forçado a mudar as suas práticas ou pagar compensações para evitar danos reputacionais. Estas decisões podem ter um efeito adverso substancial nos activos líquidos, situação financeira ou nos resultados da actividade do Grupo. A planeada criação de um esquema de protecção de depósitos aplicável a toda a União Europeia poderá resultar num encargo financeiro do Grupo sob a forma de pagamento de contribuições substanciais, que podem não ser repercutidas no mercado A harmonização dos esquemas de garantia de depósitos implicará alterações significativas aos mecanismos dos esquemas de garantia de depósitos actualmente em vigor. Estando em consideração aumentar o financiamento ex-ante para cerca de ¾ do financiamento total e aumentar

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o objectivo respeitante ao nível dos Esquemas de Garantia de Depósitos para 2% dos depósitos elegíveis, tal poderá exigir contribuições dos bancos para os esquemas de garantia de depósitos muitas vezes superiores aos que actualmente afectam os lucros dos bancos. As estimativas da União Europeia estimam o impacto cumulativo nos bancos numa diminuição de 4% nos resultados operacionais durante os primeiros cinco anos e numa diminuição de 2,5% nos restantes cinco. Apesar de a harmonização dos Esquemas de Garantia de Depósitos ir provavelmente manter o nível de cobertura em 100 mil euros, a pressão das autoridades da União Europeia para a simplificação dos critérios de elegibilidade e procedimentos de pagamento mais céleres poderá conduzir a ajustamentos adicionais no nível e âmbito da cobertura, implicando contribuições superiores dos bancos para os esquemas de garantia de depósitos. Os custos adicionais indirectos dos esquemas de garantia de depósitos poderão também ter de ser considerados, ainda que sejam significativamente mais baixos do que as contribuições directas para o fundo, tal como a informação detalhada para os clientes sobre produtos, bem como eventual regulamentação específica sobre publicidade de depósitos ou de produtos similares a depósitos. As deliberações da Comissão Europeia relativas ao quadro comunitário da Recuperação Bancária e Resolução (“Quadro da Gestão da Crise”) podem ter como resultado consequências regulatórias que podem restringir as operações negociais do Banco e levar ao aumento dos custos de refinanciamento O Quadro de Gestão da Crise contém três classes de medidas: medidas preparatórias e preventivas; intervenção antecipada de supervisão; e instrumentos e poderes de resolução. A aplicação destas medidas e poderes irá certamente interferir com os direitos dos accionistas e dos credores. O custo da resolução pode também acarretar o estabelecimento de fundos nacionais para apoiar os fundos de resolução. Os bancos sujeitos ao Quadro de Gestão da Crise poderão ser obrigados a contribuir para os fundos ex ante. As bases para a contribuição estão ainda por determinar, mas irá provavelmente somar-se aos custos dos bancos. Será exigido às instituições de crédito que preparem e mantenham actualizados planos de recuperação adequados para resolver os problemas de liquidez, de solvabilidade ou exposição global de risco. Como complemento dos planos de resolução, as autoridades poderão ter poderes preventivos, incluindo: limitação ou modificação da exposição ao risco; requisitos de informação adicional, restrição ou proibição de certas actividades e mudança das estruturas de grupo. Tais acções podem ter consequências sobre a rentabilidade do banco, o custo dos fundos e a estratégia global. No âmbito de intervenções preventivas, as autoridades poderão ser investidas de poderes para proibir a distribuição de resultados líquidos aos accionistas ou a detentores de valores mobiliários híbridos; para substituir gerentes ou administradores; para requerer ao banco que proceda à alienação de activos que constituam risco excessivo ou indesejado para a solidez financeira da instituição. Estas acções poderão ter um efeito directo no rendimento expectável dos accionistas e impactos indirectos adicionais através de alterações na linha de negócio do Banco. Em negociações com instituições financeiras em incumprimento, os poderes de resolução das autoridades incluem, entre outros, o direito de determinar uma transmissão de activos, direitos ou responsabilidades para outra entidade; amortização ou cancelamento de acções; write-off ou conversão de dívida; substituição da gestão ou exigência de continuidade da prestação dos serviços essenciais.

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Há riscos associados a uma eventual necessidade adicional de capital por parte do Banco A capacidade de o Banco manter os seus rácios de capital regulamentares e os das suas subsidiárias pode ser afectada por um determinado número de factores, incluindo o nível de risk weighted assets. Adicionalmente, os resultados depois de impostos terão um impacto directo no Core Tier I, os quais podem ser afectados, de forma particular, por imparidades superiores às esperadas ao nível dos activos. O Banco de Portugal impôs recentemente um novo mínimo de Core Tier I de 8%, que deverá ser observado até ao final de 2011. O Banco está sujeito ao risco de se deparar com recursos de capital insuficientes para fazer face aos requisitos mínimos de capital regulamentares. Adicionalmente, os tais requisitos mínimos de capital regulamentar podem ser alterados. Uma gestão efectiva do capital regulamentar do Banco é crítica para a sua capacidade de operar o negócio, para crescer organicamente e para prosseguir a sua estratégia. Qualquer alteração que limite a capacidade do Banco de gerir o seu balanço e os seus recursos ao nível do capital regulamentar de forma efectiva (incluindo, por exemplo, reduções de lucros e de lucros retidos como resultado do write-downs ou de outra forma, aumento de risk weighted assets, atrasos na alienação de determinados activos, ou a incapacidade para obter empréstimos como resultado das condições de mercado ou outros) ou o seu acesso a fontes de financiamento pode ter um impacto negativo materialmente significativo na sua condição financeira e na sua posição em termos de capital regulamentar. Caso o Banco seja incapaz de captar o capital necessário, pode-lhe ser requerido que reduza acrescidamente o valor dos risk weighted assets e que proceda à alienação de activos do seu core business ou outros, o que pode não ocorrer de forma atempada ou a preços que, em outras circunstâncias, seriam atractivos para o Grupo. Caso seja solicitado ao Banco que reforce a sua posição de capital, poderá não ser possível a este captar capitais adicionais no mercado de capitais ou dispor de activos comercializáveis. Tal poderá potencialmente conduzir a injecções de capital obrigatórias por parte do Governo Português, o que poderá diluir o valor das participações dos accionistas. 2.2 Riscos relacionados com a estrutura accionista do Banco

Accionistas detentores de posições relevantes poderão exercer um controlo significativo sobre o Millennium bcp após a Oferta e os seus interesses poderão diferir dos interesses dos demais accionistas; os accionistas com posições relevantes podem desencorajar operações de concentração que poderiam beneficiar os demais accionistas Existem alguns accionistas com posições qualificadas que, após a conclusão da Oferta, continuarão a deter, directa e indirectamente uma posição relevante no capital social do Banco. No desenvolvimento da sua actividade bancária, o Millennium bcp concede empréstimos e garantias a alguns destes accionistas, tendo cada um destes empréstimos sido concedido no decurso normal dos negócios do Grupo e em condições equivalentes de empréstimos semelhantes. Estes accionistas, cujos interesses podem divergir ou prejudicar os interesses dos demais accionistas, têm capacidade de influenciar os assuntos que requeiram aprovação por uma maioria dos accionistas do Millennium bcp, incluindo a distribuição de dividendos, a nomeação de membros do Conselho de Administração Executivo, a emissão de acções ou outros valores mobiliários que confiram o direito a adquirir ou subscrever acções ou a adopção de alterações nos estatutos do Millennium bcp. Os accionistas com posições relevantes têm também a capacidade de influenciar, introduzindo ou evitando, uma alteração na estrutura de controlo do Millennium bcp, como uma fusão, cisão ou dissolução. A concentração de participações pode impedir que uma terceira entidade leve a cabo uma oferta de aquisição ou privar os accionistas de receberem um prémio pela venda das suas participações no âmbito de uma transacção envolvendo Acções BCP.

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A venda de um número substancial de Acções BCP por parte destes accionistas, ou até a mera percepção por parte do mercado de que tais vendas poderão ter lugar, poderá afectar negativamente o preço de mercado das Acções BCP ou a capacidade do Grupo Millennium bcp para angariar capital através de uma futura oferta pública das suas acções. O Millennium bcp não pode assegurar aos destinatários da Oferta que o preço das suas acções ordinárias não irá descer, designadamente em resultado da venda de quantidades significativas de acções entregues no âmbito da Oferta; a dimensão total da operação é significativa não sendo possível prever o seu impacto na cotação O Millennium bcp não pode assegurar aos destinatários da Oferta que o preço das suas acções ordinárias não irá descer, principalmente tendo em conta as condições actuais dos mercados financeiros, a evolução das cotações das empresas do sector financeiro e a possibilidade de venda de Acções atribuídas no âmbito da presente Oferta. Caso uma tal situação se verifique após a conclusão da presente Oferta, os destinatários da Oferta sofrerão uma perda imediata, ainda que não realizada. Acresce que, o Conselho de Administração Executivo foi, sem prejuízo das suas competências legais e estatutárias nesta matéria, autorizado pela Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011 a aumentar o capital social por intermédio de uma oferta pública de subscrição com direito de preferência para accionistas, o que permite elevar o valor máximo combinado desse aumento de capital com os montantes da Oferta e da Incorporação de Reservas para 1.370.400.000 euros. Além do mais, o Millennium bcp não pode assegurar aos destinatários da Oferta que, na sequência da troca que venham a efectuar, estes consigam vender as suas Acções por um preço igual ou superior ao preço subjacente à relação de troca estabelecida. A cotação das Acções BCP pode ser volátil e pode estar sujeita a flutuações devido a diversos factores. Operações destinadas a aumentar o capital do Millennium bcp podem resultar numa sucessiva diluição da participação dos accionistas Para além da presente Oferta, a Assembleia Geral do Millennium bcp reunida no passado dia 18 de Abril, autorizou o Conselho de Administração Executivo a, sem prejuízo das suas competências legais e estatutárias nesta matéria, deliberar um novo aumento de capital cuja realização e montante estão dependentes do grau de sucesso da presente Oferta, nos termos detalhados no Capítulo 4. Tanto a Assembleia Geral como o Conselho de Administração Executivo, podem, nos termos da lei e dos Estatutos, voltar a deliberar aumentar o capital do Millennium bcp, através de ofertas públicas ou particulares, de acções ou outros instrumentos de capital ou valores que concedam o direito a subscrever acções. A emissão de tais instrumentos, se significativa em volume, pode provocar uma diluição da percentagem de participação dos actuais accionistas. Adicionalmente, a emissão e distribuição de novas acções pode afectar de forma adversa a cotação da Acção BCP e aumentar a sua volatilidade. 2.3 Factores de risco relacionados com os valores mobiliários entregues como contrapartida na Oferta

A representação do capital social de sociedades por acções sem valor nominal, como é o caso do Millennium bcp, poderá suscitar questões e problemas interpretativos Em resultado da aprovação de alteração dos estatutos do Millennium bcp na Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011, todas as acções representativas do capital social deste foram convertidas em acções sem valor nominal. Muito embora esta alteração tenha sido efectuada na sequência da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 49/2010, de 19 de Maio, que introduziu a figura das acções sem valor nominal no sistema jurídico português, e não obstante haver já experiência similar em outros ordenamentos jurídicos, a existência de acções sem valor nominal corresponde a um regime jurídico novo e ainda não testado em Portugal, podendo, como é frequente em regimes jurídicos

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novos, serem suscitadas questões e problemas interpretativos ainda sem tratamento pela doutrina e jurisprudência portuguesas, com os inerentes riscos associados. Após o termo da Oferta, só será possível alienar acções adquiridas através da mesma após as mesmas estarem registadas em conta de valores mobiliários junto de intermediário financeiro legalmente habilitado Até que as Acções sejam registadas em conta após o termo da Oferta, os destinatários da Oferta não poderão vender as Acções BCP entregues como contrapartida da Oferta. O Millennium bcp não pode assegurar aos investidores que o registo do aumento de capital na Conservatória do Registo Comercial tenha lugar na data prevista. Está previsto que a admissão à negociação das Acções no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon venha a ocorrer em simultâneo com a admissão à negociação das acções que vierem a ser emitidas em subsequente aumento de capital em numerário e com reserva de preferência para accionistas A admissão à negociação no Euronext Lisbon pressupõe o prévio registo do aumento do capital social do Banco na Conservatória do Registo Comercial, na sequência da liquidação da Oferta. Conforme referido no presente prospecto (ponto 5.10 Admissão à negociação), será solicitada à NYSE Euronext Lisbon a admissão à negociação, no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon, de todas as acções a emitir no âmbito da Oferta. É intenção do Oferente proceder à admissão das Acções em simultâneo com as que vierem a ser emitidas em subsequente aumento de capital em numerário e com reserva de preferência para accionistas, caso tal aumento em numerário venha a ser deliberado conforme autorização conferida ao Conselho de Administração Executivo na assembleia Geral de 18 de Abril de 2011, na qual foram definidos os termos da presente Oferta e aprovada a possibilidade de subsequente realização daquele aumento do capital em numerário. O Oferente prevê que a admissão à negociação das Acções ocorra até ao final do mês de Junho de 2011, mas, em qualquer dos casos, e de acordo com o previsto na lei, a admissão deverá ser solicitada no prazo máximo de 90 dias após a emissão das Acções, sendo que esta depende, designadamente, do registo comercial do aumento de capital na competente Conservatória do Registo Comercial. O Millennium bcp não pode assegurar que o valor de emissão das Acções a entregar em contrapartida na Oferta corresponda ao valor de mercado das mesmas no momento da sua admissão à negociação As condições do aumento de capital definidas na Assembleia Geral do Millennium bcp de 18 de Abril de 2011 determinam que a troca de Valores por Acções seja efectuada tendo por base o valor nominal dos Valores (de 1.000 euros cada) e que as Acções a entregar em contrapartida na OPT sejam emitidas ao valor de emissão correspondente à média ponderada pelos volumes da cotação das acções da Sociedade no mercado regulamentado da Euronext Lisbon nos 5 dias de negociação imediatamente anteriores ao lançamento da OPT, com o limite mínimo, porém, de 62,5 cêntimos de euro. Desta fórmula de cálculo resultou que o valor de emissão das Acções a entregar como contrapartida na OPT seja de 0,625 euros, o que, por sua vez, determinou um rácio de troca de 1.600 Acções por cada Valor. O Millennium bcp não pode assegurar aos destinatários da Oferta que optem pela troca que, no momento de admissão à negociação das Acções recebidas como contrapartida, a sua cotação de mercado não seja inferior ao seu valor de emissão (€0,625). O Millennium bcp não pode assegurar aos destinatários da Oferta que o preço das suas acções ordinárias não irá descer O Millennium bcp não pode assegurar aos destinatários da Oferta que o preço das suas acções ordinárias não irá descer. Caso uma tal situação se verifique após a conclusão da presente Oferta, os destinatários da Oferta sofrerão uma perda imediata, ainda que não realizada. Além do mais, o

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Millennium bcp não pode assegurar aos destinatários da Oferta que, na sequência da troca que venham a efectuar, estes consigam vender as suas Acções por um preço igual ou superior ao preço subjacente à relação de troca estabelecida. A cotação das Acções BCP pode ser volátil e pode estar sujeita a flutuações devido a diversos factores. O preço de mercado das Acções BCP pode vir a ser negativamente afectado por vendas adicionais de Acções BCP por parte dos actuais accionistas que detenham posições significativas A venda de um número substancial de Acções BCP em mercado regulamentado após a respectiva admissão à negociação, ou até a mera percepção por parte do mercado de que tais vendas poderão ter lugar, poderá afectar negativamente o preço de mercado das Acções BCP ou a capacidade do Grupo Millennium bcp de angariar capital através de uma futura oferta pública das suas acções. Decisões de investimento ou de desinvestimento por parte de accionistas com posições significativas podem ter impacto na cotação das Acções BCP A cotação da Acção BCP e a sua volatilidade poderão ser influenciadas pelo eventual aumento ou redução de posições accionistas por parte de investidores com participações significativas no capital social do Millennium bcp. Pagamento de dividendos pelo Millennium bcp A distribuição de dividendos é para o Millennium bcp um instrumento relevante para remunerar os seus accionistas: a política de dividendos prosseguida pelo Banco visa, por um lado, assegurar as necessidades de investimento do Grupo e, por outro, garantir aos accionistas uma adequada remuneração do capital investido. Desde 2004, o Banco reforçou a sua política de dividendos, através da distribuição antecipada de um dividendo intercalar relativo ao exercício em curso, tendo em vista proporcionar aos accionistas uma adequada remuneração dos capitais investidos através de uma distribuição mais frequente dos resultados gerados pela instituição. Relativamente ao exercício de 2007, a assembleia-geral anual aprovou, por proposta do Conselho de Administração Executivo, a não distribuição de dividendo adicional para além do adiantamento sobre dividendo pago a título intercalar a partir de 29 de Novembro de 2007 e a afectação de rubricas de reservas à conta de resultados transitados, com o propósito de possibilitar condições acrescidas de distribuição futura. O dividendo distribuído em 2009, referente ao exercício de 2008 ascendeu a 0,017 euros por acção. Em 2010, o dividendo atribuído referente ao exercício de 2009 foi de 0,019 euros por acção. Mantendo os princípios criteriosos e de prudência que caracterizam a política de distribuição de resultados adoptada pelo Millennium bcp, e tendo presente o ambiente macroeconómico, foi decidido não proceder ao pagamento de dividendos antecipados referente ao exercício de 2010, à semelhança dos dois anos anteriores. Tendo em consideração, por um lado, os princípios de prudência da gestão do capital e, por outro, o calendário de implementação das novas regras de capital, no âmbito de Basileia III, foi aprovada na Assembleia Geral realizada no dia 18 de Abril de 2011 uma proposta de aumento de capital que inclui uma componente de incorporação de reservas, no montante de 120,4 milhões de euros, equivalente à atribuição de um scrip dividend. A proposta deste scrip dividend reflecte a procura de um equilíbrio entre os interesses dos Accionistas, por um lado, e o intuito de privilegiar a preservação do capital e da liquidez do Grupo, por outro. A política de distribuição de resultados futura do Grupo manterá como princípios orientadores (i) procurar a manutenção da estabilidade do dividend pay-out, (ii) limitar o impacto da distribuição de dividendos nos fundos próprios de base e (iii) salvaguardar a cada momento que os interesses da sociedade e dos accionistas sejam assegurados. Todavia, o pagamento de tais dividendos relativos a 2011 e outros dividendos futuros dependerá das condições verificadas no momento, incluindo os resultados líquidos consolidados e em base individual, proveitos, situação financeira, rácio de solvabilidade, disponibilidade de fundos legalmente distribuíveis, perspectivas futuras, condições de negócio, estando também condicionado pelos efeitos de diluição por via da variação do número de acções, pela evolução da estrutura accionista, pelo tratamento fiscal dos dividendos/mais-valias, pelas exigências de capitais para investimentos a médio prazo e por outros factores relevantes,

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designadamente os indicados neste capítulo e no Capítulo 10.8 (Política de Dividendos), pelo que, se tais factores não concorrerem de modo adequado ou suficiente, poderão não ser conseguidos aqueles objectivos relativos a dividendos do exercício de 2011 e subsequentes. Os accionistas de países que não adoptaram o Euro enfrentam um risco de investimento suplementar decorrente das flutuações da taxa de câmbio relativamente à sua participação no capital social do Millennium bcp As Acções estão denominadas em euros e irão ser admitidas à negociação em euros. Quaisquer futuros pagamentos de dividendos sobre as Acções BCP serão efectuados em euros. Quaisquer dividendos pagos pelo Millennium bcp ou qualquer receita proveniente de qualquer venda das acções poderão ser negativamente afectados pela sua conversão em dólares americanos ou outra divisa, face ao que é a situação actual. Os direitos dos accionistas minoritários poderão ver-se limitados no quadro da lei portuguesa Apesar do elevado grau de harmonização do quadro legal que regula os direitos dos accionistas nos Estados-Membros da União Europeia, os direitos dos accionistas minoritários, bem como outras questões que influenciem aqueles direitos, poderão ser diferentes em Portugal por comparação com outras jurisdições, podendo a capacidade de um investidor exercer tais direitos revelar-se limitada. Adicionalmente, a exequibilidade de decisões judiciais ou arbitrais proferidas contra o Millennium bcp ou qualquer um dos seus responsáveis fora de Portugal está sujeita à verificação de determinados requisitos legais. Os direitos dos investidores enquanto accionistas serão regidos pelo direito português, podendo alguns aspectos diferir dos direitos usualmente reconhecidos a accionistas de sociedades regidas por direitos que não o português O Banco é uma sociedade aberta regida pelo direito português e os direitos dos titulares das suas acções ordinárias são os decorrentes dos estatutos do Banco e dos direitos societário e dos valores mobiliários português, independentemente da lei nacional aplicável aos respectivos accionistas. A possibilidade de accionistas proporem acções contra o Banco e seus quadros e administradores ao abrigo de regimes jurídicos estrangeiros e a possibilidade de os accionistas verem reconhecidas decisões judiciais obtidas noutro país pelos tribunais portugueses poderão ser limitadas por esse facto. Não obstante, é reconhecido aos accionistas a possibilidade de, ao abrigo do direito português, requerer a declaração de nulidade ou anulação de deliberações que violem disposições legais ou estatutárias. Tais actos podem surgir, por exemplo, com respeito a deliberações adoptadas relativamente aos pagamentos de dividendos, aumentos ou reduções do capital social e quaisquer outras alterações aos estatutos, bem como deliberações relativas a fusões ou cisões. Esta actuação, no caso do aumento do capital social de uma sociedade aberta, pode levar a que as acções emitidas na sequência de um aumento do capital cuja deliberação é alvo de tal impugnação não sejam fungíveis com as já existentes, até que se resolva a questão, nos termos previstos no artigo 25.º, b), do CódVM, para além do prazo genérico de 30 dias previsto no artigo 25.º, a) do mesmo código. Rating A Oferta não foi objecto de notação de risco por qualquer sociedade de prestação de serviços de notação de risco (rating) registada na CMVM.

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CAPÍTULO 3 – RESPONSÁVEIS PELA INFORMAÇÃO

A forma e o conteúdo do presente prospecto obedecem ao preceituado no CódVM, ao disposto no Regulamento (CE) n.º 809/2004 da Comissão, de 29 de Abril, objecto da rectificação publicada no Jornal Oficial n.º L 215, de 16 de Junho de 2004, tal como alterado pelo Regulamento (CE) n.º 1787/2006 da Comissão, de 4 de Dezembro, publicado no Jornal Oficial n.º L 337, de 5 de Dezembro de 2006, e pelo Regulamento (CE) n.º 211/2007 da Comissão, de 27 de Fevereiro, publicado no Jornal Oficial n.º L 61, de 28 de Fevereiro de 2007 e pelo Regulamento (CE) 1289/2008 da Comissão, de 12 de Dezembro de 2008, publicado no Jornal Oficial n.º L 340 de 19 de Dezembro de 2008, e demais legislação aplicável, sendo as entidades que a seguir se indicam – no âmbito da responsabilidade que lhes é atribuída nos termos do disposto no artigo 149.º do CódVM – responsáveis pela suficiência, veracidade, actualidade, clareza, objectividade e licitude da informação nele contida à data da sua publicação. 3.1 Identificação dos responsáveis pela informação contida no prospecto

Nos termos do artigo 149.º do CódVM, são responsáveis pelo conteúdo da informação contida no prospecto: O Emitente Banco Comercial Português, S.A., sociedade aberta, com sede no Porto, na Praça D. João I, 28, freguesia de Santo Ildefonso, matriculado na Conservatória do Registo Comercial do Porto sob o número único de matrícula e identificação fiscal 501.525.882 e com o capital social integralmente realizado de 4.694.600.000 euros. Os Membros do Conselho de Administração Executivo do Emitente O actual Conselho de Administração Executivo foi eleito em Assembleia Geral Anual de 18 de Abril de 2011 e é composto pelos seguintes membros: Presidente: Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira Vice-Presidentes: Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo Vítor Manuel Lopes Fernandes Vogais: Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho Miguel Maya Dias Pinheiro António Manuel Palma Ramalho José Jacinto Iglésias Soares Rui Manuel da Silva Teixeira Os membros do Conselho de Administração Executivo José Jacinto Iglésias Soares e Rui Manuel da Silva Teixeira foram eleitos pela primeira vez em Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011. Na data da Assembleia Geral Anual em que foram aprovadas as contas do exercício de 2008, eram membros do Conselho de Administração Executivo Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira (Presidente), Armando António Martins Vara (Vice-Presidente), Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo (Vice-Presidente), Vítor Manuel Lopes Fernandes, Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho, Nelson Ricardo Bessa Machado e José João Guilherme (Vogais). Na data da Assembleia Geral Anual em que foram aprovadas as contas do exercício de 2009, eram membros do Conselho de Administração Executivo Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira (Presidente), Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo (Vice-Presidente), Vítor Manuel Lopes Fernandes (Vice-Presidente), Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho, Nelson Ricardo Bessa

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Machado, José João Guilherme e Miguel Maya Dias Pinheiro (Vogais). Integrava ainda o Conselho, com funções suspensas desde Novembro de 2009, Armando António Martins Vara. Na data da Assembleia Geral Anual em que foram aprovadas as contas do exercício de 2010, eram membros do Conselho de Administração Executivo Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira (Presidente), Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo (Vice-Presidente), Vítor Manuel Lopes Fernandes (Vice-Presidente), Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho, Nelson Ricardo Bessa Machado, José João Guilherme e António Manuel Palma Ramalho (Vogais). Os titulares do órgão de fiscalização e o Revisor Oficial de Contas O Millennium bcp adopta o modelo de governo societário usualmente designado por dualista, composto, nomeadamente no que se refere à fiscalização da Sociedade, por um Conselho Geral e de Supervisão, com uma Comissão para as Matérias Financeiras, e um Revisor Oficial de Contas. Conselho Geral e de Supervisão O actual Conselho Geral e de Supervisão foi eleito em Assembleia Geral Anual de 18 de Abril de 2011 e é composto pelos seguintes membros:

Presidente: António Victor Martins Monteiro Vice-presidentes: Manuel Domingos Vicente

Maria Leonor C. Pizarro Beleza de Mendonça Tavares Vogais: Álvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto António Henriques Pinho Cardão António Luís Guerra Nunes Mexia António Manuel Costeira Faustino Carlos José da Silva Daniel Bessa Fernandes Coelho João Manuel de Matos Loureiro José Guilherme Xavier de Basto José Vieira dos Reis Josep Oliu Creus Luís de Mello Champalimaud Manuel Alfredo da Cunha José de Mello Pansy Catalina Ho Chiu King Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos Vasco Esteves Fraga

Integram a Comissão para as Matérias Financeiras os seguintes membros:

Presidente: João Manuel Matos Loureiro Vice-Presidente: José Guilherme Xavier de Basto Vogais: José Vieira dos Reis Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos

Revisor Oficial de Contas KPMG & Associados, SROC, S.A. (SROC nº 189) – Efectivo, representada por Ana Cristina Soares Valente Dourado (ROC nº 1011) e Revisor Oficial de Contas suplente, João Albino Cordeiro Augusto (ROC nº 632).

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Na data da Assembleia Geral Anual em que foram aprovadas as contas do exercício de 2008, os membros do Conselho Geral e de Supervisão eram:

Presidente: Gijsbert J. Swalef Vice-presidente: António Manuel Ferreira da Costa Gonçalves Vogais António Luís Guerra Nunes Mexia Francisco de la Fuente Sánchez João Alberto Ferreira Pinto Basto José Eduardo de Faria Neiva Santos Keith Satchell Luís Francisco Valente de Oliveira Luís de Mello Champalimaud Manuel Domingos Vicente Mário Branco Trindade Vogal Suplente: Ângelo Ludgero da Silva Marques

Integravam na mesma data a Comissão para as Matérias Financeiras os seguintes membros:

Presidente: Luís Francisco Valente de Oliveira Vice-Presidente: João Alberto Ferreira Pinto Basto Vogal: José Eduardo de Faria Neiva Santos

Era ainda membro Perito da Comissão para as Matérias Financeiras Jeff Medlock. Em 12 de Abril de 2010 e 18 de Abril de 2011, datas das Assembleias Gerais anuais em que foram aprovadas as contas dos exercícios de 2009 e 2010, respectivamente, os membros do Conselho Geral e de Supervisão, eleitos para o biénio 2009/2010, em Assembleia Geral de 30 de Março de 2009, eram:

Presidente: Luís de Mello Champalimaud Vice-presidentes: Manuel Domingos Vicente Pedro Maria Calainho Teixeira Duarte Vogais António Luís Guerra Nunes Mexia António Victor Martins Monteiro João Manuel de Matos Loureiro José Guilherme Xavier de Basto José Vieira dos Reis Josep Oliu Creus Manuel Alfredo da Cunha José de Mello

Patrick Wing MingHuen (em representação da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, S.A., exercendo o cargo em nome próprio)

Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos Vasco Esteves Fraga

Integravam nas mesmas datas a Comissão para as Matérias Financeiras os seguintes membros:

Presidente: João Manuel Matos Loureiro Vice-Presidente: José Guilherme Xavier de Basto Vogais: José Vieira dos Reis Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos

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A Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, KPMG & Associados, SROC, S.A. inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 189 e registada na CMVM sob o n.º 9093, representada pelo Dr. Vítor Manuel da Cunha Ribeirinho (ROC n.º 1081) foi responsável, na qualidade de Auditor Externo ao Emitente e de Revisor Oficial de Contas do Emitente, pela Certificação Legal e Relatório de Auditoria das contas individuais e consolidadas do Millennium bcp, reportadas a 31 de Dezembro de 2008, 2009 e 2010. A alteração, em 2011, do representante da Sociedade de Revisores Oficiais de Contas resulta da aplicação do disposto no Decreto-Lei n.º 224/2008, de 20 de Novembro, que alterou o Estatuto da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, ao determinar, nas entidades de interesse público, a rotação do sócio responsável pela orientação ou execução directa da revisão legal de contas com uma periodicidade não superior a 7 anos, a contar da sua designação. Considerando que o sócio da KPMG & Associados – SROC, S.A., Dr. Vítor Manuel da Cunha Ribeirinho, em exercício de funções de revisão legal de contas no Banco representava aquela sociedade desde 2006, sob proposta do Conselho Geral e de Supervisão, foi eleita representante da KPMG & Associados – SROC, S.A. a sócia Ana Cristina Soares Valente Dourado. O Revisor Oficial de Contas responsável pelo relatório previsto no artigo 28º do CSC A Leopoldo Alves & Associados, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 15 e registada na CMVM sob o n.º 219, com sede na Avenida da República, 48 – 1º esq., 1050-195 Lisboa, representada por Leopoldo de Assunção Alves (ROC nº 319) foi, na sequência de designação pelo Millennium bcp, responsável pela elaboração do relatório do revisor oficial de contas previsto no artigo 28.º do CSC, emitido em 31 de Março de 2011. O intermediário financeiro responsável pela prestação dos serviços de colocação e de assistência à Oferta O Banco Comercial Português, S.A., actuando por intermédio da sua área de banca de investimento (“Millennium investment banking”), com estabelecimento na Avenida José Malhoa, 27, 1099-010 Lisboa, é o intermediário financeiro responsável pelos serviços de colocação e de assistência à Oferta. 3.2 Disposições legais relevantes sobre responsabilidade pela informação

Nos termos do artigo 149.º, n.º 3 do Código dos Valores Mobiliários a responsabilidade das pessoas acima referidas é excluída se provarem que o destinatário tinha ou devia ter conhecimento da deficiência de conteúdo do prospecto à data da emissão da sua declaração contratual ou em momento em que a respectiva revogação ainda era possível. Nos termos do n.º 4 do mesmo artigo, a responsabilidade é ainda excluída se eventuais danos resultarem apenas do sumário de prospecto ou de qualquer das suas traduções, salvo se o mesmo contiver menções enganosas, inexactas ou incoerentes, quando lido em conjunto com os outros documentos que compõem o prospecto. Por força da alínea b), do artigo 150.º, do CódVM, o Emitente responde independentemente de culpa, em caso de responsabilidade dos membros do seu órgão de administração, ou das entidades que sejam nomeadas como responsáveis por informação contida no presente prospecto. No que respeita à presente Oferta, nos termos do artigo 153.º do CódVM, o direito à indemnização “deve ser exercido no prazo de seis meses após o conhecimento da deficiência do conteúdo do prospecto e cessa, em qualquer caso, decorridos dois anos contados desde a data da divulgação do resultado da oferta.”

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3.3 Declaração dos responsáveis pela informação contida no prospecto

As pessoas e entidades mencionadas no ponto 3.1 supra, na sua qualidade de responsáveis pela informação contida no presente documento, declaram que, tanto quanto é do seu conhecimento e após terem efectuado todas as diligências razoáveis para se certificarem de que tal é o caso, a informação constante das partes do presente prospecto pelas quais são responsáveis, está em conformidade com os factos, não existindo omissões susceptíveis de afectar de forma relevante o seu alcance.

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CAPÍTULO 4 – DESCRIÇÃO DA OFERTA PÚBLICA DE TROCA

4.1 Montante e natureza da operação

A Oferta é geral e voluntária, obrigando-se o Oferente, nos termos e condições descritos neste prospecto e nos demais documentos da Oferta, a adquirir a totalidade dos Valores que forem objecto de válida aceitação da Oferta. A Oferta tem por objecto os 1.000.000 de valores mobiliários perpétuos subordinados com juro condicionado, com o valor nominal de 1.000 euros cada, representativos da totalidade de cada uma das quatro séries emitidas. Apenas podem ser objecto de aceitação os Valores que, na data de encerramento da Oferta, se encontrem integralmente realizados, com todos os direitos inerentes e livres de quaisquer ónus, encargos e responsabilidades, bem como de quaisquer limitações ou vinculações, nomeadamente quanto aos respectivos direitos patrimoniais e/ou sociais ou à sua transmissibilidade. A aceitação da Oferta por destinatários quanto a ela sujeitos a lei estrangeira fica subordinada ao cumprimento dos respectivos requisitos legais ou regulamentares. 4.2 Montante, natureza e categoria dos valores mobiliários objecto da oferta

São objecto de Oferta os 1.000.000 de valores mobiliários perpétuos com juros condicionados, de valor nominal unitário de 1.000 euros, representativos da totalidade de cada uma das quatro séries emitidas pelo Millennium bcp, com os seguintes códigos ISIN:

– ISIN PTBCPMOM0002, de valor nominal total de 300.000.000 euros, também conhecida como “Millennium bcp Valor Capital 2009”;

– ISIN PTBCPYOM0024, de valor nominal total de 200.000.000 euros; – ISIN PTBCLZOM0019, de valor nominal total de 400.000.000 euros; – ISIN PTBAI8OM0069, de valor nominal total de 100.000.000 euros.

As Acções a emitir para efeitos do pagamento da contrapartida oferecida na presente Oferta Pública de Troca são no máximo 1.600.000.000 acções ordinárias, escriturais e nominativas sem valor nominal e destinam-se a ser admitidas à negociação no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon. As Acções a emitir para efeitos da constituição da contrapartida da Oferta conferirão os mesmos direitos aos seus titulares que as demais Acções BCP actualmente emitidas, nomeadamente o direito a dividendos, com efeitos a partir da data do registo comercial do aumento de capital incluindo, conforme aprovado na Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011, o direito a participar em eventual aumento de capital a deliberar pelo Conselho de Administração Executivo do Millennium bcp no seguimento do apuramento de resultados da presente Oferta. 4.3 Contrapartida oferecida e sua justificação

Contrapartida oferecida A contrapartida oferecida é constituída por acções do Oferente a serem emitidas para o efeito e a entregar aos aceitantes da Oferta na proporção de 1.600 Acções por cada Valor objecto de Oferta. Nos termos previstos nas condições de cada uma das emissões dos Valores, atendendo à natureza condicionada dos juros, não é aplicável a figura dos juros corridos pelo que não é devido, nem será entregue, qualquer montante adicional para além da contrapartida definida no parágrafo anterior.

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Justificação da contrapartida Durante o mês de Março de 2011 e até ao final da sessão de dia 29 de Março (após a qual foi divulgada a apresentação e aceitação de um pedido de aditamento à ordem de trabalhos da Assembleia Geral do BCP que incluía a componente de aumento de capital por novas entradas em espécie para a emissão das acções que constituem a contrapartida da presente OPT), as cotações das acções BCP oscilaram entre um máximo de €0,657 e um mínimo de €0,59, sendo a cotação média neste período de €0,633. Durante este mesmo período, os Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados transaccionaram em bolsa com uma cotação média de cerca de 64% do respectivo valor nominal. O quadro seguinte apresenta a comparação do valor de mercado de um Valor Mobiliário Perpétuo Subordinado com o valor de mercado do respectivo número de acções BCP a receber em caso de aceitação da Oferta, considerando-se para tal os valores de cotação mínima, média e máxima da acção BCP em bolsa verificados entre os dias 1 e 29 de Março de 2011, já ajustados pelo efeito de diluição decorrente da emissão de 206.518.010 acções resultantes da Incorporação de Reservas.

Como se pode constatar, mesmo considerando as acções BCP valorizadas à sua cotação mínima verificada durante o mês de Março, o rácio de troca proposto representa um prémio de cerca de 41,08%, medido em termos do valor de mercado dos respectivos títulos. Todavia, alerta-se para o facto de o cálculo deste prémio ter em conta cotações de bolsa dos Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados obtidos em condições de liquidez reduzida, pelo que tal pode afectar a fiabilidade das cotações apresentadas. Acresce que, para os efeitos previstos no artigo 28.º do CSC, o valor das entradas em espécie foi objecto de avaliação por parte de revisor oficial de contas. Em relatório emitido em 31 de Março de 2011, por Leopoldo Alves & Associado, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, Lda., inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 15, com sede na Avenida da República, 48, 1º Esq., 1050-195 Lisboa, representada por Leopoldo de Assunção Alves (ROC n.º 319), é feita a seguinte declaração: “3. Os Valores Perpétuos serão convertidos em acções ordinárias do Banco com base no seguinte algoritmo de

conversão:

Número de novas acções por cada VMPS = Valor Nominal do VMPS(1)/Max (P5(2);0,625)

(1) VMPS, Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados; (2) P5, média ponderada por volumes da cotação das acções da Sociedade no mercado regulamentado da Euronext Lisboa nos 5 dias de

negociação imediatamente anteriores ao dia do lançamento da oferta pública de troca.

V. Nominal Val. Mercado(1) Quant. Valor Emissão Val. Mercado

acção BCP = €0,565 (2) € 1.000,00 € 640,75 1.600 € 0,625 € 904,00 41,08%

acção BCP = €0,606 (2) € 1.000,00 € 640,75 1.600 € 0,625 € 969,60 51,32%

acção BCP = €0,629 (2) € 1.000,00 € 640,75 1.600 € 0,625 € 1.006,40 57,06%

Valor de mercado

Acções vs VMPS (%)

VMPS Acções BCP a entregar por VMPS

(1) à cotação média de 1/3 a 29/3 (64,0755% do VN)(2) cotação da acção BCP considerada no respectivo cenário, já ajustada do efeito da Incorporação de Reservas

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O valor de emissão de cada uma das novas acções será o correspondente à média ponderada, por volumes da cotação, das acções do Banco no mercado regulamentado da Euronext Lisboa nos 5 dias de negociação imediatamente anteriores ao dia do lançamento da oferta pública de troca, com o limite mínimo, porém, de 62,5 cêntimos de Euro (do que resulta, em caso de subscrição completa, um número máximo de acções a emitir não superior a 1.600.000.000)

(….) 7. Com base no trabalho efectuado, declaramos que os Valores Perpétuos realizados em dinheiro e registados como

instrumento de capital e como parte integrante dos Capitais Próprios do Banco, atingem o valor do capital social a emitir e, consequentemente, das acções a atribuir aos detentores dos Valores Perpétuos que venham a efectuar tais entradas, resultante da aplicação da fórmula descrita no parágrafo 3 acima.”

4.4 Modo de pagamento da contrapartida

As Acções a emitir serão atribuídas e subscritas, no âmbito da presente Oferta, mediante entradas em espécie dos Valores. As Acções serão entregues aos aceitantes da Oferta, mediante crédito das contas de registo de valores mobiliários escriturais abertas em seu nome em Intermediário Financeiro legalmente habilitado, nas quais se encontravam registados os Valores que declararam pretender alienar no âmbito da Oferta. As Acções a entregar aos aceitantes da Oferta serão creditadas nas respectivas contas após a inscrição do aumento de capital na Conservatória do Registo Comercial competente, que se prevê para o próximo dia 17 de Maio de 2011, sendo essa também a data limite para a realização das entradas. A liquidação da Oferta, prevista para o próximo dia 17 de Maio de 2011, ocorrerá após Sessão Especial de Mercado Regulamentado destinada a apurar os resultados da Oferta, nos termos do Sistema de Liquidação e Compensação previsto no Regulamento da Interbolsa n.º 3/2004 e de acordo com o estipulado no Aviso de Sessão Especial de Mercado Regulamentado. Será solicitada à NYSE Euronext Lisbon a admissão à negociação, no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon, de todas as acções a emitir no âmbito da Oferta. É intenção do Oferente proceder à admissão das Acções em simultâneo com as que vierem a ser emitidas em subsequente aumento de capital em numerário e com reserva de preferência para accionistas, caso tal aumento em numerário venha a ser deliberado conforme autorização conferida ao Conselho de Administração Executivo na Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011, na qual foram definidos os termos da presente Oferta e aprovada a possibilidade de subsequente realização daquele aumento do capital em numerário. O Oferente prevê que a admissão à negociação das Acções ocorra até ao final do mês de Junho de 2011, mas, em qualquer dos casos, e de acordo com o previsto na lei, a admissão deverá ser solicitada no prazo máximo de 90 dias após a emissão das Acções, sendo que esta depende, designadamente, do registo comercial do aumento de capital na competente Conservatória do Registo Comercial. Estas datas de admissão das Acções à negociação não prejudicam a atribuição de direitos de preferência em subsequentes aumentos de capital, e nomeadamente no eventual aumento do capital em numerário acima referido, sendo intenção do emitente promover a admissão à negociação de tais direitos em condições e período idênticos aos aplicáveis aos direitos destacados das demais acções.

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4.5 Caução ou garantia da contrapartida

Uma vez que a contrapartida da Oferta consiste apenas em valores mobiliários a emitir, não existindo lugar ao pagamento de qualquer contrapartida em numerário, não são aplicáveis à presente Oferta as obrigações de efectuar caução do valor da contrapartida em instituição financeira ou de apresentar garantia bancária que assegure o seu pagamento, nos termos do n.º 2 do artigo 177.º do CódVM, nem de bloqueio dos valores mobiliários emitidos, nos termos do n.º 1 do artigo 178.º do CódVM. 4.6 Modalidade da Oferta

A presente oferta pública de troca é geral e voluntária, revestindo a modalidade de oferta pública de troca de Valores por Acções do Oferente, sendo oferecidas 1.600 Acções por cada Valor. O Oferente obriga-se, nos termos e sob as condições constantes do presente prospecto e demais documentos da Oferta, a adquirir a totalidade dos Valores que sejam objecto de válida aceitação. A admissão à negociação das acções do Oferente no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon encontra-se sujeita à prévia emissão das acções do Oferente que constituem a contrapartida da Oferta. A presente Oferta não se encontra subordinada a quaisquer condições. As Acções a emitir destinam-se a ser subscritas pelos titulares dos Valores que sejam aceitantes da presente Oferta. Assim sendo, o aumento de capital do Millennium bcp deliberado para os efeitos da Oferta poderá ficar, no caso de subscrição incompleta, limitado às subscrições recolhidas. A operação envolverá custos e encargos legalmente aplicáveis aos compradores e vendedores em transacções de valores mobiliários executadas em sessões de bolsas nacionais e internacionais, designadamente as taxas de corretagem e comissões de realização de operações de bolsa, e os demais custos que forem acordados ou contratados, os quais deverão ser indicados pelos intermediários financeiros no momento da transmissão das declarações de aceitação, bem como os impostos que couberem na respectiva situação tributável. A comissão de realização de operações em sessão especial de bolsa que incidirá sobre o valor de emissão das Acçõesde €0,625 será suportada pelo Oferente, tanto na parte compradora como na parte vendedora. Sem prejuízo do referido no parágrafo anterior, na troca dos Valores por Acções, poderão existir comissões a pagar pelos destinatários da oferta, dependendo as mesmas da instituição financeira receptora das ordens de troca. 4.7 Assistência

Os serviços de assistência à presente Oferta são assegurados pelo Millennium investment banking. 4.8 Objectivos da aquisição

Num contexto internacional de conhecida complexidade e delicadeza, a presente OPT enquadra-se numa operação articulada que se integra num propósito de optimização das componentes de fundos próprios e, bem assim, das condições de resposta a eventuais necessidades de reforço dos capitais próprios do Banco, e que prevê englobar igualmente as seguintes outras duas componentes:

– Aumento de capital no montante de 120.400.000 euros, por incorporação de reservas de prémio de emissão mediante emissão de 206.518.010 novas acções, sem valor nominal e

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com valor de emissão de 0,583 Euros (definido com base na média ponderada por volumes da cotação das Acções BCP no mercado regulamentado Euronext Lisbon nos 5 dias de negociação imediatamente anteriores à data da Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011);

– Possibilidade de o Conselho de Administração Executivo completar (ou complementar) o montante de eventual subscrição incompleta com deliberação de aumento de capital em numerário, com direito de preferência dos accionistas (incluindo, pois, os accionistas que tiverem recebido ou subscrito acções tanto na presente OPT como no aumento de capital por incorporação de reservas acima descrito), em montante correspondente à parte da subscrição que houver ficado incompleta, ou, no caso de a percentagem de subscrição ser igual ou superior a 75%, correspondente à parte eventualmente não subscrita acrescida de 250.000.000 euros, sem prejuízo ou limitação das competências estatutárias do Conselho de Administração Executivo e da avaliação que este venha a fazer da necessidade ou conveniência de reforço de fundos próprios. Conforme referido, as acções subscritas na presente OPT terão direitos de preferência em subsequentes aumentos de capital, e nomeadamente no eventual aumento do capital em numerário acima referido, sendo que esses direitos serão transaccionáveis nos termos gerais aplicáveis a todas as acções.

Neste sentido, e para o cumprimento do objectivo de optimização das componentes de fundos próprios, a presente OPT permitirá alcançar a substituição de elementos dos fundos próprios de menor ponderação, como os Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados com juros condicionados anteriormente emitidos, por acções ordinárias representativas de capital social, através de aumento de capital por entradas em espécie. 4.9 Declarações de aceitação

O prazo da Oferta é de duas semanas e decorrerá entre as 8.30 horas do dia 2 de Maio de 2011 e as 15.00 horas do dia 13 de Maio de 2011, sendo esta a última hora até à qual as aceitações poderão ser recebidas. Nos termos do disposto na lei, designadamente no n.º 2 do artigo 183.º do CódVM, o prazo da Oferta poderá ser prorrogado por decisão da CMVM, a pedido do Oferente ou por sua própria iniciativa, em caso de revisão da Oferta, lançamento de oferta concorrente ou quando a protecção dos interesses dos destinatários da Oferta o justifique. A operação será executada na Euronext Lisbon, devendo a aceitação da presente oferta pública de troca por parte dos destinatários da Oferta manifestar-se durante o período da Oferta, através de ordens de venda transmitidas em qualquer balcão do Millennium bcp, nas sociedades corretoras, nas sociedades financeiras de corretagem e nos balcões dos intermediários financeiros habilitados a prestar o serviço de registo e depósito de valores mobiliários. De acordo com o disposto no n.º 2 do artigo 126.º, no n.º 6 do artigo 185.º-A e no n.º 3 do artigo 133.º do CódVM, os destinatários da Oferta têm o direito de revogar a declaração de aceitação através de comunicação escrita dirigida ao intermediário financeiro que a recebeu:

a) em geral, em qualquer momento até cinco dias antes do termo do prazo da Oferta ou em prazo inferior constante dos documentos da Oferta;

b) no caso de lançamento de oferta concorrente, até ao último dia do período de aceitações;

c) no caso de suspensão da Oferta pela CMVM, até ao quinto dia posterior ao termo da

suspensão, com direito à restituição do que tenha sido entregue.

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Assim, na presente oferta, e de acordo com o estipulado pelo Oferente, os destinatários têm o direito de revogar a declaração de aceitação até ao último dia do período de aceitações, ou seja, até às 15.00 horas do dia 13 de Maio de 2011. Os intermediários financeiros deverão enviar ao Millennium investment banking (intermediário financeiro responsável pela Oferta) informação diária sobre as aceitações e revogações recebidas, com indicação das respectivas quantidades, para o número de fax 21 110 1135. 4.10 Resultado da Oferta

O resultado da Oferta será apurado em Sessão Especial de Mercado Regulamentado a ter lugar na Euronext Lisbon, previsivelmente no próximo dia 16 de Maio de 2011, em hora a designar no respectivo Aviso de Sessão Especial, sendo esta entidade igualmente responsável pela divulgação do Resultado da Oferta. O resultado da Oferta será objecto de publicação no Boletim de Cotações da Euronext Lisbon e disponibilizado nos sítios da Euronext Lisbon e da CMVM na internet. Prevê-se que a liquidação da Oferta ocorra no dia útil seguinte à data da Sessão Especial de Mercado Regulamentado destinada a apurar os resultados da Oferta nos termos do Regulamento da Interbolsa n.º 3/2004, relativo às regras operacionais gerais dos sistemas de liquidação de valores mobiliários, e de acordo com o estipulado no Aviso de Sessão Especial, ou seja, no dia 17 de Maio de 2011. 4.11 Diluição

Nos termos da legislação aplicável, não é conferido direito de subscrição preferencial aos actuais accionistas do Millennium bcp na parte do presente aumento de capital a realizar por entradas em espécie, pelo que, em caso de aceitação completa por parte dos detentores dos Valores objecto da Oferta, todos os actuais accionistas do Millennium bcp sofrerão uma diluição da sua participação, sendo a diluição directamente resultante da realização da OPT equivalente a 24,61%, resultante do quociente entre a quantidade de novas acções emitidas e oferecidas em contrapartida na Oferta e a quantidade total final de acções representativas do capital social do Millennium bcp (já incluindo também as acções emitidas no âmbito da Incorporação de Reservas). A título exemplificativo, um accionista do Millennium bcp que detenha, à data do presente prospecto, uma participação correspondente a 1% do actual capital social e que venha a receber a sua correspondente proporção das Acções emitidas no âmbito da Incorporação de Reservas, verá a sua participação reduzida para cerca de 0,7539% do capital social em resultado do pleno sucesso da presente Oferta.

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CAPÍTULO 5 – DESCRIÇÃO DAS ACÇÕES QUE CONSTITUEM A CONTRAPARTIDA DA OFERTA

5.1 Montante e natureza

No âmbito da Oferta Pública de Troca, serão emitidas até 1.600.000.000 acções ordinárias, escriturais e nominativas sem valor nominal, com um valor de emissão de € 0,625, representativas do capital social do Millennium bcp, mediante novas entradas em espécie constituídas pelos Valores. O valor de emissão total final das Acções BCP a emitir ficará dependente do número de aceitações que se verifiquem na Oferta Pública de Troca, facto que poderá determinar sujeição da emissão ao regime da subscrição incompleta. Todas as Acções são emitidas em euros, ao abrigo da lei portuguesa, de acordo com o Código das Sociedades Comerciais, o CódVM, os estatutos do Emitente e demais legislação aplicável. 5.2 Motivos da emissão de acções

A emissão de até 1.600.000.000 Acções destina-se a servir de contrapartida na Oferta Pública de Troca de Valores lançada pelo Emitente no âmbito da qual este se compromete a entregar as referidas Acções a emitir, com um valor de emissão de € 0,625, representativas do seu capital social por cada Valor que ainda não seja detido pelo próprio Emitente. Será solicitada à NYSE Euronext Lisbon a admissão à negociação, no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon, de todas as acções a emitir no âmbito da Oferta. É intenção do Oferente proceder à admissão das Acções em simultâneo com as que vierem a ser emitidas em subsequente aumento de capital em numerário e com reserva de preferência para accionistas, caso tal aumento em numerário venha a ser deliberado conforme autorização conferida ao Conselho de Administração Executivo na Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011, na qual foram definidos os termos da presente Oferta e aprovada a possibilidade de subsequente realização daquele aumento do capital em numerário. O Oferente prevê que a admissão à negociação das Acções ocorra até ao final do mês de Junho de 2011, mas, em qualquer dos casos, e de acordo com o previsto na lei, a admissão deverá ser solicitada no prazo máximo de 90 dias após a emissão das Acções, sendo que esta depende, designadamente, do registo comercial do aumento de capital na competente Conservatória do Registo Comercial. Estas datas de admissão das Acções à negociação não prejudicam a atribuição de direitos de preferência em subsequentes aumentos de capital, e nomeadamente no eventual aumento do capital em numerário acima referido, sendo intenção do emitente promover a admissão à negociação de tais direitos em condições e período idênticos aos aplicáveis aos direitos destacados das demais acções. O Millennium bcp não irá auferir qualquer receita monetária em resultado da emissão das Acções, uma vez que a mesma é realizada por novas entradas em espécie de Valores. As despesas totais com a presente Oferta foram estimadas pelo Emitente em cerca de 400 mil euros. 5.3 Deliberações, autorizações e aprovações

Em 18 de Abril de 2011, os accionistas do Millennium bcp deliberaram em Assembleia Geral aprovar aumentar o capital social em 1.120.400.000 Euros, sendo o aumento total integrado por:

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– Aumento no montante de 120.400.000 Euros, por incorporação de reservas de prémio de emissão, mediante a emissão de 206.518.010 novas acções ordinárias, escriturais e nominativas sem valor nominal, com valor de emissão de 0,583 Euros (correspondente à média ponderada por volumes da cotação da Sociedade no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon nos 5 dias de negociação imediatamente anteriores à referida Assembleia Geral), a atribuir aos accionistas do Banco nos termos legais, e

– Aumento por novas entradas em espécie em 1.000.000.000 Euros, limitado às subscrições recolhidas, mediante a emissão de novas acções ordinárias, escriturais e nominativas sem valor nominal, com valor de emissão a fixar, designadamente sem ágio e correspondente à média ponderada por volumes da cotação da Sociedade no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon nos 5 dias de negociação imediatamente anteriores ao lançamento da oferta pública de troca, com o limite mínimo, porém, de 62,5 cêntimos de Euro e, consequentemente, com um número máximo de acções a emitir não superior a 1.600.000.000, sendo as novas entradas constituídas por valores mobiliários designados “Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados com Juros Condicionados” (a “OPT”).

Com base nas cotações da acção BCP verificadas para os períodos referidos acima, as deliberações tomadas pelos accionistas resultam na emissão de um total máximo de 1.806.518.010 Acções, das quais:

– 206.518.010 Acções, com um valor de emissão de € 0,583, resultantes da Incorporação de Reservas;

– 1.600.000.000 Acções, com possibilidade de subscrição incompleta, com um valor de emissão de € 0,625, destinadas a servir de contrapartida na presente Oferta Pública de Troca.

5.4 Categoria, forma de representação e emissão das Acções

As Acções são ordinárias, nominativas e com representação escritural, sem valor nominal e serão objecto de inscrição nas contas dos respectivos intermediários financeiros legalmente habilitados, não havendo lugar à emissão de títulos. A inscrição em conta das Acções será efectuada na sequência do registo da deliberação do aumento de capital na competente Conservatória do Registo Comercial, prevista para o dia 17 de Maio de 2011. O Emitente não pode, contudo, garantir a obtenção do registo comercial na data atrás indicada. De acordo com o estabelecido nos estatutos do Banco, as Acções serão fungíveis com as demais acções do Emitente e conferirão aos seus titulares, a partir da data da respectiva emissão, os mesmos direitos que as demais acções existentes antes da Oferta. Os dividendos que não sejam reclamados consideram-se abandonados a favor do Estado quando, durante o prazo de 5 anos, os titulares ou possuidores das respectivas acções não hajam cobrado ou tentado cobrar aqueles rendimentos ou não tenham manifestado por outro modo legítimo e inequívoco o seu direito sobre os mesmos (Decreto-Lei n.º 187/70, de 30 de Abril). À semelhança das demais acções do Emitente, as Acções serão inscritas no sistema centralizado (CVM) gerido pela Interbolsa – Sociedade Gestora de Sistemas de Liquidação e de Sistemas Centralizados de Valores Mobiliários, com sede na Avenida da Boavista, 3433, 4100-138 Porto.

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5.5 Preço e liquidação

Não haverá lugar ao pagamento, pelos subscritores, de qualquer valor pecuniário pela subscrição das Acções, uma vez que a sua emissão será realizada por novas entradas em espécie de Valores, no âmbito da OPT. A operação envolverá custos e encargos legalmente aplicáveis aos compradores e vendedores em transacções de valores mobiliários executadas em sessões de bolsas nacionais e internacionais, designadamente as taxas de corretagem e comissões de realização de operações de bolsa, e os demais custos que forem acordados ou contratados, os quais deverão ser indicados pelos intermediários financeiros no momento da transmissão das declarações de aceitação, bem como os impostos que couberem na respectiva situação tributável. A comissão de realização de operações em Sessão Especial de Bolsa que incidirá sobre o valor de emissão das Acções de €0,625 será suportada pelo Oferente, tanto na parte compradora como na parte vendedora. Sem prejuízo do referido no parágrafo anterior, poderão recair comissões a pagar pelos aceitantes da presente Oferta, dependendo as mesmas da instituição financeira receptora das ordens de subscrição. Prevê-se que a liquidação da OPT ocorra no dia útil após a Sessão Especial de Mercado Regulamentado destinada a apurar os resultados da Oferta Pública de Troca, ou seja no dia 17 de Maio de 2011, com sujeição à efectiva inscrição das Acções na competente Conservatória do Registo Comercial. 5.6 Colocação, períodos e locais de aceitação e resultados

As Acções destinam-se a servir como contrapartida na OPT sendo oferecidas à subscrição por parte dos titulares de Valores que decidam aceitar as condições da Oferta, trocando um Valor por 1.600 Acções, conforme condições descritas no Capítulo 4 do presente prospecto. Assim, não haverá lugar à colocação de Acções directamente à subscrição por parte dos investidores, uma vez que a emissão destas acções se realizará em espécie, por contrapartida da OPT. Desta forma, os períodos e locais de aceitação das ordens de subscrição das Acções correspondem aos períodos e locais de aceitação das ordens de aceitação da Oferta Pública de Troca descritos no ponto 4.9 (Declarações de aceitação). Decorre do exposto que o número exacto de Acções a emitir apenas será determinado após o encerramento da OPT e em função do apuramento dos resultados daquela Oferta que se espera serão divulgados no dia 16 de Maio de 2011 e nos quais se fará também referência ao resultado da emissão de Acções. 5.7 Organização e liderança

O apoio à emissão das Acções é prestado pelo Millennium investment banking. 5.8 Regime de transmissão das acções representativas ao capital social do Millennium bcp

Não existem quaisquer restrições estatutárias e legais quanto à livre negociabilidade das acções representativas do capital do Millennium bcp, as quais são livremente transmissíveis de acordo com as normas legais aplicáveis.

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5.9 Serviço financeiro

O serviço financeiro dos valores mobiliários do Emitente, nomeadamente o pagamento de dividendos, será assegurado pela própria entidade Emitente. Os dividendos que não sejam reclamados consideram-se abandonados a favor do Estado quando, durante o prazo de 5 anos, os titulares ou possuidores das respectivas acções não hajam cobrado ou tentado cobrar aqueles rendimentos ou não tenham manifestado por outro modo legítimo e inequívoco o seu direito sobre os mesmos (Decreto-Lei n.º 187/70, de 30 de Abril). 5.10 Admissão à negociação

Será solicitada à NYSE Euronext Lisbon a admissão à negociação, no Mercado Regulamentado Euronext Lisbon, de todas as acções a emitir no âmbito da Oferta. É intenção do Oferente proceder à admissão das Acções em simultâneo com as que vierem a ser emitidas em subsequente aumento de capital em numerário e com reserva de preferência para accionistas, caso tal aumento em numerário venha a ser deliberado conforme autorização conferida ao Conselho de Administração Executivo na Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011, na qual foram definidos os termos da presente Oferta e aprovada a possibilidade de subsequente realização daquele aumento do capital em numerário. O Oferente prevê que a admissão à negociação das Acções ocorra até ao final do mês de Junho de 2011, mas, em qualquer dos casos, e de acordo com o previsto na lei, a admissão deverá ser solicitada no prazo máximo de 90 dias após a emissão das Acções, sendo que esta depende, designadamente, do registo comercial do aumento de capital na competente Conservatória do Registo Comercial. Estas datas de admissão das Acções à negociação não prejudicam a atribuição de direitos de preferência em subsequentes aumentos de capital, e nomeadamente no eventual aumento do capital em numerário acima referido, sendo intenção do emitente promover a admissão à negociação de tais direitos em condições e período idênticos aos aplicáveis aos direitos destacados das demais acções. 5.11 Estabilização

Não foi celebrado qualquer contrato de liquidez ou de fomento, nem se prevê que venha a existir qualquer actividade de estabilização de preços relacionada com a Oferta. 5.12 Direitos atribuídos às Acções e seu exercício

De acordo com o estabelecido nos estatutos do Banco, as Acções serão fungíveis com as demais Acções BCP e conferirão aos seus titulares, a partir da data da respectiva emissão, os mesmos direitos que as demais acções. Para mais informação sobre os direitos inerentes às Acções BCP e seu exercício, deverá ser consultado o ponto 15.4.1 do prospecto. No que respeita ao regime fiscal aplicável à titularidade e à transmissão das Acções BCP, ver Capítulo 6 – Regime Fiscal.

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5.13 Momento e circunstâncias em que a Oferta pode ser alterada, retirada ou suspensa

Como anteriormente referido, a emissão das Acções é realizada única e exclusivamente para servir como contrapartida na Oferta Pública de Troca. Portanto, caso se retire ou não se venha a executar a OPT, não haverá lugar à emissão das Acções. 5.14 Eventuais ofertas públicas de aquisição obrigatórias

O Millennium bcp é uma sociedade aberta com a totalidade do seu capital social admitido à negociação no mercado regulamentado Euronext Lisbon e, nessa medida, encontra-se sujeita aos regimes aplicáveis às ofertas públicas de aquisição (OPA) voluntárias e obrigatórias, à aquisição potestativa e à perda de qualidade de sociedade aberta. O regime aplicável às OPA obrigatórias encontra-se estabelecido no CódVM, cuja versão actualmente em vigor incorpora já as alterações introduzidas pelo diploma que procedeu à transposição para o ordenamento jurídico nacional das regras previstas na Directiva n.º 2004/25/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de Abril de 2004, relativa às ofertas públicas de aquisição. Nos termos do disposto no artigo 187.º do CódVM, o dever de lançamento de uma OPA obrigatória sobre a totalidade das acções representativas do capital social de uma sociedade aberta e de outros valores mobiliários emitidos por essa sociedade que confiram o direito à subscrição ou aquisição das respectivas acções recai sobre qualquer pessoa singular ou colectiva que ultrapasse, directamente ou nos termos do n.º 1 do artigo 20.º do CódVM, um terço ou metade dos direitos de voto correspondentes ao capital social dessa sociedade. De acordo com o n.º 1 do artigo 20.º do CódVM, no cômputo dos direitos de voto imputáveis a um participante no capital social de uma sociedade aberta consideram-se as acções de que este tenha a titularidade ou o usufruto, bem como os direitos de voto:

a) Detidos por terceiro em nome próprio, mas por conta do participante; b) Detidos por sociedade que se encontre em relação de domínio ou de grupo com o

participante, nos termos do artigo 21.º do CódVM; c) Detidos por titulares do direito de voto com os quais o participante tenha celebrado acordo

para o seu exercício, salvo se, pelo mesmo acordo, estiver vinculado a seguir instruções de terceiro;

d) Detidos, se o participante for uma sociedade, pelos membros dos seus órgãos de administração e de fiscalização;

e) Que o participante possa adquirir em virtude de acordo celebrado com os respectivos titulares;

f) Inerentes a acções detidas em garantia pelo participante ou por este administradas ou depositadas junto dele, se os direitos de voto lhe tiverem sido atribuídos;

g) Detidos por titulares do direito de voto que tenham conferido ao participante poderes discricionários para o seu exercício;

h) Detidos por pessoas que tenham celebrado algum acordo com o participante que vise adquirir o domínio da sociedade ou frustrar a alteração de domínio ou que, de outro modo, constitua um instrumento de exercício concertado de influência sobre a sociedade participada, sendo que, nos termos dos números 4 e 5 do citado artigo 20.º do CódVM, se presume, de forma ilidível perante a CMVM, serem instrumento desse exercício concertado de influência os acordos relativos à transmissibilidade das acções representativas do capital social da sociedade aberta participada;

i) Imputáveis a qualquer das pessoas referidas numa das alíneas anteriores por aplicação, com as devidas adaptações, de critério constante de alguma das outras alíneas.

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Nos termos do disposto no n.º 1 do artigo 188.º do CódVM, a contrapartida de oferta pública de aquisição obrigatória não pode ser inferior ao mais elevado dos seguintes montantes:

a) O maior preço pago pelo oferente ou por qualquer das pessoas que, em relação a ele, estejam em alguma das situações previstas no n.º 1 do artigo 20.º pela aquisição de valores mobiliários da mesma categoria, nos seis meses imediatamente anteriores à data da publicação do anúncio preliminar da oferta;

b) O preço médio ponderado desses valores mobiliários apurado em mercado regulamentado durante o mesmo período.

Todavia, se a contrapartida não puder ser determinada por recurso aos critérios acima indicados ou se a CMVM entender que a contrapartida, em dinheiro ou em valores mobiliários, proposta pelo oferente não se encontra devidamente justificada ou não é equitativa, por ser insuficiente ou excessiva, a contrapartida mínima será fixada a expensas do oferente por auditor independente designado pela CMVM. Nos termos do número 3 do artigo 188.º do CódVM, a contrapartida, em dinheiro ou em valores mobiliários, proposta pelo oferente de uma OPA obrigatória presume-se não equitativa se:

a) o preço mais elevado tiver sido fixado mediante acordo entre o adquirente e o alienante através de negociação particular;

b) os valores mobiliários em causa apresentarem liquidez reduzida por referência ao mercado regulamentado em que se encontrem admitidos à negociação;

c) tiver sido fixada com base no preço de mercado dos valores mobiliários em causa e aquele ou o mercado regulamentado em que se encontrem admitidos à negociação tiverem sido afectados por acontecimentos excepcionais.

A contrapartida na OPA obrigatória pode consistir em dinheiro ou em valores mobiliários. Apenas se admite a entrega de valores mobiliários em contrapartida desde que se encontrem preenchidas duas condições cumulativas: (i) os valores mobiliários oferecidos como contrapartida serem do mesmo tipo dos que são objecto da OPA; (ii) esses valores mobiliários se encontrarem admitidos ou serem da mesma categoria de valores mobiliários de comprovada liquidez admitidos à negociação em mercado regulamentado. Porém, independentemente de se encontrarem verificadas as referidas condições, se o oferente ou pessoas que se encontrem em alguma das situações previstas no n.º 1 do artigo 20.º do CódVM tiverem adquirido, nos 6 meses anteriores ao anúncio preliminar e até ao encerramento da OPA, quaisquer acções representativas do capital social da sociedade visada com pagamento em dinheiro, deverá ser oferecida contrapartida equivalente em dinheiro. 5.15 Outras ofertas

Para além da Incorporação de Reservas, nem em simultâneo nem em data aproximada foram subscritas, ou oferecidas de forma particular, Acções BCP da mesma categoria das Acções objecto do presente prospecto. Não foram lançadas por terceiros quaisquer ofertas públicas de aquisição de acções representativas do capital social do Emitente, nem durante o exercício em curso, nem durante o último exercício. Não obstante, sendo uma sociedade aberta, nos termos descritos no CódVM, o Emitente encontra-se sujeito aos regimes das ofertas públicas voluntárias e obrigatórias, das ofertas de aquisição e de alienação potestativas e da perda de qualidade de sociedade aberta previstas no referido diploma, sumariamente descrito no anterior ponto 5.14.

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5.16. Legislação aplicável e foro competente Nos termos e para os efeitos do disposto na alínea n) do n.º 1 do artigo 138.º do Cód.VM, os contratos a celebrar entre o Emitente e os titulares de acções da Sociedade Visada, que aceitem a Oferta, reger-se-ão pela Lei Portuguesa. Eventuais litígios emergentes destes contratos serão dirimidos pelos tribunais do foro da Comarca de Lisboa.

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CAPÍTULO 6 – REGIME FISCAL

O presente capítulo constitui um resumo do regime fiscal aplicável em Portugal, à data do presente prospecto, à troca dos Valores pelas Acções BCP e à detenção e transmissão destas. O enquadramento descrito é o geral e está sujeito a alterações, incluindo alterações que podem ter efeito retroactivo. O presente capítulo não representa uma análise completa dos potenciais efeitos fiscais da decisão de trocar os Valores pelas Acções BCP ou de deter as Acções. Não foram tomados em consideração regimes transitórios eventualmente aplicáveis. Os potenciais investidores devem consultar os seus próprios consultores sobre as consequências e implicações da aquisição, detenção, transmissão e troca dos Valores e das Acções BCP à luz das suas circunstâncias particulares, incluindo as implicações de outros ordenamentos jurídicos. As consequências fiscais podem variar de acordo com as disposições de convenções para evitar a dupla tributação celebradas por Portugal (“Convenções”) ou características particulares dos investidores. 6.1 Rendimentos derivados da troca de Valores por Acções

6.1.1 Residentes e não residentes com estabelecimento estável em Portugal

Pessoas singulares

As mais-valias obtidas por pessoas singulares residentes em Portugal resultantes da troca de Valores por Acções são consideradas rendimentos da Categoria G do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (“IRS”) (incrementos patrimoniais). A mais-valia é dada pela diferença entre o valor de realização e o valor de aquisição. O valor de realização, no caso de troca, corresponde ao valor atribuído às Acções recebidas, ou o valor de mercado, quando aquele não exista ou este seja superior. O valor de aquisição, tratando-se de valores mobiliários cotados em bolsa, é o custo documentalmente provado ou, na sua falta, o da menor cotação verificada nos dois anos anteriores à data da alienação, se outro menos elevado não for declarado. Ao valor de aquisição acrescem as despesas inerentes à aquisição dos valores mobiliários (por ex. custos com os intermediários financeiros). Consideram-se alienados os Valores adquiridos há mais tempo. O saldo anual positivo entre as mais-valias e as menos-valias realizadas com a troca de Valores por Acções (e na alienação de outros valores mobiliários e activos financeiros) é tributado à taxa especial de IRS de 20%, sem prejuízo do seu englobamento por opção dos respectivos titulares e tributação a taxas progressivas que podem atingir 46,5%. O saldo positivo até ao valor anual de € 500 entre as mais-valias e menos-valias resultantes da alienação de acções, de obrigações e outros títulos de dívida, obtido por pessoas singulares residentes em Portugal, está isento de IRS. Para apuramento do referido saldo, positivo ou negativo, não relevam as perdas apuradas quando a contraparte da operação estiver sujeita no país, território ou região de domicílio a um regime fiscal claramente mais favorável, constante da lista aprovada pela Portaria n.º 150/2004, de 13 de Fevereiro. Pessoas colectivas

As mais-valias obtidas por pessoas colectivas residentes em Portugal ou não residentes com estabelecimento estável situado em território português ao qual os rendimentos sejam imputáveis com a troca de Valores por Acções são consideradas rendimentos, concorrem para a formação do lucro tributável e estão sujeitas a Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (“IRC”). A taxa do regime geral de IRC corresponde a 12,5% para matéria colectável até € 12.500 e a 25% para o remanescente. Pode ainda acrescer derrama municipal, que pode atingir 1,5% do lucro tributável.

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É ainda aplicável uma derrama estadual à taxa de 2,5% sobre a parte do lucro tributável que exceda € 2 000 000. As mais-valias são dadas pela diferença entre o valor de realização, líquido dos encargos que lhe sejam inerentes, e o valor de aquisição deduzido das perdas por imparidade e outras correcções de valor previstas no artigo 35.º do Código do IRC. Considera-se valor de realização o valor de mercado das Acções. O saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias resultante da alienação de obrigações e outros títulos de dívida detidos por fundos de investimento ou sociedades de investimento que não mistos ou fechados de subscrição particular beneficia de isenção. 6.1.2 Não residentes sem estabelecimento estável em Portugal

Pessoas singulares

As mais-valias obtidas com a troca de Valores por Acções por pessoas singulares não residentes estão sujeitas a IRS. O saldo anual positivo entre as mais-valias e as menos-valias realizadas com a com a troca de Valores por Acções (e outros valores mobiliários e activos financeiros) é tributado à taxa especial de IRS de 20%. É aplicável uma isenção de IRS, salvo no caso de pessoas singulares domiciliadas em país, território ou região sujeitas a um regime fiscal mais favorável, constante da Portaria n.º 150/2004, de 13 de Fevereiro. Nos termos das Convenções, o Estado Português está geralmente limitado na sua competência para tributar essas mais-valias, mas esse tratamento fiscal convencional deve ser aferido casuisticamente. Pessoas colectivas

As mais-valias provenientes da troca de Valores por Acções obtidas por pessoas colectivas não residentes em território português e sem estabelecimento estável ao qual as mesmas sejam imputáveis em Portugal estão sujeitas a IRC. Não obstante, é aplicável uma isenção de IRC, salvo no caso de: a) a entidades detidas, directa ou indirectamente, em mais de 25%, por entidades residentes; ou b) entidades domiciliadas em país, território ou região sujeitas a um regime fiscal mais favorável, constante da Portaria n.º 150/2004, de 13 de Fevereiro. No caso de o não residente não beneficiar da isenção, as mais-valias são tributadas à taxa de 25%. Nos termos das Convenções, o Estado Português está geralmente limitado na sua competência para tributar essas mais-valias, mas esse tratamento fiscal convencional deve ser aferido casuisticamente. 6.2 Rendimentos derivados da detenção de Acções

6.2.1 Pessoas singulares residentes para efeitos fiscais em Portugal ou com estabelecimento estável em Portugal ao qual sejam imputáveis rendimentos associados às Acções

Rendimentos decorrentes da titularidade das Acções

Os dividendos colocados à disposição dos titulares das Acções são tributáveis em sede de IRS. É retido IRS, à taxa de 21,5%, aquando da colocação à disposição, tendo esta retenção na fonte natureza liberatória.

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Os titulares dos dividendos podem optar por englobar estes rendimentos, declarando-os em conjunto com os demais rendimentos auferidos. Neste caso, os dividendos serão tributados em apenas metade do seu montante, à taxa que resultar da aplicação dos escalões progressivos de tributação do rendimento global do ano em apreço, até 46,5%, tendo o imposto retido na fonte a natureza de pagamento por conta do imposto devido em termos finais. A taxa de retenção na fonte corresponde a 30% e tem natureza liberatória quando os dividendos sejam pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de terceiros não identificados. Se for identificado o beneficiário efectivo, aplicam-se as regras gerais acima descritas. Ganhos (mais-valias) e perdas (menos-valias) realizados na transmissão onerosa das Acções

O saldo anual positivo entre as mais-valias e as menos-valias realizadas com a alienação de Acções (e outros valores mobiliários e activos financeiros) é tributado à taxa especial de IRS de 20%, sem prejuízo do seu englobamento por opção dos respectivos titulares e tributação a taxas progressivas que podem atingir 46,5%. O saldo positivo até ao valor anual de € 500 entre as mais-valias e menos-valias resultantes da alienação de acções, de obrigações e outros títulos de dívida está isento de IRS. Para apuramento do saldo, positivo ou negativo, mencionado no parágrafo anterior não relevam as perdas apuradas quando a contraparte da operação estiver sujeita no país, território ou região em que se encontre domiciliada para efeitos fiscais a um regime fiscal claramente mais favorável, constante da lista aprovada pela Portaria n.º 150/2004, de 13 de Fevereiro. Aquisição gratuita das Acções

Está sujeita a Imposto do Selo, à taxa de 10%, a aquisição a título gratuito (por morte ou em vida) das acções por pessoas singulares residentes para efeitos fiscais em Portugal. O cônjuge, unidos de facto, ascendentes ou descendentes beneficiam de isenção de Imposto de Selo em tais aquisições. 6.2.2 Pessoas singulares não residentes para efeitos fiscais em Portugal sem estabelecimento estável ao qual sejam imputáveis os rendimentos associados às Acções

Rendimentos decorrentes da titularidade das Acções

Os dividendos colocados à disposição dos titulares das Acções são tributáveis em sede de IRS. É retido IRS, à taxa de 21,5%, aquando da colocação à disposição, tendo esta retenção na fonte natureza liberatória. A taxa referida pode ser reduzida nos termos de uma Convenção em vigor entre Portugal e o país de residência fiscal do titular das Acções, caso se verifiquem as condições substanciais de aplicação de tal redução e se cumpram as formalidades previstas na legislação fiscal portuguesa para a invocação de uma Convenção. A taxa de retenção na fonte corresponde a 30% e tem natureza liberatória quando os dividendos sejam pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de terceiros não identificados. Se for identificado o beneficiário efectivo, aplicam-se as regras gerais acima descritas.

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Ganhos (mais-valias) e perdas (menos-valias) realizados na transmissão onerosa das Acções

As mais-valias na transmissão a título oneroso das Acções obtidas por pessoas singulares não residentes estão sujeitas a IRS. O saldo anual positivo entre as mais-valias e as menos-valias realizadas com a alienação de acções (e outros valores mobiliários e activos financeiros) é tributado à taxa especial de IRS de 20%. É aplicável uma isenção de IRS, salvo no caso de pessoas singulares domiciliadas em país, território ou região sujeitas a um regime fiscal mais favorável, constante da Portaria n.º 150/2004, de 13 de Fevereiro, ou com o qual não esteja em vigor uma convenção destinada a evitar a dupla tributação internacional ou um acordo sobre troca de informações em matéria fiscal. Nos termos das Convenções, o Estado Português está geralmente limitado na sua competência para tributar essas mais-valias, mas esse tratamento fiscal convencional deve ser aferido casuisticamente. Em algumas Convenções, a exclusão de tributação não se aplica se a maioria do activo da sociedade portuguesa for constituído, directa ou indirectamente, por bens imóveis ou direitos reais sobre bens imóveis situados em território português. Aquisição gratuita das Acções

Não está sujeita a Imposto do Selo a aquisição a título gratuito (por morte ou em vida) das Acções por pessoas singulares não residentes para efeitos fiscais em Portugal. 6.2.3 Pessoas colectivas residentes para efeitos fiscais em Portugal ou pessoas colectivas não residentes com estabelecimento estável em Portugal ao qual sejam imputáveis os rendimentos associados às Acções

Rendimentos decorrentes da titularidade das Acções

Os dividendos colocados à disposição dos titulares das Acções são tributáveis em sede de IRC. É retido IRC, à taxa de 21,5%, aquando da colocação à disposição, tendo esta retenção na fonte natureza de pagamento por conta do imposto devido em termos finais. O IRC incide sobre a matéria colectável (resultante, em termos gerais, da dedução dos prejuízos fiscais reportáveis ao lucro tributável) a uma taxa até 25% (12,5% para os primeiros € 12.500 de matéria colectável; 25% para o remanescente). Poderá acrescer uma derrama municipal, a uma taxa variável de acordo com a decisão dos órgãos municipais em cada ano, até 1,5% do lucro tributável. É ainda aplicável uma derrama estadual à taxa de 2,5% sobre a parte do lucro tributável que exceda € 2.000.000. Caso o titular das Acções não seja abrangido pelo regime de transparência fiscal e detenha acções representativas de pelo menos 10% do capital social os dividendos serão dedutíveis para efeitos de apuramento do lucro tributável, contanto que as acções permaneçam na sua titularidade, de modo ininterrupto, durante um ano. Se esse período já se houver completado à data da colocação à disposição dos dividendos do Banco, haverá lugar a dispensa da obrigação de retenção na fonte de IRC à taxa de 21,5% referida no parágrafo anterior. Não existe obrigação de retenção na fonte, total ou parcial, sobre os lucros do Banco colocados à disposição de sujeitos passivos isentos de IRC quanto a estes rendimentos (a título meramente exemplificativo: pessoas colectivas de utilidade pública e de solidariedade social; fundos de pensões; fundos de poupança-reforma, poupança-educação e poupança-reforma/educação; fundos de capital de risco; e fundos de poupança em acções, desde que, em qualquer dos casos relativos aos fundos, os mesmos se constituam e operem de acordo com a legislação portuguesa) .

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Há lugar a tributação autónoma, à taxa de 20%, dos lucros distribuídos pelo Banco a entidades que beneficiem de isenção total ou parcial de IRC (abrangendo, neste último caso, os rendimentos de capitais) se as acções não forem detidas por tais entidades pelo período mínimo de um ano, o qual pode ser completado após a colocação à disposição. A taxa de retenção na fonte corresponde a 30% e tem natureza liberatória quando os dividendos sejam pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de terceiros não identificados. Se for identificado o beneficiário efectivo, aplicam-se as regras gerais acima descritas. Ganhos (mais-valias) e perdas (menos-valias) realizados na transmissão onerosa das Acções

As mais e menos-valias realizadas concorrem para a formação do lucro tributável em sede de IRC. O IRC incide sobre a matéria colectável (resultante, em termos gerais, da dedução dos prejuízos fiscais reportáveis ao lucro tributável) a uma taxa até 25% (12,5% para os primeiros € 12.500 de matéria colectável; 25% para o remanescente). Poderá acrescer uma derrama municipal, a uma taxa variável de acordo com a decisão dos órgãos municipais em cada ano, até 1,5% do lucro tributável. É ainda aplicável uma derrama estadual à taxa de 2,5% sobre a parte do lucro tributável que exceda € 2.000.000. Para efeitos de apuramento das mais e menos-valias fiscais, o custo de aquisição das acções detidas há pelo menos dois anos à data da transmissão onerosa é objecto de actualização mediante a aplicação de coeficientes de desvalorização monetária aprovados anualmente por Portaria do Ministro das Finanças. Para efeitos de determinação do lucro tributável, a diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias realizadas mediante a transmissão onerosa de partes de capital é considerada em apenas 50% do seu valor, desde que respeitadas as seguintes condições:

a) O valor de realização seja totalmente reinvestido no período de tributação anterior, no próprio, ou até ao final do segundo período de tributação seguinte ao da realização (i) na aquisição de participações no capital de sociedades comerciais ou civis sob a forma comercial; (iii) e/ou na aquisição, produção ou construção de activos fixos tangíveis, de activos biológicos que não sejam consumíveis ou em propriedades de investimento, afectos à exploração, com excepção dos bens adquiridos em estado de uso a sujeito passivo de IRS ou IRC com o qual existam relações especiais nos termos do artigo 63.º, n.º 4 do Código do IRC (“entidades relacionadas”);

b) As participações de capital alienadas devem ter sido detidas por período não inferior a um ano e corresponder a, pelo menos, 10% do capital da sociedade participada, devendo as partes de capital adquiridas ser detidas por igual período;

c) As transmissões onerosas e aquisições de partes de capital não podem ser efectuadas com (i) entidades com domicílio, sede ou direcção efectiva em país, território ou região sujeito a um regime fiscal mais favorável, constante da Portaria n.º 150/2004, de 13 de Fevereiro e (ii) entidades relacionadas, excepto quando se destinem à realização de capital social, caso em que o reinvestimento se considerará totalmente concretizado quando o valor das participações sociais assim realizadas não seja inferior ao valor de mercado daquelas transmissões.

Caso o reinvestimento do valor de realização seja efectuado parcialmente, o benefício da inclusão da mais-valia para efeitos de determinação do lucro tributável sujeito a IRC é proporcional ao valor reinvestido. Não sendo concretizado o reinvestimento, total ou parcialmente, até ao fim do segundo período de tributação seguinte ao da realização, considera-se como rendimento desse período de tributação a parte da diferença acima referida e ainda não incluída no lucro tributável, majorada em 15%.

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A diferença negativa entre as mais-valias e menos-valias realizadas mediante a transmissão onerosa de partes de capital, incluindo a sua remição e amortização com redução de capital, bem como outras perdas ou variações patrimoniais negativas relativas a partes de capital ou outras componentes do capital próprio concorre para a formação do lucro tributável em apenas metade do seu valor. Não são dedutíveis para efeitos de determinação do lucro tributável em IRC os gastos suportados na alienação de partes de capital detidas por período inferior a três anos quando tenham sido adquiridas (i) a entidades relacionadas, considerando-se como tal, entre outras, entidades com domicílio, sede ou direcção efectiva em território sujeito a um regime fiscal mais favorável, constante da Portaria n.º 150/2004, de 13 de Fevereiro; (ii) ou a entidades residentes em território português sujeitas a um regime especial de tributação. Não são igualmente dedutíveis para efeitos de determinação do lucro tributável em IRC os gastos suportados com a alienação de partes de capital a (i) entidades relacionadas, considerando-se como tal, entre outras, entidades com domicílio, sede ou direcção efectiva em território sujeito a um regime fiscal mais favorável, constante da Portaria n.º 150/2004, de 13 de Fevereiro; (ii) ou a entidades residentes em território português sujeitas a um regime especial de tributação. Não são igualmente dedutíveis para efeitos de determinação do lucro tributável em IRC as menos- -valias e outras perdas relativas a partes de capital, na parte do valor que corresponda aos lucros distribuídos que tenham beneficiado da dedução para efeitos de eliminação da dupla tributação económica nos quatro anos anteriores. Não são, por fim, dedutíveis para os efeitos referidos, os gastos suportados com a transmissão onerosa de partes de capital sempre que a entidade alienante tenha resultado de transformação, incluindo a modificação do objecto social, de sociedade à qual fosse aplicável regime fiscal diverso relativamente a estes gastos e tenham decorrido menos de três anos entre a data da verificação desse facto e a data da transmissão. As mais-valias e as menos-valias realizadas por sociedades gestoras de participações sociais e sociedades e investidores de capital de risco mediante a transmissão onerosa de Acções detidas por um período não inferior a um ano, bem como os encargos financeiros suportados com a sua aquisição, não concorrem para a formação do respectivo lucro tributável, ou seja, não são tributadas, no primeiro caso, e não são dedutíveis, no segundo. O regime descrito não é aplicável, relativamente às mais-valias realizadas e aos encargos financeiros suportados, quando as partes de capital tenham sido adquiridas a:

a) entidades relacionadas, considerando-se como tal, entre outras, entidades com domicílio, sede ou direcção efectiva em território sujeito a um regime fiscal mais favorável, constante da Portaria n.º 150/2004, de 13 de Fevereiro;

b) entidades residentes em território português sujeitas a um regime especial de tributação, e tenham sido detidas pela alienante por período inferior a três anos, bem como quando a alienante tenha resultado de transformação de sociedade à qual não fosse aplicável este regime relativamente às mais-valias das partes de capital, desde que, neste último caso, tenham decorrido menos de três anos entre a data da transformação e a data da transmissão.

O saldo positivo entre as mais-valias e menos-valias resultante da alienação de Acções detidas por fundos de investimento ou sociedades de investimento que não mistos ou fechados de subscrição particular durante mais de 12 meses, obrigações e outros títulos de dívida, está isento de imposto. Aquisição gratuita das Acções

A variação patrimonial positiva, não reflectida no resultado do exercício, resultante da aquisição gratuita de Acções por pessoas colectivas residentes sujeitas a IRC, ainda que dele isentas, bem como por estabelecimentos estáveis aos quais as mesmas sejam imputáveis, concorre para a formação do lucro tributável em sede de IRC. O IRC incide sobre a matéria colectável (resultante, em termos gerais, da dedução dos prejuízos fiscais reportáveis ao lucro tributável) a uma taxa até 25% (12,5% para os primeiros € 12.500 de matéria colectável; 25% para o remanescente). Poderá

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acrescer uma derrama municipal, a uma taxa variável de acordo com a decisão dos órgãos municipais em cada ano, até 1,5% do lucro tributável. É ainda aplicável uma derrama estadual à taxa de 2,5% sobre a parte do lucro tributável que exceda € 2.000.000. 6.2.4 Pessoas colectivas não residentes para efeitos fiscais em Portugal sem estabelecimento estável ao qual sejam imputáveis os rendimentos associados às Acções

Rendimentos decorrentes da titularidade das Acções

Os dividendos colocados à disposição dos titulares das acções são tributáveis em sede de IRC. É retido IRC, à taxa de 21,5%, aquando da colocação à disposição, tendo esta retenção na fonte natureza liberatória. A taxa referida pode ser reduzida nos termos de uma Convenção em vigor entre Portugal e o país de residência fiscal do titular das acções, caso se verifiquem as condições substanciais de aplicação de tal redução e se cumpram as formalidades previstas na legislação fiscal portuguesa para a invocação de uma Convenção. A pedido do beneficiário, pode ser devolvido o IRC retido e pago na parte em que seja superior ao que resultaria da aplicação das taxas gerais deste imposto e de derrama estadual de que seja beneficiária entidade residente noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico Europeu, neste último caso desde que exista obrigação de cooperação administrativa em matéria fiscal equivalente à estabelecida na União Europeia e que sejam preenchidas as condições estabelecidas no artigo 2.º da Directiva n.º 90/435/CE, do Conselho, de 23 de Julho de 1990. Neste caso, serão tomados em consideração todos os rendimentos, incluindo os obtidos em território português. Estarão isentos de IRC os dividendos colocados à disposição de uma sociedade residente noutro Estado membro da União Europeia ou de Estado integrante do Espaço Económico Europeu que esteja vinculado a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade quando a sociedade em causa preencha as condições previstas no artigo 2.º da Directiva n.º 90/435/CEE, de 23 de Julho (com as necessárias adaptações, quando aplicável), e que detenha, durante um período ininterrupto de pelo menos um ano, acções representativas de pelo menos 10% do capital social do Banco. Se esse período já se houver completado à data da colocação à disposição dos lucros do Banco, haverá lugar a dispensa da obrigação de retenção na fonte de IRC. Na eventualidade de apenas se completar após a data da colocação à disposição, o IRC retido na fonte será reembolsável. Para efeitos de dispensa de retenção na fonte de IRC ou do seu reembolso, consoante os casos, é necessário cumprir algumas formalidades previstas na legislação fiscal portuguesa,. A taxa de retenção na fonte corresponde a 30% e tem natureza liberatória quando os dividendos sejam pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares mas por conta de terceiros não identificados. Se for identificado o beneficiário efectivo, aplicam-se as regras gerais acima descritas. Ganhos (mais-valias) e perdas (menos-valias) realizados na transmissão onerosa das Acções

As mais-valias provenientes da transmissão a título oneroso de Acções realizadas por pessoas colectivas não residentes em território português e sem estabelecimento estável em Portugal ao qual as mesmas sejam imputáveis estão sujeitas a IRC. Não obstante, as mais-valias realizadas com a transmissão onerosa de Acções estão isentas de tributação, salvo se:

(i) a entidade alienante for detida, directa ou indirectamente, em mais de 25% por entidades residentes para efeitos fiscais em território português;

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(ii) a entidade alienante for residente para efeitos fiscais em país, território ou região, sujeitos a um regime fiscal claramente mais favorável, constante da Portaria n.º 150/2004, de 13 de Fevereiro, ou com o qual não esteja em vigor uma convenção destinada a evitar a dupla tributação internacional ou um acordo sobre troca de informações em matéria fiscal.

Adicionalmente, podem ser excluídas de tributação em Portugal as mais-valias realizadas com a transmissão onerosa de Acções por um residente, para efeitos fiscais, num país com o qual vigore uma Convenção com Portugal, o que deverá ser confirmado numa base casuística. O saldo anual positivo entre as mais-valias não isentas de tributação nos termos dos parágrafos anteriores e as menos-valias realizadas com a transmissão onerosa de acções (e outros activos previstos na lei), deduzido das despesas necessárias e efectivamente incorridas na sua transmissão onerosa, é tributado à taxa de 25%. Aquisição gratuita das Acções

O incremento patrimonial resultante da aquisição gratuita de Acções por pessoas colectivas não residentes sem estabelecimento estável ao qual as acções sejam imputáveis é tributado à taxa de 25%. Nos termos das Convenções, o Estado Português está geralmente limitado na sua competência para tributar estes rendimentos, mas esse tratamento fiscal convencional deve ser aferido casuisticamente.

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CAPÍTULO 7 – INFORMAÇÕES RELATIVAS AO OFERENTE, PARTICIPAÇÕES SOCIAIS E ACORDOS

7.1 Identificação do Oferente

O Oferente é o Banco Comercial Português, S.A., sociedade anónima com o capital aberto ao investimento público (sociedade aberta), com sede na Praça D. João I, 28 no Porto, matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Porto sob o número único de matrícula e de identificação de pessoa colectiva 501.525.882, com o capital social integralmente realizado de 4.694.600.000 euros. O Banco Comercial Português, S.A., que usa também a denominação comercial “Millennium bcp”, reúne igualmente, nos termos melhor descritos no Capítulo 4, a qualidade de Emitente e Sociedade Visada. 7.2 Imputação de direitos de voto

As pessoas que, em relação ao Oferente, se encontram em alguma das situações previstas no n.º 1 do artigo 20.º do CódVM, à data do presente prospecto, são as seguintes:

a) Os Membros dos órgãos de administração e fiscalização do Oferente

Membros do Conselho de Administração Executivo:

Presidente: Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira Vice-Presidentes: Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo Vítor Manuel Lopes Fernandes Vogais: Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho Miguel Maya Dias Pinheiro António Manuel Palma Ramalho José Jacinto Iglésias Soares Rui Manuel da Silva Teixeira

b) Os titulares do órgão de fiscalização e o Revisor Oficial de Contas

Membros do Conselho Geral e de Supervisão:

Presidente: António Victor Martins Monteiro Vice-presidentes: Manuel Domingos Vicente

Maria Leonor C. Pizarro Beleza de Mendonça Tavares Vogais: Álvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto António Henriques Pinho Cardão António Luís Guerra Nunes Mexia António Manuel Costeira Faustino Carlos José da Silva Daniel Bessa Fernandes Coelho João Manuel de Matos Loureiro José Guilherme Xavier de Basto José Vieira dos Reis Josep Oliu Creus Luís de Mello Champalimaud Manuel Alfredo da Cunha José de Mello Pansy Catalina Ho Chiu King Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos

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Membros da Comissão para as Matérias Financeiras:

Presidente: João Manuel Matos Loureiro Vice-Presidente: José Guilherme Xavier de Basto Vogais: José Vieira dos Reis Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos

Revisor Oficial de Contas

KPMG & Associados, SROC, S.A. (SROC nº 189) – Efectivo, representada por Ana Cristina Soares Valente Dourado (ROC nº 1011) e Revisor Oficial de Contas suplente, João Albnino Cordeiro Augusto (ROC nº 632).

c) As entidades que com o Oferente se encontram em relação de domínio ou de grupo:

− Banca Millennium S.A. − Banco ActivoBank, S.A. − Banco de Investimento Imobiliário, S.A. − Banco Millennium Angola, S.A. − Bank Millennium, S.A. − Banpor Consulting S.R.L. − Banque Privée BCP (Suisse) S.A. − BBG Finance BV − BCP Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. − BCP Finance Bank, Ltd. − BCP Finance Company − BCP holdings (usa), Inc. − BCP Investment B.V. − BG Leasing S.A. − BII Finance Company − BII Internacional, S.G.P.S., Lda. − BII Investimentos International, S.A. − BIM - Banco Internacional de Moçambique, S.A. − Bitalpart, B.V. − Caracas Financial Services, Limited − Imábida - Imobiliária da Arrábida, S A. − Interfundos - Gestão de Fundos de Investimento Imobiliários, S.A. − Investimento Imobiliários, S.A. − Lubuskie Fabryki Mebli, S.A. − MB Finance AB − MBCP Reo I, LLC − MBCP Reo II, LLC − Millennium Bank, Societé Anonyme − Millennium BCP - Escritório de Representações e Serviços, Ltda. − Millennium bcp - Prestação de Serviços, A. C. E. − Millennium bcp Bank & Trust − Millennium bcp Gestão de Activos - Sociedade Gestora de Fundos de

Investimento, S.A. − Millennium bcp Imobiliária, S.A. − Millennium bcp Participações, S.G.P.S., Sociedade Unipessoal, Lda. − Millennium BCP Teleserviços - Serviços de Comércio Electrónico, S.A.

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− Millennium Dom Maklerski S.A. − Millennium Fin, Vehicles, Vessels, Appliances and Equipment Trading, Societé

Anonyme − Millennium Lease Sp.z o.o. − Millennium Leasing Sp. z o.o. − Millennium Mutual Funds Management Company, Societe Anonyme − Millennium Service Sp. z o.o − Millennium Telecomunication Sp. z o.o. − Millennium TFI S.A. − S&P Reinsurance Limited − Servitrust - Trust Management and Services, S.A. − SIM - Seguradora Internacional de Moçambique, S.A.R.L. − TBM Sp.z o.o. − VSC - Aluguer de Veículos Sem Condutor, Lda.

d) Os membros dos órgãos de administração e fiscalização das sociedades referidas na alínea c).

7.3 Participações do Oferente no capital da Sociedade Visada

Não aplicável, em virtude de o Banco reunir simultaneamente a qualidade de Oferente e Sociedade Visada. Conforme melhor descrito no ponto 15.3.2., em 31 de Dezembro de 2010, o Banco Comercial Português, S.A. detinha directa e indirectamente 5.533.539 de acções próprias, o que equivale a 0,12% do capital social do Banco (3.330.587 acções próprias à data do presente prospecto, representativas de 0,07% do capital social). 7.4 Direitos de voto e participações da Sociedade Visada no Oferente

Não aplicável, em virtude de o Banco reunir simultaneamente a qualidade de Oferente e Sociedade Visada. 7.5 Acordos parassociais

O Banco não é parte nem tem conhecimento de quaisquer acordos parassociais celebrados entre os seus accionistas. 7.6 Acordos celebrados com os titulares dos órgãos sociais da Sociedade Visada

O Banco não é parte nem tem conhecimento de quaisquer acordos celebrados entre qualquer das pessoas consigo numa das relações referidas no número 1 do artigo 20.º do CódVM e os titulares dos seus órgãos sociais que incluam vantagens especiais eventualmente estipuladas a favor destes, de execução imediata ou diferida, à data do lançamento da Oferta.

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7.7 Representante para as relações com o mercado

O Representante para as Relações com o Mercado do Oferente é a Dra. Sofia Raposo, responsável pela Direcção de Relações com Investidores. Para os efeitos decorrentes do exercício das funções, a morada, o número de telefone, de telefax e o endereço de e-mail do representante para as relações com o mercado são os seguintes:

Endereço: Av. Prof. Doutor Cavaco Silva Tagus Park, Edf. 1 – Piso 0B

2744-002 Porto Salvo Telefone: 211 131 080 Telefax: 211 136 982 E-mail: [email protected] [email protected]

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CAPÍTULO 8 – DADOS FINANCEIROS SELECCIONADOS DO EMITENTE E OFERENTE DAS ACÇÕES OFERECIDAS EM CONTRAPARTIDA NA OFERTA

Os dados financeiros seleccionados do Emitente são apresentados em milhares de Euros, excepto quando indicado em contrário, e foram preparados a partir das demonstrações financeiras consolidadas do Millennium bcp relativas aos exercícios de 2008, 2009 e 2010, e a partir da informação financeira intercalar consolidada relativa ao primeiro trimestre de 2010 e 2011. As referidas demonstrações financeiras, incluindo as notas relativas às contas de 2008, 2009 e 2010, podem ser consultadas no sítio da CMVM na internet (www.cmvm.pt) e no sítio do Millennium bcp na internet (www.millenniumbcp.pt). No âmbito do disposto no Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho de 2002, na sua transposição para a legislação portuguesa através do Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro e do Aviso do Banco de Portugal n.º 1/2005, as demonstrações financeiras consolidadas do Grupo, incluindo as demonstrações relativas a períodos intercalares, são preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) conforme aprovadas pela União Europeia (UE) a partir do exercício de 2005. As IFRS incluem as normas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) bem como as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC) e pelos respectivos órgãos antecessores. Para mais informação sobre as políticas contabilísticas adoptadas pelo Millennium bcp, consultar as Notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas, as quais se encontram inseridas por remissão, nomeadamente o ponto 1 “Políticas contabilísticas” relativo ao exercício de 2010. As demonstrações financeiras consolidadas do Millennium bcp relativas aos exercícios de 2008, 2009 e 2010 encontram-se auditadas. As demonstrações financeiras consolidadas relativas aos períodos intercalares findos em 31 de Março de 2010 e de 2011 foram apresentadas de acordo com o disposto no artigo 10.º do Regulamento n.º 5/2008 da CMVM e a IAS 34, e não incluem toda a informação a divulgar nas demonstrações financeiras anuais completas. Em cumprimento do n.º 3 do artigo 8.º do CódVM, declara-se que, ao abrigo das disposições conjugadas dos Regulamentos da CMVM n.º 3/2006 e n.º 5/2008 – e sem prejuízo do acompanhamento e fiscalização, pelos órgãos sociais competentes, das contas e dos documentos produzidos no âmbito da prestação de informação intercalar pelo Millennium bcp –, não foi elaborado qualquer relatório por auditor registado na CMVM relativo aos períodos intercalares findos em 31 de Março de 2010 e 2011. A análise da informação económico-financeira consolidada apresentada neste capítulo deverá ser lida conjuntamente com a demais informação financeira constante do presente prospecto, nomeadamente a constante do Capítulo 11 e demais documentos de prestações de contas, incluindo balanços, demonstrações de resultados e respectivas notas, inseridos por remissão bem como a informação intercalar relativa ao período trimestral findo em 31 de Março de 2011, reproduzida na íntegra no Anexo 1 do presente prospecto.

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Balanço consolidado (síntese) 2008 2009 20101º Trimestre

2011

ACTIVOCaixa e disponibilidades em ICs e bancos centrais 3.112.755 3.084.276 2.743.287 2.513.358Aplicações em instituições de crédito 2.892.345 2.025.834 2.343.972 1.230.261Créditos a clientes 75.165.014 75.191.116 73.905.406 72.689.673Activos financeiros detidos para negociação 3.903.267 3.356.929 5.136.299 4.052.975Activos financeiros disponíveis para venda 1.714.178 2.698.636 2.573.064 2.879.766Activos financeiros detidos até à maturidade 1.101.844 2.027.354 6.744.673 6.746.586Activos por impostos diferidos 586.952 584.250 688.630 717.918Outros activos (1) 5.947.369 6.582.015 5.874.408 5.798.182

94.423.724 95.550.410 100.009.739 96.628.719

PASSIVODepósitos de instituições de crédito 9.339.367 10.305.672 20.076.556 19.408.731Depósitos de clientes 44.907.168 46.307.233 45.609.115 44.866.925Títulos de dívida emitidos 20.515.566 19.953.227 18.137.390 17.098.510Outros passivos financeiros ao justo valor

através de resultados 6.714.323 6.345.583 4.038.239 4.078.118Passivos subordinados 2.598.660 2.231.714 2.039.174 1.352.633Outros passivos (2) 4.100.406 3.186.180 2.861.789 2.616.665

88.175.490 88.329.609 92.762.263 89.421.582

CAPITAIS PRÓPRIOSCapital 4.694.600 4.694.600 4.694.600 4.694.600Títulos próprios -58.631 -85.548 -81.938 -83.223Prémio de emissão 183.368 192.122 192.122 192.122Acções preferenciais 1.000.000 1.000.000 1.000.000 1.000.000Outros instrumentos de capital - 1.000.000 1.000.000 1.000.000Reservas de justo valor 214.593 93.760 -166.361 -241.545Reservas e resultados acumulados -274.622 -243.655 -190.060 84.806Lucro líquido do exercício atribuível aos accionistas do Banco 201.182 225.217 301.612 77.730Total de Capitais Próprios atribuíveis aos accionistas do Banco 5.960.490 6.876.496 6.749.975 6.724.490

Interesses que não controlam 287.744 344.305 497.501 482.647

Total de Capitais Próprios 6.248.234 7.220.801 7.247.476 7.207.137

(1) Inclui: Activos com acordo de recompra, Derivados de cobertura, Investimentos em associadas, Activos não correntes detidos para venda,Propriedades de investimento, Outros activos tangíveis, Goodwill e activos intangíveis, Activos por impostos correntes e Outros activos.

(2) Inclui: Passivos financeiros detidos para negociação, Derivados de cobertura, Passivos não correntes detidos para venda, Provisões, Passivos porimpostos correntes, Passivos por impostos diferidos e Outros passivos.

Demonstração Consolidada dos Resultados (síntese) 2008 2009 20101º Trimestre

20101º Trimestre

2011

Margem financeira 1.721.048 1.334.155 1.516.835 340.592 401.564

Resultados de serviços e comissões 740.417 731.731 811.581 202.153 195.425Outros proveitos de exploração 112.495 269.843 482.569 140.193 42.089Outros resultados de actividades não bancárias 17.390 16.233 16.550 4.200 5.104Total de proveitos operacionais 2.591.350 2.351.962 2.827.535 687.138 644.182

Custos operacionais 1.670.791 1.540.250 1.603.335 382.246 356.230Imparidade do crédito -544.699 -560.029 -713.256 -164.758 -166.567Outras imparidades e provisões -44.524 -97.356 -217.610 -21.818 -28.616

Resultado operacional 331.336 154.327 293.334 118.316 92.769

Resultados por equivalência patrimonial 19.080 66.262 67.481 16.738 16.697Resultados de alienação de subsidiárias e outros activos -8.407 74.930 -2.978 -3.133 -3.234

Resultado antes de imposto 342.009 295.519 357.837 131.921 106.232

Impostos -83.998 -46.217 3.082 -22.006 -9.724

Resultado após impostos 258.011 249.302 360.919 109.915 96.508

Resultado consolidado do exercício atribuível a:Accionistas do banco 201.182 225.217 301.612 96.404 77.730Interesses que não controlam 56.829 24.085 59.307 13.511 18.778

Lucro do exercício 258.011 249.302 360.919 109.915 96.508

Resultado líquido por acção (em Euros)Básico 0,034 0,034 0,043 0,062 0,046Diluído 0,034 0,034 0,043 0,062 0,046

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Demonstração dos Fluxos de Caixa Consolidados (síntese) 2008 2009 20101º Trimestre

20101º Trimestre

2011

Fluxos de caixa de actividades operacionais 4.682.723 2.197.152 8.064.922 -1.513.967 1.795.610Fluxos de caixa de actividades de investimento -1.922.724 -970.436 -4.562.296 -898.771 -362.776Fluxos de caixa de actividades de financiamento -2.416.785 -1.401.182 -3.091.631 2.341.405 -1.824.716

Outros Indicadores Económico-Financeiros 2008 2009 20101º Trimestre

20101º Trimestre

2011

Rendibilidade

Rendibilidade dos capitais próprios médios (ROE) 4,5% 4,6% 6,1% 7,9% 6,6%Resultado antes de imposto e interessesque não controlam / Capitais próprios médios 7,1% 5,7% 6,6% 9,9% 8,1%Produto bancário / Activo líquido médio 2,8% 2,6% 2,9% 2,9% 2,7%Rendibilidade do activo médio (ROA) 0,3% 0,3% 0,4% 0,5% 0,4%Resultado antes de imposto e interessesque não controlam / Activo líquido médio 0,4% 0,3% 0,4% 0,6% 0,4%Taxa de margem financeira 2,1% 1,6% 1,7% 1,6% 1,8%Outros proveitos / Produto bancário 33,9% 46,5% 47,6% 51,4% 38,9%

Eficiência

Rácio de eficiência (1) 58,6% 63,6% 56,3% 54,5% 58,9%Rácio de eficiência - actividade em Portugal (1) 54,0% 60,2% 51,3% 50,6% 56,4%Custos com pessoal / Produto bancário (1) 32,2% 35,7% 31,2% 29,8% 34,0%

Solvabilidade (*)

Rácio Tier I 7,1% 9,3% 9,2% 9,3% 9,2%Core Tier I 5,8% 6,4% 6,7% 6,4% 6,7%Rácio Total 10,5% 11,5% 10,3% 11,3% 10,3%

Riscos de Crédito

Crédito a clientes (2) 75.765 76.935 76.411 77.137 75.315Crédito vencido total 851 2.032 2.500 2.140 2.861Imparidade do crédito 1.480 2.157 2.506 2.103 2.625Crédito vencido há mais de 90 dias / Crédito total 0,9% 2,3% 3,0% 2,5% 3,4%Crédito com incumprimento / Crédito total 1,3% 3,4% 4,5% 3,8% 5,0%Crédito com incumprimento, líq. / Crédito total, líq. -0,6% 0,6% 1,2% 1,1% 1,5%Imparidade do crédito / Crédito vencido há mais de 90 dias 211,6% 119,0% 109,4% 108,9% 103,8%Imparidade do crédito / Crédito vencido total 173,9% 106,1% 100,2% 98,3% 91,8%

Outros indicadores

Sucursais 1.804 1.809 1.744 1.809 1.734Actividade em Portugal 918 911 892 912 891Actividade internacional 886 898 852 897 843

Clientes (milhares) 4.917 5.056 5.165 5.094 5.209Actividade em Portugal 2.618 2.570 2.500 2.558 2.469Actividade internacional 2.299 2.486 2.664 2.536 2.740

Colaboradores 22.589 21.796 21.370 21.816 21.387Actividade em Portugal 10.583 10.298 10.146 10.254 10.121Actividade internacional 12.006 11.498 11.224 11.562 11.266

Nota: valores em milhões de euros, excepto percentagens, número de sucursais, número de clientes e número de colaboradores.

(1) Exclui o impacto de itens específicos.

(2) Ajustado das participações em associadas parcialmente alienadas - Millennium bank Turquia (2008) e Millennium bcpbank USA (2008 a 2009).(*) Rácio de solvabilidade de acordo com o modelo de Notações Internas (IRB) para Dezembro de 2010 e 1º Trimestre de 2011 e de acordo com o método padrão para Dezembro de 2008, Dezembro de 2009 e 1º trimestre de 2010.

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CAPÍTULO 9 – CAPITALIZAÇÃO E ENDIVIDAMENTO DO EMITENTE E OFERENTE DAS ACÇÕES OFERECIDAS EM CONTRAPARTIDA NA OFERTA

Os dados financeiros que se encontram no quadro abaixo evidenciam a capitalização e endividamento, a nível consolidado, do Millennium bcp, à data de 31 de Março de 2011. Esta informação foi preparada de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS), conforme aprovadas pela União Europeia (UE) e deverá ser lida em conjunto com as demonstrações financeiras constantes do presente prospecto, incluindo a análise da exploração e da situação financeira referida no capítulo 11, bem como com a demais informação financeira inserida por remissão e anexada ao presente prospecto.

(Milhões de euros) 31 Março 2011

Capitalização e endividamento

Capitais Próprios 6.647Capital social 4.695Acções preferenciais 1.000Reserva legal 446Outras reservas, prémios de emissão e acções próprias (1) 506

Endividamento líquido no curto e médio-longo prazo

Caixa 600

Disponibilidades em bancos centrais (2) 964Disponibilidades em outras instituições de crédito 949Activos financeiros detidos para negociação 3.241Liquidez 5.754

Activos financeiros de curto prazo (3) 2.099

Recursos de bancos centrais 14.716Recursos de instituições de crédito de curto prazo 3.513Parte de curto prazo de passivos financeiros de longo prazo 7.316

Garantidos 1.495Não garantidos 5.820

Outros passivos financeiros de curto prazo 175

Passivos financeiros de curto prazo (4) 25.720

Títulos redescontáveis junto do Banco Central Europeu 9.943

Endividamento líquido de curto prazo 7.923

Recursos de instituições de crédito de médio-longo prazo 1.388Outros recursos de médio-longo prazo 15.032

Garantidos 4.589Não garantidos 10.443

Outros passivos financeiros de médio-longo prazo 900

Passivos financeiros de médio-longo prazo 17.321

Endividamento líquido 25.244

Nota: informação preparada de acordo com o perímetro financeiro do Grupo Banco Comercial Português, S.A.(1) Exclui os resultados líquidos do período.(2) Exclui depósitos obrigatórios.(3) Exclui crédito a clientes.(4) Exclui depósitos e certificados de depósitos de clientes.

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O endividamento líquido de curto prazo, positivo de 7.923 milhões de euros, reflecte um nível de cobertura de 69% dos passivos financeiros de curto prazo pelo agregado da liquidez, dos activos financeiros de curto prazo e dos títulos redescontáveis junto do Banco Central Europeu. Os passivos financeiros de curto prazo são fundamentalmente constituídos por recursos de Bancos Centrais e de outras instituições de crédito, totalizando 18.229 milhões de euros, e pelas componentes de curto prazo, quer das responsabilidades representadas por títulos, designadamente pela emissão de obrigações e de papel comercial, quer dos passivos subordinados, num montante global de 7.316 milhões de euros, dos quais 1.495 milhões de euros relacionados com uma emissão de dívida garantida pela República Portuguesa. Os passivos financeiros de médio-longo prazo, que totalizam 17.321 milhões de euros, são na sua quase totalidade constituídos por empréstimos obrigacionistas, parte dos quais emitidos ao abrigo dos programas de Euro Medium Term Notes (EMTN), de obrigações hipotecárias (“covered bonds”) e pela parcela de passivos subordinados de médio-longo prazo. Os outros recursos de médio-longo prazo garantidos, no total de 4.589 milhões de euros, incluem o montante de 3.383 milhões de euros relativo a emissões de obrigações hipotecárias do Banco Comercial Português, S.A. que gozam de privilégio creditório especial sobre uma carteira de créditos hipotecários afecta a essas emissões, a par de títulos emitidos por veículos de securitização que totalizam 1.206 milhões de euros, dos quais 594 milhões de euros relativos ao Magellan Mortgage No.3, 276 milhões de euros relativos ao Magellan Mortgage No.2 e 177 milhões de euros relativos ao Kion (Grécia), o qual está garantido por carteiras de crédito hipotecário, bem como os 159 milhões de euros relativos ao Orchis (Polónia) que se encontra garantido por uma carteira de crédito de leasing. O montante de garantias e avales prestados, cartas de crédito "stand-by", créditos documentários abertos, fianças e indemnizações e outros passivos eventuais totalizava 8.863,4 milhões de euros em 31 de Março de 2011. Desde 31 de Março de 2011, não se registaram alterações significativas à informação contida na tabela. Uma vez que a Oferta envolve a emissão de novas acções pela Sociedade, haverá efeitos directos da Oferta sobre a capitalização do Millennium bcp.

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CAPÍTULO 10 – DESCRIÇÃO DA ACTIVIDADE DO EMITENTE

Na leitura do prospecto, nomeadamente neste capítulo que descreve a actividade do Millennium bcp, e sempre que se faz referência a quotas de mercado ou são utilizadas expressões que indicam uma determinada posição competitiva, o leitor deverá levar em consideração o seguinte:

- As quotas de mercado em Portugal são baseadas na informação divulgada publicamente pelo Banco de Portugal, pelos Bancos, pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), pela Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF), e pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS);

- As quotas de mercado na Polónia são divulgadas pela Associação de Bancos Polacos e pela Associação Polaca de Gestoras de Activos;

- As quotas de mercado em Moçambique são baseadas na informação divulgada pelo Banco de Moçambique;

- As quotas de mercado em Angola são baseadas na informação divulgada pelo Banco Nacional de Angola.

10.1 Principais Actividades

História O Banco Comercial Português foi fundado em 1985 sob a forma de Sociedade Anónima, matriculado com o número único de matrícula e do contribuinte 501 525 882 e sujeito às leis da República Portuguesa, na sequência da desregulamentação do sistema bancário português, que permitiu que bancos comerciais de capital privado se estabelecessem no mercado português. O Banco foi fundado com o suporte de um grupo de mais de 200 accionistas fundadores e uma equipa de profissionais bancários experientes, que capitalizaram a oportunidade para constituir uma instituição financeira independente, operando principalmente em Portugal, que serviria o sub-desenvolvido mercado financeiro doméstico em diversas áreas e de uma forma anteriormente não explorada pelos bancos públicos. A primeira fase do desenvolvimento do Grupo BCP caracterizou-se essencialmente pelo crescimento orgânico e, até 1994, o Banco conseguiu aumentar de forma expressiva a sua quota no mercado Português de serviços financeiros, explorando as oportunidades de mercado em consequência da desregulamentação. Em 1994, o Banco Comercial Português atingiu quotas de mercado de 8,3% em activos totais, 8,7% em crédito a clientes e 8,6% em depósitos, de acordo com a informação da Associação Portuguesa de Bancos. Após 1994, a concorrência no mercado bancário doméstico intensificou-se na sequência da modernização das instituições financeiras existentes e da entrada de novas instituições bancárias e financeiras estrangeiras. O Banco decidiu adquirir um banco doméstico com complementaridade de negócio para ganhar quota de mercado em Portugal no mercado bancário, seguros e outros serviços financeiros relacionados. Em Março de 1995, o Banco adquiriu o controlo do Banco Português do Atlântico, S.A. (“BPA” ou “Atlântico”), que era à época o maior banco privado em Portugal. Esta aquisição surgiu na sequência de uma oferta pública de aquisição conjunta pela totalidade do capital social do Atlântico, lançada em conjunto com a Companhia de Seguros Império (“Império”), uma seguradora portuguesa. Em Junho de 2000, o Atlântico foi incorporado no Banco. O Banco tomou uma clara opção pela estratégia de internacionalização, após ter consolidado uma posição relevante no mercado Português. Desde o início, os objectivos implícitos num projecto de internacionalização foram as perspectivas de forte crescimento nos mercados externos com uma ligação histórica próxima com Portugal ou que detinham grandes comunidades de luso descendentes – incluindo Moçambique, Macau, Luxemburgo, França, Estados Unidos da América e Canadá -, e em mercados em que existia uma racionalidade comercial forte para estabelecer

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operações bancárias seguindo um modelo similar àquele que o Banco tinha adoptado no mercado português – Polónia e Grécia. O acesso a know-how especializado e a novas capacidades organizacionais, conduziram ao desenvolvimento de parcerias estratégicas com instituições financeiras seleccionadas. Estas incluem alianças com a Fortis (actualmente designada “Ageas”) para a bancassurance em Portugal, Eureko para a bancassurance nos outros mercados, Banco Sabadell em Espanha, de acordo com a qual o Millennium bcp suporta os clientes do Banco Sabadell em Portugal e o Banco Sabadell suporta os clientes do Millennium bcp em Espanha, F&C Investments, para a gestão de activos do Grupo, e, em 2007, a assinatura de um acordo de princípios para o estabelecimento de uma parceira com a Sonangol, prevendo a subscrição de até 49,99% do Banco Millennium Angola através de um aumento de capital. Em 1998, o Banco celebrou um acordo de parceria com o grupo financeiro polaco BBG, ao abrigo do qual iniciou as suas operações de retalho no mercado polaco, integrado no grupo BBG, sob o nome “Millennium”. O Banco e o BBG detinham originalmente o controlo conjunto desta parceria. Em 2002, na sequência de uma reestruturação do BBG, este e o Banco decidiram incorporar a referida parceria no BBG, concentrando as operações bancárias de ambos. Durante o último trimestre de 2002, o Banco aumentou a sua participação no capital do BBG para 50%. No início de 2003, o BBG mudou a sua denominação para “Bank Millennium”. Em 16 de Dezembro de 2006, o Banco adquiriu 131.701.722 acções do Bank Millennium, correspondentes a 15,51% do respectivo capital social e direitos de voto, ao preço de 7,30 zlotis por acção, aumentando assim a sua participação para 65,51% do respectivo capital social e direitos de voto. Em Julho de 1999, o Banco e a Interamerican Hellenic Life Insurance Company S.A. (“Interamerican”), uma das maiores seguradoras gregas do ramo vida, integralmente detida pela Eureko, anunciaram o lançamento de uma inovadora rede bancária de retalho conjunta no mercado grego, NovaBank. Após a aquisição, em Abril de 2005, de 50% do respectivo capital social e direitos de voto, o Banco passou a deter o controlo integral do NovaBank. No seguimento da mudança de marca de todas as operações do Grupo em 2006, a Novabank passou a operar com a designação de Millennium bank. A oferta pública de aquisição conjunta pela totalidade do capital social do Atlântico conduziu ao aprofundamento da cooperação entre o Banco e o Grupo José de Mello, o maior accionista da Império, culminando na fusão dos serviços financeiros do Banco com os do Grupo José de Mello Group em Janeiro de 2000. A fusão incluía a compra ao Grupo José de Mello das suas subsidiárias Uniparticipa e Finimper que, por sua vez, controlavam 51% do capital social do Banco Mello e da Império, respectivamente. Subsequentemente, o Banco lançou ofertas públicas de aquisição relativas aos interesses minoritários do Banco Mello e da Império. Em Junho de 2000, o Banco Mello foi incorporado no Banco. Em Março de 2000, o Banco chegou a acordo com a Caixa Geral de Depósitos (“CGD”), um grande grupo bancário Português, para a compra de uma participação de controlo no Banco Pinto & SottoMayor (“SottoMayor”), detida pela CGD. Em Abril de 2000, o Banco adquiriu, através de oferta pública de aquisição, um interesse maioritário da CGD no SottoMayor e as restantes acções no SottoMayor na posse dos seus accionistas minoritários. Em Dezembro de 2000, o SottoMayor foi fundido por incorporação no Banco. Tendo em vista o reforço do enfoque no negócio core de distribuição de produtos financeiros, incluindo bancassurance, e para optimizar o consumo de capital, foram estabelecidos importantes acordos em 2004 com o grupo Caixa Geral de Depósitos relacionado com o negócio de seguros excluindo a bancassurance. No primeiro caso, o acordo envolveu a venda da totalidade do capital social da Império Bonança e Seguro Directo, e da Impergesto e Servicomercial. Foi igualmente celebrado um acordo com a Fortis (actualmente designada “Ageas”), envolveu a venda de 51% do capital social e a transferência do controlo da gestão das seguradoras Ocidental – Companhia Portuguesa de Seguros, S.A. (“Ocidental”), Ocidental – Companhia Portuguesa de Seguros de Vida, S.A. (“Ocidental Vida”) e Médis – Companhia Portuguesa de Seguros de Saúde, S.A. (“Médis”), e da gestora de fundo de pensões Pensõesgere – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A.

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(“Pensõesgere”). Na sequência da aprovação pelas relevantes autoridades, estas operações tiveram lugar na primeira metade de 2005. No âmbito desta parceria, a Ageas aumentou a sua participação no Banco para 4,99% em Setembro de 2005. Como consequência dos dois aumentos de capital que ocorreram em 2006, a participação da Ageas no Banco diminuiu para 4,94%. Em Setembro de 2007 a Ageas alienou a sua participação qualificada no capital do BCP. No decurso de 2005, foram levadas a cabo operações significativas em matéria de venda ou redução da exposição a activos não core, com ênfase na: conclusão da venda da Crédilar; a venda ao Santander Consumer Finance da participação do BCP no Interbanco (50,001% do capital social); o acordo com o Dah Sing Bank Limited, sediado em Hong Kong, para a venda dos negócios bancários e de seguros desenvolvidos em Macau, assegurando simultaneamente a manutenção de uma sucursal exterior em Macau; a venda das participações na Friends Provident, Banca Intesa, PZU e a redução da participação na EDP. Estas medidas de âmbito estratégico geraram mais-valias substanciais e foram determinantes para o aumento de fundos próprios do Millennium bcp Em 2005, o Banco Comercial Português participou no processo de privatização da Banca Comerciala Romana com o objectivo de adquirir uma participação de controlo no capital social da Banca Comerciala Romana detida pelo Estado Romeno. A racionalidade estratégica da participação no processo de privatização da Banca Comerciala Romana baseava-se na sua potencial contribuição para a estratégia do BCP de transformação num Banco verdadeiramente multi-doméstico, a operar não apenas em Portugal mas também em países europeus emergentes e/ou em convergência para os padrões da União Europeia. O Banco Comercial Português, S.A. foi seleccionado pela Comissão de Privatização da Banca Comerciala Romana e “Authority for Assets Recovery” (AVAS) como uma das duas instituições que passaram à fase de apresentação de propostas finais no processo de negociação da referida privatização (short list). Contudo, por não ter apresentado a proposta financeira mais elevada o BCP não foi seleccionado como adquirente. No decurso de 2006 foram levadas a cabo importantes transacções, envolvendo a venda ou a redução da exposição em activos não core, com ênfase nos seguintes: conclusão da venda da participação de 50,001% no Interbanco, S.A., numa transacção que tinha sido anunciada em 5 de Agosto de 2005; conclusão da venda de 80,1% do capital social do Banque BCP France e do Banque BCP Luxembourg à instituição financeira francesa, Groupe Caisses d’Epargne – o Grupo BCP reteve uma participação de 19,9% em ambas as operações e estabeleceu um acordo de cooperação com o comprador para desenvolver as transferências transfronteiriças em ambos os mercados; conclusão de um acordo com a instituição financeira Canadiana BMO Financial Group (anteriormente Bank of Montreal) com respeito à venda da totalidade do capital social do bcpbank Canada; e conclusão de um acordo entre o BCP e Fundo de Pensões do BCP com a EDP - Energias de Portugal S.A. tendo em vista a venda da totalidade da participação do Millennium bcp na ONI SGPS S.A., correspondente a 23,062% do seu capital social. O Millennium bcp fez um anúncio preliminar de lançamento de Oferta Pública Geral de Aquisição de Acções representativas do Capital Social do Banco BPI, S.A. em 13 de Março de 2006. Em 16 de Março de 2007, a Autoridade da Concorrência informou o Banco Comercial Português, S.A. da sua decisão final de não oposição à concentração do Millennium bcp/BPI através da Oferta Pública de Aquisição lançada pelo Millennium bcp, acompanhada da imposição de condições e obrigações. Em 5 de Abril de 2007, Banco Comercial Português, S.A. informou ter sido concedido pela CMVM o registo da oferta pública de aquisição geral e voluntária de acções do Banco BPI, S.A.. Em 7 de Maio de 2007, após o apuramento do resultado da oferta pública de aquisição geral e voluntária sobre o Banco BPI SA, divulgado pela Euronext Lisbon, e não obstante a inquestionável racionalidade estratégica e atractividade da contrapartida oferecida, não se verificou nenhuma das duas condições de sucesso da oferta, tendo-se concluído a OPA sobre o Banco BPI, S.A. No decurso de 2007 o BCP alienou as participações de 1,954% no Sabadell e de 1,641% na EDP ao Fundo de Pensões do BCP. Na sequência do acordo estabelecido com o Grupo Banco Santander (Portugal) e com Fundo de Pensões do BCP, representando pela sua empresa gestora PensõesGere, para a aquisição pelo BCP de acções do BPI, o Banco adquiriu 10,50% do capital social do Banco

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BPI S.A.. Em 31 de Maio de 2007, o Banco Comercial Português anunciou a redução, através de venda na sessão de bolsa da Euronext Lisbon, da sua participação no Banco BPI S.A. de 12,30% para 9,9988%. Em 25 de Outubro de 2007, o Banco Comercial Português recebeu do Banco BPI uma proposta de negociação visando uma eventual fusão entre os dois bancos. Em 30 de Outubro de 2007, o Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português S.A. deliberou considerar inadequados e inaceitáveis os termos da proposta de fusão apresentada pelo Banco BPI, S.A. e de manifestar ao Conselho de Administração do Banco BPI, S.A. disponibilidade para encetar conversações visando um acordo de fusão, desde que tal processo se iniciasse sem condições prévias de qualquer natureza e subordinado ao objectivo último de uma solução equitativa, que desse origem a uma instituição dotada de plena autonomia estratégica. Em 25 de Novembro de 2007, as negociações iniciadas no dia 6 de Novembro de 2007, com o Banco BPI, S.A. com vista a uma eventual operação tendente à fusão entre os dois bancos concluíram sem sucesso. Em 15 de Maio e 23 de Setembro de 2008, o Banco Comercial Português celebrou acordos de parcerias estratégicas com a Sonangol - Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, Empresa Pública (“Sonangol”) e Banco Privado Atlântico, S.A. (“BPA”). O conjunto de instrumentos, articulados entre si, que regulam esta parceria inclui um acordo quadro que prevê, designadamente, uma participação indicativa de referência pela Sonangol no capital social do Emitente e, enquanto ela se mantiver, a apresentação aos accionistas do Emitente de proposta de designação de um membro acordado com a Sonangol para integrar o Conselho Geral e de Supervisão do BCP, assim como os princípios e os mecanismos de consulta relativos à evolução da referida participação de referência. A parceria comporta também a aquisição de 49,9% do capital social do Banco Millennium Angola (BMA) pela Sonangol e pelo BPA, por meio de uma operação de aumento de capital, subscrito em numerário, realizado em Fevereiro de 2009. Nos termos do acordo celebrado, o BMA mantém a sua actual natureza de subsidiária do Banco Comercial Português, mas beneficiará das participações de referência nele detidas pela Sonangol e pelo BPA. Ao abrigo do acordo, o BMA adquiriu uma participação de 10% no capital social do BPA. Já em Fevereiro de 2010, o Banco assinou um acordo com a instituição financeira Credit Europe Bank, N.V., entidade detida pelo grupo financeiro Fiba Holding, A.S., com vista à alienação por parte do Grupo Banco Comercial Português de participação correspondente a 95% do capital social do Millennium Bank AS na Turquia. Em 27 de Dezembro de 2010, o Banco Comercial Português concluiu o processo de alienação de 95% do capital social do Millennium Bank AS na Turquia. Em resultado desta transacção, o BCP manteve uma participação de 5% na sociedade, tendo estabelecido com o comprador um mecanismo de opções de compra e de venda prevendo a possibilidade de alienação do remanescente da sua participação por preço por acção não inferior ao agora recebido. Também em Fevereiro de 2010, foi concluído com sucesso do aumento de capital do Bank Millennium, reservado a Accionistas, através da emissão de 363.935.033 acções, ao preço de subscrição de 2,9 zlotis por acção, tendo o Millennium bcp exercido os seus direitos na totalidade. O aumento de capital representou um encaixe de 1.055 milhões de zlotis (cerca de 259 milhões de euros). Em 30 de Março de 2010, o Banco tomou a decisão de sair do mercado dos Estados Unidos da América. Na prossecução deste objectivo, assinou um acordo com o Investors Savings Bank, que contemplava a alienação da totalidade da rede de sucursais do Millennium bcpbank nos Estados Unidos da América (EUA) e da respectiva base de depósitos. Em 15 de Outubro de 2010, o Banco Comercial Português, S.A. concluiu a transacção de alienação da totalidade da rede de sucursais do Millennium bcpbank nos EUA, da respectiva base de depósitos e de parte da carteira de crédito ao Investors Savings Bank. Em resultado desta transacção, o BCP deixou de deter uma operação bancária nos EUA. O BCP estabeleceu ainda um acordo de cooperação com o comprador no que respeita às remessas financeiras oriundas dos EUA.

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Em Dezembro de 2010, foi estabelecido o acordo para a venda, pela Bitalpart BV, sociedade detida integralmente pelo Banco Comercial Português, ao Fundo de Pensões do BCP, de uma participação minoritária correspondente a 2,7% do capital social da Eureko, BV. 10.1.1 Introdução

O Grupo desenvolve um conjunto de actividades financeiras e serviços bancários em Portugal e no estrangeiro, estando presente nos seguintes mercados: Polónia, Grécia, Roménia, Suíça, Moçambique, Angola e Macau. Todas as operações operam sob a marca Millennium. O Millennium bcp é o maior banco privado em Portugal, com activos totais de 100.010 milhões de euros, crédito a clientes (líquido) de 73.905 milhões de euros e recursos de clientes de 67.596 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, operando com a maior rede de distribuição bancária do país, com 892 sucursais. De acordo com informação do Banco de Portugal, o Grupo detinha, em Dezembro de 2010, uma quota de mercado de 21,4% em crédito a clientes e 18,7% em depósitos. A actividade em Portugal representa 77% dos activos totais, 77% do crédito a clientes (líquido) e 76% dos recursos totais de clientes, sendo responsável por 83% dos resultados líquidos de 2010. As operações internacionais representam já 49% do total de 1.744 sucursais e 53% dos 21.370 Colaboradores do Grupo BCP, não sendo de excluir que venham a aumentar a sua contribuição para o resultado líquido do Grupo nos próximos anos. São de destacar a crescente dimensão da operação do Bank Millennium na Polónia, com 458 sucursais e uma quota de mercado de cerca de 5,1% em depósitos, 5,0% em crédito a clientes, a liderança destacada do Millennium bim no mercado moçambicano, o facto de o Banco Millennium Angola ter prosseguido o seu plano de expansão, tendo aumentado a sua rede de distribuição para 39 sucursais e a sua base de Clientes em 145% e a criação da sucursal on-shore em Macau, visando estabelecer-se como uma plataforma internacional de negócios entre a China/Macau, África Lusófona e Europa. O Millennium bcp aspira ser o banco de referência no serviço ao Cliente, com base em plataformas de distribuição inovadoras, em que mais de dois terços do capital estará alocado ao Retalho e às Empresas, em mercados de elevado potencial, que apresentem um crescimento anual esperado de volumes de negócio superior a 10%, e ainda atingir um nível de eficiência superior, traduzido num compromisso com um rácio de eficiência que se situe em níveis de referência para o sector e com uma reforçada disciplina na gestão de capital e de custos. O Banco mantém o enfoque da distribuição de retalho em Portugal e nos mercados internacionais que assegurem uma presença competitiva e posição significativa no médio e longo prazo. O Banco oferece aos seus Clientes uma ampla gama de produtos e serviços bancários e financeiros, que vão desde as contas à ordem, meios de pagamento, produtos de poupança e de investimento, passando pelo crédito imobiliário, crédito ao consumo, banca comercial, leasing, factoring e seguros até private banking e gestão de activos, banca de investimento, entre outros, servindo a sua base de Clientes de forma segmentada. Dispondo da maior rede de sucursais em Portugal e de uma rede crescente nos países onde opera, o Banco oferece ainda canais de banca à distância (serviço de banca por telefone e pela Internet), que funcionam também como pontos de distribuição dos seus produtos e serviços financeiros. No desenvolvimento da actividade comercial do Millennium bcp nos últimos três anos, são de destacar os seguintes acontecimentos estratégicos: - Em 2008, o programa Millennium 2010, inicialmente lançado em Junho de 2007, viu o seu

plano de negócios revisto no início do ano, passando a assentar sobre cinco pilares estratégicos prioritários: (i) recentrar nos clientes, dinamizar a actividade comercial e melhorar níveis de serviço; (ii) reforçar a disciplina de pricing, de risco e de gestão do capital; (iii) expandir as

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operações de retalho em mercados com maior potencial; (iv) simplificar o Banco com vista a atingir níveis superiores de eficiência; e (v) fortalecer a reputação institucional.

- Em 2009, num contexto particularmente adverso e sob pressão de múltiplas variáveis

exógenas, o Millennium bcp considerou que, após um período de estabilização institucional, se justificava o lançamento de novas prioridades estratégicas para 2009. As prioridades de gestão passaram a assentar em três pilares fundamentais: ‘Solidez e Confiança’, ‘Compromisso e Performance’, ‘Sustentabilidade e Valor’, definindo seis vectores de actuação prioritária visando “Reforçar o Compromisso, Rumo ao Futuro”, designadamente gestão proactiva e rigorosa do risco, gestão integrada e prudente da liquidez e do capital, aprofundamento do compromisso com os clientes e maximização de recursos e valor, aceleração da redução de custos e simplificação organizativa, ajuste de modelos de negócio e materialização de oportunidades de crescimento e gestão do talento e mobilização dos colaboradores;

- Em 2010, e em resposta ao agravamento da crise económica e soberana, o Millennium bcp

procedeu ao ajustamento da sua agenda estratégica, tendo as iniciativas implementadas assentado em três vectores: (i) ‘Aumentar a Confiança’, com destaque para o reforço do relacionamento com os clientes, a melhoria dos rácios de capital via redução dos RWA, a manutenção do controlo do gap comercial e a melhoria dos resultados; (ii) ‘Preparar a saída da crise económica e financeira’, com realce para o repricing do crédito, o crescimento em recursos, a melhoria dos colaterais em operações de crédito, o aumento expressivo dos activos elegíveis junto de Bancos Centrais e o lançamento de um Banco inovador baseado na plataforma do ActivoBank; e (iii) ‘Enfoque e Sustentabilidade’, mediante a simplificação organizativa, a contenção de custos, a cobrança efectiva de comissões pelos serviços prestados e o enfoque no portfolio internacional.

10.1.2 Principais segmentos/áreas de negócio

10.1.2.1 Banca de Retalho

O segmento Banca de Retalho inclui: (i) a Banca de Retalho em Portugal, a qual se encontra delineada tendo em consideração os clientes que valorizam uma proposta de valor alicerçada na inovação e rapidez, designados por “Clientes Mass-market”, e os clientes cuja especificidade de interesses, dimensão do património financeiro ou nível de rendimento, justificam uma proposta de valor baseada na inovação e na personalização de atendimento através de um gestor de cliente dedicado, designados por “Clientes Prestige e Negócios”; e (ii) o ActivoBank, um banco vocacionado para clientes com espírito jovem, utilizadores intensivos das novas tecnologias de comunicação e que privilegiam uma relação bancária assente na simplicidade, oferecendo serviços e produtos inovadores. A Banca de Retalho funciona, no âmbito da estratégia de cross-selling do Grupo BCP, como canal de distribuição de produtos e serviços de outras empresas do Grupo. O segmento de Retalho em Portugal é o maior segmento dentro do Grupo, representando, no final de 2010, um montante de crédito concedido a clientes de 33.547 milhões de euros e recursos totais de clientes de 36.133 milhões de euros, operando com 6.540 colaboradores e registando uma contribuição líquida para os resultados do Grupo de 106,9 milhões de euros. Em 2010, a estratégia no Retalho centrou-se, essencialmente, no reforço do relacionamento com os clientes, na diminuição do gap comercial através do enfoque na captação de recursos de clientes mediante o reforço da oferta de produtos de pequena poupança e de soluções de investimento de baixo risco, no repricing das operações em carteira e ajustamento do preçário de spreads e comissões e na manutenção da redução dos custos operacionais. Atendendo à importância da inovação, enquanto factor distintivo face à concorrência, de excelência e que permite a capitalização das capacidades comerciais e de serviço ao cliente, foi lançado um novo conceito de banca, assente na plataforma do ActivoBank, baseado na simplicidade do serviço ao cliente, conveniência, transparência e presença em canais de distribuição e comunicação emergentes.

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10.1.2.2 Banca de Empresas & Crédito Especializado

A área de negócio Banca de Empresas & Crédito Especializado inclui o Crédito Especializado e o Negócio Imobiliário cuja actividade é transversal a todos os segmentos que englobam a actividade em Portugal. O segmento Banca de Empresas & Crédito Especializado serve as necessidades financeiras de empresas em Portugal com volume anual de negócios compreendido entre 7,5 milhões de euros e 100 milhões de euros, apostando na inovação e numa oferta global de produtos bancários tradicionais complementada com financiamentos especializados. No âmbito da estratégia de cross-selling, a Banca de Empresas funciona também como canal de distribuição de produtos e serviços de outras empresas do Grupo BCP. Este segmento representava, no final de 2010, um montante de crédito concedido a clientes de 10.024 milhões de euros e recursos totais de clientes de 2.982 milhões de euros, operando com 450 colaboradores e registando uma contribuição líquida para os resultados do Grupo de 7,5 milhões de euros. Em 2010, tendo presente a conjuntura económica adversa vivida, as principais prioridades de actuação da Rede Empresas passaram pela gestão rigorosa do gap comercial, com enfoque simultâneo na captação de recursos e numa gestão criteriosa do crédito concedido, com maior selectividade dos projectos apoiados e num reforço dos mitigantes, pela focalização na rendibilidade, tanto em termos de novas operações como na carteira actual, ajustando as taxas de juro praticadas ao risco associado e ao aumento do custo de funding, aumentando em simultâneo as comissões associadas, pelo acompanhamento ainda mais próximo da actividade de Clientes Empresa visando, por um lado, a identificação de novas oportunidades de negócio e, por outro, a detecção preventiva de eventuais sinais de dificuldade, tendo em vista a definição de soluções potenciadoras de valor e evitar a ocorrência de incumprimentos ou imparidades e pelo apoio às PME e Empresas viradas para a exportação. 10.1.2.3 Corporate & Banca de Investimento

O segmento Corporate & Banca de Investimento inclui: (i) a rede Corporate em Portugal, dirigida a empresas e entidades institucionais com um volume anual de negócios superior a 100 milhões de euros, oferecendo uma gama completa de produtos e serviços de valor acrescentado; (ii) a Banca de Investimento, especializada no mercado de capitais, na prestação de serviços de consultoria e assessoria estratégica e financeira, serviços especializados de project finance, corporate finance, corretagem de valores mobiliários e equity research, bem como na estruturação de produtos derivados de cobertura de risco; e (iii) a actividade da Direcção Internacional do Banco. O segmento de Corporate & Banca de Investimento representava, no final de 2010, um montante de crédito concedido a clientes de 13.245 milhões de euros e recursos totais de clientes de 11.236 milhões de euros, operando com 305 colaboradores e registando uma contribuição líquida para os resultados do Grupo de 77,2 milhões de euros. Em 2010, tal como na Rede Empresas, a actuação da Rede Corporate caracterizou-se também pela gestão rigorosa do gap comercial, pela focalização na rentabilidade e pelo acompanhamento ainda mais próximo da actividade das empresas, visando a identificação de novas oportunidades de negócio e a detecção preventiva de eventuais sinais de dificuldade, tendo em vista a definição de soluções potenciadoras de valor e a ocorrência de incumprimentos ou imparidades. A actividade desenvolvida pela banca de investimento realce para a posição de destaque do Banco na corretagem de acções na Euronext Lisbon, o ritmo da organização e montagem de programas de papel comercial, os vários projectos de corporate finance e equity capital markets e o papel activo desenvolvido em operações de structured finance e project finance. A acção da Direcção Internacional centrou-se na angariação de novas fontes de financiamento para o Banco, em articulação com a Direcção de Tesouraria e Mercados, envolvendo-se activamente na captação e manutenção de linhas e limites para operações de mercado monetário e na colocação de dívida do Banco.

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10.1.2.4 Private Banking & Asset Management

O segmento Private Banking & Asset Management, para efeitos de segmentos geográficos, engloba a rede de Private Banking em Portugal e as subsidiárias especializadas no negócio de gestão de fundos de investimento que operam em Portugal. Em termos de segmentos de negócio inclui também a actividade do Banque Privée BCP (Suíça) e do Millennium bcp Bank & Trust (Ilhas Caimão). O segmento de Private Banking e Asset Management representava, no final de 2010, considerando o critério de segmentação geográfica, um montante de crédito concedido a clientes de 1.391 milhões de euros e recursos totais de clientes de 5.804 milhões de euros, operando com 214 colaboradores e registando uma contribuição líquida para os resultados do Grupo de –6,9 milhões de euros. O ano de 2010 ficou marcado pela conclusão do processo de reestruturação do Private Banking, consolidando alterações estruturantes no modelo e na organização desta área de negócio, com impacto directo nas áreas comercial, investment advisory e de suporte, tendo como elementos mais visíveis: uma nova proposta de valor que reforça os pilares deste segmento de negócio, introduzindo novos princípios para adaptação ao actual contexto económico e regulamentar; um conjunto de ferramentas de gestão que permite às equipas obter informação qualitativa e quantitativa sobre a agenda comercial, dotando-as igualmente de mecanismos de controlo referentes a crédito e execução de ordens; um modelo de advisory que melhora o acompanhamento comercial, sistematizando e monitorizando o alinhamento dos portfolios dos Clientes face ao seu perfil de risco que constitui factor distintivo desta oferta face à banca tradicional; uma nova estrutura, o “Comité de Controlo de Investimentos”, responsável pelo acompanhamento e controlo de transacções, análise de concentração de activos e pela consistência do processo de investimento; uma segmentação global dos Clientes em função dos seus portfolios e perfis de investimento; um programa intensivo de estímulo comercial que abrange desde a fase de captação de novos Clientes, até ao acompanhamento dos Clientes actuais, procurando fidelizar e aumentar o share of wallet; e uma estrutura optimizada de recursos humanos, com o reforço das competências e do número de Investment Advisors e a adequação da estrutura de suporte ao novo quadro de sucursais e de equipas comerciais, permitindo desta forma ganhos de eficiência ao nível de custos. A concretização deste modelo de desenvolvimento do negócio foi acompanhada de um processo de revisão global do respectivo enquadramento jurídico. A área de Asset Management incorpora o desenvolvimento das actividades de gestão de fundos de investimento mobiliários e imobiliários e a actividade de gestão discricionária. A estratégia adoptada em 2010 assentou na adequação de uma oferta variada de produtos e serviços, que privilegia a diversificação dos investimentos, risco e prazos, em ordem à satisfação das necessidades dos diferentes perfis de investidores e à melhoria dos seus níveis de rendibilidade. Este objectivo foi prosseguido num ano caracterizado pela incerteza quanto à recuperação das diversas economias e às condições do seu financiamento e pela elevada volatilidade nos mercados financeiros. 10.1.2.5 Negócios no Exterior

No estrangeiro, o Millennium bcp tem centrado a sua estratégia no enfoque nos mercados europeus que assegurem uma presença competitiva e posição significativa no médio e longo prazo (Polónia) e continuação do investimento em mercados com afinidade (Moçambique e Angola), com aceleração do plano de negócio / investimentos de expansão e modernização. É de salientar que em Angola, como resultado da concretização da parceria estratégica com o Grupo Sonangol e com o Banco Privado Atlântico, o Banco encontra-se agora mais bem posicionado para crescer organicamente, expandir a rede de sucursais e aumentar a sua cobertura nas várias províncias.

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O ano de 2010, no segmento Negócios no Exterior, ficou marcado pela obtenção da autorização do Governo da Região Administrativa Especial de Macau para o exercício da actividade bancária nesta região, através da conversão da sucursal off-shore do Millennium bcp numa sucursal on-shore, o que se enquadra na estratégia de presença do Banco como eixo/elo de ligação no triângulo China/Macau, África lusófona e Europa, procurando ser um parceiro privilegiado nas transacções associadas aos fluxos financeiros entre a China e alguns mercados em que o BCP opera (Portugal, Polónia, Angola e Moçambique), nomeadamente associados ao investimento directo externo, ao comércio externo e às transferências de emigrantes chineses e pelo desinvestimento em activos considerados não estratégicos através da alienação das operações do Banco na Turquia e nos Estados Unidos da América. Os Negócios no Exterior englobam as diferentes operações do Grupo fora de Portugal, nomeadamente na Polónia, Grécia, Suíça, Roménia, Moçambique, Angola, Ilhas Caimão e Macau. Na Polónia, o Grupo está representado por um banco universal e na Grécia por uma operação baseada na inovação de produtos e serviços, enquanto a actividade desenvolvida na Suíça consiste numa plataforma de private banking que presta serviços a clientes do Grupo com elevado património. Na Roménia, o Grupo marca presença com uma operação de raiz, cuja actividade iniciou em 2007, vocacionada para os segmentos de mass market e de negócios, empresas e affluent. O Grupo encontra-se ainda representado, para além das operações em Macau e nas Ilhas Caimão, em Moçambique pelo Millennium bim, um banco universal, direccionado para clientes particulares e empresas e em Angola pelo Banco Millennium Angola, um banco enfocado em clientes particulares e em empresas e instituições do sector público e privado. Todas estas operações desenvolvem a sua actividade sob a marca comercial “Millennium”. O segmento de Negócios no Exterior representava, no final de 2010, um montante de crédito concedido a clientes de 16.926 milhões de euros e recursos totais de clientes de 16.483 milhões de euros, operando com 11.224 colaboradores e registando uma contribuição líquida para os resultados do Grupo de 96,2 milhões de euros. Negócios na Europa Polónia Na Polónia o Millennium bcp opera através do Bank Millennium, S.A., sob a marca comercial Millennium bank, um banco universal de âmbito nacional oferecendo, em conjunto com as suas subsidiárias, uma vasta gama de produtos e serviços financeiros a particulares e empresas. Apoiado numa rede renovada de sucursais, o Bank Millennium é um dos principais operadores no mercado polaco, com uma posição de liderança em Banca de Retalho, suportado por uma eficiente plataforma de dinamização de vendas e pela crescente notoriedade da sua marca. A actividade do Bank Millennium é desenvolvida através de várias áreas de negócio, que providenciam produtos e serviços customizados e direccionados à Banca de Retalho, de Empresas e de Investimento. O Bank Millennium detém a quarta maior Rede de Retalho na Polónia, com 1,1 milhões de Clientes activos, sendo a operação internacional com maior contribuição líquida para os resultados líquidos do Banco (17,7% em 2010). Em 1998 o Banco celebrou um acordo de parceria com o grupo financeiro polaco BBG, ao abrigo do qual iniciou as suas operações de retalho no mercado polaco, integrado no grupo BBG, sob o nome “Millennium”. O Banco e o BBG detinham originalmente o controlo conjunto desta parceria. Em 2002, na sequência de uma reestruturação do BBG, este e o Banco decidiram incorporar a referida parceria no BBG, concentrando as operações bancárias de ambos. Durante o último trimestre de 2002, o Banco aumentou a sua participação no capital do BBG para 50%. No início de 2003, o BBG mudou a sua denominação para Bank Millennium e todas as sucursais e marcas do BBG foram alteradas para “Bank Millennium”. Em 16 de Dezembro de 2006, o Banco adquiriu 131.701.722 acções do Bank Millennium, correspondentes a 15,51% do respectivo capital social e direitos de voto, ao preço de 7,30 Zlotis por acção, aumentando assim a sua participação para 65,51% do respectivo capital social e direitos de voto.

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Decorrido 2009, centrado na reorganização interna e onde foi concluído com sucesso, um ano antes do prazo definido, o programa estratégico Millennium 2010, que visava: (i) reforçar a actividade de Banca de Retalho baseada na rede de sucursais; (ii) enfocar a actividade do segmento de Empresas no relacionamento com as PME; (iii) aumentar a eficiência e manter o controlo rigoroso dos custos; e (iv) adoptar uma política de risco mais conservadora, o Bank Millennium, no final de 2009, aprovou e iniciou a implementação de uma nova estratégia para o período 2010-2012. O ano de 2010 foi marcado pela conclusão com sucesso do aumento de capital do Bank Millennium, reservado a Accionistas, através da emissão de 363.935.033 acções, ao preço de subscrição de 2,9 zlotis por acção, tendo o Millennium bcp exercido os seus direitos na totalidade. O aumento de capital representou um encaixe de 1.055 milhões de zlotis (cerca de 259 milhões de euros). As novas linhas orientadoras para este triénio visam retomar a expansão do seu negócio, baseado num modelo operacional mais simples, ágil e eficiente em termos de custos, numa plataforma comercial realinhada, num forte enfoque nos resultados, com o aumento dos proveitos recorrentes e num perfil de risco melhorado, com uma posição confortável em termos de capital e de liquidez. Assente num equilíbrio entre crescimento e rendibilidade do negócio, com um forte enfoque na sustentabilidade, as principais ambições nos próximos anos são: (i) atingir o top-5 no sistema bancário polaco, com uma posição de liderança no Retalho e uma presença relevante na Banca de Empresas; (ii) atingir um nível de rendibilidade sustentável que compare bem no seu grupo de pares; (iii) desenvolver uma operação altamente eficiente e, em simultâneo, estabelecer um elevado padrão na qualidade de serviço prestado aos Clientes; (iv) manter uma estrutura de capital sólida com um forte perfil de gestão de risco para suportar o crescimento futuro; e (v) reforçar a posição de mercado do Banco com base em relações duradouras com todos os seus Stakeholders. Por forma a materializar estas ambições, o Grupo assume ainda, como objectivos financeiros a curto/médio prazo, a obtenção de um ROE mínimo de 15%, de um rácio de eficiência inferior a 60%, de um rácio de solvabilidade confortavelmente acima dos mínimos regulamentares e de uma quota de mercado de 7% e de 5%, no segmento Retalho e Empresas, respectivamente. O Bank Millennium registava, no final de 2010, um montante de activos totais de 11.820 milhões de euros, 9.541 milhões de euros de crédito (bruto) a clientes e recursos totais de clientes de 10.043 milhões de euros, operando com 458 sucursais e 6.135 colaboradores. Em 2010, o Banco atingiu um resultado líquido de 81,3 milhões de euros. O Bank Millennium, detido a 65,5% pelo Grupo, tem as suas acções admitidas à negociação na Bolsa de Varsóvia, tendo atingido uma capitalização bolsista, no final de 2010, de 1.495 milhões de euros. Grécia O Millennium bank celebrou em Setembro de 2010 o seu 10.º aniversário. O Banco operava inicialmente sob a marca Novabank. A sua actividade ao longo desta década esteve centrada no Retalho e numa estratégia de crescimento orgânico, assente na combinação da segmentação do mercado em quatro áreas de negócio: banca de retalho, private banking, banca de negócios, corporate e banca de investimento, com a oferta de produtos inovadores, elevados níveis de serviço e recursos humanos altamente qualificados. O Millennium bank possuía, no final de 2010, uma rede com 155 sucursais, servindo 563 mil Clientes. Em Julho de 1999, o Banco e a Interamerican Hellenic Life Insurance Company S.A. (“Interamerican”), uma das maiores seguradoras gregas do ramo vida, integralmente detida pela Eureko, anunciaram o lançamento de uma inovadora rede bancária de retalho conjunta no mercado grego, NovaBank. Após a aquisição, em Abril de 2005, de 50% do respectivo capital social e direitos de voto, o Banco passou a deter o controlo integral da NovaBank. No seguimento da mudança de marca de todas as operações do Grupo em 2006, a Novabank passou a operar com a designação de Millennium bank.

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O ano de 2010 foi bastante difícil para o sector bancário grego em virtude da grave crise económica e financeira que a República Helénica atravessa, a qual motivou a preparação de um Programa de Ajustamento Económico e a implementação de um conjunto alargado de medidas de consolidação orçamental, com amplo impacto na procura interna. O impacto ao nível do sector bancário grego manifestou-se, essencialmente, por via do aumento significativo dos custos de financiamento dos bancos e da deterioração da qualidade da carteira de crédito. Por forma a tentar minorar estes impactos na sua actividade, o Millennium bank implementou, em 2010, diversas medidas visando aumentar a captação de depósitos e de novos Clientes e o controlo rigoroso do incumprimento no crédito. O último ano foi marcado também pela alteração do modelo de governo corporativo, com a separação das funções de Presidente do Conselho de Administração (Chairman) e de Presidente Executivo (CEO) e o estabelecimento de uma nova estrutura de gestão, por forma a permitir a implementação rápida e bem sucedida da nova agenda estratégica. O Banco prestou igualmente particular atenção ao reforço da gestão e controlo do risco, estabelecendo novas orientações estratégicas cobrindo as áreas de identificação, aceitação, medida, monitorização, reporte e controlo de risco, por forma a fazer face aos impactos adversos resultantes da deterioração da envolvente económica. A partir de Novembro de 2010 o Banco entrou numa nova etapa da sua vida, com a alteração do seu modelo de negócio, o qual passou a estar assente num único canal de distribuição em resultado da unificação das redes de Retalho, de Negócios e de Private Banking. Esta unificação permitiu criar economias de escala e obter diversas sinergias operacionais, com cada uma das sucursais a passar a oferecer o mesmo serviço e a concentrar toda a relação com o Cliente. O Millennium bank registava, no final de 2010, um montante de activos totais de 6.858 milhões de euros, 5.123 milhões de euros de crédito (bruto) a clientes e recursos totais de clientes de 3.250 milhões de euros, operando com 155 sucursais e 1.470 colaboradores. Em 2010, o Banco atingiu um resultado líquido negativo de 16,0 milhões de euros. Suíça A Banque Privée BCP, constituída na Suíça em 2003, é uma plataforma de private banking que presta serviço a clientes do Grupo de elevado património. A difícil conjuntura macro-económica vivida em 2010 nos principais mercados estratégicos deram origem à diminuição dos activos sob gestão da Banque Privée BCP em 2010. No entanto, considera-se este facto como uma contrariedade temporária, dado que, mesmo neste contexto, o Banque Privée BCP prosseguiu as suas actividades de marketing nos principais mercados, tendo obtido um crescimento na base de clientes, mercados e segmentos em que o Banco está cada vez mais bem posicionado para servir os seus clientes nos próximos anos. Importa realçar que numa conjuntura económica adversa, em que se assistiu à diminuição da base de activos dos clientes portugueses, à adopção de uma estratégia de desalavancagem junto dos Clientes e à apreciação do franco suíço, a Banque Privée BCP registava, no final de 2010, um montante de 602 milhões de euros de crédito (bruto) a clientes e recursos totais de clientes de 2.485 milhões de euros, operando com uma sucursal e 71 colaboradores. Roménia O Millennium Bank, operação greenfield lançada na Roménia em Outubro de 2007, é um banco de âmbito nacional que oferece um vasto leque de produtos e serviços financeiros inovadores a Particulares e Empresas, encontrando-se alavancado numa rede de 74 sucursais de retalho, que cobre as principais cidades romenas. Num mercado bastante fragmentado, com mais de 40 instituições, o Millennium bank é já, após três anos de actividade, o 23.º banco no ranking em termos do total de activos, segundo os dados disponibilizados, em Setembro, pelo Banco Nacional da Roménia.

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Numa envolvente macroeconómica adversa, o Millennium bank prosseguiu a sua estratégia, implementada em 2009, tendo como objectivo a melhoria dos resultados, com base num nível mais elevado de eficiência em termos de custos, numa melhor alocação de recursos e numa gestão de risco e de capital mais rigorosa. O Millennium bank manteve, assim, o enfoque nos proveitos core, que revelam uma melhoria em termos homólogos, como resultado de uma política selectiva em termos de concessão de crédito e na adopção de uma política de contenção de custos, visando a melhoria da eficiência do Banco. O Millennium bank está confiante no fortalecimento da sua posição no mercado o qual, seguindo a tendência de outros mercados europeus, será alvo de uma maior regulamentação e controlo. Com o objectivo de materializar a sua estratégia, o Millennium bank centrou-se também no desenvolvimento de novas abordagens no relacionamento com os seus clientes, alargando a oferta com produtos como contas ordenado, depósitos com juros constantes e crescentes, contas para empreendedores, por forma a aumentar a sua posição em termos de recursos. De acordo com a última informação disponível (Outubro de 2010), a quota de mercado em depósitos de particulares ascendia a cerca de 1% e, em depósitos a empresas, a 0,5%. Realce ainda para o início da oferta, no final de 2010, de serviços e produtos de gestão de património, que se espera vir a ter impacto relevante nos proveitos do Banco a curto prazo. O Millennium bank registava, no final de 2010, um montante de 344 milhões de euros de crédito (bruto) a clientes e recursos totais de clientes de 283 milhões de euros, operando com 74 sucursais e 731 colaboradores. Turquia No âmbito da análise efectuada à carteira de operações internacionais, e tendo presente a estratégia de enfoque nos mercados prioritários, o BCP procedeu à alienação de 95% do capital social do Millennium Bank A.S., na Turquia, à instituição financeira Credit Europe Bank, N.V., entidade detida pelo Grupo financeiro FIBA Holding, A.S. Em resultado desta transacção, o BCP manteve uma participação de 5% na sociedade, tendo estabelecido com o comprador um mecanismo de opções de compra e de venda prevendo a possibilidade de alienação do remanescente da sua participação por preço por acção não inferior ao agora recebido. Outras operações internacionais Moçambique O Millennium bim, que celebrou o seu 15.º Aniversário em 2010, é o maior banco em Moçambique, com 125 sucursais, oferecendo uma gama completa de produtos e serviços financeiros, incluindo seguros. O Millennium bim está fortemente empenhado em contribuir para o desenvolvimento da economia e do sistema financeiro de Moçambique, reforçando e desenvolvendo o seu tecido empresarial e ajudando a melhorar as condições de vida das populações, não só através da intervenção em acções de responsabilidade social, mas também pela oferta de produtos e serviços bancários inovadores e que contribuam para a satisfação das necessidades financeiras dos Moçambicanos. As linhas estratégicas definidas para 2010 passaram pela manutenção da cultura de qualidade dos serviços prestados e num compromisso continuado com a inovação, procurando simultaneamente promover a expansão da base de Clientes, maximizando a rendibilidade e intensificando o cross-selling. Continuou a ser prestada atenção especial ao reforço da capacidade comercial, à segmentação do negócio, à expansão da banca electrónica e ao programa de expansão da rede de sucursais. Em paralelo, tem vindo a ser mantido o rigor no cumprimento das questões de compliance e na gestão dos riscos.

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Destaque ainda para o reconhecimento nacional e internacional obtido pelo Millennium bim, o qual obteve o maior número de distinções e prémios recebidos em 2010 no sector financeiro, nomeadamente os prémios de Corporate Social Responsibility pela publicação Emeafinance no âmbito do African Banking Achievement Awards, de Melhor Marca da Banca, estudo promovido pela multinacional GFK, de Melhor Banco de Moçambique, atribuído por duas instituições de renome - Global Finance e Emeafinance, e o reconhecimento de ser Um dos 5 Melhores Bancos Nacionais de África pela IC Publications. Estes prémios evidenciam o sucesso da estratégia do Millennium bim, orientada para a captação de recursos, bem como a gestão criteriosa com particular enfoque nas boas práticas de governo corporativo e a adesão às Normas Internacionais de Reporte Financeiro, foram alguns dos factores motivadores da estabilidade financeira alcançada pelo Banco, não obstante a crise mundial vivida. A proposta de valor Millennium bim, assente na elevada qualidade e inovação dos seus produtos e serviços é, sem dúvida, um dos principais factores de diferenciação entre os seus pares no mercado. O Millennium bim registava, no final de 2010, um montante de activos totais de 1.293 milhões de euros, 854 milhões de euros de crédito (bruto) a clientes e recursos totais de clientes de 991 milhões de euros, operando com 2.088 colaboradores. Em 2010, este Banco detido em 66,7% pelo Grupo, atingiu um resultado líquido de 52,8 milhões de euros. Angola O Banco Millennium Angola, S.A. (BMA), constituído em 3 de Abril de 2006, por transformação da sucursal local em banco de direito angolano, tem por missão contribuir para a modernização e desenvolvimento do sistema financeiro em Angola. O BMA pretende assumir um papel chave no aumento do nível de bancarização da população angolana, mediante a comercialização de produtos e serviços financeiros inovadores e personalizados, concebidos para manter elevados níveis de satisfação, fidelização e envolvimento da base de Clientes, oferecendo ao mercado padrões de qualidade e de especialização superiores. A aposta estratégica no desenvolvimento do sistema financeiro angolano concretiza-se, ainda, através do investimento, da criação de emprego, da aposta na qualificação das pessoas e da transferência de know-how. Com a aspiração de se tornar num dos bancos de referência no mercado angolano, o BMA assumiu, em 2010, uma agenda estratégica assente em cinco pilares: (i) Desenvolvimento do Negócio; (ii) Expansão da Rede de Retalho; (iii) Recrutamento e Formação; (iv) Gestão do Risco e (v) Performance. O ano 2010 foi também particularmente positivo para o BMA pelos três prémios atribuídos, como reconhecimento do esforço e dedicação no seu processo de implantação em Angola. Foi considerado Marca de Excelência 2009/10 pela organização internacional Superbrands, o Melhor Banco Estrangeiro em Angola 2010 pela revista Emeafinance e Bank of the Year – Angola 2010 pela revista The Banker. O BMA registava, no final de 2010, um montante de activos totais de 1.012 milhões de euros, 465 milhões de euros de crédito (bruto) a clientes e recursos totais de clientes de 593 milhões de euros, operando com 39 sucursais (em 12 das 18 províncias de Angola) e 714 colaboradores. Em 2010, o Banco atingiu um resultado líquido de 23,6 milhões de euros. Macau O Millennium bcp inaugurou, em 2010, a sua primeira sucursal em Macau com licença plena (on-shore), visando o estabelecimento de uma plataforma internacional de negócios entre a China/Macau, a África lusófona e a Europa. Esta alteração, de agência off-shore para on-shore, permitirá ao Banco passar a trabalhar também com a população residente. Refira-se que o Banco já se encontra presente em Macau desde 1993.

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Com esta decisão, conjugada com a assinatura de acordos de cooperação com a Associação Empresarial de Cantão e com o Gabinete Financeiro do Município de Cantão, o Millennium bcp dá mais um passo no apoio à economia de Macau e aos empresários desta região. A actividade do Millennium bcp na região será ainda assegurada pelo escritório de representação em Cantão (capital da província de Guangdong, Sul da China) que, em conjunto com a sucursal de Macau, passou a ser uma das plataformas cruciais para a exploração das oportunidades de negócio potenciais no triângulo China/Macau - África lusófona – Europa (principalmente Portugal). Importa ainda realçar, tendo em conta a estratégia de expansão do Banco, a assinatura de um memorando de entendimento com o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) que visa reforçar a cooperação entre o maior banco chinês e o maior banco privado português. Este acordo estende-se a outros países e regiões, para além de Portugal e China, visando cobrir o referido triângulo estratégico. Ambos os Bancos darão preferência à utilização das redes globais recíprocas na prossecução da respectiva actividade em áreas de negócio como trade finance, tesouraria, abrangendo o mercado monetário, cambial e swaps, cash management e pagamentos internacionais em euros e renminbi, corporate lending e banca de investimento, nomeadamente project finance, empréstimos sindicados e assessoria em negócios relacionados com potenciais fusões e aquisições transfronteiriças. Ilhas Caimão O Millennium bcp Bank & Trust é um banco sediado nas Ilhas Caimão, com uma licença bancária de categoria “B”, vocacionado para a prestação de serviços bancários a clientes particulares com elevado património e a clientes corporate. As Ilhas Caimão foram consideradas como uma jurisdição cooperante, à luz da regulamentação recentemente publicada pelo Banco de Portugal. Tal como com outras jurisdições, celebrou também um acordo de troca de informação com Portugal. O Banco acompanha uma carteira de Clientes focada nas comunidades lusófonas residentes fora de Portugal e países africanos de língua portuguesa. O Millennium bcp Bank & Trust registava, no final de 2010, um montante de activos totais de 4,118 milhões de euros, 565 milhões de euros de crédito (bruto) a clientes e recursos totais de clientes de 1.070 milhões de euros, operando com 15 colaboradores. Em 2010, o Banco atingiu um resultado líquido de 6,0 milhões de euros. Estados Unidos da América No âmbito da análise efectuada à carteira de operações internacionais, o BCP tomou a decisão de sair, em 2010, do mercado dos Estados Unidos da América, tendo concluído, no dia 15 de Outubro, a transacção de alienação ao Investors Savings Bank da totalidade da rede de sucursais do Millennium bcpbank, da respectiva base de depósitos e de parte da carteira de crédito. Em resultado desta transacção, o BCP deixou de deter uma operação bancária nos Estados Unidos da América, tendo, no entanto, estabelecido um acordo de cooperação com o Investors Savings Bank no que respeita às remessas financeiras oriundas deste país, o qual permitirá assegurar a manutenção de um serviço de excelência aos antigos Clientes do Banco. Esta transacção não teve impacto significativo nos rácios de capital do BCP.

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10.1.2.6 Outros

No segmento Outros incluem-se a gestão centralizada de participações financeiras e as restantes actividades e operações de carácter corporativo, as actividades não integradas nos segmentos de negócio, nomeadamente a actividade de bancassurance, uma joint-venture com o Grupo Belga-Holandês Ageas, e outros valores não alocados aos segmentos. Millenniumbcp Ageas: Em 2005 foi concluído o acordo com o grupo belga-holandês Ageas (ex-Fortis) relativamente à alienação de 51% do capital social e transferência do controlo de gestão das companhias Ocidental – Companhia Portuguesa de Seguros de Vida, S.A. (“Ocidental Vida”), Ocidental – Companhia Portuguesa de Seguros, S.A. (“Ocidental”), Pensõesgere – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. (“Pensõesgere”) e Médis – Companhia Portuguesa de Seguros, S.A. (“Médis”), que actuam primordialmente na venda pelo canal bancário. Na sequência deste acordo, as duas instituições estabeleceram uma parceria numa sociedade joint-venture: Millenniumbcp Ageas – Grupo Segurador, SGPS, S.A. (“Millenniumbcp Ageas”) que detém as companhias referidas. A Millenniumbcp Ageas, detida a 51% pela Ageas e a 49% pelo Millennium bcp, é uma instituição especializada na comercialização de seguros dos ramos Vida (risco, poupança e capitalização) e Não Vida (pessoais e patrimoniais) através dos canais de distribuição bancário (canal privilegiado), agentes e corretores. Nos seguros de saúde, a Millenniumbcp Ageas actua no mercado também através do canal directo, nomeadamente através de parcerias e acordos de distribuição com outras seguradoras presentes no mercado nacional. A Millenniumbcp Ageas é ainda líder de mercado na actividade de gestão de fundos de pensões, utilizando, neste negócio, tanto o canal de distribuição bancário, como o canal tradicional de corretores. Os principais objectivos estratégicos, que a Millenniumbcp Ageas se propôs alcançar em 2010, enquadram-se dentro do plano de médio e longo prazo delineado em 2005, ano de arranque da operação, assente em quatro pilares: Crescimento, Produtividade, Qualidade e Rendibilidade. Crescimento: Os volumes globais de vendas de PPR voltaram a superar os registos dos anos anteriores, fazendo do exercício de 2010, pela 3.ª vez consecutiva, o melhor de sempre nesta linha de produtos. Apesar das alterações ao regime fiscal dos produtos PPR decorrentes da implementação do Programa de Estabilidade e Crescimento, que entrarão em vigor a partir de 2011, o posicionamento de produto da Millenniumbcp Ageas, orientado para as necessidades dos Clientes na perspectiva da constituição de poupanças de longo prazo para a reforma, permitiu que o apelo dos produtos PPR, enquanto complemento de reforma, não dependesse do benefício fiscal, tendo o volume de subscrições sido balanceado ao longo de todo o exercício. A evolução dos seguros de capitalização, depois de um ano de 2009 marcado pelo forte crescimento, foi em linha com o esperado e acima da média dos últimos 5 anos. Manteve-se o foco na apresentação de soluções segmentadas, inovadoras e apelativas para a constituição de poupança regular. Os Clientes reconheceram-no, tendo os volumes de planos com entregas programadas aumentado mais de 45%. Os produtos unit-linked mantiveram, em 2010, a tendência de desaceleração de novos contratos iniciada em 2009. De sublinhar a procura registada nesta linha de produtos na Rede de Private Banking, que permitiu multiplicar por quatro os montantes subscritos, por comparação com o exercício anterior, tendo-se registado o melhor ano de sempre. Apesar do contexto económico adverso e do aumento da penetração de seguros de saúde no mercado e na base de Clientes do Millennium bcp, as vendas de produtos Médis registaram um valor assinalável. A Médis fechou o exercício de 2010 com 25% de quota de mercado, mais de 455 mil Clientes, um nível de satisfação de 97%, aferido por um estudo independente, a liderança no

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seu segmento em notoriedade e recordação da marca e renovando pelo 5.º ano consecutivo o prémio SuperBrand, a par dos melhores resultados do exercício de sempre. A contínua inovação da oferta e a diversificação de canais de negócio permitiu manter inalterados os volumes totais de novos produtos de risco de venda activa (Vida e Não Vida). De destacar, especialmente na difícil conjuntura económica para as empresas, a estreita articulação com o EuroNegócio, o êxito do modelo de suporte especializado de seguros no segmento de Negócios, e o crescimento de dois dígitos na bancassurance Empresas. A consolidação do canal de negócio direccionado ao segmento de PME, assente numa rede criteriosamente seleccionada de agentes e corretores, contribuiu como esperado para a subida da quota de mercado da Ocidental Seguros (Não Vida), novamente um facto a assinalar num ano desafiante como foi o de 2010, e num mercado concentrado, maduro e concorrencial. Apesar da esperada diminuição do volume de crédito concedido e do aumento dos spreads, a taxa de penetração dos seguros associados a operações de crédito manteve-se sustentada em níveis de excelência que constituem benchmarks internacionais. Produtividade: É um processo contínuo e transversal a todo o Grupo que tem como objectivo o desenvolvimento de processos, automatismos e níveis de controlo, que permitam uma melhoria continuada e sustentada dos níveis de serviço e, consequentemente, um aumento da eficiência das várias áreas da empresa. Durante o exercício de 2010, no âmbito do M4 - Programa transversal que tem como objectivos Melhorar a produtividade, Melhorar a rendibilidade, Melhorar os níveis de serviço e Melhorar a motivação – lançado no final de 2009, concluiu-se a reestruturação das áreas de back-office da Área de Não Vida. Qualidade: A melhoria sustentada da qualidade do serviço prestado a Clientes Externos e Clientes Internos tem sido e continuará a ser uma das principais prioridades e, muito embora os indicadores de satisfação tenham evoluído favoravelmente em 2010, a Millenniumbcp Ageas está comprometida a continuar a melhorar. Rendibilidade: É uma consequência dos três pilares anteriores e o objectivo consiste em garantir níveis de remuneração atractivos e sustentados para os Accionistas. Atestando globalmente a boa execução do plano de médio e longo prazo e o reconhecimento do mercado pelo trabalho que tem vindo a ser desenvolvido ao longo dos últimos anos, está o facto de mais uma vez a Ocidental Vida ter sido distinguida pela Revista Exame com o prémio de Melhor Grande Seguradora do Ramo Vida. 10.2 Análise da Actividade

10.2.1 Enquadramento sectorial

Portugal O enquadramento económico e financeiro é excepcionalmente exigente para o sistema bancário português, reflectindo-se na evolução da actividade económica, nas condições financeiras enfrentadas nos mercados de financiamento por grosso, nos volumes de negócio, na manutenção de elevados montantes de imparidades, na desvalorização de activos e no aumento do custo de financiamento. Estes impactos sobre o sistema bancário ganham uma dimensão acrescida tendo em presente a desconfiança que pende sobre a consolidação orçamental que terá quer ser levado a cabo pelo Estado português e a desalanvancagem do sector privado, fundamental para precaver que a intensificação da crise de liquidez suscite um ajustamento ainda mais severo na economia portuguesa.

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O abrandamento dos volumes de negócio em 2010 e o aumento das dificuldades de refinanciamento da dívida reflectem-se numa diminuição da rendibilidade, tendo o principal impacto decorrido da pressão sobre a margem financeira que atingiu níveis mínimos históricos. O processo de transmissão da alteração das condições de refinanciamento dos bancos no mercado internacional nas operações com Clientes é faseado e parcial. O sistema bancário tem acomodado o impacto na actividade económica decorrente do agravamento em mercado internacional das condições financeiras específicas de Portugal. Apesar dos resultados positivos obtidos nos testes de stress em 2010, é crescente a necessidade de os bancos portugueses se recapitalizarem, tendo presente que a materialização dos efeitos do aumento do risco de crédito e de mercado, que se associa ao enquadramento económico e financeiro, na posição de capital dos bancos. Para além do significado intrínseco da solvabilidade, importa relevar a sua importância nas expectativas dos agentes de mercado e supervisores. Conforme evidenciado nos casos grego e irlandês, esta condição não só determina o custo e o acesso a financiamento, mas também influi no risco soberano e, por sua vez, no risco de crédito dos bancos portugueses. Um factor que diferencia a actual conjuntura é a crise de liquidez nos mercados periféricos Europeus. A incapacidade de proceder ao refinanciamento da dívida nos mercados por grosso forçou os bancos portugueses a recorrer a meios alternativos para obtenção de fundos essenciais ao financiamento regular da actividade económica. Parte foi suprida pelos depósitos, outra pelo recurso ao BCE, cuja extensão apenas foi possível graças a um planeamento estratégico prévio para dotar as instituições financeiras dos instrumentos financeiros necessários às operações de mercado aberto com o BCE. Polónia A actividade económica na Polónia fortaleceu-se ao longo de 2010, mas com maior intensidade no segundo semestre. O aumento na taxa de utilização de capacidade instalada, as perspectivas de sustentação da procura e a disponibilidade financeira das empresas tornam provável uma aceleração na despesa em investimento a breve prazo. Nestas circunstâncias, a Polónia mantém-se um dos países da União Europeia com melhor desempenho nos últimos anos, evitando a recessão em 2009 e retomando de forma relativamente rápida ritmos de crescimento em linha ou ligeiramente superiores ao ritmo de crescimento potencial. Em 2010, a taxa de crescimento real do PIB foi de 3,8%, perspectivando-se que este valor seja ultrapassado em 2011 e em 2012. Os volumes de negócio bancário têm vindo a recuperar, mas de forma ainda segmentada. O fluxo mensal de crédito para habitação aproximou-se do nível que se verificava em 2007/2008, mas o crédito às empresas ainda se apresenta pouco dinâmico, fenómeno típico das economias avançadas e da boa condição financeira registada pelas empresas polacas. O risco de sobreaquecimento a prazo da economia polaca deverá justificar a continuação do ciclo de aumento de taxas de juro iniciado em Janeiro de 2011. O diferencial de taxas de juro e as expectativas de crescimento robustas poderão reforçar os fluxos de carteira com destino à Polónia, tornando a gestão da política monetária mais complexa. No mercado cambial, a moeda polaca retomou uma trajectória de apreciação gradual, destacando-se entre as moedas do Leste Europeu. O desequilíbrio nas finanças públicas correntes representa o principal obstáculo para a adesão a breve prazo ao euro. O défice público ascende a quase 8% do PIB, com uma elevada componente estrutural. Apesar da vantagem de que a Polónia goza em termos de endividamento público (55% contra 85% para a média da Área do Euro), a proporção elevada de endividamento em moeda estrangeira reforça os argumentos a favor de medidas que visem atenuar este desequilíbrio, robustecendo a capacidade de resposta da economia e das finanças públicas a choques adversos futuros.

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Grécia Na sequência da crise financeira de 2007/2008 e da surpresa negativa com a evolução e a transparência das contas públicas gregas, os mercados financeiros gregos entraram em colapso. A turbulência financeira, a revisão sequencial dos ratings do risco soberano (actualmente em categoria especulativa) e a inacessibilidade a financiamento de mercado culminaram com a solicitação de ajuda junto das autoridades comunitárias. A magnitude, a abrangência e a urgência de resultados implicaram a adopção de medidas de efeito fortemente recessivo na actividade económica (aumento da carga fiscal, redução do emprego público, dos salários e das pensões, entre outras), erosão significativa do poder de compra das famílias e aumento súbito e significativo do desemprego. Este contexto favoreceu a irrupção de um clima de grande agitação social e de violência, de grande impacto na actividade económica e que motivou a transferência de importantes volumes de recursos para jurisdições financeiras mais seguras. O sector financeiro tem sido particularmente prejudicado por esta envolvente, ao nível da liquidez, com uma erosão importante da base de depósitos e incremento no custo de financiamento, forte abrandamento nos volumes de negócio, degradação da qualidade de crédito e disfuncionalidade quase generalizada do mercado de capitais grego. Dado este enquadramento, foram desenvolvidos planos específicos de apoio ao sistema financeiro e de incentivo à sua reestruturação. Roménia O ritmo de deterioração da actividade económica na Roménia abrandou ao longo de 2010. A correcção na procura interna revelou-se menos intensa, designadamente ao nível do consumo privado e o sector exportador beneficiou do dinamismo dos países clientes. O PIB desceu em volume 1,3% em 2010, o que compara favoravelmente com a contracção de 7,1% no ano anterior e que suporta expectativas de crescimento do PIB para 2011. Na sequência da instabilidade financeira de 2009, a Roménia solicitou ajuda financeira internacional no montante de 20 mil milhões de euros, com a contrapartida de adopção de medidas de correcção das finanças públicas, reforço da condição financeira do país e reformas estruturais. O processo de consolidação orçamental está a decorrer favoravelmente, embora as finanças públicas ainda apresentem uma situação deficitária significativa e a adopção do plano de austeridade tenha ocasionado alguma perturbação social e política. Moçambique Apesar da instabilidade nos mercados financeiros e de efeitos de clima adversos, a economia moçambicana voltou a evidenciar um elevado desempenho em 2010. O crescimento médio anual do PIB em termos reais foi ligeiramente superior a 6,5%. Os sectores agrícola, da construção, comércio, transporte e comunicações apresentam-se particularmente dinâmicos, com aumento dos níveis de emprego. A evolução favorável da actividade económica dinamiza a procura de crédito, que cresceu cerca de 20% em 2010. Prossegue a estratégia de bancarização da economia, com um crescente número de distritos (cerca de metade) que passaram a dispor de oferta de serviços bancários através de presença física de sucursais. Será provável que a expansão dos serviços bancários privilegie tecnologias remotas, como o internet banking ou mobile banking. A instituição da Sociedade Interbancária de Serviços, pelos ganhos de especialização e de escala associados, poderá contribuir para uma expansão ainda mais rápida de meios de pagamento electrónicos. A política económica moçambicana deverá continuar a caracterizar-se pelo equilíbrio entre o crescimento económico com forte suporte na despesa pública e no investimento estrangeiro em projectos estratégicos de grande dimensão, aumentando a mobilidade dentro do país e a

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acessibilidade da população a condições de vida melhoradas e a defesa de uma posição financeira sólida que reduza a vulnerabilidade do país a choques exógenos. Neste quadro, as metas oficiais para 2011 incorporam um cenário de crescimento do PIB em 7,2%, a redução da inflação para 8% para um nível de reservas que assegure no mínimo 4 meses de importações. Angola A actividade económica em Angola revelou-se mais dinâmica em 2010, com o impulso do mercado petrolífero mundial. As receitas das exportações de petróleo reequilibraram as reservas externas e permitiram a recuperação das finanças públicas, cuja fragilidade em 2009 obrigou a uma travagem brusca nas políticas públicas de promoção do crescimento. A estimativa oficial para o crescimento real do PIB em 2010 é de 4,5%, com contributos positivos do sector petrolífero e não petrolífero, para os quais se estimam taxas de crescimento real de 2,7% e 5,7%, respectivamente. A importância do sector petrolífero tem vindo a diminuir (de 60% em 2009 para 46% em 2010). O sector agrícola e a indústria transformadora poderão ver o seu peso económico quase duplicar no período 2009-2011. Angola tem a oportunidade de beneficiar com a aplicação de novas tecnologias, reconfigurando o seu tecido industrial e a arquitectura urbanística em função de modelos que maximizem a utilização de recursos e minimizem o impacto negativo nas populações. O programa de acção do Governo para 2011 enquadra-se nesse objectivo, conjugando medidas de cariz social (educação, saúde e protecção social) com políticas de melhoria de contexto, habitação, serviços comunitários e clima de negócios. Os efeitos desfasados de um contexto externo mais exigente reflectiram-se numa ligeira degradação na qualidade do crédito em carteira dos bancos. Não obstante, a progressão no crédito à economia foi substancialmente superior à verificada na captação de recursos e o grau de cobertura de serviços bancários continua a evoluir favoravelmente, aproximando-se de cerca de um milhar de sucursais. A oferta de serviços bancários constitui um factor de incentivo e uma consequência do grau de desenvolvimento da economia angolana. Nesse âmbito, o Programa de Consolidação da Banca Angolana representa uma iniciativa de reforço da confiança no sistema bancário, através da reformulação dos requisitos regulamentares e dos parâmetros e acção da supervisão comportamental. 10.2.2 Actividade dos segmentos de negócio

10.2.2.1 Desempenho em 2010, 2009 e 2008 (IAS/IFRS)

O Grupo BCP desenvolve um conjunto de actividades bancárias e de serviços financeiros em Portugal e no estrangeiro, com especial ênfase nos negócios de Banca de Retalho, de Banca de Empresas, de Corporate & Banca de Investimento e de Private Banking & Asset Management. Os valores reportados para cada segmento resultam da agregação das subsidiárias e das unidades de negócio definidas no perímetro de cada segmento, reflectindo também o impacto, ao nível do balanço e da demonstração de resultados, do processo de afectação de capital e de balanceamento de cada entidade, efectuado com base em valores médios. As rubricas do balanço de cada subsidiária e de cada unidade de negócio são recalculadas tendo em conta a substituição dos capitais próprios contabilísticos pelos montantes afectos através do processo de alocação, respeitando os critérios regulamentares de solvabilidade. Tendo em consideração que o processo de alocação de capital obedece aos critérios regulamentares de solvabilidade em vigor, os riscos ponderados e, consequentemente, o capital afecto aos segmentos, baseiam-se na metodologia de Basileia II, aplicando-se: i) em 2008 e em 2009 o método padrão para o cálculo dos requisitos de capital para riscos de crédito; e ii) desde 2010 o IRB Advanced para riscos de crédito da carteira de Retalho relativos a pequenos negócios ou colateralizados por bens imóveis residenciais ou comerciais e IRB Foundation para o crédito a

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empresas, em Portugal, excepto promotores imobiliários e entidades do sistema de rating simplificado. Em 2009, mediante autorização concedida pelo Banco de Portugal, foi adoptado o método standard para o risco operacional e o método dos modelos internos para o risco genérico de mercado e para riscos cambiais, no perímetro gerido centralmente desde Portugal. O balanceamento das várias operações é assegurado por transferências internas de fundos, não se registando alterações ao nível consolidado. Para efeitos de comparabilidade desta informação foram repercutidas, em 2008 e em 2009, as alterações ocorridas em 2009 e em 2010 ao nível da organização dos segmentos: a Banca de Retalho e a Banca de Empresas foram individualizadas, a rede Corporate passou a fazer parte do segmento Corporate & Banca de Investimento e a Interfundos que fazia parte do segmento Private Banking & Asset Management passou a integrar a Banca de Empresas. O negócio contabilizado no Banque Privée BCP na Suíça e no Millennium bcp Bank & Trust nas Ilhas Caimão passou a ser considerado no segmento Negócios no Exterior quando anteriormente estava reflectido no segmento Private Banking & Asset Management. A afectação de capital a cada segmento em 2010 resultou da aplicação de 6,5% aos riscos geridos por cada um dos segmentos tendo sido, para efeitos comparativos, considerada a mesma percentagem de afectação de capital em 2008 e em 2009. As contribuições líquidas de cada segmento não estão deduzidas, quando aplicável, dos interesses que não controlam. Assim, os valores das contribuições líquidas apresentados reflectem os resultados individuais das unidades de negócio, independentemente da percentagem de participação detida pelo Grupo BCP, incluindo os impactos dos movimentos de fundos anteriormente descritos. A informação seguidamente apresentada foi preparada tendo por base as demonstrações financeiras elaboradas de acordo com as IFRS e com a organização das áreas de negócio do Grupo BCP em vigor em 31 de Dezembro de 2010. i. Banca de Retalho A contribuição líquida da Banca de Retalho em Portugal cifrou-se em 106,9 milhões de euros em 2010, comparando com 151,4 milhões de euros relevados em 2009 e com 278,5 milhões de euros evidenciados em 2008. Em linha com a prioridade estratégica de repricing das operações, de ajustamentos no preçário de spreads e comissões definida para a Banca de Retalho, os outros proveitos líquidos apresentaram um desempenho favorável no triénio, para o qual foi determinante a evolução das comissões associadas aos programas de fidelização de Clientes, nomeadamente as relacionadas com depósitos à ordem e com seguros de risco. O desempenho da margem financeira em 2010 está influenciado pelo menor volume de crédito concedido a clientes, não obstante o efeito positivo associado ao repricing das operações de crédito que tem vindo a ser efectuado. A evolução da margem financeira, de 2008 para 2009, reflecte a contracção da margem dos recursos na sequência do estreitamento dos spreads. A diminuição dos custos operacionais ao longo do triénio foi suportada nas medidas de simplificação organizativa e de optimização dos processos implementadas, bem como na redução do número de Colaboradores. As dotações para imparidade apresentaram uma variação díspar, decrescendo de 2008 para 2009 e aumentando de 2009 para 2010, repercutindo a evolução da carteira de crédito com sinais de imparidade..

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Em 2010 a Banca de Retalho reduziu o gap comercial, em linha com a prioridade estratégica de enfoque na captação de recursos de clientes, através do reforço da oferta de produtos de pequena poupança e de soluções de investimento de baixo risco. Assim, os recursos totais de clientes, reflectindo o esforço comercial na captação de recursos, mantiveram-se estáveis, ascendendo a 36.133 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, face aos 36.204 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009 (34.014 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2008). Por seu turno, o crédito a clientes diminuiu 3,3%, totalizando 33.547 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, comparando com os 34.678 milhões de euros contabilizados na mesma data de 2009 (34.819 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2008), influenciado pela redução do crédito à habitação, do crédito à promoção imobiliária, do crédito ao consumo e do financiamento a empresas.

Milhões de euros 31 Dez.10 31 Dez.09 31 Dez.08

Demonstração de resultados Margem financeira 514,5 628,1 922,4Outros proveitos líquidos 452,6 433,8 408,8 967,1 1.061,9 1.331,3Custos operacionais 670,3 725,5 747,9Imparidade 151,2 130,6 204,1Contribuição antes de impostos 145,5 205,8 379,3Impostos 38,6 54,4 100,8Contribuição líquida 106,9 151,4 278,5

Síntese de indicadores

Capital afecto 1.045 1.326 1.409Rendibilidade do capital afecto 10,2% 11,4% 19,8%Riscos ponderados 16.076 20.397 21.674Rácio de eficiência 69,3% 68,3% 56,2% Crédito a clientes (1) 33.547 34.678 34.819Recursos totais de clientes 36.133 36.204 34.014

Nota: Crédito e os recursos de clientes em saldos médios mensais. (1) Inclui Papel Comercial

Em Novembro de 2010, foi criada a Direcção de Cartões, em virtude do reconhecimento nos anos recentes da complexidade acrescida inerente ao negócio dos cartões de pagamento, requerendo uma maior e mais dedicada atenção, com o objectivo de melhor captar, reter e fidelizar os Clientes através de um serviço mais valorizado. Foi atribuída à Direcção de Cartões a responsabilidade por todo o negócio de cartões de pagamento comercializados pelo Millennium bcp, em todas as vertentes – débito, crédito, pré-pagos, co-branded, affinity, privativos - e em todas as marcas de que o Banco é emitente ou acquirer: Visa, MasterCard, American Express e Multibanco. Por forma a atenuar e até contrariar o contexto vivido, o Millennium bcp centrou a sua actuação no segmento Cartões num conjunto de iniciativas de venda e de relação, de entre as quais se destacam: o lançamento do novo cartão “Prestige Security”, cartão de crédito “topo de gama”, destinado ao segmento Affluent e incluído na oferta “Prestige”, a realização de campanhas de cartões Mastercard, Visa - “Rock in Rio, Eu Vou!” e “Blue” da American Express - “O teu Blue leva-te ao Rock in Rio!”, a realização de uma campanha comercial bastante apelativa no âmbito da Campanha dos 25 anos do Millennium bcp e a continuidade dos compromissos solidários. No que respeita aos cartões American Express, o ano caracterizou-se pelo alinhamento e execução das actividades iniciadas em 2009. Foi também reforçada a parceria através do patrocínio de eventos TAP Victoria e da assinatura de um novo Contrato de Parceria com a American Express, em final de Novembro, com a atribuição de três licenças de actuação para Portugal enquanto Independent Operator exclusivo. Na área de crédito Imobiliário, em face das condições de mercado, foram efectuados ajustamentos no preçário de spreads e comissões, com vista à defesa parcial da rendibilidade, bem como à adequação das variáveis de risco, nomeadamente loan-to-value (LTV), prazos e carência, sempre orientados pelo reforço no rigor da análise e concessão de crédito. Na área de crédito pessoal, o Millennium bcp lançou o “Crédito à Medida”, um produto inovador para montantes elevados, destinado a satisfazer as necessidades de um segmento de mercado específico. A realização de

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campanhas de Crédito Pessoal e Solução Automóvel tem por objectivo continuar a apoiar os clientes, apesar de um menor enfoque subjacente à estratégia de reduzir o endividamento dos particulares. No segmento de Negócios, a actuação privilegiou as iniciativas de renegociação das condições de preço orientadas pela necessidade de defender a margem financeira, partilhando as consequências do agravamento do custo de funding. Simultaneamente, foram efectuados ajustamentos no preçário de spreads e comissões. Com o objectivo de minimizar a sua dependência relativamente aos mercados financeiros internacionais, o Banco adoptou uma política comercial com grande enfoque na captação de recursos de clientes. A captação de recursos assentou nos recursos de balanço, dando preferência aos prazos mais longos, com vista ao reequilíbrio entre os prazos das aplicações de clientes e o prazo médio da carteira de crédito no Retalho. A política comercial centrou-se na oferta de produtos que respondessem de forma eficaz, flexível, simples e transparente às principais necessidades financeiras dos clientes: Poupança, Investimento e Reforma. Pela ocasião da celebração do 25.º aniversário do Banco, foram criadas várias iniciativas que permitiram aos clientes celebrar este momento com o Banco. No que toca a produtos de poupança, foi criado o “Depósito 25 anos”, oferecendo uma remuneração muito atractiva, com possibilidade de acréscimo de um prémio dependente da antiguidade de permanência do Cliente, com o objectivo final de captar pequenas e médias poupanças. O segmento de Particulares continuou, durante 2010, a focalizar o seu esforço comercial no enquadramento dos seus Clientes nas várias soluções integradas que o Banco disponibiliza, por forma a garantir uma melhor relação custo/benefício no relacionamento dos Clientes com o Banco. Neste sentido foram lançadas três campanhas comunicacionais como forma de promoção e dinamização das soluções: “Vantagem Ordenado”, para os Clientes que domiciliam o seu ordenado no Millennium bcp; “Programa Prestige”, para os Clientes com maior envolvimento com o Banco e “Cliente Frequente”, para os Clientes que procuram uma solução simples adaptada às suas necessidades financeiras diárias. O Millennium bcp procura assim apresentar ao mercado soluções financeiras completas, inovadoras e adequadas às diferentes etapas de vida dos seus Clientes, procurando sempre interpretar as suas necessidades por forma a adaptar a sua oferta. A captação de recursos foi uma prioridade ao longo de 2010, traduzindo-se na criação e promoção de produtos de poupança competitivos e adaptados ao perfil de risco e necessidades de liquidez dos Clientes do segmento. O segmento Negócios continuou a apoiar o empreendedorismo e a inovação das Empresas suas Clientes, com a distinção e reconhecimento da respectiva visão empreendedora, bem como da capacidade de execução e de inovação, conferindo-lhes o estatuto de “Cliente Aplauso 2010”. Ser “Cliente Aplauso” significa pertencer ao grupo restrito de Empresas com acesso a benefícios exclusivos em produtos e serviços financeiros, a que acresce a credibilidade perante o mercado mediante a atribuição do “Diploma Aplauso”. Esta é uma iniciativa que regista um enorme sucesso e aceitação junto das PME portuguesas. A adesão dos Clientes do Millennium bcp aos canais directos foi reforçada no decorrer de 2010, evidenciando a contínua aposta do Banco no desenvolvimento de novas e inovadoras ferramentas de gestão das finanças dos clientes. O Banco consolidou o crescimento da utilização do canal “Mobile”, muito por força do lançamento de um novo conceito inovador de mobilidade – o “Mobile APP”, solução pioneira no mercado português. Através da instalação de uma simples aplicação no telemóvel, os Clientes podem aceder às suas contas e movimentar o seu património financeiro de forma simples, rápida e segura. Destaque ainda para o lançamento de um Banco inovador baseado na plataforma do ActivoBank. As prioridades estratégicas consistiram na renovação da sua proposta de valor e no consequente aumento da base de Clientes. Numa envolvente difícil, o ActivoBank confirmou o seu estatuto de banco inovador, ao surpreender o mercado com o lançamento de uma nova proposta de valor assente em serviços financeiros de índole mais corrente, dirigidos às necessidades de natureza

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sobretudo transaccional dos seus Clientes. Esta aposta de modernização e renovação complementa e valoriza o pilar de serviços especializados com enfoque em soluções de investimento, que há muito caracteriza o ActivoBank. 2009 Num contexto caracterizado por uma grande volatilidade nos mercados de capitais e das taxas de juro, o Millennium bcp adequou as suas propostas de investimento a produtos conservadores, capazes de transmitirem segurança e reforçarem os níveis de confiança dos clientes na sua oferta. O Banco promoveu activamente a comercialização de produtos baseados na constituição de pequenas poupanças, em que a rendibilidade oferecida pedia o compromisso do cliente no aumento dos níveis de fidelização ao Banco e na criação de rotinas de poupança, tendo-se privilegiado o segmento jovem, o que se repercutiu no aumento da bancarização deste segmento, reforçando em paralelo os hábitos de poupanças programadas. Para as poupanças a médio prazo, dinamizou-se a oferta de produtos de poupança e reforma, através da criação de novas linhas de produto, cujo sucesso permitiu atingir um lugar de destaque entre os principais concorrentes. Em complementaridade o Banco vem desenvolvendo campanhas com carácter recorrente que visam a captação de recursos para investimentos a médio e longo prazo, numa óptica de poupança regular. O Banco continuou a apostar na promoção de seguros de risco com condições especiais dirigidas aos clientes dos diferentes segmentos de mercado em que actua, dos quais se destacam a oferta de protecção completa para os titulares de Contas Prestige, Cliente Frequente, Contas Passaporte e Clientes Aplauso, com produtos adaptados às diferentes necessidades destes clientes e realizou acções de promoção de seguros de risco com condições especiais em associação a outras campanhas de produto, como, por exemplo, as destinadas a clientes de Crédito Habitação, clientes Solução Automóvel e clientes titulares de Cartões de Crédito Millennium bcp. Apesar da conjuntura económica adversa, com reflexos ao nível da contracção do consumo privado e do aumento da taxa de desemprego, os resultados da área de cartões foram globalmente positivos: o número de cartões de débito do Banco aumentou, a carteira de crédito Visa/MasterCard registou uma ligeira diminuição, mas em linha com o esperado por efeito de migração de cartões para a marca American Express e da concentração do esforço comercial na colocação de cartões desta marca. Em resultado deste esforço, a carteira American Express aumentou 13,4%, com especial enfoque no cartão Blue, cartão Business e cartões Gémeos. No segmento de Particulares, o Millennium bcp prosseguiu, em 2009, a estratégia de aproximação aos seus clientes, focalizando na criação de produtos competitivos e de soluções financeiras que melhor se adaptam às expectativas dos clientes, garantindo desta forma níveis de satisfação elevados. O Banco continuou a apostar na oferta de soluções integradas, simples e transparentes, que permitem uma percepção clara do conteúdo e oferta, tendo reformulado a oferta das soluções Programa Preferência e Cliente Frequente, tornando-as mais completas e atractivas. O Segmento de Particulares focalizou também a sua estratégia na captação de recursos, criando produtos atractivos e apresentando um conjunto variado de soluções de poupança. A aposta no dinamismo comercial foi também uma constante ao longo do ano, tendo-se verificado uma melhoria contínua ao nível do Plano de Contactos Obrigatório, com resultados positivos em termos de dinamização da produtividade comercial, maximização das oportunidades de venda e o acompanhamento diário e eficaz da carteira de clientes. No segmento Affluent, o Programa Cliente Prestige continuou a oferecer, em 2009, as melhores condições para clientes particulares do Retalho. Ao nível da oferta distintiva e gratuita que caracteriza este programa, destacam-se os cheques e as transferências gratuitas, os cartões com anuidades gratuitas, as vantagens no crédito e ainda um package Prestige de seguros de protecção com condições especiais, entre outras vantagens.

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No segmento de Negócios, o Millennium bcp dispõe de uma posição de liderança, representando cerca de um quarto de toda a concessão de crédito a empresas e empresários do segmento. Estes resultados reflectem uma estratégia consistente ao longo do tempo, de proximidade aos clientes, com uma oferta abrangente e um nível de serviço de excelência. Um pilar determinante nesta estratégia é a iniciativa “Cliente Aplauso”, uma distinção por parte do Millennium bcp a que só acedem os melhores empresários, que investem na sustentabilidade dos seus negócios e que escolheram o Banco como parceiro financeiro dos seus projectos. Durante 2009, a iniciativa “Cliente Aplauso” foi suportada por uma campanha televisiva e, no final do ano, reformulada com o objectivo de melhorar as capacidades de formação e informação aos empresários portugueses. A adesão dos clientes aos canais directos foi reforçada em 2009. A procura constante de melhor servir os clientes foi reconhecida, em 2009, através do prémio Best Consumer Internet Bank in Portugal atribuído pela Global Finance. 2008 O ano 2008 foi particularmente difícil e exigente para o sistema financeiro mundial. Numa conjuntura internacional adversa, o Millennium bcp soube reformular e adaptar a sua estratégia, obrigando-se a crescer num contexto de crise. Posicionando-se como o banco de referência das famílias portuguesas, o Millennium bcp conseguiu transmitir ao mercado valores tão importantes como Confiança e Solidez, continuando a ser capaz de dar resposta às principais necessidades financeiras dos seus clientes. O Millennium bcp viu premiado este seu esforço, sendo de salientar que 2008 se saldou pela obtenção da maior captação de clientes e pelo melhor saldo líquido de captação de clientes dos últimos anos. O Millennium bcp definiu como objectivos estratégicos em 2008 a captação de novos clientes e o crescimento em recursos de clientes. Na dinamização da captação de clientes, foram criadas acções específicas ao longo do ano compreendendo, nomeadamente, o lançamento de uma oferta de valor específica para clientes com reduzido envolvimento com o Banco, o desenvolvimento de ferramentas de suporte à dinamização das acções de captação, como seja o novo portal de captação de novos clientes, e ainda o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores e competitivos. O segmento de Particulares focou também a sua estratégia na captação de recursos, criando propostas de produto competitivas e interessantes, e dinamizando a sua colocação através de acções comerciais sustentadas na relação de confiança entre o Banco e o cliente. Em 2008, o reforço da relação com os novos clientes foi uma prioridade. Acolher, fidelizar e fortalecer foi o compromisso assumido com o objectivo de promover uma relação sustentada com os novos clientes. Desde a abertura de conta e ao longo do primeiro ano, o Millennium bcp procura corresponder às necessidades e expectativas dos clientes dotando–os desde logo dos instrumentos financeiros necessários para a movimentação da conta e oferecendo um conjunto de produtos e serviços que respondam às suas necessidades financeiras específicas. O kit de abertura de conta, a “Oferta de Boas Vindas”, o reforço da “Vantagem Ordenado” e o “Cliente Frequente” continuaram a ser os argumentos privilegiados do Millennium bcp para o reforço da relação e envolvimento do cliente. ii. Banca de Empresas O segmento Banca de Empresas em Portugal registou uma contribuição líquida de 7,5 milhões de euros em 2010, comparando com uma contribuição líquida de 35,9 milhões de euros em 2009 e de 102,9 milhões de euros em 2008. O desempenho deste segmento ao longo do triénio foi determinado pelo reforço das dotações para imparidade. Os outros proveitos líquidos cresceram 41,5% face a 2009, suportados na oferta aos Clientes de produtos e serviços financeiros adequados e que propiciam a geração de comissões, onde se destaca o comportamento favorável das comissões relacionadas com serviços financeiros de investimento,

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crédito directo e crédito por assinatura, como resultado da estratégia de proximidade e acompanhamento regular e sistemático dos Clientes onde merece particular destaque a implementação do programa “Ainda Mais Próximo dos Clientes”. A margem financeira dos depósitos registou uma redução, consubstanciada na diminuição dos spreads das operações com clientes já que o efeito volume foi favorável, ao mesmo tempo que beneficiou do efeito de alinhamento do pricing das operações de crédito de modo a reflectir o custo do risco e de refinanciamento nas novas operações contratadas. O aumento das dotações para imparidade registado em 2010 e em 2009, quando comparado com o valor do exercício de 2008, resulta do reforço da cobertura dos sinais de imparidade da carteira de crédito muito influenciado pelo enquadramento económico-financeiro adverso verificado ao longo do triénio. A evolução dos recursos totais de clientes de 2009 para 2010, reflecte o desempenho dos débitos titulados, na medida em que os depósitos de clientes, fruto da estratégia de captação de recursos implementada, registaram uma subida de 1,7%. Os recursos totais mantiveram-se estáveis em 31 de Dezembro de 2009 quando comparados com igual data de 2008. O crédito a clientes diminuiu ao longo do triénio, totalizando 10.024 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, comparando com os 10.717 milhões de euros contabilizados na mesma data de 2009 e com 10.911 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2008, determinado pela redução do outro financiamento em moeda nacional, em 2009 e em 2010, e pela diminuição do papel comercial e do factoring em 2010.

Milhões de euros 31 Dez.10 31 Dez.09 31 Dez.08

Demonstração de resultados Margem financeira 171,7 186,8 198,7Outros proveitos líquidos 87,6 61,9 66,3 259,3 248,7 265,0Custos operacionais 60,1 57,9 62,1Imparidade 189,0 141,9 62,8Contribuição antes de impostos 10,2 48,8 140,0Impostos 2,7 12,9 37,1Contribuição líquida 7,5 35,9 102,9

Síntese de indicadores

Capital afecto 647 659 750Rendibilidade do capital afecto 1,2% 5,4% 13,7%Riscos ponderados 9.958 10.134 11.533Rácio de eficiência 23,2% 23,3% 23,4% Crédito a clientes (1) 10.024 10.717 10.911Recursos totais de clientes(2) 2.982 3.080 3.059

Nota: Crédito e os recursos de clientes em saldos médios mensais. (1) Inclui Papel Comercial (2) Inclui os recursos totais da Interfundos.

Merecem saliência as seguintes iniciativas implementadas em 2010: - Participação em diversas iniciativas de apoio à actividade empresarial lançadas pelo Estado

Português, de que se destacam as várias linhas PME Investe e as linhas de apoio ao sector Agrícola e do Turismo;

- Dinamização da afectação de novos projectos de investimento às linhas de apoio ao

investimento contratadas com o Banco Europeu de Investimento;

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- Celebração de um Protocolo de Cooperação com a ADENE - Agência para a Energia, tendo em vista a dinamização do sector da energia solar, fabrico e instalação de painéis solares térmicos em Portugal;

- Celebração de um protocolo entre o Banco, o Instituto do Emprego e Formação Profissional

(IEFP) e as Sociedades de Garantia Mútua (SGM) para a disponibilização de linhas de crédito no montante global de 100 milhões de euros, destinadas a apoiar empresas criadas por desempregados, que originem a criação de postos de trabalho e a dinamização da economia local. No âmbito da Linha Microinvest foram financiadas 12 operações e da Linha Invest+ 65 operações;

- Realização de acções conjuntas com a Rede de Retalho, visando o aumento do relacionamento

entre o Banco e as Empresas, potenciando a captação de novos clientes entre os colaboradores das empresas;

- Lançamento do serviço de “Operações Documentárias” no portal de Empresas do Millennium

bcp, na opção internacional, permitindo às Empresas com negócio internacional - exportações ou importações - efectuar, através do portal, os pedidos de abertura de créditos e remessas documentárias, consultar as operações em curso e realizar pedidos de alteração a operações documentárias;

- Aprovação para a criação de um Centro Ibérico de Empresas em Lisboa, no âmbito do

desenvolvimento do negócio transfronteiriço/Ibérico com o Banco Sabadell, que será responsável pelo acompanhamento de todos os Clientes actualmente nas Redes Empresas e Corporate, desde que residentes ou com presença física em Portugal e detidos maioritariamente por empresas com sede em Espanha, e que terá como objectivos, entre outros, a rendibilização e o reforço da actual carteira de Clientes Ibéricos, o aumento da quota de mercado nos fluxos import/export com Espanha e a dinamização do negócio de factoring e confirming, por forma a obter uma quota de mercado significativa no negócio com Espanha;

- Lançamento de dois novos serviços inovadores – “Pagamento de Impostos/DUC por Lote” e

“Pagamento de Serviços MB por Lote” -, exclusivamente disponíveis no portal de Empresas, “corp.millenniumbcp.pt”, tendo como características principais possibilitar às Empresas o pagamento de DUCs/Serviços MB através de um único ficheiro com múltiplas instruções (em alternativa ao pagamento individual) e o agendamento dos pagamentos para uma data futura;

- Alargamento do âmbito do “Serviço de Notas de Lançamento Digitais” a mais produtos e

serviços do Banco, tendo sido implementadas melhorias ao nível da recolha e arquivo das notas de lançamento digitais disponíveis no portal de empresas;

- Reformulação da Newsletter Empresas, tendo em vista uma melhor adaptação às necessidades

dos nossos Clientes, evidenciadas nos inquéritos efectuados; - Participação em alguns eventos, em articulação com a Direcção Internacional e as Câmaras de

Comércio, visando o fortalecimento das ligações com os Clientes e potenciando a apresentação de oportunidades de negócio noutros mercados, destacando-se o “Africa Forum” pela interligação a potenciais investidores americanos nos países de África com os quais Portugal tem relações de afinidade;

- Reforço de parcerias com organismos de apoio à internacionalização e à exportação, através da

participação em seminários centrados nos mercados e nas oportunidades de negócio e investimento para os Clientes do Grupo.

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No último trimestre de 2010, o Banco procedeu à reorganização do negócio imobiliário com o objectivo de aumento de eficiência, resultante da maior integração de todos os processos associados à vertente imobiliária, tendo criado a Direcção de Negócio Imobiliário. Esta Direcção passou a incorporar as unidades de Crédito à Promoção Imobiliária, Gestão de Imóveis, Gestão de Projectos Imobiliários e Venda de Imóveis. 2009 A recessão económica em Portugal condicionou a actividade da rede Empresas em 2009. Tendo presente este enquadramento, a estratégia comercial deu continuidade às principais linhas mestras definidas no final de 2008, enfocando-se na:

- Captação de recursos, procurando o fortalecimento da posição do Banco em termos de gap de liquidez, sem descurar a eventual adequação da proposta de valor por forma a permitir uma melhor defesa da margem;

- Manutenção da política de reforço da disciplina de pricing, quer em termos de spreads, quer de comissões, tendo em vista a correcta adequação ao risco assumido e a melhor salvaguarda das margens de crédito do Banco;

- Gestão criteriosa do crédito, com incidência no crescimento em termos de rendibilidade e reforço dos mitigantes, procurando optimizar a eficiência na utilização de capital.

Foi enfatizada a política de crescente proximidade com os clientes procurando-se efectuar um acompanhamento mais próximo da sua actividade, identificando eventuais sinais de dificuldade que permitam uma actuação preventiva por parte do Banco e oportunidades de negócio futuras. 2008 A actuação da rede “Empresas”, em 2008, foi condicionada pela crise de liquidez nos mercados financeiros, que implicou um aumento do custo de financiamento dos bancos e teve um impacto significativo em termos da actividade empresarial, nomeadamente na redução do investimento, por via do aumento do prémio de risco de crédito e da contracção da procura nos principais mercados de destino das exportações portuguesas. Tendo como elemento orientador a concretização dos objectivos estabelecidos no âmbito do Programa Millennium 2010, o enfoque da actividade da rede “Empresas” foi a captação de recursos, visando melhorar a posição de liquidez do Banco, a continuação da política de reforço da disciplina de pricing, de gestão de risco e de optimização do consumo de capital, seja pelo incentivo à utilização de linhas de garantia mútua, seja pela incidência crescente na melhor colateralização das operações de crédito, visando a real mitigação de risco. iii. Corporate & Banca de Investimento No segmento Corporate & Banca de Investimento a contribuição líquida ascendeu a 77,2 milhões de euros em 2010, comparando com 148,6 milhões de euros relevados em 2009. O clima de incerteza em torno das finanças públicas de vários países da Área do Euro conduziu a um aumento dos prémios de risco e a uma redução da liquidez dos mercados, influenciando significativamente o desempenho deste segmento. Neste contexto, a contribuição líquida do segmento Corporate & Banca de Investimento foi determinada pelo reforço das dotações para imparidade na rede Corporate. A margem financeira, por seu turno, foi condicionada pelo efeito taxa de juro desfavorável, resultante da diminuição dos spreads dos depósitos, apesar do enfoque na rendibilidade através do reforço do processo de repricing, de forma a reflectir o custo do risco e da liquidez.

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O decréscimo dos outros proveitos líquidos, de 2009 para 2010, decorre da diminuição dos resultados em operações financeiras, não obstante o aumento das comissões na rede Corporate, em linha com a prioridade estratégica de enfoque na rendibilidade através de uma cobrança sistemática de comissões, com destaque para as comissões associadas ao crédito por assinatura, ao papel comercial, aos serviços financeiros e aos depósitos à ordem. Na actividade desenvolvida pela banca de investimento é de salientar a posição de destaque do Banco na corretagem de acções na Euronext Lisbon, o ritmo da organização e montagem de programas de papel comercial, os vários projectos de corporate finance e equity capital markets e o papel activo desenvolvido em operações de structured finance e project finance. O desempenho da contribuição líquida de 2008 para 2009 foi impulsionado pelo crescimento da margem financeira e dos outros proveitos líquidos, a par da redução dos custos operacionais, que permitiram colmatar o impacto do reforço das dotações para imparidade resultante do aumento da carteira de crédito com sinais de imparidade. Ao nível dos recursos e do crédito a clientes, e em conformidade com a prioridade estratégica de deleverage, assistiu-se em 2010 à limitação de novas operações do lado do crédito e ao esforço de captação de recursos. Assim, os recursos totais de clientes cresceram, ascendendo a 11.236 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, comparando com 11.150 milhões de euros apurados em 31 de Dezembro de 2009 e com os 9.406 apresentados em 31 de Dezembro de 2008.. O crédito a clientes atingiu 13.245 milhões de euros no final de Dezembro de 2010, aumentando 2,2% face aos 12.962 milhões de euros contabilizados no final de Dezembro de 2009, beneficiando do desempenho dos financiamentos em moeda nacional e do papel comercial. O crédito a clientes, diminuiu 1,1% em 31 de Dezembro 2009, face aos 13.103 milhões de euros contabilizados no final de Dezembro de 2008 decorrente da diminuição evidenciada no factoring e no crédito por assinatura.

Milhões de euros 31 Dez.10 31 Dez.09 31 Dez.08

Demonstração de resultados Margem financeira 198,3 209,4 156,0Outros proveitos líquidos 159,8 201,9 190,2 358,1 411,3 346,2Custos operacionais 74,9 73,2 89,0Imparidade 178,2 135,1 101,0Contribuição antes de impostos 105,0 203,0 156,3Impostos 27,8 54,5 44,0Contribuição líquida 77,2 148,6 112,3

Síntese de indicadores

Capital afecto 1.045 947 956Rendibilidade do capital afecto 7,4% 15,7% 11,7%Riscos ponderados 16.082 14.569 14.707Rácio de eficiência 20,9% 17,8% 25,7%

Crédito a clientes (1) 13.245 12.962 13.103Recursos totais de clientes 11.236 11.150 9.406

Nota: Crédito e os recursos de clientes em saldos médios mensais. (1) Inclui Papel Comercial

Rede Corporate A actuação da Rede Corporate em 2010 caracterizou-se pela gestão rigorosa do gap comercial, com enfoque simultâneo na captação de recursos e numa gestão criteriosa do crédito concedido, com maior selectividade dos projectos apoiados e num reforço dos mitigantes, no enfoque na rentabilidade tanto em termos de novas operações como na carteira actual e no acompanhamento ainda mais próximo da actividade das empresas, visando a identificação de novas oportunidades de

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negócio e a detecção preventiva de eventuais sinais de dificuldade, tendo em vista a definição de soluções potenciadoras de valor e a ocorrência de incumprimentos ou imparidades. Visando a aplicação da estratégia comercial, merecem ainda relevo as seguintes iniciativas realizadas em 2010: - No âmbito da Dinamização do Negócio de Trade Finance, criação de duas novas Linhas de

Apoio ao Negócio de Trade Finance, no montante global de 300 milhões de euros. Para operações colocadas até 31 de Dezembro de 2011, esta iniciativa visa apoiar investimentos para apoio à exportação nacional de bens de consumo (exemplo: produtos alimentares, calçado, confecções), bem como investimentos para apoio à exportação nacional, na modalidade crédito ao importador, com suporte de seguro de crédito da COSEC;

- Patrocínio da 4.ª Conferência Anual sobre “Gestão Financeira, Tesouraria e de Risco para

Empresas em Portugal”, organizada pela EuroFinance, líder mundial na organização de eventos nesta área. Contando com a presença de algumas das mais importantes empresas portuguesas, foram abordados os temas relacionados com a evolução macro-económica, alternativas de financiamento, melhoria da tesouraria, do activo circulante e das estruturas de liquidez. Paralelamente, foram efectuadas ainda apresentações referentes a investimento e financiamento em Angola e no Brasil, estratégias de cobertura, SEPA e o futuro dos sistemas de pagamentos.

2009 A actividade da rede Corporate foi significativamente influenciada pela contracção da actividade económica em 2009, apesar da ligeira recuperação registada no segundo semestre do ano. Manteve-se a tendência, em curso desde 2008, de adiamento de projectos de investimento privado e, simultaneamente, os grandes projectos de investimento público registaram também atrasos no seu arranque, em virtude da indefinição associada ao resultado das eleições legislativas. Apesar da relativa estabilização dos mercados financeiros, as restrições de liquidez mantêm-se como uma característica limitadora da actividade bancária, com impacto ao nível do aumento de custo de funding e do risco associado, originando a necessidade de uma maior selectividade na análise dos projectos de investimento, contribuindo para diminuir o nível de endividamento dos projectos e enfocando nos empreendimentos com maior equilíbrio do financiamento entre capitais próprios e alheios. Este enquadramento motivou a adopção pela rede Corporate de uma estratégia comercial alicerçada na aplicação das principais linhas mestras definidas no final de 2008, focando-se na: - Captação de recursos, com o objectivo de melhorar a posição do Banco em termos de gap

comercial, procurando sempre adequar a proposta de valor de forma a promover uma melhor defesa da margem;

- Manutenção da política de reforço da disciplina de pricing, quer em termos de spreads, quer de comissões, adequada ao risco assumido e para melhor salvaguardar as margens do Banco;

- Gestão criteriosa do crédito, com incidência no crescimento em termos de rendibilidade e reforço dos mitigantes, procurando optimizar a eficiência na utilização de capital.

2008 A actuação da rede “Corporate”, em 2008, foi condicionada pela crise de liquidez nos mercados financeiros, que implicou um aumento do custo de financiamento dos bancos e teve um impacto significativo em termos da actividade empresarial, nomeadamente na redução do investimento, por via do aumento do prémio de risco de crédito e da contracção da procura nos principais mercados de destino das exportações portuguesas.

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Tendo como elemento orientador a concretização dos objectivos estabelecidos no âmbito do Programa Millennium 2010, o enfoque da actividade da rede “Corporate” foi a captação de recursos, visando melhorar a posição de liquidez do Banco, a continuação da política de reforço da disciplina de pricing, de gestão de risco e de optimização do consumo de capital, seja pelo incentivo à utilização de linhas de garantia mútua, seja pela incidência crescente na melhor colateralização das operações de crédito, visando a real mitigação de risco. Banca de Investimento Na Banca de Investimento, que opera sob a marca Millennium investment banking, desenvolveram-se várias oportunidades assentes nas capacidades de estruturação e execução de operações mais complexas e de maior valor e no relacionamento com os clientes do Grupo, em Portugal e nas operações no exterior. O Millennium investment banking manteve uma posição de destaque na corretagem de acções na Euronext Lisbon em 2010, com uma quota de mercado de cerca de 6%. O volume investido por clientes em certificados cresceu mais de 23% no ano, e a base de clientes aumentou a ritmo superior àquele, fruto da maior divulgação e conhecimento dos benefícios deste instrumento financeiro para os investidores em acções. Procedeu-se à admissão dos Certificados à Euronext Lisbon de forma a permitir disponibilizar esta oferta a todos os investidores portugueses, clientes do Banco ou não. O programa de warrants do Banco continuou a ser um dos preferidos pelos investidores nacionais, juntamente com duas instituições internacionais. O agravamento da instabilidade dos mercados de dívida, desencadeado por um clima de incerteza em torno das finanças públicas de vários países da área do euro, conduziu a um aumento significativo dos prémios de risco e a uma acentuada redução da liquidez dos mercados, no segundo trimestre do ano. Por isso, as principais emissões obrigacionistas foram realizadas ainda na primeira metade do ano, com destaque para a organização e montagem das emissões da EDP – Energias de Portugal, S.A. (em formato private placement), da Controlinveste (emissão de obrigações convertíveis em acções da Portugal Telecom, SGPS, S.A. com garantia do Millennium bcp) e da Benfica SAD (colocados através de uma Oferta Pública de Subscrição). A organização e montagem de programas de papel comercial, embora também condicionada pelas condições adversas de mercado, manteve-se com bastante actividade ao longo do ano, com destaque para um conjunto de novos programas para empresas portuguesas de referência: EP - Estradas de Portugal, Brisa, Refer, Secil, Amorim Investimentos e Participações, Grupo Opway e Galp Energia. Tendo em vista o objectivo do Banco de expandir a sua carteira de activos elegíveis para operações de financiamento, alguns destes programas foram dotados de características que asseguram a elegibilidade das respectivas emissões como colateral junto do BCE. A estruturação e montagem de operações para o próprio Banco esteve, em larga medida, igualmente concentrada naquele objectivo, com a concretização de duas operações de titularização de créditos, envolvendo, respectivamente, uma carteira de contratos de leasing imobiliário, automóvel e de equipamento (designada “Tagus Leasing No.1”) e uma carteira de contas correntes e descobertos contratualizados (designada “Caravela SME No.2”). Ainda no mesmo âmbito, durante o ano de 2010, foram realizadas três emissões de obrigações hipotecárias e colocadas duas emissões de dívida senior unsecured junto de investidores institucionais, realizadas ao abrigo do “Euro Note Programme do Millennium bcp”. Apesar das dificuldades relacionadas com a envolvente macro-económica, prosseguiram os resultados positivos com a venda de produtos de tesouraria, quer na vertente cash (operações cambiais negociadas spot e forward, aplicações e financiamentos de curto prazo a taxa fixa), quer na vertente dos produtos derivados de cobertura de risco de taxa de juro, taxa de câmbio e commodities.

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Na área de corporate finance, o Banco participou em vários projectos relevantes, sendo de destacar o papel de “Assessor Financeiro” da Cimpor – Cimentos de Portugal, no quadro da Oferta Pública de Aquisição lançada pela CSN – Companhia Siderúrgica Nacional. Em paralelo, o Banco continuou a desenvolver vários projectos de assessoria a Clientes no segmento de avaliações e fusões e aquisições, estando algumas destas operações ainda a decorrer. Na área de equity capital markets, o Banco foi “Coordenador Global” da Oferta Pública de Aquisição da Teixeira Duarte - Engenharia e Construções, S.A., lançada pela Teixeira Duarte, S.A.. Esta operação enquadrou-se num objectivo de concretização de um processo de reestruturação societária do Grupo Teixeira Duarte. O Banco foi “Coordenador Global Conjunto” na organização e montagem da Oferta Pública de Subscrição da VAA - Vista Alegre Atlantis, SGPS, S.A., tendo sido igualmente “Coordenador Conjunto” das Ofertas da Sporting SAD, integradas no âmbito do processo de reestruturação financeira do Grupo SCP e que consistiram num Aumento de Capital e numa emissão de Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOCs) em acções da Sporting SAD. No âmbito desta última operação, o Banco foi também mandatado para assegurar a garantia de colocação conjunta da emissão de VMOCs da Sporting SAD. O Banco manteve em 2010 um papel activo em operações de structured finance, sendo de destacar as participações como “Mandated Lead Arranger & Agent” nas seguintes operações: empréstimo de longo prazo para financiar a reorganização da estrutura accionista do Grupo Salvador Caetano e o empréstimo sindicado à Sport TV, para refinanciamento da dívida existente. O Banco liderou e participou igualmente em várias operações de reestruturação financeira, incluindo transacções sindicadas, sendo de destacar a este respeito a Holmes Place e a La Seda de Barcelona. Na área de negócio de project finance, o Banco participou em diversas operações de relevo a nível nacional e internacional, sendo de salientar as seguintes: “Mandated Lead Arranger” na organização e montagem da operação de financiamento de um portfolio de doze parques eólicos em Portugal, denominado “ENEOP 2”, com uma capacidade total instalada de 480 MW; Assessor Financeiro da concessionária ELOS - Ligações de Alta Velocidade, S.A., onde o Banco detém uma participação accionista, e “Mandated Lead Arranger” do financiamento do projecto de construção e operação do troço de Alta Velocidade Ferroviária entre Poceirão e Caia; operação de cessão de créditos sobre a EP - Estradas de Portugal, S.A., pela Mafratlântico a um sindicato bancário co-liderado pelo Millennium bcp; Mandato de Assessoria Financeira à EDP Renováveis (Relax Wind Park I) para o parque eólico Margonin, com uma capacidade de 120 MW em operação na Polónia, que foi o maior financiamento no sector das energias renováveis ocorrido naquele país, tendo o Bank Millennium SA (Polónia) sido um dos “Mandated Lead Arrangers”; Mandato de Assessoria Financeira à EIH - Energia e Inovação Holding, S.A. para o desenvolvimento de um projecto de uma Central de Ciclo Combinado a Gás Natural a construir na região do Soyo, Província do Zaire, norte de Angola, em parceria com uma outra instituição financeira de raiz angolana. Como entidade aderente aos Princípios do Equador, o Millennium bcp obriga-se a assegurar que os projectos que financia em regime de project finance são desenvolvidos de uma forma socialmente responsável e no respeito pelas boas práticas de gestão ambiental. 2009 Em 31 de Agosto de 2009, foi concretizado o registo da fusão por incorporação do Banco Millennium bcp Investimento, S.A. no Banco Comercial Português S.A. (BCP), com o objectivo do BCP passar a prosseguir de forma directa a actividade de Banca de Investimento, promovendo uma melhoria nas condições para o desenvolvimento desta actividade e obtendo ganhos de sinergias, a sua articulação com as restantes áreas de negócio do Grupo e um aprofundamento da eficiência operativa.

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A persistência de condições de instabilidade dos mercados, a importância redobrada conferida pelos clientes à optimização dos seus excedentes de tesouraria e, finalmente, a reestruturação de financiamentos impulsionaram uma actividade intensa na venda de produtos de tesouraria, tanto na vertente dos produtos cash, como na vertente dos produtos derivados de cobertura dos riscos de taxa de juro, cambial e de preços de commodities. A conjuntura económica adversa e a instabilidade dos mercados financeiros condicionaram a concretização de mandatos no domínio das fusões e aquisições, pelo que a actividade de corporate finance esteve mais centrada na prestação de assessoria financeira a clientes e no re-balanceamento das suas estruturas de capitais e das suas carteiras de negócios. 2008 Apesar do enquadramento desfavorável nos mercados de capitais, o Millennium bcp Investimento participou activamente na organização e montagem de diversas operações de intermediação financeira, com especial destaque no segmento de dívida, que se traduziu num volume expressivo de emissões de obrigações e de papel comercial. No mês de Dezembro de 2008 o BCP tornou pública a deliberação de retomar o processo de fusão do Banco Millennium bcp investimento, S.A., com o objectivo de prosseguir, de forma directa, a actividade de banca de investimento. Direcção Internacional A Direcção Internacional centrou a sua estratégia na angariação de novas fontes de financiamento para o Banco, em articulação com a Direcção de Tesouraria e Mercados, envolvendo-se activamente na captação e manutenção de linhas e limites para operações de mercado monetário e na colocação de dívida do Banco. Esta acção foi desenvolvida através de roadshows, reuniões e da participação em eventos internacionais, tendo sido contactadas cerca de 350 entidades, não apenas nos mercados tradicionais da Europa e EUA mas ainda diversificando a base de contrapartes do Banco, através da exploração de oportunidades de relacionamento na África, Médio Oriente e Ásia. Junto de soberanos e supranacionais foram negociados financiamentos para operações de project finance e leasing de empresas do Grupo. O negócio de custódia institucional evoluiu positivamente com o aumento de 1,3% de activos sob custódia detidos por investidores institucionais não residentes, correspondendo a uma quota de mercado de 48%. Releva-se ainda a manutenção dos pagamentos comerciais recebidos face a 2009, que representa 25% de quota de mercado em Portugal. Reforçaram-se parcerias com organismos de apoio à internacionalização e à exportação através da participação em seminários centrados nos mercados e nas oportunidades de negócio e investimento para os Clientes do Grupo. 2009 A Direcção Internacional prosseguiu a sua estratégia de empenho numa relação próxima com os bancos seus clientes, que se revelou fundamental no restabelecimento do clima de confiança afectado pela crise dos mercados financeiros. A acção centrou-se na escolha criteriosa de contrapartes garantindo qualidade de serviço, controlo de custos e minimização do risco. Destaca-se ainda o enfoque de contactos junto de bancos dos PALOP, Norte de África, Médio Oriente e alguns países asiáticos, elevando para cerca de 100 os acordos de cooperação bilateral assinados com bancos, extensíveis ao Grupo Millennium, para oferta recíproca de produtos e serviços de comércio internacional. Foram negociadas linhas de crédito para o Grupo e estabelecidos acordos,

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nomeadamente com o Asian Development Bank, para o Banco integrar o Programa Facilitador de Trade nos mercados da região Ásia-Pacífico, minimizando os riscos comerciais e políticos. Contrariando os efeitos negativos da crise financeira e económica internacional, destacam-se, em 2009, os seguintes indicadores de negócio: aumento de 16,7%, para 104,9 mil milhões de euros, do total de activos sob custódia de investidores institucionais; quota de mercado de 42,2% de activos sob custódia de investidores não residentes; acréscimos de 11,8% e de 9,9%, respectivamente, nos pagamentos comerciais recebidos e emitidos, representando 26,0% de quota de mercado em Portugal. 2008 Foi implementada a coordenação multidoméstica do negócio internacional e foram negociados preçários e níveis de serviço com fornecedores para melhor servir as Redes e os Bancos. Simultaneamente venderam-se serviços e capacidades Millennium aos clientes, abrangendo cerca de 2.000 instituições financeiras em 164 mercados. Negociaram-se acordos de compra com 90 Bancos privilegiados, assegurando as melhores condições nos mercados onde o Millennium não está presente, e negociaram-se linhas de crédito com entidades supranacionais (BEI e CEB) no montante global de 230 milhões de euros para projectos de PME e microcrédito, transversais aos multimercados. Na área de custódia, destaca-se a obtenção de uma quota de mercado de 43% (volume de activos sob custódia de não residentes no mercado nacional). Destacam-se ainda as quotas de 28% de pagamentos comerciais recebidos e enviados, englobando os canais Swift e EBA Step 2 (SEPA e não SEPA) e de 23% de produtos de trade incluindo remessas, créditos documentários e garantias. iv. Private Banking & Asset Management O segmento Private Banking & Asset Management, para efeitos de segmentos geográficos, engloba a rede de Private Banking em Portugal e as subsidiárias especializadas no negócio de gestão de fundos de investimento que operam em Portugal. O segmento Private Banking & Asset Management, considerando o critério de segmentação geográfica, registou uma contribuição líquida negativa de 6,9 milhões de euros em 2010, comparando com uma contribuição líquida positiva de 2,8 milhões de euros em 2009. Esta evolução incorpora a diminuição da margem financeira, reflectindo a redução quer dos volumes de negócio, quer das taxas de margem financeira dos recursos e do crédito a clientes, não obstante o esforço de manutenção do processo de repricing de forma a reflectir o custo do risco e de liquidez. O acréscimo dos outros proveitos líquidos em 5,5%, decorre da actividade do Private Banking em Portugal e encontra-se associado ao aumento das comissões de títulos depositados e de crédito por assinatura, na sequência da revisão do preçário no sentido da sua adequação à proposta de valor do Banco. A redução das dotações para imparidade em 2,3% reflecte a estratégia seguida de gestão da qualidade da carteira de crédito, nomeadamente através do reforço dos colaterais. Os custos operacionais também evoluíram favoravelmente face a 2009, evidenciando descidas nos outros gastos administrativos relacionadas, maioritariamente, com estudos e consultas. A evolução da contribuição líquida de 2008 para 2009 incorpora a diminuição das dotações para imparidade e a diminuição dos custos operacionais, beneficiando em particular da poupança alcançada nos outros gastos administrativos, consubstanciando o impacto da implementação de iniciativas de simplificação organizativa e de optimização dos processos. O comportamento da margem financeira em 2009 reflecte o aumento do custo de financiamento, como resultado da

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volatilidade e incerteza evidenciadas pelos mercados financeiros, e o estreitamento dos spreads dos depósitos, num contexto concorrencial na captação de recursos de clientes. O menor nível de comissões registado em 2009 foi condicionado pelo efeito volume desfavorável associado às comissões de gestão e intermediação de fundos e de activos sob gestão e pela diminuição das comissões com a colocação de títulos. Os recursos totais de clientes ascenderam a 5.804 milhões de euros, mantendo-se ao nível de 31 de Dezembro de 2009 e de 2008, suportados no bom desempenho dos produtos de capitalização que permitiram atenuar a evolução dos depósitos de clientes. O crédito a clientes totalizou 1.391 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, comparando com os 2.211 milhões de euros atingidos em 31 de Dezembro de 2009, como resultado da redução do crédito concedido pelo Private Banking em Portugal. Em 31 de Dezembro de 2008 ascendeu a 2.005 milhões de euros.

Milhões de euros 31 Dez.10 31 Dez.09 31 Dez.08

Demonstração de resultados Margem financeira 19,2 36,9 38,1Outros proveitos líquidos 22,8 21,7 29,3 42,1 58,6 67,4Custos operacionais 31,5 33,8 40,9Imparidade 20,4 20,9 26,9Contribuição antes de impostos (9,8) 3,9 (0,4)Impostos (2,9) 1,0 (1,9)Contribuição líquida (6,9) 2,8 1,5

Síntese de indicadores

Capital afecto 63 82 106Rendibilidade do capital afecto -11,0% 3,6% 1,4%Riscos ponderados 975 1.266 1.669Rácio de eficiência 74,8% 57,7% 60,7% Crédito a clientes 1.391 2.211 2.005Recursos totais de clientes(1) 5.804 5.741 5.771

Nota: Crédito e os recursos de clientes em saldos médios mensais. (1) Exclui os recursos totais da Interfundos

Private Banking O processo de reestruturação do Private Banking foi concluído em 2010, consolidando alterações estruturantes no modelo e na organização desta área de negócio. A implementação do novo modelo de negócio teve impacto directo nas áreas comercial, investment advisory e de suporte, tendo como elementos mais visíveis: - Uma nova proposta de valor que reforça os pilares deste segmento de negócio, introduzindo

novos princípios para adaptação ao actual contexto económico e regulamentar; - Um conjunto de ferramentas de gestão que permite às equipas obter informação qualitativa e

quantitativa sobre a agenda comercial, dotando-as igualmente de mecanismos de controlo referentes a crédito e execução de ordens;

- Um modelo de advisory que melhora o acompanhamento comercial, sistematizando e

monitorizando o alinhamento dos portfolios dos Clientes face ao seu perfil de risco que constitui factor distintivo desta oferta face à banca tradicional;

- Uma nova estrutura, o “Comité de Controlo de Investimentos”, responsável pelo

acompanhamento e controlo de transacções, análise de concentração de activos e pela consistência do processo de investimento;

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- Uma segmentação global dos Clientes em função dos seus portfolios e perfis de investimento; - Um programa intensivo de estímulo comercial que abrange desde a fase de captação de novos

Clientes, até ao acompanhamento dos Clientes actuais, procurando fidelizar e aumentar o share of wallet;

- Uma estrutura optimizada ao nível de recursos humanos, com o reforço do empowerment, das

competências e do número de Investment Advisors e a adequação da estrutura de suporte ao novo quadro de sucursais e de equipas comerciais, permitindo desta forma ganhos de eficiência ao nível de custos. A concretização deste modelo de desenvolvimento do negócio foi acompanhada de um processo de revisão global do respectivo enquadramento jurídico.

2009 Os vectores de desenvolvimento estratégico da área de Private Banking assentam num enfoque muito claro no cliente, numa oferta em regime de arquitectura aberta e numa estrutura eficiente e flexível, que contribui para a criação de valor e para a valorização e motivação dos colaboradores, elementos indispensáveis para se alcançar o objectivo de reforçar o contributo da área para os resultados globais. Durante o ano de 2009, foram concentradas as unidades de negócio no mercado doméstico e centralizadas as operações na zona Sul, no Edifício da Rua Augusta. Paralelamente, num esforço concertado de redução de custos e numa lógica de maior proximidade com as equipas de private bankers e de especialistas de investimento, foi realizada a transferência para Portugal da Wealth Management Unit (WMU), que se encontrava sediada em Londres. 2008 O desenvolvimento da actividade de Private Banking, em 2008, foi afectado de forma determinante pelo agravar da crise do sistema financeiro internacional, a qual teve importantes repercussões no negócio ao nível da: - recomposição das carteiras de activos sob gestão, com aumento da procura de activos refúgio,

com impacto positivo no volume de recursos de balanço, mas um efeito negativo em termos de proveitos;

- paralisia total do mercado de produtos over-the-counter, com impacto negativo nas actividades de trading e na liquidez e valorização dos activos em carteira dos clientes;

- exigência de um enorme esforço comercial de acompanhamento dos clientes, num contexto particularmente adverso e difícil;

- necessidade de salvaguardar a qualidade da carteira de crédito com colaterais financeiros e - proceder ao repricing do crédito face ao encarecimento do custo de funding.

Sem prejuízo da permanente preocupação pela inovação ao nível dos produtos e serviços que disponibiliza aos clientes e consciente da responsabilidade que lhe cabe como um dos representantes da marca Millennium, a Millennium Gestão de Fundos de Investimento implementou um plano de reestruturação do seu modelo de negócio, procurando aumentar a sua flexibilidade na relação com o advisory e especialmente com as redes de distribuição, de modo a assegurar uma mais rápida adaptação ao reforço regulatório e às novas tendências de mercado, num ambiente de mercado global, muito competitivo e marcadamente adverso. Asset Management A Área de Asset Management incorpora o desenvolvimento das actividades de gestão de fundos de investimento mobiliários e imobiliários e a actividade de gestão discricionária. O total de activos sob gestão de fundos de investimento mobiliário geridos pela Millennium bcp Gestão de Activos

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diminuiu 17,3% em 2010. Não obstante esta evolução e a escassez de liquidez que envolveu o sistema financeiro, a Millennium bcp Gestão de Activos manteve a sua quota de mercado, que se situou em 9,6%. No domínio dos fundos harmonizados, que corporizam o core da indústria de gestão de activos, em particular dos fundos de investimento mobiliário, a Millennium bcp Gestão de Activos registou um peso de 14,9%. A Millennium bcp Gestão de Activos manteve ainda a liderança num segmento de fundos com elevado valor acrescentado, os fundos de fundos, com uma quota de 57%. Relativamente ao desempenho de gestão, a 31 de Dezembro de 2010, destacam-se os quatro fundos Millennium que ocupavam o 1.º lugar do respectivo ranking de desempenho, desde o início do ano: “Millennium Disponível”, “Millennium Obrigações Mundiais”, “Millennium Prestige Conservador” e “Millennium Prestige Valorização”, sendo que o “Millennium Acções Portugal”, o “Millennium Obrigações”, o “Millennium Obrigações Europa” e o “Millennium Prestige Moderado” alcançaram o 2.º lugar nas respectivas classes. A dinamização da actividade comercial dos fundos de investimento decorreu em sintonia com as campanhas de ciclo do plano comercial da Rede de Retalho. Em cada ciclo, foi seleccionado um cabaz de fundos de investimento e foram fixados objectivos globais de venda, bem como objectivos específicos por sucursal. Esta metodologia permitiu tornar mais eficaz a colocação de fundos. Por forma a assegurar a diversidade de opções de investimento em termos de activos e de cobertura geográfica de mercados, o referido cabaz englobava fundos de tesouraria, de obrigações de taxa fixa e de acções. Em complemento, numa óptica de poupança a médio/longo prazo e de usufruto de benefícios fiscais, também os fundos “Millennium PPR” estiveram em campanha todo o ano. Neste caso, a acção comercial incidiu na promoção dos planos de investimento mensal como a melhor opção para a construção gradual de um complemento de reforma, a que acresce a oportunidade do investimento pontual antes do final do ano. A oferta de fundos foi alargada, em 2010, com o lançamento, em Abril, do novo fundo de tesouraria “Millennium Liquidez”, e, em Agosto, do novo Fundo Especial de Investimento (FEI) “Millennium Extra Tesouraria III”. De risco baixo e dirigidos a um segmento de Clientes conservadores, ambos integraram o cabaz de fundos seleccionados dos respectivos ciclos comerciais. Adicionalmente, foi ajustado o comissionamento de alguns fundos (de acções e de obrigações de taxa variável), tendo em vista melhorar a sua competitividade. Internamente e no que respeita à gestão de investimento dos fundos mobiliários, foi reforçada a estrutura da Millennium bcp Gestão de Activos, tendo sido constituída no início do ano a unidade de Gestão de Investimentos, actualmente responsável pela gestão dos fundos de tesouraria, dos principais fundos de obrigações, dos fundos de fundos e dos FEIs em comercialização. Na área de Fundos de Investimento Imobiliário, apesar de especialmente atingida pelo desempenho dos diversos sectores imobiliários fortemente afectados pela conjuntura económica e financeira, esta área de actividade apresentou um crescimento de 9,0%, face a Dezembro de 2009. De uma forma quase transversal a todos os sectores, o ano de 2010 fica marcado pela redução das rendas praticadas em mercado, pelo aumento da taxa de desocupação e ainda pela redução da procura. O Fundo Imobiliário AF Portfólio, fundo aberto de acumulação, foi particularmente penalizado pelas dificuldades evidenciadas pelos principais segmentos, em particular o retalho, os escritórios e ainda o sector industrial/logístico. Do conjunto de iniciativas desenvolvidas no decurso de 2010, destaque para a campanha comercial de colocação do Fundo junto das redes de Retalho e Private Banking. Por outro lado e visando ajustar os critérios de valorização dos imóveis ao mercado, a sociedade gestora passou a valorizar os activos que integram o Fundo com base em avaliações anuais (anteriormente avaliava de 2 em 2 anos), antecipando a entrada em vigor de nova legislação. No final do ano, e apesar das condições particularmente adversas, o Fundo apresentava um crescimento de 10,8% face ao período homólogo do ano anterior.

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Relativamente ao Millennium Sicav foi concretizada a substituição da entidade gestora no Luxemburgo, tendo a sociedade Luxcellence (filial do Grupo Caceis) passado a desempenhar as funções anteriormente asseguradas pelo Banco RBS. Esta mudança proporcionou aos investidores do Millennium Sicav não só uma poupança de encargos, que se traduz na melhoria dos níveis de rendibilidade, como também uma solução global mais robusta em termos de controlo de riscos e da qualidade de gestão. Na sequência do processo de alienação da quase totalidade da participação do Banco Comercial Português no capital social do Millennium Bank na Turquia, foi rescindido o contrato de distribuição do Millennium Sicav, com o resgate de todas as operações de Clientes turcos, sendo o impacto desta operação imaterial dados os montantes envolvidos. Ao invés, salienta-se o crescimento sustentado das operações por parte de Clientes do Millennium bank na Grécia ao longo do ano, criando expectativas positivas quanto ao desenvolvimento futuro da distribuição do Millennium Sicav no Retalho grego. O montante sob gestão dos fundos Millennium Sicav, domiciliados no Luxemburgo, registou um aumento de 4,5% dos activos sob gestão face ao final do ano 2009. A área de negócio de gestão discricionária, sob a responsabilidade da Direcção Millennium Gestão de Patrimónios, ficou marcada, em 2010, pelo aumento expressivo dos activos sob gestão (+48,6% face a 2009). Este crescimento espelha por um lado a qualidade da oferta, e por outro, a forte dinâmica comercial com enfoque na oferta baseada em seguros, lançada em meados de 2007, tendo este produto evidenciado um crescimento de cerca de 136,0%. 2009 Em 2009, a actividade nacional de fundos de investimento mobiliário iniciou um período de recuperação, após ter registado, em 2008, o pior ano de sempre da indústria de Asset Management, ano em que os activos sob gestão diminuíram mais de 11 mil milhões de euros. O total de activos sob gestão dos fundos de investimento mobiliário geridos pela Millennium bcp Gestão de Activos diminuiu de 1.890 milhões de euros para 1.643 milhões de euros no final de 2009. A área de negócio de gestão discricionária, denominada Millennium Gestão de Patrimónios, aumentou também o seu volume de negócios, cujo valor atingiu 395 milhões de euros, evidenciando um crescimento de 13,2% face a 2008. Este crescimento espelha a qualidade da oferta, bem como a forte dinâmica comercial com enfoque na oferta baseada em seguros, lançada em meados de 2007, tendo este produto evidenciado um crescimento de aproximadamente 40% em 2009. No final de 2009, o Asset Management detinha um património sob gestão de 3.874 milhões de euros, inferior em 5,1% ao valor registado em Dezembro de 2008. No âmbito da reestruturação do modelo de negócio de Asset Management, foi adoptada em Maio de 2009, a nova designação social Millennium bcp Gestão de Activos - Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A., assim como a nova marca Millennium Gestão de Activos. Esta sociedade passou a gerir directamente os principais fundos de obrigações, bem como o fundo Millennium Imobiliário. 2008 O ano de 2008 terá sido certamente um dos piores anos da indústria de asset management. Com a quebra generalizada dos mercados em todas as classes de activos, a indústria viu os seus proveitos regredirem pelo duplo efeito da perda de valor dos activos sob gestão e dos avultados resgates ocorridos a pedido dos clientes. Globalmente, no final do ano de 2008, a área de Asset Management detinha sob gestão um montante de activos de 4.082 milhões euros, inferior em 40,2% ao valor registado em Dezembro de 2007. Apesar do contexto adverso, os fundos Millennium bcp mantiveram a ambição de ser líderes

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nas classes de produtos que proporcionam maior potencial de rendibilidade a médio e longo prazo aos seus clientes. v. Negócios no Exterior O segmento Negócios no Exterior, para efeitos de segmentos geográficos, engloba as diferentes operações do Grupo fora de Portugal, nomeadamente o Bank Millennium na Polónia, o Millennium bank na Grécia, o Banque Privée BCP na Suíça, a Banca Millennium na Roménia, o BIM - Banco Internacional de Moçambique em Moçambique, o Banco Millennium Angola em Angola, o Millennium bcp Bank & Trust nas Ilhas Caimão, o Millennium bank na Turquia (operação alienada em 27 de Dezembro de 2010) e o Millennium bcpbank nos Estados Unidos da América (operação alienada em 15 de Outubro de 2010). Na Polónia o Grupo está representado por um banco universal de âmbito nacional que oferece uma vasta gama de produtos e serviços financeiros a particulares e a empresas, na Grécia por uma operação baseada na inovação de produtos e serviços, na Suíça pelo Banque Privée BCP, uma operação de Private Banking de direito suíço e na Roménia por uma operação vocacionada para os segmentos de particulares e de pequenas e médias empresas. O Grupo encontra-se ainda representado em Moçambique por um banco universal, direccionado para Clientes particulares e empresas, em Angola por um banco enfocado em Clientes particulares, empresas e instituições do sector público e privado e nas Ilhas Caimão pelo Millennium bcp Bank & Trust, um banco especialmente vocacionado para a prestação de serviços internacionais, na área de Private Banking, a Clientes com elevado património financeiro (segmento Affluent). A contribuição líquida do segmento Negócios no Exterior, considerando o critério de segmentação geográfica, ascendeu a 96,2 milhões de euros em 2010, comparando com uma contribuição líquida de 11,8 milhões de euros em 2009, beneficiando do acréscimo do produto bancário e da redução das dotações para imparidade. O aumento da margem financeira em 35,7% face a 2009, fez-se sentir na generalidade das geografias, tendo sido potenciado, fundamentalmente, pelo desempenho da operação na Polónia, decorrente não apenas do efeito volume mas também do efeito taxa de juro, e das subsidiárias em Angola, em Moçambique e na Roménia, assentes no incremento do volume de negócios. Nos outros proveitos líquidos destaca-se o desempenho das comissões suportadas nos contributos das subsidiárias na Polónia (relacionado com o aumento das comissões associadas a negócio de cartões, manutenção de contas e fundos de investimento), em Angola (associadas ao aumento do volume de negócios quer do crédito a clientes, quer dos recursos) e na Suíça (suportados nas comissões de corretagem). Em Moçambique evidenciam-se os proveitos associados a resultados cambiais obtidos em transacções com Clientes. A redução das dotações para imparidade e provisões em 11,6% face ao período homólogo, está associada ao menor nível de provisionamento relevado na Polónia e na Roménia, que permitiu compensar o reforço das dotações para imparidade efectuado na Grécia, em Angola e em Moçambique. A evolução da contribuição líquida de 2008 para 2009 reflecte a diminuição observada na margem financeira, nomeadamente na Polónia, e o reforço das dotações para imparidade na generalidade das operações, reflectindo o crescimento dos volumes de crédito concedido e a maior necessidade de cobertura dos sinais de imparidade da carteira de crédito a par da diminuição dos custos operacionais, na sequência do esforço empreendido de racionalização de estruturas, com especial enfoque na Polónia. Não obstante, os resultados da actividade internacional foram positivamente influenciados pela evolução favorável dos resultados das subsidiárias em Angola e em Moçambique.

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O crédito concedido a clientes ascendeu a 16.926 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, beneficiando do desempenho do crédito a particulares, e reflectindo o crescimento evidenciado nas operações desenvolvidas em Angola, em Moçambique, na Polónia e na Roménia. Os recursos totais de clientes, totalizando 16.483 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, influenciados pela evolução dos depósitos de clientes, bem como dos produtos de capitalização.

Milhões de euros 31 Dez.10 31 Dez.09 31 Dez.08

Demonstração de resultados Margem financeira 544,2 401,1 520,6Outros proveitos líquidos 365,7 383,2 391,8 910,0 784,3 912,4Custos operacionais 617,9 561,6 639,6Imparidade 171,0 193,6 103,6Contribuição antes de impostos 121,0 29,1 169,2Impostos 24,8 17,4 37,3Contribuição líquida 96,2 11,8 131,9

Síntese de indicadores

Capital afecto 1.241 1.321 1.284Rendibilidade do capital afecto 7,8% 0,9% 10,3%Riscos ponderados 14.272 14.381 15.221Rácio de eficiência 67,9% 71,6% 70,1% Crédito a clientes 16.926 15.868 16.166Recursos totais de clientes (1) 16.483 15.430 17.091

(1) Não inclui as subsidiárias Millennium bank Turquia e Milennium bcpbank USA. Polónia

Em termos de desenvolvimento do negócio em 2010, o Bank Millennium apostou novamente no crescimento dos recursos no Retalho e nas Empresas, sendo de realçar o sucesso das campanhas de contas de poupança, que tiveram lugar em Maio e em Junho, incluindo uma taxa promocional de 6,5% para novas aplicações até 200 mil zlotis. Uma segunda campanha foi lançada em Agosto e em Setembro com o principal objectivo de reter os níveis de recursos dos meses anteriores. No

Bank Millennium - Polónia

Activo total 11.820,0 10.942,6 11.341,0

Crédito a clientes (bruto) 9.541,1 8.427,7 8.305,6

Crédito a clientes (líquido) 9.242,4 8.158,1 8.125,2

Recursos de clientes 10.043,0 8.603,7 8.238,6

Dos quais: de Balanço 9.001,2 7.752,7 7.659,9

fora de Balanço 1.041,8 850,9 578,7

Capitais próprios 1.029,2 679,1 677,7

Margem financeira 231,4 137,2 266,6

Outros proveitos operacionais 196,8 197,7 260,7

Custos operacionais 270,3 234,5 339,9

Imparidades e provisões 56,2 100,0 38,5

Resultado líquido 81,3 0,3 117,9

Nº de clientes (milhares) 1.124,9 1.129,1 1.153,1

Colaboradores (número) 6.135 6.245 7.049

Sucursais (número) 458 472 490

Capitalização bolsista 1.495,4 993,1 588,8

% de capital detido 65,5% 65,5% 65,5%

Fonte: Bank Millennium

Taxas de câmbio:

Balanço 1 euro = 3,975 4,1045 4,1535Demonstração de Resultados 1 euro = 4,0078625 4,36182083 3,50572917

2010 2009 2008

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segundo trimestre de 2010, o Bank Millennium lançou um novo cartão de crédito “Millennium Visa Impresja”, orientado para o segmento feminino, sendo uma das maiores inovações do Banco nesta área até ao momento. A reacção do mercado em relação a este produto foi bastante positiva, tendo sido vendidos mais de 85 mil cartões em 2010, o qual foi distinguido como o mais inovador na categoria “Cartões Inovadores” na Publi-News Trophees. O Banco devotou também particular atenção à recuperação da sua quota de mercado natural em crédito à habitação, graças a uma campanha de marketing efectiva suportada por uma marca polaca bem conhecida, ao ajustamento de várias características na oferta e à participação no programa subsidiado pelo Estado “Família em Casa”. Contudo, a quota de mercado em 2010 situou-se em 9,3%, o que compara com 10,2% em 2009. Merece também salientar o lançamento da primeira conta corrente exclusivamente via Internet, que foi suportada por uma campanha baseada neste mesmo canal, desenhada para o efeito no Youtube. Por outro lado, em linha com a estratégia de enfoque no crédito a empresas através de produtos colateralizados, o Bank Millennium expandiu de forma significativa a sua actividade em leasing e em factoring. Em 2010, e tendo presente o sucesso das campanhas implementadas, o Bank Millennium manteve uma posição de liderança no Retalho, em particular em depósitos, crédito hipotecário e cartões, reforçando ainda o seu posicionamento competitivo noutros produtos destinados a particulares, como fundos de investimento e crédito ao consumo. Estas acções permitiram consolidar o número de Clientes em cerca de 1,1 milhões em 2010. O resultado líquido aumentou expressivamente, neste último ano, de 0,3 milhões de euros para 81,3 milhões de euros em virtude, essencialmente, do aumento significativo dos proveitos core (+49% face a 2009), da margem financeira (+69%) e das comissões líquidas (+24%), e da manutenção da política de contenção dos custos (+15% face a 2009, +6% excluindo efeito cambial). A melhoria dos resultados assentou numa gestão racional do spread dos depósitos a prazo, no impacto dos esforços, iniciados em 2009, para ajustar o spread dos empréstimos a Empresas às actuais condições de mercado e no aumento significativo do rácio de cross-selling. Em termos de custos, destaque para a diminuição do custo do risco em comparação com 2009, essencialmente como resultado da manutenção de critérios conservadores de underwriting e da estabilização da qualidade da carteira de crédito. Desta forma, a conjugação do crescimento significativo dos proveitos core, com o controlo dos custos operacionais e a redução do custo do risco, permitiram ao Bank Millennium melhorar consideravelmente todos os seus indicadores de rendibilidade. Apesar do impacto negativo na carteira de crédito da depreciação do zloti, o crescimento dos depósitos reflectiu-se na ligeira redução do rácio de transformação, que permaneceu em 99,5%, que compara com 100,4% em 2009. A gestão da base de capital é um desafio permanente na vida do Banco, com o ano 2010 a não ser excepção. Assim, com o objectivo de obter uma estrutura de capital e de liquidez ainda mais sólida, cumprindo com todos os rácios de solvabilidade, foi concluído com sucesso, em Fevereiro de 2010, o aumento do capital, através da emissão de direitos, do Bank Millennium em 1,1 mil milhões de zlotis (aproximadamente 259 milhões de euros), posicionando o Bank Millennium como um dos bancos mais capitalizados do sector bancário polaco. Adicionalmente, foram concretizados, durante 2010, dois acordos para a concessão de financiamento: um com o Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) e um outro com Banco Europeu de Investimento (BEI). Estas medidas, conjugadas com a análise detalhada dos activos ponderados pelo risco, a adopção de restrições significativas em relação à participação em transacções de crédito de grande dimensão, a redução dos requisitos de capital para riscos de mercado e a manutenção do valor da carteira de crédito, permitiram ao Bank Millennium aumentar o seu rácio de solvabilidade para 14,4% no final de 2010 e o rácio de Tier I para 12,3%.

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2009 O ano de 2009 foi particularmente difícil, quer para o Bank Millennium, quer para o sistema bancário polaco em geral, resultado essencialmente do abrandamento do crescimento do PIB, do aumento da taxa de desemprego, das limitações ao acesso a fontes de financiamento, com excepção dos depósitos e dos apoios das empresas-mãe e da depreciação do zloti contra as principais divisas, revertida parcialmente na segunda metade do ano. Estes factores afectaram de forma significativa a base de proveitos do Banco e, simultaneamente, aumentaram o custo do risco. Tendo em consideração o impacto negativo sobre a base de proveitos do Grupo, resultante, directa ou indirectamente da crise financeira internacional, nomeadamente do aumento dos custos de financiamento, da cessação da concessão de novas operações de crédito em moeda estrangeira e das restrições significativas à venda de derivados a clientes, o Banco decidiu dedicar particular atenção ao desenvolvimento e implementação de várias iniciativas para optimizar os proveitos core, quer no Retalho, quer na área de Banca de Empresas. As acções mais importantes consistiram em reduzir as taxas de juro dos depósitos, no repricing da carteira de crédito a empresas, de acordo com as novas condições de mercado, ajustando também as comissões dos diferentes produtos e serviços, adoptando uma política mais rigorosa no que respeita à atribuição de condições especiais. Tendo em consideração as restrições de liquidez e o aumento do custo do risco, o Bank Millennium decidiu reenfocar a actividade comercial da rede de sucursais, tendo descontinuado a força de vendas externa dedicada à venda de cartões de crédito, reduzido significativamente a força de vendas externa dedicada ao crédito hipotecário, que foi parcialmente integrada nas sucursais, e reduzido o número de brokers com que o Banco cooperava. A área da Banca de Empresas foi igualmente objecto de uma reorganização, que conduziu a uma significativa simplificação da sua estrutura. Em 2009, o Banco dedicou particular atenção ao reforço da relação com a base de clientes actuais, quer através da permanente melhoria da qualidade de serviço, quer através do aumento do cross-selling, tendo presente a sua forte correlação com o nível de fidelização dos clientes e, consequentemente, com os proveitos. Foram implementadas com sucesso várias iniciativas, tendo resultado no aumento do rácio de cross-selling de 3,03 para 3,22 produtos por cliente no final de 2009. O Bank Millennium continuou a prosseguir a sua abordagem multicanal, que complementa os contactos presenciais nas suas instalações, com o uso da banca telefónica e da banca através da Internet, tendo o serviço de banca online do Bank Millennium - Millnet -, sido distinguido pelo quinto ano consecutivo, como "Best Consumer Internet Bank" na Polónia. Merece igualmente destaque o sucesso da campanha de promoção do extracto por via electrónica. A gestão da base de capital constituiu um desafio permanente ao longo de 2009. A decisão do Banco em reter 100% do resultado líquido de 2008, a análise detalhada dos activos ponderados pelo risco, a adopção de restrições significativas em relação à participação em transacções de crédito de grande dimensão e a redução dos requisitos de capital para riscos de mercado, conjugados com a manutenção do valor da carteira de crédito, permitiu ao Bank Millennium aumentar o seu rácio de solvabilidade de 10,2% no final de 2008 para 11,3% no final de 2009. O rácio de Tier I aumentou também de 7,9% no final de 2008 para 8,9% no final de 2009. 2008 O ano 2008 foi muito importante na vida do Bank Millennium, uma vez que representou o 10º aniversário desde o lançamento da rede Millennium. Foi também mais um ano de afirmação do Bank Millennium no mercado polaco, confirmando o dinamismo e a qualidade dos seus profissionais, que suportaram o desenvolvimento do Banco na última década. Apesar da envolvente adversa, com impacto particularmente visível no quarto trimestre, o Banco conseguiu ganhar dimensão, aumentar a sua capacidade competitiva nos vários segmentos, ganhar visibilidade e reconhecimento no mercado, mantendo simultaneamente adequados os indicadores de rendibilidade e uma situação financeira sólida.

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No decurso do ano, o Bank Millennium continuou a prosseguir uma estratégia que procurou balancear o crescimento do negócio com adequados níveis de rendibilidade, liquidez e solvabilidade. Grécia

Por forma a atingir os objectivos traçados, nomeadamente de captação de recursos, o Banco lançou várias campanhas das quais se destaca o novo programa de ordenados (“Millennium Dimosiou”) para funcionários públicos e pensionistas, um segmento da população particularmente afectado pela crise de risco de crédito soberano grego. Este programa compreende um depósito com uma taxa de juro de 2% para os primeiros 1.500 euros aplicados, uma facilidade de overdraft até 1 salário para um máximo de 1.500 euros e a isenção da comissão anual no cartão de crédito do Millennium bank. O lançamento deste programa foi suportado por uma campanha de elevada visibilidade, incluindo um sorteio de 1.000 euros para 10 Clientes em cada mês, comunicado como uma forma de os Clientes recuperarem o montante perdido como resultado do corte nos salários na sequência das medidas de austeridade gregas. Inspirado pelo 10.º Aniversário, o Millennium bank lançou ainda um novo depósito a 10 meses com pagamento mensal de juros e com uma taxa de juro preferencial que atinge 10% no 10.º mês. O produto foi publicitado salientando e promovendo a associação ao número 10. Desde o seu lançamento, em 10 de Maio, o Banco conseguiu angariar cerca de 480 milhões de euros. O Millennium bank continuou a apostar num dos seus produtos mais bem sucedidos: o programa “Poupança para todos”, um plano de poupança que pagava uma taxa de juro de 2% desde que os Clientes se comprometessem a poupar um determinado montante mensalmente. A aquisição de Clientes foi também suportada pela promoção de um novo programa de seguro de saúde “Cuidado Privilegiado”, que proporciona acesso directo a aconselhamento médico 24 horas por dia, a possibilidade de assistência médica domiciliária de emergência e o transporte em ambulância por um preço competitivo. O aumento da base de Clientes assentou na continuação da parceria com a subsidiária grega da empresa Ikea e da manutenção da aposta no cartão de crédito “Ikea”, que isenta de juros a aquisição de produtos a crédito. Saliente-se ainda que estas duas entidades promoveram diversas acções e campanhas visando a retenção de Clientes.

Millennium bank - Grécia

Activo total 6.858,3 6.669,1 6.104,0

Crédito a clientes (bruto) 5.123,2 5.157,5 4.848,0

Crédito a clientes (líquido) 4.996,8 5.083,2 4.793,7

Recursos de clientes 3.250,4 3.607,4 3.318,8

Dos quais: de Balanço 3.122,4 3.472,6 3.246,4

fora de Balanço (*) 128,0 134,8 72,5

Capitais próprios 372,3 388,5 314,1

Margem financeira 127,5 124,7 126,0

Outros proveitos operacionais 32,5 45,1 41,8

Custos operacionais 124,1 125,8 126,3

Imparidades e provisões 57,3 24,7 16,7

Resultado líquido -16,0 9,0 15,1

Nº de clientes (milhares) 563,2 540,4 502,1

Colaboradores (número) 1.470 1.527 1.554

Sucursais (número) 155 177 178

% de capital detido 100,0% 100,0% 100,0%

2010 2009 2008

(*) Os valores apresentados excluem custódia de títulos.

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O Banco manteve a sua tradição de oferecer produtos inovadores como um dos factores de diferenciação no mercado. Na área de bancassurance, o Millennium bank promoveu, em 2010, o programa “Privileged Care - Cartão de Saúde”, o qual oferece uma vasta gama de serviços, que vão desde a prevenção, o diagnóstico e o tratamento, por apenas 10 euros/ano, até às visitas a casa por médicos de todas as especialidades a preços acessíveis. Promoveu ainda o seguro “Nova Protecção Doméstica”, destinado a Clientes que pretendam protecção para as suas casas a um custo bastante apelativo. O seguro “Protecção de Bens” que fornece aos Clientes cobertura eficaz para qualquer possível perda ou roubo de cartões de crédito e/ou débito, bem como para os seus pertences pessoais, carteira, chaves, documentos, telefone, entre outros, representa um outro exemplo da inovação nos produtos que o Banco oferece. Com o objectivo de melhorar os níveis de serviço e de satisfação dos Clientes, o Millennium bank implementou a primeira etapa do programa “Mille Desk” que consiste numa nova aplicação informática com um maior número de funcionalidades comerciais e operacionais, destinada a melhorar e facilitar os processos de vendas nas sucursais e reduzir o tempo em tarefas administrativas. Ainda em termos de melhoria dos produtos e serviços prestados pelo Banco, o Millennium bank deu início ao processo de renovação e de upgrade dos cartões de débito através da inclusão de chips por forma a reduzir os riscos de fraude e aumentar a segurança nas transacções realizadas. No final de 2010, mesmo tendo em conta as iniciativas implementadas durante o ano, o efeito da crise económica teve impacto desfavorável no decréscimo dos recursos de Clientes, que passaram de 3.607,4 milhões de euros, no final de 2009, para 3.250,4 milhões de euros no final de 2010. Mesmo num enquadramento desfavorável, o Millennium bank manteve o seu apoio à economia grega, como ilustra a manutenção dos níveis de crédito a Clientes (bruto) que passou de 5.158 milhões de euros, no final de 2009, para 5.123 para milhões de euros, no final de 2010. O resultado líquido, fruto, essencialmente, da adversa situação económica do país passou, neste último ano, de 9,0 milhões de euros para –16,0 milhões de euros. A exemplo do ocorrido nos anos anteriores, a ênfase do Millennium bank na qualidade de serviço reflectiu-se na obtenção de elevados níveis de satisfação por parte dos Clientes e na distinção com vários prémios por parte de várias instituições de renome. O Millennium bank voltou a ser premiado, pelo terceiro ano consecutivo, pelo Deutsche Bank com o prémio 2009 EUR Straight - Through Processing Excellence Award, que reconheceu mais uma vez o excepcional serviço no processamento de transferências em euros para todo o mundo. 2009 Com o objectivo de aumentar os depósitos à ordem, o Banco lançou várias campanhas, tendo aumentado a oferta de produtos inovadores. De entre estas, o programa “Poupança para Todos”, consistindo num plano de poupança com pagamento de juros dependente da aplicação de um montante mensal pré-determinado, foi incluído na maioria dos ciclos comerciais do ano, e consistiu no principal instrumento de suporte à renovação do posicionamento do Millennium bank como um banco orientado para a poupança. O lançamento deste produto foi suportado por uma campanha publicitária na TV, à qual foi atribuída o prémio “Ermis” da Associação Grega de Publicidade e Comunicação, distinguindo-a entre a melhor publicidade produzida na Grécia em 2009. A captação de novos clientes foi apoiada por uma campanha institucional, capitalizando as 177 sucursais espalhadas pelo território grego e a sua considerável base de clientes (mais de 500 mil). O crescimento da base de clientes foi também suportado pela continuação da campanha do cartão de crédito IKEA, sob acordo estabelecido com a subsidiária grega da multinacional de artigos para a casa. Foi também lançada uma oferta especial de acordo com a qual são oferecidos bilhetes de cinema aos detentores dos cartões de crédito do Millennium bank, inspirada numa campanha similar desenvolvida em Portugal. A promoção das soluções de seguros de saúde do Millennium bank e da oferta do Banco para micro-negócios, compreendendo o financiamento das necessidades

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de fundo de maneio e de activos fixos, uma conta à vista e outros serviços, contribuíram também para a captação de novos clientes. Reflectindo o sucesso dos esforços comerciais foram captados 38 mil novos clientes, aumentando a base de clientes do Banco para um número superior a 540 mil clientes no final do ano. 2008 As prioridades do Millennium bank em 2008 consistiram na aquisição de novos clientes e no aumento dos depósitos de clientes. O Banco lançou várias campanhas com este objectivo, mantendo uma forte presença nos meios de comunicação. O enfoque nas poupanças foi ainda suportado pelo lançamento de vários depósitos de elevado rendimento, sendo a taxa de juro objecto de actualização ao longo do ano, sempre que as condições de mercado se alteravam. O programa de bancassurance “Millennium Unit Linked” desempenhou também um papel importante na captação de recursos de clientes: este programa sistemático permite aos clientes investir a nível global através de fundos mobiliários com marca Millennium através de pequenos pagamentos mensais e inclui cobertura de seguros. A posição de liquidez do Millennium bank melhorou ainda em consequência da conclusão de uma operação de titularização de créditos imobiliários num montante de 585 milhões de euros. Esta foi a segunda operação de Residential Mortgage-Backed Securities (RMBS) lançada pelo Millennium bank, na sequência da operação inaugural em Dezembro de 2006. As obrigações foram emitidas pela “Kion Mortgage Finance no. 2 plc”, uma empresa sediada no Reino Unido. As obrigações Classe A corresponderam a 89,3% da emissão, tendo-lhes sido atribuído um rating AAA pela Moody’s Investors Service e Aaa pela Fitch Ratings. O arranger da operação foi o UBS Investment Bank e os lead-managers o Millennium investment banking e a UBS. Roménia

Em 2010, a envolvente macro-económica adversa continuou a condicionar a actividade do sistema bancário romeno, com impacto ao nível da desaceleração do crédito a clientes, do aumento significativo do crédito com incumprimento, da escassez de liquidez, levando à implementação de políticas de gestão mais conservadoras e rigorosas na concessão de crédito, tendo em vista a melhoria da qualidade da sua carteira, enfocando no crédito habitação, onde a quota de mercado,

Millennium bank - Roménia *

Activo total 521,1 472,0 310,4

Crédito a clientes (bruto) 344,1 268,2 236,2

Crédito a clientes (líquido) 304,4 242,9 225,3

Recursos de clientes 282,5 254,5 105,4

Dos quais: de Balanço 282,5 254,5 105,4

Capitais próprios 80,8 58,9 32,5

Margem financeira 16,8 5,9 3,4

Outros proveitos operacionais 9,9 16,9 10,0

Custos operacionais 40,7 41,4 41,7

Imparidades e provisões 13,7 16,6 10,7

Resultado líquido -23,6 -38,0 -32,9

Nº de clientes (milhares) 29,3 27,1 22,7

Colaboradores (número) 731 700 691

Sucursais (número) 74 74 65% de capital detido 100,0% 100,0% 100,0%

Taxas de câmbio:

Balanço 1 euro = 4,262 4,2363 4,0225Demonstração de Resultados 1 euro = 4,21037083 4,24474583 3,68775417

* O Banco iniciou operações em 11 de Outubro de 2007. Valores incluem Banca Millennium (Roménia) e Banpor Consulting (Roménia).

2010 2009 2008

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no período referido anteriormente, ascendia já a mais de 1%, num segmento de mercado bastante competitivo. Neste cenário, o Millennium bank prosseguiu a sua estratégia, implementada em 2009, tendo como objectivo a melhoria dos resultados, com base num nível mais elevado de eficiência em termos de custos, numa melhor alocação de recursos e numa gestão de risco e de capital mais rigorosa. O Millennium bank manteve, assim, o enfoque nos proveitos core, que revelam uma melhoria em termos homólogos, como resultado de uma política selectiva em termos de concessão de crédito e na adopção de uma política de contenção de custos, visando a melhoria da eficiência do Banco. O Millennium bank está confiante no fortalecimento da sua posição no mercado o qual, seguindo a tendência de outros mercados europeus, será alvo de uma maior regulamentação e controlo. Com o objectivo de materializar a sua estratégia, o Millennium bank centrou-se também no desenvolvimento de novas abordagens no relacionamento com os seus Clientes, alargando a oferta com produtos como contas ordenado, depósitos com juros constantes e crescentes, contas para empreendedores, por forma a aumentar a sua posição em termos de recursos. Realce ainda para o início da oferta, no final de 2010, de serviços e produtos de gestão de património, que se espera vir a ter impacto relevante nos proveitos do Banco a curto prazo. O Millennium bank registou um resultado negativo de 23,6 milhões de euros em 2010, o que compara favoravelmente com os -38,0 milhões de euros registados em 2009, principalmente devido à boa performance da margem financeira e das comissões, bem como à redução do custo do risco. 2009 Em 2009, a evolução da envolvente macroeconómica suscitou novos desafios e motivou o Millennium bank na Roménia a desenvolver uma nova estratégia, ajustando o seu modelo de negócio à nova realidade. A implementação da nova estratégia baseou-se em quatro vectores: (i) reforço da rede de sucursais, com o objectivo de aumentar a base de clientes e o segmento alvo; (ii) enfoque nas PME, no segmento de Empresas; (iii) aumento da eficiência e gestão de custos rigorosa e (iv) gestão conservadora do risco e do capital. O Banco simplificou a sua estrutura organizacional, fundindo as seis redes existentes (três de Retalho e três de Corporate) em apenas duas - uma dedicada a particulares e outra a empresas -, enfocando-se em dois segmentos, Upper Mass Market e PME, respectivamente. O modelo de negócio do Retalho deixou de ser baseado em produtos de consumer finance, com uma capacidade relativamente reduzida de captação de recursos, para passar a ter como objectivo tornar o Millennium bank o principal banco dos seus clientes através de “ofertas âncora”, como pacotes de empréstimos hipotecários, com domiciliação de salário e depósitos a prazo. Consequentemente, foi concluído no terceiro trimestre de 2009, um plano de conversão dos centros de crédito em sucursais mass-market. 2008 A actuação do Millennium bank na Roménia, durante o exercício de 2008, enfocou-se no alargamento da rede comercial, no crescimento da actividade, em particular no que respeita à carteira de crédito a particulares, e na consolidação da posição do Banco enquanto entidade financeira de referência nos principais segmentos em que desenvolve a sua actividade, designadamente no segmento de particulares e de pequenas e médias empresas.

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Moçambique

O sector financeiro moçambicano viveu em 2010, em particular durante o 2.º semestre, dificuldades de liquidez, com impacto negativo nos custos de financiamento. Para fazer face a estes condicionalismos, o Banco tomou diversas iniciativas, das quais se destacam a concretização de uma emissão de obrigações a 5 anos no montante de 20 milhões de euros e a adopção de uma política de protecção da margem financeira através do repricing da carteira de crédito privilegiando, no novo crédito, a originação de operações de crédito de curto prazo e de bom nível de risco. A posição de liderança mantida pelo Millennium bim, com uma quota de mercado entre 34% - 39%, em recursos e crédito, resulta da sua capacidade de inovação e da diversificação da sua oferta de produtos e serviços dirigida aos segmentos Corporate e de Retalho. O ano de 2010 foi fortemente orientado para a captação de Recursos, tendo sido lançadas diversas campanhas, com destaque para o “Depósito Poupa Mais”, que consiste numa aplicação financeira a 365 dias, com montante mínimo de constituição acessível e taxas atractivas por escalão de montante, o “DP 15 anos”, produto comemorativo dos 15 anos do Millennium bim, que compreendia uma aplicação financeira a 365 dias, com taxas de juro mensais pré-definidas e constantes e uma taxa de juro no mês de Novembro de 15% e o “DP Especial”, que consistia numa aplicação com taxas atractivas por escalão e várias opções de montante e prazo de constituição. O Millennium bim continuou a apostar na inovação na resposta às necessidades financeiras dos Clientes, que serve de forma segmentada, procurando corresponder às suas expectativas e exigências. Ao nível de cartões de crédito foram lançadas as campanhas “Venha comigo ao Rock’n Rio e Mundial”. Foi lançada também a campanha institucional “Nascemos para todos”, com o objectivo de reforçar o posicionamento do Millennium bim enquanto “Banco de todos e para todos”. Estas campanhas estão alinhadas com os objectivos estratégicos definidos para 2010, de concentração na captação e retenção de recursos e no reforço do aumento das transacções com cartões de crédito e em TPA. As iniciativas visaram aumentar e melhorar a oferta de produtos e serviços por forma a satisfazer as crescentes e, cada vez mais exigentes, necessidades dos Clientes, não descurando o reforço da rendibilidade do Banco. Em termos de crédito, destaque para a comercialização dos seguintes produtos: o “Crédito Universitário”, dirigido aos estudantes universitários que pretendem fazer uma licenciatura ou pós-graduação, com taxas de juro atractivas/bonificadas, carência de pagamento de capital e prazos prolongados para reembolso, a “Nova Linha de Crédito Agrícola”, que consiste numa linha de

Millennium bim - Moçambique

Activo total 1.292,6 1.205,2 1.042,4

Crédito a clientes (bruto) 853,6 703,1 506,3

Crédito a clientes (líquido) 807,8 673,2 484,1

Recursos de clientes 990,8 916,1 804,2

Dos quais: de Balanço 990,8 916,1 804,2

Capitais próprios 194,8 159,1 143,5

Margem financeira 95,6 84,1 78,1

Outros proveitos operacionais 55,8 51,3 41,8

Custos operacionais 65,1 59,6 54,3

Imparidades e provisões 21,2 11,6 2,5

Resultado líquido 52,8 52,0 51,5

Nº de clientes (milhares) 863,6 706,4 554,9

Colaboradores (número) 2.088 1.936 1.762

Sucursais (número) 125 116 100% de capital detido 66,7% 66,7% 66,7%

Taxas de câmbio:

Balanço 1 euro = 43,305 40,91 35,155Demonstração de Resultados 1 euro = 45,63333333 38,545 35,77020833

200820092010

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crédito destinada a financiar particulares, empresas e ENIs ligados ao sector agrícola das províncias de Maputo e Gaza e a “Campanha de Crédito Documentário para Importação (CDIs)”, com um preçário reduzido para operações contratadas até ao final de Dezembro. As acções impulsionadas em 2009 ao nível da formação, mantiveram-se em 2010, tendo como enfoque estratégico a melhoria das competências dos Colaboradores e da qualidade de serviço do Banco por forma a servir melhor os seus Clientes. Saliente-se ainda, o facto do mercado voltar a reconhecer e premiar a proposta de valor apresentada pelo Millennium bim, através da adesão e da confiança nos seus produtos e serviços, comprovada pelo aumento da base de Clientes que ultrapassou os 860 mil, o que representa um acréscimo de 22% face a 2009. A evolução favorável dos indicadores financeiros evidenciam o sucesso da estratégia do Millennium bim, orientada para a captação de recursos, bem como a gestão criteriosa com particular enfoque nas boas práticas de governo corporativo e a adesão às Normas Internacionais de Reporte Financeiro, foram alguns dos factores motivadores da estabilidade financeira alcançada pelo Banco, não obstante a crise mundial vivida. A proposta de valor Millennium bim, assente na elevada qualidade e inovação dos seus produtos e serviços é, sem dúvida, um dos principais factores de diferenciação entre os seus pares no mercado. A subsidiária do Millennium bim, Millennium Seguros, manteve a sua posição de liderança no mercado de seguros, registando um crescimento nos proveitos de 4,3%. O resultado líquido situou-se em 5,5 milhões de euros, o que representa um aumento de 1,2%. 2009 O ano de 2009 foi um ano positivo para o Millennium bim, que manteve a sua posição de liderança, suportada na inovação, na modernidade da proposta e da rede de distribuição e na responsabilidade das acções desenvolvidas. Apesar da elevada incerteza quanto ao impacto da crise internacional na economia moçambicana, o Millennium bim prosseguiu as linhas estratégicas definidas e o seu enfoque na expansão da rede de balcões, na segmentação e na rendibilidade do negócio, tendo ainda prestado particular atenção à gestão do risco e às mais recentes práticas de Governo Corporativo e às Normas Internacionais de Reporte Financeiro. Em 2009 foi ainda definido como enfoque estratégico a melhoria da qualidade de serviço tendo-se desenvolvido várias acções nesse sentido, destacando-se a formação como um dos pilares básicos. 2008 Em 2008, o Banco prosseguiu o programa de expansão da rede de sucursais de Retalho iniciado em 2007, tendo atingido a marca histórica das 100 sucursais e 500 mil clientes. No plano comercial, aprofundou-se a segmentação de negócio e promoveu-se os canais alternativos de acesso ao Banco, com o aumento e substituição do parque de ATM e POS, traduzindo-se na melhoria do serviço prestado e no aumento da satisfação dos clientes.

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Angola

O ano de 2010 foi um ano positivo a todos os níveis. A actividade cresceu de forma rentável, tendo sido canalizados todos os esforços no sentido de garantir uma cultura de rigor e uma orientação permanente para os resultados, assentes em planos de acção sustentados, numa gestão adequada do risco, custos e investimentos e na melhoria da eficiência operacional. Várias iniciativas inovadoras foram lançadas e implementadas durante 2010 com o intuito de cumprir com a sua agenda estratégica. Realce para o facto de o Banco ter sido pioneiro com a abertura de 21 das suas sucursais aos sábados, adicionando assim um dia útil à semana de prestação de serviço bancário. De referir também que o serviço de transferências rápidas Western Union passou a estar disponível em todas as sucursais para os Clientes do Banco. O Banco detinha, em 2010, um total de 80,6 mil clientes activos, representando um crescimento de 142% face ao período homólogo do ano anterior, tendo sido captados cerca de 47,4 mil novos clientes, que comparam com os 16,7 mil novos clientes captados em 2009. A nível de marketing e produtos, o Banco adicionou à sua oferta o “Cartão Cacau”, um serviço inovador que permite às Empresas a atribuição aos seus Colaboradores de uma cartão pré-pago, não sendo necessário que os mesmos sejam Clientes Millennium, o “Programa Vantagem Visa”, o único cartão de crédito angolano que permite aos seus titulares usufruírem de descontos em estabelecimentos comerciais seleccionados para o efeito e o “Plano Poupança Família”, um produto de incentivo à poupança das famílias angolanas. Do lado do Crédito, foram lançados os produtos “Vantagem Salário” e “Vantagem PME”, respectivamente para Particulares e Empresas, um serviço inovador que permite a antecipação de receitas mensais. No que respeita a meios de pagamento, foi introduzido o “Cartão de Débito não Personalizado”, com entrega imediata ao cliente no acto de abertura de conta. De salientar que, no final do 3.º trimestre do ano, foi inaugurado o novo Centro de Processamento de Dados, o qual passou a apoiar todas as operações do Banco. Esta nova infra-estrutura informática veio responder com maior eficácia às necessidades do BMA, com impactos positivos nos procedimentos internos e na oferta de produtos e serviços, dando assim um passo decisivo na consolidação do serviço de qualidade prestado ao cliente.

Millennium Angola *

Activo total 1.012,0 746,2 459,3

Crédito a clientes (bruto) 465,2 317,3 218,7

Crédito a clientes (líquido) 447,3 310,0 212,6

Recursos de clientes 593,3 428,9 279,4

Dos quais: de Balanço 593,3 428,9 279,4

Capitais próprios 140,1 110,2 43,3

Margem financeira 51,0 26,7 12,6

Outros proveitos operacionais 42,8 32,5 11,4

Custos operacionais 51,3 40,6 17,2

Imparidades e provisões 14,1 5,0 2,9

Resultado líquido 23,6 14,6 4,4

Nº de clientes (milhares) 80,6 33,3 16,6

Colaboradores (número) 714 499 311

Sucursais (número) 39 23 16

% de capital detido 52,7% 52,7% 100,0%

Taxas de câmbio:

Balanço 1 euro = 121,6 128,38 104,69Demonstração de Resultados 1 euro = 122,23 109,98629167 110,64008333

* Em Fevereiro de 2009 ocorreu a entrada de novos accionistas (Sonangol, E.P. e Banco Privado Atlântico, S.A.) no capital social do Banco Millennium Angola, com uma participação de 47,3%.

2010 2009 2008

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A Academia Millennium Atlântico, um projecto pioneiro em Angola em parceria com a Sonangol e o Banco Privado Atlântico, foi apresentada publicamente em Julho e visa ministrar formação de elevada qualidade para responder às necessidades do mercado empresarial angolano, nomeadamente na área financeira, banca e seguros. O projecto pretende, assim, formar cerca de 10 mil angolanos até 2015. A nível de controlo e informação de gestão, de destacar a implementação do sistema de análise de rendibilidade no Millennium Angola e sua entrada em funcionamento em Janeiro de 2011. O ano de 2010 fica igualmente marcado pela evolução positiva dos volumes de crédito e de recursos de Clientes, cujo aumento correspondeu a 46,6% e 38,3%, respectivamente. O activo total do Banco atingiu 1.012 milhões de euros, que representa um crescimento de 35,6% face a 2009. De referir ainda que a carteira de títulos ascendeu a 257 milhões de euros, representando aproximadamente 25% do activo. 2009 O ano de 2009 foi positivo para o BMA, tendo ficado marcado pela concretização da entrada da petrolífera estatal angolana Sonangol, E.P. (31,5%) e do Banco Privado Atlântico, S.A. (15,8%) no capital do BMA, assim como pela aquisição por parte do BMA de uma participação de 10% no capital do Banco Privado Atlântico. Na sequência da concretização desta parceria estratégica, consubstanciada através de um aumento de capital, foram renovadas as condições para o Banco acelerar o seu plano de negócio, no sentido de dar resposta rápida às necessidades e oportunidades que surgem no mercado angolano. O Banco introduziu diversos desenvolvimentos e inovações em 2009, sendo de destacar a introdução de um novo sistema de incentivos para as áreas comerciais, tendo como principais objectivos criar e reforçar as competências comerciais, enraizar o espírito de equipa, promover a assiduidade, bem como fidelizar os novos colaboradores. A implementação de um novo sistema de informação de gestão – MilleMIS – para análise e acompanhamento diário da actividade comercial, o lançamento da Intranet e de vários aplicativos informáticos, a par das melhorias efectuadas no sistema do Banco, bem como nos vários programas que com ele comunicam, são medidas que tornam o BMA mais eficiente, com consequente impacto positivo no alinhamento de procedimentos em diversas áreas. O Banco ampliou a sua oferta de produtos e serviços financeiros em 2009. Ao longo do ano, foram lançados cartões de crédito Visa para particulares e empresas e disponibilizada a possibilidade de utilização de cartões Visa nas caixas automáticas e em terminais de pagamento automático. Foi ainda lançado um cartão pré-pago para pagamento de salários a trabalhadores com rendimentos baixos. No domínio das aplicações financeiras, lançaram-se campanhas com condições muito atractivas, em kwanzas e dólares norte-americanos. A aposta na inovação, originalidade, qualidade e diversificação do leque de produtos e serviços lançados no mercado, em 2009, teve como corolário a atribuição do prémio “Banco Mais Inovador em Angola” em 2009, pela revista emeafinance. 2008 O ano 2008 foi particularmente positivo para o futuro do Banco Millennium Angola. A conclusão da parceria entre o Millennium bcp, a petrolífera estatal angolana Sonangol e o Banco Privado Atlântico, S.A. (BPA) permitiu a redefinição do plano estratégico do Banco para o período 2009 a 2012 e a elaboração de um ambicioso plano de negócios para tornar o Banco Millennium Angola num dos principais bancos no mercado Angolano. No âmbito desta parceria a Sonangol e o BPA vão assumir 29,9% e 20%, respectivamente, no capital do Banco Millennium Angola, através de uma operação de aumento de capital de aproximadamente 85 milhões de euros, e o Banco Millennium Angola vai adquirir uma participação de 10% no capital do BPA. Gerou-se assim uma nova ambição de crescimento, com enfoque no crescimento orgânico e foram renovadas as condições para a aposta do Banco Millennium Angola no mercado angolano.

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Tornar-se num dos maiores bancos de referência no mercado Angolano constitui assim a grande aspiração do Banco Millennium Angola, a qual passa pela execução de um ambicioso plano de expansão do Banco e pelo reforço de capital humano qualificado, com vista a dar resposta às necessidades e oportunidades que surgem no mercado. O Banco Millennium Angola prosseguiu em 2008 o programa de expansão da rede de sucursais, com a abertura de 7 sucursais, tendo atingido no final do ano 16 sucursais. O número de clientes e de colaboradores aumentou, respectivamente, 20,9% e 68,1%, face a 2007. 10.2.3 Principais acontecimentos

10.2.3.1 Principais acontecimentos (2008-2010)

Entre os acontecimentos relevantes no Grupo desde o início de 2008, destacam-se: Ano de 2008 Em 9 de Janeiro de 2008, confirmação das notações de ratings atribuídas pela Fitch Ratings ao Banco Comercial Português e à sua subsidiária de banca de investimento, Banco Millennium bcp investimento, S.A., às suas responsabilidades de longo prazo “A+” com outlook “estável” e às responsabilidades de curto prazo “F1”. As notações de rating do Programa de EMTN foram também confirmadas em Dívida Sénior “'A+” e “F1” e dívida subordinada “A”. Os programas de Papel Comercial em “F1” e as emissões de acções preferenciais em “A”. Em 15 de Janeiro de 2008, o Banco Comercial Português realizou a Assembleia Geral de Accionistas, destacando-se as seguintes deliberações: Eleição da Mesa da Assembleia Geral com a seguinte composição:

Presidente: António Manuel da Rocha e Menezes Cordeiro Vice-Presidente: Manuel António de Castro Portugal Carneiro da Frada

Eleição dos seguintes membros para o Conselho de Administração Executiva para o triénio 2008/2010:

Presidente: Carlos Jorge Ramalho Santos Ferreira Vice-Presidentes: Armando António Martins Vara Paulo José de Ribeiro Moita Macedo Vogais: Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho Nelson Ricardo Bessa Machado Vítor Manuel Lopes Fernandes José João Guilherme

Não foi aprovada a proposta de lista para a eleição do Conselho de Remuneração e Previdência para o triénio 2008/2010. Foi deliberado não proceder à eleição de um novo Revisor Oficial de Contas, aguardando-se que o Conselho Geral e de Supervisão formule essa proposta na Assembleia Geral ordinária, mantendo-se, entretanto, em funções o ROC KPMG & Associados, SROC SA (SROC nº 189), representada por Vítor Manuel da Cunha Ribeirinho (ROC nº 1081) e o ROC suplente Ana Cristina Soares Valente Dourado (ROC nº 1011). Eleição dos seguintes membros para o Conselho Geral e de Supervisão, para o preenchimento das vagas existentes, até ao termo do triénio 2006/2008:

Membros Efectivos: António Luís Guerra Nunes Mexia Manuel Domingos Vicente Membro Suplente: Ângelo Ludgero da Silva Marques

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Foi ratificada a cooptação dos seguintes três membros para o Conselho Superior para o mandato 2005/2008:

Luís Manuel de Faria Neiva dos Santos Manuel Domingos Vicente Maarten W. Dijkshoorn

Na sequência da revisão do programa estratégico, o BCP definiu, em Fevereiro 2008, uma nova Visão e prioridades estratégicas para o período de 2008-2010, baseadas em 5 vectores: i) recentrar nos Clientes, estimular a actividade comercial e melhorar níveis de serviço; ii) expandir as operações de retalho em mercados de elevado potencial; iii) reforçar a disciplina de pricing, risco e gestão de capital, iv) simplificar o Banco com vista a atingir níveis superiores de eficiência; v) reforçar a reputação institucional. Em Fevereiro de 2008, foi anunciado pela Standard & Poor's Ratings Services, a confirmação das notações de rating de longo e curto prazo “A/A-1” do Banco Comercial Português, S.A. (Millennium bcp) e o da sua subsidiária para a banca de investimento, Banco Millennium bcp Investimento, S.A.. O outlook foi igualmente confirmado em “negativo”. Em Abril de 2008, ficou concluída a operação de aumento do capital social do BCP de 1,3 mil milhões de euros e que contou com uma procura de cerca de duas vezes superior à oferta. Em Abril de 2008, a Standard & Poor’s Ratings Services anunciou a revisão do outlook de “negativo” para “estável” do Millennium bcp e confirmação das notações de rating atribuídas às responsabilidades de longo e de curto prazo, de “A” e de “A-1”, respectivamente. Em Maio de 2008, o BCP emitiu obrigações hipotecárias, no montante de mil milhões de euros, e dívida sénior, no valor de 1,25 mil milhões de euros. Em Maio de 2008, foi assinado um acordo de parceria estratégica entre o BCP, a Sonangol e o Banco Privado Atlântico, S.A., prevendo, designadamente, uma participação indicativa de referência da Sonangol no capital do BCP. O acordo contemplava a aquisição de 49,9% do capital do Banco Millennium Angola pela Sonangol e pelo Banco Privado Atlântico, a concretizar através de uma operação de aumento de capital a ser subscrita em numerário. O acordo previa, ainda, a tomada pelo Banco Millennium Angola de uma participação de 10% no capital do Banco Privado Atlântico. Em Setembro de 2008, o BCP acordou com a Sonangol e Banco Privado Atlântico S.A. (BPA) a fixação do preço e as condições em que a Sonangol e o BPA vão assumir 29,9% e 20%, respectivamente, no capital do Banco Millennium Angola, bem como o preço e as condições em que o Banco Millennium Angola vai adquirir uma participação de 10% no capital do BPA, na sequência do acordo de parceria estratégica estabelecido em Dezembro de 2007 e dos acordos assinados em Maio de 2008. Em Setembro de 2008, foi celebrado um protocolo de cooperação estratégica entre o Bank Millennium e a AICEP, visando apoiar empresas portuguesas que pretendam iniciar actividade na Polónia. Em Outubro de 2008, foi anunciada a confirmação das notações de rating de longo e curto prazo “Aa3/P-1” e a manutenção do outlook em “estável” do BCP pela Moody’s. Em Outubro de 2008, foi anunciada a confirmação das notações de rating de longo e curto prazo “A/A-1”, pela Standard & Poor's Ratings Services, tendo sido revisto de “estável” para “negativo” o outlook do BCP.

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Em Novembro de 2008, foram lançadas em conjunto com o Banco Europeu de Investimento de duas linhas de crédito para empresas, de apoio a Pequenas e Médias Empresas, abrangendo, pela primeira vez, o microcrédito. Em Novembro de 2008, foi concretizada a adesão pelo Millennium bcp investimento aos mercados Euronext de Amesterdão e Bruxelas, passando a disponibilizar a prestação de serviços de negociação directamente nesses mercados. Em Novembro de 2008, o BCP informou ter realizado um acordo de cooperação entre o Microcrédito do Millennium bcp e a Associação Empresarial da Região de Viseu, tendo como objectivo estimular o empreendedorismo, a criação de microempresas e o auto-emprego, contribuindo para o desenvolvimento do tecido empresarial da região. Em Dezembro de 2008, foi concretizado o registo da fusão por incorporação da sociedade BCP Participações Financeiras, SGPS, Sociedade Unipessoal, Lda. no BCP. Em Dezembro de 2008, o BCP foi notificado do Despacho n.º 31835-A/2008, do Secretário de Estado do Tesouro e Finanças, que autoriza a concessão da garantia pessoal do Estado para cumprimento das obrigações de capital e de juros no âmbito da emissão a taxa fixa, com prazo de três anos e no montante de até 1.500 milhões de euros, a realizar ao abrigo do Programa de Euro Medium Term Notes do Millennium bcp. Em Dezembro de 2008, o BCP recebeu da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e do Banco de Portugal notificações de acusação em processos contra-ordenacionais contra si instaurados relativos a factos ocorridos anteriormente ao exercício de 2008, nomeadamente relativos a alegadas irregularidades relacionadas com o financiamento de aquisição de acções emitidas pelo Banco por sociedades com sede em jurisdições externas. Em Dezembro de 2008, o BCP comunicou ter alienado 87.214.836 acções representativas de 9,69% do capital social do Banco BPI, S.A., sociedade aberta à sociedade SANTORO FINANCIAL HOLDINGS, SGPS, S.A., sociedade de direito português, tendo ficado a referida alienação sujeita à não oposição do Banco de Portugal, nos termos do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras. Em resultado da execução do referido contrato, o BCP deixou de deter uma participação qualificada no Banco BPI, S.A. Em Dezembro de 2008, a Fitch Ratings reafirmou os ratings do BCP, mantendo o outlook em “estável”. Ano de 2009 Em Janeiro de 2009, foi realizada uma emissão de obrigações a taxa fixa a 3 anos, garantida pela República Portuguesa, no montante de 1,5 mil milhões de euros, ao abrigo do Programa de Euro Medium Term Notes. Em Janeiro de 2009, foi realizado um aumento de capital no Millennium bank na Grécia, no montante de 65 milhões de euros, por conversão da dívida subordinada. Em Janeiro de 2009, foi realizado um aumento de capital na Millennium bank na Roménia, no montante de 66 milhões de euros. Em Fevereiro de 2009, o BCP informou terem sido concluídas as transacções financeiras referentes ao acordo de parceria estratégica estabelecido com a Sonangol e com o Banco Privado Atlântico, através da entrada destes accionistas no capital do Banco Millennium Angola, no âmbito do aumento de capital no valor de 83 milhões de euros realizado por esta sociedade.

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Em Março de 2009, realizou-se a Assembleia Geral Anual do BCP. Entre as deliberações aprovadas salientam-se: i) a aprovação do relatório de gestão, as contas individuais e consolidadas e a proposta de aplicação de resultados relativos ao exercício de 2008; ii) a supressão do Conselho Superior e a eleição dos membros do Conselho Geral e de Supervisão para o período de 2009-2010. Em Março de 2009, foi realizado um aumento de capital na Banque Privée BCP na Suíça, no montante de 32 milhões de euros. Em Abril de 2009, o BCP informou ter recebido uma autorização concedida pelo Banco de Portugal para o Grupo Millennium utilizar o método de Modelos Internos sobre a carteira de negociação, no que respeita ao cálculo dos requisitos de fundos próprios para o risco genérico de mercado, abrangendo as sub-carteiras incluídas no perímetro gerido centralmente desde Portugal, relativamente a instrumentos de dívida, a instrumentos de capital e a riscos cambiais. Em Maio de 2009, o BCP realizou uma emissão de 300 milhões de euros de Valores Mobiliários Perpétuos com Juros Condicionados, através de oferta pública, que receberam autorização do Banco de Portugal para integrarem os fundos próprios de base do Millennium bcp, em base individual e consolidada, até um limite máximo de 35% do valor dos mesmos. Em Maio de 2009, foi realizado um aumento de capital no Millennium BIM em Moçambique, no valor de 20 milhões de euros, por incorporação de reservas. Em Maio de 2009, o BCP informou sobre o registo do projecto de fusão por incorporação do Banco Millennium bcp Investimento, S.A., no Banco Comercial Português, S.A. Em Junho de 2009, O BCP informou ter assinado um acordo com o Asian Development Bank (ADB), destinado a promover as operações de trade finance entre as empresas clientes do Millennium bcp e os países membros do ADB. Em Junho de 2009, foi realizado um aumento de aumento de capital na Millennium bcpbank nos E.U.A., no montante de 9 milhões de euros. Em Junho de 2009, no âmbito das iniciativas de Sustentabilidade e de Responsabilidade Social, o Millennium bcp constituiu-se como patrocinador oficial da 4.ª edição do Rock in Rio – Lisboa, que irá decorrer em Maio de 2010; renovou o Protocolo de Cooperação com a Associação Nacional de Direito ao Crédito, por mais três anos, numa parceria cujo âmbito de cooperação mais visível reside na operação de Microcrédito do Banco e renovou o protocolo mecenático, celebrado para o triénio 2009−2011, com o Organismo de Produção Artística, entidade gestora do Teatro Nacional de São Carlos e da Companhia Nacional de Bailado. Em Julho de 2009, o BCP informou ter sido assinado um acordo de cooperação entre o Millennium bcp e o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), permitindo aos clientes do Millennium bcp com operações na China o acesso à rede de produtos e serviços bancários da maior instituição financeira a nível mundial e facilitando o processo de internacionalização das empresas portuguesas. Em contrapartida, este acordo permite aos clientes do ICBC a realização de operações bancárias nos diferentes países onde o Millennium bcp está presente. Em Julho de 2009, a Standard & Poor's Ratings reviu os ratings de longo e curto prazo atribuídos ao Banco Comercial Português, S.A., para “A-/A-2” de “A/A-1” com reafirmação do Outlook “estável”. Em Julho de 2009, a agência de rating Fitch Ratings (Fitch) reafirmou a notação de rating de longo prazo “A+” com outlook “estável” do Banco Comercial Português, S.A., tendo a Fitch alterado o rating individual de “B” para “B/C”. A mesma agência confirmou igualmente a notação de “F1” para o rating de curto prazo, o rating Support “2” e a notação “BBB” para o Support Rating Floor.

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Em Agosto de 2009, o BCP informou sobre o acordo do Millennium bcpbank à emissão de uma consent order pelo Office of the Comptroller of the Currency (OCC), dos Estados Unidos da América, estabelecendo um conjunto de medidas tendo em vista a redefinição do plano estratégico, o reforço das estruturas de governo e rácios de capital e a melhoria de gestão de risco. Em Agosto de 2009, o BCP realizou uma emissão de 600 milhões de euros de Valores Mobiliários Perpétuos com Juros Condicionados, através de oferta pública. Em Setembro de 2009, o BCP informou sobre a decisão de redução da participação accionista do Grupo Millennium bcp no Projecto de Requalificação e Reordenação Urbana da Zona Marginal de Luanda (“Projecto Baía de Luanda”) para 10%, mediante a alienação à sociedade de direito Angolano Finicapital - Investimentos e Gestão S.A., o que se traduzirá num encaixe na ordem dos 100.000.000 de dólares americanos. Em Setembro de 2009, o BCP informou sobre a concretização da fusão por incorporação do Banco Millennium bcp Investimento S.A., no Banco Comercial Português, S.A., mediante transferência global do património da sociedade incorporada para a sociedade incorporante e extinção do Banco Millennium bcp Investimento, S.A. Em Setembro de 2009, a Moody's reviu os ratings de dívida sénior do Banco Comercial Português, S.A., em conjunto com os de outros Bancos Portugueses, de “Aa3/P-1” para “A1/P-1” e do Bank Financial Strenght Rating (BFSR - solidez financeira) de “C+” para “D+”. O outlook sobre BFSR é “negativo”. Em Novembro de 2009, o BCP anunciou a conclusão do Processo de Mediação com Investidores, efectuado sob a égide da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), relativo às divergências com accionistas sobre eventuais actuações comerciais incorrectas, por parte de colaboradores do Banco, nas denominadas "Campanhas Accionistas" realizadas nos anos 2000 e 2001. Em Novembro de 2009, o BCP informou da deliberação do Conselho Geral e de Supervisão, em reunião efectuada em 11 de Novembro de 2009, de aceitar a suspensão como Administrador e Vice-Presidente do CAE de Armando Vara até ao apuramento dos factos no processo que foi objecto de divulgação pública. O Conselho Geral e de Supervisão deliberou ainda, nos termos da lei e dos estatutos, proceder à substituição daquele Administrador, designando para o efeito, como vogal do CAE, Miguel Maya Dias Pinheiro. Em Novembro de 2009, o BCP comunicou que, adicionalmente ao Vice-Presidente do CAE Paulo Moita Macedo, que permanece em funções, foi designado temporariamente, durante o período de suspensão de funções de Armando Vara, o Administrador Vítor Manuel Lopes Fernandes para exercer as funções de Vice-Presidente do CAE, competindo-lhes, designadamente, pela ordem indicada, a substituição do Presidente nas suas faltas ou impedimentos. Em Dezembro de 2009, foi aprovado em Assembleia Geral de Accionistas do Bank Millennium na Polónia, a realização de um aumento de capital no montante de 258 milhões de euros. Em Fevereiro de 2010, o BCP informou ter sido celebrado um acordo com a instituição financeira Credit Europe Bank, N.V., entidade detida pelo grupo financeiro Fiba Holding, A.S. com vista à alienação por parte do Banco Comercial Português S.A. da participação correspondente a 95% do capital social do Millennium Bank A.S. na Turquia, tendo sido estabelecido com o comprador um mecanismo de opções de compra e de venda prevendo a possibilidade de alienação do remanescente da sua participação por preço por acção não inferior ao agora acordado.

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Ano de 2010 Em Fevereiro de 2010, ficou concluído o aumento de capital do Bank Millennium na Polónia, reservado a accionistas, através da emissão de 363.935.033 acções, ao preço de subscrição de 2,9 zlotis por acção, tendo o Millennium bcp (principal accionista detendo 65,5% do capital) exercido os seus direitos na totalidade. O aumento de capital representou um encaixe de 1.055 milhões de zlotis (cerca de 259 milhões de euros) que permitiram ao Bank Millennium sustentar a sua estratégia de crescimento. Em Março de 2010, o Banco informou ter estabelecido um acordo com o Investors Savings Bank, contemplando a alienação da totalidade da rede de sucursais do Millennium bcpbank nos Estados Unidos da América e da respectiva base de depósitos. Paralelamente as duas entidades anunciaram a intenção de assinar um acordo para a aquisição pelo Investors Savings Bank de uma parte da carteira de crédito do Millennium bcpbank. Adicionalmente, foi estabelecido um acordo de cooperação no que respeita às remessas financeiras oriundas dos EUA. Após esta transacção, que ficou sujeita às autorizações regulamentares, o Millennium bcp deixará de desenvolver novas actividades comerciais de Retalho nos EUA. Em Março de 2010, o Banco anunciou o lançamento de um novo conceito de banca - o ActivoBank by Millennium -, elegendo como segmento-alvo Clientes com espírito jovem, utilizadores intensivos das novas tecnologias de comunicação e que privilegiam uma relação bancária assente na simplicidade. Em Março de 2010, o Banco anunciou a manutenção das notações de rating atribuídas ao Banco Comercial Português pela agência de rating Fitch de “A+” para o rating de longo prazo e de “F1” para o rating de curto prazo e revisão do Outlook de “estável” para “negativo”. Em Abril de 2010, realizou-se a Assembleia Geral Anual do Millennium bcp. Entre as principais deliberações, salientam-se: i) aprovação de várias alterações aos Estatutos do Banco, as quais visaram: - a sua actualização em razão de mudanças entretanto operadas na lei, nomeadamente no Código das Sociedades Comerciais; inclusão no respectivo texto o regime de reforma dos Administradores, por velhice ou invalidez, a cargo da sociedade; e ainda, por proposta de vários Accionistas, o alargamento da limitação dos direitos de voto de 10% para 20% do capital social; ii) aprovação da alteração da composição e do número de membros do Conselho de Administração Executivo; iii) aprovação do relatório de gestão, o balanço e as contas individuais e consolidadas relativos ao exercício de 2009, bem como o pagamento de um dividendo de 0,019 euros por acção Em Abril de 2010, foi anunciada a redução das notações de rating de certos instrumentos híbridos Portugueses, em linha com a revisão que operou na metodologia de rating de Instrumentos Híbridos e de Dívida Subordinada dos Bancos, publicada em Novembro de 2009, pela agência de rating Moody's, que retirou os pressupostos anteriores de suporte sistémico, nomeadamente da República Portuguesa. Em relação ao BCP e atendendo a que o seu BCA (Baseline Credit Assessment) ajustado é de “Baa3”, o rating dos títulos preferenciais não-cumulativos, emitidos pelo BCP Finance Company e garantidos pelo BCP, foi revisto em baixa de “Baa1” para “Ba3” e o rating da dívida subordinada perpétua com cupões condicionais foi revisto em baixa de “Baa1” para “Ba3”. O outlook para todos os instrumentos afectados é negativo, em linha com o outlook “negativo” para o BCP, que tem BFSR (Bank Financial Strenght Rating) de “D+” e BCA de “Baa3”. Em Abril de 2010, foi anunciada a redução das notações de rating atribuídas a diversos bancos portugueses e subsidiárias em Portugal de bancos estrangeiros pela agência de rating Standard & Poor's, na sequência do downgrade do rating da República Portuguesa em dois notches de “A+” para “A-”, colocando-os todos com outlook “negativo”. O rating de crédito de contraparte de longo prazo do Banco Comercial Português, S.A. foi reduzido de “A-” para “BBB+”, enquanto o de curto prazo foi confirmado em “A-2”.

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Em Maio de 2010, o Banco informou ter sido concedida autorização pelo Governo da Região Administrativa Especial de Macau ao Millennium bcp para o exercício da actividade bancária em Macau através de uma Sucursal com Licença Plena (On-Shore) desde 11 de Maio de 2010. A alteração do posicionamento do Millennium bcp em Macau enquadra-se na estratégia de reforço da presença do Banco na Região Ásia–Pacífico, com destaque para a China. Em Maio de 2010, o Banco informou sobre o lançamento, em conjunto com o Banco Europeu de Investimento, de uma linha de crédito para empresas, no montante global de 50 milhões de euros, visando o financiamento de projectos de Pequenas e Médias Empresas, privilegiando o financiamento a projectos de leasing de empresas portuguesas, mas extensível a empresas de outros países europeus onde o Millennium exerce actividade. Em Junho de 2010, o Banco anunciou a celebração de um acordo de cooperação com o Industrial and Commercial Bank of China - Macau, possibilitando aos Clientes do Millennium bcp, imigrantes chineses residentes nos países lusófonos em que o Banco opera, o envio de remessas para a China em condições mais vantajosas. Em Junho de 2010, foi confirmada a notação de rating de solidez financeira do BCP (BFSR) em “D+”, com um outlook “negativo”, pela agência de rating Moody’s. Em Julho de 2010, o BCP comunicou ter recebido o pedido de renúncia às funções de Administrador e Vice-Presidente do Conselho de Administração Executivo de Armando Vara, sem prejuízo do respeito pela presunção de inocência em relação processo judicial em curso, que tinha motivado a sua iniciativa de solicitar a suspensão do exercício destas funções. Em Julho de 2010, foram divulgados os resultados dos testes de esforço realizados no espaço europeu, coordenados pelo Comité das Autoridades Europeias de Supervisão Bancárias (CEBS), em cooperação com o Banco Central Europeu e o Banco de Portugal. O desenho dos cenários e a execução do teste foram da exclusiva responsabilidade das entidades de supervisão envolvidas. O limiar imposto para o rácio de fundos próprios de base (Tier I), no cenário de stress, foi fixado em 6%, ou seja 2 pontos percentuais acima do mínimo exigido pelo Banco de Portugal. De acordo com os resultados apresentados, o rácio Tier I do Banco evolui de 9,3% em Dezembro de 2009, para 8,4% em Dezembro de 2011, no cenário mais adverso, o que demonstrou que o Millennium bcp é uma instituição de crédito sólida, que estava adequadamente capitalizada e tem capacidade de resistência, mesmo em cenários extremos. Em Julho de 2010, a agência de rating Moody's informou que, na sequência da revisão da notação de rating da República de Portugal em dois notches, de “Aa2” para “A1”, decidiu alterar as notações de rating dos depósitos do BCP também em dois notches, de “A1” para “A3”. A Moody’s manteve o rating de solidez financeira (Bank Financial Strength Rating) do BCP, em “D+”, bem como a notação correspondente ao Baseline Credit Assessment (“Baa3”). Em Julho de 2010, a agência de rating Fitch procedeu em 21 de Julho de 2010 à revisão das notações de rating de cinco Bancos Portugueses, tendo reduzido a notação de rating do BCP de Longo Prazo de “A+” para “A” e reafirmado a notação de rating de Curto Prazo em “F1”, mantendo o outlook “negativo”. Em Setembro de 2010, foi inaugurada a sucursal do Millennium bcp em Macau com licença plena On-Shore, visando estabelecer-se como uma plataforma internacional de negócios entre a China, a Europa e a África de expressão portuguesa. Em Outubro de 2010, o Banco informou ter sido concluída a transacção de alienação da totalidade da rede de sucursais do Millennium bcpbank nos Estados Unidos da América, da respectiva base de depósitos, no valor aproximado de 445 milhões de euros e de parte da carteira de crédito, no valor aproximado de 148 milhões de euros ao Investors Savings Bank. Em resultado desta transacção, o Millennium bcp deixou de deter uma operação bancária naquele país.

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Em Outubro de 2010, o Banco informou que no âmbito do processo 1557/08 ponto 3TFLSB relativo às Campanhas Accionistas decorrentes dos aumentos de capital em 2000 e 2001, do BCP, o Banco foi absolvido de todas as acusações formuladas e que eram as seguintes: i) 1 contra-ordenação muito grave por intermediação excessiva; ii) 41 contra-ordenações muito graves por desrespeito do dever de dar prevalência aos interesses dos Accionistas); iii) 57 contra-ordenações graves por não cumprimento da obrigação de conservadoria de documentos; iv) 1 contra-ordenação grave por insuficiente qualidade de informação prestada às autoridades de supervisão. Em Novembro de 2010, o Banco informou ter sido assinado um memorando de entendimento entre o Millennium bcp e o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) com o objectivo de reforçar a cooperação entre os dois bancos, o qual se estende a outros países e regiões, para além de Portugal e China, visando cobrir o triângulo China/Macau, África Lusófona e Europa. Em Novembro de 2010, o Banco informou ter renovado o contrato de exclusividade com a American Express para a emissão e gestão de cartões American Express, em Portugal até 2015, com exclusividade na emissão de cartões Centurião e garantindo ainda um acordo exclusivo de acquiring até 2017. Em Novembro de 2010, a agência de rating Fitch procedeu à revisão das notações de rating de diversos Bancos Portugueses, tendo reduzido a notação de rating do BCP de Longo Prazo de “A” para “BBB+” e o rating de curto prazo de “F1” para “F2”, mantendo o Outlook “Negativo”. Em Dezembro de 2010, o Banco comunicou a conclusão do processo de alienação de 95% do capital social do Millennium Bank AS na Turquia à instituição financeira Credit Europe Bank, N.V., entidade detida pelo grupo financeiro Fiba Holding, A.S., pelo preço global ajustado de 58,9 milhões euros. Em resultado desta transacção, o BCP mantém uma participação de 5% na sociedade, tendo estabelecido com o comprador um mecanismo de opções de compra e de venda prevendo a possibilidade de alienação do remanescente da sua participação por preço por acção não inferior ao agora recebido. Em Dezembro de 2010, o Banco comunicou o estabelecimento de um acordo para a venda, pela Bitalpart BV, sociedade detida integralmente pelo Banco Comercial Português, ao Fundo de Pensões do Grupo Banco Comercial Português, de uma participação minoritária correspondente a 2,7% do capital social da Eureko, BV. O valor da transmissão da participação foi determinado segundo a valorização da Eureko, BV referente a 31 de Dezembro de 2009, conforme avaliação realizada por instituição financeira internacional independente, deduzido de valor do dividendo antecipado recebido no corrente exercício, passível de ajustamento em função da valorização, segundo a mesma metodologia, referente a 31 de Dezembro de 2010. Os actos de execução das formalidades de transmissão da participação serão praticados após obtenção das autorizações ou aprovações de natureza legal, contratual e estatutária necessárias, estando já salvaguardadas as considerações prudenciais. A transacção tem como efeito uma mais-valia antes de dedução de impostos de 65 milhões de euros, não determinando, contudo, a alteração dos capitais próprios do Grupo. Em Dezembro de 2010, a agência de rating Moody's colocou todos os ratings dos Bancos Portugueses em revisão, por forma a avaliar as estratégias de cada Banco para fazer face à actual situação económica, com impacto na rendibilidade das instituições bancárias e na qualidade dos activos, e à actual situação de fecho dos mercados de financiamento institucional, com impacto no funding dos Bancos e consequentes restrições à concessão de crédito.

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10.2.3.2 Acontecimentos recentes

A 28 de Março de 2011, o Banco Comercial Português, S.A. informou que na sequência do anúncio da colocação do rating em “CreditWatch Negative” em 1 de Dezembro de 2010, e imediatamente após o pedido de demissão do Primeiro-Ministro, a S&P procedeu, em 25 de Março de 2011, à redução da notação de rating de longo prazo da República Portuguesa em 2 níveis (“notches”), de “A-“ para “BBB”. Na sequência desta alteração, a S&P reduziu, em 28 de Março de 2011, a notação de rating de longo prazo do Banco Comercial Português, S.A., também em 2 “notches”, de “BBB+” para “BBB-”. A notação de rating de curto prazo for revista de “A-2” para “A-3”. A notação de rating dos instrumentos financeiros híbridos, emitidos pelo BCP, foi revista de “BB+” para “B+”. O Banco Comercial Português, S.A. informou ainda que quer a notação de rating de longo prazo, quer a notação de rating de curto prazo permanecem em observação com implicações negativas (“CreditWatch negative”), reflectindo a possibilidade de downgrades adicionais do rating da República Portuguesa e respectivo impacto indirecto no risco de crédito do BCP. A 5 de Abril de 2011, o Banco Comercial Português, S.A. informou que a Fitch na sequência da redução da notação de rating de longo prazo da República Portuguesa em 3 níveis (“notches”), de "A-" para "BBB-", anunciou que procedeu à revisão das notações de rating de diversos bancos portugueses. Neste contexto, a notação de rating de longo de prazo do Banco Comercial Português, S.A. (BCP), foi reduzida em 2 “notches”, de "BBB+" para "BBB-", enquanto a notação de rating de curto prazo foi revista de "F2" para "F3". Todas as notações de rating permanecem em observação negativa (“Rating Watch Negative”). A 6 de Abril de 2011, o Banco Comercial Português, S.A. informou que a Moody’s procedeu à revisão das notações de rating de diversos bancos portugueses. Neste contexto, a notação de rating de longo prazo do Banco Comercial Português, S.A. passou de “A3” para “Baa3”, enquanto a notação de rating de curto prazo foi revista de “P-2” para “P-3”. Estas duas notações de rating permanecem em observação para uma possível revisão em baixa. A 18 de Abril de 2011, teve lugar a Assembleia Geral Anual do Millennim bcp que deliberou, entre outros pontos, o aumento do capital, incluindo a componente de entradas em espécie para permitir a emissão da contrapartida da Oferta a que o presente prospecto respeita, tal como mais detalhadamente descrito, nomeadamente, no capítulo 4 deste prospecto, e a componente de Incorporação de Reservas. Em 29 de Abril de 2011, o Banco Comercial Português, S.A. informou que, nomeou o Credit Suisse, Deutsche Bank, JP Morgan e Morgan Stanley como Joint Bookrunners em relação à componente do aumento de capital em numerário a deliberar pelo Conselho de Administração Executivo, que foi objecto de autorização por parte da Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011, bancos com os quais celebrou um acordo de Underwriting. O Deutsche Bank e o Morgan Stanley actuarão também como Joint Global Coordinators na mesma componente, que se prevê seja lançada durante o primeiro semestre de 2011. 10.3 Informação sobre tendências

O enquadramento em que o Millennium bcp desenvolve a sua actividade, caracteriza-se por condições de mercado exigentes, na sequência da crise económica e da crise da dívida soberana, com degradação do perfil de risco de crédito dos Bancos na sequência da deterioração do risco Soberano com downgrade dos ratings, a limitação de acesso aos mercados de financiamento “wholesale” e a dependência do financiamento do BCE, a subida dos custos de funding, o ambiente competitivo intenso, nomeadamente na aquisição de Clientes e negócio e o impacto das alterações regulamentares em Portugal e na União Europeia, o que se traduz em elevadas necessidades de capital e num claro enfoque no gestão da liquidez, por um lado, e na redução da alavancagem e em mais capital alocado à actividade bancária, por outro.

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Perspectivam-se as seguintes tendências: i) desalavancagem do balanço com destaque para a redução do crédito a clientes; ii) redução do gap comercial e melhoria do rácio crédito/depósitos, como resultado do aumento dos depósitos e da diminuição do crédito; iii) pressão da envolvente sobre a rendibilidade do Banco e sobre o retorno dos Accionistas, traduzindo-se em menores taxas de crescimento do sector e do negócio e também menores níveis de ROE; iv) continuação da política de repricing do crédito, implicando o ajustamento do “pricing” das operações ao risco efectivo das operações e revisão do preçário relativo a comissões; v) controlo efectivo sobre a evolução dos custos operacionais, como medida para melhorar a rendibilidade; vi) manutenção do custo do risco e das dotações para imparidades de crédito em níveis elevados, com impacto nos resultados líquidos do Banco; vii) aumento da rendibilidade das operações internacionais “core” e redução dos resultados negativos nas restantes; viii) manutenção dos constrangimentos no acesso aos mercados de funding, compreendendo designadamente a limitação no acesso a financiamento de médio e longo prazo, considerando-se que o Banco conseguirá apenas financiar-se em prazos muito curtos (essencialmente através do recurso ao BCE) e com spreads elevados; ix) o Banco procurará reduzir a dependência do BCE, através da utilização de outros instrumentos, nomeadamente repos e da previsível redução do gap comercial; x) adaptação às alterações regulamentares do sector bancário, em particular a “Basileia III”, que compreende nomeadamente o aumento dos requisitos e do custo de capital e a redução da rendibilidade do negócio, a diminuição da alavancagem e maiores requisitos no disclosure e na transparência da informação implicando da parte dos Bancos um esforço de recapitalização, através de aumentos de capital, recomposição do capital (reforçando o Core Tier I) e do aumento da retenção de resultados do exercício. O Banco procedeu a uma adaptação da sua visão para o período de 2011-2013, que passou a designar-se de “Rendibilidade e Enfoque”, elegendo como principal objectivo a “Rendibilidade” da operação em Portugal, nos vários segmentos de negócio, apoiada por um esforço sustentado de contenção de custos. Em paralelo, o Banco está também enfocado no controlo do risco, na eficiência, na inovação e no serviço ao Cliente. A estratégia de “Enfoque” e afinidade nas operações internacionais reflecte-se na atenção aos mercados europeus que assegurem uma presença competitiva e uma posição significativa no médio e longo prazo e na aposta em mercados com afinidade (Angola e Moçambique). A visão do Banco para 2011-2013 apoia-se ainda num terceiro pilar, a “Sustentabilidade”, que se consubstancia na optimização da gestão de capital e da liquidez e no fortalecimento do controlo de risco, procurando reforçar a prevenção, rever a concessão de crédito e reforçar a recuperação. Informação mais detalhada sobre a Estratégia e o posicionamento do Banco serão relatadas na próxima secção. 10.4 Estratégia e pontos fortes

Para o triénio de 2011-2013, o Banco procedeu à adaptação da sua visão, que passou a designar-se de “Rendibilidade e Enfoque”. O Millennium bcp elegeu como principal objectivo a “Rendibilidade” da operação em Portugal, nos vários segmentos de negócio, apoiada por um esforço sustentado de contenção de custos. Em paralelo, o Banco está também enfocado no controlo do risco, na eficiência, na inovação e no serviço ao Cliente. A estratégia de “Enfoque” e afinidade nas operações internacionais reflecte-se na atenção aos mercados europeus que assegurem uma presença competitiva e uma posição significativa no médio e longo prazo e na aposta em mercados com afinidade (Angola e Moçambique). A visão do Banco para 2011-2013 apoia-se ainda num terceiro pilar, a “Sustentabilidade”, que se consubstancia na optimização da gestão de capital e da liquidez e no fortalecimento do controlo de risco, procurando melhorar a prevenção, rever a concessão de crédito e reforçar a recuperação.

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No período de 2011-2013, as principais orientações estratégicas a implementar enquadram-se em três vectores orientadores:

i) Financeiro: Por forma a manter a tendência de crescimento dos resultados consolidados do Banco iniciada em 2008;

ii) Organizacional: Por forma a manter o envolvimento dos colaboradores, o enfoque na inovação e no rigor como uma vantagem competitiva no mercado;

iii) Negócio: por forma a simplificar e a alinhar o modelo de negócio, enfocando nas áreas de negócio e nos mercados estratégicos do Banco.

I. Financeiro Este vector compreende a recuperação sustentada da margem financeira e das comissões, a par de um esforço de contenção de custos. Em relação ao aumento da margem financeira destacam-se: (i) o enfoque na captação de recursos de clientes em Portugal, com spreads adequados, em particular de produtos de pequenas poupanças programadas para particulares e de produtos de tesouraria para PME e Corporate; (ii) a continuação do processo de repricing; (iii) os ganhos de quota de mercado nas operações internacionais, nomeadamente em Angola e na Polónia e a manutenção da liderança em Moçambique; e (iv) a alavancagem da base de clientes e das capacidades internas para obter crescimento adicional em produtos e serviços de valor acrescentado. A recuperação sustentada das comissões será baseada no enfoque nas áreas geradoras de comissões com reduzidas necessidades de liquidez, no aumento do cross-selling associado ao leasing, seguros de vida, fundos mobiliários e de pensões, instrumentos de hedging, cartões e outros sujeitos a comissionamento e também na redução do leakage. O Banco continuará a gerir pró-activamente os seus rácios regulamentares em função de uma envolvente de regulação mais exigente, suportado no reforço dos capitais, na redução do gap comercial, no reforço do relacionamento com bancos correspondentes, no aumento dos activos elegíveis e no aproveitamento de oportunidades de refinanciamento nos mercados. II. Organizacional Este vector centra-se no reforço da cultura e imagem do Banco, na motivação e no envolvimento dos colaboradores, na promoção da Inovação como uma vantagem competitiva principal e na manutenção da transparência ao nível da divulgação da informação. Assim, relativamente ao reforço da cultura e imagem do Banco, será aumentada a proximidade aos clientes e reforçada a importância da função de compliance, a cultura e os valores do Banco e a política de gestão de risco conservadora. Para motivar e aumentar o envolvimento dos colaboradores, o Banco irá apostar em programas de desenvolvimento das capacidades dos colaboradores, num programa interno de geração de ideias e no envolvimento dos colaboradores em iniciativas fora do âmbito da sua actividade diária. Desenvolver o ActivoBank, que pretende servir os clientes utilizadores de redes sociais e que visa facilitar o relacionamento destes com o Banco, a par da promoção de eventos com clientes, constituem exemplos de iniciativas de promoção da inovação, tal como reforçar a divulgação e participação de alguns stakeholders em acções de responsabilidade social do Banco e continuar a promover as acções desenvolvidas pela Fundação Millennium bcp, na área da educação, cultura e beneficência. De modo a aumentar o nível de disclosure nos seus relatórios públicos, o Banco compromete-se a cumprir com todos os requisitos de informação, baseados no novo enquadramento regulamentar e a aumentar o nível de informação e transparência a todos os stakeholders.

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III. Negócio As principais iniciativas neste âmbito prendem-se com a simplificação da Organização, a reorganização do Retalho e o alinhamento dos modelos de negócio. Em relação à simplificação organizacional, salientam-se o programa “Ser Lean D.O.”, que pretende promover a mudança de comportamentos, combinada com o aumento da eficiência e produtividade na Direcção de Operações, e a análise do modelo operacional da Direcção de Recuperação Standardizada, com implicações na eficiência de processos, na capacidade e responsabilidade das equipas, no modelo de negócio e no relacionamento com advogados externos. No âmbito da reorganização do Retalho, destaca-se o projecto “MP4”, que visa recuperar o produto bancário, aumentar a eficiência e reforçar a recuperação. Este projecto traduz-se na implementação de um novo modelo de organização, na melhoria das ferramentas para chegar ao cliente, num novo paradigma de vendas e no reconhecimento de que a recuperação de crédito também é um negócio core. Relativamente ao realinhamento do modelo de negócio, importa referir a conclusão do modelo de reorganização do Private Banking e o ajustamento do modelo de negócio na Grécia - com incorporação da actividade de Banca de Negócios no negócio de Retalho - e na Roménia. O Millennium bcp está empenhado no desenvolvimento das suas restantes operações internacionais, no âmbito da sua Visão Estratégica para 2011-2013 de enfoque nos mercados europeus que assegurem uma presença competitiva e uma posição significativa no médio e longo prazo e na aposta em mercados com afinidade. De salientar ainda a importância estratégica da inauguração da sucursal do Millennium bcp em Macau com licença plena on-shore, que visa estabelecer-se como uma plataforma internacional de negócios entre a China/Macau, África lusófona e Europa. Agenda Estratégica a curto prazo O Banco definiu uma Agenda Estratégica a curto prazo, cujos vectores principais são: i) Redução do rácio de transformação; ii) Venda de activos cujo retorno do capital seja inferior ao seu custo, a longo prazo; iii) Associação com parceiros em áreas especializadas; iv) Reforço da presença em geografias de afinidade; e v) Reconquista da liderança inquestionável em Portugal, através da actividade comercial de Retalho e da Inovação Permanente. 1. Redução do rácio de transformação O Millennium bcp tem como objectivo reduzir o rácio de transformação através do aumento dos recursos de balanço e de uma política de concessão de crédito rigorosa e selectiva, que priviligie as pequenas e médias empresas e sectores exportadores. Esta estratégia tem sido implementada transversalmente às redes em Portugal, através de incentivos de gestão alinhados com uma redução do gap comercial e de uma monitorização da performance com periodicidade semanal e mensal. No 1.º trimestre de 2011 o rácio de transformação situou-se em 147%, o que compara com 152% em 2009 e 160% no 2.º trimestre de 2010. O objectivo passa por atingir um rácio de transformação de cerca de 120% em 2013. A redução do rácio de transformação a par da diversificação das fontes de financiamento, da redução do recurso ao BCE, do compromisso em retomar o financiamento wholesale assim que for possível e a política de reforço dos activos elegíveis, deverá contribuir de forma decisiva para melhorar a posição de liquidez do Grupo. 2. Venda de activos cujo retorno do capital seja inferior ao seu custo, a longo prazo O Millennium bcp tem como objectivo estar presente apenas em mercados que a longo prazo permitam uma rendibilidade superior ao seu custo de capital. Este princípio traduz-se no estudo e avaliação de oportunidades que possam surgir de alienação das operações naqueles mercados em que este preposição não se aplique, compreendendo nomeadamente as operações no espaço Europeu. O Banco tem ainda como objectivo a criação de valor na operação Polaca.

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3. Associação com parceiros em áreas especializadas Dando seguimento à estratégia iniciada em 2009 de aprofundamento do compromisso com os clientes e de maximização do valor, o Millennium bcp pretende reforçar a sua proposta de valor. A associação com parceiros de reconhecida valia em áreas específicas poderá potenciar o desenvolvimento de produtos e serviços mais ajustados às necessidades dos seus clientes. 4. Reforço em geografias de afinidade O Banco pretende reforçar a sua presença nos mercados de afinidade, nomeadamente em Moçambique e Angola. Em Moçambique, o Banco aspira a manter a posição de liderança e aproveitar as oportunidades que resultam do próprio processo de desenvolvimento do mercado Moçambicano, nomeadamente do aumento da taxa de bancarização. Em Angola, o Banco tem um plano de expansão que visa aumentar a cobertura geográfica de rede de sucursais, compreendendo um investimento em expansão de 200 milhões de dólares norte-americanos e a expansão do quadro de pessoal para cerca de 1.000 colaboradores. O objectivo neste mercado passa pelo aumento da quota de mercado. Em ambos os mercados pretende-se o reforço da contribuição do respectivo resultado líquido para o resultado líquido do Grupo. Simultaneamente, através das suas operações em Moçambique e Angola, o Banco está empenhado em contribuir para o desenvolvimento e modernização dos respectivos sistemas financeiros através da oferta de produtos e serviços financeiros inovadores. O Banco tem ainda como objectivo alavancar as ligações entre China, África e Portugal. 5. Reconquista da liderança inquestionável em Portugal, através da actividade comercial de Retalho

e da Inovação Permanente O Banco está a reestruturar o seu modelo de negócio em Portugal. O novo modelo basear-se-á numa nova segmentação da base de clientes, na revisão da oferta de produtos e serviços, na expansão do modelo de negócio do Activobank, no ajustamento da rede de distribuição, nas parceiras para a distribuição de produtos (bancários e não bancários) e na realocação dos recursos para permitir melhorias no serviço ao cliente. O Banco tem ainda um conjunto de iniciativas em curso que procuram assegurar a sustentabilidade da rendibilidade a médio e longo prazo, procurando tornar-se uma referência como best in class em geração de proveitos, estrutura de custos e controlo do risco de crédito. Pontos fortes Os principais pontos fortes do Banco são: - Posição competitiva de liderança em Portugal. O Millennium bcp é o maior banco privado português, com uma posição de destaque e estável no mercado financeiro nacional: é o segundo banco em termos de quota de mercado, quer em crédito a clientes (cerca de 21%), quer em recursos totais de clientes (cerca de 19%), e tem a maior rede de distribuição bancária do país, com 892 sucursais, servindo mais de 2,5 milhões de clientes em Portugal. A actividade em Portugal representa 77% dos activos totais, 77% do crédito a clientes (líquido) e 76% dos recursos totais de clientes, sendo responsável por 83% dos resultados líquidos de 2010. O Banco elegeu como um dos principais objectivos estratégicos a Rendibilidade da operação em Portugal, nos vários segmentos de negócio, apoiada por um esforço sustentado de contenção de custos. - Presença em países com elevado potencial de crescimento. A estratégia de enfoque e afinidade nas operações internacionais reflecte-se no enfoque nos mercados europeus que assegurem uma presença competitiva e uma posição significativa no médio e longo prazo e na aposta em mercados com afinidade. De acordo com a sua estratégia de continuar a investir em mercados com afinidade, o Millennium bcp tem em curso um plano de expansão em Angola e Moçambique. Em Macau, onde se encontra desde 1995, o BCP procedeu à transformação da

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sucursal off-shore em sucursal on-shore, o que constitui um passo importante no sentido de explorar as oportunidades associadas aos fluxos financeiros crescentes entre a China e os mercados onde está presente: Europa e África lusófona. No final de 2010, o Millennium bcp assinou um memorandum de entendimento com o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), com o objectivo de reforçar a cooperação bilateral, visando cobrir o triângulo China/Macau, África lusófona e Europa. As operações internacionais representam já 49% do total de 1.744 sucursais e 53% dos 21.370 colaboradores do Grupo. São de destacar a crescente dimensão da operação do Bank Millennium na Polónia, com 458 sucursais e uma quota de mercado de cerca de 5,1% em depósitos, 5,0% em crédito a clientes, a liderança destacada do Millennium bim no mercado moçambicano, o facto de o Banco Millennium Angola ter prosseguido o seu plano de expansão, tendo aumentado a sua rede de distribuição para 39 sucursais e a sua base de clientes em 145%. - Forte reconhecimento da marca e lealdade dos clientes. A marca Millennium, presente em todas as operações do Grupo, traduz uma promessa de valor para os clientes e possibilita a diferenciação do Banco e do seu serviço em relação à concorrência, por personificar, de forma clara, os princípios e os valores assumidos pelo Banco e percepcionados pelo mercado, dos quais se destacam a “Inovação”, o “Dinamismo”, a “Excelência” e a “Qualidade”, de acordo com estudos independentes da Marktest (BASEF) e Brandscore. A marca Millennium constitui ainda uma peça fundamental na estratégia comercial do Banco, com impactos directos nos seus resultados, que permite posicionar o Millennium bcp na mente dos seus clientes e projectar credibilidade, reforçar a relação de confiança no Banco e criar um sentimento de lealdade. Destaque ainda para o facto de o Millennium bcp registar o primeiro lugar, entre os bancos privados a actuar em Portugal, em termos de “Notoriedade Espontânea Total”, e “Top-of-Mind” no último estudo BASEF divulgado pela Marktest. A nível internacional destaque para o reconhecimento das operações do Banco nomeadamente em África: (i) Moçambique, com a obtenção dos prémios “Corporate Social Responsibility” (Emeafinance), “Melhor Marca da Banca” (GFK), “Melhor Banco de Moçambique” (Global Finance e Emeafinance); e (ii) Angola, com a obtenção dos prémios “Marca de Excelência 2009/10” (Superbrands), “Melhor Banco Estrangeiro em Angola 2010” (Emeafinance) e “Bank of the Year – Angola 2010” (The Banker). - Equipa de gestão e colaboradores altamente qualificados. O Grupo acredita que a sua gestão de topo é uma das mais qualificadas e experientes no sector bancário Português e que beneficia de forte apoio dos seus accionistas. Adicionalmente, o Grupo procura melhorar a motivação, conhecimento do negócio e capacidades técnicas dos seus colaboradores através de políticas de recursos humanos que promovem o desenvolvimento e o conhecimento, e que beneficiam não só os colaboradores, mas também os clientes do Banco. - Inovação e capacidade de execução. Desde a sua fundação, o BCP desenvolveu uma reputação pelo seu dinamismo, inovação, competitividade, rendibilidade e solidez financeira. Tem sido o claro líder de mercado em vários segmentos de mercado em Portugal e uma instituição de referência internacional na distribuição de produtos e serviços financeiros. O BCP foi o primeiro banco em Portugal a introduzir vários conceitos e produtos inovadores, incluindo métodos de marketing directo, desenho de balcões baseados no perfil dos clientes, contas ordenado, balcões de menor dimensão e eficientes (“Nova Rede”), banca telefónica (através do Banco 7, que subsequentemente se transformou na primeira plataforma online em Portugal, seguros de saúde e seguro directo, tendo sido o primeiro banco português com um site dedicado a empresas). Atendendo à importância da inovação, enquanto factor distintivo face à concorrência, de excelência, o BCP foi novamente pioneiro no lançamento de um novo conceito de banca, assente na plataforma do ActivoBank, baseado na simplicidade do serviço ao cliente, conveniência, transparência e presença em canais de distribuição e comunicação emergentes. O BCP é reconhecido pelo seu contributo para revolucionar o sistema bancário português, que é um dos mais desenvolvidos, modernos e inovadores da Europa.

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- Enfoque no Retalho com replicação nas operações internacionais e cultura comercial de elevada qualidade de serviço e flexibilidade na resposta às necessidades dos clientes. O BCP aspira ser o Banco referência no serviço ao Cliente, com base em plataformas de distribuição inovadoras, em que mais de dois terços do capital estará alocado ao Retalho e às Empresas, em mercados de elevado potencial, que apresentem um crescimento anual esperado de volumes de negócio superior a 10%. 10.5 Imóveis, instalações e equipamentos

No âmbito da sua actividade, o Grupo possui um património imobiliário que compreende um conjunto de edifícios destinados à instalação dos serviços centrais relacionados com infra-estruturas de suporte ao desenvolvimento dos negócios e de imóveis onde é desenvolvida a actividade comercial através de uma rede de distribuição que, em 31 de Dezembro de 2010, totalizava 892 sucursais em Portugal, garantindo a cobertura geográfica de todo o País. O Banco detém directamente 26% das sucursais, enquanto que nos edifícios centrais esta percentagem é de 8%. No exterior, a rede de distribuição era composta, em 31 de Dezembro de 2010, por um total de 852 sucursais, sendo que o Grupo detém directamente cerca de 10% destas sucursais. No entanto, o Grupo detém ainda 24% dos edifícios centrais que servem de suporte ao desenvolvimento da actividade comercial das diferentes operações no exterior. Para além de um conjunto de imóveis próprios, o Grupo possui também imóveis arrendados a terceiras entidades, cujos encargos são os que resultam exclusivamente do valor das rendas e que foram fixados a preços de mercado, tendo este encargo no exercício de 2010 ascendido a 65,1 milhões de euros no que respeita às operações no exterior e a 64,3 milhões de euros em Portugal. Com a evolução do Banco e do mercado em que se insere, também a sua rede de sucursais evoluiu, quer em dimensão, quer em conceito, até atingir o actual estádio, mantendo sempre as preocupações de funcionalidade e atractividade. Algumas sucursais foram instaladas em edifícios emblemáticos, com ênfase na preservação do seu carácter. O Grupo detém um parque diversificado de equipamentos modernos e tecnologicamente avançados, destacando-se a sua plataforma tecnológica que suporta o desenvolvimento continuado dos negócios, a melhoria dos níveis de produtividade, a obtenção de ganhos de eficiência, bem como a prestação de elevados níveis de serviço à sua base de clientes. Os “Outros activos tangíveis” do Grupo, em 31 de Dezembro de 2010, apresentam-se desagregados no quadro seguinte:

Imóveis 445,0Equipamento

Mobiliário 10,9Máquinas 11,8Equipamento informático 30,2Intalações interiores 14,6Viaturas 8,4Equipamento de segurança 13,9

Obras em curso 68,5Outros activos tangíveis 18,2Imparidade -4,2Total 617,2

Outros activos tangíveis em 31 de Dezembro de 2010

(milhões de euros)

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10.6 Investimentos

Em relação aos investimentos realizados destacam-se um conjunto de iniciativas orientadas para promover o crescimento orgânico nos mercados onde o Grupo desenvolve a sua actividade, com enfoque na expansão das operações de retalho nos mercados de maior potencial, materializado na expansão da capacidade de distribuição de retalho com formatos e modelos adaptados aos diferentes mercados, nomeadamente em Angola e em Moçambique, a par da racionalização das redes de sucursais das operações na Polónia e na Grécia, na sequência da revisão dos respectivos planos de expansão. Os investimentos totais aumentaram entre 2010 e 2009, influenciados essencialmente pelo investimento em participações financeiras, após a redução registada entre 2008 e 2009 na generalidade das rubricas. A política de participações financeiras do Millennium bcp pauta-se pelo aproveitamento de oportunidades de negócio financeiro e em áreas relacionadas e pelo estabelecimento de joint-ventures pontuais com parceiros estratégicos detentores de know-how relevante e de filosofias de abordagem compatíveis com a do Millennium bcp. Esta política prossegue no quadro de uma rigorosa disciplina na gestão de capital, tendo em vista, nomeadamente, a minimização da exposição a negócios considerados não estratégicos e a alocação eficiente de capital nas operações desenvolvidas nos mercados onde opera. Em 2010, o investimento em participações financeiras reflecte o reforço da posição accionista do Millennium bcp na Unicre, situando-se em 31,7% no final de 2010. No período entre 2008 e 2010, o nível de investimentos em imóveis evidenciou uma redução, influenciado sobretudo pela estratégia desenvolvida na actividade em Portugal, através da racionalização de espaços físicos, não obstante o enfoque no crescimento orgânico na actividade internacional. No entanto, evidencia-se o aumento do nível de investimentos em software, como resultado do esforço contínuo de renovação tecnológica, visando nomeadamente a constante adaptação aos requisitos do negócio, quer por via da introdução de novas funcionalidades, quer através da optimização de processos. Neste âmbito, destaca-se em 2010 o lançamento pelo Grupo de um novo conceito de banca, assente na plataforma do ActivoBank, baseado na simplicidade do serviço ao cliente, conveniência, transparência e presença em canais de distribuição e comunicação emergentes. Em termos de perspectivas futuras, destaca-se o objectivo de aumentar o número de sucursais do Banco Millennium Angola para um total de 100 sucursais e a importância estratégica da sucursal do Millennium bcp em Macau após a inauguração com licença plena on-shore, que visa estabelecer-se como uma plataforma internacional de negócios entre a China/Macau, África Lusófona e Europa. A capacidade de geração de resultados do Banco permitiu que os investimentos concretizados no período de 2008 a 2010 tenham sido efectuados com recurso ao autofinanciamento. Os investimentos realizados pelo Grupo nos últimos três anos encontram-se discriminados no quadro seguinte:

Principais investimentos 2010 2009 2008(milhões de euros)

Participações financeiras 23,9 0,0 2,0Imóveis 63,4 72,7 122,3Equipamento 38,2 29,6 56,3Outros investimentos corpóreos 19,8 18,3 16,8Software 24,9 16,4 17,2Outros investimentos incorpóreos 5,0 2,5 12,5Total 175,2 139,5 227,1

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10.7 Investigação e desenvolvimento

O Millennium bcp foi o primeiro banco privado português criado de raiz após a Revolução de 1974, cuja cultura fundacional tinha subjacente a criação de um Banco novo, moderno, inovador e com um serviço de excelência verdadeiramente diferenciador e é ainda hoje reconhecido como líder na inovação. A capacidade de inovação do Millennium bcp é distintiva face aos concorrentes e a o Millennium bcp considera que a inovação potencia as suas capacidades comerciais e de serviço ao cliente. A estratégia de desenvolvimento do Millennium bcp tem estado assente, desde a sua constituição, na investigação constante das necessidades financeiras dos clientes e no desenvolvimento e concepção de novos produtos e serviços – baseando-se em estudos de mercado e inquéritos aos clientes para identificar necessidades ainda não satisfeitas e avaliar as suas expectativas –, bem como na optimização de plataformas operativas e de soluções organizativas. A segmentação do mercado e a criação de áreas de negócio possibilitaram o desenvolvimento de um serviço com características próprias, optimizando quer parâmetros como a qualidade e inovação, quer os meios e recursos utilizados na prestação do serviço a cada segmento de mercado. A inovação e o desenvolvimento são características que distinguem o sector financeiro no cenário empresarial, sendo a oferta de produtos e serviços financeiros em Portugal reconhecida como um exemplo das melhores práticas internacionais. É precisamente a inovação no interior da organização que constituiu um dos factores responsáveis pelo grau de inovação comparativamente superior das instituições financeiras em Portugal e respectivo reconhecimento do sector financeiro Português como benchmark europeu em termos de inovação pela Comissão Europeia. De acordo com o estudo ‘Empresas e Instituições Hospitalares com mais despesa em actividades de I&D em 2008 - Portugal’, divulgado em Novembro de 2010 pelo Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (‘GPEARI’) do Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior o Millennium bcp encontrava-se em segundo lugar no ranking das empresas que mais investiram em I&D em 2008, com o valor próximo de 81,7 milhões de euros (cerca de 69,7 milhões de euros em 2007), mantendo assim a mesma posição no ranking relativamente a 2007. Reportando apenas ao sector financeiro, o BCP foi o líder destacado. À data do presente prospecto ainda não tinham sido divulgados dados mais recentes. O domínio da investigação, desenvolvimento e inovação no Millennium bcp, está integrado no conjunto de competências genéricas que são exigidas a todos os colaboradores, sendo na realidade transversal a todas as áreas do Banco. No entanto, as competências mais directamente relacionadas com a investigação, desenvolvimento e inovação assumem um peso relativamente maior em áreas como a Direcção de Marketing, a Direcção de Banca Directa, a Direcção de IT, a Direcção de Operações, o Risk-Office, o Programa “Mil Ideias”, a Foreign Business Support Unit, as Equipas de Projectos Estratégicos, acompanhadas pelo Núcleo de Acompanhamento de Projectos Estratégicos e Direcção de Informação de Gestão. O Millennium bcp desde sempre estimulou um processo interno de constante procura de excelência, com o qual continuamente reafirma o compromisso de inovar no sentido de gerar valor adicional.

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Este processo começa desde logo na estrutura orgânica do Millennium bcp, reflexo da segmentação com que se aborda o mercado, permitindo um tratamento diferenciado a cada segmento e proporcionando estruturas próprias de inovação e acompanhamento da evolução do mercado. O Millennium bcp pretende recuperar a inovação como principal factor de diferenciação e excelência para ser líder no serviço aos Clientes, procurando inovar na oferta financeira (aforro e soluções de crédito), seguindo um caminho de simplicidade e transparência, no serviço e no modelo de interacção com os clientes (incluindo canais de contacto), na imagem e na comunicação (meios e conteúdo) e nos processos e operações internos, incluindo a gestão das pessoas e do talento. A gestão das pessoas é um vector fundacional e um dos pilares estratégicos da competitividade e sustentabilidade do Millennium bcp. A capacidade de atrair e reter talento, valorizar e potenciar as capacidades individuais, ouvir e aconselhar e reconhecer o mérito são fundamentais para a motivação individual, que se reflecte na prestação de um serviço de excelência a todos os que se relacionam com o Banco. De entre os exemplos recentes de medidas e acções de investigação e o desenvolvimento com objectivo de promover a inovação destacam-se a reengenharia dos processos, o apoio tecnológico a propostas de valor de negócio inovadoras, como o desenvolvimento de aplicações informáticas para diferentes plataformas de smartphones, permitindo criar uma oferta de referência no mercado nacional, a renovação da rede de ATM e CAT, a optimização da gestão do risco operacional, a consolidação do modelo organizacional de gestão do risco de crédito por forma a melhor responder aos requisitos de aplicação do IRB, a especialização da função de recuperação de crédito entre Retalho, Empresas e Corporate e, no âmbito da reorganização do Retalho, o projecto “MP4”, que visa recuperar o produto bancário, aumentar a eficiência e reforçar a recuperação. Este projecto inovador consiste num novo modelo de organização, na melhoria das ferramentas para chegar ao Cliente, num novo paradigma de vendas e no reconhecimento de que a recuperação também é negócio. Atendendo à importância da inovação, enquanto factor distintivo face à concorrência, de excelência e que permite a capitalização das capacidades comerciais e de serviço ao Cliente, foi lançado um novo conceito de banca, assente na plataforma do ActivoBank, baseado na simplicidade do serviço ao Cliente, conveniência, transparência e presença em canais de distribuição e comunicação emergentes. A Direcção de Informática e Tecnologia apoiou o processo de relançamento do ActivoBank em 2010, tendo desenvolvido soluções específicas para suportar novos produtos, melhorar os processos de abertura de conta e de decisão de crédito, bem como os processos relativos à articulação entre a rede comercial e as áreas operacionais. Este projecto envolveu a implementação de soluções inovadoras de produção e de distribuição pela rede comercial de conteúdos informativos e o desenvolvimento de um inovador site na Internet, caracterizado pela simplicidade e facilidade de utilização. Acompanhando os desenvolvimentos tecnológicos nas áreas de dispositivos móveis, foram disponibilizadas para os Clientes do ActivoBank e do Millennium bcp aplicações, para diferentes plataformas de smartphones, permitindo o acesso às principais transacções bancárias, que no seu conjunto constituem a oferta de referência no mercado nacional. Prosseguiu igualmente o processo de renovação da rede de ATM e CAT e foi iniciado um projecto de substituição da solução de “Call Center”. Este conjunto de desenvolvimentos insere-se numa visão de arquitectura integrada de gestão dos canais de acesso directo ao Banco e tem por objectivo garantir aos Clientes uma oferta global de plataformas transaccionais, melhorando a eficácia e consistência da acção comercial.

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Na vertente interna, salientam-se um conjunto de iniciativas com o objectivo de dotar os Colaboradores com melhores meios técnicos e de suporte aplicacional para a execução da sua acção comercial. Neste contexto e como resultado de um trabalho conjunto com as áreas comerciais, foi disponibilizada à rede de Retalho uma nova versão da Plataforma de Acção Comercial (iPAC), integrando uma visão global do Cliente, planos de acção comerciais, informação de gestão e permitindo uma maior integração das acções de venda com os processos de back-office associados. Foi desenvolvida uma nova versão da aplicação de caixa (PAB), com um conjunto novas funcionalidades de gestão financeira das sucursais, incluindo também o suporte a requisitos legais, nomeadamente os relativos à recirculação de notas e um controlo mais efectivo sobre as operações realizadas. Foram desenvolvidas 16 iniciativas tendo como objectivo a melhoria dos processos de decisão crédito, que incidiram sobretudo no Sistema de Workflow das Operações de Crédito (SWOC), visando o suporte ao rating de Cientes, a implementação do novo regulamento de crédito, o desenvolvimento de modelos de scoring e “pricing” e a adaptação aos requisitos legais e regulamentares. O Millennium bcp é reconhecido pelo mercado como uma referência em inovação. Com o objectivo de trocar experiências e partilhar melhores práticas, o Millennium bcp organizou em Março de 2010 o workshop “Porta Aberta”. Este evento contou com a participação de 10 empresas e professores da Universidade Católica Portuguesa e do Instituto Superior Técnico, que foram convidados a partilhar e debater iniciativas no âmbito da inovação. O workshop “Porta Aberta” veio reforçar a aposta do Millennium bcp numa cultura transversal de inovação. 10.8 Política de dividendos

A política de dividendos prosseguida pelo Grupo visa, por um lado, assegurar as necessidades de investimento do Grupo e, por outro, garantir aos accionistas uma adequada remuneração do capital investido. Nos termos das garantias prestadas relativamente às emissões de acções preferenciais realizadas pelas suas subsidiárias, o Emitente acordou que, em determinadas circunstâncias, no caso de algum montante devido nos termos de tais garantias não ser pago, tal importância será paga com preferência relativamente ao pagamento de quaisquer distribuições a título de dividendos das suas acções ordinárias ou de quaisquer outras acções com estatuto inferior às suas obrigações perante as referidas acções preferenciais (com excepção de dividendos pagos sob a forma de acções ordinárias do Emitente ou de outras acções com estatuto inferior às suas obrigações perante as referidas acções preferenciais). Entre 2004 e 2007, o Banco reforçou a sua política de dividendos, através da distribuição antecipada de um dividendo intercalar relativo ao exercício em curso, tendo em vista proporcionar aos accionistas uma adequada remuneração dos capitais investidos através de uma distribuição mais frequente dos resultados gerados pela instituição.

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Sintetizam-se, em seguida, os principais indicadores que caracterizam a política de dividendos seguida pelo Millennium bcp desde 2000:

Exercício Ano de

Pagamento

Dividendo Bruto por Acção (€)

Dividendo Líquido por acção (€)

Payout Ratio (1)

Dividend Yield (2) Residentes

Não Residente

s 2000 (3) 2001 Scrip (5) n.a. n.a. n.a. n.a. 2001 2002 0,15 0,12 0,105 61,05% 3,30% 2002 2003 0,10 0,08 0,07 49,22% (4) 4,39% 2003 2004 0,06 0,051 0,045 44,66% 3,39% 2004 Dividendo Antecipado 2004 0,03 0,0255 0,0225 Dividendo Final 2005 0,035 0,02975 0,02625 Dividendo Total 0,065 0,05525 0,04875 41,27% 3,44% 2005 Dividendo Antecipado 2005 0,033 0,02805 0,02475 Dividendo Final 2006 0,037 0,03145 0,02775 Dividendo Total 0,070 0,05950 0,05250 31,89% 3,00% 2006 Dividendo Antecipado 2006 0,037 0,0296 0,0296 Dividendo Final 2007 0,048 0,0384 0,0384 Dividendo Total 0,085 0,068 0,068 39,36% 3,04% 2007 Dividendo Antecipado 2007 0,037 0,0296 0,0296 Dividendo Final 2008 0,0 0,0 0,0 Dividendo Total 0,037 0,0296 0,0296 23,72% 1,27% 2008 2009 0,017 0,014 0,014 39,67% 2,09% 2009 2010 0.019 0,015 0,015 39,61% 2,25% 2010 (3) 2011 Scrip (6) n.a. n.a. n.a. n.a.

1) Payout ratio representa a percentagem dos resultados líquidos distribuídos aos Accionistas sob a forma de dividendo; 2) Dividend Yield representa o rendimento percentual anual expresso pela divisão do valor do dividendo bruto pela cotação da acção no final do ano a que

se refere o dividendo; 3) Pago sob a forma de scrip dividend através da emissão de novas acções e sua distribuição proporcional pelos Accionistas detentores de acções

representativas do capital social do Banco; 4) Com base no resultado líquido antes da constituição de provisões para riscos bancários gerais no valor de 200 milhões de euros; 5) O scrip dividend corresponde a 0,150 euros por acção, 62,36% do resultado líquido e 2,65% do valor de cotação da acção no final do ano de 2000 6) O scrip dividend corresponde a 0,026 euros por acção, 39,79% do resultado líquido e 4,39% do valor de cotação da acção no final do ano de 2010

Relativamente ao exercício de 2007, foi aprovada em Assembleia Geral de Accionistas realizada no dia 31 de Maio de 2008 uma proposta de aplicação de resultados que previa a não distribuição de dividendo adicional para além do adiantamento sobre dividendo pago a título intercalar a partir de 29 de Novembro de 2007 e a afectação de rubricas de reservas à conta de resultados transitados, com o propósito de possibilitar condições acrescidas de distribuição futura. Em 30 de Março de 2009, foi aprovada em Assembleia Geral de Accionistas a proposta de aplicação de resultados referente ao exercício de 2008, que contemplou a atribuição de um dividendo unitário de 0,017 euros por acção. Em 12 de Abril de 2010, foi aprovada em Assembleia Geral de Accionistas a proposta de aplicação de resultados referente ao exercício de 2009, que contemplou a atribuição de um dividendo unitário de 0,019 euros por acção. Mantendo os princípios criteriosos e de prudência que caracterizam a política de distribuição de resultados adoptada pelo Millennium bcp, e tendo presente o ambiente macroeconómico, foi decidido não proceder ao pagamento de dividendos antecipados referente ao exercício de 2010, à semelhança dos dois anos anteriores. Tendo em consideração, por um lado, os princípios de prudência da gestão do capital e, por outro, o calendário de implementação das novas regras de capital, no âmbito de Basileia III, foi aprovada na Assembleia Geral realizada no dia 18 de Abril de 2011 uma proposta de aumento de capital que inclui uma componente de incorporação de reservas, no montante de 120,4 milhões de euros,

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equivalente à atribuição de um scrip dividend. A proposta deste scrip dividend reflecte a procura de um equilíbrio entre os interesses dos Accionistas, por um lado, e o intuito de privilegiar a preservação do capital e da liquidez do Grupo, por outro. A política de distribuição de resultados futura do Grupo manterá como princípios orientadores (i) procurar a manutenção da estabilidade do dividend pay-out, (ii) limitar o impacto da distribuição de dividendos nos fundos próprios de base e (iii) salvaguardar a cada momento que os interesses da sociedade e dos accionistas sejam assegurados. A política de aplicação de resultados é também condicionada pela evolução dos resultados líquidos consolidados e em base individual, pelos efeitos de diluição por via da variação do número de acções, pela evolução da estrutura accionista, pelo tratamento fiscal dos dividendos/mais-valias e pelas exigências de capitais para investimentos a médio prazo, pretendendo-se que o pagamento de dividendos transmita em cada momento um sinal de confiança na melhoria sustentada da rendibilidade. Acções Preferenciais Os dividendos das acções preferenciais emitidas por algumas sociedades subsidiárias com garantia do Banco, só serão pagos se não excederem os lucros distribuíveis no exercício anterior à data em que o pagamento do dividendo em causa seria devido. De acordo com as condições das garantias prestadas, o Banco não tem obrigação de efectuar quaisquer pagamentos relativos a dividendos referentes a essas emissões de acções preferenciais, caso esse pagamento, em conjunto com o montante de: – quaisquer dividendos (e montantes adicionais a eles relativos) pagos pelo Emitente, ou que se

pretende pagar, relativamente a qualquer emissão de acções preferenciais no exercício em curso;

– quaisquer pagamentos de dividendos efectuados pelo Banco no exercício em curso; – quaisquer dividendos pagos ou propostos ser pagos respeitantes a quaisquer acções

preferenciais ou outros valores que se qualifiquem como capital “tier 1” com estatuto equivalente no que se refere a participação nos lucros relativamente às responsabilidades do Banco decorrentes da garantia por este prestada no exercício em curso; e

– quaisquer dividendos pagos ou pagamentos ao abrigo da garantia prestada pelo Banco referentes a todas as restantes acções preferenciais com benefícios de garantia com estatuto equivalente no que se refere a participação nos lucros no exercício em curso,

excedesse os lucros distribuíveis (tal como definido nas condições das acções preferenciais). O quadro abaixo reflecte os dividendos pagos relativamente às acções preferenciais nos últimos três exercícios:

10.9 Dependências significativas

Não existe qualquer dependência significativa relativamente a patentes, licenças e contratos de concessão que tenham uma importância significativa nas actividades do Millennium bcp.

Milhões de euros

2010 2009 2008

48,9 48,9 48,9

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10.10 Acções judiciais e arbitrais

Conforme referido na nota 57 às demonstrações financeiras consolidadas do Grupo referentes ao exercício de 2010: “1. No final do exercício de 2007, o Banco tomou conhecimento da notificação que lhe foi dirigida, com data de 27 de Dezembro de 2007, pelo Banco de Portugal, dando conta da instauração contra o Banco do processo de contra-ordenação nº 24/07/CO “com fundamento na existência de indícios da prática de ilícitos de mera ordenação social previstos e punidos no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (aprovado pelo Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro), designadamente a inobservância de regras contabilísticas, a prestação de informações falsas ou incompletas ao Banco de Portugal, nomeadamente no que diz respeito ao valor dos fundos próprios, e o incumprimento de obrigações de natureza prudencial”. Um comunicado público do Banco de Portugal de 28 de Dezembro de 2007 referiu ter tal processo sido instaurado “com base em factos relacionados com 17 entidades off-shore cuja natureza e actividades foram sempre ocultadas ao Banco de Portugal nomeadamente em anteriores inspecções”. Em 12 de Dezembro de 2008 o Banco foi notificado de acusação no âmbito do referido processo de contra-ordenação n.º 24/07/CO instaurado pelo Banco de Portugal, no qual o Banco de Portugal imputa ao Banco a prática de seis contra-ordenações previstas na alínea g) e três contra-ordenações previstas na alínea r), ambas do artigo 211º do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (“RGICSF”). As contra-ordenações, para o caso de se verificarem os tipos de conduta mencionados na acusação, poderiam ser as seguintes:

a) A inobservância de normas ou procedimentos contabilísticos determinados por lei ou pelo Banco de Portugal que não cause prejuízo grave para o conhecimento da situação patrimonial e financeira da Instituição constitui contra-ordenação prevista pelo artigo 210.º, alínea f), do RGICSF, a qual é punida, no caso de pessoas colectivas, com coima que pode variar entre Euros 750 e Euros 750.000. Se, ao invés, tal conduta ilícita causar tal prejuízo grave, isso poderá constituir contraordenação prevista pelo artigo 211.º, alínea g), do RGICSF, a qual é punida, no caso de pessoas colectivas, com coima que pode variar entre Euros 2.500 e Euros 2.494.000; e

b) A (i) omissão de informações e comunicações devidas ao Banco de Portugal, nos prazos estabelecidos, ou (ii) a prestação de informações incompletas constituem contra-ordenação prevista pelo artigo 210.º, alínea h) (hoje alínea i)), do RGICSF, a qual é punida, no caso de pessoas colectivas, com coima que pode variar entre Euros 750 e Euros 750.000. Por outro lado, a prestação ao Banco de Portugal de (i) informações falsas, ou (ii) informações incompletas susceptíveis de conduzir a conclusões erróneas de efeito idêntico ou semelhante ao que teriam informações falsas sobre o mesmo objecto constituem contra-ordenação prevista pelo artigo 211.º, alínea r), do RGICSF, a qual é punida, no caso de pessoas colectivas, com coima que pode variar entre Euros 2.500 e Euros 2.494.000.

Segundo a acusação, cada contra-ordenação pode ser punida com coima cujo valor pode variar entre Euros 2.493,99 e Euros 2.493.989,49, sendo que, de acordo com a regra do concurso de infracções, prevista no artigo 19.º, n.ºs 1 e 2, do Regime Geral das Contra-ordenações, em caso de condenação por várias contraordenações em concurso, será aplicada uma coima única, cujo limite máximo não pode exceder o dobro do limite máximo mais elevado das contra-ordenações em concurso. O Banco não aceitou a acusação contra si deduzida, pelo que apresentou a sua defesa em Março de 2009.

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Em 12 de Maio de 2010 o Banco foi notificado do teor da decisão que no âmbito do processo foi proferida pelo Conselho de Administração do Banco de Portugal que lhe aplicou a título de sanção principal a coima única de Euros 5.000.000. Aos demais arguidos foram aplicadas a título de sanção principal diferentes coimas que perfazem o montante global de Euros 4.470.000. O Conselho de Administração do Banco de Portugal decidiu arquivar o processo relativamente a um antigo Administrador e um Director. O Banco não se conformou com a sanção aplicada, tendo recorrido da decisão da autoridade administrativa em 15 de Julho de 2010. Em 20 de Outubro de 2010, o Banco foi notificado do despacho de admissão das impugnações judiciais deduzidas por todos os arguidos no processo. 2. Em 12 de Dezembro de 2008 o Banco foi notificado pela CMVM de acusação em processo de contra-ordenação n.º 41/2008 no âmbito do qual lhe eram imputadas sete contra-ordenações por alegada violação do artigo 7.º do Código dos Valores Mobiliários (“CVM”) e artigo 389º, nº 1, alínea a) do mesmo Código. Nos termos do artigo 7.º do CVM, a informação respeitante a instrumentos financeiros, a formas organizadas de negociação, às actividades de intermediação financeira, à liquidação e à compensação de operações, a ofertas públicas de valores mobiliários e a emitentes deve ser completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita. O Banco não aceitou a acusação contra si deduzida e apresentou, em 27 de Janeiro de 2009, defesa no processo de contra-ordenação em causa. O Banco Comercial Português foi notificado, no dia 26 de Junho de 2009, da decisão que a CMVM entendeu adoptar, no âmbito do processo de contra-ordenação número 41/2008, que resultou numa coima única de 5.000.000 euros, com suspensão parcial da execução de Euros 2.500.000 pelo prazo de 2 anos procedendo-se à execução da coima na integralidade se durante o tempo de suspensão fosse praticado qualquer ilícito criminal ou de mera ordenação social previstos no Código dos Valores Mobiliários, conforme oportunamente divulgado. O Banco Comercial Português não aceitou esta decisão tendo impugnado a mesma judicialmente em 24 de Julho de 2009. No dia 21 de Julho de 2010, o Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa proferiu a sentença no processo que julgou parcialmente procedente o recurso no que respeita à suspensão de Euros 2.500.000, pelo período de dois anos e confirmando a decisão da CMVM em tudo o restante. No dia 4 de Agosto de 2010, o Banco apresentou recurso da decisão do Tribunal de Pequena Instância de Lisboa para o Tribunal da Relação de Lisboa. Aguarda-se decisão do Tribunal da Relação, na sequência da realização de audiência de discussão requerida. 3. Anteriormente, em 21 de Dezembro de 2007, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários tinha dirigido ao Banco, com cominação de este o divulgar publicamente na íntegra - o que o Banco fez em comunicado de 23 de Dezembro de 2007, o ofício do seguinte teor: “A CMVM, no âmbito das suas competências, tem em curso uma acção de supervisão ao BCP, enquanto sociedade com acções cotadas em mercado regulamentado, visando apurar a natureza e a actividade de diversas entidades sedeadas em jurisdições off-shore, responsáveis por investimentos em valores mobiliários emitidos pelo Grupo BCP ou por sociedades com ele relacionadas. Apesar de a acção de supervisão ainda prosseguir, designadamente com vista a obter uma caracterização completa e final da situação e do comportamento no mercado dessas entidades, bem como

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determinar as responsabilidades relevantes, incluindo pessoais, a CMVM retirou já as seguintes conclusões preliminares:

a) Com financiamentos obtidos junto do Banco Comercial Português, as referidas entidades off-shore constituíram carteiras de valores mobiliários – integrando quase exclusivamente acções do grupo BCP – não havendo, em regra, evidência de terem sido alimentadas para esse efeito por qualquer outra transferência significativa de entidade exterior ao Grupo;

b) É já conhecido que parte das dívidas foi eliminada pela cessão a terceiros dos créditos por valores residuais;

c) As condições dos financiamentos em apreço e o modo de governação das entidades em causa indiciam que o BCP assumiu todo o risco dessas entidades offshore e que detinha poderes de domínio da vida e negócios dessas entidades;

d) Deste modo, as operações em causa configuram de facto o financiamento da aquisição de acções próprias, não reportadas como tal. Esta configuração está também presente numa operação realizada com uma instituição financeira de que resultou a comunicação, por esta, de uma participação qualificada, tendo, todavia, o interesse económico permanecido no BCP bem como a possibilidade do exercício dos direitos de voto;

e) Das circunstâncias descritas decorre que a informação prestada às autoridades e ao mercado, no passado, nem sempre foi completa e/ou verdadeira, designadamente no que diz respeito ao valor do capital próprio e aos detentores do mesmo; e

f) Foi detectada a realização de transacções de mercado pelas entidades referidas, em montantes e com frequência significativos, que carecem de análise aprofundada com vista a tipificar possíveis infracções às regras do mercado.

Assim, face à natureza das presentes conclusões e à urgência da matéria, a CMVM, ao abrigo do art. 360º, nº 1, alínea f) do Código dos Valores Mobiliários, solicita ao BCP que venha imediatamente:

a) Esclarecer o mercado sobre se a informação financeira por ele mais recentemente divulgada reflecte já integralmente as perdas financeiras decorrentes da situação referida;

b) Informar da existência de quaisquer outras situações não relevadas, de forma a que os investidores estejam em condições de fazer um juízo devidamente fundamentado sobre os valores mobiliários emitidos pelo BCP; e

c) Transcrever no seu comunicado o conteúdo integral desta comunicação da CMVM, podendo informar, se assim o entender, não ter sido ainda o BCP ouvido formalmente sobre estas conclusões.

A CMVM prosseguirá a acção de supervisão em curso, retirando todas as consequências no âmbito das suas competências, e comunicando às autoridades competentes irregularidades de outra natureza e continuando a colaborar com o Banco de Portugal no quadro das competências deste.” 4. Em Julho de 2009 o Banco foi notificado de acusação deduzida pelo Ministério Público em processo criminal contra cinco antigos administradores seus, tendo subjacentes essencialmente os factos referidos supra e na nota 56, e para apresentar no mesmo processo pedido de indemnização cível. Perante esta notificação, e embora dando por reproduzido o teor das defesas apresentadas nos acima referidos processos de contra ordenação, o Banco decidiu, por forma a evitar qualquer risco de futura alegação de perda do eventual direito a indemnização a que houver lugar se não exercido nesse momento e nesse processo, apresentar requerimentos em que solicitou (i) o reconhecimento do seu direito de, em momento ulterior, designadamente em face do apuramento final dos factos, vir a pedir oportunamente em processo separado nos tribunais civis qualquer indemnização a que haja lugar e (ii) subsidiária e cautelarmente, na hipótese de esse direito de apresentação de pedido separado nos tribunais civis não ser reconhecido, indemnização civil segundo os factos e termos indicados na acusação, para o caso de estes virem a ser provados.”

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O Banco foi informado, em Abril de 2011, da decisão do Tribunal da Relação de julgar não procedente o seu recurso, tendo apresentado recurso junto do Tribunal Constitucional. A 10 de Agosto de 2010 a U.S. Securities and Exchange Commission (“SEC”) iniciou uma investigação, a qual, segundo indicação dos serviços da SEC, foi iniciada após recepção de uma reclamação por parte de um cliente dos Estados Unidos, que também intentou contra o Millennium bcp uma acção nos tribunais dos Estados Unidos (acção que foi contestada pelo Millennium bcp e acabou, tal como peticionado pelo Millennium bcp, por ser rejeitada pelo Tribunal, estando agora pendente o respectivo recurso). Em Outubro de 2010 a SEC desencadeou um pedido ao Banco Comercial Português, S.A. de disponibilização de determinada informação relativa a determinadas contas detidas no Millennium bcp por residentes nos Estados Unidos. O Millennium bcp, dentro do respeito do enquadramento legal aplicável, está a responder e a cooperar com o pedido recebido relativo à investigação conduzida pela SEC, cuja duração e resultado finais não podem ser previstos com qualquer grau de certeza. 10.11 Interrupções de actividade

Não ocorreram interrupções da actividade susceptíveis de terem tido, ou virem a ter, uma incidência importante sobre a situação financeira do Millennium bcp ou das suas participadas.

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CAPÍTULO 11 – ANÁLISE DA EXPLORAÇÃO E DA SITUAÇÃO FINANCEIRA DO EMITENTE E OFERENTE DAS ACÇÕES OFERECIDAS EM CONTRAPARTIDA NA OFERTA

11.1 Análise dos resultados de exploração e da situação financeira

Enquadramento Tendo presente que a contrapartida na OPT consiste em acções a emitir pelo Oferente, Millennium bcp, procede-se, de seguida, à análise da rendibilidade e da situação financeira do Banco. A análise que se apresenta de seguida deverá ser lida conjuntamente com os documentos de prestação de contas do Millennium bcp, incluindo balanços, demonstrações de resultados e respectivas notas, inseridas por remissão. A análise efectuada neste capítulo é apresentada em milhões de Euros, excepto quando indicado em contrário, e foi preparada a partir das demonstrações financeiras consolidadas do Millennium bcp relativas aos exercícios de 2008, 2009 e 2010. As referidas demonstrações financeiras, incluindo as respectivas notas às contas, podem ser consultadas no sítio da CMVM na internet (www.cmvm.pt) e no sítio do Millennium bcp na internet (www.millenniumbcp.pt). A análise dos resultados do primeiro trimestre de 2011 encontra-se igualmente disponível para consulta no sítio da CMVM na internet (www.cmvm.pt) e no sítio do Millennium bcp na internet (www.millenniumbcp.pt), encontrando-se o respectivo comunicado de resultados trimestrais reproduzido na íntegra no Anexo 1 do presente prospecto. Breve historial O Millennium bcp é o maior banco privado português, com o centro de decisão em Portugal e com uma posição de destaque no mercado financeiro nacional: é o segundo banco em termos de quota de mercado, quer em crédito a clientes (cerca de 21%), quer em recursos totais de clientes (cerca de 19%), e tem a maior rede de distribuição bancária do país, com 892 sucursais, servindo mais de 2,5 milhões de Clientes em Portugal. O Millennium bcp celebrou, em 2010, o 25.º aniversário desde a sua fundação. A sua vida até ao presente representa uma história de sucesso ao longo deste quarto de século, na qual se tornou no maior banco privado em Portugal e numa instituição de referência em diversas áreas nos diferentes mercados onde actua sob a marca Millennium: Portugal, Polónia, Grécia, Roménia, Suíça, Moçambique, Angola, Ilhas Caimão e Macau. Estes 25 anos podem ser enquadrados em quatro fases de desenvolvimento: A primeira fase do desenvolvimento do Banco caracterizou-se, essencialmente, pelo crescimento orgânico e pelo aumento da sua presença e quota no mercado português de serviços financeiros, explorando as oportunidades resultantes da desregulamentação e liberalização do sector bancário em Portugal através da oferta de produtos e serviços inovadores e de qualidade. A segunda fase iniciou-se em 1995 com a intensificação da concorrência no mercado bancário doméstico, na sequência da modernização das instituições financeiras existentes e da entrada de novas instituições bancárias e financeiras estrangeiras. Neste período, o Banco assentou o seu crescimento na aquisição de bancos domésticos com complementaridade de negócio para ganhar e consolidar a sua quota no mercado bancário, seguros e outros serviços financeiros relacionados. Assim, adquiriu, em 1995, o Banco Português do Atlântico, que era à época o maior banco privado em Portugal, e, em 2000, o Banco Mello e o Banco Pinto & SottoMayor.

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Após a consolidação da sua posição de referência no mercado português, o Banco deu início à terceira fase do seu desenvolvimento, com enfoque na expansão do negócio de Retalho para novas geografias, com o objectivo de assumir, também em mercados emergentes na Europa e em África um papel de referência no desenvolvimento do sector bancário, designadamente através de operações bancárias na Polónia, Grécia e Moçambique. A quarta fase assenta na consolidação da expansão internacional com a criação de uma marca única (“Millennium”), no enfoque no crescimento orgânico e na criação de valor, alicerçada nos valores que caracterizaram o Banco desde a sua fundação: inovação, dinamismo, competitividade, rendibilidade e solidez financeira. O Millennium bcp reúne condições para construir o futuro, tendo definido uma nova Visão Estratégica para o período de 2011-2013, denominada de “Rendibilidade e Enfoque”. O Banco elegeu como principal objectivo a “Rendibilidade” da operação em Portugal, nos vários segmentos de negócio, apoiada por um esforço sustentado de contenção de custos, controlo do risco, eficiência, inovação e serviço ao cliente. A estratégia de “Enfoque” e afinidade nas operações internacionais reflecte-se no enfoque nos mercados europeus que assegurem uma presença competitiva e uma posição significativa no médio e longo prazo e na aposta em mercados com afinidade. De acordo com a sua estratégia de continuar a investir em mercados com afinidade, o Millennium bcp tem em curso um plano de expansão em Angola e Moçambique. Em Macau, região onde se encontra presente desde 1995, o Millennium bcp em 2010, com a transformação da sua sucursal off-shore em sucursal on-shore, deu um passo importante no sentido de explorar as oportunidades associadas aos fluxos financeiros crescentes entre a China e os mercados onde está presente: Europa e África Lusófona. No final de 2010, o Millennium bcp assinou um memorandum de entendimento com o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), com o objectivo de reforçar a cooperação entre os dois bancos, a qual se estende a outros países e regiões, para além de Portugal e China, visando cobrir o triângulo China/Macau, África Lusófona e Europa. Factores significativos susceptíveis de afectar a actividade do Banco Consultar o Capítulo 2 – Factores de Risco do presente prospecto. Factores que afectam a comparabilidade dos resultados históricos As demonstrações financeiras consolidadas não são directamente comparáveis entre 2010, 2009 e 2008, como resultado da alienação em 2010 de 95% do capital social do Millennium bank na Turquia e da totalidade da rede de sucursais do Millennium bcpbank nos Estados Unidos da América, da respectiva base de depósitos e de parte da carteira de crédito. Na sequência do acordo estabelecido com vista à alienação de participação correspondente a 95% do capital social do Millennium bank na Turquia e de acordo com o disposto na IFRS 5, em 31 de Dezembro de 2009, o total dos activos e dos passivos desta subsidiária passaram a ser apresentados nas rubricas “Activos não correntes detidos para venda” e “ Passivos não correntes detidos para venda” do Balanço consolidado, tendo aí permanecido até à conclusão da referida alienação que foi concretizada em 27 de Dezembro de 2010, após a qual o Banco manteve uma participação de 5% naquela sociedade. Por seu turno, as rubricas de custos e proveitos do exercício mantiveram-se relevadas no decurso de 2010 de acordo com a respectiva natureza nas diversas rubricas da Demonstração de resultados consolidados até ao momento da conclusão da alienação. No caso da transacção de alienação da totalidade da rede de sucursais do Millennium bcpbank nos Estados Unidos da América, da respectiva base de depósitos e de parte da carteira de crédito, a mesma foi concluída a 15 de Outubro de 2010, considerando-se materialmente irrelevante o impacto desta transacção nos resultados e na situação patrimonial do Grupo dada a reduzida dimensão desta operação no contexto da actividade consolidada.

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Bases de apresentação e principais políticas contabilísticas No âmbito do disposto no Regulamento (CE) n.º 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de Julho de 2002, na sua transposição para a legislação portuguesa através do Decreto-Lei n.º 35/2005, de 17 de Fevereiro e do Aviso do Banco de Portugal n.º 1/2005, as demonstrações financeiras consolidadas do Grupo, incluindo as demonstrações relativas a períodos intercalares, são preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) conforme aprovadas pela União Europeia (UE) a partir do exercício de 2005. As IFRS incluem as normas emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) bem como as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC) e pelos respectivos órgãos antecessores. Para mais informação sobre as políticas contabilísticas adoptadas pelo Millennium bcp, consultar as Notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas relativas aos exercícios referidos, as quais se encontram inseridas por remissão, nomeadamente o ponto 1. Políticas contabilísticas relativo ao exercício de 2010 e período intercalar findo em 31 de Março de 2011. As demonstrações financeiras consolidadas do Millennium bcp relativas aos exercícios de 2008, 2009 e 2010 encontram-se auditadas. As demonstrações financeiras consolidadas relativas aos períodos intercalares findos em 31 de Março de 2010 e 2011 foram apresentadas de acordo com o disposto no artigo 10º do Regulamento n.º5/2008 da CMVM e a IAS 34, e não incluem toda a informação a divulgar nas demonstrações financeiras anuais completas. Em cumprimento do n.º 3 do artigo 8.º do Código dos Valores Mobiliários, declara-se que, ao abrigo das disposições conjugadas dos Regulamentos da CMVM n.º 3/2006 e n.º 5/2008 – e sem prejuízo do acompanhamento e fiscalização, pelos órgãos sociais competentes, das contas e dos documentos produzidos no âmbito da prestação de informação intercalar pelo Millennium bcp –, não foi elaborado qualquer relatório por auditor registado na CMVM relativo aos períodos intercalares findos em 31 de Março de 2010 e 2011. 11.1.1 Análise da Demonstração Consolidada dos Resultados

Análise trimestral dos resultados Milhões de euros

2010

1.º trim. 2.º trim. 3.º trim. 4.º trim. Total 2009 2008

Margem financeira 340,6 364,3 386,8 425,1 1.516,8 1.334,2 1.721,0Outros proveitos líquidos

Rendimentos de instrumentos de capital 0,9 18,2 16,4 0,4 35,9 3,3 36,8Comissões líquidas 202,2 202,8 196,8 209,8 811,6 731,7 740,4Resultados em operações financeiras 135,4 179,2 30,9 83,7 429,2 225,4 18,1Outros proveitos de exploração líquidos 5,0 10,1 4,5 11,4 31,0 132,3 66,6Resultados por equivalência patrimonial 16,7 12,1 24,3 14,4 67,5 66,3 19,1

360,2 422,4 272,9 319,7 1.375,2 1.159,0 881,0Custos operacionais

Custos com o pessoal 208,9 215,4 229,1 237,9 891,3 865,3 915,3Outros gastos administrativos 147,7 153,4 145,3 155,4 601,8 570,2 642,6Amortizações do exercício 25,7 25,8 32,1 26,6 110,2 104,8 112,9

382,3 394,6 406,5 419,9 1.603,3 1.540,3 1.670,8

ImparidadeDo crédito (líquida de recuperações) 164,8 219,4 165,7 163,4 713,3 560,0 544,7De outros activos e outras provisões 21,8 92,4 15,8 87,6 217,6 97,4 44,5

Resultado antes de impostos 131,9 80,3 71,7 73,9 357,8 295,5 342,0Impostos

Correntes 13,4 15,1 14,0 11,7 54,2 65,6 44,0Diferidos 8,6 (15,4) (11,6) (38,8) (57,2) (19,4) 40,0

Resultado após impostos 109,9 80,6 69,4 101,0 360,9 249,3 258,0Interesses que não controlam 13,5 13,8 15,2 16,8 59,3 24,1 56,8Resultado líquido atribuível aos Accionistas do Banco 96,4 66,8 54,2 84,2 301,6 225,2 201,2

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Resultado líquido 2010 face a 2009 O resultado líquido do Millennium bcp totalizou 301,6 milhões de euros em 2010, comparando com os 225,2 milhões de euros contabilizados em 2009, beneficiando do desempenho alcançado quer pela actividade em Portugal, quer pela actividade internacional. O resultado líquido de 2010 incorpora o reconhecimento de imparidade relativa ao goodwill do Millennium bank na Grécia, no montante de 147,1 milhões de euros, relevados nos segundo e quarto trimestres e a contabilização no quarto trimestre de 2010 do ganho obtido na alienação da participação detida na Eureko, BV no montante de 65,2 milhões de euros e de custos com reformas antecipadas no montante líquido de impostos de 7,7 milhões de euros. Por seu lado, o resultado líquido de 2009 foi influenciado pela contabilização da valia contabilística apurada no âmbito da dispersão a novos Accionistas do capital social do Banco Millennium Angola, no montante de 21,2 milhões de euros, dos ganhos obtidos na alienação de activos, no montante de 57,2 milhões de euros, bem como de custos com reformas antecipadas, no montante líquido de impostos, de 2,9 milhões de euros. O aumento do resultado líquido registado entre 2009 e 2010 beneficiou do crescimento do produto bancário, suportado pelos desempenhos da margem financeira, das comissões líquidas e dos resultados em operações financeiras, parcialmente contrariado pelo reforço das dotações para imparidade do crédito (líquidas de recuperações) e para outras imparidades e provisões, bem como pelo comportamento dos custos operacionais. Os impostos sobre lucros de -3,1 milhões de euros apurados em 2010 reflectem, fundamentalmente, o efeito nos impostos diferidos activos e passivos decorrente da alteração em 2010 da taxa nominal de imposto por via da derrama estadual, conforme explicitado adiante em rubrica própria, parcialmente compensado pelo custo relativo a impostos correntes. Ao nível do produto bancário, o desempenho positivo da margem financeira beneficiou do efeito da implementação de diversas iniciativas de revisão de preçários, visando reflectir adequadamente o agravamento do custo do risco das operações contratadas com Clientes e a deterioração das condições de financiamento nos mercados. O aumento das comissões líquidas reflecte a evolução quer das comissões mais directamente relacionadas com o negócio bancário, quer das comissões relacionadas com os mercados financeiros, enquanto que os maiores resultados em operações financeiras foram impulsionados sobretudo pelos resultados em operações de negociação e de cobertura. Adicionalmente, o produto bancário foi favoravelmente influenciado pelo maior nível de rendimentos de instrumentos de capital, como resultado dos dividendos recebidos em 2010 pela participação detida na Eureko, BV, e pelo acréscimo evidenciado pelos resultados por equivalência patrimonial, suportado fundamentalmente pela evolução do resultado líquido do Grupo segurador Millenniumbcp Ageas. O resultado líquido em Portugal cifrou-se em 249,8 milhões de euros em 2010, comparando com 213,8 milhões de euros em 2009, traduzindo o crescimento do produto bancário, suportado em particular pela margem financeira, pelas comissões líquidas, pelos resultados em operações financeiras e pelos maiores níveis de dividendos recebidos. O resultado líquido foi também influenciado pelo controlo dos custos operacionais, consubstanciado na diminuição das amortizações do exercício e dos custos com o pessoal, apesar do aumento dos outros gastos administrativos, a par do reforço do nível de dotações para imparidade do crédito (líquidas de recuperações) e do registo de dotações por imparidade do goodwill associado à subsidiária na Grécia.

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O resultado líquido alcançado pela actividade internacional situou-se em 51,8 milhões de euros em 2010, comparando com 11,4 milhões de euros em 2009, favoravelmente influenciado pelo desempenho do produto bancário, impulsionado pelo aumento da margem financeira e das comissões líquidas, apesar de condicionado pelo maior nível de custos operacionais, nomeadamente pelas subsidiárias em Angola e em Moçambique, no âmbito da estratégia de crescimento orgânico implementada nestes dois mercados, pelo Bank Millennium na Polónia, ampliado pelo efeito cambial da valorização do zloti face ao euro, e pelo impacto da amortização de activos não alienados pelo Millennium bcpbank nos Estados Unidos da América. 2009 face a 2008 O resultado líquido consolidado do Millennium bcp cifrou-se em 225,2 milhões de euros em 2009, comparando com os 201,2 milhões de euros registados em 2008. O resultado líquido de 2008 incorpora os impactos, líquidos de impostos, da contabilização das perdas por imparidade relacionadas com a desvalorização das acções detidas no capital do Banco BPI, S.A., no montante de 232,6 milhões de euros, da anulação de parte da remuneração variável periodificada em 2007, no montante de 13,2 milhões de euros, e dos custos de reestruturação, relacionados com as reformas antecipadas de colaboradores, no montante de 5,7 milhões de euros. A evolução do resultado líquido entre 2008 e 2009, excluindo os impactos anteriormente referidos, foi positivamente influenciada pela redução dos custos operacionais e pelos resultados por equivalência patrimonial, não obstante a menor margem financeira, reflectindo o aumento do custo de financiamento e o estreitamento dos spreads dos depósitos de clientes, e a evolução das dotações para imparidade do crédito (líquidas de recuperações) relacionada com a cobertura dos sinais de imparidade identificados na carteira de crédito, a par das outras provisões. Os resultados por equivalência patrimonial foram potenciados pela evolução do resultado líquido da Millenniumbcp Ageas e a redução dos custos operacionais beneficiou dos decréscimos alcançados na generalidade dos agregados, nomeadamente em outros gastos administrativos e custos com o pessoal, consubstanciando o efeito das iniciativas implementadas no âmbito da simplificação organizativa e da optimização de processos. O resultado líquido consolidado em 2009 foi favoravelmente influenciado pela resiliência evidenciada pelo franchise em Portugal, embora mitigado pelo menor contributo da actividade internacional. O resultado líquido em Portugal atingiu 213,8 milhões de euros em 2009, comparando com 116,7 milhões de euros em 2008. Esta evolução reflecte, por um lado, o crescimento do produto bancário, influenciado pelo aumento dos resultados em operações financeiras, os quais incorporaram, em 2008, a imparidade resultante da desvalorização da participação detida no Banco BPI, S.A., entretanto alienada, e, por outro, a redução dos custos operacionais, nomeadamente através da diminuição de 15,5% dos outros gastos administrativos, materializando as iniciativas implementadas com enfoque na eficiência operativa. Na actividade internacional, o resultado líquido em 2009 foi determinado pela evolução do produto bancário e das dotações para imparidade do crédito observada na generalidade das operações, reflectindo o crescimento dos volumes de crédito concedido e a maior necessidade de cobertura dos sinais de imparidade da carteira de crédito. O resultado líquido da actividade internacional foi, contudo, positivamente influenciado pela redução dos custos operacionais, na sequência do esforço empreendido de racionalização de estruturas, com particular destaque no Bank Millennium na Polónia, o que mais do que neutralizou a evolução dos custos operacionais no Banco Millennium Angola e no Millennium bim em Moçambique, como resultado da estratégia de crescimento orgânico implementada nestes mercados.

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Resultado líquido de subsidiárias no exterior

2010 face a 2009 O Bank Millennium na Polónia atingiu um resultado líquido de 81,3 milhões de euros em 2010, face aos 0,3 milhões de euros relevados em 2009, beneficiando sobretudo da evolução do produto bancário, em particular do bom desempenho da margem financeira, traduzindo o prosseguimento do esforço de ajustamento dos spreads, em especial dos depósitos a prazo, não obstante a forte intensidade competitiva na captação de recursos de clientes, bem como do aumento das comissões, potenciado pelas comissões relacionadas com cartões, fundos de investimento, crédito e manutenção de contas. O aumento dos custos operacionais foi influenciado sobretudo pelos custos com o pessoal, tendo a evolução dos outros gastos administrativos sido atenuada pela disciplina de custos implementada visando a melhoria da eficiência operativa. O resultado líquido do Bank Millennium foi também favoravelmente influenciado pelo menor nível de dotações para imparidade do crédito, especialmente do crédito a empresas. O Millennium bank na Grécia registou um resultado líquido negativo de 16,0 milhões de euros em 2010, comparando com o lucro de 9,0 milhões de euros em 2009. Esta evolução foi influenciada pela diminuição do produto bancário, condicionada pela redução das taxas de juro e pela deterioração do mercado de dívida pública grega com impacto nos menores resultados em operações financeiras, a par do aumento das dotações para imparidade do crédito, repercutindo o agravamento das condições económicas no país e consequentemente dos níveis de incumprimento dos particulares e das empresas. O resultado líquido do Millennium bank beneficiou, contudo, da redução dos custos operacionais, reflectindo a diminuição dos custos com o pessoal e dos outros gastos administrativos. A Banca Millennium na Roménia evidenciou um resultado líquido negativo de 23,6 milhões de euros em 2010, comparando favoravelmente com o prejuízo de 38,0 milhões de euros apurado em 2009. O resultado líquido foi influenciado pelo esforço de controlo dos custos operacionais, bem como pelo impacto positivo da dinamização da actividade comercial, reflectido no crescimento dos volumes de negócio e no aumento dos proveitos gerados, nomeadamente da margem financeira e das comissões líquidas, em particular das comissões associadas ao crédito a clientes. O resultado líquido da Banca Millennium foi ainda favoravelmente influenciado pelo menor nível de dotações para imparidade do crédito efectuado em 2010. A Banque Privée BCP, na Suíça apresentou um resultado líquido de 4,2 milhões de euros em 2010, que compara com os 7,8 milhões de euros apurados em 2009. Esta evolução foi influenciada pelo reforço das dotações para imparidade do crédito e pelo aumento dos custos operacionais, não obstante o desempenho positivo evidenciado pelo produto bancário, nomeadamente pela margem financeira e pelas comissões líquidas, as quais foram potenciadas pelas comissões associadas a

Resultado líquido de subsidiárias no exterior (1) Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

Bank Millennium na Polónia 81,3 0,3 117,9 –Millennium bank na Grécia (16,0) 9,0 15,1 –Banca Millennium na Roménia (23,6) (38,0) (32,9) –Banque Privée BCP na Suíça 4,2 7,8 (30,4) –Millennium bim em Moçambique 52,8 52,0 51,5 1,4%Banco Millennium Angola 23,6 14,6 4,4 61,4%Millennium bcp Bank & Trust nas Ilhas Caimão 6,0 9,6 20,9 -37,3%

(1) Os valores apresentados não estão deduzidos dos interesses que não controlam (quando aplicável) e não incluem oresultado líquido das operações alienadas na Turquia e nos EUA.

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operações sobre títulos, com destaque para as de corretagem, como resultado do aumento do volume de transacções. O resultado líquido do Millennium bim em Moçambique elevou-se para 52,8 milhões de euros em 2010, comparando com os 52,0 milhões de euros em 2009, sendo, contudo, de sublinhar que, dada a desvalorização do metical face ao euro, o crescimento do resultado líquido em moeda local foi de 20,1% entre 2009 e 2010. O aumento do resultado líquido foi impulsionado pela subida da margem financeira, suportada no crescimento dos volumes de negócios com destaque para o crédito a empresas e, em menor escala, para o crédito ao consumo, e na evolução positiva dos resultados em operações cambiais. O resultado líquido do Millennium bim foi ainda influenciado pelo maior esforço de provisionamento e pela subida dos custos operacionais, relacionada com o plano de expansão da rede de sucursais em curso, possibilitando, todavia, uma melhoria da eficiência operacional. O Banco Millennium Angola registou um aumento do resultado líquido para 23,6 milhões de euros em 2010, face aos 14,6 milhões de euros apurados em 2009, beneficiando do desempenho da generalidade dos proveitos, como resultado do aumento dos volumes de negócios, com destaque para os crescimentos da margem financeira, suportada no efeito taxa de juro positivo do crédito a clientes e da carteira de títulos, e das comissões líquidas, nomeadamente das comissões relacionadas com transferências e com operações de crédito, bem como pela subida dos resultados de trading em operações cambiais. A evolução do resultado líquido foi parcialmente mitigada pelo maior nível de dotações para imparidade do crédito e pelo acréscimo dos custos operacionais, traduzindo o aumento dos custos com o pessoal, por via do reforço do quadro de Colaboradores, e dos outros gastos administrativos, decorrente da expansão da rede de sucursais, no quadro da estratégia de crescimento orgânico em curso neste mercado. O resultado líquido do Millennium bcp Bank & Trust nas Ilhas Caimão situou-se em 6,0 milhões de euros em 2010, que compara com os 9,6 milhões de euros em 2009, reflectindo o menor volume de negócios com impacto na retracção da margem financeira, a qual foi, contudo, essencialmente influenciada pelo efeito taxa de juro desfavorável, a par da estabilização dos custos operacionais. Esta subsidiária encontra-se especialmente vocacionada para a prestação de serviços internacionais na área de private banking a clientes particulares com elevado património financeiro. 2009 face a 2008 O resultado líquido do Bank Millennium na Polónia cifrou-se em 0,3 milhões de euros em 2009, face aos 117,9 milhões de euros apurados em 2008, determinado fundamentalmente pela quebra do produto bancário e pelo reforço das dotações para imparidade do crédito, em particular do crédito a empresas e do crédito ao consumo, como resultado da deterioração da situação financeira de algumas empresas e da diminuição do valor das garantias associadas ao crédito pessoal, por um lado, e da simultânea avaliação da carteira de crédito, nomeadamente do crédito reestruturado relativo a transacções com derivados cambiais, por outro. A evolução do produto bancário foi especialmente afectada pelo comportamento da margem financeira, associado à diminuição acentuada dos spreads dos depósitos à ordem e a prazo, acompanhando a descida das taxas de juro e pressionados pela intensidade competitiva sectorial, não obstante a gradual recuperação da margem financeira e das comissões na segunda metade do ano, traduzindo o impacto do ajustamento do pricing das operações às condições do mercado. Paralelamente, registou-se uma diminuição dos resultados cambiais, relacionada, nomeadamente, com o menor volume de operações em moeda estrangeira. A evolução do resultado líquido beneficiou da redução dos custos operacionais, que, além do efeito cambial do zloti polaco face ao euro, reflectiu o impacto das iniciativas de reestruturação e de racionalização operativa na diminuição dos custos com o pessoal e dos outros gastos administrativos.

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O resultado líquido do Millennium bank na Grécia situou-se em 9,0 milhões de euros em 2009, comparando com os 15,1 milhões de euros apurados em 2008. Esta evolução foi fundamentalmente influenciada pelo reforço das dotações para imparidade do crédito, reflectindo o aumento dos níveis de incumprimento, com especial incidência no crédito a empresas, impulsionado pela conjuntura económica adversa, que também se repercutiu na diminuição da margem financeira. Não obstante, o desempenho do Millennium bank beneficiou quer da redução dos custos com o pessoal, relacionada com o menor número de colaboradores, quer do aumento dos resultados em operações financeiras. A Banca Millennium na Roménia registou um resultado líquido negativo de 38,0 milhões de euros em 2009, face ao prejuízo de 32,9 milhões de euros contabilizado em 2008, apesar da crescente actividade comercial e consequente geração de proveitos, mostrando-se ainda insuficiente para cobrir os custos de estrutura desta operação, cujo lançamento ocorreu no final de 2007. A evolução do resultado líquido entre 2008 e 2009 foi influenciada pelo maior nível de dotações para imparidade do crédito e, com impacto positivo, pelo crescimento do produto bancário e pelo controlo dos custos operacionais, não obstante o maior número de colaboradores e a expansão da rede de sucursais. O resultado líquido do Millennium bim em Moçambique situou-se em 52,0 milhões de euros em 2009, comparando com os 51,5 milhões de euros apurados em 2008. O resultado líquido foi impulsionado pelo crescimento dos proveitos, alicerçado no desempenho positivo dos volumes de negócio, o que mais do que compensou o maior nível de dotações para imparidade do crédito e o aumento dos custos operacionais, resultante do aumento do número de colaboradores e de sucursais, no âmbito do plano de expansão da operação. O resultado líquido do Banco Millennium Angola cresceu para 14,6 milhões de euros em 2009, face aos 4,4 milhões de euros relevados em 2008. Esta evolução foi potenciada pelo crescimento dos proveitos, nomeadamente da margem financeira, das comissões relacionadas com transferências e dos resultados em operações cambiais, não obstante o maior esforço de provisionamento e a subida dos custos operacionais, reflectindo o aumento dos custos com o pessoal, como resultado do reforço do quadro de colaboradores, e dos outros gastos administrativos, consubstanciando a implementação do plano de expansão da rede de sucursais. O resultado líquido do Banque Privée BCP na Suíça totalizou 7,8 milhões de euros em 2009, comparando com o prejuízo de 30,4 milhões de euros contabilizados em 2008. Este desempenho beneficiou da reversão de imparidades para crédito na sequência da valorização dos colaterais financeiros recebidos em garantia. Adicionalmente, registou-se um crescimento do produto bancário, impulsionado pelos resultados em operações financeiras, nomeadamente em operações sobre títulos. O Millennium bcp Bank & Trust nas Ilhas Caimão apresentou um resultado líquido de 9,6 milhões de euros em 2009, comparando com 20,9 milhões de euros em 2008. Esta operação encontra-se especialmente vocacionada para a prestação de serviços internacionais na área de Private Banking a clientes particulares com elevado património financeiro, tendo a evolução do resultado líquido sido determinada pela diminuição da margem financeira, acompanhando o menor volume de negócios, e pelo reforço das dotações para imparidade do crédito, não obstante a diminuição dos custos operacionais.

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Margem financeira

2010 face a 2009 A margem financeira ascendeu a 1.516,8 milhões de euros em 2010, aumentando 13,7% face aos 1.334,2 milhões de euros em 2009. O aumento da margem financeira foi potenciado pelo efeito volume positivo no montante de 120 milhões de euros e pelo efeito taxa de juro favorável no total de 71 milhões de euros. A evolução da margem financeira reflecte, por um lado, o comportamento do volume de negócios e da carteira de activos financeiros e, por outro, o efeito da subida gradual das taxas de juro das operações com Clientes a partir do segundo semestre do ano, apesar de se situarem em níveis inferiores aos registados em 2009, acompanhando a trajectória das taxas de referência do mercado com impacto favorável no diferencial entre as taxas médias das operações activas e passivas. O aumento da margem financeira traduz o desempenho quer da actividade em Portugal, quer da actividade internacional. Na actividade em Portugal, a margem financeira foi influenciada favoravelmente pelo efeito volume positivo, apesar da envolvente fortemente competitiva e adversa, parcialmente mitigado pelo efeito taxa de juro desfavorável, influenciado em parte pelo desfasamento temporal na repercussão das variações ocorridas nas taxas de juro de mercado às taxas aplicadas a operações com Clientes. Contudo, o efeito taxa de juro beneficiou da revisão dos spreads do crédito a clientes em implementação progressiva pelas áreas de negócio, visando reflectir o aumento do custo de financiamento, decorrente da instabilidade nos mercados de dívida e interbancários e da consequente maior limitação no acesso a fontes de financiamento alternativas. Na actividade internacional o aumento da margem financeira foi potenciado pelo efeito taxa de juro favorável, conjugado com o efeito volume positivo, beneficiando do crescimento do volume de negócios, quer ao nível do crédito concedido a clientes, quer dos recursos de balanço de clientes. A

Balanço médio Milhões de euros

2010 2009 2008

Balanço Balanço Balanço

médio médio médio

Activos Geradores de JurosAplicações em instituições de crédito 3.823 1,21% 3.733 1,97% 7.255 4,33%Activos financeiros 9.587 3,53% 5.012 4,82% 5.845 6,01%Crédito a clientes 74.644 3,57% 75.325 4,15% 69.206 6,47%

88.054 3,47% 84.070 4,09% 82.306 6,24%

Activos não correntes detidos p/ venda 818 - - - - - Total de Activos Geradores de Juros 88.872 3,49% 84.070 4,09% 82.306 6,24%

Activos detidos p/ venda não geradores de juros 40 - - Activos não geradores de juros 9.760 10.083 9.635

Activo Total 98.672 94.153 91.941

Passivos Geradores de JurosDepósitos de instituições de crédito 15.087 1,40% 8.671 2,65% 9.875 6,33%Depósitos de clientes 45.386 2,01% 44.334 2,52% 41.769 3,07%Dívida emitida e passivos financeiros 25.286 1,53% 30.051 2,27% 29.042 4,72%Passivos subordinados 2.254 2,96% 2.553 3,73% 2.954 5,77%

88.013 1,79% 85.609 2,48% 83.640 4,12%Passivos não correntes detidos para venda 740 - - - - -

Total de Passivos Geradores de Juros 88.753 1,81% 85.609 2,48% 83.640 4,12%Passivos associados a activos detidos p/ venda não geradores de juros 118 - - Passivos não geradores de juros 2.570 2.000 2.557Capitais próprios e Interesses que não controlam 7.231 6.544 5.744

Total do passivo, Capitais próprios e Interesses que não controlam 98.672 94.153 91.941

Taxa de Margem Financeira (1) 1,68% 1,57% 2,06%(1) Relação entre os valores da Margem financeira e o saldo médio do Total de activos geradores de juros.Nota: Os juros dos derivados de cobertura foram alocados, em 2010, 2009 e 2008, à respectiva rubrica de balanço.

Taxa Taxa Taxa

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evolução da margem financeira foi suportada pelo desempenho alcançado na generalidade das operações no exterior, nomeadamente pelo Bank Millennium na Polónia, bem como pelas subsidiárias em Angola e em Moçambique, a par da Banca Millennium na Roménia. A análise ao balanço médio, para além da descida praticamente generalizada das taxas de juro médias activas e passivas, revela o crescimento do activo líquido médio para 98.672 milhões de euros em 2010, comparando com os 94.153 milhões de euros em 2009, alicerçado no aumento dos activos geradores de juros, o qual foi influenciado pelo maior nível de activos financeiros, que evoluiu para um saldo médio de 9.587 milhões de euros em 2010 (5.012 milhões de euros em 2009), enquanto que o saldo médio do crédito a clientes reduziu para 74.644 milhões de euros em 2010 (75.325 milhões de euros em 2009) e o saldo médio de aplicações em instituições de crédito manteve-se estável face a 2009. Por seu turno, o total do passivo médio registou um aumento entre 2009 e 2010, influenciado pelos saldos médios de depósitos de instituições de crédito, que se situou em 15.087 milhões de euros em 2010, bem como de depósitos de clientes, que ascendeu a 45.386 milhões de euros, mais do que compensando o menor saldo médio de dívida emitida e passivos financeiros. Na estrutura do balanço médio, o saldo médio dos activos geradores de juros representa 90,1% do activo líquido médio de 2010, permanecendo o crédito a clientes como a principal componente da carteira de activos ao representar 75,6% do activo líquido médio, não obstante a contracção na concessão de crédito a clientes registada em 2010. Em 2010 assistiu-se a um crescimento do peso dos activos financeiros para 9,7% (5,3% em 2009) como resultado da maior expressão das carteiras de activos financeiros detidos para negociação e detidos até à maturidade, nomeadamente por via da aquisição de títulos elegíveis para colateral em eventuais operações de refinanciamento junto de Bancos Centrais. Na componente de passivo, realce para a manutenção do peso do saldo médio de depósitos de clientes no total do passivo médio em torno dos 50%, beneficiando de iniciativas comerciais enfocadas na captação e retenção de recursos de balanço de clientes, os quais se mantiveram como um importante instrumento de mobilização de funding e de suporte à actividade de concessão de crédito a clientes, a par dos títulos de dívida emitidos e passivos financeiros, que representavam 27,7% do total do passivo médio em 2010, proporcionando uma diversificação das fontes e maturidades de financiamento. O saldo médio da dívida emitida e passivos financeiros em 2010 reduziu-se face ao ano anterior, reflectindo, por um lado, a antecipação para o final de 2009 de parte das necessidades de refinanciamento previstas para 2010 e, por outro, as dificuldades acrescidas das instituições financeiras na obtenção de financiamento nos mercados wholesale, sobretudo após o primeiro trimestre de 2010, período durante o qual o Millennium bcp concretizou com sucesso a colocação de duas emissões de obrigações, uma a taxa fixa a 2 anos no montante de 750 milhões de euros e outra a taxa variável a 3 anos no montante de 300 milhões de euros, ambas ao abrigo do Programa de Euro Medium Term Notes (EMTN). O comportamento dos capitais próprios médios traduz o impacto favorável ao longo de todo o exercício de 2010 da emissão dos “Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados com Juros Condicionados” no montante global de 1.000 milhões de euros, que havia sido concretizada sucessivamente nos meses de Junho, Agosto e Dezembro de 2009, bem como do resultado líquido positivo gerado em 2010 e, simultaneamente, os impactos desfavoráveis que decorrem do pagamento de dividendos e da evolução do saldo das reservas de justo valor associadas aos activos financeiros disponíveis para venda. A taxa de margem financeira situou-se em 1,68% em 2010, que compara favoravelmente com 1,57% apurada em 2009, reflectindo o efeito de medidas que têm vindo a ser implementadas, tanto ao nível da actividade em Portugal como da actividade internacional. Na actividade em Portugal, por via, designadamente, da gradual revisão dos spreads do crédito a clientes visando ajustar o preço ao perfil de risco dos clientes, a par do controlo do custo de depósitos de clientes. Por seu

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turno, na actividade internacional, destaca-se o Bank Millennium na Polónia que também prosseguiu o esforço de ajustamento dos spreads, em especial dos depósitos a prazo, com impacto relevante na margem financeira consolidada.

2009 face a 2008 A margem financeira totalizou 1.334,2 milhões de euros em 2009, comparando com 1.721,0 milhões de euros em 2008. Esta evolução foi influenciada fundamentalmente pelo efeito taxa de juro desfavorável de 406 milhões de euros, parcialmente compensado pelo efeito volume positivo de 30 milhões de euros. O comportamento da margem financeira reflecte essencialmente a diminuição das taxas de juro das operações com clientes, acompanhando a tendência das taxas de referência do mercado, originando um efeito desfavorável ao nível do diferencial entre as taxas de juro das operações activas e das operações passivas. Este desempenho foi pressionado pelo aumento do custo de financiamento, como resultado da volatilidade e incerteza evidenciada pelos mercados financeiros, e pelo estreitamento dos spreads dos depósitos de clientes, observados ao nível da diminuição da rendibilidade proporcionada ao Banco pelos depósitos à ordem e pelos depósitos a prazo, num contexto fortemente concorrencial no domínio da captação de recursos de clientes, embora atenuado pela revisão de spreads das operações de crédito, de modo a repercutir o aumento do custo do risco implícito nas operações contratadas, a qual tem vindo a ser implementada progressivamente nas diversas áreas de negócio, tendo permitido registar no terceiro e quarto trimestres de 2009 uma evolução favorável da margem financeira face aos trimestres anteriores. Adicionalmente, a margem financeira beneficiou do efeito volume positivo, suportado pelo aumento do volume de negócios, nomeadamente dos depósitos de clientes e do crédito concedido a particulares e a Pequenas e Médias Empresas. Os níveis historicamente baixos das taxas de juro de mercado observados sucessivamente ao longo de 2009 repercutiram-se com especial ênfase na diminuição da margem financeira gerada pela captação de recursos de balanço de clientes, afectando desfavoravelmente quer a rendibilidade proporcionada pelos depósitos à ordem – a qual acompanhou a descida em 194 p.b. (-316 p.b. em média anual) da taxa de referência EONIA entre o final de 2008 e 2009 –, quer os spreads dos depósitos a prazo, os quais, além do efeito da expressiva descida da taxa de referência do mercado (Euribor a 3 meses registou descida de 215 p.b. entre Dez. 08 e Dez. 09 e 341 p.b. em média anual), foram, simultaneamente, pressionados pela forte intensidade competitiva verificada na captação de recursos de clientes.

Factores determinantes da variação da margem financeira Milhões de euros

Efeito Efeito Efeito

volume taxa residual

Activos Geradores de Juros

Aplicações em instituições de crédito 2 (29) - (27)Activos financeiros 224 (65) (60) 99 Crédito a clientes (29) (440) 4 (465)Activos não correntes detidos p/ venda - - 53 53 Total dos Activos Geradores de Juros 199 (510) (29) (340)

Passivos Geradores de Juros

Depósitos de instituições de crédito 172 (109) (81) (18)Depósitos de clientes 27 (230) (5) (208)Dívida emitida e passivos financeiros (110) (224) 36 (298)Passivos subordinados (11) (20) 2 (29)Passivos não correntes detidos para venda - - 31 31 Total dos Passivos Geradores de Juros 79 (581) (21) (523)

Margem Financeira 120 71 (8) 183

2010 vs 2009

Variação

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Na actividade em Portugal, a margem financeira beneficiou do efeito do repricing das operações de crédito, visando ajustar as taxas de juro ao nível de risco das operações e ao aumento do custo do funding praticado nos mercados, embora mitigado pelo referido estreitamento de spreads dos depósitos de clientes, observados ao nível da diminuição da rendibilidade proporcionada ao Banco pelos depósitos à ordem e pelos depósitos a prazo. O desempenho da margem financeira em Portugal beneficiou do crescimento da margem financeira apurada no segmento de negócio de Corporate e Banca de Investimento. Na actividade internacional, a margem financeira reflecte os impactos do (i) efeito taxa de juro desfavorável, em particular no Bank Millennium na Polónia, determinado pela redução dos spreads dos depósitos a prazo, parcialmente atenuada pelo ajustamento do preçário à descida das taxas de juro; e do (ii) efeito volume positivo, beneficiando do crescimento do volume de negócios na generalidade das subsidiárias no exterior, designadamente dos depósitos de clientes, com especial enfoque no Millennium bank na Grécia, e do crédito concedido a clientes. A análise do balanço médio evidencia o crescimento do activo líquido médio para 94.153 milhões de euros em 2009, comparando com 91.941 milhões de euros em 2008, suportado pelo aumento dos activos geradores de juros, o qual foi impulsionado pelo saldo médio do crédito a clientes, que aumentou em termos médios de 69.206 milhões de euros em 2008 para 75.325 milhões de euros em 2009. O total do passivo médio evidenciou igualmente um crescimento entre 2008 e 2009, beneficiando do acréscimo do saldo médio dos depósitos de clientes, atingindo 44.334 milhões de euros em 2009 face a 41.769 milhões de euros no ano anterior. Esta evolução foi alicerçada nos depósitos a prazo, que evidenciaram uma subida de 8,8% em 2009, consubstanciando, por um lado, as iniciativas implementadas no âmbito da captação e retenção de recursos de clientes e, por outro, a preferência dos clientes por aplicações financeiras de menor risco, num quadro de incerteza e de instabilidade nos mercados financeiros. A estrutura do balanço médio confirma a manutenção do crédito a clientes como a principal componente no portfolio de activos, ao representar 80,0% do activo líquido médio em 2009, registando um aumento de 4,7 p.p. quando comparado com 75,3% em 2008. A par desta evolução no activo, registou-se também um aumento da proporção dos depósitos de clientes no total do passivo médio, evoluindo de 48,5% em 2008 para 50,6% em 2009. O aumento do crédito a clientes foi financiado fundamentalmente pelo maior volume de depósitos de clientes, traduzindo o enfoque na captação de recursos de clientes, e pela emissão de títulos de dívida, através da colocação no mercado de instrumentos financeiros diferenciados e adaptados à envolvente dos mercados, na sequência da melhoria gradual das condições de colocação de dívida nos mercados financeiros. O saldo médio da dívida emitida e passivos financeiros aumentou de 29.042 milhões de euros em 2008 para 30.051 milhões de euros em 2009, como resultado da colocação bem sucedida das emissões de dívida concretizadas ao longo de 2009, não obstante o contexto de incerteza e volatilidade dos mercados financeiros e de capitais, nomeadamente a emissão de dívida a taxa fixa (Euro Fixed Rate Notes), garantida pela República Portuguesa, no montante de 1,5 mil milhões de euros, e a concretização de duas emissões de obrigações a taxa fixa, sem garantia do Estado, no montante agregado de 2,0 mil milhões de euros, de três emissões de obrigações a taxa variável no montante global de 1,1 mil milhões de euros, ao abrigo do programa de Euro Medium Term Notes (EMTN), e de uma emissão de obrigações hipotecárias (covered bonds), no montante de mil milhões de euros, com vencimento a sete anos. Os capitais próprios médios foram influenciados positivamente pela emissão dos “Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados com Juros Condicionados”, no montante global de 1.000 milhões de euros, ao abrigo do Programa de Emissão de Valores Mobiliários Representativos de Dívida, dos quais 300 milhões de euros foram emitidos em Junho de 2009, 600 milhões de euros em Agosto de 2009 e 100 milhões de euros em Dezembro de 2009. Adicionalmente, para o acréscimo dos capitais próprios médios entre 2008 e 2009, contribuíram o resultado líquido

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positivo gerado em 2009 e, com impacto desfavorável, o pagamento de dividendos e a evolução do saldo das reservas de justo valor associadas aos activos financeiros disponíveis para venda. As taxas de juro implícitas nos saldos médios registaram, em 2009, decréscimos na generalidade dos agregados patrimoniais e das responsabilidades, face a 2008, acompanhando a descida das taxas de juro do mercado. A taxa de margem financeira situou-se em 1,57% em 2009, comparando com 2,06% apurados em 2008, reflectindo a redução proporcionalmente mais acentuada das taxas médias das operações activas em relação à registada pelas taxas médias das operações passivas.

Outros proveitos líquidos Os outros proveitos líquidos incluem os rendimentos de instrumentos de capital, as comissões líquidas, os resultados em operações financeiras, os outros proveitos de exploração líquidos e os resultados por equivalência patrimonial.

2010 face a 2009 Os outros proveitos líquidos ascenderam a 1.375,2 milhões de euros em 2010, que compara com os 1.159,0 milhões de euros em 2009. O aumento dos outros proveitos líquidos foi potenciado pelo desempenho favorável na generalidade das rubricas, em particular pelos resultados em operações financeiras, comissões líquidas, rendimentos de instrumentos de capital, bem como pelos resultados por equivalência patrimonial, o que mais do que compensou o menor montante de outros proveitos de exploração líquidos. A evolução dos outros proveitos líquidos beneficiou fundamentalmente do

Factores determinantes da variação da margem financeira Milhões de euros

Efeito Efeito Efeitovolume taxa residual

Activos Geradores de Juros

Aplicações em instituições de crédito (155) (174) 84 (245)Activos financeiros (51) (70) 9 (112)

Activos não correntes detidos p/ venda 401 (1.626) (156) (1.381)Total dos Activos Geradores de Juros 112 (1.797) (53) (1.738)

Passivos Geradores de Juros

Depósitos de instituições de crédito (77) (369) 43 (403)Depósitos de clientes 80 (232) (18) (170)Dívida emitida e passivos financeiros 48 (720) (29) (701)

Passivos subordinados (23) (61) 7 (77)Total dos Passivos Geradores de Juros 82 (1.391) (42) (1.351)

Margem Financeira 30 (406) (11) (387)

Variação

2009 vs 2008

Outros proveitos líquidos Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

Rendimentos de instrumentos de capital 35,9 3,3 36,8 -

Comissões líquidas 811,6 731,7 740,4 10,9%

Resultados em operações financeiras 429,2 225,4 18,1 90,4%Outros proveitos de exploração líquidos 31,0 132,3 66,6 -76,5%

Resultados por equivalência patrimonial 67,5 66,3 19,1 1,8%

1.375,2 1.159,0 881,0 18,7%dos quais:

Actividade em Portugal 982,2 779,3 489,2 26,0%

Actividade internacional 393,0 379,7 391,8 3,5%

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aumento relevado pela actividade em Portugal, bem como do comportamento favorável evidenciado pela actividade internacional. 2009 face a 2008 Os outros proveitos líquidos aumentaram para 1.159,0 milhões de euros em 2009, comparando com 881,0 milhões de euros em 2008. O crescimento dos outros proveitos líquidos foi suportado pelos desempenhos evidenciados nos resultados em operações financeiras, nos outros proveitos de exploração e nos resultados por equivalência patrimonial, que mais do que compensaram os menores montantes dos rendimentos de instrumentos de capital e das comissões líquidas. A evolução dos outros proveitos líquidos foi potenciada pelo crescimento observado na actividade em Portugal. Rendimentos de instrumentos de capital Os rendimentos de instrumentos de capital incorporam os dividendos recebidos de investimentos em activos financeiros disponíveis para venda. 2010 face a 2009 Os rendimentos de instrumentos de capital aumentaram para 35,9 milhões de euros em 2010, comparando com os 3,3 milhões de euros em 2009. Este desempenho reflecte essencialmente o efeito dos rendimentos recebidos em 2010 associados à participação de 2,7% detida na Eureko, BV, a qual foi, entretanto, alienada em 31 de Dezembro de 2010, já que em 2009 não foram distribuídos dividendos. Por seu turno, em 2009 foram repercutidos sobretudo os rendimentos dos investimentos do Grupo em unidades de participação de fundos de investimento e em acções. 2009 face a 2008 Os rendimentos de instrumentos de capital situaram-se em 3,3 milhões de euros em 2009, comparando com 36,8 milhões de euros em 2008. Os proveitos contabilizados nesta rubrica resultam dos rendimentos recebidos relacionados com os investimentos efectuados em unidades de participação de fundos de investimento e em acções. A alienação da participação detida no Banco BPI, S.A. no início de 2009, a par do não pagamento de dividendos pela Eureko no exercício de 2009, determinaram a evolução observada nesta rubrica face a 2008. Comissões líquidas As comissões líquidas incorporam as comissões relacionadas com o negócio bancário e as comissões mais directamente relacionadas com os mercados financeiros.

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2010 face a 2009 As comissões líquidas aumentaram para 811,6 milhões de euros em 2010, evidenciando um crescimento de 10,9% face aos 731,7 milhões de euros apurados em 2009, beneficiando quer das comissões mais directamente associadas ao negócio bancário, quer das comissões relacionadas com os mercados financeiros. A evolução positiva das comissões líquidas foi suportada pelo aumento de 9,7% na actividade em Portugal, a par do crescimento de 14,0% na actividade internacional, reflectindo o desempenho alcançado na maioria das operações no exterior, em particular na Polónia, em Angola, na Roménia e na Suíça. As comissões mais directamente relacionadas com o negócio bancário aumentaram 9,0%, para 662,4 milhões de euros em 2010 (607,6 milhões de euros em 2009), potenciadas pelo contributo favorável das comissões originadas pela colocação de produtos de seguros, das comissões relacionadas com crédito e garantias e das comissões cobradas pela prestação de serviços bancários. As comissões com cartões situaram-se em 185,3 milhões de euros em 2010, comparando com 187,3 milhões de euros em 2009, determinadas sobretudo pela actividade em Portugal, em face dos menores montantes referentes a anuidades e a taxas de serviço, repercutindo o efeito da isenção de que beneficiaram os titulares de cartões que aderiram aos serviços bancários integrados (soluções Cliente Frequente e Cliente Prestige), não obstante o desempenho favorável das comissões apuradas sobre o volume de facturação, particularmente as associadas ao negócio de cartões de débito. Todavia, as comissões com cartões na actividade internacional evoluíram positivamente, beneficiando do dinamismo comercial das diversas operações, em especial do Bank Millennium na Polónia e do Banco Millennium Angola, a par dos desempenhos positivos da Banca Millennium na Roménia e do Millennium bim em Moçambique, apesar do efeito cambial da desvalorização do metical face ao euro. As comissões relacionadas com operações de crédito e garantias cifraram-se em 178,7 milhões de euros em 2010, comparando com 170,4 milhões de euros em 2009. Esta evolução foi suportada pela actividade em Portugal, não obstante o abrandamento da concessão de crédito induzido pela envolvente económico-financeira adversa. Na actividade internacional estas comissões decresceram, fundamentalmente por influência dos desempenhos evidenciados no Millennium bank na Grécia e no Millennium bcp Bank & Trust, não obstante os crescimentos registados nas subsidiárias na Roménia e em Angola. As comissões de bancassurance, que materializam as comissões recebidas pela colocação de produtos de seguros através das redes de distribuição do Banco, ascenderam a 74,3 milhões de euros em 2010, representando um crescimento de 24,4%, face aos 59,7 milhões de euros apurados

Comissões líquidas Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

Comissões bancáriasCartões 185,3 187,3 190,0 -1,1%Crédito e garantias 178,7 170,4 172,9 4,9%Bancassurance 74,3 59,7 44,2 24,4%Outras comissões 224,1 190,2 160,7 17,9%

Subtotal 662,4 607,6 567,8 9,0%

Comissões relacionadas com mercadosOperações sobre títulos 96,6 76,2 94,7 26,7%Gestão de activos 52,6 47,9 77,9 9,8%

Subtotal 149,2 124,1 172,6 20,2%Comissões líquidas totais 811,6 731,7 740,4 10,9%

das quais:Actividade em Portugal 572,2 521,8 511,4 9,7%Actividade internacional 239,4 209,9 229,0 14,0%

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em 2009. Este desempenho beneficiou do enfoque comercial na disponibilização de produtos de protecção de pessoas e bens e de soluções de investimento adaptadas às necessidades dos Clientes, destacando-se o crescimento da carteira de seguros de saúde Médis, não obstante a intensificação da concorrência neste segmento de mercado. As outras comissões mais directamente relacionadas com o negócio bancário aumentaram para 224,1 milhões de euros em 2010, comparando com 190,2 milhões de euros em 2009, impulsionadas quer pela actividade em Portugal, quer pela actividade internacional. A evolução na actividade em Portugal incorpora o efeito do ajustamento dos preçários à proposta de valor, nomeadamente ao nível da oferta de serviços bancários integrados, tais como as Soluções Cliente Frequente, direccionada a particulares e a negócios, e Cliente Prestige. Na actividade internacional destacam-se os aumentos evidenciados pelo Bank Millennium na Polónia e pelo Banco Millennium Angola. As comissões relacionadas com os mercados financeiros cresceram 20,2%, para 149,2 milhões de euros em 2010 (124,1 milhões de euros em 2009), suportadas quer pelas comissões associadas a operações sobre títulos, quer pelas comissões relacionadas com a gestão de activos. As comissões associadas a operações sobre títulos ascenderam a 96,6 milhões de euros em 2010, comparando com os 76,2 milhões de euros em 2009, alicerçadas no desempenho da generalidade dos serviços prestados, em particular na montagem de operações e no depósito e guarda de valores, contrariando o menor nível de comissões associadas a operações de bolsa, induzido pela instabilidade dos mercados de capitais no decurso do exercício. Esta evolução foi influenciada favoravelmente quer pela actividade em Portugal, quer pela actividade internacional, designadamente pelo Bank Millennium na Polónia e pelo Banque Privée BCP na Suíça. As comissões relacionadas com a gestão de activos aumentaram 9,8%, atingindo 52,6 milhões de euros em 2010 (47,9 milhões de euros em 2009), como resultado do aumento das comissões geradas pela actividade em Portugal, suportado na oferta de produtos de valor acrescentado adaptados à evolução dos mercados e às necessidades financeiras dos Clientes. Adicionalmente, a actividade internacional contribuiu positivamente para o aumento das comissões relacionadas com a gestão de activos, destacando-se o desempenho do Bank Millennium na Polónia. 2009 face a 2008 As comissões líquidas situaram-se em 731,7 milhões de euros em 2009, face aos 740,4 milhões de euros apurados em 2008. O aumento do agregado de comissões mais directamente relacionadas com o negócio bancário compensou, em parte, o comportamento das comissões relacionadas com os mercados financeiros, em particular as comissões associadas ao negócio de gestão de activos e as operações sobre títulos. O desempenho das comissões líquidas incorpora o crescimento de 2,0% observado na actividade em Portugal e o menor contributo das comissões líquidas geradas na actividade internacional, fundamentalmente influenciado pelo Bank Millennium na Polónia, cujo volume de comissões líquidas foi condicionado pelo efeito cambial do zloti polaco face ao euro, não obstante a evolução favorável registada nas subsidiárias em Angola, em Moçambique, na Roménia e na Grécia, traduzindo o aumento dos correspondentes volumes de negócio e da prestação de serviços. As comissões com cartões totalizaram 187,3 milhões de euros em 2009 (190,0 milhões de euros em 2008), determinadas pela evolução da actividade internacional, em particular do Bank Millennium na Polónia, condicionada pelo impacto da variação cambial do zloti polaco face ao euro, não obstante os maiores níveis de actividade e o ajustamento do preçário efectuado no decurso do exercício, bem como dos desempenhos favoráveis alcançados pelo Banco Millennium Angola e pelo Millennium bim em Moçambique. As comissões com cartões da actividade em Portugal, embora condicionadas pela manutenção do número de cartões, pela contracção do volume de facturação e pela evolução desfavorável dos interchange fees, mantiveram-se ao mesmo nível do montante relevado em 2008, suportadas pelo desempenho observado no segmento de Retalho e Empresas.

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As comissões relacionadas com operações de crédito e garantias situaram-se em 170,4 milhões de euros em 2009, comparando com 172,9 milhões de euros em 2008. Esta evolução foi determinada pela actividade internacional, reflectindo as menores comissões geradas pelo Bank Millennium na Polónia, não obstante o desempenho favorável alcançado pela generalidade das restantes operações no exterior, nomeadamente pelas subsidiárias na Grécia, em Angola e na Roménia. Adicionalmente, as comissões relacionadas com operações de crédito e garantias beneficiaram do aumento de 1,3% evidenciado pela actividade em Portugal, designadamente no segmento Corporate e Banca de Investimento. As comissões de bancassurance totalizaram 59,7 milhões de euros em 2009 (44,2 milhões de euros contabilizados em 2008). No segundo trimestre de 2008, o agregado de comissões líquidas passou a relevar a contabilização dos fees recebidos pela colocação de seguros através da rede de distribuição do Banco e que anteriormente eram registados em outros proveitos de exploração líquidos. As outras comissões aumentaram para 190,2 milhões de euros em 2009, comparando com 160,7 milhões de euros em 2008. As outras comissões líquidas beneficiaram da evolução favorável quer da actividade em Portugal, que incorpora o impacto da revisão de preçários em 2009, designadamente ao nível da oferta de serviços integrados e da manutenção de contas, quer da actividade internacional, nomeadamente do desempenho evidenciado pelo Bank Millennium na Polónia. As comissões associadas a operações sobre títulos cifraram-se em 76,2 milhões de euros em 2009, comparando com 94,7 milhões de euros em 2008, traduzindo o comportamento das comissões relacionadas com a generalidade dos serviços prestados, nomeadamente operações de bolsa, depósito e guarda de valores e montagem de operações, reflectindo o ambiente de incerteza e volatilidade dos mercados financeiros e de capitais. A evolução destas comissões foi influenciada fundamentalmente pela actividade desenvolvida em Portugal, tendo o comportamento na actividade internacional sido mitigado pelo efeito cambial do zloti polaco face ao euro, não obstante o maior volume de comissões apuradas, em moeda local, pelo Bank Millennium. As comissões relacionadas com a gestão de activos totalizaram 47,9 milhões de euros em 2009, comparando com 77,9 milhões de euros em 2008, influenciadas quer pela actividade em Portugal, quer pela actividade no estrangeiro. Este desempenho foi condicionado fundamentalmente pela instabilidade dos mercados financeiros e de capitais, com impacto nos menores volumes médios sob gestão, e pelas opções de investimento dos clientes por produtos e soluções menos expostos ao comportamento daqueles mercados, não obstante os sinais de crescente dinamismo nos mercados accionistas ao longo de 2009. Resultados em operações financeiras Os resultados em operações financeiras incluem os resultados em operações de negociação e de cobertura e os resultados em activos financeiros disponíveis para venda.

Resultado em operações financeiras Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

Operações cambiais 99,4 68,8 83,8 44,5%Operações sobre títulos, derivados e outros 329,8 156,6 (65,7) -

429,2 225,4 18,1 90,4% dos quais: Actividade em Portugal 284,0 65,0 (124,4) - Actividade Internacional 145,2 160,4 142,5 -9,5%

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2010 face a 2009 Os resultados em operações financeiras situaram-se em 429,2 milhões de euros em 2010, evoluindo positivamente face aos 225,4 milhões de euros apurados em 2009, influenciados sobretudo pelo desempenho das operações sobre títulos, derivados e outros, as quais incorporam a reavaliação dos instrumentos financeiros contabilizados ao justo valor (em fair value option), os resultados da alienação de participações financeiras e títulos em carteira, a par da reavaliação das operações de cobertura. Adicionalmente, em 2010 foram apurados maiores ganhos em operações cambiais, centrados na actividade internacional, materializando o aproveitamento de oportunidades de negócio em operações em moeda estrangeira. Os resultados em operações financeiras incluem em 2010 o ganho obtido, no montante de 65,2 milhões de euros, associado à alienação da anteriormente mencionada participação de 2,7% detida no capital social da Eureko, BV. O Grupo adoptou a opção de justo valor (fair value option) como método de mensuração das emissões próprias de instrumentos financeiros que contenham derivados embutidos ou swaps de cobertura associados, sendo que os passivos financeiros contabilizados ao fair value option são reconhecidos inicialmente ao seu justo valor, com os custos ou proveitos associados às transacções e também as variações subsequentes de justo valor reconhecidos em resultados. As correspondentes variações do risco de crédito atribuído pelo mercado ao Millennium bcp e indirectamente à República Portuguesa, enquanto garante da emissão de dívida a 3 anos realizada pelo Grupo em 2009, no montante de 1,5 mil milhões de euros, são reconhecidas na rubrica de resultados em operações de negociação e de cobertura. A reavaliação dos instrumentos financeiros contabilizados em fair value option em 2010 foi influenciada pela evolução das condições de financiamento nos mercados face ao final de 2009 e consequente impacto no risco de crédito próprio do Banco e da República Portuguesa. Assim, em 2010 foram contabilizados ganhos de 204,6 milhões de euros (prejuízos de 106,1 milhões de euros em 2009) relacionados com o aumento do risco de crédito do Banco, como resultado da subida dos spreads de mercado para operações com risco semelhante ao do Millennium bcp. As flutuações no valor do risco de crédito próprio continuarão a verificar-se até ao vencimento das emissões concretizadas pelo Banco, sendo que, no limite, até à maturidade os ganhos e prejuízos neutralizar-se-ão. O desempenho dos resultados em operações financeiras beneficiou sobretudo da actividade em Portugal, enquanto que a actividade internacional foi fundamentalmente condicionada pelo impacto da reavaliação de instrumentos derivados, em particular no Bank Millennium na Polónia, parcialmente atenuado pelo efeito positivo dos ganhos em operações cambiais registados no Millennium bim em Moçambique e no Banco Millennium Angola. 2009 face a 2008 Os resultados em operações financeiras totalizaram 225,4 milhões de euros em 2009, registando uma evolução favorável face aos 18,1 milhões de euros relevados em 2008, determinada pelo desempenho na actividade em Portugal. Em 2008, os resultados em operações financeiras incluem o impacto da contabilização de perdas por imparidade no montante de 268,1 milhões de euros, relacionados com a participação financeira detida no Banco BPI, S.A., entretanto alienada, e incorporam, no quarto trimestre, um proveito relacionado com a estratégia de cobertura económica do risco de taxa de juro associado a uma emissão do Banco a taxa fixa, que havia sido realizada através de um swap de taxa de juro, tendo o Banco, na oportunidade e de acordo com a IAS 39, decidido pela interrupção da relação de cobertura prospectivamente.

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Os resultados em operações financeiras incorporam, em 2009, o efeito negativo de 106,1 milhões de euros, dos quais 91,6 milhões de euros contabilizados na segunda metade do exercício, associado à valorização dos instrumentos contabilizados em fair value option, decorrente da gradual melhoria das condições de financiamento no mercado e consequente melhoria do risco de crédito próprio do Banco. Em 2008, o efeito destas variações de justo valor associadas à alteração do risco de crédito próprio do Banco foi positivo em 88,3 milhões de euros, reflectindo a deterioração das condições dos mercados de crédito vigentes no período. Em 2009, os resultados em operações financeiras beneficiaram, adicionalmente, do impacto dos níveis historicamente baixos das taxas de juro de mercado observados neste exercício, designadamente nos resultados apurados em instrumentos e derivados de cobertura. Outros proveitos de exploração líquidos Os outros proveitos de exploração líquidos incluem os outros proveitos de exploração, os outros resultados de actividades não bancárias e os resultados de alienação de subsidiárias e outros activos. 2010 face a 2009 Os outros proveitos de exploração líquidos cifraram-se em 31,0 milhões de euros em 2010, que compara com os 132,3 milhões de euros em 2009. Os outros proveitos líquidos incluem, em 2009, a valia contabilística apurada com a dispersão a novos accionistas do capital social do Banco Millennium Angola, no montante de 21,2 milhões de euros, bem como os ganhos obtidos na alienação de activos, no montante de 57,2 milhões de euros. O comportamento dos outros proveitos de exploração líquidos, excluindo os referidos impactos em 2009, foi essencialmente determinado pelo decréscimo dos proveitos líquidos relacionados com a prestação de serviços diversos e com a alienação/reavaliação de imóveis. 2009 face a 2008 Os outros proveitos de exploração líquidos totalizaram 132,3 milhões de euros em 2009, comparando com 66,6 milhões de euros em 2008. O aumento dos outros proveitos de exploração líquidos beneficiou do acréscimo de proveitos conjugado com a redução da componente de custos, reflectindo a evolução dos outros proveitos de exploração registada em Portugal, os quais incluem, em 2009, o montante de 21,2 milhões de euros associados à valia contabilística apurada com a dispersão a novos accionistas do capital social do Banco Millennium Angola e o montante de 57,2 milhões de euros relacionados com os ganhos obtidos na alienação de activos. O comportamento dos outros proveitos de exploração líquidos em 2009 reflecte também o impacto da alteração na contabilização dos fees associados à actividade de bancassurance, recebidos da Millenniumbcp Ageas, que, no segundo trimestre de 2008, passaram a ser relevados na rubrica de comissões líquidas. Resultados por equivalência patrimonial Os resultados por equivalência patrimonial incluem os resultados apropriados pelo Grupo associados à consolidação de entidades onde, apesar de exercer influência significativa, não exerce o controlo das políticas financeira e operacional.

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2010 face a 2009 Os resultados por equivalência patrimonial totalizaram 67,5 milhões de euros em 2010, representando um aumento de 1,8% face aos 66,3 milhões de euros apurados em 2009. O comportamento dos resultados por equivalência patrimonial, não obstante a evolução desfavorável dos resultados associados às participações financeiras detidas na VSC e Nanium, beneficiou fundamentalmente da apropriação de resultados relacionados com a participação de 49% detida na Millenniumbcp Ageas (ex- Millenniumbcp Fortis), uma joint-venture do Millennium bcp com o Grupo Ageas, especializada no negócio de bancassurance, cujo resultado líquido evoluiu favoravelmente no exercício de 2010, não obstante as circunstâncias particularmente adversas para a gestão de investimentos financeiros observadas ao longo do ano. 2009 face a 2008 Os resultados por equivalência patrimonial cifraram-se em 66,3 milhões de euros em 2009, comparando com 19,1 milhões de euros em 2008. Esta evolução dos resultados por equivalência patrimonial foi fundamentalmente influenciada pela apropriação de resultados da participação de 49% detida na Millenniumbcp Ageas, a joint venture do Millennium bcp com o Grupo Ageas enfocada no negócio de bancassurance, cujos resultados líquidos em 2009 foram superiores aos relevados no exercício anterior, beneficiando do crescimento dos volumes de prémios de seguros nos ramos Vida e Não Vida, os quais compararam favoravelmente com a média do mercado nacional. Custos operacionais Os custos operacionais incorporam os custos com o pessoal, os outros gastos administrativos e as amortizações do exercício.

Resultados por equivalência patrimonial Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

Millenniumbcp Ageas 69,5 57,9 12,6 20,1%

Outros (2,0) 8,4 6,5 -

67,5 66,3 19,1 1,8%

Custos operacionais Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

Actividade em Portugal

Custos com o pessoal 599,0 604,3 592,7 -0,9%

Outros gastos administrativos 331,9 314,3 371,8 5,6%

Amortizações do exercício 54,5 60,1 66,6 -9,2%

985,4 978,7 1.031,1 0,7%

Actividade internacional

Custos com o pessoal 292,3 261,0 322,6 12,0%

Outros gastos administrativos 269,9 255,9 270,8 5,5%

Amortizações do exercício 55,7 44,7 46,3 24,7%

617,9 561,6 639,7 10,0%

Total

Custos com o pessoal 891,3 865,3 915,3 3,0%

Outros gastos administrativos 601,8 570,2 642,6 5,6%

Amortizações do exercício 110,2 104,8 112,9 5,2%

1.603,3 1.540,3 1.670,8 4,1%

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2010 face a 2009 Os custos operacionais cifraram-se em 1.603,3 milhões de euros em 2010, o que representa um aumento de 4,1% face aos 1.540,3 milhões de euros apurados em 2009. O comportamento dos custos operacionais foi essencialmente influenciado pelo desempenho da actividade internacional e pelo controlo de custos evidenciado na actividade em Portugal. Os custos operacionais incluem a contabilização de custos com reformas antecipadas no montante de 10,4 milhões de euros, em 2010, e no montante de 3,9 milhões de euros em 2009, pelo que, excluindo este impacto, os custos operacionais cresceram 3,7%, entre 2009 e 2010. Na actividade em Portugal, os custos operacionais praticamente estabilizaram, situando-se em 985,4 milhões de euros (+0,7%), influenciados favoravelmente pelo menor nível de amortizações do exercício, fundamentalmente as amortizações relacionadas com imóveis e equipamento, e pelos menores custos com o pessoal, imputáveis à diminuição dos custos com pensões e com encargos sociais facultativos, apesar do aumento dos outros gastos administrativos, nomeadamente de outsourcing e trabalho independente, decorrente sobretudo do incremento da actividade de recuperação de crédito, atenuado pelo esforço de contenção dos custos de fornecimentos de terceiros. A evolução dos custos operacionais na actividade internacional traduz fundamentalmente o comportamento dos custos no Banco Millennium Angola e no Millennium bim em Moçambique, em consonância com a estratégia de crescimento orgânico implementada nestes mercados, e no Bank Millennium na Polónia, em parte pelo efeito cambial da valorização do zloti face ao euro, bem como o efeito da amortização de activos não alienados pelo Millennium bcpbank nos Estados Unidos da América. Contudo, os custos operacionais da actividade internacional beneficiaram da redução de custos observada no Millennium bank na Grécia e na Banca Millennium na Roménia. O rácio de eficiência consolidado, em base comparável, situou-se em 56,3%, em 2010, revelando uma melhoria de 7,3 pontos percentuais face aos 63,6% apurados em 2009. Esta trajectória reflecte as melhorias de eficiência alcançadas na actividade em Portugal, ao situar-se em 51,3% face aos 60,2% em 2009, consubstanciando o impacto de iniciativas que têm vindo a ser implementadas visando a contenção dos custos operacionais e o aumento dos proveitos, bem como na actividade internacional, com uma redução de 3,7 pontos percentuais face a 2009 beneficiando dos desempenhos favoráveis na maioria das operações no exterior. 2009 face a 2008 Os custos operacionais reduziram 7,8% para 1.540,3 milhões de euros em 2009, face aos 1.670,8 milhões de euros relevados em 2008. Este desempenho favorável foi influenciado pela redução de custos alcançada em todos os agregados, em particular nos custos com o pessoal e nos outros gastos administrativos. Os custos operacionais incluem, em 2009, a contabilização de custos com reformas antecipadas, no montante de 3,9 milhões de euros, e, em 2008, a anulação de parte da remuneração variável periodificada em 2007, no montante de 18,0 milhões de euros, e custos de reestruturação de 7,8 milhões de euros, pelo que, excluindo estes impactos, os custos operacionais diminuíram 8,6%, entre 2008 e 2009. A contracção dos custos operacionais beneficiou das poupanças alcançadas quer na actividade em Portugal, quer na actividade internacional. Em Portugal, a queda dos custos operacionais em 5,1% foi suportada pelas reduções dos outros gastos administrativos e das amortizações do exercício, consubstanciando a implementação de iniciativas visando a simplificação organizativa do Banco e a optimização de processos, enfocadas na obtenção de níveis superiores de eficiência. Excluindo os impactos referidos no parágrafo anterior, em 2009 os custos operacionais da actividade em Portugal desceram 6,4% face ao ano anterior.

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Na actividade internacional, a descida de 12,2% dos custos operacionais beneficiou essencialmente do desempenho do Bank Millennium na Polónia, que, além do efeito cambial do zloti polaco face ao euro, foi favoravelmente influenciado pelo esforço de racionalização de estruturas e de processos, com impacto na redução de 11,4% no quadro de colaboradores nesta operação. Os menores custos operacionais relevados pelo Bank Millennium na Polónia mais do que neutralizaram a evolução dos custos operacionais no Banco Millennium Angola e no Millennium bim em Moçambique, como resultado da estratégia de crescimento orgânico implementada nestes mercados. Em 2009, o rácio de eficiência consolidado, em base comparável, situou-se em 63,6%, comparando com 58,6% em 2008, enquanto que para a actividade em Portugal o rácio de eficiência situou-se em 60,2%, face aos 54,0% apurados em 2008. Custos com o pessoal

2010 face a 2009 Os custos com o pessoal totalizaram 891,3 milhões de euros em 2010, registando um aumento de 3,0% face aos 865,3 milhões de euros em 2009. Os custos com o pessoal incluem a contabilização de custos com reformas antecipadas nos montantes de 10,4 milhões de euros e de 3,9 milhões de euros em 2010 e 2009, respectivamente, pelo que, excluindo estes impactos, os custos com o pessoal aumentaram 2,3%. A evolução dos custos com o pessoal foi determinada pelo acréscimo de 12,0% relevado na actividade internacional, dada a redução observada na actividade em Portugal. Na actividade internacional, os maiores custos com o pessoal traduzem fundamentalmente os aumentos registados pelas operações desenvolvidas em Angola e em Moçambique, em ambos os casos associados ao reforço do quadro de Colaboradores, no âmbito dos planos de expansão em curso, bem como pelo Bank Millennium na Polónia, ampliado pelo efeito cambial da valorização do zloti face ao euro. Estes desempenhos foram, contudo, parcialmente contrariados pela diminuição dos custos com o pessoal na Banca Millennium na Roménia e no Millennium bank na Grécia. Na actividade em Portugal, os custos com o pessoal, entre 2009 e 2010, diminuíram 0,9% (-2,0% excluindo o impacto dos custos com reformas antecipadas anteriormente mencionado), beneficiando sobretudo da redução dos custos com pensões e dos encargos sociais facultativos, não obstante o aumento das remunerações, induzido fundamentalmente pelo processo anual de actualização salarial. Os custos com o pessoal na actividade em Portugal reflectiram também a redução do quadro de Colaboradores, num total de 152 Colaboradores, entre o final de 2009 e o final de 2010, como resultado da consolidação de iniciativas orientadas para a alocação eficiente dos recursos, designadamente o incentivo ao desenvolvimento de competências comerciais e consequente rotação de funções e mobilidade de Colaboradores para reforço das áreas comerciais.

Custos com o pessoal Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

Remunerações 619,7 583,2 623,6 6,3%Encargos sociais obrigatórios

Fundo de pensões 127,7 137,4 125,6 -7,1%Outros 104,0 98,6 110,5 5,4%

Encargos sociais facultativos 29,3 35,1 41,8 -16,5%Outros custos 10,6 11,0 13,8 -3,4%

891,3 865,3 915,3 3,0%

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2009 face a 2008 Os custos com o pessoal situaram-se em 865,3 milhões de euros em 2009, registando uma diminuição de 5,5% face aos 915,3 milhões de euros apurados em 2008. Os custos com o pessoal incluem, em 2009, a contabilização de custos com reformas antecipadas, no montante de 3,9 milhões de euros, e, em 2008, a anulação de parte da remuneração variável periodificada em 2007, no montante de 18,0 milhões de euros, e custos de reestruturação de 7,8 milhões de euros, pelo que, excluindo estes impactos, os custos com o pessoal reduziram 6,9%. O comportamento dos custos com o pessoal reflecte a diminuição dos custos na generalidade das rubricas, nomeadamente da remuneração a empregados e a órgãos de gestão e fiscalização, não obstante o crescimento dos custos com pensões, beneficiando do controlo dos custos alcançado na actividade em Portugal e, fundamentalmente, dos menores custos relevados na actividade internacional. Em Portugal, os custos com o pessoal situaram-se em 604,3 milhões de euros (592,7 milhões de euros em 2008). Em base comparável, a evolução dos custos com o pessoal evidencia a diminuição dos custos com remunerações, contrariando o aumento dos custos com pensões, tendo globalmente reduzido 0,4%. Adicionalmente, a evolução dos custos com o pessoal em Portugal beneficiou da simultânea redução do quadro de colaboradores, num total de 285 colaboradores entre 31 de Dezembro de 2008 e de 2009, reflectindo a substituição parcial das saídas voluntárias de colaboradores. Paralelamente, em 2009, prosseguiu a optimização da alocação de recursos, nomeadamente através do Programa de Desenvolvimento de Competências Comerciais, enfocado no incentivo da mobilidade de colaboradores dos serviços centrais para as redes comerciais, visando incrementar os níveis de motivação dos colaboradores e a obtenção de ganhos de produtividade, a par do reforço do apoio aos clientes e do aprofundamento do relacionamento comercial. Em 2009, o menor montante de remunerações variáveis e a redução do número médio de colaboradores permitiram neutralizar o efeito da actualização salarial e o acréscimo nos custos com pensões. A diminuição de 19,1% dos custos com o pessoal na actividade internacional foi essencialmente determinada pelo Bank Millennium na Polónia, materializando o redimensionamento do respectivo quadro de colaboradores, e, embora em menor escala, pelo Millennium bank na Grécia e pelo Millennium bcpbank nos Estados Unidos da América, sendo que o crescimento dos custos com o pessoal nas subsidiárias em Angola e em Moçambique decorre dos planos de expansão implementados nestas geografias e consequente reforço do quadro de colaboradores.

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Outros gastos administrativos

2010 face a 2009 Os outros gastos administrativos situaram-se em 601,8 milhões de euros em 2010, que compara com 570,2 milhões de euros em 2009 (+5,6%), reflectindo sobretudo o comportamento dos gastos associados a outsourcing e trabalho independente, publicidade, rendas, seguros e outros serviços especializados, evidenciando-se, contudo, as poupanças alcançadas nos custos com deslocações, estadias e despesas de representação, comunicações e transportes. A evolução dos outros gastos administrativos traduz o comportamento relevado quer pela actividade em Portugal, quer pela actividade internacional. Na actividade em Portugal, os outros gastos administrativos totalizaram 331,9 milhões de euros em 2010, comparando com os 314,3 milhões de euros em 2009 (+5,6%), influenciados fundamentalmente pelos custos com avenças e honorários e com serviços de outsourcing, sobretudo como suporte à actividade de recuperação de crédito, os quais foram parcialmente mitigados pela contenção de custos alcançada em diversos fornecimentos e serviços de terceiros, beneficiando adicionalmente do redimensionamento da rede de distribuição para um total de 892 sucursais em 31 de Dezembro de 2010. Na actividade internacional, consubstanciando a estratégia de foco nos mercados europeus e de prossecução do investimento nos mercados de afinidade, a rede de distribuição global reduziu para 852 sucursais, no final de 2010, repercutindo o impacto da alienação das operações na Turquia e nos Estados Unidos da América (-35 sucursais) e também por influência da racionalização das redes de sucursais das operações na Polónia e na Grécia, na sequência da revisão dos respectivos planos de expansão, apesar da ampliação das redes de distribuição concretizada nos mercados angolano e moçambicano, com mais 16 e mais 9 sucursais, respectivamente. Os outros gastos administrativos, na actividade internacional, cifraram-se em 269,9 milhões de euros em 2010, representando um aumento de 5,5% face aos 255,9 milhões de euros apurados em 2009, como resultado da evolução dos gastos com serviços especializados, rendas, publicidade e seguros, principalmente associados à mencionada expansão das redes de distribuição das operações em Angola e em Moçambique. Contudo, destaca-se o controlo dos outros gastos administrativos no Bank Millennium na Polónia, excluindo o efeito cambial da valorização do zloti face ao euro, beneficiando das iniciativas implementadas com enfoque na melhoria da eficiência operativa.

Outros gastos administrativos Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

Água, energia e combustíveis 21,2 19,9 21,4 6,6%Material de consumo corrente 7,7 7,7 9,9 0,7%Rendas e alugueres 151,0 147,6 146,4 2,3%Comunicações 43,3 44,4 50,8 -2,4%Deslocações, estadias e representações 14,8 16,2 21,9 -8,6%Publicidade 43,8 39,7 53,6 10,3%Conservação e reparação 41,4 40,2 46,2 2,9%Cartões e crédito imobiliário 16,6 14,8 21,7 12,0%Estudos e consultas 20,5 20,0 26,5 2,4%Informática 28,6 27,2 26,2 5,4%Outsourcing e trabalho independente 92,0 77,1 93,7 19,3%Outros serviços especializados 32,8 29,9 28,0 9,6%Formação do pessoal 2,9 2,9 3,3 -1,9%Seguros 17,9 14,6 15,6 22,5%Contencioso 8,3 7,8 9,1 5,8%Transportes 10,1 11,2 11,9 -9,3%Outros fornecimentos e serviços 48,9 49,0 56,4 -0,1%

601,8 570,2 642,6 5,6%

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2009 face a 2008 Os outros gastos administrativos reduziram 11,3% para 570,2 milhões de euros em 2009, que compara com os 642,6 milhões de euros contabilizados em 2008, beneficiando das poupanças alcançadas na maioria das rubricas, em particular ao nível dos serviços especializados, publicidade, economato, conservação e reparação, custos com deslocações, estadias e representações e custos com trabalho independente, não obstante a ampliação da rede de distribuição, para um total de 1.809 sucursais no final de 2009. A diminuição dos outros gastos administrativos foi favoravelmente influenciada, quer pela actividade em Portugal, quer pela actividade internacional, traduzindo o prosseguimento dos esforços de contenção e controlo de custos, através da implementação de medidas de simplificação organizativa e racionalização operativa em diversas operações do Grupo. Na actividade em Portugal, os outros gastos administrativos reduziram 15,5%, para 314,3 milhões de euros em 2009, denotando as poupanças evidenciadas na generalidade das rubricas, em particular em serviços especializados, trabalho independente, deslocações, estadias e representações, publicidade e economato, reflectindo o impacto das iniciativas de redução de custos que têm vindo a ser implementadas e, em menor grau, da redução do número de sucursais para um total de 911 no final de 2009. A evolução dos outros gastos administrativos na actividade internacional foi essencialmente determinada pelo Bank Millennium na Polónia, favoravelmente influenciada pela revisão do plano de expansão e consequente ajustamento da estrutura de custos aos níveis de actividade e pelo efeito cambial do zloti polaco face ao euro, o que mais do que neutralizou os aumentos registados nas subsidiárias em Angola, em Moçambique e na Roménia, em consonância com a estratégia de crescimento orgânico implementada nestas geografias. No âmbito da mencionada estratégia com enfoque em mercados específicos, registou-se um acréscimo na rede de sucursais da actividade internacional para um total de 898 sucursais no final de 2009 (+12 face a Dezembro de 2008), alicerçada na expansão da rede de distribuição das operações desenvolvidas na Roménia, com mais 9 sucursais, em Moçambique e em Angola, com mais 16 e 7 sucursais, respectivamente, parcialmente mitigada pelo menor número de sucursais na Polónia (-18). Entre 2008 e 2009, na actividade internacional, as poupanças de maior relevância alcançadas no agregado dos outros gastos administrativos centraram-se nas rubricas de publicidade e de conservação e reparação, as quais foram parcialmente contrariadas pelos gastos com serviços especializados e rendas, reflectindo a adaptação da estrutura de custos das operações aos volumes de produção e aos modelos de negócio em cada um dos mercados. Amortizações do exercício 2010 face a 2009 As amortizações do exercício situaram-se em 110,2 milhões de euros em 2010, que comparam com os 104,8 milhões de euros contabilizados em 2009. O comportamento das amortizações do exercício foi determinado essencialmente pelo maior nível de amortizações relevado pela actividade internacional, nomeadamente pelo impacto da amortização residual de activos excluídos do processo de alienação do Millennium bcpbank nos EUA, a par do aumento das amortizações do exercício evidenciado pelo Banco Millennium Angola, bem como pelo Millennium bim em Moçambique, na sequência dos investimentos de suporte à expansão da actividade que têm vindo a ser efectuados nestes dois mercados. Por seu turno, na actividade em Portugal, as amortizações do exercício apresentaram uma redução de 9,2%, fundamentalmente como resultado do menor nível de amortizações relacionadas com equipamentos e com imóveis, induzido pelo gradual termo do

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período de amortização de investimentos realizados, o que mais do que compensou o aumento de amortizações de software, como resultado do esforço contínuo de renovação tecnológica, visando nomeadamente a constante adaptação aos requisitos de negócio, quer por via da introdução de novas funcionalidades, quer através da optimização de processos e metodologias. 2009 face a 2008 As amortizações do exercício cifraram-se em 104,8 milhões de euros em 2009, evidenciando uma diminuição de 7,2% face aos 112,9 milhões de euros relevados em 2008, influenciada sobretudo pela actividade em Portugal, mas também pela actividade internacional, não obstante os planos de expansão em curso, nomeadamente os operados em Angola e em Moçambique, repercutindo, simultaneamente, o efeito da desvalorização cambial face ao euro evidenciada por algumas operações no exterior. As amortizações do exercício na actividade em Portugal, que representam 57,3% do total de amortizações consolidadas, reduziram 9,9%, determinadas pelo menor nível de amortizações na generalidade das rubricas, em particular nas amortizações relacionadas com imóveis, como resultado do progressivo termo do período de amortizações previsto para os investimentos concretizados, e pelo impacto da alienação de activos. Imparidade do crédito e recuperações de crédito

2010 face a 2009 A imparidade do crédito (líquida de recuperações) cifrou-se em 713,3 milhões de euros em 2010, comparando com 560,0 milhões de euros em 2009, reflectindo o reforço das dotações para imparidade do crédito, em linha com as expectativas associadas ao prolongamento do enquadramento económico-financeiro adverso. O custo do risco, avaliado pela proporção das dotações para imparidade do crédito (líquidas de recuperações) em função da carteira de crédito, situou-se em 93 pontos base em 2010, subindo 21 pontos base, face aos 72 pontos base apurados para 2009. O comportamento da imparidade do crédito (líquida de recuperações) traduz, essencialmente, a evolução evidenciada pela actividade em Portugal, influenciada pelo aumento dos níveis de incumprimento, não obstante o enfoque no reforço da prevenção e dos processos de controlo e gestão dos riscos. Na actividade internacional, os aumentos da imparidade do crédito (líquida de recuperações) relevados pelo Millennium bank na Grécia e, embora em menor volume, também pelas operações desenvolvidas na Suíça, como resultado da desvalorização dos colaterais financeiros, e em Angola e em Moçambique, acompanhando a expansão da actividade comercial, foram mais do que compensados pela redução das dotações para imparidade do crédito no Bank Millennium na Polónia, decorrente sobretudo do menor nível de imparidade associada ao crédito concedido a empresas.

Imparidade do crédito (líquida de recuperações) Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

Dotações para imparidade do crédito 743,8 593,4 637,5 25,3%Recuperações de crédito 30,5 33,4 92,8 -8,4%

713,3 560,0 544,7 27,4%Custo do risco:

Dotações em % do crédito (bruto) 97 p.b. 77 p.b. 83 p.b. 20 p.b.Dotações líquidas de recuperações em % do crédito (bruto) 93 p.b. 72 p.b. 71 p.b. 21 p.b.

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2009 face a 2008 A imparidade do crédito (líquida de recuperações) totalizou 560,0 milhões de euros em 2009, comparando com 544,7 milhões de euros em 2008, reflectindo ainda as dificuldades do ciclo económico. Contudo, em 2009 registou-se um menor nível de dotações para imparidade do crédito, embora acompanhado por uma diminuição mais do que proporcional do volume de recuperações de crédito face ao montante relevado em 2008. O custo do risco, medido pela proporção de dotações para imparidades (líquidas de recuperações) no total da carteira de crédito, situou-se em 72 p.b. em 2009, face aos 71 p.b. relevados em 2008. As dotações para imparidade do crédito cifraram-se em 593,4 milhões de euros em 2009, comparando com 637,5 milhões de euros em 2008. Esta evolução foi influenciada fundamentalmente pela redução evidenciada na actividade em Portugal, traduzindo a melhoria observada na reavaliação dos colaterais financeiros, no seguimento da gradual normalização das condições nos mercados financeiros, e o efeito dos esforços que têm vindo a ser empreendidos no domínio da prevenção e gestão do risco. Por seu turno, na generalidade das operações internacionais, em particular no Bank Millennium na Polónia, registou-se o reforço das dotações para imparidade do crédito a empresas e do crédito ao consumo, como consequência da deterioração da situação financeira de algumas empresas e da diminuição do valor das garantias associadas ao crédito pessoal, por um lado, e da simultânea avaliação da carteira de crédito, nomeadamente do crédito reestruturado relativo a transacções com derivados cambiais, por outro, tendo em vista cobrir o risco potencial de deterioração adicional da carteira de crédito. Outras imparidades e provisões As outras imparidades e provisões incorporam as dotações para imparidades de outros activos, entre os quais os activos recebidos em dação por via da resolução de contratos de crédito com clientes, a imparidade do goodwill e as outras provisões. 2010 face a 2009 As outras imparidades e provisões totalizaram 217,6 milhões de euros em 2010, que comparam com 97,4 milhões de euros em 2009, influenciadas essencialmente pelo reconhecimento de imparidade no montante de 147,1 milhões de euros, contabilizada nos segundo e quarto trimestres de 2010, relativa ao goodwill do Millennium bank na Grécia, em conformidade com a política contabilística do Grupo e o disposto na IAS 36, tendo em consideração o impacto estimado da deterioração da situação económica da Grécia. Adicionalmente, a evolução das outras imparidades e provisões reflecte o maior nível de provisões contabilizado na actividade internacional, nomeadamente no Bank Millennium na Polónia e no Millennium bim em Moçambique, principalmente associado ao reforço de provisões relacionadas com garantias e outros compromissos. Apesar disso, as outras imparidades e provisões foram influenciadas pela redução do nível de dotações na actividade em Portugal, beneficiando do decréscimo de dotações relacionadas com garantias e outros compromissos e de menores provisões para contingências diversas. 2009 face a 2008 As outras provisões cifraram-se em 97,4 milhões de euros em 2009, comparando com 44,5 milhões de euros em 2008, reflectindo sobretudo o maior nível de dotações contabilizadas na actividade em Portugal, em particular as dotações relacionadas com perdas por imparidade associadas a imóveis recebidos por via da resolução de contratos de crédito com clientes, que, no âmbito do processo de reavaliação regular destes activos, apresentaram uma descida do respectivo valor de mercado, a par do reforço de provisões constituídas para contingências diversas.

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Impostos sobre lucros 2010 face a 2009 Os impostos (correntes e diferidos) sobre lucros ascenderam a -3,1 milhões de euros em 2010, montante que compara com 46,2 milhões de euros em 2009. Os referidos impostos incluem o custo por impostos correntes no montante de 54,2 milhões de euros (65,6 milhões de euros em 2009), correspondente a uma taxa de 15,1% (22,2% em 2009), líquido do proveito por impostos diferidos no montante de 57,2 milhões de euros (19,4 milhões de euros em 2009). O proveito por impostos diferidos apurado em 2010 corresponde, sobretudo, ao incremento da taxa nominal de imposto em 2,5 pontos percentuais, decorrente da derrama estadual introduzida pela Lei n.º 12-A/2010, de 30 de Junho. A redução do imposto por comparação com 2009 decorre, fundamentalmente, do referido efeito da alteração da taxa nominal de impostos diferidos (activos e passivos) e da realização de menos-valias fiscais na liquidação e alienação de sociedades. 2009 face a 2008 Os impostos sobre lucros ascenderam a 46,2 milhões de euros em 2009, montante que compara com 84,0 milhões de euros em 2008, a que corresponde uma taxa efectiva de imposto de 15,6% (24,6% em 2008). Os referidos impostos incluem o custo por impostos correntes no montante de 65,6 milhões de euros líquido do proveito por impostos diferidos no montante de 19,4 milhões de euros. O proveito por impostos diferidos apurado em 2009 corresponde, fundamentalmente, à criação de imposto diferido activo associado a provisões, designadamente para crédito, e ao reconhecimento de prejuízos fiscais reportáveis, líquidos da redução do imposto diferido activo relativo a encargos com pensões cujo reconhecimento fiscal ocorreu no exercício. A redução da taxa efectiva de imposto em 9%, passando a mesma de 24,6% em 2008 para 15,6% em 2009, decorre, fundamentalmente, do aumento de resultados das sociedades consolidadas pelo método da equivalência patrimonial e de mais-valias na alienação de participações financeiras. Interesses que não controlam 2010 face a 2009 Os interesses que não controlam incluem a parte atribuível a terceiros dos resultados das empresas subsidiárias consolidadas pelo método integral nas quais o Grupo não detém a totalidade do capital social, repercutindo, fundamentalmente, os montantes associados com as participações detidas no Bank Millennium na Polónia, no Banco Millennium Angola e no Millennium bim em Moçambique. Os interesses que não controlam situaram-se em 59,3 milhões de euros em 2010, comparando favoravelmente com os 24,1 milhões de euros contabilizados em 2009, beneficiando do crescimento dos resultados líquidos relevados pela generalidade daquelas subsidiárias, em particular pelo Bank Millennium na Polónia e também, embora em menor escala, pelo Banco Millennium Angola e pelo Millennium bim.

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2009 face a 2008 Os interesses que não controlam contabilizados em 2008 resultaram essencialmente das participações financeiras detidas pelo Grupo no capital social do Bank Millennium na Polónia e do Millennium bim em Moçambique, enquanto em 2009 passaram também a ser relevados os interesses que não controlam relacionados com o Banco Millennium Angola, após a dispersão a novos accionistas do capital social desta associada concretizada no primeiro trimestre de 2009. Os interesses que não controlam totalizaram 24,1 milhões de euros em 2009, comparando com 56,8 milhões de euros em 2008. Esta evolução foi influenciada sobretudo pelo comportamento dos resultados líquidos do Bank Millennium na Polónia, não obstante o acréscimo dos interesses que não controlam originado pela mencionada dispersão de capital social do Banco Millennium Angola e a relativa estabilidade dos resultados líquidos do Millennium bim em Moçambique, face ao exercício anterior. 11.1.2 Análise do Balanço Consolidado

Balanço agregado em 31 de Dezembro

Activo

Disponibilidades e aplicações em bancos centrais e instituições de crédito 5.087 5.110 6.005 -0,4% Crédito a clientes 73.905 75.191 75.165 -1,7%

Não titulado -100,0%Titulado (1,000)

Activos financeiros detidos para negociação 5.136 3.357 3.903 53,0% Activos financeiros disponíveis para venda 2.573 2.699 1.714 -4,7% Activos financeiros detidos até à maturidade 6.745 2.027 1.102 232,7% Investimentos em associadas 397 439 344 -9,5% Activos não correntes detidos para venda 997 1.343 826 -25,8% Outros activos tangíveis, goodwill e activos intangíveis 1.018 1.181 1.286 -13,8% Activos por impostos correntes e diferidos 723 609 605 18,6% Outros (1) 3.429 3.594 3.474 -4,6%Total do Activo 100.010 95.550 94.424 4,7%

Passivo Depósitos de Bancos Centrais e outras instituições de crédito 20.077 10.306 9.339 94,8% Depósitos de clientes 45.609 46.307 44.907 -1,5% Títulos de dívida emitidos 18.137 19.953 20.516 -9,1% Passivos financeiros detidos para negociação 1.176 1.072 2.139 9,7% Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados 4.038 6.346 6.714 -36,4% Passivos não correntes detidos para venda – 436 – -100,0% Passivos subordinados 2.039 2.232 2.599 -8,6% Outros (2) 1.686 1.678 1.962 0,4%Total do Passivo 92.762 88.330 88.176 5,0%

Capitais Próprios Capital 4.695 4.695 4.695 – Títulos próprios -82 -86 -59 – Prémio de emissão 192 192 183 – Acções preferenciais 1.000 1.000 1.000 – Outros instrumentos de capital 1.000 1.000 – – Reservas e resultados acumulados -357 -150 -60 –

Lucro do período atribuível aos accionistas do Banco 302 225 201 33,9%Total de Capitais Próprios atribuíveis aos Accionistas do Banco 6.750 6.876 5.960 -1,8%

Interesses que não controlam 498 344 288 44,5%Total de Capitais Próprios 7.248 7.220 6.248 0,4%Total do Passivo e Capitais Próprios 100.010 95.550 94.424 4,7%

(1) Inclui Activos com acordo de recompra, Derivados de cobertura, Propriedades de investimento e Outros activos.(2) Inclui Derivados de cobertura, Provisões, Passivos por impostos correntes e diferidos e Outros passivos.

Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

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Balanço agregado 2010 face a 2009 O prolongamento da conjuntura económica adversa e a mais recente crise da dívida soberana, afectando de modo particular os mercados europeus periféricos, incluindo Portugal, induziram uma nova vaga de instabilidade, de incerteza e de aversão ao risco nos mercados financeiros internacionais, que não só dificultaram a mobilização de recursos financeiros pelas instituições financeiras daqueles mercados, como aumentaram os prémios de risco e limitaram a correspondente capacidade de concessão de crédito. O sistema bancário português revelou, contudo, capacidade para ultrapassar os constrangimentos ao refinanciamento de dívida nos mercados por grosso, recorrendo a alternativas para a obtenção de fundos essenciais ao financiamento regular da actividade económica, tanto pela dinamização e mobilização dos recursos de clientes, como pela acrescida detenção de activos financeiros em carteira necessários às operações de mercado aberto com o Banco Central Europeu. Em 2010, o Millennium bcp continuou a promover uma gestão criteriosa dos activos e passivos de modo a, por um lado, minimizar o efeito da alteração das referidas condições e fluxos de financiamento no abrandamento dos volumes de negócio e, por outro, manter sob controlo rigoroso a evolução do gap comercial, tanto na actividade em Portugal como na actividade internacional tendo, deste modo, preservado globalmente a sua estrutura de balanço, não obstante a necessária adequação às condições prevalecentes, designadamente ao nível do activo com uma ligeira contracção no crédito concedido a clientes e com o reforço da carteira de activos financeiros, em especial por via de Bilhetes do Tesouro e de outros títulos de emissores públicos, tendo em vista a sua eventual utilização como colateral em operações de refinanciamento junto de Bancos Centrais. O activo total atingiu 100.010 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, que compara com os 95.550 milhões de euros apurados em 31 de Dezembro de 2009. O crédito a clientes, em base comparável, que representava 76% do activo total, cifrou-se em 76.411 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, registando uma contracção face a 31 de Dezembro de 2009 (76.935 milhões de euros), não obstante o crescimento do crédito a particulares, beneficiando do aumento do crédito à habitação. Esta evolução reflecte as condicionantes acima mencionadas, bem como a criteriosa avaliação e selecção das exposições ao risco de crédito. O reforço da carteira de títulos ocorreu quer ao nível dos activos financeiros detidos até à maturidade, que ascenderam a 6.745 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010 (2.027 milhões de euros no final de 2009), quer dos activos financeiros disponíveis para venda e dos activos financeiros detidos para negociação, que evidenciaram uma subida conjunta de 27,3%, totalizando 7.709 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, nomeadamente por via da aquisição de títulos elegíveis para colateral em eventuais operações de refinanciamento junto de Bancos Centrais, destacando-se o reforço da carteira de Bilhetes do Tesouro e outros títulos de Dívida Pública. O passivo evidenciou um aumento de 5,0%, situando-se nos 92.762 milhões de euros no final de Dezembro de 2010 (88.330 milhões de euros no final de 2009), influenciado pelo crescimento de 94,8% dos depósitos de Bancos Centrais e de outras instituições de crédito, que atingiram os 20.077 milhões de euros (10.306 milhões de euros em 2009), traduzindo fundamentalmente o maior volume de recursos financeiros de curto prazo obtidos junto do Banco Central Europeu, atenuando as dificuldades emergentes do funcionamento atípico dos mercados interbancários. A evolução do passivo foi, contudo, também afectada pela redução dos volumes dos outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados (-36,4%) e dos títulos de dívida emitidos (-9,1%), como resultado da forte limitação de acesso ao financiamento nos mercados por grosso após o primeiro trimestre de 2010.

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Os capitais próprios evoluíram de 7.220 milhões de euros no final de 2009 para 7.248 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010 (+28 milhões de euros), beneficiando essencialmente do apuramento de resultados líquidos positivos em 2010 no montante de 302 milhões de euros. A evolução dos capitais próprios reflecte, também, os impactos da distribuição de lucros e da remuneração de acções preferenciais, nos montantes de 89 milhões de euros e de 49 milhões de euros, respectivamente, bem como a variação negativa das reservas de justo valor, no montante de 246 milhões de euros, associadas à carteira de activos financeiros disponíveis para venda, fundamentalmente relacionada com a reavaliação da reserva de justo valor resultante da participação de 49,0% detida na Millenniumbcp Ageas e com a operação de alienação da participação financeira de 2,7% detida na Eureko, BV, concretizada no final de 2010. 2009 face a 2008 O activo total ascendeu a 95.550 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, comparando com os 94.424 milhões de euros apurados em 31 de Dezembro de 2008. O crescimento do activo foi essencialmente determinado pelo aumento conjunto dos activos financeiros disponíveis para venda e dos activos financeiros detidos para negociação em 7,8% (+439 milhões de euros), com destaque para o acréscimo da carteira de obrigações de outros emissores nacionais, e dos activos financeiros detidos até à maturidade (+926 milhões de euros), reflectindo a aquisição de títulos elegíveis para colateral em eventuais operações de refinanciamento junto de Bancos Centrais. O crédito a clientes (líquido) representa cerca de 79% do activo total e praticamente estabilizou em relação ao final de 2008, ascendendo a 75.191 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009. O comportamento do activo total foi ainda influenciado pelo menor volume (-14,9%) das disponibilidades e aplicações monetárias em instituições de crédito, nomeadamente das aplicações do Grupo em instituições de crédito no país, reflexo dos condicionalismos dos mercados e da adopção pelo Grupo de critérios de prudência e flexibilidade de actuação na gestão de liquidez. O passivo estabilizou face ao final do ano anterior, atingindo 88.330 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009 (88.176 milhões de euros, em 31 de Dezembro de 2008), destacando-se, no entanto, o aumento dos depósitos de clientes em 3,1% (+1.400 milhões de euros) face ao final de 2008, em particular dos depósitos a prazo, e o acréscimo dos depósitos de Bancos Centrais e outras instituições de crédito em 10,3% (+967 milhões de euros), por contraponto à redução dos passivos financeiros detidos para negociação e dos títulos de dívida emitidos em 49,9% e 2,7%, respectivamente, e, em menor volume, dos passivos subordinados. Os capitais próprios foram reforçados de 6.248 milhões de euros no final de 2008 para 7.220 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009 (+972 milhões de euros), beneficiando essencialmente da emissão de Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados com Juros Condicionados no montante de 1.000 milhões de euros e do apuramento de resultados líquidos positivos em 2009. O valor dos capitais próprios foi reduzido, neste mesmo período, em face da distribuição de lucros e pelo pagamento de dividendos de acções preferenciais, nos montantes de 79 milhões de euros e de 49 milhões de euros, respectivamente, pelas diferenças cambiais associadas à consolidação de empresas do Grupo e pela variação negativa das reservas de justo valor, no montante de 121 milhões de euros, associadas à carteira de activos financeiros disponíveis para venda, essencialmente relacionada com a reavaliação da participação financeira detida na Eureko, BV, efectuada em 2009.

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Créditos a clientes Por segmentos de clientes e sectores:

Por sectores e geografias:

Crédito a clientes (*)

Particulares Hipotecário 31.036 28.964 28.173 7,2% Consumo 4.846 5.083 4.827 -4,7%

35.882 34.047 33.000 5,4%

Empresas Serviços 16.041 16.405 14.979 -2,2% Comércio 4.603 5.205 5.370 -11,6% Construção 5.091 5.453 5.563 -6,6% Outros 14.794 15.825 16.853 -6,5%

40.529 42.888 42.765 -5,5%

Crédito a clientes 76.411 76.935 75.765 -0,7%Créditos relacionados com activosparcialmente alienados (1) – 413 880

Total 76.411 77.348 76.645

(*) Antes de imparidades para crédito.(1) Millennium bank Turquia e Millennium bcpbank EUA.

Milhões de euros

2010 2009 2008Var. %

10/09

Crédito a clientes (*)

HipotecárioActividade em Portugal 22.533 21.518 20.893 4,7%Actividade Internacional 8.503 7.446 7.280 14,2%

31.036 28.964 28.173 7,2%Consumo

Actividade em Portugal 2.922 3.305 3.157 -11,6%Actividade Internacional 1.924 1.778 1.670 8,2%

4.846 5.083 4.827 -4,7%Empresas

Actividade em Portugal 33.461 35.802 36.118 -6,5%Actividade Internacional 7.068 7.086 6.647 -0,3%

40.529 42.888 42.765 -5,5%

Crédito a clientesActividade em Portugal 58.917 60.625 60.168 -2,8%Actividade Internacional 17.494 16.310 15.597 7,3%

76.411 76.935 75.765 -0,7%Créditos relacionados com activosparcialmente alienados (1) – 413 880

Total 76.411 77.348 76.645

(*) Antes de imparidades para crédito.(1) Millennium bank Turquia e Millennium bcpbank EUA.

Var. % 10/09

Milhões de euros

2010 2009 2008

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2010 face a 2009 Num contexto particularmente difícil para a actividade de intermediação financeira, conforme abordado anteriormente, o Millennium bcp adequou a sua política de concessão de crédito ao mencionado objectivo de controlo rigoroso da evolução do gap comercial, reformulando a oferta de soluções de financiamento a empresas e a particulares, ajustando parcialmente o preço ao custo do funding associado, mitigando o risco por via do reforço dos níveis de colateralização e promovendo a identificação de novas oportunidades de negócio. O crédito a clientes, em base comparável, atingiu 76.411 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, registando uma ligeira contracção face aos 76.935 milhões de euros relevados em 31 de Dezembro de 2009. O comportamento do crédito a clientes foi sobretudo condicionado pelo crédito a empresas, o qual totalizou 40.529 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010 (-5,5%), visto que o crédito a particulares registou um crescimento de 5,4%, suportado pelo aumento de 7,2% do crédito à habitação. A evolução da carteira de crédito a clientes foi influenciada essencialmente pela actividade em Portugal, que registou uma diminuição de 2,8%, enquanto que a actividade internacional evoluiu favoravelmente, registando um aumento de 7,3% face ao final de 2009, impulsionado pelas boas performances das subsidiárias na Polónia, em Moçambique e em Angola, sendo nestes últimos mercados suportada pela colocação de soluções de financiamento inovadoras e adequadas às necessidades e perfil dos clientes. O menor volume de crédito concedido a clientes, face ao final de 2009, reflecte também o impacto do clima de forte incerteza sobre o adiamento das decisões de investimento, bem como a desalavancagem das empresas e o menor recurso ao crédito ao consumo por parte das famílias, não obstante os persistentes baixos níveis de taxas de juro, explicado, em parte, pela desmobilização e utilização de poupanças. Com efeito, o ritmo de crescimento do crédito concedido a clientes particulares, em 2010, foi desacelerado pela selecção mais criteriosa na aquisição de bens duradouros, enquanto que no crédito a empresas a contracção nos volumes de crédito concedido teve maior incidência nos sectores de actividade mais expostos a alterações do ciclo económico, como nos casos do comércio, serviços e construção. Entre 31 de Dezembro de 2009 e 31 de Dezembro de 2010, a estrutura da carteira de crédito registou níveis idênticos de diversificação, continuando o crédito a empresas a posicionar-se como a componente dominante da carteira de crédito concedido a clientes, com um peso de 53,0% da carteira, enquanto o crédito a particulares representava 47,0% do crédito total. A evolução do crédito a clientes reflectiu sobretudo o crescimento de 5,4% do crédito a particulares que atingiu 35.882 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, face aos 34.047 milhões de euros no final de 2009, suportado fundamentalmente pelo crédito à habitação que evidenciou uma subida de 7,2%, ao atingir 31.036 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010. O comportamento favorável do crédito à habitação em 2010 foi influenciado pelas subidas registadas quer na actividade em Portugal (+4,7%), embora com abrandamento do ritmo em face da conjuntura adversa, quer na actividade internacional (+14,2%), com especial destaque para o desempenho do Bank Millennium na Polónia. O crédito ao consumo ascendeu a 4.846 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, que compara com os 5.083 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, representando 6,3% do total da carteira de crédito concedido a clientes. Para esta evolução contribuiu sobretudo a actividade em Portugal, que registou uma redução de 11,6% face ao final de 2009, parcialmente compensada pelo aumento de 8,2% observado na actividade internacional, beneficiando dos crescimentos no Bank Millennium na Polónia, no Banco Millennium Angola e no Millennium bim em Moçambique.

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O crédito a empresas totalizou 40.529 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, que compara com os 42.888 milhões de euros em igual data de 2009, mantendo-se como a principal componente da carteira de crédito. O abrandamento do crédito concedido a empresas, iniciado em 2009, resultou, em parte, dos efeitos do agravamento da conjuntura económica e financeira observados em 2010, designadamente na retracção do investimento privado, aliado à maior selectividade na concessão de crédito, não obstante o reforço de linhas de crédito às Pequenas e Médias Empresas (PME) e do apoio aos negócios e iniciativas empreendedoras, nomeadamente no âmbito dos protocolos celebrados com o IAPMEI, PME Investimentos e Sociedades de Garantia Mútua. O desempenho do crédito a empresas foi essencialmente determinado pela actividade em Portugal, a qual registou um decréscimo de 6,5%, em especial na Banca de Empresas, enquanto que a actividade internacional praticamente estabilizou. 2009 face a 2008 O crédito a clientes, em base comparável, totalizou 76.935 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, evidenciando um crescimento de 1,5% face aos 75.765 milhões de euros relevados em 31 de Dezembro de 2008, beneficiando dos desempenhos em Portugal (+0,8%) e, sobretudo, da actividade internacional (+4,6%), em particular das subsidiárias na Grécia, em Moçambique e na Polónia. O abrandamento no ritmo de concessão de crédito a clientes em 2009, face ao verificado em exercícios anteriores, reflecte o impacto da crise financeira sobre as decisões de investimento dos agentes económicos, bem como a redução do nível de endividamento das empresas, e sobre o adiamento das despesas de consumo por parte das famílias, não obstante a acentuada descida das taxas de juro. Com efeito, o crédito concedido a clientes particulares, apesar de ter aumentado em 2009, foi amortecido pelo menor consumo de bens duradouros, à semelhança do que se verificou no crédito a clientes empresas, cujo abrandamento afectou sobretudo os sectores que se revelam mais sensíveis às flutuações cíclicas, como os casos da construção, da indústria transformadora e do comércio. A estrutura da carteira de crédito consolidada manteve-se estável, entre 31 de Dezembro de 2008 e 31 de Dezembro de 2009, com o crédito a empresas a constituir a principal componente do crédito concedido a clientes, representando 55,7% da carteira, enquanto o crédito a particulares representava 44,3% do crédito total. A evolução do crédito a clientes foi determinada pelo crescimento de 3,2% no crédito a particulares, atingindo 34.047 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009 (33.000 milhões de euros no final de 2008), nomeadamente pelo crédito à habitação com uma subida de 2,8% para 28.964 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009. O desempenho do crédito à habitação beneficiou sobretudo do contributo da actividade em Portugal, que cresceu 3,0% em 2009, suportado pelos níveis historicamente baixos das taxas de juro de mercado, apesar do abrandamento na procura de crédito à habitação pelas famílias. A actividade internacional registou uma subida de 2,3% no crédito à habitação, face a 31 de Dezembro de 2008, com destaque para o Millennium bank na Grécia. O crédito ao consumo cresceu 5,3%, atingindo 5.083 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, mantendo uma expressão pouco significativa (6,6% do total) na carteira de crédito concedido a clientes. Este crescimento foi suportado pela actividade em Portugal, que registou uma subida de 4,7%, e pela actividade internacional, que registou um aumento de 6,4%, nomeadamente por via do Bank Millennium na Polónia e do Millennium bim em Moçambique. O crédito a empresas, principal componente da carteira de crédito, cifrou-se em 42.888 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, comparando com 42.765 milhões de euros no final de 2008, tendo sido condicionado pela conjuntura económica adversa e pela queda do investimento privado. Este desempenho foi essencialmente determinado pela actividade internacional, que registou um

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aumento de 6,6%, com destaque para o Millennium bank na Grécia e o Millennium bim em Moçambique. O crédito a empresas em Portugal praticamente estabilizou, embora evidenciando uma menor exposição ao segmento Corporate e simultaneamente um reforço do financiamento a Pequenas e Médias Empresas (PME), por via de uma crescente intervenção no apoio ao empreendedorismo, nomeadamente no quadro das linhas PME Investe disponibilizadas pelas redes comerciais. Qualidade da carteira de crédito

2010 face a 2009 A qualidade da carteira de crédito, avaliada pelos níveis dos indicadores de incumprimento, nomeadamente pela proporção de crédito vencido há mais de 90 dias em função do crédito total, situou-se em 3,0% em 31 de Dezembro de 2010 (2,3% em 31 Dezembro de 2009), reflectindo os efeitos do agravamento das condições económicas e financeiras das famílias e das empresas em 2010, não obstante os esforços empreendidos no controlo do risco, visando reforçar a prevenção, rever a concessão e dinamizar a recuperação de crédito. O rácio de cobertura do crédito vencido há mais de 90 dias por imparidades situou-se em 109,4% em 31 de Dezembro de 2010, comparando com 119,0% em igual data de 2009, embora na actividade em Portugal o grau de cobertura tenha praticamente estabilizado face ao observado no final do ano anterior. O crédito com incumprimento que, de acordo com a Instrução n.º 16/2004 do Banco de Portugal, na versão actualmente vigente, inclui o crédito vencido há mais de 90 dias e o crédito de cobrança duvidosa reclassificado como vencido para efeitos de provisionamento, situou-se em 4,5% do crédito total em 31 de Dezembro de 2010, comparando com 3,4% apurado na mesma data de 2009. O crédito vencido há mais de 90 dias cifrou-se em 2.290 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, comparando com 1.813 milhões de euros no final de 2009, evidenciando a deterioração das condições económicas dos clientes particulares e das empresas, reflectida nos níveis comparativamente superiores de incumprimento em 2010. A carteira de crédito vencido evoluiu em linha com as tendências sectoriais previstas para os mercados com presença de operações do Grupo, tendo afectado sobretudo a actividade em Portugal e das subsidiárias na Polónia e na Grécia.

Qualidade do crédito

Crédito a clientes (*) (1) 76.411 76.935 75.765 -0,7%

Crédito vencido (>90 dias) 2.290 1.813 700 26,3%Crédito vencido 2.500 2.032 851 23,0%Crédito com incumprimento (2) 3.410 2.616 1.005 30,3%

Imparidade do crédito (balanço) (1) 2.506 2.146 1.470 16,8%

Crédito vencido (>90 dias) / Crédito a clientes (*) 3,0% 2,3% 0,9%Crédito vencido / Crédito a clientes (*) 3,3% 2,6% 1,1%Crédito com incumprimento / Crédito a clientes (*) (2) 4,5% 3,4% 1,3%

Cobertura do crédito vencido (> 90 dias) 109,4% 119,0% 211,6%Cobertura do crédito vencido 100,2% 106,1% 173,9%Cobertura do crédito com incumprimento (2) 73,5% 82,4% 147,3%

(*) Antes de imparidades para crédito.(1) Em 2009 e 2008 exclui o crédito relacionado com activos parcialmente alienados - Millennium bank Turquia e Millennium bcpbank EUA.(2) Calculado de acordo com a Instrução n.º 16/2004 do Banco de Portugal.

Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

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205

O crédito vencido a empresas representava 71,5% do total do crédito vencido em carteira em 31 de Dezembro de 2010, com destaque para os sectores do comércio, da construção e dos serviços. O rácio de crédito vencido a empresas, medido pela relação entre o crédito vencido e o crédito total concedido a empresas evoluiu desfavoravelmente para 4,4%, quando comparado com o rácio de 3,6% apurado em 31 de Dezembro de 2009. Em relação ao crédito a particulares, o crédito vencido ao consumo e à habitação representavam 19,9% e 8,7%, respectivamente, do total de crédito vencido em carteira, com o rácio de crédito vencido à habitação em função do crédito total concedido à habitação a situar-se em 0,7%, em 31 de Dezembro de 2010, que compara com 0,5% no final de 2009, demonstrando, assim, o bom perfil de risco da carteira de crédito a clientes particulares. 2009 face a 2008 O rácio de crédito vencido há mais de 90 dias em função do crédito total, situou-se dentro dos parâmetros previstos para o contexto económico-financeiro adverso, tendo-se fixado em 2,3% em 31 de Dezembro de 2009, reflectindo ainda o efeito da reclassificação e relevação no Balanço de créditos vencidos totalmente provisionados que já haviam sido abatidos ao activo e que evidenciam alguma probabilidade de recuperação, no montante de 241,1 milhões de euros, na sequência da Carta Circular n.º 15/2009 do Banco de Portugal. O rácio de cobertura do crédito vencido há mais de 90 dias por imparidade situou-se em 119,0% em 31 de Dezembro de 2009, comparando com 211,6% em igual data de 2008. O crédito com incumprimento situou-se em 3,4% do crédito total em 31 de Dezembro de 2009, comparando com 1,3% na mesma data de 2008. O crédito vencido há mais de 90 dias totalizou 1.813 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, comparando com 700 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2008, determinado pela deterioração das condições económicas dos clientes particulares e do tecido empresarial e, adicionalmente, pela referida reclassificação de créditos vencidos que haviam sido abatidos ao activo e que evidenciam alguma probabilidade de recuperação. Este comportamento da carteira de crédito vencido do Grupo acompanhou a tendência observada nos mercados em geral, afectando com especial incidência a actividade desenvolvida em Portugal e a do Bank Millennium na Polónia. O acréscimo do volume de crédito vencido ocorrido em 2009 afectou a generalidade dos sectores de actividade. Contudo, foram o crédito ao consumo e o crédito dos sectores da construção e do comércio que denotaram os maiores níveis de sinistralidade, avaliada pelo rácio de crédito vencido em proporção do crédito total.

Crédito vencido e imparidades em 31 de Dezembro de 2010

ParticularesHipotecário 216 174 0,7% 80,4%Consumo 497 385 10,2% 77,4%

713 559 2,0% 78,3%

EmpresasServiços 523 604 3,3% 115,7%Comércio 322 252 7,0% 78,5%Construção 457 301 9,0% 65,7%Outras actividades internacionais 49 349 1,2% 705,1%Outros 436 441 4,1% 101,2%

1.787 1.947 4,4% 109,0%Total 2.500 2.506 3,3% 100,2%

Crédito vencido

Imparidade para riscos de crédito

Crédito vencido /Crédito total

Grau de cobertura

Milhões de euros

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206

Em 31 de Dezembro de 2009, o crédito vencido a empresas representava 75,5% do total do crédito vencido em carteira, concentrando-se com maior incidência nos sectores dos serviços, do comércio e da construção. O rácio de crédito vencido a empresas, medido pela relação entre o crédito vencido e o crédito total concedido a empresas, situou-se em 3,6%, evidenciando uma evolução desfavorável face ao correspondente rácio de 1,3% apurado no final de 2008. Ao nível do crédito a particulares, o crédito vencido ao consumo representava 17,4% do total de crédito vencido em carteira, enquanto que o crédito vencido à habitação representava 7,1% do total do crédito vencido, continuando a reflectir um bom perfil de risco da carteira, com o rácio de crédito vencido à habitação em função do crédito total concedido à habitação a situar-se em 0,5%, em 31 de Dezembro de 2009, que compara com 0,4% no final do ano anterior. Recursos de clientes Por natureza:

Crédito vencido e imparidades em 31 de Dezembro de 2009

ParticularesHipotecário 145 160 0,5% 110,0%Consumo 353 317 6,9% 89,8%

498 477 1,5% 95,7%Empresas

Serviços 476 454 2,9% 95,5%Comércio 350 357 6,7% 102,1%Construção 287 193 5,2% 67,4%Outras actividades internacionais 24 246 0,5% 1011,2%Outros 397 430 3,7% 108,2%

1.534 1.680 3,6% 109,6%Total 2.032 2.157 2,6% 106,1%

Milhões de euros

Crédito vencido

Imparidade para riscos de crédito

Crédito vencido /Crédito

Grau de cobertura

Recursos totais de clientes

Recursos de balanço de clientesDepósitos de clientes 45.609 45.822 44.083 -0,5%Débitos para com clientes titulados 5.733 4.685 6.775 22,3%

51.342 50.507 50.858 1,7%Recursos fora de balanço de clientes

Activos sob gestão 4.459 4.887 4.812 -8,8%

Produtos de capitalização (1) 11.795 11.122 9.655 6,0%

16.254 16.009 14.467 1,5%

Recursos totais de clientes 67.596 66.516 65.325 1,6%Recursos relacionados com activos

parcialmente alienados (2) – 486 939

Total 67.596 67.002 66.264

(1) Inclui produtos Unit linked e Planos poupança reforma.(2) Millennium bank Turquia e Millennium bcpbank EUA.

Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

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207

Por geografia:

2010 face a 2009 O crescimento dos recursos de clientes manteve-se em 2010 como um dos objectivos prioritários do Millennium bcp, adquirindo ainda uma maior relevância face às condições de financiamento mais restritivas nos mercados interbancários, tendo o Grupo apostado na inovação e na excelência do serviço ao cliente como factores distintivos e potenciadores das capacidades comerciais das redes de distribuição nas diferentes geografias. Neste sentido, o enfoque da política comercial centrou-se no reforço da oferta de soluções e produtos adequados às necessidades financeiras dos clientes nas vertentes de poupança e investimento, em função das necessidades de liquidez e dos perfis de risco dos clientes. Os recursos totais de clientes, em base comparável, atingiram 67.596 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, registando uma subida de 1,6%, face aos 66.516 milhões de euros na mesma data de 2009, apesar da diminuição dos activos sob gestão, tendo sido impulsionados pelos recursos de balanço de clientes (+1,7%) e pelos produtos de capitalização (+6,0%). Na actividade em Portugal, os recursos totais de clientes situaram-se em 51.143 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, comparando com os 50.803 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, destacando-se a estabilização dos recursos no Retalho. Na actividade internacional, os recursos totais de clientes registaram uma evolução favorável de 4,7%, atingindo 16.453 milhões de euros no final de 2010, destacando-se sobretudo o desempenho do Bank Millennium na Polónia (+15,7%), tanto ao nível dos recursos de balanço, como nos recursos fora de balanço, beneficiando adicionalmente do efeito cambial da valorização do zloti face ao euro, a par dos crescimentos evidenciados pelo Millennium bim em Moçambique e pelo Banco Millennium Angola, consubstanciando o enfoque na captação de depósitos de clientes. Os recursos de balanço de clientes totalizaram 51.342 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, que compara com 50.507 milhões de euros no final de 2009, reflectindo o acréscimo dos débitos para com clientes titulados (+22,3%), materializando o enfoque na captação de recursos de balanço de médio e longo prazos, tendo como objectivo a redução do gap comercial, através da disponibilização de produtos com rendibilidade atractiva e adaptados aos níveis de poupança dos clientes.

Recursos totais de clientes

Recursos de balançoActividade em Portugal 35.945 35.999 36.875 -0,2%Actividade Internacional 15.397 14.508 13.983 6,1%

51.342 50.507 50.858 1,7%Recursos fora de balanço

Actividade em Portugal 15.198 14.804 13.630 2,7%Actividade Internacional 1.056 1.205 837 -12,4%

16.254 16.009 14.467 1,5%

Recursos totais de clientes Actividade em Portugal 51.143 50.803 50.505 0,7%Actividade Internacional 16.453 15.713 14.820 4,7%

67.596 66.516 65.325 1,6%

Recursos relacionados com activosparcialmente alienados (1) – 486 939

Total 67.596 67.002 66.264

(1) Millennium bank Turquia e Millennium bcpbank EUA.

Milhões de euros

2010 2009 2008Var. % 10/09

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208

Os depósitos de clientes cifraram-se em 45.609 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010 (45.822 milhões de euros em igual data de 2009), condicionado pela actividade em Portugal que apresentou uma diminuição de 3,3%, parcialmente contrariada pelo aumento de 5,8% registado na actividade internacional, para o qual contribuíram os desempenhos do Millennium bim em Moçambique, do Banco Millennium Angola e, sobretudo, do Bank Millennium na Polónia. Os débitos para com clientes titulados totalizaram 5.733 milhões de euros no final de 2010, comparando com 4.685 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, denotando uma crescente receptividade dos clientes por este tipo de aplicações em alternativa aos tradicionais depósitos a prazo. Os recursos fora de balanço de clientes cresceram 1,5%, ascendendo a 16.254 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010 (16.009 milhões de euros relevados em igual data de 2009). A evolução favorável dos recursos fora de balanço que se vem assistindo desde 2009, revelou-se importante para o aumento dos recursos totais de clientes, embora os activos sob gestão tenham registado uma contracção de 8,8% face a 31 de Dezembro de 2009, tendo sido especialmente impulsionados pelos produtos de capitalização que evidenciaram uma performance positiva (+6,0%). A manutenção de níveis historicamente baixos das taxas de juro de mercado, embora evidenciando um aumento no último trimestre de 2010, motivaram uma crescente preferência dos clientes por soluções financeiras alternativas com rendibilidades atractivas e de baixo risco, em particular os produtos de capitalização. Os activos sob gestão decresceram de 4.887 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009 para 4.459 milhões de euros no final de 2010, influenciados pela instabilidade e volatilidade dos mercados financeiros e de capitais e pelo consequente impacto desfavorável nas opções de investimento dos clientes por produtos e soluções com maior exposição ao risco. Esta evolução foi determinada pelos desempenhos quer da actividade em Portugal, quer da actividade internacional, nomeadamente do Millennium bank na Grécia, apesar do comportamento favorável do Bank Millennium na Polónia. Os produtos de capitalização registaram um aumento de 6,0%, totalizando 11.795 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, face aos 11.122 milhões de euros no final de 2009, impulsionado por uma oferta diversificada e atractiva de produtos com benefícios fiscais, em particular os planos poupança reforma, beneficiando do desempenho da actividade em Portugal, com destaque para o Retalho e o Private Banking. 2009 face a 2008 Os recursos totais de clientes, em base comparável, registaram uma subida de 1,8%, atingindo 66.516 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, comparando com os 65.325 milhões de euros na mesma data de 2008, influenciada pelos crescimentos de 3,9% dos depósitos de clientes e de 15,2% dos seguros de capitalização, parcialmente neutralizados pelo decréscimo de 30,8% dos débitos para com clientes titulados. Na actividade em Portugal, os recursos totais de clientes evidenciaram um aumento de 0,6%, situando-se em 50.803 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, essencialmente suportado nos crescimentos evidenciados pelos segmentos de Corporate e Banca de Investimento (18,5%) e de Retalho e Empresas (6,0%). Na actividade internacional, os recursos totais registaram um acréscimo de 6,0%, atingindo 15.713 milhões de euros no final de 2009, com especial relevo para os desempenhos do Bank Millennium na Polónia e do Millennium bank na Grécia. Os recursos de balanço de clientes totalizaram 50.507 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009 (50.858 milhões de euros no final de 2008), reflectindo o decréscimo dos débitos para com clientes titulados, já que os depósitos de clientes registaram uma subida de 3,9%. A instabilidade nos mercados financeiros e a oferta diversificada de produtos de poupança contribuíram para a

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209

preferência dos clientes por aplicações de menor risco, nomeadamente pelos tradicionais depósitos a prazo. A evolução dos depósitos de clientes, de 44.083 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2008 para 45.822 milhões de euros em igual data de 2009 (+3,9%), foi suportada quer pela actividade em Portugal, quer pela actividade internacional, com os depósitos a crescerem 4,1% e 3,5%, respectivamente, com destaque para os desempenhos do segmento de Retalho e Empresas em Portugal e das subsidiárias na Grécia, na Roménia e na Polónia. Os débitos para com clientes titulados ascenderam a 4.685 milhões de euros no final de 2009, comparando com 6.775 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2008, traduzindo a menor propensão dos clientes por soluções de poupança a médio e longo prazo e a opção por estratégias de investimento mais conservadoras, num contexto de volatilidade dos mercados financeiros. Os recursos fora de balanço de clientes situaram-se em 16.009 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, apresentando um acréscimo de 10,7% em relação aos 14.467 milhões de euros relevados em igual data de 2008. O comportamento dos recursos fora de balanço revelou-se determinante para o aumento dos recursos totais de clientes, destacando-se o acréscimo de 15,2% nos seguros de capitalização, a par dos activos sob gestão que inverteram a trajectória descendente dos anos anteriores, registando um aumento de 1,6% face a 31 de Dezembro de 2008, reflectindo os sinais de retoma de confiança dos investidores e de crescente dinamismo na vertente accionista dos mercados de capitais. Os activos sob gestão totalizaram 4.887 milhões de euros no final de 2009 (4.812 milhões de euros no final de 2008), suportados pela actividade internacional, com destaque para o Bank Millennium na Polónia, cujo desempenho reflectiu também o efeito da variação cambial do zloti polaco face ao euro, e para o Millennium bank na Grécia. Os seguros de capitalização aumentaram 15,2%, cifrando-se em 11.122 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, comparando com 9.655 milhões de euros no final de 2008. Esta evolução foi determinada pelo desempenho da actividade em Portugal, com enfoque no segmento de Retalho e Empresas, evidenciando a capacidade do Banco na colocação de produtos e soluções desta natureza e a atractividade da oferta, tanto ao nível dos produtos com benefícios fiscais, como em termos da rendibilidade proporcionada, num contexto de taxas de juro de mercado historicamente baixas em 2009. Aplicações e recursos de instituições de crédito 2010 face a 2009 Os depósitos de instituições de crédito e Bancos Centrais, deduzidos das aplicações e disponibilidades em instituições de crédito, ascenderam a 16.474 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, comparando com os 7.440 milhões de euros apurados em igual data de 2009. Esta evolução foi explicada pela acrescida mobilização de fundos para responder às necessidades de liquidez de curto prazo do Grupo, especialmente através de operações de financiamento junto do Banco Central Europeu, face à forte limitação no acesso aos mercados interbancários e aos mercados wholesale, encontrando-se estes últimos praticamente fechados desde o segundo trimestre de 2010. Na secção sobre “Funding e Liquidez” (capítulo “Análise de Desempenho”, inserido no Volume 1 do Relatório e Contas 2010 do Banco, informação inserida por remissão no presente prospecto) são abordadas em detalhe as iniciativas desenvolvidas pelo Millennium bcp no âmbito do plano plurianual de gestão de liquidez – elaborado no início do segundo trimestre no pressuposto de prolongamento da ausência de funcionamento regular dos mercados de pelo menos até final de 2010 –, as quais permitiram ao Grupo assegurar a cobertura integral das necessidades estimadas de

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financiamento da actividade, num ambiente de rigoroso controlo do gap comercial. Na referida secção são também objecto de análise as operações relevantes que foram concretizadas visando o reforço da carteira de activos elegíveis para colateral em eventuais operações de refinanciamento junto de Bancos Centrais, bem como sobre a evolução tanto ao nível das diversas fontes de tomadas de fundos, como da estrutura temporal do financiamento no mercado monetário interbancário. 2009 face a 2008 Os depósitos de instituições de crédito e Bancos Centrais deduzidos das aplicações e disponibilidades em instituições de crédito situaram-se em 7.440 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, comparando com os 5.399 milhões de euros apurados em igual data de 2008, reflectindo a redução das aplicações do Grupo em outras instituições de crédito e, simultaneamente, o maior recurso aos mercados monetário e interbancário, no quadro da gestão das necessidades de financiamento a curto prazo do Grupo, beneficiando da melhoria das condições de liquidez nos mercados ao longo do exercício. Activos financeiros detidos para negociação e activos financeiros disponíveis para venda

2010 face a 2009 Os activos financeiros detidos para negociação e disponíveis para venda cresceram 27,3%, situando-se em 7.709 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010 (6.056 milhões de euros em igual data de 2009), reforçando para 7,7% o peso relativo no activo total (6,3% no final de 2009), não obstante a reclassificação contabilística operada no decurso de 2010, no montante global de 1.271 milhões de euros, para a carteira de activos financeiros detidos até à maturidade. Esta evolução foi impulsionada essencialmente pelo aumento dos activos financeiros detidos para negociação, em particular ao nível dos Bilhetes do Tesouro e outros títulos de dívida pública e da tomada de obrigações de emissores públicos nacionais no quadro da opção estratégica pelo investimento em activos financeiros para reforço da carteira de títulos elegíveis para colateral em eventuais operações de refinanciamento junto de Bancos Centrais, em especial do Banco Central Europeu.

Activos financeiros detidos para negociação e disponíveis para venda em 31 de Dezembro

% no total

% no total

% no total

Títulos de rendimento fixoObrigações de emissores públicos nacionais 932 12,1% 149 2,5% 307 5,5% Obrigações de emissores públicos estrangeiros 1.156 15,0% 1.084 17,9% 1.211 21,6% 6,6%Obrigações de outros emissores nacionais 225 2,9% 1.177 19,4% 161 2,9% -80,9%Obrigações de outros emissores estrangeiros 886 11,5% 576 9,5% 500 8,9% 53,8%Bilhetes do Tesouro e outros títulos de dívida pública 3.231 41,9% 1.191 19,7% 786 14,0% 171,3%

6.430 83,4% 4.177 69,0% 2.965 52,8% 53,9%

Títulos de rendimento variávelAcções de empresas nacionais 56 0,7% 124 2,0% 80 1,4% -54,8%Acções de empresas estrangeiras 71 0,9% 271 4,5% 414 7,4% -73,8%Unidades de participação 81 1,1% 340 5,6% 362 6,5% -76,2%Outros títulos de rendimento variável – 2 –

208 2,6% 737 12,1% 856 15,2% -71,8%

Imparidades para títulos vencidos (5) (5) (5) -

Derivados de negociação 1.076 14,0% 1.147 18,9% 1.801 32,0% -6,2%

7.709 100,0% 6.056 100,0% 5.617 100,0% 27,3%

10/09

Var. %

Milhões de euros

Montante

2010 2009 2008

Montante Montante

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Os títulos de rendimento fixo cifraram-se em 6.430 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, registando um aumento de 53,9% face aos 4.177 milhões de euros apurados na mesma data de 2009, reforçando o seu predomínio na carteira de activos financeiros detidos para negociação e disponíveis para venda (83,4%). Este reforço foi concretizado através da aquisição de títulos de dívida pública (Bilhetes do Tesouro e outros) e de obrigações de emissores públicos nacionais, tendo subjacente os objectivos atrás mencionados, a par das condições de investimento atractivas em face do binómio risco/remuneração que caracteriza este tipo de títulos. Os títulos de rendimento variável ascenderam a 208 milhões de euros no final de 2010, comparando com os 737 milhões de euros registados no final de 2009, evidenciando a redução da exposição a títulos desta natureza, destacando-se a menor expressão da carteira de acções de empresas estrangeiras, reflectindo particularmente o impacto da alienação, em Dezembro de 2010, da participação de 2,7% detida no capital social da Eureko, BV, a qual integrava a carteira de activos financeiros disponíveis para venda. Os derivados de negociação situaram-se em 1.076 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, representando uma redução de 6,2%, face aos 1.147 milhões de euros registados no final de 2009, reflectindo essencialmente o menor volume de trading de swaps de moeda em 2010. 2009 face a 2008 Os activos financeiros detidos para negociação e disponíveis para venda totalizaram 6.056 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, comparando com 5.617 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2008, representando 6,3% do activo total (5,9% em igual data de 2008). Esta evolução resultou essencialmente do acréscimo dos activos financeiros disponíveis para venda, em particular ao nível dos Bilhetes do Tesouro e outros títulos de dívida pública e da tomada de obrigações de outros emissores nacionais. No âmbito da gestão de liquidez do Grupo, o reforço da carteira de activos financeiros ocorrido em 2009 reflecte a aquisição de títulos destinados a integrar a pool de títulos elegíveis para colateral nas eventuais operações de refinanciamento junto de Bancos Centrais. Os títulos de rendimento fixo continuaram a predominar, situando-se em 4.177 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009 (2.965 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2008). A estrutura desta componente da carteira de títulos foi afectada pelo mencionado reforço das obrigações de outros emissores nacionais e dos Bilhetes do Tesouro e outros títulos de dívida pública, em detrimento das posições em obrigações de emissores públicos nacionais e estrangeiros. Os títulos de rendimento variável totalizaram 737 milhões de euros no final de 2009 (856 milhões de euros no final de 2008), com destaque para a redução da exposição a acções de empresas estrangeiras, a qual foi parcialmente compensada pelo reforço e pela valorização das acções de empresas nacionais detidas em carteira. Os derivados de negociação ascenderam a 1.147 milhões de euros no final de 2009, evidenciando uma redução de 36,3% face aos 1.801 milhões de euros registados no final de 2008, reflectindo o menor volume de trading de swaps de taxa de juro em 2009. Outros elementos patrimoniais 2010 face a 2009 Os Outros Elementos Patrimoniais, que integram os activos com acordo de recompra, os derivados de cobertura, os investimentos em associadas, as propriedades de investimento, os activos não correntes detidos para venda, os outros activos tangíveis, o goodwill e activos intangíveis, os activos por impostos correntes e diferidos e os outros activos, representavam 6,5% do total do activo

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consolidado, totalizando 6.564 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010, que comparam com os 7.166 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009. Esta evolução é explicada fundamentalmente pelas seguintes operações: i) conclusão do processo de alienação de 95% do capital social do Millennium Bank AS na Turquia em Dezembro de 2010, cujo património global havia sido registado, no final de 2009, pelo montante de 495,2 milhões de euros na rubrica de activos não correntes detidos para venda; e ii) reconhecimento, em 2010, de imparidade relativa ao goodwill do Millennium bank na Grécia no montante de 147,1 milhões de euros, registada na rubrica de goodwill e activos intangíveis. Os restantes elementos patrimoniais mantiveram-se praticamente estáveis face ao valor apurado em 31 de Dezembro de 2009. Informação complementar e detalhe sobre a composição e a evolução das mencionadas rubricas encontra-se descrita nas Notas às Demonstrações Financeiras consolidadas números 23, 25, 26, 27, 28, 29, 30 e 31, incluídas no Volume II do Relatório e Contas de 2010, informação inserida por remissão no presente prospecto. 2009 face a 2008 Os outros elementos patrimoniais situaram-se em 7.166 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009, que comparam com 6.535 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2008. Esta evolução foi influenciada sobretudo pelo acordo de alienação estabelecido em 2009 com vista à alienação de participação correspondente a 95% do capital social do Millennium Bank AS na Turquia, em resultado do qual o total de activos desta subsidiária passou a ser apresentado, de acordo com o disposto na IFRS 5, na rubrica “Activos não correntes detidos para venda”, pelo montante global de 495,2 milhões de euros, em 31 de Dezembro de 2009. Os restantes elementos patrimoniais mantiveram-se praticamente estáveis face ao valor apurado em 31 de Dezembro de 2008. Capitais próprios 2010 face a 2009 Os capitais próprios evoluíram de 7.220 milhões de euros no final de 2009 para 7.248 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2010 (+28 milhões de euros), beneficiando essencialmente do apuramento de resultados líquidos positivos em 2010 no montante de 302 milhões de euros. A evolução dos capitais próprios reflecte, também, os impactos da distribuição de lucros e da remuneração de acções preferenciais, nos montantes de 89 milhões de euros e de 49 milhões de euros, respectivamente, bem como a variação negativa das reservas de justo valor, no montante de 246 milhões de euros, associadas à carteira de activos financeiros disponíveis para venda, fundamentalmente relacionada com a reavaliação da reserva de justo valor resultante da participação de 49,0% detida na Millenniumbcp Ageas e com a operação de alienação da participação financeira de 2,7% detida na Eureko, BV, concretizada no final de 2010. 2009 face a 2008 Os capitais próprios foram reforçados de 6.248 milhões de euros no final de 2008 para 7.220 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2009 (+972 milhões de euros), beneficiando essencialmente da emissão de Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados com Juros Condicionados no montante de 1.000 milhões de euros e do apuramento de resultados líquidos positivos em 2009. O valor dos capitais próprios foi reduzido, neste mesmo período, em face da distribuição de lucros e pelo pagamento de dividendos de acções preferenciais, nos montantes de 79 milhões de euros e de 49 milhões de euros, respectivamente, pelas diferenças cambiais associadas à consolidação de empresas do Grupo e pela variação negativa das reservas de justo valor, no montante de 121 milhões de euros, associadas à carteira de activos financeiros disponíveis para venda, essencialmente relacionada com a reavaliação da participação financeira detida na Eureko, BV, efectuada em 2009.

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Gestão do capital Na sequência da solicitação oportunamente endereçada pelo Grupo BCP, o Banco de Portugal autorizou formalmente a adopção de metodologias baseadas em modelos de Notações Internas (IRB) no cálculo de requisitos de capital para riscos de crédito e de contraparte, cobrindo uma parte substancial dos riscos da actividade em Portugal e com efeitos a 31 de Dezembro de 2010. As metodologias utilizadas em cada uma das datas em análise e o respectivo âmbito de aplicação encontram-se resumidas no quadro seguinte:

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O quadro abaixo apresenta, para o período em análise, os riscos ponderados, os fundos próprios e os rácios de solvabilidade do Millennium bcp:

2010 face a 2009 No final de 2010, o rácio Core Tier I consolidado, calculado de acordo com o método IRB, ascendeu a 6,7%, comparando favoravelmente com o reportado no final do ano anterior, em conformidade com o método Padrão (6,4%), tendo os rácios Tier I e Total fixado-se em 9,2% e em 10,3% (9,3% e 11,5%, respectivamente, no final do ano de 2009). A evolução do capital core foi influenciada de forma relevante por um conjunto de impactos, entre os quais se destacam os seguintes:

- a capacidade demonstrada de gerar capital, reflectida quer ao nível dos resultados retidos quer da diminuição dos requisitos de capital da actividade (+70 p.b.). A dotação de imparidade para o goodwill da Grécia e os ganhos obtidos na alienação da Eureko, BV não tiveram impacto no Core Tier I, dado que, em conformidade com as regras prudenciais aplicáveis, quer a reserva de justo valor da Eureko, BV quer o goodwill já estavam reflectidos naquele agregado;

- o esforço desenvolvido com o objectivo de optimizar e reforçar os colaterais das exposições com risco de crédito, que se traduziu numa redução dos requisitos de capital (+57 p.b.);

- o aumento dos interesses que os Accionistas do Banco não controlam resultantes da parcela correspondente do aumento de capital efectuado pelo Bank Millennium, na Polónia (+14 p.b.);

- o impacto das alienações concretizadas nas operações da Turquia e dos Estados Unidos da América (+4 p.b.).

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Estes impactos foram parcialmente contrariados pelos seguintes efeitos desfavoráveis:

- o crescimento das diferenças actuariais do fundo de pensões acima do corredor, induzidas pela desvalorização dos mercados accionistas e pela percepção de aumento do risco soberano, designadamente da República Portuguesa (-65 p.b.);

- a amortização dos impactos diferidos dos ajustamentos da transição para as IFRS, da tábua de mortalidade de 2005 e das perdas actuariais de 2008 (-32 p.b.);

- o pagamento e o provisionamento regulamentar da remuneração de 2010 ainda não liquidada relativamente a instrumentos híbridos (-15 p.b.);

- o acréscimo dos requisitos de capital associados às exposições detidas sobre instituições de crédito nacionais, reflectindo, essencialmente, o efeito da desvalorização do rating da República Portuguesa (-9 p.b.).

A evolução do core capital foi também influenciada por variações cambiais, pelos interesses que os Accionistas do Banco não controlam derivados da actividade das participadas e por outros efeitos que, em termos agregados, se traduziram num impacto residual no ano de 2010. 2009 face a 2008 Em 31 de Dezembro de 2009, o rácio Core Tier I melhorou para 6,4%, face aos 5,8% reportados no final do ano de 2008, tendo o Tier I atingido 9,3% e o rácio Total 11,5% (comparando com os 7,1% e 10,5% atingidos em 2008, respectivamente). A evolução favorável dos rácios de capital em 2009 traduz, nomeadamente, os impactos positivos associados ao desempenho do fundo de pensões, às emissões de Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados com Juros Condicionados (“Valores”) e à geração interna de capital, não obstante o reconhecimento de impactos negativos no Core Tier I relacionados, essencialmente, com a relevação dos diferimentos autorizados pelo Banco de Portugal, com a desvalorização do investimento na Eureko e com a dedução de um diferencial apurado entre as provisões regulamentares e as imparidades. Salientam-se os seguintes impactos positivos no rácio Core Tier I:

- o fundo de pensões beneficiou os rácios de capital devido aos ganhos actuariais registados, incluindo a variação do corredor, e às alterações de pressupostos actuariais efectuadas em 2009, relativamente à taxa de desconto (de 5,75% para 5,50%) e às taxas de crescimento dos salários (de 3,25% para 2,50%) e das pensões (de 2,25% para 1,65%) que, no conjunto, se traduziram num aumento de +90 p.b.;

- a geração de capital representada quer pelos resultados líquidos retidos (com base num pay-out ratio de 40%) – sem considerar os relativos à dispersão do capital do Banco Millennium Angola e à alienação de activos, mas incluindo o impacto da reversão (ao nível dos fundos próprios) dos prejuízos relacionados com a diminuição do valor do risco de crédito próprio dos passivos avaliados ao justo valor -, quer pelo reforço do controlo sobre a expansão dos riscos da actividade e sobre a eficiência da sua gestão, designadamente ao nível da colateralização dos créditos (+33 p.b.);

- também contribuíram favoravelmente para a evolução dos rácios de capital a conclusão, no primeiro trimestre de 2009, das transacções financeiras relacionadas com o acordo de parceria estratégica celebrado em 2008 com a Sonangol e com o Banco Privado Atlântico, que conduziram à detenção por estas entidades de 29,9% e 20% do capital do Banco Millennium Angola, respectivamente, e que propiciaram um acréscimo de 12 p.b. do Core Tier I, através do incremento dos interesses que os Accionistas do Banco não controlam e dos resultados líquidos, por um lado, bem como os ganhos apurados em consequência da alienação de activos concretizada no terceiro trimestre do ano, que adicionaram 9 p.b. ao rácio Core Tier I e o aumento das reservas de justo valor da Millenniumbcp Ageas (+5 p.b.).

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Estes impactos positivos foram mitigados pelos seguintes efeitos desfavoráveis:

- os impactos diferidos dos ajustamentos da transição para as IFRS, da tábua de mortalidade de 2005 e das perdas actuariais de 2008, por um lado, e a desvalorização registada pelo investimento detido na Eureko, por outro, traduziram-se em reduções de 30 p.b. e de 27 p.b. ao rácio Core Tier I, respectivamente;

- a dedução do valor de provisões regulamentares para crédito, apuradas em base individual de acordo com os critérios do Aviso n.º 3/95 do Banco de Portugal, em excesso ao das respectivas imparidades (-22 p.b.);

- a remuneração das acções preferenciais e dos “Valores”, incluindo a periodificação correspondente ao ano de 2009 mas a pagar em 2010 (-10 p.b.).

O Core Tier I reflectiu ainda os efeitos relacionados com acções próprias, variações cambiais, dos interesses que os Accionistas do Banco não controlam e outras variações patrimoniais que, conjuntamente, não tiveram um efeito materialmente relevante neste agregado. Os rácios de capital foram ainda influenciados positiva e negativamente pelos impactos nos riscos ponderados da adopção do método Standard de cálculo dos requisitos de capital para risco operacional e do cancelamento da operação de securitização sintética “Promise Caravela 2004”, em Julho de 2009, tendo os seus efeitos no rácio Core Tier 1 situando-se em +7 p.b. e -11 p.b., respectivamente. Adicionalmente, o Tier I beneficiou da emissão de 1.000 milhões de euros dos “Valores”, que mereceram a autorização do Banco de Portugal para integrarem aquele agregado até um máximo de 35% do respectivo montante (+148 p.b. nos rácios Tier I e Total, não tendo, contudo, qualquer impacto ao nível do rácio Core Tier I). A evolução do Tier II reflecte, essencialmente, quer a recompra de passivos subordinados que integravam, positivamente, o cômputo dos fundos próprios consolidados (512 milhões de euros), quer a amortização, exclusivamente para efeitos regulamentares, que incide sobre os empréstimos subordinados nos seus últimos cinco anos de vida. Sazonalidade Não existe sazonalidade relevante no negócio do Millennium bcp. 11.2 Factores significativos que afectaram materialmente os rendimentos ou a situação financeira ou comercial da actividade do Millennium bcp

Para além do referido no ponto 10.4 (Principais acontecimentos) do presente prospecto, tanto quanto é do conhecimento do Oferente e Emitente, não se verificou nenhum evento ou factor, entre o período findo em 31 de Março de 2011 e a data de aprovação do presente prospecto, que tenha afectado relevantemente os rendimentos ou a situação financeira ou comercial da actividade do Millennium bcp. 11.3 Gestão de Risco no Millennium bcp

Enquanto componente do sistema de controlo interno do Grupo e vector fundamental para a sustentabilidade e desenvolvimento do negócio, a função de Gestão do Risco continuou a assumir um relevo particular, num contexto de manutenção, em 2010, das difíceis condições económico-financeiras mundiais.

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Para além de visar a protecção da rendibilidade do negócio através da definição de políticas e linhas de orientação concretas para o controlo dos diversos riscos a que o Grupo se encontra exposto, a Gestão do Risco promove igualmente, de forma pró-activa, a implementação de métricas e instrumentos para a avaliação e delimitação dos riscos. Em 2010, a função de Gestão do Risco continuou a assumir responsabilidades relacionadas com o cumprimento de disposições regulamentares como sejam, por exemplo, o apuramento do nível de capital interno adequado para o nível das exposições aos riscos ou o reporte – tanto interno como externo - relativo à medição e avaliação desses riscos. Destaques da actividade Em termos gerais, as principais linhas de actuação e actividades da função de Gestão do Risco ao longo de 2010 foram as seguintes:

– Reformulação da candidatura do Grupo à utilização de metodologias baseadas em notações internas (IRB) para cálculo dos requisitos regulamentares de capital relativos a risco de crédito e entrega, ao Banco de Portugal, de um dossier de candidatura reformulada;

– Aperfeiçoamento dos mecanismos e instrumentos de gestão e controlo de riscos, em particular no que se refere ao risco de crédito, em sintonia com as recomendações emanadas do Banco de Portugal no âmbito do processo de candidatura às abordagens IRB, destacando-se também, neste contexto, a realização de apresentações ao Colégio de Supervisores do Grupo;

– Introdução de melhorias no framework de testes de esforço (stress tests), para o desenvolvimento de testes internos e participação nos exercícios conduzidos pelo Banco de Portugal no âmbito dos testes realizados a nível europeu;

– Contínua actualização dos manuais e normativos internos relativos ao controlo de risco, com particular destaque para a documentação relacionada com o risco de crédito – Concessão, acompanhamento e recuperação de crédito, Atribuição e revisão de graus de risco, Enquadramento do crédito em incumprimento, Validação de modelos de risco de crédito e Processo de cálculo de imparidade do crédito;

– Intervenções ao nível da política de gestão do risco - com destaque para a estratégia de crédito - e definição de acções visando melhorar a eficácia da recuperação e alienação dos imóveis recebidos nesse âmbito;

– Elaboração dos relatórios regulamentares relativos ao Pilar II de Basileia II (processo de avaliação da adequação do capital interno) e ao risco de concentração de crédito, para além da participação na elaboração do Relatório de Controlo Interno e no Relatório do Pilar III (Disciplina de Mercado), entregues pelo Grupo ao Banco de Portugal;

– Elaboração de reportes regulares para a Comissão de Risco, para a Comissão de Matérias Financeiras e também para o Conselho Geral e de Supervisão (sendo que este último reporte foi instituído no ano transacto, passando a efectivar-se de forma trimestral);

– Preparação da política de gestão de capital para o triénio 2011-2013 no contexto de vários cenários macroeconómicos alternativos e da implementação de Basileia III.

Basileia II Após a obtenção, em 2009, da aprovação do Banco de Portugal relativa à utilização do método Standard para o cálculo de requisitos de capital para o risco operacional (a nível consolidado e para as actividades do Grupo em Portugal) e relativa à utilização do modelo interno de VaR (Value-at-Risk) para o apuramento dos requisitos de capital para o risco genérico de mercado (relativamente à sua actividade em Portugal), o Grupo obteve aprovação do Banco de Portugal para a utilização de metodologias baseadas em notações internas (IRB) para o cálculo de requisitos de capital relativos ao risco de crédito. Esta autorização produziu efeitos a partir de 31 de Dezembro de 2010 (inclusive) e foi concedida relativamente às actividades do Grupo em Portugal. Esta autorização culminou um processo iniciado em finais de 2007, no âmbito do qual o Grupo manteve um diálogo contínuo e profícuo com o Banco de Portugal, que resultou muitas vezes no desenho e implementação de novos mecanismos e instrumentos de gestão e controlo do risco de crédito ou, também, em melhorias ou afinações de mecanismos e instrumentos já implementados.

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Neste sentido, o desfecho positivo da candidatura do Grupo à utilização de metodologias IRB constituiu um sinal inequívoco da adequação dos seus processos e sistemas dedicados à identificação, avaliação, acompanhamento e controlo do risco de crédito, sendo simultaneamente um incentivo importante para a continuidade e reforço de uma política de melhoria e de aperfeiçoamento do Grupo, no que se refere à gestão do risco (em geral) e à gestão e controlo do risco de crédito (em particular). Todas as acções relativas à preparação do Grupo para a conformidade dos seus processos e sistemas com os requisitos de Basileia II, relacionadas com as diversas vertentes da gestão e controlo de risco, foram superiormente conduzidas e pelo Conselho de Administração Executivo do Millennium bcp (e, de uma forma mais particular, pelo Administrador responsável pela função de Gestão do Risco). Tal proporcionou ao órgão máximo de gestão uma visão abrangente e um conhecimento directo dos temas e desafios da gestão do risco no âmbito de Basileia II, com o consequente acréscimo de know-how proporcionado por este envolvimento. Governance da Gestão do Risco Em 2010, o modelo de governance da gestão do risco não sofreu alterações face ao ano anterior, mantendo-se as responsabilidades e interacções entre os órgãos e unidades de estrutura envolvidas. Trata-se de um modelo de controlo transversal e multidoméstico, no qual cabe ao Conselho de Administração Executivo (CAE) a responsabilidade última pela gestão do risco, sendo essa responsabilidade supervisionada pelo Conselho Geral e de Supervisão, nomeadamente, através da Comissão para as Matérias Financeiras (órgão que emana desse Conselho). Graficamente, o modelo de governação da gestão do risco pode ser representado da seguinte forma:

Seguidamente, apresentam-se as competências e atribuições dos órgãos intervenientes na governação da gestão do risco a nível do Grupo (para além do CAE). Comissão para as Matérias Financeiras (CMF) À CMF são cometidas, designadamente, as matérias de fiscalização da gestão, dos documentos de reporte financeiro e ainda das medidas qualitativas de aperfeiçoamento dos sistemas de controlo interno, da política de gestão do riscos e da política de Compliance, competindo-lhe ainda

Modelo de gestão de riscos

Gestão diáriaPolítica de gestão e controlo

de riscosMedição, monitorização

e controlo de riscos

Responsabilidades ao nível do Grupo

Conselho de Administração Executivo Millennium bcp

Group CALCO

Group Treasurer

Comissão de Risco

Group Risk Officer

Comissão de Controlo de Risco

CALCO

Conselho de Administração

Risk Officer local

Comissão de Matérias Financeiras

Responsabilidades ao nível de cada Entidade

Modelo de gestão de riscos

Gestão diáriaPolítica de gestão e controlo

de riscosMedição, monitorização

e controlo de riscos

Responsabilidades ao nível do Grupo

Conselho de Administração Executivo Millennium bcp

Group CALCO

Group Treasurer

Comissão de Risco

Group Risk Officer

Comissão de Controlo de Risco

CALCO

Conselho de Administração

Risk Officer local

Comissão de Matérias Financeiras

Responsabilidades ao nível de cada Entidade

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supervisionar a actividade de auditoria interna, zelar pela independência do Revisor Oficial de Contas e emitir recomendação sobre a contratação de Auditores Externos, formulação da respectiva proposta de selecção e condições contratuais de prestação de serviços por parte destes. Incumbe também à CMF receber as comunicações de irregularidades apresentadas por accionistas, Colaboradores ou outros, assegurando o seu acompanhamento pela Direcção de Auditoria Interna ou pela Provedoria do Cliente. Compete à CMF, ainda, emitir parecer sobre os créditos concedidos sob qualquer forma ou modalidade, incluindo prestação de garantias, bem como qualquer outro contrato que o Banco ou qualquer sociedade do Grupo celebre com membros dos seus corpos sociais, detentores de participações superiores a 2% no capital social do Banco, bem como com entidades que, nos termos do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, estejam com qualquer um destes relacionados. A CMF é destinatária dos Relatórios da Direcção de Auditoria Interna e do Revisor Oficial de Contas e Auditores Externos, reunindo regularmente com o Administrador responsável pela área financeira, o Group Risk Officer, o Compliance Officer e o Responsável pela Auditoria Interna. Comissão de Risco É responsável por acompanhar os níveis globais de risco (riscos de crédito, de mercado, de liquidez e operacional), assegurando que os mesmos são compatíveis com os objectivos, os recursos financeiros disponíveis e as estratégias aprovadas para o desenvolvimento da actividade do Grupo. Integram esta comissão todos os membros do Conselho de Administração Executivo, o Group Risk Officer, o Compliance Officer e os primeiros responsáveis da Direcção de Auditoria, Direcção de Tesouraria e Mercados, Direcção de Planeamento e Controlo Orçamental, Direcção de Rating, Gabinete de Estudos, Direcção de Assets and Liabilities Management e Direcção de Crédito. Group CALCO É responsável pela gestão do capital global do Grupo, gestão de activos e passivos e definição de estratégias de gestão da liquidez ao nível consolidado. Em concreto, o Group CALCO é responsável pela gestão estrutural dos riscos de mercado e liquidez, incluindo os seguintes aspectos:

– Monitorizar a execução do plano de liquidez; – Definir os preços de transferência e regras de alocação de capital; – Tomar decisões relativamente à cobertura de posições específicas; – Definir regras de gestão e monitorizar a performance do Investment Portfolio.

O Group CALCO é presidido pelo Presidente do CAE, é coordenado pelo Group CFO e é constituído por todos os restantes membros do CAE. Os outros membros do Group CALCO são nomeados pelo CAE. Group Risk Officer É responsável pela função de controlo de risco para todas as entidades do Grupo. Assim, de forma a assegurar a monitorização e alinhamento de conceitos, práticas e objectivos transversalmente, compete ao Group Risk Officer informar a Comissão de Risco do nível geral de risco e propor medidas para melhorar o ambiente de controlo e implementar os limites aprovados. O Group Risk Officer tem poder de veto em qualquer decisão que não esteja sujeita a aprovação pelo CAE e que possa ter impacto nos níveis de risco do Grupo (exemplo: lançamento de novos produtos ou alterações de processos). De forma a cumprir a sua missão, as funções do Group Risk Officer incluem:

– Suportar o estabelecimento de políticas e metodologias de gestão do risco para a identificação, medição, limitação, monitorização, mitigação e reporte dos diversos tipos de risco;

– Propor e implementar um conjunto de métricas aplicável aos vários tipos de risco;

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– Assegurar a existência de um corpo de regras e procedimentos para suportar a gestão do risco;

– Controlar, numa base permanente, a evolução de diferentes riscos e a conformidade com as políticas, regulações e limites aplicáveis;

– Assegurar a existência de uma plataforma de IT efectiva e uma base de dados de informação para a gestão do risco robusta e completa;

– Participar em todas as decisões com relevância no risco e com impacto no sistema de controlo interno, tendo autoridade para assegurar a conformidade com os regulamentos e objectivos de risco do Grupo;

– Preparar informação relativamente à gestão do risco para ser divulgada, internamente e ao mercado.

O Group Risk Officer é nomeado pelo CAE e apoia os trabalhos da Comissão de Risco. Capital económico No âmbito do Pilar II de Basileia II (genericamente designado por “Processo Supervisão”), o Grupo tem vindo a atribuir uma importância crescente à quantificação do capital necessário para absorver perdas potenciais futuras, com uma probabilidade pré-definida, de modo a salvaguardar os interesses dos seus credores e accionistas. Trata-se, assim, de apurar o capital interno (ou “económico”) que, independentemente do capital regulamentar, seja adequado ao nível de riscos incorridos. Este processo - de avaliação da adequação do capital interno (ICAAP – Internal Capital Adequacy Assessment Process) - permite estabelecer uma ligação entre o nível de tolerância ao risco do Grupo e as suas necessidades de capital económico. Através do ICAAP, procede-se à identificação de todos os riscos materiais inerentes à actividade do Grupo e à respectiva quantificação, tendo presentes os efeitos de correlação entre os diversos riscos, bem como os efeitos de diversificação do negócio (que se desenvolve sobre várias linhas e produtos e em várias geografias). Para além disso, no âmbito do apuramento do capital económico, são considerados diversos riscos que não são quantificados no âmbito do cálculo de requisitos de capital regulamentar (Pilar I de Basileia II) e grandezas de ordem financeira sobre as quais impendem incertezas - como sejam, por exemplo, o valor esperado da diferença entre fair value e book value de activos ou, ainda, os lucros esperados futuros (excluindo dívida subordinada com maturidade determinada). Apuradas, assim, as necessidades de capital económico, procede-se depois à comparação destas necessidades com os recursos financeiros disponíveis (a capacidade de absorção de risco - Risk Taking Capacity), o que permite uma visão económica da adequação de capital, tornando-se igualmente possível identificar actividades e/ou negócios criadores de valor. Tendo em conta a natureza da principal actividade do Grupo nos mercados em que opera (a banca de retalho), os principais riscos considerados para efeitos do ICAAP são os seguintes:

– Risco de crédito; – Risco operacional: – Risco das posições não cobertas nas carteiras de negociação e bancária; – Risco de acções; – Risco de imobiliário; – Risco do Fundo de Pensões; – Risco de liquidez; – Risco estratégico e de negócio.

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Para o cálculo do capital económico, o Grupo considera um horizonte temporal de 12 meses, congregando diversos factores de ordem económica, regulamentar e prática, para constituir um determinado cenário previsional como, por exemplo, o planeamento de negócio, os ratings externos, o capital regulamentar no âmbito do Pilar I e a quantificação do risco de crédito, entre outros. Considerando as expectativas e objectivos do Grupo em termos da sua própria notação pelas agências de rating, o modelo de capital económico assume uma probabilidade de default global, a 12 meses, de 6 pontos base, o que reflecte um rating objectivo de A+. Neste sentido, a abordagem de quantificação utilizada baseia-se numa metodologia VaR, calculando-se para cada risco o valor máximo da perda potencial, num horizonte de 12 meses, com um nível de confiança de 99,94%. No que se refere às métricas utilizadas no cálculo, as mesmas são ilustradas pela seguinte figura:

A agregação dos riscos nos diferentes níveis da estrutura organizacional do Grupo inclui o cálculo do efeito dos benefícios de diversificação, traduzindo-se num resultado global que é inferior à soma das diversas componentes individuais. Verifica-se, assim, que os diversos tipos de risco não são perfeitamente correlacionados, sendo improvável a ocorrência simultânea dos piores cenários. Para este efeito é utilizada a combinação de dois métodos: i) método da correlação e ii) dependência de eventos extremos. Em termos gerais, através do método da correlação, o valor do capital económico total é obtido a partir dos valores individuais e da matriz de correlação. Este método permite ainda o cálculo das contribuições para o risco global de cada tipo de risco. A matriz de correlação é obtida submetendo as séries históricas de perdas a uma análise de correlação linear implícita que difere da análise de correlação linear tradicional uma vez que reconhece a dependência de eventos extremos. O quadro seguinte apresenta a posição global de risco do Grupo em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, enquanto representada pelo capital económico apurado nestas datas:

Tipologia dos riscos de maior materialidade no Grupo BCP e respectivas métricas de avaliação

Tipos de Risco MétricasSubcategoria

Risco operacional

Risco de liquidez

Riscos de mercado

Risco de negócio e estratégico

Risco de crédito

Modelo baseado na volatilidade específica da acção BCP

Método Standard

Modelo de simulação

Modelo VaRa Longo Prazo

Modelo VaR

Modelo de Stress Tests sobre os custos de funding

Modelo da carteira de crédito

Carteira de negociação

Risco de taxa de juro na carteira bancária

Risco de acções na carteira bancária

Risco imobiliário

Risco do Fundo de Pensões

Tipos de Risco MétricasSubcategoria

Risco operacional

Risco de liquidez

Riscos de mercado

Risco de negócio e estratégico

Risco de crédito

Modelo baseado na volatilidade específica da acção BCP

Método Standard

Modelo de simulação

Modelo VaRa Longo Prazo

Modelo VaR

Modelo de Stress Tests sobre os custos de funding

Modelo da carteira de crédito

Carteira de negociação

Risco de taxa de juro na carteira bancária

Risco de acções na carteira bancária

Risco imobiliário

Risco do Fundo de Pensões

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Verifica-se, assim, a manutenção do nível de risco global, já que a variação das necessidades internas de capital é de apenas -38,3 milhões de euros, após efeitos de diversificação, face à quantificação desta grandeza em Dezembro de 2009. Acompanhamento e validação de modelos Compete à Unidade de Controlo de Modelos (integrada no Risk Office do Grupo) o acompanhamento e validação independente dos modelos de risco de crédito e de mercado, sendo no primeiro caso igualmente acompanhados e validados os próprios sistemas de rating em que os modelos em causa se integram. A estrutura de acompanhamento e validação implementada envolve ainda os responsáveis pelo modelos (Model Owners), os responsáveis pelos sistemas de rating (Rating System Owners), o Comité de Validação, a Comissão de Risco e a Direcção de Auditoria. Durante o ano de 2010, foram realizadas frequentes acções de acompanhamento e validação dos modelos de risco de crédito e de mercado. No caso dos modelos de risco de crédito, estas acções incidiram sobre modelos para as classes de risco de Empresas e de Retalho, nas suas principais componentes de estimação, relativamente a modelos utilizados em Portugal e nalgumas subsidiárias sediadas no exterior. No âmbito deste processo, os modelos mais significativos são os modelos de Probabilidade de Default (PD) - como os modelos Large Corporate, Small e Mid Corporate e o modelo comportamental TRIAD - e o modelo de estimativas de Perda em caso de Default (LGD). As acções de acompanhamento e validação desenvolvidas visam igualmente monitorizar e aprofundar o conhecimento sobre a qualidade dos modelos, por forma a reforçar a capacidade de reacção atempada face a alterações nas respectivas faculdades preditivas, permitido assim ao Grupo reforçar a confiança na utilização e desempenho de cada um dos modelos e nos sistemas de rating implementados. Risco de crédito Este risco materializa-se nas perdas e na incerteza quanto a retornos futuros gerados pela carteira de crédito, por incapacidade dos tomadores de empréstimos (e dos seus garantes, quando existam), dos emissores de títulos ou das contrapartes de contratos em cumprir com as suas obrigações. Trata-se de um risco muito relevante e de elevada representatividade em termos da exposição global ao risco do Grupo, claramente presente no dia-a-dia das suas redes comerciais, enquadrando permanentemente as actividade de concessão e acompanhamento do crédito.

Capital Económico

Valor % Valor %

Risco de crédito 2.078,5 40,6% 1.790,0 35,5%

Riscos de mercado 1.212,5 23,7% 1.320,8 26,2%

Carteira de negociação 40,0 0,8% 24,3 0,5% Carteira bancária - risco de taxa de juro 440,4 8,6% 468,7 9,3% Risco de acções - risco de preço de acções 404,3 7,9% 603,9 12,0%

Risco imobiliário 327,7 6,4% 223,9 4,4% Risco operacional 428,2 8,4% 436,5 8,7% Risco de liquidez 319,3 6,2% 250,4 5,0% Riscos do Fundo de Pensões 876,0 17,1% 956,8 19,0%

Risco de negócio e estratégico 202,7 4,0% 287,3 5,7% Capital não-diversificado 5.117,2 100,0% 5.041,9 100,0%

Benefícios de diversificação -1.254,0 -1.140,4 Capital Económico do Grupo 3.863,2 3.901,5

milhões de euros

2010 2009

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O controlo e a mitigação deste risco fazem-se, por um lado, através de uma sólida estrutura de análise e avaliação de riscos – por sistemas internos de rating adequados aos diversos segmentos do negócio e por um modelo de detecção antecipada da potencial sinistralidade da carteira - e, por outro lado, por unidades de estrutura exclusivamente dedicadas à recuperação de crédito, para as situações de incumprimento já verificadas. Em 2010, o Grupo continuou a desenvolver diversas actividades de reforço e aperfeiçoamento da análise e avaliação do risco nos vários segmentos da carteira, das quais se destacam as seguintes:

– A reformulação e melhoria do conjunto de sistemas de rating, decorrentes de uma melhor adequação da segmentação de Clientes em termos de avaliação de risco de crédito. Neste âmbito, citam-se, por exemplo, o desenvolvimento e implementação de novos modelos de rating para o sector da promoção imobiliária e o redesenvolvimento dos modelos de avaliação de risco para o segmento Large Corporate;

– A validação formal dos modelos de rating em vigor nos segmentos Corporate/ Retalho; – O recálculo anual das estimativas de Perda em Caso de Incumprimento (LGD), com

particular incidência no que se refere a créditos caucionados por garantias hipotecárias sobre bens imóveis e à carteira de pequenos negócios (PME Retalho);

– A continuidade de um projecto informático na área da recuperação de crédito, em colaboração com um consultor externo, cujo principal objectivo foi a criação de um repositório de dados de suporte ao cálculo das LGD;

– O aperfeiçoamento do normativo interno relativo ao crédito em incumprimento, reforçando-se a actuação atempada perante situações de degradação da capacidade financeira dos Clientes;

– A reestruturação das áreas de recuperação de crédito, com a divisão da anterior Direcção de Recuperação de Crédito em 2 unidades distintas – a Direcção de Recuperação Standardizada (vocacionada para o tratamento da sinistralidade de retalho) e a Direcção de Recuperação Especializada (vocacionada para o tratamento da sinistralidade nos maiores riscos) – bem como a criação da Direcção de Contencioso.

Os processos e sistemas que o Grupo tem afectos à gestão e controlo do risco de crédito encontram-se num estágio de desenvolvimento elevado, o que permitiu ao Banco de Portugal acolher favoravelmente a candidatura do Grupo à utilização de abordagens baseadas nas notações internas (IRB – Internal Ratings Based) para o cálculo de requisitos regulamentares de capital relativos a este tipo de risco. A autorização em questão foi concedida com efeitos a 31 de Dezembro de 2010 (inclusive) e refere-se às actividades do Grupo em Portugal. Relativamente a outros países – nomeadamente, à Polónia e à Grécia - o Grupo planeia candidatar-se igualmente à utilização de abordagens IRB para o cálculo de requisitos de capital, de acordo com um plano de roll-out para os próximos 2 anos. Nesses países, os processos e sistemas de gestão do risco de crédito têm vindo a ser aperfeiçoados em linha com os práticas seguidas em Portugal. Segmentação de Clientes e sistemas de rating Com vista à melhor adequação possível da avaliação de risco de crédito – no que se refere à atribuição de notações internas (graus de risco) correspondentes às probabilidades de incumprimento (PD – Probability of Default) – o Grupo definiu um conjunto de macro-segmentos e segmentos que são tratados através de diferentes sistemas de rating. Desta forma, é assegurada uma avaliação de risco que entra em linha de conta com as características específicas dos Clientes, em termos dos respectivos perfis de risco, pois os diferentes segmentos são tratados por sistemas de rating específicos, desenhados para avaliar diferentes tipos de Clientes e diferentes tipos de exposições creditícias (típicas de cada segmento, com características ditadas pelo próprio segmento em causa).

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Na tabela seguinte são elencados os macro-segmentos, segmentos e sistemas de rating utilizados para cada um, em Portugal:

A avaliação feita pelos sistemas de rating acima referidos resulta em graus de risco de uma Masterscale transversal, com 15 graus, dos quais 3 correspondem a situações de degradação relevante da qualidade creditícia dos Clientes e se designam por “graus de risco processuais”. Os graus de risco atribuídos pelos sistemas de rating têm a validade de um ano, sendo periodicamente revistos/actualizados ou sempre que ocorram eventos que o justifiquem (pedidos de concessão de novo crédito ou indícios de degradação da qualidade creditícia dos devedores). A definição desta escala de graus de risco, utilizada nas principais operações do Grupo, é dada pela seguinte tabela:

A atribuição de graus de risco é da exclusiva responsabilidade da Direcção de Rating - uma unidade de estrutura independente das áreas e órgãos de análise e decisão de crédito – ainda que a grande maioria dos graus de risco seja atribuída por modelos de decisão automática (utilizados no âmbito do macro-segmento de Retalho). Na tabela seguinte apresentam-se de forma muito sumária as principais características dos 7 sistemas de rating atrás indicados, em termos da respectiva metodologia para atribuição dos graus de risco.

Grau de risco PD Mínima PD Máxima Descrição1 0,01% 0,05% Máxima segurança (só para riscos soberanos)2 0,05% 0,07% Qualidade superior3 0,07% 0,14% Qualidade muito alta4 0,14% 0,28% Qualidade alta5 0,28% 0,53% Qualidade muito boa6 0,53% 0,95% Qualidade boa7 0,95% 1,73% Qualidade média/alta8 1,73% 2,92% Qualidade média9 2,92% 4,67% Qualidade média/baixa10 4,67% 7,00% Qualidade baixa11 7,00% 9,77% Qualidade muito baixa12 9,77% 13,61% Acesso a crédito condicionado

13 (*) 13,61% 27,21% Sinais fracos de imparidade 14 (*) 27,21% 100,00% Sinais fortes de imparidade 15 (*) 100,00% 100,00% Default

(*) Grau de risco processual

Macro-segmento Segmento Sistema de rating

Soberanos

Entidades supra-nacionais

Bancos

Entidades do Sector Público (ESP) Sistema de rating para ESP

Project Finance

Empresas start-up

Large Corporate Mid Corporate

Small Corporate

Empresas de promoção imobiliária

Holdings

Pequenos Negócios Sistema de rating para Pequenos Negócios

Particulares Sistema de rating para Particulares

organizações sem fins lucrativos

Projectos de Promoção Imobiliária e Fundos de Investimento Imobiliário

Soberanos, Bancos e Entidades do Sector Público

Retalho

Projectos

Corporate e PME Corporate

Outras entidades

Sistema de rating para Bancos e Soberanos

Sistema de rating para Projectos

Sistema de rating simplificado

Sistema de rating para Empresas

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Composição da carteira de crédito Nos gráficos seguintes, apresenta-se a decomposição da carteira de crédito em 31 de Dezembro de 2010 por segmentos de exposição, nas principais geografias em que o Grupo opera, em termos de EAD (Exposure at Default).

Sistema de rating Metodologia para atribuição de graus de risco

Sistema de rating para Bancos e SoberanosAtribuição de graus de risco baseada nos ratings externos atribuídos por agências de rating reconhecidas, através de tabela de mapeamento entre as notações de rating externo e os graus de risco da Masterscale

Sistema de rating para Entidades do Sector Público

Atribuição de graus de risco através de regras específicas estabelecidas por normativointerno, tendo por base o rating da República Portuguesa

4 modelos de rating baseados em templates de scoring :

- Modelo de rating para Project Finance

- Modelo de rating para Real Estate Funds

- Modelo de rating para Real Estate Single Asset

- Modelo de rating para Start-ups

Sistema de rating simplficado Atribuição de graus de risco através de regras específicas estabelecidas por normativointerno

Modelos Small e Mid Corporate - componente quantitativa (nota económico financeira baseada em dados contabilísticos) + componente qualitativa (baseada em template de scoring) + ajustamentos, tipificados em situações pré-definidas

Modelo Large Corporate - componentequantitativa (nota económico financeira baseadaem dados contabilísticos, ponderada por sector de actividade) + componentequalitativa (baseada em template de scoring e matrizes de rating sectorial) + ajustamentos, tipificados em situações pré-definidas

3 modelos de rating baseados em templates de scoring, aplicáveis a empresas depromoção imobiliária que não sejam enquadradas pelo sistema de rating para Projectos:

- Modelo de rating para Real estate Small Transactions

- Modelo de rating para Real Estate Development Companies

- Modelo de rating para Real Estate Investment Companies

2 modelos de rating (baseados em templates de scoring com componentes quantitativa e qualitativa) aplicáveis a Holdings :

- Modelo de rating para Holdings de grupos económicos

- Modelo de rating para Holdings de investimento

Modelo TRIAD- baseado no comportamentofinanceiro dos clientes, de decisão e actuaçãoautomática, com 2 grelhas de scoring (em função do perfil do cliente)

Modelo de Scoring de Aceitação para o segmento Pequenos Negócios (sempre que o TRIAD não pode ser aplicado - e.g. clientes novos)

Modelo TRIAD- baseado no comportamentofinanceiro dos clientes, de decisão e actuaçãoautomática, com 4 grelhas de scoring (em função dos produtos detidos pelo cliente)

Modelos de Scoring de Aceitação (sempre que o TRIADnão pode ser aplicado - e.g. clientes novos), por produto pretendido ou produtos detidos pelo cliente:

- Scoring de Aceitação para crédito à habitação

- Scoring de Aceitação para crédito ao consumo

- Scoring de Aceitação para crédito automóvel

- Scoring de Aceitação para clientes com conta à ordem e cartão de crédito

- Scoring de Aceitação para clientes sem conta à ordem

Sistema de rating para Pequenos Negócios

Sistema de rating para Particulares

Sistema de rating para Projectos

Sistema de rating para Empresas

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No que se refere à distribuição das exposições (EAD) por qualidade dos riscos, medida pelos graus de risco (GR) internos atribuídos, a posição em 31 de Dezembro de 2010 em cada uma das 3 principais geografias é dada pelo seguinte gráfico:

Como se verifica pelo gráfico acima, a distribuição da qualidade dos riscos em Portugal influencia decisivamente a distribuição global nestas 3 geografias (a exposição em Portugal corresponde a cerca de 81,5% da exposição do Grupo). Verifica-se também que 61,3% da exposição corresponde a riscos de qualidade superior e média. No que se refere às Perdas em caso de Default (LGD), as médias por segmento de exposição, em Portugal - resultantes do cálculo de capital regulamentar e baseadas nas estimativas feitas a partir das perdas efectivamente verificadas, medidas através da recuperação de crédito - são dadas pelo gráfico seguinte.

34,34%

27,69%31,80% 32,20%

19,89%

Crédito à habitação SME Retalho Retalho (outros) SME Corporate Corporate

Média global

(26,9%)

33,7%

38,6%

32,5%

3,4%

27,3%

28,8%

39,8%

33,6%

18,8%

18,6%

30,7%

11,3%

2,6%

3,8%

5,8%

2,9%

15,1%

5,8%

14,4%

13,9%

2,5%

7,0%

5,9%

3,3% Global

Grécia

Polónia

Portugal

Qualidade superior (GR 1-6)

Qualidade média (GR 7 a 9)

Qualidade inferior (GR 10 a 12)

GR Processuais (GR 13 e 14)

Em Default (GR 15)

Não Classificados (sem GR)

Nota : não se incluem exposi ções a Bancos e Soberanos,Specialised Lending e exposi çõ es tratadas pelo m étodo-padr ão para efeitos de cálculo de requisitos de capital regulamentar.

Corporate Bancos e Soberanos Retalho com garantias hipotecárias

Retalho (outras exposições)

PME

Portugal Polónia Grécia

18,4%14.218 M€

25,7%19.880 M€

19,3% 14.911 M€

4,2% 3.262 M€32,4%

25.086 M€

18,2%2.158 M€

13,6%1.607 M€

6,9%817 M€

9,5%1.123 M€

51,9%6.149 M€

9,1%519 M€

35,1%2.008 M€

10,9%624 M€

10,4%594 M€

34,6%1.979 M€

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Risco de concentração de crédito No final do 1º semestre de 2010, o Grupo apresentou ao Banco de Portugal o primeiro relatório anual relativo ao risco de concentração de crédito, referido a 31 de Dezembro de 2009, em cumprimento do disposto na Instrução nº 2/2010 do Supervisor. Neste relatório, foram identificadas as 100 maiores posições de risco de crédito, em termos de exposições individuais (single name concentrations) e foi indicada a distribuição das exposições em termos dos sectores de actividade económica (concentração sectorial), tanto a nível consolidado como para cada uma das 3 principais geografias em que o Grupo opera (Portugal, Polónia e Grécia). Importa referir que os requisitos do Banco de Portugal nesta matéria reforçam as políticas do Grupo relativas à identificação, medição e gestão do risco de concentração de crédito. De facto, são definidos internamente (estipulados em normativo) limites à exposição de crédito que visam mitigar a concentração deste risco. O posicionamento das maiores exposições face aos limites de concentração estipulados é regularmente monitorizado pelo Risk Office e reportado à Comissão de Matérias Financeiras e à Comissão de Risco. No quadro seguinte, apresenta-se a posição dos 20 maiores grupos de Clientes (leia-se grupos económicos), expressa em percentagem dos Fundos Próprios (em termos de exposição líquida), bem como o respectivo peso no total da exposição (EAD), a nível consolidado, em 31 de Dezembro de 2010.

Capital económico para risco de crédito O cálculo de capital económico relativo ao risco de crédito é efectuado através de um modelo actuarial, de portfolio, desenvolvido internamente, o qual permite estimar a distribuição de probabilidade das perdas totais a partir das exposições e características específicas da carteira de crédito do Grupo. Este modelo incorpora as medições relativas às variáveis básicas da avaliação do risco de crédito – Probabilidades de default (PD), Perdas em caso de default (LGD) e Factores de conversão de crédito fora de balanço (CCF), considerando ainda a incerteza associada a estas medidas ao incorporar também a volatilidade destes parâmetros. Para além disso, o modelo também considera efeitos de

Grupos de

clientes Peso da exposição

líquida em Fundos

Próprios

Peso da exposição no

total (EAD)

Grupo 1 6,7% 1,1% Grupo 2 4,9% 0,8% Grupo 3 4,1% 0,7% Grupo 4 3,3% 0,6% Grupo 5 2,7% 0,5% Grupo 6 2,4% 0,5% Grupo 7 2,3% 0,4% Grupo 8 2,2% 0,4% Grupo 9 2,2% 0,4% Grupo 10 2,2% 0,5% Grupo 11 2,2% 0,6% Grupo 12 2,0% 0,5% Grupo 13 1,9% 0,3% Grupo 14 1,9% 0,4% Grupo 15 1,6% 0,4% Grupo 16 1,6% 0,3% Grupo 17 1,5% 0,3% Grupo 18 1,5% 0,3% Grupo 19 1,3% 0,2% Grupo 20 1,2% 0,3% Total 49,7% 9,4%

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diversificação/concentração de risco de crédito, entrando em linha de conta com os graus de correlação entre os diversos sectores de actividade económica. Em Dezembro de 2010, o capital económico associado ao risco de crédito correspondia a 40,6% do capital económico não diversificado total do Grupo, o que se traduz num acréscimo de 5,1 p.p. face a Dezembro de 2009. Risco operacional O risco operacional materializa-se por via das perdas resultantes de falhas ou da inadequação dos processos internos, das pessoas ou dos sistemas ou, ainda, pela ocorrência de eventos externos. Para a gestão e controlo deste tipo de risco, o Grupo tem vindo a adoptar, de forma crescente e muito relevante, um conjunto de princípios, práticas e mecanismos de controlo claramente definidos, documentados e implementados, de que são exemplos:

– A segregação de funções; – As linhas de responsabilidade e respectivas autorizações; – A definição de limites de tolerância e de exposição aos riscos; – Os códigos deontológicos e de conduta; – Os indicadores-chave de risco (key risk indicators - KRI); – Os controlos de acessos, físicos e lógicos; – As actividades de reconciliação; – Os relatórios de excepção; – Os planos de contingência; – A contratação de seguros; – A formação interna sobre processos, produtos e sistemas.

Assim, visando-se uma cada vez maior eficiência na identificação, avaliação, controlo e mitigação das exposições ao risco, o Grupo tem vindo, desde 2006, a reforçar o seu sistema de gestão do risco operacional e a alargar a sua abrangência às principais operações no exterior. A adopção de uma aplicação de suporte comum a todas as subsidiárias e o acompanhamento por parte do Risk Office do Grupo asseguram um elevado nível de uniformidade na gestão do risco entre as várias operações, muito embora se registem estágios de evolução diferenciados, atendendo à implementação faseada do referido sistema de gestão e às prioridades atribuídas em função da materialidade das exposições. O reconhecimento da política de gestão e controlo de risco operacional delineada resultou na aprovação do Banco de Portugal relativa à utilização do Método Standard (TSA) para o cálculo dos requisitos de fundos próprios para a cobertura do risco operacional. Esta aprovação foi concedida com efeitos a partir de Março de 2009 (inclusive) ao Grupo, em base consolidada, abrangendo também, em base individual, os Bancos sediados em Portugal. Em consonância com a evolução futura do framework de gestão do risco operacional, o Grupo ambiciona vir a adoptar o Método de Medição Avançada (AMA), cujos requisitos regulamentares são, na sua maioria, comuns aos do método Standard. Em 2010, destacam-se as seguintes concretizações no âmbito da gestão do risco operacional a:

– Consolidação da base de dados de eventos de perda operacional nas principais operações do Grupo;

– Realização de novos exercícios de auto-avaliação de riscos em Portugal, na Polónia e na Grécia e o lançamento deste instrumento de gestão do risco na Roménia e em Moçambique;

– Utilização progressiva de indicadores de risco (KRI) na monitorização preventiva dos riscos de processos de Portugal, Polónia, Grécia e Roménia;

– Incorporação mais efectiva da informação proporcionada pelos instrumentos de gestão do risco na identificação de acções de melhoria sobre os processos.

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Estrutura de gestão do risco operacional A gestão do risco operacional assenta numa estrutura de processos end-to-end, definida para todas as subsidiárias do Grupo, beneficiando-se, dessa forma, de uma percepção mais abrangente dos riscos, decorrente de uma visão integrada das actividades desenvolvidas ao longo da cadeia de actividades de cada processo. O conjunto dos processos definidos para cada entidade é dinâmico, sendo ajustado e diferenciado em função das práticas operacionais e de negócio de cada uma, por forma a cobrir todas as actividades relevantes desenvolvidas. A responsabilidade pela gestão dos processos foi atribuída a process owners que têm por missão:

– Caracterizar as perdas operacionais capturadas no contexto dos seus processos; – Realizar a auto-avaliação dos riscos (risks self-assessment - RSA); – Identificar e implementar as acções adequadas para mitigar exposições ao risco, contribuindo

para o reforço do ambiente de controlo interno; – Monitorizar os indicadores de risco (KRI).

Em Portugal, os process owners são designados pelo Comité de Acompanhamento de Processos (CAP), com base no reconhecimento dos seus conhecimentos e experiência no âmbito das actividades dos processos de que são responsáveis, cabendo também a este órgão a responsabilidade por:

– Aprovar a definição dos dossiers de processo; – Aprovar a instituição de novos processos, definindo, caso a caso, a necessidade da respectiva

certificação ISO9001 e identificando os processos que, fora da certificação, devam ter medição de desempenho (key performance indicators - KPI);

– Alinhar as práticas da gestão por processos com a realidade das unidades de estrutura intervenientes nos mesmos;

– Assegurar a produção, manutenção e divulgação interna de documentação e informação sobre a gestão por processos;

– Aprovar as alterações a processos já instituídos, bem como o desenho dos novos processos.

Nas restantes geografias, a nomeação dos process owners cabe aos respectivos Conselhos de Administração. Auto-avaliação dos riscos operacionais O objectivo da auto-avaliação dos riscos é o de promover a identificação e a mitigação (ou mesmo eliminação) de riscos, actuais ou potenciais, no âmbito de cada processo. A classificação de cada risco é obtida através do seu posicionamento numa matriz de tolerância, para três cenários diferentes, o que permite:

– Determinar o risco inerente aos processos, sem considerar os contratos existentes (Risco Inerente);

– Avaliar a exposição dos vários processos aos riscos, considerando a influência dos controlos existentes (Risco Residual);

– Identificar o impacto das oportunidades de melhoria na redução das exposições mais significativas (Risco Objectivo).

Os exercícios de RSA são baseados em workshops, assistidos pelo Risk Office e com a participação dos process owners e process managers ou em questionários enviados aos process owners para actualização dos resultados, em função de critérios de actualização pré-definidos. Estes exercícios são também utilizados para capturar informação sobre o impacto na reputação que advém da ocorrência dos riscos operacionais avaliados, na medida em que estes são os que mais directamente se relacionam com risco reputacional.

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Em 2010, a auto-avaliação de riscos operacionais foi realizada pela primeira vez na Roménia e em Moçambique, tendo sido igualmente concluídos novos exercícios em Portugal, na Grécia e na Polónia. Tal permitiu obter, para cada processo definido nessas operações, resultados relativos à respectiva exposição aos riscos operacionais. As exposições mais significativas serão mitigadas através de medidas correctivas identificadas no próprio exercício de RSA, as quais serão priorizadas em função da magnitude dos riscos em causa, sendo a respectiva implementação monitorizada através da aplicação de suporte à gestão do risco operacional. Os gráficos seguintes apresentam os resultados dos RSA realizados em 2010 em Portugal, Polónia e Grécia, relativamente ao score médio de cada uma das 20 sub-tipologias de risco definidas para o risco operacional, no conjunto dos processos avaliados, sendo que a linha exterior representa um score de 2.0, numa escala de 0 (menos grave) a 5 (mais grave).

Perdas operacionais A identificação e registo de perdas operacionais é uma responsabilidade de todos os Colaboradores, cabendo aos process owners um papel relevante na dinamização da captura de dados sobre as perdas verificadas no âmbito dos seus processos. O Risk Office também procede à identificação e registo de perdas operacionais, a partir da análise de dados oriundos de áreas centrais. O principal objectivo da captura de dados relativos a eventos de perda operacional é o de reforçar a consciencialização para este tipo de risco e facultar, aos process owners, informação relevante que devem incorporar na gestão dos seus processos. Para além disso, a base de dados de perdas operacionais é também um importante instrumento para, +no futuro, vir a suportar o cálculo das necessidades de capital regulamentar. Acresce ainda que os dados das perdas operacionais são utilizados para backtesting dos resultados dos RSA, possibilitando assim a aferição das classificações atribuídas a cada processo, relativamente às 20 sub-tipologias de risco operacional. As perdas operacionais identificadas são relacionadas com um dado processo e registadas na aplicação de gestão do risco operacional do Grupo, sendo caracterizadas pelos respectivos process owners e process managers. A caracterização completa de uma perda operacional inclui, para além da descrição da respectiva causa-efeito, a sua valorização e, quando aplicável, a descrição da acção de mitigação identificada (a partir da análise da causa da perda), implementada ou a implementar. Nas figuras seguintes apresenta-se o perfil das perdas operacionais acumuladas na base de dados até 31 de Dezembro 2010:

0,0

0,5

1,0 1,5 2,0

R1

R2R3

R4

R5

R6

R7

R8

R9R10

R11

R12 R13

R14

R15

R16 R17

R18

R19R20

0,0

0,5

1,0 1,5 2,0

R1

R2R3

R4

R5

R6

R7

R8

R9R10

R11

R12R13

R14

R15 R16

R17 R18

R19 R20

0,0

0,5

1,0 1,5 2,0

R1

R2R3

R4

R5

R6

R7

R8

R9R10

R11 R12

R13 R14

R15

R16 R17

R18 R19 R20

R18 Outsourcing R6 Perda de colaboradores -chave R5 Discriminação sobre colaboradores R4 Viola ção dos regulamentos de higiene e seguran ça

R9 Segurança de sistemasR3 Relações com colaboradoresR8 Infra-estruturas de comunica çõesR2 Execuçã o de transac ções n ã o autorizadasR7 Hardware e Software R1 Fraude interna e roubo

R10 Execução e manuten ção de transac ções

R20 Riscos de projectosR19 Outros problemas de rela ções com terceiros

R17 Práticas comerciais ou de mercado incorrectasR16 Obrigações regulamentares, legais e fiscaisR15 Desastres e danos nos activosR14 Fraude externa e roubo

R13 Concepção de produtos/ servi ços R12 Relações com clientes

R11 Monitoriza ção e reporte

Portugal Polónia Grécia

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A consolidação do processo de captura de perdas operacionais nas várias subsidiárias do Grupo é evidenciado pela evolução dos respectivos registos na base de dados, sendo a uniformidade de critérios assegurada pela análise da informação por parte do Risk Office do Grupo, que promove a disseminação de informação sobre a mitigação de eventos por todas as geografias de actividade do Grupo. Adicionalmente, são também conduzidos processos que visam a reconciliação da informação de perdas registadas com elementos contabilísticos. Indicadores de risco Estes indicadores são métricas que visam identificar alterações no perfil dos riscos ou na eficácia dos controlos, de modo a permitir actuar preventivamente e evitar que situações de risco potencial se materializem em perdas efectivas. Nas diversas operações do Grupo foram já identificados cerca de duzentos indicadores, os quais estão caracterizados numa “biblioteca” de KRI, através da qual as várias entidades do Grupo partilham informação. Este instrumento de gestão é utilizado plenamente na subsidiária da Roménia (experiência-piloto), sendo os indicadores implementados monitorizados com regularidade, servindo para antecipar a necessidade de lançar medidas correctivas para prevenção de riscos potenciais nos processos. Em 2010, os KRI começaram também a ser utilizados de forma sistemática para a prevenção de riscos potenciais num conjunto de processos relevantes em Portugal, na Polónia e na Grécia. Nestas operações, a identificação de KRI está a decorrer de forma progressiva e será alargada a novos processos em função do nível de exposição dos mesmos. Continuidade de negócio Ao longo de 2010, o Grupo continuou a reforçar e aperfeiçoar a sua gestão de continuidade de negócio, destinada a assegurar a continuidade da execução das principais actividades - de negócio ou suporte ao negócio - em caso de catástrofe ou de contingência importante. No Grupo, esta temática é abordada por via de duas vertentes distintas mas complementares: o Disaster Recovery Plan (DRP), para os sistemas e as infra-estruturas de comunicações e o Plano de Continuidade de Negócio (PCN), para as pessoas, instalações e equipamentos requeridos para o suporte mínimo dos processos de seleccionados, considerados como críticos. A título de exemplo, refira-se que em Portugal há 36 processos críticos abrangidos pelo PCN, nos quais estão envolvidas 62 unidades de estrutura. A gestão desta área específica de risco operacional é desenhada, promovida e coordenada por uma unidade de estrutura específica, transversal ao Grupo: a Unidade de Continuidade de Negócio. Na Polónia, Grécia e Roménia também estão definidos e implementados os respectivos PCN. Em Portugal foram aprovados, no ano transacto, a estratégia e o programa regular de exercícios, que abrange todas as equipas operacionais que intervêm nos processos críticos. O programa, cuja implementação se iniciou em 2010, estabelece o treino de todas as unidades referidas até ao final de 2011, em exercícios com complexidade e realismo crescentes.

Distribuição do valor das perdasPor causa

31,3%

41,1%

14,1%

1,3%

12,2%

Distribuição do valor das perdasPor geografia

43,3%47,3%

2,6% 5,0% 1,8%

Distribuição do valor das perdaPor montante (euros)

54,4%

30,1%

10,5%5,0%

Riscos externos

Riscosproces -suais

Riscosorganiza-cionais

Riscos IT

Riscos pessoas Portugal Polónia Grécia Roménia Moçambique

500a

5.000 5.000

a20.000

20.000a

100.000 > 100.000

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Para além disso, em 2010, a consolidação do PCN foi efectivada através de uma segunda iteração, na qual se procedeu a uma descrição simplificada das tarefas a assegurar em caso de um incidente grave e à definição de procedimentos de contingência a levar a cabo entre o momento do incidente e o momento da recuperação de instalações, sistemas e dados. Destaca-se também o lançamento, em 2010, de um programa de comunicação interna que envolveu a criação de sites na Intranet do Millennium bcp dedicados à continuidade de negócio - enquanto uma das vertentes da prevenção e segurança - e ao DRP. Contratação de seguros A contratação de seguros tem por objectivo a transferência, total ou parcial, de riscos de natureza patrimonial, pessoal ou ligados a responsabilidades perante terceiros, constituindo-se como instrumento de mitigação dos riscos operacionais. As propostas para novos seguros submetidas pelos process owners, no âmbito das respectivas competências de gestão do risco operacional inerente aos seus processos ou apresentadas pelos responsáveis de área ou de unidade orgânica, são analisadas pela Comissão de Risco e autorizadas pelo Conselho de Administração Executivo (CAE). No âmbito da contratação de seguros, em Portugal, as funções técnicas e comerciais especializadas envolvidas estão atribuídas à Unidade de Gestão de Seguros (UGS), uma unidade transversal a todas as entidades do Grupo que operam em Portugal. A UGS partilha informação com o Risk Office, visando-se assim reforçar as coberturas das apólices em causa e a qualidade da base de dados de perdas operacionais. Capital económico para risco operacional A métrica utilizada para o cálculo de capital económico relativo ao risco operacional é a mesma que se utiliza para o capital regulamentar relativo a este tipo de risco (ponderadores definidos regulamentarmente por linha de negócio, aplicados sobre o indicador relevante, i.e., o gross income), considerando-se que o montante assim calculado corresponde à perda operacional máxima, com um nível de confiança de 99,90%. Assim, para obtenção do valor de capital económico para risco operacional, o valor de capital regulamentar é ajustado (escalado) para um nível de confiança 99,94%, que corresponde ao patamar definido no âmbito do ICAAP. Em Dezembro de 2010, o capital económico associado ao risco operacional correspondia a 8,4% do capital económico não diversificado total do Grupo, o que se traduz num decréscimo de 0,3 p.p. neste peso face a Dezembro de 2009. Riscos de mercado Os riscos de mercado consistem nas perdas potenciais que podem ser registadas por uma determinada carteira, em resultado de alterações de taxas (de juro ou de câmbio) e/ou dos preços dos diferentes instrumentos financeiros que a compõem, considerando não só as correlações existentes entre estes, mas também as respectivas volatilidades. Para efeitos de análise de rendibilidade e da quantificação e controlo dos riscos de mercado, são definidas as seguintes “áreas de gestão” para cada entidade do Grupo:

– Negociação – Gestão das posições cujo objectivo é a obtenção de ganhos a curto prazo, através de venda ou reavaliação. Estas posições são activamente geridas, transaccionam-se sem restrições e podem ser precisa e frequentemente avaliadas. Nas posições em causa incluem-se os títulos e os derivados de actividades de vendas;

– Financiamento – Gestão dos financiamentos institucionais (wholesale funding) e das posições de mercado monetário;

– Investimento – Gestão de todas as posições em títulos a deter até à maturidade (ou durante um período alargado de tempo) ou que não sejam transaccionáveis em mercados líquidos;

– Comercial – Gestão das posições resultantes da actividade comercial com Clientes;

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– Estrutural – Gestão de elementos de balanço ou de operações que, dada a sua natureza, não são directamente relacionáveis com nenhuma das áreas de gestão anteriormente referidas;

– Gestão de Activos e Passivos (ALM ).

A definição destas áreas permite uma efectiva separação da gestão das carteiras de negociação e bancária, bem como uma correcta afectação de cada operação à área de gestão mais adequada, de acordo com o respectivo contexto. De modo a garantir que os níveis de risco incorridos nas diversas carteiras do Grupo estão de acordo com os níveis de tolerância ao risco do Grupo, são definidos vários limites para riscos de mercado (com periodicidade mínima anual) que se aplicam a todas as carteiras que, de acordo com o modelo de gestão, podem incorrer nesse tipo de riscos. Estes limites são definidos com base nas métricas de risco de mercado utilizadas pelo Grupo para controlo e monitorização do mesmo, sendo acompanhados numa base diária (ou intra-diária, no caso das áreas de mercados financeiros – as de Negociação e de Financiamento) pelo Risk Office. Para além destes limites de risco, são ainda definidos limites de stop loss para as áreas de mercados financeiros, com base em múltiplos dos limites de risco definidos para as mesmas, visando limitar as perdas máximas que podem ocorrer nestas áreas. Quando estes limites são atingidos, é obrigatória uma revisão da estratégia e dos pressupostos relativos à gestão das posições em causa. Riscos de mercado da carteira de negociação O Grupo utiliza uma medida integrada de riscos de mercado que permite uma monitorização de todas as sub-tipologias de risco consideradas relevantes. Esta medida integra a avaliação dos seguintes tipos de risco: risco genérico, risco específico, risco não linear e risco de mercadorias. Cada um destes sub-tipos de risco é medido individualmente, utilizando-se um modelo de risco adequado, sendo a medida integrada apurada a partir das medidas de cada sub-tipo sem considerar qualquer tipo de diversificação entre os 4 sub-tipos (abordagem de worst case scenario). Para a medição diária do risco genérico de mercado – relativo a risco de taxa de juro, risco cambial, risco de acções e risco de preço dos Credit Default Swaps (CDS) - é utilizado um modelo de VaR (Value-at-risk), baseado na aproximação paramétrica definida na metodologia desenvolvida pela RiskMetrics (1996), sendo que este cálculo considera um horizonte temporal de 10 dias úteis e um nível de significância de 99%. Tal como definido na metodologia RiskMetrics, a estimação da volatilidade de cada um dos factores de risco de mercado (e das respectivas correlações) considerados no modelo de VaR é efectuada por um modelo econométrico de estimação EWMA, com um período de observação de um ano e um ponderador temporal (lambda) de 0,94. Adicionalmente, é também aplicada uma metodologia desenvolvida internamente, a qual replica o efeito que os principais elementos não-lineares das posições em opções podem ter no apuramento dos resultados das diversas carteiras em que estão incluídas, de uma forma semelhante ao considerado na metodologia VaR, utilizando-se o mesmo horizonte temporal e os mesmos níveis de significância. O risco específico e o risco de mercadorias são medidos através das metodologias Standard definidas na regulamentação aplicável (decorrente do Acordo de Basileia II), com a correspondente alteração do horizonte temporal considerado. São assim apurados os valores em risco, quer em base individual, quer em termos consolidados, considerando-se os efeitos de diversificação das diferentes carteiras. Note-se que esta abordagem à avaliação de riscos de mercado é também aplicada às restantes (e não apenas à área de Negociação), nos casos em que as respectivas carteiras incorram neste tipo de riscos.

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No quadro seguinte apresentam-se os valores em risco medidos pelas metodologias referidas, para a carteira de negociação (Trading Book), entre 31 de Dezembro de 2009 e 31 de Dezembro de 2010:

No ano de 2010 observou-se um aumento significativo da volatilidade dos mercados financeiros, em particular nos mercados de dívida pública de países periféricos da Área do Euro. Para além disso, verificaram-se no ano transacto comportamentos muito distintos nos diversos mercados do euro, o que resultou na quebra de correlações típicas entre algumas variáveis importantes, em particular no que se refere à relação entre as yields da dívida pública e as taxas de swaps, sendo esta quebra de correlação particularmente significativa nestes países. Esta evolução dos mercados teve efeitos negativos sobre os níveis de risco do Grupo em 2010, verificando-se um acréscimo dos mesmos relativamente a 2009. Apesar deste aumento, o nível de risco da carteira de negociação não ultrapassou os limites estabelecidos para a respectiva gestão. Stress tests sobre a carteira de negociação Em complemento do apuramento do VaR, visando a identificação de concentrações de risco não capturadas por essa métrica e, também, por forma a testar outras possíveis dimensões de perda, o Grupo testa de forma contínua um conjunto alargado de cenários de esforço (stress scenarios) sobre a carteira de negociação, analisando os resultados desses testes de esforço. Os resultados destes testes sobre a carteira de negociação do Grupo em 31 de Dezembro de 2010 foram os seguintes:

Os resultados destes testes de esforço indicam que a exposição da carteira de negociação do Grupo aos diversos factores de risco considerados é limitada e que o principal risco a ter em conta é o aumento do nível das taxas de juro, sobretudo se tal implicar igualmente um aumento do declive da mesma (i.e., se a subida das taxas de longo prazo for superior à subida das taxas de curto prazo).

Testes de esforço sobre a carteira de negociação (milhões de euros)

Variação paralela da curva de rendimentos em +/- 100 p.b. + 100 p.b. -20,6

Variação no declive da curva de rendimentos

(para maturidades entre 2 e 10 anos) em +/- 25 p.b. + 25 p.b. -2,5 + 100 p.b. e + 25 p.b. -23,0

+ 100 p.b. e - 25 p.b. -18,1

Variação dos principais índices accionistas em +/- 30% - 30% -2,8 Variação das taxas de câmbio (em relação ao euro) em +/- 6%

para as principais moedas e +/- 20% para as restantes moedas+ 6%, + 20% -3,9

Variação dos swap spreads em +/- 20 p.b. + 20% -0,1

ResultadoCenários testados Cenário com resultado negativo

4 combinações possíveis dos 2 cenários anteriores

Riscos de mercado da carteira de negociação

2009 31 Dez Média Máximo Mínim 31 Dez

Risco genérico (VaR) 12.518,7 7.556,2 28.100,0 2.777,6 4.177,7

Risco de taxa de juro 12.332,2 5.659,7 25.903,8 1.953,8 1.684,2

Risco cambial 1.484,8 3.388,1 4.195,5 2.413,4 3.551,4

Risco de acções 609,9 691,4 1.029,6 368,2 353,2

Efeito de diversificação 1.908,1 2.183,0 3.028,9 1.957,8 1.411,1

Risco específico 2.179,7 1.539,7 2.980,3 902,2 1.539,1

Risco não linear 296,8 166,8 373,2 33,5 77,5

Risco de commodities 3,1 3,3 25,0 0,7 1,7

Risco global 14.998,3 9.266,0 30.165,6 4.246,7 5.796,0

Notas:

milhares de euros

- Período de detenção de 10 dias e 99% de nível de confiança.

2010

- Valores consolidados das posições assumidas pelas Tesourarias do Millennium bcp, Bank Millennium, Millennium bank

na Grécia, Millennium bank na Turquia e Banca Millennium na Roménia.

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Monitorização e validação do modelo VaR De modo a assegurar que o modelo interno de VaR é adequado para avaliar os riscos envolvidos nas posições assumidas, são efectuadas diversas validações ao longo do tempo, com diferentes âmbitos e frequências, nos quais se incluem o backtesting, a estimação dos efeitos de diversificação e a análise da abrangência dos factores de risco. No gráfico seguinte, apresenta-se o backtesting hipotético para a carteira de negociação, através do qual se confrontam os indicadores de VaR com os resultados hipotéticos do modelo utilizado.

Os aumentos do VaR verificados em alguns períodos de 2010 devem-se, essencialmente, à conjugação de períodos de maior detenção de Dívida Pública - em consequência da política de incremento dos activos elegíveis para desconto junto de bancos centrais - com o aumento pontual da volatilidade do preço desses activos. Como se poderá verificar através deste gráfico, apenas se observaram 5 excessos de valor (2% de frequência em 250 dias úteis) sobre os resultados hipotéticos do modelo, o que confirma a adequação do mesmo para a avaliação dos riscos em causa. No gráfico seguinte, os dados deste backtesting são agrupados por classes de valores, sendo medida a frequência das ocorrências (em número de dias) em cada classe. Verifica-se, assim, que as observações de maior dimensão resultantes do modelo são mais frequentes que os valores de retorno observados na carteira, o que ilustra um eficaz desempenho do modelo na estimação das perdas potenciais de valor mais elevado.

Risco de taxa de juro na carteira bancária A avaliação do risco de taxa de juro originado por operações da carteira bancária (Banking Book) é efectuada através de um processo de análise de sensibilidade ao risco, realizado todos os meses, para o universo de operações que integram o Balanço consolidado do Grupo. As variações das taxas de juro de mercado têm efeito ao nível da margem financeira do Grupo, tanto numa óptica de curto como de médio/longo prazo, afectando o valor económico da mesma numa perspectiva de longo prazo. Os principais factores de risco advêm do mismatch de repricing das posições da carteira (risco de repricing) e do risco de variação do nível das taxas de juro de mercado

-30.000

-20.000

-10.000

0

10.000

20.000

30.000

Jan-

10

Fev-

10

Mar

-10

Abr

-10

Mai

-10

Jun-

10

Jul-

10

Ago

-10

Set-

10

Out

-10

Nov

-10

Dez

-10

VaR / Retorno (e

m m

ilhar

es

de e

uros

)

VaR Retorno

Backtesting do modelo VaR (Trading Book)

VaR versus Retorno (P/L)

130

63

2710 17

4

234

13 4 0 0 0

< 5 5 a 10 10 a 15 15 a 20 20 a 25 > 25

Valores VaR / retorno (em milhões de euros)

Freq

uênc

ia (

nº d

e di

as)

VaR Retorno

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(yield curve risk). Para além disso – embora com menor impacto - existe o risco de variações desiguais em diferentes indexantes com o mesmo prazo de repricing (basis risk). Por forma a identificar a exposição da carteira bancária do Grupo a estes riscos, a monitorização do risco de taxa de juro entra em consideração com as características financeiras das posições registadas nos sistemas de informação, sendo efectuada uma projecção dos respectivos cash-flows esperados de acordo com as datas de repricing, calculando-se assim o impacto no valor económico resultante de cenários alternativos de alteração nas curvas de taxas de juro de mercado. Esta análise, reportada a 31 de Dezembro de 2010 e efectuada pelo cálculo da diferença entre o valor actual do mismatch de taxa de juro (descontado às taxas de juro de mercado) e o valor desse mismatch descontado a um nível de taxas com +100 p.b. (para todos os prazos) resulta num impacto de cerca de - 90 milhões de euros para posições denominadas em euros. No quadro seguinte é apresentado o impacto no valor económico dessa variação de taxas de juro, em cada uma das áreas de gestão e para os diferentes prazos residuais das posições em causa.

A sensibilidade da carteira bancária às variações de taxa de juro do euro variou de sentido ao longo de 2010, tendo o valor absoluto do impacto testado sido cerca de 63 milhões de euros superior ao verificado em final de 2009, principalmente devido ao aumento do peso dos activos a taxa fixa a mais de um ano nas carteiras de investimento e ALM. Note-se que o Grupo realiza mensalmente operações de cobertura com o mercado, tendo em vista a redução do mismatch de taxa juro das posições de risco associadas à carteira das áreas Comercial e Estrutural (operações de capital, de financiamento a médio/longo prazo, etc.). As posições em risco que não são objecto de operações de cobertura específica em mercado são transferidas internamente para duas áreas de mercados (Financiamento e ALM), passando assim a fazer parte integrante das respectivas carteiras. Como tal, são avaliadas diariamente com base no modelo VaR. Risco cambial na carteira bancária O risco cambial da carteira bancária é transferido internamente para área de Negociação (Tesouraria), de acordo com o modelo de especialização de riscos seguido pelo Grupo para a gestão do risco cambial do Balanço. As únicas exposições a risco cambial que não são integradas nesta transferência – as participações financeiras de subsidiárias em moeda estrangeira – são cobertas casuisticamente por operações em mercado. Em 31 de Dezembro de 2010 o Grupo tinha cobertas as participações financeiras em dólares norte-americanos (USD), francos suíços (CHF) e zlotis (PLN) (neste caso, parcialmente). Risco de acções na carteira bancária Na carteira bancária, o Grupo mantém um conjunto de posições em acções com dimensão não significativa, que não se destinam a ser negociadas com objectivos de trading.

Impacto de uma deslocação da curva de rendimentos de +100 p.b.

Gap de taxa de juro para o balanço em EUR

< 1 A 1 - 3 A 3 - 5 A 5 - 7 A > 7 A Total

Actividade da Área Comercial -29.170,7 51.287,3 61.803,0 -3.056,1 -4.999,2 75.864,3

Actividade da Área Estrutural 25.923,4 35.634,2 119.864,1 131.735,0 2.740,0 315.896,7

Subtotal -3.247,3 86.921,5 181.667,0 128.678,8 -2.259,1 391.761,0

Cobertura de risco -11.782,8 -98.040,8 -183.395,9 -130.087,7 -827,2 -424.134,5

Total Comercial e Estrutural -15.030,1 -11.119,3 -1.728,9 -1.408,9 -3.086,4 -32.373,5

Financiamento e Cobertura 37.161,1 825,3 751,0 -42,3 -920,5 37.774,7

Carteira de Investimento -29.286,6 -13.748,5 -10.857,6 -14.601,0 -40.728,3 -109.221,9

ALM -2.216,0 19.397,1 47.049,7 -27.913,7 -22.526,4 13.790,8

Total da carteira bancária em Dez 2010 -9.371,5 -4.645,3 35.214,2 -43.965,8 -67.261,5 -90.030,0

Total da carteira bancária em Dez 2009 40.725,8 1.763,8 -2.753,8 10.751,4 -23.671,6 26.815,7

Prazos residuais de repricing

milhares de euros

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A gestão destas posições é feita por uma área específica do Grupo, sendo o risco das mesmas incluído na área de Investimento e controlado em base diária, através das métricas e limites definidos para controlo dos riscos de mercado no Grupo. Capital económico para riscos de mercado A base metodológica para apuramento das necessidades de capital económico relativo a riscos de mercado é a mesma que a utilizada para o cálculo de requisitos de capital regulamentar (modelo VaR) para a carteira de negociação, com algumas adaptações relativas ao alargamento do horizonte temporal considerado. Em Dezembro de 2010, o capital económico associado aos riscos de mercado correspondia a 23,7% do capital económico não diversificado total do Grupo, o que se traduz num decréscimo de 2,5 p.p. neste peso face a Dezembro de 2009. Risco de liquidez O risco de liquidez reflecte a potencial incapacidade de o Grupo em cumprir as suas obrigações no momento dos respectivos vencimentos sem incorrer em perdas significativas, decorrentes de uma degradação das condições de financiamento (risco de financiamento) e/ou da venda dos seus activos por valores inferiores aos de mercado (risco de liquidez de mercado). À semelhança do que se tinha verificado em 2009, o ano de 2010 foi particularmente desafiante no que respeita à gestão da posição de liquidez do Grupo. Após um início de ano com alguma normalização no acesso aos mercados de liquidez - em particular nos mercados de prazos mais curtos – os mesmos apresentaram-se de novo praticamente fechados a partir do segundo trimestre do ano, tanto no que se refere ao mercado interbancário como ao mercado de dívida de médio e longo prazo. No entanto, o Grupo foi capaz de efectuar parte do refinanciamento das suas necessidades através de novas emissões de dívida de médio e longo prazo - parte das quais colocadas junto de Clientes - essencialmente durante o primeiro semestre do ano. Das principais emissões efectuadas em 2010 destaca-se a colocação de um conjunto significativo de emissões de Euro Medium Term Notes (EMTN), nomeadamente:

– 980 milhões de euros a 1 ano (em várias emissões ao longo do ano); – 500 milhões de euros a 1 ano e 3 meses; – 850 milhões de euros a 2 anos; – 300 milhões de euros a 3 anos; – 95 milhões de euros de dívida subordinada a 10 anos; – 200 milhões num acordo de empréstimo a 3 anos.

No início do segundo semestre de 2010, o Grupo lançou o Plano Oceanus com o intuito de, por um lado, aumentar de forma significativa os activos líquidos existentes e, por outro, diminuir a sua dependência, quer dos mercados de financiamento wholesale, quer dos financiamentos obtidos junto do Banco Central Europeu. Este plano começou a produzir resultados já durante o final do ano de 2010, observando-se um crescimento significativo da carteira de activos descontáveis junto do BCE mas, ao mesmo tempo, uma diminuição na utilização desta fonte de financiamento, pelo recurso a fontes alternativas. Conforme referido, um dos vectores fundamentais de actuação da gestão de liquidez em 2010, no âmbito de medidas de mitigação e contingência relativas às necessidades de financiamento, foi o reforço da carteira de activos descontáveis junto do BCE. O volume destes activos, líquido de haircuts, mais do que duplicou, tendo passado de cerca de 8,5 mil milhões de euros em Dezembro de 2009 para cerca de 19,75 mil milhões de euros em Dezembro de 2010 (dos quais 14,9 mil milhões de euros encontram-se utilizados), conforme representado no gráfico seguinte:

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A 31 de Março de 2011, o volume destes activos, líquido de haircuts, atingiu cerca de 17,0 mil milhões de euros (dos quais 14,7 mil milhões de euros encontram-se utilizados). No que se refere à estrutura de wholesale funding do Grupo, a mesma é definida para cada período anual pelo Plano de Liquidez, o qual faz parte integrante do processo de orçamentação, sendo formulado a nível consolidado e para as principais subsidiárias do Grupo. A preparação deste plano é coordenada pelo Group Treasurer e a execução do mesmo é acompanhada continuamente ao longo do ano, procedendo-se à respectiva revisão sempre que necessário ou aconselhável. No quadro seguinte ilustra-se a estrutura de wholesale funding, em 31 de Dezembro de 2009 e 2010, em termos da importância relativa de cada um dos instrumentos utilizados:

Em comparação com Dezembro de 2009, verifica-se um aumento muito significativo da importância dos financiamentos obtidos junto do BCE por redução de todas as outras componentes. Em particular, verifica-se um decréscimo acentuado da importância relativa do mercado monetário, das emissões de papel comercial e da dívida emitida (EMTN), o que reflecte a evolução recente dos mercados de financiamento, atrás descrita. No gráfico seguinte ilustra-se a distribuição temporal dos vencimentos de dívida de médio/longo prazo em 2011 e 2012. Pode assim verificar-se que os vencimentos estão mais concentrados na primeira metade dos anos e que o valor global anual atinge montantes moderados (cerca de 4.000 milhões de euros em cada ano).

1.7252.969 3.741

5.5197.171 7.899 8.502 8.711

14.74216.581

19.752

5.439

Mar-08 Jun-08 Set-08 Dez-08 Mar-09 Jun-09 Set-09 Dez-09 Mar-10 Jun-10 Set-10 Dez-10

Activos elegíveis para desconto junto do BCEApós haircuts (milhões de euros)

Composição da liquidez

(Wholesale funding )

31-Dez-10 31-Dez-09 V ar. peso

MM 4,2% 15,1% -10,9%

BCE 44,2% 9,8% 34,4%

Depósitos SFI 1,4% 2,1% -0,7%

Papel Comercial 1,0% 8,1% -7,1%

Repos 0,3% 1,2% -0,9%

Acordos de empréstimo 3,6% 3,8% -0,2%

Schuldschein 1,3% 2,0% -0,7%

EMTN 30,6% 36,7% -6,1%

Obrigações Hipotecárias 10,0% 15,1% -5,1%

Dívida Subordinada 3,3% 6,0% -2,8%

TOTAL 100,0% 100,0% -

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Controlo do risco de liquidez O controlo do risco de liquidez do Grupo, para horizontes temporais de curto prazo (até 3 meses), é efectuado diariamente com base em duas métricas internamente definidas – o indicador de liquidez imediata e o indicador de liquidez trimestral - as quais medem as necessidades máximas de tomada de fundos que podem ocorrer cumulativamente nos respectivos horizontes temporais, considerando-se as projecções de cashflows para períodos de, respectivamente, 3 dias e 3 meses. Estes indicadores, para 31 de Dezembro de 2010, são apresentados no quadro seguinte:

Em paralelo, é efectuado o apuramento regular da evolução da posição de liquidez do Grupo, identificando-se todos factores que justificam as variações ocorridas. O Grupo efectua o controlo do perfil de liquidez estrutural através do acompanhamento regular, por parte das suas estruturas e órgãos de gestão, de um conjunto de indicadores definidos tanto internamente como pela regulamentação, que visam caracterizar o risco de liquidez, como sejam:

– O rácio de transformação de depósitos em crédito; – Os gaps de liquidez a médio prazo; – Os rácios de cobertura de financiamentos em mercados de wholesale funding por Activos

Altamente Líquidos (HLA). Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, estes indicadores eram os seguintes:

Plano de Contingência de Capital e Liquidez O Plano de Contingência de Capital e Liquidez (PCCL) define as prioridades, responsabilidades e medidas específicas a tomar na ocorrência de uma situação de contingência de liquidez. Este plano é revisto com periodicidade mínima anual.

794

2.073

950

130278

600

42

3.130

1T 2011 2T 2011 3T 2011 4T 2011 1T 2012 2T 2012 3T 2012 4T 2012

Distribuição trimestral de vencimentos (2011-2012)Dívida de médio/longo prazo (milhões de euros)

Indicadores de liquidez

Liquidez imediata Liquidez trimestral

Portugal 0,0 0,0Polónia 0,0 0,0Grécia -474,6 -548,4Roménia 0,0 0,0Turquia 0,0 0,0

Nota: os valores nulos representam posições de tesouraria positiva (líquidas de Activos Altamente Líquidos).

(milhões de euros)

Indicadores de controlo de liquidez

Valor de referência Dez-10 Dez-09

Cashflows líquidos acumulados até 1 ano em % do total do passivo contabilistico Não inferior a (- 6 %) -5,9% -1,0%

Gap de liquidez em % dos activos ilíquidos Não inferior a (- 20 %) -7,6% -12,1%

Rácio de transformação (Crédito / Depósitos) Não superior a 150 % 148,8% 152,3%

Rácio de cobertura do Wholesale Funding por Activos Altamente Líquidos (HLA)

Até 1 mês > 100 % 136,0% 149,0%

Até 3 meses > 85 % 113,5% 108,6%

Até 1 ano > 60 % 95,2% 75,4%

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O PCCL define, enquanto objectivo, a manutenção de uma estrutura de liquidez e capital equilibrada, estabelecendo também a necessidade de uma contínua monitorização das condições de mercado, bem como linhas de acção e triggers que visam a tomada de decisões atempada perante cenários de adversidade antecipados ou verificados. No âmbito do PCCL foi definido um indicador compósito dos principais parâmetros identificados como indicadores avançados de situações de stress de liquidez (29 variáveis) que podem afectar a situação de liquidez do Grupo. A quantificação deste indicador é efectuada na última semana de cada mês e a respectiva sua evolução é acompanhada pelo CAE, Group CALCO e Group Treasurer. Capital económico para risco de liquidez O cálculo de capital económico relativo ao risco de liquidez baseia-se nos resultados de stress testing sobre as necessidades de financiamento futuras e os respectivos custos. Em Dezembro de 2010, o capital económico associado ao risco de liquidez correspondia a 6,2% do capital económico não diversificado total do Grupo, o que se traduz num acréscimo neste peso de 1,2 p.p. face a Dezembro de 2009. Risco do Fundo de Pensões Este risco decorre da desvalorização potencial dos activos do Fundo de Pensões de Benefício Definido do BCP ou da diminuição dos respectivos retornos esperados, que impliquem a efectivação de contribuições não previstas. A regular monitorização deste risco e o acompanhamento da respectiva gestão cabe à Sub-Comissão de Risco do Fundo de Pensões. Em 2010, este Fundo registou uma rendibilidade líquida de -5,5%, atingindo em 31 de Dezembro de 2010 o volume de 5,123 milhões de euros, dos quais 31,2% (cerca de 1,600 milhões de euros) correspondiam à classe de Acções (incluindo Hedge Funds). Em termos de capital económico, este risco representava 17,1% do total (antes de diversificação), em 31 de Dezembro de 2010. Risco de negócio e estratégico Este tipo de risco concretiza-se quando existem impactos negativos em resultados e/ou capital, resultantes de i) decisões com efeitos adversos; ii) implementação de estratégias de gestão inadequadas; ou iii) incapacidade de resposta eficaz a alterações e variações no mercado. Desta forma a variação de cotação da acção BCP é um indicador relevante para a medição deste tipo de risco, sendo essa quantificação efectuada no âmbito do modelo interno para avaliação/quantificação das necessidades internas de fundos próprios (cálculo do capital económico). O apuramento do capital económico para fazer face a este tipo de risco é baseado numa série longa de valores de cotação da acção BCP, sendo essa evolução analisada após dedução da influência externa do mercado accionista, a qual é estimada a partir de séries cronológicas de cotações dos maiores bancos presentes na Euronext Lisbon. Ao risco de negócio e estratégico correspondiam, em 31 de Dezembro de 2010, 4,0% do capital económico total (antes de efeito de diversificação).

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CAPÍTULO 12 – LIQUIDEZ E RECURSOS DE CAPITAL DO EMITENTE E OFERENTE DAS ACÇÕES OFERECIDAS EM CONTRAPARTIDA NA OFERTA

12.1 Descrição dos fluxos de tesouraria

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA CONSOLIDADOS

(Montantes expressos em milhares de Euros)

2008 2009 20101º Trimestre

20101º Trimestre

2011

Fluxos de caixa de actividades operacionaisJuros recebidos 4.867.373 3.829.296 3.291.908 768.164 842.718Comissões recebidas 910.858 910.649 961.139 228.864 232.206Recebimentos por prestação de serviços 309.533 144.841 118.610 11.325 49.298Pagamento de juros -3.375.082 -2.386.489 -1.972.908 -441.587 -516.019Pagamento de comissões -261.117 -186.152 -129.930 -35.642 -42.005Recuperação de empréstimos previamente abatidos 92.788 33.365 30.555 1.961 5.559Prémios de seguros recebidos 17.967 18.228 20.328 6.173 5.802Pagamento de indemnizações da actividade seguradora -10.707 -7.249 -8.486 -1.738 -1.761Pagamentos (de caixa) a empregados e a fornecedores -1.797.471 -1.548.724 -1.686.712 -443.272 -417.609

754.142 807.765 624.504 94.248 158.189

Diminuição / (aumento) de activos operacionais:Fundos adiantados a instituições de crédito 2.530.573 490.621 790.967 -323.658 14.215Depósitos debitados de acordo com fins de controlo monetário 973.967 169.285 -329.598 462.515 927.054Fundos adiantados a clientes -7.288.663 -1.094.948 485.154 161.858 1.169.925Títulos negociáveis a curto prazo 258.565 -4.994 -1.558.296 165.083 751.030

Aumento / (diminuição) nos passivos operacionais:Débitos para com instituições de crédito - à vista -154.200 -11.009 11.022 52.228 -102.711Débitos para com instituições de crédito - a prazo 2.008.265 365.656 8.720.756 -1.917.507 -358.514Débitos para com clientes - à vista -630.704 1.018.466 -635.063 -452.663 -192.141Débitos para com clientes - a prazo 6.194.006 422.015 -19.342 237.758 -563.483

4.645.951 2.162.857 8.090.104 -1.520.138 1.803.564

Impostos sobre o rendimento (pagos) / recebidos 36.772 34.295 -25.182 6.171 -7.954

4.682.723 2.197.152 8.064.922 -1.513.967 1.795.610

Fluxos de caixa de actividades de investimentoCedência de investimentos em subsidiárias e associadas - 151.700 81.051 - -Aquisição de investimentos em subsidiárias e associadas -1.994 - -23.895 - -Dividendos recebidos 41.137 11.570 42.031 865 27Juros recebidos de activos financeiros disponíveis para venda 201.810 116.464 188.323 31.966 59.774Venda de activos financeiros disponíveis para venda 41.011.019 24.136.062 48.068.277 16.298.513 5.463.735Compra de activos financeiros disponíveis para venda -71.346.564 -36.764.051 -61.360.877 -23.140.718 -6.020.071Vencimentos de activos financeiros disponíveis para venda 29.237.121 12.003.971 13.330.707 6.470.761 127.225Compra de imobilizações -225.083 -139.546 -151.309 -40.051 -10.108Venda de imobilizações 75.228 51.427 51.762 22.509 8.661Aumento / (diminuição) em outras contas do activo -915.398 -538.033 -4.788.366 -542.616 7.981

-1.922.724 -970.436 -4.562.296 -898.771 -362.776

Fluxos de caixa de actividades de financiamentoEmissão de dívida subordinada 377.038 951 150.334 - 114.925Reembolso de dívida subordinada -463.578 -661.474 -324.423 -10.983 -760.415Emissão de empréstimos obrigacionistas 4.745.710 6.647.684 4.168.688 1.665.926 45.988Reembolso de empréstimos obrigacionistas -4.396.962 -6.876.847 -4.425.979 -1.356.727 -898.026Emissão de papel comercial 16.664.374 18.959.485 5.596.366 4.103.333 287.413Reembolso de papel comercial -20.744.783 -18.863.944 -7.936.414 -2.267.523 -508.564Aumento de capital 1.083.270 - - - -Emissão de Valores mobiliários perpétuos - 1.000.000 - - -Prémio de emissão 183.368 - - - -Dividendos pagos - -79.108 -89.095 - -Dividendos pagos a interesses que não controlam -19.505 -3.849 -3.468 - -Aumento / (diminuição) noutras contas de passivo e

interesses que não controlam 154.283 -1.524.080 -227.640 207.379 -106.037-2.416.785 -1.401.182 -3.091.631 2.341.405 -1.824.716

Efeitos de alterações da taxa de câmbio em caixa e seus equivalentes -85.567 -34.747 18.426 3.187 -11.001

Variação líquida em caixa e seus equivalentes 257.647 -209.213 429.421 -68.146 -402.883Caixa e seus equivalentes no início do exercício 1.474.592 1.732.239 1.523.026 1.523.026 1.952.447Caixa 683.891 683.474 693.422 643.767 600.347Outros investimentos de curto prazo 1.048.348 839.552 1.259.025 811.113 949.217

Caixa e seus equivalentes no fim do exercício 1.732.239 1.523.026 1.952.447 1.454.880 1.549.564

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Os parágrafos seguintes devem ser lidos em conjunto com o Mapa dos Fluxos de Caixa Consolidados, apresentado acima, e as notas às demonstrações financeiras referentes aos exercícios de 2010 e 2009, informação inserida por remissão ao presente prospecto, bem como em conjunto com a informação intercalar relativa ao período trimestral findo em 31 de Março de 2011 reproduzida na íntegra no Anexo 1 do presente prospecto. 1º Trimestre 2011 vs. 1º Trimestre 2010 Os fluxos de caixa das actividades operacionais gerados nos primeiros três meses de 2011 cifraram-se em 1.796 milhões de euros, que comparam com os -1.514 milhões de euros apurados no período homólogo de 2010. Este comportamento traduz fundamentalmente a evolução da actividade observada nos dois períodos, tanto ao nível dos (i) activos operacionais: com diminuição das aplicações do Grupo em instituições de crédito no primeiro trimestre de 2011, enquanto que no trimestre homólogo se observou um aumento, explicado pelo irregular actividade dos mercados interbancários em face da escassa liquidez sectorial; e um decréscimo do crédito concedido a clientes no primeiro trimestre de 2011 comparativamente superior ao observado no primeiro trimestre de 2010; como dos (ii) passivos operacionais: com uma diminuição dos depósitos de instituições de crédito no primeiro trimestre de 2011 comparativamente superior à observada no trimestre homólogo, relacionado com o irregular funcionamento dos mercados interbancários já atrás referido; e uma descida mais acentuada dos depósitos de clientes nos primeiros três meses de 2011 comparativamente à registada em igual período de 2010. Os fluxos de caixa de actividades de investimento situaram-se em -363 milhões de euros nos primeiros três meses de 2011, comparando com os -899 milhões de euros no período homólogo de 2010. Nos períodos em análise, assumiram particular relevância os fluxos de caixa associados a activos financeiros disponíveis para venda, tendo, no entanto, o impacto líquido apurado nos primeiros três meses de 2011 entre vendas, compras e vencimentos de activos desta natureza cifrado-se em -429 milhões de euros, que comparam com -372 milhões de euros no período homólogo de 2010. Contudo, a diferença no comportamento dos fluxos de caixa das actividades de investimento nos períodos em análise foi sobretudo influenciada pelo agregado “outras contas do activo” (8 milhões de euros nos primeiros três meses de 2011 face aos –542 milhões de euros em igual período de 2010), reflectindo essencialmente a evolução dos activos financeiros detidos até à maturidade, em especial da carteira de títulos descontáveis junto de Bancos Centrais, a qual reduziu nos primeiros três meses de 2011 face a Dezembro de 2010, embora recuperando já no decurso de Abril de 2011, e foi reforçada no primeiro trimestre de 2010. Os fluxos de caixa de actividades de financiamento totalizaram -1.825 milhões de euros nos primeiros três meses de 2011, que comparam com os 2.341 milhões de euros no período homólogo de 2010, influenciado pelo comportamento das principais fontes de financiamento da actividade utilizadas pelo Banco, em especial os empréstimos obrigacionistas e a emissão de papel comercial e de dívida subordinada. Nos primeiros três meses de 2011, os reembolsos e respectivos refinanciamentos de empréstimos obrigacionistas e de papel comercial não só foram de menor montante em relação a igual período de 2010, como em ambos os casos, uma parte das emissões vencidas no primeiro trimestre de 2011 não foram objecto de refinanciamento em face da maior restritividade no acesso aos mercados. No primeiro trimestre de 2010, os fluxos de caixa de actividades de financiamento foram positivamente influenciados por duas emissões de obrigações no montante global de 1.050 milhões ao abrigo do Programa de Euro Medium Term Notes (EMTN) e pelo reforço significativo do endividamento via papel comercial. 2010 vs. 2009 e 2008 Os fluxos de caixa gerados pelas actividades operacionais totalizaram 8.065 milhões de euros em 2010, que compara com 2.197 milhões de euros apurados em 2009 (4.683 milhões de euros em 2008). A evolução dos fluxos de caixa de actividades operacionais no período em análise reflecte fundamentalmente o efeito do aumento dos passivos operacionais, nomeadamente dos débitos para com instituições de crédito, determinado pela acrescida mobilização de fundos para responder às

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necessidades de liquidez de curto prazo do Grupo, especialmente através de operações de financiamento junto do Banco Central Europeu, a par da diminuição dos activos operacionais, como resultado do abrandamento no ritmo de crescimento ao nível da concessão de crédito a clientes em 2009 face a 2008 e da diminuição do crédito a clientes observada em 2010. Os fluxos de caixa de actividades de investimento situaram-se em -4.562 milhões de euros em 2010, comparando com -970 milhões de euros em 2009 (-1.923 milhões de euros em 2008). Os fluxos de caixa de maior relevância gerados pelas actividades de investimento foram os associados a activos financeiros disponíveis para venda, tendo o impacto líquido apurado em 2010, entre vendas, compras e vencimentos de activos desta natureza cifrado-se em 38 milhões de euros que compara com -624 milhões de euros em 2009 (em 2008 de -1.094 milhões de euros), tendo sido especialmente influenciado pela venda, em Dezembro de 2010, da participação de 2,7% detida no capital social da Eureko, BV. Não obstante, em 2010 os fluxos de caixa de actividades de investimento foram influenciados pelo comportamento do agregado “outras contas do activo”, reflectindo essencialmente a compra de activos financeiros detidos até à maturidade, designadamente a aquisição de títulos para reforço da carteira de activos descontáveis junto do Banco Central Europeu (BCE) e de outros Bancos Centrais de países onde o Grupo possui actividade. Os fluxos de caixa de actividades de financiamento totalizaram -3.092 milhões de euros em 2010, que compara com -1.401 milhões de euros em 2009 (-2.417 milhões de euros em 2008), determinado pelo comportamento ao nível das principais fontes de financiamento utilizadas pelo Banco na sua actividade, em especial os empréstimos obrigacionistas e a emissão de papel comercial e de dívida subordinada. Com efeito, em 2010, os reembolsos e respectivos refinanciamentos de empréstimos obrigacionistas e de papel comercial não só foram de menor montante em relação a 2009, como inclusive, no caso deste último, uma parte das emissões vencidas não foi objecto de refinanciamento em face da maior restritividade no acesso aos mercados. Em 2009, os fluxos de caixa de actividades de financiamento foram positivamente influenciados pela emissão de três tranches de Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados no montante global de 1.000 milhões de euros. 12.2 Recursos financeiros

O total de recursos financeiros de longo prazo cifrava-se em 26.434 milhões de euros no final de 2010, com o seguinte detalhe:

Recursos financeiros milhões de euros

31 de Dezembro de 2010

Real

Ajustado do aumento de capital por

incorporação de reservas

Ajustado do aumento de

capital via OPT (1)

Passivo a longo prazo (a) 17.147 17.147 17.147Passivos subordinados 2.039 2.039 2.039Capitais próprios

Capital subscrito 4.695 4.815 5.815Títulos próprios -82 -82 -82Prémio de emissão 192 72 72Acções Preferenciais 1.000 1.000 1.000Outros instrumentos e capital 1.000 1.000 0Reservas de justo valor -166 -166 -166Reservas e resultados acumulados -190 -190 -190Lucro do período atribuível aos accionistas do Banco 302 302 302

Total Capitais próprios atribuíveis aos accionistas do Banco 6.750 6.750 6.750Interesses que não controlam 498 498 498Capitalização total 26.434 26.434 26.434

(a) Empréstimos obrigacionistas e Outros, a mais de 1 ano.

(1) Aumento de capital até 1.000 milhões de euros, mediante a emissão de novas acções a realizar por entrada em espécie (OPT-Oferta Pública de Troca).

Tranche destinada aos detentores de Valores Mobiliários Perpétuos Subordinados (VMPS). Valor final depende da taxa de sucesso da conversão dos VMPS.

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Em 31 de Dezembro de 2010, a decomposição dos títulos de dívida emitidos por natureza era a seguinte:

Os títulos de dívida emitidos apresentavam o seguinte perfil por natureza e de acordo com o período remanescente das operações na data de 31 de Dezembro de 2010:

O financiamento do Grupo em 31 de Dezembro de 2010 apresentava a seguinte estrutura:

Títulos de dívida emitidosmilhões de euros

2010

Empréstimos obrigacionistas (1) 21.500Papel comercial (2) 347Outros 91

21.939

(1) Inclui empréstimos obrigacionistas emitidos classificados como outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados.

(2) Inclui papel comercial emitido classificado como outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados.

(milhões de euros) Empréstimos

obrigacionistas (1) Papel

comercial (2) Outros Total

Até 3 meses 603 347 5 955 3 meses até 6 meses 2.099 - 15 2.114 6 meses até 1 ano 1.474 - - 1.474 1 ano até 5 anos 11.893 - 10 11.903 Mais de 5 anos 5.183 - 61 5.244

21.251 347 91 21.690

Periodificações 249 - - 249

21.500 347 91 21.939

(1) Inclui títulos de dívida emitidos classificados como outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados.

(2) Inclui papel comercial emitido classificado como outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados.

Estrutura de financiamento Milhões de euros2010

Depósitos de clientes (1) 45.613Depósitos de bancos centrais 16.279Depósitos de outras instituições de crédito (2) 4.030Títulos de dívida emitidos (3) 21.939Passivos subordinados 2.039Financiamento total 89.900

RáciosDepósitos de clientes / Financiamento total 50,7%Títulos de dívida emitidos / Financiamento total 24,4%

Estrutura Temporal de "Wholesale funding" (4)

Curto prazo 62,3%Médio/longo prazo 37,7%

(3) Inclui Títulos de dívida emitidos classificados como outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados.

(4) Inclui mercado monetário, papel comercial. MTNs, Schuldschien e obrigações hipotecárias ("covered bonds").

(2) Inclui Depósitos de instituições de crédito classificados como outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados.

(1) Inclui Depósitos de clientes classificados como outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados.

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O rácio de depósitos de clientes em função do financiamento total situou-se em 50,7% em 31 de Dezembro de 2010, tendo o rácio dos títulos de dívida emitidos em função do financiamento total se situado em 24,4% em 31 de Dezembro de 2010. O Grupo recorre a diversas fontes de financiamento, tanto de curto prazo, como de longo prazo. Em 31 de Dezembro de 2010 o financiamento com recurso a wholesale funding era maioritariamente constituído por fundos de curto prazo (62,3%). Condições de contracção de empréstimos, estrutura de financiamento e fontes de financiamento previstas O Banco dispõe de diversas fontes de financiamento da sua actividade, tais como linhas de mercado interbancário, programas de papel comercial orientados para o financiamento de curto prazo, emissões de dívida sénior e subordinada ao abrigo do programa de Euro Medium Term Notes, securitização de activos, bem como outros instrumentos e linhas de financiamento de médio/longo prazo. Em 2010, num contexto particularmente adverso, foi concretizado um conjunto de acções enquadrado no plano plurianual de gestão da liquidez, cuja análise pormenorizada encontra-se na secção de “Funding e Liquidez” do capítulo da “Análise de Desempenho” inserida no Volume I do Relatório e Contas 2010 do Banco, informação inserida por remissão ao presente prospecto. Neste âmbito, destaca-se o reforço da carteira de activos elegíveis para as operações de política monetária do BCE, com vista a assegurar o acesso às operações de cedência de liquidez, num contexto em que o acesso ao mercado institucional foi fortemente condicionado pela crise de dívida soberana. Nos termos do artigo 5º dos Estatutos, o Conselho de Administração Executivo poderá, quando o julgar conveniente e obtido o parecer favorável do Conselho Geral e de Supervisão (aprovado por maioria de dois terços dos votos emitidos, com arredondamento para a unidade inferior ou superior, consoante a casa decimal a arredondar seja ou não inferior a 5), deliberar aumentar o capital social, por uma ou mais vezes, até ao limite de dois quintos do montante do capital actual ou do capital existente na data da autorização conferida pela Assembleia Geral ou na de cada uma das suas eventuais renovações. A referida autorização foi conferida no dia 18 de Abril de 2011, altura em que o capital social do Banco ascendia a 4.694.600.000 euros. Os aumentos referidos no parágrafo anterior operam por emissão de novas acções, que podem ser de uma ou mais categorias permitidas pela lei ou pelos estatutos, com ou sem prémio de emissão. O Conselho de Administração Executivo fixa as condições da emissão ou das emissões, bem como os termos do exercício do direito de preferência dos accionistas na sua subscrição. A parcela do aumento não subscrita pelos accionistas pode ser oferecida à subscrição de terceiros, nos termos permitidos por lei e na deliberação de emissão. Adicionalmente, o Banco pode, por deliberação da Assembleia Geral ou, nos termos legais e estatutários, do Conselho de Administração Executivo, emitir outros valores mobiliários e, designadamente (i) obrigações, nas diversas modalidades admitidas em direito; (ii) warrants autónomos, sobre quaisquer valores mobiliários próprios ou não; (iii) outros valores que traduzam situações homogéneas, susceptíveis de transmissão em mercado. A emissão de obrigações, quando se trate de emissão regida exclusivamente pelo Código das Sociedades Comerciais e pelo Código dos Valores Mobiliários e de valor nominal superior a metade do capital social depende de parecer favorável do Conselho Geral e de Supervisão. À emissão, por deliberação do Conselho de Administração Executivo, de valores mobiliários que impliquem ou possam implicar o aumento de capital do Banco aplica-se, ainda, o disposto no parágrafo anterior. Não se encontram estatutariamente previstos quaisquer outros procedimentos de (re)capitalização, designadamente o recurso a eventuais procedimentos de carácter excepcional ou de contingência, não enquadráveis no espírito e no âmbito da autorização expressamente conferida nos termos acima mencionados. Contudo, à semelhança da generalidade das Instituições de Crédito, o

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Millennium bcp, para além de se submeter ao escrutínio permanente da entidade de supervisão, norteia a sua actividade em estrito respeito pelos princípios da prudência e da gestão sã dos fundos próprios. 12.3 Declaração relativa ao fundo de maneio

O Conselho de Administração Executivo do Millennium bcp considera que o seu fundo de maneio é suficiente para as suas necessidades actuais, ou seja, para um período de 12 meses contados da data de publicação do presente prospecto, com base nas projecções disponíveis para este período. O planeamento da liquidez em vigor para 2011 tem subjacente um objectivo de redução significativa das necessidades de financiamento do Banco, quer através do reforço dos recursos de clientes, quer pela contenção do número e volume das operações de crédito, cuja prossecução dependerá de uma multiplicidade de factores de envolvente externa. A evolução negativa dos mercados tem dificultado o regresso das instituições financeiras nacionais aos mercados de dívida de médio e longo prazo, condicionante que se admite que possa perdurar durante um período alargado. Como consequência, o planeamento da liquidez para o ano em curso concentra a actividade de financiamento por grosso sobretudo em operações de curto prazo. Para além das operações de cedência de liquidez patrocinadas pelo BCE, tem sido possível desenvolver o mercado das operações de venda de activos com acordo de recompra. Outros mercados de curto prazo têm apresentado também dinamismo crescente, embora as sucessivas reduções das notações de rating atribuídas à dívida emitida pela República e pelas várias instituições de crédito e empresas portuguesas presentes nos mercados internacionais e o recurso do País a um programa de assistência financeira externa possam influenciar negativamente estes mercados. Paralelamente, o Millennium bcp mantém uma gestão activa da sua carteira de activos elegíveis como colateral para operações com o BCE, quer garantindo a elegibilidade dos activos já em carteira, quer promovendo o aumento dessa carteira.

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CAPÍTULO 13 – ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E DE FISCALIZAÇÃO, E PESSOAL DO EMITENTE E OFERENTE DAS ACÇÕES OFERECIDAS EM CONTRAPARTIDA NA OFERTA

O Millennium bcp adopta o modelo de governo societário designado por dualista, composto por Conselho Geral e de Supervisão, Conselho de Administração Executivo e Revisor Oficial de Contas, mantendo a Sociedade o Conselho de Remunerações e Previdência. 13.1 Órgãos de Administração e de Fiscalização

13.1.1 Composição

13.1.1.1 Conselho Geral e de Supervisão

O Conselho Geral e de Supervisão é composto por um número de membros não inferior a nove mas sempre superior ao número de Administradores, eleitos por um período de três anos Na presente data, o Conselho Geral e de Supervisão é composto pelos seguintes 18 membros eleitos em Assembleia Geral de Accionistas de 18 de Abril de 2011 para o triénio 2011-2013:

Presidente: António Victor Martins Monteiro Vice-presidentes: Manuel Domingos Vicente

Maria Leonor C. Pizarro Beleza de Mendonça Tavares Vogais: Álvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto

António Henriques Pinho Cardão António Luís Guerra Nunes Mexia António Manuel Costeira Faustino Carlos José da Silva

Daniel Bessa Fernandes Coelho João Manuel de Matos Loureiro José Guilherme Xavier de Basto José Vieira dos Reis Josep Oliu Creus

Luís de Mello Champalimaud Manuel Alfredo da Cunha José de Mello Pansy Catalina Ho Chiu King Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos Vasco Esteves Fraga

Todos os membros eleitos do Conselho Geral e de Supervisão têm formação e competência adequadas ao exercício da função. À luz dos critérios de independência definidos na lei, a maioria dos membros do actual Conselho Geral e de Supervisão é qualificada como “Independente”. Os elementos curriculares dos membros do Conselho Geral e de Supervisão são os que em seguida se apresentam: António Victor Martins Monteiro, licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, ingressou no Ministério dos Negócios Estrangeiros em 1968. A sua actividade profissional inclui os cargos de Representante Permanente Adjunto na Missão Permanente de Portugal junto das Nações Unidas (1984), Chefe de Gabinete do Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação (1987-1991), Membro da delegação portuguesa que mediou as negociações para os Acordos de Paz em Angola, assinados em Lisboa (1991), Chefe da Missão Temporária de Portugal junto das Estruturas do Processo de Paz em Angola e representante junto da Comissão Conjunta Político-

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Militar, em Luanda (1991), Director-geral de Politica Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros (1994), Coordenador do Comité de Concertação Permanente da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (1994-1996), Representante Permanente de Portugal junto das Nações Unidas (1997), Representante de Portugal no Conselho de Segurança da ONU (1997-1998), Presidente do Conselho de Segurança da ONU (1997-1998), Presidente do Comité criado pelo Conselho de Segurança relativo à situação decorrente do conflito entre o Iraque e o Kuwait (1997-1998), Representante de Portugal no Conselho Económico e Social da ONU (ECOSOC) (2000), Vice-Presidente do ECOSOC (2001), Embaixador de Portugal em França (2001), Representante de Portugal junto do Conselho da Agência Espacial Europeia (ESA) (2001 a 2004 e de 2006 a 2009), Membro do Fórum dos Embaixadores Agência Portuguesa para o Investimento (2002 a 2009), Membro do Conselho Consultivo da Comissão Estratégica dos Oceanos (2003), Ministro dos Negócios Estrangeiros e das Comunidades Portuguesas (2004-2005), Alto Comissário das Nações Unidas para as Eleições na Costa do Marfim (entre 2005 e 2006), Embaixador de Portugal em França (2006-2009). Em Maio de 2008 foi eleito Vogal do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A., tendo igualmente integrado a Comissão de Selecção, como Vogal. Em Abril de 2011 foi eleito Presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Banco. Manuel Domingos Vicente, licenciado em Engenharia Electrónica, com especialização em sistemas de potência, pela Universidade Agostinho Neto, exerceu funções como Engenheiro Chefe na Divisão de Projectos da SONEFE (1981 a 1987), Chefe do Departamento Técnico e de Desenvolvimento do Ministério de Energia e Petróleos (1981 a 1991), Consultor do GAMEK - Gabinete de Aproveitamento do Médio Kwanza (1987 a 1991), Professor Universitário (1987 a 1991), Presidente do Comité de Gestão de Base do Kwanda (1991 a 1999), tendo, em 1991, sido nomeado para o cargo de Director Geral Adjunto da Sonangol U.E.E., e, em 1999,nomeado Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, cargo que ainda exerce. Exerceu ainda funções de Vogal do Conselho de Administração da Galp Energia e do Banco BAI (Europa). Em Janeiro de 2008 foi eleito Vogal do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A., sendo, desde Março de 2009, Vice-Presidente do mesmo Conselho. Maria Leonor C. Pizarro Beleza de Mendonça Tavares, licenciada em Direito, em 1972, pela Universidade de Lisboa, foi, entre 1973 e 1975, e, de novo, entre 1977 e 1982, Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Foi Secretária de Estado da Presidência do Conselho de Ministros (1982-1983) e Secretária de Estado da Segurança Social (1983-1985). De 1985 a 1990, foi Ministra da Saúde. Foi igualmente Deputada à Assembleia da República, para a qual foi eleita em 1983, 1985, 1987, 1991 e 2002, tendo sido Vice-Presidente da Assembleia da República entre 1991 e 1994 e, de novo, entre 2002 e 2005. Foi igualmente Presidente do Instituto Dr. Francisco Sá Carneiro (1991-1996), consultora principal do CEJUR – Centro Jurídico do Conselho de Ministros (1994-2995), coordenadora dos serviços jurídicos da TVI (1994-1997) e Presidente do Conselho Fiscal (1995-1998) e membro do Conselho Consultivo (1998-2000) do Banco Totta & Açores. É actualmente Presidente da Fundação Champalimaud, destinada à pesquisa científica na área da medicina, por designação do fundador, António Champalimaud, no seu testamento. Em Abril de 2011 foi eleita Vice-Presidente do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A.. Álvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto, licenciado em Engenharia Civil pelo Instituto Superior Técnico, em 1959, e com formação em Management através de um “Management Course” da”American Management Association” (1961) e de um “Program on Management Development” da “Harvard Business School” (1969), iniciou a sua actividade profissional na Profabril – Centro de Estudos, S.A.R.L. como Consultor de Engineering (1959/1968). Entre 1969 e 1971 foi Director Administrativo da Lisnave, tendo sido Administrador-Delegado da Setenave entre 1971 e 1974 e da Lisnave entre 1974 e 1978. Foi Presidente do Conselho de Administração da TAP – Air Portugal, de 1979 a 1980, e da Soporcel, de 1982 a 1973 e, novamente, de 1990 a 2004, período em que foi igualmente Presidente do Conselho de Administração da Tejo Energia, voltando a assumir esse cargo em 2005. Exerceu inúmeros cargos políticos, nomeadamente os de Ministro da Indústria e Energia (1978/1980), da Integração Europeia (1981), do Comércio e Turismo (1983/1984), da Agricultura, Pescas e Alimentação (1984/1990) e de Estado, das Actividades Económicas e do

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Trabalho (2004/2005). Em Abril de 2011, foi eleito Vogal do Conselho Geral e Supervisão do Banco Comercial Português, S.A.. António Henriques Pinho Cardão, licenciado em Finanças pelo Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, é actualmente Economista, em regime de profissão liberal. Exerceu várias funções técnicas, de direcção, de coordenação, de direcção geral e de administração em empresas industriais e de serviços, portuguesas e internacionais. No Grupo BCP, foi Administrador do BCP Investimento e do CISF, de 1991 a 1997, e Director-Geral de Crédito do Banco Comercial Português, de 1999 a 2002. No sector segurador, foi, entre 1989 e 1990, Presidente do Conselho de Administração da Companhia de Seguros Garantia e Administrador da Companhia de Seguros UAP-Vida e UAP-Ramos Reais. No sector dos serviços, foi Administrador do IPE (1980/1990), Administrador da RTP (de 1980 a 1983 e de 1985 a1988), Administrador da RTC (1982/1983), Presidente do Conselho de Administração da Movierecord (1980/1982), Director da Associação Industrial Portuguesa (1982/1983). Ocupou igualmente o cargo de Administrador da Sorefame, entre 1983 e 1985. De Março de 2002 a Março de 2005, foi Deputado à Assembleia da República (independente nas listas do PSD). Em Abril de 2011, foi eleito Vogal do Conselho Geral e Supervisão do Banco Comercial Português, S.A.. António Luís Guerra Nunes Mexia, licenciou-se em Economia pela Universidade de Genève (1979), onde foi Assistente do Departamento de Economia. Foi Professor no curso de Pós-Graduação em Estudos Europeus na Universidade Católica Portuguesa, regente na Universidade Nova e na Universidade Católica Portuguesa onde leccionou entre 1982 e 1995. Foi Adjunto do Secretário de Estado do Comércio Externo entre 1986 e 1988. Entre 1989 e 1990 foi Vice-Presidente do CA do ICEP – Instituto do Comércio Externo. Entre 1990 e 1998 foi Administrador do Banco Espírito Santo de Investimento e, em 1998, foi nomeado Presidente do Conselho de Administração da Gás de Portugal e da Transgás. Em 2000 integrou a Galp Energia como Vice-Presidente do Conselho de Administração e entre 2001 e 2004 assumiu funções de Presidente Executivo da Galp Energia e Presidente dos Conselhos de Administração da Petrogal, Gás de Portugal, Transgás e Transgás-Atlântico. Em 2004 foi nomeado Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações do XVI Governo Constitucional. Foi ainda Presidente da APE – Associação Portuguesa de Energia (1999-2002), membro da Comissão Trilateral (1992-1998), Vice-Presidente da AIP – Associação Industrial Portuguesa, Presidente do Conselho Geral da Ambelis, bem como representante do Governo Português junto da União Europeia no Grupo de trabalho para o desenvolvimento das redes transeuropeias. Actualmente é Presidente do Conselho de Administração Executivo da EDP - Energias de Portugal, SA. É, desde Janeiro de 2008, Vogal do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A.. António Manuel Costeira Faustino, licenciado em Direito pela Faculdade de direito de Lisboa, Universidade Clássica, é Advogado em regime de profissão liberal e ocupou os cargos de Vice-Presidente do Conselho Geral da Ordem dos Advogados (2005/2007), Vice-Presidente do Conselho Distrital de Lisboa da Ordem dos Advogados (2002/2005) e Conselheiro do Conselho Geral da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (2005/2007). Foi Administrador da TEDAL- Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. (1999/2001), Membro do Conselho de Delegados de RECOLTE - Recolha, Tratamento e eliminação de Resíduos, S.A. (Efectivo de 1999 a 2000 e Suplente de 2001 a 2002), Membro da Assembleia Geral de C+PA – Cimentos e Produtos Associados, S.A. (2001/2003) e Membro da Mesa da Assembleia Geral de AEDL – Auto-Estradas do Douro Litoral, S.A. (2007/2009). Em Abril de 2011, foi eleito Vogal do Conselho Geral e Supervisão do Banco Comercial Português, S.A.. Carlos José da Silva, licenciado em Ciências Jurídicas na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, em 1990, exerceu advocacia na vertente Jurídico-Económica, na Sociedade Carlos José da Silva e Paulo Marques, entre 1990 e 1994. Entre 1994 e 1998 desempenhou funções de consultoria de gestão na área de direito financeiro e fiscal a companhias multinacionais na área financeira e petrolífera bem como na negociação de processos de Investimento Estrangeiro no regime contratual, na Sociedade Carlos José da Silva & Associados, da qual foi fundador. Entre 1998 e 2001 exerceu funções no escritório de representação em Angola do Banco Espírito Santo (BES),

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tendo representado institucionalmente o Banco junto das autoridades Monetárias, Financeiras e Políticas Angolanas e Co-chefiado a equipa que negociou a primeira licença bancária atribuída a uma Instituição da União Europeia em Angola. De 2001 a 2005 foi Administrador Executivo do Banco Espírito Santo Angola (Besa), do qual foi fundador. Fundou, em 2006, o Banco Privado Atlântico e o Banco de Investimento Privado em Angola, dos quais é CEO. Em 2009, fundou igualmente o Banco Privado Atlântico Europa, do qual é Presidente. Exerce, desde 2010, as funções de Presidente da Angola Management School, Presidente da Interoceânico Capital SGPS, S.A. e Vice-Presidente da Sociedade Baía de Luanda. Em Abril de 2011, foi eleito Vogal do Conselho Geral e Supervisão do Banco Comercial Português, S.A.. Daniel Bessa Fernandes Coelho, licenciado em Economia pela Universidade do Porto (1970) e doutorado em Economia pela Universidade Técnica de Lisboa (1986), trabalhou, desde 1983, como Economista em regime de profissão liberal com inúmeras empresas e grupos económicos privados, entidades públicas, associações económicas regionais e sectoriais, sindicatos, escolas e outras entidades. Foi docente na Universidade do Porto (1970/2009), tendo leccionado na Faculdade de Economia, na Faculdade de Engenharia, no ISEE – Instituto Superior de Estudos Empresariais, na EPG – Escola de Gestão do Porto e na EPG – University of Porto Business School. Ainda na área do ensino, foi Presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, Presidente da Comissão Instaladora da Escola Superior de Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Pró-Reitor para a orientação da gestão financeira da Universidade do Porto, Director Executivo da AURN - Associação das Universidades da Região Norte, Presidente da Direcção da EGP - Escola de Gestão do Porto e Presidente da Direcção da EGP – University of Porto Business School. Exerceu vários cargos políticos, nomeadamente o de Presidente da Assembleia Municipal de Vila Nova de Cerveira (1998/2003). Ministro da Economia do Governo Português (1995/1996) e deputado eleito à Assembleia da República Portuguesa (1995). Foi, igualmente, Porta-voz do Partido Socialista para as questões económicas e financeiras (1992/1995) e Encarregado de Missão junto dos Ministérios da Economia e da Segurança Social e do Trabalho do Governo Português para coordenar a elaboração técnica do Programa de Recuperação de Áreas e Sectores Deprimidos (Fevereiro de 2003 a Junho de 2004). Foi Administrador do Finibanco, S.A. (1997/2008), Administrador não Executivo da CELBI - Celulose Beira Industrial (1996/2006)) e da INPARSA - Indústrias e Participações, S.G.P.S, S.A. (1997/1999), Presidente do Conselho Fiscal da SPGM - Sociedade de Investimentos (1997/2007), membro do Conselho Consultivo de Indústrias de Condutores Eléctricos e Telefónicos F. Cunha Barros, S.A. (2001/2003) e Presidente da Mesa da Assembleia Geral da APDL - Administração dos Portos do Douro e Leixões (1999/2002). Foi também colaborador externo do Grupo Sonae (1999/2006), intervindo nas áreas da previsão macroeconómica e da formulação estratégica. Na mesma qualidade, integrou o Conselho Consultivo da Sonae S.G.P.S., S.A., e o Conselho Consultivo da Sonae Indústria, S.G.P.S., S.A.. Em Abril de 2011, foi eleito Vogal do Conselho Geral e Supervisão do Banco Comercial Português, S.A.. João Manuel Matos Loureiro, licenciado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto, em 1983, possui um Doutoramento em Economia (especialidade de International Macroeconomics and Finance), pela Universidade de Gotemburgo, Suécia (1992). É docente da Faculdade de Economia do Porto desde 1984. Exerceu os cargos de Economista da Direcção de Planeamento da União de Bancos Portugueses (1984), Economista da Direcção de Estudos Económicos do Banco Português do Atlântico (1986/1987), membro do Conselho Directivo da Faculdade de Economia do Porto (1996/2001), responsável pelo Boletim de Conjuntura Internacional da Soserfim/BPN (1997/2002), Director do MBA em finanças da Faculdade de Economia do Porto (2000/2008), Presidente do Conselho Pedagógico da Faculdade de Economia do Porto (2002/2008), Coordenador da Comissão para a Orçamentação por Programas, nomeada pelo Senhor Ministro das Finanças (2007/2008). Actualmente é membro do Conselho Geral da UPBS (University of Porto Business School), Professor da Faculdade de Economia do Porto, Director da Pós-Graduação em Direcção de Empresas da EGP-UPBS, Investigador do CEF.UP, Consultor para a avaliação do regime cambial de Cabo Verde e, desde 2010, Membro do Conselho de Representantes da Faculdade de Economia do Porto. No Grupo BCP, é Presidente do Conselho Fiscal do Banco ActivoBank, S.A. e do Banco BII – Banco de

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Investimento Imobiliário, S.A.. Em Maio de 2008, foi eleito Vogal do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A., presidindo desde então à Comissão para as Matérias Financeiras. José Guilherme Xavier de Basto, licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra, em 1960, concluiu, em 1961, o Curso Complementar de Ciências Político-Económicas. Em 1961, foi contratado como Assistente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, exercendo funções no grupo de Ciências Económicas. De 1961 a 1969, foi encarregado da regência da cadeira de Economia Política. Regeu ainda, durante um ano lectivo, um curso de Direito Fiscal. Em 1974, ingressou no corpo docente da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, de que se aposentou em finais de 2004. Na Faculdade de Economia, foi encarregado da regência das disciplinas de Economia Pública e de Fiscalidade, na licenciatura em Gestão de Empresas. Nos cursos de Mestrado, leccionou Harmonização Fiscal. De 1983 a 2005 leccionou a mesma matéria na disciplina de Política Financeira e Harmonização Fiscal do Curso de Estudos Europeus da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Em 1980 foi nomeado Presidente da Comissão do Imposto sobre o Valor Acrescentado. Foi, de 1984 a 1988, vogal da Comissão de Reforma Fiscal, que implantou em Portugal o sistema da tributação sintética do rendimento, em vigor a partir de 1989. Participou, no Serviço da Administração do IVA, na Comissão de redacção da legislação portuguesa que transpôs para a ordem jurídica nacional as directivas sobre o regime transitório do IVA para o mercado interno europeu (1993). Em Maio de 1994, passou a integrar a Comissão para o Desenvolvimento da Reforma Fiscal. Em Dezembro de 1988, foi nomeado vogal da Comissão de Acompanhamento das Privatizações, funções que exerceu até 2007. Desde 2007, é administrador não executivo da Portugal Telecom, SGPS, SA, sendo membro da respectiva Comissão de Auditoria. É igualmente Membro do Centro de Estudos da Câmara dos Técnicos Oficias de Contas. Em Maio de 2008, foi eleito Vogal do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A., sendo desde então Vogal da Comissão para as Matérias Financeiras. José Vieira dos Reis, licenciado em Economia, pelo Instituto Superior de Economia, licenciado em Direito, pela Faculdade de Direito de Lisboa, Bacharel em Contabilidade, pelo Instituto Comercial de Lisboa, é igualmente Revisor Oficial de Contas e Técnico Oficial de Contas. Profissionalmente, exerceu funções de Consultor, Monitor em acções de formação, Liquidador Tributário (designação actual) da DGCI, Inspector de Finanças da Inspecção Geral das Finanças, Assistente no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa onde ministrou a cadeira de Contabilidade Geral e Financeira II, Sócio fundador de Oliveira, Reis & Associados, SROC, Lda., Membro da Comissão nomeada pelo Ministro das Finanças, sobre a Reforma dos Impostos sobre o Rendimento (2000), Presidente do Grupo de Trabalho, nomeado pelo Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, sobre o impacto Fiscal da Adopção das Normas Internacionais de Contabilidade (2006/2008 - em curso), Presidente da Câmara dos Revisores Oficiais de Contas (1998 e 1999) e Bastonário da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas (2000 a 2005). Actualmente é Presidente do Conselho Fiscal da AEA – Auto-estradas do Atlântico, SA., Presidente do Conselho Fiscal das Lojas Francas de Portugal, S.A., Sócio fundador de Oliveira Reis & Associados e Consultor. Em Maio de 2008, foi eleito Vogal do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A., sendo desde então Vogal da Comissão para as Matérias Financeiras. Josep Oliu Creus, licenciado pela Universidade de Barcelona, obteve um PhD em Economia pela Universidade do Minnesota (1978). Foi Professor Associado de Economia e Econometria na Universidade Autónoma de Barcelona (1978-1982) e Professor Catedrático de Teoria Económica na Universidade de Oviedo (1982-1984). De 1984 a 1986 foi Director Geral de Planeamento, Responsável Executivo das Companhias Financeiras para o Desenvolvimento Regional, e Conselheiro industrial no Instituto Espanhol de Indústria. Em 1986 ingressou no Banco Sabadell, de que é Presidente do Conselho de Administração desde 1999. Desde 1991 e membro do Conselho da Associação Espanhola da Banca (Spanish Banking Association). Em 2002 foi eleito membro do Governors Council da “Fundação Príncipe das Astúrias”. É Presidente do Conselho de Administração da BancSabadell Holding S.L. Unipers, -Membro do Management Committee do “Fondo de Garantia de Depósitos” Espanhol, Vice-Presidente do Spanish Chapter of LECE (Liga Europea de Cooperación Económica European League for Economic Cooperation), membro do

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Conselho Espanhol do INSEAD, Presidente da FEDEA (Fundación de Estudios de Economia Aplicada - Foundation for Studies in Applied Economics) e Presidente da Fundação Banco Herrero. De 2000 a 2008, foi membro do Conselho Superior do Banco Comercial Português, S.A., sendo actualmente Vogal do Conselho Geral e de Supervisão, cargo para o que foi eleito em Maio de 2008. Luís de Mello Champalimaud, frequentou o curso de Economia do Instituto Superior de Economia e Sociologia de Évora. Iniciou a sua actividade profissional como Director Comercial da Empresa de Cimentos Liz, S.A. (ex-Soeicom), função que exerceu entre 1975 e 1982, ano em que passou a Director Delegado da empresa ascendendo a Vice-presidente do Conselho de Administração, com funções não executivas em 1992, cargo que exerceu até ao ano 2000. Entre 1992 e 1993 foi Administrador da Companhia de Seguros Mundial-Confiança, S.A., tendo sido Presidente da empresa entre 1993 e 1995. Entre 1995 e 2000 foi Presidente do Banco Pinto & Sotto Mayor, função que acumulou, entre 1996 e 2000 com a de Presidente do Banco Chemical e entre 1997 e 2000, com a de Presidente do Banco Totta & Açores e Crédito Predial Português. Entre 2004 e 2006, foi Administrador não executivo da Portugal Telecom, SGPS, S.A.. É, actualmente Presidente do Conselho de Administração da Confiança Participações, S.G.P.S., S.A., Presidente do Conselho Geral e Supervisão da Tracção, S.A.), Brasil, Presidente do Conselho Geral e de Supervisão da empresa Cimentos de Liz, SA. (Brasil) e Presidente do Conselho Consultivo da Empresa de Cimentos Liz, S.A.. Foi eleito Vogal do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A. em Março de 2006, órgão a que presidiu entre 2008 e Abril de 2011, sendo actualmente Vogal. Manuel Alfredo da Cunha José de Mello, licenciado em Finanças pelo Instituto Superior de Economia de Lisboa em 1972, é Presidente do Conselho de Administração do Grupo Nutrinveste, S.G.P.S., S.A.. Entre 2005 e Março de 2009 foi Membro do Conselho Superior do Banco Comercial Português, S.A.. Em Maio de 2008, foi eleito Vogal do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A.. Pansy Catalina Ho Chiu King, Bacharel em Marketing e Gestão de Negócios Internacionais (1983) e diplomada em Estudos Internacionais – História da Ásia, Ciência Política (1984) pela Santa Clara University, possui um Doutoramento “honoris causa” em Gestão pela Johnson and Wales University (2007). Para além de inúmeras actividades Comunitárias e Civis nas zonas de Hong Kong, China e Macau, a sua actividade profissional centra-se actualmente nas seguintes empresas das quais é Administradora: na República Portuguesa, é Administradora da POSSE – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A., desde 2009, e da Estoril Sol – SGPS, S.A., desde 2008; na Região Administrativa Especial de Macau na República Popular da China é, desde 2002, Administradora da empresa Turismo e Diversões de Macau, S.A., a casa-mãe da sociedade “STDM Group Companies”, e Administradora Executiva da sociedade “Grand Paradise, S.A.”, desde 2004; na Região Administrativa Especial de Hong Kong na República Popular da China, é CEO da sociedade “Shun Tak Holdings Limited” e administradora das sociedades do Grupo, desde 1999. Em Abril de 2011, foi eleita Vogal do Conselho Geral e Supervisão do Banco Comercial Português, S.A.. Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos, licenciado em Gestão e Administração de Empresas, pela Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, em 1980, tem larga experiência profissional em Auditoria e Consultoria, nomeadamente como Senior Manager da Arthur Andersen & Co, Administrador do Grupo Santogal, Consultor nos sectores da Saúde, Ensino, Seguros e Financeiro e Administrador não Executivo da Portugal Telecom, S.G.P.S., S.A.. Actualmente exerce funções de Consultor da TPV, Lda., Presidente da Sefingest, S.G.P.S., S.A. e Revisor Oficial de Contas. Em Maio de 2008, foi eleito Vogal do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A., sendo desde então Vogal da Comissão para as Matérias Financeiras.

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Vasco Esteves Fraga, licenciado em Finanças pelo Instituto Superior de Economia, frequentou programas de formação e seminários na London Business School, Insead, Universidade Nova e Universidade Católica. De 1973 a 1975 desempenhou funções técnicas no Núcleo de Avaliação de Projectos Investimento do Centro de Estudos de Planeamento (Presidência do Conselho de Ministros). Foi, entre 1975 e 1980, Assessor para a área económica da Casa Civil do Presidente da República, Chefe de Gabinete do Ministro dos Transportes e Comunicações, Chefe de Gabinete do Ministro das Finanças e do Plano, Director de Serviços do Gabinete para a Cooperação Económica Externa do Ministério das Finanças e Secretário de Estado Adjunto do Ministro dos Transportes e Comunicações. Foi Administrador da Casa Hipólito, S.A. (1980/1986), Director-Geral do Casino Estoril (1987/1990), Administrador da holding e de várias empresas da área da comunicação social do grupo P.E.I. – Projectos, Estudos e Informação, S.A. (1990/1995), Vice-Presidente Executivo da ESTA – Gestão de Hotéis, S.A., empresa detida pela Estoril Sol e pela TAP – Air Portugal, e, desde Junho de 1997, Administrador de várias empresas do Grupo Estoril Sol. Em Maio de 2008 foi eleito vogal do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A.. Os membros do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A. desempenham actualmente as seguintes funções de administração, gerência ou fiscalização nas seguintes sociedades não pertencentes ao Grupo: António Victor Martins Monteiro Vogal do Conselho de Administração da SOCO Internacional plc. Membro não Executivo do Conselho de Administração do Banco Privado do Atlântico – Angola Manuel Domingos Vicente Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, E.P. Presidente do Conselho de Administração da UNITEL Presidente do Conselho de Gerência da Sonils, Lda. Presidente do Conselho de Administração da Baía de Luanda – Promoção, Montagem e Gestão de Negócios, S.A. Álvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto Presidente do Conselho de Administração da Tejo Energia, S.A. Administrador não Executivo da Nutrinveste – Soc.Gestora de Particip.Sociais, S.A. Administrador não Executivo da Mellol – Soc. Gestora de Particip. Sociais, S.A. Administrador não Executivo da SAIP – Soc. Alentejana de Inv. e Participações Administrador não Executivo da Beralt Tin & Wolfram (Portugal), S.A. António Luís Guerra Nunes Mexia Presidente do Conselho de Administração Executivo da EDP – Energias de Portugal, S.A. Presidente do Conselho de Administração Executivo da EDP – Energias Brasil, S.A. Presidente do Conselho de Administração Executivo da EDP – Estudos e Consultadoria, S.A. Administrador não Executivo da Aquapura – Hotels Resort & SPA, S.A. Carlos José da Silva CEO do Banco Privado Atlântico CEO do Banco de Investimento Privado em Angola Presidente do Banco Privado Atlântico Europa Presidente da Angola Management School Presidente da Interoceanico Capital Sgps, S.A. Vice-Presidente da Baía de Luanda - Promoção, Montagem e Gestão de Negócios, S.A.

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Daniel Bessa Fernandes Coelho Administrador não Executivo da Efacec Capital, S.G.P.S., S.A. Administrador não Executivo da AICEP, E.P.E. Presidente do Conselho Fiscal Bial da Portela e Companhia, S.A. Presidente do Conselho Fiscal da Sonae, S.G.P.S., S.A. Presidente do Conselho Fiscal da Galp Energia, S.G.P.S., S.A. José Guilherme Xavier de Basto Administrador não Executivo da Portugal Telecom, S.G.P.S., S.A. Membro da Comissão de Auditoria da Portugal Telecom, S.G.P.S., S.A. Membro do Centro de Estudos da Câmara dos Técnicos Oficias de Contas José Vieira dos Reis Presidente do Conselho Fiscal da AEA – Auto-estradas do Atlântico, S.A. Presidente do Conselho Fiscal das Lojas Francas de Portugal, S.A. Josep Oliu Creus Presidente do Conselho de Administração do Banco de Sabadell, S.A. Presidente do Conselho de Administração da BancSabadell Holding S.L., Unipers Presidente do Conselho Assessor da Corporación EXEA Luís de Mello Champalimaud Presidente do Conselho de Administração da Confiança Participações, S.G.P.S. - Presidente do Conselho Geral e de Supervisão da Tracção, S.A. (Brasil) Presidente do Conselho Geral e de Supervisão da Empresa Cimentos de Liz, S.A. (Brasil) Presidente do Conselho Consultivo da Empresa de Cimentos Liz, S.A. Manuel Alfredo da Cunha José de Mello Presidente do Conselho de Administração das sociedades integrantes do Grupo Nutrinveste, S.G.P.S., S.A. Pansy Catalina Ho Chiu King Administradora da POSSE – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. Administradora da Estoril Sol – SGPS, S.A. Administradora da Turismo e Diversões de Macau, S.A., a casa-mãe da sociedade “STDM Group Companies” Administradora Executiva da “Grand Paradise, S.A.” CEO da “Shun Tak Holdings Limited” Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos Consultor da TPV, Lda. Vasco Esteves Fraga Vogal do Conselho de Administração da Estoril Sol, S.G.P.S., S.A. Vogal do Conselho de Administração da Varzim Sol – Turismo, Jogo e Animação, S.A. Vogal do Conselho de Administração da Estoril Sol (III), S.A. Vogal do Conselho de Administração da SGAL – Sociedade Gestora da Alta de Lisboa, S.A. Para os efeitos decorrentes do exercício das funções de membros do Conselho Geral e de Supervisão, o respectivo domicílio profissional é a Av. Prof. Doutor Cavaco Silva (Parque das Tecnologias), Edf. 1, 2744-002 Porto Salvo.

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13.1.1.2 Conselho de Administração Executivo

De acordo com os estatutos do Banco Comercial Português, S.A., o Conselho de Administração Executivo é composto por um mínimo de cinco e um máximo de treze membros, eleitos pela Assembleia Geral por um período de três anos reelegíveis uma ou mais vezes. O Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português, S.A. foi eleito na Assembleia Geral de Accionistas de 18 de Abril de 2011 para o triénio 2011/2013 é actualmente composto pelos seguintes 8 membros: Presidente: Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira Vice-Presidentes: Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo Vítor Manuel Lopes Fernandes Vogais: Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho Miguel Maya Dias Pinheiro António Manuel Palma Ramalho José Jacinto Iglésias Soares Rui Manuel da Silva Teixeira Nenhum dos membros do Conselho de Administração Executivo do Millennium bcp é titular ou tem vinculação relativamente a qualquer accionista ou grupo de accionistas titulares de participação qualificada, ou relações comerciais significativas com clientes ou prestadores de serviços ou bens ao Grupo. Os elementos curriculares dos membros do Conselho de Administração Executivo são os que em seguida se apresentam: Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira, licenciado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa. Entre 1972 e 1974 foi técnico da Divisão da Contratação Colectiva do Fundo de Desenvolvimento e Mão de Obra e Assistente do Centro de Estudos Sociais e Corporativos do Ministério das Corporações e Previdência Social. Durante os anos de 1976 e 1977 foi Deputado da Assembleia da República pelo Partido Socialista e Vice-Presidente da Comissão Parlamentar de Segurança e Saúde. De 1977 a 1987 exerceu as funções de Vogal do Conselho de Gerência da Empresa Pública Aeroportos e Navegação Aérea – Ana. Entre 1977 e 1988 foi igualmente Assistente encarregado da regência dos cursos de Finanças Públicas, Direito Financeiro, Direito Internacional Económico e Moeda e Crédito na Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, na Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa e na Faculdade de Economia da Universidade Nova. De 1987 a 1989, foi Presidente do Conselho de Administração da Fundição de Oeiras. Entre 1989 e 1991, foi Presidente do Conselho de Administração da Companhia do Aeroporto de Macau. De 1984 a 1988 foi Membro da Comissão da Reforma Fiscal. De 1992 a 1999 foi Administrador do Grupo Champalimaud e, posteriormente, Presidente do Conselho de Administração da Companhia de Seguros Mundial Confiança e Presidente da Mesa Assembleia Geral do Banco Pinto & Sotto Mayor. Também entre 1992 e 2001, foi Vice-Presidente da Assembleia Geral do Estoril-Sol. No ano de 1999 ingressou no Grupo Banco Comercial Português onde permaneceu até 2003, tendo exercido funções como Administrador da ServiBanca – Empresa de Prestação de Serviços, ACE, Vice-Presidente e Vogal do Conselho de Administração da Seguros & Pensões Gere, SGPS, SA, Administrador e Presidente do Conselho de Administração da Império Bonança, das Companhias de Seguros Ocidental e Ocidental Vida, da Seguro Directo, da ICI – Império Comércio Indústria, da Companhia Portuguesa de Seguros de Saúde, da Autogere – Companhia Portuguesa de Seguros, SA, da Corretorgest, SA e Administrador da Eureko, BV. De 2003 a 2005 foi Vice-Presidente da Estoril Sol – SGPS, SA, Vice-Presidente da Finansol SGPS, SA e Presidente não Executivo da Willis Portugal – Corretores de Seguros, SA. Em 2005 exerceu igualmente as funções de Administrador

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do Seng Heng Bank. De 2005 a 2007 foi Presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos, S.A., Presidente do Banco Nacional Ultramarino, SA (Macau), Presidente do Caixa – Banco de Investimento, SA, Presidente da Caixa Seguros, SGPS, SA, , Membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP – Energias de Portugal, S.A., Membro do Conselho da Comissão de Acompanhamento e Estratégia da Foment Invest, SGPS, S.A. de Portugal S.A.. Desde 15 de Janeiro de 2008 assumiu as funções de Presidente do Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português e da Fundação Milenniumbcp. É igualmente Vogal do “Supervisory Board do Bank Millennium, S.A. (Polónia) e Presidente do Conselho de Administração do Banco Millennium Angola, S.A. Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo, licenciado em Organização e Gestão de Empresas no ano de 1986 pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, foi, entre 1986 e 1991 Assistente Estagiário no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa, no departamento de Gestão. De 1991 a 1999 foi Assistente Convidado da mesma Universidade, onde desempenhou as funções de Docente nos cursos de Pós-Graduação de Fiscalidade Gestão Fiscal e Gestão de Bancos e Seguradoras. Foi também Docente no MBA da AESE e Orador convidado em diversos seminários e conferências. Iniciou a sua actividade profissional em 1986 na Arthur Andersen onde permaneceu até Setembro de 1993, tendo exercido funções desde Assistente até Director. Ingressou no Banco Comercial Português, em 1993, onde desempenhou as funções de Director da Unidade de Marketing Estratégico, Director da Direcção Comercial de Cartões de Crédito, Director de Marketing da Rede de Comércios e Empresários, Director no Centro Corporativo e Director do Gabinete do Euro. Entre 1998 e 2000 foi Administrador da Comercial Leasing, SA, de 2000 a 2001 foi Administrador do Interbanco, SA, no período entre 2001 e 2004 foi Administrador da Companhia Portuguesa de Seguros de Saúde S.A. (Médis), função que, a partir de 2003 acumulou com a de Membro da Comissão Directiva da Seguros e Pensões SGPS, SA. De Maio de 2004 a Julho de 2007 foi Director-Geral dos Impostos. Em Agosto de 2007 regressou ao Banco Comercial Português, onde, como Director Geral, foi responsável pela implementação do programa Millennium 2010. Desde 15 de Janeiro de 2008 assumiu as funções de Vice-Presidente do Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português e da Fundação Milenniumbcp. É igualmente Vogal do “Supervisory Board” do Bank Millennium, S.A. (Polónia). Vítor Manuel Lopes Fernandes, licenciado no ano de 1986 em Administração e Gestão de Empresas pela Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa e Revisor Oficial de Contas desde 1992, inscrito a partir dessa mesma data na Ordem dos Revisores Oficias de Contas. Iniciou a sua carreira profissional em 1986, na Arthur Andersen, tendo assumido a categoria de Director entre 1990 e Julho de 1992. Em 1992 ingressou na Companhia de Seguros Mundial-Confiança, onde, entre Julho e Outubro de 1992 foi Assessor do Conselho de Administração, entre Outubro 1992 e Junho de 1993 exerceu o Cargo de Director de Auditoria, entre Junho 1993 e Março 1995, as de Director Geral Técnico, entre Março de 1995 e Junho de 1999 exerceu o cargo de Administrador, de Junho de 1999 até Junho 2000 o cargo de Presidente, de Junho de 2000 a Março de 2001, de Vice-Presidente e entre Abril de 2001 e Setembro de 2002, novamente o de Presidente. Administrador da Caixa Geral de Depósitos entre 2000 e 2007, exerceu igualmente durante esse período as funções de Administrador e Presidente da Companhia de Seguros Fidelidade, entre 2000 e 2002, Presidente da Companhia de Seguros Fidelidade Mundial, desde 2002, Presidente da Companhia de Seguros Império Bonança, desde 2005 e Vice-Presidente da Caixa Seguros, SGPS, SA, e da SOGRUPO desde 2005, tendo cessado todas estas funções em Janeiro de 2008. Em 15 de Janeiro de 2008, foi eleito Vogal do Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português, S.A., tendo assumido a sua Vice-Presidência em Novembro de 2009. É igualmente Gerente da Millennium bcp Participações, S.G.P.S., Sociedade Unipessoal, Lda., Vogal do Conselho de Administração da Fundação Millennium bcp, Presidente do Conselho de Administração do Millennium bcp – Prestação de Serviços, ACE., Vogal do Conselho de Administração da Banca Millennium, S.A. (Roménia), Vogal do Conselho de Administração do Millennium Bank, S.A. (Grécia) e Vogal do “Supervisory Board” do Bank Millennium, S.a. (Polónia).

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Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho, licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, iniciou a carreira profissional no Crédit Lyonnais, onde desempenhou funções na área de retalho e em salas de mercado em várias subsidiárias em Bruxelas, Madrid, Luxemburgo e Portugal, onde foi responsável pelo departamento de Tesouraria. Em 1988 ingressou no Banco Central Hispano (Portugal) como Director do Departamento de Tesouraria e Mercado de Capitais. Em 1993 ingressou no Banco Mello como Administrador onde teve responsabilidade pelas áreas de Retalho, Tesouraria e Planeamento e Controlo Financeiro. Posteriormente à integração do Banco Mello no Banco Comercial Português foi responsável pela Área de Negócios do BPSM, tendo assegurado a respectiva integração no Banco Comercial Português. Entre 2001 e 2003 desempenhou funções de Chefe de Gabinete do Presidente do Conselho de Administração. Foi, a partir de 2003, Vice-Presidente do Bank Millennium na Polónia, tendo, em 15 de Janeiro de 2008, sido eleito Vogal do Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português. É igualmente Vogal do Conselho de Administração da Fundação Millennium bcp, Presidente do Conselho de Administração do Banque Privée BCP (Suisse), S.A., Vogal do Conselho de Administração do Millennium Bank, S.A. (Grécia), Vogal do “Supervisory Board” do Bank Millennium, S.A. (Polónia) e Presidente do Conselho de Administração do Banca Millennium, S.A. (Roménia). Miguel Maya Dias Pinheiro, licenciado em Gestão pelo ISCTE, que complementou com programas de alta direcção para executivos no INSEAD e AESE, é Director Geral do Banco desde 2003. Do percurso profissional na banca, que começa em 1990, destaca-se a coordenação de diversas áreas de negócio, entre as quais o Gabinete Central de Análise Económico Financeira, Marketing de Empresas, Coordenação da NovaRede e as operações de Internet Banking em Portugal e Espanha. Foi Administrador das sociedades Managerland e ActivoBank, S.A., integrando ainda o Conselho de Administração da Millennium bcp - Gestão de Fundos de Investimento, S.A. e de outras participadas do Grupo. Coordenou entre Março de 2005 e Setembro de 2007 a Direcção de Inovação Comercial. Desempenhou as funções de Chefe de Gabinete do Presidente do CAE e coordenou o Programa Millennium 2010. Foi designado Vogal do Conselho de Administração Executivo em Novembro de 2009. É igualmente Presidente do Conselho de Administração do Banco ActivoBank, S.A., Vogal do Conselho de Administração da Fundação Millennium bcp, Vogal do Conselho de Administração do Banco Millennium Angola, S.A. e Vogal do Conselho de Administração do BIM – Banco Internacional de Moçambique, S.A. António Manuel Palma Ramalho, licenciado em Direito pela Universidade Católica Portuguesa, possui um Mestrado (parte escolar) em Ciências Jurídicas Internacionais pela Universidade Católica Portuguesa e uma Pós-Graduação em International Capital Markets pelo International Finance Institute – St. Catherine’s College, Oxford. Entre 1990 e 1997, foi quadro do Banco Pinto & Sotto Mayor, do qual foi CFO a partir de 1993. De 1997 a 2000, foi Administrador dos Bancos do Grupo Mundial-Confiança, Banco Pinto e& Sotto Mayor, Banco Totta & Açores, Crédito Predial Português e Banco Chemical Finance. Entre 1995 e 2000, foi Administrador e Presidente do Conselho de Administração da Unicre e Administrador da SIBS. De 2000 a 2003 foi Administrador do Grupo Santander & Totta. Em 2004, foi Administrador Financeiro da RAVE, S.A. e, entre 2004 e 2006, Presidente do Conselho de Gerência da CP – Companhia de Caminhos de Ferro Portugueses, EP. De 2006 a 2010, foi Presidente do Conselho de Administração da UNICRE, tendo igualmente sido Administrador Executivo do Grupo Soares da Costa, S.G.P.S., S.A. (2008/2010) e Administrador não Executivo da Portugal Telecom, S.A. (2009/2910). Desde 12 de Abril de 2010, é Vogal do Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português, S.A.. É igualmente Presidente dos Conselhos de Administração da Interfundos – Gestão de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A., da Millennium bcp Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A. e do Banco de Investimento Imobiliário, S.A., Vogal do Conselho de Administração da Fundação Millennium bcp, Membro do Board of Directors do Fundo PVCI – Portugal Venture Capital Initiative.

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José Jacinto Iglésias Soares, licenciado em Direito pela Faculdade de direito de Lisboa, possui uma Pós-Graduação em Direito Comercial e Sociedades Comerciais e uma Pós-Graduação em Contabilidade e Finanças, ambas pela Universidade Católica de Lisboa. De 1985 a 1986, foi Jurista no Gabinete do Fundo de Turismo. Foi quadro do Banco Comercial Português, S.A., entre 1986 e 2004, onde desempenhou várias funções directivas. De 2004 a 2005 foi Presidente do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) e, de 2005 a 2007, Director da Legal Support Division do Compliance Office no Banco Comercial Português. Foi Managing Director da External Relations Division do Banco Privado Atlântico (Angola), entre 2008 e 2009, e Administrador Executivo do Banco Privado Atlântico – Europa, responsável pelas áreas de Compliance, Assessoria Jurídica e Auditoria Interna, de 2009 a 2011. Desde 18 de Abril de 2011, é Vogal do Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português, S.A. Rui Manuel da Silva Teixeira, licenciado em Engenharia Electrotécnica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, possui um curso de Especialização em “Gestão Industrial” pelo INEGI da FEUP. De 1984 a 1987, exerceu funções técnicas e de gestão da qualidade em Empresa multinacional do fabrico de semicondutores. Em 1987 ingressou no Banco Comercial Português, onde, desde 1990, é quadro directivo, desde 1994, membro da Alta Direcção e, desde 2006, Director Geral, tendo desempenhado inúmeras funções, nomeadamente, as de Responsável pela Direcção de Sistemas de Telemarketing (1991/1995), pela Direcção de Qualidade do Grupo BCP (1995/1998), Director Coordenador Adjunto da NovaRede (1999/2000), Responsável pela direcção de Dinamização Comercial da NovaRede (2000/2001), pela Unidade de Produto de Crédito Imobiliário (2001/2003) e pela Direcção de Marketing do Retalho no Bank Millennium, S.A. (Polónio (2003).De 2003 a 2006 foi Administrador Executivo do Bank Millennium, S.A. (Polónia) e membro dos Supervisory Boards da Millennium dom Maklerski, S.A., BEL Leasing Sp Zoo e da FORIN Sp Zoo. De 2006 a 2009 foi responsável pelo “IT Global Division” (Grupo) e membro do Comité de Coordenação dos Serviços Bancários. Entre 2009 e 2010 foi Vice-Presidente do Conselho de Administração Executivo do Bank Millennium, S.A. (Polónia), membro do ”European Banking Coordination Committee” e Vogal dos Supervisory Boards da Millennium dom Maklerski, S.A., BEL Leasing Sp Zoo e da FORIN Sp Zoo. De 2010 a Abril de 2011 foi Responsável pela Direcção de Marketing, membro dos Comités de Coordenação do Retalho e de Empresas e Responsável pelo Projecto M. Desde 18 de Abril de 2011 é Vogal do Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português. Os membros do Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português, S.A. desempenham actualmente as seguintes funções de administração, gerência ou fiscalização nas seguintes sociedades não pertencentes ao Grupo: Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira Vogal do Conselho de Administração do Banco Sabadell, em representação do Banco Comercial Português, S.A. Membro do Conselho Geral e de Supervisão da EDP – Energias de Portugal, S.A. Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo Vogal do “Supervisory Board” da Euronext, NV Vítor Manuel Lopes Fernandes Vogal do Conselho de Administração da SIBS, em representação do Banco Comercial Português, S.A. António Manuel Palma Ramalho Membro do Board of Directors da Associação “Visa Europe” Membro não Executivo do Conselho de Administração da UNICRE, em representação do Banco Comercial Português, S.A.

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Para os efeitos decorrentes do exercício das funções dos membros do Conselho de Administração Executivo, o respectivo domicílio profissional é a Av. Prof. Doutor Cavaco Silva (Parque das Tecnologias), Edf. 1, 2744-002 Porto Salvo. 13.1.1.3 Revisor oficial de contas

KPMG & Associados, SROC, S.A. (SROC nº 189) – Efectivo, representada por Ana Cristina Soares Valente Dourado (ROC nº 1011) e Revisor Oficial de Contas suplente, João Albino Cordeiro Augusto (ROC nº 632). Para os efeitos decorrentes do exercício das funções de ROC, o respectivo domicílio profissional é o Edifício Monumental, Avª. Praia da Vitória, 71 – A, 11º, 1069-006 Lisboa. 13.1.2 Declarações relativas aos membros dos órgãos de Administração e de Fiscalização

Em relação às pessoas mencionadas nos pontos 13.1.1.1, 13.1.1.2 e 13.1.1.3, identificadas como membros dos órgãos de administração e de fiscalização do Emitente, e tanto quanto é do conhecimento do Emitente, são prestadas as seguintes declarações:

− Não existem, relativamente a qualquer das pessoas supra referidas, condenações relacionadas com conduta fraudulenta, nos últimos 5 anos;

− Não existem quaisquer processos de falência, de insolvência ou liquidação em que qualquer das pessoas supra referidas ocupando uma das posições enunciadas tenham estado associadas nos últimos 5 anos;

− Não existem, relativamente a qualquer das pessoas supra referidas, acusações formais e/ou sanções de que tenham sido objecto por parte de autoridades legais ou reguladoras (incluindo organismos profissionais), nem essas pessoas foram impedidas por um tribunal de actuar como membros de um órgão de administração, de direcção ou de fiscalização de um emitente ou de gerir ou dirigir as actividades de um emitente nos últimos 5 anos.

Tanto quanto é do conhecimento do Emitente, e no seu entendimento, não existem conflitos de interesse potenciais entre as obrigações de qualquer das pessoas que integram os órgãos de administração e de fiscalização para com o Emitente ou para com outra sociedade do Grupo e os seus interesses privados ou outras obrigações, sem prejuízo de existirem membros do Conselho Geral e de Supervisão que desempenham funções em outras instituições financeiras susceptíveis de vir a ser consideradas como concorrentes do Banco. Para a hipótese de membros do Conselho Geral e de Supervisão exercerem ou virem a exercer, por conta própria ou alheia, actividade concorrente com a actividade da sociedade, designadamente por exercício de funções em sociedade concorrente, a Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011 deliberou, nos termos do artigo 434.º, números 5 e 6, do Código das Sociedades Comerciais, autorizar a sua presença nesse órgão, com sujeição a um regime restritivo de acesso a informação sensível, designadamente em matérias de conhecimento, discussão e participação em votação de assuntos de relevo concorrencial. 13.1.3 Remunerações e outros benefícios

13.1.3.1 Remuneração do Conselho Geral e de Supervisão

O total das remunerações auferidas pelos membros do Conselho Geral e de Supervisão relativas ao exercício de 2010, ascendeu a 860.000 euros, conforme abaixo discriminado:

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13.1.3.2 Remuneração do Conselho de Administração Executivo

O total das remunerações auferidas pelos membros do Conselho de Administração Executivo relativas ao exercício de 2010, ascendeu a 4.117.053 euros, conforme abaixo discriminado:

O Conselho de Remunerações e Previdência no âmbito da declaração relativa à política de remuneração do Conselho de Administração Executivo aprovada em Assembleia Geral de 2010 e ao abrigo do disposto nos Estatutos do Banco, que consagra o direito a um complemento de pensão de reforma por velhice, a concretizar através de contratos de seguro ou contribuições para Fundo de Pensões de contribuição definida, com garantia de inexistência de encargos adicionais para a sociedade, deliberou por unanimidade fixar o montante e modelo de contribuição para complemento de reforma dos administradores contemplando todo o período em que estiveram em funções cada um dos membros do Conselho de Administração Executivo no mandato 2008/2010. Os encargos suportados pela Sociedade com estes complementos de pensões ascenderam a 1.909.420,15 euros. À data de 31 de Março de 2011 os encargos provisionados para custos com complementos de pensões de membros do CAE ascendem a Euros 188.364,00. 13.1.3.3 Remuneração do Revisor Oficial de Contas / Auditor Externo

Durante o exercício de 2010, o Banco Comercial Português, S.A. contratou serviços à Rede KPMG (Portugal e Estrangeiro) cujos honorários ascenderam a 4.214.585,20 euros repartidos da seguinte forma: 1.750.300,00 euros para serviços de ROC e Auditoria e 2.464.285,20 euros para outros serviços.

em Euros

Remuneração Auferida

Luís de Melo Champalimaud 180.000Manuel Domingos Vicente 50.000Pedro Maria Calainho Teixeira Duarte 50.000António Luís Guerra Nunes Mexia 0António Victor Martins Monteiro 50.000João Manuel Matos Loureiro 135.000José Guilherme Xavier de Basto 70.000José vieira dos Reis 70.000Josep Oliu Creus 50.000Manuel Alfredo Cunha José de Mello 60.000Patrick Wing Ming Huen 25.000Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos 70.000Vesco Esteves Fraga 50.000

Total 860.000

Nome

em Euros

Remuneração Fixa Auferida no BCP

Remuneração Fixa Auferida nas Empresas

Total

Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira 463.544 183.614 647.158

Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo 490.577 54.425 545.002

Vitor Manuel Lopes Fernandes 504.104 15.898 520.002

José João Guilherme 455.000 0 455.000

Nelson Ricardo Bessa Machado 426.602 28.398 455.000

Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho 416.523 38.477 455.000

Miguel Maya Dias Pinheiro 455.000 0 455.000

António Manuel Palma Ramalho 324.890 0 324.890

Armando António Martins Vara 260.001 0 260.001

Total 3.796.241 320.812 4.117.053

Nome

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13.1.4 Detenção de acções por parte dos órgãos de Administração e de Fiscalização

Acções BCP detidas a 31 de Março de 2011

Nome Nº Acções Álvaro Roque de Pinho Bissaia Barreto 0

Ana Cristina Soares Valente Dourado 0 António Henriques Pinho Cardão 73.259 António Luís Guerra Nunes Mexia 1.299 António Manuel Costeira Faustino 0 António Manuel Palma Ramalho 12.092 António Victor Martins Monteiro 2.078 Carlos Jorge Ramalho dos Santos Ferreira 0 Carlos José da Silva 130.523 Daniel Bessa Fernandes Coelho 0 João Albino Cordeiro Augusto 0 João Manuel de Matos Loureiro 1.500 José Guilherme Xavier de Basto 1.188 José Jacinto Iglésias Soares 20.000 José Vieira dos Reis 16.074 Josep Oliu Creus 13.000 Luís de Mello Champalimaud 20.000 Luís Maria França de Castro Pereira Coutinho 247.288 Manuel Alfredo da Cunha José de Mello 186.701 Manuel Domingos Vicente 1.000 Maria Leonor C. Pizarro Beleza de Mendonça Tavares 0 Miguel Maya Dias Pinheiro 259.992 Pansy Catalina Ho Chiu King 0 Paulo José de Ribeiro Moita de Macedo 259.994 Rui Manuel da Silva Teixeira 27.565 Thomaz de Mello Paes de Vasconcellos 1.000 Vasco Esteves Fraga 1.000 Vítor Manuel Lopes Fernandes 20.000

13.1.5 Prazos dos mandatos dos órgãos de Administração e Fiscalização

Os estatutos da Sociedade prevêem que os mandatos dos órgãos sociais tenham uma duração de 3 anos, estando actualmente em curso o mandato para o triénio de 2011 a 2013. Os membros que possam eventualmente vir a ser designados em substituição ou suplementarmente completam os mandatos em curso. Em cada reunião da Assembleia Geral anual do Banco deve ser expressamente votada uma deliberação de confiança relativamente a cada um dos membros do Conselho de Administração Executivo, Conselho Geral e de Supervisão e Revisor Oficial de Contas, sob pena de destituição, nos termos da lei. 13.1.6 Condições especiais conferidas aos membros dos órgãos de Administração e Fiscalização

Não foi atribuído nem está previsto que venham a ser atribuídos quaisquer benefícios ou reconhecidas condições especiais aos membros dos órgãos de Administração e Fiscalização.

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13.2 Informações sobre o órgão de auditoria e o órgão de remunerações

13.2.1 Comissão para as Matérias Financeiras (CMF)

Esta Comissão encontra-se prevista no n.º 2 do artigo 444.º do Código das Sociedades Comerciais, estando-lhe, em cumprimento da referida norma, do disposto no art.º 45º dos Estatutos do Banco e do Regimento do Conselho Geral e de Supervisão, cometido, designadamente:

a) Verificar, quando o julgue conveniente e pela forma que entenda adequada, a regularidade dos livros, registos contabilísticos e documentos que lhes servem de suporte, assim como a situação de quaisquer bens ou valores possuídos pelo Banco a qualquer título;

b) Verificar se as políticas contabilísticas e os critérios valorimétricos adoptados pelo Banco conduzem a uma correcta avaliação do património e dos resultados;

c) Dar parecer sobre o relatório de gestão e as contas do exercício; d) Acompanhar o funcionamento e fiscalizar a eficácia do sistema de gestão de riscos, do

sistema de controlo interno e do sistema de auditoria interna e receber, como primeira destinatária, os respectivos relatórios;

e) Aconselhar o Conselho Geral e de Supervisão e a comissão de nomeações no processo de designação dos primeiros responsáveis pelas funções de auditoria interna, gestão de risco e controlo interno;

f) Receber as comunicações de irregularidades apresentadas por accionistas, colaboradores da sociedade ou outros;

g) Fiscalizar o processo de preparação e de divulgação de informação financeira; h) Elaborar e apresentar ao Conselho Geral e de Supervisão as propostas sobre a nomeação, a

suspensão ou a substituição do revisor oficial de contas e do auditor externo e receber, como primeira destinatária, os respectivos relatórios;

i) Fiscalizar a revisão das contas e dos documentos de prestação de contas; j) Fiscalizar a independência do revisor oficial de contas e do auditor externo, designadamente

no tocante à prestação de serviços adicionais; A esta Comissão compete ainda emitir parecer sobre os contratos, com especial relevo para os de crédito concedido sob qualquer forma ou modalidade, incluindo prestação de garantias, que o Banco ou qualquer sociedade do Grupo celebre com membros dos seus corpos sociais, detentores de participações superiores a 5% no capital, bem como com entidades que, nos termos do Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, estejam com qualquer um destes relacionados. A Comissão para as Matérias Financeiras reúne regularmente com o Administrador responsável pela Área Financeira, o Revisor Oficial de Contas, o Auditor Externo, o Risk Officer, o Compliance Officer, o Responsável pela Auditoria Interna e o Responsável pelo Planeamento e Controlo, tendo competência para convocar qualquer Director Coordenador que entenda ouvir. Em cumprimento do artigo 432.º do Código das Sociedades Comerciais, a Comissão para as Matérias Financeiras assiste às reuniões do Conselho de Administração Executivo em que se aprovam as contas trimestrais, semestrais e anuais. Actualmente a Comissão para as Matérias Financeiras é composta pelos seguintes Conselheiros:

Presidente: João Manuel Matos Loureiro Vogais: José Guilherme Xavier de Basto José Vieira dos Reis Thomaz Paes de Vasconcelos

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13.2.2 Conselho de Remunerações e Previdência

As remunerações dos membros dos órgãos sociais e bem assim os esquemas de segurança social e de outras prestações suplementares são fixados por um Conselho de Remunerações e Previdência, composto, pelo menos, por três accionistas e eleito em Assembleia Geral. A maioria dos seus membros deverá preencher requisitos de independência. O Conselho de Remunerações e Previdência foi eleito para o triénio de 2011 a 2013 na Assembleia Geral de 18 de Abril de 2011, tendo a seguinte composição:

Presidente: José Manuel Rodrigues Berardo Vogais: António Victor Martins Monteiro Luís de Mello Champalimaud Manuel Pinto Barbosa

13.3 Quadros Superiores

13.3.1 Dirigentes

Durante o exercício de 2010 foram qualificados como Dirigentes do Banco o Chefe de Gabinete da Presidência do Conselho de Administração Executivo, o Compliance Officer, o Group Treasurer, o Investor Relations, o Risk Officer, o Secretário da Sociedade e os responsáveis pela Auditoria Interna, pela Direcção de Planeamento e Controlo Orçamental e pelo Gabinete de Apoio ao Conselho Geral e de Supervisão, cujos elementos curriculares a seguir se apresentam: Chefe de Gabinete da Presidência do Conselho de Administração Executivo Ricardo Potes Valadares, licenciado em Gestão de Recursos Humanos pelo ISMAG-Instituto de Economia e Gestão e com Pós-graduação em Gestão de Banco e Seguradoras pelo ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão. Entre 1990 e 1996 desempenhou funções profissionais na Comunicação Social e foi jornalista fundador do jornal Público, responsável pelas áreas de Bolsa e Mercado de Capitais. Em 1997 ingressou no BCP. Entre 1999 e 2004, exerceu funções no BCPBank USA e entre 2004 e 2006 exerceu funções como CEO do BCPBank Canada. Entre 2007 e 2010 foi responsável pela direcção de Banca Directa. Director Central, é, desde 2010, Chefe de Gabinete da Presidência do Conselho de Administração Executivo. Compliance Officer Carlos António Torroaes Albuquerque, Formação académica: contabilidade e Administração (Bacharelato, ISCAL, 1975), Organização e Gestão de empresas (licenciatura, ISEG, 1986), Finanças (Provas de Aptidão Pedagógica e capacidade Científica, ISEG, 1990), Regulação dos Mercados Financeiros (International Institute for Securities Market Development, SEC-Washington, 1993), Ciência Política (Pós-Graduação, UEP-UC, 2003) e direcção de Empresas (PADE-AESE, 2009). Actividade Profissional: Auditoria e Finanças Empresariais (1975-1985), Docente Universitário no ISEG (1986-1995), director da Divisão de Intermediários Financeiros da CMVM (1990-1995), Desde 1995 no Grupo BCP, exercendo funções na AF Investimentos, no BCP Universitário, no Activo Bank 7, na Direcção de Banca Directa, no Millennium Greece. Director Geral, é, desde 2008, Group Head of Compliance. Group Treasurer Pedro Manuel Renda Duarte Turras, Licenciado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa e em Engenharia Electrónica pelo Instituto Superior Técnico. Ingressou na Data General com a função de Controller em 1985. Desde 1989 é Director do Grupo Millenniumbcp onde desempenhou funções de Director Coordenador BPA-Retalho Sul. Foi Administrador de várias empresas do Grupo na área dos Seguros e de empresas da Millennium Ageas. Director Geral, é, desde 2009 Group Treasurer, responsável pela Direcção de Tesouraria e Mercados.

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Investor Relations Ana Sofia Costa Raposo Preto, licenciada em Economia pela Universidade Nova de Lisboa. Integrou o Banco Comercial Português em 2000 na sequência da aquisição do Banco Mello, tendo sido responsável pelo Departamento de Estudos e Estratégia, Departamento de Research de Acções do Millennium bcp Investimento. Desempenhou igualmente funções no Gabinete da Presidência, na Rede Corporate, no Projecto Benchmark e no Programa Millennium. Anteriormente trabalhou em banca de investimento, consultoria, corretagem e gestão de activos, tendo sido analista de banca e seguros, entre outros, durante mais de 9 anos, nomeadamente no Grupo Santander Totta, Grupo Mello e Grupo Sonae. Directora Central, é, desde 2009, responsável pela direcção de Relações com Investidores Risk Officer Jose Miguel Bensliman Schorcht da Silva Pessanha, licenciado e Mestrado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa e pela Universidade Católica de Louvaina, respectivamente. Docente na UCP na área de Métodos Quantitativos entre 1982 e 1995. Ingressou no Banco Português do Atlântico em 1989, onde foi responsável pelas áreas de Mercado de Capitais, Research de Mercados e Gestão e Controlo de Riscos. No Banco Comercial Português, a partir de 1995, foi responsável pela Direcção de Gestão de Activos e Passivos, pelo Projecto Ano 2000 e pela Unidade de Produto de Investimento e Corretagem. Foi também responsável pelo desenho e lançamento da cidadebcp, que esteve na base da actual plataforma de internet banking do Grupo. Director Geral, é, desde 2003, o Risk Officer do Grupo Millennium bcp. Secretário da Sociedade Ana Isabel dos Santos de Pina Cabral, licenciada em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, Universidade Clássica (1978), ingressou em 1981 na Conselho - Gestão e Investimentos, S.A., holding do Banco Português do Atlântico, como jurista. No Banco Comercial Português, e a partir de 1995, desempenhou funções como jurista sénior no BCP Investimento e mais tarde no próprio Banco Comercial Português (Centro Corporativo e Legal Office). Participou em diversas acções de formação, sendo de salientar o Programa de Direcção de Empresas da AESE em 2004. Em 2010 recebeu o galardão do European Counsel Award na categoria “Regulatory Financial Services”. Directora Central, é, desde 2005, Secretário da Sociedade do Banco Comercial Português e de várias outras empresas do Grupo. Auditoria Interna António Pedro Nunes de Oliveira, tem o Curso Geral de Comércio. Ingressou no Banco Português do Atlântico onde desempenhou funções na área comercial, retalho e informática. Em 1985 ingressou no Banco Comercial Português, tendo participado na equipa de projecto de implementação do Banco. Chefiou projectos na área de aplicações informáticas e controlo de qualidade. Participou na criação da Unidade de Controlo e Prevenção do Risco, tendo sido responsável pela coordenação destes serviços. É membro dos órgãos sociais de várias empresas do Grupo. Director Geral, é, desde 2008, responsável pela Direcção de Auditoria. Direcção de Planeamento e Controlo Orçamental Artur Frederico Silva Luna Pais, licenciado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica de Lausanne, obteve os graus de Master e PhD pelo MIT. Em 1980 ingressou no Laboratório Nacional de Engenharia Civil, tendo ingressado no BCP em 1989, onde exerceu funções na Direcção de Estudos e Planeamento. Mais tarde implementou a Unidade de Marketing Estratégico. Foi ainda responsável pela Unidade de Gestão de Activos e Passivos, pela Unidade Central de CRM, pelo Centro Corporativo - Projectos Especiais, pela Direcção de Compras. Participou em diversas acções de formação, sendo de salientar o “Executive Program do INSEAD” em 2003. Director Geral Adjunto, é, desde 2009, responsável pela Direcção de Planeamento e Controlo Orçamental

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Gabinete de Apoio ao Conselho Geral e de Supervisão Fernando Manuel Majer de Faria Licenciado em Administração e Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa. Entre 1981 e 1983 foi Auditor na Arthur Young Company. Entre 1983 e 1985 desempenhou funções na Área Financeira, Auditoria e Planeamento da Kodak Portuguesa Limited. Ingressou no Banco Comercial Português em 1985, tendo participado na equipa de projecto de implementação do Banco. Desde então desempenhou funções de Responsável pela Direcção de Contabilidade, Direcção de Estudos e Planeamento, Assessoria de Custos, Direcção de Auditoria e Responsável pelo Projecto de Reorganização dos Sistemas de Contabilidade e Informação Analítica de Gestão. Director Geral, é, desde 2008, responsável Gabinete de Apoio ao Conselho Geral e de Supervisão. Os Quadros Superiores acima mencionados não desempenham quaisquer funções de administração, gerência ou fiscalização em sociedades não pertencentes ao Grupo. Para os efeitos decorrentes do exercício das funções de Dirigentes, os Quadros referidos no ponto 13.3., o seu domicílio profissional é a Av. Prof. Doutor Cavaco Silva (Parque das Tecnologias), Edf. 1, 2744-002 Porto Salvo. 13.3.2 Declarações relativas aos Quadros Superiores

Em relação às pessoas mencionadas no ponto 13.3, identificadas como Dirigentes, e tanto quanto é do conhecimento do Emitente, são prestadas as seguintes declarações:

− Não existem, relativamente a qualquer das pessoas supra referidas, condenações relacionadas com conduta fraudulenta, nos últimos 5 anos;

− Não existem quaisquer processos de falência, de insolvência ou liquidação em que qualquer das pessoas supra referidas ocupando uma das posições enunciadas tenham estado associadas nos últimos 5 anos;

− Não existem, relativamente a qualquer das pessoas supra referidas, acusações formais e/ou sanções de que tenham sido objecto por parte de autoridades legais ou reguladoras (incluindo organismos profissionais), nem essas pessoas foram impedidas por um tribunal de actuar como membros de um órgão de administração, de direcção ou de fiscalização de um emitente ou de gerir ou dirigir as actividades de um emitente nos últimos 5 anos.

Tanto quanto é do conhecimento do Emitente, e no seu entendimento, não existem conflitos de interesse potenciais entre as obrigações de qualquer das pessoas identificadas como Dirigentes para com o Emitente ou para com outra sociedade do Grupo e os seus interesses privados ou outras obrigações. 13.3.3 Remunerações e outros benefícios

A remuneração fixa devida às pessoas mencionadas no ponto 13.3, identificadas como Dirigentes, directamente ou através de sociedades que com o Millennium bcp estejam em relação de domínio ou de grupo, ascendeu, no exercício de 2010, a 1.577.244,55 euros. Não foi paga qualquer remuneração variável relativamente ao exercício de 2010

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13.3.4 Detenção de acções por parte dos Quadros Superiores

Acções BCP detidas a 31 de Março de 2011

Nome Nº Acções Ricardo Potes Valadares Carlos António Torroães Albuquerque Pedro Manuel Renda Duarte Turras Ana Sofia Costa Raposo Preto Jose Miguel Bensliman Schorcht da Silva Pessanha Ana Pina Cabral António Pedro Nunes de Oliveira Artur Frederico Silva Luna Pais Fernando Manuel Majer de Faria

10.438 12.500 1.990 1.046

20.000 23.500 13.500

314.360 195.000

13.4 Cumprimento das obrigações previstas no regime do Governo das Sociedades Cotadas

Indica-se de seguida a situação da Sociedade face às recomendações da CMVM sobre o Governo das Sociedades Cotadas, nos termos do Regulamento da CMVM n.º 1/2010. A apreciação que se segue é efectuada pela Sociedade, não tendo sido objecto de apreciação ou aprovação por parte da CMVM. Entende-se, para este efeito, como não adoptadas as recomendações que não sejam seguidas na íntegra.

Recomendações da CMVM constantes do Código do Governo das Sociedades

Declaração de cumprimento

Notas

I. Assembleia Geral

I.1. Mesa da Assembleia Geral

I.1.1. O Presidente da Mesa da Assembleia Geral deve dispor de recursos humanos e logísticos de apoio que sejam adequados às suas necessidades, considerada a situação económica da sociedade.

Cumpre

I.1.2. A remuneração do Presidente da Mesa da Assembleia Geral deve ser divulgada no relatório anual sobre o governo da sociedade.

Cumpre

I.2. Participação na Assembleia

I.2.1. A antecedência imposta para a recepção, pela mesa, das declarações de depósito ou bloqueio das acções para a participação em assembleia geral imposta pelos Estatutos não deve ser superior a 5 dias úteis.

Cumpre Derrogada pelo Dec-Lei n.º 49/2010, de 19 de Maio

I.2.2. Em caso de suspensão da reunião da assembleia geral, a sociedade não deve obrigar ao bloqueio durante todo o período que medeia até que a sessão seja retomada, devendo bastar-se com a antecedência exigida na primeira sessão.

Cumpre Derrogada pelo Dec-Lei n.º 49/2010, de 19 de Maio

I.3. Voto e exercício do direito de voto

I.3.1. As sociedades não devem prever qualquer restrição estatutária do voto por correspondência e, quando adoptado e admissível, ao voto por correspondência electrónico.

Cumpre

I.3.2. O prazo estatutário de antecedência para a recepção da declaração de voto emitida por correspondência não deve ser superior a 3 dias úteis.

Cumpre

I.3.3 As sociedades devem assegurar a proporcionalidade entre os direitos de voto e a participação accionista, preferencialmente através de previsão estatutária que faça corresponder um voto a cada acção. Não cumprem a proporcionalidade as sociedades que, designadamente: i) tenham acções que não confiram o direito de voto; ii) estabeleçam que não sejam contados direitos de voto acima de certo número, quando emitidos por um só accionista ou por accionistas com ele relacionados.

Não Cumpre

Em 18 de Abril de 2011 foi aprovada uma alteração de estatutos que acolhe o princíipio de 1 acção, 1 voto. Nos termos da lei, qualquer accionista ou Grupo de Accionistas detentores de 2% ou mais do capital social pode requerer, a todo o momento, que a

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Recomendações da CMVM constantes do Código do Governo das Sociedades

Declaração de cumprimento

Notas

supressão do limite constante do artigo 26.º dos Estatutos do Banco seja submetida a votação da Assembleia Geral, não existindo na presente data, e tanto quanto é do conhecimento do Banco, accionistas abrangidos pela referida disposição estatutária.

I.4. Quórum deliberativo

As sociedades não devem fixar um quórum deliberativo superior ao previsto por lei. Não Cumpre

Os Estatutos apenas são mais exigentes do que a lei no caso das deliberações sobre fusão, cisão, transfor-mação da sociedade e alteração das disposi-ções que limitam os direitos de voto dos accionistas em relação de Grupo ou entre si relacionados (e de alteração destas disposições estatutá-rias), as quais carecem de três quartos dos votos emitidos para serem aprovadas, bem como para a dissolução da Sociedade, caso em que é exigida maioria correspondente a três quartos do capital realizado.

I.5. Actas e informação sobre deliberações adoptadas

Extractos de acta das reuniões da assembleia geral ou documentos de conteúdo equivalente, devem ser disponibilizados aos accionistas no sítio Internet da sociedade no prazo de 5 dias, após a realização da assembleia geral, ainda que não constituam informação privilegiada. A informação divulgada deve abranger as deliberações tomadas, o capital representado e os resultados das votações. Estas informações devem ser conservadas no sítio da Internet da sociedade durante pelo menos 3 anos.

Cumpre

I.6. Medidas relativas ao controlo das sociedades

I.6.1. As medidas que sejam adoptadas com vista a impedir o êxito de ofertas públicas de aquisição devem respeitar os interesses da sociedade e dos seus accionistas. Os Estatutos das sociedades que, respeitando o princípio da alínea anterior, prevejam a limitação do número de votos que podem ser detidos ou exercidos por um único accionista, de forma individual ou em concertação com outros accionistas, devem prever igualmente que seja consignado que, pelo menos de cinco em cinco anos será sujeita a deliberação pela Assembleia Geral a manutenção ou não dessa disposição estatutária - sem requisitos de quórum agravado relativamente ao legal - e que nessa deliberação se contam todos os votos emitidos sem que aquela limitação funcione.

Não Cumpre

Nos Estatutos do Banco não existe qualquer norma com vista a impedir o êxito de ofertas públicas de aquisição. Não existe igualmente qualquer norma com o conteúdo expresso na segunda parte da presente recomendação, nunca tendo a sua inclusão sido solicitada ou proposta quer por accionistas, quer por

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Recomendações da CMVM constantes do Código do Governo das Sociedades

Declaração de cumprimento

Notas

membros dos órgãos sociais. Nos termos da lei, qualquer accionista ou Grupo de Accionistas detentores de 2% ou mais do capital social pode requerer, a todo o momento, que a supressão do limite constante do artigo 26.º dos Estatutos do Banco seja submetida a votação da assembleia geral.

I.6.2. Não devem ser adoptadas medidas defensivas que tenham por efeito provocar automaticamente uma erosão grave no património da sociedade em caso de transição de controlo ou de mudança da composição do órgão de administração, prejudicando dessa forma a livre transmissibilidade das acções e a livre apreciação pelos accionistas do desempenho dos titulares do órgão de administração.

Cumpre

II. Órgãos de administração e fiscalização

II.1. Temas Gerais

II.1.1. Estrutura e competência

II.1.1.1. O órgão de administração deve avaliar no seu relatório anual sobre o Governo da Sociedade o modelo adoptado, identificando eventuais constrangimentos ao seu funcionamento e propondo medidas de actuação que, no seu juízo, sejam idóneas para os superar.

Cumpre

II.1.1.2. As sociedades devem criar sistemas internos de controlo e gestão de riscos, em salvaguarda do seu valor e em benefício da transparência do seu governo societário, que permitam identificar e gerir o risco. Esses sistemas devem integrar, pelo menos, as seguintes componentes:

Cumpre

i) fixação dos objectivos estratégicos da sociedade em matéria de assumpção de riscos; ii) identificação dos principais riscos ligados à concreta actividade exercida e dos eventos susceptíveis de originar riscos: iii) análise e mensuração do impacto e da probabilidade de ocorrência de cada um dos riscos potenciais; iv) gestão de risco com vista ao alinhamento dos riscos efectivamente incorridos com a opção estratégica da sociedade quanto à assunção de riscos; v) mecanismos de controlo da execução das medidas de gestão de risco adoptadas e da sua eficácia; vi) adopção de mecanismos internos de informação e comunicação sobre diversas componentes do sistema e de alertas de riscos; vii) avaliação periódica do sistema implementado e adopção das modificações que se mostrem necessárias.

II.1.1.3. O órgão de administração deve assegurar a criação e funcionamento dos sistemas de controlo interno e de gestão de riscos, cabendo ao órgão de fiscalização a responsabilidade pela avaliação do funcionamento destes sistemas e propor o respectivo ajustamento às necessidades da sociedade.

Cumpre

II.1.1.4. As sociedades devem, no Relatório Anual sobre o Governo da Sociedade: i) identificar os principais riscos económicos, financeiros e jurídicos a que a sociedade se expõe no exercício da actividade; ii) descrever a actuação e eficácia do sistema de gestão de riscos

Cumpre

II.1.1.5. Os órgãos de administração e fiscalização devem ter regulamentos de funcionamento os quais devem ser divulgados no sítio na Internet da sociedade.

Cumpre

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Recomendações da CMVM constantes do Código do Governo das Sociedades

Declaração de cumprimento

Notas

II.1.2. Incompatibilidades e independência

II.1.2.1. O conselho de administração deve incluir um número de membros não executivos que garanta efectiva capacidade de supervisão, fiscalização e avaliação da actividade dos membros executivos.

Não aplicável

No modelo de governo societário que nos termos do disposto no art.º. 278 n.º 1 c) do Código das Sociedades Comerciais o Banco Comercial Português, adoptou – modelo dualista – a supervisão da sociedade e a fiscalização da actividade dos administradores executivos é cometida a um órgão autónomo denominado Conselho Geral e de Supervisão, estatutariamente composto por um número de membros superior ao do Conselho de Administração Executivo, actualmente 18 membros, sendo constituído na sua maioria por membros independentes. Desta forma os objectivos visados por esta recomendação são integralmente atingidos, pese embora o texto da recomendação se reportar a um modelo de governo diferente daquele adoptado pela sociedade.

II.1.2.2. De entre os administradores não executivos deve contar-se um número adequado de administradores independentes, tendo em conta a dimensão da sociedade e a sua estrutura accionista, que não pode em caso algum ser inferior a um quarto do número total de administradores.

Não aplicável

Embora esta recomendação não seja aplicável no modelo de organização societária adoptado pelo Banco Comercial Português, encontra equivalência no Conselho Geral e de Supervisão, cujos membros são maioritariamente independentes.

II.1.2.3. A avaliação da independência dos seus membros não executivos feita pelo órgão de administração deve ter em conta as regras legais e regulamentares em vigor sobre os requisitos de independência e o regime de incompatibilidades aplicáveis aos membros dos órgãos sociais, assegurando a coerência sistemática e temporal na aplicação dos critérios de independência a toda a sociedade. Não deve ser considerado independente administrador que, noutro órgão social, não pudesse assumir essa qualidade por força das normas aplicáveis.

Não aplicável vide notas anteriores

II.1.3. Elegibilidade e nomeação

II.1.3.1. Consoante o modelo aplicável, o presidente do conselho Cumpre .

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Recomendações da CMVM constantes do Código do Governo das Sociedades

Declaração de cumprimento

Notas

fiscal, da comissão de auditoria ou da comissão para as matérias financeiras deve ser independente e possuir as competências adequadas ao exercício das respectivas funções.

II.1.3.2. O processo de selecção de candidatos a administradores não executivos deve ser concebido de forma a impedir a interferência dos administradores executivos.

Não aplicável

No modelo do Governo adoptado pelo Banco Comercial Português, não existem administradores não executivos.

II.1.4. Política de comunicação de irregularidades

II.1.4.1. A sociedade deve adoptar uma política de comunicação de irregularidades alegadamente ocorridas no seu seio, com os seguintes elementos: i) indicação dos meios através dos quais as comunicações de práticas irregulares podem ser feitas internamente, incluindo as pessoas com legitimidade para receber comunicações; ii) indicação do tratamento a ser dado às comunicações, incluindo tratamento confidencial, caso assim seja pretendido pelo declarante.

Cumpre

II.1.4.2. As linhas gerais desta política devem ser divulgadas no relatório sobre o governo das sociedades. Cumpre

II.1.5. Remuneração

II.1.5.1. A remuneração dos membros do órgão de administração deve ser estruturada de forma a permitir o alinhamento dos interesses daqueles com os interesses de longo prazo da sociedade, basear-se em avaliação de desempenho e desincentivar a assunção excessiva de riscos. Para este efeito, as remunerações devem ser estruturadas, nomeadamente, da seguinte forma: i) A remuneração dos administradores que exerçam funções executivas deve integrar uma componente variável cuja determinação dependa de uma avaliação de desempenho, realizada pelos órgãos competentes da sociedade, de acordo com critérios mensuráveis pré-determinados, que considere o real crescimento da empresa e a riqueza efectivamente criada para os accionistas, a sua sustentabilidade a longo prazo e os riscos assumidos, bem como o cumprimento das regras aplicáveis à actividade da empresa. (ii) A componente variável da remuneração deve ser globalmente razoável em relação à componente fixa da remuneração, e devem ser fixados limites máximos para todas as componentes. (iii) Uma parte significativa da remuneração variável deve ser diferida por um período não inferior a três anos, e o seu pagamento deve ficar dependente da continuação do desempenho positivo da sociedade ao longo desse período. (iv) Os membros do órgão de administração não devem celebrar contratos, quer com a sociedade, quer com terceiros, que tenham por efeito mitigar o risco inerente à variabilidade da remuneração que lhes for fixada pela sociedade. (v) Até ao termo do seu mandato, devem os administradores executivos manter as acções da sociedade a que tenham acedido por força de esquemas de remuneração variável, até ao limite de duas vezes o valor da remuneração total anual, com excepção daquelas que necessitem ser alienadas com vista ao pagamento de impostos resultantes do benefício dessas mesmas acções. (vi) Quando a remuneração variável compreender a atribuição de opções, o início do período de exercício deve ser diferido por um prazo não inferior a três anos. (vii) Devem ser estabelecidos os instrumentos jurídicos adequados para que a compensação estabelecida para qualquer forma de destituição sem justa causa de administrador não seja paga se a destituição ou cessação por acordo é devida a desadequado desempenho do administrador. (viii) A remuneração dos membros não executivos do órgão de administração não deverá incluir nenhuma componente cujo valor dependa do desempenho ou do valor da sociedade.

Cumpre

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Recomendações da CMVM constantes do Código do Governo das Sociedades

Declaração de cumprimento

Notas

II.1.5.2. A declaração sobre a política de remunerações dos órgãos de administração e fiscalização a que se refere o artigo 2.º da Lei n.º 28/2009, de 19 de Junho, deve, além do conteúdo ali referido, conter suficiente informação: i) sobre quais os grupos de sociedades cuja política e práticas remuneratórias foram tomadas como elemento comparativo para a fixação de remuneração; ii) sobre os pagamentos relativos à destituição ou cessação por acordo de funções de administradores.

Cumpre

II.1.5.3. A declaração sobre a política de remunerações a que se refere o art.º 2º da Lei n.º 28/2009 deve abranger igualmente as remunerações dos dirigentes na acepção do n.º 3 do artigo 248.º B do Código de Valores Mobiliários e cuja remuneração contenha uma componente variável importante. A declaração deve ser detalhada e a política apresentada deve ter em conta, nomeadamente, o desempenho de longo prazo da sociedade, o cumprimento das normas aplicáveis à actividade da empresa e a contenção na tomada de riscos.

Cumpre

II.1.5.4. Deve ser submetida à assembleia geral a proposta relativa à aprovação de planos de atribuição de acções, e/ou de opções de aquisição de acções ou com base nas variações do preço das acções, a membros dos órgãos de administração, fiscalização e demais dirigentes, na acepção do n.º 3 do artigo 248.º-B do Código dos Valores Mobiliários. A proposta deve conter todos os elementos necessários para uma avaliação correcta do plano. A proposta deve ser acompanhada do regulamento do plano ou, caso o mesmo ainda não tenha sido elaborado, das condições gerais a que o mesmo deverá obedecer. Da mesma forma devem ser aprovadas em assembleia geral as principais características do sistema de benefícios de reforma de que beneficiem os membros dos órgãos de administração, fiscalização e demais dirigentes, na acepção do n.º 3 do artigo 248.º-B do Código dos Valores Mobiliários

Cumpre

II.1.5.6. Pelo menos um representante da comissão de remunerações deve estar presente nas assembleias gerais anuais de accionistas.

Cumpre

II.1.5.7. Deve ser divulgado, no relatório anual sobre o Governo da Sociedade, o montante da remuneração recebida, de forma agregada e individual, em outras empresas do grupo e os direitos de pensão adquiridos no exercício em causa

Cumpre

II.2. Conselho de Administração

II.2.1. Dentro dos limites estabelecidos por lei para cada estrutura de administração e fiscalização, e salvo por força da reduzida dimensão da sociedade, o conselho de administração deve delegar a administração quotidiana da sociedade, devendo as competências delegadas ser identificadas no relatório anual sobre o Governo da Sociedade.

Não aplicável

De acordo com o modelo de governo adoptado pelo BCP a administração quotidiana da sociedade compete ao Conselho de Administração Executivo, pelo que a delegação de poderes aqui referida não se justifica. De todos os modos cada um dos mesmos do Conselho de Administração Executivo é responsável por áreas de actividade específicas “pelouros”, sendo esta organização claramente descrita no Relatório do Governo da Sociedade.

II.2.2. O conselho de administração deve assegurar que a sociedade actua de forma consentânea com os seus objectivos, não devendo delegar a sua competência, designadamente, no que respeita a: i) definir a estratégia e as políticas gerais da sociedade; ii) definir a estrutura empresarial do grupo; iii) decisões que devam

Não aplicável

Nos termos da lei, dos Estatutos do Banco, e em razão do modelo de governo dualista por si adoptado, as matérias

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272

Recomendações da CMVM constantes do Código do Governo das Sociedades

Declaração de cumprimento

Notas

ser consideradas estratégicas devido ao seu montante, risco ou às suas características especiais.

identificadas das alíneas i), ii) e iii) são necessariamente submetidas a apreciação do Conselho Geral e de Supervisão.

II.2.3. Caso o presidente do conselho de administração exerça funções executivas, o conselho de administração deve encontrar mecanismos eficientes de coordenação dos trabalhos dos membros não executivos, que designadamente assegurem que estes possam decidir de forma independente e informada, e deve proceder-se à devida explicitação desses mecanismos aos accionistas no âmbito do relatório sobre o governo da sociedade.

Não aplicável

Nas sociedades que adoptam o modelo dualista, a maioria de membros independentes no Conselho Geral e de Supervisão, garante a observância desta recomendação.

II.2.4. O relatório anual de gestão deve incluir uma descrição sobre a actividade desenvolvida pelos administradores não executivos referindo, nomeadamente, eventuais constrangimentos deparados.

Não aplicável

As questões que a presente recomendação visa abranger são tratadas no Relatório do Conselho Geral e de Supervisão.

II.2.5. A sociedade deve explicitar a sua política de rotação dos pelouros no Conselho de Administração, designadamente do responsável pelo pelouro financeiro, e informar sobre ela no relatório anual sobre o Governo da Sociedade.

Cumpre

O membro e também Vice-Presidente do Conselho de Administração Executivo responsável pelo pelouro financeiro está em exercício de funções desde 15 de Janeiro de 2008 e cumpre o seu primeiro mandato.

II.3. Administrador Delegado, Comissão Executiva e Conselho de Administração Executivo

II.3.1. Os administradores que exerçam funções executivas, quando solicitados por outros membros dos órgãos sociais, devem prestar, em tempo útil e de forma adequada ao pedido, as informações por aqueles requeridas.

Cumpre

II.3.2. O presidente da comissão executiva deve remeter, respectivamente, ao presidente do conselho de administração e, conforme aplicável, ao presidente da conselho fiscal ou da comissão de auditoria, as convocatórias e as actas das respectivas reuniões.

Não aplicável

Em virtude do modelo de governo adoptado pelo Banco, as questões visadas pela recomendação são abrangidas pela recomendação seguinte

II.3.3. O presidente do conselho de administração executivo deve remeter ao presidente do conselho geral e de supervisão e ao presidente da comissão para as matérias financeiras, as convocatórias e as actas das respectivas reuniões.

Cumpre

II.4. Conselho Geral e de Supervisão, Comissão para as Matérias Financeiras, Comissão de Auditoria e Conselho Fiscal

II.4.1. O conselho geral e de supervisão, além do cumprimento das competências de fiscalização que lhes estão cometidas, deve desempenhar um papel de aconselhamento, acompanhamento e avaliação contínua da gestão da sociedade por parte do conselho de administração executivo. Entre as matérias sobre as quais o conselho geral e de supervisão deve pronunciar-se incluem-se: i) o definir a estratégia e as políticas gerais da sociedade; ii) a estrutura empresarial do grupo; e iii) decisões que devam ser consideradas estratégicas devido ao seu montante, risco ou às suas características especiais.

Cumpre

II.4.2. Os relatórios anuais sobre a actividade desenvolvida pelo conselho geral e de supervisão, a comissão para as matérias financeiras, a comissão de auditoria e o conselho fiscal devem ser objecto de divulgação no sítio da Internet da sociedade, em

Cumpre

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Recomendações da CMVM constantes do Código do Governo das Sociedades

Declaração de cumprimento

Notas

conjunto com os documentos de prestação de contas.

II.4.3. Os relatórios anuais sobre a actividade desenvolvida pelo conselho geral e de supervisão, a comissão para as matérias financeiras, a comissão de auditoria e o conselho fiscal devem incluir a descrição sobre a actividade de fiscalização desenvolvida referindo, nomeadamente, eventuais constrangimentos deparados.

Cumpre

II.4.4. O conselho geral e de supervisão, a comissão de auditoria e o conselho fiscal, consoante o modelo aplicável, devem representar a sociedade, para todos os efeitos, junto do auditor externo, competindo-lhe, designadamente, propor o prestador destes serviços, a respectiva remuneração, zelar para que sejam asseguradas, dentro da empresa, as condições adequadas à prestação dos serviços, bem assim como ser o interlocutor da empresa e o primeiro destinatário dos respectivos relatórios.

Cumpre

A Comissão para as Matérias Financeiras é uma comissão especializada do Conselho Geral e de Supervisão (art.º 12 do Regimento do Conselho Geral e de Supervisão do Banco Comercial Português, S.A.)

II.4.5. O conselho geral e de supervisão, a comissão de auditoria e o conselho fiscal, consoante o modelo aplicável, devem anualmente avaliar o auditor externo e propor à assembleia geral a sua destituição sempre que se verifique justa causa para o efeito.

Cumpre

II.4.6. Os serviços de auditoria interna e os que velem pelo cumprimento das normas aplicadas à sociedade (serviços de compliance), devem reportar funcionalmente à comissão de auditoria, ao conselho geral e de supervisão.

Cumpre

II.5. Comissões especializadas

II.5.1. Salvo por força da reduzida dimensão da sociedade, o conselho de administração e o conselho geral e de supervisão, consoante o modelo adoptado, devem criar as comissões que se mostrem necessárias para: i) assegurar uma competente e independente avaliação do desempenho dos administradores executivos e para a avaliação do seu próprio desempenho global, bem assim como das diversas comissões existentes; ii) reflectir sobre o sistema de governo adoptado, verificar a sua eficácia e propor aos órgãos competentes as medidas a executar tendo em vista a sua melhoria;iii) iidentificar atempadamente potenciais candidatos com o elevado perfil necessário ao desempenho de funções de administrador.

Cumpre

II.5.2. Os membros da comissão de remunerações ou equivalente devem ser independentes relativamente aos membros do órgão de administração e incluir pelo menos um membro com conhecimentos em matérias de política de remuneração.

Cumpre

II.5.3. Não deve ser contratada para apoiar a comissão de remunerações no desempenho das suas funções qualquer pessoa singular ou colectiva que preste ou tenha prestado, nos últimos 3 anos, serviços a qualquer estrutura na dependência do conselho de administração, ao próprio conselho de administração da sociedade ou que tenha relação actual com consultora da empresa. Esta recomendação é aplicável igualmente a qualquer pessoa singular ou colectiva que com aqueles se encontre relacionada por contrato de trabalho ou prestação de serviços.

Cumpre

II.5.4. Todas as comissões devem elaborar actas das reuniões que realizem. Cumpre

III. Informação e Auditoria

III.1. Deveres gerais de informação

III.1.1. As sociedades devem assegurar a existência de um permanente contacto com o mercado, respeitando o princípio da igualdade dos accionistas e prevenindo as assimetrias no acesso à informação por parte dos investidores. Para tal deve a sociedade manter um gabinete de apoio ao investidor.

Cumpre

III.1.2. A seguinte informação disponível no sítio da Internet da sociedade deve ser divulgada em inglês: a) A firma, a qualidade de Cumpre

A informação a que se reporta a presente

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Recomendações da CMVM constantes do Código do Governo das Sociedades

Declaração de cumprimento

Notas

sociedade aberta, a sede e os demais elementos mencionados no artigo 171.º do Código das Sociedades Comerciais; b) Estatutos; c) Identidade dos titulares dos órgãos sociais e do representante para as relações com o mercado; d) Gabinete de Apoio ao Investidor, respectivas funções e meios de acesso; e) Documentos de prestação de contas; f) Calendário semestral de eventos societários; g) Propostas apresentadas para discussão e votação em assembleia geral; h) Convocatórias para a realização de assembleia geral.

recomendação está disponível em língua inglesa, na página com o seguinte endereço directo: http://www.millenniumbcp.pt/site/conteudos/en/

III.1.3. As sociedades devem promover a rotação do auditor ao fim de 2 ou 3 mandatos, conforme sejam respectivamente de 4 ou 3 anos. A sua manutenção além deste período deve ser fundamentada num parecer específico do órgão de fiscalização que pondere expressamente as condições de independência do auditor e as vantagens e os custos da sua substituição.

Cumpre

Admitindo que a manutenção do auditor por período superior a 3 mandatos pudesse não se encontrar exaustivamente fundamentada na proposta que foi submetida à Assembleia Geral que procedeu à respectiva recondução, o BCP, através da Comissão para as Matérias Financeiras, elaborou um relatório mais detalhado sobre os fundamentos que levaram à apresentação da dita proposta, no qual é feita expressa referência às condições de independência do auditor e às vantagens e custos da sua substituição, relatório esse que se anexa ao presente prospecto.

III.1.4 O auditor externo deve, no âmbito das suas competências, verificar a aplicação das políticas e sistemas de remunerações, a eficácia e o funcionamento dos mecanismos de controlo interno e reportar quaisquer deficiências ao órgão de fiscalização da sociedade.

Cumpre

III.1.5. A sociedade não deve contratar ao auditor externo, nem a quaisquer entidades que com eles se encontrem em relação de participação ou que integrem a mesma rede, serviços diversos dos serviços de auditoria. Havendo razões para a contratação de tais serviços - que devem ser aprovados pelo órgão de fiscalização e explicitadas no seu relatório anual sobre o Governo da Sociedade - eles não devem assumir um relevo superior a 30% do valor total dos serviços prestados à sociedade.

Cumpre

IV. CONFLITOS DE INTERESSES

IV. 1. RELAÇÕES COM ACCIONISTAS

IV.1, Os negócios da sociedade com accionistas titulares de participação qualificada, ou com entidades que com ele estejam em qualquer relação, nos termos do art.º 20ª do Código dos Valores mobiliários, devem ser realizados em condições normais de mercado.

Cumpre

IV.1.2. Os negócios de relevância significativa com accionistas titulares de participação qualificada , ou com entidades que com eles estejam em qualquer relação, nos termos do art.º 20º do Código dos Valores Mobiliários, devem ser submetidos a parecer prévio do órgão de fiscalização. Este órgão deve estabelecer os procedimentos e critérios necessários para a definição do nível relevante de significância destes negócios e os demais termos da sua intervenção.

Cumpre

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275

13.5 Outros Corpos Sociais

13.5.1 Mesa da Assembleia Geral

Presidente António Manuel da Rocha e Menezes Cordeiro Vice-presidente Manuel António de Castro Portugal Carneiro de Frada Secretário da Sociedade Ana Isabel dos Santos de Pina Cabral 13.5.2 Secretário da Sociedade

Efectivo Ana Isabel dos Santos de Pina Cabral Suplente António Augusto Amaral de Medeiros Para os efeitos decorrentes do exercício das funções, o domícilio profissional das pessoas identificadas nesta secção 13.5, é a Av. Prof Doutor Cavaco Silva (Parque das Tecnologias), Edif. 1, 2744-002, Porto Salvo. 13.6 Representante para as Relações com o Mercado

O Representante para as Relações com o Mercado é Ana Sofia Costa Raposo Preto, responsável pela Direcção de Relações com Investidores. Para os efeitos decorrentes do exercício das funções, a morada, o número de telefone, de telefax e o endereço de e-mail do representante para as relações com o mercado são os seguintes:

Endereço: Av. Prof. Doutor Cavaco Silva (Parque das Tecnologias), Edf. 1 – Piso 0B

2744-002 Porto Salvo Telefone: 211 131 080 Telefax: 211 136 982 E-mail: [email protected]

13.7 Pessoal

13.7.1 Número de efectivos e sua repartição

O quadro de pessoal do Grupo totalizava 21.370 Colaboradores a 31 de Dezembro de 2010, comparando com 21.796 Colaboradores a 31 de Dezembro de 2009 e 22.589 Colaboradores a 31 de Dezembro de 2008, representando uma redução de 1.219 Colaboradores no período em análise. A evolução do quadro de colaboradores no período em análise reflecte o redimensionamento efectuado em Portugal e nas operações na Polónia e na Grécia no seguimento da implementação de programas com o objectivo de obtenção de níveis de eficiência superiores, por um lado, e o aumento do número de colaboradores nas restantes operações no exterior, com particular destaque para Angola e Moçambique, por outro. Os colaboradores na actividade internacional representavam 52,5% do total do Grupo em 31 de Dezembro de 2010, face aos 53,1% no final de 2008, tendo esta evolução sido influenciado pela descontinuação das operações na Turquia e nos Estados Unidos (- 555 colaboradores face a 2008).

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276

Nos negócios no exterior, a operação em Moçambique continuou o seu plano de expansão da rede de sucursais, posicionando-se como a segunda maior do Grupo em termos de quadro de pessoal, com 2.088 Colaboradores no final de 2010 face aos 1.762- em 2008. Em Angola o quadro de Colaboradores mais que duplicou face a 2008 (+ 403 Colaboradores). Estas duas operações foram as únicas em que o Grupo efectuou um esforço de recrutamento externo significativo, com vista ao preenchimento das necessidades de colaboradores decorrentes dos planos de expansão.

13.7.2 Esquemas de participação dos trabalhadores

À presente data não se encontra em curso qualquer esquema de participação que confira aos Colaboradores do Grupo o direito à atribuição de acções. 13.8 Pensões e encargos associados

O Grupo assumiu a responsabilidade de pagar aos seus colaboradores pensões de reforma por velhice e por invalidez e outras responsabilidades, cumprindo os termos do estabelecido no Acordo Colectivo de Trabalho do Sector Bancário (ACT). As responsabilidades do Grupo estão, essencialmente, cobertas através do Fundo de Pensões do Banco Comercial Português, gerido pela PensõesGere - Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. Em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, o número de participantes abrangidos por este plano de pensões de reforma é o seguinte:

2010 2009 Número de participantes Reformados e Pensionistas 15.670 15.637 Pessoal no Activo 10.207 10.390

25.877 26.027

Colaboradores (em 31 de Dezembro)

2010 2009 (1) 2008 (1) Var. % 10/09

Retalho 6.540 6.666 6.890 -1,9%

Empresas e Crédito Especializado 450 419 463 7,4%

Corporate 146 142 156 2,8%

Banca de Investimento 159 165 192 -3,6%

Private Banking & Asset Management 214 235 244 -8,9%

Serviços Bancários 1.842 1.889 1.876 -2,5%

Áreas Corporativas 645 637 577 1,3%

Associadas e Outros 150 145 185 3,4%

Total em Portugal 10.146 10298 10583 -1,5%

Millennium bank na Polónia (2) 6.135 6.245 7.049 -1,8%

Millennium bank na Grécia 1.470 1.527 1.554 -3,7%

Millennium bank na Turquia 0 303 320 -100,0%

Millennium bank na Roménia 731 700 691 4,4%

Banque Privée BCP na Suiça 71 65 66 9,2%

Millennium bim em Moçambique 2.088 1.936 1.762 7,9%

Millennium Angola 714 499 311 43,1%

Millennium bcpbank nos EUA 0 208 235 -100,0%

Millennium bcp Bank & Trust nas Ilhas Caimão 15 15 18 0,0%

Total Internacional 11.224 11.498 12.006 -2,4%

Total de colaboradores 21.370 21.796 22.589 -2,0%

(2) Número de colaboradores corresponde a Full Time Equivalent

(1) A alocação de colaboradores em 2008 e 2009, em Portugal, foi reformulada de modo a reflectir a reestruturação das áreas de negócio, bem como as alterações ocorridas no quadro da simplificação organizativa, em 2010.

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277

No âmbito do novo Acordo Tripartido celebrado entre o Governo, a Banca e os Sindicatos, os trabalhadores bancários em actividade do Regime CAFEB/ACT foram integrados no Regime Geral da Segurança Social (‘RGSS’). Com efeitos a 1 de Janeiro de 2011, e sem prejuízo dessa integração, alguns benefícios (eventualidades) excluindo doença (baixa), invalidez e morte, continuarão a ser assegurados pelo Fundo de Pensões. Conforme disposto no Acordo, no que se refere ao plano de pensões de reforma, os colaboradores mantêm os benefícios adquiridos bem como a garantia do benefício futuro ser no mínimo equivalente ao estabelecido no ACT. Foi ainda mantida por parte das entidades empregadoras, a responsabilidade pelo pagamento dos complementos de pensões à data da reforma. Nesta base, a exposição ao risco actuarial e financeiro associados aos benefícios mantém-se. A integração conduz a um decréscimo efectivo no valor actual dos benefícios totais reportados à idade normal de reforma (VABT) a suportar pelo Fundo de Pensões. Dado que não existiu redução de benefícios na perspectiva do beneficiário, no momento do reconhecimento inicial, as responsabilidades por serviços passados mantiveram-se inalteradas. Tomando em consideração que a base de cálculo dos benefícios nos planos ACT e do RGSS é baseada em fórmulas distintas, existe a possibilidade de ser obtido um ganho, quando o valor das responsabilidades cobertas pelos fundos de pensões à data da reforma for inferior ao valor das responsabilidades nesta data, devendo este ganho ser diferido numa base linear, durante o tempo médio de vida activa até se atingir a idade normal de reforma. Desta forma, o Grupo não registou ao nível das demonstrações financeiras qualquer impacto no cálculo actuarial em 31 de Dezembro de 2010. As responsabilidades do Grupo por pensões de reforma e respectivas coberturas, em 31 de Dezembro de 2010 e 2009, calculadas com base no método de crédito das unidades projectadas, é analisada como segue: 2010 2009 2008 2007 2006 euros '000 euros '000 euros '000 euros '000 euros '000 Responsabilidades por benefícios projectados Reformados e Pensionistas 4.064.052 4.197.436 4.415.254 4.525.481 4.466.823 Pessoal no Activo 1.257.546 1.212.446 1.307.655 1.353.257 1.248.536

5.321.598 5.409.882 5.722.909 5.878.738 5.715.359

Valor do Fundo (5.148.707) (5.530.471)

(5.322.224)

(5.616.436) (5.578.010) Provisão para Plano Complementar de Contribuição Definida - - (12.812) - - Responsabilidades não financiadas pelo Fundo 172.891 (120.589) 387.873 262.302 137.349 Responsabilidades cobertas pelo

Extra Fundo (369.678) (375.349) (390.536)

(402.875) (409.850) (Excesso) / Défice de cobertura (196.787) (495.938) (2.663) (140.573) (272.501)

As responsabilidades relacionadas com o prémio de antiguidade, por não serem responsabilidades pós-emprego, não estão cobertas pelo Fundo de Pensões do Grupo. Em 31 de Dezembro de 2010, as responsabilidades relacionadas com o prémio de antiguidade ascendem a 55.296.000 euros (31 de Dezembro de 2009: 54.958.000 euros) e estão cobertas por provisões em igual montante. Em 31 de Dezembro de 2010, a rubrica Responsabilidades por benefícios projectados inclui o montante de 287.653.000 euros (31 de Dezembro 2009: 297.623.000 euros) relativo a responsabilidades com serviços passados com o Plano Complementar, que se encontram integralmente cobertas pelo Fundo de Pensões.

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No seguimento de deliberação do Conselho de Administração Executivo, de 21 de Setembro de 2006, o Regime Complementar de Reforma que estava previsto no Plano de Pensões do Fundo de Pensões do Grupo Banco Comercial Português ("Benefício Definido"), passou a ser financiado através de um sistema de contribuição definida. No entanto, os colaboradores admitidos até à data da referida deliberação mantêm os benefícios a que tinham direito ao abrigo do sistema anterior ("Benefício Definido"), os quais serão assegurados pela empresa do Grupo a que estejam contratualmente vinculados na data da reforma. Nesta base, as empresas do Grupo procedem, anualmente, à cobertura necessária para garantia daquele benefício. O montante correspondente é determinado de acordo com a avaliação actuarial efectuada em cada ano, sendo o eventual financiamento suplementar assegurado também em base anual. O Grupo assumiu a responsabilidade de, desde que verificadas determinadas condições em cada exercício, atribuir complementos de reforma aos colaboradores, de acordo com o definido no Plano Complementar. As regras definidas estabelecem que sempre que se verifiquem determinadas condições o Banco deverá entregar ao Fundo de Pensões os montantes devidos respeitantes aos colaboradores elegíveis. Considerando que as condições de atribuição do Plano Complementar no exercício de 2010 permitiram concluir que as mesmas não seriam atingidas, em linha com o verificado no exercício de 2009, o Conselho de Administração Executivo procedeu a uma reavaliação da estimativa do custo desta responsabilidade. Assim, e com base na referida estimativa, o Grupo reconheceu, com referência a 31 de Dezembro de 2010, um custo do exercício de 6.799.000 euros (31 de Dezembro de 2009: 6.000.000 euros) relativo a encargos com o plano complementar. Este critério e as respectivas estimativas serão reavaliadas anualmente pelo Conselho de Administração Executivo, passando os diferenciais face aos valores efectivamente verificados a ser tratados como desvios actuariais. A evolução das responsabilidades por benefícios projectados durante os exercícios de 2010 e 2009 é analisada conforme segue:

2010 2009

Responsabilida-des de Pensões

Extra-Fundo Total Total

euros '000 euros '000 euros '000 euros '000 Saldo a 1 de Janeiro 5.034.533 375.349 5.409.882 5.722.909 Custo normal 34.699 1.277 35.976 38.414 Custo dos juros 268.928 19.857 288.785 309.925 (Ganhos) e perdas actuariais Não decorrentes de alteração de pressupostos (42.982) 1.073 (41.909) (69.802) Resultantes de alterações de pressupostos (74.754) (3.763) (78.517) (298.551) Pagamentos (286.808) (24.115) (310.923) (308.748) Programas de reformas antecipadas 7.238 - 7.238 1.830 Contribuições dos colaboradores 11.416 - 11.416 11.325 Outros (350) - (350) 2.580 Saldo fim do exercício 4.951.920 369.678 5.321.598 5.409.882

Em 31 de Dezembro de 2010 o valor das pensões pagas pelo Fundo, excluindo outros benefícios incluídos no Extra-fundo, ascendeu a 286.808.000 euros (31 de Dezembro de 2009: 284.721.000 euros).

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279

Os elementos que compõem o valor do activo do Fundo de Pensões são analisados como segue:

As rubricas Títulos de rendimento variável e Títulos de rendimento fixo incluem títulos emitidos por empresas do Grupo que são analisados como segue:

A rubrica Imóveis inclui os imóveis registados nas demonstrações financeiras do Fundo e utilizados por empresas do Grupo que, em 31 de Dezembro de 2010, ascendem a 374.994.000 euros (31 de Dezembro de 2009: 378.845.000 euros). A evolução do valor dos activos do Fundo durante o exercício de 2010 e 2009 é analisado como segue:

A evolução do justo valor dos títulos subjacentes às contribuições em espécie realizadas em 2006 e 2005 que geraram ganhos e perdas actuariais de valor significativo nos exercícios de 2007 e 2006 é apresentada como segue:

2010 2009 Euros '000 Euros '000

Saldo a 1 de Janeiro 5.530.471 5.322.224

Rendimento esperado dos activos 277.717 278.756 Ganhos e (perdas) actuariais (588.322) 188.354 Contribuições para o Fundo 204.583 11.953 Pagamentos efectuados (286.808) (284.721) Contribuições de colaboradores 11.416 11.325 (350) 2.580

Saldo fim do exercício 5.148.707 5.530.471

2010 2009 Euros '000 Euros '000

Títulos de rendimento fixo 55.508 349.864 Títulos de rendimento variável 360.692 39.104

416.200 388.968

2010 2009

Euros '000 Euros '000

Títulos de rendimento variável:

Acções 1.170.356 1.239.032

Obrigações 916.079 1.021.138

Títulos de rendimento fixo 630.180 1.797.029

Imóveis 381.719 380.920

Unidades de Participação 1.159.152 992.898

Aplicações em Bancos e outros 891.221 99.454

5.148.707 5.530.471

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O Fundo de Pensões realizou uma perda actuarial de cerca de 115.000.000 euros em relação ao papel comercial emitido pela Millennium bcp Imobiliária e dotado ao Fundo de Pensões em 2005, cujo valor líquido de amortizações em 31 de Dezembro de 2010 ascende a 86.250.000 euros (31 de Dezembro de 2009: 92.000.000 euros). Este montante continuará a ser amortizado pelo período remanescente de 15 anos com uma amortização anual de aproximadamente 5.750.000 euros. A evolução dos valores relativos a responsabilidades cobertas pelo Fundo de Pensões nos exercícios de 2010 e 2009 é analisada como segue:

A análise das contribuições efectuadas ao Fundo pelas empresas do Grupo é apresentada como segue:

2010 2009

Euros '000 Euros '000

Acções 2.020 - Outros títulos 201.054 11.953 Dinheiro 1.509 -

204.583 11.953

2010 2009 Euros '000 Euros '000

Valores em 1 de Janeiro (495.938) (2.663) Custo normal 34.699 37.002 Custo dos juros 268.928 288.742 Custo com programas de reformas antecipadas 7.238 1.341 Rendimento esperado dos activos (277.717) (278.756) (Ganhos) e perdas actuariais Não decorrentes de alterações de pressupostos

Rendimento do Fundo 588.322 (188.354) Desvio entre responsabilidades esperadas e efectivas (42.982) (66.570) Resultantes de alterações de pressupostos (74.754) (287.539) Contribuições para o Fundo (204.583) (11.953) Provisão para Plano Complementar de

Contribuição Definida - 12.812

Valores no final do exercício (196.787) (495.938)

(Excesso)/ Déficit de cobertura

Ano da Valor da Exercíci Acumuladas Exercíci Acumuladascontribuição contribuição Euros'000 Euros'000 Euros'000 Euros'000

Friends Provident PLC (i) 2005 82.531.602 (32.333) (10.428) 14.873 21.905 Millennium bcp Imobiliária (ii) 2005 200.000.000 (2.866) (115.866) (113.000) (113.000)

EDP - Energia de Portugal (i) 2005 164.228.497 49.742 188.705 97.905 138.963

Banca Intesa Spa (i) 2005 486.656.411 (54.799) 187.128 171.248 241.927

EDP - Energia de Portugal (i) 2006 44.225.000 9.135 20.590 17.980 11.455 Banco Sabadell (i) 2006 20.467.500 (803) (14.911) 2.205 (14.108)

Banco Sabadell (i) 2006 83.079.500 (2.622) (64.926) 7.203 (62.304)

(34.546) 190.292 198.414 224.838

Natureza:

(i) - acções

(ii) - papel comercial

Mais/(menos) valias potenciais e realizadas

Emitente

2006 2007

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Em conformidade com o disposto na IAS 19, em 31 de Dezembro de 2010 as perdas actuariais diferidas, incluindo o valor do corredor, são analisadas como segue:

Considerando os ganhos e perdas actuariais registados no cálculo das responsabilidades e no valor do Fundo de Pensões, com referência a 31 de Dezembro de 2010, o valor do corredor calculado de acordo com o parágrafo 92 da IAS 19 ascendia a 532.034.000 euros (31 de Dezembro de 2009: 552.575.000 euros). Com referência a 31 de Dezembro de 2010, os ganhos e perdas actuariais acima do valor do corredor no montante de 1.389.421.000 euros (31 de Dezembro de 2009: 961.070.000 euros) serão reconhecidos em resultados do exercício por um período correspondente à vida útil remanescente estimada dos colaboradores no activo. Em 31 de Dezembro de 2010, o Grupo contabilizou, como custo com pensões de reforma, o montante de 114.373.000 euros (31 de Dezembro de 2009: 141.006.000 euros), cuja análise é apresentada como segue:

O valor das responsabilidades com benefícios de saúde está integralmente coberto pelo Fundo de Pensões e corresponde em Dezembro 2010 a 269.929.000 euros (31 de Dezembro de 2009: 273.271.000 euros). O valor estimado das contribuições a efectuar em 2011 no âmbito do plano de pensões é de 53.978.000 euros.

2010 2009

Euros '000 Euros '000

Custo dos serviços correntes 35.976 38.414 Custo dos juros 288.785 309.925 Rendimento esperado dos activos (277.717) (278.756) Amortização de ganhos e perdas actuariais 56.891 67.480 Custo com programas de reformas antecipadas 7.238 1.830 Anulação de perdas actuariais diferidas relativa às

responsabilidades com reformas antecipadas ("curtailment") 3.200 2.113

Custo do exercício 114.373 141.006

Acima do Corredor corredor

Euros '000 Euros '000

Valores em 1 de Janeiro 552.575 961.070 (Ganhos) e perdas actuariais

Não decorrentes de alterações de pressupostos - 546.413 Resultantes de alterações de pressupostos - (78.517) Amortização das perdas actuariais acima do corredor - (56.891) Transferências - 5 Outras variações - (3.200) Variação do corredor (20.541) 20.541

Valores no final do exercício 532.034 1.389.421

Perdas actuariais

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O custo do exercício referente a 2010 e a 2009 para o prémio de antiguidade é o seguinte:

No âmbito da cobertura de algumas responsabilidades relacionadas com pensões de reforma o Banco contratou com a Ocidental Companhia Portuguesa de Seguros de Vida SA (Ocidental Vida) a aquisição de apólices de seguro de renda vitalícia imediata, cujas responsabilidades em 31 de Dezembro de 2010 ascendiam a 111.011.000 euros, com vista ao pagamento: i) de pensões a ex-membros do Conselho de Administração Executivo (CAE) no âmbito do Regulamento de Reforma dos Administradores do BCP. ii) de pensões e complementos de reforma a colaboradores reformados ao abrigo do Fundo de Pensões dos Trabalhadores do BCP constituído em 28 de Dezembro de 1987, bem como a colaboradores reformados ao abrigo de outros Fundos de Pensões que vieram posteriormente a ser integrados no Fundo de Pensões do BCP e que previam que os benefícios de reforma seriam pagos através da aquisição de apólices de seguros, em conformidade com o estipulado no Decreto-Lei 12/2006. Em 31 de Dezembro de 2010 o número de beneficiários envolvidos ascendia a 60. A Ocidental Vida é detida a 100% pelo Grupo Millenniumbcp Ageas que é detido a 49% pelo Grupo BCP. Atendendo a que o Regulamento de Reforma dos Administradores prevê que as reformas sejam objecto de uma actualização anual, e como não é prática no mercado segurador a aquisição de rendas vitalícias que incorporem um factor de actualização variável, o Banco, observando os critérios actuariais pertinentes, procedeu ao apuramento e ao registo nas suas demonstrações financeiras do montante necessário para fazer face àquela actualização. Em conformidade com a política de remuneração de Administradores, o Grupo tem a responsabilidade de suportar o custo com as pensões de reforma dos antigos membros do Conselho de Administração Executivo, bem como com o Plano Complementar de acordo com as normas aplicáveis, estando as responsabilidades calculadas cobertas pelo Fundo de Pensões, pelo Extra-Fundo e por apólices de capitalização de renda vitalícia. Para fazer face à actualização das responsabilidades contratadas através de apólices de capitalização de renda vitalícia, em resultado de cálculos actuariais, o Grupo tem registado uma provisão que em 31 de Dezembro de 2010 ascendia a 40.996.000 euros (31 de Dezembro de 2009: 40.996.000 euros). A movimentação dos valores das responsabilidades com pensões de reforma a pagar a anteriores membros do Conselho de Administração Executivo, incluídos na rubrica de Outros passivos, é analisada como segue:

2010 2009

Euros '000 Euros '000

Custo dos serviços correntes 3.246 3.175

Custo dos juros 2.896 2.860

Ganhos e perdas actuariais (924) -

Outros - (2.769)

Custo do exercício 5.218 3.266

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A rubrica Reposições correspondia, em 31 de Dezembro de 2009, ao efeito resultante da anulação de custos associados a outros benefícios a pagar, excluindo pensões de reforma, a anteriores membros do Conselho de Administração. A referida reposição foi objecto de deliberação por parte do Conselho de Administração Executivo, ouvido o Conselho Geral e de Supervisão, na sequência da recomendação do Conselho de Remunerações e Previdência, estando em curso diligências com vista à redução de parte dos encargos com Ex-Administradores. A rubrica Alterações de pressupostos actuariais, corresponde ao efeito da actualização das responsabilidades, a incorrer com os Administradores reformados. A referida actualização é efectuada anualmente com base no estudo actuarial realizado pela PensõesGere. Após a análise dos indicadores de mercado, em particular as perspectivas de evolução da taxa de inflação e da taxa de juro de longo prazo para a Zona Euro, bem como das características demográficas dos seus colaboradores, com excepção da taxa de crescimento das pensões, o Grupo manteve os pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades com pensões de reforma com referência a 31 de Dezembro de 2010. A análise comparativa dos pressupostos actuariais é apresentada como segue:

A dedução de um e dois anos às tabelas dos homens e das mulheres, deve-se à diferença de esperança de vida superior de um e dois anos respectivamente. Os pressupostos de base utilizados no cálculo do valor actuarial das responsabilidades estão de acordo com os requisitos definidos pela IAS 19. Não são considerados decrementos de invalidez no cálculo das responsabilidades. A taxa de rendimento do Fundo de Pensões foi determinada de forma consistente com as condições actuais de mercado e com a natureza e rendibilidade dos activos que integram o Fundo de Pensões. As perdas actuariais líquidas do exercício no montante de 467.895.000 euros (31 de Dezembro de 2009: ganhos actuariais de 556.707.000 euros) são relativas à diferença entre os pressupostos

2010 2009

Taxa de crescimento salarial 2,50% 2,50% Taxa de crescimento das pensões 1,50% 1,65% Taxa de rendimento do Fundo 5,50% 5,50% Taxa de desconto 5,50% 5,50% Tábuas de mortalidade Homens TV 73/77 - 1 ano TV 73/77 - 1 ano Mulheres TV 88/90 - 2 anos TV 88/90 - 2 anos

Taxa de invalidez 0% 0%

Taxa de 'turnover' 0% 0%

Taxa dos custos com benefícios de saúde 6,50% 6,50%

Fundo Banco Comercial Português

2010 2009

Euros '000 Euros '000

Saldo em 1 de Janeiro 40.996 73.540 Reposições - (17.981) Alteração de pressupostos actuariais - (13.131) Pagamentos - (1.432)

Saldo em 31 de Dezembro 40.996 40.996

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utilizados no cálculo das responsabilidades e os valores efectivamente verificados, bem como ao impacto da alteração da taxa de crescimento das pensões e são analisados conforme segue:

Os custos com os benefícios de saúde têm um impacto significativo no custo com pensões. Considerando este impacto, procedeu-se a uma análise de sensibilidade a uma variação positiva (passando de 6,5% para 7,5% em 2010) e a uma variação negativa (passando de 6,5% para 5,5% em 2010) de um ponto percentual no valor dos custos com os benefícios de saúde cujo impacto é analisado como segue:

2010 2009 2010 2009 Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000

Impacto no custo com pensões 458 433 (458) (433) Impacto nas responsabilidades 41.527 42.042 (41.527) (42.042)

(6,5% para 7,5%) (6,5% para 5,5%)

Variação positiva de 1% Variação negativa de 1%

% Euros '000 % Euros '000

Desvios entre as responsabilidades

esperadas e efectivas:

Taxa de crescimento dos salários 2,25% (19.486) 2,67% (20.236) Taxa de crescimento das pensões 1,00% (26.840) 1,50% (31.683) Invalidez 0,15% 7.988 0,10% 5.618 'Turnover' -0,12% (6.234) -0,13% (7.282) Desvios de mortalidade 0,40% 21.839 0,32% 18.140 -0,35% (19.176) -0,60% (34.359) Alterações de pressupostos:

Taxa de desconto 5,50% - 5,50% 173.564 Taxa de crescimento dos salários 2,50% - 2,50% (143.542) Taxa de crescimento das pensões 1,50% (78.518) 1,65% (328.573) Tábua de mortalidade 0,00% - 0,00% - Rendimento dos Fundos -5,49% 588.322 9,43% (188.354)

467.895 (556.707)

2010 2009 (Ganhos)/Perdas actuariais

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CAPÍTULO 14 – PRINCIPAIS ACCIONISTAS E OPERAÇÕES COM ENTIDADES TERCEIRAS LIGADAS

14.1 Principais Accionistas do Emitente e Oferente

Accionista Número de acções % Capital Social

Grupo Sonangol Sonangol - Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola, EP 685.138.638 14,59%Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização 1.000 0,00%

Total do Grupo Sonangol 685.139.638 14,59%

Grupo Teixeira DuarteTeixeira Duarte - Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A.

Teixeira Duarte - Gestão de Participações e Investimentos Imobiliários, S.A. 305.000.000 6,50%Arenopor - Investimentos, SGPS, S.A. 27.000.000 0,58%Tedal - Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A. 19.900.000 0,42%

Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização 14.882.340 0,32%Total do Grupo Teixeira Duarte 366.782.340 7,81%

Grupo BerardoFundação José Berardo

Fundação José Berardo 198.324.440 4,22%Fundação José Berardo (ao abrigo de Equity Swap celebrado com BES) 29.710.526 0,63%

Metalgest - Sociedade de Gestão, SGPS, S.A.Metalgest - Sociedade de Gestão, SGPS, S.A. 63.328.399 1,35%Kendon Properties 721.480 0,02%Moagens Associadas, S.A. 13.245 0,00%Cotrancer - Comércio e Transformação de Cereais, S.A. 13.245 0,00%Bacalhôa, Vinhos de Portugal, S.A. 10.596 0,00%

Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização 19.572 0,00%Total do Grupo Berardo 292.141.503 6,22%

Grupo SabadellBansabadell Holding, SL 208.177.676 4,43%Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização 13.000 0,00%

Total do Grupo Sabadell 208.190.676 4,43%

Grupo EDPEDP - Imobiliária e Participações, S.A. 123.509.341 2,63%Fundo de Pensões EDP 52.285.541 1,11%Membros dos Órgãos de Administração e Fiscalização 121.182 0,00%

Total do Grupo EDP 175.916.064 3,75%

Grupo Caixa Geral de DepósitosCaixa Geral de Depósitos, S.A. (carteira de investimento) 100.281.441 2,14%Companhia de Seguros Fidelidade-Mundial, S.A. 22.211.915 0,47%Caixa Geral de Depósitos, S.A. (carteira de negociação) 166.174 0,00%Companhia de Seguros Império-Bonança, S.A. 105.716 0,00%Fundo de Pensões CGD 3.283.218 0,07%

Total do Grupo Caixa Geral de Depósitos 126.048.464 2,68%

Sogema SGPS, S.A. 124.427.917 2,65%

Eureko BV 118.251.417 2,52%

Grupo Stanley HoSociedade de Diversões e Turismo de Macau, S.A. 76.112.854 1,62%Stanley Hung Sun Ho 30.142.080 0,64%

Total do Grupo Stanley Ho 106.254.934 2,26%

Grupo Goes FerreiraSFGP - Investimentos e Participações, SGPS, S.A. 43.574.742 0,93%IPG - Investimentos, Participações e Gestão SGPS, S.A. 58.488.113 1,25%

Total do Grupo Goes Ferreira 102.062.855 2,17%

Total Participações Qualificadas 2.305.215.808 49,10%Fonte: informação recebida dos accionistas Nota: o Millennium bcp detém directamente, à data do presente prospecto, 3.330.587 acções próprias

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Tanto quanto é o melhor conhecimento do Millennium bcp, na data do presente prospecto, não existem pessoas singulares ou colectivas que, directa ou indirectamente, isolada ou conjuntamente, exerçam ou possam exercer controlo sobre o Millennium bcp. Nos termos do disposto no n.º 1 do art.º 26º dos estatutos do Millennium bcp, não são contados os votos emitidos por um accionista, directamente ou através de representante: a) que excedam 20% dos votos correspondentes ao capital social; b) que excedam a diferença entre os votos contáveis emitidos por outros accionistas que, com o

accionista em causa, se encontrem e, sendo o caso, na medida em que se encontrem, em qualquer das relações previstas no número 2 deste artigo, e 20% da totalidade dos votos correspondentes ao capital social.

Nos termos dos Estatutos, as acções ordinárias do Emitente conferem todas os mesmos direitos, pelo que os direitos de voto dos principais accionistas da sociedade acima identificados não diferem dos direitos de voto dos restantes accionistas. 14.2 Partes relacionadas

O Grupo concede empréstimos no decurso normal das suas actividades a empresas do Grupo e a outras partes relacionadas. No âmbito dos dois acordos colectivos de trabalho que englobam substancialmente todos os colaboradores dos bancos que operam em Portugal, bem como ao abrigo da política social do Grupo, são concedidos empréstimos a taxas de juro que se encontram fixadas nos referidos acordos ou em regulamentação interna para cada tipo de operação, com base em propostas de crédito apresentadas pelos colaboradores. Em relação aos membros do Conselho de Administração Executivo e seus familiares directos o crédito registado à data de 31 de Dezembro de 2010 ascendia a Euros 616.000 (31 de Dezembro de 2009: Euros 918.000), representando 0,01% dos capitais próprios (31 de Dezembro de 2009: 0,01%). Estes créditos foram concedidos em conformidade com as normas legais e regulamentares aplicáveis. Em 31 de Dezembro de 2010, o capital e garantias dos empréstimos (excluindo transacções interbancárias e do mercado monetário) que o Grupo concedeu a accionistas e a empresas por estes controladas, que detinham individual ou conjuntamente 2% ou mais do capital do Banco, representando em termos agregados 49,1% do capital social em 31 de Dezembro de 2010 (31 de Dezembro de 2009: 43,8%), descritos no relatório do Conselho de Administração Executivo, era de Euros 2.026.221.000 (31 de Dezembro de 2009: Euros 2.404.250.000). Cada um destes empréstimos foi concedido no âmbito do decurso normal dos negócios do Grupo e em condições equivalentes de empréstimos semelhantes concedidos à data a outras entidades, tendo sido respeitados os formalismos legais e regulamentares aplicáveis. Remunerações aos membros do Conselho de Administração Executivo As remunerações fixas que foram pagas aos membros do Conselho de Administração Executivo no exercício de 2010 ascenderam a Euros 4.679.000 (2009: Euros 3.605.000), sendo que Euros 321.000 foram suportados por empresas subsidiárias ou por empresas em cujos órgãos sociais representem interesses do Grupo (2009: Euros 293.000). O valor relevado em 2010 inclui um montante relacionado com o processo de renúncia ao exercício de funções apresentado por um administrador.

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Tendo presente que a remuneração dos membros do Conselho de Administração Executivo tem em vista a compensação das actividades que desenvolvem no Banco e em qualquer função desempenhada em sociedades ou órgãos sociais para os quais tenham sido nomeados por indicação ou em representação do Banco, o valor líquido das remunerações auferidas anualmente por tais funções por cada membro do Conselho de Administração Executivo é considerado para o cômputo dos valores de remuneração fixa anual atribuída pelo Banco e fixada pelo Conselho de Remunerações e Previdência. Durante o exercício de 2010, foram ainda suportados custos com contribuições para a Segurança Social e Fundo de Pensões, relativos aos membros do Conselho de Administração Executivo no montante de Euros 1.650.000 (2009: Euros 1.109.000). O valor relevado em 2010 inclui um ajustamento decorrente da diferença entre os valores efectivamente apurados para o mandato de 2008 a 2010 e as estimativas efectuadas em anos anteriores. Transacções com o Fundo de Pensões Durante o exercício de 2010 foram efectuadas as seguintes transacções com o Fundo de Pensões do Grupo:

(i) Contribuições em espécie para o Fundo de Pensões no montante total de Euros 203 milhões, conforme referido na nota 50 do anexo às Contas relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010 (informação inserida por remissão), que incluíram títulos do Grupo (Euros 96.000.000) relativos a UPs de Fundos de Investimento Mobiliários;

(ii) Venda da participação detida na Eureko B.V. (iii) Contribuições em dinheiro para o Fundo de Pensões no montante total de Euros

1.508.745. No exercício de 2009, o Grupo efectuou contribuições para o Fundo de Pensões no montante de Euros 11.953.000 relativos aos direitos económicos de quatro concessionárias de Auto Estradas. À data de 31 de Dezembro de 2010, os créditos detidos pelo Banco sobre empresas subsidiárias e o Grupo Millenniumbcp Ageas Grupo Segurador, representados ou não por títulos, incluídos nas rubricas de Aplicações em instituições de crédito, de Crédito a clientes e de Activos financeiros detidos para negociação e disponíveis para venda, são analisados como segue:

À data de 31 de Dezembro de 2010, os créditos detidos pelo Banco sobre empresas associadas, representados ou não por títulos, incluídos nas rubricas de Aplicações em instituições de crédito, de Crédito a clientes e de Activos financeiros detidos para negociação e disponíveis para venda totalizam o montante de Euros 99.715.000.

Aplicações Crédito Activos Financ. Activos Financ.

IC's Clientes detidos p/ negociaçãodisp. p/ venda Total

Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000

Banco de Investimento Imobiliário, S.A. 2.246.424 - - 515.332 2.761.756

Banque Privée BCP (Suisse) S.A. 331.939 - - - 331.939

Millennium bcp Bank & T rust 1.185.602 - - - 1.185.602

BCP Finance Bank Ltd 976.483 - 13.751 105.129 1.095.363

Banca Millennium S.A. 150.134 - - - 150.134

Grupo Bank Millennium (Polónia) 200.198 - - - 200.198

Grupo Millennium Bank (Grécia) 1.715.011 - - 238.941 1.953.952

Banco Millennium Angola, S.A. 242.224 - - - 242.224

BCP Holdings (USA), Inc. - 195.773 - - 195.773

Grupo Millenniumbcp Ageas - 217.491 - - 217.491

Outras - 2.587 - 50.924 53.511

7.048.015 415.851 13.751 910.326 8.387.943

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À data de 31 de Dezembro de 2010 os débitos do Banco sobre empresas subsidiárias e o Grupo Millenniumbcp Ageas Grupo Segurador, representados ou não por títulos, incluídos nas rubricas de Débitos para com instituições de crédito, Débitos para com clientes, Títulos de dívida emitidos e de Passivos subordinados do Banco são analisados como segue:

À data de 31 de Dezembro de 2010 os débitos do Banco sobre empresas associadas, representados ou não por títulos, incluídos nas rubricas de Débitos para com instituições de crédito, Débitos para com clientes, Títulos de dívida emitidos e de Passivos subordinados do Banco totalizam o montante de Euros 44.367.000. À data de 31 de Dezembro de 2010, os proveitos do Banco sobre empresas subsidiárias, incluídos nas rubricas de Juros e proveitos equiparados, Comissões, Outros proveitos de exploração e Lucros em operações financeiras, são analisados como segue:

Títulos

Débitos Débitos de dívida Passivos

IC's Cl ientes emitidos Subordinados Total

Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000

Banco ActivoBank, S.A. 214.252 - - - 214.252

Banco de Invest imento Imobiliário, S.A. 39.435 1.676 740.911 28.834 810.856

Grupo Bank Millennium (Polónia) 973 - - - 973

Banque Privée BCP (Suisse) S.A. 40.634 - - - 40.634

Millennium bcp Bank & Trust 2.466.076 - - - 2.466.076

BCP Finance Bank Ltd 5.044.407 - - 1.002.936 6.047.343

BCP Finance Company, Ltd 966 - - 1.020.569 1.021.535

Millennium bcp Participações, S.G.P.S.,

Sociedade Unipessoal, Lda. - 24.080 - - 24.080

BCP Investment, B.V. - 137.717 - - 137.717

BIM - Banco Internacional de

Moçambique, S.A.R.L. 127.832 - - - 127.832

Grupo Millennium Bank (Grécia) 1.037.162 - - - 1.037.162

Millennium bcp Gestão de Act ivos - Sociedade

Gestora de Fundos de Invest imento, S.A. - 12.343 - - 12.343

Millennium bcp Imobiliária, S.A. - 203 - - 203

Banco Millennium Angola, S.A. 36.653 - - - 36.653

Millennium bcp - Prestação de Serviços, A.C.E. - 23.176 - - 23.176

BCP Capital - Sociedade de

Capital de Risco, S.A. - 24.935 - - 24.935

Grupo Millenniumbcp Ageas - 490.560 - - 490.560

Outras - 758.378 - - 758.378

9.008.390 1.473.068 740.911 2.052.339 13.274.708

Lucros em

Juros e Prove itos Comissões Outros prove itos operações

equiparados Proveitos de exploração finance iras Total

Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000

Banco ActivoBank, S.A. - 72 668 - 740

Banca Millennium S.A (Roménia) 2.481 - - 277 2.758

Banco de Invest imento Imobiliário, S.A. 38.102 - - 140 38.242

Grupo Bank Millennium (Polónia) 9.253 - - 14.961 24.214

Banque Privée BCP (Suisse) S.A. 4.292 - - - 4.292

Millennium bcp Bank & Trust 13.022 2.667 - 63.528 79.217

BCP Finance Bank Ltd 8.015 - - 900.539 908.554

Millennium Bank, Anonim Sirket i (Turquia) 517 - - 20.276 20.793

BIM - Banco Internacional

de Moçambique, S.A.R.L. - - 7.140 - 7.140

Grupo Millennium Bank (Grécia) 23.648 550 - 15.618 39.816

Millennium bcp Gestão de Act ivos - Sociedade

Gestora de Fundos de Invest imento, S.A. - 9.277 59 - 9.336

Banco Millennium Angola, S.A. 3.343 - 620 - 3.963

Millennium bcp - Prestação de Serviços, A.C.E. - - 10.163 - 10.163

Grupo Millenniumbcp Ageas 2.717 74.165 3.711 - 80.593

Outras 1.484 13.891 277 - 15.652

106.874 100.622 22.638 1.015.339 1.245.473

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À data de 31 de Dezembro de 2010, os custos do Banco com empresas subsidiárias, incluídos nas rubricas de Juros e custos equiparados, Comissões, Fornecimentos e serviços de terceiros e Prejuízos em operações financeiras, são analisados como segue:

À data de 31 de Dezembro de 2010, as contas extrapatrimoniais do Banco com empresas subsidiárias, incluídas nas rubricas de Garantias Prestadas e Compromissos assumidos perantes terceiros, são analisados como segue:

(*) Garantias prestadas pelo Banco relativo a créditos a clientes concedidos pelo Millennium bcp Bank & Trust.

Prejuízos em

Juros e Custos Comissões Gastos operações

equiparados Custos Administrativos financeiras Total

Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000

Banco ActivoBank, S.A. 2.155 2.541 112 - 4.808

Banca Millennium S.A (Roménia) 3 - - 1.514 1.517

Banco de Investimento Imobiliário, S.A. 8.034 9.818 309 35 18.196

Grupo Bank Millennium (Polónia) 1.923 - - 28.021 29.944

Banque Privée BCP (Suisse) S.A. 384 - - - 384

Millennium bcp Bank & Trust 24.768 - - 22.881 47.649

BCP Finance Bank Ltd 80.331 - - 776.730 857.061

BCP Finance Company, Ltd 49.589 - - - 49.589

Millennium bcp Participações, S.G.P.S.,

Sociedade Unipessoal, Lda. 454 - - - 454

BCP Investment, B.V. 281 - - - 281

Millennium Bank, Anonim Sirketi (Turquia) - - - 12.688 12.688

BIM - Banco Internacional

de Moçambique, S.A.R.L. 433 - - - 433

Grupo Millennium Bank (Grécia) 5.585 - - 7.152 12.737

Seguros e Pensões Gere, S.G.P.S., S.A. 20 - - - 20

Banco Millennium Angola, S.A. 378 - - - 378

Millennium bcp - Prestação de Serviços, A.C.E. 28 - 54.051 - 54.079

Grupo Millenniumbcp Ageas - - 570 - 570

Outras 3.206 6 13.821 - 17.033

177.572 12.365 68.863 849.021 1.107.821

Compromisso

Garantias perante

Prestadas terceiros Total

Euros '000 Euros '000 Euros '000

Banca Millennium S.A (Roménia) 13.631 - 13.631 Banco de Investimento Imobiliário, S.A. - 300.000 300.000 Grupo Bank Millennium (Polónia) 1.982 200.000 201.982 Banque Privée BCP (Suisse) S.A. 19.539 670.213 689.752 Millennium bcp Bank & Trust (*) 133.487 900 134.387 BCP Finance Bank Ltd 5.258.524 - 5.258.524 BCP Finance Company, Ltd 1.000.000 - 1.000.000

BIM - Banco Internacional - de Moçambique, S.A.R.L. 12.539 17.878 30.417 Grupo Millennium Bank (Grécia) - 31.086 31.086 Banco Millennium Angola, S.A. 26.473 22.078 48.551 Millennium bcp Gestão de Activos - Sociedade

Gestora de Fundos de Investimento, S.A. 172 - 172 Millennium bcp - Prestação de Serviços, A.C.E. - 5.000 5.000

6.466.347 1.247.155 7.713.502

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Os saldos e transacções inter-companhia são anulados no âmbito da consolidação conforme referido na política contabilística nota 1 b) do anexo às Contas relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2010 (informação inserida por remissão). À data de 31 de Dezembro de 2009, os créditos detidos pelo Banco sobre empresas subsidiárias e o Grupo Millenniumbcp Ageas Grupo Segurador, representados ou não por títulos, incluídos nas rubricas de Aplicações em instituições de crédito, de Crédito a clientes e de Activos financeiros detidos para negociação e disponíveis para venda, são analisados como segue:

À data de 31 de Dezembro de 2009, os créditos detidos pelo Banco sobre empresas associadas, representados ou não por títulos, incluídos nas rubricas de Aplicações em instituições de crédito, de Crédito a clientes e de Activos financeiros detidos para negociação e disponíveis para venda, totalizam o montante de Euros 128.417.000. À data de 31 de Dezembro de 2009, os débitos do Banco sobre empresas subsidiárias e o Grupo Millenniumbcp Ageas Grupo Segurador, representados ou não por títulos, incluídos nas rubricas de Débitos para com instituições de crédito, Débitos para com clientes, Títulos de dívida emitidos e de Passivos subordinados do Banco, são analisados como segue:

Aplicaçõess Crédito Activos Financ. Activos Financ. IC's Clientes detidos p/ negociação disp. p/ venda Total

Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000

Banco de Investimento Imobiliário, S.A. 2.338.376 - - 570.994 2.909.370 Banque Privée BCP (Suisse) S.A. 543.338 - - - 543.338 Millennium bcp Bank & Trust 1.339.523 - - - 1.339.523 BCP Finance Bank Ltd 606.574 - 32.189 202.238 841.001 Banca Millennium S.A. 150.106 - - - 150.106 Grupo Bank Millennium (Polónia) 701.187 - - - 701.187 Grupo Millennium Bank (Grécia) 1.056.797 - 60.413 483.775 1.600.985

Banco Millennium Angola, S.A. 182.252 - - - 182.252 BCP Holdings (USA), Inc. - 25.059 - - 25.059 Grupo Millenniumbcp Ageas - 783 - - 783 Outras 339 - - - 339

6.918.492 25.842 92.602 1.257.007 8.293.943

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À data de 31 de Dezembro de 2009, os débitos do Banco sobre empresas associadas, representados ou não por títulos, incluídos nas rubricas de Débitos para com instituições de crédito, Débitos para com clientes, Títulos de dívida emitidos e de Passivos subordinados do Banco, totalizam o montante de Euros 15.731.000. À data de 31 de Dezembro de 2009, os proveitos do Banco sobre empresas subsidiárias, incluídos nas rubricas de Juros e proveitos equiparados, Comissões, Outros proveitos de exploração e Lucros em operações financeiras, são analisados como segue:

Títulos Débitos Débitos de dívida Passivos

IC's Clientes emitidos Subordinados Total

Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000 Banco ActivoBank, S.A. 202.361 - - - 202.361 Banco de Investimento Imobiliário, S.A. 1.847 1.392 418.088 15.409 436.736 Grupo Bank Millennium (Polónia) 17.122 - - - 17.122 Banque Privée BCP (Suisse) S.A. 88.527 - - - 88.527 Millennium bcp Bank & Trust 2.436.917 - - - 2.436.917 BCP Finance Bank Ltd 8.229.391 - - 1.790.665 10.020.056 BCP Finance Company, Ltd - 3.694 - 1.020.569 1.024.263 Millennium bcp Participações, S.G.P.S.,

Sociedade Unipessoal, Lda. - 79.672 - - 79.672 BCP Investment, B.V. - 41.348 - - 41.348 BIM - Banco Internacional de

Moçambique, S.A.R.L. 102.894 - - - 102.894 Grupo Millennium Bank (Grécia) 836.833 - - - 836.833 Millennium bcp Gestão de Activos - Sociedade

Gestora de Fundos de Investimento, S.A. - 12.971 - - 12.971 Millennium bcp Imobiliária, S.A. - 1.957 - - 1.957 Seguros e Pensões Gere, S.G.P.S., S.A. - 1.229.691 - - 1.229.691 Banco Millennium Angola, S.A. 32.455 - - - 32.455 Millennium bcp - Prestação de Serviços, A.C.E. - 8.994 - - 8.994 BCP Capital - Sociedade de

Capital de Risco, S.A. - 18.049 - - 18.049 Grupo Millenniumbcp Ageas - 1.040.434 - - 1.040.434 Outras 808 1.057 - - 1.865

11.949.155 2.439.259 418.088 2.826.643 17.633.145

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À data de 31 de Dezembro de 2009, os custos do Banco com empresas subsidiárias, incluídos nas rubricas de Juros e custos equiparados, Comissões, Fornecimentos e serviços de terceiros e Prejuízos em operações financeiras, são analisados como segue:

Lucros em

Juros e Proveitos Comissões Outros proveitos operações

equiparados Proveitos de exploração financeiras Total

Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000

Banco Act ivoBank, S.A. - 215 - - 215

Banca Millennium S.A (Roménia) 4.551 - - 183 4.734

Banco de Investimento Imobiliário, S.A. 63.514 1.988 - 343 65.845

Grupo Bank Millennium (Polónia) 8.315 - - 4.265 12.580

Banque Privée BCP (Suisse) S.A. 12.002 - - - 12.002

Millennium bcp Bank & T rust 28.883 648 - 47.527 77.058

BCP Finance Bank Ltd 11.907 - - 407.707 419.614

Millennium Bank, Anonim Sirket i (Turquia) 1.232 - - 15.939 17.171

Bitalpart, B.V. 2.087 - - - 2.087

BIM - Banco Internacional

de Moçambique, S.A.R.L. - - 6.173 - 6.173

Grupo Millennium bcp Investimento 14.309 - 61 10.910 25.280

Grupo Millennium Bank (Grécia) 31.552 - - 22.910 54.462

Millennium bcp Gestão de Activos - Sociedade

Gestora de Fundos de Investimento, S.A. - 9.746 - - 9.746

Millennium bcp Imobiliária, S.A. 725 12 - - 737

Banco Millennium Angola, S.A. 1.086 - 233 - 1.319

Millennium bcp - Prestação de Serviços, A.C.E. 163 - 10.960 - 11.123

Grupo Millenniumbcp Ageas 9.677 59.478 3.372 2.060 74.587

Outras 18 1 213 - 232

190.021 72.088 21.012 511.844 794.965

Prejuízos em

Juros e Custos Comissões Gastos operações

equiparados Custos Administrativos financeiras Total

Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000 Euros '000

Banco Act ivoBank, S.A. 4.845 1.744 110 - 6.699

Banca Millennium S.A (Roménia) 15 - - 2.768 2.783

Banco de Investimento Imobiliário, S.A. 1.369 8.937 - 748 11.054

Grupo Bank Millennium (Polónia). 140 - - 12.657 12.797

Banque Privée BCP (Suisse) S.A. 737 - - - 737

Millennium bcp Bank & T rust 41.244 - - 15.253 56.497

BCP Finance Bank Ltd 254.722 - - 507.972 762.694

BCP Finance Company, Ltd 49.589 - - - 49.589

Millennium bcp Part icipações, S.G.P.S.,

Sociedade Unipessoal, Lda. 246 - - - 246

BCP Investment, B.V. 569 - - - 569

Millennium Bank, Anonim Sirket i (Turquia) 177 - - 5.473 5.650

BIM - Banco Internacional

de Moçambique, S.A.R.L. 688 - - - 688

Grupo Millennium bcp Investimento 13.440 6.699 523 10.557 31.219

Grupo Millennium Bank (Grécia) 11.810 - - 10.910 22.720

Seguros e Pensões Gere, S.G.P.S., S.A. 2.986 - - - 2.986

Banco Millennium Angola, S.A. 109 - - - 109

Millennium bcp - Prestação de Serviços, A.C.E. 10 - 101.750 - 101.760

Grupo Millenniumbcp Ageas - - 573 3.321 3.894

Outras 693 - 83 - 776

383.389 17.380 103.039 569.659 1.073.467

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À data de 31 de Dezembro de 2009, as contas extrapatrimoniais do Banco com empresas subsidiárias, incluídas nas rubricas de Garantias Prestadas e Compromissos assumidos perantes terceiros, são analisados como segue:

(*) Garantias prestadas pelo Banco relativo a créditos a clientes concedidos pelo Millennium bcp Bank & Trust.

Os saldos e transacções inter-companhia são anulados no âmbito da consolidação conforme referido na política contabilística nota 1 b) do anexo às Contas relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2009 (informação inserida por remissão). Não foram realizados quaisquer negócios e operações entre a Sociedade, de um lado e, de outro, os órgãos de administração e fiscalização, titulares de participações qualificadas ou sociedades em relação de domínio ou de grupo que não tenham sido realizados em condições normais de mercado para operações similares ou não façam parte da actividade corrente do Banco. Para mais informação sobre partes relacionadas consultar as notas às contas inseridas por remissão. Mais concretamente, e no que se refere à informação relativa ao exercício de 2008, não reproduzida neste prospecto, consultar a nota 47 do anexo às Contas relativas ao exercício findo em 31 de Dezembro de 2008. 14.3 Acordos para alteração do controlo do Emitente

O Oferente e Emitente não tem conhecimento de quaisquer acordos que possam dar origem a uma mudança da actual estrutura accionista após a realização da Oferta. O Emitente não tem conhecimento de quaisquer acordos parassociais celebrados entre os seus accionistas.

Compromissos

Garantias perante

Prestadas terceiros Total

Euros '000 Euros '000 Euros '000

Banco Act ivoBank, S.A. 26.789 - 26.789

Banco de Invest imento Imobiliário, S.A. 1.178 - 1.178

BCP Finance Company, Ltd 1.000.000 - 1.000.000

Millennium bcp Bank & T rust (*) 437.915 - 437.915

Millennium Bank, Anonim Sirketi (Turquia) 536 - 536

Millennium bcp Bank (USA) - 42.500 42.500

Banque Privée BCP (Suisse) S.A. - 460.798 460.798

BCP Finance Bank Ltd 9.198.180 1.110 9.199.290

Grupo Millennium Bank (Grécia) 11.153 11.265 22.418

Banco Millennium Angola, S.A. - 30.000 30.000

BIM - Banco Internacional

de Moçambique, S.A.R.L. 45.810 - 45.810

Millennium bcp Gestão de Act ivos - Sociedade

Gestora de Fundos de Investimento, S.A. 1.488 - 1.488

Seguros e Pensões Gere, S.G.P.S., S.A. 6.972 - 6.972

Outras 2.285 2 2.287

10.732.306 545.675 11.277.981

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CAPÍTULO 15 – INFORMAÇÃO ADICIONAL

15.1 Identificação do Emitente

O Banco, ao abrigo da autorização concedida mediante a Portaria 258/85, de 9 de Maio, da Presidência do Conselho de Ministros e do Ministério das Finanças e do Plano, foi constituído por escritura pública outorgada no dia 25 de Junho de 1985 e registado em Portugal, na Conservatória do Registo Comercial do Porto sob o nº 40.043, em 17 de Julho de 1985. Actualmente, a esse registo corresponde o número único de matrícula e de identificação fiscal 501.525.882. O Emitente é uma sociedade anónima com o capital aberto ao investimento público (sociedade aberta) e tem sede social sita na Praça D. João I, 28 no Porto, com o telefone n.º 222064131, encontrando-se registado no Banco de Portugal como Banco com o código 33, na CMVM como Intermediário Financeiro sob o n.º de registo 105 e no Instituto de Seguros de Portugal como Mediador de Seguros Ligado n.º 207074605. 15.2 Legislação que regula a actividade do Emitente

O Millennium bcp rege-se pelas normas da União Europeia, pelas leis bancárias e comerciais aplicáveis às sociedades anónimas – nomeadamente pelo Código das Sociedades Comerciais – e, em particular, pelo Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, pelo CódVM e demais legislação complementar. Em termos gerais, a actividade do Millennium bcp encontra-se sujeita à supervisão do Banco de Portugal, enquanto instituição de crédito, sujeita à supervisão da CMVM, enquanto emitente e intermediário financeiro e sujeita à supervisão do Instituto de Seguros de Portugal enquanto Mediador de Seguros Ligado. 15.3 Capital social

15.3.1 Valor e representação

O capital social do Emitente é actualmente de 4.694.600.000 euros, totalmente realizado e representado por 4.694.600.000 acções sem valor nominal. As acções são ordinárias, escriturais e nominativas, e encontram-se inscritas no sistema centralizado (CVM) gerido pela Interbolsa – Sociedade Gestora de Sistemas de Liquidação e de Sistemas Centralizados de Valores Mobiliários, S.A., com sede na Avenida da Boavista, 3433 - 4100-138 Porto. A BCP Finance Company, sociedade controlada a 100% pelo Emitente, regista à presente data as seguintes emissões de acções preferenciais nos seguintes termos:

− 5.000.000 de acções preferenciais, de 100 euros cada, perpétuas, não cumulativas, garantidas e sem direito de voto, no montante total de 500.000.000 euros, emitidas em 9 de Junho de 2004, destinadas a refinanciar a amortização antecipada da emissão de 8.000.000 de acções preferenciais, de 50 euros cada, não cumulativas, garantidas e sem direito a voto, no montante total de 400.000.000 euros emitidas pela BCP Finance Company, em 14 de Junho de 1999 e reembolsadas em 14 de Junho de 2004;

− 10.000 acções preferenciais, de 50.000 euros cada, perpétuas, não cumulativas, garantidas e sem direito a voto, no montante total de 500.000.000 euros, emitidas em 13 de Outubro de 2005 destinadas a refinanciar a amortização antecipada da emissão de 6.000.000 de acções preferenciais, de 100 euros cada, não cumulativas, garantidas e sem direito a voto, no montante total de 600.000.000 euros, emitidas pela BCP Finance Company, em 28 de Setembro de 2000 e reembolsadas em 28 de Dezembro de 2005.

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No decurso do exercício de 2009, o Banco Comercial Português, S.A. fez 4 emissões de valores mobiliários perpétuos com juros condicionados (que são considerados como parte dos fundos próprios do Banco), os quais são objecto da presente oferta, como segue:

− Em Junho de 2009, foram emitidos Euros 300.000.000, ao valor nominal de Euros 1.000. − Em Agosto de 2009, foram emitidos, em 2 séries, no valor de Euros 200.000.000 e de

Euros 400.000.000, respectivamente, Euros 600.000.000, ao valor nominal de Euros 1.000. − Em Dezembro de 2009, foram emitidos Euros 100.000.000, ao valor nominal de Euros

1.000. Não existiam na data de 31 de Dezembro de 2010 quaisquer valores mobiliários convertíveis, passíveis de troca ou acompanhados de cupões de subscrição (warrants). Sem prejuízo do referido nos parágrafos anteriores, encontra-se previsto no n.º 1 do art.º 5 dos estatutos do Banco que “o Conselho de Administração Executivo, precedendo parecer favorável do Conselho Geral e de Supervisão, pode deliberar o aumento do capital social, por uma ou mais vezes, até ao limite de dois quintos do capital actual ou do capital existente, aquando de eventuais renovações da presente autorização”. A referida autorização foi aprovada em Assembleia Geral Anual de 18 de Abril de 2011, altura em que o capital social do Banco ascendia a 4.694.600.000 euros. O artigo 5º dos estatutos prevê ainda que “2. Os aumentos referidos no número 1 operam por emissão de novas acções, que podem ser de uma ou mais categorias permitidas pela lei ou pelos estatutos, com ou sem prémio de emissão; 3. O Conselho de Administração Executivo fixa as condições da emissão ou das emissões, bem como os termos do exercício da preferência dos accionistas na sua subscrição, salvo limitação ou supressão deliberada pela Assembleia Geral; 4. A atribuição preferencial não subscrita pelos accionistas pode ser oferecida à subscrição de terceiros, nos termos permitidos por lei e na deliberação de emissão; 5. O parecer favorável do Conselho Geral e de Supervisão a que se refere o número 1 deve ser aprovado por maioria de dois terços dos votos emitidos, com arredondamento para a unidade inferior ou superior, consoante a casa decimal a arredondar seja ou não inferior a 5” Na Assembleia Geral realizada em 18 de Abril de 2011 foi igualmente deliberado “Sem prejuízo ou limitação das competências estatutárias do Conselho de Administração Executivo e da avaliação que este venha a fazer da necessidade ou conveniência de reforço de fundos próprios, dar desde já aprovação, em caso de subscrição incompleta do aumento referido no nº 1.b), à eventual realização subsequente de aumento de capital em numerário, com direito de preferência dos accionistas (incluindo, pois, os accionistas que tiverem recebido ou subscrito acções em qualquer dos aumentos de capital referidos em 1.a) e 1.b)), a deliberar pelo Conselho de Administração Executivo, em montante correspondente à parte da subscrição que houver ficado incompleta, ou, no caso de a percentagem de subscrição ser igual ou superior a 75%, correspondente à parte não subscrita acrescida de 250.000.000 euros.” 15.3.2 Acções próprias

Em 31 de Dezembro de 2009, o Banco Comercial Português, S.A. detinha 12.583.354 de acções próprias em carteira. Durante o ano de 2010, o Banco realizou compra e venda de 46.201.159 acções próprias, correspondente a 0,98% do capital social. Desta forma, em 31 de Dezembro de 2010, o Banco Comercial Português, S.A. detinha directa e indirectamente 5.533.539 de acções próprias, o que equivale a 0,12% do capital social do Banco. À data do presente prospecto, o Banco Comercial Português, S.A. detinha directa e indirectamente 3.330.587 de acções próprias, o que equivale a 0,07% do capital social do Banco.

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15.4 Estatutos

Nos pontos seguintes encontram-se as principais disposições dos estatutos actualizados do Emitente (tal como aprovados na Assembleia Geral Anual de 18 de Abril de 2011), os quais podem ser consultados, mediante solicitação e sem encargos, na sede do Banco, sita na Praça D. João I, 28, no Porto, e no site www.millenniumbcp.pt. 15.4.1 Descrição dos principais direitos inerentes às acções

Os detentores das Acções BCP têm, designadamente, como direitos principais, o direito à informação, o direito à participação nos lucros, o direito de voto em assembleia geral e o direito à partilha do património em caso de liquidação, nos termos da lei e dos estatutos do Banco. A. Direito à informação Os artigos 288º a 293º do Código das Sociedades Comerciais contêm regulação do direito de acesso a informação dos accionistas e outros titulares do direito à informação sobre os negócios da sociedade e a sua situação financeira. Este envolve, no caso de detenção de mais de 1% do capital social, direito de consulta de certos documentos societários relativos à gestão e fiscalização da sociedade, designadamente actas das reuniões das assembleias gerais, montantes de remuneração pagos aos membros dos órgãos sociais e aos empregados com remunerações mais elevadas e ainda o documento de registo de acções. Ainda em respeito pelo artigo 289º do Código das Sociedades Comerciais e artigo 21.º-C do Código dos Valores Mobiliários são facultadas à consulta dos accionistas, na sede da sociedade, do site Institucional do Banco e no site da CMVM informações preparatórias da assembleia geral, e informações sobre os assuntos sujeitos a deliberação. Os accionistas que detenham pelo menos 10% do capital social podem solicitar informações sobre assuntos sociais, as quais, em princípio, não poderão ser recusadas. Caso seja indevidamente recusado a qualquer accionista o exercício do direito a informação, este poderá requerer ao Tribunal a realização de inquérito à sociedade. Por o Emitente ser uma sociedade aberta, os seus accionistas gozam ainda dos direitos de informação regulados no Regulamento da CMVM n.º 5/2008. B. Direito a participação nos lucros A alínea a) do n.º 1 do artigo 21.º do Código das Sociedades Comerciais consagra o direito dos sócios a quinhoar nos lucros da sociedade. De acordo com o artigo 294.º do referido Código: “1 Salvo diferente cláusula contratual ou deliberação tomada por maioria de três quartos dos votos correspondentes ao

capital social em assembleia geral para o efeito convocada, não pode deixar de ser distribuída aos accionistas metade do lucro do exercício que, nos termos desta lei, seja distribuível.

2 O crédito do accionista à sua parte nos lucros vence-se decorridos que sejam 30 dias sobre a deliberação de atribuição de lucros, salvo diferimento consentido pelo sócio e sem prejuízo de disposições legais que proíbam o pagamento antes de observadas certas formalidades, podendo ser deliberada, com fundamento em situação excepcional da sociedade, a extensão daquele prazo até mais 60 dias, se as acções não estiverem admitidas à negociação em mercado regulamentado.

3 Se, pelo contrato de sociedade, membros dos respectivos órgãos tiverem direito a participação nos lucros, esta só pode ser paga depois de postos a pagamento os lucros dos accionistas.”

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De harmonia com o artigo 54º dos estatutos do Emitente: 1. Os lucros líquidos apurados no balanço anual têm a aplicação determinada pela Assembleia Geral, deduzidas as

verbas que, por lei especial, se destinam à constituição ou reforço de fundos de reserva e de garantia. 2. Em cada exercício deve ser constituída uma reserva para estabilização de dividendos, até estar preenchido um

limite que a Assembleia Geral determinar. 3. A Assembleia Geral delibera livremente por maioria simples em matéria de distribuição dos lucros do exercício,

sem sujeição a qualquer distribuição obrigatória. 4. A Assembleia Geral pode fixar uma percentagem de lucros a distribuir pelos colaboradores do Banco, competindo

ao Conselho de Administração Executivo fixar os critérios dessa distribuição. 5. O Conselho de Administração Executivo, obtido o parecer do revisor oficial de contas e do Conselho Geral e de

Supervisão, pode deliberar adiantamentos sobre lucros, nos termos e com os limites legais. C. Direito a participação na Assembleia Geral As regras relativas a Direito de participação na Assembleia Geral estão definidas nos artigos dos Estatutos que se transcrevem de seguida:

“Artigo 19º Composição

1. As deliberações dos acionistas do Banco são tomadas em Assembleia Geral, na base de um voto por cada ação. 2. Participam na Assembleia Geral, diretamente ou por representante, as pessoas que sejam acionistas até às zero

horas do quinto dia de negociação anterior ao da realização da assembleia. 3. Havendo contitularidade de ações, participa na Assembleia o representante comum. 4. O usufrutuário e o credor pignoratício participam nos termos previstos na lei. 5. Devem estar presentes, na Assembleia Geral, os administradores, os membros do Conselho Geral e de

Supervisão, os membros dos demais corpos sociais e, nas assembleias anuais, o revisor oficial de contas. 6. Podem estar presentes, na Assembleia Geral, os representantes comuns dos titulares de ações preferenciais sem

voto e dos obrigacionistas. 7. Podem assistir aos trabalhos quaisquer outras pessoas autorizadas ou convidadas pelo Presidente da Mesa,

designadamente técnicos do Banco, para melhor esclarecimento de pontos em discussão.

Artigo 20º Mesa

1. A mesa da Assembleia Geral é composta por um Presidente, por um Vice-Presidente e pelo Secretário da Sociedade.

2. O Presidente e o Vice-Presidente são eleitos pela Assembleia, devendo ser independentes. 3. Compete ao Presidente da Mesa convocar a Assembleia, fixar o dia e o local da reunião, bem como a ordem do

dia, organizar a lista de presenças, dirigir com eficácia e imparcialidade os trabalhos, afastar as matérias dilatórias ou inoportunas, constatar a legalidade das propostas, decidir, no que lhe caiba, o tipo de votação, proceder a votações, conferir os votos, validar os votos telemáticos ou por correspondência, proclamar os resultados, superintender na feitura da ata e exercer as demais competências atribuídas pela lei e pelos presentes estatutos.

4. O Presidente da Mesa pode ser ouvido sobre quaisquer assuntos relevantes para o Banco, por iniciativa do Presidente do Conselho de Administração Executivo ou do Presidente do Conselho Geral e de Supervisão.

5. O Vice-Presidente substitui o Presidente nos seus impedimentos. 6. O secretário secretaria as reuniões da Assembleia Geral e é responsável pelo processo de elaboração da ata. 7. À Mesa da Assembleia Geral são disponibilizados os recursos humanos e logísticos de apoio adequados às suas

necessidades.

Artigo 21º Participação

1. Os acionistas que reúnam as condições previstas no artigo 19º, nº 2, destes estatutos e pretendam discutir e votar na Assembleia, devem, até ao sexto dia de negociação anterior ao da reunião, comunicá-lo por escrito ao Presidente da Mesa e ao intermediário financeiro onde a conta de registo individualizado esteja aberta.

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2. O intermediário financeiro deve, por seu turno, enviar ao Presidente da Mesa, até ao fim do quinto dia de negociação anterior ao da reunião, uma comunicação com o número de ações registadas em nome do seu cliente, por referência à data do registo.

3. Quem, tendo declarado a sua intenção de participar na Assembleia, nos termos do nº 1, transmita a titularidade das suas ações entre a data de registo e o fim da reunião, deve comunicá-lo, de imediato, ao Presidente da Mesa e à CMVM.

4. As diversas comunicações podem ser feitas por correio eletrónico.

Artigo 22º Representação

1. Os acionistas podem fazer-se representar por pessoas com capacidade jurídica plena, mediante comunicação, postal ou eletrónica, dirigida ao Presidente da Mesa, recebida até às 17 horas do penúltimo dia anterior ao da reunião e da qual constem todos os elementos identificativos do representante e do representado.

2. Os acionistas podem indicar, alternativa ou sequencialmente, mais de um representante, mas a representação só pode, em cada momento, ser exercida por uma única pessoa, salvo quando diversamente previsto na lei.

Artigo 23º Competência

A Assembleia Geral do Banco assume a competência que lhe é conferida pela lei e pelos presentes estatutos cabendo-lhe, em especial:

a) Eleger os membros da respetiva Mesa; b) Eleger os membros do Conselho de Administração Executivo, o seu Presidente e os Vice-Presidentes, se os

houver; c) Eleger os membros do Conselho Geral e de Supervisão, o seu Presidente e os Vice-Presidentes, se os houver; d) Eleger os membros do Conselho de Remunerações e Previdência; e) Eleger, sob proposta do Conselho Geral e de Supervisão, apresentada a este pela Comissão para as Matérias

Financeiras, o revisor oficial de contas; f) Deliberar, sob proposta do Conselho Geral e de Supervisão, apresentada a este pela Comissão para as Matérias

Financeiras, sobre a escolha do auditor externo; g) Deliberar sobre o relatório de gestão, as contas do exercício e a proposta de aplicação dos resultados; h) Proceder à apreciação geral da administração e da fiscalização do Banco, com a amplitude legal; i) Deliberar sobre matérias de gestão, a pedido do Conselho de Administração Executivo.

Artigo 24º

Quorum constitutivo 1. A Assembleia Geral delibera, em primeira convocação, quando estejam presentes ou representados acionistas

titulares de mais de um terço do capital social. 2. Em segunda convocação, a Assembleia Geral pode deliberar seja qual for o número de acionistas presente ou

representados e o montante do capital que lhes couber.

Artigo 25º Quorum deliberativo

1. A Assembleia Geral do Banco delibera por maioria dos votos validamente emitidos, salvo disposição legal ou estatutária que exija maioria qualificada.

2. As abstenções não são contadas. 3. As deliberações sobre a alteração dos presentes estatutos devem ser aprovadas por dois terços dos votos emitidos,

quer a Assembleia reúna em primeira ou em segunda convocação e independentemente do número de acionistas presentes ou representados em qualquer delas, salvo o disposto nos dois números seguintes.

4. As deliberações sobre a fusão, a cisão ou a transformação do Banco devem ser aprovadas por três quartos dos votos emitidos, quer a Assembleia reúna em primeira ou em segunda convocação e independentemente do número de acionistas presentes ou representados em qualquer delas, salvo se respeitarem a fusões por incorporação de sociedades dele dependentes ou de cisões para constituição de sociedades dele dependentes, com incorporação, nelas, de património seu.

5. As deliberações das alterações do contrato de sociedade que envolvam a alteração do número anterior, ou dos artigos 13º, nº 1º, 15º, nº 1º, 26º ou 55º dos presentes estatutos, assim como sobre o presente número enquanto a

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cada um deles se refere, devem ser aprovadas por dois terços do votos emitidos, ou pelo número superior que conste dos preceitos a alterar, com observância da limitação de contagem prevista nestes estatutos.”

D. Direito de Voto Nos termos do número 1 do artigo 379º do Código das Sociedades Comerciais, têm direito de estar presentes na assembleia geral e aí votar os accionistas que, segundo a lei e o contrato, tiverem direito a, pelo menos, um voto.

“As deliberações dos acionistas do Banco são tomadas em Assembleia Geral, na base de um voto por cada ação.” (número 1 do artigo 19º dos estatutos do emitente) Nos termos do disposto no artigo 26º dos estatutos do Emitente, o cômputo dos votos é feito da seguinte forma: “1. Não são contados os votos emitidos por um acionista, diretamente ou por representante:

a) que excedam 20% dos votos correspondentes ao capital social; b) que excedam a diferença entre os votos contáveis emitidos por outros acionistas que, com o acionista em

causa, se encontrem e, sendo o caso, na medida em que se encontrem, em qualquer das relações previstas no número 2 deste artigo, e 20% da totalidade dos votos correspondentes ao capital social.

2. Para efeitos da alínea b) do número anterior consideram-se abrangidos: a) Os votos correspondentes a ações detidas por pessoas que, para com ele, estejam incursas no artigo 20º do

Código de Valores Mobiliários, com as delimitações do artigo 20º-A do mesmo diploma; b) Os votos de acionistas que, num contexto de oferta pública de aquisição ou de troca relativa a valores

mobiliários emitidos pelo Banco: i)Cooperem ativamente com o oferente tendo em vista assegurar o êxito da oferta; ou ii)Se encontrem, para com ele, nalguma das situações abrangidas pela alínea a) do presente número.

3. As limitações resultantes do número anterior têm aplicação proporcional a cada um dos abrangidos, em função do número de votos a exercer.

4. As limitações constantes deste artigo aplicam-se em quaisquer deliberações, incluindo as previstas no artigo 386º, nº 5, do Código das Sociedades Comerciais.”

No que se refere ao voto por correspondência e ao voto por meios electrónicos, o artigo 27º dos estatutos do emitente, determina que:

“1. Os votos podem ser comunicados por correspondência ou por meios eletrónicos, ao Presidente da Mesa, com a antecedência mínima por este fixada em cada convocatória e recaem sobre todos os pontos dela constantes.

2. A presença, na Assembleia Geral, do acionista ou do seu representante, implica a revogação das comunicações por ele feitas, nos termos do número anterior.

3. Os votos por correspondência ou por meios eletrónicos valem para efeitos de quorum constitutivo ou deliberativo e são computados como de abstenção, perante propostas anteriores sobre que não incidam e como negativos, quanto a propostas posteriores ao momento da sua emissão.

4. Compete ao Presidente da Mesa verificar, antes da convocação da Assembleia, a disponibilidade de meios que garantam a autenticidade e a regularidade dos votos emitidos ao abrigo deste artigo, assegurando a sua confidencialidade até ao momento da votação.”

E. Dissolução

“O Banco dissolve-se nos casos previstos na lei ou mediante deliberação da Assembleia Geral, tomada por maioria qualificada de 3/4 dos votos representativos do capital realizado, observados os requisitos legais.” (Artigo 55º dos estatutos do Emitente)

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15.4.2 Objectivos e metas do Emitente

O artigo 3º dos Estatutos dispõe que “O Banco visa o exercício da atividade bancária, com a latitude permitida pelas leis.”. 15.4.3 Capital social, outros valores mobiliários e direito de preferência

No que se refere ao capital social e emissão de outros valores mobiliários, os estatutos do Emitente referem que:

“Artigo 4º Capital social

1. O Banco tem o capital social de 4.694.600.000 euros, correspondendo a 4.694.600.000 ações nominativas escriturais sem valor nominal, integralmente subscritas e realizadas.

2. O Banco pode emitir ações ordinárias ou com direitos especiais, designadamente preferenciais com ou sem voto, remíveis com ou sem prémio ou não remíveis e quaisquer outras.

3. As ações ordinárias conferem direitos idênticos e são fungíveis entre si, independentemente do seu valor de emissão. 4. O disposto no número anterior aplica-se às ações com direitos especiais, dentro das categorias respectivas.

Artigo 5º

Aumento do capital social por deliberação do Conselho de Administração Executivo

1. O Conselho de Administração Executivo, precedendo parecer favorável do Conselho Geral e de Supervisão, pode deliberar o aumento do capital social, por uma ou mais vezes, até ao limite de dois quintos do montante do capital atual ou do capital existente, aquando de eventuais renovações da presente autorização.

2. Os aumentos referidos no número anterior operam por emissão de novas ações, que podem ser de uma ou mais categorias permitidas pela lei ou pelos estatutos, com ou sem prémio de emissão.

3. O Conselho de Administração Executivo fixa as condições da emissão ou das emissões, bem como os termos do exercício da preferência dos acionistas na sua subscrição, salvo limitação ou supressão deliberada pela Assembleia Geral.

4. A atribuição preferencial não subscrita pelos acionistas pode ser oferecida à subscrição de terceiros, nos termos permitidos por lei e na deliberação de emissão.

5. O parecer favorável do Conselho Geral e de Supervisão a que se refere o número 1 deve ser aprovado por maioria de dois terços dos votos emitidos , com arredondamento para a unidade inferior ou superior, consoante a casa decimal a arredondar seja ou não inferior a 5.

Artigo 7º

Outros valores mobiliários 1. O Banco pode, por deliberação da Assembleia Geral ou, nos termos legais e estatutários, do Conselho de

Administração Executivo, emitir outros valores mobiliários e, designadamente: a) Obrigações, nas diversas modalidades admitidas em direito; b) Warrants autónomos, sobre quaisquer valores mobiliários próprios ou não; c) Outros valores que traduzam situações homogéneas, suscetíveis de transmissão em mercado.

2. A emissão de obrigações, quando se trate de emissão regida exclusivamente pelo Código das Sociedades Comerciais e pelo Código dos Valores Mobiliários e de valor nominal superior a metade do capital social depende de parecer favorável do Conselho Geral e de Supervisão.

3. À emissão, por deliberação do Conselho de Administração Executivo, de valores mobiliários que impliquem ou possam implicar o aumento de capital do Banco aplica-se, ainda, o disposto no artigo 5º.

Artigo 8º Formas de representação

Os valores mobiliários emitidos pelo Banco podem revestir qualquer das formas de representação admitidas por lei.”

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15.4.4 Principais disposições estatutárias relativas aos órgãos de Administração e Fiscalização

As principais disposições estatutárias relativas aos órgãos de Administração e Fiscalização do Emitente são as que se transcrevem de seguida:

“Artigo 10º Duração dos mandatos e confiança

1. Os membros dos corpos sociais são designados para mandatos de três anos, podendo ser reeleitos, uma ou mais vezes.

2. Os membros designados em substituição ou suplementarmente completam os mandatos em curso. 3. Em cada reunião anual da Assembleia Geral do Banco deve ser expressamente votada uma deliberação de

confiança relativamente a cada um dos membros do Conselho de Administração Executivo, sob pena de destituição, nos termos da lei.

Artigo 11º

Composição dos corpos sociais e designação dos seus membros 1. Os corpos sociais, na falta de fixação legal ou estatutária, têm o número de membros que resulte da deliberação de

eleição. 2. O disposto no número anterior não prejudica a alteração, no decurso do mandato e até ao limite legal ou

estatutário, do número de membros do corpo em causa. 3 . As eleições pluripessoais são feitas por listas, incidindo o voto apenas sobre estas. 4. As listas, com indicação dos acionistas proponentes, devem ser apresentadas na sede social, com a antecedência

legal relativamente à data fixada para a reunião da Assembleia Geral em cuja ordem do dia esteja incluída a eleição de membros dos órgãos sociais, por comunicação dirigida ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, acompanhada dos elementos mencionados no artigo 289°, n° 1, alínea d), do Código das Sociedades Comerciais, sem prejuízo da substituição de membros em caso de morte ou impedimento, a qual deve ser imediatamente comunicada, com os necessários elementos de informação.

Artigo 12º Independência

1. Para efeitos dos presentes estatutos, consideram-se independentes as pessoas que não estejam associadas a qualquer grupo de interesses específicos no Banco, nem se encontrem em alguma circunstância susceptível de afetar a sua isenção de análise ou de decisão.

2. Os critérios de independência são fixados pelo corpo social em causa, devendo ser expressamente fundamentados sempre que se afastem de recomendações legal ou regulamentarmente aplicáveis.

Artigo 13º

Conselho de Remunerações e Previdência 1. O Conselho de Remunerações e Previdência é composto por três a cinco membros, designados pela Assembleia

Geral. 2. A maioria dos membros do Conselho de Remunerações e Previdência deve ser independente. 3. Os membros do Conselho de Remunerações e Previdência são remunerados, de acordo com o deliberado em

Assembleia Geral.

Artigo 14º Competência

Compete ao Conselho de Remunerações e Previdência: a) Fixar as remunerações dos titulares de corpos sociais do Banco; b) Determinar os termos dos complementos de reforma, por velhice ou invalidez, dos administradores; c) Submeter, à Assembleia Geral anual, uma declaração sobre a política de remuneração dos órgãos sociais do

Banco, de acordo com as regras e tendo em conta as recomendações aplicáveis.

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Artigo 15º Remuneração dos Administradores

1. A remuneração dos administradores é constituída por uma parcela fixa e uma parcela variável. 2. A fixação do seu montante deve ser feita para cada administrador, tendo em conta, designadamente os interesses

de médio e de longo prazo do Banco e o não-incentivo à assunção excessiva de riscos. 3. A soma das parcelas varáveis dos diversos administradores não pode exceder o correspondente a dois por cento dos

lucros distribuíveis do exercício.

Artigo 16º Caução

A caução obrigatória a prestar pelos administradores e pelos membros do Conselho Geral e de Supervisão rege-se pelos preceitos vigentes, fixando-se o seu montante obrigatório no mínimo legal.

Artigo 17º Segurança social e complementos

1. Os administradores beneficiam do regime de segurança social que, caso a caso, seja aplicável. 2. Os administradores têm, ainda, o direito a um complemento de reforma por velhice ou invalidez, podendo o Banco

realizar contratos de seguro a seu favor. 3. No início do mandato e por acordo com cada administrador, o contrato de seguro pode ser substituído por

contribuições para um fundo de pensões de contribuição definida. 4. O montante das contribuições do Banco, no âmbito dos dois números anteriores é fixado anualmente pelo

Conselho de Remunerações e Previdência. 5. O Banco não assume encargos adicionais com os complementos de reforma, após a cessação das funções de cada

administrador. 6. A efetivação do direito ao complemento depende de o beneficiário passar à situação de reforma por velhice ou por

invalidez, ao abrigo do regime de segurança social que lhe for aplicável. 7. No momento da passagem à situação de reforma, o beneficiário pode optar pela remição do capital. 8. Em caso de morte antes da passagem à situação de reforma, mantém-se o direito ao reembolso do capital

acumulado, o qual segue os dispositivos contratuais ou legais aplicáveis.

Artigo 18º Atas

1. Das reuniões dos diversos corpos sociais são sempre lavradas atas, assinadas por todos os presentes e das quais constem, para além dos diversos elementos identificativos, as deliberações tomadas e os votos emitidos.

2. As atas da Assembleia Geral observam regras próprias, legais e estatutárias.”

Conselho de Administração Executivo

Artigo 28º Composição

O Conselho de Administração Executivo do Banco é composto por um mínimo de cinco e um máximo de treze membros, eleitos pela Assembleia Geral.

Artigo 29º

Presidente e Vice-Presidentes 1. O Presidente do Conselho de Administração Executivo é designado pela Assembleia Geral que proceda à eleição. 2. Nos mesmos termos, podem ser designados um ou mais Vice-Presidentes que, pela ordem da eleição, substituem o

Presidente nos seus impedimentos. 3. Na ausência de designação pela Assembleia Geral ou na ausência de quem a Assembleia Geral tiver designado,

compete ao Conselho de Administração Executivo escolher, entre os seus membros e consoante os casos, um novo Presidente ou novos Vice-Presidentes, submetendo-os a ratificação da Assembleia Geral seguinte.

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Artigo 30º Substituições

1. O administrador que, tendo sido convocado e sem justificação aceite pelo próprio Conselho, incorra em três faltas consecutivas ou em cinco interpoladas, perde o seu mandato nos termos do número seguinte.

2. A perda é declarada pelo Conselho de Administração Executivo, por deliberação unânime dos restantes membros.

3. Ocorrendo perda de mandato, nos termos dos números anteriores ou por quaisquer outras causas ou verificando-se um impedimento temporário justificado, procede-se à substituição, nos termos seguintes e sucessivamente: a) Pela chamada de suplentes efetuada pelo Presidente, pela ordem da lista eleita pela Assembleia Geral; b) Por designação feita pelo Conselho Geral e de Supervisão.

Artigo 31º Reuniões

1. O Conselho de Administração Executivo reúne sempre que convocado pelo Presidente ou por outros dois administradores e, pelo menos, uma vez por mês.

2. A convocação é feita por escrito ou verbalmente, podendo ser usados meios telemáticos. 3. Qualquer administrador pode fazer-se representar por outro administrador, mediante carta dirigida ao Presidente

e que só pode ser usada uma vez. 4. Cada membro só pode representar outro. 5. As reuniões podem realizar-se por meios telemáticos, sendo assegurada a autenticidade das declarações, a

segurança e a confidencialidade das intervenções e o registo do seu conteúdo. 6. O Presidente do Conselho Geral e de Supervisão, um membro delegado por esse mesmo Conselho, os membros da

Comissão para as Matérias Financeiras e o revisor oficial de contas podem, por iniciativa própria ou a pedido do Presidente, assistir, sem direito de voto, às reuniões do Conselho.

7. O Conselho de Administração Executivo aprova o seu regimento.

Artigo 32º Deliberações

1. O Conselho de Administração Executivo só delibera estando presente ou representada, diretamente ou por via telemática, a maioria dos seus membros.

2. As deliberações são tomadas por maioria, cabendo ao Presidente ou a quem o substitua, voto de qualidade.

Artigo 33º Administração da sociedade

O Conselho de Administração Executivo é o órgão de governo do Banco cabendo-lhe, nos termos das leis e dos estatutos, assegurar toda a atividade operacional que não esteja cometida a outros órgãos, dentro das regras mais exigentes da boa prática bancária.

Artigo 34º Competência

Sem prejuízo para o disposto no artigo anterior compete, em especial, ao Conselho de Administração Executivo: a) Gerir o Banco, praticando, em seu nome e por sua conta, todos os atos e operações permitidos em Direito; b) Adquirir, onerar ou alienar quaisquer direitos ou bens, móveis ou imóveis, sempre que o entenda conveniente

para a sociedade; c) Decidir quanto à participação do Banco no capital de outras sociedades, reguladas pela lei geral ou por leis

especiais, independentemente do seu objeto, em agrupamentos complementares de empresas ou em qualquer outra forma de associação de empresas;

d) Mobilizar recursos financeiros e realizar todas as operações de crédito não proibidas por lei; e) Deliberar ou propor a emissão de ações, de obrigações e de outros valores mobiliários, nos termos da lei e dos

presentes estatutos, fixar as suas condições e realizar, com eles, todas as operações permitidas em Direito, respeitando quaisquer limites que hajam sido fixados pela Assembleia Geral;

f) Elaborar e executar o plano de expansão do Banco, dentro e fora da União Europeia e com especial atenção aos Países Lusófonos;

g) Contratar os empregados e colaboradores do Banco, acordar os seus vencimentos, regalias sociais e outras prestações e exercer os poderes diretivo e disciplinar;

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h) Constituir mandatários com ou sem faculdade de substabelecer, para o exercício de atos determinados ou de categorias de atos e definir a extensão dos poderes respetivos;

i) Representar o Banco em juízo ou fora dele, ativa e passivamente, podendo assumir obrigações, propor e seguir pleitos, desistir ou transigir em processo ou fora dele, comprometer-se em árbitros e assinar termos de responsabilidade;

j) Delegar, em algum ou alguns dos seus membros, poderes de gestão e de representação, para atos isolados ou para categorias de atos;

k) Ratificar quaisquer atos que, em seu nome, o Presidente ou quem o substitua devam levar a cabo, em situações de urgência;

l) Fixar a organização e os métodos de trabalho do Banco, elaborar regulamentos e determinar as instruções que julgar convenientes;

m) Elaborar os documentos previsionais da atividade do Banco e os correspondentes relatórios de execução, bem como todos os documentos de prestação de contas;

n) Cooperar estreitamente com o Conselho Geral e de Supervisão e com os demais órgãos do Banco, à luz das boas práticas de governo societário;

o) Contratar e substituir, sob proposta do Conselho Geral e de Supervisão, apresentada a este pela Comissão para as Matérias Financeiras, o auditor externo escolhido nos termos do artigo 23º, alínea f), destes Estatutos;

p) Designar o secretário da sociedade e o respetivo suplente; q) Executar e fazer cumprir as regras legais e estatutárias aplicáveis, bem como as deliberações da Assembleia

Geral e do Conselho Geral e de Supervisão.

Artigo 35º Vinculação

1. O Banco vincula-se, perante terceiros, pela assinatura de: a) Dois administradores; b) Um administrador, em quem tenham sido delegados poderes para o ato; c) Um administrador e um mandatário, nos termos do mandato deste; d) Um ou mais mandatários, nos termos e no âmbito dos respetivos poderes de representação.

2. Nos atos de mero expediente, o Banco obriga-se pela assinatura de qualquer administrador ou de um procurador com poderes bastantes.

Artigo 36º

Comissões ou comités especiais 1. O Conselho de Administração Executivo pode aprovar a constituição de comissões ou comités, com ou sem a

presença dos seus membros, para acompanhar de forma permanente certas matérias específicas. 2. As entidades referidas no número anterior podem, ainda, receber poderes de representação devidamente

explicitados.

Conselho Geral e de Supervisão

Disposições gerais

Artigo 37º Composição

1. O Conselho Geral e de Supervisão do Banco é composto por um número de pessoas não inferior a nove e sempre superior ao número de administradores.

2. Uma das referidas pessoas pode ser eleita isoladamente, nos termos do artigo 392º, nº 1 a nº 5, do Código das Sociedades Comerciais.

3. Os membros do Conselho Geral e de Supervisão devem ter formação e competência adequadas e, na sua maioria, ser independentes.

Artigo 38º

Presidente e Vice-Presidentes 1. À eleição e à substituição do Presidente e dos Vice-Presidentes do Conselho Geral e de Supervisão aplica-se, com

as necessárias adaptações, o disposto no artigo 29º dos presentes estatutos.

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2. O Presidente do Conselho Geral e de Supervisão, ou quem o substitua, representa, para todos os efeitos internos ou externos, esse órgão, convoca-o, preside às suas reuniões e pode assistir, por direito próprio ainda que sem voto, às reuniões do Conselho de Administração Executivo.

Artigo 39º Substituição

Na falta definitiva de um membro do Conselho Geral e de Supervisão por quaisquer causas ou impedimentos, procede-se à substituição, nos termos seguintes:

a) Pela chamada de suplentes, efetuada pelo Presidente, pela ordem da lista eleita pela Assembleia Geral; b) Por eleição da Assembleia Geral, a realizar na sua primeira reunião após a vacatura.

Artigo 40º

Reuniões, funcionamento e deliberações 1. O Conselho Geral e de Supervisão reúne sempre que convocado pelo seu Presidente, por iniciativa própria ou a

solicitação de qualquer dos seus membros, do Conselho de Administração Executivo ou do respetivo Presidente ou ainda do revisor oficial de contas e, pelo menos, uma vez por trimestre.

2. O Presidente do Conselho de Administração Executivo e o revisor oficial de contas podem, por iniciativa própria ou a pedido do Presidente do Conselho Geral e de Supervisão, participar nas reuniões deste, sem direito a voto.

3. O Conselho aprova o seu próprio regimento, regulando, em especial, o seu funcionamento, as suas comissões e o voto por delegação, por via telemática ou por escrito.

4. Os membros podem ser representados por outros, mediante carta dirigida ao Presidente, que só pode ser usada uma vez.

5. Cada membro só pode representar outro. 6. Tem aplicação, quanto às suas deliberações, o artigo 32º dos presentes estatutos.

Artigo 41º Competência

Cabe, ao Conselho Geral e de Supervisão, o exercício de todas as competências previstas na lei e nos presentes estatutos e, em especial: a) Representar o Banco nas suas relações com os membros do Conselho de Administração Executivo; b) Acompanhar, supervisionar e fiscalizar as atuações do Conselho de Administração Executivo e, em geral, toda

a actividade do Banco; c) Desenvolver e efetivar, em colaboração com o Conselho de Remunerações e de Previdência, um sistema adequado

de avaliação do desempenho do Conselho de Administração Executivo e dos seus membros; d) Suspender justificadamente qualquer administrador das suas funções ou aceitar pedidos de suspensão formulados

pelo próprio e fixar o seu estatuto durante a suspensão; e) Propor, à Assembleia Geral, a destituição de administradores; f) Vigiar pela observância da lei, dos estatutos e das deliberações da Assembleia Geral; g) Contratar a prestação de serviço de peritos que coadjuvem um ou vários dos seus membros no exercício das suas

funções, tendo em conta a importância dos assuntos visados e a situação do Banco; h) Requerer a convocação da Assembleia Geral ou convocá-la diretamente, se necessário, e nela apresentar propostas

de deliberação; i) Deliberar sobre projetos de decisão do Conselho de Administração Executivo, nos casos previstos na lei e nos

presentes estatutos e, ainda, sobre o que ele solicite; j) Acompanhar e apreciar questões relativas ao governo do Banco, à sua sustentabilidade, aos códigos de ética e de

conduta e aos sistemas de avaliação e de resolução de conflitos de interesses; k) Solicitar do Conselho de Administração Executivo os meios técnicos, financeiros ou de outra natureza,

necessários ao desenvolvimento da sua atividade e propor-lhe a adoção das medidas ou correções que entenda pertinentes;

l) Efetuar a contratação dos meios necessários ao seu próprio aconselhamento independente, se entender necessário; m) Pronunciar-se sempre que o Conselho de Administração Executivo o solicite; n) Exercer, através da Comissão para as Matérias Financeiras, as competências referidas no artigo 45º dos

presentes estatutos.

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Artigo 42º Representação

Quando, por lei ou pelos presentes estatutos o Conselho Geral e de Supervisão possa vincular o Banco perante terceiros, designadamente nos casos previstos no artigo 41º, alíneas a), g) e l), são necessárias as assinaturas de dois dos seus membros, entre as quais a do Presidente ou, na ausência deste, a de um Vice-Presidente.”

Comissão para as Matérias Financeiras

Artigo 43º Composição

1. O Conselho Geral e de Supervisão do Banco designa, de entre os seus membros e pelo período do seu mandato, a Comissão para as Matérias Financeiras, composta por três a cinco membros.

2. A maioria dos membros designados deve ser independente e deve ser incluída, pelo menos, uma pessoa diplomada com um curso superior adequado às suas funções e dotada de conhecimentos em auditoria ou em contabilidade.

Artigo 44º

Presidente e funcionamento 1. A Comissão para as Matérias Financeiras é presidida pelo membro que o Conselho Geral e de Supervisão

designe para o efeito. 2. A Comissão exerce as suas funções no âmbito do Conselho, mas de forma autónoma relativamente ao plenário do

órgão e aos demais membros dele. 3. Os membros da Comissão devem assistir às reuniões do Conselho de Administração Executivo em que sejam

apreciadas as contas do exercício.

Artigo 45º Competência

1. Cabe à Comissão para as Matérias Financeiras o exercício de todas as competências previstas na lei e nos presentes estatutos e, em especial: a) Verificar, quando o julgue conveniente e pela forma que entenda adequada, a regularidade dos livros, registos

contabilísticos e documentos que lhes servem de suporte, assim como a situação de quaisquer bens ou valores possuídos pelo Banco a qualquer título;

b) Verificar se as políticas contabilísticas e os critérios valorimétricos adotados pelo Banco conduzem a uma correta avaliação do património e dos resultados;

c) Dar parecer sobre o relatório de gestão e as contas do exercício; d) Acompanhar o funcionamento e fiscalizar a eficácia do sistema de gestão de riscos, do sistema de controlo

interno e do sistema de auditoria interna e receber, como primeira destinatária, os respetivos relatórios; e) Aconselhar o Conselho Geral e de Supervisão e a comissão de nomeações no processo de designação dos

primeiros responsáveis pelas funções de auditoria interna, gestão de risco e controlo interno; f) Receber as comunicações de irregularidades apresentadas por acionistas, colaboradores da sociedade ou outros; g) Fiscalizar o processo de preparação e de divulgação de informação financeira; h) Elaborar e apresentar ao Conselho Geral e de Supervisão as propostas sobre a nomeação, a suspensão ou a

substituição do revisor oficial de contas e do auditor externo e receber, como primeira destinatária, os respectivos relatórios;

i) Fiscalizar a revisão das contas e dos documentos de prestação de contas; j) Fiscalizar a independência do revisor oficial de contas e do auditor externo, designadamente no tocante à

prestação de serviços adicionais; k) Aprovar o seu regimento.

2. Sempre que um ato do Banco dependa de parecer ou da concordância do seu órgão de fiscalização, em matéria financeira, considera-se a inerente competência deferida à presente Comissão.

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Outras comissões

Artigo 46º Criação

1. Sem prejuízo para o disposto na secção anterior, cabe ao Conselho Geral e de Supervisão criar, entre outras, as comissões seguintes, definindo precisamente a sua competência:

a) Comissão de Nomeações; b) Comissão de Governo Societário; c) Comissão de Avaliação de Riscos; d) Comissão de Ética e de Deontologia.

2. O Conselho Geral e de Supervisão pode conservar, no âmbito do seu plenário, as funções a cometer às comissões referidas no número anterior, deliberando expressamente por maioria qualificada de 2/3.

3. O Conselho Geral e de Supervisão pode criar uma Comissão de Remunerações, a qual passa a exercer, em relação aos administradores e com as necessárias adaptações, a competência atribuída, nestes estatutos, ao Conselho de Remunerações e Previdência.

4. Cada comissão pode elaborar e aprovar o seu regimento. As disposições estatutárias referentes ao Revisor Oficial de Contas são as que a seguir se transcrevem:

Revisor Oficial de Contas

Artigo 47º Designação e funções

1. O revisor oficial de contas do Banco e o seu suplente são eleitos pela Assembleia Geral, sob proposta do Conselho Geral e de Supervisão, apresentada a este pela Comissão para as Matérias Financeiras.

2. O revisor oficial de contas exerce as funções previstas na lei e nos estatutos, podendo ainda ser ouvido sobre quaisquer assuntos, a pedido dos Presidentes do Conselho de Administração Executivo ou do Conselho Geral e de Supervisão.

No que se refere aos sistemas de controlo interno, os Estatutos consagram o seguinte:

Sistemas de controlo interno e de comunicação de irregularidades

Artigo 48º Instituição

1. O Banco dispõe de sistemas de controlo interno e de comunicação de irregularidades de elevada eficácia, de acordo com as mais exigentes práticas bancárias internacionais, competindo ao Conselho de Administração Executivo a responsabilidade pela sua implementação e manutenção, de modo adequado e efetivo.

2. Os sistemas são estabelecidos e dotados dos necessários meios humanos e materiais pelo Conselho de Administração Executivo, em estreita cooperação com o Conselho Geral e de Supervisão e sem prejuízo das funções de fiscalização cometidas a este último órgão.

Artigo 49º

Sistema de controlo interno 1. O sistema de controlo interno compreende o conjunto de estratégias, políticas, sistemas, processos, regras e

procedimentos estabelecidos no Banco com vista a garantir, designadamente: a) Um desempenho eficiente e rentável da atividade, no médio e longo prazos, que assegure a utilização

eficaz dos ativos e recursos, a continuidade do negócio através, nomeadamente, de uma adequada gestão e controlo dos riscos da atividade, da prudente e correta avaliação dos ativos e responsabilidades, bem como da definição de mecanismos de prevenção e proteção contra atuações não autorizadas, intencionais ou negligentes;

b) A existência de informação financeira e de gestão, completa, pertinente, fiável e tempestiva, que suporte as tomadas de decisão e os processos de controlo, tanto no nível interno como no externo;

c) O respeito pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis, emanadas pelas entidades competentes, bem como pelas normas profissionais e deontológicas aplicáveis, das regras internas e estatutárias, das

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regras de conduta e de relacionamento, das orientações dos corpos sociais e das recomendações aplicáveis de entidades internacionais, de modo a preservar a imagem e a reputação do Banco.

2. O sistema de controlo interno tem por base um adequado ambiente de controlo, um sistema de gestão de riscos, um sistema de informação e de comunicação e um processo de monitorização que assegure as respetivas adequação e eficácia, de forma consistente e coerente em todas as áreas do Banco.

Artigo 50º

Sistema de gestão de riscos 1. O sistema de gestão de riscos compreende um conjunto integrado de processos de carácter permanente que assegure

uma compreensão apropriada da natureza e da magnitude dos riscos da atividade desenvolvida e permite a identificação, avaliação, acompanhamento e controlo dos riscos relevantes a que o Banco se encontra exposto, possibilitando o desenvolvimento adequado da sua estratégia.

2. O Banco mantém, com carácter permanente, a função de gestão de riscos incumbindo-lhe, designadamente, assegurar a aplicação efectiva do sistema de gestão de riscos;

3. O Banco desempenha, também com carácter permanente e independente, a função de controlo do cumprimento (compliance), competindo-lhe, designadamente, o acompanhamento e a avaliação dos riscos de incumprimento das obrigações e dos deveres a que, legalmente, se encontra sujeito.

Artigo 51º

Monitorização e auditoria interna 1. O Banco mantém um processo de monitorização do sistema de controlo interno integrando as ações e as avaliações

de controlo que permitam garantir a sua eficácia e a sua adequação. 2. O Banco assegura, com carácter permanente e independente, uma função de auditoria interna responsável,

designadamente, pelo exame e pela avaliação da adequação do sistema de controlo interno, nas suas diversas componentes e na sua globalidade.

Artigo 52º

Comunicação interna de irregularidades Sem prejuízo das competências atribuídas à Comissão para as Matérias Financeiras, é aprovado, pelo Conselho de Administração Executivo, um regulamento de comunicação interna de irregularidades, obtido o parecer favorável do Conselho Geral e de Supervisão.

Artigo 53º Avaliação

1. O Banco designa uma entidade externa de reputação internacional consolidada, por deliberação do Conselho de Administração Executivo, precedendo parecer favorável do Conselho Geral e de Supervisão, que avalia a adequação e eficácia do sistema de controlo interno.

2. Nos termos referidos no número anterior, podem ser designados auditores externos ou outras entidades especializadas, para análise de questões setoriais.

3. A entidade designada pode ser ouvida sobre quaisquer assuntos do interesse do Banco, a pedido do Presidente do Conselho de Administração Executivo ou do Presidente do Conselho Geral e de Supervisão, bem como ser convidada para assistir, sem direito de voto, às reuniões desses órgãos.

15.4.5 Participações qualificadas e comunicação de participações

De harmonia com o artigo 6º dos estatutos do Emitente: 1. Quem, direta ou indiretamente, adquira ou aliene uma participação igual ou superior a 2% do capital social do

Banco, deve comunicá-lo ao Conselho de Administração Executivo, no prazo de três dias úteis. 2. O disposto no número anterior aplica-se:

a) A quem ultrapasse ou reduza a sua participação relativamente aos limites fixados no Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras e no Código de Valores Mobiliários, quanto a participações qualificadas;

b) A quem se encontre nalguma das situações referidas no artigo 26º. 3. As comunicações previstas no número anterior devem ser anteriores ao exercício dos direitos sociais”

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CAPÍTULO 16 – INFORMAÇÕES SOBRE A

O diagrama das principais participações, com referência a 31 de Dezembro de 2010, é o seguinte:

As sociedades em que o Emitente detém uma parte do capital susceptível de ter um efeito significativo na avaliação do seu activo e passivo, situação financeira ou lucros e prejuízos são as abaixo indicadas.

309

INFORMAÇÕES SOBRE A DETENÇÃO DE PARTICIP

O diagrama das principais participações, com referência a 31 de Dezembro de 2010, é o seguinte:

e o Emitente detém uma parte do capital susceptível de ter um efeito significativo na avaliação do seu activo e passivo, situação financeira ou lucros e prejuízos são as

DETENÇÃO DE PARTICIPAÇÕES

O diagrama das principais participações, com referência a 31 de Dezembro de 2010, é o seguinte:

e o Emitente detém uma parte do capital susceptível de ter um efeito significativo na avaliação do seu activo e passivo, situação financeira ou lucros e prejuízos são as

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310

Os valores constantes dos quadros estão reportados a 31 de Dezembro de 2010. Operações em Portugal:

Banco de Investimento Imobiliário, S.A. (Grupo) Sede Rua do Ouro, n.º 130, Lisboa Área de actividade Banca Capital EUR 157.000.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 200.234.698 Reservas + Resultados Transitados EUR 81.300.493 Resultado Líquido EUR 17.742.711 Créditos ao Emitente EUR 847.175.675 Débitos ao Emitente EUR 2.833.134.301 Dividendos recebidos EUR 0

Millennium bcp Gestão de Activos – Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, S.A.

Sede Av. Professor Doutor Cavaco Silva, Parque das Tecnologias, Edifício 3, 1 A, Porto Salvo, Oeiras

Área de actividade Gestão de fundos de investimento Capital EUR 6.720.691 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 28.009.161 Reservas + Resultados Transitados EUR 7.791.768 Resultado Líquido EUR 1.485.622 Créditos ao Emitente EUR 12.343.194 Débitos ao Emitente EUR 2.104.332 Dividendos recebidos EUR 0

Banco Activobank (Portugal), S.A.

Sede Rua Augusta, 84, Lisboa Área de actividade Banca Capital EUR 23.500.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 0% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 22.536.295 Reservas + Resultados Transitados EUR 1.900.897 Resultado Líquido EUR -2.713.370 Créditos ao Emitente EUR 219.008.362 Débitos ao Emitente EUR 36.968 Dividendos recebidos EUR 63.114

Millenniumbcp Ageas Grupo Segurador, , SGPS, S.A.

Sede Av. José Malhoa, Nº 27 Área de actividade Gestão de participações sociais Capital EUR 1.000.002.375 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 0% % Participação Directa e Indirecta 49% Valor Contabilístico da Participação EUR 861.763.000 Reservas + Resultados Transitados EUR 89.417.845 Resultado Líquido EUR 1.920.802 Créditos ao Emitente EUR 0 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

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311

Interfundos - Gestão de Fundos de Investimento Imobiliário, S.A.

Sede Rua Áurea, n.º 130, Lisboa Área de actividade Gestão de fundos de investimento imobiliário Capital EUR 1.500.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 1.500.000 Reservas + Resultados Transitados EUR 714.358 Resultado Líquido EUR 1.988.148 Créditos ao Emitente EUR 4.063.056 Débitos ao Emitente EUR 59.373 Dividendos recebidos EUR 0

Operações no Estrangeiro:

Bank Millennium S.A. (Grupo) Sede U.L. Kopernika 36/40, Varsóvia Área de actividade Banca Capital PLN 1.213.116.777 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 65,50% % Participação Directa e Indirecta 65,50% Valor Contabilístico da Participação EUR 891.313.766 Reservas + Resultados Transitados EUR 353.970.049 Resultado Líquido EUR 81.339.468 Créditos ao Emitente EUR 23.537.068 Débitos ao Emitente EUR 223.338.494 Dividendos recebidos EUR 499.988

Millennium Bank, Societe Anonyme (Grupo)

Sede 182, Syngrou Ave. , Kallithea, Atenas Área de actividade Banca Capital EUR 184.905.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 0% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 520.000.000 Reservas + Resultados Transitados EUR -69.205.426 Resultado Líquido EUR -15.965.585 Créditos ao Emitente EUR 1.068.536.201 Débitos ao Emitente EUR 2.147.302.117 Dividendos recebidos EUR 30.359

BIM - Banco Internacional de Moçambique, S.A.R.L. (Grupo)

Sede Av. 25 de Setembro, nº 1800, Maputo Área de actividade Banca Capital MZN 1.500.000.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 0% % Participação Directa e Indirecta 66,70% Valor Contabilístico da Participação EUR 83.179.924 Reservas + Resultados Transitados EUR 107.382.692 Resultado Líquido EUR 52.773.310 Créditos ao Emitente EUR 127.831.613 Débitos ao Emitente EUR 1.920.361 Dividendos recebidos EUR 27.484

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312

Banco Millennium Angola, S.A. Sede Rua Rainha Ginga, 83, Luanda Área de actividade Banca Capital Kuanza 3.809.398.820 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 52,7% % Participação Directa e Indirecta 52,7% Valor Contabilístico da Participação EUR 33.342.128 Reservas + Resultados Transitados EUR 34.093.880 Resultado Líquido EUR 23.578.078 Créditos ao Emitente EUR 36.652.901 Débitos ao Emitente EUR 242.223.899 Dividendos recebidos EUR 0

Banca Millennium S.A.

Sede Str. Dr. Iacob Felix, n º 87, Sector 1, Bucharest Área de actividade Banca Capital RON 465.830.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 0% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 190.989.480 Reservas + Resultados Transitados EUR -82.754.085 Resultado Líquido EUR -23.578.261 Créditos ao Emitente EUR 306.229 Débitos ao Emitente EUR 150.206.671 Dividendos recebidos EUR 0

Banque Privée BCP (Suisse) S.A.

Sede 4, Place du Molard, Genéve Área de actividade Banca Capital CHF 70.000.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 0% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 76.153.520 Reservas + Resultados Transitados EUR 43.217.460 Resultado Líquido EUR 4.217.715 Créditos ao Emitente EUR 40.800.650 Débitos ao Emitente EUR 336.123.917 Dividendos recebidos EUR 0

Banque BCP, S.A.S.

Sede 14 Av. Franklin Roosevelt, Paris Área de actividade Banca Capital EUR 65.000.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 19,90% % Participação Directa e Indirecta 19,90% Valor Contabilístico da Participação EUR 12.948.585 Reservas + Resultados Transitados EUR 8.700.753 Resultado Líquido EUR 9.288.501 Créditos ao Emitente EUR 0 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

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313

Outras:

Millennium bcp Participações, S.G.P.S., Sociedade Unipessoal, Lda. Sede Rua do Aljube, nº 17, 4º, Funchal Área de actividade Gestão de participações sociais Capital EUR 25.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 25.000 Reservas + Resultados Transitados EUR 27.702 Resultado Líquido EUR -68.372.766 Créditos ao Emitente EUR 62.337.288 Débitos ao Emitente EUR 837.683.287 Dividendos recebidos EUR 7.612.531

BCP Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A

Sede Av. José Malhoa, Nº 27, Lisboa Área de actividade Capital de risco Capital EUR 28.500.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 30.772.620 Reservas + Resultados Transitados EUR -4.046.598 Resultado Líquido EUR -161.293 Créditos ao Emitente EUR 24.935.382 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

BITALPART, B.V.

Sede Claude Debussylaan 24, 1082 MD, Amsterdam Área de actividade Gestão de participações sociais Capital EUR 19.370 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 545.655.016 Reservas + Resultados Transitados EUR -2.544.448.753 Resultado Líquido EUR 140.715.536 Créditos ao Emitente EUR 229.644.994 Débitos ao Emitente EUR 44.683.420 Dividendos recebidos EUR 28.602.619

BCP Investment, B.V.

Sede Claude Debussylaan 24, 1082 MD, Amsterdam Área de actividade Gestão de participações sociais Capital EUR 620.774.050 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 2.112.531.609 Reservas + Resultados Transitados EUR 0 Resultado Líquido EUR -340.263.581 Créditos ao Emitente EUR 137.717.469 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 39.624.676

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314

Millennium bcp Bank & Trust

Sede PO Box 30124 SMB, Strathvale House, 3rd floor, 90 North Church Street, George Town

Área de actividade Banca Capital USD 340.000.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 0% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 254.452.926 Reservas + Resultados Transitados EUR 9.010.725 Resultado Líquido EUR 6.036.848 Créditos ao Emitente EUR 2.468.994.675 Débitos ao Emitente EUR 2.108.379.313 Dividendos recebidos EUR 0

BCP holdings (usa) inc

Sede Corporation Trust Center, 1209 Orange Street, Wilmington, New Castle County

Área de actividade Gestão de participações sociais Capital USD 250 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 0% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 187 Reservas + Resultados Transitados EUR 63.146.015 Resultado Líquido EUR -16.134.734 Créditos ao Emitente EUR 0 Débitos ao Emitente EUR 195.772.574 Dividendos recebidos EUR 0

BCP Finance Bank LTD

Sede PO Box 30124 SMB, Strathvale House, 3rd floor, 90 North Church Street, George Town

Área de actividade Banca Capital USD 246.000.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 0% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 419.847.328 Reservas + Resultados Transitados EUR -11.168.349 Resultado Líquido EUR 78.479.965 Créditos ao Emitente EUR 7.020.470.525 Débitos ao Emitente EUR 1.682.444.621 Dividendos recebidos EUR 0

BCP Finance Company

Sede PO Box 30124 SMB, Strathvale House, 3rd floor, 90 North Church Street, George Town

Área de actividade Financeira Capital EUR 1.031.000.748 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 0% % Participação Directa e Indirecta 3,0 % (controlo de 100%) Valor Contabilístico da Participação EUR 31.000.748 Reservas + Resultados Transitados EUR -9.922.198 Resultado Líquido EUR 49.569.017 Créditos ao Emitente EUR 1.024.918.770 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

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Millennium bcp - Prestação de Serviços, A.C.E.

Sede Rua Augusta, nº 62 – 96, Lisboa Área de actividade Serviços Capital EUR 331.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 73,50% % Participação Directa e Indirecta 92,2% (controlo de 91,5%) Valor Contabilístico da Participação EUR 302.500 Reservas + Resultados Transitados EUR 0 Resultado Líquido EUR 0 Créditos ao Emitente EUR 26.657.114 Débitos ao Emitente EUR 13.826.480 Dividendos recebidos EUR 0

Banpor Consulting, S.R.L

Sede Soseaua Bucuresti-Ploiesti, nº 1 A, Bucharest Business Park

Área de actividade Consultoria e Serviços Capital RON 1.750.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 500.000 Reservas + Resultados Transitados EUR -76.077 Resultado Líquido EUR -10.941 Créditos ao Emitente EUR 0 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

Millennium bcp – Escritórios de Representações e Serviços, Ltda

Sede

Av. Presidente Juscelino Kubitscheck, 1726 – conjunto 152/154 – 15º andar – Bairro Itaim, São Paulo

Área de actividade Serviços financeiros Capital BRL 30.700.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 100.200.699 Reservas + Resultados Transitados EUR -10.604.653 Resultado Líquido EUR -1.913.905 Créditos ao Emitente EUR 0 Débitos ao Emitente EUR 2.586.531 Dividendos recebidos EUR 0

Millennium bcp - Serviços de Comércio Electrónico, S.A.

Sede Rua Augusta, n.º 62 a 96, Lisboa Área de actividade Serviços videotex Capital EUR 50.004 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 885.366 Reservas + Resultados Transitados EUR 103.120 Resultado Líquido EUR 9.930 Créditos ao Emitente EUR 173.849 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

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316

Caracas Financial Services, Limited

Sede PO Box 30124 SMB, Strathvale House, 3rd floor, 90 North Church Street, George Town

Área de actividade Financeira Capital USD 25.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 26.867 Reservas + Resultados Transitados EUR -10.526 Resultado Líquido EUR 0 Créditos ao Emitente EUR 0 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

Imábida – Imobiliária da Arrábida S.A

Sede Av. Professor Doutor Cavaco Silva, Edifício 1, Piso 0, Porto Salvo, Oeiras

Área de actividade Gestão de imóveis Capital EUR 1.750.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100% % Participação Directa e Indirecta 100% Valor Contabilístico da Participação EUR 14.472.941 Reservas + Resultados Transitados EUR 12.627.310 Resultado Líquido EUR -84.929 Créditos ao Emitente EUR 0 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

Millennium bcp Imobiliária, S.A

Sede Avenida José Malhoa, nº 27, Lisboa Área de actividade Gestão de imóveis Capital EUR 50.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 99,9% % Participação Directa e Indirecta 99,9% Valor Contabilístico da Participação EUR 7.742.298 Reservas + Resultados Transitados EUR -35.934 Resultado Líquido EUR 8.007.805 Créditos ao Emitente EUR 203.413 Débitos ao Emitente EUR 54.198.037 Dividendos recebidos EUR 0

Servitrust - Trust and Managment Services, S.A

Sede Rua Câmara Pestana, n.º 17, 1º Dto, Funchal Área de actividade Serviços de Trust Capital EUR 100.000 Capital Subscrito 100% % Participação Directa 100,0% % Participação Directa e Indirecta 100,0% Valor Contabilístico da Participação EUR 99.760 Reservas + Resultados Transitados EUR 445.915 Resultado Líquido EUR 14.119 Créditos ao Emitente EUR 679.758 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

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317

SIBS - Sociedade Interbancária de Serviços, S.A.

Sede Rua Soeiro Pereira Gomes, lote 1, Lisboa Área de actividade Serviços bancários Capital EUR 24.642.300 Capital Subscrito 21,9% % Participação Directa 21,5% % Participação Directa e Indirecta 21,9% Valor Contabilístico da Participação EUR 7.611.373 Reservas + Resultados Transitados (*) EUR 25.785.710 Resultado Líquido (*) EUR 12.701.888 Créditos ao Emitente EUR 0 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

(*) Valores estimados

Unicre - Instituição Financeira de Crédito, S.A. Sede Av. António Augusto de Aguiar, 122 - Lisboa Área de actividade Cartões de crédito Capital EUR 10.000.000 Capital Subscrito 32,0% % Participação Directa 31,7% % Participação Directa e Indirecta 32,0% Valor Contabilístico da Participação EUR 17.458.291 Reservas + Resultados Transitados (*) EUR 51.152.741 Resultado Líquido (*) EUR 15.153.000 Créditos ao Emitente EUR 0 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

(*) Valores estimados

VSC - Aluguer de Veículos Sem Condutor, Lda. Sede Av. José Malhoa, Nº 27, Lisboa Área de actividade Aluguer de longa duração Capital EUR 12.500.000 Capital Subscrito 50% % Participação Directa 0% % Participação Directa e Indirecta 50% Valor Contabilístico da Participação EUR 0 Reservas + Resultados Transitados EUR -12.252.763 Resultado Líquido EUR -12.158.714 Créditos ao Emitente EUR 0 Débitos ao Emitente EUR 0 Dividendos recebidos EUR 0

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CAPÍTULO 17 – PREVISÕES OU ESTIMATIVAS DE LUCROS

Não aplicável.

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319

CAPÍTULO 18 – INFORMAÇÕES DE TERCEIROS, DECLARAÇÕES DE PERITOS E DECLARAÇÕES DE EVENTUAIS INTERESSES

A Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, KPMG & Associados, SROC, S.A. inscrita na Câmara de Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 189 e registada na CMVM sob o n.º 9093, representada pelo Dr. Vítor Manuel da Cunha Ribeirinho (ROC n.º 1081) foi responsável, na qualidade de Auditor Externo ao Emitente e de Revisor Oficial de Contas, pela Certificação Legal e Relatório de Auditoria das contas individuais e consolidadas do Millennium bcp, reportadas a 31 de Dezembro de 2008, 2009 e 2010. A Leopoldo Alves & Associados, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, inscrita na Ordem dos Revisores Oficiais de Contas sob o n.º 15 e registada na CMVM sob o n.º 219, com sede na Avenida da República, 48 – 1º esq., 1050-195 Lisboa, representada por Leopoldo de Assunção Alves (ROC nº 319) foi, na sequência de designação pelo Banco Comercial Português, S.A., responsável pela elaboração do relatório do revisor oficial de contas previsto no artigo 28.º do CSC, emitido em 31 de Março de 2011. Dada a natureza da presente Oferta, não existem interesses, incluindo interesses em conflito, de pessoas singulares e colectivas envolvidas na emissão/oferta.

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320

CAPÍTULO 19 – OUTRAS INFORMAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO ACESSÍVEL AO PÚBLICO

19.1 Documentos publicados ao abrigo da presente Oferta

O Anúncio de Lançamento da Oferta encontra-se disponível para consulta no sítio da CMVM na internet (www.cmvm.pt), no sítio do Emitente na internet (www.millenniumbcp.pt) e foi publicado no Boletim de Cotações da Euronext Lisbon datado de 29 de Abril de 2011. Não foi adoptada qualquer outra forma de publicidade. 19.2 Informação inserida por remissão

Os documentos abaixo indicados são inseridos por remissão (na sua totalidade) e, nessa medida, constituem parte integrante deste prospecto, fornecendo parte da informação requerida ao abrigo do ponto 20.1 do Anexo I ao Regulamento (CE) nº 809/2004 da Comissão, de 29 de Abril, na sua redacção de 16 de Junho:

− Os Relatórios e Contas Individuais e Consolidados do Millenniumbcp relativos aos exercícios de 2008, 2009 e 2010, incluindo o relatório de gestão, os balanços e as demonstrações de resultados individuais e consolidados, as respectivas notas, bem como as certificações legais de contas e os relatórios de auditoria respectivos;

− As apresentações dos resultados trimestrais relativas ao período trimestral findo em 31 de Março de 2011, efectuadas pelo Millennium bcp no dia 27 de Abril de 2011;

− O Relatório sobre o Governo das Sociedades relativo ao exercício de 2010; − O relatório do revisor oficial de contas previsto no artigo 28.º do CSC, emitido em 31 de

Março de 2011 pela Leopoldo Alves & Associados, Sociedade de Revisores Oficiais de Contas;

− O relatório, datado de 29 de Março de 2011, emitido, nos termos do n.º 3 do artigo 298.º do CSC, pelo Conselho de Administração do Millennium bcp.

Estes documentos encontram-se disponíveis para consulta, mediante solicitação e sem encargos, nos locais indicados no ponto 19.4 Locais de Consulta. 19.3 Comunicações

Todas as comunicações à Sociedade deverão ser dirigidas à Direcção de Relações com Investidores, à atenção da Dra. Sofia Raposo, Tagus Park, Edifício 1, Piso 0/B, 2744-002 Porto Salvo (telefone:+351 211 131 084; Fax.:+ 351 211 136 982 e e-mail: [email protected] ou [email protected]). Qualquer mudança do destinatário das comunicações à Sociedade só produzirá efeitos depois de anunciada no boletim cotações da Euronext Lisbon. 19.4 Locais de consulta

Encontram-se à disposição do público, para consulta, mediante solicitação e sem encargos, na sede do Millennium bcp, sita na Praça D. João I, 28, 4000-295 Porto e em www.millenniumbcp.pt os estatutos do Emitente e a informação incluída por remissão conforme descrito no ponto 19.2. A informação incluída por remissão mencionada acima pode igualmente ser consultada em formato electrónico através do site oficial da CMVM (www.cmvm.pt).

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O presente prospecto encontra-se disponível para consulta nos seguintes locais:

− Millennium bcp, na sua sede sita na Praça D. João I, 28, 4000-295 Porto, e no seu estabelecimento sito na Av. José Malhoa, 27 1099-010 Lisboa;

− Euronext Lisbon, sita na Av. da Liberdade, nº 196 - 7º, 1250-147 Lisboa; − Sítio do Millennium bcp na internet, em www.millenniumbcp.pt; − Sítio oficial da CMVM na Internet, em www.cmvm.pt.

Uma versão em papel será entregue, gratuitamente, aos titulares dos Valores que o solicitem na sede do Oferente.

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ANEXOS

ANEXO 1 – Comunicado de resultados trimestrais relativo ao período trimestral findo em 31 de Março de 2011, divulgado no dia 27 de Abril de 2011. ANEXO 2 – Esclarecimento da Comissão para as Matérias Financeiras sobre o processo conducente às propostas apresentadas à Assembleia Geral do Millennium bcp, de 18 de Abril de 2011, relativas à eleição do Revisor Oficial de Contas e à designação do auditor externo do Banco para o triénio 2011-2013.

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Direcção de Relações com Investidores Sofia Raposo Telefone +351 211 131 080 [email protected] Direcção de Comunicação Miguel Magalhães Duarte Telefone +351 211 131 840 [email protected] Contacto de Imprensa Erik T. Burns Telefone +351 211 131 242 Telemóvel +351 917 265 020 [email protected]

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Comunicado

27 de Abril de 2011 Resultados consolidados do Millennium bcp em 31 de Março de 2011

DESTAQUES

§ Resultado líquido consolidado de 77,7 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011;

§ Rácio Tier I situou-se em 9,2% e o rácio total em 10,3%;

§ Margem financeira subiu 17,9% face ao primeiro trimestre de 2010, com a actividade em Portugal a crescer 23,6% e a actividade internacional a aumentar 8,7%;

§ Custos operacionais reduziram 6,8% em base consolidada e 10,4% na actividade em Portugal, face ao primeiro trimestre de 2010;

§ Rácio de eficiência, em base comparável, situou-se em 56,4% em Portugal e em 58,9% em termos consolidados;

§ Recursos de balanço de clientes subiram 1,1% para 51.195 milhões de euros em 31 de Março de 2011; recursos totais de clientes reduziram 1,2% para 66.605 milhões de euros;

§ Carteira de crédito situou-se em 75.315 milhões de euros; crédito a clientes em Portugal reduziu para 58.231 milhões de euros em 31 de Março de 2011 (60.334 milhões de euros em 31 de Março de 2010);

§ Rácio de crédito vencido há mais de 90 dias situou-se em 3,4% e o rácio de cobertura situou-se em 103,8%;

§ Aprovação pela Assembleia Geral de Accionistas, realizada em 18 de Abril, de uma operação de aumento de capital social do Banco Comercial Português, S.A., num montante que se situará entre 1,12 e 1,37 mil milhões de euros.

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ComunicadoComunicado

Lisboa, 27 de Abril de 2011

Actividade económica mundial reforçada pelo contributo das economias avançadas. Política económica deverá tornar-se progressivamente mais restritiva a nível global. Banco Central Europeu inicia ciclo de aumento das taxas de juro. Instabilidade financeira nos países da periferia da área do euro contrasta com o sentimento de maior propensão ao risco na generalidade dos mercados financeiros.

SÍNTESE 1 - ENQUADRAMENTO ECONÓMICO

A recuperação económica mundial registou um novo impulso no primeiro trimestre de 2011 com um maior contributo das economias avançadas para o crescimento global. De acordo com as projecções macroeconómicas mais recentes do FMI, o PIB mundial poderá apresentar uma variação real na vizinhança de 4,5%, no biénio 2011-2012, semelhante ao seu padrão histórico de longo prazo. O risco de retorno a uma conjuntura recessiva atenuou-se. Em contrapartida aumentaram as pressões inflacionistas e o grau de sobreaquecimento da actividade económica em alguns países.

A política económica dever-se-á tornar progressivamente mais restritiva a nível global, orientada para a normalização das condições monetárias e para a sustentabilidade das finanças públicas a prazo, embora com intensidades distintas conforme as áreas económicas. Na UE tem-se privilegiado uma aceleração do processo de consolidação orçamental, nos EUA optou-se pelo prolongamento das medidas de estímulo por forma a sustentar um crescimento mais robusto do PIB nominal. Ambas as opções compreendem riscos: sobre a retoma económica ou sobre a sustentabilidade do endividamento a médio prazo. Como tal, a consolidação da retoma económica ainda enfrenta desafios relevantes cuja resolução determinará o sucesso global das políticas empreendidas para debelar a crise financeira e económica dos últimos anos.

Nos mercados financeiros o clima de confiança apresenta-se mais favorável, proporcionando a valorização dos activos financeiros cíclicos, como as acções, os activos dos mercados emergentes e o mercado de crédito. As taxas de juro aumentaram significativamente, em reacção à actividade económica mais robusta, ao aumento das pressões inflacionistas e à materialização das expectativas de alteração da política monetária. O Banco Central Europeu aumentou as taxas de juro em 25 p.b. para 1,25% em Abril. De acordo com as cotações do mercado a prazo, a taxa principal de refinanciamento poderá atingir os 2,0% no final do ano. A evolução dos diferenciais de taxas de juro entre os EUA e a UEM concorreu para a depreciação do dólar. Na área do euro o aumento exponencial dos prémios de risco exigidos pelos investidores para deter dívida pública da Grécia, da Irlanda e de Portugal evidencia algum cepticismo quanto ao sucesso dos planos de ajuda financeira disponíveis e pressiona a uma resposta mais consistente das instituições europeias face à complexidade colocada pela assimetria económica e financeira no seio da área do euro.

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O Governo português solicitou formalmente às autoridades europeias e ao FMI a elaboração e implementação de um programa de ajustamento económico com impacto na evolução da actividade económica, no relacionamento institucional e no modelo social português. A robustez financeira e a flexibilidade e capacidade de ajustamento aos novos contextos são factores distintivos das instituições financeiras. A actividade económica permanece muito robusta na Polónia e em aceleração nas economias africanas. Na Grécia persiste um enquadramento desfavorável.

Na sequência da crescente dificuldade de financiamento do Estado português no mercado internacional, da incerteza política doméstica e da redução abrupta e incisiva nos ratings da República e demais entidades emitentes portuguesas, o Governo português solicitou formalmente às autoridades europeias e ao FMI a elaboração e implementação de um programa de ajustamento económico. Um programa desta natureza tende a operar em três vertentes: na consolidação das finanças públicas, na promoção do crescimento económico a prazo e na estabilização do financiamento do sector financeiro por via institucional. Será um programa de grande alcance, com implicações em muitas áreas da economia e da sociedade portuguesa, de grande exigência na execução e potencialmente gerador de rupturas e tensões. A correcção dos desequilíbrios orçamentais e a redução das necessidades de financiamento da economia portuguesa irão, com grande probabilidade, determinar uma retracção pronunciada da procura interna e consequente retorno a uma conjuntura recessiva no futuro próximo. Estas tendências estão em curso: no primeiro trimestre de 2011 a despesa em consumo terá registado uma queda expressiva por contrapartida de uma melhoria na componente externa. Nos primeiros meses de 2011, a produção de crédito novo ao sector privado reduziu-se em termos homólogos, com maior intensidade nos segmentos das grandes empresas e no crédito para habitação.

O enquadramento adverso deverá continuar a afectar a evolução e a rendibilidade do negócio bancário em Portugal, pela inevitabilidade do processo de desalavancagem, pelo encarecimento e escassez dos recursos financeiros disponíveis e pela pressão na qualidade do activo. A robustez financeira, aferida pelos níveis de capital e disponibilidade de liquidez, a responsabilidade na afectação ponderada dos recursos e a flexibilidade e capacidade de ajustamento face aos novos contextos constituem factores distintivos e de reforço da confiança dos clientes e dos investidores nas instituições financeiras.

Na Grécia o contexto económico deverá permanecer desfavorável e com instabilidade financeira recorrente. Na Roménia despontam alguns indícios de melhoria da actividade económica. Num registo diferente, a economia polaca deverá manter um ciclo virtuoso, de forte crescimento económico e de redução do desemprego neste ano. O Banco Nacional da Polónia aumentou as taxas de juro para 4,0%, constituindo um factor de suporte adicional à estabilidade da moeda. As economias angolana e moçambicana deverão continuar a beneficiar da robustez do ciclo global das matérias primas e da adopção, no passado recente, de políticas de estabilização económica e financeira.

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Resultado líquido consolidado situou-se em € 77,7 milhões. Resultado líquido no primeiro trimestre de 2011 beneficiou da subida da margem financeira e da simultânea redução dos custos operacionais. Rácio de eficiência, em base comparável, situou-se em 58,9% e na actividade em Portugal em 56,4%. Recursos totais de clientes totalizaram € 66.605 milhões, condicionados pelos recursos fora de balanço, apesar do desempenho positivo dos recursos de balanço. Crédito a clientes situou-se em € 75.315 milhões, com subida de 3,8% do crédito hipotecário.

2 - RESULTADOS

Numa conjuntura económica desfavorável para a actividade de intermediação financeira e de intensificação competitiva no sector, com especial impacto nos volumes de negócio, na qualidade do crédito a clientes e no custo dos recursos de clientes, nos primeiros três meses de 2011 o resultado líquido consolidado do Millennium bcp totalizou 77,7 milhões de euros, que compara com 96,4 milhões de euros no primeiro trimestre de 2010. Esta evolução foi condicionada pelo menor nível de resultados em operações financeiras, tendo, no entanto, beneficiado do desempenho favorável da margem financeira e da redução dos custos operacionais.

Os proveitos core (margem financeira e comissões) do Millennium bcp aumentaram 10,0% e, paralelamente, os custos operacionais reduziram 6,8%, face ao período homólogo de 2010. O rácio de solvabilidade, de acordo com o método IRB, situou-se em 10,3% e o Tier I em 9,2% em 31 de Março de 2011.

A imparidade do crédito (líquida de recuperações) situou-se em 166,6 milhões de euros nos primeiros três meses de 2011, comparando com 164,8 milhões de euros no período homólogo de 2010, reflectindo essencialmente o reforço das dotações para imparidade do crédito na actividade em Portugal, numa conjuntura particularmente adversa para variados sectores de actividade económica, não obstante o enfoque no reforço dos mecanismos de prevenção, controlo e gestão do risco.

O rácio de eficiência, em base comparável, situou-se em 58,9% no primeiro trimestre de 2011 (54,5% relevados no primeiro trimestre de 2010), enquanto que na actividade em Portugal fixou-se em 56,4%.

3 - BALANÇO

Os recursos totais de clientes cifraram-se em 66.605 milhões de euros em 31 de Março de 2011 (-1,2%), condicionados pelo desempenho dos recursos fora de balanço de clientes, apesar de ter sido parcialmente compensado pelo crescimento de 1,1% dos recursos de balanço de clientes. Na actividade em Portugal, os recursos totais de clientes totalizaram 50.633 milhões de euros em 31 de Março de 2011, tendo praticamente estabilizado face a 31 de Março de 2010, alicerçados sobretudo nos recursos de balanço de clientes.

O crédito a clientes situou-se em 75.315 milhões de euros em 31 de Março de 2011 (-2,4%), influenciado fundamentalmente pela actividade em Portugal, não obstante o crescimento do crédito a clientes na actividade internacional. O desempenho do crédito a clientes foi influenciado sobretudo pela contracção do crédito a empresas, enquanto o crédito a particulares evidenciou um aumento, suportado pela subida de 3,8% do crédito hipotecário.

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Síntese de Indicadores

Milhões de euros 31 Mar. 11 31 Mar. 10 Var. 11 / 10

Balanço Activo total 96.629 96.660 Crédito a clientes 75.315 77.137 -2,4% Crédito a clientes (líquido) 72.690 75.035 -3,1% Recursos totais de clientes (1) 66.605 67.446 -1,2% Recursos de balanço de clientes 51.195 50.661 1,1% Depósitos de clientes 44.867 45.978 -2,4% Resultados Resultado líquido 77,7 96,4 -19,4% Margem financeira 401,6 340,6 17,9% Produto bancário (2) 657,6 700,7 -6,2% Custos operacionais (3) 356,2 382,2 -6,8% Imparidade do crédito (líq. de recuperações) 166,6 164,8 1,1% Outras imparidades e provisões 28,6 21,8 31,2% Impostos sobre lucros

Correntes 25,3 13,4 89,0% Diferidos (15,6) 8,6

Interesses que não controlam 18,8 13,5 39,0% Rendibilidade Produto bancário / Activo líquido médio (4) 2,7% 2,9% Rendibilidade do activo médio (ROA) (5) 0,4% 0,5% Resultado antes de impostos e interesses que não controlam / Activo líquido médio (4) 0,4% 0,6% Rendibilidade dos capitais próprios médios (ROE) 6,6% 7,9% Resultado antes de impostos e interesses que não controlam / Capitais próprios médios (4) 8,1% 9,9%

Qualidade do crédito Crédito com incumprimento / Crédito total (4) 5,0% 3,8% Crédito com incumprimento, líq. / Crédito total, líq. (4) 1,5% 1,1% Imparidade do crédito / Crédito vencido há mais de 90 dias 103,8% 108,9% Imparidade do crédito / Crédito vencido total 91,8% 98,3% Rácios de eficiência Custos operacionais / Produto bancário (4) 58,9% 54,5% Custos operacionais / Produto bancário (actividade em Portugal) (4) 56,4% 50,6% Custos com o pessoal / Produto bancário (4) 34,0% 29,8% Capital (6)

Fundos próprios totais 5.997 7.294 Riscos ponderados 58.400 64.610 Tier I 9,2% 9,3% Total 10,3% 11,3%

Sucursais Actividade em Portugal 891 912 -2,3% Actividade internacional 843 897 -6,0%

Colaboradores Actividade em Portugal 10.121 10.254 -1,3% Actividade internacional 11.266 11.562 -2,6%

Nota: valores em milhões de euros, excepto percentagens, número de sucursais e número de colaboradores. (1) Débitos para com clientes titulados e não titulados, activos sob gestão e produtos de capitalização. (2) Margem financeira, rendimentos de instrumentos de capital, comissões líquidas, resultados em operações financeiras, resultados por equivalência patrimonial e outros proveitos líquidos (de acordo com a Instrução n.º 16/2004 do Banco de Portugal). (3) Custos com o pessoal, outros gastos administrativos e amortizações do exercício. (4) Calculado de acordo com a Instrução n.º 16/2004 do Banco de Portugal. (5) Com base no resultado antes de interesses que não controlam. (6) Rácio de solvabilidade de acordo com o modelo de Notações Internas (IRB) em 31 de Março de 2011 e de acordo com o método padrão em 31 de Março de 2010.

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Na divulgação de resultados do 1.º trimestre de 2011, o Presidente do Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português, Carlos Santos Ferreira, evidenciou o impacto da actual conjuntura económica e financeira.

Neste enquadramento económico adverso, o resultado líquido consolidado do Millennium bcp nos primeiros três meses de 2011 ascendeu a 77,7 milhões de euros, o que significa um decréscimo de 19,4% face ao 1.º trimestre de 2010, superando, ainda assim, as estimativas dos analistas.

No final do 1.º trimestre de 2011, o Banco reforçou o seu rácio de Core Tier 1, que atingiu 6,7%, face aos 6,4% do período homólogo de 2010. O rácio de Tier 1 situou-se nos 9,2% em 31 de Março de 2011.

Referindo-se aos aspectos que mereceram destaque no 1.º trimestre do ano, o Presidente sublinhou:

i) O crescimento da margem financeira, quer em Portugal quer na actividade internacional, beneficiando das iniciativas de ajustamento de repricing da carteira de crédito;

ii) A continuação da redução dos custos operacionais, que registaram uma diminuição de 6,8% em termos consolidados e de 10,4% em Portugal, face ao 1.º trimestre de 2010, materializando as iniciativas encetadas ao nível da simplificação organizativa e do alinhamento dos modelos de negócio;

iii) A redução do gap comercial, com os volumes de negócio a evidenciarem estabilidade numa base consolidada. Os recursos de balanço aumentaram ligeiramente, tendo o crédito consolidado a clientes diminuído 2,4%. Continuou a ser uma preocupação do Millennium bcp o apoio financeiro a empresas e a clientes particulares, pelo que o controlo da evolução do crédito concedido foi realizado com grande critério e rigor;

iv) O reforço do provisionamento da carteira de crédito, tendo o crédito vencido há mais de 90 dias atingido 3,4% do crédito total, valor compatível com os níveis previstos para o actual ciclo económico, mantendo-se contudo o seu rácio de cobertura em mais de cem por cento;

v) O desempenho positivo do plano de liquidez do Banco traduzido na qualidade da carteira de activos descontáveis em bancos centrais;

vi) No âmbito das prioridades estratégicas do Banco, a aposta na inovação como vantagem competitiva, de que são exemplo a crescente utilização do canal mobile, que conta já com mais de 40 mil utilizadores, ou a iniciativa nacional conjunta do Millennium bcp e do Jornal Expresso intitulada “Movimento Milénio” e que visa premiar os projectos visionários dos portugueses. A este propósito, importa referir as distinções, já este ano, do Millennium bcp como “Best Private Bank” em Portugal e como Banco privado com a marca mais valiosa, atribuídos pela Euromoney e pela Brand Finance, respectivamente. Também este ano, o ActivoBank foi distinguido como o “Most Innovative Bank” em Portugal. A distinção foi atribuída pela World Finance, no âmbito dos World Finance Banking Awards 2011. Um reconhecimento do lugar cimeiro que o Millennium bcp ocupa no mercado nacional, na área da inovação.

No que se refere às operações internacionais, o Presidente realçou:

i) Os bons resultados da operação polaca, que evidenciou um resultado líquido de 25,6 milhões de euros, nos primeiros três meses do ano, suportado pelo crescimento da margem financeira e das comissões. Os resultados alcançados contribuíram para um acréscimo do retorno para o accionista, com o ROE a situar-se em 10,1% em Março de 2011;

ii) As operações de Angola e Moçambique que, no seu conjunto, apresentaram um resultado líquido de 27,8 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, a que corresponde um crescimento expressivo face ao período homólogo, tendo proporcionado ROEs de 21,6% e 41,9%, respectivamente, em Angola e em Moçambique.

Comentando ainda os desafios para o ano de 2011, e no seguimento da Assembleia Geral do Banco, o Presidente salientou o acordo dado pelos accionistas a uma operação de aumento do capital social, num valor que se situará num mínimo de 1,12 e um máximo de 1,37 mil milhões de euros e que irá permitir um reforço

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dos rácios de solvabilidade, potenciando a capitalização bolsista e contribuindo para melhores níveis de liquidez, tornando o Millennium bcp ainda mais forte e resiliente para enfrentar os desafios futuros.

A concluir a sua intervenção, o Presidente sublinhou que, após o reforço do capital, o Banco atingirá uma posição mais sólida, que lhe permitirá beneficiar de futuras oportunidades no sector, estando o enfoque da gestão centrado no reforço da liderança em Portugal, através da inovação e da actividade comercial de Retalho e na expansão nos mercados de afinidade.

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RESULTADOS E ACTIVIDADE NOS PRIMEIROS TRÊS MESES DE 2011

Tendo em consideração a conclusão da alienação da participação correspondente a 95% do capital social do Millennium Bank AS na Turquia, no dia 27 de Dezembro de 2010, e a venda da totalidade da rede de sucursais do Millennium bcpbank nos Estados Unidos da América (EUA), da respectiva base de depósitos e de parte da carteira de crédito, no dia 15 de Outubro de 2010, as demonstrações financeiras consolidadas não são directamente comparáveis entre o primeiro trimestre de 2011 e o primeiro trimestre de 2010, considerando-se, no entanto, materialmente pouco relevante o impacto destas transacções nos resultados e na situação patrimonial do Grupo dada a reduzida dimensão destas operações no contexto da actividade consolidada.

RESULTADOS

O resultado líquido consolidado do Millennium bcp totalizou 77,7 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, que compara com 96,4 milhões de euros no primeiro trimestre de 2010. A evolução do resultado líquido foi condicionada pelo menor nível de resultados em operações financeiras, tendo, no entanto, beneficiado dos desempenhos favoráveis quer da margem financeira, tanto na actividade em Portugal como na actividade internacional, quer da redução dos custos operacionais.

O resultado líquido consolidado do primeiro trimestre de 2011 foi suportado pelos desempenhos da actividade em Portugal e da actividade internacional. O resultado líquido da actividade em Portugal cifrou-se em 60,9 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011 (72,3 milhões de euros no primeiro trimestre de 2010), condicionado pelos menores resultados em operações financeiras, em particular dos resultados associados a instrumentos financeiros detidos para negociação, e, embora em menor escala, pelo maior nível de dotações para imparidade do crédito (líquidas de recuperações) e para outras imparidades e provisões, parcialmente compensados pelo aumento da margem financeira e dos outros proveitos de exploração, bem como pela redução dos custos operacionais, tanto ao nível dos custos com pessoal, como dos outros gastos administrativos e das amortizações do exercício.

Por seu turno, o resultado líquido da actividade internacional situou-se em 16,8 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011 (24,1 milhões de euros no primeiro trimestre de 2010), tendo sido influenciado pelo comportamento dos resultados em operações financeiras e das comissões líquidas, não obstante o crescimento da margem financeira e os menores níveis de custos operacionais e de dotações para imparidade do crédito (líquida de recuperações). Na actividade internacional, os principais contributos foram apurados nas operações desenvolvidas na Polónia, em Moçambique e em Angola.

A margem financeira aumentou 17,9%, ascendendo a 401,6 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, face aos 340,6 milhões de euros relevados no primeiro trimestre de 2010, beneficiando dos efeitos volume e taxa de juro favoráveis.

O aumento da margem financeira foi potenciado pelos desempenhos da actividade em Portugal e da actividade internacional. Na actividade em Portugal, a evolução da margem financeira foi impulsionada pelo efeito taxa de juro positivo, nomeadamente através da revisão dos spreads das operações de crédito contratadas com clientes, não obstante o aumento observado do custo dos depósitos a prazo. Na actividade internacional, o crescimento da margem financeira foi determinado pelo efeito taxa de juro positivo, reflectindo a subida das taxas de juro nas operações contratadas, a par do efeito volume favorável, beneficiando do aumento do volume de negócios, tanto ao nível do crédito concedido como dos recursos de balanço de clientes, traduzindo fundamentalmente os desempenhos do Bank Millennium na Polónia, do Banco Millennium Angola e do Millennium bim em Moçambique, a par da Banca Millennium na Roménia.

A taxa de margem financeira situou-se em 1,78% no primeiro trimestre de 2011, que compara favoravelmente com 1,58% relevado em igual período de 2010, como resultado do conjunto de iniciativas que têm vindo a ser implementadas visando o ajustamento dos preços aos perfis de risco dos clientes, em que se enquadra a revisão dos spreads do crédito a clientes.

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BALANÇO MÉDIO

1º Trim. 11 1º Trim. 10

Milhões de euros Saldo Taxa % Saldo Taxa % Aplicações em instituições de crédito 3.970 1,52 4.465 1,08 Activos financeiros 13.000 3,65 6.453 4,02 Créditos a clientes 73.101 4,10 74.678 3,45

90.071 85.596

Activos não correntes detidos para venda - 835 7,30

Activos geradores de juros 90.071 3,92 86.431 3,41

Activos não geradores de juros 8.888 10.013

98.959 96.444

Depósitos de instituições de crédito 19.717 1,48 8.881 1,56 Depósitos de clientes 45.402 2,52 46.039 1,93 Dívida emitida e passivos financeiros 21.595 2,03 29.634 1,51 Passivos subordinados 1.980 2,55 2.361 2,90

88.694 86.915

Passivos não correntes detidos para venda - 756 4,78

Passivos geradores de juros 88.694 2,17 87.671 1,80

Passivos não geradores de juros 3.022 1.460 Capitais próprios e Interesses que não controlam 7.243 7.313

98.959 96.444

Taxa de margem financeira (1) 1,78 1,58 (1) Relação entre a margem financeira e o saldo médio do total de activos geradores de juros. Nota: Os juros dos derivados de cobertura foram alocados, em Março de 2011 e de 2010, à respectiva rubrica de balanço.

As comissões líquidas totalizaram 195,4 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, que comparam com os 202,2 milhões de euros apurados em igual período de 2010. Esta evolução foi condicionada pelas comissões relacionadas com mercados financeiros, em particular as comissões associadas a operações sobre títulos, na medida em que as comissões mais directamente relacionadas com o negócio bancário aumentaram 1,8% face ao trimestre homólogo de 2010, beneficiando do desempenho positivo da generalidade das rubricas, com particular destaque para as comissões relacionadas com o negócio de cartões e com as operações de crédito e garantias.

O comportamento das comissões líquidas foi influenciado pela actividade em Portugal e internacional. Na actividade em Portugal, as comissões associadas a operações sobre títulos evidenciaram um decréscimo face ao primeiro trimestre de 2010, determinado pelo menor volume de comissões originado pela montagem de operações, tendo, contudo, as restantes rubricas de comissões registado desempenhos positivos, destacando-se o aumento de 5,8% das comissões mais directamente relacionadas com o negócio bancário, alicerçado nas comissões associadas a operações de crédito e garantias e nas comissões originadas pela prestação de serviços bancários diversos. Na actividade internacional, a evolução das comissões líquidas foi influenciada pelos menores volumes de comissões apuradas nas operações da Grécia e da Suíça, não obstante o crescimento das comissões líquidas geradas pelas actividades desenvolvidas em Angola, em Moçambique e na Polónia.

Os resultados em operações financeiras, que incluem os resultados em operações de negociação e de cobertura e os resultados em activos financeiros disponíveis para venda, situaram-se em 23,7 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, que comparam com 135,4 milhões de euros no primeiro trimestre de 2010, repercutindo a evolução dos resultados em operações de negociação e de cobertura, nomeadamente as operações relacionadas com instrumentos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados e nestas,

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em particular, os instrumentos financeiros detidos para negociação e instrumentos financeiros contabilizados ao fair value option, não obstante a evolução favorável dos resultados associados à carteira de activos financeiros disponíveis para venda.

O comportamento dos resultados em operações financeiras foi influenciado sobretudo pela actividade em Portugal, a qual inclui a contabilização de ganhos no montante de 19,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011 (37,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2010) relacionados com a deterioração do risco de crédito próprio do Banco, como resultado da subida dos spreads de mercado para operações com risco semelhante ao do Millennium bcp. Por seu turno, na actividade internacional, os resultados em operações financeiras foram influenciados pelos menores resultados apurados pelas operações em Moçambique e na Polónia, apesar dos aumentos observados pelas subsidiárias na Grécia e em Angola.

Os outros proveitos de exploração líquidos, que incorporam os outros proveitos de exploração, os outros resultados de actividades não bancárias e os resultados de alienação de subsidiárias e outros activos, totalizaram 20,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, que comparam com 5,0 milhões de euros em igual período de 2010. Esta evolução repercute, por um lado, o registo, em Março de 2011, de um ajuste de prémios de seguros relacionados com pensões na actividade em Portugal, e, por outro, o contributo do desempenho positivo do Millennium bim em Moçambique.

Os resultados por equivalência patrimonial, que incluem os resultados apropriados pelo Grupo associados à consolidação de entidades onde, apesar de exercer influência significativa, não exerce o controlo das políticas financeira e operacional, situaram-se em 16,7 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, um montante idêntico ao apurado no período homólogo de 2010, reflectindo essencialmente a apropriação de resultados relacionados com a participação de 49% detida na Millenniumbcp Ageas.

OUTROS PROVEITOS LÍQUIDOS

Milhões de euros 1º Trim. 11 1º Trim. 10 Var. 11/10

Comissões líquidas

Comissões bancárias Cartões 44,8 43,6 2,8% Crédito e garantias 42,9 41,8 2,7% Bancassurance 19,2 18,7 2,6%

Outras comissões 55,8 55,6 0,2% Subtotal comissões bancárias 162,7 159,7 1,8%

Comissões relacionadas com mercados Operações sobre títulos 19,8 29,5 -32,5% Gestão de activos 12,9 13,0 -0,7%

Subtotal comissões com mercados 32,7 42,5 -22,8% Total comissões líquidas 195,4 202,2 -3,3%

Resultados em operações financeiras 23,7 135,4 -82,5% Outros proveitos de exploração líquidos 20,2 5,0 Rendimentos de instrumentos de capital 0,0 0,9 Resultados por equivalência patrimonial 16,7 16,7 -0,2% Total outros proveitos líquidos 256,0 360,2 -28,9%

Outros proveitos / Produto bancário (1) 38,9% 51,4% (1) Calculado de acordo com Instrução n.º 16/2004 do Banco de Portugal.

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Os custos operacionais, que incorporam os custos com o pessoal, os outros gastos administrativos e as amortizações do exercício, reduziram 6,8%, totalizando 356,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011 (382,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2010). O comportamento dos custos operacionais beneficiou sobretudo da redução evidenciada na actividade em Portugal (-10,4%), como resultado das poupanças alcançadas em todos os agregados, nomeadamente nos custos com o pessoal, em particular nos custos com pensões, e nos outros gastos administrativos, destacando-se os menores gastos em estudos e consultas e em avenças e honorários.

Adicionalmente, na actividade internacional, os custos operacionais registaram uma evolução favorável no primeiro trimestre de 2011, face ao período homólogo de 2010, fundamentalmente explicada pelo impacto dos custos operacionais relevados no primeiro trimestre de 2010 relacionados com as subsidiárias na Turquia e nos Estados Unidos da América, as quais foram parcialmente alienadas no final de 2010. Este impacto positivo mais do que compensou o aumento dos custos operacionais nas operações desenvolvidas na Polónia, Angola e Moçambique, como reflexo da estratégia de crescimento orgânico implementada nestes dois últimos mercados.

O rácio de eficiência consolidado, em base comparável, situou-se em 58,9% no primeiro trimestre de 2011 (54,5% relevados no primeiro trimestre de 2010), enquanto na actividade em Portugal fixou-se em 56,4% no primeiro trimestre de 2011 (50,6% em igual período de 2010).

Os custos com o pessoal cifraram-se em 192,0 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, registando uma redução de 8,1%, face aos 208,8 milhões de euros apurados em igual período de 2010. A diminuição dos custos com o pessoal foi determinada essencialmente pelos menores custos contabilizados em Portugal, nomeadamente os custos com pensões, na sequência dos acordos celebrados com ex-administradores que suportaram a anulação de provisões, no montante de 31,4 milhões de euros, que estavam relevadas no balanço do Banco. Na actividade internacional, os custos com o pessoal registaram um ligeiro aumento (+1,1%), entre o primeiro trimestre de 2010 e o primeiro trimestre de 2011, influenciado pelo crescimento dos custos na generalidade das operações no exterior, em particular na Polónia, reflectindo o aumento de remunerações, e em Angola e em Moçambique, traduzindo o reforço do quadro de pessoal com mais 169 e 152 colaboradores, respectivamente, no âmbito dos planos de expansão em curso.

Os outros gastos administrativos reduziram 5,6%, cifrando-se em 139,4 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, face aos 147,7 milhões de euros apurados no primeiro trimestre de 2010. Esta redução dos outros gastos administrativos beneficiou das poupanças alcançadas, em particular dos menores gastos relacionados com estudos e consultas e com avenças e honorários. O comportamento dos outros gastos administrativos reflecte essencialmente o desempenho na actividade em Portugal, ao registarem uma redução de 7,3% face ao primeiro trimestre de 2010, repercutindo o efeito de iniciativas com enfoque na racionalização e contenção de custos operacionais.

Na actividade internacional, os outros gastos administrativos também reduziram 3,3%, situando-se em 62,1 milhões de euros, face aos 64,2 milhões de euros relevados no primeiro trimestre de 2010, beneficiando, por um lado, do efeito da alienação parcial das operações na Turquia e nos Estados Unidos da América que ocorreu no final de 2010, e, por outro, da redução de custos alcançada pelo Millennium bank na Grécia e pela Banca Millennium na Roménia, não obstante os aumentos observados na Polónia, em Angola e em Moçambique.

As amortizações do exercício cifraram-se em 24,8 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, que comparam com 25,7 milhões de euros em igual período de 2010. A evolução das amortizações do exercício reflecte sobretudo o menor nível de amortizações relevado na actividade em Portugal, em particular as amortizações relacionadas com equipamentos e com imóveis, na sequência do gradual termo do período de amortização de investimentos realizados, o que mais do que compensou o acréscimo de amortizações relacionadas com software, reflectindo o esforço continuado de renovação tecnológica. Por seu turno, na actividade internacional registou-se um aumento do nível de amortizações do exercício, repercutindo os investimentos de suporte à expansão da actividade que têm vindo a ser efectuados pelas subsidiárias em Moçambique, em Angola e na Roménia, apesar da diminuição das amortizações no Bank Millennium na Polónia, em particular as amortizações relacionadas com imóveis.

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CUSTOS OPERACIONAIS

Milhões de euros 1º Trim. 11 1º Trim. 10 Var. 11/10

Custos com o pessoal 192,0 208,8 -8,1% Outros gastos administrativos 139,4 147,7 -5,6% Amortizações do exercício 24,8 25,7 -3,6%

356,2 382,2 -6,8%

dos quais: Actividade em Portugal 213,3 238,1 -10,4% Actividade internacional 142,9 144,1 -0,8%

Custos operacionais / Produto bancário (1) 56,4% 50,6% (1) Actividade em Portugal. Calculado de acordo com a Instrução n.º 16/2004 do Banco de Portugal.

A imparidade do crédito (líquida de recuperações) situou-se em 166,6 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, comparando com 164,8 milhões de euros no período homólogo de 2010, reflectindo essencialmente o reforço das dotações para imparidade do crédito na actividade em Portugal, numa conjuntura particularmente adversa para variados sectores de actividade económica, não obstante o enfoque no reforço dos mecanismos de prevenção, controlo e gestão do risco. Na actividade internacional, a imparidade do crédito (líquida de recuperações) evidenciou uma evolução favorável face ao primeiro trimestre de 2010, influenciada sobretudo pela actividade na Polónia.

O custo do risco, avaliado pela proporção das dotações para imparidade do crédito (líquidas de recuperações) em função da carteira de crédito, situou-se em 88 pontos base no primeiro trimestre de 2011 (85 pontos base no primeiro trimestre de 2010).

As outras imparidades e provisões, que incorporam as dotações para imparidades de outros activos, entre os quais os activos recebidos em dação não totalmente cobertos por garantias, e as outras provisões, situaram-se em 28,6 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, que comparam com 21,8 milhões de euros em igual período de 2010. Esta evolução foi influenciada fundamentalmente pela actividade em Portugal, como resultado do reforço de dotações relacionadas com outras provisões para riscos e encargos, nomeadamente perdas por imparidade associadas a imóveis recebidos por via da resolução de contratos de crédito com clientes. Na actividade internacional, as outras imparidades e provisões registaram um aumento, reflectindo os níveis de provisionamento relevados pelas subsidiárias em Moçambique e Angola, não obstante a diminuição evidenciada pelo Bank Millennium na Polónia.

BALANÇO

O activo total consolidado totalizou 96.629 milhões de euros em 31 de Março de 2011, que compara com os 96.660 milhões de euros apurados em igual data de 2010.

O crédito a clientes (bruto) situou-se em 75.315 milhões de euros em 31 de Março de 2011 (-2,4%), face aos 77.137 milhões de euros apurados em 31 de Março de 2010, tendo esta evolução sido influenciada fundamentalmente pela actividade em Portugal, que registou uma diminuição de 3,5% face ao final de Março de 2010, não obstante o crescimento de 1,7% do crédito a clientes na actividade internacional, alicerçado nos desempenhos das subsidiárias na Polónia, em Moçambique e em Angola.

O desempenho do crédito a clientes foi influenciado sobretudo pela contracção do crédito a empresas, que se cifrou em 39.926 milhões de euros em 31 de Março de 2011 (-6,1%), mantendo-se, no entanto, como a principal componente da carteira de crédito a clientes, representando 53% do crédito total. Por seu turno, o crédito a particulares evidenciou um aumento de 2,2% face ao final de Março de 2010, suportado pelo crescimento de 3,8% do crédito à habitação, beneficiando dos desempenhos tanto da actividade em Portugal como da actividade internacional.

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CRÉDITO A CLIENTES (BRUTO)

Milhões de euros 31 Mar. 11 31 Mar. 10 Var. 11 / 10

Particulares

Crédito hipotecário 30.667 29.543 3,8%

Crédito ao consumo 4.722 5.097 -7,4%

35.389 34.640 2,2%

Empresas

Serviços 15.832 16.509 -4,1%

Comércio 4.639 4.975 -6,7%

Construção 5.304 5.160 2,8%

Outros 14.151 15.853 -10,7%

39.926 42.497 -6,1%

Total 75.315 77.137 -2,4%

do qual:

Actividade em Portugal 58.231 60.334 -3,5%

Actividade internacional 17.084 16.803 1,7%

A qualidade da carteira de crédito, avaliada pelos níveis dos indicadores de incumprimento, em particular pela proporção de crédito vencido há mais de 90 dias em função do crédito total, situou-se em 3,4% em 31 de Março de 2011 (2,5% em igual data de 2010), reflexo da deterioração das condições económicas e financeiras das famílias e das empresas. O rácio de cobertura do crédito vencido há mais de 90 dias por imparidade situou-se em 103,8% em 31 de Março de 2011.

CRÉDITO VENCIDO HÁ MAIS DE 90 DIAS E IMPARIDADE EM 31 DE MARÇO DE 2011

Milhões de euros

Crédito vencido há mais de 90

dias

Imparidade para riscos de crédito

Crédito vencido há mais

de 90 dias / Crédito

total

Grau de cobertura

(Imparidade/CV >90 dias)

Particulares

Crédito hipotecário 194 175 0,6% 90,5%

Crédito ao consumo 510 421 10,8% 82,4%

704 596 2,0% 84,6%

Empresas

Serviços 531 646 3,4% 121,8%

Comércio 332 266 7,1% 80,3%

Construção 487 345 9,2% 70,9%

Outros 475 772 3,4% 162,4%

1.825 2.029 4,6% 111,2%

Total 2.529 2.625 3,4% 103,8%

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Os recursos totais de clientes cifraram-se em 66.605 milhões de euros em 31 de Março de 2011 (-1,2%), face aos 67.446 milhões de euros apurados em igual data de 2010. Esta evolução foi condicionada pelo desempenho dos recursos fora de balanço de clientes (-8,2%), tanto dos activos sob gestão como dos produtos de capitalização, apesar de ter sido parcialmente compensado pelo crescimento de 1,1% dos recursos de balanço de clientes.

Na actividade em Portugal, os recursos totais de clientes totalizaram 50.633 milhões de euros em 31 de Março de 2011, tendo praticamente estabilizado face aos 50.902 milhões de euros relevados no final de Março de 2010, alicerçados sobretudo no crescimento dos recursos de balanço de clientes. Por seu turno, na actividade internacional, os recursos totais de clientes situaram-se em 15.972 milhões de euros em 31 de Março de 2011 (-3,5%), influenciados pela actividade desenvolvida na Grécia, embora sejam de destacar os desempenhos positivos do Bank Millennium na Polónia, quer ao nível dos recursos de balanço, quer dos recursos fora de balanço, bem como do Millennium bim em Moçambique e do Banco Millennium Angola, estes últimos centrados na captação de depósitos de clientes.

RECURSOS TOTAIS DE CLIENTES

Milhões de euros 31 Mar. 10 31 Mar. 09 Var. 11 / 10

Recursos de balanço de clientes Depósitos de clientes 44.867 45.978 -2,4% Débitos para com clientes titulados (1) 6.328 4.683 35,1% 51.195 50.661 1,1% Recursos fora de balanço de clientes Activos sob gestão 4.373 5.073 -13,8% Produtos de capitalização (2) 11.037 11.712 -5,8% 15.410 16.785 -8,2% Total 66.605 67.446 -1,2% dos quais:

Actividade em Portugal 50.633 50.902 -0,5% Actividade internacional 15.972 16.544 -3,5%

(1) Emissões de títulos de dívida do Banco colocados junto de clientes. (2) Inclui Unit linked e Planos poupança reforma.

GESTÃO DE LIQUIDEZ

No primeiro trimestre de 2011, o acesso ao mercado institucional de financiamento por grosso (wholesale funding) continuou fortemente condicionado pelos efeitos da crise da dívida soberana que afectou particularmente alguns países periféricos europeus, incluindo Portugal, dificultando a mobilização de recursos financeiros pelas instituições financeiras. Com efeito, o acesso aos mercados de dívida titulada continuou muito limitado, tanto na componente de médio e longo prazo (MTN e obrigações hipotecárias), como na de curto prazo (MMI e papel comercial), embora com sinais de um maior dinamismo nesta última componente, mantendo-se o recurso às condições excepcionais de cedência de liquidez do Banco Central Europeu (BCE) como alternativa ao financiamento da actividade.

O planeamento da liquidez do Millennium bcp para 2011 tem subjacente, por um lado, o objectivo de redução significativa das necessidades de financiamento da actividade comercial, visando a redução do gap comercial, quer através do reforço dos recursos de balanço de clientes, quer pela contenção do volume de crédito concedido a clientes, e, por outro, uma maior concentração da actividade de financiamento por grosso em operações de curto prazo, a par da execução do plano de reforço de colateral para operações com o BCE.

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Nestes primeiros meses de 2011, para além do recurso às operações de cedência de liquidez junto do BCE com perfis de maturidade até aos três meses, foi possível ao Millennium bcp continuar a reduzir progressivamente a dependência desta fonte de financiamento, através de um acrescido envolvimento no mercado de operações de venda de activos com acordo de recompra (repo), tendo o montante global destas operações situado-se em 1,5 mil milhões de euros no final de Março de 2011, com um aumento substancial do número de contrapartes e uma diversificação de prazos e montantes.

O reforço da carteira de activos elegíveis como colateral para operações de financiamento junto de BCE prosseguiu neste primeiro trimestre de 2011, através de uma nova emissão de obrigações hipotecárias no montante de 1.000 milhões de euros, materializando a titularização de uma carteira de crédito hipotecário residencial. Não obstante a alteração dos critérios de elegibilidade dos activos e de revisão dos haircuts sobre colaterais, a carteira de títulos elegíveis para colateral em eventuais operações de financiamento junto de Bancos Centrais situou-se em 20,1 mil milhões de euros, incluindo uma operação que deixou de integrar a pool no final de Março de 2011 e que foi retomada no decurso do mês de Abril de 2011.

CAPITAL

Na sequência da solicitação oportunamente endereçada pelo Millennium bcp, o Banco de Portugal autorizou formalmente a adopção de metodologias baseadas em modelos de notações internas (IRB) no cálculo de requisitos de capital para riscos de crédito e de contraparte, cobrindo uma parte substancial dos riscos da actividade em Portugal e com efeitos a 31 de Dezembro de 2010.

No final do primeiro trimestre de 2011, o rácio Core Tier I consolidado ascendeu a 6,7% e os rácios Tier I e Total fixaram-se, respectivamente, em 9,2% e em 10,3%, situando-se ao nível dos valores reportados no final de 2010.

O rácio Core Tier I melhorou 3 pontos base no primeiro trimestre de 2011, devido à redução dos riscos ponderados e aos resultados retidos, não obstante o efeito negativo, no Core Tier I, da amortização dos impactos diferidos autorizados pelo Banco de Portugal relacionados com a transição para as IFRS, a tábua de mortalidade de 2005 e as perdas actuariais de 2008, que condicionaram a evolução daquele agregado no período em análise.

Os riscos ponderados caíram 1,2 mil milhões de euros face ao final de 2010, reflectindo em boa medida a redução da actividade associada ao processo de deleveraging em curso, nomeadamente em termos de exposições de crédito a clientes e instituições financeiras, a par da manutenção do esforço de optimização e de reforço de colaterais e da diminuição dos requisitos de capital para riscos de mercado.

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RÁCIO DE SOLVABILIDADE

Milhões de euros 31 Mar. 11 31 Dez. 10

Fundos Próprios

Base 5.392 5.455

dos quais: Acções preferenciais e “Valores” 1.933 1.935

Outras deduções (1) (446) (446)

Complementares 722 774

Deduções aos Fundos Próprios Totais (117) (113)

Total 5.997 6.116 Riscos Ponderados 58.400 59.564 Rácios de Solvabilidade

Core Tier I 6,7% 6,7%

Tier I 9,2% 9,2%

Tier II 1,1% 1,1%

Total 10,3% 10,3% (1) Inclui as deduções relacionadas com o diferencial de perdas esperadas face à imparidade e com a detenção de participações significativas no capital de instituições financeiras não consolidadas para efeitos prudenciais, nomeadamente as associadas às participações detidas na Millenniumbcp Ageas e no Banque BCP (França e Luxemburgo).

Nota: O Banco de Portugal autorizou a utilização dos métodos de notações internas (IRB) para o cálculo de requisitos de fundos próprios para risco de crédito, com efeitos a 31 de Dezembro de 2010. Foram consideradas estimativas próprias das probabilidades de incumprimento e das perdas dado o incumprimento (IRB Advanced) para as exposições de retalho sobre pequenas empresas e colateralizadas por bens imóveis, residenciais ou comerciais, e estimativas próprias para as probabilidades de incumprimento (IRB Foundation) para as carteiras de empresas, em Portugal, excluindo as do segmento de promoção imobiliária e as tratadas pelo sistema de rating simplificado. No 1º semestre de 2009, o Banco recebeu autorização do Banco de Portugal para a utilização do método avançado (modelo interno) para o risco genérico de mercado e para a utilização do método padrão para o risco operacional.

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SEGMENTOS O Millennium bcp desenvolve um conjunto de actividades bancárias e de serviços financeiros em Portugal e no estrangeiro, com especial ênfase nos negócios de Banca de Retalho, de Banca de Empresas, de Corporate & Banca de Investimento e de Private Banking & Asset Management. Caracterização dos segmentos

O segmento Banca de Retalho inclui: (i) a Banca de Retalho em Portugal, a qual se encontra delineada tendo em consideração os clientes que valorizam uma proposta de valor alicerçada na inovação e rapidez, designados clientes Mass-market, e os clientes cuja especificidade de interesses, dimensão do património financeiro ou nível de rendimento, justificam uma proposta de valor baseada na inovação e na personalização de atendimento através de um gestor de cliente dedicado, designados clientes Prestige e Negócios; e (ii) o ActivoBank, um banco vocacionado para clientes com espírito jovem, utilizadores intensivos das novas tecnologias de comunicação e que privilegiam uma relação bancária assente na simplicidade, oferecendo serviços e produtos inovadores. A Banca de Retalho funciona, no âmbito da estratégia de cross-selling do Grupo, como canal de distribuição de produtos e serviços de outras empresas do Grupo. O segmento Banca de Empresas em Portugal, serve as necessidades financeiras de empresas com volume anual de negócios compreendidos entre 7,5 milhões de euros e 100 milhões de euros, apostando na inovação e numa oferta global de produtos bancários tradicionais complementada com financiamentos especializados. No âmbito da estratégia de cross-selling, a Banca de Empresas funciona como canal de distribuição de produtos e serviços de outras empresas do Grupo. O segmento Corporate & Banca de Investimento inclui: i) a rede Corporate em Portugal, dirigida a empresas e entidades institucionais com um volume anual de negócios superior a 100 milhões de euros, oferecendo uma gama completa de produtos e serviços de valor acrescentado; ii) a Banca de Investimento, especializada no mercado de capitais, na prestação serviços de consultoria e assessoria estratégica e financeira, serviços especializados de Project finance, Corporate finance, corretagem de valores mobiliários e Equity research, bem como na estruturação de produtos derivados de cobertura de risco; e iii) a actividade da Direcção Internacional do Banco. O segmento Private Banking & Asset Management, para efeitos de segmentos geográficos, engloba a rede de Private Banking em Portugal e as subsidiárias especializadas no negócio de gestão de fundos de investimento que operam em Portugal. Em termos de segmentos de negócio inclui também a actividade do Banque Privée BCP e do Millennium bcp Bank & Trust. O segmento Negócios no Exterior, para efeitos de segmentos geográficos, engloba as diferentes operações do Grupo fora de Portugal, nomeadamente o Bank Millennium na Polónia, o Millennium bank na Grécia, o Banque Privée BCP na Suíça, a Banca Millennium na Roménia, o Millennium bim em Moçambique, o Banco Millennium Angola em Angola, o Millennium bcp Bank & Trust nas Ilhas Caimão, o Millennium bank na Turquia (operação alienada em 27 de Dezembro de 2010) e o Millennium bcpbank nos Estados Unidos da América (operação alienada em 15 de Outubro de 2010). Para efeitos de segmentos de negócios, o segmento Negócios no Exterior contempla as diferentes operações do Grupo fora de Portugal anteriormente referidas com excepção do Banque Privée BCP na Suíça e do Millennium bcp Bank & Trust nas Ilhas Caimão que, neste âmbito, fazem parte do segmento Private Banking & Asset Management. Na Polónia o Grupo está representado por um banco universal de âmbito nacional que oferece uma vasta gama de produtos e serviços financeiros a particulares e a empresas, na Grécia por uma operação baseada na inovação de produtos e serviços, na Suíça pelo Banque Privée BCP, uma operação de Private Banking de direito suíço e na Roménia por uma operação vocacionada para os segmentos de particulares e de pequenas e médias empresas. O Grupo encontra-se ainda representado em Moçambique por um banco universal, direccionado para clientes particulares e empresas, em Angola por um banco enfocado em clientes particulares, empresas e instituições do sector público e privado e nas Ilhas Caimão pelo Millennium bcp Bank & Trust, um banco especialmente vocacionado para a prestação de serviços internacionais, na área de Private Banking, a clientes com elevado património financeiro (segmento Affluent).

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Actividade por segmentos

Os valores reportados para cada segmento resultam da agregação das subsidiárias e das unidades de negócio definidas no perímetro de cada segmento, reflectindo também o impacto, ao nível do balanço e da demonstração de resultados, do processo de afectação de capital e de balanceamento de cada entidade, efectuado com base em valores médios. As rubricas do balanço de cada subsidiária e de cada unidade de negócio são recalculadas tendo em conta a substituição dos capitais próprios contabilísticos pelos montantes afectos através do processo de alocação, respeitando os critérios regulamentares de solvabilidade.

Tendo em consideração que o processo de alocação de capital obedece a critérios regulamentares de solvabilidade em vigor, os riscos ponderados, e consequentemente o capital afecto aos segmentos, baseiam-se na metodologia de Basileia II, aplicando-se: i) no primeiro trimestre de 2010 o método padrão para o cálculo dos requisitos de capital para riscos de crédito; e ii) no 1º trimestre de 2011 o IRB Advanced para riscos de crédito da carteira de Retalho relativos a pequenos negócios ou colateralizados por bens imóveis residenciais ou comerciais e IRB Foundation para o crédito a empresas, em Portugal, excepto promotores imobiliários e entidades do sistema de rating simplificado. A afectação de capital a cada segmento, no primeiro trimestre de 2011 e de 2010, resultou da aplicação de 6,5% aos riscos geridos por cada um dos segmentos.

A partir de 2009, mediante autorização concedida pelo Banco de Portugal, foi adoptado o método standard para o risco operacional e o método dos modelos internos para o risco genérico de mercado e para riscos cambiais, no perímetro gerido centralmente desde Portugal. O balanceamento das várias operações é assegurado por transferências internas de fundos, não se registando alterações ao nível consolidado.

Para efeitos de comparabilidade desta informação foram repercutidas, no primeiro trimestre de 2010, as alterações ocorridas no decurso de 2010 ao nível da organização dos segmentos: a Banca de Retalho e a Banca de Empresas foram individualizadas, a rede Corporate passou a fazer parte do segmento Corporate & Banca de Investimento e a Interfundos que fazia parte do segmento Private Banking & Asset Management passou a integrar a Banca de Empresas.

As contribuições líquidas de cada segmento não estão deduzidas, quando aplicável, dos interesses que não controlam. Assim, os valores das contribuições líquidas apresentados reflectem os resultados individuais das unidades de negócio, independentemente da percentagem de participação detida pelo Grupo, incluindo os impactos dos movimentos de fundos anteriormente descritos. A informação seguidamente apresentada foi preparada tendo por base as demonstrações financeiras elaboradas de acordo com as IFRS e com a organização das áreas de negócio do Grupo em vigor em 31 de Março de 2011.

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Banca de Retalho

A contribuição líquida da Banca de Retalho em Portugal ascendeu a 7,3 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, comparando com 37,0 milhões de euros relevados no período homólogo de 2010. O desempenho deste segmento reflecte o impacto da evolução desfavorável registada nas dotações para imparidade de crédito, na margem financeira e nos custos operacionais, tendo sido apenas parcialmente compensado pela subida dos outros proveitos líquidos.

O desempenho da margem financeira no primeiro trimestre de 2011 está influenciado pelo menor volume de crédito concedido e pela redução da taxa de margem financeira do crédito, não obstante o aumento das taxas de margem dos depósitos à ordem e a prazo.

O aumento dos outros proveitos líquidos no primeiro trimestre de 2011, face ao período homólogo de 2010, foi determinado pelo acréscimo das comissões, nomeadamente as relacionadas com crédito, seguros de poupança e operações de bolsa.

As dotações para imparidade registaram uma subida no primeiro trimestre de 2011, quando comparado com o valor relevado no período homólogo de 2010, como resultado do aumento dos sinais de imparidade da carteira de crédito na sequência da deterioração das condições económicas e financeiras das empresas e dos particulares.

O aumento registado nos custos operacionais evidenciou maiores custos com pensões, nomeadamente, a amortização das diferenças actuariais acima do corredor, e com gastos administrativos associados à recuperação de crédito.

Os recursos totais de clientes, reflectindo o esforço comercial na captação de recursos, mantiveram-se estáveis ascendendo a 36.043 milhões de euros em 31 de Março de 2011, face aos 36.181 milhões de euros em 31 de Março de 2010. Por seu turno, o crédito a clientes diminuiu 3,5%, totalizando 33.221 milhões de euros em 31 de Março de 2011, comparando com os 34.439 milhões de euros contabilizados na mesma data de 2010, influenciado pela redução do crédito à habitação, do crédito à promoção imobiliária, do crédito ao consumo, do financiamento a empresas e do leasing imobiliário.

Milhões de euros 31 Mar.11 31 Mar.10 Var.

11 / 10 Demonstração de resultados

Margem financeira 111,4 133,4 -16,5% Outros proveitos líquidos 117,4 109,6 7,2% 228,8 243,0 -5,8% Custos operacionais 173,5 165,1 5,1% Imparidade 45,0 27,6 63,2% Contribuição antes de impostos 10,4 50,4 -79,4% Impostos 3,1 13,4 -76,9% Contribuição líquida 7,3 37,0 -80,3%

Síntese de indicadores

Capital afecto 986 1.319 -25,2% Rendibilidade do capital afecto 3,0% 11,4% Riscos ponderados 15.177 20.297 -25,2% Rácio de eficiência 75,8% 67,9%

Crédito a clientes (1) 33.221 34.439 -3,5% Recursos totais de clientes 36.043 36.181 -0,4%

(1) Inclui papel comercial. Nota: Crédito e os recursos de clientes em saldos médios mensais.

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Banca de Empresas

O segmento Banca de Empresas em Portugal registou uma contribuição líquida de 8,7 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, comparando com uma contribuição líquida de 12,8 milhões de euros no período homólogo de 2010. O desempenho deste segmento foi determinado pela redução dos outros proveitos líquidos na sequência da diminuição das comissões associadas a serviços financeiros e a negócio de empresas não residentes.

A evolução da margem financeira reflecte o efeito da redução dos volumes de negócio e do aumento da taxa de margem financeira dos recursos à ordem e do crédito, na sequência do alinhamento do pricing das novas operações contratadas de modo a adequar o preço dos produtos ao perfil de risco de cada cliente.

A redução das dotações para imparidade registada no primeiro trimestre de 2011, quando comparada com o período homólogo de 2010, decorre do esforço de monitorização e acompanhamento efectuado e traduz o resultado do reforço da cobertura dos sinais de imparidade da carteira de crédito observado em 2010.

A diminuição dos custos operacionais encontra-se suportada nas medidas de simplificação organizativa e de optimização dos processos, que têm vindo a ser implementadas de forma consistente, consubstanciada nas reduções observadas nos outros gastos administrativos.

Os recursos totais de clientes ascenderam a 2.797 milhões de euros em 31 de Março de 2011, comparando com os 3.026 milhões de euros atingidos em 31 de Março de 2010 e reflectem, essencialmente, o desempenho dos activos sob gestão.

O crédito a clientes diminuiu 4,5%, ao totalizar 9.894 milhões de euros em 31 de Março de 2011, comparando com os 10.364 milhões de euros contabilizados na mesma data de 2010, determinado pela redução do financiamento em moeda nacional, do papel comercial e do crédito à promoção imobiliária.

Milhões de euros 31 Mar.11 31 Mar.10 Var.

11 / 10 Demonstração de resultados

Margem financeira 42,0 44,1 -4,8% Outros proveitos líquidos 18,0 26,2 -31,3% 60,0 70,3 -14,7% Custos operacionais 14,6 15,2 -4,3% Imparidade 33,2 37,7 -12,0% Contribuição antes de impostos 12,3 17,4 -29,5% Impostos 3,5 4,6 -23,1% Contribuição líquida 8,7 12,8 -31,8%

Síntese de indicadores

Capital afecto 616 659 -6,5% Rendibilidade do capital afecto 5,7% 7,9% Riscos ponderados 9.477 10.133 -6,5% Rácio de eficiência 24,3% 21,6%

Crédito a clientes (1) 9.894 10.364 -4,5% Recursos totais de clientes 2.797 3.026 -7,6%

(1) Inclui papel comercial. Nota: Crédito e os recursos de clientes em saldos médios mensais.

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Corporate & Banca de Investimento

No segmento Corporate & Banca de Investimento a contribuição líquida ascendeu a 22,8 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, comparando com 26,5 milhões de euros relevados no período homólogo de 2010. Esta evolução foi determinada pelo aumento das dotações para imparidade de crédito e pela redução da margem financeira, não obstante o bom desempenho dos outros proveitos líquidos e o controlo dos custos operacionais.

A margem financeira, por seu turno, foi condicionada pelo efeito taxa de juro desfavorável, resultante da diminuição dos spreads dos depósitos à ordem, apesar do enfoque na rendibilidade através, nomeadamente, do reforço do processo de repricing das operações de crédito, de forma a adequar o preçário ao perfil de risco dos clientes.

O acréscimo dos outros proveitos líquidos decorre do aumento das comissões na rede Corporate, em linha com a prioridade estratégica de enfoque na cobrança de comissões, com destaque para as comissões associadas ao crédito, aos serviços financeiros e aos derivados, apesar da diminuição dos resultados em operações financeiras.

Ao nível dos recursos e do crédito a clientes, e em conformidade com a prioridade estratégica de deleverage, continuamos a assistir no primeiro trimestre de 2011 à limitação de novas operações do lado do crédito e ao esforço de captação de recursos. Assim, os recursos totais de clientes cresceram 19,5%, ascendendo a 13.928 milhões de euros em 31 de Março de 2011, comparando com 11.656 milhões de euros apurados em 31 de Março de 2010. O crédito a clientes atingiu 12.860 milhões de euros no final de Março de 2011, reduzindo 1,0% face aos 12.985 milhões de euros contabilizados no final de Março de 2010, decorrente do desempenho dos financiamento em moeda nacional e do crédito sindicado.

Milhões de euros 31 Mar.11 31 Mar.10 Var.

11 / 10 Demonstração de resultados

Margem financeira 51,0 53,7 -5,0% Outros proveitos líquidos 46,7 46,1 1,4% 97,7 99,8 -2,0% Custos operacionais 18,3 18,4 -0,4% Imparidade 47,3 45,3 4,3% Contribuição antes de impostos 32,2 36,1 -10,9% Impostos 9,3 9,6 -2,5% Contribuição líquida 22,8 26,5 -13,9%

Síntese de indicadores

Capital afecto 1.103 930 18,6% Rendibilidade do capital afecto 8,4% 11,6% Riscos ponderados 16.970 14.309 18,6% Rácio de eficiência 18,8% 18,4%

Crédito a clientes (1) 12.860 12.985 -1,0% Recursos totais de clientes 13.928 11.656 19,5%

(1) Inclui papel comercial. Nota: Crédito e os recursos de clientes em saldos médios mensais.

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Private Banking & Asset Management

O segmento Private Banking & Asset Management, considerando o critério de segmentação geográfica, registou uma contribuição líquida positiva de 0,1 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, comparando favoravelmente com uma contribuição líquida negativa de 5,0 milhões de euros no período homologo de 2010. Esta evolução reflecte, essencialmente, a redução das dotações para imparidade de crédito e o aumento dos outros proveitos líquidos que permitiu mitigar o decréscimo da margem financeira.

A redução da margem financeira reflecte o decréscimo quer dos volumes de negócio quer das taxas de margem financeira dos recursos a prazo e do crédito a clientes, não obstante o esforço de implementação do repricing de forma a reflectir o custo do risco e de liquidez e o aumento da taxas de margem financeira dos recursos à ordem.

O acréscimo dos outros proveitos líquidos em 32,7% reflecte a revisão do preçário no sentido da sua adequação à proposta de valor do Banco, e decorre da actividade do Private Banking em Portugal encontrando-se associado, essencialmente, ao aumento das comissões de fundos de terceiros e de fundos de investimento.

A redução das dotações para imparidade decorre da estratégia seguida de gestão da qualidade da carteira de crédito, nomeadamente através do reforço dos colaterais, beneficiando também da diminuição registada na carteira de crédito.

Os recursos totais de clientes ascenderam a 5.676 milhões de euros em 31 de Março de 2011, comparando com os 5.990 milhões de euros atingidos em 31 de Março de 2010.

O crédito a clientes totalizou 1.309 milhões de euros em 31 de Março de 2011, decrescendo 28,6% face a 31 de Março de 2010, como resultado da redução do crédito concedido pelo Private Banking em Portugal.

Milhões de euros 31 Mar.11 31 Mar.10 Var.

11 / 10 Demonstração de resultados

Margem financeira 4,3 7,1 -39,2% Outros proveitos líquidos 7,1 5,3 32,7% 11,4 12,4 -8,3% Custos operacionais 8,1 8,2 -0,1% Imparidade 3,2 11,2 -71,4% Contribuição antes de impostos 0,0 (7,0) Impostos (0,1) (1,9) Contribuição líquida 0,1 (5,0)

Síntese de indicadores

Capital afecto 53 85 -38,1% Rendibilidade do capital afecto 0,7% -24,0% Riscos ponderados 810 1.309 -38,1% Rácio de eficiência 71,8% 65,9%

Crédito a clientes 1.309 1.833 -28,6% Recursos totais de clientes 5.676 5.990 -5,2%

Nota: Crédito e os recursos de clientes em saldos médios mensais.

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BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S.A., sociedade aberta, com sede na Praça D.João I, 28, Porto, capital social de 4.694.600.000 euros, matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Porto sob o número único de matrícula e de identificação fiscal 501 525 882

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Negócios no Exterior A contribuição líquida do segmento Negócios no Exterior, considerando o critério de segmentação geográfica, ascendeu a 32,1 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011, comparando com uma contribuição líquida de 34,6 milhões de euros no período homólogo de 2010, determinada pelo desempenho da operação na Grécia. O aumento da margem financeira em 8,0% face ao primeiro trimestre 2010, foi observado na generalidade das geografias, com excepção da Grécia, incorporando, não apenas o efeito volume, mas também o efeito taxa de juro, associada à subida das taxas de juro nas operações contratadas. O bom desempenho da margem financeira está suportado nas operações desenvolvidas na Polónia, em Angola, em Moçambique e na Roménia. O decréscimo dos outros proveitos líquidos incorpora a diminuição dos resultados cambiais, com destaque para as operações na Polónia e em Moçambique e para o desempenho das comissões apuradas nas operações da Grécia e da Suíça, não obstante o contributo positivo das comissões geradas pelas actividades desenvolvidas em Angola, em Moçambique e na Polónia. O decréscimo dos custos operacionais no primeiro trimestre de 2011, face ao período homólogo de 2010, reflecte, em parte, os custos operacionais relevados no primeiro trimestre de 2010 relacionados com as actividades desenvolvidas na Turquia e nos Estados Unidos da América, as quais foram entretanto alienadas. Este impacto positivo permitiu colmatar o aumento dos custos operacionais nas operações desenvolvidas na Polónia, em Angola e em Moçambique, nestas duas últimas geografias como reflexo da estratégia de crescimento orgânico. A redução das dotações para imparidade e provisões em 15,0% face ao período homólogo, está associada ao menor nível de provisionamento relevado em todas as geografias à excepção da Grécia. O crédito concedido a clientes cresceu 1,3%, ascendendo a 16.512 milhões de euros em 31 de Março de 2011, beneficiando do desempenho do crédito a particulares, e reflectindo o crescimento evidenciado nas operações desenvolvidas na Polónia, em Moçambique e em Angola. Os recursos totais de clientes diminuíram 1,7%, totalizando 15.996 milhões de euros em 31 de Março de 2011, apesar do desempenho favorável dos produtos de capitalização.

Milhões de euros 31 Mar.11 31 Mar.10 Var.

11 / 10 Demonstração de resultados

Margem financeira 136,4 126,3 8,0% Outros proveitos líquidos 82,6 99,8 -17,2% 219,1 226,1 -3,1% Custos operacionais 143,0 144,1 -0,8% Imparidade 34,2 40,2 -15,0% Contribuição antes de impostos 41,9 41,8 0,3% Impostos 9,8 7,2 -36,4% Contribuição líquida 32,1 34,6 -7,2%

Síntese de indicadores

Capital afecto 1.242 1.360 -8,7% Rendibilidade do capital afecto 10,5% 10,3% Riscos ponderados 14.353 14.474 -0,8% Rácio de eficiência 65,3% 63,7%

Crédito a clientes 16.512 16.303 1,3% Recursos totais de clientes 15.996 16.270 -1,7%

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BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S.A., sociedade aberta, com sede na Praça D.João I, 28, Porto, capital social de 4.694.600.000 euros, matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Porto sob o número único de matrícula e de identificação fiscal 501 525 882

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ACONTECIMENTOS SIGNIFICATIVOS A concretização de um conjunto de iniciativas no âmbito da estratégia de gestão da liquidez, nomeadamente o esforço de captação de recursos de balanço, a redução do crédito e a recomposição do balanço; a continuação do ajustamento do preçário face à evolução do custo de funding, suportando a evolução positiva dos proveitos core; a adopção de medidas adicionais de controlo dos custos operacionais; a política de proximidade aos Clientes e a promoção da inovação como vantagem competitiva determinante constituíram os acontecimentos mais significativos na actividade do Millennium bcp no primeiro trimestre de 2011. Merecem especial relevância:

§ Celebração do 1.º aniversário do ActivoBank com a inauguração da 5.ª sucursal, no Centro Comercial Vasco da Gama em Lisboa. Para comemorar a data, o ActivoBank disponibilizou ainda aos seus novos Clientes depósitos a prazo com taxas atractivas, a par de produtos e serviços inovadores e suportados nas novas tecnologias.

§ Reunião do Conselho da Rede Europeia de Microfinança, em Lisboa, tendo o Microcrédito do Millennium bcp sido o anfitrião da reunião.

§ Lançamento de uma nova versão da aplicação App Millennium, para o tablet iPad, o que acresce à oferta do Millennium bcp em aplicações de banca móvel, que abrange já os equipamentos iPhone e iPod Touch, BlackBerry, smartphones Java e Android.

§ Lançamento do Movimento Milénio, uma iniciativa, promovida pelo Jornal Expresso e pelo Millennium bcp que visa antecipar respostas sobre temas de grande importância para o país criando, assim, um debate público sobre os principais pilares da sociedade: Negócios, Democracia, Consumo e Cidades.

§ Parceria da AESE - Escola de Direcção e Negócios, a ENTRAJUDA e a Fundação Millennium bcp para a organização conjunta de mais um programa de Gestão das Organizações Sociais, programa de aperfeiçoamento destinado a dirigentes de instituições do sector social, patrocinado pelo Millennium bcp.

§ Celebração em parceria com a Microsoft Portugal, do “Dia da Internet Segura”, que juntou 156 voluntários do Banco, da Microsoft e EPIS, que se deslocaram a 71 estabelecimentos de ensino para transmitir noções sobre segurança na Internet e promoção de práticas de ética e comportamentos seguros online, junto de crianças do 1.º e 2.º ciclos, jovens do ensino secundário e respectivos pais.

§ Inauguração da exposição “Arte Partilhada Millennium bcp Abstracção”, compreendendo 74 obras do abstraccionismo português e estrangeiro.

§ Mostra de vestígios arqueológicos de ânforas que marcaram a Lisboa cosmopolita do Império Romano, em exposição, na Rua Augusta, em Lisboa, no mesmo espaço que acolheu a exposição “Ossos que contam História”, visitada por mais de 20 mil pessoas.

§ Lançamento na Polónia de um novo canal de acesso ao banco, o Mobile banking, através de sistema seguro e transparente que permite ter o Banco sempre à mão.

§ Lançamento de um novo produto, completamente inovador no mercado Moçambicano - o NetSh@p. Destinado a Empresas e a ENIs, consistindo num conceito de negócio através da Internet. O Millennium bim disponibiliza uma plataforma de pagamento electrónica para que a venda possa ser online, com total segurança em todas as etapas, incluindo o pagamento.

§ Parceria entre o Millennium bim e a Vodacom, definindo áreas de cooperação e parcerias, no âmbito do aproveitamento de sinergias conjuntas que permitirão disponibilizar soluções tecnológicas de Banca Móvel e realizar diversas acções de animação comercial conjuntas.

§ Lançamento pelo Millennium bank na Grécia conjuntamente com o parceiro de seguros Interamerican S.A. de um novo programa de bancassurance para cobertura de “Bens Pessoais”, procurando criar um produto que correspondesse às necessidades dos clientes Mass-market.

§ Lançamento de uma nova linha de negócio para clientes Affluent, com produtos e serviços exclusivos, incluindo uma rede dedicada de sucursais e gestores na Roménia.

§ “Best Private Bank”, em Portugal, atribuído pela revista Euromoney ao Millennium bcp.

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§ “Best Demonstrated Practice” no envolvimento dos Colaboradores na organização, atribuído ao programa Mil Ideias em Portugal pelo Corporate Executive Board, através da sua prática de gestão de recursos humanos e liderança (CLC Human Resources). O portal do programa Mil Ideias foi assim perfilado no research “Building Engagement Capital” elaborado pela CLC Human Resources.

§ “Best Sustainability Deal 2010” atribuído pela Revista EMEA Finance ao projecto Eólico Margonin, financiado em regime de project finance pelo Bank Millennium e em que o Millennium investment banking assumiu o papel de consultor financeiro.

§ “Melhor Banco em Moçambique” atribuído pela Global Finance. § Na sequência do anúncio da colocação do rating em “Credit Watch Negative” em 1 de Dezembro de

2010, e imediatamente após o pedido de demissão do Primeiro-Ministro, em 25 de Março de 2011, a S&P procedeu à redução da notação de rating de longo prazo da República Portuguesa em 2 níveis (notches), de “A-“ para “BBB”. Posteriormente, em 28 de Março de 2011, a S&P reduziu a notação de rating de longo prazo do Banco Comercial Português, S.A., também em 2 notches, de “BBB+” para “BBB-”. A notação de rating de curto prazo for revista de “A-2” para “A-3”. A notação de rating de longo prazo, quer a notação de rating de curto prazo permanecem em observação com implicações negativas (“Credit Watch negative”), reflectindo a possibilidade de downgrades adicionais do rating da República Portuguesa e respectivo impacto indirecto no risco de crédito do BCP.

§ Na sequência da redução da notação de rating de longo prazo da República Portuguesa de “A3” para “Baa1”, a Moody's anunciou em 6 de Abril de 2011 que procedeu à redução da notação de rating de longo prazo do Banco Comercial Português, S.A. (BCP) de “A3” para “Baa3”, enquanto a notação de rating de curto prazo foi revista de “P-2” para “P-3”. A notação de BFSR (Bank Financial Strength Rating) foi revista de “D+” para “D”. As notações de rating permanecem em observação para uma possível revisão em baixa, com excepção das acções preferenciais e do BFSR que têm outlook negativo.

§ Na sequência da redução da notação de rating de longo prazo da República Portuguesa em 3 níveis (notches), de “A-” para “BBB-”, a Fitch anunciou em 5 de Abril de 2011 que procedeu à revisão da notação de rating de longo prazo do Banco Comercial Português, S.A., em 2 notches, de “BBB+” para “BBB-”, enquanto a notação de rating de curto prazo foi revista de “F2” para “F3”.

§ Em 18 de Abril de 2011, realizou-se a Assembleia Geral do Banco Comercial Português, S.A., no Porto, tendo estado presentes accionistas detentores de 53,39% do capital. Merecem destaque as seguintes deliberações: Aprovação do relatório de gestão, do balanço e das contas individuais e consolidadas, relativos ao exercício de 2010; Aprovação da proposta de aplicação de resultados do exercício; Aprovação de novos Estatutos, permitindo ao Millennium bcp, designadamente, ajustar e harmonizar o seu Contrato Societário às alterações que têm vindo a ocorrer no Código das Sociedades Comerciais e no Código dos Valores Mobiliários; Aprovação de uma operação de aumento de capital, num valor que poderá oscilar entre 1,12 e 1,37 mil milhões de euros e Eleição dos novos órgãos sociais do Banco.

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“Disclaimer” Este documento não representa uma oferta de valores mobiliários para venda no Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão ou em qualquer outra jurisdição. Não podem ser vendidas ou oferecidas acções nos Estados Unidos a não ser que as mesmas estejam registadas de acordo com o “US Securities Act” de 1933 ou se encontrem isentas de tal registo. Qualquer oferta pública de valores mobiliários efectuada nos Estados Unidos, Canadá, Austrália ou Japão teria que ser efectuada por meio de um prospecto com informação detalhada sobre a empresa e sua gestão, incluindo as Demonstrações Financeiras.

A informação financeira constante neste documento foi preparada de acordo com as normas internacionais de relato financeiro (‘IFRS’) do Grupo BCP no âmbito da preparação das demonstrações financeiras consolidadas, de acordo com o Regulamento (CE) 1606/2002.

Os números apresentados não constituem qualquer tipo de compromisso por parte do BCP em relação a resultados futuros.

Os valores dos primeiros três meses de 2010 e 2011 foram objecto de um desktop review efectuado pelos Auditores Externos.

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Demonstração dos Resultados Consolidadospara os períodos de três meses findos em 31 de Março de 2011 e 2010

31 Março 2011

31 Março 2010

Juros e proveitos equiparados 946.874 795.917 Juros e custos equiparados (545.310) (455.325)

Margem financeira 401.564 340.592

Rendimentos de instrumentos de capital 27 865 Resultado de serviços e comissões 195.425 202.153 Resultados em operações de negociação e de cobertura (741) 130.449 Resultados em activos financeiros disponíveis para venda 24.479 4.910 Outros proveitos de exploração 18.324 3.969

639.078 682.938

Outros resultados de actividades não bancárias 5.104 4.200

Total de proveitos operacionais 644.182 687.138

Custos com o pessoal 191.994 208.835 Outros gastos administrativos 139.408 147.661 Amortizações do exercício 24.828 25.750

Total de custos operacionais 356.230 382.246

287.952 304.892

Imparidade do crédito (166.567) (164.758) Imparidade de outros activos (25.092) (15.607) Outras provisões (3.524) (6.211)

Resultado operacional 92.769 118.316

Resultados por equivalência patrimonial 16.697 16.738 Resultados de alienação de subsidiárias e outros activos (3.234) (3.133)

Resultado antes de impostos 106.232 131.921 Impostos Correntes (25.291) (13.381) Diferidos 15.567 (8.625)

Resultado após impostos 96.508 109.915 Resultado consolidado do período atribuível a: Accionistas do Banco 77.730 96.404 Interesses que não controlam 18.778 13.511

Lucro do período 96.508 109.915

Resultado por acção (em euros) Básico 0,05 0,06 Diluído 0,05 0,06

(Milhares de Euros)

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Balanço Consolidado em 31 de Março de 2011 e de 2010 e 31 de Dezembro de 2010

31 Março 2011

31 Dezembro

201031 Março

2010

Activo

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 1.564.141 1.484.262 1.742.502 Disponibilidades em outras instituições de crédito 949.217 1.259.025 811.113 Aplicações em instituições de crédito 1.230.261 2.343.972 2.347.771 Créditos a clientes 72.689.673 73.905.406 75.034.671 Activos financeiros detidos para negociação 4.052.975 5.136.299 3.678.290 Activos financeiros disponíveis para venda 2.879.766 2.573.064 3.051.393 Activos com acordo de recompra 20.726 13.858 6.882 Derivados de cobertura 352.787 476.674 403.856 Activos financeiros detidos até à maturidade 6.746.586 6.744.673 2.287.165 Investimentos em associadas 364.342 397.373 461.462 Activos não correntes detidos para venda 1.005.750 996.772 1.863.149 Propriedades de investimento 515.251 404.734 425.135 Outros activos tangíveis 592.891 617.240 626.705 Goodwill e activos intangíveis 398.532 400.802 530.844 Activos por impostos correntes 29.200 33.946 36.146 Activos por impostos diferidos 717.918 688.630 584.548 Outros activos 2.518.703 2.533.009 2.768.622

96.628.719 100.009.739 96.660.254

Passivo

Depósitos de instituições de crédito 19.408.731 20.076.556 8.312.044 Depósitos de clientes 44.866.925 45.609.115 45.978.455 Títulos de dívida emitidos 17.098.510 18.137.390 21.789.893 Passivos financeiros detidos para negociação 870.348 1.176.451 1.199.006 Outros passivos financeiros ao justo valor através de resultados 4.078.118 4.038.239 6.734.427 Derivados de cobertura 232.003 346.473 94.413 Passivos não correntes detidos para venda - - 912.406 Provisões 238.141 235.333 234.813 Passivos subordinados 1.352.633 2.039.174 2.195.229 Passivos por impostos correntes 8.666 11.960 10.379 Passivos por impostos diferidos - 344 4.040 Outros passivos 1.267.507 1.091.228 1.771.553

Total do Passivo 89.421.582 92.762.263 89.236.658

Capitais Próprios

Capital 4.694.600 4.694.600 4.694.600 Títulos próprios (83.223) (81.938) (89.080) Prémio de emissão 192.122 192.122 192.122 Acções preferenciais 1.000.000 1.000.000 1.000.000 Outros instrumentos de capital 1.000.000 1.000.000 1.000.000 Reservas de justo valor (241.545) (166.361) 102.301 Reservas e resultados acumulados 84.806 (190.060) (33.139) Lucro do período atribuível aos accionistas do Banco 77.730 301.612 96.404

Total de Capitais Próprios atribuíveis ao Grupo 6.724.490 6.749.975 6.963.208

Interesses que não controlam 482.647 497.501 460.388

Total de Capitais Próprios 7.207.137 7.247.476 7.423.596

96.628.719 100.009.739 96.660.254

(Milhares de Euros)

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