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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS - GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM SAÚDE E GESTÃO DO TRABALHO - MESTRADO PROFISSIONAL TATIANA PAGANINI BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA: A AROMATERAPIA NO CUIDADO AO ESTRESSE Itajaí (SC) 2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS - GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM SAÚDE E GESTÃO DO TRABALHO - MESTRADO PROFISSIONAL

TATIANA PAGANINI

BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA: A AROMATERAPIA NO CUIDADO AO

ESTRESSE

Itajaí (SC) 2013

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS - GRADUAÇÃO, EXTENSÃO E CULTURA

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE PROGRAMA DE PÓS - GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM SAÚDE E GESTÃO

DO TRABALHO - MESTRADO PROFISSIONAL

TATIANA PAGANINI

BEM-ESTAR E QUALIDADE DE VIDA: A AROMATERAPIA NO CUIDADO AO

ESTRESSE

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Gestão do Trabalho - Mestrado Profissional (MPSGT), da Universidade do Vale do Itajaí, como requisito total para o título de Mestre em Saúde. Área de Concentração: Saúde da Família. Linha de Pesquisa: A família na perspectiva interdisciplinar Orientadora: Prof. Dr. Yolanda Flores e Silva

Itajaí (SC)

2013

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P14b

Paganini, Tatiana, 1986-

Bem-estar e qualidade de vida: a aromaterapia no cuidado ao estresse [manuscrito] / Tatiana Paganini. – Itajaí: P.Pagaini, 2013.

112f. : il. ; 30 cm

Cópia de computador (Printout(s)).

Dissertação (Mestrado) – Universidade do Vale do Itajaí, Programa de Pós-Graduação em Saúde e Gestão do Trabalho - Mestrado Profissional (MPSGT), 2013.

“Orientadora: Profa. Dra. Yolanda Flores e Silva”.

Bibliografia: f. 105-111

1. Aromaterapia. 2.Bem-estar. 3. Qualidade de vida. 4.

Estresse. I. Universidade do Vale do Itajaí. II. Silva, Yolanda

Flores e. IV. Título.

CDU: 615.85

Ficha Catalográfica elaborada por Marli Machado – Bibliotecária CRB14/785

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Se eu pudesse deixar algum presente a você, deixaria aceso o sentimento de amar a vida dos seres humanos. A consciência de aprender tudo o que foi ensinado pelo tempo a fora. Lembraria os erros que foram cometidos para que não mais se repetissem. A capacidade de escolher novos rumos. Deixaria para você, se pudesse, o respeito aquilo que é indispensável. Além do pão, o trabalho. Além do trabalho, a ação. E, quando tudo mais faltasse, um segredo: o de buscar no interior de si mesmo a resposta e a força para encontrar a saída.

Mahatma Gandhi

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus exemplos de vida, que são meus pais, pelo

apoio, dedicação e pela vida que através do seu amor me impulsionaram a nunca

desistir dos sonhos e ir atrás dos meus estudos e ideais.

A Deus pelo conforto ao meu coração,

A minha irmã, pela compreensão nos momentos mais difíceis,

Ao meu companheiro, pela perseverança comigo, pela compreensão do meu

distanciamento e amor quando preciso.

A minha professora orientadora Drª. Yolanda Flores e Silva, por todo o envolvimento

com o trabalho, pela paciência nos momentos mais complicados, pela dedicação,

incentivo e confiança em minha pessoa, obrigada,

A Profª. Enói, pela consideração comigo e entendimento nos meus momentos de

ausência em meu trabalho,

A minha colega de trabalho e mestrado Michele, pelo companheirismo nesta

caminhada,

As minhas colegas de trabalho, pela paciência nos meus momentos de alteração de

humor,

As minhas amigas, pelo entendimento do meu distanciamento,

As todas as pessoas aqui não citadas, que direta e indiretamente contribuíram para

a conclusão desta longa e árdua caminhada.

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PAGANINI, T. Bem-estar e qualidade de vida: a aromaterapia no cuidado ao estresse. 112f. 2013. Dissertação (Mestrado Profissional em Saúde e Gestão do Trabalho). Universidade do Vale do Itajaí, 2013.

RESUMO

A pesquisa realizada teve por meta coletar dados sobre o uso da aromaterapia no cuidado as pessoas com estresse. A aromaterapia é considerada uma alternativa aos tratamentos da biomedicina e para alguns pesquisadores é tida como uma medicina não convencional que não cura, mas, que pode contribuir para o bem-estar físico, mental e espiritual das pessoas. Considerando esta realidade e contexto, o objetivo geral desta proposta foi o de apresentar uma revisão documental e bibliográfica sobre o uso da aromaterapia no cuidado as pessoas com estresse. A pesquisa foi realizada no período de julho de 2012 a junho de 2013. Para a recuperação do material bibliográfico utilizaram-se as palavras-chave: bem-estar, qualidade de vida, estresse e aromaterapia, por meio do acervo físico da biblioteca, e de ferramentas como: Portal Capes Periódicos, BDTD (biblioteca digital de teses e dissertações), Google Acadêmico, SCIELO e BIREME, totalizando 90 documentos, sendo 24 livros, 33 artigos científicos (2 internacionais) além de ensaios, relatórios, e material publicado pelo Ministério da Saúde, ANVISA e outras organizações da saúde relacionados a Antropologia Filosófica e da Saúde, Filosofia e Terapias Complementares, correlacionando os principais autores. Os resultados do estudo demonstraram que a Aromaterapia via uso dos óleos essenciais podem auxiliar nos sintomas relacionados ao estresse, contribuindo para o equilíbrio corpóreo como um coadjuvante nos tratamentos biomédicos. Estes estudos demonstram também que para uma pessoa ter bem-estar muitos fatores estão envolvidos e que para gerar equilíbrio corporal (físico, mental e espiritual) e qualidade de vida muitos fatores são importantes e fundamentais. Para eles, as práticas terapêuticas que fazem uso da aromaterapia embora com limitações, permitem que o profissional e / ou terapeuta tenha uma visão mais totalitária da pessoa no processo saúde-doença. No caso das pessoas estressadas num estado de maior vulnerabilidade para contrair doenças, a indicação da Aromaterapia pode ajudá-las a partir do processo de ansiedade e outros problemas desencadeados pelo estresse. Sobre esta questão quase todos os autores são unânimes no sentido de dizer que o cuidado preventivo traz resultados importantes e impedem que a situação se agrave. Entretanto, recomendam que a Aromaterapia seja, quando necessário, associada a cuidados da biomedicina tradicional. Palavras-chaves: Bem-estar. Qualidade de Vida. Aromaterapia. Cuidado. Estresse.

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PAGANINI, T. Bem-estar e qualidade de vida: a aromaterapia no cuidado ao estresse (Well-being and quality of life: aromatherapy in the care of stress). 112f. Dissertation (Master’s Degree in Health and Work Management). University of Vale do Itajaí, 2013.

ABSTRACT

The research goal was to collect data on the use of aromatherapy in the care of

people with stress. Aromatherapy is considered an alternative to biomedical

treatment and for some researchers, it is regarded as a non-conventional medicine

does not cure, but can contribute to physical, mental and spiritual well-being.

Considering this reality and context, the general objective of this proposal was to

present a review of documents and literature on the use of aromatherapy in the care

of people with stress. The survey was conducted from July 2012 to June 2013. For

the literature search, we used the keywords well-being, quality of life, stress and

aromatherapy in a search of the library’s archives, and tools such as: the Capes

Journals Portal, BDTD (digital library of theses and dissertations), Google Scholar,

and SCIELO BIREME. The search yielded a total of 90 papers, 24 books, and 33

scientific articles (2 international) as well as essays, reports, and material published

by the Ministry of health, ANVISA and other organizations related to Philosophical

and Health Anthropology, Philosophy and Complementary Therapies, correlating the

main authors. The results of the study demonstrated that through the use of

Aromatherapy, essential oils can help ease symptoms of stress, contributing to bodily

equilibrium as an adjunct to biomedical treatments. These studies also show that for

a person to have well-being, there are many factors involved, and to generate body

equilibrium (physical, mental and spiritual) and quality of life, many factors are

important and fundamental. According to them, the therapeutic practices that use

aromatherapy, albeit with limitations, allow the professional and/or therapist to have a

more holistic view of the person in the process of health-sickness. In the case of

people with stress, in a state of heightened vulnerability to diseases, aromatherapy

can help ease their anxiety and other problems triggered by stress. On this issue,

almost all authors are unanimous in their view that preventive care brings important

results and prevents the situation from worsening. However, it is recommended that

the aromatherapy be combined, where appropriate, with traditional biomedical care.

Keywords: Welfare. Quality of Life. Aromatherapy. Care. Stress.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Esquema 1 Procedimento metodológico da pesquisa .......................................... 16

Tabela 1 Proposta da ficha de anamnese para o estresse...............................

95

Figura 1 Símbolo Yin-Yang.............................................................................. 33

Figura 2 Uso dos óleos essenciais em rituais.................................................. 36

Figura 3 Embalsamento de múmias................................................................ 37

Figura 4 Casas de banhos............................................................................... 39

Figura 5 Médico Avicena................................................................................. 40

Figura 6 Alquimistas........................................................................................ 41

Figura 7 Pen t’sao kang-mou........................................................................... 42

Figura 8 Maurice Renné Gattefossé................................................................ 43

Figura 9 Médico Valnet.................................................................................... 44

Figura 10 Bioquímica Marguerite Maury............................................................ 44

Figura 11 Método de destilação a vapor............................................................ 49

Figura 12 Processo Olfativo............................................................................... 55

Figura 13 Caminhos e Efeitos dos Aromas....................................................... 56

Figura 14 Difusor elétrico................................................................................... 59

Figura 15 Banhos Aromáticos............................................................................ 60

Figura 16 Banhos de Assento............................................................................ 60

Figura 17 Compressas ...................................................................................... 61

Figura 18 Fricção (método de maceração)........................................................ 62

Figura 19 Inalação.............................................................................................. 62

Figura 20 Massagem.......................................................................................... 64

Figura 21 Escalda pés........................................................................................ 65

Figura 22 Manilúvio............................................................................................. 65

Figura 23 Gargarejos.......................................................................................... 66

Figura 24 Travesseiros Aromáticos.................................................................... 67

Figura 25 Abeto-branco...................................................................................... 77

Figura 26 Alcaravia............................................................................................. 78

Figura 27 Anis..................................................................................................... 78

Figura 28 Bergamota.......................................................................................... 79

Figura 29 Camomila-romana.............................................................................. 79

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Figura 30 Cedro ................................................................................................. 80

Figura 31 Cipreste.............................................................................................. 81

Figura 32 Erva-cidreira (lemongrass)................................................................. 81

Figura 33 Gerânio............................................................................................... 82

Figura 34 Lavanda.............................................................................................. 83

Figura 35 Laranja-amarga.................................................................................. 84

Figura 36 Limão.................................................................................................. 84

Figura 37 Manjericão.......................................................................................... 85

Figura 38 Manjerona........................................................................................... 85

Figura 39 Melissa............................................................................................... 86

Figura 40 Néroli.................................................................................................. 87

Figura 41 Olíbano............................................................................................... 87

Figura 42 Pinheiro-silvestre................................................................................ 88

Figura 43 Petitgrain............................................................................................. 88

Figura 44 Rosa-marroquina................................................................................ 89

Figura 45 Sândalo............................................................................................... 89

Figura 46 Sálvia-esclaréia.................................................................................. 90

Figura 47 Tangerina............................................................................................ 90

Figura 48 Tomilho............................................................................................... 91

Figura 49 Valerina............................................................................................... 91

Figura 50 Verbena-limão.................................................................................... 92

Figura 51 Zimbro................................................................................................. 92

Figura 52 Ylang-ylang......................................................................................... 93

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................... 10

2 METODOLOGIA.................................................................................... 12

3 SAÚDE E CUIDADO: UMA CONTEXTUALIZAÇÃO........................... 17

3.1 HUMANIZAÇÃO E SAÚDE.................................................................. 17

3.2 CUIDADO INTEGRAL........................................................................... 21

3.3 QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR................................................. 25

3.4 ESTRESSES: UM PROBLEMA DO SÉCULO XXI.?............................. 28

4 TERAPIAS COMPLEMENTARES: AROMATERAPIA......................... 32

4.1 UM BREVE HISTÓRICO DA AROMATERAPIA.................................... 35

4.2 OS ÓLEOS ESSENCIAIS..................................................................... 45

4.3 SISTEMA LÍMBICO: A PERCEPÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS....... 53

4.4 A AROMATERAPIA: CUIDADOS ESTÉTICOS TERAPÊUTICOS........ 57

4.5 O PAPEL DO TECNÓLOGO EM COSMETOLOGIA EM

AROMATERAPIA..................................................................................

68

5 PROTOCOLOS DE ATENDIMENTOS: UMA ANÁLISE...................... 73

5.1 PROTOCOLO: DEFINIÇÃO.................................................................. 73

5.2 ANÁLISE DE PROTOCOLOS PARA O TRATAMENTO DO

ESTRESSE..........................................................................................

74

5.3 FICHA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS...................................................... 77

5.4 PROPOSTA DE FICHA DE ANAMNESE E CUIDADOS COM O USO

DA AROMATERAPIA PARA O ESTRESSE. ........................................

94

5.4.1 PROTOCOLO PARA ANAMNESE DE PESSOAS QUE FARÃO O

USO DA AROMATERAPIA...................................................................

95

5.4.2 CUIDADOS COM O USO DA AROMATERAPIA.................................. 97

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................ 101

REFERÊNCIAS.................................................................................................. 105

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1 INTRODUÇÃO

A minha formação acadêmica como Tecnólogo em Cosmetologia e Estética tem por

base a estética das pessoas de uma forma geral, buscando sempre aliar os

procedimentos estéticos ao bem-estar do cliente. É uma formação humanista, crítica

e técnico-científica voltada para a melhoria da imagem pessoal e por consequência

da qualidade de vida, contribuindo para a construção e reconstrução do equilíbrio

psicofísico e social, visando o quadrinômio ciência, saúde, beleza e gestão. O

profissional tecnólogo em Cosmetologia e Estética cuida da saúde do corpo,

voltando-se para o bem–estar físico, estético e mental das pessoas, sem esquecer-

se de desenvolver ações no campo da prevenção, promoção e proteção da saúde

(UNIVALI, 2008).

O Mestrado Profissional em Saúde e Gestão do Trabalho (MPSGT) oferece aos

seus alunos a oportunidade de refletirem o processo saúde e doença não somente

na perspectiva da enfermidade, mas, também com o olhar no viver humano na

família e comunidade. Nesse sentido, a área da estética associada a autoestima e

ao autocuidado corporal vem contribuir para os estudos em que se possa aliar

beleza a ações educacionais que tem por meta observar outras variáveis do

processo saúde - doença. Importante frisar que o MPSGT possibilita ainda que o

aluno adquira senso crítico, reflexivo e criativo para os diversos problemas da área

da saúde, instigando o aluno a encontrar soluções para diferentes problemas.

A escolha de uma proposta de pesquisa que envolvesse a “Aromaterapia” ocorreu

porque este tipo de terapêutica, conhecida como terapia alternativa e/ou

complementar, vem ganhando grande destaque nas áreas da estética e saúde.

Essas terapias segundo referenciais como os de Helman (2004) conseguem muitas

vezes proporcionar as pessoas que as utilizam a sensação de equilíbrio corpóreo e

bem-estar entre outros aspectos pessoais / individuais.

Importante que se esclareça que embora a aromaterapia não seja reconhecida no

Brasil como um tratamento de caráter curativo no sentido médico – hospitalar, hoje

existe junto ao Ministério da Saúde algumas terapias complementares que são

realizadas por outros profissionais da saúde e áreas afins. Pesquisas são feitas para

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verificar os benefícios destas terapias no cuidado a pessoas em situação de

estresse, cansaço, enfim, pessoas que buscam através destas técnicas momentos

de repouso e cuidados do corpo aliados a outras possibilidades que levam ao bem-

estar.

Foi com este olhar e perspectiva que este estudo foi realizado. Com o intuito de

conhecer mais da aromaterapia como uma terapêutica complementar aos cuidados

e tratamentos de pessoas enfermas e não enfermas. Nesse sentido a questão

norteadora dessa proposta de pesquisa foi: “Como as práticas de aromaterapia

através dos cuidados estético-terapêuticos contribuem para o bem-estar e qualidade

de vida das pessoas estressadas”?

Desta pergunta nasceu o objetivo geral que foi o de apresentar em produções

documentais e bibliográficas o uso da aromaterapia e a sua contribuição no cuidado

às pessoas com estresse, de modo que estas pudessem alcançar bem-estar e

qualidade de vida com diminuição do cansaço, insônia, entre outros problemas

apontados, sem diagnóstico relacionado à outra enfermidade. Os objetivos

específicos que auxiliaram no atendimento do objetivo geral foram os que seguem:

a) caracterizar nos documentos e bibliografias selecionados os conceitos/definições

de bem-estar e qualidade de vida; b) apreender nos estudos os diferentes usos,

ações e efeitos da aromaterapia; c) identificar e analisar protocolos sobre o uso da

aromaterapia para o bem-estar e qualidade de vida das pessoas estressadas

existentes na literatura; d) descrever os óleos essenciais mais utilizados e citados

pelos autores como favoráveis às pessoas em processo de estresse ou

sintomatologia afim; e) sugerir modelo de ficha de anamnese e tratamentos com o

uso dos óleos essenciais para as pessoas estressadas.

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2 METODOLOGIA

Para a pesquisa em questão se adotou a abordagem qualitativa para coleta de

dados em documentos e bibliografias, com o viés exploratório. Segundo os autores

Cervo; Bervian (1996, p. 20):

Método é a ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou resultado desejado. Nas ciências entende-se como método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar na investigação e demonstração da verdade.

Os autores supracitados afirmam ainda, que método científico é um instrumento de

trabalho, e seu resultado dependerá do pesquisador, é apenas um meio de acesso e

somente a inteligência e a reflexão descobrirá o que os fatos realmente são. Aqui, o

que é chamado de método é a abordagem adotada para coleta e análise dos dados

e a metodologia será o caminho utilizado para alcançar os objetivos, que segundo

Leopardi (2002) é o plano elaborado pelo pesquisador com a intenção de articular os

meios e os fins, fazendo uma ordenação lógica dos procedimentos com variadas

técnicas.

Para a pesquisa realizada buscou-se a abordagem qualitativa que de acordo com

Minayo (2007) é aquela que trata dos fenômenos cotidianos das pessoas em seu

contexto de vida. Trata-se de uma abordagem em que se preza a ‘exploração’ de

dados coletados pelo pesquisador seja com pessoas ‘frente a frente’ ou através de

documentos e bibliografias escritos por elas.

A pesquisa qualitativa tem por objetivo:

Compreender mais do que explicar, às vezes só compreender, e o investigador aprende a processar cada aspecto encontrado, relacionando-os à medida que os vai encontrando, interpretando, refletindo, observando forma e conteúdo, fazendo hipóteses explicativas, considerando o movimento dos atores e do contexto, avaliando tanto o que foi explicitado diretamente nas fontes, quanto o que não foi explicitado [...] Estabelecem hipóteses compreensivas sobre a realidade e organiza os dados de acordo com elas (LEOPARDI, 2002, p. 122).

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As pesquisas de abordagem qualitativa possuem a facilidade de descrever a

complexidade de uma hipótese ou problema, analisam a interação de certas

variáveis, compreendem e classificam os processos dinâmicos experimentados por

grupos sociais e ainda apresentam contribuições no processo da mudança

(OLIVEIRA, 2002).

Para Mazzotti; Gewandsznader (1998 apud LEOPARDI, 2002) na investigação

qualitativa não há uma metodologia estruturada a priori. Apresenta formas diferentes

de fazer a pesquisa, por causa da diversidade do método. Baseia-se no fato do agir

do ser humano que visa um sentido, tem um valor apresentado que não pode ser

analisado por dados estatísticos.

Há aspectos primários neste tipo de pesquisa que se diferem da lógica formal. O

problema não pode ser reduzido apenas a uma hipótese, pois há um processo

indutivo de exploração do contexto e da análise sistemática da realidade em questão

(LEOPARDI, 2002). O pesquisador precisa ampliar seus conhecimentos sobre o

assunto abordado, articulando assim o contexto no qual faz parte.

A abordagem qualitativa ainda:

Nos leva, a uma série de leituras sobre o assunto da pesquisa, [...] descreve pormenorizada ou relata minuciosamente o que os diferentes autores ou especialistas escrevem sobre o assunto e, a partir daí, estabelece uma série de correlações para, ao final, darmos nosso ponto de vista conclusivo (OLIVEIRA, 2002, p.117).

A pesquisa apresenta-se também como bibliográfica com abordagem do tipo

exploratória, pois o foco é mais aberto para a investigação dos fenômenos sejam

culturais, sociais, técnicos ou históricos, passíveis para várias possibilidades de

interpretação (UNIVALI, 2011).

Possibilita a pesquisa levantar hipóteses sobre os conteúdos não muito explorados,

neste caso a aromaterapia, estabelecer relações entre os fenômenos estudados e

ainda identificar ações sobre o tema. Muito comum nas pesquisas bibliográficas e

documentais como esta em questão (UNIVALI, 2011).

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14

A pesquisa bibliográfica tem por finalidade conhecer as diversas formas de

contribuição científica de um determinado tema ou fenômeno (OLIVEIRA, 2002).

Procura explicar um problema a partir de referências já publicadas, pode ainda ser

realizada com abordagem exploratória quando é feito com o intuito de recolher

informações e conhecimentos prévios acerca de um problema que se busca

resposta (CERVO; BERVIAN, 1996).

Este formato de pesquisa tem por objetivo estabelecer compreensões no sentido de

descobrir respostas para as questões que existem em todas as áreas, sejam do

ramo do conhecimento humano ou social, envolve, portanto, a abertura de

horizontes e a apresentação das diretrizes fundamentais que contribuem para o

desenvolvimento do conhecimento (OLIVEIRA, 2002). De acordo com Souza (2001)

a pesquisa bibliográfica obedece ao critério da curiosidade e de descoberta do ainda

desconhecido ou não sabido.

A abordagem exploratória é o passo inicial no processo de pesquisa pela

experiência e traz consigo informações para posteriores pesquisas, as quais se

restringem a definir objetivos e buscar mais informações sobre o tema do estudo,

pode ainda familiarizar-se com o fenômeno ou ter uma nova percepção e descobrir

novas ideias (CERVO; BERVIAN, 1996).

No caso relacionado a esta pesquisa em particular, o percurso adotado

compreendeu:

1. Coleta documental de bibliografias clássicas e atuais da Filosofia, da

Antropologia da Saúde, da Antropologia Filosófica e de Terapias

Complementares para discussão dos temas correlatos ao tema da

pesquisa: Bem-estar, Qualidade de Vida, Cuidar, Cuidado e

Vulnerabilidades;

2. Coleta documental e bibliográfica sobre os usos e ações de cuidados com

a aromaterapia em distintas situações de caráter estético – terapêutico;

3. Identificação e análise de protocolos de aromaterapia já existentes para o

bem-estar e qualidade de vida;

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15

4. Apresentação e descrição de alguns óleos essenciais que visam trazer

bem-estar e qualidade de vida para as pessoas estressadas;

5. E, finalmente, modelo de ficha de anamnese e sugestões de tratamentos

com o uso dos óleos essenciais para as pessoas estressadas.

A pesquisa foi realizada no período de julho de 2012 a junho de 2013. Para a

recuperação do material bibliográfico utilizaram-se as palavras-chave: bem-estar,

qualidade de vida, estresse e aromaterapia, por meio do acervo físico da biblioteca,

e de ferramentas como: Portal Capes periódicos assinado pela Universidade do Vale

do Itajaí, BDTD (biblioteca digital de teses e dissertações), Google Acadêmico,

SCIELO e BIREME, totalizando 90 documentos, sendo 24 livros, 33 artigos

científicos (2 internacionais) além de ensaios, relatórios, e material publicado pelo

Ministério da Saúde, ANVISA e outras organizações da saúde relacionados a

Antropologia Filosófica e da Saúde, Filosofia e Terapias Complementares,

correlacionando os principais autores. Os procedimentos metodológicos pode ser

melhor visualizado no esquema 1.

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16

Esquema 1 - Metodologia

Fonte: Elaborado pela autora

Palavras-chave:

Bem-estar. Qualidade de Vida.

Aromaterapia. Cuidado. Estresse.

Ferramentas de Buscas

Acervo físico da biblioteca, periódicos

científicos nacionais e internacionais,

Portal Capes Periódicos, BDTD, Google

Acadêmico, SCIELO e BIREME.

Documentos

Teses, dissertações, ensaios, relatórios,

livros, artigos científicos e materiais

publicados pelo Ministério da Saúde,

ANVISA e outras organizações da saúde

relacionada à Antropologia Filosófica e

da Saúde, Filosofia e Terapias

Complementares.

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3 SAÚDE E CUIDADO: UMA CONTEXTUALIZAÇÃO

3.1 HUMANIZAÇÃO E SAÚDE

No contexto atual, a humanização em saúde é baseada nos seus princípios de

equidade, assistência e a participação do usuário valorizando assim a dignidade do

profissional e do paciente. É uma possibilidade do resgate humano, da valorização,

da generosidade e dos princípios da solidariedade com o ser humano (CASATE;

CORREA, 2005).

Aspectos “desumanizantes” relacionados diretamente com a pessoa doente ou

simplesmente em situação de cansaço extremo (o que para muitas pessoas já seria

o estresse), trás a carga da despersonalização, da falta de cuidado, falta de preparo

psicológico e ainda falta de ética por parte de alguns profissionais da área da saúde

que em muitas situações ‘diminuem’ a dor íntima das pessoas que os procuram.

Muitas vezes, a pessoa fragilizada é um número, um caso apenas, não acontecendo

o esclarecimento do seu caso com falta de acolhimento que termina por agravar o

quadro em que se encontra (CASATE; CORREA, 2005).

Situações como estas, sempre em discussão entre os profissionais que realmente

se importam foi que tornou possível a regulamentação de propostas como a do

Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH). O objetivo

fundamental do Programa é aprimorar as relações entre profissionais e usuários,

entre os profissionais, hospital e a comunidade:

Tematizar a humanização da assistência abre, assim, questões fundamentais que podem orientar a construção de políticas de saúde. Humanizar é, então, ofertar atendimento de qualidade articulando os avanços tecnológicos com acolhimento, com melhoria dos ambientes de cuidado e das condições de trabalho dos profissionais (BRASIL/MS, 2004, p.5).

O programa pretende que o trabalho nos serviços de saúde, não fique subentendido

como um mero exercício de novas atividades, mas na aplicação das competências

de todos os envolvidos, superando assim os limites da divisão do trabalho em

relação ao tratar e cuidar do próximo (FERREIRA, 2005).

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O desejo de humanizar, de garantir que tudo que envolva a saúde e a doença das

pessoas seja digno da condição humana, converteu-se em um anseio universal. Isso

significa dizer que humanizar não é uma tarefa exclusiva da saúde, afeta da mesma

forma a cultura, a política, a educação e a economia e em todos os âmbitos em que

o ser humano se realiza ou atua. E a questão central da humanização, é como fazer

da relação entre a pessoa que atue como profissional da saúde e a pessoa que se

encontra doente ou fragilizada, uma experiência saudável (BERMEJO, 2008).

Mas o que significa humanizar? A etimologia de ‘humanizar’ deriva do termo

‘humanar’, tendo uma proximidade com o sentido de afabilidade e ternura para com

seus semelhantes. Ocorre que humanizar tem a ver, com lutar por aquilo que ainda

não se alcançou. Humanizar o entorno, contribui para melhorar a qualidade de vida

na busca da felicidade, no cuidado do dia-a-dia e no cuidado dos outros (DURÁN,

1999).

O modelo biomédico fundamenta-se em uma perspectiva mecanicista que considera os fenômenos complexos como se fossem constituídos por princípios simples, isto é, em uma relação de causa-efeito, sendo a doença interpretada como um desvio de variáveis biológicas em relação à norma. Dessa forma, os profissionais que se utilizam deste modelo analisam o corpo como se este fosse uma máquina, desprezando os aspectos sociais, psicológicos e comportamentais apresentados pelo paciente (LIMA; OLIVEIRA, 2012, p.2).

O profissional precisa centralizar não apenas na doença do paciente, mas vê-lo

como um todo, ter empatia, mostrar o caminho para enfrentar as dificuldades,

construir o vínculo, iniciar o estabelecimento do rapport, ter o entendimento mútuo

(LIMA; OLIVEIRA, 2012). A relação do terapeuta com o paciente é de suma

importância para o processo de autoconhecimento do paciente. Ás vezes pode ser

uma relação negativa ou positiva conforme o tipo de acolhimento e escuta. O

caminho é a paciência, a empatia e atitudes psicológicas facilitadoras para a

compreensão da pessoa fragilizada.

Os papéis são bem demarcados entre o profissional da saúde e o paciente, um é

capaz de prestar ajuda e compreender o processo saúde-doença e do outro lado à

pessoa fragilizada que procura auxílio. É uma relação de total interação, pois há

necessidade de haver o acolhimento necessário do doente e empatia para que todo

o processo seja de maneira ativa (RUDIO, 1999).

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Construir um bom vínculo com uma pessoa enferma ou frágil facilita o caminho para

o enfretamento de uma doença ou de outros problemas que podem levar ao

adoecimento. Neste contexto a função básica do profissional da saúde é facilitar o

desenvolvimento humano pelo processo de ajuda que é oferecido, analisar a pessoa

considerando o aspecto biopsicossocial e mostrar que neste vínculo os dois papéis,

tanto do profissional quanto da pessoa fragilizada exigem reciprocidade, empatia e

acordo entre ambos (LIMA; OLIVEIRA, 2012).

Segundo Bermejo (2008) humanizar compreende um amplo contexto sociocultural

com distintas dimensões. Compreende o modelo de organização social em que se

insere o profissional da saúde e as pessoas que necessitam de seus cuidados.

Compreende também o modelo de saúde, a formação dos profissionais atuantes e a

própria percepção e concepção de cuidado.

Quando se discute a respeito de humanização, se depara com a seguinte situação:

o paciente se sente vulnerável pela situação acometida, entrando em confronto

direto com a tecnologia e a falta de humanização nas relações com quem deveria

auxiliá-lo. No entanto, Rodrigues et al. (2007, p.2), argumenta que: “humanização é

uma expressão de difícil conceituação, tendo em vista seu caráter subjetivo,

complexo e multidimensional”. É um processo de muitas transformações sofrendo

influências do ambiente e do próprio homem (RIZZOTO, 2002).

A humanização nas ações de cuidado e tratamento na saúde deveria ser um

momento em que a pessoa que busca os serviços de saúde pudesse ser vista em

sua essência e individualidade. Para Rodrigues et al. (2007) no atendimento

humanizado, o profissional da saúde faz com que os atores envolvidos no processo

consigam positivamente enfrentar seus desafios. No entanto, é visível que muitos

profissionais da saúde atuam segundo premissas do modelo biomédico e não estão

preparados para esse tipo de assistência, dificultando assim, a qualidade de todo o

atendimento oferecido pelos serviços de saúde.

Sobre a necessidade de se ter uma boa comunicação e a sua efetividade Silva

(2002, p. 3) ressalta que:

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Para podermos afirmar que a comunicação está ocorrendo de maneira efetiva, temos que ser coerentes nas nossas palavras e em toda nossa comunicação não verbal, até porque essa comunicação (não verbal) tem quatro finalidades: a primeira é justamente complementar a comunicação verbal. É quando dizemos “bom dia” sorrindo para o outro e olhando nos seus olhos; a segunda é contradizer o verbal. É quando dizemos, por exemplo, “muito prazer” e não apertamos a mão do outro como se fosse um “peixe morto” ou com medo ou nojo de tocar; a terceira é substituir o verbal. É quando utilizamos, por exemplo, o manejo positivo da cabeça, olhando para a outra pessoa e dizendo não verbalmente “estou te ouvindo”, “estou atenta a você”. A quarta função ou finalidade do não verbal, mas não menos importante, é a demonstração dos nossos sentimentos.

Este processo de comunicação bem realizado é importante, na medida em que se

trata de humanização na área da saúde pensando que isto é parte do que se quer

enquanto ‘integralidade’ no atendimento às pessoas doentes ou em situação de

fragilidade. A palavra ‘integral’ pela sua terminologia significa “total, inteiro e global”,

ou seja, engloba o conjunto por completo, a pessoa é olhada além das esferas da

doença. A integralidade faz pensar na necessidade de observar algumas questões

que são transversais às ações de saúde, tais como a afetividade, continuidade e

terminalidade do cuidado ofertado. Também traz ao cenário dos serviços ofertados a

perspectiva que se faça um diálogo acerca dos saberes biomédico e não biomédico

(FAVORETO, 2008).

Nesse processo se depara com a possibilidade de ampliar a compreensão do

indivíduo, facilitando desta forma a atuação na prevenção e possibilitando o auxilio

de forma mais efetiva na recuperação e reabilitação da saúde, enfim é o

reconhecimento da necessidade do outro. O grande desafio é mudar a forma de

pensar saúde, priorizando as pessoas, rompendo com o modelo biomédico

tradicional, que na sua essência percebe a doença de forma isolada e muitas vezes

esquecem as pessoas (CUTOLO, 2001).

Segundo Fortes (2004, p.2) “humanizar na atenção à saúde é entender cada pessoa

em sua singularidade, tendo necessidades específicas, e, assim, criando condições

para que tenha maiores possibilidades para exercer sua vontade de forma

autônoma”. Não se pode dar ênfase somente aos problemas biológicos, é

necessário abranger todas as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e

psíquicas presentes nos relacionamentos humanos existentes nas ações relativas à

atenção em saúde. Tratando as pessoas doentes ou fragilizadas com dignidade,

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preservando seus valores sem discriminação e com um acolhimento digno e

respeitoso.

Bermejo (2008) argumenta que reconhecer o outro é reconhecer um ser humano,

isto porque, ao reconhecer este ‘outro’ ocorre a humanização quando se começa a

ver nesta pessoa a si mesma, algo difícil, uma vez que por vezes não se deseja ver

os problemas, os defeitos e outros elementos considerados negativos.

No entanto, de acordo com Campos (2005), as políticas econômicas têm sido

avaliadas de acordo com a capacidade de aumentar o crescimento e a estabilidade

econômica e não necessariamente melhorar as condições das vidas das pessoas. A

preocupação com o bem-estar das pessoas está sendo deixado de lado. Nesse

sentido, a humanização vem trazendo uma mudança das estruturas, da maneira

como os profissionais trabalham e também das pessoas. É uma reforma que precisa

combinar todo o processo saúde-doença e ainda sua intervenção, com novas formas

de operar desde o momento do diagnóstico até o da intervenção.

O trabalho em saúde quando humanizado traz consigo uma maior qualidade de vida

para os enfermos, não enfermos e para toda a equipe de saúde. A humanização

depende em grande parte das pessoas envolvidas no processo, é necessário mudar

a maneira de pensar, se aproximar, ter empoderamento, se colocar no lugar do

outro. Faz-se necessário humanizar a fim de qualificar o atendimento terapêutico,

promovendo a satisfação do profissional e usuário, reconhecendo o paciente como

sujeito e não como um simples objeto de atenção. Cada pessoa deve ser vista de

maneira holística, levando em consideração vários aspectos de sua vida como

contexto social, econômico, cultural entre outros fatores (SILVA; SILVEIRA, 2011). O

ser humano quando passa por momentos de estresse precisa antes de tudo de

acolhimento: sentir-se protegido, amparado, enfim ter um atendimento digno,

solidário e acolhedor.

3.2 CUIDADO INTEGRAL

Nos últimos dois séculos, a medicina concentrou sua atenção na doença, na lesão e

na incorporação e valorização da tecnologia instrumental, diagnóstica, algo que

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relega as pessoas em muitos momentos a um segundo plano. Os procedimentos em

muitas situações são considerados prioritários e a decisão das pessoas em aceitar

ou rejeitar o mesmo não é levado em conta. O que no final do século XX e início do

XXI se começou a questionar é se não seria melhor ofertar junto a estas condutas

mais resolutivas um cuidado mais afetivo as pessoas fragilizadas (FAVORETO,

2008).

Importante dizer que o cuidado humano considerando a perspectiva humanizada,

não pode ser prescrito como uma ‘receita’ de bolo ou um procedimento meramente

técnico. O cuidado humano deve ser sentido, vivido e exercitado. De acordo com

Heidegger (2005) o cuidado é a essência do ser humano, e o ser humano existe no

mundo, através do cuidado. Ele inclui uma dimensão ontológica, é um modo de ser,

sem ele, deixa-se de ser humano. Deixando de 'ser' humano como poderá este

'humano' cuidar de si e dos outros?

Para Bishop; Scudder (1996) a boa presença terapêutica empodera as pessoas

doentes e/ou frágeis, dando-lhes coragem e esperança, permitindo que estas se

sintam valorizadas e respeitadas. O cuidado no sentido de presença não se dá só

através de afetividade e interesse, mas também do conhecimento e da habilidade

técnica, além do julgamento clínico. O cuidado compreende e inclui também o

sentido de afeição, preocupação, assim como o de responsabilidade pelas pessoas

necessitadas.

De acordo com Favoreto (2008) a medicina praticada segundo os referenciais do

modelo biomédico tradicional não possibilita a muitos médicos e outros profissionais

da saúde a possibilidade de praticar um ‘cuidado mais afetivo’, porque estão em

constante contato com o que se preconiza de “tensão estruturante”. Esta ‘tensão’

leva a afirmação do material e do profissional e a negação da própria espiritualidade

e da condição de ser humano que também sofre. Nesse sentido, tão importante

quando cuidar do ‘outro’ é cuidar de si mesmo, o cuidado de si e/ou autocuidado.

O cuidado de si tornou-se uma temática de estudo da área da saúde e mais

especificamente da Enfermagem nos anos de 1981 e 1982, e no Brasil apresentou-

se como “a hermenêutica do sujeito”: um modo de encarar as coisas, estar no

mundo, olhar para si mesmo, não se constitui em um exercício de solidão, mas uma

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prática social na qual se cuida do corpo e da alma. O cuidado de si é apresentado

aos profissionais da saúde como um exercício político, um modo de encarar as

coisas, de estar no mundo, de modificar-se, de transformar-se, de refletir acerca do

seu modo de ser e agir. O autocuidado descreve a prática dos cuidados executados

pela pessoa necessitada para a manutenção da sua saúde e bem-estar. É um dos

aspectos de viver de forma saudável, pois a saúde é um estado de totalidade que

inclui o corpo, as emoções, as atitudes e as razões. Envolve a comunicação com o

mundo do saber, a busca da verdade, o fazer o bem para si e para o próximo. Tanto

o cuidado de si quanto o autocuidado estão vinculados à saúde humana, a

realização de ações dirigidas a si mesmo ou ao próprio ambiente para se adquirir um

funcionamento integrado, com benefícios a vida, a saúde e o bem-estar (BUB et al.

2006).

Vinculada às pesquisas e ações direcionadas as pessoas que buscam os serviços

de saúde, está a discussão sobre o ‘cuidado’ no sistema de saúde brasileiro que

acontece em paralelo à introdução de propostas inovadoras de

assistência/atendimento com a inclusão de cuidados ou terapêuticas não biomédicas

apresentadas como ‘medicinas alternativas e/ou complementares, ou ainda não

convencionais’. Para Waldow (2004) a possibilidade de ofertar outras formas de

cuidado ou terapêuticas é um avanço com relação a outros países considerados

desenvolvidos. Para a autora a ideia é que os cuidados ou terapias alternativas e/ou

complementares venham como um auxílio no restabelecimento do equilíbrio

corpóreo e no caso de doenças, estigmatizadas pela sua gravidade, atuem como

fortes complementos tecnológicos ‘doces’, que diminuem o estresse e a dor

provenientes dos tratamentos convencionais que em sua maioria são resultados de

produtos tecnológicos ‘duros’, lembrados muito mais pelos seus efeitos colaterais do

que pelos seus resultados.

No Brasil, estes cuidados ou terapêuticas complementares gradativamente se

associam as técnicas convencionais, acrescentadas desde que permitidas pelos

pacientes e/ou familiares. O interessante, é que nesta associação, retoma-se alguns

aspectos tradicionais da arte de cuidar, numa relação ética associada à arte, a

beleza, a harmonia e porque não dizer ao afeto pela pessoa cuidada, numa

conjugação perfeita que tem como meta a integralidade (WALDOW, 1998; 2004).

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Importante relembrar que a experiência da doença e a maneira como os pacientes

respondem aos problemas enfrentados são construídos em função de valores

socioculturais como as crenças e os costumes inseridos em sua vida cotidiana. O

estresse, a exemplo de outras doenças estigmatizantes, apresenta-se como uma

situação problema, que afeta a vida e exige sua reestruturação. A maneira como a

pessoa é amparada no momento do diagnóstico e as explicações que recebe tem

impacto importante no modo como irá enfrentar a doença. Por isso é fundamental

que se faça um cuidado integral nessas pessoas, pois a incerteza do tratamento e

os aspectos mais duros e dolorosos infelizmente serão as lembranças carregadas

por estas, durante toda a experiência da doença (PIZZIGNACCO; MELO; LIMA,

2011).

Considerando o momento atual como de grandes transformações em todos os

segmentos da sociedade, os profissionais de saúde precisam adotar mecanismos

sobre a qualidade do cuidado prestado aos pacientes, além de colocar como foco

principal a valorização do ser humano em todas as etapas do processo da doença.

O cuidado oferecido às pessoas precisa ser o mais integral possível, sem

fragmentações, considerando as crenças, medos e angústias. O cuidado é uma

ação inerente ao ser humano. “Ou seja, é natural da espécie humana, faz parte da

luta pela sobrevivência e percorre toda humanidade”. Ele deve incluir o paciente e

todos os membros da família, favorecendo sua participação no cuidado já que o

mesmo passa por situações de dificuldades naquele momento de adoecimento

(ALENCAR; LACERDA; CENTA, 2005, p. 10).

Para que o cuidado ocorra de maneira integral e humanitária, os profissionais da

saúde necessitam interagir com seus pacientes/familiares no processo saúde-

doença, resolvendo problemas, apontando soluções. Para ajudar a cuidar neste

momento tão importante das vidas das pessoas, os profissionais da saúde precisam

estar envolvidos, ter empatia, olhar atento, percepção, conhecimento, crença e

sensibilidade para agirem com resolutividade nesta fase do enfrentamento da

doença. Importante lembrar que se faz necessário ter ética e compromisso, saber

ouvir e calar quando necessário, mas, não deixar de ter envolvimento nas questões

biopsicossocial, cultural e espiritual (ALENCAR; LACERDA; CENTA, 2005).

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A pessoa enferma ou em situação de fragilidade e seus familiares passam por

experiências antes nunca vivenciadas, em que ocorrem mudanças em vários

aspectos de sua vida, entre eles os relacionados ao cuidado. As alterações tanto

físicas quanto emocionais que são enfrentadas se caracterizam como um momento

único e impar em suas vidas. Dessa forma, os profissionais da saúde precisam

conhecer a realidade destas pessoas, dando apoio emocional, orientando-as,

respeitando-as e ajudando-as a direcionar um “novo” modo de viver sua vida com a

doença, através do cuidado integral (MARCON; SALCIN, 2008), visando dessa

forma melhor qualidade de vida e bem-estar.

3.3 QUALIDADE DE VIDA E BEM-ESTAR

Não é de hoje que esta terminologia é discutida. Entre os povos egípcios possuir

saúde e tempo para o lazer era considerado qualidade de vida, no entanto, suas

visões transcendentais da existência e da morte fizeram acreditar que havia

qualidade de vida após a morte (FERREIRA, 2011).

Tanto no mundo ocidental, quanto no oriental, os seres humanos percebem em

pleno século XXI a necessidade de que bem-estar e qualidade no viver sejam algo

palpável, em suas vidas bastante atribuladas. Contudo, este termo ‘qualidade de

vida’ vem sofrendo uma variedade de mudanças quanto a sua definição ao longo

dos anos, baseado principalmente na capacidade funcional, nível socioeconômico e

satisfação das pessoas. Envolve costumes, hábitos e crenças relacionados a

cultura. Santos et al. (2002) observam que o mesmo pode variar o seu sentido de

acordo com a visão de cada indivíduo. Para algumas pessoas é considerado

unidimensional, enquanto que para outros é multidimensional.

Os autores afirmam ainda ser a qualidade de vida um fenômeno capaz de levar o

ser humano a desenvolver suas potencialidades nas relações interpessoais e

profissionais. Pois falar de qualidade de vida envolve entender os fatores culturais,

éticos e ainda religiosos, assim como valores e percepções pessoais no processo de

conceber e perceber esta condição na vida das pessoas.

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Este caminho mais ‘interdisciplinar’ para pensar uma definição para qualidade de

vida terminou por mostrar que ela não está centrada na saúde, é algo mais

abrangente que envolve condições de estilo de vida. É considerada como a

percepção das pessoas no contexto da cultura com os valores, objetivos,

expectativas, padrões e preocupações, até a dimensão ética e política. A

classificação dos estudos sobre qualidade de vida possui quatro abordagens:

socioeconômica, biomédica, psicológica e geral. Na abordagem socioeconômica os

indicadores sociais são os elementos base para sua ancoragem e estão

relacionados às melhores condições de moradia, lazer, ócio, educação,

empregabilidade entre outros elementos. A abordagem biomédica associa qualidade

de vida às condições de saúde e o seu funcionamento social. É influenciada pela

subjetividade, o impacto do estado de saúde e a capacidade de viver plenamente da

pessoa enferma ou fragilizada pelo cansaço, pela morte de alguém, pela falta de

emprego, entre outras possibilidades. A abordagem psicológica tem como

indicadores a subjetividade do indivíduo com a sua vivência, da experiência da

pessoa com os aspectos da sua vida, como felicidade, satisfação, prazer. Considera

o aspecto interior da pessoa, e assim não considera o contexto ambiental na qual

ela se insere. As abordagens gerais conceituam qualidade de vida como algo

multidimensional, sendo um conceito complexo de definir, difere de pessoa para

pessoa de acordo com o seu contexto (ALMEIDA; GUITERREZ, 2004).

De uma forma mais ampla, todas estas abordagens na sua essência mostram que a

qualidade de vida e o consequente bem-estar de alguém abordam parâmetros

subjetivos como bem-estar, felicidade, amor, boa saúde e, portanto inclui ainda,

fatores relacionados ao bem-estar físico, mental, emocional e funcional.

Para os profissionais da área da saúde, a promoção da qualidade de vida é parte

das prerrogativas do bom atendimento. A Organização Mundial da Saúde (OMS)

vem apoiando projetos que beneficiem a qualidade de vida dos usuários de saúde

através de programas que visam à integração do autocuidado ao regime terapêutico

ofertado nas unidades de saúde (FERREIRA, 2011).

Para Pereira et al. (2006) o autocuidado e/ou o cuidado de si para se chegar à

qualidade de vida depende muito da percepção das pessoas quanto as suas

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necessidades, a oportunidade de alcançar a sua felicidade e autorrealização,

independente das condições físicas, mentais e econômicas. Estes autores em

particular, a exemplo de muitos profissionais da saúde, colocam nas pessoas a

responsabilidade para o alcance da qualidade de vida.

Sobre ‘bem-estar’, observa-se que em alguns estudos o mesmo é associado ao

termo ‘qualidade de vida’ para designar uma vida saudável, que possui como

principal integrante a felicidade. Para Siqueira e Padovan (2008) existem duas

perspectivas para se pensar o bem-estar: uma de caráter hedônico que apresenta o

bem-estar como uma abordagem subjetiva de felicidade; e outra de caráter

eudemônico que apresenta o bem-estar como uma abordagem voltada para o

potencial humano de superação e bem-estar psicológico. Na visão dos autores,

essas duas linhas de pensamento refletem visões filosóficas distintas sobre a

felicidade, a hedonismo adota uma visão de bem-estar com prazer ou felicidade, o

eudemonismo possui a noção de que bem-estar consiste no funcionamento das

potencialidades de uma pessoa, na capacidade de pensar, agir e raciocinar.

Nas perspectivas de Pereira et al. (2006) o bem-estar subjetivo procura entender as

avaliações que as pessoas fazem das suas vidas incluindo uma análise pessoal

sobre a frequência com que experimentam emoções positivas e negativas. Os

aspectos positivos não envolvem necessariamente questões econômicas, mas

aspectos de sentimentos e emoções vivenciadas na vida, satisfação com a vida. O

bem-estar também é relacionado fortemente com o desenvolvimento humano e

dimensionado na capacidade das pessoas de enfrentar os desafios da vida.

Justifica-se o bem-estar como a ausência de doença e fortalece o significado de

saúde psicológica envolvendo seis componentes: autoaceitação, relacionamento

positivo com outras pessoas, autonomia, domínio do ambiente, propósito de vida e

crescimento pessoal.

Uma experiência subjetiva positiva pode contribuir para melhorar a qualidade de vida

das pessoas e assim prevenir possíveis patologias, desfrutando de uma existência

feliz e saudável (SIQUEIRA; PADOVAN, 2008).

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Para Sánchez e Bertolozzi (2007) para ter bem-estar uma pessoa não pode estar

vulnerável aos agentes estressores. O termo de vulnerabilidade vem sendo utilizado

na área da saúde e está associado à possibilidade do ser humano sofrer danos e ter

também a capacidade de se recuperar, sendo muitas vezes diretamente relacionado

à pobreza, as crises econômicas e ao nível educacional. O conceito de

vulnerabilidade faz um convite para se repensar sobre as práticas sociais e

históricas, que contribuem para mudanças políticas e culturais, envolvendo

diferentes setores da sociedade. Mesmo que ela não negue e reconheça o modelo

biomédico tradicional, busca superá-lo. Para intervir nas situações de

vulnerabilidade no processo saúde-doença é necessário o desenvolvimento de

ações que envolvam o social, a participação ativa da população, através da

solidariedade, na busca de solucionar problemas e as próprias necessidades da

saúde.

3.4 ESTRESSES: UM PROBLEMA DO SÉCULO XXI?

Na sociedade atual, em função da correria e por todas as questões envolvidas na

vida de um ser humano, muitos são acometidos pelo estresse, pois as mudanças no

estilo de vida das pessoas as tornam debilitadas e vulneráveis, porém para Sadir;

Bignotto e Lipp (2010) não há conhecimento suficiente por parte dos envolvidos para

lidar com essas formas de tensão.

Selye et al. (apud SADIR; BIGNOTTO E LIPP, 2010) argumentam que o estresse é

uma reação do organismo, na qual este precisa se adaptar e ir além de suas

limitações. O estresse atinge as pessoas do ponto de vista biológico e social. Os

fatores relacionados ao biológico atingem fisicamente e emocionalmente as pessoas

deixando-as sem motivação, irritadas, com dificuldades interpessoais, depressão,

ansiedade e infelicidade, e essas fontes de tensão geram outras consequências num

círculo vicioso destruidor.

Nem todas as pessoas são vulneráveis aos mesmos agentes estressores, o que vai

determinar é o conjunto de características do ser humano com o ambiente no qual

ele convive, e quando excessivo e de forma contínua compromete a saúde do

indivíduo, podendo desenvolver inúmeras doenças. Segundo Couto (1987 apud

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SADIR, BIGNOTTO E LIPP, 2010) o estresse ocupacional interfere diretamente na

qualidade de vida e modifica o comportamento humano em várias áreas, desde as

relações pessoais até as profissionais.

Manter o equilíbrio do corpo é também buscar qualidade de vida, através do estado

de bem-estar físico mental e social, contribuindo assim para a ausência de doenças,

principalmente com a era da informatização, onde o individuo desconstrói alguns

hábitos saudáveis que promovem o seu bem-estar e saúde, dando inicio assim ao

caminho do estresse. Hoje com toda a industrialização no mundo contemporâneo, o

sedentarismo e a ausência de lazer aumentam as tensões podendo originar

situações de estresse (SILVA; SILVA e TAVEIRA, 2010).

De acordo com Domar; Dreher (1997 apud PRICE, 2006, p. 137):

[...] o estresse não é propriamente emoção, é um estado mental crônico resultado da nossa falta de habilidade para integrar as verdadeiras emoções. No instante em que conseguirmos expressar e resolver nossas emoções, como, por exemplo, a tristeza, e a raiva, estaremos muito menos propensos a nos tornar estressados, deprimidos ou desesperançados.

Para Price (2006) o estresse prolongado provoca algumas reações imediatas e

depois um estado mais ou menos equilibrado no qual o corpo tenta resistir, até que

por fim quebra essa resistência e a saúde começa a ser afetada. No entanto, existe

o estresse positivo, no qual há a produção de adrenalina que motiva o ser humano e

gera energia para enfrentar o dia a dia, com o corpo e a mente retornando a sua

normalidade sem afetar a saúde. Por isso, nem sempre o estresse é um problema,

apenas se torna quando há o excesso e não se consegue lidar com isso. Já o

estresse negativo causa frustração, irritação, altera o humor das pessoas e quando

não controlado afeta diretamente a resistência do corpo, provocando doenças, tanto

físicas quanto mentais.

Associado ao estresse negativo, há o ritmo corrido do dia-a-dia fazendo com que as

pessoas não consigam realizar atos para contribuir para o seu bem-estar, gerando

consequências estressoras para seu corpo. A doença do estresse está inserida

também em uma abordagem biopsicossocial, já que é variado de acordo com

valores, preocupações de cada indivíduo, por isso o profissional da saúde precisa ter

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a percepção que o ser humano está em constante interação e construção do seu

processo de saúde-doença.

É possível ainda fazer a correlação da patologia do estresse com a qualidade de

vida, visto que um indivíduo quando está em boas condições psicológicas consegue

obter boas condições físicas também, permitindo uma melhor interação com o meio

no qual está inserido (SILVA; SILVA e TAVEIRA, 2010).

Considerando este contexto, é necessário então, desenvolver estratégias para

enfrentar os males que levam ao estresse (SANTOS; CARDOSO, 2010). Algumas

terapêuticas ou cuidados não biomédicos como a aromaterapia pode ser um

importante instrumento de promoção do bem-estar físico e mental contribuindo

significativamente para o equilíbrio do organismo permitindo amenizar os efeitos

patológicos decorrentes do estresse.

De acordo com Gerber (1997 apud TSUCHIYA; NASCIMENTO, 2002, p. 37)

O homem holístico é composto por mente, corpo e espírito, que é a soma de um largo espectro de sistemas de energia interativa. Esses sistemas podem ser afetados por nossas emoções, fatores nutricionais, fatores estressantes, de natureza puramente física, como a exaustão por excesso de trabalho ou sono insuficiente que causam desequilíbrios físicos e emocionais, podendo a pessoa se tornar vulnerável à doença, entre outros fatores que podem afetar estes sistemas de energia.

Para diminuir ou eliminar o estresse negativo, as pessoas precisam se perceber no

contexto de sua cultura, de seus valores, observando como melhor agir para que

seus objetivos, expectativas e preocupações não se transformem em uma razão

para perder a capacidade de manter padrões elevados de bem-estar e qualidade de

vida (SANTOS; CARDOSO, 2010).

Considerando que no cotidiano diante das muitas responsabilidades e problemas se

pode sofrer distintas desordens emocionais, físicas e espirituais que acometem

homens e mulheres em diferentes momentos geracionais, faz-se necessário um

olhar atento aos cuidados que possam auxiliar o equilíbrio. Nesse sentido, observa-

se que as terapias complementares, como a aromaterapia têm conquistado seu

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espaço na intenção de trazer mais equilíbrio e bem-estar às pessoas (WALDOW,

1998).

A aromaterapia como uma terapia complementar associada ou não a um tratamento

convencional pode contribuir positivamente no bem-estar e qualidade de vida das

pessoas estressadas.

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4 TERAPIAS COMPLEMENTARES: AROMATERAPIA

As terapias complementares fogem da racionalidade do modelo biomédico

dominante, pois adotam uma postura holística e naturalística diante do processo

saúde-doença. Os pressupostos das mesmas é que a cura pode ocorrer não apenas

na eliminação dos sintomas, mas no movimento que leva a pessoa a ter um

equilíbrio não apenas físico, mas, também relacionado a outras áreas de sua vida

(TSUCHIYA; NASCIMENTO, 2002). São fundamentais na assistência das pessoas,

sejam na prevenção ou tratamento, visando à interação social, da mente, do corpo e

do espírito em conjunto e não de forma isolada (TROVO; SILVA; LEÃO, 2003).

No Brasil, o uso das terapias complementares é aceito no Sistema Único de Saúde

(SUS), por meio da Portaria nº 971, que incentiva e regulamenta a adoção dessas

técnicas nas unidades de atendimento dos Estados, Municípios e Distrito Federal

(BRASIL/MS, 2006). A técnica de aromaterapia ainda não está incluída no SUS

como uma prática de restauração biológica, no entanto esta portaria engloba a

fitoterapia que utiliza plantas medicinais, sendo a aromaterapia um segmento da

mesma.

A “Aromaterapia” contribui com a medicina tradicional no auxílio ao equilíbrio físico,

mental e espiritual. “Aroma” remete a cheiro e “terapia” a cura, tratamento e /ou

cuidado (LASZLO, 2013). A medicina alternativa ou complementar vem sendo

definida como a medicina que complementa a medicina tradicional ou biomedicina,

pois o modelo tradicional é uma ciência essencialmente alopática que se utiliza de

medicamentos oficiais e credenciados, alta tecnologia e cuidados invasivos de

distintas naturezas (AGUIAR JÚNIOR; COSTA, 2011).

Segundo algumas premissas deste modelo de assistência, a qualidade de vida é

algo a ser alcançada quando se tem saúde física e harmonia com o meio ambiente e

com as outras pessoas. Para quem estuda e atua nesta perspectiva a saúde física é

um movimento intenso de vibrações harmônicas, quando isto não existe, haverá

doenças e o desequilíbrio do corpo. Fazendo a correlação das terapias

complementares com a teoria da energia vital que visam o equilíbrio corpóreo, para

os chineses essa energia é chamada de Chi, que é responsável pelas funções

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corporais, pelos movimentos, esta energia vital percorre uma rede de caminhos no

corpo, chamado de meridianos. Os elementos que formam é o ying-yang, que

apontam dois aspectos do viver humano: o aspecto da oposição e o aspecto

complementar como o feminino, masculino, passivo, ativo, escuro e o iluminado

(BONTEMPO, 2001; SILVA, 2001).

O que está atrás desse conceito é o sentido do equilíbrio e harmonia, no símbolo

que representa o yin-yang é possível observar que pelas cores visualiza-se a

oposição, ao mesmo tempo pela forma como se unem observa-se a

complementaridade. Quando este processo se desvirtua e quebra no organismo,

algumas ações de cuidado e/ou terapêuticas complementares, como a aromaterapia

podem auxiliar neste processo (SILVA, 2001).

Figura 1- Símbolo Yin-Yang

Fonte: Acupunturista (2013)

A aromaterapia é a utilização controlada e consciente dos óleos essenciais das

plantas, com o intuito de promover saúde e bem-estar às pessoas. Os óleos

essenciais desempenham funções importantes nas emoções, por conta da distinção

do olfato e provocam impactos sobre o estado emocional, por isso existe uma

conexão direta entre eles e o centro emocional do cérebro, o sistema límbico

(PRICE, 2006; NEVES, 2011).

Este 'velho' e ao mesmo tempo 'novo' sistema de tratamento e cuidado, existente

desde a mais tenra época da existência humana, pode não apenas diminuir os

sintomas da doença e efeitos dos tratamentos convencionais, como também

restabelecer o relacionamento da pessoa com o todo. A adoção de métodos

fragmentados na área da saúde fez com que se perdesse de vista a totalidade do

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ser humano, o profissional da saúde por vezes esquece-se de enxergar o paciente

como uma pessoa que está doente, em vez de ele próprio ser confundido com sua

doença. Com um olhar humanizado por conta do modelo holístico, é possível

recuperar o sentido da totalidade humana (TSUCHIYA; NASCIMENTO, 2002).

De acordo com Gnatta, Dornellas e Silva (2011); Eler, Jaques (2006) as terapêuticas

como a aromaterapia pelo seu caráter não invasivo, conseguem diminuir os efeitos

colaterais mais dolorosos e podem produzir uma ação preventiva, que proporciona

equilíbrio nos níveis físico, mental e emocional, além de poderem ser usadas

paralelamente com outros tratamentos médicos.

Edward Bach, médico inglês, desenvolveu a noção que as doenças não são

exatamente geradas por fungos ou bactérias, mas são resultantes de desarmonias,

ou conflitos ocasionados por elementos da personalidade (TSUCHIYA;

NASCIMENTO, 2002). Para Bach (1997) o medo, o egoísmo, o ódio, o desrespeito

às leis da natureza eram as doenças reais, responsáveis pelo enfraquecimento do

organismo, abrindo assim caminho para doenças físicas de todos os tipos.

Neste contexto, a medicina complementar ajuda a restituir a qualidade de vida e a

saúde das pessoas, através da inibição dos processos de degeneração biológica e

de transmissão dos desequilíbrios do corpo. Estes processos de estresse têm

provocado um grande desgaste biológico, deixando o ser humano mais vulnerável

aos problemas do seu dia-a-dia, fato hoje de grande preocupação para o Ministério

da Saúde. Essa “nova” medicina não se coloca em oposição à medicina tradicional

(modelo biomédico), mas atua como um complexo evolutivo e dinamizador, pois

considera a doença como multifatorial, ou seja, vários são os fatores que a ocasiona,

como o próprio estresse, é fundamental, portanto, um tratamento integral, composto

por vários recursos em diversas dimensões (BONTEMPO, 2001).

Neste universo de novas (velhas) formas de tratamento, a aromaterapia apresenta-

se como uma prática que se utiliza de concentrados voláteis, que são os óleos

essenciais, compostos orgânicos de origem vegetal, formado por moléculas de alta

complexidade, com várias funções químicas (alcoóis, aldeídos, ésteres, fenóis e

hidrocarbonetos) sempre constituídas por uma ou duas destas funções, que

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conforme suas concentrações, tipo de vegetal e forma de apresentação, conseguem

caracterizar seus aromas e as funções a que se destinam (GNATTA; DORNELLAS;

SILVA, 2011).

São utilizados óleos essenciais de flores, ervas, plantas, árvores ou especiarias, pois

cada essência tem propriedades peculiares e atua sobre o equilíbrio do organismo

como um todo. Os óleos essenciais entram no corpo por inalação ou absorção por

meio dos poros da pele, e atuam de três maneiras: farmacologicamente,

fisiologicamente e psicologicamente (TSUCHIYA; NASCIMENTO, 2002; MARINS,

2004).

Na prática da aromaterapia utilizam-se óleos essenciais com a finalidade de

equilibrar as emoções, melhorar o bem-estar físico e mental, podendo ainda aliviar a

ansiedade provocada pelo estresse (GNATTA; DORNELLAS; SILVA, 2011).

Para Price (2002), a palavra aroma vem do significado cheiro ou fragrância, e

significa tratamento para o corpo, mente ou condição social de uma pessoa,

ajudando e facilitando um processo de mudança e cura. Tratamentos estes que

vem ocorrendo desde o inicio da humanidade, praticado por diversos povos.

4.1 UM BREVE HISTÓRICO DA AROMATERAPIA

Lendo algumas bibliografias clássicas, encontraram-se algumas narrativas acerca da

aromaterapia, que segundo Davis (1996) tem suas raízes nas práticas mais

ancestrais curativas da humanidade, pois as plantas das quais os óleos essenciais

são extraídos já eram utilizadas antes mesmo da descoberta do método de

destilação. A defumação de pacientes foi uma das formas mais primitivas de cura,

com uso de fumos e essências especiais que eram passadas no corpo das pessoas

em rituais religiosos, unindo medicina e religião no cuidado das pessoas. Os povos

do passado ofertavam aos seus deuses plantas aromáticas em altares cumprindo

sacrifícios e peregrinações, se considerassem necessário. A defumação através de

plantas aromáticas é usada até o presente momento, em alguns hospitais franceses,

por exemplo, queimam tomilho e alecrim em suas alas, como desinfetante. A

utilização dos óleos essenciais em rituais é ilustrada por meio da figura 2.

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Figura 2 - Uso de óleos essenciais em rituais

Fonte: Laszlo (2013)

No entanto, foram os Chineses um dos primeiros povos a utilizar os efeitos dos

óleos essenciais diretamente no corpo humano visando bem-estar, harmonia e

equilíbrio enquanto os egípcios foram os precursores na utilização de incensos, além

de criarem o termo perfume, do latim per fumum, que significa através da fumaça,

pois a fumigação era a principal maneira de se utilizar os aromas provenientes das

plantas (TISSERAND, 1993).

Os altos sacerdotes egípcios consideravam as essências das flores como os mais

eficazes métodos de cura, eram preparados remédios com casca de árvores

especiais e através da destilação conseguiam obter as essências das flores,

guardadas depois em sigilo absoluto. Usando os extratos das flores, que poderiam

tanto ser ingeridos como aspirados, os altos sacerdotes trabalhavam como

verdadeiros terapeutas (BONTEMPO, 2001). Davam grande importância também ao

perfume, tanto para seu uso público ou privado. Nos importantes eventos do Estado,

jovens escravas dançavam com cones perfumados na cabeça que se derretiam e

aos poucos o aroma impregnava o local junto com os incensos (DAVIS, 1996).

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Há indícios que as tribos primitivas já utilizavam as ervas de maneira empírica como

métodos de cura. Existem evidências que foram utilizados óleos essências no

embalsamamento de múmias datando 6000 a.C. encontradas no Iraque, junto com

vasilhas de pólen de flores e plantas medicinais (SILVA, 2001). A figura 3 ilustra o

embalsamento de uma múmia.

Figura 3 - Embalsamento de múmias

Fonte: Laszlo (2013)

Em função das necessidades próprias de cada época e particularmente na

antiguidade, os homens apuraram o sentido do olfato, algo primordial para a sua

sobrevivência. Do ponto de vista fisiológico é importante ressaltar que muito antes

do “pensar” o cérebro já desenvolveu o sistema límbico, onde também se situa o

sentido do olfato. O olfato, este sentido primordial, serve ao ser humano de distintas

maneiras, do reconhecimento da comida a seleção do parceiro sexual (KELLER,

2009).

Em algum momento este ser humano lançou na fogueira plantas, galhos, ervas e

percebeu que os aromas e óleos produzidos aumentavam ou diminuíam em seu

corpo sintomas como sonolência, vigilância e alegria. Com o passar do tempo

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através da sua vivência foi aperfeiçoando com sua inteligência esses aromas e

utilizando conscientemente conforme suas necessidades e problemas. Entre os

egípcios a cura pelas plantas e essências era considerada a mais eficaz, pois eles

acreditavam que os cheiros eram uma especial provisão dos deuses, destinada ao

homem. Logicamente, os reis faziam o uso dos perfumes mais caros, eram enchidas

as piscinas com água de rosas, e quando morriam seus corpos eram pincelados

com resina coníferas para que o processo de decomposição fosse evitado. Na

tumba do rei Amon foram encontrados recipientes com essências aromáticas que

denotam o período de 1400 a.C. e ainda assim não perderam sua intensidade.

Entre homens e mulheres da realeza e sacerdotes se utilizava um desodorante feito

com mirra, incenso, rosmarinho e tomilho. Os óleos eram misturados com gordura e

sob a roupa iam derretendo com o calor dos corpos (KELLER, 2009).

Os gregos antigos adquiriram dos egípcios boas partes do seu conhecimento

médico além de descobrirem outras questões como o fato de alguns odores de

plantas serem estimulantes, revigorantes, outros relaxantes e até saporífero.

Durante as batalhas os soldados gregos carregavam consigo uma mistura à base de

mirra para os ferimentos. Hipócrates, o pai da medicina, mencionou ainda em seus

escritos um grande número de plantas medicinais. Caminhando na linha do tempo e

chegando aos romanos, muitos médicos gregos foram empregados por Roma, e

após a queda de Roma, os médicos sobreviventes fugiram para Constantinopla

levando consigo os livros escritos sobre plantas medicinais e seus conhecimentos. O

Império Bizantino além de usar as plantas medicinais, era pródigo com o uso de

perfumes. A partir das traduções dos médicos greco-romanos e também por meio da

vasta biblioteca de Alexandria, o conhecimento adquirido na Antiguidade foi

transmitido para os árabes (DAVIS, 1996).

Os romanos são conhecidos também por suas conquistas, como as especiarias

trazidas das regiões conquistadas e bastante usadas nos banhos termais, saunas e

massagens exóticas. A prática de tomar banhos aromáticos se disseminou tanto que

Roma chegou a ter mais de 1000 casas de banhos, conforme figura 4. Tomavam

muitos banhos por dia, pois assim promoviam prazeres físicos e conseguiam se

entregar aos prazeres carnais (KELLER, 2009; SILVA, 2001).

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Figura 4 - Casas de banhos

Fonte: Laszlo (2013)

No entanto, para os egípcios os rituais eram sagrados e totalmente religiosos. Neste

momento através do povo fenício, começaram a usar sabão feito com gordura de

cabra e cinzas de madeira para suas higienes, além dos óleos balsâmicos e outras

essências aromáticas. Com grande destaque na arte da sedução, para a rainha do

Egito, Cleópatra, a qual já utilizava os efeitos aromáticos cobrindo seu próprio corpo

com pétalas de rosas afixadas com gotas de mel (SILVA, 2001).

No Oriente próximo, os sufis determinavam os perfumes para cada chacra, durante

rituais e práticas espirituais e de meditação. Para estes sacerdotes, as pessoas

possuíam vários corpos que deviam ser tratados por diferentes óleos aromáticos. As

essências se difundiram nas épocas de grandes epidemias porque alguns perfumes

eram utilizados na profilaxia dos ambientes infectados. Nas ruas dos hospitais eram

queimadas resinas de pinho, de cedro e de cipreste para deliberar a epidemia e

espantar os maus espíritos (KELLER, 2009).

No século XII, os perfumes da Arábia já eram famosos por toda a Europa. Os

cruzados trouxeram consigo o conhecimento dos perfumes e a maneira de como

destilá-los. E com a invenção da imprensa, os manuscritos sobre as plantas

aromáticas foram publicados em livros conhecidos como Herbários, e no século XVI

qualquer pessoa alfabetizada tinha acesso. As mulheres de casa fabricavam

caixinhas aromáticas de lavanda e outros sachês com ervas para aromatizar a casa

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e proteger o linho contra a traça. O mundo árabe na verdade teve sua grande

importância para a história da aromaterapia pelo fato de ser neste momento

descoberto o método de destilação dos óleos essenciais (DAVIS, 1996).

Um grande exemplo é o médico Avicena (figura 5) que deixou valiosos registros por

escrito, aproximadamente 800 plantas e seus efeitos sobre o corpo humano. Nos

manuscritos árabes havia desenhos de alambiques, nesta época as rosas tinham

um significado especial como experimento alquímico. Nos alambiques eram

depositadas as rosas e aquecidas com outros materiais, ao serem aquecidas

produziam uma quantidade de águas de rosas e uma porção mínima de óleo ou Atar

de rosas, os quais flutuavam sobre a superfície, sendo esse um método artesanal de

destilação (DAVIS, 1996; SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010).

Figura 5 - Médico Avicena

Fonte: Laszlo (2013)

A alquimia provavelmente introduzida na Europa pelos cruzados que voltaram da

Terra Santa, visava à busca espiritual, e as diferentes operações realizadas pelos

adeptos representavam os processos. A destilação era o símbolo da purificação e

das concentrações das forças espirituais (LAVABRE, 2005).

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Figura 6 - Alquimistas

Fonte: Laszlo (2013)

Todas as plantas que existem na natureza são feitas de um corpo físico, uma alma e

um espírito segundo os alquimistas. A arte consistia em dissolver o corpo físico e

assim condensar a alma e o espírito, que continham todo o poder curativo, extraindo

sua quintessência. O material então era destilado diversas vezes a fim de remover

todas as impurezas e como produtos finais tinham remédios valiosos. Essas

quintessências eram à base da maioria dos remédios e durante séculos os óleos

essenciais formam a única forma de combater as epidemias (LAVABRE, 2005).

No século XVI juntamente com outros pesquisadores da área, o pesquisador

europeu, o inglês Culpeper, dedicou-se aos estudos das plantas e essências com

grande repercussão (KELLER, 2009). Neste período várias substâncias naturais de

origem vegetal foram descobertas e começaram a ser compreendidas a sua relação

com a saúde e bem-estar (DAVIS, 1996).

O termo óleo essencial só apareceu no século XVI, a terminologia diz que o óleo é

originado do árabe que significa azeite, e o essencial surgiu com os alquimistas que

acreditavam que este óleo tinha a “alma da planta” (SILVA, 2001).

Vale ressaltar que o uso das plantas para a cura no extremo Oriente, como na Índia

e China eram diferentes da Europa. Na Índia os textos religiosos mais antigos como

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o Rigveda que datam 2000 a.C continham invocações às próprias plantas. O rei

budista Ashoka organizou o cultivo das plantas medicinais. Argumentavam que para

serem colhidas precisava que fosse por um homem puro e santificado, em solo fértil

e de boa drenagem, longe de locais como templos, santificados ou cemitérios. As

plantas medicinais da Índia ganharam fama por toda a Ásia (DAVIS, 1996).

A Índia é provavelmente o único lugar do mundo aonde a tradição não morreu, com

mais de dez mil anos de práticas contínuas, a medicina Ayurvédica é a mais antiga

forma da prática médica. O livro mais sagrado “Vedas” menciona aproximadamente

setecentos produtos de plantas medicinais, nestes escritos há o uso de perfumes e

substâncias aromáticas para os fins litúrgicos e terapêuticos (LAVABRE, 2005).

Na China também eram destinados estudos para as plantas medicinais

paralelamente com a técnica de acupuntura. Existem muitos registros sobre essas

plantas, o grande clássico da medicina botânica chama-se Pen t’sao kang-mou

(figura 7), no qual relacionou-se cerca de 8160 fórmulas diferentes, na sua grande

maioria de plantas (DAVIS, 1996).

Figura 7 - Pen t’sao kang-mou

Fonte: NLM (2013)

Voltando para a Europa verificou-se um grande interesse do uso das plantas de uma

forma mais integral e natural, contudo, foi somente após o século XVIII, com o

advento dos estudos universitários, que químicos como o francês René Maurice

Gattefossé (figura 8) tornaram conhecidos os efeitos de práticas como a

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aromaterapia. Isto foi por obra do acaso, quando este químico queimou sua mão e

instintivamente a colocou dentro do recipiente mais próximo com lavanda. Ao

perceber que em pouco tempo sua mão cicatrizou, iniciou algumas experiências com

os soldados feridos da guerra e depois divulgou os benefícios dos óleos, lançou o

termo aromaterapia e em 1928 publicou o primeiro livro sobre o assunto, intitulado

“Aromathérapie” (KELLER, 2009).

Figura 8- Maurice Renné Gattefossé

Fonte: Laszlo (2013)

Inspirado pela experiência de René Maurice Gattefossé, o médico ex-cirurgião do

exército Jean Valnet começou a tratar seus pacientes das batalhas de queimaduras

e ferimentos com óleos aromáticos extraídos de ervas medicinais. Posteriormente

tratou os pacientes de um hospital psiquiátrico com óleos e produtos vegetais e teve

um grande êxito. Foi autor do clássico “ Aromathérapie- Traitement des maladies par

les essences des plantes” (Aromaterapia - Tratamento das enfermidades pelas

essências das plantas), sendo ele o presidente da Société Française de

Phytothérapie et d´Aromathérapie (KELLER, 2009; SILVA, 2001; DAVIS,1996).

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Figura 9 - Médico Valnet

Fonte: Laszlo (2013)

Ao mesmo tempo a bioquímica francesa Marguerite Maury também começou a

pesquisar sobre os óleos aromáticos e percebeu sua eficácia no Sistema Nervoso

Central quando se inspirou na Medicina Tibetana, a qual utiliza óleos essenciais

mesclados com os óleos carreadores, concluindo na época os efeitos dos óleos para

cada pessoa (GNATTA; DORNELLAS; SILVA, 2011).

Figura 10 - Bioquímica Marguerite Maury

Fonte: Laszlo (2013)

Em consequência de todo o histórico, o uso da aromaterapia na França é bastante

medicinal, os óleos essenciais são indicados pelos médicos para o uso interno

através da ingestão (gotas dos óleos nos sucos, águas), cápsulas de gel entre

outros. Os óleos essenciais podem ser encontrados em qualquer loja de produtos

naturais e na maioria das farmácias. Além do governo através do seguro-saúde

financiar suas despesas quando necessário (LAVABRE, 2005).

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Na Inglaterra utilizam os óleos essenciais nas aplicações externas associadas às

massagens, compressas e inalações. Nos Estados Unidos, muitas pessoas estão

descontentes com o tratamento médico tradicional (modelo biomédico), pois além de

tratarem a “doença” como um fator isolado, elas têm um custo bem elevado. Na Ásia

e América do Sul seu enfoque é no cosmético-terapêutico, sendo que no Brasil

ainda é muito incipiente, no entanto muitas pessoas têm mostrado interesse pela

prática de aromaterapia, através dos veículos de informação e pelos benefícios que

a técnica proporciona ao organismo (SILVA, 2001).

A técnica de aromaterapia quando utilizada de forma adequada por um profissional

especializado consegue ajudar o ser humano a manter o equilíbrio, além disso, os

óleos essenciais trabalham de forma sutil e delicada, pois seus princípios ativos são

isolados a partir de uma parte da planta para assim tratar sintomas específicos.

Muitos aromaterapeutas são adeptos a teoria Chinesa da energia vital yin-yang,

quando as energias opostas estão em equilíbrio o corpo encontra-se no estado de

saúde e bem-estar (DAVIS, 1996).

Os óleos essenciais exercem influência sobre a mente, auxiliam os tratamentos do

modelo biomédico tradicional, além disso, existe uma variedade de formas para

serem empregados. São absorvidas com grande rapidez pela pele através das

massagens, banhos, compressas, quando inalados ocorre um efeito direto sobre o

corpo ocasionando os resultados desejados (DAVIS, 1996).

4.2 OS ÓLEOS ESSENCIAIS

Em função de todos os relatos existentes, a aromaterapia nos séculos XX e XXI,

pode ser considerada como uma medicina que tem por essência o uso de

substâncias naturais, que após extração atua como uma terapêutica ou cuidado

alternativo e/ou complementar nas situações que requerem prevenção, cura ou

simplesmente diminuição de uma situação de sofrimento (ANDREI; PERES;

COMUNE, 2005).

Os óleos essenciais são utilizados como agentes terapêuticos na aromaterapia,

auxiliando nos tratamentos, são constituídos por substâncias lipossolúveis, voláteis,

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extraídos de partes de plantas, raízes, rizomas, folhas, flores, caules, cascas, frutas

entre outros, por diferentes métodos de extração (SILVA, 2001). A palavra “óleo” se

caracteriza em função de sua aparência oleosa à temperatura ambiente (JAKIEMIU,

2008).

O ser humano depende das plantas em todos os sentidos, para obter alimentos,

energia e oxigênio e assim ter uma relação de complementariedade com elas. É a

parte de um todo, é a própria vida e por isso as plantas não representam uma

agressão para o organismo. A chave da cura está no próprio ser humano, só há

ganho quando se dá informações corretas para o organismo e os óleos essenciais

visam isso, pois desempenham um papel importante para as plantas, funcionam

como catalisadores e mensageiros, protegendo as plantas contra parasitas e

ajudando no processo de fertilização. Os óleos carregam informações de uma célula

para outra e desencadeiam a reação hormonal da planta em situações de estresse

fazendo a adaptação da mesma ao meio ambiente. Controlam ainda a multiplicação

e renovação das células, muitas vezes são encontrados óleos essenciais no exterior

das folhas, na película das frutas cítricas e na casca de algumas árvores. A grande

maioria das plantas de onde são extraídos os óleos essenciais cresce em áreas

secas e por conta disso são produzidos pelas atividades solares. Alguns

pesquisadores da área antropossófica relatam que os óleos são a manifestação das

forças cósmicas do fogo, são produzidos pelo eu cósmico das plantas aromáticas e

a matéria dissolve-se em calor, indicados então para as patologias que se originam

no corpo astral (LAVABRE, 2005).

Os óleos essenciais são solúveis em álcool, éter e outros compostos graxos, não

são solúveis em água e podem ser incolores ou apresentar tons claros ou até fortes

e opacos. Mesmo que se utilize o termo “óleo”, os mesmos não são

obrigatoriamente gordurosos e diferenciam-se dos óleos vegetais por serem

altamente voláteis. Suas principais qualidades são o aroma e suas propriedades

terapêuticas. Os óleos possuem odores característicos, densidade menor que a

água, elevado índice de refração, são ativos e sensíveis à luz e ao ar. Alguns

estudiosos acreditam que o poder dos óleos essenciais naturais está em sua energia

vital, encontrada apenas na matéria viva. Portanto, os óleos sintéticos podem ser

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muito semelhantes no seu odor aos naturais, mas não em suas propriedades

terapêuticas (ANDREI; PERES; COMUNE, 2005).

Os óleos essenciais são fluidos, mas alguns podem ser até sólidos quando estão em

temperatura ambiente, diferenciam-se dos óleos graxos pela sua alta volatilidade.

Isso é perceptível, quando se aplica uma gota de óleo essencial em pedaço de pano

ou papel desaparecendo depois de algum tempo. Não se dissolvem na água e são

levemente solúveis em vinagre. Na solução alcoólica dissolvem-se bem e podem

ainda serem misturados em óleos vegetais, gorduras ou ceras. São encontrados

como pequenas gotas entre as células das plantas, agindo como reguladores, têm

por objetivo auxiliar a planta para a adaptação do meio ambiente, isso é visível pelo

aumento da produção dos óleos em situação de estresse. Nos climas de

temperatura muito quente, como no deserto do Saara, os arbustos de mirra e

olíbano são envolvidos por uma tênue de óleos essenciais que acabam filtrando os

raios do sol e refrescam o ar ao redor das plantas. Além de protegerem também de

doenças, parasitas e permitem também a atração dos insetos para a polinização

(LAVABRE, 2005)

Os óleos essenciais devem sempre ser utilizados diluídos em óleos carreadores,

pois na grande maioria possuem alta concentração, os únicos óleos essenciais que

podem ser utilizados puros são o de lavanda e o melaleuca (tea-tree). São

extremamente voláteis isso é, evaporam com muita facilidade, sendo muito eficazes

nos tratamentos, mas necessitam que estejam hermeticamente fechados para o seu

armazenamento, precisam estar em embalagens âmbar (escuras, contra os raios do

sol) e assim que utilizados devem ser fechados o mais rápido possível (DAVIS,

1996; SILVA, 2001).

A extração dos óleos essenciais ocorre na sua maioria a partir das plantas, por meio

da destilação, utilizando processos de hidrodestilação, destilação com vapor d´água

saturado à pressão atmosférica ou destilação á vácuo, maceração, prensagem,

extração do solvente e eufloragem ou enfleurage. (SIMÕES; SPITZER, 1999). Os

óleos essenciais quanto a sua composição química podem variar significativamente

de acordo com o solo e as condições climáticas.

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Os principais métodos de extração dos óleos essenciais segundo Silva (2001, p.

180) são:

Prensagem: utilizados principalmente para a extração de óleos essenciais

cítricos, são cortados às frutas cítricas, separadas as cascas das polpas, as

cascas ficam imersas por várias horas na água e só depois é feita a extração

pelo método de prensagem. Pode ser feita manualmente ou por máquinas, há

relatos que o método com as mãos faz com que o óleo fique de melhor

qualidade, o rendimento máximo é de 80 % e uma pessoa com experiência

consegue no máximo meio litro por dia. As cascas não podem conter

conservantes, inseticidas ou qualquer produto que prejudique na qualidade do

óleo essencial.

Maceração: as folhas e flores são esmagadas até a ruptura das glândulas

celulares, são colocadas então em gordura depurada que é inodora ou em

óleo vegetal quente. Coloca-se uma massa vegetal de folhas e flores dentro

do óleo vegetal já aromatizado e este é aquecido por volta de 30˚ C e fica

macerando, o processo completo pode durar até um mês.

Enfloragem: é um método de extrair as essências das flores, foi desenvolvido

pelos franceses, basicamente consiste em colocar uma camada de pétalas

sobre uma camada de banha ou gordura depurada que repousa sobre uma

placa de vidro. O processo é novamente repetido, como um sanduíche, para

isto entre as placas é colocado grades de madeira chamadas chassis. A troca

de pétalas é repetida periodicamente, conforme cada flor, até saturar e pode

demorar 3 a 10 semanas.

Extração por Solvente: é um método mais custoso que a destilação, funciona

com um extrator do tipo rotatório, tambores com camisas de vapor envolvem

um eixo horizontal, a camisa é um invólucro em volta do tambor por onde

passa o vapor quente. Os tambores são divididos em compartimentos com

placas perfuradas e neste são colocados às flores para passar pelo processo

de lavagem que pode durar de uma a uma hora e meia, as flores são tratadas

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mais duas vezes e aplicadas o solvente a fim de se obter um líquido que é o

óleo essencial e traços de pigmentos de flor.

Destilação: é o método mais utilizado para a extração de óleos essenciais

com qualidade. São subdivididos em três métodos, a hidrodestilação, na qual

consiste de três partes uma com um vaso metálico conhecido como caldeira,

onde ficam as plantas que serão destiladas, um capitel que funciona como um

capacete para aguentar a pressão e uma serpentina refrigerada feita de uma

tubulação de cobre, que tem por objetivo fazer a água circular condensando o

vapor.

Destilação com vapor d´água saturado à pressão atmosférica: na qual existe

um disco perfurado no fundo da caldeira para separar a erva da água,

conforme pode ser visualizado na figura 11. É usado para plantas que liberam

alto teor aromático como a hortelã e o eucalipto. É um pouco mais elaborado

que a hidrodestilação, pois permite que se faça uma retificação do óleo

essencial, que é repetir o processo várias vezes, vaporizar os componentes

mais voláteis do óleo e assim liquefazê-los.

Destilação a vácuo: na qual se utiliza o vapor seco, um vapor superaquecido

que vêm de um gerador próprio e independente. Muito utilizado por muitas

indústrias, pois é um método mais rápido, econômico e que provê um óleo

essencial de melhor qualidade, pois não há o contato da planta com a água.

Figura 11- Método de destilação a vácuo

Fonte: Faust (2013)

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Os óleos essenciais como argumentado, precisam de um “veículo” para serem

transportados para a corrente sanguínea. Os principais óleos carreadores podem

ainda serem chamados de bases ou óleos vegetais são obtidos pela prensagem a

frio de sementes de plantas oleaginosas. São ricos em vitaminas, ácidos graxos e

proteínas, capazes assim de promover maciez e hidratação para a pele, não

possuem em suas composições conservantes e nem estabilizantes, sendo assim

sua penetração na epiderme (primeira camada da pele) é total, não deixando a pele

oleosa como os óleos minerais (ALVES; SILVEIRA; AMARAL, 2012). Têm como

função diluir os óleos essenciais antes de usados na pele, são ricos em vitaminas e

emolientes deixando a pele flexível e hidratada, formando uma barreira que impede

uma excessiva perda de água (SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010).

Os óleos carreadores mais utilizados segundo os autores (SILVA, 2001;

SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010; ALVES; SILVEIRA; AMARAL, 2012) são:

a) Óleo de Abacate: é extraído pelo método de prensagem das sementes da

Persea gratíssima do México. Sendo muito delicado e suave, é rico em

vitamina A, B1, B2 e vitamina C, além de lipídeos, aminoácidos e nutrientes

para a pele e para o cabelo. Este óleo é resistente para se tornar rançoso.

b) Óleo de Amêndoas doce: é um dos óleos mais consumidos do mundo,

extraído da semente Prunus amygadalus dulcis, da Ásia. Ideal para gestantes

promove uma rápida permeação cutânea por ser menos denso. Têm

vitaminas A, B1, B2 e B6, ácidos graxos e proteínas.

c) Óleo de Gérmen de trigo: é extraído do embrião e sementes da Triticum

vulgare, do Brasil. Rico em vitamina E, ácido linoleico e fosfolipídios evitando

a perda de vitamina A do organismo, sendo assim um excelente regenerador

cutâneo. Fortalece ainda os vasos sanguíneos e diminui a ocorrência de

varizes.

d) Óleo de Girassol: são extraídos da semente Helianthus annus, do Brasil. Por

ser denso é um excelente óleo carreador para massagens, pelo fácil

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deslizamento sobre a pele. Possuem qualidades preciosas provenientes de

certos ácidos graxos, como as pseudovitaminas F, promove ainda um

equilíbrio na epiderme evitando a perda de água.

e) Óleo de Semente de uva: são extraídos da prensagem das sementes Vitis

vinífera, da Argentina. Têm alto teor de alfa-tocoferol, ácido linoleico e ácido

palmítico, que são responsáveis para regeneração e manutenção do tecido

cutâneo.

f) Óleo de Andiroba: são obtidos da Carapa guianensis, têm propriedades

antissépticas, anti-inflamatórias, cicatrizantes e inseticidas. É um óleo

carreador hidratante e emoliente.

g) Óleo de Gergelim: são extraídos da Sesamun indicum, contém vitaminas A, B

e E, são hidratantes, emolientes, aumentam a tonicidade e firmeza muscular,

além disso, melhoram também a circulação. Dê preferência ao óleo virgem,

pois têm sesamol, sesamolina e tocoferóis que são antioxidantes naturais.

Por ser cor amarelo-pálido e odor forte é bastante nutritivo para a epiderme.

Cuidar apenas quando o óleo tiver características organolépticas que são

cheiro muito forte e cor marrom escura, evitar assim utilizar nas massagens, o

óleo virgem de gergelim é bem mais estável sendo mais rico em vitamina A

(protegem a epiderme), e mais rico também em vitamina E estimulando a

atividade muscular.

h) Óleo de Jojoba: é extraído das sementes da Simmondsia chenensis, do Egito.

É um óleo de alta compatibilidade com a pele, possui ação de desobstrução

dos poros e das glândulas sebáceas além de regular naturalmente a

oleosidade da pele.

i) Óleo de Rosa mosqueta: extraído das sementes da Rosa rubiginosa (Rosa

canina), do Chile. Conhecido pelas suas altas propriedades regeneradoras e

terapêuticas. Rico em ácidos graxos insaturados promove assim a

regeneração celular do tecido cutâneo.

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Quanto às condições de estocagem dos óleos essenciais e os carreadores, é

importante que sejam armazenados em vidros escuros, lugares frescos e não pode

deixar entrar ar nos vidros. Quando estão nessas condições, esses óleos essenciais

podem durar aproximadamente seis anos, contudo os óleos essenciais cítricos têm

um prazo de validade mais curto já que não passam pelo processo de destilação

(PRICE, 2006).

Caso o óleo essencial estiver em uma solução com óleos carreadores, a vida do

produto final vai ser do limite da vida do carreador em questão, por isso as regras da

luz, do calor e da vedação dessas embalagens são muito importantes. No geral, a

qualidade de conservação dos óleos carreadores é de doze meses, depois desse

tempo ele torna-se rançoso, embora os óleos essenciais permaneçam com suas

propriedades, a solução fica com um aroma relativamente rançoso também,

inapropriado então para o uso (PRICE, 2006).

Na aromaterapia os óleos essenciais podem ser usados em diferentes níveis para

distintas ações. Por exemplo: quando utilizados diluídos através dos óleos

carreadores agem no nível biológico fortalecendo as defesas naturais do organismo

além de ser um meio de comunicação direta entre o ser humano e a natureza no

plano energético e espiritual. Os óleos essenciais representam o espírito e a alma da

planta, que é a forma mais concentrada de energia vegetal e conseguem alcançar

os recantos mais profundos da alma (LAVABRE, 2005).

Os óleos essenciais agem na mente e auxiliam nos problemas emocionais do dia-a-

dia de uma pessoa agitada, é visível através dos aromas dos perfumes, de acordo

com Maury (1961 apud LAVABRE, 2005, p. 21):

Merece especial atenção o efeito das fragrâncias no estado psíquico e mental do indivíduo. O poder da percepção torna-se mais claro e penetrante e há um sentimento de ter até certo ponto, superado os próprios eventos. [...] Pode-se até dizer que o problema emocional que costuma obscurecer nossa percepção é praticamente eliminado.

De acordo ainda com Lavabre (2005) alguns estudos realizados na Europa, Estados

Unidos concluíram que os efeitos dos óleos essenciais na psique podem ser muito

mais importantes do que os cientistas imaginam. Pois o sentido do olfato age

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principalmente no nível subconsciente, sendo o nariz o único órgão com acesso

direto ao cérebro (PRICE, 2006).

4.3 SISTEMA LÍMBICO: A PERCEPÇÃO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS

Os óleos essenciais conseguem estimular as células nervosas olfativas, ativando o

sistema límbico, que é a área cerebral responsável pelo olfato, memória e emoção.

Mas com uma diversidade de óleos essenciais existentes no mercado, o tratamento

terapêutico aromático deve ser realizado com cautela. Recomenda-se o

conhecimento sobre os óleos que se irá trabalhar assim como o seu grau de

toxidade, sua aplicabilidade e qualidade (ANDREI; PERES; COMUNE, 2005).

O sentido do olfato do ser humano age principalmente em nível subconsciente, os

nervos olfativos são ligados à parte mais primitiva do cérebro, que é o sistema

límbico, sendo que a única porta de entrada para o cérebro é o nariz. O sistema

límbico é conhecido como rinencéfalo, que significa cérebro do cheiro, é a parte do

cérebro que regula a atividade sensorial-motora, impulsos primitivos do sexo, além

de situações de fome e sede. A reação elétrica do cérebro ligada ao cheiro é igual à

reação ligada as emoções (LAVABRE, 2005).

De forma resumida, a detecção e a interpretação dos cheiros dos óleos essenciais

passam por três fases, a primeira delas é a recepção, na qual os óleos liberam as

notas de cabeça, corpo e fundo. As notas de cabeça são as mais voláteis e são as

primeiras notas a saírem dos óleos, o cheiro desses óleos é composto por moléculas

voláteis que entram pelas narinas, são então aquecidas e umidificadas e captadas

pelos receptores no epitélio olfativo, que é uma estrutura muito pequena que contém

cem milhões de cílios olfativos, que são as terminações nervosas. As moléculas

odoríferas são dissolvidas pelo muco e depois se ligam aos receptores no epitélio

olfativo. Há início a uma reação química que origina impulsos elétricos e assim a

mensagem é enviada para o cérebro através dos neurônios olfativos e com a

estrutura do bulbo olfativo são transmitidos então através de sinapses, os efeitos dos

óleos essenciais (SILVA, 2001).

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Uma pessoa consegue distinguir vários cheiros diferentes em menos de um

segundo. Segundo Gunyton (1993 apud ANDREI, PERES E COMUNE, 2005) as

células que recebem a sensação do olfato são as células olfativas, originadas do a

partir do sistema nervoso central. São os pelos ou cílios olfativos, localizados na

extremidade mucosa da célula olfativa, que reagem aos odores presentes no ar e

estimulam as células olfativas.

O processo olfativo é envolvido da seguinte maneira, as partículas voláteis são

desprendidas dos óleos essenciais e carregadas pelo vento e então aspiradas pelo

nariz, o ar entra pelas narinas, atravessa a cavidade nasal e sai pela nasofaringe.

Na cavidade nasal, estão presentes os cornetos ou turbinados que são revestidos

pelo epitélio olfativo, que contêm as células olfativas. Sua função é atuar como

defletores, que obriga com que o fluxo de ar no interior do nariz permaneça

turbulento para que possa assim atingir as regiões superiores da cavidade nasal. As

moléculas dos óleos essenciais chegam ao epitélio olfativo através das fossas

nasais, e encontram na extremidade da mucosa nasal os cílios que respondem aos

estímulos químicos, está nesse momento presente um elevado número de

moléculas protéicas, chamadas proteínas fixadoras de odoríferos, que se ligam as

diferentes substâncias odoríferas, sendo esse o estímulo que necessita para excitar

as células olfativas (ANDREI; PERES; COMUNE, 2005).

Essas moléculas de proteínas fixadoras de odoríferos conseguem provocar a

abertura de canais iônicos e passa a funcionar como um canal iônico onde ocorre

então a entrada de muitos íons de sódio positivo (Na+) no interior da célula olfativa,

despolarizando-a. Quando são estimuladas, as células olfativas sofrem o processo

de transdução, cujo objetivo é transformar a informação olfativa em mensagens, ou

em impulsos nervosos que serão interpretadas pelo cérebro. Consiste na conversão

de um sinal químico em elétrico, que possa ser transmitido ao Sistema Nervoso

Central. As células receptoras olfativas são os únicos neurônios no ser humano

adulto de renovação constante. No final do processo, os impulsos nervosos

percorrem as fibras nervosas, que são os axônios, até atingir o destino final, que é o

cérebro, ou a parte responsável pela olfação, o sistema límbico. A partir desse

momento, as mensagens serão codificadas e produzirão reações de ordem

fisiológica e psicológica (ANDREI; PERES; COMUNE, 2005; CORAZZA, 2002).

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Fazendo uma síntese, o processo olfativo (figura 12) constitui uma série de reações

interligadas, químicas e elétricas, na seguinte ordem, a substância odorante é

levada pelo ar, entra no nariz e chega às células olfativas que formam um tapete de

muco e reagem aos diversos odores por ligar-se as moléculas específicas, causando

então as reações químicas e elétricas e assim a estimulação dos cílios olfativos. As

proteínas fixadoras de substâncias odoríferas, localizadas nos cílios, encarregam-se

para a transmissão dos sinais do sistema nervoso central.

Figura 12 - Processo Olfativo

Fonte: Harmonie (2011)

Além do processo de inalação, que é a percepção dos odores, há também o

vibratório, na qual os odores podem ser percebidos sem as moléculas odoríferas

chegarem ao nariz. As partículas odoríferas com vibrações em frequência diversas

comunicam essa vibração aos pelos olfativos (ANDREI; PERES; COMUNE, 2005).

Os óleos essenciais atuam de diversas formas no organismo, podem ser absorvidas

por meio de inalação pelas vias áreas, por uso tópico ou ingestão. Quando são

inaladas, uma porcentagem mínima dos óleos ativa o sistema olfato pelo bulbo e

nervos olfativos, que propiciam uma ligação direta com o Sistema Nervoso Central,

levando o estímulo ao Sistema Límbico, responsável pelo controle da memória e das

emoções (GNATTA; DORNELLAS; SILVA, 2011).

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Segundo os autores, quando acorre por via cutânea, o uso tópico, através da

massagem, por exemplo, o óleo essencial é absorvido então e transportado pelo

sangue, sendo levados até os órgãos e tecidos do organismo, ocasionando assim os

efeitos desejados dos óleos essenciais. Mas, quando são ingeridos, é necessário

cautela, por conta do grau de toxidade dos óleos, as moléculas são absorvidas pelo

intestino e lavadas aos diversos tecidos do corpo (GNATTA; SILVA; DORNELLAS,

2011). Na figura 13 uma representação do caminho e efeito dos aromas no corpo

humano.

Figura 13 - Caminhos e Efeitos dos Aromas

Fonte: Price (2002).

Os métodos para aplicação da aromaterapia são diversos, como a pulverização e

difusão aérea, inalação, compressas, banhos e massagens. Existe também a

possibilidade do tratamento através de bochechos e gargarejos e ingestão (via oral).

Antes do início do tratamento terapêutico, deve-se aplicar o teste de alergia,

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aplicando o óleo essencial em seu veículo (óleo carreador) sobre a pele (ANDREI;

PERES; COMUNE, 2005; CORAZZA, 2002; PRICE, 2002).

Os óleos essenciais podem ainda ser acrescentados a chás e xaropes, ou serem

utilizados na alimentação como temperos. Mas a massagem ainda é a mais

difundida, pois além da ação farmacológica dos óleos essenciais o toque consegue

trazer uma comunicação não verbal e uma ação de empatia e compreensão pelo

usuário. Os óleos essenciais são ideais para a massagem, pois quando dissolvidos

em óleo vegetal, são facilmente absorvidos pela pele, e posteriormente dispersos

através dos tecidos do corpo. Pela via cutânea uma das mais utilizadas são as

massagens, mas também há o uso de compressas quentes ou frias, banhos de

imersão, manilúvios e pedilúvios. A via respiratória é muito importante na

aromaterapia também, através da inalação com aromatização ambiental,

travesseiros aromáticos, sprays entre outros (NEUWIRTH; CHAVES; BETTEGA,

2008).

O olfato do ser humano é muito apurado, consegue detectar até uma parte apenas

do material fragrante em dez trilhões de partes ou mais. Quando o indivíduo tem um

nariz treinado pode diferenciar diversos cheiros. Mas o que é mais interessante é

que os cheiros são identificados conforme imagens e associações e não funciona

como um sistema analítico (LAVABRE, 2005).

A aromaterapia trabalha de forma suave, com o equilíbrio do corpo, mente e espírito,

vem sendo muito procurada pela população visto que os efeitos colaterais são

mínimos diante do modelo biomédico convencional. Considerando tudo que foi

tratado aqui, a aromaterapia consegue atuar nos desequilíbrios e resgatar nos seres

humanos a essência humana, que está cada vez mais esquecida, promovendo

assim momentos de reflexão para o paciente.

4.4 A AROMATERAPIA: CUIDADOS ESTÉTICOS TERAPÊUTICOS

Os óleos essenciais são basicamente sinérgicos, o termo é de origem grega syn

junto e erg trabalho. Neste caso, cada óleo essencial constitui uma mistura sinérgica

entre si, na qual todos os componentes químicos trabalham em conjunto para obter

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os efeitos específicos, sendo que são sempre maiores que quando utilizados

individualmente (LOW; RAWAL; GRIFFIN 1974 apud PRICE, 2006), uma grande

razão para utilizar óleos essenciais verdadeiros e não essências. A combinação de

dois a três óleos essenciais é maior que os efeitos de um óleo essencial apenas,

chamado de sinergia, acrescentando benefícios para a saúde, corpo e mente

(PRICE, 2006).

Uma forma da sua utilização é a aromatização ambiental que visa criar um estado

de espírito com aromas dos óleos essenciais, assim como quando a Cleópatra

mergulhava as pombinhas em água de rosas e deixava esvoaçando para aromatizar

o ambiente. Os antigos egípcios queimavam perfumes nas ruas e nos templos,

assim como Hipócrates o pai da medicina ocidental, há mais de dois mil anos,

conseguiu combater a peste em Atenas espalhando fumigações aromáticas por toda

a cidade. Na Idade Média também, eram queimados pinheiros e outras madeiras

perfumadas nas ruas em épocas de epidemia com o objetivo de expulsar os

demônios (SILVA, 2001).

Hoje a tecnologia vem avançando muito, vindo da Europa, onde o movimento da

terapia natural é bastante difundido, os difusores aromáticos dispersam óleos

essenciais no ar sem alterá-los ou aquecê-los, isso porque as gotas dos óleos

essenciais são transformadas em uma névoa muito fina e como o gás propulsor é o

ar não há poluição química, assim como também não há alteração dos óleos ou

decomposição pelo calor. As micropartículas dos óleos ficam suspensas no ar por

várias horas e revitalizam o ar conforme as características de cada óleo essencial. O

difusor aromático é uma das maneiras mais sutis de sentir os efeitos dos óleos

essenciais, assim como seus efeitos no espírito e na alma. Pois quando a atmosfera

está prazerosa e harmoniosa proporciona uma melhor qualidade de vida, com isso

os difusores são uma boa ferramenta aos indivíduos que se aderem à medicina

complementar (LAVABRE, 2005).

Muitas formas são usadas para a aromatização ambiental como os difusores

elétricos (figura 14) que é feita a froi (a frio), quando o ar entra em contato com as

gotas de óleo essencial , evapora e a micropartículas começa a se difundir,

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estimulando os receptores olfativos e proporcionando os efeitos dos óleos

essenciais (SILVA, 2001).

Há ainda os sprays, conhecidos como pulverizadores que já estão diluídos com os

óleos, chamado de sinergia, são utilizados para aromatizar o ambiente, relaxar,

trazer calma, higienizar. Mistura-se 100 ml de álcool 50% ou 50 ml de álcool 96 % e

50 ml de água, com 10 gotas de óleo essencial, em um recipiente spray, de vidro

âmbar (SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010). Deve-se borrifar no local

desejado e cuidar para que os óleos não sejam sintéticos, para assim conseguir

proporcionar os efeitos desejados (SILVA, 2001).

Figura 14 - Difusor elétrico

Fonte: Aromagia (2013)

Existem também os banhos aromáticos (figura 15), os antigos do Egito à Índia,

praticavam rituais que eram a combinação de banhos quentes e frios e massagens

aromáticas. Nos banhos, os óleos essenciais têm efeitos sinérgicos, ampliando o

prazer do banho comum. De acordo com Lavabre (2005) ao agradar o nariz,

agradam também o espírito, além da ação fisiológica dos óleos essenciais no

sistema nervoso e no resto do corpo humano. Os banhos aromáticos regularizam o

sistema nervoso, pois a água fria ou quente é sedativa e promove a homeostase

(equilíbrio interno do corpo), ativa o sistema circulatório, pois a homeostase vai fazer

surgir o calor ou frio do próprio corpo, ocorrendo assim uma vasodilatação ou uma

vasoconstrição, além de promover bem-estar com efeitos calmantes ou estimulantes

dependendo dos óleos essenciais utilizados.

Os banhos aromáticos, classificados também como banhos de imersão

proporcionam bem-estar e um alívio das tensões musculares, além de minimizar as

dores, em uma banheira, o contato da pele deverá ser no máximo de 20 minutos, a

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temperatura de 37˚ C para assim conseguir absorver os benefícios dos óleos

essenciais. É preciso utilizar no máximo 10 gotas de óleo essencial para uma

banheira cheia de água, o óleo deve ser diluído em um agente emulsionante, como

o leite integral, o óleo se mistura na gordura (nata) do leite e o emulsiona-se na água

da banheira além dos óleos vegetais. Sua finalidade é tranquilizar, aliviar as vias

respiratórias, sempre levando em consideração os óleos escolhidos (ALVES;

SILVEIRA; AMARAL, 2012).

Há também os banhos de assento (figura 16), na qual conseguem promover ao ser

humano um bem-estar e a própria assepsia. Dilui-se em média de 6 a 8 gotas do

óleo essencial em uma colher de chá de vodka, ou em 5 ml de óleo vegetal e

posteriormente em um copo de leite integral morno, essa emulsão será dissolvida

em uma bacia de água quente (SCHOTTEN ; CORREA; MACHADO, 2010).

Figura 15 - Banhos aromáticos

Fonte: Spa e Cia (2013)

Figura 16 - Banhos de assento

Fonte: Dr. Franchico (2013)

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As compressas (figura 17) já são utilizadas há bastante tempo, as frias conseguem

tratar a dor de natureza aguda, aquela inesperada, uma contusão e as compressas

quentes tratam as dores de natureza crônica, como bronquite, doenças de pele de

acordo com Silva (2001). As compressas frias, coloca-se meio litro de água fria com

5 gotas de óleo essencial, embeber o tecido, tirar o excesso de água e repousá-lo na

pele. Mais utilizado em situações agudas que apresentam sinais de inflamação.

As quentes colocar meio litro de água fervente com 5 gotas de óleo essencial,

embeber o tecido, retirar o excesso e repousá-lo sobre a pele. Deve trocar a

compressa assim que ela esfriar, para retardar o processo deve-se cobrir a

compressa com um tecido de lã. Utiliza-se em situações crônicas, onde existem

sinais de deficiência e frio (SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010).

Figura 17 - Compressas

Fonte: Abril (2009)

A fricção (figura 18) é utilizada com a maceração de ervas ou óleos essenciais, a

finalidade é diminuir as dores resultantes do enrijecimento das articulações, não é a

cura (SILVA, 2001). É feita esfregando os óleos essenciais no local, são aplicados 2

gotas de óleo essencial em 2,5 ml de óleo vegetal sobre o local desejado

(SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010).

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Figura 18 - Fricção (método de maceração)

Fonte: Magia Zen (2013)

As inalações (figura 19) também são muito bem utilizadas, são tão antigas como a

própria humanidade. Os curandeiros, feiticeiros e sacerdotes já recorriam esse tipo

de prática em seus rituais e cerimônias (LAVABRE, 2005). Existem dois métodos, a

inalação a seco para superar medos, coloca-se 3 gotas de óleo essencial em um

lenço e depois faz a inalação sem encostar as narinas, usado também para

desentupir as vias respiratórias. E a inalação úmida que combate gripes, resfriados,

dores de garganta, coloca-se de 4 a 10 gotas de óleo essencial dependendo do óleo

em uma vasilha grande para um litro de água fervente, cobrir a cabeça com uma

toalha grande e fazer a inalação, manter os olhos fechados durante o procedimento,

permanecer no máximo dez minutos. Os óleos essenciais quando inalados podem

ser vasodilatadores ou vasoconstritores, afetando o ritmo cardíaco ocasionando a

sensação de bem-estar e alívio ao ser humano (SILVA, 2001).

Figura 19 - Inalação

Fonte: Lazlo (2013)

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As massagens também é uma maneira de utilizar os óleos essenciais, pois visam

através do contato físico, promover tranquilidade, em adjunto com a aromaterapia já

produz alterações significativas, pois os óleos são utilizados como agentes

terapêuticos e auxiliam nos tratamentos de doenças, principalmente as de origem

psicossomáticas (BONTEMPO, 2001). As massagens promovem um profundo

estado de relaxamento, aumentam a circulação sanguínea, diminuem dores,

estimulam a eliminação de toxinas do corpo além das trocas de energia através do

toque. Os óleos essenciais precisam ser diluídos em um óleo carreador, que é o

óleo vegetal, pois se misturam facilmente entre si e são compatíveis com todos os

óleos essenciais.

A massagem com os óleos essenciais têm um feito calmante, relaxante e

revigorante, pois consegue romper os eventos que ocasionam no corpo, problemas

como enrijecimento da musculatura, desconforto e mal estar. A pele absorve os

óleos essenciais com grande rapidez, e quando o corpo é massageado grande parte

pode ser absorvida pela corrente sanguínea em um período de tempo muito curto

(DAVIS, 1996).

Uma massagem corporal, utiliza 10 a 20 ml de óleo vegetal base, independente da

quantidade do óleo base, pingue aproximadamente 8 gotas de óleo essencial, os

óleos naturais de alta qualidade não engorduram a pele, penetram integralmente, e

conseguem desenvolver as funções orgânicas da pele (ALVES; SILVEIRA;

AMARAL, 2012).

A técnica de massagem (figura 20) tem por finalidade reduzir a tensão do dia-a-dia,

e existem alguns principais movimentos, o primeiro é a fricção ocasionando uma

hiperemia local, que é o processo de vermelhidão, aumenta o fluxo sanguíneo e

prepara o tecido cutâneo, a pele, para receber os óleos essenciais diluídos no óleo

carreador. Há também o tapotement, que significa percussão ou movimentos de

tapinhas, aprimora a circulação localizada para expandir os capilares superficiais,

quando realizados nas costas conseguem remover o muco e a congestão do trato

respiratório. E a effleurage, é o movimento de deslizar, trabalha a circulação

sanguínea e melhora a circulação linfática, e têm por funcionalidade a pressão

utilizada, quanto maior a pressão dos movimentos, dentro dos certos limites, mais

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ativado será o sistema circulatório e o tecido muscular e quanto mais suave o

movimento maior será o relaxamento sobre o sistema nervoso (SILVA, 2001).

Figura 20 - Massagem

Fonte: Equilibrium Massagens (2011)

Existem os pedilúvios que são conhecidos como escalda pés (figura 21), são

utilizados por milhares de anos. O método consiste em fazer uma infusão de óleo

essencial em um recipiente com água quente para os pés. Essas práticas são bem

eficazes, principalmente quando os banhos aromáticos ou os banhos de assento são

pouco viáveis, nos casos de pessoas enfermas e idosas com pouca mobilidade ou

ainda quando não há banheiras no local. A pele dos pés consegue absorver os óleos

essenciais com grande rapidez (DAVIS, 1996). A técnica é utilizada para

relaxamento, contusões, suor excessivo, ativação do sistema circulatório entre

outros.

Dica de utilização - Em uma bacia colocar aproximadamente 3 litros de água

fervente, dissolver 10 gotas de óleo essencial em 5 ml de óleo vegetal em um copo

de leite integral morno, pode ainda acrescentar uma colher de sal grosso para

promover um melhor relaxamento (SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010).Esse

método pode contribuir para outros problemas, como emocionais e até dores de

cabeça, pois nos pés existem pontos reflexos que correspondem ao organismo

(PRICE, 2005).

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Figura 21 - Escalda pés

Fonte: Maia (2012)

Manilúvio (figura 22) é uma técnica realizada nas mãos para o relaxamento, ativação

do sistema circulatório, contusões, inflamações, regularização do sistema nervoso

entre outros casos.

Dica de utilização - Em um recipiente colocam-se dois litros de água a 37 ˚C e

dissolve-se aproximadamente 7 gotas de óleo essencial em 5 ml de óleo vegetal,

Diluir essa emulsão em um copo de leite integral (SCHOTTEN; CORREA;

MACHADO, 2010).

Figura 22 – Manilúvio

Fonte: Ego (2012)

Os gargarejos ou bochechos (figura 23) visam tratar da assepsia bucal, o mau hálito

e algumas inflamações na boca. Além disso, ajudam a amenizar a dor de garganta e

auxiliam o organismo a combater os resfriados.

Dica de utilização - Tomar 2 a 5 gotas de óleo essencial em um copo com água olhe

para o teto e agite o líquido da boca com o ar sendo expelido pela laringe. O volume

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do líquido é de 15 a 25 ml, são recomendados três gargarejos conforme a

necessidade (SILVA, 2001); (SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010).

Há ainda a possibilidade de diluir 7 gotas de óleo essencial em três colheres de sopa

de mel de abelha. Misturar bem os óleos com o mel, depois acrescentar 100 ml de

água quente potável. Continuar mexendo até que o mel dissolva, com essa

quantidade é possível fazer aproximadamente cinco gargarejos (SILVA, 2001).

Nos bochechos são aquecidas 200 ml de água potável, e adiciona-se 20 gotas de

óleos essenciais conforme o tratamento específico. Agitar a solução em uma garrafa

por uns 30 segundos e coar em um filtro de tecido de algodão cru. Quando a

solução esfriar, colocar então em uma garrafa de vidro esterilizado e fechar. Estocar

em um local fresco e longe do sol, deve ser consumido dentro de meio ano. As

soluções de gargarejos e bochechos não devem ser ingeridas (SILVA, 2001).

Figura 23 - Gargarejos

Fonte: Precioso (2011)

Os óleos essenciais podem ainda ser utilizados na forma pura, na ocorrência de

queimaduras, picadas de inseto, hematomas, dores e herpes. Aplica-se uma

quantidade necessária do óleo conforme o tamanho do local. Nestes casos apenas

os óleos de Melaleuca (tea-tree) e Lavanda que poderão ser utilizados puros

(SCHOTTEN; CORREA, 2010).

Existem ainda os travesseiros aromáticos (figura 24), utilizados para dormir bem e

ter sonos tranquilos. Alguns cuidados devem ser tomados, o travesseiro precisa ter

filtro que evitem a saída de partículas de pó que possam assim ocasionar alguma

reação alérgica, observar se a erva do travesseiro é selecionada e a procedência do

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aroma do óleo essencial aplicado. Algumas ervas e óleos como a lavanda, podem

auxiliar nos problemas de insônia, pois são neurossedativos (SILVA, 2001).

Figura 24 - Travesseiros Aromáticos

Fonte: Salomão Ortopedia (2013)

Os cremes e loções para a pele são formulações que cuidam da pele, do corpo e do

couro cabeludo. Utilizam-se 5 ml de óleo essencial em 100 g/ml de base carreadora

(SCHOTTEN; CORREA, 2010).

Para o uso dos óleos essenciais via ingestão são necessários que sejam extraídos

por destilação e que tenha qualidade terapêutica comprovada (PRICE, 2006). No

entanto, é de extrema importância utilizar as doses exatas, pois qualquer óleo em

quantidade elevada poderá ser perigoso, como a toxicidade. A dose máxima deve

ser de 5 gotas, três vezes ao dia. Pode ser misturados no mel, são indicados para

azia e úlceras (LAVABRE, 2005).

A aromaterapia pode ser utilizada de diversas formas para a obtenção da

integralidade do indivíduo. Ela pode ser adotada como um complemento de muitas

outras formas de tratamento.

O uso adequado dos óleos essenciais permite que o ser humano encontre o seu

equilíbrio corporal, mas para tal, é indispensável que o profissional tenha uma

formação sólida sobre o uso da aromaterapia. Os profissionais de Cosmetologia e

Estética, por meio de sua formação acadêmica são capazes de executar esta terapia

complementar visando o bem-estar e qualidade de vida das pessoas.

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4.5 O PAPEL DO TECNÓLOGO EM COSMETOLOGIA EM AROMATERAPIA

A área de estética e cuidados para o bem-estar físico e mental é uma das que mais

crescem no Brasil, visto que o profissional que atua na área de Cosmetologia e

Estética não trabalha apenas com a parte estética do indivíduo, estuda também

trabalhos científicos e protocolos que contribuem para o acolhimento do ser humano.

A medicina do modelo biomédico tradicional vem buscando alternativas para o

melhor acolhimento das pessoas fragilizadas, pois é um momento em que o

indivíduo está sensível e necessita de cuidados além dos medicamentosos. Por

conta desta situação, as terapias ditas complementares estão ganhando um grande

destaque na área médica, uma vez que contribuem para o bem-estar físico, mental e

espiritual.

Essas terapias afetam diretamente as emoções em diversas maneiras, portanto tudo

depende também do tipo de pessoa que você é, suas crenças e seus costumes. Os

óleos essenciais ajudam a apreciar emoções positivas, como felicidade, alegria e

auxiliam também nas emoções destrutivas como medo, raiva, frustação, estresse

liberando alívio dessas emoções. A maior parte das informações colhidas sobre

plantas medicinais e os óleos aromáticos foram coletadas há milhares de anos

(PRICE, 2006). O que faz com que a técnica de aromaterapia se torne muito prática

e simples quando estudada e aplicada por um profissional habilitado, pois exige

embasamento dos conhecimentos.

O profissional da área de Cosmetologia trabalha de forma multidisciplinar, com as

demais áreas da saúde, porém um pouco mais com a os médicos e fisioterapeutas

na intenção de promover o equilíbrio corpóreo. De acordo com Silva (2001, p. 6) a:

Aromaterapia é uma opção de vida que nos ajuda a sentir bem fisicamente, mentalmente e emocionalmente. Seus meios para restaurar o equilíbrio do corpo e do espírito estão fundamentados nos preceitos de saúde e no poder das plantas e seus óleos essenciais.

Na maioria das vezes a medicina do modelo tradicional enfatiza a doença com um

fator isolado, no entanto, a aromaterapia por ter uma abordagem holística, visa o ser

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humano em sua totalidade, pois desta forma irá descobrir quais são os fatores que

ocasionam aquele sintoma em questão.

Muitas vezes, quando o médico possui essa visão mais “holística” e realiza o

trabalho multidisciplinar com o profissional de Cosmetologia e Estética que trabalha

com aromaterapia, consegue então descobrir situações estressantes pendentes,

seja tanto na vida pessoal como na profissional e assim possibilita um tratamento

mais completo visando o paciente na sua totalidade.

O autor Price (2006, p. 110) faz uma analogia com as armas dos efeitos da medicina

tradicional com o uso dos óleos essenciais, da seguinte forma:

A medicina tradicional faz o uso de um rifle que atira imediatamente as suas balas (os medicamentos) no alvo; neste caso um sintoma específico. E cada um dos seus medicamentos é constituído por um só tipo de molécula. A aromaterapia faz o uso de uma metralhadora que espalha imediatamente uma miríade de projéteis (as propriedades do óleo essencial) no alvo; neste caso a totalidade do corpo. E cada um dos seus óleos essenciais contém centenas de moléculas diferentes.

Por isso a importância de profissionais habilitados, dentre eles o formado em

Cosmetologia e Estética com nível superior, o qual possui conhecimentos técnico-

científicos sobre o uso da aromaterapia. De acordo com Brandão (2006), os cursos

de nível superior quanto à educação profissional ainda são muito carentes de

estudos. A modalidade do ensino superior surgiu com a primeira lei no Brasil (Lei

Federal 4024, Artigo 104), na qual prevê outras modalidades de Cursos Superiores

Diferenciados. Com a lei 5540/68, Artigo 23, parágrafo 1º consolidou a modalidade

de cursos profissionais de curta duração, na qual se destina a proporcionar

habilidades intermediárias do ensino superior, chamados de cursos técnicos de nível

superior.

Segunda a autora, o Tecnólogo em Cosmetologia e Estética está inserido nos

índices de profissionais com curso superior na área de Estética e Beleza, e

contribuem para a demanda necessitada de cuidados estéticos terapêuticos

promovendo e melhorando a qualidade de vida das pessoas.

O profissional de Tecnologia em Cosmetologia e Estética deve ter como missão em

seu perfil:

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Prever a capacidade de definir e aplicar técnicas de estética: corporal, facial e anexos, promovendo a melhoria na qualidade de vida, estar preparado para contribuir na sociedade em que vive, adequar-se às contínuas transformações sociais, políticas e econômicas. Estar integrado a realidade, aptos às reflexões sobre teorias e práticas, procurando ser um profissional com base geral sólida e específica da realidade em que vive e com o espírito crítico e inovador. (VALDAMERI, 2010, p. 66)

A autora afirma ainda que este profissional possui outras habilitações, como a de ter

coerência do fazer e do saber, trabalhar com uma equipe multidisciplinar, possuir

atitudes e comportamentos questionadores para sempre buscar atualizações diante

da ciência e tecnologia. Possuir atitudes de solidariedade, respeito, cuidado com as

pessoas envolvidas neste cenário.

Este perfil ainda prevê que o profissional desempenhe diferentes funções nas áreas

de cabelos, anexos, corporal e facial, e também trabalhar com as terapias

complementares, visando o trinômio, saúde, qualidade de vida e bem-estar.

Algumas palavras-chave são fundamentais para o desenvolvimento da formação do

profissional, de acordo com a autora:

Princípios éticos e humanísticos voltados à cidadania, contribuir com a sociedade em que vive e às contínuas transformações sociais, estar integrado à realidade, apto às reflexões profissionais, coerência, valores da cidadania, equipe multiprofissional, atitudes, autoavaliar, participação social, cordialidade, solidariedade, tolerância, paciência e perseverança; de ideal, altruísmo, integridade, honestidade, autoestima e confiança, responsabilidades, percepção de atitudes e valores de pessoas alheias, empatia, compreendendo as reações pessoais, clientes se sintam compreendidos por alguém, acessíveis, manter a confidencialidade, interação com profissionais da área e relacionamento em nível de cooperação. (VALDAMERI, 2010, p.68)

Ao profissional de Cosmetologia e Estética é atribuído atividades como a habilidade

em desenvolver, compreender, aplicar e gerenciar técnicas específicas para os

tratamentos conforme as necessidades de cada indivíduo, e segundo o Plano

Pedagógico do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética (UNIVALI,

2008) as principais atribuições são:

Nos produtos cosméticos identificar seus princípios ativos e suas

funções;

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Saber utilizar as normas de Biossegurança para a saúde do

profissional e do cliente;

Saber utilizar de maneira correta os equipamentos e técnicas de

estética, assim como seus benefícios fisiológicos;

Em busca do equilíbrio corporal, saber os principais fundamentos da

nutrição;

Ter conhecimento e segurança nos procedimentos realizados nos

clientes;

Capacidade de organização e visão empreendedora da área da

Estética;

Acompanhar a moda e fazer sempre o paralelo com os procedimentos

de Estética e Cosmetologia;

Os conhecimentos científicos e éticos sempre deverão ser aplicados;

Buscar constantes atualizações para as diferentes técnicas e

procedimentos envolvidos no mercado da Beleza;

Utilizar os conhecimentos das terapias complementares no bem-estar

físico, mental e espiritual dos clientes;

Compreender o comportamento humano no seu ambiente de trabalho,

assim como a dos clientes;

Atuar com uma equipe multidisciplinar visando o bem-estar e qualidade

de vida das pessoas;

Realizar atividades de cunho social.

As criações dos cursos superiores em Estética possibilitam um reconhecimento dos

profissionais da área de Cosmetologia e Estética, já que ainda é muito carente de

profissionais realmente qualificados para tais atribuições especificadas. Com a

implantação dos cursos superiores para qualificação dos profissionais, esse índice

está se invertendo.

No Brasil de acordo com estudos de Pedroni, Kannenberg, Machado (2009), foi

verificado um total de 96 cursos de Cosmetologia e Estética no Brasil, reconhecidos

pelo MEC. Sendo que deste total, 84 são cursos de graduação e 12 são cursos

sequenciais. O crescimento do mercado da estética e de cosméticos vem aliado

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também à procura por bem-estar e qualidade de vida das pessoas, contribuindo

assim de forma significativa para o aumento da oferta de cursos desta área.

Por conta disso:

A criação desses cursos cumpre o que se tornou uma exigência para o mercado da imagem pessoal. A valorização da qualidade de vida que associa e entende que a beleza tem relação direta com a saúde, leva para um perfil de consumidor cada vez mais crítico e exigente valorizando os profissionais cuja formação atende as expectativas quanto à realidade dos serviços e garantia de seu bem-estar físico e espiritual. (VALDAMERI, 2010, p. 106)

Valdameri (2010) argumenta ainda que o mercado de trabalho na Estética exige

mão de obra bastante qualificada e bem articulada nos propósitos de se aplicar os

conhecimentos técnico-científicos com segurança. Por conta da evolução do

mercado, os profissionais da área são cada vez mais procurados no movimento de

restabelecer o relacionamento da pessoa com o todo (universo).

O bem-estar e qualidade de vida nunca foram tão valorizados como nos dias de

hoje, visto que a sociedade está cada vez mais frenética e cobiçada por bens

materiais esquecendo de cuidar do ser humano. A área da estética possibilita não

apenas cuidar do estético, mas pode proporcionar ao cliente todo o conforto e

acolhimento necessário.

A aromaterapia é particularmente benéfica para o estresse, e para sua utilização

podem ser seguidos alguns protocolos que auxiliam no equilíbrio e harmonia da

mente desta patologia (PRICE, 2006).

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5 PROTOCOLOS DE ATENDIMENTOS: UMA ANÁLISE

5.1 PROTOCOLO: DEFINIÇÃO

Protocolos são utilizados na intenção da padronização de procedimentos,

conseguem serem expressos em documentos os estudos científicos para o

problema em questão. De acordo com Campos, Farias e Werneck (2013), protocolos

são considerados importantes instrumentos para o enfrentamento de problemas, são

orientados por diretrizes de natureza técnica, organizacional e política, e suas

fundamentações teóricas são feitas baseadas em pressupostos de estudos

científicos.

Na área da saúde, muito se vê sobre protocolos de atenção à saúde, sobre os de

organização de serviços, mostrando o foco de padronização de condutas clínicas e

cirúrgicas em hospitais e ambientes ambulatoriais, dando ênfase em novas

tecnologias e ao emprego de medicamentos segundo Campos, Farias e Werneck

(2013).

Os protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS) são baseados nas diretrizes da

Constituição Brasileira, que exige atendimento integral, com prioridade para

atividades preventivas, sem prejuízos dos serviços assistenciais de acordo com

(PAIM, 2004).

Ainda de acordo com os autores Campos, Farias e Werneck (2013), os protocolos

são elementos importantes na construção da qualidade dos serviços, através da

Portaria GM/MS 816, de 31/05/2005, o Ministério da Saúde constituiu o Comitê

Gestor Nacional de Protocolos de Assistência, Diretrizes Terapêuticas e

Incorporação Tecnológica em Saúde, que considerou alguns aspectos importantes:

Necessidade de definir critérios para avaliação e incorporação do SUS, dos

protocolos clínicos e assistenciais, das diretrizes terapêuticas e outras

tecnologias, tendo como base os impactos na saúde da população;

Identificar e ordenar protocolos clínicos e assistenciais e em elaboração do

Ministério da Saúde;

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Estabelecer processos de incorporação e revisão permanente de protocolos,

tendo por base evidências científicas, benefícios e riscos para a saúde dos

usuários.

Para o Ministério da Saúde (2008 apud CAMPOS, FARIAS E WERNECK, 2013,

p.31) os protocolos são as rotinas de cuidado de um determinado serviço,

elaborados a partir de conhecimento científico atual e respaldados por estudos

científicos, são elaborados por profissionais experientes e especialistas da área que

servem para orientar e guiar os serviços de saúde.

Os protocolos são recomendações desenvolvidas sistematicamente para auxiliar o manejo de um problema de saúde, numa circunstância clínica específicas, preferencialmente baseadas na melhor informação científica. São informações concisas sobre testes diagnósticos e tratamentos que podem ser usados pelo médico no seu dia-a-dia. Esses protocolos são importantes ferramentas para atualização na área da saúde e utilizados para reduzir variação inapropriada na prática clínica. Cada protocolo clínico deve ser delineado para ser utilizado tanto no nível ambulatorial como hospitalar.

Os protocolos terapêuticos da prática de aromaterapia auxiliam no processo de

valoração desta terapêutica, isto porque quando aplicados corretamente apresentam

resultados promissores, com ações de cuidado integral, despertando em muitas

pessoas a sensibilidade olfativa e promovendo o bem-estar biopsicossocial.

Esses protocolos permitem que os profissionais trabalhem com segurança e

padronização dos processos executados. Para as terapias complementares, como a

aromaterapia, não é diferente. Existem alguns protocolos na área, especificamente

para o estresse, que utilizam óleos essenciais calmantes com diferenças formas de

uso, possibilitando que o indivíduo alivie as tensões originadas pela patologia. Os

quais serão descritos e analisados a seguir.

5.2 ANÁLISE DE PROTOCOLOS PARA TRATAMENTO DO ESTRESSE

Os protocolos de tratamentos são voltados para o atendimento de pessoas que se

consideram estressadas e visam à utilização de óleos essenciais calmantes,

revigorantes para a manutenção da saúde física, mental e espiritual.

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De acordo com Alves, Silveira e Amaral (2012, p.13) os protocolos existentes para

tratamento do estresse indicam a aplicação de 8 gotas de óleo essencial de lavanda

e 2 gotas de óleo essencial de gerânio. Os métodos de aplicação indicados são:

Banhos aromáticos por imersão: misturar os óleos essenciais em 10 ml de

óleo vegetal (base), 1 xícara de café de leite integral morno. Despejar leite

misturado aos óleos na banheira, permanecer em repouso por 20 minutos e

após o banho permanecer por mais 20 minutos em relaxamento;

Por difusão: Aplicar a sinergia dos óleos (mistura) nos difusores elétricos ou

ainda nos pulverizadores, diluídos então em álcool.

Schotten; Correa e Machado (2010, p.13) corroboram e acrescentam ainda que nas

situações de estresse podem ser utilizados os óleos essenciais de Camomila-

romana e Bergamota. Os métodos de utilização são banhos aromáticos (imersão),

difusão, pulverização, inalação e massagem.

Os métodos de aplicação devem ser feitos da seguinte forma:

Banhos de imersão: mistura-se 10 gotas de óleo essencial em 10 ml de óleo

vegetal e dilua em um copo de leite integral morno, mistura a emulsão com a

água da banheira quente e permanecer por 20 minutos;

Difusão: aplicar 10 gotas de óleo essencial no difusor à vela, elétrico ou a frio,

utilizar essa sinergia para a aromatização do ambiente por 3 horas;

Pulverização: para aromatizar e desinfetar ambientes utiliza-se 10 gotas de

óleo essencial em 100 ml de álcool 50% em frasco de vidro âmbar com

pulverizador;

Inalação: a seco aplicar 3 gotas de óleo essencial e inalar até o

desaparecimento dos sintomas. Inalação úmida aplicar de 3-6 gotas de óleo

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essencial em 2 litros de água quente. Aspirar de 5-10 minutos, repetir até 3

vezes ao dia;

Massagem: diluir de 6-15 gotas de óleo essencial em 10-20 ml de óleo

vegetal.

Os protocolos para o estresse são práticas baseadas em estudos, de acordo com

Davis (1996), os banhos aromáticos constituem uma das formas mais importantes

do uso da aromaterapia, pode aliviar a dor muscular, reduzir o estresse, e é uma

técnica simples de autoajuda e do cuidado de si.

A difusão (aromatização ambiental) consegue influenciar positivamente o lado

emocional do ser humano (SILVA, 2001). A pulverização, no entanto, é utilizada

para relaxar e acalmar (SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010). A inalação é

utilizada há vários séculos para aliviar problemas do trato respiratório, quando

usadas com óleos calmantes promovem o relaxamento e a massagem é uma das

aplicações mais importantes da aromaterapia, pois alia o poder terapêutico do toque

com as propriedades específicas dos óleos essenciais (DAVIS, 1996).

De acordo com Silva (2001) e Corazza (2002), os principais óleos essenciais

utilizados são Lavanda, Erva-cidreira (lemongrass), Néroli, Olíbano, Petitgrain,

Tomilho, Valeriana, Verbena-limão. Os métodos de aplicação podem ser massagem,

aromatização ambiental (difusores), banhos aromáticos (imersão).

De acordo com Price (2006), os óleos essenciais mais usados para o estresse

precisam ser os calmantes e relaxantes como o Anis, Bergamota, Camomila-

romana (C. nobile), Gerânio, Lavanda, Tangerina, Néroli, Ylan-ylang, Manjericão,

Alcaravia, Cipreste, Zimbro, Limão, Melissa, Laranja amarga, Sândalo e os métodos

de aplicação são os que promovem bem-estar ao ser humano.

O autor Davis (1996), argumenta ainda que os óleos essenciais precisam ser

sedativos e calmantes para induzir o relaxamento e os mais utilizados são

Bergamota, Camomila, Sálvia-esclaréia, Lavanda, Manjerona, Néroli e Rosa-

marroquina. Todo o indivíduo que está sofrendo de estresse, seja de forma

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duradoura ou passageira, tem muito a contribuir no sentido de ajudar a si mesmo

com prática de banhos aromáticos que auxiliam no relaxamento.

Segundo Lavabre (2005), os óleos que mais auxiliam a patologia do estresse são

Cedro, Abeto, Ylang-ylang, Pinheiro-silvestre e diversas são as formas de utilização

para a restauração da saúde e conforto da mente. Fazer a relação dos óleos

essenciais é de suma importância, pois desta forma é analisado como os óleos com

suas propriedades influenciam diretamente nas emoções para combater o estresse.

5.3 FICHA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS

Os óleos essenciais influenciam diretamente na mente, no estado emocional, sabe-

se ainda que os cheiros agradáveis tem efeitos positivos nas pessoas (LAVABRE,

2005), por conta disso, realizou-se uma análise das principais características dos

óleos essenciais que são utilizados para o estresse, os quais são apresentados a

seguir.

Figura 25 – Abeto-branco

Fonte: Centro Ponto Integral (2005)

O abeto expele uma resina que é o bálsamo de abeto, o qual os índios norte-

americanos usavam na medicina e na religião. Este óleo é transparente e de odor

balsâmico, seus principais constituintes são l-pineno, l-limoneno, acetato de levo-

bornila (LAVABRE, 2005; SILVA, 2001).

Nome Científico: Abies alba Mill.

Origem (árvores): Europa.

Método de extração: Destilação a vapor das folhas de abeto.

Rendimento: 500 kg de folhas para extrair 1 kg de óleo essencial.

Ação psicológica: Afrodisíaco, relaxante, calmante.

Indicações Terapêuticas: Tosse, resfriado, libido, sinusite.

Propriedades medicinais: Antisséptico, diurético, antiespasmódico,

expectorante.

Modo de usar: Banhos, inalação, fricção, aromatização ambiental,

massagem, escalda-pés.

Sinergias: Limão, lavanda, laranja, néroli, petitgrain, toranja.

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Figura 26 - Alcaravia

Fonte: Wikipédia (2013)

Este óleo possui uma coloração amarelada, e é muito utilizado na indústria de

alimentos, em geral do norte da Europa e nos países árabes. Suas propriedades

medicinais aproximam-se muito das sementes de anis. Necessário cuidado com o

excesso, pois como em sua constituição possui duas cetonas (d-carona e

dihidrocarvona), em super dosagem são neurotóxicas (LAVABRE, 2005; SILVA,

2001).

Figura 27- Anis

Fonte: Wikipédia (2013)

Seu óleo é ligeiramente amarelado, mencionado no Vedas e na Bíblia, o anis era

considerado umas das plantas medicinais na China, Índia, no Egito, na Grécia e na

Roma. Em altas doses, o óleo essencial de anis é tóxico e pode provocar

embriaguez, problemas de memória e visuais. Seus principais constituintes são

terpenos, p-metoxifenilacetona (LAVABRE, 2005; SILVA, 2001).

Nome científico: Carum carvi L.

Origem (erva): Europa e Ocidente.

Método de extração: Destilação a vapor d`água.

Rendimento: 15 a 30 kg de semente para extrair 1 kg de

óleo essencial.

Indicações terapêuticas: Cólica, falta de apetite, febres.

Ação psicológica: Cansaço mental, tensão muscular.

Propriedades medicinais: Diurético, estomáquico.

Modo de usar: Difusão.

Sinergias: Jasmim, néroli, canela, limão, ylang-ylang,

rosa.

Nome científico: Pimpinella anisum L.

Origem (árvore): Egito.

Método de extração: Destilação a vapor d’água.

Rendimento: 40 a 50 kg de semente seca para extrair 1 kg de

óleo essencial.

Indicações terapêuticas: Dispepsia nervosa, cólica, vômito,

enxaqueca de origem digestiva, asma, espasmos brônquicos.

Ação psicológica: Estimulante.

Propriedades medicinais: Carminativo, digestivo,

expectorante.

Modo de usar: Difusão, banho, massagem, compressa.

Sinergias: mistura bem com óleo essencial de bergamota,

laranja, melissa (SILVA, 2001).

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Figura 28- Bergamota

Bergamo Fonte: Wikipédia (2013)

O óleo essencial de bergamota é fotossensível, por isso deve se evitar a exposição

solar no dia em que utilizá-lo, possui um delicioso aroma refrescante e reanimador, é

calmante e sedativo nas agitações dos indivíduos (ALVES; SILVEIRA; AMARAL,

2012); (SILVA, 2001), (PRICE, 2006).

É capaz de suavizar emoções, suas propriedades antiespasmódicas, conseguem

fornecer apoio para o indivíduo encarar seus sentimentos reprimidos, de acordo com

Price (2006). Promove o otimismo, auxilia a cultivar os pensamentos positivos, este

óleo é capaz de promover o perdão. Os principais constituintes químicos são l-

acetato de linalila, álcoois livres, d-limoneno, bergamotina e traços de aldeídos. Seu

fluido se matiza de coloração amarelo-esverdeada até um tom verde-intenso (SILVA,

2001).

Figura 29- Camomila-romana

Camomila – romana

Fonte: Wikipédia (2013)

Nome científico: Citrus bergamia.

Origem (árvore): Sul da Ásia, Índia.

Método de extração: Prensagem da casca da fruta fresca.

Rendimento: 200 kg de casca para extrair 1 kg de óleo

essencial.

Indicação terapêutica: Ansiedade, depressão, acne, dor de

garganta, cólica, frieira, seborreia.

Propriedades medicinais: Antisséptico, digestivo.

Ação psicológica: Relaxamento, refrescante, equilibrador.

Modos de usar: Difusor, massagem, banho, compressa,

gargarejo.

Sinergias: Com os óleos de lavanda, gerânio, ylang-ylang,

cipreste, manjericão, limão, néroli, camomila-romana, zimbro.

Nome científico: Anthemis nobilis.

Origem (erva): Europa.

Método de extração: Hidrodestilação das sumidades florais.

Rendimento: de 50 a 300 kg, em média 100 kg de flores para

extrair 1 kg de óleo essencial.

Indicação terapêutica: Cólica, problemas de pele,

ansiedades, depressão, irritabilidade, histeria.

Propriedades medicinais: Antisséptico, estomáquico (tônico

para o estômago).

Ação psicológica: sedativo, relaxante.

Modos de usar: Inalação, fricções, massagem.

Sinergias: Mistura-se bem com os óleos de lavanda,

bergamota, rosa, néroli, petitgrain, patchuli.

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De acordo com Alves; Silveira; Amaral (2012); Silva (2001); Price (2006) o óleo é

muito interessante nos tratamentos para o sistema nervoso, pois suas propriedades

calmantes, sedativas e anti-inflamatórias combatem os problemas emocionais.

Ajudam ainda a eliminar os efeitos do estresse, como a frustação e raiva, o efeito

antiespasmódico (reduz a frequência dos espasmos, da contração do músculo liso

gastrointestinal, alivia a dor), diminuindo as cólicas “emocionais”, além de ser

resolutivo para a digestão física, proporciona alívio também para a digestão

“emocional” provocada por aborrecimento.

Segundo Lavabre (2005), a camomila era dedicada ao sol pelos egipícios, é uma

das plantas medicinais mais antigas, era considerado ainda o médico das plantas,

pois acredita-se que dava saúde aos seus semelhantes. Descobriu-se que quando a

flor é destilada é encontrado o azuleno, que é um excelente anti-inflamatório. Os

principais constituintes químicos são ésteres como isobutirato de n-butila, angelatos

de isobutila, isoamila, ésteres de ácidos (angélico, tíglico) e álcool (metil-3-pemtanol-

1).

Figura 30- Cedro

Fonte: Wikipédia (2013)

Este óleo possui fragrância profunda, lenhosa. Os antigos egípcios utilizavam no

embalsamento o óleo de cedro, além disso, era um dos principais compostos do

mithridat, famoso veneno utilizado durante muito tempo, também foi usada sua

madeira na construção das portas dos templos dos egípcios, pois seu aroma

estimularia os centros psíquicos dos fiéis (LAVABRE, 2005; SILVA, 2001). Seus

principais constituintes são cedral, limoneno, cadineno.

Nome científico: Juniperus virginiana L.

Origem (árvore): EUA

Método de extração: Hidrodestilação do lenho.

Rendimento: 30 kg de madeira para extrair 1 kg de óleo

essencial.

Indicações terapêuticas: Ansiedade, Estresse, problemas de

pele.

Ação psicológica: Sedativo, relaxante.

Propriedades medicinais: Adstringente, diurético,

expectorante, repelente de insetos.

Modo de usar: Banhos, inalação, compressa, aromatização

ambiental, massagem.

nda, vetiver.

Nome científico: Anthemis nobilis.

Origem (erva): Europa.

Método de extração: Hidrodestilação das sumidades florais.

Rendimento: de 50 a 300 kg, em média 100 kg de flores para

extrair 1 kg de óleo essencial.

Indicação terapêutica: Cólica, problemas de pele,

ansiedades, depressão, irritabilidade, histeria.

Propriedades medicinais: Antisséptico, estomáquico (tônico

para o estômago).

Ação psicológica: sedativo, relaxante.

Modos de usar: Inalação, fricções, massagem.

Sinergias: Mistura-se bem com os óleos de lavanda,

bergamota, rosa, néroli, petitgrain, patchuli.

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Figura 31- Cipreste

Fonte: Wikipédia (2013)

A coloração deste óleo vai do amarelo até o marrom, sua fragrância é balsâmica,

lenhosa. Os antigos egípcios usavam o cipreste em seus preparos médicos e sua

madeira era utilizada na construção de sarcófagos para as múmias, seus principais

constituintes são fufural, d-pineno, d-canfeno (LAVABRE, 2005; SILVA, 2001).

Todas as partes da árvore são utilizadas na extração do seu óleo essencial,

proporcionando um delicioso aroma florestal (PRICE, 2005).

Figura 32- Erva-cidreira (Lemongrass)

Fonte: Wikipédia (2013)

É conhecido popularmente como lemogranss, capim-limão, capim-santo, é indicado

como óleo da memória, do raciocínio, da criatividade. Age ainda como um facilitador

das rotinas diárias, criando uma atmosfera agradável e motivadora. Em banhos e

nas massagens, age como um equilibrante domina também no lado emocional do

ser humano. Possui um leve toque adocicado, seu aroma é agradável e motivador

Nome científico: Cupressus sempervirens L.

Origem (árvore): Europa austro oriental e Ásia.

Método de extração: Destilação a vapor.

Rendimento: 100 kg de cones e ramos para extrair 1 kg de

óleo essencial.

Indicações terapêuticas: Irritabilidade, nervosismo,

ansiedade, pés cansados.

Ação psicológica: Restaurador dos nervos, sedativo.

Propriedades medicinais: Adstringente, antisséptico,

cicatrizante.

Modo de usar: Banhos de assento, escalda-pés, fricção,

inalação, difusor, massagem.

Sinergias: Bergamota, lavanda, rosa, olíbano, limão, zimbro.

Nome científico: Cybopogon citratu.

Origem: Ásia.

Método de extração: Hidrodestilação dos racemos peludos

(cachos da touceira).

Rendimento: 30 kg do capim fresco para extrair 1 kg de óleo

essencial.

Indicações terapêuticas: Enxaqueca, nervosismo, negativismo,

resfriado, gripe, acne, problemas digestivos.

Indicações medicinais: Antisséptico, adstringente, bactericida,

regulador, diurético.

Ação psicológica: Sedativos

Modos de usar: Banhos, travesseiros aromáticos, aromatização

ambiental, massagem, escalda-pés, compressas frias, inalação.

Sinergias: Alecrim, rosa, sândalo, lavanda, pinho.

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(ALVES; SILVEIRA; AMARAL, 2012); (SILVA, 2001). Não deve ser aplicado

diretamente na pele, as principais propriedades químicas são citral, citronelal, linalol,

geraniol, dipenteno e nerol.

Figura 33- Gerânio

Fonte: Wikipédia (2013)

O óleo essencial de gerânio é anti-inflamatório, cicatrizante e analgésico, indicado

para problemas emocionais, segundo (PRICE, 2006); (ALVES; SILVEIRA; AMARAL,

2012), as propriedades calmantes deste óleo ajudam na agitação do indivíduo além

de auxiliar nas dores emocionais, como estresse, frustação, encorajam o ser

humano a aceitar as situações aflitivas e promover o perdão. Seu poder cicatrizante

pode ainda auxiliar na cura da contrariedade, pois suas propriedades neurotônicas

aliviam a raiva presente. Seus constituintes são álcoois como geraniol, citronelol,

linalol, o restante são ésteres de linanol, borneol, terpeniol, ácido tíglico, ácido

acético e traços de citral.

O gerânio representa conforto e maturidade, alegra e fortalece a alma para enfrentar

os momentos difíceis de perda, têm aspecto rosáceo, consistente, sofisticado e

floral, oferece ainda conforto e baixa ansiedade, exerce a função similar do óleo de

lavanda. Na Idade Média, atribui a essa planta o poder da proteção, a propriedade

equilibrante do gerânio suaviza o estresse, isso porque é capaz de aliviar a

depressão e elevar a mente (PRICE, 2005).

Nome científico: Pelargonium graveolens, Pelargonium odorantissimun. Família: Geraniáceas. Origem: Sul Europeu, Norte Africano. Método de extração: Destilação a vapor d`água. Rendimento: 1 kg de óleo essencial para cada 500 kg de planta. Características: Aroma floral seco, semelhante ao odor de rosa mais intenso. Aspecto: Óleo transparente, incolor e levemente amarelado. Indicações terapêuticas: Glossite (inflamação na língua), acne, medo, depressão, úlcera. Propriedades medicinais: Analgésico, diurético, adstringente, repelente de insetos. Ação psicológica: Sedativo. Modos de usar: Massagens, difusor, banho, escalda-pés. Sinergias: Com os óleos de rosa, manjericão, lavanda, erva-cidreira (lemongrass), zimbro, sálvia-esclaréia, camomila, mirra, limão (ALVES; SILVEIRA; AMARAL, 2012; SILVA, 2001).

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Figura 34- Lavanda

Lavanda

Fonte: Wikipédia (2013)

É o óleo essencial conhecido também pela denominação alfazema. É o mais

utilizado para o estresse, pois possuem funções calmantes e tranqüilizantes, é um

bom antisséptico para infecções cutâneas e promove a regeneração celular do

tecido. É considerado o óleo essencial do abraço materno, o “colo da mãe”, e leva a

conexão com altruísmo e bondade, facilitando os momentos de tensão, como o

esgotamento físico e mental. Pode ser aplicado diretamente na pele em doses

mínimas (ALVES; SILVEIRA; AMARAL, 2012).

Para os antigos romanos purificar os banhos, o óleo favorito era o de lavanda, além

de acelerar curas, desde o século XVIII, ele vem sendo utilizado para fabricar

sabonetes, perfumes e talcos (MALUF, 2012).

Price (2006) relata ainda que este óleo ajuda a resolver a maioria das condições

emocionais, pois suas propriedades analgésicas amenizam a dor emocional. Por ser

cicatrizante, auxilia a curar o rancor, perdão, e os demais sentimentos da mesma

espécie. Talvez a propriedade mais importante deste óleo é a capacidade de

restaurar estados de desequilíbrios da mente e do corpo, os componentes ativos

deste óleo são os éteres (acetatos linalílico e geranílico), o geraniol, o linalo, o

cineol, o d-borneol, o limoneno, o l-pineno, o cariofileno, os ésteres do ácido butírico

e do ácido valeriânico e a cumarina.

Nome científico: Lavanda angustifólia. Família: Labiadas. Origem: França. Órgão extraído: A erva inteira. Método de extração: Destilação a vapor d`água. Rendimento: 10 g de óleo essencial para cada 1 kg de planta. Características: Aroma floral doce. Aspecto: Óleo transparente, amarelo com ínfimo toque verde. Indicação terapêutica: Insônia, excitação nervosa, eczema, queimadura, insolação, medo do escuro, sensação de pânico, bronquite asmática, tosse, picadas de insetos, inchaços, ronco. Propriedades medicinais: Antissépticos, antiespasmódico, analgésico, cicatrizante, desodorante. Ação psicológica: Neurossedativo, antidepressivo, antimelancólico, refrescante e calmante. Modo de usar: O óleo essencial pode ser usado nos travesseiros aromáticos, banhos, escalda-pés, massagem, aromatização ambientação, inalação. Sinergias: Mistura bem com os óleos essenciais de gerânio, manjericão, bergamota, limão, erva-cidreira (lemongrass).

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O nome da planta deriva do termo latino lavare, que significa lavar, deve-se pelo fato

de se utilizar para limpar feridas, embora seja muito utilizada para banhos pessoais.

Foram descobertas as propriedades terapêuticas do óleo essencial de lavanda

através do René Meurice Gattefossé, que ao queimar suas mãos colocou dentro de

um frasco que continha o óleo e logo após verificou-se suas propriedades

antissépticas e analgésicas. Uma das funções mais importantes é o fato de ser

reguladora e normalizadora para os problemas emocionais (DAVIS, 1996; SILVA,

2001; CORAZZA, 2002).

Figura 35- Laranja amarga

Fonte: Wikipédia (2013)

De acordo com Silva (2001), este óleo não deve ser aplicado na pele antes da

exposição solar, pode ser usado em gestantes e crianças, quando diluído, seus

efeitos calmante auxiliam nos problemas emocionais. Seus principais constituintes

químicos são d-limoneno, n-decílio, aldéido, linalol, terpinol, citral.

Figura 36- Limão

Limão

Fonte: Wikipédia (2013)

Nome científico: Citrus aurantium. Origem (árvore): Eurásia. Método de extração: Prensagem do epicarpo (casca). Rendimento: 50 a 300 kg de casca fresca da fruta madura. Indicações terapêuticas: Depressão, medo, irritação, fraqueza geral. Ação psicológica: Sedativo, calmante. Propriedades medicinais: Antiespasmódico, tônico, repelente de insetos. Modo de usar: Massagem, banho, difusor. Sinergias: Bergamota, toranja, néroli, petitgrain, vetiver, jasmim.

Nome científico: Citrus medica L. Origem: Índia Método de extração: Prensagem do epicarpo (casca). Rendimento: 100 a 150 kg de casca fresca da fruta verde para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Obesidade, reumatismo, gota, amigdalite, resfriados. Ação psicológica: Antidepressivo, calmante, ajuda na concentração, sedativo. Propriedades medicinais: Antisséptico, laxante, repelente de insetos. Modo de usar: Massagem, fricção, compressa, banhos, sucos, aromatização ambiental. Sinergias: Alecrim, bergamota, camomila, erva-cidreira (lemongrass), gerânio, ylang-ylang, jasmim, manjericão, néroli, rosa, verbena-limão, zimbro, sálvia-esclaréia, manjerona.

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As propriedades calmantes e anti-inflamatórias do óleo de limão mostram a sua

utilidade para a resolução dos sentimentos solidificados, possui o aroma agradável e

animador. Deve se evitar a exposição solar quando utilizá-lo, sua coloração vai do

amarelo ao verde amarelado. Seus principais constituintes são d-limoneno, citral,

citronelal, pineno (SILVA, 2001; LAVABRE, 2005; PRICE, 2005).

Figura 37- Manjericão

Fonte: Wikipédia (2013)

É uma das plantas sagradas da Índia, o manjericão é muito utilizado na medicina

ayurvédica, recomendado para o sistema nervoso e digestivo, mas deve-se evitar

em mulheres grávidas e em dosagem excessiva, pois este óleo pode-se tornar

altamente depressivo (LAVABRE, 2005, SILVA, 2001). Seus principais constituintes

são metilcavicol, cineol, linalol.

Figura 38- Manjerona

Fonte: Wikipédia (2013)

Os antigos egípcios utilizavam essa planta para curar e ajudar a enfrentar o

sofrimento é conhecida pelos seus efeitos calmantes e confortantes para a mente. É

um óleo docemente perfumado e seu nome é derivado do grego e significa alegria

Nome científico: Ocimum basilicum L. Origem (erva): Ásia oriental. Método de extração: Destilação a vapor. Rendimento: 500 a 800 kg de folhas e sumidades florais para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Dor de garganta, tosse, rouquidão, amigdalite, má digestão, ansiedade, insônia, enxaqueca. Ação psicológica: Tônico do sistema nervoso, sedativo. Propriedades medicinais: Antisséptico, diurético, expectorante. Modo de usar: Gargarejo, bochechos, massagem, fricção, condimento. Sinergias: Mistura bem com óleo essencial de bergamota, gerânio, lavanda, alecrim, cipreste, cedro, limão, tomilho, orégano, zimbro (SILVA, 2001).

Nome científico: Origanum manjerona L. Origem (erva): Nordeste da África. Método de extração: Destilação a vapor. Rendimento: 100 a 200 kg de folhas e sumidades florais para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Tensão nervosa, enxaquecas, depressão, angústia, insônia. Ação psicológica: Relaxante e sedativo. Propriedades medicinais: Expectorante, estomáquico, analgésico, bactericida. Modo de usar: Inalação, banho, massagem, gargarejo (fortalece a voz), fricção. Sinergias: Lavanda, bergamota, alecrim, eucalipto-comum, hortelã-pimenta, cipreste, limão, zimbro.

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da montanha (PRICE, 2006; SILVA, 2001). É nomeada como o símbolo da

felicidade, seus principais constituintes são eugenol, linanol, geraniol, pineno.

Figura 39- Melissa

Fonte: Wikipédia (2013)

Apesar do óleo de melissa ser um dos mais caros, seu efeito calmante e sedativo

auxilia nos medos, agitações nervosas e apreensão, além de induzir o sono. É um

normalizador do ritmo cardíaco, sua ação antiespasmódica é eficaz para quem sofre

de indigestão nervosa, assim relaxando os músculos envolvidos. No entanto, é difícil

encontrar o verdadeiro óleo de melissa, pois há estudos que a produção mundial de

1988 não passou de 25 kg. A planta recebeu este nome em homenagem à ninfa

grega Melissa, protetora das abelhas, seus principais constituintes são geraniol,

linanol, citral, citronelol, citronelal (SILVA, 2001; LAVABRE, 2005; PRICE, 2006).

Segundo Gerard (1612 apud PRICE 2006, p. 253):

Desde a época dos antigos árabes e mauritâneos, a melissa é vista como um remédio contra diversas doenças, e beneficia de forma singular o coração, no seu livro sobre as enfermidades, Avicena nos diz que ela torna o coração alegre e feliz, além de fortalecer o ânimo vital.

Nome científico: Melissa officinallis L. Origem (erva): Mediterrâneo. Método de extração: Destilação a vapor das folhas e ramos floridos. Rendimento: 5000 a 7000 kg de planta recém-colhida para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Tosse, dor de garganta, resfriado, enxaqueca, insônia, palpitação, choque, depressão, ansiedade. Ação psicológica: Antidepressivo, sedativo. Propriedades medicinais: Antiespasmódico, antisséptico, bactericida. Modo de usar: Massagem, banho, fricção, condimento. Sinergias: Limão, toranja, petitgran, rosa, néroli, alecrim, gerânio, lavanda, ylang-ylang.

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Figura 40- Neróli

Fonte: Wikipédia (2013)

Este óleo é muito precioso e caro, por isso na grande maioria das vezes é utilizado

diluído em óleos carreadores, pelo alto valor do mercado é muito comum encontrar

este óleo adulterado. Os constituintes químicos são álcoois, álcool feniletílico,

hidrocarbonetos, acetato de linalila (SILVA, 2001).

Figura 41- Olíbano

Olíbano

Fonte: Wikipédia (2013)

Este belo óleo essencial provém de uma árvore que quando a casca se fere, a

árvore exsuda uma resina em gotas, ou “lágrimas”, e o óleo essencial é extraído da

resina através de destilação a vapor. A coloração do óleo varia de uma tonalidade

incolor ao amarelo bem claro, com um penetrante odor puro, fresco e ligeiramente

canforoso (DAVIS, 1996).

Nome científico: Flor de laranjeira Citrus amarga. Origem (árvore): Eurásia. Método de extração: Destilação a vapor das flores brancas da laranjeira-amarga. Rendimento: 1000 kg de flores frescas para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Depressão, taquicardia, fobia, choque, nervoso, tensão, medo, estresse, irritação. Ação psicológica: Calmante, relaxante, antidepressivo, afrodisíaco. Modos de usar: Inalação, aromatização ambiental, fricção, compressa, massagem, banho, escalda-pés. Sinergias: Bergamota, toranja.

Nome científico: Boswellia carterii Birdw., fam. Burseráceas. Origem (árvore): Península Arábica. Método de extração: Dissolução da goma-resina em álcool para posterior destilação a vapor. Rendimento: 10 a 15 kg de goma resina para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Ulcerações, ferimentos, ansiedade, tensão. Ação psicológica: Ajuda a concentração, meditação, elevação da consciência. Propriedades medicinais: Antisséptico, anti-inflamatório, adstringente, coagulante (ferimentos), vasodilatador. Modo de usar: Massagem peitoral, creme para pele, aromatização para criar um clima conducente com meditação ou oração, sabonete, sufumigação com a própria goma-resinosa em incensário. Sinergias: Mistura bem com óleo essencial de sândalo, gerânio, rosa manjericão, canfora, pimenta-do-reino, lavanda, toranja, limão, pinho, cedro, benjoim, alcaravia. (SILVA, 2001).

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De acordo com (LAVABRE, 2005), é uma das substâncias mais caras da

antiguidade, o olíbano é tão valioso quanto o ouro. E seu comércio era uma das

atividades mais importantes de alguns países árabes. Os povos antigos, como

egípcios e hebreus, queimavam olíbano nos templos, atualmente ainda é utilizado

nos rituais de algumas igrejas. Sua goma era usada para fumigar doentes e expulsar

os espíritos malignos que causavam a patologia. Seus principais constituintes são

felandreno, di-penteno, olibanol.

Figura 42- Pinheiro silvestre

Pinheiro-silvestre

Fonte: Wikipédia (2013)

Este óleo possui coloração amarelo-claro de odor balsâmico e tem efeito suavizante

sobre as vias respiratórias, suas principais propriedades são dipenteno, pineno,

silvestreno, cadineno (SILVA, 2001).

Figura 43- Petitgrain

Fonte: Wikipédia (2013)

Nome científico: Pinus sylvestris L. Origem (árvore): Europa. Método de extração: Destilação das folhas do pinheiro. Rendimento: 200 a 1000 kg de folhas para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Tosse, nervosismo, agitação, nervosismo. Ação psicológica: Confortante, relaxante. Propriedades medicinais: Antisséptico, bactericida, descongestionante, expectorante. Modo de usar: Banhos, inalação, fricção, massagem, escalda-pés, gargarejo. Sinergias: Eucalipto-comum, hortelã-pimenta, verbena, lavanda, erva-cidreira (lemongrass), sálvia-esclaréia, tea tree, cipreste, zimbro.

Nome científico: Citrus auramantium. Origem (árvore): Eurásia. Método de extração: Destilação a vapor das folhas da laranjeira-azeda. Rendimento: 100 kg de folhas para extrair 1kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Ansiedade, tensão nervosa, estresse, irritação, falta de concentração, letargia mental. Ação psicológica: Estimulante da memória e concentração Propriedades medicinais: Antiespasmódico, antisséptico, digestivo, tônico capilar. Modo de usar: Massagem, aromatizante ambiental, banho, compressa, massagem facial, cosmético. Sinergias: mistura bem com óleo essencial de rosa, benjoim, lavanda, gerânio, limão, néroli, alecrim, verbena-limão, zimbro. (SILVA, 2001).

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Este óleo é transparente ou amarelo-suave e deve-se evitar o sol quando utilizar em

massagens corporais, seus principais constituintes são ésteres como acetato de

linalila, álcoois como linalol, geraniol e aldeídos como vestígios de furfural.

Figura 44- Rosa - marroquina

Fonte: Wikipédia (2013)

É um dos óleos essenciais mais caros, o verdadeiro óleo de rosa usado em

perfumes de alta qualidade. A rosa é o símbolo tradicional do amor, prova disso há

relatos que no sarcófago de Tutankhamon foram encontrados maços de rosas que a

rainha Ankhsenamon colocou como prova de seu amor (LAVABRE, 2005; SILVA,

2001). Seus principais constituintes são rodinol, farnesol, estearopteno, geraniol.

Figura 45- Sândalo

Fonte: Wikipédia (2013)

Nome científico: Rosa centifólia L. Origem (arbusto): Pérsia Método de extração: Destilação a vapor das pétalas recém-colhidas. Rendimento: 2800 a 6000 kg de pétalas para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Fadiga, tristeza, tensão nervosa, depressão. Ação psicológica: Antidepressivo, ajuda na concentração, restaura a confiança, afrodisíaco. Propriedades medicinais: Antisséptico, adstringente, tônico, regenerador celular, bactericida. Modo de usar: Banhos, travesseiro aromático, inalação, fricção, compressa, gargarejo, escalda-pés. Sinergias: Néroli, bergamota, sálvia-esclaréia, sândalo, gerânio, camomila, olíbano, lavanda, petitgrain, ylang-ylang, manjericão, tangerina.

Nome científico: Santatulum álbum L. Origem (árvore parasita): Índia. Método de extração: Destilação a vapor do cerne da raiz e do caule. Rendimento: 17 a 28 kg de madeira recém-moída para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Depressão, medo, insônia, resfriado, inflamação. Ação psicológica: Calmante e afrodisíaco. Propriedades medicinais: Antisséptico, antiespasmódico, anti-inflamatório, diurético. Modo de usar: Inalação, banho, escalda-pés, massagem, compressa, aromatização ambiental. Sinergias: Rosa, lavanda, cravo, canela, néroli, cedro, ylang-ylang, bergamota, pimenta-do-reino, cipreste, alcaravia, gerânio, zimbro, lemongrass.

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O óleo é grosso e amarelo, sua fragrância é persistente, oriental, por isso é ótimo

fixador de perfumes de alto nível. É uma árvore sagrada da Índia, foi mencionada

nos antigos registros e é utilizada como incenso em cerimônias religiosas

(LAVABRE, 2005; SILVA, 2001). Seus principais constituintes são santeno, santenol,

santelona.

Figura 46- Sálvia-esclaréia

Fonte: Wikipédia (2013)

Este óleo é muitas vezes confundido com o de sálvia, a sálvia-esclaréia apresenta

um aroma mais marcante e sua terminologia significa salvia sáude e sclarea

purificar, sua ação é poderosíssima, por isso não pode ser ingerida bebida com

nenhum teor alcoólico depois, pois seus efeitos são potencializados (PRICE, 2006;

SILVA, 2001). Seus principais constituintes são acetato de linalina, cineol, pineno.

Figura 47- Tangerina

Fonte: Wikipédia (2013)

Nome científico: Salvia sclarea L. Origem: Europa meridional. Método de extração: Destilação a vapor das flores e folhas. Rendimento: 40 a 50 kg de sumidades florais para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Irritabilidade, histeria, tensão, cansaço, apatia sexual. Ação psicológica: Antidepressivo, afrodisíaco, sedativo. Propriedades medicinais: Antisséptico, antiespasmódico, digestivo, bactericida, regenerador celular. Modo de usar: Inalação, banho, massagem, difusor, compressa, gargarejo. Sinergias: Sândalo, verbena-limão, cipreste, toranja, rosa, tea tree, lavanda, cedro, olíbano, gerânio, jasmim, petitgrain, melissa, zimbro.

Nome científico: Citrus nobilis loureiro. Origem (árvore): China. Método de extração: Prensagem do epicarpo (cascas). Rendimento: 120 a 150 kg de casca fresca para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Depressão, insônia, esgotamento nervoso, reumatismo, dor muscular (torção), retenção de líquido, celulite, estria, gases, prisão de ventre, pele oleosa. Ação psicológica: Antidepressivo, nervinho, sedativo, relaxante. Propriedades medicinais: Estimulante linfático, estimulante de apetite, anticelulite, antisséptico, digestivo, tônico epidérmico. Modo de usar: Massagem, banho, compressa, unguento, difusor, máscara facial, suco, escalda pés. Sinergias: mistura bem com óleo essencial de manjerona, lavanda, zimbro, jasmim gerânio, rosa, néroli, ylang-ylang, petitgrain. (SILVA, 2001).

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A fragrância é mais doce que laranja, lembra a bergamota, é a mais delicada das

frutas cítricas, antigamente era oferecida aos mandarins, são parecidas com as

propriedades do laranja, no entanto, as propriedades sedativas e antiespasmódicas

são mais acentuadas (LAVABRE, 2005).

Deve-se evitar a exposição solar sol nos dias que utilizar este óleo para massagem.

Pode ser utilizado em idosos, crianças e gestantes, têm coloração amarela e seus

principais constituintes são d-limoneno, citral, geraniol (SILVA, 2001).

Figura 48- Tomilho

Fonte: Wikipédia (2013)

De acordo com Silva (2001) e Lavabre (2005) este óleo possui coloração incolor ou

vermelho amarronzado, a fragrância é quente, picante. Desde a antiguidade o

tomilho vem sido usado em terapia por aquecer, estimular e purificar. Seus principais

constituintes são timol, nopineno, canfeno e limoneno. Este óleo é contra indicado

para gestantes, hipertenso e quem sofre de hipertireoidismo.

Figura 49- Valeriana

Fonte: Wikipédia (2013)

Nome científico: Thymus vulgaris L. Origem (erva): Bacia mediterrânea ocidental. Método de extração: Destilação a vapor das sumidades florais parcialmente secas. Rendimento: 30 a 250 kg de erva para extrair 1 Kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Estresse, fadiga, insônia, dor de cabeça, gastrite. Ação psicológica: Antidepressivo. Propriedades medicinais: Antisséptico, antiespasmódico, cicatrizante. Modo de usar: Gargarejo, bochecho, difusor, banho aromático, escalda-pés. Sinergias: Tea- tree, alfazema, eucalipto-comum, pinho, alecrim (SILVA, 2001).

Nome científico: Valeriana officinalis L. Origem (erva): Europa central. Método de extração: Destilação a vapor dos rizomas com as raízes. Rendimento: 70 a 200 kg de rizoma para extrair 1 Kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Angústia, depressão, histeria, irritabilidade, inquietação, insônia, nervosismo, tratamento de choque, trauma, estresse. Ação psicológica: Ansiolítico, sedativo, relaxante. Propriedades medicinais: Anticonvulsivo, hipotensivo, analgésico, moderador de apetite, Modo de usar: Massagem, banho, aromatização de ambiente para relaxamento. Sinergias: Limão, patchuli, néroli, cedro, manjericão, toranja, tangerina, lavanda, rosa (SILVA, 2001).

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Este óleo não é recomendado durante a gestação e em doses elevadas ou o seu

uso prolongado pode causar agitação e reações alérgicas cutâneas. Os principais

componentes químicos são hidrocarbonetos, ácidos valeriânicos e ésteres

terpênicos.

Figura 50- Verbena – limão

Fonte: Aromalândia (2012).

Como o rendimento deste óleo é muito baixo, faz com que o óleo verdadeiro de

verbena seja uma mercadoria rara e cara, a produção mundial deste óleo é limitada.

Produz um óleo muito simpático que acrescenta um aroma fresco e cítrico

(LAVABRE, 2005). Sua coloração é verde-amarelado e seus principais constituintes

são citral, limoneno, mirceno.

Figura 51- Zimbro

Fonte: Wikipédia (2013)

Nome científico: Lippia citridora. Origem (erva): Região andina da América do Sul. Método de extração: Destilação a vapor da erva. Rendimento: 50 kg de sumidades florais para extrair 1 Kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Nervosismo, insônia, taquicardia, excesso de tensão, inquietação, fadiga física, problemas digestivos e de fígado, cólica. Ação psicológica: Sedativo, melhora a concentração. Propriedades medicinais: Antisséptico, digestivo, calmantes em pequenas doses, regulador do sistema neurovegetativo. Modo de usar: Massagem, compressa, banho, máscara facial, aromatizante ambiental, escalda pés. Sinergias: Mistura bem com óleo essencial de lavanda, alecrim, manjericão, sálvia, mirra, laranja, petitgrain (SILVA, 2001).

Nome científico: Juniperus communis L. Origem (arbusto): Hemisfério setentrional. Método de extração: Destilação a vapor das sementes. Rendimento: 50 a 100 kg de bagas esmagadas, para extrair 1 kg de óleo essencial. Indicações terapêuticas: Acne, dermatite, rinite alérgica, ferida. Ação psicológica: Fortificante da memória. Propriedades medicinais: Antisséptico, antirreumático, analgésico, expectorante, anti-inflamatório. Modo de usar: Massagem, banhos, difusor, fricção, compressa, banho de assento, bebidas. Sinergias: Alecrim, rosa, limão, lavanda, gerânio, cipreste, erva-cidreira (lemongrass), jasmim, pinho, angélica, manjericão.

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Este óleo é conhecido principalmente pelo seu efeito desintoxicante dos rins e de

todo aparelho digestivo, por esta finalidade talvez possa ter a capacidade de dissipar

sentimentos enrijecidos, além das suas propriedades anti-inflamatórias para auxiliar

nos sentimentos de raiva e irritação (PRICE, 2005; SILVA, 2001).

De acordo com Price (2006) o zimbro é capaz de limpar as energias negativas

acumuladas e é conhecido também como junípero. Deve ser evitado por gestantes,

seus principais constituintes químicos são sabineno, limoneno, mirceno, juneno,

borneol.

Figura 52- Ylang-ylang

Fonte: Wikipédia (2013)

A destilação das flores para obter o óleo essencial é um procedimento que leva dias,

sua consistência é xarope, e sua cor é amarelada, fragrância doce, exótica, sendo

um ótimo fixador. É uma árvore que atinge quase 20 metros e produz lindas flores, é

utilizada na tradição dos recém-casados na lua de mel, colocando-se sobre a cama.

É um óleo que acalma e inibe a raiva causada pela frustração (LAVABRE, 2005).

Seu uso deve ser evitado em caso de pressão baixa arterial ou histórico de apnéia.

Seus principais constituintes são cadineno, cariofileno, eugenol, geraniol, linalol

(MALUF, 2012).

Existem algumas contra indicações dos óleos essenciais, conforme Schotten;

Côrrea; Machado (2010) que são:

a) apenas o óleo essencial de lavanda pode ser utilizado puro na pele;

b) não utilizar óleos essenciais em exposição ao sol;

Nome científico: Canangium odorotum. Origem (árvore): Malásia. Método de extração: Destilação das flores amarelas no vapor d`água. Rendimento: 50 a 60 kg de flores para extrair 1 kg de óleo essencial Indicações terapêuticas: Depressão, frigidez, hipertensão, raiva, tensão nervosa. Ação psicológica: Antidepressivo, afrodisíaco, sedativo. Propriedades medicinais: Antisséptico, hipotensor. Modo de usar: Banho, massagem, difusor, escalda-pés. Sinergias: Jasmim, rosa, néroli, bergamota, tangerina, gerânio (SILVA, 2001).

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c) evitar o uso dos óleos nos primeiros quatro meses de gestação;

d) não usar os óleos de cedro, ciprestre, sálvia-esclaréia, manjericão,

manjerona, tomilho e zimbro nas grávidas;

e) no caso de hipertensão evitar o tomilho;

f) seguir corretamente também as dosagens e métodos de aplicação.

As autoras afirmam ainda que o foco da aromaterapia são os benefícios que os

óleos essenciais proporcionam e na manutenção da saúde, não tem como finalidade

o tratamento de doenças graves, muito menos curá-las, é apenas um coadjuvante

na restauração do equilíbrio corpóreo.

Visto todo o contexto dos óleos essenciais mais utilizados para o estresse, pouco se

vê sobre os protocolos prontos para o estresse. Diante disso surge a necessidade

de um protocolo específico para tal patologia, o qual é um dos propósitos desta

pesquisa, porém antes da aplicação do protocolo se faz necessária uma pequena

entrevista com o paciente, ou seja o preenchimento de uma ficha de anamnese. Por

isso, sugere-se também um modelo de ficha para ser utilizada antes do tratamento.

5.4 PROPOSTA DE FICHA DE ANAMNESE E CUIDADOS COM USO DA AROMATERAPIA PARA O ESTRESSE

O estresse é um dos problemas que mais afetam as pessoas, debilitando a saúde

mental e física do indivíduo. Nesse sentido, para que o estresse não leve a

ocasionar outras patologias sérias de difícil tratamento, a principal recomendação é

que cada pessoa passe a cuidar de si e cuidar também do outro, atitudes

importantes como as do cuidado integral, que deveriam ser adotados para a

prevenção e restauração de toda a integralidade de um ser humano.

Os protocolos para esta patologia devem observar alguns tópicos, por meio de uma

ficha de anamnese com especificações, visando desta forma uma individualização

para o tratamento da pessoa fragilizada. Segue sugestão de ficha para ser adotada,

conforme o Ministério da Saúde (2010):

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5.4.1 – PROTOCOLO PARA ANAMNESE DE PESSOAS QUE FARÃO USO DA AROMATERAPIA Tabela 1- Proposta da ficha de anamnese para o estresse 1. DADOS DO PACIENTE:

Nome:

Cartão Nacional de Saúde: RG:

Nome do cuidador: RG:

Cartão Nacional de Saúde:

Sexo: Feminino ( ) Masculino ( ) DN: Idade:

Peso: Altura:

Endereço:

Telefones:

Médico Assistente: CRM:

Telefones:

2. AVALIAÇÃO FARMACOTERAPÊUTICA

2.1 O paciente é maior de 18 anos?

( ) Sim ( ) Não

2.2 Qual é o grau do estresse do paciente?

( ) Grau 1- Fase aguda, sem comprometimento de fatores degenerativos do organismo.

( ) Grau 2- Fase de resistência, o corpo apresenta sinais de comprometimento emocionais

tristeza, insônia.

( ) Grau 3- Fase de exaustão, o corpo apresenta sinais degenerativos biológicos e

emocionais aumento de batimento cardíaco, insônia, mau humor.

2.3 Já utilizou medicamentos para a doença?

( ) Sim, quais?

( ) Não

2.4 Possui outras doenças diagnosticadas?

( ) Sim, quais?

( ) Não

2.5 Faz uso de outros medicamentos?

( ) Sim, quais?

Nome comercial:

Nome genérico:

Dose total/via e dia:

Data de início:

Prescrito: sim ( ) não ( )

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( ) Não

2.6 Faz uso de bebidas alcóolicas:

( ) Sim, frequência?

( ) Não

2.7 Apresentou alguma reação alérgica a algum medicamento?

( ) Sim, quais?

( ) Não

3. MONITORAMENTO DO TRATAMENTO

3.1 Apresentou exames com valores alterados?

( ) Sim, quais?

( ) Não

3.2 Apresentou sintomas com efeitos adversos?

( ) Sim, quais?

( ) Não

4 TRATAMENTO TERAPÊUTICO

4.1 Conhece a prática terapêutica de aromaterapia?

( ) Sim

( ) Não

4.2 Conhece os óleos essenciais?

( ) Sim

( ) Não

4.3 Sente afinidade com óleos essenciais cítricos, como bergamota, laranja-amarga, limão,

verbena-limão?

( ) Sim

( ) Não

4.4 Sente afinidade com óleos essenciais florais como lavanda, gerânio, camomila-

romana?

( ) Sim

( ) Não

4.5 Sente afinidade com óleos essenciais mais fortes e marcantes como ylang-ylang,

pinheiro-silvestre, cedro, tomilho?

( ) Sim

( ) Não

4.6 Têm algum óleo essencial/ aroma que não sente afinidade?

( ) Sim, quais?

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( ) Não

4.7 Quais práticas de aromaterapia são mais adequadas para o conforto, bem-estar diante

do estresse?

( ) Aromatização ambiental, pulverizadores

( ) Banhos aromáticos, banhos de assento

( ) Compressas frias e quentes

( ) Fricção

( ) Inalação seco e úmida

( ) Massagem

( ) Pedilúvio, manilúvio

( ) Gargarejos, bochechos

( ) Travesseiros aromáticos

( ) Ingestão

4.8 Acredita que esta prática possa trazer benefícios para a doença?

( ) Sim, quais?

( ) Não

5. Reações adversas da prática de aromaterapia.

( ) Efeitos tóxicos

( ) Não se identifica com o odor do óleo essencial

6.Outras informações importantes.

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

7.Uso de outros medicamentos.

Não fazer o uso de outros medicamentos sem o consentimento do médico ou orientação

de outra profissional da saúde.

8.Outras informações

_______________________________________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________________________

Fonte: (Elaborado pela autora adaptado Ministério da Saúde, 2010).

5.4.2 – CUIDADOS COM USO DA AROMATERAPIA

A aromaterapia possui uma variedade de óleos essenciais para diversas situações

específicas e uma diversidade de possibilidades para o seu uso. É necessário que a

pessoa fragilizada procure um profissional habilitado com conhecimento para

orientação acerca da utilização adequada e dos cuidados e terapêuticas. Como

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existem vários óleos indicados para o estresse, sugerem-se a elaboração de

protocolos individuais através da ficha de anamnese visando o cuidado de si, com as

especificidades, a singularidade de cada indivíduo, visando desta forma a maior

afinidade de cada ser humano com os aromas específicos dos óleos essenciais,

através de diversas técnicas, como os citados abaixo:

Uso de travesseiros aromáticos com o óleo de lavanda (10 gotas). É indicado

para dormir bem e ter bons sonhos, por ser neurossedativo a lavanda

proporciona bem-estar e tranquilidade (SILVA, 2001).

No escalda-pés (pedilúvio), utilizar 4 gotas de verbena-limão e 6 gotas de

petitgrain, mais 5 ml de óleo vegetal, pode ser o abacate ou girassol, (em 3

litros em aproximadamente 35 ˚C, pode ainda acrescentar uma colher (sopa)

de sal grosso, permanecer por 20 minutos com a imersão dos pés. Os

escalda-pés regularizam o sistema nervoso e ativa o sistema circulatório,

indicado para o estresse (SILVA, 2001). O óleo vegetal de abacate é rico em

vitaminas, deixando a pele mais macia, o óleo de girassol é emoliente e

revitalizante para a pele (SCHOTTEN; CORREA; MACHADO, 2010).

Na massagem usar 3 gotas de óleo essencial de tangerina e 5 gotas de

ylang-ylang, de 10 a 20 ml de óleo vegetal, pode ser o de semente de uva ou

gérmen de trigo. É uma técnica que induz o relaxamento dos músculos

tensionados, facilita a absorção dos princípios ativos, além da inalação dos

óleos essenciais enquanto é feita a massagem (SCHOTTEN; CORREA;

MACHADO, 2010). O óleo de semente de uva faz a regeneração e a

manutenção do tecido cutâneo, o óleo de gérmen de trigo possui alto teor de

proteínas e vitamina E, auxiliando no fortalecimento dos vasos sanguíneos.

No processo de inalação úmida, pode-se usar até 10 gotas, mas como os

óleos são concentrados, usar 5 gotas no total, 3 gotas de limão e 2 gotas de

manjerona; em um litro de água fervente; se for gestante substituir por 3 gotas

de lemongrass e 2 gotas de sândalo. Cobrir a cabeça com uma toalha

grande para evitar a entrada de ar fresco. Respirar o vapor profundo e

lentamente até não sentir mais o cheiro, não permanecer por mais de dez

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minutos. A consequência desta prática proporciona uma sensação de alívio e

bem-estar físico (SILVA, 2001).

No banho utilizar 6 gotas de camomila-romana e 4 gotas de bergamota, no

leite integral (emulsificante), mais 10 ml óleo vegetal; pode ser o andiroba ou

gergelim, diluir em uma banheira de água quente, ficar em imersão por 20

minutos. O banho quente é tonificante e proporciona o relaxamento, pois

influencia positivamente os humores, depois de 20 minutos os óleos

essenciais já migraram através da epiderme (pele) e caíram na circulação

sanguínea e vasos linfáticos, produzindo os efeitos relaxantes dos óleos

indicados (SILVA, 2001). O óleo vegetal de andiroba é cicatrizante, anti-

inflamatório e hidratante, o óleo de gergelim contém muitas vitaminas e é um

bom emoliente para a pele, além de auxiliar na melhora da circulação

(SCHOTTEN, CÔRREA; MACHADO, 2010).

Nas compressas frias ou quentes, usar 2 gotas de lemongrass e 3 gotas de

lavanda. Nas frias dissolver em meio litro de água fria, embeber o tecido e

aplicar diretamente sobre a pele com um tecido, pano seco de lã ou flanela, a

fim de diminuir a troca de calor. São utilizados para tratar dor de natureza

aguda, como dores de cabeça, que são um dos efeitos ocasionados pelo

estresse. Nas quentes colocar a sinergia dos óleos em meio litro de água

quente, embeber o tecido e repousá-lo sobre a pele, trocando a compressa

assim que esfriar. São utilizadas em situações crônicas como ansiedade,

insônia e sintomatologias afins. Os óleos essenciais não se misturam na

água, por isso pode ser acrescentado um pouco de álcool etílico e agitar

(SILVA, 2001).

No difusor a frio, utilizar 6 gotas de óleo essencial de limão e 4 gotas de óleo

essencial de zimbro, a aromatização ambiental fica por 3 horas e promove o

bem-estar e equilíbrio; se for gestante substituir por 6 gotas de limão e 4

gotas de bergamota. A aromatização cria um estado de espírito com os óleos

essenciais, influenciando positivamente nas emoções e comportamentos,

ideal para auxiliar nos tratamentos emocionais, psíquicos e respiratórios

(SILVA, 2001; SCHOTTEN; CÔRREA; MACHADO, 2010).

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Os óleos essenciais são substâncias naturais obtidas a partir das plantas, no

entanto, geralmente existe no mercado a oferta de óleos mais baratos de origem

sintética, chamados de essências ou aromas, elaborados a partir da combinação

artificial dos principais componentes químicos encontrados no óleo essencial, por

isso podem não proporcionar os efeitos desejados (GROSSMAN, 2005).

Considerando este contexto aconselha-se para as situações de cuidado para o

estresse, a utilização da aromaterapia por um profissional habilitado ou ainda

através de autoaplicação com o uso de óleos essenciais de qualidade.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelos estudos realizados conclui-se que bem-estar envolve todos os fatores que

geram o equilíbrio corporal (físico, mental e espiritual) e a qualidade de vida

depende deste equilíbrio e também do ambiente no qual o indivíduo está inserido,

além dos fatores sociais.

O ser humano passa em sua vida por muitos momentos de estresse gerados pela

própria correria do seu dia-a-dia, algumas pessoas conseguem enfrentar esses

obstáculos sem que interfiram diretamente em sua saúde física, no entanto, para a

grande parte das pessoas, o próprio organismo sente mais dificuldade para este

enfrentamento e como consequência há um vasto desgaste no corpo, resultando

desequilíbrios no campo mental, físico e espiritual.

No modelo biomédico tradicional muitas vezes este paciente é tratado como um fator

isolado, caracterizando a doença do estresse como unifatorial, mas vários estudos já

demonstraram que existem outros pressupostos por de trás incluindo-se o lado

emocional com influência direta sobre as doenças que atingem as pessoas

desestabilizando-as.

Tratar o indivíduo como um ser único, especial é fundamental, o profissional que

trabalha com pessoas precisa ter empatia, empoderamento, solidariedade, boa

comunicação e acima de tudo ter o cuidado integral, mostrando o verdadeiro sentido

de viver, fatores estes que influenciam no enfrentamento e no tratamento da doença.

O profissional da saúde precisa ainda, humanizar e auxiliar no desenvolvimento

daquela pessoa em questão, analisar os fatores biopsicossociais que fazem parte do

universo da pessoa em situação de estresse. Como o modelo biomédico possui

algumas limitações, as pessoas estão sentindo a necessidade de buscar outras

formas de cuidado e tratamento com o objetivo de serem vistos com um olhar mais

integral.

As práticas terapêuticas que fazem uso da aromaterapia embora com limitações,

permitem que o profissional e / ou terapeuta tenha uma visão mais totalitária da

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pessoa no processo saúde-doença. No caso das pessoas estressadas num estado

de maior vulnerabilidade para contrair doenças, a indicação da Aromaterapia pode

ajuda-las a partir do processo de ansiedade e outros problemas desencadeados

pelo estresse. Sobre esta questão quase todos os autores são unânimes no sentido

de dizer que o cuidado preventivo traz resultados importantes e impedem que a

situação se agrave. Entretanto, recomendam que a Aromaterapia seja, quando

necessário, associada a cuidados da biomedicina tradicional.

Algumas práticas complementares já foram incorporadas pelo Sistema Único de

Saúde (SUS), pela portaria nº 971, de 3 de maio de 2006, no entanto a Aromaterapia

ainda não está incluída, talvez daqui a algum tempo essa prática possa está

disponível para os pacientes, por enquanto o que ainda se vê é muita resistência por

parte de alguns profissionais, visto que ás vezes desacreditam em seus benefícios. .

Contudo, ainda que o Ministério da Saúde não indique ainda a Aromaterapia como

uma prática importante para o cuidado ao estresse como apontam os autores

investigados, esta é uma prática milenar e já existem registros da sua história por

diversos povos, na intenção da cura e prevenção das enfermidades proporcionando

bem-estar e aumento da qualidade de vida.

São utilizados recursos oriundos da natureza, das plantas, o que garante a

integração mais pura e valiosa com a própria natureza e com a vida. De partes como

as folhas, galhos, ervas, raízes são extraídos os óleos essenciais que

desempenham papéis incríveis no organismo do ser humano.

Existe uma grande diversidade desses óleos essenciais no mercado, cada qual com

sua ação específica, porém é necessário que sejam aplicados por um profissional

habilitado, com conhecimento sobre a técnica, para que possa contribuir para a

saúde e a restauração do indivíduo.

A aromaterapia possui uma grande diversidade de maneiras para sua utilização,

como banhos aromáticos, banhos de assento, gargarejo, bochechos, massagem,

inalação, compressa, difusão, pulverização, puros, fricção entre outros. Todos visam

à totalidade do ser, e são grandes auxiliadores para o lado emocional.

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Possuem atuação no sistema límbico, através da inalação quando há o contato

direto com o bulbo olfatório direcionando para o cérebro e ocasionando os

benefícios dos óleos essenciais, podem ainda serem utilizados por meios da

massagem, pelo toque, atravessando a membrana celular e caindo na corrente

sanguínea, atribuindo assim todas as suas funções para o organismo.

Os óleos essenciais podem ser calmantes, relaxantes ou ainda estimulantes,

depende do objetivo desejado pelo paciente. Para controlar os males do estresse e

promover uma maior qualidade de vida, existem várias opções de óleos calmantes

no mercado, os mais utilizados são: lavanda, erva-cidreira (lemongrass), néroli,

olíbano, petitgrain, tomilho, valeriana, verbena-limão, gerânio, bergamota, anis,

camomila-romana, tangerina, ylang-ylang, manjericão, manjerona, alcaravia, zimbro,

limão, melissa, laranja amarga, sândalo, sálvia-esclaréia, rosa-marroquina, cedro,

abeto e pinheiro-silvestre. Cada um possui seu aroma específico, sua forma de

utilização e sua sinergia (mistura), quando o profissional faz a sinergia dos óleos

potencializa ainda mais seus efeitos para o corpo.

Por conta disso, a terapia complementar de aromaterapia é utilizada como uma

estratégia terapêutica coadjuvante nos tratamentos da medicina do modelo

biomédico tradicional, no entanto, não há muito material científico sobre a técnica,

dificultando um estudo mais aprofundado sobre o tema.

Há também poucos protocolos existentes no mercado para a patologia do estresse,

limitando o acesso para as pessoas necessitadas. A intenção de fornecer algumas

formas de utilização, através do protocolo, é para possibilitar e ampliar um pouco

mais a acessibilidade das pessoas, por meio de métodos de autocuidado, como

travesseiros aromáticos, escalda-pés, banhos aromáticos, inalação, compressas

frias, quentes e difusão.

Mesmo que no Sistema Único de Saúde (SUS), a implantação das práticas

complementares ocorra de forma lenta e gradativa, muito têm se modificado na

intenção de proporcionar ao paciente outra forma de tratamento terapêutico, visando

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o ser humano em toda a sua totalidade, um ser único, composto de corpo, mente e

espírito.

Desta forma, as terapias complementares, em especial a aromaterapia, auxiliam no

restabelecimento da saúde, nos desequilíbrios físicos e emocionais, contribuindo

significadamente para a melhora da qualidade de vida.

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