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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – GESTÃO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO FRANCO ROBERTO DA ROSA LUIZ ANÁLISE DO SISTEMA LOGÍSTICO DA EMPRESA ATLAS TRANSPORTE E LOGÍSTICA Estudo de Caso da Filial de São José – S.C São José 2009

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – GESTÃO

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

FRANCO ROBERTO DA ROSA LUIZ

ANÁLISE DO SISTEMA LOGÍSTICO DA EMPRESA

ATLAS TRANSPORTE E LOGÍSTICA

Estudo de Caso da Filial de São José – S.C

São José 2009

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FRANCO ROBERTO DA ROSA LUIZ

ANÁLISE DO SISTEMA LOGÍSTICO DA EMPRESA ATLAS TRANSPORTE E LOGÍSTICA

Estudo de Caso da Filial de São José – S.C

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado como

requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em

Administração da Universidade do Vale do Itajaí.

Professor Orientador: MSc. Amarildo Felipe Kanitz

São José 2009

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FRANCO ROBERTO DA ROSA LUIZ

ANÁLISE DO SISTEMA LOGÍSTICO DA EMPRESA ATLAS TRANSPORTE E LOGÍSTICA

Estudo de Caso da Filial de São José – S.C Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma

final pela Coordenação do Curso de Administração da Universidade do Vale do Itajaí,

em (dia, mês e ano constante da ata de aprovação – defesa)

Prof(a) MSc. Luciana Merlin Bervian UNIVALI – Campus São José

Coordenador(a) do Curso

Banca Examinadora:

Prof(a) MSc. Amarildo Felipe Kanitz UNIVALI – Campus São José

Professor Orientador

Prof(a) Dr. Rosalbo Ferreira UNIVALI – Campus São José

Membro I

Prof(a) Msc. Vanderleia Martins Lohn UNIVALI – Campus São José

Membro II

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Dedico esta obra inteiramente a

minha amada esposa Kelly que esteve

comigo em todos os momentos.

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Agradecimentos:

Agradeço a todos que estiveram comigo nesta

caminhada, minha esposa Kelly, aos meus pais Lourival

e Adi, aos amigos que conquistei na Univali, aos amigos

que encontrei pelos caminhos da vida, aos profesores

que contribuíram para este momento. Ao Professor,

orientador e amigo Amarildo, ao Professor Rosalbo e a

Professora Vanderleia que contribuíram e

enriqueceram este trabalho. A Professora Luciana e

Professora Josiane em seu apoio irrestrito na

coordenação do curso. A todos, muito obrigado.

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Determinação coragem e auto

confiança são fatores decisivos para o

sucesso. Se estamos possuidos por uma

inabalável determinação conseguiremos

superá-los. Independentimente das

circustancias, devemos ser sempre

humildes, recatados e despidos de

orgulho.

(Dalai Lama)

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RESUMO

Neste contexto de competitividade a logística empresarial vem desempenhando um trabalho destaque no meio organizacional, disponibilizando ferramentas de gestão por meio de estratégias logísticas de localização, de estoque e transporte. Este trabalho tem por objetivo descrever o sistema logístico da empresa Atlas Transporte e Logística Ltda, filial Florianópolis, apontando os pontos fracos e fortes. Na elaboração da pesquisa são utilizados os seguintes métodos: o estudo de caso, a entrevista formal, a informal e a pesquisa descritiva. As técnicas de pesquisa utilizadas são a bibliográficas e analise documental. Na coleta de dados foram utilizados: fontes primárias, fontes secundárias através de revistas, manuais de instrução e documentos da empresa Atlas. No resultado da pesquisa identificou-se que a empresa apresenta pontos fortes que sobressaem sobre os pontos fracos, apontando oportunidades de crescimento da filial. Pode-se concluir que a empresa Atlas possui um sistema logístico eficiente e bem estruturado, apresenta vários pontos complexos e pode ser melhorado em alguns aspectos como o serviço de terceirização e estrutura física da filial Florianópolis.

Palavras-chave: logística empresarial, sistema logístico e transporte.

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ABSTRACT

In this context the competitiveness of business logistics has played a prominent work in the organizational environment, providing management tools through logistics strategies and location of inventory and transportation. This paper aims to describe the logistics system of the company Atlas Transport & Logistics Ltd., a subsidiary Florianópolis, pointing out the strengths and weaknesses. In preparing the research used the following methods: a case study, a formal interview, the informal and descriptive. The techniques used are the bibliographic and documentary analysis. In the data collection were used: primary sources, secondary sources through magazines, instruction manuals and documents of the company Atlas. In the search results identified that the company's strengths to emerge on the weaknesses, pointing out opportunities for growth of the subsidiary. It can be concluded that the company Atlas has an efficient logistics system and well-structured, complex features several points and can be improved in some aspects such as service outsourcing and infrastructure subsidiary of Florianopolis.

Key-words: logistics business, logistics and transportation system

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - A Primeira Fase da Logística...................................................................................18

Figura 2 - A Segunda Fase da Logística...................................................................................18

Figura 3 - A Terceira Fase da Logística ...................................................................................19

Figura 4 - A Quarta Fase da Logística......................................................................................20

Figura 5 - Evolução da Logística a partir de 1960 ...................................................................21

Figura 6 - Estrutura complexa de um canal de distribuição segmentado .................................22

Figura 7 - A cadeia de suprimentos imediata para uma empresa individual............................23

Figura 8 - Sistema logístico integrado......................................................................................26

Figura 9 - Estratégia Logística..................................................................................................27

Figura 10 - Transporte Rodoviário - Carreta utilizada no transporte entre as filiais................32

Figura 11 - Transporte Ferroviário de Cargas ..........................................................................34

Figura 12 – Transporte Aquaviário de Cargas .........................................................................36

Figura 13 – Transporte Dutoviário ...........................................................................................37

Figura 14 – Transporte Aéreo...................................................................................................38

Figura 15 – Integração no Transporte Multimodal...................................................................39

Figura 16 – Mapa com as cidades atendidas pela Atlas ...........................................................47

Figura 17 – Foto matriz Atlas em São Paulo............................................................................48

Figura 18 – Organograma da Atlas Transporte e Logística .....................................................49

Figura 19 - Faturamento em milhões........................................................................................50

Figura 20 – Mandala que regi a Administração da Atlas .........................................................51

Figura 21 – Carreta Baú Atlas que faz o deslocamento entre as filiais ....................................53

Figura 22 - transporte de cargas aérea......................................................................................54

Figura 23 – Depósito Matriz Atlas em São Paulo ....................................................................56

Figura 24 – Doutores da Alegria ..............................................................................................61

Figura 25 – Foto Filial de Florianópolis...................................................................................62

Figura 26 – Organograma Filial de Florianópolis ....................................................................62

Figura 27 – Distribuição da empresa Atlas no estado..............................................................63

Figura 28 – Sistema logístico de coleta e entrega de mercadorias ...........................................65

Quadro 1 – Filiais da Atlas no Brasil ............................................................................. 46

Quadro 2 – Passos do Processo Operacional.................................................................. 65

Quadro 3 – Sugestão de melhorias ................................................................................. 68

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................10

1.1 Descrição da situação problema ...................................................................................12

1.2 Perguntas de Pesquisa...................................................................................................12

1.3 Objetivos.......................................................................................................................13

1.3.1 Objetivo Geral ...........................................................................................................13

1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................13

1.4 Justificativa...................................................................................................................13

1.5 Apresentação geral do trabalho ....................................................................................14

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................................15

2.1 Definição de Logística..................................................................................................15

2.2 Logística Empresarial ...................................................................................................16

2.3 Histórico do processo logístico.....................................................................................17

2.4 Supply Chaing Management.........................................................................................21

2.5 Missão Logística...........................................................................................................24

2.6 Sistema Logístico .........................................................................................................24

2.6.1 Logística de serviço ao cliente...................................................................................28

2.6.2 Estratégia de estoque .................................................................................................28

2.6.3 Estratégia de localização ...........................................................................................29

2.6.4 Estratégia de transporte..............................................................................................30

2.7 Modais de Transporte ...................................................................................................30

2.8 Modal Rodoviário.........................................................................................................31

2.8.1 Modal Rodoviário no Brasil ......................................................................................32

2.9 Modal Ferroviário.........................................................................................................32

2.9.1 O Modal Ferroviário no Brasil ..................................................................................33

2.10 Modal Aquaviário ou Hidroviário ..............................................................................34

2.10.1 O Modal Aquaviário no Brasil ................................................................................35

2.11 Modal Dutoviário .......................................................................................................36

2.12.1 O Modal Aéreo no Brasil.........................................................................................38

2.13 Transporte Multimodal ou Intermodal .......................................................................38

2.14 A Logística no Brasil..................................................................................................40

2.15 Operador Logístico .....................................................................................................41

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3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO .......................................................................................42

3.1 Procedimentos Metodológicos .....................................................................................42

4 RESULTADOS DA APLICAÇÃO ..............................................................................44

4.1 A Atlas Transporte e Logistica.....................................................................................44

4.2 Organograma ................................................................................................................49

4.3 Missão...........................................................................................................................50

4.4 Politica de Qualidade....................................................................................................50

4.5 Serviços ........................................................................................................................52

4.6 Rodoviário ....................................................................................................................53

4.7 Aéreo ............................................................................................................................54

4.8 Soluções........................................................................................................................55

4.9 Logística .......................................................................................................................55

4.10 Padronização de Coletas e Entregas ...........................................................................56

4.11 Recepção, Triagem e Separação.................................................................................57

4.12 Carregamento..............................................................................................................57

4.13 Estoque em Descarga e Coleta ...................................................................................57

4.14 Estoque em Descarga e Transferência........................................................................58

4.15 Estoque Intermediário.................................................................................................58

4.16 Estoque para Embarque..............................................................................................58

4.17 Embarque para Entrega ..............................................................................................58

4.18 Entrega e Comprovação..............................................................................................58

4.19 MI PROJETOS...........................................................................................................59

4.20 Atlas responsabilidade social......................................................................................59

4.21 Filial Atlas de Florianópolis .......................................................................................61

4.21 Processo Operacional .................................................................................................64

4.22 Pontos Fortes e Pontos Fracos ....................................................................................66

4.23 Sugestões de Melhorias ..............................................................................................67

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................69

REFERÊNCIAS................................................................................................................70

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1 INTRODUÇÃO

No inicio dos anos 90, o Brasil passou por um processo de transformação com a

abertura do mercado, sua economia era de um ambiente altamente inflacionário que

assombrou o país por duas décadas. Com baixo nível tecnológico e de infraestrutura,

neste contexto busca-se investimentos tanto como privado e público, e também

especulativo na busca pela estabilidade e melhorias nos processos produtivos e

tecnológicos, tal estabilidade acelerou a economia a partir do plano real em 1994.

Neste contexto, novos setores nascem dentro do espaço geografico econômico

do território brasileiro, em busca de adaptações de uma nova realidade, modernizando-

se a uma nova realidade. Com o avanço tecnológico a modernização, a reorganizando

das organizações tem grande espaço dentro do mercado que é tão competitivo.

A utilização do processo de gestão dentro das organizações, é aplicada com

ferramentas da gestão da qualidade, melhoramentos tecnológicos, impulso no setor de

agronegócio, melhorias no setor de serviços. E neste sentido aponta-se um crescimento

econômico e a necessidade de gerar uma infraestrutura condizente com o momento que

passa a economia brasileira.

Conforme podemos notar existe uma contradição, pois crescemos

economicamente e no campo da infraestrutura estamos um tanto quanto defasados. Fica

evidente que com o crescimento econômico do país, notou-se uma deficiência no

transporte brasileiro, este fato decorre da falta de infra-estrutura de portos, aeroportos e

ferrovias e também das condições das rodovias que cortam o país. Outro ponto de

grande reflexão é também, a falta de utilidade de transporte multimodal.

Desta forma busca-se compreender estas transformações recentes no espaço

brasileiro em se tratando do tema logística, onde evidênciam-se gargalos que atrapalham

o escoamento da produção criando dificuldades para a inserção competitiva do Brasil no

ambiente global e que é de fundamental importância estudos logísticos para que as

organizações manterem-se competitivas.

A implementação de um sistema logístico acompanhando a tendência mundial

torna-se fundamental na busca por melhor servir ao consumidor e gerar melhor

dinamicidade no processo logístico, pois as estratégias no ambiente da logística dentro

de um nicho provocam mudanças como: nas pessoas que estão envolvidas, nos

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produtos, nas parcerias, na seleção de fornecedores e também nos clientes em

potenciais.

Nas reflexões de Novaes (2001 p. 26) “a logística vem apresentando uma

evolução constante, sendo hoje um dos elementos-chaves na estratégia competitiva das

empresas”. Ainda em sua forma conceitual nos apresenta que no processo inicial a

logística era confundida com o transporte e a armazenagem de produtos, mas que nos

dias de hoje com o grande e complexo mundo onde se envolve um fluxo comercial

gigantesco, pode-se dizer que a logística, é o ponto nevrálgico da cadeia produtiva

integrada, atuando em estreita consonância com o moderno Gerenciamento da Cadeia

de Suprimentos (Supply Chain Management).

Com a mesma relevância, Ballou (2006) aponta que a logística também tem

importância numa escala global, pois na economia mundial, sistemas logísticos

eficientes formam bases para o comércio e a manutenção de um alto padrão de vida nos

países desenvolvidos e que se desloca também para as nações emergentes.

Na visão de Christopher (1997) o rigoroso clima econômico atual, em que os

mercados estão em expansão e os novos concorrentes globais estão dificultando ainda

mais a situação, os negócios passaram inevitavelmente a enfatizar, como ponto central,

as estratégias que criam uma lealdade de longo prazo com o cliente. Com esta visão o

gerenciamento logístico pode proporcionar uma fonte de vantagem competitiva, uma

posição de superioridade duradoura sobre os concorrentes, em termos de preferência do

cliente, pode ser alcançada através da logística.

Diante da posição em que o Brasil se encontra, estável no seu processo

econômico, e buscando melhorias no que diz respeito à logística interna e efetivamente

no ambiente das relações comerciais internacionais, o tema para ser investigado neste

trabalho, vem ao encontro de estabelecer um estudo investigativo sobre o transporte

rodoviário, este que singularmente se apresentou desde os anos 70 como o meio de

conexão/comunicação no processo de integração do território brasileiro conectando

fornecedores aos cliente desde matéria-prima a produtos acabados.

É neste sentido que a Empresa Atlas Transporte e Logística filial Florianópolis,

situada na área Industrial de São José, procura atender as necessidades de seus clientes

visando oferecer o transporte, a segurança e garantia de sua carga com menor custo e

agregando valor para seu produto.

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1.1 Descrição da situação problema

Como podemos observar, o Brasil passa por um período de crescimento

econômico, mesmo no decorrer da crise. Em períodos de crescimento, a necessidade de

transferência de matéria prima e produto acabado é grande, gerando uma enorme

demanda para as empresas de transporte, tornando os estudos logísticos necessários para

o bom desenvolvimento das atividades.

Diante do crescimento percebido do fluxo de serviços frente à escala econômica

favorável da empresa Atlas, onde se apresenta com representatividade de grande

expressão no território brasileiro com suas 44 filiais com um faturamento anual

considerável, a mesma se faz presente no município de São José para atender de forma

estratégica toda grande Florianópolis e região sul do estado.

É neste contexto que a problemática se insere, pois com o fluxo de serviços e a

grande demanda em toda região, se faz necessário refletir se a filial esta de certa forma

desenvolvendo suas funções e atribuições de forma efetiva e se esbarra nos gargalos

infra-estruturais (rodoviário e aéreo) do país e também da realidade de sua área de

atuação, ao mesmo tempo interfere no dinamismo e eficiência dos seus serviços

atendendo os padrões logísticos atuais.

1.2 Perguntas de Pesquisa

Para tentar refletir e responder a problemática em questão, recorre-se as

seguintes questões:

Como a empresa Atlas vem atuando em seu processo logístico na região de sua

atuação?

A mesma vem operando com eficiência e dinamismo através dos padrões

logísticos atual para atender seus clientes?

Quais são os pontos fracos e fortes do sistema logístico da empresa Atlas

Transporte e Logística Filial São José?

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1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral do estágio é analisar o sistema logístico da empresa Atlas

Transporte e Logística Filial São José com o objetivo de propor melhorias a esta

organização.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Descrever a estrutura da empresa Atlas Transporte e Logística filial

Florianópolis;

• Apresentar o sistema logístico e as etapas do processo da empresa;

• Identificar os pontos fortes e fracos do sistema logístico atual da empresa.

1.4 Justificativa

A importância da logística na atual conjuntura da economia mundial é crescente,

na medida em que se toma consciência de seu grande valor. O comércio internacional

tem crescido no decorrer das décadas, tendo sido influenciado pelo progresso das

tecnologias e nas comunicações.

Nos últimos anos, a logística no Brasil obteve avanços bastante significativos,

mas mesmo assim se encontra muito defasada em relação a outros paises. Tendo em

vista essas necessidades, propõe-se neste trabalho um estudo analítico da estrutura do

armazém da Empresa Atlas Transporte e Logística filial Florianópolis no atendimento

de seus clientes.

A grande demanda gerada pelo crescimento econômico, faz com que empresas

de logística assim como a Atlas, desenvolva processos para acompanhar este

desenvolvimento, gerando vantagem competitiva e redução de custos para seus clientes.

Com isto, a competitividade entre as empresa torna-se crucial na hora da escolha do

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cliente pela empresa prestadora de serviço, onde estudos referntes a logísticas se tornam

necessários para o bom desenvolvimento do trabalho.

Também vale ressaltar que este trabalho contribui para a formação do

acadêmico, podendo durante a construção do mesmo utilizar o aprendizado durante os

anos de estudo na academia, agregando uma certa especialização nesta área, visto que

os estudos poderá ter uma contribuição na sua formação.

1.5 Apresentação geral do trabalho

No item primeiro deste trabalho apresenta-se sua introdução apontando e

delimitando o tema, o problema de pesquisa, os objetivos geral e específico e a

justificativa.

O segundo capítulo consta a fundamentação teórica, que contempla toda a

contextualização dos estudos referentes ao tema proposto.

No terceiro, encontra-se a metodologia da pesquisa que engloba os métodos

utilizados para se estabelecer o roteiro do presente trabalho.

O quarto capítulo consta apresentação e analise dos dados, considerações finais e

conclusões acerca do trabalho.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo serão abordados os aspectos pertinentes a logística, englobando

conceitos e aplicação dos mesmos.

2.1 Definição de Logística

Ao definir a logística engloba-se variáveis de acordo com a concepção em

discussão, sendo que, segundo autores renomados a palavra Logística em sua origem

estava ligado as operações militares, hoje com o desenvolvimento da economia mundial

a logística apresentou uma evolução, sendo hoje considerada um dos elementos na

estratégia competitiva das empresas.

A definição dicionarizada do termo logístico é a que diz que: “o ramo da ciência

militar que lida com a obtenção, manutenção e transporte de material, pessoal e

instalações.” (BLACK DOG & LEVENTHAL PUBLISHERS, 1993, p. 590.)

Já no ponto de vista empresarial Logística é o processo de planejamento,

implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das

informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito

de atender as exigências dos clientes1.

Com estas prerrogativas Novaes (2001 p. 36) aponta que:

A logística é o processo de planejar, implementar e controlar de maneira eficiente o fluxo e a armazenagem de produtos, bem como os serviços e informações associados, cobrindo desde ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.

Da mesma referencia teórica a logística pode também ser utilizada pelas

empresas com intuito de adquirir vantagem competitiva em relação aos seus

concorrentes, assim Christopher (1997) descreve a logística como o processo de

gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais,

peças e produtos acabados através da organização e seus canais de marketing, de modo

a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos

pedidos a baixo custo.

1 Das normas do Council of Logistics Management, no site www.clml.org

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Para Ballou (2006, p.29):

A logística é um conjunto de atividades funcionais inter-relacionadas (transportes, controles de estoques, etc.), que se repetem inúmeras vezes ao longo do canal pelo qual matérias-primas vão sendo convertidas em produtos acabados, aos quais agrega valor ao consumidor.

Diante do exposto, pode-se refletir que logística não é apenas uma pequena parte

do processo produtivo (transporte e armazenagem) e sim todo um processo complexo

que se bem administrado pode ser fator determinante na competitividade global da

organização.

2.2 Logística Empresarial

No contexto histórico do processo logístico as atividades de transporte, estoques

e comunicações iniciaram antes mesmo de um comércio ativo entre regiões vizinhas.

Hoje, as empresas procuram realizar essas mesmas atividades como uma parte essencial

de seus negócios, a fim de prover aos consumidores com os bens e serviços que eles

desejam.

Para Ballou (2006) a logística incorpora mais uma palavra ao seu conceito e

passa a ser chamada de Logística Empresarial.

A logística empresarial trata de todas atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, como o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.(BALLOU, 2006 p. 24).

Utilizando-se dos conhecimentos de Novaes (2001) a logística evoluiu desde do

seu início, passando de apenas transporte e armazenagem para algo que agregasse

valores, como: valor de lugar; valor de tempo; valor de qualidade gerado na prestação

do serviço e valor de informação.

Na visão de Ching (2001, p. 26), “a logística é um assunto vital para

competitividade das empresas nos dias atuais, podendo ser um fator determinante do

sucesso ou fracasso das empresas”. Neste sentido podemos analisar que a administração

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dos recursos como planejamento, organização e controle podem facilitar o fluxo de

produtos, afim de gerar uma maior rentabilidade nos serviços logísticos prestados.

2.3 Histórico do processo logístico

Segundo Ballou (2006) até o período de 1950 nada a cerca de processos logístico

eram ouvidos mencionar. As organizações existentes da época dividiam algumas tarefas

da logística em diferentes setores. Ou seja, o transporte muitas vezes era encontrado sob

o comando gerencial da produção; os estoques estavam centrados na atividade de

marketing, finanças e produção; e o processamento de pedidos muitas vezes era

controlado por finanças ou vendas, resultando tudo isso no conflito de objetivos e

responsabilidades da atividade de logística.

A atividade logística militar na Segunda Guerra Mundial foi um início para muitos dos conceitos logísticos utilizados atualmente. Infelizmente, o exemplo militar influenciou as atividades logísticas das firmas comerciais alguns anos depois. Por volta de 1945, algumas empresas já haviam colocado transporte e armazenagem de produtos acabados sob um único gerente. (BALLOU, 2006, p. 29).

Novaes aponta que a logística pode ser dividida em quatro fases, onde a quarta

fase vem a encontrar-se no (SCM) Gerenciamento da Cadeia de Suprimento como

apresentaremos a seguir:

Na primeira fase a logística moderna encontra-se em fase embrionária na

Segunda Guerra Mundial em 1945, a atuação era predominantemente segmentada e o

estoque era a chave fundamental no balanceamento da cadeia de suprimento. As

perspectivas eram na administração de materiais, armazéns e transporte com foco

operacional.

A figura a seguir ilustra a primeira fase da logística.

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Figura 1 - A Primeira Fase da Logística

Fonte: Novaes (2001, p. 42)

Nesta primeira fase observa-se que não a uma preocupação com a logística,

contemplava-se somente estoque, espaço físico para armazenamento e transporte.

Na segunda fase que compreende as décadas de 60 e 70 a predominação da

logística era pela aplicação da integração rígida onde os elementos chaves de

racionalização formam a otimização de atividades e o planejamento, nesta fase havia

um ponto falho, o planejamento não era flexível, uma vez elaborado, permanecia

imutável. Podemos caracterizar que a segunda fase da logística buscava de forma inicial

a racionalização integrada da cadeia de suprimento com objetivos na distribuição física

e com uma visão tático gerencial, porém rígida, pois não permitia mudanças no

planejamento ao longo do tempo.

A figura a seguir ilustra a segunda fase da logística.

Figura 2 - A Segunda Fase da Logística

Fonte: Novaes (2001, p. 46)

Esta fase já havia uma preocupação com a logistica, pois notamos um

planejamento, não estratégico, porém inflexível, não aceitando mudanças no decorrer do

período.

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Nos anos 80 e inicio dos anos 90 a informática possibilitou a evolução da

logística e é caracterizada pela integração dinâmica e flexível entre os agentes da cadeia

de suprimentos, em dois níveis: dentro da empresa e nas inter-relações da empresa com

seus fornecedores e clientes. Neste processo a logística torna-se integrada sob foco

tático estratégico das empresas.

A figura a seguir ilustra a terceira fase da logística.

Figura 3 - A Terceira Fase da Logística

Fonte: Novaes (2001, p. 47)

Nesta terceira fase nota-se uma busca pela satisfação plena do cliente, não só o

cliente final, mas todos que estão envolvidos em toda a cadeia de produção, observou-se

também a redução dos estoques para obtenção de melhorias no processo e

consequentemente redução nos custos de produção.

Na quarta fase encontramos o (SCM) Gerenciamento da Cadeia de Suprimento

que a partir do final do século XX e inicio do século XXI vem apresentar um salto

qualitativo de grande importância, as empresas da cadeia de suprimentos passaram a

tratar a questão logística de forma estratégica, usando a logística para ganhar

competitividade e para induzir novos negócios. A logística passou a ser usada como

elemento diferenciador, de cunho estratégico, na busca de maiores fatias de mercado.

A figura a seguir ilustra a quarta fase da logística.

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Figura 4 - A Quarta Fase da Logística

Fonte: Novaes (2001, p. 50)

Nesta fase a uma participação dos agentes participantes e todos trabalham de

forma estratégica buscando os melhores resultados possíveis em termos de redução de

custo, de desperdícios e de agregação de valor para o consumidor final.

Segundo Ching (2001 p. 20), “é um ramo deslumbrante e em desenvolvimento,

uma das mais importantes ferramentas para os administradores atuais, não sendo assim

há 20 anos”. O tratamento das atividades logísticas nas empresas podem assim ser

classificados em várias fases, de acordo com o grau de inter-relação existente entre os

diversos agentes da cadeia. Esse relacionamento inicia-se na fase em que a empresa

trata os problemas logísticos somente em sua óptica interna, passa em seguida pelos

primeiros passos rumo à integração empresa-cliente, progride posteriormente em

direção ao tratamento integrado empresas-fornecedores e atinge a fase da logística

integrada.

Na figura a seguir podemos observar a evolução da logística na visão do Ching

(2001):

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Figura 5 - Evolução da Logística a partir de 1960

Fonte: Ching (2001, p. 21)

Pode-se observar que a logística nos últimos anos vem apresentando uma

evolução constante deixando de tratar apenas de transporte e armazenamento. E de

acordo com os autores, vem a culminar com o Supply Chain Management ou

Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos.

No quadro acima, observa-se que a logística, com o decorrer do tempo, vêm

incorporando setores da empresa que culminam com a importância do setor nas

organizações. Esta incorporação à logística só foi possível com o desenvolvimento dos

sistemas da informação com criação de softwaers destinados aos controles de estoques,

pedidos, pagamentos e demais setores envolvidos nas atividades da empresa.

2.4 Supply Chaing Management

Para Fleury (2001, p. 27), “o que vem fazendo da logística um dos conceitos

gerencias mais modernos são dois conjuntos de mudança, o primeiro de ordem

econômica, e o segundo de ordem tecnológica”. As mudanças econômicas criam novas

exigências competitivas, enquanto as mudanças tecnológicas tornam possível o

gerenciamento eficiente e eficaz de operações logísticas cada dia mais complexas e

demandantes. O Supply Chaing Management representa o esforço de integração dos

diversos participantes do canal de distribuição por meio da administração compartilhada

de processos chave de negócios que interligam as diversas unidades organizacionais e

membros do canal, desde o consumidor final até o fornecedor inicial de matérias-

primas.

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A figura a seguir ilustra a estrutura complexa de um canal de distribuição

segmentado.

Figura 6 - Estrutura complexa de um canal de distribuição segmentado

Fonte: FLEURY (2001, p. 42)

Nesta nova ordem de complexidade da atividade logística, como pode-se

observar no quadro acima, a integração dos setores da empresa se torna fundamental

para o desenvolvimento da cadeia de suprimentos.

Ching (2001. P. 66), “aponta que o Supply chain é o todo esforço envolvido nos

diferentes processos e atividades empresariais que criam valor na forma de produtos e

serviços para consumidor final”. A gestão do supply chain é uma forma integrada de

planejar e controlar o fluxo de mercadorias, informações e recursos, desde os

fornecedores até o cliente final, procurando administrar as relações na cadeia logística

de forma cooperativa e para o benefício de todos os envolvidos. Neste raciocínio Ching

(2001) indica que o supply chain é um conceito mais amplo, inicia-se na saída da

matéria-prima dos fornecedores passando pela produção, montagem e termina na

distribuição dos produtos acabados aos consumidores finais.

Para Novaes (2001, p. 41), Supply Chain Management (SCM) é um processo de

operação logística moderno com sua definição adotada pelo Fórum de SCM realizado

na Ohio State University.

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SCM é a integração dos processos industriais e comerciais, partindo do consumidor final e indo ate os fornecedores iniciais, gerando produtos, serviços e informações que agreguem valor para o cliente. (NOVAES, 2001, p. 41).

Nas considerações de Ballou, o gerenciamento da logística empresarial e

também popularmente chamado de gerenciamento da cadeia de suprimentos onde seu

conceito trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o

fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo

final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento,

com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes a um custo

razoável.

A figura a seguir ilustra a estrutura da cadeia de suprimentos.

Figura 7 - A cadeia de suprimentos imediata para uma empresa individual

Fonte: Ballou (2006, p. 22)

Compartilhando ainda a idéia de Ballou (2006), para muitas empresas há um

canal logístico reverso que deve ser gerenciado também. A vida de um produto, do

ponto de vista logístico não termina com a sua entrega ao cliente. Os produtos tornam-

se obsoletos, danificam-se ou estragam e são levados aos seus pontos de origem para

conserto ou descarte. O canal de logística reverso pode utilizar todo ou apenas uma

parte do canal logístico, ou pode precisar de um projeto separado. A cadeia de

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suprimentos termina com o descarte final de um produto e o canal reverso deve estar

dentro do escopo do planejamento e do controle logístico.

2.5 Missão Logística

Segundo Bowersox e Closs (2001 p. 23), “a logística existe para satisfazer as

necessidades do cliente, facilitando as operações relevantes de produção e marketing”.

Do ponto de vista estratégico, os executivos de logística procuram atingir uma

qualidade predefinida de serviços ao cliente por meio de uma competência operacional

que represente o estado-da-arte. O desafio é equilibrar as expectativas de serviços e os

gastos de modo a alcançar os objetivos do negócio.

Para Ballou (2006, p. 23), “a missão logística é colocar as mercadorias ou os

serviços certos no lugar e no instante corretos de forma eficaz e eficiente na condição

desejada, ao menor custo possível”.

Diante desta conotação podemos constatar que a logística trata da criação do valor, valor para os clientes e fornecedores da empresa e valor para todos aqueles que têm nela interesses diretos. O valor em logística é manifestado primariamente em termos de tempo e lugar. A logística interpreta cada atividade na cadeia de suprimentos como contribuinte no processo de agregação de valor. (BALLOU, 2006, p. 33).

A missão logística engloba os demais setores da organização, afim de satisfaser

as necessidades dos clientes através da redução dos custos com um processo eficiente,

decorrente de um planejamento logístico bem elaborado.

2.6 Sistema Logístico

Para Ching (2001, p. 25):

A logística exerce a função de responder por toda a movimentação de materiais, dentro do ambiente interno e externo da empresa, iniciando pela chegada da matéria-prima até a entrega do produto final ao cliente. As atividades podem ser divididas da seguinte forma: primarias e secundarias.

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Com as contribuições de Ching (2001) as atividades primárias essenciais para o

desenvolvimento da logística e que contribuem com o maior custo total da logística são:

- Transporte: refere-se ao modal escolhido para movimentar os produtos aos

clientes: seja ele rodoviário, ferroviário, aeroviário e marítimo. Este item é de

fundamental importância, pois exerce um grande peso nos custos logísticos.

- Gestão de estoques: o planejamento de estoque precisa ser preciso,

principalmente quando a empresa atua com períodos de sazonalidade, para que este

estoque sirva como amortecedor entre oferta e demanda;

- Processamento de pedidos: este atua na determinação do tempo necessário para

a entrega de bens e serviços aos clientes.

Ainda nas considerações de Ching (2001) para auxilio das atividades primarias

são utilizadas as atividades segundarias para a obtenção dos níveis de bens e serviços

requisitados pelos clientes, onde se apresentam da seguinte forma:

- Armazenagem: são as questões envolvidas no que se refere ao espaço

necessário para estocar os produtos;

- Manuseio de materiais: este faz referência quanto à movimentação dos

produtos no armazém;

- Embalagem de produção: este tem por finalidade fazer a proteção dos

produtos;

- Programação de produtos: a programação se faz necessária de acordo com a

produção e seus respectivos itens da lista de materiais;

- Manutenção de informação: possuir informações necessárias para o

planejamento e o controle da logística.

Conforme Bowersox e Closs (2001, p. 66) analisa a logística como “uma

competência de estratégia central, cujo objetivo da logística é o processo que satisfaz as

necessidades considerando tempo e lugar”. Desta forma assegura que as necessidades

do cliente com relação à coordenação do tempo e de localização do estoque, e outros

serviços pertinentes, sejam atendidas de maneira satisfatória. Portanto, a meta do

desempenho logístico é o serviço ao cliente.

Ainda Bowersox e Closs (2001, p. 66), “a competência logística é um meio

concreto para atrair clientes que valorizam desempenho em termos de tempo e lugar,

para outros, as dimensões criticas do esforço de marketing podem ser promoção,

propaganda ou preço”. Os quatros P’s como são conhecidos produto/serviço,preço,

praça, promoção compõem as atividades de marketing que constituem um conjunto de

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atividades projetadas para atrair clientes, alcançando, simultaneamente, os objetivos da

empresa. Assim o ponto fundamental na formulação de uma estratégia eficiente de

marketing é integrar recursos comprometidos com essas atividades em um esforço para

um máximo impacto sobre o cliente.

Na concepção de Chistopher (1997, p. 36), “os sistemas logísticos voltados para

o serviço constituem-se em ser visto como o processo de implantação de sistemas e de

coordenação do apoio para assegurar que os objetivos dos serviços ao cliente sejam

atingidos”. Esta é a idéia de sistema logístico dirigido ao serviço – um sistema destinado

a atingir objetivos definidos de serviços.

Como pode-se observar na figura abaixo o modelo de Logística Integrada esta

baseada em dois conceitos principais: o de marketing mix e o de sistemas logísticos.

Figura 8 - Sistema logístico integrado

Fonte: Christopher (1997, p. 24)

Na integração entre as atividades logística e o markenting, nota-se que

ambos integram-se entre si proporcionando uma vantagem competitiva ao

cliente.

Segundo Ballou (2006, p. 57):

O produto logístico engloba um conjunto de características que pode ser manipulado pelos profissionais da logística, de forma a ser criar uma vantagem competitiva, uma vez que as características do produto

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logístico podem ser arranjadas e rearranjadas para melhor posicioná-los no mercado, onde seus clientes respondem com sua fidelidade.

Compartilhando ainda Ballou (2006) o produto é o principal item do projeto no

sistema logístico, logo, ele é o objeto que transita no canal logístico e, na sua forma

econômica, gera as receitas das organizações. Para a elaboração de bons projetos de

sistema logístico se faz necessário um entendimento claro desse elemento básico,

tornando necessário o conhecimento das dimensões básicas dos produtos, representado

por suas características, embalagem e preço, fazendo parte do serviço ao cliente no

desenho dos sistemas logísticos.

No quadro abaixo Ballou (2006), pode-se observar e entender um sistema

logístico, por meio de um triângulo de planejamento e gerenciamento, que segundo

Ballou aponta três estratégias-chave:

Figura 9 - Estratégia Logística

Fonte: Ballou (2006, p. 77)

A figura ilustra o planejamento logistico com as estrategias de estoque, de

transporte e localização. Onde todas as estratégias são aplicadas diretamente com o

objetivo de servir o cliente com a maximização dos recursos disponíveis para

contemplação dos objetivos.

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2.6.1 Logística de serviço ao cliente

Para Ballou (2006, p. 77), “na logística, serviço ao cliente é o resultado de todas

as atividades logísticas ou do processo da cadeia de suprimentos, logo o projeto do

sistema logístico estabelece níveis de serviço ao cliente a ser oferecido”. Assim as

receitas geradas através das vendas ao cliente e os custos associados ao sistema

estabelecem os lucros a serem obtidos pela empresa, logo ao decidir o nível de serviço

para oferecer aos clientes é essencial para alcançar os objetivos de lucro da empresa.

Segundo Christopher (1997, p. 18):

O alcance da excelência em serviços, no sentido amplo, somente pode ser conseguido mediante uma estratégia logística rigorosamente integrada”. O problema é identificar o desejo do cliente, já que muitas vezes eles mesmos não sabem explicar o que os motiva, e somente através de pesquisas de diversos clientes é que se consegue obter algum discernimento.

Ainda compartilhando Chistopher Pode-se observar a excelência em serviços

mediante uma estratégia logística integrada, com capacidade de transforma o fornecedor

em classe mundial, dependendo de uma maior eficiência.

A excelência em serviços, de forma ampla, somente pode ser conseguida mediante uma estratégia logística rigorosamente integrada, com capacidade para transformar-se fornecedor classe mundial, depende da eficiência do sistema operacional, referindo-se à apresentação do produto, criação de imagem e maneira de influenciar a percepção do consumidor.

Logo podemos observar que todo processo da logística é o serviço ao cliente,

assim como todo o sistema logístico envolvido de transporte, estoque e localização

tornam-se peças fundamentais para o alcance das necessidades dos clientes.

2.6.2 Estratégia de estoque

Conforme Bowersox e Closs (2001, p. 223), do ponto de vista da logística,

decisões que envolvem estoque são de alto risco e alto impacto. O comprometimento

com determinado nível de estoque e subseqüente expedição de produtos para mercados,

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em antecipação em venda futuras, acarretam várias atividades logísticas. Sem um

estoque adequado, a atividade de marketing/vendas poderá detectar perdas de vendas e

declínio da satisfação dos clientes.

Para Bertaglia (2003, p. 314):

O gerenciamento de estoque é um ramo da administração que esta relacionada como planejamento e o controle de estoques de materiais ou de produtos que serão utilizados na produção ou na comercialização de bens ou serviços, onde preocupasse efetivamente com o estoque pode interferir mos resultados estratégicos de uma empresa.

Definir o momento correto da compra, a quantidade ideal a ser comprada, os

melhores preços, os níveis de segurança, a qualidade do bem ou do serviço, são

características importantes nesse processo.

Nas estratégias de estoque o sistema de estocagem podem ser divididas em

manutenção de estoque e manuseio de materiais, onde a menutenção do estoque pode

ser observada pela rastreabilidade da movimentação dos produtos através dos armazens

e o manuseio se da pelo carregamento e descarregamento dos produtos, pelo translado

dos mesmos dentro do armazém até a separação de pedidos.

2.6.3 Estratégia de localização

Para Ballou (2006, p. 54):

A localização geográfica dos pontos de estoque e suas fontes de reabastecimento geram um desenho para estratégias no plano logístico. A elaboração da estratégia quanto à fixação de números, dos locais e do tamanho das instalações e a determinação da demanda do mercado determinam os meios através dos quais os produtos chegam aos mercados.

A definição para instalação de uma fábrica ou central de distribuição, são objetos

de estudos de localização, pois os ganhos com as reduções nos custos de produção,

transporte são fundamentais para o sucesso do projeto. Esta função é atribuída ao setor

de logística que é peça fundamental para a elaboração de um bom projeto.

(BOWERSOX; CLOSS, 2001).

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2.6.4 Estratégia de transporte

O transporte é um dos elementos mais visíveis das operações logísticas dentro

das empresas. Já é bem visto por nós consumidores, ao nosso a redor, observamos

grandes frota de caminhões estacionados em grandes e pequenos depósitos de

distribuição. É comum pensarmos que esta visão dê uma noção razoável de natureza dos

serviços de transporte.

Na estratégia de transporte decisões de transportes são excenciais para a redução

dos custos de operação, pois envolvem seleção de modal, tamanho de carregamento, e

roteirização e programação, que são itens que bem administrados garantem uma maior

eficiência no processo logístico. Essas decisões são influenciadas pela distância do

armazém até os clientes e as plantas, os quais influenciam na localização do aramazém.

(BALLOU, 2006).

Segundo Browersox e Closs (2001, p. 279):

O principal objetivo do transporte é movimentar produtos de um local de origem até um determinado destino minimizando ao mesmo tempo os custos financeiros, temporais e ambientais. As despesas de perdas de tempo, a movimentação deve atender às expectativas de clientes em relação ao desempenho das entregas e à disponibilidade de informações relativas às cargas transportadoras.

Como pode-se observar a integração das estratégias de serviço ao cliene, de

localização e de transporte estão intimamente ligadas com o intuito de gerar para a

empresa através de um estudo logístico, uma maior eficiência nos processos, com

reduções de custos operacionais garantindo uma maior lucratividade para a organização.

2.7 Modais de Transporte

Para Ballou (2006, p. 119), “o transporte é geralmente o elemento mais

importante nos custo logísticos, para a maioria das empresas. A movimentação de fretes

absorver entre um e dois terços dos custos logísticos”. Assim, o profisional de logística

necessita de um bom entendimento das questões de transporte.

Ainda nas considerações de Ballou (2006, p. 116):

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O sistema de transporte doméstico refere-se a todo conjunto de trabalho, facilidades e recursos que compõem a capacidade de movimentação na economia. A maior parte da movimentação de carga é manipulada por cinco modos básicos de transporte interurbano (ferrovia, rodovia, hidrovia, dutos e aerovias) e pelas diversas agencias de transporte, que facilitam e coordenam esses movimentos (agentes de transporte, transportadoras, associações de exportadores).

Segundo Bowesox e Closs (2001, p. 282),”a importância relativa de cada tipo

pode ser medida pela distância coberta pelo sistema, pelo volume de tráfego, pela

receita e pela natureza da composição do tráfego”.

No decorrer das considerações vamos descrever os tipos modais, afim de

apresentar seus conceitos e modos operacionais.

2.8 Modal Rodoviário

A expansão do transporte rodoviário ocorreu com a velocidade e necessidade de

transporte em percursos mais curtos e a interligação com outros modais, o crescimento

se deu devido a sua flexibilidade operacional e a agilidade da movimentação de cargas,

esta evolução deu-se nos EUA a partir do fim da segunda guerra mundial.

Para Ballou (2006, p.124):

As vantagens inerentes do modal rodoviário são: seus serviços porta a porta de modo que nenhum carregamento ou descarregamento é exigido entre a origem e o destino, como freqüentemente acontece com nos modais ferroviário e aéreo; sua frequencia e disponibilidade de serviço e sua velocidade de porta a porta e conveniência.

Por tratar de cargas menores o transporte rodoviário pode operar em vários tipos

de estradas, abrindo um leque de opções aos usuários, com sua flexibilidade e

velocidade de entrega e a disponibilidade do porta a porta garantem a participação deste

modal no mercado de transporte. Porêm, sua utilização em demasia na locomoção de

produtos em longas distâncias, tornam-as dispendiosas, sem razão pelo seu uso, pois a

quantidade de produtos deslocada é bem menor do que as transportadas por outro modal

de transporte como, por exemplo: o ferroviário ou marítimo. Dentre os demais custos

envolvidos no transporte rodoviario como taxas de licença, impostos ao usuário e

pedágios, bem como a utliação de um motorista por carreta ou carretas atreladas No

entanto, o custo variável por quilômetro é alto, pois é necessário um cavalo mecânico e

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um motorista para cada carreta ou composição de “carretas atreladas”, acrescentando

diretamente no custo do kilometro rodado. (BOWERSOX; CLOSS 2001).

2.8.1 Modal Rodoviário no Brasil

Para Bertaglia (2003, p. 284):

No Brasil o modal rodoviário no que se refere ao transporte de cargas é o mais utilizado, ainda que o estado das rodovias nacionais é muito precário e as rodovias que estão melhores são privatisadas, que cobram pedágios, encarecendo ainda mais os custos de transporte. Investimentos em infra-estrutura com o objetivo de tornar esse meio de transporte mais competitivo estão sendo feitos a fim de reduzir o consumo de combustível e baixar os gastos com manutenção dos veículos, além de proporcionar uma maior fluidez das cargas.

A figura a seguir ilustra um veículo de transporte rodoviário:

Figura 10 - Transporte Rodoviário - Carreta utilizada no transporte entre as filiais

Fonte: www.atlastranslog.com.br

A utlização do modal rodoviário no Brasil tornou-se mais evidente a partir de

1970, com a entrada das fábricas de caminhões no país, atrasando o desenvolvimento

dos demais modais, visto que o Brasil dispõem de vários componentes naturais para a

utilização do modal marítimo, por exemplo. Com isto os preços dos produtos tornam-se

mais elevados pois os custos do transporte rodoviário são elevados.

2.9 Modal Ferroviário

Na visão de BALLOU (2006, p. 123):

A ferrovia é basicamente um transportador de longo de longo curso e um movimentador lento de matéria-prima (carvão, madeira e produtos

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químicos e de produos manufaturados de baixo valor (alimentos, papel e produtos de madeira) e prefere mover embarques de carregamento completo.

A capacidade de transportar de maneira eficiente uma grande tonelagem por

longas distâncias é a principal razão para que as ferrovias continuem ocupando um lugar

de destaque na receita e na tonelagem intermunicipal.

As operações ferroviárias incorrem em altos custos fixos em virtude do equipamento caro, do acesso (as ferrovias devem manter sua própria via), dos pátios de manobra e dos terminais. Entretanto, o sistema ferroviário conta com custos operacionais variáveis relativamente baixos. (BOWERSOX e CLOSS 2001, p. 284).

O transporte ferroviário apresenta em relação ao rodoviário e aéreo o menor

custo operacional, pois desloca uma grande quantidade de produtos ao mesmo tempo,

no entanto não apresenta muita flexibilidade de movimentação.

2.9.1 O Modal Ferroviário no Brasil

No Brasil, a existência das ferrovias, o segundo meio de transporte mais

importante, se baseia no escoamento da produção agrícola e mineral do interior para os

portos. Os investimentos no transporte por terra são notoriamente direcionados ao

transporte rodoviário, na construção de estradas, e tal desvio prejudica grandemente os

países da América Latina.

O Brasil está a mais de uma década sem investir na infra-estrutura ferroviária. A forma de dar solução ao problema é por meio da privatização. A América Latina, não apenas o Brasil necessita investir em linhas ferroviárias e terminais de carga e somente poderá modernizar esse meio de transporte com investimento privatizado, uma vez que o setor público não apresenta condições para investir e melhorar a rede ferroviária. As ferrovias do Brasil começaram a ser privatizadas a partir de 1995. (BERTAGLIA, 2003, p. 285-286).

A figura a seguir ilustra um veículo de transporte ferroviário:

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Figura 11 - Transporte Ferroviário de Cargas

Fonte: www.newscomex.com

A utilização do transporte ferroviário no Brasil poderia reduzir os custos

operacionais de logística de muitas empresas, tornando-as mais eficientes e com

capacidade de competição no mercado mudial, visto que a defasagem da estrutura

logística brasileira compõem o custo Brasil, que é elevado e prejudica tal

competitividade.

2.10 Modal Aquaviário ou Hidroviário

O transporte aquaviário está situado entre as transportadoras rodoviárias e as

ferroviárias em termos de custo fixo. Embora as transportadoras marítimas e fluviais

devam desenvolver e manter seus próprios terminais, o direito de acesso é mantido pelo

governo e resulta em custos fixos moderados quando comparados com os custos da

ferrovia e da rodovia. As principais desvantagens do transporte aquaviario são a rapidez

e o alcance de operação limitados. A menos que a origem e o destino da carga sejam

adjacentes a uma via navegável, é necessário um transporte suplementar por via férrea

ou caminhão. Para Ballou (2006, p.288):

A capacidade que as vias marítimas e fluviais tem de transportar grandes volumes/toneladas a um custo variável baixo faz com que esse modal de transporte seja requisitado quando se deseja obter baixas taxas de frete e quando a rapidez é questão secundária.

Para Ballou (2006, p.129):

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O serviço hidroviário tem sua abragência limitada por diversas razoes. As hidrovias domésticas estão confinadas ao sistema hidroviário interior, exigindo, portanto, que o usuário ou esteja localizado em duas margens ou utilize outro modal de transporte, combinadamente. Além disso, o transporte aquático é, em media mais lento que a ferrovia.

Cidades importantes se desenvolveram nas costas marítimas devido à demanda

de trabalho e comercio com outros paises e cidades. Esse tipo de transporte se divide em

duas categorias em marítimas com navegação costeira ou oceânica e fluvial que utiliza a

formação natural dos rios e lagos e também os canais de navegação. (BERTAGLIA,

2003).

2.10.1 O Modal Aquaviário no Brasil

Os portos no Brasil estão em desvantagem em relação a outros países, uma vez

que necessitam ser modernizados urgentemente. Ainda que exista um projeto para essa

modernização, muitas são as razões pelas quais a evolução ainda não ocorreu. Uma

delas são os estivadores, que não estão dispostos a perder as vantagens e os benefícios

adquiridos. Outro fator está relacionado aos próprios importadores e exportadores que

receiam perder a condição de proximidade e acessibilidade construída no decorrer dos

anos.

A falta de tecnologia avançada e a mão-de-obra não qualificada, aliada aos problemas estruturais das instalações, levam ao aumento de custos e atrasos nas transações de exportações e importação. Mais de 85% das exportações brasileiras são efetuadas por meio dos portos, que nas condições anteriormente mencionadas não conseguem oferecer melhores serviços e custos mais acessíveis. (BERTAGLIA, 2003, p. 287).

A figura a seguir ilustra um veículo de transporte aquaviário:

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Figura 12 – Transporte Aquaviário de Cargas

Fonte: www.newscomex.com

O modal aquaviario é o mais utilizado na ligação econômica mundial, é através

dela que acontecem a maioria das exportações e importações do comercio mundial, em

comparação com os demais modais este por sua vez é mais econômico, pois o volume

transportado é muito maior do que nos demais modais com menor custo operacional

como: combustível e manutenção do meio de transporte, pois utilizaa os meios naturais.

2.11 Modal Dutoviário

Até agora, o transporte por dutovia oferece uma faixa muito limitada de serviços

e capacidade. Os produtos economicamente mais viáveis para serem movimentados por

dutovias são o petróleo cru e os produtos de pretróleo refinido. Entre tanto, a algumas

experiências com a movimentação de produtos sólidos mergulhados em um liquido,

chamado de “pasta fluida”, ou contendo os produtos sólidos em cilindros que, por sua

vez, movem-se em um liquido. Se essas inovações provarem ser econômicas, o serviço

de dutovia poderá expandir-se.

A movimentação do produto por meio de dutovia é muito vagarosa, cerca de

apenas 3 a 4 milhas por hora. Essa lentidão é abrandada pelo fato de que os produos

movem-se 24 horas por dia e sete dias por semana. Isso torna a velocidade efetiva muito

maior quando comparada com outros modais.

Com relação ao tempo em transito, o serviço de dutovia é mais confiável de todos os modais, porque a poucas interrupções para causar a variabilidade no tempo em transito. O clima não é um fator significativo, e o equipamento de bombeamento é altamente confiável. (BALLOU, 2006, p. 126).

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A figura a seguir ilustra um o transporte dutoviario:

Figura 13 – Transporte Dutoviário

Fonte: www.dgge.pt/upload/membro.id/imagens/i006001.jpg

A utilização deste tipo de modal no Brasil é pouco utilizada, a maior parte que

possuímos é utilizada pelas empresas de extração mineral, para transporte de petróleo

cru e seus derivados.

2.12 Modal aéreo

O transporte aéreo é uma modalidade mais utilizada para produtos que têm um

alto valor, como equipamentos eletrônicos e máquinas de precisão, devido ao alto custo

nele envolvido. Essa modalidade apresenta características importantes quanto à

segurança e agilidade. Grandes distâncias ainda são na maioria das vezes percorridas

por navios, por ser um tipo de transporte menos oneroso. O transporte aéreo tem

evoluído nos últimos anos mesmo com as altas taxas de transporte. Tem sido adotado

ainda para remessas urgentes e cargas completares de baixa durabilidade.

Para Bertaglia (2003, p. 288-289), “as companhias aéreas estão formando

alianças estratégicas a fim de competir em um mercado globalizado essas alianças

possibilitaram que as empresas aereas sejam mais eficientes, melhorem a produtividade

e oferençam um melhor nível de serviço”.

A disponilidade e a confiabilidade do serviço aéreo pode ser considerada boas sob condições normais de operação. A variabilidade do tempo de entrega é baixa em termos abolutos, apesar de o trafego aéreo ser bastante sensível a falhas mecanicas, consições metereologicas e congestionamentos. Comparando-se sua variabilidade com seu tempo médio de entrega, a situação se inverte

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pois se apresenta então como um dos modais menos confiáveis. (BALLOU, 2006, p. 128).

Como pode-se observar, o transporte aéreo é fortemnte utilizado em setores que

necessitam de urgência nas entregas, de produtos com valor agregado alto, pois os

custos operacionais do modal aéreo são muito altos, devido a sua complexibilidade de

operação espaços reduzidos nas aeronaves.

2.12.1 O Modal Aéreo no Brasil

Para Bertaglia (2003, p. 289):

As atividdes de transporte aéreo no Brasil necessitam de transformações estruturais para melhorar sua competitividade frente aos demais modais de transporte. A falta de aeroportos estruturados para receber as aeronaves em mais pontos do país, são um entrave na movimentação de cargas aéreas. Os custos aeroportuários são expressamente altos e a administraçãoesta nas mãos do governo sem perpectiva de investimento no setor.

A figura a seguir ilustra um o transporte aéreo:

Figura 14 – Transporte Aéreo Fonte: http://4.bp.blogspot.com

2.13 Transporte Multimodal ou Intermodal

Para Ballou (2006, p.126):

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Nos últimos anos, tem aumentado o uso do transporte por mais de um modal. Alem de benefícios econômicos evidentes, o crescente transporte internacional tem sido a força direcionadora. O principal aspecto da intermodalidade é a livre troca de equipamentos entre os modais. Os serviços coordenados são geralmente um comprometimento entre os serviços oferecidos individualmente pelos transportadores em cooperação. Isto é, mesmas características de custo e desempenho entre os transportadores participantes.

O transporte multimodal é definido como sendo o movimento de cargas que

utiliza maneira combinada diferentes modos de transporte, entre eles o rodoviário,

ferroviário, aéreo, dutoviário e hidroviário. O serviço de transporte intermodal consiste

na combinação de distintos modos de transporte, em que diferentes contratos são

efetuados de maneira unilateral com as diferentes empresas responsáveis pelo

transporte.

“O elemento diferencial entre multimodal e intermodal é que no primeiro apenas

um agente se encarrega do movimento da craga utilizada mais de um meio físico”.

(BERTAGLIA, 2003, p. 290).

A figura a seguir ilustra o transporte multimodal:

Figura 15 – Integração no Transporte Multimodal

Fonte: www.da-hora.com/TmpClients

A utilização do transporte multimodal se da na maioria dos transportes de carga

internacionais, pois a uma interligação e uma necessidade destas modalidades para

conclusão da atividade de transporte.

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2.14 A Logística no Brasil

De acordo com Kobayashi (2000, p. 234):

Desde o começo dos anos 90, no Brasil, a tecnologia da informação assumiu um papel importante e começou a influir no modo predominante na logística. Começou-se com a inovação do sistema de gestão dos depósitos – WMS – Warehouse Management System – e do sistema de otimização dos itinerários de entrega a partir desses anos, a logística assumiu um papel sempre mais determinante para as empresas e para a economia do país, especialmente depois de 1994, com a estabilização econômica graças a introdução do “Plano Real”. Recentemente a logística assumiu mais a conotação de distribuição física e se fala mais frequentemente de Supply Chain Management.

Com a abertura da economia brasileira no inicio dos anos 90, as empresas

nacionais procuram desenvolver atividades inclusive logísticas com o intuito de

tornarem-se competitivas, onde passaram pelas etapas da logística e hoje já

desenvolvem projetos mais sofisticados interligados via EDI, para possibilitar maior

flexibilidade dos componentes ou produtos acabados, com maior competitividade frente

a seus concorrentes, pois a utilização de ferramentas próprias para a logística como o

ERP, o SAP e aos sistemas DELIVERY os custos operacionais seram diminuídos.

Para Kobayashi (2000, p. 237):

Por causa das características geográficas e político-econômicas do país, a função-chave para o sucesso das empresas é exatamente a logística. Com a inovação da distribuição e da logística em geral, as empresas brasileiras poderão administrar ao longo do transporte das mercadorias do ponto de origem até o ponto de consumo.

Seguindo o mesmo autor, o Brasil possui algumas características que não

existem em nenhum outro país do mundo. Essas suas particularidades influenciam

profundamente os processos logísticos das empresas. O Brasil é um dos poucos países

onde a economia de consumo está presente com um percentual de 80% ao longo da

costa, deixando muitas regiões internas com problemas de desenvolvimento. O

transporte das mercadorias para satisfazer a demanda é efetuado, na maioria, pelas

rodovias: efetivamente, 90% da mercadoria do Brasil seguem por essa via.

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2.15 Operador Logístico

De acordo com Novaes:

Operador logístico, de acordo com definição mais específica, é o prestador de serviços logísticos que tem competência reconhecida em atividades logísticas, desempenhando funções que podem englobar todo o processo logístico de uma empresa – cliente, ou somente parte dele. (NOVAES, 2001, p. 324).

Para Fleury (2001) operador logístico é: Um fornecedor de serviços logísticos,

integrados, capaz de atender a todas ou quase todas as necessidades logísticas de seus

clientes, de forma personalizada.

A operação da logística indica três nomes, são: operadores logísticos, logística

terceirizada e logística contratada. Os operadores oferecem aos clientes a possibilidade

de contratação de dois ou mais aspectos de todas as suas necessidades logísticas, de um

único fornecedor. Esses serviços eram prestados tradicionalmente por fornecedores

separados. Um exemplo é a armazenagem e o transporte, em que o prestador do serviço

integrado recebe pedidos do cliente, seleciona e empacota a mercadoria e, em seguida

completa a entrega. A modalidade normal é a empresa de serviço logístico integrado

executar os serviços completos. (BOWERSOX; CLOSS, 2001).

Desta forma, neste capítulo de fundamentação teórica, descreve-se a definição

do tema proposto. O conceito de logística, dsede o surgimento durante a Segunda

Guerra até a fase atual do Supply Chain Management.

Foram demonstrados também os modais de transporte, e a importância dos

transportes na logística de distribuição. Os conceitos dos modais rodoviário, ferroviário,

aquaviário, dutoviário e aéreo.

Contudo, os conceitos utilizados na fundamentação, ajudarão a compreender

melhor a logística e o sistema logístico da empresa estudada neste trabalho.

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3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO

Neste capítulo, apresenta-se a metodologia utilizada para o desenvolvimento do

trabalho, visando atingir os objetivos propostos.

3.1 Procedimentos Metodológicos

Esta pesquisa foi desenvolvida no sentido de compreender o processo logístico e

as suas atribuições para a empresa Atlas, buscou-se como abordagem metodológica,

como sendo no modo investigativo, método de caráter descritivo e também como estudo

de caso.

O estudo de caso também se faz presente nesta pesquisa, onde se caracteriza

pelo estudo profundo e exaustivo da organização, afimde permitir uma visão mais

ampla e detalhada do objeto de estudo.

No entanto Yin (1981, p. 23), “analisa o estudo de caso e o estudo empírico que

investiga um fenômeno atual dentro do seu contexto, não são claramente definidas e no

qual são utilizadas varias fontes de evidência”.

Neste estudo incluímos a pesquisa descritiva, que segundo Gil (1995)

tem como objetivo principal à descrição das características do fenomeno estudado, sua

caracterização se da pela utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados.

Selltiz et at (1967, p. 273):

Quando tratamos de técnica de coleta de dados , a entrevista torna-se adequada para a obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, crêem, esperam, sentem ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem como acerca das suas explicações ou razões a respeito das coisas precedentes.

Na entrevista como técnica, o investigador se apresenta ao investigado,

formulando questões, com o intuito de obter dados que interessam a investigação”.Neste

estudo foi utilizado à entrevista formal e informal como ferramenta, pois a entrevista

informal é o menos estruturada e só se distingue da simples conversão porque tem como

objeto básico à coleta de dados.

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Para alcançar os objetivos propostos desta pesquisa, busca-se coletar os dados,

através de entrevista informal ou questionário com os funcionários responsáveis por

áreas-chave da empresa.

� Gerente Geral da Filial Florianópolis;

� Supervisores, sendo:

a) 01 supervisor operacional;

b) 01 supervisor administrativo

c) 01 consultor de negócios;

Na busca por informações, foi aplicado um questionário para os colaboradores

acima sitados, onde estes respoderam as questões que apresentaram melhor

detalhamento sobre as atividades logísticas desenvolvidas pela empresa.

Também serão utilizados documentos da empresa que nos levaram a

compreensão do fenômeno a ser estudado, e através da observação direta.

Após coleta efetiva dos dados, as informações sofreram interpretações e análise,

onde sera realizado o cruzamento das respostas que após as informações adquiridas nos

levaram a uma melhor compreensão ao problema proposto.

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4 RESULTADOS DA APLICAÇÃO

Neste capítulo, será apresentado a empresa Atlas Transporte e Logística, desde

sua origem até os dias atuais, bem como descrever as principais características da

empresa.

4.1 A Atlas Transporte e Logistica

Através de consulta aos arquivos e ao site institucional da empresa constatou-se

que a Atlas procura aperfeiçoar a maneira de implementar a logística de produtos,

integrando as atividades de armazenagem e transporte por terra e pelo ar. Ao longo de

todas as etapas da cadeia logística, o cliente está em contato com as mais modernas

tecnologias, monitorando seu produto em qualquer lugar do Brasil, com informações em

tempo real.

Através dos relatos obtidos do gerente da filial, nos diz que a empresa em sua

trajetória histórica passou por vários processos e toda esta sua estrutura empresarial teve

por origem a determinação do fundador, Lauro Megale, que acreditou em si e,

desdenhando as dificuldades que por ventura enfrentaria, tomou o volante de um velho

caminhão e lançou-se pelas estradas do país. De início Lauro tentou administrar um bar.

Em seguida comprou o São Pedro o único cinema da cidade. Já nessa época com os

filhos crescidos, todos se revezavam no trabalho, fazendo o que fosse necessário para

ajudar. Mais tarde, a experiência de trabalho em equipe da família se repetiria na Atlas,

tornando características das gerações seguintes.

Ainda explorando os arquivos da empresa verificamos que a natureza

empreendedora de Lauro não o deixava satisfeito com as condições que, naquele

momento, sua cidade Borda da Mata podia oferecer. As dificuldades econômicas da

região eram muitas e, portanto, se fazia necessário ir além. Em 1948, com a economia

em franca expansão, decidido a buscar novas oportunidades, Lauro Megale fundou a

Expresso Boa Ventura, para transportar carga entre São Paulo e sua cidade natal. Ainda

trabalhava de forma muito simples, comprando os famosos queijos e polvilhos do sul de

Minas e os levava para vender em São Paulo, dirigindo ele próprio o único caminhão da

firma, um velho Studebaker. Depois voltava carregado de arame farpado e cerveja.

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Nesta consulta, pode-se observar que através de documentos da empresa Atlas,

em São Paulo que as mercadorias levadas pelo Boaventura ficavam em depósitos de

terceiros. Foi então que Lauro percebeu que seu negócio prosperaria se pudesse

armazenar a carga que transportava, melhor ainda se pudesse armazenar cargas de

outras transportadoras.

Em sociedade com Marcos Salomão Assayag, alugou um galpão e fundou, em

25 de maio de 1950, a Transportadora Hércules. Firma nova, vida nova, a cidade de

Borda da Mata já não atendia mais as necessidades da empresa. Estes fatores vão levar

Lauro e sua família a morar em São Paulo. A capital paulista já ultrapassava dois

milhões de habitantes. Essa população sobrepujara a mentalidade latifundiária,

característica da condição anterior da metrópole do café, e dirigia seu espírito para a

industria e para o comércio.

A empresa e a residência dos Megale eram bastante próximas. Na verdade, isso

refletia o espírito que prevalecia por toda história da Atlas – família e trabalho

integrados num único contexto. Mesmo com o correr dos anos e o crescimento natural

da família e dos negócios, o centro de todas as conversas, relações sociais, projetos e

sonhos era a empresa. Os Megale se orientavam e viviam para a empresa.

Com o crescimento do Brasil, a Atlas também crescia e havia cada vez mais

mercadoria para armazenar, cada vez mais caminhões para atender. Essa expansão não

foi por acaso. Deu-se ao dinamismo de Lauro Megale e, sobretudo, a três atributos

administrativos e marcavam sua personalidade: uma visão aguçada de desenvolvimento

do setor que abraçara; um discernimento comedido na escolha dos colaboradores; e uma

capacidade impar de relacionar-se com clientes ou fornecedores.

Conforme nos relata o gerente da filial, a Atlas Transporte é responsável por

mais de 2600 mil empregos diretos, e centenas de indiretos, entre funcionários e

caminhoneiros que compõem a estrutura das 44 filiais e escritórios comerciais

instalados nos 25 estados brasileiros, além do Distrito Federal, como segue estrutura

abaixo:

� 44 filiais;

� 1.600 veiculos (800 próprios e 800 agregados);

� 370.000 m2 de área total;

� 100.000 m2 de armazéns;

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� 600 plataformas operando 24 horas;

� 400 mil toneladas transportadas por ano;

� 2.600 colaboradores;

� 2.000.000 de entregas por ano;

� 6.600 clientes;

� 5.000 cidades atendidas

De acordo com os dados obtidos a cadeia logística da Atlas, apresenta-se nas 44

filiais, ditribuidas em todo território nacional, conforme mapa abaixo, no que tange as

rotas, são informações confidencias à empresa, por caracter de segurança:

Região Norte Região Nordeste Região Centro-Oeste Região Sudeste Região Sul Belém/PA Manaus/AM Porto Velho/RO

Aracaju/SE Feira de Santana/BA Fortaleza/CE Imperatriz/MA João Pessoa/PB Maceió/AL Natal/RN Recife/PE Salvador/BA São Luís/MA Teresina/PI Vitória da conquista/BA

Brasília/DF Campo Grande/MS Cuiabá/MT Goiânia/GO

Matriz/SP Barueri/SP Belo Horizonte/MG Campinas/SP Extrema/MG Guarulhos/SP Itatiaia/RJ Juiz de Fora/MG Jundiaí/SP Montes Claros/MG Pouso Alegre/MG Ribeirão Preto/SP Rio de Janeiro/RJ São Paulo/Lapa/SP Serra/ES Uberlândia/MG

Blumenau/SC Cascavel/PR Curitiba/PR Farroupilha/RS Florianópolis/SC Joinville/SC Lages/SC Londrina/PR Passo Fundo/RS Porto Alegre/RS

Quadro 1 – Filiais da Atlas no Brasil Fonte: elaborado pelo autor do trabalho, 2009

Nestre quadro observa-se que a empresa Atlas encontra-se nas principais capitais

e cidades do Brasil, garantindo uma ampla atuação em todo mercado brasileiro, em

Florianópolis em especial a empresa destaca-se pelo transporte de produtos com alta

tecnologia que é novo conceito característico econômico da capital catarinense.

Para melhor ilustrar o posicionamento e distribuição da empresa no território

nacional, apresentamos abaixo mapa com localização de cada filial da empresa:

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Figura 16 – Mapa com as cidades atendidas pela Atlas Fonte: www.atlastranslog.com.br

No estado de São Paulo, a Atlas possui a Matriz e mais 06 filiais, por onde passa

a maioria dos produtos transportados pela empresa, a seguir ilustramos em foto a sede

da matriz.

Foto da matriz em São Paulo:

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Figura 17 – Foto matriz Atlas em São Paulo

Fonte: www.atlastranslog.com.br

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4.2 Organograma

O organograma da matriz apresenta-se da seguinte maneira:

Figura 18 – Organograma da Atlas Transporte e Logística Fonte: Manual de Intrução, 2000

Presidente

Acessorias/juridico

Vice-Presidente

Diretoria Administrativa

Diretoria Comercial

Diretoria Operacional

Diretor de Relações

Institucionais

Diretoria Financeira e

Contábil

Diretoria de DO- TI

Diretoria de Planejamento

Gerente Operacional

De Filias Gerente

Operacional De Filiais

Gerente Comercial de Filiais

Gerente Comercial de

Filiais

Gerente Comercial

SP

Gerente de Filial

Gerente Recursos Humanos

Gerente Desanv.

Negócios

Gerente Financeiro

Coord. Suporte

Informática

Coord. de

Sistemas

Coord. Parcerias Comerciais

Coord. Inteligência Negocios

Coord. Projetos

Logisticos

Supervisor de RH

Supervisor Administrativo

Supervisor Operacional

Supervisor Vendas

Supervisor Atendimento

Supervisor Financeiro

Supervisor Contábil

Supervisor Sistemas

Gerente Operacional

Gerente de Filial

Gerente de Filial

Gerente de Filial

Supervisor Suporte

Gerente Contábil

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O faturamento da empresa Atlas é informação confidencial, porém através da

publicação da uma revista da categoria de transportes, “transporte moderno”, escrito

a reportagem realizada junto ao presidente da empresa Sr. Francisco Megale,

indica uma projeção, que segue, nela consta dados de 2004 até ao valor de crescimento

esperado para 2014, onde a empresa espera alcançar a marca de 1 Bilhão de Reais.

R$ 215 R$ 232R$ 276

R$ 334R$ 390

R$ 430

R$ 1.000

2004 2005 2006 2007 2008 *2009 *2014

Figura 19 - Faturamento em milhões

Fonte: Revista Transporte Moderno, 2009

4.3 Missão

“Oferecer soluções integradas em todo território nacional, desenvolvendo

projetos logísticos e viabilizando a distribuição rodoviária e aérea de produtos para

clientes que priorizam a qualidade dos serviços prestados”.

4.4 Politica de Qualidade

O Planejamento Estratégico da empresa e divulgado através da MANDALA, que

coordena as ações estratégicas em 05 áreas de atenção: voltadas a competitividade,

serviços, comercial, tecnologia e capital humano.

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Figura 20 – Mandala que regi a Administração da Atlas Fonte: Manual de Instrução da Atlas 2000

A tecnologia marca o diferencial da Atlas no mercado através de modernos

sistemas informatizado desenvolvido com banco de dados Oracle, segurança da carga

com rastreamento via satélite e acompanhamento em tempo real, serviços diferenciados

e personalizados para atender as especificidades de cada cliente e tecnologia

operacional e logística avançadas.

Certificada na NBR ISO 9002:1994 desde novembro de 1997 foi re-certificada

em 2001.

Apos a certificação a Atlas vem aprimorando os controles sobre a qualidade do

serviço prestado, enfatizando a capacitação do pessoal, trabalho em equipes, segurança

e gerenciamento do risco no transporte de cargas, comunicação e disponibilização da

informação.

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O Sistema de Gestão da Qualidade abrange todos os processos que envolvem a

satisfação plena de todas as partes interessadas: acionistas, clientes, colaboradores e

fornecedores.

A Politica da Qualidade e definida e documentada pela Alta Direção sendo

relevante com a missão, com as metas organizacionais e com as expectativas e

necessidades dos clientes.

Forma de Implementação:

A Política da Qualidade e implementada em todos os níveis da organização.

A garantia de que um novo colaborador conheça a nossa política através da

atividade de integração do funcionário.

Objetivos da Qualidade:

� Atender as necessidades e expectativas de seus clientes

� Prestar serviços com alto grau de eficiência

� Investir permanentemente no desenvolvimento de seus negócios

� Contribuir com a preservação do meio ambiente e com o

desenvolvimento da sua comunidade. Capacitar e desenvolver seus

colaboradores

� Garantir a lucratividade dos negócios por meio da pratica de preços

competitivos e da constante melhoria dos processos

� Forma de Implementação.

Os Objetivos da Qualidade são implementados em todos os níveis da

organização. A assimilação e o grau do entendimento e mensurado mensalmente,

através dos indicadores de desempenho e a cada auditoria Interna.

4.5 Serviços

A Atlas é uma transportadora de abrangência NACIONAL, especializada em

carga fracionada e carga seca em geral nos MODAIS rodoviário e aéreo.

Tipos de Produtos Transportados:

Segundo levantamento a empresa, transporta produtos de vários segmentos:

Farmacêutico, Veterinário, Cosméticos, Telecomunicações, Informática, Editorial,

Gráfico, Eletroeletrônico, Fotográfico, Têxtil, Eletrodoméstico, Autopeças, Alimentício,

entre outros.

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4.6 Rodoviário

Conforme consultas a empresa Atlas percorre o país de Norte a Sul, distribuindo

produtos de inúmeros setores da economia. O monitoramento via satélite indica a

localização dos veículos e a previsão de entrega, viabilizando a permanente segurança

das mercadorias. São operações realizadas pela Atlas:

� Transporte de carga fracionada;

� Transporte de carga lotação;

� Logística reversa;

� Central de monitoramento de veículos via satélite 24 horas;

� Mais de 800 veículos equipados com sistema de rastreamento;

� Rastreabilidade de cada etapa da operação através do “Sistema Zero Atraso”;

� Utilização e equipamentos “double deck” nos veículos de transferência;

� Sistema informatizado de Gerenciamento de Risco;

A empresa possui em sua estrutura cerca de 800 veiculos agregados, que é uma

estratégia do departamento financeiro, reduzindo seu custo operacional em épocas de

baixa movimentação de cargas. Os veículos de transferência de cargas entre as filiais

são em sua maioria agregados, porém todos passam por um processo de avaliação desde

o estado físico do caminhão quanto ao treinamento e capacidade dos motoristas, todos

seguem as normas da empresa:

A figura a seguir ilustra os modelos de caminhões da empresa, todos são

identificados pelo logotipo padrão da empresa:

Figura 21 – Carreta Baú Atlas que faz o deslocamento entre as filiais Fonte: www.atlastranslog.com.br

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4.7 Aéreo

O transporte aéreo também é uma das atividades desenvolvidas pela Atlas

transportes. Com experiência, alta tecnologia e 44 pontos de distribuição próprios, em

todo território nacional, a empresa oferece agilidade e pontualidade nas entregas aéreas.

Suas filiais realizam as operações de coleta e entrega das mercadorias entre os

aeroportos de origem e destino de forma interligada, utilizando a melhor alternativa de

malha aérea nacional:

� Aéreo Convencional;

� Aéreo Expresso;

� Aéreo Courier;

� Equipe treinada dentro das normas do IATA (International Air Transport

Association) e homologada pelo DAC (Departamento de Aviação Civil);

� Emissão de toda a documentação específica e obrigatória;

� Embarque com reserva de espaço nos vôos.

A figura a seguir ilustra o transporte de cargas aérea:

Figura 22 - transporte de cargas aérea

Fonte: www.newscomex.com

A Atlas possui parceria com diversas empresas de transporte aéreo, como a

TAM, GOL e DHL não ficando restrita apenas a uma única empresa, ampliando assim

sua cobertura de atendimento em todo país.

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4.8 Soluções

Operações multiclientes

Armazéns de grande porte compartilhados entre diversos clientes, indicados para

empresas que necessitam de flexibilidade para aumentar sua capacidade produtiva ou

que buscam uma estrutura logística eficiente para expandir seu negocio em todo

território nacional. Ideais para operações que necessitam de agilidade na implantação,

minimizando investimentos e custos fixos.

Operações in house

Modelo em que atuamos nas dependências dos clientes aproveitando a estrutura

já existente. Indicado para operações que estão bem estruturadas fisicamente, porém

necessitam de inovações tecnológicas, racionalização e melhoria de processo, buscando

maior eficiência e redução de custos.

Operações de demanda

Toda cadeia logística é analizada detalhadamente, os fluxos de entrada e saída de

mercadorias são mensurados, a estimativa de estoque e planejamento estratégico de

vendas são mapeados a fim de estruturarmos um armazen exclusivo, respeitando as

características técnicas e exigências dos órgãos fiscalizadores.

4.9 Logística

Em busca de uma logística de resultados, a Atlas Logística desenvolve e

implementa soluções completas, visando a otimização da cadeia produtiva. Desta forma,

garante qualidade e eficiência, pois conta com uma equipe de colaboradores

devidamente treinados e comprometidos com a “Excelência no Atendimento ao

Cliente”:

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� Recebimento;

� Armazenagem e gestão de estoque;

� Separação (picking) e embalagem (packing);

� Montagem de kits;

� Etiquetagem;

� Intralogistica;

� Unitização e paletização;

� Inspeção de qualidade;

� Gerenciamento do Supply Chain;

� Serviços de valor agregado;

� Planejamento tributário.

Foto depósito matriz em São Paulo:

Figura 23 – Depósito Matriz Atlas em São Paulo Fonte: www.atlastranslog.com.br

No armazém de todas as filiais a uma separação por praça, onde as mercadorias

são separadas para entregas em uma detrminada região, como podemos observar na foto

acima.

4.10 Padronização de Coletas e Entregas

A Atlas possui um manual de instruções em cada filial que padroniza seu

atendimento aos clientes em todo país.

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Este define e padroniza o processo operacional, desde o atendimento a

programação da coleta até a comprovação da entrega ao respectivo destinatário

4.11 Recepção, Triagem e Separação

No terminal Atlas a mercadoria é triada, separada e conferida de acordo com a

Nota fiscal e/ou romaneio de separação em função do código do produto, número de

volumes e destino.

Qualquer não conformidade é registrada na ficha de descarga e encaminhada ao

DAT ficando a mercadoria identificada e segregada até a sua liberação para

transferência, entrega ou devolução, evidência validação para carregamento.

Finalizada a triagem o entrecador separa e consolida a entrega por praça de

destino, em equipamento (pallete ou gaiola) identifacado com etiqueta adesiva, onde é

registrado o núrnero de pelo menos 01 conhecimento e a classificação da mercadoria

pelo volume e quantidade de cada equipamento utilizado para acondicionamento. Esta

etiqueta objetiva a rastreabilidade física da mercadoria.

4.12 Carregamento

Os conhecimentos e ou equipamentos são registrados na ordem de carregamento

e em sistema na tela de planejamento por equipamento ou conhecimento, evidenciando

a liberação para embarque.

Uma vez carregadas, os conhecimentos são manifestados, evidenciando a

conclusão do carregamento e o inicio da fase de transferência para entrega e/ou filial de

destino.

4.13 Estoque em Descarga e Coleta

Registra as coletas do dia identificando os status de alerta para cada

conhecimento emitido.

A descarga do veiculo é monitorada através da ficha de descarga, sendo gerada

quando da baixa do diário de bordo, enquanto permanecer em aberto o conhecimento

estara compondo o estoque em descarga/coleta, portanto é imprescindivel que seja

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encerrada no término da triagem e separação das mercadorias do veiculo. Como

orientador na separção das mercadorias o relatório romaneio de descarga – coleta e

transferência indica as variáveis (destino/gerenciamento de risco) que possam interferir

na montagem do pallet/gaiola, ainda na triagem da carga.

4.14 Estoque em Descarga e Transferência

Refere-se ao veículo de filial, cujo manifesto já tenha sido baixado quando da

chegada do veículo, identificando assim que a mercadoria está em processo de descarga.

A prioridade de triagem e separação deve ser em função do alerta de embarque de cada

conhecimento.

4.15 Estoque Intermediário

Nesta fase a mercadoria ja esta separada por destino, consolidada e ainda sem

número de equipamento, ou seja, não passou pelo controle. NOTA: Esta fase so e valida

para filiais que operam com o setor de controle.

4.16 Estoque para Embarque

Registra os conhecimentos disponiveis para embarque.

4.17 Embarque para Entrega

O relatório de aviso de entrega por destinátario ou por limite de saída/entrega a

indicação o status de cada conhecimento.

4.18 Entrega e Comprovação

A conclusão da prestaçao do serviço ocorrência com a baixa da data de entrega

do conhecimento. Caso o destinatário recuse a mercadoria, inicia-se o processo de

ocorrência de entrega:

Havendo ocorrência de entrega, a filial de destino deverá notificar a filial de

origem administrando a mercadoria em estoque de forma a garantir a sua integridade.

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Havendo ocorrência de sinistro, faltas e ou avarias: a filial de destino devera

notificar a filial embarcadora. Os clientes serão informados seguindo-se os prazos

definidos. As ocorrências serão administradas/monitoradas através do Controle de

Estoque Pendente.

Enquanto não é informada a data de entrega/ocorrência o CTRC pernenece em

aberto no Controle de estoque-Embarque/entregas.

Esta seqüência sitada faz parte da padronização no que se refere ao

processo por qual passa todas as mercadorias transportadas na Atlas.

4.19 MI PROJETOS

Este Manual de Instrução (MI PROJETOS) tem por objetivo atender clientes

com necessidades específicas, fora dos padrões pré-estabelecidos na empresa, visando

apresentar ao cliente um atendimento especial, agregando valor e satisfação ao processo

logístico do mesmo.

A Atlas possue em sua carteira de clientes vários com necessidades específicas,

onde é realizado um estudo de todas as atividades logísticas na empresa e

posteriormente apresentado o trabalho ao mesmo, nele fica evidenciado também se a

Atlas possui interesse em atender este cliente, devido aos custos empregados na

operação.

Segue alguns clientes atendidos sob este regime: JohnsonxJohnson, Bradesco,

Epson, Eurofarma, Intelbas, Xerox, entre outras.

4.20 Atlas responsabilidade social

Um dos mais importantes investimentos em responsabilidade social e ambiental

se materializou através da fundação do “LIMA” Lar Irmã Maria Augusta - entidade

assistencial que asila cerca de 60 idosos, construído e mantido pela empresa - e o

Hospital Geriátrico Afonsina Reis Megale, com mais de 200 atendimentos por mês em

Borda da Mata/MG e região, cidade natal de Lauro Megale fundador da empresa.

Ao longo dos anos, o LIMA e o HGARM vêm crescendo continuamente,

chegando a inaugurar um Laboratório de Análises Clínicas em 2005. Inicialmente

voltado para o pronto atendimento dos seus pacientes internos, o laboratório estendeu

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seus serviços ao público em geral. Com atendimento 24h, se destaca pela qualidade e

responsabilidade de seus profissionais.

Em 2006 o LIMA recebeu a visita do Ministério Público e foi reconhecido

oficialmente por sua contribuição social e perfeita adequação ao Estatuto do Idoso. O

idoso morador do LIMA tem sua individualidade respeitada, sendo incentivado a

participar da comunidade e, principalmente, a se reaproximar de suas famílias. Dessa

forma, tem assegurado o aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social,

proporcionando liberdade e dignidade.

Há 45 anos a Atlas mantém, também, a Associação Atlética Atlas, centro

esportivo para colaboradores e seus familiares. A Associação promove campeonatos

esportivos e diversos eventos sociais ao longo do ano, congregando sua equipe e criando

melhores condições para o trabalho. Além disso, a empresa apóia financeiramente e

ajuda a manter estrutura do Centro Desportivo Municipal – Lauro Megale, local

destinado à prática esportiva e treinamento de crianças, jovens e adultos na zona leste de

São Paulo. As inúmeras atividades lá desenvolvidas fazem do CDM um dos maiores

centros fomentadores do futebol de base de São Paulo.

Outra parceria em nível social mantida pela Atlas é com os Doutores da Alegria,

grupo de atores dedicado a levar alegria a crianças hospitalizadas, seus pais e

profissionais de saúde através da arte do palhaço, como meio de enriquecimento da

experiência humana. Após 17 anos de atuação no Brasil, o grupo foi tema de um longa-

metragem e a Atlas não poderia deixar de apoiá-los em mais essa empreitada. Além do

apoio logístico, a empresa foi uma das patrocinadoras do filme, premiado no Brasil e no

exterior, participando não apenas de uma iniciativa social, como apoiando a cultura

brasileira.

A foto a seguir mostra o grupo Doutores da Alegria apoiado pela Atlas:

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Figura 24 – Doutores da Alegria Fonte: www.atlastranslog.com.br

4.21 Filial Atlas de Florianópolis

Inaugurada em 25/02/2005 a filial nasceu com objetivo de atender a região

metropolitana da grande Florianópolis, situada na rua Senador Carlos Gomes 200-B

Área Industrial de São José, local estratégico devido ao conglomerado de empresas com

potencial de tornarem-se clientes. Nesta área existe um outro galpão também alugado a

outra empresa dividindoassim o pátio de manobra dos caminhões.

Com uma estrutura de 800 mts2 de armazém, uma frota de 09 caminhões, sendo:

07 (sete) caminhões toco (01 eixo), 02 truck (02 eixos) sendo 01 frigorificado.

Segundo entrevista com o Gerente Geral a estrutura da filial abriga 28

colaboradores, incluindo os setores administrativo e operacional. Com uma

movimentação de 8.000 entregas por mês gera um faturamento médio anual da ordem

de R$ 10 milhões.

A foto a seguir mostra a filial Florianópolis:

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Figura 25 – Foto Filial de Florianópolis Fonte: www.atlastranslog.com.br

A estrutura administrativa da filial é restrita, contendo apenas o gerente geral, o

supervisor administartivo e operacional incluindo seus auxiliares e o consultor de

negócios como podemos observar no organograma abaixo:

Figura 26 – Organograma Filial de Florianópolis Fonte: Manual de Instrução, 2005

GERENTE

Supervisor Administrativo

Supervisor Operacional

Consultor de Negócios

Auxiliar Administrativo

Auxiliar Supervisor Operacional

Operacional

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Conforme pesquisa, a empresa Atlas possui 04 filias no estado de Santa

Catarina, sendo elas estabelecidas ao norte do estado no município de Joinville, em

Blumenau atendo ao Vale do Itajaí e em Lages atendo todo o planalto e oeste

catarinense. Já a filial de Florianópolis que é tema de estudo neste trabalho atua na

região que compreende São João Batista atendendo o setor calçadista, passando pela

região metropolitana de Florianópolis transportando produtos eletrônicos para clientes

como a Intelbras, Midea ar condicionado, Elofar produtos farmacêuticos e terminando

na região sul do estado no município de Ararangua, operacionalizando para MorMaii,

Damyller e Colcci, totalizando assim 95 cidades atendidas no estado, somente a filial de

Florianópolis.

Nossa pesquisa evidenciou a seguinte distribuição, conforme mapa:

Figura 27 – Distribuição da empresa Atlas no estado Fonte: adaptado pelo autor www.turismocatarinense.tur.br/mapas/mapa

Filial Florianópolis;

Filial Lages;

Filial Joinville;

Filial Blumenau.

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Como pode-se observar, a empresa oferece serviços logísticos aos mais diversos

tipos de clientes, atendendo aos clusters de cada região do estado, devido à sua grande

capilaridade, levando seus produtos a todas as regiões do Brasil.

4.21 Processo Operacional

Em entrevista junto ao supervisor operacional o objetivo da empresa é executar

todos os processos operacionais e garantir a qualidade dos serviços prestados pela Atlas

Transporte, inclusive com processos diferenciados que atendam a especificidades

contratadas pelos clientes. As ações de coletar, transferir e entregar mercadorias no

prazo contratado com o cliente e preservar a integridade dos produtos, mantendo os

custos dentro de paramentro preestabelecidos. Na observação dierta que realizamos

durante as visitas, notou-se a falta de espaço físico no armazém da filial causando certo

desconforto entre o setor operacional da filial e os agregados, pois a falta de espaço

gerava perda de tempo no descarregamento dos caminhões que chegavam da matriz e

outras filiais.

Conforme tabela abaixo, descrevemos os processos operacionais da empresa

Atlas Transporte e Logística, acompanhando os procedimentos já apresentados, na

forma do Manual de Instrução (MI) padrão a todas as filiais:

1ª Passo Coletar conforme pedido de Coleta

Objetivo: Atender ao cliente embarcado, coletando conforme o Pedido de Coleta, no prazo contratado, mantendo todas as condições que garantam a qualidade dos serviços Ação: Efetuar o transporte das mercadorias do cliente embarcador até o terminal da filial de origem para aplicar-lhe o tratamento operacional e logistico adequado

2ª Passo Descarga de Coleta, Triagem (Separação e Identificação), Colocação no local de Embarque

Objetivo: Garantir a integridade das mercadorias, evitando avarias, sobras ou faltas, bom aproveitamento dos recursos, garantido os prazos Ação: Manuseiar, separar, conferir, inspecionar, identificar, acondicionar em palets ou gaiolas e colocar no local demarcado no terminal para embarque de transferência.

3ª Passo Planejamento e Carregamento para Transferência

Objetivo: Planejar e executar o carregamento para transferência ou reembarque garantindo um correto gerenciamento de risco e o melhor aproveitamento dos veiculos Ação: Utilizar o Zero atraso Brasil para priorizar o carregamento das mercadorias com prazos vencendo na origem ou reembarque e efetuar uma adequada arrumação para evitar avarias.

4ª Passo Transferência Objetivo: Efetuar a transferencia (viagem) das mercadorias da filial de origem até a filial de destino ou de reembarque Ação: Cumprir o prazo de viagem, além de todas as medidas e recomendações do gerenciamento de risco.

5ª Passo Descarga de Transferência, Triagem (Separação e Identificação), Colocação no local de embarque

Objetivos: Executar o processo de forma que preserve a integridade das mercadorias, evite avarias, com bom aproveitamento dos recursos, garantindo os prazos. Ação: Manuseiar, separar, conferir, inspecionar, identificar, acondicionar em palets ou gaiolas e colocar no local demarcado para embarque de entrega ou reembarque.

6ª Passo Planejamento e Objetivo: Planejar e executar o carregamento para entrega garantindo o melhor

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Carregamento para Entrega

aproveitamento dos veiculos e um correto gerenciamento de risco Ação: Utilizar Zero Atraso Brasil para priorizar o carregamento das mercadorias com prazos vencendo no destino e efetuar uma adequada arrumação para evitar avarias nas entregas.

7ª Passo Entrega e Conclusão do Serviço

Objetivo: Entregar ao cliente destinatário no prazo contratado, com a integridade de carga preservada. Ação: Colher as assinaturas no comprovante de entrega, 5ª via, canhoto (quando for o caso), dar baixa no diário de bordo, emitir as ocorrencias, devolver a documentação e transmitir as informações para a filial de origem.

Quadro 2 – Passos do Processo Operacional Fonte: elaborado pelo autor, 2009

A figura a seguir ilustra o sistema operacional da empresa:

Figura 28 – Sistema logístico de coleta e entrega de mercadorias Fonte: laborado pelo autor

fornecedor coleta triagem

transferência triagem transferência

triagementrega

cliente

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4.22 Pontos Fortes e Pontos Fracos

Ao desenvolver o estudo na busca de compreender o processo logístico tanto na

matriz e com referencia na filial, após exaustivo momento com os interlocutores locias,

ou seja, os entrevistados, percebe-se que após obeservação e também na coleta

/entevistas, os entrevistados apontam os referidos gargalos e tambem os pontos

consideraives forte/estratégicos.

Segue os pontos fortes observados:

� A grande capilaridade da Atlas, levando os produtos de seus clientes a

maioria dos municípios Brasileiros;

� O sistema informatizado de controle de produtos transportados, que permite

ao cliente a consulta on line de suas mercadorias;

� A padronização nas atividades da empresa, gera a todos o compromisso com

o padrão de qualidade da empresa;

� O modelo de gestão da Atlas com seu manual de instrução, trasfere aos seus

clientes e colaboradores a confiança, segurança e qualidade dos serviços executados em

todas as filiais;

� Suas filiais são estrategicamente localizadas, proporcionando melhor

distribuição das mercadorias aos clientes. A localização da filial Florianópolis esta

localizada em local estratégico na Área Industrial de São José, em torno de vários

clientes e apenas 300metros da BR 101, dando fluides a suas entregas e coletas;

� A contratação de agregados para transferência de mercadorias entre as filiais,

gera uma redução nos custos fixos operacionais da empresa. Em épocas de crise ou com

baixa movimentação de cargas;

� A utilização de outro modal (aéreo) na transferência de cargas é um fator

diferencial no atendimento de seus clientes;

� Flexibilização no atendimento aos seus clientes, moldando-se as

necessidades dos mesmos exercendo serviços especializados e exclusivos;

� Controle de frota, central de monitoramento de veículos 24h, sistema

informatizado de gerenciamento de risco que transmitem segurança aos clientes.

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Após analise dos pontos fortes, foi também através da visão dos entrevistados

que observamos os pontosfracos.

Segue os pontos fracos observados:

� A estrutura física da filial Florianópolis com seus 700m², não suportam

mais a movimentação de cargas em épocas de intenso movimento;

� O pátio da empresa é divido com outra empresa, gerando, no entanto, um

pouco de “insegurança”;

� Burocratização nas operações administrativas, limitando a ação dos

supervisores administrativos em cada filaal;

� Uma questão que controverge é que segundo supervisor operacional da

filial, os agregados que junto ao setor administrativo são excelentes para redução dos

custos, são de difícil tratamento nas docas de descarga e recarga dos caminhões;

� O atendimento a região sul do estado pela filial de Florianópolis, visto

que a distância entre elas de aproximadamente 250 KM, torna-se dispendioso, com alto

custo operacional, não tendo a proximidade do depósito junto aos clientes da região.

4.23 Sugestões de Melhorias

Após a análise do sistema logístico da Atlas e da identificação dos pontos fracos

e fortes do sistema, sugere-se possíveis melhorias.

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PONTO FRACO SUGESTÃO DE MELHORIA

Estrutura física

Com o aumento da movimentação e crescimento

constante da flial Florianópolis, torna-se necessário a

aquisição ou construção de um novo armazém, porém

esta possibilidade já esta sendo analizada pela matriz

devido a necessidade vista pela direção da empresa.

Divisão do pátio

Como já analisado na questão anterior, a aquisição de um

novo armazém, resolveria a situação, como já esta sendo

discutido.

Burocracia

Administrativa

Alguns itens que fazem parte da administração do dia-a-

dia poderia ser delegado a solução diretamente na filial,

agilizando e flexibilizando a administração da filial.

Agregados

(Terceirizados)

Maior rigor na contratação e que se faça cumprir as

normas e regras impostas pela empresa Atlas.

Atendimento ao sul do

estado

Sugere-se ao estudo de viabilidade para se implantar uma

nova filial da empresa, localizada na região sul do estado

com o objetivo de implementar as características da

empresa na região.

Quadro 3 – Sugestão de melhorias Fonte: Elaborado pelo autor, 2009

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através da pesquisa e análise do sistema logístico da empresa Atlas

mencionados no capitulo anterior, passamos as considerações finais.

Ao descrever a estrutura da empresa Atlas percebeu-se a preocupação com a

qualidade dos serviços prestados. Nota-se a importância de sua atividade no ramo

logístico nacional, pois através de sua grande capilaridade pode levar os produtos de

seus clientes à maioria dos municípios brasileiros.

Neste contexto observou-se também a busca por melhor atender seus clientes

com ivestimentos em areas como de TI, segurança e atendimento personalizado a seus

clientes com projetos específicos desenvolvidos pela empresa no MI PROJETOS. Estes

aspectos resolutam na capacidade da empresa diminuir seus pontos fracos, seus gargalos

estruturais.

Os custos operacionais das empresas que prestam serviços no setor logístico no

Brasil são altíssimos, estes altos custos referen-se aos gargalos infra-esruturais que

apresentam os setores de transporte, que é o maior custo do processo logístico. Esta

melhoria se daria com investimentos pesados por parte do poder publico em rodovias,

ferrovias, aerovias e hidrovias. Também possibilitando a utilização de mais modais na

transferência de cargas pelo país.

Ao analizar o sistema logístico da empresa Atlas, notou-se a possibilidade de

apontamentos para possíveis melhorias conforme capitulo anterior.

Esta pesquisa identificou problemas estruturais no que se refere a espaços de

armzem na filial de Forianópolis, seus 800 mts não comportam mais o fluxo diário de

mercadorias, exigindo assim desgastes entre os operacionais e os agregados

A participação direta do gerente geral e seus supervisores através de entrevistas

formais e informais foram de grande importância para elaboração deste trabalho. A

consulta a documentos e informações quanto ao manual de instrução e a faturamento da

empresa foram pequenos, pois possuem em sua essência dados que segunda a empresa

são sigilosos.

Para trabalhos futuros, propõem-se tópicos a serem aprofundados:

Viabilidade financeira para aquisição de um novo armazém com maiores

dimensões para a filial Florianópolis;

Viabilidade finaceira para abertura de uma nova filial no sul do estado de SC.

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REFERÊNCIAS

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FLEURY, Paulo Fernando Supply Chain Management: conceito, oportunidades e desafios da implementação. 2001.

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FELTRIN, ARIVERSON. Laços de sangue que agregam valor. Transporte Moderno, São Paulo, Mai/Jun, p. 7, 2009