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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA GONZAGA NUNES AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA AREIA E DA ÁGUA DO MAR NA PRAIA DA TAPERA E DO RIBEIRÃO DA ILHA/SC RELACIONADA AO CULTIVO DE OSTRAS E À BALNEABILIDADE Florianópolis 2010

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

JANAIacuteNA GONZAGA NUNES

AVALIACcedilAtildeO MICROBIOLOacuteGICA DA AREIA E DA AacuteGUA DO MAR NA PRAIA DA

TAPERA E DO RIBEIRAtildeO DA ILHASC RELACIONADA AO CULTIVO DE

OSTRAS E Agrave BALNEABILIDADE

Florianoacutepolis

2010

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JANAIacuteNA GONZAGA NUNES

AVALIACcedilAtildeO MICROBIOLOacuteGICA DA AREIA E DA AacuteGUA DO MAR NA PRAIA DA

TAPERA E DO RIBEIRAtildeO DA ILHASC RELACIONADA AO CULTIVO DE

OSTRAS E Agrave BALNEABILIDADE

Trabalho de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia do Controle da Poluiccedilatildeo Ambiental da Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador Profordf Elisa Siegel Moecke Dra

Florianoacutepolis

2010

13

JANAIacuteNA GONZAGA NUNES

AVALIACcedilAtildeO MICROBIOLOacuteGICA DA AREIA E DA AacuteGUA DO MAR NA PRAIA DA

TAPERA E DO RIBEIRAtildeO DA ILHASC RELACIONADA AO CULTIVO DE

OSTRAS E Agrave BALNEABILIDADE

Trabalho de Conclusatildeo de Curso de Poacutes - Graduaccedilatildeo em Engenharia do Controle da Poluiccedilatildeo Ambiental da Universidade do Sul de Santa Catarina

Florianoacutepolis ____ de_______________ de 2010

_________________________________________

Professora e Orientadora Elisa Siegel Moecke Dra Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

______________________________________

Professora Anelise Leal Vieira Cubas Dra Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

______________________________________

Professora Fernanda Maria de Felix Vanhoni Esp Dra Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

14

Dedico este aacuterduo mas gratificante trabalho a Vinicius Santolin Que Deus o abenccediloe e o proteja por toda a eternidade

15

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus por ter me conduzido e concedido perseveranccedila para

seguir no caminho acadecircmico

O sucesso desse trabalho eacute fruto do envolvimento de vaacuterios profissionais

Gostaria de agradecer a todos que de alguma forma se envolveram e

disponibilizaram algum tempo comigo

A minha professora Elisa Moecke por ter me aceitado como orientanda

Os pescadores Adalberto e Sr Paulo Heidenreich que muitas vezes

largaram seus afazeres para me levar ateacute o cultivo de ostras para que eu pudesse

em seguranccedila coletar aacutegua para a pesquisa

Os Engenheiros Agrocircnomos Alex Alves dos Santos e Fabiano Muumlller Silva

do Centro de Desenvolvimento em Aquumlicultura e Pesca (EpagriCedap)que

esclareceram muitas duacutevidas e sempre tinham alguma informaccedilatildeo nova para

acrescentar e enriquecer a pesquisa

Entre esses colaboradores agradeccedilo em especial a professora Anelise

Cubas tal qual dizia Fernando Pessoa ldquoMuito obrigadardquo nunca seraacute suficiente para

demonstrar a grandeza do que recebi

Em fim peccedilo a Deus que recompense todos vocecircs agrave altura

16

RESUMO

A presenccedila de coliformes termotolerantes provenientes de fezes humanas e de

animais de sangue quente na aacutegua e na areia representa um potencial de

transmissatildeo de doenccedilas uma vez que essas bacteacuterias demonstram o quanto as

praias estatildeo poluiacutedas por excrementos podendo ser tambeacutem um indicativo de

presenccedila de patoacutegenos A garantia da boa qualidade da aacutegua eacute fator fundamental no

fomento da malacocultura e essa atividade apresenta um importante papel para a

economia pesqueira catarinense Neste estudo procurou-se diagnosticar a

qualidade da aacutegua na praia da Tapera e do Ribeiratildeo da Ilha Coletada na margem

para verificar se estava proacutepria para balneabilidade e proacutexima agraves lanternas para

avaliar a qualidade da aacutegua do cultivo de ostras Com o mesmo intuito (verificar a

existecircncia de contaminaccedilatildeo por coliformes termotolerantes) se diagnosticou tambeacutem

a qualidade da areia seca uacutemida e molhada As anaacutelises referentes agrave aacutegua

tomaram como paracircmetro a Resoluccedilatildeo Nordm 274 de 29 de novembro 2000 do

CONAMA para balneabilidade e a Resoluccedilatildeo 357 de 17 de marccedilo de 2005 para o

cultivo de moluscos Jaacute para as anaacutelises de areia natildeo haacute legislaccedilatildeo vigente sendo

assim utilizamos a legislaccedilatildeo referente agrave balneabilidade A localidade em estudo foi

escolhida em razatildeo da presenccedila de vaacuterios cursos drsquoaacutegua com despejos de resiacuteduos

de esgotos domeacutesticos As coletas foram realizadas nas praias da Tapera e do

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 considerando a

presenccedila de coliformes totais e termotolerantes seguindo a metodologia oficial do

STANDARD METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA1AWWAWEF 20st

Edition (APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos

muacuteltiplos conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da

UNISUL A anaacutelise apontou falta de sistema de tratamento de esgoto com

consequecircncias ao meio ambiente riscos agrave sauacutede puacuteblica e possiacuteveis prejuiacutezos aos

maricultores

Palavras-chave Maricultura Balneabilidade Aacutegua Areia Cultivo

1 American Public Health Association

17

ABSTRACT

Coliforms thermotolerants fron of human and other animals on water as well as on

sand represent a potencial disease transmition Those bacterias show that beaches

are being polluted by excrements and might also be an indication of the presence of

pathogens Maintenance of water quality is a main concern for Mariculture and

Aquaculture activity once they have important hole on Santa Catarina fishing

industry This paper study purpose is to measure water quality at Tapera and

Ribeiratildeo da Ilha beaches Therefore samples of these two shores were collected in

order to verify whether the water offer any risk for bathing or oyster farming

Following the same purpose the sand (dry humid and wet) was also investigated

The analysis referring to water human-bathing-condition took as a parameter

Resolution Ndeg274 November 29 2000 COMANA and mollusc farming Resolution

Ndeg357 March 17 2005 However on sand analysis there is no ongoing legislation

therefore COMANA 2000 was used The study place on water and sand was chosen

because of the amount of domestic water coursers The collection of samples at

Tapera and Ribeiratildeo da Ilha shores were taken from October to August 2010 taking

on consideration the presence of Coliforms total and thermotolerants following the

official methodology of STANDART METHODOS FOR THE WATERWASTE ndash

APHAsup2 20 st Edition (APHA 1998) the technique of the most probable NMP was

used by multiple tubes according to procedures established at the UNISUL

microbiology lab This analysis points out the lack of sewage treatment with

environment consequences public health risk and possible harm to the people who

make a living with Mariculture

Keywords Mariculture bathing Water Sand Cultivation

18

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha 13

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera

da Base Ribeiratildeo da Ilha) helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19

Figura 4 Manguezal da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio

da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip22

Figura 6 Rio da Eira helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton) helliphelliphelliphellip28

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip29

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) helliphelliphelliphelliphelliphellip30

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip31

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da

Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera

da Base e recreaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do

cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip41

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo helliphelliphelliphellip42

Figura 14 Coleta de areia na praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

Figura 15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes helliphellip46

Figura 16 Preparo das amostras de areia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da

margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphellip50

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

19

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo

de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base

e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip57

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da

Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca

uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de

2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

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SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip11

11 PROBLEMAacuteTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip12

12 JUSTIFICATIVA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip14

13 OBJETIVOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

131 Objetivo geral helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

132 Objetivos especiacuteficos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

21 AacuteREA EM ESTUDO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

22 MALACOCULTURA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip24

221 A ostra e seu cultivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip26

222 Mercado helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

23 BALNEABILIDADE helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip30

231 Legislaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphellip33

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

234 Coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37

24 AREIA DA PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip38

3 METODOLOGIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

31 AMOSTRAGEM helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip42

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua 44

3211 Teste presuntivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip45

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

21

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip50

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base helliphelliphelliphelliphellip52

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphellip53

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a

praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA helliphelliphelliphellip61

431 Temperatura helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

432 Cloretos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

5 CONCLUSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip63

51 SUGESTOtildeES helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip64

REFEREcircNCIAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip65

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 2: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

12

JANAIacuteNA GONZAGA NUNES

AVALIACcedilAtildeO MICROBIOLOacuteGICA DA AREIA E DA AacuteGUA DO MAR NA PRAIA DA

TAPERA E DO RIBEIRAtildeO DA ILHASC RELACIONADA AO CULTIVO DE

OSTRAS E Agrave BALNEABILIDADE

Trabalho de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Engenharia do Controle da Poluiccedilatildeo Ambiental da Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador Profordf Elisa Siegel Moecke Dra

Florianoacutepolis

2010

13

JANAIacuteNA GONZAGA NUNES

AVALIACcedilAtildeO MICROBIOLOacuteGICA DA AREIA E DA AacuteGUA DO MAR NA PRAIA DA

TAPERA E DO RIBEIRAtildeO DA ILHASC RELACIONADA AO CULTIVO DE

OSTRAS E Agrave BALNEABILIDADE

Trabalho de Conclusatildeo de Curso de Poacutes - Graduaccedilatildeo em Engenharia do Controle da Poluiccedilatildeo Ambiental da Universidade do Sul de Santa Catarina

Florianoacutepolis ____ de_______________ de 2010

_________________________________________

Professora e Orientadora Elisa Siegel Moecke Dra Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

______________________________________

Professora Anelise Leal Vieira Cubas Dra Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

______________________________________

Professora Fernanda Maria de Felix Vanhoni Esp Dra Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

14

Dedico este aacuterduo mas gratificante trabalho a Vinicius Santolin Que Deus o abenccediloe e o proteja por toda a eternidade

15

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus por ter me conduzido e concedido perseveranccedila para

seguir no caminho acadecircmico

O sucesso desse trabalho eacute fruto do envolvimento de vaacuterios profissionais

Gostaria de agradecer a todos que de alguma forma se envolveram e

disponibilizaram algum tempo comigo

A minha professora Elisa Moecke por ter me aceitado como orientanda

Os pescadores Adalberto e Sr Paulo Heidenreich que muitas vezes

largaram seus afazeres para me levar ateacute o cultivo de ostras para que eu pudesse

em seguranccedila coletar aacutegua para a pesquisa

Os Engenheiros Agrocircnomos Alex Alves dos Santos e Fabiano Muumlller Silva

do Centro de Desenvolvimento em Aquumlicultura e Pesca (EpagriCedap)que

esclareceram muitas duacutevidas e sempre tinham alguma informaccedilatildeo nova para

acrescentar e enriquecer a pesquisa

Entre esses colaboradores agradeccedilo em especial a professora Anelise

Cubas tal qual dizia Fernando Pessoa ldquoMuito obrigadardquo nunca seraacute suficiente para

demonstrar a grandeza do que recebi

Em fim peccedilo a Deus que recompense todos vocecircs agrave altura

16

RESUMO

A presenccedila de coliformes termotolerantes provenientes de fezes humanas e de

animais de sangue quente na aacutegua e na areia representa um potencial de

transmissatildeo de doenccedilas uma vez que essas bacteacuterias demonstram o quanto as

praias estatildeo poluiacutedas por excrementos podendo ser tambeacutem um indicativo de

presenccedila de patoacutegenos A garantia da boa qualidade da aacutegua eacute fator fundamental no

fomento da malacocultura e essa atividade apresenta um importante papel para a

economia pesqueira catarinense Neste estudo procurou-se diagnosticar a

qualidade da aacutegua na praia da Tapera e do Ribeiratildeo da Ilha Coletada na margem

para verificar se estava proacutepria para balneabilidade e proacutexima agraves lanternas para

avaliar a qualidade da aacutegua do cultivo de ostras Com o mesmo intuito (verificar a

existecircncia de contaminaccedilatildeo por coliformes termotolerantes) se diagnosticou tambeacutem

a qualidade da areia seca uacutemida e molhada As anaacutelises referentes agrave aacutegua

tomaram como paracircmetro a Resoluccedilatildeo Nordm 274 de 29 de novembro 2000 do

CONAMA para balneabilidade e a Resoluccedilatildeo 357 de 17 de marccedilo de 2005 para o

cultivo de moluscos Jaacute para as anaacutelises de areia natildeo haacute legislaccedilatildeo vigente sendo

assim utilizamos a legislaccedilatildeo referente agrave balneabilidade A localidade em estudo foi

escolhida em razatildeo da presenccedila de vaacuterios cursos drsquoaacutegua com despejos de resiacuteduos

de esgotos domeacutesticos As coletas foram realizadas nas praias da Tapera e do

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 considerando a

presenccedila de coliformes totais e termotolerantes seguindo a metodologia oficial do

STANDARD METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA1AWWAWEF 20st

Edition (APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos

muacuteltiplos conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da

UNISUL A anaacutelise apontou falta de sistema de tratamento de esgoto com

consequecircncias ao meio ambiente riscos agrave sauacutede puacuteblica e possiacuteveis prejuiacutezos aos

maricultores

Palavras-chave Maricultura Balneabilidade Aacutegua Areia Cultivo

1 American Public Health Association

17

ABSTRACT

Coliforms thermotolerants fron of human and other animals on water as well as on

sand represent a potencial disease transmition Those bacterias show that beaches

are being polluted by excrements and might also be an indication of the presence of

pathogens Maintenance of water quality is a main concern for Mariculture and

Aquaculture activity once they have important hole on Santa Catarina fishing

industry This paper study purpose is to measure water quality at Tapera and

Ribeiratildeo da Ilha beaches Therefore samples of these two shores were collected in

order to verify whether the water offer any risk for bathing or oyster farming

Following the same purpose the sand (dry humid and wet) was also investigated

The analysis referring to water human-bathing-condition took as a parameter

Resolution Ndeg274 November 29 2000 COMANA and mollusc farming Resolution

Ndeg357 March 17 2005 However on sand analysis there is no ongoing legislation

therefore COMANA 2000 was used The study place on water and sand was chosen

because of the amount of domestic water coursers The collection of samples at

Tapera and Ribeiratildeo da Ilha shores were taken from October to August 2010 taking

on consideration the presence of Coliforms total and thermotolerants following the

official methodology of STANDART METHODOS FOR THE WATERWASTE ndash

APHAsup2 20 st Edition (APHA 1998) the technique of the most probable NMP was

used by multiple tubes according to procedures established at the UNISUL

microbiology lab This analysis points out the lack of sewage treatment with

environment consequences public health risk and possible harm to the people who

make a living with Mariculture

Keywords Mariculture bathing Water Sand Cultivation

18

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha 13

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera

da Base Ribeiratildeo da Ilha) helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19

Figura 4 Manguezal da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio

da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip22

Figura 6 Rio da Eira helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton) helliphelliphelliphellip28

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip29

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) helliphelliphelliphelliphelliphellip30

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip31

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da

Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera

da Base e recreaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do

cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip41

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo helliphelliphelliphellip42

Figura 14 Coleta de areia na praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

Figura 15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes helliphellip46

Figura 16 Preparo das amostras de areia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da

margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphellip50

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

19

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo

de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base

e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip57

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da

Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca

uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de

2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

20

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip11

11 PROBLEMAacuteTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip12

12 JUSTIFICATIVA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip14

13 OBJETIVOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

131 Objetivo geral helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

132 Objetivos especiacuteficos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

21 AacuteREA EM ESTUDO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

22 MALACOCULTURA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip24

221 A ostra e seu cultivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip26

222 Mercado helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

23 BALNEABILIDADE helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip30

231 Legislaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphellip33

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

234 Coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37

24 AREIA DA PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip38

3 METODOLOGIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

31 AMOSTRAGEM helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip42

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua 44

3211 Teste presuntivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip45

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

21

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip50

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base helliphelliphelliphelliphellip52

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphellip53

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a

praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA helliphelliphelliphellip61

431 Temperatura helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

432 Cloretos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

5 CONCLUSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip63

51 SUGESTOtildeES helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip64

REFEREcircNCIAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip65

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 3: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

13

JANAIacuteNA GONZAGA NUNES

AVALIACcedilAtildeO MICROBIOLOacuteGICA DA AREIA E DA AacuteGUA DO MAR NA PRAIA DA

TAPERA E DO RIBEIRAtildeO DA ILHASC RELACIONADA AO CULTIVO DE

OSTRAS E Agrave BALNEABILIDADE

Trabalho de Conclusatildeo de Curso de Poacutes - Graduaccedilatildeo em Engenharia do Controle da Poluiccedilatildeo Ambiental da Universidade do Sul de Santa Catarina

Florianoacutepolis ____ de_______________ de 2010

_________________________________________

Professora e Orientadora Elisa Siegel Moecke Dra Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

______________________________________

Professora Anelise Leal Vieira Cubas Dra Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

______________________________________

Professora Fernanda Maria de Felix Vanhoni Esp Dra Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL

14

Dedico este aacuterduo mas gratificante trabalho a Vinicius Santolin Que Deus o abenccediloe e o proteja por toda a eternidade

15

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus por ter me conduzido e concedido perseveranccedila para

seguir no caminho acadecircmico

O sucesso desse trabalho eacute fruto do envolvimento de vaacuterios profissionais

Gostaria de agradecer a todos que de alguma forma se envolveram e

disponibilizaram algum tempo comigo

A minha professora Elisa Moecke por ter me aceitado como orientanda

Os pescadores Adalberto e Sr Paulo Heidenreich que muitas vezes

largaram seus afazeres para me levar ateacute o cultivo de ostras para que eu pudesse

em seguranccedila coletar aacutegua para a pesquisa

Os Engenheiros Agrocircnomos Alex Alves dos Santos e Fabiano Muumlller Silva

do Centro de Desenvolvimento em Aquumlicultura e Pesca (EpagriCedap)que

esclareceram muitas duacutevidas e sempre tinham alguma informaccedilatildeo nova para

acrescentar e enriquecer a pesquisa

Entre esses colaboradores agradeccedilo em especial a professora Anelise

Cubas tal qual dizia Fernando Pessoa ldquoMuito obrigadardquo nunca seraacute suficiente para

demonstrar a grandeza do que recebi

Em fim peccedilo a Deus que recompense todos vocecircs agrave altura

16

RESUMO

A presenccedila de coliformes termotolerantes provenientes de fezes humanas e de

animais de sangue quente na aacutegua e na areia representa um potencial de

transmissatildeo de doenccedilas uma vez que essas bacteacuterias demonstram o quanto as

praias estatildeo poluiacutedas por excrementos podendo ser tambeacutem um indicativo de

presenccedila de patoacutegenos A garantia da boa qualidade da aacutegua eacute fator fundamental no

fomento da malacocultura e essa atividade apresenta um importante papel para a

economia pesqueira catarinense Neste estudo procurou-se diagnosticar a

qualidade da aacutegua na praia da Tapera e do Ribeiratildeo da Ilha Coletada na margem

para verificar se estava proacutepria para balneabilidade e proacutexima agraves lanternas para

avaliar a qualidade da aacutegua do cultivo de ostras Com o mesmo intuito (verificar a

existecircncia de contaminaccedilatildeo por coliformes termotolerantes) se diagnosticou tambeacutem

a qualidade da areia seca uacutemida e molhada As anaacutelises referentes agrave aacutegua

tomaram como paracircmetro a Resoluccedilatildeo Nordm 274 de 29 de novembro 2000 do

CONAMA para balneabilidade e a Resoluccedilatildeo 357 de 17 de marccedilo de 2005 para o

cultivo de moluscos Jaacute para as anaacutelises de areia natildeo haacute legislaccedilatildeo vigente sendo

assim utilizamos a legislaccedilatildeo referente agrave balneabilidade A localidade em estudo foi

escolhida em razatildeo da presenccedila de vaacuterios cursos drsquoaacutegua com despejos de resiacuteduos

de esgotos domeacutesticos As coletas foram realizadas nas praias da Tapera e do

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 considerando a

presenccedila de coliformes totais e termotolerantes seguindo a metodologia oficial do

STANDARD METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA1AWWAWEF 20st

Edition (APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos

muacuteltiplos conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da

UNISUL A anaacutelise apontou falta de sistema de tratamento de esgoto com

consequecircncias ao meio ambiente riscos agrave sauacutede puacuteblica e possiacuteveis prejuiacutezos aos

maricultores

Palavras-chave Maricultura Balneabilidade Aacutegua Areia Cultivo

1 American Public Health Association

17

ABSTRACT

Coliforms thermotolerants fron of human and other animals on water as well as on

sand represent a potencial disease transmition Those bacterias show that beaches

are being polluted by excrements and might also be an indication of the presence of

pathogens Maintenance of water quality is a main concern for Mariculture and

Aquaculture activity once they have important hole on Santa Catarina fishing

industry This paper study purpose is to measure water quality at Tapera and

Ribeiratildeo da Ilha beaches Therefore samples of these two shores were collected in

order to verify whether the water offer any risk for bathing or oyster farming

Following the same purpose the sand (dry humid and wet) was also investigated

The analysis referring to water human-bathing-condition took as a parameter

Resolution Ndeg274 November 29 2000 COMANA and mollusc farming Resolution

Ndeg357 March 17 2005 However on sand analysis there is no ongoing legislation

therefore COMANA 2000 was used The study place on water and sand was chosen

because of the amount of domestic water coursers The collection of samples at

Tapera and Ribeiratildeo da Ilha shores were taken from October to August 2010 taking

on consideration the presence of Coliforms total and thermotolerants following the

official methodology of STANDART METHODOS FOR THE WATERWASTE ndash

APHAsup2 20 st Edition (APHA 1998) the technique of the most probable NMP was

used by multiple tubes according to procedures established at the UNISUL

microbiology lab This analysis points out the lack of sewage treatment with

environment consequences public health risk and possible harm to the people who

make a living with Mariculture

Keywords Mariculture bathing Water Sand Cultivation

18

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha 13

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera

da Base Ribeiratildeo da Ilha) helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19

Figura 4 Manguezal da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio

da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip22

Figura 6 Rio da Eira helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton) helliphelliphelliphellip28

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip29

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) helliphelliphelliphelliphelliphellip30

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip31

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da

Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera

da Base e recreaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do

cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip41

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo helliphelliphelliphellip42

Figura 14 Coleta de areia na praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

Figura 15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes helliphellip46

Figura 16 Preparo das amostras de areia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da

margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphellip50

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

19

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo

de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base

e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip57

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da

Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca

uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de

2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

20

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip11

11 PROBLEMAacuteTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip12

12 JUSTIFICATIVA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip14

13 OBJETIVOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

131 Objetivo geral helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

132 Objetivos especiacuteficos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

21 AacuteREA EM ESTUDO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

22 MALACOCULTURA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip24

221 A ostra e seu cultivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip26

222 Mercado helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

23 BALNEABILIDADE helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip30

231 Legislaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphellip33

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

234 Coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37

24 AREIA DA PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip38

3 METODOLOGIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

31 AMOSTRAGEM helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip42

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua 44

3211 Teste presuntivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip45

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

21

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip50

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base helliphelliphelliphelliphellip52

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphellip53

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a

praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA helliphelliphelliphellip61

431 Temperatura helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

432 Cloretos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

5 CONCLUSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip63

51 SUGESTOtildeES helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip64

REFEREcircNCIAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip65

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 4: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

14

Dedico este aacuterduo mas gratificante trabalho a Vinicius Santolin Que Deus o abenccediloe e o proteja por toda a eternidade

15

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus por ter me conduzido e concedido perseveranccedila para

seguir no caminho acadecircmico

O sucesso desse trabalho eacute fruto do envolvimento de vaacuterios profissionais

Gostaria de agradecer a todos que de alguma forma se envolveram e

disponibilizaram algum tempo comigo

A minha professora Elisa Moecke por ter me aceitado como orientanda

Os pescadores Adalberto e Sr Paulo Heidenreich que muitas vezes

largaram seus afazeres para me levar ateacute o cultivo de ostras para que eu pudesse

em seguranccedila coletar aacutegua para a pesquisa

Os Engenheiros Agrocircnomos Alex Alves dos Santos e Fabiano Muumlller Silva

do Centro de Desenvolvimento em Aquumlicultura e Pesca (EpagriCedap)que

esclareceram muitas duacutevidas e sempre tinham alguma informaccedilatildeo nova para

acrescentar e enriquecer a pesquisa

Entre esses colaboradores agradeccedilo em especial a professora Anelise

Cubas tal qual dizia Fernando Pessoa ldquoMuito obrigadardquo nunca seraacute suficiente para

demonstrar a grandeza do que recebi

Em fim peccedilo a Deus que recompense todos vocecircs agrave altura

16

RESUMO

A presenccedila de coliformes termotolerantes provenientes de fezes humanas e de

animais de sangue quente na aacutegua e na areia representa um potencial de

transmissatildeo de doenccedilas uma vez que essas bacteacuterias demonstram o quanto as

praias estatildeo poluiacutedas por excrementos podendo ser tambeacutem um indicativo de

presenccedila de patoacutegenos A garantia da boa qualidade da aacutegua eacute fator fundamental no

fomento da malacocultura e essa atividade apresenta um importante papel para a

economia pesqueira catarinense Neste estudo procurou-se diagnosticar a

qualidade da aacutegua na praia da Tapera e do Ribeiratildeo da Ilha Coletada na margem

para verificar se estava proacutepria para balneabilidade e proacutexima agraves lanternas para

avaliar a qualidade da aacutegua do cultivo de ostras Com o mesmo intuito (verificar a

existecircncia de contaminaccedilatildeo por coliformes termotolerantes) se diagnosticou tambeacutem

a qualidade da areia seca uacutemida e molhada As anaacutelises referentes agrave aacutegua

tomaram como paracircmetro a Resoluccedilatildeo Nordm 274 de 29 de novembro 2000 do

CONAMA para balneabilidade e a Resoluccedilatildeo 357 de 17 de marccedilo de 2005 para o

cultivo de moluscos Jaacute para as anaacutelises de areia natildeo haacute legislaccedilatildeo vigente sendo

assim utilizamos a legislaccedilatildeo referente agrave balneabilidade A localidade em estudo foi

escolhida em razatildeo da presenccedila de vaacuterios cursos drsquoaacutegua com despejos de resiacuteduos

de esgotos domeacutesticos As coletas foram realizadas nas praias da Tapera e do

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 considerando a

presenccedila de coliformes totais e termotolerantes seguindo a metodologia oficial do

STANDARD METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA1AWWAWEF 20st

Edition (APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos

muacuteltiplos conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da

UNISUL A anaacutelise apontou falta de sistema de tratamento de esgoto com

consequecircncias ao meio ambiente riscos agrave sauacutede puacuteblica e possiacuteveis prejuiacutezos aos

maricultores

Palavras-chave Maricultura Balneabilidade Aacutegua Areia Cultivo

1 American Public Health Association

17

ABSTRACT

Coliforms thermotolerants fron of human and other animals on water as well as on

sand represent a potencial disease transmition Those bacterias show that beaches

are being polluted by excrements and might also be an indication of the presence of

pathogens Maintenance of water quality is a main concern for Mariculture and

Aquaculture activity once they have important hole on Santa Catarina fishing

industry This paper study purpose is to measure water quality at Tapera and

Ribeiratildeo da Ilha beaches Therefore samples of these two shores were collected in

order to verify whether the water offer any risk for bathing or oyster farming

Following the same purpose the sand (dry humid and wet) was also investigated

The analysis referring to water human-bathing-condition took as a parameter

Resolution Ndeg274 November 29 2000 COMANA and mollusc farming Resolution

Ndeg357 March 17 2005 However on sand analysis there is no ongoing legislation

therefore COMANA 2000 was used The study place on water and sand was chosen

because of the amount of domestic water coursers The collection of samples at

Tapera and Ribeiratildeo da Ilha shores were taken from October to August 2010 taking

on consideration the presence of Coliforms total and thermotolerants following the

official methodology of STANDART METHODOS FOR THE WATERWASTE ndash

APHAsup2 20 st Edition (APHA 1998) the technique of the most probable NMP was

used by multiple tubes according to procedures established at the UNISUL

microbiology lab This analysis points out the lack of sewage treatment with

environment consequences public health risk and possible harm to the people who

make a living with Mariculture

Keywords Mariculture bathing Water Sand Cultivation

18

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha 13

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera

da Base Ribeiratildeo da Ilha) helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19

Figura 4 Manguezal da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio

da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip22

Figura 6 Rio da Eira helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton) helliphelliphelliphellip28

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip29

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) helliphelliphelliphelliphelliphellip30

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip31

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da

Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera

da Base e recreaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do

cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip41

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo helliphelliphelliphellip42

Figura 14 Coleta de areia na praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

Figura 15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes helliphellip46

Figura 16 Preparo das amostras de areia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da

margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphellip50

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

19

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo

de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base

e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip57

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da

Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca

uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de

2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

20

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip11

11 PROBLEMAacuteTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip12

12 JUSTIFICATIVA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip14

13 OBJETIVOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

131 Objetivo geral helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

132 Objetivos especiacuteficos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

21 AacuteREA EM ESTUDO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

22 MALACOCULTURA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip24

221 A ostra e seu cultivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip26

222 Mercado helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

23 BALNEABILIDADE helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip30

231 Legislaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphellip33

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

234 Coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37

24 AREIA DA PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip38

3 METODOLOGIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

31 AMOSTRAGEM helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip42

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua 44

3211 Teste presuntivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip45

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

21

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip50

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base helliphelliphelliphelliphellip52

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphellip53

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a

praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA helliphelliphelliphellip61

431 Temperatura helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

432 Cloretos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

5 CONCLUSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip63

51 SUGESTOtildeES helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip64

REFEREcircNCIAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip65

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 5: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

15

AGRADECIMENTOS

Agradeccedilo a Deus por ter me conduzido e concedido perseveranccedila para

seguir no caminho acadecircmico

O sucesso desse trabalho eacute fruto do envolvimento de vaacuterios profissionais

Gostaria de agradecer a todos que de alguma forma se envolveram e

disponibilizaram algum tempo comigo

A minha professora Elisa Moecke por ter me aceitado como orientanda

Os pescadores Adalberto e Sr Paulo Heidenreich que muitas vezes

largaram seus afazeres para me levar ateacute o cultivo de ostras para que eu pudesse

em seguranccedila coletar aacutegua para a pesquisa

Os Engenheiros Agrocircnomos Alex Alves dos Santos e Fabiano Muumlller Silva

do Centro de Desenvolvimento em Aquumlicultura e Pesca (EpagriCedap)que

esclareceram muitas duacutevidas e sempre tinham alguma informaccedilatildeo nova para

acrescentar e enriquecer a pesquisa

Entre esses colaboradores agradeccedilo em especial a professora Anelise

Cubas tal qual dizia Fernando Pessoa ldquoMuito obrigadardquo nunca seraacute suficiente para

demonstrar a grandeza do que recebi

Em fim peccedilo a Deus que recompense todos vocecircs agrave altura

16

RESUMO

A presenccedila de coliformes termotolerantes provenientes de fezes humanas e de

animais de sangue quente na aacutegua e na areia representa um potencial de

transmissatildeo de doenccedilas uma vez que essas bacteacuterias demonstram o quanto as

praias estatildeo poluiacutedas por excrementos podendo ser tambeacutem um indicativo de

presenccedila de patoacutegenos A garantia da boa qualidade da aacutegua eacute fator fundamental no

fomento da malacocultura e essa atividade apresenta um importante papel para a

economia pesqueira catarinense Neste estudo procurou-se diagnosticar a

qualidade da aacutegua na praia da Tapera e do Ribeiratildeo da Ilha Coletada na margem

para verificar se estava proacutepria para balneabilidade e proacutexima agraves lanternas para

avaliar a qualidade da aacutegua do cultivo de ostras Com o mesmo intuito (verificar a

existecircncia de contaminaccedilatildeo por coliformes termotolerantes) se diagnosticou tambeacutem

a qualidade da areia seca uacutemida e molhada As anaacutelises referentes agrave aacutegua

tomaram como paracircmetro a Resoluccedilatildeo Nordm 274 de 29 de novembro 2000 do

CONAMA para balneabilidade e a Resoluccedilatildeo 357 de 17 de marccedilo de 2005 para o

cultivo de moluscos Jaacute para as anaacutelises de areia natildeo haacute legislaccedilatildeo vigente sendo

assim utilizamos a legislaccedilatildeo referente agrave balneabilidade A localidade em estudo foi

escolhida em razatildeo da presenccedila de vaacuterios cursos drsquoaacutegua com despejos de resiacuteduos

de esgotos domeacutesticos As coletas foram realizadas nas praias da Tapera e do

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 considerando a

presenccedila de coliformes totais e termotolerantes seguindo a metodologia oficial do

STANDARD METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA1AWWAWEF 20st

Edition (APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos

muacuteltiplos conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da

UNISUL A anaacutelise apontou falta de sistema de tratamento de esgoto com

consequecircncias ao meio ambiente riscos agrave sauacutede puacuteblica e possiacuteveis prejuiacutezos aos

maricultores

Palavras-chave Maricultura Balneabilidade Aacutegua Areia Cultivo

1 American Public Health Association

17

ABSTRACT

Coliforms thermotolerants fron of human and other animals on water as well as on

sand represent a potencial disease transmition Those bacterias show that beaches

are being polluted by excrements and might also be an indication of the presence of

pathogens Maintenance of water quality is a main concern for Mariculture and

Aquaculture activity once they have important hole on Santa Catarina fishing

industry This paper study purpose is to measure water quality at Tapera and

Ribeiratildeo da Ilha beaches Therefore samples of these two shores were collected in

order to verify whether the water offer any risk for bathing or oyster farming

Following the same purpose the sand (dry humid and wet) was also investigated

The analysis referring to water human-bathing-condition took as a parameter

Resolution Ndeg274 November 29 2000 COMANA and mollusc farming Resolution

Ndeg357 March 17 2005 However on sand analysis there is no ongoing legislation

therefore COMANA 2000 was used The study place on water and sand was chosen

because of the amount of domestic water coursers The collection of samples at

Tapera and Ribeiratildeo da Ilha shores were taken from October to August 2010 taking

on consideration the presence of Coliforms total and thermotolerants following the

official methodology of STANDART METHODOS FOR THE WATERWASTE ndash

APHAsup2 20 st Edition (APHA 1998) the technique of the most probable NMP was

used by multiple tubes according to procedures established at the UNISUL

microbiology lab This analysis points out the lack of sewage treatment with

environment consequences public health risk and possible harm to the people who

make a living with Mariculture

Keywords Mariculture bathing Water Sand Cultivation

18

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha 13

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera

da Base Ribeiratildeo da Ilha) helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19

Figura 4 Manguezal da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio

da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip22

Figura 6 Rio da Eira helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton) helliphelliphelliphellip28

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip29

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) helliphelliphelliphelliphelliphellip30

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip31

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da

Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera

da Base e recreaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do

cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip41

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo helliphelliphelliphellip42

Figura 14 Coleta de areia na praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

Figura 15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes helliphellip46

Figura 16 Preparo das amostras de areia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da

margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphellip50

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

19

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo

de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base

e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip57

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da

Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca

uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de

2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

20

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip11

11 PROBLEMAacuteTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip12

12 JUSTIFICATIVA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip14

13 OBJETIVOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

131 Objetivo geral helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

132 Objetivos especiacuteficos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

21 AacuteREA EM ESTUDO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

22 MALACOCULTURA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip24

221 A ostra e seu cultivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip26

222 Mercado helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

23 BALNEABILIDADE helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip30

231 Legislaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphellip33

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

234 Coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37

24 AREIA DA PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip38

3 METODOLOGIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

31 AMOSTRAGEM helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip42

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua 44

3211 Teste presuntivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip45

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

21

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip50

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base helliphelliphelliphelliphellip52

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphellip53

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a

praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA helliphelliphelliphellip61

431 Temperatura helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

432 Cloretos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

5 CONCLUSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip63

51 SUGESTOtildeES helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip64

REFEREcircNCIAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip65

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 6: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

16

RESUMO

A presenccedila de coliformes termotolerantes provenientes de fezes humanas e de

animais de sangue quente na aacutegua e na areia representa um potencial de

transmissatildeo de doenccedilas uma vez que essas bacteacuterias demonstram o quanto as

praias estatildeo poluiacutedas por excrementos podendo ser tambeacutem um indicativo de

presenccedila de patoacutegenos A garantia da boa qualidade da aacutegua eacute fator fundamental no

fomento da malacocultura e essa atividade apresenta um importante papel para a

economia pesqueira catarinense Neste estudo procurou-se diagnosticar a

qualidade da aacutegua na praia da Tapera e do Ribeiratildeo da Ilha Coletada na margem

para verificar se estava proacutepria para balneabilidade e proacutexima agraves lanternas para

avaliar a qualidade da aacutegua do cultivo de ostras Com o mesmo intuito (verificar a

existecircncia de contaminaccedilatildeo por coliformes termotolerantes) se diagnosticou tambeacutem

a qualidade da areia seca uacutemida e molhada As anaacutelises referentes agrave aacutegua

tomaram como paracircmetro a Resoluccedilatildeo Nordm 274 de 29 de novembro 2000 do

CONAMA para balneabilidade e a Resoluccedilatildeo 357 de 17 de marccedilo de 2005 para o

cultivo de moluscos Jaacute para as anaacutelises de areia natildeo haacute legislaccedilatildeo vigente sendo

assim utilizamos a legislaccedilatildeo referente agrave balneabilidade A localidade em estudo foi

escolhida em razatildeo da presenccedila de vaacuterios cursos drsquoaacutegua com despejos de resiacuteduos

de esgotos domeacutesticos As coletas foram realizadas nas praias da Tapera e do

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 considerando a

presenccedila de coliformes totais e termotolerantes seguindo a metodologia oficial do

STANDARD METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA1AWWAWEF 20st

Edition (APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos

muacuteltiplos conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da

UNISUL A anaacutelise apontou falta de sistema de tratamento de esgoto com

consequecircncias ao meio ambiente riscos agrave sauacutede puacuteblica e possiacuteveis prejuiacutezos aos

maricultores

Palavras-chave Maricultura Balneabilidade Aacutegua Areia Cultivo

1 American Public Health Association

17

ABSTRACT

Coliforms thermotolerants fron of human and other animals on water as well as on

sand represent a potencial disease transmition Those bacterias show that beaches

are being polluted by excrements and might also be an indication of the presence of

pathogens Maintenance of water quality is a main concern for Mariculture and

Aquaculture activity once they have important hole on Santa Catarina fishing

industry This paper study purpose is to measure water quality at Tapera and

Ribeiratildeo da Ilha beaches Therefore samples of these two shores were collected in

order to verify whether the water offer any risk for bathing or oyster farming

Following the same purpose the sand (dry humid and wet) was also investigated

The analysis referring to water human-bathing-condition took as a parameter

Resolution Ndeg274 November 29 2000 COMANA and mollusc farming Resolution

Ndeg357 March 17 2005 However on sand analysis there is no ongoing legislation

therefore COMANA 2000 was used The study place on water and sand was chosen

because of the amount of domestic water coursers The collection of samples at

Tapera and Ribeiratildeo da Ilha shores were taken from October to August 2010 taking

on consideration the presence of Coliforms total and thermotolerants following the

official methodology of STANDART METHODOS FOR THE WATERWASTE ndash

APHAsup2 20 st Edition (APHA 1998) the technique of the most probable NMP was

used by multiple tubes according to procedures established at the UNISUL

microbiology lab This analysis points out the lack of sewage treatment with

environment consequences public health risk and possible harm to the people who

make a living with Mariculture

Keywords Mariculture bathing Water Sand Cultivation

18

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha 13

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera

da Base Ribeiratildeo da Ilha) helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19

Figura 4 Manguezal da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio

da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip22

Figura 6 Rio da Eira helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton) helliphelliphelliphellip28

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip29

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) helliphelliphelliphelliphelliphellip30

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip31

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da

Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera

da Base e recreaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do

cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip41

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo helliphelliphelliphellip42

Figura 14 Coleta de areia na praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

Figura 15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes helliphellip46

Figura 16 Preparo das amostras de areia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da

margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphellip50

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

19

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo

de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base

e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip57

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da

Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca

uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de

2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

20

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip11

11 PROBLEMAacuteTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip12

12 JUSTIFICATIVA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip14

13 OBJETIVOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

131 Objetivo geral helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

132 Objetivos especiacuteficos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

21 AacuteREA EM ESTUDO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

22 MALACOCULTURA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip24

221 A ostra e seu cultivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip26

222 Mercado helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

23 BALNEABILIDADE helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip30

231 Legislaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphellip33

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

234 Coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37

24 AREIA DA PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip38

3 METODOLOGIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

31 AMOSTRAGEM helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip42

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua 44

3211 Teste presuntivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip45

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

21

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip50

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base helliphelliphelliphelliphellip52

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphellip53

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a

praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA helliphelliphelliphellip61

431 Temperatura helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

432 Cloretos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

5 CONCLUSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip63

51 SUGESTOtildeES helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip64

REFEREcircNCIAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip65

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 7: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

17

ABSTRACT

Coliforms thermotolerants fron of human and other animals on water as well as on

sand represent a potencial disease transmition Those bacterias show that beaches

are being polluted by excrements and might also be an indication of the presence of

pathogens Maintenance of water quality is a main concern for Mariculture and

Aquaculture activity once they have important hole on Santa Catarina fishing

industry This paper study purpose is to measure water quality at Tapera and

Ribeiratildeo da Ilha beaches Therefore samples of these two shores were collected in

order to verify whether the water offer any risk for bathing or oyster farming

Following the same purpose the sand (dry humid and wet) was also investigated

The analysis referring to water human-bathing-condition took as a parameter

Resolution Ndeg274 November 29 2000 COMANA and mollusc farming Resolution

Ndeg357 March 17 2005 However on sand analysis there is no ongoing legislation

therefore COMANA 2000 was used The study place on water and sand was chosen

because of the amount of domestic water coursers The collection of samples at

Tapera and Ribeiratildeo da Ilha shores were taken from October to August 2010 taking

on consideration the presence of Coliforms total and thermotolerants following the

official methodology of STANDART METHODOS FOR THE WATERWASTE ndash

APHAsup2 20 st Edition (APHA 1998) the technique of the most probable NMP was

used by multiple tubes according to procedures established at the UNISUL

microbiology lab This analysis points out the lack of sewage treatment with

environment consequences public health risk and possible harm to the people who

make a living with Mariculture

Keywords Mariculture bathing Water Sand Cultivation

18

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha 13

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera

da Base Ribeiratildeo da Ilha) helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19

Figura 4 Manguezal da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio

da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip22

Figura 6 Rio da Eira helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton) helliphelliphelliphellip28

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip29

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) helliphelliphelliphelliphelliphellip30

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip31

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da

Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera

da Base e recreaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do

cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip41

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo helliphelliphelliphellip42

Figura 14 Coleta de areia na praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

Figura 15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes helliphellip46

Figura 16 Preparo das amostras de areia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da

margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphellip50

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

19

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo

de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base

e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip57

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da

Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca

uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de

2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

20

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip11

11 PROBLEMAacuteTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip12

12 JUSTIFICATIVA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip14

13 OBJETIVOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

131 Objetivo geral helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

132 Objetivos especiacuteficos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

21 AacuteREA EM ESTUDO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

22 MALACOCULTURA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip24

221 A ostra e seu cultivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip26

222 Mercado helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

23 BALNEABILIDADE helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip30

231 Legislaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphellip33

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

234 Coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37

24 AREIA DA PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip38

3 METODOLOGIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

31 AMOSTRAGEM helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip42

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua 44

3211 Teste presuntivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip45

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

21

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip50

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base helliphelliphelliphelliphellip52

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphellip53

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a

praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA helliphelliphelliphellip61

431 Temperatura helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

432 Cloretos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

5 CONCLUSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip63

51 SUGESTOtildeES helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip64

REFEREcircNCIAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip65

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 8: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

18

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha 13

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera

da Base Ribeiratildeo da Ilha) helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip19

Figura 4 Manguezal da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip20

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio

da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip22

Figura 6 Rio da Eira helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton) helliphelliphelliphellip28

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip29

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) helliphelliphelliphelliphelliphellip30

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip31

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip34

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da

Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip35

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera

da Base e recreaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do

cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip41

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo helliphelliphelliphellip42

Figura 14 Coleta de areia na praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

Figura 15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes helliphellip46

Figura 16 Preparo das amostras de areia helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da

margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphellip50

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip52

19

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo

de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base

e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip57

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da

Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca

uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de

2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

20

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip11

11 PROBLEMAacuteTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip12

12 JUSTIFICATIVA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip14

13 OBJETIVOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

131 Objetivo geral helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

132 Objetivos especiacuteficos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

21 AacuteREA EM ESTUDO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

22 MALACOCULTURA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip24

221 A ostra e seu cultivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip26

222 Mercado helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

23 BALNEABILIDADE helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip30

231 Legislaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphellip33

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

234 Coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37

24 AREIA DA PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip38

3 METODOLOGIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

31 AMOSTRAGEM helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip42

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua 44

3211 Teste presuntivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip45

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

21

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip50

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base helliphelliphelliphelliphellip52

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphellip53

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a

praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA helliphelliphelliphellip61

431 Temperatura helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

432 Cloretos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

5 CONCLUSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip63

51 SUGESTOtildeES helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip64

REFEREcircNCIAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip65

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 9: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

19

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia da Tapera helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de

ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip53

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo

de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base

e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip57

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base

durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip58

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da

Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e

molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca

uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de

2009 a agosto de 2010 helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip60

20

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip11

11 PROBLEMAacuteTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip12

12 JUSTIFICATIVA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip14

13 OBJETIVOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

131 Objetivo geral helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

132 Objetivos especiacuteficos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

21 AacuteREA EM ESTUDO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

22 MALACOCULTURA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip24

221 A ostra e seu cultivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip26

222 Mercado helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

23 BALNEABILIDADE helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip30

231 Legislaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphellip33

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

234 Coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37

24 AREIA DA PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip38

3 METODOLOGIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

31 AMOSTRAGEM helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip42

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua 44

3211 Teste presuntivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip45

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

21

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip50

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base helliphelliphelliphelliphellip52

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphellip53

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a

praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA helliphelliphelliphellip61

431 Temperatura helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

432 Cloretos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

5 CONCLUSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip63

51 SUGESTOtildeES helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip64

REFEREcircNCIAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip65

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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20

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip11

11 PROBLEMAacuteTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip12

12 JUSTIFICATIVA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip14

13 OBJETIVOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

131 Objetivo geral helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip15

132 Objetivos especiacuteficos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

21 AacuteREA EM ESTUDO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip17

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip18

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip23

22 MALACOCULTURA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip24

221 A ostra e seu cultivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip26

222 Mercado helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip27

23 BALNEABILIDADE helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip30

231 Legislaccedilatildeo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip32

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphellip33

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip36

234 Coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip37

24 AREIA DA PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip38

3 METODOLOGIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

31 AMOSTRAGEM helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip40

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip42

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip43

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua 44

3211 Teste presuntivo helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip44

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes helliphelliphelliphelliphelliphelliphellip45

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip47

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

21

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip50

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base helliphelliphelliphelliphellip52

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphellip53

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a

praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA helliphelliphelliphellip61

431 Temperatura helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

432 Cloretos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

5 CONCLUSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip63

51 SUGESTOtildeES helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip64

REFEREcircNCIAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip65

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 11: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

21

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip48

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da

Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip49

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip50

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base helliphelliphelliphelliphellip52

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphellip53

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a

praia do Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip55

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip56

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip59

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA helliphelliphelliphellip61

431 Temperatura helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

432 Cloretos helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip61

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip62

5 CONCLUSAtildeO helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip63

51 SUGESTOtildeES helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip64

REFEREcircNCIAS helliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphelliphellip65

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

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70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 12: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

11

1 INTRODUCcedilAtildeO

A partir da deacutecada de 80 evidenciamos bruscas mudanccedilas no

desenvolvimento soacuteciocultural poreacutem muitas regiotildees natildeo conseguiram acompanhar

essas velozes transformaccedilotildees em detrimento da infraestrutura necessaacuteria para a

melhor qualidade de vida dos moradores Desse modo os grandes centros urbanos

tiveram papel fundamental para o aumento da poluiccedilatildeo

Os mares tecircm haacute muitos anos a fama de ser inesgotaacuteveis Dessa forma

houve uma exploraccedilatildeo cada vez mais intensa que foi se ampliando agrave medida que o

homem aperfeiccediloava suas teacutecnicas (DORST1995p 85)

Estas aacuteguas salinas vecircm sendo utilizadas ao longo dos anos de diferentes

formas a saber navegaccedilatildeo recreaccedilatildeo pesca e aquicultura entre outras servem

principalmente como receptor de detritos sejam eles domeacutesticos ou industriais

Resoluccedilatildeo 3572005 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)

Evidentemente que a aacutegua tem um volume consideraacutevel relativamente

aos materiais e liacutequidos que nela satildeo despejados (DORST 1995)

Entretanto da maneira como tem ocorrido o crescimento populacional

somado agrave falta de poliacuteticas puacuteblicas adequada (CESA 2008) a aacutegua marinha

suscetiacutevel a alteraccedilotildees de suas propriedades por agentes antroacutepicos (SOUZA 2004

p 61) quando exposta agrave mudanccedilas muito intensas provoca poluiccedilatildeo que

consequentemente prejudicaraacute as atividades humanas e econocircmicas

desenvolvidas contaminaraacute a areia e aumentaraacute a ocorrecircncia de doenccedilas

Haja vista que o nuacutemero de coliformes termotolerantes presentes nas

fezes do homem e animais de sangue quente na aacutegua e na areia da praia por

constituiacuterem seguranccedila a sauacutede puacuteblica necessitam de muitos estudos

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 13: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

12

12 PROBLEMAacuteTICA

Com a decadecircncia da agricultura familiar responsaacutevel por expressivos

movimentos migratoacuterios em Santa Catarina 3333 dos moradores da regiatildeo do

Ribeiratildeo da Ilha encontraram no cultivo de moluscos e na exploraccedilatildeo turiacutestica uma

alternativa para fonte de renda (MACHADO 2002) Ainda assim pode-se observar

ao longo da orla esgotos ligados agrave rede fluvial pois o crescimento urbano das

comunidades em estudo natildeo eacute acompanhado de infraestrutura necessaacuteria para

proporcionar a qualidade de vida dos seus moradores

No presente momento estaacute sendo implantado o sistema de coleta e

estaccedilatildeo de tratamento de esgoto mas o destino final desse efluente ainda eacute

controverso (Figura 1)

Atualmente os dejetos satildeo lanccedilados ldquoin naturardquo de forma direta ou

indireta nos rios e coacuterregos da regiatildeo (MACHADO 2002) O lanccedilamento de

efluentes domeacutesticos sem tratamento nas aacuteguas costeiras ou parcialmente tratados

implica em dois tipos de problemas satildeo eles risco de banhistas ingerirem aacutegua

contaminada por microrganismos patogecircnicos ou o consumo de frutos do mar

originaacuterios de aacutereas poluiacutedas (CERUTTI 1996)

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 14: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

13

Figura 1 Construccedilatildeo de Sistema de Esgoto Sanitaacuterio no Distrito Ribeiratildeo da Ilha

As aacuteguas contaminadas com fezes humanas ou de animais podem

disseminar faacutecil e rapidamente atraveacutes de moluscos bivalves grande nuacutemero de

enfermidades (CESA 2008)

A ostra por exemplo faz circular ateacute quatro litros de aacutegua por hora em

seu organismo atraveacutes da respiraccedilatildeo absorvendo ao mesmo tempo todas as

partiacuteculas em suspensatildeo existentes na aacutegua (QUEIROZ 1990)

Atualmente a praia da Tapera da Base segundo Alex Alves dos Santos

Engenheiro Agrocircnomo da EPAGRI conta com apenas um produtor de ostras Ainda

que seja um produtor de pequeno porte o mesmo produz aproximadamente 10000

duacutezias anuais desse molusco Jaacute a comunidade do Ribeiratildeo da Ilha tem a produccedilatildeo

de moluscos como fonte de renda (seja atraveacutes do cultivo para vender aos turistas

populares ou restaurantes) com uma produccedilatildeo anual por volta de 773400 duacutezias

por ano (SANTOS 2010)

Em dias quentes as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha ficam

repletas de banhistas aqueles que tecircm essa como opccedilatildeo normalmente satildeo

moradores locais jaacute os que buscam a praia do Ribeiratildeo relatam inuacutemeros motivos

sendo eles a beleza natural os restaurantes tiacutepicos ou a preservaccedilatildeo das

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

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CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

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SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 15: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

14

caracteriacutesticas accedilorianas O que muitas vezes afronta com a placa de qualificaccedilatildeo

da Faacutetima indicando a aacuterea improacutepria para banho

A contaminaccedilatildeo dessas aacutereas eacute decorrente principalmente do despejo

domeacutestico que consiste em resto de aacuteguas servidas restos de alimentos gorduras

fezes e urina (CERUTTI 1996) Vale lembrar que natildeo soacute a aacutegua mas tambeacutem

areias contaminadas satildeo vetores passiacuteveis de proliferaccedilatildeo de patoacutegenos Este fator

deve ser cuidadosamente averiguado pelos oacutergatildeos competentes

12 JUSTIFICATIVA

Nas fezes eacute encontrado um elevado nuacutemero de bacteacuterias enteacutericas dos

grupos coliformes (CERUTTI 1996) Escherichia coli eacute a espeacutecie predominante

dentre os coliformes fecais e a sua proporccedilatildeo eacute em meacutedia de 108 ceacutelulas por grama

de fezes estando em 100 das amostras (CERUTTI1996 apud LECLERC) Estes

grupos estatildeo associados ao conteuacutedo digestivo dos animais de sangue quente e

por esta razatildeo quando detectados na aacutegua satildeo indicadores de presenccedila de

contaminaccedilatildeo fecal

Praias contaminadas por esgotos podem levar o banhista a adquirir ou a

desenvolver algum tipo de doenccedila

A FATMA coleta amostras de aacutegua e os teacutecnicos avaliam os pontos

poluiacutedos O paracircmetro indicador baacutesico utilizado para classificar as praias quanto agrave

sua balneabilidade eacute a densidade de bacteacuterias e coliformes fecais Companhia

Ambiental do Estado de Satildeo Paulo (CETESB) O exame dos dados sobre o iacutendice

de balneabilidade das aacuteguas possibilita constatar as condiccedilotildees de saneamento e a

qualidade do atrativo turiacutestico pois possibilita classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria

para banho (DANTAS 2005)

Da mesma forma a qualidade da aacutegua eacute um fator limitante que interfere

no cultivo de moluscos bivalves que quando criados em aacutereas poluiacutedas satildeo muito

prejudiciais agrave sauacutede puacuteblica Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de (LOGULLO

2005) na localidade do Ribeiratildeo da Ilha proacuteximo agrave Tapera da Base em anaacutelise de

contaminaccedilatildeo por coliformes fecais na aacutegua de algumas aacutereas de cultivo bem como

na carne das ostras foi detectada presenccedila de Escherichia coli

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 16: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

15

No Brasil existem leis bem definidas que ordenam sobre a deliberaccedilatildeo de

aacutereas proacuteprias ou improacuteprias para o cultivo de moluscos marinhos e sobre a

condiccedilatildeo sanitaacuteria da produccedilatildeo aquiacutecola para comercializaccedilatildeo No Estado por estas

atividades estarem apenas comeccedilando natildeo dispomos ainda de um mapeamento de

qualificaccedilatildeo das aacutereas apropriadas para cultivo de ostras (Cultivo de ostras

1999p27)

Outro agravante que podemos constatar ao longo da orla satildeo as ligaccedilotildees

clandestinas de esgotos que chegam agrave praia proacuteximas aos locais de criaccedilatildeo de

ostras mariscos e vieiras Em alguns locais encontrasse sobre a aacuterea extrativista de

berbigotildees

Realmente nos uacuteltimos anos os loteamentos residenciais proliferaram

rapidamente sem a infraestrutura necessaacuteria Esse contexto demonstra a

importacircncia de estudos sobre a qualidade das aacuteguas pois possibilitam a

constataccedilatildeo das condiccedilotildees sanitaacuterias para o cultivo e balneabilidade Exame dos

dados sobre o iacutendice de balneabilidade das aacuteguas entre outros serve como atrativo

turiacutestico pois haacute a possibilidade de classificaacute-la como proacutepria ou improacutepria para

banho (DANTAS 2005)

Tendo em vista a inexistecircncia de padrotildees e as dificuldades em analisar a

qualidade da areia estudos vecircm sendo realizados em diferentes regiotildees e em outros

paiacuteses (CETESB)

13 OBJETIVOS

131 Objetivo geral

Avaliar a qualidade da aacutegua e da areia na praia da Tapera da Base e do

Ribeiratildeo da Ilha com o objetivo de averiguar as condiccedilotildees de balneabilidade e de

cultivo de moluscos e incentivo para futuros estudos

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 17: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

16

132 Objetivos especiacuteficos

a) Avaliar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC (totais) e a 45 ordmC (termotolerantes) na aacutegua da margem para

balneabilidade

b) Monitorar atraveacutes dos ensaios microbioloacutegicos a presenccedila de coliformes a

35ordmC e a 45 ordmC na areia da praia para que possam ser usados como

subsiacutedios em futuras padronizaccedilotildees

c) Determinar as caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH salinidade e

temperatura da aacutegua da margem destinada agrave balneabilidade e da aacutegua

destinada para o cultivo de ostras

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 18: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

17

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

21 AacuteREA EM ESTUDO

O Ribeiratildeo da Ilha foi a primeira comunidade europeacuteia da Ilha de Santa

Catarina atualmente eacute um local de referecircncia histoacuterica e cultural Ateacute a deacutecada de

60 a praia do Ribeiratildeo abrigava vaacuterios estaleiros e construiacutea lanchas baleeiras para

fins diversos (Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis - PMF) A partir da deacutecada de 70

os fluxos turiacutesticos vecircm se intensificando mas sua explosatildeo se deu na deacutecada de

noventa em decorrecircncia a vaacuterios fatores (PEREIRA 1991) [soacutecioeconocircmicos]

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha (denominaccedilatildeo oficial) tambeacutem conhecido

como Nossa Senhora da Lapa do Ribeiratildeo como se pode observar na figura 2

ocupa a parte meridional da costa Oeste da Ilha de Santa Catarina junto agrave baia Sul e

tem uma superfiacutecie de aproximadamente 13193 kmsup2 (VAacuteRZEA 1985PMF IPUF) foi

criado a partir do Alvaraacute Reacutegio datado de 1107 do ano de 1809 (VAacuteRZEA 1985

PMF)

O Distrito do Ribeiratildeo da Ilha conforme o Plano Municipal Integrado de

Saneamento Baacutesico ndash PMISB - compreende as localidades Alto Ribeiratildeo Barro

Vermelho Caiacangaccedilu Caeira da Barra do Sul Carianos Costeira do Ribeiratildeo

Freguesia do Ribeiratildeo praia dos Naufragados Tapera Sertatildeo do Peri e bairro da

Tapera da Base (PMF) A localidade do Morro das Pedras atualmente faz parte do

Distrito do Campeche (IPUF 2010)

Eacute Importante natildeo confundir a aacuterea em estudo praia da Tapera da Base

com a praia da Tapera mais ao Sul apoacutes a Ponta do Caiacangaccedilu (Secretaria

Municipal de Turismo Cultura e Esporte de Florianoacutepolis 2010 PMF) Embora a

praia da Tapera da Base seja conhecida popularmente como Tapera somente e por

esse motivo jaacute esteja consagrada pelo uso e assim registrada em muitos mapas

trabalharemos com a nomenclatura oficial Tapera da Base

Ateacute 2005 o plano diretor do municiacutepio definia a Tapera da Base como

uma das localidades que compunham o Ribeiratildeo da Ilha Entretanto dia 29 de

dezembro de 2005 a Cacircmara de Vereadores aprovou e o prefeito municipal em

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

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69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 19: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

18

exerciacutecio Daacuterio Elias Berger sancionou a Lei no 69192005 Art 1ordm e a localidade

ldquoTapera da Base da Baserdquo tornou-se um bairro pertencente ao distrito do Ribeiratildeo

(Diaacuterio oficial nordm6919 do dia 29122005)

Figura 2 Mapa do Brasil Santa Catarina e Ilha de Santa Catarina (Praia da Tapera da Base Ribeiratildeo da Ilha) Fonte IPUF 2010

211 Caracteriacutesticas Fiacutesicas das praias Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base ou

Ribeiratildeo

O clima na praia do Ribeiratildeo da Ilha caracteriza-se como subtropical

litoracircneo de baixa insolaccedilatildeo matutina e exposto aos ventos nordeste (chamado pelo

povo como vento doentio) que eacute predominante e o sudeste que eacute um vento forte e

inconsistente e quando bate provoca mau tempo no ldquocanal sulrdquo (PEREIRA 1991)

De vegetaccedilatildeo primaacuteria quase nada resta jaacute foi amplamente utilizada para

madeira de lenha (PEREIRA 1991)

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 20: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

19

Eacute formada por trechos residenciais junto ao centro e aacuterea de praia

Possui areia de granulometria meacutedia de boa apresentaccedilatildeo e duas praccedilas que

abrigam os frequentadores Podemos considerar o local bastante apraziacutevel (PMF)

A praia do Ribeiratildeo da Ilha inicia-se no Riacho da Gruta entrada da

Freguesia e termina no Riacho do seu Rita quando inicia a Praia do mesmo nome

riacho do seu Rita (PMF)

A atividade extrativista existente mais comum na regiatildeo em estudo eacute a

coleta de berbigatildeo Esse molusco eacute um bivalve encontrado em banco de areia e

assim como a ostra e o marisco se alimenta de microorganismos por filtraccedilatildeo

(LOGULLO 2005) (Figura 3)

Esse banco de areia encontra-se na foz dos rios Ribeiratildeo do Porto e Alto

Ribeiratildeo cujas aacuteguas percorrem trechos urbanizados apresentando aspecto poluiacutedo

e com iacutendice de coliformes fora do padratildeo (LOGULLO 2005 apud CEZA 2003)

(Figura 3)

Figura 3 Canal na praia do Ribeiratildeo da Ilha e coleta de berbigatildeo Fonte A autora

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 21: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

20

22 TAPERA DA BASE

Tapera como eacute conhecida popularmente apresenta praia estreita com

baixio e aacuteguas calmas (Olga Cruz 1998 p 68) areia amarelada eacute uma praia de

remanso que recebe maior impacto com o vento sudeste ficando protegida por

duas ilhotas Ilha Dona Francisca e Ilha das Laranjeiras Tem limites ao Norte com a

ponta de Caiacangamirim e ao Sul com a restinga que liga a praia em mareacute baixa agrave

ilha Dona Francisca O fundo do mar eacute lodoso e algumas partes cascalhadas Eacute

piscosa e muito frequentada por banhistas e pescadores amadores Tem a

dimensatildeo de aproximadamente 520m de extensatildeo e de 2 a 11 metros de largura

(projeto de lei IPUF)

Na praia da Tapera da Base nas mediaccedilotildees da Ilha Dona Francisca em

aacuteguas calmas sujeito agrave inundaccedilotildees parciais no solo pantanoso se situa o

manguezal da Tapera da Base (CARUSO 1990)(Figura 4)

Figura 4 Manguezal da Tapera Fotos A autora

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 22: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

21

Manguezais satildeo ecossistemas litoracircneos que ocorrem em terrenos

baixos relativamente abrigados formados por vazas lodosas e banhados por aacuteguas

de salinidade variaacutevel Esta condiccedilatildeo deve-se as influecircncias de mareacutes das correntes

de aacutegua doce e dos sedimentos carregados pelo curso drsquoaacutegua (PEREIRA

2002p25)

Dentre as aacutereas de preservaccedilatildeo permanente elencadas nos arts 2ordm e 3ordm

do Coacutedigo Florestal o mangue merece atenccedilatildeo especial por sua importacircncia no

equiliacutebrio ecoloacutegico (FREITAS 2005 p 72) A manutenccedilatildeo da produtividade

bioloacutegica para Pereira (2002) eacute vital para a subsistecircncia das comunidades

pesqueiras que vivem em seu entorno A aacuterea de 5389 hectares eacute protegida como

de preservaccedilatildeo permanente desde 1985 pela Lei Municipal 219395 (CESA 2008)

Apesar da legislaccedilatildeo existente o fato eacute que os mangues brasileiros vecircm sendo

seriamente ameaccedilados Inuacutemeros manguezais tecircm sido transformados em aterros

sanitaacuterios lixotildees clandestinos recebendo ateacute mesmo esgoto domeacutestico A

populaccedilatildeo ainda natildeo se deu conta de sua importacircncia na manutenccedilatildeo do meio

ambiente (FREITAS 2005 p 238)

Segundo estudos do Instituto Histoacuterico de Santa Catarina o manguezal

da Tapera da Base tem sofrido reduccedilatildeo em sua aacuterea principalmente pelas

drenagens para a formaccedilatildeo de pastagens e mais recentemente devido aos aterros

para construccedilotildees de moradias (Santos Alesio dos Passos 2003 p 26) Dos

manguezais existentes na Ilha de Santa Catarina Ratones Saco Grande Itacorubi

Rio Tavares Tapera da Base o manguezal da Tapera da Base - de aacuterea 522

hectares (Lei 219385) - eacute o uacutenico que natildeo constitui uma unidade de conservaccedilatildeo Eacute

protegido apenas pelo Coacutedigo Florestal e pelo Plano Diretor do Municiacutepio de 1985

(Lisboa 1996 p 26)

A proximidade de duas pequenas ilhas a das Laranjeiras e a Dona

Francisca facilita a faina da pesca O baixio existente na regiatildeo abunda berbigatildeo

Muitos habitantes da regiatildeo encontram nesse bivalve sua uacutenica fonte de renda Os

extrativistas ultimamente afirmam que os moluscos coletados na regiatildeo nos uacuteltimos

tempos devem ser cozidos imediatamente para que natildeo estraguem Este fato pode

estar relacionado com a qualidade da aacutegua lanccedilada ao mar Tendo em vista que a

regiatildeo de procriaccedilatildeo desse bivalve muito apreciado localiza-se na foz do Rio Chico

Crioulo ou Rio da Rua do Juca como eacute conhecido A figura 5 A retrata esse rio no

ano de 2008 como pode se observar ele se encontrava a ceacuteu aberto poreacutem devido

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

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70

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 23: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

22

a elevada quantidade de esgoto ali despejada juntamente com moacuteveis como sofaacute

fogatildeo e outros ocasionando enchentes no ano de 2010 o rio foi coberto (B) Na

figura 5 C constata-se a situaccedilatildeo do rio na parte que ainda encontra-se aberta

Figura 5 A ndash Rio da Rua do Juca 2008 B ndash da Rua da rua do Juca 2010 C ndash Rio da Rua do Juca com resiacuteduos domeacutesticos Fonte A autora

A aproximadamente 150 metros do centro da praia proacuteximo a extrema

com a Base Aeacuterea pode ser visto o rio da Eira que na deacutecada de 60 segundo

pescadores e nativos era muito utilizado para pesca e atividades desportivas A

abundacircncia de peixes e camarotildees atraiacuteam pescadores de diferentes regiotildees (Figura

5)

Com o aumento da populaccedilatildeo local e ocupaccedilatildeo desenfreada de terrenos

ribeirinhos em aacuterea de marinha surgiu um problema grave no meio ambiente a

poluiccedilatildeo fluvial que vem provocando danos irreversiacuteveis aos rios da regiatildeo

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 24: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

23

causando a morte e ateacute a extinccedilatildeo por completo de espeacutecies de peixes e do

camaratildeo local

Figura 6 Rio da Eira Fonte A autora

212 Crescimento do Ribeiratildeo da Ilha e da Tapera da Base

Na freguesia do Ribeiratildeo as casas foram construiacutedas proacuteximas agrave igreja ao

longo da rua com caminhos e ruas estreitas e uma bela vista para o mar Coutinho

(1998)

A respeito da localidade da Tapera da Base encontram-se poucos

registros todavia observa-se que entre os anos de 1982 e 2003 ocorreu um

acelerado crescimento urbano da comunidade Os dados do Instituto Brasileiro de

Geografia (IBGE) registram no periacuteodo de 1990 a 2000 um crescimento populacional

aproximado de 250 (CESA 2008) No entanto esse desenvolvimento natildeo veio

acompanhado da infraestrutura necessaacuteria para proporcionar qualidade de vida aos

moradores (HORN FILHO 2006) Esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de

planejamento urbano fato muito comum nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu

crescimento ditado pelo mercado imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

agravado pela inexistecircncia de esgotamento sanitaacuterio Os efluentes domeacutesticos de

cozinha e banheiros sem o devido tratamento satildeo lanccedilados diretamente nos cursos

drsquoaacutegua e consequentemente no mar Segundo a dissertaccedilatildeo de mestrado de Logullo

(2005) que estuda a qualidade da aacutegua dos rios que desaacuteguam na localidade do

Ribeiratildeo da Ilha e Praia da Tapera da Base as mesmas apresentam-se

contaminadas por coliformes fecais Nas regiotildees o risco eacute que os esgotos poluiacutedos

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 25: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

24

comprometam a balneabilidade a praacutetica de esportes o extrativismo de berbigatildeo e

o cultivo de ostras mariscos e vieiras Segundo o secretaacuterio de Habitaccedilatildeo e

Saneamento Ambiental Atila Rocha Santos a regiatildeo mais criacutetica eacute a da Tapera

onde a populaccedilatildeo eacute maior e a poluiccedilatildeo por consequecircncia tambeacutem No

recenseamento do IBGE de 2000 o Distrito do Ribeiratildeo da Ilha contava com 1372

banheiros Desse valor segundo entrevistados 405 tratam seu efluente com fossa

seacuteptica ou rudimentar duas unidades assumiram lanccedilar seu efluente diretamente no

mar Em contrapartida o bairro Tapera da Base no ano 2000 contemplava 7078

banheiros 1712 dos entrevistados afirmam depositar esse efluente em fossa

seacuteptica ou rudimentar 93 unidades lanccedilam na rede fluvial e somente cinco unidades

assumem lanccedilar no rio ou mar diretamente Em 2010 o IBGE realizaraacute Censo

Demograacutefico e atraveacutes de dados atualizados retrataraacute o atual perfil da populaccedilatildeo e

as caracteriacutesticas de seus domiciacutelios

22 MALACOCULTURA

Dentre os moluscos o cultivo de ostras e mexilhotildees eacute chamado de

malacocultura e mais especificamente em relaccedilatildeo agraves ostras existe a ostreicultura A

ostreicultura ou cultivo de ostras configura-se como um ramo da aquicultura que

vem se destacando como um negoacutecio viaacutevel para o desenvolvimento das

comunidades de pescadores artesanais (VINATEA 1999)

Os cultivos podem ser tanto em aacuteguas salgadas quanto em aacutegua doce e

envolvem outros animais como peixes camarotildees macroalgas moluscos vieiras e

ratildes (portal da maricultura)

A medida provisoacuteria nordm 103 de 1ordm de janeiro de 2003 cria a Secretaria

Especial da Aquicultura e Pesca ratificada pela Lei nordm 10683 de 28 de maio de

2003 que lhe daacute atribuiccedilatildeo de assessorar diretamente o presidente da Repuacuteblica na

formulaccedilatildeo de poliacuteticas e diretrizes para o desenvolvimento Portanto eacute da

competecircncia da Secretaria de Pesca vinculada agrave presidecircncia da Repuacuteblica a

concessatildeo de licenccedilas permissotildees e autorizaccedilotildees para exerciacutecio da pesca

artesanal e da aquicultura nas aacuteguas continentais interiores e no mar territorial

(SILVA 2004)

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 26: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

25

A maricultura eacute uma atividade recente no Brasil Em Santa Catarina essa

cultura surgiu em 1988 com trecircs cultivos experimentais graccedilas a um convecircnio entre

a UFSC e a EPAGRI do governo estadual (SOARES 2006 e PIEacuteRRI 2007) a

partir de uma parceria entre a associaccedilatildeo de Creacutedito e assistecircncia pesqueira de

Santa Catarina - ACARPESC atual EPAGRI CEDAP e o Laboratoacuterio de Moluscos

Marinhos de Santa Catarina da Universidade Federal LCMMUFSC

Santa Catarina eacute o Estado brasileiro onde o desenvolvimento da

malacultura tem sido de grande interesse pelas possibilidades que representam

tanto como fonte de alimentaccedilatildeo de alto valor nutritivo quanto por possibilitar sua

produccedilatildeo a baixo custo (MACHADO 2005)

A aquicultura como qualquer outra atividade de produccedilatildeo natildeo escapa

daquilo que se conhece como impacto ambiental Haacute de se destacar entretanto que

o conceito de impacto ambiental natildeo se refere unicamente ao meio ambiente

bioloacutegico Na verdade o mesmo vem a ser o resultado do efeito das atividades

humanas no conjunto composto pelos niacuteveis fiacutesico bioloacutegico e socioeconocircmico

(VINATEA 1999 p 61)

Um impacto ambiental em termos fiacutesicos seria aquele em que a

paisagem eacute modificada

Em termos bioloacutegicos eacute aquele que modifica a biota ou sofre algum tipo

de modificaccedilatildeo (VINATEA 1999 p 62)

Impactos socioeconocircmicos da aquicultura satildeo a geraccedilatildeo de sedimentos

ricos em mateacuteria orgacircnica modificaccedilatildeo da vazatildeo e da temperatura da aacutegua

modificaccedilatildeo do iacutendice bioacutetico (comunidade de invertebrados) e do iacutendice de

invertebrados da biota (populaccedilatildeo de peixes) poluiccedilatildeo e erosatildeo geneacutetica aumento

do risco de disseminaccedilatildeo de doenccedilas (VINATEA 1999 p 79)

A produccedilatildeo aquiacutecola catarinense somando a maricultura de aacutegua doce

alcanccedilaram no ano de 2007 um total de 34795 toneladas (371285 toneladas em

2006) o que equivale a 232 do que produz a pesca extrativa do Estado Em 2006

a Epagri registrou 767 maricultoores em todo o Estado

A aquicultura catarinense vem se tornando muito importante tanto social

quanto economicamente Atualmente a maricultura eacute apresentada e analisada

separadamente de cada uma das atividades que compotildeem a aquicultura por ser

economicamente representativa no momento Os municiacutepios que mais contribuiacuteram

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 27: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

26

para esse desempenho positivo foram Florianoacutepolis Palhoccedila e Satildeo Joseacute (EPAGRI

2010)

221 A ostra e seu cultivo

As ostras como os demais bivalves apresentam o corpo completamente

envolvido por duas valvas (conchas) que se apresentam unidas por uma articulaccedilatildeo

(ligamento)

A forma da concha eacute extremamente variaacutevel e depende do ambiente onde

as ostras crescem Em geral a valva inferior (valva esquerda) eacute a maior e mais

cocircncava sobre a qual a ostra se encontra fixada ao substrato a valva superior

geralmente eacute plana (Cultivo de Ostras 1999)

As ostras alimentam-se atraveacutes da filtraccedilatildeo de grandes quantidades de

aacutegua do mar Ao passar pelas bracircnquias ficam retidas partiacuteculas em suspensatildeo tais

como o fitoplancton marinho materiais orgacircnicos e inorgacircnicos (Cultivo de Ostras

1999)

O ciclo reprodutivo das ostras influi diretamente na sua qualidade para

consumo e eacute um fator importante a ser considerado em termos de mercado

(EPAGRI) O cultivo de moluscos eacute uma importante atividade no litoral Catarinense

cuja produccedilatildeo representa 95 da produccedilatildeo nacional A ostra do paciacutefico

(Crassostrea gigas) eacute tradicionalmente cultivada nas baiacuteas Norte e Sul nas

adjacecircncias de Florianoacutepolis segundo Guilherme Sabino Rupp (Figura 7)

A ostra japonesa Crassostrea gigas consegue se desenvolver bem nos

mais diversos ambientes costeiros Os fatores limitantes para sua exploraccedilatildeo estatildeo

basicamente na tecnologia de cultivo e poluiccedilatildeo do ambiente aquaacutetico Entretanto

para um investimento seguro (racional) neste setor devem-se levar em

consideraccedilatildeo quando da escolha do local aleacutem da poluiccedilatildeo outros fatores tais

como salinidade da aacutegua temperatura da aacutegua condiccedilotildees do fundo renovaccedilatildeo da

aacutegua etc (Cultivo de ostras1999) (Figura 8)

O cultivo de moluscos bivalves (ostras vieiras e mexilhotildees) em Santa

Catarina eacute favorecido pelas caracteriacutesticas do litoral recortado por inuacutemeras baiacuteas e

enseadas protegidas (SILVEIRA 2007)

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 28: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

27

Figura 7 Ostra Crassostrea gigas cultivadas nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora 2007

222 Mercado

A Crassostrea gigas eacute uma espeacutecie de molusco (FAO 2010 apud

Thunberg 1793) de crescimento raacutepido e de alto valor comercial que teve sua

produccedilatildeo iniciada recentemente no Estado apresentando resultados bastante

promissores Estas baiacuteas contribuem atualmente com cerca de 90 da produccedilatildeo de

ostras cultivadas no Estado (RUPP 2010)

A expectativa eacute que aleacutem de aumentar o consumo no mercado interno a

garantia da seguranccedila alimentar tambeacutem abra portas para esses produtos fora do

Paiacutes (FREITAS 2005)

Em 2008 a produccedilatildeo total de moluscos do Estado (mexilhotildees ostras e

vieiras) foi de 1310792 toneladas representando um aumento de 2933 em

relaccedilatildeo a 2007 Esse volume de produccedilatildeo proporciona uma movimentaccedilatildeo

financeira bruta estimada em R$ 297 milhotildees (FREITAS 2010)

A atividade da maricultura tem se destacado devido seu potencial

comercial gerando empregos diretos e indiretos e contribuindo para o

desenvolvimento social das comunidades (EPAGRICEDAP 2010) A ostreocultura

encontrou nas baias da Ilha de Santa Catarina o ambiente ideal para se desenvolver

e transformou a cidade de Florianoacutepolis na capital da ostra (portal da maricultura)

Observa-se na figura 9 que com o passar dos anos e tendo como referecircncia o ano

de 1991 a expansatildeo na produccedilatildeo de ostras eacute contiacutenua embora nos uacuteltimos anos

apresente oscilaccedilotildees (EPAGRI) Este fator negativo na queda da produccedilatildeo pode

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 29: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

28

estar associado agrave variaacuteveis ambientais como ressaca (Diaacuterio Catarinense 2005)

doenccedilas (FAO 2010) mareacute vermelha temperatura entre outros Jaacute os resultados

positivos podem estar diretamente ligados agrave campanhas de divulgaccedilatildeo A Festa

Nacional da Ostra e da Cultura Accediloriana (Fenaostra) por exemplo realizada desde

1999 incrementou o cultivo A safra de 19961997 que foi de 69990 duacutezias de

ostras chegou a 95 mil duacutezias na safra de 19981999 A festa fez com que hoje o

produto seja encontrado em qualquer restaurante da cidade Apoacutes o evento a

produccedilatildeo subiu repentinamente para 505 mil duacutezias gerando um movimento

financeiro de 17 milhatildeo de reais (A Notiacutecia 2000 e 2003) Atualmente o produto

pode ser encontrado em qualquer restaurante da cidade enquanto nos anos

anteriores a ostra soacute era parte do cardaacutepio de alguns deles afirma Domingos

Zancanaro engenheiro agrocircnomo do escritoacuterio de agropecuaacuteria pesca e

abastecimento da prefeitura (A Notiacutecia segunda-feira 1892000)

Em 2005 a prefeitura homenageou e premiou maricultores da Grande

Florianoacutepolis com o intuito de incentivar ainda mais a atividade na Capital(A Notiacutecia

2003)

Figura 8 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina (Ton)

A produccedilatildeo de ostras comercializadas por Santa Catarina em 2000 logrou

um aumento de 9147 em relaccedilatildeo a 2007 passando de 11558 toneladas para

2213 toneladas poreacutem natildeo atingindo os patamares verificados em 2006 quando

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 30: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

29

foram comercializadas 31524 toneladas Esta recuperaccedilatildeo eacute atribuiacuteda em parte agrave

credibilidade adquirida junto ao consumidor atraveacutes do Projeto de Monitoramento

Higiecircnico Sanitaacuterio de Moluscos Bivalves do Litoral Catarinense que vem

monitorando a ocorrecircncia de algas toacutexicas e informando agraves instituiccedilotildees puacuteblicas de

sauacutede e a populaccedilatildeo em geral em tempo real (CEDAP EPAGRI SEAP- Secretaria

Especial de Aquicultura e pesca)

A atividade da maricultura tem se destacado devido a seu potencial

comercial gerando empregos diretos e contribuindo para o desenvolvimento social

das comunidades produtoras

A produccedilatildeo de ostras (Crassostrea gigas) comercializadas em 2009

apresentou uma reduccedilatildeo de 2349 em relaccedilatildeo a 2008 passando de 2213

toneladas para 1792 toneladas ainda como mostra a figura 9 O baixo preccedilo de

comercializaccedilatildeo praticado ao longo dos anos vem desaquecendo a produccedilatildeo

levando alguns maricultores a desistirem de cultivar este molusco O nuacutemero total

de produtores de ostras no Estado reduziu de 148 em 2008 para 143 em 2009 A

reduccedilatildeo deste nuacutemero vem ocorrendo desde 2006 quando o Estado apresentou

sua maior safra com 166 ostreicultores Em relaccedilatildeo aos produtores que

permanecem no cultivo a maioria reduziu o volume de produccedilatildeo contribuindo

tambeacutem com a queda de safra (Figura 9)

Figura 9 Cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

A tabela fornecida pela EPAGRI Figura 11 apresenta a contribuiccedilatildeo dos

municiacutepios na produccedilatildeo total de ostras no Estado Em Florianoacutepolis foram

produzidas 1301 toneladas representando 766 da produccedilatildeo estadual seguida

por Palhoccedila com 251 toneladas representando 14 Satildeo Joseacute com 125 toneladas

representando 698 Biguaccedilu com 40 toneladas e Governador Celso Ramos com

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 31: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

30

20 toneladas Considerando que todos estes municiacutepios fazem parte da Grande

Florianoacutepolis e localizam-se dentro das baiacuteas Norte e Sul equivale dizer que essas

baiacuteas satildeo responsaacuteveis por 91 da produccedilatildeo estadual de ostras cultivadas

Figura 10 Produccedilatildeo de ostras comercializadas por municiacutepio (Ton) Fonte EPAGRI 2010

23 BALNEABILIDADE

Balneabilidade consiste na qualidade das aacuteguas destinadas agrave recreaccedilatildeo

de contato primaacuterio ou seja quando existir o contato direto do usuaacuterio com a aacutegua

como por exemplo nas atividades de nataccedilatildeo esqui aquaacutetico e mergulho que

possibilitam o banhista ingerir quantidades apreciaacuteveis de aacutegua podendo afetar o

seu bem-estar

Os principais fatores que influenciam na balneabilidade satildeo os despejos

de esgoto em aacutereas de recreaccedilatildeo aquaacutetica devido agrave deficiecircncia de sistemas de

coleta e tratamento de esgoto ou ateacute mesmo sua proacutepria ausecircncia Pode-se

destacar tambeacutem a existecircncia de coacuterregos contaminados que desaacuteguam na praia

formando ldquoliacutenguas de esgotordquo contaminando a regiatildeo

O litoral brasileiro eacute extremamente atrativo por seus recursos naturais

Atraiacutedos pela diversidade das paisagens (que misturam baiacuteas enseadas costotildees e

muitas ilhas) e da exuberante beleza nativa os turistas buscam Santa Catarina De

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 32: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

31

acordo com o estudo da demanda turiacutestica realizada pela Secretaria do Estado

Cultura e Esporte de Santa Catarina ndash Santur - o Estado em 2008 recebeu

4303423 turistas Florianoacutepolis 776374 Destes que buscaram a Capital 629378

eram de origem nacional e 146996 de origem estrangeira (quadro1) gerando a

receita de 33014930879 doacutelares Ainda no quadro nordm1 pode-se observar o

movimento estimado de turistas em Florianoacutepolis no ano de 2006 e 2007 Como

mencionado anteriormente grande parte desses turistas vem se refrescar em

nossas praias Sendo assim a qualidade da aacutegua destinada agrave recreaccedilatildeo e lazer eacute

fundamental para que a populaccedilatildeo conheccedila as condiccedilotildees de uso das principais

praias do Estado e natildeo contraiacutea nenhuma enfermidade (FATMA 2010)

Quadro 01 Movimento estimado de turistas ndash 2008 Fonte Secretaria do Estado de Turismo Cultura e Esporte- SANTUR

Corpos daacutegua contaminados por esgoto domeacutestico ao atingirem as aacuteguas

das praias podem os banhistas a bacteacuterias viacuterus e protozoaacuterios Estes

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 33: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

32

microrganismos satildeo responsaacuteveis pela transmissatildeo aos banhistas de doenccedilas de

veiculaccedilatildeo hiacutedrica tais como gastroenterite hepatite A coacutelera febre tifoacuteide entre

outras Crianccedilas e idosos ou pessoas com baixa resistecircncia satildeo as mais suscetiacuteveis

a desenvolver doenccedilas ou infecccedilotildees apoacutes terem nadado em aacuteguas contaminadas

(CETESB 2010)

Com o intuito de diminuir as incidecircncias de contaminaccedilatildeo por

microrganismos a FATMA analisa as aacuteguas de cada balneaacuterio e determina se estatildeo

proacuteprias ou improacuteprias para o banho Isto eacute se estatildeo contaminadas ou natildeo por

esgotos domeacutesticos A existecircncia de esgoto eacute verificada atraveacutes da contagem da

bacteacuteria Escherichia coli presente nas fezes de animais de sangue quente que

podem colocar em risco a sauacutede dos turistas e da populaccedilatildeo local

231 Legislaccedilatildeo

De acordo com a resoluccedilatildeo Nordm 274 de novembro de 2000 do CONAMA

aacuteguas recreacionais satildeo aacuteguas doces (aacuteguas com salinidade igual ou inferior a

050permil) salobras (aacuteguas com salinidade compreendida entre 050permil e 30permil) e

salinas (aacuteguas com salinidade igual ou superior a 30permil)destinadas agrave recreaccedilatildeo de

contato primaacuterio De acordo com o Art 9ordm desta resoluccedilatildeo compete agrave FATMA o

oacutergatildeo de controle ambiental a divulgaccedilatildeo das condiccedilotildees de balneabilidade das

praias e dos balneaacuterios Para melhor orientaccedilatildeo a FATMA avalia a condiccedilatildeo das

aacuteguas e classifica nas categorias proacuteprias ou improacuteprias

Proacuteprio quando em 80 ou mais de um conjunto de cinco amostras

colhidas num mesmo local em cinco semanas anteriores obtiver no maacuteximo

250 coliformes termotolerantes ou 200 Escherichia coli ou 25 enterococos por

100 mililitros para que a aacutegua seja considerada de excelente qualidade

500 coliformes termotolerantes ou 400 Escherichia coli ou 50 enterococos por

100 mililitros a fim de que a aacutegua seja avaliada como muito boa

1000 coliformes termotolerantes ou 800 Escherichia coli ou 100 enterococos por

100 mililitros para que ela seja considerada satisfatoacuteria

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 34: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

33

Improacuteprio o ponto encontra-se nessa condiccedilatildeo quando em 60 dos

uacuteltimos 5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de

animais de sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero

Mais Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na

uacuteltima amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel)

por 100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute Improacuteprio indica que haacute o

risco de contaminaccedilatildeo naquele local e natildeo necessariamente a contaminaccedilatildeo

A FATMA como oacutergatildeo puacuteblico tem a responsabilidade e a determinaccedilatildeo

legal de divulgar que existe esse risco Em 17 de marccedilo de 2005 entrou em vigor a

resoluccedilatildeo 357 do CONAMA que classifica mais detalhadamente as diretrizes

ambientais referente aos corpos de aacutegua bem como estabelece as condiccedilotildees e

padrotildees de lanccedilamento de efluentes Observa-se que a resoluccedilatildeo de 2005 veio

complementar a resoluccedilatildeo 274 de 2000 pois define valores maacuteximos para os

paracircmetros orgacircnicos e inorgacircnicos para a qualidade da aacutegua da mesma forma que

apresenta padrotildees para corpos de aacutegua onde haja pesca ou cultivo de organismos

Tendo em vista a qualidade das aacuteguas a resoluccedilatildeo no 2086 do CONAMA

modificada em novembro de 2000 pela resoluccedilatildeo CONAMA no 27400 estabelece

que seja desaconselhaacutevel tomar banhos em praias classificadas como improacuteprias

bem como se deve evitar o banho nas primeiras 24 horas apoacutes chuvas intensas e

ainda em canais que desembocam na praia pois apresentam grande chance de

estarem contaminados por esgotos Da mesma forma natildeo se deve engolir aacutegua do

mar aleacutem de ter atenccedilatildeo redobrada com crianccedilas e idosos e natildeo levar animais agrave

praia

232 Balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha

A FATMA realiza anaacutelises que avaliam as condiccedilotildees de balneabilidade

em 154 praias dentre elas praia da Tapera e Ribeiratildeo da Ilha De outubro de 2009 a

fevereiro de 2010 a praia da Tapera segundo relatoacuterio divulgado pela FATMA

apresenta qualidade apropriada para banho (Tabela 1)

As anaacutelises a partir do mecircs de fevereiro ateacute a uacuteltima coleta analisada em

julho de 2010 mostraram uma quantidade superior a 800NMP Escherichia coli por

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 35: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

34

100 mililitros continuamente que alegou condiccedilatildeo improacutepria para banho (FATMA

2010) Em contrapartida no Ribeiratildeo da Ilha um dos principais destinos turiacutesticos de

Florianoacutepolis apenas duas amostras das vinte e cinco analisadas tiveram avaliaccedilatildeo

improacutepria para balneabilidade conforme a tabela 2 sendo uma no mecircs de janeiro e

outra no mecircs de maio

Tabela 1 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia da Tapera da Base

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente (FATMA) 2010

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 36: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

35

Tabela 2 Relatoacuterio de balneabilidade do litoral catarinense praia do Ribeiratildeo da Ilha

Fonte Laboratoacuterio da Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente 2010

Em geral esses problemas estatildeo ligados agrave ausecircncia de planejamento

urbano e agrave falta de aplicaccedilatildeo dos planejamentos existentes ocorrecircncias muito

comuns nos municiacutepios brasileiros que tecircm o seu crescimento ditado pelo mercado

imobiliaacuterio e por loteamentos clandestinos

A praia do Ribeiratildeo da Ilha conforme anaacutelises da FATMA (Figura 11)

apresenta condiccedilotildees adequadas para banhocontrapartida a praia da Tapera da

Base localizada tatildeo proacutexima eacute classificada como improacutepria Embora ainda natildeo seja

veratildeo a praia jaacute eacute bastante solicitada

No entanto o fato de a praia estar improacutepria natildeo significa que todas as

pessoas que se banharem no local iratildeo contrair alguma dessas doenccedilas Isso

depende das condiccedilotildees imunoloacutegicas de cada um e do tipo de exposiccedilatildeo de cada

um (Fica muito tempo na aacutegua mergulha a cabeccedila engole aacutegua) A impropriedade

significa que existe o risco de se contrair tais doenccedilas

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 37: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

36

Figura 11 Placa indicativa de balneabilidade nas praias do Ribeiratildeo da Ilha e Tapera da Base e recreaccedilatildeo Fonte A autora

233 Criteacuterios para avaliaccedilatildeo da balneabilidade

Procura-se relacionar a presenccedila de indicadores de poluiccedilatildeo fecal no

ambiente aquaacutetico e o risco potencial de se contrair doenccedilas infecciosas por meio de

sua utilizaccedilatildeo para recreaccedilatildeo Esses criteacuterios devem estar sempre associados ao

bem-estar agrave seguranccedila e agrave sauacutede da populaccedilatildeo (CETESB 2007)

Entende-se que analisar todos os microrganismos em aacutegua contaminada

associados agrave doenccedilas veiculadas pela aacutegua eacute inviaacutevel tanto em termos de tempo

quanto pelo alto custo envolvido Por essas razotildees eacute uma praacutetica comum monitorar

a presenccedila de bacteacuterias do tipo coliformes presentes em alta densidade nas fezes

humanas e animais cuja presenccedila em altas concentraccedilotildees no meio aquaacutetico indica

a existecircncia de contaminaccedilatildeo fecal e a possiacutevel presenccedila de patoacutegenos enteacutericos

(RICHTER AZEVEDO NETO 2003)

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 38: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

37

A pesquisa de balneabilidade eacute um trabalho realizado sistematicamente

pela FATMA desde 1976 seguindo as normas do CONAMA Eacute realizada a coleta de

amostras da aacutegua do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilocircmetros da costa

catarinense A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja

avaliado concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetiacuteveis de

poluiccedilatildeo os de maior fluxo de banhistas As coletas satildeo feitas mensalmente de

marccedilo a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro onde ocorre o pico da

temporada de veratildeo

Para obter um resultado de balneabilidade satildeo feitas cinco coletas

consecutivas uma a cada semana Ao fazer a sexta descarta-se a primeira ficando

novamente com cinco A coleta eacute feita sempre no mesmo local a aproximadamente

um metro de profundidade Aleacutem da coleta a Fatma tambeacutem acompanha as

condiccedilotildees climaacuteticas o vento a mareacute a temperatura e o pH da aacutegua Tais fatores

podem influenciar no resultado de balneabilidade (FATMA 2010)

O ponto eacute considerado improacuteprio para banho quando em 60 dos uacuteltimos

5 (cinco) resultados o volume de Escherichia coli (presente nas fezes de animais de

sangue quente incluindo o homem) - for superior a 800 NMP (Nuacutemero Mais

Provaacutevel) por 100 mililitros de aacutegua nas amostras coletadas ou quando na uacuteltima

amostragem o valor obtido for superior a 2000 NMP (Nuacutemero Mais Provaacutevel) por

100 mililitros de aacutegua Quando o resultado obtido eacute improacuteprio indica que haacute o risco

de contaminaccedilatildeo naquele local A FATMA eacute um oacutergatildeo puacuteblico e tem a

responsabilidade e a determinaccedilatildeo legal de divulgar que existe esse risco (FATMA)

234 Coliformes totais e termotolerantes

O grupo coliforme inclui todos os bacilos aeroacutebios e anaeroacutebios

facultativos gram-negativos natildeo-esporulados que produzem aacutecido e gaacutes a partir da

fermentaccedilatildeo da lactose quando incubados em 24-48h a 35 plusmn 05degC A claacutessica

espeacutecie desse grupo eacute a Escherichia coli (abrevia-se E coli)

Fazem parte do grupo coliformes o subgrupo coliformes termotolerantes

que tem como caracteriacutestica segundo a Resoluccedilatildeo nordm 274 do CONAMA continuar

fermentando a lactose com produccedilatildeo de aacutecido e gaacutes a 445 plusmn 05ordmC em 24 horas

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

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70

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 39: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

38

Estes pertencem a um conjunto de microrganismos que satildeo exclusivamente do trato

intestinal de animais de sangue quente (Alves1999) Por esse motivo

as bacteacuterias do grupo coliforme constituem o indicador de contaminaccedilatildeo fecal

mais utilizado em todo o mundo sendo empregadas como paracircmetro bacterioloacutegico

baacutesico na definiccedilatildeo de padrotildees para monitoramento da qualidade

das aacuteguas destinadas ao consumo humano bem como para a caracterizaccedilatildeo

e avaliaccedilatildeo da qualidade das aacuteguas em geral (CETESB 1998 apud PAZ et al

2010)

A literatura tradicional e legislaccedilotildees ambientais de vaacuterios estados e paiacuteses

podem fazer referecircncias ao termo coliforme fecais nesse contexto deve-se entender

implicitamente a terminologia mais apropriada de coliformes termotolerantes (VON

2005)

Os iacutendices de coliformes termotolerantes na aacutegua servem como

indicadores de qualidade quanto agraves condiccedilotildees de banho nas praias (CARVALHO et

ao 2003) No entanto as areias podem ser uma possiacutevel fonte de contaacutegio de

microorganismos patogecircnicos

24 AREIA DA PRAIA

Referente agrave areia de praia os estudos satildeo bem mais recentes do que os

relativos agrave balneabilidade de aacutegua de praia as dificuldades para estabelecer

padrotildees de qualidade sanitaacuteria de consenso entre os pesquisadores ainda satildeo muito

grandes Natildeo foi encontrada legislaccedilatildeo consolidada sobre a qualidade da areia de

praia que jaacute esteja em vigor em algum paiacutes As pesquisas e literaturas disponiacuteveis

satildeo bem menores do que as existentes para aacutegua de praia e apontam conclusotildees e

recomendaccedilotildees divergentes (BOUCAI 2005)

Eacute responsabilidade de a FATMA classificar as praias como proacuteprias ou

improacuteprias para banho o que eacute feito quinzenalmente no periacuteodo de baixa temporada

e semanalmente no periacuteodo de alta temporada Poreacutem essas condiccedilotildees soacute dizem

respeito ao mar natildeo levando em consideraccedilatildeo a qualidade da areia Pessoas em

suas atividades de lazer nas praias mantecircm um contato estreito com a areia que eacute

uma das principais fontes de contaminaccedilatildeo junto com a aacutegua e os animais que

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 40: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

39

dividem o mesmo espaccedilo As areias contaminadas podem transmitir a banhistas

inuacutemeras doenccedilas causadas por bacteacuterias fungos e outros parasitas A

contaminaccedilatildeo pode ocorrer pela ingestatildeo acidental ou em decorrecircncia do contato

com a pele De nada adianta a aacutegua da praia estar limpa se a areia natildeo estiver ou

vice-versa (COMLURB 2010) O risco de se contrair alguma doenccedila eacute o mesmo

nos dois casos Isso ocorre porque a legislaccedilatildeo natildeo estabelece paracircmetros para

esse fim Conforme o Ministeacuterio do Desenvolvimento pesquisas vecircm sendo

realizadas nessa aacuterea O Estado do Rio de Janeiro se antecipou agrave legislaccedilatildeo e para

fazer o controle da areia das praias juntamente com a Comlurb (Companhia

Municipal de Limpeza Urbana-RJ) atraveacutes da IGP (Gerecircncia de Pesquisas

Aplicadas) realiza o projeto de anaacutelise da areia Em parceria com a Secretaria

Municipal de Meio Ambiente bioacutelogos da companhia visitam quinzenalmente 34

pontos em diferentes praias para conhecer a qualidade sanitaacuteria das areias

envolvidas nas operaccedilotildees

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 41: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

40

3 METODOLOGIA

31 AMOSTRAGEM

Foram coletadas amostras de aacutegua e areia na praia da Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha no periacuteodo de outubro de 2009 a setembro de 2010 conforme

condiccedilotildees climaacuteticas entre os horaacuterios de 7h40 e 14h Totalizando 8 (oito) coletas

no mesmo ponto durante todo o periacuteodo Os pontos de coleta de aacutegua para avaliar a

balneabilidade foram determinados considerando a maior concentraccedilatildeo de banhistas

no local Da mesma forma foram selecionados os pontos para avaliar a qualidade

da areia seca uacutemida e molhada Para avaliar a qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras os pontos eleitos foram os mais proacuteximos da margem onde se acredita ter

menor circulaccedilatildeo de aacutegua e pode ocorrer a presenccedila de banhistas

Para as amostragens de aacutegua foram escolhidos dois pontos para cada

praia Na praia do Ribeiratildeo da Ilha o primeiro ponto encontra-se a um metro de

profundidade e aproximadamente um metro da margem da praia o segundo na

aacuterea de cultivo de ostras Para a praia da Tapera da mesma forma foram

escolhidos e georeferenciados o ponto da margem proacuteximo agrave praia e a aacuterea de

cultivo mais proacutexima aos banhistas

Para a coleta no cultivo de ostras utilizou-se barco ou balsa de

pescadores da regiatildeo sendo a embarcaccedilatildeo escolhida conforme a disponibilidade ou

condiccedilotildees do mar A coleta da areia foi realizada em trecircs zonas distintas zona de

areia seca ou zona de ldquotoalhardquo- eacute uma amostra composta de trecircs pontos proacuteximos na

linha da zona seca a segunda eacute a zona de areia uacutemida - amostra composta de trecircs

pontos proacuteximos na linha da zona uacutemida e a terceira de areia molhada amostra

composta tambeacutem de trecircs pontos proacuteximos da linha da zona molhada

Todos os pontos da aacuterea em estudo foram georeferenciados atraveacutes de

posicionamento por sateacutelites (Global Position System ndash GPS) utilizando um

aparelho GPSmap 76CSx marca Garmin com datum de mapa WGS84 e formato da

posiccedilatildeo hddd mmrsquosssrdquo

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 42: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

41

As coordenadas geograacuteficas dos pontos escolhidos foram identificadas da

seguinte forma

Praia da Tapera da Base

Aacutegua da Margem 108 (27deg412008S 48deg34035O)

Aacutegua do Cultivo de Ostras 115 (27deg41255S 48deg34047O)

Areia Seca - AS 112 (27deg412005S 48deg34033O)

Areia Uacutemida- AU 109 (27deg412007S 48deg34034O)

Areia Molhada- AM 111 (27deg412007S 48deg34035O)

Praia do Ribeiratildeo da Ilha

Aacutegua da Margem 116 (27deg43rsquo089rdquoS 048deg33rsquo486rdquo W)

Aacutegua do Cultivo 081 (27deg42rsquo552rdquo S 048deg33rsquo486rdquo W)

Areia Seca - AS091 (27deg43rsquo096rdquoS 048deg33rsquo516rdquoW)

Areia Uacutemida - AU092 (27deg43rsquo091rdquoS 048deg33rsquo518rdquoW)

Areia Molhada AM 093 (27deg43rsquo088rdquoS 048deg33rsquo519rdquoW)

Como mostram os pontos marcados em amarelo na figura 12

Figura 12 Pontos de Coleta areia seca uacutemida e molhada aacutegua da margem e do cultivo nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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42

311 Procedimentos de coleta das amostras liacutequidas

Os procedimentos de coleta seguiram a metodologia estabelecida pelo

laboratoacuterio de Engenharia Ambiental (LEA) da Unisul conforme descrito abaixo

I Para as mostras liquidas foram coletados 100mL de aacutegua agrave distacircncia

aproximada de 1(um) metro da margem e 100mL de aacutegua no cultivo de molusco

(Figura 13)

Figura 13 Coleta de aacutegua na margem e no cultivo das praias em estudo Foto A autora 2010

II Amostras foram coletadas em frascos previamente esterilizados em

autoclave a 121ordmC por 15 minutos A tampa foi protegida por papel tipo Kraft

e amarrada com barbante

III As amostras foram devidamente identificadas quanto ao local (margem ou

cultivo) hora data e nome do amostrador

IV Registrou-se igualmente a temperatura da aacutegua e as condiccedilotildees climaacuteticas

V As amostras foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o laboratoacuterio de

microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da UNISUL logo apoacutes a

coleta As anaacutelises microbioloacutegicas e fiacutesico-quiacutemicas foram realizadas em ateacute

no maacuteximo 2 horas

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

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70

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 44: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

43

312 Procedimentos de coleta das amostras ndash areia da praia

I Para anaacutelise de areia da praia foi coletado com auxiacutelio de um cadinho esteacuteril

aproximadamente 100 gramas de areia em profundidade de cinco a quinze

centiacutemetros (Figura 14)

II Foram coletadas separadamente areia seca ndash AS (064) uacutemida ndash AU (065) e

molhada AM (066) A amostra de areia seca foi composta retirando a areia

seca de trecircs pontos proacuteximos o mesmo procedimento foi realizado para a

areia uacutemida e molhada conforme figura 14

Figura 14 Coleta de areia seca uacutemida e molhada na praia Fonte A autora 2010

III As amostras foram devidamente armazenadas em beacutequeres plaacutesticos

previamente esterilizados em autoclave a 121ordmC por 30 minutos Os beacutequeres

foram protegidos com papel tipo Kraft e amarradas com barbante

IV As amostras foram identificadas indicando o tipo (seca uacutemida ou molhada) e

os pontos de coleta

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

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69

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70

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 45: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

44

V As amostras de areia foram transportadas em caixas isoteacutermicas para o

laboratoacuterio de microbiologia do curso de Engenharia Ambiental da Unisul

logo apoacutes a coleta As anaacutelises foram realizadas em ateacute no maacuteximo 2 horas

32 ENSAIOS MICROBIOLOacuteGICOS

A metodologia usada para a contagem de coliformes totais (35ordmC) e

termotolerantes (45ordmC) foi de acordo com a metodologia oficial do STANDARD

METHODS FOR THE WATERWASTE ndash APHA2AWWAWEF 20st Edition

(APHA1998) usando a teacutecnica do nuacutemero mais provaacutevel NMP de tubos muacuteltiplos

conforme procedimento estabelecido no laboratoacuterio de microbiologia da Unisul

321 Coliformes totais e coliformes termotolerantes nas amostras de aacutegua

A anaacutelise microbioloacutegica de acordo com a metodologia oficial foi

realizada em duas etapas presuntiva e confirmativa

3211 Teste presuntivo

Para o teste foi utilizada a teacutecnica de tubos muacuteltiplos com uma seacuterie de 5

tubos contendo meio de cultura LST (caldo Lauril Sulfato Triptose) em concentraccedilatildeo

dupla(LST2X) e tubos para coleta de gaacutes (Durhan) seguida de duas seacuteries de 5

tubos de LST em concentraccedilatildeo simples com soluccedilatildeo salina 085 Em cada seacuterie

dos 5 tubos foram adicionados 10 1 e 01 mL da amostra de aacutegua tanto para a

aacutegua da margem (balneabilidade) como para a aacutegua de cultivo Desta forma foram

2 American Public Health Association1

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 46: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

45

obtidas as diluiccedilotildees 10 1 10-1 respectivamente Os tubos de LST foram incubados a

35degC ( 1degC) por 48 horas

Quando no final de 2448 horas ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes dentro do

tubo de Durhan significa que o teste presuntivo foi positivo Neste caso foi realizado

o teste confirmativo Se natildeo ocorreu a formaccedilatildeo de gaacutes durante o periacuteodo de

incubaccedilatildeo o exame terminou nesta fase e o resultado do teste eacute considerado

negativo (FUNASA 2010)

3212 Teste confirmativo para coliformes totais e termotolerantes

Os tubos do teste presuntivo que deram positivos (formaram gaacutes) nas 3

diluiccedilotildees 11 110 e 1100 foram repicados nos tubos correspondentes contendo

o meio de (BVB) cultura verde brilhante bile a 2 simultaneamente com a alccedila de

platina 100 L previamente flambada e fria retirou-se de cada tubo positivo uma

porccedilatildeo de amostra e inoculou-se no tubo correspondente contendo Caldo

Escherichia coli(EC) Apoacutes identificar os tubos os mesmos foram incubados durante

2448 horas a 35 plusmn 05ordmC se no final do periacuteodo de 2448 horas formou gaacutes dentro

do tubo de Durhan o teste eacute considerado positivo Caso natildeo haja formaccedilatildeo de

gaacutes o teste eacute considerado negativo Pode-se observar detalhadamente no

fluxograma apresentado na figura 15

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 47: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

46

TUBOS MUacuteLTIPLOS - COLIFORMES TERMOTOLERANTES

Figura15 procedimento adotado teste de coliformes totais e termotolerantes Fonte FUNASA com adaptaccedilotildees

Amostra

Caldo lactosado (com tubos de

Durham) cinco tubos de 10mL

Inoculaccedilatildeo de 10mL 1mL e 10 -1

mL

Incubaccedilatildeo por 24 plusmn 2h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e ou

produccedilatildeo de gaacutes (nos tubos de

Durham)

Resultado (-)

descartar tubos Resultado (+)

Caldo lactosado verde

brilhante biacutelis a 2

48 plusmn 3h a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-) Reincubar por mais 24 plusmn 2h

a 35 plusmn 05ordmC

Resultado (-)

descartar tubos

Resultado (+) Turvaccedilatildeo e produccedilatildeo

ou natildeo de gaacutes (nos tubos de Durham)

Presenccedila de Coliformes Totais

EC- por 24 plusmn 2h445 plusmn 02ordmC

Resultado(+) Turvaccedilatildeo e

produccedilatildeo ou natildeo de gaacutes (nos

tubos de Durham) Presenccedila de

Coliformes Termotolerantes

Inocular 1 alccedila (01mL) de

cada tubo positivo nos tubos

correspondentes

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 48: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

47

33 COLIFORMES TOTAIS E COLIFORMES TERMOTOLERANTES NAS

AMOSTRAS DE AREIA DE PRAIA

Para as amostras de areia pesou-se 50g em condiccedilotildees asseacutepticas num

Erlenmeyer adicionou-se 450 mL de aacutegua peptonada 01 em soluccedilatildeo salina

085 Em seguida foi agitado vigorosamente por 50 vezes num raio de 30 cm

alternando esporadicamente a direccedilatildeo de rotaccedilatildeo (Figura 16)

Figura 16 Preparo das amostras de areia Fonte A autora 2010

Os ensaios de coliformes a 35degC e a 45degC foram realizados a partir

diluiccedilotildees 10-0 10-1 10-2 seguindo a mesma metodologia (teste presuntivo e

confirmativo) utilizada para a aacutegua do mar Todos os procedimentos foram

realizados na cacircmara de fluxo laminar

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 49: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

48

34 PARAcircMETROS FIacuteSICO-QUIacuteMICOS DA AacuteGUA DO MAR

Os paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos temperatura e pH na margem e no cultivo

de ostras foram determinados no momento da coleta Para a determinaccedilatildeo da

temperatura utilizou-se termocircmetro de mercuacuterio jaacute o pH foi obtido utilizando o

medidor digital portaacutetil de pH

A salinidade das amostras de aacutegua de cultivo e na margem foram

imediatamente realizadas ao chegar no LEA (Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental

da Unisul) Para as analises de pH condutividade e salinidade foi utilizado

multiacutemetro Mettler Toledo seven go duo SG23

35 CONDICcedilOtildeES METEREOLOacuteGICAS

Os dados metereoloacutegicos (chuva e vento) foram observados no momento

e nas uacuteltimas 24 horas antecedentes a coleta

36 ANAacuteLISE ESTATIacuteSTICA

Para fins estatiacutesticos o caacutelculo da meacutedia geomeacutetrica e do percentil

exigidos na resoluccedilatildeo Nordm35705 do CONAMA foi utilizado o programa Microsoft

Excel

Para melhor clareza os pontos foram divididos em aacutegua da margem e

aacutegua do cultivo areia seca uacutemida e molhada para dessa forma realizar as

comparaccedilotildees mais relevantes possibilitando analisar e discutir os resultados

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 50: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

49

4 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

41 ANAacuteLISES MICROBIOLOacuteGICAS

Considerando o proeminente nuacutemero de restaurantes existentes na praia

do Ribeiratildeo da Ilha a geraccedilatildeo de empregos proporcionada por essa atividade e a

receita gerada para o municiacutepio ciente que tal movimentaccedilatildeo turiacutestica esta atrelada

ao cultivo de moluscos produzidos na regiatildeo concomitantemente encontra-se a

praia da Tapera da Base frequentada por uma infinidade de banhistas na

temporada de veratildeo e bastante solicitada em outras estaccedilotildees como aacuterea de lazer

Devido a esses inuacutemeros atributos referentes agraves duas praias realizou-se a anaacutelise

microbioloacutegica de coliforme conforme a metodologia descrita no STANDARD

METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp WASTEWATER ndash

APHAAWWAWEF (APHA1998) A anaacutelise foi feita em dois pontos de aacutegua sendo

o primeiro deles situado na margem a um metro de profundidade e o outro proacuteximo

as lanternas de cultivo de ostras Todas as coletas contaram com o auxiacutelio dos

pescadores locais que se mostraram muito prestativos e interessados nos resultados

a serem obtidos

Buscando averiguar a balneabilidade das praias Tapera da Base e

Ribeiratildeo da Ilha coletaram-se oito amostras da aacutegua na margem durante o periacuteodo

de outubro de 2009 a setembro de 2010

411 Anaacutelise microbioloacutegica da aacutegua para balneabilidade praia Tapera da Base

As contagens de coliformes totais na praia da Tapera variaram de 45 a

gt1600 NMP100mL conforme a tabela nordm3 Os coliformes totais mesmo natildeo sendo

utilizados na resoluccedilatildeo do CONAMA como indicadores bioloacutegicos para

balneabilidade por natildeo estarem presentes em sua totalidade no trato intestinal de

animais homeotermos satildeo paracircmetros importantes a ser levados em consideraccedilatildeo

como um comparativo agrave Escheria Coli (MARIANO2008 et al)

50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

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70

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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50

Os termotolerantes ficaram entre lt18 e gt1600mL Destas coletas as de

nuacutemero 1234 e 6 apresentaram valores inferiores a 250 o que caracteriza

segundo a resoluccedilatildeo 2742000 que a qualidade da aacutegua estaacute excelente Uma

amostra apresentou valor inferior a 500 o que classifica a qualidade da aacutegua

conforme as normas como muito boa e uma apresentou valor superior a 1600

classificando assim a aacutegua como improacutepria

Considerando a resoluccedilatildeo do CONAMA que distingue a aacutegua salina

proacutepria para balneabilidade quando em um grupo de cinco amostras coletadas no

mesmo local 80 apresentar valor inferior a 1600 NMP100mL Nestas condiccedilotildees a

praia encontra-se em situaccedilatildeo adequada para balneabilidade e recreaccedilotildees de

contato primaacuterio A este comentaacuterio cabe lembrar que isoladamente os resultados

natildeo caracterizam a qualidade da aacutegua

Tabela 3 - Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia da Tapera da Base para verificar a balneabilidade

Coleta Data

Coliformes Totais NMP100mL

Coliformes Termotolerantes NMP100mL Condiccedilatildeo

1 111009 78 lt18 Proacutepria

2 291009 49 22 Proacutepria

3 031209 47 41 Proacutepria

4 180110 49 40 Proacutepria

5 020310 gt1600 gt1600 Improacutepria

6 190410 45 2 Proacutepria 7 100810 1600 540 Proacutepria 8 23810 430 38 Proacutepria

Fonte A autora 20092010

412 Aacutegua para balneabilidade praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados de coliformes totais entre outubro de 2009 e agosto de

2010 variaram entre 2 a 430100 mL jaacute os termotolerantes variaram entre 18 e

79100 mL De acordo com resultados obtidos seis das oito amostras coletadas

apresentaram valor inferior a 250 NMP100mL (Tabela 4) Tendo em vista que aacuteguas

salinas destinadas agrave balneabilidade encontram-se em condiccedilotildees aceitaacuteveis quando

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 52: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

51

80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas em cada uma das cinco semanas

anteriores colhidas no mesmo local obtiverem valor inferior a 1000NMPcoliformes

fecais (termotolerantes) a praia esta em condiccedilotildees ideais para banho

Tabela 4- Contagem de coliformes totais e coliformes termotolerantes nas aacuteguas da margem da praia do Ribeiratildeo da Ilha para verificar a balneabilidade

nordm

coleta Data Coliformes Totais

NMP100mL

Coliformes Termotolerantes

NMP100mL Condiccedilatildeo

1 291009 49 22 Proacuteprio

2 151209 79 79 Proacuteprio

3 260110 240 240 Proacuteprio

4 170310 lt18 lt18 Proacuteprio

5 010510 14 45 Proacuteprio 6 160810 130 33 Proacuteprio 7 310810 330 280 Proacuteprio 8 110910 920 540 Proacuteprio

Fonte A autora 20092010

4121 Comparaccedilatildeo entre a balneabilidade da praia da Tapera da Base e Ribeiratildeo

da Ilha

Ao compararmos a qualidade das praias em estudo (tabela 3 e 4) temos

nas coletas 123 e 6 embora valores muito proacuteximos maior nuacutemero de coliformes

na praia do Ribeiratildeo No entanto nas amostras 5 eacute significativamente superior na

praia da Tapera (Figura 17)

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

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70

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 53: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

52

Figura 17 Comparaccedilatildeo da balneabilidade entre as praias da Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte Autora 2010

4122 Anaacutelise da aacutegua de cultivo de ostras na praia Tapera da Base

De acordo com a Resoluccedilatildeo do CONAMA nordm357 (Brasil 2005) os

criteacuterios bacterioloacutegicos para a determinaccedilatildeo da qualidade da aacutegua no cultivo de

ostras estabelecem que a meacutedia geomeacutetrica natildeo deveraacute exceder 43 coliformes

termotolerantes num conjunto de 15 amostras e percentil deveraacute ser inferior a 88

coliformes

Dessa forma os resultados referentes agraves populaccedilotildees de coliformes satildeo

apresentados na Tabela 5 Atraveacutes desses valores eacute possiacutevel constatar que a meacutedia

geomeacutetrica apresentou valor igual a 1751 e o percentil 90 apresentou valor

217coliformes A praia apresenta-se segundo anaacutelises comprometidas pelo fato

apresentar um valor superior ao estipulado pela norma No entanto para afirmar que

o local natildeo estaacute adequado para o cultivo de moluscos bivalves destinados agrave

alimentaccedilatildeo humana eacute necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica de no miacutenimo 15

amostras coletadas no mesmo local Posteriormente esses iacutendices deveratildeo ser

mantidos em monitoramento anual com um miacutenimo de cinco amostras

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Temotolerantes Tapera da Base

Termotolerantes Ribeiratildeo da Ilha

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 54: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

53

Tabela 5 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia da Tapera

nordm coleta Data Coliformes totais

NMP100mL)

Coliformes termotolerantes NMP100mL)

1 111009 2 lt18

2 291009 93 68

3 31209 49 33

4 18110 68 78

5 2310 33 33

6 19410 61 2

7 10810 130 79

8 23810 gt1600 540

meacutedia geomeacutetrica 1751

percentil 90 217

Fonte A autora 20092010

Figura 18 Comparaccedilatildeo Coliformes totais e termotolerantes na praia da Tapera da Base Fonte A autora

O fato de a coleta nuacutemero oito apresentar valor tatildeo elevado se comparado

com as demais pode ser justificado por fatores ambientais No dia em que o

material foi colhido a praia encontrava-se mais seca do que o normal Inclusive com

dificuldade dos pescadores para colocar o barco na aacutegua Completando o

preacircmbulo pode-se afirmar que esse fator natildeo eacute comumente observado na regiatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

MNP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 55: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

54

413 Anaacutelise da Aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados mostraram nas coletas nuacutemero 37 e 8 contagens acima

do valor preconizado pela legislaccedilatildeo brasileira (CONAMA nordm3572005) A meacutedia

geomeacutetrica neste ponto ateacute o presente momento para coliformes termotolerantes eacute

de 1521 e o percentil 90 foi calculado em 130 coliformes Sabendo-se que a

legislaccedilatildeo permite em media 43 coliformes termotolerantes em 100mL os valores obtidos

demonstram que a aacutegua estaacute de acordo com a legislaccedilatildeo Entretanto ainda

segundo essa resoluccedilatildeo para esses paracircmetros se tornarem representativos eacute

necessaacuterio realizar a meacutedia geomeacutetrica da densidade de no miacutenimo 15 amostras e

o percentil 90 natildeo deveraacute ultrapassar 88 coliformes termotolerantes por 100

mililitros (Tabela 6)

Tabela 6 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na aacutegua de cultivo de ostras na praia Ribeiratildeo da Ilha

nordm coleta Data Coliformes totais

(NMP100mL) Coliformes termotolerantes

(NMP100mL)

1100 291009 93 68

2100 151209 45 2

3100 26110 350 84

4100 17310 lt18 lt18

5100 1510 17 11

6100 16810 43 11

7100 31810 1600 240

8100 11910 gt1600 48

Meacutedia geomeacutetrica 1521

Percentil 90 130 Fonte A autora

Pode-se observar na figura 19 que a coleta 3 apresentou aumento do

nuacutemero de coliformes presentes na aacutegua de cultivo seguidas pelas coletas 7 e 8

que apresentaram valores limitantes na qualidade da aacutegua inclusive para

balneabilidade No dia 26 de janeiro de 2009 quando foi colhida a amostra nuacutemero 3

para anaacutelise na praia encontrava-se muito lixo e fezes de animais na areia O

mesmo ocorreu no dia 11 de setembro quando foi realizada a coleta nuacutemero 7 Para

esse comentaacuterio eacute necessaacuterio esclarecer que esses foram acontecimentos isolados

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 56: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

55

Normalmente a praia encontra-se asseada e agradaacutevel Eacute importante saber que no

dia 11 de setembro quando se coletou a amostra de nuacutemero 8 a praia estava limpa

poreacutem o dia encontrava-se nublado e o mar muito agitado e escuro

Embora a FATMA afirme que fatores ambientais possam influenciar nos

resultados obtidos teacutecnicos da EPAGRI garantem que os dados existentes ainda

satildeo insuficientes para embasar qualquer afirmaccedilatildeo

Figura 19 Comparaccedilatildeo entre coliformes totais e termotolerantes em aacutegua de cultivo de ostras na praia do Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

4131 Comparaccedilatildeo entre a aacutegua do cultivo de ostra da praia Tapera da Base e a praia do Ribeiratildeo da Ilha

Conforme os dados de coliformes termotolerantes na aacuterea de cultivo da

praia da Tapera da Base comparados com os dados obtidos na aacuterea de cultivo do

Ribeiratildeo da Ilha apresentados na figura 20 os valores enumerados foram

semelhantes em 50 das anaacutelises Nas amostras 245 e 8 a praia da Tapera

apresentou valores superiores ao Ribeiratildeo da Ilha

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes totais

Coliformes termotolerantes

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

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70

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71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 57: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

56

Figura 20 Comparaccedilatildeo entre coliformes termotolerantes nas praias Tapera da Base e Ribeiratildeo da Ilha Fonte A autora

42 ANAacuteLISE MICROBIOLOacuteGICA EM AREIA DE PRAIA

A resoluccedilatildeo do CONAMA 2742000 no Art8ordm ldquorecomenda aos oacutergatildeos

ambientais a avaliaccedilatildeo das condiccedilotildees parasitoloacutegicas e microbioloacutegicas da areia

para futuras padronizaccedilotildeesrdquo como natildeo satildeo disponiacuteveis padrotildees ou valores limites

estabelecidos pela legislaccedilatildeo brasileira para areias adotamos a metodologia

descrita no STANDARD METHODS FOR THE EXAMINATION OF WATER amp

WASTEWATER ndash APHAAWWAWEF (APHA1998) aceitos para a balneabilidade

421 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia da

Tapera da Base

As condiccedilotildees sanitaacuterias das praias satildeo analisadas conforme a avaliaccedilatildeo

bacterioloacutegica da aacutegua com base nas normas do CONAMA 2742000 (Brasil) Os

resultados de coliformes totais e termotolerantes estatildeo representados na tabela 7

0

100

200

300

400

500

600

1 2 3 4 5 6 7 8

Coliformes Termotolerantes na praia da Tapera da Base

Coliformes termotolerantes na Praia do Ribeiratildeo

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 58: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

57

Os valores encontrados para coliformes totais em areia seca variaram

entre 14 e 1600 NM100mL e os termotolerantes variaram de 43 a superior a 1600

Para saber o valor maacuteximo exato seria necessaacuterio fazer mais diluiccedilotildees

Para areia uacutemida foram observados valores de coliformes totais entre 17 a maior

que 1600mLNMP100mL e os termotolerantes variaram entre inferior a 18 a 140

NMP100mL

Em areia uacutemida obteve-se valores de 33 a superior a 1600 para

coliformes totais e 92 a 280mLNMP100mL para coliformes termotolerantes (Tabela

7)

Tabela 7 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia da Tapera da Base

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

C totais C term C totais C term C totais C term

111009 1 49 49 240 78 240 92

291009 2 350 350 430 94 46 13

031209 3 1600 240 31 78 43 280

180110 4 gt1600 gt1600 gt1600 47 920 23

020310 5 gt1600 1600 540 140 49 68

190410 6 46 33 13 78 350 27

100810 7 920 94 920 33 gt1600 27

23810 8 14 45 17 lt18 33 25

Fonte A autora 2010

A detecccedilatildeo e quantificaccedilatildeo de organismos indicadores da patogenicidade

satildeo muito importantes para verificar a qualidade sanitaacuteria desses locais As areias

de praia quando satildeo expostas a fezes e urina de animais lixo e outros materiais

poluentes podem levar a proliferaccedilatildeo de bacteacuterias fungos bem como parasitas

patogecircnicos

Na figura 22 pode-se observar mais claramente que os valores de

coliformes totais e termotolerantes exceto as amostras 3 e 7 encontrados em areia

seca se apresentaram proacuteximos um aos outros o mesmo pode ser observado em

areia molhada figura 23 Em contrapartida a areia uacutemida apresentou em 75 das

amostragens de coliformes totais valores significativamente superiores aos

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 59: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

58

termotolerantes O que indica a presenccedila elevada de coliformes na amostra no

entanto somente 25 podem apresentar risco agrave sauacutede (Figura 21)

Figura 21 Contagem de coliformes totais na areia seca da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Figura 22 Contagem de coliformes totais na areia uacutemida da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte A autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coleta

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

69

Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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59

Figura 23 Contagem de coliformes totais na areia molhada da praia Tapera da Base durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

Ao compararmos o presente trabalho com outro realizado na mesma

localidade e nas mesmas condiccedilotildees no ano de 2007 constatou-se que as areias

secas e uacutemidas apresentaram aumento significativo no nuacutemero coliformes

termotolerantes Jaacute os valores apreciados na areia molhada mantiveram-se similares

nas duas pesquisas (NUNES 2007)

422 Anaacutelise microbioloacutegica da areia seca uacutemida e molhada na praia do

Ribeiratildeo da Ilha

Os resultados encontrados para as contagens do nuacutemero mais provaacutevel

de coliformes totais e termotolerantes (MNP100mL) na areia seca uacutemida e molhada

das amostras da praia do Ribeiratildeo da Ilha satildeo apresentados na Tabela 8 De acordo

com os resultados obtidos para contagem de coliformes totais duas amostras

correspondendo a 25 do total apresentaram mais que 1600100mL Valores acima

do maacuteximo estabelecido pela resoluccedilatildeo do CONAMA 2742005 referente agrave

balneabilidade

Nos valores observados para os coliformes termotolerantes somente a

amostra nuacutemero 5 excedeu o valor maacuteximo permitido pela legislaccedilatildeo

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Coliformes Totais

Coliformes termotolerante

60

Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

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REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

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CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

68

Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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Nenhuma das amostras analisadas de areia uacutemida ou molhada da praia

do Ribeiratildeo apresentou valores criacuteticos de contaminaccedilatildeo por coliformes Segundo a

resoluccedilatildeo adotada para a anaacutelise a areia encontra-se na categoria excelente pois

100 dos resultados apresentaram valores inferiores a 250 coliformes

termotolerantes

Na tabela 8 eacute possiacutevel verificar que a areia seca da praia do Ribeiratildeo da

Ilha conforme amostras analisadas se mostrou mais contaminada do que as

demais A areia que apresenta menor iacutendice de contaminaccedilatildeo de acordo com a

tabela 8 eacute a areia molhada Podendo ser melhor visualizada na figura 24

Tabela 8 ndash Contagem de coliformes totais e termotolerantes na areia seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha

Data nordm

coleta

Areia Seca Areia Uacutemida Areia Molhada

Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes Totais Termotolerantes

111009 1 gt1600 350 240 lt18 46 68 291009 2 240 240 170 21 23 23 031209 3 33 45 350 170 33 33 180110 4 540 540 33 33 79 33 020310 5 gt1600 1600 79 14 78 2 190410 6 920 540 79 14 78 2 100810 7 45 18 78 78 23 23 230810 8 45 18 240 33 149 17

Figura 24 Comparaccedilatildeo de coliformes termotolerantes encontrados nas areias seca uacutemida e molhada da praia do Ribeiratildeo da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010 Fonte Autora 2010

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

1600

1800

1 2 3 4 5 6 7 8

NMP100mL

Coletas

Seca

Umida

Molhada

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

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condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

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REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

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CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

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SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 62: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

61

43 ANAacuteLISE FIacuteSICO-QUIacuteMICA NA AacuteGUA DA MARGEM E NO CULTIVO DE

MOLUSCOS NA PRAIA DA TAPERA DA BASE E RIBEIRAtildeO DA ILHA

431 Temperatura

Para averiguar a qualidade da aacutegua de balneabilidade e cultivo de ostras

conforme os paracircmetros estabelecidos pelo CONAMA 27400 (BRASIL 2000)

mediu-se a temperatura da aacutegua e do ar As coletas foram efetuadas procurando

contemplar as quatro estaccedilotildees do ano e consequentemente variadas temperaturas

Sendo que a miacutenima temperatura registrada no ar foi de 145ordmC e a maacutexima foi de

285ordmC A aacutegua da margem apresentou a temperatura maacutexima de 27 ordmC e miacutenima

145ordmC Na aacutegua do cultivo registrou-se 245ordm C maacutexima e miacutenima 145ordmC A praia do

Ribeiratildeo da Ilha registrou temperaturas entre 28ordmC e 16 na margem e 275 e 15ordmC na

aacutegua de cultivo de ostras Anexo 1 e 2

432 Cloretos

A salinidade da aacutegua foi avaliada atraveacutes de salinometro disponiacutevel no

Laboratoacuterio de Engenharia Ambiental da Unisul Na praia da Tapera da Base os

valores de cloretos variaram na aacutegua da margem entre 31500 e 368600 na aacutegua do

cultivo a salinidade apresentou valores entre 31300 e 35300

Ramos 2007 encontrou valores de salinidade que variaram entre 2400 e

3700 para a regiatildeo estudada mostrando valores muito proacuteximos aos valores

encontrados neste estudo Anexo 1e 2

De acordo com a resoluccedilatildeo do CONAMA nordm 274 de 29 de novembro de

2000 as aacuteguas satildeo consideradas salinas quando apresentam salinidade acima de

3000 Salinidade abaixo desse valor a aacutegua eacute classificada como salobra

62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

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CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

70

SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

71

APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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62

433 Potencial Hidrogeniocircnico ndash pH

A amplitude de pH foi registrada consecutivamente entre maacuteximas e

miacutenimas A praia da Tapera apresentou na margem valores entre 748 e 829 e no

cultivo 721 e 841 O Ribeiratildeo da Ilha apresentou na margem valor maacuteximo de 813

e miacutenimo de 792 no cultivo de ostras o valor ficou entre 80 e 817 Estes valores

estatildeo de acordo com os valores estabelecidos na legislaccedilatildeo vigente resoluccedilatildeo

CONAMA nordm 357 de 17 de marccedilo de 2005 (BRASIL 2000) para aacuteguas salinas

classe I as quais devem apresentar pH entre 65 e 85

No trabalho de Cuacutetis et al 2003 foi encontrado na baiacutea Sul em Florianoacutepolis pH

em torno de 8 Mostrando valores proacuteximos aos registrados na presente pesquisa

Anexo 1 e 2

434 Condiccedilotildees Metereoloacutegicas

As coletas foram realizadas na presenccedila dos ventos Nordeste Sudeste

Sul e Noroeste e tambeacutem em dias de calmaria como os pescadores chamam os dias

sem vento Anexo 1 e 2

Natildeo foi encontrada relaccedilatildeo entre os ventos e os valores obtidos nas anaacutelises de

coliformes mesmo se comparadas com anaacutelises realizadas pela FATMA no mesmo

periacuteodo

63

5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

67

DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

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SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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5 CONCLUSAtildeO

O presente trabalho averiguou as condiccedilotildees de balneabilidade e a

qualidade da aacutegua para cultivo de ostras na praia da Tapera da Base e no Ribeiratildeo

da Ilha durante o periacuteodo de outubro de 2009 a agosto de 2010

Adotou-se a nomenclatura coliforme totais e termotolerantes definida

pela resoluccedilatildeo CONAMA 3572005

De acordo com a Resoluccedilatildeo 2742000 do CONAMA a aacutegua da praia eacute

proacutepria para o banho quando em 80 ou mais de um conjunto de amostras obtidas

em cada uma das cinco semanas anteriores colhidas no mesmo local houver no

maacuteximo 1000 coliformes termotolerantes Nas amostragens realizadas na praia da

Tapera da Base os resultados obtidos apresentaram valores inferiores aos

estabelecidos por esta resoluccedilatildeo classificando a praia adequada para

balneabilidade

Com relaccedilatildeo agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha observa-se a maior quantidade de

coliformes totais na amostra 8 sendo inferior ao limite maacuteximo permitido assim

como o valor de termotolerantes detectado na mesma amostra Como os valores

obtidos situam-se abaixo do limite maacuteximo estabelecido a praia analisada possui

classificaccedilatildeo proacutepria para balneabilidade

Da anaacutelise dos paracircmetros estudados para averiguar a qualidade da aacutegua

utilizada no cultivo de ostras na praia da Tapera verificou-se que as amostras 7 e 8

apresentaram resultados bastante elevados Ainda assim obteve-se a meacutedia

geomeacutetrica de 17518 coliformes termotolerantes valor inferior aos 43 NMP100mL

estabelecidos na norma O resultado do percentil calculado via Excel foi

217coliformes termotolerantes O valor apresentado encontra-se superior aos

88100mL coliformes estabelecidos nesta resoluccedilatildeo De acordo com valores

obtidos a aacutegua encontra-se improacutepria para o cultivo de moluscos No entanto nada

podemos afirmar pois a norma estabelece no miacutenimo 15 amostragens para que o

resultado seja aceito

A praia do Ribeiratildeo da Ilha apresentou meacutedia geomeacutetrica da densidade de

coliformes termotolerantes equivalente a 1521100 e percentil 90 igual a 1308

coliformes termotolerantes por 100 mL Conforme a legislaccedilatildeo em vigor estando um

dos valores fora dos paracircmetros estabelecidos a qualidade da aacutegua apresentaraacute

64

condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

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REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

66

CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

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SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

Page 65: UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA JANAÍNA … · 11 universidade do sul de santa catarina janaÍna gonzaga nunes avaliaÇÃo microbiolÓgica da areia e da Água do mar na praia

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condiccedilotildees improacuteprias para a produccedilatildeo de moluscos Sendo assim a aacutegua analisada

natildeo se encontra em conformidade com a legislaccedilatildeo Cabe lembrar que a legislaccedilatildeo

exige um conjunto de 15 amostragens para que o mesmo seja fidedigno

Referente agraves amostras de areia analisadas (seca uacutemida e molhada) a

que maior apresentou nuacutemero de coliformes termotolerantes foi a seca Tanto para a

praia da Tapera da Base quanto agrave praia do Ribeiratildeo da Ilha

A temperatura e pH estatildeo dentro dos padrotildees estabelecidos pela

legislaccedilatildeo vigente

A salinidade meacutedia da margem foi levemente inferior (33permil) agrave do cultivo

(33permil) e estatildeo classificadas como aacuteguas salinas conforme a Resoluccedilatildeo nordm274 de

29 de novembro de 2000 do CONAMA

Foi constatada a necessidade de uma legislaccedilatildeo em niacutevel nacional para

monitorar a areia destinada agrave recreaccedilatildeo

51 SUGESTOtildeES

Dar continuidade ao trabalho uma vez que o tempo disponiacutevel e as

condiccedilotildees climaacuteticas natildeo permitiram obter o nuacutemero de 15 coletas desejaacuteveis para

qualificaccedilatildeo da aacutegua no cultivo de ostras

Realizar a pesquisa para verificar a qualidade da areia no maior nuacutemero

de praias possiacutevel

65

REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

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CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

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SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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REFEREcircNCIAS ALVES Maacutercio Miranda Ostra deve ficar mais cara no veratildeo Diaacuterio Catarinense Florianoacutepolis 12 ago 2005 Economia p16 American Public Health Association APHA Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater 20 ed APHA-AWWA-WEF Washington DC USA 2005 Aumento no consumo ameaccedila abastecimento de ostras no veratildeo (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 18 set 2000 Geral p4 AZEVEDO NETTO Jose M Manual de hidraacuteulica 8 ed Satildeo Paulo Atual 2003 BOUCAI Nassim Qualidade Sanitaacuteria da Areia das Praias no Municiacutepio do Rio de Janeiro Diagnoacutestico e estrateacutegia para monitoramento e controle 160p Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2005 Disponiacutevel em httpwwwpeambenguerjbrtrabalhosconclusao2005PEAMB2005NBoukaipdf Acesso em 10 out 2010 BRASIL Lei no 69192005 de 29 de dezembro de 2005 Art Brasiacutelia DF Diaacuterio Oficial da Uniatildeo nordm6919 do dia 29122005 ______ Lei ndeg 2193 de 3 de janeiro de 1985 Dispotildee Sobre o Zoneamento o Uso e a Ocupaccedilatildeo do Solo nos Balneaacuterios da Ilha de Santa Catarina Declarando-os Aacuterea Especial de Interesse Turiacutestico e daacute Outras Providecircncias CARUSO Marilea Martins Leal O desmatamento da Ilha de Santa Catarina de 1500 aos dias atuais 2 ed rev Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1990 CARVALHO Carlos Gomes de O meio ambiente nos tribunais do direito de vizinhanccedila ao direito ambiental Satildeo Paulo Meacutetodo 2003 1286 p CERUTTI Rosenea Locatelli BARBOSA Tereza Cristina Pereira Contribuiccedilatildeo ao conhecimento da poluiccedilatildeo domeacutestica na Baiacutea Norte aacuterea da Grande Florianoacutepolis SC 1996 129f Dissertaccedilatildeo (Mestrado) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 1996

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CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

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SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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CESA Marcia de Vicente As condiccedilotildees hiacutedricas e soacutecio-ambientais e os reflexos na sauacutede da populaccedilatildeo do Ribeiratildeo da Ilha - FlorianoacutepolisSC 2008128 f Dissertaccedilatildeo de Mestrado (Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Geografia) - Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2008 Companhia Ambiental do Estado de Satildeo Paulo CETESB Resposta agraves perguntas frequumlentes lthttpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes_imprensaaspgt Acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro COMLURB-RJ Comlurb controla a qualidade da areia das praias do Rio Disponiacutevel em lthttpcomlurbriorjgovbrma_mambientehtmqualidade_areia gt Acesso em 24 ago2010 Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA Resoluccedilatildeo nuacutemero 2742000 Disponiacutevel em httpwwwmmagovbrportconamalegiano1cfmcodlegitipo=3ampano=2000 Acesso em 7 de jul 2010 ______ Resoluccedilatildeo nuacutemero 357 de 17 de marccedilo de 2005 Disponiacutevel em lthttpwwwmmagovbrportconamaresres05res35705pdf gt Acesso em 17 ago 2008 COUTINHO Ana Luacutecia RUDIGER Catarina Florianoacutepolis ilha accediloriana Florianoacutepolis Mares do Sul 1998 48 p (Mares do Sul Cultura 5) CRUZ Olga Ilha de Santa Catarina e o continente proacuteximo um estudo de geomorfologia costeira Florianoacutepolis Ed da UFSC 1998 Cultivo de ostras (sem indicaccedilatildeo de autor) Florianoacutepolis UFSC Centro de Ciecircncias Agraacuterias 1999 65p DANTAS Ana Luacutecia de Faria Lucena O uso de indicadores soacutecio ambientais para anaacutelise da atividade turiacutestica na Ilha de Santa Catarina municiacutepio de FlorianoacutepolisSC (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

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SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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DORST Jean Antes que a natureza morra por uma ecologia poliacutetica Satildeo Paulo E Bluumlcher 1995 Food and Agriculture Organization of the United Nations (Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas para Agricultura e Alimentaccedilatildeo) FAO Crassostrea gigas (Thunberg 1793) Disponiacutevel em wwwfaoorgfiwebsiteFIRetrieveActiondo Acesso em 20 jul 2010 FREITAS Cinthia Andruchak Garantia de qualidade para o que vem do mar Revista Agropecuaacuteria Catarinense v 23 n1 mai 2010 Disponiacutevel em httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_docmanamptask=cat_viewampgid=142amplimit=5amplimitstart=0amporder=dateampdir=DESCampItemid=173 Acesso em 13 de 24 ago 2010 Fundaccedilatildeo do Meio Ambiente FATMA (Laboratoacuterio 2010) Disponiacutevel em email ______ Sobre balneabilidade Disponiacutevel em httpwwwfatmascgovbrindexphpoption=com_contentamptask=viewampid=41ampItemid=175 Acesso em jun 2010 Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede FUNASA Manual Praacutetico de Anaacutelise de Aacutegua Engenharia de Sauacutede Puacuteblica 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwfunasagovbrinternetarquivosbibliotecaengeng_analAguapdfgt Acesso em 28 set 2010 HECKMANN BEN HUR Avaliaccedilatildeo da Balneabilidade do Recanto do Carleto Disponiacutevel em httpwwwwebartigoscomarticles482701AVALIACAO-DA-BALNEABILIDADE-DO-RECANTO-DO-CARLETOpaacutegina1htmlixzz11ReO1BKR Disponiacutevel em 10 out 2010 HORN FILHO NORBERTO OLMIRO O quaternaacuterio costeiro da Ilha de Satildeo Francisco do Sul e arredores nordeste do estado de Santa Catarina aspectos geoloacutegicos evolutivos e ambientais Florianoacutepolis 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Curso de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Geociecircncias Instituto Brasileiro de Estatiacutestica e Instituto Brasileiro IBGE Censo demograacutefico 2000 Disponiacutevel em httpwwwsidraibgegovbrcdcd2000ruaspo=4ampi=P Acesso em 24 de ago 2010

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

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SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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Instituto de Planejamento Urbano de Florianoacutepolis IPUF Projeto de Lei nordm M156 LISBOA Armando de Melo Uma cidade numa ilha relatoacuterio sobre os problemas socioambientais da Ilha de Santa Catarina Florianoacutepolis Insular c1996 247p LOGULLO Ricardo Tiburtius A influecircncia das condiccedilotildees sanitaacuterias sobre a qualidade das aacuteguas utilizadas para maricultura no Ribeiratildeo da Ilha Florianoacutepolis SC (Mestrado em Engenharia Ambiental) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2005 MACHADO Maacutercia Maricultura como base produtiva geradora de emprego e renda estudo de caso para o distrito de Ribeiratildeo da Ilha no municiacutepio de Florianoacutepolis - SC - Brasil (Doutorado em Engenharia de Produccedilatildeo) Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2002 MARIANO Maximiliam Borges Et al Avaliaccedilatildeo da qualidade microbioloacutegica da aacutegua para Balneabilidade do Salto Manduri Prudentoacutepolis ndash PR Disponiacutevel em httpwwwunicentrobrgraduacaodeambsemana_estudospdf_08AVALIAC7C3O20DA20QUALIDADE20MICROBIOLD3GICA20DA20C1GUApdf Acesso em 10 out 2010 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIacuteCIA Florianoacutepolis 30 abr 2003 Geral p4 Maricultura rende precircmio nacional para Florianoacutepolis (sem indicaccedilatildeo de autor) A NOTIgraveCIA Florianoacutepolis 2 mai 2003 Geral A 6 PAZ Lucimara Alves Bandeira da Silva et al Identificaccedilatildeo da Populaccedilatildeo do Grupo Coliformes em Ecossistemas Aquaacuteticos Urbanos no Municiacutepio de Fortaleza Congresso de Pesquisa e Inovaccedilatildeo da Rede Norte Nordeste de Educaccedilatildeo Tecnoloacutegica2ordm 2007 Joatildeo Pessoa Disponiacutevel em httpwwwcetesbspgovbrAguapraiasinformacoes imprensaasp gt acesso em 25 de julho de 2010 agraves 1813 PEREIRA Nereu do Vale PEREIRA Francisco do Vale Ribeiratildeo da Ilha vida e retratos um distrito em destaque Florianoacutepolis Fundaccedilatildeo Franklin Cascaes 1991 502p (Memoacuteria de Florianoacutepolis) PIEacuteRRI Vinicius Planejamento e Gestatildeo da Cadeia Produtiva da Ostra de Florianoacutepolis 2007 25f Relatoacuterio das Atividades Desenvolvidas no Estaacutegio do

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

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SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

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(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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Curso de Engenharia de Aquumlicultura Universidade Federal de Santa Catarina Florianoacutepolis 2007 Portal da Maricultura Perguntas Frequentes Disponiacutevel em httpwwwportaldamariculturacombrperguntas-frequentes Acesso em 19 de jun de 2010 Prefeitura Municipal de Florianoacutepolis PMF Disponiacutevel em httpwwwpmfscgovbrturismolazer_culturapraias_htmlrib_ilhahtml Acesso em 19 de jul de 2010 QUEIROZ Claudia SILVEIRA JUNIOR Nelson Cultivo de ostras Florianoacutepolis ACARESC 1990 24p RUPP Guilherme Sabino Disponiacutevel em Influecircncias ambientais no cultivo de moluscos bivalves na regiatildeo de Florianoacutepolis SC httpcedapepagriscgovbrindexphpoption=com_contentampview=articleampid=1017ampItemid=255 Acesso em 26 de agosto de 2010 SANTOS Alesio dos Passos Florianoacutepolis a ilha do coraccedilatildeo Florianoacutepolis Coleacutegio Coraccedilatildeo de Jesus 2003 138p SANTOS Alex Alves dos Informaccedilatildeo verbal referente ao cultivo de ostras na Baia Sul Comunicada em 2010 SANTOS Aacutetila Rocha dos Rede seraacute ampliada AN Capital 2005 Economia Secretaria Especial de Aquumlicultura e Pesca SEAP Decreto nordm5 564 de 19 de outubro de 2005 Disponiacutevel em httpwwwmpagovbr Acesso em 21 jul 2010 Secretaria Municipal de Turismo Cultura e Esportes de Florianoacutepolis SETUR Disponiacutevel em wwwpmfscgovbrturismo Acesso em 24 de agosto de 2010 SILVA Vicente Gomes da Legislaccedilatildeo ambiental comentada 2 ed rev e ampl Belo Horizonte 2004 Foacuterum 2004 592 p SILVEIRA Fernando Soares Desempenho da pesca e aquumlicultura Disponiacutevel em httpcepaepagriscgovbrPublicacoessintese_2007pesca_2007pdf Acesso em 26 de ago 2010

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SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

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Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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SOUZA Luciana Cordeiro de Aacuteguas e sua proteccedilatildeo Curitiba Juruaacute 2004 145 p61 TOCCHETTO Marta Regina Lopes Balneabilidade e Riscos agrave Sauacutede Humana e Ambiental Disponiacutevel em 28-03-2005 ltwwwagronlinecombrartigosartigophp3Fid3D215+balneabilidadeampcd=6amphl=pt-BRampct=clnkampgl=brgt Acesso em 24 ago 2010 UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Proacute-Reitoria Acadecircmica Programa de Bibliotecas Trabalhos acadecircmicos na Unisul apresentaccedilatildeo graacutefica para TCC monografia dissertaccedilatildeo e tese 2 ed rev e ampl Tubaratildeo Ed Unisul 2008 94 p VARZEA Virgiacutelio Santa Catarina a Ilha Florianoacutepolis Ed Lunardelli 1985 226p VINATEA Arana Luis Aquicultura e desenvolvimento sustentaacutevel subsiacutedios para a formulaccedilatildeo de poliacuteticas de desenvolvimento da aquicultura brasileira Florianoacutepolis SC Ed da UFSC 1999 VON SPERLING M (2005) Princiacutepios do tratamento bioloacutegico de aacuteguas residuaacuterias Vol 1 Introduccedilatildeo agrave qualidade das aacuteguas e ao tratamento de esgotos Departamento de Engenharia Sanitaacuteria e Ambiental - UFMG 3a ed 452 p

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8

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APEcircNDICE A

Tapera

Datas Coleta Hora NaCl Vento

degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH

(margem) pH (cultivo)

111009 1 1400 381 NE 21 20 205 sol 748 721

291009 2 0850 3020 NE 195 20 21 sol 8 804

031209 3 0750 3030 NO 25 22 23 sol 82 816

180110 4 1150 3389 SEM 24 24 25 sol 829 841

020310 5 1018 331 L 25 245 26 nublado 8 8

190410 6 1400 330 SEM 27 27 285 sol 814 816

100810 7 0828 313 SUL 145 145 16 nublado 811 815

230810 8 0925 313 NO 19 19 18 neblina 813 804

Ribeiratildeo

Datas Coleta Hora NaCl Vento degC

(margem) degC (cultivo)

degC

Ar Tempo pH(margem) pH(cultivo)

291009 1 0815 3814 NE 19 195 21 sol 8 804

151209 2 0830 3686 SUL 225 19 21 nublado 809 817

260110 3 0900 388 SEM 28 275 28 nublado 804 804

170310 4 0920 332 SEM 21 24 25 nublado 805 809

010510 5 1100 319 NE 23 23 25 sol 813 817

160810 6 0918 322 SEM 16 15 145 sol 804 813

310810 7 0950 318 No 20 20 21 neblina 794 805

110910 8 0840 313 NE 19 19 185 sol 792 8