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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM FARMACOLOGIA TAMARA SIMÃO BOSSE FITOTERÁPICOS NO SUS CRICIÚMA 2014

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

PÓS-GRADUAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM FARMACOLOGIA

TAMARA SIMÃO BOSSE

FITOTERÁPICOS NO SUS

CRICIÚMA

2014

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TAMARA SIMÃO BOSSE

FITOTERÁPICOS NO SUS

Monografia apresentada ao Setor de Pós-

graduação da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, para a obtenção do título de Especialista em Farmacologia.

Orientadora: Prof.ª Drª. Silvia Dal Bó

CRICIÚMA

2014

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Dedico este trabalho aos meus pais, Tânia e

Pedro, que sempre acreditaram em mim e

estiveram ao meu lado.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus queridos pais, Tânia e Pedro, e ao meu irmão, Pedro, que

sempre estiveram presentes em todos os momentos da minha vida e sempre

acreditaram no meu sucesso.

A todos os professores do Curso de Pós Graduação em Farmacologia da

Universidade do Extremo Sul Catarinense, e principalmente a Professora Dra.

Silvia Dal Bó, minha orientadora, que esteve prestativa durante todo o período

do curso.

Aos meus amigos e colegas da Pós Graduação que sempre estiveram

presentes em todos os momentos difíceis e divertidos e nos trabalhos em

equipe.

Por fim, a todos que de alguma maneira direta ou indiretamente

contribuíram para mais esta conquista. Obrigada a todos!!

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“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer

um novo começo, qualquer um pode

começar agora e fazer um novo fim.”

Chico Xavier

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RESUMO

No Brasil, a utilização de plantas medicinais é uma prática enriquecida pelas diferenças culturais. A grande diversidade vegetal do país, associada a miscigenação de raças conduziu a uma medicina tradicional baseada em diferentes plantas e

métodos de tratamento. A fitoterapia é o tratamento das doenças com a utilização de substâncias extraídas de plantas e é considerada uma das mais antigas práticas da

medicina Chinesa. A utilização de fitoterápicos é uma forma de tratamento considerada eficaz, tanto quanto a alopatia. Nos últimos anos o uso de terapias complementares alternativas tornou-se popular entre as pessoas e os profissionais de

saúde. Nos locais que praticam seu uso demonstrou que existem diversos aspectos positivos em relação ao uso de plantas medicinais e as vantagens da inserção de

fitoterápicos na rede pública de serviços de saúde. Com este estudo pode-se observar que as Práticas Alternativas e Complementares nas Redes Públicas de Saúde são poucas e em alguns momentos desconhecidas tanto por parte da população quanto

por parte de alguns profissionais de saúde. Mas sabe-se que apesar de todas as diretrizes políticas existentes, permanece ainda a carência de investimentos em

pesquisas e ações que viabilizem a implantação nos municípios de ações, projetos e programas pertinentes a sua viabilização.

Palavras-chave: Sistema Único de Saúde. Fitoterápicos. Plantas Medicinais.

Fitoterápicos no SUS.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Lista de Resoluções ............................................................................ 16

Tabela 2 – Outros Regulamentos ......................................................................... 17

Tabela 3 – Nomenclatura Botânica x Nome Popular ......................................... 20

Tabela 4 – Lista de Registro Simplificado de Fitoterápicos .............................. 31

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APS Atenção Primaria a Saúde

CONBRAFITO Conselho Brasileiro de Fitoterapia

OMS Organização Mundial da Saúde

PNPIC Política Nacional de Praticas Integrativas e Complementares no SUS

SNC Sistema Nervoso Central

SUS Sistema Único de Saúde

UBS Unidade Básica de Saúde

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 10.

2 REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO ............................................................................... 13.

2.1 HISTÓRICO DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS .................................... 13.

2.2 FITOTERAPIA.................................................................................................... 14.

2.2.1 FITOTERÁPICOS ...................................................................................................... 15.

2.3 SUS ................................................................................................................................. 17.

2.3.1 FITOTERÁPICOS NO SUS .......................................................................... 18.

2.3.2 FITOTERÁPICOS COM REGISTRO NA ANVISA ................................... 20.

2.3.3 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS............ 21.

3 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 24.

REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO ................................................................................... 26.

ANEXOS ............................................................................................................................. 250.

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1 INTRODUÇÃO

Com os avanços socioeconômicos e a evolução da tecnologia, que envolveram

as civilizações, os paradigmas sobre o fenômeno Saúde – Doença modificaram-se

através dos tempos.

A doença, atualmente, não é mais compreendida apenas por meio das

medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença são os valores

e sentimentos expressos pelo corpo que adoeceu e não apenas o sintoma em

questão. Não existe um limite entre saúde e doença, mas uma relação de

reciprocidade entre ambas, entre a normalidade e a patologia, na qual os mesmos

fatores que permitem o homem viver podem causar doenças. Essa dualidade, é

expressa através dos meios em que os seres humanos têm com o ambiente externo,

seja no âmbito biológico, psicológico e social. Essas relações nos remetem a análise

de como ocorre o processo de saúde-doença-adoecimento, sendo a cada pessoa um

genótipo, uma expressão distinta, mantendo uma relação direta com sua posição

social. Por fim, pode-se concluir que o processo de enfermidade é influenciado por um

conjunto de fatores que levam o paciente a doença (BERLINGUER apud BRÊTAS e

GAMBA, 2006).

Na maioria das vezes o tratamento utilizado para grande parte das doenças é

com o uso contínuo de medicamentos, geralmente alopáticos. E para que o mesmo

tenha uma maior eficácia na terapêutica é importante existir adesão do paciente ao

regime medicamentoso prescrito. O baixo grau de adesão pode afetar negativamente

a evolução clínica do paciente e sua qualidade de vida, constituindo-se em um

problema relevante, que pode trazer consequências pessoais, sociais e econômicas

(DEWULF, 2007).

Existem três tipos de tratamento medicamentoso utilizados pela medicina. Eles

compreendem o tratamento alopático, o tratamento fitoterápico e o tratamento

homeopático. A alopatia é o grupo mais utilizado nas escolhas médicas para

tratamento, sendo então, a homeopatia e a fitoterapia consideradas terapias

alternativas, porém todas eficazes.

A alopatia é considerada imediatista em comparação com as terapias

alternativas. Trata-se do sistema de medicina que combate as doenças por meios

contrários a elas, procurando conhecer a etiologia e combater as causas, sempre em

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sentido oposto à causa da enfermidade. Ela é capaz de provocar no organismo o efeito

contrário ao causado pela doença que se deseja combater, a fim de diminuí-las ou

neutralizá-las.

A fitoterapia é o tratamento das doenças com a utilização de substâncias

extraídas de plantas, ou terapia medicinal baseada no uso de fitoterápicos. Preconiza

o uso de medicamentos preparados a partir de plantas medicinais e/ou plantas

comprovadamente eficazes para determinados fins. Tanto a alopatia quanto a

fitoterapia são baseadas no princípio dos contrários (HARAGUCHI & CARVALHO,

2010).

Já a homeopatia é baseada no princípio da semelhança, cujo significado quer

dizer: “os semelhantes se curam pelos semelhantes”. É um método para tratamento e

prevenção de doenças crônicas e agudas, em que a cura se dá através do estimulo

do organismo a reagir contra o problema, fortalecendo seus mecanismos de defesa

naturais. O medicamento homeopático é preparado em um processo que consiste na

diluição sucessiva da substância, devendo seguir todas as normas sanitárias e os

cuidados para o seu uso, como qualquer outro medicamento (BAROLLO, 2012).

Assim, a alopatia e a fitoterapia podem ser compreendidas como a utilização

de princípios ativos, ou de extratos medicinais que interferem fisiologicamente com o

organismo, e a homeopatia busca ajustar o organismo a um outro nível de equilíbrio

homeostático sem interferir fisiologicamente na biologia do organismo. Ela induz o

organismo a reagir contra a doença, sem interferir nos mecanismos causadores da

mesma.

Com isso o uso de terapias complementares e alternativas tornou-se popular

entre as pessoas e os profissionais de saúde. Sendo a fitoterapia considerada uma

das mais antigas práticas alternativas e esta originada da medicina Chinesa. Estas

práticas, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, se enquadram na medicina

tradicional e na medicina complementar e alternativa.

A RDC n° 48/04 é a principal legislação atual que regulamenta o registro de

fitoterápicos, onde são estabelecidos todos os requisitos necessários para a sua

concessão, os quais se baseiam na garantia da qualidade do medicamento

fitoterápico comprovando sua segurança e eficácia. Através da Portaria Ministerial

MS/GM n° 971/06 foi aprovada a Política Nacional de Práticas Integrativas e

Complementares no Sistema Único de Saúde (SUS) incentivando o uso de plantas

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medicinais e fitoterápicas que podem ser disponibilizadas a população, com toda a

segurança e eficácia necessárias.

Com isso surgiu a ideia de entender e compreender melhor a utilização dos

fitoterápicos no SUS, o porquê utilizá-los, qual a vantagem e sua contribuição para os

Municípios que a utilizam e a população que opta pela utilização das práticas

alternativas em seus tratamentos. Quais os benefícios que estas práticas alternativas

proporcionam ao Sistema Único de Saúde.

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2 REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO

2.1 HISTÓRICO DO USO DE PLANTAS MEDICINAIS

A utilização da natureza para fins terapêuticos é tão antiga quanto à civilização

humana e, por muito tempo, produtos minerais, de plantas e animais foram

fundamentais para a área da saúde. Os primórdios buscavam na natureza recursos

para melhorar suas próprias condições de vida, aumentando suas chances de

sobrevivência. Acredita-se que um dos registros mais antigos seja da medicina

Chinesa (BRASIL, 2012; LORENZI & MATOS, 2008; POSSE, 2007).

Até o século XX, o Brasil era um país essencialmente rural, com um amplo uso

da flora medicinal, tanto a nativa quanto a introduzida. Em consequência do processo

de industrialização e seguinte urbanização do país o conhecimento tradicional do uso

de plantas medicinais passou a ser posto em segundo plano naquela época. O acesso

a medicamentos sintéticos e o pouco cuidado com a comprovação das propriedades

farmacológicas das plantas tornou o conhecimento da flora medicinal sinônimo de

atraso tecnológico e desacreditado entre a população (LORENZI & MATOS, 2008;

POSSE, 2007).

Com o passar do tempo, novas tendências globais de uma preocupação com a

biodiversidade e as idéias de desenvolvimento sustentável trouxeram novos ares ao

estudo das plantas medicinais. Em universidades brasileiras foram estabelecidas

novas linhas de pesquisa, algumas delas buscando bases mais sólidas para a

validação científica do uso de plantas medicinais. Com isto, a fitoterapia e a botânica

voltaram a ser vistas como aliadas e cooperar para a melhoria da qualidade de vida

da população brasileira (LORENZI & MATOS, 2008).

Historicamente, as plantas medicinais são importantes como fitoterápicos e na

descoberta de novos fármacos, estando no reino vegetal a maior contribuição dos

medicamentos (BRASIL, 2012).

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2.2 FITOTERAPIA

Ao longo da história da humanidade o emprego de plantas medicinais sempre

esteve presente, este conhecido hoje como fitoterapia. Suas origens terapêuticas

surgiram dos antepassados da espécie humana, já que estes sempre usaram as

plantas tanto em sua alimentação quanto para fins medicinais. Evoluiu ao longo dos

tempos na recuperação da saúde, isso desde as formas mais simples de tratamento

local, até as formas mais sofisticadas da fabricação industrial utilizada pelo homem

moderno (ALMASSY JR, et al., 2005; LORENZI & MATOS, 2008).

O uso de terapias complementares e alternativas tornou-se popular entre as

pessoas. Dentre todas as terapias complementares ou alternativas disponíveis, a

fitoterapia é uma das mais antigas. As plantas medicinais eram bastante utilizadas

pelos povos Ocidentais e Orientais. Posteriormente, com o surgimento dos

medicamentos alopáticos, as ervas foram sendo colocadas de lado, principalmente

pelo Ocidente. Hoje, devido aos efeitos colaterais de boa parte dos medicamentos

sintéticos, a medicina e o uso popular estão promovendo a volta das plantas com fins

terapêuticos, para a cura das mais diversas enfermidades (MEDICINA

ALTERNATIVA, 1998).

A união das palavras gregas phito (plantas) e therapia (tratamento) deram

origem a palavra fitoterapia. Que tem como emprego caracterizar a melhora de

estados patológicos pela utilização de substratos naturais tais como plantas frescas

e/ou secas, assim como preparados à base das mesmas a fim de prevenir, aliviar ou

curar uma doença. Para tanto, diferentes partes de uma planta (raiz, casca, flores ou

folhas) podem ser utilizadas em diferentes preparações para uso profilático ou

terapêutico (KALLUF, 2008).

Alguns alimentos e especiarias também são considerados plantas medicinais,

além de fonte de sabores diferenciados na culinária e na gastronomia. Eles têm

funções importantes na fitoterapia, pela incontestável presença de fitoquímicos,

vitaminas e sais minerais. O processo de evolução da chamada “arte da cura” deu-se

de forma empírica, em processos de descobertas por tentativas, erros e acertos.

Nesse processo, os povos primitivos propiciaram a identificação de espécies e de

gêneros vegetais, bem como das partes dos vegetais que se adequavam ao uso

medicinal (KALLUF, 2008).

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De acordo com o Conselho Brasileiro de Fitoterapia (CONBRAFITO), a

fitoterapia é:

A utilização de plantas medicinais ou bioativas, ocidentais e/ou orientais, in

natura ou secas, plantadas de forma tradicional, orgânica e/ ou biodinâmica,

apresentadas como drogas vegetais ou drogas derivadas vegetais, nas suas

diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas

isoladas e preparadas de acordo com experiências populares tradicionais ou

métodos modernos científicos.

O uso correto de plantas medicinais para questões fitoterápicas deve ser

embasada mediante plantas que já passaram por um padrão de segurança e eficácia

terapêutica, que de certa forma já tenha sido corroborada mediante testes de

comprovação cientifica ou até mesmo de ditos populares de tradição. Neste ramo,

para questão de saúde publica, é de suma importância que essas plantas sejam

convalidadas cientificamente para poder manter seu uso (LORENZI & MATOS, 2008;

ROSSATO et al., 2012).

2.2.1 FITOTERÁPICOS

A Organização Mundial da Saúde define planta medicinal como sendo “todo e

qualquer vegetal que possui, em um ou mais órgãos, substâncias que podem ser

utilizadas com fins terapêuticos ou que sejam precursores de fármacos semi-

sintéticos”. A diferença entre planta medicinal e fitoterápico está na elaboração da

planta para uma formulação específica, o que caracteriza um fitoterápico (KALLUF,

2008).

De acordo com a legislação Sanitária Brasileira:

§ 1º São considerados medicamentos fitoterápicos os

obtidos com emprego exclusivo de matérias-primas

ativas vegetais, cuja eficácia e segurança são

validadas por meio de levantamentos

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etnofarmacológicos, de utilização, documentações

tecnocientíficas ou evidências clínicas.

§ 2º Os medicamentos fitoterápicos são

caracterizados pelo conhecimento da eficácia e dos

riscos de seu uso, assim como pela reprodutibilidade

e constância de sua qualidade.

§ 3º Não se considera medicamento fitoterápico

aquele que inclui na sua composição substâncias

ativas isoladas, sintéticas ou naturais, nem as

associações dessas com extratos vegetais.

O registro dos fitoterápicos segue o disposto na Lei nº 6.360/73 que têm como

regulamentos específicos a Resolução - RDC nº 48/04, complementada pelas

seguintes Resoluções:

Tabela 1: Lista de Resoluções.

Além destas, são seguidos de vários outros regulamentos que dispõem sobre

produção, registro e comercialização de medicamentos, inclusive fitoterápicos, tais

como:

Resolução - RE nº 88/04 Lista as referências bibliográficas para

avaliação de segurança e eficácia.

Resolução - RE nº 89 Lista o registro simplificado.

Resolução - RE nº 90/04 É um guia para a realização de estudos

de toxicidade pré-clínica.

Resolução - RE nº 91/04 É outro guia para realização de

alterações, inclusões, notificações e

cancelamentos pós-registro.

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Tabela 2: Outros Regulamentos.

Portaria nº 110/97 e RDC nº 140/03 Informações de bula.

RDC nº 333/03 Modelos e dizeres de embalagens.

RDC nº 138/03 Restrição de venda.

RDC nº 102/00 Publicidade.

RE nº 01/05 Testes de comprovação de qualidade,

incluindo Guia para Realização de

Estudos de Estabilidade.

RDC nº 899/03 Guia para Realização de Validação de

Metodologia Analítica.

(CARVALHO, et al., 2007).

2.3 SUS

O Sistema Único de Saúde, formalizado inicialmente pela Constituição Federal

de 1988 (BRASIL, 1988) e mais tarde, operacionalizado por meio de Legislação

específica, como a Lei Orgânica de Saúde – Lei 8.080 (BRASIL, 1990) e Normas

Operacionais Básicas e de Atenção à Saúde é considerado um sistema em constante

construção, na busca de melhorias para alcançar seus objetivos e ideais (BRASIL,

1988; BRASIL, 1990; OLIVEIRA, et al., 2013). Ele é constituído por um conjunto de

ações e de serviços de saúde sob a gestão pública. Este está organizado em redes

regionalizadas e hierarquizadas sobre todo o território nacional (BRASIL, 2011).

Através da Constituição Federal de 1988 é definido o conceito de saúde, em

que para se ter saúde é necessário um conjunto de fatores e ações como:

alimentação, lazer, moradia, educação, saneamento básico, bons sentimentos, dentre

outros, para que a pessoa esteja em completa condição de saúde e bem estar. Além

disso, fala-se que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante

políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros

agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção,

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proteção e recuperação (BRASIL, 1988; BRASIL, 2011).

Conforme a Constituição de 1988, o SUS é definido pelo artigo 198 como:

As ações e serviços públicos de saúde integram uma

rede regionalizada e hierarquizada e constituem um

sistema único, organizado de acordo com as seguintes

diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera

de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as

atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços

assistenciais;

III - participação da comunidade.

§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos

termos do art. 195, com recursos do orçamento da

seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios, além de outras fontes.

2.3.1 FITOTERAPIA NO SUS

A medicina tradicional foi baseada na diversidade das plantas e nos vários

métodos de tratamento. No Brasil, a utilização de plantas medicinais tornou-se uma

prática enriquecida pelas diferenças culturais e a grande diversidade vegetal do país.

(ALMEIDA et al., 2011; BRANDÃO, 1996).

Diversos fatores estão relacionados ao grande interesse quanto à utilização

destas plantas, entre eles está á falta de acesso da população à assistência

farmacêutica e médica, o alto custo dos medicamentos alopáticos, e uma tendência

dos consumidores na utilização de produtos de origem natural (SIMÕES et al., 1988).

Os cuidados básicos para a saúde requerem a utilização de todos os recursos

locais adequados e disponíveis para prestar assistência à saúde eficaz e de boa

qualidade. Na Atenção Primária à Saúde a utilização adequada de plantas medicinais

representa um importante passo e uma nova opção medicamentosa a ser ofertada à

população na tentativa de melhorar sua saúde e qualidade de vida (SILVA et al, 2006).

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Esta temática tornou-se evidente quando foi constatado que, simultaneamente

à utilização de medicamentos alopáticos, a população atendida em Unidades Básicas

de Saúde (UBS) fazia uso de plantas medicinais com fins terapêuticos. Na maioria das

vezes, desconhecia a existência de uma possível toxicidade e ação terapêutica

comprovada, do preparo, de indicações e contraindicações, por acreditar que não

seriam prejudiciais à saúde, independente da forma e quantidade utilizada,

simplesmente, pelo fato de serem plantas medicinais (TOMAZZONI, 2004).

Com a 10ª Conferência Nacional de Saúde, que ocorreu em setembro de 1996,

em Brasília, que teve como proposta incorporar ao SUS as terapias alternativas e

práticas populares. Incentivou, juntamente com os profissionais de saúde e

especialistas, o emprego de normas para a utilização da fitoterapia e da homeopatia

na assistência farmacêutica pública (ELDIN; DUNFORD, 2001).

Mediante um Decreto Presidencial, o de Nº. 5.813, de 22 de junho de 2006, o

governo federal aprovou o uso de plantas medicinais e fitoterápicos a fim de

implementar o bem essencial de saúde publica, meio ambiente, desenvolvimento

econômico e social, para promover uma melhor qualidade de vida a todos, a

população brasileira (ALMEIDA et al., 2011; BRASIL, 2006b).

Nesse Programa de implantação de Plantas Medicinais, foram descritos os

meios pelos quais serão utilizadas essas plantas, que seja de suma importância a

população, que seja de indispensável melhoria do acesso a medicação, a inclusão

social, ao desenvolvimento industrial e tecnológico, à promoção da segurança

alimentar e nutricional, além do uso sustentável da biodiversidade brasileira e da

valorização, valoração e preservação do conhecimento tradicional das comunidades

tradicionais e indígenas (BRASIL, 2006b).

Com isso, Surgiram as Práticas Integrativas e Complementares que se

enquadram no que a Organização Mundial de Saúde denomina de medicina

tradicional e medicina complementar e alternativa. Com o foco na Atenção Primaria a

Saúde (APS) a OMS aconselha aos seus Estados membros a elaboração de políticas

nacionais voltadas á integração/inserção da medicina tradicional e complementar e

alternativa aos sistemas oficiais de saúde (BRASIL, 2012).

Em consenso com as recomendações da OMS, em 2006, no Brasil foi aprovada

a Política Nacional de Praticas Integrativas e Complementares no SUS (PNPIC), que

contempla diretrizes e responsabilidades institucionais para implantação e adequação

de ações e serviços de medicina tradicional chinesa, acupuntura, homeopatia, plantas

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medicinais e fitoterapia, além de instituir observatórios em saúde para o termalismo

social, crenoterapia e para a medicina antroposofica no SUS (BRASIL, 2012).

2.3.2 FITOTERÁPICOS COM REGISTRO NA ANVISA

De acordo com a Resolução - RE nº 89, de 16 de março de 2004 segue na

tabela 3 a lista de Nomes Populares e Nomenclatura Botânica e na tabela 4 o registro

simplificada de fitoterápicos (em Anexo).

Tabela 3: Nomenclatura Botânica x Nome Popular

NOMENCLATURA BOTÂNICA NOME POPULAR

Aesculus hippocastanum L. Castanha da Índia

Allium sativum L. Alho

Aloe vera ( L.) Burm f. Babosa

Arctostaphylos uva-ursi Spreng. Uva-ursi

Calendula officinalis L. Calêndula

Centella asiatica (L.) Urban, Hydrocotile

asiatica L.

Centela

Cimicifuga racemosa (L.) Nutt. Cimicífuga

Cynara scolymus L. Alcachofra

Echinacea purpurea Moench Equinácea

Ginkgo biloba L. Ginkgo

Hypericum perforatum L. Hipérico

Matricaria recutita L. Camomila

Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. Espinheira - Santa

Melissa officinalis L. Melissa, Erva - Cidreira

Mentha piperita L. Hortelã - Pimenta

Panax ginseng C. A. Mey. Ginseng

Passiflora incarnata L. Maracujá, Passiflora

Paullinia cupana H.B.&K. Guaraná

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Peumus boldus Molina Boldo, Boldo – do - Chile

Pimpinella anisum L. Erva - Doce

Piper methysticum Forst. f. Kava - Kava

Rhamnus purshiana DC. Cáscara Sagrada

Salix alba L. Salgueiro Branco

Senna alexandrina Mill. Sene

Serenoa repens (Bartram) J.K. Small ?Saw palmetto?

Symphytum officinale L. Confrei

Tanacetum parthenium Sch. Bip. Tanaceto

Zingiber officinale Rosc. Gengibre

Valeriana officinalis Valeriana

Mikania glomerata Sprengl. Guaco

Hamamelis virginiana Hamamelis

Polygala senega Polígala

Eucalyptus globulus Eucalipto

Arnica Montana Arnica

São trinta e quatro plantas estudadas e com registro que poderiam estar sendo

utilizadas nas unidades de saúde como uma alternativa para muitos tratamentos ao

invés de serem utilizados medicamentos alopáticos. Ao mesmo tempo, iria diminuir

nos custos públicos e disponibilizar uma alternativa a mais de tratamento para a

população.

2.3.3 PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NO SUS

No desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com

o meio ambiente e a sociedade as ações de práticas integrativas envolvem

abordagens que tem o intuito de estimular os mecanismos naturais de prevenção de

agravos e recuperação da saúde. Além do mais, estas práticas buscam a valorização

de uma visão ampliada do processo saúde-doença e a promoção do autocuidado

(LOURES et al, 2010).

Para que possam auxiliar na construção da situação da saúde local e na

orientação do modelo de atenção a saúde é importante á implantação de

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determinadas políticas de saúde que dependem de um conjunto de informações

essenciais. Dentre estas informações, é importante conhecer como as pessoas vivem,

seus valores, suas crenças, seus costumes, enfim, fatores que possam estar

interferindo no processo saúde/doença da população, constituindo-se numa estratégia

importante para a melhoria de sua saúde (BARRETO, 2011).

A medicina alternativa ou complementar permite uma compreensão integral do

indivíduo, o que parece contribuir de forma positiva para a qualidade de vida de seus

usuários. Isto pode ser observado pelo estudo de Loures (2010) em que os usuários

relataram mudanças significativas em suas vidas após a adoção da fitoterapia, além

de mudanças nos hábitos de vida, satisfação com a saúde, disposição para trabalhar

e autoestima.

A maioria destes usuários relatou que em tentativas anteriores tentaram sanar

seus problemas de saúde por meio de tratamentos alopáticos, porém as perspectivas

de melhora não foram alcançadas nessa forma de tratamento. Eles também relataram,

como vantagens da fitoterapia em relação à alopatia, uma redução ou ausência de

efeitos colaterais, mesmo que os resultados desse tratamento foram demorados, mas

o benefício é considerado por eles maior (LOURES et al, 2010).

Porém, deve-se tomar cuidado com a crença das pessoas de que um

fitoterápico ou uma planta medicinal, por ser natural (não industrializado), não traz

problemas á saúde. Estas substâncias produzem efeitos terapêuticos e adversos

como qualquer outra droga. Além disso, usar medicamentos fitoterápicos sem

orientação adequada de um profissional da área da saúde, principalmente médicos e

farmacêuticos, pode ser um risco ao usuário. Isto pode ocorrer por erro na utilização

e interações com outros fitoterápicos e/ou alopáticos, ou mesmo a planta ser tóxica

em pequenas dosagens (ALMEIDA et al., 2011, BARRETO, 2011).

No Brasil são minoria os municípios que utilizam as práticas alternativas na

Atenção Primária a Saúde. Um estudo realizado em São Paulo identificou que são

poucos os municípios do Estado de São Paulo que utilizavam a fi toterapia como

terapêutica. A falta de incentivo por parte dos governos municipais, em alguns

municípios onde a fitoterapia estava implantada, levou a desativação do projeto. No

entanto os médicos da Rede Pública de Saúde, mesmo sem o incentivo do governo

municipal, continuaram prescrevendo os medicamentos fitoterápicos, devido a esta

terapêutica fazer parte de sua prática médica e ser bem aceita e acessível à

população. As plantas medicinais mais utilizadas no Estado de São Paulo na Rede

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Pública nesta época do estudo foram: Guaco (Mikania glomerata); Calêndula

(Calendula officinalis) e Babosa (Aloe vera) (OLIVEIRA; SIMÕES; SASSI, 2006).

Em um outro estudo percebeu que existem diversos aspectos positivos em

relação ao uso de plantas medicinais e as vantagens da inserção de fitoterápicos na

rede pública de serviços de saúde, entre eles: o baixo custo, a menor incidência de

efeitos colaterais, além da ampla aceitação por parte dos usuários e a importância da

relação e aproximação entre o meio cientifico e o popular (SILVELLO, 2010).

Porém, de acordo com Barreto (2011), seu trabalho mostra que existe a falta

de conhecimento dos profissionais de saúde sobre a utilização das terapias

alternativas, além de que alguns profissionais se sentem inseguros em prescrever tais

medicamentos pela falta de formação nesta área. Os profissionais de saúde que

participaram desse trabalho percebem que existe a necessidade de capacitação dos

profissionais e educação permanente das equipes em relação ao tema, tirando o

acúmulo de atividades desenvolvidas nas unidades de saúde que desmotivam os

mesmos a buscarem atualizações e informações sobre o tema. Mas também mostrou

que existe uma procura grande por profissionais da área da saúde em

aperfeiçoamento de seus estudos nesta área.

3. CONCLUSÃO

Com este estudo pode-se observar que as Práticas Alternativas e

Complementares nas Redes Públicas de Saúde são poucas e em alguns momentos

desconhecidas tanto por parte da população quanto por parte de alguns profissionais

de saúde, sendo esta considerada recente.

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A utilização de fitoterápicos é uma forma de tratamento considerada eficaz,

tanto quanto a alopatia e que nos locais que praticam seu uso, demonstrou que

existem diversos aspectos positivos em relação a utilização de plantas medicinais. As

vantagens da inserção de fitoterápicos na rede pública de serviços de saúde são: à

eficácia, baixo custo e efeitos colaterais reduzidos, além do estímulo aos hábitos

saudáveis de vida e a ampla aceitação por parte dos usuários além da importância na

relação e aproximação entre o meio cientifico e o popular.

Além disso, a maneira como o indivíduo percebe seu tratamento pode

influenciar diretamente no sucesso terapêutico, e, uma das coisas que pode

desencadear esse processo é a confiança na terapia e no profissional de saúde, um

dos quesitos importantes para um tratamento eficaz. Entre as mudanças na qualidade

de vida referidas após a utilização da fitoterapia pode-se destacar a harmonia familiar,

maior capacidade para realizar atividades e o sentimento de bem-estar que

anteriormente não era experimentado.

O tratamento fitoterápico contribui para a qualidade de vida do indivíduo,

porque o contexto em que ele está inserido também é evidenciado durante o

tratamento. Pode-se reforçar que a terapia fitoterápica tem proporcionado mudanças

significativas na vida de seus usuários e o alcance de níveis satisfatórios de saúde,

contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos que buscam na terapia

respostas para os seus problemas de saúde (LOURES ET AL, 2010).

Já existem várias leis que asseguram a utilização dos fitoterápicos e sua

eficácia. Na ANVISA existem trinta e quatro plantas reconhecidas e testadas que já

podem ser inseridas na rede pública de saúde. Mas apesar de todas as diretrizes

políticas existentes, permanece ainda a carência de investimentos em pesquisas e

ações que viabilizem a implantação nos municípios de ações, projetos e programas

pertinentes a sua viabilização. Colaborando tanto para o município quanto para seus

usuários, trazendo vantagens e melhores expectativas de saúde e vida para a

população além de uma alternativa a mais para ser usada pela equipe de saúde.

A fitoterapia é uma atividade nova e recente na saúde pública, porém surge

com o intuito de uma melhora tanto do paciente como para o SUS, abrindo novos

caminhos para os tratamentos de diversas enfermidades.

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28

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ANEXO

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Tabela 4: Lista de Registro Simplificado de Fitoterápicos

Nomenclatura botânica Aesculus hippocastanum

L.

1

Nome popular Castanha da Índia

Parte usada Sementes

Padronização/Marcador Escina

Formas de uso Extratos

Indicações / Ações terapêuticas Fragilidade capilar, insuficiência venosa

Dose Diária 32 a 120 mg de escina

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Allium sativum L. 2

Nome popular Alho

Parte usada Bulbo

Padronização/Marcador Aliina ou Alicina

Formas de uso Tintura, óleo, extrato seco

Indicações / Ações terapêuticas Coadjuvante no tratamento da hiperlipidemia

e hipertensão arterial leve; prevenção da

aterosclerose

Dose Diária Equivalente a 6-10 mg aliina

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Aloe vera ( L.) Burm

f.

3

Nome popular Babosa ou áloe

Parte usada folhas - gel mucilaginoso

Padronização/Marcador 0,3% polissacarídeos totais

Formas de uso Creme, gel

Indicações / Ações terapêuticas Tratamento de queimaduras térmicas (1o e 2o

graus) e de radiação

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31

Dose Diária Preparação com 35 a 70% do gel duas vezes

ao dia

Via de Administração Tópico

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Arctostaphylos uva-ursi

Spreng.

4

Nome popular Uva-ursi

Parte usada Folha

Padronização/Marcador Quinonas calculadas em arbutina

Formas de uso Extratos, tinturas

Indicações / Ações terapêuticas Infecções do trato urinário

Dose Diária 400 a 840 mg quinonas (arbutina)

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sob prescrição médica; não utilizar

continuamente por mais de 1 semana nem

por mais de 5 semanas/ano; não usar em

crianças com menos de 12 anos

Nomenclatura botânica Calendula officinalis

L.

5

Nome popular Calêndula

Parte usada Flores

Padronização/Marcador Flavonóides totais expressos em quercetina

ou hiperosídeos;

Formas de uso Tintura, extratos

Indicações / Ações terapêuticas Cicatrizante, anti-inflamatório

Dose Diária 8,8-17,6 mg de flavonóides

Via de Administração Tópico

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Centella asiatica (L.)

Urban, Hydrocotile

asiatica L.

6

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32

Nome popular Centela,?Gotu kola?

Parte usada Caule e Folhas

Padronização/Marcador Ácidos triterpênicos (asiaticosídeos,

madecassosídeo)

Formas de uso Extrato seco

Indicações / Ações terapêuticas Insuficiência venosa dos membros inferiores

Dose Diária 6,6-13,6 mg de asiaticosídeos

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sob prescrição médica

Nomenclatura botânica Cimicifuga racemosa

(L.) Nutt.

7

Nome popular Cimicífuga

Parte usada Raiz ou rizoma

Padronização/Marcador 27-deoxyacteína ou ácido isoferúlico

Formas de uso Extratos

Indicações / Ações terapêuticas Sintomas do climatério

Dose Diária 1-8 mg de 27-deoxyacteína

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sob prescrição médica

Nomenclatura botânica Cynara scolymus L. 8

Nome popular Alcachofra

Parte usada Folhas

Padronização/Marcador Cinarina ou Derivados do ácido

cafeoilquínico expressos em Ácido

Clorogênico

Formas de uso Tintura, extratos

Indicações / Ações terapêuticas Colerético, colagogo

Dose Diária 7,5 mg a 12,5 mg de cinarina ou derivados

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

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33

Nomenclatura botânica Echinacea purpurea

Moench

9

Nome popular Equinácea

Parte usada Caule e Folhas (partes aéreas)

Padronização/Marcador Derivados do ácido cafeico - ác. Clorogênico,

ác. Chicórico

Formas de uso Extratos

Indicações / Ações terapêuticas Preventivo e coadjuvante na terapia de

resfriados e infecções do trato respiratório

urinário

Dose Diária 12-31 mg de ácido Chicórico

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sob prescrição médica

Nomenclatura botânica Ginkgo biloba L. 10

Nome popular Ginkgo

Parte usada Folhas, partes aéreas (caule e flores)

Padronização/Marcador Extrato a 24% ginkgoflavonóides

(Quercetina, Kaempferol, Isorhamnetina), 6%

de terpenolactonas (Bilobalide, Ginkgolide

A,B,C,E)

Formas de uso Extrato

Indicações / ações terapêuticas Vertigens e zumbidos (tinidos) resultantes de

distúrbios circulatórios; distúrbios

circulatórios periféricos (claudicação

intermitente), insuficiência vascular cerebral

Dose Diária 80-240 mg de extrato padronizado, em 2 ou 3

tomadas ou 28,8-57,6 mg de ginkgo

flavonóides e 7,2014-4mg de

terpenolactonas.

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sob prescrição médica

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Nomenclatura botânica Hypericum perforatum

L.

11

Nome popular Hipérico

Parte usada Partes aéreas

Padronização/Marcador Hipericinas totais

Formas de uso Extratos, tintura

Indicações / Ações terapêuticas Estados depressivos leves a moderados, não

endógenos

Dose Diária 0,9 a 2.7 mg hipericinas

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sob prescrição médica

Nomenclatura botânica Matricaria recutita L. 12

Nome popular Camomila

Parte usada Capítulos

Padronização/Marcador Apigenina -7 - glucosídeo

Formas de uso Tintura, extratos

Indicações / Ações terapêuticas Antiespasmódico, anti-inflamatório tópico,

distúrbios digestivos, insônia leve.

Dose Diária 4 a 24 mg de Apigenina -7 - glucosídeo

Via de Administração Oral e tópico, tintura apenas tópico

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Maytenus ilicifolia

Mart. ex Reiss.

13

Nome popular Espinheira-Santa

Parte usada Folhas

Padronização/Marcador Taninos totais

Formas de uso Extratos, tintura

Indicações / Ações terapêuticas Dispepsias, coadjuvante no tratamento de

úlcera gástrica

Dose Diária 60 a 90mg taninos / dia

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Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Melissa officinalis L. 14

Nome popular Melissa, Erva-cidreira

Parte usada Folhas

Padronização/Marcador Ácidos hidroxicinâmicos calculados como

ácido rosmarínico

Formas de uso Tintura, extratos

Indicações / Ações terapêuticas Carminativo, antiespasmódico, distúrbios do

sono

Dose Diária 60-180 mg de ácido rosmarínico

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Mentha piperita L. 15

Nome popular Hortelã-pimenta

Parte usada Folhas

Padronização/Marcador Mentol 30%-55% e mentona 14%-32%

Formas de uso Óleo essencial

Indicações / Ações terapêuticas Carminativo, expectorante, cólicas intestinais

Dose Diária óleo 0,2g a 0,8 g

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Panax ginseng C. A.

Mey.

16

Nome popular Ginseng

Parte usada Raiz

Padronização/Marcador Ginsenosídeos

Formas de uso Extratos, tintura

Indicações / Ações terapêuticas Estado de fadiga física e mental, adaptógeno

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36

Dose Diária 5mg a 30 mg de ginsenosídeos totais (Rb1,

Rg1)

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica (utilizar por no

máximo 3 meses)

Nomenclatura botânica Passiflora incarnata

L.

17

Nome popular Maracujá, Passiflora

Parte usada Folhas

Padronização/Marcador Flavonóides totais expressos na forma de

isovitexina ou vitexina

Formas de uso Tintura, extratos

Indicações / Ações terapêuticas Sedativo

Dose Diária 25mg a 100 mg de vitexina/isovitexina

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Paullinia cupana

H.B.&K.

18

Nome popular Guaraná

Parte usada Sementes

Padronização/Marcador Trimetilxantinas (cafeína)

Formas de uso Extratos, tinturas

Indicações / Ações terapêuticas Astenia, estimulante do SNC

Dose Diária 15 a 70 mg de cafeína

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Peumus boldus

Molina

19

Nome popular Boldo, Boldo-do-Chile

Parte usada Folhas

Padronização/Marcador Alcalóides totais calculados como boldina

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37

Formas de uso Tintura e extratos

Indicações / Ações terapêuticas Colagogo, colerético, tratamento sintomático

de distúrbios gastrointestinais espásticos

Dose Diária 2 a 5 mg de boldina

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Pimpinella anisum L. 20

Nome popular Erva-doce, Anis

Parte usada Frutos

Padronização/Marcador Trans-anetol

Formas de uso Tinturas, extratos

Indicações / Ações terapêuticas Antiespasmódico, carminativo, expectorante,

distúrbios dispépticos

Dose Diária 0-1 ano: 16-45mg de trans-anetol; 1-4 anos:

32-90 mg de trans-anetol; adultos: 80-225mg

de trans-anetol

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Piper methysticum

Forst. f.

21

Nome popular Kava-kava

Parte usada Rizoma

Padronização/Marcador Kavapironas Kavalactonas

Formas de uso Extratos, tintura

Indicações / Ações terapêuticas Ansiedade, insônia, tensão nervosa, agitação

Dose Diária 60-120 mg de kavapironas

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sob prescrição médica - utilizar no

máximo por 2 meses

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Nomenclatura botânica Rhamnus purshiana

DC.

22

Nome popular Cáscara Sagrada

Parte usada Casca

Padronização/Marcador Cascarosídeo A

Formas de uso Extratos,Tintura

Indicações / Ações terapêuticas Constipação ocasional

Dose Diária 20-30 mg cascarosídeo A

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Salix alba L. 23

Nome popular Salgueiro branco

Parte usada Casca

Padronização/Marcador Salicina

Formas de uso Extratos

Indicações / Ações terapêuticas Antitérmico, antiinflamatório, analgésico

Dose Diária 60-120 mg de salicina

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Senna alexandrina

Mill.

24

Nome popular Sene

Parte usada Folhas e frutos

Padronização/Marcador Derivados hidroxiantracênicos (calculados

como senosídeo B)

Formas de uso Extratos

Indicações / Ações terapêuticas Laxativo

Dose Diária 10-30 mg de derivados hidroxiantracênicos

(calculados como senosídeo B)

Via de Administração Oral

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Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Serenoa repens

(Bartram) J.K. Small

25

Nome popular ?Saw palmetto?

Parte usada Frutos

Padronização/Marcador Ácidos graxos

Formas de uso Extrato

Indicações / Ações terapêuticas Hiperplasia benigna da próstata

Dose Diária 272mg a 304 mg de ácidos graxos

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sob prescrição médica

Nomenclatura botânica Symphytum officinale

L.

26

Nome popular Confrei

Parte usada Partes aéreas e raízes

Padronização/Marcador Alantoína

Formas de uso Extrato

Indicações / Ações terapêuticas Cicatrizante

Dose Diária Preparação com 5% a 20% da droga seca

Via de Administração Tópico

Restrição de uso Venda sem prescrição médica. Utilizar por no

máximo 4-6 semanas / ano

Nomenclatura botânica Tanacetum

parthenium Sch. Bip.

27

Nome popular Tanaceto

Parte usada Folhas

Padronização/Marcador Partenolídeos

Formas de uso Extratos, tintura

Indicações / Ações terapêuticas Profilaxia da enxaqueca

Dose Diária 0,2-1 mg de partenolídeos

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Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sob prescrição médica

Nomenclatura botânica Zingiber officinale

Rosc.

28

Nome popular Gengibre

Parte usada Rizomas

Padronização/Marcador Gingeróis (6-gingerol, 8-gingerol, 10-gingerol,

6-shogaol, capsaicin)

Formas de uso Extratos

Indicações / Ações terapêuticas Profilaxia de náuseas causada por

movimento (cinetose) e pós-cirúrgicas

Dose Diária Crianças acima de 6 anos: 4-16mg de

gingeróis; adulto: 16-32mg de gingeróis

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Valeriana officinalis 29

Nome popular Valeriana

Parte usada Raízes

Padronização/Marcador Sesquiterpenos (ácido valerênico, ácido

acetoxivalerênico)

Formas de uso Extrato, tintura

Indicações / Ações terapêuticas Insônia leve, sedativo, ansiolítico

Dose Diária 0,8-0,9mg de sesquiterpenos

Via de Administração Oral

Restrição de uso Venda com prescrição médica

Nomenclatura botânica Mikania glomerata

Sprengl.

30

Nome popular Guaco

Parte usada Folhas

Padronização/Marcador cumarina

Formas de uso Extrato, tintura

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Indicações / Ações terapêuticas Expectorante, broncodilatador

Dose Diária 0,525-4,89 mg de cumarina

Via de Administração oral

Restrição de uso Venda sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Hamamelis virginiana 31

Nome popular Hamamelis

Parte usada Folha

Padronização/Marcador Taninos

Formas de uso Extrato, tintura

Indicações / Ações terapêuticas Hemorróidas - uso interno; hemorróidas

externas, equimoses - uso externo

Dose Diária 160-320 mg taninos

Via de Administração Oral e tópica

Restrição de uso Venda com prescrição médica

Nomenclatura botânica Polygala senega 32

Nome popular Polígala

Parte usada Raízes

Padronização/Marcador Saponinas triterpenicas

Formas de uso Extrato, tintura

Indicações / Ações terapêuticas Bronquite crônica, faringite

Dose Diária 18-33mg de saponinas triterpenicas

Via de Administração Oral

Restrição de uso Sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Eucalyptus globulus 33

Nome popular Eucalipto

Parte usada Folhas

Padronização/Marcador Cineol

Formas de uso Óleo, extrato, tintura

Indicações / Ações terapêuticas Antisséptico e antibacteriano das vias aéreas

superiores; expectorante

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Dose Diária 14 - 42,5mg cineol

Via de Administração Oral

Restrição de uso Sem prescrição médica

Nomenclatura botânica Arnica Montana 34

Nome popular Arnica

Parte usada Sumidades floridas

Padronização/Marcador Lactonas sesquiterpênicas totais

Formas de uso Extrato, tintura

Indicações / Ações terapêuticas Equimoses, hematomas, contusões em geral

Dose Diária Tintura: 1mg/ml de lactonas

sesquiterpênicas, diluir de 3 a 10x; Cremes e

pomadas : 0,20-0,25 mg/mg de lactonas

sesquiterpênicas;

Via de Administração Tópica

Restrição de uso Venda sem prescrição; não usar em

ferimentos abertos.