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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS DOMINGOS JOAQUIM FRANCISCO DESEMPENHO DO INTERCÂMBIO COMERCIAL ENTRE ANGOLA E BRASIL NO SETOR PETROLÍFERO NO PERÍODO DE 2006-2017 CRICIÚMA 2018

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC

CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS

DOMINGOS JOAQUIM FRANCISCO

DESEMPENHO DO INTERCÂMBIO COMERCIAL ENTRE ANGOLA E BRASIL

NO SETOR PETROLÍFERO NO PERÍODO DE 2006-2017

CRICIÚMA

2018

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DOMINGOS JOAQUIM FRANCISCO

DESEMPENHO DO INTERCÂMBIO COMERCIAL ENTRE ANGOLA E BRASIL

NO SETOR PETROLÍFERO NO PERÍODO DE 2006-2017

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de bacharel no curso de

Ciências Econômicas, da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC.

Orientadora: Prof.ªDrª Melissa Watanabe

CRICIÚMA

2018

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DOMINGOS JOAQUIM FRANCISCO

DESEMPENHO DO INTERCÂMBIO COMERCIAL ENTRE ANGOLA E BRASIL

NO SETOR PETROLÍFERO NO PERÍODO DE 2006-2017

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de

Bacharel, no Curso de Ciências Econômicas da Universidade do Extremo Sul Catarinense,

UNESC.

Criciúma, aos 26 de Novembro de 2018.

BANCA EXAMINADORA

Prof.ª Melissa Watanabe- Doutora- (UNESC) - Orientador

Prof. Miguelangelo Gianezini -Doutor - (UNESC) Examinador

Prof. Alex Sander Bristot de Oliveira - (UNESC) Examinador

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Dedico o meu trabalho de conclusão do curso a Deus por

nunca me ter deixado só, ao meu querido e saudoso pai

André Francisco e a mulher mais linda do universo a minha

mãe Rosalina Joaquim, aos familiares especificamente

meus irmãos e sobrinhos, amigos e meus irmãos em Cristo

Jesus. Obrigado por toda força e amor recebidos de vossa

parte. Amor transbordante sinto eu por vós!

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a DEUS, por tudo que É, e pela sua fidelidade em cumprir

todas as suas promessas em minha vida.

Ao meu amado pai em memória, que sempre esteve presente em minha vida e pelo

forte zeloso que teve em me proporcionar aquilo que ninguém pode roubar de mim, a educação

e por me ensinar a lhe dar com a escassez e a bonança. A mulher que eu mais amo neste mundo,

a minha mãe pela dedicação e amor que ela sempre teve para cuidar de mim.

Agradeço também aos meus professores durante o curso todo, que com eles muito

apreendi, teorias e práticas, e o que realmente é ser um economista, e não simplesmente pelo

aprendizado em salas de aulas, mais também as experiências de vida contadas por cada um, vos

considero uma fonte rica de conhecimento, especialmente ao professor e mestre Amauri Porto

Junior que sempre foi muito rígido comigo gerando assim um grande incentivo e dedicação na

faculdade, a professora Drª Natália Martins que o considero como uma verdadeira mãe e por

ela ser também minha irmã em Cristo, agradeço a minha querida professora Drª Melissa

Watanabe, por me orientar neste trabalho. Aos meus colegas economistas, sobretudo os

angolanos que muito aprendi com eles, lhes proporciono a minha gratidão. Meu agradecimento

vai para os meus irmãos em Cristo quer de Angola como do Brasil que sempre estiveram

comigo nos bons e maus momentos.

Agradeço aos meus amigos e irmãos os Kalomboloca, que sempre estiveram

comigo nos bons e maus momentos dividindo a mesma casa neste espaço de tempo, com eles

aprendi o que é realmente uma verdadeira amizade. Ao pessoal da feira de economia solidária

da Unesc, especialmente a dona Regina, a dona Eliane e o prof. Dimas, por me ajudarem nas

vendas das rifas fazendo contribuição que me ajudaram a pagar a negociação bem na reta final

para concluir o curso, o Max meu monitor que me ajudou bastante durante o curso.

Também agradeço pela vida da menina Adelina Kiala, amiga que conheci bem na

reta final do curso e me proporcionou grandes ajudas para concluir o curso de economia, talvez

sem essa menina não iria conseguir terminar o curso no momento, ao professor Janir Paim, a

síndica do edifício Aguiar, Senhora Marleni Aguiar. Agradeço a todos em geral que me

ajudaram direta e indiretamente nesta caminhada.

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“O gênio é composto por 2% de talento e 98%

de perseverante aplicação.”

Ludwing Van Beethoven

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RESUMO

Resumo: Neste trabalho pretende-se explanar sobre o intercâmbio comercial entre Angola e

Brasil durante o período de 2006 a 2017, especificamente no setor petrolífero e frisar sobre a

importância da economia internacional para os dois países. Diante desta temática tem-se como

problema de pesquisa, ou seja, pretende-se responder a seguinte indagação: Como está

apresentado a pauta de importação e exportação, e qual o desempenho do intercâmbio comercial

entre Angola e Brasil no setor petrolífero concernente ao período de 2006 – 2017. No presente

trabalho utiliza-se como método de pesquisa, uma abordagem de natureza qualitativa, de caráter

descritivo pois tem como objetivo descrever os fatores que desenvolvem o mercado petrolífero

aberto entre Brasil e Angola. No entanto, delineia-se especificamente em um caráter de pesquisa

bibliográfica, ou seja, documental (livros, revistas, artigos, jornais). Como procedimento de

coleta de dados tem se como analisados e coletados por meio de instituições governamentais

como o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Banco Nacional de

Angola (BNA), organizações independentes como FMI, OPEP, Banco Mundial, e Sonangol.

Como resultados introdutórios, observa-se que historicamente o Brasil é o primeiro país a

reconhecer Angola como independente em 1975. A partir daí o Brasil passou a ser um dos

maiores aliados comerciais de Angola. Portanto, nos anos setenta, as relações económicas entre

Angola e Brasil foram estruturadas de acordo com o fluxo comercial: o Brasil exportou produtos

manufaturados e semimanufaturados e Angola exportou petróleo e derivados. Contudo, a

empresa petrolífera brasileira, isto é, a Petrobrás tem atuado em Angola desde 1979 e Sonangol.

Para fundamentar a teoria deste trabalho, referencia-se como os principais autores do comércio

internacional, como: Krugman e Obstfeld (1997), Blanchard (2011), Almeida (2001), Cassano

(2002) e outros. Para Krugman e Obstfeld (1997), o estudo da economia internacional tem sido

cada vez mais importante no nosso tempo do que nos tempos anteriores. Por causa do comércio

internacional de bens e serviços, os países estão mais inter-relacionados economicamente como

jamais estiveram. Consequentemente, as barreiras econômicas estão sendo cada vez mais

rompidas. Esses autores fazem uma menção da relevância que a economia internacional, tem

para o crescimento econômico do Estados Unidos de América, e se a economia internacional

foi e é crucial para o crescimento da economia Norte Americana, ela também pode ser crucial

para países como Brasil e Angola. Espera-se assim com este trabalho, criar dados, identificar

as principais vantagens das relações econômicas entre Angola e Brasil especificamente no

comércio voltado ao petróleo e verificar o efeito da balança comercial entre os dois parceiros.

Palavras chaves: economia internacional, relação econômica, balança comercial, Petróleo.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Produção mundial em milhões de barris de Petróleo por dia (2007-2016) ............... 32

Tabela 2 Exportações mundiais de milhões de barris de petróleo bruto por dia (2007-2016) 33

Tabela 3 Importações mundiais de milhões de barris de petróleo bruto por dia (2007-2016) . 34

Tabela 4 Produção de petróleo da OPEP em milhões de barris por dia (2007-2016) .............. 35

Tabela 5 - Exportação em milhões de barris de petróleo diariamente (2007-2016)................. 36

Tabela 6 - Destino das exportações de petróleo bruto em bilhões de dólar de 2006 a 2017. ... 42

Tabela 7 - Histórico de volumes de barris vendidos por preço de 2006 a 2017 ....................... 43

Tabela 8 - Histórico da venda de petróleo bruto (US$ bilhões) ............................................... 44

Tabela 9 - Histórico das exportações de Angola no período de 2006 a 2017 .......................... 45

Tabela 10 - Os países que mais efetuam suas exportações (bilhões de US$), para Angola. .... 46

Tabela 11 - Importação por classificação econômica em bilhões de U.S Dólares (2006-2017)

.................................................................................................................................................. 48

Tabela 12 - Histórico do Pib de Angola em bilhões de US$ (2006-2017) ............................... 50

Tabela 13 - Histórico da (%) da exportação e importação sobre o PIB ................................... 50

Tabela 14 - Histórico da balança comercial de Angola em bilhões de US$ de 2006 a 2017 .. 51

Tabela 15 - Histórico da taxa de cambio de Angola comparado ao dólar (2000-2017) ........... 52

Tabela 16 - Destinos das exportações brasileiros em bilhões de US$ (2000-2017) ................ 54

Tabela 17 - Destinos das exportações brasileira em bilhões de US$ (2000-2017) .................. 55

Tabela 18 - Destinos das exportações brasileira em bilhões de US$ (2000-2017) .................. 57

Tabela 19 - Continentes que o brasil importa em bilhões US$ (2000-2017) ........................... 58

Tabela 20 - Destino das importações brasileiras em bilhões US$ (2000-2017) ....................... 59

Tabela 21 - Importação de bens em bilhões de US$ (2000-2017) ........................................... 60

Tabela 22 - Histórico da balança comercial do Brasil de 1997 a 2017 .................................... 61

Tabela 23 - Histórico da taxa de cambio brasileiro comparado ao dólar (1995-2017) ............ 62

Tabela 24 - Histórico das exportações do Brasil para Angola (2006-2008) ............................ 64

Tabela 25 - Principais produtos de exportação do Brasil para Angola em milhões de US$ (2009).

.................................................................................................................................................. 64

Tabela 26 - Principais produtos de exportação do Brasil para Angola em milhões de US$ (2010-

2015). ........................................................................................................................................ 65

Tabela 27 - Principais produtos de exportação do Brasil para Angola em milhões de US$ (2016-

2017). ........................................................................................................................................ 65

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Tabela 28 - Principais produtos de exportação de Angola para Brasil em milhões de US$ (2006-

2007). ........................................................................................................................................ 66

Tabela 29 - Exportação de Angola para o Brasil em milhões US$ (2008-2009) ..................... 67

Tabela 30 - Exportação de Angola para o Brasil em milhões US$ (2010-2011) ..................... 67

Tabela 31 - Exportação de Angola para o Brasil em milhões US$ (2012-2013) ..................... 68

Tabela 32 - Exportação de Angola para o Brasil em milhões US$ (2014-2015) ..................... 68

Tabela 33 - Exportação de Angola para o Brasil em milhões US$ (2016-2017) ..................... 69

Tabela 34 - Balança comercial, Angola e Brasil de 2000 a 2017 ............................................. 69

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Exportações mundiais de milhões de barris de petróleo bruto por dia (2012-2016)

.................................................................................................................................................. 34

Gráfico 2 - 5 Principais destinos de exportação de Angola em 2011 ....................................... 42

Gráfico 3 - Histórico da venda de petróleo bruto (US$ bilhões) .............................................. 44

Gráfico 5 - Histórico percentual de países que exportam produtos para Angola (2006-2017).47

Gráfico 6 - Importação por classificação econômica em bilhões de U.S Dólares (2006-2017)

.................................................................................................................................................. 48

Gráfico 7 - (%) das importações por classificações econômicas (2006-2017)......................... 49

Gráfico 8 - Histórico da (%) da exportação e importação sobre o PIB (2006-2017) ............... 50

Gráfico 9 - Histórico da balança comercial de Angola de 2006 a 2017 ................................... 52

Gráfico 10 - Balança comercial brasileira (1995-2016) ........................................................... 53

Gráfico 11 - Destinos das exportações brasileira em bilhões de US$ (2000-2017) ................. 54

Gráfico 12 - Destinos das exportações brasileira em bilhões de US$ (2000-2017) ................. 56

Gráfico 13 - Continentes que o brasil importa em bilhões US$ (2000-2017 ........................... 58

Gráfico 14 - Destino das importações brasileira em bilhões US$ (2000-2017) ....................... 59

Gráfico 15 - Histórico da taxa de cambio brasileiro comparado ao dólar (1995-2017) ........... 62

Gráfico 16 - Balança comercial, Angola e Brasil (2000-2017). ............................................... 70

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Apex-Brasil Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos

BM Banco Mundial

BNA Banco Nacional de Angola

EUA Estados Unidos da América

FMI Fundo Monetário Internacional

GATT Acordo Geral de Tarifas e Comércio

INMETRO Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada

MDIC Ministério da Industria, Comércio Exterior

OMC Organização Mundial do Comércio

PIB Produto Interno Bruto

SADC Comunidade de Desenvolvimento dos países da África Austral

OPEP Organização dos Países Exportadores de Petróleo

FMI Fundo Monetário Internacional

UNCTAD Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento

UNASUL União das Nações Sul Americanas

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 16

2 A ECONOMIA INTERNACIONAL ................................................................................. 19

2.1 ECONOMIA FECHADA ................................................................................................... 19

2.2 ECONOMIA ABERTA ...................................................................................................... 20

2.3 O COMÉRCIO INTERNACIONAL .................................................................................. 21

2.3.1 Órgãos reguladores e intervenientes do comércio internacional ................................... 24

2.4. BARREIRAS AO COMÉRCIO INTERNACIONAL ....................................................... 25

2.4.1 Barreiras técnicas ........................................................................................................... 26

2.4.2 Barreiras sanitárias e fitossanitárias .............................................................................. 26

2.5 ACORDOS INTERNACIONAIS ....................................................................................... 27

2.5.1 Acordos regionais ............................................................................................................ 28

2.5.2 Acordos gerais de preferência – sgp ............................................................................... 30

3 RESULTADOS DA PESQUISA ........................................................................................ 31

3.1 O SETOR PETROLÍFERO MUNDIAL ............................................................................. 31

3.1.1 Membros da Opep ........................................................................................................... 35

3.1.2 Petróleo em Angola ......................................................................................................... 36

3.2 ACORDOS COMERCIAIS ENTRE ANGOLA E BRASIL .............................................. 37

3.2.1 Dados sobre acordo bilateral feito pelos dois países voltados ao setor petrolífero. ...... 38

3.3 ANGOLA E O COMÉRCIO EXTERIOR .......................................................................... 40

3.3.1 Os principais destinos do petróleo bruto de angola no período de 2006 a 2017 ........... 41

3.3.2 Histórico de venda de barris de petróleo por preço no período de 2006 a 2017. .......... 43

3.3.3 Histórico das exportações de Angola no período de 2006 a 2017 .................................. 44

3.3.4 Os países que Angola mais importou os seus produtos no período de 2006 a 2017. ..... 46

3.3.5 Porcentagem de importação e exportação sobre o pib ................................................... 49

3.3.6 Históricos da balança comercial de angola de 2006 a 2017 .......................................... 50

3.3.7 Histórico da taxa de câmbio de 2006 a 2017 .................................................................. 52

3.4 BRASIL E O COMÉRCIO EXTERIOR ............................................................................. 53

3.4.1 Exportações continentais do brasil ................................................................................. 53

3.4.2 Importação continental do Brasil .................................................................................... 57

3.4.3 Históricos da balança comercial brasileira de 1997-20017 ........................................... 60

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3.4.4 Taxa de câmbio ................................................................................................................ 61

3.5 COMERCIO ENTRE BRASIL E ANGOLA ...................................................................... 63

3.5.1 Exportação do Brasil para Angola .................................................................................. 63

3.5.2 exportações de Angola para o Brasil .............................................................................. 66

3.5.3 Balança comercial, Angola e Brasil de 2000 a 2017. ..................................................... 69

4 CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 71

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 74

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1 INTRODUÇÃO

As relações econômicas Brasil-Angola tiveram início quando os primeiros

africanos foram trazidos na condição de escravos para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar.

Angola participou ativamente da formação do povo brasileiro, sendo considerada a mãe negra

do Brasil (CUNHA, 2002).

Segundo Badin e Morosini (2017), O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a

independência de Angola em 1975. Com os acordos nucleares que Brasil fez com Alemanha e,

sobretudo, a busca por outros fornecedores de petróleo, Angola tornou-se, nestas circunstâncias,

uma alternativa para o Brasil no auge da crise mundial do petróleo. Concomitantemente, nos

anos 1970, as relações econômicas entre Angola e o Brasil foram estruturadas de acordo com o

fluxo comercial: o Brasil exportou produtos manufaturados e semimanufaturados e Angola

exportou petróleo e derivados. Em 1979, o Brasil investiu diretamente pela primeira vez em

Angola, especialmente no setor petrolífero do país, por meio da agência Petrobras, cuja

participação combinou acesso a fontes de petróleo com a oportunidade de exportar produtos e

tecnologias brasileiras.

A economia angolana é dependente das receitas petrolíferas. Nos últimos anos, o

setor petrolífero e os altos preços internacionais de seus produtos alimentaram a elevação da

taxa de crescimento do país. O aumento da produção de petróleo sustentou um crescimento

médio de mais de 15% ao ano, de 2004 a 2007. Tanto que entre os anos 2008 e 2011, a economia

angolana registrou menores saltos, mas igualmente significativas, taxas de expansão, tendo em

conta que a demanda e os preços internacionais do petróleo sofreram alguma retração,

sobretudo no biênio 2009 a 2010. Em 2011, o crescimento da economia de Angola foi de 3,9%

e, em 2012, 8,4%. Na África, Angola foi o país que apresentou o quinto maior crescimento real

de sua economia em 2012. As últimas estimativas do FMI para Angola indicam crescimento

real de 6,2% em 2013 e de 7,3% em 2014 (ANGOLA, 2015).

A exploração do petróleo representa 47% no PIB. De cerca de 900 mil barris por

dia (bpd) em 2002, a produção passou para 1,7 milhão de bpd em 2010. Aproximadamente 60%

das receitas do Estado provêm da atividade petrolífera. Mantido o ritmo de atual extração, as

reservas comprovadas de petróleo de Angola poderiam esgotar-se dentro de pouco mais de vinte

anos. Novas descobertas deverão prolongar consideravelmente este período (ANGOLA, 2015).

Por tanto, neste trabalho pretende-se explanar sobre o desempenho do intercâmbio

comercial entre Angola e Brasil, no setor petrolífero no período de 2006-2016. Para Krugman

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e Obstfeld (1997), o estudo da economia internacional tem sido cada vez mais importante no

nosso tempo do que nos tempos anteriores. Por causa do comércio internacional de bens e

serviços, os países estão mais inter-relacionados economicamente como jamais estiveram.

Diante desta temática tem-se como problema de pesquisa, ou seja, pretende-se

responder a seguinte indagação: Como está apresentado a pauta de importação e exportação, e

qual o desempenho do intercâmbio comercial entre Angola e Brasil no setor petrolífero

concernente ao período de 2006 - 2017? A partir dos anos pós guerra especificamente os anos

de 2006 a 2008 Angola passou a ter grandes superávits na sua balança comercial, demostrando

um perfil voltado a ascensão concernente o comércio exterior.

Diante do tema relacionado com o comércio internacional, o objetivo geral se

propõe a estudar o ocorrido durante o período de 2006-2017, concernente o comércio no setor

petrolífero realizado bilateralmente, entre Angola e Brasil. No entanto, apresentar o

comportamento dos fluxos comerciais entre os dois países, tomando por base,

fundamentalmente, resultados da balança comercial, de indicadores de concentração das

exportações e importações e de comércio. E descrever o posicionamento do Brasil e Angola no

que se refere à atividade petrolífera e os seus acordos políticos, concernente o período de 2006

- 2017. Para tal se apresentará dados mundiais do setor petrolífero, bem como dados secundários

referentes especificamente dos países estudado no caso, Angola e Brasil.

Deste modo, se apresentará algumas estratégias para trazer resposta ao problema

do presente trabalho, portanto, tem-se como objetivos específicos:

Levantar dados sobre acordos bilaterais feito pelos dois países voltados ao setor petrolífero;

Apresentar graficamente a evolução do comércio exterior entre Brasil e Angola, no período de

2006-2017, no setor do petróleo;

Classificar os produtos da pauta comercial do setor petrolífero;

A busca de êxitos nos objetivos citados foi realizada, uma abordagem de natureza

qualitativa, de caráter descritivo pois tem como objetivo apresentar, ou seja, descrever a

performance do intercâmbio comercial entre Angola e Brasil voltado ao setor petrolífero num

determinado período. Algumas pesquisas descritivas vão além do simples fator de identificação

concernente a existência de relações entre variáveis com objetivo de determinar o ambiente

dessa relação. As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que

frequentemente os economistas preocupados com a atuação prática realizam, que

consequentemente são também os mais solicitados por organizações como instituições voltadas

ao governo, empresas comerciais, partidos políticos, etc (GIL, 1995).

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O presente trabalho está delineado especificamente em um feitio de pesquisa

bibliográfica, e documental. As pesquisas deste grupo são caracterizadas normalmente por

serem os seus dados obtidos não a partir de pesquisas feitas em pessoas, mais por intermédio

de livros, revistas, jornais e todo tipo de documento que podemos imaginar. Apesar de que a

maioria das pesquisas em um específico momento se baseiam em fontes dessa natureza, são em

grande parte os trabalhos que são desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes voltadas para

pesquisa bibliográfica ou documental (GIL, 1995).

Com o procedimento de coleta de dados feito no presente trabalho, ou seja, os dados

serão analisados por intermédio de instituições governamentais como o Ministério da indústria,

comércio exterior e serviços (MDIC), banco nacional de Angola (BNA) e organizações

independentes como Banco Mundial, FMI, OMC, OPEP.

Concernente ao procedimento de análise de dados, utiliza-se no presente trabalho a

pesquisa documental e bibliográfica. Obtendo resultados por meio de uma série de análise de

documentos como: relatórios de pesquisa, tabelas estatísticas, e bases de dados. Segundo Gil

(2007), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído

principalmente por livros e artigos científicos. Os livros possuem fontes bibliográficas na sua

essência; as pesquisas documentais são voltadas a documentos de primeira mão que por sua

vez, não receberam qualquer tratamento analítico, tais como: documentos oficiais, reportagens

de jornal. De outro lado existe um documento de segunda mão, que de alguma forma já foram

analisados, tais como: Relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas e

outras fontes.

O estudo sobre o tema em âmbito específico, demonstra a necessidade de avançar

na problematização das relações comerciais entre países com realidades socioeconômicas

distintas. O estudo busca demonstrar a relevância de Angola concernente ao setor petrolífero, e

o quanto a sua balança comercial é impactada por este setor. A presente pesquisa apresenta uma

contribuição no que tange à característica que o setor petrolífero apresenta em âmbito mundial,

pois por hora é ainda o setor que oferta energia a menor custo. Por maior que seja o esforço em

pesquisas para a substituição de tal commodity por energias limpas e renováveis ainda há uma

necessidade mundial do petróleo na pauta de exportações de vários players do setor.

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2 A ECONOMIA INTERNACIONAL

Para Almeida (2001), A economia internacional está vinculada a um sistema

articulado de economias nacionais consistindo numa série de trocas entre bens, serviços,

capitais e tecnologia, em um objeto que dinamiza as assimetrias1 estruturais entre países.

A economia internacional dispõe-se de mesmos métodos indispensáveis de análise

que outras áreas de estudo da economia, pois os motivos e comportamentos dos indivíduos e

das empresas no comércio internacional são iguais aos das transações internas de um país

(KRUGMAN; OBSTFELD, 2001).

Quando uma garrafa de vinho espanhol é servida em uma mesa em Londres, a

sequência de eventos que a levou até lá não é muito diferente da sequência que leva

uma garrafa de vinho produzido na Califórnia a ser servida em uma mesa em Nova

York - e a distância percorrida é muito menor! A economia internacional envolve

conceitos novos e diferentes, porque o comércio e o investimento internacional

ocorrem entre nações diferentes (KRUGMAN; OBSTFELD, 2001, p.3).

De acordo com Mesquita (2013), a multinacionalização do comércio, entendida

como o estabelecimento de fluxos comerciais entre todas as regiões do mundo, deu início na

remontada do século XVI, com as navegações ibéricas.

2.1 ECONOMIA FECHADA

Para entender a importância dos acordos políticos numa economia aberta, e que o

comércio exterior também é primordial para sua economia, é preciso uma série de análise. O

primeiro mecanismo é analisar, ou seja, fazer uma apresentação de economia fechada, e depois

apresentar um padrão de economia aberta como é o caso de Angola e Brasil.

No entanto, diferente da economia aplicada na maioria dos países especificamente

no Brasil e Angola, a economia fechada, aquela que não se relaciona com o resto do mundo,

para Sandroni (2004, p.191):

Economia típica de uma região isolada. Não há importação nem exportação de

produtos. O intercâmbio de mercadorias não se realiza além dos limites territoriais

determinados pelos agentes econômicos locais: produtores, intermediários e

consumidores. Esse tipo de economia praticamente não existe no mundo atual. Mas é

útil como modelo para analisar de que forma o total das despesas de consumo, gastos

1Segundo Souza, Oliveira e Gonçalves (2010, p. 6), “as assimetrias estruturais entre países – entendidas como

aquelas que se originam de diferenças quanto a dimensão econômica, posição geográfica, dotação de fatores,

acesso à infraestrutura regional, qualidade institucional e nível de desenvolvimento. ”

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governamentais, investimentos e tributos interagem para determinar os níveis do

emprego e das rendas nacionais. Na classificação de sistemas econômicos de Werner

Sombart, é um tipo de economia voltada fundamentalmente para a autossubsistência2,

com o uso de instrumentos e trabalho rudimentares.

Para Blanchard (2011), em uma economia fechada, os indivíduos geralmente se

encontram em uma só decisão, poupar ou consumir, ao contrário de numa economia aberta em

que as pessoas não decidem apenas entre poupar e consumir (comprar), mais decidem que

produto ou bens irão comprar, melhor dizendo, comprar bens domésticos ou estrangeiros.

2.2 ECONOMIA ABERTA

Neste trabalho tem-se como objeto de estudo, apresentar a abertura de mercados de

bens, especificamente petrolíferos, como está constituído entre os dois países, Brasil e Angola.

Por conseguinte, cada uma das economias do globo terrestre é dependente ou tem relações

econômicas com as demais, constata-se no fato de que, uma economia qualquer, parte de sua

produção de bens, num determinado tempo, normalmente é com certeza vendida para o resto

do mundo, a qual se denomina de exportação. Concomitantemente, admite-se que parte do que

foi consumido nesta economia, isto é, no mesmo período tempo pode ter sido produzido fora

do país e comprado, ou seja, importado da economia em questão (PAULANI; BRAGA, 2005).

Segundo Paulani e Braga (2005), a comparação entre esses dois tipos de transação

que acabaram de ser citados (exportação e importação), constitui um elemento de extrema

importância na economia, a qual é denominada de balança comercial.

Balança comercial é a diferença entre exportações e importações: Se as exportações

são maiores do que as importações, tem-se um superávit comercial (de forma

equivalente, balança comercial positiva). Se as importações são maiores do que as

exportações, tem-se um déficit comercial (de forma equivalente, balança comercial

negativa) (BLANCHARD, 2011, p. 338).

Para Blanchard (2011), uma economia aberta está constituída por abertura dos

mercados de bens, abertura de mercados financeiros e abertura de mercados de fatores.

Diferente da economia fechada, em uma economia aberta, as pessoas são livres, autônomas

quanto as suas decisões, isto é, comprar bens domésticos ou estrangeiros. Portanto, todos os

2 Economia de Subsistência é a produção agrícola de bens de consumo imediato e para o mercado local. Ao

contrário do que a designação possa sugerir, ela tem algum caráter mercantil, praticada desde a Antiguidade

greco-romana, a economia de subsistência constitui a atividade mais importante da economia medieval

(SANDRONI, 2004, p.190).

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compradores, como empresas domésticas e estrangeira e os governos estão inclusas nesta

tomada de decisão. Em que se os compradores decidem comprar mais bens domésticos, a

demanda por bens domésticos aumenta, e do mesmo jeito com o produto doméstico; já se os

mesmos decidem comprar mais bens estrangeiros, é o produto estrangeiro que aumenta

comparado ao produto doméstico.

Abertura dos mercados de bens - capacidade que consumidores e empresas têm de

escolher entre bens domésticos e bens estrangeiros. Em nenhum país essa escolha é

totalmente livre de restrições. Mesmo os países mais comprometidos com o livre

comércio possuem tarifas - impostos sobre bens importados - e cotas - restrições a

quantidade de bens que devem ser importados - para pelo menos alguns bens

estrangeiros. Ao mesmo tempo, na maioria dos países as tarifas médias são baixas e

continuam a diminuir (BLANCHARD, 2011, p. 337).

Segundo Blanchard (2011), dentro da economia aberta para o mercado de bens

encontra-se um dos maiores determinantes que influenciam nas decisões na compra de bens

estrangeiros, na qual define como preço dos bens domésticos em relação aos preços dos bens

estrangeiros (preço comparado a taxa real de câmbio).

2.3 O COMÉRCIO INTERNACIONAL

Bem no começo da ciência econômica, o comércio internacional sempre foi tratado

como uma parte especialmente vigorosa (sabendo que a maior parte das desavenças

internacionais, dá-se origem ao comércio exterior ou a falta do mesmo) e analisado como uma

fonte ou saída que leva os países a aproveitarem melhor os seus fatores produtivos (CASSANO,

2002).

Em muitos países, incluindo Brasil e Angola o comércio internacional é,

completamente, uma questão primordial, o comércio exterior é irrefutavelmente o instrumento

mais poderoso de se adequar entre as possibilidades concretas de produção e a estrutura da

demanda vigente (ELLSWORTH, 1980).

A experiência mundial não deixa margem de dúvida quanto ao papel decisivo que o

comércio exterior desempenha no desenvolvimento de todas as nações. Ê instrumento

altamente eficaz para abreviar o processo de desenvolvimento econômico e antecipar

a formação de uma sociedade industrial. O comércio exterior é indubitavelmente o

mecanismo mais poderoso de adequação entre as possibilidades concretas de

produção e a estrutura de demanda vigente. Por seu intermédio, a demanda externa se

acrescenta a demanda interna, gerando efeitos positivos na atividade produtiva

(ELLSWORTH, 1980, p. 737).

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Para Krugman e Obstfeld (1997), o estudo da economia internacional tem sido cada

vez mais importante no tempo atual do que nos tempos anteriores. Pelo comércio internacional

de bens e serviços, os países estão mais inter-relacionados economicamente como jamais

estiveram, com barreiras econômicas cada vez mais rompida, da mesma forma, a economia

mundial está num só todo mais agitada comparado a décadas passadas.

Segundo Krugman e Obstfeld (1997, p. 1), “acompanhar o movimento do ambiente

internacional tornou-se uma atitude central tanto da estratégia econômica como da política

econômica nacional. ”

Krugman e Obstfeld (1997), observam que algumas estatísticas básicas do

comércio apontam, e nos fazem enxergar a relevância crescente da economia internacional para

o país com maior PIB do mundo (EUA). Como parcelas do produto nacional bruto entre 1965

e 1995, os Estados Unidos exportam muito mais do que produzem e importam muito mais do

que consomem, com diferença de épocas anteriores, isto é, de 1965 a 1980, as divisões de

exportações e importações no PIB mais do que dobraram. Verifica-se que tanto a inclinação de

longo prazo do comércio crescente como as flutuações nas exportações dos Estados Unidos,

em relação às importações foram avanços fundamentais para a economia norte-americana. Se

a economia internacional é crucial para o crescimento econômico dos Estados Unidos, ela se

torna indispensável para outros países, especificamente o caso de Angola e Brasil.

Portanto, neste ponto tem como alvo apresentar as principais teorias econômicas

que explicam sobre a economia internacional e avaliar as suas principais contribuições.

Segundo Sarquis (2011), com efeito, as teorias do comércio e do crescimento

chegam a se confundir com a própria origem do pensamento econômico e das Ciências

Econômicas. Adam Smith e David Ricardo, entre outros, ressaltaram a relevância do comércio

para a riqueza das nações. Entenderam ser o comércio internacional eficiente e, as vezes,

indispensável para a geração de maior riqueza e para o aumento do bem-estar dos países.

Sobre as teorias tradicionais do comércio, geralmente são apontados ou classificado

por duas gerações que são: Teorias clássicas e neoclássicas, que estão baseadas nas teorias das

vantagens comparativas do comércio na qual tem o objetivo de mostrar a eficiência da mesma

na economia, de certo modo, entra em contraste com as novas teorias do comércio. Nas teorias

tradicionais do comércio prevalecem os modelos de equilíbrio geral do comércio, que é

averiguado pela alocação eficiente da produção, de acordo com os benefícios das trocas e

maximizando o bem-estar entre as economias relacionadas ou envolvida (SARQUIS, 2011).

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Grosso modo, depreende-se dessas teorias a lição de que o comércio, impulsionado

pela abertura comercial, engendra ganhos econômicos estimulados pelo uso eficiente

das vantagens comparativas. A liberalização comercial entre duas economias permite,

em termos globais, maior eficiência tecnológica e locativa e, assim, maior produção e

níveis de bem-estar mais elevados (SARQUIS, 2011, p.31).

A teoria clássica que velavam pelo livre comércio, se solidifica e é difundida nos

princípios das vantagens comparativas de David Ricardo discípulo de Adam Smith.

Previamente, Smith havia elaborado a teoria das vantagens absolutas, baseada na teoria do valor

e produção. Segundo a teoria, os países como Angola e Brasil, neste caso, passam a ter maiores

ganhos de renda e de bem-estar, se mantendo em uma situação de livre-comércio entre si, isto

é, cada país se especializa, em alguma medida na produção e na exportação dos bens que produz

a custos inferior comparados estes em termos absolutos com seus parceiros (SARQUIS, 2011).

Livre comércio é o comércio não embaraçado por tarifas, restrições quantitativas e

outros impedimentos que obstruem o movimento de mercadoria entre países. A

doutrina do comércio livre, que deriva da teoria clássica do comércio internacional, é

que, quanto menores as obstruções ao comércio entre os países, mais plenamente os

recursos econômicos do mundo serão usados e mais altos padrões de vida serão

atingidos. Essa dedução decorre do fato de o comércio livre tender a extrair a máxima

vantagem da especialização internacional, com consequentes ganhos em eficiência e

bem-estar econômico mundiais (SELDON; PENNANCE, 1969, p.331).

Para Sarquis (2011, p.31) “as trocas pelo comércio permitem que os países

compartilhem as vantagens de menores custos de produção que cada um tem ou desenvolve em

um setor ou outro”.

Contudo, Ricardo em bases semelhantes às de Smith, mais fundamentado sobre a

personagem ou o papel do trabalho como principal fonte de riqueza, formulou as vantagens

comparativas (SARQUIS, 2011).

Com base nesse requisito e na hipótese de equilíbrio das contas comerciais,

demonstrou a tese de que um país, mesmo que tenha vantagens absolutas em todos os

bens por ele produzidos, poderia ter vantagens comparativas, mas em certos bens do

que em outros em condições de livre-comércio. Nessas condições, seu parceiro

comercial, conquanto desprovido de vantagens absolutas, poderia ter certas vantagens

comparativas (SARQUIS, 2011, p.32).

os benefícios do comércio não estão simplesmente voltados a trocas de bens a

menores custos, mais naqueles produtos que são globalmente mais eficientes e pleno das

capacidades de produção disponíveis no país. Todos os países tinham que se especializar nos

bens em que são mais eficientes na sua produção, em termos relativos, havendo ou não países

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mais eficientes nesses mesmos bens. Sintetizando, um país ainda que esteja sem vantagens

absolutas, extrai ganhos e proporcionar outros a seus parceiros em situação de livre-comércio,

isto é, se o mesmo se especializar de acordo com as vantagens comparativas (RICARDO 1985).

Para Krugman e Obstfeld (2005, p.22), “O modelo Ricardiano do comércio

internacional é uma ferramenta extremamente útil para pensar nos motivos pelos quais o

comércio pode acontecer e nos efeitos do comércio internacional sobre o bem-estar nacional”.

As teorias neoclássicas do comércio demonstram que o comércio internacional é o

resultado de dotações distintas de fatores de produção entre os países. Na qual foram elaborados

em artigos pelos suecos Eli Heckscher (1919) e Bertil Ohlin (1924, 1933), e formalizadas

definitivamente por Paul Samuelson (1948 e 1949) e Ronald Jones (1956, 1965). Formados

para sistemas de economias aberta, dos bens e dos fatores de produção, os modelos Heckscher-

Ohlin foram ampliados e generalizados, para múltiplos bens e fatores (SARQUIS, 2011).

Para Rossetti (1980), um dos maiores pensadores da economia John Stuart Mill, faz

o contributo central de Heckscher-Ohlin, que está baseado na lógica de ganhos do comércio

internacional a partir das diferenças estruturais na disponibilidade de recursos de um país,

comparando com outro. Que foram baseados em dois novos princípios, irrevogavelmente bem

mais ajustados a realidade econômico, que são: As diferentes dotações concernentes a estrutura

de recursos das nações, em termos de trabalho, capital e terra; e a outra que se refere às

diferentes intensidades de recursos necessários para a produção de diferentes produtos.

Com base no modelo Heckscher-Ohlin, pode se ter a expectativa que um grande

volume de exportações de produtos agrícolas se mova de países ricos em solo em troca

de produtos manufaturados, artesanatos e outros bens produzidos em países onde o

capital e o trabalho são abundantes (Rossetti, 1980, p.771).

Heckscher e Ohlin procuraram desenvolver uma nova abordagem, não apoiada nos

custos resultantes de um único fator e nem vinculada apenas a dois produtos e dois países. O

enfoque desses autores procurou não apenas evidenciar a possibilidade de custos comparativos

diferentes, mais compreender a razão das diferenças existentes (ROSSETTI, 1980).

2.3.1 Órgãos reguladores e intervenientes do comércio internacional

No presente trabalho abordar-se-á sobre alguns órgãos reguladores e intervenientes

do comércio internacional que são autores de extrema importância no cenário mundial

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concernente a integração, ou seja, a situação geoeconômica global, ao qual tem como objetivo

colocar um ordenamento das relações intranacionais de poder e influência política.

2.4. BARREIRAS AO COMÉRCIO INTERNACIONAL

Para Gonçalvez et al. (1998), desde a época de Adam Smith, a defesa do livre

comércio como um meio gerador de ganhos, bem-estar e riqueza, tem sido uma ideologia

aceitável, ou seja, vem recebendo o apoio de muitos economistas. Entretanto, há visão contrária,

de que não há evidência que o livre comércio acarrete necessariamente ganhos e bem-estar,

vem sendo desde então conservado por um grupo minoritário, porém de influentes economistas,

tais como Hamilton, List e Prebisch.

Se por acaso, a ideia dos ganhos do comércio é o conceito teórico mais importante

na economia internacional, a batalha aparentemente eterna entre comércio livre e proteção é o

seu tema mais importante em relação à política econômica. Desde o surgimento das nações-

estados modernas no século XVI, a uma preocupação por parte dos governos em impor limites

nas importações pelo ganho dos subsídios que vêm das exportações. A missão que tem se

tornado comum na economia internacional é de averiguar os efeitos das chamadas políticas

protecionistas, que por muitos economistas é defendido como uma atividade que protege e

fortifica a base industrial de um país, pelo fato de que gera incentivo ao consumo dos bens e

serviço nacional. Já os defensores do livre mercado, apontam que a atividade protecionista, gera

atraso tecnológico e preços elevados, pelo fato de que quando á muita exportação gera escassez

de produtos no mercado resultando inflação, e não só, o protecionismo também causa perda de

competitividade com os outros países (KRUGMAN; OBSTFELD, 2001).

Para Feistel e Hidalgo (2011), nas duas últimas décadas, houve mudanças

importantes no sistema de comércio internacional. O processo de liberalização do comercio e a

formação de blocos regionais de comércios se aprofundaram. No entanto, eliminar qualquer

tipo de barreiras tarifárias trouxe aos países o receio de que a globalização destruísse seus

Órgãos reguladores e intervenientes do comércio internacional

OMC Organização Mundial do Comércio

OPEP Organização dos Países Exportadores de Petróleo

FMI Fundo monetário internacional

BM Banco Mundial

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setores de produção, passando a adotar outras formas de proteção não-tarifárias. Surgia o novo

protecionismo, gerando complexidade de negociar. A liberalização do comércio de maneira

multilateral, serviu de incentivo para a formação de blocos regionais de comércio entre grupos

reduzidos de países. Portanto, barreiras ao comércio internacional na verdade são estratégias

que os países protecionistas adaptam para proteger suas indústrias, e bens nacionais. Podem ser

encontradas vários tipos de barreiras, que por sua vez, serão citados no presente trabalho, como

barreiras técnicas, barreiras sanitárias e barreiras fitossanitárias.

2.4.1 Barreiras técnicas

Com a criação do GATT 1947 e posteriormente a OMC, em 1995, as tarifas e outras

restrições quantitativas diminuíram de forma significativa. No entanto, outras formas de

protecionismo tornaram-se evidentes, como regulamentações técnicas. Nesse sentido, diversos

países têm inúmeros regulamentos tais como, requisitos de qualidade aos produtos, segurança,

composição, processo produtivo, embalagem, rotulagem, para os produtos comercializados em

seus territórios. Essas regulamentações nacionais consistem, geralmente no que se chama de ,

barreiras técnicas ao comércio. Quando se adota essa medidas governamentais, geralmente se

vela pela proteção de objetivos legítimos, como saúde, segurança e meio ambiente. Que na

maioria das vezes serve como justificativas legítimas para explicar a imposição de exigências

técnicas de políticas protecionistas (MDIC, 2018).

Barreiras técnicas ao comércio, emitido pela OMC, são barreiras que provem da

operação de regulamento regulamentos técnicos não-transparentes ou aquelas que quase não

tem embasamento em normas que internacionalmente são aceitas, e decorrentes da adoção

gerada pela avaliação da conformidade não-transparentes ou demasiadamente dispendiosos,

bem como de inspeções excessivamente rigorosas (INMETRO, 2018).

2.4.2 Barreiras sanitárias e fitossanitárias

Medidas sanitárias e fitossanitárias, tem como objetivo proteger a saúde humana,

animal e sanidade vegetal por meio de regulamentos, procedimento de forma a controlar o

comércio internacional principalmente no quesito a produtos agrícolas de forma a assegurar

inofensivamente a qualidade dos alimentos consumidos internamente e exportados, bem como

a proteção do território nacional contra pragas e doenças (BRASIL, 2018).

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Para Brasil (2018), as medidas SPS geralmente impõem condições e critérios ao

fluxo internacional de produtos agrícolas que podem vir a restringir o comércio entre países.

Deste modo, medidas como essas podem ser classificado como barreiras não tarifárias à luz do

sistema multilateral de comércio. Para que os objetivos legítimos de salvaguardar a saúde

humana, animal e a sanidade vegetal resultassem em obstáculos indevidos ao comércio

internacional fossem evitado, negociou-se, no âmbito da OMC, o acordo relacionado a Medidas

Sanitárias e Fitossanitárias (1994).

2.5 ACORDOS INTERNACIONAIS

Os acordos internacionais ou contrato internacional assim denominado por muitos

é um ponto de extrema importância para que haja barreira, assim como expansão do comércio

entre países. Nesse trabalho especificamente no ponto 3.2 se abordará sobre os acordos

comerciais entre Angola e Brasil, descreve os acordos no setor petrolífero, se ao longo do tempo

esses contratos favorecem ou prejudicam as trocas comerciais entre os dois países.

Strenger (2003), defini o contrato ou acordo internacional como fruto, ou seja, a

consequência do intercâmbio entre países e indivíduos, no sentido aberto, que deste modo, os

mecanismos conhecidos são de características diversificadas e, geralmente são utilizados pelos

comerciantes circunscritos a um único território e pelos trans-territoriais.

Para Falcon (2005), o primeiro acordo de grande importância no comércio exterior,

entre Estado é o tratado de Methuen3, em 1703, memorado assim por Adam Smith, como por

David Ricardo. Por causa do mesmo tratado a Inglaterra compromete-se em dar favoritismo de

um terço nas tarifas que eram aplicados aos vinhos portugueses comparados aos vinhos

franceses, em troca da eliminação da proibição à importação de manufaturas de lã inglesa por

Portugal. A Inglaterra deixou de consumir o mercado Frances e dispôs-se a pagar mais pelos

vinhos portugueses, para melhorar sua balança comercial com Portugal e assim conseguir

acesso ao ouro proveniente do Brasil. É um tratado de extrema inspiração mercantilista,

caracterizado na confusão, apontada por Adam Smith, entre numerário e riqueza.

3 O Tratado de Methuen, ou, melhor dizendo, os tratados firmados em 1703 entre Portugal e Inglaterra (além da

Holanda, no caso do primeiro tratado) resultaram dos problemas trazidos para a política externa portuguesa pela

questão da sucessão da coroa espanhola, após a morte de Carlos II (FALCON, 2005, p.12).

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O comércio internacional, corretamente por compor-se de especializações e

subespecializações, usualmente é submetido a enumeras exigências instrumentais que evoluem

ao sabor dos pactos e convenções se baseiam em necessidades corretas, nascida de uma

capacidade impositiva. geralmente os contratos internacionais são o motor, do comércio

internacional, e no sentido amplo, das relações internacionais, em todos as suas matrizes

(STRENGER, 2003).

2.5.1 Acordos regionais

Segundo Gomes (2001), com a formação dos Estados contemporâneos,

ultrapassando o período pós-guerra da segunda metade do século XX, as nações tendem buscar

a intensificação e prática de políticas integracionistas. Existem variadas causas para que a

nações demandem acordos regionais, causa essas que são: Econômicas, pacifistas, sociais e até

culturais. Geralmente os países interagem devido a causa ou fatores econômicos, pois lhes

possibilita a portar melhor inserção no mercado mundial, para ter maior nível de

competitividade com os demais países ou blocos econômicos. Que por sua vez, é uma das

principais razões para a fundação do Mercosul ao qual Brasil faz parte.

Uma determinada região tem enorme importância nos procedimentos de integração

econômica e política. Se a geografia e a história entre nações for próxima uma da outra, maior

é a contribuição significativa para promover a cooperação e a inserção ou também algumas

vezes criar resistências a elas. Deste modo, concernente aos BRICS, cada país individualmente

aparece ao mundo como polo regional relevante, isto é, na economia, como na política. São

aqueles países que são conhecidos como projetar seus interesses e exercem suas lideranças no

seu entorno estratégico, tendo o Brasil, na UNASUL, como um importante espaço de atuação

externa (CARNEIRO; OLIVEIRA, 2014).

De acordo com Mariano, Júnior e Almeida (2014), a UNASUL (União das Nações

Sul Americanas) se caracteriza de um modo singular, ao recomendar integrações que

contemplem a preservação relacionado a autonomia dos estados, em promover o

desenvolvimento socioeconômico e construir numa identidade regional. Segundo os termos de

seu Tratado Constitutivo, com tudo, a UNASUL tem como iniciativa de integração regional

que associa os países sul-americanos a partir do fortalecimento da soberania e da autonomia

nacional dos países membros.

Diferente do Mercosul que tem por objetivo principal acordar integração

econômica, a UNASUL tem como seus objetivos e acordos regionais o fortalecimento de

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mecanismos de cooperação com os países da região da América do Sul, países esses que são:

Argentina, Brasil, Peru, Chile, Guiana, Suriname e Venezuela. Buscando articular um espaço

econômico e político sul-americano, preservando assim, os espaços nacionais de formulação de

política. No entanto, o Brasil teve uma grande proeminência para a formação deste bloco.

(MARIANO, JÚNIOR E ALMEIDA, 2014).

Assim como Brasil que pertence a bloco regional como UNASUL e bloco

comercial como o Mercosul, Angola também pertence à um bloco econômico, a Comunidade

para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), deste modo, tem os seus acordos regionais.

A classificação tarifária de Angola é baseada no Sistema Harmonizado (SH). As alíquotas de

importação são impostas à base CIF dos bens (valores aduaneiros), como regra, a maioria dos

produtos importados (ANGOLA, 2015).

De acordo com a Southern Africa Development Community – SADC (2012), o

comércio sempre foi uma atividade de extrema importância para o desenvolvimento econômico

de uma região. No entanto, também tem benefícios mais amplos que apoiam o processo de

integração regional. As nações que expandem o comércio com outros devido a liberalização

das políticas comerciais, aumentam o crescimento econômico e melhoram a qualidade de vida

de seus povos.

O Protocolo sobre Comércio da SADC de 1996, conforme emendado em 2010, é

um dos mais importantes instrumentos legais que orientam o trabalho deste bloco econômico,

concernente ao comércio. É um acordo entre os Estados Membros da SADC para redução dos

direitos aduaneiros e outras barreiras comerciais de produtos importados entre os Estados

Membros da SADC. O Protocolo previa o estabelecimento de uma Área de Livre Comércio na

região. O Plano Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional visou a realização da Área

de Comércio Livre da SADC até 2008 e uma União Aduaneira até 2010. Uma Zona de

Comércio Livre, na qual os Estados Membros concordam em remover as tarifas uns contra os

outros, que por sua vez, são livres de cobrar tarifas externas sobre nações não-membros,

fomentando a cooperação econômica entre os Estados Membros . Uma União

Aduaneira adiciona uma tarifa externa comum contra países não-SADC, com todos os membros

do sindicato recebendo ações dessa tarifa (SOUTHERN AFRICA DEVELOPMENT

COMMUNITY - SADC, 2012).

A atual tendência na sociedade internacional é de que os países busquem a formação

de blocos e acordos regionais, principalmente de caráter político ou econômico, visando à

intensificar o comércio entre seus mercados, para obter maior fortalecimento econômico e

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enfrentar a concorrência internacional. No entanto, o aspecto político é o elemento de extrema

importância em um processo integracionista, pois sempre antecede a um ideal, buscando os

Estados, políticas em conjunto com a finalidade de obter maior desenvolvimento, isto é, sob o

aspecto económico, social e cultural. Geralmente quanto maior o ideal político impregnado em

seu caráter volitivo em um processo integracionista, maior será o grau de desenvolvimento que

se poderá alcançar (GOMES, 2001).

Para Gomes (2011), o que geralmente motiva a formação dos blocos econômicos é

a exceção à aplicação do princípio da cláusula da nação mais favorecida, segundo a qual as

concessões e benefícios que vigoram no espaço econômico integrado não precisam ser

concedidos aos Estados que não compõem o bloco: esta exceção constitui uma forma de

protecionismo regional, em detrimento da competitividade mundial. Concernente a cláusula da

nação mais favorecida, constituída como uma das principais regras da OMC, aponta que toda e

qualquer vantagem comercial concedida por um país a outro deverá automaticamente ser

estendida aos demais Estados que interagem no bloco.

2.5.2 Acordos gerais de preferência – sgp

Segundo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviço - MDIC (2018), o

funcionamento do Sistema Geral de Preferências (SGP) foi idealizado no âmbito da UNCTAD,

tendo como base a lógica cepalina, preconizada pelo economista argentino Raul Prebisch. O

SGP foi idealizado com intuito de mercadorias de países em desenvolvimento puderem ter um

acesso privilegiado aos mercados dos países desenvolvidos, em bases sem reciprocidade,

superando, dessa forma, o problema da deterioração dos termos de troca e facilitando o avanço

dos países beneficiados nas etapas no processo de desenvolvimento.

De acordo com o MDIC (2018), por meio do SGP, alguns produtos, originários e

procedentes de países beneficiários em desenvolvimento (PD) e de menor desenvolvimento

(PMD), recebem tratamento tarifário preferencial (redução da tarifa alfandegária) nos mercados

dos países outorgantes deste programa: União Europeia (27 Estados Membros), Estados Unidos

(inclusive Porto Rico), União Aduaneira da Eurásia (Cazaquistão, Rússia e Belarus), Suíça,

Japão, Turquia, Canadá, Noruega, Nova Zelândia, e Austrália.

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3 RESULTADOS DA PESQUISA

No presente capítulo, se abordará sobre os resultados encontrados na pesquisa

trazendo consigo as decorrências dos objetivos específicos do trabalho que são: Levantar dados

sobre acordos bilaterais feito pelos dois países voltados ao setor petrolífero; apresentar

graficamente a evolução do comércio exterior entre Brasil e Angola, no período de 2006-2017,

no setor do petróleo; Classificar os produtos da pauta comercial do setor petrolífero. Com isso

responder a seguinte problemática, como está apresentado a pauta de importação e exportação,

e qual o desempenho do intercâmbio comercial entre Angola e Brasil no setor petrolífero

concernente ao período de 2006 - 2017?

3.1 O SETOR PETROLÍFERO MUNDIAL

No objetivo geral do presente trabalho, quanto aos resultados da pesquisa,

encontrou-se a necessidade de apresentar dados relacionados ao setor petrolífero a nível

mundial, para melhor compreensão do leitor concernente o setor estudado (petróleo), e o

comércio feito pelos dois países no caso Angola e Brasil. “A palavra petróleo vem do latim –

Petra (pedra) e Oleum (óleo). O petróleo é um composto de hidrocarbonetos em seus três

estados. Contém também pequenas quantidades de compostos de enxofre, oxigênio e

nitrogênio” (THOMAS, 2001 apud SCHIAVI e HOFFMANN et al., 2015, p. 261).

Para Schiavi e Hoffmann (2015), quando se fala do setor petrolífero refere-se a um

dos maiores e mais amplos mercados do mundo. Com tendências de crescimento a cada ano,

novas tecnologia e boas perspectiva de inovação. Com tudo, dentre variedades de estudos

abrangentes, de avaliar o processo de mudança e avanço tecnológico, se encontra o petróleo.

Que por sua vez, é um dos combustíveis fosses não renováveis mais utilizado para produzir

energia, levando assim o funcionamento de maquinas, indústria e veículos para locomoção.

Deste modo, o petróleo sempre foi crucial no desempenho geral da economia

mundial, pois a maioria dos setores produtivos dependem desse recurso para uma produção

eficiente e eficaz por meio da sua utilidade energética. Nesta vertente, cabe-se frisar que o valor

econômico no setor petrolífero, na maioria das vezes não depende fortemente de volume de

reservas, produção e descobertas, mais do preço do óleo no mercado internacional.

(MACHADO, FAMÁ, GODOY, 2012). Historicamente, desde a sua descoberta, com o passar

do tempo no mercado, o petróleo teve um avanço intacto, trazendo consigo crescimento e ao

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mesmo tempo crises, por causa das suas tendências de alta nos preços. Desde a sua descoberta,

o petróleo se tornou um setor muito importante para o crescimento da economia mundial,

tornando-se cada vez mais importante com o passar dos anos, com esse crescimento se gerou

novas tecnologias no que se refere a extração, o processo de produção, e desenvolvimento,

gerando assim, novos locais de descobertas e novas etapas (SCHIAVI e HOFFMANN, 2015).

De acordo com Schiavi e Hoffmann (2015), com aumento e avanço de novas

tecnologias, pode se identificar os países que mais produzem petróleo a nível mundial, e

distinguir um conjunto de produtos e maquinas que geram facilidade na produção e desempenho

das empresas do mercado estudado. Uma pesquisa feita pela revista Ford acompanhado com

Wood Mackenzie em 2013 descreveu que a média do volume do petróleo e gás natural

produzido nas empresas petrolíferas no ano de 2003, era de 3,4milhões de barris por dia, depois

de dez anos, isto é, em 2013 a produção de barris aumentou a 4 milhões diariamente

(BEZERRA, 2013 apud SCHIAVI e HOFFMANN et al., 2015).

No gráfico abaixo encontra-se dados relacionados a produção mundial de petróleo

bruto, em milhões de barris por dia no período de 2007 a 2016, nota-se que durante esse período

a região que teve maior produção de barris de petróleo por dia, é o Oriente Médio, que em

média produzia 23 milhões de barris de petróleo por dia, e também pode se observar que nos

últimos anos depois da queda da produção do petróleo entre os meados de 2009 a 2011, a

produção do petróleo tem crescido significativamente (OPEP, 2017).

Tabela 1 Produção mundial em milhões de barris de Petróleo por dia (2007-2016) Mundo/Data 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

América do

Norte

6,452 6,299 6,577 6,708 6,917 7,795 8,849 10,163 10,678 10,060

América

Latina

9,836 9,635 9,507 9,664 9,823 9,701 9,698 9,740 9,714 9,222

Europa

Oriental e

Eurásia

12,005 12,045 12,396 12,66 12,653 12,507 12,659 12,650 12,654 12,765

Europa

Ocidental

4,320 4,046 3,828 3,527 3,195 2,888 2,724 2,750 2,893 2,920

Médio

Oriente

22,361 23,141 20,868 21,030 23,006 24,106 23,845 23,511 24,494 26,608

África 8,997 9,191 8,461 8,655 7,419 8,216 7,639 7,159 7,095 6,660

Ásia e

Pacífico

7,314 7,414 7,345 7,597 7,424 7,484 7,446 7,461 7,593 7,240

Total

Mundo

71,287 71,773 68,984 69,840 70,436 72,699 72,862 73,435 75,123 75,476

Fonte: OPEP (2017). Elaborado pelo autor

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Segundo a OPEP (2017), Nos últimos anos, a tendência para o aumento dos níveis

de produção de petróleo nos países exportadores, juntamente demanda e capacidade de refino

nos países importadores de petróleo, resultou em um aumento global de transporte para atender

à demanda crescente. Do ponto de vista puramente econômico, a demanda por petroleiros é

principalmente determinada pela dinâmica dos fundamentos de oferta e demanda em várias

regiões geográficas. Desde 2008, o número de todos os petroleiros combinados tem aumentado

continuamente. Em 2016 o número total de navios ascendeu a 5.607 comparado com 5.359

navios em 2015. No período de 2008 para 2016, o número total de petroleiros aumentou em

71%. Em termos de tonelagem de porte bruto (tpb), em 2016 As embarcações combinadas

globais poderiam, teoricamente e com segurança, transportar cerca de 528 milhões de toneladas

para 500 milhões em 2015.

Com tudo, se descreve sobre as exportações mundiais de petroleo bruto e produtos

petroliferos por região, conforme nos apresenta a tabela abaixo, de acordo com a OPEP (2017),

de 2007 a 2016, constituido por países como: Bahraim, Irã, Iraque, Kwait, Omã, Catar, Arábia

Saudita, Emirados Arabes Unidos, como esperado, o Médio Oriente sempre se destacou quanto

as exportações em milhões de barris de petroleo por dia.

É notório também no gráfico, que os anos de 2008 a 2011, foram os anos marcados

por baixo indice de exportação a ivel mundial, ja nos anos de 2012 em diante o crescimento das

exportações de barris de petroleo bruto foram bem significativo (OPEP, 2017).

Tabela 2 Exportações mundiais de milhões de barris de petróleo bruto por dia (2007-2016) Mundo/Data 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

América do

Norte

1,422 1,564 1,535 1,431 1,735 5,430 6,185 6,915 7,523 8,365

América

Latina

4,727 4,479 4,271 4,203 4,566 6,205 6,056 6,147 6,411 6,362

Europa

Oriental e

Eurásia

5,279 5,058 5,630 5,632 5,809 10,162 10,170 10,130 10,73 10,650

Europa

Ocidental

3,222 2,786 2,775 2,451 2,248 8,396 8,324 8,250 8,885 9,155

Médio

Oriente

16,948 17,575 15,498 16,322 17,740 21,347 20,660 20,160 20,750 23,920

África 6,883 6,397 6,771 6,613 5,355 7,768 7,363 6,984 7,106 6,589

Ásia e

Pacífico

1,791 1,743 1,613 1,506 1,399 7,619 7,972 8,01 8,392 9,030

Total

Mundo

40,272 39,602 38,093 38,158 38,85 66,927 66,723 66,594 69,793 74,068

Fonte: OPEP (2017). Elaborado pelo autor

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Gráfico 1 - Exportações mundiais de milhões de barris de petróleo bruto por dia (2012-2016)

Fonte: OPEP (2017). Elaborado pelo autor

Para a OPEP (2017), quanto as importações de petróleo bruto se observa que a

região que mais importou petróleo bruto neste período (2006-2017), foi a Ásia e o Pacifico,

região constituída por países como Austrália, Brunei, China, Índia, Indonésia, Malásia, Vietnam

e outros países não identificados por terem uma parcela muito insignificante nas importações

de petróleo. O crescimento da importação destes países foi gradativamente de ano em ano.

Tabela 3 Importações mundiais de milhões de barris de petróleo bruto por dia (2007-2016) Mundo/Data 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

América do

Norte

11,620 11,360 10,429 10,5 9,595 9,241 8,381 7,907 7,928 8,768

América

Latina

2,055 2,044 2,362 2,281 2,510 998 1,070 1,028 934 837

Europa

Oriental e

Eurásia

2,031 2,011 1,938 1,900 1,853 1,839 1,791 1,812 1,940 1,771

Europa

Ocidental

11,650 11,619 10,585 10,610 10,535 10,417 9,909 9,749 10,432 10,303

Médio

Oriente

514 647 498 550 465 516 504 499 536 501

África 914 948 882 922 906 783 677 757 702 653

Ásia e

Pacífico

17,680 17,924 18,079 18,820 18,831 19,249 19,303 19,680 20,571 22,074

Total

Mundo

46,480 46,554 44,774 45,59 44,695 43,045 41,636 41,434 43,045 44,908

Fonte: OPEP (2017). Elaborado pelo autor

0

10

20

30

40

50

60

70

80

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Total Mundo (Exportação)

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3.1.1 Membros da Opep

Segundo a OPEP - Organização dos Países Exportadores de Petróleo (2017), a

demanda por petróleo nos membros da OPEP é determinada em grande parte pelos setores de

transporte e industrial, particularmente as categorias de produtos petrolíferos gasolina e

destilados, bem como querosenes.

Segundo Henriques e Leandro (2012, p.80), a OPEP refere-se a países em que a

indústria petrolífera se sobrepõe a todas as outras estruturas de produção. O

crescimento elevado da formação bruta de capital fixo permitiu-lhes investimentos

em grandes projetos de infraestruturas.

A demanda de petróleo per capita nos membros da OPEP aumentou

acentuadamente no início dos anos 80, assim como 2013. Permaneceu relativamente estagnada

entre meados da década de 80 e 2003 e diminuiu ainda mais a partir de 2014. Os principais

fatores por trás da queda na demanda de petróleo per capita a partir de 2014, foram eficiências

no setor de transporte, aumentando os preços de varejo de produtos de petróleo em alguns Países

e substituição de combustíveis por outras commodities primárias, notadamente gás natural no

setor industrial. Portanto, quanto a produção de petroleo o quadro abaixo nos mostra que a

OPEP teve sempre uma produção significativa no mundo quanto ao petroleo, nota-se que

durante o periodo estudado, em média 43% da produção de petroelo no mundo vem dos países

pertencentes a OPEP4.

Tabela 4 Produção de petróleo da OPEP em milhões de barris por dia (2007-2016)5 Data Total Mundo OPEP OPEP (%) no mundo

2007 71,287 31,123 44,7%

2008 71,773 32,075 44,7%

2009 68,984 28,927 41,9%

2010 69,840 29,249 41,9%

2011 70,436 30,121 42,8%

2012 72,699 32,666 44,9%

2013 72,862 31,83 43,7%

2014 73,435 30,908 42,1%

2015 75,123 31,850 42,4%

2016 75,476 33,280 44,1%

Fonte: OPEP (2017). Elaborado pelo autor

4 Países da OPEP: Angola, Argélia, Emirates Árabes Unidos, Equador, Gabão, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia,

Nigéria, Qatar, Arábia Saudita e Venezuela (OPEP, 2017). 5 Falta de dados do ano de 2006 e 2017

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No quadro abaixo pode se perceber que os anos que a OPEP teve maiores índices,

ou porcentagem nas exportações do petróleo a nível mundial, foi nos anos de 2007 a 2011, que

em média chegavam a 60% das exportações mundiais. Já apartir do ano de 2012 as exportações

da OPEP aumentaram, mais a sua porcentagem a nível de exportações mundiais descaíram

(OPEP, 2017).

No entanto, como foi o caso dos anos anteriores, a maior parte do petróleo bruto da

OPEP foi exportada para a região da Ásia e Pacífico, a região sempre representou quase 63 %do

total dos volumes de exportação da OPEP. Aliás, as exportações totais para a Ásia ao longo dos

anos tem aumentado constantemente, por parte da OPEP (OPEP,2017).

Tabela 5 - Exportação em milhões de barris de petróleo diariamente (2007-2016)6 Data Mundo OPEP OPEP (%)

2007 40,272 24,205 60,1%

2008 39,602 24,032 60,7%

2009 38,093 22,313 58,6%

2010 38,158 23,112 60,6%

2011 38,854 23,457 60,4%

2012 66,997 29,420 44,0%

2013 66,723 27,981 41,9%

2014 66,594 27,152 40,8%

2015 69,793 27,877 39,9%

2016 74,068 30,304 40,9%

Fonte: OPEP (2017). Elaborado pelo autor

3.1.2 Petróleo em Angola

As pesquisas de hidrocarboneto em Angola, deram inicio no ano de 1910, no

mesmo ano, teve a apresentação da companhia Canha e Formigal, uma área de 114.000 km2 na

bacia do Congo e na bacia do kwanza, sendo o primeiro posso perfurado em 1915. Com a

Companhia de Pesquisas Mineiras de Angola (PEMA), e a Sinclair (EUA) começaram-se as

pesquisas. Já em 1955 a primeira descoberta comércial do petroleo estava sendo feita, pela

empresa Petrofina no vale do kwanza, que por sua vez, em parceria com o governo colonial se

cria a refinaria de Luanda para o processamento do crude, a Fina Petroleo de Angola-Petrangol

(SONANGOL, 2018).

6 Falta de dados referentes ao ano de 2006 e 2017.

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De acordo com o portal da Sonangol (2018), ja em 1962, foi efetuado o primeiro

levantamento sismico do mar de Cabinda; em 1973 o petroleo tirava o lugar do café se tornando

o principal material de exportação, em 1974 a produção chegou a 172.000 barris de petroleo/dia,

porem em 1990, foram perfuradas mais de 200 poços exploratórios em pesquisa que deu inicio

em 1991 a exploração de petroleo em águas profundas. No inicio de 2000, havia um total de 29

blocos so licença em terra e na faixa Atlantica. Estimava-se que em 2015 se construiria uma

nova refinaria em Benguela a qual se produziria petroquimicos e condeção de gás natural e gás

de petroleo liquefeito.

Com varias descobertas na faixa Atlantica nacional, Angola se torna atualmente um

dos principais produtores de petroleo em África estando atras apenas da Nigeria. E aposta em

novas tecnologias para exploração em águas profundas e ultraprofundas.

A sonangol é a principal empresa petrolifera de Angola, porem se encontram outras

empresas que também atuam neste ramo e na sua maioria empresas estrangeiras oriunda da

Europa e America. As principais empresas petrolifera que atuam em Angola são: Somoil –

Sociedade Petrolifera de Angola, empresa nacional; Total, empresa oriunda da França; BP –

Britishi Petroleum, empresa multinacional do Reino Unido; Exonm Mobili empresa de petroleo

e gás do Estados Unidos; Chevron pertencente dos Estados Unidos; empresa petrolifera da

Espanha Pepsol; Vaalco Energy também dos Estados Unidos; empresa argentina Pluspetrol; e

a multinaciol Italiana Enigroup.

3.2 ACORDOS COMERCIAIS ENTRE ANGOLA E BRASIL

O primeiro objetivo específico do presente trabalho é de averiguar, ou seja, levantar

dados sobre acordos bilaterais feitos pelos dois países voltados ao setor petrolífero.

Devido à crise econômica de ambos os países e à política em Angola, o Ajuste

Complementar de 1983 estabeleceu relações estreitas entre os dois países criando alternativas

econômicas para viabilizar o financiamento das relações comerciais e de investimento entre

Angola e Brasil, que velava pelo comércio, garantir o fornecimento de alimentos e outros bens

em Angola; comércio de serviços e investimentos, ao qual se construiu o Complexo Hidrelétrico

de Capanda, que tinha como um dos seus operadores Odebrecht. Todas as operações, de acordo

com o Ajuste Complementar, foram financiadas pelo Banco de Brasil SA, mediante a Câmara

de Comércio Exterior (CACEX), criada na década de 1950, com intuito de financiar as

exportações brasileiras. No acordo, o Brasil comprometeu-se a conceder um milhão de dólares

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como crédito para operações comerciais e de investimento com Angola. Que consequentemente

Angola e Brasil, determinaram que o petróleo angolano era uma garantia para a operação de

crédito do Brasil em Angola. O governo de Angola comprometeu, então, a fornecer 20 mil

barris de petróleo por dia, para garantir o empréstimo (BADIN, MOROSINI, 2017)

De acordo com Badin e Morosini (2017), verifica-se que de acordo com o Ajuste

Suplementar de 1983, as relações comerciais de investimento e financiamento foram

predefinidas e condicionadas pelo fornecimento de petróleo angolano, que, ao longo do tempo,

foi chamado de "modelo angolano", para financiar relações comerciais e investimento nisto, o

país A oferece recursos naturais em troca de infraestrutura fornecida pelo país B, de acordo com

o princípio da troca (sistema de troca).

Segundo o Ministério das Relações Exterior do Brasil (2018), Angola se torna um

dos maiores parceiros comerciais do Brasil na África. Entre 2002 e 2008, a corrente de comércio

bilateral cresceu mais de vinte vezes, chegando a US$ 4,21 bilhões. O Brasil é um dos principais

parceiros comerciais de Angola e muitas empresas brasileiras de construção civil têm escritório

em Luanda. A linha de crédito concedida pelo BNDES a Angola nos últimos anos constitui

eficiente mecanismo de apoio à consolidação da presença do Brasil naquele mercado.

3.2.1 Dados sobre acordo bilateral feito pelos dois países voltados ao setor petrolífero.

Nesta seção abordar-se-á sobre o protocolo de cooperação técnica entre o governo

da república federativa do Brasil e o governo da república de Angola no domínio do petróleo.

Protocolo esse, que considerava a vontade dos chefes de Estado da República Federativa do

Brasil e da República de Angola, Ex presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ex presidente

José Eduardo dos Santos. Com objetivo de intensificar os laços e cooperação existente entre

dois países e povos que falam a mesma língua e com uma cultura muito parecida.

Segundo o Protocolo de Cooperação (2003, p.1), “As Partes, numa base de plena

independência, respeito pela soberania, não ingerência nos assuntos internos de cada Estado e

reciprocidade de interesses. ”

O artigo 1 do protocolo frisa em apresentar o objetivo principal do acordo. Deste

modo, o corrente Protocolo tem como objetivo gerar maior promoção relacionada ao programa

de cooperação técnica entre os dois governos referente ao petróleo.

O artigo 2 do protocolo apresenta como as partes promoverão a cooperação.

Portanto, para o Protocolo de Cooperação (2003), se promoveu a cooperação nas seguintes

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áreas: estar sempre juntos ao formular políticas, leis e regulamentos para a indústria petrolífera,

quanto a fiscalização do seu cumprimento, e a troca de experiência no que concerne a

organização e gestão da empresa; os dois países devem trocar informações, acordos

institucionais, transferir tecnologia um do outro, do mesmo jeito estabelecimento de base de

dados, tudo isso, voltado ao setor petrolífero; trocar sempre informação quando um dos

governos querer lançar um programa voltado a área do comércio, isto é, na distribuição de

derivados de petróleo e mercados potenciais; promover a colaboração entre as companhias

nacionais e apoiar a estadia de parcerias após identificação nos diversos domínios do setor

petrolífero entre a empresa dos dois países, permitindo harmonia na alienação de Know-How.

O artigo 3, se resume a implementação do mesmo protocolo, que por sua vez, é

implementado no ano de 2003, com perspectiva para uma reavaliação do setor petrolífero, da

parte emersa das bacias do Kwanza, e do baixo Congo em Angola, incluindo a formação

técnico-cientifica pensado na gestão de negócios, exploração e produção em bacias terrestres

maduras; a execução dessas ações está baseado no acordo de Cooperação Econômica, Cientifica

e Técnica, assinado pelos dois países em 11 de Junho de 1980. Para a implementação desses

programas de cooperação citados nos artigos anteriores, as partes poderão estabelecer parcerias

quer por instituições do setor público como privado, órgãos e entidades internacionais, e

também pode ser com organizações não governamentais.

O artigo 4, toda via empenha-se em apresentar as autoridades competentes deste

acordo, no que lhe concerne o Governo da Republica de Angola, designa o Ministério das

Relações Exterior (MIREX), como o órgão máximo, ou seja o órgão coordenador das ações que

decorrem no presente Protocolo de Cooperação; já o Ministério do Petróleos (MIMPET), e a

Sonangol – EP, como as instituições que se competem para implementar as ações decorrentes

do presente Protocolo. Concernente o Governo da República Federativa do Brasil, foi indicado

instituições como a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações

Exteriores como o órgão que coordena as ações vigentes no Protocolo de cooperação; e a

Agência Nacional do Petróleo (ANP), para programar e indicar instituições competentes das

ações decorrente do Protocolo.

O artigo 5, por sua vez, vela pela resolução das controvérsias, apontando que

qualquer controvérsia encontrada no Protocolo deve ser resolvida de forma amigável por meio

de consulta e negociação de ambas as partes por via diplomática.

O último artigo, isto é, o artigo 6, apresenta disposições finais ditando que o

presente Protocolo, poderá ser emendado ou revisto por consentimento mútuo por ambas as

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partes; descreve que o Protocolo foi escrito em Luanda, aos 4 de novembro de 2003, em dois

exemplares escritos em língua portuguesa.

Depois de apresentado o protocolo conclui-se, por meio do gráfico número 16,

gráfico este que representa a balança comercial entre Angola e Brasil, ao qual a maioria dos

anos Brasil se encontra com superávits comparado com Angola. Nota-se que o acordo bilateral

feito pelos dois países voltados ao setor petrolífero, gerou maior cooperação, sustentabilidade

e crescimento no comércio entre os dois países especificamente a partir do ano 2005. Uma vez

que Angola é um país com a sua maioria das exportações voltados ao petróleo, uma cooperação

voltado a este setor geraria com certeza maiores transações comerciais.

3.3 ANGOLA E O COMÉRCIO EXTERIOR

Relacionado ao o comércio exterior, Angola é visto como um país que sempre

obtém grandes superávits que decorrem da exportação de petróleo bruto e aquisição de itens

manufaturados, e de consumo. Entre 2007 e 2011, a transição comercial, estimada pela

recuperação nos preços internacionais do petróleo, registrou expansão de 41%, de 63,4 bilhões

de US$ para 89,1 bilhões de US$ (ANGOLA, 2015).

Segundo o Observatório do Complexo Econômico (OEC), Angola se encontra na

posição 65º no quesito a maior economia de exportação no mundo e o Brasil está na posição de

número a 24. Para a OEC, de 2011 a 2016, as exportações de Angola têm tido crescimento

decrescivo a uma taxa anualizada de -13,7%, mostrando uma expectativa para a diversificação

da economia.

De acordo com a OEC os principais produtos exportados de Angola em 2016, são:

O Crude Petroleum, a seguir o diamante, petrolíferos refinados, Petróleo, Outras Máquinas e

equipamento. Contudo as exportações dão entorno de 25,4 Bilhões de US$, efetuando uma

balança comercial superavitária. E os principais produtos importados em Angola no ano de

2016, são: Petrolíferos refinados, Válvulas, Máquinas de terraplanagem, Carne de aves

e Estruturas de ferro.

“O desempenho das exportações angolanas é determinado pelos níveis das

cotações internacionais de petróleo” (ANGOLA, 2015).

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41

3.3.1 Os principais destinos do petróleo bruto de angola no período de 2006 a 2017

Nesta seção se abordará sobre os destinos das exportações de Angola para outros

países, identificar pelo menos cinco principais países ao qual são destinados o produto que

Angola mais exporta, ou seja, os países ao qual se mais destacam no comércio exterior com

esse país Africano no período de 2006 a 2017. No entanto, se elaborou uma base de dados

extraído do Banco Nacional de Angola. Para Sadroni (2004, p.230):

Exportação são vendas no exterior, de bens e serviços de um país. Resulta, como a

importação, da divisão internacional do trabalho, pela qual os países tendem a

especializar-se na produção dos bens para os quais tem maior disponibilidade de

fatores produtivos, garantindo um excedente exportável. Exportar mais do que

importar era o mecanismo preconizado pelos mercantilistas, no século XVII, como a

única maneira de atrair metais preciosos para um país e torna-lo rico e poderoso.

Atualmente considera-se ainda a exportação um dos principais instrumentos de uma

política de pleno emprego.

Até o momento, quando se reflete sobre as decisões dos consumidores no mercado

de bens, enfocamos sua decisão de poupar ou consumir. Quando os mercados de bens são

abertos, os consumidores domésticos se deparam com uma segunda decisão: se compram bens

domésticos ou bens estrangeiros. Deste modo, se os compradores (governos, empresas

estrangeiras e domesticas), decidem comprar mais bens domésticos, a demanda por bens

domésticos aumenta, e o mesmo acontece com o produto doméstico. Por tanto, se decidem

comprar mais bens estrangeiros, é o produto estrangeiro que aumenta em vez do produto

doméstico (BLANCHARD, 2011).

Com tudo, segundo o Baco Nacional de Angola (2018), desde o ano de 2006 a 2017,

os países que mais se destacaram em importar os produtos de Angola, conforme nos mostra a

tabela desta seção, são: a China, os Estados Unidos, Índia, Canadá e Taiwan.

De acordo com a apresentação dos dados, a partir de 2007 a China é o país que

mais importa produtos de Angola em valores monetários, em 2006 o maior parceiro era o

Estados Unidos; em segundo colocado como o país que mais importa petróleo de Angola em

valores monetários é os Estados Unidos, e o país com menos transição comercial ou que menos

importa produtos de Angola é a Tailândia, isto é, até o período de 2010.

Já no ano de 2011 até 2017, nota-se que a Índia toma o lugar dos Estados Unidos,

se tornando assim, o segundo país com maiores transações de importação com Angola. Em

2011 e 2014 foram os anos que os Estados Unidos teve a menor representatividade, no que

concerne a transações de importação com Angola. O gráfico também nos mostra que de 2007

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42

a 2017, a China se sagra como o país que mais importa petróleo bruto de Angola, tendo a sua

maior representatividade no ano de 2012.

Tabela 6 - Destino das exportações de petróleo bruto em bilhões de dólar de 2006 a 2017. Destinos China EUA Índia Canadá Taiwan

2006 8,997 9,403 0,603 1,645 1,558

2007 11,166 10,164 2,341 2,480 1,761

2008 18,337 14,382 2,660 3,181 1,558

2009 15,110 7,471 3,680 2,129 1,155

2010 20,820 6,024 4,912 2,829 2,316

2011 24,324 4,620 6,880 5,585 5,314

2012 34,160 6,024 6,926 3,430 4,215

2013 31,689 4,620 6,764 3,305 3,486

2014 27,346 1,995 4,694 2,596 2,616

2015 14,075 0,970 2,667 1,035 1,408

2016 13,865 1,306 1,947 0,873 1,131

2017 19,156 0,913 2,631 1,079 1,386

Fonte: Banco nacional de Angola 2018. Elaborado pelo autor

Segundo Apex-Brasil (2015), os principais mercados ao qual foram destinadas as

exportações de Angola em 2011, isto é, antes de começar o decréscimo das exportações foram:

a China com a participação de 45,3% em seguida os Estados Unidos com 24,4%, Índia 7,10%,

França 4,20% e África do Sul com 4%. Neste ranking a China se sagrou como maior cliente

dos produtos Angolanos.

Gráfico 2 - 5 Principais destinos de exportação de Angola em 2011

Fonte: Apex-Brasil (2015). Elaborado pelo autor

45,30%

24,40%9,60%

4,20%

4,00%

8,20%

China EUA Índia França África do Sul

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43

3.3.2 Histórico de venda de barris de petróleo por preço no período de 2006 a 2017.

Quanto ao Histórico de 2006 a 2017, sobre volumes de barris de petróleo bruto em

milhões, sobre o preço. Segundo o Banco Nacional de Angola (2018), é notório, por meio da

tabela e do gráfico que o ano em que Angola menos exportou barris de petróleo bruto, neste

histórico foi o ano de 2006, e o ano em que Angola esteve em maior alta foi ano de 2008,

chegando a exportar 672,7 milhões de barris de petróleo bruto.

Quanto ao preço dos barris de petróleo bruto, denotou-se que em 2016 foi ano que

marcaram os preços mais baixos neste histórico o preço atingiu até 41,8 US$ por barril, e em

2012, os preços mais altos chegando a ser 111,6 (US$) por barril.

Tabela 7 - Histórico de volumes de barris vendidos por preço de 2006 a 2017 Descrição Volume (milhões de Barris) Média/dia (milhões de barris) Preço (US$/barril)

2006 487,8 1,34 61,4

2007 605,3 1,66 70

2008 672,7 1,84 91,7

2009 646,8 1,77 60,7

2010 625,1 1,71 77,8

2011 586,4 1,61 110,1

2012 617 1,69 111,6

2013 609,3 1,67 107,7

2014 586,9 1,61 96

2015 628,3 1,72 50

2016 611,2 1,67 41,8

2017 575,5 1,58 54

Fonte: Banco nacional de Angola (2018). Elaborado pelo autor

Histórico da venda de petróleo bruto (US$ milhões), em Angola de 2006 a 2017,

como nos apresenta a tabela e o gráfico o ano em que Angola mais rendeu em valores

monetários no petróleo bruto foi o ano de 2012 pelo fato de ser um dos anos em que as vendas

se encontravam em alta, e os preços ajudaram nos números da renda, pois foi o preço registrado

até então, como o mais alto desse histórico.

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Tabela 8 - Histórico da venda de petróleo bruto (US$ bilhões) DATA Petróleo Bruto (US$ bilhões)

2006 29,929

2007 42,352

2008 61,666

2009 39,271

2010 48,629

2011 64,539

2012 68,871

2013 65,611

2014 56,364

2015 31,394

2016 25,577

2017 31,065

Fonte: Banco Nacional de Angola (2018). Elaborado pelo autor

Gráfico 3 - Histórico da venda de petróleo bruto (US$ bilhões)

Fonte: Banco Nacional de Angola (2018).

3.3.3 Histórico das exportações de Angola no período de 2006 a 2017

Nesta cessão se explanará sobre o total das exportações de Angola num período de

11 anos, ou seja, no período de 2006 a 2017. Segundo os dados extraídos do BNA, isto é, os

dados apresentados no quadro e no gráfico, o ano em que Angola mais exportou em valores

monetários foi o ano de 2012. Somando 71,093 bilhões de dólares, por um simples motivo o

preço do barril de petróleo estava em alta comparado a outros anos (BNA, 2018).

A partir da tabela e o gráfico é fácil observar o quanto a balança comercial de

Angola depende do petróleo para ser superavitária e é extremamente dependente do petróleo,

tanto como fonte de receitas tributárias como de divisas. O sector petrolífero foi responsável

0,0

10.000,0

20.000,0

30.000,0

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50.000,0

60.000,0

70.000,0

80.000,0

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Petróleo Bruto (US$ milhões)

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45

por cerca de 64% das receitas tributárias e mais de 95% das exportações de Angola em 2017.

A alta dependência das receitas petrolíferas se torna muito vulnerável a volatilidade dos preços

do petróleo que por sua vez, dificultam na elaboração do orçamento e aumenta a volatilidade

dos gastos públicos, isso ocorreu fortemente no ano de 2014 com o choque nos preços do

petróleo. (FMI, 2018).

Segundo o relatório do FMI (2018), a forte dependência do petróleo constitui uma

das principais fontes de vínculos macrofinanceiros. O petróleo gera uma parcela significativa

das receitas fiscais e exportações. Durante 2011–2013, a dependência orçamental dos

hidrocarbonetos foi ainda maior, representando 75% do total de receitas tributárias, em média,

e a parcela das exportações de petróleo no total das exportações de bens e serviços foi ainda

mais significativa, chegando a 97% das exportações em 2011.

Tabela 9 - Histórico das exportações de Angola no período de 2006 a 2017

Descrição Petróleo Não petróleo Total exportação Petróleo (%) Não Petróleo (%)

2006 30,483 1,379 31,862 96% 4%

2007 43,003 1,393 44,396 97% 3%

2008 62,457 1,457 63,914 98% 2%

2009 39,803 1,025 40,828 97% 3%

2010 49,351 1,243 50,595 98% 2%

2011 65,591 1,719 67,31 97% 3%

2012 69,716 1,377 71,093 98% 2%

2013 66,902 1,344 68,247 98% 2%

2014 57,642 1,528 59,17 97% 3%

2015 31,895 1,286 33,181 96% 4%

2016 26,366 1,223 27,589 96% 4%

2017 33,312 1,301 34,613 96% 4%

Fonte: Banco Nacional de Angola (2018). Elaborado pelo autor.

Gráfico 4 - (%) das exportações de Angola (2006-2017)

Fonte: Banco Nacional de Angola. Elaborado pelo autor.

96% 97% 98% 97% 98% 97% 98% 98% 97% 96% 96% 96%

4% 3% 2% 3% 2% 3% 2% 2% 3% 4% 4% 4%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

120%

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Petróleo (%) Não Petróleo (%)

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46

3.3.4 Os países que Angola mais importou os seus produtos no período de 2006 a 2017.

Neste subtópico quanto a ligação do comercio exterior com Angola se explanará

com respeito aos cinco principais países que Angola mais efetua suas importações durante o

período de 2006 a 2017 no que diz respeito aos dados extraídos do Banco Nacional de Angola.

Deste modo, conforme é demonstrado na tabela e no gráfico, os cinco países que

Angola mais importa os seus produtos e serviços, são: Portugal, China, Estados Unidos, Bélgica

e Brasil. No entanto, por incrível que pareça, tirando a junção de outros países, o histórico de

importação de Angola, apresenta que o país que mais exporta os seus produtos para Angola é

Portugal em seguida a China e o Brasil como o quinto país que mais exporta os seus produtos

para este país africano. De 2006 a 2017 Portugal sempre foi o país que mais exportou para

Angola com exceção ao ano de 2015, que a China teve a sua ascensão ultrapassando Portugal

na exportação para Angola, destacando que o ano em que Portugal mais exportou os seus

produtos e serviços para Angola foi no ano de 2014, exportando 4,375 bilhões em valores

monetários (BANCO NACIONAL DE ANGOLA, 2018).

Tabela 10 - Os países que mais efetuam suas exportações (bilhões de US$), para Angola. Países/Data Portugal China EUA Bélgica Brasil Outros/Países

2006 1,050 0,341 0,365 0,493 0,495 2,920

2007 1,656 0,368 0,948 0,432 0,661 4,527

2008 2,623 1,352 1,483 0,845 0,760 7,766

2009 3,149 1,677 2,421 1,445 1,404 12,452

2010 2,413 1,419 1,238 1,209 0,843 9,545

2011 3,106 1,541 1,658 1,214 0,847 11,864

2012 3,882 2,190 1,292 1,583 1,042 13,715

2013 4,333 2,666 1,249 1,438 1,128 15,518

2014 4,375 3,475 1,942 1,724 1,254 15,811

2015 2,627 2,862 1,308 1,319 0,795 11,782

2016 1,788 1,463 1,432 0,928 0,617 6,812

2017 2,363 1,891 0,938 0,893 0,803 7,576

Fonte: Banco Nacional de Angola (2018).

Para o Banco Nacional de Angola (2018), o histórico de 2006 a 2017 também

demonstra uma representatividade quanto as porcentagens, descrevendo por intermédio do

gráfico que Portugal em todo esse período participou 15,49% nas importações de Angola, a

China 9,87%, EUA7,56%, Bélgica 6,28% o Brasil 4,94% e a junção de outros países foi de

55,86%.

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Gráfico 5 - Histórico percentual de países que exportam produtos para Angola (2006-2017).

Fonte: Banco Nacional de Angola (2018). Elaborado pelo autor

3.3.4.1 Importação por classificação econômica em bilhões de U.S Dólares.

Neste ponto procura-se explanar sobre um conjunto de bens econômicos que

Angola vem importando no período de 2006 a 2017. Para Sandroni (2004, p.51), “bens é tudo

o que tem utilidade, podendo satisfazer uma necessidade ou suprir uma carência”.

Por tanto, segundo o BNA (2018), as importações de Angola estão vinculadas em

três bens. Bens de consumo corrente, bens de consumo intermédio e bens de capital.

De acordo com Henriques e Leandro (2018, p. 42) “bens de consumo corrente são

aqueles que satisfazem diretamente as necessidades (alimentação, vestuário)”. Com tudo,

conforme os dados apresentados no gráfico o bem mais importado neste período (2006-2017),

são os bens de consumo corrente totalizando 59% das suas importações. O ano com importação

mais significativa quanto ao bem de produção, foi o ano de 2014.

Para Sandroni (2004), bens de capital são bens que servem para gerar outros bens,

ou seja, sem os bens de capital é quase impossível produzir outros bens, principalmente os bens

de consumo, obviamente também serve para a produção de bens intermédia. Deste modo, como

maquinas, equipamentos, material de transporte e instalações de uma indústria.

15,49%

9,87%

7,56%

6,28%

4,94%

55,86%

Portugal

China

EUA

Bélgica

Brasil

Outros Países

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Tabela 11 - Importação por classificação econômica em bilhões de U.S Dólares (2006-2017) Descrição Bens de Consumo

Corrente

Bens de Consumo

Intermédio

Bens de

Capital

Total de

Mercadorias

2006 5,229 1,027 2,522 8,778

2007 7,898 1,657 4,107 13,661

2008 12,109 2,565 6,308 20,982

2009 13,271 2,770 6,620 22,660

2010 9,824 1,955 4,888 16,667

2011 11,837 2,428 5,963 20,228

2012 13,668 3,376 6,660 23,704

2013 15,798 3,732 6,801 26,331

2014 17,727 4,303 6,550 28,580

2015 11,543 3,325 5,825 20,693

2016 7,754 1,673 3,614 13,040

2017 9,551 1,549 3,363 14,463

Fonte: Banco Nacional de Angola (2018). Elaborado pelo autor.

Gráfico 6 - Importação por classificação econômica em bilhões de U.S Dólares (2006-2017)

Fonte: Banco Nacional de Angola (2018). Elaborado pelo autor.

Por tanto, os bens de capital, totalizaram 28% das exportações conforme

apresentado no gráfico.

Já os bens intermediários ou bens processados são tipos de bens que também são

usados para a produção de outros bens especificamente em produtos finais. Por exemplo o

tecido que sai na indústria têxtil, é um bem intermediário que numa fábrica de roupa pode se

transformar em uma bela camisa, os pregos, produtos que também são bens intermediários na

fabricação de uma cama que se pode considerar um produto final acabado. Os produtos

intermediários, portanto, são insumos que em geral uma empresa compra de outra para a

elaboração dos produtos de sua especialidade. Até o produto final, a produção passa por uma

0,0

2.000,0

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16.000,0

18.000,0

20.000,0

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Bens de Consumo Corrente Bens de Consumo Intermédio Bens de Capital

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cadeia de bens intermediários, decorrendo um processo que é chamado de divisão do trabalho

(SANDRONI, 2004).

No entanto, os bens de consumo intermédio foi o bem que totalizaram menos

importações na balança de pagamento de Angola, totalizando apenas 13%.

Gráfico 7 - (%) das importações por classificações econômicas (2006-2017)

Fonte: Banco Nacional de Angola (2018). Elaborado pelo autor

3.3.5 Porcentagem de importação e exportação sobre o pib

Concernente a porcentagem das importações e exportações sobre o pib, descreve-

se que na tabela 13 e gráfico 8, demonstram um fato interessante, que a porcentagem das

exportações sobre o PIB de Angola tem decrescido, pois em quanto a porcentagem em 2006

era 66%, tendo um crescimento até 2009 com 72%, nota-se decréscimo em que no ano 2017 a

porcentagem das exportações sobre o PIB acaba a ser 27%. Isto mostra que Angola comerciou

bem menos com o resto do mundo do que faziam a 8 anos atrás. Do mesmo jeito ocorre com a

porcentagem das importações sobre o PIB. Esta base de dados também aponta que em todos

esses anos sempre houve superávit na balança comercial de Angola (BLANCHARD, 2011).

Segundo Sandroni (2008, p.459), “o produto interno bruto (PIB). Refere-se ao

valor agregado de os bens e serviços finais produzidos dentro do território econômico de um

país”.

59%13%

28%Bens de Consumo Corrente

Bens de Consumo Intermédio

Bens de Capital

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50

Tabela 12 - Histórico do Pib de Angola em bilhões de US$ (2006-2017) Data PIB, (US$ atual)

2006 41.789.479.931,71

2007 60.448.924.661,79

2008 84.178.035.578,82

2009 75.492.385.928,33

2010 82.526.143.645,06

2011 104.115.807.985,97

2012 113.923.162.050,11

2013 124.912.503.781,15

2014 126.730.196.125,43

2015 102.621.215.573,46

2016 95.337.203.468,12

2017 124.209.385.825,22

Fonte: Banco Mundial (2018). Elaborado pelo autor

Tabela 13 - Histórico da (%) da exportação e importação sobre o PIB

Porcentagem

do Pib

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Exportações 66 71 72 58 60 60 55 50 41 29 27 28

Importações 18 22 24 32 20 18 18 19 20 18 13 12

Fonte: Banco Mundial (2018). Elaborado pelo autor.

Gráfico 8 - Histórico da (%) da exportação e importação sobre o PIB (2006-2017)

Fonte: Banco Mundial (2018). Elaborado pelo autor.

3.3.6 Históricos da balança comercial de angola de 2006 a 2017

Nesta cessão abordar-se-á sobre o nível de exportação e importação, ou seja, as

variáveis que compõem a balança comercial de Angola durante o período estudado.

Quando ocorre venda do país ao exterior denomina-se como exportação, já as

compras de mercadorias oriunda do exterior chama-se importação, e quando se trata de

transações relacionado com o exterior, normalmente os registros são efetuados em dólar norte-

0,0

10,0

20,0

30,0

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50,0

60,0

70,0

80,0

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Exportações Importações

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americano, que atualmente é o meio de pagamento internacional. Essas duas variáveis compões

a balança comercial, que por sua vez, é registrada na balança de pagamento (PAULANI,

BRAGA; 2013).

Segundo Blanchard (2011), a balança comercial descreve a diferença que a entre

exportação e importação. Se por acaso as exportações apresentarem números maiores

comparado as importações, conforme os dados apresentados a baixo denominam-se como

balança comercial superavitária, se porventura as importações se tornarem maior que as

exportações a balança comercial é deficitária, melhor dizendo negativa.

Balança comercial. Relação entre as exportações e as importações de um país quando

o valor das exportações excede o valor das importações, o país apresenta um superávit

e torna-se credor do estrangeiro; quando ao contrario as importações superam as

exportações o país está em dívida com estrangeiro e apresenta um déficit em sua

balança comercial. Uma serie de valores influi sobre a ocorrência de um déficit ou de

um superávit na balança comercial. Entre os mais importantes pode se citar: A

evolução dos preços das importações e das exportações de um país; a evolução dos

volumes importados e exportados. Um desequilíbrio entre provocar um déficit na

balança comercial, o mesmo acontecendo com alterações nos volumes das

importações e exportações. A balança comercial, também chamada de balança visível,

faz parte do balanço de pagamento (SANDRONI, 2004, p.40).

Os dados apresentam que em todos estes anos devido a produção e exportação

petrolífera que normalmente tem chegado até 98% das exportações de Angola, o país tem tido

sempre balança comercial superavitária, pois as suas exportações sempre excedem as

importações. Por meio dos dados apresentados, é notório que o ano em que Angola mais

exportou foi o ano de 2012, chegando a 71,093 bilhões de US$, já a partir dos anos 2014 a

exportações começam a decair devido os choques do preço do petróleo; ainda assim a balança

comercial continuou sendo superavitária.

Tabela 14 - Histórico da balança comercial de Angola em bilhões de US$ de 2006 a 2017 Descrição Total exportação Total importação

2006 31,862 8,778

2007 44,396 13,661

2008 63,914 20,982

2009 40,828 22,660

2010 50,595 16,667

2011 67,310 20,228

2012 71,093 23,704

2013 68,247 26,331

2014 59,170 28,580

2015 33,181 20,693

2016 27,589 13,040

2017 34,613 14,463

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Fonte: Banco Nacional de Angola. Elaborado pelo autor

Gráfico 9 - Histórico da balança comercial de Angola de 2006 a 2017

Fonte: Banco Nacional de Angola. Elaborado pelo autor.

3.3.7 Histórico da taxa de câmbio de 2006 a 2017

De acordo com Blanchard (2011), o histórico da taxa de câmbio nos leva a intender

as transições comercias, ou seja, saber quanto preciso em Kwanza para comprar 1 dólar moeda

usada nas transações comerciais. Conforme é demonstrado no gráfico, a moeda angolana, o

Kwanza (KZ), como esperado sempre foi inferior ao dólar, e nos últimos anos foi demostrado

cada vez mais uma depreciação comparado ao dólar.

Tabela 15 - Histórico da taxa de cambio de Angola comparado ao dólar (2000-2017)

Fonte: Banco Mundial (2018), elaborado pelo autor

0,000

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20,000

30,000

40,000

50,000

60,000

70,000

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2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Total exportações Total importação

Data Taxa de

cambio

2000 15,70

2001 29,34

2002 56,31

2003 77,93

2004 86,00

2005 80,79

2006 80,17

2007 75,02

2008 75,05

2009 88,31

2010 92,36

2011 94,67

2012 95,78

2013 98,02

2014 102,09

2015 135,24

2016 166,39

2017 169,23

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53

3.4 BRASIL E O COMÉRCIO EXTERIOR

Nesta seção se apresentará dados relevantes para reflexão da posição do Brasil

quanto ao comércio exterior. Buscar apresentar a balança comercial, os fluxos de importação e

fluxos de exportação em valores monetários, apresentar por meio de gráficos e tabelas os países

que tem maior negociação com o Brasil e os produtos que o Brasil mais exporta e importa.

Segundo a OEC, em 2016 o Brasil é o 24ª país com maior economia de exportação

no mundo, a qual as suas principais exportações são: a soja, minério de ferro, açúcar bruto,

crude petroleum, carne de aves, petrolíferos refinados, medicamentos embalados e outros.

Concernente as suas importações, durante os últimos cincos anos as importações do Brasil

decresceram a uma taxa anualizada de -9,4%, de 226 bilhões de dólares no ano de 2011, para

140 bilhões em 2016.

Gráfico 10 - Balança comercial brasileira (1995-2016)

Fonte: OEC

3.4.1 Exportações continentais do brasil

Nesta cessão, irá se apresentar na pratica a abertura da economia brasileira e

procurar-se-á retratar sobre as exportações que o Brasil faz no seu e nos outros continentes.

Com tudo, segundo o MDIC (2018), quanto as exportações feitas nas Américas, é

notório que de 200 a 2006 a América do Norte que por sua vez, constituído por Estados Unidos,

Canadá, México, era o que mais exportava os produtos do Brasil, perdendo assim a liderança a

partir do ano de 2007 até 2017 para a América do Sul que é composto por Mercado Comum Do

Sul – Mercosul, Comunidade Andina das Nações – CAN e outros não identificados.

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Já na tabela a seguir fora das Américas, é notório que a Europa que por sua vez esta

constituído pela União Europeia, Rússia e outros países que não foram citados, até o ano de

2008 era a líder como o principal destino das exportações brasileiras. A partir do ano de 2009

a Ásia disparou como o continente a qual teve o maior destino de exportações do Brasil, os

principais países que representam a Ásia são: China, Hong Kong E Macau, Associação De

Nações Do Sudeste Asiático – Asean, Japão, Coreia Do Sul e outros países não identificados;

nesta lista depois surge o continente Africano em geral como destino das exportações do Brasil.

Tabela 16 - Destinos das exportações brasileiros em bilhões de US$ (2000-2017) Data América do Sul América do Norte América Central e Caribe

2000 11,093 15,436 1,329

2001 10,240 16,569 2,027

2002 7,445 18,456 2,330

2003 10,117 20,396 2,804

2004 15,621 25,142 3,675

2005 21,298 28,669 4,292

2006 26,701 31,244 5,747

2007 31,847 31,675 6,395

2008 38,285 33,554 8,044

2009 26,947 19,986 7,546

2010 37,080 25,336 10,516

2011 45,168 32,883 12,268

2012 40,023 33,727 11,510

2013 41,098 31,577 10,942

2014 36,623 33,006 10,416

2015 31,029 30,007 9,955

2016 30,034 29,335 10,146

2017 35,248 34,106 11,671

Fonte: MDIC (2018). Elaborado pelo autor.

Gráfico 11 - Destinos das exportações brasileira em bilhões de US$ (2000-2017)

Fonte: MDIC (2018). Elaborado pelo autor.

0,000

10,000

20,000

30,000

40,000

50,000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

America do Sul America do Norte America Central e Caribe

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Já na tabela na tabela que representa os destinos das exportações fora das Américas,

é notório que a Europa que por sua vez esta constituído pela União Europeia, Rússia e outros

países que não foram citados, até o ano de 2008 era a líder como o principal destino das

exportações brasileiras. A partir do ano de 2009 a Ásia disparou como o continente a qual teve

o maior destino de exportações do Brasil, os principais países que representam a Ásia são:

China, Hong Kong E Macau, Associação De Nações Do Sudeste Asiático – Asean, Japão,

Coreia Do Sul e outros países não identificados; nesta lista depois surge o continente Africano

em geral como destino das exportações do Brasil (MDIC,2018).

Tabela 17 - Destinos das exportações brasileira em bilhões de US$ (2000-2017) Data Ásia Europa Oriente

Médio

África País Não

Declarado

Oceania

2000 6,332 16,874 11,093 15,436 1,329 1,345

2001 6,962 17,449 10,240 16,569 2,027 1,982

2002 8,813 17,777 7,445 18,456 2,330 2,360

2003 11,758 21,365 10,117 20,396 2,804 2,855

2004 14,675 27,734 15,621 25,142 3,675 4,235

2005 18,684 31,904 21,298 28,669 4,292 5,979

2006 20,933 36,961 26,701 31,244 5,747 7,449

2007 25,308 47,183 31,847 31,675 6,395 8,569

2008 37,840 55,019 38,285 33,554 8,044 10,149

2009 40,413 39,954 26,947 19,986 7,546 8,678

2010 56,463 51,468 37,080 25,336 10,516 9,255

2011 77,118 62,296 45,168 32,883 12,268 12,207

2012 75,722 57,120 40,023 33,727 11,510 12,151

2013 78,264 55,809 41,098 31,577 10,942 11,076

2014 73,930 50,888 36,623 33,006 10,416 9,700

2015 63,365 40,865 31,029 30,007 9,955 8,197

2016 62,138 39,812 30,034 29,335 10,146 7,831

2017 78,743 41,529 35,248 34,106 11,671 9,393

Fonte: MDIC (2018). Elaborado pelo autor.

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Gráfico 12 - Destinos das exportações brasileira em bilhões de US$ (2000-2017)

Fonte: MDIC (2018). Elaborado pelo autor.

3.4.1.1 Exportações de bens

Nesta seção se abordará sobres os bens que o Brasil exporta. Observa-se pela base

de dados extraído do Mdic, que a diversidade de bens quanto as exportações que o Brasil efetua.

Por tanto, desde o ano de 2000 a 2017 se registrou vários tipos de bens. Bens estes que são:

bens intermediários (BI), bens de consumo (BC), Combustíveis e lubrificantes, bens de capital

(BK), e bens que não foram especificados.

Descreve-se a partir da tabela e gráfico, que os bens que o Brasil mais exportou

neste período são os bens intermediários e o ano que mais se destacou as exportações destes

bens em valores monetários foi ano de 2011.

O segundo bem mais exportado durante todo esse período são os bens de consumo,

em seguida os combustíveis e lubrificantes, depois os bens de capital (bem que gera outro bem

e por último os bens não especificados.

0,000

10,000

20,000

30,000

40,000

50,000

60,000

70,000

80,000

90,000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

Ásia Europa Oriente Médio África País Não Declarado Oceania

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Tabela 18 - Destinos das exportações brasileira em bilhões de US$ (2000-2017) Data Bens

Intermediários

(BI)

Bens De

Consumo

(BC)

Combustíveis e

Lubrificantes

Bens De

Capital

(BK)

Bens Não

Especificados

Anteriormente

2000 34,673 11,604 1,873 6,806 0,062

2001 35,202 13,010 3,202 6,637 0,077

2002 37,154 13,499 3,993 5,589 0,056

2003 45,870 16,114 5,014 5,921 0,056

2004 59,042 20,062 6,156 11,000 0,072

2005 70,961 25,619 9,760 12,267 0,086

2006 82,395 28,058 14,347 12,810 0,097

2007 94,925 31,436 17,401 16,628 0,132

2008 117,165 35,472 25,426 19,585 0,131

2009 95,798 28,259 17,492 11,217 0,144

2010 130,152 32,853 24,291 14,355 0,137

2011 169,495 35,557 32,591 18,121 0,172

2012 157,943 33,183 31,160 19,820 0,171

2013 159,920 35,739 22,084 24,046 0,179

2014 150,532 32,732 24,848 16,661 0,202

2015 129,775 29,259 16,256 15,504 0,177

2016 123,387 29,949 13,276 18,319 0,301

2017 145,621 34,039 20,922 17,017 0,141

Fonte: MDIC (2018). Elaborado pelo autor.

3.4.2 Importação continental do Brasil

Se narrou sobre os continentes ao qual o Brasil escoa os seus produtos, no entanto,

neste sob tópico vai se apresentar dados que explicam sobre as importações do Brasil noutros

continentes.

Quanto a importação com as Américas antes de tudo á uma necessidade de frisar

que o Brasil neste período de tempo (2000-2017), teve uma balança comercial superavitária, ou

seja, efetuou mais exportação do que importação (MDIC, 2018).

Para o Mdic (2018), é visível mediante o quadro e do gráfico que durante este

período o continente ao qual o Brasil mais importou bens de caráter econômico, é a América

do Norte composto por Estados Unidos, Canadá e México; depois vem a América do Sul

composto por Mercado Comum Do Sul – Mercosul, Comunidade Andina Das Nações – Can, e

outros países não identificados e a América Central.

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Tabela 19 - Continentes que o brasil importa em bilhões US$ (2000-2017) Data AMERICA DO NORTE AMERICA DO SUL AMERICA CENTRAL E

CARIBE

2000 14,753 10,892 0,326

2001 14,479 9,288 0,303

2002 11,581 7,626 0,327

2003 10,848 7,655 0,376

2004 12,910 9,277 0,574

2005 14,503 10,733 0,596

2006 17,068 14,930 0,758

2007 22,376 18,576 1,084

2008 31,955 24,292 1,430

2009 24,414 19,196 1,018

2010 33,611 25,938 1,361

2011 42,657 30,905 2,010

2012 41,635 30,603 2,361

2013 44,814 32,180 3,181

2014 43,087 29,849 2,658

2015 33,273 21,527 1,601

2016 29,200 18,542 0,778

2017 30,846 20,219 0,683

Fonte: MDIC (2018). Elaborado pelo autor.

Gráfico 13 - Continentes que o brasil importa em bilhões US$ (2000-2017

Fonte: MDIC (2018). Elaborado pelo autor.

Por tanto, quanto aos outros continentes ao qual o Brasil efetuou as suas

importações durante o período de 2000-2017 consoante a base de dados extraído no Mdic,

foram estes: Ásia, Europa, África, Oriente Médio, Oceania e um país não declarado.

A base de dados nos informa que de 200 a 2007 o continente ao qual Brasil efetuou

mais importação fora das Américas, foi a Europa, já em 2008 a 2017, a Ásia se sagra como o

0,000

10,000

20,000

30,000

40,000

50,000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

AMERICA DO NORTE AMERICA DO SUL AMERICA CENTRAL E CARIBE

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continente ao qual Brasil efetua maiores importações. Neste período de 200- 2017, o continente

Africano sempre esteve como o terceiro continente que o Brasil mais efetuou as suas

importações, depois o Oriente Médio, e Oceania.

Tabela 20 - Destino das importações brasileiras em bilhões US$ (2000-2017) Data Ásia Europa África País não

Declarado

Oriente

Médio

Oceania

2000 8,652 16,336 2,909 0,124 1,563 0,335

2001 8,913 17,270 3,331 0,088 1,471 0,301

2002 8,022 15,177 2,675 0,055 1,430 0,247

2003 8,921 15,108 3,303 0,117 1,625 0,316

2004 12,276 18,680 6,180 0,118 2,328 0,402

2005 16,859 20,871 6,657 0,079 2,510 0,662

2006 22,983 23,291 8,171 0,072 3,155 0,766

2007 30,973 32,057 11,327 0,072 3,205 0,805

2008 47,147 44,752 15,818 0,185 6,231 1,309

2009 36,148 34,304 8,482 0,207 3,143 0,901

2010 56,193 46,489 11,303 0,790 4,690 1,401

2011 70,151 56,171 15,438 0,745 6,157 2,010

2012 68,945 56,432 14,271 0,368 7,399 1,354

2013 73,317 59,403 17,389 0,705 7,368 1,324

2014 71,274 55,488 17,061 0,482 7,999 1,232

2015 55,928 43,227 8,764 0,714 5,314 1,112

2016 43,245 36,462 4,601 0,300 3,570 0,887

2017 49,657 38,289 5,532 0,134 3,964 1,426

Fonte: MDIC (2018). Elaborado pelo autor.

Gráfico 14 - Destino das importações brasileira em bilhões US$ (2000-2017)

Fonte: MDIC (2018). Elaborado pelo autor.

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10,000

20,000

30,000

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70,000

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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

ASIA EUROPA AFRICA

PAIS NAO DECLARADO ORIENTE MEDIO OCEANIA

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3.4.2.1 Importação de bens

Quanto às importações bens, é notória também uma variedade de bens que o Brasil

importa de outros continentes, bens esse que são: bens intermediários (BI), bens de capital

(BK), bens de consumo (BC), combustíveis e lubrificantes e bens não identificados.

Mediante os dados da tabela 21 percebe-se que os bens que o Brasil mais importa

dos outros continentes são os bens intermediário, durante o período analisado na tabela vesse

também que um dos produtos mais importados foram os combustíveis e lubrificantes.

Tabela 21 - Importação de bens em bilhões de US$ (2000-2017) Data Bens

Intermediários

Bens de

Capital

Bens de

Consumo

Combustíveis e

Lubrificantes

Bens Não

Especificados

2000 35,086 8,694 5,678 6,361 0,072

2001 34,157 9,184 5,753 6,304 0,046

2002 29,613 6,572 4,688 6,226 0,041

2003 31,651 5,527 4,408 6,582 0,103

2004 40,312 6,726 5,399 10,304 0,003

2005 46,145 8,588 6,831 11,898 0,006

2006 55,662 10,511 9,878 15,134 0,008

2007 72,080 14,290 14,017 20,081 0,008

2008 100,298 21,565 19,694 31,546 0,015

2009 73,185 18,468 19,260 16,783 0,116

2010 103,643 25,678 27,096 25,290 0,068

2011 124,674 30,515 34,858 36,115 0,083

2012 123,010 31,657 33,379 35,260 0,061

2013 131,657 32,698 34,674 40,546 0,105

2014 126,882 29,488 33,116 39,478 0,164

2015 99,414 23,330 26,810 21,717 0,187

2016 84,960 18,368 21,729 12,407 0,122

2017 93,664 16,135 23,266 17,575 0,109

Fonte: MDIC (2018). Elaborado pelo autor.

3.4.3 Históricos da balança comercial brasileira de 1997-20017

No que concerne a balança comercial brasileira indo pela análise dos dados, diz-se

que é uma balança comercial marcado na maioria das vezes com superávit comercial.

Conforme nos apresenta a tabela e o gráfico com dados extraídos do Mdic, observa-

se que de 1997 a 2000º Brasil passou por déficits na balança comercial, no ano de 2014 também

é marcado por déficit comercial. Já os anos 2001 a 2013 e os anos 2015 a 2017, são anos

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marcados por constantes superávits comerciais, ou seja, anos em que o Brasil exportou mais do

que importou. Que por sua vez, consequentemente se reflete claramente nas taxas de câmbio.

Tabela 22 - Histórico da balança comercial do Brasil de 1997 a 2017

Data Exportação Importação

1997 52.947.495.532,00 59.484.840.278,00

1998 51.076.603.549,00 57.596.907.511,00

1999 47.945.909.310,00 49.181.644.327,00

2000 55.018.346.483,00 55.891.118.709,00

2001 58.128.223.219,00 55.444.566.162,00

2002 60.290.491.129,00 47.140.165.638,00

2003 72.975.027.454,00 48.269.929.600,00

2004 96.332.184.410,00 62.744.505.513,00

2005 118.692.856.544,00 73.468.391.463,00

2006 137.708.096.759,00 91.192.855.350,00

2007 160.521.882.755,00 120.475.382.973,00

2008 197.778.858.085,00 173.118.588.785,00

2009 152.910.580.383,00 127.812.153.899,00

2010 201.788.337.035,00 181.774.969.378,00

2011 255.936.306.857,00 226.244.222.128,00

2012 242.277.307.190,00 223.366.721.023,00

2013 241.967.561.759,00 239.681.231.635,00

2014 224.974.401.228,00 229.127.843.314,00

2015 190.971.087.339,00 171.458.999.759,00

2016 185.232.116.301,00 137.585.830.976,00

2017 217.739.218.466,00 150.749.494.421,00

Fonte: MDIC (2018). Elaborado pelo autor.

3.4.4 Taxa de câmbio

A moeda brasileira raras vezes esteve apreciado em relação ao dólar, geralmente

quando a moeda se aprecia a tendência é aumentar o nível de importação, ou seja, comprar

produtos do exterior, deste modo, parece se ter um desprezo sobre os produtos doméstico, nesta

situação, a tendência é sempre a balança comercial ser deficitária. Nota-se no gráfico 11 que de

1995 a 1999 as importações brasileiras superaram as suas exportações pelo fato do cambio estar

altamente valorizado comparado ao dólar, tanto que em 1995, 1 dólar equivalia 0,92 centavos,

e a medida que a moeda brasileira vai se desvalorizando a balança comercial passa a ser

superavitária (BLANCHARD, 2011).

Essas movimentações ou interferência da taxa de cambio, com a balança comercial,

quase que não funciona na economia angolana, pelo fato de ser uma economia puramente

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importadora, ou seja, quase que nada produz, isto é, importa quase tudo que consome.

Imaginemos que a moeda de Angola (KZ), se deprecia em relação ao dólar, essas oscilações da

taxa de câmbio, podem até influenciar na balança comercial, mais só no curto prazo, porque no

médio e longo prazo o país volta a importar novamente os bens que necessita, pelo fato de ser

uma economia totalmente de caráter importador. Diferente do Brasil que qualquer oscilações

na taxa de câmbio a um impacto direto na balança comercial.

Tabela 23 - Histórico da taxa de cambio brasileiro comparado ao dólar (1995-2017) Data Taxa de

cambio

1995 0,92

1996 1,01

1997 1,08

1998 1,16

1999 1,81

2000 1,83

2001 2,35

2002 2,92

2003 3,08

2004 2,93

2005 2,44

2006 2,18

2007 1,95

2008 1,83

2009 2,00

2010 1,76

2011 1,67

2012 1,95

2013 2,16

2014 2,35

2015 3,33

2016 3,49

2017 3,19

Fonte: Ipea (2018). Elaborado pelo autor

Gráfico 15 - Histórico da taxa de cambio brasileiro comparado ao dólar (1995-2017)

Fonte: Ipea (2018). Elaborado pelo autor

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8

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7

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3.5 COMERCIO ENTRE BRASIL E ANGOLA

Quanto à relação entre Angola e Brasil, no subtópico 3.1.1 se explanou sobre os

dados em relação ao acordo bilateral feito pelos dois países voltados ao setor petrolífero, neste

ponto se abordara sobre o comércio entre os dois países, com isso, analisar o desempenho da

balança comercial entre Brasil e Angola, trazer os produtos mais exportados e importados

durante o período estudado, e abordar também sobre produtos da área petrolífera.

As relações econômicas Brasil-Angola tiveram início quando os primeiros

africanos foram trazidos na condição de escravos para trabalhar nas lavouras de cana-de-açúcar.

Angola participou ativamente da formação do povo brasileiro, sendo considerada a mãe negra

do Brasil, o qual acabou por se constituir no segundo maior país de população negra do mundo.

Estado da Bahia, por exemplo, possui um contingente negro superior a muitos países africanos.

Além da mão-de-obra escrava, outros “produtos” compunham a pauta das exportações

angolanas para o Brasil, tais como: ouro em pó, marfim, óleo de amendoim, cera branca e

amarela, azeite de dendê. Em contrapartida, o Brasil exportava produtos nativos (aguardente,

açúcar, tabaco e outros) e reexportava produtos europeus e asiáticos (tecidos, lenços, vinho e

manteiga) (CUNHA, 2002).

Segundo Badin e Morosini (2017), O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a

independência de Angola em 1975. Com os acordos nucleares que Brasil fez com Alemanha e,

sobretudo, a busca por outros fornecedores de petróleo, Angola tornou-se, nestas circunstâncias,

uma alternativa para o Brasil no auge da crise mundial do petróleo. Concomitantemente, nos

anos setenta, as relações econômicas entre Angola e o Brasil foram estruturadas de acordo com

o fluxo comercial: o Brasil exportou produtos manufaturados e semimanufaturados e Angola

exportou petróleo e derivados. Em 1979, o Brasil investiu diretamente pela primeira vez em

Angola, especialmente no setor petrolífero do país, mediante a agência Petrobras, cuja

participação combinou acesso a fontes de petróleo com a oportunidade de exportar produtos e

tecnologias brasileiras.

3.5.1 Exportação do Brasil para Angola

Para o MDIC (2018), neste ponto se destacara pelo menos seis ou cinco principais

produtos de exportação, ou seja, os produtos que Angola mais importou do Brasil durante o

período de 2006-2017. Conforme nos apresenta as tabelas e os gráficos, as exportações do

Brasil para Angola são marcadas na maioria das vezes por produtos alimentícios como, Açúcar,

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Galinha, Carne, fubá de milho. No entanto, também se encontra, principalmente bens

intermediários como Chassis com motor a diesel e cabina, construções pré-fabricadas, e bens

de capitais como tratores para semirreboque e produto derivado do petróleo neste caso a

gasolina. E é notório também que conforme os anos vão passando a uma variação concernente

aos produtos, na pauta da exportação.

É visível na tabela e no gráfico, que de 2006 a 2008, o ano que o Brasil mais

exportou derivado de petróleo foi o ano de 2007. Exportando assim 74,848 milhões de U$ em

derivado de petróleo, especificamente a gasolina.

Tabela 24 - Histórico das exportações do Brasil para Angola (2006-2008) Produtos /Data 2006 2007 2008

Outras Gasolinas 40,856 74,848 68,643

Outs. Açúcares De Cana, Beterraba, Sacarose

Quim. Pura, Sol.

88,947 68,403 88,107

Chassis C/Motor Diesel E Cabina, Carga>20t 28,929 67,039 92,075

Outras Construções Pré-fabricadas, De Ferro Ou

Aço

11,261 57,180 26,094

Tratores Rodoviários P/Semi-Reboques 29,257 40,550 77,935

Carnes De Galos/ Galinhas, N/Cortadas Em

Pedaços, Congel.

20,221 29,982 35,567

Total 837,779 1.218,236 1.974,576

Fonte: Mdic, (2018). Elaborado pelo autor

Já no ano de 2009, começa a houver diferença quanto aos produtos mais exportados,

nota-se que o Brasil não exporta para Angola nenhum derivado de petróleo. Bens de consumos

alimentares, como, açúcar, derivado de animais como miudezas, aves como galos e galinhas,

carnes de suínos congelados, e bens intermediários, ou seja, bens usados para um produto final,

como chassis, motor a diesel e cabina, barras de ferro/aço (MDIC, 2018).

Tabela 25 - Principais produtos de exportação do Brasil para Angola em milhões de US$ (2009). Produtos/Data 2009

Outs. Açúcares De Cana, Beterraba, Sacarose Quim. Pura, Sol. 69,789

Barras De Ferro/Aço, Lamin. Quente, Dentadas, Etc. 49,393

Pedaços E Miudezas, Comest.De Galos/Galinhas, congelados 47,881

Chassis C/Motor Diesel E Cabina, Carga>20t 44,747

Outras Carnes De Suíno, congeladas 40,615

Carnes De Galos/Galinhas, N/Cortadas Em Pedaços, Congel. 38,405

Total 1.333,009

Fonte: Mdic, (2018). Elaborado pelo autor

De acordo com MDIC (2018), concernente aos anos de 2010 a 2015 os principais

produtos de exportação do Brasil para Angola, são produtos totalmente voltados a bens

alimentares, como se vê neste período não se exportou nenhum bem intermediário e tão pouco

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derivados de petróleo. Com tudo, o bem mais exportado foi o açúcar com maior destaque em

2013, totalizando assim 177,714 milhões de dólares. A seguir vem as carnes de galos e galinhas;

depois miudezas, galos e galinhas congelados; outras carnes de suíno congelados, Farinha de

Milho, e enchidos de carne.

Tabela 26 - Principais produtos de exportação do Brasil para Angola em milhões de US$ (2010-2015). Produtos/Data 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Outs. Açúcares De Cana,

Beterraba, Sacarose Quim.

Pura, Sol.

122,060 136,584 119,636 177,714 177,696 81,198

Carnes De Galos/Galinhas,

N/Cortadas Em Pedaços,

Congel.

55,529 85,432 77,017 68,420 78,244 39,026

Pedaços E Miudezas,

Comest. De Galos/Galinhas,

congelados

44,428 71,855 77,509 61,451 65,974 21,893

Outras Carnes De Suíno,

congeladas

36,312 61,905 67,659 74,036 76,500 37,771

Farinha De Milho 19,286 44,589 33,805 36,918 47,380 35,379

Enchidos De Carne,

Miudezas, Sangue, Suas

Prepars.

Alimentos

24,778 28,677 44,104 44,443 64,704 23,294

Total 947,119 1.073,77 1.144,542 1.271,25 1.261,79 647,97

Fonte: Mdic, (2018). Elaborado pelo autor

Por último narrando sobre 2016 a 2017, o quadro apresenta novamente que os

principais produtos de exportação são totalmente voltados a bens alimentícios. Mais uma vez

dá para sentir a falta dos produtos derivados do petróleo, e a falta de bens intermediários e bens

de capital. Deste modo, mais uma vez o produto que mais se destaca nas exportações é o açúcar

que por sua vez, em 2016 totalizou 192,480 milhões de dólares nas exportações (MDIC, 2018)

Tabela 27 - Principais produtos de exportação do Brasil para Angola em milhões de US$ (2016-2017). Produtos/Data 2016 2017

Outs. Açúcares De Cana, Beterraba, Sacarose Quim. Pura, Sol. 192,480 115,705

Carnes De Galos/Galinhas, N/Cortadas Em Pedaços, Congel. 55,688 60,093

Farinha De Milho 53,019 33,928

Enchidos De Carne, Miudezas, Sangue, Suas Prepars. Alimentos 31,665 21,299

Pedaços e Miudezas, Comest.De Galos/Galinhas, congelados 30,212 20,435

Outras Carnes De Suíno, congeladas. 28,337 28,805

Total 539,731 670,449

Fonte: Mdic, (2018). Elaborado pelo autor

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3.5.2 exportações de Angola para o Brasil

Conforme os dados extraídos no Banco Nacional de Angola viram-se que quando

se fala das exportações de Angola está a se referir ao petróleo, pois os dados nos mostram que

de 2006 a 2017 o petróleo totalizava em torno de 95 a 98% das exportações nacionais. E isso

não é diferente quanto as exportações de Angola para o Brasil, nota-se a partir dos quadros, que

a maior parte das exportações que Angola efetuou para o Brasil são derivados de petróleo,

derivados como: propano em bruto, liquefeito, naftas para petroquímica, butanos liquefeitos,

outros propanos liquefeitos (MDIC, 2018). Nesta cessão se terá uma leitura com inúmeras

tabelas, pois os produtos foram muito variados de ano em ano.

A partir da tabela e gráfico se observa que no período de 2006 a 2007, quanto as

exportações, da-se um maior destaque aos Óleos brutos de petróleo, que por sua vez no de 2006

totalizaram 453,526 milhões de US$, já no ano de 2007, quase que duplicou as exportações de

Óleos brutos de petróleo chagando a ser 840,958 milhões de US$.

Tabela 28 - Principais produtos de exportação de Angola para Brasil em milhões de US$ (2006-2007). Produtos/Data 2006 2007

Óleos Brutos De Petróleo 453,526 840,958

Outros Propanos Liquefeitos. - 50,882

Butanos Liquefeitos. - 31,909

Naftas Para Petroquímica. - 13,527

Propano Em Bruto, liquefeito. 5,908 7,504

Total 459,500 946,332

Fonte: Mdic (2018). Elaborado pelo autor

Concernente as exportações do período de 2008 a 2009, nota-se uma variedade de

produtos, não mais apenas produtos derivados do petróleo. Com tudo, os produtos mais

exportados continuam sendo derivados do petróleo. Quanto a Óleos Brutos De Petróleo se observa

que teve uma grande representatividade em 2008, pois noutros anos as exportações foram em

milhões, mais no ano de 2008, as exportações subiram para 2.170,835 bilhões de US$; e 2009

a exportação do mesmo produto decaiu para 76,380 milhões de US$. Com tudo, também teve

nas principais exportações produtos ou bens intermediários como desperdícios, resíduos e

aparas, polímeros de etileno; outras obras de ferro ou aço, que por sua vez tiveram

representatividade muito baixa para as exportações (MDIC, 2018).

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Tabela 29 - Exportação de Angola para o Brasil em milhões US$ (2008-2009) Principais produtos/Data 2008 2009

Óleos Brutos De Petróleo 2.170,835 76,380

Outros Propanos Liquefeitos 54,757 44,463

Butanos Liquefeitos 10,761 16,883

Desperdícios, Resíduos E Aparas, De Polímeros De

Etileno

0,074 0,024

Outras Obras De Ferro Ou Aço 4.903

Total 2.236,427 137,760

Fonte: Mdic (2018). Elaborado pelo autor

Relativo aos anos de 2010 a 2011 temos novamente maiores representatividades

nas exportações, produtos derivados do petróleo se destacando novamente os óleos brutos de

petróleo, com venda de 301,842 milhões de US$ em 2010 e 364,390 milhões de US$ no ano de

2011. Deste modo, é notório também a representatividade de produtos derivados de petróleo

como propanos liquefeitos e butano liquefeito, algumas maquinas e pela primeira vez um

produto alimentício, neste caso, o trigo que efetuou 1,966 milhões de US$ de exportação

(MDIC, 2018).

Tabela 30 - Exportação de Angola para o Brasil em milhões US$ (2010-2011) Principais Produtos/Data 2010 2011

Óleos Brutos De Petróleo

301,842

364,390

Outros Propanos Liquefeitos 103,378 92,453

Butanos Liquefeitos 32,778 35,498

Outs. Ferramentas De Perfur. Etc.De Met. Comuns. Incl.

Parte

0,046 -

Motor Eletr.De Corrente Continua, 0,009 -

Trigo (Exc.Trigo Duro Ou P/Semeadura),E Trigo

C/Centeio

1,966

Total

494,454

438,079

Fonte: Mdic (2018). Elaborado pelo autor

Para o MDIC (2018), no período de 2012 a 2013 os produtos mais exportados foram

todos derivados do petróleo, exclusivo as maquinas de ferramentas e operação a laser. Como se

vê na tabela 2012, foi uma no de pouca exportação de Angola para o Brasil os números falam

por si, uma vez que o total das exportações foi apenas de 45,922 milhões de U$. O óleo bruto

de petróleo e outros produtos derivados do petróleo, voltou a ter uma grande representatividade

nas exportações de 2013.

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Tabela 31 - Exportação de Angola para o Brasil em milhões US$ (2012-2013) Principais Produtos/Data 2012 2013

Óleos Brutos De Petróleo - 614,961

Gás Natural, Liquefeito. - 47,671

Outros Propanos Liquefeitos 34,061 45,027

Butanos Liquefeitos 11,694 19,131

Partes E Acess. De Maquinas Ferram. Oper.Por

"Laser",Etc.

0,010 0,041

Total 45,922 726,836

Fonte: Mdic (2018). Elaborado pelo autor

Com referência aos anos de 2014 e 2015, é notório que as exportações de Angola

para o Brasil em 2014 tiveram também uma representatividade exorbitante, e quanto aos óleos

brutos de petróleo foram exportados em valores monetário 1.109.815.831,00 bilhões de US$,

também são exportados, bens derivados do petróleo como gás natural liquefeito e outros

propanos liquefeitos. Já no ano de 2015 as exportações decaem drasticamente. E o único

produto derivado do petróleo que se exportou neste ano são as naftas para petroquímica (MDIC,

2018)

Tabela 32 - Exportação de Angola para o Brasil em milhões US$ (2014-2015) Principais produtos/Data 2014 2015

Naftas Para Petroquímica - 31,72

Outs. Instrumentos E Apars. De Geodesia, Topografia,

Etc.

- 0,04

Outras Pilhas/Baterias Eletr. De Litio - 0,03

Granito Cortado Em Blocos Ou Placas - 0,02

Óleos Brutos De Petróleo 1.109,82 -

Gás Natural, liquefeito 64,71 -

Outros Propanos Liquefeitos 6,86 -

Total 1.109,816 31,848

Fonte: Mdic (2018). Elaborado pelo autor

De 2016 a 2017 os dados apontam também grande redução de exportação de Angola

para o Brasil. Com tudo, os produtos mais exportados novamente foram produtos derivados do

petróleo. O Naftas de petroquímica, com maior representatividade sendo 64,344 milhões de

US$, nas exportações de 2016 e 171,773 milhões de US$ em 2017 (MDIC, 2018).

Quanto ao Gás natural, liquefeito se observa na tabela que só a essa transição no

ano de 2017. Totalizando assim 93,765 milhões de US$. Vesse também como derivados de

petróleo, outros propanos liquefeitos.

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Tabela 33 - Exportação de Angola para o Brasil em milhões US$ (2016-2017) Principais Produtos/Data 2016 2017

Naftas Para Petroquímica 64,344 171,773

Gás Natural, liquefeito - 93,765

Desperdícios E Resíduos, De Alumínio - 0,192

Outros Propanos Liquefeitos 5,708 -

Turbo propulsores De Potência>1100kw 1,875 -

Total 71,966 265,737

Fonte: Mdic (2018). Elaborado pelo autor

3.5.3 Balança comercial, Angola e Brasil de 2000 a 2017.

Referente aos dados extraídos do MDIC (2018), a tabela e o gráfico abaixo,

apresentam o histórico da balança comercial entre os dois países, uma balança que descreve

grandes superávits na balança comercial brasileira em quase todos os anos, exclusive o ano de

2001 e 2008 que a balança comercial de Angola foi marcado com superávit devido crescimento

nas exportações de barris de petróleo por dia. Chegando a exportar 672,7 milhões de barris de

petróleo bruto no mesmo ano.

Tabela 34 - Balança comercial, Angola e Brasil de 2000 a 2017 Data Exportação do Brasil /Angola Exportação de Angola/ Brasil

2000 106.281.536 31.422.471

2001 142.008.853 174.837.212

2002 199.562.411 11.629.324

2003 235.469.291 7.551.779

2004 357.150.788 3.580.646

2005 521.326.869 120.231

2006 837.778.648 459.499.620

2007 1.218.235.629 946.332.224

2008 1.974.575.752 2.236.426.952

2009 1.333.008.513 137.760.201

2010 947.119.243 494.454.461

2011 1.073.706.755 438.078.678

2012 1.144.542.058 45.921.774

2013 1.271.245.128 726.835.843

2014 1.261.718.733 1.109.815.831

2015 647.986.587 31.847.776

2016 539.730.928 71.965.938

2017 670.449.003 265.736.825

Fonte: Mdic (2018). Elaborado pelo autor.

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Gráfico 16 - Balança comercial, Angola e Brasil (2000-2017).

Fonte: Mdic (2018). Elaborado pelo autor.

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4 CONCLUSÃO

O desenvolvimento do presente trabalho proporcionou análise da abertura de

mercados de bens, especificamente no desempenho do intercâmbio comercial entre Angola e

Brasil no setor petrolíferos num determinado período. Por conseguinte, cada economia do globo

terrestre é dependente, tendo assim relações econômicas com as demais, constata-se no fato de

que, uma economia qualquer, parte de sua produção de bens, num determinado tempo,

geralmente é com certeza vendida para o resto do mundo, a qual se denomina de exportação.

Autores renomados da ciência econômica como Adam Smith, David Ricardo,

Obstfel, Krugmam e outros, defendem com veemência que a abertura de mercado livre sem

tarifas embaraçosa, só gera crescimento econômico e bem estar de uma nação. Assim como o

Brasil, todos os países necessitam do comércio exterior, mais para alguns países pertencentes a

OPEP, incluindo Angola o comércio internacional é, completamente, uma questão de vida ou

morte, são países que necessitam do comércio exterior, pois são conhecidos como produtores e

exportadores de um produto só, no caso o petróleo, países do gênero precisam se abrir para

importar alimento e outros bens de subsistência, em contra partida exportar petróleo, levando

vantagem nos produtos ao qual têm menor custo de produção. O comércio exterior é

irrefutavelmente o instrumento mais poderoso de se adequar entre as possibilidades concretas

de produção e a estrutura da demanda vigente.

Quanto ao setor de produção estudado no presente trabalho, por maior que seja o

esforço em pesquisas para a substituição de tal commodity por energias limpas e renováveis

ainda há uma necessidade mundial do petróleo na pauta de exportações de vários players do

setor. Indubitavelmente quando se fala do setor petrolífero refere-se a um dos maiores e mais

amplos mercados do mundo. Pelo fato de ser um dos combustíveis fosses não renováveis mais

utilizado para geração de energia, levando assim o funcionamento de maquinas, indústria e

veículos para locomoção. Se tornando crucial no desempenho geral da economia mundial, pois

a maioria dos setores produtivos dependem desse recurso para uma produção eficiente e eficaz

por meio da sua utilidade energética, sendo assim um setor com tendência produtiva de

crescimento tecnológico e perspectiva de inovação.

Quanto aos resultados da pesquisa, um dos objetivos principais do presente trabalho

foi de apresentar os acordos entre Angola e Brasil voltado ao setor petrolífero, ou seja, o

protocolo de cooperação técnica entre o governo da república federativa do Brasil e o governo

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da república de Angola no domínio do petróleo. Os acordos internacionais é um ponto de

extrema importância para que haja barreira, assim como expansão do comércio entre países.

O protocolo assinado pelos dois países resume-se em gerar maior promoção

relacionada ao programa de cooperação técnica entre os dois governos referente ao petróleo.

Apresentando como as partes promoverão a cooperação. Portanto, com esse acordo se

promoveu a cooperação nas seguintes áreas: estar sempre juntos ao formular políticas, leis e

regulamentos para a indústria petrolífera, quanto a fiscalização do seu cumprimento, e a troca

de experiência no que concerne a organização e gestão da empresa; os dois países devem trocar

informações, acordos institucionais, estabelecimento de base de dados e até transferir

tecnologia um do outro, tudo isso, voltado ao setor petrolífero; trocar sempre informação

quando um dos governos querer lançar um programa voltado a área do comércio, isto é, na

distribuição de derivados de petróleo e mercados potenciais; promover a colaboração entre as

companhias nacionais e apoiar a estadia de parcerias após identificação nos diversos domínios

do setor petrolífero entre a empresa dos dois países, permitindo harmonia na alienação de

Know-How.

Quanto ao intercâmbio comercial, um dos objetivos específicos do presente

trabalho para responder o problema de pesquisa, foi de apresentar graficamente ou mediante

tabelas, a evolução do comércio exterior entre Brasil e Angola, e classificar os produtos da

pauta comercial do setor petrolífero. As relações econômicas Brasil-Angola tiveram início

quando os primeiros africanos foram trazidos na condição de escravos para trabalhar nas

lavouras de cana-de-açúcar. Angola participou ativamente da formação do povo brasileiro,

sendo considerada a mãe negra do Brasil. Com tudo, o Brasil foi o primeiro país a reconhecer

a independência de Angola em 1975.

Quanto a evolução do comércio exterior entre Angola e Brasil e os produtos da

pauta comercial, é notório nos resultados da pesquisa que os produtos que o Brasil mais

comercializou para Angola no período estudado, foram produtos caraterizados como bens

alimentícios como o açúcar, carnes de galos e galinhas, miudezas, galos e galinhas congelados;

outras carnes de suíno congelados, farinha de milho, e enchidos de carne. Apenas em três anos

o Brasil exportou derivados de petróleo especificamente a gasolina no período de 2006 a 2008.

No ano corrente o governo angolano recebeu duras críticas da FMI, apontando

graves problemas econômicos pela falta da diversificação da economia, a balança comercial de

Angola é extremamente dependente do petróleo para ser superavitária, tanto como fonte de

receitas tributárias como de divisas. O sector petrolífero foi responsável por cerca de 64% das

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receitas tributárias e mais de 95% das exportações de Angola em 2017. A alta dependência das

receitas petrolíferas se torna muito vulnerável a volatilidade dos preços do petróleo que por sua

vez, dificultam na elaboração do orçamento e aumenta a volatilidade dos gastos públicos, isso

ocorreu fortemente no ano de 2014 com o choque nos preços do petróleo.

Conforme os dados extraídos no Banco Nacional de Angola viram-se que quando

se fala das exportações de Angola está a se referir ao petróleo, pois os dados nos mostram que

de 2006 a 2017 o petróleo totalizava em torno de 95 a 98% das exportações nacionais. E isso

não é diferente quanto as exportações de Angola para o Brasil, nota-se a partir dos quadros, que

a maior parte das exportações que Angola efetuou para o Brasil são derivados de petróleo,

como: propano em bruto, liquefeito, naftas para petroquímica, butanos liquefeitos, outros

propanos liquefeitos.

E quanto a balança comercial notou-se que os dois países, tem histórico de ter uma

balança comercial superavitária. Já a balança comercial entre Angola e Brasil em um histórico

de 2000 a 2017 é marcado por superávit na economia Brasileira. O único ano em que Angola

teve uma balança comercial superavitária entre Angola e Brasil foi o ano de 2008, ano este que

Angola teve maior número de exportação quanto aos barris de petróleo por dia.

Temos como sugestões de trabalho para o futuro pesquisar mais sobre o Brasil e a

produção mundial do petróleo, e a relação da Opep com Angola.

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