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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES UCAM PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE HUDSON DE PINHO ARAÚJO MARCA: OS FATORES QUE AGREGAM VALOR AO PRODUTO BRASÍLIA-DF OUTUBRO / 2009

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  • UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – UCAM

    PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

    INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

    HUDSON DE PINHO ARAÚJO

    MARCA: OS FATORES QUE AGREGAM VALOR AO PRODUTO

    BRASÍLIA-DF

    OUTUBRO / 2009

  • Hudson de Pinho Araújo

    MARCA: OS FATORES QUE AGREGAM VALOR AO PRODUTO

    Monografia apresentada como requisito para conclusão do curso de pós-graduação “lato sensu” em Marketing pela Universidade Cândido Mendes – UCAM. Orientador Prof. Cleber Gonzaga

    BRASÍLIA-DF

    OUTUBRO / 2009

  • ARAÚJO, Hudson de Pinho. Marca: Os fatores que agregam valor ao produto. Brasília, 2009. 37 p. Monografia de Pós-Graduação em Marketing – Universidade Cândido Mendes – UCAM, 2009. Orientador Prof. Cleber Gonzaga

    1. Marca 2. Marketing 3. Produto

  • AGRADECIMENTOS

    - Primeiramente a Deus, pois sem Ele, nada seria possível e

    pela graça de desfrutar a vida com saúde e felicidade;

    - Aos amigos que contribuíram com sua ajuda e

    conhecimentos transmitidos.

  • DEDICATÓRIA

    Este trabalho eu dedico a minha mãe que sempre me apoiou em tudo o que

    faço bem como aos amigos mais próximos e ao professor orientador do curso pelo

    seu apoio, compreensão e contribuição em todos os momentos desta caminhada.

  • METODOLOGIA

    Nesta pesquisa utilizaremos um referencial bibliográfico a partir de

    autores e pesquisadores que discutem esse campo temático no meio acadêmico e

    empresarial, assim conforme nos explica CERVO e BERVIAN (2002):

    A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documento. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, buscam conhecer a analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto ou problema.

    A partir de bibliografias da temática de gestão de marcas, publicidade e

    marketing, nosso método consiste em confrontar idéias de autores tais como Aaker,

    Frutiger, Kotler, Moraes, Pinho e outros pensadores mais expressivos em seus

    estudos nesta área do conhecimento e suas análises teóricas com o que ocorre em

    marcas já consolidadas no mercado.

    Dessa forma, achamos importante focar nos seguintes pontos:

    - a pesquisa foi organizada em um enfoque teórico-bibliográfico que

    abrangeu a natureza das marcas e sua interação com o público e como seu valor de

    influenciar na compra de produtos;

    - mostraremos a origem das marcas tomando como base observações de

    pensadores como Frutiger, Ruão e Petit. O desenvolvimento de uma marca

    analisando as idéias de Haig & Harper bem como as de Kotler. Os benefícios

    obtidos da avaliação econômica da marca percebidos por Martins e Aarker. E a

    manutenção das marcas pelas observações de Kotler;

    - estudaremos e avaliaremos o valor percebido da marca obtido das

    relações das ações de campanhas de publicidade visualizadas nas observações de

    Aarker e pela Folha na publicação "FOLHA TOP OF MINE 2005 – QUINZE ANOS";

    - analisaremos de que forma a posição que uma marca ocupa na mente

    do cliente o influencia tomando como base a publicação "FOLHA TOP OF MINE

    2005 – QUINZE ANOS" que aborda de maneira aprofundada casos em que o

  • sucesso de uma empresa, e consequentemente de seus produtos, estão ligados ao

    sucesso de suas marcas;

    - verificaremos os meios de comunicação mais usados para campanhas

    de publicidade e qual pode ter mais retorno às marcas e seus produtos observando

    propagandas de marcas consolidadas;

    - investigaremos as estratégias de marketing traçadas pelas empresas e

    suas ações fundamentais para o sucesso da marca;

    - observaremos de que modo as ferramentas para o aprimoramento da

    gestão de marcas interferem positivamente nos resultados das organizações e a

    como as empresas podem se destacar usando a consciência ambiental como

    diferencial de mercado;

    Tratando-se de uma pesquisa documental bibliográfica, foi viável e

    limitou-se a livros técnicos, revistas, fotografias e sítios com o objetivo de promover

    informações relevantes ao objetivo de determinar os fatores que agregam valor ao

    produto por meio da marca.

    Nosso material trata-se de uma pesquisa explicativa e descritiva, pois

    propõe explicar os motivos dos acontecimentos, identificando os fatores que

    contribuem para a ocorrência dos fatos bem como busca observar, registrar e

    analisar fenômenos.

    Quanto aos procedimentos, como já foi mencionado, é um estudo de

    caso, já que visa estudar um fenômeno em particular que são "os fatores da marca

    que agregam valor ao produto", descrevendo-os e explicando-os de forma isolada.

    A coleta de dados e desenvolvimento das informações foi norteada para

    que o conteúdo determine de forma clara e eficiente as estratégias que influenciam o

    sucesso de uma marca na decisão de compra.

    Após a pesquisa, verificação e analise das informações, pretendemos

    mostrar o valor da teoria das bibliografias apresentadas assim como também propor

    alternativas estratégicas de valorização e aumento da eficácia dos esforços de

    marketing e melhoria no gerenciamento da marca.

  • “Nunca se deve engatinhar quando o impulso é voar”

    (Helen Keller)

  • RESUMO

    A literatura moderna voltada para negócios tem dado atenção especial ao assunto marcas. Numa visão simbólica, representam uma entidade abstrata, que identifica, informa, diferencia e até mesmo “protege” determinado produto. É impossível negar que a não marca faz parte do produto. A marca comunica valor e personalidade, convida o consumidor a participar de um grupo particular, no qual, os valores, as idéias e os costumes são compartilhados entre si. Pode-se dizer também, que marca é experiência e registro. Mas não pode passar despercebido que, sobretudo é vendedora. Vende-se por si só. Todos nós em algum momento já ouvimos as seguintes frases: Essa marca é boa! Ou Essa marca é mais barata! Essas frases dão indícios da comunicabilidade comercial que as marcas têm em relação ao consumidor, pois expressam a essência do produto, que muitas vezes passa despercebida pelo consciente do consumidor. As formas, as cores e o tamanho das marcas manifestam o nosso mundo. Completo e complexo de significados instigam o simples consumidor a uma experiência única. Para alguns, se tornam “objetos” de desejo, para outros, não passam de símbolos desprovidos de bom gosto. O que não podemos deixar de reconhecer, é que as marcas são provedoras de receitas milionárias e tornaram-se protagonistas no cenário competitivo empresarial. Suas medidas e tonalidades possibilitam o acesso aos mais diversos lugares, inclusive, na mente do consumidor. A mais lembrada, a mais acessada, comentada ou recomendada, indicam o rumo certo. O rumo de que as empresas detentoras destas “vendedoras silenciosas” precisam cada vez mais serem motivadas por meio de ações de branding e do posicionamento correto.

    Palavras chaves: 1. Marca – 2. Marketing – 3. Produto.

  • SUMÁRIO

    Introdução 11

    CAPÍTULO 1 1 Marca 13 1.1 Definição e origem 13 1.2 Atributos de construção de marca 15 1.3 Natureza dos nomes das marcas 16 1.1.3 Slogan 17 1.2.3 Símbolo ou logotipo 18 1.3.3 Cor 19 1.3.4 Manual de identidade visual 19 CAPÍTULO 2 2 Valor da Marca 20 2.1 Publicidade 21 2.2 Personagens 23 2.3 Posicionamento 23 2.3.1 Posicionamento específico 23 2.3.2 Posicionamento de valor 25 2.3.3 Propostas total de valor 26 2.3.4 Aspectos tangíveis e intangíveis 27 CAPÍTULO 3 3 Gestão de Marca 30 3.1 Estratégias 31 3.2 Reposicionamento 32 3.3 Patrimônio de marca 32 3.4 A ampliação da consciência ambiental e a marca 34 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 36 BIBLIOGRAFIA 37

  • 11

    INTRODUÇÃO

    Atualmente verificamos a preferência a produtos de marca, em que seu

    conteúdo, em grande parte dos casos, é similar a outros só que sem a mesma

    notoriedade de marca. Com isso notamos que uma marca bem construída deve ter

    suficiente poder de atração para persuadir ao comprador de escolher um produto

    sobre outro competidor.

    Dessa forma, o posicionamento de uma marca na mente do consumidor e a

    influência que a mesma exerce na aquisição de bens e serviços tornam-se o objetivo

    de grande parte das empresas dada à relevância apresentada no que tange às

    motivações de compra de um indivíduo. Estas desenvolvem seus produtos e

    campanhas publicitárias alicerçadas em pesquisas de mercado e “ranking” que suas

    marcas ocupam. Ser o primeiro na mente do consumidor assim como um

    significativo valor de marca são diferenciais competitivos de grande relevância no

    mercado atual. Não a toa verifica-se que as marcas sejam tão importantes para as

    organizações e que existam empresas constituídas por mais da metade de seu

    patrimônio pelo valor da sua marca.

    Por tanto, administrar marcas hoje representa um significativo volume de

    oportunidades, que podem promover a fidelização do consumidor. Assim se

    estabelecem sólidas e reais possibilidades de diferenciação e garantia de

    resultados.

    Porém, como uma marca com valor reconhecido pelo cliente, poderá

    conferir um significado ao produto antes de ser consumidor? Qual a ligação entre a

    valorização de um produto de marca por parte do consumidor e o mito produzida por

    meio de mensagens de campanhas publicitárias ligadas a ela?

    Para tanto, abordaremos o estudo da marca e seus conceitos bem como o

    valor da mesma, conceitos de publicidade, posicionamento e posteriormente

    analisaremos a importância das estratégias de marca para sua manutenção.

    Neste trabalho, será tratado como a marca pode valorizar um produto.

    A proposta deste estudo é investigar como as estratégias de construção de

    marcas poderão consolidar o valor dado pelos clientes aos produtos. Uma marca

    com valor reconhecido pelo cliente poderá conferir um significado ao produto antes

    de ser consumido? Verificar a dinâmica de relações de marketing que tem como

  • 12

    objetivo potencializar as percepções acerca de uma marca. Assim, o trabalho de

    construção de marca poderá ser favorável para os resultados empresariais dos

    mercados de produtos.

    Identificar como as estratégias de branding e posicionamento podem criar

    valor para as marcas e interferir na compra do produto, observando de que modo as

    ferramentas para o aprimoramento da gestão de marcas interferem positivamente

    nos resultados das organizações, discriminando as principais dificuldades na gestão

    da marca e propondo alternativas estratégicas de valorização e aumento da eficácia

    dos esforços de marketing e melhoria no gerenciamento da marca.

    A marca deve ter suficiente poder de atração para persuadir ao comprador de

    escolher um produto sobre outro competidor. Ou seja, a marca pode valorizar um

    produto diante das mensagens produzidas através de campanhas publicitárias

    ligadas a ela.

    A presente pesquisa delimita-se a analise das idéias de autores pesquisados

    utilizados na investigação.

    O estudo apresentado foi dividido em quatro capítulos. O primeiro traz uma

    abordagem sobre marca. No segundo capítulo, será abordado o valor da marca,

    dando uma visão de sua importância O terceiro capítulo dedica-se a gestão de

    marca.

  • 13

    1. MARCA

    Apenas 35% de nossas experiências de comunicação diária são verbais,

    o restante 65%, pertence à comunicação não-verbal (HAIG & HARPER: 1997).

    Dessa forma, como algo é dito é tão importante quanto o que é dito.

    A comunicação não-verbal serve para reforçar, repetir, substituir,

    complementar, acentuar, regular, ou até mesmo, contradizer a comunicação verbal.

    Ajuda-nos a entender o mundo no qual vivemos.

    Desde as épocas mais remotas até hoje, criamos imagens mentais ou

    reais que nos são úteis para comunicar-nos com maior eficiência. As imagens são o

    registro que se aproximam o mais natural possível, daquilo que vemos ou

    acreditamos ver (FRUTIGER, 1999, p. 195). Da mesma forma, a marca ajuda-nos a

    entender as organizações, pois ele é o mensageiro das essências da organização

    que representa (HAIG & HARPER: 1997).

    Para tanto é preciso desenvolver atributos que deverão ser percebidos

    pelos clientes e gerar reconhecimento por meio de sua identidade usando recursos

    como associações, analogias, símbolo, logotipo, nome, forma, cor, sinais e slogans.

    Histórias sobre o surgimento da organização, podem também gerar um

    reconhecimento positivo junto ao público alvo. Estes atributos deverão estar ligados

    a essência da empresa e o seu posicionamento estratégico.

    1.1 Definição e origem

    A marca é o nome, termo, sinal, símbolo ou desenho que serve para a

    identificação dos produtos ou a linha deles. Segundo KOTLER (2004):

    (...) a marca (...) tem o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los de concorrentes (...)

    Segundo ainda , PETIT (2004):

    A imagem de marca surgia da inspiração da época dos mecenas, do dono do negócio, que usava o talento do artista

  • 14

    para criar aquilo que para ele era impossível imaginar. Por mais comercial e prático que fosse, existia um refinamento e uma verdadeira criação, como se fosse uma borá de arte.

    De acordo com Ruão (2002), a história das marcas também vem de longa

    data:

    No Egito Antigo, artesãos desenhavam marcas pessoais em seus artigos como forma de identificação e futura referência, caso um comprador ficasse satisfeito e procurasse por produtos da mesma procedência. Em Roma, comerciantes usavam pinturas e talhos nas fachadas de seus estabelecimentos indicando o tipo de produto que vendiam.

    Podemos associar dois conceitos à marca: Essência da marca e

    Identidade da marca.

    - Essência da marca: São as referências em relação aos atributos

    principais da marca percebidos pelo consumidor. Isto abrange o sentido histórico,

    emocional, racionais do produto ou serviço.

    - Identidade da marca: São sinais, símbolos ou assinatura visual que

    fazem o consumidor reconhecer a marca, sobretudo aqueles que recordem

    exclusivamente aquela marca.

    Dessa foram, uma marca traz consigo, diversos atributos que a identifica.

    Segundo MARTINS (1997):

    Uma marca é um produto ou serviço ao qual foi dada uma identidade, um nome e valor adicional de uma imagem de marca. A imagem é desenvolvida pela propaganda ou em todas as ou trás comunicações associadas ao produto, incluindo a sua embalagem.

    Exemplo disso vê-se como a marca Nike se tornou sinônimo de artigos

    esportivos e inovação entre jogadores de futebol, principalmente no Brasil. “Nossa

    política é inspirar a prática de esportes por meio de produtos inovadores. Neste ano,

    focamos nos jovens e mostramos que muitos deles precisam ser descobertos, já que

    o Brasil tem muitos talentos.” afirma a gerente de propaganda e publicidade da Nike

    do Brasil, Patricia Chaccur. (Top of Mine, p.48, 2005).

    A marca é a expressão de valores das empresas e o quanto estas

    simbolizam para seus consumidores. Ajuda a empresa a processar pedidos e

  • 15

    solucionar problemas, oferece proteção legal aos aspectos exclusivos do produto

    assim como segmentar o mercado tornando-se a ligação do produto com o mercado

    consumidor.

    Sua fidelidade fornece à empresa alguma proteção em relação à

    concorrência. Tornou-se fonte de informação e valores simbólicos para seus

    consumidores, conferindo a seus produtos status de modernidade, segurança, estilo,

    e até mesmo poder aquisitiva advinda da transferência do prestígio do produto. Sem

    a mesma, os consumidores nunca poderiam distinguir os seus produtos preferidos.

    Segundo a função do tipo de relacionamento com o cliente as marcas

    podem ser classificadas em:

    - Marcas de excelência: inspiram confiança racional, em função do

    excelente desempenho de produto e serviço;

    - Marcas de identidade: aquelas com que o consumidor se identifica, em

    função de sua personalidade ou seu estilo de vida;

    - Marcas de aventura: aquelas que se encontram na fronteira das

    mudanças sociais e tecnológicas.

    1.2 Atributos de construção de marca

    Especialistas, designers e agências de comunicação lançam mão de

    atributos para a construção da marca. Neste momento, o emprego das estratégias

    de branding - estratégias de criação e gestão de marcas - visa desenvolver critérios

    que auxiliem a desenvolver nomes que possam se transformar em marcar relevantes

    para o mercado consumidor. Marcas fortes costumam usar palavras ou nomes

    (idéia), símbolos, slogans e logotipos associados à organização.

  • 16

    1.3 Natureza dos nomes das marcas

    Um bom nome é imprescindível para o sucesso da marca. “No mercado,

    90% das marcas são apenas nomes” segundo Rafael Sampaio, ex-vice-presidente

    da Associação Brasileira de Anunciantes (Top of Mine, p.13, 2005).

    O nome nunca deverá conflitar com as estratégias assumidas no

    posicionamento específico e no posicionamento de valor – estes conceitos serão

    abordados ao longo do livro -. “Não têm bom posicionamento, não estão bem

    vestidos, não são bem comunicados.” (Idem).

    No que tange a natureza dos nomes das marcas de produto empregados

    pelas organizações, segundo KOTLER (2004) as estratégias podem ser quatro.

    Vejamos:

    1) Nomes individuais: Nesta estratégia, a empresa não associa sua

    reputação à do produto. Caso haja fracasso do produto, o nome da empresa não

    estará ligado a ele.

    2) Nomes de família abrangentes: É agregado ao nome do fabricante. O

    custo para desenvolver é menor em virtude de corte dos gastos em pesquisa de

    nome e propaganda para gerar reconhecimento. Dessa forma espera-se que as

    vendas dos novos produtos sejam boas, se o fabricante for bom.

    3) Nomes de famílias separados: No caso da empresa fabricar produtos

    bem diferente, não deve-se usar o nome de família abrangente. Normalmente, as

    empresas lançam mão de desenvolver diferentes nomes de família para linhas de

    qualidade diferente, dentro da mesma classe de produtos.

    4) Nome comercial da empresa combinado com diferentes nomes de

    produtos: É a associação do nome da empresa a um nome de marca para cada

    produto. O nome da empresa legitima o novo produto e o nome individual o

    identifica.

    Segundo AAKER(1996) um bom nome antes de tudo, deverá seguir

    algumas diretrizes para o seu sucesso:

    "Porém, antes da escolha do nome, devem-se levar em conta alguns requisitos importantes e básicos: a) curto, de fácil leitura e pronúncia agradável, b) de compreensão e recordação rápida pelo consumidor, c) expressar relação com a imagem do produto, d) não relacionar com tempo ou época, para a marca

  • 17

    não ficar velha, evite tendências, e) adaptá-las às embalagens e rótulos, de maneira a diferenciar do concorrente, f) empregar palavras insinuantes e estimulantes mais nunca que ofendam, g) nome deve ter pronúncia em todas as línguas - para caso de exportação, h) que não estejam em uso no mercado."

    Assim, o nome deverá ser global – não apresentar significados negativos

    em outras línguas ou conotação pejorativa – submeter à lembrança e reunir o maior

    número de qualidades. Nomes de fácil pronúncia, com boa sonoridade, ligados a

    benefícios do produto, que traduzam a ação ou até mesmo efeitos dos produtos

    tornam-se boas escolhas.

    Vejamos alguns exemplos:

    - nome de pessoa (Ricardo Eletro);

    - nome associado a um local (Brasil Telecon);

    - atributo (Sadia);

    - estilo de vida (Men‟s Healthy);

    - nome artificial (Kodak)

    É importante frisar que inicias não são bons nomes de marca. Isto por não

    agregar valor bem como necessitar de estratégias de explicações junto ao

    posicionamento.

    Outras estratégias - além de bons nomes, são de extrema importância

    para fixação da marca. Nem sempre os nomes suprirão as necessidades para os

    fins da identidade da marca. Os símbolos – isto inclui até mesmo personalidades,

    personagens, objetos (durante ações de publicidade) -, logotipos, slogans, são

    ótimas estratégias usadas por marcas fortes.

    1.3.1 Slogan

    Segundo PINHO (1996) "(...) o slogan tem a função de reforçar uma

    imagem da marca por meio da associação de um valor a um nome". Seu uso tem

    efeito quase hipnótico e subliminar na criação da imagem da marca quando

    empregado em todos os anúncios da marca. Exemplo: Porque se sujar faz bem

    (OMO), Presunto só o melhor, só Sadia (Sadia).

  • 18

    Veja este exemplo para se ter idéia da magnitude de um slogan bem

    empregado: "Recentemente, em agosto passado - 14 anos após o lançamento da

    campanha -, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu os participantes de uma

    reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social afirmando que 'o

    resultado da economia brasileira neste ano não será nenhuma Brastemp'." (Top of

    Mine, p.61, 2005)

    1.3.2 Símbolo ou logotipo

    Eterna linguagem criadora, com ele [símbolo] expressamos o que não poderíamos fazê-lo de outro modo, porque, com ele, transmitimos o intransmissível, como procede de nosso inconsciente, que por não sabermos, nem querermos ouvi-lo, segreda-nos seus ímpetos, seus desejos e seus temores, através dos símbolos. Usa-os ainda para burlar a nossa censura, as inibições que impomos, e que temíamos sequer desejar. (...) A palavra símbolo, symbolon, neutro, vem de symbolê, que significa aproximação, ajustamento, encaixamento. (SANTOS, 1959, p.9-26).

    AARKER (1996) discrimina que:

    São os símbolos que constituem as imagens, portanto devem ser memoráveis e poderosos. Esses símbolos se tornam mais expressivos, quando suas características representam benefícios funcionais e de auto-expressão.

    PINHO (1996) diferencia a qualidade de símbolo e logotipo dizendo que :

    O logotipo constitui-se do nome da companhia escrito de forma única e padronizada. Exemplos: Banerj, Banespa. Já o símbolo é um sinal gráfico, geométrico ou não, que representa a empresa por convenção. Exemplo: Mercedez-Bens, Varig (...)

    Símbolos e logotipos são atributos essenciais nas estratégias de

    desenvolvimento das marcas. Com eles que os conceitos de credibilidade e

    confiabilidade da marca se sustentam junto ao mercado consumidor.

  • 19

    1.3.3 Cor

    A cor é o principal fator de percepção e difusão das marcas. Exerce mais

    uma função subliminar do que de um símbolo propriamente dita.

    1.3.4 Manual de identidade visual

    O trabalho de criação de identidade visual feita por especialistas,

    designers e agências de comunicação torna-se a mais importante estratégia de

    desenvolvimento de uma solução visualmente e conceitualmente bem posicionada

    bem como o seu manual.

    Segundo NAPOLES(1988):

    (...) o manual torna-se a bíblia para aplicação adequada de uma identidade visual em todo o material de uma organização. Sem ele, a implantação de um programa de identidade torna-se muito difícil. As palavras-chave para um bom manual são consistência e funcionalidade, pois o símbolo/marca/logomarca é muitas vezes menos importante do que sua implementação. A organização que usa diferentes estilos de tipos, cores e formas e não mantém o controle da aplicação de uma identidade visual, está confundindo a sua imagem ou transmitindo uma imagem desorganizada para o seu público (...)

    Portanto, antes do designer gráfico começar um programa de identidade

    visual corporativo, ele deverá compreender a inter-relação existente entre as áreas

    envolvidas, e assim, ter a competência e o desempenho necessários para utilizar e

    manipular as ferramentas, materiais e recursos disponíveis criando uma logomarca

    comprometida com a sua função. Essa é a maior aliança entre a empresa e seus

    consumidores a que qualquer gestor pode almejar.

  • 20

    2. VALOR DA MARCA

    A identidade física da marca, embora intangível, acaba se alojando na

    mente dos consumidores e ali criando expectativas de respostas satisfatórias aos

    seus anseios de consumo. Quando seu valor é percebido pelo consumidor facilita a

    aceitação de um novo produto impulsionando a procurar-lo em seu ponto de venda e

    criar o hábito de compra.

    De acordo com KELLER (1998) uma marca tem valor quando os

    consumidores reagem mais favoravelmente ao produto a partir do momento que

    conhecem e identificam a marca. Este efeito diferencial no consumidor ocorre a nível

    cognitivo, afetivo e comportamental. A análise do valor da marca na perspectiva do

    consumidor baseia-se no conhecimento do impacto da marca no processo de

    decisão de compra.

    O valor da marca é um conjunto de ativos: lealdade, notoriedade,

    qualidade percebida e associações. A marca torna-se um dos maiores fatores de

    fidelização de clientes, reduzindo a comparação entre produtos, serviços e

    empresas tornando-se a importância da valorização da marca, geralmente são

    maiores do que a do produto. Segundo SAMPAIO (1999):

    A confiabilidade e a garantia de um bom produto é o maior valor de uma marca. Isso porque a marca é mais que um produto; ela adiciona sentimento, personalidade e exclusividade.

    Assim a gestão do valor da marca tem que contemplar estratégias de

    investimento que criem e mantenham esses ativos.

    PINHO (1996) determina os atributos que são comuns às principais e

    maiores marcas do mundo e de alto valor no cuidado com suas marcas e produtos:

    a) atraem e retêm novos investidores para a sua empresa;

    b) geram confiança e simpatia com os consumidores e funcionários;

    Inovam em tecnologia, investindo em pesquisas e desenvolvimento;

    c) obtém controle sobre a mídia;

    d) globalizam seus produtos;

    e) conhecem seu ambiente e o dos documentos;

  • 21

    f) utilizam suas marcas com sabedoria e prudência;

    g) distribuem com eficiência logística seus produtos, e

    h) desempenham um bom trabalho de pós-venda.

    Nesta perspectiva, apesar de estar intimamente ligado às atividades de

    marketing que a empresa adota, em última instância resulta do que reside na mente

    dos consumidores.

    2.1 Publicidade

    A comunicação e divulgação da marca têm papel importantíssimo no que

    diz respeito a seu valor percebido pelo cliente consumidor de produtos ou serviços.

    Para competir e ter sucesso, a marca deve ser percebida além do produto de modo

    a constituir a sua personalidade e a sua imagem de acordo com o perfil do seu

    mercado consumidor, ou seja, transmitir aquilo que o consumidor deseja ter e ser.

    Segundo, AAKER (1999):

    A marca é mais que um produto, ela existe como entidade perceptual na mente do consumidor e como categoria do intangível ela sofre constantes interferências. É a maneira a qual entramos no percentual das pessoas e por meio da propaganda atuando nas emoções das pessoas, realizando os sonhos, os desejos, os temores, os afetos etc.

    A publicidade mostra ao consumidor de forma eficiente os atributos

    positivos e que chamem a atenção, tornando-se um veículo que a organização

    possa entrar na cabeça do consumidor para estabelecer o posicionamento da marca

    transmitindo a sua mensagem - de ordem emotiva e psicológica. Possibilita também

    a superação dos posicionamentos no mercado que se baseiam nos atributos e

    vantagens físicas do produto dos concorrentes.

    Basicamente, a publicidade procura combinar atributos/benefícios físicos

    do produto com benefícios emocionais / psicológicos, de modo a constituir e manter

    marcas fortes, duradouras e criar reputação positiva.

  • 22

    O objetivo principal é que se provoque algum tipo de emoção ao cliente. A

    emoção desempenha um papel importante na decisão de compra de produtos por

    partes dos consumidores. Segundo MORAES e KRUCKEN (p.49, 2008):

    (...) o fator emocional exerce uma forte influência na decisão de compra e isso pode ser até mais forte que outros fatores tradicionais, como a funcionalidade e preço (...)

    Para fixar a marca na cabeça do consumidor, a estratégia é diversificar os

    veículos de comunicação. “Cada mídia traz a informação de forma diferente. É a

    combinação de todas elas que garante a lembrança” diz Marcelo Câmara, Gerente

    de Marketing da Unilever (Top of Mine, p.35, 2005). Para isso, são disponíveis meios

    de diversas naturezas: televisiva, rádio, impressos, revistas, mala-direta, internet e

    outros.

    Em campanhas publicitárias - se os anúncios forem criativos e os veículos

    bem definidos, em termos de custo por milhar de pessoas afetadas, a propaganda

    não tem comparação. Esta se dá de modo mais eficaz ainda quando empregada a

    um público definido. Agindo dessa forma as organizações estabelecem mais uma

    relação de investimento do que geradora de despesa.

    As organizações devem ter extremo cuidado ao destinar suas cotas de

    propagandas. Se feita de modo ineficiente, o pouco que se gastou pode torna-se

    muito diante de uma ação mal estruturada, causando assim, retorno baixo ou

    nenhum.

    A melhor maneira de se determinar estes custos é estabelecer um

    orçamento baseado na quantidade de pessoas que deseja atingir no mercado-alvo

    proporcional a freqüência e nível qualitativo do impacto.

    Por sua vez, de modo prático, os níveis de retorno das estratégias de

    publicidade podem ser determinados ou mensurados por meio de vendas geradas.

    Assim como quantificação de recall (taxa de memorização) ou reconhecimento /

    lembrança de marca – estas duas opções dadas por grande parte das empresas -

    que ora deveriam ser substituídas por níveis de persuasão, mais especificamente o

    aumento do número de entidades que deram preferência à marca em resultado da

    campanha.

  • 23

    No entanto, não bastam apenas estratégias de propaganda e marketing –

    o produto precisa corresponder às expectativas que sua comunicação criou (Top of

    Mine, p.13, 2005).

    Neste sentido, as organizações devem sempre estar revisando suas

    políticas e programas de propaganda contratando entidades externas para efetuar

    uma avaliação independente, esperando uma projeção de abordagens mais

    promissoras e efetivas.

    2.2 Personagens

    O recurso de utilizar personalidades famosas ou celebridades na

    publicidade pode transferir à marca, muito do prestígio adquirido por quem o realiza.

    Pessoas famosas criam uma auto-imagem e vendem ao público, tornado-se

    altamente lucrativo tanto para a empresa quanto para a personalidade.

    O objetivo é que o público identifique as qualidades e a credibilidade

    depositada ao ídolo nos produtos que irão adquirir.

    Vejamos aqui um exemplo: “„Escolhemos Ana Maria Braga porque sua

    seriedade e respeito lhe garantem trânsito livre do público da classe A à D’.

    Afirmativa do diretor de marketing corporativo do Carrefour, Rodrigo Lacerda.

    Segundo ele, a apresentadora da TV Globo é a representação do novo

    posicionamento que o grupo iniciou no ano passado, com objetivo de promover a

    proximidade do supermercado com seus clientes. ” (Top of Mine, p.13, 2005).

    2.3 Posicionamento

    O posicionamento segundo RIES (2002):

    (...) começa com um produto uma mercadoria ou serviço, uma companhia, uma instituição ou mesmo uma pessoa (...)

  • 24

    Também, segundo All Ries e Jack Trout (2002):

    (...) posicionamento não é aquilo que você faz ao produto/serviço, mas o que você faz à mente do consumidor (...)

    Dessa maneira, é a primeira ação no desenvolvimento e no marketing da

    marca.

    Esta estratégia competitiva cria uma posição ou imagem única da marca

    na mente do consumidor, baseada nos atributos diferenciadores do produto e

    posição ocupada pela concorrência compreendendo e canalizando a essência da

    mitologia global da marca. A partir do posicionamento, criam-se as diretrizes para a

    formulação e a operacionalização do plano estratégico de comunicação.

    Baseia-se basicamente no produto físico – atributos – da marca e naquilo

    que publicitários e mercadólogos querem que a marca represente no mercado em

    relação à concorrência e na mente do consumidor.

    O esforço de tornar algum produto único, incluindo benefícios que possam

    ser relevantes aos consumidores visados é chamado de diferenciação. Algumas

    vezes esse esforço poderá ser feito não nas características físicas do produto ou

    mais produtos adicionados, mas na mente dos consumidores.

    Nesse ponto, convém destacar a ligação estreita e inseparável que as

    estratégias de posicionamento e diferenciação produzem. Ou seja, ao posicionar o

    produto/serviço, a empresa já o faz diferenciando.

    As marcas são importantes fatores de diferenciação. Os consumidores,

    ao comprar os produtos, associam à marca uma série de atributos, com base em

    informações ou experiências anteriores adquiridas. Assim pode-se criar lealdade a

    marca.

    A empresa que sai na frente no terreno da inovação como propósito de

    diferenciação sempre obtém uma vantagem competitiva. Vejamos:

    - Durante o período de exclusividade, ela ganha mercado e caso consiga

    criar um bom relacionamento com o cliente, mantém seus novos consumidores

    conquistados.

  • 25

    - A empresa, que constantemente busca a diferenciação, consolida a

    imagem de inovadora junto aos consumidores, o que, também, favorece a conquista

    de consumidores novos e na manutenção dos clientes existentes.

    - Ao ser associada a bons produtos inovadores a marca constrói um

    grande patrimônio.

    É mister destacar que não existe uma estratégia melhor ou pior do que a

    outra. Tudo depende dos pontos fortes que a empresa pretende utilizar para ser

    identificada (imagem) pelo consumidor.

    2.3.1 Posicionamento Específico

    O posicionamento específico desempenha a função básica de apresentar

    ao mercado um benefício ou um motivo para que os consumidores comprem o

    produto/serviço oferecido pela empresa.

    - Por atributo: A organização utiliza certo atributo ou aspecto valorizado

    pelo consumidor e associa esse atributo ao produto oferecido. “Este tipo é a mais

    fraca das opções, levando em conta que ele não destaca benefício algum” segundo

    KOTLER (1999). Essa afirmativa é contrariada se considerada isoladamente dada à

    realidade do mercado em que a empresa se insere, bem como a própria empresa:

    seus pontos fortes;

    - Por benefício: Associa-se ao produto um benefício esperado pelo

    consumidor;

    - Por uso/aplicação: O produto é posicionado como o melhor para

    determinado uso ou aplicação;

    - Por usuário: O produto é associado ao usuário ou classe de usuários;

    - Por concorrente: Identifica-se o produto, utilizando um concorrente

    como referência;

    - Por categoria de produto: Associa-se o produto com outros de uma

    classe de produtos similares;

  • 26

    - Por qualidade/preço: Usa-se o preço como argumento de qualidade

    superior. A maior qualidade é expressa por maior número de características e/ou

    serviços.

    2.3.2 Posicionamento de Valor

    Existem 5 possibilidades:

    - Mais por mais: Adotado por empresas que oferecem produtos mais

    sofisticados, os chamados artigos de luxo. São divulgados como melhores pelo

    desempenho, durabilidade, qualidade ou estilo;

    - Mais pelo mesmo: Algumas empresas efetivam estratégias desse tipo a

    fim de atacar uma marca do tipo „mais por mais‟;

    - Menos por muito menos: Algumas empresas desenvolvem estratégias

    com foco em corte de serviços que o cliente na maioria das vezes não irá utilizar ou

    em corte de serviços secundários para baixar custos;

    - Mais por menos: As empresas oferecem uma grande quantidade de

    opções em cada linha de produtos associadas a preço mais baixo. Existe ainda a

    opção de „o mesmo por menos‟ que pode ser considerada uma variante da abordada

    neste item. Ex.: descontos.

    2.3.3 Proposta total de valor

    O conjunto de benefícios associados à proposta de valor é

    correspondente ao que chamamos a oferta total da marca.

    Dessa forma, a busca de uma posição mais o posicionamento de valor,

    permite às organizações apresentarem-se ao mercado com uma estratégia definida

    a fim de demonstrar ao consumidor que sua oferta total é superior às ofertas totais

    dos concorrentes.

  • 27

    2.3.4 Aspectos tangíveis e intangíveis

    MORAES e KRUCKEN (p.38, 2008) afirmam que:

    O processo de julgamento de atribuição de valores aos produtos, por meio da percepção de seus atributos estéticos, simbólicos e semânticos, determina quanto um objeto pode agradar ao usuário. Esses atributos são percebidos por meio das suas propriedades físicas, como formas, cores, texturas, sons, odores ou temperaturas.

    Segundo AAKER (1996):

    Um produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para criar atenção, ser adquirido, usado ou consumido, satisfazendo um desejo ou uma necessidade.

    Dessa mesma maneira, inferimos que um produto é um conjunto de

    atributos tangíveis e intangíveis.

    Partindo desta premissa, o consumidor ao tomar sua decisão de compra,

    o faz levando em conta aspectos tangíveis e intangíveis:

    - Aspectos tangíveis: Podem ser tamanhos, a cor, o modelo, o estilo, a

    embalagem, rotulagem, etc.

    - Aspectos intangíveis: Podem ser a marca, as garantias, a imagem, o

    status que decorre do seu consumo, os serviço agregados, reações emocionais, etc.

    NORMAN (2004) destaca que:

    (...) os produtos e a sua utilização produzem reações emocionais no indivíduo, positivas ou negativas (...)

    Assim a natureza dos afetos de cada indivíduo pode influenciar na

    interação com produtos ou marcas, como afirma MORAES e KRUCKEN (p.38,

    2008):

    Os afetos (do verbo afetar) positivos podem facilitar a aprendizagem, encorajar a continuação do uso, os processos de criação e de resolução de problema. Os afetos negativos podem causar frustração, ansiedade e foco excessivo em algum elemento da interface do produto até que o problema ou fonte do afeto negativo sejam solucionados.

  • 28

    São os aspectos positivos que transmitem a relação de prazer no

    relacionamento de um produto ou marca. Ele (o prazer) é uma herança evolutiva da

    espécie humana durante 2 a 4 milhões de anos (TIGER, 2000), seguindo o caminho

    das situações bem sucedidas no passado.

    Existem diversos tipos de prazeres, entretanto classificados em quatro

    categorias segundo JORDAN (2000):

    - Prazer fisiológico: Tem origem em experiências sensoriais de origem

    sexual, tato, gosto e odor. São provocados pelos alimentos, bebidas e odores

    agradáveis assim como do contato com superfícies fofas, carinhos e outros.

    - Prazer de auto-realização: Este prazer é psicológico decorrente da

    satisfação em realizar uma tarefa com sucesso. Dessa forma, decorre da superação

    de obstáculos, e sensação de auto-realização.

    - Prazer social: Provocado pelo contato com as outras pessoas,

    exercendo o nosso espírito gregário. Dessa forma, sentimos prazer em estar em

    grupo para trabalhar, comer, jogar ou simplesmente conversar.

    - Prazer intelectual: Provocado pelo prazer em imaginar ou criar coisas.

    Temos prazer em observar e cheirar a paisagem, plantas, animais e objetos

    estéticos.

    Por outro lado, NORMAN (2004) apresenta outra classificação, baseada

    em três níveis de processamento cerebral:

    - De nível visceral: Ligada às reações instintivas e automáticas do ser

    humano. Produz reações imediatas sobre o que é bom/mau ou seguro/inseguro;

    - De nível comportamental: Decorre do resultado de uma ação, a partir do

    processamento das informações recebidas do ambiente. Dessa forma, não é tão

    instintiva e automática como a de nível viceral, devido ao envolvimento de análises,

    julgamentos e decisões conscientes. Prazer resultante de um bom desempenho no

    trabalho, artes ou esportes. O prazer de nível comportamental prove das interações

    entre o produto e o usuário, podendo confirmar ou não aquela impressão inicial, de

    natureza visceral.

    - De nível reflexivo: Decorre do prazer de recordar-se de um momento

    alegre, idealizar uma marca, adquirir uma peça rara para uma coleção, compor uma

    música ou outros fatores de mesma natureza. Ele é mental, criativo, evocativo,

  • 29

    contemplativo e cultural. É de caráter global, e consolidado em longo prazo, devido

    ao acúmulo de sentimentos e satisfações com certos produtos ou marcas. Muitas

    empresas valem-se disso para construir lealdade em torno de suas marca. Este se

    difere do anterior, pois não depende diretamente dos estímulos ambientais.

  • 30

    3. GESTÃO DA MARCA

    A questão da importância de uma marca diante do mercado é um ponto

    de forte preocupação entre as organizações. Esta preocupação ficou acentuada a

    ponto de surgirem inúmeras pesquisas de recordação de marcas, mensurando as

    mais lembradas na mente dos consumidores – por exemplo, o Data Folha num

    esforço conjunto com a Redação da Folha, que realizam anualmente a pesquisa

    Top of Mind no Brasil desde 1991. Além destas, buscou-se identificar também quais

    marcas encontravam-se em segundo e terceiro posto, pois assim, os profissionais

    poderiam medir seus esforços ou redirecionar investimentos na busca de uma

    melhor posição.

    Para PINHO (1996):

    (...) um dos segredos do gerenciamento de marcas, em um ambiente de complexidade e turbulência, é exatamente desenvolver o potencial de cada uma delas, considerando-as não só como fatores individuais, mas também como partes de um sistema que devem coligar-se para apoio recíproco uns aos outros. Um sistema de marcas pode servir como plataforma de lançamento de novos produtos e novas marcas e como alicerce para todas as marcas do sistema (...)

    Nesta perspectiva a marca permite a exploração de sinergias, a redução

    de acontecimentos indesejados sobre a imagem da marca, clarifica a oferta, fomenta

    a flexibilidade da gestão permitindo uma constante adaptação ao mercado, realiza

    uma gestão eficiente dos recursos e diferencia. “Marca é o voto de Minerva (na hora

    de decisão de compra), é fator de diferenciação que vai desempatar a escolha.” diz

    Luli Radfahrer, professor de comunicação digital da Escola de Comunicações e

    Artes da Universidade de São Paulo (Top of Mine, p.13, 2005).

    Se o ato de administrar a marca na mente dos consumidores é importante

    nota-se igual relevância que as empresas estão cada vez mais conscientes de que

    suas marcas devem ser capitalizadas pelo valor que agregam à sua cultura,

    tornando - se um suporte ativo às estratégias de gestão do negócio.

  • 31

    3.1 Estratégias

    As estratégias de marca requerem um grande esforço e investimento de

    longo prazo, principalmente em publicidade e propaganda e promoções. Neste

    horizonte, as organizações dispõem de cinco escolhas para estratégia de marca:

    - extensões de linha: Nomes de marcas existentes estendidos a novos

    tamanhos ou sabores na categoria de produtos existentes;

    - extensões de marca: Segundo LEVITT (1990):

    (...) devido ao receio de assumir riscos de carreira com o lançamento de novas marcas, que os executivos optem por estendê-las, lançando novos produtos ou variações dos produtos existentes sob a marca original, sem que o produto em si tenha sido renovado ou sofrido perda das características originais (...);

    - multimarcas: novos produtos de marca lançados na mesma categoria de

    produtos;

    - novas marcas: novo nome de marca para nova categoria de produtos; e

    - marcas combinadas: marcas que trazem dois ou mais nomes de marca

    bem conhecidos.

    Segundo AAKER (1996), é necessário seguir quatro recomendações para

    traçar uma estratégia vencedora de marca:

    a) Persiga sempre a qualidade, buscando sempre a excelência, porque

    sempre faltará algo;

    b) criar um forte diferencial no seu mercado específico, a marca deverá

    ser percebida como qualidade única e exclusiva. É importante a séria infiltração no

    seu nicho de mercado e que a marca se estruture neste;

    c) não subestime nenhuma ferramenta de marketing, ou seja, não confie

    apenas em uma, mas num todo porque o todo é que faz a diferença;

    d) lute para dominar, lutar para que a marca seja líder na categoria, nunca

    lutar pelo 2°, porque provavelmente, ficará no 3° ou 4° lugar, ou seja, dominar em

    todos os aspectos como: embalagem, propaganda, promoção, distribuição, preço,

    qualidade e outros aspectos.

  • 32

    3.2 Reposicionamento

    Ao enfrentar uma situação de mercado em que ocorra algum tipo de

    mudança ou o confronto com novos concorrentes - mesmo a marca sendo bem

    posicionada - a empresa pode precisar reposicionar-se, mesmo diante dos riscos. “ é

    um desafio que envolve riscos para os gestores das marcas. (Bortolan e Telles

    2003).”

    A estratégia de reposicionamento deve ser robusta alicerçada em pontos

    fortes durante as estratégias de marketing - não só uma - bem como concentrar-se

    em fatores de diferenciação de qualidade e atividades de marketing.

    3.3 Patrimônio de Marca

    O fator diferenciador das marcas no mercado é o poder e o valor de cada

    uma. Em relação ao poder de velhas marcas, AAKER (1998) destaca: “(...) quando

    uma marca se torna realmente bem estabelecida, o alto reconhecimento resultante

    de muitas exposições e experiências de uso tende a permanecer no mesmo patamar

    durante um longo tempo (...)”

    Considera-se que o maior ativo de uma organização empresarial seja a

    sua marca (ou marcas), fruto do posicionamento conquistado junto ao mercado

    consumidor.

    As marcas, segundo seu patrimônio, podem ser caracterizadas por:

    - Marcas que não são conhecidas pela maioria dos compradores;

    - Marcas que têm bom nível de conscientização;

    - Marcas com alto grau de preferência; e

    - Marcas que possuem um alto grau de fidelidade.

    O patrimônio da marca está vinculado diretamente ao adicional de preço

    de que a empresa desfruta multiplicada pelo volume adicional que movimenta.

  • 33

    Grande parte das empresas baseia seu crescimento na aquisição e na construção

    de ricas carteiras de marcas.

    Nas organizações, o alto patrimônio de marca favorece a diversas

    vantagens competitivas, tais como defesa contra a concorrência, redução de custos

    de marketing mediante a conscientização e à fidelidade de marca, poder de

    negociação com distribuidores e até mesmo alta nos preço dos produtos em que a

    marca tem maior qualidade percebida em relação à concorrência.

    Segundo MARTINS (1997) os benefícios obtidos da avaliação econômica

    da marca podem ser os seguintes:

    a) Aumento do imobilizado da empresa;

    b) aumento do patrimônio líquido da empresa;

    c) redução do grau de endividamento da empresa por conseqüência de

    aumento do patrimônio líquido, facilitando relacionamentos com bancos e

    fornecedores, por exemplo;

    d) aumento de valor patrimonial por cota/ação permitindo alcançar um

    valor econômico da empresa mais alto para efeito de negociação societária;

    e) conforme a Instituição financeira serve como garantia de

    financiamentos aprovados;

    f) crescimento do prestígio da empresa junto a clientes, fornecedores,

    acionistas (cotistas), instituições financeiras etc.;

    g) não pagamento de Imposto de Renda sobre o valor avaliado da marca

    desde que o respectivo valor seja contabilizado na Reserva de Reavaliação

    Espontânea do Patrimônio Líquido.

    O patrimônio de marca é construído da relação da marca com o cliente

    em longo prazo. Esta relação é definida corrigindo erros e identificando

    oportunidades para planejar as diversas formas de interação do consumidor com a

    marca e o quanto ela esta sendo percebida durante seu estabelecimento.

    O gerenciamento do nome da marca deve ser rigoroso para que não haja

    depreciação da mesma. Para isso estratégias de conscientização da marca, de

    evidências de qualidade e funcionalidades percebidas devem ser as mais positivas

    possíveis. Desse modo, vemos então a necessidade de investimento em publicidade

    e atendimento de logística.

  • 34

    A marca é parte do capital da empresa, daí ser ela considerada como da

    competência dos seus dirigentes, que, por serem os depositários da continuidade de

    sua identidade, têm a função de administrar o seu valor. Necessariamente é preciso

    que eles possuam uma visão clara dos territórios e limites de cada marca de seus

    produtos.

    Para tanto, infere-se que a gestão do patrimônio da marca seja feita de

    modo eficaz quando designado gerentes de patrimônio de marca para a proteção da

    imagem da marca ou até mesmo empresas especializadas responsáveis pela gestão

    de marca.

    3.4 A ampliação da consciência ambiental e a marca

    Ultimamente o mundo tem estado em alerta devido aos problemas

    ambientais.

    Diversos desastres ecológicos e a revolta da natureza estão causando

    temor para o homem que prepara, inconscientemente, a sua própria extinção.

    Assim, um dos alvos responsáveis pela degradação do planeta Terra são as

    indústrias que consomem grandes quantidades de energia e matéria-prima,

    colaboram com o volume de descartes no meio ambiente e a destruição de diversas

    florestas.

    Atento a isso, consumidores passaram a adotar diversos tipos de

    posturas em relação a empresas que não estão cumprindo a sua parte em relação à

    preservação do meio ambiente e, com isso, estão diminuindo a sua imagem social e

    a quantidade de produtos vendidos. O público está cada vez mais seletivo e

    procurando saber sobre essas corporações nas quais compram determinadas

    marcas.

    Assim, muitas delas estão começando a reformular o seu papel perante o

    meio ambiente devido ao compromisso ético que muitos consumidores, e acionistas,

    cobram dos empresários:

    As imagens coorporativas estarão cada vez mais comprometidas com questões de preservação ambiental. Conseqüentemente, ações convenientemente dirigidas à preservação ambiental, dentro dessa visão contributiva de

  • 35

    marketing social e ambiental, certamente serão recompensadas com salutares retornos de imagem diferenciada como vantagem competitiva (LEITE, 2003, p.27).

    O que irá ditar a sobrevivência de determinada empresa no futuro é o seu

    envolvimento com causas sociais, principalmente as relacionadas ao meio ambiente.

    As que não conseguirem se adaptar a essa nova exigência sucumbirá

    rapidamente, pois o cliente, como já foi dito, está atento ao que as responsáveis pelo

    produto que compra está fazendo para preservar o que resta para a população

    futura.

  • 36

    4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

    É imprescindível que as empresas busquem diferenciar suas marcas,

    ocupando um lugar único na mente do consumidor.

    Para isso, deve-se realizar uma análise criteriosa do posicionamento de

    uma empresa, identificando os fatores subjetivos, como receptividade, grau de

    rejeição e motivação do consumidor em relação à marca.

    Para tanto, observa-se o segmento ou nicho de mercado em que a

    empresa está inserida e determina-se sua posição frente a seus concorrentes,

    gerando informação capaz de apontar caminhos e ações de comunicação e

    marketing mais efetivas.

    Assim, o posicionamento procura explorar determinados pontos fortes que

    a empresa possui e ir ao encontro dos consumidores que esperam esses valores

    agregados aos bens que desejam adquirir.

    Uma marca tem que reunir algumas características para ser considerada

    bem feita: representar de maneira clara ou subliminar a função de sua empresa; ter

    poucos elementos para facilitar a sua reprodução, uma vez que em alguns casos

    terá que ser diminuído, como, por exemplo, em aplicações em cartões de visitas;

    possuir cores adequadas às funções da empresa, ou adequadas ao comportamento

    do público-alvo a ser atingido.

    O mais importante de todas essas considerações é a necessidade de

    consciência e coesão das ações orientadas para o desenvolvimento da identidade e

    da imagem da marca e sua empresa.

    Ambas se iniciam com a definição do seu negócio a partir das

    necessidades e desejos do consumidor que a mesma pretende atender com seus

    produtos e serviços.

  • 37

    5. BIBLIOGRAFIA

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