universidade cÂndido mendes ucam pÓs-graduaÇÃo … · 2012. 6. 19. · propagandas de marcas...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – UCAM
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
HUDSON DE PINHO ARAÚJO
MARCA: OS FATORES QUE AGREGAM VALOR AO PRODUTO
BRASÍLIA-DF
OUTUBRO / 2009
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Hudson de Pinho Araújo
MARCA: OS FATORES QUE AGREGAM VALOR AO PRODUTO
Monografia apresentada como requisito para conclusão do curso de pós-graduação “lato sensu” em Marketing pela Universidade Cândido Mendes – UCAM. Orientador Prof. Cleber Gonzaga
BRASÍLIA-DF
OUTUBRO / 2009
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ARAÚJO, Hudson de Pinho. Marca: Os fatores que agregam valor ao produto. Brasília, 2009. 37 p. Monografia de Pós-Graduação em Marketing – Universidade Cândido Mendes – UCAM, 2009. Orientador Prof. Cleber Gonzaga
1. Marca 2. Marketing 3. Produto
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AGRADECIMENTOS
- Primeiramente a Deus, pois sem Ele, nada seria possível e
pela graça de desfrutar a vida com saúde e felicidade;
- Aos amigos que contribuíram com sua ajuda e
conhecimentos transmitidos.
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DEDICATÓRIA
Este trabalho eu dedico a minha mãe que sempre me apoiou em tudo o que
faço bem como aos amigos mais próximos e ao professor orientador do curso pelo
seu apoio, compreensão e contribuição em todos os momentos desta caminhada.
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METODOLOGIA
Nesta pesquisa utilizaremos um referencial bibliográfico a partir de
autores e pesquisadores que discutem esse campo temático no meio acadêmico e
empresarial, assim conforme nos explica CERVO e BERVIAN (2002):
A pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documento. Pode ser realizada independentemente ou como parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos, buscam conhecer a analisar as contribuições culturais ou científicas do passado existentes sobre um determinado assunto ou problema.
A partir de bibliografias da temática de gestão de marcas, publicidade e
marketing, nosso método consiste em confrontar idéias de autores tais como Aaker,
Frutiger, Kotler, Moraes, Pinho e outros pensadores mais expressivos em seus
estudos nesta área do conhecimento e suas análises teóricas com o que ocorre em
marcas já consolidadas no mercado.
Dessa forma, achamos importante focar nos seguintes pontos:
- a pesquisa foi organizada em um enfoque teórico-bibliográfico que
abrangeu a natureza das marcas e sua interação com o público e como seu valor de
influenciar na compra de produtos;
- mostraremos a origem das marcas tomando como base observações de
pensadores como Frutiger, Ruão e Petit. O desenvolvimento de uma marca
analisando as idéias de Haig & Harper bem como as de Kotler. Os benefícios
obtidos da avaliação econômica da marca percebidos por Martins e Aarker. E a
manutenção das marcas pelas observações de Kotler;
- estudaremos e avaliaremos o valor percebido da marca obtido das
relações das ações de campanhas de publicidade visualizadas nas observações de
Aarker e pela Folha na publicação "FOLHA TOP OF MINE 2005 – QUINZE ANOS";
- analisaremos de que forma a posição que uma marca ocupa na mente
do cliente o influencia tomando como base a publicação "FOLHA TOP OF MINE
2005 – QUINZE ANOS" que aborda de maneira aprofundada casos em que o
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sucesso de uma empresa, e consequentemente de seus produtos, estão ligados ao
sucesso de suas marcas;
- verificaremos os meios de comunicação mais usados para campanhas
de publicidade e qual pode ter mais retorno às marcas e seus produtos observando
propagandas de marcas consolidadas;
- investigaremos as estratégias de marketing traçadas pelas empresas e
suas ações fundamentais para o sucesso da marca;
- observaremos de que modo as ferramentas para o aprimoramento da
gestão de marcas interferem positivamente nos resultados das organizações e a
como as empresas podem se destacar usando a consciência ambiental como
diferencial de mercado;
Tratando-se de uma pesquisa documental bibliográfica, foi viável e
limitou-se a livros técnicos, revistas, fotografias e sítios com o objetivo de promover
informações relevantes ao objetivo de determinar os fatores que agregam valor ao
produto por meio da marca.
Nosso material trata-se de uma pesquisa explicativa e descritiva, pois
propõe explicar os motivos dos acontecimentos, identificando os fatores que
contribuem para a ocorrência dos fatos bem como busca observar, registrar e
analisar fenômenos.
Quanto aos procedimentos, como já foi mencionado, é um estudo de
caso, já que visa estudar um fenômeno em particular que são "os fatores da marca
que agregam valor ao produto", descrevendo-os e explicando-os de forma isolada.
A coleta de dados e desenvolvimento das informações foi norteada para
que o conteúdo determine de forma clara e eficiente as estratégias que influenciam o
sucesso de uma marca na decisão de compra.
Após a pesquisa, verificação e analise das informações, pretendemos
mostrar o valor da teoria das bibliografias apresentadas assim como também propor
alternativas estratégicas de valorização e aumento da eficácia dos esforços de
marketing e melhoria no gerenciamento da marca.
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“Nunca se deve engatinhar quando o impulso é voar”
(Helen Keller)
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RESUMO
A literatura moderna voltada para negócios tem dado atenção especial ao assunto marcas. Numa visão simbólica, representam uma entidade abstrata, que identifica, informa, diferencia e até mesmo “protege” determinado produto. É impossível negar que a não marca faz parte do produto. A marca comunica valor e personalidade, convida o consumidor a participar de um grupo particular, no qual, os valores, as idéias e os costumes são compartilhados entre si. Pode-se dizer também, que marca é experiência e registro. Mas não pode passar despercebido que, sobretudo é vendedora. Vende-se por si só. Todos nós em algum momento já ouvimos as seguintes frases: Essa marca é boa! Ou Essa marca é mais barata! Essas frases dão indícios da comunicabilidade comercial que as marcas têm em relação ao consumidor, pois expressam a essência do produto, que muitas vezes passa despercebida pelo consciente do consumidor. As formas, as cores e o tamanho das marcas manifestam o nosso mundo. Completo e complexo de significados instigam o simples consumidor a uma experiência única. Para alguns, se tornam “objetos” de desejo, para outros, não passam de símbolos desprovidos de bom gosto. O que não podemos deixar de reconhecer, é que as marcas são provedoras de receitas milionárias e tornaram-se protagonistas no cenário competitivo empresarial. Suas medidas e tonalidades possibilitam o acesso aos mais diversos lugares, inclusive, na mente do consumidor. A mais lembrada, a mais acessada, comentada ou recomendada, indicam o rumo certo. O rumo de que as empresas detentoras destas “vendedoras silenciosas” precisam cada vez mais serem motivadas por meio de ações de branding e do posicionamento correto.
Palavras chaves: 1. Marca – 2. Marketing – 3. Produto.
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SUMÁRIO
Introdução 11
CAPÍTULO 1 1 Marca 13 1.1 Definição e origem 13 1.2 Atributos de construção de marca 15 1.3 Natureza dos nomes das marcas 16 1.1.3 Slogan 17 1.2.3 Símbolo ou logotipo 18 1.3.3 Cor 19 1.3.4 Manual de identidade visual 19 CAPÍTULO 2 2 Valor da Marca 20 2.1 Publicidade 21 2.2 Personagens 23 2.3 Posicionamento 23 2.3.1 Posicionamento específico 23 2.3.2 Posicionamento de valor 25 2.3.3 Propostas total de valor 26 2.3.4 Aspectos tangíveis e intangíveis 27 CAPÍTULO 3 3 Gestão de Marca 30 3.1 Estratégias 31 3.2 Reposicionamento 32 3.3 Patrimônio de marca 32 3.4 A ampliação da consciência ambiental e a marca 34 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 36 BIBLIOGRAFIA 37
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INTRODUÇÃO
Atualmente verificamos a preferência a produtos de marca, em que seu
conteúdo, em grande parte dos casos, é similar a outros só que sem a mesma
notoriedade de marca. Com isso notamos que uma marca bem construída deve ter
suficiente poder de atração para persuadir ao comprador de escolher um produto
sobre outro competidor.
Dessa forma, o posicionamento de uma marca na mente do consumidor e a
influência que a mesma exerce na aquisição de bens e serviços tornam-se o objetivo
de grande parte das empresas dada à relevância apresentada no que tange às
motivações de compra de um indivíduo. Estas desenvolvem seus produtos e
campanhas publicitárias alicerçadas em pesquisas de mercado e “ranking” que suas
marcas ocupam. Ser o primeiro na mente do consumidor assim como um
significativo valor de marca são diferenciais competitivos de grande relevância no
mercado atual. Não a toa verifica-se que as marcas sejam tão importantes para as
organizações e que existam empresas constituídas por mais da metade de seu
patrimônio pelo valor da sua marca.
Por tanto, administrar marcas hoje representa um significativo volume de
oportunidades, que podem promover a fidelização do consumidor. Assim se
estabelecem sólidas e reais possibilidades de diferenciação e garantia de
resultados.
Porém, como uma marca com valor reconhecido pelo cliente, poderá
conferir um significado ao produto antes de ser consumidor? Qual a ligação entre a
valorização de um produto de marca por parte do consumidor e o mito produzida por
meio de mensagens de campanhas publicitárias ligadas a ela?
Para tanto, abordaremos o estudo da marca e seus conceitos bem como o
valor da mesma, conceitos de publicidade, posicionamento e posteriormente
analisaremos a importância das estratégias de marca para sua manutenção.
Neste trabalho, será tratado como a marca pode valorizar um produto.
A proposta deste estudo é investigar como as estratégias de construção de
marcas poderão consolidar o valor dado pelos clientes aos produtos. Uma marca
com valor reconhecido pelo cliente poderá conferir um significado ao produto antes
de ser consumido? Verificar a dinâmica de relações de marketing que tem como
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objetivo potencializar as percepções acerca de uma marca. Assim, o trabalho de
construção de marca poderá ser favorável para os resultados empresariais dos
mercados de produtos.
Identificar como as estratégias de branding e posicionamento podem criar
valor para as marcas e interferir na compra do produto, observando de que modo as
ferramentas para o aprimoramento da gestão de marcas interferem positivamente
nos resultados das organizações, discriminando as principais dificuldades na gestão
da marca e propondo alternativas estratégicas de valorização e aumento da eficácia
dos esforços de marketing e melhoria no gerenciamento da marca.
A marca deve ter suficiente poder de atração para persuadir ao comprador de
escolher um produto sobre outro competidor. Ou seja, a marca pode valorizar um
produto diante das mensagens produzidas através de campanhas publicitárias
ligadas a ela.
A presente pesquisa delimita-se a analise das idéias de autores pesquisados
utilizados na investigação.
O estudo apresentado foi dividido em quatro capítulos. O primeiro traz uma
abordagem sobre marca. No segundo capítulo, será abordado o valor da marca,
dando uma visão de sua importância O terceiro capítulo dedica-se a gestão de
marca.
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1. MARCA
Apenas 35% de nossas experiências de comunicação diária são verbais,
o restante 65%, pertence à comunicação não-verbal (HAIG & HARPER: 1997).
Dessa forma, como algo é dito é tão importante quanto o que é dito.
A comunicação não-verbal serve para reforçar, repetir, substituir,
complementar, acentuar, regular, ou até mesmo, contradizer a comunicação verbal.
Ajuda-nos a entender o mundo no qual vivemos.
Desde as épocas mais remotas até hoje, criamos imagens mentais ou
reais que nos são úteis para comunicar-nos com maior eficiência. As imagens são o
registro que se aproximam o mais natural possível, daquilo que vemos ou
acreditamos ver (FRUTIGER, 1999, p. 195). Da mesma forma, a marca ajuda-nos a
entender as organizações, pois ele é o mensageiro das essências da organização
que representa (HAIG & HARPER: 1997).
Para tanto é preciso desenvolver atributos que deverão ser percebidos
pelos clientes e gerar reconhecimento por meio de sua identidade usando recursos
como associações, analogias, símbolo, logotipo, nome, forma, cor, sinais e slogans.
Histórias sobre o surgimento da organização, podem também gerar um
reconhecimento positivo junto ao público alvo. Estes atributos deverão estar ligados
a essência da empresa e o seu posicionamento estratégico.
1.1 Definição e origem
A marca é o nome, termo, sinal, símbolo ou desenho que serve para a
identificação dos produtos ou a linha deles. Segundo KOTLER (2004):
(...) a marca (...) tem o propósito de identificar bens ou serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de diferenciá-los de concorrentes (...)
Segundo ainda , PETIT (2004):
A imagem de marca surgia da inspiração da época dos mecenas, do dono do negócio, que usava o talento do artista
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para criar aquilo que para ele era impossível imaginar. Por mais comercial e prático que fosse, existia um refinamento e uma verdadeira criação, como se fosse uma borá de arte.
De acordo com Ruão (2002), a história das marcas também vem de longa
data:
No Egito Antigo, artesãos desenhavam marcas pessoais em seus artigos como forma de identificação e futura referência, caso um comprador ficasse satisfeito e procurasse por produtos da mesma procedência. Em Roma, comerciantes usavam pinturas e talhos nas fachadas de seus estabelecimentos indicando o tipo de produto que vendiam.
Podemos associar dois conceitos à marca: Essência da marca e
Identidade da marca.
- Essência da marca: São as referências em relação aos atributos
principais da marca percebidos pelo consumidor. Isto abrange o sentido histórico,
emocional, racionais do produto ou serviço.
- Identidade da marca: São sinais, símbolos ou assinatura visual que
fazem o consumidor reconhecer a marca, sobretudo aqueles que recordem
exclusivamente aquela marca.
Dessa foram, uma marca traz consigo, diversos atributos que a identifica.
Segundo MARTINS (1997):
Uma marca é um produto ou serviço ao qual foi dada uma identidade, um nome e valor adicional de uma imagem de marca. A imagem é desenvolvida pela propaganda ou em todas as ou trás comunicações associadas ao produto, incluindo a sua embalagem.
Exemplo disso vê-se como a marca Nike se tornou sinônimo de artigos
esportivos e inovação entre jogadores de futebol, principalmente no Brasil. “Nossa
política é inspirar a prática de esportes por meio de produtos inovadores. Neste ano,
focamos nos jovens e mostramos que muitos deles precisam ser descobertos, já que
o Brasil tem muitos talentos.” afirma a gerente de propaganda e publicidade da Nike
do Brasil, Patricia Chaccur. (Top of Mine, p.48, 2005).
A marca é a expressão de valores das empresas e o quanto estas
simbolizam para seus consumidores. Ajuda a empresa a processar pedidos e
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solucionar problemas, oferece proteção legal aos aspectos exclusivos do produto
assim como segmentar o mercado tornando-se a ligação do produto com o mercado
consumidor.
Sua fidelidade fornece à empresa alguma proteção em relação à
concorrência. Tornou-se fonte de informação e valores simbólicos para seus
consumidores, conferindo a seus produtos status de modernidade, segurança, estilo,
e até mesmo poder aquisitiva advinda da transferência do prestígio do produto. Sem
a mesma, os consumidores nunca poderiam distinguir os seus produtos preferidos.
Segundo a função do tipo de relacionamento com o cliente as marcas
podem ser classificadas em:
- Marcas de excelência: inspiram confiança racional, em função do
excelente desempenho de produto e serviço;
- Marcas de identidade: aquelas com que o consumidor se identifica, em
função de sua personalidade ou seu estilo de vida;
- Marcas de aventura: aquelas que se encontram na fronteira das
mudanças sociais e tecnológicas.
1.2 Atributos de construção de marca
Especialistas, designers e agências de comunicação lançam mão de
atributos para a construção da marca. Neste momento, o emprego das estratégias
de branding - estratégias de criação e gestão de marcas - visa desenvolver critérios
que auxiliem a desenvolver nomes que possam se transformar em marcar relevantes
para o mercado consumidor. Marcas fortes costumam usar palavras ou nomes
(idéia), símbolos, slogans e logotipos associados à organização.
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1.3 Natureza dos nomes das marcas
Um bom nome é imprescindível para o sucesso da marca. “No mercado,
90% das marcas são apenas nomes” segundo Rafael Sampaio, ex-vice-presidente
da Associação Brasileira de Anunciantes (Top of Mine, p.13, 2005).
O nome nunca deverá conflitar com as estratégias assumidas no
posicionamento específico e no posicionamento de valor – estes conceitos serão
abordados ao longo do livro -. “Não têm bom posicionamento, não estão bem
vestidos, não são bem comunicados.” (Idem).
No que tange a natureza dos nomes das marcas de produto empregados
pelas organizações, segundo KOTLER (2004) as estratégias podem ser quatro.
Vejamos:
1) Nomes individuais: Nesta estratégia, a empresa não associa sua
reputação à do produto. Caso haja fracasso do produto, o nome da empresa não
estará ligado a ele.
2) Nomes de família abrangentes: É agregado ao nome do fabricante. O
custo para desenvolver é menor em virtude de corte dos gastos em pesquisa de
nome e propaganda para gerar reconhecimento. Dessa forma espera-se que as
vendas dos novos produtos sejam boas, se o fabricante for bom.
3) Nomes de famílias separados: No caso da empresa fabricar produtos
bem diferente, não deve-se usar o nome de família abrangente. Normalmente, as
empresas lançam mão de desenvolver diferentes nomes de família para linhas de
qualidade diferente, dentro da mesma classe de produtos.
4) Nome comercial da empresa combinado com diferentes nomes de
produtos: É a associação do nome da empresa a um nome de marca para cada
produto. O nome da empresa legitima o novo produto e o nome individual o
identifica.
Segundo AAKER(1996) um bom nome antes de tudo, deverá seguir
algumas diretrizes para o seu sucesso:
"Porém, antes da escolha do nome, devem-se levar em conta alguns requisitos importantes e básicos: a) curto, de fácil leitura e pronúncia agradável, b) de compreensão e recordação rápida pelo consumidor, c) expressar relação com a imagem do produto, d) não relacionar com tempo ou época, para a marca
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não ficar velha, evite tendências, e) adaptá-las às embalagens e rótulos, de maneira a diferenciar do concorrente, f) empregar palavras insinuantes e estimulantes mais nunca que ofendam, g) nome deve ter pronúncia em todas as línguas - para caso de exportação, h) que não estejam em uso no mercado."
Assim, o nome deverá ser global – não apresentar significados negativos
em outras línguas ou conotação pejorativa – submeter à lembrança e reunir o maior
número de qualidades. Nomes de fácil pronúncia, com boa sonoridade, ligados a
benefícios do produto, que traduzam a ação ou até mesmo efeitos dos produtos
tornam-se boas escolhas.
Vejamos alguns exemplos:
- nome de pessoa (Ricardo Eletro);
- nome associado a um local (Brasil Telecon);
- atributo (Sadia);
- estilo de vida (Men‟s Healthy);
- nome artificial (Kodak)
É importante frisar que inicias não são bons nomes de marca. Isto por não
agregar valor bem como necessitar de estratégias de explicações junto ao
posicionamento.
Outras estratégias - além de bons nomes, são de extrema importância
para fixação da marca. Nem sempre os nomes suprirão as necessidades para os
fins da identidade da marca. Os símbolos – isto inclui até mesmo personalidades,
personagens, objetos (durante ações de publicidade) -, logotipos, slogans, são
ótimas estratégias usadas por marcas fortes.
1.3.1 Slogan
Segundo PINHO (1996) "(...) o slogan tem a função de reforçar uma
imagem da marca por meio da associação de um valor a um nome". Seu uso tem
efeito quase hipnótico e subliminar na criação da imagem da marca quando
empregado em todos os anúncios da marca. Exemplo: Porque se sujar faz bem
(OMO), Presunto só o melhor, só Sadia (Sadia).
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Veja este exemplo para se ter idéia da magnitude de um slogan bem
empregado: "Recentemente, em agosto passado - 14 anos após o lançamento da
campanha -, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva advertiu os participantes de uma
reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social afirmando que 'o
resultado da economia brasileira neste ano não será nenhuma Brastemp'." (Top of
Mine, p.61, 2005)
1.3.2 Símbolo ou logotipo
Eterna linguagem criadora, com ele [símbolo] expressamos o que não poderíamos fazê-lo de outro modo, porque, com ele, transmitimos o intransmissível, como procede de nosso inconsciente, que por não sabermos, nem querermos ouvi-lo, segreda-nos seus ímpetos, seus desejos e seus temores, através dos símbolos. Usa-os ainda para burlar a nossa censura, as inibições que impomos, e que temíamos sequer desejar. (...) A palavra símbolo, symbolon, neutro, vem de symbolê, que significa aproximação, ajustamento, encaixamento. (SANTOS, 1959, p.9-26).
AARKER (1996) discrimina que:
São os símbolos que constituem as imagens, portanto devem ser memoráveis e poderosos. Esses símbolos se tornam mais expressivos, quando suas características representam benefícios funcionais e de auto-expressão.
PINHO (1996) diferencia a qualidade de símbolo e logotipo dizendo que :
O logotipo constitui-se do nome da companhia escrito de forma única e padronizada. Exemplos: Banerj, Banespa. Já o símbolo é um sinal gráfico, geométrico ou não, que representa a empresa por convenção. Exemplo: Mercedez-Bens, Varig (...)
Símbolos e logotipos são atributos essenciais nas estratégias de
desenvolvimento das marcas. Com eles que os conceitos de credibilidade e
confiabilidade da marca se sustentam junto ao mercado consumidor.
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1.3.3 Cor
A cor é o principal fator de percepção e difusão das marcas. Exerce mais
uma função subliminar do que de um símbolo propriamente dita.
1.3.4 Manual de identidade visual
O trabalho de criação de identidade visual feita por especialistas,
designers e agências de comunicação torna-se a mais importante estratégia de
desenvolvimento de uma solução visualmente e conceitualmente bem posicionada
bem como o seu manual.
Segundo NAPOLES(1988):
(...) o manual torna-se a bíblia para aplicação adequada de uma identidade visual em todo o material de uma organização. Sem ele, a implantação de um programa de identidade torna-se muito difícil. As palavras-chave para um bom manual são consistência e funcionalidade, pois o símbolo/marca/logomarca é muitas vezes menos importante do que sua implementação. A organização que usa diferentes estilos de tipos, cores e formas e não mantém o controle da aplicação de uma identidade visual, está confundindo a sua imagem ou transmitindo uma imagem desorganizada para o seu público (...)
Portanto, antes do designer gráfico começar um programa de identidade
visual corporativo, ele deverá compreender a inter-relação existente entre as áreas
envolvidas, e assim, ter a competência e o desempenho necessários para utilizar e
manipular as ferramentas, materiais e recursos disponíveis criando uma logomarca
comprometida com a sua função. Essa é a maior aliança entre a empresa e seus
consumidores a que qualquer gestor pode almejar.
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2. VALOR DA MARCA
A identidade física da marca, embora intangível, acaba se alojando na
mente dos consumidores e ali criando expectativas de respostas satisfatórias aos
seus anseios de consumo. Quando seu valor é percebido pelo consumidor facilita a
aceitação de um novo produto impulsionando a procurar-lo em seu ponto de venda e
criar o hábito de compra.
De acordo com KELLER (1998) uma marca tem valor quando os
consumidores reagem mais favoravelmente ao produto a partir do momento que
conhecem e identificam a marca. Este efeito diferencial no consumidor ocorre a nível
cognitivo, afetivo e comportamental. A análise do valor da marca na perspectiva do
consumidor baseia-se no conhecimento do impacto da marca no processo de
decisão de compra.
O valor da marca é um conjunto de ativos: lealdade, notoriedade,
qualidade percebida e associações. A marca torna-se um dos maiores fatores de
fidelização de clientes, reduzindo a comparação entre produtos, serviços e
empresas tornando-se a importância da valorização da marca, geralmente são
maiores do que a do produto. Segundo SAMPAIO (1999):
A confiabilidade e a garantia de um bom produto é o maior valor de uma marca. Isso porque a marca é mais que um produto; ela adiciona sentimento, personalidade e exclusividade.
Assim a gestão do valor da marca tem que contemplar estratégias de
investimento que criem e mantenham esses ativos.
PINHO (1996) determina os atributos que são comuns às principais e
maiores marcas do mundo e de alto valor no cuidado com suas marcas e produtos:
a) atraem e retêm novos investidores para a sua empresa;
b) geram confiança e simpatia com os consumidores e funcionários;
Inovam em tecnologia, investindo em pesquisas e desenvolvimento;
c) obtém controle sobre a mídia;
d) globalizam seus produtos;
e) conhecem seu ambiente e o dos documentos;
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f) utilizam suas marcas com sabedoria e prudência;
g) distribuem com eficiência logística seus produtos, e
h) desempenham um bom trabalho de pós-venda.
Nesta perspectiva, apesar de estar intimamente ligado às atividades de
marketing que a empresa adota, em última instância resulta do que reside na mente
dos consumidores.
2.1 Publicidade
A comunicação e divulgação da marca têm papel importantíssimo no que
diz respeito a seu valor percebido pelo cliente consumidor de produtos ou serviços.
Para competir e ter sucesso, a marca deve ser percebida além do produto de modo
a constituir a sua personalidade e a sua imagem de acordo com o perfil do seu
mercado consumidor, ou seja, transmitir aquilo que o consumidor deseja ter e ser.
Segundo, AAKER (1999):
A marca é mais que um produto, ela existe como entidade perceptual na mente do consumidor e como categoria do intangível ela sofre constantes interferências. É a maneira a qual entramos no percentual das pessoas e por meio da propaganda atuando nas emoções das pessoas, realizando os sonhos, os desejos, os temores, os afetos etc.
A publicidade mostra ao consumidor de forma eficiente os atributos
positivos e que chamem a atenção, tornando-se um veículo que a organização
possa entrar na cabeça do consumidor para estabelecer o posicionamento da marca
transmitindo a sua mensagem - de ordem emotiva e psicológica. Possibilita também
a superação dos posicionamentos no mercado que se baseiam nos atributos e
vantagens físicas do produto dos concorrentes.
Basicamente, a publicidade procura combinar atributos/benefícios físicos
do produto com benefícios emocionais / psicológicos, de modo a constituir e manter
marcas fortes, duradouras e criar reputação positiva.
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O objetivo principal é que se provoque algum tipo de emoção ao cliente. A
emoção desempenha um papel importante na decisão de compra de produtos por
partes dos consumidores. Segundo MORAES e KRUCKEN (p.49, 2008):
(...) o fator emocional exerce uma forte influência na decisão de compra e isso pode ser até mais forte que outros fatores tradicionais, como a funcionalidade e preço (...)
Para fixar a marca na cabeça do consumidor, a estratégia é diversificar os
veículos de comunicação. “Cada mídia traz a informação de forma diferente. É a
combinação de todas elas que garante a lembrança” diz Marcelo Câmara, Gerente
de Marketing da Unilever (Top of Mine, p.35, 2005). Para isso, são disponíveis meios
de diversas naturezas: televisiva, rádio, impressos, revistas, mala-direta, internet e
outros.
Em campanhas publicitárias - se os anúncios forem criativos e os veículos
bem definidos, em termos de custo por milhar de pessoas afetadas, a propaganda
não tem comparação. Esta se dá de modo mais eficaz ainda quando empregada a
um público definido. Agindo dessa forma as organizações estabelecem mais uma
relação de investimento do que geradora de despesa.
As organizações devem ter extremo cuidado ao destinar suas cotas de
propagandas. Se feita de modo ineficiente, o pouco que se gastou pode torna-se
muito diante de uma ação mal estruturada, causando assim, retorno baixo ou
nenhum.
A melhor maneira de se determinar estes custos é estabelecer um
orçamento baseado na quantidade de pessoas que deseja atingir no mercado-alvo
proporcional a freqüência e nível qualitativo do impacto.
Por sua vez, de modo prático, os níveis de retorno das estratégias de
publicidade podem ser determinados ou mensurados por meio de vendas geradas.
Assim como quantificação de recall (taxa de memorização) ou reconhecimento /
lembrança de marca – estas duas opções dadas por grande parte das empresas -
que ora deveriam ser substituídas por níveis de persuasão, mais especificamente o
aumento do número de entidades que deram preferência à marca em resultado da
campanha.
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No entanto, não bastam apenas estratégias de propaganda e marketing –
o produto precisa corresponder às expectativas que sua comunicação criou (Top of
Mine, p.13, 2005).
Neste sentido, as organizações devem sempre estar revisando suas
políticas e programas de propaganda contratando entidades externas para efetuar
uma avaliação independente, esperando uma projeção de abordagens mais
promissoras e efetivas.
2.2 Personagens
O recurso de utilizar personalidades famosas ou celebridades na
publicidade pode transferir à marca, muito do prestígio adquirido por quem o realiza.
Pessoas famosas criam uma auto-imagem e vendem ao público, tornado-se
altamente lucrativo tanto para a empresa quanto para a personalidade.
O objetivo é que o público identifique as qualidades e a credibilidade
depositada ao ídolo nos produtos que irão adquirir.
Vejamos aqui um exemplo: “„Escolhemos Ana Maria Braga porque sua
seriedade e respeito lhe garantem trânsito livre do público da classe A à D’.
Afirmativa do diretor de marketing corporativo do Carrefour, Rodrigo Lacerda.
Segundo ele, a apresentadora da TV Globo é a representação do novo
posicionamento que o grupo iniciou no ano passado, com objetivo de promover a
proximidade do supermercado com seus clientes. ” (Top of Mine, p.13, 2005).
2.3 Posicionamento
O posicionamento segundo RIES (2002):
(...) começa com um produto uma mercadoria ou serviço, uma companhia, uma instituição ou mesmo uma pessoa (...)
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Também, segundo All Ries e Jack Trout (2002):
(...) posicionamento não é aquilo que você faz ao produto/serviço, mas o que você faz à mente do consumidor (...)
Dessa maneira, é a primeira ação no desenvolvimento e no marketing da
marca.
Esta estratégia competitiva cria uma posição ou imagem única da marca
na mente do consumidor, baseada nos atributos diferenciadores do produto e
posição ocupada pela concorrência compreendendo e canalizando a essência da
mitologia global da marca. A partir do posicionamento, criam-se as diretrizes para a
formulação e a operacionalização do plano estratégico de comunicação.
Baseia-se basicamente no produto físico – atributos – da marca e naquilo
que publicitários e mercadólogos querem que a marca represente no mercado em
relação à concorrência e na mente do consumidor.
O esforço de tornar algum produto único, incluindo benefícios que possam
ser relevantes aos consumidores visados é chamado de diferenciação. Algumas
vezes esse esforço poderá ser feito não nas características físicas do produto ou
mais produtos adicionados, mas na mente dos consumidores.
Nesse ponto, convém destacar a ligação estreita e inseparável que as
estratégias de posicionamento e diferenciação produzem. Ou seja, ao posicionar o
produto/serviço, a empresa já o faz diferenciando.
As marcas são importantes fatores de diferenciação. Os consumidores,
ao comprar os produtos, associam à marca uma série de atributos, com base em
informações ou experiências anteriores adquiridas. Assim pode-se criar lealdade a
marca.
A empresa que sai na frente no terreno da inovação como propósito de
diferenciação sempre obtém uma vantagem competitiva. Vejamos:
- Durante o período de exclusividade, ela ganha mercado e caso consiga
criar um bom relacionamento com o cliente, mantém seus novos consumidores
conquistados.
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- A empresa, que constantemente busca a diferenciação, consolida a
imagem de inovadora junto aos consumidores, o que, também, favorece a conquista
de consumidores novos e na manutenção dos clientes existentes.
- Ao ser associada a bons produtos inovadores a marca constrói um
grande patrimônio.
É mister destacar que não existe uma estratégia melhor ou pior do que a
outra. Tudo depende dos pontos fortes que a empresa pretende utilizar para ser
identificada (imagem) pelo consumidor.
2.3.1 Posicionamento Específico
O posicionamento específico desempenha a função básica de apresentar
ao mercado um benefício ou um motivo para que os consumidores comprem o
produto/serviço oferecido pela empresa.
- Por atributo: A organização utiliza certo atributo ou aspecto valorizado
pelo consumidor e associa esse atributo ao produto oferecido. “Este tipo é a mais
fraca das opções, levando em conta que ele não destaca benefício algum” segundo
KOTLER (1999). Essa afirmativa é contrariada se considerada isoladamente dada à
realidade do mercado em que a empresa se insere, bem como a própria empresa:
seus pontos fortes;
- Por benefício: Associa-se ao produto um benefício esperado pelo
consumidor;
- Por uso/aplicação: O produto é posicionado como o melhor para
determinado uso ou aplicação;
- Por usuário: O produto é associado ao usuário ou classe de usuários;
- Por concorrente: Identifica-se o produto, utilizando um concorrente
como referência;
- Por categoria de produto: Associa-se o produto com outros de uma
classe de produtos similares;
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- Por qualidade/preço: Usa-se o preço como argumento de qualidade
superior. A maior qualidade é expressa por maior número de características e/ou
serviços.
2.3.2 Posicionamento de Valor
Existem 5 possibilidades:
- Mais por mais: Adotado por empresas que oferecem produtos mais
sofisticados, os chamados artigos de luxo. São divulgados como melhores pelo
desempenho, durabilidade, qualidade ou estilo;
- Mais pelo mesmo: Algumas empresas efetivam estratégias desse tipo a
fim de atacar uma marca do tipo „mais por mais‟;
- Menos por muito menos: Algumas empresas desenvolvem estratégias
com foco em corte de serviços que o cliente na maioria das vezes não irá utilizar ou
em corte de serviços secundários para baixar custos;
- Mais por menos: As empresas oferecem uma grande quantidade de
opções em cada linha de produtos associadas a preço mais baixo. Existe ainda a
opção de „o mesmo por menos‟ que pode ser considerada uma variante da abordada
neste item. Ex.: descontos.
2.3.3 Proposta total de valor
O conjunto de benefícios associados à proposta de valor é
correspondente ao que chamamos a oferta total da marca.
Dessa forma, a busca de uma posição mais o posicionamento de valor,
permite às organizações apresentarem-se ao mercado com uma estratégia definida
a fim de demonstrar ao consumidor que sua oferta total é superior às ofertas totais
dos concorrentes.
-
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2.3.4 Aspectos tangíveis e intangíveis
MORAES e KRUCKEN (p.38, 2008) afirmam que:
O processo de julgamento de atribuição de valores aos produtos, por meio da percepção de seus atributos estéticos, simbólicos e semânticos, determina quanto um objeto pode agradar ao usuário. Esses atributos são percebidos por meio das suas propriedades físicas, como formas, cores, texturas, sons, odores ou temperaturas.
Segundo AAKER (1996):
Um produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para criar atenção, ser adquirido, usado ou consumido, satisfazendo um desejo ou uma necessidade.
Dessa mesma maneira, inferimos que um produto é um conjunto de
atributos tangíveis e intangíveis.
Partindo desta premissa, o consumidor ao tomar sua decisão de compra,
o faz levando em conta aspectos tangíveis e intangíveis:
- Aspectos tangíveis: Podem ser tamanhos, a cor, o modelo, o estilo, a
embalagem, rotulagem, etc.
- Aspectos intangíveis: Podem ser a marca, as garantias, a imagem, o
status que decorre do seu consumo, os serviço agregados, reações emocionais, etc.
NORMAN (2004) destaca que:
(...) os produtos e a sua utilização produzem reações emocionais no indivíduo, positivas ou negativas (...)
Assim a natureza dos afetos de cada indivíduo pode influenciar na
interação com produtos ou marcas, como afirma MORAES e KRUCKEN (p.38,
2008):
Os afetos (do verbo afetar) positivos podem facilitar a aprendizagem, encorajar a continuação do uso, os processos de criação e de resolução de problema. Os afetos negativos podem causar frustração, ansiedade e foco excessivo em algum elemento da interface do produto até que o problema ou fonte do afeto negativo sejam solucionados.
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São os aspectos positivos que transmitem a relação de prazer no
relacionamento de um produto ou marca. Ele (o prazer) é uma herança evolutiva da
espécie humana durante 2 a 4 milhões de anos (TIGER, 2000), seguindo o caminho
das situações bem sucedidas no passado.
Existem diversos tipos de prazeres, entretanto classificados em quatro
categorias segundo JORDAN (2000):
- Prazer fisiológico: Tem origem em experiências sensoriais de origem
sexual, tato, gosto e odor. São provocados pelos alimentos, bebidas e odores
agradáveis assim como do contato com superfícies fofas, carinhos e outros.
- Prazer de auto-realização: Este prazer é psicológico decorrente da
satisfação em realizar uma tarefa com sucesso. Dessa forma, decorre da superação
de obstáculos, e sensação de auto-realização.
- Prazer social: Provocado pelo contato com as outras pessoas,
exercendo o nosso espírito gregário. Dessa forma, sentimos prazer em estar em
grupo para trabalhar, comer, jogar ou simplesmente conversar.
- Prazer intelectual: Provocado pelo prazer em imaginar ou criar coisas.
Temos prazer em observar e cheirar a paisagem, plantas, animais e objetos
estéticos.
Por outro lado, NORMAN (2004) apresenta outra classificação, baseada
em três níveis de processamento cerebral:
- De nível visceral: Ligada às reações instintivas e automáticas do ser
humano. Produz reações imediatas sobre o que é bom/mau ou seguro/inseguro;
- De nível comportamental: Decorre do resultado de uma ação, a partir do
processamento das informações recebidas do ambiente. Dessa forma, não é tão
instintiva e automática como a de nível viceral, devido ao envolvimento de análises,
julgamentos e decisões conscientes. Prazer resultante de um bom desempenho no
trabalho, artes ou esportes. O prazer de nível comportamental prove das interações
entre o produto e o usuário, podendo confirmar ou não aquela impressão inicial, de
natureza visceral.
- De nível reflexivo: Decorre do prazer de recordar-se de um momento
alegre, idealizar uma marca, adquirir uma peça rara para uma coleção, compor uma
música ou outros fatores de mesma natureza. Ele é mental, criativo, evocativo,
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contemplativo e cultural. É de caráter global, e consolidado em longo prazo, devido
ao acúmulo de sentimentos e satisfações com certos produtos ou marcas. Muitas
empresas valem-se disso para construir lealdade em torno de suas marca. Este se
difere do anterior, pois não depende diretamente dos estímulos ambientais.
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3. GESTÃO DA MARCA
A questão da importância de uma marca diante do mercado é um ponto
de forte preocupação entre as organizações. Esta preocupação ficou acentuada a
ponto de surgirem inúmeras pesquisas de recordação de marcas, mensurando as
mais lembradas na mente dos consumidores – por exemplo, o Data Folha num
esforço conjunto com a Redação da Folha, que realizam anualmente a pesquisa
Top of Mind no Brasil desde 1991. Além destas, buscou-se identificar também quais
marcas encontravam-se em segundo e terceiro posto, pois assim, os profissionais
poderiam medir seus esforços ou redirecionar investimentos na busca de uma
melhor posição.
Para PINHO (1996):
(...) um dos segredos do gerenciamento de marcas, em um ambiente de complexidade e turbulência, é exatamente desenvolver o potencial de cada uma delas, considerando-as não só como fatores individuais, mas também como partes de um sistema que devem coligar-se para apoio recíproco uns aos outros. Um sistema de marcas pode servir como plataforma de lançamento de novos produtos e novas marcas e como alicerce para todas as marcas do sistema (...)
Nesta perspectiva a marca permite a exploração de sinergias, a redução
de acontecimentos indesejados sobre a imagem da marca, clarifica a oferta, fomenta
a flexibilidade da gestão permitindo uma constante adaptação ao mercado, realiza
uma gestão eficiente dos recursos e diferencia. “Marca é o voto de Minerva (na hora
de decisão de compra), é fator de diferenciação que vai desempatar a escolha.” diz
Luli Radfahrer, professor de comunicação digital da Escola de Comunicações e
Artes da Universidade de São Paulo (Top of Mine, p.13, 2005).
Se o ato de administrar a marca na mente dos consumidores é importante
nota-se igual relevância que as empresas estão cada vez mais conscientes de que
suas marcas devem ser capitalizadas pelo valor que agregam à sua cultura,
tornando - se um suporte ativo às estratégias de gestão do negócio.
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3.1 Estratégias
As estratégias de marca requerem um grande esforço e investimento de
longo prazo, principalmente em publicidade e propaganda e promoções. Neste
horizonte, as organizações dispõem de cinco escolhas para estratégia de marca:
- extensões de linha: Nomes de marcas existentes estendidos a novos
tamanhos ou sabores na categoria de produtos existentes;
- extensões de marca: Segundo LEVITT (1990):
(...) devido ao receio de assumir riscos de carreira com o lançamento de novas marcas, que os executivos optem por estendê-las, lançando novos produtos ou variações dos produtos existentes sob a marca original, sem que o produto em si tenha sido renovado ou sofrido perda das características originais (...);
- multimarcas: novos produtos de marca lançados na mesma categoria de
produtos;
- novas marcas: novo nome de marca para nova categoria de produtos; e
- marcas combinadas: marcas que trazem dois ou mais nomes de marca
bem conhecidos.
Segundo AAKER (1996), é necessário seguir quatro recomendações para
traçar uma estratégia vencedora de marca:
a) Persiga sempre a qualidade, buscando sempre a excelência, porque
sempre faltará algo;
b) criar um forte diferencial no seu mercado específico, a marca deverá
ser percebida como qualidade única e exclusiva. É importante a séria infiltração no
seu nicho de mercado e que a marca se estruture neste;
c) não subestime nenhuma ferramenta de marketing, ou seja, não confie
apenas em uma, mas num todo porque o todo é que faz a diferença;
d) lute para dominar, lutar para que a marca seja líder na categoria, nunca
lutar pelo 2°, porque provavelmente, ficará no 3° ou 4° lugar, ou seja, dominar em
todos os aspectos como: embalagem, propaganda, promoção, distribuição, preço,
qualidade e outros aspectos.
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3.2 Reposicionamento
Ao enfrentar uma situação de mercado em que ocorra algum tipo de
mudança ou o confronto com novos concorrentes - mesmo a marca sendo bem
posicionada - a empresa pode precisar reposicionar-se, mesmo diante dos riscos. “ é
um desafio que envolve riscos para os gestores das marcas. (Bortolan e Telles
2003).”
A estratégia de reposicionamento deve ser robusta alicerçada em pontos
fortes durante as estratégias de marketing - não só uma - bem como concentrar-se
em fatores de diferenciação de qualidade e atividades de marketing.
3.3 Patrimônio de Marca
O fator diferenciador das marcas no mercado é o poder e o valor de cada
uma. Em relação ao poder de velhas marcas, AAKER (1998) destaca: “(...) quando
uma marca se torna realmente bem estabelecida, o alto reconhecimento resultante
de muitas exposições e experiências de uso tende a permanecer no mesmo patamar
durante um longo tempo (...)”
Considera-se que o maior ativo de uma organização empresarial seja a
sua marca (ou marcas), fruto do posicionamento conquistado junto ao mercado
consumidor.
As marcas, segundo seu patrimônio, podem ser caracterizadas por:
- Marcas que não são conhecidas pela maioria dos compradores;
- Marcas que têm bom nível de conscientização;
- Marcas com alto grau de preferência; e
- Marcas que possuem um alto grau de fidelidade.
O patrimônio da marca está vinculado diretamente ao adicional de preço
de que a empresa desfruta multiplicada pelo volume adicional que movimenta.
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Grande parte das empresas baseia seu crescimento na aquisição e na construção
de ricas carteiras de marcas.
Nas organizações, o alto patrimônio de marca favorece a diversas
vantagens competitivas, tais como defesa contra a concorrência, redução de custos
de marketing mediante a conscientização e à fidelidade de marca, poder de
negociação com distribuidores e até mesmo alta nos preço dos produtos em que a
marca tem maior qualidade percebida em relação à concorrência.
Segundo MARTINS (1997) os benefícios obtidos da avaliação econômica
da marca podem ser os seguintes:
a) Aumento do imobilizado da empresa;
b) aumento do patrimônio líquido da empresa;
c) redução do grau de endividamento da empresa por conseqüência de
aumento do patrimônio líquido, facilitando relacionamentos com bancos e
fornecedores, por exemplo;
d) aumento de valor patrimonial por cota/ação permitindo alcançar um
valor econômico da empresa mais alto para efeito de negociação societária;
e) conforme a Instituição financeira serve como garantia de
financiamentos aprovados;
f) crescimento do prestígio da empresa junto a clientes, fornecedores,
acionistas (cotistas), instituições financeiras etc.;
g) não pagamento de Imposto de Renda sobre o valor avaliado da marca
desde que o respectivo valor seja contabilizado na Reserva de Reavaliação
Espontânea do Patrimônio Líquido.
O patrimônio de marca é construído da relação da marca com o cliente
em longo prazo. Esta relação é definida corrigindo erros e identificando
oportunidades para planejar as diversas formas de interação do consumidor com a
marca e o quanto ela esta sendo percebida durante seu estabelecimento.
O gerenciamento do nome da marca deve ser rigoroso para que não haja
depreciação da mesma. Para isso estratégias de conscientização da marca, de
evidências de qualidade e funcionalidades percebidas devem ser as mais positivas
possíveis. Desse modo, vemos então a necessidade de investimento em publicidade
e atendimento de logística.
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A marca é parte do capital da empresa, daí ser ela considerada como da
competência dos seus dirigentes, que, por serem os depositários da continuidade de
sua identidade, têm a função de administrar o seu valor. Necessariamente é preciso
que eles possuam uma visão clara dos territórios e limites de cada marca de seus
produtos.
Para tanto, infere-se que a gestão do patrimônio da marca seja feita de
modo eficaz quando designado gerentes de patrimônio de marca para a proteção da
imagem da marca ou até mesmo empresas especializadas responsáveis pela gestão
de marca.
3.4 A ampliação da consciência ambiental e a marca
Ultimamente o mundo tem estado em alerta devido aos problemas
ambientais.
Diversos desastres ecológicos e a revolta da natureza estão causando
temor para o homem que prepara, inconscientemente, a sua própria extinção.
Assim, um dos alvos responsáveis pela degradação do planeta Terra são as
indústrias que consomem grandes quantidades de energia e matéria-prima,
colaboram com o volume de descartes no meio ambiente e a destruição de diversas
florestas.
Atento a isso, consumidores passaram a adotar diversos tipos de
posturas em relação a empresas que não estão cumprindo a sua parte em relação à
preservação do meio ambiente e, com isso, estão diminuindo a sua imagem social e
a quantidade de produtos vendidos. O público está cada vez mais seletivo e
procurando saber sobre essas corporações nas quais compram determinadas
marcas.
Assim, muitas delas estão começando a reformular o seu papel perante o
meio ambiente devido ao compromisso ético que muitos consumidores, e acionistas,
cobram dos empresários:
As imagens coorporativas estarão cada vez mais comprometidas com questões de preservação ambiental. Conseqüentemente, ações convenientemente dirigidas à preservação ambiental, dentro dessa visão contributiva de
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marketing social e ambiental, certamente serão recompensadas com salutares retornos de imagem diferenciada como vantagem competitiva (LEITE, 2003, p.27).
O que irá ditar a sobrevivência de determinada empresa no futuro é o seu
envolvimento com causas sociais, principalmente as relacionadas ao meio ambiente.
As que não conseguirem se adaptar a essa nova exigência sucumbirá
rapidamente, pois o cliente, como já foi dito, está atento ao que as responsáveis pelo
produto que compra está fazendo para preservar o que resta para a população
futura.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É imprescindível que as empresas busquem diferenciar suas marcas,
ocupando um lugar único na mente do consumidor.
Para isso, deve-se realizar uma análise criteriosa do posicionamento de
uma empresa, identificando os fatores subjetivos, como receptividade, grau de
rejeição e motivação do consumidor em relação à marca.
Para tanto, observa-se o segmento ou nicho de mercado em que a
empresa está inserida e determina-se sua posição frente a seus concorrentes,
gerando informação capaz de apontar caminhos e ações de comunicação e
marketing mais efetivas.
Assim, o posicionamento procura explorar determinados pontos fortes que
a empresa possui e ir ao encontro dos consumidores que esperam esses valores
agregados aos bens que desejam adquirir.
Uma marca tem que reunir algumas características para ser considerada
bem feita: representar de maneira clara ou subliminar a função de sua empresa; ter
poucos elementos para facilitar a sua reprodução, uma vez que em alguns casos
terá que ser diminuído, como, por exemplo, em aplicações em cartões de visitas;
possuir cores adequadas às funções da empresa, ou adequadas ao comportamento
do público-alvo a ser atingido.
O mais importante de todas essas considerações é a necessidade de
consciência e coesão das ações orientadas para o desenvolvimento da identidade e
da imagem da marca e sua empresa.
Ambas se iniciam com a definição do seu negócio a partir das
necessidades e desejos do consumidor que a mesma pretende atender com seus
produtos e serviços.
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5. BIBLIOGRAFIA
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