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EDNA JULIO
POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DO PROFESSOR
ALFABETIZADOR: O PROJETO BOLSA ESCOLA PÚBLICA E UNIVERSIDADE
NA ALFABETIZAÇÃO INICIAL.
UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
SÃO PAULO
2012
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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
EDNA JULIO
POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DO PROFESSOR
ALFABETIZADOR: O PROJETO BOLSA ESCOLA PÚBLICA E UNIVERSIDADE
NA ALFABETIZAÇÃO INICIAL.
Dissertação apresentada como exigência parcial para obtenção do título de Mestre em Educação, na Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, sob a orientação do Prof. Dr. Jair Militão da Silva.
SÃO PAULO
2012
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Profº Drº Jair Militão da Silva. Profª Drª Edileine Vieira Machado Profª Drª Carla Andréa Soares de Araujo COMISSÃO JULGADORA
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Dedito este trabalho a todos que me deram
incentivo à perseverança e confiança na
educação.
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AGRADECIMENTOS:
Ao meu orientador, Prof. Dr. Jair Militão da Silva, pela dedicação, paciência e apoio. À Profª Drª Edileine Vieira Machado, pelo apoio e incentivo. À Profª Carla Andréia Soares de Araújo, pela sua dedicação e contribuição para que o trabalho se tornasse mais claro e objetivo.
À minha querida mãe, Elvira Vicente Julio que com muito amor não mediu esforços para que eu pudesse concluir o tão sonhado mestrado. Ao meu esposo, Nivaldo Batagliola que com sua presença carinhosa e incentivadora foi indispensável para o êxito do trabalho. Ao meu amado filho Erich J. Batagliola, que mesmo longe, apoiou meus esforços e se sentiu na obrigação de retomar seus estudos. Aos meus queridos irmãos: Cleusa Maria V. Julio, Lisete Julio Silva, José Itamar Julio, sobrinhos e cunhados.
Às minhas amigas: Nancy Aparecida S. Vaz, Alice Sana Vaz, Maria de Lourdes Lourenço, Luciana de Almeida, Maria Helena de Toledo, Maria de Fátima Lopes e Rita Maria Madruga. In memória à Edna Cristina Julio de Jesus e José Waldemar Julio. Esse carinho de todos mostra que o sonho não é só meu, ainda existem pessoas que acreditam na educação, nos jovens, e na competência dos educadores. Basta uma formação de qualidade e a conscientização de uma educação solidária e o conhecimento disponível para a formação de sujeitos coletivos.
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(...) Aprender a fazer é descobrir o trabalho como forma de interação e construção social. É reconhecer o próprio limite e a necessidade do outro para que eu possa viver. É também encontrar um método de fazer e ver-se como criador e construtor que colabora para a manutenção da vida humana na terra.
(Silva, 2011 p.34).
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Resumo
O objetivo deste trabalho foi investigar os processos que visam à formação dos
alunos universitários pesquisadores, conhecidos como Bolsa Formação – Escola Pública e
Universidade, pertencente ao “Programa Ler e Escrever”, destinados a alunos de curso de
graduação em Pedagogia e Letras. O objeto de estudo é a formação de professores
universitários pesquisadores observando e atuando na sala de aula, no 2º ano do ensino
fundamental de nove anos. A pesquisa foi desenvolvida mediante abordagem qualitativa, de
natureza fenomenológica. Os aspectos relacionados à formação acadêmica dos alunos
pesquisadores e sua atuação na sala de aula, foram observados na pesquisa de campo.
Referenciais teóricos utilizados: SILVA (1999, 2003; 2006; 2011), LERNER (2004),
WEISZ (1999), FERREIRO E TEBEROSKY (1999) PERRENOUD (2003), GATTI (2008),
SMITH (1995), SOLÉ (1980), e outros). A pesquisa indicou que o aluno universitário
pesquisador é mais um aluno na sala, onde precisa aprender e entender o foco de sua pesquisa,
como o aluno aprende a interação na sala de aula com os agrupamentos produtivos e
relacionar a prática na sala de aula à teoria desenvolvida na Instituição de Ensino Superior.
Palavras-Chave: Políticas Públicas de Educação; alfabetização; formação de professor; aluno
universitário pesquisador.
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Abstract
The objective of this work was to investigate the current processes of the university
students researchers education, named “Bolsa Formação – Escola Pública e Universidade”,
part of the program “Programa Ler e Escrever”for the Pedagogy and literature graduation
students. The study object is the formation of university student researcher observing and
acting in the classroom, on 2o grade of the 9 years basic education. The research was
developed using a qualitative approach, of a phenomenological nature. The aspects related to
the academic education of the university students researchers and his classroom acting were
observed in the field research. Theoretical references used: SILVA (1999; 2003; 2006; 2011).
LERNER (2004), WEISZ (1999), FERREIRO E TEBEROSKY (1999), PERRENOUD
(2003), GATTI (2008), SMITH (1995), SOLÉ (1980), and others. The study indicated that the
university student researcher is one more student in the classroom, where he needs to learn
and understand his research focus, how the student learns to interact in the classroom with the
productive groups, teacher initial reading and how to relate the classroom practice and the
theory developed in the university.
Keywords: Education Public Policies; literacy; education; university student researcher.
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SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 10 CAPÍTULO I 1. HISTÓRICO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A ALFABETIZAÇÃO DO CICLO I (Anos Iniciais do Ensino Fundamental de Nove Anos) ............................................................. 22 1.1 Breve Histórico da Alfabetização no Brasil ...................................................................... 23 CAPÍTULO II 2. ALFABETIZAÇÃO - SÓCIO CONSTRUTIVISTA IN TERACIONISTA .......................................... 31 CAPÍTULO III 3. PROJETO BOLSA ALFABETIZAÇÃO .................................................................................... 39 3.1 Atribuições do Aluno Pesquisador .................................................................................... 41 3.2 A prática do aluno pesquisador e situação de aprendizagem na sala de aula ...................... 43 3.3 Bases Legais do Projeto Aluno Universitário Pesquisador .................................................. 45 CAPÍTULO IV 4. REALIDADE ENCONTRADAPELO ALUNO UNIVERSITÁRIO PESQUISADOR NA UNIDADE ESCOLAR ............................................................................................................................... 48 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 55 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................... 58 Anexo I – Fundamentos legais do Projeto Aluno Universitário Pesquisador ............................. 62
Anexo II – Carta ao Professor Regente e ao Diretor referente ao Aluno Universitário
Pesquisador ........................................................................................................................... 70
Anexo – III – Projeto pedagógico do projeto bolsa alfabetização ............................................. 77
Anexo – IV – Resolução SE 18, de 2-3-2007 ............................................................................. 78
Anexo – V – Regulamento 2008 - Seção I – Do Aluno Pesquisador ........................................... 82
Anexo – VI – Regulamento 2009 -Seção I - Do Aluno Pesquisador ............................................ 102
Anexo –VII – Resolução SE-91, de 8-12-2008 ........................................................................... 108
Anexo – VIII – Resolução SE 74 de 24-11-2011 ........................................................................ 113
Anexo – IX – Carta ao Professor regente e ao Diretor .............................................................. 117
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INTRODUÇÃO
A Escola tem duas funções: cuidar da transmissão da cultura e propiciar o desenvolvimento da aprendizagem nos indivíduos. Todas as formas de transmissão de uma cultura são formas de ensino. O que o professor faz na Escola é um trabalho de mediação entre o ensino (transmissão de uma cultura) e a aprendizagem (pensamento reflexivo dos indivíduos). Diante disto, percebe-se logo que não é porque se ensina que se aprende, e não é porque não se ensina que não se aprende. Estamos, de fato, diante de duas atividades muito diferentes, por sua própria natureza. Objetivo e modo de realização. Os caminhos de ensino não são os mesmos caminhos da aprendizagem.
(Por trás das Letras -Cagliari, 1994).
Ao longo da minha trajetória profissional, tomei contato com várias políticas
públicas destinadas à formação de professores para as séries iniciais. Esta pesquisa originou-
se da experiência adquirida nesta trajetória.
Devido à repetência e à evasão escolar o Governo do Estado de São Paulo implantou
programas como: o Ciclo Básico, em 1988, Classes de Aceleração1 e de Correção de Fluxo do
Ciclo II do ensino fundamental, nos quais atuei como professora e formadora de professores
para essas classes. Em 2003, foi criado o Programa de Formação de Professores
Alfabetizadores Letra e Vida2, no qual atuei como Coordenadora Geral e formadora. Desde
2007, participo do Programa Ler e Escrever3 Ensino Fundamental e PIC (Projeto Intensivo do
Ciclo), para atender alunos retidos das 4ªs séries que não atingiram as expectativas de
aprendizagem para o Ciclo, ler e escrever convencionalmente.
Como professora das classes de Aceleração, tive muita dificuldade em alfabetizar
alunos multirrepetentes, nessas salas destinadas a corrigir a defasagem idade-série. Eram
muitos os problemas: a idade - série, indisciplina, baixa auto-estima, falta de interesse dos
alunos e pais além das ausências constantes dos educandos.
Aos poucos, fui entendendo como trabalhar com esses alunos estigmatizados, com
um histórico de fracasso escolar e exclusão. Passei por um processo de capacitação de
professores, com a elaboração de material especificamente direcionado a apoiar o trabalho dos
1 Classes de Aceleração - Projeto da Secretaria de Estado da Educação do Estado de São Paulo implantado em 1997 para alunos defasados em idade e série – Ciclo I – Correção de Fluxo II , implantado em 2000 para alunos defasados em idade e série – Ciclo II. 2 Letra e Vida- Programa implantado pela Secretaria de Estado da Educação do Estado de São Paulo/Fundação para o Desenvolvimento da Educação em 2003 – curso destinado à formação de professores dos anos iniciais. 3 Ler e Escrever- Programa de Formação para Professor Coordenador, diretores e Supervisores das Escolas dos anos inicias do Ensino Fundamental de nove anos.
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professores com essas classes atribuídas. Essa formação foi desenvolvida pelo CENPEC4
(Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária) e SEE-SP
(Secretaria da Educação do Estado de São Paulo), tendo acompanhamento direto da Diretoria
de Ensino.
Em meu percurso profissional, a última experiência nas Classes de Aceleração
representou um desafio tal que abriu o meu olhar sobre a educação. Elementos como a
didática da sala de aula e a metodologia de ensino instigaram- me a entender o real processo
da alfabetização: como as crianças se alfabetizavam? A partir daí, outras questões vieram:
como diagnosticar as hipóteses de escritas dos alunos sem rotulá-los? O que a escrita
representava para eles? Como alfabetizar todos os alunos em seus diferentes ritmos de
aprendizagens e escritas não convencionais? Esses questionamentos motivaram-me a buscar
não só entender, mas também desenvolver um trabalho focado na grande heterogeneidade da
sala de aula.
Quando assumi a função de ATP (Assistente Técnico Pedagógico) da Diretoria de
Ensino da Região Centro, desenvolvi um trabalho de formação direto com professores dos
anos iniciais. As reclamações eram praticamente as mesmas: como ensinar os alunos não
alfabetizados e como dar conta daqueles mais avançados.
A formação desses docentes não atingiu em sala de aula uma ação didática e
metodológica para atender alunos com diferentes níveis de aprendizagens. Nessa situação, a
busca pela superação do fracasso escolar articula-se a processos de avaliação.
A avaliação do SAEB realizada em 2003 mostra que 55% das crianças que frequentavam a 4ª série do ensino fundamental têm uma competência de leitura abaixo de um nível considerado apropriado e apresentam dificuldade em ler textos simples, curtos e escritos na ordem direta. O quadro abaixo demonstra o desempenho dos alunos em Língua Portuguesa nas redes pública e particular de ensino. A média de desempenho dos estudantes de 4ª série foi de 169 pontos. A média mínima satisfatória para quatro anos de escolarização é de 200 pontos, patamar que compreende a leitura de textos de diferentes gêneros, como histórias em quadrinhos, narrativas simples, textos informativos e textos poéticos. Esses indicadores retratam a
4 “CENPEC-“Tem como objetivo o desenvolvimento de ações voltadas à melhoria da qualidade da educação pública e à participação no aprimoramento da política social”.
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necessidade de desenvolvimento de ações e programas articulados direcionados a melhoria do processo ensino-aprendizagem, das condições objetivas das escolas e, certamente, da melhoria dos processos de formação (inicial e continuada) dos professores.
(MEC/Inep/Daeb, 2003).
Quadro - Desempenho dos alunos no SAEB/2003 - Língua Portuguesa
ESTÁGIO 4ª SÉRIE 8ª Série – EF 3º ANO – EM
Muito Crítico Geral Público Privado Geral Público Privado Geral Público Privado
18,70% 20,70% 2,70% 4,80% 5,30% 1,20% 3,90% 4,40% 1,20%
Crítico 36,70% 39,10% 16,90% 22,00% 24,30% 5,60% 34,70% 39,90% 9,50%
Intermediário 39,70% 37,40% 58,80% 63,80% 64,80% 57,30% 55,20% 53,40% 63,90%
Adequado 4,80% 2,80% 21,60% 9,30% 5,70% 35,80% 6,20% 2,30% 25,40%
Fonte: MEC/Inep/Daeb.
Uma das ações programadas e articuladas pelo Governo do Estado de São Paulo,
junto à Secretaria de Estado da Educação, para a melhoria da qualidade de ensino dos anos
iniciais do Ensino Fundamental de nove anos, e a formação inicial e continuada dos
professores, foi a implantação do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores -
Letra e Vida no ano de 2003.
As Diretorias de Ensino somente iniciaram o curso de formação de Professores
Alfabetizadores, após a indicação do Dirigente Regional de Ensino e do Supervisor
responsável pelos anos iniciais, de um Coordenador Geral, ATP (Assistente Técnico
Pedagógico) e Coordenadores de Grupos, (Professores Coordenadores das Unidades
escolares) tendo formação continuada junto à FDE (Fundação para o Desenvolvimento da
Educação).
As Diretorias de Ensino iniciaram as primeiras turmas do curso priorizando os
professores das 1ªs séries, (dos anos iniciais do ensino fundamental de nove anos). Os grupos
formados posteriormente, sendo todos professores dos anos iniciais, deveriam ter a mesma
oportunidade, sendo que as dificuldades para alfabetizar tinham as mesmas proporções. Em
função dessa situação, foram incluídos os professores das salas de recurso e da Fundação
Casa, antes FEBEM-SP, (Fundação Estadual para o bem Estar do Menor), pois estes
professores tinham, em sua maioria, alunos não alfabetizados.
O curso de formação desenvolveu muitos estudos, leituras e teorias atreladas à
prática na sala de aula embasadas na concepção Sócio-Construtivista Interacionista.
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Esta Política Pública Educacional, no primeiro momento, foi direcionada
exclusivamente para os professores dos anos iniciais, com certificação de 180 horas. O curso
de formação estava voltado para uma transformação didática e metodológica necessária para
desenvolver as potencialidades e promover o ensino e aprendizagem de todos os alunos com
dificuldades de leitura e escrita, produção e revisão de textos, gramática, ortografia tendo a
leitura como prática social.
Vivemos numa sociedade letrada na qual o aluno necessita estar preparado para
acessar as informações das diferentes mídias: internet, televisão, outdoors, impressos
diversos, bulas de remédios, placas, cartazes e outros tantos tipos de escritos verbais ou não
verbais.
A escola é uma instituição social com objetivos e metas. Nesta perspectiva, qual é a
tarefa que lhe cabe? Qual é sua função social? O excerto de Kátia L. Bräkling responde
afirmativamente a essas questões.
Segundo Kátia L. Bräkling, (2004, p.8).
(...) Vimos que a finalidade principal da escola hoje é formar alunos capazes de exercer a sua cidadania, compreendendo criticamente as realidades sociais e nelas agindo, efetivamente. Para tanto, coloca-se como fundamental a construção da proficiência leitora desse aluno.
Ao mesmo tempo em que a escola necessita criar pautas interacionais que possibilitem aos alunos apropriarem-se dos diferentes aspectos envolvidos no processamento dos textos, a própria proficiência leitora dos alunos é condição para esse processo de apropriação, dado que a escola é uma instância social de interação verbal que se vale do conhecimento sobre a linguagem escrita para cumprir a sua função que é ensinar.
A escola também tem a responsabilidade de desenvolver as habilidades,
competências e potencialidades físicas, cognitivas, e afetivas dos alunos, através de
aprendizagens significativas, pois o aluno é parte da escola, é sujeito que aprende.
A teoria de Piaget, (1.967), trouxe para a educação contribuições importantíssimas
no que se refere ao desenvolvimento e aprendizagem. Suas pesquisas sobre o
desenvolvimento cognitivo fazem com que a escola repense e reflita seus métodos de ensino e
exigem uma educação voltada para a criança e o que ela está pronta para aprender
reconhecendo e partindo dos esquemas existentes em sua estrutura cognitiva.
Ao buscar nos trabalhos de Zabala, (1.998), Lerner, (2.003), Bräkling, (2.004),
Weisz, (1.999), Freire, (1986), Shimith, (1995), Coll, (2006), vê-se que todos partem do
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mesmo pressuposto: reconhecer e considerar como ponto de partida os conhecimentos prévios
que os alunos trazem. Somente a partir desta consideração será possível ampliar esses
conhecimentos prévios, superar possíveis equívocos, comparar e fazer os alunos
compreenderem a diferença do senso comum (o que ele traz consigo) e do empírico
(conceitos).
Trata-se de um trabalho significativo, investigativo, reflexivo e interativo, que
atende os ritmos e as diferenças individuais, realmente concretizando o almejado processo de
ensino e aprendizagem.
O desenvolvimento humano, desde sua gênese, decorre de sucessivos desequilíbrios
e da busca de novo equilíbrio, assim podemos entender o desenvolvimento humano como
uma construção contínua, conforme teoria de Piaget, (1996).
Para Silva, (2011),
(...) A noção de situação educativa pode contribuir em muito para a compreensão do que seja educar.
Uma situação educativa é uma superação de uma situação a outra mediante um caminho. Superação significa que uma situação nova surge contendo elementos da anterior que foi superada, não havendo ruptura, mas mudança. Desse modo a nova situação contem alguns elementos da anterior, não é mais a anterior, mas não rompeu totalmente com a anterior. Em outras palavras, ocorre uma autêntica situação educativa quando há uma saída e um ponto de partida e uma caminhada até um ponto de chegada com a adesão livre do educando. Portanto se não houver mudança compreendida e consentida pelo educando, o educador não realizou seu trabalho.
A instituição de ensino necessita ter um trabalho pedagógico focado no aluno, ela
deve saber quais são seus saberes e como ele aprende, considerando-o sujeito de sua própria
aprendizagem. A escola deve valorizar a diversidade de saberes trazida pelo seu público, que
é fruto de experiência anterior fora dos seus muros; pois, desse modo, cria-se um contexto
escolar favorável baseado em um trabalho para atender todos os alunos - independente dos
seus ritmos e dificuldades.
Para garantir aos alunos o direito de aprender a leitura e a escrita, é imprescindível
que os professores tenham assegurado também seu direito de aprender a ensiná-los. Cabe
assim às instituições formadoras preparar os professores para atender aos alunos dos anos
iniciais do ensino fundamental de nove anos.
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Vale lembrar que a qualidade da formação dos docentes não garante, por si só, a
qualidade da educação escolar.
As políticas educacionais para a educação só terão eficácia, se tiverem como meta a
melhoria de várias ações:
• Desenvolvimento profissional;
• Quadro estável de pessoal e formação adequada dos professores;
• Valorização profissional real;
• Desenvolvimento profissional permanente;
• Tempo adequado de permanência do aluno na escola;
• Horário para estudo em serviço (ATPC);
• Qualidade de recursos didáticos disponíveis.
(...) Em geral, os jovens professores – que são a maioria de várias regiões do país – já foram alunos de uma escola pública que não lhes garantiu os conteúdos básicos a que todo cidadão brasileiro tem direito; passaram por um curso de magistério que, além de não habilitá-los adequadamente para o exercício profissional, roubaram-lhes o direito à formação do nível médio (ao ocupar o espaço do ensino médio com as disciplinas ditas profissionalizantes); e não contam com o processo assistido de inserção na carreira, como professores iniciantes, nas classes mais difíceis, sem apoio para o trabalho pedagógico. Nessas condições, manter-se professor é um ato de valentia. (...) Se a sociedade demanda profissionais bem- formados para prestar um serviço de qualidade à população, é preciso que as instituições formadoras cumpram tarefas de habilitá-los adequadamente para o exercício da profissão.
Documento de apresentação – Programa Letra e Vida, (2003).
Em 2007, o governo do Estado de São Paulo, teve como meta não somente o acesso
e a permanência do aluno na escola, mas o direito de aprender amparado pela melhoria da
qualidade do ensino oferecido. Em novembro de 2007, o novo Saresp, reformulado e
compatível com as avaliações nacionais, foi aplicado na rede estadual de ensino.
A Educação Paulista teve como Plano de Metas a implantação da base curricular
comum, a implantação do regime de metas por escola, a construção do Idesp e o bônus por
desempenho.
Maria Helena G. de Castro, (2009, p. 5-18), afirma que:
Diante da “Nova Agenda” proposta pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo em 2007, com um plano de dez metas e dez ações para melhorar a educação paulista, a primeira grande mudança foi a
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reformulação do Saresp, que estabeleceu um novo termômetro de avaliação do nível de aprendizagem dos alunos. A partir desse ano, o Saresp passou a ser um sistema de avaliação em larga escala. Com a implantação da Proposta Curricular Unificada no Estado, concretizada nos programas “Ler e Escrever” para as séries iniciais e “São Paulo faz Escola” para as séries finais dos ensinos fundamental e médio, definiu-se uma Matriz de Avaliação, que estabelece as expectativas de aprendizagem propostas no currículo.
Mediante esse cenário, a Secretaria Estadual da Educação do Estado de São Paulo,
resolveu investir na formação acadêmica, com a implantação do Programa Ler e Escrever.
Em função da minha experiência e conhecimento deste Programa - Bolsa Formação
Escola Pública e Universidade - escolhi o mesmo como objeto de pesquisa. A temática da
Formação de Professores Universitários Pesquisadores vem ao encontro do que tanto almejei:
a formação acadêmica. Como formadora e especialista em alfabetização, deparei-me com
professores compromissados em ensinar o aluno a aprender e outros, simplesmente, em dar
aulas.
Em 2007, foi instituído o programa Ler e Escrever pela SEE-SP (Secretaria Estadual
da Educação do Estado de São Paulo) e FDE (Fundação para o Desenvolvimento da
Educação) voltado para a formação acadêmica docente mediante convênios com IES
(Instituições de Ensino Superior) de acordo com o Decreto nº 51.627, de 1º de março de 2007
e Resolução SE-18 de 2-3-2007.
Esse Programa é conhecido como Bolsa Formação – Escola Pública e Universidade5
pertencente ao “Programa Ler e Escrever”, destinados a alunos de curso de graduação em
Pedagogia e Letras para atuarem nas classes de primeira série do Ensino Fundamental, como
auxiliares, sob a orientação do professor regente. Vale dizer que, em 2010, esses alunos
pesquisadores estavam inseridos nas 3ª e 4ª séries do Projeto Intensivo do Ciclo – PIC.
O objetivo desta investigação deve-se ao fato do necessário estudo sobre a formação
dos alunos pesquisadores e seu real impacto para a excelência da Educação Básica, bem como
explicitar de forma clara a trajetória dos pactos políticos educacionais firmados
nacionalmente e que norteiam o sistema educacional do Estado de São Paulo, portanto faz-se
necessário refletir sobre as propostas curriculares dos cursos de Licenciatura, bem como os
planos de curso.
Segundo Severino, (2008, p.32).
5 Escola Pública e Universidade curso de formação docente, de acordo com o Decreto nº 51.627, de 1º de março de 2007, Res. SE-18 de 02-03-2007, Res. SE-90, de 8-12-2008. Programa intitulado como Bolsa Formação – “Escola Pública e Universidade”.
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(...) a formação universitária, com efeito, é o lócus mais apropriado, especificamente destinado para esta tomada de consciência. Só a pedagogia universitária, em razão de suas características especiais, pode interpelar o jovem quanto ao necessário compromisso político. Esta interpelação se dá pelo saber, eis que cabe agora ao saber equacionar o poder. Deste modo, a extensão tem grande alcance pedagógico, levando o jovem estudante a vivenciar sua realidade social. Quando a formação universitária se limita ao ensino como mero repasse de informações ou conhecimentos está colocando o saber a serviço apenas do fazer. Eis aí a ideia implícita quando se vê seu objetivo apenas como profissionalização.
Esse programa de parceria da SEE/SE (Secretaria Estadual da Educação do Estado
de São Paulo) com as IES (Instituição de Ensino Superior), objetiva a atuação desse aluno na
sala de aula contribuindo com as atividades desenvolvidas pelo professor regente.
Os procedimentos para a admissão do aluno pesquisador são organizados pela
Instituição de Ensino Superior que seleciona os alunos que já cursaram o primeiro semestre
em Pedagogia ou Letras e os encaminha para a Diretoria Regional de Ensino mais próxima
para o aluno. Na Diretoria Regional de Ensino, o aluno será atendido por uma Professora
Coordenadora da Oficina Pedagógica, responsável pelo Projeto Bolsa Alfabetização naquela
Diretoria de Ensino, onde fará a escolha de uma escola que lhe será atribuída, bem como
receberá as orientações sobre seu papel na escola e na sala de aula junto ao professor regente e
aos alunos.
Uma das funções do PCOP, (Professor Coordenador da Oficina Pedagógica) é visitar
as Escolas do Ciclo I para acompanhamento do Programa Ler e Escrever e verificar como os
alunos universitários pesquisadores estão inseridos na maioria das Unidades Escolares; faz
parte da visita observar o desenvolvimento e atuação deste aluno perante a sala de aula; como
ele compreende e analisa seu processo de formação, trabalhando diretamente com os alunos e
o Professor regente; como percebe a importância da formação inicial para sua prática na sala
de aula futuramente, quais as semelhanças e diferenças que o aluno universitário pesquisador
encontra na metodologia estudada na universidade e na sala de aula em que está atuando; e, se
compreende a prática metodológica como um fator para a mudança histórico-social da
educação, mediante um trabalho conjunto com o professor da sala de aula, pois só a partir da
prática docente é que o aluno perceberá a dinâmica real e a heterogeneidade dos alunos da
Educação Básica.
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Assim, pretende-se chegar a respostas que explicitem como os alunos bolsistas
pesquisadores são afetados pela participação no Programa com uma atuação na sala de aula
diretamente com as crianças.
O trabalho está organizado conforme segue:
Introdução: Foram explicitados os objetivos; o procedimento metodológico
utilizado engloba a pesquisa bibliográfica de livros, artigos científicos; o trabalho de campo
foi realizado através de entrevista em visita de acompanhamento do programa em salas de
aula, sendo que o estudo é de natureza qualitativa. Para Freire (1986):
A busca e a pesquisa fazem parte da natureza da prática docente. O professor pesquisa para conhecer o que ainda não conhece e comunicar ou anunciar a novidade. O pensar certo implica por parte do professor em respeito o senso comum, à curiosidade ingênua, estimulando a capacidade criadora do educando, para que ele desenvolva a “curiosidade epistemológica”, que leva ao conhecimento mais elaborado do mundo.
Por ser um estudo que envolve o papel do aluno universitário pesquisador desde o
início de sua formação acadêmica e atuação na sala de aula, foram utilizados como fonte de
análise documental a legislação que embasa o programa Ler e Escrever.
Esse programa de parceria com as IES (Instituição de Ensino Superior) objetiva a
atuação desse aluno na sala de aula contribuindo com as atividades desenvolvidas pelo
professor regente, onde foram coletados na pesquisa de campo através de observação e
entrevista com o aluno pesquisador e o professor titular.
Torna-se imprescindível a formação do Professor universitário pesquisador desde que o programa “Bolsa Formação” e as Instituições de Ensino Superior tenham uma conduta voltada para o currículo, os métodos de ensino ou saberes para ensinar trabalhando com algumas disciplinas como: Conteúdo e Metodologia, Metodologia de Ensino, Fundamentos e Metodologia, Saberes e Metodologia, Teoria e Metodologia, Didática e Metodologia, Fundamentos teórico-metodológicos do ensino, Metodologia e Prática de Ensino. (GATTI, p. 40, 2008).
Capítulo 1 – Histórico das políticas Públicas voltadas para a Alfabetização dos anos
iniciais do ensino fundamental de Nove anos. A importância da formação universitária para a
alfabetização inicial.
1.1 Breve Histórico da Alfabetização no Brasil – Em síntese três períodos da
alfabetização no Brasil e a Políticas Públicas desta época: 1- primeira metade do
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século XX, 2- período anos 60, e 3- período década de 70, já existia uma
preocupação com o fracasso escolar, procurando os culpados por tal fracasso e a
necessidade de apresentar pré-requisitos para a aprendizagem. Vários métodos
foram criados e utilizados através de cartilhas e exercícios de prontidão.
1.2 Políticas Públicas para Alfabetização – Vários cursos de formação continuada
implantados pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo para
professores da Educação Básica, tentando assim, reverter os dados assustadores,
referente à evasão e repetência, bem como a formação do professor. Na década de
80 – A Progressão Continuada- preocupação com as práticas sociais de leitura e
escrita.
Decreto de implantação do Ciclo Básico – Essa medida eliminou a reprovação
entre as antigas 1ª e 2ª séries, permitindo às crianças um processo contínuo de
aprendizagem, sem interrupção durante dois anos.
Década de 90 - Correção de Fluxo e projetos de Aceleração da aprendizagem.
Capítulo 2 - Alfabetização: Sócio Construtivista – Mediante ao cenário de muitos
alunos não alfabetizados nas escolas estaduais do Estado de São Paulo, o despreparo dos
professores em alfabetizar esses alunos mesmo com os cursos de formação continuada, houve
muita resistência por parte desses docentes, quando, em 1985 a rede pública Municipal e
posteriormente a Estadual, em são Paulo, iniciou o Construtivismo na sala de aula. A
Psicogênese da Língua Escrita, escrito pelas autoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky, com
uma perspectiva revolucionária no âmbito da alfabetização, iniciou uma grande mudança de
paradigma, mostrando todo um estudo científico da teoria do conhecimento da criança, essa
Concepção Sócio Construtivista foi confundida com um novo método de ensino. Foram
implantados na rede estadual de Ensino de São Paulo, o Programa de formação de Professores
Alfabetizadores – Letra e vida, hoje o programa Ler e Escrever- Instituído pela SEE-SP/FDE
– estabelecendo convênios com Universidades na preocupação da formação inicial de alunos
universitários pesquisadores, que desenvolvem um trabalho de pesquisa nas escolas estaduais
de São Paulo, nas classes da 1ª série/ 2º ano como aluno universitário pesquisador deverá
auxiliar do professor regente.
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Capítulo 3- Projeto Bolsa Alfabetização – O Projeto Escola Pública e Universidade
na Alfabetização, é uma das principais ações do Programa Ler e Escrever. O papel do aluno
pesquisador é realizar uma investigação didática, focando na aprendizagem das crianças,
sendo o material desse aluno universitário fonte de discussão nas IEs junto aos professores
orientadores.
3.1 Percurso de Formação do aluno enquanto Pesquisador Universitário. –
acompanhar e subsidiar o professor regente com as atividades desenvolvidas para os alunos,
entender a teoria desenvolvida na Instituição de Ensino Superior embasado na concepção de
ensino Sócio Construtivista Interacionista, utilizando o material Ler e Escrever, a bibliografia
que acompanha e o principal, como o aluno aprende.
3.2 Histórico do aluno pesquisador em situação de aprendizagem na sala de aula.-
motivação de pesquisa, assumir o papel de aluno que também está aprendendo com uma sala
de aula com grande heterogeneidade.
3.3 Bases legais do Projeto Escola Pública e Universidade na Alfabetização-
Instituído pela SEE-SP/FDE – estabelecido pela Resolução18, SE de 2-3-2007 – Res.SE 90
de 8-12-2008, com todas as atribuições do aluno pesquisador e os regulamentos para
participação do Bolsa Alfabetização.
Capítulo 4 - Realidade Encontrada.
Em visita às Unidades Escolares, percebe-se que houve um avanço significativo no
olhar dos alunos universitários pesquisadores em relação ao início do Programa em 2008,
muitos se sentiam perdidos com a realidade encontrada, pois na IES tinha uma prática de
ensino voltada ao Construtivismo e na Unidade Escolar a professora regente tinha um trabalho
desvinculado com essa concepção.
Considerações Finais: A proposta de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita
elaborada para os anos iniciais do ensino fundamental de nove anos a Alfabetização propõe
uma forma diferenciada de organização pedagógica do trabalho docente nas escolas públicas.
A grande importância das Instituições de Ensino Superior na formação Acadêmica preparando
o Aluno Universitário pesquisador com parceria junto à Secretaria Estadual de Educação
Paulista, mostrando a grande amplitude do trabalho do professor na sala de aula.
Referências Bibliográficas:
Anexo I – Informações sobre legislação do Projeto Bolsa Alfabetização.
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Anexo II – Documentos referente ao Projeto Bolsa Alfabetização.
Anexo III – Projeto Pedagógico Do Projeto Bolsa Alfabetização
Anexo IV – Resolução SE 18, de 2-3-2007
Anexo V – Regulamento 2008 - Seção I – Do Aluno Pesquisador
Anexo VI – Regulamento 2009 -Seção I - Do Aluno Pesquisador
Anexo VII – Resolução SE-91, de 8-12-2008
Anexo VIII – Resolução SE 74 de 24-11-2011
Anexo IX – Carta ao Professor regente e ao Diretor
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CAPITULO – I
HISTÓRICO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A ALFABETIZAÇÃO DO CICLO I
(anos iniciais do ensino fundamental de nove anos)
(...) assim como não posso ser professor sem me achar capacitado para ensinar certo e bem os conteúdos de minha disciplina, não posso, por outro lado, reduzir minha prática docente ao puro ensino daqueles conteúdos. Esse é o momento apenas de minha atividade pedagógica. Tão importante quanto ele, o ensino dos conteúdos, é meu testemunho ético ao ensiná-los. É a decência com que o faço. É a preparação científica revelada sem arrogância, pelo contrário, com humildade.
(Paulo Freire,1996).
A formação de professores constitui elemento fundamental para se atingir os
objetivos visados pela educação, uma vez que é o professor que, em sua prática,
operacionaliza as grandes linhas propostas pelas reformas educacionais. Essas, por sua vez,
devem estar adaptadas à realidade presente na sociedade em que se inserem.
No Brasil, porém, nem sempre se respeitou essa vinculação da escola à sociedade; pois, os
estudos sobre a história da educação no país - em particular sobre a formação de professores -
referem-se, com frequência, à influência estrangeira que a permeou.
Em face disso, optou-se por elaborar um texto que concentrasse as principais
influências neste processo, considerando-se cada período da educação brasileira e o modo
como foi sendo tratada a formação dos professores. Partindo desse pressuposto, buscaram-se
nas literaturas disponíveis as influências externas que embasaram a formação dos professores
no Brasil.
O papel do professor foi mudando ao longo da história: daquele que detém o
conhecimento, ele passou a ser o eterno aprendiz. Mudança fundamental, posto que a ação de
ensinar e aprender são essenciais para o desenvolvimento e perpetuação da natureza humana,
bem como da prática docente, pela qual muitos caminhos vão se abrindo e um novo universo
pode ser descortinado.
A prática dos professores alfabetizadores é o consequente reflexo da sua formação
inicial e do seu constante aprimoramento; é fundamental que o educador justifique a sua
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prática docente por meio de uma formação continuada, visando à construção de uma base
teórica. Conforme Freire, “Ao falar da construção do conhecimento, criticando a sua
extensão, já devo estar envolvido nela, e nela, a construção, estar envolvendo os alunos”.
1.1- Breve histórico da Alfabetização no Brasil
Em nosso país, o histórico da alfabetização tem sua face mais visível na história dos
métodos de alfabetização, em torno dos quais - especialmente desde o final do século XIX –
têm sido geradas tensas disputas relacionadas com "antigas" e "novas" explicações para um
mesmo problema: a dificuldade de nossas crianças em aprender a ler e a escrever,
especialmente na escola pública.
Visando enfrentar esse problema e auxiliar "os novos" profissionais a inserirem-se no
mundo público da cultura letrada, essas disputas em torno dos métodos de alfabetização vêm
acrescentando uma multiplicidade de tematizações, normatizações e concretizações. Assim
caracterizando-se como um importante aspecto, dentre os muitos outros envolvidos neste
complicado e amplo movimento histórico de constituição da alfabetização, como prática
escolar e objeto de estudo e pesquisa.
“O modelo escolar de alfabetização6 nasceu há pouco mais de dois séculos,
precisamente em 1789, na França, após a Revolução Francesa. É então, um jogo estabelecido
pela Revolução entre a continuidade e a descontinuidade do tempo, no qual a ruptura vai
sendo atropelada pela tradição, em que a alfabetização se torna o fundamento da escola básica
e a leitura/escrita, aprendizagem escolar7”. (Documento de apresentação p.7- SEE/CENP –
LETRA E VIDA 2003).
Nessa época, ler era uma aprendizagem à parte e anterior à escrita, compreendendo-
se alguns anos de instrução com ensino individualizado.
A evolução da investigação analisada em relação à alfabetização escolar, no século
XX, especialmente Europa, América do Norte e do Sul, foram definidas em três períodos:
6 Embora o termo “alfabetização” tenha diferentes sentidos, neste documento ele está usado com o significado de “processo de ensino e aprendizagem do sistema de escrita”, ou seja, o processo de ensino e aprendizagem inicial de leitura e escrita. 7 BARBOSA, José Juvêncio. “A herança de um saber: a alfabetização”, in: Alfabetização – Catálogo da base de dados. Vol.1, São Paulo, FDE.
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No Brasil, o primeiro período corresponde à primeira metade do século XX. Nesse
período, a preocupação estava estritamente voltada ao campo do ensino. Conforme Mortatti,
em decorrência da “autonomia didática”, proposta pela "Reforma Sampaio Dória" e de novas
urgências políticas e sociais, a partir de meados da década de 1920, aumentaram as
resistências dos professores quanto à utilização do método analítico. Em função disso,
começaram a se buscar novas propostas de solução para os problemas do ensino e
aprendizagem iniciais da leitura e da escrita.
Naquela época, acreditava-se que o fracasso escolar estava relacionado ao uso
inadequado dos métodos de ensinar a ler; assim, buscava-se a melhor maneira para solucionar
a ocorrência desse fracasso. Havia várias vertentes e defensores de métodos para alfabetizar,
os principais eram o Método Global e o Método Fonético8. No Brasil não se usaram mais
esses métodos, pois foram considerados como um “misto”- nada mais do que cartilhas
baseadas em análise e organizadas a partir de um silabário.
Nos anos 60, nos Estados Unidos, - centro de discussão e preocupação com a
problemática da alfabetização seguida de fracasso escolar - ocorreria a luta contra a
segregação dos negros e a grande batalha pela integração dos reprovados, nas escolas
americanas, contribuindo assim para sanar, mais explicitamente, as dificuldades escolares
dessas minorias.
Muito se gastou investindo em pesquisas para tentar entender porque as crianças não
aprendiam; acreditavam que havia algo de errado com elas. E culpavam os próprios alunos
pelo seu fracasso. São desse período, as teorias que hoje denominamos “teorias do déficit”.
Acreditava-se que os alunos precisavam apresentar pré-requisitos para a
aprendizagem (cognitivos, psicológicos, perceptivo-motores, linguísticos...) e que,
principalmente as crianças mais pobres, fracassavam por serem oriundas de famílias sem
condições para estimulá-las de maneira adequada. Criaram-se, então, exercícios de
estimulação para remediar o fracasso escolar, como se fosse uma doença.
Já no livro, Testes ABC para verificação da maturidade necessária ao aprendizado
da leitura e escrita (1934), escrito por M. B. Lourenço Filho, o autor apresenta resultados de
pesquisas com alunos de 1º grau (atual 2º ano do ensino fundamental de nove anos). Ele
realizou tal investigação com o objetivo de buscar soluções para as dificuldades dos mesmos,
8 O Método Global ou Analítico defendia que melhor era oferecer ao aluno a totalidade, ou seja, palavras, frases ou pequenos textos, para que ele fizesse uma análise e chegasse às partes, que são as sílabas e letras. O Método Fonético ou Sintético, ao contrário, propunha que o aluno tinha de aprender primeiro as letras ou sílabas, e o som das mesmas, para depois chegar a palavras e frases.
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no aprendizado da leitura e da escrita. Lourenço propôs, então, as oito provas que compõem
os testes ABC, visando à organização de classes homogêneas com mais racionalização e
eficácia para a alfabetização.
Observa-se, no entanto, - embora com outras bases teóricas - a permanência da
função instrumental do ensino e aprendizagem da leitura, enfatizando-se a simultaneidade do
ensino de ambas, as quais eram entendidas como habilidades visuais, auditivas e motoras.
Também a partir dessa época, aproximadamente, as cartilhas passaram a basearem-
se, de maneira predominante, em métodos mistos ou ecléticos (analítico-sintético e vice-
versa). Começaram a ser produzidos os manuais do professor acompanhando as cartilhas;
assim como se disseminou a ideia e a prática do "período preparatório”, exercícios de
prontidão (do inglês, readness) no início da escolaridade, em que todos os alunos deveriam
executá-los.
No Brasil, no terceiro período, que ocorreu no final da década de 1970, houve uma
importante mudança política, histórica e social. Ao invés de relacionar a não aprendizagem
aos déficits apresentados pelos alunos, começou-se a tentar compreender como aprendiam os
que obtinham sucesso, no processo de aprendizagem da leitura e da escrita. Ao mesmo tempo,
buscou-se ainda o que pensavam a respeito da escrita aqueles que não se alfabetizavam.
A fim de conter o fracasso escolar, novos cursos e programas de formação surgiram,
na rede Pública do Estado de São Paulo, destinados aos professores.
Na década de 1980, a Progressão Continuada - preocupação com as práticas sociais
de leitura e escrita, contribuíram para um melhor repertório de conhecimentos linguísticos dos
alunos. Tal programa determinou um tempo para a alfabetização e a organização da
escolaridade em ciclos. As séries iniciais, atualmente anos iniciais, não eram mais separadas
por uma avaliação de final de ano, destinada a promover ou reter o aluno.
A LDBEN (Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) oferece uma série de
aberturas para que sejam adotadas as medidas mais adequadas pelo sistema de ensino:
Art.32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão:
I. o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno exercício da leitura, da escrita e do cálculo;
II. A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade;
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III. O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores. Parágrafo 1º. É facultativo aos sistemas de ensino desdobrar o Ensino Fundamental em ciclos. Parágrafo 2º. Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no Ensino Fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino. (LDBEN).
Com o Decreto de implantação do Ciclo Básico – Projeto Ipê - entre 1.983/1.984 –
a rede pública do ensino paulista teve uma grande responsabilidade, pois com essa medida,
ela eliminou a reprovação entre as antigas 1ª e 2ª séries. Isto possibilitou às crianças um
processo contínuo de aprendizagem, sem interrupção, durante dois anos. PROJETO IPÊ:
curso de 30 horas oferecido para professores do ciclo básico que tratava de assuntos referentes
às práticas de alfabetização através da interdisciplinaridade.
Alfabetização: Teoria e Prática: o construtivismo não é um método para a prática
pedagógica, mas o estudo das teorias que influencia os objetivos da educação e a intervenção
pedagógica. Emília Ferreiro ofereceu um instrumental por meio de observações registradas,
durante atividades com as crianças, que nos permitem conhecer como elas pensam durante o
processo de aquisição da escrita.
Por Trás das Letras: aprender a escrever textos significa aprender outra linguagem;
é mais do que, simplesmente, ensinar letras e palavras soltas, por isso é necessário dar outro
enfoque ao processo de alfabetização. Essa visão foi embasada por Vygotsky, Teberosky e
outros. A Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo propiciou uma formação com
certificado, aos professores do ciclo I, baseadas nestas teorias que sugeriam novas práticas
pedagógicas.
O professor Luiz Carlos Cagliari, linguista do Instituto de Língua e Literatura da
UNICAMP, em sua palestra no curso de “Aprofundamento das questões de alfabetização”,
realizado na CENP em julho de 86, diz:
“A alfabetização é uma coisa muito recente na escola. A escola-na história da humanidade, começou de cima para baixo – pelas Universidades. Os primeiros cursos institucionalizados eram cursos de filosofia e alta geometria. (...) A alfabetização sempre foi uma coisa que as pessoas faziam em casa. (...) Com as mudanças políticas, os governos passaram a se interessar pelo analfabetismo e a alfabetização passou a ser, de maneira clara e definida, uma etapa a ser vencida pela escola. Não sabemos lidar muito bem com a alfabetização por questões históricas. Para discutir filosofia, a escola tem pelo menos três mil anos de experiência, enquanto para discutir alfabetização a escola tem apenas cento e cinquenta anos de história, não mais que isso.”
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Projetos de Classes de Reforço: oferecer aos alunos com rendimento abaixo do
esperado, a oportunidade de frequentar um grupo de reforço no contra-turno das atividades
escolares regulares. A Atividade visava sanar as dificuldades no processo de alfabetização e
favorecia que os estudantes continuassem avançando, junto com o seu grupo- classe. (década
de 90).
Circuito Gestão: curso oferecido pela Secretaria de Educação do Estado de São
Paulo, destinado aos educadores (Supervisores de Ensino, Professor Coordenador e ATP
(Assistente Técnico Pedagógico); depois, PCOP- Professor Coordenador da Oficina
Pedagógica) e, hoje, PCNPE (Professor Coordenador do Núcleo Pedagógico) visando à
formação continuada de gestores, com enfoque pedagógico no período de 1996 a 1998.
Década de 1.990 - Correção de Fluxo (1999) e projetos de Aceleração da
aprendizagem (1997). Considerava-se que o fracasso escolar estava fortemente ligado à
incapacidade da escola de alfabetizar todos os alunos, além de tornar leitores e escritores
competentes aqueles que já escreviam convencionalmente.
Ensinar pra Valer e Aprender pra Valer: Reorganização da Trajetória Escolar:
no ano de 1996, a SEE/SP (Secretaria Estadual da Educação do Estado de São Paulo)
implantou em escolas as Classes de Aceleração, para corrigir a defasagem idade-série de
alunos multirrepetentes. Tratava-se de um processo de capacitação de professores e
elaboração de material, especialmente destinado a apoiar o trabalho com estas classes, a cargo
do CENPEC (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária).
Um enorme número de crianças repetia a série a cada ano, o que acarretava no
aumento de alunos multirrepetentes aliado ao histórico do fracasso escolar. Neste sentido, em
relação às preocupações frente às evidências do fracasso escolar, deviam ser consideradas as
diversas causas de sua produção, como fatores analíticos relevantes de alternativas políticas e
pedagógicas.
De acordo com Iara Prado (2000), secretária da educação fundamental do MEC, a experiência externa que influenciou o surgimento de programas de aceleração de aprendizagem no Brasil foi o programa Acceleretd Schools, da Universidade de Stanford, iniciado na Califórnia em 1986, tendo Henry Levin como um de seus principais idealizadores.
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As Classes de Aceleração do Ciclo I vieram para atender alunos defasados em idade
– série, através de um planejamento que objetivava à retomada da trajetória desses alunos que,
após diversas retenções, perderam sua turma/classe de origem. Em função disso, acabavam
por acompanhar alunos mais novos, com interesses diversos dos seus e, em geral, esses alunos
terminavam por evadir-se das escolas. Visando sanar este problema, foram criadas as classes
de aceleração para, efetivamente, interferir na aprendizagem destes alunos e reintegrá-los no
seu grupo/classe.
Classes de Correção de Fluxo II: com o Programa de Correção de Fluxo e o Projeto
Ensinar e Aprender, as secretarias de Educação de vários estados - entre elas, a de São Paulo -
iniciaram uma série de ações para combater o fracasso escolar no país. A medida buscava
atender alunos do ciclo II do Ensino Fundamental que estavam defasados na idade/série, a fim
de que tivessem a possibilidade de retomar o percurso da aprendizagem de forma mais digna.
O projeto foi implantado em 38 Diretorias de Ensino, entre elas todas as diretorias de
São Paulo e da Grande São Paulo, para corrigir o fluxo do Ciclo II.
Uma análise dos indicadores do SAEB de 2003 já permite alguns dados reveladores dos processos de exclusão vivenciados nas escolas brasileiras, na medida em que estes apontam que 24.8% dos alunos do ensino fundamental são reprovados, sendo 13.3% na 1ª a 4ª séries e 11.5% na 5ª a 8ª, 9,5% do ensino médio. Assim, a cultura da reprovação tem sido internalizada no sistema educativo, tanto por alunos quanto por professores. (...) A busca de ações planejadas objetivando a melhoria dos processos ensino-aprendizagem certamente teria impacto nos indicadores educacionais. O estabelecimento de processos de formação mais amplos que considerem a clientela real das unidades escolares, bem como a identificação dos pontos de estrangulamento dos sistemas, parece ser um caminho complexo a ser percorrido. Nessa direção, o Brasil vem adotando, no plano do governo federal, alguns balizamentos às suas políticas:
Dados sobre reprovação, o abandono e distorção idade-série – 2003
Brasil – Ensino Fundamental e Médio
Reprovação Abandono Distorção idade e série
1ª a 4ª - EF 13,3% 7,5% 4ª EF 36,2%
5ª a 8ª - EF 11,5% 12% 8ª EF 44,7%
1ª a 3ª - EM 9,5% 17% 3ª EM 51,8%
Fonte: SAEB/2003 – MEC-INEP
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Por conta desses índices, foi implantado na Rede Pública Estadual do Estado de São
Paulo, as Classes de Aceleração e Correção do Fluxo II, para atender e sanar alunos defasados
em idade e série e corrigir o fluxo escolar do Ensino Fundamental.
Letra e Vida: anteriormente, Programa de Formação de Professores Alfabetizadores
– PROFA - implantado na rede Municipal do Estado de São Paulo pelo MEC – Ministério de
Educação e Cultura, foi instituído na rede pública paulista em 2003, tendo o mesmo formato,
porém com o nome de LETRA E VIDA – Programa de Formação de Professores
Alfabetizadores.
Tratava-se de um curso destinado à formação de professores alfabetizadores que
atuam na Rede Estadual de Ensino do Estado de São Paulo. Ele trabalhava as práticas de
leitura e escrita com crianças, jovens e adultos; tinha como premissa contribuir para a
melhoria da qualidade de ensino e, consequentemente, diminuir o índice de analfabetismo.
A carga horária desse projeto era de 180 horas, com duração de 3 horas semanais
com encontros presenciais; formado por 3 módulos, material específico do professor cursista e
do formador. Ao término de cada módulo, era realizada uma avaliação elaborada pelo
formador, conforme modelo constante no próprio módulo. A certificação era homologada e
aprovada pela SEE/CENP.
Ler e Escrever: Projeto implantado na rede pública estadual em 2007.
Dados de acordo com o MEC:
Em 2007, foi criado o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O indicador, que mede a qualidade da educação, foi pensado para facilitar o entendimento de todos e estabelecido numa escala que vai de zero a dez. A partir deste instrumento, o Ministério da Educação traçou metas de desempenho bianuais para cada escola e cada rede até 2022. O novo indicador utilizou na primeira medição dados que foram levantados em 2005. Dois anos mais tarde, em 2007, ficou provado que unir o país em torno da educação pode trazer resultados efetivos. A média nacional do Ideb em 2005 foi 3,8 nos primeiros anos do ensino fundamental. Em 2007, essa nota subiu para 4,2, ultrapassando as projeções, que indicavam um crescimento para 3,9 nesse período. O indicador já alcançou a meta para 2009. Se o ritmo for mantido, o Brasil chegará a uma média superior a 6,0 em 2022. É o mesmo que dizer que teremos uma educação compatível com países de primeiro mundo antes do previsto. http://portal.mec.gov.br/
O projeto tem por meta formar alunos leitores e escritores, através de um material
voltado para o desenvolvimento de atividades de leitura e escrita embasadas nas teorias da
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concepção construtivista. Para propiciar as condições para a prática deste projeto, os
professores coordenadores participam de formações na Diretoria de Ensino semanalmente. Os
participantes são motivados a conhecer as bases do projeto, buscando a melhor orientação da
prática docente que se realiza na escola, nos horários de trabalho coletivo ou de estudos
pedagógicos para as séries iniciais.
PIC (Projeto Intensivo do Ciclo): Está integrado ao Programa Ler e Escrever e
destina-se aos alunos retidos no ciclo (4ª série/5º ano), visando uma retomada das habilidades
e competências que deveriam ter sido desenvolvidas durante o ciclo I, preparando melhor os
alunos para o ciclo II.
O trabalho está voltado, inclusive, para os alunos da 2ª série/3º ano que ainda não
escrevem convencionalmente; a eles é dada a oportunidade de um ensino focado na leitura e
escrita, com material específico. Entretanto, no ano seguinte, esses alunos não poderão
frequentar salas de PIC, caso ainda não tenham atingido as expectativas de aprendizagem do
ciclo, apesar de não ficarem retidos em sua série/ano.
A Secretaria do Estado da Educação oferece material específico para alunos e
professores, além de formação continuada aos titulares destas classes, tendo certificação de 36
horas.
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CAPITULO – 2
ALFABETIZAÇÃO – SÓCIO CONSTRUTIVISTA INTERACIONISTA
(...) Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve partindo do princípio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio. Esta concepção do conhecimento e da aprendizagem que derivam, principalmente, das teorias da epistemologia genética de Jean Piaget e da pesquisa sócio-histórica de Lev Vygotsky, parte da idéia de que o homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio, isto é, ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio conhecimento, de forma cada vez mais elaborada. Nesta concepção, o conhecimento não se traduz em atingir a verdade absoluta, em representar o real tal como ele é, mas numa questão de adaptação (noção trazida do organismo a seu meio ambiente. Assim, o sujeito do conhecimento está o tempo todo modelando suas ações e operações conceituais com base nas suas experiências. (Marília Duran, 1989)
De acordo com Saviani (2007), a partir do início da década de 1980, a educação
como método tradicional passou a ser sistematicamente questionada. Isto se deu em
decorrência de emergências políticas e sociais que se fizeram acompanhar de propostas de
mudança na educação, para enfrentar o gargalo do fracasso escolar na alfabetização inicial.
Em busca de solucionar o problema teórico-metodológico, introduziu-se no Brasil o
pensamento Sócio Construtivista sobre alfabetização, pesquisas desenvolvidas sobre a
psicogênese da língua escrita, produzida pela pesquisadora argentina Emilia Ferreiro e
colaboradores.
O construtivismo não é um novo método de alfabetização, mas sim uma concepção
de ensino e aprendizagem em alfabetização. Entretanto, a partir de então, verificou-se, por
parte de autoridades educacionais e de pesquisadores acadêmicos, - como Lerner (2007),
Weisz (1999), Zabala (1998), Coll (2006) e Solé (1998) - um esforço para convencer os
alfabetizadores, mediante divulgação massiva de artigos, teses acadêmicas, livros e vídeos,
sugestões metodológicas, relatos de experiências bem sucedidas e ações de formação
continuada. Todo esse trabalho tem vistas a garantir a institucionalização, para a rede pública
de ensino, de certa apropriação do construtivismo.
De acordo com Duran (1989),
Quanto aos métodos e cartilhas de alfabetização, os questionamentos de que foram
alvo parecem ter sido satisfatoriamente acomodados, resultando na produção de cartilhas
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“construtivistas”, ou “sócio-construtivistas”, ou “construtivistas interacionistas”; na verdade,
não passavam de cartilhas tradicionais.
Ainda recentemente, com os livros de alfabetização das indicações oficiais
acomodados nas estantes dos professores, muitos deles alegam que utilizam esses materiais
para consulta na preparação de suas aulas. Mesmo o ensino e aprendizagem do modelo de
leitura e escrita veiculado pelas cartilhas, ainda que os professores digam seguir uma “linha
construtivista” ou “interacionista”, muitas vezes acontece sem que seus alunos utilizem
diretamente esses instrumentos em sala de aula.
A Concepção Sócio-Construtivista foi confundida com mais um novo método de
ensino, sendo que muitos professores estavam “engessados” com a prática empirista e não
aceitavam mudanças.
Dentre a multiplicidade de problemas que são enfrentados hoje, a respeito do ensino
inicial da leitura e escrita, as dificuldades decorrentes - em especial, da ausência de uma
“didática construtivista” - vêm abrindo espaço para a tentativa de uma Política Pública voltada
para a formação do professor inicial.
Para Antunes (2002), o construtivismo é uma corrente educacional que está apoiada
no princípio de que:
[...] o conhecimento não é ensinado, mas sim estimulado a partir de experiências que desenvolve as diferentes inteligências. É o nome pelo qual se tornou conhecida a linha pedagógica que propõe que o aluno participe ativamente de seu aprendizado, mediante a experimentação, pesquisa em grupo, estímulo à dúvida, uso de habilidades operatórias diferentes, desenvolvimento do raciocínio e outros procedimentos. Rejeita a apresentação de conhecimentos prontos ao aluno, e o termo “construtivismo” indica que uma pessoa aprende de maneira significativa quando toma parte de forma direta na construção do conhecimento que adquire. Enfatiza a importância do erro não como um tropeço, mas como um verdadeiro trampolim na rota da aprendizagem e condena a rigidez do discurso do professor, as avaliações padronizadas e a utilização de material didático estranho ao universo do aluno. A teoria do conhecimento construtivista permite focalizar a interação sujeito-objeto como uma estrutura bipolar, cujos componentes são inseparáveis. Dessa forma, não há sujeito sem o objeto e não há objeto sem o sujeito que o construa (ANTUNES, 2002, p.98-99).
A formação de professores alfabetizadores da rede pública estadual, que atuam nas
séries iniciais, vem se constituindo numa perspectiva importante nas pesquisas de âmbito
educacional, desde a década de 1980.
33
Investigar processos de formação – inicial ou continuada – de professores é um
desafio complexo que, por sua amplitude, exige um recorte bem delimitado. O resultado
dessas investigações trouxe um desconforto intenso para a rede pública, na medida em que
elas provocaram um movimento reflexivo: o de repensar sua prática docente, a didática na
sala de aula atendendo os ritmos, as diferenças individuais e a metodologia utilizada.
Por outro lado, quando se faz a leitura do livro a Psicogênese da Língua Escrita,
(Ferreiro & Teberosky), percebe-se que não existe ali nenhuma prescrição pedagógica e que,
realmente, não é uma receita de alfabetização. Trata-se de uma concepção de ensino que
considera os saberes dos alunos, vendo-os como sujeitos da própria aprendizagem.
Houve, na época, muita resistência e dificuldade por parte dos docentes em trabalhar
com a concepção construtivista em sala de aula, por não entendê-la; além do hábito de
desenvolverem um trabalho totalmente oposto, que desconsiderava os saberes que as crianças
traziam. O aluno desenvolvia sozinho as atividades propostas pelo professor e não podia
corrigir seus escritos; o professor, por sua vez, não podia usar caneta vermelha para não
“traumatizar” os alunos.
Weisz, (1999), afirma que foi mais um dos motivos que contribuiu para o aumento
da evasão e repetência em São Paulo, repercutindo em décadas de analfabetismo. Assim, a
própria escola que tem a função social de ensinar, formou alunos copistas, considerados
“analfabetos funcionais”, que escrevem, mas não compreendem o conteúdo da escrita, como
também os que mal sabiam escrever seu nome.
A psicogênese da Língua Escrita não ensina como dar aulas, mas oferece uma
contribuição no movimento da ação, reflexão e prática de estudos. Por seu embasamento
teórico e científico, ela ajuda a compreender como a criança pensa, elabora hipóteses, percebe
que “o erro é construtivo”, (Piaget), até ela entender o sistema alfabético de escrita, para que
serve e o que representa. De acordo com um documento oficial:
(...) a maioria dos professores, pela trajetória de sua formação, não dominava os conteúdos e as metodologias essenciais e necessárias para o resgate do compromisso da escola com a formação inicial do aluno como leitor e produtor de textos. De fato, de modo geral, nem os próprios professores tiveram a oportunidade de aprofundar, na sua formação inicial, as competências que ensinam a ler e a escrever. (2002, p. 62).
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O histórico da profissão docente demonstra que a formação inicial aconteceu
sempre em espaço institucionalizado. Como em toda formação institucionalizada, a intenção
principal é a de desenvolver habilidades básicas que sirvam para a futura atuação prática.
As políticas de formação continuada propagam-se frente à precariedade
da formação inicial dos professores e intensificaram-se, notoriamente, a partir da década de
1980, diante da urgência na melhoria da universalização da educação básica.
Segundo Perrenoud (1996), hoje o professor passou a ser um eterno aprendiz. Alguns
fatores mostram o desenvolvimento dessas capacidades: o primeiro, a atitude de querer
aprender; o segundo fator diz respeito às competências e habilidades, o que poderíamos
chamar, simplesmente, de desenvolvimento de aptidões cognitivas e procedimentais; o
terceiro fator refere-se à aprendizagem de conhecimentos ou conteúdos.
O professor passou a ter como objetivo primordial garantir a aprendizagem da leitura
e da escrita em um universo mais amplo. Ainda, segundo Perrenoud, o professor que atua com
postura construtivista valoriza um ambiente alfabetizador que facilita a interação do educando
com os mais diversos tipos de textos, dentro de um clima de liberdade, para participar das
propostas e construir o ato de ler e de escrever.
De acordo com Documento de Apresentação Letra e Vida –CENP (2003):
O conhecimento profissional do professor é um conjunto de saberes – teórico se experienciais – que não pode ser confundido com uma somatória de conteúdos e técnicas; não é apenas acadêmico, racional e teórico nem apenas prático e indutivo. Compõem-se saberes que permitem gerir a informação disponível e adequá-las a situações que se colocam a cada momento, sem perder de vista os objetivos do trabalho. Esse repertório de saberes se expressa, portanto, em um saber agir situacionalmente, ou seja, em conformidade com as necessidades de cada contexto.
Pesquisa realizada pelo MEC (WEINBERG, 2006) revelou o péssimo desempenho
envolvendo a capacidade de leitura e escrita dos estudantes, o que levou o Ministério da
Educação a questionar a eficiência do modelo de alfabetização mais aplicado no país: o
construtivismo.
Mediante o fato de que o método tradicional não atendia às necessidades de
aprendizagem - frente aos problemas de reprovação - houve, no ano de 2000, através do MEC
(Ministério de Educação e Cultura Secretaria de Educação Fundamental), um Programa de
Formação de Professores, intitulado PROFA (Programa de Formação de Professores
35
Alfabetizadores). Este programa foi adotado, inicialmente, pela Secretaria do Município de
Educação de São Paulo.
O Programa de Formação de Professores Alfabetizadores, visando minimizar e
formar professores na questão da alfabetização, conforme exposto no documento de Políticas
e Melhorias da Qualidade da Educação, “o PROFA constitui um curso de aprofundamento,
destinado a professores e formadores, que se orientam pelo objetivo de desenvolver as
competências profissionais necessárias a todo professor que ensina a ler e a escrever”. (Brasil,
2002, p.63). A responsável pela criação deste programa de formação continuada foi Telma
Weisz.
[...] O modelo de formação profissional que foi se tornando convencional é basicamente teórico, tem como foco exclusivo a docência, desconsidera os “pontos de partida” dos professores, privilegia o texto escrito como meio de acesso à informação, não valoriza a prática como importante fonte de conteúdos da formação, prioriza modalidades convencionais de comunicação (como aula, seminário, palestra e curso), não se organiza através de uma avaliação diagnóstica e não dispõe de instrumentos eficazes de avaliação das competências profissionais. [...] (Letra e Vida- Programa de Formação de Professores Alfabetizadores – CENP- documento de apresentação do programa p.18).
O Programa de Formação de Professores Alfabetizadores Letra e Vida representa a
preocupação de várias instituições educacionais federais, estaduais, municipais, públicas e
particulares, com a formação de professores de forma contínua, para um trabalho voltado para
a qualidade de ensino da educação básica.
Vale ressaltar o processo histórico e cultural da alfabetização no Brasil, assim como
as políticas educacionais que foram implantadas com o intuito de sanar a evasão, a repetência
e o analfabetismo. Houve avanços gradativos ao longo do processo. Há de se considerar que
os alunos têm uma história de vida, que trazem consigo peculiaridades e perfis particulares e
não aprendem todos da mesma forma. Assim como “um mesmo calçado não pode servir para
todos”, o processo de ensino e aprendizagem deve abranger uma gama variada de aprendizes.
O gráfico abaixo mostra os avanços, nos anos iniciais do ensino fundamental de nove
anos, especificamente 4ª série /5º ano .(MEC-Inep-2011).
O Ideb, (Indice de Desenvolvimento da Educação Básica) avaliação externa, é
aplicado de dois em dois anos e foi criado em 2007, para medir a qualidade de cada escola e
de cada rede de ensino.
36
4ª série / 5º ano
Ideb Observado Metas Projetadas
Estado
2007
2009
2011
2007
2009
2011
2013
2015
2017
2019
2021
São
Paulo 4.5 4.7 5.4 4.6 4.9 5.3 5.5 5.8 6.1 6.3 6.
MEC-INEP-2011
Os procedimentos do curso de formação Letra e Vida tiveram - como eixo
metodológico do processo de formação - a construção da competência do profissional;
levando isso em conta, podemos fazer uma reflexão sobre sua prática e concepção de ensino e
aprendizagem, traçando um paralelo com o uso do seu material.
O Sócio Construtivismo em sala de aula considera o aluno sujeito de seu próprio
conhecimento; com isso, o professor parte de um diagnóstico de leitura e escrita no qual o
aluno poderá mostrar o que sabe, ou não, sobre a leitura e a escrita. Tal concepção de ensino
oportuniza ao aluno ler sem sabê-lo convencionalmente, ou seja, com autonomia, pois permite
a ele questionar, explorar e registrar suas próprias escritas.
Existe uma rotina de trabalho em que o professor tem uma sequência didática prévia
das atividades, dispõe de modalidades organizativas e melhor gestão da sala de aula, através
de projetos de leitura e escrita. As aulas são dinâmicas e dão voz aos alunos, nos momentos
das rodas de conversa, de leitura, de reconto e roda de estudo, todas trazendo temas a serem
discutidos, como por exemplo, uma reportagem de jornal que desperte o interesse da faixa
etária da série.
Considera-se a alfabetização uma parte constituinte da prática da leitura e da escrita
na qual, em contato com os textos de circulação social, a criança constrói o seu conhecimento,
bem como as hipóteses a respeito da escrita. Dessa forma, progressivamente, aprende a ler e a
escrever, compreendendo as relações que existem entre fonemas e grafemas, codificando e
decodificando-os, pois a alfabetização acontece como resultado da reflexão sobre as
características e regularidades da escrita.
37
É importante considerar a atuação do professor, vendo-o como responsável por
intervir e diagnosticar cada avanço ou dificuldade da criança; fazer os agrupamentos
produtivos, de acordo com as hipóteses de escrita de cada um; saber partilhar as informações
relevantes trazidas pelos alunos e os diferentes conhecimentos prévios de cada um, assim
como favorecer a interação social e a cooperação entre eles.
Para Vygotsky (1987),
O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal representa muito bem o processo de transformação do ser humano por meio da relação com a cultura, que é acima de tudo uma ação compartilhada e de sucessivas trocas e conquistas no plano psicológico. (...) Aquilo que fazemos agora com a ajuda de alguém faremos sozinhos no momento seguinte. É assim na cultura e não deveria ser diferente na escola.
O construtivismo coloca em evidência as hipóteses que as crianças formulam, testam,
organizam, reorganizam, assimilam, acomodam, regularizam e formam novas hipóteses de
suas escritas. Lembrando que, segundo Vygotsky, a interação social no contexto da sala de
aula, só acontece com a ajuda do “outro”, denominada Zona de Desenvolvimento Proximal
(ZDP); além da mediação, intervenção, observação e avaliação diagnóstica direta do professor
até, propriamente, chegar à escrita convencional da língua.
Bräkling (2006), Weisz (1999), Lerner, (2003), solé (1998), Coll (2006),
Kaufmaman (1995), Kramer (1996), Smith (1995), afirmam que o professor precisa ter
comportamento leitor e escritor; ou seja, o trabalho com essa concepção requer estudos
contínuos.
Para que as atividades de leitura e escrita sejam significativas e realizadas dentro da
perspectiva ideal sócio construtivista interacionista, o professor deve prever os agrupamentos
produtivos de acordo com as hipóteses de escrita dos alunos. É de sua responsabilidade
registrar seus avanços ou dificuldades, para uma intervenção precisa, pareando o trabalho
individual e o coletivo. Enfim, ele deve saber como atender a todos os alunos com a mesma
atividade, porém com variações adequadas a cada nível de escrita, para que haja avanço
considerável na aprendizagem dos alunos.
Uma boa formação não é acumular “títulos”, mas a capacidade de proporcionar
conhecimentos e, consequentemente, saberes; ensino e aprendizagem precisam caminhar
juntos. Isso não depende só da instituição formadora, mas também de quem está sendo
formado. A partir da formação inicial e continuada, todo o conhecimento aprendido e
38
apreendido vai colaborar para ações que sejam, em princípio, suficientes para atender as
necessidades dos alunos.
Foram implantados na Rede Estadual de Ensino de São Paulo, o Programa de formação de Professores Alfabetizadores – Letra e Vida, hoje o programa Ler e Escrever - Instituído pela SEE-SP/FDE. – estabelecendo convênios com Universidades.
Esses programas foram criados devido à preocupação com a formação inicial de alunos universitários pesquisadores, que desenvolvem um trabalho de pesquisa nas escolas estaduais de São Paulo. Os alunos pesquisadores, como parte das atividades, colaboram em classes da 1ª série/ 2º ano atuando como auxiliar do professor regente. No entanto, o que acontece nos cursos acadêmicos de formação, é que eles não formam profissionais realmente preparados para atuarem nas salas de aula. Na prática, a grande maioria apresenta desconhecimento das práticas didáticas metodológicas.
A formação de professores deve assumir uma forte componente prática, centrada na aprendizagem dos alunos e no estudo de casos concretos; passar para ‘dentro’ da profissão, isto é, basear-se na aquisição de uma cultura profissional, concedendo aos professores mais experientes um papel central na formação dos mais jovens; dedicar uma atenção especial às dimensões pessoais, trabalhando a capacidade de relação e de comunicação que define o tato pedagógico; valorizar o trabalho em equipe e o exercício coletivo da profissão; estar marcada por um princípio de responsabilidade social, favorecendo a comunicação pública e a participação dos professores no espaço público da educação. ( Nóvoa, Antônio,2004).
A formação acadêmica e a formação continuada deveriam ser suficientes para
desenvolver um trabalho efetivo e abrangente. É fundamental preparar o profissional de
ensino para saber como os alunos aprendem, saber que a concepção sócio- construtivista traz
teorias capazes de propiciar a criação de uma prática transformadora, necessária para o
avanço dos alunos. Entretanto, nem todos os educadores apropriam-se dela, ou sequer se
interessam por entendê-la; partindo do pressuposto de que esta exige esforços, estudos e
tempo – o que, como se sabe, faz parte da vida daquele que se propõe a ser educador.
Infelizmente, na realidade, muitos docentes não estão habituados a estudar, só o
fazem em função de um concurso público que lhes possibilitará acumular um cargo em outras
instituições de ensino, pautando sua carreira. Alguns por trazerem “engessada” a prática
tradicional de ensino, no bojo da sua formação, não levam em conta que o aluno é sujeito e
protagonista do próprio conhecimento.
Tais profissionais não trazem consigo o necessário para desempenhar o papel do
professor que, verdadeiramente, é o de ensinar, conhecer os alunos e seus conhecimentos
prévios, para mediar e potencializar-lhes a aprendizagem, desenvolvendo as competências
leitoras e escritoras.
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CAPITULO – 3
PROJETO BOLSA ALFABETIZAÇÃO
Torna-se imprescindível a formação do Professor universitário pesquisador desde que o programa “Bolsa Formação” e as Instituições de Ensino Superior tenham uma conduta voltada para o currículo, os métodos de ensino ou saberes para ensinar trabalhando com algumas disciplinas como: Conteúdo e Metodologia, Metodologia de Ensino, Fundamentos e Metodologia, Saberes e Metodologia, Teoria e Metodologia, Didática e Metodologia, Fundamentos teórico-metodológicos do ensino, Metodologia e Prática de Ensino. (GATTI, 2008 p. 40,).
O Projeto Escola Pública e Universidade na Alfabetização, aqui examinado e
conhecido como Bolsa Alfabetização, é uma das ações do Programa Ler e Escrever. Este
projeto prevê a atuação de estudantes universitários, nas classes de 1ª série (2°ano) do Ensino
Fundamental, para auxiliar os professores dessas turmas na complexa tarefa de garantir a
alfabetização das crianças que frequentam a rede pública estadual de ensino de São Paulo.
Os alunos pesquisadores - como são chamados os universitários envolvidos no
projeto - são indicados por instituições de ensino superior parceiras. Além de atuarem no
auxílio à alfabetização, eles são um importante elo entre a prática em sala de aula e a teoria
desenvolvida na Universidade. Assim, o projeto permite um ativo e produtivo diálogo entre a
escola e a academia, possibilitando recursos adicionais destinados à adequada formação dos
futuros profissionais da educação.
O papel destes alunos pesquisadores em sala de aula, além de auxiliar o docente, é o
de realizar uma investigação didática, focando na aprendizagem das crianças. O material
produzido pelo aluno pesquisador, na viva prática escolar, é fonte de discussão nas IEs,
(Instituições do Ensino Superior). Com esse material, os professores orientadores - com base
na concepção e bibliografia do Programa Ler e Escrever - discutem e refletem sobre as
observações. Na sequência, o material produzido pelas IEs é discutido pela Equipe gestora do
Programa Bolsa Alfabetização, sob a Supervisão da Profª Dra. Délia Lerner.
O aluno pesquisador não deve atender os alunos com hipóteses mais primitivas de
escrita e leitura, mas sim observar como adquirem o conhecimento sob a observação e
orientação do professor regente, que deverá ajudá-lo a apropriar-se desta informação
importante.
40
O aluno pesquisador, por ter um vínculo com a Instituição de Ensino Superior como
bolsista e um projeto de pesquisa articulado com a concepção de ensino atual, participa das
aulas da Universidade/Faculdade em um determinado período; no outro atua na escola,
durante 20 horas semanais, como aluno pesquisador. Essas atividades assim organizadas
tornam-se complementares e, diferente dos outros estágios, permitem uma reflexão mais
aprofundada da concepção trabalhada na Rede Estadual Paulista.
Este Programa pretende inovar na formação dos futuros profissionais, bem como
produzir material inédito na área da investigação didática.
O Projeto Aluno Pesquisador é mais um projeto criado pelo governo do Estado de
São Paulo que visa à melhoria da educação. Com ele, o aluno pode ganhar bolsas de estudos
nas áreas de Pedagogia e Letras, com licenciatura ou magistério. Assim, os alunos que estão
saindo do Ensino Médio poderão direcionar-se para o trabalho de professor, profissão
fundamental para a construção de um país e que, atualmente, está em falta em algumas
regiões do Brasil.
Em educação, a parte da alfabetização é a mais critica. Isso acontece porque, para
alcançar um resultado efetivo em sala de aula, além do professor oficial, deve haver um
segundo profissional para apoiar e auxiliar os alunos com dificuldades e dúvidas.
O Projeto já está em funcionamento desde 2007 e, hoje, atende mais de 500 salas de
aula no estado de São Paulo, incluindo - desde 2010 - as salas de PIC (Projeto Intensivo do
Ciclo), foi um projeto emergencial para atender as dificuldades, as defasagens e corrigir o
fluxo escolar. Hoje, 2012, algumas escolas, por terem ainda uma quantidade de alunos que
necessita de um trabalho diferenciado e uma intervenção nas suas dificuldades pontualmente,
foi implantado na Rede Estadual Paulista em 2012, a RI, (Recuperação Intensiva). Os
professores devem investir em sala de aula na Recuperação Contínua, pois é onde o aluno vai
interagir com o outro nos pequenos grupos (ZDP) Zona de Desenvolvimento Proximal –
(Vygotesky), no individual e no coletivo.
De acordo com a Resolução SE 2, de 12-1.2012.
Dispõe sobre mecanismos de apoio escolar aos alunos do ensino fundamental e médio da rede pública estadual O Secretário da Educação considerando: O direito do aluno aprimorar-se do currículo escolar de forma contínua e bem sucedida, nos ensinos fundamental e médio; a pluralidade de características e de ritmos de aprendizagem dos alunos no seu percurso
41
escolar; a necessidade de atendimento à diversidade de demandas apontadas nos diferentes diagnósticos escolares; a importância da adoção de alternativas operacionais diversificadas que promovam aprendizagens contínuas e exitosas; a importância de mecanismos de apoio que subsidiam a atuação do professor nas suas atribuições de organização, desenvolvimento, acompanhamento e avaliação do ensino e da aprendizagem do aluno, resolve: Artigo 1º - Dentre os mecanismos de apoio aos processos de ensino, os estudos de recuperação devem ser oferecidos pela escola para assegurar ao aluno o direito de aprender e concluir seus estudos dentro do itinerário regular do ensino fundamental ou médio previsto em lei. Artigo 2º - Os estudos de recuperação de que trata o artigo anterior distinguem-se pelos momentos em que são oferecidos pelas metodologias utilizadas em seu desenvolvimento, caracterizando-se basicamente como estudos de Recuperação Contínua e Recuperação Intensiva.
Como aluno pesquisador, o universitário adquire experiência para desenvolver um
trabalho com variações de atividades e atendimento a todos os alunos, em salas numerosas,
mesmo antes de se formar. Esse trabalho é fundamental para o aluno pesquisador, porque ao
atuar com os alunos em sala de aula, ele saberá atender à proposta do projeto que é apoiar e
desenvolver as atividades junto com o professor regente.
Como professor auxiliar, ele deverá saber lidar com as hipóteses de escrita das
crianças e estar preparado para orientar na prática das diversas atividades, tais como:
participar dos agrupamentos produtivos, dos momentos de leitura, das rodas de conversa, de
reconto e de indicação literária.
Além disso, deverá ajudar na elaboração de atividades, pontuando - de acordo com
sua experiência junto aos alunos - as variações específicas necessárias para atender a todos os
alunos da sala.
3.1 Atribuições Do Aluno Pesquisador
Cabe ao aluno pesquisador, sob a supervisão de seu professor orientador da
Instituição de Ensino Superior conveniada:
- Conhecer os documentos que regem a unidade escolar, como o Regimento e a
Proposta Pedagógica;
- Informar-se sobre o perfil da comunidade atendida pela escola, em comum acordo
com o professor regente e o professor coordenador, além das funções para auxiliar no
planejamento e execução das atividades de sala de aula;
- Prticipar dos encontros de formação promovidos pela Instituição de Ensino
Superior;
42
- Registrar as atividades conhecer o Planejamento Anual do professor regente;
- Participar das HTPCs (Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo), conforme disposto
no Parágrafo Único do Artigo 5º da Resolução nº 83, de 04.12.2007:
estabelecer vínculo de respeito mútuo com o diretor, vice-diretor, professor coordenador, professor regente, alunos e demais funcionários da escola; assumir, gradativamente, constatações e reflexões propiciadas pela prática em sala de aula ou suscitadas pelo projeto de pesquisa a ser desenvolvido junto à Instituição de Ensino Superior; apresentar e discutir com seu professor orientador os apontamentos registrados em sala de aula; participar das reuniões de formação e avaliação do Projeto, sempre que solicitado pelos professores coordenadores nas unidades escolares e pelos professores orientadores das Instituições de Ensino Superior, e respeitando sua carga horária.
Para viabilizar a implantação do programa nas escolas da rede, foi criado o Programa
Bolsa Alfabetização, uma parceria entre a SEE/FDE e instituições de ensino superior. Alunos
universitários, oriundos dos cursos de Pedagogia, Letras e Pós-Graduação (ênfase em
metodologia de ensino e alfabetização) auxiliam professores regentes do 2º ano (1ª série) do
Ensino Fundamental de nove anos a realizar a alfabetização; além disso, transformam a
experiência em temário de análise e (continuar)
O Programa Bolsa Alfabetização, que surgiu a partir de uma parceria entre a
Secretaria Estadual de Educação (SEE), a Fundação para o Desenvolvimento da Educação
(FDE) e Instituições de Ensino Superior (IEs), oferece oportunidades a alunos universitários
dos cursos de Pedagogia e Letras de vivenciar, junto a professores da rede pública estadual,
em sistema de colaboração, a prática de uma escola real, ampliando o significado da teoria
que vêm estudando no ambiente acadêmico.
Os universitários participantes do Projeto, denominados “alunos pesquisadores”, têm
a tarefa de atuar por 20 horas semanais em classe de 1ª. Série (2º ano do ensino fundamental
de nove anos) da rede pública estadual, auxiliando os professores regentes nas atividades de
leitura e escrita, atendendo somente os alunos que se encontram com base alfabética a
realizarem a alfabetização.
Nos encontros semanais de formação, os alunos pesquisadores são orientados a fazer
registros diários, descrevendo e documentando tanto suas intervenções realizadas nas classes
em que atuaram, quanto o trabalho do professor regente das mesmas. Os registros devem estar
43
voltados, principalmente, para o processo de aprendizagem das crianças, com destaque
especial para as práticas pedagógicas de leitura e escrita.
Com base, então, nos registros diários, ao final de cada mês, os alunos pesquisadores
produzem os relatos reflexivos em questão, nos quais expressam suas observações,
impressões, experiências, indagações, conflitos e auto-reflexões sobre o que vivenciaram em
classe.
Esses relatos são entregues ao professor orientador para um melhor
acompanhamento e orientação sobre a atuação de cada aluno pesquisador junto ao professor
regente.
Está claro que, com a vivência de todo esse processo, o aluno do curso superior
conhece e experimenta na prática a profissão para a qual se prepara, mesmo antes de se
formar. Ao término do curso, muito provavelmente, estará apto para alfabetizar
adequadamente.
3.2- A prática do aluno pesquisador e situação de aprendizagem na sala de aula A educação vem sofrendo uma grande transformação nos processos de ensino e
aprendizagem, com reflexos na prática pedagógica. Esse novo contexto promoveu inúmeras
mudanças na sociedade e nas formas de relacionamento humano, porque ele requer novas
competências e habilidades dos profissionais da área.
Para alfabetizar bem, hoje, o professor deve ter uma formação voltada para a prática
docente em sala de aula, compreender o desenvolvimento cognitivo da criança e entender o
erro como construtivo e não punitivo. Tais características propiciam o surgimento de uma
nova relação mais produtiva entre professores e alunos.
Segundo teoria de Piaget (1994):
A escola, no que diz respeito ao desenvolvimento cognitivo e aprendizagem dos alunos, deve repensar sua pratica educativa e olhar para aquilo que a criança está pronta para aprender, reconhecendo e partindo dos esquemas existentes em sua estrutura cognitiva. (...) Deve também promover a investigação e a descoberta, libertando-se de modelos que se apóiam demasiadamente na transmissão de informações prontas, que enfatizam o ensino e desconsideram o processo de aprendizagem, sensibilizar-se às diferenças individuais, porque as crianças diferem em seu ritmo de desenvolvimento intelectual, nem todas estão prontas para aprender exatamente as mesmas lições.
44
As modificações ocorridas no processo ensino-aprendizagem, nestes últimos anos,
exigem um novo papel do professor e do aluno, no âmbito da sala de aula e fora dela.
A prática pedagógica deixa de estar baseada na figura do professor transmissor de
informações e do aluno receptor; ela muda para um novo paradigma baseado no professor
orientador e no aluno pesquisador. O processo histórico e social em relação à aprendizagem
passa a constituir um grande desafio, exigindo um envolvimento entre o professor e o aluno
na construção do conhecimento científico.
O trabalho escolar acontece em organizações que se constituem em torno de estruturas e culturas, sendo predominante em nossas escolas uma cultura burocrática na qual a rígida divisão do poder e do trabalho manda uma mensagem de não participação e de submissão ao status quo, inibindo iniciativas pessoais e grupais que não estejam previstas em regulamento. Sentimento de que não adianta participar porque isso não muda a realidade e constrange educadores e educandos a não darem o primeiro passo na direção de qualquer mudança da rotina. Por isso, os educadores que buscam desenvolver nos educandos o desejo e a prática da participação precisam vencer essa primeira batalha, que é a de recuperar a crença no poder que a ação humana possui de mudança da realidade social. (Silva 2011, p.42)
A função do professor e do aluno, em sala de aula, passa pela motivação da pesquisa,
abrindo a mente para a riqueza da discussão e o sabor do conhecimento, aprendendo a
degustá-lo. Segundo Rubem Alves, o educador deve procurar novas visões sobre os mais
variados temas, pois, a partir delas, poderá apresentar uma forma própria de compreender a
realidade. O professor que faz um questionamento pessoal da realidade chega à elaboração da
própria visão sobre as questões cotidianas, podendo assim contribuir melhor como educador.
Conforme Silva (2011), No atendimento escolar é necessário desenvolver sempre mais a percepção da necessidade da equidade, que significa um atendimento conforme as necessidades de cada um, dos que ativamente buscam a escola e dos que devem ser buscados pelos educadores. Isto é claro, quando acreditamos e trabalhamos pela democratização da sociedade em que vivemos.
Este é o perfil com o qual as escolas da Rede do Estado de São Paulo vêm
estruturando o ensino, para que haja uma efetiva alfabetização nos dois primeiros anos do
Ensino Fundamental de nove anos.
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3.3- Bases legais do Projeto Aluno Universitário Pesquisador Resolução SE 18, de 2-3-2007
O Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização, foi instituído pela
SEE/SP/FDE e insere-se no Programa Ler Escrever que é uma das ações principais da
Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. Ele foi estabelecido pela Resolução SE-18-3-
2007 e tem como principal meta alfabetizar todos os alunos da rede Estadual de Ensino, com
oito anos de idade, até 2010.
A articulação entre o Bolsa Alfabetização e o Ler e Escrever dá-se pela formação
continuada da equipe técnica da escola e pelos encontros semanais com os professores-
orientadores. O programa pauta-se por uma cultura de comprometimento e de
responsabilidade para obter o sucesso almejado na sua implantação. É importante que haja
convergência e sintonia entre os conteúdos de formação do Programa Ler e Escrever e os
temas tratados pelos Professores Orientadores das instituições parceiras do Bolsa
Alfabetização nos encontros mensais.
A concepção orientadora da formação dos alunos pesquisadores é a mesma do
Programa Ler e Escrever. Esta integração é construída por meio da participação de
profissionais da equipe, em reuniões sistemáticas com os Professores Orientadores, para
promover o conhecimento da proposta e do material que a acompanha, assim como o
aprofundamento de questões, tanto teóricas quanto práticas, dos alunos pesquisadores nas
salas dos 2ºs anos.
Com fundamentação legal, o Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na
Alfabetização, está embasado no Artigo 1º das Resoluções SE-18 de 2007 e 90 de 2008
conforme segue;
Artigo 1.º das Resoluções SE-18, de 2-3-2007 e 90, de 8-12-2008.
Aprimorar a formação inicial dos alunos estudantes dos cursos de Pedagogia e Letras, possibilitando-os a atuar futuramente como docentes da rede pública de ensino. De acordo com a Res. SE-90/2008, a vivência do aluno pesquisador em sala de aula, propicia a oportunidade ímpar de conhecimento da realidade do contexto escolar, como a possibilidade de relacionamento entre teoria acadêmica e prática. Alunos que chegam ao final da 1ª série já alfabetizados, conforme atestam institutos de pesquisa e avaliação educacional, tendem ao sucesso nas aprendizagens dos ciclos. Possibilitar o acesso à leitura e à escrita a todos os alunos de 2º ano;
comprometer as IES com a causa do ensino público.
46
O candidato deverá comparecer à Diretoria de Ensino escolhida, com sua documentação; a Diretoria Regional de Ensino determinará a escola onde o aluno pesquisador irá atuar, buscando acomodá-lo na localidade de mais fácil acesso na medida da disponibilidade de vagas existentes; uma vez determinada a escola, a Diretoria Regional de Ensino registrará o encaminhamento constando nome, endereço da escola, e a data e o horário em que o aluno deverá comparecer à unidade escolar; na data estipulada pela Diretoria de Ensino, o aluno-pesquisador deverá apresentar à unidade escolar, levando as duas vias do protocolo de encaminhamento; as duas vias do protocolo deverão ser assinadas pelo Diretor ou Professor coordenador da escola; uma delas será arquivada na unidade escolar e a outra entregue ao aluno- pesquisador para sua Instituição de Ensino Superior; caso o aluno não aceite por quaisquer motivos, nenhuma escola para atuar naquela Diretoria de Ensino, caberá à sua Instituição de Ensino Superior encaminhá-lo a outra, observando a existência de vagas disponíveis;
Tendo como termo de compromisso que: após o encaminhamento do aluno-pesquisador à escola onde irá atuar, a Instituição de Ensino Superior deverá apresentar o Termo de Compromisso para conhecimento e assinatura do aluno-pesquisador. Do desligamento do aluno-pesquisador: o aluno-pesquisador poderá ser desligado do Projeto quando: por qualquer motivo. deixar de ser aluno regular da Instituição de Ensino Superior; Não cumprir carga horária estabelecida; Não contribuir para o bom andamento do Projeto, deixando de cumprir com responsabilidade as atividades junto ao professor-regente da classe; desistir do curso de graduação ou ser reprovado por baixo rendimento escolar ou frequência; incorrer em indisciplina ou falta grave no exercício de sua colaboração como aluno-pesquisador; for denunciado ou por qualquer motivo não for firmado o convênio entre sua Instituição de Ensino Superior e a Secretaria de Estado da Educação/Fundação para o Desenvolvimento d Educação; exceder a 3 (três) dependências ao longo do curso de graduação, ou limite de dependências segundo a política adotada pela Instituição de Ensino Superior. Para efetivar o desligamento do aluno-pesquisador do Projeto, a Instituição de Ensino Superior ou a Diretoria de Ensino deverá entrar no site e solicitar sua desativação através de opção específica.
O aluno pesquisador será recebido na Unidade Escolar pelo Coordenador Pedagógico
ou o diretor, com o encaminhamento enviado pelo PCOP - (Professor Coordenador da Oficina
Pedagógica), hoje PCNPE (Professor Coordenador do Núcleo Pedagógico) responsável pelo
Bolsa Alfabetização na Diretoria de Ensino.
O Coordenador deverá realizar o controle de frequência do aluno pesquisador e atuar
como mediador entre o professor titular da classe de 1ª série/2º ano do ensino fundamental de
47
nove anos e o aluno pesquisador, visando à qualidade do trabalho pedagógico e o
desenvolvimento do Projeto.
É facultativa a participação do aluno pesquisador na HTPC (Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo), hoje ATPC (atividades do Trabalho Pedagógico Coletivo), conforme Resolução SE 18, de 2-3-2007.
A Resolução abaixo dispõe das diretrizes e compromisso firmado com as Instituições de Ensino Superior, bem como o regulamento e as atribuições do aluno pesquisador:
Resolução SE 18, de 2-3-2007 Dispõe sobre diretrizes e procedimentos para implantação do Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização A Secretária de Estado da Educação, à vista das disposições do Decreto nº 51.627 de 01 de março de 2007 que instituiu o Programa Bolsa Formação Escola Pública e Universidade e considerando que: o primeiro ano da escolaridade obrigatória tem um papel decisivo na vida dos alunos; os institutos de pesquisa e avaliação educacional indicam que os alunos que chegam ao final da 1ª série já alfabetizado tendem a ter maior sucesso nas aprendizagens do Ciclo; as oportunidades oferecidas aos alunos das Instituições de Ensino Superior para que possam vivenciar, em parceria com os professores da rede pública estadual, em sistema de colaboração, a prática de uma escola real, ampliando o significado da teoria que vem estudando no meio acadêmico; resolve: Artigo 1º - Fica instituído o Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização nas escolas da rede pública estadual da cidade de São Paulo com os objetivos de: I. possibilitar o desenvolvimento de conhecimentos e experiências necessários aos futuros profissionais de educação sobre a natureza da função docente no processo de alfabetização dos alunos da 1ª série do Ciclo I; II. apoiar os professores da 1ª série do Ciclo I na complexa ação pedagógica de garantir a aprendizagem da leitura e escrita a todos os alunos ao final do ano letivo. Artigo 2º - A Secretaria da Educação firmará convênio com Instituições de Ensino Superior ou por meio de entidades a elas vinculadas, que sejam incumbidas regimental ou estatutariamente das atividades do ensino, para a proposição e execução de projetos pedagógicos a serem desenvolvidos por alunos com supervisão de professores universitários, nas classes e no horário regular de aula da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, nas escolas da rede estadual de ensino sediadas na cidade de São Paulo.
A proposta de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita elaborada para os anos iniciais do ensino fundamental de nove anos – Alfabetização - propõe uma forma diferenciada de organização pedagógica do trabalho docente nas escolas públicas. Consequentemente, no processo inicial de sua implantação, professores, especialistas e administradores questionam o funcionamento deste novo sistema de ensino.
Essa proposta pedagógica apresenta desafios em torno dos quais se organiza a Alfabetização Inicial, o que implica em mudanças de concepção teórica e metodológica que, para serem viabilizadas, requerem sua devolutiva em ações concretas. A construção dessas ações concretas exige que também se desenvolva um novo profissional, com uma nova identidade, novos saberes e habilidades.
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CAPITULO - 4
REALIDADE ENCONTRADA PELO ALUNO UNIVERSITÁRIO PESQUISADOR NA UNIDADE ESCOLAR
“Já se passaram duas décadas desde a publicação em língua espanhola do livro Los sistemas de escritura em el desarrollo del niño, de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, que em português recebeu o nome de Psicogênese da Língua Escrita. O livro documenta uma investigação que tornou possível pela primeira vez, a descrição do processo de aquisição da língua escrita. É provável que educadores mais jovens, que estão começando agora sua vida profissional, não tenham como avaliar o impacto que as ideias expressas neste livro tiveram na educação brasileira, uma espécie de marco divisor na história da alfabetização”. (Telma Weisz, 1999, Apresentação do livro Psicogênese da Língua Escrita).
As observações de campo bem como a análise dos relatos feitos pelos alunos
pesquisadores permitiram obter interessantes informações.
Ao chegar à Unidade Escolar, nota-se que o aluno pesquisador é bastante esperado
pela maioria dos professores regentes, devido às condições do sistema público de ensino,
sobretudo no que diz respeito ao elevado número de alunos em fase de alfabetização, em cada
sala de aula (trinta estudantes em média).
O aluno pesquisador desempenha um importante papel, sempre subsidiado pelo
professor da sala no atendimento aos alunos, individualmente ou em pequenos grupos. O
trabalho passa a realizar-se de maneira mais eficaz, à medida que as intervenções junto aos
alunos, durante o desenvolvimento das atividades, podem ser realizadas mais constantemente,
favorecendo assim o avanço dos mesmos.
Desta forma, há um grande anseio por parte dos professores, coordenador e diretor da
unidade escolar por este novo profissional, que chega para ajudar e complementar o trabalho
que vinha sendo executado.
Outra expectativa acerca da função do aluno pesquisador relaciona-se à mediação
que este poderia estabelecer, de forma mais assídua, entre a escola e a universidade. O aluno
pesquisador, sendo um estudante universitário, teria a capacidade de encontrar novos
caminhos para solucionar determinados problemas enfrentados pelos professores em sala de
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aula. Caberia a ele fornecer, principalmente, subsídio de cunho didático-metodológico que,
supostamente, seriam ensinados na Instituição de Ensino Superior, para que fossem agregados
à experiência do professor com o intuito de aprimorá-la.
Há casos em que a posição do aluno pesquisador, como um observador, também é
considerada invasiva dentro da sala de aula. Nesta situação, o professor da classe vê o aluno
pesquisador como alguém que poderá criticar o trabalho por ele realizado e levar essa crítica
aos órgãos públicos, em contraposição ao auxílio construtivo que se pretende acrescentar ao
trabalho do professor regente.
Os nomes utilizados a seguir são fictícios. Alguns professores relatam a sua
experiência de trabalhar com o aluno pesquisador em sala de aula; e, por seu turno, esses
comentam a sua experiência com os professores regentes.
A professora Silvia Lopez afirma: “Não consigo trabalhar com uma pessoa me
vigiando o tempo todo; além disso, as crianças ficam dispersas com a presença de mais um
adulto em sala de aula”.
Segundo a professora Marina Nascimento, “o aluno pesquisador me auxilia muito
nos momentos em que preciso dar atenção aos alunos com dificuldade de escrita, enquanto
atendo alguns desses alunos, ela fica com as crianças mais avançadas na leitura e escrita
acompanhando os grupos com atividade de leitura. Já estou atuando em sala de aula com
alunos da 1ª série (2º ano) dos anos iniciais do ensino fundamental de nove anos, desde 2008,
sempre com um aluno pesquisador colaborando em sala de aula, às vezes, como já aconteceu,
ele desiste do programa por não ser o que imaginava”.
A professora Wanda Maria de Jesus, diz: ”Não acredito neste programa. Estou no
magistério há 28 anos e trabalho muito bem do meu jeito. O aluno pesquisador só me
atrapalha, acabo me perdendo com as atividades. Acho que ele só vem bisbilhotar o meu
trabalho e anotar o que faço pra levar pra Secretaria da Educação, mas eu nem ligo”.
A aluna pesquisadora Maria Alice Santos relata que: “Pude perceber que cada
professora tem seu estilo próprio de trabalhar com os mesmos conteúdos, para melhor
aprendizagem dos seus alunos. Esta prática me ajudou a entender melhor a teoria, pois as duas
precisam andar juntas”.
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De acordo com o relato da aluna pesquisadora Filomena Silva: “percebi que os
professores fazem uso da prática tradicional, uso das famílias silábicas como é proposto na
cartilha. Na teoria, as informações que eu recebo dizem que a proposta tradicional dificulta a
assimilação do aluno, que a aprendizagem fica limitada, pois a criança não tem autonomia
para produzir o seu conhecimento. Então, ela passa a reproduzir somente o que lhe é imposto
pela professora”.
A aluna pesquisadora Catarina Medeiros, participou do programa nos anos de 2008,
2009 e 2010; ela traça assim um paralelo quanto à postura profissional e pedagógica das três
professoras que acompanhou. “Em 2008, a professora gostava de cantar e contar histórias,
mas sempre com ajuda dos livros. O livro de atividades laranja do programa ela usou até o
fim, mas não vi a utilização do livro de histórias. Algumas crianças não estavam alfabetizadas
e, como a professora só entrou no meio do ano - pois quem ministrava as aulas, até então, era
uma professora eventual - ela correu com o conteúdo e ficou bem difícil um bom
aproveitamento do programa naquele ano”.
Ainda segundo C. Medeiros, no ano de 2009, “a professora da sala acompanhava a
leitura um dia e no outro era minha vez, ela era maravilhosa, me permitia auxiliar os alunos
em suas atividades, quando necessário. Fazíamos visitas à sala de leitura e gincanas, os alunos
gostavam tanto de leitura que pediram para a professora fazer um teatro de uma história, foi
muito bom”.
Já em 2010, a mesma aluna pesquisadora C. Medeiros, relata: “A professora era um
doce de pessoa e muito atenciosa, mas gostava muito de matemática e, só depois de um bom
tempo, é que ela começou a ler para as crianças. Acredito que ela também gostou de ler, pois
os alunos se mostraram curiosos e pediam todos os dias para a professora ler. Eu sempre
estava auxiliando nas tarefas, passava lição para casa nos cadernos dos alunos, fazia também
as correções e esclarecia dúvidas, quando os alunos perguntavam”.
Em nenhum momento desses relatos, observei um trabalho focado na Concepção
Sócio Construtivista- Interacionista. De acordo com a qual os alunos são protagonistas da sua
aprendizagem, através de uma metodologia ativa em que haja circulação de informação entre
os alunos, privilegiando os trabalhos organizados em agrupamentos produtivos, com
atividades que atendam os diferentes estágios de desenvolvimento da aprendizagem. Neste
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processo, o professor deve ser um mediador fazendo intervenções problematizadoras, visando
ao desequilíbrio das hipóteses do aluno para sua autorregulação, levando-o a avançar.
A aluna Débora Cortez terminou o Bolsa Alfabetização e relata que: “O programa
me deu grande referência para um trabalho real na sala de aula. A Instituição de Ensino
Superior que cursei, deu o embasamento teórico que pude observar nas atividades
desenvolvidas em classe. Fiz uma avaliação de credenciamento no Estado e passei. Hoje
(2012), já estou trabalhando como professora das séries iniciais numa escola estadual desde
2010”.
Nara Ferreira, professora iniciante e que participou do programa Bolsa
Alfabetização, fez a avaliação para credenciamento e foi aprovada. Teve uma classe atribuída
com alunos da 1ª série (2º ano), dos anos iniciais do ensino fundamental de nove anos e relata
que tem se esforçado para alfabetizar os alunos com dificuldades. Ela considera ter aprendido
muito, tanto na instituição de ensino superior como em sala de aula na posição de aluna
pesquisadora.
N. Ferreira continua estudando e tem o apoio do Coordenador Pedagógico da escola:
“Estou gostando de ensinar essas crianças; na verdade, elas é que me ensinam a todo o
momento. Agora é o dia a dia, acredito que chego lá. Quero ser uma educadora de peso, pois
faço o que gosto”.
A professora Beatriz Martins, relata que: “Na escola onde atuei como aluna
pesquisadora, acompanhei um trabalho de alfabetização no qual a professora organizava os
alunos em duplas, de acordo com o resultado do diagnóstico/sondagem. A aula começava com
a rotina na lousa e a leitura da professora. Eram trabalhadas as atividades do programa Ler e
Escrever que os alunos faziam em duplas, para tentar responder as questões da melhor forma
possível.
A professora circulava pela sala e fazia intervenções em algumas duplas, nem todo o
dia na mesma dupla. Os alunos gostavam muito das atividades e o avanço deles era visível.
Eu fazia questão de participar das atividades auxiliando-a com os alunos que já sabiam ler e
escrever, porém com bastante dificuldade. Ela me explicava como trabalhar com as letras
móveis ou com outra atividade, enquanto ela intervia com outros alunos que ainda não
dominavam a escrita. Aprendi muito com esta professora.”
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A ideia do “alfabetizar letrando” fala sobre uma perspectiva de alfabetização bem
mais ampla do que simplesmente ensinar a codificar e decodificar, de acordo com nosso
código de escrita. Letrar é alfabetizar, é um ensino significativo, voltado para os diversos
saberes da sala de aula que são os conhecimentos prévios que os alunos trazem. Faz parte
desse processo ensinar conteúdos procedimentais como o comportamento leitor: ler todos os
dias textos, histórias e jornais, contemplando a rotina da sala de aula.
Os alunos precisam interagir para que haja a Zona de Desenvolvimento Proximal,
conforme Vygotsky, isso acontece através dos agrupamentos produtivos, Deve ser
considerado o diagnóstico dos alunos para desenvolver as potencialidades da leitura e escrita,
através da interação social - trabalho em grupo. O aluno aprende com o outro, na troca de
informações que ampliam seus conhecimentos.
Quando o professor lê, diariamente, para os alunos e promove roda de reconto, as
crianças desenvolvem a oralidade, conhecem as marcas do discurso escrito para reescreverem
a história e, no futuro, podem produzir textos e dominar a leitura e a escrita, utilizando as
práticas sociais.
É possível afirmar que o Bolsa Alfabetização constrói uma ponte importante entre o
ambiente acadêmico e a prática em sala de aula, mantendo um diálogo permanente com os
professores orientadores dos alunos pesquisadores que participam do Programa. Portanto,
além de atuar efetivamente na melhoria das condições de alfabetização oferecidas às crianças
do ensino público paulista, o projeto contribui para a formação de futuros professores para os
anos iniciais do Ensino Fundamental de nove anos.
Os Orientadores dos alunos pesquisadores, são acompanhados mensalmente pela
professora doutora Délia Lerner, que tem o compromisso e a preocupação com a formação
acadêmica voltada para a alfabetização inicial, com uma bibliografia específica do Programa
Ler e Escrever da qual os alunos devem se apropriar.
Antes, o foco da observação do aluno pesquisador era perceber como o professor
ensina uma classe de grande heterogeneidade; atualmente, esse foco está voltado para
perceber como o educando aprende e quais as intervenções mais adequadas para o avanço de
todos os alunos.
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O aluno pesquisador precisa apropriar-se verdadeiramente da concepção sócio-
construtivista interacionista, Para isso, ele deve mudar o foco da aula expositiva - mantendo o
mesmo conteúdo transmitido para toda a sala - por uma aula organizada com rotina de
trabalho, diagnóstico, sondagem, planejamento da aula e distribuição dos alunos.
A tarefa deve acontecer ora em agrupamentos produtivos que se baseiam na junção
de alunos, com hipóteses de escritas próximas, para que haja circulação de informação sob a
intervenção do professor; ora em atividades coletivas ou individuais. Entender que o aluno é o
sujeito da sua aprendizagem que deve ser significativa e ter função social real é o que embasa
essas atividades.
É possível perceber que houve um avanço significativo no olhar dos alunos
universitários pesquisadores, desde o início do Programa Ler e Escrever. A princípio, ficavam
mais atentos ao professor regente do que aos alunos; hoje, o foco mudou voltando-se para a
observação da maneira como o aluno aprende e quais as intervenções mais eficazes, para
propiciar ao aluno a oportunidade de colocar em jogo tudo o que sabe e pensa.
A metodologia da pesquisa exige do aluno pesquisador bastante embasamento
teórico e uma atenção redobrada para registrar os momentos significativos da aprendizagem.
Quanto aos registros das atividades desenvolvidas em sala de aula produzidos por
esses alunos pesquisadores, os mesmos são toda semana discutidos e repensados na
Instituição de Ensino Superior com o seu orientador, principalmente quando o aluno
universitário pesquisador atua numa escola onde o professor regente utiliza o programa com
bastante propriedade. Assim, os alunos pesquisadores começam a perceber a importância da
leitura feita pelo professor, da rotina de leitura e escrita, do ressignificado da cópia e a
produção oral com destino escrito, que são os quatro eixos da pesquisa.
O relatório produzido pelo aluno pesquisador, serve como base para a melhoria da
qualidade de ensino, pois esses dados são utilizados nos encontros entre a FDE (Fundação
para o Desenvolvimento da Educação) e os Orientadores das Instituições de Ensino Superior
e, posteriormente, pela Secretaria de Estado da Educação/ CENP (Centro de Estudos e
Normas Pedagógicas) nas formações destinadas aos professores.
O Programa Ler e Escrever vinculado aos alunos pesquisadores, de maneira geral,
atende à Política Pública atual, a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional),
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pois promove o estudo constante de todos os níveis envolvidos no processo educativo, dentro
e fora da escola, fator imprescindível para melhorar a qualidade da escola pública, garantindo
o direito do educando de exercer uma cidadania consciente no futuro.
Há de se considerar o processo histórico social que vem, ao longo dos séculos,
preocupando-se com o analfabetismo e a alfabetização dos anos iniciais, pois a alfabetização é
o alicerce para os anos de estudo subsequentes, fazendo-se necessário o compromisso político
pedagógico para a qualidade de ensino. A formação acadêmica tem uma parcela de culpa,
quando forma professores sem conhecimento da realidade da sala de aula e com um currículo
ultrapassado.
O Programa Ler e Escrever, em parceria com as IES, tenta sanar algumas lacunas do
processo da formação Acadêmica. Alguns questionamentos em relação á revisão do trabalho
desenvolvido nas IES e nas Unidades Escolares.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve um ponto de partida e um ponto de chegada que alcançou outro
patamar de questionamento e cuja resposta exige a continuidade destes estudos em uma nova
pesquisa.
Seguem-se algumas perguntas suscitadas por esta pesquisa:
• A Instituição/Faculdade consegue sanar a diferença de formação do aluno universitário
pesquisador que não encontra na sala de aula a didática de alfabetização no trabalho do
professor regente?
• De que maneira o aluno universitário pesquisador deve avançar na sua pesquisa?
• Como está sendo a formação desses alunos pesquisadores com a prática na sala de aula
em relação à teoria estudada na Instituição/Faculdade?
• Esses alunos pesquisadores percebem avanços na sua formação acadêmica?
• Os alunos pesquisadores entendem a importância do Ensino da Leitura e escrita como
prática social?
• Os alunos pesquisadores consideram outros desdobramentos da alfabetização, tais
como: a) Percebem os agrupamentos produtivos como importante interação social para
as crianças/jovens em processo de alfabetização? b) Valorizam a leitura diária do
professor como fator de desenvolvimento da oralidade dos alunos, melhorando sua
comunicação? c) Reconhecem a dupla conceitualização do trabalho que praticaram e
desenvolveram ao longo do Bolsa Alfabetização?
• Existe a possibilidade de melhorar a formação do professor dos anos iniciais do
Ensino Fundamental de nove anos, após sua participação como aluno pesquisador, ou
seja, como o aluno pesquisador pode continuar se aprimorando?
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• Como solucionar a formação do aluno pesquisador que assume uma sala de aula com
um professor que não aceita utilizar o material proposto e a concepção de ensino atual
e ainda tem dificuldade para alfabetizar e atender todos os alunos?
Não poderia considerar essa dissertação completa sem colocar aqui a minha
experiência profissional de mais de vinte e cinco anos com alfabetização.
Tendo como base as questões acima, tentarei - a título de enriquecimento - mostrar a
fonte inesgotável de aprendizagem que representa uma sala de aula. A partir do meu
“microcosmo” responderei aos questionamentos levantados, como uma contribuição para os
professores que estão chegando à Rede Pública.
A Instituição/Faculdade poderá sanar a diferença de formação do aluno universitário,
desde que ela também se comprometa em contratar profissionais competentes para orientar
seus alunos sobre a Didática da Alfabetização. A Universidade precisa abrir-se para a
importância de um trabalho vinculado com a teoria/prática em sala de aula, postura essencial
na realidade de hoje.
O aluno pesquisador somente avançará em suas pesquisas dentro da Didática da
Alfabetização, trabalhando e entendendo a concepção de ensino Sócio-Construtivista
Interacionista, o que está disponível para ele no amplo universo bibliográfico do programa
Ler e Escrever, em todo estado de São Paulo.
O aluno pesquisador deverá aprofundar-se em seus estudos e pesquisas procurando
entender que o aluno é protagonista de sua aprendizagem - como comprovado pelos trabalhos
de tantos educadores renomados. Com este olhar, ele saberá respeitar os ritmos de cada
aprendiz; poderá conhecer as hipóteses de escrita de todos os alunos, para fazer uma
intervenção precisa com os agrupamentos produtivos.
É fundamental que saiba envolver os alunos com práticas sociais reais, utilizando a
leitura do professor como modelo de leitor e desenvolver momentos de rodas: literárias, de
jornal, de reconto e de conversa, entre outros, a fim de desenvolver a oralidade nos alunos,
sempre utilizando a contribuição do seu orientador da Instituição.
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O aluno pesquisador só poderá entender como a aprendizagem do aluno realmente se
dá, fazendo o papel de aluno; para isso, há algumas atividades desafiadoras que seriam a
dupla conceitualização.
Assim, o aluno pesquisador entenderá realmente a teoria estudada na
Instituição/faculdade por meio da prática em sala de aula.
Muitos alunos pesquisadores (nem todos, conforme os relatos citados) percebem que
os avanços na sua formação acadêmica só acontecem por conta da prática em sala de aula.
Eles reconhecem que somente ali, podem ver como o aluno aprende; ao mesmo tempo em que
o grupo reunido favorece a formação de leitores competentes, posto que para isso seja
necessário ensinar a leitura e a escrita como prática social.
O professor é um profissional de suma importância na sociedade - tanto quanto os
médicos, os vendedores e os agricultores; todos constroem a sociedade e caminham para a
evolução da civilização.
O aluno pesquisador precisa saber que ele estará ensinado a criança para a vida e,
para isso, o ponto principal da sua caminhada acadêmica deve ser a sua formação continuada.
Assim como todas as profissões são importantes na vida dos seres humanos, o
educador tem uma responsabilidade a mais: ele é um modelo vivo dentro da sala de aula é um
formador de opinião, de postura e de caráter. O profissional de educação deve começar a
resgatar o respeito que o “Ofício de Mestre” merece, ainda mais numa era onde a informação
é primordial neste mundo globalizado.
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ANEXOS
Anexo- I
Fundamentos legais do Projeto Aluno Universitário Pesquisador.
Resolução SE - 83, de 4-12-2007
Dispõe sobre a expansão do Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na
Alfabetização.
A Secretária de Estado da Educação, considerando que o Decreto nº. 51.627, de 1º de
março de 2007, instituiu o Programa Bolsa Formação Escola Pública e Universidade,
introduzindo, em caráter de colaboração, a participação e vivência de alunos das Instituições
de Ensino Superior na prática pedagógica de sala de aula, junto aos professores da rede
pública estadual; essa vivência propicia a oportunidade ímpar de conhecimento da realidade
do contexto escolar, como também a possibilidade de relacionamento entre teoria acadêmica e
prática; alunos que chegam ao final da 1ª série, já alfabetizados, conforme atestam institutos
de pesquisa e avaliação educacional tendem ao sucesso nas aprendizagens dos Ciclos;
Resolve:
Artigo 1º - O Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização – Bolsa
Alfabetização, mantido nas escolas da rede pública estadual do Município de São Paulo, será
expandido, de maneira gradual, para os Municípios da Região Metropolitana de São Paulo, a
partir de 2008 e, para o Interior do Estado, a partir de 2009, objetivando:
I. possibilitar o desenvolvimento de experiências e conhecimentos necessários aos
futuros profissionais de Educação, sobre a natureza da função docente no processo de
alfabetização dos alunos da 1ª série - ciclo I do Ensino Fundamental;
II. apoiar os professores de 1ª série do Ciclo I, na complexa ação pedagógica de
garantir a aprendizagem da leitura e escrita a todos os alunos.
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Artigo 2º - A Secretaria da Educação firmará convênio com Instituições de Ensino
Superior ou com entidades a elas vinculadas, que sejam incumbidas regimental ou
estatutariamente das atividades do ensino, para a proposição e execução de projetos de
pesquisa a serem desenvolvidos por alunos, com supervisão de professores universitários, nas
classes e no horário regular de aula da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, nas escolas
da rede estadual de ensino sediadas no Estado de São Paulo.
§ 1º - Poderão inscrever-se para o Projeto, as Instituições de Ensino Superior – IES
sediadas no Estado de São Paulo, que possuam cursos devidamente autorizados e/ou
reconhecidos:
1 - nas áreas de Pedagogia, com habilitação para magistério de 1ª a 4ª série ou Letras
com habilitação para o magistério, desde que os alunos estejam cursando o 2º semestre; ou
2 - de pós-graduação, que contemplem disciplinas da área pedagógica voltadas para
a metodologia de ensino.
§ 2º - No ato de inscrição, as IES deverão apresentar a seguinte documentação:
1.cópia autenticada do Contrato Social ou Estatuto e a última ata e constituição da diretoria
vigente;
2. inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ;
3. portarias de autorização ou reconhecimento do MEC ou do Conselho Estadual de
Educação dos cursos disponibilizados para o Projeto;
4. certidão de regularidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
5. certidão negativa de débito no INSS.
§ 3º - As IES habilitadas deverão apresentar Plano de Trabalho, nos moldes a serem
definidos no Regulamento do Bolsa Alfabetização, contendo projeto de pesquisa com
metodologia participativa, conforme roteiro descrito no Anexo I desta resolução.
§ 4º - A Equipe de Gestão Institucional do Bolsa Alfabetização, instituída pela
Resolução SE nº 22 de 29 de março de 2007, será responsável pela análise e aprovação dos
Planos de Trabalho apresentados pelas Instituições de Ensino Superior.
64
Art. 3º - Caberá à Secretaria de Estado da Educação, por intermédio da Fundação
para o Desenvolvimento da Educação - FDE:
I. repassar, mensalmente, os valores estipulados para custeio das despesas oriundas
da execução do convênio, nos termos estipulados no instrumento respectivo;
II. acompanhar e avaliar os projetos de pesquisa e atividades de ensino desenvolvidos
pelas IES parceiras;
III. promover debates, seminários para divulgação de resultados, troca de
experiências, avaliação entre os parceiros do projeto;
IV. divulgar, juntamente com as IES, conteúdos significativos produzidos pela
parceria.
Art. 4º - Caberá às Instituições de Ensino Superior:
I. indicar professores orientadores, responsáveis pela execução do Plano de Trabalho,
no que concerne ao acompanhamento do projeto de pesquisa e às atividades dos
alunos/pesquisadores, bem como ao desenvolvimento das competências acadêmicas expressas
no Anexo II desta resolução;
II. indicar um interlocutor administrativo, responsável por representar a Instituição
perante a Secretaria da Educação, para esclarecimentos e encaminhamentos operacionais;
III. selecionar os alunos inscritos, conforme critérios estabelecidos no Regulamento;
IV. apoiar e acompanhar a qualidade do trabalho desenvolvido pelo professor
orientador, subsidiando-o no desenvolvimento do projeto de pesquisa, junto aos alunos
pesquisadores, nas unidades escolares;
V. participar de reuniões junto à Secretaria da Educação, quando solicitado.
VI. assegurar a frequência dos alunos pesquisadores;
VII. substituir os alunos que não cumprirem o Regulamento do Projeto;
VIII. atender a todas as disposições do Regulamento do Projeto.
Art. 5º - Caberá ao aluno pesquisador, sob a supervisão de seu professor orientador:
65
I. auxiliar o professor regente na elaboração de diagnósticos pedagógicos de alunos;
II. planejar, em conjunto com o professor regente, atividades complementares de
leitura e escrita para os alunos;
III. executar, em comum acordo com o professor regente, atividades didáticas
destinadas aos alunos, individualmente ou em grupo;
IV. cumprir outras atribuições previstas no Regulamento do Projeto.
Parágrafo único - O aluno pesquisador deverá realizar atividades na classe/turma da
1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, em 4 (quatro) horas diárias, de 2ª a 6ª feira,
incluindo nestas a participação em 2 (duas) horas semanais no Horário de Trabalho
Pedagógico Coletivo - HTPC, nos termos do Regulamento do Projeto.
Art. 6º - Em decorrência da expansão do Bolsa Alfabetização, serão oferecidas vagas
em classes/turmas da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, nas escolas
da rede pública estadual sediadas na Capital, nos Municípios da Região
Metropolitana de São Paulo e, a partir de 2009, no Interior do Estado.
Art. 7º - As vagas de que trata o artigo anterior serão distribuídas entre as IES
selecionadas de acordo com os seguintes critérios:
I. adequação do Plano de Trabalho em relação às diretrizes propostas pelo Bolsa
Alfabetização;
II. localização geográfica das unidades das IES, de modo a favorecer o atendimento
do número de classes das Diretorias Regionais de Ensino;
III. quantidade de alunos aptos a participarem do Projeto Bolsa Alfabetização, de
acordo com os requisitos estabelecidos no Regulamento do Projeto;
IV. índice de desempenho no ENADE.
Art. 8º - Caberá à Equipe de Gestão Institucional definir o período de
encaminhamento dos alunos, respeitando o calendário escolar da rede pública estadual.
66
Art. 9º - Os projetos de pesquisa e atividades de ensino deverão ser desenvolvidos ao
longo do ano letivo, obedecido o calendário escolar, incluindo o mês de julho.
Art. 10 - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
ROTEIRO DE PESQUISA
Os alunos participantes do programa Bolsa Alfabetização, em 2008, elaborarão, sob
orientação de seus respectivos professores orientadores, um projeto de pesquisa a ser
desenvolvido nas escolas nas quais atuam, como alunos pesquisadores.
O projeto deverá conter os seguintes itens:
a) resumo: indicação dos principais aspectos que serão desenvolvidos durante a
pesquisa;
b) introdução/justificativa: justificar a importância da escolha do tema e suas
relevâncias social e didática.
c) objetivos: deixar claro a que se destinam as metas pensadas e propostas;
d) revisão bibliográfica: é importante que os alunos leiam e se apropriem da
bibliografia que aborda o tema a ser pesquisado;
e) procedimentos metodológicos: o caminho que os alunos percorrerão para a
realização da pesquisa, decidindo se ela será só bibliográfica ou também empírica.
f) cronograma: organização do tempo para otimização das etapas da pesquisa;
g) bibliografia: apresentar no projeto, pelo menos 3 ou 4 livros lidos e já fichados, e
2 ou 3 sites, constando o endereço, data e horário da visita, sobre o tema escolhido.
Para o acompanhamento do projeto apresentado, os alunos farão um relatório
semestral, registrando o andamento da pesquisa, que será analisado pelo professor orientador
nas respectivas IES.
Os seguintes itens constarão do relatório:
• Instituição;
67
• Nome do aluno;
• Nome do professor orientador; nome da pesquisa; síntese das atividades
desenvolvidas nos semestres de 2008; dificuldades encontradas; levantamento
bibliográfico realizado; objetivos constantes do projeto que se conseguiu cumprir.
“AS LINHAS DE PESQUISA QUE DEVEM ESTAR DE ACORDO COM A CONCEPÇÃO DE APRENDIZAGEM QUE SÃO DISCUTIDAS COM A REDE
ESTADUAL DE ENSINO DE SÃO PAULO E COM A FORMAÇÃO DO PROGRAMA LER E ESCREVER”:
Os alunos pesquisadores deverão desenvolver temas para desenvolver a pesquisa.
a) A sala de aula como ambiente alfabetizador.
b) Sala de leitura como espaço de formação de leitores.
c) A rotina de leitura e escrita na sala de aula.
d) Hipóteses de escrita.
e) Hipótese de leitura.
f) Leitura feita pelo professor e as aprendizagens dos alunos.
g) Leitura feita pelo aluno antes de saber ler convencionalmente.
h) Leitura feita pelo aluno quando ainda é inexperiente na leitura.
i) Atividades didáticas de sistema de escrita: leitura e escrita.
j) Agrupamentos dos alunos segundo suas hipóteses de escrita.
k) A relação da avaliação e a intervenção didática.
l) Produção de textos.
m) Didática da linguagem escrita.
n) Revisão de textos.
o) Modalidades organizativas de conteúdos: projetos, sequências, atividades
permanentes.
68
p) Práticas tradicionais - cópia e ditado: como trabalhar com essas atividades
tornando-as boas situações de aprendizagem.
ORIENTAÇÕES GERAIS
Aspectos a serem considerados para a elaboração de projeto de pesquisa:
O leitor deste projeto será professor orientador dos alunos nas IES. A pesquisa
poderá ser realizada em grupos.
Sugerimos que, caso a pesquisa seja feita em grupos, que o máximo de participantes
seja seis. Essa é uma decisão a ser tomada pela instituição.
O acompanhamento do desenvolvimento da pesquisa a ser feita pelos alunos deverá
ser realizada pelo professor orientador.
A escola em que o aluno atua como aluno pesquisador deverá receber o relatório
final da pesquisa feita por ele ou pelo seu grupo.
As horas destinadas à pesquisa dos alunos podem ser computadas pela instituição, na
carga horária do curso, conforme as DCN- Pedagogia/Resolução CNE/CP Nº1, de
15/05/2006, que institui no Art. 7º, parágrafo III- “100 horas de atividades teórico práticas de
aprofundamento em áreas específicas de interesse dos alunos, por meio da iniciação científica,
da extensão e da monitoria”.
Para o Curso de Letras, as Diretrizes-Letras também contemplam, na formação dos
alunos, além do conteúdo da língua como objeto de estudo, a pesquisa e a extensão, portanto,
elas propõem a articulação constante entre ensino, pesquisa e extensão.
Respeitadas, então, as diretrizes e as horas utilizadas pelos alunos na pesquisa
realizada, essas podem ser computadas nas atividades acadêmicas curriculares - consideradas
relevantes para que o estudante adquira competências e habilidades necessárias a sua
formação, segundo as DCN do Curso de Letras.
COMPETÊNCIAS ACADÊMICAS
Respeitadas as Diretrizes Curriculares dos cursos de Pedagogia e de Letras, de onde
provêm os alunos pesquisadores atuantes nas escolas estaduais da Capital e Grande São
69
Paulo, é importante que esses, nos horários de supervisão pedagógica com os seus respectivos
professores orientadores, sejam capazes de:
a) aprender a concepção de aprendizagem adotada, bem como o modelo de ensino
em que o Programa Ler e Escrever está fundamentado;
b) ser leitores e produtores de textos;
c) estudar a psicogênese da língua escrita;
d) discutir as situações didáticas - condições gerais e específicas de aprendizagem;
e) entender a sondagem como avaliação inicial dos alunos para saberem o que
sabem. O ensino do professor deve partir daquilo que os alunos sabem e não do que ainda não
sabem;
f) conhecer e discutir a Didática da Alfabetização;
g) aprender a heterogeneidade;
h) aprender os gêneros textuais - seus usos e finalidades;
i) discutir o papel fundamental da intervenção pedagógica;
j) estudar, analisar e avaliar as teorias da educação, a fim de elaborar propostas
educacionais que favoreçam as condições de aprendizagem;
k) aprender a trabalhar em equipe, estabelecendo diálogo entre os sujeitos envolvidos
na unidade escolar: professor, aluno, professor-coordenador, diretor; na IES, estabelecer
diálogo com professor orientador e entre os pares;
l) discutir questões atinentes à ética no contexto do exercício profissional;
m) aprender avaliação processual;
n) aprender a fazer uso do instrumento do registro como fonte de organização e
planejamento;
o) diferenciar atividades de boas situações de aprendizagem.
70
ANEXO - II
Resolução SE-90, de 8-12-2008
A Secretária de Estado da Educação, considerando que:
- O Decreto nº. 51.627, de 1º de março de 2007, instituiu o Programa Bolsa
Formação Escola Pública e Universidade, introduzindo, em caráter de colaboração, a
participação e vivência de alunos das Instituições de Ensino Superior, na prática pedagógica
de sala de aula, junto aos professores da rede pública estadual e municipal;
- Essa vivência propicia a oportunidade ímpar de conhecimento da realidade do
contexto escolar, como também a possibilidade de relacionamento entre teoria acadêmica e
prática;
- Alunos que chegam ao final da 1ª série, já alfabetizados, conforme atestam
institutos de pesquisa e avaliação educacional, tendem ao sucesso nas aprendizagens dos
Ciclos; resolve:
Artigo 1º
O Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização – Bolsa
Alfabetização, mantido nas escolas da rede pública estadual da Capital e Grande São Paulo -
COGSP, será expandido para as unidades escolares do Interior do Estado - CEI, a partir de
2009, objetivando:
I. possibilitar o desenvolvimento de experiências e conhecimentos necessários aos
futuros profissionais de Educação, sobre a natureza da função docente no processo de
alfabetização dos alunos da 1ª série - ciclo I do Ensino Fundamental;
II. apoiar os professores de 1ª série do Ciclo I, na complexa ação pedagógica de
garantir a aprendizagem da leitura e escrita a todos os alunos.
71
Artigo 2º
A Secretaria da Educação firmará convênio com Instituições de Ensino Superior ou
com entidades a elas vinculadas, que sejam incumbidas regimental ou estatutariamente das
atividades do ensino, para a proposição e execução do Plano de Trabalho, devidamente
aprovado pela Equipe de Gestão Institucional.
§ 1º - Poderão inscrever-se para o Projeto, as Instituições de Ensino Superior - IES
sediadas no Estado de São Paulo, que possuam cursos presenciais devidamente autorizados
e/ou reconhecidos nas áreas de Pedagogia, com habilitação para magistério de 1ª a 4ª série ou
Letras com habilitação para o magistério, desde que os alunos estejam cursando a partir do 2º
semestre;
§ 2º - No ato de inscrição, as IES deverão apresentar a seguinte documentação:
1.cópia autenticada do Contrato Social e última alteração ou Estatuto e a última ata e
constituição da diretoria vigente;
2. inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ;
3. portarias de autorização ou reconhecimento do MEC ou do Conselho Estadual de
Educação dos cursos disponibilizados para o Projeto;
4. certidão de regularidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
5. Certidão negativa de débito no INSS.
§ 3º As IES deverão apresentar Plano de Trabalho, nos moldes definidos no
Anexo II desta Resolução.
§ 4º - A Equipe de Gestão Institucional do Bolsa Alfabetização, instituída pela
Resolução SE - 91, de 08-12-2008, será responsável, dentre outras atribuições, por analisar e
aprovar os Planos de Trabalho apresentados pelas Instituições do Ensino Superior.
§ 5º As IES habilitadas deverão abrir conta bancária no Banco Nossa Caixa, e
exclusiva para operações exclusivas do projeto.
72
Artigo 3º
Caberá à Secretaria de Estado da Educação, por intermédio da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação - FDE:
I. repassar os valores estipulados para custeio das despesas oriundas da execução do
convênio, nos termos estipulados no instrumento respectivo;
II. orientar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento do programa em conformidade
com o Plano de Trabalho aprovado;
III. promover debates, seminários para divulgação de resultados, troca de
II. orientar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento do programa em conformidade
com o Plano de Trabalho aprovado;
III. promover debates, seminários para divulgação de resultados, troca de
experiências, avaliação entre os parceiros do projeto;
IV. divulgar, juntamente com as IES, conteúdos significativos produzidos pela
parceria.
Artigo 4º
Caberá às Instituições de Ensino Superior:
I. indicar professores orientadores, para acompanhamento da execução do Plano de
Trabalho, e orientação dos alunos em suas pesquisas, observando o Anexo I desta resolução;
II. indicar um interlocutor administrativo, responsável por representar a Instituição
perante a Secretaria da Educação, para esclarecimentos e encaminhamentos operacionais;
III - garantir a participação do orientador e do interlocutor, em reuniões mensais ou
sempre que solicitados, junto à equipe de gestão institucional;
IV. selecionar os alunos inscritos, conforme critérios estabelecidos no Regulamento;
V. apoiar e acompanhar a qualidade do trabalho desenvolvido pelo professor
orientador, subsidiando-o no desenvolvimento do Plano de Trabalho, junto aos alunos
pesquisadores;
73
VI. participar de reuniões junto à Secretaria da Educação, quando solicitado;
VII. assegurar a frequência dos alunos pesquisadores;
VIII. substituir os alunos que não cumprirem o Regulamento do Projeto;
IX. atender a todas as disposições do Regulamento do Projeto, dando efetivo
cumprimento ao Plano de Trabalho;
Artigo 5º
Caberá ao aluno pesquisador, sob a supervisão de seu professor orientador:
I. auxiliar o professor regente na elaboração de diagnósticos pedagógicos de alunos;
II. planejar e executar, em comum acordo com o professor regente, atividades
didáticas destinadas aos alunos, individualmente ou em grupo;
III. escolher, em conjunto com o professor orientador, o tema para o
desenvolvimento da pesquisa de acordo com o Anexo I desta Resolução;
IV. cumprir outras atribuições previstas no Regulamento do Projeto e no anexo I
desta Resolução.
§ 1º - O aluno pesquisador deverá realizar atividades, na unidade escolar onde atua,
em 20 horas semanais, de 2ª. a 6ª. feira, como segue:
1 -18 (dezoito) horas em classe de 1ª série do ciclo I do Ensino Fundamental, sendo
04 (quatro) horas diárias, sempre com o professor regente;
2 -02 (duas) horas em Hora de Trabalho Pedagógico Coletivo - HTPC, realizado na
unidade escolar, conforme Regulamento do Projeto;
§ 2º - Na impossibilidade da participação em HTPC, o aluno deverá cumprir as 20
horas na classe de 1ª. série, junto com o professor regente.
Artigo 6º
74
As vagas em classes/turmas da 1ª. Série do Ciclo I do Ensino Fundamental das
escolas da CEI e da COGSP serão distribuídas entre as IES selecionadas de acordo com os
critérios:
I. adequação do Plano de Trabalho em relação às diretrizes propostas pelo Bolsa
Alfabetização;
II. localização geográfica das unidades das IES, de modo a favorecer o atendimento
do número de classes das Diretorias Regionais de Ensino;
III. quantidade de alunos aptos a participarem do Projeto Bolsa Alfabetização, de
acordo com os requisitos estabelecidos no Regulamento do Projeto.
Artigo 7º
Caberá à Equipe de Gestão Institucional definir o período de encaminhamento dos
alunos, respeitando o calendário escolar da rede pública estadual de ensino.
Artigo 8º
O plano de trabalho deverá ser desenvolvido ao longo do ano letivo, obedecido o
calendário escolar, incluindo o mês de julho, e revisado anualmente.
Artigo 9º
Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário, em especial os artigos 2º a 5º e 7º a 9º da Res. SE nº 83/2007.
75
ANEXO - III
PROJETO PEDAGÓGICO DO PROJETO BOLSA ALFABETIZAÇÃO
O Programa Ler e Escrever nasceu com o compromisso de fazer frente aos baixos
índices de alfabetização no estado de São Paulo. A meta é alfabetizar 100% das crianças da
rede estadual até 2010. Como estratégia, a Secretaria de Educação, Juntamente com a FDE,
produziu um conjunto de materiais de apoio para o aluno e para o professor do 1º a 5º ano e
desenvolve um programa de formação continuada que visa acompanhar o trabalho pedagógico
das escolas, por meio do coordenador pedagógico, do gestor escolar e da equipe de
formadores de todas as diretorias do Estado.
O Projeto Bolsa Alfabetização nasceu do mesmo compromisso e tem a missão de:
Cumprir determinados objetivos estratégicos do Programa Ler e Escrever, enfocando
as iniciativas empreendidas no 1º ciclo do Ensino Fundamental - etapa decisiva na vida dos
alunos e hipóteses próprias, como etapas rumo à compreensão da escrita alfabética. Tal como
Délia Lerner, compreende-se que o problema a ser resolvido “deve ter sentido no campo de
conhecimento dos alunos, porém não deve ser resolúvel só a partir dos conhecimentos que as
crianças já possuem. Em outras palavras, uma situação problemática tem de permitir que os
alunos ponham em prática os esquemas de assimilação que já construíram e interpretam, a
partir dos mesmos, porém estes conhecimentos prévios não devem ser suficientes para
resolvê-la: a situação deve exigir a construção de novos conhecimentos ou de novas relações
entre os já elaborados. Também é conveniente que o problema seja rico e aberto, que coloque
os alunos diante da necessidade de tomar decisões que lhes permitam escolher procedimentos
ou caminhos diferentes. (Douady, 1986; Inhelder, 1992)2”.
O marco conceitual das concepções de ensino e de aprendizagem também deve
embasar as estratégias de trabalho na formação de professores: entende-se que os alunos-
pesquisadores também são sujeitos de suas aprendizagens profissionais e que isso se faz no
enfrentamento de situações homólogas àquelas vivenciadas pelos professores titulares. Os
alunos-pesquisadores são entendidos como sujeitos históricos que carregam visões de mundo
próprias, mediados em maior ou menor grau pela cultura escolar. São também sujeitos da
própria aprendizagem e constroem conhecimentos sobre o que é ser professor, o que e como
76
se ensina, nos diferentes contextos e nas interações de que participam, não só nas escolas em
que atuam, mas, principalmente, na comunidade de sua IES.
Marco conceitual
Nesse programa, compreende-se a Língua Portuguesa como conhecimento que se
organiza, se reproduz e se recria nas diferentes práticas sociais de leitura e de escrita. Os
propósitos são determinantes do modo de se ler, tanto quanto são determinantes das
características do texto a ser produzido, as intenções de quem escreve. Estar alfabetizado
significa saber mais do que decodificar textos simples, sabendo usar, de modo autônomo, os
recursos da sua própria língua, por meio da leitura e da escrita, nos diferentes gêneros.
Nota-se que o uso de cartilhas e de métodos prontos não se mostraram eficientes para
a conquista dos níveis mais avançados de avaliação. Isso ocorre porque tais métodos não
consideram o modo próprio como os alunos pensam e se esforçam para construir
conhecimentos sobre a escrita. Não levam os alunos para além da simples decodificação de
palavras isoladas e frases simples, portanto, não cumprem o propósito de apresentar a língua
na sua real complexidade como objeto social de conhecimento.
Sabe-se hoje que os alunos pensam sobre a escrita e desenvolvem complexas
hipóteses para explicar as regularidades do sistema, mas tais conhecimentos não surgem
espontaneamente: entende-se que a escola e o professor, em especial, são os responsáveis por
inserir os alunos no universo da cultura escrita, compartilhando suas diferentes práticas. O
acesso às práticas leitoras e escritoras são condições para quaisquer possibilidades de
construção de conhecimentos sobre a língua. Isso significa afirmar que para que haja
aprendizagens nesse campo, é preciso que o aluno vivencie práticas de leitura e escrita
significativas ao longo do 1º ciclo.
Para o sucesso dessa alfabetização, é necessário manter uma rotina de leitura e de
escrita na escola e desenvolver projetos e sequências didáticas que permitam aos alunos
refletir sobre o funcionamento do sistema de escrita, sobre os usos e funções da língua e sobre
as especificidades da linguagem que se escreve.
Parte-se de uma concepção de aprendizagem construtivista que considera o aluno
como sujeito de sua própria aprendizagem, pois, ele aprende nas mais diferentes situações nas
quais é chamado a resolver problemas significativos que lhe demandem elaborar ideias. As
singularidades do sujeito pesquisador e as necessidades práticas do programa definem o
escopo teórico-prático do projeto, tomando para si os princípios da metodologia qualitativa
77
participativa como a mais adequada aos propósitos de apoiar as salas de aula do ciclo I e seus
professores titulares. A pesquisa qualitativa permitirá aos alunos-pesquisadores conhecer
como as práticas pedagógicas podem ser mediadas por conhecimentos sobre a didática da
língua, em funcionamento em contextos reais de sala de aula.
78
ANEXO - IV
Resolução SE 18, de 2-3-2007.
A Secretária de Estado da Educação, à vista das disposições do Decreto nº 51.627 de
01 de março de 2007 que instituiu o Programa Bolsa Formação Escola Pública e Universidade
e considerando que: o primeiro ano da escolaridade obrigatória tem um papel decisivo na vida
dos alunos; os institutos de pesquisa e avaliação educacional indicam que os alunos que
chegam ao final da 1ª série já alfabetizado tendem a ter maior sucesso nas aprendizagens do
Ciclo; as oportunidades oferecidas aos alunos das Instituições de Ensino Superior para que
possam vivenciar, em parceria com os professores da rede pública estadual, em sistema de
colaboração, a prática de uma escola real, ampliando o significado da teoria que vem
estudando no meio acadêmico; resolve:
Artigo 1º - Fica instituído o Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na
Alfabetização nas escolas da rede pública estadual da cidade de São Paulo com os objetivos
de:
I. possibilitar o desenvolvimento de conhecimentos e experiências necessários aos
futuros profissionais de educação sobre a natureza da função docente no processo de
alfabetização dos alunos da 1ª série do Ciclo I;
II. apoiar os professores da 1ª série do Ciclo I na complexa ação pedagógica de
garantir a aprendizagem da leitura e escrita a todos os alunos ao final do ano letivo.
Artigo 2º - A Secretaria da Educação firmará convênio com Instituições de Ensino
Superior ou por meio de entidades a elas vinculadas, que sejam incumbidas regimental ou
estatutariamente das atividades do ensino, para a proposição e execução de projetos
pedagógicos a serem desenvolvidos por alunos com supervisão de professores universitários,
nas classes e no horário regular de aula da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, nas
escolas da rede estadual de ensino sediadas na cidade de São Paulo.
1º - Poderão inscrever-se para o Projeto as Instituições de Ensino Superior - IES
sediadas na Região Metropolitana de São Paulo, que possuam cursos de Pedagogia, com
habilitação de magistério de 1ª a 4ª série; Normal Superior, com habilitação de magistério de
79
1ª a 4ª série; Letras, com habilitação para o magistério e alunos de pós-graduação, cursando
disciplinas da área pedagógica voltadas para metodologia de ensino.
2º - Os projetos, como metodologia participativa, deverão ser apresentados pelas IES
parceiras, em Plano de Trabalho, contendo:
I. Orientações para o trabalho dos alunos pesquisadores, formas de acompanhamento,
formação e avaliação, conforme expectativas de competências acadêmicas contidas em Anexo
que integra esta resolução;
II. Quantidade inicial de classes/turmas para o desenvolvimento do projeto;
III. Planilha de custos, que demonstre a previsão da aplicação dos recursos a serem
repassados pela Secretaria da Educação;
IV. Dados cadastrais da Instituição.
Art. 3º - A Comissão Técnica para análise dos Projetos apresentados pelas
Instituições de Ensino Superior será designada pela Secretária de Estado da Educação.
Art. 4º - Caberá à Secretaria Estadual de Educação, por meio da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação - FDE:
I. Repassar os valores estipulados mediante a aferição do controle feito pelas IES da
frequência dos alunos pesquisadores nas atividades de cada projeto,
II. Acompanhar e avaliar os projetos desenvolvidos pelas IES parceiras
III. Promover debates, seminários para divulgação de resultados, troca de
experiências, avaliação entre os parceiros do projeto
IV. Divulgar, juntamente com as IES, conteúdos significativos produzidos pela
parceria
Art. 5º - Caberá às Instituições de Ensino Superior:
I. Indicar professores orientadores que serão responsáveis pela construção e
acompanhamento dos projetos e pelas atividades dos alunos/pesquisadores
80
II. Indicar um aluno regularmente matriculado e frequente, para atuar em cada classe
da 1ª série do Ciclo I, de acordo com o número de vagas solicitadas e conforme lista de
escolha de vagas oferecidas pela Secretaria da Educação
III. Controlar a frequência dos alunos e substituí-los quando a frequência nas
atividades de pesquisa for inferior a 80% no mês
IV. Garantir que o aluno que se desligue do curso durante o projeto seja substituído
V. Enviar relatórios mensais com a frequência dos alunos pesquisadores de cada uma
das turmas/classes
VI. Apresentar relatórios, quando solicitado pela Secretaria da Educação, sobre a
implementação do Projeto e acompanhamento e avaliação dos trabalhos desenvolvidos pelos
alunos
VII. Participar de reuniões junto à Secretaria da Educação, quando solicitado
Art. 6º - Caberá ao aluno pesquisador, em comum acordo com o professor regente da
classe e sob a supervisão de seu professor orientador da Instituição de Ensino Superior:
I. Participar da elaboração de diagnósticos pedagógicos de alunos;
II. Planejar atividades complementares de leitura e escrita para os alunos;
III. Executar atividades didáticas para indivíduos ou grupo de alunos;
IV. Participar das reuniões com orientadores das IES, sempre que convocado.
1º - O aluno pesquisador deverá realizar 4 (quatro) horas diárias de atividades na
classe/turma da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental.
2º - A compensação das horas correspondentes ao período do recesso escolar de
julho será efetivada pelos alunos pesquisadores durante o período letivo, participando de
reuniões pedagógicas e de formação dos professores da 1ª série que acontecerem na unidade
de ensino ou na diretoria de ensino.
81
Art. 7º - em 2007 serão oferecidas 3.260 vagas em classes/ turmas da 1ª série do
Ciclo I do Ensino Fundamental, nas escolas da rede pública estadual sediadas na cidade de
São Paulo.
Art. 8º - As vagas de que trata o artigo anterior serão distribuídas entre as IES
selecionadas de acordo com os seguintes critérios:
Aprovação do Plano de Trabalho com as orientações expressas nesta resolução.
I. Análise do Projeto Pedagógico de formação de professores da IES. Matriz ou grade
Curricular de formação do curso superior que contemple disciplinas e/ou Programas voltados
para alfabetização.
Art. 9º - Os projetos deverão ser desenvolvidos a partir de 02/04/2007 até o dia
31/12/2007, incluindo o mês de julho.
Art. 10 - Será repassada para as instituições selecionadas a quantia mensal de R$
500,00 (quinhentos reais) para cada turma/classe de sua responsabilidade no projeto,
conforme segue:
1º - Os valores correspondem ao período entre o 1º dia do mês e o último, devendo o
repasse ser proporcional ao efetivo período de execução do convênio.
2º - Os repasses destinam-se ao pagamento de bolsa auxílio aos alunos
pesquisadores, retribuição aos professores orientadores do projeto, encargos legais e demais
despesas indicadas no Plano de Trabalho pela IES habilitada, desde que aprovado pela
Secretaria da Educação.
Art. 11 - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
82
ANEXO – V
REGULAMENTO 2008 - SEÇÃO I – DO ALUNO PESQUISADOR
Capítulo I – ATRIBUIÇÕES DO ALUNO PESQUISADOR
Cabe ao aluno pesquisador sob a supervisão de seu professor orientador da
Instituição de Ensino Superior conveniada:
a) conhecer os documentos que regem a unidade escolar, como o Regimento e a
Proposta Pedagógica;
b) informar-se sobre o perfil da comunidade atendida pela escola;
c) conhecer o Planejamento Anual do professor regente;
d) participar das HTPCs (Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo), conforme
disposto no Parágrafo
Único do Artigo 5º da Resolução nº 83, de 04.12.2007;
e) estabelecer vínculo de respeito mútuo com o diretor, vice-diretor, professor
coordenador, professor regente, alunos e demais funcionários da escola;
f) assumir, gradativamente, de comum acordo com o professore regente e com o
professor coordenador, algumas funções para auxiliar no planejamento e execução das
atividades de sala de aula;
g) participar dos encontros de formação promovidos pela Instituição de Ensino
Superior;
h) registrar as atividades, constatações e reflexões propiciadas pela prática em sala de
aula ou suscitadas pelo projeto de pesquisa a ser desenvolvido junto à Instituição de Ensino
Superior;
i) apresentar e discutir com seu professor orientador os apontamentos registrados em
sala de aula;
83
j) participar das reuniões de formação e avaliação do Projeto, sempre que solicitado
pelos professores coordenadores nas unidades escolares e pelos professores orientadores das
Instituições de Ensino Superior, respeitando sua carga horária.
Governo do Estado de São Paulo Secretaria de Estado da Educação Fundação para o
Desenvolvimento da Educação
FDE – Fundação para o Desenvolvimento da Educação – DPE/GECI/ Departamento
de Convênio com as IES
Departamento de Convênios com as IES: [email protected]
Coordenadoria de Convênios para Atendimento ao Ensino Fundamental I.
Capítulo II – CANDIDATOS A ALUNO PESQUISADOR
Poderá candidatar-se a aluno pesquisador junto a uma Instituição de Ensino Superior
conveniada, o estudante universitário que preencher integralmente os seguintes requisitos,
conforme disposto na Resolução SE nº 83, de 04.12.2007:
a) estar regularmente matriculado e frequentando um dos seguintes cursos:
1. Pedagogia, com habilitação para o magistério no Ensino Fundamental – Ciclo I, a
partir do segundo semestre;
2. Letras, com habilitação para o magistério no Ensino Fundamental – Ciclo II e
Ensino Médio, a partir do segundo semestre;
3. pós-graduação em Letras ou Pedagogia numa das seguintes áreas: Didática da
Alfabetização, Prática de Ensino, Metodologia de Ensino, Língua e Literatura ou outras áreas
afins;
b) ter interesse e disponibilidade para cumprir a carga horária de 20 horas semanais,
sendo 04 horas diárias, incluindo duas horas semanais em HTPC (Horas de Trabalho
Pedagógico Coletivo), compatíveis com seu horário escolar, de segunda a sexta-feira, em
classe de 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, desenvolvendo atividades junto ao
professor regente, conforme disposto no Parágrafo Único do artigo 5º da Resolução nº 83, de
04.12. 2007;
84
c) dispor de no mínimo duas horas semanais para participar das reuniões com o
professor orientador, em sua Instituição de Ensino Superior, nas datas estipuladas pelo Plano
de Trabalho apresentado;
d) não ser beneficiário de bolsa de estudos, financiamento universitário ou similar
oriundos de recursos públicos.
Capítulo III – CRITÉRIOS DE SELEÇÃO DO ALUNO PESQUISADOR
Para seleção do aluno pesquisador em consonância com os objetivos do Projeto, é
recomendável que a Instituição de Ensino Superior considere:
a) assiduidade;
b) desempenho acadêmico;
c) condição sócio-econômica;
d) sociabilidade;
e) facilidade de acesso à região escolhida;
f) interesse pelos fundamentos teóricos do Programa Ler e Escrever.
Capítulo IV – ENCAMINHAMENTO DO ALUNO PESQUISADOR PARA A ESCOLA
O encaminhamento do aluno pesquisador para a escola onde deverá atuar obedecerá
os seguintes procedimentos:
a) Na Instituição de Ensino Superior
1. O estudante universitário que preencher os pré-requisitos deverá procurar um
professor orientador ou o interlocutor do Projeto em sua Instituição de Ensino Superior para
candidatar-se a aluno pesquisador;
2. A Instituição de Ensino Superior promoverá a análise do perfil do candidato,
segundo os critérios de seleção estabelecidos neste regulamento, e o credenciará para
participar do Bolsa Alfabetização, inscrevendo-o no site: www.escolapublica.sp.gov.br;
85
3. O interlocutor administrativo encaminhará o universitário à Diretoria de Ensino
escolhida pelo aluno, a partir da consulta de bairros e/ou escolas e/ou endereços das unidades
escolares;
b) Na Diretoria de Ensino
1. O candidato deverá comparecer à Diretoria de Ensino escolhida munido dos
documentos pessoais
(RG e CPF) e do comprovante de matrícula (ou similar) na Instituição de Ensino
Superior;
2. A Diretoria de Ensino determinará a escola onde o candidato irá atuar, buscando
acomodá-lo na localidade de mais fácil acesso na medida da disponibilidade das vagas
existentes;
3. Uma vez determinada a escola, a Diretoria de Ensino registrará o encaminhamento
do aluno pesquisador no site e emitirá duas vias do protocolo de encaminhamento, constando
nome, endereço da escola, e a data e o horário em que o aluno deverá comparecer a unidade
escolar;
4. Na data estipulada pela Diretoria de Ensino, o aluno pesquisador deverá
apresentar-se à unidade escolar, levando as duas vias do protocolo de encaminhamento;
5. As duas vias do protocolo deverão ser assinadas pelo diretor ou professor
coordenador da escola; uma delas será arquivada na unidade escolar e a outra entregue ao
aluno pesquisador para arquivamento em sua Instituição de Ensino Superior.
6. Caso o aluno não aceite, por quaisquer motivos, nenhuma escola para atuar
naquela Diretoria de Ensino, caberá à sua Instituição de Ensino Superior encaminhá-lo para
outra Diretoria de Ensino;
c) Termo de Compromisso
Após o encaminhamento do aluno pesquisador para a escola onde irá atuar, a
Instituição de Ensino Superior deverá apresentar o Termo de Compromisso para
conhecimento e assinatura do aluno pesquisador.
86
Capítulo V – DO DESLIGAMENTO DO ALUNO PESQUISADOR
O aluno pesquisador poderá ser desligado do Projeto quando:
a) por qualquer motivo, deixar de ser aluno regular da Instituição de Ensino Superior;
b) não cumprir a carga horária estabelecida;
c) não contribuir para o bom andamento do Projeto, deixando de cumprir com
responsabilidade as atividades junto ao professor regente da classe;
d) desistir do curso de graduação ou pós-graduação, ou ser reprovado, por
rendimento escolar ou frequência;
e) incorrer em indisciplina ou falta grave no exercício de sua colaboração como
aluno pesquisador;
f) for denunciado ou por qualquer outro motivo não for renovado o convênio entre
sua Instituição de Ensino Superior e a Secretaria de Estado da Educação/Fundação para o
Desenvolvimento da Educação;
g) exceder a 3 (três) dependências ao longo do curso de graduação, ou o limite de
dependências segundo a política adotada pela Instituição de Ensino Superior.
Para efetuar o desligamento do aluno pesquisador do Projeto, a Instituição de Ensino
Superior ou a Diretoria de Ensino deverão entrar no site e solicitar sua desativação através de
opção específica.
Seção II – DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
Capítulo VI – DAS ATRIBUIÇÕES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
Cabe às Instituições de Ensino Superior:
a) elaborar o seu Plano de Trabalho, tendo como referência a bibliografia anexa;
b) proceder ao cadastramento da Instituição, cursos conveniados, professores
orientadores, interlocutores e alunos pesquisadores no site do Projeto;
87
c) celebrar Termo de Compromisso com os alunos pesquisadores, controlando sua
frequência e promovendo a substituição dos que se desligarem no transcurso do Projeto;
d) responsabilizar-se pelos assuntos decorrentes da relação com seus alunos
pesquisadores;
e) aplicar de forma integral o recurso repassado para execução do objeto do convênio
firmado, de acordo com os valores estipulados na planilha de custo apresentada no Plano de
Trabalho;
f) assegurar a qualidade do trabalho desenvolvido e a adequação da aplicação dos
recursos financeiros;
g) arcar com a complementação de despesas eventuais que ultrapassem o valor dos
repasses;
h) manter em dia a contabilidade e o movimento de despesas relativos ao
desenvolvimento do convênio, permitindo o exame de toda a documentação contábil, quando
solicitado pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação;
i) apresentar periodicamente relatórios de acompanhamento do convênio, em
conformidade com as diretrizes determinadas pela Diretoria de Projetos Especiais;
j) permitir e facilitar à Secretaria de Estado da Educação e à Fundação para o
Desenvolvimento da Educação o acompanhamento e a supervisão do convênio;
k) comunicar à Fundação para o Desenvolvimento da Educação toda alteração
ocorrida em seu ato constitutivo;
l) manter atualizada a documentação jurídica e fiscal apresentada por ocasião da
celebração do convênio.
Capítulo VII – DO PLANO DE TRABALHO
Para se habilitarem a participar do Projeto, as Instituições de Ensino Superior
deverão apresentar um Plano de Trabalho (conforme disposto no parágrafo 3º do Artigo 2º da
Resolução SE nº 83, de 04.12.2007), contendo:
a) dados cadastrais da Instituição;
88
b) relação nominal do(s) professor(es) orientador(es) destacados pela Instituição de
Ensino Superior, com seu(s) currículo(s) anexo(s);
c) indicação do interlocutor administrativo da Instituição;
d) apresentação da matriz curricular, ementas e bibliografia dos cursos de Pedagogia,
Letras e de Pós graduação;
e) proposta do número de classes de 1ª série a serem atendidas pela Instituição no
âmbito do Projeto;
f) relação nominal dos alunos selecionados para atuar no Projeto, respeitados os
critérios descritos neste Regulamento, bem como os números dos respectivos registros das
matrículas;
g) descrição dos critérios utilizados para formação das turmas de orientação na
Instituição, que deverão comportar no máximo 40 (quarenta) alunos pesquisadores para cada
professor orientador;
h) cronograma e plano de desenvolvimento dos encontros semanais de formação,
contendo:
1. explicitação dos temas a serem abordados nos encontros ao longo do ano;
2. datas e horários das reuniões;
i) proposta de articulação entre os projetos de pesquisa (Anexo I da Resolução SE nº
83 de 04.12.2007) definidos pela instituição e o desenvolvimento das competências
acadêmicas dos alunos pesquisadores descritas no Anexo II da Resolução SE nº 83 de
04.12.2007
j) planilha de custos que demonstre a previsão mensal da aplicação dos recursos a
serem repassados pela Secretaria de Estado da Educação.
Capítulo VIII – DO PROFESSOR ORIENTADOR
São atribuições do professor orientador:
89
a) selecionar, em conjunto com o interlocutor administrativo, os candidatos a aluno
pesquisador;
b) planejar suas ações junto aos alunos pesquisadores visando a promoção do
desenvolvimento das competências acadêmicas descritas no Anexo II da Resolução SE nº 83
de 4.12.2007.
c) auxiliar o aluno pesquisador, por meio de seu projeto de pesquisa, a registrar,
compreender e analisar sua experiência na 1ª série articulando-a com os conceitos e teorias
sobre didática e processos de aprendizagem;
d) promover a permanente reflexão do aluno pesquisador sobre a ética nas relações
inter-pessoais e profissionais, contribuindo para a construção de uma conduta profissional
consistente e responsável;
e) promover encontros de formação destinados aos alunos pesquisadores sob sua
tutoria, respeitando o cronograma anual apresentado no Plano de Trabalho;
f) participar dos encontros de acompanhamento promovidos pela Fundação para o
Desenvolvimento da Educação;
g) elaborar relatório circunstanciado sobre a atuação de seus alunos nas unidades
escolares;
h) validar mensalmente, no site, a frequência dos alunos pesquisadores.
Capítulo IX – DO INTERLOCUTOR ADMINISTRATIVO
São atribuições do interlocutor administrativo:
a) gerenciar e controlar administrativamente o Projeto Bolsa Escola Pública e
Universidade na Alfabetização na Instituição de Ensino;
b) selecionar, em conjunto com o professor orientador, os candidatos a aluno
pesquisador;
c) realizar a prestação de contas mensais, junto à Fundação para o Desenvolvimento
da Educação, encaminhando toda a documentação necessária ao setor responsável, no prazo
90
estabelecido pelo Termo de Convênio; Governo do Estado de São Paulo Secretaria de Estado
da Educação Fundação para o Desenvolvimento da Educação.
d) gerenciar e solucionar quaisquer conflitos que surjam em relação às obrigações da
Instituição de Ensino Superior com os alunos pesquisadores.
Capítulo X – DA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E FUNDAÇÃO PARA
O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO
Cabe à Secretaria de Estado da Educação, por meio da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação:
a) celebrar convênios com as Instituições de Ensino Superior para execução do
Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização;
b) estabelecer as diretrizes e normas pedagógicas a serem observadas pelas
Instituições de Ensino Superior no desenvolvimento do Projeto;
c) repassar às Instituições de Ensino Superior o valor estipulado no convênio para
custeio das despesas oriundas de sua execução;
d) definir os parâmetros para a elaboração de relatórios de acompanhamento da
execução do convênio pelas Instituições de Ensino Superior;
e) promover debates e seminários para divulgação de resultados, troca de
experiências e avaliação entre os parceiros do Projeto;
f) proceder a distribuição das classes a serem atendidas pelas Instituições de Ensino
Superior habilitadas a participarem do Projeto, de acordo com os seguintes critérios:
1. Adequação do Plano de Trabalho em relação às diretrizes propostas pelo Programa
Ler e Escrever;
2. Localização geográfica da Instituição de Ensino Superior de modo a favorecer o
atendimento do número de classes das Diretorias Regionais de Ensino;
3. Apresentação de estratégias de atendimento às escolas de acesso mais difícil
4. Número de alunos aptos a participarem do Programa;
91
5. Índice de desempenho no ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes).
g) orientar e acompanhar as Instituições de Ensino Superior em relação à prestação
de contas e repasse dos recursos;
h) realizar o acompanhamento técnico e a execução do convênio;
i) proceder, sistematicamente, em conjunto com órgãos próprios da SEE, a avaliação
das atividades técnicas e financeiras, propondo as reformulações necessárias.
Capítulo XI – DA GESTÃO DO PROJETO
No âmbito da Fundação para o Desenvolvimento da Educação, a Diretoria de
Projetos Especiais é o órgão responsável pela gestão do Projeto Bolsa Escola Pública e
Universidade na Alfabetização, garantindo sua integração junto ao Programa Ler e Escrever
através de ações coordenadas no âmbito da Equipe de Gestão Institucional do Programa,
constituída pela Portaria n° 22, de 29.03.2007.
São atribuições da Fundação para o Desenvolvimento da Educação, por intermédio
da Diretoria de Projetos Especiais:
a) elaborar documentos de regulamentação do Projeto;
b) orientar as Instituições de Ensino Superior quanto aos prazos, documentação e
demais procedimentos para celebração e execução dos convênios;
c) analisar os Planos de Trabalho encaminhados pela Instituições de Ensino Superior
e solicitar as adequações necessárias à sua participação no Projeto;
d) providenciar e garantir comunicação oficial constante com as Instituições de
Ensino Superior e as Diretorias de Ensino;
e) atuar como interlocutor entre Instituições de Ensino Superior, Diretorias de Ensino
e unidades escolares;
f) criar, administrar e providenciar a manutenção necessária ao sistema informatizado
de gestão do Projeto;
92
g) determinar os períodos de encaminhamento de alunos pesquisadores às Diretorias
de Ensino, de acordo com o calendário escolar;
h) organizar reuniões periódicas com os professores orientadores das Instituições de
Ensino Superior para avaliação e acompanhamento do desenvolvimento do Projeto;
i) analisar os Relatórios Circunstanciados enviados pelas Instituições de Ensino
Superior;
j) pesquisar, elaborar e disseminar material de suporte pedagógico para as
Instituições de Ensino Superior, Diretorias de Ensino e unidades escolares.
Capítulo XII – DAS DIRETORIAS DE ENSINO
As Diretorias de Ensino são os órgãos regionais responsáveis pela gestão,
acompanhamento e controle do desenvolvimento do Projeto no conjunto das escolas sob sua
jurisdição. São atribuições das Diretorias de Ensino:
a) promover o acolhimento dos alunos pesquisadores, instruindo-os sobre os
princípios, objetivos e procedimentos referentes ao Projeto, bem como a conduta de interação
com a equipe de funcionários da escola, alunos, professor regente e equipe gestora;
b) acomodar os alunos pesquisadores nas classes de 1ª série do Ensino Fundamental
Ciclo I, encaminhando-os para as escolas em que atuarão, de acordo com o cronograma
estabelecido pela Diretoria de Projetos Especiais, conforme disposto na alínea g do Capítulo
XI deste Regulamento;
c) orientar e acompanhar, junto às escolas sob sua jurisdição, o registro de frequência
dos alunos pesquisadores efetuado mensalmente pelos Professores Coordenadores.
Capítulo XIII – DAS UNIDADES ESCOLARES
As escolas são os órgãos responsáveis pela execução do Projeto Bolsa Escola Pública
e Universidade na Alfabetização, através da atuação dos professores coordenadores de 1ª a 4ª
série e professores regentes de 1ª série, sob a orientação e acompanhamento do diretor.
Cabe ao professor coordenador e, na sua ausência, ao diretor:
a) acolher e recepcionar o aluno pesquisador na unidade;
93
b) planejar, junto com o professor regente a orientação da atuação do aluno
pesquisador em sala de aula;
c) mediar as relações entre professor regente, aluno pesquisador e alunos da classe;
d) incentivar o aluno pesquisador a participar das HTPCs (Horas de Trabalho
Pedagógico Coletivo);
e) digitar, mensalmente no site, a frequência do aluno pesquisador;
São atribuições do professor regente:
a) acolher e recepcionar o aluno pesquisador na unidade e na sala de aula;
b) compartilhar seu planejamento semanal com o aluno pesquisador;
c) propor, gradativamente, ao aluno pesquisador a elaboração e execução de
atividades à classe;
d) envolver o aluno pesquisador no processo de avaliação periódica (sondagem);
e) auxiliar o aluno pesquisador a consolidar a sua conduta profissional;
f) contribuir de forma solidária, ética e democrática na formação da futura geração de
professores.
Seção IV – DISPOSIÇÕES GERAIS
1. Somente após a celebração do convênio da Instituição de Ensino Superior com a
Secretaria de Estado da Educação, o candidato poderá ser cadastrado no site para atuar em
uma escola da rede pública estadual paulista.
2. Não há transferência de alunos pesquisadores entre Instituições de Ensino Superior
no âmbito do Projeto. O aluno pesquisador que se transferir para outra Instituição de Ensino
Superior será automaticamente desligado do Projeto.
3. Este Regulamento deverá ser rigorosamente considerado por todas as esferas de
atuação do Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização, pois é parte
integrante da Resolução SE nº 83 de 04.12.2007. Casos não contemplados neste Regulamento
94
serão analisados, discutidos e solucionados no âmbito da Secretaria de Estado da Educação e
Fundação para o Desenvolvimento da Educação.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS PROJETO BOLSA ESCOLA PÚBLICA E
UNIVERSIDADE NA ALFABETIZAÇÃO.
A Secretaria de Estado da Educação, à vista das disposições do Decreto nº51.627, de
01 de março de 2007 que instituiu o Programa Bolsa Formação Escola Pública e Universidade
está implantando o Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização, com base
nas seguintes justificativas:
1) o primeiro ano da escolaridade obrigatória tem um papel decisivo na vida dos
alunos;
2) os institutos de pesquisa e avaliação educacional indicam que os alunos que
chegam ao final do primeiro ano já alfabetizados, tendem a ter maior sucesso em suas
aprendizagens do Ciclo I;
3) as oportunidades que podem ser oferecidas para que os alunos das Instituições de
Ensino Superior possam vivenciar, em parceria com os professores da rede pública estadual,
em sistema de colaboração, a prática de uma escola real, ampliando o significado da teoria
que vem estudando no meio acadêmico;
Os objetivos desse Projeto são:
I- possibilitar o desenvolvimento de conhecimentos e experiências necessários aos
futuros profissionais de educação sobre a natureza da função docente no processo de
alfabetização dos alunos da 1ª série do Ciclo I;
II- apoiar os professores da 1ª série do Ciclo I na complexa ação pedagógica de
garantir a aprendizagem da leitura e escrita a todos os alunos ao final do ano letivo.
Participação no Projeto:
Para tanto, a Secretaria da Educação firmará convênio com Instituições de Ensino
Superior ou por meio de entidades a elas vinculadas, que sejam incumbidas regimental ou
estatutariamente do ensino, para a proposição e execução de projetos pedagógicos a serem
desenvolvidos por alunos com 2 de 4 supervisão de professores universitários, nas classes e
95
no horário regular de aula da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, nas escolas da rede
estadual de ensino, sediadas na cidade de São Paulo.
Poderão inscrever-se para o Projeto as Instituições de Ensino Superior – IES sediadas
na Região Metropolitana de São Paulo, que possuam cursos de Pedagogia, com habilitação
de magistério de 1ª a 4ª série; Normal Superior, com habilitação de magistério de 1ª a 4ª série;
Letras, com habilitação para o magistério e alunos de pós-graduação, cursando disciplinas da
área pedagógica voltadas para metodologia de ensino.
Plano de Trabalho:
Os projetos, como metodologia participativa, deverão ser apresentados pelas IES
parceiras, em Plano de Trabalho, contendo:
I- Orientações para o trabalho dos alunos pesquisadores, formas de
acompanhamento, formação e avaliação, conforme expectativas de competências acadêmicas
contidas no Anexo II do Chamamento Público;
II- Quantidade inicial de classes/turmas para o desenvolvimento do projeto;
III- Planilha de custos, que demonstre a previsão de emprego dos recursos repassados
pela Secretaria da Educação;
IV- Dados cadastrais da Instituição.
Avaliação dos Planos de Trabalho:
A Secretaria da Educação designará uma Comissão Técnica para análise dos Projetos
apresentados pelas Instituições de Ensino Superior.
Responsabilidades:
Caberá à Secretaria Estadual de Educação, por meio da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE:
I - repassar os valores estipulados mediante a aferição da frequência dos alunos
pesquisadores nas atividades de cada projeto;
II - acompanhar e avaliar os projetos desenvolvidos pelas IES parceiras;
96
III - promover debates, seminários para divulgação de resultados, troca de
experiências, avaliação entre os parceiros do projeto;
IV - divulgar, juntamente com as IES, conteúdos significativos produzidos pela
parceria.
Caberá às Instituições de Ensino Superior:
I - Indicar professores orientadores que serão responsáveis pela construção
e acompanhamento dos projetos e pelas atividades dos alunos/pesquisadores;
II - Indicar um aluno regularmente matriculado e frequente, para atuar em cada sala
de 1ª série do Ciclo I, de acordo com o número de vagas solicitadas e conforme lista de
escolha de vagas oferecidas pela Secretaria da Educação;
III - Controlar a frequência dos alunos e substituí-los quando a frequência nas
atividades de pesquisa for inferior a 80% no mês;
IV - Garantir que o aluno que se desligue do curso durante o projeto seja substituído;
V - Enviar relatórios mensais com a frequência dos alunos pesquisadores de cada
uma das classes/turmas;
VI - Apresentar relatórios, quando solicitado pela Secretaria da Educação, sobre a
implementação do Projeto e acompanhamento e avaliação dos trabalhos desenvolvidos pelos
alunos;
VII - Participar de reuniões junto à Secretaria da Educação, quando solicitado.
Caberá ao aluno pesquisador, em comum acordo com o professor regente da classe e
sob a supervisão de seu professor orientador da Instituição de Ensino Superior:
I - Participar da elaboração de diagnósticos pedagógicos de alunos;
II - Planejar atividades complementares de leitura e escrita para os alunos;
III - Executar atividades didáticas para indivíduos ou grupo de alunos;
IV - Participar das reuniões com orientadores das IES, sempre que convocado.
97
Carga Horária, Compensação, Número de Vagas e Critérios para Distribuição das
Vagas:
O aluno pesquisador deverá realizar 4(quatro) horas diárias de atividades na
classe/turma da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental.
A compensação das horas correspondentes ao período do recesso escolar de julho
será efetivada pelos alunos pesquisadores durante o período letivo, participando de reuniões
pedagógicas e de formação dos professores da 1ª série que acontecerem na unidade de ensino
ou na diretoria de ensino.
Em 2007 serão oferecidas 3.260 vagas em classes/turmas da 1ª série do Ciclo I do
Ensino Fundamental, nas escolas da rede pública estadual, sediadas na cidade de São Paulo.
As vagas de que trata o parágrafo anterior serão distribuídas entre as IES
selecionadas de acordo com os seguintes critérios:
I- Aprovação do Plano de Trabalho com as orientações expressas nestas
especificações.
II- Análise do Projeto Pedagógico de formação de professores da IES.
III- Matriz ou grade Curricular de formação do curso superior que contemple
disciplinas e/ou Programas voltados para alfabetização.
Os projetos deverão ser desenvolvidos a partir de 02/04/2007 até o dia 31/12/2007,
incluindo o mês de julho.
Serão repassados para as instituições selecionadas R$ 500,00 ( quinhentos reais) para
cada turma/classe de sua responsabilidade no projeto, conforme segue:
§ 1º - Os valores correspondem ao período entre o 1º dia do mês e o último, devendo
o repasse ser proporcional ao efetivo período de execução do convênio.
§ 2º - Os repasses destinam-se ao pagamento de bolsa-auxílio aos alunos
pesquisadores, retribuição aos professores orientadores do projeto, encargos legais e demais
despesas indicadas no Plano de Trabalho pela IES habilitada, desde que aprovado pela
Secretaria da Educação.
98
Disposições Finais:
Os projetos (Planos de Trabalho) deverão ser entregues conforme determinado no
Chamamento Público, ao qual estas Especificações Técnicas são anexas
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS DO PROJETO BOLSA ESCOLA PÚBLICA E
UNIVERSIDADE NA ALFABETIZAÇÃO.
A Secretaria de Estado da Educação, à vista das disposições do Decreto nº 51.627, de
01 de março de 2007 que instituiu o Programa Bolsa Formação Escola Pública e Universidade
está implantando o Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização, com base
nas seguintes justificativas:
1) o primeiro ano da escolaridade obrigatória tem um papel decisivo na vida dos
alunos;
2) os institutos de pesquisa e avaliação educacional indicam que os alunos que
chegam ao final do primeiro ano já alfabetizados, tendem a ter maior sucesso em suas
aprendizagens do Ciclo I;
3) as oportunidades que podem ser oferecidas para que os alunos das Instituições de
Ensino Superior possam vivenciar, em parceria com os professores da rede pública estadual,
em sistema de colaboração, a prática de uma escola real, ampliando o significado da teoria
que vem estudando no meio acadêmico;
Os objetivos desse Projeto são:
I- possibilitar o desenvolvimento de conhecimentos e experiências necessários aos
futuros profissionais de educação sobre a natureza da função docente no processo de
alfabetização dos alunos da 1ª série do Ciclo I;
II- apoiar os professores da 1ª série do Ciclo I na complexa ação pedagógica de
garantir a aprendizagem da leitura e escrita a todos os alunos ao final do ano letivo.
Participação no Projeto:
Para tanto, a Secretaria da Educação firmará convênio com Instituições de Ensino
Superior ou por meio de entidades a elas vinculadas, que sejam incumbidas regimental ou
99
estatutariamente do ensino, para a proposição e execução de projetos pedagógicos a serem
desenvolvidos por alunos com 2 de 4 supervisão de professores universitários, nas classes e
no horário regular de aula da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, nas escolas da rede
estadual de ensino, sediadas na cidade de São Paulo. Poderão inscrever-se para o Projeto as
Instituições de Ensino Superior – IES sediadas na Região Metropolitana de São Paulo, que
possuam cursos de Pedagogia, com habilitação de magistério de 1ª a 4ª série; Normal
Superior, com habilitação de magistério de 1ª a 4ª série; Letras, com habilitação para o
magistério e alunos de pós-graduação, cursando disciplinas da área pedagógica voltadas para
metodologia de ensino.
Plano de Trabalho:
Os projetos, como metodologia participativa, deverão ser apresentados pelas IES
parceiras, em Plano de Trabalho, contendo:
I- Orientações para o trabalho dos alunos pesquisadores, formas de
acompanhamento, formação e avaliação, conforme expectativas de competências acadêmicas
contidas no Anexo II do Chamamento Público;
II- Quantidade inicial de classes/turmas para o desenvolvimento do projeto;
III- Planilha de custos, que demonstre a previsão de emprego dos recursos repassados
pela Secretaria da Educação;
IV- Dados cadastrais da Instituição.
Avaliação dos Planos de Trabalho:
A Secretaria da Educação designará uma Comissão Técnica para análise dos Projetos
apresentados pelas Instituições de Ensino Superior. Responsabilidades: caberá à Secretaria
Estadual de Educação, por meio da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE:
I - repassar os valores estipulados mediante a aferição da freqüência dos alunos
pesquisadores nas atividades de cada projeto;
II - acompanhar e avaliar os projetos desenvolvidos pelas IES parceiras;
100
III - promover debates, seminários para divulgação de resultados, troca de
experiências, avaliação entre os parceiros do projeto;
IV - divulgar, juntamente com as IES, conteúdos significativos produzidos pela
parceria.
Caberá às Instituições de Ensino Superior:
I - Indicar professores orientadores que serão responsáveis pela construção e
acompanhamento dos projetos e pelas atividades dos alunos/pesquisadores;
II - Indicar um aluno regularmente matriculado e frequente, para atuar em cada sala
de 1ª série do Ciclo I, de acordo com o número de vagas solicitadas e conforme lista de
escolha de vagas oferecidas pela Secretaria da Educação;
III - Controlar a frequência dos alunos e substituí-los quando a frequência nas
atividades de pesquisa for inferior a 80% no mês;
IV - Garantir que o aluno que se desligue do curso durante o projeto seja substituído;
V - Enviar relatórios mensais com a frequência dos alunos pesquisadores de cada
uma das classes/turmas;
VI - Apresentar relatórios, quando solicitado pela Secretaria da Educação, sobre a
implementação do Projeto e acompanhamento e avaliação dos trabalhos desenvolvidos pelos
alunos;
VII - Participar de reuniões junto à Secretaria da Educação, quando solicitado.
Caberá ao aluno pesquisador, em comum acordo com o professor regente da classe e
sob a supervisão de seu professor orientador da Instituição de Ensino Superior:
I - Participar da elaboração de diagnósticos pedagógicos de alunos;
II - Planejar atividades complementares de leitura e escrita para os alunos;
III - Executar atividades didáticas para indivíduos ou grupo de alunos;
IV - Participar das reuniões com orientadores das IES, sempre que convocado. Carga
Horária, Compensação, Número de Vagas e Critérios para Distribuição das Vagas:
101
O aluno pesquisador deverá realizar 4(quatro) horas diárias de atividades na
classe/turma da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental. A compensação das horas
correspondentes ao período do recesso escolar de julho, será efetivada pelos alunos
pesquisadores durante o período letivo, participando de reuniões pedagógicas e de formação
dos professores da 1ª série que acontecerem na unidade de ensino ou na diretoria de ensino.
Em 2007 serão oferecidas 3.260 vagas em classes/turmas da 1ª série do Ciclo I do
Ensino Fundamental, nas escolas da rede pública estadual, sediadas na cidade de São Paulo.
As vagas de que trata o parágrafo anterior serão distribuídas entre as IES selecionadas de
acordo com os seguintes critérios:
I- Aprovação do Plano de Trabalho com as orientações expressas nestas
especificações.
II- Análise do Projeto Pedagógico de formação de professores da IES.
III- Matriz ou grade Curricular de formação do curso superior que contemple
disciplinas e/ou Programas voltados para alfabetização. Os projetos deverão ser desenvolvidos
a partir de 02/04/2007 até o dia 31/12/2007, incluindo o mês de julho. Serão repassados para
as instituições selecionadas R$ 500,00 (quinhentos reais) para cada turma/classe de sua
responsabilidade no projeto, conforme segue:
§ 1º - Os valores correspondem ao período entre o 1º dia do mês e o último, devendo
o repasse ser proporcional ao efetivo período de execução do convênio.
§ 2º - Os repasses destinam-se ao pagamento de bolsa-auxílio aos alunos
pesquisadores, retribuição aos professores orientadores do projeto, encargos legais e demais
despesas indicadas no Plano de Trabalho pela IES habilitada, desde que aprovado pela
Secretaria da Educação.
Disposições Finais:
Os projetos (Planos de Trabalho) deverão ser entregues conforme determinado no
Chamamento Público, ao qual estas Especificações Técnicas são anexas.
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ANEXO – VI
REGULAMENTO 2009 -Seção I - DO ALUNO PESQUISADOR
CAPÍTULO I - CANDIDATOS A ALUNO PESQUISADOR
Poderá candidatar-se a aluno pesquisador junto à Instituição de Ensino Superior -
IES conveniada, o estudante que preencher integralmente todos os seguintes requisitos:
Estar regularmente matriculado e frequentando um dos seguintes cursos:
a) Pedagogia, com habilitação de magistério de 1ª a 4ª série
b) Normal superior, com habilitação de magistério de 1ª a 4ª série
c) Pós-Graduação, cursando disciplinas da área pedagógica, voltadas para a
metodologia de ensino
d) Letras, com habilitação para o magistério
· Ser aluno regular da IES conveniada
· Ter interesse e disponibilidade para desenvolver as atividades do Projeto junto às
Escolas Públicas Estaduais, em classes da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental.
CAPÍTULO II - ATIVIDADES DO ALUNO PESQUISADOR
São atividades do aluno pesquisador, em comum acordo com o professor regente da
classe da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, sob a supervisão de seu professor
orientador da IES conveniada:
· Participar da elaboração de diagnósticos pedagógicos dos alunos
· Planejar atividades complementares de leitura e escrita para os alunos
· Executar atividades didáticas para indivíduos ou grupo de alunos
· Participar das reuniões com orientadores da IES, uma vez por semana, na data
designada pelo Professor Orientador.
103
· Cumprir a carga de horária de 4 (quatro) horas diárias de atividades na classe/turma
da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, totalizando 20 horas semanais, sendo 04 horas
diárias, de segunda à sexta-feira, compatíveis com seu horário escolar, conforme especificado
no Termo de Compromisso firmado com a IES.
· Comunicar ao Professor Orientador na IES, previamente, as possíveis ausências,
para que a faculdade possa providenciar sua substituição
· Contribuir para o bom andamento do Projeto, cumprindo com responsabilidade as
atividades que lhe forem atribuídas pelo Professor regente da classe
· Utilizar os conhecimentos adquiridos no curso de graduação ou suas habilidades
pessoais no exercício de suas funções nas classes/turmas em que atuar
· Garantir a qualidade de seu rendimento escolar no curso de graduação.
CAPÍTULO III - PROCEDIMENTOS PARA INSCRIÇÃO JUNTO À IES
CONVENIADA
O Aluno Pesquisador que preencher os pré-requisitos acima deve se apresentar na
IES para preencher o formulário de inscrição. A IES promoverá a análise do perfil do
candidato e o credenciará para participar do Projeto, inscrevendo-o no site do Projeto.
O número de inscritos dependerá do número de vagas destinadas pela Secretaria de
Estado da Educação, através da Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE), para
cada IES. Serão considerados como critérios para definição do número de vagas para cada
IES:
· Adequação do Plano de Trabalho em relação às diretrizes propostas pelo Projeto
· Data de apresentação do Plano de Trabalho junto à FDE
· Localização geografia em relação ao número de classes a serem atendidas nas
Diretorias de Ensino
· Garantia de no mínimo 80 vagas, de início, para as IES que apresentaram Plano de
Trabalho dentro do primeiro prazo estipulado (30 de março de 2007) Somente após a
104
celebração do convênio pela IES com a SEE e a FDE, o candidato poderá ser cadastrado para
atuar em uma das Diretorias de Ensino no Município de São Paulo.
No encaminhamento dos alunos pesquisadores, serão priorizados os alunos dos
últimos anos e semestres de Pedagogia e Normal Superior, sequencialmente, até o 2º ano e 2º
semestre. O encaminhamento destes alunos será sucedido pelo encaminhamento dos alunos
dos últimos anos ou semestres dos cursos de pós-graduação e letras previstos na Seção I,
Capítulo I deste Regulamento, sequencialmente, até o 2º semestre ou ano. Somente após
serem absorvidos todos os alunos pesquisadores a partir do 2º ano ou semestre, de todos os
cursos, de todas as IES, é que poderão ser encaminhados os alunos do 1º ano ou 1º semestre.
Os alunos não contemplados serão mantidos em uma lista de espera e substituirão os
alunos desistentes sempre que necessário. Não haverá transferência de bolsa entre faculdades
ou mesmo entre cursos de graduação de uma mesma faculdade.
CAPÍTULO IV – PROCESSO DE ENCAMINHAMENTO DO ALUNO
PESQUISADOR PELA IES À UNIDADE ESCOLAR DESIGNADA
O professor orientador encaminhará o universitário para a Diretoria de Ensino, que
será escolhida por consulta de bairros e/ou as escolas e/ou os endereços das escolas, na IES.
Após a escolha, o universitário comparecerá à Diretoria de Ensino selecionada, para ser
encaminhado para a escola mais adequada, para desenvolver, na unidade escolar, o Plano de
Trabalho da IES aprovado.
Na Diretoria de Ensino, o aluno pesquisador deverá ser orientado quanto às
atividades que irá desenvolver na unidade escolar, tomar conhecimento do presente
regulamento e ser encaminhado.
Uma vez registrada no site a unidade escolar em que o aluno pesquisador irá atuar, a
Diretoria de Ensino deverá emitir, através do sistema, duas vias do protocolo de
encaminhamento constando nome e endereço da escola, a data e o horário em que o aluno
deverá comparecer.
As duas vias serão assinadas pelo Diretor ou Professor coordenador da escola, uma
delas devendo ser arquivada na escola e a outra a ser entregue, pelo aluno pesquisador, para a
sua respectiva IES. A SEE, a FDE ou a Diretoria de Ensino poderão requisitar a qualquer
105
momento e sempre que necessário, a via do protocolo arquivada na unidade escolar. Caso não
haja consenso entre o aluno pesquisador e a Diretoria de Ensino em relação à escola de
atuação, a Diretoria de Ensino poderá encaminhá-lo para outra Diretoria de Ensino.
CAPÍTULO V – DESLIGAMENTO DO ALUNO PESQUISADOR
O Aluno Pesquisador poderá ser desligado do Projeto quando:
· Por qualquer motivo, deixar de ser aluno regular na IES
· Não cumprir a carga horária estabelecida.
· Não contribuir para o bom andamento do Projeto, deixando de cumprir com
responsabilidade as atividades junto ao Professor regente da classe
· Não aceitar nenhuma unidade escolar para a qual foi designado pela(s) Diretoria(s)
de Ensino, onde deveria desenvolver o Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na
Alfabetização
· Desistir do curso de graduação, ou ser reprovado no mesmo, por rendimento escolar
ou frequência Incorrer em indisciplina ou falta grave no exercício de sua colaboração como
Aluno Pesquisador.
· For denunciado o convênio entre sua IES, a SEE e a FDE, por quaisquer motivos
· Exceder a 3 (três) dependências ao longo do curso de graduação, ou o limite de
dependências segundo a política adotada pela Instituição de Ensino Superior.
Seção II - DO PROFESSOR ORIENTADOR
CAPÍTULO VI - ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR ORIENTADOR
São atribuições do Professor Orientador das Instituições de Ensino Superior
conveniadas:
· Realizar pelo menos uma reunião semanal com os alunos pesquisadores, de no
mínimo duas horas, para orientação das atividades desenvolvidas na sala de aula
· Assegurar a qualidade das atividades desenvolvidas
106
· Controlar a frequência dos alunos pesquisadores e promover a substituição daqueles
que eventualmente se desligarem no decorrer do projeto
· Supervisionar os alunos pesquisadores na execução de todas as suas atividades
· Formar os alunos pesquisadores e avaliar o projeto
· Participar dos encontros promovidos pela FDE para aprofundar os conteúdos
centrais de estudo, objetos deste Projeto – processo de aprendizagem e didática da
alfabetização.
107
ANEXO -VII
Resolução SE-91, de 8-12-2008.
A Secretária de Estado da Educação considerando:
- O disposto no Decreto no. 51.627/07 que instituiu o Programa Bolsa Formação
- Escola Pública e Universidade;
- A expansão do Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização e o
crescimento significativo do número de Instituições de Ensino Superior (IES) e alunos
interessados em dele participar;
- A intensificação e ampliação das ações do Projeto e sua abrangência, envolvendo
diferentes órgãos e instâncias da Secretaria da Educação; resolve:
Artigo 1º. - Fica constituída Equipe de Gestão Institucional responsável pela
ampliação e aperfeiçoamento das ações do Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na
Alfabetização, conforme segue:
Coordenadora: Claudia Rosenberg Aratangy - FDE –
Artigo 2º. - Caberá à equipe de gestão responsabilizar-se pelas seguintes ações:
I - definir critérios para análise dos Planos de Trabalho e sua adequação para
atribuição de classes para as IES;
II - avaliar e aprovar os Planos de Trabalho apresentados pelas IES;
III - atribuir número de classes;
IV- definir período de encaminhamento de alunos às unidades escolares, de acordo
com o calendário escolar;
V - avaliar o desempenho das IES no desenvolvimento das atividades do Projeto
durante a vigência do convênio;
VI - avaliar a viabilidade de renovação dos convênios;
108
VII - adotar as providências para aquisição de materiais de apoio que forem
necessários ao Projeto;
VIII - acompanhar o trabalho dos professores orientadores e interlocutores das IES
conveniadas;
IX - apresentar o Projeto aos profissionais da rede estadual de ensino;
X - propor adequações ao regulamento do Projeto, em consonância com as diretrizes
da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo;
XI - desempenhar quaisquer ações necessárias ao bom andamento do Programa.
Artigo 3º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Publicado no
DOE de 09/12/08 - Resolução SE - 83, de 4-12-2007 que Dispõe sobre a expansão do
Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização.
A Secretária de Estado da Educação, considerando que o Decreto nº. 51.627, de 1º de
março de 2007, instituiu o Programa Bolsa Formação Escola Pública e Universidade,
introduzindo, em caráter de colaboração, a participação e vivência de alunos das Instituições
de Ensino Superior na prática pedagógica de sala de aula, junto aos professores da rede
pública estadual; essa vivência propicia a oportunidade ímpar de conhecimento da realidade
do contexto escolar, como também a possibilidade de relacionamento entre teoria acadêmica e
prática; alunos que chegam ao final da 1ª série, já alfabetizados, conforme atestam institutos
de pesquisa e avaliação educacional, tendem ao sucesso nas aprendizagens dos Ciclos;
Resolve:
Artigo 1º - O Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização – Bolsa
Alfabetização, mantido nas escolas da rede pública estadual do Município de São Paulo, será
expandido, de maneira gradual, para os Municípios da Região Metropolitana de São Paulo, a
partir de 2008 e, para o Interior do Estado, a partir de 2009, objetivando:
I. possibilitar o desenvolvimento de experiências e conhecimentos necessários aos
futuros profissionais de Educação, sobre a natureza da função docente no processo de
alfabetização dos alunos da 1ª série - ciclo I do Ensino Fundamental;
109
II. apoiar os professores de 1ª série do Ciclo I, na complexa ação pedagógica de
garantir a aprendizagem da leitura e escrita a todos os alunos.
Artigo 2º - A Secretaria da Educação firmará convênio com Instituições de Ensino
Superior ou com entidades a elas vinculadas, que sejam incumbidas regimental ou
estatutariamente das atividades do ensino, para a proposição e execução de projetos de
pesquisa a serem desenvolvidos por alunos, com supervisão de professores universitários, nas
classes e no horário regular de aula da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, nas escolas
da rede estadual de ensino sediadas no Estado de São Paulo.
§ 1º - Poderão inscrever-se para o Projeto, as Instituições de Ensino Superior – IES
sediadas no Estado de São Paulo, que possuam cursos devidamente autorizados e/ou
reconhecidos:
1 - nas áreas de Pedagogia, com habilitação para magistério de 1ª a 4ª série ou Letras
com habilitação para o magistério, desde que os alunos estejam cursando o 2º semestre; ou 2 -
de pós-graduação, que contemplem disciplinas da área pedagógica voltadas para a
metodologia de ensino.
§ 2º - No ato de inscrição, as IES deverão apresentar a seguinte documentação:
1.cópia autenticada do Contrato Social ou Estatuto e a última ata e constituição da
diretoria vigente;
2. inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ;
3. portarias de autorização ou reconhecimento do MEC ou do Conselho Estadual de
Educação dos cursos disponibilizados para o Projeto;
4. certidão de regularidade do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço;
5. certidão negativa de débito no INSS.
§ 3º - As IES habilitadas deverão apresentar Plano de Trabalho, nos moldes a serem
definidos no Regulamento do Bolsa Alfabetização, contendo projeto de pesquisa com
metodologia participativa, conforme roteiro descrito no Anexo I desta resolução.
110
§ 4º - A Equipe de Gestão Institucional do Bolsa Alfabetização, instituída pela
Resolução SE nº 22 de 29 de março de 2007, será responsável pela análise e aprovação dos
Planos de Trabalho apresentados pelas Instituições de Ensino Superior.
Art. 3º - Caberá à Secretaria de Estado da Educação, por intermédio da Fundação
para o Desenvolvimento da Educação - FDE:
I. repassar, mensalmente, os valores estipulados para custeio das despesas oriundas
da execução do convênio, nos termos estipulados no instrumento respectivo;
II. acompanhar e avaliar os projetos de pesquisa e atividades de ensino desenvolvidos
pelas IES parceiras;
III. promover debates, seminários para divulgação de resultados, troca de
experiências, avaliação entre os parceiros do projeto;
IV. divulgar, juntamente com as IES, conteúdos significativos produzidos pela
parceria.
Art. 4º - Caberá às Instituições de Ensino Superior:
I. indicar professores orientadores, responsáveis pela execução do Plano de Trabalho,
no que concerne ao acompanhamento do projeto de pesquisa e às atividades dos
alunos/pesquisadores, bem como ao desenvolvimento das competências acadêmicas expressas
no Anexo II desta resolução;
II. indicar um interlocutor administrativo, responsável por representar a Instituição
perante a Secretaria da Educação, para esclarecimentos e encaminhamentos operacionais;
III. selecionar os alunos inscritos, conforme critérios estabelecidos no Regulamento;
IV. apoiar e acompanhar a qualidade do trabalho desenvolvido pelo professor
orientador, subsidiando-o no desenvolvimento do projeto de pesquisa, junto aos alunos
pesquisadores, nas unidades escolares;
V. participar de reuniões junto à Secretaria da Educação, quando solicitado.
VI. assegurar a frequência dos alunos pesquisadores;
111
VII. substituir os alunos que não cumprirem o Regulamento do Projeto;
VIII. atender a todas as disposições do Regulamento do Projeto.
Art. 5º - Caberá ao aluno pesquisador, sob a supervisão de seu professor orientador:
I. auxiliar o professor regente na elaboração de diagnósticos pedagógicos de alunos;
II. planejar, em conjunto com o professor regente, atividades complementares de
leitura e escrita para os alunos;
III. executar, em comum acordo com o professor regente, atividades didáticas
destinadas aos alunos, individualmente ou em grupo;
IV. cumprir outras atribuições previstas no Regulamento do Projeto.
Parágrafo único - O aluno pesquisador deverá realizar atividades na classe/turma da
1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, em 4 (quatro) horas diárias, de 2ª a 6ª feira,
incluindo nestas a participação em 2 (duas) horas semanais no Horário de Trabalho
Pedagógico Coletivo - HTPC, nos termos do Regulamento do Projeto.
Art. 6º - Em decorrência da expansão do Bolsa Alfabetização, serão oferecidas vagas
em classes/turmas da 1ª série do Ciclo I do Ensino Fundamental, nas escolas da rede pública
estadual sediadas na Capital, nos Municípios da Região Metropolitana de São Paulo e, a partir
de 2009, no Interior do Estado.
Art. 7º - As vagas de que trata o artigo anterior serão distribuídas entre as IES
selecionadas de acordo com os seguintes critérios:
I. adequação do Plano de Trabalho em relação às diretrizes propostas pelo Bolsa
Alfabetização;
II. localização geográfica das unidades das IES, de modo a favorecer o atendimento
do número de classes das Diretorias Regionais de Ensino;
III. quantidade de alunos aptos a participarem do Projeto Bolsa Alfabetização, de
acordo com os requisitos estabelecidos no Regulamento do Projeto;
IV. índice de desempenho no ENADE.
112
Art. 8º - Caberá à Equipe de Gestão Institucional definir o período de
encaminhamento dos alunos, respeitando o calendário escolar da rede pública estadual.
Art. 9º - Os projetos de pesquisa e atividades de ensino deverão ser desenvolvidos ao
longo do ano letivo, obedecido o calendário escolar, incluindo o mês de julho.
Art. 10 - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
Seção III – DAS DIRETORIAS DE ENSINO
CAPÍTULO VII - ATRIBUIÇÕES DO PROFESSOR COORDENADOR
O professor coordenador será o elo entre o aluno pesquisador na unidade escolar e o
professor orientador na IES. Quando não houver professor Coordenador na unidade escolar,
esta atribuição ficará a cargo do diretor.
Caberá ao Professor Coordenador:
Realizar o controle interno de frequência do aluno pesquisador, atuar como
mediador entre o professor regente da classe de 1ª série e o aluno pesquisador visando a
qualidade do trabalho pedagógico e o desenvolvimento do Projeto.
113
ANEXO - VIII
Resolução SE 74 de 24-11-2011
Dispõe sobre o Projeto Bolsa Escola Pública e universidade na Alfabetização e dá
Providências correlatas o Secretário da Educação, à vista do que lhe representou a Fundação
para o Desenvolvimento da Educação – FDE, e considerando que:
- O Decreto 51.627, de 1º de março de 2007, instituiu o Programa Bolsa Formação – Escola
Pública e Universidade, introduzindo, em caráter de colaboração, a participação e vivência de
alunos das Instituições de Ensino Superior, na prática pedagógica de sala de aula, junto aos
professores da rede pública estadual e municipal;
- Essa vivência propicia a oportunidade ímpar de conhecer a realidade do contexto escolar,
como também a possibilidade de concatenar a teoria acadêmica e a prática;
- Alunos, que chegam ao final do 2º ano do Ciclo I do Ensino Fundamental, já alfabetizados,
conforme atestam institutos de pesquisa e avaliação educacional, tendem a obter sucesso de
aprendizagem nos demais ciclos,
Resolve:
Artigo 1º – O Projeto Bolsa Escola Pública e Universidade na Alfabetização Projeto Bolsa
Alfabetização, que integra o Programa Bolsa Formação – Escola Pública e Universidade,
mantido nas escolas da rede pública estadual, tem por objetivos:
I – possibilitar o desenvolvimento de experiência e conhecimento, necessários aos
futuros profissionais de educação, com relação à natureza da função docente no processo de
alfabetização de alunos do 2º ano do Ciclo I do Ensino Fundamental, bem como de classes, do
mesmo ciclo, voltadas para a recuperação da aprendizagem;
II – apoiar os professores de 2º ano do Ciclo I ou de classes, do mesmo ciclo,
voltadas para a recuperação da aprendizagem, na complexa ação pedagógica de garantir a
obtenção das competências de leitura e de escrita a todos os alunos.
Artigo 2º – A Secretaria da Educação firmará convênio com Instituições de Ensino
Superior ou com entidades a elas vinculadas, que sejam incumbidas, regimental ou
estatutariamente, de atividades de ensino, para proposta e execução de Plano de
114
Trabalho, devidamente aprovado pela Equipe de Gestão Institucional do Projeto
Bolsa Alfabetização.
§ 1º – Poderão inscrever-se para o Projeto Bolsa Alfabetização, as Instituições de
Ensino Superior – IESs, sediadas no Estado de São Paulo, que possuam cursos presenciais,
devidamente autorizados e/ou reconhecidos, na área de Pedagogia, centrada no magistério das
séries iniciais do Ensino Fundamental ou de licenciatura plena em Letras, ou ainda de pós-
graduação stricto sensu (Mestrado/Doutorado) na área de didática da alfabetização.
§ 2º – No ato de inscrição, a IES deverá apresentar o Certificado de Registro
Cadastral, emitido pela Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE, e Plano de
Trabalho, elaborado com observância às diretrizes que embasam o Projeto.
§ 3º – A Equipe de Gestão Institucional do Projeto Bolsa Alfabetização será
responsável, dentre outras atribuições, por analisar e deliberar sobre a aprovação dos Planos
de Trabalho apresentados pelas Instituições de Ensino Superior.
§ 4º – As IESs aprovadas deverão abrir conta bancária no Banco do Brasil, exclusiva
para operações financeiras do Projeto.
Artigo 3º – Caberá à Secretaria da Educação, por intermédio da FDE:
I – repassar os valores estipulados para custeio das despesas decorrentes da execução
do convênio, observados seus respectivos termos;
II – orientar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento do projeto em conformidade
com o Plano de Trabalho aprovado pela Equipe de Gestão Institucional;
III – promover debates e seminários para divulgação de resultados, troca de
experiências e avaliação entre os parceiros do projeto;
IV – divulgar, juntamente com as IESs, conteúdos significativos produzidos pela
parceria.
Artigo 4º – Caberá à Instituição de Ensino Superior – IES:
I – indicar professores orientadores, para acompanhamento da execução do Plano de
Trabalho e para orientação dos alunos em suas pesquisas;
115
II – indicar um interlocutor administrativo, responsável por representar a Instituição
perante a Secretaria da Educação, para esclarecimentos e encaminhamentos operacionais;
III – garantir a participação do orientador e do interlocutor, em reuniões mensais com
a Equipe de Gestão Institucional, ou sempre que solicitados;
IV- selecionar os alunos inscritos, conforme critérios estabelecidos no Regulamento
do Projeto;
V – apoiar e acompanhar a qualidade do desempenho do professor orientador, subsidiando-o
no desenvolvimento do Plano de Trabalho;
VI – participar de reuniões promovidas pela Secretaria da Educação, quando
solicitada;
VII – assegurar a frequência dos alunos pesquisadores;
VIII – substituir os alunos que deixarem de cumprir o regulamento do Projeto;
IX – atender a todas as disposições do regulamento do Projeto, dando efetivo
cumprimento ao Plano de Trabalho;
X – executar o objeto do convênio de acordo com o Plano de Trabalho, respeitadas
as diretrizes e normas pedagógicas da Secretaria da Educação, assim como as orientações da
FDE.
Artigo 5º – Caberá ao aluno pesquisador, sob a supervisão de seu professor
orientador:
I – auxiliar o professor regente da classe na elaboração de diagnósticos pedagógicos de
alunos;
II – planejar e executar, em comum acordo com o professor regente da classe, atividades
didáticas destinadas aos alunos, de forma individual ou em grupos;
III – escolher, juntamente com o professor orientador, o tema para o
desenvolvimento da pesquisa;
IV – cumprir outras atribuições que estejam previstas no regulamento do Projeto.
§ 1º – O aluno pesquisador deverá realizar suas atividades, na unidade escolar onde atua, com
a carga horária de 20 horas semanais, de 2ª a 6ª feira, na seguinte conformidade:
116
1 – 18 horas em classe de 2º ano do Ciclo I do Ensino Fundamental ou em classe, do
mesmo ciclo, voltada para a recuperação da aprendizagem, sendo 4 horas diárias, sempre com
o professor regente da classe;
2 – 2 Horas de Trabalho Pedagógico Coletivo – HTPCs, realizado na unidade
escolar, conforme regulamento do Projeto;
§ 2º – Na impossibilidade de participar das HTPCs, o aluno pesquisador deverá
cumprir a totalidade da carga horária semanal na classe de 2º ano do Ciclo I ou em classe, do
mesmo ciclo, voltada para a recuperação da aprendizagem, junto com o professor regente da
classe.
Artigo 6º – As vagas para aluno pesquisador, em classes de 2º ano do Ciclo I do
Ensino Fundamental ou em classes, do mesmo Ciclo, voltadas para a recuperação da
aprendizagem, serão distribuídas entre as IESs, após serem selecionadas de acordo com os
seguintes critérios:
I – de adequação do Plano de Trabalho em relação às diretrizes propostas pelo Projeto Bolsa
Alfabetização
II – de localização geográfica das unidades das IESs, de modo a favorecer o
atendimento do número de classes das Diretorias de Ensino;
III – da quantidade de alunos universitários que se encontrem aptos a participar do
Projeto Bolsa Alfabetização, de acordo com os requisitos estabelecidos no regulamento do
Projeto;
IV – de bom desempenho no atendimento às classes das unidades escolares no(s)
ano(s) anterior(es).
Artigo 7º – Caberá à Equipe de Gestão Institucional definir o período de indicação e
encaminhamento dos alunos selecionados pelas IESs, respeitando o calendário escolar da
rede pública estadual de ensino.
Artigo 8º – O Plano de Trabalho será desenvolvido ao longo do ano letivo, observado
o calendário escolar, devendo ser revisto anualmente.
Artigo 9º – Os critérios que deverão subsidiar a elaboração dos Planos de Trabalho, a
serem apresentados pelas IESs, observadas as diretrizes do Projeto Bolsa Alfabetização, serão
objeto de regulamentação específica.
Artigo 10 – Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficando
revogadas as disposições em contrário, em especial a Resolução SE 90, de 8.12.2008.
117
ANEXO - IX
Prezadas Diretoras / Prezados Diretores,
O Bolsa Alfabetização, programa vinculado ao Ler e Escrever, vem criando nas
instituições de ensino superior um movimento interessante de reflexão sobre a matriz
curricular dos cursos de formação de professores, e, suscitando mudanças conceituais e
práticas, em face da complexa realidade de sala de aula. Algo que, até então, nunca havíamos
presenciado antes.
Pesquisas e estudos da Fundação Carlos Chagas, coordenados pela especialista em
pesquisa, Profª Drª Bernardete Gatti, comprovam que, na maioria das escolas de nível
superior, os currículos dos cursos de Pedagogia, Letras, Matemática e Biologia têm pouco
foco e consistência na didática e estão muito aquém da realidade e das necessidades da escola
pública. Ela propõe uma revisão séria, alertando que a formação inicial insuficiente de futuros
professores (hoje alunos pesquisadores), dentre outros fatores, é um dos que promove o
fracasso escolar, pois, serão eles que, num futuro bastante próximo, ingressarão no magistério
público.
A equipe do Ler e Escrever/Bolsa Alfabetização, ciente do fato e preocupada com
que a participação desses alunos contribua, de fato, para resultados positivos que possam
interferir na qualidade do ensino e da aprendizagem, instituiu, desde 2008, o projeto de
pesquisa. O aluno-pesquisador, orientado por seu professor-orientador, realiza pesquisa sobre
os seguintes temas:
• Leitura feita pelo professor;
• Produção oral com destino escrito;
• Cópia e o ditado (ressignificação da cópia);
• Rotina de leitura e de escrita.
O intuito é que, ao término do projeto de pesquisa, um exemplar seja entregue à
escola e que, esse material seja apresentado, discutido e estudado nas HTPCs.
Essa devolutiva poderá apresentar aos professores um diagnóstico das dificuldades
enfrentadas e possíveis formas de tratamento.
118
A atual gestão tem buscado tornar a escola, cada vez mais, um espaço de reflexão
sobre a prática de produção de conhecimento pedagógico e de desenvolvimento do trabalho
em equipe, portanto um lugar de formação permanente. O Programa possibilita ao aluno-
pesquisador conviver com a equipe, viver esse cotidiano da escola, aprendendo conteúdos
essenciais sobre sua futura profissão. Você, diretor e sua equipe estão contribuindo para a
formação inicial deste professor.
Pedimos especial atenção quanto aos itens que envolvem a atuação do aluno
pesquisador em sua escola, previstos nos Termos de Convênio assinado pela SEE, em
conjunto com as instituições de ensino superior, e em outros documentos legais pertinentes:
• 18 horas em sala de aula + 2 horas em HTPC: a participação é importante, porém deve
ser compatível com os seus horários. Na impossibilidade de participar, o aluno-
pesquisador deverá cumprir as 20 horas em sala de aula;
• O aluno-pesquisador, ao final de cada mês, deverá receber da escola a folha de
frequência, que será levada à instituição superior para validação.
O apontamento da frequência no site, pela equipe gestora da escola, gerará o repasse
financeiro;
• A atuação do aluno-pesquisador é restrita aos cinco dias da semana, ou seja, segunda a
sexta-feira. Sua participação em eventos fora de seu horário, portanto, não é
obrigatória;
• A atuação do aluno-pesquisador se dá junto ao professor-regente de 1ª série, jamais em
atividades outras, como: inspetor de alunos, auxiliar de cozinha, auxiliar de secretaria
etc.;
• Atividades de sondagem não podem ser realizadas pelo aluno- pesquisador, pois, ainda
lhes falta embasamento teórico e amadurecimento profissional. Isso considerado pode
auxiliar o professor-regente na sondagem;
• Crianças com maior grau de dificuldade não podem ficar sob a sua responsabilidade;
• Na falta do professor-regente, o aluno-pesquisador permanece com o professor
eventual;
• Caso o professor-eventual não compareça e as crianças sejam distribuídas
119
em outras salas de 1ª série, o aluno-pesquisador deverá ser encaminhado à classe mais
numerosa, auxiliando o professor-regente;
• Caso a unidade opte por dispensar as crianças, o aluno-pesquisador também será
dispensado;
• Casos extraordinários (desde assiduidade, relacionamento e até o não entendimento de
seu papel na escola) devem ser comunicados imediatamente ao PCOP da respectiva
diretoria de ensino para que providências sejam tomadas;
• Faltas não estão previstas no convênio, poderão ser justificadas, mas os abonos ficarão
por conta do bom senso (apenas para casos graves): falecimento de um familiar,
cirurgia de emergência, doenças infectocontagiosas, entre outros, mediante
documentação comprobatória.
Atribuições do aluno-pesquisador:
• Apresentar-se à diretoria regional de ensino, na data estipulada para escolha da
unidade escolar, bem como para atribuição (realizada pela comissão da DE) da classe
de 1ª série do ciclo I;
• Apresentar-se à unidade escolar, na data estipulada pela diretoria regional de ensino,
para início da atuação como aluno-pesquisador, junto ao professor regente e alunos da
classe;
• Apropriar-se dos documentos que regem a unidade escolar, como o Regimento e a
Proposta Pedagógica;
• Conhecer o Planejamento anual do professor-regente;
• Conscientizar-se do perfil da comunidade atendida pela escola;
• Criar vínculo de respeito mútuo com o diretor, vice-diretor, professor coordenador,
professor-regente, alunos e demais funcionários da escola;
• Assumir, gradativamente, algumas funções para auxiliar o professor regente no
andamento das atividades;
• Participar, semanalmente de sala de aula, como no planejamento e execução de
atividades futuras;
• Aproximar, confrontar e emitir considerações entre teoria acadêmica e realidade
escolar dos encontros de formação promovidos por sua instituição de ensino superior;
120
• Registrar, diariamente, as atividades, constatações e reflexões que emergem da sala de
aula;
• Apresentar, nas reuniões semanais, para seu professor-orientador, os apontamentos
diários para discussão, ponderação e orientação;
• Entregar relatório final sobre a exploração didática realizada, ao longo do ano letivo, à
instituição de ensino superior e à escola onde atua.
Sabemos que as relações humanas são delicadas e que para formar vínculos de
confiança é necessário algum tempo. Mas sabemos também que a melhor maneira de aprender
se efetiva na interação com outros, por isso, acreditamos que ter o aluno-pesquisador será
também, para você, uma experiência profissional nova e instigante.
Como não poderia ser diferente, contamos com sua indispensável colaboração em 2009.
Palavras-chave: Políticas Públicas em Educação - Alfabetização –Aluno Universitário
pesquisador - bolsa alfabetização