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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE CARACTERÍSTICAS DOS ARCOS DENTÁRIOS EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE CÔNICO E MODELOS DE GESSO LUIZA DO NASCIMENTO CEZAR MAGALHÃES Dissertação apresentada à Universidade Cidade de São Paulo, como parte dos requisitos para concorrer ao título de Mestre em Ortodontia. São Paulo 2009

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE CARACTERÍSTICAS DOS ARCOS DENTÁRIOS EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE

CÔNICO E MODELOS DE GESSO

LUIZA DO NASCIMENTO CEZAR MAGALHÃES

Dissertação apresentada à Universidade

Cidade de São Paulo, como parte dos

requisitos para concorrer ao título de

Mestre em Ortodontia.

São Paulo

2009

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UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO CURSO DE MESTRADO EM ORTODONTIA

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE CARACTERÍSTICAS DOS ARCOS DENTÁRIOS EM TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA POR FEIXE

CÔNICO E MODELOS DE GESSO

LUIZA DO NASCIMENTO CEZAR MAGALHÃES

Dissertação apresentada à Universidade

Cidade de São Paulo, como parte dos

requisitos para concorrer ao título de

Mestre em Ortodontia.

Orientadora: Profa. Dra. Rívea Inês Ferreira

São Paulo

2009

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Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID M188a

Magalhães, Luiza do Nascimento Cezar. Avaliação comparativa de características dos arcos dentários em tomografia computadorizada por feixe cônico e modelos de gesso. / Luíza do Nascimento Cezar Magalhães --- São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo, 2009. 150 p.; anexos Bibliografia Dissertação (Mestrado) - Universidade Cidade de São Paulo. Orientador Profa. Dra. Rívea Inês Ferreira 1. Tomografia computadorizada de feixe cônico. 2. Arco dental. 3. Ortodontia. I. Ferreira, Rívea Inês. II. Titulo.

Black 4

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE E COMUNICADA AO AUTOR A REFERÊNCIA DA CITAÇÃO. São Paulo, ____ / ____/ _____

Assinatura: _____________________________

e-mail: [email protected]

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Magalhães. L. N. C. Avaliação comparativa de características dos arcos dentários em tomografia computadorizada por feixe cônico e modelos de gesso.[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2009.

São Paulo, ____/____/_______

Banca Examinadora

1) ........................................................................... Julgamento: ......................................... Assinatura: .......................................

2) ........................................................................... Julgamento:.......................................... Assinatura: .......................................

3) ........................................................................... Julgamento:........................................... Assinatura: .......................................

Resultado: .............................................................................................................

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Dedicatória

À minha filha, Lígia, que é o

motivo de tudo isto acontecer;

Ao meu marido, Eduardo, pela

força e compreensão;

Aos meus pais, que sempre

estiveram ao meu lado, em todos os

momentos importantes, acreditando

no meu potencial.

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Agradecimentos

A Deus, por seu amor e compreensão infinitos, possibilitando

a realização de todos os meus sonhos, me iluminando os momentos

difíceis e de felicidade.

À minha orientadora e professora, Rívea Inês Ferreira, pelos

seus ensinamentos, pela sua competência, pelo empenho e

dedicação para que este projeto se transformasse em algo maior.

À minha filha, Lígia, que muitas vezes sentiu a minha

ausência, e sempre me deu energia para crescer emocionalmente

e profissionalmente. Ao meu marido, Eduardo, pelo seu

companheirismo e admiração. Aos meus pais, que tiveram toda a

paciência nos momentos difíceis e que me incentivaram a sempre

seguir em frente. Essa conquista é nossa!. Amo todos vocês!

Ao coordenador do curso de mestrado em Ortodontia da

UNICID, Professor Doutor Flávio Vellini-Ferreira, pelo exemplo de

profissionalismo.

Aos meus mestres, Ana Carla Nahás, Daniela Gamba Garib,

Flávio Augusto Cotrim Ferreira, Helio Scavone Jr, Karyna do Valle-

Corotti, Paulo Eduardo Carvalho, Rívea Inês Ferreira, pelos

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conhecimentos transmitidos, e pela grande participação na minha

formação de mestre, minha eterna gratidão.

Ao professor Edmilson Mazza pela grande colaboração na

aplicação dos testes estatísticos deste trabalho.

À Dr. Daniel Farinha e Dra. Karyna,por terem aberto as

portas de seu centro radiológico e pela ajuda imensa na obtenção

das tomografias.

A todos que, de alguma forma, ajudaram e contribuíram

para que este trabalho pudesse ser realizado.

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Magalhães. L. N. C. Avaliação comparativa de características dos arcos dentários em tomografia computadorizada por feixe cônico e modelos de gesso.[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2009.

RESUMO

O presente estudo teve por finalidade avaliar comparativamente o desempenho de

imagens por tomografia computadorizada por feixe cônico (TCFC) em relação aos

modelos de gesso para a análise de características dos arcos dentários, bem como

verificar a reprodutibilidade destes métodos. A amostra compreendeu imagens por

TCFC em cortes axiais, coronais e parassagitais, adquiridas com o aparelho i-

CATTM, e modelos de gesso pré-tratamento de 30 pacientes ortodônticos, de ambos

os gêneros. As características analisadas foram: largura intercaninos, largura

intermolares, profundidade e forma dos arcos maxilar e mandibular; profundidade do

palato, sobressaliência, sobremordida e dimensão mesiodistal dos dentes superiores

e inferiores (de primeiro molar direito a primeiro molar esquerdo). A forma dos arcos

foi avaliada visualmente em imagens por TCFC e modelos de gesso com o auxílio

do gabarito Ortho FormTM. Um examinador calibrado realizou as mensurações nas

imagens por TCFC com o auxílio das ferramentas do programa DentalSlice® e as

aferições nos modelos de gesso por meio de um paquímetro digital, em duas

ocasiões. As análises comparativas entre as mensurações pelos dois métodos

estudados foram executadas com a aplicação dos testes de Wilcoxon (α = 0,05) e de

correlação de Spearman. Em se tratando da forma do arco, foi utilizado o teste de

coincidência de McNemar Bowker (α = 0,05). Houve diferenças significativas entre

os métodos para as medidas de largura intermolares superiores e inferiores,

sobremordida e dimensões mesiodistais dos dentes 12, 31 e 43 (p < 0,01). Foram

observadas correlações fortemente positivas entre a maioria das medidas, à

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exceção da profundidade do palato (RS = 0,395) e de um terço das dimensões

mesiodistais analisadas (RS: 0,435-0,621). Não houve diferenças significantes entre

os métodos na classificação da forma dos arcos. As avaliações de reprodutibilidade

demonstraram diferenças significantes entre as medidas de sobremordida (p <

0,001) em imagens por TCFC. Quanto aos modelos de gesso, ocorreram

divergências para a profundidade da mandíbula, sobressaliência e dimensões

mesiodistais dos dentes 14, 32 e 41 (p < 0,05). Em adição, para as imagens por

TCFC, houve correlações fortemente positivas entre as medidas lineares, porém

fracas em um terço dos dentes (RS: 0,362-0,575). Com os modelos de gesso, as

correlações foram fortemente positivas, exceto para profundidade do palato (RS =

0,474). No caso das variáveis que se apresentaram estatisticamente diferentes, os

valores médios comparados exibiram diferenças inferiores a 1 mm. Clinicamente, as

imagens por TCFC podem apresentar bom desempenho para mensurações e

avaliações de características dos arcos dentários. Os métodos de aferição em

imagens por TCFC e modelos de gesso mostraram-se reproduzíveis para as

análises realizadas.

Palavras-chave: Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico; Arco Dentário;

Medidas; Modelos Dentários; Ortodontia.

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Magalhães. L. N. C. Comparative assessment of characteristics of the dental arches in cone-beam computed tomography and plaster models.[Dissertação de Mestrado]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2009.

ABSTRACT

The aim of this research was to compare the performance of images obtained by

Cone Beam Computerized Tomography (CBCT) and plaster study models, in

analyzing the characteristics of dental arches. The sample consisted of images by

CBCT and plaster models obtained from 30 patients of both sexes, this diagnostic

material being used for orthodontic planning at a later stage. A previously calibrated

examiner performed the occlusal evaluations twice, by means of the two modes of

reproducing the dental arches. The images collected and the plaster models were

analyzed and measured in accordance with the following criteria: Shape, width and

depth of maxillary and mandibular dental arches, dentoalveolar discrepancy, palate

depth, overjet and overbite. Arch form was evaluated visually on CBCT images and

dental casts, aided by Ortho FormTM template. For this purpose the image

visualization program DentalSlice®, specifically for the study of images obtained by

CBCT of the maxillofacial region was used; whereas, for the plaster models, a

electronic digital caliper was suffice. The comparisons between the measurements

obtained by the two methods were made by applying the Wilcoxon (α = 0.05) and

Spearman correlation tests. The results showed that as regards comparison of the

two methods, the studied measurements presented no statistically significant

differences, except for the intermolar width, overbite and mesiodistal width

measurement of the teeth 12, 31 and 43. With application of the Spearman test,

strongly positive correlations were observed between the linear measurements, but

there were weakly positive correlations for various teeth. There were no significant

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differences in the evaluations of the shapes of the maxillary and mandibular arches.

When evaluating the reproducibility, CBCT was shown to be reproducible, except for

overbite, and for the models, except for the depth of the mandible and overjet, in

addition to mesiodistal width measurement of the teeth 14, 32 and 41. When the

Spearman test was applied, there were strongly positive correlations between the

linear measurements for the images by CBCT, but weak correlations for the

mesiodistal width measurement of the teeth. Whereas, in the case of the plaster

models, the correlations were strongly positive, with exception of the palate depth. It

was concluded that for the majority of linear measurements of dental arches and

mesiodistal width of permanent teeth, there were no statistically significant

differences between the methods of measurement in CBCT images and plaster

models. In the case of the variables that were shown to be statistically different,

comparison of the mean values showed a variation of less than 1 mm. There was a

high number of strongly positive correlations between the mean values obtained in

images by CBCT and plaster models, as well as an absence of significant differences

between the evaluations of the shape of dental arches by both methods, It is

suggested that images by CBCT present good performance and clinical applicability

for measurements of the characteristics of dental arches. The comparative tests

between the measurements obtained in the first and second gauging, in images by

CBCT and plaster models demonstrated absence of significant differences in more

than 82% of the comparisons. The differences between the mean values calculated

in the first and second evaluations were lower than 1 mm; in 34% of the mesiodistal

width measurements of the teeth evaluated in CBCT images, there were weak

positive correlations between the first and second evaluations. On the other hand,

with plaster models, weak positive correlation was observed for the palate depth

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measurement. Based on the comparative analyses and correlation tests applied to

the repeated measurements, it is suggested that the methods of gauging in images

by CBCT and plaster models are reproducible for evaluating the characteristics of

dental arches.

Key-words: Cone-Beam Computed Tomography; Dental Arch; Measures; Dental

Models; Orthodontics.

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LISTA DE TABELAS

p.

Tabela 5.1 - Comparação das medidas lineares dos arcos dentários, obtidas por meio de imagens por TCFC e modelos de gesso...................... 67

Tabela 5.2 - Comparação das medidas mesiodistais dos dentes (mm), obtidas por meio de imagens por TCFC e modelos de gesso(..................... 68

Tabela 5.3 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nas imagens por TCFC e nos modelos de gesso................ 70

Tabela 5.4 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nas imagens por TCFC e nos modelos de gesso................ 70

Tabela 5.5 - Avaliação da coincidência entre a forma do arco superior em imagens por TCFC e modelos de gesso.......................................... 78

Tabela 5.6 - Avaliação da coincidência entre a forma do arco inferior em imagens por TCFC e modelos de gesso.......................................... 78

Tabela 5.7 - Comparação das medidas lineares dos arcos dentários, obtidas por meio de imagens por TCFC, aferidas em duas ocasiões distintas............................................................................................ 80

Tabela 5.8 - Comparação das medidas mesiodistais dos dentes, obtidas por meio de imagens por TCFC, aferidas em duas ocasiões distintas .. 80

Tabela 5.9 - Comparação das medidas lineares dos arcos dentários, obtidas por meio de modelos de gesso, aferidas em duas ocasiões distintas............................................................................................ 81

Tabela 5.10 - Comparação das medidas mesiodistais dos dentes, obtidas por meio de modelos de gesso, aferidas em duas ocasiões distintas.... 82

Tabela 5.11 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nas imagens por TCFC, aferidas em duas ocasiões distintas............................................................................................ 83

Tabela 5.12 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nas imagens por TCFC, aferidas em duas ocasiões distintas............................................................................................ 87

Tabela 5.13 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nos modelos de gesso, aferidas em duas ocasiões distintas............................................................................................ 92

Tabela 5.14 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nos modelos de gesso, aferidas em duas ocasiões distintas............................................................................................ 92

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LISTA DE QUADROS

p.

Quadro 2.1 - Especificações de alguns aparelhos de TCFC para uso odontológico..................................................................................... 27

Quadro 4.1 - Padronização das imagens por TCFC com referência às características avaliadas.................................................................. 61

Quadro 4.2 - Aleatorização da amostra total......................................................... 62

Quadro 4.3 - Aleatorização das imagens por TCFC e dos modelos de gesso para calibração intra-examinador..................................................... 63

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LISTA DE FIGURAS

p.

Figura 4.1 - Posicionamento do paciente para a realização dos exames por TCFC no aparelho i-CATTM.............................................................. 50

Figura 4.2 - Ilustração dos cortes axial (A), parassagital (B) e coronal (C). ........ 50

Figura 4.3 - Esquema apresentando as larguras intercaninos e intermolares (A, maxilar; B, mandibular). ............................................................. 51

Figura 4.4 - Imagens por TCFC em projeções axiais apresentando as larguras intercaninos e intermolares para maxila (A: linha laranja, LgCMx; linha verde, LgMMx) e mandíbula (B: linha lilás, LgCMd; linha laranja, LgMMd). .............................................................................. 52

Figura 4.5 - Imagens das mensurações em modelos de gesso representando as larguras intercaninos (A, Maxila; B, Mandíbula) e intermolares (C, Maxila; D, ................................................................................... 52

Figura 4.6 - Imagem por TCFC em projeção axial apresentando as medidas mesiodistais para os dentes superiores........................................... 54

Figura 4.7 - Mensuração da dimensão mesiodistal dos dentes em modelos de gesso com auxílio de paquímetro digital. ......................................... 54

Figura 4.8 - Esquema apresentando a profundidade dos arcos dentários. A: Maxilar; B: Mandibular. .................................................................... 55

Figura 4.9 - Imagens por TCFC em projeções axiais representando o esquema da Figura 4.8 (A, Maxila: linha perpendicular verde, Prof Mx; B, Mandíbula: linha perpendicular laranja, Prof Md). ................ 55

Figura 4.10 - Mensuração das profundidades dos arcos dentários em modelos de gesso com auxílio de paquímetro digital (A, Maxila; B, Mandíbula). ...................................................................................... 55

Figura 4.11 - Esquema apresentando a profundidade do palato .......................... 56

Figura 4.12 - Imagem por TCFC em projeção coronal representando o esquema da Figura 4.11. ................................................................. 56

Figura 4.13 - Mensuração da profundidade do palato em modelos de gesso com auxílio de paquímetro digital. ................................................... 56

Figura 4.14 - Esquema representando as características de sobressaliência (SS) e sobremordida (SM), com a imagem por TCFC em projeção paras-sagital, exibindo as respectivas dimensões. .......................... 57

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Figura 4.15 - Mensuração da Sobressaliência (SS) e Sobremordida (SM) em modelos de gesso com auxílio de paquímetro digital. ..................... 57

Figura 4.16 - Gabaritos Ortho Form™ para avaliação da forma dos arcos em imagens obtidas por TCFC e modelos de gesso. ............................ 58

Figura 4.17 - Sobreposição do gabarito Ortho Form™ para avaliação da forma dos arcos em imagens por TCFC. ................................................... 59

Figura 4.18 - Sobreposição do gabarito Ortho Form™ para avaliação da forma dos arcos em modelos de gesso. .................................................... 59

Figura 4.19 - Exemplo de mensuração da largura mesiodistal de um dente em modelo de gesso.............................................................................. 60

Figura 5.1 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras intercaninos e intermolares da maxila e da mandíbula, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y)...................... 71

Figura 5.2 - Gráficos de dispersão para as medidas de profundidade da Maxila e da Mandíbula e profundidade do palato, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y)...................... 72

Figura 5.3 - Gráficos de dispersão para as medidas da sobressaliência e sobremordida, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y)..................................................................... 73

Figura 5.4 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores direito, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y). ..................................... 74

Figura 5.5 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores esquerdo, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y). ..................................... 75

Figura 5.6 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores esquerdo, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y). ..................................... 76

Figura 5.7 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores direito, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y). .............................................. 77

Figura 5.8 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras intercaninos e intermolares da maxila e da mandíbula, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y)................. 84

Figura 5.9 - Gráficos de dispersão para as medidas de profundidade da maxila e da mandíbula e profundidade do palato, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y)................. 85

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Figura 5.10 - Gráficos de dispersão para as medidas da sobressaliência e sobremordida, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y). ...................................................... 86

Figura 5.11 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores direito, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y). ....................................... 88

Figura 5.12 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores esquerdo, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y). ................................. 89

Figura 5.13 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores esquerdo, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y). ................................. 90

Figura 5.14 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores direito, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y). ....................................... 91

Figura 5.15 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras intercaninos e intermolares da maxila e da mandíbula, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y)....................... 93

Figura 5.16 - Gráficos de dispersão para as medidas de profundidade da maxila e da mandíbula e profundidade do palato, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y)....................... 94

Figura 5.17 - Gráficos de dispersão para as medidas da sobressaliência e sobremordida, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y). ...................................................... 95

Figura 5.18 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores direito, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y). ....................................... 96

Figura 5.19 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores esquerdo, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y). ................................. 97

Figura 5.20 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores esquerdo, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y). ................................. 98

Figura 5.21 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores direito, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y). ....................................... 99

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LISTA DE TRADUÇÕES E ABREVIATURAS

Termo utilizado / Traduções Abreviatura

Tomografia Computadorizada por Feixe Cônico Cone Beam Computerized Tomography

TCFC CBCT

Tomografia Computadorizada TC

Análise de Variância Analysis of Variance

ANOVA

Sistema de mensuração objetiva da Academia Americana de Ortodontia American Board of Orthodontics Objective Grading System

ABO OGS

Modelagem de Deposição Fundida Fused Deposition Modeling

FDM

Estereolitografia Stereolithography

SLA

Sinterização Powder Sintering

SLS

Tridimensional 3D

Reformatação Multiplanar Multiplanar Reformatting

MPR

Projeção de Intensidade Máxima Maximum Intensity Projection

MIP

Aprendizagem Interativa no Ambiente da TCFC CBCT Interactive Learning Environment

CILE

Campo de visão Field of View

FOV

Dosímetros termoluminescentes Termoluminescents Dosimeters

DTL TLD

Tela plana Flat Panel

Endurecimento do raio Beam Hardening

Análise de multivariância Multivariate Analysis of Variance

MANOVA

Máquina de medição de coordenadas Coordinate measuring machine

MMC CMM

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SUMÁRIO

p.

1 INTRODUÇÃO............................................................................................ 1

2 REVISÃO DE LITERATURA...................................................................... 6 2.1 O emprego de modelos de gesso no diagnóstico e

planejamento ortodôntico................................................................ 7 2.2 A forma do arco dentário e suas aplicações clínicas na

Ortodontia ......................................................................................... 9 2.3 Obtenção e confiabilidade de modelos digitais............................. 13 2.4 Histórico sobre a utilização da TC em Odontologia ...................... 17 2.5 Aquisição de imagens por TCFC..................................................... 20 2.6 Alguns aparelhos para aquisição de imagens por TCFC e suas

vantagens .......................................................................................... 26 2.7 Aplicações clínicas da TCFC ........................................................... 32

3 PROPOSIÇÃO............................................................................................ 43

4 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................... 45 4.1 Seleção da amostra ........................................................................... 46 4.2 Critérios de inclusão ......................................................................... 46 4.3 Obtenção dos elementos de diagnóstico ........................................ 47 4.3.1 Caracterização dos elementos de diagnóstico.......................... 47 4.3.2 Avaliação das características dos arcos dentários.................... 51 4.4 Processamento dos modelos de gesso e das imagens por TCFC 60 4.5 Erro do método .................................................................................. 63 4.6 Análise estatística.............................................................................. 64 4.6.1 Análise do desempenho da TCFC como método de

diagnóstico de características dos arcos dentários................... 64 4.6.2 Estimativa da reprodutibilidade dos métodos............................ 65

5 RESULTADOS ........................................................................................... 66 5.1 Desempenho da TCFC como método de mensuração de

características dos arcos dentários................................................ 67 5.2 Estimativa da reprodutibilidade das avaliações em imagens por

TCFC e modelos de gesso ............................................................... 79

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6 DISCUSSÃO............................................................................................... 100 6.1 Aplicação clínica do estudo de características dos arcos

dentários em imagens por TCFC e modelos de gesso.................. 101 6.2 Análise da reprodutibilidade dos modelos de gesso para estudo

de características dos arcos dentários........................................... 103 6.3 Validação e análise da reprodutibilidade de imagens por TCFC

para estudo de características dos arcos dentários ..................... 106 6.4 Limitações do uso das imagens por TCFC na prática clínica ...... 111

7 CONCLUSÃO............................................................................................. 115

REFERÊNCIAS................................................................................................ 118

ANEXOS .......................................................................................................... 124

APÊNDICES .................................................................................................... 126

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INTRODUÇÃO

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2 1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da oclusão deve ser considerado como resultado de

interações entre fatores definidos geneticamente e fatores ambientais externos e

internos, incluindo a função orofacial. Já o tipo facial de um indivíduo é determinado,

em grande parte, geneticamente, o que o torna fator importante para o diagnóstico e

tratamento ortodôntico, uma vez que certos procedimentos realizados durante a

terapia ortodôntica podem atenuar ou acentuar esta característica facial. A forma dos

arcos dentários parece exibir uma correlação significante com o tipo facial, que está

intimamente associado a um tipo específico de cabeça, comprimento nasomaxilar,

forma do palato, inclinações do ramo mandibular e comprimento dos arcos dentários

(ESTEVES; BOMMARITO, 2007).

Nesse contexto, as características de interesse para o diagnóstico ortodôntico

são: as condições de espaço no arco dentário, o tamanho dentário, a forma dos

arcos e suas dimensões. A análise de modelos de estudo ortodônticos é um passo

substancial no diagnóstico e plano de tratamento, porém alguns Ortodontistas

avaliam os modelos subjetivamente. Embora o modelo de gesso seja considerado o

“padrão ouro” na análise de características dos arcos dentários, diversos aspectos

podem influenciar a precisão das mensurações em modelos, dentre eles: as

condições do espaço existente, a inclinação dos dentes, rotações, presença de

contatos interproximais e variações anatômicas (ZILBERMAN; HUGGARE;

PARIKAKIS, 2003).

Os modelos de estudo em gesso têm uma longa e comprovada história na

Ortodontia, com vantagens que vão desde a técnica rotineira para a sua obtenção, a

facilidade de produção e baixo custo à possibilidade de montagem em articulador.

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Introdução 3 Contudo, alternativas ao uso de modelos de gesso têm sido sugeridas: fotocópias,

fotografias e imagens digitalizadas (HILDEBRAND et al., 2008; RHEUDE et al.,

2005). Os modelos de gesso, apesar de serem considerados elementos essenciais

ao diagnóstico ortodôntico, apresentam certas limitações. A necessidade de locais

apropriados para sua estocagem e o risco de quebra, o que causaria a destruição

permanente do registro do paciente, seriam as maiores desvantagens do emprego

desse método de diagnóstico. Outra limitação é a dificuldade na análise de suas

informações à distância, principalmente para a Ortodontia contemporânea, que

muitas vezes requer abordagem multidisciplinar, por profissionais situados em

consultórios diferentes e até mesmo em cidades distintas. Nesses casos, os

modelos de gesso têm de ser replicados e enviados ao outro profissional,

aumentando o custo do trabalho e o tempo de espera para troca de informações

(OLIVEIRA et al., 2007).

Durante as duas últimas décadas, houve, em todos os níveis da sociedade,

um desenvolvimento significativo e a expansão da tecnologia da informação. Na

Ortodontia, esses avanços vêm se manifestando, principalmente, em instrumentos

de diagnóstico. O emprego de fotografias e radiografias digitais, bem como de

programas de avaliação cefalométrica e de previsão dos resultados de cirurgias

ortognáticas, torna-se cada vez mais comum no cotidiano da clínica ortodôntica

atual. A utilização de modelos dentários digitalizados, através da varredura a laser,

foi anunciada como o novo componente da documentação totalmente digitalizada

(OLIVEIRA et al., 2007). Podem ser obtidos modelos de gesso digitalizados

bidimensionais e tridimensionais.

Em se tratando de documentação odontológica de casos clínicos, a

tomografia computadorizada (TC) foi desenvolvida por Sir Godfrey Hounsfield, em

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Introdução 4 1967, e desde o primeiro protótipo, houve uma evolução gradual em quatro

gerações de sistemas, além dos sistemas mais atuais de TC com multidetectores. O

método de classificação para cada sistema é baseado na organização das partes

individuais do dispositivo e no movimento físico do feixe de raios X durante a captura

de dados. A tomografia computadorizada por feixe cônico (TCFC) foi desenvolvida

ao final dos anos 90, como o resultado de um processo de evolução da demanda de

informação tridimensional obtida por meio de TC convencionais (KAU et al., 2005).

A TCFC foi desenvolvida para resolver algumas das limitações dos

dispositivos da TC (COTRIM-FERREIRA et al., 2008). A técnica da TCFC utiliza uma

fonte de raios X emissora de um feixe cônico em uma fonte rotacional e um sensor

recíproco acoplados por meio de uma haste em “U’ ou em “C” ao redor da cabeça do

paciente, para adquirir várias imagens de projeções únicas ou bases. Toda a

varredura, portanto, abrange várias imagens de projeções únicas, similares à

telerradiografia em norma lateral (FARMAN; SCARFE, 2006). Com a tecnologia da

TCFC, projeções em diversos planos anatômicos dos arcos podem ser adquiridas

em menos de um minuto. O Ortodontista pode ter qualidade de diagnóstico em

radiografias periapicais, panorâmicas, oclusais e cefalométricas. É possível

identificar e localizar dentes impactados e patologias bucais em suas posições

específicas, obter medidas e realizar avaliação oclusal em imagens que reproduzem

os arcos dentários, analisar as vias aéreas superior e inferior, avaliar altura e

densidade do osso alveolar, bem como a morfologia da articulação

temporomandibular (KAU et al., 2005; MAVERNA; GRACCO, 2007). Os benefícios

incluem a dose relativamente baixa de radiação em comparação à TC helicoidal e

uma resolução satisfatória (COTRIM-FERREIRA et al., 2008; KIM et al., 2007).

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Introdução 5

No que tange à documentação ortodôntica, a utilização de modelos

tridimensionais virtuais dos arcos dentários parece bastante promissora, se for

comprovada a precisão e a fidedignidade para diagnóstico. O arquivamento

eletrônico de todas as informações dos arcos dentários dos pacientes, eliminaria os

problemas de armazenamento, recuperação e manutenção dos modelos de gesso.

Em adição, melhoraria o gerenciamento do consultório e a comunicação entre

especialistas, facilitando a consulta e o intercâmbio dos dados (ZILBERMAN;

HUGGARE; PARIKAKIS, 2003).

As radiografias dentárias e as fotografias também são comumente utilizadas

no diagnóstico e plano de tratamento ortodôntico. Estas imagens bidimensionais

estão sujeitas a erros geométricos e de posicionamento do paciente. A acurácia das

avaliações em imagens por TCFC tem sido estudada em diferentes aparelhos com

resultados variados. Embora alguns trabalhos tenham evidenciado diferenças

significantes entre as imagens por TCFC e a estrutura anatômica, os pesquisadores

esclareceram que, do ponto de vista clínico, as variações não poderiam ser

apreciadas como relevantes (BALLRICK et al., 2008; SAKABE et al., 2007).

Considerando o “estado da arte” no que se refere às aplicações da TCFC em

Ortodontia e a escassez de trabalhos sobre a avaliação das características dos

arcos dentários por meio deste método de diagnóstico por imagem, o presente

estudo teve por finalidade comparar o desempenho das imagens obtidas por TCFC

para mensurações intra e interarco ao de modelos de gesso, estimando-se a

reprodutibilidade de ambos os métodos.

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REVISÃO DE LITERATURA

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7

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 O emprego de modelos de gesso no diagnóstico e planejamento ortodôntico

Diversos estudos apontaram a eficácia de mensurações e análises de

características dos arcos dentários em modelos de gesso, inclusive para validação

de outros métodos de mensuração e classificação da forma dos arcos

(HILDEBRAND et al., 2008; MULLEN et al., 2007; STEVENS et al., 2006;

ZILBERMAN; HUGGARE; PARIKAKIS, 2003). A seguir, são descritos alguns

estudos interessantes que demonstram as aplicações clínicas dos modelos de gesso

ortodônticos.

Bondevik, em 1998, examinou as mudanças na largura dos arcos,

sobressaliência, sobremordida e condições de espaço em pacientes entre 23 e 34

anos. Foram utilizados dois modelos de gesso de cada paciente, com intervalo de

um ano entre os registros, sem que os mesmos tivessem sido submetidos a

tratamento ortodôntico ou cirurgia bucomaxilofacial. As medidas foram obtidas

utilizando-se um paquímetro digital. Foram executadas as seguintes mensurações: a

distância entre o ponto mais mesial do primeiro molar e o ponto mais distal do

canino, as larguras intercaninos e intermolares, o perímetro do arco anterior, as

larguras mesiodistais dos dentes, a sobressaliência e a sobremordida.

De acordo com os relatos de Redahan e Lagerström (2003), a discrepância

dentária interarco é frequentemente requisitada e empregada como ferramenta de

diagnóstico pré-tratamento e prognóstico, devido à influência nas decisões de plano

de tratamento ortodôntico. Os autores realizaram um estudo com o objetivo de

examinar a associação entre as variáveis esqueléticas e dentárias e a taxa de

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Revisão de literatura 8 tamanho dentário interarco anterior pré-tratamento, pós-tratamento e a mudança

nessas variáveis durante o tratamento, para avaliar o benefício do emprego da

análise da discrepância de tamanho dentário interarco. Os arquivos de 137

pacientes já tratados foram utilizados nesse estudo. A seleção dos pacientes foi

baseada em cefalogramas e modelos de gesso satisfatórios em T1 (pré-tratamento)

e T2 (pós-tratamento imediato). As mensurações foram realizadas utilizando-se um

paquímetro digital com ponta modificada para maior precisão. As mensurações

obtidas foram: largura mesiodistal dos dentes, de canino a canino superior e inferior,

para o cálculo da análise de discrepância dentária; sobressaliência; sobremordida;

largura intercaninos; índice de irregularidade de Little e condições de espaço

(apinhamento). Os resultados mostraram uma diferença estatisticamente significante

entre a repetição das medidas de sobressaliência. No entanto, como a diferença

média foi de 0,01 mm, não foi considerada clinicamente significante.

Esteves e Bommarito (2007) realizaram uma pesquisa com o objetivo de

avaliar as possíveis correlações entre a morfologia do arco dentário superior

(largura, comprimento e profundidade) e o tipo facial, em uma amostra de indivíduos

com más oclusões de Classe I, Classe II e Classe III de Angle. Foram utilizadas

telerradiografias em norma lateral e modelos de estudo em gesso de 135 pacientes

não submetidos a tratamento ortodôntico anteriormente. A profundidade do palato e

as dimensões do arco dentário superior foram avaliadas a partir de medições

realizadas nos modelos de estudo em gesso. No modelo do arco dentário superior

de cada paciente foi efetuada a demarcação dos pontos de referência sobre as

faces oclusais dos dentes. Após a determinação dos pontos de referência, foram

obtidas, por meio de um paquímetro digital, as dimensões transversais e

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Revisão de literatura 9 anteroposterior do arco dentário superior, sendo estas: distância intercaninos,

distância intermolares, medida anteroposterior e profundidade do palato.

2.2 A forma do arco dentário e suas aplicações clínicas na Ortodontia

Em 1971, Beazley avaliou a acurácia dos dois métodos mais comumente

utilizados para estimativa de discrepância do comprimento do arco e apresentou um

novo método para avaliação deste fator. Adicionalmente, comparou o método por ele

proposto aos já empregados. Foram utilizados dez modelos de gesso de pacientes

com dentadura permanente, os quais foram avaliados visualmente e pela técnica do

fio de latão. O método sugerido baseou-se numa linha desenhada sobre os pontos

de contato dos seis dentes anteriores inferiores e uma linha que se conecta com os

pré-molares e molares. Utilizando uma forma do arco de pontos de contato

relacionados com a forma do arco individual de cada paciente, construiu-se um

diagrama para cada paciente. As discrepâncias do comprimento do arco desse novo

método foram comparadas com os métodos citados anteriormente. Os resultados

mostraram que, para o método visual, houve uma taxa de discordância que variou

de 2,5 a 5,5 mm. Para o método do fio de latão a discordância foi ainda maior (5,5 a

12,5 mm). Para o método criado, a taxa de discordância foi a menor entre os três

métodos (1,5 a 2 mm), o que confirmou a sua eficácia e aplicabilidade.

Para Raberin et al. (1993), o arco dentário mandibular é considerado o maior

elemento de referência de diagnóstico e terapia em Ortodontia. A estabilidade da

forma e da dimensão do arco dentário mandibular seria um fator de estabilidade dos

resultados terapêuticos. Os autores estudaram as dimensões do arco dentário

mandibular normal e desenvolveram uma classificação de forma simplificada para a

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Revisão de literatura 10 prática clínica. A amostra de 278 modelos de gesso de pacientes adultos, com todos

os dentes permanentes, oclusão em Classe I e sem desvios de linha média, foi

submetida às mensurações sagitais e transversais do arco dentário mandibular.

Estas foram realizadas a partir dos seguintes pontos de referência reproduzíveis:

bordos incisais, cúspides de caninos, cúspides mesiovestibulares dos primeiros

molares e cúspides distovestibulares dos segundos molares. As dimensões dos

arcos dentários foram determinadas de acordo com as três medidas sagitais e as

três medidas transversais: a amplitude do arco foi avaliada pela largura intercaninos,

intermolares média e intemolares posterior. O comprimento do arco foi avaliado de

acordo com o arco da curva anterior, denominado profundidade do canino,

comprimento médio do arco e comprimento total do arco. A partir desses dados foi

desenvolvida a classificação. Para tanto foram criadas cinco proporções e, baseado

no resultado destas, as medidas foram consideradas positivas, sendo o arco

classificado como estreito; negativas, sendo o arco classificado como largo; média, o

arco foi classificado como médio; e, quando a largura intercaninos e a profundidade

dos caninos estavam notadamente acima da média, foram classificados como

triangular e quando a largura intercaninos e a profundidade dos caninos estavam

notadamente menores do que a média, foram classificados como quadrados.

Segundo Lee (1999), a forma do arco dentário está sujeita a mudanças

devido a diversos fatores. As dimensões do arco alteram-se com o crescimento, com

considerável variação individual, apresentando também dimorfismo entre gêneros.

Além disso, as alterações podem ser decorrentes de induções por aparelhos

ortopédicos maxilofaciais. As correções de mordidas cruzadas com disjuntores

palatais alteram a forma do arco. Nas correções anteroposteriores, muitas vezes,

também se faz necessária a alteração da forma do arco dentário, para que haja um

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Revisão de literatura 11 melhor encaixe entre os arcos. Nos casos de planejamento ortodôntico com

extrações, em que pese a alteração da forma do arco, pode-se gerar uma

estabilidade maior da mesma. Concebe-se ainda o efeito muscular dos lábios,

bochechas e língua na forma dos arcos dentários, o que justifica o estabelecimento

do equilíbrio miofuncional para a manutenção da estabilidade.

Noroozi, Hosseinzadeh e Saeeda (2001) afirmaram que muitas formas

geométricas e funções matemáticas têm sido propostas como modelos do arco

dentário humano. No entanto, tornou-se claro que os modelos definidos por um

parâmetro não podem descrever a forma do arco dentário fidedignamente.

Pesquisas recentes têm mostrado que a forma do arco dentário humano é

fidedignamente representada matematicamente pela função beta. Dois parâmetros,

a profundidade e a largura do arco dentário na região do segundo molar, definem

esse modelo. Quando se utiliza a função beta, se o valor da medida da largura

estiver aumentado em 1 mm e a medida da profundidade estiver aumentada em 1,5

mm, a equação resultante será uma excelente representação da forma do arco

dentário, incluindo-se os segundos molares. Observam-se arcos dentários humanos

naturalmente bem alinhados com diferentes formas. Estas são grosseiramente

classificadas em quadrada, ovóide e triangular. Os autores tentaram apresentar um

modelo definido por quatro parâmetros, isto é, pelas profundidades e larguras do

arco dentário nas regiões de caninos e segundos molares. Foram utilizados 23

modelos pré-tratamento ortodôntico, de pacientes com oclusão desenvolvida em

Classe I. As profundidades e larguras dos arcos dentários nas regiões de caninos e

segundos molares foram medidas utilizando-se um paquímetro digital. Dois

operadores mediram cada distância e, quando houve diferença, a média dos valores

foi utilizada. Todos os resultados das fórmulas representaram as curvas que

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Revisão de literatura 12 passariam exatamente sobre o contato dos incisivos centrais, cúspides dos caninos

e cúspides distovestibulares dos segundos molares. Os resultados mostraram a

aplicabilidade do modelo proposto em substituição à função beta, já que a curva da

equação pode ser larga ou estreita, tanto na região anterior quanto na região

posterior do arco dentário.

Oliveira et al. (2004) explicaram que as diferentes formas do arco dentário

têm sido estudadas desde o século passado e a sua predeterminação, antes do

tratamento ortodôntico, representa um fator importante para o sucesso da

terapêutica. A morfologia dos arcos está em harmonia com o formato da face e com

o tipo de dente de cada indivíduo. Os autores realizaram uma pesquisa visando

investigar qual o formato de arco mais prevalente dentre os casos estudados na

Universidade Cidade de São Paulo – UNICD, por meio de uma espécie de gabarito

da técnica MBT (McLaughlin, Bennett e Trevisi), desenvolvido pela empresa 3M-

UNITEK. A amostra foi composta por 148 pares de modelos de gesso, nos quais

constavam todos os dentes permanentes já erupcionados, nenhum dente ausente e

os pacientes não apresentavam histórico de tratamento ortodôntico. Os modelos

foram submetidos à avaliação visual com o gabarito Ortho Form™ (3M-UNITEK), o

qual foi copiado em uma folha de transparência, que era posicionada sobre cada

modelo e que possibilitou a classificação da forma do arco em cônica, quadrada e

ovóide. O arco mais frequentemente encontrado nesta pesquisa foi o tipo três.

Pandey et al. (2005) realizaram um estudo com o objetivo de classificar a

forma do arco em pacientes fissurados. Para isso, foram utilizadas imagens por TC

das maxilas de cinqüenta pacientes, no corte axial mais evidente do arco, que foi

usado para traçar a forma do arco dentário superior. Os arcos foram classificados de

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Revisão de literatura 13 acordo com as formas em “U” ou “V”, podendo se apresentar convergentes,

divergentes ou paralelas.

Para Trivino, Siqueira e Scanavini (2007), a manutenção da forma original do

arco dentário, principalmente em suas dimensões transversais, e,

conseqüentemente, o equilíbrio entre as estruturas ósseas, musculares e tecidos

moles são aspectos essenciais para se atingir a estabilidade longínqua no

tratamento ortodôntico. Os autores afirmaram que a maioria dos estudos preconiza a

utilização de formas de arcos individualizadas para cada paciente, sendo mais

recomendáveis os diagramas que fornecem configurações distintas e não o emprego

de uma forma de arco média, obtida a partir de medidas também médias.

2.3 Obtenção e confiabilidade de modelos digitais

Conforme Baumrind et al. (2003), a maior vantagem dos modelos digitais é

que estes podem ser formatados com relativa eficiência a partir de informações bi ou

tridimensionais de qualquer fonte de raios X, convencional ou volumétrica.

Atualmente, modelos de estudo digitais com tecnologia avançada têm sido

destacados por vários fornecedores ortodônticos, mais notavelmente o Invisalign™

(Align Technology, Inc., Santa Clara, CA), OrthoCAD™ (Cadent, Inc., Carlstadt, NJ),

eModel™ (Geodigm Corporation, Chanhassen, MN) e Suresmile™ (OraMetrix, Inc.,

Dallas, TX).

Hajeer et al., em 2004, descreveram as etapas para produção de modelos

tridimensionais. O primeiro passo, a confecção do modelo, utiliza a matemática para

descrever as propriedades físicas de um objeto. O objeto modelado pode ser visto

como uma malha poligonal. A malha é normalmente formada por triângulos ou

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Revisão de literatura 14 polígonos e pode ser utilizada como um modo de visualização. Uma parte do

procedimento da confecção do modelo consiste em adicionar uma superfície para o

objeto através da superposição de uma camada de pixels e essa é chamada de

“imagem” ou “mapa texturizado”. No segundo passo, imprime-se o efeito claro e

escuro, que proporciona um maior realismo para o objeto tridimensional. O último

passo é chamado de “interpretação”, em que o computador converte os dados

anatômicos coletados do paciente em um objeto tridimensional natural, observado

na tela do computador. O sistema de coordenadas cartesianas nas imagens

tridimensionais é formado pelos eixos “x” (ou dimensão transversal), “y” (ou

dimensão vertical) e “z” (dimensão anteroposterior ou eixo da profundidade). As

coordenadas “x”, “y” e “z” definem o espaço tridimensional, em que dados

multidimensionais são representados.

Segundo Oliveira et al. (2007), existem dois métodos para aquisição de

modelos dentários digitalizados. O primeiro é conhecido como "varredura destrutiva

a laser" (laser destructive scanning), em que o modelo de estudo é revestido com

uma matriz sólida e de cor contrastante. Em seguida, a superfície do bloco é cortada

paralelamente ao plano oclusal até que o primeiro traço do modelo de gesso se

torne aparente. A partir de então, uma varredura a laser da superfície bidimensional

é realizada e seus dados são armazenados como uma camada em um arquivo de

computador. Posteriormente, outra fatia de 0,003 polegada do bloco é cortada, uma

nova varredura é feita e suas informações, novamente armazenadas. Este processo

é repetido até que toda dentição já irrompida tenha sido mapeada numa série de

camadas sucessivas. Consequentemente, um mapa tridimensional, consistindo de

camadas bidimensionais empilhadas, é obtido. Essa é a metodologia utilizada pela

companhia Cadent (Fairview, NJ, EUA) para obtenção de seus modelos

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Revisão de literatura 15 digitalizados. O outro método utilizado para a obtenção de um modelo dentário

virtual é a "varredura a laser não destrutiva" (laser non-destructive scanning), que

envolve a varredura do modelo de gesso como um todo, girando-o nos três planos

do espaço, obtendo-se a cópia do modelo original. A acurácia do sensor a laser é de

0,01 mm. Esse método é empregado pela Geodigm (Chanhassen, MN, EUA) para a

construção de seus modelos digitalizados. O programa para o processamento das

imagens computadorizadas é conhecido como eModel™ e possui ferramentas que

permitem a obtenção das medidas rotineiramente avaliadas nas análises de modelos

de gesso ortodônticos.

Mullen et al. (2007) compararam a acurácia e o tempo necessário para a

análise de Bolton com modelos digitais e modelos de gesso ortodônticos. Foram

utilizados modelos pré-tratamento de 30 pacientes. O estudo foi dividido em duas

partes: a primeira envolveu a realização das medições nos modelos de gesso e nos

modelos digitais, para a determinação do comprimento total do arco (soma das

larguras mesiodistais de todos os dentes em um arco, de primeiro molar a primeiro

molar), o coeficiente de Bolton e o tempo gasto para a análise de Bolton. Na

segunda parte, foi investigado se houve qualquer magnificação no processo de

criação do modelo digital. Os resultados mostraram que a acurácia da análise de

Bolton foi similar com os dois métodos. O tempo necessário para as medições e os

cálculos foi significativamente menor com modelos digitais.

Gracco et al. (2007) também admitiram que as medições em modelos digitais

podem ser facilmente obtidas, utilizando-se as ferramentas de software fornecidas

por uma companhia especializada. Os autores compararam a acurácia e o tempo

requerido para a realização de medições em modelos de gesso e nos digitais. Os

resultados mostraram que o tempo gasto para se obter as medidas pelos dois

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Revisão de literatura 16 métodos não apresentou diferença significante, porém o método que utilizou o

software demandou 6,525 minutos a menos. Não houve diferenças estatisticamente

significantes entre os métodos de medição para qualquer dos arcos. Os autores

concluíram que as medições em modelos digitais são tão confiáveis quanto as

executadas em modelos de gesso, com a vantagem da redução no tempo de

trabalho.

Hildebrand et al. (2008) realizaram um estudo com o propósito de avaliar a

versão computadorizada do sistema de mensuração objetiva do American Board of

Orthodontics (ABO OGS), utilizando o método manual como o “padrão ouro”. A

amostra foi constituída por 36 modelos de estudo de casos ortodônticos finalizados,

os quais foram enviados à OrthoCAD para serem convertidos em modelos digitais

tridimensionais. Nos modelos digitais, os valores do ABO (American Board of

Orthodontics) foram computados através do programa do ABO OGS da OrthoCAD,

versão 2.66. Nos modelos de gesso, os valores foram obtidos com a régua do ABO.

Os resultados mostraram uma alta confiabilidade intra-examinador (r = 0,998) e que

os valores do ABO para os modelos digitais foram consistentemente mais altos em

comparação aos obtidos em modelos de gesso. Entre os sete componentes que

compreendem o valor total, três deles (alinhamento, contatos oclusais e

sobressaliência) apresentaram diferenças estatisticamente significantes. O programa

ABO OGS da OrthoCAD, embora seja reproduzível, não confere os mesmos dados

que o método manual. Em adição, ocorre superposição de estruturas nos modelos

digitais em oclusão, o que leva a interferências nas medições interarco.

Em 2008, Gracco et al. compararam os vários sistemas de prototipagem

rápida para aplicação em Ortodontia. As tecnologias que produziram os melhores

resultados em termos de acurácia de reprodução de detalhes morfológicos dos

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Revisão de literatura 17 modelos de gesso foram a modelagem de deposição fundida (FDM) e a

estereolitografia (SLA), ambas utilizando resina. Além destas destacou-se também a

sinterização (SLS) com Duraform™ GF, que, graças às suas partículas de vidro,

conferiu sucesso na escultura dos detalhes morfológicos. Segundo esses autores,

há uma concepção errônea, no campo ortodôntico, de como esse método preciso

pode ser extremamente útil na prática. Trabalhos futuros servirão para caracterizar

tanto o uso específico como geral de sistemas de aquisição de dados.

2.4 Histórico sobre a utilização da TC em Odontologia

Nas últimas décadas, várias modalidades de imagem têm sido utilizadas na

área de diagnóstico dentomaxilofacial, porém nenhuma delas com resultados

inteiramente satisfatórios para o planejamento de implantes, registro da articulação

temporomandibular (ATM), detecção de fraturas faciais e visualização de lesões do

tecido mole na região de cabeça e pescoço. A TC foi desenvolvida em 1967 por Sir

Godfrey N. Hounsfield e, desde o primeiro protótipo, tem havido uma evolução

gradual desse sistema. A primeira geração de scanners consistiu de uma única fonte

de radiação e um detector. A informação era obtida corte por corte, através da

translação e rotação da fonte de raios X, também conhecida como pencil beam. A

unidade Hounsfield foi desenvolvida nessa geração, assim como o primeiro

tomógrafo comercializado, introduzido em 1972. A segunda geração foi apresentada

em 1975, como um melhoramento, apresentando a partir de então o feixe em leque,

sendo que múltiplos detectores foram incorporados no plano da leitora. No entanto,

esses detectores não possuíam extensão para o diâmetro do objeto. A terceira

geração apareceu em 1976, com detectores maiores, em forma de arco, que

reduziram a necessidade da fonte girar ao redor do objeto para as mensurações e

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Revisão de literatura 18 também apresentava feixe em leque. Artefatos circulares eram freqüentemente

observados nas imagens capturadas, distorcendo a imagem tridimensional e

ocultando certas regiões anatômicas. A quarta geração foi desenvolvida para

resolver esse problema: uma fonte de radiação móvel e um detector circular fixo

foram introduzidos. Por conseguinte, houve a necessidade de se realizar

modificações no ângulo da fonte de radiação e mais dispersão foi observada.

Finalmente, foram desenvolvidos os tomógrafos helicoidais e, posteriormente, o

tomógrafo multi-corte para reduzir o movimento ou dispersão de artefatos. Como nas

duas gerações precedentes, o detector fica parado e a fonte de raios X rotaciona

sobre o paciente. Em contraste com a TC, a TCFC foi desenvolvida nos anos 90

como o resultado de um processo de evolução da demanda de informação

tridimensional obtida por TC (KAU et al., 2005; SUKOVIC, 2003). Neste último

método, é obtido um conjunto de dados tridimensional do objeto através de um feixe

cônico de raios X e, a partir deste, são gerados os cortes tomográficos.

Arai et al. (1999) criaram um protótipo limitado de TCFC para uso

odontológico, chamado Ortho-CT™, uma versão do Scanora™ (Soredex

Corporation, Helsinque, Finlândia). No Ortho-CT™, a seção onde o filme estava

instalado foi substituída por um intensificador de imagem com 10 cm de diâmetro em

sua superfície. O aparelho possuía um campo de 32 x 38 mm e um sensor de raios

X bidimensional. O tempo de varredura era de 17 segundos e, num giro de 360°, 512

conjuntos de dados eram coletados. A reconstrução da imagem no computador

requeria 10 minutos. A dose de radiação é quase igual à de uma radiografia

panorâmica e muito mais baixa do que a de uma tomografia computadorizada

helicoidal do complexo maxilofacial.

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Revisão de literatura 19

Hashimoto et al. (2003) relataram que pesquisadores japoneses criaram um

protótipo limitado de TCFC para uso odontológico, em 1997. Esse dispositivo teria

sido utilizado em aproximadamente 2000 casos, para avaliação de dentes

impactados, lesões apicais e maxilomandibulares. Em 2000, essa tecnologia foi

transferida para a Morita Co Ltd. O 3DX Multi-Image Micro-CTTM (3DX, Morita Co.,

Kyoto, Japão), então, foi desenvolvido como um aparelho de TCFC que

proporcionava a construção de imagens tridimensionais dos tecidos duros da região

maxilofacial. O referido tomógrafo utiliza um feixe cônico, no qual o campo de

radiação é limitado a uma altura de 29 mm e largura de 38 mm, ao centro de

rotação. Os dados da imagem são quantificados em uma tela bidimensional de 240

X 320 pixels, necessitando de um tempo aproximado de 10 minutos para a execução

das reconstruções. Esses autores realizaram uma comparação da qualidade de

imagem e dose de radiação obtida na pele com o 3DXTM e o tomógrafo multidetector

Aquilion Multi Slice CTTM (Toshiba Medical Co Ltd., Tokyo, Japão). No que se refere

à qualidade da imagem, em todos os itens avaliados, as imagens do 3DXTM foram

significantemente superiores em relação ao multidetector (p < 0,01). A média de

dose de radiação na pele com o uso do multidetector foi de 458 mSv, enquanto que

para o 3DXTM foi de 1,19 mSv. Os resultados demonstraram a eficácia do 3DXTM

para exame de tecidos duros na região maxilofacial.

Segundo Bueno et al. (2007), a TCFC tem sido utilizada de modo restrito em

Medicina. O pioneirismo do direcionamento desta técnica para Odontologia

aconteceu no Japão. O protótipo desenvolvido constituía-se de um tomógrafo de alta

resolução, modificado de um aparelho Scanora™ (Soredex Corp., Helsinque,

Finlândia), chamado de Ortho-CT™. Subsequentemente, o aprimoramento desta

tecnologia coube a pesquisadores italianos da Universidade de Verona, que, em

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Revisão de literatura 20 1998, apresentaram os resultados preliminares de um "novo aparelho de TC para

imagens odontológicas” (GARIB et al., 2007). Com base na técnica do feixe cônico

(cone beam technique), os aparelhos de TCFC são geralmente mais compactos. A

depender do aparelho, o paciente é posicionado sentado ou acomoda-se deitado.

Os aparelhos apresentam dois componentes principais, posicionados em extremos

opostos da cabeça do paciente: a fonte de raios X, que emite um feixe em forma de

cone, e um detector. O sistema tubo-detector realiza somente um giro de 360 graus

em torno da cabeça do paciente e a cada determinado grau de giro (em geral a cada

1 grau), o aparelho adquire uma imagem base da cabeça (GARIB et al., 2007).

2.5 Aquisição de imagens por TCFC

De acordo com os relatos de Halazonetis (2005), as imagens volumétricas do

corpo humano podem ser produzidas, por exemplo, através de exames por

tomografia computadorizada e ressonância magnética. Isso não é uma descoberta

recente. O que tem mudado é a aplicação dessa tecnologia na Odontologia. Os

novos aparelhos de TC podem fazer uma leitura completa da cabeça em poucos

segundos e expor o paciente a uma dose de radiação efetiva de apenas 50 µSv, em

comparação com 2000 µSv de tomógrafos mais antigos, ao realizar o exame de toda

a cabeça. A redução da exposição e do custo tem permitido a solicitação de imagens

por TC para vários procedimentos.

Em geral, as imagens por TC são adquiridas em formato DICOMTM (Digital

Imaging and Communication in Medicine), um conjunto de regras que fornece uma

especificação detalhada para formatação e troca de imagens e informações

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Revisão de literatura 21 associadas. Esse formato é aplicável para todas as imagens, inclusive para

radiografias e fotografias utilizadas em Odontologia (FARMAN, 2005).

Farman e Scarfe (2006) afirmaram que a visualização de um objeto em uma

tela de computador possui a limitação da representação de uma estrutura

tridimensional em duas dimensões apenas, correspondentes às da tela. Existem dois

métodos fundamentais de projeção: perspectiva e projeção ortográfica. O primeiro

produz resultados semelhantes ao que é visto com nossos olhos ou o que se

observa em fotografias: objetos próximos à câmera aparecem maiores do que os

mais distantes e linhas paralelas parecem convergir à distância (imagens mais

naturais). O segundo método, também chamado de projeção paralela, mantém o

tamanho dos objetos independente da distância dos mesmos à tela e as linhas

paralelas permanecem paralelas (esse método é mais apropriado para a avaliação

geométrica do objeto, porque o tamanho e a forma não se alteram com a direção de

observação). Além disso, um objeto tridimensional não é completamente visibilizado,

pois dependendo do ângulo, pode-se ver apenas parte dele e o restante fica

sobreposto por parte do objeto ou de outros objetos. Para se conseguir imagens

realísticas, o computador precisa aplicar sombreado à superfície do desenho. O

sombreado modula o brilho da superfície. Superfícies perpendiculares à direção da

luz parecem mais brilhantes. O volume de dados adquiridos com um aparelho de TC

não contém apenas o objeto de interesse, mas representa o espaço que inclui esse

objeto, ou seja, o objeto e o que está ao seu redor. Sendo assim, o tomógrafo

também capta o ar que existe ao redor da cabeça do paciente, o qual tem a cor

preta. Não é possível separar o objeto puramente porque o valor (brilho) de um voxel

não é um bom diferenciador do que é objeto e o que é ar. A relação entre a

transparência e o valor (ou seja, densidade de absorção) de um voxel é especificada

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Revisão de literatura 22 pela transferência de funções. Essas são funções matemáticas que combinam o

valor de um voxel com transparência ou cores. Potencialmente, todos os voxels

aparecem, mas transparência (total ou parcial) é aplicada seletivamente para que se

possa ver dentro dos limites do objeto.

Os aparelhos para a aquisição de imagens por TCFC são baseados na

tomografia volumétrica, que utiliza uma extensão bidimensional digital com detector

de área; a esta se combina um feixe de raios X. A técnica de feixe cônico envolve

uma simples varredura, na qual a fonte de raios X e o receptor de imagens se

movem sincronizadamente ao redor da cabeça do paciente, que fica estabilizada.

Em certos intervalos graduados, imagens de projeção simples, conhecidas como

imagens base, são adquiridas. Estas são similares a uma telerradiografia em norma

lateral, cada uma ligeiramente deslocada em relação à outra. A partir de um

programa de computador, uma série de dados tridimensionais é gerada, podendo

ser utilizada para fornecer uma reconstrução primária da imagem nos três planos

ortogonais (axial, sagital e coronal). O tomógrafo computadorizado por feixe cônico é

capaz de reconstruir a estrutura primária da projeção, oferecendo exposições

coronais, sagitais e imagens secundárias correlacionadas em projeção axial,

similares aos dados de uma tomografia computadorizada convencional. O software

para visualização e manipulação apresenta a imagem de diferentes modos, com

base na série de dados originais, incluindo secções lineares, curvas e multiplanares,

perpendiculares aos cortes axiais (FARMAN; SCARFE, 2006).

Cevidanes, Styner e Proffit (2006) explicaram que os procedimentos de

análise de imagens por TCFC incluem a construção de modelos tridimensionais,

registro e superposição de modelos em momentos diferentes, bem como o cálculo

das distâncias entre as superfícies tridimensionais. Segundo os autores, a

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Revisão de literatura 23 automação desses métodos permite que o procedimento de análise das imagens

seja cada vez menos relacionado a erros do observador.

Swennen e Schutyser (2006) afirmaram que, com algoritmos de reconstrução

de feixe cônico, um volume de dados de TC detalhados é obtido. Similarmente à TC

multi-slice, as imagens por TCFC são armazenadas em um software. Por exemplo,

no caso do tomógrafo NewTomTM, o formato correspondente seria o DICOMTM; já

para imagens adquiridas pelo tomógrafo i-CATTM, o software denomina-se XoranTM.

Os autores ressaltaram que o principal foco desses dispositivos de TCFC está na

imagem óssea, portanto, a dose de radiação pode ser significantemente reduzida

em comparação à TC multi-slice.

Bueno et al. (2007) continuaram essas explicações, ao mencionarem que o

DICOMTM foi desenvolvido especialmente para a área médica, com a finalidade de

integrar e visualizar diversas modalidades de imagens em um único sistema de

arquivamento digital. O sistema DICOMTM pode armazenar dados técnicos da

aquisição do exame, data, informações clínicas do paciente, entre outros. As

imagens DICOMTM podem ser abertas em softwares específicos. Esses arquivos

podem, então, ser convertidos ao formato STL, para a realização de modelos

tridimensionais, processo esse denominado prototipagem.

Segundo Garib et al. (2007), cada pixel apresenta um número que traduz a

densidade tecidual ou o seu poder de atenuação da radiação. Tais números,

conhecidos como escala Hounsfield, variam de –1000 (densidade do ar) a +1000

(densidade da cortical óssea), passando pelo zero (densidade da água). Na escala

Hounsfield, considera-se que a água apresenta uma densidade neutra na imagem

tomográfica. Deste modo, os tecidos de maior densidade são decodificados com um

número positivo pelo tomógrafo e chamados hiperdensos, enquanto que os tecidos

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Revisão de literatura 24 com densidade inferior à água recebem um número negativo e são denominados

hipodensos. Mas, a imagem por TC ainda apresenta uma terceira dimensão,

representada pela espessura do corte. Denomina-se voxel a menor unidade da

imagem na espessura do corte, podendo variar de 0,2 a 20 mm, a depender da

região do corpo a ser registrada e da qualidade da imagem desejada. Na TCFC, o

volume total da área registrada apresenta, na maioria das vezes, um formato

cilíndrico ou esférico, de tamanho variável, de acordo com a marca do aparelho.

Nesta, o voxel é chamado de isométrico, ou seja, apresenta altura, largura e

profundidade de iguais dimensões. Cada lado do voxel apresenta dimensão

submilimétrica (menor que 1 mm, geralmente de 0,119 a 0,4 mm) e, portanto, a

imagem apresenta muito boa resolução. A dose de radiação efetiva da TCFC varia

de acordo com a marca comercial do aparelho e com as especificações técnicas

selecionadas durante a aquisição da imagem (campo de visão, tempo de exposição,

miliamperagem e quilovoltagem). Porém, de um modo geral, os fatores de exposição

mostram-se significantemente reduzidos em comparação à TC convencional.

Quando comparada às radiografias convencionais, a dose de radiação da TCFC

apresenta-se similar à de exame periapical da boca toda ou equivale a

aproximadamente de 4 a 15 vezes a dose de uma radiografia panorâmica.

Hassan et al. (2007) ratificaram que os dados volumétricos podem ser

visualizados nas variedades bidimensional e oblíqua por meio de reformatações

multiplanares (MPR), bem como se utilizando técnicas de visualização

tridimensionais, por exemplo, interpretação superficial, projeção de intensidade

máxima (MIP), soma de raio e interpretação do volume. Os autores criaram um

instrumento educativo-interativo, para visualização da morfologia e relações mútuas

da anatomia óssea craniofacial representada em imagens tridimensionais e

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Revisão de literatura 25 multiplanares obtidas por TCFC. O projeto foi denominado CILE (Aprendizagem

Interativa no Ambiente da TCFC). Este propicia a ilustração dos tipos de imagem e

técnicas de visualização possíveis com esta tecnologia que se desenvolve

rapidamente, além de servir como um Atlas interativo online. O conteúdo do sítio

eletrônico compreende três módulos principais. A seção de tecnologia TCFC fornece

uma breve introdução sobre princípios e visualização. A seção de anatomia é o

módulo principal que contém vários submódulos interativos. O módulo de

Navegação Guiada discute alguns conceitos básicos pertinentes à visualização de

dados volumétricos.

Segundo White (2008), os aparelhos de TCFC são distinguidos dos de TC

helicoidal em parte devido à geometria da imagem. O feixe de raios X em uma

unidade de TCFC diverge em forma de cone para o paciente em vez de ser colimado

em um feixe em leque, como na unidade de TC helicoidal. Isto permite que a região

de interesse seja capturada com apenas um ciclo da fonte de raios X, ou menos, ao

redor da cabeça do paciente. Diferentemente da TC helicoidal, não há colimação

após o paciente. Como resultado, a imagem é capturada com poucos fótons

desperdiçados, mas é degradada pela radiação de espalhamento. Após o feixe

passar através do paciente, os fótons remanescentes são capturados em um

detector de imagens, normalmente uma tela plana de silicone amorfo ou um

intensificador de imagem. Vários aparelhos capturam de 160 a 599 imagens base,

que são reduzidas a um volume utilizando-se um programa de retroprojeção.

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Revisão de literatura 26 2.6 Alguns aparelhos para aquisição de imagens por TCFC e suas

vantagens

O Quadro 2.1 apresenta as características de quatro sistemas bastante

conhecidos: NewTomTM 3G, i-CATTM, CB MercurayTM e 3D AccuitomoTM. Estes

diferem em tamanho, ajustes possíveis, área da imagem capturada (campo de visão)

e utilização clínica.

Ludlow et al. (2006) realizaram estudo com o objetivo de fornecer medidas

comparativas da dose efetiva de radiação para três unidades de TCFC disponíveis

comercialmente com campo de visão (field of view - FOV) largo (12”): CB

MercurayTM, NewtomTM 3G e o i-CATTM. O FOV largo permite a visualização

simultânea de toda a base do crânio assim como a anatomia maxilofacial, desde o

processo frontal até o mento. Dosímetros termoluminescentes (termoluminescents

dosimeters - TLD) foram utilizados para registrar a distribuição da dose de radiação

absorvida em locais selecionados na região da cabeça e pescoço de um fantoma.

As mensurações foram realizadas em 24 sítios, os quais representavam órgãos

sensíveis à radiação. Um dosímetro não exposto também foi incluído para a

calibração ambiental de cada técnica. As leituras das médias dos dosímetros após

três ciclos de exposição à TCFC foram: de 2,5 mGy para o NewTomTM 3G; 3,25

mGy para o i-CATTM e 32,7 mGy para o CB MercurayTM. Essas doses estão bem

acima do limite mínimo de 0,3 mGy para o TLD. Assim, os autores concluíram que a

dose de radiação da TCFC varia substancialmente a depender do aparelho, campo

de visão e técnica selecionada.

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Revisão de literatura 27

Quadro 2.1 - Especificações de alguns aparelhos de TCFC para uso odontológico.

Nome Comercial Fabricante

Dimensões (largura

x comprimento

x altura)

Voltagem Amperagem

Varredura (segundos)

Detector de

imagem

Escalade

cinza

Campo de visão Máximo

Resolução(mm)

Tempo de reconstrução

NewTom Quantitative Radiology,

2 m x 2,41 m x

2 m 110 kVp 36 CCD 12 bits

10 a 20 cm 0,2–0,4 2 minutos

3G Verona, Itália 15 mA (6 a 12”)

i-CAT Imaging

Sciences, 1,04 m x 1,12

m x 1,83 m 120 kVp 5 – 26 Amorphous

Silicon 14 bits25 cm (d)

x 0,12–0,4 30 segundos

Hatfield PA,

EUA 3-8 mA Flat Panel 20 cm (a)

CB MercuRay

Hitachi Medical Corp.,

1,84 m x 1,90 m x 2,25 m 60–120 kVp 10 CCD 12 bits

10,24 a 19 0,2–0,376 6 minutos

Tokyo, Japão 10-15 mA cm (6 a

12”)

3D Accuitomo

XYZ J Morita Mfg

Corp. 1,62 m x 1,20

m x 2,08 m 60–80 kVp 18 CCD 8 bits 4 cm (d) x 0,125 5 minutos

Slice View Tomograph Kyoto, Japão 1-10 mA 3 cm (a)

De acordo com Scarfe, Farman e Sukovic (2006), o uso da tecnologia da

TCFC na prática clínica oferece várias vantagens para a imagem da região

maxilofacial em relação à TC convencional: (1) limitação do feixe de raios X,

reduzindo o tamanho da área irradiada devido à colimação do feixe primário para a

área de interesse, o que minimiza a dose de radiação. A maioria das unidades de

TCFC pode ser ajustada para fazer uma varredura de pequenas regiões para fins de

diagnósticos específicos; outras são capazes de registrar todo o complexo

craniofacial, quando necessário; (2) acurácia da imagem; (3) menor tempo de

varredura: de 10 a 70 segundos, já que as imagens base são adquiridas em uma

única rotação; e (4) artefatos de imagem reduzidos. A TCFC proporciona a criação

de imagens bidimensionais nos planos axial, sagital e coronal e até mesmo imagens

oblíquas ou curvas – um processo conhecido como reformatação multiplanar.

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Revisão de literatura 28

Segundo Bueno et al. (2007), os aparelhos de TCFC possuem características

próprias e diferem quanto ao tipo de sensor/detector de imagem, tamanho do campo

de imagem/visão (field of view – FOV), resolução e software. Existem dois tipos de

sensores para a tecnologia Cone Beam: intensificador de imagem e flat panel. A

primeira geração de tomógrafos por feixe cônico utilizava o sistema intensificador de

imagem de 8 bits. Com a evolução dos aparelhos, o sensor flat panel passou a ser

mais utilizado pelas vantagens que oferece, pois produz imagens com menos de

distorções e ruído, não são sensíveis a campos magnéticos e não precisam de

calibração freqüente. Atualmente, os sensores flat panel possuem de 12 a 16 bits.

Quanto maior a quantidade de bits, maior a qualidade de tons de cinza.

Bueno et al. (2007) também mencionaram que a TCFC proporciona uma

menor dose de radiação em comparação à TC fan beam, com distinção de

estruturas delicadas, como esmalte, dentina, cavidade pulpar e cortical alveolar. No

entanto, a TCFC é muito sensível a movimentos da cabeça do paciente, portanto, o

mesmo deve ficar imóvel durante a aquisição de imagem. Aparelhos com sistema de

contenção adequado favorecem a imobilidade do paciente. A TCFC também permite

uma melhor acurácia frente a outros métodos de obtenção de imagem, com melhor

distinção entre os tons de cinza, para tecidos com diferenças de densidade da

ordem de 0,5%, sendo que na radiografia este limite situa-se entre 5% e 10%. A

tomografia chega a ser de 10 a 20 vezes mais sensível que o exame radiográfico.

Uma desvantagem desse método de diagnóstico em relação aos exames

radiográficos é a formação de artefatos (bem mais evidentes na TC fan beam do que

na TCFC), que aparecem principalmente próximos de materiais de alta densidade,

como os metálicos (núcleos intra-radiculares, coroas e restaurações metálicas). Este

efeito é chamado de beam hardening ou endurecimento do raio. O beam hardening

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Revisão de literatura 29 pode acontecer de forma discreta devido à presença de esmalte com grande

espessura, como na superfície oclusal de pré-molares e molares, com projeção de

uma imagem hipodensa em um dente vizinho, semelhante a uma lesão de cárie. Por

esta razão, ainda podem ser necessárias radiografias interproximais ou periapicais

complementares. O profissional deve estar preparado para identificar este efeito, que

tem a formação da imagem de acordo com as características dos corpos vizinhos,

através do rastreamento tridimensional. Estes artefatos tendem a diminuir com a

sofisticação dos softwares e sensores.

Segundo Kim et al. (2007), a TCFC pode adquirir mais cortes em um tempo

reduzido, abrangendo várias estruturas anatômicas com cortes mais finos do que a

TC convencional. As imagens tridimensionais reconstruídas, adquiridas do volume

de uma TCFC, poderiam ser utilizadas para obtenção de informações adicionais

sobre a estrutura anatômica da maxila posterior devido aos parâmetros

preestabelecidos, utilizados como finos cortes interpolares. De acordo com Garib et

al. (2007), os programas que executam a reconstrução computadorizada das

imagens por TCFC também podem ser instalados em computadores convencionais

e não necessitam de uma estação de trabalho.

A tecnologia da TCFC é capaz de alcançar doses de radiação equivalentes às

doses selecionadas para radiografias periapicais da boca completa e também

requerer dose mais baixa do que duas radiografias panorâmicas, dependendo das

especificações e regime de trabalho do aparelho (miliamperagem, quilovoltagem,

tempo de exposição etc.), o que influencia na qualidade da imagem. Apesar do

ligeiro aumento na dose de radiação, todas as radiografias necessárias podem ser

coletadas em apenas uma varredura, em menos de um minuto. Em adição,

projeções não disponíveis antes podem ser criadas nos planos axial, coronal e

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Revisão de literatura 30 sagital, separadamente para os lados esquerdo e direito da cabeça (BALLRICK et

al., 2008).

Para White (2008), as vantagens dos aparelhos de TCFC são: dose de

radiação relativamente baixa; tempo de aquisição de imagem curto; relativo baixo

custo e alta qualidade da imagem subjetivamente avaliada, mesmo em comparação

à TC helicoidal. As principais desvantagens seriam: a pouca diferenciação de tecidos

moles, algumas unidades não proporcionam ajuste de colimação e há maior ruído da

imagem quando comparada com a TC helicoidal.

Palomo, Rao e Hans (2008) quantificaram as alterações na dose de radiação

quando do uso de combinações diferentes das características da TCFC. O

tomógrafo utilizado nessa pesquisa foi o CB Mercuray™ modificado para permitir

outras combinações, além da disponível comercialmente. Por combinações de

quatro miliamperagens, duas quilovoltagens, presença ou ausência de filtro e três

campos de visão, foram planejadas 48 exposições. A dose de radiação de um

aparelho panorâmico e a dose de um exame periapical completo também foram

medidas para comparar melhor a TCFC com métodos tradicionais. As características

utilizadas nestes dois casos foram as mesmas recomendadas pelos fabricantes para

um adulto do gênero masculino. As observações foram feitas em um phantom e a

dose de radiação foi determinada por 10 dosímetros termoluminescentes,

localizados em pontos referentes a órgãos radiossensíveis. Um total de 21 exames

foram utilizados, sendo 19 a partir de TCFC, 1 radiografia panorâmica e 1 exame

periapical completo. O aparelho de TCFC mostrou excelente reprodutibilidade. A

variação da miliamperagem, teve pouco efeito nos valores médios das doses de

radiação. A presença ou ausência do filtro reduz a dose de radiação em

aproximadamente 14%. A redução da quilovoltagem de 120 kVp para 100 kVp

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Revisão de literatura 31 proporcionou uma diminuição de 38% aproximadamente. Quando se reduz o campo

de visão, a dose de radiação aos tecidos que permanecem nesse campo diminui de

5 a 10%. Concluiu-se que uma redução na dose de radiação pode ser alcançada

quando se utiliza as características modificadas do aparelho.

Ainda em 2008, Silva et al. realizaram um estudo com o objetivo de comparar

a dose de radiação absorvida e a dose de radiação efetiva para radiografias

panorâmicas e telerradiografias, bem como para imagens tomográficas por dois

aparelhos de TCFC e um aparelho de TC helicoidal, na prática ortodôntica. A

mensuração da dose de radiação foi realizada através de um phantom

antropomórfico, especialmente desenvolvido para estudos de dosimetria em

Radiologia Odontológica. A dose absorvida em locais selecionados,

correspondentes aos órgãos radiossensíveis de interesse, foi medida utilizando-se

uma série de 48 placas de dosímetros termoluminescentes calibrados. Três

dosímetros foram posicionados em cada sítio anatômico para o cálculo do valor

médio de cada local, mantendo-se os dosímetros nas mesmas posições para cada

exposição. Os aparelhos de TCFC utilizados nesse estudo foram o NewTom™ 9000

e o i-CAT™, além do Panoramic Orthophos Plus™ DS (Sirona Dental Systems,

Bernsheim, Alemanha) e o aparelho de TC helicoidal (Somatom Sensation™ 64;

Siemens Medical Solutions, Erlangen, Alemanha). Considerando a pequena

quantidade de radiação e exposição das placas, o phantom, após carregado com os

dosímetros, foi exposto cinco vezes, para fornecer uma mensuração confiável de

radiação. Depois, os valores foram divididos por cinco para obter um valor para cada

região. Protetores de tiróide não foram utilizados durante as exposições. Para

comparar os dados, foram utilizados campos de visão largos na aquisição das

imagens de todas as partes da maxila e da mandíbula. Os parâmetros de raios X

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Revisão de literatura 32 aplicados foram os recomendados para um adulto jovem. Para os aparelhos de

TCFC foram utilizados os parâmetros automáticos. A dosimetria foi calculada três

vezes para cada técnica, visando assegurar a reprodutibilidade. O desvio padrão foi

inferior a 5%. Os valores médios foram obtidos a partir das nove mensurações de

cada técnica e sítio. A dose mais baixa foi a da glândula tiróide, durante os exames

de radiografia panorâmica e telerradiografia. A dose mais alta foi da pele do

pescoço, com o TC helicoidal. A segunda mais alta foi obtida com o i-CAT™ e a

terceira com o NewTom™ 9000. Do ponto de vista da dose para o paciente, o uso

rotineiro da TCFC não é recomendado em procedimentos ortodônticos, devido à

menor dose de radiação oferecida pelos exames convencionais. No entanto, quando

uma imagem tridimensional é necessária na prática ortodôntica, a TCFC deveria ser

escolhida em detrimento à TC helicoidal.

2.7 Aplicações clínicas da TCFC

Segundo Hajeer et al. (2004), na avaliação subjetiva de deformidades, os

modelos tridimensionais são muito valiosos para a localização da origem da

alteração e de sua magnitude. Embora as patologias dentoesqueléticas e

maxilofaciais sejam normalmente expressas em três dimensões, o diagnóstico das

mesmas tem sido realizado principalmente por recursos bidimensionais (fotografias e

radiografias). Modelos tridimensionais podem ser manipulados em qualquer direção,

o que oferece considerável informação ao ortodontista, sem restrição do tempo de

avaliação clínica.

Holberg et al. (2005) afirmaram que, por meio da TCFC, é possível reconstruir

regiões anatômicas arbitrariamente em três dimensões e avaliá-las qualitativa e

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Revisão de literatura 33 quantitativamente. Devido a essas propriedades, a TCFC tem obtido maior aceitação

nos últimos anos também no campo da Ortodontia. Os autores realizaram um estudo

comparativo da qualidade das imagens produzidas pelos métodos de tomografia

computadorizada por feixe cônico e tomografia computadorizada helicoidal.

Concluíram que tanto a TCFC quanto a TC são importantes para o diagnóstico

radiológico na Ortodontia. Em contraste com a TC helicoidal, há uma redução

considerável dos artefatos metálicos em volta de restaurações metálicas e implantes

quando a TCFC é empregada, sendo esta preferível se houver metal presente. Os

autores sugeriram que a TCFC é superior à TC convencional para o exame de

estruturas dentárias e esqueléticas (relação de dentes e visualização de más

oclusões esqueléticas) por causa da menor dose de radiação.

Para Halazonetis (2005), mesmo sem metodologias mais sofisticadas, os

dados tridimensionais por TCFC expandiram as capacidades de diagnóstico. A citar:

(1) avaliação do osso alveolar em todos os aspectos (largura mesial, distal,

vestibular e lingual, fenestrações e deiscências); (2) inclinação e torque dentário; (3)

posição de dentes impactados, permitindo o planejamento cirúrgico; (4) reabsorção

radicular; (5) relações de tecidos moles com o tecido ósseo; (6) tamanho e postura

da língua, auxiliando no diagnóstico de mordida aberta e discrepâncias entre os

arcos dentários; (7) avaliação das vias aéreas, especialmente em pacientes com

suspeita de respiração bucal, hipertrofia de adenóides ou apnéia e (8) planejamento

cirúrgico, auxiliando principalmente nos casos de assimetria e fissuras lábio-palatais,

utilizando-se protótipos.

Cevidanes, Styner e Proffit (2006) complementaram que as imagens

tridimensionais por TCFC também proporcionam informações sobre (1) tamanho,

forma e posição da cabeça da mandíbula; (2) morfologia, inclinação, deslocamento

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Revisão de literatura 34 ou desvio das superfícies lateral e medial do corpo e do ramo da mandíbula; (3)

forma do palato e (4) morfologia dos sítios para implantes ou osteotomias. Em

adição, a identificação do perfil facial tegumentar permite a avaliação da relação

entre os tecidos duros e moles.

Lee et al. (2006) descreveram a prototipagem rápida como uma tecnologia

que pode produzir modelos físicos tridimensionais por solidificação seletiva de

materiais como resina e gesso por uso de raios ultravioleta ou laser. Descreveram o

caso de um primeiro molar inferior direito que apresentava três raízes distais. Nesse

estudo, o objetivo foi demonstrar a anatomia do dente com o auxílio da reconstrução

digital tridimensional e de um biomodelo por prototipagem rápida. Durante a fase de

diagnóstico, uma radiografia periapical foi realizada. Foi possível observar uma linha

de separação evidente das raízes distolingual e distovestibular. No exame da

radiografia pós-endodôntica, foi observada uma outra imagem de canal radicular,

sendo então suspeitada a ocorrência de uma terceira raiz distal. Por microscopia, foi

localizado o canal radicular distal médio, que também foi submetido à terapia

endodôntica. Foi realizada, então, uma TC para a visualização da anatomia da raiz

distal média. A partir de um programa de visualização dos dados digitais, estes

foram exportados para um aparelho de prototipagem rápida, produzindo-se um

biomodelo.

Loubele et al. (2006) avaliaram a qualidade das segmentações de estruturas

ósseas em imagens por TCFC e compararam com modelos similares derivados de

imagens por TC helicoidal. As diferenças geométricas foram analisadas a partir de

mensurações da espessura óssea coletada de vários sítios anatômicos em ambos

os modelos. O procedimento de validação proposto usou a TC helicoidal como

método de referência. A validação foi realizada para três aparelhos de TCFC,

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Revisão de literatura 35 envolvendo tanto um phantom quanto imagens de pacientes. Para avaliar a

qualidade da imagem óssea gerada por TCFC, a espessura óssea das imagens

adquiridas pelo referido método foi comparada com a espessura óssea das imagens

por TC helicoidal, no ponto anatômico correspondente. Os resultados mostraram

diferenças estatisticamente significantes entre as medidas de espessura nas

imagens por TC helicoidal e TCFC. O aparelho que proporcionou menor variação foi

o i-CAT™ (0,05 ± 0,47 mm).

Em 2007, Garib et al. destacaram que as principais aplicações da TCFC em

Ortodontia são: (1) avaliação das dimensões transversas das bases apicais; (2)

análise da movimentação dentária para a região de osso atrésico (rebordo alveolar

pouco espesso na direção vestibulolingual) ou com expansão do seio maxilar; (3)

medições do diâmetro mesiodistal de dentes permanentes não irrompidos para

avaliação da discrepância dente-osso e (4) avaliações cefalométricas.

Kim et al. (2007) referiram-se a um sistema simples, preciso e seguro que foi

desenvolvido para localização de mini-implantes por meio de dados da TCFC.

Primeiramente, um modelo tridimensional pré-cirúrgico dos dentes e osso alveolar

do paciente é produzido, o que permite aos clínicos inserirem os mini-implantes em

posições pré-determinadas. Dados da imagem por TCFC são transformados pelo

programa para segmentação interativa das imagens em um formato compatível com

aparelhos de estereolitografia (SLA). A construção de um guia cirúrgico por TCFC é

recomendada para a colocação de mini-implantes, posicionando-os corretamente

nos planos horizontal e vertical, com uma dose de radiação menor do que na TC

helicoidal.

Lofthag-Hansen et al. (2007) realizaram uma comparação entre radiografias

periapicais intrabucais e imagens em 3D, no diagnóstico de patologias periapicais

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Revisão de literatura 36 em 46 dentes (molares e pré-molares superiores e molares inferiores) com

problemas endodônticos. Dos 46 dentes analisados, 42 (89%) apresentavam

tratamento endodôntico; desses, 23 (56%) apresentavam retentores em uma ou

mais raízes. Ambas as técnicas revelaram lesões em 32 dentes; dez outras novas

lesões foram diagnosticadas nas imagens do 3D AccuitomoTM. Com relação às

raízes, 53 lesões foram observadas em ambas as técnicas, 33 outras raízes

associadas a lesões periapicais foram identificadas nas imagens em 3D. Erosões ou

perfurações nas faces vestibular e/ou lingual foram observadas com maior

frequência nas imagens do 3D AccuitomoTM do que nas radiografias periapicais.

Quando ambas as técnicas foram conjuntamente analisadas, todos os observadores

concordaram que, em 32 casos (70%), as imagens do 3D AccuitomoTM forneceram

informações clínicas adicionais relevantes não encontradas nas radiografias

periapicais.

Sakabe et al. (2007) avaliaram a reprodutibilidade interexaminador e a

acurácia de medições de dentes não erupcionados nas imagens do 3DX Multi-Image

Micro-CTTM, comparadas às mensurações dos dentes extraídos, em laboratório,

utilizando-se um aparelho de coordenada tridimensional (3MD). A amostra consistiu

de 10 crianças que seriam submetidas à extração de mesiodens retidos, sendo nove

do gênero masculino e apenas uma do gênero feminino. Para avaliar a

reprodutibilidade das medidas por meio do 3DXTM, foi utilizada uma amostra de

imagens avaliada cinco vezes por cinco observadores. Por análise de variância,

calculou-se o nível de significância, neste caso, p > 0,05. Os resultados mostraram

que as diferenças entre a reprodutibilidade das medições por ambos os métodos

não foram estatisticamente significantes. As medidas nas imagens por TCFC foram

significativamente maiores do que as obtidas em laboratório (p < 0,05), sendo a

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Revisão de literatura 37 diferença média equivalente a + 0,088 mm. No entanto, os pesquisadores julgaram

este achado clinicamente insignificante.

Em 2008, Ballrick et al. ratificaram que a utilização das imagens por TCFC

propicia o planejamento para implantes, a avaliação da articulação

temporomandibular, a localização do canal do nervo alveolar inferior, o estudo da

dentadura mista, o planejamento para dispositivos de ancoragem ortodôntica

temporários, a identificação e localização de lesões patológicas, a avaliação de

problemas endodônticos, a localização de dentes supranumerários, a avaliação da

altura e da espessura alveolar, a avaliação do crescimento e desenvolvimento do

complexo craniofacial e a análise das vias aéreas superiores. Os autores estimaram

a acurácia das mensurações e a resolução espacial de um aparelho de TCFC

disponível comercialmente com detector de tela plana de silicone amorfo (i-CAT™).

Foram utilizados dois phantoms para se estimar o tamanho da imagem, a acurácia

das mensurações e a resolução espacial. Para isso, foram feitas mensurações nas

imagens obtidas por TCFC e mensurações diretas, com a ajuda de um paquímetro

digital. Todas as mensurações foram feitas em três tempos separados. A média foi

utilizada para minimizar possíveis erros de mensuração. Os resultados mostraram

uma alta confiabilidade e reprodutibilidade das mensurações. A TCFC apresentou

uma tendência a subestimar os valores reais (94,4%). Embora as diferenças tenham

sido menores do que 0,1 mm e clinicamente insignificantes, isto pode ser um

problema quando várias medidas forem somadas para, por exemplo, uma análise do

perímetro do arco dentário. Os resultados indicaram que o i-CAT™ é aceitável para

medidas lineares em todos os planos espaciais. A resolução espacial pode ser

melhorada a partir da escolha apropriada das características da imagem, com voxels

menores e maior tempo de exposição, o que aumenta a dose de radiação.

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Revisão de literatura 38

Gracco et al. (2008) procuraram descobrir a melhor região do palato para

inserção de mini-implantes. Foram analisadas 162 imagens por TCFC de pacientes

com idade entre 10 e 44 anos, sendo 80 do gênero masculino e 82 do feminino.

Mensurou-se a espessura do palato em 20 sítios. A amostra foi dividida em três

grupos por idade: o grupo A, com idade entre 10 e 15 anos; o grupo B, com idade

entre 15 e 20 anos; e o grupo C, com idade entre 20 e 44 anos. Foi obtido um total

de 3.240 medidas, 20 para cada paciente. Foram calculados a média e o desvio

padrão. Não foi observada diferença estatisticamente significante entre as médias

das mensurações do grupo A e do grupo B, porém, os valores do grupo A diferiram

significantemente em comparação ao grupo C na medida obtida a 6 mm da sutura

palatina, para os lados direito e esquerdo. Não foram encontradas diferenças

significantes entre a espessura óssea do palato do lado direito e do lado esquerdo

da sutura para cada grupo, assim como não foi constatado dimorfismo entre os

gêneros.

Kumar et al. (2008) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar se os

cefalogramas sintetizados a partir de TCFC oferecem as mesmas mensurações de

um cefalograma convencional. Foram recrutados 31 pacientes e, para cada

paciente, foi realizado um cefalograma convencional e outro com base em uma

imagem por TCFC. As imagens axiais por TCFC foram importadas pelo Dolphin

3D™ (Dolphin Imaging & Management Systems, Chatsworth, Califórnia, EUA) para

gerar imagens radiográficas, traçados e análises cefalométricas bidimensionais. Um

modelo virtual tridimensional foi criado para gerar o cefalograma bidimensional. Um

instrumento para mensuração de ângulos (Original True Angle, Quint Measuring

Systems, San Ramon, Califórnia, EUA) foi utilizado para simular a orientação do

cefalograma convencional. Uma escala do instrumento foi posicionada

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Revisão de literatura 39 paralelamente à tela do computador e a outra escala foi posicionada tangenciando o

ponto mais proeminente do plano médio do osso frontal do paciente. As angulações

foram reproduzidas na projeção sagital direita do modelo virtual. Mensurações para

cefalogramas convencionais foram ajustadas para a magnificação de 7,5% no plano

sagital. Esse estudo comparou 12 mensurações lineares e cinco mensurações

angulares baseadas nos pontos de referência de tecidos duros e moles. As

mensurações foram selecionadas para incluir os componentes vertical e

anteroposterior do crânio e da face. As mensurações foram feitas por apenas um

operador, de forma aleatória. A reprodutibilidade das técnicas de mensuração

utilizadas nesse estudo foi validada em um estudo prévio com dez crânios secos. No

estudo prévio, as mensurações foram repetidas três vezes, com intervalos de uma

semana, e, quando aplicada a análise de multivariância (MANOVA), nenhuma

diferença estatística foi encontrada. Os resultados mostraram que não houve

diferença estatisticamente significante entre as modalidades cefalométricas para as

medidas lineares. Um percentual de erro, dentro de 2 mm, foi observado para

pareamento de cada modalidade. Para as medidas angulares, apenas uma mostrou

diferença estatisticamente significante. Concluiu-se que as imagens cefalométricas

produzidas a partir de uma imagem por TCFC podem ser utilizadas na transição da

análise da imagem bidimensional para tridimensional. Nos casos em que os pontos

de referência sejam ambíguos, a imagem cefalométrica da TCFC pode oferecer uma

delineação mais acurada, resultando em diferenças entre os métodos. Em outros

casos, quando a TCFC já é indicada, o cefalograma convencional pode ser

descartado, reduzindo-se a exposição à radiação ionizante.

Lagravère et al. (2008) analisaram a acurácia das coordenadas dos pontos de

referência e das medidas lineares e angulares em imagens obtidas com o

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Revisão de literatura 40 NewTom™ 3G com campos de visão de 9 e 12 polegadas, comparadas com uma

máquina de medição de coordenadas (MMC), considerada o padrão ouro. Dez

marcadores de titânio foram colocados em uma mandíbula de prototipagem rápida.

A MMC, com ponta modificada, foi utilizada como padrão ouro para obtenção das

coordenadas tridimensionais dos dez marcadores. As medições foram repetidas três

vezes, com intervalos de uma semana. Esse mesmo protótipo foi submetido à TCFC

quatro vezes, sendo duas com o campo de visão de 9 polegadas e duas com 12

polegadas. Foram utilizados os cortes sagitais, axiais e coronais, assim como a

reconstrução tridimensional, para a marcação dos pontos de referência. As

medições também foram repetidas três vezes, com intervalos de uma semana.

Foram utilizados coeficientes de correlação, erro das medições e o teste t de Student

para analisar as coordenadas e as mensurações lineares e angulares obtidas. A

confiabilidade das medições nas imagens foi bastante alta (r: 0,997 a 1,000), em

ambos os campos de visão. Não houve diferenças significantes nas comparações

entre os valores obtidos com as imagens por TCFC e a MMC. Concluiu-se que as

imagens obtidas a partir do NewTom™ 3G com campos de visão de 9 e 12

polegadas tem uma proporção de 1:1, quando comparadas com as coordenadas e

distâncias lineares e angulares obtidas com a MMC.

Loubele et al. (2008) avaliaram a qualidade da imagem em um phantom

antropomórfico e em um phantom físico, associada à dose de radiação para quatro

aparelhos de TCFC e um de TC helicoidal. Observou- se que a maior acurácia para

a segmentação da mandíbula foi relacionada ao i-CAT™, mais alta inclusive que a

do aparelho de TC helicoidal. A menor acurácia foi relativa ao CB MercuRay™. O i-

CAT™, entre os aparelhos de TCFC, demandou a menor dose de radiação

ionizante.

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Revisão de literatura 41

Periago et al. (2008) compararam a confiabilidade e a reprodutibilidade das

medidas lineares feitas em reconstruções tridimensionais produzidas pelo Dolphin

3D™ (Dolphin Imaging, Chatsworth, Califórnia, EUA) a partir de imagens geradas

pelo i-CAT™. Para tanto, foram utilizados 23 crânios secos com dentadura

permanente completa, bem como oclusão estável e reproduzível. Foram

identificados 14 pontos de referência anatômicos para cada crânio. Os pontos de

referência cefalométricos foram localizados e marcados na superfície da imagem

tridimensional reconstruída. O volume foi inicialmente orientado nas projeções

anteroposterior, ínferosuperior e lateral para identificação dos pontos. Então, foram

executadas as mensurações entre os pontos de referência específicos. Os

resultados mostraram que para todas as mensurações, exceto para Ba-Na, os erros

absoluto médio e percentual foram significantemente mais altos nas imagens por

TCFC do que no crânio seco. Em todas as comparações, exceto Na-Ba e Go-Gn, as

mensurações nas imagens por TCFC foram menores do que no crânio seco, com

uma percentagem média de diferença entre 0,27% para Na-A e 3,44% para ANS-

PNS. Concluiu-se que, apesar das diferenças estatisticamente significantes para a

maioria das dimensões anatômicas estudadas, as mensurações em imagens por

TCFC podem ser consideradas suficientemente reproduzíveis para análises

craniofaciais.

De acordo com White (2008), a imagem tomográfica por feixe cônico expande

as opções que tipicamente incluem a radiografia panorâmica, a TC helicoidal, a

ressonância magnética e a cintilografia. As contribuições específicas da TCFC são

primeiramente a alta resolução espacial de osso e dente, o que permite uma

interpretação precisa da relação de estruturas em uma área complexa

anatomicamente, sua baixa dose de radiação e o baixo custo da aquisição da

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Revisão de literatura 42 imagem. A alta resolução espacial da TCFC é particularmente importante para

planejamento de implantes e avaliação de alterações nos ossos maxilares e

articulação temporomandibular, assim como na avaliação do crescimento dos ossos

faciais, tecidos moles e dentes. A TCFC oferece também a vantagem de uma

interpretação tridimensional das estruturas faciais sem magnificação ou distorção.

Confere ainda projeções transversais de tecidos moles e duros, sem sobreposições,

o que permite uma melhor identificação dos pontos anatômicos utilizados em

análises cefalométricas. Embora a cefalometria tridimensional seja um

aprimoramento da convencional, a aquisição de dados ainda tem alguns problemas:

(1) a posição horizontal do paciente durante a varredura pode alterar a posição dos

tecidos moles faciais, (2) falta de detalhamento da imagem da oclusão devido a

artefatos metálicos de restaurações e implantes. Por outro lado, as imagens por

TCFC tornam possível o exame de inclinações radiculares, posição de dentes

impactados e supranumerários, espessura e morfologia óssea em sítios para mini-

implantes e osteotomias. Também propicia a avaliação das assimetrias faciais,

relações de tecido mole e vias aéreas em três dimensões. As imagens volumétricas

conferem melhores meios para se avaliar os resultados pós-cirurgia ortognática. O

autor salientou que a dose de radiação ionizante depende da marca do aparelho de

TCFC, assim como dos fatores de exposição utilizados.

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PROPOSIÇÃO

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44

3 PROPOSIÇÃO

Com base na Revisão de Literatura, evidencia-se uma escassez de trabalhos

relacionados à avaliação e validação de características dos arcos dentários por meio

de imagens por TCFC. Desse modo, esta pesquisa teve como objetivos:

Avaliar o desempenho das imagens por TCFC para a análise de características

dos arcos dentários, em comparação aos modelos ortodônticos de gesso;

Analisar a reprodutibilidade das mensurações intra e interarco em imagens por

TCFC e modelos de gesso.

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MATERIAL E MÉTODOS

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46

4 MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo clínico foi desenvolvido em conformidade com as normas e os

preceitos adotados pela Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de

São Paulo – UNICID, tendo sido aprovado sob o protocolo n. 13350847 (ANEXO).

4.1 Seleção da amostra

Foram adquiridos modelos ortodônticos de gesso e imagens por TCFC de 30

pacientes voluntários adultos jovens, de 16 a 38 anos (idade média de 25,4 anos),

de ambos os gêneros, presumivelmente saudáveis, que iniciaram tratamento

ortodôntico em consultório particular situado no município do Recife – PE. Este

material foi solicitado como instrumento de diagnóstico para posterior realização do

tratamento ortodôntico.

4.2 Critérios de inclusão

Foram incluídos na amostra pacientes que apresentavam:

Termo de consentimento livre e esclarecido assinado, atestando anuência à

participação nesta pesquisa, sem qualquer tipo de remuneração;

Dentadura permanente completa (do segundo molar direito ao segundo molar

esquerdo, nos arcos superior e inferior);

Ausência de lesões de cárie extensas, destruições coronárias ou restaurações

proximais que alterem a dimensão mesiodistal dos dentes;

Ausência de anomalias dentárias de forma, estrutura e erupção;

Ausência de síndromes ou fissuras lábio-palatais.

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Material e métodos 47 4.3 Obtenção dos elementos de diagnóstico

Os pacientes voluntários foram convidados a comparecer ao Centro

Radiológico FACEIMAGEM, sob supervisão do Dr. Daniel Farinha e Dra. Karina,

onde foram submetidos a um exame por TCFC, bem como à moldagem dos arcos

dentários para a confecção de modelos de gesso. Convém esclarecer que as

despesas relativas a esta modalidade de documentação ortodôntica não foram

repassadas aos pacientes voluntários, ficando sob a responsabilidade do

pesquisador executante.

4.3.1 Caracterização dos elementos de diagnóstico

Foram obtidos modelos ortodônticos de gesso pedra branco, de acordo com a

sequência técnica abaixo:

1. Para realizar a moldagem, o paciente permaneceu sentado em uma posição

confortável, com o encosto da cadeira na posição vertical. Foram selecionadas

as moldeiras e manipulou-se o alginato de acordo com as instruções do

fabricante. Colocou-se o alginato na moldeira, introduzindo-a na boca do

paciente, de modo a obter-se a impressão de todos os dentes e estruturas

adjacentes (rebordo alveolar, palato duro e parte do palato mole). Aguardou-se

a geleificação do alginato e removeu-se a moldeira. Nos casos em que houve

falhas no molde, como por exemplo, ausência de contato entre o alginato e as

estruturas anatômicas ou bolhas, foram repetidas as operações supracitadas;

22.. Para a confecção dos modelos de gesso, os moldes de alginato foram

preenchidos de modo gradativo com uma mistura homogênea de gesso pedra

branco (Polidental®), utilizando-se um vibrador. Com o mesmo gesso foram

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Material e métodos 48

preenchidas as bases de borracha. Antes do início da cristalização do gesso,

posicionou-se o conjunto da moldeira com o molde já preenchido por gesso,

introduzindo-o suavemente de forma simétrica na superfície de gesso da base

de borracha, mantendo-se a superfície externa do fundo da moldeira paralela ao

plano oclusal e à base de borracha. Posteriormente, realizou-se o recorte dos

modelos com um recortador de gesso. O modelo inferior foi preparado com uma

altura uniforme de aproximadamente três centímetros e o modelo superior,

quatro centímetros, mantendo-se a linha média do modelo coincidente com a

linha central da mesa do recortador. A porção posterior do modelo superior foi

recortada de acordo com o inferior, mantendo-se os modelos articulados com o

auxílio do registro de mordida em cera utilidade;

3. Realizou-se o acabamento destes modelos com lixa d'água fina, de número

500. Depois desta etapa, a calafetação dos modelos foi realizada utilizando-se o

mesmo gesso pedra branco, porém menos consistente. Os modelos foram

acondicionados em estufa a uma temperatura de 60° C para serem

desidratados até que apresentassem uma coloração branca, com o objetivo de

intensificar a dureza superficial. A remoção da estufa só foi realizada após seu

completo resfriamento, evitando-se a ocorrência de trincas e fraturas. Com os

modelos fora da estufa, realizou-se o tratamento e polimento final, utilizando-se

uma solução de sabão de côco e bórax (Sulfato de Bário) diluídos em água. Os

modelos desidratados foram imersos nessa solução com os dentes voltados

para baixo, por 12 horas; depois foram removidos, lavados em água corrente e

expostos para secar. Em seguida, os modelos receberam um polimento com

disco de feltro adaptado em politriz sob baixa rotação e manualmente, com uma

meia de seda.

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Material e métodos 49

As imagens por TCFC foram adquiridas por meio do tomógrafo i-CATTM

(Imaging Sciences, Hatfield, PA, EUA), funcionando no seguinte regime de trabalho:

120 kVp, 8 mA e tempo de exposição de 26 segundos. O paciente foi posicionado

sentado no aparelho. A posição da cabeça foi mantida pelos dispositivos próprios do

aparelho, de modo que o plano sagital mediano esteve perpendicular ao plano do

solo e o plano de Camper (linha imaginária que vai do trágus à asa do nariz)

permaneceu paralelo ao plano do solo. Durante o exame, o paciente permaneceu

em máxima intercuspidação habitual. O campo de visão selecionado foi de 25 cm de

diâmetro por 20 cm de altura (FIGURA 4.1). Para as avaliações, foram analisadas

imagens geradas por reconstrução multiplanar nos planos axial, parassagital e

coronal (FIGURA 4.2).

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Material e métodos 50

Figura 4.1 - Posicionamento do paciente para a realização dos exames por TCFC no aparelho i-CATTM.

Figura 4.2 - Ilustração dos cortes axial (A), parassagital (B) e coronal (C).

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Material e métodos 51 4.3.2 Avaliação das características dos arcos dentários

Os dados de mensuração e avaliação das características dos arcos dentários

foram registrados em planilhas separadas, segundo o método de diagnóstico e os

parâmetros pesquisados (APÊNDICES A e B). Foram analisados oito parâmetros

dos arcos dentários maxilar e mandibular; sendo que, para seis deles, foram

seguidos os critérios utilizados por Warren e Bishara (2002), adaptados para este

estudo. As características avaliadas foram:

Largura intercaninos maxilar e mandibular (LgCMx / LgCMd): distância em

milímetros entre a ponta das cúspides dos caninos dos lados direito e esquerdo

(FIGURAS 4.3, 4.4 e 4.5);

Largura intermolares maxilar e mandibular (LgMMx / LgMMd): distância em

milímetros entre a ponta das cúspides mesiovestibulares dos primeiros molares

dos lados direito e esquerdo (FIGURAS 4.3, 4.4 e 4.5);

Figura 4.3 - Esquema apresentando as larguras intercaninos e intermolares (A, maxilar; B, mandibular).

A B

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Material e métodos 52

Figura 4.4 - Imagens por TCFC em projeções axiais apresentando as larguras intercaninos e intermolares para maxila (A: linha laranja, LgCMx; linha verde, LgMMx) e mandíbula (B: linha lilás, LgCMd; linha laranja, LgMMd).

Figura 4.5 - Imagens das mensurações em modelos de gesso representando as larguras intercaninos (A, Maxila; B, Mandíbula) e intermolares (C, Maxila; D,

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Material e métodos 53 Largura dos dentes: a maior dimensão mesiodistal das faces anatômicas de

cada elemento dentário (de primeiro molar direito a primeiro molar esquerdo), nos

arcos maxilar e mandibular (FIGURA 4.6 e 4.7). Para tanto, na maioria dos

casos, foi necessário “scrollar” os cortes axiais para cima e para baixo para que

fosse obtido o maior diâmetro mesiodistal de cada dente;

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54

Figura 4.6 – Imagem por TCFC em projeção axial apresentando as medidas mesiodistais para os dentes superiores.

Figura 4.7 - Mensuração da dimen-são mesiodistal dos dentes em modelos de gesso com auxílio de paquímetro digital.

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Material e métodos 55 Profundidade dos arcos maxilar e mandibular (ProfMx / ProfMd): definida

como o comprimento de uma linha que passa perpendicularmente, a partir do

ponto central entre os incisivos centrais, a uma linha que conecta os pontos mais

distais, do segundo molar do lado direito ao segundo molar do lado esquerdo

(FIGURAS 4.8, 4.9 e 4.10);

Figura 4.8 - Esquema apresentando a profundidade dos arcos dentários. A: Maxilar; B: Mandibular.

Figura 4.9 – Imagens por TCFC em projeções axiais representando o esquema da Figura 4.8 (A, Maxila: linha perpendicular verde, Prof Mx; B, Mandíbula: linha perpendicular laranja, Prof Md).

Figura 4.10 - Mensuração das profundidades dos arcos dentários em modelos de gesso com auxílio de paquímetro digital (A, Maxila; B, Mandíbula).

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56

Profundidade do palato (PP): distância entre o ponto mais profundo do palato e

uma linha que conecta as cúspides mesiolinguais dos segundos molares

superiores direito e esquerdo (FIGURA 4.11, 4.12 e 4.13);

Figura 4.11 – Esquema apresentando a profundidade do palato.

Figura 4.12 - Imagem por TCFC em projeção coronal representando o esquema da Figura 4.11.

Figura 4.13 - Mensuração da profundidade do palato em modelos de gesso com auxílio de paquímetro digital.

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Material e métodos 57

Nos casos em que as pontas de cúspides estavam desgastadas, foi estimado

um ponto de referência ao centro da face dentária correspondente, para avaliação,

de acordo com o método descrito em estudos prévios (BISHARA et al., 1994; DE LA

CRUZ et al., 1995).

Sobressaliência (SS): distância horizontal entre a superfície vestibular do

incisivo inferior mais proeminente até a borda incisal do incisivo superior

correspondente, em máxima intercuspidação habitual (FIGURA 4.14 e 4.15);

Sobremordida (SM): distância vertical entre as bordas incisais dos incisivos

superiores e as bordas incisais dos incisivos inferiores, em máxima

intercuspidação habitual (FIGURA 4.14 e 4.15).

Figura 4.14 - Esquema repre-sentando as características de sobressaliência (SS) e sobre-mordida (SM), com a imagem por TCFC em projeção paras-sagital, exibindo as respectivas dimensões.

Figura 4.15 - Mensuração da Sobressa-liência (SS) e Sobremordida (SM) em modelos de gesso com auxílio de paquímetro digital.

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Material e métodos 58

Forma do arco dentário: os arcos dentários, em modelos de gesso e imagens

por TCFC, foram classificados em cônico de menor e maior dimensão, ovóide e

quadrado por meio do gabarito Ortho Form™ da 3M UNITEK (FIGURA 4.16),

segundo o método proposto por Oliveira et al. (2004), com modificações para o

delineamento deste estudo. Cada gabarito de forma do arco foi digitalizado e

impresso em folha de transparência. Durante as avaliações, as impressões dos

gabaritos eram posicionadas sobre as imagens axiais por TCFC, também

impressas em papel fotográfico, e os modelos de gesso (FIGURAS 4.17 e 4.18).

Figura 4.16 - Gabaritos Ortho Form™ para avaliação da forma dos arcos em imagens obtidas por TCFC e modelos de gesso.

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Material e métodos 59

Figura 4.17 - Sobreposição do gabarito Ortho Form™ para avaliação da forma dos arcos em imagens por TCFC.

Figura 4.18 - Sobreposição do gabarito Ortho Form™ para avaliação da forma dos arcos em modelos de gesso.

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Material e métodos 60

4.4 Processamento dos modelos de gesso e das imagens por TCFC

As mensurações e avaliações foram executadas por um examinador

devidamente calibrado duas vezes, com um intervalo de 20 dias entre a primeira e a

segunda avaliação. Nos modelos de gesso, os parâmetros sob estudo foram

mensurados com um paquímetro digital (Mitutoyo®, Mitutoyo Sul Americana Ltda.,

Suzano – SP, Brasil) calibrado (0,1 mm). As larguras mesiodistais dos dentes foram

estimadas com as pontas do paquímetro posicionadas pela superfície vestibular

(FIGURA 4.19).

Figura 4.19 - Exemplo de mensuração da largura mesiodistal de um dente em modelo de gesso.

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Material e métodos 61

As imagens por TCFC foram analisadas de acordo com o protocolo de

interpretação apresentado no Quadro 4.1.

Quadro 4.1 - Padronização das imagens por TCFC com referência às características avaliadas.

Corte Parâmetro avaliado no corte Espessura do corte

Real versus TCFC

Janela (Nível/

Largura)

Largura intercaninos 1 mm 01:01 600

Largura intermolares 4095

Profundidade do arco

Dimensão mesiodistal dos dentes

Axial

Forma do arco

Sobressaliência 1 mm 01:01 600 Parassagital

Sobremordida 4095

Profundidade do Palato 1 mm 01:01 600 Coronal

4095

As mensurações e avaliações nas imagens por TCFC foram realizadas com

as ferramentas do software DentalSlice® (Bioparts, Brasília – DF, Brasil). As imagens

foram exibidas no monitor LCD (Liquid Crystal Display) de 15″ de um

microcomputador portátil AcerTM modelo 3100 (Acer America Corp., San Jose, CA,

EUA). Para evitar fadiga visual, foram avaliadas apenas dez imagens ou modelos de

gesso por dia. As sequências aleatórias que foram seguidas para análise das

características sob estudo foram geradas por meio do software R versão 2.6.2 (The

R Foundation for Statistical Computing, Viena, Áustria) e estão representadas no

Quadro 4.2. A aleatorização foi realizada considerando-se as imagens por TCFC e

os modelos de gesso. As avaliações ocorreram em etapas, selecionando-se um

método de diagnóstico por vez, na primeira e na segunda avaliação.

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Material e métodos 62

Quadro 4.2 - Aleatorização da amostra total.

Aleatorização – Pesquisa

Ordem inicial A1TC A1MG A2TC A2MG

A F P Z AC

B K X B Z

C X AA AB U

D N AB S AB

E G K O L

F A J A H

G D S J S

H Z G H G

I C AD P Y

J AC F AD Q

K E T E K

L S Q G N

M AB N K AA

N H L L B

O R Y W J

P U M N V

Q W I AC M

R P B V W

S B C U P

T Q U AA C

U V H C R

V AA O R O

W Y A M T

X T E I F

Y AD Z X X

Z O R D I

AA M D Q A

AB J V Y D

AC L W T AD

AD I AC F E A1TC: Avaliação 1 das imagens por TCFC. A1MG: Avaliação 1 dos modelos de gesso. A2TC: Avaliação 2 das imagens por TCFC. A2MG: Avaliação 2 dos modelos de gesso.

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Material e métodos 63

4.5 Erro do método

Além da amostra incluída no presente estudo, foram selecionadas

adicionalmente documentações de 10 pacientes para a calibração intra-examinador,

que representa uma análise do erro do método. Estas documentações não fizeram

parte da amostra. As imagens por TCFC e os modelos de gesso também foram

avaliados de modo aleatório, por duas vezes, com um intervalo de 20 dias entre a

primeira e a segunda avaliação, como mostra o Quadro 4.3. Para iniciar o processo

de calibração, foram escolhidas as imagens por TCFC.

Quadro 4.3 - Aleatorização das imagens por TCFC e dos modelos de gesso para calibração intra-examinador.

Aleatorização – Calibração

Ordem inicial A1TC A1MG A2TC A2MG

1 6 5 4 8

2 2 4 2 10

3 5 10 8 3

4 1 8 9 6

5 7 3 7 5

6 8 7 1 1

7 3 2 3 4

8 4 1 10 2

9 9 6 5 7

10 10 9 6 9 A1TC: Avaliação 1 das imagens por TCFC. A1MG: Avaliação 1 dos modelos de gesso. A2TC: Avaliação 2 das imagens por TCFC. A2MG: Avaliação 2 dos modelos de gesso.

Os erros sistemático e casual foram analisados por meio do teste de Wilcoxon

(p > 0,05) e da fórmula de Dahlberg, respectivamente. No que se refere ao erro

sistemático, não houve diferenças estatisticamente significantes entre mensurações

em imagens por TCFC e modelos de gesso, bem como entre os valores obtidos

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Material e métodos 64

pelos dois métodos (APÊNDICE C). Já para o erro casual, foram observados valores

mais elevados nas mensurações da profundidade do palato em imagens por TCFC

(aproximadamente 1,92 mm) e modelos de gesso (aproximadamente 1,38 mm) e

também da largura intermolares da maxila (aproximadamente 1,34 mm), aferida em

modelos de gesso (APÊNDICE D). Convém esclarecer que as mensurações de

profundidade do palato são dificultadas pelas limitações dos dois métodos, já que na

aquisição do molde para ocnfecção dos modelos de gesso há a compressão dos

tecidos moles do palato e, nas imagens por TCFC, não se observa os tecidos moles.

Nas imagens por TCFC, a obtenção da medida requer o traçado de uma linha

imaginária horizontal que pode variar conforme a visualização das pontas de

cúspides dos segundos molares superiores. Nos modelos de gesso, a limitação pode

ser justificada pela utilização de um terceiro objeto, uma régua milimetrada, que

deveria permanecer imóvel e apoiada apenas nas pontas de cúspides dos segundos

molares superiores.

4.6 Análise estatística

4.6.1 Análise do desempenho da TCFC como método de diagnóstico de características dos arcos dentários

As medidas obtidas em imagens por TCFC e modelos de gesso foram

comparadas pelo teste não paramétrico de Wilcoxon (α = 0,05). Em adição, foi

aplicado o teste de correlação de Spearman para a avaliação dos comportamentos

das variáveis referentes aos dois métodos de diagnóstico supracitados. Para a

avaliação comparativa da forma dos arcos dentários maxilar e mandibular, foi

aplicado o teste de coincidência de McNemar-Bowker para variáveis categóricas,

com mais de duas categorias (α = 0,05).

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Material e métodos 65

4.6.2 Estimativa da reprodutibilidade dos métodos

Para a análise da consistência das medições realizadas em imagens por

TCFC e modelos de gesso, as medidas obtidas na primeira e na segunda avaliação

também foram comparadas pelo teste de Wilcoxon. O nível de significância

preestabelecido foi de 5%. A análise da correlação entre as medidas obtidas na

primeira e na segunda aferição, por cada método, foi executada com a aplicação do

teste de Spearman.

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RESULTADOS

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67

5 RESULTADOS

5.1 Desempenho da TCFC como método de mensuração de características dos arcos dentários

As Tabelas 5.1 e 5.2 apresentam as avaliações comparativas para as

medidas dos arcos e elementos dentários obtidas em imagens por TCFC e modelos

de gesso. De acordo com a Tabela 5.1, foram constatadas diferenças significantes

para os valores relativos às larguras intermolares tanto na maxila quanto na

mandíbula. Para a largura intermolares na maxila, os valores foram ligeiramente

maiores em modelos de gesso (49,82 mm ± 2,69 mm versus 49,14 mm ± 2,66 mm).

No entanto, para a largura intermolares na mandíbula, aconteceu o oposto (45,66

mm ± 3,16 mm em imagens por TCFC e 44,71 mm ± 3,12 mm em modelos de

gesso). Das duas medidas interarco, houve diferença significante para a

sobremordida, observando-se médias mais elevadas em imagens por TCFC do que

em modelos de gesso (3,99 mm ± 1,94 mm versus 3,43 mm ± 1,85 mm).

Tabela 5.1 - Comparação das medidas lineares dos arcos dentários, obtidas por meio de imagens por TCFC e modelos de gesso(1)

Variáveis TCFC

média ± DP Modelo de Gesso

média ± DP Valor de p

Medidas intra-arcos

Largura Intercaninos da Maxila 33,58 ± 2,52 33,55 ± 2,56 0,610 Largura Intercaninos da Mandíbula 26,59 ± 1,53 26,52 ± 1,64 0,581 Largura Intermolares da Maxila 49,14 ± 2,66 49,82 ± 2,69 0,001* Largura Intermolares da Mandíbula 45,66 ± 3,16 44,71 ± 3,12 0,000* Profundidade da Maxila 43,39 ± 3,29 43,78 ± 3,07 0,074 Profundidade da Mandíbula 42,09 ± 2,49 41,82 ± 2,29 0,080 Profundidade do Palato 18,55 ± 2,51 17,83 ± 2,43 0,242

Medidas inter-arcos

Sobressaliência 2,64 ± 1,03 2,77 ± 1,14 0,071 Sobremordida 3,99 ± 1,94 3,43 ± 1,85 0,007*

(*): Diferença significante a 5,0%. (1): Através do teste de Wilcoxon pareado (Wilcoxon Signed Ranks Test).

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Resultados 68

Quanto às aferições das larguras mesiodistais dos dentes nos arcos superior

e inferior, houve diferenças significantes nas medidas relativas aos dentes 12, 31 e

43, sendo que os valores médios foram ligeiramente maiores em imagens por

TCFC (TABELA 5.2). Para o dente 12, as medidas variaram de 6,73 mm ± 0,57 mm

a 6,88 mm ± 0,57 mm; para o 31, de 5,44 mm ± 0,34 mm a 5,57 mm ± 0,38 mm e,

finalmente, para o 43, de 6,74mm ± 0,38 mm a 7,11 ± 0,45 mm.

Tabela 5.2 - Comparação das medidas mesiodistais dos dentes (mm), obtidas por meio de imagens por TCFC e modelos de gesso(1)

Variáveis TCFC média ± DP

Modelo de Gesso média ± DP Valor de p

11 8,70 ± 0,49 8,58 ± 0,49 0,065 12 6,88 ± 0,57 6,73 ± 0,57 0,007* 13 7,85 ± 0,51 7,81 ± 0,41 0,737 14 7,02 ± 0,45 7,05 ± 0,39 0,406 15 6,80 ± 0,43 6,85 ± 0,44 0,374 16 10,32 ± 0,64 10,33 ± 0,59 0,925 21 8,70 ± 0,58 8,57 ± 0,62 0,188 22 6,81 ± 0,58 6,73 ± 0,54 0,166 23 7,87 ± 0,46 7,83 ± 0,42 0,545 24 6,91 ± 0,41 6,95 ± 0,43 0,692 25 6,68 ± 0,47 6,76 ± 0,48 0,146 26 10,38 ± 0,66 10,39 ± 0,61 0,516 31 5,57 ± 0,38 5,44 ± 0,34 0,005* 32 6,06 ± 0,40 5,97 ± 0,37 0,115 33 6,80 ± 0,44 6,76 ± 0,39 0,741 34 7,09 ± 0,45 7,04 ± 0,36 0,529 35 7,19 ± 0,45 7,19 ± 0,48 0,801 36 10,75 ± 0,50 10,69 ± 0,50 0,221 41 5,49 ± 0,35 5,45 ± 0,29 0,467 42 5,97 ± 0,37 5,97 ± 0,36 0,767 43 7,11 ± 0,45 6,74 ± 0,38 0,000* 44 7,17 ± 0,40 7,14 ± 0,36 0,572 45 7,24 ± 0,40 7,21 ± 0,38 0,416 46 10,80 ± 0,46 10,73 ± 0,53 0,166

(*): Diferença significante (α = 5,0%). (1): Através do teste de Wilcoxon pareado (Wilcoxon Signed Ranks Test).

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Resultados 69

As Tabelas 5.3 e 5.4 e os gráficos das Figuras 5.1 a 5.7 demonstram as

análises de correlação por meio do teste de Spearman e a dispersão dos valores

obtidos, respectivamente. Nas mensurações lineares dos arcos dentários, houve

correlações fortemente positivas para a maioria das medidas (RS: 0,667 a 0, 993, p

< 0,001), exceto no que tange à profundidade do palato (RS = 0,395, p = 0,031). No

que concerne às medidas da largura mesiodistal dos dentes superiores, houve fraca

correlação apenas para os dentes 13 (RS = 0,621, p < 0,001) e 25 (RS = 0,447, p =

0,013). Já no arco inferior, foram observadas correlações fracas para os dentes 32,

34, 35, 41, 42 e 43 (RS: 0,435 a 0,527, p < 0,05).

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Resultados 70

Tabela 5.3 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nas imagens por TCFC e nos modelos de gesso

TCFC X Modelo de Gesso Variáveis

RS Valor de p

Medidas intra-arco Largura Intercaninos da Maxila 0,993 < 0,001** Largura Intercaninos da Mandíbula 0,913 < 0,001** Largura Intermolares da Maxila 0,918 < 0,001** Largura Intermolares da Mandíbula 0,905 < 0,001** Profundidade da Maxila 0,667 < 0,001** Profundidade da Mandíbula Profundidade do Palato

0,890 0,395

< 0,001** 0,031*

Medidas interarco Sobressaliência 0,887 < 0,001** Sobremordida 0,770 < 0,001**

* Significante; ** Altamente significante

Tabela 5.4 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nas imagens por TCFC e nos modelos de gesso

TCFC X Modelo de Gesso Variáveis

RS Valor de p 11 0,810 < 0,001** 12 0,836 < 0,001** 13 0,621 < 0,001** 14 0,802 < 0,001** 15 0,780 < 0,001** 16 0,890 < 0,001** 21 0,816 < 0,001** 22 0,794 < 0,001** 23 0,767 < 0,001** 24 0,791 < 0,001** 25 0,447 0,013* 26 0,828 < 0,001** 31 0,737 < 0,001** 32 0,476 0,008** 33 0,852 < 0,001** 34 0,527 0,003** 35 0,471 0,009** 36 0,735 < 0,001** 41 0,435 0,016* 42 0,523 0,003** 43 0,527 0,003** 44 0,676 < 0,001** 45 0,938 < 0,001** 46 0,751 < 0,001**

* Significante; ** Altamente significante

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Resultados 71

Figura 5.1 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras intercaninos e intermolares da maxila e da mandíbula, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y).

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Resultados 72

Figura 5.2 - Gráficos de dispersão para as medidas de profundidade da Maxila e da Mandíbula e profundidade do palato, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y).

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Resultados 73

Figura 5.3 - Gráficos de dispersão para as medidas da sobressaliência e sobremordida, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y).

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Resultados 74

Figura 5.4 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores direito, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y).

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Resultados 75

Figura 5.5 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores esquerdo, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y).

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Resultados 76

Figura 5.6 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores esquerdo, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y).

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Resultados 77

Figura 5.7 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores direito, aferidas em imagens por TCFC (eixo x) e modelos de gesso (MG - eixo y).

Conforme indicam os dados das Tabelas 5.5 e 5.6, não houve diferenças

significativas entre as avaliações das formas dos arcos, superiores e inferiores, por

meio dos dois métodos sob estudo. Para os arcos superior e inferior, as formas

cônica de menor dimensão e ovóide foram as mais frequentes.

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Resultados 78

Tabela 5.5 - Avaliação da coincidência entre a forma do arco superior em imagens por TCFC e modelos de gesso(1)

Arco superior (Modelos de Gesso) Arco superior

(TCFC) 1 n %

1m n %

2 n %

3 n %

Total n %

Valor de p*

1 5 16,7%

0 0%

0 0%

0 0%

1m 1 3,3%

12 40%

0 0%

0 0%

2 0 0%

0 0%

4 13,3%

0 0%

0,317

3 0 0%

0 0%

0 0%

8 26,7%

Total 6 20%

12 40%

4 13,3%

8 26,7%

30 100%

(1): Através do teste de McNemar-Bowker *: (α = 5,0%) 1: cônico de maior dimensão 1m: cônico de menor dimensão 2: quadrado 3: ovóide

Tabela 5.6 - Avaliação da coincidência entre a forma do arco inferior em imagens por TCFC e modelos de gesso(1)

Arco inferior (Modelos de Gesso) Arco inferior

(TCFC) 1 n %

1m n %

2 n %

3 n %

Total n %

Valor de p*

1 3 10%

0 0%

0 0%

0 0%

1m 0 0%

13 43,3%

0 0%

0 0%

2 0 0%

0 0%

6 20%

0 0%

1,000

3 0 0%

0 0%

0 0%

8 26,7%

Total 3 10%

13 43,3%

6 20%

8 26,7%

30 100%

(1): Através do teste de McNemar-Bowker *: (α = 5,0%) 1: cônico de maior dimensão 1m: cônico de menor dimensão 2: quadrado 3: ovóide

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Resultados 79 5.2 Estimativa da reprodutibilidade das avaliações em imagens por TCFC e

modelos de gesso

As Tabelas 5.7 e 5.8 apresentam as avaliações comparativas para medidas

obtidas em imagens por TCFC nas duas aferições, em ocasiões distintas. Houve

diferença significante somente para a medida relativa à sobremordida (TABELA

5.7). A média foi ligeiramente maior na primeira aferição (3,99 mm ± 1,94 mm

versus 3,62 mm ± 1,93 mm).

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Resultados 80

Tabela 5.7 - Comparação das medidas lineares dos arcos dentários, obtidas por meio de imagens por TCFC, aferidas em duas ocasiões distintas(1)

Variáveis TCFC 1 média ± DP

TCFC 2 média ± DP Valor de p

Medidas intra-arco Largura Intercaninos da Maxila 33,58 ± 2,52 33,58 ± 2,52 0,601 Largura Intercaninos da Mandíbula 26,59 ± 1,53 26,58 ± 1,53 0,689 Largura Intermolares da Maxila 49,14 ± 2,66 49,33 ± 2,81 0,141 Largura Intermolares da Mandíbula 45,66 ± 3,16 45,66 ± 3,42 0,360 Profundidade da Maxila 43,39 ± 3,29 43,66 ± 3,08 0,322 Profundidade da Mandíbula 42,09 ± 2,49 42,07 ± 2,55 0,478 Profundidade do Palato 18,55 ± 2,51 18,4 ± 2,38 0,072

Medidas interarco Sobressaliência 2,64 ± 1,03 2,70 ± 1,01 0,084 Sobremordida 3,99 ± 1,94 3,62 ± 1,93 0,000* (*): Diferença significante (α = 5,0%). (1): Através do teste de Wilcoxon pareado (Wilcoxon Signed Ranks Test).

Tabela 5.8 - Comparação das medidas mesiodistais dos dentes, obtidas por meio de imagens por TCFC, aferidas em duas ocasiões distintas(1)

Variáveis TCFC 1

média ± DP TCFC 2

média ± DP Valor de p

11 8,70 ± 0,49 8,59 ± 0,44 0,089 12 6,88 ± 0,57 6,89 ± 0,50 0,807 13 7,85 ± 0,51 7,85 ± 0,48 0,893 14 7,02 ± 0,45 7,00 ± 0,39 0,184 15 6,80 ± 0,43 6,82 ± 0,46 0,747 16 10,32 ± 0,64 10,32 ± 0,53 0,572 21 8,70 ± 0,58 8,68 ± 0,55 0,570 22 6,81 ± 0,58 6,83 ± 0,45 0,751 23 7,87 ± 0,46 7,78 ± 0,47 0,144 24 6,91 ± 0,41 6,81 ± 0,40 0,155 25 6,68 ± 0,47 6,75 ± 0,49 0,536 26 10,38 ± 0,66 10,41 ± 0,72 0,524 31 5,57 ± 0,38 5,52 ± 0,45 0,260 32 6,06 ± 0,40 6,09 ± 0,42 0,959 33 6,80 ± 0,44 6,83 ± 0,49 0,367 34 7,09 ± 0,45 7,03 ± 0,47 0,484 35 7,19 ± 0,45 7,13 ± 0,44 0,367 36 10,75 ± 0,50 10,76 ± 0,49 0,939 41 5,49 ± 0,35 5,44 ± 0,35 0,170 42 5,97 ± 0,37 5,97 ± 0,41 0,681 43 7,11 ± 0,45 7,05 ± 0,46 0,501 44 7,17 ± 0,40 7,09 ± 0,37 0,199 45 7,24 ± 0,40 7,23 ± 0,39 0,841 46 10,80 ± 0,46 10,85 ± 0,58 0,438

(*): Diferença significante (α = 5,0%). (1): Através do teste de Wilcoxon pareado (Wilcoxon Signed Ranks Test).

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Resultados 81

Em relação aos modelos de gesso, foi possível observar diferenças

significantes entre os valores médios das medidas lineares de profundidade da

mandíbula e sobressaliência, obtidos na primeira e na segunda avaliação (TABELA

5.9). As duas médias foram ligeiramente maiores na primeira aferição (profundidade

da mandíbula: 41,82 mm ± 2,29 mm versus 40,94 mm ± 2,54 mm; sobressaliência:

2,77 mm ± 1,14 mm versus 2,56 mm ± 1,12 mm).

Tabela 5.9 - Comparação das medidas lineares dos arcos dentários, obtidas por meio de modelos de gesso, aferidas em duas ocasiões distintas(1)

Variáveis Modelo de Gesso

1 média ± DP

Modelo de Gesso 2

média ± DP Valor de p

Medidas intra-arco

Largura Intercaninos da Maxila 33,55 ± 2,56 33,55 ± 2,56 0,776

Largura Intercaninos da Mandíbula 26,52 ± 1,64 26,55 ± 1,60 0,269

Largura Intermolares da Maxila 49,82 ± 2,69 49,82 ± 2,70 0,980

Largura Intermolares da Mandíbula 44,71 ± 3,12 44,70 ± 3,20 0,949

Profundidade da Maxila 43,78 ± 3,07 43,51 ± 2,91 0,187

Profundidade da Mandíbula 41,82 ± 2,29 40,94 ± 2,54 0,003*

Profundidade do Palato 17,83 ± 2,43 17,58 ± 3,21 0,325 Medidas interarco

Sobressaliência 2,77 ± 1,14 2,56 ± 1,12 0,035*

Sobremordida 3,43 ± 1,85 3,30 ± 1,84 0,910

(*): Diferença significante (α = 5,0%). (1): Através do teste de Wilcoxon pareado (Wilcoxon Signed Ranks Test).

Para as aferições das larguras mesiodistais dos dentes nos arcos superior e

inferior, houve diferenças significantes nas medidas relativas aos dentes 14, 32 e

41, sendo que os valores médios também foram ligeiramente maiores na primeira

avaliação (TABELA 5.10). Os valores referentes ao dente 14 variaram de 6,97 mm

± 0,39 mm a 7,05 mm ± 0,39 mm; para o 32, de 5,89 mm ± 0,38 mm a 5,97 mm ±

0,37 mm e, finalmente, para o 41, de 5,40 mm ± 0,32 mm a 5,45 ± 0,29 mm.

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Resultados 82

Tabela 5.10 - Comparação das medidas mesiodistais dos dentes, obtidas por meio de modelos de gesso, aferidas em duas ocasiões distintas(1)

Variáveis Modelo de Gesso

1 média ± DP

Modelo de Gesso 2

média ± DP Valor de p

11 8,58 ± 0,49 8,55 ± 0,49 0,258

12 6,73 ± 0,57 6,71 ± 0,57 0,275

13 7,81 ± 0,41 7,81 ± 0,43 0,949

14 7,05 ± 0,39 6,97 ± 0,39 0,007*

15 6,85 ± 0,44 6,81 ± 0,39 0,313

16 10,33 ± 0,59 10,35 ± 0,60 0,755

21 8,57 ± 0,62 8,51 ± 0,59 0,086

22 6,73 ± 0,54 6,71 ± 0,57 0,683

23 7,83 ± 0,42 7,77 ± 0,42 0,509

24 6,95 ± 0,43 6,95 ± 0,40 0,326

25 6,76 ± 0,48 6,71 ± 0,40 0,313

26 10,39 ± 0,61 10,37 ± 0,62 0,962

31 5,44 ± 0,34 5,42 ± 0,35 0,857

32 5,97 ± 0,37 5,89 ± 0,38 0,005*

33 6,76 ± 0,39 6,72 ± 0,39 0,084

34 7,04 ± 0,36 7,01 ± 0,36 0,490

35 7,19 ± 0,48 7,11 ± 0,33 0,898

36 10,69 ± 0,50 10,75 ± 0,49 0,198

41 5,45 ± 0,29 5,40 ± 0,32 0,041*

42 5,97 ± 0,36 5,97 ± 0,39 0,706

43 6,74 ± 0,38 6,77 ± 0,42 0,629

44 7,14 ± 0,36 7,09 ± 0,38 0,190

45 7,21 ± 0,38 7,21 ± 0,40 0,932

46 10,73 ± 0,53 10,76 ± 0,60 0,367

(*): Diferença significante (α = 5,0%). (1): Através do teste de Wilcoxon pareado (Wilcoxon Signed Ranks Test).

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Resultados 83

As Tabelas 5.11 a 5.14 e os gráficos das Figuras 5.8 a 5.21 representam os

resultados das análises de correlação por meio do teste de Spearman, entre a

primeira e a segunda aferição em imagens por TCFC e modelos de gesso, bem

como a dispersão dos respectivos valores. Em imagens por TCFC, houve

correlações fortemente positivas para todas as medidas lineares dos arcos

dentários (TABELA 5.11, FIGURAS 5.8 a 5.10).

Tabela 5.11 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nas imagens por TCFC, aferidas em duas ocasiões distintas

TCFC 1 X TCFC 2 Variáveis

RS Valor de p

Medidas intra-arco

Largura Intercaninos da Maxila 1,000 < 0,001**

Largura Intercaninos da Mandíbula 0,975 < 0,001**

Largura Intermolares da Maxila 0,965 < 0,001**

Largura Intermolares da Mandíbula 0,944 < 0,001**

Profundidade da Maxila 0,857 < 0,001**

Profundidade da Mandíbula 0,929 < 0,001**

Profundidade do Palato 0,922 < 0,001** Medidas interarco

Sobressaliência 0,936 < 0,001**

Sobremordida 0,902 < 0,001**

* Significante; ** Altamente significante

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Resultados 84

Figura 5.8 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras intercaninos e intermolares da maxila e da mandíbula, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 85

Figura 5.9 - Gráficos de dispersão para as medidas de profundidade da maxila e da mandíbula e profundidade do palato, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 86

Figura 5.10 - Gráficos de dispersão para as medidas da sobressaliência e sobremordida, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 87

Para dois terços das medidas de largura mesiodistal dos dentes avaliados

(de primeiro molar superior direito a primeiro molar superior esquerdo e de primeiro

molar inferior direito a primeiro molar inferior esquerdo), houve correlações positivas

entre a primeira e a segunda avaliação em imagens por TCFC (TABELA 5.12,

FIGURAS 5.11 a 5.14).

Tabela 5.12 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nas imagens por TCFC, aferidas em duas ocasiões distintas

TCFC 1 x TCFC 2 Variáveis

RS Valor de p

11 0,675 < 0,001**

12 0,881 < 0,001**

13 0,671 < 0,001**

14 0,801 < 0,001**

15 0,551 < 0,001**

16 0,892 < 0,001**

21 0,651 < 0,001**

22 0,759 < 0,001**

23 0,677 < 0,001**

24 0,575 0,001**

25 0,646 < 0,001**

26 0,899 < 0,001**

31 0,641 < 0,001**

32 0,398 0,029*

33 0,762 < 0,001**

34 0,362 0,050

35 0,568 0,001**

36 0,864 < 0,001**

41 0,520 0,003**

42 0,395 0,031*

43 0,643 < 0,001**

44 0,549 0,002**

45 0,773 < 0,001**

46 0,681 < 0,001**

* Significante; ** Altamente significante

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Resultados 88

Figura 5.11 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores direito, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 89

Figura 5.12 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores esquerdo, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 90

Figura 5.13 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores esquerdo, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 91

Figura 5.14 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores direito, aferidas em imagens por TCFC, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

De acordo com as Tabelas 5.13 e 5.14 e as Figuras 5.15 a 5.21, a maioria

das correlações entre as medidas obtidas em modelos de gesso foram fortemente

positivas, à exceção da profundidade do palato (RS = 0,474, p = 0,008).

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Resultados 92 Tabela 5.13 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nos modelos de gesso, aferidas em duas ocasiões distintas

Modelo de Gesso 1 x Modelo de Gesso 2 Variáveis RS Valor de p

Medidas intra-arco Largura Intercaninos da Maxila 1,000 < 0,001** Largura Intercaninos da Mandíbula 0,961 < 0,001** Largura Intermolares da Maxila 0,973 < 0,001** Largura Intermolares da Mandíbula 0,984 < 0,001** Profundidade da Maxila 0,922 < 0,001** Profundidade da Mandíbula 0,808 < 0,001** Profundidade do Palato 0,474 0,008**

Medidas interarco Sobressaliência 0,693 < 0,001** Sobremordida 0,948 < 0,001** * Significante; ** Altamente significante

Tabela 5.14 - Coeficientes de correlação de Spearman (RS) para as medidas obtidas nos modelos de gesso, aferidas em duas ocasiões distintas

Modelo de Gesso 1 x Modelo de Gesso 2 Variáveis

RS Valor de p 11 0,961 < 0,001** 12 0,893 < 0,001** 13 0,827 < 0,001** 14 0,929 < 0,001** 15 0,931 < 0,001** 16 0,916 < 0,001** 21 0,934 < 0,001** 22 0,914 < 0,001** 23 0,778 < 0,001** 24 0,802 < 0,001** 25 0,870 < 0,001** 26 0,812 < 0,001** 31 0,785 < 0,001** 32 0,742 < 0,001** 33 0,823 < 0,001** 34 0,864 < 0,001** 35 0,772 < 0,001** 36 0,897 < 0,001** 41 0,869 < 0,001** 42 0,922 < 0,001** 43 0,726 < 0,001** 44 0,886 < 0,001** 45 0,851 < 0,001** 46 0,894 < 0,001**

* Significante; ** Altamente significante

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Resultados 93

Figura 5.15 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras intercaninos e intermolares da maxila e da mandíbula, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 94

Figura 5.16 - Gráficos de dispersão para as medidas de profundidade da maxila e da mandíbula e profundidade do palato, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 95

Figura 5.17 - Gráficos de dispersão para as medidas da sobressaliência e sobremordida, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 96

Figura 5.18 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores direito, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 97

Figura 5.19 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes superiores esquerdo, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 98

Figura 5.20 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores esquerdo, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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Resultados 99

Figura 5.21 - Gráficos de dispersão para as medidas das larguras mesiodistais dos dentes inferiores direito, aferidas em modelos de gesso, em ocasiões distintas (T1, eixo x; T2, eixo y).

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DISCUSSÃO

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101

6 DISCUSSÃO

6.1 Aplicação clínica do estudo de características dos arcos dentários em imagens por TCFC e modelos de gesso

Pode-se considerar que a adequada conjugação entre estética e

funcionalidade é a meta principal do tratamento ortodôntico. Contudo, o alcance

dessas condições de maneira harmoniosa não é o bastante para que um tratamento

seja classificado como satisfatório. A estabilidade é outro fator importante a ser

avaliado. Assim, não apenas para diagnóstico, mas também no parecer referente ao

prognóstico do caso tratado, o Ortodontista se utiliza de parâmetros clínicos; alguns

passíveis de uma análise quantitativa e outros que demandam um julgamento

qualitativo.

Não obstante a análise cefalométrica tenha lugar de destaque no

planejamento e nas reavaliações, por revelar o padrão dentoesquelético do paciente,

características como sobressaliência, sobremordida, distâncias intercaninos e

intermolares e as condições de espaço nos arcos dentários podem até condenar um

tratamento ortodôntico. Por isso, são frequentemente analisadas nas investigações

científicas da especialidade Ortodontia e Ortopedia Facial (HILDEBRAND et al.,

2008; LEE, 1999; NOROOZI; HOSSEINZADEH; SAEEDA, 2001; OLIVEIRA et al.,

2004; RABERIN et al., 1993; REDAHAN; LAGERSTRÖM, 2003; STEVENS et al.,

2006; TRIVINO; SIQUEIRA; SCANAVINI, 2007). Outro aspecto de interesse é a

forma do arco dentário, que deve, na maioria dos casos ortodônticos, permanecer a

mesma no início e ao fim do tratamento, em harmonia com a face e os dentes.

Para a análise das características supracitadas, os modelos de estudo em

gesso têm sido parte essencial do processo de diagnóstico ortodôntico.

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Discussão 102 Tradicionalmente, são confeccionados em gesso e têm duas funções principais:

fornecer informações para diagnóstico e plano de tratamento e o registro

tridimensional da oclusão, antes e após os estágios de correção ortodôntica. Embora

os modelos de estudo em gesso sejam quase indispensáveis ao Ortodontista, estes

apresentam alguns inconvenientes, tais como: necessidade de espaço físico para o

armazenamento, susceptibilidade a fraturas, capacidade limitada de transferência de

informações por intercâmbio entre profissionais e pouca versatilidade de diagnóstico

– porque, atualmente, a Tecnologia da Informação propicia aplicativos que

aprimoram as mensurações e visualizações (JOFFE, 2004). A partir dessas

limitações, foram estudados outros modos de reprodução tridimensional assistida

por computador (BAUMRIND et al., 2003; CEVIDANES; STYNER; PROFFIT, 2006;

GRACCO et al., 2007; 2008; HAJEER et al., em 2004; HECHLER, 2008;

HILDEBRAND et al., 2008; LUDLOW et al., 2007; MULLEN et al., 2007; OLIVEIRA

et al., 2007; SCARFE; FARMAN, 2008).

Diferentes métodos foram propostos para se avaliar a forma dos arcos, seja

através de medidas e cálculos ou avaliações puramente visuais, pelo uso de

diagramas (TRIVINO; SIQUEIRA; SCANAVINI, 2007; PANDEY et al., 2005;

OLIVEIRA et al., 2004; NOROOZI; HOSSEINZADEH; SAEEDA, 2001; LEE, 1999;

RABERIN et al., 1993; BEAZLEY, 1971). A maioria dos Ortodontistas emprega os

modelos de gesso para o registro da forma dos arcos dentários. Entretanto, Pandey

et al. (2005) realizaram as avaliações dos arcos dentários de pacientes fissurados

em imagens de cortes axiais por TC, categorizando-os de acordo com as formas em

“U” ou “V”.

Vários autores investigaram a eficácia de mensurações e análises de

características dos arcos dentários em modelos de gesso, demonstrando a sua

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Discussão 103 aplicação clínica no diagnóstico e planejamento ortodônticos (HILDEBRAND et al.,

2008; MULLEN et al., 2007; STEVENS et al., 2006; ZILBERMAN; HUGGARE;

PARIKAKIS, 2003). As principais mensurações realizadas para avaliação

diagnóstica foram: a largura dos arcos dentários, a sobressaliência, a sobremordida,

a largura mesiodistal dos dentes – para avaliação das condições de espaço e

discrepância dentária interarco, a profundidade dos arcos dentários e a profundidade

do palato. Diversos estudos apontaram o modelo de gesso como o “padrão ouro”,

com variações de reprodutibilidade clinicamente insignificantes (BONDEVIK, 1998;

ESTEVES; BOMMARITO, 2007; HILDEBRAND et al., 2008; REDAHAN;

LAGERSTRÖM, 2003; STEVENS et al., 2006). O modelo de gesso seria eleito um

“padrão ouro” justamente por causa das dificuldades de obtenção de medidas

acuradas diretamente na boca do paciente.

6.2 Análise da reprodutibilidade dos modelos de gesso para estudo de características dos arcos dentários

No que concerne à reprodutibilidade, os resultados do presente estudo

também indicaram a elevada precisão de mensurações realizadas em modelos de

gesso. Conforme as avaliações comparativas, para as variáveis que se

apresentaram estatisticamente diferentes (p < 0,05), as diferenças entre os valores

médios aferidos na primeira e na segunda mensuração foram menores que 1 mm

(TABELAS 5.9 e 5.10). Foi possível observar diferenças significantes entre os

valores médios das medidas lineares de profundidade da mandíbula, pois o método

de mensuração requeria um terceiro instrumento (uma régua) que deveria

permanecer imóvel e tangente às faces distais dos primeiros molares; e da

sobressaliência, uma vez que devido a desgastes dos bordos incisais dos incisivos

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Discussão 104 centrais superiores, em algumas situações, era necessário observar um ponto médio

a cada mensuração, o que provavelmente gerou essa variação (TABELA 5.9). Para

as aferições das larguras mesiodistais dos dentes nos arcos superior e inferior em

modelos de gesso, houve diferenças significantes nas medidas relativas aos dentes

14, 32 e 41, sendo provavelmente decorrentes da presença de apinhamentos

severos e rotações em alguns modelos estudados (TABELA 5.10). Ademais, exceto

pela profundidade do palato (RS = 0,474, p = 0,008), foram observadas correlações

fortemente positivas entre as medidas obtidas em modelos de gesso (TABELAS 5.13

e 5.14). Uma explicação plausível para a fraca correlação entre as medidas de

profundidade do palato estaria relacionada à necessidade de um terceiro

instrumento (uma régua), o qual não deve ter permanecido estável em todas as

mensurações realizadas. Sugere-se a utilização de plataformas, em que se possa

fixar tanto o modelo de gesso sob estudo quanto o paquímetro, para que a

reprodução da medida seja fiel.

Costalos et al. (2005) mencionaram que muitos Ortodontistas já estão

incorporando registros ortodônticos digitais na prática clínica e utilizando programas

de computador para auxiliar no diagnóstico e plano de tratamento, assim como para

reduzir o armazenamento de documentações. Nesse contexto, considerando os

avanços tecnológicos na Ortodontia, os resultados deste estudo sugerem a

substituição dos modelos de gesso pelo método de diagnóstico baseado em

imagens por TCFC sempre que esta se torne necessária ao plano de tratamento,

como nos casos de cirurgia ortognática, necessidade de dispositivos de ancoragem

temporária, localização de dentes retidos e tratamento ortodôntico associado à

reabilitação com implantes.

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Discussão 105

As imagens por TCFC possibilitam a avaliação das diversas estruturas do

complexo maxilofacial nos três planos espaciais, permitindo visualizações através

dos cortes axiais, parassagitais e coronais. Em adição, proporcionam as

reformatações multiplanares que fornecem cortes oblíquos ou curvos. Dessa forma,

é possível estudar o crânio de um paciente a partir de diversos ângulos, por meio de

projeções criadas, inclusive podendo-se separar os lados direito e esquerdo da

cabeça. Os modelos tridimensionais podem ser produzidos e manipulados em

qualquer direção. Convém ressaltar que também é possível a produção de imagens

similares a radiografias panorâmicas e cefalométricas, em substituição aos exames

radiográficos convencionais (BALLRICK et al., 2008; FARMAN; SCARFE, 2006;

HAJEER et al., 2004; HALAZONETIS, 2005; HASSAN et al., 2007; KUMAR et al.,

2008; LUDLOW et al., 2007; SCARFE; FARMAN, 2008; SCARFE; FARMAN;

SUKOVIC, 2006).

De acordo com Cevidanes, Styner e Proffit (2006), a análise de imagens por

TCFC não envolve apenas o registro e a avaliação visual comparativa de modelos

tridimensionais em momentos diferentes, mas também o cálculo das distâncias entre

as superfícies tridimensionais. Com vistas às mensurações para o diagnóstico

ortodôntico, é interessante e válido mencionar o estudo de Ludlow et al. (2007).

Esses pesquisadores compararam medidas mandibulares lineares, verticais e

horizontais, em imagens tridimensionais (por cortes em projeções axiais) e

reformatações similares a radiografias panorâmicas (adquiridas com cortes de 15

mm ou 20 mm de espessura) do aparelho NewTom™ 9000. A magnitude de erro

média para as mensurações foi de 2,8% pela técnica bidimensional e de 2,5%, para

a tridimensional. Ambas as técnicas proveram medidas aceitáveis e acuradas.

Inclusive, as mensurações não teriam sido influenciadas por alterações nas posições

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Discussão 106 dos crânios secos utilizados durante a aquisição das imagens. Entretanto, os autores

explicaram que, diferentemente das mensurações bidimensionais, as realizadas no

modo tridimensional são obtidas a partir de pontos em um volume e não estariam

sujeitas a distorções de projeção. O maior problema residiria no aprimoramento das

ferramentas de software para mensurações tridimensionais.

6.3 Validação e análise da reprodutibilidade de imagens por TCFC para estudo de características dos arcos dentários

Pesquisas mostram que as imagens por TCFC apresentam reprodutibilidade

suficiente para mensurações lineares e angulares (BALLRICK et al., 2008; LUDLOW

et al., 2007; PERIAGO et al., 2008; SAKABE et al., 2007), exibindo uma proporção

de 1:1 quando comparadas com os modelos reais (LAGRAVÈRE et al., 2008). A

tecnologia da TCFC produz imagens com resolução submilimétrica de voxels,

variando de 0,4 mm a 0,076 mm. Em decorrência destes baixos valores, as imagens

secundárias subsequentes (em cortes axiais, coronais e sagitais) e mesmo as

reformatações multiplanares têm um nível de resolução espacial acurado o bastante

para mensurações em que a precisão em todas as dimensões é importante, como

no caso das análises ortodônticas (SCARFE; FARMAN, 2008). Em algumas

investigações científicas, o método de mensuração por TCFC subestimou ou

superestimou os valores reais das medidas, porém essa variação permaneceu

inferior a 0,1 mm ou foi considerada clinicamente aceitável (BALLRICK et al., 2008;

BUENO et al., 2007; KUMAR et al., 2008; LAGRAVÈRE et al., 2008; LOUBELE et

al., 2006; 2008; LUDLOW et al., 2007; PALOMO; RAO; HANS, 2008; SAKABE et al.,

2007). Ludlow et al. (2007) mencionaram que erros de mensuração médios de 0,2

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Discussão 107 mm a 2,1 mm estão de acordo com o que tem sido registrado para TC convencional

e TCFC.

Neste estudo, quando foram comparadas as medidas lineares intra-arco, em

imagens por TCFC e modelos de gesso, observaram-se diferenças significantes

para os valores relativos às larguras intermolares tanto na maxila quanto na

mandíbula. Das duas medidas interarco, houve diferença significante para a

sobremordida (TABELA 5.1). Na apuração dos valores médios dessas medidas,

foram verificadas diferenças inferiores a 1 mm. Do ponto de vista clínico, essas

diferenças podem, em muitas situações, ser consideradas pouco notáveis. As

diferenças nas medidas das larguras intermolares provavelmente ocorreram devido

a diferenças na altura das pontas das cúspides mesiovestibulares dos primeiros

molares, pois nem sempre era possível identificar as duas pontas em um mesmo

corte axial. Esta dificuldade em algumas imagens levou à realização da mensuração

a partir da ponta de uma cúspide de um dos primeiros molares (que apresentava

anatomia oclusal mais facilmente perceptível) ao ponto médio da cúspide do primeiro

molar do lado oposto. Já para a sobremordida, houve dificuldades em se visualizar o

limite do bordo incisal do incisivo central inferior em algumas imagens por TCFC,

devido à íntima relação com a face palatina do incisivo central superior, o que pode

ter gerado uma variação significante nas mensurações.

Quanto às aferições das larguras mesiodistais dos dentes nos arcos maxilar e

mandibular, houve diferenças significantes nas medidas relativas aos dentes 12, 31

e 43, que não atingiram o limite de 0,5 mm (TABELA 5.2). Os valores médios foram

ligeiramente maiores em imagens por TCFC. Considerando a ocorrência em dentes

isolados, ou seja, em hemiarcos diferentes, essas diferenças provavelmente

ocorreram por dois fatores: geometria da projeção da imagem do dente no corte

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Discussão 108 axial e magnificação da imagem por TCFC devido à resolução da tela do

computador utilizado na pesquisa.

De acordo com as análises de correlação entre as medidas em imagens por

TCFC e modelos de gesso, nas mensurações lineares dos arcos dentários, houve

correlações fortemente positivas para a maioria das medidas, exceto no que tange à

profundidade do palato; RS = 0,395, p = 0,031 (TABELA 5.3). Provavelmente, houve

interferência da espessura da mucosa palatal em ambos os métodos: na aquisição

dos moldes para confecção dos modelos de gesso, houve o pressionamento desse

tecido e as imagens por TCFC não exibem janela para tecidos moles. No que

concerne às medidas da largura mesiodistal dos dentes superiores, houve fracas

correlações apenas para os dentes 13 e 25. Por outro lado, no arco inferior, foram

observadas correlações fracas para os dentes 32, 34, 35, 41, 42 e 43 (TABELA 5.4).

Convém explicar que as correlações demonstram o comportamento das variáveis

em termos de progressão ou regressão. Em diversas situações, os valores médios

podem não apresentar-se estatisticamente diferentes (p > 0,05), porém, este fato

não está necessariamente associado a um suposto comportamento similar das

variáveis em questão. As variações encontradas podem ser devidas a maus

posicionamentos dentários, o que envolve inclinações e giroversões, dificultando

assim a mensuração da largura mesiodistal dos dentes nos cortes axiais.

A classificação da forma dos arcos maxilares e mandibulares demonstrou

uma correspondência pelos métodos sob estudo, conforme indicam os dados das

Tabelas 5.5 e 5.6, não apresentando diferenças significativas (p > 0,05).

Portanto, com base nas observações realizadas e nos dados fornecidos por

outros estudos científicos, denota-se a validade clínica e o bom desempenho das

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Discussão 109 interpretações de imagens por TCFC em cortes axiais, coronais e parassagitais,

para mensurações e avaliações de características dos arcos dentários.

Na avaliação da reprodutibilidade das mensurações lineares intra e interarco

em imagens obtidas por TCFC, observou-se diferença significante somente para a

medida relativa à sobremordida, o que se justifica pela dificuldade na distinção do

bordo incisal do incisivo central inferior em algumas imagens parassagitais (TABELA

5.7). Em imagens por TCFC, houve correlações fortemente positivas para todas as

medidas lineares dos arcos dentários (TABELA 5.11) e correlações positivas para

dois terços das medidas de largura mesiodistal dos dentes avaliados, de primeiro

molar superior direito a primeiro molar superior esquerdo e de primeiro molar inferior

direito a primeiro molar inferior esquerdo (TABELA 5.12). Nesta análise, deve-se

levar em consideração a presença de rotações e inclinações dentárias, o que

dificulta a mensuração precisa da largura mesiodistal dos dentes no corte axial.

Sugere-se a realização dessas mensurações em outro corte, gerado por

reformatação multiplanar, que forneça a imagem real da largura mesiodistal dos

dentes. Para isso, seria necessário modificar a curva panorâmica, para que esta

evidenciasse o dente mal posicionado em questão.

Conforme os resultados de análises comparativas e de correlação, sugere-se

que, além do bom desempenho, o método de avaliação das características dos

arcos dentários por TCFC demonstrou-se reproduzível.

A TCFC, segundo os resultados desta pesquisa, pode ser empregada como

método de diagnóstico em substituição à documentação ortodôntica convencional

(radiografia panorâmica, telerradiografia em norma lateral, radiografia periapical da

boca toda e modelos de gesso) nos casos de má oclusão de Classes I, II e III de

Angle associadas a dentes impactados, necessidade de cirurgia ortognática,

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Discussão 110 presença de disfunções da ATM e utilização de implantes ou mini-implantes durante

o tratamento. A TCFC não deveria ser indicada para mensurações na presença de

sobremordida profunda ou atresia da maxila, pois quando comparada aos modelos

de gesso, as medidas de largura intra-arco, especificamente as distâncias

intermolares, e sobremordida apresentaram diferenças estatisticamente

significantes.

Felizmente, uma única pesquisa não contempla todos os aspectos e prismas

de um determinado tema. Se por um lado ficam questões a serem melhor

investigadas; por outro, abrem-se possibilidades de desenvolvimento de mais

estudos científicos voltados a abordagens inovadoras. A expectativa que motivou

esta pesquisa requeria uma resposta clínica. Seria possível realizar avaliações dos

arcos dentários em imagens por TCFC? Sim, os resultados apontaram uma

possibilidade, haja vista o bom desempenho clínico e a reprodutibilidade satisfatória

do método – em que pese a necessidade de aprimoramento das técnicas de

mensuração.

Há que se comparar a imagem ao real, como o fizeram Sakabe et al., (2007)

e Ludlow et al. (2007), para finalidades distintas das pressupostas neste estudo.

Contudo, o Ortodontista estima a maioria das características estudadas em modelos

de gesso. Estudos futuros poderiam tentar contornar esse impasse utilizando crânios

secos de indivíduos com dentadura permanente completa. Para aprimorar mais as

constatações, poderiam ser introduzidas manipulações e produções de diferentes

imagens por reformatação. Ademais, softwares poderiam ser comparados. Talvez,

sejam necessários diversos estudos, pois o avanço da tecnologia e do pensamento

científico é motivado pela busca de respostas que surgem a cada investigação

finalizada.

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Discussão 111 6.4 Limitações do uso das imagens por TCFC na prática clínica

A substituição permanente dos modelos de gesso ortodônticos por imagens

digitais ainda é algo futurista e foge ao escopo deste trabalho, que visou investigar a

possibilidade de se obter medidas fidedignas dos arcos dentários em imagens por

TCFC, empregando-se os primeiros elementos de diagnóstico para validação. Por

outro lado, sem dúvida, o plano de tratamento ortodôntico torna-se refinado com o

uso da TCFC, tanto para interpretações planas quanto tridimensionais, além de

proporcionar a duplicação de toda a região maxilofacial, ou parte dela, e observação

dessas imagens a partir de qualquer ângulo de visualização (FARMAN; SCARFE,

2006). No entanto, para a maioria dos profissionais da Odontologia, o uso rotineiro

de imagens por TCFC tem sido limitado devido ao custo, disponibilidade e

considerações sobre a dose de radiação (SCARFE, 2006).

A quantidade de aparelhos de TCFC disponíveis tem aumentado desde a sua

idealização (ARAI et al., 1999; SCARFE; FARMAN, 2008). Por sua vez, observa-se

a evolução destes aparelhos e, em conjunto com a melhoria técnica, há ampliação

da oferta aos pacientes. Esses fatores determinam uma relativa diminuição dos

custos e maior acessibilidade.

Quanto à dosagem de radiação ionizante, em Ortodontia, as imagens

radiográficas são frequentemente requisitadas para planejamento, avaliação do

tratamento e acompanhamento. Muitas dúvidas, na prática ortodôntica, podem ser

respondidas pelas radiografias convencionais, embora uma visão tridimensional seja

por vezes necessária. No entanto, o critério de seleção para uma imagem em

qualquer fase de tratamento deveria seguir o princípio ALARA (As Low As

Reasonably Achievable), que restringe a indicação da exposição à radiação ao

mínimo possível sem comprometer o diagnóstico.

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Discussão 112

A escolha do exame por TCFC deveria estar relacionada às necessidades do

paciente. Considerando apenas a dose de radiação, o uso de imagens por TCFC

não deveria ser recomendado rotineiramente, porque este método implica em doses

de radiação ionizante que variam de 5 a 74 vezes a requerida para uma radiografia

panorâmica, a depender do regime de trabalho do aparelho (SCARFE; FARMAN,

2008). Quando informações adicionais são substanciais, como no caso de dentes

impactados, reabsorções dentárias, anquilose ou no planejamento cirúrgico, a TCFC

deveria ser o método de escolha (HECHLER, 2008). Atualmente, existe uma

tendência em se utilizar imagens tridimensionais para o planejamento ortodôntico e

para a pesquisa de variações anatômicas inesperadas, que podem expandir ou

mudar o plano de tratamento. Outra constatação a favor da TCFC é que alguns

pacientes ortodônticos também requerem radiografias seriadas da ATM e

combinações de projeções que englobam radiografias postero-anterior, periapicais,

oclusais e interproximais; além da soma das doses apresentar-se maior do que a

empregada para radiografia panorâmica e telerradiografia em norma lateral (que

fazem parte da documentação padrão), ainda não se consegue uma avaliação

tridimensional (SILVA et al., 2008).

Comparando-se a dose de radiação ao paciente para registro da região

maxilofacial por TC convencional (2000 µSv), os aparelhos de TCFC podem fazer

uma leitura completa da cabeça em poucos segundos, propiciando reduções entre

98,5% e 76,2% (SCARFE; FARMAN, 2008). Vários fatores contribuem para essa

dose de radiação relativamente reduzida, entre eles o fato de que o principal foco

dos exames por TCFC é a imagem óssea, diferentemente da TC convencional, que

frequentemente exibe janela para tecidos moles. A dose de radiação também varia

de acordo com a marca comercial do aparelho e com as especificações técnicas

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Discussão 113 selecionadas (campo de visão ou FOV, tempo de exposição, miliamperagem e

quilovoltagem), o que influencia na qualidade da imagem (BALLRICK et al., 2008;

BUENO et al., 2007; GARIB et al., 2007; HALAZONETIS, 2005; LUDLOW et al.,

2006; SCARFE; FARMAN; SUKOVIC, 2006; SILVA et al., 2008; SWENNEN;

SCHUTYSER, 2006; WHITE, 2008).

Outro assunto que merece atenção é a logística do arquivamento das

imagens por TCFC. Uma imagem radiográfica digital é composta unitariamente por

pixels, pequenos elementos quadrados arrumados em linhas e colunas que

compõem a matriz da imagem. Cada pixel tem um valor (brilho ou escala de cinza)

que representa a capacidade de atenuação dos raios X da estrutura correspondente.

Estendendo uma imagem plana à terceira dimensão, obtém-se volume. O volume é

composto por voxels, os quais podem ser definidos como pequenos cubos

arrumados lado a lado. Semelhante às imagens planas, o valor (brilho) de cada cubo

representa a densidade da estrutura anatômica correspondente. Um volume

composto de 1000 voxels de cada lado precisará de 1 GB (ou seja, 1024 MB) de

espaço de memória, e neste momento é que as coisas começam a ficar difíceis. Os

computadores demandarão uma memória maior do que a referente ao valor

supracitado. Senão, o manuseio de 1 GB causará um problema sério de velocidade

de processamento (HALAZONETIS, 2005). Em uma grande clínica, os profissionais

necessitarão de capacidades ampliadas para o arquivamento das documentações

digitais. Tanto que se cogita a solicitação de memória em terabyte, o equivalente a

1012 bytes.

Enfim, para que os benefícios das imagens por TCFC sejam totalmente

explorados, os profissionais que executam os exames de diagnóstico por imagem e

os que realizam as interpretações devem empreender esforços com o propósito de

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Discussão 114 alcançar eficiência máxima. Nesse ponto, apesar de as constatações de Ludlow et

al. (2007) não ratificarem esta recomendação, sugere-se que a TCFC é sensível a

movimentos da cabeça do paciente, devendo-se tomar cuidado durante a aquisição

da imagem para que não haja distorções, o que pode influenciar na acurácia das

mensurações para fins de diagnóstico. Os Ortodontistas também precisam de

softwares com ferramentas que proporcionem facilidade e acurácia nas análises de

modelos virtuais tridimensionais (CEVIDANES; STYNER; PROFFIT, 2006; LUDLOW

et al., 2007).

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CONCLUSÃO

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116

7 CONCLUSÃO

A partir da análise dos resultados obtidos, sob as condições metodológicas

delineadas para o presente estudo, julga-se lícito concluir que:

Para a maioria das medidas lineares intra e interarco, bem como de largura

mesiodistal dos dentes permanentes, não houve diferenças estatisticamente

significantes entre os métodos de mensuração em imagens por TCFC e modelos

de gesso. Quanto às variáveis que demonstraram valores médios

estatisticamente diferentes, ressalta-se que as diferenças apresentaram-se

inferiores a 1 mm;

Houve elevado número de correlações fortemente positivas entre os valores

obtidos em imagens por TCFC e modelos de gesso, bem como ausência de

diferenças significantes entre as avaliações da forma dos arcos dentários por

ambos os métodos;

Sugere-se que o método de mensuração em imagens por TCFC apresenta bom

desempenho e aplicabilidade clínica para mensurações de características dos

arcos dentários;

Em termos de reprodutibilidade, os testes comparativos entre as medidas obtidas

na primeira e na segunda aferição, em imagens por TCFC e modelos de gesso,

demonstraram ausência de diferenças significativas em 90% das comparações.

As diferenças entre os valores médios calculados na primeira e na segunda

avaliação foram menores que 1 mm;

Foram constatadas correlações fortemente positivas para todas as medidas

lineares intra e interarco, entre a primeira e a segunda avaliação, por meio de

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Conclusão 117

imagens por TCFC. No que concerne às medidas de largura mesiodistal, houve

correlações positivas para dois terços dos dentes;

Por outro lado, a maioria das correlações entre as medidas obtidas em modelos

de gesso na primeira e na segunda aferição foram fortemente positivas, à

exceção da profundidade do palato;

Com base nas análises comparativas e testes de correlação, aplicados às

mensurações repetidas, sugere-se que os métodos de aferição em imagens por

TCFC e modelos de gesso são reproduzíveis para avaliações de características

dos arcos dentários.

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REFERÊNCIAS

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119

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ANEXOS

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Anexos 125

Anexo A – Protocolo da Comissão de Ética em Pesquisa

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APÊNDICES

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Apêndices 127

APÊNDICE A

Exemplos de planilhas para a anotação dos dados (mm) coletados

PACIENTE SEXO IDADE LgCMx LgCMd LgMMx LgMMd ProfMx ProfMd PP SS SM A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z AA AB AC AD

PACIENTE 11 12 13 14 15 16 21 22 23 24 25 26 31 32 33 34 35 36 41 42 43 44 45 46 A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z AA AB AC AD

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Apêndices 128

APÊNDICE B

Exemplo de planilha para a anotação dos dados relativos à forma dos arcos

dentários

Arco Superior TCFC

Arco Inferior TCFC

Arco Superior Modelo de

Gesso Arco Inferior

Modelo de Gesso

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Apêndices 129

APÊNDICE C

Calibração Intra-examinador (teste de Wilcoxon para análise do erro

sistemático)

Comparação das mensurações em imagens obtidas por TCFC e modelos de gesso Avaliação Valores de p Variáveis A1TC A1MG A2TC A2MG Valor de p1 Valor de p2 Valor de p3 Valor de p4 Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P Média ± D.P LgCMx 33,73 ± 3,03 33,65 ± 3,04 33,83 ± 3,01 33,67 ± 3,04 p(1) = 0,436 p(1) = 0,919 p(1) = 0,057 p(1) = 0,241 LgCMd 26,72 ± 1,81 26,49 ± 1,73 26,75 ± 1,87 26,41 ± 1,75 p(1) = 0,683 p(1) = 0,236 p(1) = 0,819 p(1) = 0,091 LgMMx 49,07 ± 3,55 48,89 ± 4,07 49,66 ± 3,44 49,37 ± 2,78 p(1) = 0,066 p(1) = 0,074 p(1) = 0,646 p(1) = 0,953 LgMMd 44,23 ±3,24 44,06 ± 3,30 44,24 ± 3,32 43,63 ± 3,26 p(1) = 0,483 p(1) = 0,071 p(1) = 0,538 p(1) = 0,139 Lg 11 8,64 ± 0,54 8,45 ± 0,55 8,51 ± 0,54 8,50 ± 0,58 p(1) = 0,441 p(1) = 0,721 p(1) = 0,327 p(1) = 0,483 Lg 12 7,06 ± 0,49 6,87 ± 0,50 7,08 ± 0,52 6,86 ± 0,50 p(1) = 0,715 p(1) = 0,528 p(1) = 0,321 p(1) = 0,765 Lg 13 7,82 ± 0,71 7,84 ± 0,73 7,80 ± 0,60 7,79 ± 0,61 p(1) = 0,799 p(1) = 0,799 p(1) = 0,767 p(1) = 0,499 Lg 14 7,23 ± 0,55 6,91 ± 0,59 7,17 ± 0,47 7,12 ± 0,51 p(1) = 0,541 p(1) = 0,169 p(1) = 0,066 p(1) = 0,407 Lg 15 6,89 ± 0,53 7,05 ± 0,60 6,96 ± 0,56 6,95 ± 0,49 p(1) = 0,314 p(1) = 0,386 p(1) = 0,374 p(1) = 0,889 Lg 16 10,37 ± 0,82 10,14 ± 0,46 10,28 ± 0,81 10,37 ± 0,78 p(1) = 0,575 p(1) = 0,285 p(1) = 0,185 p(1) = 0,333 Lg 21 8,54 ± 0,65 6,68 ± 0,56 8,45 ± 0,68 8,39 ± 0,69 p(1) = 0,528 p(1) = 0,059 p(1) = 0,314 p(1) = 0,284 Lg 22 7,00 ± 0,53 6,81 ± 0,54 6,99 ± 0,53 6,83 ± 0,52 p(1) = 0,317 p(1) = 0,361 p(1) = 0,074 p(1) = 0,053 Lg 23 7,81 ± 0,53 7,74 ± 0,44 7,88 ± 0,54 7,77 ± 0,59 p(1) = 0,386 p(1) = 0,508 p(1) = 0,594 p(1) = 0,263 Lg 24 6,95 ± 0,46 7,00 ± 0,43 7,09 ± 0,41 7,05 ± 0,43 p(1) = 0,236 p(1) = 0,575 p(1) = 0,678 p(1) = 0,176 Lg 25 6,69 ± 0,44 6,79 ± 0,47 6,83 ± 0,50 6,82 ± 0,45 p(1) = 0,236 p(1) = 0,721 p(1) = 0,575 p(1) = 0,919 Lg 26 10,62 ± 0,84 10,52 ± 0,75 10,60 ± 0,72 10,50 ± 0,72 p(1) = 0,672 p(1) = 0,285 p(1) = 0,445 p(1) = 0,123 Lg 31 5,36 ± 0,33 5,39 ± 0,36 5,39 ± 0,25 5,38 ± 0,26 p(1) = 0,682 p(1) = 0,959 p(1) = 0,646 p(1) = 0,721 Lg 32 5,94 ± 0,41 6,17 ± 0,34 5,98 ± 0,38 5,95 ± 0,51 p(1) = 0,374 p(1) = 0,241 p(1) = 0,192 p(1) = 0,260 Lg 33 6,94 ± 0,28 6,78 ± 0,43 6,85 ± 0,54 6,83 ± 0,43 p(1) = 0,799 p(1) = 0,507 p(1) = 0,415 p(1) = 0,594 Lg 34 7,08 ± 0,68 7,11 ± 0,45 7,14 ± 0,49 7,10 ± 0,46 p(1) = 0,594 p(1) = 0,646 p(1) = 0,721 p(1) = 0,678 Lg 35 7,26 ± 0,41 7,01 ± 0,60 7,23 ± 0,41 7,19 ± 0,43 p(1) = 0,767 p(1) = 0,241 p(1) = 0,050 p(1) = 0,397 Lg 36 11,13 ± 0,58 11,35 ± 0,57 11,01 ± 0,51 11,04 ± 0,50 p(1) = 0,575 p(1) = 0,241 p(1) = 0,674 p(1) = 0,919 Lg 41 5,43 ± 0,39 5,37 ± 0,27 5,41 ± 0,35 5,37 ± 0,40 p(1) = 0,508 p(1) = 0,919 p(1) = 0,575 p(1) = 0,286 Lg 42 5,84 ± 0,39 5,96 ± 0,42 5,91 ± 0,37 5,89 ± 0,37 p(1) = 0,285 p(1) = 0,799 p(1) = 0,594 p(1) = 0,674 Lg 43 7,15 ± 0,42 6,90 ± 0,45 6,84 ± 0,59 6,88 ± 0,62 p(1) = 0,058 p(1) = 0,721 p(1) = 0,123 p(1) = 0,441 Lg 44 7,22 ± 0,49 7,24 ± 0,40 7,19 ± 0,43 7,17 ± 0,49 p(1) = 0,721 p(1) = 0,721 p(1) = 0,878 p(1) = 0,726 Lg 45 7,38 ± 0,50 7,42 ± 0,37 7,41 ± 0,40 7,40 ± 0,34 p(1) = 0,760 p(1) = 0,799 p(1) = 0,721 p(1) = 0,865 Lg 46 10,95 ± 0,68 10,87 ± 1,12 10,87 ± 0,60 10,76 ± 0,72 p(1) = 0,594 p(1) = 0,241 p(1) = 0,959 p(1) = 0,507 ProfMx 42,75 ± 3,28 42,75 ± 3,24 42,86 ± 3,38 42,86 ± 3,24 p(1) = 0,109 p(1) = 0,066 p(1) = 0,678 p(1) = 0,508 ProfMd 41,94 ± 3,00 41,68 ± 3,01 42,01 ± 2,94 41,40 ± 2,97 p(1) = 0,285 p(1) = 0,161 p(1) = 0,127 p(1) = 0,287 PP 19,90 ± 2,18 20,05 ± 1,94 18,76 ± 1,75 18,95 ± 2,37 p(1) = 0,333 p(1) = 0,074 p(1) = 0,515 p(1) = 0,953 SS 2,52 ± 1,62 2,49 ± 1,64 2,52 ± 1,62 2,46 ± 1,64 p(1) = 0,257 p(1) = 0,612 p(1) = 0,386 p(1) = 0,233 SM 3,15 ± 1,20 2,96 ± 1,17 2,56 ± 1,56 2,67 ± 1,54 p(1) = 0,074 p(1) = 0,575 p(1) = 0,075 p(1) = 0,185

(*): Diferença significante a 5,0%. p1 = Relativo à comparação entre A1TC e A2TC. p2 = Relativo à comparação entre A1MG e A2MG. P3 = Relativo à comparação entre A1TC e A1MG. P4 = Relativo à comparação entre A2TC e A2MG. (1): Através do teste de Wilcoxon pareado (Wilcoxon Signed Ranks Test).

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Apêndices 130

APÊNDICE D

Calibração Intra-examinador (Aplicação da fórmula de Dahlberg para análise

do erro casual)

Medidas de Dahlberg por variável para as comparações entre as imagens obtidas por TCFC e modelos de gesso Medidas de Dahlberg Variáveis I II III IV LgCMx 0,1351 0,2625 0,0978 0,3117 LgCMd 0,1188 0,1847 0,2576 0,3579 LgMMx 0,6690 1,3405 0,7285 0,8227 LgMMd 0,2278 0,4396 0,1783 0,5580 Lg 11 0,2971 0,1915 0,3270 0,0563 Lg 12 0,0658 0,0446 0,2146 0,2209 Lg 13 0,2801 0,2850 0,3095 0,0437 Lg 14 0,2298 0,3456 0,3939 0,1027 Lg 15 0,1752 0,2368 0,3556 0,1107 Lg 16 0,2718 0,3932 0,3972 0,1694 Lg 21 0,3005 0,3390 0,3530 0,1030 Lg 22 0,0157 0,0573 0,2209 0,2080 Lg 23 0,1755 0,3850 0,2706 0,1682 Lg 24 0,2444 0,3070 0,3643 0,0607 Lg 25 0,2548 0,1955 0,2883 0,0726 Lg 26 0,1707 0,0516 0,1925 0,1126 Lg 31 0,1403 0,2011 0,2068 0,0648 Lg 32 0,1376 0,3857 0,3529 0,1408 Lg 33 0,2962 0,2652 0,3274 0,1393 Lg 34 0,1943 0,3750 0,3775 0,1429 Lg 35 0,2295 0,3211 0,2934 0,0806 Lg 36 0,4349 0,4383 0,4717 0,1640 Lg 41 0,2277 0,2313 0,2472 0,0699 Lg 42 0,2782 0,3130 0,3133 0,1199 Lg 43 0,3473 0,4671 0,4284 0,1618 Lg 44 0,1781 0,3131 0,2118 0,0991 Lg 45 0,2344 0,2466 0,2286 0,0532 Lg 46 0,2475 0,4654 0,4299 0,2378 ProfMx 0,1738 0,1609 0,5483 0,4939 ProfMd 0,1924 0,5164 0,2279 0,6154 PP 1,9276 1,3812 0,5303 2,0848 SS 0,0059 0,0851 0,0626 0,1003 SM 0,8323 0,7652 0,2768 0,2231 I = Relativo à comparação entre A1TC e A2TC. II = Relativo à comparação entre A1MG e A2MG. III = Relativo à comparação entre A1TC e A1MG. IV = Relativo à comparação entre A2TC e A2MG.