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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Planejamento Logístico como Diferencial Competitivo para Empresas de Beneficiamento de Pescado Por: Rafael Deolindo Pereira Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Planejamento Logístico como Diferencial Competitivo para

Empresas de Beneficiamento de Pescado

Por: Rafael Deolindo Pereira

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Planejamento Logístico como Diferencial Competitivo para

Empresas de Beneficiamento de Pescado

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Logística

Empresarial

Por: Rafael Deolindo Pereira

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente à Deus, Senhor de

todas as coisas, sem o qual nada seria

possível, à minha esposa e aos

parentes que tanto me apoiaram nessa

caminhada, além dos amigos e

professores que fizeram desta jornada

uma incrível busca pelo conhecimento.

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DEDICATÓRIA

à Taiana, minha Vida.

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RESUMO

O presente estudo tem como objetivo principal traçar uma análise

sobre a importância das atividades de Planejamento Logístico na busca de

diferenciais competitivos dentro do cenário empresarial, considerando que

muitas empresas ainda subestimam o verdadeiro potencial do planejamento

estratégico aplicado às atividades logísticas enquanto fator gerador de

vantagens competitivas, dentre as quais as empresas de pescado, que

desenvolvem suas atividades dentro de um contexto considerado por muitos

arcaico e não mais eficiente. Partindo desse princípio este estudo utiliza

metodologia exploratória visando buscar respostas para o seguinte problema:

Quais os diferenciais competitivos podem ser desencadeados pelas atividades

de planejamento na Logística? Através de fundamentação teórica diversificada

e contextualização do caso, neste estudo são abordados os possíveis

diferenciais alcançados pelos esforços em planejamento logístico, tais como:

custos, qualidade e diferenciação,e ainda suas vertentes de análise baseadas

nas estratégias de localização, estoques, transportes e nível de serviço.

Diversas tendências apontam a Logística como algo além de um simples

conjunto de ferramentas de suprimento, armazenagem e distribuição,

despontando como elemento fundamental na disputa por mercados, e ponto

importante no planejamento em todos os níveis de grandes empresas. Por fim

são expostas as considerações Planejamento Logístico como ferramenta para

proporcionar ganhos reais e mensuráveis, para as empresas dentro de um

ambiente cada vez mais competitivo.

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METODOLOGIA

A metodologia adotada baseia-se nos conceitos de trabalho de pesquisa

com finalidade exploratória, sendo o material utilizado como fato gerador deste

trabalho foi coletado através dos seguintes meios:

• Pesquisa bibliográfica em livros de Logística, Administração,

Engenharia de Produção, Tecnologia de Informação e Metodologia de

Pesquisas, além de revistas pertinentes a delimitação principal do trabalho;

• Pesquisa Telematizada: com realização de pesquisas na Internet

e visualização de materiais em vídeo;

• Realização de pesquisa de campo para verificação dos processos

pertinentes a delimitação principal do trabalho..

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Logística e Vantagens Competitivas 09

CAPÍTULO II - Planejamento Logístico 15

CAPÍTULO III – Contextualização do Caso 24

CONCLUSÃO 34

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37

ÍNDICE 38

FOLHA DE AVALIAÇÃO 39

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INTRODUÇÃO

Segundo Etzel (2001), no presente ambiente empresarial de hiper-

competitividade, onde as vantagens competitivas são rapidamente erodidas, a

logística se apresenta como uma fonte de oportunidades para desenvolver

vantagens competitivas mais duráveis. Para o autor essas vantagens

baseadas na Logística surgem através dos processos que visam: Melhorar os

serviços aos clientes, Reduzir custos de Logística, Criar utilidade de tempo e

de lugar, Estabilizar preços, Influenciar as decisões sobre canais, Controlar os

custos com remessas.

As afirmações de Etzel conotam uma importância elevada da Logística

na busca por diferenciais competitivos, porém levam a uma reflexão sobre qual

o papel do planejamento logístico nesse cenário.

Diversos autores afirmam que a logística surge como a vertente

fundamental para fazer com que o produto certo, chegue até o cliente certo, no

momento desejado e com a periodicidade necessária, daí os esforços para

agregar planejamento às atividades de integração da cadeia de suprimentos,

capazes de minimizar possíveis impactos sobre o trinômio fornecedores-

empresa- cliente, que apresenta relações cada vez mais estreitas e baseadas

em prazos curtos para atender demandas mais exigentes.

Muitas empresas ainda subestimam o verdadeiro potencial do

planejamento estratégico aplicado às atividades logísticas enquanto fator

gerador de diferenciais competitivos, dentre as quais as empresas de pescado,

que desenvolvem suas atividades dentro de um contexto considerado por

muitos arcaico e não mais eficiente.

As linhas do estudo que segue, têm o objetivo de traçar uma análise a

cerca da importância das atividades de Planejamento Logístico na busca de

diferenciais competitivos dentro do cenário empresarial.

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CAPÍTULO I

LOGÍSTICA E VANTAGENS COMPETITIVAS

Antes de iniciar qualquer abordagem a cerca do Planejamento

Logístico como Diferencial Competitivo, se faz necessário apresentar

separadamente cada um dos conceitos que compõem a definição desse tema,

bem como suas particularidades e aplicações, visando esquematizar uma linha

de base que irá nortear os demais conteúdos abordados.

1.1 – O Conceito de Logística

Dentre as várias definições para o termo Logística é possível destacar

a do Council of Logistics Management, CLM (1986):

O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo e

armazenamento eficiente e econômico de matérias-primas, materiais

semi-acabados e produtos acabados, bem como as informações a

eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com

o propósito de atender às exigências dos Clientes.

Já Ballou define Logística como:

A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação

e armazenagem que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de

aquisição da matéria prima até o ponto de consumo final, assim como

dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento,

com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos

clientes a um custo razoável. (BALLOU 2006, p. 25)

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Para Ching o conceito de logística é diretamente ligado à gestão:

A Logística é a área da Administração que cuida do transporte e

armazenamento das mercadorias. É o conjunto de: Planejamento,

Operação e Controle do Fluxo de Materiais, Mercadorias, Serviços e

Informações da Empresa, integrando e racionalizando as funções

sistêmicas, desde a Produção até a Entrega, assegurando vantagens

competitivas na Cadeia de Distribuição e, conseqüentemente, a

satisfação dos clientes. (CHING, 2006, P. 32)

É interessante reparar como essas definições expõem uma ligação

íntima entre Logística, Estratégia e Planejamento. Tal constatação fica inda

mais latente na definição apresentada pelo o dicionário Aurélio (2008):

a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização

de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte,

distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material (para

fins operativos ou administrativos).

Esta função estratégica da Logística ganha corpo sobre a ótica de Sun

Tzu:

O cálculo da força de trabalho e dos recursos de material servem para

as estimativas da quantidade de provisões; a capacidade logística

deve atender às necessidades das provisões; na balança do poder,

um dos pesos é baseado na capacidade logística; a possibilidade da

vitória é baseada na balança do poder.

1.2 – O Conceito de Planejamento

Segundo Chiavenato:

O Planejamento Estratégico tem o objetivo de proporcionar bases

necessárias que permitam que as organizações naveguem e se

perpetuem mesmo dentro de condições mutáveis cada vez mais

adversas. (CHIAVENATO, 2004, p. 102).

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A cerca desse tema, Stoner diz que:

Planejar significa que os administradores pensam antecipadamente

em seus objetivos e ações, e que seus atos são baseados em algum

método, plano ou lógica, e não em palpites. São os plano que dão à

organização seus objetivos e que definem o melhor procedimento

para alcançá-los. (STONER, 1999, p.5)

Já Maximiano complementa tais afirmações ao dizer que:

Planejamento estratégico é o processo de desenvolver a estratégia –

a relação pretendida da organização com o seu ambiente. O processo

de planejamento estratégico compreende a tomada de decisões, que

afetam a empresa por longo prazo, especialmente decisões sobre

produtos e serviços que a organização pretende oferecer e os

mercados e clientes que pretende atingir. (MAXIMIANO, 2000,

P.385)

Kotler, propõe o seguinte conceito: “O Planejamento Estratégico é

uma metodologia, gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida

pela Organização, visando maior grau de interação com o ambiente”.

(KOTLER, 1975, p.27).

1.3 – Vantagens Competitivas

Segundo Porter: a vantagem competitiva é o “valor que uma empresa

consegue criar para seus compradores o qual ultrapassa o custo de fabricação

da empresa”. (PORTER,1989, p.2).

Dentro deste enfoque, Ansoff estabeleceu quatro estratégias

competitivas:

(1) estratégia de maximização da participação no mercado;

(2) estratégia de crescimento, (3) estratégia de diferenciação de

mercado e (4) estratégia de diferenciação de produtos e serviços.

(ANSOFF, 1990, p.58)

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Já para Porter é possível verificar a seguinte configuração:

Pode-se identificar três estratégias competitivas genéricas utilizadas

pelas empresas isoladamente ou de forma combinada, para

defenderem sua posição na indústria ou superarem os concorrentes,

que são: (1) liderança no custo total, (2) diferenciação e (3) enfoque.

(PORTER , 1986, p.62).

Segundo o Site http://www.merkatus.com.br/10_boletim/120.htm,

acessado em Março de 2010:

Vantagem competitiva ou diferencial competitivo é uma ou um

conjunto de características que permitem a uma empresa diferenciar-

se, por entregar mais valor aos seus clientes, em comparação aos

seus concorrentes e sob o ponto de vista dos clientes, ou seja,

VANTAGEM COMPETITIVA, ou diferencial competitivo, para um dado

segmento de mercado, é a razão pela qual os seus clientes escolhem

a oferta da sua empresa, e não a dos seus concorrentes, exatamente

porque sua oferta tem algo - a vantagem competitiva - que eles

buscam e é única ou melhor do que a oferta dos concorrentes.

Complementando esse raciocínio Christopher nos traz a constatação

de que:

[...] a condução eficaz da Logística e do gerenciamento da cadeia de

suprimentos pode fornecer importante fonte de vantagem competitiva

– em outras palavras, uma posição de duradoura superioridade em

relação aos concorrentes, em termos de preferência do cliente, pode

ser obtida mediante o melhor gerenciamento da Logística.

(CHRISTOPHER, 2008, p.5-6)

Tais considerações são complementadas mais adiante pelo autor ao

consolidar que:

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[...] as empresas bem-sucedidas ou têm vantagens de custo ou

possuem vantagens de valor, ou uma combinação de ambas. A

Logística e o gerenciamento da Cadeia de suprimentos podem

oferecer grande número de meios para aumentar a eficiência e a

produtividade, e assim contribuir significativamente para a redução

dos custos por unidade. O serviço está vinculado ao processo de

desenvolvimento de relacionamentos com os clientes.

(CHRISTOPHER, 2008, p.6-9)

Slack apresenta um conceito que amplia ainda mais essa perspectiva

ao dizer que existem cinco estratégias que as organizações podem utilizar para

competir por meio da Logística: qualidade, velocidade, tempestividade, custo e

as flexibilidades. (SLACK 2002, p. 344).

1.4 – Supply Chain Management

A própria definição de Logística do Council of Logistics Management,

CLM, criada em 1986, foi recentemente alterada incluindo o conceito de Supply

Chain Management:

a parte do processo de Supply Chain que planeja, implementa e

controla, eficientemente, o fluxo e armazenagem de bens, serviços e

informações do ponto de origem ao ponto de consumo de forma a

atender às necessidades dos Clientes.

Segundo o CLM:

Supply Chain Management é a integração de processos-chave a partir

do usuário final até os fornecedores primários com o objetivo de

prover produtos, serviços e informações que adicionem valor para os

clientes e acionistas da empresa.

Uma outra definição é apresentada por Itken:

A cadeia de suprimento pode ser definida como uma rede de

organizações conectadas e interdependentes, trabalhando

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conjuntamente, em regime de cooperação mútua, para controlar,

gerenciar e aperfeiçoar o fluxo de matérias-primas e informação dos

fornecedores para os clientes finais. (ITKEN apud

CHRISTOPHER, 2008, p.5).

Alguns autores destacam a evolução das atividades Logísticas na

cadeia de Suprimentos para um patamar ainda mais elevado gerando a cadeia

de valor, conceito assim definido por Michael Porter:

a cadeia de valor “é o conjunto de atividades realizadas por uma

empresa que cria valor e aumenta a sua capacidade competitiva”.

Podem ser divididas em “atividades primárias”, como logística,

fabricação, marketing, vendas, serviços pós-venda, e em “atividades

secundarias”, como infra-estrutura da empresa, recursos humanos,

tecnologia e compras. (PORTER, 1986, p.65)

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CAPÍTULO II

PLANEJAMENTO LOGÍSTICO

De acordo com Peter Druker:

No passado, a distribuição física (logística) era normalmente tida

como a última fronteira para a economia de custos; hoje porém, ele é

a nova fronteira para a geração de demanda. (DRUKER apud

BALLOU, 2006, P.49)

Essa linha de valorização estratégica da Logística é igualmente

defendida por Kotler ; Armstrong:

As empresas estão valorizando cada vez mais a logística por várias

razões: primeiro, por ser um elemento essencial no que se refere aos

serviços prestados aos clientes; por produzir consideráveis reduções

de custos para a empresa e para os consumidores; também devido à

imensa variedade de produtos criando a necessidade de um

aprimorado gerenciamento de logística e, por fim, aprimoramento da

tecnologia de informações criando oportunidade de maior eficiência

na distribuição. (KOTLER ; ARMSTRONG, 1999, p. 285)

Dentro desse prisma Dornier apresenta o seguinte exemplo:

Um estudo realizado em 1992 pelo Food Marketing Institute e pela

Andersen Consulting mostra que o preço médio do varejo foi reduzido

em mais de 10% sem sacrificar a margem dos participantes pela

coordenação das atividades logísticas que sofriam impacto de

promoções, embalagens e introdução de novos produtos.

(DORNIER, 2007, p. 87)

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Este exemplo apresentado por Dornier vai de encontro às

considerações apresentadas por Slack ao afirmar que:

O desenvolvimento de um sistema de serviços que atenda as

necessidades dos clientes se torna mais fácil no momento que se

tenha um planejamento logístico estruturado. Pois, na medida que se

opera diante das incertezas proporcionadas pelas expectativas dos

clientes, a empresa, que já tem um planejamento logístico

estruturado, terá maior facilidade em mensurar o nível de serviço que

será oferecido ao cliente, principalmente em relação ao máximo que

poderá ser oferecido sem comprometer sua rentabilidade. (SLACK,

2002. P. 342)

Ballou, de forma interessante ressalta que:

o planejamento logístico tem por objetivo desenvolver estratégias que

possam resolver os problemas de quatro áreas de destaque em

empresas que são:1) o nível de serviços oferecido aos clientes; 2)

localização das instalações de centros de distribuição; 3) decisões de

níveis de estoque e; 4) decisões de transportes que devem ser

utilizados no senvolvimento de todo o processo. (BALLOU, 2006,

p.53).

FIGURA 1 – Triângulo da tomada de decisões logísticas. (BALLOU, 2006, p. 42).

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2.1 – Nível de Serviço ao Cliente

Ballou salienta que “o serviço ao cliente resulta dos resulta das

estratégias formuladas nas três demais áreas: estoque, localização e

transportes”. (BALLOU, 2006, p.53)

Para Bowersox e Closs:

O objetivo central da logística é o de atingir um nível de serviço ao

cliente pelo menor custo total possível buscando oferecer

capacidades logísticas alternativas com ênfase na flexibilidade, na

agilidade, no controle operacional e no compromisso de atingir um

nível de desempenho que implique um serviço perfeito.

(BOWERSOX; CLOSS, 2006, p.42)

Sobre esse prisma Ballou afirma que:

Nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e

serviços é gerenciado, ou seja, é o tempo necessário para se entregar

um pedido ao cliente, ou ainda, o somatório das atividades

relacionadas com a transação do produto divididas em elementos pré-

transação, transação e pós-transação. (BALLOU, 2006, p. 93).

Já Wood (1999) descreve que o serviço ao cliente é o conjunto de

atividades desenvolvidas pela empresa na busca da satisfação dos clientes,

proporcionando ao mesmo tempo, uma percepção de que a empresa pode ser

um ótimo parceiro comercial.

Para definir a importância da logística, Ballou salienta que:

A Logística é responsável por oferecer mercadorias ou serviços

esperados pelos clientes, nos locais apropriados em relação às suas

necessidades, nos prazos acertados ou esperados e nas melhores

condições físicas possíveis, a fim de atender as necessidades dos

clientes, proporcionando o máximo de retorno financeiro para a

empresa. (BALLOU, 2006, p. 96)

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Essa posição é reforçada por Christopher ao discorrer a cerca do

serviço ao cliente que:

O papel do serviço ao cliente é oferecer utilidade de tempo e lugar na

transferência de bens e serviços entre comprador e vendedor. Não há

nenhum valor no produto se o mesmo não estiver nas mãos do cliente

ou consumidor. (CHRISTOPHER, 2008, p.45)

Novaes (2001) segue a mesma linha afirmando que a logística busca,

de um lado, otimizar as atividades da empresa de forma a gerar retorno

através de uma melhoria no nível de serviço a ser oferecido ao cliente e, de

outro lado, prover a empresa de condições para competir no mercado, como

por exemplo, através da redução dos custos.

Fechando esse raciocínio Ballou destaca que “mais do que qualquer

outro fator, o nível do serviço logístico proporcionado aos clientes, afeta

radicalmente o projeto do sistema.” (BALLOU, 2006, p.53)

2.2 - Estratégias de Localização das Instalações

Conforme sugere Moreira:

Independentemente do tipo de negócio da empresa, mas

principalmente se esta for uma fábrica, as decisões sobre localização

são estratégicas e fazem parte integral do processo de planejamento.

Desta forma, pequenos detalhes podem trazer desvantagens

comprometedoras. Localizar, no caso, significa determinar a área que

ocupará a base de operações, onde serão fabricados os produtos ou

prestados os serviços, e/ou onde se administrará o empreendimento.

(MOREIRA, 1996, p.25)

Já Martins afirma que: “A seleção do local para a implantação de uma

empresa, fábrica ou depósito de produtos é uma decisão diretamente ligada à

estratégia de longo prazo da empresa.“ (MARTINS , 2005, p. 30)

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Sobre esse aspecto Bowersox e Closs, estabelecem uma relação

direta entre a localização das instalações, a disponibilidade de produtos e

economias em transporte. (BOWERSOX; CLOSS, 2006, p. 27)

Complementando essa linha Moreira:

As atividades industriais são, de modo geral, fortemente orientadas

para o local onde estão os recursos. Matéria-prima, água, energia e

mão-de-obra. As atividades de serviços, sejam públicas ou

particulares, orientar-se-ão mais para fatores como proximidade do

mercado (clientes), tráfego (facilidades de acesso), e localização dos

competidores. (MOREIRA, 1996, p.176)

Finalizando Ballou afirma que:

A localização geográfica dos pontos de estoque e de seus centros de

abastecimento cria o esboço do plano logístico. É pela determinação

do número, localizações e tamanho dessas instalações e pela

atribuição de uma fatia de demanda que se estabelecem os caminhos

pelos quais os produtos são direcionados ao mercado. O escopo

adequado da questão de localização das instalações se dará ao

abranger os custos de toda a movimentação de produtos a partir da

fábrica, vendedores ou locais intermediários de estoque até sua

entrega ao cliente. (BALLOU, 2006, p.53)

2.3 - Estratégias de Estoques

Para Bowersox e Closs, as necessidades de estoque de uma empresa

dependem da estrutura da rede e do nível desejado de serviço ao cliente.

(BOWERSOX; CLOSS, 2006, p. 30)

Sobre esse tema Ballou apresenta as seguintes considerações:

As decisões sobre estoques referem-se a maneira ela qual os

estoques são gerenciados. Alocar estoques aos pontos de

armazenagem ou puxá-los para os pontos de estocagem de acordo

com as regras de reposição são estratégias diferenciadas.

(BALLOU , 2006, P.56)

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Novamente Bowersox e Closs conotam a importância desse tema ao

considerar que.

Do ponto de vista da Logística, decisões que envolvem estoque são

de alto risco e de alto impacto. [..] sem um estoque adequado, a

atividade de marketing poderá detectar perdas de vendas e declínio

da satisfação dos clientes. Por outro lado o planejamento de estoque

também tem papel crítico para a produção. Faltas de matérias-primas

podem parar linhas de produção ou alterar programações, o que por

sua vez, aumenta os custos e a possibilidade de falta do produto

acabado. (BOWERSOX ; CLOSS, ,p.223)

Para embasar a importância dessa linha de raciocínio Christopher

relata que:

Um estudo recente identificou um significativo custo de não

atendimento dos clientes, tanto para fabricantes quanto para

revendedores, naquelas ocasiões em que falta um produto na

prateleira do estoque. A pesquisa revelou que, em um dia típico, para

cada consumidor que faz suas compras em um supermercado

comum, faltarão no estoque 8% das categorias estudadas. Mais de

um quarto dos consumidores comprou uma marca diferente e 37%

disseram que iriam comprar o produto em outro lugar. Outra pesquisa

revelou que mais de dois terços das decisões de compra são tomadas

no próprio local onde ela ocorre, isto é, a compra é iniciada pela visão

do produto na prateleira. Se o produto não estiver na prateleira, então

ela não ocorrerá. (CORSTEN apud CHRISTOPHER, 2008,

p.48)

A cerca das estratégias de estoque Ballou afirma que: “A previsão de

demanda é vital para a empresa como um todo, à medida que proporciona a

entrada básica ara o planejamento e controle de todas as atividades

fundamentais dentre as quais a Logística.” (BALLOU, 2006, p.54)

Bowersox e Closs apresentam a seguinte consideração:

A formulação de políticas de estoque requer o conhecimento do papel

do estoque nas áreas de produção e de marketing das empresas[..]

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Existem ainda muitas oportunidades para melhorar a produtividade do

estoque. Elas derivam da cpacidade que as cadeias de suprimento

integradas têm com o intercâmbio de informações e do esforço

gerencial para reduzir incertezas na demanda e nos tempos de ciclo

de processamento. (BOWERSOX; CLOSS, 2006,p.224)

Sobre previsão de demanda com base em técnicas temporais Ballou

diz:

As premissas básicas das técnicas causais sustentam que o nível da

variável de previsão é derivado do nível de outras variáveis

relacionadas. Por exemplo, se um de nível de serviço tem impacto

positivo nas vendas, conhecendo este nível podemos projetar a

previsão de vendas. Pode-se dizer que o nível de serviço “causa”

vendas. (BALLOU, 2006, p.248).

Tal linha de exposição é complementada por Brito, Campos e

Leonardo ao descreverem que:

As técnicas causais têm o objetivo de explicar as variações de

demanda a partir de fatores externos. Geralmente a técnica causal é

indicada para previsões de longo prazo, sendo os métodos de

regressões lineares e múltiplos os mais conhecidos. (BRITO,

CAMPOS E LEONARDO, 2006, p.67)

Já Bowersox e Closs falam sobre as técnicas de previsão temporais

através da constatação de que:

Essas técnicas se concentram inteiramente em padrões e eventos

históricos e alterações desses padrões para gerar previsões. São

métodos estatísticos que utilizam dados históricos (por exemplo:

vendas) para “prever” o futuro, ou seja, utilizam a premissa que os

padrões de demanda existentes continuem no futuro.

(BOWERSOX; CLOSS, 2006,p.215)

Todas as técnicas deste modelo considerem uma ou mais das cinco

principais componentes de séries temporais, conforme descrição de Brito,

Campos e Leonardo:

* Nível: representa o comportamento das vendas caso não

existisse nenhuma outra componente;

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* Tendência: representa o aumento ou declínio de uma série no

longo prazo;

* Sazonalidade: representa um comportamento periódico de curto

ou médio prazo;

* Ciclo: semelhante à sazonalidade, porém reflete as flutuações

ocorridas no longo prazo (normalmente quatro ou mais anos);

* Aleatoriedade: as variações, que não são explicadas pela

tendência, ciclo e sazonalidade, são denominadas variações

aleatórias.

(BRITO, CAMPOS E LEONARDO, 2006, p.68)

2.4 - Estratégias de Transportes

Para Bowersox e Closs a estratégia de transortes ganha imortância no

momento em que:

Dada uma rede de instalações com capacitação em termos de

informação, o transporte é a área operacional da Logística que

posiciona geograficamente o estoque. Em razão da sua importância

fundamental e da facilidade de apuração de seu custo, o transporte

tem recebido uma atenção gerencial considerável no decorrer dos

anos. [...] do ponto de vista do sistema logístico, três fatores são

fundamentais para o desempenho dos transportes: custo, velocidade

e consistência. (BOWERSOX; CLOSS, 2006,p.40)

Fleury relata o papel das estratégias de transporte enquanto

diferenciais competitivos:

A decisão de transporte, sem dúvida é uma das principais funções

logísticas, além de representar a maior parte dos custos logísticos na

maioria das organizações, desempenhando também importante

serviço ao cliente. A sua definição está basicamente ligada às

dimensões de tempo e utilidade do lugar. Desde os primórdios, o

transporte de mercadorias tem sido utilizado para disponibilizar

produtos onde existe demanda potencial, dentro do prazo ideal.

Mesmo com o avanço atual da tecnologia, da troca de informações

em tempo real, o transporte continua sendo fundamental para que

seja atingido o objetivo logístico, que é o produto certo, na hora, no

lugar certo, ao menor custo possível. (FLEURY, 2003,p.20)

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Ballou apresenta a teia das estratégias de transporte ao afirmar que:

Decisões sobre transportes envolvem seleção dos modais, o volume

de cada embarque, as rotas e a programação. São decisões sobre as

quais pesam fatores como proximidade, ou distância, entre os

armazéns, os clientes e as fábricas, fatores esses, que

adicionalmente têm influência sobre a localização do armazém. Os

níveis de estoque também dependem das decisões de transporte que

variam de acordo conforme o volume de remessa.[...]Cada uma das

áreas de decisão é inter-relacionada e a estratégia de transportes

deve ser planejada levando-se em conta o ossível efeito de

compensação. (BALLOU, 2006, p.54)

Complementando esse raciocínio Bowersox e Closs dizem:

No projeto de sistemas Logísticos, deve-se procurar manter um

equilíbrio sutil entre custo de transporte e qualidade de serviço. Em

alguns casos, um transporte lento e de baixo custo pode ser o mais

adequado. Em outras situações, um serviço mais rápido pode ser

essencial para alcançar metas operacionais. (BOWERSOX;

CLOSS, 2006, p.41)

Fleury apresenta estratégias e componentes que poderão ser

adotados:

Poderão ser adotadas diversas estratégias de transporte: entrega

direta, milk run, consolidação, cross-docking, OTM, intermodal, janela

de entrega, observando ainda a melhor matriz de transporte, e sua

adequação aos objetivos propostos em cada etapa do processo de

transporte. (FLEURY, 2003,p.22)

CAPÍTULO III CONTEXTUALIZAÇÃO DO CASO

Visando consolidar os conteúdos até então apresentados, e indo de

encontro as objetivos propostos na metodologia da pesquisa, que quanto aos

fins se consolida como exploratória, faz-se necessário traçar uma análise de

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um caso real, vivenciado no acompanhamento empresarial e uma empresa de

pescado.

3.1 – Visão Geral da Cadeia do Pescado

Segundo MARTIN:

A produção de pescado origina-se do extrativismo, através da pesca,

e da criação de organismos aquáticos, a aquacultura. Esta pode ser

desenvolvida nas águas do mar, a maricultura, ou em água doce, a

piscicultura, praticada em represas, açudes, lagoas, rios e em

tanques construídos para esse fim. Os recursos pesqueiros são

estoques naturais de recursos renováveis que dependem de todo um

ecossistema em equilíbrio para se reproduzirem, constituindo a

matéria prima da pesca extrativa e da cadeia produtiva do pescado.

(MARTIN et ALLI,1995)

Já Naoyo traça o perfil da cadeia produtiva do pescado e seus

personagens, bem como suas funções:

A cadeia produtiva do pescado é constituída pelos segmentos de

suprimento, produção, transformação, distribuição e consumo.

A cadeia produtiva do pescado é formada pelo segmento que

fornece os suprimentos necessários para o desenvolvimento da

atividade como: embarcações, motores, equipamentos, apetrechos de

pesca, energia (óleo diesel, elétrica, eólica), gelo, máquinas, alevinos,

rações, transporte e outros; A seguir tem-se o segmento de produção

constituído basicamente pela pesca extrativa e a aquacultura;

Continuando, tem-se o segmento de transformação e

beneficiamento do pescado, formado pelas industrias de pesca e

entrepostos; O próximo segmento é o de distribuição, composto pelos

entrepostos, intermediários, feiras livres, supermercados, peixarias e

ambulantes, destacando-se nesse segmento a atividade de

exportação; Finalizando, encontra-se na ponta final da cadeia

produtiva do pescado o consumidor. (NAOYO, 1999, p.8)

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Figura 2 – A cadeia Produtiva do Pescado

Conforme já mencionado o presente estudo concentrará o foco de

suas análises em uma empresa de beneficiamento de pescado que se

enquadra no segmento de transformação, caracterizada como indústria de

pesca.

O interesse de definir o Frigorífico como o foco do estudo do tema se

deu através da observação diária de seus procedimentos internos, processo e

métodos de funcionamento, enquanto atuava na área Administrativa,

exercendo funções ligadas aos segmentos de Logística atuante nas áreas de

estoque e planejamento e controle da produção.

3.2 - Ambiente Organizacional

3.2.1 - O Frigorífico de Beneficiamento de Pescado

O Frigorífico objeto desta pesquisa é uma empresa de beneficiamento

e armazenagem de pescado responsável pela produção de uma das marcas

mais populares no mercado nacional, que possui mais de 40 anos de

experiência no cenário pesqueiro, e que conseguiu ao longo desse período a

consolidação de sua posição como um dos mais conceituados frigoríficos do

Brasil.

Quanto à localização a empresa está situada no eixo central do Estado

do Rio de Janeiro, às margens de uma de suas principais vias de acesso, a

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Rodovia Washington Luís, Rio-Petrópolis, no Km 14 sentido RJ. As

instalações encontram-se em área apropriada e enquadrada no mapa de

zoneamento da FEEMA (Fundação Estadual de Engenharia e Meio Ambiente).

Sua privilegiada localização permite acesso a pontos estratégicos como,

Aeroportos, Portos, e Rodovias inter-estaduais, principalmente para São Paulo,

o maior mercado consumidor do País.

A modernidade das instalações, a qualidade do processamento, o

armazenamento e a distribuição dos produtos tornaram possível conquistar o

"Selo de Qualidade Rio", conferido às empresas com o mais alto padrão no

trato com produtos vindos do mar, fornecido pela Fundação Instituto de Pesca

do Estado do Rio de Janeiro.

Para tal, a empresa possui um controle de qualidade gerenciado pelo

programa APPCC (Análise de Perigo e Pontos Críticos de Controle), com

origem no HACCP (Programa de Qualidade Internacional Direcionado para

Indústria), que foram adaptados para o Brasil pelo SENAI em parceria com o

Ministério da Agricultura, como forma de desenvolver a Indústria Alimentícia

Nacional, baseando-se em parâmetros qualitativos de recepção de matéria-

prima, produção, congelamento, embalagem e estocagem. A empresa é

registrada com o Selo de Inspeção Federal - S.I.F.

3.2.2 - Identidade Organizacional do Frigorífico

Missão: Produzir alimentos saudáveis, atuando nos negócios do setor

da pesca e no seu mercado, explorando novos caminhos e competências que

garantam a criação de valor para a empresa, parceiros e sociedade levando

qualidade e satisfação a clientes e colaboradores através de lucro participativo.

Visão: Ser referência em qualidade e líder de mercado em nosso

segmento.

Valores e Crenças:

• Qualidade;

• Honestidade;

• Trabalhar com satisfação;

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• Comprometimento;

• Inovação;

• Organização;

3.2.3 - Estrutura Organizacional do Frigorífico

No ponto de vista Organizacional o Frigorífico apresenta a seguinte

configuração:

Figura 3 - Organograma do Frigorífico.

3.2.4 - A Estrutura Física do Frigorífico

A empresa conta com um Parque Industrial que possui 7.500 m2

de área construída, e modernos equipamentos com tecnologia de última

geração, que garantem uma capacidade instalada de produção e

congelamento superior a 2.640 toneladas/mês, que nos permite oferecer

ao consumidor uma completa gama de frutos do mar, frescos e

congelados, através da exploração de sua marca.

Essa estrutura conta com:

• 04 câmaras frigoríficas distintas, com capacidade de estocagem da

ordem de 2.750 toneladas;

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• 05 Túneis de Congelamento, com capacidade de congelamento de

100 toneladas/dia;

• 01 Fábrica de Gelo com produção de 60 toneladas/dia;

• Silo (vinculado à fábrica de gelo) com capacidade de

armazenamento de 70 toneladas de gelo em escamas, provido de

um soprador para descarregamento automático;

• Esta estrutura apresenta uma capacidade de industrialização na

ordem de 120 toneladas/dia;

Seu parque industrial possui ainda um prédio e instalações

anexas destinadas aos setores administrativos não ligados diretamente

à produção além de áreas gerenciais.

3.3 – Planejamento Logístico na Contextualização do Caso

Nesse ponto é necessário traçar analogias e análises entre os

conteúdos apresentados no referencial teórico e as informações coletadas com

base no acompanhamento empresarial a fim de traçar paralelos entre as

práticas realizadas e os conceitos desenvolvidos.

3.3.1 – Planejamento Logístico da Localização

Há 40 anos, quando a empresa de beneficiamento de pescado objeto

deste estudo surgiu, as discussões a cerca da importância da localização das

empresas, assim como os demais personagens do Planejamento Logístico,

enquanto fatores geradores de vantagens competitivas ainda não tinham tanta

força nas decisões estratégicas como hoje. Somando-se ao fato de se tratar de

uma empresa familiar, e critérios técnico-legais, a aquisição do terreno para

instalação da planta fabril se deu mais ela relação de custo/oportunidade.

Ainda assim é necessário destacar que não por acaso a empresa está

localizada em uma posição interessante em termos logísticos no eixo central

do Rio de Janeiro, às margens da Rodovia Washington Luís. Porém alguns

anos mais tarde com o desenvolvimento de novas regiões do Estado e o

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surgimento de demandas em novos mercados, alcançados graças aos

avanços das chamadas conquistas do marketing, a empresa se deparou com

problemas para o atendimento de regiões mais distantes ou que geravam

contratempos na entrega devido a complicações de trânsito.

Este problema foi resolvido através da armazenagem terceirizada, que

embora num primeiro momento agregasse maiores custos ao preço final, fator

que posteriormente era diluído nos menores custos de frete, trouxe melhorias

consideráveis no tempo de atendimento dos pedidos, permitindo ainda atingir

novos e distantes mercados, aumentando o nível de serviço prestado ao

cliente.

As matérias-primas e parte dos produtos acabados destinados a

atender pedidos grandes e específicos, ficavam armazenadas na própria

planta fabril, já os produtos acabados, destinados a atender demandas

agendadas ou previstas, eram armazenados em instalações terceirizadas que

ficavam mais próximas dos clientes, reduzindo o temo de atendimento dos

pedidos, fator de extrema importância, pois nem todos dispõem de espaço em

armazenagem frigorificada, e permitindo adequar-se mais rapidamente a

variações de demanda.

3.3.2 – Planejamento Logístico de Estoques

Segundo Naoyo, “A produção de pescado origina-se de uma atividade

de extrativismo”, (NAOYO, 1999, p. 12); Esse fator dificulta as atividades de

planejamento ao longo da cadeia, tendo em vista que em seu surgimento, as

quantidades obtidas podem variar por diversos fatores. Embora os avanços da

tecnologia de armazenagem frigorificada tenham diminuído tais impactos,

permitindo controlar os níveis de estoques para acompanhar as demandas, o

próprio mercado atua como gerador de variáveis que vão desde sazonalidade

até períodos de proibição legal da pesca.

Para MARTIN:

Para a definição dos níveis de estoque, é necessário considerar que

os peixes e similares são matérias-primas que constituem inventários

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naturais de recursos renováveis que dependem de todo um

ecossistema em equilíbrio para se reproduzirem, não havendo

controle sobre sua disponibilidade para o processo produtivo, além

disso, condições climáticas e parâmetros tais como qualidade e

prazos de validade, tornam essa cadeia uma teia complexa cheia de

pontos de considerações. (MARTIN et alli, 1995).

De acordo com o site presidencia.gov.br/seap/, “a função de estoque

dessa cadeia, no Brasil, é a de manter o mercado abastecido diante de uma

demanda que apresenta picos sazonais durante o período que antecede a

Semana Santa e o Natal.”

Quanto a esse item os esforços em planejamento e controle dos

estoques da empresa objeto de estudo focalizam a política de aquisição de

estoques com o objetivo de atender aos períodos de sazonalidade e abastecer

ao mercado com espécies que apresentam demanda diferenciada (constante),

ou ainda armazenar produtos que apresentam exigências legais e específicas

como caso da sardinha e do camarão que possuem defeso (período em que

não pode ocorrer pesca).

Outro detalhe que merece destaque nesse segmento é que se trata de

uma cadeia onde a aquisição de estoques em períodos estratégicos e em

condições de preço interessante pode significar diferenciais competitivos,

tendo em vista a possibilidade de beneficiamento e posterior armazenagem por

períodos de médio e longo prazo.

Mesmo com a aplicação de técnicas tradicionais de previsão de

demanda e com picos de sazonalidade conhecidos, a empresa considera

ainda, outras variáveis para o dimensionamento dos níveis de seus níveis de

estoque tais como: Validade, Prazo de entrega e Oscilação de preço no

mercado.

Um estudo interno da empresa, realizado em 2006 revelou alguns

pontos que deveriam ser observados para tais definições, dentre os quais

merecem destaque:

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• Demanda do mercado: é necessário acompanhá-la para tentar prever

com maior nível de acuracidade possível as quantidades de estoque

que deverão ser adquiridas;

• Custos de aquisição: trata-se de uma atividade onde a alta variabilidade

dos custos de aquisição, deflagrada pela origem extrativista da pesca;

• Disponibilidade de espaço físico: a armazenagem frigorificada exige

cuidados especiais e equipamentos específicos, o que torna mais altos

os custos de armazenagem por metro quadrado, aumentando o preço

final do pescado, a medida que esse passa muito tempo armazenado;

• Preços praticados: as variáveis que envolvem a demanda e o alto custo

das operações logísticas somado à concorrência internacional, criam um

cenário muitas vezes desfavorável, sobre tudo paras as empresas que

atuam no beneficiamento de pescado e na parte final da cadeia, que

sofre ainda com a existência de um mercado pulverizado de informais

que oferecem produtos sem fiscalização sanitária e livres de impostos;

3.3.3 – Planejamento Logístico de Transportes

Segundo MARTIN et alli:

A pesca comercial brasileira firmou-se como uma atividade

econômica no cenário nacional da produção de alimentos a partir dos

anos 80, isso tornou-se possível devido à existência de tecnologia

compatível com uma criação racional, viabilizando diferentes

processos de produção que permitem o escoamento da produção,

tanto em larga como em pequena-escala. (MARTIN et alli, 1995)

As questões estratégicas que envolvem o transporte na empresa

objeto de estudo não se restringem simplesmente a escolha modal e seus

custos operacionais, tendo em vista diversas decisões de caráter técnico, que

envolvem o transporte frigorificado.

A base da estratégia de transporte, nesse elo da cadeia, é o modal

rodoviário contemplando veículos de grande e pequeno porte, ficando as

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demais questões estratégicas a cargo de variáveis tais como: tamanho do

pedido, tempo de entrega, cliente, restrições de tráfego e rota, etc.

Assim como no espaço físico, no transporte frigorificado também é

possível encontrar diversos elementos que podem encarecer o preço final ao

consumidor, fatores gerados principalmente por especificações de tempo e

temperatura responsáveis por manter a qualidade final dos produtos, visando

atender especificações e padrões de qualidade dos clientes.

Nesse ponto vale a pena destacar que a solução de armazenagem

terceirizada, encontrada pela empresa para resolver problemas estratégicos de

localização, teve grande impacto também nas estratégias de transporte

gerando impactos nos custos de frete e temo de atendimento, colaborando

para melhorias no nível de serviço, e em contra-partida, gerando grandes

esforços para adequação dos níveis de estoque desses locais.

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CONCLUSÃO

Com base no estudo realizado foi possível concluir que as atividades

Logísticas se apresentam como o principal caminho para a busca de

vantagens competitivas para as empresas atuais, tendo em vista sua

abrangência e caráter estratégico. Tal constatação leva a repensar sobre a

relação de dependência entre Logística e Planejamento estratégico, imposta

pela complexidade da nova realidade de mercado e posicionamento diante da

concorrência.

Dentro de uma atmosfera de concorrência acirrada, formado por

cenários complexos e cheios de variáveis, diversos autores, atuantes em

segmentos diferenciados, convergem suas teorias ao afirmar que a Logística

desponta como elemento gerador de diferenciais de custo, qualidade e nicho

de mercado, dentre outros; Porém esta busca deve estar alicerçada em

planejamento logístico, capaz de analisar cada caso e dimensionar

adequadamente as ações adotadas à realidade da empresa em questão e a

do mercado em que ela está inserida.

Este ambiente de competitividade não é diferente para as empresas de

beneficiamento de pescado, embora no tocante às atividades de planejamento

logístico, assumidamente, muitas ainda desenvolvem suas atividades dentro

de modelos considerados arcaicos e não mais eficientes. Contudo a chegada

de novas tecnologias e novas formas de pensar a gestão no setor, estão

nivelando as empresas do segmento, tornando-as cada vez mais similares,

com reflexos diretos nos produtos e clientes.

Esse fenômeno faz com que as tradicionais vantagens competitivas,

obtidas a custa de infra-estrutura e capital, comecem a ser substituídas pelas

vantagens oriundas da informação, e da maneira como a empresa estrutura

essa informação para o futuro; não são mais vantagens compradas de uma

hora para outra, mas sim, construídas a médio e longo prazo, auto-

sustentáveis com base em planejamento nos mais variados níveis.

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Ao considerar tais fatos chega-se a pergunta crucial desse estudo:

Quais os diferenciais competitivos podem ser desencadeados pelas atividades

de planejamento na Logística?

Ficou evidente no decorrer do estudo realizado que o Planejamento

Logístico merece destaque pela possibilidade de proporcionar ganhos reais e

mensuráveis, quase que em sua maioria, tais como melhoria nos tempos de

atendimento ou mesmo redução dos custos finais ao cliente, sem contar a

possibilidade de redimensionamento dos investimentos em níveis de estoque e

a qualidade percebida pelo cliente através da melhoria do nível de serviço

prestado. Além disso, as ações de planejamento logístico possibilitam alcançar

novos mercados ainda não explorados, além do fechamento de parcerias, que

possam agregar maior valor ao produto ou serviço, também percebido pelo

consumidor final.

A primeira questão secundária, que surgiu em decorrência do caráter

exploratório do estudo, foi: Como as atividades de Planejamento Logístico

podem gerar diferenciais competitivos para as empresas?

Tal questionamento foi resolvido através da análise das considerações

dos autores referenciados, somando-se ainda as observações obtidas na

contextualização do caso, que possibilitaram concluir que as atividades de

planejamento logístico na busca de vantagens competitivas concentram-se nas

áreas estratégicas de Localização da Empresa, Níveis de Estoque, Transporte

e Nível de serviço, esta última, sendo garantida através do sucesso conjunto

das demais.

No tocante à localização das empresas os esforços em planejamento

podem garantir vantagens competitivas no tocante à obtenção de matérias-

primas e escoamento da produção, possuindo impacto direto sobre custos de

aquisição de insumos e de fretes, influenciando a estratégia de transportes e o

nível de serviços. Conforme pode ser observado na contextualização do caso,

no caso das empresas de pescado essa estratégia deve ser pensada,

sobretudo, pelos aspectos técnicos que envolvem o transporte e a

armazenagem de produtos frigorificados, mas aspectos não logísticos, tais

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como: mão-de-obra e restrições ambientais, são pontos a serem considerados

nessa decisão, que causa impactos de longo prazo.

Já no que tange a estratégia de estoques, as vantagens competitivas

são obtidas através da adequação dos níveis de inventário para atendimento

da demanda, visando minimizar investimentos e aperfeiçoar o fluxo de

materiais e informações. Na contextualização do caso foi possível observar

que as políticas de aquisição e gerenciamento de estoques na cadeia de

pescado, têm como objetivo gerar diferenciais para manter o mercado

abastecido diante de uma demanda que apresenta picos sazonais e períodos

de proibição legal da pesca, bem como possibilitar aquisições estratégicas de

produtos.

A estratégia de transportes é importante por representar uma boa fatia

dos custos logísticos, por isso seu planejamento demanda essencial atenção,

sobretudo, no tocante aos aspectos de escolha de modal e custos de frete,

além da preocupação com tempos de atendimento de pedidos e com o nível

de serviço ao cliente, já que as ações de transporte são mais facilmente

percebidas por ele. Na empresa objeto de estudo, foi possível perceber uma

necessária integração das estratégias de transporte e localização, visando

atender às conquistas de marketing e melhorar os tempos de atendimento.

Com tudo que foi mostrado até aqui fica óbvia a resposta da segunda

questão secundária, gerada no estudo: É interessante para as empresas,

desprender recursos (humanos, financeiros, materiais, tempo, etc), a fim de

direcionar seus esforços para o planejamento das atividades Logísticas?

Diante do atual contexto competitivo enfrentado pelas empresas, toda

e qualquer ação que possa desencadear vantagens competitivas deve ser

considerada. Nesse ponto merece destaque o planejamento logístico pela

possibilidade de gerar diferenciais bastante abrangentes. Por isso as empresas

devem sim direcionar recursos para tais atividades.

Por fim conclui-se que o Planejamento Logístico como forma de obter

diferenciais competitivos, é uma função essencial para as empresas, seja para

expandir-se, ou para simplesmente sobreviver ao turbilhão competitivo imposto

pela nova realidade dos mercados.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Logística e Vantagens Competitivas 09

1.1 – O Conceito de Logística 09

1.2 – O Conceito de Planejamento 11

1.3 – Vantagens Competitivas 12

1.4 – Supply Chain Management 13

CAPÍTULO II - Planejamento Logístico 15

2.1 – Nível de Serviço ao Cliente 17

2.2 - Estratégias de Localização das Instalações 18

2.3 - Estratégias de Estoques 20

2.4 - Estratégias de Transportes 23

CAPÍTULO III – Contextualização do Caso 24

3.1 – Visão Geral da Cadeia do Pescado 24

3.2 - Ambiente Organizacional 26

3.2.1 - O Frigorífico de Beneficiamento de Pescado 26

3.2.2 - Identidade Organizacional do Frigorífico 26

3.2.3 - Estrutura Organizacional do Frigorífico 27

3.2.4 - A Estrutura Física do Frigorífico 27

3.3 – Planejamento Logístico na Contextualização do Caso 28

3.3.1 – Planejamento Logístico da Localização 29

3.3.2 – Planejamento Logístico de Estoques 31

3.3.3 – Planejamento Logístico de Transportes 31

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 41

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · sistêmicas, desde a Produção até a Entrega, assegurando vantagens competitivas na Cadeia de Distribuição e, conseqüentemente,

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: Planejamento Logístico como Diferencial

Competitivo para Empresas de Beneficiamento de Pescado

Autor: Rafael Deolindo Pereira

Data da entrega: 17-04-2010

Avaliado por: Jorge Tadeu Vieira Lourenço Conceito: