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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÂO EDUCACIONAL NA ESCOLA Por: VANUSA MONTEIRO DE OLIVEIRA Orientador Prof. Geni Lima Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÂO EDUCACIONAL NA ESCOLA

Por: VANUSA MONTEIRO DE OLIVEIRA

Orientador

Prof. Geni Lima

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

A IMPORTÂNCIA DA ORIENTAÇÂO EDUCACIONAL NA ESCOLA

Apresentação de monografia à Universidade Cândido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Orientação Educacional e

Pedagógica .

Por: Vanusa Monteiro de Oliveira

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, por me permitir mais uma conquista;

minha família e amigos pelo apoio e

motivação

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos os protagonistas da Educação que trabalharam na

construção de um novo olhar, a respeito da Educação. Ao professor Lindomar e a

professora Adriana que de forma significativa e motivadora reescreveram de maneira

prática o perfil de um Educador.

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RESUMO

Historicamente a Orientação Educacional tem sido feita pelo profissional da Pedagogia. Aonde vem desenvolvendo um papel em instituições públicas e privadas que por muitas vezes por ter o fazer e o saber fazer em sua função perde sua identidade em um cotidiano que o descaracteriza como profissional nas instituições que se faz presente. Está monografia tem como objetivo abordar uma trajetória histórica da orientação educacional no país, mostrando as diferentes perspectivas de forma contextualizada pontuando a importância do Orientador Educacional no ensino médio sendo este profissional relevante para apontar caminhos ou áreas em uma escolha profissional dos estudantes do ensino médio, bem como a formação de um cidadão com senso crítico junto a outros profissionais em um trabalho em equipe. Relataremos as leis que regulamentam e reconhecem o Orientador como profissional, e detalharemos também as atribuições, seu papel no âmbito educacional e fora dele, e analisaremos os desafios que são enfrentados e vivenciados pelos mesmos.

Palavras chave: Orientação Educacional, Cidadania, alunos, pais, família, comunidade.

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METODOLOGIA

Pesquisa bibliográfica, em livros e revistas especializadas, e consultas a

textos e artigos na internet. A bibliografia será escrita conforme as normas da

ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas

O estudo está baseado em pesquisa científica teórica, buscando analisar a

importância da Orientação Educacional nas escolas no que tange a sua trajetória

histórica, seu papel e atribuições no ensino fundamental e médio, tendo como

objetivo secundário apontar sua relevância e a regulamentação da profissão e os

desafios na atuação deste profissional da educação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

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CAPÍTULO I - A TRAJETÓRIA DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL NO

PAÍS

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CAPÍTULO II - O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

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CAPÍTULO III - AS ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

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CONCLUSÃO

36

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

37

ÍNDICE

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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INTRODUÇÃO

A escola é um lugar onde o aluno aprende e conhece a si mesmo ao outro,

a se comunicar e a interagir com a sociedade. Cabe então a escola, respeitar a

individualidade de cada um proporcionando experiências e vivencias significativas,

que venham contribuir para que essa aprendizagem aconteça de forma prazerosa.

oferecer uma educação de qualidade voltada para o desenvolvimento e

crescimento do ser humano. È de suma importância o orientador educacional para

essa contribuição, pois esse profissional promove uma integração que torna cada

pessoa sujeito estabelecendo um sistema de relações libertadoras em todas as

dimensões da comunidade também é o orientador educacional, que pode

encontrar alternativas de ações que possibilitam o professor reverem sua prática

de forma significativa. Segundo, Francisleide Rodrigues do santos. Ano (2010) .

O presente trabalho está centrado na importância do Orientador

Educacional nas escolas, seus objetivos e desafios no ensino médio, onde

abordaremos no primeiro momento a trajetória da orientação educacional no país,

o reconhecimento da profissão bem como sua regulamentação.

Analisaremos o papel do Orientador Educacional sua identidade e sua atuação no

âmbito escolar, por fim descreveremos as atribuições do Orientador Educacional

no ensino fundamental e médio sua relevância e contribuição na formação do

educando como cidadão.

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CAPÍTULO I

A TRAJETÓRIA DA ORIENTAÇÂO EDUCACIONAL NO

PAÌS

O Orientador Educacional pertence à classe que denominamos magistério,

tendo a profissão reconhecida legalmente desde 1968 (Lei n°5564).

O Orientador Educacional é um especialista da Educação, mas tem compromisso

com toda a educação que ocorre na escola, tendo os mesmos direitos e deveres

que os demais profissionais. O termo Pedagogia vem de duas palavras gregas:

pais, que significa criança e agein, que se refere aquele que conduz a criança.

Apesar de estar relacionada com estudos e reflexões sobre educação, existe uma

diferença entre a pedagogia que diz respeito à teoria, à ciência da educação e a

didática.

O curso de Pedagogia foi instituído no Brasil em 1939, e formava técnicos

de Educação. Em 1935, Anísio Teixeira, sendo secretário da Educação do Distrito

Federal criou a Universidade do Distrito Federal, com uma Faculdade de

Educação. Em 1939 essa Universidade foi extinta, sendo anexada à Universidade

do Brasil ou Universidade do Rio de Janeiro. A Lei de Diretrizes e Bases de

20/12/1961 manteve a organização com as Faculdades de Filosofia, Ciências e

Letras, formando professores para o ensino secundário.

A Lei n°5.540/68 manteve e proclamou os cursos oferecidos pelas Universidades

Federais, onde se incluiriam os cursos de formação de professores para o ensino

médio e especialistas em educação.

A constituição de 1988 encaminha um debate para uma nova LDB.

Pela Lei n°4.024/61, temos a formação dos orientadores educacionais com o

parecer, CFE (Conselho Nacional) n°262/69 aboliu-se a distinção entre

bacharelado e licenciatura em Pedagogia e foi instituída a Habilitação de

Orientação Educacional. Em 1990 foi criada a ANFOPE (Associação Nacional dos

Profissionais da Educação) A reformulação da formação dos professores esteve

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sempre presente. A Lei n°9.394/96 determina os dados significativos á formação

dos profissionais da Educação. Freitas 1992 faz uma preparação entre

trabalhadores da educação e profissionais da educação; Freitas considera como

profissionais da educação todos os profissionais formados pela escola Normal e

curso de nível Universitário, seja Pedagogia ou outros cursos específicos como

Professor de Matemática, Física e etc.(1992:6).

Artigos da Lei n°9.394/96 que tratam da formação dos profissionais:

Artigo 61 (formação continuada) coloca que a formação de profissionais da

educação deve atender os diferentes níveis de modalidades de ensino, havendo

uma inovação muito grande na medida em que a lei proclama textualmente a

associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação entre

serviço.

Artigo 62 é o nível onde ocorre a formação dos docentes da educação

básica, que diz que a mesma será em nível superior, em cursos de licenciatura de

graduação plena em Universidades e Institutos superiores de Educação, admitida

como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas

quatro primeiras séries do ensino fundamental (1° e 2°segmento)

Artigo 64 aborda a formação dos especialistas, afirmando que ela será feita em

cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós- graduação; administração

entre outros...

Artigo 65 trata da formação do docente em termos da prática de ensino,

com uma carga horária de no mínimo trezentas horas

Artigo 66 aponta para a formação dos docentes para o ensino superior que deverá

ser feita em nível de pós- graduação prioritariamente em programas de mestrado

e doutorado

Artigo 67 fala da necessidade de valorizar os professores com o “piso

salarial” e as “condições adequadas de trabalho”, dependendo das condições

municipais e estaduais que nem sempre condiziam com o desejado e adequado.

Várias iniciativas do MEC surgiram com relação á formação de professores,

e ao próprio curso de pedagogia.

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Se o Orientador Educacional constitui-se numa profissão regulamentada na

lei específica que determina que a mesma seja feita em cursos de graduação e

pós-graduação, como devem ser vistos os cursos de pedagogia que não vão

oferecer esta habilitação?

Em abril de 2005 foi publicado projeto de reinvenção do conselho pleno do

CNE que institui diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação de

Pedagogia. É abordada a questão da formação dos especialistas que dizem que a

proposta de resolução do CNE trata de maneira imprecisa as exigências do artigo

67 da Lei n°93 94/96, dizendo que essa formação será apenas no nível de pós-

graduação. Isto contraria decreto n°72.846 de 26 de setembro de 1973 que provê

sobre o exercício da profissão de Orientação Educacional e da formação dos

orientadores. Em termos gerais a formação do Orientador Educacional está no

âmbito da pós- graduação do que na graduação.

Hoje a formação do Pedagogo é generalista acabando com as habilitações

A Orientação Educacional, em nosso país percorreu longo caminho

mantendo durante esse processo estreita relação com as tendências pedagogias

de acordo com cada contexto vigente. Segundo, Grinspun (2008) os objetivos da

orientação educacional apresentavam-se claros, quando sua abordagem era

psicológica,na medida em que houve mudança e ênfase nos aspectos

sociológicos; os objetivos deixaram de ser claros. Arrastamos assim uma história

tecida de vários “bordados pedagógicos”, na qual o entendimento do que é

Orientação educacional, apresenta alguns pontos diferenciados.

Hoje compreendemos a orientação como colaboradora do processo

pedagógico, apesar de pertencer ao seu passado o conceito de uma orientação

terapêutica ou psicologicamente. O que cerne, agora, não é mais o ajustamento e

sim a formação do cidadão. Pretende-se evidenciar o percurso da orientação com

suas características principais para que seja possível traçar um novo paradigma,

não mais alicerçado na ajuda psicológica ao aluno mais no perfil de colaborar na

formação do cidadão, envolvendo aspectos pessoais, políticos e sociais do

mesmo.

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A Orientação Educacional foi criada para fazer parte de um contexto

educacional, visando à melhor qualidade de ensino e aprendizagem dos alunos O

fazer é parte imprescindível da orientação educacional e, por esse motivo, por

muito tempo foi confundida com um conjunto de técnicas e procedimentos que

seriam utilizados para a resolução dos problemas dos alunos, ao invés de

percebê-la como parceira do projeto político pedagógico desenvolvido na escola.

De acordo com o desenvolvimento da sociedade e a postura dos próprios

orientadores que através de suas políticas, foram revertendo o significado da

orientação Educacional, hoje se percebe uma grande mudança no seu

desempenho dentro da escola.

Grinspun, A orientação Educacional como uma caixa preta Segundo

recorrendo „à idéia de que há ao longo de sua trajetória uma indefinição quanto o

que se pretende da Orientação Educacional. Ela afirma que “continuará sendo

uma caixa preta, enquanto a própria educação assim for considerada”

(Grinspun,1994,p.16)

Segundo, Grinspun “precisamos tratar a Orientação Educacional não como

uma caixa preta, mas como uma ação a serviço do aluno e do processo

pedagógico” (Grinspun, 1994, p16) hoje a Orientação Educacional deixou de ser

um método uma ação, um trabalho cujos objetivos era resolver problemas dos

alunos, e assume hoje uma posição mais crítica que se afina com os objetivos de

educação crítica e consciente que se deseja alcançar.

Para entender as atividades exercidas pela orientação educacional,

precisamos nos atentar para o que dela se espera no decorrer dos diferentes

períodos que ela foi desenvolvida. O que a sociedade esperava do aluno seria o

que o modelo em que a orientação educacional teria de moldá-lo.

Período Implementador - 1920 a 1941

Começa a aparecer no cenário educacional à orientação voltada para a

escolha profissional, uma década em que o deputado Fidelis Reis tenta tornar o

ensino profissional obrigatório.

Período Institucional-1942 a 1960

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Este período é visto como funcional e institucional, pois é o momento em

que ocorre todo o esforço do Ministério da Educação e da Cultura para cumprir a

exigência legal da orientação nas escolas e nos cursos que as formavam

A Orientação Educacional Métrico-Profissional, conforme conceituação nesse período estava intimamente relacionada com as oportunidades profissionais existentes na sociedade brasileira e contribuía, com empenho, para o desenvolvimento do modelo sócio-econômico existente, adequando, da melhor forma possível, o jovem estudante às profissões disponíveis. (BONFIM, 1981, P.21)

Período Transformador- 1961a 1970

Traz uma Orientação caracterizada como educativa na Lei n°4.024/61 e

através da Lei n°5.540/48, traz a profissionalização dos que atuam nesta área. A

orientação começa a ganhar mais espaço e os eventos da classe tomam maior

dimensão.

As questões psicológicas ganham maior abrangência e a visão preventiva é

abraçada pelos profissionais, pois a sociedade acreditava que a educação seria

responsável pelo futuro do país. Mesmo com um discurso democrático, a escola

abafava o aluno e esperava uma atitude de seus profissionais que estivesse de

acordo com o sistema político vigente, o novo e o diferente não eram permitidos

na escola.

A Orientação Educacional está sujeita a obrigatoriedade da Lei n° 5.692/71

que determina inclusive o aconselhamento vocacional.

Apesar da diretriz da Orientação apontar uma visão mais sociológica e coletiva, a

legislação dos profissionais da área compromete-os com atribuições e funções

voltadas para psicologia. O decreto 72846/63 trata do exercício da profissão de

Orientador Educacional. Orientador estava buscando seu real papel, mas a Lei

acenava com a “disciplina” que devia ser seguida.

Nos anos 1970, a escola era uma mera reprodutora do sistema social

(Althusser, Bourdieu e Passeon). Surge uma Lei que obriga a profissionalização

do ensino e a Orientação Educacional, assume um compromisso com a escolha

da profissão; realizar aconselhamento vocacional e cooperação com a família,

escola e sociedade, realizando na verdade uma informação profissional.

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Á década de 1980 traz grandes modificações que irão refletir na educação,

na escola e na Orientação. É o período em que mais se questiona a Orientação

Educacional, nas próprias questões sociais e publicas. Existe um desejo da

Orientação de trazer a realidade do aluno para dentro da escola. Deste a função

do Orientador Educacional nos campos de consultoria, assessoria e coordenação.

Libâneo, (1994) propõe o trabalho de Orientador Educacional dentro da Pedagogia

crítico social dos conteúdos. Selma G. Pimenta (1985) analisava essa questão

específica para o Orientador.

A questão do trabalho era discutida não pelo o caminho da sondagem de

aptidões individuais, mas pelas questões sociais de suas desigualdades do

significado. Na época, os orientadores realizavam atividades como, por exemplo:

centro de estudos, cadernos de Orientação Educacional; cadernos de conselhos

de classe, projetos ecológicos e educacionais.

No período Orientador- a partir de1990- A Orientação Educacional

pretendia neste período segundo, Grinspun, é “A Orientação da Orientação”. Com

uma tentativa de unificar os trabalhadores da Educação. Houve a extinção da

Federação Nacional de Orientação Educacional engajando os profissionais na

Confederação Nacional de trabalhadores da Educação em uma tentativa de

fortalecimento do órgão.

A Orientação Educacional se destina a assistir ao educando, individualmente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível médio e primário, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas

A Orientação Educacional, hoje, depois de observada dentro do contexto

em que se formaram nos sinaliza a importância dos educadores e o quanto podem

viabilizar e articular conhecimentos para contribuir com uma educação

humanizadora.

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1.1 As Leis que regulamentam e reconhece a Orientação educacional como profissão na dinâmica da história

Em 1942- A lei Camponesa –traça diretriz para o Orientador Educacional nas

escolas secundárias definindo as funções do orientador educacional

Em 1943- A lei organizada do ensino comercial cria a Orientação Educacional

e profissional nas escolas do comércio.

Em 1958- portaria n°47.038- regulamenta o ensino industrial

Em 1943- A lei organizada do ensino comercial cria a orientação educacional

e profissional nas escolas do comércio. Em 1958- portaria n°47.038- regulamenta

o ensino industrial

Em 1961- Lei n° 4.0224- LDB- reafirma a necessidade da orientação

educacional, estabelece normas para a formação do Orientador Educacional no

ensino médio e primário.

Em 1968- Lei n° 5.540- reforma do ensino superior e preconiza em seu

artigo30, que o preparo do especialista em Orientação Educacional seja feito em

nível superior

Em 1968- Lei n° 5.564- estabelece, a Orientação Educacional se destina a

assistir o educando individualmente ou em grupo no o âmbito das escolas e

sistemas escolares de nível médio e primário

Em 1969- parecer n°252 e resolução n°269 estabelecem a formação

orientador educacional em nível graduação com uma das habilitações em

pedagogia.

Em 1971- Lei n°5.692- confirma a posição do Orientador Educacional no seu

artigo 10- será instituído obrigatoriamente a orientação educacional incluindo o

aconselhamento vocacional em cooperação com professores, a família e a

comunidade

Em 1973- decreto n°7.284-regulamenta a Lei n° 5.56, que prevê sobre o

exercício da profissão da Orientação Educacional.

Em 1996-LDB- Lei n°9.394- artigo 64 menciona o Orientador Educacional

quando diz que “A formação de profissionais de educação para administração,

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planejamento, inspeção, supervisão, e orientação educacional para a educação

básica, será feita em curso de graduação, a critério da instituição de ensino,

garantida nesta forma a base comum nacional” (De 20de dezembro de 1996-

Darcy Ribeiro)

1.2 Profissão de Orientador Educacional – regulamento

Decreto n°72.846 de 26 de setembro de 1973

Os avanços da Orientação Educacional são percebidos de forma

seqüencial em suas Leis.

Regulamentada na Lei n°5.564, de 21 de dezembro de 1968, que provê sobre o

Exercício da Profissão de Orientador Educacional

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo

81, item III, da Constituição, Decreta:

Artigo1°- Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao

educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1° e

2°graus, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua

personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem

influencia em sua formação e preparando-o para o exercício das opções

básicas.

Abs. Dji.grau.4:Educação;Exercício; Exercício Profissional

Artigo2°-O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo:

I- Dos licenciados em pedagogia, habilitados em orientação educacional, possuidores de diplomas expedidos por estabelecimentos de ensino superior oficiais ou reconhecidos

II- Dos portadores de diplomas ou certificados de orientador

educacional obtidos em cursos depós- graduação, ministrados por estabelecimentos oficiais ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal de Educação.

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III- Dos diplomas em orientação educacional por escolas estrangeiras, cujos títulos sejam revalidados na forma da legislação em vigor.

Artigo 3° È assegurado ainda o direito o direito de exercer a profissão de Orientação Educacional

I- Aos formados que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei n°5.692-71, na forma do artigo 63, da Lei n°4024-61, em todo o ensino de 1° e 2°graus

II- Aos formandos que tenham ingressado no curso de vigência

da Lei n° 5.692-71 na forma do artigo 64, da Lei n°4024, de 20 de dezembro de 1961, até a 4° do ensino do 1° grau.

Artigo 4°Os profissionais, de que tratam os artigos anteriores, somente poderão exercer a profissão após satisfazerem os seguintes requisitos:

I. Registro dos diplomas ou certificados do Ministério da Educação e Cultura;

II. Registro Profissional no órgão competente do Ministério da

Educação e Cultura

Artigo5° A Profissão de Orientador Educacional, observadas as condições previstas neste regulamento, se exerce na órbita pública ou privada por meio de planejamento, coordenação supervisão, execução, aconselhamento e acompanhamento relativos ás atividades de orientação educacional, bem como por meio de estudos, estudos pesquisas, análises pareceres compreendidos no seu campo profissional.

Artigo 6° Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que trata o artigo anterior só terão validade quando assinados por Orientador Educacional, devidamente registrado na forma desse regulamento.

Artigo 7°É obrigatório a citação do número do registro de Orientador Educacional em todos os documentos que levam sua assinatura

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Artigo 8° As atribuições privativas do Orientador Educacional

a- Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em nível de Escola Comunidade;

b- Planejar e coordenar a implantação do serviço de Orientação

Educacional dos órgãos do Serviço público Federal, Municipal e Autárquico das sociedades de Economia Mista Empresas, Estatais, Paraestatais e privadas.

c- Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o

ao processo educativo global

d- Coordenar o processo de sondagem e interesses, aptidões e habilidades do educando

e- Coordenar o processo de informação educacional e profissional

com vista á orientação vocacional f- Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos,

encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial

g- Coordenar o acompanhamento pós- escolar h- Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação

Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específicas do ensino.

i- Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.

j- Emitir pareceres sobre matéria concernente á Orientação

Educacional Artigo 9°Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições

Participar do processo de identificação das características básicas da

comunidade

Participar no processo de caracterização da clientela escola

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Participar do processo de elaboração do currículo pleno da escola

Participar na composição caracterização e acompanhamento de

turmas e grupos

Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos

Participar do processo de encaminhamento dos alunos estagiários

Participar do processo de integração escola- família- comunidade

Realizar estudos e pesquisas na área de Orientação Educacional

Artigo 10° No preenchimento de cargos públicos, para os quais se faz mister

qualificação de Orientação Educacional, requer-se como condição essencial, que

os candidatos hajam satisfeito, previamente, as exigências da Lei n°5.564, de 21

de dezembro de 1968 e deste regulamento

Obs.dji. grau1 : Profissão Orientador Educacional –L 005.564- 1968

Artigo11°Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogas as disposições em contrário.

Brasília, 26 de setembro de 1973; da Independência e 85°da

República.

Emílio G. Médice Confúcio Pamplona

“Apresenta a importância do papel do orientador educacional como co-responsável pela aprendizagem dos alunos. Questiona as práticas docentes envolvendo os aspectos didático-pedagógicos, tais como metodologia, avaliação, relação professor-aluno, objetivos, conteúdos, e mostra a necessidade de que os docentes conheçam e reflitam sobre o real significado da existência da escola e sua função social. Apresenta o papel do orientador educacional numa dimensão bastante ampla e fala também da escola como locus privilegiado de participação. Questiona a formação profissional, mostrando que há necessidade do domínio de conteúdos necessários a uma nova atuação. A autora diz que a Filosofia ajuda o orientador educacional no sentido da práxis pedagógica e acrescenta: "Outros conhecimentos devem fundamentar a prática do orientador educacional, tais como: Psicologia, Sociologia, História da Educação e História do Brasil (até nossos dias), além de outros, oriundos da Antropologia, Ciências Políticas, Metodologia e Pesquisa em uma abordagem qualitativa". (p. 137)

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CAPÍTULO II

O PAPEL DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

Para a professora Miriam Grinspun (UERJ), a Orientação Educacional da

escola não é mais trabalhar com os alunos problemas. O novo perfil da Orientação

propõe dar ao aluno uma formação mais completa para que ele se torne um

cidadão crítico e consciente e não alguém que simplesmente segue o outro:

”Nosso papel é o da conscientização, de clarificação, de fazer aos alunos

pensarem sobre as questões de seu cotidiano”. O Orientador Educacional deve

ser um parceiro do professor para um trabalho mais crítico dentro da escola.

A Orientação Educacional é parte de um todo, faz parte da escola que com

ela interage permanentemente, assim como com a própria sociedade, seus

desafios no cotidiano, e as possibilidades que temos para um trabalho articulado

integrando; no qual a mediação é o eixo da realização das atividades na escola. O

papel da Orientação Educacional diante das perspectivas atuais da escola é

composto pela Sociedade, Educação, Escola e Orientador Educacional.

A Orientação Educacional desenvolvida na escola interfere, então, no seu

projeto, enquanto dele participa sendo seu principal papel a mediação, que deve

ser percebido como a articulação/explicitação o desenvolvimento necessário entre

o real e o desejado entre o contexto e a cultura escolar. Todos esses aspectos

que se encontram no papel da Orientação, na verdade são os dados, as pistas

para O papel do Orientador Educacional no contexto atual deslocou-se do aluno-

problema para todos os problemas dos alunos da escola.

As mudanças foram ocorrendo e, hoje, a figura do Orientador não está mais

vinculada ao SOE e sim a toda escola e, portanto a sua prática ultrapassa os

muros daquele serviço.

O papel do Orientador Educacional no contexto atual deslocou-se do aluno-

problema para todos os problemas dos alunos da escola.

O papel do Orientador Educacional na dimensão contextualizada diz: o

importante é a singularidade dentro da pluralidade, do coletivo; A prática não vem

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desvinculada de uma teoria. O Orientador Educacional deve ter uma parceria junto

às demais profissionais da educação, e dentro de cada especificidades

favorecermos as relações entre o desenvolvimento e seu ambiente sócio-cultural.

A compreensão pretendida da realidade do aluno, por certo hoje envolverá as

questões do imaginário social das representações sociais como nos permitem ver

os trabalhos de Baktin, Vygotsk e Benjamim.

As questões de auto- estima, auto- imagem, e auto realização, dentre

outras, continuam como questões básicas da prática do orientador, que só será o

desenvolvidas e trabalhadas junto aos alunos,em uma realidade concreta e

objetiva. Estamos formando aluno para um novo tempo, em que a ciência e a

tecnologia trazem para ele novas necessidades, os novos “desconfortos” do

progresso as novas conquistas trazem novos valores, nas leituras daquela

realidade. A prática do Orientador Educacional deverá valorizar a criatividade,

respeitar o simbólico, permitir o sonho, recuperar a poesia. O papel do orientador:

os princípios éticos.

É extremamente válido lembrar que o trabalho do orientador educacional,

assim como o trabalho pedagógico de modo geral, precisa estar revestido pelo

comportamento ético.

Em todos os campos em que o orientador educacional atua, ele estará

sempre em contato com algumas informações que precisam ser sigilosas. Isso

acontece, por exemplo, quando o profissional conversa com alunos e seus

familiares, momentos em que, muitas vezes, toma conhecimento de situações

complexas e delicadas. O bom senso, o sigilo e o cuidado na emissão de juízos de

valor podem favorecer o trabalho do orientador. A confiança na pessoa do

orientador é fundamental para o êxito de seu trabalho.

Um fato que ocorre com muita freqüência é a solicitação de informações

sobre os alunos pelos professores. Neste caso, o orientador precisa tomar muito

cuidado, fornecendo apenas informações que sejam relevantes, pois, como dizem

Giacaglia e Penteado (2002, p. 10),

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22

O papel da Orientação não é de justa posição de campos e áreas aspectos

que são presentes na escola. Este papel não se baseia em juntar partes

fragmentadas conhecimento, razão e atitudes etc.

Há que se considerar razões de natureza psicológica para a não-divulgação

dos dados. Trata-se do "efeito Rosenthal" ou "profecia auto-realizável", segundo a

qual, quando um professor desenvolve expectativas de que um aluno ou grupo de

alunos irá ter insucesso escolar, tais expectativas podem se transformar,

inconscientemente, por parte do professor, em fator ou causa do respectivo

fracasso daqueles alunos.

2.1 A identidade do Orientador Educacional

As raízes da orientação educacional encontram-se na orientação

profissional, praticada nos Estados Unidos por volta de 1930. Quando o

incremento das ocupações ampliou a necessidade de orientar os jovens para uma

correta decisão, capaz de lhe assegurar êxito no recente mercado de trabalho.

À principio o trabalho de orientação profissional era realizado pela

empresa, mas depois foram criados os escritórios de orientação profissional,

visando orientar os indivíduos sobre as varias opções de que dispunha, com base

nas suas próprias capacidades. Posteriormente esse trabalho passa a ser

solicitado no interior da escola, para orientar os educando nos planos de carreira e

estudo conforme as aptidões de cada um e passou, ser denominado orientação

escolar.

Contudo a seleção profissional, a orientação profissional e a orientação

escolar não sanaram os problemas existentes nas organizações, pois havia

necessidade de preocupar-se com o ser humano, ocupante do cargo, surgindo

então os estudos sobre relações humanas no trabalho.

Assim, a orientação profissional passa a integrar a área da orientação

educacional, pois a formação do profissional tem inicio com a formação do

homem, nos vários aspectos da vida.

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Na França, a orientação era desenvolvida em âmbito escolar, como um

serviço de psicologia escolar, objetivando conhecer o educando no ambiente

formal e informal. Tornou-se orientação profissional, embasada na aplicação de

testes, sendo que o profissional da área era denominado de psicólogo escolar

cabendo-lhe elaborar dossiês com todas as informações disponíveis sobre os

educando

No Brasil, a historia da orientação educacional inspira-se nesses dois

modelos, o americano e o francês que embora divergentes em alguns aspectos,

estão alicerçados em um mesmo conceito de sociedade, isto é, conforme Pimenta

(1995) concebe a sociedade como um todo orgânico ao qual todos os indivíduos

se devem ajustar nas mesmas base psicológicas.

Atualmente, a orientação educacional caracteriza-se por um trabalho mais

abrangente, na dimensão pedagógica, possuindo caráter mediador junto aos

demais educadores e atuando com todos os protagonistas da escola no resgate

de uma ação mais efetiva e de uma educação de qualidade. Busca conhecer a

realidade e transformá-la, buscando meios para atingir um objetivo, meios não

excludentes, mas emancipatórios.

A identidade do Orientador Educacional como profissional e seu

posicionamento são fatores influenciam e caracterizam o processo de Orientação.

O orientador Educacional vivencia valores pessoais em sua atuação

crenças, valores, atitudes da pessoa ao serem associados com elementos

comportamentais comuns a uma determinada profissão que determina o perfil

profissional.

O posicionamento do orientador educacional deve incluir uma ética

profissional detalhando questões práticas apoiada em uma identidade significativa.

Referindo-se ao papel do Orientador Educacional, Alzira Tenfen da Silva (1981),

relaciona, a partir da posição de diversos autores, alguns dos papéis a ele

atribuídos, tais como:

Especialista – prioridade ao aconselhamento psicopedagógico.

Generalista – orientação de grupo, registro de alunos, sessões de aula,

aplicação de testes, organização de classes, fichas cumulativas, etc.

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Monitor – orientação centrada no aluno.

Assessor – orientação centrada no contexto.

Consultor e assessor – assessoramento de pessoas e pequenos grupos,

consultando professores, diretores, pais e outros.

Agente de mudança – revisão crítica.

Catalisador – o indivíduo realizando seu próprio papel.

Conselheiro e guia pessoal do aluno.

Agente de informações sobre oportunidades educacionais ocupacionais

Orientador da vocação do aluno.

Mediador entre comunidade escolar e familiar.

Membro do grupo profissional

Segundo, Grinspun,é um mediador entre os outros protagonistas do âmbito

escolar; O Orientador é um dinamizador, valoas dinâmicas das relações e nesse

sentido estão presentes,conflitos, tensões, divergências, estão presentes, os

saberes e as emoções, estão presentes, as diferenças, as igualdades, os limites e

as possibilidades.

Segundo, Rosa Maria Lepak Milet A Orientação Educacional deve

ultrapassar os muros da escola, através da investigação, da realidade do aluno,

dentro e fora da escola obtendo assim uma prática transformadora; e a adequação

dos currículos e metodologias pois a escola que consegue com eficiência cumprir

o papel de transmitir os conhecimentos necessários para facilitar ao aluno a sua

compreensão do mundo com a perspectiva de transformá-lo para a autora Lepak

É uma escola de verdade.O Orientador Educacional tem como sua maior tarefa a

ser conquistada; auxiliar o educando a desenvolver seu senso crítico sobre o

mundo, realizar um trabalho de integração escolar, estimular no eduacando suas

habilidades e competências.

O Orientador na escola assume dimensões políticas, técnica e humana,

sendo um articulador e mediador na prática educativa, construtor de projetos

inseridos no projeto político pedagógico da escola, na superação de dificuldades,

na construção de espaços participativos; sendo um pesquisador da realidade;

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25

Procura desenvolver trabalhos atividades a partir da realidade encontrada

tentando transformá-la.

Diante da organização educacional face organização da escola o

Orientador Educacional deve auxiliar os alunos através de uma prática

pedagógica, desenvolvendo nos educando a capacidade de criticar e fundamentar

suas críticas e estimular os alunos a participarem socialmente da vida escolar

(grêmios, diretórios acadêmicos). Colaborar junto ao professor, participando da

construção do PPP, e com a direção participando nas organizações e nas

tomadas de decisões realizadas por ela.

A organização escolar tem como base o conteúdo do trabalho coletivo de

professores e pedagogos na construção do projeto pedagógico; os orientadores

educacionais promovendo meios e estratégias que possibilitam ajudar a

comunidade escolar a vivenciar o cotidiano da organização.

O Orientador Educacional face ao fracasso escolar,

A autora George Snyders quando ele diz que “a escola é um lugar de luta” é

perfeita sua afirmação do ponto de vista que a escola possibilita o encontro dos

contrários,dos diversos, dos diferentes, dois ditos normais dois ditos anormais e

isso mostra que a comunidade escolar é um organismo complexo demais para

termos respostas prontas que atendam as necessidades mais diversas. Logo

dentro de várias teorias do sistema podemos entender que o mais relevante seja

entender que “todos são responsáveis por esse fracasso.

A orientação Educacional acompanhou as mudanças de perspectivas sobre

o fracasso escola, atuando como reforçador das idéias vigentes. Quando a visão

era focada nas diferenças individuais, ela intervinha por meio de instrumentos de

medição (qualificação). Quando a visão era voltada para as “deficiências culturais”

estes profissionais exerciam uma prática pautada no acompanhamento destes

indivíduos, a fim de superar suas carências. Na abordagem das diferenças

culturais, a Orientação Educacional buscava compreender a diversidade cultural,

procurando inserir estes alunos dentro de um grupo, a fim de sentir-se integrado a

escola e tivessem a oportunidade de compensar com o apoio destes profissionais.

Na década de 70 os fatores intra- escolares foram contemplados na escola, a

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orientação educacional intervinha através da ótica das relações interpessoais,

junto aos professores e assessorando aos alunos.

Mas segundo, Patto, em seu livro: “A produção do fracasso escolar”,

Orientador Educacional ao confrontar-se com os ideários do déficit e da diferença

cultural, o mesmo precisa compreender que existe um mecanismo escolar

produtor de dificuldade de aprendizagem, sendo um agente de discussão na

ambiência escolar a realidade vivenciada pelos alunos e dando abertura para a

troca de experiências. O Orientador Educacional precisa ter uma visão abrangente

do sistema educacional, não reduzindo o fracasso a um único aspecto. Tendo uma

prática integrada com outros profissionais, não sendo um serviço isolado, que

resolve todas as questões emergenciais, mas procurar vincular-se ao todo.

O Compromisso do Orientador é questionar as explicações pautadas num

discurso científico (psicologismo), que reduz o fracasso a um conceito, rotulando e

esvaziando a discussão sobre a temática. Sendo primordiais termos cautela no

instrumental que iremos usar para exercer a prática pois estes não podem estar a

serviço de reforçar estas visões reducionistas,linear e fatalistas.

No contexto escolar existem contradições e conflitos, e os profissionais de

Orientação Educacional precisam estar engajado juntamente com outras áreas do

saber para promover o debate construtivo sobre tudo que envolve a escola

(currículos, objetivos do projeto político- pedagógico), com isso contribuindo para o

desenvolvimento integral dos alunos.

2.2 A importância do Orientador Educacional - visão de alguns autores

O orientador educacional é o profissional que atua ajudando diretamente os

alunos em seu desenvolvimento pessoal. Sua atuação visa uma otimização do

processo ensino- aprendizagem e acontece em parceria com outros profissionais

da escola, em especial os professores, onde o orientador os auxilia na

compreensão do comportamento dos estudantes.

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27

O trabalho do orientador educacional, segundo Pascoal (2008), deve

colaborar com a organização da instituição escolar e com a realização de sua

proposta pedagógica. Deve estar atento às praticas docentes utilizadas dentro da

instituição, visando sempre oportunizar uma aprendizagem significativa para os

estudantes e a formação de cidadãos críticos, não esquecendo também a

importância da formação e do domínio de conhecimentos desse orientador que

servirá como base sólida para sua atuação no ambiente escolar.

De acordo com Pascoal (2008), o orientador educacional é também

responsável por estabelecer uma aproximação entre a escola e a comunidade,

buscando compreender quais são as situações que facilitam a vida naquele local e

quais as que dificultam e perceber o nível de influência que algumas instituições

como clubes, indústrias, associações e comércios locais exercem sobre aquela

comunidade. É relevante que o orientador junto à escola procure elevar o nível

cultural da comunidade na qual a escola está inserida, promovendo uma

integração entre esta, pais, alunos e professores, promovendo um clima diálogo

que envolva questões do cotidiano.

A profissão de Orientador Educacional tem como base central que “o

homem certo no lugar certo”.

O sistema capitalista Europeu entendeu que o capital intelectual é a base

de desenvolvimento de uma nação. Mas quem é apto para desenvolver esse

capital?

Somente o teste de QI pode responder.

Quando a autora Grinspun, diz que “A escola passou a ser vista como uma

instituição organizada, mantida e regida pela classe média, que possui padrões

culturais diversos dos das crianças pobres”.ela está ressaltando a teoria da

diferença cultural.

Villon (1994) diz que o trabalho do orientador educacional deve ser o de

propiciar a aproximação entre a escola e a comunidade, desvelando os papéis e a

influência que diversas instituições, tais como clubes, indústrias, comércios locais,

associações, clubes, etc. exercem na comunidade.

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Preconiza a liberdade de extrapolar o espaço escolar indo rumo à

comunidade escolar. A autora evidencia, desta forma, que o campo de atuação do

orientador educacional não se limita à microestrutura escolar.

Assis (1994) apresenta a importância do papel do orientador educacional

como co-responsável pela aprendizagem dos alunos.

Questiona as práticas docentes envolvendo os aspectos didático-

pedagógicos, tais como metodologia, avaliação, relação professor-aluno,

objetivos, conteúdos, e mostra a necessidade de que os docentes conheçam e

reflitam sobre o real significado da existência da escola e sua função social.

Apresenta o papel do orientador educacional numa dimensão bastante

ampla e fala também da escola como locus privilegiado de participação. Questiona

a formação profissional, mostrando que há necessidade do domínio de conteúdos

necessários a uma nova atuação. A autora diz que a Filosofia ajuda o orientador

educacional no sentido da práxis pedagógica e acrescenta: "Outros

conhecimentos devem fundamentar a prática do orientador educacional, tais

como: Psicologia, Sociologia, História da Educação e História do Brasil (até

nossos dias), além de outros, oriundos da Antropologia, Ciências Políticas,

Metodologia e Pesquisa em uma abordagem qualitativa". (p. 137)

Placco (1994, p. 30) conceitua a orientação educacional como um processo

social desencadeado dentro da escola, mobilizando todos os educadores que nela

atuam - especialmente os professores - para que, na formação desse homem

coletivo, auxiliem cada aluno a se construir, a identificar o processo de escolha por

que passam os fatores sócioeconômico- político-ideológicos e éticos que o

permeiam e os mecanismos por meio dos quais ele possa superar a alienação

proveniente de nossa organização social, tornando-se, assim, um elemento

consciente e atuante dentro da organização social, contribuindo para sua

transformação.

O orientador educacional diferencia-se do coordenador pedagógico, do

professor e do diretor. O diretor ou gestor administra a escola como um todo; o

professor cuida da especificidade de sua área do conhecimento; o coordenador

fornece condições para que o docente realize a sua função da maneira mais

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satisfatória possível; e o orientador educacional cuida da formação de seu aluno,

para a escola e para a vida.

Como membro do corpo gestor da escola, cabe ao orientador educacional

participar da construção coletiva de caminhos para a criação de condições

facilitadoras e desejáveis ao bom desenvolvimento do trabalho pedagógico. É um

profissional que participa de todos os momentos coletivos da escola, na definição

de seus rumos, na elaboração e na avaliação de sua proposta pedagógica, nas

reuniões do Conselho de Classe, oferecendo subsídios para uma melhor

avaliação do processo educacional. Desta forma, é necessária a discussão sobre

a natureza da vida escolar, em que todos os integrantes da equipe pedagógica

escolar "questionem criticamente o currículo existente na escola, o currículo

oculto, o aparelho político em todos os níveis, a forma e o conteúdo dos textos

escolares e as condições de trabalho que caracterizam escolas específicas".

(GIROUX, 1987, p. 48)

O orientador, aliado aos demais profissionais da escola e a outros

pedagogos, pode contribuir muito para a organização e a dinamização do

processo educativo. É o que dizem Giacaglia e Penteado (2002, p. 15):

"participando do planejamento e da caracterização da escola e da comunidade, o

orientador educacional poderá contribuir, significativamente, para decisões que se

referem ao processo educativo como um todo".

Cabe a ele integrar todos os segmentos que compõem a comunidade

escolar: direção, equipe técnica, professores, alunos, funcionários e famílias,

visando à construção de um espaço educativo ético e solidário.

É extremamente válido lembrar que o trabalho do orientador educacional,

assim como o trabalho pedagógico de modo geral, precisa estar revestido pelo

comportamento ético. Em todos os campos em que o orientador educacional atua

Ele,estará sempre em contato com algumas informações que precisam ser

sigilosas. Isso acontece, por exemplo, quando o profissional conversa com alunos

e seus familiares, momentos em que, muitas vezes, toma conhecimento de

situações complexas e delicadas. O bom senso, o sigilo e o cuidado na emissão

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de juízos de valor podem favorecer o trabalho do orientador. A confiança na

pessoa do orientador é fundamental para o êxito de seu trabalho.

Um fato que ocorre com muita freqüência é a solicitação de informações

sobre os alunos pelos professores. Neste caso, o orientador precisa tomar muito

cuidado, fornecendo apenas informações que sejam relevantes, pois, como dizem

Giacaglia e Penteado (2002, p. 10),

Há que se considerar razões de natureza psicológica para a não-divulgação

dos dados. Trata-se do "efeito Rosenthal" ou "profecia auto-realizável", segundo a

qual, quando um professor desenvolve expectativas de que um aluno ou grupo de

alunos irá ter insucesso escolar, tais expectativas podem se transformar,

inconscientemente, por parte do professor, em fator ou causa do respectivo

fracasso daqueles alunos.

O Orientador Educacional trabalha no cotidiano escolar e para ele

considera toda a sociologia/ psicologia da vida cotidiana, tentando mostrar a

alunos e professores que o mundo não nos é dada pronto: ele precisa de nós

porque como dizem Luckman e Berger (1995), vai se formando no modo como as

pessoas pensam e vivem suas ações.

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CAPÍTULO III

AS ATRIBUIÇÕES DO ORIENTADOR EDUCACIONAL

No contexto atual mesmo com leis relativamente antigas a orientação

permanece presente nas escolas, pois é uma necessidade perene, não está

presente de forma efetiva, como o intuito almejado no inicio de seu

estabelecimento “incentivação da orientação escolar em todas as escolas”,

portanto mais de meio século depois ainda não é realidade na escola brasileira,

onde suas funções e atribuições parecem estar latentes.

Contudo a orientação Educacional é entendida como um processo

dinâmico, continuo e sistemático, estando integrada em todo o currículo escolar

sempre encarando o aluno como um ser global que deve desenvolver-se

harmoniosamente e equilibradamente em todos os aspectos: intelectual, físico,

social, moral estético, político, educacional e vocacional, a orientação educacional

devera ser um processo cooperativo devendo mobilizar a escola, a família e a

criança para investigação coletiva da realidade na qual todos estão inseridos,

cooperando com o educador, estando sempre em contato com ele, auxiliando-o na

tarefa de compreender o comportamento das classes e do aluno em particular

mantendo-o informado quanto as atitudes da orientação junto ao aluno.

O Orientador deve atuar junto a família oferecendo-lhes informações sobre o

funcionamento das ações da orientação educacional buscando meios de atrair-los

para a escola e que participem do desenvolvimento de seus filhos, refletindo com

os pais o desempenho de seus filhos na escola.

O orientador deve trabalhar preventivamente nas situações de dificuldades,

promovendo situações e dificuldades, promovendo condições que favoreçam o

aluno, ser firme quando necessário, sem intimidação criando um clima de

cooperação na escola, orientando pesquisas sobre as causas do desajustamento

e aproveitamento deficiente do aluno, assessorando o professor no planejamento

de experiências que permitam o aluno descobrir através da auto avaliação e da

execução de atividades, suas dificuldades e facilidades descobrindo o seu modo e

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ritmo de trabalho, descobrir sua forma de relacionar com os seus colegas e

profissionais da escola.

O orientador deve fazer o atendimento individual ou grupal, sempre que for

necessário para analise e reflexão dos problemas encontrados em situações de

classe, recreios, desempenho escolar, relacionamento com os colegas de classe e

outros alunos do colégio, respeito aos professores e funcionários. Para reflexão de

situações problemas, ajudando com isso a busca de ferramentas para a

instrumentação do aluno para uma organização eficiente do trabalho escolar,

tornando a aprendizagem mais eficaz.

A Orientação Educacional se propõe em ser um processo educacional

organizado, dinâmico e continuo, atua no educando através de técnicas

adequadas às diferentes faixas etárias, como a finalidade de orientá-lo, na sua

formação integral, levando-o ao conhecimento de si mesmo, de suas capacidades

e dificuldades oferecendo-lhe elementos para o seu desenvolvimento harmonioso

ao meio escolar e social em que vive.

Segundo Heloisa Lück (1982),

“o homem se torna acrítico, mais receptor que transmissor mais paciente que agente. É necessário interferir neste contexto. Sendo assim, cabe à educação, estimular e promover a formação da consciência, ou seja, estabelecimento de identidade pessoal do homem e compreensão de seu relacionamento com o mundo. Este processo não pode ser considerado acabado e sim entendido como dinâmico e um constante “dever ser”. Deve despojar-se de preconceitos e subjetividade.”

A autora cita alguns elementos que interferem na formação da consciência:

Explicar intencionalidade – predisposição do indivíduo de compreender, interpretar e os fatos;

Capacidade perceptiva – quanto mais adequada e objetiva for a capacidade de percepção, maior será a correspondência da consciência com o fato real;

Capacidade perceptiva – quanto mais adequada e objetiva for a capacidade de percepção, maior será a correspondência da consciência com o fato real;

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Capacidade perceptiva – quanto mais adequada e objetiva for a capacidade de percepção, maior será a correspondência da consciência com o fato real;

Historicidade e temporalidade – estabelecem o espírito da consciência e do ato consciente;

Julgamento moral – os valores formam parte primordial da consciência que a pessoa elabora de si e do seu mundo.

Até que ponto estará o Orientador realmente consciente do seu papel, dos

seus direitos e dever?

A consciência de si, e da realidade concreta que o cerca, o conhecimento

de seu papel frente a esta realidade, vão dar validade e significação à história do

homem. No entanto, o homem nasce dentro de um mundo já interpretado e criado.

Este fato propicia certa alienação e despreocupação com a análise e reflexão

deste mundo.

Mosquera (1978) afirma que

“a vida autêntica inicia quando nos negamos a permanecer na alienação e na desumanização e caminhamos rumo a uma vida consciente, autêntica e mais humana. O processo educativo deve ter como função primordial à formação da consciência do indivíduo, entendida como conscientização do homem enquanto homem e não orientado por uma ideologia política. Não se trata de doutrinação, mas sim ensinar a pensar e não, o que pensar. Deve possibilitar ao homem aumento de sua capacidade e liberdade de escolha.”

Conforme as citações acima, o homem tendo uma maior consciência de si

torna-se um ser crítico, atuante e transformador do mundo que a cerca sendo

importante a observação de tudo o que está ao ser redor.

Algumas vezes a atuação do Orientador Educacional é comprometida pela

imagem formada ao longo dos anos. Isto se torna mais sério quando se sabe que

a consciência de si não é feita isoladamente, mas através de relações. Por outro

lado, o Orientador deve ter o cuidado de não ser o doutrinador, no sentido de

determinar a consciência crítica dos alunos.

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O orientador Educacional tem a sua contribuição de forma relevante e

significativa na escola. Pois é este profissional que ajuda, mas não impõe,

propõe, provoca, instiga;

A orientação educacional apóia as iniciativas de mudanças, confia no

grupo, pesquisa a própria prática;

A orientação educacional da voz aos alunos através de sua linguagem e de

suas expressões; cria espaço para que essa voz seja ouvida e atendida;

A orientação educacional estabelece um bom relacionamento com os

demais protagonistas da escola; discute a questão de vínculos; promove a

reflexão com e dos alunos;

A orientação educacional organiza reuniões que podem ser momentos de

partilha de dúvidas, angustias; troca de experiências; descobertas,

sistematização da própria prática; estudos e pesquisa; discussão de temas

da atualidade revisão de normas/ critérios, organização de eventos;

participação de fóruns internos e esternos; discussão de temáticas da

escola; organização de atividades complementares ao projeto pedagógico;

criação de alternativas para vencer obstáculos/ dificuldades

3.1 Sua função no Ensino Fundamental

A Orientação Educacional no Ensino Fundamental tem duas tarefas

distintas a executar. São elas: uma correspondente as quatro primeiras séries e a

outra, às quatro últimas séries.

As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Fundamental são:

Desenvolver junto ao educando, crianças que, são um trabalho de

adaptação dos mesmos no ambiente escolar;

Desenvolver nos educandos, atitudes de otimismo e admiração com o

mundo que os cerca;

Propiciar atividades que favoreça a socialização, a confiança em si e nos

outros, a iniciativa e a criatividade dos educandos;

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Deve dirigir as vistas dos educandos para os horizontes do mundo, para

que descubram, com encanto, o próximo, em movimento de distanciamento

dos dois centros que são o lar e a escola;

Habituá-los a viver e a conviver no ambiente escolar para que no mesmo se

ajustem e melhor revejam suas potencialidades, a fim de melhor serem

atendidos e orientados;

Observar os educandos quanto às suas peculiaridades de comportamento

e temperamento, com a cooperação dos professores;

Nas últimas quartas séries de Ensino Fundamental, o Orientador deve

dedicar-se com mais afinco à exploração e desenvolvimento das aptidões e

preferências do educando. Vê-se, então, a necessidade de se intensificar o

funcionamento das atividades extras-classes, bem como as oportunidades

de visitas, excursões e estágios, para que aptidões e preferências tenham

mais oportunidades de se manifestarem e se desenvolverem;

Revelar profissionalmente, o mundo do trabalho, uma vez que o educando,

deva fazer a opção de curso profissionalizante;

Cuidados que fazem necessários como a educação sexual e a formação

moral, pois existe o advento da crise da puberdade e o despertar do espírito

crítico.

3.2 Sua Função no Ensino Médio

O Ensino Médio tem por objetivo proporcionar ao educando a formação

necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades com elementos de auto-

realização, preparação para o trabalho e o exercício consciente da cidadania.

Preocupa-se em esclarecer quanto à formação profissional, além, da incumbência

de melhor orientar o jovem numa formação profissional.

Tem a preocupação de orientar quanto às aptidões, tipos de profissões para

os níveis técnicos ou universitários.

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As atribuições do Orientador Educacional no Ensino Médio são:

Realizar serviço integrado com o Serviço de Supervisão Escolar, visando o

acompanhamento do rendimento escolar do aluno;

Participar dos Conselhos de Classe dando aconselhamento

psicopedagógico oferecendo e coletando informações;

Propor atividades que favoreçam as relações interpessoais, aluno x

professor e aluno x aluno e demais elementos da escola;

Participar da elaboração do Plano do SOE e do Plano da Escola;

Participar do critério para a constituição de turmas;

Selecionar atividades e desenvolvê-las atendendo as necessidades dos

alunos para melhor conhecimento de si e do grupo;

Participar da compatibilização do Regimento Interno com a Legislação e

Diretrizes propostas pelo currículo;

articipar das atividades de sondagem para a elaboração do diagnóstico da

população escolar e da comunidade;

Participar da avaliação interna da Escola e do Serviço;

Manter atualizado o dossiê do aluno;

Assistir ao aluno individualmente ou em grupo em sessões programadas e

sistemáticas;

Programar e coordenar atividades de informação profissional, envolvendo

professores, família e comunidade;

Promover e/ou participar de reuniões e/ou sessões de estudo com

professores;

Manter-se informado sobre as necessidades do mercado de trabalho;

Participar e acompanhar a execução de projetos e atividades especiais

desenvolvidas na escola, oriundos de órgãos superiores;

Manter-se atualizado em assuntos educacionais.

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37

CONCLUSÂO

É de suma relevância a Orientação Educacional nas escolas, pois esse

profissional promove uma integração que torna cada pessoa sujeito estabelecendo

um sistema de relações libertadoras em todas as dimensões da comunidade

educativa. Como também é o Orientador Educacional que pode encontrar

alternativas de ações que possibilitam o professor rever sua prática de forma

significativa.

“O orientador deverá se comprometer com a investigação da

realidade social, do processo de aprendizagem necessário a

seus alunos e também com a investigação desses alunos, de

maneira que a construção do conhecimento, a vivência de

seus valores e a realização de seus ideais e interesses

sejam fatores significativos na formação de sua cidadania”

(GRINSPUN, 2006, p. )

O foco da Orientação Educacional nos dias de hoje é o desenvolvimento do

aluno, de maneira integral tendo sua relevância desde a educação infantil, ensino

fundamental e ensino médio vendo o indivíduo como sujeito de direito

Esse profissional é um mediador das relações, um investigador, da realidade

que está além dos muros da escola.

“É preciso buscar compreender a realidade do educando nas

suas contradições básicas, sua situação existencial,

concreta, presente. São problemas que lhes desafiam a

buscar soluções, exigem respostas tanto em nível prático

como teórico, inaugurando o diálogo libertador”

(BRASILEIRO, 2008, p. 152)

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Fonte: http://www.webartigos.com acessado em 01/03/2011

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DECRETO n° 72.846, de 26 de setembro de 1973. Regulamento da Profissão de

Orientador Educacional.

DECRETO n° 72.846, de 26 de setembro de 1973. Regulamento da Profissão de

Orientador Educacional.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO

8

CAPÍTULO I - A TRAJETÓRIA DA ORIENTAÇÃO

EDUCACIONAL NO PAÍS

9

1.1 As Leis que regulamentam e reconhece a

Orientação educacional como profissão na dinâmica

da história

15

1.2 Profissão de Orientador Educacional –

Regulamento

16

CAPÍTULO II - O PAPEL DO ORIENTADOR

EDUCACIONAL

20

2.1 A identidade do Orientador Educacional 22

2.2 A importância do Orientador Educacional - visão

de alguns autores

26

CAPÍTULO III - AS ATRIBUIÇÕES DO

ORIENTADOR EDUCACIONAL

30

3.1 – Sua Função no Ensino Fundamental 33

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3.2 – Sua Função no Ensino Médio

34

CONCLUSÃO 37

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 38

ÍNDICE 40

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes - UCAM

Autor: Vanusa Monteiro de Oliveira

Data da entrega:

Avaliado por: Geni Lima Conceito:

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