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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA GESTÃO DE UM PORTAL DE NOTICIAS Por: Diego Arruda Martins Orientador Prof. Antonio Medina Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

GESTÃO DE UM PORTAL DE NOTICIAS

Por: Diego Arruda Martins

Orientador

Prof. Antonio Medina

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

GESTÃO DE UM PORTAL DE NOTICIAS

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Empresarial.

Por: Diego Arruda Martins.

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AGRADECIMENTOS

Aos amigos e parentes, Dempsey

Arruda, Dennis Arruda, Davi Arruda,

Eliane Americo, Ubiraci Martins, Marlon

Martins, Thiago Fernandes, Nilo Junior,

Thiago Barbosa, Eduardo Campanatti,

Nilson Souza, Greicy Coutinho, Erica

Magni, Pablo Carvalho, Marcio Vieira,

Wallace Costa, Acacio Neto, Vinicius

Faria, Marcos Guimaraes, Paulo

Guimaraes, Olga Silva, Patrícia Costa,

Yasmim Guimaraes, Geovanna Costa,

Manuella Guimaraes, Laura Costa,

Samara Marques, Jacqueline Tone,

Fernanda Fernandes, Amanda

Gnewuch, Cristina Marques, Andressa

Navega, Juliana Bezerra e Alex Souza.

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DEDICATÓRIA

Dedico a minha mãe Eliana Arruda.

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RESUMO

Este estudo monográfico é uma análise sobre a eficácia de como gerir

um portal de notícias, O Repórter, criado já em meio ao costume da

convergência nas páginas da internet. Ele tem como objetivos gerais analisar e

descrever como os portais de notícias na internet estão enfrentando os

desafios de acompanhar as inovações da tecnologia, na medida em que

diversos tipos de mídia, como a televisão, o rádio e o jornal, estão cada vez

mais presentes na rede, dentro dos veículos digitais. Ressaltando como os

recursos interferem diretamente na audiência.

Palavras-chave: Jornalismo, Internet, Mídia Digital, Comunicação, Jornal, On-

line, portais de notícias.

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METODOLOGIA

Vários setores da economia ganharam serviços e comunicação na rede

e o objetivo deste trabalho é focar no estudo de caso da gestão de um site de

notícias que irá desde sua implementação na internet até a chegada da

informação propriamente trabalhada aos leitores internautas e como um portal

de noticias é gerido financeiramente.

Segundo pesquisa do Ibope/Nielsen, há no Brasil cerca de 78 milhões

de internautas. De acordo com a Fecomércio-RJ/Ipsos, o percentual de

brasileiros conectados à internet aumentou de 27% para 48%, entre 2007 e

2011. O principal local de acesso ainda é a lan house (31%), seguido da

própria casa (27%) e da casa de parentes e amigos, com 25% (abril/2010). O

Brasil é o 5º país com o maior número de conexões à Internet.

Todos estes números estão em constante crescimento e o quantitativo

de sites dos mais variados tipos de informação já ultrapassam a casa de 526

milhões no mundo inteiro, conforme mostra a pesquisa do site netcraft.com,

que fez um levantamento de dados desde 1995, quando a internet começou a

ganhar os contornos que conhecemos hoje e que veremos no decorrer deste

trabalho.

Segundo o Comitê Gestor da Internet, no Brasil o número de sites

registrados, apenas com domínios '.br', já ultrapassaram os 2 milhões.

Todos esses números demonstram a importância da internet e das

redes de notícias on line. Através desses indicativos é que se faz necessário

um estudo mais aprofundado de um portal de informação que se propõe a ser

um canal de comunicação entre fatos, personagens e pessoas.

Milhares desses sites de notícias oferecem o seu conteúdo

gratuitamente. Como sobrevivem? De que maneira os seus colaboradores são

remunerados? A informação tem credibilidade? Onde está a qualidade na

apuração dessas notícias? Este estudo buscará essas respostas.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A Informação On line 10

CAPÍTULO II - A Gestão de um novo portal no modelo de notícias 18

CAPÍTULO III – Notícias X Audiência X Publicidade 35

CONCLUSÃO 49

ANEXOS 51

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 57

BIBLIOGRAFIA CITADA 60

ÍNDICE 62

FOLHA DE AVALIAÇÃO 64

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INTRODUÇÃO

O estudo descrito nesta monografia tem como objetivos gerais analisar e

descrever como os portais de notícias na internet estão enfrentando os

desafios de acompanhar as inovações da tecnologia, na medida em que

diversos tipos de mídia, como a televisão, o rádio e o jornal, estão cada vez

mais presentes na rede, dentro dos veículos digitais.

Na década de 1990, quando surgiram as primeiras páginas de jornal na

internet, a maioria se limitava a reproduzir conteúdos do veículo impresso, ou

informações divulgadas por agências internacionais. Já a partir dos anos 2000,

a demanda pela informação se elevou bastante, surgindo à necessidade da

contratação de mais profissionais para o setor. Com o tempo, no entanto, as

empresas acabaram se adaptando e encontraram como solução utilizar o

chamado “profissional multimídia”, a fim de não estourar o orçamento. Esse

profissional, cada vez mais presente nas redações online, não fica apenas

limitado a relatar a notícia via texto. Agora, cabe a ele também tirar fotos,

gravar vídeos, produzir áudios e escrever para o meio impresso, dependendo

do foco e da origem do veículo (FERRARI, 2003, p.39).

Isso acontece porque, com o número elevado de portais circulando pela

rede, com objetivos e características semelhantes, todos precisam estar se

renovando a cada momento, a fim de disputar a preferência do usuário na

busca pela credibilidade. O mesmo acontece com o portal O Repórter.com,

objeto que será analisado com maior incidência nas páginas a seguir.

O site foi escolhido para análise nesta monografia por ser um portal

novo, lançado no período em que o jornalismo multimídia já era uma realidade

na web internacional. Na época da fundação, em abril de 2009, o número de

acessos ficava limitado a 3.600 acessos mensais. No mês seguinte, a

audiência quase dobrou, atingindo 6.147 visualizações únicas de páginas.

Um ano depois, o contador do portal já registrava 110.000, consolidando

a entrada no mercado. Hoje, o site segue em crescimento, atingindo 210.000

acessos mensais, com cerca de 1 milhão e meio de visualizações de páginas.

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Segundo especialistas no tema, o internauta não busca mais apenas a

informação seca ao acessar a grande rede. Como cita a pesquisadora

Pollyana Ferrari, “pode-se adicionar em uma matéria sequências de vídeo,

áudio e ilustrações animadas. Até mesmo o texto deixou de ser definitivo”

(FERRARI, 2003, p. 39). Esse diferencial acaba tornando o conteúdo mais

atrativo, fugindo do padrão considerado engessado pelo internauta. A

importância também é ressaltada pelo editor de interatividade do periódico

norte-americano “New York Time”, Aron Pilhofer, em entrevista concedida para

o jornal “O Globo”. Segundo o profissional, “há uma miríade de oportunidades

para o jornalista achar novas maneiras de contar uma história e trazer os

leitores não apenas para lerem as reportagens passivamente” (PILHOFER,

2010, p. 29).

Para procurar ir além do supracitado, alguns portais mantém em suas

páginas webrádios e webTVs. No caso do portal O Repórter.com, a webrádio e

a webTV não possuem uma programação fixa. Elas sempre são acionadas e

adicionadas na mesma página das matérias, sempre que houver algum

assunto que possa ser repercutido nessas outras mídias. Quando ocorre uma

reportagem em texto sobre seleção brasileira, por exemplo, muitas vezes ela

vem acompanhada de um debate em áudio, chamado podcast, e de vídeos

produzidos pela própria equipe do veículo. Por isso, este estudo analisará a

seguir os prós e os contras dessa convergência.

Ainda sobre o portal O Repórter.com, o site segue os mesmos padrões

de matérias adotados pelos gigantes do setor, o G1, o Terra, o UOL e o iG,

porém, com muito menos recursos financeiros, fazendo com que os

profissionais sejam muitas vezes sobrecarregados. Esse fato levanta a

discussão com relação ao assunto: cabe ao jornalista exercer funções que, a

princípio, caberiam mais profissionais?

Esses são alguns dos apontamentos e reflexões que esse estudo se

propõe. Debruçando-se sobre outras fontes, várias outras reflexões serão

levantadas. A metodologia utilizada é o estudo bibliográfico é documental, com

a presença de ilustrações que procuram demonstrar como os casos citados

são empregados na prática.

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CAPÍTULO I

A INFORMAÇÃO ONLINE

1.1 A Internet como meio de informação

Foi nos anos de 1960 que a internet começou a dar os primeiros passos.

Naquela oportunidade, através de um projeto militar durante a Guerra Fria a

grande rede que conhecemos hoje tomou forma. Era um projeto que visava

garantir a comunicação entre as tropas de segurança dos Estados Unidos da

América.

Muito antes da Internet se tornar popular e os recursos avançarem, as

notícias já chegavam por este novo meio de maneiras bem primitivas. De

acordo com Oliveira e Filho (2001), há registros de que o primeiro veículo a

oferecer conteúdo online tenha sido o jornal norte-americano The New York

Times, em meados dos anos 70. Os especialistas afirmam que, na época, um

serviço criado com o nome de New York Times Information Bank oferecia a um

público pequeno, que possuía raros aparelhos conhecidos como

microcomputadores, os famosos artigos publicados pela versão impressa.

Pouco tempo depois, em 1980, o amadurecimento de um sistema chamado

de CompuServe possibilitou que outros conglomerados de Comunicação

embarcassem em ideias similares. A rede consistia em um serviço que

disponibilizava conexão à Internet através de um servidor próprio,

possibilitando ao usuário utilizar-se, ainda, de e-mails e páginas de debates em

nível internacional. Ela permitia também a troca de imagens entre os usuários,

lançando o formato conhecido como ‘GIF’. Foi aí que um jornal da cidade de

Ohio, chamado Columbus Dispach, disponibilizou todas as reportagens da

versão impressa para aqueles que tivessem computadores e pudessem pagar

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um valor pelas notícias. Mais tarde, o servidor acabou se juntando ao America

Online, o AOL (DIZARD JR., 1998, p. 249).

Segundo Pavlik (2001), o Jornalismo Online só começou a alavancar

mesmo na década de 1990. Com a Internet começando a se consolidar, os

sites eram simples e sem muito brilho, em função da limitada tecnologia da

época. Todos os designers eram parecidos, com as cores de fundo, em sua

grande maioria, cinza ou branco, como mostra uma reprodução das páginas

principais do The New York Times, em 1996, e do San Jose Mercury News, em

1997.

FONTE: Archive.org

1.2 - Os primeiros sites de notícias no Brasil

Um dos mais importantes jornais impressos nacionais, o ‘Jornal do

Brasil’, optou por colocar seu conteúdo na Internet. Isso aconteceu em

1995, acompanhado de perto pelas versões eletrônicas de ‘O Globo’ e da

‘Agência Estado’. Na época, o layout era extremamente simples, com

imagens em resolução baixa, pouco espaço para pequenas manchetes que

também estavam na versão impressa e micro banners de anunciantes,

oriundos também da edição em papel, como mostra a imagem:

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FONTE: Archive.org

No entanto, foi no final da década de 90 que os grandes portais

começaram a fazer um investimento pesado, na medida em que

financiadores estrangeiros demonstraram interesse no ramo. De acordo

com Ferrari, “o mercado passou a preocupar-se mais seriamente com a

integração entre o conteúdo de qualidade, o design acessível e a

viabilidade financeira.” (2003, p.28).

Junto com isso, chegaram os provedores de acesso gratuitos. O

primeiro a oferecer o serviço de conexão à internet sem custos ao cliente

foi o ‘iG’, em janeiro de 2000. O objetivo do grupo era desenvolver um

portal de grande escala, com abrangência não só nacional, como também

internacional, atraindo público em pouco tempo. E o investimento deu certo.

Somente no primeiro mês de criação, o portal atingiu uma marca de 1,1

milhão de páginas visitadas, segundo pesquisa IBOPE NetRatings daquele

ano.

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Página do iG em 2000, ano de lançamento

FONTE: Archive.org

Na medida em que o ano 2000 ia se aproximando, dados da

Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, davam conta de que 3.250

jornais já figuravam na grande rede. A mesma instituição de ensino constatou

que, por outro lado, o tempo inicial de oito segundos era vital para determinar

se o internauta permaneceria ou não naquele veículo. De acordo com o

pesquisador Leonardo Moura, portais cheios de textos e fotos pequenas de

baixa resolução nunca foram bem aceitos pelo público. Isso é visto como algo

que os afasta. “Se o usuário não gosta, não vai ao site. Se é esquecido, não se

estabelece um padrão de funcionamento ou como um exemplo para ser

seguido. Sobrevivem os mais fortes” (MOURA, 2002, p.27). Dessa forma, sites

emergentes espalhados pelo planeta, como o norte-americano Google,

passaram a ampliar seus serviços e atributos.

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Conforme a economia e a oportunidade de negócios foram crescendo, o

mundo virtual passou a ser invadido pelo e-commerce, nome atribuído ao

comércio eletrônico. Os sites de notícias, no final da década de 90 e início dos

anos 2000, passaram a enxergar esse recurso como uma forma mais fácil e

rápida de receber retorno financeiro, principalmente aqueles de médio e

pequeno porte, uma vez que os anunciantes e patrocinadores fixos ainda

relutam em comprar um espaço em um veículo considerado pequeno

(FERRARI, 2003, p.30).

Em contrapartida, a preocupação com a segurança também foi

aumentando, já que as páginas de jornal como o nova-iorquino The New York

Times e a BBC de Londres começaram a sofrer ataques de hackers,

denominados piratas da rede. Com isso, o desafio passou a ser unir o

conteúdo de qualidade, com um serviço rápido, fácil e seguro de navegação.

1.3 - Os jornais impressos na internet

Vários jornais espalhados pelo mundo foram os primeiros veículos de

informação a migrarem para a Internet, na tentativa de consolidação de

mercado e na expectativa de atrair mais leitores para as suas versões

impressas.

As primeiras versões on-line da grande imprensa começaram a aparecer

a partir da década de oitenta, no Estados Unidos, porém o predomínio era o de

jornais acadêmicos, como relata Jeff Boulter (1995), no artigo Online

Publishing: The Past, Present and Future of Electronic Distribution. Para

Boulter, nada mais natural uma vez que os estudantes tinham ferramentas e

conhecimentos necessários para fazer funcionar um jornal digital com recursos

e computadores de alto desempenho e ainda a disponibilidade para pesquisas

e despreocupação com direitos autorais e o lucro.

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O grande impulso, porém, ocorreu nos anos noventa, com os jornais

impressos de prestígio sendo os primeiros veículos de comunicação

tradicionais a migrarem para a nova mídia. De acordo com a jornalista e

pesquisadora Cláudia Quadros (1999), da Universidad de Laguna (Espanha),

os grandes jornais digitais americanos foram os pioneiros na Internet: The

NandO Times (1994), The San Jose Mercury Center (janeiro de 1995),

Washington Post (março de 1995) e The New York Times (janeiro de 1996).

O San Jose Mercury News, desenvolvido no início de 1995 trazia uma

grande inovação, além do acesso aos seus conteúdos do dia, havia a

possibilidade de o leitor interagir com os conteúdos, através de ferramentas de

busca e da navegação, de debater com os jornalistas, através do e-mail e de

participar em fóruns de discussão propostos pelo jornal.

Os europeus seguiram a tendência e diversas empresas de

comunicação espanholas tinham na Rede, em 1995, uma versão eletrônica de

seu diário em papel. Em 1º de abril de 1995, surgiu o diário digital Avui, depois

foram lançados El Periódico de Catalunya e La Vanguardia. No princípio, esses

jornais digitais tinham o mesmo conteúdo de suas versões impressas,

desenvolvendo posteriormente, serviços mais interativos.

A intensificação da mídia digital ocorreu com o surgimento dos

navegadores, que facilitaram o acesso ao usuário. O primeiro navegador ou

visualizador gráfico foi o Mosaic. A partir dele, foram desenvolvidos os

browsers de navegação como o Netscape e o Explorer.

O ano de 1995 marca também a entrada dos jornais brasileiros na

Internet. A primeira iniciativa brasileira de disponibilizar conteúdo na grande

rede partiu de O Estado de São Paulo, que, em 1995, colocou a Agência

Estado na internet, não o jornal impresso que passou a integrar rede mais

tarde, em 1996.

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O primeiro jornal impresso brasileiro a entrar na internet foi o Jornal do

Brasil, em maio de 1995. Seguido depois pelo jornal Zero Hora, do grupo RBS,

em junho do mesmo ano. Vários outros periódicos como a Folha de São Paulo,

O Globo, O Estado de Minas, Diário de Pernambuco e Diário do Nordeste

também disponibilizaram as suas versões impressas na internet.

O crescimento dos diários digitais aconteceu entre 1995 e 1996 e,

desde então, muitos teóricos das mais diversas áreas como Filosofia,

Informática, Comunicação, Sociologia, entre outras, iniciaram uma discussão

sobre a extinção do jornal impresso. Até então, o que se tinha visto eram

jornais impressos disponibilizando seus conteúdos integralmente na Rede.

Alguns jornalistas e especialistas decretavam o fim da “Era Gutenberg”

em duas décadas, outros apostavam que nenhuma tecnologia, pelo menos em

médio prazo, conseguiria superar a comodidade, o conforto e a credibilidade

que o jornal impresso proporcionava aos leitores.

A Internet reacendeu um antigo debate. Na década de 60, alguns

futuristas anunciavam o declínio da circulação dos jornais impressos já com a

chegada da televisão. Erraram nas previsões. A mídia impressa, ao longo do

século XX adaptou-se a chegada das mídias eletrônicas e mesmo com as

crises econômicas enfrentadas ao longo do tempo, como a do papel na

década de 70, conseguiu ampliar o número de exemplares vendidos.

O destaque conquistado pelos primeiros jornais digitais foi obtido através da

exploração das vantagens da Internet, oferecendo muito mais que a

transposição das informações impressas.

Contudo, o número de jornais e revistas na Internet tem proliferado,

numa evolução permanente. Da simples transposição da versão impressa à

ampla utilização do suporte digital, os sites noticiosos brasileiros vêm

incorporando as novas tendências e inovações do setor de editoração on-line.

Atualmente é praticamente impossível mensurar os números sobre a

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quantidade de periódicos eletrônicos brasileiros na web.

A adaptação ao meio on-line não foi fácil. Por um lado, surgiu a

necessidade de se descobrirem as características da linguagem do novo meio

e de se adaptar o discurso jornalístico a essa nova realidade. Por outro lado,

os meios jornalísticos também sentiram a necessidade de modificar seu

quadro profissional e repensar o retorno financeiro capacitando os seus

profissionais para o novo meio. Muitos profissionais migraram para o

jornalismo on-line, contudo o caráter instantâneo deste veículo gerava diversas

discussões entorno da linguagem a ser utilizada, a estratégia de captação do

leitor e a sua permanência neste novo cenário do jornalismo que poderíamos

chamar de mídia digital ou jornalismo digital.

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CAPÍTULO II

A GESTÃO DE UM NOVO PORTAL NO MODELO DE

NOTICIAS

Criado no dia 7 de abril de 2009, dia do jornalista brasileiro, o portal de

notícias O Repórter.com foi lançado no momento em que os grandes sites já

estavam imersos no conteúdo multimídia. Essa foi exatamente a intenção do

jornalista Alex de Souza, editor-chefe do veículo, que tinha a vontade de

atender diversos gostos do internauta, apresentando a notícia em diferentes

tipos de mídia. De acordo com Souza (2012), a missão era trabalhosa e de

longo prazo:

Hoje, é impossível falar em Jornalismo e ficar limitado a texto e fotos. O internauta quer sim o conteúdo simples e rápido, no entanto, também quer ter algo para ver e ouvir, mesmo na internet. Essa busca é extremamente trabalhosa, porém, deve ser adaptada para melhor atender os usuários e crescer em audiência. (SOUZA, 2012).

Atualmente, o veículo abriga 22 editorias, que contemplam variados

assuntos do cotidiano brasileiro e internacional, passando por questões

artísticas, culturais e esportivas. De acordo com estatísticas do Google

Analytics, o maior número de acessos do portal vem de homens que possuem

apenas o Ensino Médio como nível de escolaridade e têm entre 25 e 34 anos e

45 e 54 anos. Estima-se, ainda, que Rio de Janeiro e São Paulo sejam as

cidades que mais acompanham as publicações.

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Fonte: Google Analytics 2011.

O crescimento do portal em termos de audiência ocorreu de modo

gradual e bastante significativo ao longo dos seus três anos de existência. No

mês de lançamento, o site registrou apenas 2.719 acessos, fechando o

primeiro ano com um total de 1.909.202 pages views. Um ano depois, a

visibilidade cresceu mais de dez vezes, atingindo um total de 11.054.285

páginas visualizadas. Em 2011, com a medição realizada pelo Google

Analytics até o mês de agosto, o recorde já havia sido batido, totalizando

13.344.481 page views.

Segundo Souza (2012), o aumento na audiência não ocorreu por um

acaso. Ele destaca que, com o tempo, o slogan “informação de verdade na

internet” foi tomando forma, na medida em que a notícia correta e de

credibilidade atraiu populares buscadores e agregadores de notícias, como o

Google News, que frequentemente adiciona os endereços das matérias do

portal na página principal do sistema. Além disso, veículos de outros países

costumam usar O Repórter como fonte, citando o devido crédito em suas

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matérias. Por fim, o uso das redes sociais é considerado o ponto mais efetivo.

“Quando colocamos o endereço das matérias no Twitter e no Facebook, a

audiência daquela publicação sobe muito significativamente. O mesmo serve

para os vídeos, quando colocados no Youtube” (SOUZA, 2012).

Reprodução: O Repórter - 2012

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Reprodução: Clarín - 2011

Reprodução: Google News – 2011

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A página principal do site é diagramada na resolução 800 x 600, em

quatro colunas (contando com o menu vertical). Além da chamada principal, o

veículo exibe quatro chamadas curtas, apenas com o texto, e destaca três

editorias rotativas com pequenas fotos e textos. Existe, ainda, um slideshow

que alterna entre três e seis reportagens. Logo abaixo, as últimas notícias são

exibidas em ordem decrescente de postagem, ao lado da previsão do tempo,

em vídeo, reproduzida do portal Climatempo. Há também uma enquete, com

assuntos relacionados aos assuntos em evidência no momento.

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Reprodução: O Repórter – 2012

Atualmente, o conteúdo multimídia do portal é produzido pela própria

equipe de repórteres e por agências parceiras. Todos os vídeos estão

hospedados no canal do site no YouTube, enquanto os podcasts são

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adicionados através de um player chamado podomatic. Ambos são publicados

na própria página de notícias, através das editorias apropriadas. Segundo o ex-

editor Néstor Beremblum (2012), os vídeos de maior destaque são colocados,

ainda, na editoria TV Repórter, que serve como uma espécie de portfólio. Ele

declara que:

O ideal, nas condições atuais do portal, é ter ao menos uma reportagem em vídeo por semana. Esse é o objetivo que entrará em prática a partir de abril de 2012, quando O Repórter passará por uma grande reformulação. Enquanto isso não acontece, a transição é feita gradualmente, com equipes de vídeo sendo enviadas aos eventos de grande repercussão no Rio de Janeiro, como o Rock in Rio, e acontecimentos marcantes, como a visita do presidente norte-americano Barack Obama ao Brasil e a tragédia na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo. (BEREMBLUM, 2012).

Reprodução: Vídeo de O Repórter – 2011

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Reprodução: Podcast O Repórter Esportivo – 2011

Prevista para abril de 2012, quando o portal completará três anos no ar,

a reformulação acontecerá para repaginar a parte gráfica e, ainda, deixar a

parte multimídia mais visível para o público e com mais destaque internamente.

Souza relata que a ideia é mudar o layout para a resolução 1024 x 768, mais

comum nos monitores de hoje em dia e passar o menu para cima, em

horizontal, agrupando editorias com assuntos semelhantes. Além disso, haverá

um espaço reservado, ainda na página inicial, para o último vídeo produzido

pela TV Repórter e o último podcast. Serão selecionados também cerca de

sete colunistas, que escreverão artigos e gravarão imagens e áudios a respeito

de temas específicos, que estão atualmente em estudo. Já a galeria de fotos

terá um sistema mais moderno, com espaço na home.

A intenção é reforçar o conceito de portal, atualizando o sistema para que esteja apto a aceitar os recursos mais modernos existentes na web, usados pelos grandes portais, melhorando a usabilidade e destacando o conteúdo multimídia produzido e editado pelo portal. (SOUZA, 2012).

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Já com relação aos profissionais que atuam no portal, todos se

encaixam no conceito de profissional multimídia, uma vez que quando alguém

sai para uma reportagem externa, cabe a ele registrar o fato em forma de

texto, foto e, quando possível, em áudio e vídeo.

2.1 – A mídia digital / Entendendo e gerindo o conteúdo A digitalização consumará o casamento entre a televisão, os

computadores e os telefones, o que possibilitará a comunicação impessoal

com qualquer um, em qualquer lugar e a qualquer hora. Eventos, ideias e

inovações serão compartilhados quase que simultaneamente à sua ocorrência

acelerando grandemente o ritmo e até a aceitação da mudança, sempre de

forma racional.

O Jornalismo Digital compreende não apenas o fornecimento de notícias

em redes de computadores, pois algo semelhante já acontecia há tempos atrás

com o teletipo ou boletins por fax. Agora existe a possibilidade da interlocução

do leitor com o jornalista e vice-versa. O que era uma via de mão única passou

a ser bidirecional. Criou-se, portanto, uma nova esfera de discurso que não

ficará limitado aos jornais e revistas, ao contrário, nenhuma comunicação via

internet fluirá se não houver uma possibilidade de retorno desta informação.

2.1.1 Linguagem

O grande desafio do jornalismo on-line é a procura de um formato

específico de comunicação. A discussão sobre a linguagem a ser adotada pelo

noticiário on-line tem sido bastante polêmica. No início pensava-se que a

notícia deveria ser breve e objetiva. Nota-se, porém, que os jornalistas de sites

de informação adotaram o estilo noticioso do rádio de notas curtas e que vão

sempre direto ao ponto. Contudo, ainda não há uma linguagem específica para

o meio digital. A transição do texto impresso para o eletrônico promete criar

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uma mudança radical na maneira como se acessa, se lê e se entende a

informação.

Existem problemas significativos para a convergência das mídias. A

Web continua baseada na mídia impressa, com fotografias, artigos, textos e

gráficos. A Internet está definindo o modo de fazer jornalismo e ainda

experimentando a incorporação de novos recursos sem necessariamente

indicar o abandono do modelo antigo proposto pelos jornais impressos.

Enquanto o formato definitivo não vem, a internet depende do receptor,

pois as informações são apenas disponibilizadas, aguardando que o usuário as

acesse num movimento ativo. Portanto, não se trata de escolher entre

programações pré-estabelecidas ou páginas com roteiros pré-determinados,

mas sim procurar e acessar qualquer informação ou serviço, na ordem e no

momento desejado.

Para dialogar com a liberdade de navegação dos usuários, o jornalismo

on-line acaba assimilando profundamente alguns princípios de marketing e

publicidade, utilizando estratégias persuasivas na estrutura dos websites e nas

chamadas das notícias, planejando apelos visuais que exploram a

impulsividade dos leitores e tentam conquistar suas atenções, tudo para fazê-

los visitarem a vasta rede de páginas através dos hiperlinks, que nada mais

são do que referências que ligam um documento a outras partes da

informação.

A interatividade deve ser amplamente explorada na web, através de e-

mails, fóruns, chats e newsletters, para que o usuário faça parte do processo

jornalístico, afinal, é a ele que se destina o conteúdo editorial.

Para o marketing, não há nada melhor do que conhecer o consumidor e

seus desejos, e neste aspecto a internet possibilita a interação do meio com o

receptor como nenhuma outra mídia é capaz de fazer.

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A facilidade de utilização do e-mail e principalmente das redes sociais,

que conferem velocidade de transferência das mensagens fazem dessas

ferramentas um meio muito mais eficaz de feedback do que as antigas cartas à

redação. Isto significa que os jornalistas podem conhecer melhor o seu público,

a partir de uma interação muito mais próxima e imediata. As matérias e

reportagens podem vir a refletir mais de perto os interesses e valores dos

leitores.

A popularização do newsletter é uma realidade. É um sistema de mala-

direta onde as notícias são enviadas aos leitores, em lugar de esperar que eles

às procurem. Para receber o newsletter, o usuário só precisa cadastrar seu e-

mail no site de notícias, especificando quais assuntos são de seu interesse.

Desta forma, o webjornal enviará por e-mail um pacote de notícias

selecionadas, inserindo inclusive, publicidades adequadas ao perfil das

notícias.

2.1.2 - Formato e Estratégia

Existem quatro tipos de conteúdo on-line. O primeiro é o conteúdo

estático, onde qualquer informação que não está sujeita à mudança deixa de

sofrer uma atualização esporádica e eventual. É, por exemplo, o expediente do

jornal on-line ou a política de privacidade adotada pelo site. O conteúdo

dinâmico está presente na seção de últimas notícias, atualizadas quase que

minuto a minuto, nas notícias antigas, reportagens e artigos publicados

diariamente, nos links e nas referências disponibilizadas para os usuários.

O conteúdo funcional é dado principalmente por menus e barras de

navegação. O conteúdo interativo estimula a interação com os usuários, com

fóruns e salas de bate-papo.

O hipertexto é o formato usado para se escrever na web. Ele altera as

relações de leitura e, portanto, o discurso também deve ser alterado. Esta nova

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escrita eletrônica subverte a leitura linear que normalmente se faz no impresso.

A navegação pelas páginas da Web é feita de forma caótica, com idas e

vindas, O usuário escolhe a ordem em que prefere acessar o conteúdo

disponível na rede, entretanto, saindo e retornando aos sites quando bem lhe

convém. Assim será a leitura de notícias na Internet, de forma caótica. É

necessário que se pense sobre esta ótica ao fazer um site jornalístico.

Em geral, os recursos utilizados são oriundos dos jornais impressos e as

editorias voltam a fazer parte a realidade das redações virtuais. A organização

do site em estruturas lógicas compreensíveis faz-se fundamental para que o

leitor não se perca e parta em busca de outro endereço eletrônico.

“Não há sentido em querer reinventar a roda. Escrever para a Internet é diferente de escrever para o jornal, mas nem tanto. As técnicas já consolidadas do texto jornalístico não devem ser desprezadas. Os conceitos de lide, sublide, pirâmide invertida, titulação, chamada devem ser repensados à luz da Internet. A estratégia do jornalismo on-line para prender a atenção do internauta deve ser pautada pelo hipertexto.” (PINHO. 2003, p. 113)

Um site de sucesso pode ser localizado exatamente na interseção de

quatro valores estratégicos e de quatro valores táticos. Os valores estratégicos

presentes num site são a identidade que está relacionada com os esforços de

construção de marca, o impacto, audiência e a competitividade, todos eles

importantes a longo prazo. A identidade ou a identificação do usuário permite

que se saiba em que ponto do site o visitante está navegando.

O impacto é obtido ao se dar às pessoas algo que possam falar,

comentar. Novos visitantes serão atraídos pela gama de oferta de novidades.

A Audiência por sua vez, pode ser entendida como reflexo da

capacidade de satisfação do usuário ao que encontra de conteúdo. E a

competitividade corresponde a características que mantém o site a frente da

concorrência, exigindo sua atenção constante e cuidados especiais com o

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texto, restringindo o uso de adjetivos e observando a correta utilização

gramatical. Isto posto, a edição torna-se sobretudo um fator de sucesso.

2.1.3 - A Audiência e o leitor

A cada ano a Internet vai quebrando paradigmas e se superando em

termos de audiência. A revolução tecnológica tem números promissores.

Existem hoje, no mundo, mais de 472 milhões de pessoas ligadas a internet4.

Os Estados Unidos lideram o ranking com 205 milhões, seguido por Japão,

com 73 milhões e Alemanha com 48 milhões. Apesar da população brasileira

estar estimada em 187 milhões de pessoas, o Brasil apareceu em sétimo lugar

com pouco mais de 21 milhões de usuários conectados a Internet, 12 por cento

de penetração nos domicílios, o que confere um aumento bastante tímido em

relação ao ano anterior(2005), 20 milhões.

As últimas notícias divulgadas, no entanto revelam que o Brasil está

muito aquém do que poderia conquistar. Seria esta mais uma oportunidade

para rever as previsões de que o impresso vai se extinguir?

“Cerca de 30 milhões de brasileiros possuem pelo menos um computador em casa, mas outros 84 milhões jamais usaram um aparelho como este, diz um estudo divulgado. O relatório, elaborado pelo Comitê Gestor da internet no Brasil, também diz que no 66% dos 30 milhões de casas com pelo menos um computador contam com acesso à rede mundial. A informação mais importante, segundo os autores do estudo, é a que revela a "enorme exclusão digital" Que ainda persiste no país, pois 84 milhões de pessoas, que representam quase metade da população do país, jamais tocaram em um computador”.

A partir desde cenário é possível afirmar que o mercado a internet é

bastante promissor nos próximos anos.

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2.1.4 – O profissional jornalista na mídia on line

As mudanças no jornalismo e indústria da informação ocorreram de uma

maneira tão veloz, que se torna uma tarefa cada vez mais desafiadora

assimilar por completo novos processos e tecnologias.

O novo cenário coloca em questionamento o perfil e o papel do

jornalista neste final de século. Mas quem é o jornalista digital? A resposta

provoca debates no mundo inteiro, que acabam por suscitar novas questões

concretas e complexas, próprias deste período de transição: Jornalista ou

comunicador digital? Até onde vamos? Como considerar o jornalista que

trabalha em um meio de comunicação tradicional e que apenas introduz este

conteúdo na Web? No que ele é diferente daquele profissional que recompila,

esquadrinha, resgata a informação entre os fóruns de notícias, newsgroups,

páginas Web e contatos pessoais para criar conteúdos novos? Qualquer

pessoa pode ser um jornalista na Internet?

Muitos são os termos empregados para o profissional que trabalha no

cenário da nova mídia: ciberjornalista, gestor da informação, infomista,

tecnojornalista, provedor de conteúdo, comunicador digital, jornalista em Rede,

jornalista on-line, entre outras terminologias. Embora neste trabalho usa-se os

termos jornal digital e jornal on-line como sinônimos para designar as

publicações na Internet.

O jornalista em Rede rompe com a comunicação linear e unidirecional

entre emissor e receptor. Ele está imerso em um mar de informações e

interconectado a fontes, jornalistas, receptores criando e consolidando novas

rotinas de trabalho, próprias de um processo comunicação multimídia,

multilinear e interativo.

São atividades inerentes do jornalista a seleção, hierarquização,

descodificação, contextualização e interpretação da informação. O jornalista

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como o profissional responsável pela investigação, análise e relato de fatos,

históricos ou factuais, numa narrativa não ficcional. O que pode diferenciar o

jornalista dos demais profissionais envolvidos na comunicação é a

responsabilidade social, que se baseia na liberdade e independência da

informação e no direito dos cidadãos de receber informações plurais e

verdadeiras em uma sociedade democrática. Essas informações são obtidas e

disseminadas a partir da aceitação explícita de um código de ética e aplicação

de um conjunto de normas.

Na jornada Puertas Abiertas sobre jornalismo digital, promovida pelo

Grupo de Periodistas Digitales da Espanha, em novembro de 1999, Carles

Puigdemont (1999), diretor da Agência Catalã de Notícias, definiu este

profissional como todo aquele jornalista que trabalha em um meio eletrônico ou

que trabalha em um meio convencional e que utiliza a rede como fonte de

informação, mas que se especializa em assuntos referentes ao mundo digital.

Para Puigdemont (1999), em um futuro bem próximo, todos os jornalistas

utilizarão a Rede para obter e publicar informações, e o que diferenciará o

jornalista digital não será a utilização do meio, mas o conteúdo abordado por

ele. É previsível que todos os jornalistas tornem-se digitais, da mesma forma

que a grande maioria não vai mais para a rua. O telefone, o fax e agora o e-

mail são as ferramentas mais utilizadas para a apuração, um erro. Porém, uns

poderão trabalhar seguindo rotinas jornalísticas clássicas adaptadas e

evoluídas para o meio digital. Outros poderão trabalhar em Rede, criando e

consolidando novas rotinas, próprias deste novo processo comunicação.

Uma rotina que, na perspectiva de Antônio Nuñez Aldazoro, da

Universidade da Venezuela, exigirá um profissional multifuncional e flexível,

“uma espécie de Blade Runner da informação, que faz a pauta, busca os

dados, faz a entrevista, fotografa, filma, assiste a eventos e disponibiliza a

informação, tudo através da Internet” (Aldazoro, 1999, p.2).

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Nora Paul (1995), vinculada ao Media Point Institute, um dos mais

renomados do mundo na área de jornalismo e comunicação, antecipa o

nascimento de um profissional completamente novo: o especialista na busca

de notícias assistida por computador, cujas funções combinam atribuições de

investigação, jornalismo e documentação. Para Victor Puig (1999), produtor do

Excite Espanha, o termo identifica o profissional que obtém e elabora a

informação através de meios digitais, gerando conteúdos que logo colocará em

meios digitais, sejam eles online (Internet) off-line (cd-roms).

Cristina Ribas, diretora do Diário de Barcelona, concorda com este

conceito, mas alerta que a obtenção, elaboração e publicação de informações

precisam obedecer a um conjunto de normas, que caracterizam o jornalismo e

que conferem à informação uma espécie de selo de qualidade. Caso contrário,

pode-se encontrar qualquer coisa na Internet que se caracterize por digital e

por manipulação da informação, mas que não pode ser considerado um

trabalho jornalístico (Ribas, 1999). Esta é também a opinião de Leah Gentry,

editor do Los Angeles Times, que insiste que o jornalista digital deve se agarrar

aos valores e regras aplicados à mídia tradicional, fazendo reportagens e

edições consistentes, checando as informações, relacionando os fatos, além

de um texto bem escrito e interpretativo.

“Afinal, trata-se de jornalismo e não de um estúpido truque tecnológico”

(Gentry apud Harper, 1998, p. 48). Com base nos diversos autores

pesquisados, consideramos jornalista digital, o profissional que pesquisa,

seleciona, analisa, sintetiza, contextualiza, interpreta e provê informação ao

público, utilizando as novas tecnologias de comunicação, criando uma nova

rotina de trabalho e elaborando conteúdos diferenciados, que explorem as

características multimídia, hipertextual e interativa do novo meio.

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A importância do jornalista na nova mídia, onde o próprio leitor pode

selecionar e publicar as informações, pode definir o que é ou não notícia,

segundo interesses e critérios individuais e pode, ainda, interagir diretamente

com as fontes, a carreira jornalística estaria ameaçada?

A mesma mídia que democratiza o acesso, pode também desorientar e

transformar-se num fardo para o leitor. A quantidade de informações disponível

na Internet aumenta de forma exponencial a cada dia, ampliando a

necessidade de um profissional capaz de selecionar, hierarquizar, interpretar e

contextualizar os fatos, separando o que é realmente relevante do que é

supérfluo, inexato e redundante. Essa atividade, inerente ao jornalista,

imprimirá às informações o valor da credibilidade, que se tornará um grande

diferencial dos produtos oferecidos na Rede (Squirra, 1998; Zanatta, 1998;

Singer 1999; Ribas 1999).

É muito fácil reproduzir a informação na Internet. O difícil é encontrar

uma informação específica e de qualidade; interpretá-la de um ponto de vista

particular, segundo necessidades específicas e garantir a confiabilidade das

fontes. Esse é um diferencial de qualidade procurado por todos que consomem

informação, seja no rádio, televisão e mídia impressa. Não será diferente com

milhões de internautas.

“O jornalista precisa ter vocação e viver em estado de curiosidade. Não

pode ser um fatalista e cruzar os braços pensando que as coisas acontecem

quando têm de acontecer. Poucas atividades exigem mais iniciativa do que a

sua. Os fatos ocorrem independentemente de sua vontade, mas a descoberta

depende do seu esforço de imaginação. É preciso gostar do que se faz”.

(AMARAL, 1978. p.30).

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CAPÍTULO III

NOTÍCIAS X AUDIÊNCIA X PUBLICIDADE

Como pudemos perceber ao longo deste trabalho, o principal produto de

O Repórter é a notícia e, é exclusivamente através dela, que se origina a

receita que movimentará toda a estrutura do portal.

A notícia que é publicada nas páginas de O Repórter chega através de

colaboradores diretos e indiretos. Os diretos, que são repórteres, editores e

fotógrafos, obedecem às regras impostas pelo sistema de trabalho do site,

onde as notícias são apuradas e depois de checadas são lançadas por um

sistema de gerenciamento de conteúdo, o qual faz a notícia aparecer para o

leitor-internauta. Os colaboradores indiretos são as agências nacionais e

internacionais de noticias que complementam o conteúdo produzido pela

equipe do portal. Ainda há ‘O Repórter é Você’ um sistema em que o próprio

leitor do portal envia a sua notícia para ser analisada pelos editores, que

checam a veracidade das informações recebidas, verificam se o conteúdo se

encaixa com as diretrizes do portal e ainda se a informação é de interesse

público. Só então, depois desse crivo de editores, a notícia aprovada é postada

no gerenciador para aparecer em uma das editorias do portal.

Todo o comprometimento com a apuração da notícia e a qualidade do

conteúdo interfere diretamente na audiência de um portal. Principalmente

quando é um portal de notícias jornalísticas e que tem como principal produto a

notícia. O comportamento com o tratamento da informação incidirá diretamente

na audiência. É ela, a audiência, que despertará o interesse de anunciantes e

investidores, sem deixar de estar atrelada à qualidade do produto que se quer

vender, a notícia.

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3.1 – A notícia O produto a ser gerido pelo portal O Repórter é a notícia. Negroponte* traça

um perfil da informação e afirma que a melhor maneira de avaliar os méritos e

as consequências da vida digital é refletir sobre a diferença entre bits e

átomos. Traduzindo esta afirmação pode-se concluir que a informação que

temos, muitas vezes não é a informação que precisamos. Ela deve ser aberta

ao aprofundamento e o bit permite isso. Ele chega a dizer que um bit não tem

cor, tamanho ou peso, com isso é capaz de viajar a velocidade da luz. O autor

quer mostrar que na internet não existem fronteiras.

Apesar do tratamento da notícia ser dada de forma distinta desde a

invenção da prensa por Gutemberg até os dias de hoje, com o advento da

Internet, informar-se é algo extremamente fundamental.

“A imprensa é uma só: divulgação de notícias. Através dos tempos o que mudou foi a maneira de fazê-lo. Começamos com o prelo de Gutenberg e a partir daí fomos evoluindo. (...) O avanço tecnológico não pára. Ao contrário, avança cada vez mais, velozmente. A notícia é sempre a mesma. Ontem e hoje. Podemos usar qualquer meio para divulgá-la, mas ela será sempre a mesma. Choveu ontem é o fato, a notícia. Como contá-la é que muda.” (LEMOS, Carlos – Jornalismo Ontem e Hoje. 2006. p. 17.).

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3.1.2 – A audiência

Um relatório feito pela Forrester Research, e publicado pelo site AdAge

revela que os sites de mídias sociais e vídeos on-line contam com mais

audiência que TV no Brasil. Hoje, a adoção da web como principal meio de

informação e entretenimento é de 48%, e a previsão é que em 2016, esse

número alcance a marca de 57%.

O relatório consultou 4.020 pessoas maiores de 18 anos e com acesso

à web em 22 cidades brasileiras. O estudo foi feito em novembro de 2011, e

procurou observar o comportamento dos internautas. Os brasileiros gastam

aproximadamente 23,8 horas por semana na Internet, e assistem apenas 6,2

horas de TV. Nesse período conectado, os brasileiros gastam 89% do tempo

nas mídias sociais, e nesse grupo, 81% usam regularmente o Facebook, e

63% são de usuários do Orkut.

Há tempos que o interesse na Internet e em notícia expressa e on line

vem crescendo e tomando proporções inimagináveis. Em 2006, uma pesquisa

do Ibope/NetRatings já apontava o aumento do interesse dos internautas pelos

sites de notícias. O número de internautas brasileiros que acessou ao menos

uma vez sites de informações jornalísticas, meteorologia ou mapas cresceu

26,77% em janeiro daquele ano sobre o mesmo mês do ano anterior, 2005. O

crescimento foi duas vezes maior que o da própria internet no período, ainda

de acordo com a pesquisa do Ibope/NetRatings.

Em janeiro de 2005, 5,304 milhões de usuários navegaram para ler

notícias. Um ano depois, esse número já saltava para 6,724 milhões. Enquanto

isso, os usuários únicos da internet subiram 12,9% para 12,036 milhões. Só as

notícias jornalísticas, que englobam as notícias de portais, registraram um

avanço de 24,4% em 12 meses. E se naquela oportunidade o crescimento era

latente, agora em 2012, o cenário é ainda mais oportuno. Com a banda larga

em pleno desenvolvimento, os usuários começam a navegar por mais tempo e

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conquistar experiências ainda mais enriquecedoras, com a informação

correndo a todo vapor.

A última pesquisa publicada do IBOPE Nielsen Online sobre a audiência

dos sites de notícia foi registrada em 3 de dezembro de 2010 e apontava

novamente o crescimento dos sites de notícias, com destaque para os portais

que focavam em viagens e automóveis.

Em outubro de 2010, a categoria que mais cresceu percentualmente em

número de usuários únicos, segundo o IBOPE Nielsen Online, foi Automotivo,

com evolução de 9,8% em relação ao mês anterior. Foi seguida por Viagens e

Turismo, com aumento mensal de 7,5%, e por Governo e Entidades sem Fins

Lucrativos, com 6,5%.

Por causa da procura por informações sobre a eleição, também

cresceram em outubro os sites de notícias. A subcategoria Eventos Correntes

e Notícias Globais atingiu 27,5 milhões de usuários únicos no trabalho e em

domicílios, equivalente a 66% do total de usuários ativos de outubro.

Considerando somente a navegação em casa, navegaram em sites de notícias

19,2 milhões de pessoas, ou 59% dos usuários domiciliares, índice superior ao

de anos anteriores.

A demanda por notícia on line existe e é crescente como aponta as

diversas pesquisas de uns dos institutos mais importantes do país, o IBOPE.

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Contudo, a estratégia para conquistar a audiência para um portal é um tanto

quanto complexa e exige um passo a passo, que se ignorado poderá

comprometer todo o projeto de um portal de notícias, neste caso O Repórter.

E para o portal em questão, a fórmula básica está na apresentação de

um bom designer gráfico, que nada mais é do que o formato do site que o

internauta verá na tela de seu computador, uma plataforma de gerenciamento

de notícias e publicidade, bons repórteres, redatores, fotógrafos e a

disponibilização do conteúdo produzido de acordo com o interesse dos leitores.

A audiência cresce na medida em que as demandas dos internautas são

atendidas e ainda quando o site está alinhado aos serviços dos buscadores,

porta pela qual grande parte da audiência é relatada.

Um artigo publicado pela PCWorld em 30 de dezembro de 2009

procurava indicar metas e prioridades para que a audiência de um site

pudesse crescer.

De acordo com o estudo realizado pelo especialista em web Jakob

Nielsen, do qual o artigo da PC World se baseou, mais de 90% dos usuários

não olham além da primeira página dos resultados de buscas.

A partir desta conclusão a PC World fundamentou um passo a passo

com cinco dicas para que a audiência de um site pudesse crescer, a saber: 1)

Determinação de metas, prioridades e medições; nesta questão certas

perguntas deveriam ser respondidas como: quais são as necessidades de

negócios atuais? Quais produtos ou serviços são os mais importante para

promoção no momento? O que você quer dos visitantes do seu site?

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Palavras-chave para os serviços de busca como o Google; aqui o

administrador de um site de notícias deve ter em mente que nem sempre o seu

internauta entrará direto em seu site ou na em uma matéria específica. Ele

poderá chegar até o site por buscadores e as palavras-chave são importantes.

Google, março/2012

É realmente necessária a utilização de palavras-chave eficazes que

tornem o site mais visível aos buscadores, mas não se deve ignorar de forma

alguma a utilização das redes sociais, cada vez mais presentes na rotina do

internauta brasileiro.

A notícia enviada através das redes sociais mais utilizadas no país como

Facebook, LinkedIn, Twitter e Orkut são bastante eficazes na multiplicação da

audiência e uma ferramenta indispensável atualmente. Seguindo esses

parâmetros, o site deve facilitar o trabalho dos buscadores e com isso melhorar

a experiência de navegação do internauta, aumentando desta forma a

audiência que a publicidade espera encontrar.

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Facebook/siteoreporter – Março/2012

Twitter.com/o_reporter – Março de 2012

3.1.3 – A qualidade da audiência transformada em publicidade/receitas Pelo que foi visto até aqui, é de notória percepção o crescimento

vertiginoso da audiência que os sites noticiosos têm conquistado nos últimos

cinco anos. No caso específico de O Repórter, objeto deste trabalho, o

crescimento se deu numa curva ascendente de três anos, uma vez que o

portal já nasceu em meio a evolução da internet, do acesso em banda larga

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cada vez mais eficaz e no boom das redes sociais. Agora, a pergunta gira em

torno de como buscar receita para a manutenção de todo o trabalho investido

na produção e difusão da notícia? Como buscar recursos para manter a

qualidade e a audiência crescente do trabalho de informar na grande rede?

Recorrendo aos dados do IBOPE Media, publicado na página da

instituição na internet em 19/01/2012, é possível ver que os investimentos em

mídia cresceram no ano de 2011 16% em relação ao ano anterior e a internet

aparece como um destaque positivo.

A TV aberta ainda recebe o maior volume de publicidade, com 53% do

total. A internet, que nos últimos três anos apresenta crescimento acima da

média do mercado, já aparece como uma participação consolidada de 6%,

onde o percentual dos portais de notícias que recebem esses investimentos é

bastante considerável.

IBOPE Media - 19/01/2012

Ainda de acordo com o estudo do IBOPE, entre os mercados que

recebem mais investimentos, o destaque vai para as praças do Interior de São

Paulo, Fortaleza e Brasília, que crescem respectivamente 22%, 20% e 19%.

“Isso é resultado do aumento do poder aquisitivo da população nestas regiões,

o que levou as empresas a anunciarem mais”, explica Melissa Vogel, diretora

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de marketing para América Latina do Monitor. São Paulo, no entanto, é a

região que concentra as maiores verbas, R$ 25,2 bilhões.

O cenário da publicidade na internet acima contempla os grandes

grupos de comunicação, incluindo os portais de grande porte. Blogs, sites e

novos portais ainda estão fora desta fatia do bolo da publicidade que cresce a

cada ano. A monetização desses sites vem de forma alternativa, através de

programas de afiliados que, na maioria das vezes, garantem a subsistência

desses sites.

Há diversos tipos de programa de afiliados, entre eles: CPC, CPA e

CPM. Cada um desses tipos geram um certo tipo de retorno para o usuário. O

CPC, ou Custo por Clique, gera um retorno sempre que uma pessoa clica em

um link do programa de afiliados; O CPA, ou Custo por Ação, gera um retorno

sempre uma pessoa comprar um produto ou serviço dentro de um programa; O

CPM, ou Custo por Mil, gera um lucro a cada mil banners expostos no site do

afiliado.

No programa de afiliados, o gerente do site não precisa negociar

diretamente com as empresas anunciantes. O site do programa gerencia toda

a ação, bastando que o editor disponibilize o anúncio da empresa interessada

em seu próprio site. O programas de afiliado mais conhecido é do Google,

chamado Adsense e, mesmo no Brasil, paga em dólar.

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Nos programas de afiliados como o do Google, quanto mais acesso o

site adquire, mais visibilidade o anúncio do cliente alcança. Consequentemente

o site onde a publicidade aparece tem sua receita ampliada.

O REPÓRTER – Março /2012

O programa de afiliados não é a única forma de receita de um site de

notícias, apesar de ser bem eficiente e menos trabalhosa, uma vez que os

editores não negociam diretamente com as empresas anunciantes, há ainda o

anúncio direto, aquele negociado em qualquer agência de publicidade. Mas

como alertado anteriormente, depende quase que exclusivamente do interesse

da empresa interessada em investir diretamente num site específico.

Ao contrário de O REPÓRTER que estará totalmente reformulado no dia

7 de abril de 2012, para oferecer outras plataformas de publicidade, o primeiro

site de notícias brasileiro na Internet, o Jornal do Brasil, contempla desde

setembro de 2010, quando extinguiu a sua versão de papel e migrou

totalmente para a internet, os dois tipos de publicidade: afiliados e direta.

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O Jornal do Brasil disponibiliza ainda em sua página na internet um

chamado midiakit, que reúne os principais valores de publicidade de venda

direta para as empresas que se interessarem em anunciar de forma direta.

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Outra possibilidade de receita para os sites, blogs e portais de notícias

são os projetos editoriais e projetos de marketing.

Em dezembro de 2011, O REPÓRTER lançou o projeto Pernambuco,

onde viajou a convite do governo local para contar as belezas de Recife,

Olinda e Porto de Galinhas. Além de render ao portal visibilidade junto aos

seus leitores, despertou o interesse da publicidade local, de outros estados e

empresas e cumpriu desta forma o círculo virtuoso buscando a qualidade do

conteúdo, para aumentar a audiência transformando o portal num canal

interessante para a publicidade.

O REPÓRTER.COM – Dezembro de 2011

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O jornal carioca O Globo também utiliza de projetos editoriais em seu

expediente para a busca de receitas. Batizado como Projetos de Marketing

está disponibilizado na página inicial do site.

As possibilidades de publicidade com a internet parecem ser infinitas,

especificamente com os portais de notícias, cuja a matéria prima não cessa.

Como afirmamos no início do capítulo, com a ajuda do relatório da

Forrester Research, o cenário é animador com as previsões de crescimento

até 2016 e os modelos de publicidade também não ficam para trás, já que o

formato mobile, que permite uma navegação mais amigável na tela do celular e

dos tablets, também começarão a apresentar seus atrativos para a

publicidade.

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Pesquisa da Forrester revela que no Brasil, a audiência da web é 3 vezes maior que a TV

Ao vislumbrar o futuro, e ainda com o auxílio do estudo da Forrester, há

outro fator que contribui para o crescimento on-line, que é a redução do valor

dos aparelhos e pacotes de dados na telefonia móvel. O Brasil tem 19 milhões

de smartphones ativos, e a metade deles foram comprados nos últimos seis

meses. Versões alternativas de smartphones estão chegando ao mercado

nacional, para compensar o elevado preço de um iPhone ou BlackBerry. São

milhões de pessoas que no Brasil ainda estão fora do bolo da internet e que

chegarão nos próximos meses.

A pesquisa da Forrester conclui que apenas 40% dos brasileiros

conectados estão acessando a web móvel regularmente, gastando apenas 2,2

horas de acesso semanal por dispositivos móveis e isso tende a mudar,

juntamente com o mercado de publicidade.

Ainda é possível afirmar que os grandes eventos, como a Copa do

Mundo, as Olimpíadas, a Jornada Mundial da Juventude, entre outros, farão

multiplicar a audiência dos sites de notícias e obviamente as oportunidades de

negócios.

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CONCLUSÃO

.

Pode-se perceber que a gestão de um portal de notícias requer atenção

a diversos fatores além da inserção de reportagens e de um conteúdo

diferenciado.

A administração se inicia no foco ou linha editorial que o portal escolhe,

passando pelos profissionais responsáveis pelo conteúdo editorial. Aliado a

isto, é importante observar ainda às técnicas que fazem o redator utilizar

palavras-chave para que os motores de busca possam oferecer aos seus

usuários o trabalho desenvolvido por jornalistas, neste caso de O REPÓRTER,

o que incidirá diretamente no crescimento da audiência para, mais adiante,

despertar o interesse da publicidade.

Em função dos avanços tecnológicos, os portais procuram ainda as

ferramentas mais eficazes para lançar um conteúdo interativo e de fácil

acesso, com formatos e designers mais atraentes para uma melhor

experiência de navegabilidade.

O REPÓRTER, objeto deste estudo, está no caminho indicado pelas

pesquisas e pelo desenvolvimento dos sites e portais que já estão há mais

tempo no mercado on line.

Apesar de cada portal ter a sua característica própria, com estilos de

trabalho e fins editoriais específicos, todos buscam o mesmo objetivo: oferecer

a notícia ao usuário da forma mais atrativa possível e transformar seus

acessos em receita para manutenção e investimentos no próprio portal.

O estudo descrito nesta monografia procurou analisar como os portais

de notícias na internet conseguem enfrentar os desafios de acompanhar as

inovações da tecnologia, e ainda, com a cultura do gratuito na grande rede

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descobrir formas de receita que mantenham o trabalho de informar com

qualidade.

Os programas de publicidade afiliados, como o Adsense do Google, são

importantes aliados da receita de um site mas, além disso, a publicidade direta

e os projetos editoriais e de marketing não devem ser desprezados, pois

muitas vezes acabam tornando-se as principais fontes de renda/receita que

garantem a sobrevivência de um portal.

Vimos ainda que a publicidade na internet e nos portais de informação

cresceram bastante nos últimos cinco anos, mas ainda é modesta em relação

ao que se é investido no meio TV, de acordo com os dados da pesquisa

IBOPE. Os portais ficam com apenas 6% da fatia do bolo, enquanto a TV

abocanha 53%. O mesmo estudo do IBOPE aponta ainda uma mudança

constante deste cenário, que é muito promissor para os portais de informação.

Conclui-se que o sucesso da gestão de um portal de notícias começa

com um bom projeto gráfico e editorial, que atraia primeiramente leitores

ávidos pelo consumo da notícia. Cumprida esta primeira etapa, as técnicas

propostas para o melhor desempenho nos mecanismos de busca são de suma

importância, com a utilização das palavras-chave corretas. Com a curva da

audiência em ascendência é o momento de ser arriscar na publicidade direta e

nos projetos de marketing e/ou editoriais.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Mídia Kit Oreporter.com

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ANEXO 1

MIDIA KIT OREPORTER.COM

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5- Terra, por Terra. http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI4628105-

EI12884,00-Brasil+tem+milhoes+de+dominios+br+diz+Comite+Gestor.html

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6- G!, por G1. http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2011/10/usuarios-ativos-

de-internet-no-brasil-crescem-14-em-um-ano.html . 31-10, 2011

7- Fapesp, por Fapesp. http://agencia.fapesp.br/11889 . 12-03, 2010

8- Redação, por Redação Terra.

http://tecnologia.terra.com.br/internet10anos/interna/0,,OI541825-

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http://www.techtudo.com.br/artigos/noticia/2012/03/internet-tem-3-vezes-

mais-audiencia-que-a-tv-no-brasil.html. 16-03, 2012

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10- Idgnow, por Idgnow. http://idgnow.uol.com.br/internet/2009/12/29/cinco-

dicas-para-aumentar-a-audiencia-de-seu-site/ 05-01, 2009

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A INFORMAÇÃO ONLINE 10

1.1 - A Internet como meio de informação 10

1.2 - Os primeiros sites de notícias no Brasil 11

1.3 - Os jornais impressos na internet 13

CAPÍTULO II

A GESTÃO DE UM NOVO PORTAL NO MODELO DE NOTICIAS 18

2.1 - A mídia digital / Entendendo e gerindo o conteúdo 26 2.1.1 – Linguagem 26

2.1.2 – Formato e Estratégia 28

2.1.3 – A audiência e o leitor 30

2.1.4 – O profissional jornalista na mídia On line 31

CAPÍTULO III

NOTÍCIAS X AUDIÊNCIA X PUBLICIDADE 35

3.1 - A noticia 36

3.1.2 – A audiência 37

3.1.3 – A qualidade da audiência transformada

em publicidade/Receitas 41

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CONCLUSÃO 49

ANEXOS 51

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 57

BIBLIOGRAFIA CITADA 60

ÍNDICE 62

FOLHA DE AVALIAÇÃO 64

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

A monografia “Gestão de Um portal de noticias” elaborada por Diego Arruda

Martins, defendida no dia 31 de março de 2012, tendo sido:

( ) Aprovada.

( ) Reprovada.

Examinador:

___________________________________________

Prof. Antonio Medina