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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O MARKETING A FAVOR DA EDUCAÇÃO DE TRÂNSITO Por: Danielle Matos Brilhantino Orientador Prof. Fabiane Muniz da Silva Rio de Janeiro 2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O MARKETING A FAVOR DA EDUCAÇÃO DE TRÂNSITO

Por: Danielle Matos Brilhantino

Orientador

Prof. Fabiane Muniz da Silva

Rio de Janeiro

2008

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O MARKETING A FAVOR DA EDUCAÇÃO DE TRÂNSITO

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Marketing.

Por: Danielle Matos Brilhantino

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AGRADECIMENTOS

.... agradeço a Deus por ter conseguido

concluir o curso e por ter me dado

serenidade para vencer os

obstáculos....

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DEDICATÓRIA

..... a minha mãe biológica por não ter me

deixado desistir na primeira aula e a

minha mãe de coração, pela força todas

as horas.....

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RESUMO

“É preciso que a sociedade brasileira invista na formação de cidadãos

mais conscientes, focando os jovens, principais vítimas dos acidentes de

trânsito. Esse investimento deve começar desde a educação infantil, de forma

sistemática, promovendo a conscientização de crianças e jovens sobre os

impactos dos acidentes de trânsito e as formas de evitá-los”. Jorge Werthein -

Doutor em educação e mestre em comunicação pela Universidade Stanford

(USA).

Preocupado com o crescente número de acidentes no estado – uma

média de sete mortes por dia – o Detran RJ realizou no início de 2007, um

diagnóstico sobre o comportamento do motorista infrator. Desde então houve

um investimento maciço em educação, com campanhas direcionadas e

linguagens diferenciadas por grupos de usuários – crianças, jovens e adultos.

Os jovens são os causadores do aumento dos índices de acidentes de

trânsito na cidade do Rio de Janeiro, principalmente, durante os fins de

semana.

A imprudência e o binômio álcool e direção são os maiores causadores

dos inúmeros acidentes de trânsito envolvendo os jovens.

Por isso, o Detran desde o início de 2007, vem desenvolvendo

campanhas educativas baseadas em conceitos de marketing visando diminuir

essa trágica estatística.

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METODOLOGIA

A metodologia empregada foi a de estudo bibliográfico, relatórios do

Detran-RJ, internet e artigos de profissionais ligados ao tema.

Os principais autores e teóricos utilizados nesta pesquisa foram: Philip

Kotler, Cristina Giacomo e Eloir de Oliveira Faria.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - O Trânsito e sua Evolução no Mundo 10

CAPÍTULO II - O Comportamento Humano e o Trânsito 20

CAPÍTULO III – As ferramentas de Marketing nas campanhas educativas de

trânsito 30

CONCLUSÃO ‘ 42

ANEXOS 44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54

ÍNDICE 56

FOLHA DE AVALIAÇÃO 57

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INTRODUÇÃO

O trânsito hoje no mundo é considerado pela Organização das Nações

Unidas (ONU) uma epidemia, pois o trânsito moderno mata mais em um dia

que na guerra.

Com cerca de sete mortes por dia, apenas no Estado do Rio de

Janeiro, o trânsito além de matar e deixar milhares de pessoas incapacitadas,

também é responsável pela crescente agressividade dos motoristas e pela

decrescente qualidade de vida no meio urbano devido à poluição sonora e

atmosférica.

Os jovens são os maiores causadores e principais vítimas dos

acidentes de trânsito no Brasil e no mundo. A imprudência, alta velocidade,

não uso do cinto de segurança e o binômio, álcool e direção, são os principais

fatores causadores dos acidentes.

O uso das ferramentas de marketing a favor da educação de trânsito

será dividido em três capítulos.

No primeiro será apresentado a evolução do trânsito moderno, os

índices de acidentes e as conseqüências do aumento da frota mundial de

veículos, que além do alto índice de acidentes de trânsito e mortes é causador

de um grande problema de saúde pública.

No segundo, o comportamento humano que é reflexo das relações que

estabelecemos na sociedade e reflete no seu comportamento no trânsito. A

violência no trânsito é uma tragédia social, que ceifa vidas no mundo inteiro.

No terceiro capítulo o foco será as ferramentas de marketing utilizadas

pelo Detran-RJ em suas campanhas educacionais e de conscientização para

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diminuir o número de acidentes de trânsito e consequentemente reduzir o

número de mortes, principalmente de jovens.

A utilização do marketing em ações de educação para o trânsito coloca

o Detran-RJ em uma situação a frente se seu tempo. Como um órgão público e

centralizador a utilização de ferramentas modernas faz com que a mensagem

chegue diretamente ao seu público-alvo.

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CAPÍTULO I

O TRÂNSITO E SUA EVOLUÇÃO NO MUNDO

MODERNO

A HISTÓRIA DO TRÂNSITO

Após a Segunda Guerra Mundial, o automóvel particular converte-se

em fenômeno de massa em todo o mundo. Ele torna-se artigo de consumo e

símbolo de status social, impulsionado pelo forte aparato de propaganda das

economias capitalistas, que destacam a mobilidade individual e a prosperidade

material sem precedentes. Segundo os cálculos da Organização Mundial da

Indústria Automobilística (OICA, sigla em inglês), em 2007 o mundo somou a

venda de cerca de 73 milhões de unidades de veículos, superando pela

primeira vez a marca de 1 bilhão de carros circulando. Desses, 30 milhões

ocorreram nos países emergentes. No Brasil, a estimativa da Anfavea é de que

a produção tenha um crescimento de 9% em 2008, com 3,2 milhões de

veículos. Já o mercado interno crescerá em 17%.

O aumento da frota de veículos tem sido mundial, mas, em geral, o

sistema viário e o planejamento urbano não acompanharam este crescimento.

Além da poluição sonora e atmosférica, o aumento do tempo de percurso, os

engarrafamentos, são responsáveis pela crescente agressividade dos

motoristas e pela decrescente qualidade de vida em meio urbano.

Juntamente com a incorporação do automóvel no cotidiano das

comunidades, surge um importante problema social, os acidentes de trânsito

(AT). Enquanto no mundo desenvolvido faz-se um esforço considerável no

sentido de controlá-lo, nos países em desenvolvimento ele aparece como um

problema cada vez maior. No caso do Brasil, o trânsito é considerado um dos

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piores e mais perigosos do mundo. Os índices de acidentes de trânsito são

altíssimos. Segundos os dados do Departamento Nacional de Trânsito e do

Ministério da Saúde, os mais de 300 mil acidentes de trânsito por ano no Brasil

matam pelo menos 35 mil pessoas.

Com uma frota de veículos cada vez maior, circulando no mundo

inteiro, trouxe, além dos acidentes de trânsito, um aumento significativo na

poluição do ar, no índice de ruídos e na transformação degradante da

paisagem urbana. O excesso de gases liberados pelos motores dos

automóveis concorre decisivamente para uma proporção considerável das

doenças respiratórias. Na Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, o

número de dias com índices inadequados de concentração de poluentes já

alcança cerca de 10% do total.

Um outro aspecto a ser considerado refere-se à perda de qualidade de

vida, causada pela impossibilidade de encontrar espaços destinados à

convivência social diante da crescente construção de espaços exclusivamente

para os veículos.

Somando-se a isso, no Brasil, nos últimos anos, em decorrência da

estabilidade econômica, o volume de carros tem aumentado significativamente,

situação esta compatível com um crescimento de cerca de 20% no consumo

de combustíveis. Para o presidente da Anfavea, o Brasil pode terminar 2008

como o quinto maior mercado de veículos do mundo. "Novos investimentos

serão anunciados pelo setor ainda no primeiro semestre", revelou Schneider.

"O mercado tem espaço para isso", disse.

Além de representar um grande problema de saúde pública, os

acidentes de trânsito no Brasil, segundo os dados do Instituto de Pesquisa

Econômica Aplica (IPEA) implica um custo anual de R$ 28 bilhões.

De acordo com os dados da Associação Nacional de Transportes

Públicos (ANTP), com base na média entre os anos de 2003 e 2006, o trânsito

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brasileiro deixa por ano 35 mil mortes; 100 mil pessoas com deficiências

temporárias ou permanentes e 400 mil feridos.

Os números estão no estudo “Trânsito no Brasil - Avanços e Desafios”,

que foi lançado em setembro de 2007 em São Paulo para marcar o 10º ano de

promulgação do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

Segundo a ANTP, o quadro do trânsito brasileiro "se traduz em mais

uma enorme fonte de instabilidade emocional e social". Para a associação,

grande parte da sociedade e seus governantes ainda preferem aceitar que

esses "acidentes" são decorrências naturais de um conjunto de fatalidades.

"Mas, lentamente, a minoria vai entendendo que os “acidentes” são, na

realidade, fatos programados e como tais, conseqüência direta da nossa visão

sobre o assunto", diz o estudo.

E o problema não é só do brasileiro. A menos que novas medidas

preventivas sejam tomadas, a previsão é que haja uma piora de 65% os

próximos anos. Para o pesquisador Mauri Panitz da Universidade Católica do

Rio Grande do Sul, o número real de mortos no trânsito pode ser três vezes

maior que os 35 mil oficiais. “Vivemos uma guerra invisível que ninguém nota.

A violência no trânsito tem conseqüências muito piores do que se imagina”.

As deficiências físicas resultantes de acidentes de trânsito trazem

graves prejuízos ao indivíduo (financeiros, familiares, de locomoção,

profissionais etc.) e para a sociedade (gastos hospitalares, diminuição de

produção, custos previdenciários, etc). As estimativas da Organização Pan-

Americana de Saúde (OPAS) apontam que 6% das deficiências físicas são

causadas por acidentes de trânsito no mundo.

No Brasil, cerca de dois terços dos leitos hospitalares dos setores de

ortopedia e traumatologia são ocupados por vítimas de acidentes de trânsito,

com média de internação de vinte dias, gerando um custo médio de vinte mil

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dólares por ferido grave. O custo anual estimado ultrapassa três bilhões de

dólares.

Esses números expressam bem o drama social decorrente da

motorização em sociedades em desenvolvimento, como o Brasil, e a

necessidade premente de se trabalhar a questão da segurança no trânsito. Em

âmbito mundial, essa questão só passou a ser examinada com interesse

correspondente à sua importância a partir da década de 50; no Brasil, porém, é

ainda mais recente, e está sendo implementada por meio de campanhas em

nível federal, estadual e municipal. A aprovação pelo Congresso Nacional do

novo Código de Trânsito em 1998 é um começo promissor de mudança quanto

a esses altíssimos números. Contudo, programas adicionais são

imprescindíveis para criar uma nova cultura no trânsito e, nesse aspecto,

somente os municípios maiores nas regiões mais desenvolvidas têm

encontrado condições de implementar tais programas.

1.1. A EDUCAÇÃO PARA O TRÂNSITO NOS ESTADOS UNIDOS DA

AMÉRICA, INGLATERRA, FRANÇA E BRASIL

A prática educativa

A preocupação com os acidentes envolvendo crianças e adolescentes

nos países desenvolvidos, particularmente nos EUA, na Inglaterra, na Suécia e

na França, fez com que fossem realizadas inúmeras pesquisas e estudos para

verificar os aspectos físicos e comportamentais que possivelmente intervêm

para tornar este público vulnerável. A análise da exposição ao risco permitiu

determinar os grupos de indivíduos que merecem uma atenção especial na

prevenção de acidentes e as ações educativas que possivelmente podem

diminuir o seu envolvimento neles.

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A experiência internacional reforça a abordagem voltada para o trajeto

para a escola, o conhecimento de mapas e a localização de rotas mais

seguras para a viagem a pé. Outra iniciativa é o treinamento de alunos e pais

para orientar a travessia nas imediações da escola. Para reforçar o

aprendizado nas salas de aula, foram construídas pequenas áreas

urbanizadas, com equipamentos de trânsito, as mini-cidades, onde crianças e

adolescentes recebem orientação de policiais e monitores, vivenciando

situações como pedestre e motorista.

Desde 1957, na França, a educação para o trânsito é obrigatória. Na

pré-escola, foi iniciada em 1978 nos EUA. Na Inglaterra, atualmente, a

educação para o trânsito ocorre de duas formas: treinamento em situações

reais ou simuladas, que requer, normalmente um tempo fora do currículo

principal da escola; treinamento inserido na grade curricular.

A experiência internacional na educação para o trânsito na escola é

bem anterior à do Brasil. No Brasil, há menos de duas décadas, poucas

cidades tentaram educar para o trânsito nas escolas, mesmo com a

determinação do Código Nacional de Trânsito (desde 1966) e a recomendação

do Ministério da Educação (desde 1991), indicando que se tem deixado para a

família a responsabilidade de inserir a criança no ambiente de tráfego. A

maioria destas ações educativas, no entanto, repete as experiências bem

sucedidas no exterior, sem investigar os fatores de risco que envolve nossas

crianças e adolescentes (Faria, 2002).

Para desenvolver a educação de trânsito na escola, nas mini-cidades e

nas campanhas educativas, foi produzido um farto material: cartazes; livros e

cartilhas para diferentes faixas etárias; cadernos de desenho ou colagem;

brinquedos e jogos; fitas cassete com histórias relacionadas à vivência no

trânsito; filmes e vídeos; adesivos e material refletivo dos mais diversos

formatos, para serem usados em roupas e bicicletas; folhetos abordando a

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problemática da travessia das vias, do uso das bicicletas, de capacetes e do

cinto de segurança.

Segundo Faria (2002), estes materiais educativos foram elaborados de

acordo com a concepção tradicional, onde os técnicos identificam os conceitos

e aspectos do tema, bem como produzem os instrumentos necessários. Este

procedimento pode tornar o material não atrativo para os alunos, tanto na

forma de apresentação, quanto nos conteúdos. Cita-se, como exemplo, o

programa educativo de Joinville (1990) que propõe que uma criança da 6a

série, com 11 ou 12 anos de idade, classifique os veículos quanto à espécie e

categoria (oficial, particular, diplomático, etc). Na revisão da prática nacional e

internacional realizada por Faria (2002), apenas o material pedagógico e o

programa educativo “On the move...” (Clayton et al., 1995) foram

desenvolvidos a partir de pesquisas de percepção junto aos estudantes,

obtendo o ponto de vista e a expectativa do aluno.

1.1.2 Objetivos da educação de crianças e adolescentes para o

trânsito

Um traço comum na prática nacional e internacional da educação de

trânsito é que ela está comprometida com o enfoque da “redução do número e

da gravidade dos acidentes”. Os conteúdos mais freqüentemente encontrados

foram: o ambiente de tráfego, os músculos motores, a velocidade, à distância,

à noite, a orientação e a percepção (órgãos dos sentidos). Ou seja, abordam o

tema somente de forma cognitiva, o que nem sempre resulta em mudança de

comportamento das crianças. Na análise dos programas escolares

americanos, não se encontrou objetivo que postulasse a crítica à forma

predominante da circulação de veículos, do uso de carros particulares em

relação aos coletivos, a poluição sonora e atmosférica decorrente dessas

condições.

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A exceção a esta regra é encontrada nas escolas francesas, que além

de treinar habilidades e ensinar regras de circulação, incluem temas para

incentivar a reflexão crítica dos alunos sobre a dominação dos veículos:

análise crítica dos transportes e de sua evolução histórica; os aspectos sociais

da questão; a responsabilidade individual e coletiva. No Brasil, conteúdos

semelhantes foram encontrados na proposta da cidade de Campinas (2004).

Além destes dois programas educativos, Grayson (1981), Johnston (1992) e

Wolinsk (1993) citam também o objetivo de “reduzir o risco presente nas vias”.

Os programas que objetivam a redução dos acidentes procuram

adaptar o aluno à circulação viária e orientá-lo para a aquisição de hábitos e

comportamentos corretos e seguros, principalmente através do treinamento de

habilidades para se proteger do “perigo” das vias. As ações da educação de

trânsito que objetivam a redução dos riscos propõem mudar normas sociais e

estilos de vida e suscitam uma tomada de consciência para um trânsito mais

calmo, alertando crianças e adolescentes “que elas estão sendo obrigadas a

viver num mundo que não criaram, mas que para elas foi imposto, onde são

forçadas a negociar o espaço na circulação urbana com os automóveis e

alertar sobre o risco de atropelamentos”.

À primeira vista, pode parecer que ao objetivar a redução dos

acidentes, a educação de trânsito também objetiva a redução dos riscos. No

entanto, segundo Wolinsk (1993), a primeira abordagem da educação de

trânsito leva o aluno a adaptar-se à realidade do trânsito enquanto que a

segunda leva o aluno a questionar a liberdade do transporte motorizado

individual.

A diferença básica entre estes dois objetivos pode ser ilustrada com o

exemplo de um estudo de efetividade de um clube de trânsito, realizado pela

OECD (1986). O clube de trânsito conseguiu que seus integrantes se

envolvessem menos em acidentes, porque seus pais, após terem participado

dos encontros nestes clubes, expunham menos seus filhos ao trânsito.

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Portanto, a redução na exposição ao risco foi conseguida com a redução da

mobilidade dos alunos e não com a redução do risco nas vias.

Os programas educativos dos países pesquisados, em geral, não

incluem os temas da segurança no trânsito em um contexto social mais amplo,

nem aspectos éticos e de solidariedade humana. Podem então ser

classificados como programas que objetivam reduzir os acidentes. As

atividades educativas de trânsito no Brasil, também vêm sendo desenvolvidas

segundo os preceitos da escola tradicional: palestras, campanhas isoladas,

distribuição de folhetos, visitas a mini-cidades ou a espaços vivenciais, etc.

São ações estanques e inconsistentes, que podem ser consideradas como

pseudo-educativas, não sendo a melhor forma de conseguir comportamentos

seguros no trânsito.

A educação de trânsito sob o enfoque tradicional, objetiva tornar a

criança um pedestre responsável e ciente de seus direitos e obrigações, para

que quando for um motorista, esteja também preocupado com a segurança no

trânsito. No entanto, se ao aluno não for permitida uma reflexão sobre a

situação do trânsito, sobre a liberdade do automóvel no sistema viário e se ele

não puder vivenciar a solidariedade e a cooperação, nas aulas e em situações

reais do trânsito, ele não se tornará um motorista preocupado com a

segurança e com a coletividade.

1.2. Contexto Atual

O trânsito caracteriza-se pela relação homem-necessidade de

circulação, num contexto determinado. Transitar é uma necessidade de todo

ser humano. Todos, portanto, são usuários do trânsito, independente do papel

que estejam desempenhando.

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O Código Brasileiro de Trânsito (CTB), no Capítulo I das Disposições

Preliminares, Art. 1º, §1º, assim define trânsito:

“... utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em

grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e

operação de carga e descarga”.

Sob essa acepção, o trânsito se constitui num complexo sistema de

relações dos homens entre si e desses com o espaço no qual interagem.

Considerando esse enfoque, é importante enfatizar que o crescimento

das cidades gerou um maior número de veículos circulando, de pessoas

transitando, de crianças nas ruas, fazendo com que os problemas cresçam na

mesma proporção, comprometendo a mobilidade e a acessibilidade aos

espaços destinados ao tráfego.

Os índices de acidentalidade no trânsito denunciam a psicopatologia

envolvida neste tipo de convivência, já que na maioria dos acidentes está

presente o excesso de velocidade e manobras inadequadas, conseqüências

diretas de decisões consciente e inconscientemente motivadas dos

condutores.

São considerados causadores dos acidentes de trânsito os fatores

humanos, veicular e viário-ambiental. Entretanto, a determinação da causa de

cada acidente de trânsito envolve trabalho específico de perícia, existindo,

desta forma, poucos dados confiáveis relativos à participação percentual dos

fatores antes mencionados nos acidentes de trânsito.

O tipo de infração mais cometido no Rio de Janeiro, nos últimos anos,

segundo dados do Detran-RJ, está diretamente relacionado ao excesso de

velocidade ao uso do álcool. Por trás da combinação de álcool e excesso de

velocidade causadores das maiorias dos acidentes, há um outro fator: a

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sensação de impunidade. Uma pesquisa do Ibope aponta que 30% dos

motoristas dirigem sem habilitação. Segundo a Associação Nacional de

Transportes Públicos, apenas uma em cada 10 mil infrações de trânsito é

punida.

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CAPÍTULO II

O COMPORTAMENTO HUMANO E O TRÂNSITO

.

A situação do trânsito atual é reflexo das relações que estabelecemos

na sociedade. A competição e o individualismo têm gerado sentimentos de

medo ou raiva: a proximidade de um outro cidadão (motorista, pedestre etc),

compartilhando o mesmo espaço urbano, é percebida como ameaça ou

obstáculo. A violência no trânsito é uma tragédia social, que ceifa vidas e

esperanças de muitos brasileiros. Toda a sociedade deve se esforçar para

minimizar este vergonhoso quadro, que coloca o Brasil como um dos

campeões mundiais da violência no trânsito.

Em Paises como França e Suécia que conseguiram vencer a batalha

contra as mortes no trânsito, contaram com a participação de toda a

sociedade: governo, comunidade e iniciativa privada.

Um dos instrumentos que pode colaborar decisivamente para a

redução do problema é a Educação para o Trânsito. Sabendo desta ação, a

sociedade brasileira e os legisladores elaboraram o Código de Trânsito

Brasileiro (CTB), tornando obrigatório o ensino de temas relacionados ao

trânsito, a partir de 1999, em todas as escolas, públicas ou particulares, do

pré-escolar ao 3º grau.

O reconhecimento da importância do elemento humano enquanto fator

contribuinte para a ocorrência dos acidentes de trânsito e da necessidade de

um processo educativo que modifique este comportamento de risco é um dos

objetivos das campanhas educativas que pretendem atingir os adultos.

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Quanto às crianças e adolescentes, alguns trabalhos estão

direcionados para aspectos da sua formação nas escolas. São desenvolvidos

de acordo com abordagens pedagógicas comportamentais e cognitivistas. Esta

prática acredita que o ensino das regras de trânsito e das conseqüências

legais da sua inobservância sejam suficiente para modelar o comportamento

dos alunos, segundo a Organização de Cooperação para o Desenvolvimento

Econômico (OCDE, 1986).

2.1. O AUTOMÓVEL E O HOMEM

O automóvel figura em destaque no rol dos bens mais cobiçados,

sendo sobrepujado apenas pela casa própria e pelo próprio negócio –

associados, respectivamente, à conquista de segurança e à independência.

Mesmo assim, ocupa, para muitos, o primeiro lugar nessa lista, pois expressa

status, prestígio, poder, realização, liberdade. “A imagem de que mais gosto é

me ver refletido naquelas vidraças dos prédios dirigindo o meu carro”, declarou

um motorista a uma revista especializada em automóveis. O carro é uma

vitrine.

Bens inacessíveis para a expressiva maioria da população – alguns de

seus modelos chegam a custar mais do que imóveis de médio padrão –, os

automóveis podem ser classificados em diferentes categorias: novos e usados,

nacionais e importados, instrumentos de trabalho e de passeio, esportivos e

conservadores, populares e luxuosos etc.

Os mais desejados são, sem nenhuma dúvida, os novos. O carro 0K

exala o característico cheirinho de novo. O plástico que recobre seus bancos

evoca a integridade do hímen. Para o seu proprietário, a nota fiscal da

concessionária equivale a um atestado de virgindade – “eu fui o primeiro!”.

Recente anúncio publicado em jornais diários de circulação nacional

estampava os seguintes dizeres: “Nova concessionária Honda. Venha tirar o

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plástico dos bancos”. Macluhan (1979, p. 246) já rotulara o automóvel de

objeto sexual, chamando-o de “noiva mecânica”.

Em contrapartida, o carro usado tem um passado raramente

conhecido, e não seria exagero considerar que se encontra impregnado de

propriedades imateriais de seu(s) outro(s) dono(s). Ou seja, pode ser um carro

“poluído”, contaminado, sujo. Donde a afirmação, com o intuito de valorizá-lo,

proclamada em anúncios e enfatizada pelos vendedores, de que o carro à

venda é de um único dono e pouco rodado – o termo “rodada” estigmatizando

também as mulheres de muitos parceiros.

Nessa medida, os habituais procedimentos adotados para melhorar a

aparência e a atratividade de um automóvel usado posto à venda (lavagem,

polimento, dissimulação de odores e imperfeições etc.) podem ser

compreendidos como um ritual de limpeza, de purificação, uma intervenção

visando remover impurezas deixadas pelo(s) seu(s) dono(s).

Décadas atrás, os automóveis de cor preta, assim como os de quatro

portas e aqueles equipados com teto solar eram desvalorizados e preteridos:

os primeiros, porque evocavam veículos fúnebres e policiais; os segundos, os

táxis; e os com teto solar, porque eram carros de cornos. Em São Paulo, a

rejeição afeta agora os de cor branca, que padroniza os táxis do município.

Entretanto, automóveis de médicos, senhoras e “diretores” atraíam

mais compradores, e muito dessa atração parecia decorrer não de um suposto

bom estado de conservação do carro, mas em razão dos atributos positivos

que o senso-comum atribui a essas categorias de pessoas: integridade,

confiabilidade, responsabilidade, pureza.

Os automóveis associam-se a preconceitos alusivos a certos grupos

de pessoas. Mulheres, japoneses e idosos são considerados barbeiros.

Quando indivíduos de cor negra estão ao volante de um automóvel luxuoso,

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suspeita-se que estejam dirigindo carros dos patrões ou que os tenham

furtado.

De uns tempos para cá, os carros usados passaram a ser,

eufemisticamente, anunciados como semi-novos, expediente empregado para

dissimular sua idade e as imperfeições técnicas e simbólicas que possam

exibir, com o intuito de aproximá-los dos 0K.

Os importados, a despeito da desvalorização que costumam sofrer por

ocasião da revenda e de sua manutenção sempre mais dispendiosa, dão

prestígio e status aos proprietários – talvez menos pela presumida qualidade

mais apurada do carro, mas, sobretudo, pela distinção que lhes conferem. Por

isso, situam-se no pólo oposto dos veículos de transporte coletivo, cujo trajeto

é pré-estabelecido e que a todos nivelam. A liberdade equivale, aqui, à

individualização e às possibilidades de livre escolha.

Desperta a atenção o relativo desinteresse pelos automóveis

automáticos. Decerto são mais caros que os mecânicos; contudo, o controle

das marchas representa a sensação de controle que o motorista exerce sobre

o carro, como se tivesse nas mãos a condução da própria vida. Além disso, os

automáticos ainda não superaram os estigmas que os associam aos

portadores de necessidades especiais.

O mais valorizado e desejado é o automóvel dotado de motor potente,

quatro portas, direção hidráulica, bancos revestidos em couro, travas, espelhos

e vidros elétricos, ar-condicionado, pintura metálica, rodas especiais, air-bag e

CD Player. Trata-se do carro completo – essa completude denotando não

apenas conforto e comodidade, mas, acima de tudo, perfeição, potência,

integridade, ausência de falhas, deficiências, carências ou defeitos. Essas

qualidades, tão repletas de sentido, se originam da vida sócio-cultural, mas são

transferidas para dar significados ao automóvel e retornam, por assim dizer, ao

mundo dos homens.

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Exagerando um pouco: os que circulam em automóveis “completos” (e

principalmente nos blindados) são os postos à parte (à condição dos santos),

os que desfrutam de condições sócio-econômicas que os elevam acima das

restrições inerentes às regras sociais e à vida coletiva.

Em contrapartida, os populares, desprovidos das características e dos

equipamentos supracitados, são desconfortáveis e básicos. Em vez de

distinguir seus proprietários, constrangem-nos e os rebaixam. Foi noticiado que

até mesmo os manobristas se sentem incomodados ao volante de automóveis

populares ou de um “pois é”. Um motorista é tão impotente quanto o seu carro

1.0. Em condição mais rebaixada encontra-se apenas o pedestre, esse

cidadão rebaixado a segunda classe (MACLUHAN, 1979, p. 250).

Não sendo possível adquirir um carro completo, o popular só se torna

aceitável se contar com acessórios (limpador traseiro, desembaçador, ar

quente etc.). Mesmo os orgulhosos proprietários de automóveis potentes e

luxuosos são capazes de gastar importâncias elevadas para personalizar seus

carros. A distinção que o carro confere ao proprietário reflete, pois, a distinção

concedida ao próprio carro. O carro é um espelho.

Nas regiões nobres dos centros urbanos circulam automóveis novos e

luxuosos, ao passo que nas áreas mais periféricas e pobres sobrevivem

modelos antigos, desgastados e depreciados – os fora de- linha –, que já

tiveram seu período de glória. Esse fenômeno ilustra o princípio da

sobrevivência marginal formulado por Linton (1981, p. 316) e para melhor

compreender a difusão de traços culturais (a coexistência de elementos

ultrapassados e modernos), que, em larga medida, corresponde à apropriação

desigual do espaço urbano pelas diferentes classes sociais.

É de hábito, nas famílias abastadas, que a transição do jovem para a

maioridade e seu ingresso na universidade se façam acompanhar de um

valioso presente: o carro, que simboliza esse rito de passagem para o mundo

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adulto, a carteira de motorista habilitando-o para a nova condição de ampliada

liberdade. Macluhan (1979, p. 246) percebeu também que o jovem norte-

americano aguarda com mais ansiedade a idade que o habilita a dirigir do que

a de votar.

É curioso observar como determinadas expressões são

intercambiáveis, surgindo inicialmente para descrever aspectos dos

automóveis, mas aplicadas depois aos homens, e vice-versa: o carro “corre”,

“anda”, “é nervoso”, “valente”, “está na banguela”. De outro lado, fulano

“derrapa”, “queima óleo 40”, “troca óleo”, “está de farol baixo”, “com o freio de

mão puxado”, “em ponto morto”, “bate pino”. Um modelo do Fusca recebeu o

apelido de “Fafá” em razão das dimensões volumosas de suas lanternas

traseiras. Relativamente às mulheres, são bem conhecidas as expressões

pejorativas: “Maria gasolina” e “alta quilometragem”. E quem se esquece do

filme “Se meu fusca falasse”, protagonizado por um Volkswagen humanizado,

batizado de Herbie e dotado de sentimentos e iniciativas? Os automóveis se

humanizam, enquanto os homens se reificam.

Quando um novo modelo é lançado, aparece primeiramente em sua

versão masculina (hatch ou sedã); surgem posteriormente as versões

femininas – as peruas –, o que sugere um paralelo com o relato bíblico

segundo o qual Eva foi feita de uma costela de Adão. As peruas, aliás, são

mais associadas às mulheres, ao lazer e ao grupo familiar, enquanto os

automóveis esportivos ou de apenas dois lugares exibem um perfil mais

masculino, jovial, independente, competitivo e agressivo.

Deve-se seguramente à notoriedade do agro-negócio e ao destaque de

itens materiais e simbólicos da cultura country – feiras, rodeios, canções,

vestimentas etc. – o sucesso dos utilitários, mais compatíveis com o campo do

que com a cidade. Associados a determinadas concepções de aventura,

robustez e independência, esses veículos off-road apontam para o não-

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convencional, para a visibilidade singular dos que não estão sujeitos às rotinas

urbanas diárias nem aos trajetos preestabelecidos.

Os nomes dos diferentes modelos e de suas variadas versões são

homônimos de animais selvagens e velozes – Fox, Corsa, Corcel, Impala,

Mustang –, localidades sofisticadas – Monza, Parati, Siena –, pedras e metais

preciosos – Opala, Aurius –, artistas notáveis – Picasso –, entidades

mitológicas – Clio. Sugerem situações agradáveis, vinculadas ao lazer – Fiesta,

Weekend –, ou evocam requinte e destaque – Blazer, Golf, Polo, Scénic,

Classic, Classe A, Prime, Stilo, Focus. Em suma: nenhum veículo recebe

nomes prosaicos, pois não se trata de um bem qualquer, e sim de um dos

objetos mais desejados e fascinantes do mundo moderno.

Os anúncios publicitários recriam e enfatizam emoções, desejos,

paisagens, valores, imagens e sentimentos e os associam aos automóveis,

procurando alcançar o ego dos consumidores, relegando a plano secundário

as especificações técnicas. Assim, o carro é envolto em representações de

liberdade, riqueza, poder, autonomia, requinte, aventura, velocidade, escolha,

sucesso, beleza, juventude, sofisticação, ascensão social, sensualidade,

realização, conquista, individualização e lazer.

Ao que tudo indica, os consumidores do sexo masculino (e, em

segundo lugar, o grupo familiar) constituem o público-alvo por excelência

desses anúncios, não obstante todas as conquistas femininas e seu

reconhecido potencial de consumo. Quando se pretende atingir as mulheres –

que, costumeiramente, figuram como meras passageiras ou coadjuvantes nos

comerciais – destacam-se as comodidades do automóvel, tais como a

existência de espelho nos protetores solares, bancos reguláveis, porta-objetos

funcionais e porta-malas espaçoso. Poder, velocidade e desempenho são

exaltados como atributos masculinos.

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A título de ilustração das representações pertinentes ao carro, vejam-

se duas recentes campanhas publicitárias. Uma delas explora a inveja, a dor-

de-cotovelo de um personagem quando toma ciência de que seu colega

adquiriu um EcoSport. A segunda retrata um jovem casal envolvido nos jogos

preliminares do amor no interior de um automóvel (Fiat Strada). Adepta do

sexo seguro, a moça solicita ao rapaz que faça uso de preservativo; todavia,

em vez de recorrer à camisinha, ele protege os bancos do carro, recobrindo-os

de plástico. Vê-se também que a cabina do veículo, de cor vermelha, se

expande, assemelhando-se a uma ereção.

Nesta segunda peça publicitária o automóvel aparece como metáfora

do pênis. Já foi assinalado que carros esportivos e potentes, especialmente os

vermelhos e dotados de capô avantajado, equivaleriam ao próprio falo. Não se

pode deixar de notar que, no pódio, os vencedores das disputas

automobilísticas fazem jorrar o champanhe como se fosse uma ejaculação.

Vale lembrar que os carros esportivos exibem cores bem fortes e chamativas,

notadamente a vermelha.

Numerosas canções populares retratam e exaltam todo esse conjunto

de representações, ampliando o imaginário automotivo. A guisa de exemplo:

“O Carango” (Carlos Imperial e Nonato Buzar); “Mustang cor de sangue”

(Marcos Valle); “Entrei na Rua Augusta a 120 por hora” (Erasmo Carlos); “O

Calhambeque” (Roberto Carlos); “Estrada de Santos” (Roberto Carlos);

“Fuscão Preto” (Almir Rogério), “Brasília Amarela” (Mamonas Assassinas) e

diversas outras.

Acredita-se que a “fisionomia” do automóvel tenha muito a dizer a

respeito do seu proprietário. Assim, carros bem cuidados e limpos

expressariam uma personalidade organizada, metódica e equilibrada, ao passo

que os descuidados e mal conservados espelhariam o perfil de uma pessoa

indisciplinada e displicente.

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Muitos proprietários são tão apegados aos seus automóveis que não

os emprestam sequer aos próprios filhos. Gastam horas e horas a lavá-los,

perfumá-los e lustrá-los, como se estivessem lidando com obras de arte, jóias

ou uma parte importante de seu próprio ser. Nesses casos, a expressão “polir

o ego” é bem adequada. O automóvel é um bem venerado.

Vizinhos, amigos, colegas e parentes chegam a competir entre si,

velada ou abertamente, por intermédio de seus automóveis. Muitos se sentem

inferiorizados e aborrecidos porque consideram que seus carros não os

representam à altura, não sendo raros os casos de endividamento e sacrifícios

orçamentários resultantes de aquisições visando inverter essa incômoda

percepção de desvantagem. O carro é um cartão de visita.

Quem circula pelas ruas no interior de um automóvel encontra-se num

espaço ambíguo, no qual se mesclam o público e o privado. Em alguma

medida, essas pessoas se expõem publicamente e devem, portanto, seguir as

regras de trânsito e de boa educação, válidas para todos. Contudo, o interior

do carro não deixa de ser um nicho privado, protegido, suscitando condutas

que deveriam permanecer restritas a ambientes reservados: abraços sensuais,

beijos prolongados, dedos introduzidos no nariz, retoque da maquiagem,

discussões acaloradas e aparelhos de som no volume máximo.

Paradoxalmente, quanto mais inseguros os motoristas se sentem no

trânsito, mais se protegem recobrindo os vidros de seus veículos com películas

que os escurecem. Tornam-se, assim, menos visíveis, de que decorre a

redução do efeito vitrine – embora, nos automóveis modernos, boa parte da

lataria tenha cedido espaço às áreas envidraçadas. Ademais, com o crescente

sucesso das montadoras japonesas e coreanas, os faróis dos carros tornaram-

se “puxados”, orientalizados, em substituição aos ocidentalizados faróis

circulares.

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Cada motorista é muito cioso da bolha imaginária criada em torno do

seu automóvel. Esses limites virtuais devem ser respeitados pelos demais. Por

isso, todos se irritam profundamente quando tais fronteiras são

desconsideradas, seja porque alguém “colou” em sua traseira, forçou ou

bloqueou a passagem, buzinou de forma insistente, manteve altos os faróis,

seja porque dificultou uma ultrapassagem. Da transgressão dessas regras

resultam ofensas verbais e gestuais, discussões ríspidas, agressões físicas e

mesmo assassinatos. Macluhan (1979, p. 254) assinala que “o automóvel

tornou-se uma carapaça, a concha protetora e agressiva do homem urbano e

suburbano”. O carro é um bem sagrado.

Os homens se relacionam e se definem por meio dos objetos, das

coisas. Quando a coisa é um automóvel, eles se revelam ainda mais ciosos de

suas posições. Nas situações em que vendedores e compradores particulares

de carros usados se defrontam, esse enfrentamento se torna perfeitamente

evidente. O vendedor valoriza seu carro, minimiza as suas imperfeições e

refuta as ressalvas apontadas pelo comprador, que busca depreciá-lo. Não se

trata apenas de uma negociação em torno do valor do bem, mas do valor que

o vendedor se atribui, rejeitando, ofendido, as desqualificações feitas pelo

comprador interessado. Trata-se, no fundo, de um julgamento, de uma relação

agonística, de um autêntico embate ritualizado.

O automóvel, uma das mais fascinantes maravilhas tecnológicas já

produzidas, é, a um só tempo, responsável pelo modo de vida contemporâneo

e objeto-símbolo desse mesmo modo de vida. Se, de um lado, propicia a

intensa mobilidade espacial das pessoas, de outro expressa a condição de

classe e o desejo de ascender socialmente. Não se configura apenas como

uma máquina, mas como um totem impregnado de significados, um espelho da

vida social e para o homem. Só pode ser bem compreendido à luz de uma

razão simbólica, porque é investido dos valores mais prezados na civilização

dos homens de quatro rodas.

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CAPÍTULO III

AS FERRAMENTAS DE MARKETING NAS CAMPANHAS

EDUCATIVAS DE TRÂNSITO

Pensando na utilização das ferramentas de marketing, segundo a

primeira definição dada pela associação americana de marketing: “Marketing é

o processo de planejar e executar a concepção, preço, comunicação e

distribuição de idéias, bens e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam

indivíduos ou organizações”.

E é por isso que o Detran-RJ utiliza ferramentas de marketing com o

objetivo de diminuir os acidentes e consequentemente reduzir a mortalidade

em acidentes de trânsito no Rio de Janeiro através de suas campanhas

educacionais e de conscientização.

Samplings, realização de eventos, folders (folheteria), outdoors, mídias

em jornais e revistas e assessoria de imprensa são algumas das estratégias de

marketing utilizadas pelo órgão para conscientização da população. Além de

ações em escolas, criação e lançamento de um CD de músicas sobre

educação de trânsito, participação em ações sociais e da sua UME (Unidade

Móvel de Educação), que percorre todo o Estado lecionando aulas de

educação de trânsito para crianças de 4 a 10 anos de escolas públicas,

estaduais e/ou eventos.

Os índices de acidentes de trânsito nos fins de semana somente na

cidade do Rio de Janeiro são alarmantes. A imprudência, alta velocidade,

desrespeito das leis, uso de celular ao volante, falta do cinto de segurança e,

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principalmente, a associação de álcool com direção são alguns dos fatores

causadores de acidentes.

As primeiras ferramentas de marketing de todas as campanhas do

Detran são a segmentação e o posicionamento. A segmentação é utilizada na

identificação do público-alvo para cada atividade. Os jovens costumam

aparecer como os principais causadores e vítimas dos acidentes de trânsito no

Brasil e no mundo. E, por isso, são feitas diversas ações com esse público.

Concluindo, as ferramentas de marketing são importantes aliadas na

gestão da organização. Elas fornecem informações e permitem melhor

alocação dos recursos na sua administração, segundo Luiz Carlos Murakami,

doutor em Administração de Empresas pela FGV/EAESP.

Público-alvo ou Target

“Público alvo é um grupo de pessoas que precisam ser

trabalhadas, educadas, convencidas, forçadas a fazer

e/ou consumir algo que não estão pretendendo. Esse

público tem força e outras idéias diferentes sobre algum

assunto, tornado-se alvo para os que pensam ao

contrário delas”. (Dicionário de Termos de marketing,

publicidade, internet e negócios).

Conhecer o público-alvo de suas campanhas é o ponto principal para o

sucesso de qualquer campanha, divulgação ou lançamento de um produto ou

marca.

Sabendo disso, o “ponta-pé” de todas as ações do Detran-RJ começa

pela identificação do público-alvo a ser atingido. Jovens, crianças, adultos,

mulheres, taxistas, ciclistas ou motociclistas, todos têm uma atenção especial

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no órgão. Campanhas focadas em cada público fazem com que os custos

diminuam e o retorno das ações possa ser medido.

Um exemplo de ação destinada somente aos jovens é o jogo de

tabuleiro que o Detran lançou em parceria com a Michelin, grande

multinacional do segmento de pneus. O jogo tem como principal objetivo

ensinar as regras de trânsito para jovens do ensino médio que são os futuros

motoristas e também fazer com que esses conheçam pontos turísticos da

cidade onde moram.

Além da idealização e confecção dos jogos o Detran-RJ formará grupos

de professores que estarão aptos a utilizar e treinar outros professores para

utilizar os jogos em suas aulas em diversas disciplinas.

3.1 - O Jovem e o Trânsito

"Segurança no trânsito não é acidente" - slogan adotado pela

Organização Mundial de Saúde.

Se no Brasil o alto índice de mortes de jovens no trânsito é um problema

alarmante, a situação não é diferente em outras partes do planeta. Segundo o

Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), a cada 1 minuto e meio, um

jovem perde a vida em um acidente de trânsito no mundo - é a maior causa de

morte entre indivíduos de 15 a 19 anos. Na América Latina, o Brasil só se

encontra em melhor situação que El Salvador e Bolívia.

A gravidade da violência no trânsito e seu principal grupo de risco ficam

evidentes ao analisar os dados do Registro Nacional de Acidentes e

Estatísticas de Trânsito (Reanest). O órgão, vinculado ao Denatran, divulga

que, atualmente, o país tem mais de 40 milhões de condutores, dos quais

cerca de 30% têm menos de 30 anos. Além disso, os jovens de 18 a 29

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representam mais de 30% dos mortos e mais de 40% dos feridos em acidentes

de trânsito. Só em 2006, morreram 28.225 pessoas por acidentes de

transporte, dos quais 17,84% jovens entre 15 e 24 anos e 82,92% do sexo

masculino. Em 2004, no Brasil, 8.809 motoristas perderam a vida, enquanto

nos Estados Unidos foram 4 mil, 750 na Espanha e 300 no Japão.

No caso dos acidentes causados por jovens, dois fatores

comportamentais se destacam entre as causas de acidentes fatais: a falta de

experiência em manejar veículos e a imaturidade física e psicológica associada

a comportamentos de risco. A maioria dos acidentes é causada,

marcadamente, por falhas humanas (64%) como dirigir sob o efeito de álcool e

substâncias entorpecentes, trafegar em velocidade inadequada e sem a devida

experiência, seguida por problemas mecânicos (30%) e, por último, pela má

conservação das vias de tráfego (6%).

3.2 – A Criança e o Trânsito

De acordo com estatísticas do Denatran, 21.199 crianças de 0 a 12

anos foram vítimas em acidentes de trânsito ocorridos no Brasil em 2006.

Desse total 818 foram vítimas fatais.

Segundo dados do Ministério da Saúde, entre os óbitos por acidentes

envolvendo crianças de 0 a 14 anos os relativos ao trânsito aparecem em

primeiro lugar. Em 2004, 41,1% das mortes por acidentes foram no trânsito,

seguidas por afogamento (26%), sufocação (13,4%), queimaduras (6,6%) e

outros (12,9%).

Por isso, o Conselho definiu como tema da Semana Nacional de

Trânsito de 2008, “A criança no trânsito”. A escolha do tema tem o objetivo de

sensibilizar mães, pais e educadores para a adoção de ações que promovam a

segurança das crianças no trânsito.

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O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) já regulamentou, por meio

da Resolução 265/08, o trânsito como atividade extracurricular em instituições

de ensino médio e prepara, agora, as diretrizes nacionais da educação no

trânsito para a educação infantil e ensino fundamental.

A Unidade Móvel de Educação (UME) do Detran-RJ atende crianças do

ensino fundamental de todo o estado do Rio de Janeiro. Com seus dois ônibus

em formato de sala de aula, os educadores do órgão circulam pelo estado

ministrando aulas de educação no trânsito com auxílio de recursos

tecnológicos, vídeos e revistas infantis.

A UME também atende às crianças em eventos, como a Feira da

Providência no ano de 2007 que atendeu cerca de 2 mil crianças durante os

cinco dias de feira. A unidade também participa de ações sociais, feiras,

atividades em diferentes prefeituras, além das escolas.

3.3 – Principais Ferramentas de Marketing utilizadas pelo Detran-RJ

Ações Promocionais (Sampling)

“Sampling é a velha técnica da demonstração, também

conhecida como amostra grátis, que com o passar dos

tempos e o desenvolvimento da publicidade e

propaganda, passou a ser chamada de sampling pelos

profissionais de marketing. Assim como as ações

promocionais com Blitz, o sampling, em geral, consiste

em oferecer ao público pequenas porções do produto,

como nos supermercados ou distribuir gratuitamente

pequenas amostras para serem provadas ou utilizadas

quando for mais conveniente”. (Dicionário de Termos de

marketing, publicidade, internet e negócios).

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Uma das ações promocionais desenvolvidas pelo Detran-RJ para o

público jovem é a realização de Blitz Noturnas em boates, restaurantes, casas

de shows e todos os lugares onde os jovens freqüentam.

Heróis no Trânsito, Night de Responsa, “Não seja um Zé Alberto, pegue

o caminho certo” são algumas das ações para o público jovem com

abordagens lúdicas e descontraídas, distribuição de brindes modernos e com

mensagens educacionais de “Se beber, não dirija” que é a palavra de ordem

da ação.

“Estar onde os jovens estão. Uma abordagem descontraída e divertida.

Brindes modernos e de utilidade sempre com mensagem de cunho educativo

são algumas das ações para o Detran estar mais próximo do jovem”, dizem os

coordenadores de projetos do Detran-RJ.

A campanha Heróis no Trânsito desenvolvida pelo órgão na Semana

Nacional do Trânsito do ano de 2007 teve grande repercussão entre os jovens.

Um casal de super-amigos circularam pela cidade dando dicas de educação de

trânsito sem ser, como os jovens dizem, “careta”.

O sucesso com as crianças, também grandes formadoras de opinião e

futuros motoristas, fez com que o Detran-RJ realizasse uma ação especial para

elas no Dia das Crianças. Os “super-amigos” foram para uma praia da Zona

Sul da cidade e para um ponto da Zona Norte e realizaram recreação com as

crianças e chamaram a atenção dos pais e responsáveis para o uso do cinto

também no banco de trás, o uso do booster (assento de elevação) para

crianças até 10 anos ou 36 quilos e também que criança no banco da frente só

depois dos 10 anos.

A campanha Night de Responsa, lançada no ano de 2008 pelo Detran-

RJ em parceria com os donos de boates, restaurantes, casas noturnas e bares

da cidade do Rio de Janeiro em um evento chamado “Todos unidos pelo Ritmo

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da Paz no Trânsito”, foi um pacto do órgão com esse grupo de empresários da

noite carioca.

Realizada no Rio de Janeiro, Baixada, Região Serrana e na Região dos

Lagos, a campanha, além de conscientizar os jovens freqüentadores da noite,

era também, uma campanha para conscientizar os donos dos bares e

restaurantes assim como todo seu staff que era ensinado a orientar de forma

educada os clientes mais exaltados e orientá-lo a deixar o carro no

estacionamento, passar a chave para outro amigo que não bebeu e/ou ir para

casa de transporte público.

A parceria com os empresários cariocas ainda é uma semente que o

Detran está plantando. Todo material de divulgação – camisas, bottons, porta-

copos, tags para retrovisor, adesivos para banheiro – foi elaborado e

confeccionado pelo órgão.

A campanha “Não seja um Zé Alberto, pegue o caminho certo”, nasceu

da parceria da Coordenadoria de Educação do Detran-RJ com a banda de

jovens Trilogia Carioca. Um funcionário do órgão, músico e compositor,

compôs uma música que relata a vida de um homem que quando bebe perde a

noção do perigo e associa bebida à direção, transformando-se em uma pessoa

agressiva após beber. Então surgiu a campanha “Não seja um Zé Alberto,

pegue o caminho certo”.

A campanha foi desenvolvida pelo órgão em parceria com as casas

noturnas Casa Rosa, na Zona Sul da cidade, e Bom Sujeito, na Zona Oeste. A

equipe de educadores do Detran-RJ abordava os freqüentadores dos desses

locais distribuindo brindes e sempre focando no slogan da campanha: Se

beber, não dirija!. A banda Trilogia Carioca cantava a música da campanha e

dava dicas sobre o trânsito e depoimentos de fatos reais acontecidos com eles

e amigos.

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Folders (folheteria)

“Folder é um folheto impresso em uma única lâmina,

geralmente encartado em pastas e/ou material impresso

destinado à promoção de produto ou serviços”. (Fonte:

Dicionário de Termos de marketing, publicidade, internet

e negócios).

Álcool, cinto de segurança, ciclista, motociclista, manutenção e pedestre

são alguns temas dos folhetos desenvolvidos pela equipe de educação de

trânsito do Detran-RJ. Todos os folhetos contêm informações sobre segurança,

dados estatísticos e leis sobre cada um dos temas abordados.

O Tema álcool, já atualizado sobre a Lei Seca, traz todas as

informações de como o condutor deve agir nessa questão. Os folhetos são

distribuídos para escolas, empresas e para o público em geral em todo o

estado do Rio de Janeiro, além dos eventos realizados pelo Detran-RJ.

Esses folders são materiais didáticos muito importante na educação nas

escolas e nas ações realizadas pelo Detran porque contém informações

relevantes sobre temas de trânsito que podem ser guardadas e consultadas a

cada dúvida.

Eventos

“Evento é um acontecimento de confraternização com

uma formatação especial; uma realização que assume

uma realidade própria; um ato de encontrar-se; ou ainda

um fato sobre aquilo que é real, verdade, feito. Este ato

de RE-UNIR-SE proporciona o encontro entre pessoas

e/ou grupos com interesses comuns, num cenário

previamente definido, observando a natureza desse fim,

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que pode apresentar um caráter administrativo,

econômico, de confraternização, político, social,

educativo, recreativo, turístico, esportivo ou lúdico”.

(Fonte: Apostila Ceremoniais, Eventos e Solenidades).

Os eventos servem não só para o fortalecimento do relacionamento do

órgão com os próprios funcionários e/ou parceiros como também para

passagem de mensagens e para troca de informações. Todos os eventos

realizados pelo Detran-RJ tiveram caráter informativo e educativo.

Coletivas de imprensa, café da manhã com jovens, abertura da Semana

Nacional de Trânsito, lançamento do jogo “Na Pista do Melhor Caminho” são

alguns dos eventos realizados pelo órgão com o intuito de reforçar e

apresentar suas ações educativas para a sociedade e parceiros.

Outdoors

“Outdoor é a designação de um meio publicitário exterior,

sobretudo em placards modulares, disposto em locais de

grande visibilidade, como à beira de rodovias ou nas

empenas de edifícios nas cidades. A palavra outdoor é de

origem inglesa e, em inglês, tem sentido totalmente

diverso do seu significado em português. BILLBOARD é a

palavra inglesa para qualquer propaganda (painel, letreiro

luminoso, letreiro em parede, muro etc.) exposta ao ar

livre ou à margem das vias públicas”. (Fonte: Dicionário

de Termos de marketing, publicidade, internet e

negócios).

A utilização de outdoors em suas campanhas educativas vem trazendo

grande retorno para o Detran-RJ. As campanhas veiculadas nos outdoors nas

principais vias da cidade e em mais 40 pontos das principais estradas do

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Estado do Rio de Janeiro, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal, vêm

chamando bastante atenção dos motoristas. A seleção desses pontos foi feita

a partir de estudos do setor de Estatística do Detran e da Polícia Rodoviária

Federal que selecionou pontos estratégicos e com alto nível de acidentes.

Além dos outdoors próprios nas estradas, o Detran utiliza espaços

publicitários de concessionárias que participam do “Pacto pela Paz no

Trânsito”, como Ponte Rio - Niterói, Via Lagos e CONCER.

O Pacto pela Paz no Trânsito é mais uma das ações de conscientização

do Detran. Em parceria com as principais concessionárias do Estado do Rio de

Janeiro, realizam a distribuição de material informativo e brindes nos dias que

antecedem os chamados “feriadões”, datas onde os índices de acidentes

frequentemente aumentam.

Mídias indoor, no Metrô-Rio e na SuperVia, também são utilizadas pelo

órgão para divulgar suas campanhas educacionais. Os espaços publicitários

nos vagões e nas principais estações trazem grande retorno para a instituição.

Mídias em jornais e revistas

Meio de comunicação utilizado para veicular mensagem

de conteúdo promocional ou publicitário. Designa, de

forma genérica, todos os meios de comunicação, ou seja,

os veículos que são utilizados para a divulgação de

conteúdos de publicidade e de propaganda”. (Fonte:

Dicionário de Termos de marketing, publicidade, internet

e negócios).

Em parceria com os principais veículos de comunicação do Rio de

Janeiro - O Globo, O Dia, Jornal do Brasil, Lance!, Extra e outros, o órgão

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veicula suas campanhas de forma seqüencial para atingir o público-alvo de

cada veículo.

Foi desenvolvido junto ao Jornal O Globo, uma campanha sobre as

Vítimas de Trânsito. Testemunhos reais de pessoas vítimas de acidentes de

trânsito que são assistidas pelo órgão, foram veiculadas em anúncios no jornal

mostrando as causas dos acidentes.

Apoiado pelo Núcleo de Apoio à Vítima de Trânsito (NAVI) e pela

psicóloga responsável, Maria José, quatro histórias foram divulgadas causando

um grande impacto nos leitores do veículo. Os anúncios mostraram a história

com fotos e o depoimento das vítimas e dos seus familiares.

Assessoria de Imprensa

A Assessoria de Imprensa é um instrumento de comunicação utilizado

por empresas e individualmente por pessoas públicas para fazer o

relacionamento do cliente com a mídia e filtrar o que pode virar notícia.

“Assessoria de imprensa é uma forma de se conquistar

cobertura editorial (reportagens, notas em colunas etc.)

nestas mesmas mídias, com apelo noticioso e não

comercial." (Fonte: Literal Link Assessoria de Imprensa -

Curitiba (PR) - Brasil).

Este setor no Detran-RJ é bastante explorado nas campanhas

educativas. Com ele, é possível noticiar as atividades que serão realizadas e

divulgar para os diversos públicos. Além de conseguir espaço para notícias nos

principais jornais.

A Assessoria de Imprensa também está presente nos eventos para

atender à mídia e passar todas as informações necessárias. Com o trabalho

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desta equipe, é divulgada a boa imagem do departamento e aumenta a

credibilidade nas ações.

O relacionamento com a mídia e com os diversos públicos melhorou

muito quando a assessoria de imprensa começou a se engajar nessas

atividades. O setor também sugere melhores datas para as ações, melhores

jornais a serem divulgados e atividade a serem desenvolvidas.

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CONCLUSÃO

Os acidentes de trânsito são considerados uma epidemia em todo

mundo. No Brasil, somente no Estado do Rio de Janeiro, são sete mortes

causadas em acidentes de trânsito por dia.

O aumento da frota de veículos no trânsito não é um problema

somente devido aos acidentes e o elevado número de mortes, mas também é

culpado pela decrescente qualidade de vida no meio urbano devido à poluição

sonora e atmosférica, além de ser um problema grave de saúde pública com

gastos anual de R$ 28 bilhões.

As campanhas educativas realizadas pelo Detran-RJ com bases em

estratégias de marketing, estão sendo consideradas eficazes pela sociedade e

iniciativa privada que, em parceria com o órgão, estão realizando projetos para

divulgar e disseminar a educação de trânsito entre crianças e jovens.

Um exemplo desse reconhecimento são as parcerias com grandes

empresas como as organizações O Globo, Michelin, Editora e Rádio O Dia,

Porto seguros e Peugeot Citroen.

O aumento da fiscalização e do rigor das leis também é um grande

auxílio para a diminuição das estatísticas de acidentes de trânsito no Brasil. A

Lei Seca, como é chamada popularmente a nova Lei 11.705, que altera o

Código de Trânsito Brasileiro, provocou uma mudança de hábitos da

população brasileira. O consumo de qualquer quantidade de bebidas alcoólicas

por condutores de veículos está proibido. Antes, era permitida a ingestão de

até 6 decigramas de álcool por litro de sangue (o equivalente a dois copos de

cerveja).

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Quem for pego depois de beber, além da multa de R$ 955,00, terá o

direito de dirigir suspenso por 12 meses. A infração é gravíssima com sete

pontos em carteira e o condutor poderá ser preso e ter o carro apreendido.

Nos Estados Unidos, a lei permite o consumo de até oito decigramas de

álcool por litro de sangue. As penalidades, no entanto, variam. Na Califórnia,

por exemplo, a carteira de motorista é suspensa para menores de 21 anos. No

Mississsippi, se o motorista se recusar a fazer o teste ao ser parado, sua

permissão é invalidada por 90 dias.

Os ingleses também têm o mesmo limite de álcool permitido: oito

decigramas de álcool. Mas as conseqüências são diferentes. Se for pego

bêbado, o motorista enfrentará, no mínimo, uma acusação formal, a

suspensão da licença por um ano e seu nome numa ficha criminal.

Dependendo do grau de bebida e do estrago, o autuado pode ter que pagar

multa de até 5 mil libras (cerca de R$ 16 mil) e ficar mais seis meses na prisão.

A imprudência, o não uso dos equipamentos de segurança (cinto de

segurança, capacete etc), a associação de álcool com direção e a sensação de

impunidade que “reina” no Brasil é uma mistura perigosa quando o assunto é o

trânsito.

Somente com educação desde os primeiros anos de vida das crianças e

também com leis mais rigorosas e apoio de entidades fiscalizadoras será

possível fazer com que o trânsito seja menos perigoso e que as mortes fiquem

por conta das guerras que um dia também irão acabar.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Conteúdo de revista

Anexo 2 >> Conteúdo de revista Anexo 3 >> Material gráfico do Denatran sobre a Semana Nacional de Trânsito 2008 – “a criança no trânsito”

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ANEXO 1

UM AVIÃO A CADA DOIS DIAS

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ANEXO 2

Você é Dr. Jekyll ou Mr. Hyde?

Descubra como age sua sombra e evite problemões no trânsito Texto: Adriana Bernardino Fotos: Renato Takahashi

http://www.webmotors.com.br/ (14-05-2008) - Quem já não viu o desenho animado em que Pateta sai de casa cantarolando uma canção, entra no carro e, após algumas aceleradas, transforma-se na mais agressiva das criaturas? Ou melhor: quem já não viveu essa transformação? A cena é uma boa caracterização para o homem ao volante, que vivencia diariamente seu lado Dr. Jekyll e Mr. Hyde. Ora médico ora monstro, todos estamos sujeitos a revelar no trânsito nosso lado B ou sombra, para usar a definição do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung. Negada, reprimida, ignorada pela consciência, a sombra encontra nas situações de estresse sinal verde para assumir a direção e causar as conseqüências que estamos habituados a ver e das quais todos somos vítimas – de uma simples discussão a acidentes e mortes violentas. Manual do proprietário – o que é sombra? Ponto cego do retrovisor, buraco repentino do qual não se desvia, a sombra é nosso carona invisível, faceta que negamos, não vemos e não queremos ser. Nela habitam todos os aspectos reprimidos da personalidade, tanto negativos quanto positivos. “A sombra é aquilo que já fiz e reprimi ou tenho potencial para fazer, aquilo que não se elege como principal na vida. Passa pelo que não temos desejo de ser nem gostaríamos que as pessoas vissem de nós”, diz o psicoterapeuta junguiano, Ascânio Jatobá de Almeida Soares. Depois de agir sob influência da sombra, é comum ouvir lamentações como: “não era eu”, “eu estava fora mim”. Vale perguntar: se não você, quem era? De quem se trata esse outro? Onde está quando não em si? “Somos múltiplas personalidades. Ao volante, está o ego, centro da consciência. É como dirigir um microônibus cheio de passageiros, cada qual querendo assumir a direção e seguir o próprio caminho. Os passageiros são outras partes de nós mesmos, que têm vontade própria. Entre eles, está a sombra”, explica Soares. “Essa diferença pode ser facilmente reconhecida, por exemplo, quando queremos abandonar um vício ou comportamento. Um lado diz: pare de fumar; enquanto outro argumenta: será só mais um...”.

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GPS – como encontrar sua sombra? “De pequenas fraquezas (como disparar resmungos no trânsito) a forças verdadeiramente maléficas – a ponto de matar outro motorista ou pedestre –, a sombra pode revelar complexos reprimidos, aspectos imaturos da personalidade”, diz o psicoterapeuta. A sombra pode ser identificada pelas fortes emoções que desperta, geralmente com sentimento de raiva, ódio, medo e descontrole com pessoas do mesmo sexo. Pode aparecer também como atriz no palco dos sonhos, simbolizada no tipo físico oposto ao do sonhador, um irmão ou alguém que seja muito próximo. O psicoterapeuta sugere dois bons exercícios para começar a perceber os aspectos de sua sombra: Espelho – preste atenção às críticas mais freqüentes e duras que faz a outros motoristas. Não as críticas banais, mas as sistemáticas e que lhe tiram do sério. Provavelmente, o seu julgamento diz mais sobre você mesmo do que sobre ele. O exercício pode se estender a outros campos da vida. Temos tendência a criticar no outro o que não queremos enxergar em nós mesmos. < – virtudes de>experimente fazer uma listas de suas virtudes como motorista e como pessoa. Ao lado, faça outra com características opostas às que acabou de descrever. Você terá uma prévia do que está guardando a sete chaves no insconsciente. Antes de investir contra alguém, pense que aspecto de sua personalidade está sendo revelado por ele. Pisca alerta: o que fazer com a sombra? Segundo Jung, “todo homem tem uma sombra e, quanto menos ela se incorporar a sua vida consciente, mais escura e densa ela será. De qualquer modo, ela forma uma trava inconsciente que frustra nossas melhores intenções”. Autoconhecimento é um dos caminhos mais certeiros para se relacionar com a própria sombra. “Uma boa técnica é dialogar com ela, na forma de escrita. Identifique, por exemplo, uma situação que lhe tira do sério ao volante. Imagine que esse que ‘sai de si’ é um outro. Reserve um tempo em que não seja incomodado e – com papel e caneta ou no computador – escreva um diálogo com ‘ele’. Pergunte quem é, o que sente, por que age de determina forma etc. Deixe fluir”, recomenda Soares. E antes da próxima discussão quando estiver dirigindo, lembre-se: você nunca sabe o que a sombra do outro é capaz. Por isso, evite provocá-la.

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ANEXO 3

MATERIAL GRÁFICO DA SEMANA NACIONAL

DE TRÂNSITO DO DENATRAN

Cartaz de divulgação da

Semana Nacional de

Trânsito 2008 do Denatran

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BIZZOCCHI, Aldo. Anatomia da Cultura - uma nova visão sobre ciências, arte,

religião, esporte e técnica. São Paulo: Palas Athena, 2003.

Dicionário de Termos de marketing, publicidade, internet e negócios

(http://www.rg9.org/dicionario.php)

FARIA, E.O. (2002) Bases para um programa de educação para o trânsito a partir do estudo de percepção de crianças e adolescentes. Tese de D.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

FARIA, E.O. (2002) Bases para um programa de educação para o trânsito a

partir do estudo de percepção de crianças e adolescentes. Tese de D.Sc.,

COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

GRAYSON, G.G. (1981) “The identification of training objectives: what shall we

tell the children?”. Accident, Analysis & Prevention, v. 13, p. 169-173.

GIÁCOMO, Cristina. Tudo acaba em festa – evento líder de opinião, motivação

e público. Ed. Página aberta. São Paulo, 1993.

KOTLER, P. (1994). Marketing para organizações que não visam lucro. 1ª ed.

São Paulo: Editora Atlas

KOTLER, Philip. Marketing, Edição Compacta. São Paulo: Atlas, 1990.

KOTLER, Philip. Administração de Marketing: Análise, Planejamento,

Implementação e Controle. São Paulo: Atlas, 1998.

MARTIN, Vanessa. Manual Prático de Eventos. São Paulo: Atlas, 2003.

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55

MCLEISH, B. J.(1995). Successful marketing strategies for non profit

organizations. New York : John Wiley & Sons Inc

WOLINSK, A (1993) The future for road safety education training and publicity.

21 st Summer Annual Meeting Procedings of Seminar C. Traffic Management

and Road Safety. University of Manchester Institute of Science and

Technology. Report\RSU\RSPAPER p.233-247.

STERN , G. J. (1996) Marketing workbook for non profit organizations. 5 ed. St

Paul. Amherst Wilder Foundation.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

O TRÂNSITO E SUA EVOLUÇÃO NO MUNDO 10

1.1 – A Educação para o trânsito nos EUA, Inglaterra, França e Brasil 13

1.1.2 – Objetivos da educação de crianças e adolescentes para

o trânsito 15

1.2 – Contexto Atual 17

CAPÍTULO II

O COMPORTAMENTO HUMANO E O TRÂNSITO 20

2.1 – O automóvel e o Homem 21

CAPÍTULO III

AS FERRAMENTAS DE MARKETING NAS CAMPANHAS EDUCATIVAS DE

TRÂNSITO 30

3.1 – O jovem e o trânsito 32

3.2 – A criança e o trânsito 33

3.3 – Principais ferramentas de marketing utilizadas pelo Detran-RJ 34

CONCLUSÃO 42

ANEXOS 44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54

ÍNDICE 56

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: A Vez do Mestre

Título da Monografia: O Marketing a favor da Educação de Trânsito

Autor: Danielle Matos Brilhantino

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: