universidade candido mendes pÓs-graduaÇÃo … · segundo certa ordem e método; organizar;...

42
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O Papel do Supervisor Escolar na atualidade Por: Vânia Cristina Gonçalves Pecli Orientador Prof. Mery Sue Rio de Janeiro 2012

Upload: phamhanh

Post on 01-Dec-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O Papel do Supervisor Escolar na atualidade

Por: Vânia Cristina Gonçalves Pecli

Orientador

Prof. Mery Sue

Rio de Janeiro

2012

Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL DO SUPERVISOR NA ATUALIDADE

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em..Educação..

Por: . Vânia Cristina Gonçalves Pecli

Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

3

AGRADECIMENTOS

..Agradeço a Deus por ter me

dado forças e iluminado meu

caminho, ao meu amor

Fernando Wanzeller, aos

amigos, aos meus Irmãos

Sergio, Valdecir e Moisés, a

minha Doce Mãe Eronita de

Castro Pecli. Minha gratidão não

se expressa nem se esgota em

palavras...

‘’Deus abençoe a todos ”

Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

4

DEDICATÓRIA

.....Eu dedico ao meu Deus que me tem

concedido forças para a realização de

mais uma conquista Pessoal .A meu

Esposo Fernando Wanzeller por todo o

amor e dedicação, aos Meus Irmãos, e

claro a minha doce Mãezinha Eronita de

Castro por acreditar e contribuir para

refinar o meu caráter e me tornar a

Pessoa que hoje sou.

Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

5

RESUMO

Essa pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de estudar o Supervisor

Escolar como articulador da qualidade da educação. Apresentando as

dificuldades, os desafios e os avanços referentes ao trabalho deste profissional

na Instituição de ensino.

A supervisão, em sua atuação, precisa prever todo o seu trabalho para

um período letivo, anual e semestral, bem como precisa prever a execução de

suas tarefas particulares.

Mas estas se desenrolam segundo o esquema: planejamento,

acompanhamento e controle.

O planejamento refere-se ao que e como fazer, o acompanhamento à

execução e o controle à avaliação.

Ciente de que essa temática é alvo de inúmeros estudos na atualidade,

espera-se que este estudo possa constituir-se de uma compilação de um

referencial teórico capaz de contribuir, mesmo que minimamente, para as

discussões acerca da temática.

Palavras-chave: Supervisão Escolar, Liderança, Motivação, Projeto Político

Pedagógico.

Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

6

METODOLOGIA

Os métodos que levam ao problema proposto, como leitura de livros,

jornais, revistas, questionários.... e a resposta, após coleta de dados, pesquisa

bibliográfica, pesquisa de campo, observação do objeto de estudo, as

entrevistas, os questionários, etc. Contar passo a passo o processo de

produção da monografia. É importante incluir os créditos às instituições que

cederam o material ou que foram o objeto de observação e estudo.

Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - A Supervisão Escolar nos dias atuais 12

CAPÍTULO II - O Perfil do Supervisor Escolar 21

CAPÍTULO III – Relacionamento Interpessoal do Supervisor Escolar 30

CONCLUSÃO 38

ANEXOS 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADAS 40

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

8

INTRODUÇÃO

O Supervisor Escolar tem como objetivo de trabalho a produção do

Professor – o aprender do Aluno – e preocupa-se de modo especial com a

qualidade dessa produção. O Supervisor deverá ser um visionário com um

enorme desafio profissional pois o Professor, o educando, o quadro

administrativo, os Pais e toda a comunidade precisam desempenhar

adequadamente suas funções: Quais são as necessidades e o papel do

Supervisor em nossa atualidade? Qual a influencia do Supervisor no

relacionamento da Equipe Escolar ?

Na atualidade temos falado sobre o papel do Supervisor Educacional.

Afinal, por que ele é necessário?

Quem dera coordenar fosse simples como diz o dicionário: dispor

segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar.

O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o

imaginário da escola sob as mais estranhas caricaturas. Às vezes, atuava

como fiscal, alguém que checava o que ocorria em sala de aula e normatizava

o que podia ou não ser feito.

Pouco sabia de ensino e não conhecia os reais problemas da sala de

aula e da instituição. Obviamente, não era bem aceito na sala dos professores

como alguém confiável para compartilhar experiências.

Participar do planejamento global da Escola, coordenar o

Planejamento de ensino buscando formas de assegurar a participação atuante

e coesiva da ação docente. Realizar , coordenar, pesquisar, planejar atividades

que buscam integrar e suprir as necessidades dos Docentes, Discentes e

comunidade. Coordenando e dinamizando mecanismos que visam

instrumentalização dos Professores quanto ao seu fazer Docente são

Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

9

atribuições do Supervisor Escolar. Pois valorizando a todos é fundamental que

a Escola que atuamos seja sempre uma instituição valorizada pela sociedade.

Existem hoje Profissionais que não cumprimentam os demais colegas,

apenas trocam um ‘ bom dia ’ ou ‘ boa tarde ’ esquecendo-se da importância

da relação interpessoal.

Um outro aspecto é ressaltar que na Escola convivem Pessoas com

diferentes tipos de pensamentos e histórias de vida. O Supervisor Escolar tem

como objetivo tornar o ambiente harmonioso, com respeito acima de tudo para

que o processo de ensino aprendizagem aconteça com sucesso.

A Motivação representa a busca de uma fonte inspiradora para

qualquer Pessoa ir a busca de uma meta, é o que nos impulsiona para lutar

todos os dias pelos nossos sonhos.

A Liderança bem sucedida é também uma questão de aprendizagem

,de respeito as Pessoas e de fazer a coisa certa no tempo certo e devido. A

Importância de Líderes que desenvolvem Líderes, que desenvolvem outros

Líderes. Esses Líderes são aqueles que focalizam sempre os aspectos fortes

dos liderados, investem tempo nos outros e não tem medo de perder o poder

ou ser substituído.

Conhecimentos, competências profissional, formação contínua são

algumas das condições para a atuação do Supervisor neste contexto de

mudanças paradigmáticas.

O Supervisor, entendido aqui como articulador da proposta

pedagógica da Escola, precisa estar ciente das mudanças que se processam

no mundo e na escola para poder auxiliar os educadores neste processo. Os

desafios para o supervisor, como a busca constante por uma formação

continuada dos professores, a fim de que estes estejam aptos a responder às

necessidades e mudanças produzidas pelas interações que ocorrem no

Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

10

universo escolar, criando soluções adequadas a cada realidade, ou seja,

desenvolvendo a sua resiliência mediante os problemas apresentados. Precisa

também, reconhecer limites e deficiências do próprio trabalho pedagógico com

o intuito de mudar práticas originadas de visões de mundo, valores e

interesses que interferem na prática diária, o que implica o enfrentamento

inevitável e delicado de conflitos entre professores, alunos, pais e a hierarquia

do sistema escolar. Porem mudar práticas pedagógicas significa empreender

mudanças em toda a cultura organizacional.

O Supervisor precisa ter clareza destas questões ,ter conhecimento

teórico, para exercer o papel de liderança e auxiliar os Professores a

perceberam as mudanças, propondo novas formas de atuação em sala de

aula.

Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

11

CAPÍTULO I

A SUPERVISÃO ESCOLAR NOS DIAS ATUAIS

...A Escola dos nossos sonhos só será possível quando todos os

Educadores tiverem consciência de que não basta apenas criticar, é

preciso em permissa maior, vestir a camisa de sua própria profissão com

total responsabilidade.

Roberto Giancaterino

.

Hoje nas Escolas convivemos com Pessoas nos diferentes tipos de

pensamentos, necessidades e histórias de vida. O supervisor, é capaz de

pensar e agir com inteligência, equilíbrio, liderança e autoridade, valores esses

que requerem habilidade para exercer suas atividades de forma responsável e

comprometida.

Pois a Educação não se faz somente com amor, se faz também com

qualidade, competências e seriedade, conforme Rangel, reconhece a

necessidade de estabelecer uma relação do Supervisor com os outros

profissionais da Escola, diz que:

“Um trabalho de assistência ao Professor, em forma de

planejamento, coordenação, controle, avaliação e

atualização do desenvolvimento do processo ensino

aprendizagem. ” ( RANGEL, 1988, p.13 ).

De acordo com Nérici (1978, p. 29-30), o conceito de supervisão

escolar sofreu singular evolução até chegar à atual conceituação. Para esse

autor, a supervisão escolar, passou por três fases distintas que são:

Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

12

a) Fase fiscalizadora:

A fase fiscalizadora foi a primeira a se confundir com inspeção escolar,

interessada mais no cumprimento das leis de ensino, condições do prédio,

situação legal dos professores, cumprimento de datas e prazos de atos

escolares, como provas, transferências, matrículas, férias, documentação

dos educandos etc. [...]

b) Fase construtiva:

A fase construtiva ou de supervisão orientadora, a segunda na evolução do

conceito de supervisão escolar, é a que reconhece a necessidade de

melhorar a atuação dos professores. Os inspetores escolares, então,

passaram a promover cursos de aperfeiçoamento e atualização dos

professores. Assim, são examinadas falhas na atuação dos professores, e

essas falhas são motivo para realização de trabalhos visando à remoção

das mesmas.

c) Fase criativa:

A fase criativa, a atual, é aquela em que a supervisão se separa da

inspeção para montar um serviço que tenha em mira o aperfeiçoamento de

todo o processo ensino aprendizagem, envolvendo todas as pessoas nele

implicadas, em sentido de trabalho cooperativo e democrático. [...] percebe-

mos que a supervisão prioriza a atuação a preocupação com uma

constante atualização, evitando uma defasagem entre escola e comunidade.

O Supervisor que trabalha dando enfoque a esta visão de instituição

escolar, de forma democrática, participativa e coletiva, será capaz de junto

com os demais profissionais da escola, transformar a realidade educacional

de sua comunidade escolar, pois ele precisa sempre pensar no fator

primordial no desenvolvimento de suas funções, priorizando as ações

educativas tanto com relação ao desenvolvimento do trabalho docente como

Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

13

a aprendizagem do aluno, uma vez que estes são seus objetos de trabalho

e é para eles que suas ações devem estar voltadas.

1.1 – BREVE HISTÓRICO DA SUPERVISÃO ESCOLAR

A idéia da Supervisão surgiu com a industrialização, no sentido de

melhorar a quantidade e qualidade da produção, sendo a supervisão uma

forma de reprimir, vigiar, controlar, monitorar manteve durante muito tempo nos

séculos XVIII e início do século XX .

As pesquisas e estudos voltados para a Supervisão Escolar fizeram

com que esta função fosse conceituada sob vários enfoques. Trazendo a

origem etimológica da palavra ‘supervisionar’, temos: ’SUPERVISIONAR =

SUPERVISAR’ e ‘SUPERVISAR = dirigir ou orientar em plano superior;

superintender, supervisionar’

(FEREIRA, 1993, p. 520).

.

Somente em 1841, que a Supervisão começa a ter um olhar

direcionado para o ensino, com intuito da busca de um melhor desempenho da

escola em sua tarefa educativa e verificação das atividades docentes.

Nessa perspectiva, Nérici (1978, p. 27) afirma que Supervisão Escolar

é a “visão sobre todo o processo educativo, para que a escola possa alcançar

os objetivos da educação e os objetivos específicos da própria escola”. Esse

olhar exclui os sujeitos envolvidos no processo educativo, ou seja, a escola e

os objetivos da educação são o foco do trabalho, sem que sejam considerados

os professores, alunos, especialistas, demandas sociais ou qualquer outra

variável dentro desse processo.

No início do Século XX com a melhoria do ensino e das aprendizagens

dos alunos, a Supervisão obtém uma nova função: de transmitir, explicar,

mostrar, julgar e recompensar o trabalho escolar; com isso começa a ser um

líder democrático, pois assume um “caráter de liderança, de esforço

cooperativo para o alcance dos objetivos, com a valorização dos processos de

grupo na tomada de decisões.” ( RANGEL, 2001)

Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

14

A Supervisão Escolar propriamente dita surge pela primeira vez no

Brasil com Reforma de Francisco Campos decreto Lei 19.890 de 18/04/31,

mas assumindo um papel bem diferente daquele que vinha sendo realizado, de

fiscalizar e inspecionar o trabalho docente, “... cabia também ao inspetor geral

presidir os exames dos professores e lhes conferir o diploma, autorizar a

abertura das escolas particulares e até rever os livros, corrigi-los ou substituí-

los por outros.” (FERREIRA, 1999).

A Inspeção Escolar neste período era muita rígida. A escola se

preparava toda para receber o inspetor, este só aparecia na escola para

observar e fiscalizar todo o trabalho, desde o administrativo até o pedagógico.

Na década de 1950, no Brasil a nomenclatura Inspetor passa para

supervisor escolar que permeia a educação atual.

Neste período a formação dos primeiros supervisores foi mediante os

cursos promovidos pelo Programa América - Brasileiro de Assistência ao

Ensino Elementar (PABAEE), sendo que o supervisor atenderia somente o

ensino primário. Este curso PABAEE se expandiu pelo Brasil inteiro durante os

períodos de 1957 a 1963.

Assim a formação do supervisor escolar passou para o ensino normal

designada pela LDB 4.024/61, após sua promulgação ficou estabelecido que

os governos estaduais e municipais a incumbência de organizar e executar os

serviços educativos.

Neste âmbito, com as mudanças ocorrendo e com a política do

governo pós-64 a educação começou explicitamente atender os interesses

econômicos de segurança nacional, ou seja, o Supervisor Escolar tinha o papel

de controlar a qualidade e promover a melhoria do ensino, sendo que este

especialista deveria ter formação específica.

E foi a partir da lei 5540/68, que a Supervisão passa a ter a sua

formação em nível superior.

Na década de 70 a Supervisão Escolar engloba todas as atividades de

assistência técnica – pedagógica e de inspeção administrativa, afim de não só

atender a escola, mais todo ensino, nos anos 80, surgiram críticas sobre os

papéis dos especialistas afins de eliminá-los das escolas.

Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

15

Analisou-se melhor esta situação e percebeu-se que o serviço da

Supervisão Escolar tem uma atuação eficaz, para a organização do trabalho

pedagógico.

Já nos anos 90, retoma-se a supervisão com a nova LDB 9394/96 que

propõe: que a formação de especialistas será oferecida nos Cursos de

Pedagogia em nível de Pós-Graduação ou Complementação, com intuito de

formação em exercício das práticas pedagógicas e como estas deverão ser

desenvolvidas, visto que o supervisor é aquele que contextualiza, auxilia,

pesquisa, coordena as atividades pedagógicas em parceria com os

professores.

Segundo Alves & Garcia (1986): Se a educação é a preparação para o

exercício da cidadania, a luta em favor de uma escola pública de qualidade é

condição para que se realiza o direito fundamental de todos os brasileiros á

cidadania. Uma escola em que todos tenham não só o direito de acesso, mas

a possibilidade de permanência e a garantia de nela se apossarem do

conhecimento que os capacite para o exercício da cidadania.

Após esta retrospectiva, na qual aconteceram várias mudanças no

âmbito educacional interferindo nos papéis dos responsáveis pela escola,

pretende-se que o Supervisor Escolar do século XXI tenha uma postura de

pesquisador, cooperador, companheiro, flexível, integral e acima de tudo

comprometido com a eficiência do trabalho pedagógico e seja um conhecedor

das leis, para poder entender as normas que o regem.

1.2 – ATRIBUIÇÂO DO SUPERVISOR ESCOLAR

O Supervisor Escolar deve está presente no dia-a-dia da Escola, sua

principal função é : Planejar a ação docente, Administrar o Projeto Político

Pedagógico promovendo o bom relacionamento entre Professores, Alunos e

Funcionários .Realizar programações, comissões de voluntariados, atuar junto

a comunidade pela busca de apoio, avaliando as ações para uma Escola de

qualidade.

Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

16

O Supervisor promove trocas de experiências socializando o saber,

promovendo encontros para divulgar as ações pedagógicas de sugestões

apresentado pela sua equipe de trabalho em internet, jornal da escola,

certificado de participação e etc.

Ele é o especialista nas diversas didáticas e o parceiro mais

experiente do professor. É ele quem responde por esse trabalho junto ao

diretor, formando assim uma relação de parceria - e cumplicidade - para

transformar a escola num espaço de aprendizagem.

O que ocorre em muitos casos é que, sem formação adequada, ele

acaba assumindo funções administrativas - e a formação permanente fica em

segundo plano ou desaparece.

E enfim é o funcionário destacado pela Secretaria de Educação,

geralmente um educador, para dar apoio às escolas e fazer a interface do

Executivo com elas. As redes mais bem estruturadas dispõem de uma equipe

de supervisores que divide responsabilidades e se articula para fazer a

orientação dos Diretores e apoiá-los nas questões do dia a dia, formar os

coordenadores pedagógicos e os professores e garantir a implementação das

políticas públicas. O trabalho do Supervisor é mais do que nunca, uma prática

social, uma capacidade de viver juntos e em harmonia e cooperação com

todos os atuantes da empresa.

O trabalho em equipe é uma das principais características das atuais

gestões, e para isso é preciso investir nas relações humanas. Saber ouvir, ou

seja, receber a mensagem e interpretá-la adequadamente porem ouvir sem

preconceito o outro e não ouvir apenas o que se quer ouvir. Saber transmitir,

falar, sinalizar a mensagem para que ela seja adequadamente interpretada por

quem a receba. Saber a hora certa de elogiar, dar um feed back construtivo e

avaliar a performance individual e grupal estando disponível para desenvolver

pontos fracos e fortalecer os pontos fortes estimulando-a ao crescimento.

Uma empresa líder é formada por pessoas que a tornaram líder e,

consequentemente, exercem grande influência sobre as demais pessoas, não

só na visão dos negócios, mas principalmente na canalização de esforços e

direcionamentos das atitudes para que objetivos sejam alcançados.na

Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

17

empresa. Uma das principais habilidades que formam um líder é a de se

comunicar e se relacionar com as pessoas, haja visto que um líder vende suas

idéias, influencia, motiva, conduz, incentiva, levanta o ânimo, representa o

grupo, define, compartilha, ouve, tem sensibilidade para perceber as

diferenças individuais, adequa-se ao contexto. Além disso é bem quisto,

respeitado e admirado. modificar a vida das pessoas, o líder deve ter grande

sensibilidade para perceber cada ser humano como verdadeiramente é,

inspirar confiança de forma a ter seguidores.

Quem é um líder? Não é alguém que diz para você o que fazer.

Alguém que simplesmente diz para você o que fazer é um chefe. Você faz

assim porque ele disse para fazer assim.

Um líder é alguém que você deseja seguir, mas não quem você é

obrigado a seguir. A autoridade é necessária como parte da vida em sociedade

e para se trabalhar nas empresas, mas, isso por si só, não basta para fazer um

líder. O significado original da palavra ‘liderança’ é continuar uma jornada na

companhia dos outros. Assim, um líder está indo para algum lugar, ele tem

uma meta e uma visão. Ele atrai os outros, então ele tem apelo, e influencia os

outros. Aqueles que se unem a ele na jornada, confiam que ele conheça o

caminho.

O líder tem interesse em seu pessoal, ele conhece seu pessoal como

indivíduos, e ele conhece e respeita o que é importante para eles. Ele sabe

que o mesmo incentivo não funciona para todos e assim ele não tenta impor

isto para todos.

Um chefe tem poder, um líder tem influência. Um chefe depende de

sua posição de autoridade; um líder conquista a autoridade ao ser respeitado

pelo seu pessoal. Um chefe consegue que pessoas façam as coisas e um líder

consegue que as pessoas queiram fazer as coisas. Porque eles estão

motivados e inspirados pelo que é importante para eles e isso é liderança

baseada em valores.

É obrigação do líder, fazer aflorar em seu colaborador os motivos que

ele tem para agir, que estão lá dentro dele, mas adormecidos. E isto não é no

geral, é no particular, é um a um. Pessoas não são iguais, têm motivos

Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

18

diferentes. Manter um Funcionário motivado é uma MISSÃO DIÁRIA do líder e

o resultado de vários fatores. Pois mante-lo motivado, vestindo a camisa da

empresa requer conhecimentos de LIDERANÇA do líder, dar o exemplo – fazer

o que fala, ser educado, gentil, cortês, cordial, empático sem ser piegas ou

falso".

O líder motivado e motivador é fundamental na organização. Seu

papel é de extrema importância e sua função é estratégica, para que os

objetivos organizacionais sejam atingidos. Liderança é a qualidade de líder,

que tem habilidades peculiares, como coordenar, liderar, dirigir e apoiar.

Liderança é uma capacidade, que nasce com a pessoa, ou que é

desenvolvida por ela, dependendo da sua necessidade. É uma habilidade

muito procurada pelas empresas, porém, o que se espera delas, é ser

praticamente um “super-herói”, o que é um erro, não apenas porque super-

heróis não existem, mas também porque se trata de um ser humano,

conduzindo outros seres humanos.

Liderar é saber como explorar os mananciais da motivação humana e

também, conhecer a base do relacionamento com os colegas. Sua função

como líder é fazer com que sua equipe pense e aja sobre a missão: como

ganhar dinheiro e como construir capital humano para futuras estratégias.

Mas como entusiasmar as pessoas? Uma maneira é explicar ao seu

pessoal que suas ações são únicas e que ninguém jamais fez isso antes.

Deixe claro que eles são os desbravadores do caminho. É absolutamente

verdadeiro dizer que “quanto mais alto você for, maior é o talento, e mais duros

são os clientes com quem você lida.” No entanto, bons líderes não se

intimidam. Você deve aprender a prosperar com esse fato. Lidar com pessoas

difíceis, de alto nível, fará você executar melhor sua função.

O próximo importante elemento de liderança é como organizar sua

equipe para que todos trabalhem juntos e se apóiem no caminho de atingir os

objetivos. O maior desafio para os líderes está em garantir que o time se

mantenha unido e se apoiando. O líder eficaz é um incentivador dos conflitos

de idéias e é também um competente solucionador de conflitos pessoais. A

sua grande habilidade neste aspecto é que ele distingue claramente os fatos

Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

19

das pessoas, e assim pode corrigir aqueles sem magoar ou diminuir a auto-

estima dos envolvidos. uma característica dos lideres eficazes é que eles ficam

tão envolvidos e acreditam tão profundamente em sua visão que seu

entusiasmo natural ajuda a inspirar outras pessoas.

“O líder, quando eficaz, desenvolve as seguintes características: a

capacidade de expressar-se bem de forma articulada, de falar a respeito de

suas várias visões, transmitir idéias com clareza para outros, ter paixão,

entusiasmo, firme vontade de fazer a organização prosperar e alcançar um

determinado conjunto de metas.”,

O supervisor atual sabe que precisa se dividir em muitas habilidades e

criar elos entre as atividades de supervisionar, orientar e coordenar,

desenvolvendo relações verdadeiramente democráticas (FERREIRA, 2007)

Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

20

CAPÍTULO II

O PERFIL DO SUPERVISOR ESCOLAR

A Supervisão é uma função que existe em vários graus e em várias

formas em qualquer organização escolar. O processo de supervisão é visto

pelos professores, alunos e outras pessoas como um todo, contínuo, esten-

dendo-se de forma positiva ou indiferente. A visão de cada um depende, em

grande parte, de sua experiência anterior com as práticas de supervisão.

Rangel (2003, p. 72) ressalta essa questão ao afirmar que do sonhar ao

transformar há uma distância. Por isso essa revolução, no que

concerne ao supervisor, não transforma ou reelabora, mas evolui, regride,

rechaça o conceito, o papel a existência desse ‘especialista’. [...] entende-se

que a especialidade isola, desarticula , setoriza os serviços , as atividades

escolares, desconectando-as entre si e com a problemática social.

O Supervisor que trabalha dando enfoque a esta visão de instituição

escolar de uma forma democrática, participativa e coletiva, será capaz de

junto com os demais profissionais da escola, transformar a realidade

educacional de sua comunidade escolar. Pois ele precisa sempre pensar no

fator primordial no desenvolvimento de suas funções, priorizando as ações

educativas tanto com relação ao desenvolvimento do trabalho docente como a

aprendizagem do aluno. Uma vez que estes são seus objetos de trabalho e é para eles que suas ações devem estar voltadas para o trabalho do Supervisor,

para que não venham a surgir impedimento, que o mesmo possa criar na sua

atividade profissional meios de mudar esta realidade e fazer com que a escola

se transforme na escola de nossos sonhos.

Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

21

2.1 – O SUPERVISOR ESCOLAR E O CORPO DOCENTE

. Na parceria entre professor e supervisor há posições definidas que

indicam o objeto de ação/reflexão para a ação supervisora, a fim de superar

impasses conceituais do termo supervisão.

De acordo com Nérici (1978, p. 26) “a supervisão escolar visa à

melhoria do processo ensino-aprendizagem, para o que tem de levar em conta

toda a estrutura teórica, material e humana da escola”.

Dessa forma, acredita-se que o supervisor escolar tem a possibilidade

de transformar a escola no exercício de uma função realmente comprometida

com uma proposta política e não como o cumprimento de um papel alienado

assumido. Esse profissional, antes de tudo, deverá estar envolvido nos

movimentos e nas lutas justas e necessárias aos educadores.

Essa aprendizagem passa a ser objeto de trabalho do supervisor que a

problematiza, pondera, discute e acompanha junto com o professor os

conteúdos lógicos e as condições existenciais dos alunos. Tomando como

objeto de trabalho a produção do professor.

Nesse sentido, Medina (1997, p. 22) afirma que:

O papel do supervisor passa, então a ser redefinido com base em seu

objeto de trabalho, e o resultado da relação que ocorre entre o professor que

ensina e o aluno que aprende passa a constituir o núcleo do trabalho do

supervisor na escola.

Em seu agir, o supervisor buscará sempre promover a participação de

todos nos momentos do planejamento e discutir as diferentes formas de se

encaminhar a aprendizagem do educando, buscando através do diálogo

caminhos próprios na intervenção da qualidade do trabalho realizado pelo

professor em sala de aula.

Nesse contexto: O supervisor é o profissional que sustenta a proposta

pedagógica da escola através da ação de orientar e acompanhar, controlar e

avaliar o trabalho dos professores. (MEDINA, 1997. p. 11)

Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

22

Portanto, a busca de novas técnicas ou métodos que auxiliem na

aprendizagem do educando é algo que deve ser constante na ação do

supervisor escolar, que juntamente com o professor estará comprometido com

o processo de ensinar, aprender e educar. Procurando conhecer todas as

possibilidades que possa auxiliar no desenvolvimento de um ensino e de uma

aprendizagem em que a criatividade e a interação sejam as principais

características.

Nessa abordagem, Medina (1997, p. 32), refere-se dizendo:

Considerando as características próprias do professor, o supervisor

desenvolve com ele as formas possíveis de controlar o processo de ensinar e

do aprender. Ao abdicar do seu poder e controle sobre a prática docente, o

supervisor é capaz de assumir uma postura de problematizador do

desempenho docente, tornando-se um parceiro político-pedagógico do

professor que contribui para integrar e desintegrar, organizar e desorganizar o

pensamento do professor num movimento de participação contínua, no qual os

saberes e conhecimentos se confrontam.

Essa reflexão fará o professor valorizar o saber que produz em seu

trabalho cotidiano, empenhando-se no seu próprio aperfeiçoamento, e terá a

consciência de sua dignidade como ser humano e a consciência de sua

identidade como profissional da educação.

Enfim compete ao supervisor trabalhar junto com o corpo docente e

discente, no sentido de tornar dinâmica a proposta pedagógica assumida e

vivenciada por todos os participantes da escola.

Todo o serviço de supervisão escolar deve ter desempenho

participativo, articulando toda a escola de forma organizada em torno dos

propósitos e da filosofia da escola.

Muitos dizem que ensinar é uma arte e que servir é um dom. Para nos

Supervisores Escolares e Pedagogos é muito mais que isto. É um modo de

vida ,é o modo como escolhemos viver. Com suas dificuldades e seus desafios

Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

23

com suas recompensas e suas frustrações.

Se pensarmos que será um mar de rosas é melhor para aqui. Mas se

quiser entrar nesta nave chamada "Conhecimento Humano", não se

arrependerá. Pois trará um enorme beneficio a sua vida e a de todos que o

rodeiam.

A Supervisão Escolar é um exercício de cidadania, amor, altruísmo e

abnegação onde só os fortemente determinados terão êxito. Não como todos

acham como riqueza, mas sucesso na sua vida emocional. Na sua psique, pois

nada dá mais prazer na vida do que ver seres humanos crescendo no seu

Saber e se transformando seus sonhos em realidade.

2.2 – O SUPERVISOR ESCOLAR E O CORPO DISCENTE

. Na Uma escola de qualidade, antes de tudo, tem de preocupar-se

com a qualidade do conhecimento a ser produzido por seus alunos.

Uma escola que pretenda uma educação de qualidade, que se

preocupe com a democratização do acesso e da permanência do aluno na

escola, deve primordialmente preocupar-se em com o saber do seu aluno e

para isso faz- se necessário uma sólida base cientifica, formação critica de

cidadania e solidariedade de classe social (CORTELLA, 2005, p. 15).

Para Demo (2005, p. 31) menos que:

dominar conteúdos que envelhecem e desaparecem rapidamente, é

importante que o professor consiga que aluno saiba pensar, porque esta

habilidade representa a aprendizagem que se confunde com a vida [...] a

relação pedagógica implica sua politicidade à flor da pele; toda influencia que

se exerce sobre o aluno precisa purificar em sua autonomia. Cuidar da

aprendizagem toma o rumo da forja da autonomia.

O que se pretende não é uma escola pública que forme o trabalhador

que aprende hoje, para usar amanhã no seu dia a dia, mas aquela que

Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

24

selecione e apresente conteúdos que possibilitem aos alunos uma

compreensão de sua realidade e seu fortalecimento como cidadão, de modo a

que sejam capazes de transformá-la no interesse da maioria social.

Dentro das perspectivas de educação propostas pela escola, cabe ao

Supervisor Escolar atuar de forma a contribuir com a direção do

desenvolvimento de um trabalho administrativo e burocrático; orientar os

professores no desenvolvimento de seu trabalho cotidiano, procurando

esclarecer-lhes as dúvidas e estudar com estes na busca de solução de

problemas, mantendo uma postura democrática e de respeito ao outro e

contribuir na busca de atendimento ao ideal de educação pretendido pela

escola, e ainda desenvolver junto ao aluno um trabalho pedagógico de

orientação e apoio.

2.3 – O SUPERVISOR ESCOLAR E O P. P. PEDGOGICO

A escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos

a realizar a soma dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las,

é o que dá forma e vida ao chamado Projeto Político-Pedagógico.

Chamamos Projeto porque reúne propostas de ação concreta a

executar durante determinado período de tempo. É político por considerar a

escola como um espaço de formação de cidadãos conscientes, responsáveis e

críticos, que atuarão individual e coletivamente na sociedade, modificando os

rumos que ela vai seguir. É pedagógico porque define e organiza as

atividades e os projetos educativos necessários ao processo de ensino e

aprendizagem.

Apresentaremos resumidamente o que é planejamento dialógico de

Paulo Freire segundo Padillha (2002). Se todos participarem da tomada de

decisões, devemos estabelecer regras claras sobre como se dará essa

participação, sobre como as decisões serão tomadas e em que cada segmento

Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

25

poderá contribuir desde a concepção do projeto até a avaliação e o

replanejamento.

A participação de todos os segmentos escolares e comunitários se

refere às diferentes dimensões do trabalho escolar e comunitário, passando

desde às decisões financeiras/orçamentárias, pedagógicas/curriculares, ou

administrativas/de gestão

Nesta perspectiva Libâneo, em "Organização e Gestão da Escola",

destaca:

De fato, a escola não pode ser mais uma instituição isolada em si

mesma, separada da realidade circundante, mas integrada numa comunidade

que interage com a vida social mais ampla. Todavia, não tendo consenso entre

pesquisadores e educadores sobre as formas concretas dessa participação, de

forma delegada, na associação de Pais e Mestre (onde existir), no Conselho

de Escola e outros órgãos colegiados que venha a existir (2001, p. 90).

Dessa forma, o autor afirma que na realidade concreta, todavia surgem

questões não desprezíveis referentes à possibilidade de síntese entre

interesses e competências diversas, como é o caso da presença dos pais (e

estudantes) em órgãos colegiados da escola. Nesse sentido não se pode

ignorar que cada categoria de sujeitos componentes da organização escolar

(professores, alunos, diretores, coordenadores, pais, funcionários) possui

interesses específicos, implicando diferentes culturas e hábitos e diferentes

visões das questões escolares como ao abordar problemas pedagógicos-

didáticos os pais possam assumir uma atitude preconcebida de censura aos

professores, num campo em que em que, a rigor, não são especialistas.

Lembramos que os pais precisam realmente participar da vida escolar

dos seus filhos, umas das melhores formas é no processo de construção do

Projeto Político Pedagógico. Para que a proposta seja eficaz é preciso atraí-

los. Sabemos que é uma tarefa difícil, pois estão acostumados a serem

chamados somente para receber notícias – geralmente más – sobre seus

filhos. Alguns pontos que os afetam de perto deverão também ser

apresentados e discutidos, para que compreendam que aquelas ações estão

Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

26

sendo desenvolvidas pensando neles e para eles só assim, eles se sentirão

valorizados.

Já as associações de bairro, entidades comunitárias e as ONGs

podem contribuir em uma parceria com a escola, integrando suas atividades às

atividades curriculares e extra - curriculares.

Os diretores da escola ou dirigente de unidade escolar e seu vice, são

responsáveis pela coordenação de todas as atividades escolares, devem ser

capazes de "seduzir" os demais segmentos para a melhoria da qualidade de

trabalho desenvolvido na escola. Isso significa, por exemplo, criar mecanismos

e condições favoráveis para envolvê-los na elaboração do P .P. Pedagógico da

unidade, contando para esse fim com as diversas atividades de planejamento

.

Para que o processo de construção do projeto P. P .Pedagógico seja

eficaz é necessário que o Supervisor Escolar coloque-se de fato a serviço do

pedagógico assumindo o seu papel na organização administrativa como líder

pedagógico. Para que aconteça o envolvimento da turma, ele precisa

estimular um ambiente democrático, pois é uma tarefa difícil, uma vez que

aqueles que ocupam os cargos de liderança precisam aprender a aceitar novas

idéias e críticas. Portanto, ele deve ser o articulador da proposta pedagógica e

além disso decifrar e compartilhar as informações contidas em leis que afetam

o cotidiano escolar. Ressaltar as funções educativas de todos os funcionários

providenciar condições materiais e estruturais para que todos possam realizar

seu trabalho e enfim, nesse momento de discussão definir tempo e espaço

para que todos participem.

Supervisionar com uma visão democrática implica em saber ouvir,

contestar e ceder sendo que em meio às discussões podem surgir vários

confrontos e soluções, pois as pessoas analisam de diferentes formas cada

situação. Portanto, cabe a ele definir problemas e identificar soluções levando

em consideração a opinião de todos.

O Supervisor Educacional durante o ano letivo articula a equipe

pedagógica em torno do melhor cumprimento do que foi estabelecido no

projeto político-pedagógico, coordenando seus diversos desdobramentos em

Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

27

planos de curso, de currículo, de ensino ou de aula. Ele exerce uma

responsabilidade da maior relevância durante todo o processo, desde a fase

de organização das reuniões de planejamento das atividades pedagógicas da

unidade escolar até a da execução, desenvolvimento e avaliação do projeto da

escola.

.Durante o processo de desenvolvimento do Projeto Político

Pedagógico é papel também do coordenador estar em constante busca em

pesquisas e bibliografias para orientar os professores na busca de soluções

dos conflitos que vierem acontecer. Ouvir as queixas dos docentes e criar uma

rotina de reflexão coletiva sobre as possíveis soluções. Além disso, estar em

clima de avaliação das ações didáticas, organizar estudos e leituras que

possam levar o professor a ter autonomia sobre a sua docência. Portanto,

diretor e coordenador-pedagógico devem desempenhar papéis diferentes que

costumavam ter em uma administração baseada em hierarquia. .A gestão

democrática na escola, que compreende um modelo no qual a direção deve

ser eleita pela comunidade escolar, se constitui num dos condicionantes da

construção do Projeto Político Pedagógico.

A idéia de que a eleição direta para diretores das escolas é um

elemento importante para a democratização das relações do cotidiano escolar,

e pode contribuir decisivamente no debate e na formulação do Projeto Político

Pedagógico. No entanto, a nossa prática nos leva à constatação de que o fato

de se ter um diretor eleito na escola não significa necessariamente, que o

Projeto Político Pedagógico seja fruto da construção coletiva dos profissionais

da educação. Paradoxalmente, a realidade nos tem mostrado que em alguns

casos em que as direções são indicadas, essa mesma construção se efetiva

de forma democrática.

Vivemos numa sociedade que funciona basicamente de forma

hierarquizada. No mundo do trabalho há nítida separação entre os que

determinam/ decidem e os que se limitam ao cumprimento das decisões.

Enquanto profissional da educação é necessário que o professor conheça de

fato o que está implícito na LDB 9394/96, o que dá suporte ao professor para

participar ativamente da construção coletiva de propostas que venham

Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

28

fundamentar o Projeto Político Pedagógico, sendo assim possibilitarão

desfazer a dicotomia entre a concepção e execução do trabalho pedagógico no

interior do espaço escolar.

Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

29

CAPÍTULO III

RELACIO NAMENTO INTERPESSOAL DO

SUPERVISOR ESCOLAR .

O relacionamento interpessoal do supervisor com a equipe escolar.

Os objetivos específicos são:

§ Determinar a função do supervisor escolar;

§ Discutir a função da família e seu relacionamento com a equipe escolar;

§ determinar como deve ser o relacionamento do supervisor com o diretor,

professor e alunos;

§ Descrever o relacionamento do supervisor e da equipe escolar.

O Supervisor Escolar não desqualifica o professor, ao contrário, tem

a função de auxiliar o educador em sua prática diária, de forma que o discente

possa desenvolver toda a sua potencialidade.

O Supervisor Escolar é um profissional especializado em manter a

motivação do corpo docente, deve idealista, criativo e dinâmico, buscando

constantemente ser transformador, trabalhando em parceria, exercitando o

trabalho de equipe, integrando a escola e a comunidade.

Uma das principais habilidades que formam um líder é a de se

comunicar e se relacionar com as pessoas, haja visto que um líder vende suas

idéias, influencia, motiva, conduz, incentiva, levanta o ânimo, representa o

grupo, define, compartilha, ouve, tem sensibilidade para perceber as

diferenças individuais, adequa-se ao contexto. Além disso é bem quisto,

respeitado e admirado.

Quem é um líder? Não é alguém que diz para você o que fazer.

Alguém que simplesmente diz para você o que fazer é um chefe. Você faz

assim porque ele disse para fazer assim. Um líder é alguém que você deseja

seguir, mas não quem você é obrigado a seguir.

Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

30

A autoridade é necessária como parte da vida em sociedade e para

se trabalhar nas empresas, mas, isso por si só, não basta para fazer um líder.

O significado original da palavra ‘liderança’ é continuar uma jornada na

companhia dos outros. Assim, um líder está indo para algum lugar, ele tem

uma meta e uma visão. Ele atrai os outros, então ele tem apelo, e influencia os

outros. Aqueles que se unem a ele na jornada, confiam que ele conheça o

caminho, chefe tem poder, um líder tem influência. Um chefe depende de sua

posição de autoridade; um líder conquista a autoridade ao ser respeitado pelo

seu pessoal enfim um chefe consegue que pessoas façam as coisas e um

líder consegue que as pessoas queiram fazer as coisas.

3.1 – CONCEITO DE LIDERANÇA

Liderar significa “dirigir na condição de líder” (FERREIRA, 1993, p.

335), e líder é sinônimo de “guia, chefe” (p. 334). Liderar, dirigir ou

comandar, incentivar e motivar os membros da organização por

forma a criar as condições necessárias para que estes contribuam,

voluntariamente e da melhor forma possível, para os interesses da

Instituição Escolar, nomeadamente para que esta atinja os seus

objetivos.

Uma das principais habilidades que formam um líder é a de se

comunicar e se relacionar com as pessoas, haja visto que um líder vende suas

idéias, influencia, motiva, conduz, incentiva, levanta o ânimo, representa o

grupo, define, compartilha, ouve, tem sensibilidade para perceber as

diferenças individuais, adequa-se ao contexto. Além disso é bem quisto,

respeitado e admirado.

Para exercer tal influência de até modificar a vida das pessoas, o líder

deve ter grande sensibilidade para perceber cada ser humano como

verdadeiramente é, inspirar confiança de forma a ter seguidores.

Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

31

O líder eficaz é um incentivador dos conflitos de idéias e é também um

competente solucionador de conflitos pessoais.

A sua grande habilidade neste aspecto é que ele distingue claramente

os fatos das pessoas, e assim pode corrigir aqueles sem magoar ou diminuir a

auto-estima dos envolvidos. uma característica dos lideres eficazes é que eles

ficam tão envolvidos e acreditam tão profundamente em sua visão que seu

entusiasmo natural ajuda a inspirar outras pessoas.

“O líder, quando eficaz, desenvolve as seguintes características: a

capacidade de expressar-se bem de forma articulada, de falar a respeito de

suas várias visões, transmitir idéias com clareza para outros, ter paixão,

entusiasmo, firme vontade de fazer a organização prosperar e alcançar um

determinado conjunto de metas.”

Para ilustrar esta afirmação, traz-se o que diz Johnson (1972 apud

ANJOS, 1988, p. 22), sobre liderança:

A influência que a pessoa exerce sobre os outros componentes do

grupo e que transcende o puro cumprimento do papel que lhe cabe na

organização. Liderar significa ajudar o grupo a alcançar seus objetivos através

de uma realização de atos. Esses atos são denominados funções grupais e as

funções do líder consistem em fixar metas, ajudar o grupo a aceitá-las e prover

recursos necessários para alcançá-las.

Liderança é uma capacidade, que nasce com a pessoa, ou que é

desenvolvida por ela, dependendo da sua necessidade, é a qualidade de líder,

que tem habilidades peculiares, como coordenar, liderar, dirigir e apoiar . É

uma habilidade muito procurada pelas empresas, porém, o que se espera

delas, é ser praticamente um “super-herói”, o que é um erro, não apenas

porque super-heróis não existem, mas também porque se trata de um ser

humano, conduzindo outros seres humanos.

Liderar é saber como explorar os mananciais da motivação humana e

também, conhecer a base do relacionamento com os colegas.

Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

32

3.2 – MOTIVAÇÃO

As pessoas podem perder a motivação, quando as necessidades

básicas não são satisfeitas, desde fisiológicas até as do ego. Para Maslow (apud HERSEY e BLANCHARD, 1986) o comportamento é ditado por motivos diversos, resultantes de necessidades de caráter biológico, psicológico e

social, hierarquizados como uma pirâmide . À medida que essas

necessidades são satisfeitas, a motivação direciona-se para outra

necessidade e passa a dominar o comportamento da pessoa. Assim o é para

todos os níveis da pirâmide. Existem várias teorias para a motivação, e uma

das mais aplicadas é a de Maslow. Abraham Maslow (1908-1970) foi um

psicólogo americano, considerando o pai do humanismo na psicologia.

Para o Supervisor manter seus Funcionários motivados é uma

MISSÃO DIÁRIA. Pois mantê-lo motivado, vestindo a camisa da Escola requer

Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

33

conhecimentos de LIDERANÇA do Supervisor, dar o exemplo – fazer o que

fala, ser educado, gentil, cortês, cordial, empático sem ser piegas ou falso.

Acredite nas pessoas, faça-as entenderem que isto é verdadeiro; Dê a

oportunidade para que elas se manifestem, ouça suas opiniões, coloque em

prática suas idéias, mesmo que isso no primeiro momento pareça absurdo;

Preocupe-se com os problemas delas, problemas são passageiros,

nada é para sempre. E afinal, quem não têm?

Crie um clima de amizade e comprometimento. Isto só será possível se

você realmente mostrar por gestos e atitudes diários que ouve o que ela tem

para dizer; Sorria muito, pois o sorriso contagia as pessoas.

Renove-se sempre, pois oferecer ao outro o melhor de nós é

fundamental. Desenvolva em você a paciência e estimule-a no outro.

A paciência rima com sabedoria ! Adote a postura desarmada, pois ela

transforma as relações pessoais e de trabalho em convivência harmônica.

A harmonia produz cumplicidade ! Crie o sistema de associação

familiar, convidando a família do aluno para conhecer a Escola e as tarefas

desempenhadas. Esta atitude resulta no apoio e maior compreensão. E

finalmente, entenda que nada é mais importante do que adotarmos uma

postura de aprendiz. O tempo pode ser o nosso mestre e ele entende muito

sobre estratégias de motivação.

3.3 – A IMPORTANCIA DA FORMAÇÃO CONTINUADA

“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos

alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa, por isso aprendemos

sempre”.

Paulo Freire

Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

34

Podemos, então, definir a formação contínua como sendo o conjunto

de atividades desenvolvidas pelos professores em exercício com objetivo

formativo, realizadas individualmente ou em grupo, visando tanto ao

desenvolvimento pessoal como ao profissional, na direção de prepará-los para

a realização de suas atuais tarefas ou outras novas que se coloquem (Garcia,

1995).

Na Supervisão Escolar temos visto diversas experiências

significativas no que se refere à formação continuada de professores. Notando

que os professores vem percebendo a importância e a necessidade de um

agente mediador que o auxilie na busca de soluções inteligentes para o

gerenciamento e a qualidade do seu trabalho na escola, pois é lá que está o

foco e a razão do seu trabalho de educador - o educando.

“O professor que faz uma escola de qualidade não pode ser um

'aplicador de atividades'. Ele precisa conhecer a turma, aquilo que ele quer

ensinar e como vai fazer isso na prática, sabendo que, na classe, ninguém

aprende da mesma maneira. Já o coordenador tem de ir além da orientação.

Ele deve conhecer e acompanhar cada professor e, na medida do possível,

cada criança. É seu papel vivenciar a sala de aula, observando, analisando e

sugerindo intervenções.”

“Há uma tendência de culpar o professor pela má utilização do tempo

de trabalho fora da sala de aula. Muitas vezes, não é preguiça ou má vontade,

mas falta de uma proposta organizada de reflexão sobre a prática.Aí,

naturalmente, esse tempo fica sem sentido e os professores se vêem

sozinhos".

O profissional consciente sabe que sua formação não termina na

Universidade. Esta lhe aponta caminhos, fornece conceitos e idéias, a matéria-

prima de sua especialidade. O resto é por sua conta. Muitos professores,

mesmo tendo sido assíduos, estudiosos e brilhantes, tiveram de aprender na

prática, estudando, pesquisando, observando, errando muitas vezes, até

chegarem ao profissional competente que hoje são.

Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

35

Que deve fazer o professor consciente e comprometido com seu

trabalho? Investir em sua formação, continuá-la para não frustrar-se

profissionalmente, para poder exigir respeito e, mesmo, melhorias salariais.

O dia cheio e estafante não reserva tempo para a leitura, o estudo, a

preparação de aula. Os cursos propostos, geralmente aos sábados ou em

horários impossíveis, não atraem o professor que, ao menos, nos fins de

semana, quer ficar com a família e muitas vezes com os cadernos e provas

para corrigir. Entretanto, "o profissional do futuro (e o futuro já começou) terá

como principal tarefa aprender. Sim, pois, para executar tarefas repetitivas

existirão os computadores e os robôs. Ao homem competirá ser criativo,

imaginativo e inovador" (Seabra, 1994:78).

Diante desse quadro, não é utopia desejar uma escola de ensino

fundamental e médio com eqüidade, que ofereça bom ensino, que prepare

para os desafios da modernidade?Não acreditamos que a solução esteja tão

somente na justa remuneração do professor. Ela tem que envolver outros

setores e de modo global e profundo. A escola está à margem da sociedade,

não dispõe dos atrativos da mídia: esportes, brinquedos, diversões. O

professor, sem base sólida cultural e específica, não tem descortino e firmeza

para construir com o aluno o conhecimento. Ambos pararam no tempo.

Alonso desenha o perfil do novo profissional:

Torna-se um profissional efetivo, em contraposição ao

tarefeiro ou funcionário burocrático; Esse profissional terá

que ser visto como alguém que não está pronto, acabado,

mas em constante formação; Um profissional

independente com autonomia para decidir sobre o seu

trabalho e suas necessidades; Alguém que está sempre

em busca de novas respostas, novos encaminhamentos

para seu trabalho e não simplesmente um cumpridor de

tarefas e executor mecânico de ordens superiores e,

finalmente, alguém que tem seus olhos para o futuro e

não para o passado. (1994:6).

Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

36

Mesmo supondo que o professor tenha recebido adequada formação, a

atualização é uma exigência da modernidade. Tabus caem, métodos são

questionados, conceitos são substituídos, o mundo da ciência, do trabalho, da

política, da empresa caminha velozmente para mudanças de padrões e

exigências. Se o diploma abre as portas do mercado de trabalho, não garante

a permanência nele. Os medíocres, serão preteridos pelos melhores

classificados.

Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

37

CONCLUSÃO

O supervisor escolar faz parte do corpo de professores e tem a

especificidade do seu trabalho caracterizado pela coordenação, organização

das atividades didáticas e curriculares, a promoção, e o estímulo de

oportunidades coletivas de estudo.

Nesta perspectiva, na atualidade pode-se dizer que o papel do

supervisor está ligado à gestão da escola como um todo. Uma vez que ele

busca junto com o professor minimizar as eventuais dificuldades do contexto

escolar em relação ao ensino-aprendizagem. A motivação é um problema

complexo, dinâmico, mutável e fluido. Ela varia no tempo e no espaço, de

acordo com a situação e o indivíduo. Varia no mesmo indivíduo em épocas e

situações diferentes. Seus fatores ou razões, ou seja, os motivos humanos,

exibem forças diversas, tanto em pessoas e situações diferentes, quanto na

mesma pessoa em situação e época distintas. O que é bom hoje, poderá ter

efeito oposto amanhã, dependendo da personalidade do indivíduo (sua

inteligência, caráter, valores, atitudes, expectativas e percepções) e da

situação (com seus inúmeros aspectos e influências ambientais, pessoais,

financeiros, políticos, econômicos, religiosos, sociais, psicológicos, culturais,

educacionais, científicos, técnicos, tecnológicos, gerenciais e administrativos).

Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

38

ANEXOS

1 - SOBRE O AUTOR

Prof. Dr. Roberto Giancaterino, PhD, nasceu em 1964, na cidade de

Campinas, estado de São Paulo. Residente em São Bernardo do Campo - SP.

É Pós-Doutorado em Educação; Doutor em Filosofia, Tecnologia Educacional

e Mestre em Ciências da Educação e Valores Humanos. Especialista em

Psicopedagogia Clínica e Institucional; Valores Humanos Transdisciplinares;

Docência do Ensino Superior; Administração e Supervisão Educacional.

Também é Bacharel e Licenciado em: Filosofia, Física, Matemática e

Pedagogia. Escritor, Pesquisador, Palestrante, Conferencista e Seminarista na

área Educacional. É autor de vários trabalhos científicos reconhecidos por

acadêmicos, entre eles: O best-seller “Escola, Professor, Aluno - Os

Participantes do Processo Educacional” editado pela editora Madras que já é

sucesso mundial. Iniciou-se no magistério em 1984 na disciplina de

Matemática, posteriormente, ao final da mesma década já lecionava também

na disciplina de Física. Atualmente atua como professor universitário em

cursos de pós-graduação em disciplinas pedagógicas, e, na rede pública

estadual leciona Matemática e Física. Em seu caminhar pela educação,

Giancaterino idealiza com uma educação de qualidade e completa para todos,

principalmente aos menos favorecidos e que associe todas as dimensões do

sujeito como ser humano.

Contato: [email protected]

Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

E CITADA

ALVES, NILDA e GARCIA, Regina Leite. O Fazer Pensar dos Supervisores e

Orientadores .São Paulo: Loyola,1986.

ANJOS, Almerinda dos. Relação entre a função de liderança do Supervisor

Escolar e a satisfação de professores: estudo de caso na 1ª D. E. de Porto

Alegre. Dissertação (Mestrado em Educação). Porto Alegre: PUCRS, 1988.

Constituição da República Federativa do Brasil. Serie Legislação Brasileira,

Editora Saraiva, 1988.

Congresso Nacional. Lei 5548. Brasília-DF, 1966.

Congresso Nacional. Lei nº 9.394 de 1996, Lei Darcy Ribeiro. Brasília-DF:

1996

Código Eleitoral. 3ª ed., São Paulo: Javoli, 1989

CUNHA, L. A. A Universidade Brasileira nos anos Oitenta: sintomas de

regressão institucional. INEP/MEC, 1989.

DALLARI, Dalmo. Ser Cidadão. São Paulo: Lua Nova, 1984.

FERREIRA, Naura Syria C. Supervisão Educacional para uma Escola de

Qualidade. São Paulo: Cortez, 1999.

Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

40

______________. Nove olhares sobre a Supervisão. Campinas: Papirus,

2001.

______________. Supervisão Pedagógica: Um modelo. Rio de Janeiro:

Vozes,1979.971.

FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Gestão escolar in Supervisão Escolar

Novos Desafios e Propostas. Ana Machado, web artigos, publicada

em12/10/2007. www.webartigos.com.br.

LIBÂNEO, Jose Carlos. Organização e gestão da escola: teoria e pratica.

Goiânia: Editora Alternativa, 2001.

MASLOW, A. H. Introdução à Psicologia do Ser. 2.ed. Rio de Janeiro:

Eldorado, s/d.

Modernidade está vinculada mo fim do analfabetismo. Jornal Folha Dirigida.

Rio de Janeiro: 15 out 1997, 20 p.

NÉRICI, I. G. Introdução à supervisão escolar. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1978.

PADILHA, Paulo Roberto. Planejamento dialógico: como construir o projeto

político-pedagógico da escola. 2ª ed. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo

Freire, 2002.

RANGEL, Mary. Supervisão pedagógica – Princípios e Práticas. Campinas:

Papirus, 2001.

RANGEL, M. Supervisão Pedagógica: um modelo. 2. ed. Petrópolis: Vozes,

1988.

Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

41

Revista do Provão. Ministério da Educação e Cultura. Desafios do Provão.

Brasília - DF: MEC, 1996.

Revista Eletrônica de Educação. Ano I, No. 01, ago. / dez. 2007. MORAES,

Carolina Roberta; VARELA, Simone. Motivação do Aluno Durante o Processo

de Ensino-Aprendizagem.

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. São Paulo: Autores Associados,

1987.

________________. Do Senso Comum à Consciência Filosófica. 11ª ed.,

São Paulo: Autores Associados, 1992,319 p.

WOLFF, Robert Poul. O Ideal da Universidade. tradução de Sonia Rodrigues,

Maria Cecília P. B. Lima. São Paulo-SP: U. Estadual Paulista, 1993.

http://site.suamente.com.br/a-piramide-de-maslow/

Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar. O Supervisor, muito antes de ganhar esse status, já povoava o imaginário

42

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

A Supervisão nos dias atuais 12

1.1 – Breve Histórico da Supervisão Escolar 14

1.2 – Atribuição do Supervisor Escolar 16

CAPÍTULO II

O Perfil do Supervisor Escolar 21

2.1 – O Supervisor Escolar e o Corpo Docente 22

2.2 – O Supervisor Escolar e o Corpo Discente 24

2.3 – O Supervisor Escolar e o P. P. Pedagógico 25

CAPÍTULO III

Relacionamento Interpessoal do Supervisor Escolar 30

3.1 – Conceito de Liderança 31

3.2 – Motivação 33

3.3 – A Importancia da Formação Continuada 34

CONCLUSÃO 38

ANEXOS 39

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E CITADA 40

ÍNDICE 43