imaginário popular

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ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DA CULTA BRASILEIRA

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Page 1: Imaginário Popular
Page 2: Imaginário Popular

Prezado leitor,

Este pequeno material que acabas de abrir, é o formato de livro de um trabalho

que apresentei no final da disciplina optativa do curso de Ciências Sociais da UFRN –

Universidade Federal do Rio grande do Norte – denominada Cultura Popular,

ministrada pelo docente Edmundo Pereira, na qual consegui a nota máxima.

Boa leitura,

ALVES, H. R. S.

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Page 3: Imaginário Popular

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA

CULTURA POPULAR

IMAGINÁRIO

POPULAR ALGUMAS CONSIDERAÇÕES DA

CULTURA BRASILEIRA.

O presente trabalho tem como objetivo fazer uma

análise da letra da canção ―Imaginário popular‖ do

compositor Alcymar Monteiro, relacionando com a

cultura popular brasileira ALVES, H. R. S.

Page 4: Imaginário Popular

SUMÁRIO:

PALAVRAS INICIAIS...................................................................................................05

A LETRA DA MÚSICA.................................................................................................06

CULTURA BRASILEIRA..............................................................................................07

IMAGINÁRIO POPULAR.............................................................................................09

CULTURA POPULAR...................................................................................................10

CONCLUSÃO.................................................................................................................11

ANEXO...........................................................................................................................12

REFERÊNCIAS..............................................................................................................18

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Page 5: Imaginário Popular

Palavras iniciais:

Quando iniciei o curso de cultura popular, entrei com um determinado

pensamento, pensava que cultura popular se resumia em apenas o que costumava a ver e

ouvir, por exemplo, o mamulengo, o pastoril, o bumba-meu-boi, as quadrilhas, etc.

Mas com o caminhar das aulas, pude perceber que cultura popular é muito mais

do que pensava (e imaginávamos).

No primeiro dia de aula, foi proposto que na terceira unidade faríamos um

trabalho, com tema livre; ai surge a dúvida, falar sobre o que? Como o trabalho era pro

final do semestre tinha tempo para pensar num tema.

Certa vez ouvindo um cd do cantor e compósito Alcymar monteiro, ouvi uma

música –Imaginário Popular – que resumia tudo o que já tínhamos visto (e ainda

veríamos) em sala de aula; citando várias ―manifestações‖ culturais. Mas como

desenvolver o tema?

Conversando com o professor, ele sugeriu algumas questões: porque o titulo

chama-se imaginário popular; porque citar várias culturas? Qual foi a intenção dele em

escrever essa letra?

Tentarei responder essas questões respondendo outras:

Qual a cultura brasileira?

O que é imaginário popular?

O que é cultura popular?

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Page 6: Imaginário Popular

A letra da música:

IMAGINÁRIO POPULAR

(Alcymar Monteiro)

No reisado,

Na ciranda,

No imaginário popular,

Na vaquejada, na batucada,

No alto do Bumba Meu Boi Bumbá!

Morte e Vida Severina,

Casa Grande e Senzala,

Auto da Compadecida,

Ariano Suassuna e João Cabral

São páginas, retratos dessa vida!

João Grilo, Cancão de Fogo,

Padin Ciço e Lampião,

Banda Cabaçal,

Novena e Renovação,

Espinho e Fulô,

Cante lá, que eu Canto cá,

Patativa do Assaré

Cavalhada, Candomblé,

A Nau Catarineta,

Cantoria, Cavalhada,

Fandango, Marujada,

Forró e Arrasta-pé.

É frevo, é Manguebeach,

Maracatu e Pastoril!

Luiz Gonzaga é folclore,

É cultura do Brasil.

É frevo, é manguebeach,

Maracatu e Pastoril

Luiz da Câmara Cascudo

É cultura do Brasil

É frevo, é manguebeach,

Maracatu e Pastoril

Pinto do Monteiro

É cultura do Brasil

É frevo, é manguebeach,

Maracatu e Pastoril

E o Cego Aderaldo

É cultura do Brasil.

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Page 7: Imaginário Popular

Cultura brasileira:

O Brasil conta com uma imensa e variada gama de manifestações de cultura

popular. Trata-se de um universo bastante amplo, diversificado e complexo. Nesse

sentido, podemos considerar que a cultura popular se constitui das maneiras de ser,

agir, pensar e se expressar dos diferentes segmentos da sociedade, observadas tanto em

áreas rurais quanto urbanas. O campo engloba, portanto, do artesanato e das festas

populares aos movimentos de cultura de jovens das periferias.

A cultura brasileira é um grande conjunto de culturas, que sintetizam as

diversas etnias que formam o povo brasileiro. Por essa razão, não existe uma cultura

brasileira homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes culturais que formam,

juntas, a cultura do Brasil. É notório que, após mais de três séculos de colonização

portuguesa, a cultura do Brasil é, majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente essa

herança cultural lusa que compõe a unidade do Brasil: são diferentes etnias, porém,

todos falam a mesma língua (o português) e, quase todos, são cristãos, com largo

predomínio de católicos. Esta igualdade linguística e religiosa é um fato raro para um

país imenso como o Brasil.

Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos étnicos

deixaram influências profundas na cultura nacional, destacando-se os povos indígenas,

os africanos, os italianos e os alemães. As influências indígenas e africanas deixaram

marcas no âmbito da música, da culinária, do folclore, do artesanato, dos caracteres

emocionais e das festas populares do Brasil, assim como centenas de empréstimos à

língua portuguesa. É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição

desses povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas indígenas, enquanto

algumas regiões do Nordeste têm uma cultura bastante africanizada, sendo que, em

outras, principalmente no sertão, há uma intensa e antiga mescla de caracteres

lusitanos e indígenas, com menor participação africana.

Quanto mais a sul do Brasil nos dirigimos, mais europeizada a cultura se torna.

No Sul do país as influências de imigrantes italianos e alemães são evidentes, seja na

culinária, na música, nos hábitos e na aparência física das pessoas. Outras etnias,

como os árabes, espanhóis, poloneses e japoneses contribuíram também para a cultura

do Brasil, porém, de forma mais limitada.

Como pode-se perceber, a cultura brasileira é formada pela influencia de várias

outras culturas, pode-se dizer que herdamos algumas culturas e que apenas as

―aperfeiçoamos‖. Ou seja, nossa cultura é uma herança de vários povos, além da

influencia de culturas internacionais, herdamos várias outras coisas.

Dos indios herdamos a canoa, as lendas, as ceramicas, influencia para literatura

(Iracema e O Guarani), a rede, a pipoca, o habito do banho diario, a mandioca; dos

portugueses herdamos o arroz doce, a religião católica, a festa junina, o hábito de beber

café, os fios de ovos, influencia em algumas danças, a rabanada; dos africanos herdamos

o quibebe, o cachimbo, o abará, o berimbau e a capoeira; dos italianos herdamos o

capeletti, a festa da uva, a polenta, o café ―colonial‖; dos alemãe herdamos o oktoberfest

(SC), a cuca (especie de pão), a arquitetura, o strudel; dos japoneses herdamos a Bon

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Page 8: Imaginário Popular

Odori (festa em Campo Grande – MS), o judô, o caratê, a sakerinha (bebida).

Essa heranças, como se percebe, influencia tanto nas brincadeiras.

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Page 9: Imaginário Popular

Imaginário popular:

"A Cultura é expressão, em diferentes formas, dos valores e crenças de um povo

ou mesmo de pessoa". Há um certo conhecimento que compõe a sociedade em sua

essência, um sistema que tem significado para ela. Ao estudarmos a Cultura Popular, o

Senso Comum, vamos esbarrando em valores implícitos que possuem um poder muitas

vezes maior do que o poder imposto por Leis e determinações organizacionais da

sociedade. A exemplo temos toda a estrutura social, como pano de fundo do

comportamento social, onde todo um "código" de honra é ritualizado e aceito sem

questionamento por grande parte da comunidade, independente da lógica ou ganhos e

perdas que pode acarretar; as reações de resistência e os efeitos que provocam na

comunidade. Estudarmos a Cultura Popular nos remete a um mundo riquíssimo de

valores e bastante peculiar em seu movimento evolutivo e de expressão. Um enfoque

antropológico consideramos com especial atenção, a linguagem e toda expressão oral e

escrita da sociedade. Há que se perceber toda a simbologia que está implícita nas

formas de expressão da sociedade. Podemos reconhecer que há uma certa dinâmica no

processo da Cultura. Tanto o imaginário como a prática social e a produção material

precisam ser compreendidas em seu simbolismo e dinâmicas próprias, para que se

possa compreender a Cultura.

O imaginário pode transformar-se em sentimentos. Como falei em palavras

iniciais, iniciei o curso pensando uma coisa do que seria cultura popular e vi que era o

que eu pensava e muitíssimo mais; imaginário é isso, você supor algo de alguma coisa,

de alguém, de algum lugar. Mas não é só supor, deve-se fazer uma pesquisa e ver se o

que suponhamos é realmente verdadeiro ou não ou se liga a algo.

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Page 10: Imaginário Popular

Cultura popular:

Cultura popular é a cultura do povo. É o resultado de uma interação contínua

entre pessoas de determinadas regiões. Nasceu da adaptação do homem ao ambiente

onde vive e abrange inúmeras áreas de conhecimento: crenças, artes, moral,

linguagem, idéias, hábitos, tradições, usos e costumes, artesanato, folclore, etc.

Mas, segundo Antonio Augusto Arantes, "Cultura popular" esta longe de ser um

conceito bem definido pelas ciências humanas e especialmente pela Antropologia

Social, disciplina que tem dedicado particular atenção estudo da "cultura". São muitos

os seus significados e bastantes heterogêneos e variáveis os eventos que a expressão

recorre.” (Arantes, O que é cultura popular, 8ª edição).

Mesmo assim, Cultura popular se refere à interação entre pessoas de uma

mesma sociedade, essa varia de acordo com as transformações ocorridas no meio

social. Pode ter várias origens, já que uma comunidade pode ser composta por pessoas

de vários territórios que compartilham a cultura de sua nação formando uma nova, e

também abrange todas as classes sociais.

De norte a sul do Brasil a diversidade cultural é um aspecto relevante e que

marca profundamente a nossa identidade nacional; as influencias africanas, dos povos

indígenas e dos imigrantes de todas as partes do mundo, fizeram do Brasil o país mais

multicultural do mundo. País do frevo, do maracatu, do bumba-meu-boi, do carnaval,

do vanerão, do congado, do forró, da capoeira, do candomblé, do futebol e muito

mais...

Ao contrario da cultura de elite, a cultura popular surge das tradições e

costumes e é transmitida, principalmente, de forma oral.

Cultura popular é um termo de abrangência (de ―povo‖), ela envolve poesia,

musica, dança, teatro, festas, religião, etc. se ―originou‖ através de encontros entre

intelectuais urbanos e camponeses.

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Page 11: Imaginário Popular

Conclusão:

Pelo que foi exposto, vê-se que o Brasil é um país bastante vasto no que se diz

respeito à cultura popular; é de grande multiplicidade as manifestações culturais em

todos os cantos do país, mesmo que algumas delas (em sua grande maioria) tenham sido

herdadas ou sofreram alguma influencia da cultura do outro. Deve ter sido por esse

motivo que o cantor e compositor, Alcymar Monteiro, escreveu a letra da música

Imaginária popular. Motivado pela gama de representações culturais belíssimas de

nosso país.

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Page 12: Imaginário Popular

Anexo:

Definindo as manifestaçoes culturais citadas na música.

Reisado é uma dança popular profano-religiosa, de origem portuguesa, com que se

festeja a véspera e o Dia de Reis. No período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, um

grupo formado por músicos, cantores e dançarinos vão de porta em porta anunciando a

chegada do Messias e fazendo louvações aos donos das casas por onde passam e

dançam. Reisado também é muito conhecido como Folia de Reis. O Reisado é de

origem portuguesa e instalou-se em Sergipe no período colonial. Atualmente, é dançado

em qualquer época do ano, os temas de seu enredo, variam de acordo com o local e a

época em que são encenados, podem ser: amor, guerra, religião entre outros. O Reisado

se compõe de várias partes e tem diversos personagens como o rei, o mestre,

contramestre, figuras e moleques. Os instrumentos que acompanham o grupo são

violão, sanfona, ganzá, zabumba, triângulo e pandeiro.

Ciranda é um tipo de dança e música de Pernambuco. É originada na região Nordeste

mais precisamente em Itamaracá,pelas mulheres de pescadores que cantavam e

dançavam esperando eles chegarem do mar. Caracteriza-se pela formação de uma

grande roda, geralmente nas praias ou praças, onde os integrantes dançam ao som de

ritmo lento e repetido.

Vaquejada é uma atividade recreativa-competitiva, com características de esporte,

brasileira da região Nordeste, no qual dois vaqueiros a cavalo têm de perseguir o animal

(boi) até emparelhá-lo entre os cavalos e conduzi-lo ao objetivo (duas últimas faixas de

cal do parque de vaquejada), onde o animal deve ser derrubado.

Batucada (ou batuque) é a essência da cultura. Esta é a definição de batuque que

consta de uma placa comemorativa exposta no Parque Memorial Quilombo dos

Palmares: "Os sons dos tambores, berimbaus, adufés (pandeiro) e agogôs, levam

homens e mulheres a sintonizar profundamente com seus corpos e espíritos, através da

ginga da capoeira, da congada, do maracatu e do samba. Os acontecimentos da vida

cotidiana, como nascimentos, mortes, plantios, colheitas, vitórias e manifestações da

natureza, eram comemorados comunitariamente com danças, músicas e baticuns.

Antigamente, os toques eram também um precioso meio de comunicação entre os

guerreiros e entre o divino e o profano."

Bumba-meu-boi, boi-bumbá ou pavulagem é uma dança do folclore popular

brasileiro, com personagens humanos e animais fantásticos, que gira em torno da morte

e ressurreição de um boi. Hoje em dia é muito popular e conhecida.

Morte e Vida severina é um livro do escritor brasileiro João Cabral de Melo Neto,

escrito entre 1954 e 1955 e publicado em 1955. O nome do livro é uma alusão ao

sofrimento enfrentado pela personagem. O livro apresenta um poema dramático, que

relata a dura trajetória de um migrante nordestino em busca de uma vida mais fácil e

favorável no litoral.

Casa-Grande & Senzala foi um livro escrito pelo autor brasileiro Gilberto Freyre, e

publicado em 1 de dezembro de 1933. Através dele, Freyre destaca a importância da

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Page 13: Imaginário Popular

casa grande na formação sociocultural brasileira bem como a da senzala que

complementaria a primeira.

Auto da Compadecida é uma peça de teatro, em forma de auto, em três atos escrita e

em 1955 por Ariano Suassuna. Sua primeira encenação foi em 1956, em Recife,

Pernambuco. Posteriormente houve nova encenação em 1972, com direção de João

Cândido. É um drama do Nordeste do Brasil. Insere elementos da tradição da literatura

de cordel,de genero comédia apresenta traços do barroco católico brasileiro, mistura

cultura popular e tradição religiosa. Apresenta na escrita traços de linguagem oral por

demonstrar na fala do personagem sua classe social, apresenta também regionalismos

pelo fato de a história se passar no nordeste e o autor ter nascido lá.

Ariano (Vilar) Suassuna (João Pessoa, 16 de junho de 1927) é um dramaturgo,

romancista e poeta brasileiro. Ariano Suassuna é um dos mais importantes dramaturgos

brasileiros, autor dos célebres Auto da Compadecida e A Pedra do Reino, é um defensor

da cultura do Nordeste.

João Cabral de Melo Neto (Recife, 9 de janeiro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de

outubro de 1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua obra poética, que vai de uma

tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com

poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou

uma nova forma de fazer poesia no Brasil.

Joao Grilo: personagem da obra o auto da compadecida.

Cancão de fogo: Cantado por violeiros e cordelistas,

Canção de Fogo habita o imaginário popular nordestino e,

Muitas vezes, chega a ser confundido com João Grilo e com Pedro Malasartes. Através

de intrigas bem elaboradas, ele se envolve em histórias. Carregadas de humor e

surpresas, passando de vilão a herói, em algumas ocasiões.

Cícero Romão Batista (Crato, 24 de março de 1844 — Juazeiro do Norte, 20 de julho

de 1934) foi um sacerdote católico brasileiro. Na devoção popular é conhecido como

Padre Cícero ou Padim Ciço. Proprietário de terras, gado e dono de diversos imóveis,

o Padre Cícero fazia parte da sociedade e política conservadora do sertão do Cariri.

Tinha no médico Floro Bartolomeu seu braço direito e integrava o sistema político

cearense que ficou sob o controle da família Accioli durante mais de duas décadas.

Carismático, obteve grande prestígio e influência sobre a vida social, política e religiosa

do Ceará e da Região Nordeste do Brasil.

Virgulino Ferreira da Silva, vulgo Lampião (Serra Talhada, 4 de Junho de 1898[2]

Poço Redondo, 28 de julho de 1938), foi um cangaceiro brasileiro. Uma das versões a

respeito de sua alcunha é que ele modificou um fuzil, possibilitando-o a atirar mais

rápido, sendo que sua luz lhe dava a aparência de um lampião.

Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto é um grupo folclórico e musical da cidade do

Crato, interior do Ceará. A denominação cabaçal decorre do fato que antigamente os

tambores eram confeccionados de pele de bode estirada sobre cabaças. Outra versão diz

que o nome vem um ritual dos índios Cariris, onde tocavam pifanos e queimavam

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Page 14: Imaginário Popular

Jurema-preta nas cabaças. O grupo foi fundado no século XIX por José

Lourenço da Silva, mais conhecido como Aniceto. Os descendentes de Aniceto mantêm

a banda na ativa até hoje.

Novena: é um encontro para orações, realizado durante o período de nove dias. Teve

sua origem na tradição católica, mas pode ser encontrado em outras tradições ou

crenças. É normalmente realizada como manifestação de devoção a algum santo ou

beato. Essa tradição começou entre a ascensão de Jesus ao céu e a descida do Espírito

Santo, quando passaram-se nove dias. A comunidade cristã teria ficado reunida em

torno de Maria, de algumas mulheres e dos apóstolos por este periodo. Foi a primeira

novena cristã. Essa reunião original é repetida todos os anos pelas comunidades cristãs

(especialmente as católicas), orando-se pela unidade dos cristãos. Esse se torna também

o padrão das novenas rogadas com outros objetivos. O número 9 possui ainda um

significado especial no culto católico, por ser igual ao quadrado de 3, número esse

considerado perfeito por estar relacionado à Trindade.

Renovação Carismática Católica (RCC) é um movimento católico que surgiu nos

Estados Unidos em meados da década de 1960, se assemelhando à algumas das práticas

já existentes em denominações evangélicas(protestantes) porém fortalecendo dogmas já

existentes no catolicismo romano. Ele é voltado para a experiência pessoal com Deus,

particularmente através do Espírito Santo e dos seus dons. Esse movimento busca dar

uma nova abordagem às formas de doutrinação e renovar práticas tradicionais dos ritos

e da mística católicos.

Espinho e fulô: Esta obra é da literatura popular.

Lançando originalmente em 1988, Patativa do Assaré, um dos mais importantes poetas

brasileiros, retoma o tema do agreste nordestino.

Neste livro, o caboclo nordestino assim como sua paisagem, é descrito na já conhecida

poesia de cordel de Patativa. Também é o nome de uma quadrilha junina do Estado do

Ceará.

Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré (Assaré,

Ceará, 5 de março de 1909 — 8 de julho de 2002), foi um poeta popular, compositor,

cantor e improvisador brasileiro.

Cavalhadas é uma celebração portuguesa tradicional que teve origem nos torneios

medievais, onde os aristocratas exibiam em espectáculos públicos a sua destreza e

valentia, e frequentemente envolvia temas do período da Reconquista. Era um "torneio

que servia como exercício militar nos intervalos das guerras e onde nobres e guerreiros

cultivavam a praxe da galantaria;[...]". Nas cavalhadas as alcanzias, bolas de barro ocas

cheias de flores e cinzas, eram jogadas no campo de batalha.

As carvalhadas recriam os torneios medievais e as batalhas entre cristãos e mouros,

algumas vezes com enredo baseado no livro Carlos Magno e Os Doze Pares da França,

uma coletânea de histórias fantásticas sobre esse rei. No Brasil, registam-se desde o

século XVII e as cavalhadas acontecem durante a festa do Divino, nas regiões Sul,

Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

Candomblé é um designativo para diversos cultos, intitulados Nações em que há o

cultivo dos orixás. Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões afro-

brasileiras praticadas principalmente no Brasil, pelo chamado povo do santo, mas

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Page 15: Imaginário Popular

também em outros países como Uruguai, Argentina, Venezuela, Colômbia,

Panamá, México, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.

Nau Catrineta (ou da Nau Catarineta) é um romance popular - uma composição

poética ligada à tradição oral. Provavelmente foi inspirado pela tumultuada viagem do

navio Santo António, que transportou Jorge de Albuquerque Coelho (filho de Duarte

Coelho Pereira, donatário da capitania hereditária de Pernambuco), desde o porto de

Olinda, no Brasil, até o porto de Lisboa, em 1565. O poema narra as desventuras dos

tripulantes durante a longa travessia marítima - os mantimentos que esgotaram, a

presença de tentação diabólica e afinal, a intervenção divina, que leva a nau a seu

destino. Uma das versões do poema foi recolhida por Almeida Garrett e incluída em seu

Romanceiro.

Cantoria: Repente (conhecido também como desafio) é uma tradição folclórica

brasileira cuja origem remonta aos trovadores medievais. Especialmente forte no

nordeste brasileiro, é uma mescla entre poesia e música na qual predomina o improviso

– a criação de versos "de repente‖. O repente possui diversos modelos de métrica e

rima, e seu canto costuma ser acompanhado de instrumentos musicais. Quando o

instrumento usado é o pandeiro, o repente é chamado de coco de embolada;

acompanhado do violão, denomina-se Cantoria.

Fandango é uma dança em pares conhecida em Espanha e Portugal desde o período

Barroco caracterizada por movimentos vivos e agitados, com certo ar de exibicionismo,

em ritmo de 3/4, muito frequentemente acompanhada de sapateado ou castanholas e

seguindo um ciclo de acordes característico (lá menor, sol maior, fá maior, mi menor).

No Brasil é encontrado no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo, alem

do Nordeste.

Marujada: A Marujada que ressurge em Alagoas possui elementos de folguedos

náuticos, Reisados, Taieiras, Pastoris. É realmente um folguedo eclético. Por ser

variante do Fandango, possui origem lusitana, mesclada às outras origens. A mestra

Josefa Bispo, introdutora desse folguedo, aprendeu a dançar Marujada no sítio Braúna,

em Palmeira dos índios, com uma dançadora chamada Antonia, e tem uma versão muito

singular para explicar a origem dessa marujada: "A Marujada (...) foi uma mulher que

antigamente vivia no Rio de Janeiro. Ela estava tarde da noite passeando e ouviu os

marinheiros cantando na beira do mar. Ela olhou, aprendeu e trouxe para aqui. Aqui ela

começou a brincar, mas só em casa, não saía para canto nenhum, só ficava no sítio dela.

Aí, foi o tempo que ela morreu, a família ficou dançando e eu aprendi".

Forró é uma festa popular brasileira, de origem nordestina e é a dança praticada nessas

festas, conhecida também por arrasta-pé, bate-chinela, fobó, forrobodó. No forró, vários

ritmos musicais daquela região, como baião, a quadrilha, o xaxado, que tem influências

holandesas e o xote, que veio de Portugal, são tocados, tradicionalmente, por trios,

compostos de um sanfoneiro (tocador de acordeon—que no forró é tradicionalmente a

sanfona de oito baixos), um zabumbeiro e um tocador de triângulo.

Arrastapé: dança típica nordestina no qual os participantes, geralmente um casal, dança

de forma bem próxima arrastando o pé; uma dança de ritmo acelerado e quente.

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Page 16: Imaginário Popular

Frevo: Surgido na cidade do Recife no fim do século XIX, o frevo caracteriza-

se pelo ritmo extremamente acelerado. Muito executado durante o carnaval, eram

comuns conflitos entre blocos de frevo, em que capoeiristas saíam à frente dos seus

blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte. Pode-se afirmar que o

frevo é uma criação de compositores de música ligeira, feita para o carnaval. Os

músicos pensavam em dar ao povo mais animação nos folguedos. No decorrer do

tempo, a música ganhou características próprias acompanhadas por um bailado

inconfundível de passos soltos e acrobáticos.

Manguebeat: (também grafado como manguebit ou mangue beat) é um movimento

musical que surgiu no Brasil na década de 90 em Recife que mistura ritmos regionais,

como o maracatu, com rock, hip hop, funk e música eletrônica. Esse estilo tem como

ícone o músico Chico Science, ex-vocalista, já falecido, da banda Chico Science e

Nação Zumbi, idealizador do rótulo mangue e principal divulgador das idéias, ritmos e

contestações do Manguebeat. Outro grande responsável pelo crescimento desse

movimento foi Fred 04, vocalista da banda Mundo Livre S/A e autor do primeiro

manifesto do Mangue de 1992, intitulado "Caranguejos com cérebro".

Maracatu é um ritmo musical, conhecido como Baque virado, utilizado pelo Maracatu

Nação. É caracterizado principalmente pela percussão forte, em ritmo frenético, que

teve origem nas congadas, cerimônias de coroação dos reis e rainhas da Nação negra. A

percussão é baseada em tambores grandes, chamados alfaias, caixas, taróis, ganzás e um

gonguê.

Pastoril: é um folguedo popular dramático de origem européia, representado entre o

Natal e a Festa de Reis (05 de janeiro), em vários Estados do Nordeste brasileiro. São

cordões com diversos personagens, entre as quais as pastoras ou pastorinhas, que

cantam e tocam maracá. De origem religiosa, também é denominado Presépio.

Luiz Gonzaga do Nascimento: (Exu, 13 de dezembro de 1912 — Recife, 2 de agosto de

1989) foi um compositor popular brasileiro, conhecido como o Rei do Baião. Foi uma

das mais completas e inventivas figuras da música popular brasileira. Cantando

acompanhado de acordeão, zabumba e triângulo, levou a alegria das festas juninas e dos

forrós pé-de-serra, bem como a pobreza, as tristezas e as injustiças de sua árida terra, o

sertão nordestino, para o resto do país, numa época em que a maioria das pessoas

desconhecia o baião, o xote e o xaxado.

Luís da Câmara Cascudo (Natal, 30 de dezembro de 1898 — Natal, 30 de julho de

1986) foi um historiador, folclorista, antropólogo, advogado e jornalista brasileiro.

Passou toda a sua vida em Natal e dedicou-se ao estudo da cultura brasileira. Foi

professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). O Instituto de

Antropologia desta universidade tem seu nome. Pesquisador das manifestações culturais

brasileiras, deixou uma extensa obra, inclusive o Dicionário do Folclore Brasileiro

(1952). Entre seus muitos títulos destacam-se: Alma patrícia (1921), obra de estréia,

Contos tradicionais do Brasil (1946). Estudioso do período das invasões holandesas,

publicou Geografia do Brasil holandês (1956). Suas memórias, O tempo e eu (1971)

foram editadas postumamente. Quase chegou a ser demitido por estudar figuras

folclóricas como o lobisomem.

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Page 17: Imaginário Popular

Severino Lourenço da Silva Pinto, mais conhecido como Pinto do Monteiro

(Monteiro, 21 de novembro de 1895 - 28 de outubro de 1990) foi um poeta popular,

compositor, cantor e improvisador brasileiro.

Aderaldo Ferreira de Araújo (Crato, 24 de junho de 1878 — Fortaleza, 29 de junho de

1967), mais conhecido como "Cego Aderaldo" foi um poeta popular cearense que se

destacou por seu raciocínio rápido improvisando rimas e repentes. O cego Aderaldo

descobriu o dom da rima em Quixadá, pouco depois de perder a visão em um acidente.

Segundo o próprio, a descoberta ocorreu quando teve um sonho em versos. Quando sua

mãe faleceu, cego Aderaldo decidiu viajar pelo sertão nordestino fazendo suas rimas.

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Page 18: Imaginário Popular

Referencias:

http://culturapopular2.blogspot.com/

http://www.brasilescola.com/cultura/cultura-popular.htm

http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=2&ved=0CBsQFjAB&url=http%

3A%2F%2Fwww.blocosonline.com.br%2Fliteratura%2Fprosa%2Fopina%2Fopina03%

2Fop030401.htm&ei=6Hf6TNnJD4H48AbG55XMCw&usg=AFQjCNFwb6SAx5GTqx

lOLAc3peW3WwEqtg

http://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&cd=6&ved=0CDkQFjAF&url=h

ttp%3A%2F%2Fwww.cultura.gov.br%2Fsite%2Fpnc%2Fdiagnosticos-e-

desafios%2Fmanifestacoes-

culturais%2F&ei=fNv2TNSuL8qr8AbLzKDZBg&usg=AFQjCNGy07upSbXBlVr0-

19LzE1a3aKTsw&sig2=G5Hmg2yIpdO1K041tGNudA

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_do_Brasil

http://eraldo-mirandaescritor.blogspot.com/2009/10/cancao-de-fogo-historias-e-

peripecias.html

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