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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
AS ATRIBUIÇÕES E DIFICULDADES DO AUDITOR INTERNO
Por: Andressa Di Luccio Sabato
Orientador
Prof. Luciano Gerard
Rio de Janeiro
2010
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
AS ATRIBUIÇÕES E DIFICULDADES DO AUDITOR INTERNO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Auditoria e
Controladoria.
Por: Andressa Di Luccio Sabato
3
AGRADECIMENTOS
.À minha família por estar presente em
todos os momentos da minha vida, aos
professores do curso, por todos os
conhecimentos que me proporcionaram
e aos meus colegas de trabalho por
toda a ajuda concedida.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todas as pessoas
que sempre me apoiaram a conquistar
meus objetivos.
5
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo demonstrar como funciona a
auditoria interna, sua história e as principais funções do auditor. A importância
desta ferramenta dentro de uma empresa e as dificuldades encontradas pelo
profissional desta área, sobretudo em empresas de construção civil.
6
METODOLOGIA
A metodologia da pesquisa pode ser qualitativa ou quantitativa e
espontânea ou estimulada, a pesquisa qualitativa normalmente serve de base
para uma pesquisa quantitativa. A pesquisa é um trabalho em processo não
totalmente controlável ou previsível. Adotar uma metodologia significa escolher
um caminho, um percurso global. A Metodologia da Pesquisa caracteriza-se
pela proposta de discutir e avaliar as características essenciais da ciência e de
outras formas de conhecimento; as abordagens metodológicas, enfocando o
planejamento, a apresentação de projetos e a execução dos mesmos.
Segundo Minayo (1994), metodologia é o caminho do pensamento e a prática
exercida na abordagem da realidade. Neste sentido, a metodologia ocupa um
lugar central no interior das teorias e está sempre referida a elas. A
metodologia para o trabalho será a da pesquisa bibliográfica em livros, artigos
e publicações on-line. Optando-se pelo método dissertativo para abordagem
do tema.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Da Auditoria Interna 10
CAPÍTULO II - A Auditoria como Ferramenta Administrativa 19
CAPÍTULO III – A Auditoria na Construção Civil 32
CONCLUSÃO 45
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47
BIBLIOGRAFIA CITADA 49
ÍNDICE 51
FOLHA DE AVALIAÇÃO 53
8
INTRODUÇÃO
As organizações estimuladas a cumprirem seus objetivos, procuram
sua continuidade através do crescimento e da diversificação das atividades
que asseguram ao empresário a constituição de um patrimônio e o retorno
necessário a suas expectativas. Devido a esse fato, a administração passa a
necessitar de alguém que lhes afirme que os controles internos e as rotinas de
trabalhos estão sendo habilmente executados e que os dados contábeis
merecem confiança, pois devem espelhar a realidade econômica e financeira
da empresa.
Na atualidade, as empresas estão expandindo cada dia mais suas
atividades diversificando e elevando a sua capacidade de produção,
contratando funcionários e inaugurando filiais, despertando assim
preocupações no sentido de controlar e obter informações confiáveis de
pessoas independentes aquelas que as executam. Com vistas ao resguardo de
seus interesses, as organizações devem implantar uma área de auditoria
interna, que tem por finalidade fornecer aos administradores, em todos os
níveis, informações confiáveis que os auxiliem na tomada de decisões.
A ação de auditoria interna estende-se por todos os serviços,
programas de operações e controles existentes na empresa. Para que essa
avaliação seja efetuada com sucesso, os auditores necessitam de um apoio
constante na empresa para que se obtenha um desempenho satisfatório de
suas responsabilidades com abrangência e independência.
O auditor é o profissional que examina cuidadosamente com o
objetivo de averiguar se as atividades desenvolvidas em determinada empresa
ou setor estão de acordo com as disposições planejadas e/ou estabelecidas
previamente, se estas foram implementadas com eficácia e se estão
adequadas à consecução dos objetivos. O auditor pode ser externo ou interno.
Atualmente, o auditor interno tem a função de fiscalizar os processos da
9
organização, analisando os procedimentos para determinar quais são mais
produtivos e adequados às áreas. Já o auditor externo tem como tarefa
principal analisar e validar as contas e saldos de balanço. Além disso, distribui-
se em várias ramificações: auditoria de sistemas, auditoria de recursos
humanos, auditoria da qualidade, auditoria de demonstrações financeiras,
auditoria jurídica, auditoria contábil. A auditoria interna surgiu da necessidade
de as empresas terem um maior controle e acompanhamento sobre seus
procedimentos.
Outro importante fator é o fato de a auditoria externa focar o seu
trabalho no exame das demonstrações contábeis, fazendo surgir à
necessidade de a empresa ter um profissional com a experiência e o know-how
do Auditor externo em tempo integral na entidade. Assim, o Auditor Interno, a
princípio, utilizaria as mesmas técnicas do Auditor Externo para além das
fronteiras contábeis, ou seja, para todos os demais controles internos, sejam
contábeis, operacionais ou administrativos. O auditor interno trabalha para
fornecer informações tecnicamente elaboradas, relativas às atividades para
cujo acompanhamento e supervisão o administrador não tenha condições
técnicas e tempo para realizar.
CAPITULO I
10
DA AUDITORIA INTERNA
A auditoria interna é uma atividade de avaliação, independente
dentro da organização, para a revisão da contabilidade, finanças e outras
operações, como base para servir à administração. É um controle
administrativo, que mede e avalia a eficiência de outros controles. Examina o
grau de confiabilidade das informações e o desempenho das tarefas
delegadas.
1.1 RESUMO HISTÓRICO
Não se constitui uma tarefa simples precisar quando começa a história
da auditoria, pois toda a pessoa que possuía a função de verificar a
legitimidade dos fatos econômico-financeiros, prestando contas a um superior,
pode ser considerada como auditor. Os imperadores romanos nomeavam altos
funcionários que eram encarregados de supervisionar as operações financeiras
de seus administradores provinciais e lhes prestar contas verbalmente.
Na França, no século III, os barões tinham que realizar leitura pública
das contas de seus domínios, na presença de funcionários designados pela
Coroa. Na Inglaterra, por ato do Parlamento, o rei Eduardo I dava direito aos
barões de nomear seus prepostos. Ele próprio mandou verificar as contas do
testamento de sua falecida esposa. A aprovação desses auditores é atestada
em um documento que constitui um dos primeiros relatórios de auditoria,
denominado probatur sobre as contas.
No Brasil colonial, existia a figura do juiz colonial, o olho do rei, que era
destacado pela Coroa portuguesa para verificar o correto recolhimento dos
tributos para o Tesouro, reprimindo e punindo fraudes. Mas o grande salto da
auditoria ocorreu após a crise econômica americana de 1929. No início dos
anos 30, é criado o famoso Comitê May, um grupo de trabalho instituído com a
finalidade de estabelecer regras para as empresas que tivessem suas ações
11
cotadas em bolsa, tornando obrigatória a Auditória Contábil Independente nos
demonstrativos financeiros dessas empresas.
1.1.1 Origem e evolução
Conforme assevera Boynton et. al (2002),1 a origem da auditoria
foi, em muito, discutida de forma rigorosa pelos especialistas, mas, todavia,
ainda torna-se importante relacioná-la com o início das atividades econômicas
desenvolvidas pelo homem.
Segundo Boynton (2002),
“Auditoria começa em época tão remota
quanto à contabilidade. Sempre que o avanço
da civilização tinha implicado que a
propriedade de um homem fosse confiada, em
maior ou menor extensão, a outra, a
desejabilidade da necessidade de verificação
da fidelidade do último, tornou-se clara”.
(BOYNTON, 2002 p. 58)
Assim, de acordo ainda com Boynton et. al. (2002), pode-se
constatar que, desde os primórdios, no antigo Egito havia a necessidade de se
ratificar as atividades praticadas, tais como a verificação dos registros de
arrecadação de impostos; e inspeções nas contas de funcionários públicos,
estas na Grécia.
Conforme Crepaldi (2004),2 se percebe o porquê o cargo de
auditor foi criado na Inglaterra, em 1314, visto a potência econômica desse
país desde a época das colonizações, que se tornaria, séculos depois, o berço
do capitalismo com a Revolução Industrial.
Segundo Crepaldi (2004),
1 BOYNTON, William C.; JOHNSON, Raymond N.; KELL, Walter G. Auditoria: Tradução Autorizada. 7ª ed. (idioma inglês de Modern Auditing). São Paulo: Atlas, 2002. 2 CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2004.
12
“A grandeza econômica e comercial da
Inglaterra e da Holanda, em fins do século
passado, bem como dos Estados Unidos, onde
hoje a profissão é mais desenvolvida,
determinou a evolução da auditoria, como
conseqüência do crescimento das empresas,
do aumento de sua complexidade e do
envolvimento do interesse da economia
popular nos grandes empreendimentos.”
(CREPALDI, 2004, p. 105).
Deste modo, já ao alcançar um maior grau de evolução, a auditoria de
empresas começou com a legislação britânica, promulgada durante a
Revolução Industrial, em meados do século XIX A partir daí, pode-se elaborar
um retrato de todo processo de evolução da auditoria. (BOYNTON et. al 2002).
O marco da necessidade de aprimoramento no sistema contábil
e, por conseguinte, da auditoria, ocorreu em 1929, com a quebra da bolsa de
valores de Nova Iorque, visto que muitas empresas não tinham transparência e
consistência nos seus dados financeiros, contribuindo, assim, com a já
conhecida crise mundial. Houve, a partir daí, a necessidade de se mitigar as
falhas nas divulgações contábeis das empresas, tendo como um dos primeiros
passos, a criação do Comitê May, que atribuía regras para as instituições que
tinham as suas ações negociadas em bolsa de valores, tornando-se obrigatória
a auditoria independente das demonstrações contábeis.
Portanto, com o surgimento dos órgãos citados, a auditoria estaria mais
do que nunca, se fundido, gradativamente, junto ao desenvolvimento
econômico mundial para o alcance do status de colaboradora para a
continuidade das empresas, contribuindo diretamente no aprimoramento do
processo de governança corporativa, amenizando, assim, sua aparência
histórica de somente gerar custos para a entidade.
1.1.2 Conceito
13
Conjunto de procedimentos que visam examinar os controles internos,
objetivando a verificação da integridade, adequação e eficácia destes e das
informações físicas, contábeis financeiras e operacionais da entidade. Define,
também, que o auditor interno deve ser contador com registro no CRC.
Quanto à origem, define-se de acordo com Attie (2006),3 auditoria como
uma palavra advinda da língua latina audire, que significa ouvir. A palavra
auditoria provém da língua inglesa, mais precisamente do verbo inglês to audit,
que significa examinar, ajustar, corrigir, e/ou certificar.
No sentido amplo, no entendimento de Oriá Filho (2002),4 a auditoria
pode ser definida como um processo de confrontação entre uma situação
encontrada com um determinado critério, ou seja, a comparação entre um fato
ocorrido com o que deveria ocorrer. No sentido exato, a Auditoria restringe-se
apenas ao universo Contábil / Financeiro, surgindo daí o conceito de auditoria
contábil.
A Auditoria está atrelada historicamente à atuação sobre resultados da
área Contábil-Financeira, por esta razão muitas conceituações de Auditoria até
pouco tempo atrás se detinha neste foco. Ao longo dos anos, o conceito e
definição de Auditoria sofreram, e ainda vem sofrendo, evoluções,
desprendendo-se de uma atuação com foco Contábil, e passando para uma
abordagem global e sistêmica da organização.
A maior completude e/ou abrangência evolutiva dos conceitos de
Auditoria é um reflexo da necessidade que os administradores das empresas
têm em possuir uma unidade de Auditoria Interna para assegurar que os
controles e procedimentos internos adotados nos processos executados estão
propícios para garantir eficiência e eficácia das áreas organizacionais, bem
como para que estas áreas possam fornecer informações precisas e no tempo
hábil, visando subsidiar os gestores da empresa nas tomadas de decisões em
3 ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 4 ORIÁ FILHO, Humberto Ferreira. Monografia de graduação: As fraudes contra as organizações e o papel da auditoria interna. Fortaleza: UNIFOR, 2002.
14
prol do cumprimento de missões, objetivos e metas individuais - visão
funcional, por setor ou área - e gerais - visão sistêmica, o todo.
De acordo com o CRC - Conselho Regional de Contabilidade,
podemos conceituar auditoria interna como um controle gerencial que funciona
por meio de medição e avaliação da eficiência e eficácia de outros controles.
Deve ser entendida como uma atividade de assessoramento à administração
quanto ao desempenho das atribuições definidas para cada área da empresa,
mediante as diretrizes políticas e objetivos por aqueles determinados.
O papel da auditoria na organização, sem duvidas, é
fundamental. Subsidia o administrador com dados e informações tecnicamente
elaboradas, relativos às atividades para cujo acompanhamento e supervisão
este não tem condições de realizar, sendo que, ela o faz alicerçado nos
exame da:
a) adequação e eficácia dos controles;
b) integridade e confiabilidade das informações e registros;
c) integridade e confiabilidade dos sistemas estabelecidos para
assegurar a observância das políticas, metas, planos, procedimentos,
leis, normas e regulamentos, e da sua efetiva aplicação pela
empresa;
d) eficiência, eficácia e economicidade do desempenho e da utilização
dos recursos; dos procedimentos e métodos para salvaguarda dos
ativos e a comprovação de sua existência, assim como a exatidão
dos ativos e passivos;
e) compatibilidade das operações e programas com os objetivos, planos
e meios de execução estabelecidos.
15
COMPARAÇÃO ENTRE AUDITORIA INTERNA E EXTERNA
ITENS AUDITORIA EXTERNA AUDITORIA INTERNA
1. OBJETIVO Opinar sobre as
demonstrações financeiras.
Assessorar a administração
da empresa no efetivo
desempenho de sua função.
2. PROFISSIONAL
Independente com
responsabilidade civil e
contratação por período pré-
determinado.
Há relação de dependência
com responsabilidades
trabalhistas entre as partes.
3. EXISTÊNCIA Obrigatória em determinadas
empresas. Facultativa.
4. A QUEM
INTERESSA
Empresa, órgãos
governamentais, credores e
investidores em geral.
Empresa.
5. PRODUTO
FINAL
Parecer sobre
demonstrações financeiras.
Relatório de
recomendações/sugestões à
administração.
Fonte: www.ibracon.com.br
16
1.2 AUDITORIA INTERNA
Em virtude das freqüentes alterações ocorridas no ambiente
externo das organizações, pelo aumento da competitividade e, principalmente,
pela fortificação da estrutura contábil e da auditoria, as empresas se
organizaram por meio de planejamentos estratégicos para a otimização de
seus recursos.
Segundo Oliveira (2005, p. 47),5
“... planejamento estratégico é o processo pelo
qual se decidem os programas que a empresa
adotará e a quantidade aproximada de
recursos que a empresa reservará para cada
um desses programas, nos vários anos
seguintes”.
Com essa otimização, conforme assevera Oliveira (2005), muitas
organizações se expandiram e criaram filiais com o objetivo de conquistar
mercados, internos e externos.
Alicerçado nestes programas, se observa a importância da
adoção de uma auditoria interna, pois, segundo Attie (1992, p. 26)6
“... a administração passa a necessitar de
alguém que lhes afirme que os controles e as
rotinas de trabalho estão sendo habilmente
executados e que os dados contábeis, com
efetividade, merecem confiança, pois
espelham a realidade econômica e financeira
da empresa”.
5 OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia, Práticas. 22ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. 6 ATTIE, Willian. Auditoria Interna. 1a ed. São Paulo: Atlas, 1992.
17
De acordo com a NBCT 12 - Normas Brasileiras de Contabilidade
da Auditoria Interna, item 12.1.1.1 a auditoria interna constitui o conjunto de
procedimentos técnicos que tem por objetivo examinar a integridade,
adequação e eficácia dos controles internos e das informações físicas,
contábeis, financeiras e operacionais da Entidade. (CFC, 2003).
Para que a auditoria interna atinja, então, a eficácia em seus
trabalhos, é necessária a sua independência em relação aos diversos setores
da entidade, quais sejam, financeiro, recursos humanos, marketing,
administrativo, etc. Attie (1992) é categórico ao afirmar que a necessidade de o
auditor ser imparcial e de se manter numa condição que o permita agir íntegra
e objetivamente exige que seja colocado separadamente das pessoas cujas
atividades examinam.
FIGURA 1: Posição do Departamento de Auditoria no Organograma
Fonte: Adaptado de Almeida, (2003, p. 30).7
7 ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
18
CAPITULO II
A AUDITORIA COMO FERRAMENTA ADMINISTRATIVA
Há muito se fala que a auditoria numa empresa é dispensável por
ser uma atividade meio e não uma atividade fim e, por conta disso, deixa de
agregar valor.
Se partirmos do princípio de que todos os valores não gastos numa
empresa podem ser vistos e entendidos como uma economia, então fica fácil
de se admitir que aqueles que são evitados pelo trabalho de uma auditoria, na
correção de procedimentos inadequados e incorretos, sejam igualmente
considerados uma economia. Neste particular, a auditoria estará auxiliando a
empresa a diminuir os custos decorrentes de desperdícios e ações
operacionais impróprias. Conseqüentemente, o lucro tão almejado e muitas
vezes visto à distância pelos administradores passa a ser uma realidade.
Até bem pouco tempo empresários ainda sustentavam a fixa idéia e
a visão de que a auditoria só serve para pegar ladrão e/ou fraudador.
A isto se atribui o fato de que, por anos a fio ganharam espaço e se
sustentaram no noticiário nacional, seja na imprensa falada, escrita ou
televisada, fatos relacionados a irregularidades envolvendo empresas do setor
público e privado.
É a partir daí que começa a existir a grande discriminação a respeito
da ação e atuação da auditoria nas empresas. A visão de uma estrutura
policialesca, fiscalizadora ou de caçadora de vilões deixou de existir. A
auditoria, nos moldes atuais deve ser vista como uma estrutura de
assessoramento e de auxílio à administração dos gestores modernos.
Deve ser vista como colaboradora que leva à alta administração
dados e informações confiáveis e imparciais sobre todas as atividades da
empresa, sejam de natureza administrativa, operacional ou de gestão.
19
A análise criteriosa dos controles internos e dos procedimentos de
trabalho, aliada a sugestões de melhoria, aumenta sobremaneira o
desempenho operacional, bem como a qualidade técnica dos serviços ou
mesmo da produção.
À medida que os empresários e dirigentes passarem a utilizar os
recursos que a auditoria coloca a sua disposição, mais perto estarão de
impedir que falhas e/ou erros voluntários, e alguns involuntários, sejam
cometidos na organização, bem como contribuirão para que manchetes
sensacionalistas deixem de ser divulgadas pela imprensa, o que, de certa
forma, acarreta prejuízos ainda maiores à empresa, pois compromete a sua
imagem perante os clientes e fornecedores.
Conforme nos indica Crepaldi (2000),8 a filosofia da auditoria
consiste em avaliar a política de sistema da empresa, em termos da
adequação, comunicação, aceitação, aplicação e controle, se é necessária na
situação, se contribui para atingir os objetivos da empresa, se permite
assegurar a correta utilização dos recursos da empresa, tanto de natureza
financeira, econômica e humana.
No setor público, por exemplo, destaca-se a Secretaria dos Controles
Internos, com um programa de avaliação das contas das estruturas públicas
e das autarquias, que, a exemplo das empresas privadas, buscam através
da atuação da Auditoria a melhoria dos serviços prestados à população.
Longe está da função policialesca. É uma estrutura que visa auxiliar os
gestores públicos a encontrarem o equilíbrio financeiro e administrativo dos
órgãos sob sua administração.
Hoje, independentemente dos rigores e disposições da Lei de
Responsabilidade Fiscal, um planejamento bem elaborado contempla a
atuação de auditorias justamente para auxiliarem aos gestores públicos a
terminarem seus mandatos de bem com o Tribunal de Contas do Estado ou da
União, dependendo do caso. Algumas empresas privadas, principalmente
8 CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000.
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aquelas que recebem orientações normativas do Banco Central, como é o
caso das Administradoras de Consórcio, viram-se compelidas a utilizarem os
serviços da auditoria interna, própria ou terceirizada, para avaliarem seus
procedimentos de trabalho e de gestão, de modo a eliminarem as não
conformidades do resultado das análises procedidas por técnicos daquele
órgão público.
Destacam-se, ainda, os serviços prestados pela auditoria no auxílio
à tomada de decisões, nos casos de avaliações de empresas a serem
incorporadas ao patrimônio ou mesmo nos processos de fusão, sem
considerar as ações do dia-a-dia constante de relatórios de avaliação da
operacionalidade da empresa.
Encontramos, ainda, a efetiva atuação das auditorias quando
organizações com os olhos num padrão de qualidade que as coloque em
condições de igualdade ou de competitividade decidem pela implantação de
normas da família ISO 9000, 14000, etc. Mais do que nunca se fazem
presentes e necessários os serviços da auditoria, como avaliadora das ações e
procedimentos de trabalho.
2.1 À AUDITORIA
2.1.1 Conceitos
A Auditoria pode ser definida como sendo uma atividade formal e
documentada, executada pôr pessoas que não tenham responsabilidades
direta com a área auditada, sendo estas pessoas devidamente habilitadas e
treinadas, utilizando-se de métodos de coleta a análise de informações
baseadas em evidências objetivas e imparciais. É executada e balizada
através de uma Norma ou um Check list de Auditoria.
A Auditoria da Qualidade é uma ferramenta chave de gestão para
atingir os objetivos estabelecidos dentro de uma política organizacional. Ela
avalia a correspondência entre as medidas planejadas e a implementação das
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mesmas. É bom lembrar que a decisão quanto à utilização de auditorias
internas não cabe ao auditor, mas a administração da empresa.
As auditoras devem ser efetuadas com o intuito de determinar se os
vários elementos que compõem o sistema de qualidade de uma empresa são
efetivos e adequados, contribuindo efetivamente para que os objetivos da
qualidade estabelecidos sejam atingidos.
A Auditora da Qualidade também é uma grande arma referente à
necessidade de reduzir, eliminar e principalmente prevenir as não-
conformidades. Os resultados destas auditorias podem ser usados pela
administração para melhorar o desempenho da organização. (CAMPOS,
1992)9
2.1.2 Requisito ISO 9000
A norma ISO 9000, no elemento 4.17 & Emdash; Auditorias da Qualidade
estabelece os seguintes requisitos quanto ao sistema de auditoria interna a
ser utilizado pela empresa:
• Estabelecer e manter procedimentos documentados para planejamento
e implementação de auditorias internas da qualidade, para verificar se
as atividades da qualidade e respectivos resultados estão em
conformidade com as disposições planejadas e para determinar a
eficácia do sistema da qualidade.
• O sistema de auditoria interna deve ser definido através de
procedimentos internos que estruturem toda a sistemática a ser aplicada
para o planejamento, execução, gerenciamento e revisão dos resultados
das auditorias internas.
• As auditorias internas da qualidade devem ser programadas com base
na situação atual e importância da atividade a ser auditada.
9 CAMPOS, Vicente Falconi. TQC Controle da Qualidade Total (no estilo japonês) Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG. Rio de Janeiro: Ed. Bloch,1992.
22
• A freqüência de execução das auditorias internas devem ser
estabelecidas em função da importância do elemento auditado para o
sistema da qualidade, do desempenho do elemento nas auditorias
anteriores ou pôr qualquer outro motivo que a empresa julgar
importante.
• Devem se executadas pôr pessoal independente daquele que tem
responsabilidade direta pela atividade que está sendo auditada.
• Os auditores internos devem estar preparados para realizarem uma
auditoria interna, portanto é esperado que seja escolhido um grupo
auditor, este seja treinado e qualificado internamente. Quando do
desenvolvimento do planejamento das auditorias, deverá ser
programado auditores independentes da área auditada, ou seja, um
auditor interno não pode fazer auditoria na área ou departamento a que
pertence.
• Os resultados das auditorias devem ser registrados e levados ao
conhecimento do pessoal que tenha responsabilidade na área auditada.
• Após o término de uma auditoria, o auditor deverá registrar os
resultados da auditoria executada e em algum momento divulgá-lo para
a área auditada de forma que a mesma tenha pleno conhecimento do
seu desempenho com relação aos requisitos estabelecidos pêlos
procedimentos internos e pela Norma.
• O pessoal da Administração responsável pela área deve tomar em
tempo hábil, ações corretivas referentes às deficiências encontradas
durante a auditoria.
• Responsáveis pela área auditada devem desenvolver ações corretivas
para as não conformidades apontadas pelo auditor durante a auditoria
interna de forma a eliminar as causas que originaram a mesma.
23
• Atividades de acompanhamento da auditoria devem verificar e registrar
a implementação e eficácia das ações corretivas tomadas.
• As ações corretivas implementadas devem ser revisadas quanto a sua
implementação e também se foi causa raiz que originou a não
conformidade.
As auditorias internas são um dos pilares para a manutenção e
aprimoramento do sistema da qualidade implementado. Portanto, os
resultados de auditorias internas da qualidade devem fazer parte das
informações necessárias de análise crítica pela administração.
24
2.2 OBJETIVOS DA AUDITORIA
O objetivo fundamental da Auditoria da Qualidade é ser sistema de
gerenciamento dinâmico e eficaz no sentido de estar:
• Avaliando a eficácia e Adequação de um Sistema da Qualidade
implementada ou em implementação em relação a uma norma
estabelecida e/ ou procedimentos internos;
• Informando a empresa dos pontos fortes e fracos do sistema da
qualidade;
• Reportando prontamente as informações relevantes para análise e
tomada de ação de melhoria pela gerência e pessoa envolvido;
• Verificando a eficácia das ações corretivas e de melhoria do sistema da
qualidade pela gerência:
• Assegurando a manutenção do sistema da qualidade implantado.
Os Sistemas da Qualidade preestabelecem meios de administrar e
controlar a Qualidade. O estabelecimento do nível de qualidade deve levar em
consideração os aspectos técnicos e econômicos envolvidos, bem como os
interesses e a segurança dos usuários do produto ou serviço.
Segundo a Norma ISO 10011-1, as auditorias têm normalmente um
ou mais dos seguintes objetivos:
• Determinar a conformidade ou não conformidade dos elementos do
sistema da qualidade com requisitos específicos;
• Determinar a eficácia do sistema da qualidade implementado no
atendimento aos objetivos da qualidade especificados
• Prover ao auditado uma oportunidade para melhorar o sistema da
qualidade;
• Atender aos requisitos regulamentares;
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• Permitir o cadastramento do sistema da qualidade da organização
auditada em um registro.
Ainda, segundo a Norma ISO 10011-1, geralmente as auditorias são
realizadas pôr uma ou mais das seguintes razoes:
• Avaliar inicialmente um fornecedor quando se pretende estabelecer uma
relação contratual;
• Verificar se o sistema da qualidade da própria organização continua a
atender aos requisitos especificados e se está sendo implementado;
• Avaliar o sistema da qualidade da própria organização frente a uma
norma de sistema da qualidade.
26
2.3 TIPOS DE AUDITORIA
A Auditoria pode ser classificada:
• Quanto à Aplicação
• Quanto às Partes Interessadas
• Quanto à Relação com o Sistema
• Quanto à Abrangência
• Quanto à Programação
• Quanto ao Planejamento
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2.4 FUNÇÕES DO AUDITOR
Os auditores devem:
• Manter-se sempre no escopo da auditoria:
• Ser objetivo;
• Coletar e analisar evidências relevantes e suficientes para permitir a
formulação de conclusões relativas ao sistema de qualidade auditado;
• Ficar atento a quaisquer indicações de evidências que possam
influenciar os resultados da auditoria e possivelmente exigir uma
auditoria mais ampla;
• Estar aptos a responder questões;
• Atuar de forma ética durante todo o tempo.
2.4.1 Responsabilidade do auditor
O auditor líder é o responsável final pôr todas as fases da auditoria,
deve ter capacidade gerencial e experiência, e deve-lhe ser conferida a
autoridade para tomar as decisões finais relativas à condução e quaisquer
observações da auditoria da qualidade.
As responsabilidades do auditor líder incluem, também:
• Participar da seleção dos outros membros da equipe auditora;
• Preparar o plano de auditoria;
• Representar a equipe auditora junto à administração do auditado;
• Apresentar para apreciação o relatório da auditoria;
Podemos ainda acrescentar:
• Definir os requisitos para auditoria:
28
• Fazer cumprir os prazos das auditorias, comunicação das não &
Emdash; conformidades ao auditado e a gerência;
• Análise crítica da documentação do Sistema da Qualidade.
2.4.2 Funções do auditor
O Auditor líder deve:
• Definir os requisitos para cada auditoria designada, incluindo as
qualificações exigidas do auditor;
• Cumprir os requisitos de auditoria aplicáveis e outras diretrizes
apropriadas;
• Planejar a auditoria, preparar os documentos de trabalho e instruir a
equipe auditora;
• Analisar criticamente a documentação das atividades do sistema da
qualidade existente para determinar sua adequação;
• Relatar imediatamente ao auditado as não-conformidades críticas;
• Relatar quaisquer obstáculos importantes encontrados durante a
execução da auditoria;
• Relatar os resultados da auditoria de maneira clara, conclusiva e sem
atraso indevido.
2.4.3 Características do trabalho de um auditor
O Auditor possui características de trabalho muito singular, pois
sempre atua distante de sua base ou setor, devendo manter-se fiel ao
planejamento de execução da auditoria e as normas ou check lists definidos
para orientar e documentar a execução da auditoria como forma de avaliar a
adequação de Sistema da Qualidade.
29
Possui pouca supervisão direta, atuando de forma interativa com as
pessoas e as atividades a elas associadas, tendo que fazer julgamentos
precisos e tomar decisões importantes.
O seu trabalho representa uma atividade física e mental que exigem
muito do auditor, criando situações onde pode ter que atuar em ambientes
hostis, agressivos e de alta pressão, pôr isso o trabalho é na maioria das vezes
muito cansativo.
Exigem um alto grau de preparação e conhecimento com relação
aos seguintes itens:
• Conceitos e técnicas de execução de auditorias;
• Norma base que estrutura o sistema da qualidade;
• Funcionamento sistêmico da empresa;
• Trabalho em equipe;
• Relação interpessoal com colegas de trabalho.
2.4.4 Postura do auditor
O Auditor em relação ao Sistema Organizacional no qual atua, é visto de
uma forma ímpar, onde muitas vezes pode ser visto como um intruso, como
um policial ou até mesmo um espião da alta administração. Esta é uma
visão, quando ocorre, é equivocada pôr parte do auditado. Portanto, o
auditor deve ter uma forma de atuação e procedimentos de trabalho que
eliminem esta visão negativa. Desta forma o auditor precisa manter uma
postura firme, inspirar confiança e parceria, ser transparente e profissional,
isto deverá ser buscado através de uma atuação bem definida que inclua:
• Apresentar ao auditado os objetivos e razoes da execução da auditoria:
• Utilizar evidencias objetivas e analisá-las de forma objetiva e justa;
• Manter-se fiel ao objetivo da auditoria;
30
• Avaliar os efeitos das observações de auditoria e da sua interação com
os auditados;
• Tratar os efeitos das observações de auditoria e da sua interação com
os auditados;
• Tratar com respeito o pessoal envolvido;
• Ser sensível a cultura do auditado;
• Evitar distrações em pontos irrelevantes à auditoria;
• Reagir de forma sensata em situações de tensão;
• Utilizar processos adequados para uma boa comunicação e integração
com o auditado;
• Ser gentil e calmo em quaisquer circunstâncias;
• Ser pontual;
• Ser preparado, determinado, direto, decidido e preciso;
• Fazer bom juízo, com bom senso, estando preparado para fazer
algumas concessões.
• Ser independente em pensamento e neutro nas atitudes quando houver
controvérsias;
• Permanecer fiel a uma conclusão apesar da pressão para mudar o que
não está baseado em evidencias objetivas.
CAPITULO III
31
A AUDITORIA NA CONSTRUÇÃO CIVIL
A partir da década de 90, com a inclusão no mercado dos Programas
Qualidade em Habitação (QUALIHAB) e o Programa Brasileiro da Qualidade e
Produtividade no Habitat (PBQP-H), baseados nas séries de normas NBR ISO
9000, observaram-se significativas mudanças na modernização das indústrias
da construção civil.
Particularmente, a auditoria interna dos sistemas de gestão da
qualidade passa a ser encarada como uma eficiente e eficaz ferramenta na
melhoria dos processos auditados. Como exemplo de um programa de
auditoria pode-se destacar, entre outros, a verificação da conformidade com
requisitos contratuais e a contribuição para a melhoria do sistema de gestão, o
que aponta para a auditoria como oportunidade de avaliar necessidades por
aperfeiçoamentos, através do uso de ações preventivas e/ou corretivas.
Assegurar-se que o estabelecimento de um processo que responda
eficiente e eficazmente às necessidades de avaliação dos pontos fortes e
fracos da implementação de um sistema de gestão da qualidade é
fundamental para o alcance das melhorias pretendidas. O referido processo
garante uma leitura independente, capaz de demonstrar por meio da
identificação de evidências objetivas que os requisitos existentes estão sendo
atendidos, uma vez que a auditoria interna avalia o desempenho da
organização.
Verificar se a prática de visão sistêmica de processo, que deve vir ao
encontro da necessidade por controles sobre o conjunto de ações
indispensáveis que garantam, de maneira eficiente e eficaz, o planejamento,
desenvolvimento, execução e controle dos produtos e serviços disponibilizados
aos seus clientes, está seguramente disseminada na organização.
3.1 AS CONSTRUTORAS E A FALTA DE CONTROLE DE CADASTRO
Atualmente, com tantas exigências é natural, mas não comum, que a
empresa construtora interessada em vender seus papéis ao mercado possua
32
bons controles internos e conheça muito bem os seus clientes. Controles como
livro de visitas e inspeções programadas de compradores aos canteiros de
obras durante a construção poderiam evidenciar a terceiros (fundo de
investimento) a existência real do direito e permitiriam, ainda, a atualização do
cadastro desses clientes.
Através da auditoria, pode-se observar falhas de atualização e
preenchimento do cadastro de clientes pela ausência de preocupação de
muitos empresários do setor de construção. A alegação é de que existe
garantia real na operação, como por exemplo a alienação fiduciária do bem.
Cabe observar que no caso de antecipação de recebíveis, o mercado avalia
para menos os papéis de construtoras com controles ruins sobre os seus
clientes e aplica um deságio maior no fechamento da negociação.
A classificação de clientes (entre bons e maus pagadores) que vem
sendo praticada nesse mercado baseia-se nas Resoluções no 2.682 e no
2.697 do Banco Central, pelo fato de também ser adotada pelos bancos e
fundos de investimentos. Essas normas distribuem os devedores em nove
níveis e institui regras para classificar o cliente e a operação de crédito, daí
cresce a importância de elaboração de um bom dossiê dos clientes da
construtora.
Um dossiê de crédito para as construtoras poderia ser mantido para
cada cliente contendo informações do tipo, identificação do cliente, histórico da
empresa/grupo econômico (quando for o caso), análise do setor de atuação da
empresa onde o cliente trabalha, dados e análises sobre restrições internas
(com histórico de pagamento), restrições externas (Serasa, Cadin, SPC, CRC),
demonstrações financeiras atualizadas dos dois últimos exercícios (quando se
tratar de empresas), análise do endividamento do cliente, análise do fluxo de
caixa.
Tudo isso tem ficado longe das pretensões e necessidades do setor de
construção residencial devido ao grau de dificuldades de obtenção dessas
33
informações, a falta de pessoal técnico capacitado na área de escritório e a
ausência de sistemas informatizados adequados.
A implementação de auditorias internas ajuda a analisar a qualidade do
crédito das construtoras, com o objetivo de levar um relatório de classificação
por risco da contraparte aos fundos de investimento interessados em adquirir
esses papéis. Para que a nota do devedor e da construtora seja boa para o
negócio, deve-se investir na qualidade dos controles internos de cadastro.
3.2 SISTEMA DE GESTÃO DA QUALIDADE E AUDITORIAS
As empresas de Construção Civil devem executar auditorias internas em
intervalos planejados para determinar se o Sistema de Gestão da Qualidade
está conforme os requisitos do Regimento do SIAC - Sistema de Avaliação da
34
Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil - e se
está mantido e implementado eficazmente.
A natureza e complexidade da indústria da construção civil requerem um
sistema de gestão da qualidade com características particulares, que
contemple atividades que assegurem sua adequação e promoção de ajustes
necessários ao seu constante aprimoramento, de forma a torná-lo peça
fundamental na avaliação da conformidade aos requisitos especificados.
Para se aferir o alcance e a efetividade de um sistema da qualidade,
bem como o cumprimento de políticas e objetivos da qualidade de uma
empresa, são utilizados processos sistemáticos que permitem a análise crítica
pela alta direção e outros propósitos internos ou externos, com a obtenção de
evidências, que avaliadas objetivamente, permitem determinar a extensão na
qual o conjunto de políticas, procedimentos ou requisitos são atendidos.
Um perfeito entrosamento entre o sistema de gestão da qualidade e o
mecanismo que possibilita verificar sua consistência com objetivos específicos
e políticas estabelecidas, como as auditorias da qualidade, é essencial para o
aperfeiçoamento e melhoria contínua dos processos desenvolvidos pela
empresa.
As auditorias da qualidade conforme Mills (l994),10 são definidas como a
realização de um exame ou uma avaliação, reconhecida oficialmente pelos
interessados e sistematizada pelos atos e/ou decisões das pessoas, a fim de
assegurar que o sistema, programa, produto, serviço e processo aplicáveis
perfaçam todas as características, critérios e parâmetros exigidos.
No entender de Feigenbaum (1994),11 auditorias de um sistema da
qualidade são essenciais ao gerenciamento da qualidade total e normalmente
ocorrem atreladas a um programa integralmente estruturado, que incluirá a
avaliação de todas as atividades chave do sistema.
10 MILLS, C. Auditoria da Qualidade: uma ferramenta para a avaliação constante e sistemática da manutenção da qualidade. São Paulo: Makron Books,1994. 11 FEIGENBAUM, A. V. Controle da qualidade total. São Paulo: Makron Books, 1994.
35
A NBR ISO 19011/2002 define auditoria como sendo o processo
sistemático, documentado e independente para obter evidências de auditoria e
avaliá-las objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios da
auditoria são atendidos. Ainda segundo a referida norma, a auditoria serve
para obter informações que contribuem para a melhoria do desempenho das
organizações.
Os princípios da auditoria que devem ser seguidos pelos auditores,
peças importantes no processo de condução, relato e finalidades da mesma,
são os seguintes:
• Conduta ética - confiança, integridade e confidencialidade;
• Apresentação justa - constatações de auditoria, conclusões de auditoria
e relatórios de auditoria refletem verdadeiramente e com precisão as
atividades de auditoria;
• Devido cuidado profissional - a aplicação de diligência e julgamento na
auditoria. - Por outro lado, outros os princípios relacionados à auditoria,
que por definição é independente e sistemática, também devem ser
observados:
• Independência - base da imparcialidade na auditoria e objetividade das
conclusões de auditoria;
Dispondo a alta direção de uma empresa de instrumento elaborado com
essas características, terá as mesmas condições satisfatórias para analisar
seus resultados de forma efetivamente crítica, avaliar se sua organização está
produzindo ou prestando um serviço que satisfaça e atenda, assim como
supere, os requisitos dos clientes.
É indiscutível a importância da análise do processo de mudança na
implementação de ações como a realização de auditorias, cujos resultados
operacionais, normalmente, ficam aquém do desejado.
36
De acordo com Bailey (1993),12 entre 50% e 75% dos casos de
implementação não alcançam os resultados almejados.
Para Fruin (1997),13 nesse sentido, o conceito - de origem japonesa - de
melhoria contínua, parece não ser muito bem compreendido, visto que uma
série de fatores intangíveis que explicam o desenvolvimento e execução de
atividades de melhoria contínua são comumente negligenciados nas empresas
ocidentais.
A NBR ISO 9001/2000 considera a melhoria contínua como sendo um
aperfeiçoamento da eficácia do sistema de gestão da qualidade, que fiel à
política da qualidade, objetivos, indicadores e metas de desempenho,
fundamenta-se na análise de dados, análises críticas da alta direção,
promoção de ações corretivas e preventivas, devendo-se destacar, a propósito,
a importância da condução e resultados das auditorias.
A auditoria sobre sistema da qualidade pode verificar se a prática de uso
de processo vem de encontro à necessidade por controles sobre o conjunto de
ações indispensáveis para fazer com que o processo para execução de
produtos e serviços seja eficiente e eficaz. Auditorias, de uma maneira geral,
revestem-se de toda uma expectativa de identificação de erros e problemas,
sendo comumente encarada pelos colaboradores como um ato de “sofrer”
referida intervenção, onde parece se querer fazer sobressair aspectos
negativos vivenciados na organização ou unidade auditada.
Essa maneira de encarar esse processo de avaliação, provavelmente, é
a responsável pelo fato das auditorias não funcionarem como deveriam,
podendo em certos casos, até levar ao insucesso da manutenção desses
sistemas.
12 BAILEY, J. Managing people and technological change. Pitman Publishing, 1993. 13 FRUIN, M. Knowledge works – managing intellectual capital at Toshiba. Oxford University, 1997.
37
3.3 AUDITORIAS DA QUALIDADE
Compreendendo a auditoria da qualidade como um evento de avaliação
independente, onde as características da organização têm um papel
fundamental no seu planejamento e realização, ao estabelecer um programa
de auditoria planejado, voltado a projetos específicos, que possam se tornar
difusores de práticas focadas na obtenção de resultados promissores
perceberam-se as vantagens de melhoria contínua ao adotar-se tal enfoque.
Seguindo as orientações da NBR ISO 9001/2000, notadamente no que
diz respeito às responsabilidades e aos requisitos para o planejamento e
execução de auditorias, associado aos artifícios de sensibilização para a sua
compreensão como elemento concreto de melhoria contínua, estimulando a
participação consciente e voluntária de todos os envolvidos, pelo exaustivo
exemplo de transparência e comprometimento da alta direção, vem-se
alcançando resultados e mantendo-se registros cada vez mais significativos e
estimulantes na realização desse exercício.
Normalmente a construção civil é uma indústria com falta de
disseminação das informações, em que as soluções adotadas para resolução
de determinados problemas numa obra não conseguem ser replicadas em
outras, devido às características do setor, como a falta de formalização dos
procedimentos, rotatividade do pessoal, variabilidade do produto, a falta do
resgate das soluções tecnológicas, entre outras razões.
As auditorias em Sistemas de Gestão da Qualidade baseados na NBR
ISO 19.011 são definidos e compreendidos de forma a transformá-la num
instrumento de otimização e evolução dos processos, com o correto tratamento
das não-conformidades e com a internalização da filosofia de melhoria
contínua através do ciclo PDCA.
As não-conformidades detectadas em uma determinada auditoria são
grandes e importantes fontes para se evitar os mesmos erros no futuro e /ou
prevenir possíveis erros, devendo ser adequadamente catalogadas, utilizadas
e tratadas.
38
A nova ISO se alicerçou no modelo de processos conforme a Figura
abaixo, tomando como base oito princípios de gestão da qualidade (MELLO et
al, 2002):14
• Foco no cliente: atender as necessidades atuais e futuras do cliente, a
seus requisitos e procurar exceder suas expectativas;
• Liderança: estabelece a unidade de propósitos, e é necessária para
manter as pessoas envolvidas no propósito de atingir os objetivos da
organização;
• Envolvimento das pessoas: é a essência da organização e seu
envolvimento é primordial para o sucesso da organização;
• Abordagem de processo: o resultado é alcançado mais eficientemente
quando atividades e recursos são gerenciados como um processo;
• Abordagem sistêmica: identificar, compreender e gerenciar os
processos inter-relacionados como sistema para eficiência e eficácia a
fim de atingir os objetivos da organização;
• Melhoria contínua: a melhoria contínua do desempenho global da
organização deveria ser um objetivo permanente;
• Abordagem baseada em fatos: decisões eficazes são baseadas em
dados e informações;
• Benefícios mútuos com fornecedores: a organização e os
fornecedores são interdependentes, e uma relação de benefícios
mútuos aumenta a capacidade de ambos em agregar valor.
14 MELLO, Carlos H. P. et al. ISO 9001:2000 : sistema de gestão da qualidade para operações de produção e serviços. São Paulo: Atlas, 2002.
39
Modelo de abordagem por processos da ISO versão 2000 (NBR ISO 9000,
2000)
Fonte: Mello (2002)
Na construção civil, o movimento da qualidade com as empresas se
iniciou em 1994, por meio de um programa de capacitação de empresas
construtoras em gestão da qualidade voltado para pequenas e médias
empresas, resultado de uma parceria do CTE (Centro de Tecnologia de
Edificações) e o SindusCon – SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do
estado de São Paulo). O primeiro grupo de empresas adota do sistema
proposto pelo CTE em 1995.
40
3.4 VANTAGENS E DESVANTAGENS DA AUDITORIA INTERNA
A vantagem da auditoria interna para Franco (2001),15 é a existência,
dentro da própria organização, de um departamento que exerça permanente
controle - prévio, concomitante e conseqüente - de todos os atos da
administração. Portanto, ter uma auditoria interna, em tempo integral,
levantando informações, examinando e confirmando é, sem dúvida, muito
benéfico para a empresa. Sobretudo pelo fato de que os controles da auditoria
interna não serão aplicados somente para os eventos passados, mas também
para os eventos que virão e para os que estão acontecendo no momento.
As desvantagens da auditoria interna ocorrem em razão de:
• Laços de amizade que o auditor interno estabelece com os demais
funcionários, podendo gerar afrouxamento dos controles e do rigor dos
exames;
• A rotina do trabalho pode fazer com que o auditor examine somente o
que lhe apresentarem, deixando de levantar e examinar os controles em
geral.
15 FRANCO, H. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
41
3.5 AUDITORIA INTERNA NA GESTÃO DE RISCOS
A grande diferença da Auditoria de Gestão, incluindo a gestão de riscos,
para as demais (Auditoria contábil, administrativa, operacional) está,
primeiramente, no momento em que se dá, pois a auditoria interna é definida
como um conjunto de procedimentos que objetivam examinar os controles
internos para garantir a integridade, adequação e eficácia dos controles e das
informações físicas, contábeis financeiras e operacionais da entidade. (ATTIE,
1999)16
Esses exames e controles ocorrem no tempo passado ou presente,
enquanto, na Auditoria de gestão de riscos, todo o trabalho é com vistas à
projeção do futuro.
A Auditoria de gestão utiliza a captação e exame das informações em
todos os processos do ciclo, de forma a estabelecer uma sintonia entre as
áreas. Então, o foco da Auditoria de gestão é o de estabelecer, por meio de
suas técnicas e estudos, razoável segurança quanto a possibilidades futuras,
seja no auxílio à realização de planejamentos, no desenvolvimento de novos
produtos, sistemas e tecnologias e na realização das pesquisas que lhes dêem
suporte, seja na criação de programas de qualidade em execução.
A auditoria interna com base no risco pretende ampliar a perspectiva da
auditoria interna para abarcar todas as técnicas de gestão de riscos, incluindo
outras técnicas de gestão, além de atividades de controle. Dessa forma, uma
série de questões importantes que se relacionam ao negócio e que fogem aos
controles internos são consideradas e estudadas. (MIGLIAVACCA, 2002)17
A Auditoria Interna, em gestão, desempenha suas atividades,
participando de comitês operacional-financeiros, reuniões de diretoria, grupos
de projetos de qualidade total, grupos de projetos e de pesquisa de novos
produtos etc. O nível de envolvimento está relacionado ao planejamento
16 ATTIE, William. Auditoria - Conceitos e Aplicações. São Paulo: Atlas, 1999. 17 MIGLIAVACCA, Paulo Norberto. Controles Internos nas Organizações. São Paulo: Edicta, 2002.
42
estratégico, tático e ao processo decisório decorrente da aplicação de
sistemas, políticas, critérios e procedimentos. O processo de auditoria inicia
com o conhecimento da entidade auditada, principalmente no que tange a:
a. Controles organizacionais;
b. Controles gerais das atividades;
c. Controle do sistema de informações;
d. Controles internos contábeis;
e. Princípios e métodos de contabilidade.
43
CONCLUSÃO
Atualmente os auditores buscam agregar mais fatores de confiança ao
conhecimento do negócio da empresa, através do uso da tecnologia da
informação e da gestão globalizada do conhecimento. Desta forma, até mesmo
a auditoria tradicional das demonstrações contábeis adquiriu a flexibilidade
necessária, sem negligenciar, todavia, o rigor e a perspectiva de
responsabilidade pública exigida para a mesma.
O impacto das mudanças na sociedade certamente está se
refletindo tanto sobre as empresas da área privada, quanto no âmbito
governamental, quer seja pela necessidade de reformulação do modelo de
gestão, quer seja pelo cultivo da ética. Os aspectos da eficiência, eficácia e
economicidade se sobressaem frente à nova ordem e a avaliação sistemática
dos mesmos representa a contribuição dos auditores para um país mais
idôneo, justo e melhor administrado.
O setor de construção, é crucial na geração de empregos em
qualquer economia e, por isso, deveria ter crédito de longo prazo e a um custo
factível para contribuir ainda mais com o desenvolvimento econômico de nosso
País. É lamentável que no Brasil isso ainda não tenha sido tratado pelos
nossos parlamentares com a devida importância.
Isso tem levado alguns empresários do ramo de construção
residencial a buscar alternativas de antecipação de caixa por meio de
operações estruturadas, sendo a negociação de recebíveis (notas
promissórias), por exemplo, uma via adotada. Nesse caso, por se tratar de
uma antecipação de recebimento, recomendamos a tomada de cuidados
especiais para evitar um deságio excessivo dos papéis no mercado e a
utilização de auditores independentes no processo para auxiliar na
classificação de risco de crédito.
44
No setor de construção, ao ser concedido o crédito, corre-se o risco
da contraparte não honrá-lo, atrasar a liquidação de suas dívidas ou, ainda,
quando pagar, não fazê-lo nas condições pactuadas. No Brasil há um grande
número de construtoras do segmento residencial que utilizam recursos próprios
para financiamento dos seus clientes, principalmente devido às altas taxas de
juros praticadas pelo mercado. Com isso, numa necessidade de caixa, têm
optado por emitir notas promissórias e vendê-las antecipadamente a fundos de
investimento ligados ao setor imobiliário com o intuito de fomentar recursos
para novas construções.
A própria natureza da indústria da construção, que trabalha ainda
com uma mão-de-obra, em sua grande maioria, terceirizada, pouco qualificada
e com baixo nível de instrução, e o baixo índice de industrialização dos
componentes de construção dificultam uma coleta eficiente de dados nos
canteiros de obras e, conseqüentemente, ações de melhoria nos processos
construtivos e no produto edifício. O que se pode concluir é que não se dá a
real importância ao sistema de indicadores nas empresas construtoras e
incorporadoras certificadas, apesar de a medição ser um dos requisitos mais
importantes de um sistema de gestão da qualidade para assegurar que os
objetivos estejam sendo cumpridos, sejam eles para satisfação dos
consumidores, controle da qualidade dos produtos e serviços, padronização de
processos, iniciativas de melhoria ou de inovação.
É necessário que as pesquisas com o uso de indicadores possam
integrar o sistema de medição com o sistema de gestão da qualidade (SGQ),
de uma forma, porém, diferente de como é feito ainda hoje, em que uma lista
de indicadores é geralmente proposta pela empresa que presta consultoria na
implantação do SGQ, sem que tal conjunto de indicadores reflita as
necessidades e a realidade da organização à qual se destina.
45
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. 6ª
ed. São Paulo: Atlas, 2003
ATTIE, Willian. Auditoria Interna. 1a ed. São Paulo: Atlas, 1992
____________. Auditoria - Conceitos e Aplicações. São Paulo: Atlas, 1999
____________. Auditoria: conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2006
BAILEY, J. Managing people and technological change. Pitman Publishing,
1993
BOYNTON, William C.; JOHNSON, Raymond N.; KELL, Walter G. Auditoria:
Tradução Autorizada. 7ª ed. (idioma inglês de Modern Auditing). São Paulo:
Atlas, 2002.
CAMPOS, Vicente Falconi. TQC Controle da Qualidade Total (no estilo
japonês) Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da
UFMG. Rio de Janeiro: Ed. Bloch,1992.
CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo:
Atlas, 2000
______________. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 3ª ed. São Paulo: Atlas,
2004
FEIGENBAUM, A. V. Controle da qualidade total. São Paulo: Makron Books,
1994.
FRANCO, H. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001
FRUIN, M. Knowledge works – managing intellectual capital at Toshiba. Oxford
University, 1997.
46
MELLO, Carlos H. P. et al. ISO 9001:2000 : sistema de gestão da qualidade
para operações de produção e serviços. São Paulo: Atlas, 2002.
MIGLIAVACCA, Paulo Norberto. Controles Internos nas Organizações. São
Paulo: Edicta, 2002.
MILLS, C. Auditoria da Qualidade: uma ferramenta para a avaliação constante
e sistemática da manutenção da qualidade. São Paulo: Makron Books,1994.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: Conceitos,
Metodologia, Práticas. 22ª ed. São Paulo: Atlas, 2005.
ORIÁ FILHO, Humberto Ferreira. Monografia de graduação: As fraudes contra
as organizações e o papel da auditoria interna. Fortaleza: UNIFOR, 2002.
SANTOS, Valdir Arnaldo. Auditoria de Obras: Negociação de Recebíveis.
Revista Construção Mercado, 2004.
Disponível em: http://revista.construcaomercado.com.br/negocios-
incorporacao-construcao/39/artigo121871-1.asp
47
BIBLIOGRAFIA CITADA
1- BOYNTON, William C.; JOHNSON, Raymond N.; KELL, Walter G. Auditoria: Tradução Autorizada. 7ª ed. (idioma inglês de Modern Auditing). São Paulo: Atlas, 2002.
2- CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: Teoria e Prática. 3ª ed. São
Paulo: Atlas, 2004.
3- ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 4- ORIÁ FILHO, Humberto Ferreira. Monografia de graduação: As fraudes contra as organizações e o papel da auditoria interna. Fortaleza: UNIFOR, 2002. 5- OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: Conceitos, Metodologia, Práticas. 22ª ed. São Paulo: Atlas, 2005. 6- ATTIE, Willian. Auditoria Interna. 1a ed. São Paulo: Atlas, 1992. 7- ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: Um Curso Moderno e Completo. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2003. 8- CREPALDI, Silvio Aparecido. Auditoria Contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. 9- CAMPOS, Vicente Falconi. TQC Controle da Qualidade Total (no estilo japonês) Belo Horizonte: Fundação Christiano Ottoni, Escola de Engenharia da UFMG. Rio de Janeiro: Ed. Bloch,1992. 10- MILLS, C. Auditoria da Qualidade: uma ferramenta para a avaliação constante e sistemática da manutenção da qualidade. São Paulo: Makron Books,1994. 11- FEIGENBAUM, A. V. Controle da qualidade total. São Paulo: Makron Books, 1994.
48
12- BAILEY, J. Managing people and technological change. Pitman Publishing, 1993 13- FRUIN, M. Knowledge works – managing intellectual capital at Toshiba. Oxford University, 1997. 14- FRANCO, H. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2001. 15- ATTIE, William. Auditoria - Conceitos e Aplicações. São Paulo: Atlas, 1999. 16- MIGLIAVACCA, Paulo Norberto. Controles Internos nas Organizações. São Paulo: Edicta, 2002.
ÍNDICE
49
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Da Auditoria Interna 10
1.1 – Resumo Histórico 10
1.1.1 - Origem e Evolução 11
1.1.2 – Conceito 13
1.2 – Auditoria Interna 17
CAPÍTULO II
A Auditoria como Ferramenta Administrativa 19
2.1 – A Auditoria 21
2.1.1 – Conceitos 21
2.1.2 – Requisito ISO 9000 22
2.2 – Objetivos da Auditoria 25
2.3 – Tipos de Auditoria 27
2.4 – Funções do Auditor 28
2.4.1 – Responsabilidade do Auditor 28
2.4.2 – Funções do Auditor 29
2.4.3 – Características do Trabalho de um Auditor 29
2.4.4 – Postura do Auditor 30
50
CAPÍTULO III
A Auditoria na Construção Civil 32
3.1– As Construtoras e a falta de controle de cadastro 33
3.2 – Sistema de Gestão da Qualidade e Auditorias 35
3.3 – Auditorias da Qualidade 39
3.4 – Vantagens e Desvantagens da Auditoria Interna 42
3.5 – Auditoria Interna na Gestão de Riscos 43
CONCLUSÃO 45
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 47
BIBLIOGRAFIA CITADA 49
ÍNDICE 51
FOLHA DE AVALIAÇÃO 53
51
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito:
52
53