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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
MOTIVACÃO E PERFIS DE LIDERANÇA NO TRABALHO
Por: Eliane Ribeiro Santana
Orientador
Profª Mary Sue Pereira
Rio de Janeiro
2006
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
MOTIVACÃO E PERFIS DE LIDERANÇA NO TRABALHO
Apresentação de monografia à Universidade Cândido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Pedagogia Empresarial
Por: Eliane Ribeiro Santana
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus em primeiro lugar por
estar realizando mais um sonho e aos
meus Pais Paulo e Elizete que sempre me
apóiam e me incentivam a estudar cada
vez mais, se não fossem por eles com
certeza não estaria dando mais este passo
tão importante. Obrigada a todos!!
4
DEDICATÓRIA
Dedico a todos que direta ou indiretamente
contribuíram para que este sonho tornasse
realidade.
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RESUMO
Esta pesquisa teve como base a necessidade de realizar-se um estudo
sobre Motivação e Perfis de Liderança no Trabalho.O enfoque deste trabalho está
voltado para a função do líder na sua atuação dentro da organização, procurando
identificar a melhor maneira de motivar sua equipe, ou seja, como o líder pode
propiciar a motivação efetiva de todos os envolvidos no processo de gestão, com
o propósito de favorecer aos Liderados um maior contato com a vida da
organização. Com base na literatura pesquisada em Cavalcant (2005); Hunter
(2005); Chiavenato (1994) e demais autores que apontam a importância de termos
uma liderança voltada para a autoridade e não o poder com o propósito de ampliar
cada vez os espaços de discussão, construção e participação dos liderados. O
problema da pesquisa é pontual quando se indaga: Que Competências e
Habilidades o verdadeiro Líder precisa possuir? Para tanto, formulou-se os
seguintes objetivos específicos: a) Conceituar Liderança, apresentando os
diferentes tipos de Liderança, b) Apresentar os diferentes tipos e modelos de
liderança; c) Conceituar Motivação. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, tendo
como suporte fontes bibliográficas como Cavalcant (2005), Hunter (2005) e Quick
(2005). Os resultados alcançados através desta pesquisa apontaram para a
importância do papel do líder, no qual fica claro que o mesmo não é mais um mero
distribuidor de tarefas e muito menos pode ser um Líder autoritário. Precisa deixar
claro o que se espera, estabelecer medidores de resultado, criar estratégias de
capacitação, ser hábil ao dar feedbacks e ter um perfil agregador. Viu se ainda
como é importante o líder demonstrar confiança, ser justo e coerente em seu
discurso e suas atitudes, promovendo assim a interação entre lideres e liderados.
Palavras Chave: Liderança - Líder; Motivação; Saber ouvir; Confiança.
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METODOLOGIA
Os métodos que levaram ao problema proposto se deu através de
observação no meu ambiente de trabalho, no qual tinham vários líderes cada um
com sua maneira de atuar e que me chamava muita atenção pelas maneiras que
conduziam suas lideranças. Desta forma fiquei muito interessada pelo assunto e
comecei a investigar através da leitura de livros e revistas.
Sendo assim pude perceber as diversas maneiras que temos em liderar e
as formas de propiciar uma motivação efetiva em todos os envolvidos no processo
de gestão.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I -Liderança e suas Diferentes Modalidades 12
1.1- Porque Liderança e Não Chefia 12
1.2- Teorias dos Estilos de Liderança 17
CAPÍTULO II - Recorte Histórico das Contribuições de alguns autores e suas
Teorias sobre Motivação 20
2.1-Teoria das Relações Humanas 20
2.2-Teoria Comportamental da Administração 22
2.3- A Teoria Motivacional de Abraham Maslow 24
2.4-Teoria dos Dois Fatores de Herzberg 29
2.5-As Teorias X e Y de McGregor 32
CAPÍTULO III – O Impacto da Liderança no Processo Motivacional do Colaborador
3.1- O Comportamento Humano e a Motivação no Trabalho 36
3.2- Liderança como um Processo Motivacional dentro da Empresa 40
CONCLUSÃO 45
REFERÊNCIAS 48
ÍNDICE 50
FOLHA DE AVALIAÇÃO 52
8
INTRODUÇÃO
Liderança é um tema que vem sendo discutido desde os demais remotos
tempos pelo homem. Ser líder, formar lideres, parece ser um desafio constante do
homem e das organizações. Sem ela, os povos teriam permanecido inertes em
suas realizações. Graças aos lideres, surgidos espontaneamente ou por escolha
da maioria, o tempo tem sido cada vez mais dinâmico. Muitos desses lideres tem
se envolvido com a pratica da liderança, outros com sua teoria, mas poucos se
preocupam em associar o conhecimento teórico com a pratica do dia a dia. Sabe-
se que sua contribuição é de fundamental importância para o desenvolvimento
não só da organização como também de sua equipe.
A discussão sobre o tema liderança no meio acadêmico e empresarial
esquentou nos últimos anos. Até o início da década de 90 o assunto era tratado
pelas empresas e escolas de administração como um atributo a ser adquirido pelo
indivíduo. Um conjunto de habilidades, competências, comportamentos e atitudes,
assim como características de personalidade e caráter, ditavam as regras para se
traçar o perfil de um bom líder. Nada de errado, pois necessitávamos de
referenciais para estabelecer um padrão de liderança. Esses atributos foram
estudados e divulgados por escolas, professores e consultores e as empresas
passaram a elaborar perfis de liderança com base nesses atributos.
Independente de ser uma empresa de telecomunicações, de petróleo,
uma montadora de automóveis, uma lanchonete, uma empresa industrial ou de
serviços, se olharmos de perto esse conjunto de atributos são muito parecidos, se
não iguais, e o que o diferencia é o grau de complexidade, seriedade e
importância para o negócio que está sendo estudado. A liderança não é um
estado final ao qual se chega, quer seja como individuo ou como empresa. Deve
ser conquistada todos os dias. Deve tornar-se uma maneira contínua de pensar e
de estar, independentemente do nível ou do cargo que se ocupa.
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As pessoas sentem-se estimuladas com o tópico liderança. Querem saber:
De que é feito um líder? Administradores de todos os níveis em todos os setores
interessam-se por essa questão. Acreditam que a resposta proporcionará melhora
no desempenho da organização e no sucesso das carreiras pessoais. Esperam
adquirir as habilidades que transformarão um administrador "mediano" num
verdadeiro líder.
A liderança pode ser ensinada e aprendida. Parece ser a convocação de
habilidades possuídas por uma maioria, mas utilizada por uma minoria. É, porém,
algo que pode ser aprendido por qualquer pessoa, ensinado a todos, não devendo
ser negado a ninguém.
O enfoque deste trabalho está voltado para função do líder junto as
organizações, procurando investigar a melhor maneira de se trabalhar em equipe,
buscando um relacionamento de confiança, pois sem confiança é difícil senão
impossível conservar um bom relacionamento. A confiança é a cola que gruda nos
relacionamentos. Buscarei pesquisar como o trabalho do líder pode ser realizado
de modo que haja um trabalho conjunto, ou seja, um trabalho participativo entre
lideres e liderados.
Escolheu-se este tema motivação e perfis de liderança no trabalho, pois
julga-se de fundamental importância identificarmos qual o melhor perfil de se
trabalhar em uma organização na qual estaremos lidando com pessoas, com o
propósito de ampliar cada vez mais os espaços de discussão / construção /
participação dos liderados. Participação é, antes de tudo uma conquista, a ser
construída e cada vez mais ampliada, no dia a dia da organização.
Levando em consideração que o perfil de liderança a ser adotado por
determinado líder depende do nível de maturidade das pessoas que o mesmo
deseja influenciar, devemos então definir o que significa “maturidade”: em termos
de capacidade e de disposição, dizemos que o conceito de maturidade divide-se
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em duas dimensões: maturidade de trabalho (capacidade) e maturidade
psicológica (disposição).
A maturidade de trabalho está relacionada com a capacidade de fazer,
referindo-se ao conhecimento e a capacidade técnica. As pessoas com alta
maturidade de trabalho numa determinada área tem o conhecimento, a
capacidade e a experiência necessária para executarem tarefas sem direção da
parte de outros.
A maturidade psicológica refere-se à disposição ou motivação para fazer
alguma coisa. As pessoas que possuem alta maturidade psicológica julgam que a
responsabilidade é importante, tem confiança em si mesmas e sentem-se bem
nesse aspecto do seu trabalho. Não precisam de grande encorajamento para
cumprir suas tarefas.
Os líderes precisam descobrir que seu papel mudou de forma significativa;
como conseqüência, o comportamento também precisa mudar. O desafio crítico
em que se encontram se refere ao fato de assumir novas responsabilidades, que
devem estar voltadas não apenas para o atingimento das metas organizacionais,
como também para o desenvolvimento de pessoas e de novos líderes capazes de
dar continuidade ao constante processo de adaptação das organizações no
contexto em que se inserem. Nessa perspectiva foi formulado o seguinte
problema: Que Competências e Habilidades o verdadeiro Líder precisa possuir?
Objetiva-se então: conhecer as diferentes estratégias que o líder adota
para trabalhar junto à equipe, visando sua participação nas decisões
implementações de programas na organização.
Para delimitar o estudo, formulou-se objetivos específicos:
*Conceituar Liderança, apresentando os diferentes tipos de Liderança.
*Apresentar os diferentes tipos e modelos de liderança.
*Conceituar Motivação
Algumas questões norteadas permitiram delinear a pesquisa, tais como:
*O que e liderança?
*Quais os diferentes tipos e modelos de gestão?
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*O que e Motivação?
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica tendo-se utilizado a técnica da
documentação indireta que envolve a busca de fontes secundárias.
O conceito de Liderança será trabalhado com base em Hunter (2004), no
qual defende que “a base da liderança não é o poder e sim a autoridade,
conquistada com amor, dedicação e sacrifício e diz ainda que respeito,
responsabilidade e cuidado com as pessoas são virtudes indispensáveis a um
grande líder, ou seja, para liderar é preciso estar disposto a servir”.
O conceito de motivação será trabalhado com base em Cavalcanti et al
(2005) onde a mesma enfoca que “motivação refere-se aos fatores que provocam,
canalizam e sustentam o comportamento de um individuo”. Em Quick (1995) “as
pessoas só se motivam quando percebem claramente a possibilidade de prazer
naquilo que fazem – e não ao contrario”.
Os autores pesquisados são Cavalcante et al (2005), Hunter (2004); Quick
(1995). Esses autores foram escolhidos porque cada um fala justamente da
importância de uma Liderança que faça diferença dentro da organização estando
integrada com a motivação, buscando cada vez mais ampliar o espaço de
participação de todos os envolvidos no processo de decisão da organização. A
perspectiva de análise da minha pesquisa será político pedagógico.
Espera-se através desta pesquisa contribuir para uma maior ampliação
no trabalho do líder junto a sua equipe, ajudando-o a direcionar e integrar as
pessoas para um foco comum e para a busca da realização de seus objetivos.
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CAPÍTULO I
LIDERANÇA E SUAS DIFERENTES MODALIDADES
A verdadeira medida da Liderança é a influência – nada mais nada menos.
1.1- Porque Liderança e não Chefia
Desde os tempos mais remotos, os homens primitivos já tinham chefe,
além disso, desde o nascimento, o ser humano já está acostumado a obedecer
aos pais e aos professores até o termino dos estudos, por isso, são poucas as
pessoas que estão preparadas para a autonomia real e, quando necessitam tomar
uma decisão importante, sentem-se perdidas ou desajustadas por estarem
acostumadas a ser dirigida.
Delegar é uma condição difícil de ser estabelecida por alguns chefes. Mas
é imprescindível para quem deseja ser ou ter um verdadeiro líder participativo e
democrático na empresa moderna. É também uma questão de etiqueta, de bons
modos, já que delegar com sabedoria evita atritos nas relações interpessoais.
De acordo com Hunter (2005. p. 67), o papel da Liderança é servir, isto é,
identificar e satisfazer as necessidades legítimas. Nesse processo de satisfazer
necessidades será preciso freqüentemente fazer sacrifícios por aqueles a quem
servimos.
Delegar significa colocar o poder de decisão o mais próximo possível da
ação, portanto é preciso ter condições técnicas e emocionais para assumir essa
responsabilidade. Líder é aquele que consegue cooperação da organização que
dirige, sabendo respeitar a figura humana, procurando entender as pessoas,
transmitindo aos seus colaboradores equilíbrio, alegria em trabalhar e cooperar
alem de produtividade máxima.
Cavalcanti (2005) enfoca que:
Os Líderes precisam descobrir que seu papel mudou de forma significativa; como conseqüência, o comportamento também precisa mudar. O desafio crítico em que se
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encontram se refere ao fato de assumir novas responsabilidades. Que devem estar voltadas não apenas para o atingimento das metas organizacionais, como também para o desenvolvimento de pessoas e de novos líderes capazes de dar continuidade ao constante processo de adaptação das organizações no contexto em que se inserem. (CAVALCANT, 2005, p. 21).
Hunter (2006, p. 23) assinala que “quando nos ”alistamos” para ser o
Líder, nos dispomos a assumir uma tremenda responsabilidade. Afinal, seres
humanos são confiados aos nossos cuidados e há muita coisa em jogo”.
O líder deve ter uma série de qualidades e ter aprendido bem o oficio da
direção. O chefe, que tem controle absoluto sobre seus empregados,
determinando regras rígidas e fiscalizando constantemente, não terá a mesma
eficácia e positivismo em relação ao espírito de colaboração, iniciativa e
responsabilidade de sua equipe.
Segundo Hunter (2004), nenhum chefe é líder, porque ser líder é ter outra
dimensão como ser humano. A pessoa que aceitou exercer um cargo de chefia
aceitou também a limitação de si mesmo como ser humano e a limitação de todos
os que o cercam, assim com a tarefa de tratar tecnicamente de tudo.
O chefe, tal qual o conhecemos, é um técnico que se dispôs a realizar
determinado trabalho por intermédio das pessoas. O líder é um ser humano que
se dispôs e assumiu a realização de uma missão com as pessoas. Chefe e líder
são totalmente diversos e incompatíveis, pois o líder não é o chefe melhorado,
mas sim outra forma de ser, viver e se realizar.
A motivação do chefe é material, portanto, temporal; a do líder é espiritual,
portanto, atemporal. O chefe quer que as coisas sejam feitas da forma certa; o
líder quer que as coisas certas sejam feitas, não importando de que forma. Para o
chefe, o erro é sempre um problema grave e sinônimo de custo/desperdício; para
o líder, o erro é uma lição a ser muito bem aproveitada. O chefe pensa e fala eu; o
líder pensa e fala nós.
De acordo com Cavalcanti et al (2005):
Talvez o maior desafio do líder seja manter o potencial motivacional de seus funcionários. O ingênuo ”chefe” estará à procura de regras de como provocar-lhes a motivação,
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enquanto o líder eficaz estará atento para que o potencial, os talentos, a experiência, o conhecimento e a riqueza de cada um não se percam. A motivação para o trabalho só vai acontecer quando este fizer algum sentido para as pessoas. E nesse contexto que o papel do líder se torna decisivo, valorizando as necessidades individuais na busca da identidade e inteireza do seu ser, contribuindo dessa forma para o ajustamento da pessoa, ao existir de forma plena. (CAVALCANTI et al, 2005, p. 139).
Como se vê, há total incompatibilidade entre os dois papéis. O chefe olha
para o ontem, quer fazer o hoje e jamais vê o amanhã; enquanto o líder olha
sempre para o amanhã (seu objetivo) para fazer o hoje e jamais vê o ontem. O
que não significa em absoluto que um seja o bom (o líder) e o outro o ruim (o
chefe). Não há esse negócio de bom ou ruim. Há, isso sim, competências
diferentes, o que significa dizer que em alguns momentos o chefe é a melhor
solução, e em outros a liderança é a melhor alternativa.
É claro que o exercício da liderança exige muito mais talento e
competência que o da chefia. Para esta basta sentar na cadeira do chefe e
exercer controles mecânicos, basta saber planejar, organizar, coordenar, controlar
e corrigir. Já para a liderança se faz necessário ter sensibilidade, arte, intuição e
total dedicação ao coletivo.
A liderança primeiro se ocupa com o interior das pessoas, e a partir daí é
que constrói sua obra. O líder constrói e melhora pessoas.
O líder é ao mesmo tempo flexível e inflexível, algo que o tradicional chefe que
conhecemos jamais seria capaz de ser.
O líder é totalmente inflexível quanto aos fins, aos objetivos, ao que tem
de ser feito, mas é totalmente flexível quanto aos meios. Afinal, tem consciência e
grandeza para entender que, embora saiba muitas coisas, jamais saberá tudo, que
todos os que participam da obra precisam tanto quanto ele se realizar ao fazer o
trabalho e, principalmente, que todos conhecem coisas, formas e soluções que ele
desconhece.
Para ser líder é preciso, além de ter nascido com talento e dom, exercitar
a liderança: testar a si mesmo seguidamente, estudar com profundidade a
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natureza humana, desenvolver a sensibilidade e a intuição. O líder cativa as
pessoas pelo comportamento e pela ética irrepreensíveis.
Para o líder não há dois pesos e duas medidas e a sua flexibilidade jamais
será moral. As pessoas sentem que podem confiar plenamente nele, em qualquer
circunstância, e ele nunca as desaponta.
O líder é todo ser capaz de realizar mudanças com amor e coragem, o que
em absoluto significa que ele aceite ou se torne conivente com qualquer deslize,
ou seja, o "bonzinho" da história. Não. Amor, aqui não quer dizer falta de
comando. Muito pelo contrário. As pessoas sentem que ele se coloca inteiro na
construção da obra coletiva e, portanto, jamais permitirá colocá-la em risco, nem
que alguém a coloque.
O poder do chefe reside no cargo; o poder do líder reside nele mesmo - o
que significa que para o exercício da liderança não se faz absolutamente
necessário Ter cargo, basta Ser. O poder que se confere ao chefe tem sua origem
na hierarquia e mete medo nas pessoas; o poder do líder é uma das armas que
ele tem para atrair, aproximar e unir cada vez mais as pessoas em torno dele e do
objetivo coletivo a ser atingido.
O melhor controle é aquele que atribui responsabilidade a cada
funcionário. Quando um chefe ignora ou desvaloriza um funcionário,
automaticamente estará condenando-o a rotina, ao comodismo e a insatisfação,
tornando-o cada vez mais infeliz.
Para Hunter (2004) receber elogio é uma legítima necessidade humana,
essencial nos relacionamentos saudáveis. Entretanto, há duas coisas importantes
a considerar. Uma é que o elogio deve ser sincero. Dois, deve ser específico.
Entrar num departamento da empresa dizendo “todo mundo fez um grande
trabalho” será insuficiente e pode ate causar ressentimentos, porque talvez nem
todos tenham feito um grande trabalho.
O chefe, que só da ordens e exige obediência, bloqueia o potencial do
ser humano, torna-se autocrático e inibe o potencial criativo de sua equipe,
criando um ambiente de terror e burocracia. O subordinado, de maneira geral,
tente a identificar-se com seu superior, portanto, liderar consiste também em
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administrar tensões. Eliminar o medo e ouvir sempre seus subordinados, estimular
a criatividade, aproveitando idéias para constante aperfeiçoamento e solução de
problemas, são características que devem ser inerentes ao chefe. Agindo assim,
ele estará quebrando paradigmas e dando chances a seus subordinados para
participarem dos problemas e soluções da organização.
Hunter (2004) enfoca que:
[...] “liderança começa com a vontade, que é nossa única capacidade como seres humanos para sintonizar nossas intenções com nossas ações e escolher nosso comportamento. É preciso ter vontade para escolhermos amar, isto é, sentir as reais necessidades, e não os desejos, daqueles que lideramos. Para atender as necessidades, precisamos no dispor a servir e até mesmo nos sacrificar. Quando servimos e nos sacrificamos pelos outros, exercemos autoridade ou influência. E quando exercemos autoridade com as pessoas, ganhamos o direito de sermos chamados de líderes”.(HUNTER, 2004, p.70).
Cavalcante et al (2005) assinala que o líder bem sucedido não é o dono
da voz mais alta, mas do ouvido mais apurado. Talvez sua verdadeira genialidade
não esteja em obter conquistas pessoais, mas em libertar o talento de outras
pessoas.
Saber ouvir é uma arte, e colocar em prática o que ouvimos, sabendo
selecionar idéias criativas e participativas, pode ajudar muito no desenvolvimento
profissional. Liderança não é brilho, pois o triunfo nos leva a grandes armadilhas.
Um líder é inteligente emocionalmente se utiliza sua sensibilidade para construir
uma cultura de respeito mútuo entre as pessoas, fazendo-as crescer e produzir.
A liderança difere da chefia, sobretudo em listas de afazeres. Liderar é
saber como explorar os mananciais da motivação humana é também conhecer a
base do relacionamento com os colegas. O chefe conduz as pessoas, o líder
aconselha, o chefe inspira medo, o líder, entusiasmo, o chefe diz “eu”, o líder, nós,
o chefe se preocupada com coisas, o líder, com pessoas, o chefe colhe os lucros,
o líder só distribui, o chefe enxerga o hoje, o líder contempla o amanhã.
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Por tudo que foi pesquisado é possível concluir que o chefe é aquele que
faz as coisas de maneira certa e que tem as seguintes qualificações: “restringir,
controlar, agir com segurança, moldar, forçar, regularmente, sufocar, enrijecer, ser
autoritário, ser consistente”. O líder, por sua vez, faz as coisas certas,
”capacitando, arriscando, libertando, desenvolvendo, participando, sendo flexível,
democrático, prognosticando”. Covey (1996:163) afirma que a “liderança está mais
voltada para fazer as coisas certas, enquanto a chefia se preocupa em fazer certo
as coisas”.
1.2- Teoria dos estilos de liderança
Discute-se muito sobre a natureza essencial da liderança, uns achando
que ela é inerente ao indivíduo, outros que é gerada pelo grupo e alguns
atribuindo-a ao contexto situacional.
Um dos primeiros estudos sobre comportamento de liderança foi
coordenado por Lewin (segundo Robbins e Coulter, 1998), que identificou três
estilos básicos: o autocrático, o democrático e o laissez-faire.
Estas teorias estudam a liderança em termos de estilo de comportamento
do líder em relação aos seus subordinados, isto é, maneiras pelas quais o líder
orienta sua conduta, o seu estilo de comportamento de liderar. Sendo a principal
teoria que explica a liderança por meio de estilos de comportamento, sem se
preocupar com características de personalidade.
O estilo autocrático está ligado ao líder centralizador, que toma decisões
unilaterais e que determina as tarefas e os métodos de trabalho, não deixando
muita participação para os liderados. O líder determina as providências e as
técnicas para a execução das tarefas, cada uma pôr vez, na medida em que se
tornam necessárias e de modo imprevisível para o grupo; determina qual a tarefa
que cada um deve executar e qual o seu companheiro de trabalho; O líder é
Dominador e é "pessoal" nos elogios e nas críticas ao trabalho de cada membro.
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Já no estilo democrático, o líder envolve seus subordinados nos
processos decisórios, incentiva a participação de todos procura delegar autoridade
e usa o feedback como uma forma de treinamento de seus subordinados, busca
compartilhar suas decisões e atividades com os outros membros do grupo. Sua
atenção está voltada principalmente para as relações interpessoais e vê seu poder
baseado na credibilidade que o grupo lhe atribui.
O próprio grupo esboça as providências e as técnicas para atingir o alvo
solicitando aconselhamento técnico ao líder quando necessário, passando este a
sugerir duas ou mais alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham nova
perspectivas com os debates; O líder é "objetivo" e limita-se aos "fatos" em suas
críticas e elogios.O líder laissez-faire procura deixar o grupo completamente à
vontade para deliberar sobre trabalhos a serem realizados e a forma de executá-
los.(Robbins e Coulter, 1998). Há liberdade completa para as decisões grupais ou
individuais, com participação mínima do líder;
Se na teoria dos traços a liderança estava focada na figura do líder, na
teoria dos estilos enfatiza-se relação entre líder e liderado, uma vez que os lideres
não podem liderar sem seguidores. O líder só e autoritário quando existem
pessoas que lhe obedecem e só e democrático se as pessoas participam das
decisões. O estilo laissez-faire, na realidade, implica uma ausência de liderança,
pois na pratica, o líder não exerce influencia na equipe.
Cavalcanti et al (2005) enfoca que possuem dois estilos básicos de
liderança: a orientada para a tarefa e orientada para pessoas. O líder orientado
para tarefa pode apresentar os seguintes comportamentos (Maximiano, 2000):
Focaliza o trabalho do funcionário e enfatiza cumprimento de prazos,
padrões de qualidade e economia dos custos;
Tem necessidade de cumprir metas, superar a concorrência e o
desempenho passado;
Esclarece as responsabilidades individuais e distribui as tarefas as
pessoas.
O líder orientado para pessoas pode apresentar os seguintes
comportamentos:
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Focaliza o próprio funcionário e enfatiza as relações humanas e o
desenvolvimento da capacidade de trabalhar em equipe;
Ouve e presta atenção;
Apóia os funcionários.
A principio, os dois estilos, voltados para a tarefa e voltado para pessoas,
foram considerados mutuamente excludentes, assim como se pensava a respeito
de autocracia e democracia. Verificou-se, porém, que não são pólos opostos da
mesma dimensão, mas antes, limites do mesmo território.
Sabe-se que a função do líder é ajudar os subordinados no alcance de
seus objetivos dando-lhes direção e apoio. Os líderes eficazes orientam o caminho
de seus seguidores na direção da realização de seus objetivos de trabalho,
ajudando-os na eliminação dos obstáculos existentes no percurso (Robbins,
2003).
Sendo assim a tarefa do líder é assegurar que os funcionários
compreendam como atingir os objetivos organizacionais e que é a energia positiva
que, do ponto de vista motivacional, vai canalizar forças para fazer com que as
pessoas trabalhem para poder ter um desempenho melhor.
CAPÍTULO II
20
RECORTE HISTÓRICO DAS CONTRIBUIÇÕES DE
ALGUNS AUTORES E SUAS TEORIAS SOBRE
MOTIVAÇÃO
“Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não e um feito, mas
um hábito.”
2.1-Teoria das relações humanas
A abordagem das Relações Humanas desenvolveu-se no inicio da década
de 30 e visava entender como os processos psicológicos e sociais interagem com
a situação de trabalho para influenciar o desempenho dos colaboradores.
Relações humanas foi a primeira grande abordagem a enfatizar os
relacionamentos de trabalho informal e a satisfação do trabalhador.
Com a Teoria das Relações Humanas, passou-se a estudar a influência
da motivação no comportamento das pessoas. A motivação humana procura
explicar porque as pessoas se comportam. A compreensão da motivação do
comportamento humano exige o conhecimento das necessidades humanas
fundamentais. Verificou-se que o comportamento humano é determinado por
causas que, às vezes, escapam ao próprio entendimento e controle do homem.
Essas causas se chamam necessidades ou motivos: são forças conscientes ou
inconscientes que levam o indivíduo a um determinado comportamento. A
motivação se refere ao comportamento que é causado por necessidades dentro
do indivíduo que é movido aos objetivos que podem satisfazer essas
necessidades.
De acordo com Chiavenato (200, p.108), a Teoria das Relações Humanas
nasceu da necessidade de corrigir a tendência a desumanizarão do trabalho, com
a aplicação de métodos científicos e precisos. A busca de uma maior eficiência
nas empresas exigiu a reconsideração da humanização dos conceitos
administrativos, que permitiam compreender melhor o funcionamento da
psicologia do trabalhador.
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Foi Elton Mayo, um cientista social australiano emigrado para os Estados
Unidos, que nas décadas de 20 e de 30, juntamente com seus colegas do
Departamento de Pesquisa Industrial da Haward Business School, desenvolveu
uma pesquisa longa e complexa, na Western Eletric Company, situada no bairro
de Hawthorne, em Chicago. Suas pesquisas propiciam um cenário favorável à
introdução de uma nova abordagem na solução dos problemas de administração,
focalizada no processo de motivar os indivíduos para o atingimento das metas
organizacionais.
Segundo Monteiro & Gomes (1998, p.31), Mayo destaca a “concepção do
homem no trabalho, relacionado à motivação, sociabilidade e aspiração de que o
trabalho se torne um instrumento de realização pessoal”.
Em síntese, os principais ensinamentos desta iniciativa foram:
A motivação é o mais importante fator na produtividade e comportamento
dos seres humanos; o incentivo econômico não é o mais relevante aspecto
motivacional; a chave do problema está na supervisão; a supervisão democrática,
que permite e encoraja a iniciativa individual, a participação dos subordinados no
processo decisório e um ambiente de mútuo respeito e cordialidade, o
aconselhamento deve constituir elemento permanente de qualquer empresa que
almeje a indispensável cooperação, o estimulo da vontade do pessoal em
trabalhar depende da gestação de boas relações interpessoais e de satisfação
social entre os membros do grupo.
Entretanto, verificou-se que tais concepções também não explicavam
suficientemente a motivação. Acreditavam que tudo quanto o administrador
precisava fazer para atingir a produtividade máxima era adotar planos de incentivo
monetário, assegurar a segurança e condições de trabalho satisfatórias. Tal teoria
não funcionou na prática, mostrando-lhe simplória e não oferecendo soluções
significativas para os complexos problemas motivacionais.
Diante desta situação, os pesquisadores voltaram-se para a exploração de
outras causas e considerações que melhor explicassem a motivação.
Segundo Chiavenato (1993), a experiência de Hawthorne veio para
mostrar que o pagamento ou salário, mesmo quando generoso, não é o único fator
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decisivo na satisfação do trabalhador dentro da situação de trabalho. Com a teoria
das Relações Humanas, passou-se a estudar a influência da motivação no
comportamento das pessoas. Percebeu-se a necessidade em se considerar a
cultura da empresa, tão importante quanto a produtividade e a qualidade, assim
como utilizar os talentos humanos em conjunto.
A Teoria das Relações Humanas com seu expoente em Elton Mayo trouxe a ênfase do estudo da administração para as pessoas. Diferente das teorias anteriores no tempo que enfocaram a estrutura e a máquina, percebeu que existia além da máquina um universo a ser descoberto relacionando ao comportamento humano e sua influência nos processos organizacionais.(CHIAVENATO, 1993, p.87).
A pesquisa de Elton Mayo concluiu que a motivação não pode ser
compreendida em base puramente individual e a chave do comportamento reside
no grupo social. No enfoque das Relações Humanas, centrava-se a atuação da
psicologia e ciências sociais co aconselhamento de pessoal e nos estilos de
liderança através da insinuação, ou de não irritação, e da administração face a
face. Todas maneiras de ajustamento a um padrão de cooperação desejado que
viesse a contribuir com o modo de produção vigente.
2.2 –Teoria comportamental da administração
A Teoria Comportamental da Administração tem seu inicio dentro do
campo da motivação humana com Maslow (1975), Herzberg (1967) e McClelland
(1953). Esta Teoria representa um desdobramento da Teoria das Relações
Humanas, compartilhando alguns conceitos, porém rejeitando as concepções
ingênuas e românticas da Teoria das Relações Humanas.
Na Teoria Comportamental, deu-se a incorporação da Sociologia da
Burocracia, ampliando o campo da teoria administrativa, porem a Teoria
Comportamental mostra-se muito crítica no que se refere ao “modelo máquina”
que a teoria da burocracia adota para representar a organização. A partir da
23
década de 1950, se desenvolve nos Estados Unidos, uma nova concepção de
administração, trazendo diferentes conceitos, variáveis e, sobretudo, uma nova
visão da teoria administrativa baseada no comportamento humano nas
organizações.
Conforme Chiavenato (2000, p.393), para explicar o comportamento
organizacional, a Teoria Comportamental fundamenta-se no comportamento
individual das pessoas. Para isto, torna-se necessário o estudo da motivação
humana. Assim, um dos temas fundamentais da Teoria Comportamental da
Administração é a motivação humana, campo no qual a teoria administrativa
recebeu volumosa contribuição.
Neste sentido, Bergamini nos diz que:
À medida que se conheça o comportamento de traços
motivacionais de uma pessoa, seu comportamento será mais
facilmente compreendido e será possível com maior margem
de aceno o porque de determinados comportamentos
aparente. Dessa forma torna-se mais fácil orientar o
crescimento individual, partindo-se das necessidades da
própria pessoa, respeitando seu ritmo e limitações.
(BERGAMINI, 1993, p.70).
Os estudiosos do comportamento deram contribuições para a
compreensão da motivação individual, do comportamento de grupos, das relações
interpessoais no trabalho e da importância do trabalho para as pessoas. Seus
estudos permitiram que os administradores se tornassem mais sensíveis e
sofisticados no relacionamento com os empregados.
2.3- Teoria motivacional de Abraham Maslow
O psicólogo norte-americano Abraham Maslow, que acreditava que os
seres humanos aspiravam tornaram-se auto-realizados, formulou um modelo da
24
motivação das pessoas, segundo a qual existe uma “hierarquia das necessidades
humanas”, dispostas em ordem de importância, numa imagem semelhante a uma
pirâmide (Figura 1). Na base da pirâmide estão as necessidades básicas, também
chamadas de fisiológicas. No topo da pirâmide localizam-se as necessidades mais
sofisticadas e intelectualizadas. As necessidades básicas prevalecem sobre as
necessidades situadas no nível mais alto, sendo que estas são exatamente as que
levam a efetivação do potencial dos seres humanos, a vida feliz e aos momentos
de plenitude.
As necessidades fisiológicas se referem às necessidades biológicas dos
indivíduos, como a fome, a sede, o sono. São as mais prementes, dominando
a direção do comportamento do ser humano quando este se encontra
insatisfeito:
Se todas as necessidades estão insatisfeitas e o organismo e
dominado pelas necessidades fisiológicas, quaisquer outras poderão tornar-
se inexistentes ou latentes. Podemos então caracterizar o organismo como
*Trabalho criativo e desafiante*Diversidade e autonomia*Participação nas decisões
*Responsabilidade por resultados*Orgulho e reconhecimento*Promoções
*Amizade dos colegas*Integração com cliente*Gerente amigável
*Condições seguras de trabalho*Remuneração e benefícios*Estabilidade no emprego
*Intervalo de descanso*Conforto Físico*Horário de trabalho razoável
A hierarquia das Necessidades Humanas, Segundo Maslow.A Hierarquia das Necessidades Humanas e os Meios de Satisfação.Fonte: Chiavenato (1994, p.170).
Figura 1
25
As necessidades fisiológicas se referem às necessidades biológicas dos
indivíduos, como a fome, a sede, o sono. São as mais prementes, dominando a
direção do comportamento do ser humano quando este se encontra insatisfeito:
Se todas as necessidades estão insatisfeitas e o organismo e
dominado pelas necessidades fisiológicas, quaisquer outras
poderão tornar-se inexistentes ou latentes. Podemos então
caracterizar o organismo como simplesmente faminto, pois a
consciência fica quase inteiramente dominada pela fome.
Todas as capacidades do organismo servirão para satisfazer
a fome. (MASLOW, 1975, p. 342).
Assim, uma pessoa dominada por tal necessidade tende a perceber
apenas os estímulos que visam satisfazê-la, sua visão de presente e futuro ficam,
portanto, limitadas e determinadas por tal necessidade.
Maslow ressalta que é impossível para uma pessoa faminta pensar em
conceitos e sentimentos com a liberdade, o amor, sentimentos humanitários,
respeito etc., pois tais conceitos e sentimentos “não enche os estômago” (Maslow,
1975, p.343).
As necessidades de segurança sugerem na medida em que as
necessidades acima estão razoavelmente satisfeitas. São necessidades que
levam as pessoas a protegerem-se dos perigos, sejam eles reais ou imaginários,
físicos ou abstratos. O organismo pode ser fortemente dominado por tal
necessidade e, assim como as necessidades fisiológicas, estas também podem
dominar as funções perceptivas e cognitivas do ser humano, levando-o a pensar e
a ter como prioridade a satisfação dessas necessidades. Analisando tal
necessidade do contexto organizacional,
McGregor (1975, p.50) salienta que:
Atitudes arbitrariais por parte da organização, ações que
geram incertezas e refletem discriminação ou favoritismo,
26
bem como políticas administrativas imprevisíveis são
desencadeadoras destas necessidades nos trabalhadores de
todos os níveis hierárquicos, gerando assim uma
desmotivação em relação ao trabalho ou a empresa.
Tendo satisfeitas razoavelmente as necessidades acima, surgem as
necessidades de amor, afeição e participação. São necessidades sociais
presentes em todo ser humano. Maslow (1975, p. 350), afirma que estas referem à
necessidade de afeto das pessoas que consideramos (namorado, filhos, amigos):
“a pessoa passa agora a sentir, mais intensamente do que nunca, a falta de
amigos, de um namorado, de um conjugue ou de filhos. Seu desejo de atingir tal
situação será mais forte do que qualquer coisa no mundo”. Para ele, a frustração
dessas necessidades leva a falta de adaptação e a psicopatologias graves no ser
humano.
McGregor (1975, p. 50) ressalta que os administradores, apesar de
saberem da existência de tal necessidade, erroneamente, consideram-na uma
ameaça aos objetivos da organização. A organização passa a querer controlar e
dirigir o comportamento de seus membros em sentidos incompatíveis com a
sociabilidade dos seres humanos, resultando numa resistência ainda maior dos
indivíduos:
Quando as necessidades sociais do homem são assim
contrariadas – e talvez, também suas necessidades de
segurança – ele comporta-se de maneira a impedir que
sejam atingidos os objetivos da organização. Torna-se
resistente, antagônico, hostil. Mas esse comportamento é
conseqüência e não causa. (MCGREGOR, 1975, p.50).
Continuando, Maslow (1975, p.351), nos diz que as necessidades de
estima se referem às necessidades ou desejos das pessoas de uma auto-
avaliação estável, bem como, de uma auto-estima firme. As satisfações destas
necessidades geram sentimentos de autoconfiança, valor, capacidade,
27
sentimentos de utilidade. Sua frustração leva a sentimentos de inferioridade,
fraqueza e desamparo.
McGregor (1978, p.51) afirma que as organizações oferecem poucas
oportunidades de satisfação destas necessidades para as pessoas dos níveis
mais baixos da hierarquia. Apesar de fazer este alerta há três décadas, este fato
pode ainda ser percebido nas organizações atuais.
As necessidades de auto-realizacao são necessidades de crescimento e
revelam uma tendência de todo ser humano em realizar plenamente o seu
potencial. “Essa tendência pode ser expressa como o desejo de a pessoa tornar-
se sempre mais do que é e de vir a ser tudo o que pode ser” (Maslow, 1975,
p.352). O aparecimento destas necessidades supõe que as anteriores estejam
satisfeitas: fisiológicas, de segurança, de amor e de estima. Diferentemente destas
outras, a necessidade de auto-realizacao não se extingue pela plena saciação.
“Quanto maior for à satisfação experimentada por uma pessoa, tanto maior e mais
importante parecerá à necessidade. (Hampton, 1992, p.56).
Além da auto-realizacao, posteriormente, Maslow (1975), acrescentou a
sua teoria, o desejo de todo ser humano de saber e a necessidade de ajudar o
outro a alcançar sua auto-realização.
Há assim, uma necessidade natural do ser humano de buscar o sentido
das coisas de forma a organizar o mundo em que vive. “São necessidades
denominadas cognitivas e inclui os desejos de saber e de compreender,
sistematizar, organizar, analisar e procurar relações e sentidos”. (Maslow, 1975,
p.354). Para ele tais necessidades viriam antes da auto-realizacao, enquanto que
a necessidade de ajudar os outros a se autodesenvolver e a realizar seu potencial
– a que ele deu o nome de transcendente – viria posteriormente à auto-realizacao.
Maslow (1975, p.160) ressalta, ainda, que existem certas pré-condições
para que as necessidades fundamentais possam ser satisfeitas: A liberdade de
auto expressar-se, de investigar e procurar informações, de se defender e buscar
justiça, equidade e ordem dentro do grupo são exemplos de condições prévias
para que sejam satisfeitas as necessidades fundamentais. Para Maslow (1975),
sem essas pré-condições seria impossível a satisfação das necessidades.
28
Salienta ele, ainda, que sua teoria motivacional não e a única a explicar o
comportamento humano, pois nem todo comportamento é determinado pelas
necessidades. Afirma ainda que as necessidades fundamentais são em grande
parte inconscientes. Para ele, fatores socioculturais também influenciaram na
forma ou objetos com os quais os homens buscariam satisfazer suas
necessidades, mas não modificando substancialmente a hierarquia motivacional
proposta.
Para chiavenato (1994), o primeiro passo é saber o que realmente está
motivando aquela pessoa, o que provoca a motivação, posto que a motivação
existe dentro da pessoa e vem aflorar através das suas necessidades humanas.
Todas as pessoas têm suas necessidades próprias, que podem ser
chamadas de desejos, aspirações, objetivos individuais ou motivos. Isso são as
forças internas que estimulam e influenciam cada pessoa diante de diversas
situações da vida, o que vai determinar seus pensamentos e direcioná-la a um
certo comportamento. Nesse sentido, as necessidades são pessoais, individuais
(traços biológicos e psicológicos). Esses fatores são determinantes para a
formação da personalidade da pessoa. Além disso, cada pessoa é um “universo
diferente” no sentir, no perceber, nas diferentes necessidades e em épocas e
situações distintas.
No entendimento de Chiavenato (1994), a pirâmide de Maslow demonstra
as necessidades humanas, a importância e a influencia do comportamento
humano. Na base encontram-se as necessidades mais elementares (baixas e
recorrentes) já na parte mais elevada estão as mais refinadas, aprimoradas
(intelectualizadas / sofisticadas).
Ele nos diz que, as necessidades de auto–realização, que são as que
estão no cume, ponto mais elevado da pirâmide de Maslow, são as necessidades
que elevam o indivíduo a realizar o seu próprio potencial, sua meta, desenvolvido
ao longo de sua vida através de sua potencialidade.
Deste modo, nota-se que a motivação funciona como um
incentivador, um inovador no comportamento humano,
29
voltado em prol da empresa em que o indivíduo está inserido.
Ainda assim, empresas pouco fazem para motivar seus
funcionários, até porque não se criam condições de
satisfação individual ou até mesmo coletiva do grupo ou
equipe de trabalho, no entanto, como se observa, a
qualidade de vida da pessoa está diretamente proporcional
ao grau de satisfação motivacional no
trabalho.(CHIAVENATO, 1994, P. 97).
As organizações que almejam funcionários motivados precisam saber o
que os colaboradores esperam da mesma. Conforme Chiavenato (1994), a
motivação esta contida dentro das próprias pessoas e pode ser amplamente
influenciada por fatores externos ao indivíduo ou pelo próprio trabalho na empresa
e aqui o papel dos lideres assume muita importância, uma vez que se estes
querem motivar seus colaboradores, aumentam as possibilidades de o fazerem se
compreenderem as necessidades, as crenças e as expectativas das pessoas com
relação ao trabalho. Assim, conhecendo o potencial interno de motivação de cada
pessoa e sabendo como extrair do ambiente de trabalho as condições externas
para elevar a satisfação profissional, as chances de manter uma equipe motivada
e comprometida com os resultados da empresa são muito maiores.
2.4- Teoria dos dois fatores de Herzberg
Herzberg (1967), formulou a Teoria dos Dois Fatores para melhor explicar
o comportamento das pessoas em situação de trabalho. Para ele existem dois
fatores que contribuem para o comportamento das pessoas: fatores higiênicos e
fatores motivacionais. (Figura 2).
Para ele, os fatores higiênicos são localizados no ambiente que rodeia as
pessoas. Essas condições são administradas pela empresa e estão fora do
controle das pessoas. Os principais fatores higiênicos são: salário, benefícios
sociais, as condições físicas e ambientais do trabalho, as diretrizes da empresa, o
30
clima de relações entre as pessoas que trabalham na empresa, os regulamentos
internos, etc. Herzberg salienta que os fatores higiênicos apenas evitam a
insatisfação, mas não provocam a satisfação. São exemplos deles: Salários e
Benefícios, Tipo de Chefia, Políticas e Diretrizes Organizacionais. O pensamento
anterior considerava o trabalho como algo desagradável, demandando estímulos
materiais (positivos) para a sua realização ou, por outro lado, punições (negativos)
pela não - realização. Contudo, quando os fatores higiênicos são ótimos, apenas
evitam a insatisfação, não elevando a satisfação ou, se a elevam, não a mantém
continuamente. Por outro lado, quando são péssimos, provocam a insatisfação.
Quanto aos fatores motivacionais, esses estão relacionados com o
conteúdo de cargo e com a natureza das tarefas que a pessoa executa. Estão sob
controle do indivíduo, pois estão relacionados com aquilo que ele faz e
desempenha. Envolvem sentimentos de crescimento individual, de
reconhecimento profissional e dependem das tarefas que o individuo realiza no
seu trabalho. Os cargos são definidos, diminuindo a oportunidade para criatividade
individual causando o desinteresse, já que a empresa nada mais oferece do que
um lugar decente para trabalhar.
31
FATORES MOTIVACIONAIS
(Satisfacientes)
FATORES HIGIÊNICOS
(Insatisfacientes)
Conteúdo do Cargo
(Como o individuo se sente em relação
a seu cargo)
Contexto do Cargo
(Como o indivíduo se sente em relação
à empresa)
O trabalho em si
Realização
Reconhecimento
Progresso Profissional
Responsabilidade
As Condições de trabalho
Administração da empresa
Salário
Relações com supervisor
Benefícios e serviços sociais
Figura 2 – Fatores Motivacionais e Fatores Higiênicos (Chiavenato, 2001, p.399).
Esses dois fatores são independentes e não vinculam entre si. Os fatores
responsáveis pela satisfação profissional das pessoas são totalmente desligados e
distintos dos fatores responsáveis pela insatisfação profissional. O oposto da
satisfação profissional não é a satisfação, mas ausência de satisfação profissional.
Para proporcionar continuamente a motivação no trabalho, Herzberg (1967),
propõe o “enriquecimento das tarefas” ou “enriquecimento de cargo”: consiste em
substituir as tarefas simples e elementares do cargo por tarefas mais complexas.
O enriquecimento de tarefas depende do desenvolvimento de cada indivíduo e
deve adequar-se as suas características individuais em mudança. O
enriquecimento de tarefas pode ser vertical (eliminação de tarefas simples e
acréscimo de tarefas mais complexas) ou horizontal (eliminação de tarefas
relacionadas com certas atividades e acréscimo de outras tarefas diferentes, mas
no mesmo nível de dificuldade). O enriquecimento de tarefas provoca efeitos
desejáveis, como o aumento de motivação, aumento da produtividade, redução de
faltas e atrasos e redução da rotatividade do pessoal. Contudo, pode gerar efeitos
indesejáveis, como aumento de ansiedade face a tarefas novas e diferentes
32
quando não são bem sucedidas nas primeiras experiências, aumento do conflito
entre as expectativas pessoais e os resultados do trabalho nas novas tarefas
enriquecidas, sentimentos de exploração quando a empresa não acompanha o
enriquecimento de tarefas com o enriquecimento da remuneração, redução das
relações interpessoais devido a maior concentração nas tarefas enriquecidas.
Fazendo uma comparação da teoria de Herzberg (1967), com teria de
Maslow (1975), podemos dizer que as teorias divergem em relação às
necessidades que podem ou não ser motivadoras.
Segundo Chiavenato (1989), para Maslow (1975), qualquer necessidade e
motivadora de comportamento e para Herzberg (1967), apenas as necessidades
mais elevadas podem ser motivadoras, uma vez que os fatores higiênicos apenas
contribuem para a não insatisfação dos indivíduos.
2.5- As teorias X e Y de McGrecor
Insatisfeito com a inadequação do modelo de ralações humanas as
realidades da vida empresarial, McGregor (1978), centrou seus estudos na relação
entre o sucesso da organização e sua capacidade de prever e controlar o
comportamento humano.
Segundo Ferreira, (1997, p.43);
Suas experiências levaram-no a desenvolver o conceito de
que as estratégias de liderança são influenciadas pelas
crenças do líder acerca da natureza humana. Para ilustrar
sua descoberta, construiu duas teorias contrastantes,
conhecidas como teorias X e Y.
McGregor (1978), compara dois estilos opostos e antagônicos de
administrar: de um lado, um estilo baseado na teoria tradicional, mecanicista e
pragmática (a que deu o nome de Teoria X), e, de outro, sem estilo baseado nas
33
concepções modernas a respeito do comportamento humano (a que denominou
Teoria Y).
Para Chiavenato (2001);
A teoria X é a concepção tradicional de administração e
baseia-se em convicções errôneas e incorretas sobre o
comportamento humano. O homem é indolente e preguiçoso
por natureza: ele evita o trabalho ou trabalho o mínimo
possível, em troca de recompensas salariais ou materiais.
Falta-lhe ambição: não gosta de assumir responsabilidade e
prefere ser dirigido e sentir-se seguro nessa dependência. O
homem é basicamente egocêntrico e seus objetivos pessoais
opõem-se, em geral, aos objetivos da organização. A sua
própria natureza leva-o a resistir às mudanças, pois procura
sua segurança e pretende não assumir riscos que o ponham
em perigo. A sua dependência torna-o incapaz de
autocontrole e autodisciplina: ele precisa ser dirigido e
controlado pela administração. O homem apresenta-se então
como um ser carente, que se esforça para satisfazer suas
necessidades e garantir a sua sobrevivência através de
atividades compulsórias e pouco interessante para a sua
realização pessoal. Com isso, a motivação por estimulo só
funciona até certo ponto e a autoridade passa a ser
fundamental para assegurar a direção e o controle dos
funcionários.(p.402)
Entretanto, segundo McGregor (1978), a viabilidade de aplicação da
Teoria X é comprometida, por se basear em pressupostos errôneos ou apenas
parcialmente verdadeiros acerca da natureza humana, enunciados pelas teorias
clássicas e cientifica. “Concluindo pela inadequação da Teoria X as organizações,
McGregor (1978), contrapõe a ela a Teoria y”. (Ferreira, 1997, p. 43).
34
Para Chiavenato (2001, p.405), no fundo, a Teoria X se baseia em
pressuposições errôneas a respeito do comportamento humano e apregoa um
estilo de administração em que a fiscalização e o controle externo rígido
constituem mecanismos para neutralizar a desconfiança da empresa quanto às
pessoas que nela trabalha, já que por sua natureza, as pessoas são indolentes,
preguiçosos, fogem da responsabilidade e somente trabalham quando recebem
uma recompensa econômica (o salário) para tanto.
Quanto a Teoria Y, segundo McGregor (1978), baseia-se em concepções
e premissas atuais e sem preconceitos a respeito da natureza humana, a saber: o
dispêndio de esforço físico e mental no trabalho é tão natural quanto o descanso;
o homem está sempre disposto a se autocorrigir, para atingir os objetivos com os
quais está comprometido; o compromisso com os objetivos depende das
recompensas com sua consecução; o ser humano aprende não só aceitar
responsabilidades, como procurá-las; imaginação, criatividade e engenhosidade
na solução de problemas são comuns; na vida industrial moderna são utilizadas
potencialidades intelectuais do homem.
Para McGregor (1978), a Teoria Y é aplicada nas empresas através de um
estilo de direção baseado em medidas inovadoras e humanistas, a saber:
Descentralização das decisões e delegação de responsabilidades: a fim
de permitir liberdade para que as pessoas as dirijam próprias as suas tarefas,
assumam os desafios delas decorrentes e satisfaçam suas necessidades de auto-
realização.
Ampliação do cargo para maior significado do trabalho: a Teoria Y
substitui a superespecialização e o confinamento de tarefas pela ampliação do
cargo através de sua reorganização e extensão de atividades, para que as
pessoas possam conhecer o significado do que fazem e ter uma idéia da sua
contribuição pessoal para as operações da empresa como um todo.
Participação nas decisões e administração consultiva: para permitir que
as pessoas tenham participação nas decisões que as afetam direta ou
indiretamente para que se comprometam com o alcance dos objetivos
empresariais.
35
A administração consultiva cria oportunidades para que as pessoas
sejam consultadas sobre suas opiniões e pontos de vista a respeito de decisões a
serem tomadas pela empresa.
Auto-avaliação do desempenho: os tradicionais programas de avaliação
do desempenho, nos quais os chefes medem o desempenho dos subordinados
como se fosse um produto que está sendo inspecionado ao longo da linha de
montagem são substituídos por programas de auto-avaliação de desempenho,
onde a participação dos empregados envolvidos é de importância capital. As
pessoas são encorajadas a planejar e avaliar a sua contribuição para os objetivos
empresariais e a assumir responsabilidades.
Assim, enquanto na Teoria X a autoridade determina a direção e o
controle, na Teoria Y e a integração que legitima a autoridade. A integração é a
base da Teoria Y; ela sugere autocontrole, quando as necessidades do indivíduo e
da organização são reconhecidas. A administração por integração e autocontrole é
vista como uma estratégia de ação, ou seja, uma forma de dirigir as pessoas,
integrando seus objetivos aos organizacionais. Sua viabilidade é possibilitada
através do esclarecimento das exigências gerais do trabalho, do estabelecimento
de metas, de um processo gerencial para prazos limitados e da avaliação dos
resultados obtidos. Na prática, o que se percebe quanto às teorias acima é que
dificilmente uma empresa se enquadra de forma perfeita nas caricaturas das
teorias X e Y. “Em particular, o próprio McGregor (1978), ressalta a dificuldade de
integrar os objetivos pessoais aos organizacionais, conforme proposto pela teoria
Y”. (Ferreira, 1997, p. 45).
Segundo Chiavenato (2000, p.404), a Teoria Y propõe um estilo de
administração participativo e baseado nos valores humanos e sociais. Enquanto a
Teoria X é administração através de controles externos impostos as pessoas, a
Teoria Y é administração por objetivos que realça a iniciativa individual. No longo
período de predomínio da Teoria X, as pessoas acostumaram-se a serem
dirigidas, controladas e manipuladas pelas empresas e a encontrar fora do
trabalho as satisfações para as suas necessidades de auto-realização.
36
CAPITULO III
O IMPACTO DA LIDERANÇA NO PROCESSO
MOTIVACIONAL DO COLABORADOR
Qualquer um pode pilotar o barco, mas só um Líder pode traçar o percurso.
3.1-O comportamento humano e a motivação no trabalho
A partir da teoria das Relações Humanas, todo acervo de teorias
psicológicas acerca da motivação humana passou a ser aplicado dentro das
empresas. Verificou-se que a motivação, no sentido psicológico, e a tensão
persistente que leva o indivíduo a alguma forma de comportamento visando a
satisfação de uma ou mais determinadas necessidades.
Em 1970, Campbbell, Dunnette, Lawler e Weick (apud Robbins, 1998
p.13), quatro professores de psicologia e ciência administrativa das Universidades
de Minnesota e Yale, dos Estados Unidos, após um longo trabalho conjunto de
pesquisas, patrocinado pela fundação Asmith Richardson, destinado a estudar o
conhecimento ligado a eficácia gerencial, criaram uma classificação das teorias
sobre motivação. Esta classificação agrupou as teorias motivadoras em duas
categorias: as teorias motivadoras de processo e as de conteúdo. As teorias de
processo, ao lado de definirem quais variáveis afetam a motivação, tentam
explicar como as variáveis se inter-relacionam.
As teorias motivadoras de conteúdo se interessam menos pelos mecanismos de articulação existentes entre as variáveis que se ligam e mais pelas variáveis propriamente ditas: por isso é que os autores citados as designaram genericamente de teorias substantivas ou de conteúdo. (BERGAMINI, 1997, P.80).
37
As teorias motivadoras de conteúdo (também conhecidas como
teorias das necessidades) relacionam-se principalmente com aquilo que está
dentro de um indivíduo ou do ambiente que o envolve e que energiza ou sustenta
o seu comportamento. Proporcionam uma visão geral das necessidades humanas
e ajudam o administrador a entender o que as pessoas desejam ou o que as
satisfará em suas necessidades. Na realidade, são teorias estáticas e descritivas.
Vários autores e trabalhos influenciaram as teorias motivadoras de conteúdo:
Murray (1938), com sua obra teoria das necessidades e Maslow (1954), com a sua
Pirâmide das Necessidades, deram início às teorias de conteúdo, depois surgiram
autores como Herzberg (1967)- Fatores de Higiene, Mc Clelland (1953)- Fatores
“n” motivacionais, que utilizaram uma abordagem mais evolutiva das necessidades
humanas.
Na concepção de Robbins (1998), analisando as teorias de
conteúdo; Maslow (1954), tomando por base as suas observações como psicólogo
clinico, percebe que duas premissas são importantes a respeito do
comportamento motivacional. Inicialmente, propõe que as pessoas assumam o
papel de portadoras de desejos, estando principalmente motivadas em procurar
satisfazer a um tipo especifico de necessidade. Para ele, quando essas
necessidades não podem ser satisfeitas, o individuo e interiormente invadido por
um estado de tensão.
Para Bergamini (1997), quando não é possível encontrar aquele fator
que reduz tal tensão interna, as necessidades não satisfeitas não desaparecem,
mas continuam representando estados interiores inoportunos, indesejáveis e
desagradáveis, o que aumenta a necessidade de se livrar dela como único meio
de baixar os níveis praticamente insuportáveis de ansiedade.
Continuando com a analise evolutiva das necessidades humanas,
Robbins (1998) conclui que a satisfação no trabalho não eram pontos opostos
num contínuo, mas eram de fato duas dimensões separadas. Apenas a satisfação
relaciona-se a produtividade. A insatisfação pode levar a um moral baixo e ao
absenteísmo, porém sua eliminação não aumentará a motivação ou a
produtividade. Esses são os traços motivacionais do ser humano: o primeiro,
38
relaciona ao nível inferior primário da natureza humana, que visa somente a
sobrevivência – fatores de higiene; já o segundo de nível superior, fala de uma
natureza humana, orientada para a própria pessoa em si, no atendimento de suas
necessidades de realização – fatores de motivação.
Segundo Robbins (1998), existe algo de traiçoeiro na idéia de que
os motivadores e os fatores de satisfação sejam a mesma coisa. A verdade é bem
ao contrario, motivação e definida como uma inclinação para a ação que tem
origem em um motivo (necessidade). Um motivador nada mais é do que um
motivo – uma necessidade, por definição. Por outro lado um fator de satisfação é
alguma coisa que satisfaz uma necessidade. Satisfação é o atendimento de uma
necessidade ou sua eliminação. “Dentro do contexto destas definições um
motivador é um fator de satisfação, em lugar de serem a mesma coisa, são as
antíteses um do outro”. (Bergamini, 1997, p.24).
Ainda segundo Bergamini (1994), deve-se distinguir o que não é
motivação. As teorias inspiradas no condicionamento externo levam ao
comportamento reativo (estimulo-resposta, reforço positivo-reforco negativo), ao
movimento e não aquilo que se possa chamar de motivação. As recompensas e
punições são frutos das manifestações das variáveis existentes no ambiente
externo. Assim, “as pessoas são colocadas e movimento por uma seqüência de
hábitos que são definidos por um condicionamento imposto pelo poder das forças
condicionantes do meio exterior”.(Bergamini, 1990, p.26).
As pessoas se movimentam e isso não representa necessariamente
motivação. Os diferentes enfoques sobre motivação mostram que cada pessoa
tem um perfil motivacional próprio, tem o seu estilo de comportamento.
Há uma tendência de esperar-se que os outros mantenham um
esquema de fatores motivacionais parecidos com os seus. Assim, conhecendo-se
as necessidades de cada um, podem –se determinar os fatores de motivação ou
aquilo que fez com que ela permaneça motivada. Dentro do processo motivacional
as pessoas precisam colocar em ação suas habilidades, capacidades e
expectativas pessoais; a motivação, sob este ângulo, nasce das emoções. O meio
externo pode servir como meio para satisfazer uma necessidade interna, não um
39
fim em si mesmo. O fator de satisfação está no meio externo, mas as carências
internas ditam o motivo. Mas como o homem é dinâmico na busca de sua auto -
realização, ele sempre ira buscar dentro de si motivos. A predisposição interna e
que determina que deve ser feito para evitar a desmotivação.
De qualquer forma, para ela, a motivação dos funcionários tem
grandes vantagens para as organizações, pois serve como incentivadora do
processo de produção de idéias, alem de criar um bem estar entre os
colaboradores e a empresa.
É importante observar que a motivação gerará esses
resultados, se somente for, bem aplicada da forma que
consiga mexer com os colaboradores positivamente. A
motivação é um processo que exige cuidados em sua
aplicação, pois os indivíduos são diferentes entre si, e cada
um tem um jeito próprio de ser motivado, por isso a empresa
tem que conhecer os seus funcionários e conceitos e
aplicações sobre motivação, para que com isso possa
adequar o jeito certo de motivar a cada individuo.
(BERGAMINI, 1994, p.35).
Segundo Bergamini (1994), existem pessoas que afirmam ser
necessário aprender a motivar os outros, enquanto, por outro lado, acredita-se não
ser jamais possível motivar quem quer que seja. Essas duas maneiras diferentes
de pensar ilustram a crença de que podem existir duas maneiras diferentes de
justificar ações humanas. No primeiro caso, supõe-se que a força que dá energia
ao comportamento motivado esteja fora da pessoa, originando-se dos estímulos
externos. No segundo, subjaz a crença de que as ações humanas são
espontâneas e gratuitas, uma vez que acontecem ou deixam de acontecer de
acordo com a energia interior, capaz de levar cada um a ação.
De acordo com Hersey & Blanchard (1986, p. 18), “a motivação das
pessoas depende da intensidade dos seus motivos”. Os motivos podem ser
definidos como necessidades, desejos ou impulsos oriundos do indivíduo e
40
dirigidos para objetivos, ou seja, são os porquês do comportamento das pessoas.
Por isso, ao pretender influenciar o comportamento de uma pessoa, precisa-se
primeiro conhecer os motivos ou necessidades que são mais importantes para ela
naquele momento. Para criar uma situação motivadora para as pessoas numa
determinada empresa, descobre-se quais são as necessidades de alta
intensidade, buscando-se satisfazê-las, obtendo-se, assim, a satisfação das
pessoas no trabalho.
Assim sendo, numa visão humanística das organizações, pode-se
afirmar que os objetivos básicos de uma empresa incluem proporcionar uma vida
condigna às pessoas que integram e usufruem as ações empresariais, com
disponibilidade plena de informações, formação e qualificação adequadas às
funções que ira exercer e procedimentos motivacionais que atendam as suas
expectativas – sem as quais as ações das pessoas ficam prejudicadas, além da
criação de ambientes de trabalho adequados à ação humana, sem restrições,
constrangimentos ou riscos a integridade física ou psicológica de qualquer
espécie. “Para proporcionar tais condições, alcançando a motivação, necessita-se
conhecer o comportamento dos recursos humanos no trabalho”.(Hersey &
Blanchard, 1986. p.25).
3.2-Liderança como um processo motivacional dentro da empresa
A arte de liderar tem chamado a atenção do homem desde o início
da sua história. Houve épocas em que ser líder era sinônimo de ter pulso forte ou
mesmo falar com autoridade. Hoje, no entanto, a liderança segue outros passos e
o líder passou a ser visto como alguém capaz de dialogar com os membros de sua
equipe e saber mudar sua estratégia de atuação sempre que for necessário.
O líder pode atuar como facilitador e ser um agenciador do processo
motivacional, estimulando os colaboradores para que possam alcançar objetivos
comuns.
Sabe-se que a Liderança é necessária em todos os tipos de
organização humana, principalmente nas empresas e em cada um de seus
41
departamentos. Ela é igualmente essencial em todas as demais funções da
Administração: o administrador precisa conhecer a motivação humana e saber
conduzir as pessoas, isto é, liderar.
Há um consenso sobre o fato de motivação ser um fator interno, visto
que o desejo de realizar algo surge de motivos ou necessidades do ser humano.
As pessoas agem de forma a satisfazer suas necessidades. Esta é uma forma de
dizer que as pessoas têm motivos para fazer o que fazer, ou seja, motivação é um
motivo que leva à ação. Além disso, necessidades, ação e satisfação das mesmas
estão fortemente inter-relacionadas e ligadas à motivação.
Segundo Idalberto Chiavenato (1999): “a motivação é o desejo de
exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos
organizacionais, condicionados pela capacidade de satisfazer objetivos
individuais. A motivação depende da direção (objetivos), força e intensidade do
comportamento (esforço) e duração e persistência”.
A motivação existe dentro das pessoas e se dinamiza através das
necessidades humanas. Todas as pessoas têm suas necessidades próprias, que
podem ser chamadas de desejos, aspirações, objetivos individuais ou motivos.
Certas necessidades são basicamente semelhantes quanto à maneira pela qual
fazem as pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfação.
Desta forma, a motivação consiste em alinhar o conhecimento teórico
com a prática no mundo corporativo, de forma que as ações sejam planejadas
com maior coerência em seus propósitos, de maneira que otimizem os resultados
que a organização, os gestores, os colaboradores, os líderes e os liderados
estejam aspirando! Motivar é diferenciar potencial e desempenho; fazer
treinamentos para desenvolver competências e valorizar constantemente os
avanços através de feedbacks; tolerar é lidar de forma positiva com eventuais
falhas; elogiar sempre que for pertinente; comemorar vitórias e respeitar e cumprir
acordos estabelecidos.
42
De acordo com Tom Coelho a Motivação é um processo intrínseco,
endógeno, unipessoal. Assim, o líder pode atuar como facilitador, como um
agenciador deste processo, estimulando seus colaboradores. O líder e alguém
com a habilidade de levar outras pessoas a fazerem o que elas não querem e,
ainda, gostarem disso. Alguém capaz de vislumbrar e desenvolver qualidades
extraordinárias em pessoas comuns, alocando-as nas funções certas – aquelas
em que podem exercer seus talentos. Enfim, alguém capaz de inspirar pessoas.
Segundo Pierre (2002), dentro do enfoque dos fatores motivacionais,
a liderança está mais presente do que se pensa como um fator influenciador
dentro da empresa. Para ele, é a administração de recursos humanos que, numa
atitude pró-ativa, deve estudar, desenhar e propor contornos de um sistema de
liderança que deverá, devido a grande importância que tem, ser aprovado pelo
conselho diretor da organização. “O assunto deve ser tratado com muita atenção
pela área de Recursos Humanos, pois o comportamento de um líder pode
influenciar no nível motivacional de colaboradores em qualquer organização
empresarial”. (Pierre, 2002, p.5).
Na concepção de Pierre (2002), a liderança pode ser classificada em:
* Liderança Estratégica – o líder pode induzir os colaboradores a tomarem
decisões adequadas e corretas que ajudem a organização, ou seja, “a liderança
estratégica pressupõe uma visão comum do que uma organização deve ser, para
que a tomada de decisões rotineiras ou o processo de estratégia emergente sejam
coerentes com essa visão” (p.12). Este tipo de líder possui uma visão mais
aguçada em relação às mudanças que podem alterar positivamente o ambiente
organizacional.
* Liderança Gerencial – o líder está mais empenhado em definir estratégias e
tomar decisões. Este estilo de líder utiliza como forma de coerção, algumas
formas de recompensas e punições. Ele é, geralmente, imparcial em relação ao
comprometimento emocional com as pessoas; possui a visão voltada para o
fortalecimento da organização e para ele o que mais importa é o estado da
43
empresa acima de tudo, ou seja, as coisas andam bem no ambiente de trabalho,
ele se sente completamente realizado.
* Liderança Visionária – o líder visionário possui com premissa a criação de
idéias que sejam aplicadas dentro da organização, possuem comportamentos com
características revolucionárias na medida em que buscam abordagens novas para
problemas antigos. Este perfil de líder pode fazer com que as relações
interpessoais se tornem turbulentas e desorganizadas, uma vez que ele não
considera membro da organização, pois a percepção que possuem de si próprios
não esta vinculada ao trabalho.
Pierre (2002) afirma que as organizações hoje passam aos seus
gerentes a idéia de que ser chefe é algo antigo, ultrapassado, não-aceitavel. Em
contrapartida, adotam e difundem o papel de líder organizacional, como sendo
aquele que faz o grupo participar, que delega responsabilidades (e não só tarefas)
e que recompensa a altura (não só financeira, mas psicologicamente também).
Um bom líder provoca uma sensação de satisfação dos colaboradores, onde se
sentem realizados com aquilo que fazem e não se incomodam em ser guiados por
uma pessoa que demonstre competência e sensatez em suas ações do dia a dia.
No entanto, um líder pode por um lado suprir os reforços positivos necessários
para provocar atitudes ou comportamentos que ele deseja, e, por outro,
inversamente, reprimir comportamentos indesejados, deixando de recompensar o
que não lhe interessa. Em organizações que possuem como premissa básica à
gestão voltada para a qualidade, trabalha em prol da questão da liderança dentro
da organização. Os gestores estão interessados em saber através do estilo
gerencial, a maneira como o gerente atua junto aos colaboradores, para a
realização dos objetivos organizacionais. Segundo ele, um líder pode influenciar
positiva ou negativamente sua equipe de trabalho, tendo-se que então dar uma
atenção especial para esta questão.
Sendo assim, quando analisamos os modelos de liderança
existentes, percebemos que as diferenças são apenas superficiais. A maioria
44
utiliza uma terminologia diferente para abordar os mesmo conceitos. Estes
modelos estão baseados tanto nos próprios conceitos que as organizações tem
sobre liderança, suas expectativas em termos de resultados e da ênfase a
determinado tipo de metodologia ou abordagem teórica sobre o assunto.
Ao longo da historia, as empresas procuraram obter melhores
resultados e superar a concorrência. Hoje, essa busca ainda é constante, só que
ocorreu uma mudança: as organizações conscientizaram-se de que não lidam
apenas com números, mas também com pessoas que podem se tornar um
diferencial para o negócio. Nesse momento, surge a dúvida de como conduzir o
capital humano, já que o autoritarismo que antes reinava livre, perdeu a força.
Agora é preciso ter mentalidade aberta para aceitar as constantes transformações.
Dentro desse contexto, surge o papel do líder – um personagem que, cada vez
mais, vem sendo solicitado a exercer função estratégica.
Ser líder é diferente de ser administrador, gerente ou chefe. Liderar é
lidar com pessoas, administrar e lidar com recursos, papeis, coisas, processos.
Um chefe pode ser nomeado numa hierarquia, independentemente de possuir ou
não as qualidades necessárias e esperadas de um líder. Você pode ser um
gerente e não conseguir ser o líder da equipe e pode ser o líder da equipe sem ser
o chefe. Um bom líder precisa possuir várias virtudes, entre elas: competência
(conhecimento, habilidades e atitude/ação), ética (integridade e honestidade),
entusiasmo, empatia, autoconfiança, sensibilidade, humildade, imparcialidade,
saúde, autoconhecimento, motivação e inteligência. É fundamental que goste de
se relacionar com pessoas, que saiba ouvir e que seja observador.
45
CONCLUSÃO
Ao final deste estudo podemos considerar a liderança como um tipo
de poder pessoal, onde, através dela, uma pessoa influência outras em função
dos relacionamentos existentes. Sendo a influência uma transação interpessoal,
em que uma pessoa age no sentido de identificar ou provocar o comportamento
de uma outra, de maneira intencional.
Constatamos que a liderança pode ser orientada para as tarefas ou
para as pessoas, onde a liderança centrada na tarefa é um estilo focado na
execução da tarefa e com seus resultados imediatos, usando de procedimentos
rotineiros e padronizados, seguindo regras e regulamentos; e a liderança centrada
nas pessoas que é um estilo que prioriza os aspectos humanos dos subordinados
e que procura manter uma equipe de trabalho atuante, com maior participação nas
decisões, dando mais ênfase as pessoas do que ao trabalho em si, procurando
compreender e ajudar os subordinados e preocupando-se mais com as metas do
que com os métodos.
O líder deve proporcionar um crescimento relevante para a equipe,
onde as habilidades técnicas e humanas trabalhem em harmonia. As
organizações estão exigindo que os perfis de seus colaboradores tenham
características de um líder, pois cada vez mais as pessoas terão que dirigir,
motivar e treinar, bem como delegar responsabilidades e autoridade.
O líder deve ser capaz de criar um ambiente propício à integração e
ao trabalho coletivo, fazendo com que o grupo sinta-se disposto e estimulado em
buscar um determinado objetivo. Nesse sentido, o líder tem um papel fundamental
e delicado perante a equipe, pois tem a responsabilidade de criar meios para que
as pessoas sintam-se engajadas ao grupo e ajam como voluntários que lutam por
uma causa nobre. Como o trabalho de motivação é bastante difícil, o líder não
deve esquecer-se de elogiar as pessoas.
O treinamento é a chave para abrir o potencial das pessoas, motivá-
las e detectar problemas para resolvê-los. É fundamental manter a equipe
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treinada. O líder deve procurar fazer treinamentos práticos, específicos, breves,
com diferentes técnicas e abordagens, avaliando o aprendizado de cada um.
Uma equipe se destaca efetivamente quando o líder é capaz de
delegar, agindo de forma descentralizada, dividindo o trabalho entre a equipe e
procurando elevar a maturidade das pessoas através do repasse da
responsabilidade e autoridade. É importante lembrar que o líder que não delega,
transmite uma imagem de desconfiança da equipe. Portanto, o líder deve estar
disposto a permitir que erros sejam cometidos na fase do aprendizado.
Quanto à motivação ela pode ser definida como sendo ato ou efeito,
que desperta o interesse do individuo.
Motivar é dar fundamentos e espaços para que o indivíduo
desenvolva suas potencialidades. O ser humano, por natureza possui uma série
de necessidades que precisam ser supridas. No que tange ao aspecto
profissional, quando o indivíduo no seu trabalho não encontra oportunidades para
o suprimento de suas necessidades, sente-se frustrado, privado, de modo que o
seu comportamento refletirá essa insatisfação. É relevante atentar que a empresa
corre o risco de não obter o desempenho e o rendimento almejado, pois a
produtividade de um trabalhador desmotivado nunca será compatível com a de um
trabalhador estimulado e reconhecido pela empresa.
Fatores como realização, reconhecimento e ascensão profissional
quando conquistados pelo individuo só tendem a contribuir para a organização,
pois através da motivação os colaboradores sentem-se responsáveis e
comprometidos com o trabalho, passando a participar ativamente dos destinos da
organização, contribuindo com a qualidade de seu trabalho e de suas idéias.
Sendo assim não basta a um supervisor, gestor ou chefe de turno, a
intenção de admirar, apoiar e respeitar seus colaboradores. É preciso que diária e
continuamente ele expresse esses sentimentos, de forma clara e coerente em
relação a cada membro da equipe com quem estiver interagindo. Se nessa
interação não houver justiça, respeito aos direitos e à individualidade; se não
houver afetividade e interesse genuíno pelo desenvolvimento e qualidade de vida
dos colaboradores; então não se pode dar a essa gestão o nome de liderança.
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Desta forma, almejar melhor desempenho dos colaboradores no
trabalho em equipe, pressupõe a ocorrência de mudanças de comportamentos, de
busca constante de novos conhecimentos e do desenvolvimento de habilidades
essenciais para a liderança, as quais envolvem qualidades pessoais, habilidades
interpessoais e o domínio do contexto organizacional. É fundamental para a
organização que seus líderes desenvolvam as competências necessárias para o
sucesso do seu negócio, que participem ativamente, assumam responsabilidades
e riscos, sejam eternos aprendizes e mestres, tenham senso inovador e visão de
negócio. Uma simples análise de seu padrão habitual junto à equipe poderá dar-
lhe pistas valiosas no sentido de conscientizá-lo se sua maneira de conduzir
pessoas está contribuindo ou não para a motivação dos colaboradores e para um
clima harmonioso e produtivo.
Portanto, podemos verificar que a forma de liderança influência
totalmente nos fatores motivacionais, e o processo que promove essa influência é
conhecido como auto-realização, que consiste na concretização de algo que
poderia ser apenas provável, mas, que se tornam em função da expectativa
depositada no indivíduo ou do que a pessoa passa a acreditar. O desempenho do
indivíduo pode variar dependendo da forma como ela é tratada pelo seu superior,
que por sua vez desenvolve esse tratamento em função das suas próprias
expectativas em relação aos seus colaboradores.
Um líder, portanto, pode moldar uma performance de excelência nos
indivíduos sob sua tutela. Sua ação educativa e motivacional é decisiva para a
auto superação e a confiança de seus liderados em vencer obstáculos. Esse
ambiente interno de auto-estima é que possibilita aos indivíduos correr mais riscos
e desafiar seus limites para obter um desempenho acima da média. A liderança
motivacional pode contribuir para o uso maximizado dos talentos à sua disposição.
48
REFERÊNCIAS
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1997.
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49
10- HUNTER, James. Como se Tornar Um Líder Servidor. Os Princípios da
Liderança de o Monge e o Executivo. Rio de Janeiro: Sextante, 2006.
11- MACGREGOR, D. Motivação e Liderança. São Paulo: Brasiliense, 1973.
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Janeiro: FGV, 1975.
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17- ROBBINS, Harvey. Como Ouvir e Falar com Eficácia. Editora Campus,
1994.
18- STARKEY, Ken. Como as Organizações Aprendem. São Paulo: Editora
Futura, 1997.
50
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
LIDERANÇA E SUAS DIFERENTES MODALIDADES 12
1.1 – Porque Liderança e não Chefia 12
1.2 – Teoria dos Estilos de Liderança 17
CAPITULO II
RECORTE HISTÓRICO DAS CONTRIBUIÇÕES DE ALGUNS AUTORES E SUAS
TEORIAS SOBRE MOTIVAÇÃO 20
2.1 - Teoria das Relações Humanas 20
2.2- Teoria Comportamental da Administração 22
2.3- A Teoria Motivacional de Abraham Maslow 24
2.4-Teoria dos Dois Fatores de Herzberg 29
2.5- As Teorias X e Y de McGrecor 32
CAPÍTULO III
O IMPACTO DA LIDERANÇA NO PROCESSO MOTIVACIONAL DO
COLABORADOR 36
51
3.1- O Comportamento Humano e a Motivação no Trabalho 36
3.2- Liderança como um Processo Motivacional dentro da Empresa 40
CONCLUSÃO 45
REFERÊNCIAS 48
ÍNDICE 50
52
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: