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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
RECUPERAÇÃO DE ATIVOS E REDUÇÃO DE DISPÊNDIO
Por: Marcos Martinelli Borges
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2006
Marcos Martinelli Borges 2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
RECUPERAÇÃO DE ATIVOS E REDUÇÃO DE DISPÊNDIO
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em FINANÇAS E
GESTÃO CORPORATIVA...
Por: Marcos Martinelli Borges.
Marcos Martinelli Borges 3
AGRADECIMENTOS
Aos amigos: ANAMAR, ANNA MARIA,
CLÁUDIA, ISABELLA, LILIAN, LUIZA,
MARCELO, MARIA SOLANGE, MÁRIO,
SÉRGIO e TATIANA pelo espírito de
solidariedade e equipe formado
durante este tempo.
Marcos Martinelli Borges 4
DEDICATÓRIA
Dedico ao meu saudoso, eterno, amigo e
PAI HERMANIO BORGES, a minha
queridíssima MÃE SUZETI MARTINELLI
BORGES, ao grande AMOR da minha
vida KÁTIA REGINA DA FONSECA
BORGES, aos meus apaixonados e
queridos filhos MARCOS FRANCISCO,
FABRÍCIO, HERMANIO e ÂNGELA.
Marcos Martinelli Borges 5
RESUMO
A Empresa deve atuar estrategicamente para garantir seu
posicionamento junto ao mercado como empresa eficiente e competitiva, deve
nortear a discussão dos principais fatores que, sem a pretensão de esgotar o
tema, poderiam gerar reduções de dispêndios e recuperação de seus
ativos.
Para ser: competitiva, bem-sucedida capaz de conviver com as
oscilações do mercado e diferenciar-se em meio a uma concorrência cada vez
mais acirrada, uma empresa precisa ter, antes de tudo, saúde financeira.
Tornar ou manter a organização saudável exige uma preocupação permanente
com vários aspectos essenciais, mas, sobretudo, com o de finanças.
Por isso, o planejamento financeiro é o primeiro mandamento a ser
seguido por uma empresa que pretende se manter saudável. É fundamental
ter um fluxo de caixa equilibrado, rentabilidade, baixa inadimplência e adotar
um controle rigoroso das despesas.
Marcos Martinelli Borges 6
METODOLOGIA
Os dados coletados nessa monografia foram coletados através de
estudos feitos em companhias de grande porte de capital aberto e fechado
bem como a leitura em revistas de renome no país (Ex: EXAME, ÉPOCA) e em
jornais de grande publicação (EX: VALOR ECONÔMICO, GAZETA
MERCANTIL).
São vários os métodos que levam ao problema de como gerir caixa
presente / futuro e diminuir os custos nas empresas de grande porte. Esse
estudo teve como material a ser estudado os exemplares a seguir: Redução
de Custos( Instituto de Estudos Financeiros), Projetos de Melhorias e
Redução de Custos nas Empresas( Cebict Consultoria), Recuperação de
Empresas( Revista FAE Business), Banco e Finanças( IBM – Business
Center), As Finanças e Crédito( Modelo de Análise de risco de crédito –
USP), Controladoria Financeira das Empresas( Livro Controles de Gestão-
editora Atlas), Teoria da Administração Financeira (Biblioteca de Ciências da
Administração), (Avaliação de Empresas Valuation - editora Makron Books),
Engenharia Financeira baseada em Ativos( Project Finance – Tradução
Bazán Tecnologia e Lingüística), Contabilidade Financeira( Autor – José
Nicolas Albuja Salazar), Gestão Estratégica de Custos( Autor – John K.
Shank).
Após a leitura e a compreensão desses estudos acima citados
identifica-se como objetivo geral: a criação de ações imediatas e futuras para
atingir as metas propostas para reduzir custos / gastos, e como objetivo
específico, sendo o mais importante, a integração entre todos os
departamentos das Empresas, buscando o objetivo central que vem a ser a
REDUÇÃO DE DISPÊNDIOS E RECUPERAÇÃO DE ATIVOS.
Marcos Martinelli Borges 7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Redução de Custos 09
CAPÍTULO II - Projetos de Melhorias 13
CAPÍTULO III - Recuperação de Empresas 18
CAPÍTULO IV - Modelos Eficientes 25
CAPÍTULO V - CBA 33
CONCLUSÃO 47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52
FOLHA DE AVALIAÇÃO 63
Marcos Martinelli Borges 8
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos as Empresas vem sofrendo transformações
acentuadas que impõe uma reflexão criteriosa e o estabelecimento de rumos
para o futuro imediato e de médio e longo prazos, com o objetivo maior da
preservação de suas funções e responsabilidades.
Nas observações do dia a dia, as empresas e o contexto onde estão
inseridas nota-se que tudo é muito diferente do que se passava há algumas
décadas atrás. Visto que a atuação num mercado global e mais competitivo é
exigida mais informação para a tomada de decisão. A nível interno existem
novas tecnologias e diversidade na produção em vez de produções em escala.
Tudo isso afeta a estrutura de custos das empresas. Os custos são cada vez
mais indiretos em detrimento dos diretos, ou seja, aumentam os custos de
investigação e desenvolvimento, desenho, distribuição e logística.
Em relação à recuperação de créditos, os recentes desenvolvimentos
de modelos eficientes e de alta complexidade na análise risco de crédito fazem
com que a gestão de risco de crédito se tornasse uma atividade essencial para
os agentes do mercado financeiro. Especificamente na análise da insolvência
de grandes corporações que possam criar riscos sistêmicos ou de contágio do
macro ambiente financeiro.
Com grande relevância nos modelos atuais os critérios de
alavancagem financeira também mudaram em função dos fatores restritivos
impostos pelos modelos de risco de crédito e de carteiras, em relação ao
financiamento por parte das instituições financeiras.
Marcos Martinelli Borges 9
CAPÍTULO I
REDUÇÃO DE CUSTOS
As empresas implantam programas de redução de custos de duas
formas: espontânea e compulsória.
A redução de custos espontânea é buscada antes de qualquer sinal
de crise atingir a empresas. Ela visa manter ou conseguir uma vantagem
competitiva. Seus efeitos são tipicamente expansionistas e, em geral, não
sofre restrições por parte dos colaboradores.
Já a redução de custos compulsória tem características opostas à
redução espontânea. Geralmente é implantada diante de crise financeira e
seu objetivo é a sobrevivência da empresa. Está baseada no corte de custos e
uma vez que áreas vitais para a geração da receita podem ser atingidas, a
eficácia dessa forma de redução de custos é incerta.
Segundo Michael Porter, uma empresa pode conseguir vantagem
competitiva sustentável por meio de custos ou de diferenciação. Ele ressalta
que mesmo quando a opção da empresa é pela diferenciação, os custos não
podem ser esquecidos.
Interessante notar que no Brasil há vários casos emblemáticos de
empresas diferenciadoras, antes líderes em seus mercados, e que nos últimos
anos têm experimentado resultados desapontadores. Sintomaticamente,
essas empresas vêm perdendo mercado para concorrentes focados no custo.
A metáfora criada por Edmar Bacha, segundo a qual o Brasil teria os
contornos de uma imaginária “Belíndia” (uma parte pequena e rica seria
semelhante à Bélgica e a outra, grande e pobre, parecida como a Índia), ajuda
Marcos Martinelli Borges 10
a entender a importância de uma empresa ser competitiva em termos de custo
em nosso país.
No Brasil, os anos de inflação alta e o fechamento da economia por
muito tempo, foram os principais causadores da pouca atenção que as
empresas dispensavam aos custos. Com freqüência, encontrávamos
empresas numa situação surrealista: não tinham custos competitivos nem
eram diferenciadoras.
Mesmo em nível internacional, o custo tem sido um fator fundamental
para as empresas. É sabido que a pujança da WALL MART está fortemente
enraizada em reduzidos custos de pessoal e de aquisição junto a
fornecedores. AMD e AIRBUS são outros exemplos de como o custo pode
mudar a face de um setor empresarial.
Supondo que a empresa tenha se conscientizado da importância de
ter competitividade em custos, com atingir essa meta? Este é um dos grandes
desafios estratégicos para qualquer organização. É uma missão maior para os
seus administradores.
Várias podem ser as ações para obtenção de competitividade em
custos. Determinadas ações, entretanto, estão presentes em todo o processo
de redução de custos. As principais são:
1.1 – Otimização da qualidade em todos os processos da
empresa.
Qualidade ótima é aquela que atende às expectativas dos clientes ao
menor custo. É um conceito bastante diferente de qualidade a custo mínimo
ou qualidade máxima ao custo que for necessário. Abrange pessoas,
processos, produtos e serviços. Em determinados setores empresariais, suas
empresas nunca serão encantadoras de clientes. Para elas, tentar assegurar
a satisfação total dos clientes seria economicamente inviável. Geralmente são
empresas grandes, com uma grande carteira de clientes e com atuação
Marcos Martinelli Borges 11
predominante no setor de serviços. Costumam encabeçar a lista de queixas
nos órgãos de defesa do consumidor. Entretanto, existe um nível mínimo de
qualidade a ser oferecido sob pena de incorrerem em perdas marginais.
O custo de recuperar um cliente insatisfeito é comprovadamente maior do que
o custo de conquistá-lo.
1.2 – Atenção ao custo global
Dada a inter-relação entre os vários tipos de custo de uma empresa,
a meta a ser alcançada, depois de atendidas determinadas restrições, deveria
ser a minimização do custo total. Em algumas situações este procedimento é
bem compreendido. Por exemplo, na escolha da localização de uma planta
industrial são pesados, além das restrições qualitativas, os custos tributários,
de logística, de pessoal, etc. Naturalmente, a localização ótima será aquela
que conduz ao menor custo total para a empresa. Em outros casos,
entretanto, o custo total pode estar sendo ignorado. Por exemplo, devido a
dificuldades financeiras, uma empresa pode optar pela compra de um
equipamento mais barato sem considerar sua vida útil e os custos operacionais
envolvidos. O custo final poderá ser bem mais elevado do que outra opção de
investimento inicial maior.
1.3 – Compreensão da relação entre custo, preço e receita.
O custo influi na decisão de vender a determinado preço, e este afeta
o volume vendido por meio da elasticidade-preço da procura.
Conseqüentemente, a receita da empresa também é afetada. Então, um
processo de redução de custos afeta o que os economistas denominam receita
marginal. O ponto ótimo de redução de custo seria aquele onde a receita
marginal se mantém constante. Investimentos adicionais em redução de custos
Marcos Martinelli Borges 12
não trariam receita adicional. É verdade que identificar o comportamento da
receita marginal não pode ser feito de forma intuitiva.
1.4 – Aprimoramento da qualidade de dados e de informações
de custo.
Esta ação exige coragem para rejeitar metodologias tradicionais, mas
ineficazes para apuração e análise de custos e capacidade para avaliar
criticamente metodologias novas e aplaudidas. Em um número expressivo de
empresas, os dados de custo são apresentados em relatórios burocráticos de
utilidade questionável. Saber quanto custa realmente alguma coisa não é
tarefa trivial.
1.5 – Explorar toda a potencialidade da Análise de Valor.
A análise de valor, apesar de já ter mias de cinqüenta anos, ainda é a
grande ferramenta a ser utilizada na redução de custos. Mesmo quando
aparentemente não está sendo utilizada num determinado processo de
redução de custos, a observação mais cuidadosa mostrará que a essência da
análise de valor estará por trás da metodologia usada. A análise de valor
fornece uma combinação insuperável de técnica e arte para lidar com
problemas de custo elevado.
CONCLUSÃO
Das cinco medidas citadas para redução de custos, as três primeiras
são essencialmente processos de otimização. Significam identificar a melhor
forma de conduzir tarefas ou processos. A penúltima destaca a importância de
saber corretamente quando e porque custa. A última indica o caminho mais
eficaz para fazer custar. Entretanto, existe uma circularidade em todas essas
Marcos Martinelli Borges 13
medidas, o que torna o processo de redução de custos mais desafiante, mas
certamente compensador.
CAPÍTULO 2
PROJETOS DE MELHORIAS E REDUÇÃO DE CUSTOS
NAS EMPRESAS.
Dicas importantes para as empresas que querem investir na
participação efetiva do empregado com idéias e sugestões práticas que
possam ajudar a performance da organização.
Questões práticas e filosofia de trabalho
a) A Alta Administração (Diretores e Gerentes) atua em 80% dos casos,
através de decisões de caráter estratégico, mudanças tecnológicas,
reestruturações, novos negócios, etc.
b) O corpo de funcionários atua em 20%, ou seja, em melhorias no seu
local de trabalho, adaptações, nonas práticas do trabalho, eliminação
de desperdícios, novo fluxo de tarefas, implantação do projeto 5S, etc.
*
A empresa que busca a excelência combina com o item “a” (Gestão)
com o “b” (Execução no local), conseguindo quase sempre chegar próximo de
100% de efetividade em suas ações e resultados. A maioria das empresas nos
dias atuais não aproveitam este potencial existente dos 20% da participação
dos empregados, pois exercem uma gestão excessivamente centralizadora
(egocêntrica), punitiva (“caça as bruxas”) e ditatorial (“manda quem pode,
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obedece quem tem juízo”). Perder estes 20% de colaboração e de resultados
para a empresa é um luxo injustificável nos dias de hoje.
* Ver Quality Mangement Handbook – J.M.Juran – USA Edition
Execução do modelo
Para a execução de um modelo de participação do empregado que
nos leve a um maior compromisso de todos com os resultados da empresa,
será necessário:
a) O gerente tem que priorizar sua capacidade de planejamento – Além
de estar atuando com competência no seu espaço gerencial de 80%
de amplitude, estará disponibilizando tempo e recursos para
incentivar os seus empregados / colaboradores nos 20% de
contribuição potencial.
b) Para reduzir custos muitas vezes será necessário algum investimento.
Treinamentos, mudanças de Lay out, troca de fornecedores,
mudanças de materiais, pesquisas, etc. Reserve uma parte do
orçamento +para esta aplicação.
c) Organize a forma pela qual o funcionário irá se manifestar.
- Reuniões com grupos pequenos de funcionários(cinco de cada
vez)
- Impressões para:
Registros das idéias,
Gerenciar o conjunto e acompanhamento das idéias,
Dar retorno ao participante.
d) Nomeie um coordenador geral e também coordenadores por
departamento ou filiais. A função do coordenador é motivar o pessoal
a contribuir para o projeto global de melhorias e redução de custos e
cobrar atuação e resultados dos gerentes.
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e) Institua prêmios de incentivo e reconhecimento dos empregados com
base em:
-% da economia gerada pela idéia implantada –Ganhos mensuráveis,
- Pela criatividade e inovação da idéia,
- Pelo esforço e aplicação do(s) empregado(s),
- Pelos resultados não mensuráveis: Melhoria do ambiente de
trabalho, melhoria do clima organizacional, satisfação do empregado,
segurança no trabalho, etc.
A entrega dos prêmios pode ser feita quatro vezes ao ano
(Trimestralmente) e ainda através de um reconhecimento ainda maior
no final do Ano no Encontro Anual de Qualidade e Produtividade da
empresa. Deve-se evitar a incorporação do prêmio no contra cheque
do funcionário.
Resultados
Dificilmente os bons resultados virão num prazo muito curto, de
imediato. É preciso criar uma cultura de participação e interesse de todos pela
saúde da empresa. Criando-se uma rotina, motivação, incentivo às idéias e
reconhecimento, os resultados aparecerão.
Principais obstáculos
1) Falta de tempo e interesse dos gerentes (apoio “disfarçado” e
superficial),
2) Empresa em processo de mudanças profundas e radicais (todos
estão apreensivos e inseguros),
3) A empresa não quer ou não pode investir nas idéias,
4) Falta coordenação dos trabalhos e estímulo a sua implantação,
5) Falta estímulo da Alta Administração; Cobra muito e ajuda pouco.
6) Pressão por resultados de curtíssimo prazo,
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7) Desconfiança na capacidade dos empregados da linha de frente,
8) Comodismo; É melhor ficar do jeito que estava antes !
9) Falta de divulgação dos trabalhos implantados,
10) Falta de critérios de julgamento ou injustiças nos resultados.
Estímulos Extras
Além dos prêmios internos, as idéias vitoriosas na empresa poderão
participar de concursos regionais, solicitação de registros de patentes
(INPI), concursos nacionais (CNI, UBQ, etc), mostras de trabalhos em
feiras técnicas, na comunidade empresarial e em vistas técnicas para
empresas na região e em todo o país.
Como planejar o trabalho
1) Defina a coordenação geral e coordenadores por departamento ou
filiais,
2) Crie os impressos e regras para o funcionamento do programa de
sugestões de melhorias e redução de custos,
3) Incentive o pessoal a participar e dar idéias,
4) Levante um primeiro conjunto de ideais – projeto piloto,
5) Analise as idéias no comitê de coordenadores e submeta a
aprovação do Gerente ou Gerentes competentes para deliberar
sobre a idéia,
6) Responda para o colaborador, via memorando ou carta sobre a
posição da sua idéia,
7) Caso seja autorizada solicite ao gerente da área providências para
o acompanhamento da implantação da idéia, bem como o registro
dos resultados obtidos,
8) Institua nas reuniões os destaques do mês,
9) Institua as reuniões trimestrais com o balanço do programa em
termos de resultados; Crie a oportunidade de Apresentação da
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idéias no Encontro Anual da Qualidade e Produtividade da
empresa.
E ainda: procure aprimorar o seu programa de trabalho. Visite outras
empresas, veja os resultados, convide pessoas de fora para
mostrar experiências de suas empresas em nossa organização.
Fontes de consulta para este capítulo
1) Kawasaki Steel Corporation 1
2) IBM do BRASIL 2
3) Alcoa 3
4) S.A White Martins
5) Cia Siderúrgica de Tubarão 4
6) Sistema Toyota de Produção 5
7) União Brasileira para a Qualidade.
1 A KSC ao longo dos anos 80 e 90 investiu pesado no processo de melhoria de performance e resultados
empresariais via participação dos empregados. Anualmente a KSC obteve valores médios de 120 a 150 milhões de
dólares como resultado dos benefícios dos trabalhos implantados.
2 A IBM do Brasil em Sumaré SP, próximo a Campinas tem um vigoroso programa de incentivo e melhoria dos
processos, redução de custos e inovação. As soluções encontradas pelos funcionários são exportadas para os Estados
Unidos e Japão.
Marcos Martinelli Borges 18
3 A ALCOA (Alumínios) possui um dos melhores sistemas de reconhecimento e premiação de empregados do Brasil.
Trabalha com um Jornal e uma Revista interna somente para divulgar os bons trabalhos dos empregados, além de
prêmios em dinheiro e bens duráveis.
4 A CST, Vitória, ES, possui um programa de Times de Melhorias onde para cada projeto implantado é feito um cálculo
do prêmio para ser dividido entre os autores da idéia. A CST já ganhou vários prêmios com os seus Círculos de
Qualidade, Grupos de melhoria e idéias inovadoras(CNI).
5 Especialistas que já visitaram a Toyota no Japão declaram um número de idéias por empregado por ano quase
imbatível em comparação com empresas brasileiras.
CAPÍTULO 3
RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS
Austeridade financeira e controle das contas podem significar a
permanência no mercado.
Para ser competitiva, bem sucedida, capaz de conviver com as
oscilações do mercado e diferenciar-se em meio a uma concorrência cada vez
mais acirrada, uma empresa precisa ter, antes de tudo, saúde financeira.
Tornar ou manter a organização saudável exige uma preocupação permanente
com vários aspectos essenciais, mas, sobretudo, com os de finanças.
Por isso , o planejamento financeiro é o primeiro mandamento a ser seguido
por uma empresa que pretende se manter saudável. É fundamental ter um
fluxo de caixa equilibrado, rentabilidade, baixa inadimplência e adotar um
controle rigoroso das despesas.
3.1 – Ingenuidade perigosa
O capital de giro é a exigência que os empresários subestimam com
mais freqüência, quando buscam fundos para financiar um novo negócio. O
empresário, geralmente, faz planos para pesquisa e desenvolvimento, bem
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como para a fábrica / loja e equipamentos requeridos para a produção. O
capital de giro, no entanto, constitui muitas vezes uma surpresa para o
empresário, que provavelmente espera desenvolver um produto que o
mercado aceitará de imediato e pelo qual será pago um prêmio substancial.
Esse prêmio, acredita o empresário, levará a altas margens de lucro, que vão,
então, “financiar” todas as outras necessidades da empresa. Por mais ingênuo
que esse ponto de vista possa parecer, ele é comum entre os fundadores
menos experientes de novos negócios.
A expressão capital de giro diz respeito aos ativos a curto prazo da
empresa, tais como estoques, duplicatas a receber, bem como os seus
passivos de curto prazo, como quantias devidas a fornecedores. A
administração do capital de giro é uma atividade diária que visa assegurar à
empresa recursos suficientes para continuar suas operações e evitar
interrupções que possam representar um alto custo. Em qualquer tipo de
empresa, é preciso aprofundar-se no acompanhamento e na análise de capital
de giro, que tem seu ritmo padrão de velocidade e produz resultados; precisar
ser regularmente alimentado; é flexível, porém tem limitações; se bem
gerenciado e monitorado, produzirá frutos por longo tempo, mas se for
sobrecarregado ele deixará de cumprir sua função; e deve ser utilizado de
maneira eficiente, racional e respeitosa, do contrário, conseqüências
prejudiciais advirão.
O planejamento financeiro é o primeiro
Mandamento a ser seguido por uma
Empresa que pretende se manter saudável.
É fundamental ter um fluxo de caixa
equilibrado, rentabilidade, baixa inadimplência
e adotar um controle rigoroso das despesas.
O crescimento rápido consome caixa, sem necessariamente gerá-lo.
O crescimento rápido pode gerar lucros, mas lucros não pagam as contas, e
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sim o caixa. Considere o que uma empresa deve fazer para sustentar uma alta
taxa de crescimento. Se ela é uma fabricante, os componentes de seus ativos
incluem o estoque de matérias-primas, o de produtos em elaboração, o de
produtos acabados, contas a receber e ativos imobilizados. Com a exceção
dos ativos imobilizados, esses itens são todos componentes do capital de giro
bruto. Quando uma empresa produz um bem, ela realiza investimentos em
cada um dos itens antes que qualquer caixa seja recebido da cobrança das
contas a receber, presumindo-se que todas as vendas sejam a crédito.
O capital de giro alavanca ou impede o crescimento da empresa,
consoante sua composição e os prazos de realização das contas. Examinar
atenciosamente cada um dos itens que o compõe, de forma contínua (e não
esporádica), é primordial para o administrador. O ideal é que seja composto
prioritariamente por itens a receber de rápida conversão em moeda. Quanto
aos itens a pagar, o raciocínio é inverso, isto é, o ideal é que os prazos sejam
os maiores, desde os passados pelos fornecedores até pelos bancos.
O capital de giro líquido ao longo dos anos, em moeda estável, deverá ter
crescido em proporção maior do que o total de seus ativos. Caso contrário,
usando uma analogia, diz-se que a insuficiência de capital de giro é tão
anormal quanto a febre no organismo humano.
3.2 – Austeridade
Uma das principais características observadas em empresas sólidas e
duradouras é o profundo e arraigado espírito de austeridade presente nos
funcionários e dirigentes da organização. Parece incoerente, empresas
prósperas e lucrativas lutarem para economizar algumas “moedas”, mas na
verdade não é. Ao contrário, esse é um dos fatores que explica a rentabilidade
e a longevidade dessas organizações.
Uma empresa, em cuja liderança não foi inoculada uma genética
empresarial austera e que enfrentou adversidades financeiras por longos
períodos, quando dispõe de recursos, passa a se comportar como uma
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“empresa rica”. Ninguém dá o devido valor ao dinheiro, que foge “a conta-
gotas” em cada operação, decisão e atitude. Nesses casos, não é impossível
observar pessoas comentando que não acreditavam que deveriam mudar de
atitude por causa “deste valor irrisório” (mesmo que esse valor irrisório
representasse o salário de dois ou três colaboradores).
Em geral, os administradores percebem tardiamente os danos
causados à saúde financeira da empresa. Por isso, é freqüente assistir à
deterioração da organização, quando os gestores percebem que o tempo para
recuperação foi perdido. Ao iniciar-se o colapso da empresa, o mercado logo
interpreta a informação “fechando portas”. O mesmo mercado que ajudou a
empresa a promover suas atividades agora encurta sua sobrevida,
considerando-a um “organismo em coma”,
Parece incoerente empresas prósperas
e lucrativas lutarem para economizar
algumas “moedas”, mas na verdade não é.
Ao contrário, esse é um dos fatores que
explica a rentabilidade e a longevidade
Dessas organizações.
A viabilidade da recuperação financeira de uma empresa é percebida
por alguns sintomas que permitem o diagnóstico da situação. O grande
comprometimento com despesas financeiras pode ser o primeiro sinal de
deficiência no fluxo de caixa. A freqüente renovação de créditos de curto prazo
demonstra a necessidade da empresa de financiar seu capital de giro, bem
como sinaliza a falta de planejamento para a alavancagem desse capital.
Recorrer aos bancos nessa hora é muito perigoso. Nesse momento, mais vale
o remédio amargo que a postergação de uma situação inevitável de insolvência
futura.
Marcos Martinelli Borges 22
Os custos desse tipo de dívida são altíssimos. O mercado de crédito
se favorece da falta de visão ou experiência dos administradores, impondo
créditos e financiamentos inadequados ao perfil da atividade empresarial.
Estabelece taxas e tarifas exorbitantes diante do rendimento da atividade da
empresa, não sendo raro propor contratos de financiamento de curto prazo
com taxas de juros de mais de 100% ao ano. Então, pergunta-se: Qual
atividade empresarial lícita é capaz de absorver tais juros?
Dívidas podem ser negociadas,
saneadas e reestruturadas de acordo
com a capacidade da empresa. Tais
medidas podem significar a
recuperação da empresa e a
retomada do crescimento.
Acompanhando o revés no mercado de crédito, a empresa em
dificuldade perde acesso junto a fornecedores, o que impede a realização de
bons negócios. Inicia-se uma relação comercial predatória, concentrada em
poucos fornecedores, que, tendo em vista a situação desfavorável, impõe
preços e condições que comprometem o lucro. O mercado inicia a restrição ao
crédito, e a imagem da empresa diante dos clientes e fornecedores começa a
se desgastar. A sucessão de eventos negativos destrói o valor da empresa, e
o conjunto de sintomas compromete a sua continuidade, mesmo que não
esteja numa situação econômica e patrimonial irrecuperável.
Marcos Martinelli Borges 23
3.3 – O remédio
Entretanto, o agravamento da situação financeira pode ser sanado.
Dívidas podem ser renegociadas, saneadas e reestruturadas de acordo com a
capacidade da empresa. Tais medidas podem significar a recuperação da
empresa e a retomada do crescimento. Crise exige transparência. As pessoas
lembrarão depois não da solução técnica brilhante, mas da postura delas
diante da crise. Nessa condição, deverá ser efetuado um estudo do novo
ponto de equilíbrio financeiro e econômico, para examinar a viabilidade do
negócio nesse novo estágio.
O tratamento dado às pessoas desligadas da
Empresa ficará na memória daquelas que nela
permanecerem e repercutirá na relação de
confiança entre empresa e trabalhador
Para a recuperação de empresas fragilizadas, devem ser
desenvolvidos: uma análise de viabilidade econômica, técnica e comercial no
mercado onde elas atuam; os cenários alternativos dentro desse estudo de
viabilidade; a estratégia de renegociação de passivos, visando à sua
recuperação. Além disso, deve-se implantar programas de reestruturação
operacional, administrativa, financeira e comercial.
A redução de custos é comum em situações de crise. Se for
imprescindível, deve ser feita rapidamente e de uma única vez. Quando essa
redução acontece aos poucos, em uma área, depois em outra, todos ficam
ansiosos por saber onde ocorrerão os próximos cortes. Quando for necessário
Marcos Martinelli Borges 24
dispensar funcionários, deve-se atentar para o fator emocional. O tratamento
dado às pessoas que são desligadas da empresa ficará na memória daquelas
que nela permanecerem e repercutirá na relação de confiança estabelecida
entre empresa e trabalhador.
Prevenção é sempre o melhor remédio. Por isso, deve:se:
Dar a devida importância aos pequenos ferimentos;
Identificar a causa antes da solução;
Acompanhar a reação do mercado;
Esclarecer a situação da empresa e os riscos reais;
Investir no time gerencial;
Identificar os custos fixos e indiretos;
Ser realista (contas a receber?, estoques?);
Se necessário, aplicar um orçamento base zero;
Conferir sempre os indicadores-chaves;
Não encarar uma situação de crise como um período catastrófico,
mas como, mais um desafio;
Felizmente existem soluções para quase todos os males. Existem
inúmeros recursos para salvar uma empresa viável antes da traumática
intervenção judicial.
No próximo capítulo veremos alguns desses recursos formidáveis
para a recuperação das Organizações.
Marcos Martinelli Borges 25
Revista FAE BUSINESS – ADMIR ROQUE TELÓ, contador, mestre em Administração pela UFSC, doutorado em
Gestão de Negócios pela UFSC e professor da FAE Business School.
CAPÍTULO 4
MODELOS EFICIENTES E DE ALTA
COMPLEXIDADE NA ANÁLISE DO RISCO DE CRÉDITO
Os recentes desenvolvimentos de modelos eficientes e de alta
complexidade na análise de risco de crédito fazem com que a gestão de risco
de crédito se tornasse uma atividade essencial para os agentes do mercado
financeiro. Especificamente na análise da insolvência de grandes corporações
que possam criar riscos sistêmicos ou de contágio do macroambiente
financeiro.
ALAVANCAGEM FINANCEIRA
A alavancagem financeira resulta da presença de custos financeiros
fixos na estrutura da empresa. Podemos definir a alavancagem financeira
como o uso de custos financeiros para ampliar os efeitos das variações do
lucro antes dos juros e imposto de renda sobre o lucro por ação. Os dois
custos financeiros fixos podem ser encontrados na demonstração de resultado
Marcos Martinelli Borges 26
são (1) os juros de dívidas e (2) os dividendos de ações preferenciais. Esses
encargos devem ser pagos, qualquer que seja o montante de LAJIR disponível
para saldá-los. O efeito da alavancagem financeira faz com que um aumento
do LAJIR cause elevação mais do que proporcional do lucro por ação, ao
passo que e uma redução causa diminuição mais do que proporcional do LPA
da empresa.
MENSURAÇÃO DO GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (GAF)
O grau de alavancagem financeira (GAF) é o valor numérico da
alavancagem financeira da empresa. Seu cálculo é muito parecido com o do
grau de alavancagem operacional. A seguinte equação apresenta um enfoque
à obtenção do GAF.
GAF= Variação percentual da LPA
Variação percentual do LAJIR
Os critérios de alavancagem financeira das empresas mudaram em
função dos fatores restritivos impostos pelos modelos de risco de crédito,
rating e de carteiras, em relação ao financiamento por parte das instituições
financeiras.
4.1 – Objetivo
O objetivo da presente pesquisa neste capítulo é comparar os
resultados da aplicação de modelos de credit scoring através de três
metodologias: O Modelo de Kanitz (modelo conhecido aplicado à realidade
brasileira), o modelo de Análise Discriminante e de Regressão Logística.
4.2 – Referencial Teórico
Marcos Martinelli Borges 27
Caoutte, Altman e Narayanan (1998, p.1) relatam que se podemos
definir crédito como “a expectativa de uma quantia em dinheiro, dentro de um
espaço de tempo limitado”, então o risco de crédito é a chance de que esta
expectativa não se cumpra. É a conseqüência de uma transação financeira
contratada e ou contigencial entre um fornecedor de fundos e um usuário
desses fundos.
Para administrar o risco de crédito, desenvolveram-se muitos
produtos e estruturas inovadores. Seguem-se alguns exemplos importantes:
Transações financeiras estruturadas, tais como obrigações hipotecárias
garantidas e títulos baseados em ativos.
Bolsas e câmaras de compensação.
Derivativos de crédito, que podem ser estratificados para modificar o perfil
de risco de crédito de um ativo subjacente.
A mensuração de risco de crédito é crucial para que uma instituição
financeira possa precificar em empréstimo ou avaliar uma obrigação
corretamente e fixar limites apropriados ao volume de crédito a ser concedido a
qualquer tomador, ou a exposição aceitável a perdas com qualquer tomador.
De acordo com SAUNDERS(2000) os modelos de risco de crédito podem ser
divididos em:
Sistemas especialistas
Modelos de credit scoring
Rating
Modelos de carteiras
Outros mais recentes como o creditmetrics, que avaliam a deterioração do
crédito.
4.3 – Definição de modelos de credit scoring
O credit scoring pode ser definido como o processo de atribuição de
pontos às variáveis de decisão mediante técnicas estatísticas. Trata-se de
Marcos Martinelli Borges 28
processo que define a probabilidade de que um cliente com certas
características, pertença ou não a um grupo possuidor de outras determinadas
características consideradas desejáveis, hipótese em que se aprova um limite
de crédito, esta técnica, portanto, estabelece uma regra de discriminação de
um determinado cliente solicitante de crédito(VICENTE,2001,p49).
Os sistemas de pontuação de crédito definem a probabilidade de um
cliente vir a ser “bom pagador” ou “mau pagador” com base em suas
características: “Existem vários fatores que estão associados à probabilidade
de inadimplência. Um modelo de escoragem de crédito combina os fatores
mais importantes associados a posssibilidade de inadimplência, determina o
inter-relacionamento entre eles e atribui números para gerar o escore final. A
prática tem por objetivo produzir um modelo de escoragem de crédito no qual
quanto maior for o escore, menor será o risco de perda com devedores
duvidosos” (GHERARDI E GHIELMETTI, 1997).
Segundo Saunders (2000, p13), os sistemas de pontuação de crédito
são encontrados em praticamente todos os tipos de análises de crédito, desde
crédito ao consumidor até empréstimos comerciais. A idéia é essencialidade a
mesma: a pré-identificação de certos fatores-chave que determinam a
probabilidade de inadimplência e, sua combinação ou ponderação para
produzir uma pontuação quantitativa.
Os modelos tradicionais de credit scoring atribuem pesos
estatisticamente predeterminados a alguns dos atributos dos solicitantes, para
gerar um escore de crédito. Se esse escore é favorável, quando comparado a
um valor de corte, então a solicitação é aprovada (CAQUETTE, ALTMAN e
NARAYANAN, 1998,p182).
4.4 – Técnicas Multivariadas de Credit Scoring
Altman (1968) desenvolveu um modelo de crédito considerado
seminal, através da técnica estatística de análise discriminante. A referida
modelagem multivariada construída com base nos valores das medidas
univariadas de nível de índice e categóricas, ficou conhecido como Modelo de
Escore-Z.
Marcos Martinelli Borges 29
Ao longo do tempo Altman desenvolveu outros modelos, entre eles
destaca-se o criado em 1977, um modelo de sete variáveis desenvolvido em
conjunto com Haldelman e Narayanam (Caouette, Altman e
Narayaanan,1998,p139).
4.4.1 – Estudo de Kanitz
kanitz (1978,p.33) aplicou um modelo de análise discriminante que
resultou na seguinte relação:
Fator de Insolvência = ß1.X1 + ß2 .X2 + ß3 . X3 + ß4 .X4 + ß5.X5
Onde:
X1 = Coeficiente entre Lucro Líquido / Patrimônio Líquido;
X2 = Coeficiente entre (Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo) /
(Exigível Curto + Exigível Longo);
X3 = (Ativo Circulante – estoque) / Exigível a Curto Prazo;
X4 = Ativo Circulante / Exigível a Curto Prazo;
X5 = (Exigível a curto prazo + Exigível a Longo Prazo) / Patrimônio
Líquido.
Depois de realizadas as operações indicadas na fórmula, obtém-se o
fator de insolvência. Para facilitar a avaliação da situação de uma empresa
com base no valor obtido, o autor elaborou o termômetro de insolvência que
representa variações abaixo e acima de zero (KANITZ, 1978,p.12), gerando o
seguinte critério decisório:
FI < -3 ĺ Empresa Insolvente
-3 < FI < 0 ĺ Zona de Penumbra
FI > 0 ĺ Empresa saudável financeiramente.
4.4.2 – Modelo Logit
Marcos Martinelli Borges 30
A forma funcional de Pi = F ( ß0 + Ȉkj=1 ßj X i j ) dependerá da sua
suposição feita sobre o termo de erro u, se a distribuição cumulativa de ui é
logística, temos o que é conhecido como modelo logit, no caso:
F(Zi) = exp(Zi)
1+exp(Zi)
A partir daí:
Log F(Zi) = Zi
1 – F(Zi)
Observe que pelo modelo logit
Log Pi = ß0 + Ȉkj=1 ßj Xij
1 - Pi
O lado esquerdo da equação é chamado de índice Log-odds, que é
uma função linear das variáveis explicativas. A variável dependente nessa
equação de regressão é o logaritmo da probabilidade de que uma determinada
escolha seja feita, essa escolha é representada por P.
O processo de estimação, entretanto, depende se o P observado está
entre 0 e 1 ou se é binário, ou seja, toma o valor de 0 ou 1. É importante
observar que se ßXs+∞, P tenderá a 1, e se ßXs -∞, P, tenderá a 0, devido
a isso o P nunca pode estar fora do intervalo (0,1). No caso de P ser binário e
o processo utiliza o princípio da probabilidade máxima. O princípio da
probabilidade máxima não adota a possibilidade de um evento ter sucesso
(acontecer), ou não, esse príncipio aplica uma aproximação máxima da
probabilidade de ocorrer um entre dois eventos. Para isso, toma-se uma
amostra e computa-se o percentual de ocorrência de sucesso naquela
amostra. Tendo esse resultado, calcula-se a possibilidade de ocorrência das
duas situações dentro daquele percentual obtido com a amostra, com intuito
Marcos Martinelli Borges 31
de determinar qual a probabilidade mais adequada. No caso da variável
binária (dummy), verifica-se propensão à probabilidade que mais se aproxima
de 1 (ocorrer a evento) ou de 0 (não ocorrer), sem que se adote exatamente 1
ou 0, pois nesse caso não seria possível obter um resultado definido.
Em termos de modelo de regressão, mudanças nas variáveis
independentes nos pontos médios da distribuição causam grande impacto
sobre a probabilidade de escolha de uma determinada opção. Os declives
excessivamente baixos, próximos aos pontos extremos da distribuição,
implicam dizer que seriam necessárias mudanças amplas em X para evidenciar
uma pequena mudança na probabilidade.
Na comparação entre os resultados obtidos através da aplicação das
funções normal cumulativa e logística para vários valores de Z, os resultados
são quase similares. Porém, o fato de que a função logística possuir uma
distribuição de valores mais assimétrica, faz com que valores mais extremos da
distribuição apresentem diferenças maiores entre os dois modelos.
4.4.3 – Modelos de Análise Discriminante
A Análise discriminante é uma técnica estatística apropriada para
analisar uma variável dependente categórica (nominal ou não mensurável) e
variáveis independentes mensuráveis. Na maioria dos casos a variável
dependente consiste de dois grupos ou classificações, nesse caso é
conhecida como análise discriminante de dois grupos. Quando existe um
número maior de classificações é chamada de análise discriminante
multivariada. A combinação linear para a análise discriminante é também
conhecida como função discriminante, tomando a seguinte forma,
Z = W1 . X1 + W2.X2 + W3 . X3 +...+ Wn . Xn
Onde Z = escore discriminante
Wi = Peso discriminante para a variável i
Xi = Variável independente i
Marcos Martinelli Borges 32
A análise discriminante é uma técnica estatística apropriada para
testar a hipótese que as médias grupais de um conjunto de variáveis
dependentes, para dois ou mais grupos, são iguais. Dessa maneira, a análise
discriminante multiplica cada variável dependente pelo seu peso
correspondente, e adiciona todos esses produtos, estimando o escore
discriminante para cada indivíduo. Ponderando os escores de todos os
indivíduos num determinado grupo encontramos a média grupal, a mesma que
é também chamada de centróide. Quando a análise envolve dois grupos
teremos dois centróides, com três grupos teremos três centróides e assim,
sucessivamente. A comparação entre os centróides indicará quão distantes
estão os grupos em relação à dimensão que está sendo testada.
4.5 – Metodologia
4.5.1 Dados coletados
Os dados trabalhados nesse artigo foram coletados do banco de
dados da empresa Economática, correspondendo a uma amostra de 27
empresas do setor de energia elétrica brasileiro. Dentre estas estão incluídas
tanto ações preferenciais quanto ordinárias. Também foram utilizadas as
séries de preços de fechamento das ações dessas empresas, calculando-se o
retorno anual por meio da seguinte relação,
Rt = Pt – Pt-1
Pt-1
Onde:
Marcos Martinelli Borges 33
Rt = Retorno no tempo t
Pt = Preço de fechamento no tempo t
Pt-1 = Preço de fechamento no tempo t-1
Os retornos anuais representam uma das variáveis de classificação
das empresas. Assim, as empresas cujas ações têm os maiores retornos são
assumidas de melhor desempenho financeiro, e as de menor retorno são
consideradas as de pior desempenho.
4.6 – Conclusões
As taxas de acerto obtidas com a utilização de modelos de credit
scoring fazem com que sejam considerados modelos promissores na área de
avaliação de crédito, e podem exigir recriação e reajustes freqüentes.
As novas tecnologias de crédito possibilitam às instituições
aumentarem sua vigilância sobre exposição ao risco e serem mais flexíveis na
concessão de crédito devido a sistemas de informações mais completos e
aperfeiçoados.
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido continua sendo um critério de
primeira opção para avaliar a performance empresarial, os resultados mostram
que essa variável supera significativamente as médias obtidas com os outros
dois critérios de classificação, em parte devido às intensas oscilações dos
preços que determinam retornos instáveis e à volatilidade das taxas de juros.
Marcos Martinelli Borges 34
CAPÍTULO 5
CBA – CUSTEIO BASEADO NAS ATIVIDADES
O CBA é um método que se baseia nas atividades para efetuar a
distribuição de custos. Daí que seja necessário estabelecer uma hierarquia de
custos em que classificaremos em: nível unidade, nível lote, nível manutenção
da produção, nível manutenção da empresa e nível manutenção cliente. Os
custos são afetados às atividades e depois através dos indutores de custo
serão imputados aos objetos de custo.
Marcos Martinelli Borges 35
Para que o CBA seja implementado numa empresa têm de verificar
determinadas condições, tais como: gastos gerais de fabricação elevados,
grande diversidade nos produtos / serviços e clientes, empenho da gestão de
topo, disponibilidade de meios informáticos, grande competitividade, custos
dos erros superior aos custos das medidas.
O CBA apareceu no setor da indústria porque as empresas deste
setor tiveram necessidade de aplicar novas técnicas para o apuramento do
custo do produto. Contudo, não podemos generalizar e afirmar que o CBA é
viável em todas as empresas deste setor, pois, dentro deste existe uma
diversidade de atividades econômicas.
Em relação ao setor de serviços, foi apurado a viabilidade do CBA.
Apesar deste ter nascido no setor da indústria é no setor de serviços que
encontra um amplo campo de aplicação, devido às características intrínsecas
das empresas. Ou seja, são empresas que na sua estrutura de custos têm
custos diretos ínfimos e, paralelamente, apresentam ao mercado uma
diversidade de serviços.
No que diz respeito ao setor do comércio, o CBA, também, é viável.
Apesar dos gastos gerais serem baixos e do custo das mercadorias não ser
problemático, existem outros fatores a ter em conta. Como por exemplo, é
imprescindível às empresas deste setor afetarem os custos de logística, de
distribuição, de “marketing” aos serviços ou aos clientes, como também, é
necessário analisar a rentabilidade dos clientes.
Do estudo que Gomes e Rodrigues(2003) realizaram, concluíram que
“ Em suma, podemos dizer que a aplicabilidade do CBA no setor das empresas comerciais é questionada,
no setor das empresas de serviços é importante e, que o setor industrial está numa fase intermediária”.
Ao compararmos com o estudo de Innes e Mitchell(1995) verificamos que não existe relação entre as
percentagens dos gastos gerais e as rejeições pelas empresas. Tanto as empresas com altas percentagens de gastos
gerais como as com baixas percentagens rejeitam o CBA. Só demonstra que não existe um procedimento geral dentro
de cada atividade econômica. No fundo, as empresas têm comportamentos diversos que dependem da sua cultura,
história, do contexto onde estão inseridas, da disponibilidade dos recursos, da competitividade do setor, do tamanho, etc.
Como conclusão final, podemos dizer que a regra “Willie Sutton” é importante para verificar aplicabilidade
do CBA, mas não suficiente. Em todos os casos é sempre necessário realizar mais alguns estudos, pois existem outros
fatores que as empresas consideram mais prementes que o elevado montante de gastos gerais “( Gomes e Rodrigues,
2003:13 ).
Marcos Martinelli Borges 36
CONCLUSÃO
Responsabilidade Social e Princípios do Equador
Considerando o papel social desenvolvido pelas organizações ao
longo dos anos, diante de um cenário cada vez mais competitivo e em
constante mudança, é importante a manutenção de aplicação de recursos em
iniciativas de responsabilidade social, sendo necessário, no entanto, a revisão
de suas diretrizes de aplicações de recursos de forma a otimizá-los.
Dez dos maiores bancos de financiamento internacional de projetos
já adotaram critérios mínimos ambientais e de responsabilidade social, que
deverão ser atendidos para a concessão de crédito. O conjunto de regras
chamado de “Princípios do Equador” foi baseado em critérios desenvolvidos
Marcos Martinelli Borges 37
pela International Finance Corporation (IFC), braço financeiro do Banco
Mundial, para concessão de créditos superiores a US$ 50 milhões.
Entre os critérios, está o impacto ambiental do projeto sobre flora e
fauna, a exigência de compensações em dinheiro para populações afetadas
por um projeto (por exemplo, famílias obrigadas a mudar por inundação
causada por uma hidroelétrica), a proteção a comunidades indígenas e
proibição de financiamento ao uso de trabalho infantil ou escravo.
Estima-se que em dez anos, mais de US$ 100 bilhões em
investimentos sejam sujeitos às novas regras.
Pelos novos critérios, haverá três classificações para empréstimos em
relação ao risco ambiental e social: A (alto risco), B (risco médio), C (baixo
risco). Para os projetos classificados como A ou B, os banco se comprometem
a fazer um relatório ambiental sugerindo mudanças no projeto para reduzir os
riscos à comunidade onde serão implantados, no qual deve estar incluída a
alternativa de não concluir o projeto.
Alguns bancos, como o Citibank, já se comprometeram a publicar em
seus relatórios anuais o número de projetos de infra-estrutura financiados e
suas respectivas classificações ambientais.
BIBLIOGRAFIA
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Corporate Bankruptcy. Journal of Finance, Sep 1968, p.589-609.
2 – BRUNI, A.L., MURRAY, A. D., FAMÁ, R. “ Modelos Brasileiros Preditivos
de Risco de Crédito: Um estudo Exploratório Atual sobre as suas
E”ficácias”. Periódico Tema, número 32, pp. 148-167, janeiro/junho
1998.
3 – CAQUETTE, J.B., E.J> ALTMAN, e P. NARAYANAN. “Gestão do Risco
de crédito: O próximo grande desafio financeiro”. Rio de Janeiro:
Qualitymark, Ed.1999.
Marcos Martinelli Borges 38
4 – Revista FAE Business – Artigo do Mestre Admir Roque. 2002.
5 – CEBICT – Centro Brasileiro de Integração e Cooperação Tecnológica.2004
6 – IPF – Instituto de Pesquisas Financeiras – Pesquisa Internet.
7 – AMORIM NETO, Antônio Alves. Dissertação (mestrado). Modelagem do
risco de crédito: um estudo do segmento de pessoas físicas em um
banco de varejo.2002.
8 – SAUNDERS, Anthony. “Medindo o Risco de Crédito: Novas abordagens
para Value at Risk e outros paradigmas”. Rio de Janeiro: Qualitymark,
Ed.2000.
9 – TOM COPELAND, TIM KOLLER, JACK MURRIN. “Avaliação de Empresas
Valuation”. Ed. Makro Books, 3ª ed., 2001.
10 – FINNERTY. John D., PROJECT FINANCE., “Engenharia Financeira
Baseada em Ativos”. 7ª ed.
11 – SOLOMON. Ezra. “Teoria da Administração Financeira”, Biblioteca de
Ciências da Administração.
12 – CAMPIGLIA. Américo Oswaldo. “Controles de Gestão” – Controladoria
Financeira das Empresas., Ed. Atlas pg.292
13 – SHANK, John K., GOVINDARAJAN, Vijay., “ Gestão Estratégica Custos”,
Ed.Campus,pg 14.
14 – SALAZAR, José Nicolas Albuja, Contabilidade Financeira: Empresas:
Administração 657.48.
Marcos Martinelli Borges 39
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Marcos Martinelli Borges 40
(Redução de Custos) 11
1.1 – Otimização da Qualidade nos processos 11
1.2 – Atenção ao Custo Global 11
1.3 – Relação Custo, preço e receita 11
1.4 – Aprimoramento da qualidade nos custos 12
1.5 – Explorar a potencialidade da Análise de Valor 12
CAPÍTULO II
(Projetos de Melhorias e Redução de Custos nas Empresas)13
CAPÍTULO III 18
(Recuperação de Empresa)
3.1 – Ingenuidade Perigosa 18
3.2 – Austeridade 20
3.3 – O remédio 22
CAPÍTULO IV
(Modelos Eficientes e de Alta Complexidade em Análise de Risco de Crédito)
25
4.1 – Objetivo 26
4.2 – Referencial Teórico 26
4.3 – Definição de modelos de Credit Scoring 27
4.4 – Técnicas Multivariadas de Credit Scoring 28
4.4.1 – Estudo de Kanitz 28
4.4.2 – Modelo Logit 29
4.4.3 – Modelo de Análise Discriminante 31
4.5 – Metodologia 32
4.5.1 – Dados Coletados 32
4.6 – Conclusões 32
Marcos Martinelli Borges 41
CAPÍTULO V 34
(CBA – Custeio Baseado nas Atividades)
BIBLIOGRAFIA 37
ÍNDICE 39
Marcos Martinelli Borges 42
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
Monografia:RECUPERAÇÃO DE ATIVOS E REDUÇÃO DE DISPÊNDIOS
Autor: MARCOS MARTINELLI BORGES
Data da entrega: 02 / OUTUBRO / 2006
Avaliado por: Conceito: