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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A Evolução da Logística através da 2ª Guerra Por: Victor Bitencourt Pinto Orientador Prof.ª Mary Sue Carvalho Pereira Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A Evolução da Logística através da 2ª Guerra

Por: Victor Bitencourt Pinto

Orientador

Prof.ª Mary Sue Carvalho Pereira

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A Evolução da Logística através da 2ª Guerra

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Logística Empresarial.

Por: Victor Bitencourt Pinto

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles que, de

alguma forma, contribuíram para a

construção desse trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha mãe,

minhas irmãs e minha noiva, que sempre

me ajudaram e me motivaram e

perseverar em todos os meus objetivos.

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RESUMO

O fato histórico – por motivos diversos um fato negativo – ter ensejado

tamanha evolução em áreas industriais, científicas, gestão de negócios, gestão

de pessoas, entre outros. A logística na 2º Guerra Mundial é notoriamente o

marco da evolução na área logística, sendo utilizada amplamente, de forma

aplicada no pós-guerra. Abordar aspectos como: Adequação do produto devido

à logística, customização de serviços que se adequem ao cliente, entre outros,

são exemplos da customização desenvolvida na indústria bélica.

A solução de barreiras era amplamente dificultada pelo prazo, com isso

as soluções eram encontradas durante os acontecimentos dos próprios fatos.

Ferramentas de qualidade foram desenvolvidas e aperfeiçoadas, servindo

dessa forma a fomentar não somente a evolução tecnológica, mas também o

intelectual dos gestores.

A evolução da logística e seus itens que a compõem, transformaram o

pós-guerra num momento de grande evolução, e de certa maneira, um

momento para tentar apagar o quanto a humanidade sofreu.

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METODOLOGIA

Praticamente inexistem bibliografias que abordem exclusivamente o tema.

Geralmente a história da logística é mencionada na introdução de livros e

trabalhos.

A pretensão é utilizar vasta pesquisa, através de diversas mídias, tais como:

artigos, publicações em sites, livros e partir desta linha desenvolver o tema,

desta o surgimento da logística, seu aprimoramento e sua utilização

contemporânea.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A História 10

CAPÍTULO II - O Desenvolvimento 17

CAPÍTULO III – A Logística na atualidade 24

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 45

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INTRODUÇÃO

A economia globalizada e sua competitividade não permitem mais

empresas em desalinho com o que mercado busca. As que agirem de forma

“amadora” certamente serão fadadas ao fracasso. Alocação dos recursos

organizacionais, como produção, informação e logística, irão determinar sua

sobrevivência e sucesso no mercado.

Para o processo logístico alcançar o nível atingido atualmente, houve

um longo período de aprendizado, experiências frustradas ou com sucessos, e

muito evolução ao longo dos anos.

A origem da logística é basicamente nas organizações militares. O

termo da palavra logística se credita ao verbo loger (alojar), onde o General de

Lógis, que no reino de Luiz XIV, século de XVIII, era o responsável pelo

transporte do material bélico e suprimento nas batalhas, porém o primeiro a

utilizar esse termo foi o general Von Claussen de Frederico da Prússia. Dessa

forma, o General responsável pela logística deveria cuidar do sistema logístico,

que consistia em abastecer, transportar e alojar tropas.

Com essa sistematização funcionando perfeitamente, a partir do

momento em que os militares começaram a perceber o poder estratégico que

o sistema logístico possuía, deu-se mais atenção ao serviço de apoio que as

equipes prestavam no sentido de deslocamento de munição, víveres, socorro

médico nas batalhas etc. Conseqüentemente, despertou-se o interesse em

estudos nesta área – que foi evoluindo após os resultados observados na

Segunda Guerra Mundial em relação ao sistema logístico utilizados pelos

militares.

Após a Segunda Guerra Mundial, observou-se um grande avanço nas

questões ligadas a logística. Algumas condições econômicas e tecnológicas

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contribuíram também para o desenvolvimento da logística, tais como

alterações nos padrões da demanda dos consumidores, pressão por queda

nos custos e avanços tecnológicos oriundos de experiência militar.

A educação formal em logística originou-se da necessidade de

administrar as diferenças espaciais entre produção e consumo.

Em 1901 houve a primeira publicação de texto sobre custos de

distribuição de produtos agrícolas, pois, nos USA, as áreas de produção se

tornaram mais distantes dos grandes mercados de consumo. Em 1960 a

Michigan State University desenvolveu e iniciou os primeiros cursos formais

para treinamento de logisticians práticos e acadêmicos.

A partir daí, houve uma união entre acadêmicos e militares para

utilizarem os conceitos da logística militar nas atividades do cotidiano.

No Brasil, segundo o Centro de Comunicação Social do Exército

Brasileiro, as primeiras atividades logísticas desenvolvidas pelos militares

brasileiros remontam à época imperial. Em 1821, durante a regência de D.

Pedro I, foram efetuadas as primeiras incumbências referentes ao rancho da

tropa, ao fardamento, ao equipamento, ao material de

acampamento, ao arreamento e aos utensílios usados no Exército.

Nas Forças Armadas do Brasil, a logística é parte integrante do Serviço de

Intendência – criado em 1920 com a vinda da Missão Militar Francesa. As

atividades logísticas desenvolvidas nas organizações militares do Brasil

trabalham tal qual nas empresas, no sentido de desenvolver um planejamento

eficaz e o provimento adequado, nos locais especificados e nas devidas

quantidades.

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CAPÍTULO I

A HISTÓRIA

O CONCEITO

A Logística pode ser definida como a área da administração que cuida

do transporte e armazenamento das mercadorias.

Logística é o conjunto de Planejamento, Operação e Controle do Fluxo

de Materiais, Mercadorias, Serviços e Informações da Empresa, integrando e

racionalizando as funções sistêmicas desde a Produção até a Entrega,

assegurando vantagens competitivas na Cadeia de abastecimento e a

conseqüente satisfação dos clientes.

A Atividade Logística é regida pelos Fatores de Direcionamento (Logistic

Drivers) para níveis maiores de Complexidade Operacional, como por exemplo,

histórico de demanda dos produtos ou serviços, histórico da freqüência dos

pedidos, histórico das quantidades por pedido, custos envolvidos na operação,

tempo de entrega (lead-time), pedido mínimo, rupturas de abastecimento,

prazos de entrega, períodos promocionais e freqüência de sazonalidades,

políticas de estoque (evitando faltas ou excessos), planejamento da produção,

políticas de fretes, políticas de gestão dos pedidos (orders), análise dos

modelos de canais de distribuição, entre outros.

As exigências modernas e novas para a atividade logística no Brasil e

no mundo passam pelo maior controle e identificação de oportunidades de

redução de custos, diminuição nos prazos de entrega e aumento da qualidade

no cumprimento do prazo, disponibilidade constante dos produtos,

programação das entregas, facilidade na gestão dos pedidos e flexibilização da

fabricação, análises de longo prazo com incrementos em inovação tecnológica,

novas metodologias de custeio, novas ferramentas para redefinição de

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processos e adequação dos negócios (Exemplo: Resposta Eficiente ao

Consumidor - Efficient Consumer Response), entre outros.

1.1 – A Origem da logística

Desde os primórdios, nos tempos bíblicos, líderes militares já se

utilizavam da logística. As guerras eram longas e geralmente distantes e eram

necessários grandes e constantes deslocamentos de recursos. Para

transportar as tropas, armamentos e carros de guerra pesados aos locais de

combate eram necessários o planejamento, organização e execução de tarefas

logísticas, que envolviam a definição de uma rota; nem sempre a mais curta,

pois era necessário ter uma fonte de água potável próxima, transporte,

armazenagem e ditribuição de equipamentos e suprimentos. Na antiga Grécia,

Roma e no Império Bizantino, os militares com o título de Logistikas eram os

responsáveis por garantir recursos e suprimentos para a guerra.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), as forças em conflito necessitavam, para avançar suas tropas, de capacidade logística (poder), de forma a movimentar e manter grandes quantidades de soldados e mantimentos nas frentes de batalha da Europa e da Ásia. A atividade logística estava relacionada à movimentação e coordenação das tropas, dos armamentos e munições para os vários locais, no mais curto espaço de tempo e nas piores condições possíveis (Carvalho, 2006, p.6).

Carl Von Clausewitz dividia a Arte da Guerra em dois ramos: a tática e a estratégia. Não falava especificamente da logística, porém reconheceu que "em nossos dias, existe na guerra um grande número de atividades que a sustentam (...), que devem ser consideradas como uma preparação para esta".

É a Antoine-Henri Jomini, ou Jomini, contemporâneo de Clausewitz, que

se deve, pela primeira vez, o uso da palavra "logística", definindo-a como "a

ação que conduz à preparação e sustentação das campanhas", enquadrando-

a como "a ciência dos detalhes dentro dos Estados-Maiores".

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Em 1888, o Tenente Rogers introduziu a Logística, como matéria, na

Escola de Guerra Naval dos Estados Unidos da América. Entretanto, demorou

algum tempo para que estes conceitos se desenvolvessem na literatura militar.

A realidade é que, até a 1ª Guerra Mundial, raramente aparecia a palavra

Logística, empregando-se normalmente termos tais como Administração,

Organização e Economia de Guerra.

A verdadeira tomada de consciência da logística como ciência teve sua

origem nas teorias criadas e desenvolvidas pelo Tenente-Coronel Thorpe, do

Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos da América que, no ano de

1917, publicou o livro "Logística Pura: a ciência da preparação para a guerra".

Segundo Thorpe, a estratégia e a tática proporcionam o esquema da condução

das operações militares, enquanto a logística proporciona os meios". Assim,

pela primeira vez, a logística situa-se no mesmo nível da estratégia e da tática

dentro da Arte da Guerra.

O Almirante Henry Eccles, em 1945, ao encontrar a obra de Thorpe

empoeirada nas estantes da biblioteca da Escola de Guerra Naval, em

Newport, comentou que, se os EUA seguissem seus ensinamentos teriam

economizado milhões de dólares na condução da 2ª Guerra Mundial. Eccles,

Chefe da Divisão de Logística do Almirante Chester Nimitz, na Campanha do

Pacífico, foi um dos primeiros estudiosos da Logistica Militar, sendo

considerado como o "pai da logística moderna" Até o fim da Segunda Guerra

Mundial a Logística esteve associada apenas às atividades militares. Após este

período, com o avanço tecnológico e a necessidade de suprir os locais

destruídos pela guerra, a logística passou também a ser adotada pelas

organizações e empresas civis.

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1.2 - Logística Militar versus Logística Empresarial

O conceito de produto/serviço certo, no local certo, no tempo certo,

inicialmente desenvolvido em termos militares, facilmente transitou para o

mundo empresarial, tendo sido adaptado, na sua gênese, com a perspectiva

de movimentar e coordenar o ciclo de produtos finais (distribuição física) para,

com o passar do tempo, assumindo novas exigências, devidas a várias causas,

entre elas, o aumento das pressões dos vários mercados (Carvalho, 2006,

p.6). Sistemas que não cumpram objectivos são exatamente aquilo de que a

logística não necessita. Assim se percebe que chegou o momento em que a

logística empresarial pôde ensinar mais à logística militar do que o contrário,

como tem sido habitual. De fato, pode-se dizer que nos dias que correm a

logística militar convencional já pode ensinar à logística empresarial. Talvez a

logística do terrorismo (e a gestão do risco em cadeias de abastecimento), se

for bem trabalhada na área militar, possa vir, ainda, a gerar importantes

conclusões para as empresas. Pelo menos na definição de alguns princípios

que possam ter por base o funcionamento em rede, a criação de valor conjunto

e a formação de parcerias para um bem comum ou, visto ao contrário, para a

eliminação de um mal (que pode ser, em termos empresariais, o excesso de

custo subjacente a um ou vários sistemas). A estratégia e a logística

combinam-se para conceber as melhores formas de utilizar as tecnologias, os

produtos/serviços, soluções e presenças (virtuais ou reais) para se poder

intervir em vários lugares em simultâneo (mesmo aqueles que são de difícil

acesso), no sentido de desintegrar, destruir, e refrear o aparecimento de redes

terroristas, frustrando os seus ataques.

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1.3 - A Herança Militar

No cenário atual, diante de dos avanços tecnológicos e da globalização,

as empresas também precisam vencer “batalhas” diárias – onde todos os

elementos da sociedade estão direta ou indiretamente envolvidos. É

necessário, que cada vez mais, os gerentes estejam atualizados nas

mudanças constantes (e ás vezes quase instantâneas) que ocorrem no

mercado. Para isto, é preciso usar a logística como um diferencial competitivo

– delineando objetivos e estratégias na “guerra” da

competitividade travada entre as empresas.

Novaes (2003) fala que durante muito tempo nas empresas, tal como no

meio militar, as atividades relacionadas à logística eram tidas como

um serviço meramente de apoio e que não agregavam valor ao produto. O

sistema logístico era visto como um gerador de custos e sem

nenhuma influência no planejamento estratégico organizacional.

Sabe-se que hoje, a elaboração de um sistema logístico deve ser feito

de forma cuidadosa – uma vez que a logística influi muito na geração dos

negócios de uma organização. Foi recentemente que se atribuiu o grau de

relevância adequado que o assunto merecia.

Os autores Martins e Alt (2003, p. 251) expõem que: Até poucos anos

atrás, o termo logística continuava associado a transportes, depósitos regionais

e atividades ligadas a vendas. [...] Hoje as empresas brasileiras já se deram

conta do imenso potencial implícito nas atividades integradas de um sistema

logístico.

Com o passar do tempo, em função da grande preocupação das

empresas com a redução de estoques e com a busca da satisfação plena do

cliente, a Logística Empresarial evoluiu muito. Novaes (2003) fala que a

Logística passou a agregar valor de lugar, de tempo, de qualidade e de

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informação à cadeia produtiva. Além disso, a Logística moderna procura

eliminar do processo tudo que não tenha valor para o cliente, ou seja, tudo que

acarrete somente custos e perda te tempo.

As organizações comerciais e industriais brasileiras começaram

a mudar suas visões em relação aos clientes. Anteriormente,

as empresas apenas ofereciam seus serviços e produtos e não

se preocupavam com a satisfação do cliente.

Souza (2002) diz que:

“Essa mudança de visão fez com que as empresas procurassem não mais possuir depósitos descentralizados, mas sim centralizados e com maior poder de agilidade na distribuição, provocando uma redução nos estoques, um melhor nível de serviço e uma administração reduzida na loja”.

A partir desse ponto de vista, o ritmo de mudança acelerou e o

gerenciamento da cadeia de suprimento tornou-se importante.

Apesar de as empresas demorarem a perceber o papel da logística

como um diferencial competitivo – na logística militar, o diferencial da guerra –

a expansão do mercado, a variabilidade de produtos e os diversos meios de

telecomunicações fizeram com que as empresas atuais atentassem para um

gerenciamento eficaz do processo logístico.

A partir do momento em que os administradores tomaram

consciência do grau de relevância ocupada pelas atividades logísticas

nas empresas, os estudos direcionados à logística empresarial passaram a ser

mais afincos. Com isto, vários conceitos e definições emergiram.

Ballou (1993, p.17) mostra uma definição para logística empresarial:

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“A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, através de planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos”.

Martins e Alt (2003, p. 252) dizem que:

“A logística é responsável pelo planejamento, operação e controle de todo fluxo de mercadorias e informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor [...]”.

Novaes (2003) fala que:

“A Logística moderna procura coligar todos os elementos do processo – prazos, integração de setores da empresa e formação de parcerias com fornecedores e clientes – para satisfazer as necessidades e preferências dos consumidores finais”.

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CAPÍTULO II

O DESENVOLVIMENTO

Ao longo das décadas do século XX as empresas começam a enfatizar

a satisfação do Cliente e em conseqüência o lucro. O serviço ao cliente torna-

se mais tarde a pedra fundamental da administração da logística.

Em 1956 um artigo publicado pela Harvard Business School introduziu o

conceito de análise de custo total na área de logística.

Nos início da década de 60 a Michigan State University e a The Ohio

State University foram as primeiras faculdades a ministrar cursos de graduação

em Logística, devidamente reconhecidos pelo Governo americano.

Foi criado o National Council of Physical Distribution Management em

1963, mais tarde mudado para Council of Logistics Management, primeira

organização a congregar profissionais de logística em todas as áreas com o

propósito de educação e treinamento.

Precisamente em 1976 foi publicado o estudo do CLM, que visava

identificar os componentes do custo de manutenção dos estoques e

apresentando uma metodologia para o seu cálculo.

Em 1978 a consultoria A. T. Kearney e o CLM publicam estudo

denominado Measuring Productivity in Physical Distribution, que foi a primeira

avaliação completa do estado da arte da atividade de serviço ao cliente nas

empresas americanas.

Nas décadas de 70 e 80 ocorreu a implementação de diversas técnicas

em logística como MRP, Kanban, JIT, entre outros, mostrando a eficácia das

práticas logísticas e a necessidade do relacionamento entre Logística,

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Marketing, Produção e outras funções empresariais. Posteriormente houve

grande aumento na utilização de computadores na administração da logística.

Um artigo publicado por Graham Sharman, intitulado The Rediscovery of

Logistics aponta a necessidade de a alta administração reconhecer a

importância da administração logística.

A década de 80 foi extremamente frutífera para a logística, pois surge o

primeiro grupo de estudos de logística, criando as primeiras definições e

diretrizes para diferenciar transportes de distribuição e de Logística, é trazido

do Japão o primeiro sistema moderno de logística integrada, o JIT - Just in

Time e o KANBAN, desenvolvidos pela Toyota, é criado a ABRAS - Associação

Brasileira de Supermercados, que implementa um departamento de logística

para discutir e analisar as relações entre Fornecedores e Supermercados.

Na década seguinte, com evolução da microinformática e da tecnologia

de Informação, com o desenvolvimento de software para o gerenciamento de

armazéns como o WMS - Warehouse Management System, códigos de barras

e sistemas para roteirizarão de entregas, a entrada de seis novos operadores

logísticos internacionais (Ryder, Danzas, Penske, TNT, McLane, Exel) e o

desenvolvimento de mais de 50 empresas nacionais, estabelece-se

completamente a utilização da logística.

2.1 – O Gerenciamento logístico

A premissa do gerenciamento logístico é planejar e coordenar todas as

atividades necessárias que objetivam níveis desejáveis dos serviços e

qualidade ao custo mais baixo possível. Para isso, a logística deve ser vista

como o elo de ligação entre o mercado e a atividade operacional da empresa.

O raio de ação da logística alcança toda a organização, do gerenciamento de

matérias-primas até a entrega do produto final.

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Na logística integrada temos que fazer uma distinção entre as

nuances da logística:

A logística de abastecimento é a atividade que administra o

transporte de materiais dos fornecedores para a empresa, o descarregamento

no recebimento e armazenamento das matérias primas e concorrentes.

Estruturação da modulação de abastecimento, acondicionamento de materiais,

administração do retorno das embalagens e decisões sobre acordos no

sistema de abastecimento da empresa.

A logística de distribuição é a administração do centro de

distribuição, localização de unidades de movimentação nos seus endereços,

abastecimento da área de separação de pedidos, controle da expedição,

transporte de cargas entre fábricas e centro de distribuição e coordenação dos

roteiros de transportes urbanos.

A logística de manufatura é a atividade que administra a movimentação

para abastecer os postos de conformação e montagem, segundo ordens e

cronogramas estabelecidos pela programação da produção. Desovas das

peças conformadas como semi - acabados e componentes, armazenamento

nos almoxarifados de semi - acabados. Deslocamento dos produtos acabados

no final das linhas de montagem para os armazéns de produtos acabados.

A logística organizacional pode ser compreendida como logística

dentro de um sistema organizacional, em função da organização,

planejamento, controle e execução do fluxo de produtos, desde o

desenvolvimento e aquisição até produção e distribuição para o consumidor

final, para atender às necessidades do mercado a custos reduzidos e uso

mínimo de capital.

Outro fator importante que surgiu com a evolução da logística foi a

Logística Reversa, que é a área da logística empresarial associada a retornos

de produtos, reciclagem, substituição de materiais, reutilização de materiais,

descarte de resíduos e reformas, reparos e remanufatura.

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De forma similar ao interesse pela administração de material, quando

os profissionais de logística reconheceram que matérias primas, partes,

componentes e suprimentos representam custos significativos que devem ser

administrados de forma adequada. Este conceito pode ser classificado em

duas categorias, a saber: reutilizáveis e perda; reutilizáveis são equipamentos

de carga unitizada que devem ser recuperados e devolvidos ao ponto de

manufatura, onde poderão ser reutilizados e perda são equipamentos que

devem ser recuperados e reciclados ou descartados na forma mais propícia ao

ambiente e eficiente em termos de energia.

No Brasil os canais reversos são pouco eficientes em

virtude do pequeno volume atual de retornos, das fábricas

terem sido concebidas e localizadas em

função da matéria prima virgem, das transportadoras serem pouco

profissionais, dos fretes serem elevados devido aos baixos volumes.

Não se pode mais admitir que um produto de qualidade se venda por si

só e que o sucesso de hoje esteja garantido para amanhã, temos então a

importância estratégica da logística empresarial. A qualidade que no passado

constituiu um instrumento de competitividade é hoje um pressuposto assumido.

No contexto da logística, missão é um conjunto de metas de serviço ao

cliente a serem alcançadas pelo sistema, dentro de um contexto

produto/mercado. As missões podem ser definidas em termos de tipo de

mercado servido, por quais produtos, e dentro de quais restrições de serviço e

de custos. A missão, por sua própria natureza, cruza as linhas da companhia

tradicional.

A realização bem sucedida dos objetivos definidos pela missão envolve

dados de um grande número de áreas funcionais e centros de atividade dentro

da empresa. Desta forma, um sistema de custeio logístico eficaz deve procurar

determinar o custo total do sistema para a realização dos objetivos logísticos

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desejados, o resultado do sistema e os custos dos diversos fatores envolvidos

na obtenção destes resultados. Ocorre um interesse cada vez maior na

abordagem deste problema conhecido como custeio da missão.

Dentro dessa evolução podemos dividir a logística empresarial em

atividades básicas primárias e de apoio.

Atividades Primárias compreendem o transporte, gestão de estoque e

processamento de pedidos. Já as atividades de Apoio contemplam a

armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, relacionamento de

compras e administração de informações.

Podemos citar como as fontes atuais de diferencial competitivo

duradouro a vantagem de custo. A vantagem de custo pode ser obtida através

da administração logística, que permite racionalização e redução de custos, do

aumento de produtividade por diversos meios e da economia de escala, que

leva à diluição de custos fixos.

A concentração de produção e armazenagem é um exemplo do

diferencial de vantagem custo, onde em decorrência da necessidade de reduzir

custos, as empresas têm pensado e investido em fábricas para propiciar o

crescimento da produção de um conjunto reduzido de produtos, numa única

planta, com o objetivo de obter economias de escala e centralizando estoques

visando a redução dos níveis de estoque.

Em conseqüência dessa concentração pode-se também induzir: o

crescimento dos custos logístico, pelo aumento das distâncias e a redução do

nível de atendimento ao cliente, em função do afastamento dos mercados.

Portanto, nessas circunstâncias torna-se necessário um grande esforço para

oferecer ao cliente um diferencial, que pode ser obtido através da

administração logística.

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A cadeia de valor desdobra a empresa em suas atividades

estrategicamente relevantes, para compreender o comportamento dos custos e

as fontes de diferenciação existentes ou potenciais. Uma organização ganha

vantagem competitiva executando estas atividades estrategicamente

importantes de maneira mais barata e melhor do que seus concorrentes.

A vantagem competitiva surge da maneira como as empresas

desempenham estas atividades discretas dentro da cadeia de valor. Para

ganhar vantagem competitiva sobre seus rivais, uma empresa deve

proporcionar valor para seus clientes desempenhando as atividades de modo

mais eficiente do que seus concorrentes ou desempenhando atividades de

forma que crie maior valor percebido pelo comprador.

Pode-se afirmar que o gerenciamento logístico tem potencial para

auxiliar a organização de alcançar tanto a vantagem em custo/produtividade

como a vantagem em valor.

Existe igualmente uma necessidade crucial de estender a lógica da

integração para fora dos limites da empresa, para incluir os fornecedores e os

clientes é neste contexto que se insere o conceito de gerenciamento da cadeia

de suprimentos.

A cadeia de suprimentos representa uma rede de organizações,

através de ligações nos dois sentidos, dos diferentes processos e atividades

que produzem valor na forma de produtos e serviços que são colocados nas

mãos do consumidor final.

O gerenciamento da cadeia de suprimentos não é o mesmo que

integração vertical. Pensou-se que isto seria uma estratégia desejável, mas

atualmente, as organizações estão cada vez mais focando seus negócios, em

outras palavras, nas coisas que elas fazem realmente bem e onde elas têm

uma vantagem diferencial. O restante é adquirido externamente, isto é, obtido

fora da empresa. Por exemplo, as companhias que no passado produziam

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seus componentes neste momento somente montam o produto acabado, como

os fabricantes de automóveis. Outras companhias podem também sub -

contratar a fabricação, inúmeras empresas em computadores usam terceiros

para serviços de distribuição e de logística.

Certamente, esta tendência tem muitas implicações para o

gerenciamento logístico, não sendo menos importante o desafio de integrar e

coordenar o fluxo de materiais de uma variedade de fornecedores, em geral

estrangeiros, e, ao mesmo tempo, gerenciar a distribuição do produto acabado

por meio de vários intermediários.

No passado, eram freqüentes os casos em que o relacionamento com

os fornecedores e clientes (como distribuidores ou varejistas) era mais do tipo

adversário do que cooperativo. Ainda hoje existem companhias que procuram

alcançar redução de custos ou aumento nos lucros à custa de seus parceiros.

As companhias que procedem deste modo não compreendem que a simples

transferência de custos para clientes ou para fornecedores não as torna nem

um pouco mais competitivas.

O motivo para isto é que, ao final, todos os custos caminharão para o

mercado, para serem refletidos no preço pago pelo usuário final. As

companhias de ponta reconhecem a falácia desta abordagem convencional e

procuram tornar a cadeia de suprimentos competitiva como um todo, através

do valor que elas adicionam e os custos que elas reduzem em geral. As

empresas compreenderam que a competição real não é feita entre uma

companhia e outra, mas entre cadeia de suprimentos e outra.

Deve-se reconhecer que o conceito de gerenciamento de cadeia de

suprimentos, enquanto relativamente novo, em verdade não é nada mais que

uma extensão da logística. O gerenciamento logístico está primeiramente

preocupado com a otimização de fluxos dentro da organização, enquanto que

o gerenciamento da cadeia de suprimentos reconhece que a integração interna

por si não é suficiente.

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24

CAPÍTULO III

A LOGÍSTICA NA ATUALIDADE

Podemos considerar a logística como uma das maiores tendências

comerciais do século XX. Seus aspectos de conceito integrado que abrange

toda a cadeia de suprimentos, desde a matéria-prima até o ponto de consumo.

Fundamentalmente, o que está por trás deste conceito, é o

planejamento e a coordenação do fluxo de materiais da fonte até o usuário

como um sistema integrado, em vez de, como é o caso tão recorrente,

gerenciar o fluxo de bens como uma série de atividades independentes.

A partir deste prisma, sob o regime de gerenciamento logístico, o

intuito é interligar o mercado, a rede de distribuição, o processo de fabricação

e a atividade de aquisição, de tal modo que os clientes sejam servidos com

níveis cada vez mais altos, ainda assim mantendo os custos baixos.

O ciclo de vida de qualquer tipo de produto está ficando cada vez

diminuto. Esse processo exige informações cada vez mais rápidas, on line,

precisas e oportunas, fazendo com que qualquer falha na qualidade,

quantidade ou processamento da informação seja prejudicial e inclusive fatal

para o negócio. Todos presenciamos que em muitos mercados é o efeito das

mudanças de tecnologia e da demanda do consumidor, que se combina para

produzir mercados mais voláteis em que um produto pode ficar obsoleto quase

tão logo seja lançado.

Existem vários exemplos de ciclos de vida que se encurtam, mas

talvez o caso dos computadores pessoais simbolize todos. Neste aspecto

particular, observamos um rápido desenvolvimento de tecnologia que criou

mercados onde nada existia antes, mas que, de maneira igualmente rápida,

tornaram-se obsoleto com o anúncio da próxima geração de produtos.

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25

O encurtamento cíclico dos produtos tem criado profundos problemas

para o gerenciamento logístico, e este é mais um fator para sua constante

evolução. De maneira impar, os ciclos curtos dos produtos exigem prazos

menores, na verdade, nossa definição de prazo precisa ser mudada.

É tradicional que o prazo, costumeiramente conhecido como lead-time

é definido como período de tempo decorrido entre o recebimento do pedido do

cliente e a entrega do produto a este. Vale ressaltar que no ambiente atual,

existe uma perspectiva mais ampla que precisa ser considerada. O prazo real

é o lapso temporal consumido desde as informações iniciais, decorrendo pela

aquisição de material, a fabricação do produto e montagem, até a entrega do

produto final. Esta é a compreensão de prazo estratégico, e o gerenciamento

deste tempo é a tida como a chave do sucesso no gerenciamento das

operações logísticas.

Existem determinados casos em que o ciclo de vida do produto é

inferior que o prazo estratégico; ou seja, a vida do produto no mercado é

menor que o tempo necessário para realização de projeção, para fazer

aquisições, fabricar e distribuir aquele mesmo produto. Várias implicações

sobre este aspecto proporcionam enormes prejuízos para o planejamento e

para as operações, em um contexto global, o problema é agravado pelos

maiores tempos de transporte envolvidos.

A forma de alcançar sucesso no mercado é ser o mais rápido possível

no movimento através da cadeia de suprimentos e tornando todo o sistema

logístico mais flexível, sensível e eficaz ao exigido pelo mercado em mutação

constante. Existem muitas e distintas implicações que resultam na forma de

gerenciamentos como a logística, há três pontos chave que são muito

importantes: encurtar o fluxo logístico, melhorar a flexibilidade do fluxo

logístico, gerenciar a logística como um sistema.

O objetivo princípio de qualquer sistema logístico é a satisfação total

do cliente. A princípio pode ser uma idéia simples, porém, nem sempre fácil de

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entender por gerentes envolvidos com o planejamento da produção e controle

de estoque e produção, que pareciam estar distantes e alheios ao mercado. O

fato central é que todas as organizações possuem a intenção de proporcionar

o bom serviço ao cliente como alvo. Em verdade, muitas pessoas de empresas

bem sucedidas começaram a medir e examinar os padrões de seus serviços

internos para que todas as pessoas que trabalham no negócio entendessem

que deveriam prestar serviços para alguém, sejam pessoas jurídicas ou físicas,

no caso o cliente.

O objetivo fim deve ser estabelecido de uma cadeia de clientes, que

liga as pessoas em todos os níveis de organização, direta ou indiretamente, ao

mercado; o administrador tem que atuar e agir de forma sistêmica,

transformando a logística, de ferramenta operacional em ferramenta

estratégica para as empresas, e com isso oferecer o bom serviço esperado.

Tradicionalmente os livros descrevem o marketing como o

gerenciamento dos “quatro ps”. São eles: Preço, produto, promoção e local.

Provavelmente seja correto que, na prática, a maior ênfase tem sido colocada

nos três primeiros dos “ps local”, que está evidente nas palavras do velho

clichê: “o produto certo, no lugar certo na hora certa”, raramente foi

considerado parte da filosofia do marketing.

Possivelmente dois fatores tenham contribuído mais do que qualquer

outro para a importância cada vez maior do serviço de atendimento ao cliente

como uma arma competitiva.

A mudança constante da expectativa do cliente é um ponto em quase

todos os mercados estão tendo que se flexibilizar. O cliente atual está mais

exigente, mais sofisticado do que anteriormente e possui muito mais opções de

onde comprar. Da mesma forma em situações de compra industriais,

descobrimos que todos os compradores esperam níveis de serviço mais

elevados dos fornecedores, à medida que um número cada vez maior de

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fabricantes adota os sistemas de fabricação just-in-time, ou seja, a produção

por demanda.

A transição para os mercados do tipo commodities pode ser entendido

como um segundo fator de mudança. Significa que o poder da marca decresce

cada vez mais, no tocante que as tecnologias dos produtos concorrentes

convergem, dificultando dessa forma a percepção de diferença, nos produtos,

pelo menos para o comprador médio.

Recorrendo exemplo o estado atual do mercado de computadores

pessoais. Existem tantos modelos concorrentes na realidade substituíveis entre

si, independentemente do número de possíveis compradores. A não ser uma

pessoa experiente, qualquer um teria dificuldade para usar as características

do produto como base de escolha. Ao enfrentar uma situação como esta, o

cliente pode ser influenciado pelo preço ou pelas características percebidas.

Porém, o mais importante pode ser a disponibilidade. Existindo o produto em

estoque, levá-lo no ato é uma satisfação para o cliente. Em uma situação como

esta é importantíssimo o poder do serviço ao cliente.

O poder do cliente em determinar o compra do produto, sempre

exigindo a qualidade total do serviço mostra a adequação de as empresas

necessitam fazer a todo o momento. Existe muita evidência do mesmo

fenômeno nos mercados industriais, ou seja, qualquer tipo de mercado tem

que se adaptar.

Tudo o que se espera na distribuição do produto é tornar o produto ou

serviço disponível. A disponibilidade é, em si, um conceito complexo, que é

impacto de uma infinidade de fatores. Juntamente constituem o serviço ao

cliente. Podemos incluir nestes aspectos a freqüência e a confiabilidade da

entrega, níveis de estoque e tempo consumido no ciclo dos pedidos. Em suma,

poderíamos dizer que o serviço ao consumidor final é determinado pela

interação de todos esses fatores que colocam o processo de fabricação dos

produtos e prestação dos serviços disponíveis para o comprador.

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O serviço ao cliente e esperado pelo mesmo é talvez o elemento mais

forte disponível para a organização e, ainda assim, é um dos que têm pior

gerenciamento. A qualidade do desempenho do serviço ao cliente depende

principalmente da habilidade que o sistema logístico é projetado e gerenciado.

Compreendida de maneira muito simples, o resultado de toda a atividade

logística é o serviço ao cliente.

Após um século ou mais de confiança nos métodos tradicionais de

controle de custos, apesar do fornecimento de uma visão duvidosa da

lucratividade, a gerência começou a questionar a conveniência destes

métodos.

A forma tradicional da estrutura da contabilidade, ainda em uso pela

maioria das empresas de hoje, confia em métodos arbitrários para a alocação

de despesas indiretas e, dessa forma, geralmente distorcem a lucratividade

verdadeira por produto e por cliente; estes métodos tradicionais de

contabilidade são, na maior parte das vezes, inadequados para a análise de

lucratividade por cliente e por mercado, porque eles foram originalmente

inventados para medir os custos dos produtos.

O gerenciamento logístico também pode ser compreendido como um

conceito para o fluxo, que objetiva a integração recursos ao longo de todo o

trajeto que se estende desde os fornecedores até os clientes finais, é desejável

que se tenha um meio de avaliar os custos e o desempenho deste fluxo.

A falta de informações sobre custos, é um dos motivadores mais

importantes para a dificuldade que muitas empresas têm sentido para a

adoção de uma abordagem integrada para a logística e para o gerenciamento

da distribuição. Gerenciar a atividade total de distribuição como um sistema

completo, considerado os efeitos das decisões tomadas de uma área de custo

sobre outras, tem implicações nos sistemas de contabilidade da organização.

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3.1 – A tecnologia na logística

A tecnologia evoluiu de tal forma que todos os aspectos, sejam eles

humanos ou cibernéticos, sofreram influência. Em cada nova tecnologia

inventada ocorreram grandes mudanças comportamentais. A logística também

sofreu essa influência, pois existem vários sistemas integrados onde as

informações navegam pela empresa e são disponibilizados para geração de

consultas, relatórios gerenciais e tomadas de decisões em tempo real e

imediato. Por isso o nome “Logística Integrada”.

Estes sistemas tornam-se uma rede flexível à medida que as novas

tecnológicas possibilitam integração na cadeia logística, a fim de transpor

barreiras, possibilitados pela sinergia do trabalho em conjunto para atingir

objetivos comuns.

Movas tecnologias têm permitido um crescente no nível de

automatização, integrando as atividades de conceito, produção, gerenciamento

e comercialização, que proporcionam às organizações uma maior

produtividade e flexibilidade às mudanças.

3.1.1 – Eletronic Data Interchange – EDI

Entende-se o EDI (Eletronic Data Interchange) ou intercambio

eletrônico de dados como uma ferramenta tecnológica de informação, que tem

sido utilizada pelas organizações para ligar seus componentes e parceiros, de

modo a gerar perfeita integração, rápida comunicação e agilidade na resposta.

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No entender de PIZYSIEZNIG (2002) o EDI influência a cadeia de valor

quando a adoção de estratégias para uma vantagem competitiva em um

mercado globalizado.

“O EDI é uma rede de acesso restrito aos clientes do provedor, que

permite a conexão entre os sistemas eletrônicos de informação entre

empresas, independentemente dos sistemas e procedimentos utilizados no

interior de cada uma. A função principal de um provedor de EDI é, no momento

de adesão de um cliente a rede, instalar o hardware e software para a tradução

das informações da empresa em padrões já normatizados internacionalmente.

Na operação do sistema, o provedor deve garantir, tanto o registro da

transação (comunicação) entre dois parceiros na rede, quanto o sigilo em

relação ao acesso de terceiros a estas informações. As empresas não entram

em contato apenas com bancos, mas com todos os parceiros nos negócios. A

troca de informação gera economias e maior eficiência para todos os

participantes da rede. Assim, cada um é, ao mesmo tempo, cliente e

fornecedor de informações”. ( PIZYSIEZNIG 2002: 55)

No conceito de comunicação entre empresas, o EDI pode ser

compreendido como todas as trocas de documentos e informações entre todos

os participantes das transformações, potencializando recursos de tempo e

capital eliminando todo e qualquer tipo de ineficiência da cadeia de valor.

A adoção do EDI implica diretamente em reconfigurar o sistema

logístico, englobando todos os parceiros comerciais, sejam eles fabricantes,

transportadores ou varejistas.

3.1.2 – Geographic Information Systens – GIS

A tecnologia da informação, que surgiu como ferramenta de redução

de custos e agilizadora do processamento de informação, tem sido cada vez

mais aplicada em todos os ramos da atividade humana, devido ao crescimento

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exponencial de seus recursos e habilidades. O Sistema de Informação

Geográfica – GIS está ao alcance de pequenas, médias e grandes empresas,

proporcionando um melhor processo de analise dos clientes bem como a

utilização de um instrumento mais adequado na formação de zonas de vendas.

Diante desse cenário, milhares de transportadores ou varejistas compartilham

esses recursos para montar, formar e manter parcerias. O GIS esta

relacionada com uma ferramenta que associa banco de dados a mapas

digitalizados. (vide figura 1)

Figura 1

Devido à importância que os dados espaciais ocupam na atividade

logística, o GIS possibilita inúmeras aplicações a partir da utilização de dados

georeferenciais para resoluções em problemas de localização, seja de pontos

comerciais ou de fábricas, no roteamento de veículo, na identificação do

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potencial de vendas das diferentes regiões, identificação de anomalias, como

fluxos inadequados, desbalanceamento das regiões de entregas e outros. (vide

figura 2).

Figura 2

3.1.3 – Supply Chain Management – SCM

A gestão da cadeia de suprimentos representa uma nova fronteira para

empresas interessadas em obter vantagens competitivas de forma efetiva e

pode ser considerado um leque expandido, atualizado e, sobretudo, uma

maneira de administração de materiais tradicional, que abrange a gestão de

toda a cadeia produtiva de uma maneira estratégica e consequentemente

integrada. O SCM objetiva fundamentalmente que as empresas definam suas

estratégias competitivas e funcionais através de seus posicionamentos, seja

como fornecedores ou clientes, dentro das cadeias produtivas nas quais se

inserem. É importante ressaltar que o escopo da SCM abrange toda a cadeia

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produtiva, que incluem a relação da empresa com seus fornecedores e

clientes, e não apenas a relação com os seus fornecedores.

O SCM também introduz uma grande e importante alteração no

paradigma competitivo, na medida em que considera a competição ocorrida no

mercado, de fato, no nível das cadeias produtivas e não apenas no nível das

unidades de negócios isolados. A mudança resultante no modelo competitivo

que basea-se no fundamento de que atualmente a competição se forma,

realmente, entre virtuais unidades de negócios, ou seja, entre cadeias

produtivas. Na atualidade as mais efetivas práticas na SCM visam obter essa

virtual unidade de negócio, providenciando assim muito dos benefícios da

tradicional integração vertical, sem as típicas desvantagens em termos de

custo e perda de flexibilidade inerentes à mesma. Essa virtual unidade de

negócios é então formada pelo conjunto de unidades (geralmente

representadas por empresas distintas) que compõe uma determinada cadeia

produtiva. A unidade de negócios pode então participar de diversas virtuais

unidades de negócios, como é o caso, por exemplo, de várias empresas de

autopeças que atuam em virtuais unidades de negócios lideradas por grandes

montadoras. (vide figura 1).

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3.1.4 – Warehouse Management System – WMS

O sistema de gerenciamento de armazém faz uma parte importante da

cadeia de suprimentos (SCM). Fornece a rotação dirigida de estoques

consolidando de forma automática para maximizar o uso do espaço dos

armazéns. O sistema também gerencia e otimiza a disposição conhecida como

put-away (colocação no armazém). Basea-se em informações de tempo real

sobre o status do uso de prateleiras.

Um WMS operacional significa que a empresa depende menos da

experiência humana, uma vez que o próprio sistema tem inteligência para auto

operação.

No WMS são utilizadas tecnologias de capturação, tais como: Código

de barras, dispositivos móveis e redes locais sem fio. Caso os dados tenham

sido coletados, é realizada uma sincronização com uma base de dados

centralizada, seja por processamento batch de todo um lote, como por

transmissão em tempo real através de redes sem fio. O banco de dados pode

ser usado para fornecer relatórios sobre o status das mercadorias no

armazém, ou seja, tornando a operação gerenciável.

Vários dos sistemas WMS tem interface com outros sistemas

referenciais em logística, possibilitando uma forma de se receber

automaticamente o inventário, processar pedidos e lidar com devoluções.

3.1.5 – Enterprise resource planning – ERP

Este sistema surgiu afim de solucionar a falta de integração entre os

sistemas, funcionalidades que suportam as atividades dos diversos processos

de negócio das empresas.

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35

Os sistemas ERP foram uma evolução dos sistemas MRP (Material

Resource Planning). Foram agregados as funções de programação master da

produção, cálculos simples de necessidades de capacidade, cálculo detalhado

de necessidade de capacidade, controle do chão de fábrica, controle de

compras, entre outros. Dessa forma, os sistemas MRP deixaram de atender

apenas as necessidades de informação referentes ao cálculo da necessidade

de materiais, para atender às necessidades de informação para a tomada de

decisão gerencial sobre outros recursos de manufatura.

A partir daí o MRP passou a ser mencionado como MRP II

(manufacturing resource planning, ou seja, planejamento de recursos de

manufatura).

Objetivando ampliar a abrangência dos produtos vendidos,

fornecedores de sistemas desenvolveram vários outros módulos, integrados

aos módulos de manufatura, onde o escopo que ultrapassa os limites da

manufatura. Foram criados os módulos de gerenciamento dos recursos

humanos, vendas e distribuição, finanças e controladoria, entre outros

utilizados. Novos sistemas, capazes de suportar as necessidades de

informação para todo o empreendimento, são denominados sistemas ERP.

(vide figura 1)

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3.2 – A logística e a crise mundial

A crise econômica mundial reduziu sensivelmente o apetite mundial

pelo comércio, afetando toda uma cadeia produtiva. Entre os principais

prejudicados pelo fraco fluxo estão as empresas ligadas à logística, com

destaque às companhias vinculadas as atividades portuárias. Como destaque,

utiliza-se o exemplo da China, onde os embarques de contêineres recuaram

14%, significando o menor nível desde 1990. Para um país onde o crescimento

tornou-se constante, estes indicadores são bastante altos

É praticamente unânime a opinião de vários analista econômicos

mundiais de que o desempenho no período deve se manter enquanto a

economia global não retomar seu fluxo anterior. Isso levará tempo

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As estatísticas demonstram que o fluxo de contêineres nos mais

variados portos do mundo, como em Amsterdam/Holanda, Hong Kong e

Xangai/China, Cape Tawn/África do Sul, Tókio/Japão, Seatle e New York/

EUA, entre outros, recuaram entre 17% e 23% em comparação ao mesmo

período do ano anterior. Isso é similar em outros países do oriente, como em

Cingapura, que vinha num tocante positivo

A atividade portuária e consequentemente logística é totalmente

atrelada com o PIB (produto interno bruto) dos países, ou seja, se a atividade

econômica recua, o fluxo de contêineres segue a tendência, atualmente

desfavorável. Diante das menores expectativas para o desenvolvimento do PIB

global, a equipes de pesquisa reduziram suas projeções quanto ao embarque

de contêineres para um recuo no ano corrente, enquanto anteriormente a

expectativa era de um avanço de 6%.

No mesmo ritmo, os bancos que realizavam financiamento também

reduziram sua expectativa para as exportações globais de -5% para -10%,

assim como para o volume de contêineres transacionados, que deve marcar

queda de 14% neste ano. Em suma, isso é toda a afetação de uma cadeia

produtiva.

Assim como na indústria mundial, o Brasil não foge a regra e o setor de

logística portuário brasileiro sofre com os impactos da crise econômica. De

acordo com uma pesquisa realizada, o fluxo de importação e exportação nos

portos do país recuará 18% e 5%, respectivamente, somente neste ano.

Somente no início do ano corrente, as exportações caíram 16%,

enquanto as importações mais de 30% na comparação anual. O volume

movimentado pelos contêineres durante o mês retrocedeu 22,7%, revelando as

dificuldades. Ainda na visão de analistas, o fluxo menor nos terminais deverá

pressionar por ajustes nas tarifas de manejo pelas empresas de navegação, já

que usufruem constantemente dos portos para carregar seus navios.

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Certamente os serviços logísticos, que precisarão se adequar a nova

realidade do mercado, mantendo uma estrutura mais flexível, menos onerosa e

mantendo o nível de serviço solicitado pelos contratantes do serviço.

Como sabemos novos desafios exigem criatividade e soluções

inovadoras. Talvez este não seja o momento de inserção no mercado de um

novo player que ofereça algo diferente, pense em operações compartilhadas

com outros segmentos, proponha otimização ou até reconstrução de

processos.

O desafio existe e os profissionais de logística precisam buscar

sempre a melhor forma para superá-los.

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CONCLUSÃO

Ao longo de aproximadamente seis décadas podemos dizer que seria

redundante mencionar a grande disparidade e a evolução entre os primórdios

da logística e a atual logística integrada. A história da logística se confunde

com a evolução da indústria, da globalização, com a informática, com a

evolução dos gestores, entre outros. Contudo, não podemos esquecer que a

partir de um fato negativo, uma guerra onde foram dizimadas milhões de vidas

em várias partes do mundo, surgiu por necessidade a implementação da

logística. A velocidade e a maneira encontrada para solucionar o problema do

longínquo deslocamento entre continentes e países foram extremamente

evoluídas para a época onde não havia tecnologia de ponta.

Foi citada a evolução, mas até hoje, apenas de uma maneira evoluída,

são utilizados os mesmos conceitos, afinal, diminuir o peso dos tanques de

guerra para ser transportados nos navios nada mais era do que uma

adaptação do produto em prol da logística, ou seja, já naquela época era

realizado o produto sob demanda, nada diferente do que ocorre atualmente.

Após o sucesso da implementação logística, nada poderia ser diferente

do que a implementação deste curso em uma das melhores universidades

americanas. A partir deste momento a logística foi estudado profundamente, e

como conseqüência a sua disseminação mundial.

Posteriormente outra grande evolução que caminhava em paralelo

trouxe a logística mais uma evolução. A informática possibilitou o alcance de

paradigmas antes impossíveis. Com os sistemas de informática a logística

passou a ser chamada também de integrada. Deste momento em diante o que

era paradigma tornou-se apenas um obstáculo que seria ultrapassado, ou seja,

não há mais limitas na logística que não possam ser quebrados diante da

evolução ao longo dos anos.

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Atualmente seria inimaginável se as empresas não tivessem uma

cadeia logística desenvolvida. Departamentos de compra, venda, reposição,

financeiros, todos, utilizam-se da logística integrada e de seu fluxo de

informações.

Com o advento da internet, houve mais uma adequação a ser

realizada. O e-commerce, ou o comércio eletrônico, tornou-se imprescindível

as empresas que disponibilizam bens de consumo e serviço. A reboque dessa

evolução o cliente passou a ficar cada vez mais exigente, devido a inúmeras

ofertas que possui. A conseqüência disso é que de forma alguma uma

empresa pode ficar estagnada e não acompanhar a evolução tecnológica e

também de gestão de negócios.

Atualmente, com a crise econômica mundial, onde o consumo

diminuiu, a logística serve como uma maneira de redução de custo e um fator

diferencial na escolha do serviço.

Em suma, a logística integrada é vital e imprescindível para qualquer

tipo de empresa, independente do seu produto ou serviço.

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41

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<http://www.fabavi.br/revista/artigos/v.3_n.1_Artigo_3.doc.> Acessado em: 18

jul. 2009.

Figura 1 – Resultada de um estudo de localização

FONTE: http://www.coppead.ufrj.br/pesquisa/cel/new/fs-public.htm

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43

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

A HISTÓRIA 10

1.1 - A Origem da logística 11 1.2 – Logística Militar versus Logística Empresarial 13

1.3 – A Herança Militar 14

CAPÍTULO II

O DESENVOLVIMENTO 17

2.1 - O Gerenciamento logístico 18

CAPÍTULO III

A LOGÍSTICA NA ATUALIDADE 24 3.1 – A tecnologia na logística 29

3.1.1 – Eletronic Data Interchange – EDI 29

3.1.2 – Geographic Information Systens – GIS 30

3.1.3 – Supply Chain Management – SCM 32

3.1.4 – Warehouse Management System – WMS 34

3.1.5 – Enterprise resource planning – ERP 34

3.2 – A logística e a crise mundial 36

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44

CONCLUSÃO 39

BIBLIOGRAFIA 41

ÍNDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 45

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45

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: IAVM – Instituto a Vez do Mestre

Título da Monografia: A evolução da logística através da 2ª Guerra

Autor: Victor Bitencourt Pinto

Data da entrega: 21 de julho de 2009

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