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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE ÉTICA SUA IMPORTÂNCIA PARA O CONTADOR POR : Abílio José Da Cruz ORIENTADOR PROF. Ms. Marcos António Larosa RIO DE JANEIRO 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

ÉTICA SUA IMPORTÂNCIA PARA O CONTADOR

POR : Abílio José Da Cruz

ORIENTADOR

PROF. Ms. Marcos António Larosa

RIO DE JANEIRO

2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES POS-GRADUAÇÃO “ LATU SENSU “

PROJETO A VEZ DO MESTRE

ÉTICA SUA IMPORTÂNCIA PARA O CONTADOR

Apresentação da monografia á universidade Candido Mendes como

Prévia para conclusão do curso de pós-graduação”latu sensu”

Em finanças e gestão corporativa.

Por: Abílio José da Cruz

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AGRADECIMENTOS

Ao corpo docente e a coordenação deste

Curso de pós-graduação, verdadeiros

Mestres e colaboradores. A todos que

Contribuíram para a confecção do

Presente trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico o presente trabalho ao

Meu filho .

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RESUMO

Este estudo mostra aos leitores a importância da ética direcionada ao profissional contábil tanto a nível individual como a nível das organizações no Brasil.

É importante evidenciar como é imprescindível respeitar princípios e se comportar profissionalmente durante a execução do trabalho porque a ética profissional é um conjunto de normas de conduta que deverão ser postas em práticas no exercício profissional porque o profissional tem responsabilidades individuais e sociais pois envolvem pessoas que delas se beneficiam.

Também é citado neste trabalho, a ética nos trabalhos de auditoria e perícia contábil, onde mesma deve prevalecer sobre quaisquer interesse durante todas as fases de execução dos trabalhos para que haja qualidade.

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METODOLOGIA

A metodologia a ser utilizada na execução do presente trabalho, será basicamente voltada para o estudo de fontes teóricas bibliográficas por constituírem material completo, visto apresentarem coletas de dados, analises comparativas e informações necessárias, assegurando assim o aprofundamento do tema em estudo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 9

ÉTICA 9

CAPITULO II 22

A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA PARA A CONTABILIDADE 22

CAPITULO III 29

DIFICULDADES QUE AFETAM O COMPORTAMENTO

PROFISSIONAL CONTÁBIL 29

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRÁFICA CONSULTADA 34

ANEXOS 35

INDICE 43

FOLHA DE AVALIAÇÃO 44

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INTRODUÇÃO

No trabalho será abordado os principais deveres e virtudes necessárias ao

profissional contábil, para que este faça uma reflexão constante de seu real papel na

sociedade Brasileira, procurando conscientizar seus clientes e sociedade da importância de

se seguir os princípios éticos que norteiam a vida social e as profissões.

Muito se tem falado sobre a importância da ética bem mais do que se falava no

passado. Isso é positivo, pois uma sociedade que não busca o respeito ao procedimento

ético, acaba por enfrentar um perigoso risco de degradação.

Só falar não basta. É preciso agir, apesar do conceito a ação. Recentes

acontecimentos da política nacional revelaram até excessos de falta de ética, causando uma

indignação generalizada, o que provocou fortemente a busca de um processo de

moralização.

Um dos elementos fundamentais do sucesso das organizações, além da qualidade de

seus produtos e serviços, é o conceito de que desfruta. E esse exige antes de mais nada

credibilidade.

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CAPITULO I

ÉTICA

Neste capítulo será tratado a importância da ética e sua aplicação direcionada ao

indivíduo e ao profissional contábil. Além disso, será enfocado também a ética nas

organizações de uma maneira geral e no Brasil especificamente.

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101.1 - NO SEU PROCESSO HISTÓRICO

Etimologicamente, o termo ética deriva do grego ethikós, chegando à língua

portuguesa através do latim ethicu, para significar o estudo dos juízos de apreciação que se

referem à conduta humana suscetível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal,

seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto.

1.2 - CONCEITOS E IMPORTÂNCIA:

1.2.1 - O QUE É ÉTICA?

A ética não se confunde com a moral. A moral é a regulação dos valores e

comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma

religião, uma certa tradição cultural etc. Há, portanto, muitas e diversas morais.

Isto significa dizer que uma moral é um fenômeno social particular, que não tem

compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os

homens. Exceto quando atacada: justifica-se se dizendo universal, supostamente válida

para todos.

A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria.

A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente

produzidos, cujo objetivo é balizar as ações humanas.

A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo

tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. A ética pode e deve ser

incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana, capaz

de julgar criticamente os apelos a críticos da moral vigente.

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11 Mas a ética, tanto quanto a moral, não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis.

A ética se move, historicamente, se amplia e se adensa. Entre a moral e a ética há uma

tensão permanente: a ação moral busca uma compreensão e uma justificação crítica

universal, e a ética, por sua vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral,

para reforçá-la ou transformá-la.

A ética ilumina a consciência humana, sustenta e dirige as ações do homem,

norteando a conduta individual e social. É um produto histórico-cultural e, como tal, define

o que é virtude, o que é bom ou mal, certo ou errado, permitido ou proibido, para cada

cultura e sociedade.

Dessa maneira, a ética é universal, enquanto estabelece um código de condutas

morais válidos para todos os membros de uma determinada sociedade e, ao mesmo tempo,

tal código é relativo ao contexto sócio-político-econômico e cultural onde vivem os

sujeitos éticos e onde realizam suas ações morais.

1.2.2 - POR QUE A ÉTICA É NECESSÁRIA E IMPORTANTE?

A ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da

humanidade. Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários fundamentais

comuns a todos os povos, nações, religiões etc, a humanidade já teria se despedaçado até à

autodestruição.

Também é verdade que a ética não garante o progresso moral da humanidade. O

fato de que os seres humanos são capazes de concordar minimamente entre si sobre

princípios como justiça, igualdade de direitos, dignidade da pessoa humana, cidadania

plena, solidariedade etc., cria chances para que esses princípios possam vir a ser posto em

prática, mas não garante o seu cumprimento. As nações do mundo já entraram em acordo

em torno de muitos desses princípios. Mas a ética não basta como teoria, nem como

princípios gerais acordados pelas nações, povos, religiões etc.

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Nem basta que as constituições dos países reproduzam esses princípios. É preciso

que cada cidadão e cidadã incorporem esses princípios como uma atitude prática diante da

vida cotidiana, de modo a pautar por eles seu comportamento. Isso traz uma conseqüência

inevitável: freqüentemente o exercício pleno da cidadania (ética) entra em colisão frontal

com a moral vigente, até porque a moral vigente, sob pressão dos interesses econômicos e

de mercado, está sujeita a freqüentes e graves degenerações.

1.3 - ÉTICA DIRECIONADA AO INDIVÍDUO E AO PROFISSIONAL

Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de normas de

conduta que deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. Seria a ação

"reguladora" da ética agindo no desempenho das profissões, fazendo com que o

profissional respeite seu semelhante quando no exercício da sua profissão.

A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissional com sua

clientela, visando a dignidade humana e a construção do bem-estar no contexto sócio-

cultural onde exerce sua profissão.

Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética profissional estamos nos

referindo ao caráter normativo e até jurídico que regulamenta determinada profissão a

partir de estatutos e códigos específicos.

Acontece que, em geral, as profissões apresentam a ética firmada em questões

muito relevantes que ultrapassam o campo profissional em si. Questões como o aborto,

pena de morte, seqüestros, eutanásia, AIDS, por exemplo, são questões morais que se

apresentam como problemas éticos - porque pedem uma reflexão profunda - e, um

profissional, ao se debruçar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como um pensador,

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13um "filósofo da ciência", ou seja, da profissão que exerce. Desta forma, a reflexão ética

entra na moralidade de qualquer atividade profissional humana.

Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância é bastante evidenciada na

vida profissional, porque cada profissional tem responsabilidades individuais e

responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas que dela se beneficiam.

A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana "o fazer" e "o

agir" estão interligados. O fazer diz respeito à competência, à eficiência que todo

profissional deve possuir para exercer bem a sua profissão. O agir se refere à conduta do

profissional, ao conjunto de atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão.

A ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a natureza e o fim

de todo ser humano, por isso, "o agir" da pessoa humana está condicionado a duas

premissas consideradas básicas pela Ética: "o que é" o homem e "para que vive", logo toda

capacitação científica ou técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da

Ética.

Constata-se então o forte conteúdo ético presente no exercício profissional e sua

importância na formação de recursos humanos.

VIRTUDES PROFISSIONAIS

Não obstante os deveres de um profissional, os quais são obrigatórios, devem ser

levadas em conta as qualidades pessoais que também concorrem para o enriquecimento de

sua atuação profissional, algumas delas facilitando o exercício da profissão.

Muitas destas qualidades poderão ser adquiridas com esforço e boa vontade,

aumentando neste caso o mérito do profissional que, no decorrer de sua atividade

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14profissional, consegue incorporá-las à sua personalidade, procurando vivenciá-las ao lado

dos deveres profissionais.

O senso de responsabilidade é o elemento fundamental da empregabilidade. Sem

responsabilidade a pessoa não pode demonstrar lealdade, nem espírito de iniciativa. Uma

pessoa que se sinta responsável pelos resultados da equipe terá maior probabilidade de agir

de maneira mais favorável aos interesses da equipe e de seus clientes, dentro e fora da

organização. A consciência de que se possui uma influência real constitui uma experiência

pessoal muito importante.

É algo que fortalece a auto-estima de cada pessoa. Só pessoas que tenham auto-

estima e um sentimento de poder próprio são capazes de assumir responsabilidade. Elas

sentem um sentido na vida, alcançando metas sobre as quais concordam previamente e pelas

quais assumiram responsabilidade real, de maneira consciente.

As pessoas que optam por não assumir responsabilidades podem ter dificuldades em

encontrar significado em suas vidas. Seu comportamento é regido pelas recompensas e

sanções de outras pessoas - chefes e pares. Pessoas desse tipo jamais serão boas integrantes

de equipes.

Prossegue citando a virtude da lealdade: A lealdade é o segundo dos três principais

elementos que compõe a empregabilidade. Um funcionário leal se alegra quando a

organização ou seu departamento é bem sucedido, defende a organização, tomando medidas

concretas quando ela é ameaçada, tem orgulho de fazer parte da organização, fala

positivamente sobre ela e a defende contra críticas.

Lealdade não quer dizer necessariamente fazer o que a pessoa ou organização à qual

você quer ser fiel quer que você faça. Lealdade não é sinônimo de obediência cega.

Lealdade significa fazer críticas construtivas, mas as manter dentro do âmbito da

organização. Significa agir com a convicção de que seu comportamento vai promover os

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15legítimos interesses da organização. Assim, ser leal às vezes pode significar a recusa em

fazer algo que você acha que poderá prejudicar a organização, a equipe de funcionários.

As virtudes da responsabilidade e da lealdade são completadas por uma terceira, a

iniciativa, capaz de colocá-las em movimento. Tomar a iniciativa de fazer algo no interesse

da organização significa ao mesmo tempo, demonstrar lealdade pela organização. Em um

contexto de empregabilidade, tomar iniciativas não quer dizer apenas iniciar um projeto no

interesse da organização ou da equipe, mas também assumir responsabilidade por sua

complementação e implementação.

Gostaríamos ainda, de acrescentar outras qualidades que consideramos importantes

no exercício de uma profissão. São elas:

Honestidade: A honestidade está relacionada com a confiança que nos é depositada,

com a responsabilidade perante o bem de terceiros e a manutenção de seus direitos. É muito

fácil encontrar a falta de honestidade quanto existe a fascinação pelos lucros, privilégios e

benefícios fáceis, pelo enriquecimento ilícito em cargos que outorgam autoridade e que têm

a confiança coletiva de uma coletividade.

Sigilo: O respeito aos segredos das pessoas, dos negócios, das empresas, deve

ser desenvolvido na formação de futuros profissionais, pois se trata de algo muito importante.

Uma informação sigilosa é algo que nos é confiado e cuja preservação de silêncio é

obrigatória.

Competência: Competência, sob o ponto de vista funcional, é o exercício do

conhecimento de forma adequada e persistente a um trabalho ou profissão.

Prudência: Todo trabalho, para ser executado, exige muita segurança. A

prudência, fazendo com que o profissional analise situações complexas e difíceis com mais

facilidade e de forma mais profunda e minuciosa, contribui para a maior segurança,

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16principalmente das decisões a serem tomadas. A prudência é indispensável nos casos de

decisões sérias e graves, pois evita os julgamentos apressados e as lutas ou discussões inúteis.

Coragem: A coragem nos ajuda a reagir às críticas, quando injustas, e a nos

defender dignamente quando estamos cônscios de nosso dever. Nos ajuda a não ter medo de

defender a verdade e a justiça, principalmente quando estas forem de real interesse para

outrem ou para o bem comum. Temos que ter coragem para tomar decisões, indispensáveis e

importantes, para a eficiência do trabalho, sem levar em conta possíveis atitudes ou atos de

desagrado dos chefes ou colegas.

Perseverança: Qualidade difícil de ser encontrada, mas necessária, pois todo

trabalho está sujeito a incompreensões, insucessos e fracassos que precisam ser superados,

prosseguindo o profissional em seu trabalho, sem entregar-se a decepções ou mágoas. É

louvável a perseverança dos profissionais que precisam enfrentar os problemas do

subdesenvolvimento.

Compreensão: Qualidade que ajuda muito um profissional, porque é bem

aceito pelos que dele dependem, em termos de trabalho, facilitando a aproximação e o

diálogo, tão importante no relacionamento profissional.

Humildade: O profissional precisa ter humildade suficiente para admitir que

não é o dono da verdade e que o bom senso e a inteligência são propriedade de um grande

número de pessoas.

Imparcialidade: É uma qualidade tão importante que assume as

características do dever, pois se destina a se contrapor aos preconceitos, a reagir contra os

mitos, a defender os verdadeiros valores sociais e éticos, assumindo principalmente uma

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17posição justa nas situações que terá que enfrentar. Para ser justo é preciso ser imparcial, logo

a justiça depende muito da imparcialidade.

Otimismo: Em face das perspectivas das sociedades modernas, o profissional

precisa e deve ser otimista, para acreditar na capacidade de realização da pessoa humana, no

poder do desenvolvimento, enfrentando o futuro com energia e bom-humor.

ÉTICA PROFISSIONAL: O DEVER DA AJUDA NA PRÁTICA DA VIRTUDE

Muitos são os deveres que um profissional possui em relação aos seus colegas. Dentre

todos, um dos que mais se torna importante, para o fortalecimento de uma comunidade,

encontra-se aquele dever ético da ajuda. O ajudar envolve um complexo de atitudes.

Isto não significa, todavia, que se deva abandonar ou condenar definitivamente um

colega porque ele cometeu enganos.

Todos podemos cometer erros e é natural que os cometamos em situações de

inexperiência, falta de orientação, educação insuficiente, más companhias, circunstâncias

adversas, em suma muitos fatores adversos podem conduzir ao rompimento com a virtude.

Ninguém deve auto julgar-se absolutamente perfeito e todos estamos sujeitos a

enganos maiores ou menores. A ajuda, portanto, inclui essa especial assistência nossa ao

colega para que possa reconduzir-se ao caminho do bem, para que possa retornar a virtude

ou até absorver exemplos que em verdade não tinha ainda sido despertado para eles.

O referido princípio que tão bem se aplica ao corpo, deixa de aplicar-se aos

domínios da ética, no caso enfocado, pois, ninguém se ajuda sem ajudar o seu semelhante.

Quando um colega pratica erros, a primeira coisa que nos cabe fazer, é aproximarmos dele

para contribuir com exemplos e boas palavras para que se recupere. Ninguém está

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18absolutamente perdido se tem ainda dentro de si a capacidade de absorver a virtude e se não

é infenso a orientação

1.4 - ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES MODERNAS

Nesses tempos de globalização e reestruturação competitiva, as empresas que se

preocupam com a ética e conseguem converter suas preocupações em práticas efetivas,

mostram-se mais capazes de competir com sucesso e conseguem obter não apenas a

satisfação e a motivação dos seus profissionais, mas também resultados compensadores em

seus negócios.

Assim, enquanto profissionais e pessoas, dependendo de como nos comportamos,

por exemplo, em nossas relações de trabalho, podemos estar colocando seriamente em

risco nossa reputação, nossa empresa e o sucesso em nossos negócios.

A sobrevivência e evolução das empresas e de seus negócios, portanto, estão

associadas cada vez mais a sua capacidade de adotar e aperfeiçoar condutas marcadas pela

seriedade, humildade, justiça e pela preservação da integridade e dos direitos dos

profissionais.

Nas organizações, a ética constitui o respaldo filosófico sobre o qual são

desenvolvidos os padrões de comportamentos e atividades, também representando o

parâmetro sob o qual se analisam conceitos, perfis e a relação de compatibilidade entre si e

entre eles e a organização.

Tanto a vida das organizações quanto as relações sociais dela resultantes calcam-se

em princípios que por sua vez servirão de base para o estabelecimento de normas de

conduta e para o julgamento de uma associação entre eles e a organização.

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19De acordo com as regras que vêm norteando os comportamentos nas organizações

não consideram o comportamento humano em seu todo complexo, já que se pautam, tão

somente, em valores econômicos de uma ética utilitária.

Historicamente, a cultura ocidental contém uma marca qualificada como

individualista, desde que calcada no interesse por si mesmo e no desenvolvimento de regras

neste sentido. Todavia, observa-se, principalmente nos Estados Unidos, um retorno a

algumas questões de natureza moral, a partir de fatos que vão desde escândalos financeiros

até os negócios, de uma maneira geral.

Nesse bojo encontram-se dois fatores por demais importantes para a interpretação

do modus operandi das organizações: os resultados econômicos e financeiros de decisões

apenas especulativas e o baixo nível de consciência profissional, que se reflete, dentre

outros, no desencadeamento de conflitos, quando da avaliação com os valores subjacentes

ao indivíduo.

O universo das relações implica associações entre ação política e moral e entre

bem individual e bem coletivo. Isto porque a ordem considerada ética reveste -se de um

princípio de humanidade comum a qualquer época.

O comportamento embasado apenas na ética utilitária abriga relações que se

desenvolvem sob os auspícios da instrumentalidade, logo, da objetividade e do interesse.

Em outras palavras, essas relações têm como características a funcionalidade e o cálculo da

racionalidade instrumental.

Essa forma de se viver os valores gera no indivíduo um sentimento de ambigüidade

em sua avaliação conceitual sobre aquele princípio de humanidade presente em todos os

tempos, levando ao entendimento de que há duas realidades ou que há dois princípios éticos

ou, ainda, que há dois códigos para a expressão de uma mesma ética. A experiência desse

sentimento paradoxal leva a uma confusão ética, cujas conseqüências conduzem à

descrença do sistema de um modo geral.

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20Ganhos e benefícios:

• Possibilidades de construir uma cultura ética profissional e empresarial verdadeira e

apropriada aos novos tempos;

• Harmonia e equilíbrio dos interesses individuais e institucionais;

• Satisfação e motivação dos colaboradores e melhoria da sua qualidade de vida

integral;

• Fortalecimento das relações da empresa com todos os agentes envolvidos direta ou

indiretamente com suas atividades;

• Melhoria da imagem e da credibilidade da empresa e de seus negócios;

• Melhoria da qualidade, resultados e realizações empresariais.

1.5 - ÉTICA NO BRASIL

Não só no Brasil se fala muito em ética hoje. Mas temos motivos de sobra para nos

preocuparmos com a ética no Brasil. O fato é que em nosso país assistimos a uma

degradação moral acelerada, principalmente na política. Ou será que essa baixeza moral

sempre existiu? Será que hoje ela está apenas vindo a público? Uma ou outra razão, ou

ambas combinadas, são motivos suficientes para uma reação ética dos cidadãos

conscientes de sua cidadania.

O tipo de desenvolvimento econômico vigente no Brasil tem gerado

estruturalmente e sistematicamente situações práticas contrárias aos princípios éticos: gera

desigualdades crescentes, gera injustiças, rompe laços de solidariedade, reduz ou extingue

direitos, lança populações inteiras a condições de vida cada vez mais indignas. E tudo isso

convive com situações escandalosas, como o enriquecimento ilícito de alguns, a

impunidade de outros, a prosperidade da hipocrisia política de muitos etc. Afinal, a

hipocrisia será de todos se todos não reagirem eticamente para fazer valer plenamente os

direitos civis, políticos e sociais proclamados por nossa Constituição.

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A primeira constatação que se deve fazer é que a sociedade mudou. Aconteceu a

explosão demográfica, a industrialização, a predominância da ciência e da tecnologia, o

surgimento do estado moderno, enfim, a passagem de uma sociedade agrária, complexa,

pluralista, individualista e com divisão de trabalho, mesmo dentro das diversas categorias

profissionais.

No Brasil, o problema da ética profissional começa a partir dos seguintes fatos:

• Estado brasileiro cobra dos assalariados o equivalente aos Estados

escandinavos;

• Não oferecer retorno (esquece suas funções sociais);

• Paga muito mal certos profissionais;

• Possui uma burocracia ineficaz e incompetente.

Portanto, a ética profissional pressupõe normas morais, gerais e coletivas e também

uma organização moderna do Estado: uma consciência social e cívica, a partir, do mundo

político e do mundo econômico.

A sociedade brasileira evoluiu e mudou profundamente sua maneira de ser e se

organizar. Passou de uma cultura agrária, tradicional, para uma realidade urbana,

industrial. Modernizou-se. Por outro lado o estado permanece atrasado, ineficaz e não

cumprindo sua função social.

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CAPITULO II A IMPORTANCIA DA ÉTICA PARA A CONTABILIDADE

Neste capítulo será estudado os programas de melhoria de qualidade relacionados a

ética profissional e o desempenho com qualidade nos trabalhos de auditoria e perícia

contábil.

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232.1 - ÉTICA E QUALIDADE

As relações econômicas mundiais sempre se firmaram em um ambiente político e

social de transformações e em constante evolução. O significado social da moral está na

regulamentação das relações entre os homens enquanto indivíduos e seres sociais, para

contribuir com a manutenção e garantia da ordem comunitária.

A segunda metade do século XX assistiu às mais rápidas mudanças que a

humanidade viveu e os fatos confirmam que a aceleração dessas mudanças é crescente em

relação ao tempo. Porém, ainda o comportamento humano se altere ao longo da história, a

função social da moral em seu conjunto ou de uma norma particular é constante: regular as

ações dos indivíduos nas suas relações mútuas, ou as dos indivíduos com a comunidade,

visando à preservação da sociedade em seu conjunto.

Os processos de melhoria de qualidade nas empresas têm como objetivos a busca

de conformidade com os requisitos do cliente, a prevenção de falhas e a eliminação dos

custos que não agregam valor sendo todas essas metas perseguidas sob liderança

participativa. As empresas se aparelham para implementar, monitorar e corrigir os

programas de qualidade total montando equipes de melhoria de qualidade.

O embasamento ético da busca por padrões de qualidade fica muito claro no

objetivo de envolver os executores das tarefas. Por exemplo, um profissional que assume a

responsabilidade por determinado grupo de contas do Balanço Patrimonial acompanha,

concilia e analisa essas contas com acurácia significativamente maior do que outro que

tenha sido escalado para substituí-lo no período de férias ou em outra situação

involuntariamente.

As empresas, assim como a classe profissional dos contabilistas, torna-se tanto mais

ricas moralmente quanto mais possibilidades oferecem a seus membros de assumirem

pessoal e coletivamente responsabilidades por seus atos.

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2.1.1 - ÉTICA PROFISSIONAL E PROGRAMAS DE MELHORIA DE

QUALIDADE

No cotidiano das empresas, os profissionais defrontam com a necessidade de pautar

seu comportamento por normas que indiquem a conduta que se julgue mais apropriada.

Essa necessidade é sanada na proporção em que o profissional aceita e reconhece o dever

de cumprir tais normas. Nesta situação, ele passa a agir moralmente e a emitir juízos de

valores coerentes com a cultura de qualidade que a empresa quer implementar.

O comportamento ético padronizado pela empresa é o grande mediador do

envolvimento informativo dos níveis hierárquicos da empresa. A gestão passa a ser mais

participativa, delegável e a qualidade torna-se parte do código de ética da empresa. Daí

surtem duas variantes: a necessidade de treinamento e educação de toda a empresa dentro

da ética e a valorização do perfil ético de gestores.

Quando surge um conflito ético cuja solução não seja viabilizada pelos padrões

presentes no código de ética da classe contábil, o contador deve, com vistas a saná-los,

discutir a questão com o superior hierárquico não envolvido, esclarecer conceitualmente a

raiz da dúvida na intenção de obter um curso de ação e, se o conflito persistir, é melhor

submetê-lo a um órgão representativo da organização.

Em nível mais fundamental, as violações aos códigos de ética podem ser

identificados como conflitos de interesses. Qualquer falha no reconhecimento e

encaminhamento apropriado de um conflito, tanto real como potencial, pode trazer sérias

conseqüências para os indivíduos e as empresas. Tanto os controles internos como os

códigos de ética das empresas atuam como formadores de opinião positiva para os clientes

quanto à garantia e a à qualidade dos produtos e serviços oferecidos. Porém, não há como

estabelecer regras e controles derivados de todas as situações porque as circunstâncias são

dinâmicas. Enquanto todos os conflitos de interesses não podem ser completamente

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25evitados, é essencial que sejam conhecidos e todo esforço deve direcionar-se para que o

cliente não seja prejudicado.

2.1.2 -ÉTICA NOS TRABALHOS DE AUDITORIA E DE PERÍCIA CONTÁBIL

Por serem profissões de grande apelo público, a ética está vinculada ao "modus

operandi" com que cada profissional executa as suas atividades, e as pessoas leigas são

capazes de distinguir os bons e os maus profissionais, mesmo sem reflexões técnicas sobre

o código inerente a estas categorias.

Na área da Contabilidade, também há um código de ética muito profundo, e que às

vezes não é tão divulgado como deveria ser, principalmente nas Instituições de Ensino

Superior.

A Auditoria e a Perícia Contábil são atividades de extremo envolvimento com

estudos que visam proporcionar aos usuários dos dados gerados pela Contabilidade, total

transparência sobre os fatos, muitas vezes servindo de proval na tomada de decisões.

A Auditoria e a Perícia Contábil fornecem elementos que são tidos quase sempre

como verdades absolutas, incontestáveis, onde as pessoas contratantes destes serviços têm

em mente que os trabalhos foram desenvolvidos por profissionais com independência de

interesses sobre a matéria analisada, oferecendo segurança na tomada de decisões.

É neste contexto que afirmamos que não é dado o devido valor pela grande maioria

da sociedade sobre os trabalhos executados por estas duas categorias de Contadores, pois

as pessoas não conseguem vislumbrar as conseqüências desastrosas que um parecer

errôneo, ou um laudo pericial mal estruturado, podem trazer às organizações.

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26Por serem profissões de envolvimento quase que direto com conflitos, de natureza

técnica ou pessoal, é que a ética deve prevalecer sobre quaisquer interesses durante todas

as fases de execução dos trabalhos. Estar em harmonia com o pensamento é não deixar que

fatos estranhos à matéria auditada ou periciada influenciem na execução dos trabalhos,

com o intuito de beneficiar a terceiros.

Partindo-se do princípio que a qualidade dos trabalhos de Perícia e Auditoria devem

ser realizados com ética, e em conformidade com a Resolução do CFC, abordaremos a

seguir às Normas Profissionais destas categorias.

Em relação à Auditoria, o CFC através da Resolução nº 821/97, aprovou a NBC P 1

– Normas Profissionais de Auditor Independente, ao passo que para a Perícia, foi emitida a

Resolução nº 733/92, que trata da NBC P 2 – Normas Profissionais de Perito Contábil.

Embora sejam normas emitidas para profissões diferentes, guardam uma filosofia

ética que afeta os Contadores que executam atividades de Auditoria e de Perícia, onde

procuramos condensar o que existe de comum no código de conduta, através de tópicos,

destacando-se:

• Comprometimento técnico-profissional, somente aceitando trabalhos que julgue

estar capacitado totalmente de recursos para desenvolvê-los, recusando os serviços que não

tiver capacidade de execução;

• Independência total no desenvolvimento dos trabalhos em todas as fases, se não

deixando influenciar por fatores estranhos que caracterizem a perda de imparcialidade;

• Cobrança de honorários compatíveis com os trabalhos desenvolvidos, avaliando

principalmente a relevância e o vulto do serviço a ser executado;

• Sigilo total das informações coletadas nos trabalhos de campo, somente

divulgando-as a terceiros mediante autorização expressa da entidade, ou salvo quando

houver obrigação legal.

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27Após estas considerações, fica evidente que a responsabilidade pelo respeito à ética

por parte dos Auditores e Peritos é fundamental para a plena execução das suas atividades

com o devido profissionalismo que estes trabalhos necessitam.

Baseado na legislação regulamentada pelo CFC, percebemos que à ética destes

profissionais deve estar presente em todas as etapas, desde as fases pré e pós-trabalhos

desenvolvidos, para que as suas considerações revistam-se da maior qualidade e

confiabilidade, não dando margem a qualquer questionamento quanto à lisura do produto

final dos serviços, que é o laudo ou parecer.

Em um país como o Brasil, onde o que se divulga são, os desmandos, as operações

ilícitas, a sonegação de informações, a corrupção dentre outras anomalias, o respeito à ética

por parte dos Auditores e Peritos reveste-se de importância ainda maior, pois os seus

serviços estão sendo contratados por alguém que possui a plena convicção da neutralidade

e fidedignidade dos fatos/transações apuradas por estes profissionais.

Como um doente que é mal diagnosticado, e que pode vir a morrer pela negligência

de um médico, também o patrimônio de uma empresa, ou uma pessoa física, podem ser

pessimamente interpretados por Auditores ou Peritos, e é com esta responsabilidade, de

não cometer "diagnósticos" errôneos, que estes profissionais devem desempenhar a função

para a qual foram contratados com o máximo de ética.

Apesar da extrema competição entre as pessoas, neste mundo cada vez mais

globalizado, o que deve ficar cristalino é que nada justifica a falta de ética no desempenho

das atividades de uma profissão, e que nas funções de Auditor ou de Perito, os Contadores

devem ter em mente a sua responsabilidade social na execução e divulgação dos seus

trabalhos.

Devemos difundir cada vez mais à ética entre as pessoas, e principalmente na nossa

categoria de Contadores, enfocamos durante toda esta matéria as atividades de Perícia e

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28Auditoria, porém é claro que é necessário incorporar a ética em todos os outros

desmembramentos desta profissão edificante e necessária para o desenvolvimento e

organização das entidades.

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29

CAPITULO III

DIFICULDADES QUE AFETAM O COMPORTAMENTO

PROFISSIONAL CONTÁBIL

Neste capítulo será abordado as dificuldades que afetam o

comportamento do profissional contábil , como o conflito de interesses e o

individualismo.

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30

3.1 -CONFLITOS DE INTERESSES

A abordagem das situações onde podem ocorrer conflito de interesses tem merecido

uma atenção crescente na atualidade, especialmente quanto aos seus aspectos éticos.

Na execução da profissão contábil, uma conduta não ética de um contabilista, pode

em primeiro momento agradar a quem se beneficia diretamente desta conduta. Porém, a

médio e longo prazo, este fato apenas contribui para denegrir anão somente o profissional

que a praticou, mas a comunidade contábil como um todo.

É uso comum da sociedade julgar uma categoria profissional, infelizmente, não

pelos bons profissionais, mas sim pelos maus. Assim sendo, muitas vezes os contabilistas

são vistos como “quebradores de galho” em questões fiscais e contábeis. Isto porque uma

parte considerável destes intermediam e, não raro, incentivam práticas ilícitas, como a

sonegação fiscal, pagamento de propinas, suborno, elaboração de peças, demonstrativos e

documentos falsos, como por exemplo, balanços fraudulentos e comprovantes de

rendimentos sem respectivo respaldo.

É claro que se profissionais contábeis assim o fazem, é porque encontram anuência

aos seus atos entre empresários, funcionários públicos e pessoas que assim querem que seja

feito. Porém, este fato não justifica e muito menos explica estas atitudes.

Talvez, em alguns casos, é a relação de poder que obriga contabilistas a agirem em

desacordo com as Leis e as Normas; vale dizer, em contrário à ética profissional. Pelo

temor de perder o emprego ou o cliente, seja ele um contabilista contratado ou um

proprietário de escritório contábil, respectivamente, pratica estes atos desabonadores à

profissão. Mas, se todos os profissionais agissem conforme a ética, estes que detêm o

poder econômico, não conseguiriam forçá-los a agirem de modo contrário, pois não

encontrariam que os fizesse.

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31É sabido que uma profissão só é valorizada quando quem dela precisa, sente sua

utilidade. Ou seja, quando uma profissão consegue demonstrar de forma inequívoca que

pode contribuir positivamente para a sociedade, ganha desta a admiração e o respeito que

merece.

Ao recusa-se a participar de atos incompatíveis com a legislação, o contabilista

prova que sua conduta é coerente não só com a ética, mas também com a moral social e

pessoal.

Outra forma de má conduta é o aviltamento de honorários, que gera concorrência

desleal. O profissional que o pratica está buscando a quantidade e não a qualidade, uma

vez que oferece seus serviços por valores incoerentes com a relevância, a complexidade e

as dificuldades na execução de seu trabalho. Acaba sendo remunerado abaixo de seu custo.

Do ponto de vista econômico-financeiro e ético, esta situação é um suicídio

profissional. Para não sucumbir, o profissional ou rebaixa a qualidade do serviço ou deixa

de executá-los ou simplesmente os faz com negligência.

Se este suicídio atingisse somente os contabilistas que assim procedem, num espaço

de tempo relativamente curto, restariam somente os que não o fazem. Contudo, como a

concorrência é desleal, estes outros se vêem obrigados a seguir pelo mesmo caminho, para

não curvarem-se à falta de emprego ou de clientes. Portanto, aviltamento de honorários é

uma batalha sem limites, onde ninguém ganha, todos perdem.

3.2 - INDIVIDUALISMO E ÉTICA PROFISSIONAL

Parece ser uma tendência do ser humano, como tem sido objeto de referências de

muitos estudiosos, a de defender, em primeiro lugar, seus interesses próprios e, quando

esses interesses são de natureza pouco recomendável, ocorrem sérios problemas.

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32O valor ético do esforço humano é variável em função de seu alcance em face da

comunidade. Se o trabalho executado é só para auferir renda, em geral, tem seu valor

restrito.

Por outro lado, nos serviços realizados com amor, visando ao benefício de

terceiros, dentro de vasto raio de ação, com consciência do bem comum, passa a existir a

expressão social do mesmo.

Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter menor

consciência de grupo. Fascinado pela preocupação monetária, a ele pouco importa o que

ocorre com a sua comunidade e muito menos com a sociedade.

Sabemos que a conduta do ser humano pode tender ao egoísmo, mas, para os

interesses de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se acomode às

normas, porque estas devem estar apoiadas em princípios de virtude.

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33

CONCLUSÃO

Não há dúvidas que a ética pode ser um diferencial no mercado empresarial e

profissional. Se por um lado às empresas querem se livrar da desonestidade, omissão, má

conduta, mentira por outro lado a atitude dos profissionais em relação às questões éticas

podem ser a diferença entre o seu sucesso e o seu fracasso.

A imagem da empresa está diretamente ligada a do seu profissional e vice – versa,

assim como a ética pode maximizar os resultados da empresa a antiética pode comprometer

consideravelmente o seu desempenho. Atuar com responsabilidade profissional e social é

um bom caminho, sobretudo se estiver em consonância com o ‘eu’ interior.

O profissional deve se orientar para uma liberdade responsável, na qual tome

consciência das influências que, em última análise, não dependem dele, pois embora não

possa e não consiga modificar esses elementos, pelo menos pode incorporá-los ao presente

pelo qual deve assumir a responsabilidade. O profissionalismo é a maneira íntegra e

honesta de exercer uma profissão. Ele está fundamentalmente ligado à ética, à moral dos

bons costumes.

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BIBLIOGRÁFIA CONSULTADA

VALQUEZ, Adolfo Sanchez. Ética. 17.ed. Rio de Janeiro: 1997.

NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. 2.ed. São Paulo: 1999.

LISBOA, Lázaro Plácido. Ética Geral e Profissional em Contabilidade. 2.ed. Rio de

Janeiro: ed. Atlas, 1997.

RESOLUÇÃO DO CFC 803/96. Código de ética profissional do contabilista.

www.cfc.org.br

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ANEXO

CÓDIGO DE ÉTICA DO CONTADOR

CAPÍTULO I

DO OBJETIVO

Art.1º - Este Código de Ética Profissional tem por objetivo fixar a forma pela qual devem

conduzir os contabilistas, quando no exercício profissional.

CAPÍTULO II

DOS DEVERES E DAS PROIBIÇÕES

Art. 2º - São deveres do contabilista:

I - exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e

resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da dignidade e

independência profissionais.

II - guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no

âmbito do serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por

autoridades competentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade.

III - zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos serviços a seu cargo.

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36IV - comunicar, desde logo, ao cliente ou empregador, em documento reservado, eventual

circunstância adversa que possa influir na decisão daquele que lhe formular consulta ou lhe

confiar trabalho, estendendo-se a obrigação a sócios e executores.

V - inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso.

VI - renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do

cliente ou empregador, a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando,

contudo, para que os interesse dos mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações

públicas sobre o motivo da renúncia.

VII - se substituído em suas funções, informar ao substituto sobre os fatos que devam

chegar ao conhecimento desse, a fim de habilitá-lo para o bom desempenho das funções a

serem exercidas.

VIII - manifestar, a qualquer tempo, a existência de impedimento para o exercício da

profissão.

IX - ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja

propugnando por remuneração condigna, seja zelando por condições de trabalho

compatíveis com o exercício ético - profissional da Contabilidade e seu aprimoramento

técnico.

Art 3º - No desempenho de suas funções, é vedado ao Contabilista:

I - anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo que resulte na

diminuição do colega, Organização Contábil ou da classe, sendo sempre admitida a

indicação de títulos, especializações, serviços oferecidos, trabalhos realizados e relação de

clientes.

II - assumir, direta ou indiretamente, serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou

desprestígio para a classe.

III - auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não decorra

exclusivamente de sua prática lícita.

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37IV - assinar documentos ou peças contábeis elaborados por outrem, alheio à sua orientação,

supervisão e fiscalização.

V - exercer a profissão, quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercicío

aos não habilitados ou impedidos.

VI - manter a Organização Contábil sob forma não autorizada pela legislação pertinente.

VII - valer-se de agenciador de serviços, mediante participação desse nos honorários a

receber.

VIII - concorrer para a realização de ato contrário à legislação ou destinado a fraudá-la ou

praticar, no exercício da profissão, ato definido como crime ou contravenção.

IX - solicitar ou receber do cliente ou empregador qualquer vantagem que saiba para

aplicação ilícita.

X - prejudicar, culposa ou dolosamente, interesse confiado a sua responsabilidade

profissional.

XI - recusar-se a prestar contas de quantias que lhe forem comprovadamente confiadas.

XII - reter abusivamente livros, papéis ou documentos, comprovadamente confiados à sua

guarda.

XIII - aconselhar o cliente ou o empregador contra disposição expressas em lei ou contra os

Princípios Fundamentais e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho

Federal de Contabilidade.

XIV - exercer atividades ou ligar o seu nome a empreendimentos com finalidades ilícitas.

XV - revelar negociação confidenciada pelo cliente ou empregador para acordo ou

transação que, comprovadamente, tenha tido conhecimento.

XVI - emitir referência que identifique o cliente ou empregador, com quebra de sigilo

profissional, em publicação em que haja menção a trabalho que tenha realizado ou

orientado, salvo quando autorizado por eles.

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38XVII - iludir ou tentar iludir a boa fé de cliente, empregador ou de terceiros, alterando ou

deturpando o exato teor de documentos, bem como fornecendo falsas informações ou

elaborando peças contábeis inidôneas.

XVIII - não cumprir, no prazo estabelecido, determinação dos Conselhos Regionais de

Contabilidade, depois de regularmente notificado.

XIX - intitular-se com categoria profissional que não possua, na profissão contábil.

XX - elaborar demonstrações contábeis sem observância dos Princípios Fundamentais e das

Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade.

XXI - renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquer restrições ou imposições

que possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho.

XXII - publicar ou distribuir, em seu nome, trabalho científico ou técnico do qual não tenha

participado.

Art. 4º - O Contabilista poderá publicar relatório, parecer ou trabalho técnico-profissional,

assinado e sob sua responsabilidade.

Art. 5º - O Contador, quando perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá:

I - recusar sua indicação quando reconheça não se achar capacitado em face da

especialização requerida.

II - abster-se de interpretações tendenciosas sobre a matéria que constitui objeto de perícia,

mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo.

III - abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os

direitos de quaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver

servindo, mantendo seu laudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos.

IV - considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido a sua

apreciação.

V - mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito

sobre peças contábeis objeto de seu trabalho, respeitado o disposto no inciso 11 do Art. 2o.

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39VI - abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar suficientemente informado e

munido de documentos.

VII - assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos

Princípios Fundamentais e Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo CFC.

VIII - considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudo sobre peças contábeis

observando as restrições contidas nas Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo

Conselho Federal de Contabilidade.

IX - atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal

de Contabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis

de trabalho, relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do

seu trabalho.

CAPÍTULO III

DO VALOR DOS SERVIÇOS PRESTADOS

Art. 6º - O Contabilista deve fixar previamente o valor dos serviços de preferência por

contrato escrito, considerados os elementos seguintes:

I - a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade do serviço a executar.

II - o tempo que será consumido para a realização do trabalho.

III - a possibilidade de ficar impedido da realização de outros serviços.

IV - o resultado lícito favorável que para o contratante advirá com o serviço prestado.

V - a peculiaridade de tratar-se de cliente eventual, habitual ou permanente.

VI - o local em que o serviço será prestado.

Art. 7º - O Contabilista poderá transferir o contrato de serviços a seu cargo a outro

Contabilista, com a anuência do cliente, preferencialmente por escrito.

Parágrafo Único: O Contabilista poderá transferir parcialmente a execução dos serviços a

seu cargo a outro Contabilista, mantendo sempre como sua a responsabilidade técnica.

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40Art. 8º - É vedado ao Contabilista oferecer ou disputar serviços profissionais mediante

aviltamento de honorários ou em concorrência desleal.

CAPÍTULO IV

DOS DEVERES EM RELAÇÃO AOS COLEGAS E À CLASSE

Art. 9º - A conduta do Contabilista com relação aos colegas deve ser pautada nos princípios

de consideração, respeito, apreço e solidariedade, em consonância com os postulados de

harmonia da classe.

Parágrafo Único: O espírito de solidariedade, mesmo na condição de empregado, não induz

nem justifica a participação ou convivência com o erro ou com os atos infringentes de

normas técnicas ou legais que regem o exercício da profissão.

Art. 10º - O Contabilista deve, em relação aos colegas, observar as seguintes normas de

conduta:

I - abster-se de fazer referências prejudiciais ou de qualquer modo desabonadoras.

II - abster-se da aceitação de encargo profissional em substituição a colega que dele tenha

desistido para preservar a dignidade ou os interesses da profissão ou da classe, desde que

permaneçam as mesmas condições que ditaram o referido procedimento.

III - jamais apropriar-se de trabalhos, iniciativas ou de soluções encontradas por colegas,

que deles não tenha participado, apresentando-os como próprios.

IV - evitar desentendimentos com o colega a que vieres a substituir no exercício da

profissão.

Art. 11º - O Contabilista deve, com relação à classe, observar as seguintes normas de

conduta:

I - prestar seu concurso moral, intelectual e material, salvo circunstâncias especiais que

justifiquem a sua recusa.

II - zelar pelo prestígio da classe, pela dignidade profissional e pelo aperfeiçoamento de

suas instituições.

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41III - aceitar o desempenho de cargo de dirigente nas entidades de classe, admitindo-se a

justa recusa.

IV- acatar as resoluções votadas pela classe contábil, inclusive quanto a honorários

profissionais.

V - zelar pelo cumprimento deste Código.

VI - não formular juízos depreciativos sobre a classe contábil.

VII - representar perante os órgãos competentes sobre irregularidades comprovadamente

ocorridas na administração de entidade de classe contábil.

VIII - jamais utilizar-se de posição ocupada na direção de entidade de classe em benefício

próprio ou para proveito pessoal.

CAPÍTULO V

DAS PENALIDADES

Art. 12º - A transgressão de preceito deste Código constitui infração ética, sancionada,

segundo a gravidade, com a aplica;cão de uma das seguintes penalidades:

I - Advertência Reservada.

II - Censura Reservada.

III - Censura Pública.

Parágrafo Único: Na aplicação das sanções éticas são consideradas como atenuantes:

I - falta cometida em defesa de prerrogativa profissional.

II - ausência de punição ética anterior.

III - prestação de relevantes serviços à Contabilidade.

Art. 13º - O julgamento das questões relacionadas à transgressão de preceitos do Código de

Ética incumbe, originariamente, aos Conselhos Regionais de Contabilidade, que

funcionarão como Tribunais Regionais de Ética, facultado recurso dotado de efeito

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42suspensivo, interposto no prazo de trinta dias para o Conselho Federal de Contabilidade em

sua condição de Tribunal Superior de Ética.

Parágrafo Primeiro: O recurso voluntário somente será encaminhado ao Tribunal Superior

de Ética se o Tribunal Regional de Ética respectivo mantiver ou reformar parcialmente a

decisão.

Parágrafo Segundo: Na hipótese do inciso III, do artigo 12º, o Tribunal Regional de Ética

Profissional deverá recorrer "ex-officio" de sua própria decisão (aplicação de pena de

Censura Pública).

Parágrafo Terceiro: Quando se tratar de denúncia, o Conselho Regional de Contabilidade

comunicará ao denunciante a instauração do processo até trinta dias após esgotado o prazo

de defesa.

Art. 14º - O Contabilista poderá requerer desagravo público ao Conselho Regional de

Contabilidade, quando atingido, pública e injustamente, no exercício de sua profissão.

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43

INDICE FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTOS 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPITULO I 9

ÉTICA 9

1.1- NO SEU PROCESSO TEORICO 10

1.2- CONCEITOS E IMPORTANCIAS 10

1.2.1- O QUE É A ÉTICA 10

1.2.2- PORQUE A ÉTICA É NECESSÁRIA E IMPORTANTE? 11

1.3- ÉTICA DIRECIONADA AO INDIVIDUO E AO PROFISSIONAL

CONTÁBIL 12

1.4- ÉTICA NAS ORGANIZAÇÕES 18

1.5- ÉTICA NO BRASIL 20

CAPITULO II 22

A IMPORTÂNCIA DA ÉTICA PARA A CONTABILIDADE 22

2.1- ÉTICA E QUALIDADE 23

2.1.1-ETICA PROFISSIONAL E PROGRAMAS DE MELHORIAS DE

QUALIDADE 24

2.1.2-ÉTICA NOS TRABALHOS DE AUDITORIA E PERICIA CONTÁBIL 25

CAPITULO III 29

DIFICULDADES QUE AFETAM O COMPORTAMENTO PROFISSIONAL

CONTÁBIL 29

3.1- CONFLITOS DE INTERESSES 30

3.2- INDIVIDUALISMO E ÉTICA PROFISSIONAL 31

CONCLUSÃO 33

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44

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34

ANEXO 35

INDICE 43

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO” LATU SENSU” EM FINANÇAS E GESTÃO CORPORATIVA

ÉTICA

SUA IMPORTÂNCIA PARA O CONTADOR

AUTOR: ABILIO JOSÉ DA CRUZ

ORIENTADOR: PROF. Ms. MARCOS ANTÓNIO LAROSA

DATA DA ENTREGA:28/01/2004

AVALIADO POR: CONCEITO:

AVALIADO POR: CONCEITO:

AVALIADO POR: CONCEITO:

CONCEITO FINAL:

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