camões também falava "ingrês"!

63
FORTALEZA 2013 DE FEDERAL DO CEARÁ ETRAS- CENTRO DE HUMANIDADES TO DE LETRAS VERNÁCULAS : SOCIOLINGUÍSTICA – HB0014 . Márluce Coan Aleksandra Holanda da Nóbrega Sampaio, Bárbara Amaral de Andrade Fu Brandão Freire CAMÕES TAMBÉM FALAVA “INGRÊS”!

Upload: aleksandra-sampaio

Post on 19-Jun-2015

207 views

Category:

Education


0 download

DESCRIPTION

Apresentação de "Camões também falava 'ingrês'!" Capítulo do livro de Marcos Bagno (2007), Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola Editorial, pp. 207- 224. Por Aleksandra Sampaio, Bárbara Furtado e Priscilla Freire. Orientação: Profa. Márluce Coan. Universidade Federal do Ceará (UFC).

TRANSCRIPT

  • 1. FORTALEZA 2013 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEAR CURSO DE LETRAS- CENTRO DE HUMANIDADES DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNCULAS DISCIPLINA: SOCIOLINGUSTICA HB0014 Profa. Dra. Mrluce Coan Discentes: Aleksandra Holanda da Nbrega Sampaio, Brbara Amaral de Andrade Furtado e Priscilla Brando Freire CAMES TAMBM FALAVA INGRS!

2. BAGNO, Marcos (2007). Cames tambm falava ingrs!. In: Nada na lngua por acaso: por uma pedagogia da variao lingustica. So Paulo: Parbola Editorial, pp. 207- 224 3. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Introduo Podem ser chamados de sociolingustas todos aqueles que entendem por lngua um veiculo de comunicao, de informao e de expresso entre os indivduos da espcie humana. . TARALLO, Fernando (1994) 4. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Introduo As atitudes da professora em sala de aula, no tratamento dado aos fenmenos de variao lingustica, podem exercer uma grande influncia no comportamento de seus alunos. A variao lingustica est intimamente ligada a aspectos de natureza social, cultural, poltica humana, enfim. Podem ser chamados de sociolingustas todos aqueles que entendem por lngua um veiculo de comunicao, de informao e de expresso entre os indivduos da espcie humana. . TARALLO, Fernando (1994) 5. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Introduo As atitudes da professora em sala de aula, no tratamento dado aos fenmenos de variao lingustica, podem exercer uma grande influncia no comportamento de seus alunos. A variao lingustica est intimamente ligada a aspectos de natureza social, cultural, poltica humana, enfim. Por isso, devemos prestar toda a ateno possvel ao que est acontecendo no espao pedaggico em termos de descriminao, desrespeito, humilhao e excluso por meio da linguagem. Podem ser chamados de sociolingustas todos aqueles que entendem por lngua um veiculo de comunicao, de informao e de expresso entre os indivduos da espcie humana. . TARALLO, Fernando (1994) 6. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Introduo As atitudes da professora em sala de aula, no tratamento dado aos fenmenos de variao lingustica, podem exercer uma grande influncia no comportamento de seus alunos. A variao lingustica est intimamente ligada a aspectos de natureza social, cultural, poltica humana, enfim. Por isso, devemos prestar toda a ateno possvel ao que est acontecendo no espao pedaggico em termos de descriminao, desrespeito, humilhao e excluso por meio da linguagem. inadmissvel, nos dias de hoje, que o modo de falar de uma pessoa continue sendo usado como justificativa para atitudes preconceituosas e humilhantes. Podem ser chamados de sociolingustas todos aqueles que entendem por lngua um veiculo de comunicao, de informao e de expresso entre os indivduos da espcie humana. . TARALLO, Fernando (1994) 7. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Introduo Podem ser chamados de sociolingustas todos aqueles que entendem por lngua um veiculo de comunicao, de informao e de expresso entre os indivduos da espcie humana. . TARALLO, Fernando (1994) 8. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Introduo Sem sombra de dvida, uma das principais tarefas da reeducao sociolingustica elevar a auto-estima lingustica das pessoas, mostrar a elas que nada na lngua por acaso e que todas as maneiras de falar so lgicas, corretas e bonitas. Podem ser chamados de sociolingustas todos aqueles que entendem por lngua um veiculo de comunicao, de informao e de expresso entre os indivduos da espcie humana. . TARALLO, Fernando (1994) 9. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Introduo Sem sombra de dvida, uma das principais tarefas da reeducao sociolingustica elevar a auto-estima lingustica das pessoas, mostrar a elas que nada na lngua por acaso e que todas as maneiras de falar so lgicas, corretas e bonitas. Para desempenhar essa tarefa, cada um de ns, educadores, tem que se munir de um instrumental adequado, onde o principal componente , sem dvidas, a sensibilidade. Podem ser chamados de sociolingustas todos aqueles que entendem por lngua um veiculo de comunicao, de informao e de expresso entre os indivduos da espcie humana. . TARALLO, Fernando (1994) 10. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Introduo Sem sombra de dvida, uma das principais tarefas da reeducao sociolingustica elevar a auto-estima lingustica das pessoas, mostrar a elas que nada na lngua por acaso e que todas as maneiras de falar so lgicas, corretas e bonitas. Para desempenhar essa tarefa, cada um de ns, educadores, tem que se munir de um instrumental adequado, onde o principal componente , sem dvidas, a sensibilidade. Podem ser chamados de sociolingustas todos aqueles que entendem por lngua um veiculo de comunicao, de informao e de expresso entre os indivduos da espcie humana. . TARALLO, Fernando (1994) 11. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Introduo Podem ser chamados de sociolingustas todos aqueles que entendem por lngua um veiculo de comunicao, de informao e de expresso entre os indivduos da espcie humana. . TARALLO, Fernando (1994) 12. Livro: Portugus: linguagens Autores: William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhes 13. Uma Fala Autntica CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 14. Uma Fala Autntica Projeto VALPB (Variao Lingustica da Paraba) Mulher, faixa etria entre 15 e 25 anos, sem nenhum grau de escolaridade, empregada domstica, nascida e residente na cidade de Joo Pessoa. Entrevista realizada em outubro de 2005. TRECHO1 [Indagada sobre seu relacionamento com os vizinhos, a entrevistada responde:] CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 15. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 16. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 17. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 18. Reaes Previsveis CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 19. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Em vez de rir, vamos estudar? Afinal, no para isso que estamos na escola? 20. Em vez de rir, vamos estudar? Afinal, no para isso que estamos na escola? Tem muito mais coisa em comum entre a fala da nossa paraibana analfabeta e a fala de qualquer cidad/o altamente escolarizada/o do que a maioria das pessoas imagina. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 21. Em vez de rir, vamos estudar? Afinal, no para isso que estamos na escola? Tem muito mais coisa em comum entre a fala da nossa paraibana analfabeta e a fala de qualquer cidad/o altamente escolarizada/o do que a maioria das pessoas imagina. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 22. Em vez de rir, vamos estudar? Afinal, no para isso que estamos na escola? Traos descontnuos: so determinadas caractersticas lingusticas que se restringem lngua falada por pessoas que esto na base da pirmide das classes sociais formas de falar que no avanam at o topo da pirmide, e por isso recebem a maior carga de rejeio e preconceito por parte dos falantes que no utilizam essas regras. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 23. Em vez de rir, vamos estudar? Afinal, no para isso que estamos na escola? Traos descontnuos: so determinadas caractersticas lingusticas que se restringem lngua falada por pessoas que esto na base da pirmide das classes sociais formas de falar que no avanam at o topo da pirmide, e por isso recebem a maior carga de rejeio e preconceito por parte dos falantes que no utilizam essas regras. Traos graduais: representam formas de uso da lngua que esto presentes na fala de todos os brasileiros, desde os mais pobres e analfabetos at os mais ricos e altamente escolarizados. A diferena a frequncia com que essas regras so utilizadas. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 24. Em vez de rir, vamos estudar? Afinal, no para isso que estamos na escola? Traos descontnuos: so determinadas caractersticas lingusticas que se restringem lngua falada por pessoas que esto na base da pirmide das classes sociais formas de falar que no avanam at o topo da pirmide, e por isso recebem a maior carga de rejeio e preconceito por parte dos falantes que no utilizam essas regras. Traos graduais: representam formas de uso da lngua que esto presentes na fala de todos os brasileiros, desde os mais pobres e analfabetos at os mais ricos e altamente escolarizados. A diferena a frequncia com que essas regras so utilizadas. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 25. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 26. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 27. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 28. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 29. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 30. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 31. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 32. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 33. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 34. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 35. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 36. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS Tem: ter como verbo impessoal no sentido de existncia, no lugar do HAVER, recomendado pela tradio normativa. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 37. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS Tem: ter como verbo impessoal no sentido de existncia, no lugar do HAVER, recomendado pela tradio normativa. A gente: pronome sujeito da primeira pessoa do plural, muito utilizado principalmente entre os jovens. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 38. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS Tem: ter como verbo impessoal no sentido de existncia, no lugar do HAVER, recomendado pela tradio normativa. A gente: pronome sujeito da primeira pessoa do plural, muito utilizado principalmente entre os jovens. Pass: O apagamento do /r/ em final de palavra, principalmente em infinitivos verbais, um trao comum a todo vernculo brasileiro. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 39. Para comear a limpar o terreno: OS TRAOS GRADUAIS Tem: ter como verbo impessoal no sentido de existncia, no lugar do HAVER, recomendado pela tradio normativa. A gente: pronome sujeito da primeira pessoa do plural, muito utilizado principalmente entre os jovens. Pass: O apagamento do /r/ em final de palavra, principalmente em infinitivos verbais, um trao comum a todo vernculo brasileiro. Dinhro: Os ditongos escritos EI e Ai se transformam nas vogais simples /e/ e /a/quando so seguidos de uma consoante palatal (as que escrevemos X e J) ou da vibrante simples /r/. mais um caso de assimilao. Todo e qualquer brasilro fala assim. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 40. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS 41. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS Sofrem maior carga de preconceito e descriminao por parte dos falantes urbanos mais letrados. Essas formas de uso da lngua que so, em geral, consideradas as mais feias, as mais erradas, aquelas que deveriam a todo custo ser extirpadas... 42. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS Sofrem maior carga de preconceito e descriminao por parte dos falantes urbanos mais letrados. Essas formas de uso da lngua que so, em geral, consideradas as mais feias, as mais erradas, aquelas que deveriam a todo custo ser extirpadas... Por isso, no nosso trabalho de reeducao sociolingustica, devemos dar especial ateno a esses fenmenos variveis. Principalmente, quando elas ocorrerem na fala ou na escrita dos nossos alunos, temos de saber reconhec-los, analis-los com bom instrumental terico e tomar decises mais adequadas a respeito do que fazer com eles em sala de aula. 43. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS Sofrem maior carga de preconceito e descriminao por parte dos falantes urbanos mais letrados. Essas formas de uso da lngua que so, em geral, consideradas as mais feias, as mais erradas, aquelas que deveriam a todo custo ser extirpadas... Por isso, no nosso trabalho de reeducao sociolingustica, devemos dar especial ateno a esses fenmenos variveis. Principalmente, quando elas ocorrerem na fala ou na escrita dos nossos alunos, temos de saber reconhec-los, analis-los com bom instrumental terico e tomar decises mais adequadas a respeito do que fazer com eles em sala de aula. 44. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS (1) rotacismo Prstico (PLSTICO) (2) deslateralizao de - gi (GALHO) (3) concordncia no-normativa essas boneca bonita que as menina qu [] 45. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 46. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! LATIM PORTUGUS blandu- brando clavu- cravo duplu- dobro flaccu- fraco fluxu- frouxo obligare obrigar olacere- prazer plicare pregar plumbu- prumo 47. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 48. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 49. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! 50. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS Deslateralizao da consoante [] 51. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS Deslateralizao da consoante [] 52. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS Deslateralizao da consoante [] 53. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS Deslateralizao da consoante [] 54. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS Concordncia 55. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS Concordncia 56. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS Concordncia 57. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! OS TRAOS DESCONTNUOS Concordncia 58. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Concluso REEDUCAO SOCIOLINGUSTICA 59. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Concluso REEDUCAO SOCIOLINGUSTICA 60. CAMES TAMBM FALAVA INGRS! Concluso REEDUCAO SOCIOLINGUSTICA 61. DA LINGUA AO DISCURSO Obras usada nos slides da apresentao Next Bus to Torremelinos. Lynn Hosegood. Design for Living Room Furnishings. Giacomo Balla . Ano: 1918. Caravelas. Mrcio Camargo. leo sobre tela. 16x22cm. Ano: 2001. S/T. Leonilson. Ano: 1989. Woman Leaning Ahead. Pablo Picasso. Ano: 1904. Self-Portrait with Arm Twisting Above Head. Egon Schiele. Ano: 1910. S/T. Yolanda Dorda. Street People. Alessandro Andreuccetti. Under the Pines. Henri-Edmond Cross, c.1906-c.1907 Thomas Eakins - 1882 - Mending the Net