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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE EMPILHADEIRA INDUSTRIAL: LOCACAÇÃO OU COMPRA? Por: Isaias Gentil Filho Orientador Prof. Celso Sanchez Rio de Janeiro

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

EMPILHADEIRA INDUSTRIAL: LOCACAÇÃO OU COMPRA?

Por: Isaias Gentil Filho

Orientador

Prof. Celso Sanchez

Rio de Janeiro

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2004

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

EMPILHADEIRA INDUSTRIAL: LOCAÇÃO OU COMPRA?

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência

do Ensino Superior em Engenharia de Produção.

Por: Isaias Gentil Filho

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AGRADECIMENTOS

A DEUS por dar saúde e forças para

realizar o trabalho. Aos mestres do

curso que participaram ativamente na

sua construção, com seus ensinamentos

e entusiasmo repassados no curso,

permitindo a compreensão da sua

importância, haja vista a escassez de

empreendimentos dessa natureza no

país. Aos amigos Marco A. Sousa e

Maciel H. Maria, pelo ajuda e incentivo

dado nos momentos de dificuldades.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus familiares, meu pai,

minhas irmãs, minha sobrinha Ingrid e em

especial a minha mãe Rose, minha esposa

Nara e meus filhos Bruno, Tainara e

Tatiane por suportarem minha ausência e

isolamento durante todo o tempo da

realização do curso e deste trabalho e

compreenderem os momentos em que

estiveram privados de minha companhia

por este motivo.

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RESUMO

O presente estudo procurou realizar um trabalho de campo no sentido de

serem tabuladas informações que, ao lado dos dados iniciais da Empresa

Brasileira de Correios e Telégrafos - Correios, permitam propiciar aos executivos

estratégicos dessa e de outras empresas que efetuam manuseio de carga

pesada, simulações para tomada de decisão, sobre esse questionamento de

grande importância para a sua vida financeira, que envolve a aquisição ou aluguel

de empilhadeiras à combustão para operação no chão de fábrica.

O desenvolvimento do assunto foi efetuado de forma objetiva e direta,

buscando-se delimitar ao máximo o seu escopo, através da análise dos

parâmetros satisfatórios de custo, qualidade e prazo tendo por base teorias,

regras e princípios de Análise de Fluxo de Caixa, Matemática Financeira e

Engenharia Econômica a partir de uma planilha eletrônica calculada como uma

ferramenta para ajuda aos gerentes no tocante a essa questão, que ao final pode

ser caracterizado como um projeto, posto que, visa estabelecer um conjunto de

atividades organizadas e temporárias, conduzidas para criar um produto único,

com resultados preestabelecidos.

Será traçado um paralelo do conceito e motivações do neologismo

“terceirizar” com a realidade operacional, administrativa dos Correios no tocante

à utilização de empilhadeiras nessa empresa com foco na avaliação de custos

de uma forma geral.

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METODOLOGIA

Os métodos que levam ao problema proposto foram leitura de livros,

jornais, revistas, questionários, pesquisas em páginas da Internet com

direcionamento rigoroso ao escopo do trabalho e após a coleta de dados,

pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, observação do objeto de estudo, as

entrevistas, os questionários, observação dos itens necessários para o

desenvolvimento do trabalho na Empresa Brasileira e Telégrafos, que

proporcionou a ampliação dos conhecimentos obtidos na prática aos preceitos

estabelecidos pelas teorias concernentes ao tema aludido.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8 CAPÍTULO I – Fatos Históricos 12 CAPÍTULO II – A Escolha 14 CAPÍTULO III – Terceirização 21 CAPÍTULO IV – Aquisição 23 CAPÍTULO V – Teoria das Opções Reais 36 CAPÍTULO VI – Engenharia Econômica Aplicada 55 CAPÍTULO VII – O Projeto 61 CAPÍTULO VIII – Estudo de Caso 76 CONCLUSÃO

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 84 BIBLIOGRAFIA CITADA (opcional) 85 ANEXOS 87 ÍNDICE 96 FOLHA DE AVALIAÇÃO 99

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INTRODUÇÃO

Para entender a necessidade de empilhadeiras nas plantas operacionais

das empresas, que é o nosso objeto de estudo, deve-se primeiro conhecer o

princípio de unitização, que se refere ao acondicionamento de carga em algum

tipo de estrutura, de forma a facilitar a sua movimentação utilizando-se

equipamentos.

A movimentação externa está relacionada à logística de distribuição

através dos meios de transporte rodoviários, ferroviários ou hidroviários e a

interna visa o carregamento/descarregamento de veículos, além da organização

de estoques nos armazéns e deslocamento de produtos de/para linhas de

produção, envolvendo basicamente transpaletes manuais, elétricos, docas

niveladoras e empilhadeiras (manuais, elétrica e a combustão).

Por conseguinte, uma importante questão a ser avaliada quando do

desenvolvimento de um projeto de armazenagem e movimentação interna de

carga, é primeiramente a definição dos veículos industriais a serem utilizados nas

operações de estocagem e separação de materiais.

Na primeira etapa, se o estoque for verticalizado através de paletes ou

contêineres empilháveis, escolhe-se as empilhadeiras, que é o nosso objeto de

estudo, que podem ser classificadas em dois grupos: a combustão interna ou

elétrica.

A partir do momento que o processo de estocagem determina a

necessidade de empilhadeiras elétricas, inicia-se uma nova questão: qual

empilhadeira elétrica é mais adequada à operação na estocagem? Dentro do

universo de empilhadeiras elétricas destaca-se uma importante análise a ser

desenvolvida, que é a escolha entre empilhadeiras elétricas de mastro retrátil e

pantográfico. Entre as empilhadeiras elétricas, as mais vendidas, de acordo com

executivos das empresas do ramo, são as retráteis, patoladas,

contrabalançadas, rebocadores e trilaterais com até 15 metros de elevação.

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9 As elétricas são mais adequadas para ambientes fechados. Sua

elevação é até 30% mais rápida, o que é bastante representativo numa elevação

de 7 ou 8 metros. Por ser mais ágil e compacta, o modelo pode movimentar mais

cargas com menos tempo e ainda ter ganhado de espaço, já que se pode

estocar mais volume em um espaço menor. Outra vantagem desses modelos é

que são silenciosas e mais econômicos com relação ao consumo de energia. A

manutenção, no entanto, é mais cara, pelo fato de a máquina ser eletrônica. Para

fazer um comparativo, a máquina a GLP consome nos dias atuais R$ 50,00 de

combustível em um dia de operação, enquanto na elétrica o custo para carregar a

bateria é de R$ 10,00 para um turno de trabalho 8 a 10 horas. Já com relação ao

preço, ambas são similares. O custo de uma bateria para a empilhadeira elétrica

é de R$ 7 mil a R$ 8 mil, mas em geral traz mais economia a médio e longo

prazo. Um último fator, que deve ser considerado para empresas que estejam

buscando a certificação ISO 14000, é que a norma tem como exigência a

utilização dos modelos de empilhadeiras elétricas para ambientes fechados.

Após a definição da necessidade de empilhadeiras, as empresas devem

conhecer o mercado. Verifica-se que o Brasil possui tanto fabricantes locais

quanto os que, ao mesmo tempo em que importam empilhadeiras, também

fabricam alguns modelos no mercado nacional. E há, também, os que apenas

importam empilhadeiras. Diante disto, vale destacar que, segundo informações

de especialistas da área, a venda de empilhadeiras em todo o mundo, está na

casa das 590.000 máquinas/ano, incluindo-se as a combustão e elétricas de

todos os tipos, sendo que no Brasil, vende-se 5.000 máquinas/ano,

representando 0,85% do mercado mundial de empilhadeiras, mesmo assim

observa-se que muitas marcas multinacionais investem neste mercado dado ao

potencial futuro.

Mas, produzir empilhadeiras localmente não é tão simples. Por exemplo,

o principal problema na fabricação de empilhadeiras, hoje, é o fato de que no

Brasil não existe um fabricante dos componentes eletrônicos (controladores) das

máquinas, fabricados exclusivamente na Europa e nos Estados Unidos, o que

obriga a importação desses componentes, e apesar de possuir um percentual

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10 alto de market share nas empilhadeiras tracionárias patoladas, o volume para se

importar componentes que não são fabricados no Brasil, exatamente pelo

mesmo motivo, é extremamente baixo, tornando a compra mais onerosa e difícil.

Para solucionar este problema algumas empresas estão recorrendo a

joint-venture, pois os acordos internacionais obrigam a todos os fornecedores a

vender pelo mesmo preço e nas mesmas condições de pagamento, compras,

independentemente do lote.

Muito mais que um problema de recursos de fabricação ou qualificação

profissional, a fabricação local e o aumento do índice de nacionalização das

empilhadeiras esbarram fundamentalmente na questão de volume. O parque

industrial brasileiro poderia ser mais bem utilizado, caso houvesse volume que

permitisse o desenvolvimento e a fabricação econômica de inúmeros

componentes. A atual escala absorvida pelo mercado brasileiro torna

economicamente inviável a fabricação de inúmeros componentes que, como

alternativa, têm que ser importados. A solução seria desenvolver nichos de

mercado no exterior, trazendo ganho de produtividade e redução de custos do

qual o mercado nacional certamente poderia se beneficiar.

Outro ponto de destaque referente ao tema é a contradição existente

entre os fabricantes deste equipamento no Brasil, com correntes que entendem

que o país ainda não é auto-suficiente na produção local de empilhadeiras, em

virtude do mercado nacional ainda ser pequeno, por problema básico de escala,

já que a auto-suficiência a qualquer preço é economicamente inviável e à medida

que o mercado se expande, a fabricação nacional vai ocupando os espaços,

observando-se que o tamanho do mercado brasileiro ainda não justifica a entrada

de outros fabricantes internacionais, posto que a compra corporativa não é

baseada em emoção, e sim em números, e as empresas escolhem a alternativa

que lhe gere mais riqueza pelo menor custo possível, com isso os empresários

ainda escolhem aumentar a mão-de-obra do que comprar uma empilhadeira

nova. Com o aumento da complexidade da cadeia de suprimentos, aumenta a

demanda por máquinas. Assim, as empresas enfrentam problemas, como o

longo 'lead time”. Outro grande problema da importação é o risco cambial, pois

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11 boa parte das negociações para o atendimento de projetos de maior porte tem

um tempo de maturação que, inúmeras vezes, é maior que um ano. As distorções

oriundas de variação cambial, não raro, inviabilizam alguns negócios. Nas atuais

condições de alta competitividade no mercado de equipamentos de

movimentação e armazenagem, fica praticamente inviáveis a subsistência com

dependência integral de importação, o que faz com que importadores se

retirarem do mercado brasileiro. Um outro problema na importação de

empilhadeiras é a comunicação entre os escritórios locais e a matriz, além dos

problemas na emissão de documentos no padrão aceito pela alfândega

brasileira.

Após a análise desse ambiente, utilizaremos embasamentos científicos

de fluxo de caixa e sua evolução teórica das Opções Reais, que serão de

fundamental importância para o desenvolvimento da planilha eletrônica calculada

que é a proposta deste trabalho – a criação de uma ferramenta para tomada de

decisão dos executivos de planejamento tático e estratégicos nas empresas

voltadas para o ramo de movimentação interna de carga com uso de

empilhadeiras, tendo como pano de fundo alguns números pesquisados na

realidade da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos concernentes a esse

tema.

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CAPÍTULO I

FATOS HISTÓRICOS

“O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las“.

Francis Bacon

Desde a pré-história, o homem após caçar, começou a desfrutar da

pele como abrigo para os dias (e noites) frios, e com isso surge a necessidade

de carregar essas peles e os elementos de manutenção, tipo as ferramentas

para poder subsistir nas próximas necessidades, como não tinha como

transportar tais utensílios deparou-se com o problema de não poder ter em mãos

quando os precisasse. Depois de ter amontoado peles e alimentos, deve ter

pensado em convencer, partilhar ou escravizar alguém para lhe ajudar a

transportar os pertences. E vendo que isso não conseguiria o resultado

pretendido, domesticou algum animal para lhe ajudar a transportar. Ou seja, que

o transporte sem precisar mesmo quando foi que nasceu ou se necessitou,

podemos estabelecer que de uma maneira ou outra, sempre esteve ligado a nós

e nossos antepassados, até para carregar um filho, uma fêmea prenha, um

ancião ou um grupo para se defender.

É a partir da criação da alavanca, do plano inclinado, da roda e da polia,

que se inicia a busca incessante de facilidades para movimentar materiais.De

3.300 até 450 a.C. alguns fatos, como o uso da roda de Potter na Mesopotâmia,

o emprego de cavalos como tração de veículos, a introdução de subdivisão do

trabalho e criação de armazéns para 7 anos de abundância e 7 anos de

escassez no Egito, a movimentação de 2.300.000 blocos de pedra para a

construção da pirâmide de Queops, ficaram registrados como marcantes para

esse tema. Porém, é no ano de 1500, com a publicação do livro "De Re

Metallica", de G. Agrícola, mostrando carrinho de mão, veículos de tração para

minas e sarilho, que podemos entender como o início da “Era Moderna” dos

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13 equipamentos de movimentação de carga, quando em 1796, Bolton e Walf criam,

na Inglaterra, os guindastes giratórios e aparelhos de elevação. Em 1906 surge a

primeira empilhadeira motorizada e vinte anos após, inicia-se a “Era da

Produção em Linha", com enfoque no uso de paletes, empilhadeiras manuais,

empilhadeiras motorizadas, monotrilhos, etc. e introdução da aplicação da carga

unitizada (contêineres) na indústria e no comércio.

Em 1950 surge a “Era da Mecanização” com a tentativa de se

equacionar os problemas de movimentação de materiais pela aplicação do

equipamento e do primeiro computador produzido em série para negócios -

UNIVAC1, tendo também a contribuição do Sistema Toyota de Produção,

incluindo a produção enxuta, manufatura Just-In-Time e círculos da qualidade

inventados pela Toyota Motor Corp, surgindo nessa mesma época as

empilhadeiras com controles eletrônicos.

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CAPÍTULO II

A ESCOLHA

Empilhadoras ou empilhadeiras são máquinas automóveis destinadas a

empilhar e arrumar cargas em armazéns, portos, parques ferroviários de

contentores, arrecadações, etc.

2.1 – Definição de critérios

A seleção de uma determinada empilhadeira está condicionada não só à

carga que ela deverá transportar, mas também, às condições operacionais.

Quando for destinada ao uso interno em indústrias, armazéns, etc., corredores e

altura do local são fatores determinantes da escolha.

a) Tipo de carga a ser movimentada

Cronologicamente, a primeira consideração a ser feita antes de se

determinar qual a empilhadeira mais adequada é quanto ao tipo da carga ou

material a ser movimentado. Também é importante definir se a empilhadeira será

utilizada para transportar um ou mais tipos de cargas. Estes fatores determinam

não somente que tipo de empilhadeira deverá ser considerada para as

operações, mas também que acessórios serão exigidos.

b) Peso da carga a ser movimentada

A próxima consideração é com respeito ao peso da carga. Naturalmente,

o peso é um aspecto determinante da capacidade da empilhadeira a ser

adquirida. Porém, nesta consideração deve-se incluir a maneira como a carga

será movimentada.

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c) Dimensões da carga a ser movimentada

Como as dimensões variam, este é o próximo aspecto a ser

considerado. Duas cargas com o mesmo peso, mas de dimensões diferentes,

podem requerer tipos diferentes de empilhadeiras, já que suas dimensões

alteram o centro de gravidade da carga, variando a capacidade da máquina.

d) Ciclo de movimentação das cargas

Ao analisar-se o local de trabalho onde a empilhadeira operará, é

necessário considerar, primeiramente, as distâncias que serão percorridas. Este

fator é importante especialmente no caso das áreas externas. Quando as

distâncias a serem percorridas são grandes, são necessárias empilhadeiras de

maior velocidade.

e) Tipo de terreno a ser percorrido

Existem áreas externas pavimentadas e não pavimentadas. No caso das

áreas pavimentadas, é necessário determinar o tipo de piso (concreto, asfalto,

madeira, etc.), já que este piso terá que suportar o peso da empilhadeira,

juntamente com o peso da carga a ser transportada e o peso do operador da

máquina. Este mesmo aspecto deve ser considerado ao analisar-se as áreas

internas. Em uso, as empilhadeiras criam cargas máximas momentâneas,

denominadas cargas dinâmicas, que ocorrem durante o deslocamento. Como

regra geral, as cargas em movimento são aproximadamente 20% maiores do

que as cargas estáticas. No caso de terrenos não pavimentados, é necessário

considerar se o terreno é irregular, etc. Estes fatores podem afetar a estabilidade

da empilhadeira e, portanto, determinam não somente o modelo da empilhadeira,

mas também o tipo e tamanho dos pneus a serem utilizados.

f) Percurso a ser percorrido tem rampas?

As rampas limitam a capacidade da empilhadeira pela tração disponível

nas rodas e pela força disponível para mover e empilhar a carga. É importante

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16 considerar o grau de inclinação da rampa na especificação da empilhadeira

adequada, capaz de vencê-la.

g) Percurso tem passarelas aéreas, pontes?

Estas considerações também são muito importantes, já que as

empilhadeiras, com suas torres de elevação, possuem dimensões variadas,

sendo necessária a escolha de um tipo que permita a passagem sob pontes,

túneis, etc.

h) Largura do corredor?

Em locais internos de operação, um fator crítico é a largura do corredor

onde a empilhadeira se movimentará. Considerando-se que a empilhadeira

precisa posicionar-se de frente à estrutura de estocagem, é necessário que o

corredor permita tal manobra.

i) Qual a largura a ser utilizada para a estocagem?

Muitas empresas, como as de transportes, exigem movimentação de

cargas aéreas fechadas em vagões ou caminhões baús, além do empilhamento

interno em estruturas porta-paletes. Para satisfazer a essas necessidades

existem torres de elevação de diversos tamanhos e alturas.

j) Tipo da indústria ou quais suas características ambientais?

As indústrias alimentícias, farmacêuticas e outras apresentam um

aspecto adicional a ser considerado: contaminação dos seus produtos por

gases. Da mesma forma, alguns ambientes fechados não permitem este tipo de

poluição para não prejudicar a saúde e a produtividade dos funcionários. Estes

fatores devem ser cuidadosamente analisados, pois determinarão a escolha do

tipo de motor que acionará a empilhadeira: a óleo, a gasolina, gás liquefeito de

petróleo (GLP) ou elétrico.

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17 2.2 – Avaliação da Categoria

De um modo geral, as empilhadeiras podem ser divididas em cinco

classes, com características e aplicações distintas.

A Classe I agrupa máquinas elétricas contrabalançadas com operador

sentado. Indicada para alta capacidade de carga a baixa altura de elevação e

operações internas, com piso perfeito. Possuem boa velocidade para ciclos

curtos de operação. Nesta classe, há opção de máquinas elétricas com

pneumáticos indicadas para operações internas e externas.

Na Classe II, classificam-se as máquinas elétricas retráteis ou

pantográficas. São indicadas para movimentação vertical. Sua melhor utilização

está entre 7 e 10 metros de altura, onde se pode maximizar a utilização do

espaço vertical. Esses modelos também são indicados para serviços em

câmaras frigoríficas e amplamente utilizados por operadores logísticos. Dentro

dessa classe, estão também as empilhadeiras trilaterais, que operam em

corredores muito estreitos e possuem praticamente a largura da máquina,

colocando a carga nos porta paletes lateralmente em alturas de até 14 metros.

Já da Classe III fazem parte máquinas elétricas próprias para transporte

horizontal. Quando equipadas com torre são indicadas para operações a baixa

altura. As transpaleteiras têm a função de deslocar cargas em grandes

distâncias, com velocidade e economia, e são equipamentos relativamente

baratos se comparados com outras máquinas. Quando equipadas com torre,

atendem a operações de pequeno porte e operam em espaços muito reduzidos.

Máquinas à combustão são consideradas de Classe IV, indicadas para

operações internas, com piso perfeito, devido aos pneus sólidos de perfil baixo.

E na Classe V ficam máquinas à combustão indicadas para operações de carga

e descarga em pátios pavimentados ou não, sendo amplamente utilizadas em

armazéns, pelo fato de utilizarem como combustível o GLP, que tem baixa

emissão de gases. Diversos acessórios podem ser acoplados às empilhadeiras,

maximizando a produtividade e minimizando os custos.

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18 2.3 – Mercados

Além destes tópicos, abordamos os problemas enfrentados na

fabricação local e na importação e as perspectivas.

Em termos de empilhadeiras, o Brasil possui tanto fabricantes locais

quanto empresas que, ao mesmo tempo em que importam empilhadeiras,

também fabricam alguns modelos no mercado nacional. E há, também, as que

apenas importam empilhadeiras.

Diante disto, verificamos que algumas empresas oferecem neste setor,

além de analisar itens como os problemas na importação e na fabricação local e

as perspectivas de mercado nos dois casos.

2.3.1 - Mercado Nacional

Primeiramente, vale destacar que, segundo informações de empresários

deste ramo as vendas de empilhadeiras em todo o mundo esta na casa das

590.000 máquinas/ano, incluindo-se as a combustão e elétricas de todos os

tipos. No Brasil, vende-se 5.000 maquinas/ano representando 0,85% do mercado

mundial de empilhadeiras, e mesmo assim muitas marcas multinacionais

investem neste mercado dado ao potencial futuro.

O fato de que no Brasil não existe fabricante dos componentes eletrônico

(controladores) das máquinas, que somente são fabricados na Europa e nos

Estados Unidos é um ponto que prejudica a produção nacional, tal problema

torna a compra mais onerosa e difícil. Essa questão vem sendo administrada

pelos fabricantes de empilhadeiras no Brasil através de joint-venture com os

fabricantes internacionais de componentes, com acordos que obrigam a todos os

fornecedores a vender pelo mesmo preço e nas mesmas condições de

pagamento.

Muito mais que um problema de recursos de fabricação ou qualificação

profissional, a fabricação local e o aumento do índice de nacionalização das

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19 empilhadeiras esbarram fundamentalmente na questão de volume, observando-

se que se houvesse volume que permitisse o desenvolvimento e a fabricação

econômica de inúmeros componentes o parque industrial brasileiro poderia ser

muito melhor utilizado.

Outro ponto de destaque é o fato de o Brasil ainda não ser auto-

suficiente na produção local de empilhadeiras, levando-se em conta a premissa

que a auto-suficiência a qualquer preço é economicamente inviável, posto que a

compra corporativa não é baseada em emoção, e sim em números, ou seja, a

empresa escolhe a alternativa que lhe gere mais riqueza pelo menor custo

possível. Muitos empresários ainda escolhem aumentar a mão-de-obra do que

comprar uma empilhadeira nova. Essa situação tende a ser mudada com o

aumento da complexidade da cadeia de suprimentos aumentando assim a

necessidade de máquinas.

O ponto positivo é que as dimensões continentais do país animam os

fabricantes estrangeiros, vislumbrando sempre o crescimento das suas

exportações, ressaltando-se que as indústrias nacionais v~em crescendo nos

últimos anos e já têm potencial e tecnologia comparável à das máquinas

importadas, com custo de reposição de peças e manutenção muito mais

acessível e com disponibilidade de peças para um atendimento imediato, o que é

um diferencial no mercado de empilhadeiras.

2.3.2 – Mercado Internacional

A importação de empilhadeiras ainda está fortemente ligada às

tradições, posto que a maioria dos fabricantes instados no país é de empresa

multinacional que possuem diversificações tecnológicas, porém as importações

trazem alguns problemas a serem observados, entre eles o longo 'lead time' -

período entre a colocação de pedido na matriz e sua chegada na fábrica do

Brasil. Provocando a necessidade de aumento do estoques, assim como o risco

cambial, haja vista que boa parte das negociações para o atendimento de

projetos de maior porte tem um tempo de maturação que, inúmeras vezes, é

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20 maior que um ano. As distorções oriundas de variação cambial, não raro,

inviabilizam alguns negócios.

A comunicação entre os escritórios locais e a matriz, além dos

problemas na emissão de documentos no padrão aceito pela alfândega

brasileira também gera grandes transtornos para esse tipo de negócio.

Pode-se inferir que as perspectivas de mercado quanto à

comercialização para as máquinas importadas tende a crescer com o

fortalecimento da moeda, que permite um planejamento em longo prazo. Verifica-

se que a limitação do mercado de empilhadeiras no Brasil deve-se muito em

parte às questões sociais, pois ainda é mais barato contratar trabalhadores no

Brasil para fazer manualmente o trabalho que em outros países onde são

utilizadas empilhadeiras. Os fabricantes internacionais esperam que com a

evolução dos sistemas logísticos e da cadeia de suprimentos, a competição

torne-se mais acirrada e sistemas não eficientes - com operários, ao invés de

empilhadeiras - percam competitividade e espaço.

2.3.3 – Considerações finais

Na hora de comprar uma empilhadeira, em termos de importação e

fabricação local, o comprador deve analisar profundamente o custo/benefício do

equipamento que irá adquirir, tomando em conta os principais aspectos que

envolvem esta aquisição: a escolha correta do tipo de máquina adequado para

solução da sua movimentação, a durabilidade e a robustez.

Deve-se levar em conta a especificação correta do equipamento,

avaliando a real necessidade do cliente, para garantir que a empilhadeira esteja

adequada ao local de trabalho e às necessidades operacionais. Fatores como

ergonomia, produtividade, confiabilidade, manutenção fácil e econômica, suporte

técnico e reposição de peças, além de uma rede especializada de distribuidores

por todo o Brasil, também são significativos, sendo também fundamental que seja

avaliado o aspecto de serviços de pós-venda, aí, deve ser valorizado o suporte

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21 efetivo que o fornecedor ofereça, tanto pelo porte de sua rede de serviços

autorizados, como pela retaguarda de engenharia disponível para a rede.

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CAPÍTULO III

TERCEIRIZAÇÃO

No Brasil, a locação vem ganhando espaço como alternativa rentável

para as empresas com demanda variável por equipamentos pesados. A

exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, onde o serviço já está difundido há

tempos, os brasileiros começaram a perceber que, dependendo das

necessidades do cliente, alugar pode ser muito vantajoso. Primeiro porque não é

preciso imobilizar capital na compra da máquina nem na infra-estrutura de

manutenção. Depois, eliminam-se os custos com equipamento parado quando

não tiver serviço. Além disso, hoje em dia, o cliente pode alugar uma máquina

pelo tempo que quiser: um dia, uma semana, um mês ou até mesmo um ano.

Algumas empresas adotaram a locação como prática para reduzir

custos, com o ganho de agilidade compensando. O sistema de “leasing” é uma

modalidade de aluguel que se diferencia pela compra do bem ao final do

contrato, o que para o caso de empilhadeiras não seria a princípio um bom

negócio, em função da sua vida útil e fim a que se destina.

3.1 – Motivações

a) Maior dedicação ao próprio negócio - core business

Apesar desse motivo ser intangível (não podendo ser mensurado) é

certamente um dos mais importantes para a tomada de decisão, já que

verificamos atualmente que as equipes de Terminal de Carga vêm se

aprimorando em controlar, avaliar defeitos e problemas com as empilhadeiras

em função do seu uso e desgastes naturais pelo tempo e uso constante.

b) Reduzir e melhorar o controle dos custos operacionais

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23 Normalmente, a redução de custos é um dos primeiros fatores que são

analisados quando o assunto se refere à terceirização. No campo da Logística,

verifica-se que os transportes e os serviços de carga e descarga já são

terceirizados em grande parte das empresas, com economias significativas,

porém após vasta pesquisa no mercado, em especial nos Correios, verificamos

que não existe ainda uma ferramenta de cálculo que apure os resultados

financeiros de um projeto virtual usando recursos da Engenharia Econômica e

Estratégia Empresarial, que é o ensaio que tentaremos implementar.

c) Reduzir e/ou eliminar custos de obsolescência econômica

(depreciação) - este assunto será detalhado com teorias e cálculos

demonstrando as perdas anuais decorrentes com a utilização do equipamento na

linha produtiva nas empresas.

d) Absorver "expertise”, know-how e utilizar novas tecnologias - A

locação de empilhadeiras nos permitirá o uso de equipamentos mais modernos e

com operadores preparados e voltados exclusivamente para o serviço.

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24

CAPÍTULO IV

AQUISIÇÃO

4.1 – Projeto para aquisição de equipamentos

A fim de validar este estudo, propomos uma reflexão acerca do

investimento em desenvolvimento de projetos de uma forma genérica

convergindo para aquisição de equipamentos, procurando respostas a

questionamentos concernentes ao tema, a fim de minimizar as possibilidades de

falhas nesta opção, que é mister para as organizações desse meio.

4.1.1 – Motivos para investimento no projeto

a) A vantagem competitiva

Empresas adquirem equipamentos porque acreditam nas suas

operações e esse pode ser um diferencial decisivo para sua existência. Como

afirma Porter (1996), a concorrência está no âmago do sucesso ou do fracasso

das empresas, determinando a adequação das atividades que podem contribuir

para seu desempenho, como inovações, uma cultura coesa e uma boa

implementação. A estratégia competitiva é a busca de uma posição competitiva

favorável em uma indústria, a arena onde ocorre a concorrência. A estratégia

competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças

que determinam a concorrência na indústria.

b) Maximização do Lucro e da Riqueza

A alta administração vale-se das teorias de operações da empresa para

elaborar um plano, para compra ou locação de equipamentos, máquinas e

ferramentas, que seja bem sucedido. O objetivo, como explica Gitman (1995) é,

fundamentalmente, a maximização do lucro e da riqueza do acionista. A

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25 maximização do lucro numa abordagem de curto prazo, ou a maximização da

riqueza, em longo prazo. O cumprimento de um ou outro objetivo irá depender

exclusivamente da estratégia adotada em cada circunstância. Ao encarar a

empresa como um negócio contínuo, as decisões e definições de estratégia

devem ser tomadas à luz do futuro, bem como do presente. O valor futuro e o

valor presente constituem conceitos básicos do valor do dinheiro no tempo.

Cálculos do valor futuro são necessários para avaliar montantes futuros oriundos

de investimentos correntes em projetos que geram retornos futuros. Esta relação

de geração de retornos futuros, a partir de investimentos em projetos, é chamada

de geração de Valor Presente Líquido positivo. As formas de produzir VPL

positivo costumam exigir criatividade, agilidade e versatilidade, existindo listas

de fontes possíveis de VPL positivo, entretanto, projetos com tais resultados não

são tão comuns, portanto deve ser minuciosamente estudado.

c) Anatomia do Valor

Extremamente importante entender a anatomia do valor dos

equipamentos, dado que os retornos futuros para investimentos presentes em

projetos dependem, diretamente, do seu desempenho, que ser definido como o

conjunto específico de habilidades funcionais e propriedades que o tornam

produtivo. O valor real de um equipamento é o grau de adequação nas linhas

operacionais. Em geral, aumenta com maiores valores de uso e de estima e

diminui com o crescimento do valor de custo.

d) A cadeia de Valor

Porter (1996) propôs a cadeia de valor como uma ferramenta para a

empresa identificar maneiras de criar mais valor para o consumidor.

Qualquer empresa representa um conjunto de atividades realizadas para

planejar, produzir, levar a mercado, entregar e dar suporte a seus produtos. A

cadeia de valor identifica nove atividades estrategicamente relevantes, que criam

valor e custo em um negócio específico. As nove atividades de criação de valor

consistem de cinco atividades primárias e quatro atividades de apoio.

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26 As atividades primárias representam a seqüência de entrega de

materiais na empresa, sua transformação em produto, seu marketing, sua

entrega e os serviços decorrentes. As atividades de apoio ocorrem durante as

atividades primárias.

Assim, a aquisição representa a compra de vários inputs para cada

atividade primária e apenas uma fração deles é adquirida pelo departamento de

compras. O desenvolvimento tecnológico ocorre em cada atividade primária e

apenas pequena parte dele ocorre no departamento de P&D. A administração de

recursos humanos também ocorre em todos os departamentos. A infra-estrutura

da empresa envolve os custos indiretos de administração geral, planejamento,

finanças, contabilidade, serviços jurídicos e relações com o governo, que são

decorrentes de todas as atividades primárias e de apoio. E, conclui Porter

(1996), a tarefa da empresa é examinar seus custos e desempenho em cada

atividade de criação de valor, procurando melhorá-las. A empresa deve estimar

os custos e os desempenhos de seus concorrentes como pontos de referência. À

medida que ela desempenhe certas atividades melhor que seus concorrentes,

estará obtendo uma vantagem competitiva. Pretende-se que os Analistas

possam identificar oportunidades de aumentar o Valor da Empresa, refletir sobre

situações freqüentes no Ambiente Financeiro Empresarial, inferir e concluir,

fornecer subsídios, aceitar e rejeitar Propostas do Negócio para a Alta

Administração.

Alertamos que o mais importante não é simplesmente a resposta

numérica e sim a interpretação das oportunidades e das ameaças que se

apresentam para o projeto em cada caso simulado e formulação de estratégias

frente às diversas situações.

4.1.2 – Decisão para escolha do equipamento

Neste item, procuramos mostrar o processo de análise que as empresas

têm de proceder para identificação de oportunidades de adquirir equipamentos

no mercado. Na concepção de Randow (1995), projeto é um empreendimento

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27 específico, com um começo e um fim definidos, dirigido por pessoas para

cumprir metas estabelecidas dentro de parâmetros de custo, tempo e qualidade.

Kotler (1995) define produto como algo que pode ser oferecido para

satisfazer a uma necessidade ou desejo. Afirma ainda que a importância dos

produtos físicos não reside apenas em sua posse, mas também nos serviços

oferecidos pelo mesmo. Não compramos um carro para admirar, mas em função

do serviço de transporte que oferece. Diante de várias opções de projetos em

que pode investir ou produto que pode desenvolver, a empresa deve admitir

alguns parâmetros para a decisão de investimento:

4.1.2.1 – Identificação de Oportunidades

Inúmeros são os métodos aplicados na identificação de oportunidades

de oferta de produtos ao mercado. Identificada a oportunidade de conseguir o

produto no mercado, a empresa precisa definir as suas características que viriam

a atender o seu objetivo, dentro dos parâmetros de preço e qualidade existentes.

É preciso eleger, dentre as opções disponíveis, quais projetos serão levados a

frente no desenvolvimento.

4.1.2.2 – Indicadores de seleção de projetos

Comumente usados nas empresas para esta análise, como explica

Contador (1988), a decisão sobre a viabilidade de um projeto, isolado ou

comparado à de outros projetos, exige o emprego de critérios e regras que

devem ser obedecidos, para que os projetos possam ser aceitos e ordenados

por preferência. Os critérios mais aplicados são:

Ø Time-To-Market : o time-to-market, ou seja, a

velocidade com que a empresa consegue reagir entre a identificação

da oportunidade de produto no mercado e a sua conseqüente oferta,

é das avaliações mais importantes para a decisão, visto que o

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28 mercado pulsa e a concorrência é ágil. É preciso estabelecer o prazo

ideal de lançamento do produto no mercado. Esse conceito não deve

ser desprezado, portanto, para compra ou locação de equipamentos.

Ø Análise do Período de Payback do Investimento:

Segundo Contador (1988), O payback é o indicador mais simples e

conhecido. Mostra o número de períodos necessários para recuperar

os recursos despendidos na implantação do projeto. A aquisição de

máquinas é um caso típico de projeto onde há um dispêndio inicial de

capital, dividido nas várias fases do desenvolvimento do projeto e,

depois, o retorno de capital com os volumes de faturamento do seu

produto. Os projetos são ordenados segundo o número de períodos

necessários para recuperar os investimentos. Quanto menor o

payback , tanto melhor o projeto.

Ø Análise do Valor Presente Líquido (VPL): este

indicador, no conceito de Ross (1995), ilustra como se avalia um

projeto, haja vista que este deve gerar uma taxa de retorno superior à

que poderia ser obtida nos mercados de capitais. Somente se isto

ocorrer é que o VPL de um projeto será positivo.

Ø Análise da Taxa Interna de Retorno (TIR): por definição

estudada no trabalho de Contador (1988), Taxa interna de Retorno é

aquela taxa de juros que iguala a zero o valor presente líquido de um

projeto. Logo, é a taxa de desconto que iguala o valor presente dos

benefícios de um projeto ao valor presente dos seus custos. Ou

ainda, na visão de Gitman (1995), que admite a TIR como a provável

técnica mais utilizada para se avaliar investimentos, é definida como

a taxa de desconto que leva o valor atual das entradas de caixa a se

igualarem ao investimento inicial de um projeto. O critério adotado diz

que um projeto é viável e deve ser considerado como alternativa para

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29 execução se a sua taxa interna de retorno é igual ou maior que o

custo de oportunidade dos recursos para a sua implantação.

4.1.3 – Planejamento e Administração do Projeto

Neste tópico, apresentamos os aspectos principais de como as

empresas planejam e administram o desenvolvimento destes projetos, seguindo

fundamentos do desenvolvimento de projetos, tendo como parâmetros as 04

(quatro) fases desse desenvolvimento conforme é visto por Adams & Barndt

(1994) como tendo quatro fases distintas, a saber:

a) Fase conceptual;

b) fase de planejamento;

c) fase de execução;

d) fase de encerramento.

Em um projeto de produção industrial, cada fase é caracterizada pelas

seguintes atividades:

Ø A fase conceptual: inclui identificação de necessidades,

avaliação da exeqüibilidade, procura de alternativas, preparação

das propostas de design, elaboração dos orçamentos e

nomeação da equipe inicial do projeto;

Ø A fase de planejamento envolve implementação dos programas,

realização de estudos, construção e teste de protótipos, análise

de resultados e obtenção de aprovação para produção;

Ø A fase de execução inclui verificação do desempenho dos

protótipos, modificações se necessário e treinamento "on-the-job"

da equipe envolvida no projeto;

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30

Ø A fase de encerramento inclui treinamento operacional de

Pessoal, transferência de responsabilidade, liberação dos

recursos e relocação dos membros da equipe do projeto.

O planejamento de projetos inclui a fixação de objetivos, a previsão de

recursos, a prevenção de dificuldades e o esboço de soluções. Para que os

projetos possam ser planejados e controlados, eles devem ser divididos em

segmentos. As tarefas precisam ter dimensões suficientes para serem realizadas

pelas pessoas a que são atribuídas, porém não tão pequenas a ponto de se

tornarem detalhes de menor importância. A Estrutura da Divisão de Trabalho

(EDT) é uma forma hierárquica para divisão dos projetos em tarefas controláveis.

A distribuição de recursos físicos, financeiros e humanos deverá seguir

até o final do projeto sem a necessidade de mudanças abruptas, que poderiam

condenar o desenvolvimento. Para tanto, podemos contar com o auxílio de

técnicas de programação e controle de tarefas como PERT/CPM e diagrama de

Gantt. Estas técnicas, apoiadas pelos recursos da informática com softwares

específicos, podem levar a um planejamento e controle apurados.

4.1.4 – Avaliação de falhas e erros no projeto

Sem a pretensão de esgotar o assunto, mostramos que as razões do

insucesso podem estar em qualquer ponto da cadeia. Lembramos que os pontos

estudados da cadeia de investimento são: identificação de oportunidades de

produtos no mercado, seleção do projeto do produto a ser desenvolvido ou

obtido, desenvolvimento do projeto e, por fim, o retorno do equipamento na

operação.

a) Erro na Identificação de Oportunidades

No primeiro elo da cadeia de desenvolvimento do projeto, podem estar

as maiores falhas. Pequenos desvios de trajetória no início do processo serão

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31 ampliados ao longo do desenvolvimento e, certamente, levarão a conseqüências

desastrosas.

b) Erro na avaliação do equipamento e de seu desempenho

Freqüentemente, as empresas cometem o erro de prestar mais atenção

aos seus procedimentos e produtos que às ferramentas para seu intento,

colhendo como resultado a rejeição ou inadequação do equipamento à sua

operação.

c) Erro na seleção do projeto

A presença "pulsante" de produtos de todos os fabricantes no mercado

abre novas oportunidades para se adquirir novos produtos. Estas oportunidades

são identificadas, sempre mais de uma a cada análise de mercado, e então,

levadas aos comitês de avaliação de projetos de investimentos. Os comitês têm

a função de avaliar as melhores opções de investimentos. Um dos erros mais

comum nas decisões que este processo envolve é a deficiências dos indicadores

matemáticos apresentados no item 4.1.2.2, que invariavelmente, distorcem os

resultados das avaliações conforme podemos verificar:

Ø Payback

Como explica Contador (1988), o indicador do período de

payback apresenta imperfeições sérias. Em primeiro lugar não

considera o valor ou custo de recursos no tempo. O indicador não

atualiza os fluxos futuros. A segunda desvantagem é que o critério

não esclarece qual o valor mínimo do payback exigido para a

aceitação dos projetos. Sabe-se apenas que quanto menor o

payback, maior a atratividade do projeto.

Ø Taxa Interna de Retorno

A grande vantagem da TIR como indicador de decisão é que

prescinde de informações externas ao projeto. Tudo que o analista

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32 precisa é conhecer o perfil do projeto e alguma idéia da

magnitude da taxa de juros ou do custo de oportunidade do

capital. Entretanto, contra a vantagem citada, ainda na visão de

Contador (1988), alinham-se uma série de desvantagens, que

mostram a fragilidade da TIR como indicador de decisão de

projetos. A primeira das restrições impostas ao emprego da TIR

como critério é que pressupõe constante a taxa de desconto ao

longo do tempo, uma condição difícil de acontecer na vida real.

Quando a taxa de desconto varia no tempo, a TIR pode levar a

decisões erradas. Outra desvantagem da TIR como critério de

decisão refere-se à possibilidade de produzir resultados

matemáticos ilusórios, levando analistas a decisões incorretas. O

emprego da TIR como critério para avaliação de projetos é

bastante crítico e deve ser adotado com bastante cautela.

Ø Valor Presente Líquido e a relação Benefício / Custo

Um projeto com VPL positivo terá sempre uma relação B/C maior

que um, mas o valor calculado da relação pode ser alterado

através de manipulações algébricas. Se por outro lado o projeto

apresentar um VPL negativo, terá necessariamente uma relação

B/C menor que a unidade, mas um analista ardiloso, como sugere

Contador (1988), não teria maiores dificuldades em atingir uma

relação B/C próxima de 0,999, e, assim, influenciar positivamente

no processo de decisão.

d) Erro por desconhecimento das mutações ambientais

Kotler (1995) tem enfatizado repetidamente que as empresas excelentes

possuem uma visão de fora para dentro de seus negócios. Elas reconhecem que

o mercado está constantemente oferecendo novas oportunidades e

apresentando novas ameaças. Estas empresas reconhecem a importância vital

do monitoramento e da adaptação contínua às mudanças ambientais.

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33 Mudanças sociais, comportamentais, tecnológicas, econômicas e

políticas estão ocorrendo a todo instante. Segundo Hooley (1996) é comum que

as empresas não considerem as mudanças como oportunidades. Ignorem ou

resistam a elas até quando já for muito tarde.

e) Erro no planejamento do projeto

Explica Dinsmore (1992) que, de todas as medidas de administração de

projetos, a de planejamento é a que possui o impacto mais forte. No entanto, a

impressão de que o desenvolvimento de um novo projeto é mera repetição de

projetos anteriores, leva a uma desconsideração pela importância do

planejamento. A pressa pelo início da execução não deixa espaço para

planejamento. Esta visão distorcida tem levado a grandes prejuízos, pois não

deixa espaço de manobra para medidas contingenciais. Para superar tal

problema deve-se enfrentar alguns desafios como: elaborar cronogramas

direcionados a prazos finais; fazer em face de limitações de recursos;

estabelecer metas e marcos mensuráveis; fazer face às mudanças e lidar com

conflitos.

Estes desafios são, por vezes, superados e por vezes não, levando a

fracassos. Os gerentes de todos os níveis têm listas extensas de motivos "reais"

do porquê da ocorrência dos problemas nos projetos.

Por exemplo, observa-se que, embora um planejamento insuficiente

possa futuramente trazer problemas ao projeto, os verdadeiros motivos são

muitos menos óbvios e visíveis:

· Dificuldade de definir o trabalho a nível adequado de detalhamento;

· Pouco envolvimento da equipe do projeto durante o planejamento;

· Problemas com a organização e composição da equipe;

· Precipitação ao início do projeto;

· Não há provisão para contingências.

A maioria dos problemas mencionada relaciona-se à habilidade da

direção de formar um ambiente profissional que conduza ao trabalho de equipe

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34 multidisciplinar, rico em atividades estimulantes e interessantes, envolvimento e

confiança mútua.

4.1.4.1 – Minimização de falhas e erros

O grande desafio enfrentado pelas empresas atualmente é continuar

existindo, e prosperando, diante de ambientes que se alteram rapidamente.

Mais uma vez recorrendo a Kotler (1995), lembramos que uma coisa é

discernir as oportunidades atraentes do ambiente; outra é possuir as

competências necessárias para aproveitar bem essas oportunidades.

Dessa forma, procuramos mostrar possibilidades de minimizar os

insucessos, através da correção das distorções, erros e falhas que ocorrem em

cada fase da cadeia de investimentos em projetos de produtos.

a) Através da identificação de oportunidades

A identificação de oportunidades depende um monitoramento constante

do mercado, tanto no âmbito da oferta de produtos pela concorrência quanto no

comportamento dos seus consumidores e concorrentes. Este monitoramento não

tem mostrado a persistência que deveria, nem num âmbito, nem no outro.

Observar um ou outro equipamento adquirido pela concorrência não significa

monitorar o mercado. Observar que produtos estão vendendo mais não esgota a

análise dos anseios daquilo que se necessita.

É preciso tornar este processo mais técnico e menos subjetivo, existindo

trabalhos importantes que devem ser pesquisados como uma lista de tendências

para gerar novas idéias, bancos de dados destinados ao monitoramento cultural

e a entrevistas de especialistas no negócio e publicações de relatórios de

organizações líderes desse mercado.

Amparados por estes e outros trabalhos, os executivos tem subsídios

para tentar desenvolver formas de antever o futuro para tomar decisões.

b) Na seleção do projeto

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35 Os erros na seleção do projeto podem ocorrer por desconhecimento das

deficiências dos indicadores matemáticos, por falhas nos estudos de viabilidade

operacional, pela tomada de decisões precipitadas, ou ainda por motivos

imprevisíveis. As deficiências dos indicadores matemáticos podem ser evitadas

desde que o executivo às conheça. Fazer as devidas adaptações matemáticas a

cada indicador, tornando-o realmente fiéis à análise que se pretende fazer é o

primeiro passo.

As falhas nos estudos de viabilidade operacional, de maneira geral, têm

origem na obrigatoriedade de assimilação de todas as variações de demanda

de trabalho, dentro de um ambiente de fortes pressões de prazo, qualidade e

custos, ou na incapacidade da gerência de projetos de comunicar claramente sua

impossibilidade de assumir novos desenvolvimentos.

Uma forma de evitar estes problemas é lembrar que há mais variáveis

neste processo. Pode-se adotar uma postura mais flexível, optando por

alternativas operacionais específicas para este projeto, que possam torná-lo mais

viável e seguro. Desenvolver uma forma clara de medir sua capacidade

operacional e apresentá-la para a alta administração é uma forma de comunicar

possíveis recusas sem traumas.

c) Na gestão do desenvolvimento do projeto

Conhecer as fases do desenvolvimento de projetos, os resultados que

devem ser obtidos em cada fase e quais as ferramentas de que se dispõe para

tanto deveriam ser suficientes para conduzir projetos ao final com sucesso.

Porém, não tem sido. O emaranhado de recursos, exigências e restrições são,

em alguns casos, maiores que a capacidade de administrá-los. De acordo com

Dinsmore (1992), os dez mandamentos da gestão de projetos são:

1) Concentrar-se ativamente na função interface;

2) Fazer a montagem da equipe;

3) Planejar técnica e estrategicamente;

4) Vestir as três camisas do gerente de projetos;

5) Administrar conflitos;

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36 6) Esperar o inesperado;

7) Confiar na intuição;

8) Aprimorar suas habilidades comportamentais;

9) Resolver problemas através da negociação e da colaboração;

10) Controlar e avaliar resultados.

d) Perante o Ambiente Mutável do Mercado

As empresas operam em um ambiente de forças, nem sempre

conhecidas ou previsíveis, que oferece oportunidades e ameaças. Estas forças

são variáveis não controláveis, que a empresa deve procurar manter sob

ininterrupta observação. Variáveis que a empresa deve monitorar e às quais

deve responder. Como explica Kotler (1995), dentro do quadro global

rapidamente mutante, a empresa deve monitorar seis grandes forças, a saber:

demográficas, econômicas, naturais, tecnológicas, políticas e culturais.

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37

CAPÍTULO V

TEORIA DAS OPÇÕES REAIS

Procurando fortalecer o capítulo que discorre sobre a implementação do

Projeto de Aquisição de Equipamentos Industriais e amparar nossa teoria de

sistematização das decisões de compra ou locação de empilhadeiras industriais,

vamos analisar os indicadores de custo captando o valor da flexibilidade

gerencial através da Teoria das Opções Reais – TOR sob o ponto de vista de

vários autores e estudiosos do assunto, teoria que está calcada na visão do

ambiente econômico no qual a maioria das empresas opera, hoje muito mais

volátil e imprevisível do que no passado – em parte por causa da globalização

dos mercados ligada ao aumento da flutuação das taxas de câmbio, em parte

pela indução das mudanças tecnológicas que tomam parte do mercado.

Entretanto, a incerteza requer que os administradores se tornem muito mais

sofisticados na forma como avaliam e quantificam o risco.

Considerando que as técnicas convencionais de Fluxo de Caixa

Descontado (FCD) apresentam limitações quando se defrontam com a incerteza

e a flexibilidade administrativa na avaliação de projetos, esta abordagem

alternativa, que vem sendo aplicada nos últimos anos com intangíveis associados

surge para tentar superar as limitações dos critérios convencionais e a falta de

disciplina analítica que caracteriza a avaliação qualitativa, englobando a função

empresarial na tomada de decisões, integrando finanças e estratégias de

negócios. É importante que os administradores compreendam melhor as opções

que suas empresas possuem ou quais são capazes de criar. As opções criam

flexibilidade, e, num mundo de incertezas, a habilidade de se avaliar e usar a

flexibilidade é o diferencial segundo Dixit (1995).

Apesar do amplo uso de técnicas tradicionais de orçamento de capital,

observa-se que a sua adequação é iminente, posto que tais técnicas são

baseadas somente no retorno financeiro através de fatores tangíveis e não levam

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38 em consideração os fatores intangíveis, tais como vantagem competitiva,

oportunidades futuras e flexibilidade gerencial.

Muitos salientam que estas questões presentes nas técnicas estáticas de

orçamento de capital tradicionais se tornam um problema, especialmente em

projetos presentes em ambientes incertos. Acadêmicos e práticos de

corporações têm procurado por novos métodos de avaliação destes projetos

incorporando as Opções Reais, que têm o potencial de avaliar o valor do projeto

proveniente de uma ativa administração e interações estratégicas - Trigeorgis

(1993). Neste contexto, a TOR, vem ganhando a atenção de pesquisadores e

gerentes em todo o mundo, uma vez que é capaz de conectar a flexibilidade

gerencial à tomada de decisões de investimentos. Uma análise de investimentos

que consiga captar o valor da flexibilidade gerencial num ambiente de incertezas,

feita por uma administração ativa que procure criar opções, tende a gerar opções

que valorizam o empreendimento. Neste sentido, procuramos discorrer sobre a

emergente Teoria das Opções Reais como um método que vem corroborar para

o preenchimento das lacunas das técnicas ora utilizadas na maioria das

corporações. A demonstração da eficácia da utilização da Teoria das Opções

Reais em consonância com as informações quantitativas dos indicadores para

tomada de decisão, obtidos através das Teorias Tradicionais, será vislumbrada

neste trabalho, servindo de pilar para a construção teórica e solidificação das

nossas conclusões.

As opções reais podem ser consideradas opções financeiras que se

caracterizam como um contrato que dá ao seu titular (ou comprador) um direito

futuro sobre algo, mas não a obrigação de comprar ou vender determinado ativo

objeto por um preço previamente estabelecido (preço de exercício), na data de

vencimento (maturidade ou data de expiração da opção), ou em qualquer data

até o vencimento do contrato. Para ter esse direito futuro, o comprador deve

pagar, na data de contratação, um valor que é conhecido por prêmio ou valor da

opção. O comprador e o vendedor de uma opção são respectivamente

nomeados titular e lançador. Quando o titular de uma opção compra ou vende o

ativo pelo preço de exercício acordado, diz-se que a opção é exercida.

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39 Existem dois tipos básicos de opções financeiras. Uma “opção de

compra” (call) que proporciona o seu detentor o direito de comprar o ativo objeto

em certa data, por determinado preço, e uma “opção de venda” (put), que

proporciona a seu titular o direito de vender o ativo objeto em certa data, por

determinado preço. O preço do contrato é conhecido como “preço de exercício”,

e sua data é conhecida como “data de vencimento ou de exercício”.

As opções ainda são passíveis de mais um tipo de classificação,

dividindo-se em dois grupos, conforme seu prazo para exercício. Algumas delas

podem ser exercidas desde o primeiro dia útil após a sua compra, até a data de

vencimento do contrato. Este tipo de opção é conhecido como “opção

americana”. A opção que somente pode ser exercida em uma data específica,

conhecida como “opção européia”. A maioria das opções negociadas em bolsa

é do tipo americana. Porém, as opções européias são mais fáceis de analisar do

que as americanas, sendo algumas das propriedades de uma opção americana

freqüentemente deduzidas de uma européia. O prazo de exercício a qualquer

momento confere ás opções americanas um valor no mínimo semelhante ao das

européias. Uma opção é tanto mais valiosa quanto maior for a probabilidade de

proporcionar ganhos ao seu detentor, o que no caso de uma opção de compra

(venda) acontece quanto menor (maior) for o seu preço de exercício (K). O

comportamento será inverso em relação ao preço do ativo subjacente no

mercado, isto é, quanto maior for ST, maior será o valor de uma call e menor o

valor de uma put.

Também se podem classificar as opções conforme a relação de seu

preço de exercício para o preço do ativo objeto, isto é, quanto à possibilidade de

seu exercício. Um dos métodos mais utilizados para avaliar opções financeiras é

o proposto por Black Scholes (1973) que consideram que o valor da opção

depende de cinco variáveis, algumas das quais (três últimas) tidas como

constantes durante a vigência da opção: preço do ativo-objeto, prazo de

vencimento, volatilidade do ativo-objeto, preço de exercício e taxa de juros sem

risco.

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40 Observa-se que o valor de uma opção é independente da atitude dos

investidores em relação ao risco, pois a rentabilidade esperada do ativo não é

uma variável do modelo. Vários artigos sobre a avaliação de opções surgiram

após o de Black Scholes (1973), com algumas variações.

A avaliação de opções financeiras foi significativamente facilitada pelo

reconhecimento por parte de Cox Ross (1976), de que uma opção pode ser

replicada mediante a criação de uma carteira de ativos transacionados no

mercado, ou seja, criando-se uma synthetic option. Os autores introduziram o

conceito de avaliação neutra ao risco, partindo do princípio de que se um

derivativo depende somente dos preços dos ativos. Sendo assim, a equação

diferencial do valor derivativo, não possuirá parâmetros que dependam das

atitudes dos investidores em relação ao risco. Quando esses são neutros ao

risco, o retorno esperado dos ativos comercializados é a taxa livre de risco.

Portanto, a avaliação de opções financeiras parte da possibilidade de criação de

uma carteira de ativos (dinamicamente gerida) a qual, em todos os momentos,

deverá ter um comportamento igual ao da opção.

Por exemplo, uma opção de compra ou aluguel de uma empilhadeira

pode ser replicada por meio da combinação de uma posição curta em opções de

compra e de uma posição longa numa determinada quantidade de ativo

subjacente, ou ainda numa carteira de ativos com ele perfeitamente

correlacionado, e a contração de um empréstimo à taxa de juro sem risco. Assim,

dado que esta carteira e a opção terão exatamente os mesmos resultados

futuros, ambas deverão ter o mesmo preço, caso contrário, haverá possibilidade

de arbitragem segundo Pereira (2000). Uma opção real é uma oportunidade de

investimento.

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41 5.1 – Características

Nos últimos anos, iniciou-se um questionamento dos métodos de análise

de investimento utilizando-se o FCD. A justificativa comum nesse debate é que

as aplicações das regras tradicionais podem levar a decisões de investimento

equivocadas. A razão é que essas metodologias não consideram duas

características importantes dessas decisões verificadas na prática Dixit (1994):

a irreversibilidade, ou seja, o fato de que o investimento é um custo irreversível ou

irrecuperável (sunk cost), de modo que o investidor não consegue recuperá-lo

totalmente (ou parcialmente) em caso de arrependimento e a possibilidade de

adiamento da decisão de investir, a oportunidade de investimento é inadiável.

Essas características, juntamente com a incerteza sobre o futuro, fazem com que

a oportunidade de investimento seja análoga a uma opção financeira.

5.1.1 - As incertezas

Na presença de incerteza, uma empresa com uma oportunidade de

investimento carrega uma opção: ela tem o direito – mas não a obrigação – de

comprar um ativo (o projeto) no futuro, a um preço de exercício. Quando a

empresa investe, ela exerce ou “extermina” essa opção de investir. O problema é

que a opção de investir tem um valor que deve ser contabilizado como um custo

de oportunidade no momento em que a empresa investe. Esse valor pode ser

bastante elevado e regras de investimento que o ignoram – tipicamente, as

regras do VPL e da TIR – podem conduzir a erros. Grande parte dos

investimentos em capacidade produtiva é irreversível. Depois de realizado o

investimento, essa irreversibilidade pode ser total ou parcial, e se esse não

apresentar resultados favoráveis e/ou esperados, não existe a possibilidade de

recuperar o capital investido ou, ao menos, parte deste. O custo do investimento

é parcialmente ou completamente irrecuperável (ou irreversível).

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42 Para Pereira (1999), Myers (1977) foi o primeiro autor a defender que

uma oportunidade de investimento deveria ser vista como uma opção. Uma

opção real pode ser vista como um direito, mas não a obrigação, de empreender

uma ação (adiar, expandir, abandonar, contrair) a um custo preestabelecido

denominado como preço de exercício, por um determinado período. Com relação

à incerteza, conforme Dias (1996), refere-se a situações em que pode ocorrer um

conjunto de valores, associado a seus respectivos estados da natureza, com

probabilidades estritamente positivas para, no mínimo, dois diferentes valores,

isto é, a incerteza em uma variável, por exemplo, o preço de botijões de gás para

empilhadeiras. Deve ser considerada como a possibilidade de essa variável

assumir diferentes valores. Segundo Amram (1999), a incerteza cria

oportunidades. Os autores argumentam que os administradores devem

agradecer sua ocorrência e não temê-la, procurando visualizar, em seus

mercados, a origem, a tendência e a evolução da incerteza, determinar o grau de

exposição dos investimentos, e então responder posicionando seus

investimentos para tirar as melhores vantagens da incerteza. Portanto, a

administração ativa cria valor à oportunidade de investimento, ampliando as

possibilidades de atingir ganhos maiores que o Fluxo de Caixa Descontado -

FCD estático não consegue captar.

A flexibilidade administrativa aproveita as oportunidades de mercado e

limita possíveis perdas, permitindo ao administrador aproveitar os efeitos da

incerteza no conjunto de valores que se mostrem favoráveis - Trigeorgis (1993).

Existem dois tipos de incertezas que influenciam a decisão de investimento: a

incerteza técnica e a incerteza econômica. A primeira é endógena ao processo

decisório, pois não está relacionada aos movimentos gerais da economia

(variações nos preços e custos relativos da economia). Neste tipo de incerteza

podem-se incluir alguns exemplos como falha ou sucesso na adoção de novas

tecnologias, quebras de safras agrícolas em decorrência de problemas

climáticos, pesquisa, desenvolvimento de novos medicamentos que podem

apresentar problemas na fase final de testes, volume de petróleo existente em um

poço a ser explorado diferente do valor estimado pelo levantamento geológico,

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43 entre outros. A decisão de adiar o investimento não muda essa incerteza, é

necessário iniciar o projeto, e a cada informação adicional obtida, decide-se

realizar o investimento subseqüente ou pará-lo no atual estágio. Esta incerteza

incentiva o investimento por etapas subseqüentes, no sentido de redução da

variância dessa incerteza Dixit (1994). Por outro lado, a incerteza econômica

apresenta correlação com os movimentos descendentes e ascendentes da

economia (preços e custos relativos). As incertezas técnica e a econômica

podem ser classificadas como risco privado e risco de preço de mercado

respectivamente. E boa parte dos investimentos apresenta uma interação entre

esses dois riscos. A última característica importante do investimento é o seu

timing. O administrador tem a possibilidade de decidir se é mais vantajoso o

investimento imediato ou se é melhor esperar por condições favoráveis e/ou

novas informações. Num ambiente caracterizado por incertezas, é importante

saber o momento certo para realizar um investimento irreversível, para que a

probabilidade de sucesso dele seja alta. Portanto, irreversibilidade, incerteza

com relação ao futuro (e a possibilidade de aprender mais sobre ele com o

tempo) e possibilidade de adiamento (ou seja, flexibilidade para reagir a novas

informações) são três características importantes das decisões de investimento.

Na prática, os investidores, antes de tomar suas decisões, devem considerar

cada uma delas e/ou as suas interações.

5.1.2 - Valores

Para Dixit (1995), quanto maior for a incerteza ligada ao projeto, maior

será o valor da opção de investimento e maior será o incentivo para manter viva

essa opção, ou seja, maior será o incentivo para diferir o investimento.

É possível fazer uma correspondência entre as características de um

projeto e as respectivas alavancas que definem o valor das opções financeiras:

a) O preço da ação ou ativo subjacente sujeito a risco: o valor presente

de uma oportunidade de investimento; se o valor do ativo subjacente aumenta, o

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44 mesmo ocorre com o valor da opção. Uma das diferenças importantes entre

opções financeiras e reais é que o detentor de uma opção financeira não pode

aumentar o valor do ativo subjacente (por exemplo, ação de uma grande

empresa). Porém, os administradores que operam um ativo real podem aumentar

seu valor e, portanto, o valor de todas as opções reais que dele dependem;

b) Preço de exercício: o valor presente dos dispêndios no momento do

exercício para concretizar a oportunidade de investimento, se for uma opção de

compra; ou o montante recebido, se for uma opção de venda. À medida que o

preço de exercício de uma opção aumenta, o valor da opção de compra diminui.

c) Tempo até o vencimento (ou expiração): período durante o qual a

oportunidade de investimento existe; com o aumento do prazo de expiração, o

valor da opção também aumenta.

d) Volatilidade: medida da variabilidade dos fluxos de caixa. O valor de

uma opção aumenta com o risco do ativo subjacente porque os retornos de uma

opção (de compra) dependem do valor do ativo subjacente que está acima do

preço de exercício, e a probabilidade disto aumenta com a volatilidade do ativo

subjacente.

e) Taxa livre de riscos: rendimento de uma aplicação financeira isenta de

riscos que tenha mesmo vencimento que a opção real.

f) Dividendos: valor perdido durante a espera pelo exercício da opção.

Pode representar o custo no qual se incorreu para preservar a opção ou perdas

para os concorrentes. Ao analisarem um investimento como uma opção,

semelhante a uma opção de compra, os administradores podem compreender

melhor o impacto da incerteza na decisão de investir e na determinação do

momento ótimo para realizar o investimento.

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45 Caso não haja nenhuma outra opção, o direito de adiar o projeto terá um

valor positivo, mesmo que o VPL do projeto, se realizado agora, seja negativo

Trigeorgis (1993). Esse direito dá ao administrador a possibilidade de esperar e,

somente investir, se o VPL se tornar positivo, não havendo, portanto, a

correspondente obrigação (de investir) se o cenário oposto prevalecer. Pereira

(1999) ressalta que vários autores enfatizam que, tal como nas opções

financeiras, o valor de uma oportunidade de investimento resulta, em parte, das

incertezas ligadas ao valor futuro do projeto, e, mais concretamente, da

assimetria ligada ao direito de opção. Até à data de expiração (maturidade), ou

seja, até à data em que a oportunidade de investimento desaparece, a empresa

somente investe se isto for a melhor decisão; caso contrário, difere o

investimento. Na data de expiração, a empresa apenas realiza o projeto se este

estiver “in-the-money”; de maneira inversa, não exercerá a opção. Para o autor,

deve-se observar o caráter assimétrico dos ganhos e perdas da oportunidade de

investimento. O detentor da opção investimento poderá maximizar o seu ganho,

mas limita sempre a sua perda ao que pagou para deter a oportunidade de

investimento.

O valor de uma oportunidade de investimento corresponde, no mínimo, à

diferença entre o valor presente do fluxo de caixa e o valor do investimento, ou

seja, valerá ao menos o VPL, mas o seu valor será, provavelmente, mais elevado,

dependendo: do tempo (prazo de vencimento) pelo qual o projeto possa ser

diferido, do risco do projeto (volatilidade), do nível das taxas de juro (altas taxas

de juros geralmente produzem altas taxas de atualização, o que diminui o valor

atual dos fluxos de caixa futuros gerados pelo projeto) e do grau de exclusividade

para exercer a opção (ao contrário das opções financeiras, as opções de

investimento, em muitas situações, são partilhadas, o que não permite à empresa

ter a exclusividade no direito de investir).

Em mercados que apresentam alto poder concorrencial entre as

empresas, terão grande influência, seja em relação ao nível do timing do

investimento, ou ao próprio valor da oportunidade de investimento. Este fato

ocorre por duas razões: a primeira, porque o valor do projeto pode diminuir

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46 significativamente em decorrência da entrada de um concorrente; e a segunda,

porque a empresa não escapará a essa perda pela simples venda da opção de

investimento a outros. Isso implicará, como única solução para a empresa,

antecipar-se aos seus concorrentes e investir mais cedo.

Num ambiente sem direitos exclusivos, o tempo de expiração ou prazo

de vencimento deve ser estimado em função da ameaça de entrada de novos

concorrentes. Neste contexto, Trigeorgis (1993), afirma que a analogia entre as

opções financeiras e as opções reais não é perfeita, dentre as diferenças

existentes, a que mais influenciará a decisão e o timing do investimento será a

seguinte: enquanto as opções de compra são um direito exclusivo do seu

detentor, as opções de investimento são, em algumas situações, partilhadas com

os concorrentes. O que poderá motivar a realização antecipada do investimento.

A questão fundamental para os administradores é saber qual o timing

ótimo para a realização da opção de investir. Para Dixit (1994) é necessário

conhecer, no valor do projeto, a influência dos fatores mencionados

anteriormente. De um lado, o impacto da incerteza no valor da opção de investir,

que poderá levar os administradores a adiarem o investimento; do outro, o

impacto da existência de concorrentes (as opções de investimento são, muitas

vezes, partilhadas) e de fluxos de caixa perdidos, o que incentivará a empresa a

realizar o investimento, antecipando-se aos concorrentes (e, assim, ganhar

alguma vantagem competitiva) e recebendo os fluxos gerados pelo projeto. Na

prática trata-se de encontrar, para todos os pontos de decisão, um valor crítico,

no qual aquilo que se perde no adiamento, iguale o valor da opção de diferir o

projeto por mais um período. O projeto deverá ser diferido sempre que seu valor

do projeto for inferior a esse valor crítico. A possibilidade que o administrador tem

para tomar decisões ao longo do desenvolvimento do projeto é considerada

como a flexibilidade administrativa ou operacional.

Para Ross (1985), a capacidade que o administrador possui para

adaptar o projeto à possíveis mudanças no cenário previsto, adiciona valor ao

investimento. Os métodos tradicionais do FCD, conforme relatado anteriormente,

não conseguem incorporar e, conseqüentemente, avaliar essa flexibilidade

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47 administrativa. Considerar tal flexibilidade como um conjunto de opções,

proporcionará uma avaliação de investimentos mais realista.

5.2 – Tipologia

Algumas opções são intrínsecas ao projeto e outras podem ser

planejadas e incorporadas:

a) Opções de espera (ou de timing), redução ou contração da

capacidade (escala) e de abandono (ou abandono temporário) ocorrem em

quase todos os projetos.

b) Opções de expansão da capacidade, de mudança de uso, de

mudança de insumo podem ser planejadas e incorporadas ao projeto a um custo

adicional – Dias (1996).

c) Opção de esperar (diferir) ou “timing” de investimento

d) Opção de adiar um investimento - esta opção permite ao

administrador beneficiar-se de movimentos favoráveis ao valor do projeto (como

aumento de preços do produto a ser gerado), e evitando perdas caso cenários

desfavoráveis ocorram.

e) Opção de abandonar – este caso, o projeto que pode ser liquidado

vale mais do que o mesmo projeto sem a possibilidade de abandono (ou venda).

Quanto maior a possibilidade de uso alternativo dos investimentos realizados do

projeto, mais valiosa será essa opção.

f) Opção de expandir – tal opção é bastante relevante em projetos de

pesquisa e desenvolvimento. Em alguns investimentos com elevada incerteza

técnica, pode-se realizar pequenos investimentos por etapas e, posteriormente

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48 expandi-los para projetos de grande porte, caso as informações obtidas se

mostrem favoráveis. Existindo, essa opção é denominada composta. Os

investimentos são planejados em etapas, e no fim de cada uma destas, a opção

de parar ou adiar o projeto. Portanto, cada etapa é uma opção contingente ao

exercício anterior de outras opções – uma opção sobre uma opção (ou opções).

Quando as opções apresentam incertezas econômicas, adicionalmente às

incertezas técnicas são denominados arco-íris.

g) Opção de contrair – alguns projetos podem ser planejados de maneira

que a produção possa ser contraída no futuro. Do mesmo modo que na opção de

expandir, o projeto pode ser dividido em etapas, e não realizado de uma vez. Se

a taxa de juros aumentar durante a execução do projeto, o proprietário poderá

cancelar investimentos previstos para o futuro. O adiamento ou cancelamento de

investimentos formulados no projeto inicial equivale ao preço de exercício de

opção de venda. Ao contrário da opção de expandir, ao realizar os investimentos

em etapas, se os resultados não se apresentarem favoráveis, o administrador

simplesmente não investirá nas etapas subseqüentes. Como a opção de

contração concede à administração o direito de reduzir a escala operacional,

desde que as condições se tornem desfavoráveis, um projeto que pode ser

contraído vale mais do que um que não apresente essa flexibilidade. Um projeto

cujas operações podem ser paralisadas ou ativadas dinamicamente vale mais do

que um sem essa flexibilidade de mudança. Um sistema flexível de operação de

manufatura com capacidade de produzir dois produtos; uma unidade fabril que

pode mudar seus inputs de energia (hidrelétrico/gás natural, óleo

combustível/carvão, etc.), assim como a saída de um ramo de atividade, ou a

entrada nele, são exemplos deste tipo de opção.

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49 5.3 – Estratégia e investimento

Uma integração relevante estabelece relações entre investimentos atuais

e oportunidades futuras, não sendo uma característica dos métodos usuais de

avaliação de investimentos. Decisões tomadas no presente influenciarão as

futuras oportunidades de investimentos. De acordo com Brandão (2001), num

mercado cada vez mais volátil e imprevisível a flexibilidade administrativa que um

projeto possui se torna preponderante e não pode mais ser ignorada. Parte

considerável do valor das empresas resulta das suas possibilidades de

investimento no futuro. Vários projetos podem não ser interessantes, quando

analisados isoladamente. Porém, poderá ser o único caminho para a realização

de outros mais atrativos. O valor do projeto inicial não é função somente do seu

fluxo de caixa a ser gerado, mas também das oportunidades resultantes do

investimento em questão.

Segundo Ross (1995), entre outros, o valor de um projeto de investimento

resulta de três variáveis: da possibilidade de adiar, permitindo acrescentar valor

ao VPL, “in-the-money-value”, ou seja o VPL do investimento se realizado agora e

ao valor associado à flexibilidade administrativa ou operacional, que é a

capacidade de adaptação e modificação que o administrador possui, para

responder às eventuais mudanças que o projeto passa a exigir ao longo da sua

vida útil.

Enfatizando a importância da ligação entre estratégia e finanças, Amram

(1999) afirmam que o real valor das opções reais não está nos resultados que

qualquer fórmula ou outros cálculos proporcionem, mas na reformulação do

pensamento dos administradores sobre investimento estratégico. Conforme

ressaltam os autores, ao proporcionar uma introspecção objetiva da incerteza

inerente aos mercados, as opções reais capacitam os administradores a pensar

de forma mais clara e mais realista a respeito da complexidade e risco das

decisões estratégicas. Para Pereira (2000), empresas investem e entram em

novos mercados não somente por serem lucrativos, mas pelas oportunidades (de

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50 crescimento) que lhes serão proporcionadas; projetos de investimento poderão

ser considerados como o inicio de uma série de investimentos futuros, em que os

últimos dependem dos primeiros. Investir num primeiro estágio permite à

empresa adquirir um ativo intangível: a opção de compra sobre o estágio

seguinte. Considera-se que os projetos podem ser iguais a opções que, ao

serem exercidas, criam novas opções (compound options). Portanto, um projeto

de investimento deve incluir o valor da oportunidade de investir que este possui. A

utilização da teoria de opções na análise de projetos de investimentos permite,

de uma forma teoricamente correta, não somente avaliar a flexibilidade

administrativa, como tentar estimar todas as fontes de valores associadas ao

projeto. O valor total de uma oportunidade de investimento, corresponde à soma

dos valor presente líquido – VPL com o valor das opções.

De acordo com essa expressão, quando não se considera o valor das

opções reais avalia-se de maneira incorreta um projeto (e, por isso muitas vezes,

este é recusado). Além disso, conforme salientado anteriormente, o VPL

somente avalia corretamente projetos que não apresentam opções associadas,

ou, se existirem, não há quaisquer fonte de incertezas. Quanto aos projetos que

apresentam VPL negativo, serão aceitos, caso o valor das opções seja

suficientemente elevado para compensar tal valor.

Deste resultado pode-se retirar três reflexões importantes, segundo

Pereira (2000):

Ø Ao desconsiderar o valor das opções está-se subavaliando o projeto

e, possivelmente, recusando-se projetos atraentes;

Ø O VPL somente consegue avaliar satisfatoriamente projetos sem

qualquer flexibilidade de gestão, que estejam no prazo de vencimento

(agora ou nunca) e que não tenham nenhuma relação estratégica com

qualquer outro investimento;

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51 Ø Aceitam-se projetos com VPL negativo, desde que o valor das

opções vinculadas às decisões de gestão (flexibilidade operacional e

valor estratégico) seja suficiente para compensar esse VPL negativo.

Ainda que possa parecer, numa análise rápida, que o valor das

opções (contida na expressão do valor da oportunidade de

investimento) equivale ao somatório do valor de todas as opções

incluídas num projeto, caso este apresente mais que uma opção,

“isso não é correto”, afirma Pereira (1999).

Trigeorgis (1993) afirma que ao calcular os valores de cada opção e

somá-los, pode-se induzir sérios erros. O autor analisa a interação múltipla de

opções reais que podem influenciar no valor do projeto. Entre outras conclusões

identificou-se que as interações entre as opções podem ter impacto positivo ou

negativo, reduzido ou significativo; o valor incremental de uma opção adicional é

geralmente menor do que seu valor isolado. Alguns autores estimam o valor de

uma opção de abandono, de contração e de expansão em um projeto. Concluem

que o grau de aditividade entre as opções depende basicamente, se são do

mesmo tipo (opções de compra ou opções de venda) e de sua ordem

seqüencial.

Além dessas evidências, considera-se a separação de suas datas de

exercício e seus relativos graus de estar ou não “in-the money” como fatores

relevantes. Como relatado no decorrer deste capítulo, a análise tradicional de

VPL tende a subestimar o valor de um projeto, porque não consegue levar em

consideração os benefícios da flexibilidade operacional ou estratégica. A teoria

das opções reais tem se mostrado uma metodologia realista para avaliação de

ativos reais (projetos de investimento), devido a sua característica dinâmica, que

considera as flexibilidades gerenciais e operacionais (opções reais) ao longo da

vida útil do projeto. Em projetos que apresentam volatilidade e imprevisibilidade,

a presença de flexibilidade administrativa e a resposta para as mudanças nas

condições de inicialmente previstas, através da realocação dos recursos,

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52 aumenta o valor de uma oportunidade de investimento, quando as condições são

favoráveis; ou limita possíveis perdas, caso cenários previstos não aconteçam.

5.4 – Métodos de avaliação

Se um investimento apresenta incertezas com relação aos fluxos de

caixa no futuro, pode-se argumentar que se trata de um problema de

maximização de riqueza sujeito a um (ou vários) processo(s) estocástico(s). Para

solucioná-lo, deve-se utilizar um método de otimização sob incerteza. Alguns

métodos e técnicas matemáticas que são amplamente utilizadas em engenharia,

matemática aplicada e áreas afins. Dentre eles, os comumente usados em

otimização dinâmica sob incerteza são: a programação dinâmica e os ativos

contingentes. Ambos relacionados entre si, levam a resultados idênticos em

algumas aplicações, quando se utiliza a abordagem do portafólio replicado.

O resultado obtido por essas técnicas que relacionam o ativo base como

derivativo sob a avaliação, são equações diferenciais, com a condição de ótimo

colocada nas condições de contorno. Porém, equações diferenciais parciais

podem apresentar limitações, pois quanto mais complexas as incertezas sobre

as variáveis subjacentes, mas o processo de avaliação tende a ficar oneroso

computacionalmente ou algebricamente intratável. Quando essas equações

possuem soluções difíceis de serem encontradas, procedimentos numéricos

podem ser utilizados para avaliar projetos que tenham flexibilidade gerencial. Um

método numérico bastante utilizado é o modelo de árvore binomial, em que os

preços das opções podem ser calculados utilizando-se o portafólio livre de risco

(ou probabilidades neutras ao risco) e também programação dinâmica. Outro

procedimento numérico que pode ser utilizado para avaliar opções reais é a

técnica de Simulação de Monte Carlo (SMC), que, tende a ser numericamente

mais eficiente que outros procedimentos numéricos, quando existem três ou mais

variáveis estocásticas. O método de diferença finita é também é um dos métodos

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53 numéricos e pode ser utilizado para avaliar derivativos, resolvendo as equações

diferenciais que estes satisfazem.

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54

5.5 – Evidências Empíricas

Com a sofisticação e a disseminação dos modelos de precificação de

ativos, no final da década de 70 começaram a surgir trabalhos que consideravam

a oportunidade de investimento como uma opção e não uma obrigação. Grande

parte dos primeiros estudos foi desenvolvida para avaliar recursos naturais não

renováveis (onde a incerteza de mercado e a incerteza técnica estão presentes).

Inicialmente, foram desenvolvidos modelos que consideravam a opção de

adiamento ou abandono do projeto e, posteriormente, foram incorporadas, a

esses modelos, as opções de políticas ótimas de gestão: abrir ou fechar projetos.

Na última década, a abordagem da teoria de opções reais tem sido amplamente

utilizada em várias áreas, tais como: pesquisa e desenvolvimento de produtos,

concessão de licenças de exploração em setores de infra-estrutura, de recursos

naturais renováveis e não renováveis em diversos setores, fusões e aquisições,

manufatura flexível, avaliação de imóveis, mudanças nos inputs energéticos, entre

outros.

Para Ross (1995), os primeiros trabalhos a levar em conta a flexibilidade

administrativa na análise de projetos foram os de Robicheck; Van Home14, e

Dye; Long15, que calcularam o valor do abandono em contraponto à análise

tradicional do FCD. Embora as conclusões dos autores estivessem certas, a sua

função de valoração pode estar incorreta, pois não incorporava métodos de

valoração de opções que somente seriam desenvolvidos posteriormente.

Analisando o arcabouço teórico da abordagem de opções na análise de projetos,

Trigeorgis (1993) realizou uma ampla revisão bibliográfica sobre os autores que

trataram a questão conceitual (aspectos estratégicos e flexibilidade

administrativa) dessa abordagem. Neste artigo, o autor destaca como essa nova

ferramenta evoluiu desde o trabalho de Myers (1977) até os modelos

quantitativos mais sofisticados do início da década de 90. Nessa mesma linha,

foram desenvolvidos uns densos arcabouços teóricos e apresentam situações

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55 em que a teoria de opções poderia ser aplicada com informações que podem

estar prontamente disponíveis ou podem ser obtidas com base em esforços

analíticos que não apresentam enormes dificuldades. Apesar de a metodologia

de apreçamento de opções ser bastante flexível e poder ser aplicada à análise

de praticamente qualquer projeto, sua implementação, na prática, ainda é restrita.

Existem situações nas quais as incertezas e as opções associadas a um

determinado projeto podem exigir um esforço de modelagem intenso e uma

grande complexidade matemática. Até o momento, observa-se que os trabalhos

realizados que incorporam na avaliação de investimentos a teoria das opções

reais propõem metodologias diversas e, conseqüentemente, várias premissas

necessárias para sua modelagem, somente viáveis para uma determinada

classe de projeto.

5.6 – Considerações Gerais

Há uma semelhança relevante entre as opções de investimento e as

opções de compra e venda. Nos dois casos, o tomador de decisões tem o

direito, mas não a obrigação, de comprar ou vender algo de valor em data futura.

Reconhecer a semelhança entre opções de compra e venda e opções gerenciais

no orçamento de capital é importante por três fatores: facilita a estruturação do

projeto de investimento como uma seqüência de decisões gerenciais ao longo do

tempo; esclarece o papel da incerteza na avaliação de projetos; e, permite adotar

uma metodologia para estimar o valor das opções de projetos pela aplicação de

modelos quantitativos desenvolvidos para avaliar opções de compra e venda de

ações. A abordagem da teoria de opções na análise de ativos reais, inicialmente,

permite que os investidores identifiquem o melhor momento para iniciar o

investimento ou, alternativamente, estimem a taxa de retorno requerida para o

investimento imediato. Essa taxa, em geral, é superior à estimada pelos métodos

tradicionais (TIR e VPL). Ao expandir o conjunto de informações relevantes, a

abordagem de opções viabiliza um tratamento mais completo da incerteza. O

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56 nível de incerteza passa a afetar não apenas o valor presente do projeto, mas

também o valor da opção de investir no futuro e, conseqüentemente, a melhor

data para investir ou, alternativamente, a taxa de retorno requerida para investir

imediatamente. Os efeitos de variáveis como a taxa de juros, o preço, a taxa de

câmbio, a oferta de crédito, alterações nas preferências dos consumidores e a

regulação econômica na decisão de investir podem também ser avaliados sob

um paradigma mais completo. A abordagem de opções pode ser entendida

como uma extensão da regra do VPL que continua válida, é importante salientar

que o valor da opção de investir deve ser contabilizado como um custo de

oportunidade. A falta de um método ou modelo que possa ser amplamente

utilizado em várias situações poderia auxiliar na sua disseminação e validação

dessa promissora abordagem. O preço de exercício de compra (call) como

referência genérica para os custo relativos à locação ou aquisição de

empilhadeiras, enfocando a incerteza técnica para tomada da decisão,

considerando os dividendos de renovação de contratos e depreciação anual com

as respectivas taxas enquanto oportunidades de investimento. Para o nosso

estudo, a partir das teorias dissecadas, utilizaremos a opção real de expandir.

Conforme diagrama abaixo:

Figura 1.

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57

CAPÍTULO VI

ENGENHARIA ECONÔMICA APLICADA

A engenharia econômica pode ser compreendida como os princípios e

técnicas necessárias para se tomar decisões relativas à aquisição e à

disposição de bens de capital, na indústria e nos órgãos governamentais. Pode-

se, entretanto, ir um pouco mais longe e definir Engenharia Econômica como o

conjunto de conhecimentos necessários à tomada de decisão sobre

investimentos. Ainda que os conceitos básicos tenham originado na indústria, a

partir de problemas de natureza técnica, os métodos são gerais e sua aplicação

não se restringe ao campo da engenharia. Problemas de Financiamento,

situações envolvendo decisões de natureza pessoal, questões de aplicação de

capital, são igualmente passíveis de análise pelos métodos da Engenharia

Econômica. Justifica-se o nome, entretanto, porque grande parte dos problemas

de investimento depende de informações e justificativas técnicas e porque na

maioria das organizações tais decisões são tomadas ou por engenheiros, ou por

administradores agindo com base nas recomendações dos engenheiros.

Tais conceitos servirão de base e serão fundamentais para definição das

variáveis que compõe o sistema tentaremos propor.

6.1 – Problema Central

Um estudo de engenharia econômica envolve um problema a resolver ou

uma função a executar (por exemplo, transportar material) além de diversas

soluções possíveis (por exemplo, transporte manual, em carrinhos, em

empilhadeiras, ou mediante rolos ou correias transportadoras). A avaliação de

cada alternativa, determinação das vantagens e desvantagens (por exemplo,

custo, eficiência, volume transportado, etc) e comparação e escolha da melhor

alternativa são os resultados pretendidos.

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58 O primeiro aspecto é bastante evidente e dispensa maiores comentários.

Mesmo assim, a definição do problema é fase importante do estudo, da qual

depende tudo o que se segue. Já o segundo ponto merece maior atenção. É

também evidente que só existe decisão quando existem alternativas de ação.

Além disso, quanto maior o número de alternativas consideradas, tanto melhor

tende a ser a decisão. Não basta, entretanto, relacionar linhas de ação; é

necessário que sejam tecnicamente viáveis, isto é, que possam solucionar

efetivamente o problema. Nesta fase o conhecimento técnico desempenha papel

importante e é por isso que geralmente cabe a engenheiros desenvolver estudos

desta natureza. Outro ponto onde a formação técnica pode ser imprescindível é

na avaliação das alternativas. É preciso que as vantagens e desvantagens sejam

identificadas e quantificadas. Observe-se que só interessam as diferenças entre

as alternativas; é evidente que qualquer fator constante, que ocorre independente

da alternativa escolhida, pode ser eliminado do estudo. É igualmente evidente

que só interessa considerar vantagens e desvantagens futuras: o que ocorreu no

passado não pode ser modificado pela decisão sendo, portanto, irrelevante.

Além disso, não basta assinalar e descrever diferenças futuras; é necessário

expressar vantagens e desvantagens em termos de dinheiro. Finalmente, torna-

se necessário estabelecer métodos de comparação e critérios de decisão que

permitam representar cada alternativa por um número e que indiquem a solução

mais econômica. Do outro ponto de vista empresarial, interessam soluções em

longo prazo e a decisão será pela alternativa de menor custo ou de maior lucro,

conforme for o caso.

Pode-se, definir Engenharia Econômica como os métodos e técnicas de

decisão empregada na escolha entre alternativas de investimento tecnicamente

viáveis, nas quais as diferenças futuras foram expressas em termos de dinheiro.

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59 6.2 – Dúvidas e objeções

Com relação à identificação das alternativas, cabe lembrar que,

freqüentemente, uma alternativa “imperfeita” pode vir a ser mais econômica. No

limite, pode-se mesmo adotar a alternativa de “não fazer nada” como a melhor

solução. O importante é que a escolha não seja arbitrária, mas decorra de estudo

cuidadoso e obedeça a critérios racionais. A movimentação de materiais por

correias transportadoras, por exemplo, é sem dúvida uma solução mais “perfeita”

que o transporte manual. Entretanto, este poderá ser mais indicado quando o

volume a ser transportado for pequeno, ou mesmo para grandes volumes, desde

que haja excesso de mão-de-obra e os salários dos trabalhadores não

qualificados sejam baixos. A experiência de outras empresas ou outros países

não será, necessariamente, guia seguro para a tomada de decisões. Só o estudo

econômico é que poderá justificar a solução. A questão da avaliação quantitativa

das vantagens e desvantagens de cada alternativa também apresenta alguns

problemas sérios. Não há dúvida que para se comparar o valor das alternativas

deve-se adotar uma unidade de medida comum e esta unidade é, naturalmente, o

dinheiro. Surgem, pois, problemas de determinação do investimento necessário,

estimativas de custo, avaliação da receita, o que exige coleta e análise de dados,

além do conhecimento técnico do processo em questão. Fatores como preço do

equipamento, despesas com manutenção, consumo de energia e combustíveis,

matéria-prima e porcentagem de refugo, custos de mão-de-obra, mercado e

receita proveniente das vendas, etc., precisam ser determinados com razoável

precisão. Em muitos casos, porém, esta etapa pode ser simplificada, pois só

interessam as diferenças entre as alternativas. No caso de movimentação de

materiais, por exemplo, pode-se perfeitamente assumir que a receita da empresa

não dependa da maneira pela qual as peças são transportadas de uma fase do

processo de fabricação ás seguintes. Despesas com a administração, também

independem da solução adotada. Basta, portanto, examinar as despesas diretas

e adotar a alternativa de menor custo. Convém, também, insistir na necessidade

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60 de só se considerar vantagens e desvantagens futuras. É comum, por exemplo, o

raciocínio que o investimento inicial no projeto justiça a continuação do

investimento um pouco mais para recuperação de eventuais perdas financeiras.

Tal premissa é perigosa, que pode levar a tomada de decisões erradas.

Um exemplo simples ilustra este ponto: uma pessoa compra um bem por

$1.000,00, dá $200,00 de sinal e compromete-se a pagar o restante após 60

dias. Passado algum tempo, um amigo oferece-lhe um bem idêntico por Cr$

650,00. Isto causa o seguinte dilema: “perder” os $ 200,00 que deu de sinal e

comprar o título do amigo ou manter a decisão inicial e completar o pagamento,

salvando assim o dinheiro empregado. A quantia que deu de sinal já está perdida

e nada pode ser feito para recuperá-la. Portanto, resta-se reconhecer que as

condições mudaram e que é melhor fazer negócio com o amigo e ganhar Cr$

150,00.

Uma objeção mais séria refere-se à impossibilidade de se quantificar

certos tipos de vantagens e desvantagens. Ao lado de economias palpáveis,

muitos projetos apresentam elementos ditos “imponderáveis” ou “irredutíveis”.

Fatores como prestígio e imagem da empresa, valor promocional, satisfação da

parte dos empregados, receptividade da parte de clientes, não podem ser

expressos em cruzeiros. Neste caso, a solução é realizar o estudo desprezando-

se momentaneamente tais fatores e depois analisar os resultados obtidos,

modificando a decisão se for o caso.

Resumindo as idéias apresentadas, um estudo de engenharia

econômica envolve:

Ø Definição do problema;

Ø Determinação das alternativas tecnicamente viáveis;

Ø Determinação e avaliação quantitativa das diferenças futuras –

obtenção do diagrama de fluxo de caixa de cada alternativa;

Ø Manipulação dos diagramas e aplicação de critérios de decisão para

a obtenção da alternativa mais econômica.

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61 Avaliação qualitativa das alternativas, inclusão dos fatores imponderáveis

e modificação de decisão anterior se for o caso.

Este trabalho visa primordialmente, o item “manipulação dos diagramas

e aplicação de critérios de decisão”. Muitos dos exemplos serão apresentados

ilustram, entretanto, os demais pontos.

6.3 – Comparação entre alternativas de investimentos

A função precípua da Engenharia Econômica é fornecer critérios de

decisão para a escolha entre alternativas de investimentos. As várias alternativas

podem surgir pela existência de diversos meios para encetar um processo de

produção, de diferentes produtos e objetivos a serem alcançados, em suma, de

várias formas de aplicação do capital, cada uma exigindo determinados recursos

e proporcionando determinadas rentabilidades. Os critérios da Engenharia

Econômica levam em consideração fatores econômicos e o objetivo é a escolha

das alternativas de maior rentabilidade, embora a meta do investidor possa não

ser somente esta. O fato de que nem sempre as propostas de investimento mais

rentáveis possam ser realizadas, geralmente por causa da limitação dos

recursos, faz com que o resultado de estudos puramente econômicos não seja o

único fator a considerar na decisão final. A análise da disponibilidade de

recursos, dos encargos financeiros assumidos, etc., deve ser feita paralelamente;

é o que se denomina análise financeira dos investimentos em perspectiva. Há

outros a serem pesados e que não podem ser reduzidos a valores monetários,

não sendo, portanto considerados num estudo puramente econômico. São

chamados fatores imponderáveis. Esses fatores deverão ser considerados

também na tomada da decisão, sendo sua avaliação subjetiva e puramente

dependente do julgamento pessoal daqueles que tem a responsabilidade da

escolha.

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62 6.4 – Fluxos de Caixa

As várias alternativas num estudo econômico são representadas por

fluxos de caixa, ou seja, entradas e saídas monetárias apresentadas com as

respectivas datas. O fluxo de caixa é, portanto, um modelo do investimento em

perspectiva. Neste fluxo de caixa, as datas que aparecem são sempre futuras,

pois num estudo econômico o passado só servirá para auxiliar nas previsões.

Após ser usado como indicador da evolução do futuro, o passado não

influenciará na decisão a ser tomada. Pelo fato de se tratar sempre com valores

estimados, o investimento, depois de realizado, não evoluirá exatamente como

previsto. A Engenharia Econômica diferencia-se assim da contabilidade que trata

de grandezas já verificadas, pertencentes ao passado, sendo portando mais

exata, porém, de valor unicamente legal e informativo (exceção feita,

evidentemente, às técnicas mais modernas de contabilidade). No estudo

econômico as entradas e saídas monetárias só têm um significado completo

quando acompanhadas pelas datas em que se efetuam. Embora se possa usar

tabelas de juros em que o período de composição seja de um ano, me ou dia,

etc., há limitações práticas quanto à necessidade de precisão para as datas em

que as receitas e as despesas previstas ocorrerão. Contorna-se esse problema

considerando essas quantias concentradas em intervalos de tempos periódicos;

em geral adota-se a “convenção de fim de período”, ou seja, que as entradas e

saídas monetárias que se dão durante um período estejam concentradas no fim

do mesmo. Uma análise da questão mostra que o estudo não será muito afetado

em sua exatidão por esta simplificação. O período adotado geralmente é de um

ano, podendo ser outro de acordo com a conveniência do projeto em estudo,

grau de detalhe e precisão das estimativas de datas e quantias. Para o caso

brasileiro onde as taxas de juros são altas, muitas vezes o mês deve ser tomado

como período base. Por outro lado, o estudo econômico deve cobrir um intervalo

de tempo compatível com a duração da proposta de investimento considerada,

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63 freqüentemente denominada vida útil, vida econômica ou simplesmente vida de

proposta de investimento.

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64

CAPÍTULO VII

O PROJETO

7.1 – Definição de custos

Para montagem desse protótipo de projeto, efetuaremos em primeiro

lugar, uma abordagem da conceituação e definições de custos que serão em

síntese os parâmetros de definição para tomada da decisão.

Segundo Vincenzo Masi, Ragioneria Generale; 3ª ed., p 170:

“Entende-se por custos, o conjunto dos valores gastos por

uma empresa para advir à venda de um produto, de uma

mercadoria de serviço".

De acordo com J. H. Jackson, Accounting Principles, p. 18:

"Custo são gastos, a vista ou a prazo, com serviços ou

mercadorias destinados à obtenção de um lucro".

Para as grandes empresas que já passaram por consultorias, possuem

seus setores e centros de custos bem estruturados e normatizados, eles sabem

quais são seus custos e como gerenciá-los. Na maioria das vezes as pequenas

empresas tendem a generalizar custos, despesas, prejuízos, tudo como uma

coisa só, formulando os preços de venda de seus produtos de maneira empírica

ou muitas vezes incorretamente. O custo é composto de muitos elementos que

por sua vez, suportam outros custos, assim sendo integram o custo de um

produto: matéria, mão-de-obra, despesas gerais de produção e despesas

complementares.

Apesar desta simplicidade com que se apresentam os componentes,

esta longe da realidade, posto que muitos fatores influem para apontar as

variações imensas e as outras variáveis que agravam o assunto.

Segundo uma classificação muito adotada, os custos podem ser, quanto

á forma de investimento fixos e variáveis. Fixos são os operam

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65 independentemente do volume de produção (ex. aluguel), já os variáveis são

aqueles que variam de acordo como volume da produção. Alguns comerciantes

deduzem que "custos fixos são aqueles que se tem todo mês e os variáveis são

aqueles que se tem de vez em quando". Essa afirmativa embora sonoramente

pareça certa, teoricamente apresenta restrições.

Para um, perfeito controle dos custos deve-se organizar toda a empresa

através de um perfeito serviço de materiais, de pessoal, de serviços auxiliares,

fases de produção e curso dos produtos ou serviços.

A interpretação do custo pode seguir por diversos caminhos; cada

industria, cada estabelecimento comercial ou banco merece um estudo particular,

pois as técnicas de administração e negócios variam de um para outro.

7.1.1 - Significados de termos importantes

a) Perda: é um bem ou serviço consumido de forma anormal,

involuntariamente ou redundantemente; mas igualmente a "despesa" possui um

desdobramento um pouco mais complexo, podendo ser: bruta, caracterizada

pelas diferenças dos custos em relação as vendas e liquida: soma da perda bruta

e gastos complementares e as receitas complementares. As perdas podem ser

originadas de diversas maneiras as mais comuns são:

Ø Superprodução: quando usamos mais matéria-prima e potencial

humano do que o necessário, geralmente a superprodução pode

apresentar uma falsa impressão de haver necessidade de mais

espaço de armazém, computadores, e outros equipamentos.

Alem de muitas vezes gerar mais papel e confusão de

prioridades. Por isso é preferível que a produção de peças e

produtos acabados, seja realizado em lotes pequenos, para o

processo trabalhar em "sincronismo".

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66 Ø Defeito: os erros em fábricas ou escritórios são igualmente

prejudiciais para a empresa, erros tipográficos, cálculos de juro,

retrabalhos, quando não detectados na empresa dão uma má

impressão, e quando o defeito é descoberto mais tarde pelo

cliente, temos mais custos de distribuição e garantia, como

também os futuros negócios e a fatia de mercado podem ser

afetados.

Ø Atraso e tempo de espera: estas perdas ocorrem tanto na fabrica

como nas áreas administrativas e comerciais, imagine-se que

uma financeira que está cobrando um cliente exaustivamente já a

alguns tempo, enfim consegue que o mesmo vá a financeira para

acertar suas contas, porém ao chegar o sistema não funciona e

os funcionários devem esperar que o mesmo retorne ou entrar em

contato com o help-desk ou técnicos o cliente pode desistir e ir

embora. Este é um exemplo ilustrativo, geralmente os títulos

podem ser recebidos off-line e os juros e multas calculados

manualmente. Mas este cliente dificilmente será "fidelizado".

Ø Acúmulo de material em processo: quanto mais estoque de

material em processo acumularmos, mais propensos estaremos a

ficarmos cegos frente aos desperdícios, por isso devemos ter um

estoque reduzido, Imagine uma pastelaria que possui uma

enorme quantidade de carne e queijo para recheio em estoque, é

bem provável que para estes produtos não estragarem alguns

pasteis recebam mais recheio que o necessário.

Ø Originadas pelo transporte: o transporte custa muito dinheiro,

tempo e energia, mas não adiciona valor às peças ou produtos, o

layout ou a logística aplicada de uma empresa a outra é

fundamental.

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67 Ø Perdas no processo: em relação aos métodos de produção

devemos tentar tornar nosso produto mais fácil de ser feito e de

usá-lo.

Ø Ação desnecessária: apesar do estudo dos movimentos ser

maciçamente usado nas industrias, nos escritórios também

podemos aprender alguma coisa com ele. Por exemplos os

arquivos devem ser marcados de forma apropriada e todos

devem saber utilizá-lo.

b) Gasto: pode ser considerado com um investimento feito para obter

uma utilidade. O termo utilidade é a obtenção de um produto ou de um serviço. O

termo "gasto" é empregado por alguns profissionais de contabilidade como

sinônimo de despesa.

c) Despesa: É um investimento de capital em elemento negativo que direta

ou indiretamente irá produzir uma utilidade à empresa ou à entidade (segundo

teoria aziendalista). Contabilmente o termo "despesa" e muitas vezes trocado

pelo termo "custo". Alguns professores de Administração Financeira dizem o

seguinte: "O termo custo pode ser expresso contabilmente quando se refere a

bens de consumo ou de utilização não traduzível materialmente". Desta forma

deixam de considerar a aplicação de matéria-prima como despesa porque

julgam que esta continua sendo representada fisicamente pelo produto até sua

utilização.

As despesas são divididas em duas categorias: diretas, que constituem

os elementos físicos do produto e que podem ser averiguados a qualquer

instante. Neste caso o termo "despesa" é recusado por técnicos e indiretas que

são investimentos em elementos da produção que não participam fisicamente do

produto. Contabilmente existem diversos outros tipos de despesa como:

"amortizáveis", "brutas", "demonstráveis", "diferidas", "fixas", "orçamentárias",

"gerais", "diretas" entre outras que interessam muito mais à contabilidade, é claro

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68 que para uma boa gestão de custos e bom conhecer ou pelo menos ter noção

destas variáveis.

d) Depreciação: é a diminuição do valor das coisas, por uso, desgaste ou

perecimento. Este é um assunto que as vezes gera divergência no entendimento

entre técnicos, contadores e administradores, não no conceito propriamente dito.

As divergências geralmente ocorrem no cálculo para obtenção das cotas, bem o

mais usual e prático é a utilização de porcentagem (10%, 15% e 20%) sobre o

valor dos bens adquiridos, sem se preocupar com a realidade, alegam que os

bens podem sofrer alteração dos preços nos períodos de inflação ou deflação e

que as cotas seriam ilusórias. A maneira mais simples de se calcular o valor

sujeito à depreciação seria verificando-se a diferença entre o custo de aquisição

e o final do bem. A quota de depreciação pode ser obtida através da razão entre

o esse valor sujeito à depreciação e o respectivo tempo de duração do bem.

e) Ponto de equilíbrio: é o valor mínimo de vendas a realizar para que a

empresa não sofra prejuízos ou, por outras palavras, as vendas necessárias para

cobrir exatamente o custo do produto vendido. A grande importância em

determinar o ponto de equilíbrio é a verificação de como se comportam os

valores de custos e vendas em face de um período de crise ou retração de

créditos, pois podemos determinar uma política a ser empregada na empresa.

Muitas vezes observa-se que em vez de restringir os negócios deve-se ampliá-los

para poder vencer a crise, ainda que se vendendo pelo custo. O ponto de

equilíbrio de empresas pode se determinado também para estudar investimentos

ou garantir os já aplicado. Para determinarmos o ponto de equilíbrio geralmente

são utilizados gráficos ou meios aritméticos.

f) Custo Fixo: é um gasto que se opera sempre dentro das mesmas

medidas, independentemente do volume da produção, por exemplo: Alugueis,

seguros, ordenados mensais, etc. Vale salientar que os custos fixos não são

permanentemente fixos e se alteram periodicamente, ou seja, o custo é fixo

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69 quando observado em um período de tempo. O controle e a administração destes

gastos são de grande importância na observação dos pontos de equilíbrio das

empresas bem como nos estudos de seus investimentos. Os consultores

advertem os investimentos em custos fixos, pois os mesmos servem de ameaça

quando se tenta diminuir o volume do produzido, pois quanto maior a produção,

menor o acúmulo de gastos fixos sobre a unidade produzida.

g) Custo Variável: custos que oscilam de acordo com as quantidades

produzidas, aqueles que têm relação direta com o volume produzido, como

exemplos: Comissões de vendedores, matéria prima, etc. O custo variável pode

ser geral, quando se refere a toda organização ou departamental, quando

identificado no local de sua verificação e se este é um setor de levantamento de

custos, podendo divergir, em percentuais do aumento da produção ficando

semivariáveis e mesmo sendo variáveis podem ser mais ou menos proporcionais

à produção realizada. Os custos variáveis podem ser discriminados em :

proporcionais, progressivos e regressivos.

Ø Custo variável proporcional: é o custo que cresce por ser variável

proporcional à produção, ou seja se a produção aumenta, o custo

aumentará sempre numa proporção percentual igual. Os custos

proporcionais são gastos que operam sempre tendo como medida o

volume da produção e que a acompanham sempre dentro da mesma

taxa, ou seja, são constantes dentro da proporcionalidade.

Ø Custo variável progressivo: é o custo que aumenta

progressivamente à medida que a produção aumenta.

Ø Custo variável regressivo: custo que diminui de valor total unitário na

medida em que a produção se intensifica.

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70 Representação gráfica dos custos variáveis:

Gráfico 1.

Os custos variáveis podem se apresentar graficamente de diversas

maneiras, normalmente o custo variável é generalizado, exposto apenas o eixo

de custo variável proporcional.

h) Custo Direto: também interpretado por alguns autores como "custo

primário". O custo direto é o momento do custo quando representado por

elementos diretos da produção (indicado apenas pela matéria-prima e pela mão-

de-obra). Na faculdade o consideramos como "o primeiro momento do custo de

um produto". Por outro lado alguns consultores dizem que os momentos do custo

são uma abstração aplicada mais para o estudo, pois na realidade ou na prática,

os momentos não são distintos pois suas variáveis e elementos estão sempre se

combinando.

i) Custos Indiretos: elementos da produção que não participam

fisicamente, nem diretamente ao produto, são os gastos que cooperam para que

a produção do mesmo. Estes custos necessitam de alguns critérios de rateio

para sua locação, diferente dos custos diretos. Alguns exemplos de custos

indiretos são: A limpeza e manutenção das instalações, combustíveis,

lubrificantes, mão de obra indireta, bem como os diversos elementos indiretos

relacionados.

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71 j) Custo semivariável ou semifixo: É o custo que oscila de acordo com o

aumento ou diminuição da produção sem manter uma proporção definida sem

estabelecer um padrão obvio. Por exemplo, imaginemos um aumento de força

motriz de 100%, este aumento pode não estabelecer um aumento de 100% na

produção, outro exemplo imagine um escritório que deseja diminuir seus gastos

em energia elétrica e decide para tal reduzir uma lâmpada, este impacto poderia

ter um efeito nocivo aos funcionários reduzindo também a produção dos mesmos.

Ou seja, para termos reduções reais nos custos ou aumento de produção (ambos

controlados), como observando nos exemplos acima, precisaríamos dos

aumentos ou diminuições dos custos variáveis em proporções idênticas, pois os

custos semivariáveis oscilam, com as oscilações da produção, sem garantir uma

proporcionalidade exata.

l) Custo Marginal: é o custo que representa o valor diferencial entre uma

unidade qualquer produzida e uma anterior, ou seja, o custo marginal de uma 5ª

unidade é a diferença entre o valor da 5ª e da 4ª unidade. Por exemplo, se o

custo de 10 sandálias produzidas for R$ 280,00 o seu custo marginal será de R$

20,00 se 9 sandálias tiverem custado R$ 260,00. Estabelecendo-se

comparações entre o custo marginal e o custo médio de produção pode-se

chegar a brilhantes conclusões com relação à política de investimentos de uma

empresa.

m) Custo Médio: custo que resulta do cálculo da média entre seus

elementos componentes. Nas empresas de produção continua, é freqüente sua

utilização, a fim de conhecer o valor unitário do produto, em alguns tipos de

fabricação como a de massas alimentícias, é dos processos de maior destaque

na pratica, bem como outros produtos (pregos, cimento, biscoitos, etc). A fórmula

de cálculo do custo médio é simples (razão entre o total de unidades pela

quantidade produzida). O custo médio pode também ser ponderado, através dos

diversos valores que o constituem. Porém, em empresas de maior porte a

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72 adoção do custo médio pode gerar sensíveis discrepâncias, podendo ser

resolvidas através de quocientes adicionados na fórmula.

n) Custo Real: custo que representa o fenômeno verdadeiro da

aplicação de valores para a obtenção de uma utilidade, é registrado dentro de

um período consultivo de um determinado exercício contábil, envolvendo a

apuração à posterior de todos os seus elementos como: materiais, mão-de-obra,

despesas gerais, etc. É obtido através de uma coleta de dados de todos os

componentes da produção, assim como o resultado desta. O custo real é usado

amplamente pelas mais diversas empresas com o objetivo de compará-los com

os custos teóricos e padrão, a fim de verificar como se comportam os

investimentos face às previsões ou níveis ideais que se haviam estabelecido.

o) Custo Padrão: este é um custo "teórico" que é determinado tendo-se

se por base medidas cientificas de materiais (qualidade, quantidade, preço) de

mão de obra (tempo, salários) e gastos gerais da produção (investimentos ideais

em função da dimensão e rateios ideais). O custo padrão reporta o controle dos

elementos do custo real, dentro de um plano pré-estabelecido para um

determinado período orçado. O custo padrão circulante é modificado à proporção

que se alteram os processos técnicos ou os preços adotados como medidas.

p) Custo Teórico: é o custo determinado através de previsões, ou seja,

calculado previamente, antes que na realidade se verifique o fenômeno. Pode

seguir diversos critérios de cálculos para admitir-lhes a previsão.

q) Custo Transitório: Custo que opera em função de uma eventualidade,

por exemplo, os custos de importação em uma indústria que pratique tal

operação apenas para obter uma máquina de produção.

r) Custo Total: O custo total de um produto, serve geralmente para que se

calcule o preço de venda do produto, através de uma quota que cubra o risco do

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73 negocio, os juros sobre o capital, os outros interesses da exploração e a sua

proteção e um percentual para a distribuição entre os componentes da empresa.

É composto pelos seguintes elementos:

Ø Matéria-prima e Auxiliares;

Ø Mão-de-obra;

Ø Gastos gerais de fabricação;

Ø Despesas de administração geral;

Ø Despesas comerciais;

Ø Despesas financeiras;

Ø Despesas Tributárias;

Ø Despesas eventuais.

As matérias-primas e auxiliares e mão-de-obra formam o custo direto, os

restantes podem ser calculados por cotas.

s) Custo Total Composto: custos representados teoricamente pela soma

dos custos fixos totais e os custos variáveis, a equação seria CT=Cv+Cf.

7.2 – Variáveis e fórmulas básicas

A partir das teorias aprendidas em sala de aula, pesquisas exaustivas

em publicações especializadas (livros, revistas e artigos técnicos) e sites da

Internet descritas nos capítulos constantes deste trabalho, aliadas a nossa

experiência profissional no campo de movimentação de carga, procuramos

identificar detalhadamente, todas as variáveis e equações que propiciarão a

montagem de um sistema informatizado exclusivo para gerar as projeções dos

resultados financeiros envolvendo a necessidade de compra de equipamentos

para empilhamento de contêineres contendo carga postal, através do

processamento dos dados obtidos junto aos Correios.

Esse simulador poderá servir como um referencial para outras empresas

que têm atividades similares, já que propiciará a obtenção do valor presente

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74 líquido desse negócio e a respectiva taxa interna de retorno dentro da

perspectiva de opção real expandida defendida por Trigeorgis (1993).

7.2.1 – Segundo Teorias Tradicionais

a) Equação Geral – EQ: permite determinar o valor do projeto e seus

indicadores de rentabilidade.

b) Fator de produção ou de utilização - FU: percentagem da capacidade

máxima que será produzida e comercializada. O Fator de Utilização pode ser

reduzido por vários tipos de Constrangimentos Operacionais, Financeiros, de

Marketing e Estratégicos.

c) Receita Bruta - RB: é o produto do preço de venda, da capacidade e

do fator de produção Valor residual: expectativa do valor que o negocio será

vendido no final do período – RB= PREÇO DE VENDA x A CAPACIDADE x FU.

d) Custo fixo: estimado com relativa precisão dado que a maioria das

variáveis são internas à empresa ou ao projeto, podendo ser obtido através do

cálculo de remuneração dos recursos contratados para serem remunerados por

período.

e) Custo variável - CV: é o produto do custo variável unitário, da

capacidade de do fator de produção – CV= CVu x A CAPACIDADE x FU.

f) Juros – i: a remuneração do saldo devedor da dívida, quando houver.

Apenas os juros são deduzidos do imposto de renda, diferentemente da

amortização que não são dedutíveis.

g) Depreciação - D: é uma percentagem do investimento, estabelecida

em lei dedutível do Imposto de Renda – IR. Ressalta-se que a depreciação não

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75 sai do Caixa Líquido - é uma “poupança” que permite ao investidor repor os

equipamentos e instalações que foram desgastados pelo uso. Não é uma

imobilização de recursos que afeta o caixa da empresa, logo não entra

efetivamente no Fluxo de Caixa. A razão de ser da exclusão da depreciação para

chegar ao lucro tributável é muito simples: existem bens e direitos do ativo

imobilizado de uma empresa que perdem seu valor com o tempo.

Por exemplo, uma máquina que custou Cr$ 1.000,00 em 1965 e que

devia durar 10 anos (até 1975), em 1969 não mais vale Cr$ 1.000,00. Com o uso

e o desgaste seu valor real diminui. Mantê-lo no ativo pelo seu valor original,

inflacionando, ajustado ou não por um índice de reavaliação, seria incorreto.

Assim a legislação tributária permite deduzir do lucro uma parcela

correspondente a este desgaste.

No Brasil adota-se apenas um método de dedução. É o processo da

linha reta. Divide-se o valor original da máquina pela sua vida média útil, obtendo-

se o montante anual a deduzir. O próprio governo se encarrega de publicar uma

lista padronizando a vida média útil, de acordo com o tipo do bem. Assim, para

um móvel cujo preço é de $800.00 e tem 5 anos de vida, a depreciação anual

vem a ser: $800.00 ÷ 5 = Cr$ 160,00. No caso, se o dono do equipamento não

puder “guardar” uma certa quantia durante o seu período de funcionamento, não

terá dinheiro para colocar outro em seu lugar, quando este ficar imprestável (o

que pode levar mais de 5 anos ou menos).

Em outras palavras, é preciso dispor de parte da diferença entre receitas

e despesas para se precaver contra a substituição dos equipamentos e manter

as empresas em andamento.

É fundamental perceber que a depreciação não é um custo, na acepção

da palavra. Pelo contrário, é uma das maiores fontes de fundos para as

empresas. A confusão comumente feita deve-se ao fato de que, ao se calcular o

preço de venda de certo produto, a depreciação é encarada como “custo fixo”

Um exemplo esclarecerá as idéias. No caso adotaremos a taxa e depreciação

de 25% ao ano, conforme Regulamento do Imposto de Renda brasileiro (Decreto

nº 3.000, de 26 de Março de 1999) para veículos de carga.

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76

h) Receita tributável - RT: é a diferença da Receita bruta e das deduções

permitidas em lei.

i) Imposto de Renda–IR: é a diferença entre a receita, custo fixo, custo

variável, juros e depreciação em função a alíquota estabelecida pelo Governo. A

base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de

ocorrência do fato gerador, é o lucro real, presumido ou arbitrado,

correspondente ao período de apuração. Como regra geral, integram a base de

cálculo todos os ganhos e rendimentos de capital, qualquer que seja a

denominação que lhes seja dada, independentemente da natureza, da espécie

ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou

negócio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma

específica de incidência do imposto.

As Pessoas Jurídicas, por opção ou por determinação legal, são

tributadas por uma das seguintes formas: simples, lucro presumido, lucro real e

lucro arbitrado. O objeto da pessoa jurídica seja comercial ou civil, pagará o

imposto à alíquota de 15% (quinze por cento) sobre o lucro real, apurado de

conformidade com o Regulamento. O disposto neste item aplica-se, inclusive, à

pessoa jurídica que explore atividade rural. As empresas públicas e as

sociedades de economia mista, bem como suas subsidiárias, são contribuintes

nas mesmas condições das demais pessoas jurídicas (Constituição Federal, art.

173 § 1º e Regulamento do Imposto de Renda - Decreto 3000/99).

j) Capital de giro – CG: é uma imobilização financeira (estoque e contas

a receber) que inibe a rentabilidade de capital no início das atividades e reduz as

disponibilidades de caixa do primeiro ano.

k) Amortização - Am: devolução do valor tomado como financiamento,

parcelado ou integral.

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77 l) Caixa líquido - C: é a diferença entre a receita, custo total, imposto de

renda e capital de giro somada ao valor residual. Considera-se apenas as

entradas de caixa menos as efetivas saídas;

m) Valor residual – VR: é o valor estimado do negócio no final do período

analisado.

n) Valor presente líquido - VPL: comparação do investimento utilizando-

se o princípio da perpetuidade, encontrado através da seguinte fórmula:

Onde R=remuneração, n= tempo, i=custo do capital e I=investimento. O

projeto será atrativo quando VPL>0. Esta tarefa pode ser facilitada com o uso de

função calculada no software Excel.

o) Taxa Interna de retorno – TIR: compara os benefícios dos projetos com

os investimentos e deve ser expresso em percentual. Para o projeto ser atrativo a

TIR deve ser maior que i (custo de capital). Assim como o VPL, esta tarefa pode

ser facilitada com o uso de função calculada no software Excel.

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78 7.2.2. Segundo Teorias das Opções Reais

De acordo com o capítulo V, item 5.2.f., que versa sobre a Teoria das

Opções Reais, podemos deduzir as variáveis que deverão constar nos cálculos a

serem desenvolvidos (figura 1), traçando-se as diferenças de compra conforme

as opções reais expandidas:

a) Aquisição: o valor dos dividendos e a taxa de oportunidade de

investimento serão obtidos através do cálculo de depreciação linear dos

equipamentos. O Preço do exercício será calculado pelo valor nominal de

aquisição ao longo da vida útil prevista nas regras de depreciação;

b) Locação: o valor dos dividendos e a taxa de oportunidade de

investimento serão obtidos através dos valores de renovação contratual. O Preço

do exercício será calculado pelo valor nominal pago no contrato.

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CAPÍTULO VIII

ESTUDO DO CASO

8.1 - Enunciado

Atualmente o Terminal de Carga dos Correios no Rio de Janeiro –

TECA/RJ dos Correios, movimenta em média 9.000t de carga postal por mês,

disposta em contêineres com capacidade nominal de 250Kg.

Para realização desse trabalho são utilizadas 05 (cinco) empilhadeiras a

combustão nos 03 (três) turnos operacionais, com respectivas jornadas diárias

de 8h durante seis dias por semana.

A premissa na empresa era que os equipamentos de movimentação

interna de carga deveriam ser incorporado ao seu patrimônio, da mesma forma

que os veículos, porém não havia metodologia para tais aquisições.

Com isso, o TECA/RJ, ao longo desses anos, acumulou no seu parque

operacional, o total de 9 (nove) máquinas, em sua maioria obsoletas, fabricadas

entre os anos de 1991 e 2003, distribuídas da seguinte forma:

Total de Empilhadeiras por ano de fabricação

1991 1

1994 1

1996 2

1998 2

2002 2

2003 1

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80 O gráfico2 demonstra a quantidade de empilhadeiras (ordenada) em

relação à depreciação fiscal de um equipamento de movimentação - Dec. IR -

3000/99, 25% ao ano cuja vida útil estabelecida é de 4 anos de acordo com o

ano de fabricação de cada máquina.

Gráfico 2

Por inferência, avaliando-se os altos custos com o contrato de

manutenção e o índice elevado de indisponibilidade das empilhadeiras em

virtude da sua vida útil avançada, que prejudicavam de sobremaneira a operação,

a alta direção encomendou à equipe daquela unidade, uma avaliação criteriosa e

definição de métodos científicos que venham facilitar a decisão de compra, já

que uma nova política será implementada na empresa no exercício de 2005, que

será a alienação imediata de todos os bens cuja vida útil esteja extrapolada,

trazendo prejuízos financeiros, administrativos ou operacionais.

O escopo do projeto será o seguinte: como comprar para o exercício de

2005, 05 (cinco) empilhadeiras para o TECA/RJ – aquisição ou locação? A

empresa não tem intenção de efetuar contrato com transferência do bem -

Leasing.

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81 Nota: Em pesquisa de mercado, verifica-se que em média o serviço de

LOCAÇÃO uma empilhadeira com operador para um turno está sendo cotado

em R$6.500,00/mês e de uma empilhadeira nova para AQUISIÇÃO é de

R$110.000,00, atendendo as especificações necessárias para empresa.

8.2 - Variáveis reais

Para atender a demanda em lide, foi efetuada a delimitação das

variáveis reais envolvidas, e lançadas no planilha eletrônica calculada, que

corresponde ao Sistema de Fluxo de Caixa, que nos fornecerá os valores

presentes líquidos e taxa interna de retorno, de forma que possamos cotejar os

resultados de cada opção real expandida.

a) Geral

® Período (em anos) - 4

® Quantidade - 5

® Carga movimentada mensal (em toneladas) - 9000

® Imposto de renda - 30%

® Valor residual - 25%

® Fator de produção - 100%

® Custo de capital - 15%

® Valor da carga (em kg)- R$25,00

b) Variável específica para compra

® Valor unitário da empilhadeira - R$110.000,00

c) Variável específica para locação

® Valor unitário do contrato - R$6.000,00

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82 8.3 – Resultados do Fluxo de Caixa Descontado - FCD

A partir das variáveis estabelecidas, lançadas no Sistema de Fluxo de

Caixa proposto, obtemos os seguintes resultados do Fluxo de caixa descontado

calculado:

a) Para locação

® Investimento - R$137.500,00

® Capital próprio dos acionistas - R$137.500,00

® Custos fixos - R$14.042,16

® Custos variáveis - R$158.058,00

® Receita do projeto - R$225.000,00

® Juros - desconsiderado

® Depreciação - R$34.375,00

® Receita tributável - R$18.524,84

® Imposto de renda - R$5.557,45

® Amortização - desconsiderada

® Capital de giro - desconsiderado

® Valor residual - 25%

® Caixa líquido - R$(137.500,00)

® VALOR PRESENTE LÍQUIDO – VPL R$19.066,57

® TAXA INTERNA DE RETORNO - TIR 17%

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83 b) Para aquisição

® Investimento - R$360.000,00

® Fator de utilização -100%

® Receita do projeto - R$225.000,00

® Custo fixo - R$90.000,00

® Custo variável - inexistente

® Juros - inexistente

® Depreciação - R$90.000,00

® Receita tributável - R$45.000,00

® Imposto de renda - R$13.500,00

® Amortização - R$

® Capital de giro - R$

® Valor residual - 25%

® Caixa líquido - R$(360.000,00)

® VALOR PRESENTE LÍQUIDO – VPL R$9.955,02

® TAXA INTERNA DE RETORNO - TIR - 18%

8.4 – Sistema de Fluxo de Caixa

Através do sistema desenvolvido, tendo como base o Sistema de Fluxo

de Caixa desenvolvido (quadros 1, 2 e 3), observa-se pelo resultado da taxa

interna de retorno que em ambas opções reais, os projetos têm atratividade, pois

os mesmos são maiores do que o custo de capital.

Avaliando-se os valores presentes líquidos - VPLs calculados,

verificamos que a locação seria a opção mais vantajosa para empresa. ·

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84 Sistema de Fluxo de Caixa - Protótipo

Quadro 1 – Fonte: ECT - Sistema de Fluxo de Caixa

Quadro 2 – Fonte: Sistema de Fluxo de Caixa

Quadro 3 – Fonte: Sistema de Fluxo de Caixa

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CONCLUSÃO

Empresas bem sucedidas são aquelas que podem reconhecer e

responder rentavelmente as suas necessidades não atendidas e às tendências

do macroambiente. Ser capaz de responder às mudanças pode ser a diferença

entre prosperar ou não, ou até mesmo, entre sobreviver ou não. Por isso, dedicar

tempo e esforços a desenvolver esta capacidade pode ser mais importante do

que pode parecer.

Portanto, tomar a decisão de investir em projetos para aquisição de

novos equipamentos requer, dentre outros, o conhecimento dos caracteres

tecnológicos dos produtos, dos processos de desenvolvimento e fabricação.

Admitir que o investimento neste tipo de projeto é uma boa opção, é

admitir que a empresa poderá melhorar a performance nas suas operações com

menor custo possível. Isto implica dizer que a identificação de oportunidades no

mercado, escolha do melhor equipamento, o atendimento as expectativas

internas. Admite ainda que tem criatividade para criar operações que agregam

valor ao produto, remuneram de forma atraente a empresa e os seus investidores

e beneficiam a comunidade, oferecendo sempre produtos de boa aceitação.

Obter, no desenvolvimento de projetos de produtos, melhores retornos

que os do mercado financeiro, exige esforços de ordem financeira e técnica, no

controle da uniformidade da performance das operações. Significa confrontar

forças antagônicas como custo e qualidade, velocidade e perfeição, eficiência e

escassez de recursos, mercados mutáveis e mercados constantes e exige um

caminhar cada vez mais seguro nos estreitos corredores orçamentários. O

confronto destas forças antagônicas pode ter efeitos imprevisíveis, driblando até

ao mais astuto plano de contingências.

Ainda uma vez, cabe lembrar que a performance inadequada na gestão

de projetos prejudica o resultado operacional da empresa, mas não se pode

afirmar que a performance adequada na gestão de projetos garante à empresa

bons resultados operacionais, já que as empresas estão submetidas a variáveis

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86 incontroláveis que, não obstante a sua performance no desenvolvimento de

projetos, podem "arrastá-la" para cima ou para baixo a qualquer tempo. Desta

forma, vale sempre refletir sobre a busca de métodos que possam, ao menos,

garantir a boa performance na gestão dos projetos, buscando manter controle

sobre o que é possível.

Assim procuramos, apesar de não ser o objetivo principal do trabalho,

enfocar em destaque as teorias referentes à elaboração de projetos e avaliação

de custos, visando buscarmos resposta a uma questão empresarial real.

Porém, é importante frisar que os ensaios e experimentos, bem como

projeções teóricas são ferramentas para tomada de decisão, que aliadas aos

pontos específicos de cada situação poderão propiciar aos gestores uma relativa

segurança quanto aos resultados do empreendimento.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

PORTER, Michael E. Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro: Campus, 1996.

KOTLER, Philip. Administração de marketing. São Paulo: Atlas, 1995.

CONTADOR, Claudio R. Avaliação Social de Projetos. São Paulo: Atlas, 1988. KOLLER, Murrin J. Avaliação de empresas – valuation. São Paulo: Makron Books, 1999. LAROSA, Marco Antonio. Como produzir uma monografia. Rio de Janeiro: WAK, 2002. MARTINS, Eliseu. Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1986. MAYNARD, H. B. Manual de Engenharia de Produção. São Paulo: McGraw-Hill, 1970. REVISTA IMAN Gomes, Francisco; Terceirização: Paradoxos e Contradições; 1995; DAG Gráfica e Editorial Ltda.; São Paulo

ABML - Associação Brasileira de Movimentação e Logística - Site

Constituição da República Federativa do Brasil. Serie Legislação Brasileira,

Editora Saraiva, 1988.

.

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BIBLIOGRAFIA CITADA

1- ADAMS, J. / BARNDT,S. (1994). Projects Management. H & R, N York.

2- CONTADOR, Claudio R. (1988). Avaliação Social de Projetos. São Paulo,

Atlas.

3- DINSMORE, Paul C. (1992). Gerência de Programas e Projetos. São Paulo,

Atlas.

4- GITMAN, Laurence J. (1994). Administração financeira. São Paulo, Harbra.

5- HOOLEY, Graham J. (1996). Posicionamento competitivo. São Paulo, Makron.

6- KOTLER, Philip (1995). Administração de marketing. São Paulo, Atlas.

7- PORTER, Michael E. (1996). Vantagem Competitiva. Rio de Janeiro, Campus.

8- RANDOW, A . C. Von (1995). Microsoft Project for Management. São Paulo,

Makron.

9- ROSS, Stephen A. (1995). Corporate Finance. São Paulo, Atlas.

10 - TRIGEORGIS, L. (1993). The Nature of Options Interactions and the Valuation

of Investments with Multiple Real Options, Journal of Financial and Quantitative

Analysis, v. 28, n. 1, march, p. 1-21.

11- DIXIT, A. K., PINDYCK, R. S. (1994). Investment Under Uncertainty, Princeton

University Press, Princeton, N. J.

13- BLACK, F.; SCHOLES (1973). M. The pricing of options and corporate

liabilities. 12- Journal of Political Economy, v. 81, n. 3, p. 399-417

14- COX, J.; E.; ROSS, S. (1976). The valuation of Options pricing for alternative

stochastic processes. Journal of financial economics, v. 3, p. 145-166.

15- PEREIRA; P. J. (2000). As limitações dos métodos tradicionais na avaliação

de investimentos: breves referências.

16- MYERS, S. (1977). Determinants of corporate borrowing. Journal of financial

economics, v. 5, n. 2, p. 147-176.

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89 17- DIAS, M. A. G. (1996). Investimento sob incerteza em exploração de petróleo..

448 p. Dissertação (Mestrado). PUC/Rio de Janeiro. Disponível em

http://www.puc-rio.br/marco.ind.

18- AMRAM, M. , KULATILAKA, N. (1999). Disciplined Decisions : Aligning

Strategy withthe Financial Markets ; Harvard Business Review.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Reportagem – Revista Log&iman – maio/2003.

Anexo 2 >> Entrevistas: Jornal LogWeb - jan/2004.

Anexo 3 >> Reportagem – Revista Log&iman – março/2004.

Anexo 3 >> Reportagem: Jornal O Globo – Caderno de Negócios – maio/2004.

Anexo 4 >> Internet.

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ANEXO 1

Reportagens

Revista Log&iman – maio/2003

Retrak - ao completar dez anos de atuação, a empresa consolida-se como prestadora de serviços e só tem um desejo: crescer cada vez mais. Posicionada entre os maiores locadores de empilhadeiras elétricas do Brasil, a Retrak foi fundada em maio de 1993, surgindo de uma experiência positiva que a filial paulistana da Ameise Comércio e Industria S/A obteve com a terceirização de suas atividades de manutenção. Meses depois desse passo com a área de assistência técnica, esta filial foi desativada e terceirizou-se também a área comercial, transferida à Retrak. No início, 100% do faturamento da empresa estava relacionado com a venda de empilhadeiras. Como representante exclusivo da marca em parte da Grande São Paulo, a Retrak teve de passar por sua primeira prova de fogo no mercado ao assumir também a comercialização de produtos de outras marcas, uma exigência da empresa alemã. Optou-se por baterias, carregadores e paletes, produtos correlacionados à linha de empilhadeiras e que não concorriam diretamente com os produtos da marca do fabricante. "PULO DO GATO" Seis meses depois da fundação da Retrak, três dos cinco sócios da formação inicial deixaram a empresa, e em meados de 1994, veio a necessidade de diversificar os negócios, com os primeiros passos naquele que seria o carro-chefe de suas atividades: a locação. "Começamos a comprar empilhadeiras usadas para reformar e depois vender ou alugar. Esse novo negócio deu certo, de forma que no primeiro ano, 95% de nosso faturamento correspondia à representação comercial de terceiros e 5% a locação e, decorridos dez anos, a situação é inversa, a prestação de serviços representa 98% de nossa receita", aponta o diretor e sócio da empresa, Fábio Dailson Pedrão. Desde que decidiu embrenhar-se pelos negócios de locação de empilhadeiras, a Retrak visualizou uma oportunidade que até então não era explorada de forma adequada no Brasil, mas que começava a chamar atenção das empresas e registrava importante crescimento. "Quando iniciamos, já existiam empresas que compravam equipamentos e os destinava à locação, mas os serviços eram precários: as reformas das empilhadeiras não eram bem feitas,

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92 causando descontentamento nos clientes", comenta o também sócio da empresa, Nilson Borges Rios, "Além disso, o mercado de locação não era bem definido: uma empresa que fabricava empilhadeiras também fazia locação, só que de forma esporádica, encobrindo os especialistas na oferta de um serviço mais completo". A locação de equipamentos deu um salto significativo há pelo menos sete anos, período no qual as empresas começaram a se concentrar mais em sua atividade-fim e foram deixando de lado a idéia de ter outros ativos, tais como empilhadeiras, concluindo que a terceirização era mais vantajosa. "E quando essa situação se consolidou, já estávamos atuando com infra-estrutura e conhecimento afinados para dar apoio a nossos clientes, que já nos tinham como referência em serviços personalizados de locação" lembra Fábio. Para ingressar nesse ramo, a Retrak, que no início era atendida por empresas especializadas em manutenção de empilhadeiras remanescentes da época da terceirização feita pela filial em São Paulo, sentiu a necessidade de ter seus próprios técnicos e parte do trabalho passou a ser feito internamente. A intenção era se aproximar ainda mais do cliente e, conseqüentemente, do equipamento. "Quando se terceiriza esse tipo de atividade, o técnico contratado resolve o problema e não necessariamente vai atrás de sua causa. Trazer a equipe de assistência técnica para dentro da empresa reverteu-se numa garantia maior ao cliente, possibilitando-nos assumir compromissos que um terceiros não conseguia cumprir" assinala Fábio. Outro aspecto no qual a Retrak teve de pensar ao ter sua própria equipe de manutenção de empilhadeiras foi no treinamento desses profissionais. Eles são preparados tecnicamente para realizar manutenções preditivas, preventivas ou corretivas nos equipamentos e, dependendo da necessidade, podem ficar alocados nas instalações do cliente de forma permanente. Além disso, 80% dos atendimentos são feitos no mesmo dia do chamado, e o restante, em no máximo 24 horas. CONFIANÇA E PARCERIA Atualmente, a Retrak possui 683 máquinas para locação, sendo 75% equipamentos elétricos e 25% a combustão. A variedade de modelos de empilhadeiras elétricas merece destaque: são transpaleteiras, empilhadeiras patoladas, a contrapeso, retráteis, trilaterais e selecionadoras de pedidos, que garantem o atendimento imediato em diversas aplicações de movimentação de materiais. "Mas nosso objetivo é oferecer soluções completas não só quando vendemos um equipamento, mas principalmente quando estamos oferecendo o serviço de locação", ressalta Nilson. "Podemos locar equipamentos, acessórios, comercializar peças, montar e gerenciar salas de baterias, realizar manutenções e, conforme a necessidade do cliente, disponibilizar operadores para empilhadeiras". Segundo seus fundadores, outra razão, talvez a mais valiosa, que levou a Retrak a investir de vez na prestação de serviços, derivou da confiança de seus clientes e seus cerca de 60

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93 colaboradores. As mesmas empresas que compravam seus produtos também procuravam soluções para problemas para os quais não estavam preparadas e que estavam intimamente ligados ao bom funcionamento de sua logística. "Temos nos empenhado em fazer de nossa relação com o cliente uma verdadeira parceria. Sabemos e valorizamos cada etapa vencida com a ajuda dos que apostaram em nossa capacidade. Esse sentimento de gratidão da família Retrak traduz-se na busca continua da excelência na qualidade de serviços", destaca Fábio. E é nesse clima de agradecimentos e comemoração de uma década de sucesso que a Retrak manda uma mensagem de otimismo ao mercado. "Desejamos consolidar ainda mais nossa posição como uma grande locadora de empilhadeiras e prestadora de serviços, e mais que isso: acreditamos no mercado brasileiro, e continuamos investindo na aplicação de nossa frota e de nosso leque de soluções para atender a qualquer demanda de um grande parceiro - o cliente", finalizam os sócios da Retrak. Obs: Essa reportagem foi realizada em maio de 2003, hoje a Retrak possui, aproximadamente, em sua frota 800 máquinas para locação, sendo 70% equipamentos elétricos e 30% a combustão.

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ANEXO 2

Entrevista

Jornal LogWeb - jan/2004

...Frank Bender, diretor comercial da empresa, conta que a fábrica da Still no Brasil tem quase quarenta anos de operação, tendo sido incorporada pela Still GmbH, da Alemanha, no início do ano 2001, em entrevista concedida sobre a fabricação de empilhadeiras ao Jornal LogWeb:

_ "Nesses quarenta anos no mercado, ela sempre se dedicou à fabricação de empilhadeiras e

paleteiras elétricas. É importante salientar que, ao incorporar a fábrica no Brasil, a Still

adquiriu um acervo técnico de profissionais que conhecem a fundo não só os equipamentos,

como as particularidades do mercado brasileiro. Assim, em uma primeira etapa, a linha de

produtos da Still do Brasil sofreu uma 'oxigenação' significativa em termos de atualização

tecnológica e, em seguida, uma 'tropicalização' dessa tecnologia avançada, ou seja, um ajuste

à realidade do mercado brasileiro”.

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ANEXO 3

Reportagem

Revista Log&Iman – março/2004 Capa

Ciser investe R$ 150 mil na compra de equipamento A Companhia Industrial H. Carlos Schneider - Ciser, adquiriu, através da Pontes Distribuidora de Máquinas e Equipamentos uma empilhadeira, com novo conceito, para atender seu centro de distribuição, localizado na rua Padre Kolb, bairro Bucarein. São quase 16 mil metros quadrados, o maior depósito de fixadores da América Latina. Conforme o diretor Vinícius Marcos Allage, o novo equipamento será importante na nova política de verticalização dos estoques. "Onde nós estocávamos um palet, hoje são colocados seis", contabiliza. A nova empilhadeira, fabricada pela americana Hyster, representa um investimento de mais de R$ 150 mil. Trabalha com seus garfos em três posições diferentes e pode levantar quase 1,4 toneladas a 6,5 metros. É a primeira empilhadeira com tais características na América Latina. Além disto, ela é elétrica, com baixa emissão de ruido e nenhuma emissão de gases. A Ciser vai inicialmente avaliar a adaptabilidade do novo equipamento, e em caso positivo deverá importar novas unidades.

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ANEXO 4

Reportagem

Jornal O Globo – Caderno de Negócios – maio/2004.

Ponto frio terceiriza operação de empilhadeiras RIO DE JANEIRO - A Tercerização da frota aumenta a produtividade nos Cds da rede de varejo e reduz custos de manutenção com empilhadeiras. Desde abril do ano passado toda a operação de movimentação no centros de distribuição do Ponto Frio - uma das maiores redes varejistas do Brasil, com mais de 350 lojas espalhadas pelo País - é eita por uma frota de empilhadeiras tercerizada. Segundo jorge Gabriel Fernandes Júnior, gerente geral do CD Rio, a decisão pela contratação da frota fez parte de um amplo processo de reestruturação logística iniciado pela empresa em 1996, cujo fturamento em 2000 ficou acima dos R$ 2 bilhões. " Naquele ano, começcamos pelo CD do Rio Janeiro (cidade onde o Ponto Frio inaugurou sua primeira loja, em 1946), um amplo plano global de redesenho logístico, que incluiu,entre outras medidas, a tercerização das empilhadeiras", explica o gerente. Segundo Fernandes, a frota anterior, própria, tinha idade média entre oito e dez anos, o que gerava um alto gasto com manutenção. " O negócio do Ponto Frio não é operar empilhadeiras. Além do custo elevado para mantê-las funcionando, ainda tinhamos problemas de produtividade em função do grande número de equipamentos que ficava em manutenção. E no nosso caso, agilidade e rapidez são fundamentais" , define o gerente do CD -Rio, o maior dos seis CDs da rede que conta ainda com unidades de distribuição em São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba e Distrito Federal. A argumentação procede no ano passado, o Ponto Frio entregou aproximadamente 12 milhões de produtos, entre eletrodomésticos e móveis - 75 mil vendidos pelo site da empresa, lançado em 1995.

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ANEXO 5

Internet GLOSSÁRIO DE LOGÍSTICA Versão em html do arquivo http://www.fesppr.br/~possetti/gloss%E1rio%20de%20log%EDstica.doc. Termos técnicos utilizados em Logística, Comércio Exterior, Informática e em Administração. O glossário pesquisado tem a finalidade de auxiliar na compreensão de nomes, termos, siglas e expressões, normalmente, utilizados em Logística e nas suas diversas interfaces com outras áreas das organizações. Recomenda-se a consulta desse site para entendimento de alguns termos citados no trabalho em voga.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

FATOS HISTÓRICOS 12

CAPÍTULO II

A ESCOLHA 14

2.1 – Definição de Critérios 14

2.2 – Avaliação da Categoria 17

2.1 – Mercados 18

2.3.1 – Mercado Nacional 18

2.3.1 – Mercado Internacional 19

2.3.3 – Considerações Finais 20

CAPÍTULO III

TERCEIRIZAÇÃO 21

3.1 – Motivações 21

CAPÍTULO IV

AQUISIÇÃO 23

4.1 – Projetos para aquisição de equipamentos 23

4.1.1 – Motivos para Investimento no projeto 25

4.1.2 – Decisão para escolha do equipamento 25

4.1.2.1 – Identificação de oportunidades 26

4.1.2.2 – Indicadores de seleção do projeto 26

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99 4.1.3 – Planejamento e administração do projeto 28

4.1.4 – Avaliação das falhas e erros do projeto 29

4.1.4.1 – Minimização de falhas e erros 33

CAPÍTULO V

TEORIA DAS OPÇÕES REAIS 36

5.1 – Características 40

5.1.1 – As incertezas 40

5.1.2 – Valores 42

5.2 – Tipologia 46

5.3 – Estratégia e investimentos 48

5.4 – Métodos de avaliação 51

5.5 – Evidências empíricas 52

5.6 – Considerações gerais 53

CAPÍTULO VI

ENGENHARIA ECONÔMICA APLICADA 55

6.1 – Problema Central 55

6.2 – Dúvidas e objeções 57

6.3 – Comparação entre alternativas de investimento 59

6.4 – Fluxos de caixa 60

CAPÍTULO VII

O PROJETO 61

7.1 – Definições de Custos 61

7.1.1 – Significado de termos importantes 62

7.2 – Variáveis e fórmulas básicas 70

7.2.1 – Segundo Teorias Tradicionais 71

7.2.2 – Segundo Teorias das Opções Reais 75

CAPÍTULO VIII

ESTUDO DO CASO 76

8.1 – Enunciado 76

8.2 – Variáveis reais 78

8.3 – Resultados do Fluxo de Caixa Descontado - FCD 79

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100 8.4 – Sistema de Fluxo de Caixa 80

CONCLUSÃO 82

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 84

BIBLIOGRAFIA CITADA 85

ANEXOS 87

ÍNDICE 96

FOLHA DE AVALIAÇÃO 99

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: EMPILHADEIRA INDUSTRIAL: LOCAÇÃO OU COMPRA?

Autor: ISAIAS GENTIL FILHO

Data da entrega: 01 de setembro de 2004.

Avaliado por: Conceito: