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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE Frida Kahlo Frida Kahlo sua pintura, sua poesia e luta política. Por: Claudia de Farhat Orientador: Dayse Serra Rio de Janeiro, 18 de Janeiro de 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Frida Kahlo

Frida Kahlo sua pintura, sua poesia e luta política.

Por: Claudia de Farhat

Orientador: Dayse Serra

Rio de Janeiro, 18 de Janeiro de 2011

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

Frida Kahlo Frida Kahlo sua pintura, sua poesia e luta política.

Apresentação de monografia à Universidade Cândido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em

Arteterapia em Educação e Saúde

Por : Claudia de Farhat

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus pais, Chicre Farhat e Nereida Moema de Sá Farhat pelo carinho e incentivo,

à Ione Gilbert minha querida analista por ter recuperado meus sonhos

e à Ana Pinho minha amiga por contribuir para confecção desse trabalho acadêmico.

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DEDICATÓRIA

Dedico a esse trabalho a memória de Frida Kahlo e a todos os seus seguidores , para que possam levar adiante sua história. E a meu filho Omar Farhat Ciarlini para que compreenda que sempre temos tempo para recomeçar e sermos presentes socialmente.

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RESUMO

Este trabalho visa mostrar a história de Frida Kahlo e Diego Rivera, pintores Mexicanos famosos no início do século passado,ícones inconteste de várias gerações e por sua contribuição a Humanidade .

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METODOLOGIA

Toda Bibliografia citada abaixo, pesquisa de campo, Exposição Forte de Copacabana em 2009 com 6 quadros da pintora , Foto Internet.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Como se inicia a luta de Frida pela Vida e a

nova personagem Frida Pintora? 17

Capítulo II

Com se deu à influência de Diego no viver de Frida

e no convívio artístico? 24

Capitulo III

O que era Frida para as pessoas. 31

CONCLUSÃO 37

ANEXOS 39 BIBLIOGRAFIA 44

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INTRODUÇÃO

O México obteve a independência dos espanhóis em 1821 mas era pobre .

Os EUA e a Inglaterra o usaram como mão de obra barata , os mexicanos se

cansaram de Porfírio Diaz. A revolução de 1910 começou com a eclosão de

levantes. Diferentes partes do país lutaram sob o comando de três líderes

revolucionários regionais: Pascual Orozco (1882 - 1915 ), Pancho Villa ( 1878 -

1923 ) e Emiliano Zapata ( 1879 - 1919 ) .

Francisco Madero ( 1873 - 1913 ), um líder revolucionário que já tinha sido

vencido nas eleições por Diaz foi eleito presidente em 1911.

Mas acabou sendo traído e assassinado em 1913. Durante os oito anos

seguintes os grupos revolucionários lutaram entre si .

Finalmente em 1920 o general Alvaro Obregón (1880 - 1928) liderou um golpe

de estado e formou um novo governo.

(Frida Kahlo , Jill A . Laidlaw , Editora Ática p.11 , S.P. , 2004)

A História de Frida Kahlo

Magdalena Carmem Frida Kahlo Y Calderon nasceu na casa Azul em

Coyoacan, cidade mexicana, numa manhã de 6 de julho de 1907, apesar de

que para ela seu nascimento era no ano de 1910, dia da revolução mexicana.

A data da revolução seria para sempre sua data.

Guilherme Kahlo seu pai, fotógrafo, sempre influenciou Frida e para lembrar

também suas raízes germânicas, ele era filho de uma judia alemã , deu o nome

de Frida, que significa Paz.

E dizem que o nome representa a personalidade da pessoa, acredito que no

caso de Frida esse nome sustenta sua história pois ela se considerava nascida

em 1910 a data da revolução de Zapata, a libertação.

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O mote do seu trabalho social e político que a levaria a conhecer os grandes de

sua época, de revolucionários , a intelectuais , empresários e ser admirada por

artistas do porte de Picasso, Tina Modotti, André Breton, Trotsky, Marcel

Duchamp, Nickolas Murray, Kandinsky e muitos que iremos conhecer ao longo

do trabalho .

Guilherme Kahlo era de origem germânica e sua mãe de origem Indígena por

parte de pai e espanhola por parte de mãe.

Matilde era muito católica e Frida não se adaptava muito a suas idéias carolas.

Ela foi à terceira filha do casal e o exemplo maior de uma história que leva o

maior dos significados: Perseverança.

Ao conhecer a história dessa incrível mulher de vários atributos podemos dizer

que Frida foi uma luz de amor num corpo com dor e arrebatada por uma arte

que incendiou as mentes arraigadas de preconceitos com suas idéias

feministas e que valorizavam o ser humano.

Ela acolhe os amigos com o mesmo amor com que os ajuda financeiramente.

Ela e Diego seu futuro marido mantém uma arte voltada para o México,

pessoas pobres, e humildes, que tiveram nas telas desses grandes mestres e

amigos ,sua voz e paixões.

Viva Diego Viva Frida!

Uma das maiores influências de Frida foi à fotografia. Isso porque convivia com

artistas da lente como Tina Modotti, Edward Weston, Nicolas Murray, Martin

Munkacsi, Manuel Alvarez Bravo, Lola Alvarez Bravo, Gisele Freund.

Apesar de suas dores que a quebrantavam, Frida não perdia a fascinação que

provocava diante da câmera.

Um meio que considerou instrumento para refletir sua força vital.

Essa admiração pelo pai levou Frida a ter em Guilherme seu grande mentor,

ambos tinham muito em comum e isso se sucedeu por toda vida como também

a influenciou, em seus auto-retratos. Que foram em torno de 55 pintados.

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10 Seu terrível acidente ainda com 18 anos, ocorre quando Frida com pressa volta

para casa para pegar guarda-chuva e corre para pegar o ônibus com Alejandro

Arias seu atual namorado e aí se dá colisão retratada em seu diário e ela

completa dizendo “ que lá ela encontrou seu destino”.

Não posso deixar de pensar em Jung meu mestre, quando falo em

sincronicidade é perfeitamente cabível nesse assunto, pois tudo o que vem a

seguir são os traços de um momento único. Marcado para acontecer e ao

acontecer deixa indeléveis testemunhos de toda a arte que vigora a partir de

então.

Toda a palavra que é remetida é lida hoje como um ensinamento.

Todas as descobertas dos matizes das cores iluminadas que passaram a

conferir em nossas vidas um maior bem estar, e acima de tudo o vestuário que

se configura na medida em que se vê o crescimento dessa mulher , que em

sua ideologia procura a memória íntegra de seu povo !

Viver como tal, salvaguardando suas origens e agradar a seu marido que nem

por ser ela uma intelectual comunista, deixou de expressar seu amor de todas

as formas possíveis, ou pintando ou escrevendo ou se declarando.

Frida e Diego formavam um casal além de seu tempo, eles representavam todo

o questionamento social dos amantes , o porquê das regras e aquelas que

interrompidas possam realmente nos quebrar.

Eles vivem o amor da forma mais sincera mais nem por isso menos vulnerável.

Isso implica que suas verdades estavam acima de qualquer pensamento

religioso ou político.

Essa é Frida, como se descreve muitas vezes:

- Uma bacia quebrada, costelas, uma viga de ferro que vara das costas a

vagina, até o lábio esquerdo, o pé direito foi esmagado, o que a levaria a ter

consequências trágicas para toda a sua curta vida.

Seu pai a presenteia com sua caixa de pincéis que tanto Frida gostava. Seu pai

também pintava, uma das muitas razões de tanta afinidade entre os dois.

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11 Frida aprende a desenhar com Fernando Fernandez um amigo do pai, e até

1925, ela pintava muitos retratos e os destruía.

Fernando Fernandez emprega Frida em uma tipografia para ajudá-la com seu

sustento.

Ela copiava gravuras do impressionista Anders Zorn, e ele fica surpreso com o

talento de Frida, que desponta após 1925.

No livro releituras de Frida Khalo – por ética estética da diversidade

machucada apud Hierro (Edla Eggert, 2005, página 79, Editora Edunisc),

“Afirma que só quando descobrimos nossos cativeiros é que tomamos o

primeiro passo para abandoná-los.”

Mas no caso de Frida, foi diferente, ela os conhece embora não os possa

abandonar, conduzir o seu destino de maneira lúdica, ela sabe, porém os

tormentos da dor virão para desatinar a sua estrutura de mulher independente.

“Frida ficou três vezes grávida e afirmou que a pintura substituiu a todas elas“

disse a um amigo no final da vida “.

Frida Kahlo , jill A. Laidlwan , Editora Ática , São Paulo , 2004

Mas a sua fibra não a abandona e ela nos deixa um relato pictórico

valioso pronto para ser estudado do ponto de vista sociológico e espiritual.

Arte como expressão da sua dor física e espiritual.

A sua arte torna-se denúncia do seu corpo enfermo, desintegrando-se, como

no quadro que pintou - eu sou a desintegração.

Mas apesar de todo o sofrimento que acomete essa artista ímpar em sua

vivência e em cultuar o seu amor por Diego Rivera, seu marido e grande

Muralista Mexicano.

Frida nos leva de encontro a todas as nossas barreiras e vai nos acalentando

com um amor vivo e crescente que entra por nossas veias e à medida que

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12 vamos conhecendo sua história vamos ficando mais absortos com tanta

verdade em frente aos nossos olhos sem cobertas de pudor.

Ela da mesma forma que pinta para viver, rompe com a arte canonizada,

rompe com a barreira da imobilidade e vai recriando através dos seus pincéis

seu mundo imaginário, mas com realismo.

A sua arte responde ao seu acidente com frases cruas, com sangue,

com política, com liberdade, com ternura, e ela prossegue:

“Apesar de minha longa doença, sinto uma imensa alegria de viver.“

(Releituras de frida kahlo por uma ética estética de diversidade machucada,

organização Edla Eggert, Edunisc, 2008).

“Seu corpo sempre exposto dá visibilidade e se impõe e assim ela constrói sua

própria identidade, e se coloca numa pintura única na história da arte”.

“Na arte de Frida aflora o mexicanismo, cria motivos indígenas e aproxima-se

de uma temática popular.”

Em releituras de Frida Kahlo por uma Ética Estética da diversidade machucada

Editora Edunisc 2008,

Carlos Fuentes escreve sobre ela em releituras de Frida Kahlo, organização

Edla Eggert:

“O México é um país que vem sendo feito pelas suas feridas, o sofrimento do

povo decorrente de uma história que oprimiu, sufocou e feriu a nação, grita por

entre rupturas, as feridas e o sangue expresso na pintura de Frida”.

Como senão bastassem, essas feridas é a própria dor que vivencia no seu

corpo marcado pela poliomieleite, pelo acidente e pelas cirurgias.

A sua dor é também “a dor de seu povo.”

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13 “Fuentes chama isso de uma misteriosa fraternidade entre o corpo de Frida

Kahlo e as profundas divisões do México. Assim “como a nação, a terra,

também o seu corpo é partido.”

Ela pinta o México seguidamente, suas rachaduras, a terra partida, rios com

sangue, e a pomba também é sempre revelada em suas pinturas, sempre a

sua Paz.

Frida quando se casou a sua mãe dizia que era o casamento de uma pomba e

um elefante.

Como toda mãe Matilde já devia esperar o que viria do caráter inventivo, de

Diego festivo, o gordo genro de Matilde era tão altivo quanto seu corpo e a sua

pança.

O diagnóstico de Frida eram vários, leves hipertiroidismo, deficiência supra-

renal , sífilis, tuberculose, e nunca ficou claro o que realmente acontecia com

sua coluna vertebral.

Ela usou durante sua vida 6 coletes, fez 32 cirurgias, radiografias,

laboratórios, cadeira de rodas e foi amputada da perna direita o que lhe

causou uma dor moral imensa, creio que a dor foi maior do que a própria falta

da perna, pois falam que a pessoa amputada sente a dor do membro que já se

foi, como o filho que parte sem dizer adeus e não volta mais e, sentimos seu

cheiro nas cobertas, seu caminhar ressoa e assim deve ser uma perna que

tanto caminhou em prol do próximo, o que ela escreveu em seu diário:

“Pies para qué los se tengo alas PA volar” (1953)

Frida tinha dois grandes ídolos Hieronymus Bosch e o viejo mi amado como

disse em seu diário “ o Breugel, e o Bosh maravilhoso “ , morto em 1516 e

Breugel quase um século depois , ela diz :

“Devemos supor que a genialidade é para ambos embora se passe quase um

século, diferentes épocas”.

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14 Perto de falecer Frida vai ao seu vernissage onde ninguém a esperava pois ela

estava acamada , organizado por LOLA Alvarez Bravo , uma homenagem por

todo seu trabalho e sua amiga o organiza .

Frida emocionada não quer perder e vai a exposição de cama, seu veículo, e

já que o doutor disse para ela , que não poderia sair da cama ela foi com ela.

Grande essa mulher ainda por cima com humor.

Certa vez Frida jazia deitada nua no leito do hospital em Detroit após um aborto

ela então pede o feto a Diego para pintá-lo e Diego escreve,

Persistência de verdade

Realidade

Crueldade

Sofrimento

Mulher alguma havia passado para tela essa poesia agônica.

Ou ainda Fuentes ao dizer:

“O corpo é o sepulcro que nos aprisiona, do mesmo modo que a concha

aprisiona a ostra”.

Frida fez também terapias novas, com gases lélio, hidrogênio, e oxigênio.

Ela dizia que seus procedimentos eram quiropáticos vindos dos astecas. E dos

maias.

Ela continua a elaborar a vida com a coluna quebrada, úlcera tróficas, agulhas,

colete, gesso, pélvis, tudo que vemos em sua alma está nas telas.

Frida estabeleceu muitas amizades com seus médicos em especial Dr. Leo

Eloesser com quem trocou cartas por 20 anos e no dia 17 de agosto de 1940,

ele escreve a seguinte carta para ela:

(Frida Kahlo Fotos , O corpo dilacerado, p. 191, Editora Cosanaify, 2010)

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15 “Vou explicar-lhe o pouco que sei sobre seu caso”. Quando eu a conheci, no

ano de 1930, a senhora tinha e ainda tem uma anomalia congênita na espinha

ficando malformadas várias vértebras lombares. Essa anomalia é

acompanhada por outra de segmentos da medula e dos nervos que

correspondem às vértebras afetadas.

Essa anomalia do sistema nervoso que lhe causa a atrofia da perna direita e a

dormência do que provêm as muitas úlceras tróficas que sofreu no pé direito.

Frida fotos Editora Cosanaif

Os retratos que Nickolas Murray fez de Frida são de uma um realidade visceral

que nos dá a exata dimensão da tecnologia para usada em sua doença ,

meses de impasse, mas nem por isso Frida perde seu charme seu interesse e

até sua beleza.

Frida compõe com essas fotos a descrição exata de um ser humano íntegro e

através das imagens podemos entender e situar sua obra que é atemporal.

Após a Faculdade de Antropologia pela UFRJ e de uma Licenciatura que

deixaram marcas em minha identidade por biografias femininas, vi em Frida

tudo o que me era comum além de que sua história é algo envolvente.

Fui comerciante um longo tempo onde conheci centenas de obras de arte e

meu amor pela pintura surgiu.

Sempre fui expressionista e gostava de rostos e corpos femininos.

Sem medo de críticas , sou autodidata , linha expressionista alemã.

E apresento nos anexos, quadros que retratei sobre Frida.

Ler Frida Kahlo por Rauda jamis sintetizou a mudança , a partir dessa leitura ,

a minha alma mudou.

A partir daquela dia minha vida transformou-se, mudei minha maneira de ser e

pensar e levei seu livro há mais de 20 amigos.Desde então procuro sempre

saber algo novo sobre Frida e suas influências mundo afora .

Primeiro veio minha fase abstrata, logo depois o desenho.

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16 Compreendi através de minha doença cerebral que a pintura ajudou tanto na

minha cura física, quanto na espiritual, também sofro com depressões e a arte

nos leva para outro mundo, um mundo muito especial onde se conectam

apenas boas almas, e meus signos que foram gravados ao longo de minha

vida, como Frida Kahlo.

Ela foi meu tônico de vida. E nessa última grande individual do Forte de

Copacabana senti a força dessa grande artista.

Foram muitos os comentários, primeiros alguns que por falta de cultura,

achavam que eu era Frida, outros não entendiam porque eu a pintava, muitos

gostaram, e outros amaram, e alguns não sabiam quem era, ou passavam

direto sem entender também o que era a exposição.

Eu quis mostrar com essa exposição com madeiras antigas colhidas nas ruas,

o seu reciclar para compor os meu trabalhos .

A minha temática é social e política na maioria das vezes.

Assim como Frida, mas com trajetórias diferentes encontrei a pintura como

minha voz, sem escolas, sem grupos, só, mas com a chave da minha vida

pronta para destrancar minhas memórias cinzentas, tristes, e alegres, cheias

de humor, e minha luta cheia de vigor e entusiasmo para viver e demonstrar o

propósito de ser fiel a mim mesma e levar beleza pra quem se depuser a ver

meu trabalho.

Quero produzir uma arte com competência Antropológica e Histórica e seguir

avante por um mundo melhor.

Em junho de 2009 realizei a exposição chamada Caminhada Sonho e Madeira

onde expus 6 grandes trabalhos sobre a artista que estão no Youtube com

meu nome e o nome da expo, Caminhada Sonho e Madeira que conta minha

trajetória com as madeiras antigas. ( A visitação durante a exposição foi de

3.000 pessoas).

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Capítulo I

Como se inicia a luta de Frida pela Vida e a nova personagem

Frida Pintora?

A luta de Frida pela vida inicia-se muito cedo aos seis anos quando teve

poliomielite, o que já a fazia sentir-se diferente ao caminhar ao colégio, já a

chamavam de Frida perna de pau, o que a fez ter um outro olhar, como a

Literatura e a fotografia.

Até seu casamento com Diego Rivera foi algo raro e diferente, pois Lupe Marin

a ex de Diego também usou da mesma metáfora, como ele podia deixar as

pernas dela pelas pernas de Frida,e completou – “

“ finas, e levantou sua saia até os joelhos “

e Diego teve um acesso de gargalhadas , ele estava bêbado, mas Frida

magoada vai para Coyoacan, a espera das desculpas de Diego que não tardou

a acontecer .

Mas na verdade nenhum dos defeitos dele a impediram de amá-lo , após a

terrível traição com sua irmã Cristina , que a enlouqueceu, ela diz para ele que

“sua vida teve dois desastres um era ele e o outro seu acidente”.

Mas as pessoas o amavam também, ele era ímpar, eloqüente, dizem que

mentiroso também, culto e comunista, e dono de algo que fazia as grandes

divas aceitarem seu charme.

Pintor e apaixonado por mulheres uma mistura atraente.

A pintura para Frida contextualizava sentimentos, prazer, política, traduzido

pelo seu histórico social, ela encontra transformação em imagens e encontro

de símbolos.

E completo com ela:

“As associações nos levam para o mundo da fantasia tática”.

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18 Geram nosso mundo de imaginação, geram um mundo experimental de um

pensar e agir em hipóteses, do que seria possível, se nem sempre provável.

“O mais importante no crescimento da arte de Frida foi o querer acontecer, uma

necessidade intrínseca ao ser seu ser, um estado de sobrevivência, a maneira

como se comunicava com o mundo exterior.“

“ Ser livre é ocupar seu espaço na vida” segundo Fayga Ostrower.

Concordo que Frida foi uma das maiores lutadoras humanistas do século XX e

sua história é hoje contada através de algumas bibliografias, artigos, internet, e

através da moda das sobrancelhas e do mundo gay.

Frida é um ídolo para o público gay, porque a artista sempre foi

assumidamente de atitudes abertas no que concerne ao seu prazer, não

importando se fossem homens ou mulheres.

É claro que Diego preferia que ela amasse só mulheres, mas esse não era o

caso, pois Frida não esperava ser traída para trair, ela traía da mesma forma

que Diego, mas devido as seguidas infidelidades de Diego, que a faziam ficar

triste , como no affair que Diego teve com a sua irmã, Cristina, que resultou

numa tela, linda e forte, onde ela está de terno sentada só com uma tesoura na

mão, enfrentando a sua dor e escreve na tela.

Diz “ahora estoy pelona...”

Era seu outro rito de passagem

Ela rompe com a dependência de Diego e se muda, e tenta viver.

E passa a beber, bebe...

Ela de terno, e gravata como se despedisse daquela mulher frágil e de lindos

cabelos como Diego gostava.

Ela pinta o desamor.

Momento de intensa mobilidade de sentimentos.

Com a dimensão exata do que ela considerava traição mesmo, nesse caso ela

se pintou pelona.

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19 E mais uma vez ela perdoaria, mas iria também ter um relacionamento logo

após com Trotsky.

O famoso líder russo caiu aos seus encantos e também sucumbiu, teve que

partir da Casa azul.

Tinha vindo refugiar-se no México da polícia de Stálin que queriam matá-lo e

ofereceram a casa dos Rivera que consentiu, e o receberam com toda a

camaradagem que cabe aos bons políticos e toda segurança.

Embora logo após o amor a levaria aos braços do líder russo, o amor não tem

tranca e eles se deram de alguma forma e se apaixonaram talvez , até o perigo

poderia os atrair mais, o escondido, um líder russo em sua casa, um homem

capaz de mover massas, o que poderia ele ter visto em Frida?

Um tesouro de Salomão, Frida essa mulher tão desposada de beleza, mas

com uma personalidade capaz de seduzir até esse homem de tão nobres e

sérias idéias, tão nobre a ponto de esquecer seus bravos por alguns momentos

de ternura e voltar a sentir-se apenas um homem qualquer e devorar sua dor

entrelaçada com a dor de Frida.

Ambos eram almas partidas que se aqueceram de alguma forma.

Mas esse pecado o pecado da carne é maior do que qualquer dogma, e eles

partiram.

A polícia de Stálin o caçava para matá-lo, mas o ciúme falou mais alto, mesmo

para um comunista, esses dogmas são importantes.

O fato de Frida ser tão envolvente e ser comunista deve ter maltratado a

mulher e foi morto logo após.

E Frida fez parte dessa história tão importante,

Tal o valor dessa mulher, a sua coragem e seu destemor.

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1.1. A história do acidente

Quando Frida tinha dezoito anos, era tarde de 17 de setembro de 1925, Frida

desceu do ônibus com Alejandro Arias, seu primeiro amor, porque havia

esquecido um guarda-chuva então ela tomou o segundo ônibus e enquanto

trocava carícias com o namorado, ocorreu o choque no cruzamento.

Alejandro ficou embaixo do carro e Frida no chão com um ferro cravado da

pélvis até suas costas.

Fala-se que ela soltou um grito inenarrável ao tentarem tirar o ferro...

Uma vez Frida escreveu para Alejandro ,

“Que estava privada de liberdade, de movimentos corporais e muitas vezes

tinha que ficar imóvel na cama.”

Foi nesses meses que Frida começa a pintar, como ela mesma dizia era uma

maneira de evitar aborrecimento e dor.

“Eu senti que ainda tinha energia suficiente para fazer outras coisas sem ser

médica, comecei a pintar sem dar importância a essa atividade “ - disse Frida

ao crítico de arte Antonio Rodriguez .

A caixa de tintas que o pai lhe dera começa a dar frutos e fica a um canto do

seu estúdio fotográfico. O pai de Frida de pintar, desenhar e copiava

cromolitografias.

E vem daí a colocação de seu estúdio preso a cama.

A mãe pediu a um marceneiro que pusesse o cavalete e o espelho, Frida podia

se ver e assim começaram seus auto – retratos, que dominaram todo o

trabalho de Frida.

Ela disse: - eu pinto porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o tema

que conheço melhor.

Frida pintou um quadro acerca do seu acidente, era quadro votivo cujo tema

era tão parecido com o acidente que ela o retocou para transformá-lo numa

representação.

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21 Acrescentou os dizeres no autocarro e no elétrico, pôs sobrancelhas unidas,

sua importante característica, e colocou dedicatória embaixo dando graças.

A pintura de Frida exarceba as suas raízes mexicanas embora ela afirmasse

que sua arte não era revolucionária, mas que tinha a força e o intelecto e

buscava um mundo melhor.

Frida era comunista e não escondia isso de ninguém, nem suas idéias, que se

desenvolveram num México após revolução mexicana.

Ela pinta a cavalgada da história do México, muitas vezes depressiva,

repetição de máscaras, gestos, comédia, tragédia, nos melhores momentos

alguma coisa brilha atrás da pletora de figuras e fatos e esse algo é uma

humilde beleza, uma perseverante ligação com a cor, a forma, a terra e seus

frutos, o sexo e seus corpos.

Já o equivalente interno dessa ruptura sangrenta de história é o domínio de

Frida. Do mesmo modo que as pessoas eram partidas em duas pela pobreza, a

revolução, a memória, a esperança, essa mulher chamada Frida Kahlo refletia

uma pessoa partida rasgada internamente assim como o México era

externamente .

“Vestida com trajes tradicionais , incluindo huaraches – sandálias – ela causava

sensação nas ruas de São Francisco . As pessoas paravam no caminho para

olhá-la, maravilhadas”.

Edward Weston em Frida Kahlo, Jill A. Laidlwan Editora Ática, São Paulo, 2004

1.2. Como nasce a pintura revolucionária de Frida

No seu diário Frida nos recolhe ao seu mundo material mágico cercado de

animais, cultura mexicana, plantas, terras, céus.

Nascida com a revolução, Frida Kahlo, tanto reflete quanto transcende o evento

central do México no século XX.

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22 Livre significa compreender a luta que se trava ao impor a sociedade os seus

próprios assentamentos de idéias, é impor a sociedade seu modus vivendi, no

sentido mais lúcido e sagaz e transcender qualquer papel social imposto, ser

porque se quer ser, e não por ser mais um qualquer, isso jamais!

Significa um entendimento da pessoa maior e irrestrito, e esse entendimento é

a mais plena certeza a que o indivíduo pode chegar.

Frida foi uma artista comprometida com a sua verdade, sua arte, suas idéias,e

a política, e ela refletia essas verdades, seus sonhos seus devaneios, que

desabrochavam .

Nessa opção aceita de desbravar territórios inatingíveis, nesse mergulho no

inconsciente, sem preocupações de ser aceita por grupos.

A sua catarse se fez nas suas performances e na vida, que ela cantava e

bradava.

Os efeitos devastadores do corpo de Frida tornaram sua arte diferente, não era

algo fresco , não isso não, a sua arte é para nos fazer pensar e refletir sobre os

preconceitos de suas época e exorcizar seus dilemas.

Os alunos de Frida afirmavam que a proposta era dar autonomia para eles e

oferecer uma profunda vinculação com o povo “A única coisa que ela fazia era

estimular e não falava nada para eles”.

Tecelã de si mesma evidenciando as dores, mas não confiscando as alegrias

possíveis , amando intensamente e sem medo de expor seus amores sejam

estes homens ou mulheres.

“Suas pinturas são auto-auscultação e introspecção”, segundo Teresa Del

Conde 2004, p. 83. Releituras de Frida Kahlo – organizadora Edla Eggert

,Edunisc, Auto retrato com el pelo cortado , p.129

Frida escreve ao se amigo:

“A si como el accidente cambió mi camino , muchas cosas no me permitiron

cumplir deseos que todo mundo consideraba normales , y nada me pareció

más normal que pintar lo que se había cumplido .

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23 Mas ela teve a absoluta coragem de retratar-se e se ver em prantos na perda

de um filho ou numa traição, em total intimidade.

A arte então se torna a resposta à tragédia é o devir, é a possibilidade de

realizar seus desejos normais, são os caminhos mágicos que só os grandes

sábios poderiam dizer.

Segundo Freud quando anulamos a função sexual direcionamos para outros

sentidos, mas parecia que Frida tinha muito desejo, o desejo de viver plena,

mas dos que os grandes poderiam supor.

1.3. Frida e a Arte Popular

Frida buscou a arte popular. Na sua paleta a terra é recorrente em sua obra

junto com as figuras de Judas tipo esqueleto nos auto-retratos.

Frida sempre utilizava imagens votivas que no México são pinturas associadas

a um discurso religioso como um agradecimento, como temos nas salas de

imagens em Aparecida.

Também encontrou inspiração nos retratos da cultura pré-colombiana e

mexicana do século XX.

Frida por ter inserido na sua obra objetos de arte popular, fez com que vários

intelectuais da época também os disputassem .

Kahlo e Rivera foram grandes colecionadores de Arte pré-colombiana, com

quase 3000 objetos, eles também colecionavam objetos pintados com laca,

máscaras, figuras de Judas em papier – machê.

Frida disse:

“Até agora, consegui apenas uma expressão genuína de meu próprio eu “_

Frida Kahlo por Jill A . Laidlwan editora Ática , São Paulo , 2004

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24

1.4. Como funciona a psique do trauma sobre a arte

Para resumir essa história me apego a algumas descrições para assim

podermos DISCUTIR um pouco e fecharmos o nosso discurso .

Deixar pensantes a todos os que interessarem-se por essa personalidade

estudada em várias esferas do conhecimento.

Cristopher Bollas em seu livro Being e Character: Psyhoanalysis and self

experiences (Bollas 1992) apud Frida Kahlo , um estudo sobre a questão do

trauma ,Jose Outeiral ,p.51

Paixão e Criatividade – Estudos Psicanalíticos - um estudo sobre Frida kahlo,

Camille Claudel Coco Chanel.

“Um indivíduo pode, entretanto lutar contra constelações interiores traumáticas

e, por transformações do trauma em obras de arte, alcançar certos domínios

sobre os efeitos do trauma”.

A visão de que o artista transforma o trauma e o sofrimento psíquico em um

objeto artístico é uma perspectiva comum sobre a natureza da criatividade...

E um indivíduo pode, na realidade, trabalhar um trauma para transformar seu

status psíquico em desenvolvimento, a partir dele, uma estrutura química nova

que marca uma nova perspectiva.

Assim, a “general” recupera o jogo lúdico dedicado à transformação do

sofrimento psíquico e perspectivas traumáticas.

E completa nos casos dos auto-retratos seriam um esforço do self, dar um

sentido ao self como ele diz, primitivo e fragmentado, do imaginário ao

simbólico. “

1.5 Os amigos, amantes, e os animais.

Sua vida tinha outros interesses que não fossem apenas Diego , ela nunca

deixou de amá-lo, mas ela atraía as paixões, porém nunca deixou de ser fiel ao

seu Diego!

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25 È sabido, que no final de sua vida seus relacionamentos eram exclusivamente

femininos, pois como estava sem a perna, ela desenvolveu muita depressão e

talvez vergonha, ela sempre dizia também, ao falar dela mesma,

“ que foram séculos de tormento...”

A criação artística reflete que o seu criador busca integração, e o conciliar entre

o eu somos e o eu fazemos.

Winicott afirma que:

“ mesmo um artista aclamado pode ter fracassado no self, mas essas

construções mesmo belas podem não atingir o procurado pelo artista, mas

penso que ela atingia a si mesmo”.

Frida fez bem isso ela aproveitou bem sua liberdade inventada e criada .

Cheia de amigos fiéis, companheiros de luta, de pintura, seus alunos, médicos,

atores, artistas e fotógrafos todos que de alguma forma contribuíram para o

convívio, destes monstros sagrados.

Mundo de imaginação.

Um mundo experimental de um pensar e agir em hipóteses, do que seria

possível, se nem sempre provável.

Um estado de sobrevivência a maneira como se comunicava com o mundo

exterior.

Isso ela o fez bem.

Uma mulher chamada Madame Rivera.

Contextualizou em diversas áreas inclusive sociais com a sua vestimenta, foi

chamada para ser Capa da Vogue, um modelo foi criado com suas roupas

tejuanas por Elza Schiaparelli, chamado Madame Rivera.

Falar de Frida kahlo é falar de uma pessoa que se auto imortalizou através das

cores, da sua pintura com sua vontade de entender seus ancestrais.

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26 Há cerca de 18 anos passando por uma banca vi o livro de Rauda Jamis e

fiquei encantada com sua história, ela entrou em minha vida e passou a ser

algo mais poderoso que supunha, mudei concepções e quando executava

meus primeiros trabalhos sobre Frida Kahlo sentia uma profunda sintonia uma

verdadeira sincronicidade, cores caíam eu as colocava, eu tinha dúvidas, e elas

caíam para meu assombro na medida que ia pensando na cor que deveria

usar, eu sei que o meu trabalho teve uma bela recepção e foi logo vendido, daí

começaram as minhas inúmeras buscas por ela, sempre a retratava.

È muito bom as pessoas conhecerem a sua arte, pois de alguma forma ela as

modifica.

Acredito que a alegria de Frida persista. Para mostrar esse outro lado de como

podemos nos transformar e nos informar sempre para recriarmos outra

atmosfera.

As alegrias de Frida com suas risadas e palavrões que chocavam muitos

burgueses serviram para desmistificar aquela pequena pomba pintada por ela

ao lado de Diego em seu casamento.

Ela foi dona de suas próprias asas mesmo rotas pero fuertes!

Capítulo II

Com se deu à influência de Diego no viver de Frida e no

convívio artístico?

2. A História do casório.

Um casamento entre dois monstros cada um a sua maneira, dois criadores,

sedutores, apaixonados, integrados a ponto de dividirem seus prazeres e

respeitá-los não por um tratado, mas pela palavra, um simples prazer, mas

teria que ser acordado, por respeito. Lealdade era o que Frida exigia.

Mas frida nunca deixou escapar uma alfinetada, como no seu casamento.

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27 A união de frida e Diego provocava muitos comentários e mexericos alguns

achavam que ele era o pai dela, ou um é filho do outro, ou que ambos eram

pervertidos, ou que ele é o amante sem o qual ela não vive.

Tina também a influente mulher e amiga de ambos , diz-se até que foi ela

quem os apresentou ela era amante Julio Antonio Mella morto fuzilado, por

suas teorias comunistas e Tina Modotti essa grande fotógrafa do século XX

enfim pede a saída de Diego do partido.

Tina Modotti disse que não iria mais falar com Diego, e também criticava a

vestimenta de Frida dizendo, que não era uma roupa revolucionária, o que

Frida respondia:

“Que buscava e reinvidicava o mexicano dentro dela“

“Bravo Frida, uma mulher que nunca se achou obrigada a isso ou aquilo, ela

era seu próprio partido com suas duras leis dais quais jamais pode fugir.” E

dizia :

“ que Diego gostava dos seus trajes.”

“O seu corpo personifica um status social assim com sua roupagem que

representa o papel social de cada um e com apelo sexual.”

O vestuário de Frida com certeza contribui para muito apara arraigar o

sentimento de tehuana em sua pessoa.

Nós não vestimos a roupa ela nos veste, se diz, ela se vestia para Diego e ele

apreciava a sua identidade com elas.

“Foucault disse que o corpo é a superfície de inscrição dos acontecimentos.”

E Frida é a precursora em interpretar e transpor para tela suas sensações de

felicidade, esperança, tenacidade, coragem, firmeza, convicção.

A sua pintura afirma a vida com coragem de ser.

Por vezes um caminhar solitário e sombrio.

Há que ter tenacidade, o que aguça mais a sensibilidade.

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28 Existe um fato curioso que diz respeito ao pai de Frida, em conversa com

Diego, ele consentiu com o casamento, porém o advertiu que sua filha não era

bonita e era doente , ele disse;

- Não se esqueça minha filha é doente e o será por toda vida, ela é

inteligente, mas não é bonita.

- O que leva um pai a advertir seu futuro genro a não ser a própria

honestidade?

- Pense nisso e se apesar de tudo você se quiser se casar, eu lhe dou o meu

consentimento. E Diego se casou com Frida no civil em Coyoacan.

2.1. Frida nos EUA

Diego e Frida nos EUA

Já por volta de 1930 Diego é convidado a fazer alguns murais nos EUA, em

São Francisco Art Institute e no São Fancisco Stock Exchange Luncheon Club .

Mas continuava sendo criticado por ter ido pintar num país capitalista .

Os americanos talvez quisessem mostrar o seu liberalismo, mas para os

mexicanos ele respondia:

“Seus murais em um país capitalista estariam combatendo uma sociedade

americana o que talvez sensibilizasse o seu povo.”

Concordo é bem melhor mostrar algo do que só palavras que não nos fazem

vivenciar as suas atitudes nos seus afrescos.

É como se diz uma imagem valem mais que mil palavras.

Embora a pintura de Frida não se iguale as grandes escalas como nos murais

de Diego, Siqueiros , o seu conteúdo é de uma grande intensidade e

profundidade .

Os quadros de Frida hoje valem milhões. E são disputados por muitos

colecionadores.

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29 Frida dizia que sua pintura com imagens de sua terra, que refletiam a vida

social do México através de sua vida,e achava interessante mostrar essa visão

para as massas para que tenham opções para o futuro. Sempre veremos em

sua obra a forte preocupação com seu próximo.

2.2. As infidelidades de Rivera nas telas de Frida

Mas sua arte também incluiria as infidelidades do marido , quando se retrata

cortando o seu cabelo , era também uma forma de catarse que a pintura nos

traz.

Ela faz transbordar os sentimentos mais intensos, tanto que os testes de

crianças abusadas são feitos e marcados nos desenhos, pois muitas vezes não

conseguimos verbalizar.

2.3. Tem classificação a arte de Frida

E André Breton achava à arte de Frida exclusivamente feminina, pura,

perniciosa, a arte de “Frida é um laço em torno da bomba”.

Embora ele a classificasse como surrealista, talvez até houvesse algo na

técnica do desenho como nos em um dos seus mestres (Bosh), mas o real é

tão pesado que para os que não fogem se torna até surreal.

Carlos Fuentes no Diário de Frida.

Capitulo III

O que era Frida para as pessoas.

Ela é mais do que um corpo, ou beleza, Frida incorporou a herança mexicana.

E observou o que é feio, o que é cruel, com o olho crítico descobrindo os

relacionamentos, modelos de beleza de cada relacionamento.

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30 A verdade é que ela expressou a verdade dela e de seu corpo.

O Horror e o sofrimento que deixa para nós o conhecimento de nós mesmos

através de sua pintura, onde ela aceita sua própria realidade.

“Os auto-retratos de Frida são bonitos pela mesma razão que os de Rembrant

são bonitos. Eles revelam as sucessivas identidades que estão no seu

processo de descoberta”.

Carlos Fuentes – Diário de Frida Kahlo , Introdução

Existe também um depoimento de Rivera, à época em que eles viviam em

Detroit,

“Frida pintava e desenhava continuamente através de sua intuição”.

Diego disse que as suas pinturas glorificavam as qualidades femininas a

realidade, a crueldade o endurecimento e o sofrimento.

“Embora sua pintura não se estenda sobre as grandes superfícies dos nossos

murais, pelo seu conteúdo tanto em intensidade quanto em profundidade,

melhor do que o equivalente da nossa quantidade e qualidade é o maior dos

pintores mexicanos”.

É um dos documentos plásticos melhores e maiores, mais verdadeiros e mais

intensos do nosso tempo. Será de um valor inestimável para o mundo futuro.

Tal conteúdo não poderia deixar pelo menos de influenciar o continente, e por

sua vez ser influenciado pelas características dele.

“É por isso que Frida é uma mulher extraordinariamente bela, não de uma

beleza comum nem vulgar, mas tão excepcional e característica quanto o que

ela produz.”

Diego Rivera, depoimentos Diário de Frida Kahlo.

No dia 21 de agosto de 1929, Frida e Diego se casam.

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31 Magdalena CARMEM Frida Kahlo desposa Diego Maria de la Concepcion

Juan Nepomuceno Estanislao de la Rivera Y barrientos Acosta y Rodriguez .

Esse nome tão grande tão robusto combinava bem como sua pança e seu

falar.

E ela escrevia:

Diego mi madre

Diego mi padre

Diego mi hijo

Diego mi amante

Porque lhe chamo de mi Diego?

Nunca fue, ni será mio.

Es de el mismo

3.1 porque o cérebro emocional é que manda

A história de Frida ou parte dela nos situa dentro dessa esfera mexicana do

início do século passado e nos faz adentrar nesse mundo especial aonde a cor

vem primeiro que seus mestres .

Com o tempo passamos a identificar nossos queridos mestres apenas com

alguma simbologia como no caso de Frida que possui inúmeros desses

símbolos.

Cito o livro de Daniel Goleman PHD, Inteligência Emocional, 32 edições, 1995,

p.18 no artigo O cérebro Emocional, explica bem o que se passava com essa

mexicana que irradiava ondas cerebrais que faziam dela uma mulher tão

interessante nunca!

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32 A sua pintura traz uma identificação precoce tanto por sua técnica, suas cores

seu pragmatismo, uma mulher que não se importa em agradar, mas em expor

o que pensa .Como não entender ou apreciar tudo o que existe nela?

- O cérebro emocional.

Quando investigam porque a revolução da espécie humana deu a emoção um

papel tão essencial em nosso psiquismo os sociobiólogos verificam que em

momentos decisivos, ocorreu uma ascendência do coração sobre a razão.

São as nossas emoções dizem esses pesquisadores, que nos orientam quando

diante de um impasse e quando temos de tomar providências importantes

demais.

Para que sejam deixadas a cargo unicamente do intelecto,

Em situações de perigo, na experimentação da dor causada por uma perda.

A necessidade de não perder a perspectiva apesar dos percalços com um

companheiro na formação de uma família.

E por aí vamos tendo um novo tipo de raciocínio e que mais importa no mundo

atual é o cuidar da emoção.

Citando ainda Daniel Goldman em Momentos Oportunos, traumas e

reaprendizado emocional, pag.221

Ele me diz que a região-chave do cérebro que aprende, retém e age com base

nessa reação de medo é o circuito entre os tálamos, amídala e lobo pré-frontal

- rota do seqüestro neural.

O PTSD representa um perigoso rebaixamento do ponto de alarme fazendo

com que as pessoas reajam às coisas banais da vida com se fossem de

emergência.

Alguns autores dizem que Frida exagerava em suas dores só para ter Diego

por perto e usava de muitos meios para aliviar a dor inclusive uma seqüência

de operações que muitos disseram que era um modo dela para aliviar seu dolor

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33 será? São hipóteses que podem até serem certas, são releituras de sua vida,

mas é sabido sim que Diego sempre largava tudo para atender a Frida quantas

vezes ela solicitasse.

Pelo que estamos aprendendo sobre sua história Frida reconstruía e usava o

lenitivo que dispunha par viver melhor.

Na p.223 Daniel Goleman em Inteligência Emocional, 32 edição descreve a

arte com a forma de se chegar à imagem congelada da amígdala, que é uma

das formas do inconsciente.

“O cérebro emocional é altamente sintonizado com simbolismos e como o que

Freud chamou de processo primário.”

As mensagens da metáfora mito, história, as artes. Esse recurso é muito

utilizado em crianças traumatizadas.

Às vezes a arte oferece a criança a oportunidade de falar do momento de

horror sobre o qual não ousaria falar em outras circunstâncias .”

Daniel Goleman Inteligência Emocional, p223 Editora Objetiva, 32 edição.

E Frida retrata seu nascimento que foi outro trauma para ela, não ser

amamentada por sua mãe e a mãe ter logo outra filha, sua irmã Cristina que

depois a trai com Diego, outro dor devastadora para ela, enfim sua

personalidade formou-se com um caráter forte, independente, tanto que se

traja de terno na foto em família. Seu lado gay?

Cito Lao Tse:

“O que faz com que eu experimente uma grande dor é possuir um corpo. Se

não tivesse corpo, eu não poderia experimentar”.

O nosso corpo tem uma memória genética ele guarda paixões, os reflexos

dela, ele se reconstrói quando se exige dele uma força maior.

Ele se adapta ao meio.

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34 O corpo de Frida já estava viciado em morfina de 1946 a 1950 ele já estava em

piores condições de 54 para 42 quilos e estava com depressão nervosa.

Ou seja, com seu corpo sempre doente. Ela escreve nas fichas médicas que :

“O doente está com dor e que por desespero a doente bebeu uma garrafa de

conhaque”.

Frida Kahlo (fotos, Pablo Ortiz Monastério, edição Cosanaify, 2010).

3.2. O DESESPERO E ESPERANÇA ajudam no processo

artístico?

Frida volta-se para a paixão para alguma metáfora que a fizesse esquecer seu

corpo sempre em desespero.

Ela fumava, bebia e teve anorexia.

Calculo que ela se cansou de comer até pintou um quadro como se fosse todos

os alimentos saindo de dentro de sua boca nada mais entrava nem aves nem

peixes, nada!

Em Paixão e Criatividade, Estudos Psicanalíticos sobre Frida kahlo, Camille

Claudel e Coco Chanel , José Outeiral , 2 edição , Revinter Editora,2002

Esses símbolos no processo dela internam atua no inconsciente e consciente e

transforma-se em algo no caso dos pintores a pintura, do escritor um livro

depende do seu processo visceral.

Na Introdução de Paixão e Criatividade , Lígia Clark fala o seguinte ;

“Os artistas como seres tão intensos amedrontados de tão necessitados

Loucos de tão desejosos.

A capacidade por vezes transborda o criador, e ultrapassa objetivo inicial.

“Esses artistas nos brindam com obras de arte tornando o nosso percurso mais

fácil e mais rico.”

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35 Ao vermos uma obra de arte somos tocados por uma experiência universal e

absolutamente íntima.

Vemo-nos refletidos ou distorcidos podemos assustar-nos inicialmente, ou

desde o primeiro momento sentir-nos reconfortados.

A obra de arte nos provoca o impacto, com se alguém ordenasse tudo a nossa

volta, nos levando a um mundo de memórias.”

Paixão e criatividade Frida Kahlo,

Camille Claudel , Coco Chanel, , REVINTER , 2002, Introdução Lygia Clark .

Mas enfim Frida alcança seu descanso eterno na noite de 12 para 13 de julho

logo após ter completado 47 anos, de embolia pulmonar, apesar de falar-se

sempre em suicídio, jamais saberemos e nada foi encontrado que deliberasse

qualquer vestígio. Ela disse:

- Espero alegre la salida e espero jamais volver’

Só nos resta ficar com sua saudade.

CONCLUSÃO

Para concluir essa linda história que faz parte de imemoráveis quadros e

painéis e biografias e filmes, desejo que a monografia ajude a muitas pessoas.

Como eu me senti compreendida por ela em sua dor ou paixão e ela me

entendeu, eu virei discípulo da mulher e da pintora, ela vive em meus ideais

políticos, feministas e humanitários.

Acho Frida um exemplo a ser ensinado e cultivado na mente dos jovens,

adultos e velhos nunca o tempo é pequeno para o aprendizado.

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36 E para terminar chamo uma grande feminista filósofa Márcia Tiburi em seu

Epílogo lindo sobre Frida no livro Releituras de Frida kahlo por ética estética da

diversidade machucada, Organização Edla Eggert Edunisc , 2008

“Rezar por Frida Kahlo aquela para a qual, tanto para sua pintura, não há

palavras que possam dizer muito”. Escrever cada frase em exata continência

de oração. Escrever como quem emite um apelo para que o seu mistério seja

protegido, jamais desvendado.

Para que possa ser visto, em Frida Kahlo, na forma humana que se deu ver em

sua pobre atinência de pintura e para que seja esquecida no que não mostrou.

Que exista guardada em seu velo, aceita em sua cor, respeitada em sua

fotografia, como aquela que um dia existiu e pintou quadros. Apenas”.

Não é o fato de pintá-la que me torna mais próximo de sentir-me melhor ,

mas, o fato de ter a pintura como forma e tradução das palavras que não

acordei ou que não proferi aos que me feriram ou a quem discordou de minha

arte.

Nada disso importa, o máximo é ter nas mãos algo que o faça a persona sair

de sua sombra e viver melhor abstrair-se do então, isso a pintura faz.

Ela é mais do que o silêncio, pois são vozes de frêmitos escutadas na busca

por uma cor ou uma forma. Daí faz-se a catarse.

Grande ajuda para entendermos e vivermos um mundo melhor independente

de químicas , a arte é o remédio que cura o espírito conduz a alma confundida

e perdida a um espaço físico e tátil seu e leva o artista a um mundo onde tudo

é bom e perdoado.

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ANEXOS

Frida Kahlo Assemblage

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1m x 82cm

Frida Kahlo Life, 2008, moldura Pinho de Riga

Frida Kahlo 379

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39

Frida Kahlo Style, Coleção Luiza Brunet Frida Kahlo Trip, Galeria Ward Nasse NY

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40

Frida Kahlo Colagem e pintura. Pátina, Janela, 1999

Coleção particular

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Tina Modotti

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Frida Kahlo Portrait, “Arbol de la Esperança”.

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Frida Kahlo e Rivera – Foto retirada da Internet

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Bibliografia

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- Frida Kahlo suas fotos - Paolo Ortiz Monaterio. Edição Cosanaify

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Wak editora, 4ª edição, 2008, Rio de Janeiro

- Brincando com criatividade. Dina Lucia Chaves Rocha. Editora Wak editora ,

2009, Rio

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- Releituras de Frida Kahlo por uma ética estética da diversidade Machucada

organizadora Edla Eggert

- 501 Artistas Edição Sextante. Editor Geral Stephen Farthing , 2008

- Frida Kahlo I paint my reality Thames & Hudson , Cristina burros

- Descobrindo grandes Artistas. Mary Anny F. Kohl e Kim Solga, 2009

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- Paixão e Criatividade. Estudos Psicanalíticos sobre Frida Kahlo, Camille

Claudel, Coco Chanel, José Outeiral, Luiza Moura 2ª edição Revinter , 2002

- C. G.Jung e os fenômenos psíquicos. Carlos A. Fragoso Guimarães. Editora

Madras , 2004

- Inteligência Emocional. Daniel Goleman - PHd Editora objetiva, 32 edição

1995

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45 - Frida Kahlo Rauda Jamis. Martins Fontes, 1987

- Conduta Cruel, Carol Anne Davis. Editora Larousse São Paulo , 2009

- A Sombra Interior - James Hollis < PH. D. Editora Novo Século, São Paulo,

2010

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2009 Rio de janeiro

- Frida Kahlo Grandes Mestres Jill A . Laidlwan Editora Ática, São Paulo, 2004

- Nise da Silveira. Imagens do Inconsciente, Editorial Alhambra Rio 1981.

- Releituras de Frida Kahlo. Frida Kahlo, I paint my reality. Thames and Hudson

Kahlo

- Frida Kahlo. Diário, um auto-retrato íntimo. Introdução Carlos Fuentes Editora

José Olympio,1995

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Como se inicia a luta de Frida pela Vida e a

nova personagem Frida Pintora? 17

1.1. A história do acidente 21

1.2. Como nasce a pintura revolucionária de Frida 23

1.3. Frida e a Arte Popular 23

1.4. Como funciona a psique do trauma sobre a arte 24

1.5. Os amigos, amantes, e os animais. 24

Capítulo II

Com se deu à influência de Diego no viver de Frida e no convívio artístico? 26

A História do casório. 26

2.1. Frida nos EUA 28

2.2. As infidelidades de Rivera nas telas de Frida 29

2.3. Tem classificação a arte de Frida 29

Capitulo III

O que era Frida para as pessoas. 29

3.1 porque o cérebro emocional é que manda 31

3.2. O Desespero e Esperança ajudam no processo artístico? 34

CONCLUSÃO 34

ANEXOS 37

BIBLIOGRAFIA 44