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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A IMPORTÂNCIA DAS FUNÇÕES INTELECTIVAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM TÍTULO DO TRABALHO Por: Roberta de Morais Monteiro Orientador Professora Edla Trocoli Niterói 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DAS FUNÇÕES INTELECTIVAS

NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

TÍTULO DO TRABALHO

Por: Roberta de Morais Monteiro

Orientador

Professora Edla Trocoli

Niterói

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A IMPORTÂNCIA DAS FUNÇÕES INTELECTIVAS

NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Educação Infantil e

Desenvolvimento por Roberta de Morais Monteiro

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AGRADECIMENTOS

À minha mãe, por toda ajuda e colaboração.

Sem ela, a conclusão deste curso seria impossível.

Ao meu filho Pedrinho,

pela grandiosa relação de amor e troca.

Aos meus alunos,

por me possibilitarem por em prática

tanta teoria numa relação tão alegre.

Em especial a Deus, por tudo.

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RESUMO

Essa monografia, resultado da experiência de alguns anos de trabalho na

área da Educação Infantil, foi escrita com o intuito de mostrar a importância da

realização de um trabalho, geralmente iniciado na Educação Infantil e que é

pré-requisito para que haja uma aprendizagem significativa e integrativa por

tempo razoavelmente longo.

No decorrer da monografia, definições características da criança com

déficit em cada área serão reunidas, bem como alguns procedimentos e

sugestões a serem utilizados no trabalho com as dificuldades de

aprendizagem.

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METODOLOGIA

A metodologia utilizada foi, basicamente, pesquisas bibliográficas, que

permitiram que se tomasse conhecimento de material relevante, tomando-se

por base o que já foi publicado em relação ao tema, de modo que se possa

delinear uma nova abordagem sobre o mesmo, chegando a conclusões que

possam servir de embasamento para pesquisas futuras.

O método de investigação científica utilizado foi o estudo de caso, levantando

informações de como as crianças da Educação Infantil se comportam diante

dos desafios propostos em sala de aula e que características apresentam

quando há déficit em alguma área do conhecimento.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO 1 - APRENDIZAGEM 9

1.1 Conceituação 9

1.2 Definição 9

1.3 Caracterização 10

1.4 Prontidão 12

1.5 Importância da prontidão 13

1.6 Maturação e maturidade 14

1.7 Experiências Passadas 14

1.8 Nível de motivação 14

CAPÍTULO 2 - MATURAÇÃO E INTELIGÊNCIA 16

2.1. Padrões específicos da maturação 17

2.2. Princípios da maturação 17

2.3. Maturação e aprendizagem 18

2.4. Inteligência 18

2.5. Diferenças qualitativas 19

2.6. Diferenças quantitativas 22

CAPÍTULO 3 - FUNÇÕES INTELECTUAIS 24

3.1. Atenção 24

3.2. Memória 25 3.2.1. Aquisição 25

3.2.2. Fixação 26

3.2.3. Evocação 26

3.2.4. Reconhecimento 26

3.2.5. Estágios 26

3.3.6. Memória e Inteligência 27

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3.3.7. Leis da Memória 27

3.3.8. Tipos de Memória 27

3.3.Percepções 29

3.3.1. Percepção Visual 29

3.3.1.1. Coordenação Viso-motora 29

3.3.1.2. Percepção Figura-Fundo 31

3.3.1.3. Constância perceptiva 32

3.3.1.4. Posição no espaço 34

3.3.1.5. Relação espacial 36

3.3.2. Percepção Auditiva 37

3.3.3. Percepção Tátil 38

3.3.4. Percepção Gustativa 39

3.4. Organização mental 39

3.4.1. Análise e Síntese 40

3.4.2. Associação de Idéias 40

3.4.3. Compreensão e Raciocínio 41

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

ÍNDICE 45

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INTRODUÇÃO

Aprendizagem é um processo contínuo que se dá ao longo da vida,

provocando mudanças no comportamento do indivíduo. Para que a

aprendizagem aconteça de maneira significativa é necessário que haja:

maturação, motivação, inteligência e experiências anteriores.

A maturação é um processo que decorre em diversas etapas, podendo variar

em relação à velocidade de acordo com cada indivíduo.

As experiências passadas contribuem no sentido de preparar o indivíduo para

novas aprendizagens, relacionando-as com as já adquiridas, tornando-as mais

fáceis.

A motivação é um importante componente para tornar possível a

aprendizagem, já que o indivíduo precisa querer aprender.

A inteligência também é um fator imprescindível para associar os vários

elementos numa interpretação pessoal e única, pela qual penetramos na

realidade do problema.

Entre as funções intelectivas, destacam-se: atenção, memória, percepções e

organização mental.

A atenção é condição necessária para que haja qualquer ação consciente e

esta pode ser visual ou auditiva.

A memória é a capacidade de lembrar o que já foi vivenciado e possui vários

aspectos de funcionamento: aquisição, fixação, evocação e reconhecimento.

A percepção é a habilidade de reconhecer um estímulo. As áreas mais

importantes para a aprendizagem são: coordenação viso-motora, percepção

figura-fundo, constância perceptiva, percepção da posição no espaço e

percepção das relações espaciais.

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CAPÍTULO 1

APRENDIZAGEM

1.1 . Conceituação

O que será realmente aprendizagem? Quando alguém aprende, o que passa

de fato, em seu comportamento?

1.2 . Definição

A aprendizagem é uma função que ocorre a partir de um processamento

neurológico que envolve o ambiente e o aprendiz. A criança aprende

percebendo o mundo, experimentando-o, de acordo com os recursos que

estiverem à sua disposição. A criança toca em tudo que está ao seu alcance,

leva tudo até a boca, pega e joga pra longe, inúmeras vezes, o mesmo objeto,

observa com interesse qualquer novidade que apareça à sua frente.

As impressões colhidas do meio ambiente, por meio de seus recursos de

percepção, são conduzidas para o cérebro, onde as informações são

processadas e passam a integrar a memória. Somente se diz que houve um

aprendizado quando a informação ficou registrada na memória. Se um fato

novo é aprendido, de alguma forma, ele muda o comportamento do indivíduo.

Porém, uma criança pode reagir com um comportamento diferente daquele

proposto pelo adulto, que tem experiências diferentes e mais amplas que a

criança, que se influencia não só pelo que está acontecendo mas também pelo

que passa pelo seu imaginário. Portanto, costuma-se definir aprendizagem

como uma mudança de comportamento. Neste caso, comportamento quer

dizer uma modificação apresentada pela criança.

Como exemplo, podemos citar o fato de uma criança que, ao entrar no 1º ano

do Ensino Fundamental não lê, e, ao final do ano letivo está lendo.

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O termo “mudança de comportamento” não deve ser somente empregado às

aprendizagens escolares, já que aprendizagem é um fenômeno do dia a dia e

que ocorre desde o início da vida.

Tais mudanças são provenientes de treinamento supondo repetições,

exercícios, prática etc.

Mas, em outra situação, onde não se vivencia e somente se observa uma

experiência, é possível acontecer uma aprendizagem.

Completando a definição resta mencionar que quem aprende está sujeito a

esquecer. Um esquecimento rápido demais pode indicar uma fragilidade da

aprendizagem ou até indicar que não houve aprendizagem. Por isso é

necessário um mínimo de retenção para que se possa reconhecer a existência

do processo.

Concluindo, podemos definir aprendizagem como uma modificação

relativamente duradoura do comportamento, através de treino, experiência e

observação, Se a pessoa treinou, ou passou por uma experiência

especialmente significativa para ela, ou observou alguém na realização de

algo, e depois disso mostra-se de alguma forma modificada, podendo

demonstrar essa modificação desde que se apresentem condições adequadas,

e, além disso, mantiver esta mudança por tempo razoavelmente longo, então

podemos dizer que houve aprendizagem.

1.3 . Caracterização

A aprendizagem é um processo que se caracteriza pela aquisição de

conceitos ou habilidades por meio de experiência. É o resultado de

reestruturações internas ao indivíduo que leva ao conhecimento. É um tipo de

adaptação que ocorre de duas formas:

• Sensório-motora: por meio de percepções e movimentos relacionados;

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• Conceitual: por representações mentais e abstratas, ligadas ou não à

ação ou ao objeto.

Foram os grandes pensadores do século passado que chamaram a atenção

para o valor dos primeiros anos de vida do ser humano. Piaget apontou na

infância as estruturas que permitem ao ser humano o conhecimento e a

interpretação do mundo. Muitos outros teóricos merecem atenção por trabalhos

que foram fundamentais na Educação Infantil, entre eles: Freinet, Vygotsky e

Freud.

A aprendizagem não se transmite por hereditariedade, portanto, é um

processo pessoal, dependendo do envolvimento de cada um, de seu esforço e

de sua capacidade.

Sendo pessoal, é gradual. Ou seja: aprende-se aos poucos e dentro do ritmo

próprio de cada um.

Assim, admite-se que o conteúdo aprendido hoje, dependa do conteúdo

aprendido anteriormente. Daí, muitos autores afirmarem ser a aprendizagem

um processo cumulativo, em que cada nova aquisição se adiciona um

repertório já adquirido.

Porém, outros autores não vêem o processo dessa forma. Pensam que cada

nova aprendizagem modifica o quadro anterior, fazendo o indivíduo

reestruturar-se, dando nova perspectiva, tratando mais de identificar um caráter

integrativo que cumulativo. A imagem é antes de alteração de estrutura que de

acréscimo de degrau.

O caráter integrativo supõe uma dinâmica interna mental. A utilização

concomitante de adequada dinâmica externa só poderá ser lucrativa.

A infância é a idade em que mais se aprende. Mas a aprendizagem pode se

dar em qualquer idade. E certo momento as funções vitais começam a

decrescer, mas tal fato dependerá muito das disposições da pessoa, de seus

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interesses e de suas necessidades. É, portanto, um processo contínuo ao

longo da vida.

Os pilares da Educação da Unesco resumem-se em alguns objetivos:

• Aprender a ser – acontece a partir do autoconhecimento e da auto-

estima, desenvolvendo o pensamento crítico, a criatividade e a

responsabilidade de ser e de agir bem.

• Aprender a conhecer – envolve o prazer de conhecer, compreender e

construir.

• Aprender a conviver – desenvolve a sociabilidade e a valorização das

pessoas e do trabalho em equipe.

• Aprender a fazer – desenvolve as habilidades e competências, a

aplicação dos conhecimentos e a coragem de correr riscos de errar para

acertar.

As habilidades e as competências valorizadas e desenvolvidas na Educação

Infantil precisam ser construídas com o uso de tecnologias que avançaram em

resposta aos estudos dos teóricos que marcaram época. Deste modo, é

fundamental que o aprendizado seja construído para que as potencialidades se

transformem em competências efetivas. Não existe aprendizagem automática e

para construir competências é necessário aprender a identificar e encontrar

conhecimentos pertinentes.

1.4. Prontidão

Nem todos estão prontos para aprender qualquer coisa em todos os

momentos. Existem determinados pré-requisitos que precisam ser preenchidos.

De certa forma, na ausência dos pré-requisitos ideais, é possível realizar uma

aprendizagem, mas com grande esforço e desagrado para quem aprende e

ensina.

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O primeiro dos pré-requisitos necessários para alguém aprender é a

maturação. As estruturas orgânicas precisam estar amadurecidas para

possibilitar o processo e o desempenho da aprendizagem.

Outro pré-requisito importante é a motivação. Toda pessoa tem determinados

motivos para se comportar desta ou daquela maneira. Alguns deles são

favoráveis à aprendizagem.

O nível e o tipo de inteligência também importam. Determinados alunos não

têm possibilidade, pelo menos no estágio intelectual em que se encontram, de

aprender determinadas coisas.

Outro pré-requisito importante é o prévio domínio de certas aprendizagens ou

a vivência de certas situações relacionadas ao que irá se aprender no

momento.

É fácil observar que os quatro pré-requisitos citados – maturação, motivação,

inteligência e experiências anteriores favoráveis – se interligam. Alguém que

recebe uma tarefa para o qual não está amadurecido, física ou

intelectualmente, não irá interessar-se por ela, assim como é difícil interessar-

se por tarefa que chega a ser incompreensível ou mesmo assustadora por ser

muito diferente das experiências cotidianas.

1.5. A importância da Prontidão

Prontidão para aprender é a soma total das características intrapessoais que

facilitam ou retardam a aprendizagem. É um conceito tão amplo e inclusivo que

prontidão para aprendizagem realmente serve para dar ênfase à inter-relação

das muitas coisas que se combinam para determinar a reação total do

indivíduo à situação que requerem aprendizagem.

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1.6. Maturação e Maturidade

Um conjunto de componentes da prontidão consiste no nível de maturação

do educando. Processos de crescimento interno operam como fatores

fundamentais básicos, que devem estar presentes para aprendizagem mais

eficiente.

A maturidade para a aprendizagem está relacionada com o conceito de

aptidão biológica, que constitui o reflexo de certos padrões de integração entre

o sistema nervoso central e o ambiente.

A iniciação precoce na aprendizagem conduz a dificuldades que podem

adquirir caráter permanentes.

1.7. Experiências passadas

O segundo grupo de componentes que contribuem pra prontidão na

aprendizagem tem origem em experiências. Ele consiste nas experiências que

preparam o indivíduo para aprendizagens novas, facilitando-as. A aquisição de

significados facilita a aprendizagem de outros significados, fatos, preceitos e

outros conceitos que lhe são relacionados. O desenvolvimento de hábitos de

concentração, a aquisição de técnicas de estudo e a descoberta de novas

habilidades, todos representam componentes de um fator prontidão.

1.8. Nível de Motivação

O terceiro componente da prontidão para aprendizagem é a motivação. A

motivação relaciona-se com, e em grande parte surge de, fatores de

experiências mais específicos, que foram mencionados anteriormente. Além de

ter suficiente maturidade física e mental e uma experiência passada adequada,

para tornar a aprendizagem possível, o educando precisa querer aprender.

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A criança faz parte do ambiente que as envolve, e esse olhar reconhece o

aprendizado como um processo que se dá a partir da criança, cabendo ao

adulto uma prática política e social que a promova em seu potencial e

satisfação. A função pedagógica se refere a um trabalho que toma as

experiências e os conhecimentos infantis como ponto de partida, para ampliá-

los com atividades que tenham um significado concreto para a vida das

crianças e que assegurem a aquisição de novos conhecimentos, nem de forma

passiva, nem permissiva, mas com uma mediação consciente e adequada.

Por mais que sejam bem intencionadas, as críticas feitas pelo adulto para a

criança irão interferir na forma da criança pensar sobre si mesma. A criança

constrói sua auto-imagem com as referências que recebe dos adultos sobre

como ela é: bonita, caprichosa, aquela que faz tudo errado etc. Com base

nesses conceitos e nos resultados de suas experiências, a criança desenvolve

a auto-estima e vai se comportar de acordo com esse aprendizado sobre si

própria. Os estímulos de pais e educadores podem ser a motivação para

realizar tentativas e vencer as dificuldades ou um peso paralisante, causador

da sensação de fracasso seguida do medo de tentar.

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CAPÍTULO 2

MATURAÇÃO E INTELIGÊNCIA

Chama-se maturação o processo de diferenciações estruturais e funcionais do organismo, levando a padrões específicos de comportamento.

Sendo um processo, não é algo acabado, é algo que se desenrola numa

série de etapas que se apresentam na mesma sequência, em todos os

indivíduos da espécie, embora a velocidade com que cada um as percorre

possa variar, mas a sequência no ser humano é sempre esta: arrastar-se,

engatinhar e andar.

O desenvolvimento é contínuo. A criança desenvolve-se de maneira contínua

desde o nascimento. O crescimento e o desenvolvimento intelectual e afetivo

dependem de influências comuns.

Cada criança é única e as fases do seu desenvolvimento são comuns à todas

as crianças. Porém, crianças com idades iguais podem apresentar

comportamentos diferentes, dependendo das mobilidades físicas, das

diferentes maneiras de ser e do meio e do ambiente familiar.

A estrutura do organismo e seu funcionamento apresentam transformações

em função do tempo e da idade. Ex.: metade da estrutura de um embrião de

dois meses é ocupada pela cabeça, enquanto no homem adulto a cabeça

corresponde, aproximadamente, a 1/9.

Organismo significa um conjunto de órgãos que provêm tanto as atividades

da vida vegetativa ( respiração, digestão etc.) como as da vida psíquica

pensamento, afetividade etc.). Como o psiquismo existe num corpo, a

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maturação física é a base da maturação psíquica (intelectual, emocional e

social). Daí o termo maturação ser usado na maioria das vezes.

A criança só terá uma maturação normal, se ela pertencer a um ambiente

favorável e com isso sua inteligência se desenvolverá.

2.1. Padrões específicos da maturação

Só amadurece o que existe em semente, isto é, a programação genética que são típicas de cada espécie e delas só se pode esperar aquilo para o que ela

está biologicamente condicionada.

As modificações pelas quais passamos na vida podem referir-se a

modificações decorrentes de treino, experiência e observação. Maturação

corresponde a modificações provenientes do “acabamento” do organismo

biológico.

2.2. Princípios da maturação

A maturação obedece a certos princípios. Um deles é o de complexidade, pelo qual o processo caminha do simples ao complexo, do geral ao específico.

O organismo não amadurece todas as suas partes no mesmo ritmo. Em cada

momento há um órgão ou um grupo deles na dianteira, permanecendo os

demais em atividade desacelerada ou latente.

A complexidade e a assincronia seguem a chamada direção céfalo-caudal e

próximo-distal, onde o que está distante amadurece progressivamente depois.

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2.3. Maturação e Aprendizagem

Ambos os processos despendem de estimulações ambientais. Na maturação o estímulo vai atualizar uma potencialidade própria da espécie e na

aprendizagem o estímulo vai produzir um comportamento individualizado.

Maturação refere-se ao desabrochar de uma semente e aprendizagem

refere-se a um enriquecimento das características da espécie decorrente de

treinos, experiências e observações que tenham ocorrido com um determinado

indivíduo da espécie.

Concluindo, maturação e aprendizagem são processos diferentes, mas

profundamente interligados, o primeiro criando condições para ocorrência do

segundo. À medida que a pessoa progride na concretização de suas

potencialidades biológicas, mais e melhor vai conseguindo aprender. O

desenvolvimento é exatamente produto da interação desses dois fatores.

2.4. Inteligência

A definição capacidade de aprender deixa bem clara a importância da inteligência como pré-requisito para aprendizagem. Segundo Piaget, enquanto

a motivação é a energética do comportamento, a inteligência é sua estratégia.

A inteligência não é um dom, uma dádiva, e sim uma característica humana

que pode ser desenvolvida.

A inteligência se constrói através de relações estabelecidas de reflexão

A motivação prevê o sujeito da energia para fazer as coisas; a inteligência lhe

dá um modo de ver, entender e fazer as coisas. A motivação lhe dá energia

para realizar, a inteligência lhe mostra o que realizar.

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As pessoas diferem quanto à inteligência e uma diferença pode ser

qualitativa ou quantitativa

2.5. Diferenças Qualitativas

Vários critérios podem ser utilizados para classificação qualitativa.

THONDIKE refere-se aos campos de atividade em que a pessoa inteligente

pode sair-se bem. Dentro desse critério, distinguem-se os seguintes tipos:

• Inteligência abstrata – grande facilidade para lidar com representações

simbólicas: palavras, números, fórmulas, diagramas, códigos. Favorece

o trabalho de advogados, literatos, estatísticos, entre outros.

• Inteligência mecânica – facilidade para lidar com máquinas e dispositivos

mecânicos, como acontece com engenheiros, mecânicos e operários.

• Inteligência social – aparece no tato e na vivacidade que as pessoas

demonstram em seus relacionamentos interpessoais. É exigida de

vendedores, publicitários e diplomatas.

Há relações entre estes três tipos, e todas as pessoas são parcialmente

dotadas de cada um deles, embora haja destaque em um dos três.

THURSTONE apresenta extensa relação de fatores que compõem a

inteligência e aparecem com maior ou menor intensidade em cada pessoa:

• Fator V – inteligência verbal

• Fator N – Inteligência numérica

• Fator R – raciocínio em geral

• Fator M – memória

• Fator S – inteligência espacial

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• Fator W – fluência verbal

• Fator P – rapidez de percepção

Há testes que medem as diferenças quantitativas desses fatores múltiplos

integrantes do complexo intelectual da cada pessoa.

GUILFORD faz outro tipo de abordagem que identifica, não sete, mas 120

fatores diferentes, evidenciando a enorme variedade das manifestações da

inteligência e as incríveis possibilidades de diferenças individuais.

Partindo de um critério neurofisiológico, HEBB distingue:

• Inteligência A – o potencial inato, dependendo de bom cérebro e bom

metabolismo das células nervosas.

• Inteligência B – a atualização do potencial, o funcionamento real da

inteligência, dependendo, por um lado, da inteligência A e , por outro,

das influências ambientais.

As múltiplas inteligências, descritas por Gardner e Hatcb, estão envolvidas no

processos cerebrais e, de alguma forma, ligam-se ao conhecimento do mundo

na percepção e na habilidade de responder aos desafios a serem vencidos:

• Inteligência lingüística – sensibilidade para os sons, os ritmos e os

significados das palavras, além de uma especial percepção das

diferentes funções da linguagem. Habilidade para usar a linguagem para

comunicação ou transmissão de idéias. Nas crianças, esta habilidade

aparece por meio da capacidade de contar histórias originais ou

experiências vividas.

• Inteligência lógico-matemática - sensibilidade para padrões, ordem e

sistematização. É a habilidade para explorar relações, categorias e

padrões, por maio da manipulação de objetos ou símbolos. É a

habilidade para lidar com séries de raciocínios, para reconhecer

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problemas e resolvê-los. A criança com especial aptidão nesta

inteligência demonstra facilidade para contar e fazer cálculos

matemáticos e criar notações práticas do seu raciocínio.

• Inteligência espacial – capacidade para perceber o mundo visual e

espacial de forma precisa. É a habilidade para manipular formas ou

objetos mentalmente e, a partir das percepções iniciais, criar tensão,

equilíbrio e composição, em uma representação visual ou espacial. Em

crianças pequenas, o potencial especial nessa inteligência é percebido

por meio de habilidade para quebra-cabeças e outros jogos espaciais e

a atenção a detalhes visuais.

• Inteligência cinestésica – habilidade para usar coordenação grossa ou

fina em esportes, artes cênicas ou plásticas no controle dos movimentos

do corpo e na manipulação de objetos com destreza. A criança

especialmente dotada de inteligência cinestésica se move com graça e

expressão.

• Inteligência interpessoal - habilidade para entender e responder

adequadamente a humores, temperamentos e desejos de outras

pessoas. A inteligência interpessoal se manifesta em crianças pequenas

como a habilidade para distinguir pessoas e, na sua forma ais avançada,

como habilidade para perceber intenções e desejos de outras pessoas e

para reagir apropriadamente, para liderar outras crianças.

• Inteligência intrapessoal – habilidade para ter acesso aos próprios

sentimentos e utilizá-los na solução de problemas pessoais. Ela só é

observável por meio de sistemas simbólicos das outras inteligências,

através das manifestações lingüísticas, musicais ou cinestésicas.

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2.6. Diferenças Quantitativas

As diferenças inter-individuais podem ser quantificadas se usarmos os testes padronizados de inteligência. A história desses testes começa na França, em

torno do início do século XX, com as pesquisas do psicólogo Binet, auxiliado

pelo médico Simon. Estes pesquisadores elaboraram uma série de questões

para medir a idade mental das crianças. Se uma criança de 6 anos de idade

cronológica demonstrasse, através de seu desempenho no teste, ter atingido a

idade mental de 6 anos, seria considerada normal. Mais tarde, após a morte de

Binet, criou-se o conceito de quociente intelectual (QI), calculado mediante a

seguinte fórmula:

Quociente Intelectual = Idade mental X 100

Idade cronológica

A idade mental, obtida de acordo com o índice de acertos no teste, e a idade

cronológica são reduzidas a meses e a divisão é prosseguida até os

centésimos; a multiplicação por 100 elimina a vírgula.

De 1905, quando Binet e Simon publicaram o primeiro teste, até hoje muitas

revisões foram feitas, algumas pelos próprios autores (1908 e 1911), outras por

vários psicólogos, fosse no sentido de aprimorar o teste, fosse do de adaptá-lo

a diferentes condições de cultura ou de tempo.

Outros testes surgiram, adotando formas diferentes de pesquisar e indicar o

grau de inteligência das pessoas. O teste de Weschler, não usa o QI

“clássico”, ou seja, o quociente da divisão de IM por IC. Mediante pesquisas

realizadas, dentro de critérios estatísticos, na população norte-americana,

Weschler estabeleceu um resultado padrão para cada idade. Compara-se

então, o resultado do indivíduo com essa tabela, para determinar o quanto ele

se devia, acima ou abaixo, da realização média.

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É o chamado “QI de desvio” que, na realidade, não é um quociente, mas uma

indicação de pontos de desvio fornecida mediante leitura na tabela de

referência. Além do teste infantil, Weschler elaborou outro teste para adultos.

Tendo seu QI estabelecido, a pessoa era identificada de acordo com certas

classificações da relação abaixo:

Pontos de QI

180 em diante genial

140 - 179 talentoso

120 - 139 muito superior

110 - 119 superior

90 - 109 normal

80 - 89 rude

70 - 79 fronteiriço – deficiente mental leve - educável

50 - 69 débil – deficiente mental moderado - treinável

25 - 49 Imbecil – deficiente mental severo - dependente

até 24 Idiota – deficiente mental profundo - dependente

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CAPÍTULO 3

FUNÇÕES INTELECTIVAS

3.1. Atenção

A atenção compreende uma organização interna ( proprioceptiva – tátil – cinestésica) e externa ( extereoceptiva – visual – auditiva) de estímulos

indispensáveis à aprendizagem, sem a qual as mensagens sensoriais são

recebidas, mas não integradas.

A atenção pode ser: voluntária (esforço – assistir aula) ou espontânea e tem

a capacidade de se fixar e selecionar os estímulos relevantes dos irrelevantes.

Existem dois tipos de atenção: visual e auditiva

Exercícios de Atenção Visual:

Ø Imitar movimentos simples e amplos (braços, pernas,corpo) e mais tarde

movimentos complexos (olhos e dedos).

Ø Fazer um determinado movimento quando o professor/terapeuta mostrar

cartão verde e para quando mostrar cartão vermelho.

Exercícios de Atenção Auditiva:

Ø Caminhar com um objeto na mão, a determinado sinal sonoro, deixá-lo.

Apanhá-lo ao novo sinal sonoro e continuar andando.

Ø Dança das cadeiras

Características da criança com problemas de atenção:

• Incapacidade de se fixar nos objetos ou atividades;

• Problemas na memória e percepção;

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• Instabilidade e distratibilidade;

• Dificuldade de aprendizagem.

3.2. Memória

A memória possui vários aspectos de funcionamento:

•••• Aquisição;

•••• Fixação;

•••• Evocação

•••• Reconhecimento.

3.2.1. Aquisição

Não se pode lembrar o que não se vivenciou. A aquisição consiste no contato

com a informação. Mas, nem tudo que ocorre a nossa volta é realmente

adquirido. É possível alguém chegar ao final da leitura de uma página sem

estar realmente adquirindo alguma informação nela contida. Tudo decorre

muito da atenção do leitor: para onde se dirige o foco da atenção e qual a

intensidade da atenção focada.

Concluindo: a aquisição não se refere apenas a impressões sensoriais (o que

se vê, escuta etc.); ela inclui tudo o que seja realmente de alguma forma

experimentado (vivido) pelo sujeito.

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3.2.2. Fixação

Nem todo o material adquirido é retido. Para fixação exigi-se, além de

adequada aquisição, certo trabalho de repetição ou “ruminação” que o aluno

realiza quando estuda.

3.2.3. Evocação

Adquirido e fixado o material, espera-se que se torne acessível a uma

evocação, ou seja, que possa ser lembrado. Ocorre que ao tentarmos

recuperar uma informação armazenada, costumamos evocar informações

erradas junto a informação correta. É como se a memória fosse um fichário, e

ao recolhermos uma ficha, recolhêssemos também as que lhe estivessem

próximas.

3.2.4. Reconhecimento

Acontece no momento em que o dado correto é identificado e utilizado, e os que vieram unidos são rejeitados.

Vários experimentos comprovam que a evocação é uma tarefa mais difícil

que o reconhecimento; afinal ela exige uma busca e uma decisão, enquanto

este só exige a decisão.

3.2.5. Estágios

• Memória Sensorial – retém a informação por alguns segundos ou

frações de segundos apenas.

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• Memória a curto prazo – recebe o material da memória sensorial e

consegue reter por mais tempo (até um minuto, aproximadamente)

quantidade um pouco maior de informações.

• Memória a longo prazo – é um reservatório permanente de informações,

embora essas informações não estejam o tempo todo presentes na

lembrança.

3.2.6. Memória e Inteligência

A memória não tem um funcionamento isolado. Ela integra o complexo intelectual do indivíduo.

A medida que vão evoluindo nossas funções intelectuais, também vai

evoluindo a memória.

O desenvolvimento de sentidos como a visão e a audição está relacionado

com a memória imagística. O domínio crescente da linguagem e a

incapacidade de desenvolver abstrações, favorece a memória verbal.

A memória é um dos fatores da inteligência e funciona integrada com ela. Por

outro lado, a inteligência não existe sozinha. O que existe é o indivíduo.

Pensamentos, sentimentos, e ações são possibilidades de uma pessoa.

Portanto, a memória tanto influencia o estado geral da pessoa como sofre

influência desse estado.

3.2.7. Leis da Memória

• Lei da Repetição: guardamos melhor um fato quanto mais ele for

repetido.

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• Lei da Atenção: fixamos melhor aquilo para o qual a nossa atenção está

voltada.

• Lei da Emoção: um fato qualquer se fixa em nossa consciência tão mais

facilmente quanto maior for a nossa emoção.

• Lei do Interesse: guardamos melhor um fato quando nos interessa.

• Lei da estrutura: sempre é mais fácil guardar um fato na memória

estruturando-o como fatos anteriores.

3.2.8. Tipos de Memória

• Visual – retém melhor aquilo que se vê.

• Auditiva – retém aquilo que ouve.

• Afetiva – guarda os fatos afetivos.

• Locativa – guarda lugares.

• Nominativa – guarda nomes.

• Motora – guarda o que executa.

Exercícios de Memória Visual:

Ø Nomear e desenhar o objeto retirado de um grupo visualizado durante

algum tempo.

Ø Colocar na mesa ordem apresentada anteriormente, alguns objetos

vistos durante algum tempo.

Exercícios de Memória Auditiva:

Ø Repetir na mesma ordem palavras ditas pelo professos/terapeuta

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Ø Transmitir recados

Características da criança com problemas de memória:

• Dificuldade de reter conhecimento;

• Dificuldade de aprendizagem.

3.3. Percepções

3.3.1. Percepção Visual

As áreas mais importantes da percepção para a aprendizagem são as seguintes:

• Coordenação viso-motora

• Percepção figura-fundo

• Constância perceptiva

• Percepção da posição no espaço

• Percepção das relações espaciais

3.3.1.1. Coordenação viso-motora

É a habilidade de coordenar a visão com os movimentos do corpo, ou com

movimentos de parte do corpo. Quando uma pessoa quer alcançar algo, suas

mãos são guiadas por sua visão. Cada vez que corre, salta ou chuta uma bola,

seus olhos dirigem o movimento. A percepção de ação ou movimento depende

de uma boa coordenação viso-motora.

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Exercícios de coordenação viso-motora:

v Coordenação global dos músculos:

Ø Imitar movimentos de animais;

Ø Rodar pneus.

v Coordenação do globo ocular:

Ø Acompanhar com os olhos, um objeto que se move da direita para

a esquerda, de cima para baixo etc. (sem movimentar a cabeça);

Ø Seguir com os olhos, um objeto preso a um barbante.

v Coordenação motora fina:

Ø Abotoar e desabotoar ou amarrar e desamarrar;

Ø Copiar desenhos simples, usando papel vegetal.

Características da criança com distúrbios de coordenação motora:

• Dificuldade para realizar atividades da vida diária, como vestir-se e

comer;

• Incapacidade para disputar jogos (ping-pong, vôlei);

• Dificuldade para pintar, recortar, colar e desenhar;

• Relacionamento prejudicado com crianças e adultos;

• Dificuldade na aprendizagem da escrita;

• Baixa auto-estima

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3.3.1.2. Percepção Figura-fundo

Para compreender a percepção figura-fundo e a sua importância, é essencial recordar que se percebe mais claramente aquelas coisas que chamam a

atenção. O cérebro humano está organizado de tal maneira, que se pode

relacionar, entre uma quantidade de estímulos, um certo número deles, os que

chegam a ser centro da atenção. Estes estímulos selecionados : auditivos,

táteis, olfativos e visuais formam a figura de novo campo perceptual, enquanto

a maioria dos estímulos formam um campo vagamente percebido. Por

exemplo, uma criança que joga bola em um balde, tem toda sua atenção

dirigida à bola, a qual é a “figura” na cena que ela percebe. As outras

características do balde, não são o foco da sua atenção e formam um campo

vagamente percebido.

A figura é a parte do campo das percepções, que é o centro da atenção do

observador. Quando se fixa atenção em algo, o novo foco de atenção chega a

ver a figura e o que anteriormente foi a figura, passa a ser fundo. Um objeto

não pode ser percebido com exatidão, a menos que seja percebido com

relação a seu fundo. Por exemplo, a menina teria sido incapaz de perceber a

exata posição da bola e teria tido grande dificuldade para jogála, se não tivesse

visto a relação de fundo formada pela superfície do balde o os outros objetos

adjacentes.

Exercícios de figura-fundo:

Ø Apanhar objetos que foram escondidos na sala;

Ø Procurar figuras escondidas;

Ø Reconhecer formas geométricas sobre fundo homogêneo;

Ø Reconhecer figuras desenhadas sobre fundo estruturado.

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Características da criança com distúrbios na figura-fundo:

• Desatenta, desorganizada e distraída;

• Dificuldade em manter sua atenção numa determinada atividade;

• Dificuldade de encontrar uma frase numa página, uma palavra num

dicionário, um objeto no armário;

• Dificuldade em resolver exercícios conhecidos, quando dispostos em

páginas muito escritas;

• Dificuldade em traçar uma linha reta entre duas linhas;

• Dificuldade nos trabalhos escolares.

• Dificuldade para organizar a escrita em seu caderno, que tende a ser

desarrumado, com muitas linhas “puladas” e em branco.

3.3.1.3. Constância Perceptiva

A constância perceptiva envolve a habilidade para perceber que um objeto

possui propriedades que não variam, tais como: uma forma específica, uma

posição e um tamanho, apesar da variabilidade que o objeto apresente diante

de nossos olhos.

Uma pessoa com adequada constância perceptiva reconhecerá um objeto,

por exemplo, um cubo, visto do ângulo oblíquo, ainda que a imagem da retina

difira da que o cubo apresenta visto de frente.

Três aspectos dos objetos, além da forma, podem ser visualizados como

constantes: o tamanho, o brilho e a cor.

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A constância do tamanho envolve a habilidade para perceber e reconhecer o

tamanho real do objeto, independente dos fatores que possam mudar seu

tamanho aparente.

A constância do brilho implica a habilidade para julgar a luminosidade de um

objeto sem que importe a quantidade de luz refletida por ele. Uma vela pintada

de branco é percebida como branca, apesar da luz que a ilumina ser escura ou

brilhante.

A constância de cor implica a habilidade para reconhecer cores,

independente do fundo ou das condições de iluminação.

Exercícios de constância de forma:

Ø Agrupar objetos de acordo com a forma;

Ø Parear objetos iguais.

Exercícios de constância de cor:

Ø Agrupar objetos da mesma cor;

Ø Procurar em revistas, figuras da mesma cor.

Exercícios de constância de tamanho:

Ø Identificar entre objetos de vários tamanhos, o maior, o menor, o largo, o

estreito;

Ø Agrupar objetos por tamanho.

Características da criança com distúrbios na constância de percepção:

v Dificuldade em:

• Ajustar-se ao meio físico, pois ele lhe parece instável e imprevisível;

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• Orientar-se num espaço que se apresenta diferente;

• Identificar números ou palavras que já conhece, ao encontrá-los num

texto diferente (na cor, no tamanho ou estilo de impressão).

3.3.1.4. Posição no espaço

A percepção da posição no espaço pode ser definida como a relação de um

objeto como observador. Do ponto de vista espacial, uma pessoa é sempre o

centro do seu próprio mundo e percebe a posição dos objetos (atrás, na frente,

acima, abaixo ou ao lado) em relação à ela própria.

É preciso que três elementos se processem:

• Imagem do corpo – é a experiência subjetiva que se tem do próprio

corpo;

• Conceito do corpo – é o conhecimento intelectual do corpo ( funções das

partes do corpo);

• Esquema corporal: regula a posição dos diferentes músculos e partes do

corpo, de determinado momento, variando de acordo com a posição do

corpo.

Exercícios de posição no espaço:

v Conhecimento do corpo:

Ø Deitar a criança, bem relaxada, numa esteira e mostrar as partes

do seu corpo, nomeando-as;

Ø Repetir este exercício com a criança em pé, de frente para um

espelho.

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v Conhecimento dos dedos da mão:

Ø Juntar e separar os dedos;

Ø Apanhar objetos pequenos com o polegar e o indicador

(movimento de pinça).

v Movimentos de direção do corpo:

Ø Posicionar a criança de frente ao quadro e pedir que ela faça

uma linha para baixo, para cima, para o lado e para o outro

lado.

v Desenho da figura humana:

Ø Desenhar a figura humana nomeando a parte que está

desenhando (pode ser realizado no papel ou no espelho);

Ø Completar a figura humana (pode ser realizado a partir da

própria silhueta da criança).

Características da criança com distúrbios na campo da posição no espaço:

• Visão distorcida do meio ambiente;

• Movimentos desajeitados e hesitantes;

• Compreensão deficiente da palavras que indiquem posição espacial

(dentro/fora, em cima/embaixo, na frente/atrás, direita/esquerda);

• .Falha no início da aprendizagem sistemática trocando: b/q, d/b, q/p,

24/42 etc.;

• Grafismo espelhado.

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3.3.1.5. Relações espaciais

A percepção das relações espaciais é a habilidade de um observador para

perceber a posição de dois ou mais objetos com relação a ele, assim como a

relação dos objetos entre si. Por exemplo, uma criança que enfia contas em um

cordão tem que perceber a relação da conta e do cordão com ela mesma,

como também a relação da conta e do cordão em sua relação recíproca.

A habilidade para perceber relações espaciais, desenvolve-se e surge a partir

da percepção da posição de um objeto com relação ao próprio corpo.

A percepção das relações espaciais tem algumas semelhanças com a

percepção figura-fundo, uma vez que ambas implicam a percepção de

relações.

Assim, os exercícios como os de complementação de figuras, quebra-

cabeças, encaixe de partes para formar um todo, desenvolvem os dois tipos de

percepção.

A diferença é dada pelo fato que a percepção figura-fundo divide o campo

visual em duas partes, enquanto que a percepção de relações espaciais

presume que qualquer número de partes pode ser visto em relação mútua, e

todas recebem igual atenção.

Exercícios de Relação espacial:

Ø Enumerar objetos que estão em cima, embaixo, à direita, à esquerda de

uma mesa;

Ø Montar quebra-cabeças;

Ø Fazer uma sequência, atendendo a um determinado atributo (cor, forma,

tamanho)

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Características da criança com distúrbios na área de relações espaciais:

• Dificuldade para perceber a sequência de letras numa palavra;

• Dificuldade de conhecer a sequência de palavras numa frase;

• Dificuldade de relembrar a sequência dos processos envolvidos na

resolução de problemas aritiméticos;

• Dificuldade de fazer moldes, ler mapas, compreender gráficos e

aprender sistemas de medidas.

3.3.2. Percepção Auditiva

A audição é uma modalidade essencial para a comunicação interpessoal e

para a aquisição da linguagem oral, daí sua importância na aprendizagem.

Exercícios de Percepção Auditiva:

v Discriminação de sons:

Ø Reconhecer sons (relógio, sino, sirene etc.);

Ø Reconhecer vozes (pessoas, animais);

Ø Distinguir sons.

v Identificação de ritmos:

Ø Marcha lenta, rápida ou normal – acompanhando música;

Ø Imitar batidas de palmas ou de instrumentos em ritmos

variados.

v Orientação pelo som:

Ø Andar em direção ao som de um apito;

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Ø Apontar o lugar de onde provém o som de um sino.

Características da criança com distúrbios na percepção auditiva:

• Problemas na fala;

• Dificuldade na discriminação de sons;

• Dificuldade na leitura, podendo ser acompanhada de erros na ortografia;

• Vocabulário pobre;

• Dificuldade na orientação temporal e espacial.

3.3.3. Percepção Tátil

É a capacidade de um indivíduo perceber, identificar e discriminar estímulos

táteis como: temperatura, tamanho, peso, espessura, consistência, forma e

textura.

Exercícios de Percepção tátil:

v Discriminação de formas (olhos fechados):

Ø Reconhecer objetos retirados de uma caixa ou saco;

Ø Retirar um objeto de um saco e procurar outro igual, entre vários

que se encontram sobre a mesa;

v Classificação:

Ø Manusear objetos, arrumando-os em dois grupos: materiais duros

e moles;

Ø Classificar objetos: ásperos e lisos.

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Características da criança com distúrbios de percepção tátil:

• Dificuldade de reconhecimento de objetos apenas pelo tato;

• Inabilidade na execução de trabalhos manuais;

• Dificuldade na realização de movimentos coordenados (a criança se

apresenta desajeitada, deixando cair os objetos constantemente).

3.3.4. Percepção Gustativa

É a capacidade que o indivíduo tem de perceber, identificar e discriminar

estímulos gustativos.

Exercícios de Percepção Gustativa:

Ø Reconhecer pelo sabor, diferentes espécies de frutas, bebidas, legumes

etc.;

Ø Identificar sabores: doce, salgado, amargo, ácido.

3.4. Organização Mental

Engloba as seguintes estruturas:

• Análise e Síntese

• Associação de Idéias

• Compreensão e Raciocínio

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3.4.1. Análise e Síntese

Análise é a separação de um todo em partes e Síntese é como essas partes

se agrupam num todo.

Exercícios de Análise e Síntese:

Ø Analisar gravuras;

Ø Na mesma gravura, nomear cores, formas e detalhes observados.

Características da criança com este problema:

• Dificuldade de aprendizagem.

3.4.2. Associação de Idéias

É a capacidade que o indivíduo tem de associar objetos e locais, e sua

utilização. Por exemplo, homens, ações e materiais à sua profissão e ações

que se relacionam com locais.

Exercícios de associação de idéias:

Ø Organizar nomes e ações praticadas por determinadas profissões;

Ø Relacionar ações que acontecem na rua ou em casa;

Ø Nomear produtos que são adquiridos em determinados

estabelecimentos comerciais.

Características da criança com este problema:

• Dificuldade de aprendizagem.

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3.4.3. Compreensão e Raciocínio

Na compreensão o indivíduo utiliza o significado e o significante para abstrair

o conceito.

Raciocínio é a forma de pensar ao resolver um problema.

Exercícios de Compreensão e raciocínio:

Ø Sequência Lógica: ordenar gravuras da história.

Ø Identificar absurdos verbais.

Ø Identificar frases com a gravura correspondente.

Ø Decifrar enigmas.

Característica da criança com este problema:

• Dificuldade de aprendizagem.

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CONCLUSÃO

Cabe a todos nós, educadores, planejarmos nossa sala de aula intencionalmente, pra que possamos garantir ao aluno a construção de um

raciocínio reversível, amplo, lógico, plural e criativo, e também, que consigam

pensar em soluções éticas a cada momento de sua vida em que precisem agir

e tomar decisões. A competência e a capacidade de pensar de forma abstrata

de nossos alunos estão relacionadas com a nossa competência de gerir o

espaço em sala de aula de forma a garantir uma permanente reflexão, bem

como o conhecimento dos objetivos e funções de cada trabalho a ser realizado

com as crianças na Educação Infantil, para que haja uma aprendizagem

realmente significativa.

Toda aprendizagem constitui uma nova descoberta. Se estimularmos nosso

aluno, ele terá capacidade de construir seu próprio conhecimento. Cada um de

nós tem uma bagagem distinta, aprendeu de uma forma única, pois

estabeleceu relações próprias a partir do seu conhecimento prévio

Temos que ter em mente os objetivos buscados na Educação Infantil, nos

diversos aspectos neuropsicológicos básicos que precisam ser desenvolvidos

nessa fase para garantir o desempenho cognitivo esperado, oportunizando o

potencial infantil.

Só um trabalho consciente, e em alguns casos persistente, leva a criança a

crescer, desenvolver seus potenciais e descobrir a cada instante, uma nova

aprendizagem. Essa aprendizagem se acrescentará às outras e sempre lhe

será útil para encontrar soluções para seus problemas no decorrer da vida.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

RESUMO 4

METODOLOGIA 5

SUMÁRIO 6

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO 1 - APRENDIZAGEM 9

1.1. Conceituação 9

1.2. Definição 9

1.3. Caracterização 10

1.4. Prontidão 12

1.5. Importância da prontidão 13

1.6. Maturação e maturidade 14

1.7. Experiências Passadas 14

1.8. Nível de motivação 14

CAPÍTULO 2 - MATURAÇÃO E INTELIGÊNCIA 16

2.1. Padrões específicos da maturação 17

2.2. Princípios da maturação 17

2.3. Maturação e aprendizagem 18

2.4. Inteligência 18

2.5. Diferenças qualitativas 19

2.6. Diferenças quantitativas 22

CAPÍTULO 3 - FUNÇÕES INTELECTUAIS 24

3.1. Atenção 24

3.2. Memória 25 3.2.1. Aquisição 25

3.2.2. Fixação 26

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3.2.3. Evocação 26

3.2.4. Reconhecimento 26

3.2.5. Estágios 26

3.2.6. Memória e Inteligência 27

3.2.7. Leis da Memória 27

3.2.8. Tipos de Memória 28

3.3. Percepções 29

3.3.1. Percepção Visual 29

3.3.1.1. Coordenação Viso-motora 29

3.3.1.2. Percepção Figura-Fundo 31

3.3.1.3. Constância perceptiva 32

3.3.1.4. Posição no espaço 34

3.3.1.5. Relação espacial 36

3.3.2. Percepção Auditiva 37

3.3.3. Percepção Tátil 38

3.3.4. Percepção Gustativa 39

3.4. Organização mental 39

3.4.1. Análise e Síntese 40

3.4.2. Associação de Idéias 40

3.4.3. Compreensão e Raciocínio 41

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43

ÍNDICE 45

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