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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO EFICAZ PARA
A APRENDIZAGEM NA GRADUAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
THIAGO ARAÚJO DE CARVALHO
ORIENTADOR
PROF. MARCELO MARTINS SALDANHA DA GAMA
RIO DE JANEIRO
2011
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
A IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO EFICAZ PARA
A APRENDIZAGEM NA GRADUAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Docência do
Ensino Superior.
Por: Thiago Araújo de Carvalho
2
AGRADECIMENTOS
.... aos amigos Fábio Bruno,
Lydio Cerqueira, Fábio Abílio e
Thiago Albuquerque, Charles
Sodré, Alexandre André e
Morgana Moraes e à Bottini
Comunicação em Vendas ......
3
DEDICATÓRIA
.....dedica-se ao meu pai
Reginaldo, minha mãe Mônica,
meu irmão Lucas, minha esposa
Renata, e minha f ilha Júlia.....
4
RESUMO
Em um contexto empresarial competitivo, repleto de
mudanças tecnológicas, polít icas, econômicas e culturais, as
organizações necessitam de profissionais mais eficientes e
eficazes, com intuito de manter ou aumentar a participação
no mercado nacional ou até mesmo internacional. Houve um
aumento significativo das instituições ensino superior no
Brasil para subsidiar tal demanda. Este estudo tem como
objetivo analisar a comunicação interpessoal como uma
importante ferramenta para os docentes no curso de
Administração de Empresas.
Palavras-chave: comunicação, comunicação interpessoal, comunicação verbal e não-verbal.
5
METODOLOGIA
O fator decisório para escolha do tema dessa pesquisa
foi o volume de dados divulgados sobre o assunto, por
revistas e websites especializados em docência, durante os
últimos meses e o levantamento de informações com
profissionais que atuam nesse segmento no mercado de
trabalho brasileiro.
A pesquisa foi pautada principalmente em leitura
bibliográfica de autores conceituados nas área s
administração, comunicação interpessoal e docência,
possibil itando a análise de ideias que contribuíram para a
construção e estruturação deste estudo, porém foram
util izados outros recursos como: revistas eletrônicas, jornais
de grande circulação e artigos conhecidos. Vale ressaltar a
análise de websites como o do Instituto Benjamin Constant e
o Portal de Libras que possibil itaram o levantamento de
informações necessárias para o desenvolvimento da
pesquisa. Os dados foram coletados de julho de 2011 a
janeiro de 2012.
6
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................ 08
CAPÍTULO I - COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ............. 10
1.1 INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
.............................................................................. 10
1.2. PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ...................... 15
1.2.1 Ruídos ou Barrei ras a Comunicação Eficaz ..... 17
1.3 TIPOS DE COMUNICAÇÃO ................................ 19
1.3.1 Comunicação Verbal ....................................... 20
1.3.2 Comunicação Não-verbal ................................ 21
CAPÍTULO II – AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL .................................................................... 26
2.1 AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR COMO
UM SISTEMA .......................................................... 26
2.2 O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL .................... 29
2.3 O DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
.............................................................................. 31
CAPÍTULO III - DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO
INTERPESSOAL EFICAZ NA SALA DE AULA ................. 34
3.1A A BASE DA COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
EFICAZ .................................................................. 34
3.2 A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL COMO UMA
QUESTÃO DE PERCPEÇÃO .................................... 36
3.3 ATITUDES DE UMA COMUNICAÇÃO
INTERPESSOAL EFICAZ ......................................... 38
3.3.1 Comunicação verbal e ficaz ............................. 39
3.3.2 Comunicação não-verbal eficaz ....................... 41
3.4 A COMUNICAÇÃO EFICAZ NA SALA DE AULA DO
ENSINO SUPERIOR NA GRADUAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS ........................... 43
CONCLUSÃO ................................................................. 45
7
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................... 47
WEBGRAFIA CONSULTADA ........................................... 49
ÍNDICE ........................................................................... 51
8
INTRODUÇÃO
O objetivo da comunicação é criar, manter ou
desenvolver a conexão entre as pessoas. Considera -se a
comunicação como uma atividade comum e rotineira, porém,
faz-se necessário tomar algumas precauções para garantir o
sucesso nesse processo. Fatores como: os elementos do
processo de comunicação, os tipos de comunicação e as
possíveis barrei ras à comunicação, devem ser analisados e
considerados para a elaboração de um planejamento de
comunicação mais eficiente. A comunicação dev e ser
construtiva, com uma abordagem positiva, buscando sempre
a compreensão, cooperação e confiança do receptor.
A comunicação interpessoal se transformou em uma
importante ferramenta para disseminar o conhecimento nas
salas de aulas em todo Brasil , sabe-se que o uso da mesma
de forma eficaz reduz ou elimina problemas ou perdas
significativas das informações para seus receptores , como
por exemplo: falta de credibil idade; falta de agil idade;
retrabalhos e conflitos e até mesmo desmotivação.
A sala de aula é composta por pessoas motivadas a
alcançar seus objetivos, de modo geral todos buscam o ativo
mais valioso da humanidade na atualidade, o conhecimento , a
comunicação é o elemento de integração dessa busca ,
através dela é que os alunos adquirem informações e
realizam suas atividades pertinentes ao conteúdo fornecido ,
enviando e recebendo informações e experiências tanto para
uns com os outros como também com o docente.
Portanto para os profissionais que atuam como docentes
na educação superior, o aprendizado e desenvolvimento da
habil idade interpessoal é imprescindível para subsidiar a
9
transmissão de informações com precisão, clareza e
objetividade afim de conduzir o receptor ao objetivo desejado.
10
CAPÍTULO I
COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
A comunicação interpessoal é uma atividade conhecida
e uti l izada por todas as pessoas. É a própria prática cotidiana
das relações sócias. Preenche nossos dias torna ndo comum:
fatos, dados, informações e conhecimentos de todos os tipos,
pela transição de mensagens que podem ser direcionadas a
uma só pessoa ou a milhares de pessoas ao mesmo tempo,
dependendo do veículo e o seu alcance. Apesar de
aparentemente simples a comunicação é um processo
complexo.
Segundo Sodré (1996):
“diz-se comunicação quando se quer fazer referência à
ação de pôr em comum tudo aquilo que, social, política ou
existencialmente, não deve permanecer isolado. Isso
significa que o afastamento originário criado pela
diferença entre indivíduos, pela alteridade, atenua-se
graças a um laço formado por recursos simbólicos de
atração, mediação ou vinculação”. (p.11)
1. INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
Sabe-se que a comunicação interpessoal foi de grande
valia para a evolução humana, uma vez que desde a pré -
história até os dias atuais percebe-se a necessidade humana
em se comunicar. Através da comunicação foi possível
estabelecer relações socioculturais, possibil itando o
crescimento e evolução da sociedade. O ser humano
compreendeu que ao se comunicar e interagir com outros
seres humanos, conseguiria criar ou formar grupos que
11
serviriam como instrumentos para satisfazer seus diferentes
tipos de necessidades.
Segundo Pinto (2003) a comunicação não é um
fenômeno isolado nem contemporâneo. Como atividade
humana, é necessário considerá-la com integrada aos
processos culturais e não é possível desvinculá -la da cultura.
O homem, como todo animal, está sujeito às necessidades do
meio, que têm de ser atendidas para que os indivíduos
possam sobreviver e procriar. Para tanto, ele desenvolve,
através da comunicação, um ambiente secundário, artificial.
Este ambiente nada mais é do que a cultura. Neste sentido,
Herskvists a define como “a parte do ambiente feita pelo
homem” e E.B.Taylor, numa conceituação mais
pormenorizada, focaliza-a como “o conjunto complexo que
inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes e
quaisquer capacidades e hábitos adquiridos pelo homem
como membro da sociedade.”
Entende-se como necessidade humana a sensação de
ausência de algo, carência percebida, somada a vontade de
satisfazê-la. É o conjunto de motivos fisiológico, psicológicos,
sociais e de auto-realização que condicionam o
comportamento das pessoas. Em relação ao comp ortamento
pode-se considerá-lo como a conduta, maneira de proceder e
de agir ou reagir ao ambiente.
Faz-se necessário conhecer as necessidades humanas
para entender o comportamento humano. Abraham Maslow
desenvolveu a teoria da motivação pela qual as nece ssidades
estão organizadas em uma hierarquia de importância, como
uma pirâmide. Na base estão as necessidades mais baixas,
consideradas como necessidades fisiológicas, e no topo, as
necessidades mais elevadas, classificadas como as
necessidades de auto-realização. Considera-se como
motivação o estado íntimo que leva uma pessoa a se
12
comportar de maneira assegurar o alcance de determinado
objetivo ou a se engajar em uma atividade para satisfazer
necessidades pessoais.
Necessidades fisiológicas: são as necessidades
primárias ou vegetativas, relacionadas à sobrevivência do
indivíduo e preservação da espécie como: alimentação, sono,
repouso, atividades físicas, satisfação sexual, abrigo e
proteção.
Necessidades de segurança: são traduzidas pelo
comportamento de evitar o perigo, desejo de um abrigo, uma
casa, sentir seguro. São necessidades de segurança,
estabil idade, busca de proteção contra ameaça ou privação e
fuga do perigo.
Necessidades sociais: são necessidades de associação,
participação, amizade, afeto, amor e aceitação por parte das
outras pessoas. Estão relacionadas ao desejo humano de
pertencer a um grupo, obter companheirismo, afeto e amor.
Necessidade de estima: leva-nos a procurar a
valorização e o reconhecimento por parte dos outros. Estão
relacionadas à maneira pela qual o indivíduo se vê e se
avalia. Envolve auto-apreciação, autoconfiança, necessidade
de aprovação social e de respeito, status, prestígio e
consideração. Inclui ainda o desejo de independência e
autonomia.
Necessidades de auto-realização: são necessidades
humanas mais elevadas e significam o impulso de realizar o
próprio potencial, de estar em contínuo auto -desenvolvimento
e de realizar-se como pessoa humana.
Nessa relação faz-se necessário destacar os desejos,
que são as necessidades humanas moldadas pela cultura e
pelas características individuais. Os desejos são descritos
como objetivos que satisfazem as necessidades. À medida
13
que a sociedade evolui, os desejos dos seus membros
aumentam.
Portanto a comunicação teve e tem um importan te papel
para criação e permanência dos grupos. Pode -se considerar
um grupo com um conjunto de duas ou mais pessoa
psicologicamente, conscientes uma das outras que interagem
para alcançar um determinado objetivo. Pessoas reunidas
transformam-se em um grupo quando se verif ica que cada
indivíduo está afetado por um dos outros indivíduos que
compõe o mesmo grupo. A comunicação é o elemento de
integração de um grupo, porém outros elementos estão
presentes como, por exemplo: percepção, afeição, liderança,
normas e outros.
Desde os primeiros dias de vida somos inseridos na vida
grupal. Faz-se necessário adquirir habil idades e
competências que nos acompanharão e nos garantirão na
jornada da nossa existência e convivência social. Na medida
em que nos tornamos mais hábeis nessas competências,
melhor nos integramos aos grupos. Para que um indivíduo
consiga viver em sociedade, o mesmo precisa de um
aprendizado, treinamento e conhecimento do seu grupo e de
todos os fatos de que possam garantir sua permanência no
mesmo. É importante que o comportamento e atitudes do
indivíduo estejam em consonância com os objetivos do grupo.
Para Lewin (1978): “É verdade que, desde o primeiro dia
de sua vida, a criança faz parte do grupo social e morrerá se
o grupo não cuidar dela”. (p.88)
Percebe-se que para o ser humano adquirir
conhecimentos e informações, o mesmo necessita de
aprendizado que modo geral é concebido através da
comunicação, segundo o dicionário Michaelis, comunicação
significa: sf (lat communicatione) 1 Ação, efeito ou meio de
comunicar.2 Aviso, informação; participação; transmissão de
14
uma ordem ou reclamação. 3 Mec Transmissão. 4 Relação,
correspondência fácil; trato, amizade. 5 Sociol Processo pelo
qual idéias e sentimentos se transmitem de indivíduo para
indivíduo, tornando possível a interação social. 6 Mil Meios
para conservar as relações entre diversos exércitos ou corpos
de exército que operam conjuntamente. 7 Lugar por onde se
passa de um ponto para outro. 8 Ret Figura que consiste em
o orador tomar o auditório por á rbitro da causa que defende,
mostrando-se disposto a conformar-se com o que venha a ser
decidido. 9 Figura pela qual o advogado, objetivando provar a
improcedência de uma imputação, mostra que, de acordo com
os argumentos do acusador, diversas pessoas e at é ele
próprio estariam incursos nela. C. assíncrona,
Inform: transmissão de dados entre dispositivos que não é
sincronizada com um relógio, mas sim efetuada quando os
dados estão prontos. C. de dados seriais, Inform: V
transmissão de dados seriais. C. dos santos: participação dos
méritos das obras dos justos e santos; comunhão dos
santos. Dar comunicação para: dar acesso a; proporcionar
uma passagem para.
Porém, de forma simplória pode-se considerar que a
palavra comunicação significa tornar comum, inform ações,
ideias, sentimentos, experiências, crenças e valores, por
meio de gestos, atos, palavras, figuras, imagens, símbolos,
etc. A mesma é responsável por propagar, ampliar ou limitar
o conhecimento e facil itar ou dificultar o desenvolvimento da
criatividade e habil idades. A ausência ou deficiência da
comunicação inviabil iza a evolução do ser humano.
A comunicação nunca foi tão rápida e fácil, atualmente
existem inúmeros métodos e tecnologias que facil itam e
impulsionam a comunicação. Cada vez mais são
desenvolvidos novos recursos para transformar o processo de
15
comunicação mais eficiente, quebrando ou minimizando
barreiras, como por exemplo: posição geográfica e o tempo.
Percebe-se que a humanidade esta passando por
transformação crescente e em um ritmo acele rado, tal
crescimento esta l igado principalmente aos avanços na área
científica e tecnológica. Essas transformações levam a
modificações não apenas de equipamentos, mas também nos
processos de trabalho, gestão de pessoas e nas formas de
comunicação.
1.2. PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
De acordo com Chiavenato (2004) a comunicação é a
troca de informações entre pessoas. Constitui um dos
processos fundamentais da experiência humana e da
organização social. A comunicação requer um código para
formular uma mensagem e enviá-la na forma de sinal (como
ondas sonoras, letras impressas, símbolos) por meio de um
canal (ar, f ios, papel), a um receptor da mensagem que a
codifica e interpreta seu signif icado. Na comunicação
pessoal direta falada, ou seja, na conversação, a l inguagem
funciona como código e é reforçado por elementos da
comunicação não-verbal (como gestos, sinais, símbolos). A
comunicação interpessoal também se concretiza apesar da
distância, através da escrita, telefone ou inter net como meio
de transmitir as mensagens.
Para haver o processo de comunicação são necessários
os seguintes elementos:
a. Fonte ou emissor: é a indivíduo que deseja enviar
uma mensagem falada ou escrita, por meios de
sinais (verbais ou não-verbais) a uma pessoa ou
pessoas por meio da codificação do pensamento.
16
Conclui-se que o emissor, locutor ou destinador é
aquele que está emiti a mensagem num
determinado momento.
b. Codificação: é a tradução dos símbolos escolhidos
pelo emissor para que a mensagem possa se
adequadamente transmitida pelo canal.
c. Mensagem: é o produto codificado pelo emissor.
Pode ser: fala, texto escrito, música, movimentos,
expressões faciais, e outros. A mensagem é o elo
entre o emissor e o receptor; objeto da
comunicação; tradução de ideias, objetivos e
intenções; é precisamente o que se diz.
d. Canal ou mídia: é o meio, o veículo escolhido pelo
emissor para conduzir a mensagem. Pode se
apresentar através da comunicação verbal e da
comunicação não verbal, por exemplo: visual -
gestos, movimentos do corpo, expressões faciais,
postura; auditiva - tom de voz, variação de altura e
intensidade vocal; verbal - palavras, sensorial -
manipulação de objetos; pictórica - gráficos,
diagramas e figuras. Considera-se como canal: a
veia de circulação da mensagem; via escolhida
pelo emissor, através da qual a mensagem circula.
e. Decodificação: é a tradução da mensagem para
que a mesma possa ser compreendida pelo
receptor.
f. Receptor: é o sujeito a quem a mensagem se
dirige, é o destino da comunicação. É o
destinatário ou ouvinte é a pessoa ou gr upo de
pessoas situadas na outra ponta da cadeia de
comunicação (alvo da comunicação). O receptor
recebe a mensagem e a interpreta internamente,
manifestando externamente essa interpretação. O
17
receptor faz o caminho inverso, isto é parte dos
significantes até alcançar a intenção de
significação.
g. Feedback (retroação): é o elo final no processo de
comunicação. Determina se a compreensão foi
alcançada ou não. O feedback eficaz ajuda o
indivíduo a melhorar sua competência interpessoal.
1.2.1 Ruídos ou Barreiras a Comunicação Eficaz
Sabe-se que os ruídos ou barreiras são perturbações
indesejáveis que tende a deturpar, distorcer ou alterar de
maneira imprevisível a mensagem transmitida. As barreiras
na comunicação são obstáculos que comprometem ou
prejudicam o processo da comunicação e o relacionamento
interpessoal. Vale salientar que os ruídos ou barreiras
podem existir em todas as fases do processo de
comunicação. As dificuldades de comunicação ocorrem
quando as palavras, gestos, expressões, figuras símbolos e
outros, têm graus distintos de abstração e variedade de
sentido. O significado da comunicação verbal ou não -verbal
não está somente em seus meios, mas nas pessoas e no
repertório que usam, pois é este que lhes permite decifrar e
interpretar as palavras uti l izadas pelo outro. Seguem alguns
exemplos de ruídos ou barreiras:
- Filtragem: refere-se à manipulação da informação de
um emissor para que a mensagem seja vista mais
favoravelmente pelo receptor.
- Percepção seletiva: tanto o emissor como o receptor
vêem e escutam seletivamente com base em suas próprias
necessidades experiências e características pessoais.
18
- Semântica: tanto as palavras como o comportamento
não-verbal usados na comunicação podem ter diferentes
significados para diferentes pessoas.
- Sobrecarga de informação: ocorre quando o volume ou
quantidade de informação é elevado, ultrapassa ndo a
capacidade do receptor, processar as informações, tornando-
se dificultoso o processo no entendimento da mensagem,
ocorrendo perda, ou distorções nestas informações.
- Credibil idade do transmissor: quanto mais confiável for
à fonte de uma mensagem, maior será a probabilidade de que
ela seja entendida corretamente.
- Julgamento de valor: normalmente acontece antes de
ser receber a mensagem. O julgamento de val or é uma
opinião sobre algo baseada em uma rápida percepção do seu
mérito.
A dimensão continental do Brasil propicia uma variação
linguística que se segmenta em variação regional (territorial e
geográfica) e variação social, essas variações podem
ocasionar em ruídos ou barreias a comunicação eficaz.
Entende-se com variação regional (territorial e
geográfica) a variação que se verif ica na entonação, no
vocabulário que caracteriza uma comunidade lingu ística
dentro de um determinado espaço geográfico. Ocorre e ntre
pessoas de diferentes regiões em que se fala a mesma
língua. Podemos encontrar diferença percebida em relação à
pronúncia e diferença vocabular.
- Exemplo de pronúncia: O carioca costuma a pronunciar
algumas palavras destacando o som do “S” e o no in terior de
São Paulo o “R” fica em evidência em palavras como: porta,
carta e outras.
- Exemplo de nível vocabular: Em algumas regiões do
nosso país, a raiz mandioca também pode ser conhecida
como aipim.
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A variação social é decorrente de ajustes em função d a
situação contextual e do receptor. Em conseqüência, há uma
divisão entre várias modalidades e níveis de linguagem
escrita e falada. Ocorre entre pessoas que pertencem a
diferentes grupos sociais. Neste caso podemos dividir a
língua em vários dialetos, g írias e jargões profissionais.
Para melhor compreensão da variação lingu ística faz-se
necessário a definição dos seguintes conceitos:
- Dialeto: variedade regional de uma língua;
- Gíria: l inguagem especial usada por certos grupos
sociais pertencentes a uma classe ou a uma profissão ou
linguagem usada por um grupo de pessoas, para não serem
compreendidos por outras pessoas;
- Idioma: língua de uma nação ou de uma região, modo
particular de falar;
- Língua: conjunto de palavras e modo de falar de um
povo. Língua é o código, conjunto de signos, estabelecidos
por uma determinada sociedade, em um determinado espaço
geográfico;
- Jargão: vocabulário peculiar, especializado, de uma
classe, grupo ou profissão.
Existem outras barreiras a comunicação, porém cabe
principalmente ao emissor rompe-las, através de uma
comunicação ao nível do receptor.
1.3 TIPOS DE COMUNICAÇÃO
A comunicação se dá através de dois tipos de
linguagem: a linguagem verbal e a l inguagem não -verbal. O
equilíbrio entre as duas linguagens aumenta a probabilidade
de uma comunicação eficaz. Em um âmbito geral
comunicação verbal e não-verbal tem ser objetiva, clara,
20
segura, com energia e entusiasmo, para que os objetivos
pretendidos sejam alcançados.
1.3.1 Comunicação Verbal
A comunicação verbal é a comunicação em que a
mensagem é constituída pela l inguagem de um sistema de
códigos convencionados, podendo ser oral, como: ordens,
pedidos, conversas ou escrita como: cartas, e -mails, bilhetes,
cartazes, folhetos, jornais.
Uma importante ferramenta da comunicação verbal é o
Sistema Braille, uti l izado universalmente na leitura e na
escrita por pessoas cegas, foi inventado na França por Louis
Braille, um jovem cego, reconhecendo-se o ano de 1825 como
o marco dessa importante conquista para a educação e a
integração dos deficientes visuais na sociedade. O Sistema
Braille, uti l izando seis pontos em relevo, dispostos em duas
colunas, que possibil itam a formação de 63 símbolos
diferentes que são empregados em textos literários nos
diversos idiomas, como também nas simbologias matemática
e científica, na música e na informática. Comprovadamente, o
Sistema Brail le tem plena aceitação por parte das pessoas
cegas.
Sob o ponto de vista histórico, a uti l ização do Sistema
Braille no Brasil pode ser abordada em três períodos
distintos: 1854 a 1942 - Em 1854 o Sistema Braille foi
adotado no Imperial Instituto dos Meninos Cegos (hoje,
Instituto Benjamin Constant), sendo assim, a primeira
instituição na América Latina a uti l izá -lo. Deve-se isto aos
esforços de José Alvares de Azevedo, um jovem cego
brasileiro, que o havia aprendido na França. O Sistema
Braille teve plena aceitação no Brasil, util izando -se
praticamente toda a simbologia usada na França. 1942 a
21
1963 - Neste período verif icaram-se algumas alterações na
simbologia Brail le em uso no Brasil. Para atender à reforma
ortográfica da Língua Portuguesa de 1942, o antigo alfabeto
Braille de origem francesa foi adaptado às novas
necessidades de nossa língua, especialmente para a
representação de símbolos indicativos de acentos
diferenciais. Destaca-se, ainda, a adoção da tabela Taylor de
sinais matemáticos, de origem inglesa, em substituição à
simbologia francesa até então empregada. A Portaria no. 552,
de 13 de novembro de 1945, estabeleceu o Brail le Oficial
para uso no Brasil, além de um código de abreviaturas, da
autoria do professor José Espínola Veiga. Esta abreviatura
teve uso restrito, entrando em desuso, posteriormente. A Lei
no. 4.169, de 04 de dezembro de 1962, que oficializou as
convenções Braille para uso na escrita e leitura dos cegos,
além de um código de contrações e abreviaturas Brail le, veio
a criar dificuldades para o estabelecimento de acordos
internacionais, pelo que, especialistas brasileiros optaram por
alterar seus conteúdos, em benefício da unificaç ão do
Sistema Braille. 1963 a 1995 - Os fatos marcantes deste
período podem ser assim destacados: em 05 de janeiro de
1963 foi assinado um convênio luso-brasileiro, entre as mais
importantes entidades dos dois países, para a padronização
do Brail le integra l (grau 01) e para a adoção, no Brasil, de
símbolos do código de abreviaturas usado em Portugal.
1.3.2 Comunicação Não-verbal
A comunicação não-verbal exerce fascínio sobre a
humanidade desde seus primórdios, pois envolve todas as
manifestações de comportamento não expressas por
palavras, ou seja, através de gestos, expressões faciais,
como um sorriso, movimentos dos olhos, toques, volume da
22
voz, postura. Essa comunicação pode ocorre até mesmo em
um ambiente com silêncio absoluto.
As mensagens da comunicação não-verbal comunicam
sentidos específicos, confirmam a mensagem verbal ou,
ainda, comunicam outras mensagens.
Sabe-se que o corpo humano se comunica na maioria
das vezes inconscientemente. A comunicação não-verbal está
presente no nosso dia-a-dia, porém, muitas vezes, não temos
consciência de sua ocorrência e, nem mesmo, de como
acontece. Vale ressaltar que em alguns casos a comunicação
não-verbal pode apresentar uma dissonância em relação à
comunicação verbal.
Os atores do cinema mudo como Charles Chaplin foram
os pioneiros das técnicas de linguagem corporal, então o
único modo de comunicação disponível na tela. A técnica de
um ator era considerada boa ou má à medida que ele fosse
capaz de usar gestos e sinais para se comunicar com o
público.
Albert Mehrabian, pioneiro da pesquisa da linguagem
corporal na década de 1950, apurou que em toda
comunicação interpessoal cerca de 7% da mensagem é verbal
(somente palavras), 38% é vocal (incluindo tom da voz,
inflexão e outros sons) e 55% é não-verbal.
O Antropólogo Ray Birdwhistel, pioneiro do estudo da
comunicação não-verbal, calculou que, em média, o indivíduo
emite de 10 a 11minutos de palavras por dia em sentenças
com duração de 2,5 segundos e estimou também que somos
capazes de fazer e reconhecer cerca de 250 mil expressões
faciais.
Tal como Mehrabian, Birdwhistel descobriu que o
componente verbal responde por menos de 35% das
mensagens transmitidas numa conversação frente a frente,
mais de 65% é feita de maneira não-verbal.
23
A linguagem do corpo (cinésica) é o reflexo externo do
estado emocional da pessoa. Cada gesto ou movimento pode
ser uma valiosa fonte de informação sobre a emoção que a
mesma esta sentido num dado momento. Para Reiman (2010),
a l inguagem corporal é a essência de quem demonstramos
ser.
Faz-se necessário destacar LIBRAS que é a sigla da
Língua Brasileira de Sinais como importante instrumento de
comunicação não-verbal. As Línguas de Sinais (LS) são as
línguas naturais das comunidades surdas. As Línguas de
Sinais não são línguas com estru turas gramaticais próprias,
atribui-se às Línguas de Sinais o status de língua porque elas
também são compostas pelos níveis l ingüísticos: o
fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico.
O que é denominado de palavra ou item lexical nas
línguas oral-auditivas são denominados sinais nas línguas de
sinais. O que diferencia as Línguas de Sinais das demais
línguas é a sua modalidade visual -espacial. Portanto, uma
pessoa que entra em contato com uma Língua de Sinais irá
aprender uma outra língua, como o Francês, Inglês etc.
Em 1857, foi fundada a primeira escola para surdos no
Brasil, o Instituto dos Surdos-Mudos, hoje, Instituto Nacional
da Educação de Surdos (INES). Foi a partir deste instituto
que surgiu, da mistura da Língua de Sinais Francesa, trazid a
por Huet, com a língua de sinais brasileira antiga, já usada
pelos surdos das várias regiões do Brasil, conforme
mencionado anteriormente a LIBRAS (Língua Brasileira de
Sinais) tem sua origem na Língua de Sinais Francesa, porém
é importante ressaltar que as Línguas de Sinais não são
universais. Cada país possui a sua própria língua de sinais,
que sofre as influências da cultura nacional. Como qualquer
outra língua, ela também possui expressões que diferem de
região para região.
24
Sinais são formados a par tir da combinação da forma e
do movimento das mãos e do ponto no corpo ou no espaço
onde esses sinais são feitos. Nas línguas de sinais podem ser
encontrados os seguintes parâmetros que formarão os sinais:
- Configuração das mãos: são formas das mãos que
podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas
feitas pela mão predominante, ou pelas duas mãos. Os sinais
desculpar, evitar e idade, por exemplo, possuem a mesma
configuração de mão (com a letra y). A diferença é que cada
uma é produzida em um ponto diferente no corpo. Os sinais
podem ter um movimento ou não.
- Ponto de articulação: é o lugar onde incide a mão
predominante configurada, ou seja, local onde é feito o sinal,
podendo tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço
neutro.
- As expressões faciais e ou corporais são de
fundamental importância para o entendimento real do sinal,
sendo que a entonação em Língua de Sinais é feita pela
expressão facial.
- Orientação e direção: Os sinais têm uma direção com
relação aos parâmetros acima.
Para conversação em LIBRAS faz-se necessário
conhecer os sinais a estrutura gramatical, combinando -os em
frases.
Sabe-se que a comunicação não-verbal pode atuar como
fator introdutório e de aproximação no processo de
comunicação entre diferentes tipos de seres humanos,
propiciando assim integração, facil itando a aprendizagem e
ou desenvolvimento da comunicação verbal, segundo Pinto
(2003) após a chegada dos portugueses ao Brasil em 1500, a
mínica foi, sem dúvida, o primeiro meio de comunicação entre
portugueses e indígenas, como testemunha a carta de Pedro
25
Vaz de Caminha a D. Manuel, mas de imediato, a música e a
dança também desempenharam um processo idêntico.
26
CAPÍTULO II
AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NO
BRASIL
Vivemos em um mundo globalizado, inseridos em um
contexto empresarial extremamente competitivo, repleto de
mudanças tecnológicas, polít icas, econômicas e culturais, as
organizações cada vez mais exigem e necessitam de
profissionais altamente capacitados e qualif icados , com
intuito de manter ou aumentar a participação no mercado
nacional ou até mesmo internacional.
Portanto, com base no pensamento de Dutra (2003) o
ensino superior deve ser instrumentalizado para o
conformismo e subserviência ao mercado de trabalho como
também deve contribuir para a humanização das relações
sociais, através da socialização do saber.
2.1 AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR COMO
UM SISTEMA
As instituições de ensino superior são organizações
sociais. Como todos os organismos vivos, as organiza ções
funcionam como sistemas. Sabe-se que um sistema é um
conjunto integrado de partes inter -relacionadas que existem
para atingir um determinado propósito. De acordo com
Chiavento (2005) os principais componentes de um sistema,
são:
Entrada: inputs ou insumos constituem tudo o que
ingressa em um sistema para permitir que ele funcione. As
entradas podem ser todo e qualquer recurso que alimente o
sistema. As entradas vêm do ambiente externo.
27
Saída: outputs ou resultados constituem aquilo que o
sistema produz e devolve ao ambiente externo.
Processamento ou transformação - é o trabalho que o
sistema realiza com as entradas para poder proporcionar as
saídas. É o próprio funcionamento interno do sistema.
Retroação: feedback ou realimentação, é a influência
que as saídas do sistema exercem sobre as suas entradas no
sentido de ajustá-las e regulá-las ao funcionamento do
sistema. Existem dois tipos de retroação:
Retroação positiva (que acelera ou aumenta as entradas
para ajustá-las, quando estão maiores).
Retroação negativa (que retarda e diminui as entradas
para ajustá-las às saídas, quando estas são menores).
Os sistemas podem ser classificados como aberto ou
fechado.
Os sistemas fechados também conhecidos como
mecânicos funcionam dentro de relações predeterminada s de
entrada e saída (causa e efeitos). O sistema fechado oferece
poucas opções de entrada e saída, que são bem conhecidas
e determinadas. Outro aspecto é que eles alcançam seus
objetivos de uma única e exclusiva maneira.
Os sistemas abertos ou sistemas orgânicos são bem
mais complexos, eles funcionam dentro da relação de entrada
e saída (relações de causa e efeitos) desconhecidas e
indeterminadas e mantêm um intercambio intenso, complexo
e indeterminado com o meio ambiente. Nos sistemas abertos
existe uma infinidade de entradas e de saídas
indeterminadas, esse fato provoca uma complexidade e a
dificuldade de mapear o sistema. Por isso, os sistemas
abertos ou orgânicos são também denominados
probabilísticos, pois as relações de entradas/saídas estão
sujeitas a probabilidades e não a certezas. Todos os sistemas
vivos (os organismos vivos, o ser humano, as organizações
28
sociais, a empresa e etc.) são considerados sistemas
abertos.
Faz-se necessário ressaltar que uma característica
importante desse sistema, que é o fato dele alcançar um
objetivo por meio de uma multiplicidade de maneiras
diferentes. Os biólogos denominam como equifinalidade a
capacidade de chegar a resultados finais de maneiras
variadas e diferentes.
Em todo sistema as saídas de cada subsistema
constituem as entradas de outros subsistemas, de modo que
cada subsistema se torna dependentes dos demais. Isso
significa que as entradas de um subsistema dependem das
saídas de outros subsistemas, e assim por diante. Essas
inter-relações de saídas e entradas entre as partes são
comunicações ou interdependências que ocorre dentro do
sistema. Em todo o sistema, há uma complexa rede de
comunicações entre os subsistemas: as interdependências
entre os subsistemas fazem com que o sistema sempre
funcione com uma totalidade. Quanto mais intensa a rede de
comunicações, mais coesão será necessária para o bom
funcionamento do sistema, ou seja, faz -se necessário que as
partes estejam estruturalmente bem organizadas e em
harmonia. Denomina-se como sinergia o efeito mult iplicador
em que as partes (subsistemas) se auxil iam mutuamente para
que o resultado global seja muito maior do que as somas das
partes. E denomina-se entropia o efeito de perda das inter -
relações entre as partes, fazendo com que o resultado global
seja muito menor do que as somas das partes. A entropia de
um sistema caracteriza o seu grau de desordem.
Vivemos em uma sociedade constituída de
organizações, quase tudo que o ser humano necessita é
desenvolvido por elas. O homem depende das organizações
para tudo, inclusive nascer , viver e morrer. Pode-se afirmar
29
que as empresas são organizações sociais que reúnem e
uti l izam recursos para atingir um determinado objetivo. Todas
as organizações são constituídas de pessoas e recursos não
humanos (recursos físicos, materiais, f inanceiros,
tecnológicos e etc.). As instituições de ensino (publicas ou
privadas) também funcionam dentro dessa mesma premissa.
2.2 O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
Segundo Dias (2003), com base nos princípios da
Conferência Mundial do Ensino Superior realizada em Paris
em outubro de 1998, a missão do ensino superior consiste em
contribuir com o desenvolvimento e melhoria do conjunto da
sociedade, ou seja, educar e formar graduados alta mente
qualif icados, capazes de responder às necessidades de todos
os aspectos da atividade humana: promover, gerar e difundir
conhecimentos através da pesquisa; interpretar, preservar e
promover as culturas no contexto do pluralismo e da
diversidade cultural; oferecer possibil idades de aprendizagem
ao longo de toda a vida; contribuir com o desenvolvimento e
melhoria da educação em todos os níveis; proteger e
promover a sociedade civil, formando os jovens de acordo
com os valores nos quais se baseia a sociedade civi l
democrática e que proporcionem perspectivas crít icas e
independentes no debate sobre as opções estratégicas e no
fortalecimento das perspectivas humanísticas.
Dias (2003) também ressalta que:
a) As instituições de ensino superior devem propiciar um
espaço permanente de aprendizagem, colaborar com
o desenvolvimento socioeconômico e contribuir com
os valores e ideias da cultura da paz.
b) O ensino superior deve ser pertinente, ancorando
suas orientações a longo prazo em objetivos e
30
necessidades sociais e, em particular, no respeito às
culturas e à proteção do meio ambiente.
c) A contribuição do ensino superior ao conjunto do
sistema educacional é prioritária e a diversificação um
instrumento para alcançar seus objetivos;
d) A qualidade do ensino superior é um conceito
multidimensional que deve englobar todas as funçõ es
e atividades.
e) Os estudantes devem estar no centro das
preocupações das instituições e ser considerados
participantes essenciais no processo de renovação do
ensino superior.
De acordo com Steiner e Malnic (2006), o ensino
superior no Brasil ampliou-se e diversificou-se de forma
notável nas ùltimas décadas. Compreender essa d iversidade
e os desafios que ele nos coloca, bem como as demandas
originadas das novas necessidades da sociedade é o objetivo
das instituições de ensino. A sociedade globalizada fez do
conhecimento sua principal plataforma para a
competitividade. A educação de qualidade em todos os níveis
tornu-se um pré-requisito para a inserção de qualquer país na
economia global .
Atualmente o ensino superior tem um tríplice desafio:
a) Preservar os valores acadêmicos tradicionais, entre
os quais a realização da pesquisa básica e a
promoção das habil idades gerais da mente.
b) Atender às demandas da sociedade, como o
desenvolvimento econômico e o bem-estar social.
c) Desbravar novos meios e caminhos, como a
integração da tecnologia da informação, o ensino de
massa e o ensino à distância.
31
Segundo a estatística do Censo da Educação Superior,
realizado em 2010 pelo Instituto Nacional de Estudo s e
Pesquisas Educacionais (INEP) do Ministério da Educação
(MEC), em todo o país, os cursos de graduação presencial e
a distância reúnem 6,3 milhões de estudantes, matriculados
em 29.507 cursos, distribuídos entre 2.377 instituições de
ensino superior públicas e particulares.
Vale ressaltar que os dados do Censo
da Educação Superior de 2010, divulgados pelo Ministério da
Educação (MEC), mostram também que o curso de
administração é o que tem maior número de estudantes no
país: 705.690. Na lista das graduações mais populares,
aparecem, na sequência, direito (694 mil), pedagogia (297
mil), enfermagem (244,5 mil) e ciências contábeis (244,2 mil).
Os números referem-se apenas às matrículas dos cursos
presenciais, que totalizam 3,1 milhões de estudantes.
O movimento de democratização do acesso à educação
superior e as exigências do mercado de trabalho provocaram
essa expansão das matrículas e também proporcionou uma
heterogeneidade do público que adentrou nesse nível de
educação, exigindo uma nova postura do profissional
docente.
2.3 O DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
De acordo com Veiga (2010) o compromisso profissional
dos professores que atuam no ensino superior brasileiro está
voltado para um fim social, l igado às intencionalidades da
educação brasileira: desenvolvimento pleno do educando,
preparo para o exercício da cidadania e qualif icação para o
trabalho.
32
Segundo o dicionário Michaelis a palavra professor
significa: sm (lat professore) 1 Homem que professa ou
ensina uma ciência, uma arte ou uma l íngua;
mestre. 2 Aquele que é perito ou muito versado em qualquer
das belas-artes. 3 O que professa publicamente as verdades
religiosas. P. catedrático:professor titular de curso secundário
ou superior. P. régio, ant:professor nomeado pelo Governo
para reger uma cadeira de instrução primária ou de liceu.
Vale salientar que ensinar não é apenas transferir
conhecimento, mas sim criar as possibil idades para a sua
produção ou a sua construção. O docente ensino superior
deve estar aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas
dos alunos para a construção do saber de forma mutua.
Segundo Freire (1993) aprender e ensinar fazem parte
da existência humana, histórica e social, como dela fazem
parte a criação, a invenção, a linguagem, o amor, o ódio, o
espanto, o medo, o desejo, a atração pelo risco, a fé, a
dúvida, a curiosidade, a arte, a magia, a ciência, a
tecnologia. E ensinar e aprender cortando todas estas
atividades humanas. Quem ensina aprende ao ensinar e quem
aprende ensina ao aprender. Ensinar inexiste s em aprender e
vice-versa e foi apreendendo socialmente que,
historicamente, mulheres e homens descobriram que era
possível ensinar.
Ensinar não se esgota no tratamento do objeto ou do
conteúdo, superficialmente feito, mas se alonga à produção
das condições em que aprender crit icamente é possível.
O papel do docente do ensino superior vem mudando ao
longo dos anos, aquela visão do professor como um
repassador de informações que bastava o saber técnico, já
não se enquadra mais com as exigências do mercado e da
sociedade. Atualmente se espera muito mais do professor
universitário, o mesmo não deve apenas transmitir o
33
conhecimento teórico da disciplina que leciona, mas sim a
sua vivência e experiência profissional , sua visão, e
principalmente a co-participar e incentivar os alunos a
construção do conhecimento.
O docente universitário tem a responsabilidade do
desenvolvimento social e acadêmico dos seus alunos ,
portanto, o perfi l desejado é de um profissional dinâmico,
flexível, multifuncional , interdisciplinar e principalmente que
tenham seus objetivos voltados para os processos de buscar
o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos; de
aperfeiçoar sua capacidade de pensar dos mesmos e de si
próprio; de dar um significado para aquilo que será estudado;
de desenvolver a capacidade de construir seu próprio
conhecimento e aprender através da troca de experiências
com seus educandos.
De acordo com Masetto (2003) o ensino superior:
“Necessita-se de profissionais intercambiáveis que
combinem imaginação e ação; com capacitação para
buscar novas informações, saber trabalhar com elas,
intercomunicar-se nacional e internacionalmente por meio
dos recursos mais modernos da informática; com
capacidade para produzir conhecimento e tecnologia
próprios que os coloquem, ao menos em alguns setores,
numa posição não-dependência em relação a outros
países; preparados para desempenhar suas profissões de
forma contextualizada e em equipe com profissionais não
só de sua área mas também de outras.” (P.14)
É um novo mundo, que requer uma nova atitude, uma
nova perspectiva na relação entre o professor e o aluno no
ensino superior . Os professores do ensino superior devem
ser multifuncionais e interdisciplinares, atualizados e aptos a
adequar o esti lo de comunicação a diferentes públicos.
34
CAPÍTULO III
DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO
INTERPESSOAL EFICAZ NA SALA DE AULA
Segundo Freire (1993) não há, realmente, pensamento
isolado, na medida em que não há homem isolado. Todo ato
de pensar exige um sujeito que pensa, um objeto pensado,
que mediatiza o primeiro sujeito do segundo, e a
comunicação entre ambos, que se dá através de signos
linguísticos. O mundo humano é, desta forma, um mundo de
comunicação.
Freire (1993): “Comunicar é comunicar -se em torno do
significado significante ”.
3.1 A BASE DA COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL EFICAZ
Sabe-se que uma das bases da comunicação
interpessoal eficaz é o desenvolvimento da inteligência
intrapessoal, que se refere às habil idades pertinentes à
própria pessoa. A inteligência intrapessoal é uma capacidade
de formar um modelo preciso, verídico, de si mesmo e poder
usá-lo para agir eficazmente na vida. Para Gardner a
inteligência intrapessoal corresponde ao contato com nossos
próprios sentimentos e a capacidade de discriminá -los e usá-
los para orientar o comportamento.
Segundo Golemann (2007) a inteligência intrapessoal
possui três áreas: autoconhecimento, autodomínio e
automotivação.
Autoconsciência ou autoconhecimento - significa ter
consciência de si mesmo, percepção dos próprios
sentimentos, conhecimento dos comportamentos frente às
situações de sua vida social e profissional. Faz-se necessário
35
realizar uma avaliação realista das próprias capacidades, de
modo a desenvolver o autoconhecimento gerador de
autoconfiança. Sabe-se que através do autoconhecimento é
possível identif icar e desenvolver as habil idades e
competências que poderão ser se tornar em um diferencial
competitivo ou ponto forte.
Autodomínio - Controlar os sentimentos nos mais
variados momentos e situações; administrar as emoções.
Lidar com os sentimentos apropriadamente. O Autodomínio
significa l idar com as próprias emoções de forma que
facil item a realização de suas atividades, em vez de interferir
com elas. Abrange o desenvolvimento do equilíbrio emocional
para recuperar-se de afl ições emocionais.
Automotivação - é a capacidade de motivar a si mesmo,
e realizar as tarefas e ações necessárias para alcançar seus
objetivos, independente das circunstâncias. Significa estar
motivado para a vida. Envolve uti l izar os sentimentos de
entusiasmo, perseverança, iniciativa e tenacidade para
conquistar os objetivos e metas , de uma forma bem
direcionada e segura. O intuito é ser altamente eficaz;
perseverando, mesmo diante de revezes e frustrações.
De acordo com Maximiano (2006) a competência
intrapessoal compreende as habil idades que Henry Mintzberg
chamou de introspecção, o que significa todas as relações e
formas de reflexão e ação da pessoa a respeito dela própria,
como: auto análise, autocontrole, automotivação, capacidade
de organização pessoal e administração do próprio tempo.
Conclui-se que a inteligência intrapessoal é a
capacidade de criar motivações para si próprio e de persistir
num objetivo, apesar dos percalços; de controlar impulsos e
saber aguardar pela satisfação de seus desejos; de se manter
em bom estado de espírito e de impedir que a ansiedade
36
interfira na capacidade de raciocinar; de ser empático e
autoconfiante.
3.2 A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL COMO UMA
QUESTÃO DE PERCEPÇÃO
Sabe-se que uma das condições para o estabelecimento
de bons relacionamentos e uma ambiente saudável e propicio
para o aprendizado é aceitar que pessoas são diferentes e
respeitar as diferenças individuais próprias de cada pessoa.
Na sala de aula do ensino superior existem inúmeras
diferenças entre pessoas, como por exemplo: idade, sexo,
etnia, polít ica, crença, religiosa, idioma e esti lo de vida. Para
ter uma comunicação eficaz faz-se necessário perceber a
diversidade. A identif icação das características pessoais é
uma questão de sensibil idade.
De acordo com o dicionário Michaelis a palavra
percepção significa: sf (lat perceptione) 1 Ato, efeito ou
faculdade de perceber; recepção, pelos centros nervosos, de
impressões colhidas pelos sentidos. 2 Cobrança,
recebimento. P. externa:faculdade de perceber pelos
sentidos. P. interna: a consciência. P. natural ou p.
primária: a que é dada imediatamente pelos
sentidos. Percepções adquiridas: deduções
imediatas. Percepções obscuras: fenômenos subconscientes
(Leibniz).
Segundo Arredondo (2007) nós, seres humanos
transformamos mensagens em percepções de maneira
instantânea e muitas vezes subconsciente, formamos
impressões, fazemos julgamentos e chegamos a conclusões
automaticamente. As respostas às mensagens que recebemos
baseiam-se mais no que sentimos como verdade do que
naquilo que realmente é verdadeiro. Se os fatos concretos
37
diferem da nossa percepção, é ela que prevalece. A
percepção é mais significativa que o fato.
No processo de comunicação faz-se necessário a
capacidade e discernimento para saber ouvir e analisar os
elementos como um todo. O ouvinte eficaz não só escutam as
palavras em si, como também seus significados, as
entrelinhas, ou seja, aquilo que não é dito por palavras,
aquilo que se expressa s ilenciosamente pelo corpo. Deve-se
analisar e sintetizar as informações com intuito de
desenvolver os significados e chegar à compreensão. É difícil
estabelecer um clima de confiança, quando não se é capaz de
ouvir.
De acordo com Wilson (2002):
“A má interpretação é a causa principal dos
problemas de comunicação, e, se o erro ao
escutar não é o único dos motivos das más
interpretações, é um dos primeiros da lista
de causas principais.”(p.82).
Vale salientar que um gesto ou uma palavra isolada das
circunstâncias não tem relevância ou um significado preciso,
portanto, faz-se necessário um grupo gestual ou frases para
formar uma opinião ou conceito sobre determinado assunto
ou contexto.
Segundo Thomas Fuller apud Reiman (2010): “Um
homem não é bom o mau por uma só ação”.
Cada ser humano é único e produz diferentes
percepções, que, por sua vez, geram impressões e reações
diferentes.
38
3.3 ATITUDES DE UMA COMUNICAÇÃO
INTERPESSOAL EFICAZ
Sabe-se que todas as formas de comunicação estão
sujeitas a dificuldades que comprometem a transmissão,
recepção e interpretação das informações e dos significados.
Para maximizar a probabilidade de eficácia no processo de
comunicação, alguns questionamentos são necessários, como
por exemplo:
Qual é o exato objetivo? O que eu quero transmitir?
Que resultado eu espero?
Quem vai receber a comunicação? O que eles já sabem?
O que precisam saber? Qual será sua provável atitude ao
recebê-la?
Qual é o melhor meio de comunicação? Qual é o melhor
recurso para essa situação (vídeo-aula, música entre outros)
É o momento certo? A comunicação será feita no
momento adequado para todos os precisam ter conhecimento
do assunto e reagir a ele? Todos que receberão as
informações terão ocasião de vir a você para esclarecê -la ou
discuti-las? Alguém esta sendo favorecido ou prejudicado por
causa do momento?
Você dispõe de todas as informações necessárias?
Que tipo de desdobramento você espera? Como você vai
se preparar antes de fazer a comunicação para esse
desdobramento esperado? Qual será a maneira para
condução a esse desdobramento?
O processo de comunicação exige planejamento do
docente, que tem como função determinar antecipadamente
quais são os objetivos que deverão ser atingidos e o que
deve ser feito para atingi-los da melhor maneira possível.
Vale ressalta aspectos como viabil idade e aceitação da
mensagem por parte do receptor, devem ser considerados e
39
analisados crit icamente. Em seu livro Using Words, John
Casson resume em apenas duas perguntas todos os
complexos problemas da boa comunicação:
a) Como transformar idéias em palavras que
sejam inteligíveis e aceitáveis tanto para nós como para
os outros?
b) Como medir o que queremos dizer levando em
consideração os sentimentos dos outros, para que
nossas palavras não provoquem ansiedade neles?
3.3.1 Comunicação verbal eficaz
De acordo com Gold (2004) as características
necessárias o desenvolvimento da comunicação verbal
empresarial eficaz são: concisão, objetividade, clareza,
coerência, adequação e correção gramatical.
A concisão é a característica de expressar -se ao
máximo de informações com o mínimo de palavras. Procura -
se informar o que deseja sem os subterfúgios e os clichês.
Para se atingir esse objetivo deve se determinar com
precisão as informações realmente relevantes, bem como
avaliar com precisão o significado das palavras e expressões
uti l izadas. Qualif icasse como uma comunicação concisa
quando todas as palavras e informações uti l izadas tenham
uma função significativa.
A objetividade refere-se às idéias que são expressas.
Em todas as situações de comunicação há inúmeras idéias
que permeiam a informação e todas e las estão direta ou
indiretamente ligadas ao assunto. Sabe-se que para se
expressar com objetividade, deve-se estar atento para expor
ao receptor ou destinatário apenas as ideias relevantes, ou
seja, as principais, retirando do texto as informações
consideradas supérfluas. Na objetividade, a comunicação se
40
articula em função das informações a serem apresentadas e
não se acrescentam elementos que distraiam ou confundam o
receptor ou destinatário. Eliminado subterfúgios e
redundâncias.
No dicionário Aurélio encontra-se a seguinte definição
Clareza 1. Qualidade do que é claro ou inteligível. Vale
ressaltar que inteligível significa: aquilo que é compreendido
com facil idade. Portanto a comunicação é considerada clara
quando o receptor consegue compreender facilm ente o
objetivo da mensagem do emissor, tanto no que se refere à
organização das idéias, quanto à prática do material
lingüístico. Segundo o professor Rocha Lima para obtenção
da clareza, dois procedimentos são fundamentais: educar a
nossa capacidade de organização mental e aprender a
colocar em execução convenientemente o material idiomático.
Sabe-se que a clareza é uma das características mais difíceis
de ser mensurada, principalmente pelo fato de que o emissor
acreditar estar se expressando com necessári a clareza, pois
a idéia que está formulando lhe é familiar, a consequência é a
falta de percepção mais apurada sobre o próprio enunciado,
uma vez que a mente está conectada com a idéia, portanto,
ele não percebe as falhas ou lacunas do sentido que pos sa
haver na passagem das mensagens .
“Coerência. [do latim cohaerentia]S.f .1.Qualidade
estado ou atitude de coerente.2. Ligação ou harmonia entre
situações, acontecimentos ou idéias, relações harmônicas ,
conexão, nexo, lógica”. A comunicação exige um rigor e uma
disciplina, obrigando o emissor a se expressar com harmonia
tanto na relação de sentido entre as palavras quanto no
encadeamento das ideias. Para se obter a adequada conexão
do sentido entre as palavras, é necessário ater -se à
significação de cada uma delas, enquanto o encadeamento
41
lógico da comunicação se faz principalmente mediante as
relações do tempo, espaço, causa e consequência.
Para proporcionar credibil idade na comunicação faz-se
necessário que util izar a comunicação formal não -rebuscada,
com as seguintes características: uti lização de termos
compreendidos pelas partes envolvidas no processo de
comunicação; cumprimento dos procedimentos e regras
gramaticais, desuso de expressões informais, rigidez
exagerada, ternos arcaicos, palavras rebuscadas e
principalmente chavões.
Conclui-se que o vocabulário uti l izado pelo docente deve
estar em consonância com os termos usados no mercado de
trabalho e ao nível dos receptores para maximizar as chances
de entendimento. Deve-se uti l izar frases curtas com uma
pontuação clara e variada. As ideias apresentadas devem
estar articuladas, coesas e com conceitos bem definidos.
Aspectos como domínio do assunto e fluência e ritmo também
são relevantes para uma comunicação de sucesso. Faz -se
necessário uti l izar uma comunicação interpessoal com
energia e verdadeira, vale ressaltar que o
pseudoconhecimento é pior do que o não saber.
3.3.2 Comunicação não-verbal eficaz
Sabe-se que a l inguagem do corpo é o reflexo do estado
emocional da pessoa. Cada gesto ou movimento pode ser
uma valiosa fonte de informação sobre a emoção que ela está
sentindo num dado momento. Segundo Pease (2005) as
pesquisas mostram que os sinais não-verbais têm um efeito
cinco vezes maior do que as palavras pronunciadas e que
quando não há coerência entre uns e outros as pessoas,
principalmente as mulheres, dão mais importância à
mensagem não-verbal e desconsideram o conteúdo
42
transmitido oralmente. Portanto torna-se imprescindível
estabelecer uma comunicação interpessoal cheia de energia e
entusiasmo, com um alto grau de motivação, com gestos
enriquecedores que confirmem a comunicação verbal e olhar
direcionado ao receptor, demonstrando atenção e interesse.
A comunicação não-verbal deve gerar confiança do
receptor, faz-se necessário ter uma boa postura , com ombros
eretos, peito elevado e com a coluna vertebral alongada,
manter respiração tranquila e controlada transparecendo
segurança e possuir um estilo condizente com o cargo
ocupado ou com as aspirações futuras, as roupas devem ser
adequadas ao ambiente.
Sorria, segundo Pease (2005) a ciência comprovou que
quanto mais uma pessoa sorri, mais respostas positivas
obtém das outras pessoas. O sorriso influencia diretamente
as atitudes das pessoas em torno de nós e a forma como elas
reagem a nossa presença.
Um aspecto relevante na comunicação frente a frente é
a compreensão e o respeito à zona de conforto ou zona de
distância, ou seja, à distância ou espaço entre uma pessoa e
outra. Essa área varia de pessoa para pessoa, por isso, uso
bom senso é necessár io para adequar-se a necessidade de
cada um.
Figura 1 - Limite das zonas de distância
Fonte: Linguagem Corporal (2005)
Zona
íntima
14cm -
Zona
Pessoal
46cm -
Zona Social
1,20cm -
3,60m
Zona Social
mais de 3,60m
43
Segundo Reyman (2010):
“A todo o momento, você precisa demonstrar
confiança, com uma boa postura, um toque
sutil, uma atitude aberta, expressão
sorridente, noção correta de espaço ou
cooperação e atitude receptiva.” (p.27).
Faz-se necessário evitar expressões que possam passar
negatividade, em geral, qualquer demonstração de
insegurança, raiva, hostil idade, desprezo ou tédio é
substancialmente perigosa para dinâmica social e de
negócios.
3.4 A COMUNICAÇÃO EFICAZ NA SALA DE AULA DO
ENSINO SUPERIOR NA GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
DE EMPRESAS
A construção do conhecimento deve ser real izada
através da troca, que mobiliza e premia os processos
cognitivos, portanto, faz-se necessário considerar todos os
atores envolvidos nesse processo, incentivando -os a
participação para que exponham seus pensamentos, ideias,
comentários sobre as atualidades, perspectivas de ação e
reação, expectativas, dúvidas e outras informações. A
comunicação na sala de aula acontece da seguinte maneira:
professor-aluno; aluno-professor e aluno-aluno.
a) Professor-aluno: a comunicação deve ser clara,
concisa e objetiva, seriedade, segurança e respeito
para que possibil ite a construção de boa relação com
os alunos e a criação de um ambiente saudável ,
necessário para o processo de aprendizagem.
44
b) Aluno-professor: o professor deve estar atento a
comunicação não-verbal e verbal dos alunos, porém,
essa atividade requer esforço e concentração,
segundo Freire os docentes devem aprender a
escutar, pois é escutando que aprendemos a falar
com os alunos. Somente quem escuta paciente e
crit icamente o outro, fala com ele, mesmo que, em
certas condições, precise de falar a ele.
c) Aluno-aluno: os alunos também se relacionam entre
si na sala de aula, naturalmente os alunos formam
grupos, ao perceber a formação desses grupos, o
docente deve integrar aos grupos os alunos
marginais, incentivo-os aos trabalhos em grupo.
Para alcançar seu objetivo o professor do ensino
superior deve ter sensibil idade ao se comunicar, além do
planejamento pedagógico se faz-se necessário o
planejamento da comunicação a ser uti l izada na sala de aula,
vale ressaltar que cada turma precisa de uma forma de
comunicação especifica, que atenda suas necessidades.
Conclui-se que a comunicação é o fator de ligação e
integração dos membros de uma sala de aula, sua uti l ização
de maneira equivoca, impactará diretamente no desempenho
dos alunos, podendo causar desmotivação, erros de
interpretação, desistências e até mesmo a construção do
pseudoconhecimento. Portanto, faz-se necessário a
implementação de atitudes positivas para que o processo de
comunicação funcione de maneira eficaz, contribuindo assim
para a construção de profissionais qualif icados.
45
CONCLUSÃO
Conclui-se que a comunicação interpessoal está
presente em nossas vidas em todo momento, foi por
intermédio da mesma que a humanidade conseguiu evoluir,
criando e desenvolvendo grupos para satisfazer suas
necessidades.
Com o mundo globalizado e extremante competitivo, o
conhecimento se tornou em um importante fator estratégico,
as organizações procuram por profissionais mais capacitados
e qualif icados, portanto, é responsabilidade das instituições
de ensino superior fornecer tais profissionais ao mercado de
trabalho. Dessa forma as mesmas proporcionam o
desenvolvimento econômico e o bem-estar social . Atualmente
o curso superior de administração de empresas é o que tem
maior quantidade de alunos inscritos.
O papel do docente do ensino superior mudou ao longo
dos anos, não basta apenas transmitir o conhecimento teórico
da disciplina que leciona, mas sim a sua vivência e
experiência profissional, e principalmente co-participar e
incentivar os alunos a construção do conhecimento. O
docente universitário tem a responsabilidade do
desenvolvimento social e acadêmico dos seus alunos.
A comunicação interpessoal se tornou uma importante
ferramenta para que o docente do ensino superior alcance
seus objetivos com sucesso. A comunicação na sala de aula
deve apresentar características como: clareza, concisão,
coerência, objetividade, uma linguagem formal , porém não
rebuscada seguindo as regras gramáticas. A comunicação
deve ser voltada para a compreensão dos alunos , com
energia, a l inguagem corporal em consonância com a
comunicação verbal, com intuito de gerar confiança e
credibil idade para os alunos.
46
O desenvolvimento da competência interpessoal está
diretamente relacionado às características individuais.
Portanto, faz-se necessário desenvolvimento da inteligência
intrapessoal, que se refere ao conhecimento inerente a
própria pessoa, como modo de se portar em determinadas
situações.
Diante do que foi pesquisado conclui -se que todos
profissionais que atuam na docência do ensino superior na
graduação em Administração de Empresas , necessitam da
comunicação interpessoal (verbal e não-verbal) para
desempenharem suas atividade e tarefas de maneira eficaz.
A competência técnica do professor do ensino superior
aliada à competência interpessoal potencializa a construção
do conhecimento.
47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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Disponível em: <http://www.libras.org.br/libras.php>.
Acesso em 08 de julho de 2011.
51
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO ......................................................... 01
AGRADECIMENTO ......................................................... 02
DEDICATÓRIA ............................................................... 03
RESUMO ........................................................................ 04
METODOLOGIA .............................................................. 05
SUMÁRIO ....................................................................... 06
INTRODUÇÃO ................................................................ 08
CAPÍTULO I - COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL ............. 10
1.1 INTRODUÇÃO A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
.............................................................................. 10
1.2. PROCESSO DE COMUNICAÇÃO ...................... 15
1.2.1 Ruídos ou Barrei ras a Comunicação Eficaz ..... 17
1.3 TIPOS DE COMUNICAÇÃO ................................ 19
1.3.1 Comunicação Verbal ....................................... 20
1.3.2 Comunicação Não-verbal ................................ 21
CAPÍTULO II – AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
NO BRASIL .................................................................... 26
2.1 AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR COMO
UM SISTEMA .......................................................... 26
2.2 O ENSINO SUPERIOR NO BRASIL .................... 29
2.3 O DOCENTE DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
.............................................................................. 31
CAPÍTULO III - DESENVOLVIMENTO DA COMUNICAÇÃO
INTERPESSOAL EFICAZ NA SALA DE AULA ................. 34
3.1A A BASE DA COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
EFICAZ .................................................................. 34
3.2 A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL COMO UMA
QUESTÃO DE PERCPEÇÃO .................................... 36
3.3 ATITUDES DE UMA COMUNICAÇÃO
INTERPESSOAL EFICAZ ......................................... 38
52
3.3.1 Comunicação verbal e ficaz ............................. 39
3.3.2 Comunicação não-verbal eficaz ....................... 41
3.4 A COMUNICAÇÃO EFICAZ NA SALA DE AULA DO
ENSINO SUPERIOR NA GRADUAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS ........................... 43
CONCLUSÃO ................................................................. 45
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ....................................... 47
WEBGRAFIA CONSULTADA ........................................... 49
ÍNDICE ........................................................................... 51