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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO EM DOCENCIA DO ENSINO SUPERIOR A ARTE NA EDUCAÇÃO Por: CARLOS ELÍSIO RAMOS Orientadora Prof.ª Mery Sue NOVEMBRO 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO EM DOCENCIA DO ENSINO

SUPERIOR

A ARTE NA EDUCAÇÃO

Por: CARLOS ELÍSIO RAMOS

Orientadora

Prof.ª Mery Sue

NOVEMBRO 2003

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO EM DOCENCIA DO ENSINO

SUPERIOR

A ARTE NA EDUCAÇÃO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação em Docência

do Ensino Superior.

Por: Carlos Elísio Ramos

NOVEMBRO 2003

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AGRADECIMENTOS

A PROFESSORA MERY SUE

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à professora Mery Sue, por sua

paciência e dedicação que desempenhou por todo tempo

deste curso.

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RESUMO

O teatro é uma das mais antigas manifestações culturais do

homem e o tem acompanhado ao longo da história, discutindo e

confrontando suas crenças, valores, costumes, atitudes, fantasias e

realidades. Se, num passado longínquo, o teatro aproximava o homem

de seus deuses, hoje o ajuda a compreender sua posição em face de si

próprio e face à sociedade em que vive.

Em nosso país, as tentativas de utilização do teatro como

instrumento no processo educativo acumularam-se através da história,

mas sua vertente escolarizada consolidou-se progressivamente

somente nos últimos 50 anos, graças a muitos fatores, dentre eles o

reconhecimento crescente da importância do teatro na aprendizagem,

assim como os movimentos de educadores que contribuíram para sua

inserção na educação básica. No entanto, a presença efetiva do teatro

na escola só ocorreu a partir da lei 5692/71, com a obrigatoriedade da

Educação Artística. Agora, com os Parâmetros Curriculares Nacionais

para a Educação Fundamental (PCN), instituiu-se o Teatro como uma

das linguagens da área de Arte.

Assim, esta pesquisa irá mostrar como funciona a arte no

ensino de hoje, seus benefícios e suas propostas para o melhor

desenvolvimento dos jovens e seus educadores, pois a única saída

é a arte. A arte sempre foi uma força unificadora e atuante

manifestação social. Desde as pinturas rupestres já estava

intimamente ligada a estrutura social da época. É a imaginação a

responsável por qualquer conquista, tudo isso faz parte dos objetivos

de uma educação pela arte.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 7

CAPÍTULO I

A História da Arte no Brasil 8

Origem do teatro 8

Idade média 11

Renascença 11

Romantismo 12

Realismo 12

Simbolismo 13

Principais correntes do século XX 13

O teatro no Brasil 15

O teatro de revista 18

Projeto leva teatro para sala de aula 18

Benefícios 19

Competência a ser desenvolvida 20

O teatro na atividade escolar 21

CAPÍTULO II

A arte nas escolas elemento facilitador de melhoria dos profissionais 22

A arte do ensino 22

Questões importantes 24

Teatro educativo 25

CAPÍTULO III

Conceito 28

Conclusão 31

Anexo 1 35

Anexo 2 36

Anexo 3 38

Anexo 4 39

Bibliografia 40

Folha de avaliação 44

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo, incentivar a presença das artes

na educação e a educação nas artes. A flexibilização curricular no

ensino básico, a introdução da Área de Projeto, a revisão curricular

do ensino com a criação dos Cursos de Artes e da Arte do

Espetáculo e as intervenções curriculares em curso no ensino

artístico especializado abrem oportunidades renovadas para esta

presença. Como diz Pillar:

"A formação de professores de educação artística, não só no Brasil, continua sendo feita de modos precários, desarticulados tanto em relação à teoria e à prática, como em relação ao conhecimento da arte e ao conhecimento pedagógico."

Ainda segundo Pareyson, reafirma o fato de que:

"A arte realiza o mais difícil conceito de socialidade, porque ela fala a todos, mas a cada um de seu modo, e assim assegura uma universalidade através da individualidade e institui uma comunidade através da singularidade". E diz ainda que, "a arte enobrece e eleva o ânimo e os costumes, a ponto de ser considerada, na sua pura qualidade de arte, como condição indispensável de civilização e fator importantíssimo da educação".

Promover a criatividade, incrementar relações entre a escola

e outras instituições, alargar a natureza dos promotores de

conhecimento e de lugares de aprendizagem, suscitar políticas

educativas de entidades culturais e da comunicação social, realizar

investigações sobre a oferta e os benefícios das artes na formação

dos indivíduos e no desenvolvimento das sociedades - eis alguns

dos objetivos que com este trabalho pretende, para a "promoção das

arts education e da criatividade na escola como parte da construção

de uma cultura de Paz". (Frederico Mayor, Diretor Geral da Unesco)

O objetivo principal é despertar nos professores, a

necessidade de uma atualização constante. Esta atualização leva o

professor a uma Educação Continuada nos mais diversos tipos de

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conhecimentos e campos de atuação. E sentindo as dificuldades que

os professores encontram para ensinar arte, abordaremos então, a

aplicação do Ensino da arte. Sugerindo que a disciplina de Arte

pode ser excelente para o ensino de todos os tipos de

conhecimentos, como o trabalho em equipe como um instrumento

para construir valores junto aos alunos e alunos professores e como

os alunos podem ser beneficiados, desenvolvendo a criatividade,

desenvolvendo valores, abrindo as portas para um futuro sadio e

com mais possibilidades para uma vida melhor.

CAPÍTULO I

A HISTÓRIA DA ARTE NO BRASIL

ORIGEM DO TEATRO

Teatro: do grego theastai, que significa ver, contemplar, olhar;

instrumento, de conhecimento, prazer, instrução e diversão do

homem.

O teatro é uma arte muito antiga. Na época das cavernas, os

homens deviam ficar tentando imitar animais, plantas, imaginem

que, naquela época o teatro já existia. Como o mundo, com o tempo

o homem também foi modificando. Mas o teatro que conhecemos

hoje acreditam que surgiu na Grécia. No inicio o teatro era muito

usado para serem realizados cultos religiosos. Com o tempo os

espetáculos foram se diferenciando desses cultos. Os atores

passaram a se dedicar mais, e espetáculos se realizavam em

lugares construídos especialmente para isso. Os teatros eram

construídos com forma interessante: arredondado (como um estádio

de futebol) com a platéia disposta em arquibancadas em torno de

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uma área arredondada onde ficava o coral e onde aconteciam as

danças, esses teatros ficaram conhecidos como "teatro de arena".

Nessa época pessoas começaram a escrever textos de teatro.

Em cada lugar o teatro variava muito, veja os exemplos

abaixo:

• Na China antiga, o budismo usava o teatro como forma de expressão religiosa.

• No Egito, um grande espetáculo popular contava a história da ressurreição de Osíris e da morte de Hórus.

• Na Índia, acreditam que o teatro tenha surgido com Brama. É fácil perceber através destes poucos exemplos, uma origem religiosa para as manifestações teatrais

Foi na Grécia onde o teatro surgiu, todos os anos, os gregos

organizavam grandes festas em honra de Dioniso, o deus da

natureza. Durante essas festas havia apresentações de peças

trágicas ou cômicas, representadas ao ar livre. Na verdade, o teatro

nasce no instante em que o homem primitivo coloca e tira sua

máscara diante do espectador, surge a partir da necessidade de ser

outro, disfarçar-se e representar-se.

O teatro mostra por intermédio de um personagem, um

comportamento numa determinada situação, através de palavras ou

gestos da imobilidade e do silêncio, de uma reprodução falsa ou fiel,

improvisada ou previamente ensaiada, de acontecimentos que

imitam ou reconstituem imagens da fantasia ou da realidade. Os

atores gregos usavam máscaras que indicavam o papel do ator na

peça, algumas máscaras eram usadas para certos personagens,

outras mostravam se o personagem estava alegre ou triste. Em cada

peça, além dos atores, existia o coro, que dava continuidade a cada

ato com canções e poemas. Na trajetória do teatro o que mais tem

sido modificado é o próprio significado da atividade teatral, sua

função social mesmo diante de tantas transformações na história,

conserva uma série de elementos que distinguem enquanto

expressão artística.

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Manifestações e autores teatrais

Os gêneros dramáticos, tragédia e comédia desenvolvem-se

separadamente, com pouca ou nenhuma interação. Os textos

primitivos constam apenas de um recitante, e de um coro que

comenta suas palavras. Posteriormente, as necessidades

dramáticas fazem com que os outros atores sejam acrescentados.

Dentre os tragediógrafos de que se tem notícia, os únicos que têm

obras acabadas são Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Ésquilo trata das

relações entre os homens, os deuses e o universo, e preocupa-se

em emitir juízos morais genéricos. Sófocles, ao contrário, aborda

conflitos entre indivíduos, há também a necessidade de mais atores

e a atenuação da função do coro.

Eurípides possui esse mesmo gosto da prospecção do

comportamento individual, mas sua preferência pelas

personalidades e temas mórbidos confere a seu teatro um caráter

"romântico".

Na obra de Aristófanes, o maior representante da "comédia

antiga",o coro tem papel predominante e a sátira visa indivíduos

isolados mais do que instituições. Com a "comédia nova", que atinge

seu apogeu com Menandro, a função do coro é reduzida a fornecer

interlúdios musicais, e a peça assume a forma típica da comédia de

costumes. A partir de 240 a.C., começam a ser exibidas peças

traduzidas do grego. As tradições culturais e os padrões

arquitetônicos dos teatros helênicos são retomados pelos romanos.

Mas o coro é substituído por um só recitante, que faz com que a

atenção seja concentrada nos atores, a comédia predomina.

Na tragédia, proliferam situações grotescas e efeitos

espetaculares. Durante a república, sobressaem-se os

comediógrafos Plauto e Terêncio, cujas personagens cômicas darão

origem a Commedia dell'Arte. Quanto à tragédia, só sobrevivem

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compostas as de Sênica, em que a retórica substituiu o

despojamento grego. Com o triunfo do Cristianismo, a arte teatral é

reprimida pela igreja, os teatros são fechados no século VI, só

ressurgindo por volta do século X.

Idade Média

As primeiras representações são pequenos dramas litúrgicos

pascais ou natalinos, de caráter apologético, encenados durante a

missa. Mas, a partir do séc. XIV, as peças começam a ser encenada

em praça pública, em língua vulgar. Embora ainda centrados na

história da Paixão, o auto sacramental espanhol, o mystère francês,

o miracle inglês e a rappresentazione sacra italiana; já apresentam

diversos elementos profanos e cômicos, dos quais nascerá a

comédia medieval. Nos séculos XIV e XV, surge, a partir do

mistério, a moralidade, alegoria sério-cômica na qual virtudes e

vícios personificados disputam a alma humana.

Renascença

Entre os séculos XV e XVI nasce um teatro baseado em

moldes greco-romanos, caracterizado pelo academicismo e pela

falta de originalidade e apelo popular. As tendências a imitam Plauto,

Terêncio e Sêneca, resultando em meros exercícios de retórica, e os

autores, preocupados com problemas formais, negligenciam o

conteúdo. Em reação a ele, surge na Itália o teatro pastoral, de

feição muito lírica e a Commedia dell'Arte, que dominará os palcos

europeus até o século XVII. A improvisação substitui o texto escrito,

os personagens tornam-se estereótipos; Colombina, Peirrot,

Arlequim, Pantalone, Polichinelo, etc., e as situações e as

expressividades dos gestos são exaustivamente exploradas

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Romantismo

Com a ascensão da burguesia no final do século XVIII, opera-

se uma mudança no gosto público, a que o teatro deve conformar-

se. O prefácio de Cromwell, de Victor Hugo, enumera os novos

princípios teatrais: renovação temática assuntos contemporâneos ou

da história européia. E não mais mitológicos da história antiga;

abandono das unidades de tempo e lugar; desprezo das regras de

bom gosto que impediam a exibição de cenas chocantes; emprego

de uma linguagem colorida, que assimile inflexões populares e

regionais. As peças românticas caracterizam-se por forte gosto

fantástico e do exótico, pelo predomínio da emoção sobre a razão, e

por um nacionalismo entranhado. Victor Hugo, Alfred de Musset e

Alfred de Vigny, na França, Percy Shelley, na Inglaterra, Francisco

Zorilla, na Espanha, e Wolfgang von Goethe, Friedreich Schiller e

Heinrick kleist, na Alemanha, são os principais dramaturgos da

época.

Realismo - Tendências do fim do Século

Na Segunda metade do século XIX, desenvolvem-se os

melodramas burgueses, que tenciona levar à cena problemas reais

de indivíduos reais, sem parentesco com os heróis do Romantismo.

Numa fase de transição, as peças de Victorien Sardou, Eugène

Scribe e Alexandre Dumas Filho ainda apresentam visíveis traços

românticos. O realismo de Oscar Wilde já é mais pessoal,

retratando, com elegância e sofisticação, a vida da aristocracia

vitoriana. E George Bernad Sahw, cuja obra pertence também ao

séc. XX, defende ideais socialistas e caracteriza-se pela abordagem

mordaz de assuntos considerados tabus, e pelo retrato impiedoso de

seus contemporâneos.

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Simbolismo

O teatro como reprodução fotográfica da vida real é negado

pelos simbolistas; apenas os símbolos importam como tradutores de

outra realidade, menos tangível porém mais verdadeira: a do

pensamento subjetivo. Os elementos tradicionais - conflitos,

progressão dramática- ausentam-se do drama simbolista, e as

personagens são freqüentemente a materialização de ideais

abstratos. Além dos autores já citados, destacam-se Gabriele

d'Annuzio, Maurice Maeterlinck e Leonid Andreiev. Nesse fim de

século, explora-se também, sistematicamente, a noção da

"Gesamtkunstwerk" (arte total), proposta por Richard Wagner, na

qual movimento, luz, som e cor devem conjugar-se de forma a dar

ao espectador uma visão total do universo. Já o francês Alfred Jarry,

pode ser considerado um caso isolado por abordar uma série de

farsas truculentas em torno de uma personagem grotesca, o Pai

Ubu, colocando-se como um precursor do Surrealismo e do teatro do

Absurdo.

Principais correntes do Século XX

Nos primeiros anos do século, as tendências realistas ainda

permanecem, isoladamente na obra de autores como os irlandeses

Sean O'Casey e John Millington Synge. Mas desde cedo se

esboçam movimentos de reação ao Realismo e Simbolismo.

O Expressionismo advoga uma explosão incontrolável do eu:

a subjetividade torna-se o centro de interesse da peça.

Posteriormente, o movimento entra em uma etapa de preocupação

social, abordando temas de grande modernidade: a luta do homem

contra a mecanização, os conflitos de gerações e, principalmente, a

condenação do militarismo e da guerra. Os principais

expressionistas foram: os alemães Frank Wedekind e Ernst Toller, o

tcheco Karel Capek e o norte-americano Elmer Rice.

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Na Itália, o romantismo tardio de D'Annunzio é combatido

pelos Futuristas, que fazem a apoteose da violência, a glorificação

da energia e da mecanização. Mas ao passo que os italianos

evoluem para o fascismo, os futuristas russos, que só tem em

comum com eles a reação contra os valores fossilizados, defendem

idéias politicamente opostas. Para Vladimir Maiakovský, o teatro

trona-se um instrumento de veiculação dos ideais da nova sociedade

soviética.

Na França, a iconoclastia dadaísta, com sua contestação em

bloco de todas as verdades da civilização ocidental, deixa poucas

contribuições permanentes para história do teatro. O único autor que

merece citação é Roger Vitrac, que colaborou com Antonin Artaud, o

formulador da concepção do "teatro da crueldade": um espetáculo

capaz de liberar as forças subconscientes da platéia, através da

representação direta de seus mais íntimos sonhos e obsessões; a

palavra é relegada a uma função meramente encatatória e a peça

baseia-se, sobretudo na utilização da expressão corporal.

Na Alemanha, o diretor Erwin Piscator afirma que o teatro não

deve limitar-se a ser espelho de uma época, mas preocupar-se em

modificá-las. É preciso que ele se torne um meio de conscientização

política, voltado para os problemas e interesses do proletariado. O

caminho aberto por ele será trilhado por Bertolt Brecht, para quem o

realismo psicológico é uma manifestação cultural vinculada à ordem

burguesa. O teatro deve comprometer-se com o processo político.

Em vez de hipnotizar o espectador, deve despertá-lo para uma

atitude crítica. Os principais seguidores de Piscator e Brecht são

Friedrich Durrenmatt, Max Frish, Peter Weiss e Rolf Hochhuth.

O teatro da Idade Moderna teve nomes como os

maravilhosos: Shakespeare, Corneille, Molière e Racine.

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Shakespeare escreveu, entre outras peças: "O Rei Lear", "O

Mercador de Veneza", "Ricardo II", "Ricardo III", "Romeu e Julieta",

"Hamlet", "Otelo", "Júlio César", "Macbeth", "Antônio e Cleópatra". A

tragédia de dois jovens apaixonados, Romeu e Julieta, comunica-

nos até hoje o absurdo que representa a discórdia, o ódio entre os

homens, que lutam cegamente uns contra os outros... e a visão do

amor, que vê além de todas as diferenças aparentes e busca a

unidade de coração. O autor norueguês, Ibsen, é considerado o

mais importante dramaturgo do século XIX. Escreveu, entre outras

peças: "Os Espectros", "Um Inimigo do Povo". Jean Cocteau

reconstituiu, no teatro contemporâneo, mitos antigos: "Orfeu",

"Antígona", "Édipo". Autor também de "Les EnfantsTerribles" e de "A

Máquina Infernal", afirmou sobre a sua peça "Les Mariés de la Tour

Eiffel Na Espanha, Garcia Lorca, autor de "Bodas de Sangue",

conseguiu comunicar a seu próximo, com lirismo e poesia, o

sofrimento de "Yerma", a esposa que ansiava ardentemente por um

filho. Pirandello ficou célebre pela sua teatralidade desesperada.

Prêmio Nobel de 1934, suas comédias tratam dos enganos

permanentes do homem

O TEATRO NO BRASIL

O teatro brasileiro teve sua origem no século XVI, em 1564,

quando o Brasil passou a ser colônia de Portugal. Os padres da

chamada companhia de Jesus, os Jesuítas, vieram para catequizar

os índios, e com isso trouxeram suas influências culturais como a

literatura e o teatro. Este então foi usado como instrumento

pedagógico, em princípio para a educação religiosa, já que os índios

tinham uma tendência natural para a música e a dança, e sendo

assim os Jesuítas se utilizaram elementos da cultura indígena e

perceberam no teatro o método mais eficaz como instrumento de

"civilização". Nessa época, o maior responsável pelo ensino do

teatro, bem como pela autoria das peças, foi Padre Anchieta

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Pelo fascínio da imagem representativa, o teatro era muito

mais eficaz do que um sermão,por exemplo. Nota-se, portanto, que

a origem do teatro no Brasil é religiosa, assim como boa parte das

manifestações culturais. Nessa época o Padre Anchieta era o

responsável pela autoria das peças,ele escreveu alguns Autos como

"Na festa de São Lourenço", também conhecido como "Mistério de

Jesus", e o "Auto da Pregação Universal", escrito entre 1567 e 1570,

e representado em várias regiões do Brasil, por vários anos.

No entanto, o principal objetivo era a catequese, por isso com

esses elementos também estavam os dogmas da Igreja Católica .

Sendo assim, as comédias e tragédias eram pouco representadas. A

opção ficava com os autos sacramentais, que tinham caráter

dramático, e, portanto, estavam impregnadas de características

religiosas.

Até 1584 as peças eram escritas em tupi, português ou

espanhol, quando então surgiu o latim. Os autos tinham sempre um

fundo religioso, moral e didático, representado por personagens de

demônios, santos, imperadores e algumas vezes apenas

simbolismos, como o amor ou o temor a Deus. Os atores eram os

índios domesticados, os futuros padres, os brancos e os mamelucos.

Todos amadores, que atuavam de improviso nas peças

apresentadas nas Igrejas, nas praças e nos colégios.

O teatro brasileiro criou forças com o início do Romantismo,

no século XIX, por volta de 1838, impulsionado por alguns grandes

escritores como Martins Pena, que foi um dos pioneiros com suas

comédias de costumes, Artur de Azevedo, Gonçalves Magalhães, o

ator e empresário João Caetano, o escritor Machado de Assis e José

de Alencar. O desenvolvimento do teatro aconteceu quando

escravos brasileiros libertados na Nigéria, em 1880, fundaram a

primeira companhia dramática brasileira, a Brazilian Dramatic

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Company. Mas foi somente em 1900 que o teatro se consagrou.

Embora tenha enfrentado fortes crises políticas do país, conseguiu

com muita luta a sua independência. O teatro passou por momentos

difíceis na época da ditadura. Entre 1937 e 1945, não fosse a

ideologia populista que se manteve ativa por meio do teatro de

revista, ele teria sido extinguido. Surgem as primeiras companhias

estáveis do país, com nomes como Procópio Ferreira, Jaime Costa,

Odilon de Azevedo entre outros.

Outro período importante foi quando Paschoal Carlos Magno

funda o Teatro do Estudante do Brasil, no ano de 1938. A partir daí

começam a surgir as companhias experimentais de teatro, que se

estendem ao longo dos anos, marcando a introdução do modelo

estrangeiro de teatro no país, firmando então o princípio da

encenação moderna no Brasil. Em 1948 é fundado pelo italiano

Franco Zampari o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), uma

companhia que produzia teatro da burguesia para a burguesia,

importando técnicas e repertório, com tendências para o culturalismo

estético.

Já em 1957 surge o Teatro de Arena de São Paulo, a porta de

entrada de muitos amadores para o teatro profissional, e que nos

anos seguintes tornaram-se verdadeiras personalidades do mundo

artístico.

Com o Golpe Militar em 1964, as dificuldades aumentam para

os diretores e atores de teatro. A censura faz com que muitos

artistas tenham de abandonar os palcos e exilar-se em outros

países. Restava às gerações futuras manterem vivas as raízes já

firmadas, e dar um novo rumo ao novo estilo de teatro que estaria

para surgir. (1564-Ano do nascimento do inglês, William

Shakespeare um gênio do teatro cujas obras e temas dramáticos

são copiados e representados até hoje).

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O TEATRO DE REVISTA

A moda chegou ao Brasil no final do século passado atraindo

grande público. Por volta de 1859, com a fundação do Alcazar Lírico,

artistas franceses, radicados no Rio inovaram as peças teatrais,

transformando-as em operetas e ações curtas, todas de caráter

satírico. À medida que as peças francesas foram sendo adaptadas,

o teatro musicado tornou-se mais acessível ao grande público.

Composto de diversas influências, nascia assim o Teatro de Revista

Brasileiro, gênero de espetáculo característico do Rio de Janeiro no

século XIX. A estréia do gênero foi marcada pela peça O Rio em

1877 de Artur Azevedo, que de forma humorística retratava os

principais acontecimentos políticos e sociais do Brasil daquele ano.

Diversos compositores brasileiros entre eles, Carlos Gomes e

Chiquinha Gonzaga musicaram peças e revistas teatrais. No século

XIX, o gênero também foi muito popular na Itália, Portugal e

Alemanha.

PROJETO LEVA O TEATRO PARA DENTRO DA SALA DE

AULA

Desde que foi criado, em 2000, o projeto Festival de Teatro na

Escola – hoje com o nome Festival BrasilTelecom de Teatro na

Escola – tem sido responsável por algumas transformações. Grupos

nascidos dentro de escolas públicas conquistam espaço em festivais

profissionais de teatro – como é o caso do grupo Filhos do Beco, de

São Sebastião, que apresentou o espetáculo Nó, no Festival de

Curitiba, e rendeu ao Centro de Ensino de São Sebastião um prêmio

de R$ 20 mil, dado pelo MEC, para a continuidade do trabalho.

Alunos arredios encontram no teatro um veículo de expressão e

prestam vestibular para cursos de artes cênicas. Outros, descobrem

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talento para a dramaturgia. Grande parte percebe a riqueza da

leitura de um texto e desenvolve um domínio maior da língua

portuguesa.

A Secretaria de Educação e Cultura do Município de

Salvador, em sintonia com os PCN e com os eixos curriculares que

orientaram as escolas municipais neste fim de século, resolve

incorporar o teatro como parte integrante da formação estética dos

alunos. O teatro apresenta-se no projeto pedagógico da escola como

uma importante linguagem artística, colocando-se como forte elo

entre as áreas do conhecimento. Assim, o ensino de teatro na escola

envolve os fundamentos críticos sobre a relação espaço-corpo-

representação. Desta forma, no ambiente escolar, pode-se criar

novos e mais eficientes dispositivos de comunicação. Na escola, o

ato de dramatizar pode relacionar-se com as capacidades para criar

e representar o mundo, contribuindo para a organização do

conhecimento pelo educando e para a dinamização do Projeto

Pedagógico.

BENEFÍCIOS

Representar implica traduzir simbolicamente e decodificar as

relações que os sujeitos estabelecem com a realidade. Ao conhecer

criticamente o mundo, o sujeito estará apto a mudar, escolher e

transformar, pois seus valores e referenciais estarão mobilizados por

questionamentos gerados na elaboração da representação. Logo, o

ato de representar envolve a relação com o sujeito, a crítica ao

objeto artístico e ao sujeito que produz a representação.

Considerar teatro como área do conhecimento propicia o

desenvolvimento de investigações didáticas acerca das formas de

expressão utilizadas pelo homem ao longo da história, além de

possibilitar a formação de atitudes favoráveis em relação a todo

legado cultural acumulado pelos grupos, assim como das formas e

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rituais de socialização. Contudo, cabe salientar que o teatro

articulado com outras linguagens artísticas – música, dança, artes

visuais – pode desencadear, de forma mais enriquecedora, a

elaboração de propostas pedagógicas que gerem mudanças

curriculares qualitativas, pois envolverá conteúdos que sistematizam

experiências individuais e grupais, bem como do conhecimento

científico elaborado, historicamente, pelo homem, em sua inserção

social. Diante disso, o educando pode desenvolver a observação de

si mesmo, do grupo, destacando as esferas corporais e psíquicas

como pressupostos de comunicação, criando possibilidades de

aprendizagem e participação ativa na mobilização do mundo ao seu

redor. Vale salientar que o compromisso com uma escola de

qualidade envolve a participação de todos os profissionais e, neste

contexto, o educador em Arte pode contribuir com seu olhar e escuta

sensíveis sobre as relações de produção do saber na sociedade

atual.

COMPETÊNCIA A SER DESENVOLVIDA

O ensino de teatro, articulado de forma interdisciplinar, na

escola, promove situações estimulantes para sistematização de

conhecimentos novos pelos alunos. Assim, reconhece-se o

desenvolvimento das capacidades afetivas, imaginativas e cognitivas

como o ponto de partida para a formação de competências para a

atuação crítica sobre a realidade.

Estudar sobre o teatro e construir relações de investigação

dentro e fora da Escola geram a potencialização de algumas

competências a serem desenvolvidas pelos alunos como:

• desenvolver formas cênicas e ação criadora e • respeitar a diversidade cultural a as identidades sociais.

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O TEATRO NA ATIVIDADE ESCOLAR

O teatro não pode apenas ser tomado como ferramenta

auxiliar, papel que ele pode desempenhar muito bem em função do

seu caráter de entretenimento, pois, em seu próprio âmbito, há os

meios potenciais para sua afirmação como contribuição decisiva à

formação dos indivíduos. Mas o teatro relaciona-se de forma muito

intensa com todos os aspectos basilares da formação humana. É

assim que se pode encontrar uma ligação íntima na relação do

homem com seu meio ambiente, no mundo do trabalho e do

consumo ante a pluralidade cultural descortinada e hoje reconhecida

como condicionante da vida humana. Em termos dos objetivos

gerais, que os Parâmetros Curriculares Nacionais estabelecem

como diretrizes, a serem adequadas às diversas realidades

conjunturais, e apreendidas pelos participantes das atividades de

teatro nas escolas, destaca-se, inicialmente, a compreensão do

teatro em suas várias dimensões:

• artística, que engloba todas as peculiaridades deste fenômeno em sua complexa função social ou mesmo os fundamentos de sua existência;

• estética, tanto no que fundamenta o sentido da beleza na construção da humanidade quanto no sentido de fruição em conjunto;

• históricas e sócio-antropológicas,

É de suma importância, ainda, que o participante obtenha

noções básicas sobre momentos universalmente difundidos da

história do teatro, bem como da história local, relacionando-as ao

registrar e refletir sobre a produção teatral construída na escola,

buscando:

• respeitar, participar e comprometer-se com a atividade teatral em sua escola e/ou comunidade;

• aprender a improvisar com os elementos da atividade teatral;

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• dominar o um mínimo do vocabulário específico necessário à apreciação e caracterização das atividades próprias e desenvolvidas por colegas e profissionais de teatro;

• reconhecer a prática de teatro como tarefa coletiva de desenvolvimento da solidariedade social;

• cultivar noções mínimas sobre os aspectos artísticos, técnicos e éticos, tanto da profissão quanto dos profissionais de teatro.

CAPITULO II

A ARTE NAS ESCOLAS - ELEMENTO

FACILITADOR DE MELHORIA DOS PROFISSIONAIS

A ARTE NO ENSINO

O ensino de arte encontra-se em um momento de transição.

Por um lado, críticas à polivalência - prática educativa que pretendia

abranger todos os campo resultaram em novas concepções e

propostas metodológicas para a área, com especial destaque para a

chamada "metodologia triangular"(1).

Por outro lado, os termos normativos que regulamentam a

prática escolar também refletem estas mudanças. A nova Lei de

Diretrizes e Bases (LDB) não se refere mais à Educação Artística,

mas sim ao "ensino de arte" (cf. Lei 9394/96, Art. 26, parágrafo 2o).

Por sua vez, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o

ensino fundamental, elaborados pelo MEC, contemplam a área de

Arte (PCN-Arte), dando-lhe maior abrangência e complexidade (2).

Estes Parâmetros já se encontram nas escolas, e estão sendo

utilizados pelo MEC em processos de avaliação dos resultados

escolares.

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Ainda marcando o redirecionamento proposto para o ensino

de arte, destacamos o trabalho das Comissões de Especialistas de

Ensino nos diversos campos artísticos, vinculados à Secretaria

Nacional de Educação Superior do MEC. As diretrizes gerais,

encaminhadas para a apreciação do Conselho Nacional de

Educação (CNE), apontam para a reestruturação dos cursos

superiores, na forma de bacharelados e licenciaturas em Artes

Visuais, Música, Teatro e Dança (cf. p. ex., MEC, no espaço escolar

da Educação Artística, 1999). Delineia-se, portanto, a partir dos

termos normativos produzidos nas diversas instâncias, um

redirecionamento do ensino de arte, voltando-o para o resgate dos

conhecimentos específicos da arte, em cada modalidade artística, o

que indica - a princípio - a necessidade de professores

especializados em cada linguagem. No entanto, os professores que

atualmente atuam nas escolas, quando têm formação específica em

arte, são, em sua maioria, licenciados em Educação Artística. Neste

quadro, é provável a existência de um descompasso entre a

renovação pretendida pelas instâncias regulamentadoras e a

realidade das escolas. Este descompasso é até mesmo previsível,

neste momento, uma vez que os PCN são relativamente recentes:

os PCN para os 1o e 2o ciclos do ensino fundamental foram lançados

em 1997 (MEC, 1997 b), e o documento para os 3o e 4o ciclos no

final de 1998 (MEC, 1998 b). Cabe, portanto, procurar verificar qual

é a situação real encontrada nas escolas: como estão sendo dadas

as aulas de arte (em que séries, com qual carga horária, etc.), qual a

qualificação dos professores, como estes direcionam a sua prática

(qual as modalidades artísticas trabalhadas, se conhecem os PCN,

etc.).

PROPOSTA EFETIVA

A partir dessas preocupações com a realidade do ensino de

arte nas escolas públicas, o Grupo Integrado de Pesquisa em Ensino

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das Artes, sob a coordenação da Professora Maura Penna, propôs

ao Programa das Licenciaturas/Prolicen, coordenado pela Pró-

Reitoria de Graduação da Universidade Federal da Paraíba, um

projeto com o intuito de mapear a real situação do ensino de arte no

universo das escolas públicas. O mapeamento proposto teve como

foco os 3o e 4o ciclos do ensino fundamental - ou seja, 5a a 8a séries,

por ser, a princípio, o espaço de trabalho do professor formado em

uma licenciatura. Nas primeiras quatro séries do ensino

fundamental, costuma atuar um professor com formação de nível

médio, totalmente despreparado para uma prática pedagógica

consistente na área de arte.

QUESTÕES IMPORTANTES:

• Como está o ensino de arte nas escolas públicas de nossa cidade?

• As condições de trabalho são favoráveis? • Há recursos suficientes para um trabalho efetivo nesta

área da educação? • E os profissionais, sentem-se capazes de atuar frente à

realidade encontrada nas escolas? • Aliás, os professores de arte têm formação específica para

lecionar esta área do conhecimento?

O esclarecimento das questões relativas à real situação do

ensino de arte em nossa cidade é de fundamental importância para

que o curso de Educação Artística possa formar profissionais

capazes de atuar, produtivamente, nas condições encontradas nas

escolas públicas. Este mapeamento é, pois, de grande interesse

para diversas disciplinas do curso que discutem, analisam e

pesquisam questões relativas à fundamentação para o ensino de

arte, à formação do professor, às práticas pedagógicas e alternativas

metodológicas adequadas para a atuação do profissional em

consonância com a realidade social.

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NOTA

(1) No início, esta proposta foi chamada de "metodologia triangular" (cf. Barbosa, 1991, p. 34). "Hoje, depois de anos de experimentação, estou convencida de que metodologia é construção de cada professor em sua sala de aula e gostaria de ver a expressão Proposta Triangular substituir a prepotente designação Metodologia Triangular." (Barbosa, 1998, p. 33).

(2) Em todos os ciclos da educação fundamental, os Parâmetros Curriculares dão à área de Arte uma grande abrangência, propondo quatro modalidades artísticas: (1) Artes Visuais - com maior amplitude que Artes Plásticas, englobando também as novas tecnologias; (2) Música; (3) Teatro; e (4) Dança, que é demarcada como uma modalidade específica (cf. MEC, 1997 b e 1998 b)

TEATRO EDUCATIVO

Avaliando-se a dimensão estrutural e as muitas variantes das

quais se pode valer o Teatro Educativo, é a sua atuação, no

contexto educacional, a base, o alicerce, o trampolim para a

unificação, entre todas as disciplinas, dos ideais da educação

integral das crianças.

Dessa forma, por seus objetivos diretos, o ensino dessa

disciplina corresponde a uma constelação curricular na qual os mais

variados fins isolados partem à busca do fim global. Submete-se à

apreciação consciente dos diversos valores reais, no propósito geral

de assumir, o Teatro Educativo, certa liderança no conjunto das

tarefas imprescindíveis à educação integral das crianças. Com os

objetivos educacionais mais marcantes:

• desenvolvimento integral e harmônico do aluno (criança); • a descoberta de si mesmo, no que concerne ao aluno, em

relação ao seu mundo social; • autovalorização no conjunto grupal das participações; • auto-realização; • integração no meio ambiental.

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Entretanto, não podemos esquecer as necessidades

pedagógicas em relação ao indivíduo, sem o que não atingiríamos a

meta principal. As necessidades individuais são constantes do

princípio que estabelece providências de caráter imediato, como:

• autodescoberta; • integração ambiental adequada; • relacionamento social adequado; • desenvolvimento da cooperação; • desenvolvimento da responsabilidade; • autodisciplina; • desinibição, etc

No campo da aprendizagem:

• desenvolvimento das potencialidades físico-mentais; • desenvolvimento da expressão e comunicação; • desenvolvimento da psicomotricidade; • reconhecimento dos recursos naturais; • aquisição de atitudes de higiene e respeito ao próprio corpo

físico; • aquisição de conhecimentos sobre espaço, tempo e ritmo; • desenvolvimento da consciência crítica, sintética e

analítica; • reconhecimento do espaço próprio em razão do espaço

alheio; • reconhecimento da importância da participação individual

no contexto grupal; • desenvolvimento das potencialidades intelectuais de

raciocínio, percepção, criatividade etc.

Segundo CASTRO (1994: 275),

"os alunos, considerados por todos como a razão de ser da escola, são os alvos de todos os reflexos das relações de poder existentes: vítimas do mau humor de professores descontentes ou contemplados pela sorte de conviver com mestres satisfeitos e adaptados, sofrem mais diretamente todas as conseqüências do clima estabelecido na instituição."

Segundo AFONSO (1991: 120)

"...Provavelmente nenhum outro sociólogo da educação terá, melhor do que DURKHEIM, posto em evidência a função do controle social inerente à disciplina escolar, ao relacioná-la, simultaneamente, com a necessidade da educação moral e da ordem social".

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DURKHEIM (1984: 251) afirma que:

“a família constitui um ambiente que, pelo seu calor natural, se apresenta particularmente apto a fazer despontar as primeiras inclinações altruístas, os primeiros sentimentos de solidariedade, mas a moral que ali se pratica é sobretudo afetiva. É na escola que a criança deve adquirir o necessário respeito pela regra e aprende a cumprir o seu dever. Assim, a escola desempenha o importante papel de guarda avançada da moral e é através da escola que a coesão social é assegurada”.

A Avaliação dos resultados de um programa educacional

empregado a título de desenvolvimento intelectual deve Ter

fundamentos através de técnicas específicas. Todos os sistemas de

avaliação dos métodos não ativos, principalmente aqueles que se

utilizam notas (números ou conceitos determinados em razão de

testes ou trabalhos), perdem o valor executivo em processo.

seguindo inicialmente as seguintes regras:

• No primeiro estágio, quando se inicia a prática do Teatro Educativo, somente ao professor cabe a responsabilidade da avaliação;

• o professor deverá gradativamente estabelecer um roteiro de conselhos e sugestões, para não evidenciar a correção de erros, o que, na realidade, é o que se busca;

• Com isso, o próprio aluno é chamado à avaliação indireta, baseada nas imagens oferecidas pelos trabalhos apresentados em conotação com as sugestões e conselhos do professor;

• Ao professor cabe analisar o empenho, a participação e a espontaneidade individual;

confrontando-o com Herbert Read :

"A arte é eternamente importuna, permanentemente revolucionária. Assim é porque o artista, na medida da sua grandeza, sempre confronta o desconhecido. Sua importância para a sociedade não é o fato de que ele exprime opiniões recebidas ou da expressão clara aos sentimentos confusos das massas : esta é a função do político, do jornalista, do demagogo. O artista é um perturbador da ordem vigente. O maior inimigo da arte é a mente coletiva em qualquer das suas inúmeras manifestações”.

A arte incita, maravilha, emociona, leva a desejos de outras

vivências.

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CAPÍTULO III

O CONCEITO

A Arte desenvolve profissionais e alunos de qualquer padrão

de vida e que possuem uma responsabilidade muito grande em

ajudar a formar a personalidade dos alunos. Uma oportunidade de

ensinar Artes para professores que já atuam nas escolas tanto

particulares como públicas, para que possam passar a ensinar e

aprender Artes juntamente com as crianças que atualmente são

seus alunos. Essa é uma alternativa praticável e eficaz para tornar

realidade o sonho de que o ensino da arte para professores, visa

tornar o processo ensino-aprendizagem e a construção do

conhecimento mais significativo e completo. É importante o

reconhecimento oficial do "ensino artístico" que traduz:

• A valorização de outras formas de raciocínio • A necessidade de uma escola "afetiva", feita de "encontros", baseado no bom relacionamento entre os seus "habitantes", com o prazer de aprender durante toda a vida. . • O reconhecimento da importância pessoal, social e econômica do setor artístico e cultural, com a prática das artes nas escolas como fator de satisfação e enriquecimento pessoal. • A necessidade de aumentar a oferta de formação para a prática das artes. • A concepção das artes não como "um mundo à parte", mas como o sentido do belo que deve estar presente em todos os domínios do quotidiano, processo que tende a atravessar fronteira, numa interdisciplinaridade crescente . • A urgência em formar profissionais de grande competência dentro das modernas correntes artísticas e culturais.

Para que se possa não só aumentar a quantidade e a

qualidade do ensino artístico mas também torná-lo um fator de

inovação e melhoria da educação, haverá que:

• dar primazia ao criar e ao "saber" que advém em primeira instância do "saber fazer"; • privilegiar o "trabalho de projeto", o que permitirá articular várias artes (conforme os interesses dos alunos, as necessidades dos

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projetos e a disponibilidade de recursos humanos para os orientar) e vários saberes. • privilegiar o processo de trabalho e a "aparente inutilidade" da prática artística na escola mas que conduza a um "produto" – condição para que se façam aprendizagens necessárias à vida ativa.

Esta perspectiva se traduz em:

• No ensino genérico: pela criação de Oficinas de Artes nas escolas de todos os níveis de ensino básico (com tempos, espaços e equipamentos apropriados); • No ensino secundário: um curso de caráter geral centrado em torno das várias artes ou com uma dominante (Música, Dança, Teatro, Vídeo…), possibilitando a constituição de um currículo próprio. • No ensino especializado: pela criação de condições para um ensino de qualidade, em cada uma das áreas artísticas, nomeadamente pela revisão da legislação existente unificando-a e contemplando as necessidades deste ensino.

Assim, em síntese de conceito artístico, temos:

• O Modernismo foi um movimento do final do século XIX que se difundiu por diversos países da Europa com nomes diferentes. Expressam as mudanças da época, marcadas pela rápida industrialização e urbanização. Seus principais expoentes foram Willian Morris, Gustave Klimt e Antonio Gaudí.

• A arte romântica desenvolveu-se desde o final do século

XVIII e teve seu apogeu na primeira metade do século seguinte. Destacou-se principalmente na pintura, em especial na França e Espanha, refletindo o desenvolvimento da produção literária.

• O Neoclassicismo representou a revitalização de elementos

da antiguidade greco-romana, apoiado nos novos ideais burgueses do final do século XVIII, porém sem grande força estética.

• A produção artística do Renascimento espelha-se na

cultura greco-romana, porém traduz as mudanças vividas pela sociedade moderna.

• Os Jogos Olímpicos de Sydney se aproximam e o

Historianet viaja com você para Olímpia em 776 a C. e bem mais tarde para Atenas em 1896, mostrando a história das Olimpíadas.

• O estilo Gótico é considerado a "Arte das Catedrais". A

arquitetura foi a expressão mais importante do gótico, que se

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desenvolveu entre os século XII e XIV na França e irradiou-se por outras regiões da Europa.

• A Arte Românica desenvolveu-se entre os séculos XI e XIII,

caracterizando a grande influência da Igreja Católica, determinado a produção cultural e artística desse período.

• A arte e a cultura da antiga Mesopotâmia, região que hoje corresponde, principalmente, ao território do Iraque, que não é dos mais importantes para compreensão desta civilização, mas, reflete de certa maneira, o grau de complexidade alcançado por ela.

• Na arte islâmica, percebemos tanto as influências dos povos beduínos, como também de uma nova cultura, forjada com a construção de importantes e poderosas dinastias, fortemente vinculada ao elemento religioso.

• A arte Bizantina teve seu centro de difusão a partir da cidade de Constantinopla, capital do Império Romano do Oriente, e desenvolveu-se a princípio incorporando características provenientes de regiões orientais, como a Ásia Menor e a Síria.

• Consideramos como arte pré-histórica todas as manifestações que se desenvolveram antes do surgimento das primeiras civilizações e portanto antes da escrita.

• Ao longo do rio Nilo e principalmente na região norte – o Delta - ; e na região sul dos rios Eufrates e Tigre, desenvolveram-se as primeiras civilizações.

• As manifestações artísticas no mundo grego alcançaram notável desenvolvimento, refletindo as tradições e as principais transformações que ocorreram nessa sociedade ao longo da Antigüidade. Entre as civilizações do mundo antigo, a dos romanos é, sem dúvida, aquela a que mais temos acesso, uma vez que eles nos deixaram um vasto legado literário, que nos permite traçar sua história com uma riqueza de detalhes que nunca nos cansamos de admirar.

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CONCLUSÃO

Embora o trabalho artístico seja tão antigo quanto o homem

seu reconhecimento quanto fator de educação é relativamente

recente. Platão talvez tenha sido o primeiro filósofo a preconizar um

sistema de educação baseado na atividade artística, acreditava que

o indivíduo poderia e deveria ser educado através da arte. Comênio

também proclamou as vantagens pedagógicas da atividade artística,

ainda que sob o caráter de jogos e depois deles muitos educadores

têm realizado estudos nesse sentido. Mas, com raras e isoladas

exceções, o que vemos na prática é a existência curricular de uma

educação artística isolada das demais práticas pedagógicas.

Apenas os educadores do chamado nível pré-escolar

encaram a educação artística com seriedade. Dramatizações,

desenhos, modelagem, ritmos e canções estão a serviço do pleno

desenvolvimento da criança. Por mais carente que seja uma pré-

escola, desde o momento que haja um planejamento pedagógico,

encontramos pessoas, especializadas ou não, que agem intelectual

ou intuitivamente em direção a uma educação pela arte. Esses

educadores conhecem as fases do desenvolvimento infantil.

Reconhecem nos traçados, as linhas, o realismo lógico, etc. São

capazes de providenciar materiais dos mais diversos para que as

crianças se exprimam. Transformam sucatas em novas formas.

Tiram sons de instrumentos improvisados. Tudo em prol da

socialização da preparação para a alfabetização da psicomotricidade

e principalmente da expressão dos sentimentos afetivos.

Porém, a partir do ingresso no primeiro grau, a cobrança por

uma alfabetização completa, noções aritméticas e científicas,

começa a deixar a arte num secundário papel de recreio ou

ilustração. Desenhar o desenvolvimento de uma plantinha passa a

ser considerada arte. Decorar hinos, dublar cantores, qualquer

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produto que não seja passível de uma avaliação objetiva e que de

longe se assemelhe a uma representação não verbal de uma idéia

satisfaz o professor quanto a sua obrigação artística.

A finalidade geral da educação é fomentar o crescimento do

que cada ser possui de individual, harmonizando ao mesmo tempo a

individualidade com a unidade orgânica do grupo social ao qual o

indivíduo pertence. A educação artística atinge a sensação e o

pensamento, e assim deve ser à base da educação geral.

A arte está presente em tudo o que fazemos para agradar

nossos sentidos e a forma da arte é a organização. Cada tipo de arte

é a expressão legítima de um tipo de personalidade. Para que uma

educação pela arte se desenvolva plenamente, é preciso haver

liberdade.

Devemos estar preocupados em educar para uma forma de

viver mais criativa. As atividades não devem ser limitadas a duas ou

três dimensões, mas deve-se proporcionar o desenvolvimento de

idéias de envolvam atividades intersensoriais.

O educador norte-americano que influenciou os professores

de artes no Brasil foi Viktor Lowenfeld. Com ele a palavra:

"Ficou provado sem nenhuma sombra de dúvida que a arte exerce influência fundamental sobre o desenvolvimento da personalidade infantil, e, portanto, também sobre o futuro da criança. Não somente influi na capacidade de adaptação emocional como também lhe fornece os meios para sua vida mais rica e mais bela. Sua sensibilidade para com as experiências perceptivas adquiridas através da observação, do ouvido, do tato, tanto como a descoberta da beleza contribuirá muito para o enriquecimento de sua vida. Acima de tudo, em qualquer fase de sua existência a criança utilizará o seu próprio enfoque inventivo e criador ou dependerá da imitação dos padrões pré estabelecidos. Não devemos esquecer que o que torna um profissional bem sucedido é seu poder de invenção" (Lowenfeld 2 p.216)

"Acreditamos que só haja um modo de salvar a nossa civilização e este é reformar de tal maneira as sociedades que a compõe que, no sentido das frases já definidas os fenômenos sensoriais concretos da

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arte sejam novamente manifestados em nossa vida quotidiana. Esse modo é a educação pela arte. Uma educação pela arte não é necessariamente anticientífica, pois a própria ciência depende da clara manifestação de fenômenos sensoriais e é forçosamente retardada pelo jogo da linguagem. mas uma educação pela arte não prepara os seres humanos para os atos irracionais e mecânicos da indústria moderna, não os concilia com um lazer destituído de propósito construtivo, não os deixa satisfeitos com o entretenimento passivo. Ela visa criar agitação e crescimento em toda parte, substituir a conformidade e imitação em cada cidadão por um dote de poder imaginativo que não tomou de empréstimo e que é todo seu."

(Lowenfeld 2 p.234)

A sala de artes é o local ideal para o desenvolvimento das

capacidades criadoras. Geralmente os outros professores estão por

demais ocupados em cumprir o programa e os pais estão ocupados

ganhando dinheiro para pagar os professores. Cabe ao professor de

artes a função integradora das disciplinas.

Um mau professor de arte pode estragar para sempre seus

alunos. Muitas vezes é preferível não ter aula de artes alguma do

que ter uma má aula. A arte na escola não é apenas uma

sofisticação de conteúdo; é viver a vida em sua plenitude.

Assim, existe uma fonte rica de estímulos sensoriais e

reflexivos veiculados pela indústria cultural. Cabe à escola a não

encará-los como inimigos, ou, pior, a não aceitá-los como verdades

estéticas inabaláveis, mas sim propiciar um espaço de trocas de

experiências e, principalmente, de imaginação criadora. Mas, não

são apenas as belas-artes, ou arte séria que estão ao alcance de

todos. Está ao alcance a mediocridade, a falta de inventividade, a

alegria triste, a repetição sem nenhum sentido mântrico, diz

Marcuse:

"É bom o fato de quase todos poderem ter atualmente as belas artes ao seu alcance. Simplesmente ligando o seu receptor ou entrando numa loja. Contudo, elas se tornam, nessa difusão, dentes de engrenagem de uma máquina de cultura que refaz seu conteúdo." (p.77)

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Os parâmetros curriculares ainda diz que:

"O teatro no espaço escolar deve considerar a cultura dos adolescentes/jovens, propiciando informações que lhes dêem melhores condições nas opções culturais e na interpretação dos fatos e das situações da realidade com a qual interagem". (PCN-Arte II, p. 89)

"O teatro, no processo de formação da criança, cumpre não só função integradora mas dá oportunidade para que ela se aproprie crítica e construtivamente dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade". (PCN-Arte I, p. 84)

Reverter essa situação só é possível em grande escala

através de uma mudança social, e esta mudança é produto do

homem que cria. Mas, que educação? A arte, um conceito

conhecido de educação, porém mal compreendido. Vários

estudiosos das artes viram nessa idéia a solução para o

desenvolvimento das potencialidades criadoras humanas e sua

conseqüente auto-realização. Entre eles, Herbert Read, Robert

Henry, Victor Damico, Viktor Lowenfeld, Augusto Rodrigues. Até

mesmo foram bem sucedidos em seus trabalhos individuais. Mas

muito ainda falta caminhar em direção ao homem sensível que

reflete e cria. O homem que cria um mundo melhor para si e para a

coletividade.

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ANEXO 1

O ESTADO DE S. PAULO Terça-feira, 23 de abril de 2002 Estudo mostra que ensino no País está 10 anos atrasado Pesquisa do Ipea aponta que o Brasil tem uma década de atraso em relação a países similares LUCIANA GARBIN

Apesar de ninguém discordar que educação é fundamental para o desenvolvimento – por estar ligada a produtividade do trabalho, aumento dos salários e da mobilidade social e diminuição da pobreza – nas últimas décadas a tendência no Brasil tem sido a de desacelerar a expansão do sistema educacional. Entre o início do século passado e meados dos anos 50, por exemplo, a taxa de analfabetismo caiu de oito a nove pontos percentuais por década. A partir de meados da década de 50, a redução foi de três pontos percentuais. O mesmo ocorreu com a escolaridade média da população adulta, que aumentava no início do século um ano por década e, a partir da metade dos anos 50, caiu para menos de meio ano. Essas são algumas informações apresentadas na pesquisa Pelo Fim das Décadas Perdidas: Educação e Desenvolvimento Sustentado no Brasil, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Desenvolvida pelos pesquisadores Ricardo Paes de Barros, Ricardo Henriques e Rosane Mendonça, o estudo mostra que o Brasil apresenta, em termos de educação, uma década de atraso em relação a países com padrão de desenvolvimento similar, porque caiu numa armadilha. Como expandiu seu sistema educacional de forma lenta nas últimas décadas, acabou “aprisionando” a população num patamar intermediário de escolaridade. Com isso, produziu-se um aumento na escassez de trabalhadores qualificados e no nível de desigualdade salarial, o que, por sua vez, reforçou a desigualdade de renda. “Nas últimas décadas, o Brasil passou por um acelerado processo de progresso tecnológico associado a uma lenta expansão educacional”, relata a pesquisa. “Os horizontes de libertação dessa armadilha passam por uma aceleração sem precedentes no ritmo de expansão do sistema educacional brasileiro.” Com base em gráficos e relatos de estudos anteriores, a pesquisa mostra que o progresso tecnológico tende a gerar um viés contrário aos trabalhadores não-qualificados, à medida que pressiona pelo aumento de trabalhadores qualificados. Sob esse prisma, sugere ainda que o famoso “milagre econômico” dos anos 70 seja revisto. “O desenvolvimento tem de estar relacionado à melhora da vida que levamos e das liberdades que desfrutamos. Do ponto de vista de um olhar preocupado com a construção de uma sociedade justa e do desenvolvimento sustentado do País, talvez a década de 70, assim como as de 80 e 90, seja uma década perdida.” A pesquisa alerta ainda para a necessidade de se encarar de frente o problema, sem “ceticismo ou imobilismo”, uma vez que “a vergonhosa desigualdade brasileira não decorre de nenhuma fatalidade histórica, apesar da perturbadora naturalidade com que a sociedade brasileira a encara”. Salário – A pesquisa cita também outros estudos sobre o tema, como um que mostrou que cada ano adicional na faculdade corresponde na Grande São Paulo a um aumento médio de 16% no salário e um ano a mais de escolaridade da força de trabalho aumentaria a renda per cápita brasileira em 20%.

Outro gráfico presente na pesquisa revela que a média de anos de escolaridade no Brasil é praticamente um ano inferior ao padrão internacional. Considerando que o sistema

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educacional brasileiro apresentava tendência de expansão à taxa de um ano por década, o País está dez anos defasado diante do padrão internacional.

ANEXO 2

UMA ESCOLA PARA UM NOVO TEMPO O educador Vasco Moretto tem entusiasmado platéias pelo Brasil afora pela forma vigorosa

com que prega mudanças na educação. Eloqüente, com talento e muita disposição, ele prendeu durante oito horas todas as atenções dos 360 educadores que compareceram dia 25 de junho no auditório do Educandário Imaculada Conceição, convidados pelo Sindicato, para

ouvi-lo sobre "Uma Nova Proposta Para Um Novo Tempo".

Depois de analisar alguns tópicos básicos da LBD, sem se prender nos detalhes, o educador Vasco disse que a nova lei, na sua orientação geral "é boa e clara porque está dando liberdade e estimulando as pessoas a criar, partir para novas experiências". Desta maneira, destacou, o MEC e os órgãos do governo abandonaram a antiga postura fiscalizadora e passaram a ser órgãos de acompanhamento, de orientação.

- Esta é uma visão completamente diferente que o governo passa a olhar as escolas. A antiga LDB determinava, a atual estimula a criatividade. Neste sentido a nova lei está ótima!

Outro aspecto positivo, segundo Vasco Moretto, é que ela enfatiza a importância de diversos pontos, como por exemplo as artes, a Educação Física, Sociologia, Filosofia...Essas disciplinas estão retomando o seu verdadeiro status dentro da educação.

A recomendação expressa na LDB, para que cada estabelecimento adote seu Projeto Pedagógico - conjunto de princípios capazes de orientar a ação da escola -, também ganhou elogios do conhecido educador. "Os parâmetros curriculares nacionais estão dando a orientação para a montagem dos Projetos Pedagógicos. Para mim é extraordinário porque há seis anos estou pregando isso".

E qual é a maior dificuldade enfrentada pelas escolas no que se refere a implantação do Projeto Pedagógico?

- É não saber como romper o paradigma anterior. As escolas sabem que têm que mudar, mas não sabem como e para onde mudar.

Por que isso ocorre?

- Porque as instituições superiores não preparam pessoal com esta visão. Preparam o técnico, mas não preparam o pensador; preparam o executor, mas não preparam aqueles que deveriam dar as orientações.

Como romper esse obstáculo?

- Só tem um jeito: estudar, refletir, discutir, freqüentar encontros... Aliás, nunca vi como hoje tantos encontros e seminários por esse país afora. Isso significa que o Brasil está se avaliando. Nós temos agora uma força incrível que é o provão.

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O que o sr. tem a dizer sobre o Regimento Escolar?

- A própria lei diz que o Regimento Escolar vai ser adequado à nova legislação. A LDB é clara ao sugerir que as escolas façam suas experiências, se liberem dos órgãos das Secretarias de Educação no que se refere a montagem do regimento. Antes os técnicos desses órgãos fiscalizadores estavam ali para impor, exigir, e criavam casos até em detalhes do regimento. Hoje a visão é monta o teu regimento e desde que ele funcione e atenda as necessidades da sociedade de hoje. Portanto, mudando o regimento, adequando o Projeto Pedagógico e preparando os professores, aí vem a mudança.

Quer dizer que a escola atual está mais liberta?

- Ah! muito mais. Tanto é que a orientação do MEC é só para dar um currículo base. Aquela idéia anterior de currículo contendo conteúdos básicos é coisa do passado. O que vale agora é o tipo de orientação para a ação. Orientação pedagógica, orientação psicológica, dos conteúdos e dos temas transversais.

Aquela ameaça de um currículo nacional único então...

- Isso é bobagem. Existe é uma orientação de um currículo mínimo nacional único, que é outra coisa. O que se pretende é uma integração nacional, dizendo que todos devem dar Português, História, Matemática, Geografia, Artes, Educação Física e Línguas. Isso não significa o currículo nacional, e sim apenas uma orientação maior sobre o que deve ser tratado.

"Acho excepcional a ação do Sinepe/SC. Quando você diz como mudar, a primeira coisa é mudar as cabeças. Antes de mudar as ações, é preciso mudar as posturas, as atitudes. O Sinepe atinge em cheio a sua função de mudar as mentalidades". Vasco Moretto

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ANEXO 3

Reportagem

16/11/2000

Educadores pedem ensino de artes em todo o ensino básico

da Folha Online A obrigatoriedade da arte como disciplina em todas as séries do ensino fundamental e médio está entre as propostas feitas pelos participantes do 5º Congresso de Arte-Educação na Escola para Todos. O encontro foi realizado em Brasília, no último dia 9. Segundo eles, as escolas utilizam a arte somente nas séries iniciais de cada um desses níveis de escolaridade porque a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da educação) não explicitou que seu ensino é obrigatório em todas as séries. Paralelamente ao congresso, promovido pela Secretaria de Educação Especial do MEC, foi realizado o 6º Festival de Artes Sem Barreiras, que mostrou trabalhos de mais de 500 artistas de vários estados. A sambista Leci Brandão fechou o festival, que durante quatro dias deu ênfase ao talento das pessoas com necessidades especiais. No entanto, entre o diálogo da arte com a educação ainda existem muitas barreiras que resistem aos avanços verificados em todas as áreas do conhecimento. A pouca qualificação dos professores é uma delas, segundo Ana Mae Barbosa, professora da Escola de Comunicação e Artes, da Universidade de São Paulo. Outro obstáculo apontado por Ana Mae seria a falta de cursos de aperfeiçoamento e de especialização mais aprofundados: " Como nas escolas, nos meios de comunicação as barreiras também não são pequenas. É o que destaca Geraldinho Vieira, diretor-executivo da Andi (Agência de Notícias dos Direitos da Infância). Ele lembra que entre as 49 mil matérias publicadas no ano passado, apenas 400 tratavam de deficiências, pouco menos de uma reportagem por mês em cada grande jornal pesquisado. As barreiras arquitetônicas seriam uma das razões para a fraca cobertura do tema pela imprensa, que tem um papel relevante no trabalho de sensibilização da sociedade: "As cidades estão de tal forma despreparadas para o conforto daqueles que têm deficiências mais graves que estas pessoas simplesmente não estão nas ruas. E se não estão nas ruas não causam impacto, não incomodam e não emocionam a população", assegura Vieira.

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ANEXO 4 INTERNET

A bailarina Thereza Aguilar ensina balé a crianças carentes do Rio de Janeiro e mostra que, com uma boa idéia e dedicação, é possível afastá-las da violência.

Revista Claudia / Claudia Maximino

A dança pode se tornar uma profissão e manter as crianças longe do subemprego.

Muitas noites, Jorginho, 9 anos, dorme ao som de tiroteios. Quando os tiros vêm de perto, refugia-se debaixo da cama - e às vezes pega no sono ali mesmo. Filho de uma empregada doméstica e de um porteiro, ele mora no Morro do Cantagalo, no Rio de Janeiro, e até três anos atrás seu futuro parecia desalentador, como o de muitas crianças que vivem o cotidiano violento das favelas. Mas a bailarina carioca Thereza Aguilar, 34 anos, reverteu esse quadro. No final de 1995, ela pôs em prática o projeto Dançando para Não Dançar, que ensina balé a crianças pobres do Rio de Janeiro. Hoje, Jorginho é um dos 100 alunos com idade entre 7 a 12 anos atendidos pelo programa. Sua vida mudou. Há dois meses, o menino e outros quatro alunos que se destacaram no curso viajaram com Thereza para a Alemanha, onde trocaram passos e experiências com outros pequenos dançarinos. "Ficaram super amigos dos alemães mesmo sem falar a língua. Depois de uns dias já tinha alemãozinho gritando "O Maracanã é nosso" mesmo sem entender o que dizia", sorri a professora. Mais do que aulas, Thereza ofereceu às crianças a perspectiva de um futuro feliz. Bailarina desde criança, profissionalizou-se, passou três anos dançando na Alemanha (na mesma escola que acolheu os bailarinos) e mais cinco em Cuba. E foi durantre a temporada cubana que começou a pensar em ensinar dança a crianças pobres. No balé do Teatro Nacional de Cuba, Thereza trabalhou com vários artistas que vinham de famílias pobres. De volta ao Brasil, resolveu investir na idéia. Em julho de 1995, apresentou seu projeto à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, onde é funcionária. Conseguiu uma licença e a aprovação para dar o curso. O passo seguinte foi divulgar o trabalho em associações de moradores e nas escolas e favelas cariocas e procurar espaço para as aulas. A idéia foi recebida com entusiasmo. "Na Mangueira conseguimos até uma sala própria", conta Thereza, que ensina em salas de aula do Cieps, as escolas públicas de período integral no estado do Rio, e em locais cedidos pelas associações dos morros do Cantagalo, da Mangueira, Rocinha e do Pavão-Pavãozinho.

Revista Claudia

Texto: Claudia Maximino

Número 6 - ano 38 - junho de 99

Páginas 18~23.

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Dançando para sobreviver

BIBLIOGRAFIA CITADA A temática cujo assunto evidenciou o debate atual da Lei 9394/96; dos Parâmetros e Referenciais Curriculares Nacionais foi necessária tendo em vista a mudança na legislação que rege a Educação Brasileira. Neste sentido foram estudados os autores: Alves et al. (1998), • Penna (1990 e 1995), • Peregrino (1995), • Oliveira (1994), • Souza (1996), os quais contribuíram para a elaboração do capítulo II e “Breve histórico sobre o processo de elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais e o Ensino de Arte”. As temáticas sobre a relação entre as concepções do Ensino de Arte e a antiga Educação Artística, foram abordadas pelos autores: • Pillar (1982), • Pareyson (1982), • Castro (1994), • Afonso (1991) e • Durkhein (1978) e englobaram discussões sobre a área visando à construção do conhecimento integral; a formação da personalidade através da livre auto-expressão e o processo de sensibilização. Os autores consultados foram: • Herbert Read(1968), • Lowenfeld(1954), • Marcuse(1968), • Freire (1997), . AFONSO, Almerindo Janela.(1991). Notas para o estudo sociológico da (in)disciplina escolar na formação dos professores. Revista Portuguesa de Educação. Universidade do Minho. Vol. 4, nº 1, p. 119-128.

ALVES, Erivaldo et al. Parâmetros Curriculares Nacionais: uma “medida” para a prática pedagógica. In: Caderno de Textos n. 15. Set. 1998. BRASIL. MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação número 9394/96 de 20/12/1996.

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_________. Nova LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997.

___________. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, 1997. [citado como PCN]

___________. Referenciais Curriculares Nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1998. 3.º vol.

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

Título da Monografia: A ARTE NA EDUCAÇÃO

Autor: CARLOS ELÍSIO RAMOS

Data da entrega:

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Conceito Final: