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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A MUSICALIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL. E
SEUS EFEITOS SOBRE A FORMAÇÃO DA CRIANÇA DE
02 A 06 ANOS DE IDADE
Por: Erika Vicente Wingler.
Orientador
Profa. Ms. Fátima Alves.
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A MUSICALIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL. E
SEUS EFEITOS SOBRE A FORMAÇÃO DA CRIANÇA DE
02 A 06 ANOS DE IDADE .
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Arteterapia em Educação e
Saúde.
Por: Erika Vicente Wingler.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por mas uma etapa
vencida, a minha orientadora Fatima
Alves que pacientemente, compartilhou
comigo saberes.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha querida
mãe por ser tão carinhosa comigo e por
saber que o seu coração está repleto de
alegria e orgulho e aminha filha Sophia
que amo muito.
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RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre a musicalização na
educação infantil com crianças de dois a seis anos de idade, considerando a
importância da música no processo de ensino-aprendizagem. Musicalizar
consiste, portanto, em educar pela música, com a finalidade de contribuir na
formação e desenvolvimento da personalidade da criança, pela ampliação da
cultura, enriquecimento da inteligência e a vibração da sensibilidade musical.
Para desenvolver junto à criança um trabalho de qualidade que desperte o
interesse pela música, o profissional de educação infantil deve estar ciente da
importância do trabalho com as linguagens expressivas que envolvem a
criança na sua formação, colaborando para que o processo de musicalização
possa se dar de maneira plena, associando a música a outras artes como
teatro, dança e desenho. Por meio da linguagem musical, o professor pode
trabalhar no sentido de contribuir para que o processo de crescimento e
conhecimento do mundo aconteça de modo harmônico, pois a música
aumenta a sensibilidade da criança, a capacidade de concentração.
Desenvolve o raciocínio lógico matemático e a memória, além de ser um forte
desencadeador de emoções. Por isso, no contexto educacional, a afinidade
natural, a identificação da criança com a música acaba por contribuir numa
forma de linguagem altamente eficaz na educação infantil.
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METODOLOGIA
A metodologia utilizada, baseou-se em pesquisas bibliográficas
buscando conceituações e informações junto a autores de reconhecida
importância na área da Pedagogia ,Psicologia e Arteterapia e artigos
publicados na Internet, Jornais, revistas e trechos de filmes referente ao
assunto .
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..................................................................................................08
CAPÍTULO I -Breve Histórico da Educação Musical ..................................... 11
CAPÍTULO II - A importância da Educação Musical na Formação Global da
Criança..............................................................................................................22
CAPÍTULO III – A Musicalização e o Desenvolvimento Infantil. ......................29
CONCLUSÃO...................................................................................................41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA........................................................................45
ÍNDICE..............................................................................................................49
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INTRODUÇÃO
É prática comum nas escolas, principalmente nas séries iniciais, ouvir música na entrada e saída do período escolar, no recreio, e ainda, de forma bastante acentuada, nos momentos de festividades que obedecem a um calendário com datas a serem comemoradas pela comunidade escolar.
Neste sentido, podemos afirmar que a música está presente no cotidiano escolar de nossas crianças. Ela está presente em todo e qualquer lugar, pois vem ocupando cada vez mais espaços no cenário social da vida contemporânea. Porém, embora a música esteja presente no cotidiano da escola, questões precisam ser esclarecidas para entendermos o porquê e como a música contribui para o ensino aprendizado.
Com o avanço da tecnologia e com a rapidez da informação é possível conviver com diferentes formas de expressões artísticas, seja através da mídia ou pela participação ao vivo, em eventos culturais que ocupam os espaços, continuamente, em nossas cidades. Os fatos e as informações não param de acontecer, porém vem tirando de nossas crianças o tempo necessário para a sua assimilação ou rejeição por via da crítica ou da reflexão.
Levando-se em conta essa nova maneira de apreender e assimilar a realidade, uma reflexão sobre a atual prática pedagógica a musica pode ajudar a esclarecer o valor da educação dentro do contexto institucional. Pode ainda, destacar a importância de estabelecermos uma relação pedagógica com crianças que propicie a sua aproximação e o gosto pelo aprender. Precisamos considerar as experiências, necessidades e linguagens de cada um. Por outro lado, devemos estar abertos às novidades, sem, contudo desprezar aquilo que precisa ser preservado.
Alunos desinteressados, com pouca concentração e baixo comprometimento, apresentando superficialidade em suas relações com o ensino-aprendizagem precisam ser incitados a experimentar formas de apreensão da linguagem musical, mesclando estilos e procedimentos, proporcionando maior abertura para o diálogo e o fazer musical, aliando experiências e vivências com as possibilidades do encontro com o novo. A música no ensino- aprendizagem como qualquer ação educativa, deve ter relação com a realidade de nossos alunos e dialogar com os saberes, inteligência e percepção do mundo dos mesmos, além de aumentar sua capacidade dialógica e perceptiva.
Desde que se estuda a história da humanidade, tem-se observado que a música sempre fez parte da vida do homem. Em qualquer parte do mundo, em todas as épocas, a música e o homem sempre viveram juntos. Podemos suprir
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que no principio, o homem reproduzia os sons que ouvia na natureza, como o vento forte e seu sussurrar nas folhagens, a água dos rios, o estalarem dos galhos, o canto dos pássaros e tantos outros não só com a intenção de imitá-los, mas também porque essa era a música que ele conhecia.
A música é uma linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio de organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio.
A música está presente em todas as culturas nas mais diversas situações. Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga, era considerada fundamental para a formação dos futuros cidadãos. É necessário que o professor desenvolva a música em vários momentos do dia, porém não de forma rotineira e automática. Devemos dar à criança oportunidade de viver a música, apreciando, aprendendo cantando e criando som.
Desta forma, uma análise é fundamental para se redimensionar o papel da música na escola e buscar as condições necessárias para que possa vir a ter um papel e um valor significativo no processo de educação escolar.
Para que o ensino de música chegue a ser um veículo de conhecimento e contribua para uma visão intercultural e alternativa frente à homogeneização da atual cultura global e tecnológica é necessário partir de uma ideia clara, concreta, que viabilize ações conectadas à vida real.
A música na educação está relacionada a uma motivação diferente do ensinar, em que é possível favorecer a autoestima, a socialização e o desenvolvimento do gosto e do senso musical dos alunos. Cantando ou dançando, a música de boa qualidade proporciona diversos benefícios para as crianças e é uma grande aliada no desenvolvimento saudável da criançada.
A atividade lúdica tornou-se um importante recurso didático-pedagógico nas práticas de ensino, especialmente quando utilizadas a partir de uma abordagem do cotidiano.
O ponto de vista sócio interacionista de Vygotsky, concebe a música como uma verdadeira linguagem de expressão. E como parte integrada da formação global da criança, fazendo envolver o aprender e o criar através da musica. Tendo a música como recurso didático-pedagógico facilitador da aprendizagem.
“A partir do momento em que a criança entra em contato com a música, começa abranger seus conhecimentos, envolvendo-se com sua sensibilidade e descobrindo o mundo a sua volta, de forma prazerosa. Portanto
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tem possibilidade de tornar-se um ser crítico e capaz de se comunicar pela diversidade musical. O alfabetizador pode mediar à música no sentido de contribuir para o processo ensino aprendizagem, utilizando seus vários níveis de alcance, desde a socialização, até o gosto musical da criança” (Ferreira, 2002 .pg.29).
Portanto esta pesquisa será dividida em quatro capítulos, ficando descrita da seguinte forma: No primeiro capitulo intitulado Breve Histórico da Educação Musical abordará a historia da música, música no séc. xx e a música no Brasil. No segundo capitulo intitulado A importância da Educação Musical na formação global da criança será abordado o envolvimento da criança com a música e seus efeitos. A musicalização, além de despertar na criança a apreciação pela música, a transforma também em um indivíduo consciente com formação de hábitos e atitudes e é no capitulo três que será abordado esse assunto tendo como titulo a Musicalização e o Desenvolvimento Infantil e tendo como titulo As inteligências Múltiplas e a Educação Musical é no capítulo quatro que será apresentado a musicalização segundo Howard Gardner com sua teoria das estruturas da mente, reconhecendo que as pessoas têm capacidades diferentes.
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CAPÍTULO I
BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO MUSICAL
Desde os primeiros tempos da História até incluindo o que chamamos
de "Pré História" o Homem cultiva a arte da Música. Podemos afirmar, sem
sombra de dúvida, que a Música e a mais antiga das artes, pois antes mesmo
que o ser humano pudesse se expressar através da pintura, escultura,
escrever ou projetar algo, ele já podia produzir e apreciar os sons. O primeiro
instrumento musical foi a própria voz humana.
História da Música é estudo das origens e evolução da Música ao longo
do tempo.
Como disciplina histórica insere-se na história da arte e no estudo da
evolução cultural dos povos. Como disciplina musical, normalmente é uma
divisão da musicologia e da teoria musical. Seu estudo, como qualquer área da
história, é trabalho dos historiadores, porém também é frequentemente
realizado pelos musicólogos.
Há, portanto, tantas histórias da música quanto há culturas no mundo e
todas as suas vertentes têm desdobramentos e subdivisões. Assim podemos
falar da história da música do ocidente, mas também podemos desdobrá-la na
história da música erudita do ocidente, história da música popular do ocidente,
história da música do Brasil, história do samba, e assim sucessivamente.
São vários os meio os métodos usados para o estudo da história da
música, análise de manuscritos e iconografia, o estudo de textos críticos ou
literários, a associação entre música e linguagem e a relação entre a música e
a sociedade. Pode-se ainda fazer uso de análise de artefatos arqueológicos e
a documentação etnográfica .
Uma das razões do conceito difundido de que história da música refere-
se apenas à música ocidental é a grande quantidade de obras existentes que
tratam apenas desta vertente e predominaram por muitos séculos. Apenas
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após o surgimento da etnomusicologia (uma área da etnologia), foi que as
origens da música não europeia passaram a ser mais bem documentadas.
A etnologia analisa e documenta as manifestações culturais transmitidas
oralmente e as correlacionam às suas regiões para determinar a história de
cada cultura. Isso inclui todas as manifestações artísticas, inclusive a música.
No século XX houve ganhado de popularidade do rádio pelo mundo, e
novas medidas e tecnologias foram desenvolvidas para gravar, capturar,
reproduzir e distribuir música. Com a gravação e distribuição, tornou-se
possível aos artistas da música ganhar rapidamente fama nacional e até
internacional. As apresentações tornaram-se cada vez mais visuais com a
transmissão e gravação de vídeos musicais e concertos . Música de todo
gênero tornou-se cada vez mais portátil.
A música do século XX trouxe nova liberdade e maior experimentação
com novos gêneros musicais e formas que desafiaram os dogmas de períodos
anteriores. A invenção e disseminação dos instrumentos musicais eletrônicos e
do sintetizador em meados do século revolucionaram a música popular e
aceleraram o desenvolvimento de novas formas de música. Os sons de
diferentes continentes começaram a se fundir de alguma forma.
A música é comunicação, e por sua vez se faz de diversas maneiras,
seja instrumental ou vocal, com um ou vários instrumentos, o mais importante
é como se vai trabalhar a mensagem, a comunicação em si. A linguagem
falada quando é cantada é mais fácil de ser compreendida, pois o ser humano
a utiliza diariamente, torna-se mais fácil quando o vocabulário empregado
tende a ser mais informal e tratando de temas imediatos.
“A língua musical consiste em combinações e sucessões de sons,
diferentemente articulados; o som, não é um signo; cada som é identificável na
estrutura da escala da qual ele depende, não sendo dotado de significação. Eis
o exemplo típico de unidades que não são signos, que não designam, sendo
somente os graus de uma escala na qual se fixa arbitrariamente a extensão.
Temos aqui um princípio discriminador: os sistemas fundados sobre unidades
dividem-se entre sistemas com unidades significantes e sistemas com
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unidades não significantes. Na primeira categoria coloca-se a língua: na
segunda, a música” (Benveniste 1969 p.58, 59).
Toda criança matem uma relação muito boa com a música alguém já viu
uma criança falar não gosto de música? Desde o nascimento , a relação da
criança com a música é imediata. A criança cresce e lá está a música para
fazer adormecer, brincar de roda, dançar... a linguagem musical e muito
eficiente quando se quer expressar sensações, sentimentos e pensamentos.
Quando pensamos em aprendizagem tudo isso deve ser lembrado,
pois o livre contato com qualquer forma de expressão musical desde os
primeiros anos de vida é importante no processo de musicalização. Nós
devemos oferecer à criança a linguagem musical, conversando com ela por
meio da música. As emoções expressadas por uma canção ajudam a criança
na percepção de seus sentidos e sentimentos.
Na Grécia antiga a música já era considerada fundamental na formação
dos futuros cidadãos. A musicologia era um estudo tão relevante quanto a
matemática e filosofia. Recentes estudos comprovaram que se estimuladas
musicalmente desde cedo, as crianças são capazes de apresentar significativo
crescimento intelectual. A revista Brain publicou em uma de suas edições o
resultado de testes feitos com grupos de crianças por Laurel Trainor, professor
na Universidade McMaster, onde se dizia que “É possível perceber que a
resposta cerebral no grupo treinado pela música, em comparação com outro,
sem aulas especiais, mudou no prazo de um ano. Essas alterações estão
claramente relacionadas com os benefícios cognitivos propiciados pelo treino
musical”.
O trabalho de musicalização infantil na escola vai muito além do
desenvolvimento da sensibilidade à música. Pois já é comprovado que a
musicalização atua na concentração, memória, coordenação motora,
socialização, acuidade auditiva e disciplina.
Todos nós somos atraídos pelo que nos dá prazer, e com as crianças
isso não é diferente. Dentro da escola a música pode ser o impacto necessário
para excitar as crianças ao ato de aprender, tornando o ambiente mais alegre
e agradável.
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Desde os primórdios, a música tem sido de presença constante em
diversas situações da vida humana, fazendo parte da educação de crianças e
adultos.
Na sociedade primitiva, a alegria ou a tristeza era expressa pela
comunidade, através da música e da dança. Desta forma, o ritmo que os povos
entoavam exteriorizava as suas emoções.
Entre os povos antigos do ocidente, coube aos gregos a valorização da
linguagem musical na educação. Segundo Domingos Accaceona (in Villa-
Lobos, 1977, p.38): “A musica era considerada na Grécia como parte
integrante da cultura e da educação do povo”
Já dentro do contexto musical do Ocidente, a música foi dividida em seis
períodos distintos, sendo cada um deles identificado por um estilo diferente.
Na Europa Medieval, o ensino da música era restrito aos mosteiros.
Dentro de um deles, destacou-se um grande músico, o monge italiano Guido
D’ Arezzo. Como professor dedicado, D’ Arezzo, buscava uma linguagem mais
simples para se comunicar com as crianças, pois naquela época não havia um
sistema de escrita. A música foi cultivada, assim, para ser transmitida direta e
friamente de professor para aluno.
Percebendo a facilidade com que as crianças memorizavam o Hino de
louvor a São João Batista, cuja tradução era “para que teus servos possam
exaltar a plenos pulmões as maravilhas dos teus milagres, perdoa a falta dos
lábios impuros. Ô São João!”. (S. BOTELHO, 1978, P, 541). Sabiamente
desenvolveu uma linguagem própria. Utilizando as primeiras sílabas de cada
verso do hino, criou uma linguagem musical, que hoje é considerada por todos,
mas que não tem definido o autor:
UT quant laxis
RE somare fibris
MI Ra gestorum
FA multi tuarum
SOL vê polluti
LA bu reatum
SI net iohannes
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Com o passar do tempo, o UT foi substituído pelo DÓ por causa do
sobrenome do musico italiano João Batista Doni.
Ainda na Idade Media Pitágoras grande filósofo da Grécia, descreveu o
poder do som e seus efeitos sobre a psique humana descobriu os sons
produzidos pelas cordas dos instrumentos musicais. E ao tocá-los, ele
percebeu que a relação entre a altura do som poderia ser facilmente
correlacionada com o comprimento da onda sonora, ou seja, pelo aumento de
tensão das cordas, produzia-se também a elevação do som.
Neste período aparece a cantochão ou canto gregoriano, que com o
passar do tempo, foi reunido mais vozes, formando o coral.
A música, com seus estilos, passam por diversas reformas no século
XVI. Lutero dizia que a musica governava o mundo e apregoava sua nivelação
a filosofia e às ciências. Nesta época o ensino da música se tornou acessível
às crianças e adultos.
1.1 Recordando a história da música no Brasil.
Recordando a Historia no Brasil, encontramos a música acompanhando,
passo a passo, os principais fatos que contribuíram na formação musical
brasileira.
Os portugueses trouxeram suas canções e danças típicas como o vira,
o chula etc.
Os padres jesuítas foram os primeiros mestres da musica no Brasil. E
para evangelizar os indígenas adultos, ensinavam os cânticos aos curumins,
que facilmente aprendidos por eles, e passando rapidamente para os pais.
Os negros, escravos, foram os que mais revelaram inclinação para
música. Sua riqueza musical, que vem do ritmo variado, influenciou várias
gerações, chegando a atualidade
A musica brasileira foi a fusão da musica ameríndia, portuguesa e
africana, com alguma influência espanhola, dando assim o surgimento de
uma nova música com características própria.
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Ressalta João Ribeiro (1969, p.46) que “todos os povos, desde os mais
incapazes, tem direito as ciências, artes e literatura, como tem direito a religião.
são coisas e funções humanas em qualquer grau”.
A música brasileira ganha um real destaque dentro do cenário cultural
do mundo com Heitor Villa Lobos. Sendo um músico dotado de caráter
independente e de ideias próprias, estudava as obras dos grandes mestres,
dos quais tirava suas próprias conclusões. Escreveu assim peças evoluídas,
impregnadas de brasilidade, ora calcadas em temas folclóricos, ora
representando temas originas de caráter bem brasileiro, o que originou a
coletânea “Guia Pratico”.
Villa-Lobos, afirma ter percorrido mais de sessenta cidades pesquisando
as maravilhas do nosso folclore. Todavia, na musica popular, a recuperação do
folclore e a implementação e o apoio a música erudita brasileira, jamais
receberam a mesma importância que a musica orfeônica. Este grande
compositor pregava que “o canto orfeônico praticado pelas crianças e por elas
propagado até os lares, nos dará gerações renovadas por bela disciplina da
vida social em beneficio do país, cantando trabalhando, e ao cantar, devotando
a pátria”. (VILLA-LOBOS, p.35-1930).
Outro grande nome da musica brasileira que não pode ficar de fora é o
de Francisca Edwiges Neves Gonzaga, mais conhecida como Chiquinha
Gonzaga, (Rio de Janeiro, 17 de outubro de 1847 — Rio de Janeiro, 28 de
fevereiro de 1935) foi uma compositora, pianista e regente brasileira.
Foi á primeira pianista de choro, autora da primeira marcha
carnavalesca (Ô Abre Alas, 1899) e também a primeira mulher a reger uma
orquestra no Brasil.
Filha de militar e de uma mãe humilde e mulata, Chiquinha Gonzaga foi
educada numa família de pretensões aristocráticas . Desde cedo, frequentava
rodas de lundu, umbigada e outras músicas populares típicas dos escravos.
A necessidade de adaptar o som do piano ao gosto popular valeu a
glória de tornar-se a primeira compositora popular do Brasil. O sucesso
começou em 1877, com a polca 'Atraente'. A partir da repercussão de sua
primeira composição impressa, resolveu lançar-se no teatro de variedades e
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revista. Estreou compondo a trilha da opereta de costumes "A Corte na Roça",
de [1885] Em 1911, estréia seu maior sucesso no teatro: a opereta Forrobodó,
que chegou a 1500 apresentações seguidas após a estréia - até hoje o maior
desempenho de uma peça deste gênero no Brasil. Em 1934, aos 87 anos,
escreveu sua última composição, a partitura da peça "Maria". Foi criadora da
célebre partitura da opereta "A Jurity", de Viriato Correia.
Viaja pela Europa entre 1902 e 1910, tornando-se especialmente
conhecida em Portugal, onde, escreve músicas para diversos autores.
Chiquinha participou, ainda, ativamente da campanha abolicionista, da
campanha republicana e foi fundadora da Sociedade Brasileira de Autores
Teatrais. Ao todo, compôs músicas para 77 peças teatrais, tendo sido autora
de cerca de duas mil composições. Em gêneros variados: valsas, polcas,
tangos, lundus, maxixes, fados, quadrilhas, mazurcas, choros e serenatas.
Em meio às grandes transformações ocorridas no Rio de Janeiro no fim
do século XIX e início do século XX, uma mulher surgiu desafiando os padrões
da época.
A "pioneira", Compositora e maestrina Chiquinha Gonzaga conquistou
grande sucesso com seus tangos, polcas, maxixes e, principalmente, com o
teatro musicado.
Colégio de Senhoritas, opereta de Frederico Cardoso de Menezes com
música de Chiquinha Gonzaga, estreou em 1912, um pouco antes do maior
sucesso da compositora, a burleta Forrobodó. Pretende-se aqui não apenas
resgatar esta obra há muito tempo arquivado e esquecido, mas também
realizar uma análise acurada abordando o contexto em que ela foi composta,
discutindo aspectos musicais e questões de relações de gênero nela
presentes, destacando o importante papel da compositora para o
desenvolvimento da música brasileira.
A mulher ousada que sacudiu o Rio de Janeiro na segunda metade do
século 19 com sua música.
Numa época em que a mulher deveria se casar, ter filhos e sair
pouquíssimo de casa, devotando toda sua vida ao marido e sendo obrigada a
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viver dentro de um sufocante regime patriarcal, Chiquinha estava a frente do
seu tempo fez seus estudos de música.
Em 1899, enquanto ouvia o ensaio do Cordão Rosa de Ouro, no
Andaraí, Chiquinha compôs a primeira marcha carnavalesca intitulada "Ó Abre
Alas". Depois, em 1902, fez uma viagem à Europa, na qual visitou Portugal,
Espanha, Itália, França, Alemanha, Bélgica, Inglaterra e Escócia. Dois anos
mais tarde seria convidada para apresentar-se no salão Neuparth, de Lisboa, e
na igreja de Nossa Senhora do Amparo, em Benfica, Lisboa. Em 1906, tornou-
se muito conhecida do público português ao musicar várias peças de autores
portugueses, entre elas, "As Três Graças e A Bota do Diabo". Voltou ao Brasil
somente em 1912, para assistir a estréia de "Forrobodó" - opereta em três atos
escrita por Luiz Peixoto e Carlos Bittencourt, a qual Chiquinha musicara. A
opereta - uma proposital caricatura de um baile da elite brasileira— teve 1500
apresentações e foi um grande sucesso popular.
O pai do samba brasileiro não podia deixar de ser lembrado, Primeiro
filho de seu Manoel e dona Marta de Medeiros Rosa, Noel veio ao mundo em
11 de dezembro de 1910, no Rio de Janeiro, RJ, em parto difícil - para não
perderem mãe e filho, os médicos usaram o fórceps para ajudar, o que acabou
causando-lhe a lesão no queixo, que o acompanhou por toda a vida.
Franzino, Noel aprendeu a tocar bandolim com sua mãe - era quando se
sentia mais importante, lá no Colégio São Bento. Sentava-se para tocar, e
todos os meninos e meninas paravam para ouvi-lo extasiados. Com o tempo,
adotou o instrumento que seu pai tocava o violão.
Magro e debilitado desde muito cedo, dona Marta vivia preocupada com
o filho, pedindo-lhe que não se demorasse na rua e que voltasse cedo para
casa. Sabendo, certa vez, que Noel iria a uma festa em um sábado, escondeu
todas as suas roupas.
Quando seus amigos chegaram para apanhá-lo, Noel grita de seu
quarto: "Com que roupa?" - no mesmo instante a inspiração para seu primeiro
grande sucesso, gravado para o carnaval de 1931, onde vendeu 15000 discos!
Foi para a faculdade de medicina - alegria na família - mas a única coisa
que isso lhe rendeu foi o samba "Coração" - ainda assim com erros
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anatômicos. O Rio perdeu um médico, o Brasil ganhou um dos maiores
sambistas de todos os tempos.
Genial, tirava até de brigas motivo de inspiração. Wilson Batista, outro
grande sambista da época, havia composto um samba chamado "Lenço no
Pescoço", um ode à malandragem, muito comum nos sambas da época. Noel,
que nunca perdia a chance de brincar com um bom tema, escreveu em
resposta "Rapaz Folgado" (Deixa de arrastar o seu tamanco / Que tamanco
nunca foi sandália / Tira do pescoço o lenço branco / Compra sapato e gravata
/ Joga fora esta navalha que te atrapalha). Wilson, irritado, compôs "O Mocinho
da Vila, criticando o compositor e seu bairro. Noel respondeu novamente, com
a fantástica “Feitiça da Vila”. A briga já era um sucesso, todo mundo
acompanhando. Wilson retorna com "Conversa Fiada" (É conversa fiada /
Dizerem que os sambas / Na Vila têm feitiço) . Foi a deixa para Noel compor
um dos seus mais famosos e cantados sambas, "Palpite Infeliz" . Wilson
Batista, ao invés de reconhecer a derrota, fez o triste papel de compor
"Frankstein da Vila" , sobre o defeito físico de Noel. Noel não respondeu.
Wilson insistiu compondo "Terra de Cego". Noel encerra a polêmica usando a
mesma melodia de Wilson nessa última música, compondo "Deixa de Ser
Convencido"
Noel era tímido e recatado, tinha vergonha da marca que trazia no rosto,
evitava comer em público por causa do defeito e só relaxava bebendo ou
compondo. Sem dinheiro, vivia à custa de poucos trocados que recebia de
suas composições e do auxílio de sua mãe. Mas tudo que ganhava era gasto
com a boemia, com as mulheres e com a bebida. Isso acelerou um processo
crônico pulmonar que acabou em tuberculose. Noel morreu no Rio de Janeiro,
em 04 de maio de 1937, aos 26 anos, vitimado pela doença.
A presença da música na educação deu-se basicamente através do
conto coletivo e só a partir da proliferação das idéias da Escola Nova e da
ênfase na criatividade, no século XX, é que outras formas de organizações
musicais foram difundidas, juntamente com as novas propostas de
pedagógicas.
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A música, com a denominação de canto Orfeônico durante o Estado
Novo tendo à frente o maestro Heitor Villa Lobo, já foi uma disciplina
obrigatória nas escolas brasileiras, mas com a mudança na legislação
educacional. Ela passou a fazer parte do conteúdo de outro componente
curricular – a Educação Artística – que engloba outras formas de arte.
Por seu poder criador e liberador, a música é um poderoso recurso educativo a
ser utilizado. É preciso habituar a criança a expressar-se musicalmente desde
os primeiros anos de sua vida, para que a música venha desenvolver o
potencial imaginativo, a criatividade, e a personalidade.
A música além de ser uma excelente fonte de estímulos, equilíbrio traz
felicidade para a criança.
Durante o primeiro ano de vida é muito importante trabalhar com a
criança sons onomatopaicos , contar histórias, pôr música na para a criança
ouvir, agarrar e beijar, brincar com a fala são estímulos que ajudam o
aperfeiçoamento das ligações neurais das regiões sensoriais do cérebro,
Gardner admite que a inteligência musical esteja relacionada à
capacidade de organizar sons de maneira criativa e à discriminação dos
elementos constituintes da Música. A teoria afirma que pessoas dotadas dessa
inteligência não precisam de aprendizado formal para colocá-la em prática.
Isso é real, pois não está sendo questionado o resultado da aplicação da
inteligência, mas sim a potencialidade para se trabalhar com a música.
Musicalidade é a tendência ou inclinação do indivíduo para a música.
Quanto maior a musicalidade, mais rápido será seu desenvolvimento. Costuma
revelar-se na infância e independe de formação acadêmica.
Musicalização é um processo cognitivo e sensorial que envolve o
contato com o mundo sonoro e a percepção rítmica, melódica e harmônica. Ela
pode ocorrer intuitivamente ou por intermédio da orientação de um profissional.
Todos os serem humanos nascem potencialmente inteligentes, a
musicalidade. No entanto, apenas uma porcentagem da população as
desenvolve. Grandes gênios da música iniciaram seus estudos na infância,
Mozart, Beethoven, Bach, Carlos Gomes e Villa Lobos, entre outros iniciaram
seus estudos tendo como mestres os seus respectivos pais.
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A música não e só técnica de compor sons ,silêncio, ela é um meio de
refletir de abrir a cabeça do ouvinte para o mundo.
A música é um processo natural ,que leva a criança ao envolvimento e
desenvolvimento e, não algo maçante e massacrante, imposto à criança. A
criança sente necessidade desse movimento, dessa expressividade. A criança
tem, interesse por atividades manuais e corporais. Ela necessita de uma
comunicação que faça com que aprenda, sinta e viva, orientando a vivência da
linguagem musical, permite à criança habitar e habilitar sua ludicidade.
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CAPÍTULO II
A IMPORTÂNCIA DA EDUAÇÃO MUSICAL NA FORMAÇÃO GLOBAL DA CRIANÇA
Até o presente momento, a música pode ser entendida como um
produto cultural, resultante da aprendizagem, que permite a simbolização
e o desenvolvimento da moralidade.
A música na educação infantil abrange o brincar e o jogar, tendo
como característica marcante “o prazer”. Durante o brincar criam-se
inúmeras possibilidades de superar barreiras impostas pelo real e viver
uma experiência cujo desejo abre espaço para sua realização, a despeito
da objetividade. Há uma complementaridade entre o sonho e a realidade,
brincadeira e conhecimento, mundo subjetivo e mundo objetivo.
A música deve ser vista mais como uma qualidade de relação que o
indivíduo estabelece com os objetos do mundo externo, onde há
possibilidade de encontro entre os aspectos da subjetividade e os
elementos da realidade externa, resultando em uma experiência criativa
com o conhecimento.
Huizinga (1971) ressalta que é da natureza da música ser uma
atividade livre, exterior à vida cotidiana, capaz de absorver a criança de
modo intenso sem haver a necessidade de produzir algo, praticado
segundo certas regras, em um espaço de tempo limitado e que promove a
formação de grupos sociais.
Para Vygotsky (1988), os elementos fundamentais da brincadeira
na música são a situação imaginária, a imitação e as regras. Neste
sentido, se origina pela experimentação de necessidades que não podem
ser satisfeitas, procurando na atividade musical a sua satisfação imediata.
De modo geral, a musica é vista como uma atividade livre e individual.
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2.1 A Música Como Jogo e Facilitador da Aprendizagem
Macedo (1997) expõe claramente que é muito fácil entender o
porquê do grande interesse e da atração que os jogos por meio da música
exercem sobre a criança. Essas atividades propiciam prazer, mas sua
finalidade não termina aí. Os jogos infantis por meio da música são de
extrema importância para a vida do sujeito, em especial aqueles que
estão em fase de desenvolvimento. A vida nos propõe desde o
nascimento questões fundamentais para nossa sobrevivência, tais como:
diferenças sexuais, com o nosso corpo, relações sociais, doenças,
escolhas, desafios... e muitos assuntos onde podemos encontrar, através
do jogo, respostas (ainda que provisórias), para preencher esse vazio.
“A criança aprende pelo faz-de-conta’’ pelo imaginário, pelo
símbolo. Pelo encaixe, pela construção, pelo jogo de regras. Pelos
desafios que enfrenta e vence. Pela simplicidade ou complexidade. Pela
idéia proposta ou pelo fascínio de decifrar o que parece ininteligível. Ou
bobo demais para ser só aquilo... Pela belezura ou pela gostosura. Pelo
manuseio de materiais, de cores, de tamanhos e formas, de sons e
cheiros, de texturas e resistências. De tudo que um brinquedo traz
consigo. Cada um á sua maneira. Jogando com os que estão prontos, ou
criando novos. Com a riqueza do material de sucata ou outros que as
oficinas tenham. Reconhece, identifica as semelhanças e diferenças,
abstrai, classifica, simboliza. Tudo o que a brincadeira traz consigo. Cada
uma no seu tempo, cada um a sua maneira. Como uma montagem
persistentemente desafiante de um imenso e belo quebra-cabeças”
(Abramovich, 1998).
Para Oliveira (2000), em muitos jogos com música estão presentes:
a indução, perspicácia, a imitação, observação, memória, raciocínio.
Aspectos verbais e não verbais, melódicos, harmônicos, automatismos,
relaxamento, tempo e espaço. Todos eles ajudam na interação do ser e
na segurança perante si e perante o outro.
24
Quando a criança ouve música e joga, pode exercitar sua
coordenação motora, aprende a controlar seus movimentos manuais e
visuais. Além disso, sua concentração é estimulada, pois deve observar o
que deve estar acontecendo a cada momento do jogo. No jogo de pião,
também se desenvolve a coordenação motora, este exige, entretanto,
mais precisão e habilidade, presentes em vários outros tipos de jogos com
música.
A análise de vários tipos de jogos de regra com música, feita por
Macedo (1997), nos mostra sua importância para a aprendizagem e o
desenvolvimento da criança.
Durante os jogos com música, desenvolve-se a negação, a
afirmação, a capacidade da escolha, onde o sujeito deverá escolher o
caminho a ser seguida, sua estratégia para atingir seu objetivo. Pode-se
desenvolver também a capacidade de antecipação, o que significa
imaginar previamente o resultado antes de arriscar.
Argumentar e negociar também estão presentes no ato de brincar.
Não basta ter uma nova idéia, é preciso propô-la ao grupo, discutir e
convencer para colocá-la em prática.
O sujeito pode enfrentar em alguns jogos, o desafio de encontrar
diferentes soluções para um mesmo problema, assim, sua escolha será
como na vida, onde podemos achar para um único problema, várias
respostas.
Nos jogos e brincadeiras com música estão presentes ainda noções
de matemática, ciências físicas e naturais, línguas que podem auxiliar
na aprendizagem da criança.
Jogar com regras e música é comparável a produzir um texto (o da
partida é necessário interpretar para tomar decisões, conferir
significações e atribuir um sentido aos diferentes momentos da partida,
coordenando defesa e ataque. É necessário produzir uma sintaxe, ou
seja, ordenar logicamente as jogadas).
Cunha (1994) relata que brincando, a criança se desenvolve,
exercitando suas potencialidades. O desafio contido nas situações lúdicas
25
provoca o funcionamento do pensamento e leva a criança a alcançar
níveis de desempenho que só as ações, por motivações intrínsecas
conseguem.
2.2 A Música nos Jogos de Exercícios
Nos jogos de exercícios com música, prevalece um caráter
assimilador; a criança aprende por uma necessidade funcional, por isso a
forma de assimilação é denominada: assimilação funcional ou repetitiva.
Essa é a primeira forma de assimilação (ocorre na fase sensório-
motora - nos primeiros 18 meses de vida- mas suas características
continuam sendo parte das outras estruturas de jogos) e é caracterizada
pelo prazer que a repetição proporciona, pelo aspecto lúdico ou autotélico
dos esquemas de ação.
Essa assimilação funcional, que diminui as exigências da
acomodação, possibilita que a criança se volte, de forma prática, para as
características de sua ação ou dos objetos em que se aplicam. Assim, ela
tem a possibilidade de saber, talvez um pouco melhor, sobre sua ação, ou
sobre o objeto. Esse tipo de jogo aliado com a música permite a formação
de hábitos - forma principal de aprendizagem do primeiro ano de vida - e a
base para futuras operações mentais e para a regularidade que é
fundamental para a aprendizagem escolar (MACEDO, 1995).
No entanto, Macedo (1995) ressalta que a repetição sem sentido
lúdico (prazer funcional), sem ser um jogo de exercício - como costuma
acontecer hoje nas escolas - não vale a pena.
As idéias não é propor exercícios repetitivos por meio da música
que nada signifiquem para o aluno, que não tenham nenhuma relação
com a sua realidade, e sim, propor atividades, nas quais a criança possa
exercitar, usufruir o prazer, enfrentando as tarefas no sentido de
coordenar valores e produzir conhecimento, tendo isso como um fim e não
como um meio. Assim, o jogo de exercício seria o momento em que a
atividade é um instrumento e também um fim.
26
2.3 A Utilização da Música no Jogo simbólico
O jogo simbólico por meio da música é caracterizado por seu valor
analógico e o tipo de assimilação é denominado deformante, pois a
realidade é assimilada por analogia com o que a criança pode ou deseja.
A criança aplica como conteúdo às formas dos esquemas de ação
que assimilou nos jogos de exercícios, por meio da música revive
momentos felizes que já viveu, situações que ainda não entendeu e vai
entendendo conforme vai jogando.
Assim, através de fantasias, ela pode compreender a seu modo
temas aí presentes. Portanto, o predomínio é mais da assimilação do que
da adaptação à realidade concreta, real, da forma como ela é.
Nesse sentido, atende a muitas necessidades da infância, favorece
a integração da criança no mundo social (cada vez mais complexo) e aí
percebemos a grande utilidade do jogo na educação. É graças a essas
construções simbólicas que a criança pode se submeter às regras de
funcionamento de sua casa ou escola (MACEDO, 1995).
A importância do jogo simbólico por meio da música na escola pode
ser entendida então sob dois pontos de vista: o funcional, no qual a
criança assimila o mundo como pode ou deseja, ao criar analogias e
desse modo se torna produtora de linguagens e cria as convenções; e o
estrutural, no qual, os modos deformantes de pensar ou inventar a
realidade são uma espécie de prelúdio para as futuras teorizações da
criança (MACEDO, 1995).
2.4 A Música Como Brincadeira Cada vez mais se torna necessário a compreensão do lugar da
criança na educação infantil. E é por meio da brincadeira com música que
as atividades devem ser desenvolvidas, de modo a chamar a atenção da
criança.
O emocional é a base para o desenvolvimento psicomotor,
intelectivo, igualitário e o cultural. Porém o emocional que a criança
27
adquire segurança, ou medo ligado à segurança está o prazer, o sentir-se
bem, o ser capaz de assumir riscos e enfrentar desafios da autonomia,
levando a outras conseqüências, através do educador por meio de uma
linguagem enriquecida.
Segundo Saviani (1997, p. 78) a linguagem musical é peça
fundamental, é através dela que se constrói o pensamento e a capacidade
de entender suas próprias experiências. Ela necessita saber lidar com as
crianças na educação Infantil, aperfeiçoando-a através de diálogos com
os educadores.
Os exercícios musicais necessitam ser caracterizado para poder
passar todas as dimensões feitas no desenvolvimento. A criança progride
de diversas formas, e por isso estabelecem influência distinguida,
atendendo a impressionabilidade da cada criança, mostrando por
diferentes rotinas estáveis.
A rotina reflete na ordem e organização, ou cumprimento de
compromissos, ou na revisão avaliação do que foi realizado, ou no caráter
da relação professor-aluno. A usualidade constante permite que criança
contraia segurança contribuindo na construção da autonomia.
A rotina permite-nos ler a mensagem formativa do nosso trabalho. É
importante oportunizar momentos de atenção individualizada a cada
criança. É a base da cultura da diversidade, a criança precisa ter sua
individualidade mesmo que seja parcial, podendo haver momentos grupais
e individuais.
Os momentos de atenção individualizada proporcionam o
desenvolvimento da linguagem individual, dão às pistas e base na
obtenção de capacidade ou procedimento específico, orientando o
trabalho do professor que esquematiza o que se quer de convenção a
cada necessidade específica da criança.
Para conhecer o que se quer o sistema de ponderação, em
presença do aumento de cada criança individualmente ou do grupo, é
necessário que o educador tenha a capacidade de planejar e avaliar os
28
processos e a forma como se vai adquirindo a progressão do
conhecimento global.
Um dos escopos básicos da educação infantil por meio da música é
consentir as crianças que conhece cada vez melhor o seu ambiente de
vida e tornem-se donas do mesmo para ir desenvolvendo com autonomia.
Mesmos através dos aspectos que o autor lança para fim de discutirmos
nossa prática, ele também contribui com algumas idéias que melhorariam
a qualidade de nossas escolas.
29
CAPÍTULO III
A MUSICALIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Para tanto, teremos como marco teórico os seguintes estudiosos:
Henry Wallon, Jean. Piaget e Vygotsky, cada um privilegiando um
determinado campo de relação da criança com o mundo, o que
apresentam de forma descritiva e linear, não obstante a existência de
pontos de interseção entre alguns deles. Desvelaremos primeiro, a visão
de Wallon; por segundo, Piaget e por último Vygotsky. Abordando assim,
o desenvolvimento da criança e a musicalização, significar e conhecer as
características comuns uma determinada faixa etária de 0 a 6 anos.
A criança não é um adulto em miniatura. Ao contrário apresenta
características próprias de sua idade, compreender isso é entender a
importância do estudo do desenvolvimento humano. Embora sofrendo
várias influências a criança apresenta ritmo próprio de princípios
funcionando como determinante de todo o processo.
Segundo WALLON (1994), o estágio impulsivo emocional inicia no
primeiro ano de vida e está ligado fortemente à emoção e a afetividade
com as pessoas e a interação com o meio. Afirma também que o estágio
sensório-motor, que se estende até o terceiro ano, se volta para
exploração sensório motora do mundo físico. A criança conquista através
da percepção todo o universo que a cerca, sente necessidade de explorar
o espaço, porque é o momento em que o desenvolvimento da habilidade
“andar” está no auge e a fala atinge uma verdadeira importância.
Neste estágio o termo projetivo está relacionado ao funcionamento
mental que está florescendo na criança. E um período em que se utilizam
atos motores para auxiliar a exteriorização do pensamento.
30
Segundo Piaget (1971), o conhecimento não pode ser concebido
como algo pré-determinado desde o nascimento (inatismo), nem como
resultado do simples registro de percepções e informações (empirismo).
Resulta justamente das ações e interação do sujeito com o ambiente onde
vive, para ele o conhecimento é uma construção que vai sendo elaborado
desde a infância através de interações do sujeito com os objetos que
procura conhecer, sejam eles do mundo físico ou cultural.
Piaget (1971) enfatiza o desenvolvimento intelectual e divide os
períodos de acordo com o aparecimento de novas qualidades do
pensamento, o que por sua vez interfere no desenvolvimento global.
Caracteriza também, cada período por aquilo que melhor o individuo
consegue fazer nas diversas faixas etárias. Todos os indivíduos passam
por todas essas fases ou períodos, nessa seqüência, porém o início e
término de cada uma delas depende de características biológicas do
indivíduo e de fatores educacionais e sociais. Portanto a divisão nessas
faixas etárias é uma referência e não uma norma rígida.
O autor caracteriza de Período Sensório-motor do nascimento até
os dois anos, neste período, a criança conquista através da percepção e
dos movimentos, todo o universo que a cerca, decorrendo o
desenvolvimento inicial das coordenações e relações de ordem entre as
ações, é o início de diferenciação entre os objetos e entre o próprio corpo
e dos objetos. Aos 18 meses, mais ou menos,constitui-se a função
simbólica (capacidade de representar um significado a partir de um
significante).
No estágio sensório-motor o campo da inteligência aplica-se a
situações e ações concretas. Ao longo deste período, irá ocorrer na
criança uma diferenciação progressiva entre o seu e o mundo exterior. Se
no início, o mundo era uma continuação do próprio corpo, os progressos
da inteligência levam-no a situar-se como um elemento entre outros no
31
mundo. Isso permite que a criança, por volta de, um ano, admita que um
objeto continue a existir mesmo quando ela não o percebe no seu campo
visual, mas continua a procurar ou pedir o brinquedo que perdeu, porque
sabe que ele continua a existir. Sua integração no ambiente dá-se,
também, pela imitação das regras. E, embora compreenda algumas
palavras, mesmo no final do período só é capaz de fala imitativa.
O período que abrange a faixa etária de 2 a 6 anos é denominado
pré-operatório,ou primeira infância, no início desse período, o mundo
interior ainda prevalece sobre as relações cooperativas com o outro.
Neste período o mais importante que acontece é o aparecimento da
linguagem, que irá acarretar modificações nos aspectos intelectual,
afetivo e social da criança. As conseqüências mais evidentes da
linguagem são, sem dúvida sua interação e a comunicação entre os
indivíduos. Com a formação da palavra, há possibilidades de
exteriorização da vida interior e, portanto, a possibilidade de corrigir ações
futuras. A criança já consegue antecipar o que vai falar.
É importante também considerar que, neste período, a maturação
neurofisiológica completa-se, permitindo o desenvolvimento de novas
funções, como a coordenação motora-fina – pegar pequenos objetos com
as pontas dos dedos, segurar o lápis corretamente conseguir fazer os
delicados movimentos exigidos pela escrita.
Por outro lado, Vygotsky (1994), concebe o homem um ser que
pensa, raciocina, deduz e abstrai, mas também como alguém que sente,
se emociona, deseja, imagina e se sensibiliza. Vygotsky não separa o
intelecto do afeto, porque busca uma abordagem abrangente que seja
capaz de entender o sujeito como uma totalidade.
Segundo o autor, são os desejos, necessidades, emoções,
interesses, impulsos e inclinações do individuo que dão origem ao
32
pensamento, e este por sua vez exerce influência sobre o aspecto afetivo-
cognitivo.
Como é possível observar, na sua perspectiva, cognição e afeto
não se encontram dissociadas no ser humano, pelo contrário se inter-
relacionam e exercem influência recíproca ao longo de toda história do
desenvolvimento do indivíduo.
Segundo VYGOTSKY (1994), as características tipicamente
humanas não estão presentes desde o nascimento do indivíduo, nem são
meros resultados das pressões do meio exterior. Elas resultam da
interação dialética do homem e o seu meio sócio-econômico. Assim como
o homem transforma o seu meio para atender suas necessidades,
transforma-se a si mesmo, influenciando no seu comportamento futuro.
O autor comenta que a relação indivíduo sociedade apresenta uma
integração dos aspectos biológicos e sociais do individuo.
A partir desse enfoque enfatiza que as funções psicológicas
especificamente humanas se originam nas relações do individuo e seu
contexto social cultural e social, ou seja, o desenvolvimento mental
humano não é dado a priori, não é imutável e universal, não é passivo,
nem tão pouco independente do desenvolvimento.
3.1 A Musicalização Com Crianças De dois a Seis
Por meio da musica nos reequilibramos, reciclamos nossas
emoções e nossas necessidades de distinguir e idealizar. É a
musicalização que a criança imerge na vida, ocorre à expressão da sua
33
profundeza, apregoando conflitos existentes, bloqueados pelos padrões e
indigência sociais.
Mas, não são diversas crianças que ouvem a música por certo
pretexto, e, designadamente, por pretexto dos adultos as crianças não
ouvem. Se ressaltar o período em que a criança vê a música como uma
brincadeira abertamente, podemos observar a mesma como um
instrumento de construção. Uma ocasião ou espaço garantido para a
criança brincar é imprescindível. O brincar por meio da música é
colacionável ao direito de brincar e o direito de ter infância vivida.
A música como brincadeira é distinguida de tal maneira que está
implantada no próprio procedimento da atividade. Conseqüentemente,
podemos desempenhar qualquer atividade onde acontece o
desenvolvimento da criança por meio da brincadeira e a música. Ela não é
instintiva e sim humana, e constituída a partir da base da percepção que a
criança tem. Essa capacidade de percepção determina o conteúdo de
suas brincadeiras.
As brincadeiras tradicionais infantis por meio da música muita
vezes estão relacionadas ao folclore, sobretudo à oralidade. Possuem
características do longo tempo anonimamente, transformadas de
gerações a gerações suas origens são desconhecidas ao longo da
história, sabe-se que provêm de fragmentos de romances, poesias, mitos
e rituais religiosos.
Elas têm por desempenho perpetuar os costumes infantis, ampliar
formas de conformidade social e permitir o prazer de brincar. Pertencente
à classe de experiência transmitida espontaneamente, conforme
motivações internas da criança, a brincadeira tradicional garante a
presença do lúdico, na situação imaginária.
34
A música na proposta pedagógica remete-nos para a indigência do
implemento conteúdo delineado, é mais banal nas crianças que se depara
em desenvolvimento avançado, pois já submerge preceito, justifica-se
pela constituição de alegoria, ampliando a função simbólica avalizando a
irracionalidade do faz-de-conta construindo símbolos.
A música tem importância fundamental para o desenvolvimento
infantil e para a formação da personalidade. Atua tanto na dimensão
física, emocional e da imaginação. É o modo específico de a criança
conhecer o mundo.
De acordo com Le Boulch (1997) a música é um suporte para o
desenvolvimento infantil, sua principal função é a brincadeira, e as regras
da brincadeira que delineiam a capacidade de a criança entender e
cumprir regras no meio social.
As músicas como brincadeiras de construção são consideradas de
grande importância, a experiência sensorial estimula a criatividade,
aumenta capacidade da criança, fazendo semelhança com faz-de-conta,
evolvem em complicação logo que o acréscimo da criança, que se
entende ressaltando a fala e a atuação da criança.
As crianças costumam desvendar acontecimento e temas
conflituosos, certas relações, pode construir sua casa, sua escola,
finalmente fatos que exterioriza por meio de símbolo construído,
divulgando seu imaginário fornecendo na gênese da escrita, bem como,
além disso, participam deste processo as atividades de desenho.
Estes já anunciam a habilidade de escrita ao laborar como
significantes de várias coisas, alguma coisa externo. Este procedimento é
o apoio para o ensino posterior da leitura e escrita auxilia na educação
35
sem imposições às crianças porque, segundo a sua teoria, as crianças
passam por diferentes fases.
A música como brinquedo também cria uma zona de acréscimo
proximal na criança, desenvolvida pelo adulto, ora até mesmo ao
brinquedo, ao fazê-la presenciar situações que estão lá ao longe do seu
nível atual de comportamento diário. Daí a importância da atividade lúdica
na educação infantil, ao desempenhar, estamos fornecendo para o
aumento das crianças.
De acordo com o desenvolvimento por meio da zona proximal,
explica a seriedade da atividade musical com as crianças, e ao fazê-lo
vivenciar ocasião que estão bem ao seu nível presente de comportamento
diário, como por modelo, o aumento da fala, que é um instrumento cultural
já integrado à maturação.
Ainda que quando a criança começa a falar, os vocábulos são
compreendidos como propriedade, antes que um emblema ou elemento.
Ele aprecia a brincadeira juntamente com a música como uma grande
fonte de desenvolvimento que, como foco de uma lente de aumento,
contém as tendências do desenvolvimento de forma condensada.
Nas brincadeiras por meio da música, a criança tem a modificação
do que vive ou se tem, transitando do concreto para o imaginário no
mundo da brincadeira infantil. Conseqüentemente, a brincadeira é
presenciada como uma atividade que causa a aprendizagem e o aumento,
lembrando que a brincadeira necessita ser garantida pela escola,
necessita ser acompanhada, esquematizada, organizada e enriquecida
por meios que analisa a diversão e o prazer.
36
A música é dotada de natureza livre parece incompatibilizar com a
busca de resultados, pois ao desempenhar uma tarefa como, por
exemplo, seqüência de cores ao formar um castelo de cartas, a criança
pode desempenhar o que se encontra no seu imaginário e não o que o
professor deseja ou planejou.
Permanecem entre a fantasia e o fato uma relação emocional.
Nossos registros de imagens estão iguais o estado emocional vivida, que
foi coligado naquele momento. Uma circunstância emocional pode
ocasionar diversas imagens ligadas àquele procedimento afetuosas
fenômeno chamado de signo emocional geral. Também uma imagem de
fantasia pode trazer consigo uma vivência emocional real.
O procedimento da criatividade materializada por meio da música,
exteriorizada, pode suscitar algo novo, que não praticava parte do
repertório das pessoas. Consistiria na capacidade da obra de arte de abrir
os olhos conteúdos criativos nos indivíduos, que leva em comuns
maneiras de sentir e abranger algo.
Se existem semelhança diferente entre fábula e fato, também a
idéia criadora pode ser pesquisada decompondo as suas fases
formadoras. Em um primeiro andamento, e como categoria anterior e
necessária, uma invenção baseia-se nos conhecimentos pessoais,
acontecem especialmente nas percepções interiores e exteriores e cada
sujeito.
A idéia de novas ligações entre elementos, recesso do
procedimento criativo estabelecem o corte das transações antes
presentes, a modificação destas impressões que na criança, na maioria
das vezes constitui o exagero, o aumento do estímulo e a agregação entre
diversos elementos realizados nessa etapa deste procedimento. A
37
concretização externa do estímulo interno, que é analisada como tendo
valor especial, e que fecha o círculo do processo criativo.
Conforme Libâneo (1999) essencial é relembrar que toda a
produção cultural do homem depende das condições que sua realidade
social oferta e estimula. Não somos seres independentes das condições
históricas presentes, mas nossa liberdade e individualidade se expressam
concretamente num mundo mediado pelas relações objetivas, dadas
socialmente. Esta realidade histórica promove e também condiciona as
realizações dos homens.
A brincadeira por meio da música na perspectiva sócio-histórica e
antropológica trata-se de uma atividade social, humana que compõe
contextos culturais, a partir das quais as crianças recriam a realidade
através da utilização de sistemas simbólicos próprios. Ao mesmo tempo
em que essa atividade é específica da infância a sociedade estabelece
padrões através do desenvolvimento da arte e da cultura, cujos
instrumentos são apropriados pelos adultos.
3.2 A Música Como Jogo Para as Crianças
Segundo Huizinga (1971) a música como jogo tem ritmo e
harmonia, sendo uma função da vida que traz prazer. Ele ressalta que a
característica principal do jogo é o divertimento, a fascinante capacidade
que ele tem de conseguir ao mesmo tempo exercitar, promover tensão e a
alegria como função social. a música como jogo é uma das atividades
presentes ao longo do crescimento e desenvolvimento da criança. Nos
PCNs destaca como aspecto relevante nos jogos:
38
O desafio genuíno que eles provocam no aluno, que gera interesse e prazer. Por isso, é importante que os jogos façam parte da cultura escolar, cabendo ao professor analisar e avaliar a potencialidade educativa dos diferentes jogos e o aspecto curricular que se deseja desenvolver (PCN 1997, p. 49).
Neste sentido percebemos que a música como jogo como elemento
desafiador pode motivar e envolver a criança nos situações de
aprendizagem de maneira prazerosa e descontraída. O professor deve
primeiro conhecer a música como jogo, depois traçar os objetivos para
que ocorra realmente a aprendizagem do conteúdo a ser abordado.
A música como jogo na visão de Vigotsky (1989) propiciam o
desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração. O
lúdico influencia no desenvolvimento da criança, ensinando-o a agir
corretamente em uma determinada situação e estimulando sua
capacidade de discernimento. A música como jogo estimula a curiosidade
e a autoconfiança da criança. Percebemos que ao jogar, a criança é
levada a exercitar suas habilidades e buscar estratégias para vencer o
jogo.
Piaget (1974) salienta a importância da atividade no desenvolver da
percepção, da inteligência, tendências à experimentação e sentimentos
sociais da criança. Acreditamos que através da música como jogo criança
aprende a respeitar a vez e a opinião do colega, regras, criar estratégias,
controlar suas emoções e conviver no grupo que é muito importante.
Há necessidade de rever as práticas sobre a música como jogo,
proporcionando mais criatividade, prendendo a atenção da criança. A
música como jogo pode possibilitar a abertura de espaços para presença
39
do desenvolvimento, não como entretenimento, mas como momentos para
o desenvolvimento da criatividade da iniciativa, intuição interesse e
conhecimento lógico de forma prazerosa.
Segundo Kishimoto (2000, p. 10) o brincar aparece como elemento
indispensável para educar a criança. Desde Froebuel, o criador do jardim
de infância, a relevância da música como jogo é apontada pela ação livre
e espontânea da criança ora orientada por adultos. O jogo livre é adotado
pela psicologia funcionalista de Dewey que orienta o movimento da Escola
Nova, responsável pela divulgação do jogo como fator importante para a
educação infantil.
Na concepção piagetiana da música como jogo, não é dada
importância a competição e sim ao lúdico que é colocado como elemento
importante para o desenvolvimento harmonioso da criança, englobando
seu eu, o mundo dos objetos e o mundo de outras pessoas.
Vivemos numa sociedade capitalista em que vê a música como jogo
e o brincar como simples distração, perda de tempo, distanciados do
mundo real. O lúdico é visto como um passatempo, uma atividade sem
valor e isto reflete na escola. No entanto, o lúdico rotulado como perda de
tempo é comprovado em inúmeras pesquisas de autores renomados, seu
valor para a construção de aprendizagem.
A espontaneidade que a música como jogo desenvolve na criança
não deve ser sacrificada em nome da aquisição de conhecimento, pois o
grande valor do jogo está na capacidade de a criança expressar suas
próprias decisões. (FROEBUEL, apud KISHIMOTO, 1992).
De acordo com Kishimoto (1992) deve-se ter cuidado para manter o
equilíbrio entre a sua ação e a liberdade da criança, para não haver
40
apenas a música como jogo ou apenas o ensino. Dependendo de como o
jogo é direcionado pode perder sua dimensão lúdica que propicia prazer
em proveito da aprendizagem tornando-se apenas material pedagógico ou
didático.
Essa abordagem nos dá a idéia de que certos meios de aquisição
do conhecimento são facilidades quando tomam a forma aparente de
atividade. O uso da música como jogo faz com que as crianças comecem
a despertar o seu interesse e prazer em estudar determinados conteúdos
que acham difíceis de serem compreendidos.
41
CONCLUSÃO
O objetivo principal desse trabalho de pesquisa era de analisar a
importância da música como atividade alternativa no desenvolvimento sócio-
cognitivo de alunos de dois a seis anos da Educação Infantil, partindo de um
questionamento de como trabalhar de maneira lúdica com estes alunos, visto
que após levantamento bibliográfico a música como jogo é uma atividade
própria da infância podendo se desenvolver de maneira individual ou coletiva,
contribuindo dessa forma com a socialização através das relações com o seu
eu e tudo que o cerca. As músicas trazem possibilidades de crescimento
pessoal, pois quando a criança brinca ou participa de jogos, libera
necessidades e interesses espontaneamente.
Durante a pesquisa verificou-se que existem diferentes tipos de músicas
como jogos de acordo com cada faixa etária. De zero a dois anos sensório-
motor, existem músicas mais adequadas são as consideradas como
funcionais, que trabalham o seu próprio corpo. De dois a seis anos pré-
operatório, sendo apropriadas para fixação, imitação (faz de conta), construção
(objeto) e também regras (obedece a regras básicas).
A criança utiliza uma lógica diferente para pensar em cada etapa da
vida. Segundo Piaget os estágios do desenvolvimento da criança aparecem em
uma ordem necessária, esses estágios não podem ser interrompidos, pois um
prepara o outro e são construídas sobre anteriores, as idades em que eles
aparecem são relativas, o desenvolvimento de cada um depende da interação
do sujeito com o seu Medo.
É necessário que o professor conheça as fases do desenvolvimento do
aluno para verificar o que a criança já sabe e quais são as suas necessidades,
a fim de sugerir atividades e elaborar perguntas no momento certo. O que as
crianças dizem e fazem podem contar muito ao professor a respeito do seu
pensamento e sua inteligência. O que não fazem ou não conseguem fazer,
42
também pode contar muito a respeito de suas capacidades. As crianças
conseguem lidar com as mais complexas dificuldades psicológicas por meio do
brincar com música, interagindo as experiências de medo, perda, dor, relação
entre o bom e o mal.
Dentro de uma mesma cultura as crianças brincam com música, onde os
temas representam o ambiente das crianças e aparecem no contexto da vida
diária. Conclui-se que o ambiente é a condição de onde se inicia a brincadeira
e ele a condiciona.
A música é um possibilitador de interação social e de construção do
próprio conhecimento de aquisição de novas experiências.
É através dela que as crianças tem oportunidade de desenvolver um
canal de comunicação, uma abertura para o diálogo com o mundo dos
adultos, onde ela restabelece seu controle interior, sua auto-estima e
desenvolve relações de confiança consigo mesma e com os outros.
No sonho, na fantasia e na brincadeira da música os desejos que
pareciam impossíveis de se realizar podem ser realizados.
No desenvolvimento das crianças, é evidente a transição de uma forma
para outra através da música, que é a imaginação em ação. A criança precisa
de tempo e de espaço para trabalhar a construção do real pelo exercício da
fantasia.
A música faz o ambiente natural da criança ao passo que as referências
abstratas e remotas não correspondem ao interesse da criança. Partindo da
idéia que a verdadeira educação é aquela que cria á criança o melhor
comportamento para satisfazer suas múltiplas necessidades orgânicas e
intelectuais.
43
É brincando com a música que a criança aprende sobre o mundo,
porém, os professores necessitam observar as crianças que brincam para
perceber o tipo de estratégias que poderiam facilitar a aprendizagem.
A música possibilita a flexibilidade de conduta e conduz a um
comportamento exploratório, concluindo que a mesma no universo infantil
contribui para solução de problemas, explorando todas as possibilidades e não
somente as propostas pelos adultos.
44
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALMEIDA, Paulo Nunes, Educação Lúdica, Técnicas e Jogos Pedagógicos.São Paulo:Loyola,2000. ALTET, M; CHARLIER, E; PAQUAY, L; PERRENOUD, P. Formando professores profissionais. Quais estratégias? Quais competências? Porto Alegre: Artmed Editora, 2001. ALVES, Vivian Karla Carvalho. A importância dos jogos e brincadeiras no cotidiano escolar. Pos-graduação em Pedagogia. Universidade Candido Mendes, 2006. ARAUJO, A.P. “A formação pedagógica na licenciatura plena em matemática: um estudo avaliativo na UFRN. Dissertação de mestrado em Educação. UFRN, 1979.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO ...........................................................................................2
AGRADECIMENTO ...........................................................................................3
DEDICATÓRIA .................................................................................................4
RESUMO ...........................................................................................................5
METODOLOGI...................................................................................................6
SUMÁRIO ..........................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...................................................................................................8
CAPÍTULO I
BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO MUSICAL ............................................11
1.1 - Recordando a história da música no Brasil...... ........................................15
CAPÍTULO Il
A IMPORTÂNCIA DA EDUAÇÃO MUSICAL NA FORMAÇÃO GLOBAL DA CRIANÇA .........................................................................................................22 2.1 - A Música como Jogo e Facilitador da Aprendizagem......................23 2.2 - A Música nos Jogos de Exercícios..................................................25
2.3 - A Utilização da Música no Jogo simbólico.......................................26
2.4 - A Música Como Brincadeira............................................................26
CAPÍTULO III
A MUSICALIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL.............................29
3.1- A musicalização com criança de dois a seis.............................................32
3.2 - A Música Como Jogo Para as Crianças..................................................37
CONCLUSÃO...................................................................................................41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA........................................................................44