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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU DIFICULDADES NO APRENDIZADO E APRENDIZAGEM MOTORA DIOGO VAN BAVEL BEZERRA RIO DE JANEIRO 2017 ORIENTADOR: Profa. Me. Fátima Alves DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

DIFICULDADES NO APRENDIZADO E APRENDIZAGEM

MOTORA

DIOGO VAN BAVEL BEZERRA

RIO DE JANEIRO

2017

ORIENTADOR:

Profa. Me. Fátima Alves

DOCUMENTO P

ROTEGID

O PELA

LEID

E DIR

EITO A

UTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

DIOGO VAN BAVEL BEZERRA

DIFICULDADES NO APRENDIZADO E APRENDIZAGEM

MOTORA

RIO DE JANEIRO

2017

Apresentação de monografia à AVM como requisito parcial

para obtenção do grau de especialista em Psicomotricidade.

Por: Diogo Van Bavel Bezerra

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AGRADECIMENTOS

A minha família por estar sempre ao meu lado

incentivando e se dedicando sempre na minha

formação.

A minha esposa e filhos por estarem sempre

comigo.

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, minha esposa e meus filhos.

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RESUMO

O desenvolvimento motor faz parte do processo de formação integral do ser

humano, associados a outros desenvolvimentos, como, biológico, fisiológico, cognitivo, intelectual, afetivo dentre outros, que juntos compõem a formação do

ser como um todo. O desenvolvimento motor é um processo que ocorre desde o nascimento até a idade adulta, em que a criança é estimulada e interage com o meio de acordo com a sua idade, aumentando gradativamente as

possibilidades motoras que tendem a ser cada vez mais completas e complexas. Visto que a deficiência em determinados campos do

desenvolvimento motor pode gerar atrasos em áreas relacionadas ao desenvolvimento geral e possíveis avanços. Alguns fatores que devem ser levados em consideração quando há uma abordagem sobre o desenvolvimento

motor e a maturação são: meio ambiente (geografia, cultura, renda familiar, saneamento básico, educação e estilo de vida), genética (hereditariedade e

transmissão de genes anormais), nutrição (consumo de nutrientes), tarefas (atividades diárias e físicas) e aspectos psicossociais (desenvolvimento cognitivo, personalidades e relacionamentos). Portanto, esses fatores

intrínsecos e extrínsecos influenciam e/ou prejudicam o crescimento e desenvolvimento. O objetivo deste trabalho é entender a relação existente

entre o desenvolvimento motor e a dificuldade na aprendizagem durante o período escolar. Compreender de que forma o processo de desenvolvimento motor sendo estimulado de forma adequada pode ter influencia positiva na

aprendizagem escolar. Diante da leitura de alguns autores, através da avaliação motora, pode-se observar que crianças com dificuldade na aprendizagem, apresentam atraso no desenvolvimento motor, o que sugere

uma relação mutua para a formação do individuo. A amostra foram crianças de 6 a 10 anos de idade, sendo o período escolar o ensino fundamental I (1º ao 5º

ano). Esta revisão bibliográfica concluiu que aprendizagem motora e dificuldades de aprendizagem escolar nos anos iniciais e no 1º seguimento apresenta uma grande importância do trabalho psicomotor e principalmente do

papel do psicomotricista nos primeiros anos de vida escolar, visto que diversos trabalhos demonstram que um desempenho motor abaixo do normal para

determinada idade poderá atrapalhar o desempenho em sala de aula. Crianças com score motor fraco ou muito abaixo da sua idade apresentam dificuldades na sala de aula em determinadas disciplinas. Após a os resultados deste

trabalho, foi identificado que a dificuldade na aprendizagem está diretamente ligada a problemas com valências motoras e uma má aprendizagem motora.

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METODOLOGIA Será feita uma revisão bibliográfica acerca do assunto aprendizagem

motora e dificuldades de aprendizagem escolar nos anos iniciais, no 1º

seguimento e como as atividades motoras podem auxiliar neste processo de

ensino. A amostra serão crianças de 6 a 10 anos de idade, sendo o período

escolar o ensino fundamental I (1º ao 5º ano). Após a conclusão deste trabalho

os resultados esperados serão que a dificuldade na aprendizagem está

diretamente ligada a problemas com valências motoras e uma má

aprendizagem motora.

Os livros base e principais deste trabalho serão os seguintes: Rosa Neto

F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002; Gomes CCP,

Pavão S.M.O. Dificuldades de aprendizagem. Educação 2001; Santa Cruz;

Fonseca, V. Monografia de especialização, Universidade do Estado de Santa

Catarina, Florianópolis, Santa Catarina, Psicomotricidade. São Paulo: Martins

Fontes, (1983); Gallahue, D.L., e Ozmun, J.C. Compreendendo o

desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo:

Phorte.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8

CAPÍTULO I.................................................................................................................. 11

APRENDIZAGEM ESCOLAR E A FALTA DE ATIVIDADES MOTORAS ........ 11

CAPÍTULO II................................................................................................................. 19

CAPACIDADES MOTORAS E APRENDIZAGEM ESCOLAR ........................... 19

CAPÍTULO III ............................................................................................................... 27

INFLUÊNCIA DA LATERALIDADE NA ESCRITA ............................................... 27

CONCLUSÃO............................................................................................................... 36

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................... 39

ÍNDICE ........................................................................................................................... 42

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INTRODUÇÃO

O desenvolvimento motor faz parte do processo de formação integral do

ser humano, associados a outros desenvolvimentos, como, biológico,

fisiológico, cognitivo, intelectual, afetivo dentre outros, que juntos compõem a

formação do ser como um todo. Rosa Neto (2002) define desenvolvimento

motor, como um processo que ocorre desde o nascimento até a idade adulta,

em que a criança é estimulada e interage com o meio de acordo com a sua

idade, aumentando gradativamente as possibilidades motoras que tendem a

ser cada vez mais completas e complexas.

O desenvolvimento motor na infância visa à obtenção de uma ampla

variedade de habilidades motoras, que possibilitam a criança amplo domínio do

seu corpo em diferentes posturas, formas variadas de locomoção, o manipular

de objetos diversos e outros, consideradas habilidades básicas. Essas

habilidades são solicitadas para a condução de rotinas diárias, nos ambientes

onde as crianças vivem como casa, escola e no brincar.

O meio escolar é um dos responsáveis pela aprendizagem cognitiva da

criança sendo que neste início do processo de escolarização ocorre um

aumento do repertório de habilidades motoras (percepção do corpo, espaço e

tempo) promovendo um maior domínio do corpo em diferentes atividades,

essas habilidades contribuem não só para a aprendizagem motora, mas

também para as atividades de formação escolar.

Um método de trabalhar este desenvolvimento motor se dá pela

psicomotricidade que é uma disciplina educativa, reeducativa e terapêutica se

destacando pela relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade.

Neste sentido, facilitando assim a abordagem global do individuo por meio

duma técnica. É uma ciência que tem como objeto de estudo o homem através

do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo.

Desta forma, está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo

é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. Sustentada por três

conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade,

portanto é um termo empregado para uma concepção de movimento

organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja

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ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização. Ela

contribui de maneira expressiva para a formação e estruturação do esquema

corporal o que facilitará a orientação espacial.

A observação da incidência de crianças com dificuldades de

aprendizagem escolar nem sempre está ligada a algum tipo de

comprometimento neurológico ou estrutural (doenças congênitas, atrasos

mentais ou deficiência física) e sim deficiência em habilidades motoras e dos

aspectos referentes à sua aplicação nas tarefas escolares. Visto que a

deficiência em determinados campos do desenvolvimento motor pode gerar

atrasos em áreas relacionadas ao desenvolvimento geral e possíveis avanços.

Atrasos no desenvolvimento motor comparado com a idade motora geral, além

de demonstrar que quanto mais velha a criança, mais atrasos apresentam nos

componentes avaliados (correr, arremessar, saltar, etc). Os fatores que podem

ser responsáveis pelo atraso são as poucas oportunidades de práticas de

atividades motoras, o excesso de tempo gasto com jogos de videogames e TV

e alguns fatores alimentares.

Alguns fatores que devem ser levados em consideração quando há uma

abordagem sobre o desenvolvimento motor e a maturação são: meio ambiente

(geografia, cultura, renda familiar, saneamento básico, educação e estilo de

vida), genética (hereditariedade e transmissão de genes anormais), nutrição

(consumo de nutrientes), tarefas (atividades diárias e físicas) e aspectos

psicossociais (desenvolvimento cognitivo, personalidades e relacionamentos).

Portanto, esses fatores intrínsecos e extrínsecos influenciam e/ou prejudicam o

crescimento e desenvolvimento. Há também o excesso de tarefas impostas a

elas ou a falta de atividades que podem prejudicar o desenvolvimento escolar,

principalmente porque grande parte não participa de jogos recreativos na

escola e ambiente familiar. Assim, a avaliação da aprendizagem motora é de

muita importância para verificar o nível de desenvolvimento deles.

O objetivo deste trabalho é entender a relação existente entre o

desenvolvimento motor e a dificuldade na aprendizagem durante o período

escolar relacionando este processo com a falta de atividades motoras.

Compreender de que forma o processo de desenvolvimento motor sendo

estimulado de forma adequada pode ter influencia positiva na aprendizagem

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escolar. Diante da leitura de alguns autores, serão descritos através de três

capítulos fatores que possam influenciar e/ou dificultarem este

desenvolvimento neste período da infância.

No capítulo I será tratada a relação da ausência de atividades motoras

no processo de aprendizagem e quanto este fator externo pode influenciar. Já

no capítulo II será abordado como as capacidades motoras auxiliam no

aprendizado escolar e no capítulo III como a lateralidade pode influenciar na

escrita.

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CAPÍTULO I

APRENDIZAGEM ESCOLAR E A FALTA DE ATIVIDADES

MOTORAS

Durante o processo de escolarização, experiências diárias podem

contribuir para o desenvolvimento do indivíduo em diversas áreas da sua

formação, tendo impacto sobre suas futuras experiências fora da escola

(MEDEIROS et. al. 2000). O processo de aprendizagem intelectual dentro do

contexto escolar, como qualquer outra área que trate do comportamento do ser

humano, é repleto de estudos e pesquisas em relação ao início, meio e fim

desse processo. Portanto, a dificuldade na aprendizagem é interesse de

profissionais que estudam a educação.

O desenvolvimento motor da criança depende de dois fatores

importantes, a experiência motora em diferentes componentes da motricidade

(coordenação, equilíbrio e o esquema corporal) e a oferta de um ambiente

diversificado em que ela possa interagir com o meio e os problemas que

surgirão deste local. Um dos problemas da aprendizagem em geral é a

deficiência no desenvolvimento de algumas habilidades motoras que podem

influenciar diretamente neste processo de ensino-aprendizagem (MEDINA-

PAST AND MARQUES, 2009).

O ambiente favorável para a maturação normal da criança é necessário

para o desenvolvimento cognitivo como leitura, escrita, raciocínio lógico, além

do afetivo e motor. As escolas, e principalmente a Educação Infantil, devem

conter condutas psicomotoras para preparar as crianças para aprendizagens

futuras, processos de autoconstrução, facilitando a construção de sua unidade

corporal, afirmação de sua identidade e autonomia intelectual e afetiva

(ALVES, 2011).

Um dos focos na Educação Infantil é o movimento nas atividades

planejadas, porém não resumidos apenas em recreação, mas sim visando às

capacidades que as crianças podem se apropriar, como autoconhecimento,

uso do corpo na expressão das emoções, deslocamentos com segurança, alem

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das capacidades cognitivas como desenvolvimento dos recursos para pensar,

representação e comunicação para resolução de problemas. Deste modo o

desenvolvimento motor é um processo de mudanças contínuas em que há um

progresso de movimentos simples e não organizados pela realização de

habilidades complexas, este desenvolvimento motor e sua evolução inicia se

ao nascer e encerra com a morte (DE OLIVEIRA, 2002).

O movimento é o primeiro a invadir o espaço com o corpo, do

movimento inicia-se a noção de duração, ritmo e sequência, da percepção do

esquema corporal nascem condições de trabalhar noções de localização,

lateralidade, dominância lateral. Vygotsky em seus estudos indicava “atividades

que tivessem sentido para a vida do aluno, relacionadas a jogos, ao trabalho,

ao desejo e à vivência de uma linguagem viva, aquisição de conhecimentos

fundamentais para o entendimento das suas relações com a vida”

(VYGOTSKY, 1989).

Considerando a pesquisa das psicólogas Medeiros et. al. (2000), estas

acrescentam que a dificuldade na aprendizagem escolar, não está somente

associada ao desempenho do indivíduo no produto final da aprendizagem, não

se pode descartar o sistema educacional e as influencias ambientais que são

fundamentais no processo de ensino – aprendizagem, ambos podem ser

eficazes, mas também podem levar ao sintoma de não aprender. A dificuldade

na aprendizagem na maioria das vezes está associada a outros

comprometimentos.

Rosa Neto et al (2007), cita o desenvolvimento infantil como uma das

fases mais significativas na vida do ser humano, junto com a 2ª infância e idade

escolar são caracterizados por rápido progresso na aprendizagem motora.

Demonstrando que o desenvolvimento intelectual depende da aquisição de um

bom controle motor permitindo a criança construir suas noções básicas.

A Educação Física possui um papel de estruturar o ambiente adequado

e oferecer experiências que auxiliem no desenvolvimento humano através do

aprendizado de habilidades específicas nos jogos, esporte, ginástica e dança.

Deve focar na integração do estudo da psicomotricidade, que privilegia o físico,

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mas associa o trabalho mental como aprender a escutar, interpretar, imaginar,

organizar e passar da ideia ao ato concreto (ROSA NETO et al, 2007).

Coelho, Tolocka e Marco (2006), verificaram no seu estudo que tanto

meninos e meninas (3-5 anos), após uma bateria de testes para avaliar as

habilidades básicas correlacionando com parâmetros antropométricos,

observaram que a maior parte dessas crianças ainda encontrava-se nos

estágios iniciais de desenvolvimento e poucas nos estágios intermediários. Isso

se deve a pouca vivência com jogos e atividades em que tenha esses

movimentos básicos. Ou também pelo pouco incentivo das instituições de

ensino infantil que ainda mantém o pensamento de priorizar a higiene e a

alimentação e esquecem que elas necessitam se movimentar.

Vieira et. al. (2004) aborda que as transformações que ocorrem no ser

humano decorrente das fases iniciais do processo de desenvolvimento motor,

em que para aquisição de padrões fundamentais de movimento são

necessários elementos como a consciência corporal, direcional e espacial, e

ainda sincronia, ritmo e sequência de movimento, estes elementos quando

trabalhados de forma adequada, podem contribuir para o desenvolvimento

integral da criança, sugerindo a possibilidade de atuar positivamente no

aprendizado de tarefas pertencentes a diversas áreas.

Quando há a observação de dificuldades ou falhas nas etapas da

educação psicomotora, exercícios para reeducar e tratar estas perturbações

são necessários, visto que a psicomotricidade possui a função de melhorar

estas condições de aprendizagem, de autoconhecimento formando na criança

a base para uma boa aprendizagem da leitura e da escrita. Palavras como

tocar, conviver, imaginar, mexer, olhar e encontrar deve constar sempre nas

aulas e atividades psicomotoras (ALVES, 2003).

Deste modo, utilizar a psicomotricidade em conjunto com o processo de

aprendizagem escolar tem como objetivos primários trabalhar para educar e

reeducar indivíduos que apresentem quaisquer dificuldades motoras,

inabilidades, atrasos e instabilidades psicomotores, além de trabalhar o ser em

sua totalidade em áreas educacionais, pedagógicas e da saúde. O

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desenvolvimento das crianças, em sua normalidade, segue um padrão comum

durante as fases, entretanto o ambiente familiar e o meio social em que vivem

irão definir o seu comportamento conseguindo assim diferenciá-los (ALVES,

2011).

Durante o processo de aprendizagem, os elementos básicos da

psicomotricidade são utilizados com freqüência. O desenvolvimento do

Esquema Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial, Orientação Temporal

e Pré-Escrita são fundamentais na aprendizagem; um problema em um destes

elementos irá prejudicar uma boa aprendizagem. O ato antecipa a palavra, e a

fala é uma importante ferramenta psicológica organizadora. Através da fala, a

criança integra os fatos culturais ao desenvolvimento pessoal. Quando, então,

ocorrem falhas no desenvolvimento motor poderá também ocorrer falhas na

aquisição da linguagem verbal e escrita. Faltando a criança um repertório de

vivências concretas que serviriam ao seu universo simbólico constituído na

linguagem, conseqüentemente, afetando o processo de aprendizagem. A

criança, cujo desenvolvimento psicomotor é mal constituído, poderá apresentar

problemas na escrita, na leitura, na direção gráfica, na distinção de letras (ex:

b/d), na ordenação de sílabas, no pensamento abstrato (matemática), na

análise gramatical, dentre outras (BUENO, 1998).

Deste modo, o lugar da criança na psicomotricidade é o do prazer

sensório-motor, da expressividade psicomotora e de comunicação. Esta

disciplina traz benefícios específicos àquelas crianças com comportamento

"normal", mas que apresentam dificuldade motora ou psicomotora especifica no

grafismo, na lateralização, na organização, no tempo e no espaço. As crianças

com problemas de comportamento podem ser ajudadas por meio desta ciência.

Geralmente, são crianças cuja organização da personalidade não se apresenta

de forma patológica: são instáveis, inibidas, voltadas para si mesmas,

agressivas, tristes e sem autoconfiança e com dificuldade de relacionamentos

interpessoais (MENEZES, 2012).

É de suma importância e torna-se imprescindível contribuir para a

formação de agentes mediadores do desenvolvimento e da aprendizagem. A

prática psicomotora dentro da escola abre um novo espaço para outros

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desejos, além dos cognitivos, para que a criança tenha vontade de aprender e

também possa expressar seus sentimentos em sua totalidade (inteligência,

pensamento, afetividade e ação). O espaço de vivência psicomotora permite

que a criança fale de seu mundo, expresse suas fantasias e conflitos do mundo

simbólico no inter-jogo das relações com os colegas e com o educador.

A psicomotricidade contribui de maneira expressiva para a formação e

estruturação do esquema corporal e tem como objetivo principal incentivar a

prática do movimento em todas as etapas da vida do individuo. Pode-se

transmitir que assim, a importância e o valor do processo de desenvolvimento

do ser humano em todos seus aspectos, além de observar o quão é importante

todo o processo de desenvolvimento, e o quanto isto acarreta ou acarretará a

vida de cada individuo de maneira integral (MENEZES, 2012).

Na pesquisa feita por Rosa Neto et. al. (2011), que teve o intuito de

investigar o esquema corporal de crianças de 6 a 10 anos de idade com

dificuldade na aprendizagem, foi verificado que essas crianças apresentam

menores escores na avaliação motora, dentre outros aspectos. E foi sugerido

pelos autores, que a prática da atividade física tem influencia positiva no

desenvolvimento do esquema corporal e também na percepção, que

trabalhados de forma eficaz podem favorecer o desempenho nas atividades

escolares.

O resultado encontrado na pesquisa de Rosa Neto et. al. (2011), indica

que existe uma próxima relação entre o desenvolvimento do esquema corporal

(união de diversas experiências corporais que relaciona o próprio corpo com o

mundo exterior) e a dificuldade na aprendizagem. Os autores abordam que “a

percepção do próprio corpo e a percepção deste no espaço e no tempo são

essenciais para o desenvolvimento harmonioso dos aspectos motores, físicos e

cognitivos”. Eles sugerem que quanto antes diagnosticar, através da avaliação

motora, o atraso no desenvolvimento motor da criança, mais precocemente

pode-se planejar uma intervenção, facilitando o processo de escolarização e

desenvolvimento do indivíduo com um todo.

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Familiarizar se com a imagem do próprio corpo (crianças de 0 a 3 anos)

visando a ampliação das possibilidades expressivas dos próprios movimentos

utilizando gestos diversos e o ritmo corporal nas suas brincadeiras, danças e

jogos, para assim poder desenvolver as habilidades necessárias para a

inserção dela nos diferentes ambientes da sociedade.

Mendina, Rosa e Marques (2006) pesquisaram sobre o desenvolvimento

da organização temporal de crianças com dificuldade na aprendizagem.

Organização temporal é aprender a ordenar os acontecimentos e a tomar

consciência dos intervalos temporais entre eles, para assim poder

compreender o tempo. Foi concluído que a maior parte apresentou déficit motor

em relação a sua idade cronológica, além do déficit no desenvolvimento da

organização temporal. Acredita-se que atividades que auxiliem de forma a

completar o desenvolvimento dos elementos motores da criança (organização

temporal, espacial, esquema corporal e outros), esses elementos podem ter

grande participação na realização de tarefas escolares, como leitura e escrita.

Outro fator que dificulta o desenvolvimento são os excessos de atividades

na qual as crianças são submetidas diariamente dificultando a participação dos

alunos em jogos recreativos na escola e junto á família. As crianças do estudo

de Medina-Past e Marques (2009) apresentaram resultados nos testes de

esquema corporal e organização espacial reduzidos o que pode comprometer o

desempenho escolar, com uma particularidade na idade de 8 anos, em que

noção do corpo e dos sentidos fazem parte do processo de aprendizagem da

linguagem escrita.

Uma forma de conhecer o nível de desenvolvimento motor e o seu perfil

para estabelecer instrumentos de confianças analisando o desenvolvimento

das crianças em diferentes etapas é a avaliação motora, pois com esta

ferramenta pode-se relacionar o desenvolvimento da criança e estratégias com

atividades específicas para as necessidades deles.

Uma avaliação visando verificar o desenvolvimento motor utiliza critérios

de seleção como idade de crianças e área a ser avaliada (força muscular,

motricidade fina e ampla, fala e capacidades funcionais) facilitando o

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planejamento e formas de atuação e intervenção. A avaliação é utilizada para

identificar crianças com dificuldades de aprendizagem que levam ao insucesso

escolar e que podem não estar associado a doenças neurológicas, atrasos

mentais ou deficiências físicas. Entretanto, alguns problemas na aprendizagem

podem estar relacionados a áreas como percepção, atenção, memória,

associação e fixação de informações podendo ir a adolescência a vida adulta.

Deste modo, investigar o nível de desenvolvimento motor junto com os

componentes da motricidade das crianças associados a dificuldades de

aprendizagem surgem como aspectos importantes visto que há estudos

relacionando atrasos no desenvolvimento motor e aprendizagem.

A escola ainda mantém o caráter mecanicista instalado na Educação

Infantil, ignorando a psicomotricidade também nas séries iniciais do Ensino

Fundamental. Os professores, preocupados com a leitura e a escrita, muitas

vezes não sabem como resolver as dificuldades apresentadas por alguns

alunos, rotulando-os como portadores de distúrbios de aprendizagem. Na

realidade, muitas dessas dificuldades poderiam ser resolvidas na própria

escola e até evitadas precocemente se houvesse um olhar atento e qualificado

dos agentes educacionais para o desenvolvimento psicomotor (TORRE, et al

2011). Entendemos hoje que a psicomotricidade, oportunizando as crianças

condições de desenvolver capacidades básicas, aumentando seu potencial

motor, utilizando o movimento para atingir aquisições mais elaboradas, como

as intelectuais, ajudaria a sanar estas dificuldades.

É inegável que o exercício físico é de extrema necessidade para o

desenvolvimento mental, corporal e emocional do ser humano e em especial da

criança. O exercício físico estimula a respiração, a circulação, o aparelho

digestivo, além de fortalecer os ossos, músculos e aumentar a capacidade

física geral, dando ao corpo um pleno desenvolvimento. Quanto à parte mental,

se a criança possuir um bom controle motor, poderá explorar o mundo exterior,

fazer experiências concretas que ampliam o seu repertório de atividades e

solução de problemas, adquirindo assim, várias noções básicas para o próprio

desenvolvimento intelectual, o que permitirá também tomar conhecimento do

mundo que a rodeia e ter domínio da relação corpo-meio (CURTS, 1988).

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Assim, o movimento e sua aprendizagem abrem um espaço para

desenvolver diferentes valências que terão no presente e no futuro desta

criança a importância de desenvolver habilidades motoras e cognitivas que irão

influenciar e auxiliar no seu desenvolvimento cognitivo, como por exemplo:

Habilidades motoras além das dimensões cinéticas, que levem a criança

aprender a conhecer seu próprio corpo e a se movimentar expressivamente,

conciliando com um saber corporal que deve incluir as dimensões do

movimento, desde funções que indiquem estados afetivos até representações

de movimentos mais elaborados de sentidos e idéias; Oferecer um caminho

para trocas afetivas para assim, facilitar a comunicação e a expressão das

idéias. Possibilitar a exploração do mundo físico e o conhecimento do espaço,

pois a apropriação da imagem corporal e percepções rítmicas podem estimular

reações novas, através de jogos corporais e danças. Além das Habilidades

motoras finas no desenho, na pintura, na modelagem, na escultura, no recorte

e na colagem, e nas atividades de escrita.

A educação motora escolar exerce influencia no desenvolvimento de

qualquer indivíduo, de formas distintas em cada um. Crianças com dificuldades

escolares, como leitura, escrita, cálculo e socialização, o desenvolvimento

motor mais aprimorado pode influenciar ainda mais para o sucesso desta. Pode

se considerar que o acompanhamento motor de crianças em idade escolar

pode contribuir como uma atitude preventiva para profissionais envolvidos com

a aprendizagem. Com isso, a avaliação motora pode ser mais presente nas

escolas, como forma de obter um conhecimento mais aprofundado de cada

aluno, suas possibilidades e limitações reais (ROSA NETO et. al. 2010).

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CAPÍTULO II

CAPACIDADES MOTORAS E APRENDIZAGEM

ESCOLAR

A importância das capacidades motoras está relacionada à aquisição de

habilidades motoras está vinculada ao desenvolvimento da percepção do

corpo, espaço e tempo, e essas habilidades constituem componentes de

domínio básico tanto para a aprendizagem motora quanto para as atividades

de formação escolar. Segundo Neto (2010), ao conquistar um bom controle

motor, a criança estará estabelecendo as noções básicas para o seu

desenvolvimento motor e intelectual. Por isso, o fato de se proporcionar o maior

número de experiências motoras e psicossociais as crianças, estará se

prevenindo que estas apresentem comprometimento de habilidades escolares.

2.1. Capacidades motoras e desenvolvimento

O desenvolvimento motor é um processo complexo ocorrendo ao longo

da vida, bebês e crianças de 1 a 3 anos apresentam reflexos posturais e

movimentos rudimentares podem servir como base para a obtenção de mais

habilidades motoras voluntárias durante a infância. As habilidades motoras

fundamentais começam no início da infância dando início ao desenvolvimento

dos padrões de movimento fundamental, permite que as crianças explorem o

potencial do seu corpo para se movimentar no espaço (locomoção), controle

maior da musculatura (tonicidade e estabilidade) e a habilidade de controlar

objetos em seu ambiente (manipulação) (GALLAHUE, OZMUN, GOODWAY,

2013).

A competência motora básica e uma mecânica corporal eficiente com

vários padrões de movimentos aprendidos, refinados e alterados são o foco da

infância e fazem parte durante toda a idade adulta. Assim, as restrições do

indivíduo, do ambiente e de tarefas afetam o desempenho motor da criança

(figura 1), contudo podem ser manipulados por professores, técnicos e médicos

com o objetivo de promover o seu desenvolvimento. Gallahue, Ozmun,

Goodway, (2013), citam em seu livro que:

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O desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais é

essencial para o alcance da proficiência em vários esportes, jogos e

dança s de uma cultura. Elas consistem em blocos básicos para um

movimento eficiente efetivo e oferecem às crianças modos de

explorar os seus ambientes, de adquirir conhecimentos sobre o

mundo ao seu redor. As habilidades motoras fundamentais em

desenvolvimento podem ser consideradas como letras e/ou

caracteres de um alfabeto em uma cartilha para aprendizagens.

Esses caracteres fornecem a base para o aprendizado das palavras

(habilidades motoras combinadas), que depois permitirão às crianças

a produção de sentenças e parágrafos (habilidades esportivas e

sequência de dança específicas) por meio da reestruturação das

letras em várias combinações.

Figura 1. Visão transacional da relação causal no desenvolvimento motor.

Assim, no desenvolvimento motor, a capacidade de movimentar-se com

facilidade combinado várias habilidades motoras fundamentais fica

comprometida quando a criança não adquiri a competência motora básica

durante os primeiros anos. Deste modo, a criança com mais acesso a um

repertório motor (mais atividades físicas) terá mais oportunidades de

desenvolver as habilidades motoras fundamentais, porém, crianças com

poucas oportunidades tende a ter uma competência motora básica.

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Segundo Fonseca (2008), o domínio dos movimentos e a sua perfeição

garantem a criança a sua independência e autonomia locomotora, tornando

disponível assim uma situação de socialização, outro fator que ajuda no seu

desenvolvimento e no acúmulo de experiência. As funções motoras

apresentam sua importância na motricidade ocular, organização e o afinamento

da percepção visual, a organização da relação do indivíduo com seu ambiente

e com seu contexto sócio – históricos concretos ajudam na programação e a

planificação dos movimentos.

A observação e a avaliação da ausência de interações, manipulações e

as privações sensoriais como a carência de experiência interativa, futuramente

podem produzir diversos bloqueios ao desenvolvimento perceptivo e cognitivo,

além de impedir que a criança, enquanto ser inexperiente, de se apropriar da

experiência sócio-histórica produzida e praticada pelos adultos mais

experientes. A importância do desenvolvimento biopsicossocial da criança

acontece por um modelo de imagem espelho funcional garantindo a maturação

dos centros de comando motor, o que corresponderá ao desenvolvimento

neurológico da motricidade. Esta maturação dá-se pela mielinização das

células nervosas assegurando um controle mais rápido e eficiente do sistema

motor (FONSECA, 2008).

Todo o comportamento envolve processos neurais específicos, que

ocorrem desde a percepção do estímulo até a efetivação da resposta

selecionada. Esses processos neurais possibilitam o comportamento e o

aprendizado, que acontecem de maneiras diferentes no cérebro. Desde que

nascemos, a maturação do sistema nervoso possibilita o aprendizado

progressivo de habilidades. À medida que uma determinada área cerebral

amadurece, a pessoa exibe comportamentos correspondentes àquela área

madura, desde que tal função seja estimulada. Desta forma, o desenvolvimento

comportamental é restringido pela maturação das células cerebrais, como

exemplo, considera-se que embora os bebês e as crianças sejam capazes de

fazer movimentos complexos, os níveis de coordenação e controle motor fino

só serão alcançados após o término da formação da mielina, na adolescência

(Kolb e Whishaw, 2002).

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A aprendizagem é a mudança de comportamento viabilizada pela

plasticidade dos processos neurais cognitivos. Considerando que a

aprendizagem motora é complexa e envolve praticamente todas as áreas

corticais de associação, é necessário compreender o funcionamento

neurofisiológico na maturação a fim de fornecer bases teóricas para a

estruturação de um plano de ensino que considere as fases de

desenvolvimento neural da criança, maximizando assim o aprendizado.

Assim, verifica-se também que além da maturação neurológica e toda

sua importância no desenvolvimento motor e cognitivo, outro fator chave que

envolve os problemas de atraso motor e são totalmente dependentes, e estão

ligados em grande escala a da cultura e da competência dos adultos, é o fator

interacional que deve ocorrer entre os pais e professores, pois é primordial que

essas crianças sejam expostas à espaços onde possam se movimentar, visto

que é essencial para o desenvolvimento global. Os fatores como as condições

de espaço, características e variabilidade dos objetos, tempo investido e

quantidade das situações – problemas das atividades motoras e de jogos

condicionam o desenvolvimento motor da criança (FONSECA, 2008).

A importância que se deve dar ao movimento deve ser de extrema

relevância, pois, é visto como o facilitador dos outros desenvolvimentos

(cognitivo, afetivo, social e relacional) e fundamenta-se o comportamento

humano sendo: Vertente motora: a primeira vertente nos situa sobre a evolução

motora no desenvolvimento, onde se desenvolveu uma taxionomia do domínio

psicomotor, dividindo os níveis em movimentos reflexos, movimentos básicos e

fundamentais, habilidades perceptivas, habilidades físicas, movimentos

especializados e comunicação não-verbal.

Entrementes, conforme Piaget descrevia, a inteligência é a ferramenta

mestra que permite um individuo lidar com o seu meio ambiente, em que a

adaptação é o fator de equilíbrio nessas trocas, de variáveis imutáveis - o

individuo incorpora e modifica internamente em sua estrutura, e que ele nomina

de assinalação e acomodação e variáveis mutáveis, área de atuação da

adaptação. Os momentos de equilíbrio ele dominou estágios do

desenvolvimento. Vertente afetiva e social: Na vertente afetiva e social,

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transfere as emoções à "raiz" da ação, sendo ela (a emoção) o fator de

organização e meio de comunicação com o mundo (YUS, 2002).

2.2. Avaliação do desenvolvimento motor

Uma forma de quantificar este desenvolvimento se dá pela avaliação

motora que acontece através da aplicação de testes criado por pesquisadores

da área e que são devidamente validados e testados até que se tenha uma

confiabilidade com margem de erro pequena. Rosa Neto (2002) cita que

diversos autores clássicos estudam as diferentes etapas do desenvolvimento

da criança, autores como Ozeretsky, Zazzo, Piaget, Vayer, dentre outros. A

aplicação de uma bateria de testes possibilita examinar a criança sob todos os

ângulos, os testes podem se variar de acordo com as suas finalidades,

variando ainda de acordo com a idade, tipo de exercício, sexo, educação, etc.

A escolha do instrumento de avaliação é extremamente importante,

Rosa Neto no livro Manual de Avaliação Motora apresenta cinco critérios

científicos para essa escolha, são eles:

Saber qual é o propósito do exame (orientação,

seleção, avaliação, diagnóstico clínico, entre

outros), pois cada objetivo requer enfoques e

instrumentos específicos.

Identificar os aspectos que interessam ao

examinador, isto é, que tipo de informação ele

deseja obter.

Obter informação técnica e científica sobre o

teste: confiança, precisão e consistência do

instrumento.

Considerar as condições práticas para realizar

o teste: tempo de duração, amostra do estudo,

colaboradores na aplicação, material adequado,

e assim por diante.

Ter em mente que, para um teste ser útil, deve

possuir as propriedades científicas e técnicas

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fundamentais. Para que um processo se

desenvolva eficazmente, é necessário planejá-

lo com atenção e com sentido prático. (p. 29)

O desenvolvimento motor da criança pode ser avaliado de formas

diferentes, entretanto, não existe uma forma perfeita, e nem uma forma que

holisticamente englobe todos os aspectos do desenvolvimento. A formação

profissional, o manuseio do material, a aplicação prática, a população avaliada,

a interpretação dos resultados e outros fatores, interferem na escolha e manejo

de um instrumento de avaliação (ROSA NETO, 2002).

Pires (2007) argumenta que a avaliação do desenvolvimento motor é um

aspecto importante de qualquer programa de educação física, possibilitando

aos professores avaliar a capacidade e o progresso de seus alunos, de forma

qualitativa, além da análise da eficiência do trabalho realizado em relação o

ensino e aprendizagem. A avaliação é uma forma eficaz de coletar informações

importantes para tomada de decisões em relação ao aluno.

O objetivo da pesquisa de Pires (2007) foi de verificar o domínio e a

utilização de instrumentos de avaliação motora pelos professores de educação

física de uma rede de ensino do Paraná. Foi diagnosticada a falta de

conhecimento dos professores em relação aos instrumentos de avaliação

motora, poucos realizam a avaliação e os que realizam não o fazem de forma

correta, não conseguindo apontar possíveis atrasos no desenvolvimento motor

de seus alunos. É um dado preocupante diante da importância que a avaliação

motora tem no ambiente escolar e também no clínico. No contexto da relação

entre o desenvolvimento motor e a dificuldade na aprendizagem, a avaliação é

fundamental para que o possível atraso seja apontado e melhor trabalhando,

para uma melhora deste aluno também em sala de aula.

Beresford et al. (2002) analisaram a influência do desempenho motor e

do desempenho cognitivo na aquisição de habilidades para aprendizagem da

linguagem escrita em crianças de 8 a 9 anos de idade com problemas de

aprendizagem. Considerando a premissa do problema de dificuldades na

aprendizagem da linguagem escrita decorrentes do, ou influenciadas pelo

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desempenho motor e cognitivo de forma isolada ou conjuta, os autores

confirmaram a hipótese de influência significativa dos componentes da

aprendizagem motora na aquisição das habilidades para a aprendizagem da

linguagem escrita.

Crippa et. al. (2003), demonstraram em seu trabalho a avaliação motora

de 19 crianças da pré-escola (4 - 5 anos) no qual continham testes que

avaliavam a motricidade fina, global, equilíbrio, lateralidade, espaço temporal e

esquema corporal. Eles concluíram desempenho negativo em dois testes, o de

motricidade fina e de equilíbrio. Este desempenho negativo pode advir de

variáveis externas como o excesso de televisão, videogames celurares e todos

os utensílios do mundo moderno, com isso as crianças tendem cada vez mais

diminuirem suas atividades corporais devido o uso das tecnologias. Assim, o

isolamento que isso proporciona, cada vez menos elas convivem com outras

crianças, além do baixo interesse de brincar e praticar esportes,

consequentimente um baixo desempenho na escola e no seu dia-a-dia.

Deste moto, o desenvolvimento motor que se caracteriza por uma série

de mudanças que ocorrem ao longo da vida do indivíduo e estão diretamente

ligados a interação do indivíduo com o meio e com o outro, poderá resultar um

déficit na interação e necessidades de sua biologia, da tarefa e das condições

do ambiente. O que se deve sempre estimular é que haja uma participação

ativa em atividades motoras, sendo um modo efetivo de reforçar as habilidades

essenciais ao raciocínio e a aprendizagem dos conceitos acadêmicos. Nas

fases iniciais do processo de desenvolvimento motor, alguns elementos são

essenciais para a aquisição de padrões fundamentais de movimento, como

consciência corporal, direcional e espacial, sincronia, ritmo e sequência de

movimento. Estes aspectos estão plenamente interligados e, quando

trabalhados de forma adequada,contribuirão para o desenvolvimento integral

da criança, possibilitando-lhe atuar de forma eficiente no aprendizado de

tarefas pertencentes a diversas áreas (Vieira, Santos,Vieira, & Oliveira, 2004).

A representação que a criança possui do seu próprio corpo e a falta de

habilidades motoras básicas para utilizar no seu dia a dia se torna elementos

indispensáveis na formação de sua personalidade. Estudar o corpo, o esquema

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corporal e imagem corporal são particularmente importantes àqueles que se

dedicam ao estudo da cognição humana, do ensino e da aprendizagem.

Medina, Rosa e Marques (2006) sugerem que os problemas de aprendizagem,

na maioria das crianças, não são associados a algum tipo de deficiência

mental. A avaliação das capacidades desenvolvidas é essencial para

diagnosticar problemas motores e suas consequências, fornecendo dados que

viabilizem sugestões de intervenções que favoreçam o desenvolvimento global

da criança em todos os seus aspectos (Medina e cols., 2006; Medina-Papst &

Marques, 2010).

Um bom desenvolvimento motor na infância trará benefícios não só no

domínio básico de habilidades motoras e na aprendizagem, mas também para

a formação escolar, pois possibilita a criança explorar seu mundo exterior,

proporcionando experiências concretas que servirão de base para a construção

da sua vida intelectual e social. A importância que a atividade motora tem no

desenvolvimento global da criança é crucial para a sua formação como sujeito,

pois ensina antes de tudo a respeitar o próximo e aos mais velhos, conceito

este que anda em desuso em alguns lugares (MEDINA, ROSA E MARQUES,

2006).

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CAPÍTULO III

INFLUÊNCIA DA LATERALIDADE NA ESCRITA

Buscando em autores que investigam as possíveis influências que a

lateralidade pode ter no desenvolvimento motor e o quanto esta capacidade,

quando mal executada, pode interferir no desenvolvimento cognitivo das

crianças, assim, encontramos algumas definições com uma terminologia

diferenciada, porém, em essência parecem concordarem entre si.

3.1. O que é Lateralidade?

A Psicomotricidade existe nos menores gestos e em todas as atividades

que desenvolve a motricidade da criança, visando ao conhecimento e ao

domínio do seu próprio corpo. Por isso esta disciplina é um fator essencial e

indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da criança. A estrutura da

Educação Psicomotora é a base fundamental para o processo intelectivo e de

aprendizagem da criança. O desenvolvimento evolui do geral para o específico;

quando uma criança apresenta dificuldades de aprendizagem, o fundo do

problema, em grande parte, está no nível das bases do desenvolvimento

psicomotor.

Visa salientar a importância que este processo de aprendizagem e seus

elementos básicos psicomotores que são utilizados com freqüência possuem

no desenvolvimento infantil. O desenvolvimento destas capacidades como

Esquema Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial, Orientação Temporal

e Pré-Escrita são fundamentais na aprendizagem, entretanto um problema em

um destes elementos irá prejudicar a evolução do aluno e a sua caminhada

para uma boa aprendizagem (NETO, et al, 2013).

O aprendizado é um processo complexo dinâmico, estruturado a partir

de um ato motor e perceptivo, que, elaborado corticalmente, dá origem a

cognição. A maturação do córtex promove melhora nas funções motoras,

sendo o seu desenvolvimento intimamente ligado aos estímulos ambientais que

a criança recebe. Todavia, alterações nas áreas específicas do sistema

nervoso central, relacionadas com a noção do esquema corporal, do espaço-

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tempo e da lateralidade, constituem as bases neuropatológicas das desordens

perceptomotoras, das quais podem resultar em problemas na aprendizagem da

leitura, escrita e cálculo (NETO, et al, 2013).

Dentro desses estímulos que são proporcionados as crianças um dos

aspectos motores que está ligado ao desenvolvimento e a aprendizagem é a

lateralidade que está envolvida em todos os níveis do processo de

aprendizagem. A lateralidade é a preferência da utilização de uma das partes

simétricas do corpo, olho, ouvindo, mãos e pernas, quando há uma

especialização harmônica entre as partes corporais a lateralidade é

caracterizada como sinistro completo (escreve com a mão esquerda, chuta

com o pé esquerdo), ou destro completo (escreve com a mão direita, chuta

com o pé direito). Esta definição da lateralidade ocorre por volta dos 6 anos de

idade da criança, demonstrando a importância da criança já estar na escola

com sua dominância lateral já estabelecida (NETO, et al, 2013).

Por volta dos 2 anos de idade que se começa a elaborar na criança a

sua predominância lateral, porém, não se pode e nem deve definir a

lateralidade de uma criança antes dos 5 anos, pois a partir dos seis ou sete

anos a criança será capaz de perceber que direita e esquerda não dependem

uma da outra, mas também da posição de outras pessoas em relação a ela e

de seus deslocamentos (FARIA, 2004).

A lateralização, cujo termo vem do latim e quer dizer lado, tem sido tema

de estudos em vários trabalhos da psicomotricidade, da linguagem e das

dificuldades de aprendizagem. Durante o crescimento a lateralidade vai se

definindo naturalmente na criança, além de sofrer influência de fatores sociais

marcantes da sociedade. O desenvolvimento do domínio corporal é um dos

fatores fundamentais no processo de aprendizagem do ser humano, em

especial no período escolar, identificando que devemos sempre possibilitar

todas as experimentações possíveis, inclusive a do corpo (NEGRINE, 1986).

Segundo Fonseca (1989), a lateralidade constitui um processo essencial

às relações entre a motricidade e a organização psíquica intersensorial.

Representa à conscientização integrada e simbolicamente interiorizada dos

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dois lados do corpo, lado esquerdo e lado direito, o que pressupõe a noção da

linha média do corpo. A partir deste padrão estabelecido, as relações de

orientação face aos objetos, às imagens e aos símbolos, motivo pelo qual a

lateralização vai intervir nas experiências e aprendizagens escolares de uma

forma mais crucial. A lateralização, além de ser uma característica da espécie

humana em si, põe em jogo a especialização hemisférica do cérebro, reflete a

organização funcional do sistema nervoso central. A conscientização do corpo

implica a noção de esquerda e direita, entretanto a lateralidade possui um peso

maior na força, precisão, preferência, velocidade e coordenação, além de

participar processo de maturação psicomotor da criança de uma forma decisiva

ao longo da infância.

Sabendo que são os hemisférios direito e esquerdo do cérebro quem

controlam esta dominância e visto que o hemisfério direito do cérebro controla

o esquerdo e vice e versa; esta harmonia entre eles é crucial para um

funcionamento eficiente nos processos cerebrais. Estes hemisférios cerebrais

realizam operações bastante precisas e complexas como a execução de

funções na elaboração de praxias, a fala, a escrita e o pensamento cognitivo

que são dependentes da capacidade de cooperação e trabalho conjunto destes

hemisférios (Kolb e Whishaw, 2002).

Sabe se que todo o comportamento, principalmente o motor, envolve

processos neurais específicos, que acontecem a partir da percepção do

estímulo até a efetivação da resposta selecionada. Esses processos neurais

possibilitam o comportamento e o aprendizado, que acontecem de maneiras

diferentes no cérebro. Desde que o indivíduo nasce à maturação do sistema

nervoso permite que o aprendizado seja progressivo nas habilidades básicas e

específicas. À medida que uma determinada área cerebral amadurece, a

pessoa exibe comportamentos correspondentes a determinadas áreas que

podem ou não estarem desenvolvidas, entretanto, há a necessidade que tal

função seja estimulada (Kolb e Whishaw, 2002).

De Souza e Teixeira (2008), conceituam a lateralidade como a

preferência manual derivada de aspectos filogenéticos que exigiria maior

capacidade de controle motor com a mão preferida em comparação com a não

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preferida. Assim, esta concepção que os genes trazem embutidos que em seu

código especificações sobre o desenvolvimento diferenciado dos hemisférios

cerebrais, determinando assim qual deles será o hemisfério dominante em

relação a determinadas funções. Assim, considera-se que para pessoas

destras o hemisfério cerebral direito seja o principal responsável por

processamento paralelo e percepção de aspectos espaciais do ambiente,

enquanto que o hemisfério esquerdo desempenha o papel principal no

seqüenciamento e temporização de movimentos.

Uma vez que o controle corporal pelo córtex cerebral é

predominantemente cruzado, o lado corporal contrário ao hemisfério cerebral

dominante tem maior potencial de controle do que o lado corporal ipsilateral.

Partindo deste princípio, espera se uma vantagem generalizada e consistente

de desempenho em tarefas motoras realizadas com o lado dominante em

comparação ao desempenho com o lado não-dominante, mesmo que haja uma

relativa independência de fatores ambientais (DE SOUZA E TEIXEIRA, 2008).

Entretanto, estes mesmos autores, propõem também que o componente

ontogenético (que se dá pelas experiências lateralizadas com os segmentos

corporais ao longo da vida) constitui o fator principal na formação da

lateralidade humana, pois o aprendizado se potencializa com maior

predominância com lado direito em relação ao esquerdo, mas estas

preferências poderiam ser moldadas por experiências sensoriais e motoras

lateralizadas que são acumuladas durante toda a vida. A racionalidade

subjacente à interpretação dos resultados é de que quanto mais precocemente

forem observados comportamentos lateralizados nos bebês menor a chance de

haver influência de fatores ambientais nas observações.

Preferências laterais e assimetrias de desempenho motor no início do

processo de desenvolvimento infantil poderiam indicar, assim, mais claramente

a ação genotípica sobre a formação da lateralidade humana. Por outro lado,

modificações da relação de preferência/ desempenho entre os lados do corpo

como conseqüência de experiências práticas, durante a aquisição de

comportamento motor habilidoso, são indicativas do papel de fatores

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ontogenéticos no desenvolvimento da lateralidade (DE SOUZA E TEIXEIRA,

2008).

Assim, a lateralidade pode ser proposta ser influenciada e sofre

influências por fatores como o desenvolvimento motor, envelhecimento e níveis

elevados de proficiência motora. Nesse sentido, a dimensão lateral do

comportamento motor é entendida como estando sujeita aos mesmos

princípios de desenvolvimento da motricidade em geral, com aperfeiçoamento

ocorrendo em função de prática específica com um dado segmento corporal. A

partir desse ponto de vista, considerando que há uma pressão social

considerável a favor do uso da mão direita o ambiente poderia desempenhar o

papel primário para o estabelecimento da preferência lateral e assimetrias

interlaterais de desempenho.

3.2. Tipos de Lateralidades

O conceito de lateralidade está relacionado ao conhecimento corporal,

no qual está ligado às relações entre o eu e o mundo exterior, visto que é um

elemento imprescindível na constituição da personalidade do ser humano. O

conhecimento do corpo não depende unicamente do desenvolvimento

cognitivo, entretanto necessita, também, da percepção formada tanto de

sensações visuais, táteis, sinestésicas quanto, em parte, da contribuição da

linguagem.

Faria (2004) classifica, os tipos de lateralidade como os sujeitos destros

(são aqueles nos quais existe um predomínio claro estabelecido do lado direito

na utilização dos membros), sinistros ou canhotos (são aqueles nos quais

existe um predomínio do lado esquerdo na utilização dos membros) e

ambidestros (são aqueles nos quais não existe predomínio claro estabelecido,

pois se utiliza os dois lados do corpo como padrão).

Já Coste (1992) define quatro tipos de lateralidade: Destralidade verdadeira

(a dominância cerebral está à direita), sinistralidade verdadeira (a dominância

cerebral está à direita), falsa sinistralidade (caso em que o indivíduo adota a

sinistralidade em conseqüência de uma paralisia ou de uma amputação, que

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impossibilitou a utilização do braço direito) e falsa destralidade (caso em que a

organização é inversa da observada na falsa sinistralidade). É de grande valia

considerar que há ainda grandes variações dentro da lateralidade. Estão

inseridos dentro desta categoria os sinistros contrariados, ou seja, aqueles que

têm sua dominância discordante entre um membro e outro (lateralidade

cruzada).

O conhecimento do processo de lateralização é muito importante para os

profissionais da Educação em geral e, em especial, para os atuantes na área

de Educação Física; pois, o aspecto fundamental no desenvolvimento da

lateralidade é que a criança não seja forçada a adotar esta ou aquela postura,

mas que se criem situações em que ela possa expressar-se com

espontaneidade e, a partir da experiência vivenciada com o próprio corpo,

defina o seu lado dominante sem pressões de qualquer ordem do meio exterior

(VIEIRA E CAVALLI, 1997).

Considerando as diferentes idades, verifica-se que a definição da

lateralidade possui uma relação com as experiências vividas e com a

maturação, pois as crianças de 5 a 6 anos parecem ter uma maior definição da

lateralidade enquanto crianças de 4 anos ainda não tem este padrão lateral tão

definido ou ainda em curso. A lateralização está presente em todos os níveis

do desenvolvimento da criança, contudo, só será definitiva à medida que esta

criança for passando por todas as fases de seu desenvolvimento. Assim, a

lateralidade da criança irá surgir a partir das experiências e do nível de

complexidade crescente no qual ela é submetida (VIEIRA E CAVALLI, 1997).

3.3. Influências da lateralidade na aprendizagem

Uma maneira de avaliar e identificar a lateralidade em crianças que

freqüentam a educação infantil e o ensino fundamental é a escala de

desenvolvimento (EDM) que é amplamente utilizada como ferramenta de

avaliação. Uma avaliação da lateralidade mal estabelecida pode resultar em

problemas futuros na linguagem, e um alto fator de risco para a alfabetização

(NETO, et al, 2013).

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A dominância lateral cruzada pode ser considerada como causa de

certos desequilíbrios e de pertubações, pois se o olho e a mão são de

dominâncias inversas (dominância direita para os olhos e esquerda para as

mãos) poderá surgir dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita. Pois,

uma boa caligrafia exige um controle motor fino, uma integração visuo-motora,

planejamento motor, propiocepção visual, atenção sustentada e consciência

sensorial dos dedos. Assim, falhas neste processo podem resultar em

caligrafias ilegíveis e podem comprometer o desempenho escolar desta

criança.

Rosa Neto et al (2013), verificaram em seu estudo que crianças com a

lateralidade cruzada apresentavam desempenho inferior na leitura e na escrita

quando comparadas com crianças com a dominância lateral completa (que se

utiliza do lado direito ou esquerdo para executar todas as tarefas de sua

necessidade). Assim, é inteiramente relevante que o desenvolvimento e

estímulo motor na infância sejam considerados como fator essencial no

processo de ensino e aprendizagem escolar.

A lateralidade cruzada é classificada quando o indivíduo que nasce com

o potencial para ser sinistro, por exemplo, mas por questões culturais e sociais

acaba sendo forçado a ter que aprender a ser destro; esta confusão pode

influenciar na aprendizagem e na leitura, relacionando a lateralidade cruzada

com dificuldades para a aprendizagem como:

Dislexia que consiste na dificuldade de aquisição da leitura na idade

habitual, em que ocorre a execusão de toda debilidade ou deficiência

sensorial; associando assim a dificuldades de ortografia e, em alguns

casos, distúrbios psicomotores e de linguagem. Outra caracteristica é

apresentar dificuldades de aprendizagem relacionadas à identificação,

compreensão, interpretação dos símbolos gráficos e por leitura

defeituosa, com lentidão e silabada. A criança disléxica não possui a

capacidade de soletrar palavras, independentemente se conhece ou não

as letras. A troca de sílabas, substituição de letras ou a omissão delas

ou de palavras, inverção de letras e, algumas vezes, tentativa de ler de

trás para frente, confundindo, inclusive, letras com simetria semelhante;

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Disortografia que consiste na dificuldade para memorizar as regras

ortográficas e sintáticas, para usar adequadamente as letras SS, S, Ç,

RR, R, CH e X, para diferenciar gênero de número, para inverter termos,

para evitar erros gramaticais considerados grosseiros por especialistas

da área;

Discalculia se dá pela dificuldade na identificação de símbolos visuais,

em cálculo, em concepção de idéias e em aspectos verbais ou não

verbais.

Romero (1988) em seu trabalho identifica os seguintes problemas que se dá na

má formação da lateralidade fazendo suas considerações relacionando a

lateralidade com a aprendizagem:

Os problemas de leitura e de escrita apresentam relação espacial

entre o eu da criança e o seu meio dentro da formação do seu

universo, sendo que o fator lateralização unido ao de orientação e de

estruturação dos esquemas corporal e temporal interage diretamente

nesses problemas; a consciência da lateralidade e da discriminação

direita/esquerda pode auxiliar a criança a perceber movimentos do

corpo no espaço e no tempo, sendo através da educação do corpo

que a mesma pode afirmar definitivamente a lateralidade; para o

desenvolvimento adequado da criança é fundamental não forçá-la à

lateralização esquerda ou direita, uma vez que muita criança tem a

tendência à esquerda; o número de indivíduos sinistros diminui com a

idade; o destro possui uma série de privilégios manuais dentro da

sociedade, como o uso de tesouras, de abridores, de maçanetas de

portas e de um incontável número de objetos que reforçam o uso do

lado direito; a lateralidade não tem conseguido provar, por si só, que

é responsável pelas dificuldades de aprendizagem.

São diversos os fatores que influenciam nas alterações psicomotoras e

que podem interferir diretamente nas tarefas escolares tendo ação direta na

escrita e que devem ser considerados de extrema relevância para o

desenvolvimento motor e cognitivo da criança, como a falta de maturidade

motora, em que se manifesta através de uma debilidade motora na realização

dos movimentos gráficos, na lentidão e na dificuldade de maneira geral; a

tonicidade alterada para menos ou para excesso, visto que crianças

hipotônicas apresentam um traço débil e letras mal acabadas ou incompletas,

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enquanto as crianças hipertônicas realizam o traço com demasiada pressão,

sendo freqüentes as sincenesias e os movimentos espasmódicos; outra forma

são as incoordenações psicomotoras que, isolada ou juntamente com as

alterações neurológicas ou emocionais, se manifestam através de dificuldades

mais ou menos graves, no qual em determinados momentos, há a dificuldade

ate mesmo para segurar o lápis e controlar os movimentos.

Assim, após estas identificações da importância do desenvolvimento da

lateralização correta e tentando ao máximo evitar o surgimento da lateralidade

cruzada, que já se mostrou bastante prejudicial ao processo de aprendizagem

do aluno, além de identificar que as dificuldades de aprendizagem

demonstradas pelas crianças de 6 a 7 anos, quando estas chegam à escola

formal para a alfabetização, são resultantes de toda uma vivência com seu

próprio corpo e não apenas de problemas exclusivos de aprendizagem da

leitura e escrita.

Deste modo, identifica-se que o desenvolvimento do domínio corporal é

um fator essencial para as aprendizagens cognitivas e deve se enfatizar que as

dificuldades de aprendizagem podem começar a se manifestar entre os 3 e os

5 anos de idade, sendo que, após os 5 anos, a freqüência dessas dificuldades

em crianças em idade escolar aumenta consideravelmente, sendo assim, a

lateralidade torna se um dos aspectos mais importantes para o

desenvolvimento das capacidades de aprendizagem, visto que mesmo

havendo uma relação entre lateralidade e aprendizagem, isto não quer dizer

que todas as crianças que apresentem alguma dificuldade na aprendizagem

também possua alterações na lateralidade, entretanto os trabalhos mostram

que esta relação é bastante forte e real no dia a dia escolar.

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CONCLUSÃO

Diante do exposto nos capítulos referenciados, é estreita a relação entre

desenvolvimento motor e dificuldade na aprendizagem escolar, o que a criança

é capaz de realizar motoramente e o que é capaz de aprender cognitivamente

são itens fundamentais para o desenvolvimento integral do indivíduo. As

referencias apontaram que crianças com dificuldade na aprendizagem em sala

de aula, também apresentam atraso no desenvolvimento motor e vice versa.

Os estudos sugerem então que professores de educação física,

pedagogos e principalmente os psicomotricistas atuem em conjunto com os

demais profissionais da educação, de forma a explorar especificamente a área

do desenvolvimento motor que a criança tem mais atraso, proporcionando um

maior repertório motor com ênfases específicas na dificuldade. Para que ocorra

um diagnóstico motor, é necessário que o profissional domine os diferentes

tipos de avaliação motora, a fim de utilizá-los nas etapas escolares. Uma

avaliação prévia pode ser uma forma de prevenção utilizada pelos profissionais

envolvidos com aprendizagem escolar.

Outro fator importante neste processo é a escola que ao desenvolver os

seus educandos em sua totalidade – orgânica, intelectual, social e política –

deve possibilitar um aprendizado capaz de inserir o máximo que puder destes

alunos na sociedade e na cultura das quais fazem parte. Assim, a

psicomotricidade junto com outras áreas poderia contribuir com o processo de

formação humana, auxiliando assim, os pedagogos de sala de aula que

utilizem e possibilitem o movimento e a linguagem corporal aos seus alunos,

seja através do jogo, da brincadeira ou de outras atividades dinâmicas, mas

que elas possam possibilitar que o aluno aprenda a se relacionar com o mundo

exterior.

A partir desta visão, irão surgir as idéias de uma educação de “corpo

inteiro” que possibilite e considere o ser humano por inteiro. Esta forma de

pensar se dá para que seja possível provar que uma pessoa aprende melhor

quando não está imóvel e muito menos em silêncio. Logo, é preciso oportunizar

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à criança o espaço adequado para que possa se expressar também através de

seu corpo, movimentando-se, falando e,principalmente, brincando.

A escola necessita se reestruturar, tentando que suas ações sejam

voltadas para que crianças sejam vistas de uma forma total, sugerindo que a

cada início de ano letivo, por ocasião da matrícula, também o corpo seja

matriculado. No contexto atual, a psicomotricidade apresenta diversos

objetivos, estando entre eles um que é específico para as séries iniciais: buscar

desenvolver as potencialidades da criança e, conseqüentemente, auxiliar na

aprendizagem. Além de proporcionar a aprendizagem em vários jogos,

brincadeiras e utilizando também de esportes, criando o hábito da atividade

física e mental bem como a busca pelo equilíbrio sócio-afetivo como uma das

finalidades da escola.

Acredita-se que um programa bem estruturado, voltado para o aluno

possa garantir um desenvolvimento mais harmonioso. Nesse programa

deveriam constar atividades e exercícios direcionados para a afirmação de

lateralidade, coordenação estática e dinâmica, equilíbrio, dissociação de

movimentos, percepção temporal, relaxamento e pequenos jogos.

Concomitantemente, uma boa dose das atividades, o bom senso do

professor e, acima de tudo, a colaboração e a vontade de todos os envolvidos

no processo de ensino-aprendizagem da criança, haverá uma contribuição de

forma significativa para o seu pleno desenvolvimento e para que atinja um bom

rendimento escolar nas atividades desenvolvidas em sala de aula.

As dificuldades de leitura e escrita (que podem caracterizar a dislexia ou

outras formas de atrasos na aprendizagem) estariam ligadas a lateralidade, o

esquema corporal, e a orientação espaço-temporal. Deste modo, crianças com

lateralidade ainda não definida podem precisar de atenção especial. O

estabelecimento e o conhecimento da lateralidade são primordiais no

desenvolvimento da orientação e relação espacial, interferindo indiretamente

na aprendizagem escolar. Assim, analisando todo o contexto deste trabalho, as

crianças com lateralidade ainda não definida não podem ser consideradas

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patológicas, porém, há uma vulnerabilidade maior nelas em relação ao

processo de alfabetização.

Portanto, há uma grande importância do trabalho psicomotor e

principalmente do papel do psicomotricista nos primeiros anos de vida escolar,

visto que diversos trabalhos demonstram que um desempenho motor abaixo do

normal para determinada idade poderá atrapalhar o desempenho em sala de

aula. Crianças com score motor fraco ou muito abaixo da sua idade

apresentam dificuldades na sala de aula em determinadas disciplinas.

Conclui-se que é necessário um acompanhamento da aptidão motora

em crianças de idade escolar no intuito da prevenção, não da dificuldade na

aprendizagem, pois é comum a toda criança, mas da falta de um diagnóstico

que possa acelerar o processo de aprendizagem desta criança em dificuldade,

assim, o principal nesta fase é ofertar as crianças ao máximo de atividades e

gestos motores possíveis para que elas possam desenvolver tanto o cognitivo

quanto o motor de uma forma similar.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 00

AGRADECIMENTOS 00

DEDICATÓRIA 00

RESUMO 00

METODOLOGIA 00

SUMÁRIO 00

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

APRENDIZAGEM ESCOLAR E A FALTA DE ATIVIDADES MOTORAS 11

CAPÍTULO II

CAPACIDADES MOTORAS E APRENDIZAGEM ESCOLAR 19

2.1. Capacidades motoras e desenvolvimento 19

2.2. Avaliação do desenvolvimento motor 22

CAPÍTULO III

INFLUÊNCIA DA LATERALIDADE NA ESCRITA 27

3.1. O que é Lateralidade? 27

3.2. Tipos de Lateralidades 31

3.3 Influências da lateralidade na aprendizagem 32

CONCLUSÃO 36

BIBLIOGRAFIA 39

ÍNDICE 42