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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO E GESTÃO AGROINDUSTRIAL LUIZ CARLOS PEREIRA AVALIAÇÃO DE MISTURA MINERAL SOLIDIFICADA FORNECIDA PARA OVELHAS A CAMPO Comitê de Orientação: Prof. Dr. Marcos Barbosa Ferreira Prof. Dr. Wolff Camargo Marques Filho CAMPO GRANDE MS 2013

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO E GESTÃO AGROINDUSTRIAL

LUIZ CARLOS PEREIRA

AVALIAÇÃO DE MISTURA MINERAL SOLIDIFICADA FORNECIDA PARA OVELHAS A CAMPO

Comitê de Orientação: Prof. Dr. Marcos Barbosa Ferreira

Prof. Dr. Wolff Camargo Marques Filho

CAMPO GRANDE – MS

2013

UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM PRODUÇÃO E GESTÃO AGROINDUSTRIAL

LUIZ CARLOS PEREIRA

AVALIAÇÃO DE MISTURA MINERAL SOLIDIFICADA FORNECIDA PARA OVELHAS A CAMPO

Projeto de Pesquisa apresentado ao

Programa de Pós-Graduação em nível de

Mestrado Profissional em Produção e

Gestão Agroindustrial da Universidade

Anhanguera – Uniderp, como parte dos

requisitos para obtenção do título de Mestre

em Produção e Gestão Agroindustrial.

Comitê de Orientação: Prof. Dr. Marcos Barbosa Ferreira

Prof. Dr. Wolff Camargo Marques Filho

CAMPO GRANDE – MS

2013

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Anhanguera – Uniderp

Pereira, Luiz Carlos.

Avaliação de blocos nutricionais em ovelhas pantaneiras. / Luiz Carlos Pereira. -- Campo Grande, 2013.

50f. Dissertação (mestrado) – Universidade Anhanguera - Uniderp,

2013. “Orientação: Prof. Dr. Marcos Barbosa Ferreira.”

1. Ovinocultura 2. Ovinos criados a pasto 3. Suplementação de

ovinos I. Título.

CDD 21.ed. 636.31

P492a

iv

Como seres humanos a nossa grandeza reside não tanto em ser

capazes de refazer o mundo… mas em sermos capazes de nos

refazermos a nós mesmos.

Não existe um caminho para a felicidade. A felicidade é o

caminho.

MMahatma Gandhi

v

AGRADECIMENTOS

A caminhada ainda não terminou, pois as palavras que me acolheram durante

meu caminho, dizendo que pela frente o horizonte da vida necessita de pessoas. No silêncio

do conhecimento, no amanhã sentirei a saudades dos momentos com os amigos.

A vitória de terminar esta etapa, que surge da paz e da fé que Deus plantou

em meu coração. É certo que irei encontrar situações tempestuosas novamente, mas haverá

de ver sempre o lado bom da chuva que cai e não a faceta do raio que destrói.

Atender a quem te chama de sonhador e lutar pelo futuro, nutrir nossos

sonhos e lembranças todos os segundos de vida, assim como o leito dos rios precisa da água

que rola.

Fazer do amanhã o a felicidade de encontrar a sabedoria. Olhes para trás os

passos que ficaram, mas seguir em frente, pois há muitos que viram a frente todos os dias.

As palavras são poucas para agradecer a todos que estiveram comigo nesta

caminhada, mas em especial a Deus que deu força e a luz para concluir esta caminhada,

onde conheci meus amigos-irmãos Cléo, Fabiano e meu orientador Prof. Dr. Marcos B.

Ferreira.

Ao amigo Prof. Dr. Ivo Martins Cezar que orientou meu projeto inicial e

incentivou a lutar por este mestrado. A UCDB e ao Dr. Luís Carlos Vinhas Ítavo que orientou

as análises nutricionais da pesquisa.

Embora, o meu nome esteja presente na capa desta dissertação, um projeto

desta grandeza não seria finalizado com sucesso sem a assistência e a cooperação da minha

família, professores e amigos conquistados durante o curso Mestrado da Universidade

Anhanguera-Uniderp.

Obrigado.

vi

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO GERAL ................................................................................. 01

2. REVISÃO GERAL DE LITERATURA............................................................ 03

2.1 OVINOCULTURA .................................................................................... 03

2.2 OVINOS CRIADOS A PASTO ................................................................. 04

2.3 SUPLEMENTAÇÃO DE OVINOS............................................................ 05

2.2.1 Bloco multinutricional ..................................................................... 07

2.2.2 Ureia ................................................................................................. 10

2.2.3 Fitoterápicos .................................................................................... 13

2.2.4 Silagem de Milheto (Pennisetum glaucum) ................................... 15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 18

3. ARTIGO ............................................................................................................ 25

RESUMO .............................................................................................................. 25

ABSTRACT ....................................................................................................... 27

3.1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 28

3.2 MATERIAL E MÉTODO .......................................................................... 29

3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................... 34

3.4 CONCLUSÃO .......................................................................................... 45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 46

vii

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Níveis mínimos de garantia nutricionais de blocos nutricionais

para ovinos. Segundo o fabricante ..................................................... 31

Tabela 2 Avaliação de consumo de Ovibloco® contendo diferentes

formulações fornecidos para ovelhas em manutenção, durante o

período de 64 dias ............................................................................. 36

Tabela 3 Teores médios de proteína bruta (PB) matéria seca (MS),

matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM), fibra em

detergente neutro (FDN) fibra em detergente ácido (FDA) das

amostras de Brachiaria brizantha cv Marandu dos grupos

experimentais ..................................................................................... 40

Tabela 4 Avaliação das amostras de pastagem de Brachiaria brizantha cv.

Marandu por grupo experimental ....................................................... 41

Tabela 5 Teores médios de digestibilidade in vitro da matéria seca

(DIVMS), matéria orgânica (DIVMO), fibra em detergente neutro

(DIVFDN) fibra em detergente ácido (DIVFDA) das amostras de

Brachiaria brizantha cv Marandu e silagem de milheto

(Pennisetum glaucum) de dos grupos experimentais ........................ 42

Tabela 6 Correlação de Pearson dos teores médios bromatológicos

proteína bruta (PB) matéria seca (MS), matéria orgânica (MO),

matéria mineral (MM), fibra em detergente neutro (FDN) fibra em

detergente ácido (FDA) e digestibilidade in vitro da matéria seca

(DIVMS), matéria orgânica (DIVMO), fibra em detergente neutro

(DIVFDN) fibra em detergente ácido (DIVFDA) das amostras de

Brachiaria brizantha cv Marandu dos grupos experimentais .............. 44

viii

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Médias de consumo se Ovibloco® do Grupo 1 (controle), Grupo

2 (palatabilizante) e Grupo 3 (alho) no período experimental. ........... 35

Figura 2 Consumo médio de silagem de milheto (Pennisetum glaucum)

por ovelha/dia dentro dos Grupos 1, 2 e 3. ........................................ 36

Figura 3 Sobra média de silagem de milheto (Pennisetum glaucum) por

Grupo/dia ........................................................................................... 37

Figura 4 Valores médios de equivalente proteico do Ovibloco® controle,

Ovibloco®+palatabilizante e Ovibloco®+alho, suas respectivas

sobras amostrais durante o período experimental. Proteína bruta

(PB). ................................................................................................... 38

Figura 5 Valores bromatológicos médios das amostra de silagem de

milheto (Pennisetum glaucum) e das sobras de silagem de cada

grupo experimental. Proteína bruta (PB), Fibra bruta em

detergente neutro (FDN) e Fibra bruta em detergente ácido

(FDA). ................................................................................................ 38

1

1. INTRODUÇÃO GERAL

A ovinocultura é uma atividade que tem crescido na última década

no Estado de Mato Grosso do Sul, atualmente o estado possui o sétimo rebanho

brasileiro com 497.631 cabeças (IBGE, 2009). Segundo a Organização das

Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Brasil, em 2009,

apresentava consumo estável de carne ovina em torno de 600g / habitante / ano,

com projeção de 700g até 2014, como esses dados são derivados de relatórios

oficiais e devido ao abate clandestino, à esfera da especulação fica o número real

de consumo de carne ovina / habitante do Brasil.

Quando criados a campo, os ovinos dificilmente conseguem obter

das forrageiras todos os nutrientes essenciais a um bom desempenho produtivo e

reprodutivo, em geral apresentam déficits nutricionais, que se intensificam à

medida que as forrageiras amadurecem e envelhecem, durante as estações do

ano (BUENO et al., 2007; CHAGAS et al., 2007). Para minimizar essas

dificuldades e obter o melhor do desempenho animal há a necessidade de se

repor as carências a campo por meio da suplementação alimentar.

A suplementação mineral é baseada nas necessidades estimadas

de produção e de consumo dos animais e fornecida contendo minerais, proteína e

energia adequadas às condições impostas em cada região, com o intuito de se

obter maior produtividade. Podem-se fornecer tais suplementos de diferentes

formas, em pó, granulados, líquida, em blocos, entre outras. A suplementação

com blocos nutricionais como alternativa para fornecimento de sais minerais,

acrescido de ureia, permite ao animal compensar a deficiência de nitrogênio em

2

alimentos fibrosos, melhorando a sua digestibilidade e consumo oferecendo

vantagens como facilidade de armazenamento, transporte e uso, quando

comparado às outras formas (DONOVAN et al., 1988; FAO, 2007).

Outra possibilidade do uso de blocos nutricionais reside na adição

de produtos medicamentosos que podem conter fármacos anti-helmínticos, tais e

fungos nematófagos (Duddingtonia flagranse, Arthrobototrys oligospora) para

controle de parasitas internos (FAO, 2007), um desses aditivos tem sido o pó de

alho, que já é tem sido agregado à ração animal para o tratamento de

nematódeos gastrintestinais de ruminantes (BIANCHIN e CATTO 2004;

BATATINHA et al., 2004; STRICKLAND, 2009).

Nos períodos de estiagem, a produtividade de proteína das

pastagens é comprometida, não atendendo às exigências nutricionais dos ovinos

ocorrendo, assim, comprometimento no crescimento e redução do peso corporal.

Desta forma, corrigir os balanços proteicos nas dietas via suplementação passa a

ser de grande importância ao sistema de produção, além de promover estímulo

ao consumo de matéria seca. Por outro lado, o uso de alimentos proteicos à base

de farelo de soja e algodão, podem significar aumento nos custos de produção

(BARRETO, 2003).

A ureia tem sido utilizada como substituto da proteína verdadeira em

dietas animais, uma vez que, comparada a outras fontes de nitrogênio, é

economicamente mais barata, levando-se em conta que os microorganismos

presentes no rumem possuem elevada capacidade de converter nitrogênio não

proteico (NNP) da ureia em proteína microbiana, influenciando a produção e o

comportamento animal em estimular o consumo de forragem (GARMENDIA,

1994; FAO, 2007).

Visando o avanço da produtividade e competitividade na produção

de ovinos, a utilização de suplementação com blocos nutricionais pode ser

encarada como alternativa tecnológica no desenvolvimento da ovinocultura em

pequenas propriedades.

3

2. VISÃO GERAL DE LITERATURA

2.1 OVINOCULTURA

A ovinocultura de corte possui alto potencial para produção de

carne, leite, lã e couro no Brasil devido às condições geográficas e climáticas

favoráveis apresentadas pelo país. Em 2011 o efetivo de ovinos no Brasil foi de

17.668,063 animais, apresentando um aumento de 5,09% quando comparado ao

ano de 2009. Dentre as regiões brasileiras o Centro-Oeste apresentou maior

crescimento em 2011, com 7,24% (IBGE, 2009).

Esse crescimento demonstra o interesse de produtores pecuários na

ovinocultura na região Centro-Oeste para obter incremento na renda (SORIO,

2011). Mesmo com potencial de crescimento observado no Centro-Oeste, o

efetivo de ovinos não tem sofrido o incremento esperado devido a diversos fatores

que afetam negativamente a estruturação da ovinocultura no Brasil (VIANA,

2008). Dentre esses fatores estão: o sistema de produção, a escala de produção

e constância do fornecimento, o padrão animal, o número de abatedouros e

abates clandestinos, importação e a falta de informação de alguns pecuaristas,

que associam a criação e manejo de ovinos às de bovinos e acabam fazendo um

manejo equivocado e criando uma expectativa de produção e renda que nem

sempre é alcançada, resultando em abandono e críticas a atividade (REIS, 2004).

Os ovinos são animais bastante adaptáveis, como exemplo tem-se a

ovelha Pantaneira que é o resultado de anos de seleção natural na região do

4

pantanal (FERREIRA, 2011). Tendo em vista o sistema de produção rústico, “à

solta”, e as condições em que as ovelhas são submetidas no Bioma Pantaneiro

apresentando variações climáticas, diversidade de forrageiras nativas entre outros

fatores, os animais se adaptaram, ganhando um porte médio a pequeno, com

pouca gordura subcutânea, apresentando aspectos de animais magros,

entretanto precoces sexualmente e sem sazonalidade reprodutiva,

acrescentando-se, ainda, baixa exigência nutricional, tornando a ovelha

Pantaneira uma opção para pequenas propriedades para produção de carne

(FERREIRA, 2011; RODRIGUES, 2012).

2.2 OVINOS CRIADOS A PASTO

A produção de ovinos em pastagens tropicais é um desafio devido à

baixa disponibilidade de forragem de boa qualidade durante o ano, em razão da

idade fisiológica das plantas forrageiras e da baixa capacidade de rebrota,

decorrente da inibição causada pela presença de grande quantidade de perfilhos

maduros, baixa umidade no solo, das temperaturas mais baixas e dos dias mais

curtos. Assim, a sazonalidade da produção forrageira conduz frequentemente à

sazonalidade da produção animal se a criação é conduzida em regime extensivo

(SANTO et al., 2004).

Em virtude da sua adaptação às condições tropicais,

aproximadamente 50% das áreas de pastagens cultivadas na região Centro

Oeste são constituídas por Brachiaria brizantha cv. Marandu, uma gramínea

perene que permanece tenra com boa palatabilidade após o seu amadurecimento

(EUCLIDES, 2008). Os resultados de proteína bruta (PB) dessas pastagens

variam entre 8 a 13,71% (GERDES et al., 2000; ZERVOUDAKIS et al., 2002),

com teores de matéria seca (MS) de 19,95% a 27,60% (SANTOS et al., 2001;

SOUSA et al., 2007), chegando a valores de 30,20% (MALAFAIA et al., 1997).

A dieta selecionada pelos animais na pastagem apresenta maior

digestibilidade e maiores teores de PB, cinzas e fósforo e menores teores de

fibras, carboidratos totais e magnésio, quando comparada com os valores

5

observados na forragem disponível no período das águas (SANTOS et al., 2004).

Entretanto, cerca de 30 milhões de hectares de pastagens no cerrado encontram-

se em algum grau de degradação em função do manejo inadequado, da falta de

adubação de manutenção e do monocultivo de gramíneas, reduzindo a

disponibilidade de nutrientes na dieta (ALMEIDA et al., 2003).

Determinar a composição química e digestibilidade são fatores

relevantes na avaliação de forrageiras, pois auxiliam na indicação da necessidade

de suplementação da dieta em determinadas épocas para algumas categorias de

animais (TORO VELÁSQUEZ et al., 2010). A utilização da técnica in vitro na

avaliação do valor nutritivo dos alimentos para ruminantes propicia uma

uniformidade físico-química para a determinação do MS digerível no rúmen (VAN

SOEST, 1994; SALMAN et al., 2010), permitindo que se conheça,

aproximadamente, o que o animal teria a capacidade de utilizar, em maior ou

menor escala, dos nutrientes das forrageiras utilizadas (ITAVO et al., 2005).

As estratégias de disponibilizar forragem e suplementar os ovinos

com alimentos de boa qualidade durante o período crítico do ano, ou seja, as

secas, são essenciais, assim, destacam-se entre outras técnicas, a formação de

capineiras de diversas qualidades de capim e de cana-de-açúcar, ensilagem,

fenação e do manejo estratégico da pastagem, porém, o uso dessa pastagem e a

melhor suplementação consistem em estratégias de mais fácil adoção e menor

custo (SANTOS, 2009).

2.3 SUPLEMENTAÇÃO DE OVINOS

Sob condições de pastagens tropicais, os ovinos dificilmente

conseguem obter das forrageiras todos os nutrientes essenciais a um bom

desempenho produtivo e reprodutivo. Visando o avanço da produtividade e

competitividade na ovinocultura, diversas alternativas tecnológicas têm sido

propostas e, dentre elas, a utilização de suplementação proteico-energética, a

pasto é uma posição de destaque (CHAGAS et al., 2007).

6

Os pastos tropicais em geral apresentam déficits nutricionais, que se

intensificam à medida que as forrageiras amadurecem e envelhecem, durante as

estações do ano. O aumento da utilização e a consequente a degradação do

cerrado tem contribuído para agravar o quadro das deficiências nutricionais nos

rebanhos de ovinos criados no Centro-Oeste, reduzindo o seu desempenho e

ocasionando, no caso das deficiências mais severas, doença e morte de animais

(BUENO et al., 2007; CHAGAS et al., 2007). A forma de propiciar a criação animal

em solos dessa natureza reside em repor os nutrientes (minerais, proteína e

energia) que as pastagens não conseguem suprir, daí vem o termo

suplementação (BUENO et al., 2007).

Animais criados a campo podem apresentar deficiência nutricional

marginal, quando não se observam sinais e sintomas de carência mineral

dificultando o diagnóstico. Os efeitos dessa carência serão observados ao longo

prazo como na reprodução e somente se resolveria tal deficiência ajustando-se a

suplementação adequada para o rebanho, entretanto, quando se observam os

efeitos da desnutrição, muitos prejuízos já ocorreram na atividade (HADDAD et

al., 2006).

A biodisponibilidade de um mineral, ou seja, a proporção do

elemento presente no alimento que é absorvida pelo animal e utilizada nas suas

funções biológicas, depende de vários fatores, incluindo níveis do elemento

ingerido, idade e estado nutricional do animal, condições ambientais, pH

intestinal, presença de antagonistas e principalmente da fonte mineral. As fontes

mais utilizadas na nutrição animal são as fontes inorgânicas (sulfatos, carbonatos,

óxidos, cloretos e fosfatos) e as formas orgânicas como os quelatos (HADDAD,

2006).

O Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA) regulamenta a

fabricação dos suplementos minerais, desde sua classificação, composição,

registro e fiscalização no mercado. Diante da Instrução Normativa N° 12 (IN12) de

30 de novembro de 2004, os suplementos são denominados:

a. Suplemento mineral: quando possuir na sua composição macro e ou

micro elemento mineral, podendo apresentar um valor menor que 42% de

equivalente proteico;

7

b. Suplemento mineral com ureia: quando possuir na sua composição

macro e ou micro elemento mineral e no mínimo 42% de equivalente

proteico;

c. Suplemento mineral proteico: quando possuir na sua composição macro

e ou micro elemento mineral, pelo menos 20% de proteína bruta(PB);

d. Suplemento mineral proteico energético: quando possuir na sua

composição macro e ou micro elemento mineral, pelo menos 20% de PB,

fornecer no mínimo 30g de PB e 100g de NDT por cem quilos de peso

corporal.

Quanto à forma de uso, podem ainda ser classificados como: de

pronto uso, para fornecimento direto ao animal ou para mistura, quando deve ser

adicionado a algum outro ingrediente antes do fornecimento MAPA (2004). Os

suplementos são oferecidos aos animais na forma sólida (pó, granulados e

blocos) e líquida.

O uso de suplementação com blocos nutricionais para fornecer o

nitrogênio, sais minerais e vitaminas que faltam em alimentos fibrosos, oferece

várias vantagens como facilidade de armazenamento, transporte e uso, e reduziu

riscos em comparação com outras formas (DONOVAN et al.,1988; FAO, 2007).

2.2.1 Bloco multinutricional

O primeiro relato do uso de blocos data de 1930 na Tunísia (SALEM

e NEFZAOUI, 2003), entretanto, os estudos sistemáticos sobre sua utilização

foram realizados na África do Sul em 1960, Durante os períodos iniciais os blocos

continham apenas ureia e cloreto de sódio (NaCl) e, após algumas pesquisas

houve sua evolução quando foram adicionados melaço e minerais (FAO, 2007).

Para ser eficiente, a produção de ovinos a campo depende de uma

suplementação mineral-proteica adequada. O bloco nutricional é um suplemento

alimentício à base de minerais, vitaminas e nitrogênio não proteico (NNP),

elaborado mediante a mistura de ingredientes líquidos e sólidos (SALEM e

NEFZAOUI, 2003). A mistura mineral solidificada apresenta vantagens desde a

mistura e homogeneização dos ingredientes, controle de umidade (criando um

8

produto estável na indústria), permitindo a aplicação de fontes de energia,

proteina, mineral e fibras, e pode ser usado como veículo para fornecimento de

fitoterápicos e medicamentos diversos, como para o controle de parasitos, por

exemplo (SALEM e NEFZAOUI, 2003; BOTERO, 2007, KAWAS et al., 2010).

Embora os blocos possuam várias vantagens em comparação com

outros tipos de suplementos, a composição dos blocos nutricionais pode ser

direcionada aos objetivos de produção conforme a idade, estado fisiológico,

manutenção, ganho de peso e reprodução sob condições extensivas de pastagem

(ATTI e SALEM, 2008; KAWAS et al., 2010). Nesse sentido, Salem e Nefzaoui

(2003) relataram o uso de uma pré-mistura mineral-vitamínica e a importância de

nutrientes específicos para o suplemento sobre forragem ou ingestão total para

obter desempenho em ganho de peso.

No entanto, uma mistura de blocos nutricionais pode utilizar-se de

subprodutos da agroindústria, alguns deles podem ser considerados como fontes

de proteínas (sementes de algodão, cereais cervejeiros, resíduo de polpa de

tomate), outros fornecem energia (polpa de laranja, o melaço e alimentações de

trigo) e outros ainda como fontes de fibra como bolo de oliva, bagaço de frutas

entre outras (SALEM et al., 2008), para reduzir a utilização de alimentos

concentrados. Esta evolução é impulsionada por políticas de produção

agropecuária sustentável (SALEM e NEFZAOUI, 2003) e a remoção total ou

parcial dos subsídios de alimentação animal praticada em vários países da União

Europeia (FAO, 2007).

Kawas et al. (2010) recomendam dois tipos de blocos nutricionais

que podem ser fabricados para estações chuvosa e seca, respectivamente, com

as seguintes características:

Blocos mineral-proteico: este é um bloco de baixo consumo (cerca de 0,2-0,3% do

peso corporal), com 30% de proteína bruta ou mais. O objetivo de oferecer este

bloco é complementar proteína, macro minerais (cálcio, fósforo e magnésio),

micro minerais (ferro, manganês, zinco, cobre, iodo, cobalto e selênio) e

vitaminas.

Blocos proteico-calóricos: estes blocos podem conter minerais, maior nível de

energia e menos proteínas (20-25% de proteína bruta) do que um bloco mineral-

9

proteico. A ingestão deste bloco deverá ser maior (cerca de 0,4-0,5% do peso

corporal).

A eficácia do uso de suplementação pode ser afetada pela

capacidade de ingestão dos animais em atender suas necessidades, os blocos

têm a vantagem de consumo auto-limitante, que é especialmente importante

quando usado aditivos não nutritivos, tais como monensina (KAWAS et al., 2010).

Fatores que afetam a ingestão de bloco incluem a dureza, a estação do ano

(secas ou chuvas), bem como a disponibilidade e qualidade da forragem (ATTI e

SALEM, 2008). A ingestão é determinada pelos seguintes fatores:

Características do bloco: sendo o bloco é muito mole, a ingestão pode ser maior

do que o desejado. Em contraste, se for muito duro, o consumo é menor que o

necessário. No que diz respeito às características do ingrediente, um elevado

nível de ureia (15-20%) pode reduzir a ingestão de bloco, embora uma ingestão

excessiva de seja mais crítica, uma vez que pode causar toxicidade (SALEM e

NEFZAOUI, 2003; KAWAS et al., 2010).

Ambiente: temperatura e umidade relativa do ar afetam o bloco quanto à dureza

(BIRBE et al., 2006). Além disso, durante os períodos de seca ou inverno, as

forrageiras têm qualidade inferior e, consequentemente, o consumo de bloco

geralmente aumenta (FREITAS et al., 2003).

Animais: A ingestão de bloco é geralmente maior por pequenos ruminantes, numa

base de peso corporal, em comparação com bovinos. O consumo inicial é baixo

aumentando quando a necessidade fisiológica do animal também aumentam

(BIRBE et al., 2006).

Gestão: A distribuição e a quantidade de blocos nos piquetes podem afetar o seu

consumo. Se o consumo do bloco for elevado, eles devem ser colocados longe

dos bebedouros, enquanto que se for baixo, devem estar localizado mais perto da

fonte de água (KAWAS et al., 2010).

Em geral, o fornecimento de bloco não reduz o consumo de

forragem, sugerindo uma ausência de efeito da substituição deste suplemento

alternativo (SUDANA e LENG, 1986). O aumento de matéria orgânica (MO) e PB

digestível contidas em dietas com uso de blocos nutricionais, melhoram a síntese

de proteína microbiana, estimulando o crescimento da microflora ruminal e sua

10

atividade (SAMANTA et al., 2003). O consumo repetido de pequenas quantidades

de bloco de alimentação dura todo o dia garante uma sinergia entre as demandas

de nutrientes no rúmen de micro-organismos para degradar alimentos de baixa

qualidade (SALEM et al., 2000). Um exemplo de aditivo é o uso de polietileno

glicol no bloco nutricional que pode desativar os fatores antinutricionais de taninos

encontrados em variedade de arbustos utilizados para alimentação de ovelhas na

Tunísia, não afetando seu ecossistema ruminal (SALEM et al., 2000, MOUJAHED

et al., 2000; GASMI-BOUBAKER et al., 2006).

Nos EUA, Depeters et al. (1985) trabalhando com ovelhas com 18

meses de idade, mantidas em pastagens anuais em períodos de seca,

suplementas com blocos nutricionais, observaram que não houve alteração da

taxa de natalidade e reduzido perda de pesos dos animais no período, com um

incremento de partos múltiplos em 16,7%. Em outro estudo Atti e Salem (2008)

observaram a resposta para ganho de peso de ovelhas com uma dieta composta

de concentrados e fenos obtiveram os mesmos resultados utilizando-se blocos

nutricionais em substituição parcial do concentrado, com o benefício de

compensar a deficiência de nitrogênio em alimentos fibrosos aumentando a sua

digestibilidade, o consumo e a disponibilidade de nutrientes através da otimização

da fermentação ruminal (FREITAS et al., 2003).

Portanto, os blocos nutricionais apresentam facilidade de transporte,

armazenamento e uso a campo, reduzindo os riscos em comparação com outras

formas (líquidas, pó e granuladas), ampliando essas vantagens em conjunto com

o aumento da produtividade, em termos de aumento de leite, produção de carne e

eficiência reprodutiva dos ovinos (SAMANTA et al., 2003; BOTERO, 2007; FAO,

2007). Portanto, os aspectos econômicos devem ser direcionados a partir da

escolha dos ingredientes e suas proporções para a formação da dieta de ovelhas

de baixo custo de produção (ATTI e SALEM, 2008).

2.2.2 Ureia

A utilização de fontes alternativas de proteína na produção de ovinos

é importante, uma vez que fontes convencionais são concorrentes com a

11

alimentação humana. A ureia destaca-se como fonte de nitrogênio não-protéico

(NNP), sendo bastante utilizada na alimentação de ruminantes, apesar de limitada

devido à sua baixa aceitabilidade pelos animais, sua segregação quando

misturada com outros ingredientes e sua alta toxicidade, que é agravada pela

elevada solubilidade no rúmen (FAO, 2007).

O NNP não é uma proteína, ou seja, não são aminoácidos reunidos

por vínculos peptídicos e existem tanto em animais quanto nas plantas. Entretanto

exista grande variedade de fontes de NNP como compostos de purinas e

pirimidinas, ureia, biureto, ácido úrico, glicosídeos nitrogenados, alcalóides, sais

de amônio e nitratos. A ureia, por causa do custo, disponibilidade e emprego, é

uma das mais utilizadas (SANTOS et al., 2001).

A ureia possui características específicas: é deficiente em todos os

minerais, não possui valor energético próprio; é extremamente solúvel e no rúmen

é rapidamente convertida em amônia e se fornecida em doses elevadas pode

ocasionar toxidez (SANTOS et al., 2001). O uso da ureia é alternativa

interessante para fornecimento de N, principalmente no período das secas,

quando as forrageiras apresentam baixas taxas de crescimento e baixos níveis de

proteína, podendo ser fornecida em diferentes sistemas de alimentação:

associada ao sal mineral, misturas múltiplas, cana-de-açúcar, capim picado,

silagem, concentrados e outros (VASCONCELLOS, 1993). Além disso, a

utilização da ureia diminui os custos da alimentação de ovinos e proporciona

maior ganho de peso, possibilitando substituir os produtos proteicos não-

nitrogenados e reduzir a idade de abate (BARRETO, 2003; VIDAL, 2004). A

utilização do bagaço de cana-de-açúcar amonizado com ureia como única fonte

de volumoso apresentou resíduo econômico positivo em regime de confinamento

(BARROS, 2013). Menezes (2009) descreve que a inclusão de ureia até 2% na

dieta oriunda especificamente de produto de vitivinícolas desidratado e palma

forrageira in natura possibilitou incremento no consumo e no coeficiente de

digestibilidade dos nutrientes.

Assim como toda mistura contendo fontes de (NNP), a

suplementação com bloco nutricional contendo ureia permite ao animal

compensar a deficiência de nitrogênio em alimentos fibrosos, reforçando a sua

disponibilidade de consumo, a digestibilidade de nutrientes e a otimização da

12

fermentação ruminal, permitindo a correção das deficiências nutricionais,

melhorando a eficiência de utilização e transformação da base forrageira em

produto animal (DONOVAN et al.,1988; FAO, 2007). Dessa maneira, ao ser

ingerido pelo animal, permite o consumo de uma mistura de ingredientes (melaço,

ureia, farelos, sal mineral, aditivos) compactados, de modo a fornecer nutrientes

(nitrogênio, energia, macro e microminerais) constantemente ao longo do dia

(FREITA et al., 2003).

A otimização do ambiente ruminal, devida à suplementação com

blocos nutricionais, tem demonstrado resultado no aumento do consumo de

volumosos de baixa qualidade (FREITAS et al., 2003). Durante o pastejo pode

haver ainda a seletividade no consumo de volumoso, dependendo de como o

manejo é conduzido (LEDIC, 2008) e esse fato pode modificar o valor nutritivo do

alimento ingerido. Além da palatabilidade e qualidade do volumoso, fatores como

1) a disposição em que são depositados os blocos nutricionais; 2) proporção

blocos versus o número de animais; 3) o período de armazenamento e 4) a

consistência do produto, são considerados fatores determinantes do consumo da

forragem (FREITAS et.al., 2003). Além disso, outros autores relatam que níveis

elevados de melaço e ureia, bem como a proporção de aglutinantes diminuem a

dureza do bloco, possibilitando maiores consumos (FAO, 2007).

A suplementação com ureia como um dos ingredientes do bloco

nutricional alterou a produtividade dos rebanhos, visto que provocou alterações

comportamentais dos animais, no que se refere ao pastejo, ruminação, ócio e

outras atividades como micção, defecação, ingestão de água (BOTERO, 2007). O

uso da ureia promove, ainda, facilidade de manejo em várias condições

ambientais e a possibilidade de agregar vários insumos, acarretando na melhoria

das condições de alimentação e podem promover mudanças consideráveis na

reprodução e ganho de peso (BARRETO, 2003).

13

2.2.3 Fitoterápicos

Em virtude da sua eficácia em ovinos e o apelo por produtos

orgânicos no mundo moderno, os medicamentos fitoterápicos adicionados ao

bloco nutricional são amplamente utilizados para controle de parasitas internos.

Estes estão disponíveis a baixo custo comparado às drogas sintéticas, tais como

fenbendazole, mebendazole, albendazol e seus derivados (FAO, 2007), e como

uma alternativa contra a resistência helmíntica (PADILHA, 1996; VIEIRA, 2003;

ARENALES e MITIDIERO, 2002; KHAN, 2009; SUNADA, 2011).

Ainda, o uso indiscriminado de fármacos anti-helmínticos propicia a

contaminação do ambiente pelos compostos químicos presentes nos

excrementos dos animais tratados (NRC, 1985; VIEIRA, 2003), o que fatalmente

poderá acarretar em eliminação de predadores naturais dos helmintos, presentes

no solo, como os besouros coprófagos (CEZAR et al., 2008) além de haver a

possibilidade de contaminação do lençol freático, contaminando a água de

bebida.

Uma forma adequada de reverter o problema seria por meio do uso

de medicamentos fitoterápicos, o que viabilizaria carne, leite e derivados sem

resíduos químicos e menores impactos ambientais (FAO, 2007). Entretanto, estes

métodos de controle biológico são controversos no que se refere à relação

custo/benefício, aplicabilidade do tratamento e confiabilidade dos resultados

(WALLER, 2006), tornando necessários estudos para elucidar os princípios ativos

e seu impacto sobre cada agente parasitológico durante utilização a campo.

Entre os fitoterápicos, destaca-se a base do pó de alho, que vem

sendo adicionado à ração animal para o tratamento de infestação por nematódeos

gastrintestinais de ruminantes (BIANCHIN e CATTO, 2004; STRICKLAND, 2009).

A sua utilização visa combater a resistência adiquirida pelos nematódeos frente

aos vários anti-helmínticos do mercado atual e baseia-se em trabalhos

científicoscom sucesso em larvas do gênero Haemoncus quando avaliadas in

vitro a partir de suco de alhona espécie caprina (BATATINHA et al., 2004).

14

Utilizando-se extrato de alho a 3,6% observou relação entre ganho

de peso, a condição corporal e taxa de conversão, bem como relação direta entre

consumo voluntário ao longo do tempo e a redução no OPG (STRICKLAND,

2009). Sunada et al. (2011) comparando os animais tratados com levamizol e

ivermectina ou a associação dos mesmos com o pó de alho com uma dose diária

de 6 gramas, notaram redução da carga parasitária nos animais que receberam

alho via oral. Bianchin et al. (1999) observaram em bovinos que a mistura de alho

desidratado a adicionado a mistura mineral na contração de 2%

(aproximadamente 8mg/kg peso vivo/dia) para controle de carrapato, mosca-dos-

chifes e nematóides gastrointestinais, obtiveram um redução média de 47,3% no

OPG, porem o resultado foi ao longo de varios meses. Outra pesquisa descreve o

uso de extrato de alho aquoso ou alcoolico de alho em bovinos jovens com

intervalo de 14 dias resultado parcial em relação ao grupo controle uma redução

de OPG proxima a 50% (PARRA, 2011). Contudo, existem opiniões contrárias ao

uso do alho como Burke et al. (2009) que relataram que o alho não é

recomendado como ajuda para controlar nematódeos e vermes gastrintestinais

em cabras ou cordeiros.

Dentre os helmintos infectantes dos ovinos, o Haemoncus contortus,

pertencente à superfamília Strongiloidea, é o parasita mais patogênico, que causa

alta mortalidade dentro dos rebanhos (CHAGAS et al., 2007). Os helmintos dessa

superfamília alimentam-se de sangue e, por esse motivo, causam anemia severa,

que poderá ser aguda ou crônica, dependendo do grau de infecção do animal e

de sua resistência orgânica (ARO, 2006). O controle estratégico de nematóides,

em determinados casos, propicia a reversão da eficácia de drogas em rebanhos

onde os parasitas se mostravam resistentes (REIS, 2004), reduz as doses e o

custo com medicamento (CHAGAS et al., 2007). Entre estes métodos, o da

Famacha® e o OPG associados aos métodos tradicionais, em que ocorrem

everminações estratégicas, de acordo com o manejo dos animais e estações do

ano, podem reduzir os custos de produção (GAVIÃO et al., 2004; MOLENTO et

al., 2004; CHAGAS et al., 2007).

Entre os primeiros sinais de resistência anti-helmíntica às drogas

terapêuticas, destacam-se as falhas no controle farmacológico da verminose

(WOLSTENHOLMEA et al., 2004), resultado do uso indiscriminado de drogas

15

antiparasitárias, que culmina com a seleção de populações de helmintos

resistentes aos diferentes grupos químicos utilizados no tratamento dos animais

(WALLER, 2006). Neste contexto, preconiza-se atualmente como controle da

verminose, a utilização de produtos farmacêuticos com eficácia comprovada

somente quando for estritamente necessário, detectado por meio de exame de

OPG.

2.2.4 Silagem de Milheto (Pennisetum glaucum)

A avaliação do valor nutritivo dos alimentos consumidos pelos

animais, em condições de pastejo ou confinados, tem sido um desafio para

aumentar a produção animal (BERCHIELLI et al., 2000). Segundo Nolleret et al.

(1997) a produção animal em sistemas de pastejo é determinada pelo consumo e

pela disponibilidade de matéria seca tendo como parâmetro mais importante na

avaliação de pastagens o seu valor nutritivo, apresentando alta correlação com a

produção animal. O consumo de matéria verde pode ser afetado pela

disponibilidade de forragem, acompanhada pela estrutura da vegetação como os

aspectos de densidade, altura e a relação folha-colmo (MORAES et al., 2005).

De maneira geral, é recomendada a determinação da composição

bromatológica da espécie forrageira e, nos casos em que isto não é possível, a

suplementação alimentar deve ocorrer, independente da disponibilidade da

ingesta em relação à matéria seca, para manutenção contínua do desempenho

produtivo dos animais. A despeito de superestimar o conteúdo fibroso e

subestimar os teores de PB, uma possível ferramenta para avaliação

bromatológica é a simulação manual de pastejo, que possibilita estimativa

aproximada da forragem disponível por animal em regime de pastejo (MORAES et

al., 2005).

Resende et al. (2008) comenta que as recomendações de

exigências nutricionais para caprinos e ovinos, adotadas no Brasil, foram

desenvolvidas em outros países e muitas vezes foram extrapoladas de outras

espécies. Por esta razão nem sempre estas condizem com o desempenho

16

observado, uma vez que as exigências nutricionais são influenciadas por vários

fatores, tais como condições ambientais, nível nutricional, raça, espécies, entre

outros. À medida que os ovinos passaram a apresentar melhorias nos seus

índices produtivos (taxa de ganho de peso, conversão alimentar, rendimento de

carcaça, produção leiteira), as suas exigências nutricionais tornaram-se

naturalmente mais elevadas (NRC, 1985).

O milheto (Pennisetum glaucum) é uma alternativa interessante para

produção de silagem em regiões com problemas de veranico ou seca ou em

plantios de sucessão ou safrinha. Além disso, esta cultura possui características

de estabelecimento fácil e rápido, boa capacidade de rebrota, bem como boa

palatabilidade e ciclo curto (GUIMÃRES et al., 2009).

A silagem de milheto pode substituir o milho e o sorgo com ganhos

em produtividade e qualidade em proteína e matéria seca (GUIMÃRES et al.,

2009). Em comparação às silagem de milho e sorgo plantados na safrinha (final

de fevereiro), ensilados em maio e analisados após 60 dias, os valores de PB e

digestibilidade in vitro da matéria orgânica foram 12,0% e 53,4% para o milheto,

7,8% e 60,0% para o milho e 7,0% e 58,0% para o sorgo (AMARAL, 2003).

Amaral (2003), avaliando três cultivares de milheto submetidos a

duas idades de corte para produção de silagem, encontrou teores de MS variando

de 23,53 a 34,29%, PB de 8,47 a 10,06%, FDN de 72,58 a 75,44 % e FDA de

37,83 a 38,06%, para as silagens confeccionadas aos 70 e 90 dias

respectivamente. Quanto à qualidade da silagem, os valores médios de pH

variaram de 3,58 a 3,78 e nitrogênio amoniacal em porcentagem do nitrogênio

total de 1,83 a 2,46%, respectivamente. Esses valores estão de acordo com a

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos para Bovinos (VALADARES

FILHO et al., 2006), a silagem de milheto possui, em média, 26,28% de MS,

8,04% de PB, 3,28% de extrato etéreo (EE), 73,04% de FDN, 38,25% de FDA,

4,26% de lignina e 60,23% de NDT.

A utilização de um suplemento mineral proteico solidificado que

possa conter produtos medicamentosos naturais ou não, é estratégica em uma

propriedade rural, uma vez que se pretende diminuir custos pela facilidade de

estoque e fornecimento de um produto que pretende ser resistente às

17

intempéries, podendo ser exposto por longos períodos a campo, sem riscos de

intoxicar os animais. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi o de avaliar a

eficiência nutricional e o consumo de três formulações de bloco multinutricional

em ovelhas pantaneiras criadas em sistema de pastejo continuo.

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25

3. ARTIGO

AVALIAÇÃO DE DESENPENHO NUTRICIONAL DE OVELHAS A CAMPO CONSUMINDO BLOCO MULTINUTRICIONAL

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da suplementação de três

formulações de blocos nutricionais e seu consumo, em 60 ovelhas pantaneiras.

Os animais foram pesados (35kg ± 4,69) e separados em três grupos de 20

animais, G1 (controle); G2 (Bloco com palatabilizante) e G3 (bloco + extrato de

alho). Os animais receberam o suplemento mineral solidificado com consumo

estimado de 0,6%/Kg/dia fornecido ad libitum e silagem de milheto (Pennisetum

glaucum) na proporção de 4% do peso vivo. As ovelhas foram mantidas em

pastagens em sistema de pastejo continuo de Brachiaria brizantha cv Marandu.

Foram colhidas amostras mensais da dieta fornecida para subsequente análise

laboratorial da composição de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), matéria

mineral (MM), matéria orgânica (MO) fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em

detergente ácido (FDA). Foram avaliados, ganho de peso diário (GMPD), ganho

de peso médio total (GMPT), consumo médio diário (CMD) e índice de conversão

alimentar. Observou-se que o G2 obteve melhor desempenho (P<0,05) de ganho

de peso, com índice de conversão alimentar de 105g, mais eficiente 75% e 107%

que G1 e G3 respectivamente. Os blocos apresentaram equivalente proteico

maior que os indicados pelo fabricante, mas suas sobras apresentaram valores

muito baixos de NNP, revelando que ao se desintegrarem perdem esse

componente. O fornecimento de blocos multinutricionais para ovelhas mantidas

26

em pastagens de B. brizantha cv. Marandu revelou contribuir para a melhora do

estado nutricional dos animais. Entre as formulações testadas, o bloco com

palatabilizante apresentou os melhores índices de conversão e de eficiência

alimentares.

Palavras-chave: Eficiência alimentar, mineralização, nutrição de ovinos,

produção de ovinos.

27

EVALUATION OF NUTRITIONAL PERFORMANCE FROM SHEEP EATING MINERALIZED BLOCK IN RANGELAND

ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the effects of supplementation with three

formulations of nutritional blocks and its consumption by 60 sheep from Pantaneiro

genetic group. The animals were weighed (35kg ± 4.69) and separated into three

groups of 20 animals, G1 (control block), G2 (block with palatability) and G3 (block

+ garlic extract). The mineral supplement solidified had estimated consumption of

0.6% / kg / day provided ad libitum and silage of pearl millet (Pennisetum

glaucum) in the proportion of 4% of body weight. The sheep were kept in pastures

in grazing system cultivated with the grass Brachiaria brizantha marandu. Samples

of the diet were collected monthly for subsequent laboratory analysis for the

composition of dry matter (DM), crude protein (CP), mineral matter (MM), organic

matter (OM) neutral detergent fiber (NDF) and acid detergent fiber (FDA). It were

evaluated daily gain (GMPD), average total weight gain (GPMT), average daily

feed intake (CMD) and feed conversion ratio. It was observed that the best

performance was obtained by G2 (P <0.05) for weight gain, with 105g of feed

conversion ratio 75% more efficient than G1 and 107% higher than G3. The blocks

had equivalent protein greater than those indicated by the manufacturer, but their

remains showed very low levels of non proteic nitrogen (NPN), revealing that the

disintegrating lose this components. Providing multinutrient blocks for sheep kept

on pastures of B. brizantha cv. Marandu revealed to contribute to the improvement

of the animal nutritional status. Among the formulations tested, the block with

palatabilizant showed the highest rate of food conversion.

Keywords: Digestibility, feed efficiency, sheep nutrition, sheep production.

28

3.1 INTRODUÇÃO

A ovinocultura é uma atividade com crescimento constante no

Estado de Mato Grosso do Sul, atualmente o estado possui o sétimo rebanho

brasileiro com 497.631 cabeças (IBGE, 2009), entretanto, a possibilidade de

crescimento da atividade é grande, pois, segundo a Organização das Nações

Unidas para Agricultura e Alimentação (FAOSTAT, 2012), o Brasil, em 2009,

apresentava consumo estável de carne ovina em torno de 600g/ habitante/ ano,

com projeção de 700g até 2014. É importante frisar que esses dados refletem as

informações oficiais, não levando em conta o número de abates clandestinos,

assim, é difícil precisar o consumo de carne ovina no Brasil, inclusive em função

do elevado nível de consumo nas propriedades rurais, estimando-se em valores

maiores que 0,6 - 1 kg por habitante por ano o consumo brasileiro de carne ovina

(SILVA, 2002; SEBRAE, 2006).

Quando criados a campo, os ovinos dificilmente conseguem obter

das forrageiras todos os nutrientes essenciais a um bom desempenho produtivo e

reprodutivo, em geral apresentam déficits nutricionais, que se intensificam à

medida que as forrageiras amadurecem e envelhecem, durante as estações do

ano (CHAGAS e.al, 2007; BUENO et.al., 2007). Para minimizar essas dificuldades

e obter o melhor do desempenho animal há a necessidade de se repor as

carências a campo por meio da suplementação alimentar.

A suplementação mineral é baseada nas estimativas de produção e

consumo dos animais, visando suprir os déficits nutricionais, por meio do

balanceamento das necessidades minerais e energéticas adequadas às

condições impostas em cada região, com o intuito de obter maior produtividade.

A suplementação mineral proteica pode ser oferecida aos animais

em diferentes formas, em pó, granulados, líquida em blocos, entre outras. O uso

de blocos multinutricionais permite ao animal compensar a deficiência de

nitrogênio em alimentos fibrosos, reforçando a sua disponibilidade, consumo e a

digestibilidade de nutrientes, como alternativa para fornecimento de sais minerais

29

e vitaminas, oferecendo vantagens de facilidade de armazenamento, transporte e

uso, quando comparado às outras formas (DONOVAN et al., 1988; FAO, 2007),

ao ser ingerida pelo animal, permite o consumo constantemente ao longo do dia

(FREITA et al., 2003).

A utilização de blocos medicamentosos contendo agentes anti-

helmínticos, tais como fenbendazole, fungos nematófagos (Duddingtonia

flagranse, Arthrobototry soligospora) para controle de parasitas internos (FAO,

2007), um desses aditivos tem sido o pó de alho, que já é agregado à ração

animal para o tratamento de nematódeos gastrintestinais de ruminantes

(BIANCHIN e CATTO, 2004; BATATINHA et al., 2004; STRICKLAND et al., 2009).

Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito da

suplementação mineral-proteica na dieta de ovelhas com diferentes tipos de

blocos nutricionais, em pastagens distintas de Brachiaria brizantha cv. Marandu e

sua influência no controle da infecção verminótica dos animais.

3.2 MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizadas 60 ovelhas do grupo genético Pantaneiro,

pertencentes à Fundação Manoel de Barros (FMB) criadas no Centro de

Tecnologia em Ovinocultura da Universidade (CTO/Unianhanguera-Uniderp)

alojadas em piquetes cultivados com Brachiaria brizanta cv Marandu com acesso

à água ad libitum. As ovelhas foram divididas em três grupos iguais que

receberam bloco multinutricional (G1), bloco multinutricional com palatabilizante

(G2) e bloco multinutricional com extrato de alho (G3). Todos os produtos foram

homogeneizados e fornecidos em suas respectivas concentrações na forma de

suplemento mineral solidificado (Ovibloco® - LCB Nutrição Animal LTDA., Campo

Grande, MS).

Os animais foram selecionados no início do experimento possuindo

pesos médios de 35kg ± 4,69. Foram feitas coletas de fezes para teste de

contagem de ovos por grama (OPG) e verificação da FAMACHA® para a

30

averiguação de mucosas com o intuito de identificação de animais com anemia,

coletadas em três períodos. No início do experimento todos os animais foram

everminados com o produto comercial Zolvix® (monepantel 2,5%, Novartis saúde

animal) reduzindo a zero o OPG. Todos os parâmetros foram anotados e

avaliados para a subsequente separação dos grupos experimentais os quais

foram compostos por ovinos com OPG e pesos corporais semelhantes.

Mensalmente todos estes parâmetros foram novamente aferidos. Os animais

foram pesados e avaliados, sempre no período matutino, entre 08 e 10h.

A técnica de OPG, foi realizada segundo GORDON e WHITLOCK

(1939), antes do início experimental, sete dias depois da aplicação e a cada 30

dias consecutivos durante 3 meses. A coleta de fezes foi em todos os animais

dentro de cada grupo, diretamente do reto dos ovinos, utilizando-se sacos

plásticos. Depois de colhidas, as fezes foram processadas em laboratório para a

realização do procedimento de OPG.

Os animais grupo controle (G1) receberam o suplemento mineral

solidificado Ovibloco®, com consumo estimado de 0,6%/Kg PV, fornecido ad

libitum. Os animais grupo palatabilizante (G2), Ovibloco®+palatabilizante e o

grupo alho (G3) Ovibloco® + fitoterápico à base de óleo, com ingestão estimada

de 0,6%/Kg PV, fornecido ad libitum. Os minerais foram pesados semanalmente

verificando-se o consumo e colhidas amostras para análise de proteína bruta

(PB), matéria mineral (MM) e matéria orgânica (MO) do montante fornecido nos

cochos e suas sobras.

O bloco nutricional Ovibloco® (Tabela 1) foi balanceado segundo

normas do National Research Council (NRC, 1985) para nutrição de ovinos em

regime de campo, com ingestão esperada de 0,6%/Kg PV.

31

Tabela 1. Níveis mínimos de garantia nutricionais de blocos nutricionais para ovinos. Segundo o fabricante

Macroelementos Quantidade (g/kg) Microelementos Quantidade (mg/kg)

Cálcio (Ca) mín 190,54 Cobalto (Co) 89,9 Cloro (Cl) Cobre (Cu) 249, 38 Enxofre (S) 19,4 Ferro (Fe) Fósforo (P) 35,3 Flúor (Fl) Max. 198,03 Magnésio 6,48 Iodo (I) mín. 117,71 Potássio Manganês (Mn) mín. 35,1 Sódio (Na) 5,387 Molibdênio (Mo)

Selênio (Se) 78,74 Zinco (Zn)

Ureia 4% NNP Max. 11,25 NDT estimado 130,38

Fonte - Sal bloco Nutrição Animal LTDA

A alimentação fornecida constituiu-se de pastagens de Brachiaria

brizantha cv. Marandu, silagem de milheto (Pennisetum glaucum) além do bloco

mineral. Foram realizadas análises químicas da dieta no início da pesquisa e

mensalmente para avaliar a composição da matéria seca (MS), proteína bruta

(PB), matéria mineral (MM), matéria orgânica (MO) fibra em detergente neutro

(FDN) e fibra em detergente ácido (FDA), segundo métodos de Van Soest (1994).

A área de pasto foi ajustada ao manejo da propriedade, as ovelhas pertencentes

ao grupo G1 foram alojadas no piquete P01 (0,66 ha); o grupo G2 no piquete P02

(0,83 ha) e o G3 no piquete “Portão” (0,66 ha).

Foram coletadas seis amostras de pastagens de cada piquete

efetuando-se corte rente ao solo de em uma área de 1 m² cada, as mesmas foram

divididas em duas subamostras: uma foi secada e pesada para envio ao

laboratório de bromatologia, e a outra foi separada em lâmina foliar, material

secundário (folhas secas + colmo + bainha), depois, secada e pesada, para

estimar a MS das mesmas.

A silagem de milheto foi fornecida na quantidade de 30kg/dia para

cada grupo experimental, estimando um consumo de 4% do peso vivo,

32

calculando-se as sobras de silagem, para determinar o consumo real para a

determinação da qualidade nutricional da silagem e suas sobras.

Após as coletas da biomassa, as amostras foram pesadas e delas,

retiraram-se subamostras formando amostra compostas, separadas por data, tipo

e grupo experimental. Cada par de amostras compostas foi acondicionada em

saco plástico, identificada, congelada e posteriormente colocada em estufa com

circulação de ar forçado a 60º C por 48 horas para secagem. As amostras foram

conduzidas ao laboratório, sendo pré-secas em estufa de ventilação forçada a

55oC por 72 horas e trituradas em moinho com peneira dotada de crivos de 1 mm

Para a composição química, foram determinados os teores de matéria seca (MS),

matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), segundo metodologias descritas por

Silva e Queiroz (2002) e para fibra em detergente neutro (FDN), fibra em

detergente ácido (FDA), segundo metodologias descritas por Van Soest (1965). O

teor de Hemicelulose foi determinando pela diferença entre os teores FDN e FDA.

A solução tampão (saliva artificial) foi preparada para o

procedimento, foram pesados para cada solução sendo solução A (g/litro)

composta por: 10,0 g KH2P04; 0,5 g MgSO47H2O; 0,5 g NaCl; 0,1 g CaCl22H2O;

0,5 g ureia, e a solução B (g/100mL): 15,0 g Na2CO; 1,0 g Na2S9H2O. As soluções

foram misturadas na relação 1:5. O pH e a temperatura eram de 6,8 e

temperatura de 39ºC, respectivamente.

Para a determinação da digestibilidade in vitro (DIV), adotou-se a

técnica descrita por Tilley e Terry (1963) adaptada ao Rúmen Artificial,

desenvolvida pela ANKOM®, conforme descrito por Holden (1999), utilizando a

metodologia do fermentador ruminal (incubadora anaeróbica, modelo MA443,

Marconi). Pesaram-se as amostra em triplicata. Foram pesadas cerca de 0,32g de

amostra em sacos filtro de TNT, com dimensões de 4,0 x 4,0 cm e densidade de

100 g/m2, colocados em jarros de vidro e acondicionados em incubadora com

temperatura controlada (39oC) após adição de solução tampão (saliva artificial)

com pH final de 6,8 e inóculo, proveniente de vaca fistulada no rúmen. Após 72

horas de incubação, os sacos passaram pelos processos de lavagem e secagem,

sendo pesados com os resíduos e, após correção do contaminante microbiano

pela pesagem dos sacos em branco, obteve-se a digestibilidade in vitro da MS,

MO, FDN, FDA e HEMICELULOSE calculados pela diferença entre a quantidade

33

do nutriente no alimento incubado e do nutriente no resíduo, após incubação, de

acordo com metodologia descrita por Silva e Queiroz (2002).

DIV = g substrato – (g substrato – g branco)/ g substrato x 100.

Ao final foram calculados os índices zootécnicos: Consumo total e

diário, ganho de peso médio diário (GPMD), ganho de peso médio total (GPMT);

Índice de Conversão Alimentar = consumo médio de mistura mineral em um

período de tempo / ganho de peso médio; Índice de Eficiência Alimentar = ganho

de peso médio / consumo médio de mistura mineral.

Os índices de conversão alimentar (ICA) e de eficiência alimentar (IEA)

são utilizados para a identificação da relação do custo/benefício de um

determinado alimento. Em relação ao ICA, quanto maior o índice, menor o

desempenho do animal em relação ao suplemento utilizado, ou seja, maior

quantidade de produto foi utilizada para se ganhar 1kg de peso vivo. O IEA,

apresentado em percentagem, é um índice que revela o quanto o animal

“aproveitou” do produto, assim, quanto maior o índice, melhor o desempenho

animal.

Foi utilizado um delineamento em blocos casualizados com três

tratamentos (Grupos Controle; Palatabilizante; Alho), com cinco repetições

(blocos), sendo que cada parcela foi constituída pela média de quatro animais,

contabilizando em 60 animais ao todo, respeitando os princípios básicos da

experimentação: repetição, casualização e controle local (PIMENTEL GOMES,

1990).

Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA -

P<0,05) e correlação de Pearson. No caso de ser observada diferença

significativa nos resultados, para as características mais relacionadas, procedeu-

se à análise multivariada conforme Levine (2000), utilizando-se o programa

estatístico SPSS versão 6.0. Na análise de peso e ganho de peso, foram

considerados os efeitos da suplementação durante o período experimental de 05

de outubro de 2012 a 14 de dezembro de 2012. Apresentando diferenças

significativas, as interações duplas entre os efeitos foram desconsideradas no

modelo estatístico final. As diferenças entre tratamentos foram testadas pelo teste

F (P<0,05%).

34

A análise de variância foi feita para cada uma das características e o

modelo estatístico adotado foi o seguinte: Yij = μ + Gi + Bj + εij,

Yij: Observação do tratamento i (Controle; Palatabilizante; Alho) no j-ésimo bloco;

μ é a média geral;

Gi é o efeito do i-ésimo tratamento;

Bj é o efeito do j-ésimo bloco;

εij é o erro aleatório, εij~NID (0, σ2).

3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para obterem ganhos de peso vivo satisfatório por área de pastejo,

os ruminantes necessitam ingerir forragens de boa qualidade e em quantidade

suficiente para atender a demanda de nutrientes do animal em função da baixa

conversão alimentar apresentadas pelos animais em geral (BORTOLO et al.,

2001). Assim, a avaliação do ganho de peso do animal, do consumo e da

conversão alimentar é fundamental, em decorrência dos custos com alimentação,

em sistemas que se procuram animais produtivos e resistentes (SANTOS, 2004).

Houve variações de consumo de Ovibloco® dentro de cada grupo e ao

longo do experimento (figura 1), entretanto, apesar de se observar visualmente

maior amplitude de consumo pelos animais do grupo G3 não houve diferença

significativa entre os mesmos (P>0,05).

Essas variações no consumo do bloco podem ser atribuídas a

diferentes fatores como as concentrações de minerais nas forrageiras e a

ingestão das mesmas, a qual pode variar em função do manejo do pasto e de

solo, da espécie e idade da planta além do período do ano (CHAGAS et al.,

2007).

35

10/out 19/out 25/out 02/nov 09/nov 16/nov 23/nov 30/nov 07/dez0.00.51.01.52.02.53.03.54.0

Grupo 1

Grupo 2

Grupo 3

Datas de avaliação

Con

sum

o m

édio

(kg)

Figura 1 Médias de consumo se Ovibloco® do Grupo 1 (controle), Grupo 2

(palatabilizante) e Grupo 3 (alho) no período experimental.

As ovelhas apresentaram diferença significativa (ANOVA, P<0,05) no

ganho de peso entre os grupos experimentais. Após a aplicação do teste T,

observou-se que o G2 obteve melhor desempenho (P<0,05) para a característica

relacionada, com ICA de 0,105, revelando que os animais pertencentes ao G1

(0,184) consumiram 75% a mais de dieta e os ovinos pertencentes ao G3 (0,218)

consumiram 107% a mais da mesma dieta, para obter o mesmo desempenho dos

animais do grupo G2. Entretanto, não era esperado ganho de peso vivo

expressivo pelo motivo de os animais serem adultos, portanto, esta observação

revela que os tratamentos realizados permitiram, junto com outros fatores

alimentares, o incremento na manutenção do rebanho desde o período

experimental.

O IEA é um índice que revela o quanto o corpo do animal aproveitou do

tratamento, ou seja, seu desempenho nutricional em relação ao consumo das três

formulações minerais. Assim, quanto maior o índice, maior o desempenho animal,

nesse contexto, as ovelhas do G2 foram 51,76% mais eficientes em

aproveitamento da dieta do que as ovelhas provenientes do G3 e 42,77% mais

eficientes que as ovelhas do G1. As outras variáveis avaliadas não apresentaram

36

diferenças significativas entre si (P>0,05) possivelmente devido aos altos desvios

padrões observados no consumo dos blocos.

Tabela 2 Avaliação de consumo de Ovibloco® contendo diferentes formulações fornecidos para ovelhas em manutenção, durante o período de 64 dias

Variáveis Grupos experimentais G1 G2 G3

Número de animais 20 20 20 CMD (g) desvio padrão 14,90 7,54 13,40 4,65 15,30 4,63 CMT (kg) desvio padrão 1.044 0,049 0,953 0,029 1,064 0,03 Peso médio inicial (kg) 31,655 1,56 32,400 1,26 33,615 2,90 Peso médio final (kg) 36,035 1,77 39,445 1,87 37,320 2,87 GPMT (kg) desvio padrão 4,38 1,94 7,045 1,31* 3,705 0,90 GPMD (kg) desvio padrão 0,069 0,03 0,111 0,02 0,058 0,01 ICA 0,184 0,105 0,218 IEA 5,448 9,521 4,592 CMD: Consumo médio diário; GMD: Ganho de peso médio diário; GMT: Ganho de peso médio total; ICA: Índice de conversão alimentar; IEA: Índice de eficiência alimentar. *Diferenciam significativamente (P<0,05) entre si. Anova seguida de teste Tukey (P<0,05).

Após a análise pela ANOVA, a avaliação do consumo de silagem de

milheto (Pennisetum glaucum) não foi significativa (P>0,05), conforme ilustrado na

figura 2.

Figura 2 Consumo médio de silagem de milheto (Pennisetum glaucum) por

ovelha/dia dentro dos Grupos 1, 2 e 3.

Em função da qualidade da silagem de milheto a qual era baixa e

volume consumido, houve a necessidade e se realizar ajustes de fornecimento

durante o período experimental, tendo como base a sobra diária representada na

figura3.

37

0

5

1 0

1 5

2 0S

ob

ram

éd

iad

iári

a(k

g)

A m o s tra s

G 1G 2G 3

Figura 3 Sobra média de silagem de milheto (Pennisetum glaucum) por

Grupo/dia.

Diferentes fatores podem ser responsáveis quando se avalia o

consumo de MS individual, tais como o estado fisiológico, composição da dieta,

qualidade e quantidade do alimento oferecido, além do mesmo poder estar

reduzido por doenças ou por estresse (RESENDE et al., 2008). Nesse contexto, o

consumo irregular das ovelhas durante o período experimental pode ter sido

afetado pela decrescente qualidade da dieta volumosa devido ao longo período

seco observado na época do ano.

Os valores médios das análises bromatológicas das diferentes

formulações de Ovibloco® e de suas respectivas sobras no cocho apresentaram

diferença significativa (ANOVA, P<0,009) para o equivalente proteico (EqP). Após

a aplicação do teste T observou-se maior concentração de EqP no bloco com

palatabilizante, G2 (20,43 ± 4,59) em todas amostras iniciais, sendo maiores que

o nível de garantia do fabricante (13,038%), a menor taxa de EqP foi observada

nas sobras provenientes do bloco controle, G1 (3,75 ± 1,10), como ilustrado na

figura 4.

38

O v ib lo c o G 1 S o b r a O v ib lo c o G 1 O v ib lo c o G 2 S o b r a O v ib lo c o G 2 O v ib lo c o G 3 S o b r a O v ib lo c o G 30

1 0

2 0

3 0

O v ib lo co G 2

O v ib lo co G 3

S o b ra O v ib lo c o G 1

S o b ra O v ib lo c o G 2

S o b ra O v ib lo c o G 3

O v ib lo co G 1

A m o stra s

2 0 ,4 3 ± 4 ,5 9

3 ,7 5 ± 1 ,1 0

Equ

ival

ente

prot

eico

méd

io(%

)

1 7 ,2 1 ± 0 ,1 3

8 ,3 0 ± 6 ,7 1

1 7 ,2 8 ± 0 ,1 8

5 ,2 5 ± 1 ,9 3

Figura 4 Valores médios de equivalente proteico do Ovibloco® controle,

Ovibloco®+palatabilizante e Ovibloco®+alho, suas respectivas sobras amostrais durante o período experimental. Proteína bruta (PB).

Em relação a estes dados, a ação ambiental pode ter tido influência

para redução do EqP, possivelmente devido à volatilização da ureia na

formulação do Ovibloco® que sofrera desintegração no ambiente. Os valores

médios da matéria seca (80,03 ±10,60), matéria mineral (69,68 ±8,13) e matéria

orgânica (30,32 ± 8,13) não diferiram entre os blocos provenientes de cada grupo

(P>0,05).

A análise bromatológica da silagem de milheto revelou diferença

significativa (P<0,05) para proteína bruta (5,87 ±1,42), FDN (69,13 ±4,92) e FDA

(38,85±3.29), quando comparados com as sobras colhidas no cocho (figura 5), as

outras variáveis bromatológicas não apresentaram resultado significativo

(P>0,05).

Silagem Fresca Sobra G1 Sobra G2 Sobra G30

1020304050607080

Proteína Bruta FDN FDAAmostras

Valo

res

brom

atol

ogic

os (%

)

Figura 5 Valores bromatológicos médios das amostra de silagem de milheto (Pennisetum glaucum) e das sobras de silagem de cada grupo experimental. Proteína bruta (PB), Fibra bruta em detergente neutro (FDN) e Fibra bruta em detergente ácido (FDA).

39

Para Van Soest (1994), o teor de FDN é o fator mais limitante do

consumo de volumosos, sendo que os valores constituintes da parede celular

(superiores a 55-60% na massa seca) se correlacionam de forma negativa com o

consumo de forragem, uma vez que este constituinte reflete diretamente a

capacidade volumosa de ocupação de espaço no rúmen e, indiretamente, a

densidade em energia disponível da forragem, assim, quantidades crescentes de

FDN estão relacionados a menor consumo de MS pelo motivo de sua maior

ocupação no rúmen.

Church (1988) comenta que o alimento ou dieta deve conter pelo

menos 7% de PB para fornecer nitrogênio suficiente para uma efetiva

fermentação microbiana no rúmen (ARAUJO et.al., 2000). De acordo com a

Tabela Brasileira de Composição de Alimentos para Bovinos (VALADARES

FILHO et al., 2006), a silagem de milheto possui, em média, 26,28% de MS,

8,04% de PB, 73,04% de FDN e 38,25% de FDA. Os valores de PB obtidos no

presente estudo são semelhantes aos níveis relatados por outros autores

denotando uma silagem de baixa qualidade, com valores entre 9,59 e 11,32%

(ARAÚJO et al., 2000). Entretanto, Fialho et al. (2003) encontraram valores

abaixo dos relatados (5,61% e 6,15%). Os teores de MS medidos estão acima do

encontrado em silagens de milheto por outros pesquisadores, variando de 22,15%

a 37,23% (ARAÚJO et al., 2000; AMARAL, 2003). Os valores de FDA

encontrados foram semelhantes aos observados na literatura (GRISE et al., 2001;

GUIMARÃES JÚNIOR et al., 2001) na MS da silagem. Os teores de FDN das

silagens permaneceram dentro da variação observada por outros autores

(GUIMARÃES JÚNIOR et al., 2009; AMARAL et al., 2008).

O resultado da análise bromatológica da forrageira (Brachiaria

brizantha cv Marandu) do experimento apresentou interação (P<0,05) entre PB,

MS, FDN e FDA (Tab. 3). Em relação à PB os valores observados foram

semelhantes aos encontrados nos dados de literatura os quais variam de 8,10% a

13,71% (GERDES et al., 2000; ZERVOUDAKIS et al., 2002).

40

Tabela 3 Teores médios de proteína bruta (PB) matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM), fibra em detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA) das amostras de Brachiaria brizantha cv Marandu dos grupos experimentais

Amostras Proteína Bruta

(PB)* Matéria Seca

(MS)* Matéria

Mineral (MM)* Matéria

Orgânica (MO) FDN* FDA*

% (MS) % % (MS) % (MS) % % Lâmina foliar G1 15,7134 25,7392 3,2825 96,7175 62,9 27,9

Lâmina foliar G2 14,8510 19,8958 2,1625 97,8375 52,1 28,1

Lâmina foliar G3 11,4100 29,5956 3,1015 96,8985 66,8 31,2

Folhas seca e talos G1 3,9071 55,4753 4,0175 95,9825 78,7 46,7

Folhas seca e talos G2 3,8111 57,0846 4,3285 95,6715 74,2 46,6

Folhas seca e talos G3 6,9859 42,1977 3,7995 96,2005 72,2 37,8

*Diferenciam significativamente (P<0,05) entre si. Anova seguida de teste Tukey (P<0,05).

Entretanto, quanto aos valores de FDN da pastagem, o G2 (52,1%)

apresentou melhores valores em relação ao G1 (62,9%) e G3 (66,8%), obtendo

variação 28,21% menor que o G3, possibilitando melhor conversão da forragem

pelos animais em pastejo, dentro do esperado, pois os teores de FDN de

forrageiras tropicais são altos, geralmente acima de 65% em rebrotas e de 75% a

80% em estágios mais avançados de maturação (COSTA et al., 2005).

Os resultados encontrados para a FDA da lâmina foliar de folhas

verdes corroboram o achado de outros autores, variando de 21,20 % a 40,22%

(SANTOS et al., 2001; MEDEIROS et al., 2007; MOREIRA et al., 2009). Os

achados para a FDA de análise de disponibilidade total de pastagem onde foram

considerados as folhas secas e talos também são similares aos achados de

literatura (MORAES et al., 2005; ROTH, 2008; PARIZ et al., 2011) tendo valores

maiores, revelando a baixa digestibilidade da pastagem ofertada durante o

experimento. No entanto, esses dados são normais para a B. Brizantha cv

Marandu. No desdobramento da presente pesquisa, ficou evidenciado que o

aumento do conteúdo de FDA em relação às folhas secas e talos é devido à sua

maturação e às condições ambientais impostas antes do corte. O aumento no teor

de FDA está relacionado ao do percentual de MS da planta forrageira, (MORAES

et al., 2005).

41

Os teores de matéria seca (MS) foram semelhantes aos encontrados

na literatura, os quais variam entre 19,95% a 27,60% para a lâmina foliar da folha

verde (MALAFAIA et al.,1997; SANTOS et al., 2004; SOUSA et al., 2007).

Na Tabela 4 observou-se que a maior média de lâmina folhar e

disponibilidade média de pastagem foi encontrada na pastagem do grupo 2 sendo

estes resultados significativos (P<0,05) durante o período experimental.

Tabela 4 Avaliação de disponibilidade de pastagem de Brachiaria brizantha cv. Marandu por grupo experimental

Variáveis Grupos experimentais

G1 G2 G3 Tamanho do piquete (ha) 0,6578 0,8273 0,6631 Média de Lâmina Folhar (%)* 74,09 ± 11,18 87,30 ± 10,75 76,18 ± 8,14 Média de Folhas secas e Talos (%)* 25,90 ± 11,18 12,69 ± 10,75 23,81 ± 8,14

Disponibilidade média de pastagem (kg/ha)* 1063,44 ± 325,59 2171,66 ± 334,92 917,28 ± 197,45

*Diferenciam significativamente (P<0,05) entre si. Anova seguida de teste Tukey (P<0,05).

A relação folha colmo e a distribuição de folhas na forrageira são

fatores que exercem influência no processo seletivo de consumo (PORTO et al.,

2009), uma vez que as porções verdes da planta são as mais nutritivas e

preferencialmente consumidas pelos animais (VAN SOEST,1994). Portanto, a

maior oferta de folhas verdes na pastagem em que o G2 esteve mantido

influenciou em parte em seu desempenho, revelando também que quanto maior a

oferta de pastagem de melhor qualidade, menor o consumo do bloco, sendo

melhor o desempenho animal.

Em ensaios de suplementação em pastejo, o consumo do

suplemento pode induzir à substituição, por parte do animal, do consumo de

forragem, melhorando a quantidade da dieta ingerida em razão da maior

disposição de energia, que leva o animal a ser mais seletivo ao pastejar, ingerindo

aquelas espécies ou as partes da forragem de melhor valor nutritivo (SANTOS,

2004). Nesse sentido, pode-se sugerir que o NNP presente no Ovibloco® foi vital

para a melhor eficiência nutricional da dieta, uma vez que a maior quantidade de

N fornecida favorece manutenção da microbiota ruminal, acarretando em maior

digestibilidade da fibra vegetal e menor consumo de matéria vegetal.

42

Os resultados dos teores médios de digestibilidade in vitro de

matéria seca (DIVMS), matéria orgânica (DIVMO) e fibra em detergente neutro

(DIVFDN) evidenciaram diferenças significativas (P<0,05), mostrados na Tabela

5.

Tabela 5 Teores médios de digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS), matéria orgânica (DIVMO), fibra em detergente neutro (DIVFDN) e fibra em detergente ácido (DIVFDA) das amostras de Brachiaria brizantha cv Marandu e silagem de milheto (Pennisetum glaucum) dos grupos experimentais

Amostras DIVMS* DIVMO* DIVFDN* DIVFDA

BRACHIARIA FOLHAS SECAS E TALOS G1 44,1347 43,9384 36,0756 31,1694

BRACHIARIA FOLHAS SECAS E TALOS G2 40,6703 40,4289 35,2438 34,1693

BRACHIARIA FOLHAS SECAS E TALOS G3 46,3927 45,4616 33,2487 32,8361

BRACHIARIA LÂMINA FOLIAR G1 77,7165 80,7466 64,2773 77,5848

BRACHIARIA LÂMINA FOLIAR G2 75,8318 79,0643 44,8826 73,5909

BRACHIARIA LÂMINA FOLIAR G3 70,8798 73,8303 62,4419 68,2041

SILAGEM FRESCA 63,6007 63,8853 53,4663 49,5243 SOBRA SILAGEM G1 59,2391 60,9016 48,5603 39,2560 SOBRA SILAGEM G2 65,6927 67,2094 54,3281 48,6984 SOBRA SILAGEM G3 62,8827 64,1288 48,6351 43,3480 *Diferenciam significativamente (P<0,05) entre si. Anova seguida de teste Tukey (P<0,05).

Os resultados de DIVMS da silagem de milheto foram superiores aos

encontrados na literatura, os quais variam entre 45,83% a 55,90% (AGUIAR et al.,

2006; GUIMARÃES Jr. et al., 2008). Entretanto os valores DIVFDN foram

semelhantes aos resultados na literatura, variando de 38,72% a 64,44% (AGUIAR

et al., 2006; GUIMARÃES Jr., 2006), revelando que essa variação pode estar

atrelada a diferentes fatores, desde a idade das forrageiras colhidas como

também ao tipo de solo, estação do ano, etc.

Os valores de digestibilidade da matéria orgânica da silagem

também estavam acima dos obtidos por Sobrinho et al. (2008) em pesquisa com

40 híbridos de milheto que apresentaram teores entre 35,45% a 50,05%.

Portanto, a silagem oferecida aos grupos se revelou ser de baixa qualidade,

sendo rica em fibras, mas com baixo valor nutricional.

Os valores de DIVMS da lâmina foliar foram superiores aos

encontrados na literatura que variam entre 67,40% a 65,8% (PORTO et al., 2009;

43

EUCLIDES et al. 2009). No entanto os níveis de DIVMS para folhas secas e talos

foram semelhantes aos relatados por outros autores, variando entre 42,9% a

59,8% (PACIULLO et at., 2007; PORTO et al., 2009). Duble et al. (1971)

verificaram que os teores de fibra em detergente neutro (FDN) de gramíneas

tropicais, com amostras que possuíam teores mais baixos de FDN, apresentaram

maiores valores de digestibilidade in vitro da FDN (DIVFDN), até 82%; e aquelas

com teores mais altos de FDN, apresentaram valores mais baixos de DIVFDN, em

torno de 36%. De acordo com Van Soest (1994), a qualidade da forragem diminui

com o florescimento, em virtude da redução da proporção folha: caule,

ocasionada pelo alongamento dos caules. Como grande parte do experimento foi

desenvolvido durante o período seco do ano (inverno no Centro-Oeste), a

braquiária estudada apresentava-se com maior número de folhas secas e caule,

influenciando na FDN e DIVFDN.

A digestibilidade do capim-marandu reduz de acordo com estágios

fisiológicos mais avançados (TORO VELÁSQUEZ et al., 2010), causando efeitos

negativos do FDA e da presença de maior quantidade de lignina na parede

celular, assim, no caule são maiores os indicativos de aumento da FDN e a

redução da DIVMS (DESCHAMPS,1999). Além disso, a maior digestão pode

estar associada com células de parede secundária pouco desenvolvida, nas

folhas (BRITO et al., 2003).

A avaliação dos teores médios bromatológicos e de digestibilidade

da Brachiaria brizantha cv Marandu, após o calculo do coeficiente de correlação

de Pearson, revelou que a PB está correlacionada positivamente com a matéria

orgânica e a DIVMS, DIVMO, DIVFDA e DIVFDN. Entretanto a PB apresentou

uma correlação negativa com FDN e FDA, demonstrando quanto maior o nível de

proteína bruta na Brachiaria brizantha cv Marandu maior será sua digestibilidade

(Tab. 6).

44

Tabela 6 Correlação de Pearson dos teores médios bromatológicos de proteína bruta (PB) matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), matéria mineral (MM), fibra em detergente neutro (FDN) fibra em detergente ácido (FDA) e digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS), matéria orgânica (DIVMO), fibra em detergente neutro (DIVFDN) fibra em detergente ácido (DIVFDA) das amostras de Brachiaria brizantha cv Marandu dos grupos experimentais

PB 1 ,463 -,871** ,871** -,774** -,950** ,972** ,968** ,915** ,967** MS ,463 1 -,506 ,506 -,462 -,555 ,449 ,403 ,370 ,454 MM -,871** -,506 1 -1,000 ,745** ,812** -,849** -,863** -,765** -,862** MO ,871** ,506 -1,000 1 -,745** -,812** ,849** ,863** ,765** ,862** FDN -,774** -,462 ,745** -,745** 1 ,768** -,760** -,765** -,654* -,814** FDA -,950** -,555 ,812** -,812** ,768** 1 -,913** -,902** -,867** -,964** DIVMS ,972** ,449 -,849** ,849** -,760** -,913** 1 ,992** ,946** ,959** DIVMO ,968** ,403 -,863** ,863** -,765** -,902** ,992** 1 ,947** ,963** DIVFDN ,915** ,370 -,765** ,765** -,654* -,867** ,946** ,947** 1 ,931** DIVFDA ,967** ,454 -,862** ,862** -,814** -,964** ,959** ,963** ,931** 1 **Correlação significativamente (P<0,01) entre si. *Correlação significativamente (P<0,05) entre si.

Assim, como a ingestão da pastagem está limitada pelo FDN, sua

digestibilidade está relacionada com a FDA, pois ela revela o quanto de fibras

insolúveis no rúmen (lignina, sílica e cutina) estão presentes na alimentação (VAN

SOEST, 1994). Na análise laboratorial, a fração da fibra indigestível obtida

significa que, quanto maior o valor da FDA menor é a digestibilidade do alimento

(COSTA et al., 2005).

Com relação à avaliação da infestação verminótica por meio da

Famacha® e pela OPG revelou não haver relação dos tratamentos durante a

pesquisa e Famacha® (P>0,05) com os tratamentos do período experimental.

Antes do início do experimento, todas as ovelhas foram tratadas com 2,5 mg/kg

de Zolvix® (monepantel 25mg/ml, Novartis Animal Health) para a uniformização

sanitária do rebanho. Durante as avaliações de OPG observou-se que não houve

reinfecção verminótica significativa dos animais em cada grupo. Entretanto, o

monepantel não tem efeito residual (APVMA, 2010), portanto, o efeito inibitório da

reinfecção pode estar relacionado a fatores conjuntos, sejam intrínsecos do

animal da alimentação e da carga parasitária no ambiente (CHAGAS et al., 2007).

45

3.4 CONCLUSÃO

Nas condições do presente experimento, conclui-se que o bloco

multinutricional Ovibloco® não tem restrição de consumo e permite a inclusão de

outros componentes que podem influenciar positivamente a nutrição de ovelhas a

campo.

Não foi possível avaliar o efeito da inclusão do fitoterápico à base de

extrato de alho contra a verminose.

46

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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