forma farmacêutica por divisão mecânica...

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Tecnologia Farmacêutica I Forma Farmacêutica por Divisão Mecânica Pós I- DEFINIÇÃO II- VANTAGENS Divisão da droga os efeitos farmacológicos; Ex: digoxina, ibuprofeno, AAS, fenacetina, nitrofurantoína Mais facilmente dissolvidos; Melhores absorvidos no trato gastrointestinal, devido à grande superfície; Facilidade de deglutição; Tem uso múltiplo, como em outras formas farmacêuticas. Melhor estabilidade química e físico-química em relação às formas farmacêuticas líquidas e semi-sólidas. III- DESVANTAGENS Maior facilidade de alteração (oxidação, hidrólise, decomposição pela luz) do que as formas farmacêuticas complementares; Não há como mascarar sabor e odores desagradáveis; Mistura de conteúdos celulares no caso de drogas vegetais e animais. IV- PRINCÍPIOS ORIENTADORES NA DIVISÃO DAS DROGAS as drogas que se destinam ser administradas sob a forma de pós, pílulas, cápsulas ou suspensões devem ser finamente divididas; quanto mais compacta for a droga maior deve ser seu grau de divisão; as drogas contendo princípios dificilmente solúveis devem ser mais divididas; quanto menos a droga se deixa embeber pelo solvente, maior deve ser seu grau de divisão - preparação de soluções extrativas. Profa a. Luciane Flávia Rodrigues Cera 1

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Tecnologia Farmacêutica I

Forma Farmacêutica por Divisão Mecânica

Pós

I- DEFINIÇÃO

II- VANTAGENS

Divisão da droga ↑ os efeitos farmacológicos;

Ex: digoxina, ibuprofeno, AAS, fenacetina, nitrofurantoína

Mais facilmente dissolvidos;

Melhores absorvidos no trato gastrointestinal, devido à grande superfície;

Facilidade de deglutição;

Tem uso múltiplo, como em outras formas farmacêuticas.

Melhor estabilidade química e físico-química em relação às formas

farmacêuticas líquidas e semi-sólidas.

III- DESVANTAGENS

Maior facilidade de alteração (oxidação, hidrólise, decomposição pela luz) do

que as formas farmacêuticas complementares;

Não há como mascarar sabor e odores desagradáveis;

Mistura de conteúdos celulares no caso de drogas vegetais e animais.

IV- PRINCÍPIOS ORIENTADORES NA DIVISÃO DAS DROGAS

◊ as drogas que se destinam ser administradas sob a forma de pós, pílulas, cápsulas

ou suspensões devem ser finamente divididas;

◊ quanto mais compacta for a droga maior deve ser seu grau de divisão;

◊ as drogas contendo princípios dificilmente solúveis devem ser mais divididas;

◊ quanto menos a droga se deixa embeber pelo solvente, maior deve ser seu grau

de divisão - preparação de soluções extrativas.

Profaa. Luciane Flávia Rodrigues Cera

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• Operações preliminares:

1- triagem ou monda: mondação = mundare (latim) = limpar.

Pretende-se eliminar tudo o que esteja a contaminar a droga e que possa

baixar a sua atividade farmacológica. Pode ser:

- à mão

- por crivo

- por ventilação

- por lavagem

2- Divisão Grosseira:

Representa um processo de fragmentação das drogas destinado a torná-las

aptas a sofrerem uma divisão posterior mais perfeita ou a poderem ser submetidas a certas

técnicas extrativas. Pode ser:

2.1- por secção

2.2- por contusão

2.3- por rasuração

2.4- por granulação

2.5- por extinção

3- Secagem

É uma das operações preliminares mais importantes, que se torna imperioso

executar quando a substância tem um certo grau de umidade, pois nestas condições ela

apresenta-se pouco friável, resistindo por isso, à desagregação.

Para os fármacos de origem vegetal ou animal, as operações anteriormente

mencionados podem associar-se a uma secagem que facilite a pulverização.

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Processos de secagem

3.1- Exposição ao ar livre

3.2- Secagem pelo ar seco à temperatura ambiente

3.3- Secagem pelo ar quente

3.4- Secagem por radiações infravermelhas

4- Amolecimento

É aplicada quando a substância seja muito compacta ou apresente uma

consistência córnea que a torne resistente aos processos correntes de pulverização. Ex.:

noz-vômica, amolecimento com vapor d’água.

5- Estabilização

É uma operação que tem por fim manter inalterável a composição química

das drogas vegetais, procurando-se evitar as transformações de ordem enzimática a que os

fármacos estão sujeitos durante a secagem e durante a sua armazenagem, provocando, às

vezes, a sua inativação.

Métodos de estabilização

5.1- Destruição das enzimas pelo álcool à ebulição

5.2- Destruição das enzimas pelo calor úmido

5.3- Calor seco

5.4- Correntes de alta frequência

• Operações principais ou pulverização propriamente dita:

1- Pulverização em almofariz

Gral – é o mais utilizado em pequenas quantidades. Existem diversos tipos,

como: porcelana, vidro, aço inoxidável.

A pulverização em almofariz pode ser feita por:

1.1- contusão: aplicada para drogas vegetais e cristais muito grandes.

1.2- trituração: a droga é fragmentada imprimindo-se ao pilão um movimento que se

inicia no centro do almofariz e vai descrevendo uma espiral que termina contra as paredes.

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2- Pulverização por intermédio

É a pulverização feita com a adição de um material sólido, líquido ou gasoso

que facilite a redução a pó.

Pode ser:

2.1- Intermédios sólidos: Podem ser solúveis ou insolúveis. Entre os primeiros

figuram o açúcar (pulverização da baunilha), cloreto de sódio e sulfato de

sódio (trituração dos metais em folha, como ouro e prata). Como

intermédios insolúveis têm os carbonato de cálcio e de magnésio,

empregados na pulverização do mercúrio.

2.2- Intermédios líquidos: os mais utilizados são álcool, éter, água e azeite.

2.3- Intermédios gasosos: são usados na pulverização de substâncias voláteis.

3- Pulverização por fricção

É aplicada apenas a substâncias friáveis e moles, que se aglomeram sob a

ação do pilão, consiste em friccionar o corpo a pulverizar sobre um tamis invertido. Raros

são os que permitem a sua pulverização por este processo, limitado-se a sua aplicação à

obtenção dos pós de magnésio e de carbonato de magnésio.

4- Pulverização Química

Constitui apenas um processo de preparação de certos compostos obteníveis,

em determinadas condições, sob a forma de partículas de dimensões reduzidíssimas,

equivalentes a pó.

Exemplos:

- enxofre precipitado = ácido clorídrico + solução de sulfureto de sódio

- carbonato de cálcio = cloreto de cálcio + carbonato de sódio

- óxido amarelo de mercúrio = cloreto de mercúrio + hidróxido de sódio.

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5- Porfirização

Obtenção de pós com grande tenuidade.

Executa-se friccionando a substância por meio de um pilão (muleta), de

encontro a uma placa de mármore, de vidro ou de pórfiro muito polido, imprimindo-se um

movimento em forma de oito. Pode ser feita a seco ou a úmido.

Pórfido – usado para pós muito finos, como pomadas oftálmicas.

6- Pulverização por moinhos

É o processo usado para reduzir a pó grandes quantidades de substâncias.

Emprega-se para drogas constituídas por tecidos elásticos ou contendo proporção elevada

de gordura.

6.1- Moinhos manuais:

Trituradores de hélice (moinhos de café ou batedores de cozinha)

6.1.1- superfícies planares de moenda

6.2.2- superfícies são cônicas

6.2- Moinhos acionados por motores:

6.2.1- Moinhos de laboratório: Wiley e Raymond (martelos oscilantes)

6.2.2- Moinhos de tipo industrial: o funcionamento baseia-se em três

princípios fundamentais: atrito, laminagem, impacto (micro-

atomizador e moinho tornado, micronizadores).

A moagem industrial depende de vários fatores, como:

- abrasão

- umidade

- inflamabilidade

- temperatura

- toxicidade

- composição química do material a pulverizar

- tamanho de partículas do pó obtido.

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Problemas causados pela pulverização:

- problemas de ruídos

- problemas de intoxicação por disseminação de pós. Deve-se tomar medidas

para evitar contaminações cruzadas entre medicamentos.

• Operações complementares ou acessórias:

1- Tamisação: é uma operação destinada a separar mecanicamente, através

de malhas apropriadas, partículas sólidas de diferentes tamanhos. A

tamisação representa não só um processo de separação de corpos

sólidos como serve, também, para estabelecer as dimensões das

partículas que constituem os pós, sendo praticada no campo

farmacêutico com esta dupla finalidade. É uma operação complementar

da pulverização.

Número de tamis Orifício do tamis2 9,5 mm

3,5 5,6 mm4 4,75 mm8 2,36 mm10 2,00 mm20 850 µm30 600µm40 425 µm50 300µ m60 250µm70 212 µm80 180 µm100 150 µm120 125 µm200 75µ m230 63µ m270 53 µm325 45 µm

O grau de pulverização do pó para substâncias químicas é definido como:

• Pó Grande (ou n˚ 20): todas as partículas passam através do tamis n˚ 20 e

não mais de 60% através do tamis n˚ 40.

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• Pó Moderamente Grande (ou n˚ 40): todas as partículas passam através do

tamis n˚ 40 e não mais de 60% através do tamis n˚ 60.

• Pó Fino (n˚ 80): todas as partículas passam através do tamis n˚ 80. Não há

limite para grau de pulverização maior.

• Pó Muito Fino (ou n˚ 120): todas as partículas passam através do tamis n˚

120. Não há limite para grau de pulverização maior.

V- CLASSIFICAÇÃO DOS PÓS

Quanto à preparação

1- Simples

Escolha do processo ideal de pulverização depende:

propriedades físico-químicas do fármaco;

grau de divisão desejado;

produção pretendida.

Exemplos:

- carbonato de magnésio→ fricção.

- óxido amarelo de mercúrio (uso oftalmológico)→ porfirização.

- griseofulvina, tolbutamida e diversas sulfamidas→ micronizadores.

- salicilato de fenilo, o mercurocromo e o clorobutanol (eletricidade)

→Trituração (dependende do grau de umidade do pó.)

- sais de penicilina G eletrizam-se tão facilmente que chega a se impossível

manuseá-los quando completamente secos (atenuação com pequenas quantidades de

óleo).

2- Pós Simples Titulados:

Em fármacos vegetais e animais que contenham substâncias medicamentosas

dotadas de elevada atividade farmacológica, é necessário a titulação dos princípios ativos

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destes pós simples. Ex: drogas heróicas (beladona, dedaleira, ipecacuanha, noz vômica e

ópio), o que não significa que não se usem pós titulados de fármacos menos ativos.

Geralmente, determina-se o teor de p.a. do pó, ajustando-se ao título pretendido por

diluição com pós inertes (amido, lactose). Assim o pó de ópio titulado deve apresentar 10%

de morfina anidra; o pó de ipecacuanha deve conter 2% de alcalóides calculados em

emetina.

2.1- Cálculos e Diluições aplicados à Farmacotécnica

Diluição: processo de diluir quer uma solução com o solvente, quer um pó,

contendo um ingrediente ativo com um diluente inativo.

Objetivos:

• Diminuir a margem de erro na pesagem

• Facilitar a manipulação

• Corrigir a concentração contida na especificações do fabricante

2.1.1- Matéria-prima potente/heroíca

São as utilizadas em pequeníssimas concentrações, podendo ocasionar erros

de pesagem consideráveis. É necessário fazer uma prévia DILUIÇÃO para facilitar a

pesagem, pois são usadas em concentrações muito pequenas.

- Biotina 1:20 (1g Biotina + 19g excipiente) – Dose usual: 0,2 a 1,2mg

- Vit. D2 1:200 (1g Vit. D2 + 199g excipiente) – Dose usual: 200 a 5000 UI

- Tretinoína 1:40 (1g Tretinoína + 39 g excipiente) – Dose usual: 0,01 a 0,3g

(%)

Ex: Vit. D2 --------- 200 UI

Preparar 30 cáps.

Então: 200 UI x 30 cáps. = 6000 UI

Onde: 40.000 UI ---------------- 1 mg do pó

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6000 UI ------------------ X X = 0,15 mg ou 0,00015g

0,00015g x 200 (diluição feita previamente) = 0,03g do pó diluído (1:200) de Vit. D2.

Ex: Tretinoína -------- 0,05%

Creme base 30g

Temos: 0,05g ----------- 100g

X --------------- 30g X = 0,015 g tretinoína

0,015g x 40 (diluição) = 0,60g a pesar de tretinoína

ou: 1 g Tretinoína ------------ 40 g do diluído

0,015g Tretinoína -------- X g do diluído X = 0,60g

2.1.2- Matéria-prima com especificações abaixo de 100%

Algumas matérias-primas são adquiridas normalmente com o teor ativo

diluído. Faz-se necessário então, proceder a cálculos para achar a concentração correta

do TEOR DO ATIVO e da quantidade da sustância total a pesar a formulação.

Quando a substância é de uso freqüente, costumamos fazer a correção da

concentração do ATIVO através de FATORES.

Ex:

- Betacaroteno 10 % ---------------F = 10

- Ácido Glicólico 70% ------------ F = 1,43

- Piritionato de Zinco 48% ------- F = 2,08

- Clorexidine 20 % ---------------- F = 5

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Ex: VITAMINA E (pó) – Acetato (TOCOFEROL) – adquirido a

50%

Então temos: 50g ativo Vit. E --------------------- 100 g de pó

1,0g ativo Vit. E -------------------- X

X = 100/50

X = 2 Fator 2

Conferindo: 50% x 2 = 100% (pura)

Manipular: Vit. E 200 mg

Preparar 30 caps.

Então: 200mg x 30 caps = 6000mg = 6g

6g x F = 6 x 2 = 12g

Ou

50g Vit. E ----------------- 100 g pó

6,0g Vit E ----------------- X X = 12g

Outras substâncias, onde a concentração é dada por números “quebrados”:

- Estrógenos conjugados 37,5mg/g ---------------- F = 1/0,0375 = 26,6

- Itraconazol 218mg/g --------------------------------F = 1/0,218 = 4,6

- Omeprazol 85,8mg/g ------------------------------- F = 1/0,0858 = 11,65

Ex: Estrógenos Conjugados 0,3mg

Preparar 20 cáps.

Então: 0,3mg x 20 cáps. = 6mg de estrógenos conjugados

37,5mg estrógenos ----------------- 1g

6,0 mg estrógenos ------------------ X X = 0,16g

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Outras matérias-primas estão especificadas em UI ou UTR (Unidade Redutora

Turbidez):

- Hialuronidase ------------ 200 UTR/mg

- Thiomucase -------------- 350 UTR/mg

- Vitamina A pó -----------500.000 UI/g

- Vitamina D2 ------------- 40.000 UI/mg

Ex: Hialuronidase ----------- 5000UTR

Creme Base q.s.p. ------ 100g

Então temos:

200 UTR ---------------- 1mg

5000 UTR --------------- X X = 22,7mg ou 0,023g

2.1.3- Matéria-prima na forma sal base

É necessário que se faça a correção através de fator, dividindo o peso molecular

do sal pelo peso molecular da forma base.

Ex: Na especialidade farmacêutica Norvasc 5mg, a substância utilizada no

preparo do medicamento é Anlodipina besilato. Porém, cada comprimido não contém

5mg do sal, pois na bula veremos que está escrito. “Contém anlodipina besilato

correspondente a 5mg de anlodipina base”. Como fazer isso:

Anlodipina base Anlodipina besilato

C20H25ClN2O5 C20H25ClN2O5 x C6H5SO3H

Mol = 408,90 Mol = 567,10

408,90 Anlodipina base ---------- 567,10 Anlodipina besilato

5 mg -------------------------- X

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X = 6,9mg

2.2- Os pós titulados apresentam diversas vantagens:

♦ droga geralmente em pó fino, de composição constante;

♦ fácil manejo na preparação dos pós compostos ou de formas complementares dos pós

(cápsulas, comprimidos..);

♦ teor mais elevado em p.a. do que outra f.f., como tinturas, infusos, macerados, etc.;

♦ obtenção mais econômica e rápida, sem necessidade de recorrer a dissolventes e

aparelhagem mais ou menos complicada.

3- Pós Compostos

Pó composto é aquele obtido pela mistura de dois ou mais pós simples.

Sua preparação consiste em pulverizar separadamente cada uma das drogas

constituintes, obtendo-se pós simples de tenuidade semelhante, os quais se misturam de

modo a conseguir uma forma homogênea.

3.1- Operação: a mistura. Esta pode executar-se por:

- espatulação;

- trituração em almofarizes;

- máquinas ditas misturadores.

3.2- Algumas regras para mistura dos pós

• Cada componente deverá ser pulverizado separadamente;

• Os pós simples devem apresentar a mesma tenuidade;

• Substâncias moles (gomas e resinas) devem ser pulverizadas por um intermediário

inerte;

• Substâncias líquidas (essências, tinturas, extratos ou fármacos voláteis) devem adicionar

pós absorventes.

• Misturar começando pelo pó de menor quantidade;

• Diluição geométrica (droga mais ativa);

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• Quando adicionar fármacos com alto teor de p.a., deve-se usar um corante para garantir

a completa homogeneização.

• Se a quantidade de fármaco for em mg, deve-se utilizar a diluição em pós inertes para

facilitar a pesagem;

• Se dois ou mais pós reagirem entre si,em presença de umidade, devem ser pulverizadas

separadas com pó inerte, secar (40-50ºC) e depois misturar. Ex: bicarbonatos associados

aos ácidos

• Misturas eutéticas ⇒ pós absorventes;

• Em misturas explosivas, as substâncias devem ser pulverizadas separadamente e

misturadas cuidadosamente (não usar metais);

• Substâncias imiscíveis, deve-se usar um intermédio e evaporá-lo;

• Preparação de misturas irritantes ou tóxicas (máscara, protetor dos olhos e das vias

respiratórias, gral fechado, capela).

3.3- Fatores que interferem a mistura de pós

a) Tenuidade dos componentes

b) Densidade

c) Proporções de diferentes componentes.

VI- MODIFICAÇÕES DEVIDAS À PULVERIZAÇÃO

1. Cheiro e Sabor:

A pulverização intensifica, normalmente, o cheiro e o sabor das drogas, já

que a superfície apresentada pelos pós é superior à dos fármacos correspondentes.

1. Cor

Geralmente, os pós são mais claros do que as drogas de que provêm. Estas

modificações devem-se a fenômenos de reflexão da luz, uma vez que a pulverização

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aumenta o número de partículas sobre que aquela incide. Ex: aloé (vede garrafa fica

amarelo-ouro)

1. Volume:

Volume = Volume ocupado pelas + Volume de ar existentes

aparente partículas sólidas entre as partículas

Constante forma e dimensões das partículas

3.1- Empilhamento de pó

Dimensão das partículas

Influenciam o tamanho do recipiente para a embalagem

Remoção do ar

As partículas podem empilhar:

• Cúbico

- moinho – partículas esféricas

- espaço deixado entre as partículas é 47% do volume aparente

- volume do ar é maior que o volume do pó = Vap ↑ = pouco denso.

• Romboédrico

- batedeiras

- espaço deixado entre as partículas é 26% do volume aparente

- As partículas são mais irregulares

- mais utilizado

- Exceção: plantas com grande quantidade de água.

Ex: - suspensões pó de grande volume

- Medicamentos com grande quantidade de fármacos reduzir o volume ocupado

pelo pó.

1. Densidade:

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A densidade dos pós é idêntica à das drogas que os originam. Em determinadas

circunstâncias é possível aumentar a densidade de um pó, bastando umedecê-lo com um

solvente em que apresente solubilidade parcial. Evaporado o solvente, o pó seco obtido

poderá apresentar aumento da sua densidade.

Densidade aparente (ρa) = Peso da amostra

Vap

Densidade real (ρ) = Peso da amostra

V

“Os pós com baixa densidade aparente e grande volume aparente são leves e os que têm

densidade aparente alta e pequeno volume aparente são pesados”.

1. Higroscopia e Eflorescência:

- os pós maior afinidade pela água do que os fármacos não pulverizados;

- acondicionamento cuidadoso de muitos pós em frascos hermeticamente rolhados e

eventualmente de substâncias exsicadoras;

- a quantidade de água fixada depende da natureza físico-química do pó, aumentando

com o grau de divisão daquele e sendo dependente do grau de umidade relativa;

5.1- Higroscopia

Ex: acetato de potássio, cloridrato de efedrina, fenobarbital sódico,

pilocarpina, sulfato de hiosciamina, sulfato de fisostigmina, valerato de amônio.

Experimento Científico

• Temperatura (25˚C) e Umidade Relativa (87%)

- amido de milho = 19,8%

- amido de trigo = 19,4%

- lactose = 0%

- glicose = 9,6%

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- goma adraganta = 32,4%

- goma arábica = 28,9%

• Temperatura (25˚C) e Umidade Relativa (100%)

- amido de milho = 27,4%

- amido de trigo = 28,0%

- lactose = 0,1%

- glicose = dissolveu

- goma adraganta = mucilagem

- goma arábica = mucilagem

5.2- Eflorescência

Ex: acetato de sódio, bromidrato de escopolamina, cafeína, carbonato de

sódio, cloridrato de quinina, cocaína, codeína, sulfato de estricnina, sulfato ferroso.

- liberação da água de cristalização = transformação em pó

- Influência da pulverização e da umidade relativa.

- pode torná-lo pastoso ou chegar a liquefazê-lo.

- Podem ser substituído pela forma anidra ou exsicando a substância.

1. Solubilidade:

- quanto mais pulverizadas maior a sua velocidade de dissolução

- quanto mais tênues as partículas maior a dissolução

1. Modificações Químicas:

- durante a pulverização há desenvolvimento de calor

- esta alteração consiste, geralmente, numa hidrólise em presença de

umidade residual dos materiais a pulverizar. Exemplo: sacarose e ácido acetilsalisílico.

VII- ALTERAÇÕES DOS PÓS

• Ar (CO2, O2 e umidade)

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Tecnologia Farmacêutica I

- Álcoois, fenóis, aminas, acetona - oxidam-se em contato com o ar,

tornando-se escuras ou adquirindo nova coloração;

- morfina, ergotamina, vit. C, adrenalina, penicilina G, resorcina, vit. D2 -

são oxidadas isoladamente ou mistura com outros pós na presença do ar.

- Óxido de magnésio e zinco, hidróxido de cálcio, teofilina - alteração pela

fixação do anidrido carbônico.

- A umidade do ar pode provocar hidrólises e isomerizações.

EX: AAS - liberação de ác. acético e salicílico;

hiosciamina - racemiza-se originando a atropina.

• luz - é ativa principalmente na zona do seu espectro correspondente às

radiações ultravioleta e visível (até 500mµ).

- iodofórmio, iodetos - liberam iodo

- fenóis, apomorfina, adrenalina, ác. ascórbico e certas fenotiazinas -

originam compostos corados

-cianocobalamina ou vit. B12 - alteram rapidamente

• calor

- trituração / secagem / esterilização.

- Glicerofosfato de cálcio e vit. B12 - a uma T˚ de 70-80ºC → alteram

• alterações de caráter enzimático

- Certas pós contendo gorduras são susceptíveis de rançarem por hidrólise

enzimática provocada pelos microorganismos (secreção de hidrolases).

- Drogas vegetais devem ser estabilizadas pois em alguns casos a destruição

deve-se a ação de enzimas existentes no próprio fármaco.

• Recipientes

- pode ceder parte de seus constituintes

- fluoretos não devem ser guardados em frasco de vidro ao menos que este

tenham recebido uma completa parafinação interior

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- taninos, pós ácidos ou alcalinos que ataquem metais não devem ser

acondicionados em recipientes de ferro

MANIPULAÇÃO:

- iodo, ácido salicílico, óxido de mercúrio, tanino - não devem ser

manipulados com espátula de metal - usa-se espátula de osso ou de aço inoxidável de boa

qualidade.

- Adrenalina, vit. C ou apomorfina - não se deve misturar em almofariz de

metal nem usar espátula de metal - podendo catalisar a oxidação destes compostos.

VIII- INCOMPATIBILIDADES DOS PÓS

Misturas Eutéticas

- é definida como a que resulta da mistura de componentes cuja proporção

lhe confira o mais baixo ponto de fusão.

- Quando se misturam fenóis ou compostos fenólicos, aldeídos e cetonas, o

ponto de fusão da mistura é muito inferior ao de qualquer dos componentes isolados,

podendo ocorrer a sua liquefação ou empastamento.

- As proporções entre os compostos que originam a mistura eutética e a

intensidade e duração da trituração a que os pós são submetidos afetam a magnitude de

fenômeno.

- Na prática, algumas vezes a formação de misturas eutéticas é útil. Por

exemplo, a mistura de Bonain, usada como anti-séptico e anestésico em odontologia, é

constituída por partes iguais de fenol, mentol e cloridrato de cocaína..

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Misturas Explosivas

- quando se tritura um poderoso agente oxidante com um redutor enérgico

pode dar-se um explosão mais ou menos violenta e perigosa, a qual é devida a uma

excessiva liberação de gases.

- Assim, cada componente deve ser pulverizado isoladamente, devendo a

pulverização executar-se com suavidade, evitando demasiada pressão no almofariz, ou

procurando homogeneizar os pós numa folha de papel, fazendo-os rolar sobre ela.

- Ex: ácido pícrico + carbonato

Misturas Coradas

- a mistura de dois ou mais pós simples pode originar compostos corados por

reação entre os constituintes.

- Ex: Nitrato de Prata + cloreto de sódio = preto

Farmacológicas

- quando duas substância são incompatíveis

- Subnitrato de Bismuto + goma adraganta = pp

IX- CONTROLE DE QUALIDADE (VERIFICAÇÃO DOS PÓS)

1- Características Organolépticas

• cor, odor, sabor

• Pó simples são facilmente reconhecidos

2- Características Físico-Químicas

• Pós simples (vegetais ou animais)

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- microscopia

- reações de coloração

- precipitação

• Ponto de fusão

• Espectro de absorção

• Solubilidade

• Densidade

3- Tenuidade dos pós

• Granulometria dos pós

- tamises de controle cujas dimensões das malhas são decrescentes, do tamis

superior ao tamis inferior. Recobre-se o tamis superior com uma tampa, após haver

colocado a amostra de pó a ser estudado.

- o conjunto é agitado durante um determinado tempo, ao final do qual as

partículas se espalham nos diferentes tamises de acordo com a sua tenuidade, sendo que as

maiores ficam no tamis superior, as outras atravessam os tamises que vão se tornando cada

vez mais finos.

- Ao final da operação, a fração de pó que se encontra em cada tamis é

pesada, e realiza-se o seguinte cálculo:

tamanho da partícula = Σ (% retida) x (abertura média)

100

- Os resultados são apresentados ao mesmo tempo - sob a forma de uma

tabela que exprime em percentagem as massas de pós sobre cada tamis e sobre o fundo

receptor; e sob a forma de gráfico, sendo as abscissas, as granulometrias e nas ordenadas, as

porcentagens medidas.

- quando o pó é caracterizado por dois números de tamises, o tamis

corresponde deve deixar passar pelo menos 97% deste pó;

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- A f.f. pó é susceptível de se apresentar em tenuidades diferentes,

designadas por:

- pó grosso (700µ)

- pó grosso nº II (400µ)

- pó grosso nº III (290µ)

- pó ou pó ordinário (180µ)

- pó fino (128µ)

- pó finíssimo (74µ)

- pó micronizados (<60µ)

• Microscopia Óptica e Eletrônica

O exame ao microscópio permite:

♦ calcular a percentagem de partículas de cada dimensão. As partículas são medidas com o

auxílio de uma escala micrométrica após ter sido definido o modo de efetuar a medida.

♦ estudar a forma das partículas

♦ Medição entre 0,25 a 300 µ (óptico)

♦ sensibilidade que varia de 0,004 a 1µ. (eletrônico)

• Sedimentação

Um método mais prático que os anteriores, pois verifica o tamanho das partículas de modo

indireto, determinando a sua velocidade de sedimentação no ar ou em diversos líquidos.

a) Sedimentação no ar: uso de balanças ultra-sensíveis - o pó contido numa pequena

câmara, é suspenso numa corrente de ar com características constantes e cai por um orifício

daquela sobre o prato de uma balança apropriada.

b) Sedimentação em meio líquido - é o mais usado - baseia-se na LEI de STOKES,

que regula a queda de esferas em fluidos e é, portanto, rigoroso para as partículas de pó que

apresentem a forma esférica.

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Segundo a lei de stokes, a velocidade v de queda das partículas de raio r, num meio

de viscosidade n, sendo d a densidade da fase dispersa e d1, a densidade da fase dispersante

e representando por g a aceleração da gravidade, é dada pela seguinte fórmula:

v = 2r2g (d-d1)/9n

4- Determinação do ângulo de repouso

4.1- Reologia → comparado com os líquidos não newtonaianos.

- forma das partículas

- tamanho das partículas

- força de coesão entre as partículas

- formação de películas superficiais

- adição de lubrificantes

4.2- Ângulo de Repouso

- Uma propriedade intrínseca dos pós é resistência ao movimento relativo de

suas partículas, quando submetidos a forças externas.

- Determina o fluxo do pó

- avaliar a dificuldade apresentada pelos pós para fluírem livremente através

de um orifício para uma superfície livre.

- pós mais grossos escoam mais facilmente que os pós finos

- quando um pó ou material granulado corre livremente através de um

orifício sobre uma superfície plana, o material depositado forma uma pilha cônica. O

ângulo da base do cone denomina-se ângulo de repouso.

tan α = h/r

onde h é a altura e r o raio da base do cone.

- facilidade de manuseio dos pós, como por exemplo, no enchimento de

recipientes, ou no escoamento de uma máquina de compressão para matriz respectiva.

5- Determinação do volume aparente

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- é um ensaio muito simples que consiste em medir, num recipiente

transparente (proveta graduada, copo graduado), o volume ocupado por uma dada

quantidade de pó.

- bater com o recipiente sobre uma superfície rígida, como a oferecida por

uma mesa. Nestas circunstâncias é preciso normalizar o número, a intensidade e a

freqüência dos batimentos, a fim de tornar os resultados reprodutíveis.

- a determinação do volume aparente dos pós interessa de sobremaneira no

que diz respeito à escolha do recipiente para o seu acondicionamento. Este ensaio é ainda

importante quando pó se destina à preparação de cápsulas medicamentosas, pois a escolha

do invólucro de tamanho adequado dependerá do valor do volume aparente do pó a

distribuir.

6- Umidade

- deve apresentar um teor de umidade inferior a 8%.

- a determinação da quantidade de água existente no pó pode executar-se por

diferentes processos, dos quais o mais simples consiste em avaliar a perda de peso do pó

quando submetido ao aquecimento a 100-105ºC. Para isso, coloca-se em cápsula tarada

cerca de 5g do pó e seca-se na estufa à temperatura mencionada, até peso constante.

- quando as drogas contêm princípios voláteis, como essências, pode

proceder-se à determinação da umidade fazendo o aquecimento a temperatura mais baixa

(30-50ºC) ou operando no vácuo.

7- Cinzas

- restrito aos pós simples.

- não deverá ultrapassar a 6%,

- para determinar as cinzas totais calcina-se um dado peso de pó em cápsula

de quartzo ou em cadinho de porcelana, previamente tarados, utilizando-se uma mufla, cuja

temperatura seja de cerca de 500ºC. Ao fim de algumas horas, deixa-se esfriar a cápsula ou

o cadinho e pesa-se. A diferença de peso indica a quantidade de cinzas provenientes da

amostra do pó ensaiada.

X- ESTERILIZAÇÃO DOS PÓS

- A esterilização é necessária, mas nem sempre é feita.

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Pode ser por:

1- Calor seco (150ºC - 1h ou 140ºC - 4h ou 120-121ºC - 1h) - de acordo com a

termolabilidade das substâncias.

2- Calor úmido ⇒ autoclave 120ºC 30’.

XI- ACONDICIONAMENTO DOS PÓS

1- Pós acondicionados em frascos ou caixas

- Dada a inexatidão do processo de medida, os pós dispensados como se descreveu

são apenas os doados de pequena atividade farmacológica (pós efervescentes, anti-ácidos,

laxativos, duchas vaginais, dentifrícios, pós medicinais ou não-medicinais para aplicação

externa, etc.).

- recipientes: perfurado ou polvilhador, vidro ou plástico com boca larga.

2- Pós divididos em papéis

- Acondicionamento de uma dada quantidade de pó num invólucro de papel,

celofane, folhas metálicas e outros materiais.

- O papel medicamentoso representa uma dose individual que se administra de uma

só vez.

- Os papéis do mesmo pó não devem apresentar desvios de peso superiores a 5%

- Tipos de Papéis: vegetal, papéis corados (branco e azul), papel parafinado (para

substâncias voláteis e higroscópicas), celofane, alumínio (conservação de pós efervescentes

e higroscópicos).

XII- BASES DE PÓS PARA USO EXTERNO

Os pós para uso externo devem:

- tamanho de partícula menores de 100µm;

- não produzam irritações;

- boa aderência;

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- dispersibilidade,;

- adsorver líquidos (água ou óleo).

1. Bases inorgânicas

Talco - é um hidropolissilicato de magnésio de origem natural, de tato

grosso e quase insolúvel em água e ácidos. Possui boa aderência e fluidez. O

notável efeito lubrificante e deslizante do talco esta relacionado com sua

estrutura reticulolaminar. Sua capacidade de retenção de água é muito pouca

e não incorpora óleos.

Oxido de Zn - é um pó não cristalino, que adsorve tanto a água como o óleo.

Suas propriedades fluentes são satisfatórias, sem praticamente poder

aderente. Atua como desinfetante suave e adstringente ligeiro e devido a sua

reação ligeiramente alcalina (pH 7,4), neutraliza ácidos orgânicos.

Argila branca - é um silicato de alumínio hidratado, de origem natural, que

se caracteriza por sua insolubilidade em água, ácidos, sendo quimicamente

neutro.

Dióxido de titânio - suas características de fluidez e aderência são

satisfatórias. É quimicamente neutro.

Óxido de magnésio - possui excelente capacidade aderente e de adsorção de

água. Má fluidez.

Carbonato de magnésio - possui boas propriedades aderentes e muito boas

como adsorvente de água.

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Dióxido de silício de alta dispersão (Silipur, Aerosil) - possui muito boas

qualidades de aderência, fluidez e dispersão, e grande capacidade de

adsorção para água e óleo. Sua adição em outras bases (0,5-3%) melhora

notavelmente as propriedade de aderência e fluidez de tais bases. A água e

os líquidos lipófilos são absorvidos.

1. Bases orgânicas

Estearato - como bases para pós de uso externo, se utilizam primordialmente

os estearatos de alumínio, magnésio e zinco. Possui um bom poder aderente.

Serve como aditivos para outras bases (3-5%), melhorando a aderência das

misturas. Praticamente não adsorvem água e óleo.

Amido - usam-se amidos de batata, trigo e... Possuem muito notável

aderência, muito boa fluidez e boa capacidade adsorvente para água e óleo.

Em estado úmido, o amido constitui um bom meio para cultivo de bactérias,

tornando seu emprego limitado. Descongestionante/antiinflamatório.

Lactose - Possui pouca fluidez e aderência. Utiliza-se ocasionalmente como

base para pós absorvíveis como antibióticos ou sulfonamidas em pó.

XIII- PÓS ESPECIAIS

Pós refrescantes - devido a sua boa compatibilidade térmica, extraem calor da pele e

exercem por isto uma ação refrescante. Esta qualidade é apresentada pelo amido e

estearatos.

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Pós graxos - tem utilidade nos casos em que a pele é pobre em gordura. Possuem de

2-10% de material graxo, que se mistura a base. Muitos pós utilizados na cosmeto e

numerosos pós para bebês e para feridas contem aditivos graxos.

Pós adstringentes - substâncias adstringentes, como taninos e sais de bismuto,

formaldeído, etc., se misturam com bases para pós. Para este fim, utiliza-se

geralmente o talco, amido e caulin.

Pó antipruriginoso e analgésico - as bases para pó, com 1 ou 2% de mentol

produzem sensação de frio sobre a pele e acalmam o prurido. Em casos de prurido

intenso e dor se utilizam anestésicos locais. A prednisolona é empregada cada vez

mais nos processos inflamatórios produtores de prurido e dor.

Pós desinfetantes - como substância medicamentosa se usa o ác. bórico, o fenol, o

ác. salicílico, as combinações de bismuto e outros.

Pós de sulfonamidas e de antibióticos - são empregados para o tratamento de feridas

e em cirurgia.

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