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UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ FACULDADE INGÁ
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PRÓTESE DENTÁRIA
CAETANO DALLA PALMA
FATORES RELACIONADOS A SELEÇÃO DOS DENTES
ARTIFICIAIS ANTERIORES EM PRÓTESES TOTAIS
PASSO FUNDO 2009
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CAETANO DALLA PALMA
FATORES RELACIONADOS A SELEÇÃO DOS DENTES
ARTIFICIAIS ANTERIORES EM PRÓTESES TOTAIS
PASSO FUNDO
2009
Monografia apresentada à unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Prótese Dentária. Orientador: Prof. Dr. Cezar Augusto Garbin.
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CAETANO DALLA PALMA
FATORES RELACIONADOS A SELEÇÃO DOS DENTES
ARTIFICIAIS ANTERIORES EM PRÓTESES TOTAIS
Aprovada em ___/___/______.
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________________ Prof. Dr. Cezar Augusto Garbin - Orientador
________________________________________________
Prof. Ms. ou Dr. (nome)
________________________________________________ Prof. Ms. ou Dr. (nome)
Monografia apresentada à comissão julgadora da Unidade de Pós-graduação da Faculdade Ingá – UNINGÁ – Passo Fundo-RS, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista em Prótese Dentária.
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DEDICATÓRIA
A meus pais Oscar e Doroti que me deram força e incentivo para que eu
chegasse a mais essa conquista. Amo vocês.
À minha namorada Mariana que sempre me incentivou e me deu a maior
forca para concretizar mais esse sonho, te amo.
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AGRADECIMENTOS
Ao meu mestre e orientador Cezar Garbin por ter me concedido seu
conhecimento e ter tido paciência durante esse tempo, pois você é uma
pessoa fora de sério em todos os aspectos, mas, principalmente, como
profissional porque pra mim você é o cara! Do fundo do meu coração
muito obrigado
Aos meus professores Cristian e Leonardo que também são pessoas
fora de sério.
Ao meu colega em especial Samuel que me aturou durante todo esse
tempo me ajudando me ensinando durante o curso valeu Joares!
Ao Fernando, um grande colega e parceiro de curso, valeu vacaria!
Ao Lauter, um grande amigo um cara muito gente boa.
Por fim a todos meus colegas de curso e familiares em geral que me
deram força para chegar a mais essa conquista.
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RESUMO
A escolha do tipo e do formato dos dentes anteriores na reabilitação oral, de acordo com a individualidade do paciente, apresenta variáveis importantes a serem consideradas no planejamento das próteses totais. Cada caso deve ser diferencialmente planejado com condutas estabelecidas, a fim de se tomar a melhor opção nestes casos. Para o estabelecimento de quais os parâmetros adequados se devem observar durante a seleção destes dentes foi revista a literatura com auxílio de artigos científicos, teses e livros, o que irá facilitar este processo de reabilitação e obter resultados estéticos e funcionais para tais casos. Diversos fatores auxiliam na seleção de dentes artificiais para a reabilitação oral, tais como forma e dimensões da face, forma de arco, contorno palatino e formato e tamanho dental. Os dentes e faces são classificados em 3 diferentes formatos principais: triangular, ovóide e quadrangular e diferentes combinações entre elas ou variáveis leves de contorno característico de cada raça. A simples escolha dos dentes anteriores de acordo com o tipo de face não deve ser aplicado a todos os casos, devido à baixa associação dos resultados. Então, a análise de cada caso deve ser realizada de forma individualizada para que, com um estudo completo atentando às expectativas do paciente, ocorra uma satisfação mútua com o resultado final. Palavras-chave: Prótese Total. Reabilitação Bucal. Dente Artificial.
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ABSTRACT
The anterior teeth type and shape choice when oral rehabilitation is necessary, patient characteristics should be observed, due to important factors considerate in total prosthesis planning. Each case demands different planning with established procedures, in order to choose the best treatment manner. For proper parameter establishment that should be observed when selecting teeth, literature was reviewed using articles, theses and books, in order to facilitate this rehabilitation process and obtain esthetic and functional case results. Several factors improve artificial teeth selection in oral rehabilitation, such as shape and face dimensions, arch form, palatine contour and dental shape and size. Face and teeth can be classified in 3 different main shapes: tapered, oval and quadrangular and also different combinations among them or light variables peculiar to each race. Simple anterior teeth choice according to face type should not be applied to all cases, due to low results association. Then, each case analysis must be performed individually because, with a complete case study of patient expectations, occurring mutual satisfaction with final results. Key-words: Denture Complete. Mouth Rehabilitation. Artificial tooth.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO_______________________________________________ 8
2 REVISÃO DE LITERATURA____________________________________ 10
3 CONCLUSÕES_______________________________________________ 34
REFERÊNCIAS______________________________________________ 35
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1 INTRODUÇÃO
Afirma que a seleção de dentes artificiais é um dos processos mais empíricos
na odontologia, especialmente dos incisivos superiores, lateriais e caninos devido ao
seu formato, tamanho, arranjo e estética demandada por essa região (BELL, 1978).
Afirma que a escolha dos dentes artificiais toma um importante lugar no
tratamento de edentulismo em próteses removíveis, especialmente em próteses
totais onde há a necessidade de recolocação de todos os dentes. Entretanto, os
padrões de proporção são comumente utilizados como guia para populações
caucasianas, o que não contempla as características específicas de cada etnia.
Ainda, é impossível estabelecer um padrão de beleza universal devido aos
diferentes tipos étnicos ou idade, mas em cada face, apesar da origem étnica, existe
proporção e harmonia entre os segmentos. Muitas tentativas têm sido feitas para se
estabelecerem métodos de escolha desses dentes anteriores e melhorar o resultado
estético (GONÇALVES ET AL 2009).
Dierkes (1987) relata que o clínico deve considerar mais que o formato e o
contorno dentário ao restaurar esteticamente. As características estéticas devem ser
individuais levando em conta que o paciente necessita melhorar sua auto-imagem. O
equilíbrio dento-facial deve ser considerado para realmente aumentar o potencial do
paciente em obter uma estética dento-facial.
Mavroskoufis e Ritchie (1980); Brodbelt et al. (1984); Seluk, Brodbelt e Walker
(1987); Ibrahimagic et al. (2001); Lindemann, Knauer e Pfeiffer (2004); Wolfart,
Menzel e Kern (2004); Silva et al. (2007) afirmam que a relação entre face do
paciente e o incisivo central na sua posição invertida na seleção dentária é
freqüentemente utilizada. Os formatos mais comuns encontrados foram quadrados,
triangulares e ovais, tendo alguma combinação entre eles. Estes estudos adotaram a
metodologia de sobreposição de imagens para avaliar a relação, e, em todos estes,
não foi encontrada a correlação que seja aplicável para a seleção de dentes por
esse método.
Por outro lado, Sellen, Jagger e Harrison (1998) descrevem uma análise da
correlação entre dentes, face, formato de arcos e contorno palatino como fatores
auxiliares na seleção de dentes artificiais para a reabilitação oral. Além disso,
descrevem informações sobre forma da face, forma de arco, contorno palatino e
formato dental para esta seleção, o que pode facilitar o diagnóstico.
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Além disso, Morley e Eubank (2001) avaliando os elementos macroestéticos
do sorriso definiram quatro áreas específicas: a estética gengival, estética facial,
microestética e macroestética. Este último é baseado em dois pontos, a linha média
e a quantia de exposição dos dentes. A estética é inerentemente subjetiva, mas o
entendimento e a aplicação de simples regras estéticas, ferramentas e estratégias
possibilita o profissional ter a base para avaliar a dentição natural e os resultados
dos procedimentos restauradores cosméticos.
Qualtrough e Burke (1994) citam como importantes fatores entre outros da
estética dental como a estética gengival, simetria de dentição, relação da linha
média facial com a dental e os lábios.
Serio e Strassler (1989) também considerando os aspectos estéticos dos
tecidos periodontais e de outros tecidos na reabilitação, descrevem que a gengiva
desempenha um papel essencial no planejamento das reabilitações, especialmente
na restauração dos dentes anteriores. Muita atenção se dá a estes aspectos no
planejamento destes casos, retirando de certa forma a importância antes dada ao
formato da face, características estéticas do tecido mole, posicionamento dos lábios,
contorno, cor e estes aspectos em conjunto.
Então Jornung e Fardal (2007) analisando a percepção dos pacientes e
profissionais em relação ao sorriso entrevistaram 78 pacientes e solicitaram que se
auto-avaliassem em uma escala de 100 pontos, e, além disso, que 2 dentistas
trabalhando com fotografias fizessem a mesma avaliação. A média de idade foi 51,2
anos e a satisfação dos pacientes com seu próprio sorriso foi de 59,1. O escore dos
profissionais foi entre 38,6 e 40,7, significantemente menor que o escore dos
pacientes, o que demonstra menor exigência por parte do paciente. Portanto, os
profissionais devem estar atentos em que fatores os pacientes buscam estética, para
então poder atender suas expectativas iniciais.
Para o estabelecimento de quais os parâmetros adequados se devem
observar durante a seleção de dentes artificiais em próteses totais, foi revista a
literatura com auxílio de artigos científicos, teses e livros.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
Segundo Krajicek (1960) é impossível estabelecer um padrão de beleza
universal devido aos diferentes tipos étnicos ou idade, mas em cada face bela,
apesar da origem étnica, existe proporção e harmonia entre os segmentos. O
incisivo central superior ideal deve medir aproximadamente 80% da largura se
comparada com a sua altura. Os pontos de contato progridem apicalmente conforme
o dente vai se afastando da linha média para a região posterior. A altura conectiva
(área de contato interdental) torna-se maior entre os incisivos centrais e diminui em
direção à região posterior. As aberturas, que são os espaços triangulares incisais
para o contato interdentário, tornam-se maiores em direção à região posterior.
Schiffman (1964) selecionou 20 pacientes em relação ao arranjo e concluiu
que a posição da papila incisiva, com referência para a seleção dos dentes
anteriores maxilares em Prótese Total, só é válida para 65% dos casos (rebordos
quadrados e ovais), já que nos rebordos triangulares a papila se localiza muito
anteriormente resultando na seleção de dentes muito estreitos.
Kern (1967) avaliou cerca de 6000 crânios secos. Destes, 609 foram
selecionados e mensurados. O autor não encontrou uma correlação significante
entre a largura bi-zigomática e a largura do incisivo central maxilar. No entanto,
encontrou uma diferença de até 0,5 mm entre a largura nasal e a largura dos quatro
incisivos maxilares em 93% dos casos. Observou ainda a mesma proporção de
Sears, onde a largura dos seis dentes anteriores mandibulares corresponde a 80%
da largura dos seis dentes anteriores maxilares.
Tamaki (1969) descreve que a extensão do arco alveolar pode ser utilizada
para a determinação da largura dos dentes anteriores maxilares. Então, desenvolveu
uma equação de correlação entre a extensão vestibular do plano-de-orientação
maxilar e a largura dos 6 dentes anteriores maxilares. Na equação y = 0,4341x -
0,1025, x é a extensão vestibular do arco dental, medida com régua plástica flexível
no plano-de-orientação e y é a largura dos seis dentes anteriores maxilares. Para
obter essa equação, utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson. Foram
analisadas 104 pessoas com 5 técnicas de seleção dos dentes artificiais: proporção
entre a largura do incisivo central maxilar e a largura da distância bi-zigomática, a
largura dos seis dentes anteriores maxilares e o espaço entre as comissuras labiais,
a largura da base do nariz com a distância entre as cúspides dos caninos maxilares
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em curva, a largura do filtro com a largura dos incisivos centrais maxilares e a
distância entre as cúspides dos caninos maxilares em curva com a distância entre as
bissetrizes dos ângulos formados pelo sulco nasolabial e a asa do nariz. A extensão
do arco dental entre as distais dos segundos molares maxilares com a largura do
incisivo central maxilar, com a largura dos seis dentes anteriores maxilares, e com a
distância entre as cúspides dos caninos maxilares em curva. De acordo com o
coeficiente de correlação de Pearson, a extensão do arco central (entre as distais
dos segundos molares maxilares) e a largura dos seis dentes anteriores maxilares
foram as que mais apresentaram correlação: grupo masculino r = 0,605 e grupo
feminino r = 0,854. O autor afirma que na seleção dos dentes artificiais a maioria das
técnicas se fundamenta em dados antropométricos sem levar em consideração o
tamanho do rebordo, e que a utilização da citada equação apresenta resultados
satisfatórios.
Russi e Ramalho (1971) avaliaram, para a seleção dos dentes artificiais, a
medição da distância bi-zigomática e da distância intercanina dos dentes maxilares
(entre as distais dos caninos). A mensuração das larguras dos dentes foram
realizadas diretamente na boca através que paquímetro sensível até 0,1 de mm.
Para as mensurações das distâncias bi-zigomáticas foram obtidas radiografias
cefalométricas pela norma frontal e as mensurações foram feitas diretamente nas
radiografias através de um paquímetro e compasso de ponta seca. Para cada
radiografia foram obtidas duas medidas, uma distância bi-zigomática em tecido mole
e uma distância bi-zigomática em tecido duro (distância entre os pontos zigios
localizados sobre o cortical ósseo dos ossos zigomáticos). Para ambas as medidas
foi aplicado o método de Sears dividindo essas distâncias pela constante 3,3. O
grupo masculino apresentou distâncias intercaninas superiores lineares tanto para o
tecido mole como para o tecido duro, e no grupo feminino as diferenças se
reportaram somente ao tecido mole. Portanto, os autores consideraram o uso deste
método como limitado.
Puri et al. (1972) descrevem a largura mesiodistal dos dentes anteriores como
uma importante dimensão a ser considerada durante a seleção dos dentes artificiais.
Para isso, estudaram um grupo de 100 pessoas e observaram a ocorrência de
correlação entre a distância da largura do nariz e a distância entre as pontas das
cúspides dos caninos maxilares (DIM) em reta e propuseram duas fórmulas
diferentes, dependendo do sexo, a fórmula para homens como sendo a DIM =
12
5,5638 + 0,8213 x largura do nariz e mulheres a DIM = 1,9588 + 0,9575 x largura do
nariz.
Candelária (1973) realizou medições da largura bi-zigomática de 242 crânios
secos e da largura mesiodistal do incisivo central maxilar de indivíduos brancos,
negros, amarelos e pardos. A análise dos resultados verificou que com exceção do
grupo dos negros, a largura mesiodistal do incisivo central maxilar guarda uma
proporção de 1/16 da distância bi-zigomática.
Freitas et al. (1974) descrevem que a harmonia estética deve-se considerar a
partir de uma tomada correta da dimensão vertical, o plano oclusal protético, linha
mediana, linha dos caninos e linha alta do sorriso, e com relação aos dentes. Além
disso, apontou três fatores na seleção dos dentes artificiais: forma, tamanho e cor.
Além da forma dos dentes, os autores afirmam que a sua disposição é um fator
fundamental para se construir uma prótese mais estética tornando-a mais natural.
Smith (1975) através de um método radiográfico analisou em uma população
de 80 pessoas a relação entre a largura do nariz e a distância entre as pontas dos
caninos maxilares em reta, e aplicando o coeficiente de correlação de Pearson não
encontrou relação entre esses dois valores.
Ehrlich e Gazit (1975) descrevem a papila incisiva como uma boa referência
para a localização dos dentes anteriores. Mensurações em 50 modelos de indivíduos
dentados e em 50 próteses totais foram efetuadas. Estudaram, então, 430 modelos
de pacientes dentados classificação I de Angle e concluíram que apenas o centro e
a parte posterior da papila incisiva poderiam ser referência na localização dos dentes
anteriores, pois a porção anterior é afetada com a reabsorção óssea. Os autores
sugeriram que a vestibular do incisivo central maxilar estaria localizada de 12 a 13
mm anteriormente à parte posterior da papila incisiva e que a distância de 33-35 mm
poderia ser usada para posicionar as pontas de cúspides dos caninos maxilares.
Encontraram também que em arcos ovóides e triangulares a linha intercanina
maxilar passaria predominantemente no centro da papila ou de 1mm a 3mm
posteriormente a esse centro. Nos arcos quadrados a linha intercanina maxilar
passaria no centro da papila ou de 1 a 2 mm anterior a essa. Portanto, modelos com
dentes naturais podem ser utilizados para ajudar a posicionar os dentes artificiais.
Della Serra e Ferreira (1976) relatam que os dentes humanos variam nas
suas dimensões segundo a idade, sexo e raça. Quanto ao sexo, parece que os
dentes femininos são menos volumosos que os masculinos. Já em relação às raças,
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parece que os volumes dos dentes mantém estreitas relações com o tipo cefálico do
indivíduo, e que naquelas em que predomina o maciço facial, os dentes apresentam-
se mais volumosos e que nos negros os dentes mostram-se mais largos, em geral,
do que nos indivíduos da raça branca.
Basker et al. (1976) disseram que o tamanho dos dentes tem diferentes
origens, e que há duas maneiras de se selecionar a largura dos dentes anteriores
maxilares. A primeira é que a largura do incisivo central maxilar é freqüentemente
similar à largura do filtro do lábio superior, e a segunda é que uma projeção de uma
linha que passa pelo canto do olho e a asa do nariz do mesmo lado, passaria pela
ponta de cúspide do canino maxilar. Além disso, também sugeriu a linha imaginária
entre o canto do olho e a asa do nariz para selecionar a largura dos dentes
anteriores maxilares.
Boucher (1977) descreve que a obtenção da largura dos seis dentes
anteriores maxilares é um fator importante na reabilitação e por isso surgiram
diversas técnicas: através da determinação da distância entre as comissuras bucais
com a boca em repouso, se chegaria a distância entre as distais dos caninos
maxilares ou ainda pela largura da asa do nariz, que corresponderia a distância
entre as pontas de cúspides dos caninos maxilares em reta. Também citou que a
largura do incisivo central maxilar corresponderia a 1/16 avos da largura bi-
zigomática e a largura dos seis dentes anteriores maxilares estaria relacionada com
a distância bi-zigomática dividida pela constante 3,3 ou pela proporção de 10 para 1
da circunferência do crânio. Então, a seleção dos dentes não é um procedimento
mecânico, devendo ser lavado em conta a opinião profissional.
Bell (1978) afirma que a seleção de dentes artificiais é um dos processos mais
empíricos na odontologia, especialmente dos incisivos superiores devido ao seu
formato, tamanho, arranjo e estética demandada por essa região. Então avaliou se é
plausível a seleção dos dentes de acordo com a teoria geométrica de William. Para
isso aferiram 31 pacientes com radiografias e fotografias de incisivos centrais
superiores; modelos da arcada superior; e fotografias do rosto. Três profissionais
classificaram a forma de incisivos superiores como mostrados nas fotografias,
radiografias (feitas pela técnica do paralelismo) e modelos, e também classificaram a
forma da face nas fotografias. Os formatos dos incisivos foram avaliados como:
quadrangular (com as faces laterais paralelas em boa parte de sua altura); cônico
(convergindo a partir da face incisal até ápice do cérvix gengival) e ovóide (com
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formato biconvexo). Os dados coletados foram processados estatisticamente com o
programa SSPS crosstabs para determinar se existe correlação entre eles. Os
resultados encontrados quando relacionados face-modelos de gesso foram: para os
dentes dos modelos 38,7% ovóide, 45,2% quadrangular e 16,1% cônico. Já para a
relação face-radiografia foram encontrados: para os dentes dos modelos 38,7%
ovóide, 45,2% quadrangular e 16,1% cônico. Não foi encontrada correlação entre a
forma da face e a forma dos incisivos superiores comprovando que a teoria
geométrica de seleção dos dentes deve ser questionada, mas caso se tenha de
lançar mão desse recurso, deve-se priorizar o uso de uma radiografia obtida pela
técnica do paralelismo.
Mavroskoufis e Ritchie (1980) testaram se a forma da face pode ser utilizada
como guia para a seleção dos dentes superiores anteriores. Para isto, utilizaram 70
indivíduos e avaliaram por sobreposição a coincidência entre forma do dente e forma
da face. Os resultados mostram que a lei da harmonia não pode ser aplicada pois
mais de dois terços dos indivíduos mostraram não haver similaridade entre formato
facial e formato do incisivo.
Scandrett et al. (1982) avaliaram a seleção da largura dos seis dentes
anteriores maxilares e do incisivo central maxilar. Foi mensurada a largura da boca
em repouso, a largura do nariz, a largura bi-zigomática, o diâmetro sagital do crânio,
a distância entre os frênulos laterais, largura do filtro superior e inferior e a idade. O
coeficiente de correlação de Pearson foi utilizado entre os pares de variáveis. A
maior correlação significante encontrada com a largura dos seis dentes anteriores
maxilares foi com a largura da boca em repouso (r=0,44), e a menor correlação
encontrada foi com a largura bi-zigomática (r=0,28). Encontrou uma relação inversa
da largura dos dentes com a idade e justificou esse fato a possibilidade de desgaste
interproximal e perda da estrutura dental por atrição e abrasão. Concluiu que mais
de uma variável deve ser utilizada na determinação da largura dos dentes anteriores
para aplicações clínicas. Várias equações de regressão foram pospostas, entre elas,
que a largura dos seis dentes anteriores maxilares seria igual a 0.314 (largura do
nariz) + 0.195 (largura da boca) – 0.018 (idade) + 0,096 (distância entre os frênulos
laterais) + 3.247.
Brodbelt et al. (1984) traçaram um comparativo entre forma da face e a do
dente, pela chamada lei da harmonia. Os autores comparam a forma da face em
relação ao incisivo superior invertido e os classificaram como formas
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quadrangulares, cônicas e ovóides, para avaliar a validade de seleção dos dentes
aplicando esta fórmula. Para isto selecionaram 51 homens e 30 mulheres de
diversos grupos étnicos dos quais foram obtidas fotos do rosto e dos incisivos. Estas
foram sobrepostas invertidas sobre a foto de cada rosto, ampliada e traçados 11
pontos anatômicos e 13 pontos adicionais médios. Os resultados mostraram que
nenhum dos 81 indivíduos com rosto quadrado tinham dentes quadrados; nenhum
indivíduo tinha face totalmente triangular; foi estabelecido um novo formato de face:
cônico quadrangular; a maioria das faces e dos dentes eram ovóides e das faces
ovóides apenas 87% tinham dentes ovóides. Os autores concluíram que não existe
correlação entre a forma da face e o dente invertido.
Cessário Jr. e Latta (1984) estudaram uma população de 100 pessoas
dividindo-as em 4 grupos: homens brancos, mulheres brancas, homens negros e
mulheres negras, e encontraram medidas maiores para a raça negra em relação à
raça branca, e medidas maiores nos homens em relação ao grupo das mulheres.
Encontraram também uma correlação entre a largura do incisivo central maxilar e a
distância interpupilar, e afirmaram que em 95% dos casos a largura do incisivo
central maxilar poderia ser obtida dividindo-se a distância interpupilar pelo fato 6.6.
No trabalho afirmou que o olho humano de um adulto é uma boa referência pois é
estável durante toda sua vida.
McArthur (1985) descreveu a determinação da largura do incisivo central
maxilar quando da presença do incisivo central mandibular, e propõe que a largura
do incisivo central mandibular multiplicado pelo fator 1,62 resultaria na largura do
incisivo central maxilar. Além disso, complementou dizendo que quando os
pacientes se queixam do tamanho dos dentes anteriores repostos, o incisivo central
maxilar é, na maioria das vezes, o foco da queixa, e que na maioria dos casos a
queixa é de que o dente em questão é muito largo.
Dierkes (1987) relata que o clínico deve considerar mais que o formato e o
contorno dentário ao restaurar esteticamente. As características estéticas devem ser
individuais levando em conta que o paciente necessita melhorar sua auto-imagem. O
equilíbrio dento-facial deve ser considerado para realmente aumentar o potencial do
paciente em obter uma estética dento-facial.
Seluk, Brodbelt e Walker (1987) afirmam que a relação entre face do paciente
e o incisivo central na sua posição invertida na seleção dentária é freqüentemente
utilizada. Os formatos foram classificados em quadrados, triangulares e ovais, tendo
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alguma combinação entre eles. Para isso 3 homens e 3 mulheres foram
selecionados com essas características de face. Então foram realizados 3 pares de
dentaduras para cada paciente com dentes com essas 3 formas. Após, foram
realizadas fotografias estandartizadas da face, perfil, close-up das arcadas e,
posteriormente, ampliados, traçados e digitalizados para análise. A comparação do
formato dos dentes artificiais em comparação aos dentes reais mostra diferença
significativa na reabilitação. Há também uma diferença significativa entre a forma
facial e os dentes artificiais utilizando as medidas faciais: largura temporo-zigomática
e gonial, comparadas as larguras incisais, contato e cervical dos dentes.
Rigsbee et al. (1988) afirmam que mudanças nos tecidos moles após o
movimento de repouso para sorriso foram avaliadas por fotografias estandartizadas
em um grupo de 101 adultos jovens neste estudo, afim de determinar normas para
distenção do nariz, lábios e queixo durante o sorriso. Animações faciais foram
comparadas e a exposição de lábios e dentes foi então realizada entre homens,
mulheres e entre pacientes. Na amostra total o nariz aumentou em largura 14% e a
ponta se moveu inferiormente. O lábio superior elevou 80% do seu comprimento
original e foi mostrado 10 mm do incisivo superior. A largura da boca aumentou
130% de sua largura original e os lábios se separaram em aproximadamente 12 mm.
No geral as mulheres exibiram o maior grau de animação facial que os homens. A
porcentagem de elevação do lábio superior foi responsável por menos de 10% da
variabilidade da exposição do incisivo superior durante o sorriso. Uma fotografia de
sorriso tomada numa técnica convencional parece ser um auxiliar diagnóstico
reproduzível no momento do planejamento.
Serio e Strassler (1989) consideraram os aspectos estéticos dos tecidos
periodontais e de outros tecidos na reabilitação. Os autores descrevem que a
gengiva desempenha um papel muito importante no planejamento das reabilitações,
especialmente na restauração dos dentes anteriores. Muita atenção tem sido dada a
estes aspectos no planejamento destes casos. O que retira de certa forma a
importância antes dada ao formato da face, características estéticas do tecido mole,
posicionamento dos lábios, contorno, cor e estes aspectos em conjunto. Devem ser
levados em conta os aspectos clínicos gengivais em conjunto com os dentários, a
relação entre tecido mole e gengiva, problemas gengivais, tais como: hiperplasia,
recessão gengival, rebordo e altura de coroa insuficiente. Essas considerações
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devem ser feitas em conjunto com o paciente a fim de determinar as possibilidades e
as limitações de cada caso para se obterem resultados satisfatórios.
Rufenacht (1990) citou o aspecto da morfopsicologia,isto é, como uma pessoa
vê a outra. Desse ponto de vista, os incisivos centrais focalizam as características de
personalidade, força, energia, autoritarismo, magnetismo, apatia ou retração. Os
incisivos laterais concentram o abstrato: elementos artístico, emocional ou intelectual
da personalidade. Assim, o profissional, ao confeccionar uma prótese total pode
alterar totalmente a imagem do paciente, positiva ou negativamente.
Mitchener (1990) descreve um método simples para a determinação da
largura dos seis dentes anteriores maxilares foi proposto por. A distância entre os
ligamentos pterigomandibulares nos modelos de trabalho maxilares foi analizada. E
sugere-se que quando a carta-molde de um determinado fabricante apresenta a
largura dos seis dentes anteriores maxilares em uma superfície reta, esta já seria a
largura a ser selecionada, e quando a carta-molde apresentar a largura dos dentes
anteriores maxilares em curva, o resultado desta mensuração deveria ser acrescido
de 5 mm. Concluiu dizendo que a esse método satisfaz grande parte dos casos, mas
não é satisfatório para todas as situações.
Latta et al. (1991) estudaram a relação entre a largura da boca, largura do
nariz, distância bi-zigomática e distância interpupilar em 109 pacientes totalmente
desdentados com idades variando entre 29 e 87 anos. Esses pacientes foram
divididos em: homens brancos, mulheres brancas, homens negros e mulheres
negras. Existem muitas variações nas medidas, mas que estas diminuíram quando
os grupos eram divididos por sexo e raça. As variáveis mensuradas variaram
grandemente de tamanho: a largura da boca entre 36 mm e 73 mm. Encontraram
que a largura do nariz e a distância bi-zigomática diferiram muito entre os homens
negros, e que as medidas das mulheres brancas diferiram dos outros grupos em
todas as larguras. E que nenhuma correlação foi encontrada entre a largura da boca,
largura do nariz, largura bi-zigomática, e a distância interpupilar, com a largura dos
dentes anteriores, mesmo quando os grupos foram divididos por raça e sexo.
La Vere et al. (1992) afirmaram que na seleção dos dentes artificiais, o
tamanho dos dentes anteriores é mais importante do que a forma, e desenvolveram
uma pesquisa com 488 universitários com idades variando entre 23 e 30 anos.
Utilizaram régua facial plástica “Indicador Dentário Trubyte” (Dentysply), que
determina a altura e a largura do incisivo central maxilar através da proporção 1/16
18
com a altura e a largura da face. Encontraram em seus estudos que havia apenas
14,5% de coincidência entre o comprimento do incisivo central maxilar direito através
da régua, com o comprimento do incisivo central maxilar direito natural. No que diz
respeito à largura, apenas 3% coincidiram com os valores da régua, quando
comparados com os incisivos centrais naturais. Observaram também que 50% dos
dentes selecionados foram mais estreitos que os incisivos naturais analisados, e em
72% dos casos os dentes selecionados foram mais longos que os naturais, tanto
para o grupo dos homens quanto para o grupo das mulheres. Os autores concluíram
afirmando que, apesar dos resultados, o “Indicador Dentário Trubyte” é um bom
instrumento para se iniciar a seleção dos dentes anteriores.
Arnett e Bergman (1993) afirmam que a avaliação facial os lábios deverá ser
realizada em repouso e durante o sorriso. O lábio superior corresponde à região
situada entre o ponto subnasal e o estômio, localizado na intersecção entre a rima
bucal e a linha média quando os lábios estão levemente fechados e os dentes
ocluídos, devendo ocupar um terço da distância subnasal-mentoniano. Seu
comprimento normal, medido do subnasal ao ponto mais inferior do lábio, é de 19 a
22 mm. Já o lábio inferior e o mento correspondem a dois terços da distância
subnasal-mentoniano e situam-se entre o ponto estômio e o mentoniano. Seu
comprimento normal fica entre 38 e 44 mm.
Sakamoto (1993) relata que os pacientes se preocupam com o resultado final
antes mesmo de serem submetidos ao tratamento. A chave para analisar a posição
dos dentes anteriores, é inicialmente analisar a sua face, então devolver o novo
formato de dentes que possa ser tanto estético quanto funcional. Um sistema
computadorizado de imagem composto por uma câmera, monitor, gráficos de
análises e luz apropriada, para então ter a possibilidade de se obter, através de
correção, uma imagem pré-operatória do resultado, podendo ser uma ferramenta
muito útil durante uma consulta inicial. O autor avaliou 50 pacientes, dos quais 84%
declararam se sentir mais confiantes após acompanharem os resultados dessa
imagem. Além disso, 88% sentiram que melhorou a comunicação profissional-
paciente e 92% entendem que essa previsão de resultados deveria ser rotina nas
consultas pré-operatórias.
La Vere et al. (1994) compararam ainda os dentes naturais desses 488
universitários com 6 diferentes marcas de dentes artificiais. Os 6 dentes anteriores
maxilares foram medidos com régua plástica flexível diretamente nos modelos
19
comparados aos dentes artificiais. Os resultados indicaram que os dentes artificiais
são predominantemente menores e que os dentes naturais são mais largos. E que
somente para 22,5% da população estudada haveria dentes artificiais iguais aos
naturais. Entretanto, na população estudada, poucos dentes naturais apresentavam
valores maiores ou menores que os tamanhos dos dentes artificiais. Encontraram
uma diferença entre a largura dos dentes anteriores da população feminina para a
masculina. Os homens apresentaram uma média da largura dos dentes anteriores
2,1 mm mais largos que as mulheres: 55,6 mm e 53,5 mm respectivamente. Baer &
Reynolds, 1992, também encontraram 2,1 mm de diferença entre a largura dos
dentes anteriores de homens e mulheres, mas com calores médios de 53,5 mm para
homens e 51,4 mm para as mulheres.
Gillen et al. (1994) realizaram a determinação de dimensões médias dos seis
dentes anteriores superiores a fim de avaliar as relações harmônicas dentárias.
Medidas de altura e largura foram calculadas de 54 pacientes, entre 18 e 35 anos,
através de modelos e as relações entre elas estabelecidas. Encontraram variações
nas medidas dentárias de acordo com a raça e o gênero. Além disto, não foi
encontrada proporção áurea, entre a colocação dos dentes nestes casos para
correlacionar com as medidas obtidas, que é uma propriedade geométrica
encontrada presente na arquitetura facial, vem sendo utilizada para estabelecer a
proporção entre os seis dentes anteriores superiores, formulada por Pitágoras (569-
475 AC), e adaptada por Euclides (325- 265 AC), a teoria afirma que duas partes
desiguais estão em relação Áurea, se a razão entre as duas grandezas originar o
número 1.618, ou 0.618. Qualtrough e Burke (1994) avaliaram os fatores da estética dental como a
estética gengival, simetria de dentição, relação da linha média facial com a dental e
os lábios. A exposição dental quando os lábios e a mandíbula estão em repouso é
importante na estética dental tendo como média 1,91 mm para homens e 3,4 mm
para mulheres. Os autores também afirmam que as técnicas de avaliação quando
aplicadas no planejamento podem melhorar a imagem mental visionada pelo
profissional melhorando seus resultados e conseqüentemente a auto-estima dos
pacientes.
Peck e Peck (1995) relataram como o dimorfismo sexual pode ser
considerado na avaliação do sorriso. Para isso, avaliaram 88 indivíduos jovens com
média de idade de 14,2 anos. Em relação à análise frontal foi avaliada a linha do
20
lábio superior, o comprimento deste em repouso, a distância entre o lábio superior e
a incisal em repouso, a distância do lábio superior para a incisal durante o sorriso e a
distância interlabial em repouso. As mulheres aceitam mostrar mais a gengiva que
os homens durante o sorriso, em uma relação de 2:1. A diferença em relação à
exposição gengival foi medida em três categorias: sorriso alto revela toda a altura da
coroa além de uma faixa de gengiva; um sorriso médio revela de 75 a 100% dos
anteriores superiores e apenas a gengiva interproximal; e o sorriso baixo que mostra
menos de 75% dos dentes anteriores. Além disso, os autores descrevem que a
curvatura incisal deva ser paralela ao lábio inferior. Os autores também afirmam que
a linha média é o fator focal mais importante na estética do sorriso e que é
impossível formular uma regra rígida para as características visuais de um sorriso
atrativo. Também avaliaram a estética facial através de estudos quantitativos de
linha de sorriso, relacionando esta linha com a altura facial vertical em excesso, a
capacidade de elevação do lábio superior ao sorrir. O sorriso gengival por elevação
labial não é necessariamente uma objeção estética e normalmente torna-se mais
coronal com o passar do tempo.
Engelmeier (1996) cita dois métodos para a seleção do tamanho dos dentes
ântero-superiores. O primeiro se baseia no espaço avaliado para montagem e
arranjo dos dentes em curva. A altura do incisivo central superior é mensurada da
borda incisal do plano de cera superior até a linha alta do sorriso e linhas verticais
são riscadas no plano de cera diretamente abaixo das asas do nariz, que seria uma
aproximação da largura dos seis ântero-superiores e o lugar ocupado pelos caninos
próximo às comissuras.
Sellen, Jagger e Harrison (1998) descrevem o software ToolBook 3.0 para
análise da correlação entre dentes, face, formato de arcos e contorno palatino. Os
autores afirmam que diversos fatores auxiliam na seleção de dentes artificiais para a
reabilitação oral. Além disso, descrevem que este programa reúne informações
sobre forma da face, forma de arco, contorno palatino e formato dental para esta
seleção, o que pode facilitar o diagnóstico. Para essa avaliação foram realizadas
fotografias padronizadas e moldagens de 50 pacientes, com idade entre 20 e 31
anos, e então superpostos os dentes, face e arco maxilar. Os resultados mostraram
que a sobreposição dente-face obteve 22% de correspondência, já a sobreposição
arco-face mostrou 28% e a arco-dente obteve 24%. Os homens tendem a mostrar
feições mais triangulares, por outro lado as mulheres dominaram as formas mais
21
redondas e quadradas. Os autores concluem existir correlação insignificante de
formas entre face, dentes e formato de arco. Esse método aplica alta tecnologia e
custo, mas não melhora a fidelidade na determinação de forma e tamanho dentários
para pacientes edêntulos.
Beyer e Lindauer (1998) avaliaram a coincidência da linha média dentária
superior em relação à facial e procuraram determinar o quanto essa pode estar
desviada e ainda assim ser aceitável esteticamente, além de o quanto este fator
pode influenciar a estética facial dos pacientes. A média de aceitação estética de
desvio da linha média foi de 2,2 mm (DP 1,5 mm). Os profissionais foram muito
menos tolerantes que os leigos com P<.001, ficando em torno de 1 mm. Quando o
desvio das estruturas da linha média facial foi avaliado, fotografias com desvios
nasais foram consideradas as menos estéticas.
Frossard et al. (1998), Concluiram que não é adequado se estabelecer
correlação entre a largura do nariz em repouso e a distância intercaninos, medida de
cúspide a cúspide, em linha reta, e orienta que para uma medição que se aproxime
do ideal, deve-se definir o grau de abertura bucal para visualização dos caninos
sendo marcada no plano de orientação com a estabilização do sorriso pelo paciente,
com as pontas dos dedos indicadores.
Philips (1999), afirma que as expressões faciais evoluem com o tempo
resultando em mudanças na musculatura em torno da boca para o desenvolvimento
de novos sinais. Por exemplo, mudanças zigomáticas que movem o canto dos lábios
para cima e para trás criando as características do sorriso. Então, somente com o
diagnóstico e os parâmetros medidos objetivamente pode-se iniciar a reabilitação
dos sorrisos de pacientes que os requerem. Essas características em três tipos de
sorriso: o sorriso comissural, que é o padrão mais comum visto em
aproximadamente 67% da população, caracterizado pelos músculos elevadores do
lábio superior contraído para mostrar os dentes superiores; sorriso cuspídeo,
encontrado em 31% da população, onde o formato dos lábios é normalmente
visualizado como um diamante, sendo um padrão identificado pela dominância de
elevação do lábio superior, nestes sorrisos os molares superiores estão
freqüentemente abaixo da ponta incisal dos centrais superiores; e também o sorriso
complexo presente em 2% da população, onde o formato dos lábios é tipicamente
ilustrado por dois arcos paralelos, sendo os elevadores dos lábios superiores, os
22
elevadores dos cantos da boca e os depressores do lábio inferior contraídos
simultaneamente, mostrando os dentes superiores e inferiores ao mesmo tempo.
Fajardo et al. (2000) avaliam que, em relação à estética nas próteses totais,
um dos fatores que interferem nesse aspecto é o que se relaciona à cor dos dentes
artificiais. A naturalidade das mesmas está diretamente ligada à cor dos dentes
utilizados. Assim, sendo a cor importante no sucesso da prótese, pode ser fator
determinante na aceitação ou não, de todo o tratamento, uma vez que os pacientes
geralmente não estão conscientes da complexidade envolvida no sucesso estético
da prótese e apenas avaliam o que percebem, no caso, a combinação de cores
Para, na difícil tarefa da seleção da cor, alguns procedimentos são propostos, com
intuito de facilitar à eleição de uma ou outra cor. Porém, a decisão final dificilmente
baseia-se em regras rigorosamente estabelecidas.
McCord e Grant, (2000) descrevem que para selecionar dentes ântero-
inferiores, deve-se tomar a mesma numeração dos seus respectivos superiores já
selecionados, ou o profissional pode optar por criar um contorno funcional do espaço
inferior da prótese, através da técnica da moldagem da zona neutra, identificando a
posição dos caninos inferiores através do ângulo da boca e mensurando a distância
de canino a canino. O clínico pode escolher assim o conjunto de ântero-inferiores
mais apropriado para cada paciente de acordo com a idade e perfil do mesmo.
Castro, Hvanov e Frigerio (2000) avaliaram a estética da montagem dos seis
dentes superiores anteriores em prótese total com objetivo de fazer uma avaliação
estética de diferentes tipos de montagens de dentes anteriores superiores na prova
em cera de uma prótese total. As próteses foram submetidas à apreciação de um
grupo de pessoas entre estudantes, especialistas e leigos. Foram confeccionadas
cinco próteses superiores ocluindo com uma única inferior, para cada um dos 10
pacientes do sexo masculino na faixa etária entre 18 e 72 anos. Os dentes
anteriores de cada uma das próteses foram montados com um tipo de
caracterização: para jovens (clássica), senil, com toque feminino, com toque
masculino e com diastemas. As conclusões foram as seguintes: as montagens que
mais agradaram foram a para jovens (clássica) com 38,57%, seguida da senil com
32,85%, sem diferenças significantes entre elas. As montagens que menos
agradaram foram a com toque feminino com 32,86% de desaprovação, seguida da
montagem masculina (31,43%) e com diastema (22,86%), sem diferenças
significantes entre elas.
23
Morley e Eubank (2001) avaliando os elementos macroestéticos do sorriso
definiram áreas específicas: a estética gengival, que compreende saúde periodontal,
altura gengival, papila interdentária, contorno gengival e altura de sorriso; a estética
facial compreendendo análise frontal, lateral de perfil, face sorrindo frontalmente e
em 45º; a microestética, que envolve os elementos dentários unitariamente e, por
fim, a macroestética. Este último é baseado em dois pontos, a linha média e a
quantia de exposição dos dentes. A estética é inerentemente subjetiva, mas o
entendimento e a aplicação de simples regras estéticas, ferramentas e estratégias
possibilita o profissional ter a base para avaliar a dentição natural e os resultados
dos procedimentos restauradores cosméticos. Os componentes macroestéticos
podem ser considerados para produzir trabalhos restauradores mais naturais e
esteticamente aceitáveis.
Kawauchi e Kiausinis (2001) mensurando a largura dos seis dentes anteriores
maxilares de 106 indivíduos dentados através do uso de um paquímetro e de uma
régua plástica flexível, encontraram uma média da distância intercanina maxilar de
52,9 mm. Concluíram que o dente artificial que mais se aproximou dos padrões
étnicos brasileiros com relação à largura intercanina maxilar foi o Trubyte Biotone
modelo 3P.
Ibrahimagic et al. (2001) relacionaram a face com o formato dentário através
de avaliação de 2000 indivíduos entre 17 e 24 anos, com incisivos centrais intactos.
Para isto foi medida 3 distâncias horizontais na face: as larguras temporal,
zigomática e goníaca. Já para os incisivos, 3 distâncias horizontais em cada incisivo:
larguras cervical, na altura do ponto de contato e incisal. A altura facial e dos
incisivos foi também obtida. Os resultados mostraram que os homens apresentam
dimensões dentarias e faciais maiores que as mulheres, exceto na dimensão da
largura cervical do incisivo superior. Além disso, os incisivos direito e esquerdo
apresentaram dimensões e fo rmas idênticas. Relacionando essas dimensões
dentárias e faciais, os autores encontraram 11 tipos de formas faciais e 10 tipos
dentários, mas 98% da população avaliada tiveram as seguintes características
faciais: 83,3% oval; 9,2% quadrangular e 7% triangular. Já as características
dentárias mostraram: 53% quadrangular-triangular; 30% oval e 16% triangular.
Tomando-se o incisivo central invertido e sobrepondo ao formato do rosto, obteve-se
associação em apenas 30% dos casos, tendo as maiores combinações na forma
facial oval e dente quadrangular-triangular com 45% dos casos. Estes resultados
24
desaprovam a teoria para a seleção de dentes artificiais na construção de
dentaduras completas baseada no formato de face.
Chapra e White (2001) consideraram um novo posicionamento dos dentes em
próteses utilizando radiografias laterais cefalométricas, transcranianas e um
articulador Denar-Witizig, em um caso de hipodontia. Tradicionalmente os dentes
anteriores são recolocados sobre os modelos de trabalho independentemente de
sua posição facial, com ajuste de fala e alguns aspectos de posicionamento labial
realizado na prova dos dentes. Raramente são avaliados os efeitos da oclusão na
postura corporal. Os autores utilizaram várias técnicas para reabilitar a estética facial
bem como a postura corporal, com estes dispositivos radiográficos. Essa variação
ficou evidente na posição labial e nos planos horizontal e vertical, que apresentaram
uma posição mais adequada nos planos. Os dentes anteriores superiores são
posicionados na forma ideal contando com a adaptação labial provocada pelo novo
posicionamento. Com este conjunto diagnóstico apresentado para a reposição
estética superior pode ser aplicado à overdenture, mas sua validade pode ser
considerada para reposição em próteses fixas ou sobre implantes.
Sarver (2001) afirma que o arco do sorriso é definido como a relação da
curvatura incisal dos incisivos superiores e caninos à curvatura do lábio inferior no
sorriso forçado. O arco de sorriso ideal tem a curvatura incisal paralela à do lábio
inferior. A avaliação da estética anterior do sorriso deve ser incluída tanto
estaticamente quanto dinamicamente na avaliação do paciente para o planejamento
e tratamento. Então para a avaliação de seus casos o autor inclui na sua avaliação
itens tais como o rosto frontalmente em repouso, o perfil, as relações dentárias e
frontalmente o sorriso. Claramente o impacto final na aparência facial e do sorriso é
muito importante, demandando ações mecânicas e conceitos de tratamento
consistentes em seus casos.
Graber e Vanarsdall (2002) com o passar dos anos se dá uma modificação
geral nos tecidos moles no gênero masculino entre 18 e 42 anos, o que inclui a
tendência de o perfil se tornar mais reto, os lábios ficam em maior retrusão; o nariz
aumenta de tamanho em todas as dimensões; ocorre aumento de espessura dos
tecidos moles no pogônio, na região de mento; ocorre diminuição da espessura do
lábio superior com ligeiro aumento da espessura do lábio inferior. As mudanças dos
tecidos moles observadas no gênero feminino neste mesmo intervalo de tempo
foram as mesmas, porém, mostraram uma tendência menor de o perfil tornar mais
25
reto quando comparado com o masculino. Sendo que estas modificações ocorrem
com o passar do tempo, observando que as mudanças dos tecidos duros e tecidos
moles foram semelhantes.
Ainda Graber e Vanarsdall, (2002) avaliando o envelhecimento, descrevem
que as características faciais e dentárias vão sendo modificadas, de modo que os
indivíduos passam a mostrar mais os incisivos inferiores do que os superiores tanto
ao sorrir quanto em repouso, o que obviamente é de grande importância no
planejamento do tratamento, visando a estética dos pacientes com o passar do
tempo. Outras modificações decorrentes do envelhecimento são verticalização nos
incisivos superiores e uma maior protrusão dos incisivos inferiores em mulheres; os
molares inferiores tornam-se mais verticalizados nos homens e acabam se movendo
para frente nas mulheres; os molares superiores se inclinam para frente no gênero
masculino e tornam-se mais verticalizados no feminino. Acontecem numerosas
mudanças no relacionamento labial quando comparamos os padrões de adultos e de
jovens. A linha interlabial, tipicamente acima da linha incisal em faces mais jovens
tende a descer com o passar dos anos, o número de fibras musculares verticais do
lábio superior diminui, a coluna do filtro torna-se menos proeminente, e os lábios
adquirem uma aparência mais fina. Os homens expõem menos os incisivos
superiores e mais os inferiores em repouso. Já as mulheres expõem mais os
superiores e menos os inferiores, sendo esta diferença entre os gêneros,
significante. Além disso, os autores relatam que a raça branca exibe mais os
incisivos superiores em repouso do que a raça negra e asiática, onde a exposição
dos inferiores é maior.
Varjão (2003) afirma que indivíduos negros apresentam dentes maiores que
os dentes das demais raças. Constatou também que as larguras médias dos dentes
anteriores de indivíduos pardos apresentam valores compreendidos entre os valores
das larguras médias de 120 dentes de brancos e negros. Este fato foi também
verificado em relação a outras variáveis por que, ao mensurar as larguras nasais de
indivíduos brasileiros, constatou que o valor médio obtido para indivíduos pardos
encontrava-se entre os valores médios obtidos para brancos e negros. Assim, a
miscigenação entre brancos e negros parece gerar indivíduos com características
físicas intermediárias aos dois grupos.
Sarver e Ackerman (2003) avaliaram a visualização dinâmica do sorriso
afirmando que a capacidade de reconhecer elementos positivos de beleza e criar
26
uma estratégia para melhorar os atributos é responsabilidade do profissional. Para
isto sugerem o registro, a avaliação e plano de tratamento do sorriso de quatro
formas, a frontal, a oblíqua, a sagital e o tempo, levando em conta esses fatores no
momento de reabilitar. Este índice é útil na comparação entre pacientes e com o
próprio paciente em datas diferentes.
Turano e Turano (2004) afirmam que ocorre a variabilidade dos dentes em
sua forma e cor e de acordo com a raça, e que, além disso, da mesma forma que
não existem dois indivíduos idênticos, não existem dois incisivos com incisivos
centrais ou molares iguais. Essas diferenças são evidenciadas na superfície
vestibular dos dentes, que são características muito importantes no seu aspecto
estético e que podem ser reproduzidos na prótese, alcançando estética diferenciada.
Esse arranjo pode-se apresentar na montagem dos dentes, relevo que tem influencia
na reflexão da luz sobre a superfície dos dentes. Além disso, as superfícies
vestibulares dos dentes anteriores podem apresentar finas ranhuras, com algumas
mais acentuadas horizontalmente, denominadas linhas de desenvolvimento, bem
como uma depressão em forma de V que forma, assim, áreas de sombra, assim
como pequenas zonas planas, também influenciando o reflexo da luz. Em relação à
seleção da cor devem ser analizadas as características da cor como a matiz,
saturação (quantidade de cor), brilho (quantidade de reflexão) e translucidez
(quantidade de passagem de luz através do dente). A idade, o sexo e o arranjo dos
dentes (corredor bucal e suporte do lábio devido à inclinação) devem ser levados em
conta nesse momento como fatores importantes para a naturalidade da prótese.
Lindemann, Knauer e Pfeiffer (2004) relacionaram morfologicamente, o
formato dentário e facial, parâmetros usados na seleção dos dentes anteriores
superiores em pacientes desdentados. Para isto, modelos maxilares de 50 homens e
50 mulheres, fotografias digitalizadas frontais faciais e fotografias do incisivo central
foram realizadas. O formato do incisivo foi comparado então com o formato facial e
então as sobreposições avaliadas através do índice de Hausdorff. A similaridade
entre as formas é indicada por valores de zero, quando coincidente e aumentando à
medida que ocorrem diferenças de formato na sobreposição mais substanciais. O
formato da face, desde a margem do queixo até a linha superior das sobrancelhas,
demonstrou ter uma melhor coincidência do que o queixo até a linha inferior do
mento. Em média, o incisivo central superior mostrou uma variabilidade de formas
maior do que as formas faciais, apresentando em homens a altura de 1,09 cm e
27
largura de 0,91 cm. Já para mulheres as dimensões foram 1,04 e 0,89 cm. A
comparação interindividual mostrou que a forma do incisivo central em mulheres
obteve menores variações de forma que em homens.
Wolfart, Menzel e Kern (2004) estudaram a correlação entre gênero, o formato
do incisivo central superior invertido e a forma facial. Para isso fotografias
padronizadas de dentes anteriores superiores e da face de 204 indivíduos foram
realizadas. Aumentos padronizados das linhas do incisivo central superior direito e
da face foram realizados para serem avaliados por 10 dentistas duas vezes com
intervalo entre as avaliações de 3 semanas. Os dentes e as faces foram avaliados
individualmente e classificados em 3 diferentes formatos, respectivamente: triangular
(25% e 27%), ovóide (39% e 41%) e quadrangular (36% e 41%). Foi mostrada
correlação significante entre a face e o gênero, mas não entre o formato do incisivo e
o gênero. Os dentistas estavam corretos em relação ao gênero avaliando somente
as fotografias intra-orais em 47% a 59%. Portanto a teoria de que o formato do
incisivo central superior invertido corresponde ao formato facial não pode ser
confirmada. Além disso, os participantes não foram capazes de determinar o gênero
somente através de fotografias intra-orais.
Kano (2004) afirma que os dentes anteriores não estão dispostos em um
mesmo plano. Os incisivos centrais predominam sobre os laterais e os incisivos
laterais sobre os caninos. Para que isso aconteça, os dentes devem apresentar um
grau de inclinação mésio-distal. Para que um sorriso seja harmônico, a presença dos
centrais deverá ser maior, os incisivos laterais devem apresentar a porção distal
mais lingualizada, assim como os caninos em maior grau que os laterais, sendo
assim, apenas a porção mesial do canino é observada em uma visão frontal do
sorriso.
Fontana e Pacheco (2004), avaliando a inclinação axial dos dentes,
consideraram que os incisivos centrais superiores deveriam se posicionar
perpendicularmente ao plano incisal e os incisivos laterais e caninos ligeiramente
inclinados para mesial, sendo que nos caninos esta inclinação torna-se mais
acentuada. A manutenção da inclinação axial dos dentes é de extrema importância
na quebra de monotonia de uma seqüência de dentes paralelos verticalmente.
Porém, essa inclinação pode, de acordo com os autores, sofrer pequenas alterações
na busca de uma face harmônica e da definição de características que determinam o
sexo e definem o tamanho do sorriso em relação aos lábios e à face.
28
Geron e Atalia (2005) determinaram a percepção estética de homens e
mulheres leigos em relação a variações na altura da exposição gengival no sorriso
ao falar através da observação de fotografias. Os resultados mostraram que quanto
maior a exposição gengival durante o sorriso e a fala, menor a atratividade. As
mulheres avaliadoras classificaram o sorriso gengival com mais tolerância do que os
homens, tanto nas fotografias de pacientes do gênero masculino quanto nas do
gênero feminino. As imagens de mulheres foram avaliadas com menores escores de
atratividade pelos dois grupos de avaliadores, por isso, os autores sugerem que
esforços adicionais devem ser feitos nas pacientes para atingir um resultado
estético.
Varjão e Nogueira (2005) descreve a relação da forma do incisivo central
superior com a forma do dente, com a forma da face ou do arco. No grupo dos
pardos, a porcentagem de correspondência foi a mesma para o arco e para a face
(25%). Já nos grupos dos brancos, negros e amarelos, a forma do incisivo central
esteve relacionada à forma do arco em um maior número de casos (42,5%, 45% e
35%, respectivamente) do que à forma da face (30%, 20% e 20%, respectivamente).
No geral, foi encontrada uma maior correspondência entre a forma do incisivo com a
face (51%) do que com a forma do arco (46%). Embora se aceite a existência de
formas geométricas básicas (quadradas, ovóides e triangulares) e possíveis
combinações, os profissionais não são capazes de chegar a um mesmo resultado na
classificação da forma de um dente, mesmo quando a classificação for conduzida de
maneira padronizada. Isso reflete o forte componente subjetivo da classificação da
forma de um dente anterior. Assim, a subjetividade da interpretação das formas,
aliada à incapacidade de comprovação de correlação entre a forma do dente e a
forma da face ou do arco, acabam por determinar que a decisão final sobre a forma
do dente artificial a ser selecionado dependa muito mais da experiência clínica do
profissional do que qualquer técnica proposta.
Anderson et al. (2005), durante as interações interpessoais, as primeiras
características examinadas são os olhos e a boca das pessoas. Portanto, o sorriso
está na segunda posição, perdendo apenas para os olhos, como característica mais
importante na estética facial. Os autores pesquisaram a preferência de dentistas
restauradores e leigos quanto à preferência no formato dos dentes na estética de um
sorriso e concluiram que os dentistas restauradores preferem incisivos arredondados
para mulheres e são mais críticos do que o grupo de pessoas leigas e do que os
29
dentistas na avaliação dos incisivos arredondados em imagens masculinas. Os
profissionais preferem os incisivos arredondados e quadrangulares-arredondados
para mulheres, já as pessoas leigas não expressaram preferência no formato de
incisivos para mulheres e são menos críticas do que os profissionais da odontologia.
Todos os três grupos preferem os incisivos quadrangulares-arredondados para os
homens. Já o formato dos caninos parece ter uma menor importância em relação
aos incisivos na estética da região anterior. Os homens foram menos críticos do que
as mulheres ao avaliar as imagens femininas. Notaram, portanto, a necessidade de
um tratamento individualizado para que somente a preferência estética do paciente
possa ser incorporada, pois valores estéticos podem diferir amplamente entre os
pacientes.
Varjão e Nogueira (2005) avaliaram diversos métodos utilizados para seleção
do tamanho dos seis dentes anteriores em indivíduos brancos, pardos, negros e
amarelos. Para isso utilizaram fotografias digitalizadas de onde eram tomadas
dimensões de referencia para a seleção dos dentes. Os resultados demonstraram
haver diferenças significativas entre algumas mensurações dentárias e no que diz
respeito ao comportamento de alguns métodos de seleção entre as quatro raças.
Alguns métodos não deveriam ser utilizados para determinados grupos raciais,
como, por exemplo, o método da largura nasal para indivíduos negros e método das
comissuras bucais para indivíduos amarelos, por fornecerem informações
completamente fora de propósito para esses indivíduos.
Castro Junior e Frigerio (2005) avaliaram as larguras mésios distais de 3
dentes utilizados para reabilitação. Para isso obtiveram cartas-molde fornecidas pelo
fabricante e mensuraram a maior largura mésio distal dos dentes artificiais de molar
a molar das marcas Biotone, Trilux e Ivoclar. Os modelos foram comparados com as
medidas das larguras fornecidas pelas cartas-moldes e as diferenças da Ivolcar
foram as menores, por outro lado a Trilux apresentou as maiores. Já a Biotone
apresenta discrepâncias entre as larguras fornecidas em curva, além da
necessidade da inclusão das larguras em reta, para auxiliar a montagem. Contudo a
largura dos dentes da marca Ivoclar demonstram uma grande fidelidade e que por
outro lado as outras marcas avaliadas apresentam variações que podem
comprometer clinicamente a estética, necessitando mais precisão em suas
informações.
30
Fradeani (2006), afirma que formas ovóides tornam-se mais agradáveis em se
tratando de mulheres e a forma triangular é vista pelos pacientes como menos
atrativa. O sorriso masculino é composto por dentes retos, de forma quadrada e
larga, onde os incisivos centrais superiores apresentam-se mais vestibularizados, os
laterais mais retraídos e os caninos girados mostrando a superfície mésio-vestibular.
Ritter et al. (2006) avaliaram a opinião expressada por pacientes leigos e
profissionais sobre a influência estética dos espaços bilaterais entre os dentes
superiores e o canto dos lábios, denominado corredor bucal. A amostra
compreendeu 60 fotografias frontais, tomadas no terço inferior facial incluindo a
ponta do nariz e o queixo, 30 masculinas e 30 femininas de indivíduos entre 18 e 25
anos. Dois profissionais e duas pessoas leigas avaliaram essas fotos em relação a
estética por uma escala visual analógica. Em cada fotografia os corredores direito e
esquerdo eram medidos em milímetros e em proporção à largura do sorriso. A média
de corredor bucal para cada lado foi de 6,68 mm (desvio padrão de 1,99 mm). Não
foram encontradas assimetrias significativas entre os lados direito e esquerdo. O
corredor bucal foi significantemente maior em homens do que mulheres. Quando os
doze indivíduos com menor corredor bucal foram comparados com os doze
indivíduos de maior corredor bucal, não houve diferença estatística em relação a
avaliação estética. Os autores concluíram que o corredor bucal não influencia na
avaliação estética de amostras de sorrisos em fotografias, tanto para profissionais
quanto para pessoas leigas.
Gomes et al. (2006) afirmam que uma das maiores dificuldades na
reabilitação é determinar a largura mesio-distal apropriada dos seis dentes
maxilares. A proporção das estruturas faciais e a relação entre as medidas faciais e
os dentes naturais podem ser usadas como guia na seleção de dentes. Os
parâmetros utilizados foram: a largura dos olhos, a distância intercantal interna, a
distância interpupilar, largura interalar e a largura intercomissural. Imagens
digitalizadas de 81 brasileiros dentados foram utilizadas para medir os segmentos
faciais e orais vistos do aspecto frontal. Para medir a distância entre os caninos em
curva, modelos fiéis foram realizados desde os pré-molares. Os resultados
mostraram uma correlação significante entre todos os elementos faciais e a largura
mésio-distal dos 6 dentes anteriores quando observados frontalmente. As distâncias
intercantal, interpupilar e intercomissural mostram a maior probabilidade de ter
correlação com a largura mésio-distal dos dentes. A análise facial com fotografias
31
digitais é uma ferramenta prática e eficiente para seleção da largura mésio-distal dos
dentes anteriores em uma reabilitação natural, agradável e estética ao paciente.
Maulik e Nanda (2007) afirmam que o valor de um sorriso atrativo não pode
ser negado, sendo este um atrativo na sociedade moderna em entrevista de
trabalho, interações sociais e também um quesito para atrair parceiros. Os autores
analisaram então médias para vários componentes do sorriso. Utilizaram como
ferramentas imagens de 230 fotografias obtidas desses pacientes. A exposição
gengival do sorriso posterior e anterior, arco do sorriso e dente mais posterior visível
foram os fatores avaliados. A média de exposição de corredor bucal foi de 11%, a
maioria dos indivíduos mostrou um arco do sorriso plano, exposição até o segundo
pré-molar. Mulheres mostraram uma alta porcentagem de sorriso anterior e posterior
altos, quando comparados aos homens. No geral, os indivíduos mostraram altura
anterior dentro da média e altura posterior com exposição em excesso.
Zlataric, Kristek e Celebic (2007) estudaram como as medidas faciais
explicam a variabilidade de proporções dentais na adequada seleção de dentes para
pacientes edêntulos. As medidas foram obtidas de 90 pacientes: largura e altura dos
dentes anteriores maxilares, comprimento do nariz, comprimento do lábio superior,
altura facial (dividida em terços), largura intercantal, largura interalar, largura
intercomissural ao sorriso e a máxima exposição do incisivo superior ao sorrir. A
combinação de todas as medidas faciais explicou a variabilidade da relação altura-
largura dos incisivos para a sua reabilitação adequada, estética e funcionalmente,
em 20% a 38% em homens e 16% a 27% em mulheres. Os resultados propuseram
que o uso das medidas faciais para a seleção de dentes artificiais geralmente não
apresenta fidelidade, devendo-se focar na individualidade de cada paciente.
Silva et al. (2007) avaliaram por meio de fotografias digitalizadas a correlação
entre os formatos facial e dentário em adultos jovens, através do método da lei de
harmonia de Williams, a qual afirma que há a correlação entre o formato de face e o
formato do incisivo central superior. Para isso foram tomadas duas fotografias (face
e incisivo) de 79 alunos entre 18 e 25 anos e digitalizadas. Posteriormente
tracejados utilizando um software gráfico e um teste qui-quadrado aplicado para se
obterem as correlações. Os resultados mostraram a predominância de formatos
faciais quadrados com 55,70% em relação aos triangulares com 27,85% e ovóides
com 16,45%. Por outro lado, os incisivos centrais foram classificados como
quadrados em 67,09%, ovóides com 18,99% e triangulares com 13,92%. A relação
32
incisivo superior-face foi correspondente em 10,13% dos casos, o que demonstra
que a lei de harmonia de Williams não foi confirmada na maioria dos indivíduos. A
experiência clínica e senso crítico parecem ser mais importantes para a obtenção de
um resultado estético satisfatório.
Jornung e Fardal (2007) descreveram a percepção dos pacientes e
profissionais em relação ao sorriso. Os autores entrevistaram 78 pacientes e
solicitaram que se auto-avaliassem em uma escala de 100 pontos, além disso 2
dentistas trabalhando com fotografias fizeram a mesma avaliação. A média de idade
foi 51,2 anos e a satisfação dos pacientes com seu próprio sorriso foi de 59,1. Os
escores dos profissionais foi entre 38,6 e 40,7, significantemente menor que o
escore dos pacientes. Estes últimos ficaram mais satisfeitos com o tecido gengival
ao sorrir e menos satisfeitos com a tonalidade dos dentes. Além disso, classificaram
como olhos e dentes os fatores mais importantes para uma face atrativa. Por outro
lado as mulheres deram mais atenção aos cabelos e ao formato do rosto do que os
homens. Portanto, os profissionais devem estar atentos em que fatores os pacientes
buscam estética, para então poder atender suas expectativas iniciais.
Van Der Geld et al. (2008) relatou que a exposição do lábio inferior, quando
em repouso deve ser 25% maior que o lábio superior sendo que quando existe uma
boa estética, haverá um espaço interlabial de 1 a 5 mm. Ao sorrir a exposição é de
três quartos de altura da coroa para 2 mm de gengiva. Além disso, avaliaram as
mudanças relacionadas a idade na zona estética durante o sorriso e a fala. Para isto
avaliou homens de três faixas etárias: 20-25 anos, 35-40 anos, 50-55 anos. Altura da
linha labial foi registrada com vídeo para análise do sorriso. A zona estética em 75%
dos participantes incluiu os dentes superiores até o primeiro molar. Em todos os
indivíduos a linha do lábio superior diminuiu significantemente em 2 mm na faixa
etária de 50 a 55 anos. O comprimento do lábio superior aumentou em quase 4 mm
em indivíduos mais velhos, mas a sua elevação não mudou significantemente. Fator
este que deve ser incluído no diagnóstico individual do paciente.
King et al. (2008) avaliaram a preferência da posição vertical dos laterais
superiores entre profissionais e leigos. A média de preferência foi de 0,6 mm acima
do plano incisal. Nenhum dos avaliadores escolheu a colocação dos incisivos
laterais no plano oclusal como sendo a mais agradável. As médias variaram entre
0,3 mm e 1 mm acima do plano incisal.
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Pereira et al. (2008) É um consenso de que a seleção de dentes menores do
que o ideal oferece uma aparência artificial à prótese. Vários estudos evidenciam
que os dentes artificiais disponíveis no mercado tendem a apresentar uma altura
maior, e largura menor do que os dentes naturais. Este estudo comparou as técnicas
existentes na literatura, para identificar qual método proporciona a seleção de dentes
artificiais com dimensões mais próximas dos dentes naturais; e verificou o grau de
semelhança dos dentes artificiais Vipi Dent Plus, Biolux e Trilux (Vipi Dent Plus -
Dental Vipi Ltda Ind e Com Impor e Exp de artigos Odontológicos, São Paulo – SP)
com os dentes naturais. Fotos digitais da face de 49 indivíduos foram registradas e
analisadas em um programa de leitura de imagens. Foram medidas as seguintes
estruturas da face: distância entre o canto interno dos olhos (DCI), distância
interpupilar (DIP), distância interalar (DIA), distância entre as comissuras labiais
(DCL), distância bizigomática (BZG), e altura da face (ST). Modelos de gesso pedra
foram confeccionados permitindo medir a largura dos seis dentes anteriores
superiores. Da aplicação do teste ANOVA e de Tukey, foi possível observar que,
apenas o método da DCL não pode ser usado para definir a largura combinada, dos
seis dentes superiores anteriores, assim como, o método da DIP não é adequado
para selecionar a largura do incisivo central superior. Os dentes artificiais das
marcas analisadas são substancialmente menores do que os dentes naturais da
amostra em estudo, e dessa forma, não atende a diversidade étnica encontrada no
Brasil.
Gonçalves et al. (2009) afirmam que há um consenso na comunidade
odontológica de que a seleção de dentes anteriores superiores de tamanho
reduzido, normalmente, oferece uma aparência artificial da dentadura. Vários
métodos têm a sua validade questionada, os quais realmente resultam em aspectos
artificiais da prótese. Foi, dessa forma, avaliada a relação indivíduo-largura dos
dentes anteriores. Para isso, foram realizados 69 modelos nos quais foram medidas
as larguras dos dentes maxilares superiores através de um paquímetro
unitariamente e dos 6 dentes anteriores com uma régua flexível. Com o uso de
regressão linear, as análises (através de 3 fórmulas) determinaram que pode-se
obter a largura individualizada dentária após a medida com régua da largura dos 6
dentes anteriores.
34
3 CONCLUSÕES
- A variedade de métodos de escolha de dentes superiores anteriores deve ser
levada em conta no momento do planejamento conjunto com o paciente. A
experiência profissional e a exigência de cada caso é imperativa sobre métodos que
possam generalizar essa seleção;
- A escolha dos dentes anteriores de acordo com o tipo de face não deve ser
aplicado a todos os casos, devido à baixa correspondência de resultados;
- A marca de dentes utilizado na montagem de dentaduras, principalmente na região
anterior, parece ter diferenças significativas o que pode alterar os resultados
estéticos da reabilitação;
- Seleção específica dos dentes em prótese total, realizada pelo profissional facilita a
comunicação entre protesista e protético durante este processo de reabilitação;
- Resultados reabilitadores mais naturais e estéticos, pela seleção adequada dos
dentes anteriores, podem ser obtidos em próteses totais.
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