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UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

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Page 1: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

UNIDADE IVGestão Democrática dos Recursos Públicos

PARTE II

CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Page 2: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Na sua opinião, qual seria o principal motivo para não se ter orgulho do Brasil?

Page 3: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

fonte: pesquisa de opinião pública nacional CNT/Sensus – junho de 2007

Page 4: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Como o brasileiro enxerga a corrupção?

Page 5: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

A TOLERÂNCIA À CORRUPÇÃO NO BRASIL

fonte: Centro de Referência do Interesse Público / Vox Populi, 2008

Em algumas situações, é bobagem a pessoa não entrar em um esquema de corrupção, pois se ela não entrar, outro entra.

Qualquer um pode ser corrompido, dependendo do preço que for pago ou da pressão que for feita.

Corrupção e honestidade vêm de berço: ou a pessoa é corrupta ou não é.

Algumas coisas podem ser um pouco erradas mas não corruptas, como por exemplo sonegar algum imposto, quando ele é caro demais.

O conceito de honestidade é relativo, depende da situação.

Não tem jeito de fazer política sem um pouco de corrupção.

Se estiver necessitada e um político oferecer benefícios em troca do voto, não está errado a pessoa aceitar.

Dar um dinheiro para um guarda para escapar de uma multa não chega a ser um ato corrupto.

30%

39%

55%

73%

48%

31%

26%

24%

Page 6: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Efeitos da corrupção

Afeta a prestação dos serviços públicos

Impacta negativamente o desenvolvimento social e econômico e promove perdas de produtividade

Reduz o nível de novos investimentos

Agrava a desigualdade social

Cria concorrência desleal

O custo médio anual da corrupção no Brasil representa de 1,38% a 2,3% do PIB, ou seja, gira em torno de R$ R$ 41,5 bilhões a R$ 69,1 bilhões (fonte: Fiesp)

Page 7: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

01 - OBJETO INEXISTENTE

02 - OBJETO DIFERENTE DO PACTUADO

03 - INOBSERVÂNCIA DAS ESPECIFICAÇÕES CONTRATUAIS

04 - PREÇOS SUPERIORES AOS PRATICADOS PELO MERCADO

05 - COMPRAS MAL FEITAS/LICITAÇÕES VICIADAS

06 - OBRAS PARALISADAS

07 - DEFICIENTE ATUAÇÃO DOS CONSELHOS

08 - AUSÊNCIA DE LICITAÇÃO

09 - AUSÊNCIA DE CONTRAPARTIDA

10 - AUSÊNCIA DE CONTROLES BÁSICOS

11 - ARMAZENAMENTO IMPRÓPRIO

Principais problemas detectados pela CGU na fiscalização de municípios por sorteio no que se

refere à utilização de recursos da União

Page 8: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Instrumentos para o Controle Social/Democrático

Organização nas bases – associações de bairro;

Estrutura para surgimento de lideranças;

Fornecimento de dados, argumentos, propostas de políticas públicas e de aperfeiçoamento de legislação;

Voto – acompanhar a Administração Pública, escolher o representante pela sua conduta, caráter, histórico de vida, suas propostas e de seu partido.

Page 9: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Instrumentos para o Controle Social/Democrático

Participação em Conselhos e ColegiadosExaminar as contas públicas e denunciar

irregularidades.CF: ação popular, plebiscito, referendum,

projetos de lei de iniciativa popular.Transparência pública e acesso a informaçãoAudiências Públicas e Consultas Públicas.Orçamento Participativo.Planejamento participativo.

Page 10: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Controle Democrático

Além de participar da elaboração do orçamento, a sociedade precisa se organizar para acompanhar a execução orçamentária, pois ainda é muito comum entre nós que parte significativa dos valores orçados não seja efetivamente executada.

Page 11: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Controle DemocráticoSe houver irregularidade denuncie o fato ao

MP ou CGU/TCU, se envolver recursos federais e TCE e órgãos de controle interno dos Estados/Municípios, se envolver recursos estaduais ou municipais.

Só a ação da sociedade no acompanhamento e fiscalização da execução orçamentária será capaz de mudar esse quadro.

Page 12: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Dados do IBAM demonstram que 94,7% dos municípios brasileiros arrecadavam diretamente apenas 20% de sua receita, dependendo fortemente das transferências constitucionais compulsórias feitas por Estados e Municípios (CF, arts. 157 a 162).

Muitos desses municípios, no entanto, não instituíram os tributos que constitucionalmente lhes competem.

A dependência dos municípios brasileiros

Page 13: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Devido a essa debilidade, são comuns as transferências voluntárias da União e dos Estados para os municípios.

A Lei de Responsabilidade Fiscal, entretanto, condiciona essas transferências voluntárias à instituição dos tributos de competência dos municípios.

A dependência dos municípios brasileiros

Page 14: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Cabe citar, de plano, três Leis de suma importância para o exercício do controle social:LC 101/2000 – Conhecida como Lei de Responsabilidade

Fiscal; LC 131/2009 – Que complementa e amplia o alcance da

LRF, também conhecida como Lei da Transparência Pública e

Lei nº 12.527/2011– Conhecida como Lei Geral de Acesso à Informação.

Marco Legal

Page 15: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

A LRF consagra importantes princípios de transparência pública reforçados pela edição da LC nº 131, de 27 de maio de 2009, a saber:

Incentivo à participação popular e realização de audiências públicas, durante os processos de elaboração e discussão dos planos, leis de diretrizes orçamentárias e orçamentos;II – liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público;III – adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto no art. 48-A.

Transparência pública:pressuposto para a gestão democrática

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Dispositivos da LRF que reforçam a cidadania fiscal

Municípios com mais de 50.000 habitantes são obrigados a realizar audiências públicas demonstrando como foram arrecadados e aplicados os recursos públicos e se as metas orçamentárias traçadas, com a participação popular, foram atingidas.

As contas públicas, nos três níveis de governo, devem ficar à disposição da população para consultas (art. 49 da LRF).

Page 17: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Dispositivos da LRF que reforçam a cidadania fiscalRelatório de Gestão Fiscal – Contém o valor

da dívida do município, os empréstimos tomados e as medidas que estão sendo adotadas para se adequar os limites da Lei (art. 54).

Relatório Resumido de Execução Orçamentária – Demonstra a receita e a despesa realizadas a cada bimestre (art. 165 Parágrafo 3o da CF e art. 52 da LRF).

Page 18: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Dispositivos da LRF que reforçam a cidadania fiscal

Recursos públicos só podem ser repassados para o setor privado se estiverem previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, na Lei Orçamentária Anual e, ainda, se autorizado por lei específica.

Page 19: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

Lei de Responsabilidade SocialAo lado da Responsabilidade Fiscal é

necessário que se defina neste País metas sociais de médio e longo prazos, claramente quantificáveis, a serem perseguidas obstinadamente por nossos governantes e em relação às quais fiquem obrigados a prestar contas à sociedade.

Ex: Erradicação do analfabetismo e a pobreza extrema

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As pessoas vivem no município. A comunidade é o espaço privilegiado do exercício da democracia direta.

A democracia se constrói fortalecendo a rede de articulação social e rompendo padrões paternalistas e clientelistas, buscando a participação direta dos cidadãos nas decisões públicas, aumentando a transparência e o controle social.

Educação Fiscal: fortalecendo a sociedade civil

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A transparência na gestão pública decorre do princípio da publicidade dos atos da administração consagrado pelo art. 37 da CF/88.

É um elemento essencial para que o cidadão exerça a chamada accountability vertical, instrumento de democracia participativa que permite ao eleitor realizar o monitoramento e a avaliação do desempenho dos governantes e promover o controle social do gasto público.

Contribui para a busca de uma maior eficiência, eficácia e efetividade na administração pública, além de permitir uma ação cidadã na prevenção, denúncia e enfrentamento de atos de corrupção.

Transparência e o princípio da publicidade

Page 22: UNIDADE IV Gestão Democrática dos Recursos Públicos PARTE II CONTROLE SOCIAL DO GASTO PÚBLICO

A LC nº 101/2000 (LRF), com as alterações advindas da edição da LC 131/2009, consagra importantes princípios de transparência pública, a saber:◦ Incentivo à participação popular e realização de audiências públicas,

durante os processos de elaboração e discussão dos planos, leis de diretrizes orçamentárias e orçamentos;

◦ liberação ao pleno conhecimento e acompanhamento da sociedade, em tempo real, de informações pormenorizadas sobre a execução orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de acesso público;

◦ adoção de sistema integrado de administração financeira e controle, que atenda a padrão mínimo de qualidade estabelecido pelo Poder Executivo da União e ao disposto na LC 131/2009. (Parágrafo único do art. 48, da LRF, com nova redação dada pela LC nº 131, de 27 de maio de 2009).

LRF: Transparência Pública: Pressuposto para a gestão democrática e o controle social

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A cada quadrimestre os gestores públicos, nos três níveis de governo, deverão apresentar à sociedade em audiência pública:

O Relatório de Gestão Fiscal – Contém o valor da dívida do município, os empréstimos tomados e as medidas que estão sendo adotadas para se adequar os limites da Lei (art. 54);

O Relatório Resumido de Execução Orçamentária – Demonstra a receita e a despesa realizadas a cada bimestre (art. 165 Parágrafo 3o da CF e art. 52 da LRF).

Audiências públicas periódicas para prestação de contas

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Determina que as informações referentes a despesas públicas alcancem todos os atos de execução orçamentária (universalidade) e no momento de sua realização (atualidade), apresentando, no mínimo os seguintes elementos:

 ◦ nº. da correspondente nota de empenho/processo

administrativo;◦ referência ao bem fornecido ou ao serviço prestado;◦ identificação do beneficiário do pagamento (pessoa física

ou jurídica) e, ◦ procedimento licitatório realizado, quando for o caso.

Em relação às receitas devem ser informados todos os recebimentos, inclusive os referentes a recursos extraordinários.

Lei Complementar 131/2009

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Em vigor desde 16 de maio de 2012.Alcança a administração pública direta e

indireta nos três níveis de governo.Estende-se às entidades privadas sem fins

lucrativos, em relação às parcelas de suas receitas originárias dos cofres públicos.

Lei Geral de Acesso à Informação

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Princípio da publicidade máxima Publicidade como preceito geral e sigilo

como exceção Quando não for possível acesso integral à

informação, fica assegurado acesso à parte não sigilosa (certidão, extrato, cópia com ocultação da parte sigilosa)

É direito do cidadão ser orientado sobre os procedimentos de acesso, bem como o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação.

Lei Geral de Acesso à Informação

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O pedido não precisa ser justificado, apenas deve conter a identificação do requerente e a especificação da informação.

O Serviço de busca e fornecimento das informações é gratuito, salvo cópias de documentos.

Criação do Serviço de Informações ao Cidadão em todos os órgãos e entidades do poder público.

Decisão negativa de acesso deve ser motivada. Prazo máximo para manifestação da autoridade é

de 20 dias, prorrogável por, no máximo, mais 10 dias.

Lei Geral de Acesso à Informação

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Contatos com o palestrante

Eugênio Celso Gonç[email protected]

Fone: 32547322