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UNIDADE 1 - SEGURANÇA NO TRABALHO Diego Faria Lemes

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Seguranca No Trabalho

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  • UNIDADE 1 - SEGURANA NO TRABALHO

    Diego Faria Lemes

  • FUNDAMENTOS SOCIAIS DE SEGURANA NO TRABALHO: QUESTIONAMENTOS INTRODUTRIOS

    O Iluminismo sculo XVII - aplicao da razo, da cincia e do respeito Humanidade.Os atos, por mais arbitrrio e desumano que fossem, eram justificada pela f cega e condicionada ao interesse das classes dominantes.

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA MUNDIAL

    Sculo XIII, o Consulado Del Mar - trazia o relato de acidentes ocorridos em alto mar.Questes relativas sade, doena e o trabalho existem desde os tempos remotos na poca das civilizaes egpcias, gregas e romanas. Trabalhos que mais envolviam situao de risco eram executados por escravos.O trabalho era considerado uma atividade menor, humilhante, vil, e s laborava quem se encontrava nas camadas mais baixas da sociedade.

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA MUNDIAL

    Ren Mendes , Hipcrates, o maior mdico da Antiguidade descrevia um quadro clnico de intoxicao saturnina que era verificado em trabalhadores mineiros

    1. Voc sabe por que o trabalho na antiguidade era considerado uma atividade humilhante?

    Porque representava uma punio, e a grande maioria dos trabalhadores eram os povos vencidos das guerras que se submetiam aos povos vencedores, o que, naquela poca, era considerado justo e extremamente necessrio. Outro aspecto importante que para ser considerado culto o homem tinha de ser rico e ocioso.

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA MUNDIAL

    No feudalismo, o trabalho deixou de ser escravo e passou a ser servil.

    2. Certo, mas como poderamos compreender a diferena do trabalho escravo para o servil?

    Como havia uma moeda de troca, que era o trabalho servil por troca da proteo e do sustento, o servo j se diferenciava do escravo. O servo ganhava gleba de terra para se manter e produzir para o seu senhor; j o escravo no tinha direito a nada, era coisa e como tal era tratado.

    Em 1700, Bernadius Ramazzini, considerado o Pai da Medicina do Trabalho lana o livro As Doenas dos Trabalhadores

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA MUNDIAL

    Bernadius Ramazzini precursor da mentalidade prevencionista - Qual o seu trabalho? (inclui a pergunta)Segunda metade do sculo XVIII, eclode a Revoluo Industrial.Sistema de produo agrrio e artesanal para outro de cunho industrial - preocupao com os acidentes do trabalho.Excessivas horas de labor pelos trabalhadores (18 horas).era comum os trabalhadores dormirem na prpria fbrica em condies precrias.

    Se analisarmos detidamente, perceberemos logo que a nica distino entre o trabalho livre da poca da Revoluo Industrial e o trabalho escravo o pagamento dos salrios (nfimos valores para o sustento de uma famlia).

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA MUNDIAL

    Surgimento da mquina desencadeou sensveis mudanas nas relaes empregado empregador.Os trabalhadores passaram a reivindicar pela formao de uma legislao protetora com o objetivo de regular a segurana e a higiene do trabalho, o trabalho do menor, o trabalho da mulher; o limite para a jornada do trabalho dentre outras coisas.At o final do sculo XVII, os trabalhadores tiveram que conviver e suportar sem nenhuma proteo ou ateno, as consequncias dos acidentes e das doenas profissionais.

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA MUNDIAL

    Em 1802, a primeira lei de proteo aos trabalhadores: A Lei de Sade e Moral dos Aprendizes limite de 12 horas de trabalho por dia, obrigava os empregadores a lavar as paredes da fbrica duas vezes por ano e tornava obrigatria a ventilao.Em 1831, Michael Saddler, - relatrio revolta popular

    Diante desta comisso desfilou longa procisso de trabalhadores homens e mulheres, meninos e meninas. Abobalhados, doentes, deformados, degradados de sua qualidade humana, em cada um deles era clara a evidncia de uma vida arruinada, um quadro vivo da crueldade do homem para com o homem, uma impiedosa condenao daqueles legisladores que quando em suas mos detinham poder imenso, abandonaram os fracos a capacidade dos fortes. (Santos apud Ribeiro Filho , 1997:13).

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA MUNDIAL

    Em 1833, surgia na Inglaterra a Lei das Fbricas (FactoryAct) ampliada em 1867 -

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA MUNDIAL

    3. Voc sabia que depois das manifestaes sociais, as fbricas precisavam ter escolas e que deviam ser frequentadas por todos os trabalhadores menores de 13 anos?

    4. Sabia tambm que, na poca da Lei das Fbricas, na Inglaterra a idade mnima para o trabalho era de nove anos, e que um mdico devia atestar que o desenvolvimento fsico da criana correspondia sua idade cronolgica?

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA MUNDIAL

    1789 a 1799, poca da Revoluo Francesa indenizao s vtimas de acidentes de trabalho.Lei de 11 de Outubro de 1946 Frana - obrigatria a existncia de servios de sade ocupacional em estabelecimentos industriais e comerciais, de qualquer tamanho e com qualquer nmero de funcionrios.

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA NO BRASIL

    1. Voc sabe em que se baseia a Teoria da Culpa?

    Teoria da culpa aquiliana que tem por fundamento a Lex Aquilia (Direito Romano) tratava da reparao dos danos causados s coisas alheias e era tambm conceituada teoria de culpa delitual. Podemos encontrar alguns registros a definindo como teoria extracontratual.Nessa teoria, o dano a ser indenizado dependia da demonstrao de culpa, ou seja, havia a necessidade de se estabelecer a prova do dano, quem o tinha cometido, se havia nexo entre o dano e a falta.Essa teoria da culpa era aplicada na Inglaterra no ano de 1837 e no Brasil era adotada antes da Lei n 3.724, de 15-1-1919.

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA NO BRASIL

    Em 1919, foi aprovada a primeira lei sobre Acidentes do Trabalho (Decreto - legislativo n 3.724, de 15 de janeiro de 1919) Responsabilidade sem culpaSurge o conceito de risco profissional.

    2. O que define a Teoria do Risco Profissional?

    De acordo com essa teoria, os acidentes advindos no trabalho passam a ser controlados pela exposio de riscos pelos empregados. Assim, se o empregador expunha o empregado a determinados riscos, ele era responsabilizado caso ocorresse algum acidente, sem ser discutido a questo da culpa do empregado ou no. A graduao da indenizao era aferida pela gravidade do acidente, assim quanto mais grave o acidente, maior a indenizao.

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA NO BRASIL

    Em 12 de outubro de 1927, o Decreto n 17.943-A aprova o Cdigo de Menores restringia: trabalho para o menos de doze anos; trabalho noturno para os menores de dezoito anos e exerccio de emprego para os menores de catorze anos na praa pblica.Em 1932, o Decreto n 22.042, idade mnima passou a ser 14 anos e necessidade de alguns documentos: certido de nascimento (de idade), autorizao dos pais ou responsveis, atestado mdico com avaliao de capacidade fsica e mental; prova para verificar se o menor sabia ler, escrever e contar.

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA NO BRASIL

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA NO BRASIL

    Em 1932, o Decreto 21.417-A. vetava para a mulher: o trabalho noturno das vinte e duas horas s cinco horas; trabalhos executados em subterrneos, nas mineraes em subsolos, nas pedreiras, nas obras de construo; trabalho em servios insalubres ou perigosos; remoo dos pesos.

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA NO BRASIL

    Em 1934, o decreto 24.637 de 10 de julho - ampliao do conceito de acidentes do trabalho, com a incluso de qualquer doena produzida pelo exerccio do trabalho ou em consequncia dele.Com o Decreto 7.036, de 1944 - defi nio mais adequada para acidente do trabalho. Foi mantida a concepo do risco profissional, mas foi ampliada a concepo do risco de autoridade.

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA NO BRASIL

    3. O que seria a Teoria do Risco de Autoridade?

    Baseando-se no fato de que o empregado era subordinado ao empregador, essa teoria definia que o patro era responsvel por qualquer acidente ocorrido no local de trabalho, pois o mesmo tinha total responsabilidade sobre o perigo existente na atividade do empregado. Uma vez que existia a subordinao o empregador assumia o risco da atividade do empregado e reparava o acidente caso este ocorresse, pagando a indenizao pelo ocorrido.

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA NO BRASIL

    - Em 1945 temos a criao da ABPA (Associao Brasileira para Preveno de Acidentes).

    4. Voc conhecia a ABPA?

    A ABPA a Associao Brasileira para Preveno de Acidentes e foi fundada em 21 de maio de 1941, completando em 2007, 66 anos. uma entidade civil, no governamental e sem fins lucrativos detentora de credibilidade na rea prevencionista do Brasil, do Exterior e com enorme destaque no Mercosul e Amrica Latina.

    http://www.abpa.org.br/

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA NO BRASIL

    - Em 1960, surge a portaria n. 319 que conceitua e regula o uso de Equipamento Individual de Proteo - chamado na poca de EIP.Em 1966, temos criado oficialmente o FUNDACENTRO (Fundao Jorge Duprat Figueiredo de Segurana e Medicina do Trabalho que em 1974 se vinculou ao Ministrio do Trabalho - MTb) - estudos e pesquisas sobre a sade ocupacional e os acidentes do trabalho.

    http://www.fundacentro.gov.br

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA NO BRASIL

    Em 1967, temos a Lei 5.316 - conceito de acidente ocorrido no percurso (trajeto).Em 1971, a STAP (Semana de Preveno de Acidentes do Trabalho) foi instituda pelo decreto 68.225.Em 1972, conquistamos a portaria n. 3237 regulamenta toda a organizao dos servios de segurana, higiene e medicina do trabalho nas empresas trazendo uma complementao ao quanto disposto no art. 164 da CLT.No final do ano de 1977, finalmente entra em vigor a nossa legislao sobre Segurana, Higiene e Medicina do Trabalho atravs da Lei 6514 de 22 de dezembro.Em 1978 baixada a Portaria 3.214 que j tem estabelecido 33 NRs (normas regulamentadoras).

  • UMA BREVE RETROSPECTIVA DE SUA EVOLUOHISTRICA MUNDIAL

    5. O que define a Teoria do Risco Social?

    Esta teoria define que os riscos de acidente do trabalho devem ser analisados de maneira que todos os membros da sociedade tenham uma proteo por igual, ou seja, tanto os acidentes fsicos como os decorrentes de desemprego (invalidez, velhice, etc.) devem ser de responsabilidade do Estado, deixando de ser de responsabilidade do empregador, por meio de seguro social. Seguro este que deve ser pago em funo do problema ocorrido, a sua gravidade at que o trabalhador tenha condies de voltar ao emprego. E, caso no tenha condies de retornar, o mesmo no seja esquecido, sendo beneficiado com um diploma legal especfico.

  • FUNDAMENTOS SOCIAIS DE SEGURANA NO TRABALHO: QUESTIONAMENTOS INTRODUTRIOS

    1. O que segurana?

    2. Desde quando nos preocupamos com segurana?

    3. Como buscamos a segurana e para que a buscamos?

  • FUNDAMENTOS SOCIAIS DE SEGURANA NO TRABALHO: QUESTIONAMENTOS INTRODUTRIOS

    As atividades laborativas so inerentes ao homem.Sempre houve condies e atos inseguros.

    Ativ. primitiva de subsistncia e sobrevivnciaDesenvolvimento agrcola e pastorilA era industrialSempre acompanhada de novos e diferentes riscos

    Benedito Cardella : a segurana um estado de baixa probabilidade de ocorrncia de eventos que provocam danos e

    perdas.

    Segurana do Trabalho; Segurana Domstica; Segurana no Trnsito; Segurana Pblica; Segurana de Informaes; Segurana Privada e outras.

  • FUNDAMENTOS SOCIAIS DE SEGURANA NO TRABALHO: QUESTIONAMENTOS INTRODUTRIOS

    Ateno para as doenas de origem ocupacionalPreservar o meio ambiente do trabalho (foco no apenas na preveno do corpo).Educao, sade, lazer, segurana e o trabalho -> Resp. Social

    A Segurana do Trabalho um conjunto de medidas de estudo e tecnologias aplicadas que visam proteo do trabalhador no seu local de trabalho, minimizando os acidentes de trabalho e demandando uma ateno especial no que tange questo da conscincia e da higiene do trabalho. Tem como objetivo precpuo a preveno de riscos e de acidentes relacionados s atividades laborativas, visando defesa da vida e da integridade do ser humano, bem como a proteo do meio ambiente.

  • FUNDAMENTOS SOCIAIS DE SEGURANA NO TRABALHO: QUESTIONAMENTOS INTRODUTRIOS

    1. E como fica a questo da segurana do trabalho e a responsabilidade social?

    A segurana do trabalho se encaixa no contexto da responsabilidade social a partir do momento em que as indstrias garantem que seus empregados retornaro para os seus lares da mesma forma como chegaram s fbricas: inteiros e sadios.

  • O Conflito Produo x Segurana

  • Definies IniciaisPerigo e Risco

    Perigo e risco costumam ser aplicados como sinnimos em diversos casos, inclusive em normas e leis

    O que perigo?O que risco?

  • RISCO e PERIGO qual a definio correta entre ambos?

    RISCO: capacidade de uma grandeza com potencial para causar leses ou danos a sade das pessoas.

    PERIGO: situao ou condio de risco com probabilidade de causar leso fsica ou dano sade das pessoas por ausncia de medidas de controle.

    "diz que importante fixar que o perigo fonte (causa) e o risco a consequncia."

  • RISCO e PERIGO qual a definio correta entre ambos?

    "duas pessoas cruzando um oceano, uma em um navio e outra em um barco a remo. o principal perigo de guas profundas e grandes ondas o mesmo nos dois casos, porm o risco ( ou seja, a probabilidade de acontecer algum dano) muito maior para a pessoa que est no barco a remo."

  • RISCO e PERIGO qual a definio correta entre ambos?

    Perigo uma ou mais condies de uma varivel com potencial

    necessrio para causar danos, como: leses pessoais, danos a equipamentos e instalaes fsicas, danos ao meio-ambiente, perda de material em processos, perda da capacidade produtiva

    a fonte (agente fsico, fator humano, situao ou condio) que tem o potencial para contribuir ou causar um efeito indesejado (leso, morte ou dano material) quando no controlado

  • RISCO e PERIGO qual a definio correta entre ambos?

    Perigo uma propriedade inerente de um agente fsico, qumico,

    biolgico, ou conjunto de condies que apresentam potencial para um acidente

    Ex: o transporte rodovirio de uma carga inflamvel uma atividade inerentemente perigosa. O risco envolvido expresso em termos de Probabilidade x Severidade

    Um perigo, assim, pode ser uma causa ou um fator que contribui para um risco

  • RISCO e PERIGO qual a definio correta entre ambos?

    Risco probabilidade de possveis danos dentro de um perodo

    especfico de tempo, em um cenrio especfico probabilidade x gravidade

    a combinao da probabilidade e das consequncias de ocorrer um evento perigoso o termo risco deve ser entendido como sendo um

    adjetivo que caracteriza o perigo, podendo este ter um risco alto ou baixo por exemplo

  • RISCO e PERIGO qual a definio correta entre ambos?

    Risco (quantitativamente)

    Probabilidade de ocorrncia x Severidade do impacto

    Quantificao costuma ser necessria apenas quando os danos podem ser de grandes propores, em termos de perdas de vidas humanas ou perdas econmicas

    Vazamentos de gases letais em petroqumicas, acidentes em usinas nucleares, vazamentos de cargas txicas durante o transporte

  • Perigo e Risco

    Assim, pode-se pensar que:

    identificamos perigos (ao identificar condies com potencial para causar danos)

    avaliamos riscos (ao avaliar a probabilidade de ocorrncia e as consequncias do evento gerador do dano)

  • Avaliao de Riscos

    Exemplo de escala para avaliao

  • Gerenciamento de Riscos

    Processo de tomada de deciso que visa minimizar as consequncias de possveis eventos negativos no futuro, ou, em outras situaes, maximizar os benefcios de possveis eventos positivos

    uma funo de controle, uma vez que visa manter um determinado perigo dentro dos limites

  • Etapas do Processo deGerenciamento de Riscos

  • Definies iniciaisAcidente

    Segundo a Lei 8213, acidente de trabalho o que decorre do exerccio dotrabalho a servio da empresa, provocando leso corporal ou perturbaofuncional, que cause a morte, ou a perda ou reduo, permanente outemporria, da capacidade para o trabalho.

    acidentes tpicos: so os que provocam leses imediatas (a capacidade para o trabalho se reduz logo aps o acidente), tais como cortes, fraturas, Queimaduras

    doenas profissionais: so doenas, como a silicose, DORTs inerentes a determinado ramo de atividade, paulatinamente contradas em funo da exposio continuada

    acidente de trajeto: so acidentes sofridos pelo empregado ainda que fora do local e horrio de trabalho, como os ocorridos no percurso da residncia para o trabalho ou deste para aquele

    Lei 8213/91 - Plano de Beneficios da Seguridade Social

  • Acidente

    Tal definio insuficiente para a rea da preveno, j que ela exige que haja leso para que se caracterize o AT, e existem vrias evidncias de que os acidentes com vtimas so apenas a ponta do iceberg

    Um nmero muito maior de casos ocorre gerando apenas a perda de tempo e de materiais

    Numa viso mais prevencionista, o acidente de trabalho todo o evento inesperado e indesejvel que interrompe a rotina normal de trabalho, podendo gerar perdas pessoais, materiais ou pelo menos de tempo (mesmo que invisveis)

  • Acidente

    Ocorrncia no planejada, instantnea ou no, decorrente da interao do ser humano com seu meio ambiente fsico e social de trabalho e que provoca leses e/ou doenas ocupacionais e/ou danos materiais

    Que tamanho uma perda deve ter para caracterizar um acidente?

    Deve ser suficientemente grande para interromper a atividade, atrapalhar o cumprimento dos objetivos

  • AcidentesIndividuais x Organizacionais

    Acidentes individuais afetam uma pessoa ou um pequeno grupo as conseqncias esto relacionadas s vtimas so relativamente freqentes

    Acidentes Organizacionais de grande proporo e prejuzos, afetando toda a organizao so comparativamente raros, porm catastrficos poucas organizaes conseguem sobreviver aps a ocorrncia

    de um acidente deste tipo

  • Acidentes Organizacionais

  • Quase-acidente ou incidente

    So eventos instantneos, com uma repentina liberao de energia e que tiveram o potencial de gerar um acidente

    No resultam em danos materiais ou leses, mas geralmente em perdas de tempo

    O conhecimento dos quase-acidentes fornecem informaes para as organizaes identificarem deficincias e estabelecerem medidas de controle, permitindo eliminar ou reduzir a probabilidade de que se tornem acidentes reais em uma situao futura

  • Houve um quase-acidente?

  • Tipos de quase-acidentes

    A) Feedback positivo O acidente no aconteceu porque as defesas estavam

    funcionando Serve de exemplo para reforar boas prticas

    B) Feedback negativo O acidente no aconteceu por pura sorte Correo imediata das falhas

  • Quase-acidentes e acidentes

    O conhecimento da definio de quase-acidentes e acidentes de fundamental importncia, principalmente para entender a relao existente entre os dois e realizar uma atuao mais eficiente na rea de SST

    Diversos estudos buscam definir as relaes entre os quase-acidentes e acidentes: a pirmide de Henrich (1959), mostra que para cada 300 quaseacidentes,

    existem 29 acidentes com leses menores e 1 acidente grave, com morte;

    a pirmide de Fletcher (1972), na qual para cada 1 acidente com morte, existem 19 acidentes com leses menores e 175 quase-acidentes;

    e a pirmide de Bird (1969), na qual para cada 1 leso sria, h 10 leses leves, 30 danos a propriedade e 600 quase-acidentes.

  • Quase-acidentes e acidentes

    A exata proporo entre os diversos tipos de eventos no o importante, mas sim o conhecimento das relaes, indicando claramente que um engano a empresa fazer maiores e exclusivos esforos no controle dos raros eventos que resultam em danos srios, sendo que h uma imensa quantidade de eventos que fornecem uma melhor base para formular medidas de controle que eliminem ou reduzam a ocorrncia dos acidentes

    Os quase-acidentes devem ser entendidos como ocorrncias inesperadas que apenas por pouco deixaram de se tornar um acidente e que devem ser considerados como avisos daquilo que pode ocorrer, sendo que, se tais avisos forem ignorados pela empresa, o acidente ocorrer

  • Definies iniciaisErro humano

    Wickens, Gordon e Liu (1998) definem erro humano como um comportamento humano inapropriado que diminui o nvel de eficincia ou segurana do sistema, que pode ou no resultar em um acidente ou dano. Inclui equvocos feitos por humanos que operam um sistema, que projetam o equipamento, que treinam, orientam ou supervisionam o trabalhador.

    Sanders e McCormike (1993) citam erro humano como uma deciso humana indesejvel ou inapropriada ou comportamento que reduz ou tem o potencial de reduzir a eficcia, a segurana ou o desempenho do sistema.

    Houve um desvio em relao ao mtodo seguro de execuo, assumindo que aqueles que executavam a tarefa tinham todos os recursos disposio (autoridade para executar o mtodo correto, materiais, superviso,...)

  • Definies iniciaisErro humano

    Uma deciso equivocada (quando vista retrospectivamente) foi tomada, havendo todos os recursos disponveiso Um erro no necessariamente leva a resultados indesejados a sorte

    pode ajudar

    Erro humano no s do operrio, mas tambm dos projetistas, gerentes, manuteno, etc.o Focalizar o sistema inteiro

    Porque ento busca-se culpar o operador?o da natureza humana culparo Sistema legal voltado busca de culpa e responsabilidadeo mais cmodo para a gernciao Investigaes normalmente consideram um contexto restrito

  • Definies iniciaisErro humano

    O termo erro humano tem sido geralmente utilizado para se referir a uma desateno ou negligncia do trabalhador e enquadrado como causa de muitos acidentes.

    Porm para a Ergonomia e GSST, os erros humanos so sintoma de Disfuncionamento do sistema, como decorrncia de condies inadequadas de trabalho, fruto das interaes entre ser humano-trabalho, ser humano mquina, como:o falta de treinamentoo instrues erradaso sobrecarga de trabalhoo postos de trabalho deficientes

  • Definies iniciaisAto inseguro x Condio insegura

    Ato inseguroo NBR 14280 uma ao ou omisso que, contrariando o preceito

    de segurana, pode causar ou favorecer a ocorrncia do acidenteo Chiavenato (1999) a violao do procedimento aceito como

    seguro, tais como no usar equipamento de proteo individual, distrair-se ou conversar durante o trabalho, limpar a mquina em movimento, fumar em local proibido

    Condio insegurao NBR 14280 condio ambiente de insegurana condio do

    meio que causou o acidente ou contribuiu para a sua ocorrnciao Chiavenato (1999) a condio fsica ou mecnica existente no

    local, na mquina, no equipamento ou na instalao (que poderia ter sido protegida ou corrigida) e que leva ocorrncia de um acidente

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

    SEGURANADe forma sucinta, podemos compreend-la como uma situao em que haja minimizao na verdade uma tentativa de iseno de riscos. Mas, como sabemos que a supresso completa de todos os riscos algo praticamente impossvel, a segurana deixa de ser algo absoluto e passa a ser um compromisso sobre uma relativa proteo no que tange a exposio aos riscos, ou seja, a ausncia de risco no aceitvel. Podemos compreend-la melhor como antnimo de perigo.

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

    ACIDENTEQuando imaginamos um acidente o que que nos vem mente? Uma fatalidade, um acontecimento que causa um dano material, fsico ou moral (consequncias indesejveis). Mas esse fato era previsvel ou no? A princpio, no era previsto. Por que a princpio? Porque eles podem ser previstos e evitados uma vez que os acidentes no so fatos de simples coincidncias ou determinao do destino.Tambm devemos ter em mente que o acidente no escolhe a hora e nem o lugar e por isso que precisamos ficar atentos, tomando atitudes preventivas.Existem pessoas que se profissionalizam para se dedicar a sua preveno. Quer um exemplo dessas pessoas? Ns, que somos uns dos responsveis pela questo da segurana no ambiente de trabalho. Assim, no podemos esquecer que todo acidente tem uma causa definida, por mais imprevisvel que parea ser, uma vez que se forma pela combinao de fatores humanos e tcnicos.

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

    ACIDENTE DO TRABALHODe acordo com o artigo 2, da Lei n. 6.367, de 19 de outubro de 1976, Acidente do trabalho aquele que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa, provocando leso corporal ou perturbao funcionalque cause a morte, ou perda, ou reduo, permanente ou temporria, da capacidade para o trabalho.No podemos esquecer que integra o conceito de acidente o fato lesivo sade fsica ou mental e a causalidade, ou seja, o nexo causal entre o acidente e o trabalho, sem deixar de analisar tambm a reduo dacapacidade laborativa ocorrida. Assim, o acidente de fato uma ocorrncia que causa perturbao no sistema de trabalho, gerando danos pessoais ou patrimoniais que impede a conquista do objetivo final do trabalho.

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

    ATO INSEGURO (DESVIOS) o ato de comportamento humano que geralmente tomado de forma contrria a qualquer norma de segurana. E esse fato se d geralmente, mesmo quando a pessoa est consciente da atitude tomada. Ou seja, pode ser praticado de forma consciente ou no. Na vida domstica, so exemplos de atos inseguros: ligar aparelhos domsticos com as mos molhadas, retirar alimentos quentes do fogo sem a proteo adequada nas mos, deixar crianas prximos ao fogo, etc.J no ambiente laboral, o ato inseguro pode ser interpretado como o comportamento despreocupado do trabalhador que pode lev-lo a sofrer um acidente. Geralmente, so praticados por trabalhadores que desrespeitam regras de segurana ou no as conhecem devidamente, e ainda aqueles, que tm um comportamento contrrio preveno. Um exemplo comum a utilizao de capacetes em determinados ambientes de uma indstria onde alguns empregados alegam no gostar de usar porque o capacete esquenta a cabea, ou porque faz suar muito a cabea.

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

    CONDIO INSEGURA a condio no ambiente de trabalho que oferece perigo e/ou riscos para a integridade fsica e para a sade do trabalhador, bem como riscos ao patrimnio da empresa (bens materiais), pois correspondem a deficincias ou irregularidades tcnicas dentro da empresa.So exemplos de condies inseguras: instalao eltrica com fios desencapados, mquinas em estado precrio de manuteno, m iluminao, excesso de calor ou frio, umidade, gases, vapores e poeirasnocivos dentre tantas outras condies no adequadas para um ambiente de trabalho saudvel.

    Vale pena refletir:Quando trabalhamos no combate da diminuio das condies inseguras e dos atos inseguros, com o objetivo de extirp-los do ambiente de trabalho, temos a real possibilidade de reduzir os acidentes e as doenas ocupacionais. Essa a funo da Segurana do Trabalho!

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

    DANOQuando pensamos em dano, pensamos em qu? Em prejuzo, algo que faa mal a algum, nocivo. O prejuzo pode ser material ou moral. Quando ofendemos ou quando maltratamos uma pessoa estamos lhe causando um dano moral. Quando retiramos indevidamente ou destrumos o patrimnio de algum estamos lhe causando um dano material.O dano vem do latim dano e se manifesta de diversas formas: dano culposo, dano doloso, dano material, dano moral, dano contratual, dano extracontratual etc.

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

    LESOA leso se caracteriza pelo dano fsico ou psquico. Uma das melhores definies indicadas sobre o tema parte do professor Nelson Hungria, que nos apresenta um conceito bem claro e amplo. Segundo Hungria, a leso corporal compreende toda e qualquer ofensa ocasionada normalidade funcional do corpo ou organismo humano, seja do ponto de vista anatmico, seja do ponto de vista fisiolgico ou psquico. Mesmo a desintegrao da sade mental leso corporal, pois a inteligncia, a vontade ou a memria dizem com a atividade funcional do crebro, que um dos mais importantes rgos do corpo. No dizem com a atividade funcional do crebro, que um dos mais importantes rgos do corpo. Nose concebe uma perturbao mental sem um dano sade, e inconcebvel um dano sade sem um mal corpreo ou uma alterao do corpo. Quer como alterao da integridade fsica, quer como perturbao do equilbrio funcional do organismo (sade), a leso corporal resulta sempre de uma violncia exercida sobre a pessoa.

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

    RISCOO risco a possibilidade de acontecer algo, uma incerteza quanto a ocorrncia de acidente ou uma srie deles. Assim, a sua existncia gera a probabilidade de ocorrncia de diversos efeitos representando apenasuma perspectiva de possveis danos. Pode ser classificado como alto, mdio e baixo; assim, quanto maior exposio aos riscos, maiores sero as consequncias (mais gravosas) caso ocorra um evento danoso.

    PERIGOO perigo a exposio relativa a um risco que pode causar um dano, uma situao de ameaa. Para tentarmos alcanar a to desejada segurana, devemos ter em mente a necessidade de identificao e anlise dos perigos.

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

    FALHA uma no-conformidade de uma funo em relao a um componente especfico. A perda da funo de um equipamento considerando uma falha.

    INCIDENTETambm chamado de quase-acidente qualquer evento ou fato negativo com potencialidade para provocar dano. Caracteriza-se por uma situao em que no h leses. Podemos citar um exemplo domstico: uma dona de casa derruba a gua fervendo que havia colocado para fazer um ch, mas no sequeima. Ou seja, aconteceu o incidente, mas no ocorreu nenhum dano..

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

    PERDA uma ciso da relao possuidor-objeto, enquanto o dano uma alterao no objeto. Por exemplo, quando uma pessoa sofre um dano ela sofre uma perda, mas nem sempre quando a pessoa sofre uma perda elanecessariamente sofre um dano. Quer ver? Se uma pessoa furtada, ela sofreu uma perda mas no um dano. A perda pode ser reparvel ou irreparvel. reparvel quando o bem substituvel ou indenizvel, gerando uma plena satisfao quele que sofreu o prejuzo; irreparvel quando o bem no pode ser substitudo ou restaurado. Por exemplo, irreparvel a perda de vidas, da moral e at de partes do nosso corpo (mutilao). E, neste caso, existe indenizao? Existe sim, mas com carter meramente compensatrio.

  • CONCEITOS BSICOS PARA O ESTUDO DESEGURANA

    RISCOS AMBIENTAISSo os riscos que estamos submetidos no ambiente laboral, domiciliar e at mesmo nos locais de lazer, esses riscos podem provocar um dano fsico, social ou econmico e se dividem em: - Riscos fsicos: aqueles provocados por algum tipo de energia, por exemplo: equipamentos que geram calor, frio, radiaes, presses anormais, umidade, vibraes eltricas, etc- Riscos qumicos: provocados por substncias qumicas slidas, lquidas ou

    dispersas no ar e a poeira- Riscos biolgicos: so os seres vivos e as amostras provenientes deles

    como por exemplo: vrus, bactrias, fungos, protozorios, animais (insetos, roedores...), vegetais, amostras biolgicas (urina, fezes, sangue, secrees...)

    - Riscos ergonmicos: so aqueles riscos que interferem no conforto e na sade do indivduo, como por exemplo: monotonia, movimentos intensos e repetidos, carregamento manual de peso, assdio moral, leses corporais etc

  • Atividade Complementar

    1. Relacione Segurana no Trabalho e Responsabilidade Social.2. Como a Revoluo Industrial auxiliou na Evoluo da Segurana no

    Trabalho?3. Como relacionar o dano e a leso?4. Qual a diferena da Teoria da Culpa para a Teoria do Risco Profissional?5. Qual a diferena entre o risco e o perigo?6. Diferencie ato e condio insegura.7. O que seria um quase-acidente?8. Quais so as ocorrncias notificadas via CAT?9. Defina acidente do trabalho.10.Como a Revoluo Industrial interferiu no desenvolvimento da rea de

    segurana e sade no trabalho?