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UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” FAAC - Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação Projeto Gráfico do Livro Paradidático Infantil Bauru - 2011

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UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”FAAC - Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação

Projeto Gráfico do Livro Paradidático Infantil

Bauru - 2011

Projeto Gráfico do Livro Paradidático Infantil: “Caí, Perdi um Dente...e Daí?”

Mariana Hortolani Rodrigues

Projeto Gráfico do Livro Paradidático Infantil: “Caí, Perdi um Dente...e Daí?”

UNESP - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”FAAC - Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação

Trabalho apresentado como exigência parcial para

obtenção do grau de Bacharel em Design com habilitação

em Design Gráfico da Faculdade de Arquitetura, Artes e

Comunicação - Departamento de Design.

Orientadora: Cassia Leticia Carrara Domiciano

Aluna: Mariana Hortolani Rodrigues

Bauru - 2011

Agradecimentos Primeiramente, agradeço a Deus, que me deu todas as oportunidades para

desenvolver algo que realmente valesse o esforço. Agradeço a minha família que me apóia todos os dias, pela sua paciência,

mesmo naqueles momentos difíceis...À minha mãe, por sua ajuda não só como mãe, mas como pedagoga, ao meu pai que sempre achava tudo muito legal e me animava, aos meus avós que estão o tempo todo me ajudando e ao Du, que sempre acaba me guiando para os caminhos certos, mesmo sem dizer nada...

Agradeço também ao meu namorado, Gui, que todo este tempo teve paciência e sempre esteve disposto a me ajudar, muito.

Agradeço às minhas “anjos da guarda”: Professoras Susy e Sileide, pela sua ajuda e carinho, sempre; à Professora Cidinha, pela brilhante oportunidade e à Professora Cássia que, desde o início, foi uma orientadora “mãe”, sempre com bons conselhos e ótimas idéias.

Agradeço aos meus amigos que estiveram sempre comigo nesta jornada chamada “faculdade”: Helena, Igor, Luciana (Iuiu), e Bruno (Tsuru). Sem vocês eu nada seria, amo vocês.

Agradeço também aos meus amigos que me ajudaram neste projeto: Herisson, Lia, Allan, Marina, George, Kim e tantos outros que estiveram sempre à disposição com muita alegria.

Agradeço também ao Professor Milton Nakata por sua ilustre presença em minha banca.

Por fim, agradeço a todos que tanto torceram e me apoiaram.

Valeu gente!

Dedicatória

Dedico este projeto à todas as crianças que sabem o que é

realmente ser criança.

São as nossas escolhas, mais do que as nossas capacidades, que mostram quem realmente somos.

Rowling, J.K. in Harry Potter e a Câmara Secreta

””

Resumo/Abstract

O projeto consiste na criação de um livro paradidático que auxilie na questão da saúde bucal em meio infantil. O público alvo escolhido foi crianças em fase escolar que brincam o dia todo e estão sujeitas a todo tipo de acontecimento decorrente de suas brincadeiras, como quedas, arranhões e perda de dentes permanentes.

Com muitas ilustrações cativantes, o livro exercita o imaginário e estimula a criatividade. Além disso, possui a Realidade Aumentada, o que o torna interativo, permite que seja manuseado por todos os tipos de crianças (até mesmo pelas que possuem necessidades especiais), estimula o lúdico e auxilia à educação, trazendo uma maior interação dentro da sala de aula e até mesmo fora dela.

The project consists in creating a textbook that helps the issue of oral health among children. The target audience chosen was children in school age, who play all day and are subject to all kinds of event due to their play, such as falls, scratches and loss of permanent teeth.

With many attractive illustrations, the book exercises the imagination and stimulates the creativity. Furthermore, it has an Augmented Reality, which makes it interactive, allows to be handled by all types of children (even by those with special needs), encourages the playful and assists the education, bringing a greater interaction within the classroom and even beyond it.

Sumário

1. Introdução....................................................................................10

2. A Infância......................................................................................12 2.1 Os primeiros contatos entre a criança e a leitura de textos......16

3. Os livros Infantis..........................................................................18 3.1 A Literatura Infantil.................................................................18 3.2 A Criança e o Livro...................................................................19 3.3 O Livro Infantil como Objeto de Design...................................21 3.4 O Livro Infantil Atualmente.....................................................23 3.5 O Livro Paradidático................................................................24

4. Ilustrações....................................................................................27 4.1 Uma breve história da ilustração nos livros infantis..................27 4.2 Funções da Ilustração..............................................................28 4.3 A Ilustração nos Livros Infantis Atuais......................................30

5. Realidade Aumentada...................................................................32 5.1 Afinal, o que é? Como funciona? ..............................................32 5.2 Realidade Aumentada auxiliando no Processo Educacional......35

6. O Projeto....................................................................................38 6.1 Uma pequena descrição........................................................38 6.2 Análise de Similares..............................................................39 6.3 Referências Visuais...............................................................45 6.4 O Livro - Projeto Gráfico.......................................................46

7. Considerações Finais...................................................................61

8. Bibliografia.................................................................................62

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1. IntroduçãoQuando se propõe um projeto, como por exemplo, a produção de

um livro infantil, é necessário o conhecimento da melhor maneira de se criar uma mensagem a ser transmitida para a criança, de acordo com sua faixa etária.

Atualmente, assim como a maioria das pessoas, as crianças têm demonstrado grande interesse à interatividade por ter contato com outros meios de comunicação e aprendizado, como o computador.

Infelizmente, a leitura não é incentivada e há pouco investimento nela. Muitas escolas se contentam com livros paradidáticos simples, com poucas ilustrações e muitos textos, que muitas vezes se tornam cansativos e maçantes para os pequenos leitores. Algumas tentam inovar integrando softwares de aprendizado às aulas, mas somente nas horas em que estão em salas de informática. Esquecem que a criança precisa exercitar sua imaginação para criar sua visão de mundo, como afirma Nelly Novaes Coelho.

“As forças da fantasia, do sonho, da magia, da imaginação, do mistério, da intuição são desencadeadas como novas possíveis formas de representação da experiência humana.” (COELHO, 2000)

Neste sentido, os livros paradidáticos, por seu caráter educativo, pouco estimulam os leitores.

Por conta disso, se fez necessário um estudo para o desenvolvimento de um projeto que pudesse auxiliar no processo de aprendizagem e ser um objeto lúdico com o qual a criança se sinta estimulada a ler e interagir.

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“A criança é pouco abordada como ‘usuário’ durante o curso de Design. Como criar mensagens e produtos para crianças sem conhecê-las e compreender se tal trouxe a elas algum beneficio, ou se atingiu algum objetivo específico? Por esta razão faz-se necessário pesquisar sua forma de perceber e relacionar-se com os objetos e livros.” (DOMICIANO & COQUET, 2008)

Além disso, este projeto é destinado à utilização pelo programa Doutores Mirins, vinculado a Faculdade de Odontologia de Bauru, da Universidade de São Paulo (USP). Por essa razão, se fez necessária a criação de uma identidade que fortalecesse o programa, auxiliando em sua divulgação entre o meio escolar.

O trabalho, portanto, propõe a criação de um livro para ser lido não somente na escola, como material de auxilio ao aprendizado, mas também para ser brincado, em casa, com o auxilio do computador, que tem se tornado ferramenta essencial para o estudo de muitas crianças.

Para dar maior consistência ao projeto, abordamos algumas questões teóricas. Julgamos de extrema importância entender como se dá o aprendizado nos diferentes estágios da infância, o que pôde ser analisado a partir dos estudos baseados principalmente nas obras de Piaget. Revisamos também os conceitos de design que são fundamentais, pois levam a estimular os sentidos e tornam o projeto atrativo às crianças. O design age não somente como meio de criação e desenvolvimento, mas como um estimulo maior à interatividade livro-criança.

Analisamos ainda alguns similares. Este procedimento é fundamental para que o trabalho tenha caráter inovador em meio aos produtos já fabricados e comercializados nesta área.

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2.A InfânciaConsidera-se infância o período compreendido entre o nascimento

e o décimo primeiro ano aproximadamente, sendo um momento de grande desenvolvimento físico (ganho de estatura e peso) e intelectual (psicológico, incluindo-se comportamento e traços importantes de caráter e personalidade).

Os principais estudos na área de psicologia infantil deram-se no inicio do século XX. Neles, Jean Piaget e Lev Vigotsky ganharam reconhecimentos devido aos seus importantes trabalhos ligados à linha cognitivo-desenvolvimental.

A individualidade, no entanto, existe e o desenvolvimento de duas ou mais crianças de uma mesma idade nunca se dará exatamente da mesma maneira. Porém GESSEL (1996) afirma que:

“Mesmo isto ocorrendo, estas variações individuais ligam-se a uma tendência central porque as sequências e o plano básico do desenvolvimento humano são características relativamente estáveis.”

Assim sendo é possível traçar algumas características da infância.Ela divide-se em três fases principais: a primeira infância (dos 0 aos

3 anos de idade), a segunda infância (dos 3 aos 6 anos de idade) e a terceira infância (dos 7 aos 12 anos). Mesmo as crianças consideradas maduras são ainda despreparadas psicologicamente antes da puberdade, por isso se enquadram na terceira infância. Existem divergências nestas divisões, no entanto, todos concordam que a criança tem diferentes estágios de desenvolvimento, sendo

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necessários tratamentos e estímulos diferenciados para cada um deles.Segundo Piaget, é nos primeiros anos de vida que se forma a inteligência

(in MUNARI, 1981. ) Ele também afirma ser nos primeiros anos de vida que as crianças conhecem o ambiente que as rodeia por meio de todos seus receptores sensoriais, e não apenas através da visão ou da audição, percebendo sensações táteis, térmicas, sonoras e olfativas.

Até os seis anos a criança estabelece fundamentos sociais e mentais que levará para o resto de sua vida, alimentados pelo seu aprendizado. Isso pode determinar o quanto ela contribuirá para a sociedade quando for adulta, por isso deve ser muito bem estimulada.

LIMA (2001), em seus estudos baseados nas obras de Jean Piaget, traça as seguintes linhas de desenvolvimento psicológico: sensório-motor ( zero a dois ou três anos), simbólico (dois/três anos a quatro/cinco anos), intuitivo (quatro/cinco anos a sete/oito anos), operatório concreto (de sete/oito a onze/doze anos) e operatório abstrato (de onze/doze anos em diante).

No estágio Sensório-Motor a criança desenvolve seu controle motor e aprende sobre objetos que a cercam através de ações e sentidos. No Simbólico a criança começa a adquirir a fala, produzir desenhos, dramatizações e a representar mentalmente um objeto.

No estágio Intuitivo a criança começa com os “porquês”, já distinguem fantasia de realidade e tem grande interesse em experimentações. No operatório concreto ela começa a lidar com números, relacionamentos e outros conceitos abstratos.

E por fim, no estágio Operatório Abstrato há o raciocínio lógico

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sistematizado, abstrato. É a passagem para a fase adulta. Além destas divisões temos outras, que analisam faixas etárias em

diferentes períodos. Por conta da idade do público alvo visado (a partir dos 7 anos de idade), utilizaremos as divisões da infância, propostas por Piaget, que se dispõe da seguinte forma: primeira infância, dos 15 meses aos três anos de idade; a segunda infância, dos três aos seis anos de idade e a terceira infância, dos sete aos aos doze anos, aproximadamente.

Primeira InfânciaÉ a fase onde a criança começa a aprender e a reconhecer o mundo ao

seu redor, explorando seus sentidos. Cria sua auto-imagem através das informações que recebe dos adultos. Não diferencia indivíduos, estabelecendo laços afetivos facilmente.

Neste período a criança desenvolve a capacidade de atribuir vida a objetos inanimados, conhecer e associar formas aos sons, o que auxilia no desenvolvimento de sua linguagem.

Aprende pela imitação daquilo que vê os adultos fazendo. Também começa a compreender as regras sociais do mundo que a cerca, desenvolvendo algumas preferências de roupas, brinquedos e lugares, por exemplo.

Segunda InfânciaFase de fantasia, imaginação. Aqui a criança torna o impossível possível,

não diferencia muito bem realidade de fantasia. O fantástico lhe desperta grande interesse.

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Para Piaget é a fase animista, na qual tudo é dotado de vida e vontade. Por este motivo muitas crianças tratam bichos de pelúcia, por exemplo, como animais de verdade, oferecendo-lhes comida, colocando-lhes roupas, entre outros.

É neste período que a criança busca pelo saber. Muitos há conhecem como fase dos porquês. A atenção se concentra nos significados, no entanto o raciocínio é baseado em objetos concretos.

Sua linguagem se consolida e já se relaciona palavras e figuras. Aqui a criança começa a tomar gosto pela leitura, no entanto ainda precisa de grande estímulo visual, como figuras, dobraduras, colagens e outros para que sua atenção se prenda ao texto, que deve ser sempre curto e claro.

Ainda nesta fase, a criança começa a se identificar com determinadas pessoas, copiando alguns padrões comportamentais, embora os pais ainda sejam os modelos principais. Aos poucos ela estabelece interesse também por outros indivíduos da mesma idade.

Terceira InfânciaÉ a fase onde se encontra nosso público alvo. Nela a criança já tem

consolidada uma vida escolar, auto –imagem e está desenvolvendo sua auto-estima. Está caminhando para a adolescência.

Sua memória e linguagem já estão totalmente desenvolvidas, e ela se torna mais social. Compreende simbolismos e associa com maior facilidade pensamentos abstratos.

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Durante seu desenvolvimento perceptivo, é fundamental que a criança tenha contato com a linguagem textual. Segundo LARRICK(1969), a criança, aos oito/nove meses já se mostra encantada com uma simples canção de ninar ou com sons repetitivos, sendo capaz de imitá-las ou criar novas palavras, derivadas de outras, com o passar do tempo.

Aos três/quatro anos a criança gosta de explorar o mundo ao seu redor. LARRICK(1969) explica que esta etapa é muito importante, pois é nela que a criança sana sua curiosidade procurando respostas em livros, que se tornam fontes de novas idéias e experiências. COELHO(1981) completa dizendo que o livro carrega consigo grande responsabilidade na formação da consciência de mundo das crianças.

COELHO(1981) afirma também que, dos três aos seis anos as crianças tendem a escolher seus próprios livros, com uma preferência maior por aqueles que contenham situações familiares, contos com animais, mundos e seres fantásticos, fabulas, príncipes e princesas, entre outros.

Aos sete anos a criança já possui um pensamento racional, interessando-se mais por livros que realcem ações, aventuras, mistérios – que mostram heroísmo e coragem das personagens. Gostam também de assuntos relacionados a astronomia, pré-história, animais, trens, aviões – no entanto cobram por ilustrações trabalhadas e detalhadas (LARRICK, 1969).

Entretanto, é um grande problema encontrar livros direcionados corretamente às faixas etárias a que se destinam. O grau de complexidade do conteúdo deve crescer de acordo com o nível de aprendizado da criança.

NETO, ROSAMILHA E DIB (1974) chamam de “Inteligibilidade do

2.1 Os primeiros contatos entre a criança e a leitura de textos

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Texto” a propriedade que o material escrito deve possuir, primando por facilitar a compreensão de quem lê. No entanto, uma compreensão facilitada não é sinônima de um conteúdo resumido e vazio. Novas informações, experiências e vocabulários são fundamentais para promover o contato cada vez maior com novos conceitos, descobertas e situações atuais.

Mas, e se a criança não gostar de ler?

Apesar de os livros em geral existirem desde o século XV, é com a revolução industrial que sua qualidade gráfica e estrutural se desenvolve. O livro infantil torna-se sujeito a imposições técnicas e pedagógicas, sendo resultado de um trabalho artístico e cooperativo, que atende as expectativas estéticas, emocionais e psicológicas do público infantil (LINS, 2004). Assim sendo, para se conceber um livro é necessário estudar suas características conceituais e propriedades gráficas, assunto que trataremos a seguir.

“ O jeito é, com calma e sem criar tensões, buscar livros que possam interessar e serem lidos. Deve-se buscar o auxilio de livros ilustrados, de frases curtas, que não sejam demasiadamente infantis, a menos que a criança queira lê-los em voz alta para outra menor.” (SANDRONI e MACHADO, 1998, pág. 19).

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3. Os Livros Infantis

3.1 A Literatura Infantil

A literatura infantil tem grande papel na vida da criança: apresentá-la ao fabuloso mundo dos textos. Ela deve sensibilizar, ajudar a criança a aprender a interpretar o mundo ao seu redor. Com ela a criança forma sua consciência, através da interpretação de signos, que podem ser parte se sua cultura ou de culturas diferentes.

Os primeiros livros para crianças foram feitos por pedagogos no fim do século XVII. Antes disso, elas eram obrigadas a contentar-se com livros adultos e nada atraentes. Hoje o livro tem cada vez mais atrativos, sendo inserido na vida da criança até mesmo antes que aprenda a ler. FREIRE (in SANDRONI e MACHADO, 1998) afirma que “a leitura de mundo precede a leitura da palavra”. Por conta disso, cada vez mais cedo crianças tem contato com livros que são apenas ilustrados, o que começa a estimular sua interpretação de mundo.

As obras de literatura infantil costumam ter em comum algumas características: tema voltado ao público infantil, linguagem simples e clara, muitas vezes com caráter didático, personagens que muitas vezes são crianças ou animais com características humanas, fantasia e sempre finais felizes – por mais que os personagens enfrentem situações de perigo extremo. Também costumam ter no máximo 100 páginas, sendo mais comum um número bem menor do que este e com muitas ilustrações.

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3.2 A Criança e o Livro

Atualmente a exigência das crianças por livros diferenciados é grande. Segundo LINS (2004) “as crianças da nova geração recebem uma grande carga de informações visuais, coisas que há alguns anos, nem adultos recebiam”. Junte a isso a internet e a televisão, que fornecem todo tipo de informações e verá o quanto um livro deve ser bom para agradar as crianças de hoje.

Portanto, para fazer um livro atrativo é preciso, acima de tudo, conhecer muito bem as crianças de hoje. Dessa forma, podemos oferecer a elas um material que permita conhecer novos mundos, enriquecer-se culturalmente, ensinar de forma construtiva e criar pensamentos que poderão acompanhá-las por toda a vida.

A leitura em casa é muito importante, pois muitas vezes a criança tem contato com livros apenas na escola, considerando-os maçantes e sem atrativos. Se, desde pequena, ela for estimulada a ler também em casa, o livro se tornará um objeto cotidiano, que ela passa a considerar até mesmo como um brinquedo, estimulando-a

“O mundo muda, a moda muda, tudo muda. A criança de hoje pensa, lê e vê o mundo de uma forma diferente. Da mesma maneira, o livro, enquanto produto dinâmico, tem que se atualizar constantemente.” (LINS, Guto, 2004, pág.36)

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mental e ludicamente.O hábito da leitura deve ser cultivado sempre. É como comer: se os

pais oferecem determinado alimento para a criança ela pode aceitá-lo ou recusá-lo. Quando os pais tem o hábito de comer determinado alimento, ela sente-se estimulada a prová-lo também. Assim acontece com a literatura. A criança precisa ser constantemente estimulada pelos pais a “provar” novos livros, o que fará com que ela construa seu “paladar” literário ao longo do tempo, conforme se desenvolve.

“Se a leitura deve ser um hábito, deve ser também fonte de prazer, e nunca uma atividade obrigatória, cercada de ameaças e castigos, encartada como uma imposição do mundo adulto. Para se ler é preciso gostar de ler.” (SANDRONI e MACHADO, 1998, pág. 11)

Para a criação do hábito da leitura, a cada faixa etária é destinado um determinado tipo de publicação, que lhe desperte interesse. Por conta disso a literatura infantil é tão importante. Ela fala diretamente à imaginação, sem compromisso com a realidade. No entanto, é agente fundamental para a construção da realidade da criança.

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Quando ainda é um bebê, a criança vê o livro apenas como cor, figuras, papel, som. Com o tempo, passa a se familiarizar com o mesmo, vendo-o como fonte de diversão e lazer. No entanto, o livro deve ser direcionado ao seu público, adaptado, com figuras simples, cores vivas, ilustrações bem feitas, objetos familiares e de fácil manuseio – o que fará com que a criança se interesse por ele, tornando-o mais que um simples objeto, algo que ela realmente goste.

O homem primitivo representava nas paredes suas impressões, de modo artístico. A criança faz praticamente o mesmo ao desenhar em paredes ou mesmo sobre o papel. E ao mesmo tempo, tanto o homem primitivo como a criança desenvolvem a fala.

Com a fala e o surgimento da escrita, que representa sons, aliados a prática artística, o homem pôde começar a registrar sua história. Concluímos, assim, que desde os primórdios a escrita e a imagem se interagem. A forma como as representações das letras, os caracteres, evoluíram, mostra a importância de se facilitar a reprodução da comunicação através desta união.

A partir da invenção de Gutemberg, a impressão por tipos móveis, o livro tornou-se acessível a muitas pessoas, no entanto, poucas sabiam ler. Os tipo móveis evoluíram, dando lugar a diversos tipos de impressão. Hoje temos o off-set e a impressão digital, que possibilitam uma reprodução detalhada e diferenciada. E, com isso, temos uma evolução na forma de comunicação.

Não é incomum vermos, atualmente, livros que fujam do papel, feitos nos mais diferentes materiais como pano, madeira, plástico, metal. Na área infantil,

3.3 O livro infantil como Objeto de Design

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a riqueza é ainda maior, com uma infinidade de possibilidades para a criação de um livro: livros sonoros, para ler debaixo d´água, com cheiros, texturas, sabores, dobraduras do tipo pop-up (que saltam dando a ilusão de profundidade), janelas, e etc. – todas buscando uma maior interação entre a criança e o livro.

Segundo LINS (2004, pág. 23) todas as técnicas tem “basicamente o mesmo objetivo: contar uma história. E como a mesma história pode ser contada de várias maneiras e sempre recontada de forma diferente, esta pluralidade e diversidade só vem enriquecendo a nossa história.”

Tecido, texturas, aromatizados, fantoches, dobraduras - existem livros infantis de todas as formas

Imagens: www.livrariasaraiva.com.br/livros

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Hoje temos os e-books que estão mudando todo o conceito de interatividade que conhecemos, pois permitem a aplicação de novos recursos na produção de um livro infantil. Os livros impressos ainda persistem, pois somente através deles podemos ter contato com diferentes tipos de texturas, relevos, papéis e outras formas táteis.

Segundo LINS (2004, pág. 23) “com o tempo criaremos e teremos livros para serem impressos e para a web. Ambos coexistindo, abrindo e ampliando novos horizontes, novas linguagens e novos leitores.”

Os livros infantis, caracterizados por “livros cuja temática, pelo uso da linguagem, pelas cores, pelo formato são indicados principalmente para crianças” (LINS, 2004, pág. 44), devem atender a gostos de um determinado público que não se limitam apenas a crianças leitoras. Por exemplo, crianças pré-adolescentes tendem a rejeitar tudo que lhes parece infantil, por isso, temos que atender a esta problemática, criando livros atraentes também a esta faixa-etária. Já as pequenas, gostam de tudo que for colorido, com muitas ilustrações, porque o livro para elas é um brinquedo.

LINS (2004, pág. 36) afirma que “o livro, como produto de comunicação de uma sociedade plural, encontra diversas formas e suportes para se expressar. O tempo do livrinho exclusivamente bonitinho, bem desenhadinho e escritinho, já era.”

Guto Lins ainda afirma que falta profissionalização e investimento por parte das editoras, onde poucas têm um departamento de arte ou de marketing, e dificilmente se vê propagandas de livros infantis, enquanto que desenhos animados

3.4 O livro infantil atualmente

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e jogos tem uma publicidade excessiva e nem sempre auxiliam na formação do caráter do individuo.

O livro muitas vezes não é reconhecido nem como campo de atuação para os designers, o que implica na falta de profissionais qualificados para uma boa criação e produção destes produtos.

Junto a tudo isso ainda temos o fato do publico brasileiro não se interessar muito pela leitura – processo que começa desde a infância – e, com o tempo, a tiragem de exemplares tem se tornado cada vez menor. A língua portuguesa também se torna um problema, já que os livros produzidos para exportação tem de ser traduzidos e muitas vezes rediagramados.

Por todos estes fatores, a peça chave, atualmente, para a formação de indivíduos leitores tem sido a escola. Nela, alunos têm contato com todo o tipo de livro, com pedagogos que os direcionam a sua faixa etária, utilizando-os como materiais de apoio e fonte principal de ensino.

3.5 O Livro Paradidático

Os conhecimentos que o educando vai desenvolver ao longo de sua caminhada educacional estão estreitamente relacionados ao livro paradidático que a escola trabalha ao longo do período, com seus alunos.

Por mais diversificadas que sejam as concepções e as práticas de ensino e aprendizagem, possibilitar ao aluno uma forma de conhecimento adaptada para sua faixa etária implica escolher uma abordagem metodológica, ser coerente em

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relação a ela e, ao mesmo tempo, contribuir satisfatoriamente para a consecução dos objetivos, quer da educação geral, quer da disciplina e do nível de ensino em questão.

Por outro lado, os projetos de livros voltados à educação devem mobilizar e desenvolver várias competências cognitivas básicas, como a compreensão, a memorização, a análise, a sintaxe, a formulação de hipóteses e o planejamento. Portanto, o livro paradidático não poderá privilegiar uma única dessas competências, para dar maior ênfase a um determinado assunto.

Segundo Rangel (2000, pág. 08) “Como instrumento e reflexo dessa situação particular, o livro paradidático precisa atender a essa dupla exigência; de um lado, os procedimentos, as informações e os conceitos propostos nos manuais escolares devem ser corretos do ponto de vista das áreas do conhecimento a que se vinculam. De outro lado, além de corretos, tais procedimentos, informações e conceitos devem ser apropriados à situação didático-pedagógica a que servem. Em decorrência disso, necessitam atender ao consenso dos diferentes especialistas e agentes educacionais quanto aos conteúdos mínimos a serem contemplados e ás estratégias legítimas para a apropriação desses conteúdos. Na medida em que os currículos são a expressão mais acabada desse consenso, é imprescindível que os livros paradidáticos considerem as recomendações comuns às diferentes propostas curriculares estaduais e municipais em vigor”.

É fundamental que o livro paradidático venha acompanhado de orientações ao professor que expliquem os assuntos teóricos, de bibliografia e de sugestões de leituras que contribuam para sua formação e atualização. É importante que oriente o docente para a articulação dos conteúdos do livro entre

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si e com outras áreas do conhecimento, trazendo, ainda, proposta e discussão sobre a avaliação da aprendizagem. É desejável, também, que apresente sugestões de atividades, como vídeos, visita a sites da internet ou até mesmo a espaços públicos direcionados ao assunto e de leituras para os alunos.

O livro paradidático é um recurso indispensável dentro do espaço escolar, pois o professor pode utilizá-lo como suporte para planejar suas aulas, elaborar atividades, selecionar questões, ampliar seus conhecimentos, elaborar avaliações. É através dele que o aluno interage com a história, desenvolve pesquisas e tem contato com assuntos diferentes daqueles vistos diariamente no ambiente escolar.

“A educação escolar caracteriza-se pela mediação didático-pedagógica que se estabelece entre conhecimentos práticos e teóricos. Por isso mesmo, seus procedimentos e conteúdos devem adequar-se tanto à situação especifica da instituição escolar e do desenvolvimento do educando quanto aos diferentes saberes a que se recorre.” (RANGEL, 2000, pág. 08)

O livro paradidático é peça fundamental para o cumprimento do currículo escolar, pois com o livro o aluno lê, pode resolver as atividades no próprio livro (quando houver), tem contato com novos assuntos, novas ilustrações, novos meios de interação e ainda é estimulado à leitura de diferentes obras, e não apenas os livros que tem contato no ambiente escolar – que muitas vezes, por serem maçantes, fazem com que o educando perca o gosto pela leitura, tornando-se um adulto que não preserva o hábito de ler e, portanto, não desenvolve suas competências de forma completa.

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4. Ilustrações

Desde que nasce, o homem se vê rodeado de imagens. Estas antigamente tinham como característica o cunho ritualístico, mágico, religioso, representando valores simbólicos. Com o tempo, foram evoluindo até serem o que hoje é definido como “ imagem pictórica, geralmente figurativa, embora raras vezes abstrata, utilizada para acompanhar, explicar, acrescentar informação, sintetizar ou até simplesmente decorar um texto.” (LINS, 2004 pág. 23).

Foi na primeira metade do século XVII, na Inglaterra, que as primeiras obras infantis começaram a aparecer. Posteriormente, no século XIX, com a Revolução Industrial, o livro desenvolveu-se com maior cuidado gráfico e condições econômicas bem mais favoráveis para seu processo de distribuição.

Alguns anos depois, a parceria do ilustrador e o gravador fez com que a qualidade, o custo e a impressão de livros se otimizassem. Entretanto, somente no século XX a ilustração começou a ser valorizada, principalmente seus originais – até o século XIX isso não era possível por conta dos processos de impressão utilizados.

Os livros tornaram-se assim objeto de bom gosto. Principalmente os infantis, por sua riqueza em ilustrações.Tornaram-se um grande negócio para o mercado editorial.

Após a Segunda Guerra Mundial, o americanos tomam o controle do mercado de ilustrações, deixando a primazia da Inglaterra para trás. Em 1922, criam o prêmio anual Newberry para o melhor livro infantil e em 1936 surge o prêmio Caldecott para a melhor ilustração de livro infantil.

4.1 Uma Breve História da Ilustração nos livros infantis

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No Brasil, em 1905 nasce a revista “Tico-Tico”, com grande ênfase no público infantil, que perdurou até 1960. Ela foi responsável pela criação de personagens e histórias marcantes, que contribuíram para a formação de um imaginário mais próximo de nossa cultura, com histórias folclóricas e lendas.

Com a Tico- Tico surgiram grandes nomes da ilustração brasileira, que abriram caminho para a produção editorial de livros infantis no país – área que até então, era pouquíssimo conhecida.

Tico -Tico: referência

4.2 Funções da ilustração

CAMARGO (1995) em seu livro, realiza um estudo a respeito das funções da ilustração com base nas funções da linguagem propostas por Jakobson. Ele explica que tanto no livro ilustrado, onde texto e imagem dialogam, quanto ao livro de imagens, formado pela ilustração como linguagem única, estas podem assumir funções diversas. Como vemos a seguir:

• Função Descritiva: Nela os objetos, cenários, animais são mostrados detalhadamente.

• Função Narrativa: Mostra uma ação, uma cena ou uma história, a fim de mostrar as transformações ou ações que cercam a personagem.

Imagens: www.blogln.ning.com

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• Função simbólica: A imagem representa uma idéia, sendo investida de significados convencionados.

• Função Expressiva: Faz uso de gestos, postura e expressões faciais dos personagens para expressar emoções, sentimentos e valores, além de utilizar também de cores, linhas, luz e espaço como complemento.

• Função Estética: A atenção do leitor é despertada pela forma ou configuração visual, sendo a ilustração tratada apenas como ornamento, com função de acentuar a sensibilidade transmitida pelo contexto.

• Função Lúdica: A ilustração é orientada para o jogo, brincadeira ou humor. Podem ser utilizados efeitos táteis, sonoros, cinestésicos ou até mesmo elementos móveis, materiais diversos, recortes vazados e etc. para isso.

• Função Metalinguística: Quando o referente da imagem é a linguagem visual ou a ela diretamente relacionado, como citação de imagens.

É importante ressaltar que raramente a imagem desempenha uma única função dentro de um contexto. No entanto, as funções se organizam de forma que há sempre uma função predominante.

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4.3 A ilustração nos livros infantis atuais

É evidente a constante evolução das tecnologias e dos meios de comunicação. Segundo LINS (2004), a criança de hoje recebe uma carga de informações jamais imaginável e assim sendo o livro torna-se um produto também dinâmico, em constantes atualizações.

Entre os diversos meios de comunicação, a internet e a televisão são as mais influentes fontes de incentivo à leitura. Além disso, possibilitam a ampliação do vocabulário infantil.

Com o advento do computador e dos softwares de editoração e ilustração, livros são produzidos com maior riqueza de detalhes, inspirando seus leitores a muitas vezes procurar conteúdos complementares, seja na internet ou em filmes, para que saciem sua sede por conhecimento da história de determinada obra.

A ilustração é um dos campos mais beneficiados por esta evolução de softwares: existe uma gama maior de cores, texturas e acabamentos que muitas vezes tornariam o processo de produção de um livro mais demorado, por ser trabalhosos, mas que são facilmente resolvidos de maneira digital.

Outro campo importante na produção de livros foi beneficiado com a inovação dos softwares: a tipografia. Antigamente, toda linguagem gráfica (blocos de textos, boxes, formatos de tipos) possuía restrições devido às tecnologias existentes. Atualmente podemos diagramar um livro de formas diferenciadas, tornando a massa de texto moldável e adaptável às demais “peças” que formarão o produto final.

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Mas é claro que mesmo com o uso do computador o projeto gráfico do livro exige um planejamento. E conhecendo os conceitos relacionados, as possibilidades técnicas de solucionar graficamente a ilustração e aprendendo a diagramar o texto criativamente é que o ilustrador só tem a colaborar com o resultado final do livro, sendo capaz de estabelecer um estilo de ilustração totalmente novo e original.

Não se pode esquecer que o leitor criança encontra-se na fase da aprendizagem e, portanto, cada livro deve possuir uma linguagem compreensível pelo publico a que se destina, sem redução ou empobrecimento das originalidades e das interpretações possíveis.

Se o livro é atrativo, a criança tende a

buscá-lo naturalmente.

Imagens: www.criancascriativas.com.br

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5. Realidade Aumentada

5.1 Afinal, o que é? Como funciona?

De uma forma simples, Realidade Aumentada é uma tecnologia que permite que o mundo virtual seja misturado ao real, possibilitando maior interação e abrindo uma nova dimensão na maneira como nós executamos tarefas. Ela possibilita a adição de elementos virtuais (imagens, vídeos, informações e sensações) ao mundo real.

De um modo mais detalhado, podemos definir Realidade Aumentada como a sobreposição de objetos virtuais gerados por computador num ambiente real, utilizando para isso algum dispositivo tecnológico (KIRNER e TORI, 2004). No entanto, essa definição faz parte de um contexto mais amplo denominado Realidade Misturada.

A Realidade Misturada é a combinação do ambiente real com o ambiente virtual gerado por computador, podendo receber duas denominações: Realidade Aumentada quando o ambiente principal é o real e, Virtualidade Aumentada, onde o ambiente principal é o ambiente virtual (MILGRAM, 1994). Assim, a Realidade Aumentada é uma particularização da Realidade Misturada.

A Realidade Aumentada proporciona ao usuário uma interação segura e agradável, eliminando em grande parte a necessidade de treinamento, pelo fato de trazer para o ambiente real os elementos virtuais, enriquecendo e ampliando a visão que ele tem do mundo real. Para que isso se torne possível, é necessário combinar técnicas de visão computacional, computação gráfica e realidade virtual, o que gera como resultado a correta sobreposição de objetos virtuais no ambiente real (AZUMA, 1993).

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Além de permitir que objetos virtuais possam ser introduzidos em ambientes reais, a Realidade Aumentada também permite que o usuário interaja com os elementos virtuais utilizando as mãos, eliminando dessa forma dispositivos tecnológicos complexos e tornando a interação com o ambiente misturado muito mais agradável, atrativa e motivadora.

A interação com os objetos virtuais é muito interessante, mas para que isso se torne possível é necessário a utilização de um software que tenha capacidade de observar o ambiente real, analisando os dados e extraindo de alguma forma informações sobre a localização, orientação e interações sobre os objetos virtuais. Em alguns casos, também são necessários três componentes para o seu funcionamento:

• Vídeo-capacete: atualmente, utilizam-se capacetes com visores que captam a imagem que o usuário está vendo e a reproduzem em um visor com informações sobre o que está sendo observado.

• Tecnologia de rastreamento e orientação: tecnologias de identificação de posicionamento de rastreamento do usuário. Essas informações devem ser muito mais precisas do que os GPSs que encontramos no mercado, pois este tipo de tecnologia precisa de dispositivos que tenham precisão de milímetros. A orientação é o que identifica de forma milimétrica o posicionamento do corpo, da cabeça e do olhar do usuário, para que a experiência seja a mais próxima possível do real.

Imagens: www.sxc.hu

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• Dispositivo de computação móvel: para captar a visão, interpretar e gerar gráficos em tempo real é preciso que haja um processamento rápido e compacto. Muito tem se pesquisado sobre estes tipos de dispositivos.

No entanto, existem formas mais simples para se utilizar a realidade aumentada Podemos definir alguns passos básicos:

• Para que a realidade aumentada exista, precisamos de:1. Objeto real com algum tipo de marca de referência, que possibilite a

interpretação e criação do objeto virtual;2. Câmera ou dispositivo capaz de transmitir a imagem do objeto real;3. Software capaz de interpretar o sinal transmitido pela câmera ou

dispositivo.

• O processo de formação do objeto virtual é o seguinte:1. Coloca-se o objeto real em frente à câmera, para que ela capte a

imagem e transmita ao equipamento que fará a interpretação.2. A câmera “enxerga” o objeto e manda as imagens, em tempo real,

para o software que gerará o objeto virtual.3. O software já estará programado para retornar determinado objeto

virtual, dependendo do objeto real que for mostrado à câmera.4. O dispositivo de saída (que pode ser uma televisão ou monitor de

computador) exibe o objeto virtual em sobreposição ao real, como se ambos fossem uma coisa só.

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Assim, possibilitamos que qualquer individuo tenha contato com esta tecnologia, não restringido-a apenas àqueles que possuem acesso à aparelhos mais sofisticados. Qualquer um, com uma câmera, um marcador e um computador pode ter uma experiência inovadora.

As imagens mostram como se dá a Realidade

Aumentada.

5.2 Realidade Aumentada auxiliando no Processo Educacional

A utilização de Realidade Aumentada com fins educativos tem merecido destaque e tem sido avaliada de forma intensiva nos últimos anos. Os resultados destas avaliações mostram ganhos, em termos de aprendizagem superiores a

Imagens: www.sxc.hu

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diversas outras formas de interação visando educação mediada por computador.As principais vantagens da utilização de técnicas de R.A. para fins

educacionais podem ser definidas da seguinte forma:

• Existe a motivação de estudantes e usuários de forma geral, baseada na experiência de vivenciar as situações e interagir com o ambiente virtual em primeira pessoa;

• Em relação a outros meios multimídia, possibilita uma ilustração detalhada de objetos, assim como a visualização de objetos que estão a grandes distâncias, como um planeta ou um satélite;

• Permite experimentos virtuais, na falta de recursos, ou para fins de educação virtual interativa;

• Permite ao aprendiz refazer experimentos de forma atemporal, fora do âmbito de uma aula clássica. Por requerer interação, exige que cada participante se torne ativo dentro de um processo de visualização; encoraja a criatividade, catalisando a experimentação; provê igual oportunidade de comunicação para estudantes de culturas diferentes, a partir de representações, ensina habilidades computacionais e de domínio de periféricos.

Desta forma, a Realidade Aumentada tende a ser grande auxiliar no processo de educação. Aliada à outros materiais e métodos, pode enriquecer aulas

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e deixar livros e cartilhas mais divertidos e atrativos até mesmo àqueles alunos que resistem em pegar um livro e apreciá-lo (como já foi dito no tópico sobre Literatura Infantil).

Com a Realidade Aumentada é possivel criar livros nos quais o educando tenha a possibilidade de interagir das mais diversas formas com o conhecimento que lhe é apresentado.

Imagens: www.gettyimages.com

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6. O Projeto

6.1 Uma pequena descrição

Para a realização do projeto, inicialmente foi feita uma pesquisa bibliográfica a respeito do assunto que seria abordado e desenvolvido posteriormente. Analisou-se projetos semelhantes, diagramação de livros infantis, ilustrações, além de literatura sobre desenvolvimento infantil, medidas pedagógicas e um estudo sobre literatura infantil.

Pesquisou-se também sobre a realidade aumentada, o uso de marcadores, além de livros infantis diversos, com diferentes tipos de ilustrações e acabamentos. Muitos materiais interessantes foram encontrados e analisados. Dessa forma chegamos ao conceito do livro que foi desenvolvido e da utilização da realidade aumentada como seu diferencial.

Outra característica prezada foi o design como elemento universal. O livro possibilita que seu manuseio seja feito por todo tipo de criança, até mesmo pelas que possuem alguma limitação, como deficiência visual, auditiva e/ou mental, pois em partes é uma material físico e em partes um material interativo, contando com narração de trechos da história, o que também auxilia o professor que possa vir a utilizá-lo como apoio para suas aulas.

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6.2 Análise de Similares

Por ser um híbrido, um livro de poucos similares, utilizou-se muitas referencias vindas de livros infantis convencionais, adicionando-se características da realidade aumentada encontrada em jogos, ações de marketing, entre outros.

Para a análise, criou-se uma metodologia, na qual buscamos pontos que pretendíamos aplicar ao projeto. Livros com temas semelhantes foram analisados através de alguns critérios considerados importantes, como:

• Suporte: técnicas e materiais usados para a encadernação;

• Formato: como o livro será manuseado;

• Tipografia: quais tipos são mais utilizados, qual o tamanho médio do corpo, como se dá a questão da legibilidade e etc.;

• Diagramação: distribuição de elementos e caixas de texto;

• Enquadramento e ilustrações: uso do espaço, técnica, quantidade e disposição de imagens nas páginas;

• Cores e Interatividade: como seria aplicada a interatividade (no caso, a realidade aumentada), quais técnicas utilizaríamos, e etc.

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A seguir, algumas referências serão apresentadas e suas contribuições para o projeto, demonstradas.

Similar 01:

Livro Paradidático: “Notícias da Rua dos Dentes de Leite” Autora e ilustradora: Anna RusselmannEditora: ÁticaEdição: 06Número de Páginas: 48

Neste livro as crianças aprendem como os dentes vivem em luta permanente contra as cáries. E ao mesmo tempo são despertadas para a importância da escovação. As ilustrações são rebuscadas, o livro é bem diagramado, mas muitas vezes se torna um tanto quanto cansativo, o que pode fazer com que a criança perca seu interesse pelo livro.

• Suporte: Capa em cartão com acabamento plastificado, aproximadamente 120gr. Miolo em couché fosco de baixa gramatura. Encadernação com brochura.

• Formato: 17,5x22,5 cm. Fácil manuseio pelo público infantil.

• Tipografia: A fonte é sem serifa, semelhante à Comic Sans, por conta

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de seu caráter infantilizado. No título é utilizada uma tipografia mais geométrica, tem boa legibilidade. A linguagem é simples e adequada às crianças.

• Diagramação: Ilustrações dividem bem o espaço com a massa textual, o elemento principal da história em geral se encontra no canto das páginas duplas.

• Enquadramento e ilustrações: As imagens ficam bem distribuídas, em páginas duplas e os elementos se dividem de modo a evitar um possível corte nas imagens. As ilustrações são feitas com aquarela, e em geral ocupam metade da página. Não exploram com profundidade plano e perspectiva, mas possuem elementos lúdicos que facilitam a compreensão do texto e incitam a imaginação a respeito do assunto abordado.

• Cores e Interatividade: o livro possui uma gama de cores um tanto restrita, com predominância de tons avermelhados. Não possui interatividade.

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Similar 02:

Livro Paradidático: “As fadas falam de...Autoestima” Autora: Rosa M. Curto Ilustrador: Aleix CabreiraEditora: Ciranda CulturalEdição: 01Número de Páginas: 35Esse conto nos fala de autoestima, uma virtude que nos

ajuda a ser mais fortes diante da diversidade e a nos anima. A fada Maísa, com uma atitude sempre otimista, converte-se na melhor professora para descobrir isso. Ela tem uma asa mais curta que a outra, mais não deixa que pisem nela. Ao contrário, aceita essa pequena diferença e segue adiante com humor.

O livro foi escolhido como similar por conta de sua diagramação e suas ilustrações que são semelhantes às produzidas para o projeto.

• Suporte: Capa em cartão com acabamento plastificado, aproximadamente 120gr. Miolo em couché fosco de baixa gramatura. Encadernação com brochura.

• Formato: 24 X 24 cm

• Tipografia: Tipografia Estilizada para o título e sem serifa, simples

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e geométrica para a massa textual, com boa legibilidade. A linguagem é simples e adequada às crianças.

• Diagramação: Ilustrações dividem bem o espaço com a massa textual, o elemento principal da história em geral se encontra no canto das páginas duplas.

• Enquadramento e ilustrações: Os espaços são bem utilizados e as ilustrações são digitais vetoriais, imitando técnicas feitas com tintas e lápis de cor. As imagens possuem detalhes marcantes, no entanto, são estilizadas, com grande carga emotiva.

• Cores e Interatividade: Predominância de tons pastéis, com grande gama de cores utilizadas. Passam a sensação de aconchego e tranqüilidade. Não possui interatividade.

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Similar 03:

Livro Paradidático: “Banho é bom!” Autor: Hélio ZiskindIlustrador: Marcello AraújoEditora: SalamandraEdição: 01Número de Páginas: 48

Cenas cotidianas da vida das crianças ganham uma trilha sonora e imagens coloridas neste livro-CD. As crianças podem acompanhar as letras das músicas ao mesmo tempo em que lê o livro. As músicas são de Hélio Ziskind, compositor das trilhas sonoras de programas infantis como Cocoricó e Castelo Rá-Tim-Bum.

Foi escolhido como similar por apresentar a interatividade livro-CD, que possibilita o manuseio por diferentes tipos de crianças, além de suas ilustrações simples mas marcantes.

• Suporte: Capa em cartão com acabamento plastificado, aproximadamente 120gr. Miolo em couché brilhante, 90gr. Encadernação com brochura.

• Formato:20x20 cm.

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• Tipografia: Texto impresso em letras maiúsculas, sem serifa, a fim de que as crianças não tenham dificuldades no momento da leitura. A linguagem é simples e adequada às crianças.

• Diagramação: Blocos de texto pequenos e bem distribuídos que facilitam a compreensão e tem boa legibilidade – tudo para que a criança acompanhe facilmente a leitura junto do CD que acompanha o livro.

• Enquadramento e ilustrações: Blocos bem divididos, ilustrações grandes, digitais vetoriais, que ocupam a maior parte da página, com elementos marcantes, pouco realismo e muito estilizadas.

• Cores e Interatividade: Cores vibrantes, com tons contrastantes e grande gama de cores. Possui interatividade por vir acompanhado de CD com o livro narrado junto de canções.

6.3 Referências Visuais

A fim de conhecer mais sobre a realidade aumentada, foi feita uma pesquisa utilizando-se a internet, na qual encontrou-se diversos vídeos sobre o assunto no site Youtube. Lá, pôde-se observar que já existem milhares de livros com realidade aumentada no exterior e que há muitas experiências utilizando-a voltada à educação.

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No entanto, em nosso país ela ainda é um caminho que será trilhado, portanto, oferecer inovações neste sentido é crucial para o desenvolvimento de nossa própria tecnologia.

Os vídeos que foram utilizados como referências visuais estão no CD anexo à este relatório.

6.4 O Livro – Projeto Gráfico

Para a criação de um livro, precisamos desenvolver uma metodologia. Guto Lins, em seu livro “Livro Infantil” , nos transmite os passos básicos: ler a história, conhecê-la, primeiramente. Após este passo, deve-se separar a páginas, definindo espaços, como uma “planificação” inicial do livro, e dessa forma, gera-se o storyboard. A partir desta etapa, passa-se a trabalhar com os formatos que o livro terá, cria-se um protótipo e o projeto gráfico se inicia, junto das ilustrações.

Nessa fase, a diagramação flui melhor, define-se tipografias e tamanhos, assim como o grid. O boneco evolui juntamente com o livro, podendo ter vários no decorrer do projeto. Finalmente temos a montagem do livro “(...) o ideal é que o autor da imagem determine, execute e coordene todas as etapas da produção.” (LINS, 2004 pág. 68).

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• O Roteiro

Para a elaboração do roteiro, teve-se contato com profissionais da área de Odontologia, que orientaram a respeito dos passos que a personagem deveria seguir para que a ação proposta pela história (manter o dente a salvo para ser reimplantado) pudesse ser executada e narrada de forma clara e concisa.

A partir destas orientações, uma história foi criada, com personagens que interagem entre si, uma personagem principal que sofrerá a ação de perder o dente, e as coordenadas para que este dente possa ser salvo e reimplantado. Tudo de forma muito leve e divertida, afinal o público a que se destina o livro é constituido por crianças pequenas e em fase de aprendizagem.

Foi preciso estruturar a história e dividí-la de modo a ilustrar bem o que se é relatado. Dessa forma, chegamos ao seguinte texto final:

“Esses são Pedrinho, Zeca e Malú. Eles são amigos e estudam juntos. Toda tarde, depois da escola, eles se encontram para brincar.

E aí galera! Vamos pedalar hoje?

Pedrinho gostava de correr com a bicicleta.

Vamos para a rua das pedras? Lá é super radical!

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Cuidaaaaado Pedrinho!

E agora, o que Pedrinho deve fazer?

A primeira coisa a ser feita é manter a calma e tentar localizar o dente.Quando achar, pegá-lo pela coroa, ou seja, pela parte que fica exposta na

boca. Isto será importante para não danificar o dente. Em seguida, lavar o dente em água potável ou soro fisiológico, mas sem esfregar!

Procure um adulto para ajudar você.

Tente recolocar o dente no alvéolo, que é o local em que o dente ficava na boca antes de cair. Este é o melhor lugar para deixá-lo até você chegar ao dentista.

Mas atenção, isso não é uma coisa fácil de ser feita. Se você tiver dificuldades, não insista.

Se você não conseguiu recolocar o dente no lugar que ele estava na boca, coloque-o em um recipiente limpo contendo água potável ou soro fisiológico ou leite. Isso protegerá o dente fazendo com que ele se mantenha hidratado.

Em seguida, procure imediatamente um dentista. Ele saberá exatamente o que fazer!

O dentista é seu amigo e está sempre pronto para ajudar.”

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• Os Esboços

Com o texto pronto pode-se passar para as ilustrações. Primeiro foi criada a idéia do que viria em cada página e a partir disso começaram os esboços dos personagens.

A seguir, seguem alguns esboços:

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• Técnica de Ilustração

O estilo de ilustração do livro é o digital vetorial. Grande parte das ilustrações hoje são feitas digitalmente, por suas facilidades de edição e modificação de tamanho sem perda de detalhes e resolução.

As ilustrações foram feitas a partir do escaneamento dos sketches (esboços), que foram enviados ao programa Adobe Illustrator e inicialmente vetorizadas. Depois, os arquivos tiveram os detalhes finais feitos em Adobe Photoshop.

Pode-se perceber que o ilustrador tem hoje a seu dispor, além de todas as técnicas de ilustração propriamente ditas, todos ps recursos gráficos que precisa. Por conta disso, a ilustração pode ser feita de forma a respeitar os padrões gráficos e tipográficos, o que facilita muito durante a execução do projeto gráfico do livro.

Técnicas de ilustração diferentes se destacam e encantam crianças. Até mesmo um traço diferenciado auxilia no processo de identificação leitor-personagem. Vemos isso também nos desenhos animados, como “Peixonauta”, “Meninas Super Poderosas”, “Dexter” entre outros, que são digitais mas com personagens bem caricatos e carismáticos, que cativam o público infantil.

Para este livro paradidático foram escolhidas duas tipografias: para os textos em geral utilizamos Gill Sans MT, por sua forma geométrica e sua boa

• Diagramação e Tipografia

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legibilidade; para textos de maior destaque e titulo, escolhemos a Debussy, uma true type font gratuita, com forma também geométrica e design arredondado, que possui características comuns a tipografias utilizadas em muitos livros infantis.

As palavras são dispostas de modo a facilitar a leitura, e algumas possuem tamanhos diferenciados e negritos, que destacam partes essenciais e importantes do texto. Foram usados corpos variando do 16pt ao 24pt.

Gill Sans MT:ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVXWYZabcdefghijklmnopqrstuvxwyz1234567890

Debussy:ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVXWYZabcdefghijklmnopqrstuvxwyz1234567890

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• Grid

Um Grid é um conjunto específico de relações de alinhamento que funcionam como guias para a distribuição de elementos num formato. Todo grid possui as mesmas partes básicas, por mais complexo que seja.

Construir um grid para um projeto gráfico significa analisar cuidadosamente seu conteúdo, de forma a realçar as qualidades visuais e semânticas do espaço tipográfico.

Para auxiliar na diagramação do projeto, foi criado um grid modular, ou seja, um grid de colunas com muitas guias horizontais, que cria uma matriz de células (ou módulos). Ele permite uma maior liberdade na disposição das imagens e das massas textuais.

Grid Modular utilizado para a diagramação do projeto

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• Formato de papel e impressão

Dentre as especificações técnicas de um livro infantil estão o formato que ele terá, o papel onde será impresso e a forma como ele será “encaixado” neste papel, de modo que evite desperdícios. Para isso, é recomendável que o número de páginas seja múltiplo de quatro (principalmente se a encadernação for tipo canoa ou lombada quadrada).

Por conta disso, o livro foi trabalhado de forma a ter páginas individuais mas que se tornam duplas, facilitando a leitura da história. A encadernação é tipo canoa com grampo. O papel escolhido para impressão em larga escala é o BB, que é o formato mais comum existente.

O formato escolhido para as páginas foi de 20 cm x 22 cm, de forma a ajustar na folha de impressão, seguindo um padrão de leitura, conforme o modelo:

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Página 12Modelo de distribuição

no formato BB

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O papel para a impressão escolhido foi o couché fosco 120g. O fosco foi escolhido para não atrapalhar a leitura e a gramatura visa evitar a danificação do material, dando-o maior resistência e durabilidade. A capa foi impressa em couché brilho 170g com encadernação canoa com 2 grampos.

O livro final foi impresso em 6 páginas duplas (3 folhas frente e verso) de 44 cm x 20 cm. A seguir o resultado final de cada página:

• Produto Final

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60• Os Marcadores

Para que a criança tenha acesso as animações do livro, são necessários marcadores de Realidade Aumentada. Para o projeto, criamos marcadores, que vem anexos ao livro e à este relatório. As animações estão contidas no CD que segue também anexo à este relatório.

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7.Considerações Finais

Crianças são um público fascinante. Principalmente as que estão em fase escolar, onde tudo ao redor se faz descoberto, e o mundo parece algo sem fim. Crianças precisam de estímulo, a educação precisa de melhorias sempre. Auxiliar neste sentido é uma grande tarefa. Os livros são objetos essenciais, influenciam e muito a vida de um adulto, na sua formação de caráter e leitura de mundo. Textos bem escritos estimulam o gosto pela leitura e o desenvolvimento intelectual de crianças. Ilustrações bem trabalhadas estimulam sua criatividade. Interatividade estimula sua imaginação.

O projeto do livro paradidático “Caí, Perdi um Dente...E Daí?” foi desafiante, pois exigiu não só a criação de ilustrações, mas sim, de um texto que pudesse ser interativo, juntando-o à uma técnica inovadora (a Realidade Aumentada), a fim de despertar o interesse da criança a um assunto que muitas vezes passa despercebido, contudo, pode ser fundamental em um momento no qual ela precisa de ajuda específica.

A utilização da interatividade possibilitou que o livro se tornasse parte de um conceito de Design Universal, algo que vem para auxiliar pessoas e não se limita a uma pequena parcela, mas sim, estende-se, abrangindo a todo tipo de público. Todas as crianças, tenham elas alguma limitação ou não, poderão manusear o livro e conhecer sua história.

Existem pontos que podem ser aperfeiçoados, no entanto, o primeiro passo já foi dado, e este é um projeto que tem seu valor social, que mostra que algo importante pode ser feito em relação à melhoria da qualidade de vida, mesmo que em simples atitudes.

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8. Bibliografia

AZUMA, R. T. “Tracking Requirements for Augmented Reality”, Communications of the ACM. Editora July. 1993.

DOMICIANO, Cassia Leticia Carrara. Livros Infantis sem textos: dos pré-livros aos livros ilustrados. Portugal. Universidade de Minho. Tese de Doutorado. 2008

CAMARGO, Luiz. Ilustração do Livro Infantil. Belo Horizonte. Editora Lê.1995.

COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: Teoria, Análise, Didática. São Paulo. Editora Moderna.2000.

DIB, C.Z.; NETTO, S. Pfromm e ROSAMILHA N. Educação integrada. Rio de Janeiro. Ministério da Educação e Cultura/Editora Primor.1974.

GESSEL, Arnold Luscius. A Criança dos Zero aos Cinco Anos. São Paulo. Editora Martins Fontes. 1996.

KIRNER, Claudio e TORI, Romero. Realidade Virtual: Conceitos, Tecnologia e Tendências. São Paulo. Editora SENAC.2004.

LARRICK, Nancy. Guia dos Pais na Escolha de Livros para Crianças. São Paulo. Editora IRS.1969.

LIMA, Elvira de Souza. Como a criança pequena se desenvolve. São Paulo. Editora Sobradinho.2001.

LINS, Guto. Livro Infantil?. São Paulo. Editora Rosari.2004.MILGRAM, P. et. al. “Augmented Reality: A Class of Displays on the Reality-

Virtuality Continuum”. Telemanipulator and Telepresence Technologies. Editora SPIE.1994.

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MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. São Paulo. Editora Martins Fontes.1981.

RANGEL, Egon Oliveira. Língua Portuguesa de 1ª a 4ª série. Ministério da Educação. 2000.

SANDRONI, Laura C. e MACHADO, Luiz Raul. A criança e o livro - Guia prático de estímulo à leitura. São Paulo. Editora Ática.1998.

Artigo

Sites

DOMICIANO, Cássia Leticia Carrara e COQUET, Eduarda. [s.d.] Livros Sem Texto Para Crianças Pré- Escolares: Produção e Leitura. Disponível em: http://www.alb.com.br/anais16/sem13pdf/sm13ss15_02.pdf, acessado em fevereiro de 2011.

http://www.smartkids.com.br/especiais/higiene-bucal.html http://www.youtube.com/http://www.realidadeaumentada.com.br/home/http://www.tecmundo.com.br/2124-como-funciona-a-realidade-

aumentada.htmhttp://olhardigital.uol.com.brhttp://educador.brasilescola.com/orientacoes/a-educacao-os-livros-

paradidaticos.htm