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Uma síntese conceitual acerca de competências individuais e organizacionais que podem influenciar o desempenho de pesquisadores Carlos Fernando Jung (PPGEP/UFRGS) [email protected] Fernando Gonçalves do Amaral (PPGEP/UFRGS) [email protected] Alexandre Weindorfer (FACCAT) [email protected] Carla Schwengber ten Caten (PPGE/UFRGS) [email protected] Resumo: Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve por finalidade elaborar uma síntese conceitual sobre competências individuais e organizacionais com o propósito de contribuir para um melhor entendimento acerca do tema por parte de gestores institucionais, coordenadores e pesquisadores de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Como resultado foi elaborado e proposto um modelo sistêmico que representa as interações entre os subsistemas Organizacional, Técnico, Social, Ambiente Externo e os elementos que compõem as competências. O estudo mostra que é fundamental conhecer e desenvolver as competências dos recursos humanos envolvidos, já que a eficácia do processo de pesquisa e desenvolvimento é resultante de um fenômeno sistêmico. Palavras chave: Gestão de Competências, Pesquisa e Desenvolvimento, Habilidades, Tecnologia A conceptual synthesis about individual and organizational competencies that can influence the performance of researchers Abstract This paper presents the results of a research that aimed to develop a conceptual synthesis of individual and organizational competencies in order to contribute to a better understanding of the subject by institutional managers, engineers and researchers in R & D projects The result was drafted and proposed a systemic model that represents the interactions between subsystems Organizational, Technical, Social and External Environment, and the elements that make up competencies. The study shows that it is essential to understand and develop the competence of human resources involved, since the effectiveness of the process of research and development is the result of a systemic phenomenon. Key-words: Competence Management, Research and Development, Ability, Technology.

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Page 1: Uma síntese conceitual acerca de competências individuais e organizacionais que podem influenciar o desempenho de pesquisadores

Uma síntese conceitual acerca de competências individuais e

organizacionais que podem influenciar o desempenho de

pesquisadores

Carlos Fernando Jung (PPGEP/UFRGS) [email protected]

Fernando Gonçalves do Amaral (PPGEP/UFRGS) [email protected]

Alexandre Weindorfer (FACCAT) [email protected] Carla Schwengber ten Caten (PPGE/UFRGS) [email protected]

Resumo: Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa que teve por finalidade elaborar uma síntese

conceitual sobre competências individuais e organizacionais com o propósito de contribuir para um

melhor entendimento acerca do tema por parte de gestores institucionais, coordenadores e

pesquisadores de projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). Como resultado foi elaborado e

proposto um modelo sistêmico que representa as interações entre os subsistemas Organizacional,

Técnico, Social, Ambiente Externo e os elementos que compõem as competências. O estudo mostra

que é fundamental conhecer e desenvolver as competências dos recursos humanos envolvidos, já que a

eficácia do processo de pesquisa e desenvolvimento é resultante de um fenômeno sistêmico.

Palavras chave: Gestão de Competências, Pesquisa e Desenvolvimento, Habilidades, Tecnologia

A conceptual synthesis about individual and organizational

competencies that can influence the performance of researchers

Abstract This paper presents the results of a research that aimed to develop a conceptual synthesis of individual

and organizational competencies in order to contribute to a better understanding of the subject by

institutional managers, engineers and researchers in R & D projects The result was drafted and

proposed a systemic model that represents the interactions between subsystems Organizational,

Technical, Social and External Environment, and the elements that make up competencies. The study

shows that it is essential to understand and develop the competence of human resources involved,

since the effectiveness of the process of research and development is the result of a systemic

phenomenon.

Key-words: Competence Management, Research and Development, Ability, Technology.

Page 2: Uma síntese conceitual acerca de competências individuais e organizacionais que podem influenciar o desempenho de pesquisadores

1 Introdução

Um projeto pode ser entendido como um sistema que engloba recursos humanos, materiais,

financeiros e atividades que devem atender o objetivo pretendido dentro de um determinado

prazo (REID e BRETANI, 2004), e é executado em um contexto organizacional onde

interagem competências e habilidades (MAXIMIANO, 1997). As atividades exigem

desenvolvimento e o gerenciamento de fornecedores (pessoas e as correspondentes

competências) internos e externos. Assim, administrar um projeto é uma atividade coletiva,

que exige a habilidade de planejar, organizar, dirigir e controlar recursos orientando-os para a

realização das metas propostas (DANNEELS e KLEINSCHMIDT, 2001).

Lima (1999) afirma que em ambientes de pesquisa e desenvolvimento (P&D) existem

questões fundamentais que devem ser levadas em conta, para um satisfatório desenvolvimento

de projetos, por exemplo: (i) a infra-estrutura operacional da instituição que será utilizada nas

atividades de P&D; (ii) os resultados que podem ser obtidos nos projetos e nos processos das

pesquisas tecnológicas; (iii) a visão sistêmica do gestor e pesquisadores em relação ao

gerenciamento dos projetos; e (iv) a política de gestão de recursos humanos aplicada e

desenvolvida nos laboratórios de pesquisa e desenvolvimento.

A equipe que compõe um projeto de pesquisa e desenvolvimento normalmente é formada por

um coordenador/pesquisador, pesquisadores, auxiliares de pesquisa e auxiliares

administrativos. Uma das principais dificuldades é que tanto o coordenador do projeto como

os demais pesquisadores pela sua formação, quase que exclusivamente acadêmica, se

qualificaram muito mais a trabalhar com infra-estruturas tecnológicas (materiais e

equipamentos) do que com os recursos humanos (YUSUF, 2007).

Corroborando com este cenário, Rabechini Jr., Carvalho e Laurindo (2002) afirmam que em

pesquisa realizada sobre a gestão de projetos de P&D , a maioria dos entrevistados (63%)

revelou que não receberam nenhum treinamento, pela organização, para desempenhar suas

funções de forma adequada nos projetos em que trabalharam. Na mesma pesquisa, estes

autores constataram que a principal habilidade para obter sucesso na gestão de projetos está

relacionada à capacidade de gerenciar as relações humanas, resolvendo conflitos e

estimulando as pessoas.

Em recente pesquisa publicada por Jung et al. (2009) que teve por finalidade analisar e

sintetizar os problemas que afetam as competências de pesquisadores e ocasionam casos de

insucesso em (P&D) no Programa de Pólos de Inovação Tecnológica do RS, os resultados

evidenciaram que as causas são sistêmicas e multidimensionais. Os autores afirmam que as

competências dos pesquisadores podem ser afetadas pelas condições físicas infra-estruturais,

como, também, pelas condições psicológicas de trabalho. O estudo demonstrou que são

múltiplos os fatores que podem estar afetando as competências dos pesquisadores dos Pólos

de Inovação. No entanto, existem também fatores externos ao Programa que podem

influenciar no desempenho, não sendo possível atribuir apenas às competências humanas os

casos de insucesso em P&D.

Este artigo tem por finalidade elaborar uma síntese conceitual sobre competências com a

finalidade de contribuir para um melhor entendimento por parte de gestores institucionais,

coordenadores e pesquisadores de projetos de P&D acerca das especificidades e

peculiaridades deste tema. O trabalho aborda, em especial, as teorias propostas por Spearman

(1927), Thurstone (1938), Guilford (1967), Cattell (1971), Carroll (1993) e McGrew e

Flanagan (1998) que tratam de explicar os tipos e características das habilidades individuais

que podem contribuir como fatores determinantes nos resultados das atividades humanas. O

artigo está organizado de seguinte forma: a seção 2 apresenta o referencial teórico, na seção 3

é proposta uma discussão do referencial e a seção 4 traz as conclusões.

Page 3: Uma síntese conceitual acerca de competências individuais e organizacionais que podem influenciar o desempenho de pesquisadores

2 Referencial teórico

2.1 Competências

Em virtude do cenário competitivo atual os setores empresariais têm cada vez mais investido

no desenvolvimento das competências. A gestão de competências passou a ser um

instrumento estratégico para se obter vantagem competitiva, papel antes dado quase que

exclusivamente a tecnologia (LICHTENTHALER e LICHTENTHALER, 2004).

Pucik, Thichy e Barnett (1992), Prahalad e Hamel (1990) e Bartlett e Ghoshal (1987) referem

que os meios de vantagem competitiva, tais como tecnologia e mão-de-obra de baixo custo,

não mais se revelam suficientes para se obter uma posição de destaque no mercado. Os

indivíduos e as correspondentes competências passam a ser enfatizados como elementos de

diferenciação estratégica na gestão de projetos.

As competências devem ser desenvolvidas levando-se em conta o indivíduo como um ser

sistêmico (MIRABILE, 1997). Formar uma equipe com elevado desempenho para atividades

de pesquisa e desenvolvimento de inovações tecnológicas não é investir somente no processo

de aprendizagem de novos conhecimentos acadêmicos (CONDE, 2001), mas, também

identificar e promover o desenvolvimento das habilidades cognitivas pessoais (MOEHRLE et

al., 2005).

Fleury e Fleury (2004) afirmam que competências organizacionais são um conjunto de

conhecimentos, comportamentos, habilidades e tecnologias que uma organização possui em

um determinado período e devem ser canalizadas de maneira integrada à produção e relação

com o mercado visando melhorar a produtividade e rentabilidade. Corroborando, Paquay et

al. (2001) referem que em uma organização as competências profissionais representam um

conjunto formado por conhecimentos, posturas, e atitudes necessárias ao satisfatório exercício

das atividades profissionais.

As competências organizacionais são estratificadas por Fleury e Fleury (2004) em quatro

dimensões, são elas: (i) competências essenciais, (ii) competências distintas (diferencial

reconhecido pelo cliente), (iii) competências organizacionais ou coletivas e (iv) competências

individuais, Figura 1.

Competências

Essenciais

Competências e atividades mais elevadas, no nível corporativo,

que são a chave para a sobrevivência da empresa e centrais para sua estratégia.

Competências

Distintivas

Competências e atividades que os clientes reconhecem como diferenciadores de seus concorrentes e que provêm vantagens

competitivas.

Competências

Organizacionais

Competências coletivas associadas ás atividades -meios e às

atividades-fins.

Competências

Individuais

Saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar,

integrar, transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que

agreguem valor econômico à organização e valor social ao

indivíduo.

Figura 1 – Dimensões da competência organizacional segundo Fleury e Fleury (2004)

No entanto, Ruas (2001) considera que as competências organizacionais são compostas pelas

essenciais, funcionais (ambas coletivas) e pelas individuais, conforme pode ser visto na

Figura 2.

Page 4: Uma síntese conceitual acerca de competências individuais e organizacionais que podem influenciar o desempenho de pesquisadores

Dimensões Descrição Dimensões

Essenciais

São as competências que

diferenciam a empresa perante

concorrentes e clientes e constituem

a razão de sua sobrevivência.

Devem estar presentes em todas as

áreas, grupos e pessoas da

organização, embora em níveis

diferenciados.

Funcionais

São as competências específicas a

cada uma das áreas vitais da

empresa (vender, produzir,

conceber, por exemplo).

Estão presentes entre os grupos e

pessoas de cada área.

Individuais

São as competências individuais e

compreendem as competências

gerenciais.

Apesar da dimensão individual,

podem exercer importante

influência no desenvolvimento das

competências dos grupos ou até

mesmo da organização.

Figura 2 – Dimensões da competência organizacional segundo Ruas (2001)

Prahalad e Hamel (1990) dizem que competência é algo que deve ser percebido pelo cliente,

são habilidades que permitem à empresa oferecer um benefício fundamental ao cliente, sendo

tudo aquilo que possa representar um diferencial em relação aos concorrentes. Giacobbo et al.

(2004) consideram também que as competências essenciais podem a longo prazo viabilizar

uma expansão baseada na busca por novos produtos e serviços a partir de um produto ou

serviço já existente.

Corroborando, Mirabile (1997) diz que estas competências possuem um caráter estratégico e

são abrangentes. As competências essenciais podem fomentar ações que culminem no sucesso

da organização, viabilizando condições para competitividade tão necessárias para a

sobrevivência das empresas (RUAS, 2001). Segundo Parry (1996), a competência é formada

por um conjunto de conhecimentos obtidos formalmente ou não, habilidades e atitudes que

influenciam e determinam a maioria das atividades realizadas por um indivíduo, como

também, determinam o resultado de uma tarefa. Para esse autor a competência pode ser

mensurada quando comparada com padrões aprovados e validados e, pode ser aperfeiçoada

através do desenvolvimento das habilidades.

Já para Alves, Bomtempo e Coutinho (2005) os estudos e conceitos existentes sobre as

competências são bastante apropriados para compreender a dinâmica da inovação dentro de

um cenário voltado para a aprendizagem e a geração de conhecimento. No entanto, referem

que a identificação precisa das competências nas empresas e a conseqüente utilização

estratégica ainda apresentam problemas práticos. Aponta Durand (2000) que estes problemas

centram-se na ausência de metodologias operacionais que permitam a aplicação concreta do

conceito de competências.

Para Santos (2001), competência não é apenas um conjunto de conhecimentos e habilidades

para a realização de uma atividade (saber fazer), mas também atitudes, valores e

características individuais vinculadas a obtenção de um satisfatório desempenho no trabalho

(saber agir e querer fazer). Neste caso, Perrenoud (2000) salienta que a competência é a

capacidade de processar, mobilizar e gerenciar diversos recursos para enfrentar um

determinado tipo de situação gerada em determinada atividade profissional. Corroborando,

Rodriguez et al. (2002) e Carvalho (2002) afirmam que competência é a capacidade de

articular, mobilizar e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades necessários para o

desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho.

Este conceito baseado também na “eficaz” solução das tarefas é fundamento por Hipólito

(2001) quando refere que o conceito de competência ampliou-se. Além de considerar o

conjunto de conhecimentos adquiridos, habilidades e atitudes de um indivíduo, considera

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também que os resultados da produção são decorrentes da própria mobilização, isto é,

incorpora o valor adicionado pelo indivíduo ao empreendimento ou produto final.

Refere Ubeda (2003) que existem duas linhas de pensamentos sobre o termo “competência”: a

linha americana sob a denominação “competency” e a linha européia sob a denominação

“competence”. A principal diferença entre os estudos sobre competência refere-se à forma

com que é vista: como inputs (conhecimentos) ou outputs (resultados) do comportamento

humano (MANFREDI, 1998). Neste caso Ubeda (2003) diz que no Reino Unido as

competências são consideradas como outputs porque os indivíduos são avaliados por “graus

de competência”, conforme os resultados obtidos ou, o quanto estes superam os padrões de

trabalho existentes.

Dejours (1997) salienta que a competência do indivíduo depende do contexto social, é

dependente tanto de um indivíduo quanto do outro, ou seja, depende do coletivo. A

competência deve ser vista como um fator sistêmico antes de ser entendida ao nível

individual. Para esse autor o fator humano não pode ser totalmente conceituado pela ciência e

possui três dimensões a serem levadas em consideração: (i) a biológica que procura conhecer

as exigências e os limites do funcionamento (fisiologia); (ii) a social que se refere ao trabalho

coletivo e supõe conhecer as ações coordenadas de indivíduos que se compreendem,

discordam entre si ou concordam, não somente a partir de princípios técnicos, mas também

sociais; (iii) a subjetiva que inclui entender o processo de mobilização e interação das

personalidades e das inteligências dos indivíduos nas atividades profissionais.

Já para Le Boterf (1995) a competência é formada por três diferentes contextos: (i) o

indivíduo em si através da própria imagem e experiências pessoais ao longo do tempo e a

correspondente socialização; (ii) a situação funcionalista-estrutural representada pela

organização e (iii) a situação profissional em que este indivíduo se encontra. Esse autor refere

que a competência é um “saber agir” responsável e reconhecido, que se traduz em diferentes

aspectos como saber entender, mobilizar, integrar, gerir e transferir recursos, conhecimentos e

aptidões a um determinado contexto produtivo. Zarifian (2001) propõe uma abordagem mais

ampla sobre competência, referindo que deve-se incluir no conceito fatores como: (i) a

interação do indivíduo com o meio-ambiente; (ii) o reconhecimento e recompensa como um

ser habilidoso; (iii) a inteligência aplicada às situações de trabalho. Já Rabaglio (2001) define

competências como atitudes comportamentais compatíveis com as atribuições profissionais a

serem desempenhadas.

Autores como Sant'anna, Moraes e Kilimnik (2005) também reforçam esta percepção de que a

competência é uma resultante da combinação de múltiplos fatores: saber, saber-fazer, saber-

agir e querer-fazer, sendo capazes de propiciarem respostas efetivas aos desafios advindos do

contexto social e profissional. Contribuindo com esta afirmativa pode-se ainda referir que

autores como Spencer e Spencer (1993), Boyatzis (1982), Mcclelland e Dailey (1972),

Zarifian, (2001) e Le Bortef (1995) através de estudos científicos validaram tal perspectiva.

2.2 Habilidades

Habilidade, enquanto conceito caracteriza-se pelas ações e reações advindas do sistema

cognitivo para tratar com situações e problemas (ALMEIDA, 1998). Estas podem ser de

diferentes naturezas e não é absoluto o campo conceitual para tratar a questão. As habilidades

cognitivas são capacidades que contribuem para tornar o indivíduo competente, permitindo a

interação simbólica deste com o ambiente (VERNON, 1950).

Gatti (1997) afirma que as habilidades formam a estrutura fundamental do que se poderia

chamar de competência cognitiva da pessoa humana permitindo discriminar entre objetos,

fatos ou estímulos, identificar e classificar conceitos, levantar e/ou construir problemas,

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aplicar regras e resolver problemas. As habilidades estão na base dos processos mentais cada

vez mais complexos na direção da construção/reconstrução de estratégias cognitivas.

Na área da psicologia, afirma Lima (1990) que o estudo de habilidades parte de três grandes

correntes científicas. A primeira compreende os estudos realizados no campo da psicologia do

desenvolvimento, que visa conhecer o processo de desenvolvimento psicológico do ser

humano e os seus principais produtos, ou seja, as características psicológicas do ser humano,

em suas diversas idades, ao longo de seu ciclo vital (OLIVEIRA et al., 2005).

Afirma Primi (1995) que a mais atual abordagem propõe o estudo do processamento humano

de informações que a partir da década de 60 originou diversas pesquisas que investigaram

detalhadamente os processos cognitivos relacionados à solução de testes tradicionais

utilizados pela corrente da psicometria e, que vem gradualmente integrando os estudos da

neurociência cognitiva. Spearman (1927) é autor da primeira teoria da inteligência baseada na

análise estatística dos resultados obtidos a partir de testes. Segundo Carroll (1993) esta análise

parte do princípio de que quando se identifica duas variáveis, que representam diferenças

entre dois indivíduos, sendo substancialmente correlacionadas, há a possibilidade de que uma

única habilidade ou um conjunto unitário de habilidades cognitivas esteja subjacente a estas

variáveis.

No entanto, quando duas variáveis não estão correlacionadas é bem provável que duas

habilidades distintas estejam subjacentes a estas. Assim, os estudos psicométricos até quase o

final do século XX eram baseados na aplicação de testes, e empregavam a análise fatorial

objetivando descobrir como estes testes se correlacionavam a fim de definir a partir dos

agrupamentos formados as estruturas da inteligência (fatores, habilidades, aptidões). Um dos

principais problemas identificados neste tipo de abordagem referia-se ao modo de

interpretação dos resultados a partir dos modelos existentes, até então, o da existência de uma

única habilidade geral definida como “fator g” (Teoria do Fator Geral) proposta por Spearman

e, a do modelo que explicava as correlações considerando a existência de várias habilidades

(aptidões primárias) propostas por Thurstone (1938), Guilford (1967) e Horn (1991).

A proposta de Thurstone (1938) consiste na existência de um determinado número de aptidões

independentes entre si, e que explicariam o desempenho intelectual dos indivíduos. Este autor

referiu que o fator geral é um indicativo estatístico que descreve a estrutura da inteligência de

uma forma muito simplificada e nem sempre observável, a saber: (i) Espacial, (ii) Velocidade

Perceptiva, (ii) Numérica, (iv) Compreensão Verbal, (v) Fluência Verbal, (vi) Memória, e

(vii) Raciocínio - assimilar e aplicar princípios fundamentais.

Após inúmeras pesquisas realizadas, foi proposto também por Guilford (1967) um modelo

explicativo baseado na inteligência formada por várias aptidões. O modelo representa uma

importante diferencial face os resultados obtidos a partir dos modelos anteriores, partindo de

um quadro teórico prévio para o trabalho experimental e não da exploração fatorial de dados

para a teoria. Este modelo recorre a três componentes para uma definição das diferentes

habilidades: operação mental, conteúdo e produto (resultado final da informação).

Esta concepção, segundo Gatti (1997), levou em conta a classificação das várias habilidades

em uma “grade tridimensional de operações” composta por três dimensões, sendo que a

primeira dimensão corresponde ao tipo de processo ou operação que os indivíduos utilizam,

correspondendo: (i) cognição, (ii) memória, (iii) pensamento divergente, (iv) pensamento

convergente, e (v) avaliação.. A segunda dimensão refere-se ao tipo de conteúdo que está

envolvido e presente para o processamento das informações. A terceira dimensão classifica as

habilidades em função do tipo de produto envolvido na aplicação de um determinado tipo de

operação.

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Uma outra proposta de modelo dos fatores primários foi concebida por Cattell (1971) que

baseava-se na teoria da inteligência fluída e cristalizada. A partir da década de 90 Carrol

(1993) desenvolveu um modelo baseado em uma meta análise de praticamente todos os

principais estudos sobre as habilidades, publicados de 1920 até 1980. Este trabalho resultou

no modelo hierárquico de três estratos proposto por Carroll (1993) e representa os níveis

gerais das habilidades.

As habilidades ou fatores abrangentes propostos são: (i) Inteligência Fluída, que são

habilidades de raciocínio em situações novas minimamente dependentes de conhecimentos

adquiridos e para resolver problemas novos, relacionar idéias, induzir conceitos abstratos,

compreender implicações; (ii) Inteligência Cristalizada, associada à manutenção de

informação na consciência por um curto espaço de tempo para poder recuperá-las logo em

seguida e, também associada à quantidade de informação retida após exposição a uma

situação de aprendizagem; (iii) Memória e Aprendizagem, associada à manutenção de

informação na consciência por um curto espaço de tempo para poder recuperá-las logo em

seguida; (iv) Percepção Visual, habilidade de gerar, reter e manipular imagens visuais

abstratas; (v) Recepção Auditiva, associada à percepção e discriminação de padrões sonoros;

(vi) Habilidade de Recuperação, associada à extensão e fluência que itens de informação ou

conceitos são recuperados da memória de longo prazo por associação; e (vii) Velocidade de

Processamento Cognitivo, associada à taxa de rapidez de processamento cognitivo em tarefas

cognitivas simples (CARROL, 1993).

Posteriormente, McGrew e Flanagan (1998) propuseram uma integração das teorias de Catell

(1971), Horn (1991) e dos Três Estratos de Carrol (1993) propondo a Teoria de Cattell-Horn-

Carroll (CHC) das Habilidades Cognitivas resultando em uma visão hierárquica

multidimensional da inteligência organizando-a em dez fatores amplos, veja a Figura 3.

Figura 3 – Habilidades segundo a Teoria de Cattell-Horn-Carroll - CHC das Habilidades Cognitivas

Fonte: Adaptado de Primi et al (2001)

HABILIDADES SIGNIFICADOS

Conhecimento Quantitativo Compreender conceitos e relações quantitativas; manipular símbolos

numéricos .

Inteligência Fluída

Raciocinar rapidamente frente a novas situações; reorganizar,

transformar e interagir com informações; induzir e deduzir conceitos;

observar e compreender implicações.

Inteligência Cristalizada Representa a profundidade e quantidade de experiência e

conhecimentos adquiridos em processos de aprendizagem

Memória a Curto Prazo Recordar uma informação adquirida em curto prazo

Armazenamento e

Recuperação a Longo Prazo

Ter fluência ou facilidade de recuperar idéias ou conceitos da

memória de longo prazo por associação

Leitura e Escrita Compreender a linguagem escrita e ter a capacidade de expressão de

pensamentos pelo ato de escrever

Processamento Visual Gerar, perceber, armazenar, analisar, manipular e transformar

imagens visuais

Processamento Auditivo Perceber, analisar, distinguir e sintetizar padrões sonoros; perceber

nuances sonoras em estruturas musicais complexas

Velocidade de

Processamento

Realizar rapidamente tarefas comuns em um espaço de tempo pré-

determinado

Velocidade de

Decisão/Reação

Rapidez em fornecer respostas corretas de problemas de compreensão

e raciocínio

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2.3 Subsistemas que afetam as competências: a abordagem macroergonômica

A abordagem macroergonômica amplia a visão acerca das relações do homem com o meio e

permite uma análise sistêmica a partir dos subsistemas que podem afetar as competências, a

saber: (i) Ambiente Externo, que abrange todos os elementos externos aos limites da

organização que variam de meio para meio; (ii) Social, constituído por grupos informais -

comunidade e família, e formais - colegas de trabalho, fornecedores, clientes etc., sendo que

dessas relações surge o senso de identidade e o propósito do trabalho, seleção e trocas a partir

dos comportamentos; (iii) Técnico, formado pela infra-estrutura física, equipamentos,

instrumentos, informações científicas e tecnológicas, recursos e insumos existentes em níveis:

individual, setorial e organizacional; e (iv) Organizacional, que é definida a partir dos outros

três e pela interação entre eles, sendo considerados como elementos constituintes: a natureza

do trabalho, a forma e peculiaridades do processo de gestão, a variedade das atividades e

tarefas e suas respectivas significâncias (TRIST, 1978; PASMORE, 1988; HENDRICK e

KLEINER, 2000).

3 Discussão

O referencial permite inferir que as competências são compostas por quatro importantes

elementos, a saber: (i) conhecimentos (adquiridos de maneira formal e informal), (ii)

habilidades cognitivas (Teoria Cattel-Horn-Carrol), (iii) Atitudes, e (iv) Resultados (produção

resultante das ações). Tal afirmação encontra sustentação na análise dos conceitos propostos

pelos vários autores citados neste trabalho. Para tanto, foi formulada uma síntese onde se pode

verificar que os autores em seus estudos referem como partes constitutivas das competências

estes elementos, veja a Figura 4.

AUTORES ELEMENTOS

Le Boterf (1995); Parry (1996); Perrenoud (2000); Zafirian (2001);

Hipólito (2001); Santos (2001); Conde (2001); Paquay et al. (2001);

Rodriguez et al. (2002);Carvalho (2002); Fleury e Fleury (2004)

Conhecimentos (saber)

Thurstone (1938); Guilford (1967); Cattel (1971); Prahalad e Hamel

(1990); Horn (1991); Carroll (1993); Le Boterf (1995); Parry (1996);

Dejours (1997); McGrew e Flanagan (1998); Perrenoud (2000); Zafirian

(2001); Hipólito (2001); Santos (2001); Conde (2001); Rodriguez et al.

(2002); carvalho (2002); Fleury e Fleury (2004); Moehrle et al. (2005)

Habilidades (saber fazer)

Parry (1996); Perrenoud (2000); Zafirian (2001); Paquay et al. (2001);

Hipólito (2001); Rabaglio (2001); Santos (2001); Rodriguez et al.

(2002); Carvalho (2002); Fleury e Fleury (2004)

Atitudes (saber e querer agir)

Hipólito (2001); Santos (2001); Ubeda (2003); Fleury e Fleury (2004) Resultados (obter resultados)

Figura 4 – Síntese que relaciona os estudos de vários autores aos elementos que constituem as competências

A partir das propostas conceituais de Hipólito (2001), Santos (2001) e, Fleury e Fleury (2004)

pode-se dizer que a competência humana é a soma de conhecimentos, habilidades, atitudes e

resultados. Os estudos propostos por Thurstone (1938), Guilford (1967), Cattel (1971), Horn

(1991); Carroll (1993) e, McGrew e Flanagan (1998) contribuem de forma importante para o

entendimento das peculiaridades que influenciam o processo de aquisição de conhecimentos e

desempenho humano.

Com base no referencial gerenciar competências de pesquisadores, a infra-estrutura

tecnológica e os procedimentos metodológicos de um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento

(P&D) significa transformar satisfatoriamente, através das próprias habilidades do gestor e

pesquisadores os objetivos e metas em resultados (THIEME, SONG e SHIN, 2003; LIMA,

1999 e D’ALKAINE, 1992). Neste caso, Moehrle et al. (2005) afirmam que a prática tem

demonstrado que a maior dificuldade para um gestor de projetos de P&D tem sua origem nas

pessoas.

Page 9: Uma síntese conceitual acerca de competências individuais e organizacionais que podem influenciar o desempenho de pesquisadores

Ao considerar a influência dos subsistemas Organizacional, Técnico, Social e Ambiente

Externo (HENDRICK e KLEINER, 2000) no desenvolvimento das competências e processos

de gestão e execução de projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), bem como, a

interação com o somatório dos conhecimentos, habilidades, atitudes e resultados dos

pesquisadores é possível constatar que a eficácia é um fenômeno sistêmico, veja a Figura 5.

Figura 5 – Modelo sistêmico que representa as interações entre os subsistemas e os elementos que constituem as

competências para obtenção da eficácia de projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D)

Para Checkland (1994), um sistema é um todo estruturado em níveis e etapas que se inter-

relacionam pela ação, comunicação e controle que viabilizam a adaptação a um ambiente em

constante processo de mudança. Senge (2004) considera que um modelo sistêmico pode

identificar inter-relacionamentos para ver padrões de mudança, em vez de recortes

instantâneos.

Para Marinho e Façanha (2001) e Radner (1992) a efetividade se refere ao cumprimento e

aprimoramento de objetivos. Organizações são efetivas quando seus critérios decisórios e suas

realizações apontam para objetivos, metas e regras de conduta confiáveis e dotadas de

credibilidade para quem integra a organização e para seu contexto de atuação. Para Kreps

(1990) a eficiência relaciona-se ao custo versus benefício e seria semelhante à efetividade

organizacional, pois ambas são dimensões organizacionais amplas. A eficácia significa

produzir os efeitos desejados, sendo importante reconhecer que a efetividade e a eficiência

(ou seja, efetividade organizacional) dos programas são ingredientes indispensáveis da

eficácia, inclusive para fins de conhecimento dos resultados pretendidos. Desta forma, um

projeto somente será eficaz se forem antes efetivas e eficientes as estratégias e ações das

organizações (MARINHO e FAÇANHA, 2001).

4 Conclusões

Este artigo apresentou os resultados de uma pesquisa que teve por finalidade elaborar uma

síntese conceitual sobre competências com a finalidade de contribuir para um melhor

entendimento por parte de gestores institucionais, coordenadores e pesquisadores de projetos

de P&D acerca das especificidades e peculiaridades deste tema.

Subsistema

Organizacional

Subsistema

Técnico

Subsistema

Ambiente Externo

Subsistema

Social

Competências

Conhecimentos

Habilidades

Resultados

Atitudes

Efetividade

Eficácia

Page 10: Uma síntese conceitual acerca de competências individuais e organizacionais que podem influenciar o desempenho de pesquisadores

Como resultado foi proposto um modelo sistêmico que representa as interações entre os

subsistemas Organizacional, Técnico, Social e Ambiente Externo, e os elementos que

compõem as competências humanas.

Foi possível compreender que a gestão de projetos implica no conhecimento do contexto

organizacional, bem como, das variáveis internas e externas a que os projetos estão sujeitos,

devido a esta atividade contemplar o gerenciamento das questões organizacionais, os recursos

humanos e materiais, e os requisitos de cada projeto a ser desenvolvido.

O estudo mostra que o gerenciamento de projetos envolve a integração de todos os recursos

envolvidos (financeiros, materiais e humanos) com o objetivo de, no prazo acordado e com a

verba proposta, atingir as metas propostas, primordialmente com êxito em todos os sentidos.

Por fim, uma questão fundamental que deverá permear todas as fases de um projeto é

conhecer e desenvolver as competências dos recursos humanos envolvidos, já que a eficácia

do processo de pesquisa e desenvolvimento é resultante de um fenômeno sistêmico.

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