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FASERRA PÓS-GRADUAÇÃO EM REABILITAÇÃO EM ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA COM
ÊNFASE EM TERAPIA MANUAL
ANNE DE SOUZA BEZERRA
UMA REVISÃO ACERCA DOS MÉTODOS: MACKENZIE VS. WILLIAMS
MANAUS 2016
ANNE DE SOUZA BEZERRA
UMA REVISÃO ACERCA DOS MÉTODOS: MACKENZIE VS. WILLIAMS
Artigo apresentado ao Curso de Pós-graduação Latu Senso em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual da Faserra, como requisito para obtenção de título de Especialista em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual. Orientadora: Profª. MSc. Dayana Priscila Maia Mejia
MANAUS 2016
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UMA REVISÃO ACERCA DOS MÉTODOS: MACKENZIE VS. WILLIAMS
Anne de Souza Bezerra1
[email protected] Dayane Priscila Maia Mejia2
Pós-graduação em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual – Faserra
Resumo Este artigo visa revisar os métodos Mackenzie e Williams no tratamento de pacientes com dores crônicas na coluna lombar. A coluna lombar é localizada na parte inferior da coluna, compreendida pelo tórax e pelo quadril. É formada por cinco vértebras que possuem características próprias. Na região da coluna lombar é muito comum as dores crônicas, na maioria dos casos por sedentarismo. A lombalgia é uma dor relatada na região lombar, que pode ocorrer sem motivo aparente, mas geralmente é relacionada a algum tipo de trauma com ou sem esforço. O método Mackenzie de tratamento utiliza tanto exercícios de extensão quanto de flexão. Já no método de Williams todos os exercícios são gerando flexões mais precisamente no quadril, onde visa-se a descompressão. Palavras-chave: Dor na coluna, lombar, lombalgia, métodos MacKenzie e Williams.
1. Introdução
A busca por uma solução para as dores causadas pela utilização incorreta da
biomecânica humana, principalmente nas últimas décadas em que as tecnologias passaram a
fazer parte do cotidiano das pessoas, acarretaram também problemas de má postura que
necessitam de ajuda profissional.
A fisioterapia se depara com inúmeros métodos de procedimentos para sanar ou
mesmo minimizar as dores da coluna vertebral e seus atenuantes. Os métodos de Mackenzie e
os exercícios de Williams, estão sendo utilizados por mais de 6 décadas mesmo sem a
comprovação necessária de quais enfermidades um ou outro seja mais eficaz.
O diagnóstico da dor lombar muitas vezes é impreciso, acarretando também a
necessidade de experimentar a combinação de procedimentos diferentes para alcançar a
eficácia do tratamento (ABREU et al., 2007). O que leva a que alguns profissionais
combinem técnicas e métodos de diagnósticos.
1 Fisioterapeuta, Pós-graduanda em Reabilitação em Ortopedia e Traumatologia com Ênfase em Terapia Manual.
2 Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia de Ensino Superior e Mestre em Bioética e Direito em Saúde.
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Buscando atender a conclusão do curso de Pós-graduação em Reabilitação em
Ortopedia e Traumatologia com ênfase em Terapia Manual, este trabalho tem como objetivo
fazer um comparativo bibliográfico sobre a utilização dos Métodos de Mackenzie e o Método
de Williams, no tratamento das dores lombares.
Embora sejam métodos que já estejam em uso por mais de 60 anos, ainda pouco se
tem comprovação de suas efetividades na prática. O que tem levado que muitos
Fisioterapeutas utilizem uma combinação de métodos para alcançar melhores resultados.
Para a realização deste trabalho foi necessário o levantamento bibliográfico sobre a
temática, amparado por autores e pesquisadores que fizeram experimentos com pacientes
utilizando um e outro método e demonstrando sua eficácia em conformidade com o tipo de
dor.
2. Fundamentação teórica
2.1 Coluna vertebral Para entender melhor o comparativo, primeiramente temos que passar por alguns
entendimentos importantes para assim compreender do que se tratam esses métodos, e onde
eles são aplicados. Começamos pelo entendimento do que é a coluna, como ela é constituída e
sua função para o corpo humano.
A coluna lombar é localizada na parte inferior da coluna, compreendida pelo tórax e
pelo quadril. É formada por cinco vértebras que possuem características próprias. Possuem o
corpo volumoso, sendo seu diâmetro transverso maior que no sentido antero-posterior. O
forame vertebral é triangular, os pedículos são curtos e nascem na parte superior do corpo. Os
processos transversos se posicionam para trás e para cima, com um tubérculo acessório e
outro mamilar. As facetas articulares superiores são côncavas e dispõem no sentido póstero-
medial, enquanto as facetas inferiores são convexas no sentido antero-lateral. Os processos
espinhosos são longos, largos e horizontais (LEMOS, SOUZA e LUZ, 2005).
O suporte e a estabilidade da coluna lombar são feitos pelas facetas articulares, pelos
ligamentos, discos intervertebrais, fáscias e aponeuroses toracolombares (grande dorsal,
serrátil posterior inferior, oblíquos internos, abdominais transversos) e pelos outros músculos
que estabilizam dinamicamente a coluna (SANTOS e FREITAS, 2011).
Entre as vértebras existe um disco constituído de um anel fibroso e um núcleo
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pulposo, fazendo parte da unidade funcional da coluna vertebral. O disco intervertebral
lombar é abundantemente inervado, recebendo ramos nervosos comunicantes cinzas dos
ramos ventrais e dos nervos sinuvertebrais. Essas terminações nervosas são encontradas na
superfície lateral e dentro do anel fibroso. Biomecanicamente, em uma flexão lombar, a
porção anterior do disco é comprimida, enquanto a posterior é liberada. Em um disco
saudável, o núcleo pulposo não deve se mover, apenas ocorrem leves distorções devido a
maior sobrecarga em uma porção do disco. Na extensão ocorre o oposto, a parte posterior é
comprimida enquanto a anterior é liberada. Consequentemente, as compressões aplicadas ao
disco podem ser a fonte primária de lombalgia.
De acordo com Kahle, Leonahardt e Platzer a coluna vertebral é constituída de:
A coluna vertebral constitui a base do tronco. É composta de 33-34 vértebras e discos vertebrais. As vértebras classificam-se 20 em 7 vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, 5 vértebras lombares, 5 vértebras sacrais e 4 a 5 vértebras coccígenas. As vértebras sacrais se fundem no osso sacro e as coccígenas no osso cóccix. Por isso as vértebras sacrais e coccígenas são denominadas vértebras falsas em contraposição às outras que são as verdadeiras (2000, p. 36).
Após vermos do que constituída a coluna, a imagem a seguir vem para visualizar
melhor o que Khale, Leonahardt e Platzer (2000) descreveu na definição citada.
FIGURA 1: COLUNA VERTEBRAL
Fonte: Instituto Gaúcho de Cirurgia da Coluna Vertebral/2016
Oliver e Middleditch (1998, p.1) identificam que a coluna possui 3 funções “suporta
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o homem em sua postura ereta; permite o movimento e a deambulação; protege a medula
espinhal”.
A coluna vertebral possui quatro movimentos considerados fundamentais para
manter o equilíbrio e a sustentação estática da parte superior do corpo (NORKIN e
LEVANGIE, 2001). Estes movimentos são: flexão, extensão, flexão lateral e rotação.
Ainda segundo Oliver e Middleditch (1998, p.1):
Vista de perfil, a coluna vertebral exibe cinco curvaturas na postura ereta, duas em nível cervical e as três restantes ocupando cada uma os níveis torácico, lombar e sacral. A forma destas curvaturas é variável e frequentemente alterada por distúrbios patológicos. Curvatura Cervical. Há normalmente duas curvaturas na coluna cervical: a cervical superior, que se estende do occipital ao áxis, e a curva lordótica mais extensa da coluna cervical inferior, que se estende do áxis até a segunda vértebra torácica. A curvatura cervical inferior é convexa em sentido anterior e é direcionada inversamente em relação a curvatura cervical superior. Nesta porção cervical a coluna sustenta o crânio e tem que estar situada o mais perto possível do centro de gravidade do crânio. Curvatura Torácica. Côncava em sentido anterior, estendendose de T2 a T12. A concavidade é devida a maior depressão da porção posterior dos corpos vertebrais neste nível. Na parte superior há, frequentemente, uma ligeira curvatura lateral com a convexidade diregida para um dos dois lados, direito ou esquerdo. Nesta porção a coluna é empurrada para trás pelos órgãos do meastino, em especial pelo coração. Curvatura Lombar. Convexa em sentido anterior e se estende de T12 até a junção lombossacra. Nesta região, a coluna que até então sustenta o peso de toda a parte superior do tronco, reintegra-se a uma posição central, fazendo saliência na cavidade abdominal. Curvatura Sacral. Estende-se da junção lombossacra ao cóccix. Sua concavidade anterior dirige-se para frente e para baixo.
2.2 Lombalgia
A lombalgia é uma dor relatada por pacientes na região lombar, que localiza-se na
altura mais abaixo da coluna, que pode ocorrer sem motivo aparente, mas geralmente é
relacionada a algum tipo de trauma com ou sem esforço, também pode ter motivo de
sedentarismo. A lombalgia pode ter origem em várias regiões: em estruturas da própria
coluna, em estruturas viscerais; pode ainda ter origem vascular ou origem psicogênica
(CORRIGAN e MAITLAND, 2000). Podendo ser classificada como estática, quando é
causada por uma má postura, e cinética quando é decorrente da uma biomecânica de forma
incorreta ou por sobrecargas cinéticas (MCKENZIE apud CAILLIET, 1999).
São classificadas de acordo com suas patologias, as mecânicas degenerativas
(protusões discais, osteoartrose), as espondilites, as doenças ósseas metabólicas (osteoporose),
as neoplasias (tumores), as dores referidas (pélvicas, renais), e as não específicas
(fibromialgias) (CARVALHO e MOREIRA, 1996).
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A coluna vertebral, assim como todas as articulações do corpo humano, está sujeita a
repetidas cargas e estresses que podem ser brevemente indolores. Porém, estas mesmas cargas
podem favorecer o processo de degeneração de uma articulação, o que causará as dores. No
caso da coluna lombar, podem ocorrer disfunções somáticas, resultam em um processo
degenerativo que interferirá na biomecânica articular, levando a dias de dor e dores crônicas.
FIGURA 2: LOMBALGIA
Fonte: https://www.google.com.br/search?
Entre as vértebras existe um disco constituído de um anel fibroso e um núcleo
pulposo, fazendo parte da unidade funcional da coluna vertebral. O disco intervertebral
lombar é abundantemente inervado, recebendo ramos nervosos comunicantes cinzas dos
ramos ventrais e dos nervos sinuvertebrais. Essas terminações nervosas são encontradas na
superfície lateral e dentro do anel fibroso. Biomecanicamente, em uma flexão lombar, a
porção anterior do disco é comprimida, enquanto a posterior é liberada. Em um disco
saudável, o núcleo pulposo não deve se mover, apenas ocorrem leves distorções devido a
maior sobrecarga em uma porção do disco. Na extensão ocorre o oposto, a parte posterior é
comprimida enquanto a anterior é liberada. Consequentemente, as compressões aplicadas ao
disco podem ser a fonte primária de lombalgia (MCKENZIE, 1997).
2.3 O Método de Robin Mckenzie
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O Método Mckenzie é uma técnica de avaliação e de autotratamento da Fisioterapia
Avançada e baseada em evidência, que oferece condições para o paciente se tratar de maneira
rápida, segura e eficaz, sem depender de medicação, calor, gelo, ultrassom ou cirurgias.
Esta abordagem é conhecida no mundo inteiro como Método Mckenzie de
Diagnóstico e Terapia Mecânica (em inglês, Mechanical Diagnosis and Therapy – MDT).
O Dr. Robin Mckenzie acreditava que as dores lombares tinham três mecanismos
responsáveis. A primeira, Síndrome de Postura, causada por uma deformação mecânica dos
tecidos moles adjacentes aos segmentos vertebrais. A segunda, Síndrome de Disfunção,
causada por um encurtamento ou aderência tecidual causada pela má postura ou por
contratura do tecido fibro-colagenoso desenvolvido após um trauma. E a terceira, a Síndrome
do Desarranjo causada por um deslocamento do disco intervertebral (ALECRIM, 2014).
FIGURA 3: CENTRALIZAÇÃO DA DOR
Fonte: Cristiane Lage/2016
Disponível em www.cristianelage.com.br
De acordo com Mckenzie a coluna vertebral possui curvaturas para absorver os
choques e permitir maior flexibilidade. Se levarmos como base o índice raquidiano de Delmas
e a fórmula R= N²+1, onde R é a resistência da coluna e N é o número de curvaturas, chega-se
à conclusão que a teoria de Mckenzie é pertinente. A dor lombar seria causada pela tensão
muscular ou estiramento dos ligamentos e outros tecidos moles. Isso geralmente ocorre com a
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manutenção dos maus hábitos posturais, excesso de flexões e posições relaxadas, ou seja,
qualquer posição onde a coluna lombar tende a retificar-se. Outras causas comuns que podem
ocorrer são as forças externas aplicadas na coluna provocando tensão nas estruturas,
levantamento de objetos excessivamente pesados e posição curvada enquanto trabalha. Entre
todas estas causas, a posição sentada de forma incorreta representa a maior causa de dor
lombar (ALECRIM, 2014).
O método de tratamento utiliza tanto exercícios de extensão quanto de flexão.
Apesar de Mckenzie apresentar a causa da dor lombar como uma manutenção exagerada da
flexão, também são utilizados nos métodos exercícios de flexão. Isso se deve a questão de que
o deslocamento do disco também acontecer anteriormente em casos especiais como, por
exemplo, na gravidez onde há o aumento acentuado da lordose lombar.
FIGURA 4: EXERCÍCIOS DE MCKENZIE
Fonte: https://www.google.com.br/search?q=imagens+sobre+os+exercícios+de+mckenzie
Nas fases mais avançadas do tratamento, é introduzido a flexão com a finalidade de
reorganizar o colágeno que é depositado de forma desordenada no anel fibroso. Mckenzie
segue as três fases do processo de recuperação do disco através de seu método. Essas três
fases são: o processo natural de cura (FARFAN, 1973), o mecanismo auto-selante
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(MARKOLF & MORRIS IN GRIEVE, 1974) e a recuperação cartilaginosa (SALTER IN
GRIEVE, 1979).
2.3.1 A Síndrome da Postura
É a deformação mecânica de origem postural que promovedor de natureza
intermitente. Os tecidos ao redor dos segmentos da coluna são submetidos a estresses por
longos períodos, decorrentes de má postura estática e prolongada. São geralmente pacientes
com menos de 30 anos de idade, sedentários e podem relatar dores irradiadas para outros
níveis da coluna vertebral. O tratamento tem como objetivo a correção da postura e orientação
postural (MAKOFSKY, 2005).
A síndrome postural está presente em pacientes com idade inferior a 30 anos, é
causado pela manutenção de posturas que alongam os tecidos moles. Geralmente, essa dor é
causada por uma posição de assento incorreta com a cabeça inclinada para a frente,
hipercifose dorsal e lordose lombar reduzida
2.3.2 A Síndrome da Disfunção
Os tecidos ao redor dos segmentos vertebrais envolvidos apresentam-se encurtados
ou fibrosados. Ao realizar-se um movimento normal estas estruturas são submetidas a
alongamento além do seu limite, gerando um aumento da sua tensão, impedindo que sua
amplitude normal máxima possa ser alcançada. A tentativa de ultrapassar este limite causará o
alongamento excessivo destas estruturas provocando dor. Em decorrência se verifica uma
perda do movimento e da função, por exemplo, perda da função da coluna cervical observada
ao se manobrar um carro. Geralmente são pacientes que possuem mais de 30 anos de idade,
que referem rigidez maior no período da manhã. O tratamento consiste na orientação postural,
alongamento das pastes moles e do tecido fibrótico, tendo cuidado de não provocar
microtraumas (MAKOFSKY, 2005).
À semelhança da síndrome postural, a síndrome da disfunção também apresenta uma
complicação em longo prazo. Se não for tratada com uma intervenção apropriada, pode causar
uma patologia mais destrutiva e resultar na última das três síndromes de Mckenzie, ou seja, a
síndrome do desarranjo.
A síndrome da disfunção afeta os pacientes com: tecidos moles encurtados, cicatrizes
ou aderências que em determinados movimentos se alongam e causam uma pontada ou um
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incômodo.
Entretanto, em alguns casos um evento traumático, na ausência da disfunção
preexistente, é suficiente para causar desarranjo do disco intervertebral.
2.3.3 A Síndrome do Desarranjo
As características dessa síndrome podem incluir sinais e sintomas neurológicos, dor
durante o movimento, deformidade aguda (p. ex., torcicolo, cifose lombar, fenômenos de
desvio lateral), além de dor intensa e incapacitante. Os pacientes com a síndrome do
desarranjo (derangement) relatam frequentemente uma história de má postura e rigidez
progressiva. Acredita-se que a falta de nutrição induzida pelo movimento, em combinação
com as cargas aplicadas fora do centro e que agem sobre o disco intervertebral, causa o
deslocamento do material discai. É mais provável que os jovens tenham um deslocamento
nuclear, enquanto aqueles com mais de 50 anos de idade desenvolvam lesões anulares. Com o
início da doença discal degenerativa, os pacientes podem desenvolver instabilidade
segmentar, que exige o treinamento de estabilização do(s) segmento(s) hipermóvel(eis)
associado à terapia manual para os segmentos rígidos e hipomóveis acima e/ou abaixo
(MAKOFSKY, 2005).
Os pacientes com a síndrome do desarranjo (que ocorre principalmente nas colunas
cervical e lombar) descrevem com frequência que seu pescoço e/ou costas estão "fora". É
imperativo que esses pacientes sejam diagnosticados corretamente, pois do contrário serão
privados da intervenção correta. O disco lesionado exige uma abordagem bastante diferente
daquela da síndrome da disfunção e não responderá a menos que seja corretamente tratado. Os
objetivos da intervenção são:
1. O desarranjo deve ser devidamente reduzido.
2. A redução deve ser estabilizada.
3. Depois que o desarranjo se torna estável, a função perdida deve ser recuperada
4. Deve ser enfatizada a prevenção de recidiva do desarranjo.
A classificação da deficiência vertebral em uma das três síndromes de Mckenzie
(Quadro abaixo) constitui apenas o início do estabelecimento de uma intervenção correta.
Existem outras subclassificações das síndromes tanto da disfunção quanto do desarranjo.
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Essas são feitas durante o processo de avaliação e são necessárias para estabelecer o
diagnóstico correto. A teoria responsável pela abordagem de Mckenzie pode e deve ser
apresentada em toda e qualquer referência sobre terapia manual vertebral, porém somente
após frequentar um curso intensivo sobre as teorias de Mckenzie que o terapeuta terá uma
compreensão real sobre essa abordagem ímpar baseada em problemas para os pacientes com
patologias vertebrais (MAKOFSKY, 2005).
2.4 O Método de Paul Williams
Com outra visão, o Dr. Paul Williams desenvolveu seu método, observando que a
maioria dos pacientes que apresentavam dores lombares crônicas, possuíam alterações
degenerativas esqueléticas secundárias a lesões dos discos intervertebrais. Também acreditava
que o homem forçava seu corpo para se manter ereto, levando a uma deformação da coluna,
redistribuindo o peso pelo corpo nas proximidades dos discos intervertebrais da coluna
cervical e lombar. Essa permanência do homem em pé, aumentaria a lordose lombar,
comprimindo a parte posterior do disco (L1 a S1), acelerando o processo degenerativo. Utiliza
como princípio do tratamento, exercícios de flexão da coluna e quadril. Com o propósito de
reduzir a dor e estabilizar o tronco, desenvolve ativamente os músculos flexores e alonga
passivamente os músculos extensores lombosacros. Williams dá muito enfoque na questão da
inclinação posterior da pelve, sendo essencial para obter ótimos resultados no tratamento
(BLACKBURN e MCKENZIE 1981).
Os exercícios de flexão de Williams são bastante utilizados para o tratamento de
grande variedade de problemas lombares. Em muitos casos o método é utilizado quando a
causa da desordem ou as características não são bem compreendidos por fisiatras e
fisioterapeutas. Constantemente os exercícios são ensinados com modificações próprias dos
terapeutas (BLACKBURN, 1981). Quaisquer modificações dos exercícios devem ser feitas
sob muita consideração da ação muscular, porque os exercícios que violam o mecanismo de
inclinação posterior da pelve, podem ser suficientes para prolongar os sintomas clínicos
(WILLIAMS, 1998). Os exercícios em geral visam o fortalecimento dos músculos
abdominais, glúteos e o alongamento de parte da cadeia posterior.
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FIGURA 5: EXERCÍCIOS DE WILLIAMS
Fonte: LEMOS, SOUZA e LUZ/2003, p. 71
Todos os exercícios de Williams são acompanhados de flexão do quadril, gerando
tração dos músculos ísquio-tibiais que levam a retroversão pélvica. Este movimento é
conhecido por contra-nutação. O movimento de flexão é limitado pela tensão exercida sobre
as estruturas do arco posterior (cápsula e ligamentos da articulação interapofisária, ligamentos
amarelo, interespinhoso, supraespinhoso e o ligamento vertebral comum posterior).
Williams tem contradições próprias em seu método. Por exemplo, em um dos seus
exercícios básicos, o indivíduo toca o pé com as mãos. Ao mesmo tempo ele condena a flexão
do corpo em pé para tocar o chão. É o mesmo exercício, mas com postura diferente.
3. Metodologia
Para o estudo proposto, foi necessária uma revisão da literatura sobre o assunto
tratado, revisar significa olhar novamente, retomar os discursos de outros pesquisadores, mas
não no sentido de visualizar somente, mas de criticar. Os trabalhos de revisão são definidos
por Noronha e Ferreira (2000, p. 191) como:
estudos que analisam a produção bibliográfica em determinada área temática, dentro de um recorte de tempo, fornecendo uma visão geral ou um relatório do estado-da-arte sobre um tópico específico, evidenciando novas idéias, métodos, subtemas que têm recebido maior ou menor ênfase na literatura selecionada
Quanto ao método de procedimento, utilizou-se o comparativo por entender que este
possibilita a realização de comparações com a finalidade de verificar semelhanças e explicar
divergências. Portanto, indicado para demonstrar as duas teses descritas no decorrer do
trabalho, o Método Mckenzie e o Método de Williams.
4. Resultado e Discussão
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Após revisão da literatura, optamos por demonstrar as similitudes e diferenças dos
dois métodos de estudo através da Tabela abaixo:
MÉTODO DE MCKENZIE MÉTODO DE WILLIAMS 1. Preserva a lordose como fator indispensável para a harmonia da coluna;
1. Coluna lombar deve ser retificada, diminuindo a lordose lombar, fortalecendo glúteos, músculos abdominais e alongando parte da cadeia posterior;
2. Como base o índice raquidiano de Delmas e a fórmula R= N²+1, o método é pertinente;
2. Deve-se utilizar se levarmos em conta que a dor lombar seria causada por um encurtamento das estruturas da cadeia posterior;
3. Em casos de protusão discal ou mesmo leve deslocamento do núcleo pulposo dentro do disco, o método é o mais indicado biomecanicamente;
3. Se obtêm resultados com Williams em protusões discais;
4. Quando a dor lombar é causada por encurtamento da cadeia posterior ou síndrome da disfunção, é tratada através das flexões;
4. Quando a dor lombar é causada por encurtamento da cadeia posterior, o mais indicado são as flexões de Williams, já que comprovadamente apresentou alterações teciduais;
5. O método é composto de movimentos repetidos em amplitude máxima, posições sustentadas e mobilizações.
5. Os exercícios foram desenvolvidos para adultos de meia-idade que sofreram a dor nas costas devido à extrema lordose - uma curvatura para dentro da parte inferior das costas
Fonte: Elaborado com base em LEMOS, SOUZA e LUZ/2005.
A revisão da literatura consultada nos leva a afirmar que os dois métodos escolhidos
para estudo apresentam contradições na sua base, já que cientificamente não existem
pesquisas capazes de comprovar a eficácia de um ou outro método. Observa-se que o objetivo
de cada um dos métodos propostos, é diferente. Williams retifica e o Mckenzie lordosa
segundo (FARFAN, 1981), um se preocupa bastante com o núcleo e o outro com a
musculatura.
Os estudos de McKenzie indicam existirem fatores algumas atitudes que se repetitivas,
predispõem à lombalgia, destacando-se a postura sentada, a perda da extensão e o número de
flexões, segundo indicam Lemos, Souza e Luz (2003). Por outro lado, Williams observou
“[…] que a maioria dos pacientes que apresentavam dores lombares crônicas, possuíam
alterações degenerativas esqueléticas secundárias a lesões dos discos intervertebrais”
14
(LEMOS, SOUZA E LUZ, 2003, p. 69).
O tratamento proposto por Williams utiliza princípio do tratamento, exercícios de
flexão da coluna e quadril, em contrapartida, estudos apontam que Mckenzie considera a
tensão muscular ou estiramento dos ligamentos como causadores da dor lombar, além as
forças externas aplicadas na coluna e levantamento de objetos excessivamente pesados e
posição curvada enquanto se trabalha (LEMOS, SOUZA E LUZ, 2003).
O que certamente vem sendo demonstrado, é que passados mais de 60 anos de
aplicação dos métodos nos tratamentos por profissionais de saúde, estes são utilizados
conforme o diagnóstico do fisioterapeuta e sua tendência ou inclinação para um ou outro
método. No entanto, evidencia-se que, por falta de estudos mais profundos, alguns
fisioterapeutas preferem utilizar os exercícios de Williams quando não identificam as causas
do problema.
Segundo Tenório e Vieira (2000, s/p):
Embora não existam pesquisas com credibilidade sobre tais tratamentos, os métodos Mackenzie e Williams, biomecanicamente opostos, são usados por décadas por fisioterapeutas em todo mundo (LEMOS; SOUZA; LUZ, 2003).
Ou seja, a falta de embasamento científico para as variadas enfermidades e a
experimentação com um ou outro método, acarreta a falta de comprovação da eficácia de
ambos, sendo necessário estudos mais específicos para o aprofundamento dos métodos aqui
descritos.
5. Conclusão
Pode-se concluir baseado nas bibliografias consultadas, que tanto o Método de
MacKenzie quanto o Método de Williams, são eficazes no tratamento da diminuição do
quadro álgico causado pelo protusão discal.
No entanto, Mackenzie questionou a série de exercícios elaboradas por Williams já
que, supostamente, o movimento de extensão da coluna, afasta o núcleo dos tecidos
nociceptivos, desenvolvendo em contrapartida, um método com exercícios de extensão capaz
de aliviar a dor lombar.
A bibliografia consultada nos leva a constatação, de que os exercícios de Williams
devem vir acompanhados de novos métodos que possam ser utilizados concomitantemente,
para enfermidades diferenciadas e sem causa aparente.
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Quanto ao método de Mackenzie pode-se afirmar com base não estudo, que é um
método não-invasivo, que em muitos casos permite ao paciente curar-se. No entanto, é
importante definir um programa de tratamento personalizado, por haver diferenças
importantes entre pacientes que sofrem da mesma síndrome ou enfermidade.
6. Referência
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