uma proposta de ensino de fraÇÕes por meio de … · frações, no ensino fundamental, aplicamos...

21

Upload: hanhi

Post on 14-Dec-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UMA PROPOSTA DE ENSINO DE FRAÇÕES POR MEIO DE RESOLUÇÃO DE

PROBLEMAS

JOSÉ PEREIRA DA COSTA1

LUCIANO FERREIRA2

Resumo O presente artigo tem como objetivo apresentar os resultados da implementação do Projeto PDE intitulado: “Ensino de frações”, que foi utilizado como metodologia de ensino-aprendizagem de Matemática através da Resolução de Problemas. Essa proposta foi aplicada nas aulas de matemática da quinta série B, para 09 alunos (as) do Colégio Estadual Rancho Alegre-Ensino Fundamental e Médio. Inicialmente, aplicou-se um questionário contendo dez questões; em seguida, atividades com utilização das medidas da quadra de esporte do colégio, para identificar os espaços relacionados às práticas esportivas;resolução de problemas das Olimpíadas de Matemática regionais e brasileiras,das questões da Prova Brasil e de Livros didáticos adotados pelo Estabelecimento de Ensino. Os resultados iniciais apontaram que os educandos envolvidos demonstraram dificuldade em entender como aplicar números fracionários na resolução de problemas. Palavras - chave: Resolução de Problemas; Frações; Aprendizagem.

Summary

This article aims to present the results of the implementation of the PDE Project titled: "Teaching fractions", using the methodology of teaching and learning of Mathematics through Problem Solving. Whose bid has been applied in mathematics lessons in fifth grade for a didactic sequence. To start we applied a questionnaire containing ten questions to students, activities with the use of measures Indoor sports, sports-related practices, problems Olimpiades, proof Brazil and Textbooks adopted by the Establishment of ensino.Os initial results showed that learners demonstrate the difficulties involved in understanding what is a fractional number, problem solving reveal that there is a learning more siggnificativa operations to solve problems with fractional numbers.

Keyword: Troubleshooting; Fractions; Learning.

1 Professor PDE da rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná

2 Professor Orientador de Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão

1 Introdução

A construção do conhecimento de um educando em conteúdos matemáticos

pode acontecer no seu relacionamento com o amigo, escola e em casa. Não há um

único caminho para aprender matemática. É preciso estar sempre pronto para fazer

uma escolha adequada de uma metodologia que facilite o aprendizado dessa

disciplina. Neste artigo, apresentamos uma das opções.

Os alunos trazem para a escola conhecimentos, idéias e intuições,

construídas através das experiências que vivenciam em seu grupo sociocultural.

Eles chegam à sala de aula com diferentes ferramentas básicas para, por exemplo,

classificar, ordenar, quantificar e medir. (Ministério da educação e do desporto.

Secretaria de educação Fundamental. Brasília. 1997, p.30).

Medir, desenhar, resolver atividades relacionadas à quadra de esporte exige

criar uma consciência do quê e por que aprender matemática, com objetivo de

solucionar dificuldades surgidas no ensino-aprendizagem.

Nessa iniciativa, estão implícitos os aspectos pessoais, mas também

aqueles adquiridos nas relações sociais, não separando o cotidiano vivido pelo

educando, dentro e fora da sala de aula, procurando a interação com o meio.

Nos problemas apresentados, descrevem-se atividades a serem

desenvolvidas em sala de aula, juntamente com sugestões de que problemas

fracionários podem ser resolvidos com uso de fatos do cotidiano, como exemplo

divisão de bolo, pizzas e outros alimentos. ONUCHIC e ALLEVATO (2008, p.83).

Orientam formação de grupos de educandos, que terão o professor como

orientador dos trabalhos e discussões dos grupos, o qual escreverá o resultado no

quadro. Passamos agora para metodologia que nos da sentido ao nosso trabalho.

2 Metodologia

Na resolução dos problemas, os alunos participaram das aulas teóricas,

práticas e trabalho em equipe, para tornar as atividades mais dinâmicas e

compreensivas, possibilitando facilidade da compreensão dos objetivos.

Conforme ALMOULOUD (2007 p.174), para garantir, minimamente, o

alcanço desses objetivos, o pesquisador ou o construtor dessas situações-

problemas necessitam escolher as variações didáticas que podem provocar as

mudanças desejadas, no que diz respeito ao processo de ensino-aprendizagem do

objeto matemático em jogo.

O trabalho com números fracionários será feito de um modo diferente

daquele em que regras de “como fazer” são privilegiadas. Considera-se então, que

trabalho de um problema é ponto de partida e orientação para aprendizagem de

novos conceitos e conteúdos, a construção do conhecimento faz-se-á através de

sua resolução. Professor e alunos juntos desenvolvem esse trabalho, e a

aprendizagem se realiza de modo colaborativo em sala de aula (ONUCHIC e

ALLEVATO apud VANDEWALLE, 2001; ONUCHIC; ALLLEVATO, 2005).

A busca por uma estratégia de ensino por meio da resolução de problemas

com números fracionários, é para motivar a aprendizagem e torná-la acessível à

Aprendizagem e superação de possíveis dificuldades encontradas no ensino da

Matemática, com objetivo de mostrar uma maneira de desenvolver o conteúdo

frações, no Ensino Fundamental, aplicamos o projeto com uma turma de 09

alunos da 5ª Série B do período vespertino, desenvolvido no período matutino, no

mês de Agosto a Novembro/2011. Utilizada a Metodologia a resolução de

problema. O projeto foi desenvolvido em três ambientes: Um questionário em sala

de aula, Laboratório de informática, quadra de esporte, problemas de Olimpíadas,

Prova Brasil e de livros didáticos.

Primeiramente os alunos foram encaminhados para a sala de aula com o

objetivo de que respondessem o questionário elaborado pelo pesquisador. Em

seguida, foram para o laboratório pesquisar informações referente às questões

respondidas em sala de aula. Ao terminar a pesquisa foram para a quadra

esportiva realizar as medidas das dimensões para preparação de material, a ser

utilizado durante a resolução das primeiras atividades sobre frações. Ao trabalhar

com os problemas da Olimpíada, Prova Brasil e do Livro didático, foram abertas

discussões sobre as questões propostas. A sala de aula serviu de espaço para que

o educando pudesse expressar seu conhecimento através de questões propostas e

esclarecimentos de dúvidas surgidas. Após trabalharmos o conteúdo propomos

uma revisão sobre frações e resolução de problemas.

3 Segue a descrição das atividades desenvolvidas com a turma:

Iniciou-se o desenvolvimento das atividades com 09 educandos que

nomearemos como (A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7, A8 e A9) da 5ª Série B, onde foi

aplicado um questionário com 10 questões referentes a números inteiros e

fracionários. Na primeira questão de número inteiro, não houve resposta dos

alunos; na segunda questão, que refere a números fracionários, apenas quatro

alunos responderam, “um número repartido em duas partes iguais”. A terceira

questão foi análise da resposta das duas anteriores e não houve comentário; na

quarta e quinta questões relacionadas às operações e sua utilidade no dia-a-dia,

apenas dois alunos responderam, que se usa nas operações de adição,

multiplicação, divisão, e que significa consumir ¼ de um produto, repartir alimentos

em partes iguais. As questões números seis, sete e oito foram referentes aos

alimentos preparados em casa; a questão número seis, cinco alunos responderam,

através de representação de frações em 1/2 e 4/8; na sétima questão eles

escreveram que era uma fração, e a número oito sete alunos desenharam uma

circunferência divida em oito partes e pintaram apenas quatro partes; a questão

número nove, referente a um número como um todo, apenas dois alunos

responderam representando e efetuando a operação, chegando assim a resposta

um inteiro; e na questão número dez, referente ao surgimento dos números

fracionários.

Após realizar o questionário os alunos foram encaminhados para o

laboratório, para fazer uma pesquisa sobre a origem das frações. Terminada a

pesquisa no laboratório de informática, retornaram para sala de aula, sentando em

forma de círculo, quando foi discutido a importância da existência e utilidade dos

números fracionários e suas operações.

Segundo Miyasaki (2011), no seu diário no GTR, diz que primeiramente

deve-se preparar e aplicar em sala de aula uma atividade de contextualização do

conteúdo para que, através dessa atividade, o educando possa construir

gradativamente os conceitos. É preciso estar atento para que essa prática seja

desenvolvida com situações problemas do cotidiano dos alunos e assim possa

trazer significado ao conteúdo estudado.

Ao debater com os alunos, sobre número fracionário, pensava-se que não

haveria interação, no entanto a participação foi bastante significativa, os educandos

fizeram diversas perguntas e utilizaram o conhecimento do senso comum para

estabelecer relação com os conteúdos trabalhados.

Após as discussões feitas acerca do conteúdo, propomos ir ao

supermercado comprarmos um bolo. Com a ida a esse estabelecimento comercial,

eles observaram que números fracionários são utilizados nos preços, para informar

o valor a ser pago.

O bolo foi utilizado para demonstrar a relação entre objeto concreto e

número fracionário. Alguns alunos concluíram então que se cortarmos o bolo em 8

pedaços iguais, sem retirar nenhum, ainda teremos um inteiro. Se tirarmos um ou

dois pedaços, teremos o número fracionário. Os alunos A1, A2, A3, A4, A5, A6 e

A7 que participaram dessa atividade demonstraram uma habilidade muito boa e

mostraram-se entusiasmados.

Em seguida, propomos um trabalho sobre a importância do esporte na

educação das crianças.

Iniciamos comentando que o esporte, auxilia na conservação da saúde, na

interação e socialização da criança, desenvolve o raciocínio. Iniciamos essa

atividade fazendo o seguinte questionamento. Qual a relação que existe entre a

quadra de esporte, números inteiros e fracionários com as práticas esportivas na

aprendizagem?

Os alunos foram convidados a ir até a quadra medir algumas dimensões.

Para realizar essa atividade, foi preciso fita métrica, caderno, régua, caneta e GPS

para medir as listas demarcadas na divisória para a prática do esporte e que figura

ela representa. Na execução dessa atividade, elaborar questões sobre a utilização

dos números inteiros e racionais no esporte.

Como exemplo dessas questões, perguntamos: Como relacionar a utilização

da fração e suas operações com a prática esportiva? Para responder esta

pergunta, evocamos a ideia do espaço da quadra ocupada pelos atletas como

soma e produto de segmentos do movimento dos jogadores na prática, que

passamos a descrever.

Após medir e observar as figuras geométricas, os alunos deveriam desenhar

no caderno todas as quadras de esporte e a localização dos jogadores.

Passamos então a dar as seguintes explicações. Quando tomamos um

retângulo que representa a área da prática do Voleibol de lado 1, como medida

unitário e dividirmos esse retângulo em partes iguais, cada uma dessas partes terá

1/x de unidade do retângulo dessa modalidade. Nessa atividade, trabalharam a

observação da existência das figuras geométricas nas práticas esportivas.

Apresentação do desenho da quadra representando todas as medidas. Para

dar início, eles desenharam a quadra representando todas as medidas oficiais

como demonstra a figura:

Podemos interpretar que a quadra de Voleibol de lados iguais, apresenta 2

times com 6 jogadores, isso permite observar que cada jogador está contido 1/12

vezes na unidade.

Em seguida, apontamos para a tentativa de montar frações e representar

operações matemáticas, para que pudessem compreender a formação dos

números fracionários, bem como efetuar a soma e a multiplicação.

Assim, se tomarmos o retângulo que representa a Quadra de Handebol:

Ao continuarmos com a quadra podemos identificar a quantidade de

jogadores na quadra de Handebol, contendo exatamente 7 jogadores que ocupa

1/14. Fica evidente que o processo de contagem na representação das frações e

no cálculo dessa modalidade são 2/7 do espaço da quadra e jogadores do time, 7/2

representa a quantidade de jogadores e espaço da quadra. A seguir teremos a

representação da quadra de Basquetebol.

Identificamos uma área contendo exatamente 5 jogadores em cada time

que ocupa 1/10 da área da quadra. Assim fica evidente que o processo de

contagem na representação das frações nos cálculos do espaço ocupado pelos

jogadores de um time são 2/5 do espaço total da quadra, e o restante, ou seja, 5/2

são ocupados pelos jogadores do outro time.

Quadra de Futebol de Salão

Para a prática do esporte de Futsal são necessários 10 jogadores.

Nesta ilustração hipotética utilizamos o processo de contagem na

representação das frações e nos cálculos, dividindo o número de jogadores e

espaço da quadra. Podemos reafirmar essa idéia, quando a análise da quadra nos

permite depreender que 2/5 x 5/2= 1, pois o total de jogadores pode ser

determinado pelos números 2 e 5, através da multiplicação de frações.

Agora, consideremos as figuras das quadras e quantidades de atletas a partir das

representações das frações, como mostrado nos exemplos anteriores, podemos interpretar

a multiplicação de frações como medida de identificar as competições esportivas e a

quantidade de jogadores como referência para ensinar operações matemáticas. Todos os

casos, multiplicação ou divisão, podem ser interpretados através da manipulação de

figuras como processo de cálculos matemáticos. Essas mesmas manipulações podem ser

utilizadas na adição, subtração, adicionando ou subtraindo unidades comuns nas práticas

esportivas procurando desenvolver os cálculos com frações.

De acordo com o PCN, uma abordagem frequente no trabalho com a multiplicação

é o estabelecimento de uma relação entre ela e a adição. Nesse caso, a multiplicação é

apresentada como uma adição de parcelas iguais. (PCN, 1998, p.109).Portanto a

necessidade de explorar situações do cotidiano possibilita criar um vínculo entre

educando e conteúdo, dessa forma as interações e os objetivos com o estudo dos

números fracionários e a sua problematização podem superar dificuldades em

matemática.

Segundo TAVEIRA (1997, p.35), alfabetizar em ciências tem um duplo

trabalho. Estimular um diálogo entre a natureza global, exige estabelecer um

acordo. Acordo para que haja debate, para que haja experiência do diálogo. Pode

parecer estranho, mas alfabetizar é um trabalho que exige diálogo.

Como foi demonstrado nos exemplos anteriores, representado as frações

por número de jogadores na quadra, podemos interpretar e resolver outros

problemas que envolvam outras operações.

Descrição do trabalho com problemas das Olimpíadas de Matemática,

Prova Brasil e de livros didáticos.

A matemática é uma atividade humana, que surge como materialização da

realidade, logo a aprendizagem matemática deve originar-se dessa realidade, isso

não significa mantê-la conectada apenas aos fenômenos do mundo real, senão

também ao realizável, imaginável ou razoável para os alunos, desta perspectiva a

componente cultura tem que ser levada em conta como contexto. Para

FREUDENTHAL (1973) e HILON (1980) apud LOPES (2008, p. 11).

No contexto de resolução de problemas com números fracionários,

utilizaram as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão contidas no

conteúdo dos problemas apresentados.

Segundo as DCNs (Diretrizes Curriculares de Matemática para a Educação

Básica, 2006, p. 42) o ensino de matemática tem como um dos desafios a

abordagem de conteúdos a partir da resolução de problemas. Sendo assim

utilizamos o problema extraído da OBEMEP 2006.

PROBLEMA 1. (OBMEP, 2006) A sexta parte dos alunos de uma classe

usam óculos. Dentre os que usam óculos, 1/3 são meninas; além disso 4 meninos

usam óculos. Quantos são os alunos dessa classe?

Dados do problema:

1/6 de alunos usam óculos

1/3 são meninas

04 meninos usam óculos

Resolução do problema:

1/6 – 1/3 x 1/6=.

Após a resolução do problema foi aberto debate com o objetivo de que os

alunos desenvolvessem a oralidade.

Na sequência das atividades, apresentou-se três relógios, demonstrando

diferentes horas, os alunos reunidos em grupo, obervaram e representaram frações

da marcação dos ponteiros dos relógio de acordo com a hora e minuto.

Solicitamos aos alunos, a construção de relógios, como material pedagógico

para que pudessem entender, a previsão do tempo em diferentes situações: tempo

da aula, o tempo nas práticas esportivas, viagens de ônibus, aviões, mudança do

horário de inverno e verão no Brasil e na questão do fuso horário. Após essa

exploração os educandos representaram frações, com denominadores diferentes,

de acordo a posição dos ponteiros dos relógios. Nesse momento, pode iniciar a

introdução do cálculo do mínimo múltiplo comum, para que eles compreendam sua

utilidade nas operações com frações. Como exemplo abaixo:

Dados do Problema:

Primeiro relógio representa a fração 3/4

Segundo relógio representa a fração 1/3

Terceiro relógio representa a fração 1/2

Resolução do Problema:

Relógios: 3/4 + 1/3 + 1/2= 9/12 + 4/12 +6/12=

A maioria dos alunos entenderam com facilidade, e para aqueles que não

entenderam, propusemos a retomada dos cálculos com múltiplos de um número

natural.

Na etapa seguinte, eles deveriam resolver problemas com números

fracionários na formação do conhecimento como desafio.

Problema 2: (Prova Brasil 2011,p.125). René entrou em uma livraria e

comprou um livro por R$ 35,00 e uma caneta por R$ 3,00. Quais as cédulas que

René poderá usar para pagar a sua compra?

Dados do Problema:

Uma cédula de 1 real

Cinco cédulas de 5 reais

Três cédulas de 10 reais

Resolução do Problema:

Como números inteiros, 10 + 5 + 5+ 5+ 5 + 5 +1 +1 + 1

Outra representação, 1 + 10 + 10 + 5 +5 + 5 + 1 + 1

Ao ensinar teoricamente não se estimula o aluno a contextualizar os

conhecimentos matemáticos para a resolução dos desafios que nos são

apresentados no cotidiano. A contextualização é necessária, pois uma das

principais funções do ensino de Matemática na escola é levar os educandos a

refletir sobre o mundo que os cerca, compreender como os elementos que o

compõem interagem e se transformam.

De acordo com Ambrosio (2005,p 23), o cotidiano está impregnado dos

saberes e fazeres próprios da cultura. A todo instante, os indivíduos estão

comparando, classificando, quantificando, medindo, explicando, generalizando,

inferindo e, de algum modo, avaliando, usando os instrumentos materiais

intelectuais que são próprios á sua cultura.

Desta forma, procura-se ressaltar que a cultura leva ao desenvolvimento,

proporcionando a convivência e a troca de informações, no processo de elaboração

do conhecimento matemático das frações por meio da resolução de problemas,

totalizando assim a convivência com as operações matemáticas para superar

certas dificuldades surgidas no encaminhamento dos problemas propostos em

sala de aula.

Ao interagir com os estudantes e detectarmos as dificuldades que surgem

para resolver os problemas propostos, o professor pode propor problemas que

envolvam números decimais com a utilização de centavos até número inteiro.

Como o exemplo a seguir.

Qual é a representação desses números decimais em frações.

Centavos: 0,01=1/100

0,10=10/100

0,25=25/100

0,50=50/100

1,00 =1

Segundo TOLEDO (2009, p.195), os alunos têm pouco acesso a dinheiro,

mas é importante que eles tenham, se possível, a oportunidade de examinar todas

as notas e moedas de real em xerocópia. Toda atividade utilizada será feita através

de observação constante sobre os educandos e educandas e se necessário

atendê-los (a) individualmente com orientação diferenciada. Assim o problema 3

tinha o objetivo de identificar quantos dias tem 36 horas.

Problema 3. (Prova Brasil 2011. P,123). A avó de Patrícia mora longe. Para

ir visitá-la a menina gastou 36 horas de viagem. Quantos dias duraram a viagem?

Dados do problema:

Viagem de 36 horas

Quantidade de dias gastos

Resolução do Problema:

Representar que um dia tem 24 horas é igual uma unidade e que 12 horas

equivale a ½ de.

Problema 4. (Prova Brasil 2011, p.124). Um programa de música sertaneja,

começa pelo rádio, as 06 horas e 55minutos e o programa seguinte começas às 07

horas e 30 minutos. Quantos minutos duraram o programa de música sertaneja?

Dados do Problema:

O primeiro programa inicia às 06 horas e 55 minutos

Outro programa inicia às 7 horas e 30 minutos.

Resolução do Problema:

7,30 – 6,55= 35 minutos

Representar que 35 minutos equivale a fração de 7/12.

Nesta atividade o Professor pode trabalhar frações relacionadas à

porcentagem ou levar ao debate, podendo ser discutidas a importância da

observação da questão tempo, e a relação das operações matemáticas, na

formação do conhecimento. O professor deve sugerir atividades complementares.

Segundo Antoniolli, em seu diário no GTR (2011), a produção Didático-

pedagógica vem ao encontro de nossos anseios ao ensinar números fracionários,

decimais e porcentagem. Isto somente torna-se viável a partir do momento em que

o educando está decidido a mudar sua postura frente à aprendizagem de cálculos

matemáticos, ou seja, pôr em prática sua disponibilidade. As práticas em cálculos

poderão contribuir para aproximar o ensino de matemática ao trabalho científico.

Nas escolas públicas, recebemos numa sala de aula educandos com níveis

diferentes de aprendizagem e essas atividades podem proporcionar a todos um

melhor entendimento, proporcionando assim uma aprendizagem equivalente e

democrática.

Problema 5. Adaptado do livro didático A conquista da Matemática, 2009. P. 203

Numa classe com 35 alunos, um certo dia compareceram 6/7 de alunos,

desses 1/3 se ausentaram da sala. Que fração representa os que ficaram?

Dados do Problema:

O número de alunos da classe: 35 alunos

O número de alunos que compareceram: 6/7

O número de alunos que ausentaram: 1/3

O número de alunos que permaneceram na sala de aula=.

Resolução do problema:

Dividir 35 por 7, para encontrar as partes iguais que foi 5.

Multiplicar 5 por 6 para indicar os presentes.

Dividir número de alunos presentes que foram 30 por 3 para saber quantos

alunos estavam indo realizar outra atividade fora da escola.

À medida que os alunos forem exercitando as atividades e apresentando

questionamentos, o educador pode ir direcionando os encaminhamentos às

discussões para desenvolverem a produção do conhecimento. No final da

resolução, discutirem o desenvolvimento, a oralidade, a busca de informações para

auxiliarem aqueles que apresentaram dificuldades na resolução.

Problema, (GIOVANNI & GIOVANNI, JR.2002, p,197), Uma torrefação de

café colocou 465 quilogramas de café moído em pacotes com 3/4 de quilogramas

cada um. Quantos pacotes foram obtidos?

Dados do problema:

Café moído 465 quilos

Colocar em pacotes de 250 gramas, que equivale a 3/4 de fração.

Resolução do problema:

Eles trabalharam a unidade de medida de massa. Um quilograma equivale a

1000 gramas, meio quilo equivale a 500gramas, um quarto de quilo equivale a 250

gramas, etc.

Transformaram os 465 quilogramas de café moído em gramas: 465 x 1000=.

Transformaram, através de operações matemáticas da divisão e

multiplicação, os 3/4 de quilogramas em números inteiros= 1000 : 4= 250 x 3=.

Após a resolução do problema, sentaram-se em círculo para discutir o

problema resolvido.

Eles deveriam notar, durante o debate, que o conhecimento se constrói,

exercitando e dialogando com os companheiros de sala, onde eles devem obter

informação e aprendizagem sobre as unidades de massa.

Segundo PIAGET apud (Procirs, pg. 17, 1986), o ideal da educação deveria

ser a preocupação de ensinar os alunos a aprenderem a aprender, a se

desenvolver por conta própria e continuarem a se desenvolver mesmo após

deixarem a escola. Enfim, o trabalho com a resolução de problemas insere diversas

atividades e formas para ensinar, aprender e valorizar o processo de elaboração de

conhecimentos.

Comentário de alguns alunos participantes do projeto

Essas são algumas atividades trabalhadas em sala com os educandos:

Os alunos A1, A2, A3, A4 e A5 relataram que no início da aplicação do

projeto não conheciam a existência e formação dos números fracionários, e que no

decorrer das atividades desenvolvidas foram conhecendo e aprendendo como

utilizavam no cotidiano e não percebiam.

Os alunos A6, A7, A8 e A9 relataram que no início da aplicação do projeto

os números fracionários não representavam nenhuma utilidade e no decorrer das

atividades aplicadas em sala de aula, foram percebendo a importância e sua

utilidade no seu dia a dia.

CONCLUSÃO

A proposta inicial deste trabalho foi desenvolver atividades, que pudessem

ser mais agradáveis para o ensino de frações ao aluno do ensino fundamental.

Desde o início, pensamos em desenvolver o projeto com alunos da 5ª série do

ensino fundamental em contra turno. Durante a execução do projeto, não

encontramos dificuldades, pois a área pedagógica do Colégio sempre apoiou. O

resultado obtido nessa turma foi surpreendente. Todos os alunos que frequentaram

foram aprovados. Propomos a continuidade deste projeto, buscando uma

metodologia que possa tornar as aulas criativas e mais agradáveis aos educandos.

O Projeto tornou-se atraente não só pela metodologia aplicada, mas também

pelo material didático disponibilizado, educandos demonstraram interesse pela

realização das atividades, observaram que era possível efetuar as medidas e

resolver os problemas propostos, principalmente, porque trabalhamos com os

conhecimentos do dia-a-dia.

Perceberam que o trabalho com a metodologia de resolução de problemas

com números fracionários auxilia na construção do conhecimento de forma mais

significativa.

Desta forma, no decorrer dos estudos e observações realizadas durante a

implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, e com base nas

atividades, percebemos uma assimilação das operações envolvidas na resolução

dos problemas a qual possibilitou um processo de aprendizagem mais significativo

e interessante para os educandos.

Propomos aos que se interessarem pelo projeto, avaliar a necessidade de

continuação, buscando metodologias que possam tornar as aulas de matemática

mais “agradáveis” aos alunos, sem privá-los pela qualidade de ensino que tanto

buscam a educação Paranaense.

5. Referências

ALLEVATTO, Norma Suely Gomes. Resolução de problemas, software gráfico e detecção de Lacunas no conhecimento da linguagem algébrica. UNESP – Rio Claro/São Paulo. 2004. 20 p. Disponível em: http://www.sbem.com.br/files/viii/pdf/06/CC47973757953.pdf, Acesso em 09 de Maio de 2011. ALMOULOUD, Saddo Ag. Fundamentos da Didática da matemática. Curitiba: UFPR, 2007.

BERTONI. Nilza Eigenheer Bertoni. Frações : da forma fracionária à decimal. A lógica do processo. In : Explorando o Ensino. Vol. 1/ Seleção e Organização Ana Catarina P. Hellmeister...[et al.]; organização geral Suely Druck. – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. 240 p. 2004.

BOLEMA: Boletim de Educação Matemática/(publicação da) UNESP, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Departamento de Matemática. – Ano 1, n.1 (edição inverno 1985) -.- Rio Claro: Unesp, Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática. 1985.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais. Ensino Médio: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília, 1999. 131 p.

CARAÇA, Bento de Jesus, Conceitos Fundamentais da Matemática. 6.ed. Editora Gradiva, 2002. 295 p. DANTE, Luiz Roberto, Didática da Resolução de Problemas de Matemática; editora ática, 12° edição. 2005. 176 p.

DANTE, Luiz Roberto. Tudo é Matemática. Editora Ática, São Paulo. 3ª edição. 2010. Parte Geral: 88p. DUARTE, Newton. O ensino de matemática na educação de adultos. 11ª edição. São Paulo. Ed. Cortez, 2009. GIOVANNI Júnior, José Ruy. A conquista da Matemática. 6º ano/ José Ruy Giovanni Júnior, Benedicto Castrucci. – Ed. Renovada. – São Paulo: FTD, 2009. – Coleção a conquista da matemática). GIOVANNI, José Ruy; PARENTE, Eduardo. Matemática. 5° série. São Paulo: FTD, 1988. JESUS, Marcos Antônio S. de; FINI, Lucila Diehl Iolaine. Uma proposta de aprendizagem significativa de matemática através de jogos. In: BRITO, Márcia

Regina F. de (Org). Psicologia da Educação Matemática: teoria e pesquisa. Florianópolis: insular. 2005. 280p. LOPES, Antônio José. O que Nossos Alunos Podem Estar Deixando de Aprender sobre Frações, quando Tentamos lhes Ensinar Frações. In : Boletim de Educação Matemática, Ano 21 – N. 31 -2008. P.1 a 22.

MONTEIRO, A.; JUNIOR, G. P. A matemática e os Temas Transversais. São Paulo: Ed. Moderna, 2001. OBMEP, 2006. OlimpÍada Brasileira De Matemática Das Escolas Públicas. Banco de Questões. Ministério da Educação.

ONUCHIC, Lourdes de la Rosa ; ALLEVATO, NORMA Suely Gomes. As Diferentes "Personalidades"do Número Racional Trabalhadas através da Resolução de problemas. In : Boletim de Educação Matemática, Ano 21 – N. 31- 2008. P. 79 a 102. PAIS, Luiz Carlos. Didática da Matemática: Uma análise de influência Francesa. Belo Horizonte: Autêntica, 2001. P. 28. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO; Diretrizes curriculares da educação básica, Matemática; Paraná 2008. SISTEMA DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA. Matemática. SAEB/Prova Brasil. 4°série/5°ano. Ensino Fundamental. Brasília: Inep. 2001 e 2011. TOLEDO, Marília; TOLEDO Mauro. Teoria e prática de matemática. Ministério da Educação. FNDE. PNBE Professor 2010. Editora FTD, São Paulo. 1°Edição, 2009.