uma longa história de um longo rio

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UMALONGA HISTRIA EMUM GRANDERIO (enrios Arqueolgicos do AltoParan Emilia Mariko Kashimoto GilsonRodolfoMartins UMA LONGA HISTRIAEMUMGRANDE RIO Cenrios Arqueolgicos do AltoParan Emlia MarikoKashimoto GilsonRodolfoMartins 2005 ~ C N P q ~ - - - , '..-=--.-CfSte PARAN (00TUPl-GUAiWI:PI.AA-N) Semelhante ao mar, caudal imenso, rioenonne. SUMRIO INTRODUO Cenrios arqueolgicos do Alto Paran Pgina6 CONSIDERAES FINAIS UOhomem muda o rio e o rio muda o homem" Pgina85 GLOSSRIO Pgina 91 REFERNCIAS Pgina 93 13 AS ETAPAS DA PESQUISAARQUEDLGICA DO ALTOPARAN ProjetoarqueolgicoPortoPrimavera-MS Etapadelevantamentoarqueolgico' Etapa deescavaesarqueolgi cas' Dataes' AcervoMonitoramento arqueolgico doReservatri o' ProjetoGasodutoBolivia-Brasil Pesqui saaosul dareadoProjetoPortoPrimavera:levantamentoa queolgico Escavaes arqueolgicasnoBai xoJvinhema Continuidade daspesquisas no Al toParan 25 PAISAGEM EARQUEOLOGIA Asfontes de matria-primae ascorredeiraspiscosas PerodoQuaternrio e transformaes na paisagem'timoClimticoe povoamento humanodaregi o'O ambienterecente 45 OALTOPARAN ARQUEOLGICO: 6 MIL ANOSDE POVOAMENTO HUMANO DAS MARGENS DO GRANDE RIO Asevidnciasarqueolgicas Caadores-coletores-pescadores Indios-agricultores-cerfTlistas Os'irldgenasps-descobrimenlo A resistnciaOfai 69 OALTOPARANHISTRICO: FRONRIRA ENAVEGAO O incio da ocupaocolonial' Asmisses jesuticase asincurses dos bandeirantes'O ciclodasMones' O sculodapecuria ll'ITRODUAO CENRIOS ARQUEOLGICOS DO ALTOPARAN Vimo-Ia,pelapri m.ravez,com indizvel. emoo, na manh de sol em que, vencidos os900 quilmetros da Sorocabana, paramos ssuas barrancas,em Porto Tibiri, NW1ca havamosdeparado antes uma mZ1SS3 de gua doce to larga,cantando, murmurando rumo ao sul, como um mar sem ventos, que se derramasse em uma diNo nica_ A largura da ~ u a espraiada era to vasta, que as matas gigantescas pareciam pequeninas, Tn..o,.fdJodellndmd,.,1941.[>_1.11 Apesar daabundnciadegua,floresta,peixes eanimaisterrestres,ojornalistaTheophilode Andradeemseuprimeirocontatocomoa ltorio Paranobservoutambm que aregioeraquase ina bitada,com mosquitos emalria que,acompanhados dasbruscas mudanas de temperaturacom aentradadasfrentesfrias,s6mesmoosnativos pareciamsuportar.Impresso semelhantetambm teve o sargento-mor Teotnio Jos Juzarte quase duzentosanosantes,em1769,quandopercorreue mapeouosriosTiet, Paran eIguatemi. Imponente e desafiador, O alto curso do rio Paran foi cenrio de passagens picas de estudiosos e conquistadores que, e m diferenles pocas, ousaram percorrer suasguas enfrentando os mais diferentes tipos dedificuldades. Por seu potencial nanavegao,foiavia dedeslocamentopara afugados JesutasedosGuarani dasreduesdo Guair - rumo ao sul,pressionados pelo avano dos bandeirantes paulistas - e tambm aviadeinterligao dos riosTietePardo no roteiromonoeirodeSo PauloaCuiab,ecanal 7 Portos doAlto Pwao (A/'lJRAOf. 1941), senOO cada lf'I'I delas canposto per apenas l.m OUourorancoo de patJa, onde ficavX\It>Bam> __Jt>:o Km suamargemdireita,depositando sedimentosaluviais.Outroseventos marcantesdesserioforamamudana de seu cana)em direo oposta, encaixando-se no Arenito dos atuais estados de So Paulo e Paran (denominadoterraoestrutural ou,segundo Stevaux(1993),Unidade Porto Hill). Na margem direita do grande rio,os depsitos colvio-aluviais exibem espessuras ent re15e20 m e formaram aUnidade Fazenda Boa Vista. '.. . .. __ ..____.a,__,. 3-1 TIMOCLIMTICOE POVOAMENTOHUMANODAREGIAO Desdecerca del O.CXX)anos passados,quando terminouOltimo estdioglacia.ldoHemisfrioNorle,ocorreume lhoriadascondies paleoambientais,asquaisatingiramoseupicehcercade5.000a 6.()(X)anospassados,constituindoodenominadoEstgioHipsitrmico ouotimoClimtico. Essasnovas condiespaleoambientais no AltoParan, deexpanso dacoberturavegetal,foramregistradaspelaproduodeturfaeareia orgnica,datadas de 4.870100 anos A P.por radiocarbonoecontendoabW1dantespalinomorfos,segundo Stevaux etalo(1997).Segundo esses autores.nesse ambienteteriamocorrido areativao dos canais e aconstruo do terrao denominado UnidadeFazendaBoa Vista,localizado entreas vrzeasdorioParan eaUnidadeTaquaruu. A bordaelevadadesseterraocolvio-aluvialmarginalsvrzeas denominada subunidadeFazenda BoaVastaAlta, queno inundveLe acha-se coberta pela vegetao arbrea. composta de cerca de10 m de espessura deareiamdia afi na,comaparncia homognea,quefoiassociadapor Stevaux aretrnbalharnentoelico. TERRAOS FAZENDABOAVISTA ALTA ASlbunidade Fazenda Boa VISta Alta constirula uma feio gecmorfolgica preferencial pa:a a das _cheias excepcionais.Aexistncia 00canal ........."""..""'-nuvial q.Je Iangencia essa ~ f k i e atena aos mltpbs lISOS cotidianos. Tal falo ccmprovado pela localizaode sltios arqueolgicos nesse tipode relevo,porexemplo,nosi tioClTego Mm 1(foto abaixo outItrode 2002). 35 II H cerca de6.000anos.durante oOsincrementos da temperatura eda umidadepropiciaram ain1ensitimo Cli mti co. as condies ficao dapedogoeseeaexpanso dacoberturavegetaledafauna,paleoambienlaisfavorecerama expanso dafrorae dafauna. emconjunocom a aumentando os recursos a limentares.Assim, durante otimo Cli mtico, presenadepopulaesdecaador esO Alto Paran tornou-se,corelores-pescadores noAlio Parana. A fotoacima (emsetembrode 2003) 2lem onaturalmente, mais favoilustraa vegetao aluaidasvarzeas do rioIvinhema . rvel expanso de grupos de caadores-coletodreit:l tm-6e 1oIod:! ponlas de ~ I e i s res,fatoquecompropr-hlslricos. M peas kmn coIetadas na reavadopelosdadosobtida foz do r'o Ivinhema paO1O!dor local. -""'-"""""""'" dosnasescavaesdos stiosarqueolgicos.H 6. 000anospassados populaescaadorascoletoras-pescadoras ocuparam as bordas dos terraosestruturais,dos colvio-aluviaisedos a luviais ,tangenciadas peloscursosfluviais . 36 Posteriormente, entre 3.500 e 1. 500 anos A P. , teriam prevalecido con diespaleoclirnticassemi- ridasnoAltoParan, segundo Stevaux et aL (1997).Essafase seca est3ria testemunhada pelas cactceas associa dasvegetaodeflorestada.margemdorioParan(JABUR,1992).A presenahumanacontinuounessa rea,conforme se observanos stios a rqueolgicos. Segundo Steva ux et aI.(1997) , por volta de 2.000 anosatrs definiuseole itoa lua i dorioParan, embutidonosparedes de arenitodasua margemesquerdae,assim, abandonando canais daplanciede inunda o, taiscomoorioBaa,eoriginandovriaslagoasnavrzea. Re tra ba lhadospe ladi n micafl uvia ldosltimosmilnios,os paieoambientes de vrzeae do canal do rioParancompem adenomi nada Unidade RioParan (STEVAUX, l 993). Nveis deareia e decascalho com espessura de at15 m, presentes no canal desse rio,em suas ilhas e barras,integram os"depsitos de leito"segundo Suguioet al. (1984). Asvrzeasfora mdivididase ma ltasouba ixas,a ladasrespecti vamentea 4,0 e1,5 m acimadonvel normal das guas.Inundvel nas cheiasa nuais,avrzeaba ixaaprese ntacicatrizesdepateoilhase paleocanais.Partedos paleocanaisfoi reocupadapor leitos fluviaisou lacustresaluais. PAlEOIlHAS Ps paleoilhas e os diques marginais so formas de relevoque se destacam na planlcie doAlto Paan, pois somas elevados. Issopossililila o crescimento devegetaoarbrea e, no passado, favcrecia os acampamentos ht.manos, como se observa pela presenadesltios arqueolgicos nessasformasderelevo, e1a!Pas..Abaixo (foto -oullio de 2002), t.m 00s canaisdo Baixo Ivinhema. 37 ostio an:peolgico Alto Paran 5situava-se 9A '" FSZo "" . '" . "". + .# + + + SiTIO ALTOPARAN5 - AP5 X9!I.11 PONTOS COTADOS v ARZEA .....TRINCHEIRAS REA DECOLETA IIII SISTEMTICA DE SUPERFlc l E < A UnidadeRioParan,segundo Stevaux et a1.(1997),composta, na base,JX>rdepsito fluvial dealta energia ("cascalho polimticoarenoso",com intercalaesdeareiasmdiasagrossaseblocosdecascalho limonitizados ressedimentados).Posteriormente, sob fluxo de menor energia,depositou-se"are iaestratificadaeseixosa",tantonocanal quanto napldnciedeinundao e,emsuperposio"lamaarenosa",cuja basefoi datada em 4.250 anos A. p. Osvestgiosarqueolgicossoe ncontrados,e mgrandeparte,nas camadas arenosas que depois se superpuseram lamaarenosa.Isso sugereaintensificao dopovoamentodoAltoParan apariir do6 ti mo Climtico. Situados nasmargenscontguasaoscanaisfluviais,os diquesmarginaispossuem elevao topogrficamaisacentuada,advinda dedeposiodClfraomais grossadossedimen10stransJX>rtadosem suspenso nas guas das cheias, bem como pelo perfil topogrfico assimtrico,uma vezqueasfraesmaisfinas,.transportadaspelascheias,decantamno Limiteentreplancieeterrao,comdeclividadesuaveeparalelaface abruptadessediqueno seucontato comOcanalfluvial.Ossegmentos maiselevadosdosdiquesforammuitasvezesocupadospelaspopulaesdo passado. EQUIDISTNCIA DAS CURVAS DE NVEL. 0,5 m DATUM HORIZONTALSAD-S9 OATUMVERTICAl ARBITRRIO MAURO ISSAMU ISHIKAWA I UNESP FEVEREIRO DE 1998 no dique marginal do Alto Paran, ao lado da fCfl do ribeJo Quiteri (foto -Ieverero de 1998). Atopogafia de detalhe desse stio (carta topogica ao lado) permite a visualizao da declividade do t9fTeno,da lTKV"g I11at avrzea no il\eria"do terrao HuviaI. Os vestgios de cavesdesse sro siIumn adata de ocupao htmana do local h cerca de 1.500 anos. 38 Dessaforma, desdecercade1.500 anosatrs, estabelecera m-seascondiespaleoambienlais quentes e midas que se estendem at a atualidade noAltoParan,conformeseobservapeloincrementodematriaorgnicanosdepsitos sedimentares. Essepaleoambiente quenteemido proporcionou odesenvolvimentode solos easexpanses da Floresta Estacional Semidecidual aluvial edasfaunas. Comosrecursosnaturaiscaracterizadospor solosbemdesenvolvidoseabundnciadefl ora e fauna,hcercade1.200 anos ospovosagricultoresceramistas,principalmenteosTupiguarani,se tomaramhegemnicosnarea,ocupandoterraos e diques marginais,onde antes se estabeleciam oscaadores-coletores. Asdataesobtidasindicamessepovoamento Tupiguarani nointervalo entre1.600200 anos A.p.(falec-259,stioBrasilndia11,situadona margem do rioParan) e240 30 anos AR(Gif10038,stioBataguau4,loc.alizadonamargem do rio Pardo). Vrios desses stios apresentam a terra preta antroJX>9nica, originadadamatriaorgnica dereas dehabitao eloudedescarte dos Tupiguarani. Aescavao da hinchef'a 1Rio Baa 1, ale 1.80mdeprofuncid da Bacia Aho-Paranaense. Combase nessa Os rios ParanaparlelTla ePromais alta dos diques marginais aos cursos Ouviais,bem como nas margens de lagoas queintegravam aplanciede inundao desse rio.Em grandepartedesses locais, ou nas proximidades,ocorriamafloramentosdecascalheirasqueforamvisitadas por esses caadores-coletores para aobteno dematria-primapara o abastecimento daindstrialtica(calhauseseixos),aqualforneciaos arlefatosnecessriosaoprocessamentodosprodutosdacaa,pescae da coleta dealimentos eoutrosbens de uso,como armas earmadilhas. Artefatosoriundosdosnveisdeocupao de4.0c)() anos,taiscomo pontas de projteis eraspadores, a lguns com visveis sinais deutilizao, foramcoletados durante os trabalhos delevantamento eescavaes do PAPPMS,evidenciando um domnio de tecnologias lticas clssicas na prhistria da humanidade.Essesartefatos demonstram claramenteaexistnciadegestosculturaisseletivosdaspropriedadespetrogrficas(caractensticasminera is)etecnolgicas(morfologiadoscascalhosseleclonados em funo de suas formas, que so aptas, no sentido ergomtrico, preenso). O stio Lagoa do Custdio 1 um exemplodesses acampamentos de caadores-coletores-pescadoresnoAltoParan ,localizadoemmargem elevada de lagoa e, portanto,protegida da inundao, sobretudo no ambientedotimoClimtico:aocorrnciadeabundantes vestgioslticos noshorizontesde0,91a1,80mdeprofundidadeindicamomentos de intensificao das atividades/ocupao do local desde, pelo menos, 4.000 anos.A presena dems,nessascamadas,testemunhaoconsumode vegetais,provavelmenterazesefrutossilvestres,por essesJX>VOScaadores-coletores. Areadostioarqueolgicoeradecercade10milmZ,dosquais 1.766 m2foram escavados ataprofundidade de3, 10 m.Os ba ndos de caadores -co le tores-pescadores deixaraminstrumentoslticosutilizados para perfurar,bater, raspar el oucortar.Essematerialfoiproduzido apartir do Iascamento/1alhe de cascalho,predominantementede arenitosilicificado,silexito,quartzo equartzito,originandoartefatos, percutores,numerosas lascas,fragmentos eresduos de lascamento. Asescavaes no Alto Paranrevelaramdiferenciadosnveis estratigrficos os quais foram elaboradossob ambientesvariadosede longa durao, caractersticos da primeiraedasegundametadedo Mcradores navegam na lagoa do CUStcflO (folo - feverei"o de 1980). locaIizaOOs nessam;wyem,maisdeJasd6cadasdepois, m::.Mran adenoolinao do local COO'IOsitio LagJa do CuslMo1. ConsiderandQse que o sitio lagoa do Custdio 1 seria inundado pelo reservatrio da UHESM. reaflZaramse escavaes intensivas 00 local, pcf meio de abertu-a de birJ::heias e lOtalizaodoumaaea escavada de1766 m', ondefoolm alingldas proluOOdades de ate 3m:afoto acrna(em junho de 1998) iluslra area de deapagem 2, cuja crooologia delatlada na pgina seguiJle. Os miesenlre os 1Dizon\es 00sPJVOS caadJres

Iarbm esta sendo pesqJisaOO: o nvel cem fogJeias etiOCos lascaOOs 00 slioAllo Paan 7{Iotl abaxo -oob.Axo de1997} cooesponde a l.I1l8de ou dos seus anlecessoces? Holoceno(ltimos10.000 anos). muitoprovvelquediversosetintos sistemasculturaisdecaadores--coletores-pescadores a se desenvolveram ao longo dos ltimos 6.000 anos.Aaparentepadronizaoda indstria ltica, apesar de ainda poucoestudada,pode testemunhar um fe n me nodetransculturalidade tecnolgica,j queinstrume ntos comochoppersealgunstiposde raspadores,quando confeccionados sobreseixosecalhaus,sosemelhantes aos j produzidos, havia centemlS de milhares de anos,no denominado periodo Paleoltico nos continentes do Velho Mundo. Atagora no foram localizados vestgiosdeestruturasdesepultamentoshumanoseremanescentesesquelefais,dessesantigoscaadores-coletores,sobretudoporqueossoloscidosdessaregionoso favorveisconservao derestosorgnicos.Porisso,nomomento,a Arqueologiano dispe dedados para discutir aa na tomia desses remotospovoadores daregio alto-paranaense. Umainterrogao automtica colocada para aArqueologia responder:teriahavido um processo deevoluo culturallocaJ,duranteoqual essasmilenares geraes decaadores-coletores-pescadoresteriamoriginado as culturasindgenas ceramistas queos sucederam nesse espao apartir de,pelomenos, 2.00CIanos atTs? Tal questo surge quando do registroda posiodosvestgiosarqueolgicosnosperfisestratigrficos dos stiospesquisados durante ostrabalhos do PAPPMS,sobretudoconsiderando-se a presena de lticos e de fragmentos de recipientes cermicos. Damesmaformaque at agoraos dados disponveisso insuficientesparaelucidaraorigemdoscaadores-coletores-pescadores.isto, quandoeporondepenetraram osprimeirossereshumanosnaregio Alto-paranaense,embora sejaforteahiptesequeessefenmeno arqueolgicotenha ocorridohmaisde10.000 anos,tambmnoest claro como equando elesdesapareceram.Entretanto,para a gia,j visvelahegemoniaespacial degruposceramistasnareaa partirdecerca de1.500 anos. Com certeza,acontinuidade eoaprofundamento das pesquisas,nos prximosanos,apresentarorespostassatisfatriaspara taisquestes. Porisso,fundamental quepolticaspermanentesdepreservaodos stiosarqueolgicos sejam viabilizadas deformaagarantir aintegridade dos dados aserem analisados pelas prximas geraes de arquelogos. 54 STIOLAGOADOCUSTDIO1 (OMPROVAOOAPRESENA DE