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UMA INTRODUÇÃO À ATIVIDADE PRÁTICA COM ENFOQUE NA

FOTOSSÍNTESE

Autora: Josefina Viera1 Orientadora: Jocicléia Thums Konerat2

Resumo

O presente artigo evidência a importância das aulas práticas desenvolvidas com alunos do 6º ano, Educação Básica, e traz também o relato da implementação de um projeto elaborado para o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/2010, do Estado do Paraná. O trabalho foi realizado no Colégio Estadual Germano Stedile - Ensino Fundamental e Médio, localizado no município de Dois Vizinhos – PR, e teve como objetivo principal proporcionar condições para a aprendizagem dos conteúdos de ciências, de maneira integrada, possibilitando a compreensão e aplicabilidade desses conteúdos ao cotidiano. A utilização de jogos no processo pedagógico faz despertar o gosto pelos conteúdos trabalhados em sala de aula, independentemente de época, cultura ou classe social, eles fazem parte da vida da criança, de sua educação, auxiliando na aprendizagem e no desenvolvimento social, pessoal e cultural do ser humano. Ao utilizar diferentes materiais para a construção de algumas substâncias, destacamos a importância das atividades práticas associadas ao lúdico para a formação de conceitos científicos referentes ao conteúdo em estudo. Despertando no aluno o interesse, dedicação, atenção e concentração em realizar tais atividades. O trabalho em grupo foi estimulado, tendo como desafio, tornar o ensino de ciências prazeroso e importante para desenvolver posturas críticas, melhorando o seu aprendizado. Os resultados comprovam que as atividades práticas, apresentadas na unidade didática, foram satisfatórias, em relação à aprendizagem do conteúdo.

Palavras-Chave: Atividades práticas; Ensino de ciências; Conhecimento científico.

1 Especialista em Ciências Químicas, Físicas e Biológicas, graduada em Ciências com habilitação em Matemática,

docente no Colégio Estadual Germano Stedile – Ensino Fundamental e Médio, no município de Dois Vizinhos -PR.

2 Mestre em Ciências Biológicas - Biologia Celular. Graduada em Ciências Biológicas, Docente na Universidade

Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE

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Abstract

This article highlights the importance of practical lessons developed with students from 6th grade, Basic Education, and also brings the account of the implementation of a project prepared for the Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE/2010, Paraná State. The study was conducted in the Colégio Estadual Germano Stedile – Elementary School, located in the city of Dois Vizinhos - PR, and aimed to provide conditions for the learning of science content in an integrated manner, enabling the understanding and applicability of these content to everyday life. The use of games in the educational process awakens the taste for the contents worked in the classroom, regardless of age, culture or social class, they are part of a child's life, his education, assisting in learning and social development, personal and culture of human beings. By using different materials for the construction of some substances, we highlight the importance of the practices associated with recreational activities for the formation of scientific concepts related to the content being studied. Waking up in the student's interest, dedication, attention and concentration to perform such activities. The group work was encouraged, with the challenge, make science education fun and important to develop critical positions by improving their learning. The results show that the practical activities, at the teaching unit were satisfactory in relation to learning content.

Keywords: Practical activities; Teaching science; Scientific knowledge.

1 Introdução

O ensino de Ciências no Paraná passou por diversas transformações nas

últimas décadas. Recentemente tivemos a elaboração das Diretrizes Curriculares

Estaduais da Educação Básica – DCE, de cada disciplina, sendo que estas

procuram atender as necessidades dos educandos, inseridos em um processo

histórico, social e cultural, sendo que o professor de ciências, procura trabalhar os

conteúdos científicos escolares de forma atrativa, dinâmica e contextualizada. Ao

longo da história, percebe-se que a ciência não é algo pronto e acabado. Portanto,

existe a necessidade da contextualização sócio-histórica dos conteúdos, na

formação dos indivíduos como seres críticos, autênticos e seguidores de valores na

formação de sua cidadania.

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A sala de aula vista sob o olhar de um ambiente no qual se desenvolve o

conhecimento científico, requer pensar em condições que despertem o interesse

para entender o desconhecido. Sempre buscando explicações lógicas e razoáveis,

estas obtidas através da experimentação aliada ao trabalho em grupo, permitindo a

troca de informações entre os próprios alunos ou entre aluno e professor.

As dificuldades apresentadas pelos alunos de 8ª série (9º ano) do Ensino

Fundamental, quanto aos temas abstratos como: átomo, molécula, substância são

muito evidentes e claros. Então, trabalhar estes conteúdos na disciplina de ciências

a partir do 6º ano, seria uma forma de possibilitar o entendimento de forma gradativa

e, reforçando através de atividades práticas realizadas em sala de aula permitiria

uma melhor compreensão. As escolas Públicas Estaduais do Paraná estão

preocupadas em trabalhar os conteúdos estruturantes, fazendo uma ligação entre a

teoria e a prática, partindo do conhecimento do aluno, do seu cotidiano, tornando a

aprendizagem significativa.

Diante disso, a experimentação no ensino de ciências é fundamental, pois

ajuda o aluno a relacionar teoria e prática. Com uma melhor compreensão de

conceitos teóricos referentes a átomos, moléculas, substâncias, entre outros,

permitindo que o aluno relacione ao vivenciado no dia a dia. Portanto, é

indispensável que ao serem trabalhados os conteúdos em sala de aula, haja a

preocupação em relacionar os mesmos ao cotidiano dos alunos, demonstrando a

importância do conhecimento para o desenvolvimento de várias áreas beneficiando

a sociedade.

As atividades práticas favorecem o desenvolvimento da aprendizagem dos

alunos, pois podem motivá-los e envolvê-los aos temas estudados, proporcionando

maior compreensão e interpretação dos mesmos. Sendo, muito importante que os

alunos tenham aulas teóricas e aulas práticas, e participem das mesmas,

despertando um maior interesse em ambas além de correlacionar aos conteúdos

desenvolvidos em cada série.

Para trabalhar a prática do ensino de ciências, dentro de uma perspectiva

integradora, histórica e significativa destacando a importância dos átomos na

composição das substâncias existentes na natureza e as fabricadas pelo homem.

A análise e produção de recursos didáticos para o ensino de ciências se

tornam fundamental, pois exerce uma função pedagógica de ajudar os alunos a

relacionar teoria e prática. Sendo que as dificuldades apresentadas pelos alunos,

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quanto a conteúdos abstratos como: átomo, molécula, substância são evidentes e

claras. Então trabalhar estes conteúdos de forma gradativa e através de atividades

práticas, realizadas em sala de aula, significa tornar o ensino de ciências prazeroso

e instigante.

Nas atividades propostas, destacam-se a atividade prática (montagem das

principais moléculas em sua forma plana e tridimensional, observação da planta

aquática Elódea sp ou Anacharis, no microscópio) além de um jogo, ambos

resgatando a importância do lúdico na vida do aluno.

Trabalhar com jogos na sala de aula significa ensinar de forma prazerosa e

atrativa, fazendo com que a criança aprenda a respeitar regras, interagir com o

próximo, desenvolver a imaginação e a cooperação e assim promover uma melhor

auto-estima (ROSSLER, 2006).

É possível auxiliar o educando a realizar experimentos simples, e a partir

destes desenvolver o pensamento e a produção do conhecimento, relacionando a

teoria desenvolvida em sala com a realidade vivenciada no dia-a-dia. Partindo do

pressuposto de que a experimentação é um elemento imprescindível na construção

do conhecimento científico pelo aluno, visando uma abordagem integradora de

conteúdos e possibilitando maior capacidade de aprendizado de forma

contextualizada e não fragmentada.

A integração professor-aluno interfere significativamente na aprendizagem

do aluno, principalmente quando nos referimos a algo distante, longe da realidade

onde vive. Por exemplo, entender a complexidade do mundo atômico na formação

dos seres vivos e não-vivos. Por isso a preocupação em ensinar de forma prazerosa

e divertida, utilizando material simples e barato, fazendo com que todos participem

das atividades.

Diante disso, este trabalho visa relacionar conteúdos teóricos em atividades

práticas de forma informativa, mas prazerosa. Onde serão desenvolvidas várias

atividades: discussão de diversos textos sobre matéria, energia, elementos

químicos, átomos; confecção de moléculas químicas na forma tridimensional;

representar algumas substâncias químicas na forma plana, sendo formadas a partir

da união de várias moléculas; visualização da célula eucariótica vegetal; jogo

didático “Na Trilha da Natureza” e palestra com um engenheiro ambiental sobre os

prejuízos ambientais causados pelo excesso de dióxido de carbono na atmosfera.

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2 Metodologia

O presente estudo foi desenvolvido no Colégio Estadual Germano Stedile –

Ensino Fundamental e Médio, localizado na zona rural do município de Dois

Vizinhos, com uma turma de 30 alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, tendo

como principal objetivo foi aliar teoria e prática, propondo estratégias de ensino e

recursos pedagógicos para que os estudantes se familiarizem com os conceitos

científicos.

Antes de iniciar o trabalho de implementação do Projeto PDE/2010, o

mesmo foi apresentado à direção, equipe pedagógica, professores e funcionários da

escola e solicitado a colaboração e participação de todos para o trabalho alcançar o

êxito. Em um segundo momento o professor PDE juntamente com o pedagogo,

passaram em todas as salas de 6º ano, convidando os alunos a participarem do

Projeto de Implementação. Em seguida foi elaborado um bilhete contendo

informações sobre o funcionamento do projeto: que o mesmo seria ofertado no

contra turno, os conteúdos abordados, os dias e respectivos horários. No bilhete

constava local para assinatura do aluno participante e de um responsável, devendo

o mesmo retornar devidamente assinado. Ainda, aos alunos que residiam longe, foi

fornecido almoço no Colégio.

A mudança de metodologia permite flexibilidade didática ao professor, com o

objetivo de torná-la mais compreensível, simples e agradável aos alunos, de acordo

com a realidade da escola e da turma na qual está inserida. Além de proporcionar

uma reflexão sobre as dificuldades apresentadas no processo ensino aprendizagem.

3 Desenvolvimento

Ao longo da história da educação no Paraná, desde o início do século XX,

percebeu-se que ocorreram transformações significativas diante da modernização.

Tais transformações favoreceram os avanços em relação às reformas educacionais

do ensino de ciências nas escolas. Por isso as Diretrizes Curriculares da Educação

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Básica destacam o professor como autor de seu próprio plano de ensino, dando

ênfase aos conteúdos disciplinares.

O Ensino de Ciências, nas séries iniciais do Ensino Fundamental, deve ser

feito através de atividades práticas, onde os alunos observam, manipulam objetos,

confeccionam materiais, montam experimentos e executam ações para produzir o

seu conhecimento científico. A atuação da criança sobre os objetos auxilia na

elaboração de conceitos corretos sobre os conteúdos de ciências. As crianças têm

na escola a única possibilidade de se apropriar dos conhecimentos científicos

produzidos, e essa apropriação é um poderoso instrumento de conscientização

política, social e cultural. Um conhecimento pode ser considerado socialmente

relevante quando auxilia na interpretação da realidade, por isso os conteúdos a

serem trabalhados devem ser vinculados à vida diária do aluno, facilitando a

compreensão do seu cotidiano e abrindo novas perspectivas para repensá-los.

Com base no desenvolvimento das atividades propostas durante a

implementação do Projeto de Desenvolvimento Educacional – PDE constatou-se

num primeiro momento muita curiosidade demonstrada pelos alunos. Os mesmos

fizeram vários questionamentos sobre o vídeo que assistiram. Na sequência, as

discussões sobre o texto “O alfabeto da matéria“. Nunca tinham ouvido falar do Big

Bang, muito menos como a Terra, estrelas e demais planetas surgiram. A admiração

tomou conta de suas mentes e começaram a perceber que tudo teve inicio com a

combinação de partículas primordiais, ou seja, os átomos, os quais se agrupam em

diferentes proporções formando toda a matéria.

A química tem tudo a ver com a sua vida, é a ciência que procura melhorar a

forma de vida das pessoas. Sabemos que desde o início da humanidade, quando o

homem descobriu o “fogo”, não imaginava que estava executando transformações

químicas. O desenvolvimento da química como ciência, passou por todas as etapas

de progresso da cultura humana. Assim, o estudo e o conhecimento dos fatos da

natureza foram aperfeiçoados e expressos na forma de leis, princípios, equações e

propriedades gerais.

Questões sobre a natureza da matéria já faziam parte do pensamento de

grandes filósofos gregos, que viveram entre 430 a 280 a.C. Questionava-se sobre a

matéria, se era infinitamente divisível ou constituída de um grande número de

pequenas partículas que não mais podiam ser divididas. A estas partículas

chamaram átomo (ROMANELLI & SILVA JUSTI, 2005).

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Hoje não se têm mais dúvidas de que tudo seja formado por estas

minúsculas partículas. Os átomos formam esta folha de papel, a tinta usada em sua

impressão; formam o feijão, a alface e todos os alimentos; formam o sangue, a pele,

as unhas e as demais partes do corpo de uma pessoa. Cada ser vivo animal ou

vegetal, cada objeto é constituído de átomos.

A discussão prosseguiu com o texto “A matéria é feita de átomos”

(MAIZTEGUI & SABATO, 1973), onde os alunos tentavam compreender o tamanho

diminuto do mundo atômico, foram feitas comparações tais como: se as vespas

sofressem um aumento de 100 vezes, seriam como animais terríveis, grandes como

touros, mesmo assim o átomo ainda não é perceptível. Por fim para que o átomo

fosse facilmente perceptível, o fio de cabelo precisa atingir um diâmetro de 10

quilômetros, os micróbios seriam monstros de 100m de comprimento e uma bola de

biliar teria adquirido o tamanho da Terra. Só então os educandos conseguiram

imaginar o tamanho diminuto do átomo.

Outro texto que despertou grande interesse e curiosidade da turma foi “Afinal

a química é boa ou má?” onde percebemos que, depende do uso ou abuso que se

faça da química. Por exemplo, a gasolina é boa ou má? Se for colocada no carro, é

boa; agora se alguém colocar fogo pode provocar um incêndio e ela torna-se má. E

assim foi sendo discutido o que diariamente ouvimos nas notícias do rádio e da

televisão: poluição dos rios, solo e ar, desastres e mortes provocadas pela química.

Vazamento de petróleo nos oceanos que envenenam a flora e a fauna marinha. Uso

indevido de agrotóxicos nas lavouras e cuidados com os equipamentos. Divulgam-se

diariamente notícias sobre corantes, adoçantes entre outros aditivos químicos

usados nos alimentos. Enfim, concluiu-se que é muito importante evitar o uso

exagerado de produtos químicos em nosso dia-a-dia.

Historicamente, a utilização da química passou por diversos avanços, com

isso, novas técnicas foram criadas a partir de substâncias, suas estruturas,

propriedades e reações, transformando-as em outras substâncias.

A partir das discussões e questionamentos já realizados sobre átomo,

matéria, energia, elementos químicos, iniciou-se a montagem das moléculas na sua

forma tridimensional.

Ao utilizar a massa de modelar para construir os modelos das moléculas em

sua forma tridimensional e as substâncias na sua forma plana, as partículas foram

representadas por bolinhas. Cada bolinha um átomo, e cada átomo com cor

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diferente. Por exemplo, quando os alunos representaram a molécula de água,

formada por hidrogênio e oxigênio, a mesma foi representada por duas bolinhas de

cor vermelha e uma bolinha de cor azul. Substâncias simples foram representadas

por átomos da mesma cor e substâncias compostas por átomos de cores diferentes.

Segundo Romanelli:

De forma semelhante a partícula da água foi representada por um agregado contendo bolinhas correspondentes a átomos de hidrogênio e oxigênio, enquanto a partícula de açúcar foi representada como um agregado de átomos de carbono, hidrogênio e oxigênio. Cada um desses diferentes tipos de átomos recebe o nome de elemento químico (ROMANELLI e SILVA JUSTI, 2005, p. 56).

Existe interesse em conhecer a constituição dos átomos, saber como eles

são, do que são formados. Só então se consegue entender o que diferencia um

átomo do outro, como eles se unem para formar as mais diferentes moléculas.

Conhecimentos sobre o átomo, tornam possível a constituição de novos materiais

como por exemplo o náilon, polietileno, teflon, isopor, que são fabricados a partir de

outras substâncias (AMBROGI,1995 p.57)

Os alunos foram organizados em duplas, iniciando a atividade com o

manuseio do material e a montagem das moléculas.

Figura 1: Moléculas confeccionadas pelos alunos

Fonte: VIERA, 2012

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Nestes exemplos simples, os modelos de estruturas moleculares do tipo

bola-palito, permitem ensinar química através de um enfoque diferente, que a

primeira vista parece assustador, mas ao contrário, torna-se mais fácil confrontar o

aluno com uma realidade concreta e observável, já que a ciência trabalha muito com

modelos abstratos.

Praticamente todos os alunos demonstraram interesse em trabalhar com a

montagem das moléculas para o entendimento do conteúdo de fotossíntese.

A manipulação dos modelos moleculares demonstrou grande interesse e

curiosidade sobre o conteúdo a ser ensinado durante a explicação da professora.

Essa forma lúdica de aprendizagem aproxima os estudantes do

conhecimento científico, favorecendo a apropriação dos conceitos de forma

prazerosa e significativa.

Segundo Ausubel (1978) apud Moreira (2006, p.38), a “aprendizagem

significativa é o processo por meio do qual, novas informações adquirem significado

por interação com aspectos relevantes preexistentes na estrutura cognitiva, os

quais, por sua vez, são também modificados durante esse processo”, ou seja, a

aprendizagem significativa ocorre quando uma nova informação ancora-se em

conceitos relevantes preexistentes na estrutura cognitiva de quem aprende,

modificando a ambos.

Ao desenvolver a atividade prática, utilizando bolinhas de sagu coloridas,

percebeu-se que os alunos demonstravam participação e concentração ao colar

cada átomo. Foram percebendo a importância da organização dos átomos na

formação das diversas substâncias. E conseguiram compreender o que são,

átomos, moléculas e substâncias químicas.

Figura 2: Substâncias químicas

Fonte: VIERA, 2012

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As aulas de laboratório, que quando bem planejadas, favorecem o

aprendizado do aluno, fazendo com que o conhecimento científico seja transmitido.

Porém precisa-se ter um cuidado muito grande em manusear cada objeto ou produto

químico.

Para a realização de práticas de laboratório, não são necessários aparelhos

e equipamentos caros e sofisticados. Basta a criatividade e o esforço do professor.

No experimento realizado com a planta aquática Elódea sp percebeu-se que após a

observação feita no microscópio de luz, os alunos do 6º ano conseguiram

tranquilamente representar no papel, os desenhos das estruturas observadas, seu

tamanho e cor.

Figura 3: Relatório parcial da aula prática com enfoque no desenho esquemático.

Fonte: VIERA, 2011.

Após o desenvolvimento da atividade realizada com o microscópio, suas

respectivas ilustrações em forma de desenho esquemático, das diferentes

observações de cada aluno, aconteceram discussões e comentários muito

interessantes, curiosidades sobre o tamanho e a forma das células, enfim a maioria

dos que participaram da aula, ficaram encantados com a cor dos cloroplastos, sua

movimentação dentro do citoplasma. Sendo assim os registros de tudo o que foi

comentado pelo professor sobre o assunto, foram descritos pelos alunos nas

respostas das questões referentes as discussões.O exemplo a seguir, mostra uma

entre todas as atividades respondidas

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Figura 4: Relatório parcial da aula prática com enfoque na discussão

Fonte: Aluna da 5ª série do Colégio Estadual Germano Stedile

Elodea sp é uma planta aquática submersa, que vive na água doce em

regiões tropicais. Esta monocotiledônea apresenta folhas em disposição variada e

nervuras paralelas. A planta é muito utilizada na observação da morfologia de

células eucarióticas vegetais, cujos cloroplastos, de coloração verde devido a

presença da clorofila, são facilmente identificáveis no citoplasma.

Com o estudo desta planta os estudantes do 6º ano tiveram a possibilidade

de observar e conhecer um pouco mais sobre a Elodea sp. Na oportunidade,

visualizaram melhor o movimento circular constante do citoplasma, realizado pela

monocotiledônea, denominado ciclose. Este movimento permite o posicionamento

dos cloroplastos de acordo com a intensidade luminosa. Estas organelas se

espalham quando há pouca luz, e se agrupam quando há excesso.

Na sequência, após a realização da prática em laboratório, ocorreu

discussões sobre o tema, sendo que os resultados foram registrados em forma de

perguntas e respostas, as quais é possível observar na tabela 1.

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PERGUNTAS PORCENTAGEM EM RELAÇÃO AO TOTAL DE

ALUNOS

1) De que são formados os organismos vivos?

6,6% foram incorretos na resposta

2) Como é o formato das células que você observou no microscópio?

100% dos alunos responderam corretamente a questão

3) Os cloroplastos são visíveis na planta Elódea sp, observada no microscópio?

100% identificaram os cloroplastos, após observação.

4) Porque podemos observar os cloroplastos?

16,6% não entenderam a pergunta

5) O que quer dizer ciclose? 70% dos alunos compreenderam o processo de ciclose

6) Onde ocorre a ciclose? 96,6% conseguiram entender e perceberam os cloroplastos em movimento, respondendo corretamente onde ela ocorre

7) Qual a importância da ciclose para as células vegetais?

70% responderam corretamente a importância da ciclose.

8) Qual a função da parede celular? 60% compreenderam a função da parede celular

9) Ao observar os cloroplastos na lâmina do microscópio, que cor apresentam? Por quê?

100% conseguiram visualizar os cloroplastos e identificaram a cor

10) Deixe aqui sua opinião sobre a aula de hoje. Se aprendeu ou não o conteúdo?

83,3% julgaram a aula interessante e atrativa, demonstrando aprendizagem em relação ao conteúdo

Tabela 1: Resultados aula de microscopia Elódea sp. Fonte: VIERA, 2012

Após observação de células eucarióticas da Elodea sp, os alunos

visualizaram os cloroplastos em movimento, devido à luminosidade recebida, e no

mesmo momento da prática de microscopia, visualizaram indiretamente a presença

dos vacúolos.

Esta atividade prática auxiliou ao aluno compreender que os seres

fotossintetizantes constituem fábricas de alimento para o mundo vivo, sendo que sua

presença é indispensável à manutenção da vida (SANTOS, 2004, p.2). E que

através do processo da fotossíntese os seres clorofilados transformam a energia

luminosa em energia química, utilizando nesse processo água e gás carbônico. As

moléculas orgânicas de glicose, fabricadas por meio da fotossíntese, são matéria

prima para a construção de outras moléculas utilizadas no crescimento e na

manutenção da estrutura dos seres fotossintetizantes. Além disso, essas

substâncias atuam como combustíveis que fornecem a energia necessária para o

desempenho das diversas funções vitais tanto nos próprios organismos clorofilados

como nos organismos heterotróficos, que se nutrem direta ou indiretamente destes.

Podemos então entender que:

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Constituindo um fenômeno biológico altamente complexo, a fotossíntese apresenta uma tal sofisticação bioquímica que nem a mais avançada tecnologia desenvolvida pela ciência conseguiu jamais imitar. De fato, a fotossíntese abrange um conjunto de reações bioquímicas em que se verifica a participação de uma notável rede de enzimas de alta especialização. Por isso, qualquer ser clorofilado, mesmo uma aparentemente simples alga unicelular, representa algo muito mais extraordinário do que o mais aperfeiçoado aparelho ou instrumento inventado pelo ser humano (PAULINO, 2005 p. 200).

Segundo Lima et al., (1999), a experimentação inter-relaciona o aprendiz e

os objetos de seu conhecimento, a teoria e a prática, ou seja, usa a interpretação do

sujeito aos fenômenos e processos naturais observados, pautados não apenas pelo

conhecimento científico já estabelecido, mas pelas hipóteses levantadas pelos

estudantes.

Para estabelecer a ponte entre teoria e prática, a escola deve tornar-se um

centro de experiência permanente para que o aluno identifique as relações

existentes entre os conteúdos do ensino e as situações da aprendizagem com os

muitos contextos da vida social e pessoal.

O conhecimento adquirido na escola não se destina à escola, mas sim à vida

fora dela, considerando que, tanto os alunos quanto o professor levam para a escola

seus próprios conhecimentos. E de acordo com Gasparin:

A tarefa docente consiste em trabalhar o conteúdo científico e contrastá-lo com o cotidiano, a fim de que os alunos, ao executarem inicialmente a mesma ação do professor, através das operações mentais de analisar, comparar, explicar, generalizar, etc., apropriem-se dos conceitos científicos e neles incorporem os anteriores, transformando-os também em científicos, constituindo uma nova síntese mais elaborada (GASPARIN, 2002 p.58).

As atividades práticas são ferramentas de motivação e estímulo, pois

enriquecem as aulas de ciências, promovendo uma relação afetiva entre professor-

aluno. Sabemos que a experimentação ainda desperta um forte interesse entre os

alunos na sala de aula, mesmo com o avanço de novas tecnologias e o excesso de

informações por eles adquiridas.

A atividade prática é uma forma para que o aluno compreenda a importância

da fotossíntese para a biosfera, e que o mesmo relacione que o consumo de gás

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oxigênio que ocorre em consequência de diversas atividades como: respiração dos

seres vivos, combustão de material orgânico, gasolina, álcool entre outros, faz

aumentar a quantidade de gás carbônico. Assim sendo, ela é um fenômeno

associado à manutenção das quantidades desses gases na atmosfera.

Dando continuidade no desenvolvimento das atividades propostas, os

educandos, participaram ativamente do jogo. Foram vários momentos de disputa

entre os colegas, e cada vez a emoção e o interesse eram maiores. Entende-se que

os jogos desenvolvidos em sala de aula, podem facilitar o processo de

aprendizagem e serem prazerosos, interessantes e desafiadores. Segundo Lara

(2004), o jogo pode ser um ótimo recurso didático ou estratégia de ensino para os

educadores e também ser um rico instrumento para a construção do conhecimento.

Figura 5: Tabuleiro do jogo Na Trilha da Natureza

Fonte: VIERA, 2011

Portanto, há necessidade de desenvolver metodologias que oportunizem e

incentivem aos educandos uma melhor compreensão dos conteúdos de Ciências e a

relação dos mesmos com a realidade do dia a dia.

A utilização dos jogos no processo pedagógico faz despertar o gosto pelos

conteúdos trabalhados em sala de aula. Por isso, independentemente de época,

cultura e classe social, os jogos fazem parte da vida da criança, de sua educação.

Os alunos dessa faixa etária vivem em um mundo de sonhos, onde a realidade e o

faz-de-conta se confundem. Nesse sentido o jogo pode contribuir de forma

significativa, auxiliando não só na aprendizagem, mas também no desenvolvimento

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social, pessoal e cultural do ser humano, facilitando a socialização, comunicação e

expressão de suas ideias (ROSSLER, 2006).

Os educadores precisam ter consciência da importância das atividades

lúdicas na escola, trabalhar com a criança o aspecto psicológico e a construção do

conhecimento científico, ensinando-a a interagir com o próximo, respeitar regras,

desenvolver a imaginação, cooperação e com isso aumentar sua auto-estima.

O professor, ao apresentar os conceitos científicos, seleciona entre os vários

procedimentos, os que forem mais adequados para transmitir o novo conteúdo.

Os educadores precisam ter consciência da importância das atividades

lúdicas na escola, trabalhar com a criança o aspecto psicológico e a construção do

conhecimento científico, ensinando-a a interagir com o próximo, respeitar regras,

desenvolver a imaginação, cooperação e com isso aumentar sua auto-estima.

Na sociedade em que vivemos, precisamos entender que os jogos são

instrumentos indispensáveis para a construção da teoria. Percebemos que muitas

vezes os professores não incluem os jogos no dia-a-dia de suas atividades

pedagógicas, porém a confecção de jogos é uma possibilidade diferenciada de

trabalho, que desperta maior interesse, concentração, atenção, assim como valores

e atitudes (GIARDINETTO e MARIANI, 2007).

O professor, ao apresentar os conceitos científicos, seleciona entre os vários

procedimentos, os que forem mais adequados para transmitir o novo conteúdo.

Os jogos no processo ensino-aprendizagem desperta o interesse do aluno, e

melhor ainda quando aliado a integração dos conhecimentos e saberes. Essa busca

de formas alternativas, a que venha melhorar o ensino de Ciências, não pode exigir

do aluno que o mundo seja visto somente pelos olhos dos cientistas, mas sim

compreendendo o mundo deles. Com estratégias que os levem a desenvolver

conceitos, manter a curiosidade, ter coragem de se arriscar e ao mesmo tempo,

consigam se manter interessados e participativos. Destacando a importância do

aprender a fazer, saber porque está fazendo e se relacionar neste fazer.

Dentre as práticas realizadas, a que teve melhor aceitação foi a do jogo “Na

Trilha da Natureza”, onde se pode verificar que, a grande maioria dos alunos,

desconheciam a importância dos gases presentes na atmosfera. E durante o jogo

foram se familiarizando com os nomes e suas fórmulas químicas.

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Pesquisas relatam que os jogos didáticos permitem aos alunos

aprendizagem mais significativa. Ainda quando realizam esta atividade demonstram

maior interesse pelos conteúdos de ciências, refletindo no seu aprendizado.

ATIVIDADE ATIVIDADE CONSIDERADA MAIS

INTERESSANTE EM UM TOTAL DE 30 ALUNOS DO 6º ANO

Confecção das moléculas químicas 6 alunos

Apresentando materiais comuns para a montagem de algumas

substâncias químicas 2 alunos

Visualização de células eucariótica vegetal

3 alunos

Jogo educativo “Na Trilha da Natureza”

18 alunos

Palestra sobre os prejuízos ambientais

1 aluno

Tabela 2: Pesquisa realizada com a turma Fonte: VIERA, 2011

Gráfico 1 : Gráfico do Resultado das Atividades

Fonte: VIERA, 2011

As atividades práticas desenvolvidas em sala de aula favorecem o

desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, pois podem propiciar meios de

motivá-los e envolvê-los em temas a serem estudados. Por tanto é de fundamental

importância que os alunos consigam relacionar a teoria com a prática e entender

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que não há prática sem teoria. Isso irá propiciar aos alunos condições para uma

maior compreensão dos conceitos científicos.

As aulas de laboratório fortalecem aquilo que foi ensinado na teoria. Ao

propor estas atividades diferenciadas aos alunos conforme demonstrado por

Bevilacqua & Silva (2007) a experimentação é condutora do conhecimento teórico, o

trabalho em grupo é valorizado, a construção do conhecimento a partir da

investigação científica é determinante e a troca de informações entre os próprios

alunos é estimulada.

Portanto, um dos maiores desafios para a educação é colocar em prática os

pressupostos teóricos, isto é, os princípios metodológicos, que fundamentam uma

teoria, e devem ser pesquisados e levados em consideração ao longo da prática

pedagógica. Assim teoria e prática devem caminhar juntas no sentido de orientar o

desenvolvimento do educando na escola, propondo reflexões, análises e discussões

constantes. Na prática, é possível explorar muitas situações vivenciadas em sala de

aula, utilizando-as como base para o aprendizado de conceitos científicos da

ciência, bem como suas relações com o cotidiano dos educandos. A importância da

aprendizagem nos dias atuais é indiscutível, pois as ações desenvolvidas por

educadores de diferentes escolas em nosso país, constitui uma ligação entre as

formas de ensinar, e permite que as crianças questionem sobre determinado

conteúdo, pois enquanto fazem perguntas significa que ainda não houve

compreensão de fato, no entanto possuem interesse e necessitam de suporte para a

construção do conhecimento científico.

Portanto, a partir da programação desde o início desta implementação,

aconteceu à palestra realizada por um engenheiro ambiental de uma das Instituições

de Ensino Superior do município. O mesmo trabalhou claramente sobre as questões

ambientais, principalmente sobre os prejuízos causados pelo excesso de gases

tóxicos na atmosfera. Ressaltou muitas questões importantes como: queimadas,

aquecimento global, efeito estufa, degelo das regiões polares, entre outros. E que

tudo isso afeta diretamente e indiretamente nossa qualidade de vida. A participação

dos alunos, professores, funcionários, pais de alunos e comunidade em geral foi

excelente. Todos ouviram atentamente as colocações do palestrante e no final foram

realizados vários questionamentos.

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Gráfico 2: Público participante na Palestra

Fonte: VIERA, 2011

Das atividades propostas na Unidade Didática implementada no Colégio

Estadual Germano Stedile – Ensino Fundamental e Médio no 2º semestre de 2011

com alunos do 6º ano do Ens. Fundamental, destacamos através da tabela abaixo

como foi a aceitação dos alunos no decorrer da implementação.

ATIVIDADES PRÁTICAS RELATO E COMENTÁRIOS DO PROFESSOR E DOS

ALUNOS APÓS CADA ATIVIDADE

Confecção das moléculas químicas

- Estavam apressados para começar a atividade; - Falta de concentração nas explicações do professor; - No inicio os modelos de bolinhas adquiriram tamanhos variados e contornos irregulares; - Foi preciso refazer os modelos que representariam os átomos; - Com a intervenção do professor, as moléculas foram tomando forma; - O trabalho foi muito bom, os grupos se organizaram e as informações transmitidas pelo professor, formaram o conhecimento científico abordado; - Finalmente ocorreu a organização das moléculas sobre a mesa; - Muito organizado e bem trabalhado pelo professor; - Como foi legal trabalhar em equipe, um colega ajuda o outro.

Apresentando materiais comuns para a montagem das substâncias

- Nesta segunda atividade o interesse e a participação foram maiores; - Foi super divertido pintar as bolinhas de sagu (aula anterior); - Permaneceram sentados em duplas para fazer a colagem nos círculos; - Cometeram alguns erros de escrita; - Ao montar a substância glicose, todos ficaram admirados, pois a molécula é representada por 12 bolinhas de sagu; - Todos trabalharam bem;

Visualização de células

- Todos recebem o roteiro de aula prática; - Permanecem sentados enquanto o professor organiza o microscópio; - Os alunos, organizados em grupos de quatro, montam a lâmina

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Eucariótica Vegetal

contendo uma pequena folha de elódea; - A observação ocorreu na própria sala de aula; - Ponto negativo: falta de laboratório na escola; - Não conheciam microscópio ainda; - Conseguiram responder a maioria das perguntas realizadas no roteiro para discussão; - Ficaram admirados com as observações, os tamanhos e as cores dos cloroplastos; - A aula foi um sucesso.

Jogo educativo “Na Trilha da Natureza”

- Opinião dos alunos em relação ao jogo “simplesmente fantástico”; - No intervalo do recreio, permaneciam na sala jogando; - Todos procuravam acertar as respostas; - A concentração dos alunos foi excelente; - Respondiam a maioria das questões corretamente; - O jogo foi muito criativo; - O aprendizado do conteúdo foi verificado; - Com o jogo aprendemos seguir regras; - No momento do jogo aprendemos ter organização e respeitar um ao outro.

Tabela 4: Aceitação das atividades propostas Fonte: VIERA, 2012

Verificou-se desde as primeiras atividades a importância de elaborar uma

proposta de intervenção pedagógica na escola, utilizando metodologias que possam

auxiliar o trabalho do professor em sua prática docente. Dessa forma, acredita-se

que as atividades práticas simples, bem como as de laboratório, permitam aos

educandos ampliar suas possibilidades de observação, investigação, construção,

interação, trabalho colaborativo, processos de descoberta e o confronto entre teoria

e prática.

Pelo depoimento dos alunos é de se esperar que quando consegue-se

associar a ciência química ao cotidiano do educando ela se torna de fácil

entendimento e não fica tão distante do aluno.

Avaliando os resultados, percebe-se que a grande maioria dos alunos

demonstrou boa aceitação em relação às práticas oferecidas, afirmando ainda, que

estas facilitaram a compreensão dos conteúdos.

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3.1 Contribuições do GTR

Como atividade do PDE/2010, oportunizou-se um importante momento de

formação continuada, através de um trabalho significativo que possibilitou a

interação com os demais professores da Rede Pública Estadual, que foi o de tutoria

do Grupo de Trabalho em Rede – GTR. Neste trabalho foi apresentado o Projeto de

Intervenção Pedagógica na Escola, sua Produção Didático Pedagógica, socializando

ideias e produções, promovendo discussões e a troca de experiências com os

colegas professores. O curso é parte integrante das atividades do professor que

participa do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná -

PDE.

As contribuições do GTR - Grupo de Trabalho em Rede principalmente na

troca de experiências e sugestões proporcionam crescimento e aprimoramento na

prática pedagógica em sala de aula. Os professores participantes do grupo deixam

algumas sugestões de atividades que podem ser trabalhadas com os alunos. Isso é

de extrema importância, pois um dos desafios enquanto professora PDE, foi propor

a abordagem da química desde o 6º ano do Ensino Fundamental. Com a

contribuição dos colegas professores da rede, ocorreu a oportunidade de aprender

atividades novas e interessantes para a aplicabilidade em sala de aula.

Ao realizarem seus comentários nos fóruns e diários, os professores

demonstraram que as atividades desenvolvidas durante a implementação na escola,

foram recursos lúdicos muito importantes para a prática pedagógica docente. Tais

atividades permitiram que o professor avaliasse o conhecimento do aluno sem o

peso da “prova”. Alguns estudos mostram que, muitas vezes, os alunos conseguem

desenvolver suas respostas e organizar melhor suas ideias quando seus

conhecimentos são solicitados em situações menos estressantes do que as

“provas”.

Temos ainda relatos de professores, afirmando que as atividades foram

propostas de forma clara e objetiva, vindo de encontro com as expectativas dos

educadores que buscam metodologias acessíveis a realidade de nossas escolas e

de fácil aplicabilidade. Comentam que certamente os alunos participaram ativamente

das atividades, através das quais tiveram oportunidade de se apropriarem do

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conhecimento científico. Veja a seguir partes de algumas falas de professores

participantes do curso on-line (GTR):

“[...] Parece que o jogo “Na Trilha da Natureza” ganhou em disparada. Concordo com vocês, pois a idéia do tabuleiro e das questões nos permite trabalhar com qualquer conteúdo, basta termos criatividade. Além disso, para que os alunos ganhem o jogo, precisam ter o conhecimento teórico. Mas tenho que dizer que gostei muito da atividade ll (Apresentando Materiais Comuns para o Desenvolvimento de Aulas Práticas), pois através de materiais simples é possível [ ] deixar claro para o aluno o que são átomos e moléculas de maneira muito acessível” (V.M.B.).

“[...] A sua proposta está bastante interessante. Gostei principalmente do jogo. A idéia foi muito criativa. Penso que o jogo tem um elemento muito importante, a possibilidade de reproduzir a realidade. Com isto podemos contextualizar os conteúdos formais da escola e aproximá-los da realidade do aluno. E foi neste aspecto que detive minhas contribuições” (M.C.R.M.S).

“[...] Estou muito feliz em participar e colaborar com esse projeto, o qual contribui para a melhoria da nossa prática pedagógica através de práticas, vídeos e jogos que dinamizam as aulas e auxiliam na aprendizagem do educando. Esse projeto deve ser incluído no planejamento anual de Ciências, pois pode ser aplicado por todos os professores da disciplina” (D.T.R.).

“[...] ressalto que para a aprendizagem tornar-se significativa, é preciso proporcionar ao educando meios materiais para a manipulação e neste contexto, o projeto está dando condições para a apropriação adequada dos conceitos. O envolvimento dos estudantes nas atividades práticas é maior, pois permite a interação entre eles e a troca de informações, com isso o ensinamento escolar terá relevância e será apropriado quando cumprir sua obrigação social e permitir que o estudante tenha capacidade de interferir na sua prática social”(M.G.S.S).

Pois, a partir do embasamento teórico os educandos chegam à prática e

com a prática e teoria juntas apropriam-se do conteúdo e com este ocorre a

aprendizagem.

Enfim, o GTR contribuiu muito no sentido de aprimorar os conhecimentos no

ensino de Ciências e fazer a integração dos objetivos com as estratégias utilizadas,

principalmente com o jogo “Na Trilha da Natureza”, o qual não se preocupou apenas

com o caráter lúdico e divertido que um jogo deve ter, mas também conseguiu

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envolver o aluno em situações desafiadoras, nas quais precisarão usar o

conhecimento adquirido durantes as aulas. Realmente o aprendizado é um processo

lento e complexo, entretanto podemos utilizar metodologias diferenciadas para

torná-lo menos traumático e ampliar as chances de que o ensino e a aprendizagem

aconteçam.

Considerações Finais

Este estudo através de aulas teóricas e práticas visou repassar as primeiras

noções de química, com o propósito de possibilitar aos alunos do 6º ano verificarem

a importância do conteúdo teórico. Porém utilizando a prática e o lúdico para atingir

o proposto.

O trabalho desenvolvido com os educandos utilizando teoria associada a

prática e o lúdico na abordagens proporciona o entendimento dos conteúdos de

forma diferenciada. Sendo que a aprendizagem dos conceitos científicos de forma

integrada a realidade da química com o meio ambiente, possibilitou integrar o

aprendizado a realidade do aluno.

Convém ressaltar que as discussões iniciais, através dos textos do vídeo,

comentários e a montagem das atividades, na apresentação da proposta, foram

trabalhados de forma atrativa e dinâmica. Na abordagem teve-se o cuidado de não

esquecer que na escola é que encontramos as maiores diversidades e que o

envolvimento dos educandos possa realmente trazer resultados positivos e visíveis

no decorrer da implementação. Percebe-se que a relação professor-aluno é

fundamental, para que o aluno acredite em suas possibilidades de assimilação e

construção do conhecimento.

As experiências descritas nos objetivos do Projeto Pedagógico e da

Produção Didático Pedagógica indicam que um dos caminhos é preparar bem as

aulas, o que requer formas e metodologias que atendam as necessidades de nossos

educandos.

O trabalho desde sua elaboração até sua implementação do projeto, exigiu

dedicação e inovação, mas foi um sucesso. Possibilitando uma forma diferenciada

de ensino, com resultados evidentes. Sendo que quando os alunos demonstram

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dificuldades em determinados conteúdos, esse fato permitiu buscar novas formas de

ensinar, revendo atitudes e práticas do cotidiano escolar.

Proporcionar a participação de todos os profissionais da educação no

Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE estimula e contribui

significativamente para a formação continuada e o aperfeiçoamento do professor.

Sem dúvida, isso irá se refletir claramente no aprendizado de nossos educandos.

A aprendizagem ocorre à medida que o novo conteúdo deixa de ser

fragmentos soltos e passa a ser algo compacto, adquirindo significado para o aluno.

Ou seja, quando consegue compreender as partes e formar informações completas.

De acordo com as DCEs (2008, p. 62), a aprendizagem significativa no ensino

de Ciências implica no entendimento de que o estudante aprende conteúdos

científicos escolares quando lhes atribui significados. Isso põe o processo de

construção de significados como elemento central do processo de ensino

aprendizagem.

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