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UMA DEFICIÊNCIA NO NOSSO SISTEMA EDUCACIONAL Ricardo Schütz

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Education


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UMA DEFICIÊNCIA NO NOSSO SISTEMA EDUCACIONAL

Ricardo Schütz

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ApresentaçãoO presente trabalho visa analisar o contexto abordado no artigo “Uma deficiência no nosso sistema educacional’ de Ricardo Schütz onde em poucas palavras notamos de fato, os problemas enfrentados por cursos de línguas que limitam e bloqueiam seu desenvolvimento e o daqueles que o buscam.

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Qual é o problema com o ensino de línguas?

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De acordo com Schütz (2001), uma das necessidades básicas na formação do indivíduo é a conquista de proficiência no idioma estudado.

Essa percepção, é algo que já deve ser analisada nos primórdios do Sistema Educacional, sejam eles:

Fundamental e Médio

Cursos Livres e Graduação

Tanto no SetorPúblico ou Privado

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ENSINO MÉDIO E FUNDAMENTAL

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Depoimentos por experiência:

Até os 24 anos, os conhecimentos de inglês do analista contábil Thiago Orgélio, hoje com 28, não iam muito além do verbo “To be".

Ex-aluno de uma escola pública da zona sul de São Paulo, ele conta que pouco aprendeu:

"Passei os três anos do ensino médio vendo os mesmos conteúdos", lembra. Após concluir a graduação em Ciências Contábeis, ele decidiu que era hora de correr atrás do tempo perdido e se matriculou em um curso de inglês. Hoje faz aulas particulares duas vezes por semana na empresa em que trabalha.

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CURSOS LIVRES

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Muitos cursos livres, especializados (?) no ensino de inglês, acabam deixando muitos de seus clientes sem o resultado esperado:

“Já fiz vários cursos, inclusive me formei com mais ou menos uns 5 anos de curso de inglês.

No momento estou fazendo um curso preparatório para o exame de Cambridge (FCE - First Certificate in English) e na verdade não consigo de jeito nenhum falar com as pessoas em inglês.” Renata Lemos

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GRADUAÇÃO

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Graduação - Até mesmo nos Cursos Superiores de Letras, credenciados junto ao MEC para formar professores de inglês, vamos encontrar deficiências. Vejam o depoimento da Prof. Marília Conte Daros, formada em Letras por uma universidade brasileira, e que hoje vive nos EUA: No meu caso, tive muita dificuldade para me tornar fluente na segunda língua (inglês)devido à interferência de dois fatores.

• O primeiro foi a estratégia de aprendizado, baseada em tradução (da L2 para a L1 e para a L2, novamente) com aulas inspiradas pelo método de tradução e gramática. Era lento e me dava dores de cabeça e frustração. Depois, passei um ano inteiro traduzindo durante um programa de intercâmbio.

• A segunda interferência foi baixa autoestima, acreditando não conseguir produzir a L2 devido a uma educação opressiva vivenciada em meu curso universitário no Brasil. Os professores acreditavam que notas baixas refletiam um curso puxado (significando bom), então nada era suficientemente bom. Os alunos se formavam surdos à língua estrangeira falada. Em 2015, foi elaborado um estudo pela multinacional Education First sobre os índices de proficiência em inglês no mundo. O Brasil ficou em 46º lugar, atrás da Kuwait e Argelia. Veja a tabela em anexo :

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PORQUE ISTO ACONTECE?

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O problema ocorre pela incapacidade destes em proporcionar o ensino de forma adequada. Percebe-se então, a necessidade em utilizar a Ciência para lidar com respostas para os questionamentos que surgem neste patamar.

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QUAIS SERIAM ESTES PROBLEMAS?

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• A ineficiência do ensino de inglês no Brasil está claramente demonstrada também na avalanche de cursos existentes.

• Aprendemos Português, Matemática, História e Geografia na escola e raramente precisamos frequentar cursos posteriormente para suprir deficiências nessas áreas.

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• Entretanto, para suprirmos a necessidade de proficiência em inglês, temos que investir milhares de reais e anos de tempo sem a garantia de realmente alcançarmos o resultado desejado. Como qualquer um pode observar, a maioria dos professores, não só de escolas de ensino médio, mas também de muitos dos cursos de línguas e até de cursos superiores, não têm a necessária habilidade com a língua que devem ensinar. Isto entretanto não é a causa, mas apenas um sintoma do problema.

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Perguntar a um professor como é que ele, tendo feito tudo que lhe prescreveram, não alcançou fluência, seria como perguntar para o paciente porque o tratamento contra sua doença não deu certo. Para entendermos a ineficácia do ensino de inglês no Brasil, temos que aprofundar nossa pesquisa. Devemos questionar o médico ou nós próprios para descobrirmos o porque da receita não ter dado certo.

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QUESTIONAMENTOS

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• Podemos começar entrevistando os chefes dos departamentos de Letras de universidades. Questionar o porque de muitos desses cursos não exigirem, nem na entrada nem na saída, o PRÉ-REQUISITO FUNDAMENTAL - A FLUÊNCIA NA LÍNGUA.

• Devemos perguntar-lhes se não seria o mesmo que oferecer curso profissionalizante para instrutores de auto-escolas que não sabem dirigir ao ingressarem no curso, nem ao se formarem. Poderíamos perguntar-lhes também se um professor de língua estrangeira que a fala com desvios e limitações não seria equivalente a um professor de música que canta e toca desafinado.

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SOLUÇÕES

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• Seria ainda necessário questionar as grades curriculares desses cursos que priorizam o estudo formal do idioma, que utilizam apenas sua forma escrita como matéria de análise, que insistem nas sutilezas gramaticais, tudo minuciosamente discutido em português bem claro, programas que, na sua maioria, negligenciam a língua na sua forma oral e no seu aspecto criativo e funcional, omitindo estudos nas áreas de fonologia e psicologia cognitiva.

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O MEC

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• Finalmente, questionemos a autoridade maior, a Comissão de Especialistas em Ensino de Letras do Ministério da Educação, cuja tarefa é autorizar o funcionamento dos cursos de Letras que estarão credenciados a conferir títulos de professores de língua estrangeira. Deveríamos perguntar-lhes se, antes de catalogarem o número de especialistas e mestres que o curso tem, não deveriam se certificar de que os mesmos realmente falam a língua estrangeira sem desvios e de que o projeto pedagógico do curso garante que seus egressos também alcancem fluência e acuidade condizentes com a função que irão exercer.

• Perguntar-lhes, por exemplo, se antes de avaliarem laboratórios e recursos audiovisuais, não deveriam avaliar a existência de programas de intercâmbio que facilitem aos alunos irem ao exterior ou terem contato com falantes nativos em ambientes multiculturais por aqui mesmo.

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• Não podemos deixar de procurar também cursos superiores bem estruturados, em que a maioria dos egressos possui a necessária proficiência. Se encontrarmos um, identifiquemos as diferenças e o porquê do êxito.

• Se expandirmos nossa pesquisa a outros países, veremos que não é só o Brasil que enfrenta esta dificuldade, como mostra o estudo da tabela acima. Isso nos leva à conclusão de que a raiz do problema está na falsa e generalizada ideia de que podemos desenvolver proficiência, ou seja, habilidade prática e funcional, através do estudo formal, o que seria como aprendermos a dirigir pelo manual, tendo raramente nos sentado à direção de um carro.

• Esta ideia está profundamente enraizada e é plantada em nossas mentes já na escola secundária ("quem não estuda não aprende"), cuja orientação sempre foi e continua sendo predominantemente direcionada ao estudo de gramática, à análise do texto escrito, que prescreve esforço intelectual para acumular informação, cumprir um currículo, injetar o conteúdo e chamar isso de aprender inglês.

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“EM TERMOS DE LÍNGUA, AINDA VIVEMOS CULTURALMENTE NUMA FASE PRÉ-CIENTÍFICA E, PORTANTO, DOGMÁTICA E OBSCURANTISTA. “

Carlos Alberto Faraco

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ReferênciaSCHÜTZ, Ricardo. Uma deficiência no nosso sistema educacional. 2001. Disponível em: < http://www.sk.com.br/sk-defi.html >. Acesso em: 15 dez. 2015.

Referência Bibliográfica:

• FARACO, Carlos Alberto. Guerras em torno da língua: questões de política linguística. – Folha de São Paulo, Caderno Mais, 25 março 2001.• OLIVEIRA Luiz Eduardo Meneses  A Historiografia Brasileira da Literatura Inglesa: uma História do Ensino de Inglês no Brasil (1809-1951) – UNICAMP, Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) 1999.