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“NOSSO OLHAR PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA MENTAL” Elma Elizabeth Arruda de Souza Gomes Eneida de Souza Nascimento Jungman www.associacaoabrace.org. br São Paulo – SP Associação Brasileira para o Adolescente e a Criança* Especial Instituição que propicia a jovens e adultos com deficiência mental, oportunidades reais de desenvolvimento, sincronizadas a demandas e interesses decorrentes do sujeito que é, do momento de vida em que está e do contexto no qual está inserido. (*desde 1996 jovens e adultos) Partindo do pressuposto de que a deficiência mental é um, entre outros, aspectos constituintes das pessoas que atendemos, nossa ação não fica ancorada na calmaria da homogeneidade e sim, navega pelas águas, nem sempre mansas, da heterogeneidade. Nosso objetivo é fortalecer e dar vazão à expressão da singularidade, criando possibilidades de identificação, lapidação, apropriação e expressão de aspectos que constituem cada um destes jovens e adultos que compõem o grupo da Abrace.

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Page 1: “NOSSO OLHAR PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA MENTAL” Elma Elizabeth Arruda de Souza Gomes Eneida de Souza Nascimento Jungman

“NOSSO OLHAR PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA MENTAL”

Elma Elizabeth Arruda de Souza Gomes Eneida de Souza Nascimento Jungman

www.associacaoabrace.org.brSão Paulo – SP

Associação Brasileira para o Adolescente e a Criança* Especial

Instituição que propicia a jovens e adultos com deficiência mental, oportunidades reais de desenvolvimento, sincronizadas a demandas e interesses decorrentes do sujeito que é, do momento de vida em que está e do contexto no qual está inserido. (*desde 1996 jovens e adultos)

Partindo do pressuposto de que a deficiência mental é um, entre outros, aspectos constituintes das pessoas que atendemos, nossa ação não fica ancorada na calmaria da homogeneidade e sim, navega pelas águas, nem sempre mansas, da heterogeneidade.

Nosso objetivo é fortalecer e dar vazão à expressão da singularidade, criando possibilidades de identificação, lapidação, apropriação e expressão de aspectos que constituem cada um destes jovens e adultos que compõem o grupo da Abrace.

Page 2: “NOSSO OLHAR PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA MENTAL” Elma Elizabeth Arruda de Souza Gomes Eneida de Souza Nascimento Jungman

Variadas atividades são oferecidas mas, o que norteia nosso trabalho, são as respostas de cada um. Muitos respondem com habilidade e grande interesse e alguns com extrema paixão. Seguindo os preceitos de Spinoza, nos empenhamos para que esta paixão se transforme em ação.

Aqui está uma pequena mostra destas ações realizadas por pessoas de fibra, talentosas e com deficiência mental, que puderam sair do lugar inexpressivo e paralisante que a deficiência lhes confere e ganhar espaço na busca e conquista de outros papeis.

Um turbilhão de conteúdos encontra sua via de expressão nos traços de sua pintura. Com um estilo marcante e permanente demanda, é admirada, requisitada e reconhecida. Curiosa e inquieta, muitas vezes incompreendida, tem na arte seu porto seguro.

Deborah Simha

Ausente, se faz presente na melodia. A atenção, a retenção e a expressão através do canto. Sofisticado, eclético e amplo repertório musical expressa a força, a diversidade e a exuberância de conteúdos internos. A emoção com que canta é a mesma de quem a ouve cantar.

Mara Silveira, pura emoção!

Agitação e ousadia ganham, na percussão, sua mais bela expressão. O antes desarticulado e criticado ganha harmonia e valor no encontro com a Capoeira. A vibração, por vezes exacerbada, ganha ritmo e sentido no toque do pandeiro.

Tiago Vieira

Page 3: “NOSSO OLHAR PARA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA MENTAL” Elma Elizabeth Arruda de Souza Gomes Eneida de Souza Nascimento Jungman

No esporte, ritmo e força ganham novos contornos. Competir é entrar em contato com suas possibilidades, é defrontar-se com seus limites, é desejar e tentar ultrapassá-los. Superar-se.

Ruy Lellot e Thiago França, campeões da ABRACE

Rafael, durante anos, viveu na escola regular a frustração de um não desempenho, e encontra na Abrace a possibilidade de aprimorar “sua escrita”, e usá-la para expressão de seus conteúdos mais profundos.

Rafael Nepomuceno, um dos 120 autores do livro “Racismo São Paulo Fala”, editado pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.