um gÊnero ao quadrado: o ensino de lÍngua...

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UM GÊNERO AO QUADRADO: O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO DO GÊNERO HISTÓRIA EM QUADRINHOS ALINE STARLING GONÇALVES (UNITAU- UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ). Resumo Por muito tempo afastadas das salas de aula, as histórias em quadrinhos começam a surgir no contexto didático após a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), que mencionam esses textos como possíveis ferramentas de ensino. Leitura predileta dos estudantes (MENDONÇA, 2003), os quadrinhos são analisados nesta pesquisa com o objetivo de demonstrá–los como gênero do discurso, utilizando–se, para isso, os pressupostos teóricos da perspectiva bakhtiniana da linguagem e a linha genebriana de análise do discurso. O gênero História em Quadrinhos deixa entrever aspectos lúdicos que parecem tornar a aprendizagem mais leve e divertida, viabilizando a abordagem de diversos assuntos e contribuindo para a aquisição linguística dos aprendizes. Estudadas sob diversos ângulos, as histórias em quadrinhos possibilitam a exploração da leitura crítica, o reconhecimento de aspectos léxico–gramaticais e organizacionais e a reprodução do gênero de acordo com suas características típicas. O uso de desenhos para a comunicação – associados ou não à linguagem verbal – é antigo e foi utilizado por várias civilizações durante milênios. A análise das HQ mostrou ser esse um gênero secundário, e, embora Schneuwly e Dolz (2004) ao proporem um agrupamento de gêneros não mencionem os quadrinhos em nenhum grupo, pode– se constatar que as HQ têm características semelhantes aos gêneros do grupo de narrar, pois ao descreverem histórias, posicionam–se no domínio da cultura ficcional literária. Diante dos benefícios que a “arte sequencial” pode oferecer ao processo ensino–aprendizagem, este trabalho apresenta uma proposta de sequência didática para o ensino de língua inglesa baseada no interacionismo sócio–discursivo e que tem por objetivo incentivar a leitura e a produção do gênero História em Quadrinhos por alunos da sexta série (sétimo ano) do Ensino Fundamental. Palavras-chave: gêneros discursivos, língua estrangeira, história em quadrinhos. INTRODUÇÃO A problemática da aplicação do conceito de gênero discursivo no processo ensino- aprendizagem tem sido amplamente debatida, e, no Brasil, as orientações contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCN (BRASIL, 1998), deram um novo enfoque ao ensino de Língua Estrangeira, contribuindo para a geração de férteis discussões a respeito deste tipo de abordagem e seu benefício para o ensino de Língua Inglesa (LI) no Ensino Fundamental. Com o crescente interesse pela adoção da abordagem discursiva para fins didáticos, entende-se que a descrição detalhada do gênero História em Quadrinhos (HQ) possa contribuir para avanços nessa área. O ponto de partida para o conceito de gênero discursivo [1] adotado neste trabalho é aquele proposto por Bakhtin (1992), que afirma que a comunicação humana se dá por meio de enunciados (orais ou escritos) que refletem as condições e finalidades específicas das diversas esferas da atividade humana por meio de seu conteúdo temático e estilo verbal, pela seleção de recursos da língua e, principalmente, pela sua composição.

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UM GÊNERO AO QUADRADO: O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA POR MEIO DO GÊNERO HISTÓRIA EM QUADRINHOS ALINE STARLING GONÇALVES (UNITAU- UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ). Resumo Por muito tempo afastadas das salas de aula, as histórias em quadrinhos começam a surgir no contexto didático após a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997), que mencionam esses textos como possíveis ferramentas de ensino. Leitura predileta dos estudantes (MENDONÇA, 2003), os quadrinhos são analisados nesta pesquisa com o objetivo de demonstrá–los como gênero do discurso, utilizando–se, para isso, os pressupostos teóricos da perspectiva bakhtiniana da linguagem e a linha genebriana de análise do discurso. O gênero História em Quadrinhos deixa entrever aspectos lúdicos que parecem tornar a aprendizagem mais leve e divertida, viabilizando a abordagem de diversos assuntos e contribuindo para a aquisição linguística dos aprendizes. Estudadas sob diversos ângulos, as histórias em quadrinhos possibilitam a exploração da leitura crítica, o reconhecimento de aspectos léxico–gramaticais e organizacionais e a reprodução do gênero de acordo com suas características típicas. O uso de desenhos para a comunicação – associados ou não à linguagem verbal – é antigo e foi utilizado por várias civilizações durante milênios. A análise das HQ mostrou ser esse um gênero secundário, e, embora Schneuwly e Dolz (2004) ao proporem um agrupamento de gêneros não mencionem os quadrinhos em nenhum grupo, pode–se constatar que as HQ têm características semelhantes aos gêneros do grupo de narrar, pois ao descreverem histórias, posicionam–se no domínio da cultura ficcional literária. Diante dos benefícios que a “arte sequencial” pode oferecer ao processo ensino–aprendizagem, este trabalho apresenta uma proposta de sequência didática para o ensino de língua inglesa baseada no interacionismo sócio–discursivo e que tem por objetivo incentivar a leitura e a produção do gênero História em Quadrinhos por alunos da sexta série (sétimo ano) do Ensino Fundamental. Palavras-chave: gêneros discursivos, língua estrangeira, história em quadrinhos.

INTRODUÇÃO

A problemática da aplicação do conceito de gênero discursivo no processo ensino-aprendizagem tem sido amplamente debatida, e, no Brasil, as orientações contidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais, os PCN (BRASIL, 1998), deram um novo enfoque ao ensino de Língua Estrangeira, contribuindo para a geração de férteis discussões a respeito deste tipo de abordagem e seu benefício para o ensino de Língua Inglesa (LI) no Ensino Fundamental. Com o crescente interesse pela adoção da abordagem discursiva para fins didáticos, entende-se que a descrição detalhada do gênero História em Quadrinhos (HQ) possa contribuir para avanços nessa área.

O ponto de partida para o conceito de gênero discursivo[1] adotado neste trabalho é aquele proposto por Bakhtin (1992), que afirma que a comunicação humana se dá por meio de enunciados (orais ou escritos) que refletem as condições e finalidades específicas das diversas esferas da atividade humana por meio de seu conteúdo temático e estilo verbal, pela seleção de recursos da língua e, principalmente, pela sua composição.

A análise do gênero História em Quadrinho, assim como a sequência didática (SD), apóia-se no interacionismo sócio-discursivo (ISD) que, segundo Bronckart (1999), abarca o conjunto das ciências humanas e/ou sociais e contesta veementemente a posição aristotélica sobre as relações entre mundo/pensamento/linguagem, na qual a representação do "mundo empírico" está em primeiro plano e, a linguagem, em segundo. O ISD parte da premissa de que as ações humanas são sempre situadas, contextualizadas, e que suas propriedades estruturais e funcionais são produto da socialização. De acordo com Lopes-Rossi (2002, p. 65-68), o ensino norteado pelo ISD inspira-se "no sócio-interacionismo, na teoria enunciativa e na linguística textual, cujos enfoques teóricos dirigem o ensino da língua(gem) para seu uso e funcionamento discursivos, enquanto sistema semiótico e simbólico, contextualizado e determinado sócio-historicamente".

Preocupando-se com questões didáticas no ensino-aprendizagem de línguas, Schneuwly e Dolz (2004), assim como Bronckart, pertencentes ao grupo de Genebra, acreditam que os gêneros discursivos podem ser comparados a um "megainstrumento" utilizado pelos interlocutores em diferentes situações comunicativas (Schneuwly e Dolz, 2004, p. 28). Embora os gêneros não se prestem à "definição sistemática e geral" (Schneuwly e Dolz, 2004, p. 57-61), o que dificultaria seu ensino sistemático, os autores optam por um enfoque de agrupamento de gêneros baseado nas especificidades das práticas de linguagem historicamente construídas que os gêneros expressam (suas características comuns) e nas capacidades de linguagem que o gênero requer do agente-produtor. Embora haja uma didatização nesse agrupamento, ele possibilita a transição entre um projeto de apropriação de uma prática de linguagem e a apropriação propriamente dita por meio dos instrumentos, os gêneros discursivos. Esse agrupamento que, segundo os autores, não pode ser considerado definitivo, é dividido basicamente em cinco grupos: narrar, relatar, argumentar, expor e descrever ações (instruir).

Objetivou-se neste trabalho apresentar algumas características das histórias em quadrinhos tomando como base os estudos de Bakhtin (1992) sobre os gêneros discursivos. Adotando essa mesma perspectiva teórica aliada à linha genebriana de análise do discurso, objetivou-se também a elaboração de uma sequência didática para o ensino de língua inglesa baseada no interacionismo sócio-discursivo, inspirada nas propostas de Dolz e Schneuwly (2004), Lopes-Rossi (2005) e Ramos (2004), e que busca incentivar a leitura crítica e a produção do gênero HQ em LI por alunos da sexta série (sétimo ano) do Ensino Fundamental.

1. A HISTÓRIA QUE NÃO ESTÁ NO GIBI

A análise das HQ mostrou ser esse um gênero secundário, pois esses textos têm sua gênese na junção da oralidade e da escrita e, para Bakhtin (1992), os gêneros que comportam e transmutam outros gêneros primários são secundários. Nota-se também que, embora Schneuwly e Dolz (2004) ao proporem um agrupamento de gêneros não mencionem os quadrinhos em nenhum grupo, pode-se constatar que as HQ têm características semelhantes aos gêneros do grupo de narrar, pois ao descreverem histórias, posicionam-se no domínio da cultura ficcional literária.

O uso de desenhos para a comunicação - associados ou não à linguagem verbal - é antigo e foi utilizado por várias civilizações durante milênios. Em uma visão mais extremista, pode-se associar o início da arte sequencial às pinturas rupestres[2] (EISNER, 1999, apud MENDONÇA, 2003). Por volta do ano 1550, as imagens sequenciais eram utilizadas pela igreja Cristã para contar a história dos santos e mártires.

Apesar desses tímidos avanços, só em 1837 com a "Les Amours de Monsieur Vieux-Bois", de Rodolph Topffer, as histórias em quadrinhos começam a apresentar o formato característico que hoje conhecemos. Mais tarde, em 1892, o jornal San Francisco Examiner publica a história "Little Bears and Tykes", desenhada por James Swinneston, considerada a primeira história em quadrinhos americana (FERRO, 1987, MOYA, 1993 apud ALVES, 2000).

No final do século XIX, o "Yellow Kid", desenhado por Richard Outcault e publicado semanalmente no New York World, tornou-se o primeiro herói dos quadrinhos (IANONNE e IANONNE, 1994 apud MENDONÇA, 2003). No Brasil, o marco inicial das HQ foi a publicação de "As aventuras de Nhô Quim", de Ângelo Agostini, veiculada na revista carioca Vida Fluminense, em janeiro de 1869. Embora italiano, Agostini refletia em suas histórias o contexto brasileiro da época, retratando os ideais abolicionistas e republicanos (CIRNE, 1990 apud ALVES, 2000).

2. O GÊNERO HQ - QUE QUADRO É ESSE?

O estudo das características genéricas das HQ pode, em primeira instância, parecer simples devido à facilidade em sua identificação e pela criação de sentidos que as histórias propiciam, mas como alerta Mendonça (2003, p. 195), "as HQ revelam-se um gênero tão complexo quanto os outros no que tange ao seu funcionamento discursivo".

Numa perspectiva semiótica, Cirne (2000 apud MENDONÇA, 2003, p.195) afirma que "quadrinhos são uma narrativa gráfico-visual, impulsionada por sucessivos cortes, cortes estes que agenciam imagens rabiscadas, desenhadas e/ou pintadas". Pode-se pensar os quadrinhos como uma narração dividida em cenas e que conta com o auxílio visual para que os leitores reconstruam a história. Essa característica leva Mendonça (2003) a classificar o gênero como icônico-verbal.

Importante, neste ponto de reconhecimento, é fazer a desambiguação entre gêneros semelhantes aos quadrinhos que, de acordo com o cartunista Fernando Moretti (2001 apud MENDONÇA, 2003, p. 197), seriam:

Caricatura: Deformação de características marcantes de uma pessoa, animal, coisa ou fato. A caricatura pode ser usada como ilustração ou complemento de uma matéria, e pode estar contida numa charge.

Charge: tem as mesmas características da caricatura, embora nela o desenho sirva de enunciado único, resumindo em si a mensagem. A charge exige do leitor um conhecimento de mundo maior do que a caricatura, pois exige inferência contextual. As charges "envelhecem" com o contexto situacional.

Cartum: É uma forma de expressar idéias e opiniões políticas, esportivas, religiosas, sociais, que se originou depois da charge. Enquanto a charge é situacional, o cartum é atemporal. Podem apresentar balões, legendas e sequências de imagens enquadradas, embora essas últimas sejam em número limitado e inferior à quantidade de quadros existentes nas HQ. No cartum não há exigência de continuidade nem de personagens fixos, como no caso dos quadrinhos.

Tira: É um subtipo de HQ, porém mais curta, contando com até quatro quadrinhos. Podem ser sequenciais (em capítulos) ou fechadas (episódios diários). Segundo Mendonça (2001 apud MENDONÇA 2003), as tiras também podem versar sobre aspectos políticos, econômicos ou religiosos, mas não são tão imediatistas quanto as charges. Dividem-se as tiras fechadas em tiras-piada e tiras-episódio.

Em relação aos aspectos visuais, as HQ contam, além dos desenhos, com elementos que facilitam a reconstrução da narrativa ou auxiliam os recursos linguísticos. Nota-se o uso dos seguintes recursos visuais: balões de fala, pensamento, cochicho, berro, medo, xingamento, expressão, balões uníssonos, externos, subordinados, representações imagéticas, planos (close, primeiro plano, panorama), calhas, setas diretivas e retângulos narrativos. As onomatopéias apresentam-se mais visuais que verbais. Aqui, não se trata apenas de representar sons, e sim de criar um "efeito sonoro", com suas devidas características e proporções, como se estivéssemos "visualizando o som", tornando mais fluida a leitura. A maioria das onomatopéias tem sua origem em verbos da língua inglesa (ex: crash, smack, splash).

A linguagem das HQ é determinada pelas características do público-alvo a que os gibis se destinam. Tem fortes marcas de oralidade e registro informal, com gírias, reduções vocabulares, expressões idiomáticas, contrações, interjeições, além das já citadas onomatopéias. Os verbos apresentam-se em diversos tempos, sendo difícil determinar sua predominância. As frases são carregadas de pontos de exclamação e de interrogação no intuito de reproduzir graficamente a entonação do diálogo informal. Percebe-se, em alguns quadrinhos, o uso de metalinguagem.

3. FRUIÇÃO E COGNIÇÃO - DOIS COELHOS

Ler é melhor do que estudar[3]. O motivo a que se pode atribuir esse fato ‒ aliás, observável - é que normalmente selecionamos nossa leitura, procurando assuntos de nosso interesse de forma a transformar a leitura em fruição. Se nos lembrarmos de quantas vezes, na escola, fomos repreendidos por "ler gibis" ao invés de "estudar", perceberemos que o conceito de fruição/cognição era impraticável até pouco tempo atrás. De fato, como afirma Mendonça (2003) em relação às HQ, a escola se exime de explorar textos desse tipo como ferramenta pedagógica e aumenta o abismo entre o que o aluno quer e o que a escola oferece.

Mendonça (2003, p. 194) comenta ainda que "É fato incontestável que jovens leitores (e nem tão jovens assim) deleitam-se com as tramas narrativas de personagens diversos, heróis ou anti-heróis, montadas através do recurso da quadrinização". Embora se preste também a abordar assuntos como a ocupação da Palestina, passagens bíblicas, a Guerra de Canudos etc., a autora acredita que atualmente as HQ têm assumido um caráter humorístico, fato que se comprova pelo local em que as tirinhas são inseridas nos jornais: normalmente os cadernos de lazer.

O humor a que Mendonça (2003) se refere pode ser facilmente associado ao lúdico quando um educador une diversão à educação. Gonçalves (2006) define lúdico como característica daquilo que diverte enquanto educa. A autora comenta que o gosto pelo lúdico é inerente ao homem, independente de sua idade. Quando propomos uma atividade lúdica há maiores chances de atrair o interesse dos alunos, proporcionando uma aprendizagem mais significativa e diminuindo a incidência da indisciplina, visto que enquanto os estudantes estão entretidos em algo que lhes dá prazer, dificilmente há lugar para conversas, discussões ou qualquer atitude inadequada. Além disso, o lúdico ajuda a superar a timidez e o medo da exposição que as aulas de língua estrangeira possam suscitar (GONÇALVES, 2006).

Em relação à cognição, as HQ apresentam várias possibilidades de aplicação, como a leitura, explorando-se suas características processuais, contextuais e genéricas. Nos aspectos léxico-gramaticais, podem ser explorados vocabulário, morfologia, sintaxe, pontuação, ortografia etc., ou seja, todos os aspectos que outros textos

possibilitam. Há também a possibilidade de ensino da língua oral, já que o gênero apresenta características tanto da escrita quanto da oralidade. Nas aulas de língua inglesa essa oportunidade pode ser muito importante, principalmente quando há falta de material adequado para o ensino da oralidade. A aproximação com a língua oral cotidiana permite apreender estruturas e usos típicos dessa modalidade e, em um trabalho um pouco mais aprofundado, é possível até mesmo um estudo fonético proveitoso, que envolva pronúncia, entonação etc.

As histórias em quadrinhos estão presentes na vida dos indivíduos mesmo antes de aprenderem a ler: a imagem possibilita inferência e interpretação quase imediata. Sua leitura é atraente e divertida e pode ser utilizada para fins pedagógicos, interdisciplinares, inclusive para a abordagem dos temas transversais propostos pelos PCN (BRASIL, 1998).

Nas aulas de língua inglesa os recursos icônicos podem ser de grande valia, auxiliando os alunos na reconstrução de histórias e sentidos e possibilitando inferência do sentido do texto, mesmo que esse esteja em outra língua.

Interesse, motivação, diversão, as HQ trazem para o contexto escolar aspectos que os alunos buscam fora dele. É exatamente aí que se define o papel do educador: tornar o ensino uma experiência prazerosa e sintonizada com a vida dos alunos.

Verificou-se que o humor presente nas HQ tem a possibilidade de tornar a aprendizagem por meio desse gênero lúdica, e, que para que a ludicidade ocorra, o trabalho do professor é fundamental na medida em que transforma em educativa uma experiência prazerosa.

4. A BAT-SEQUÊNCIA

Após a análise do gênero e apoiada nas teorias já esboçadas, uma SD foi elaborada a partir das propostas sugeridas por Schneuwly e Dolz (2004), Lopes-Rossi (2005) e Ramos (2004). Esses teóricos, embora de linhas de pensamento diferentes, corroboram a perspectiva bakhtiniana de linguagem e desenvolveram suas SD para o ensino baseado nos gêneros discursivos. A SD elaborada segue os passos e os princípios teóricos conforme mostra a tabela abaixo:

Tabela 1 - Bases teóricas da Sequência Didática

UNIT 1

INTRODUCTION

STEP 1 Schneuwly e Dolz (2004)

Apresentação da situação por meio de um "elemento detonador" (p. 266)

STEP 2 Lopes-Rossi (2005)Levantamento do conhecimento prévio dos alunos (módulo 1).

STEP 3 Lopes-Rossi (2005)

Seleção e distribuição de texto;

Pesquisa dos alunos para obtenção de outros exemplares do mesmo gênero e síntese dos aspectos observados.

Ramos (2004) "Contextualização do texto" (Apresentação, p. 10)

STEP 4 Lopes-Rossi (2005)Conhecimento das características temáticas e composicionais do gênero

UNIT 2

PREPARATION

STEP 1 Ramos (2004) exploração da função discursiva e dos componentes léxico-gramaticais particulares ao gênero

STEP 2 Ramos (2004) Consolidação: retomada da idéia e do conceito do todo.

STEP 3 Lopes-Rossi (2005)

Planejamento da produção (assunto, esboço geral, forma de obtenção de informações, recursos necessários)

UNIT 3

PRODUCTION AND

CIRCULATION

STEP 1 Schneuwly e Dolz (2004) Produção Inicial

STEP 2 Schneuwly e Dolz (2004)

Módulos com vistas a sanar dificuldades apresentadas pelos alunos na primeira produção.

STEP 3 Lopes-Rossi (2005)Produção da versão final, incluindo o suporte para a circulação do texto.

STEP 4 Lopes-Rossi (2005)Divulgação ao público, de acordo com a forma típica de circulação do gênero.

As atividades elaboradas para essa sequência didática podem ser visualizadas no arquivo ANEXO 1.

A primeira unidade (Unit One), a que se denominou Introduction, é dividida em quatro passos (Steps one, two, three e four), a saber:

• A atividade inicial (Step One), baseada em Schneuwly e Dolz (2004, p. 266), procura introduzir a SD por meio de um "elemento detonador". Entende-se que esse elemento possa ser qualquer coisa que instigue a curiosidade e desperte o interesse do aluno para o gênero HQ. Sugere-se uma história em quadrinhos mais longa, apresentada de forma gradual, página por página (se houver possibilidade, em um retroprojetor), em que a última página esteja em LI. É possível que isso gere certa decepção entre os alunos, mas também é a deixa para mostrar que eles podem compreender textos como esses, mesmo estando em outro idioma. Outra etapa dessa atividade é explicar aos alunos que eles conhecerão outros textos parecidos com esse para que, depois de estudarem suas características, produzam um texto semelhante.

• A segunda atividade (Step Two), baseada em Lopes-Rossi (2005), procura levantar o conhecimento prévio dos alunos a respeito do gênero a ser estudado. Para isso, é proposta uma discussão entre professor e alunos sobre algumas questões como: Como são chamados textos como esses? Você já viu textos assim em algum lugar? Já os leu? Gosta de lê-los? Por que você gosta/não gosta de lê-los? Você tem algum texto parecido em casa? Esses textos são todos iguais? E se não houvesse palavras, você conseguiria "lê-lo"? Como? Com essas últimas perguntas buscamos sondar a consciência que os alunos têm da dupla articulação dos HQ‒ a linguagem verbal e a visual.

• Para a atividade três (Step Three), baseanda em Lopes-Rossi (2005), sugere-se a seleção e a distribuição de textos, não necessariamente do mesmo gênero, para que os alunos, empiricamente, reconheçam quais deles são do gênero a ser estudado. Como visualmente as HQ são de fácil reconhecimento, acredita-se que o

reconhecimento delas seja válido para a conscientização dos alunos a respeito dos diferentes textos existentes. É interessante mesclar textos de gêneros diversos em vários idiomas (tantos quanto possível) para que os estudantes percebam que, independente da língua empregada, esses textos têm características semelhantes. Selecionados os textos do gênero HQ, entram em ação questões sobre o contexto situacional e cultural (RAMOS, 2004, p. 10): a fonte e o lugar de circulação do gênero estudado, a identificação e/ou o reconhecimento do(s) propósito(s) comunicativo(s), a identificação e/ou reconhecimento dos conteúdos tratados, os participantes do evento comunicativo e suas relações (papéis, status etc.), identificação dos porquês, interesses e grupos a que o texto serve. Neste momento seria adequado promover a interação propondo grupos de estudo e discussão (LOPES-ROSSI, 2005) para que os alunos partilhem seu conhecimento de mundo, favorecendo assim a aprendizagem ao atuarem na zona de desenvolvimento proximal[4] uns dos outros. A atividade continua na próxima aula, em que os alunos trazem suas pesquisas e discutem, junto com a professora, o que descobriram.

• A quarta atividade (Step Four), como aconselha Lopes-Rossi (2005), busca fazer com que os alunos conheçam as características temáticas e composicionais do gênero e reflitam sobre elas.

A segunda unidade (Unit Two), nomeada Preparation, é dividida em dois passos (Steps One e Two), a saber:

• O primeiro passo (Step One), apoiado na teoria de Ramos (2004), busca instrumentalizar os alunos para a produção, explorando aspectos léxico-gramaticais característicos do gênero. Para isso, aborda-se as estruturas gramaticais de forma contextualizada, priorizando o presente simples, visto que esse tempo verbal, ao lado de outros, constitui uma das características do gênero.

• A segunda atividade (Step Two) é destinada à revisão e retomada dos conceitos apreendidos no decorrer da SD. Ramos (2004) argumenta que essa é uma possibilidade de consolidação do gênero que visa à produção final.

• A atividade três, baseada em Lopes-Rossi (2005), apresenta uma proposta de planejamento do assunto a ser tratado, da obtenção de informações, dos recursos necessários para a produção do gênero e a sugestão de um esboço geral.

Sugere-se ainda uma terceira unidade, composta por quatro passos, que vão desde a produção inicial dos alunos até a divulgação ao público. Por ser dependente da produção efetiva dos estudantes, essa unidade não apresenta sugestões de atividades, mas vislumbra as linhas gerais propostas por Schneuwly e Dolz (2004) e Lopes-Rossi (2005). Acredita-se que a proposta de Lopes-Rossi (2005) de fornecer condições para a divulgação da produção de acordo com sua forma típica de circulação, além de legitimar a produção como gênero do discurso, incentiva e motiva os alunos a reproduzirem esse gênero o mais fielmente possível, fazendo-os pensar efetivamente em condições de produção e de circulação, uma vez que serão eles os produtores do texto e o público alvo será determinado por eles.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo teve o propósito de investigar as histórias em quadrinhos sob a óptica da teoria dos gêneros discursivos proposta por Bakhtin (1992) com a finalidade de se produzir um material didático coerente com essa teoria. Por meio do estudo realizado constatou-se que é possível produzir um material didático condizente com a teoria do ISD. A análise do gênero HQ que se propôs aqui foi de

fundamental importância para compreender os mecanismos envolvidos na produção desse gênero.

Ao se produzir a SD com o gênero História em Quadrinhos o objetivo foi o de apresentar uma proposta pedagógica que instrumentalizasse (SCHNEUWLY E DOLZ, 2004) os professores de LI para o ensino por meio dos gêneros discursivos. Ao adotar as propostas de Schneuwly e Dolz (2004), Lopes-Rossi (2005) e Ramos (2004) para a produção de uma sequência personalizada, adequada a um determinado público-alvo, se descobriu que é possível confeccionar um material didático que seja reflexo das crenças, dos estudos e da vontade de tornar a aprendizagem de Língua Inglesa uma experiência divertida, eficaz e duradoura.

REFERÊNCIAS

ALVES, J. M. Histórias em quadrinhos e educação infantil. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, v.21, n.3. set. 2001. Disponível em: < http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98932001000300002&lng=pt&nrm=is> Acesso em: 09 jul.2008.

BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua estrangeira. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRONCKART, J. P. Atividades de linguagem, textos e discursos: por um interacionismo sócio-discursivo. São Paulo: Editora da PUC/SP, 1999.

GONÇALVES, A. S. Aprender brincando: a importância da ludicidade no processo ensino-aprendizagem de língua inglesa. 2006. 73p. Trabalho de Conclusão de Curso (Letras Português/Inglês) - Departamento de Ciências Sociais e Letras, Universidade de Taubaté, Taubaté, 2006.

LOPES-ROSSI, M. A. G. Desenvolvimento de habilidades de leitura e de produção de textos a partir de gêneros discursivos. In: Lopes-Rossi, M. A. G. (Org.) Gêneros discursivos no ensino de leitura e produção de textos. Taubaté: Cabral Editora e Livraria Universitária, 2002.

____________. Gêneros discursivos no ensino de leitura e produção de textos. In: KARWOSKI, Acir Mário et al (Org.). Gêneros textuais: reflexões e ensino. Palmas e União da Vitória: Kaygague, 2005.

MENDONÇA, M. R. S. Um gênero quadro a quadro: a história em quadrinhos. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.) Gêneros textuais e ensino. 4. ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.

RAMOS, R. C. G., Gêneros Textuais: uma proposta de aplicação em cursos de inglês para fins específicos. the ESPecialist. São Paulo: vol. 25 (107-129), 2004.

SCHNEUWLY, B., DOLZ, J. e colaboradores. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização de Roxane Rojo e Glais Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

[1] As discussões a respeito da terminologia adotada por diferentes autores (Bakhtin, 1992; Marcuschi, 2002; Johns, 1997; Bronckart, 1999) não se configuram como escopo deste estudo, no qual se optou por adotar o termo "Gênero Discursivo" para nos referirmos ao conceito de gênero formulado por Bakhtin (1992) a que estes autores, iclusive o próprio Bakhtin (Bronckart, 1999, p. 143) chamam "Gênero Textual", "Gênero de Texto", "Gênero Discursivo" ou "Gênero do Discurso". Esta escolha leva em conta o trabalho de Santos (2001, apud Lopes-Rossi, 2002), no qual o autor faz um levantamento dos termos mais freqüentes sobre o assunto.

[2] Gravado ou traçado na rocha.

[3] Frase atribuída a Ziraldo e subtítulo de um artigo de Roxane Rojo (Ver: Rojo, R. H. R., A concepção de leitor e produtor de textos nos PCN: "Ler é melhor do que estudar ". In: M. T. A. Freitas & S. R. Costa (orgs.), Leitura e Escrita na Formação de Professores. SP: Musa/UFJF/INEP-COMPED, 2002.

[4] A zona de desenvolvimento proximal é um conceito vygotskyano que Gonçalves (2006, p. 20) explica como "a distância que separa as funções que o indivíduo é capaz de executar sozinho daquilo que ele pode realizar com o auxílio dos outros".

APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

64APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

Olá, meninos e meninas!!! Hoje nós vamos iniciar uma atividade bem diferente e que vai durar algumas aulas. Vai ser muito divertido!!! Vamos seguir os passos juntos? Afinal, eu também só quero ver no que vai dar.....

STEP 1

O primeiro passo é assistir ao que a professora vai mostrar...

Fique de olho!!!

STEP 2 Agora vamos ver o que você sabe sobre o que acabou de ver. Discuta com seus colegas: Como são chamados textos como esses?_________________ _________________________________________________ Você já viu textos assim em algum lugar? Onde? ________________________________________________ Já os leu?_____________________________________ Gosta de lê-los? _________________________________ Por que você gosta/não gosta de lê-los?_______________ ______________________________________________ Você tem algum texto parecido em casa? ____________ Textos como esse são todos iguais? ________________ _____________________________________________ E se não houvesse palavras, você conseguiria “ler”? Como?_______________________________________ ______________________________________________

65APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

HOMEWORK Oba!!!!!!!!!! Nossa homework é bem maneirinha..... Vamos procurar e trazer para a próxima aula outras histórias em quadrinhos. A gente também pode procurar saber um pouco mais sobre a HQ que traremos. Faça uma pesquisa sobre a sua HQ para descobrir: a) Quem escreveu e quando; b) Para quem escreveu; c) Quem publicou;

STEP 3 Vocês conseguem dizer quais dos textos distribuídos pela professora são do gênero HISTÓRIA EM QUADRINHOS? Em grupos, separem as Histórias em Quadrinhos e discutam:

• Você sabe quem escreve as HQ? • Quando as HQ são escritas? • Para quem as HQ são escritas? • Para que as pessoas lêem HQ? • Se eu quiser ler uma HQ, em quais locais posso

encontrá-la? • Como você acha que é o processo de criação de uma HQ? • Quais assuntos poderiam ser tratados em uma HQ?

66APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

Ei pessoal!!! Vamos ler a historinha aí embaixo? Observe todos os detalhes dessa nossa super-aventura!!!! Have fun!!

67APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

STEP 4 Em duplas, observem o quadrinho abaixo e respondam:

a) Quem escreveu essa história? _________________ b) Quem são os personagens dessa história? Como

vocês sabem? ___________________________________ _____________________________________________ c) O que o homem está fazendo nos quadrinhos 1 a 5? ____________________________________________ d) Quem ou o quê faz coisas como o homem está fazendo nesses quadrinhos? _____________________ O que o homem “fala” no quadrinho 4? ____________________________________________ e) Observem o quadrinho 5 e 7. Depois das coisas que fez, o homem vai embora, e no quadrinho 6 há uma pergunta. O que será que ele pergunta à Mônica? ____________________________________________ f) O que ela responde? _________________________ g) Qual a expressão do rosto do homem quando ele vai embora? _________________________________ h) Qual a profissão desse homem? _______________ i) Porque ele está arrependido?_________________ __________________________________________ j) Se ele está arrependido, o que será que ele fala no quadrinho 7? _____________________________ k) Qual deveria ser o título dessa história? ______ _________________________________________ l) Desenhem setas indicando qual a direção em que se deve ler o texto:

To be continued...

68APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

____________

STEP 4 (Continuation) m) Quantos balões há no texto? Eles são todos iguais? Para que serve esse balão? _____________ _________________________________________ n) Quais os tipos de balão vocês conhecem? _______ ____________________________________________ o) Escrevam, dentro dos balões abaixo, o nome e para que serve cada um:

To be continued...

69APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

STEP 4 (Continuation) p) O que significa o número 699 escrito no primeiro quadrinho? _______________________________ q) Quando pode ter sido escrita essa história? Como vocês sabem? ________________________________ r) Por que o autor escreveu essa HQ? __________

_________________________________________ s) Qual quadrinho apresenta o desfecho da história? Como vocês sabem?

Oi galela!!!! A plimeila etapa da nossa atividade já ela!! Agola é só fical de olho no plóximo quadlinho e lespondel aos exelcícios!!!!

70APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

STEP 1 1) Em duplas, observem o quadrinho. O que o pai de Smudge trouxe para ele? Por quê? ______________________________ ______________________________________________ 2) Em que quadrinho Smudge pediu isso a seu pai? Qual frase ele usou para pedir? _________________________ ______________________________________________ 3) Qual o verbo dessa frase? O que ele significa? ______ _____________________________________________ 4) Se, ao invés de dizer para o pai trazer um copo d’água Smudge dissesse “Beba um copo d’água”, como ficaria essa frase? ____________________________________________________ 5) Ele se ele dissesse para o pai para comer uma maçã? ______ _________________________________________________ 6) Todos esse verbos estão no __________________________

71APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

STEP 1 (Continuation) 7) Agora retirem dos balões todos os verbos no Simple Present e dê seu significado: __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ _______________________________________________________ ______________________________________________________

Chuck Billy

Jimmy Five

Smudge

Maggy

Monica

Ei humanos!! Tentem ligar os personagens a seus pensamentos:

I enjoy all kinds of food, specially watermelon!!

I am the leader of the gang. I have a rabbit named Samson and I always bit Jimmy Five whit it.

I avoid water in any form and I help Jimmy Five with his 'infallible plans'.

I live at the country and I talk with a country twang. I hate to get up early.

I have difficulty in pronouncing the letter R and when my plans go wrong, I run from Monica as fast as I can.

72APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

STEP 1 (Continuation) 7) Façam novas frases com os verbos que encontraram no exercício anterior: __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ __________________________________________________________ 8) Observem novamente o quadrinho da Unit 2. O que o pai de Smudge quis dizer com “Smudge wants a glass of water.”? _________________ __________________________________________________________ 9) O que significa o verbo “want”? _____________________________

STEP 1 (Continuation) 10) Reescrevam, na 3ª pessoa as frases dos balões abaixo:

O Simple Present é formado pelo verbo no infinitivo sem o “to” para todas as pessoas, menos para a 3ª pessoa (ele ou ela). Quando vamos falar de uma outra pessoa (He, she, it), colocamos um “s” depois do verbo: I like Comic Books → Monica likes Comic Books

73APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

STEP 2 Vamos rever o que aprendemos até agora? a) Textos que têm histórias contadas por meio de desenhos são chamadas de HISTÓRIAS EM QUADRINHOS (HQ), e podem ser encontrados em vários lugares. As HQ não precisam de palavras para contarem uma história, mas quando existem palavras, elas estão em balões ou em quadros narrativos. São escritas por cartunistas, e podem abordar diversos assuntos. Na maior parte das vezes contém elementos de humor. Existem tipos diferentes de quadrinhos, e seu tipo é determinado pelo público que a lê. b) As HQ normalmente têm personagens fixos e são lidas da esquerda para a direita, de cima para baixo (menos o Mangá). c) Existem vários tipos de balão, e cada um deles é usado para expressar uma ação diferente dos personagens (fala, pensamento, sussurro, xingamento, etc.). Também existem os quadros narrativos, em que o cartunista conta a história. d) O Simple Present é um tempo verbal formado pelo infinitivo sem “to”. Quando o sujeito se refere aos pronomes He, She ou It, colocamos um “s” no final do verbo.

(It)_______________________________________________________

(He)___________________________________________________

(She)_____________________________________________

74APÊNDICE A – UNIDADE DIDÁTICA

STEP 3 Agora que já relembramos o que vimos sobre as HQ vamos fazer a nossa própria historinha? Temos que pensar sobre...

Para quem ela será escrita; Qual o assunto da história; Quais os personagens da história; O que será falado por cada personagem e que palavras e

estruturas eu precisarei saber, em Inglês, para isso; Qual material será usado em sua produção; Como esse quadrinho poderá atingir o público alvo.

Vamos fazer um rascunho?