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O TRANSVERTER DO TEMPO EM CARTAS DE ADRIANA E ALEXANDRA: UMA HISTÓRIA DE ESCRITA E LEITURA. VIVIAN CARLA CALIXTO DOS SANTOS (UNESP/RIO CLARO). Resumo Apresentamos o recorte de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida com cartas pessoais de diferentes épocas e contextos sociais, coletadas na cidade de Rio Claro, junto a particulares, bem como nos espaços destinados à guarda de documentos. Entre os objetivos desse estudo se insere a busca de elementos que as cartas – objeto, veículo e suporte do ato de escrever – possam trazer para uma outra visão das práticas culturais de escrita e leitura. Focalizaremos neste trabalho a correspondência trocada entre duas amigas, nos anos de 2005–2006, carinhosamente por elas denominada como “troca de notícias e afetos”. Essas cartas compõem uma história de escrita entremeada pelas histórias de leitura das duas correspondentes. Nelas vislumbramos o fenômeno da intertextualidade, referido por Larrosa, em fragmentos de textos citados, nos comentários que ambas fazem sobre obras lidas, nas sugestões de leitura que fazem uma à outra e nos anexos ofertados com o próprio texto epistolar. As muitas vozes que se fazem ouvir nos textos dessas cartas se mesclam com as vozes das próprias signatárias, numa composição dialógica (Bakhtin) que nos toca e pode nos fazer co–respondentes, no tempo presente, de uma conversação escrita que se deu no passado – quando da escrita das cartas – e possibilita ainda nossa interação com o que nelas é narrado, acontecimentos que precederam sua escrita. Questões de temporalidade podem emergir da leitura dessas cartas e para compreendê–las nos aproximamos das contribuições de estudiosos como Ricoeur e Pelbart para pensarmos esse “transverter do tempo”. Palavras-chave: CARTAS, LEITURA, TEMPORALIDADE. ANEXO 1 Imagem... Imaginação. Não por acaso, esses dois vocábulos oriundos da mesma raiz latina, me ocorrem para começar a tratar dessa história de correspondência, história de escrita e leitura. A imagem da página anterior dá a ver, pela vibração das cores e figuras sugestivas, a marca fortemente presente de um eu que escreve. São imagens do conjunto de envelopes que embalaram as cartas de Adriana e Alexandra[1]. Essas duas amigas se corresponderam desde maio/2005 a dezembro/2006. Se os invólucros para os seus textos epistolares são assim instigantes, não menos singular é seu conteúdo, que nos permitiu pensar questões ligadas a linguagem e temporalidade, como se verá mais adiante. Adriana, estudante de Letras, mora numa cidade diferente de Alexandra durante o período letivo. Elas se encontram na sua cidade nas férias e feriados prolongados, onde Alexandra reside e exerce a profissão de psicóloga. Embora ambas já tivessem, à época dessa correspondência, acesso a telefone e computadores com internet - meios pelos quais também se comunicavam - as correspondentes encontravam nas cartas um meio privilegiado para a "troca de notícias e afetos", como elas mesmas se referiam à correspondência via postal. Entrei em contato com as cartas de Alexandra e Adriana quando do levantamento de documentos para a realização de uma pesquisa de mestrado, ainda em desenvolvimento na UNESP/RIO CLARO, cujo objeto material de estudo é a

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O TRANSVERTER DO TEMPO EM CARTAS DE ADRIANA E ALEXANDRA: UMA HISTÓRIA DE ESCRITA E LEITURA. VIVIAN CARLA CALIXTO DOS SANTOS (UNESP/RIO CLARO). Resumo Apresentamos o recorte de uma pesquisa que vem sendo desenvolvida com cartas pessoais de diferentes épocas e contextos sociais, coletadas na cidade de Rio Claro, junto a particulares, bem como nos espaços destinados à guarda de documentos. Entre os objetivos desse estudo se insere a busca de elementos que as cartas – objeto, veículo e suporte do ato de escrever – possam trazer para uma outra visão das práticas culturais de escrita e leitura. Focalizaremos neste trabalho a correspondência trocada entre duas amigas, nos anos de 2005–2006, carinhosamente por elas denominada como “troca de notícias e afetos”. Essas cartas compõem uma história de escrita entremeada pelas histórias de leitura das duas correspondentes. Nelas vislumbramos o fenômeno da intertextualidade, referido por Larrosa, em fragmentos de textos citados, nos comentários que ambas fazem sobre obras lidas, nas sugestões de leitura que fazem uma à outra e nos anexos ofertados com o próprio texto epistolar. As muitas vozes que se fazem ouvir nos textos dessas cartas se mesclam com as vozes das próprias signatárias, numa composição dialógica (Bakhtin) que nos toca e pode nos fazer co–respondentes, no tempo presente, de uma conversação escrita que se deu no passado – quando da escrita das cartas – e possibilita ainda nossa interação com o que nelas é narrado, acontecimentos que precederam sua escrita. Questões de temporalidade podem emergir da leitura dessas cartas e para compreendê–las nos aproximamos das contribuições de estudiosos como Ricoeur e Pelbart para pensarmos esse “transverter do tempo”. Palavras-chave: CARTAS, LEITURA, TEMPORALIDADE.

ANEXO 1

Imagem... Imaginação. Não por acaso, esses dois vocábulos oriundos da mesma raiz latina, me ocorrem para começar a tratar dessa história de correspondência, história de escrita e leitura. A imagem da página anterior dá a ver, pela vibração das cores e figuras sugestivas, a marca fortemente presente de um eu que escreve. São imagens do conjunto de envelopes que embalaram as cartas de Adriana e Alexandra[1]. Essas duas amigas se corresponderam desde maio/2005 a dezembro/2006. Se os invólucros para os seus textos epistolares são assim instigantes, não menos singular é seu conteúdo, que nos permitiu pensar questões ligadas a linguagem e temporalidade, como se verá mais adiante.

Adriana, estudante de Letras, mora numa cidade diferente de Alexandra durante o período letivo. Elas se encontram na sua cidade nas férias e feriados prolongados, onde Alexandra reside e exerce a profissão de psicóloga. Embora ambas já tivessem, à época dessa correspondência, acesso a telefone e computadores com internet - meios pelos quais também se comunicavam - as correspondentes encontravam nas cartas um meio privilegiado para a "troca de notícias e afetos", como elas mesmas se referiam à correspondência via postal.

Entrei em contato com as cartas de Alexandra e Adriana quando do levantamento de documentos para a realização de uma pesquisa de mestrado, ainda em desenvolvimento na UNESP/RIO CLARO, cujo objeto material de estudo é a

correspondência pessoal trocada em diferentes épocas e contextos sociais. Trata-se de cartas enviadas para familiares, amigos, amores, empregados/patrões, entre outras. Esses conjuntos de correspondência foram coletados em espaços públicos destinados à guarda de documentos a princípio, e posteriormente junto a particulares, que gentilmente os disponibilizaram.

As cartas pessoais encontram um âmbito muito próprio para serem estudadas na perspectiva da História Cultural, cuja proposta, de entender uma determinada realidade por meio de representações construídas, nas quais os homens expressam a si mesmos e o mundo - sejam elas discursivas ou imagéticas -, faculta a inclusão nos estudos históricos de fontes não oficiais públicas ou particulares, como correspondência, diário, papéis avulsos, entre outras. (PESAVENTO, 2005, p.98)

Deste modo, a História Cultural dá visibilidade para práticas culturais - como a da escrita e leitura de cartas - que se fazem na intimidade das relações e dos espaços privados e, segundo Chartier (1999) tantas vezes ficam desconsideradas pelas estatísticas sobre leitores/escritores. Sobretudo em nossa atual sociedade, organizada de modo a valorizar a efemeridade e o consumismo da produção cultural, apontados por Certeau (1996), as práticas culturais de escrita e leitura epistolares se constituem como fazeres de resistência, na medida em que permitem a expressão de sujeitos alheios ao mercado editorial, além de subverterem condicionamentos impostos também com relação à escolarização: Sabe-se que há em diversas localidades de nosso país serviços de escribas; trata-se de voluntários ou profissionais que lêem e escrevem cartas para pessoas pouco ou não letradas, que "ditam" oralmente suas cartas. Convém situar, ainda, que cartas estão longe de serem objetos culturais "descartáveis", uma vez que são freqüentemente guardadas por toda uma vida ou até, mantidas por gerações.

Por essa característica perenal das cartas, conseguimos reunir 176 cartas e 16 cartões, escritos entre 1862 e 2007, por sujeitos cujas idades variam entre 10 e 80 anos, sendo o corpus documental reunido marcado pela heterogeneidade. Após a etapa da coleta de material, passamos a ler as cartas, ou talvez, possamos dizer, passamos a nos expor a elas, a fim de observar as leituras que nos provocavam. Todo o material oferecia elementos de interesse, suscitava inquietações e na impossibilidade de tratar minuciosamente de cada conjunto, optamos por aqueles que em algum momento se mostraram mais desafiadores.

As cartas que focalizamos aqui, além do colorido dos envelopes e da força das imagens que trazem estampadas, se destacaram pela densidade da escrita das duas amigas que, para além do diálogo que estabelecem entre si, dialogam com uma profusão de citações, menções, anexos e comentários que ambas inserem em suas cartas, retirados de textos outros, escritos ou fílmicos, que as correspondentes haviam lido ou estavam lendo no momento em que escreviam, como se pode observar na tabela anexa ao final deste texto, em que compilamos os intertextos presentes nessa correspondência. Deste modo, as muitas vozes que se fazem ouvir nos textos dessas cartas se mesclam com as vozes das próprias signatárias, numa composição dialógica mais ampla, que não se restringe ao diálogo já pressuposto numa comunicação escrita e remete ao pensamento de Bakhtin acerca da linguagem.

Segundo o teórico russo, não entramos em contato com as palavras "em estado de dicionário". Conhecemos, assimilamos, e incorporamos em nosso discurso as palavras proferidas ou escritas no enunciado do outro, afirma Bakhtin (2003), e as palavras trazem consigo a expressão e o tom valorativo que tinham para o outro e que podem ser assimilados, reelaborados e/ou re-acentuados pelo eu que escreve.

Mais tarde, o fenômeno dialógico foi denominado como intertextual, isto é, num texto outros textos se interpõem como fios que se mesclam à tessitura vocabular. Tem-se, assim, que os textos não estão acabados depois de proferidos ou publicados, mas, antes, são uma abertura para a construção de sentidos realizada pelo interlocutor ou leitor. Referindo-se especificamente à escrita, Larrosa (1996), diz que todo texto é um pré-texto para outros, que serão escritos posteriormente. Textos lidos em livros, revistas, jornais, são matéria para a escrita das cartas de Adriana e Alexandra.

Cartas de Adriana e Alexandra: mosaico intertextual

Desde o início, a correspondência de Adriana e Alexandra tem marcante a presença de intertextos. Já na primeira carta, que Alexandra envia à Adriana, há a afirmação de uma abertura por parte da signatária para deixar-se afetar, por manter uma relação dialógica com mundo que a circunda, conforme se pode observar no fragmento que transcrevemos:

O que quero dizer, A, é que as pessoas com quem nos relacionamos embelezam e enriquecem o nosso mundo. Quando consigo ser tocada pelas palavras e histórias as mais diversas, também das mais diversas pessoas - tenho a minha realidade transformada. Por vezes, como quando acordo num daqueles dias em que intuo: será/ e serei um fracasso, falar com alguém pode revolucionar-me. (Alexandra -30-05-2005).

É possível notar pensar que essa disposição para se deixar tocar pelo outro seja um componente para a relação dialógica que Alexandra estabelece com tantos textos, que trará nessa correspondência. Ela encerra essa carta com a citação do poema "Amizade", de Pablo Neruda.

A citação de um texto em outro é um dos processos pelos quais se dá o fenômeno da intertextualidade, segundo Fiorin (2003), estudioso do campo literário. Os outros dois processos são a alusão e estilização. No primeiro processo texto é citado explicitamente, buscando-se confirmar sentidos já construídos sobre ele, ou descobrir outros. Diferentemente, quando o autor menciona em seu texto outro texto já conhecido de seu interlocutor, dá-se a alusão. Na estilização, como o próprio termo indica, há uma reprodução estilística no texto criado, do conteúdo ou forma de um texto anterior a ele.

Na carta de 16 de junho de 2005, Alexandra transcreve um poema seu favorito que, nos parece, trata metaforicamente da questão da intertextualidade:

ANEXO 2

A resposta de Adriana a essa carta, em 6 de julho do mesmo ano, faz uma alusão ao texto que lhe fora enviado pela amiga, além de interagir com outro, o "Decreto da Alegria" também previamente enviado pela amiga:

ANEXO 3

Mas não apenas de intertextualidades são constituídas as cartas das duas amigas, que contêm também a comunicação de acontecimentos prosaicos ou intensos, elaborados com sensibilidade na escrita das correspondentes:

ANEXO 4

Embora de Alexandra, esta carta está impregnada da carta escrita por Adriana. A relação dialógica se dá então com a escrita e da pessoa da amiga, ela está aí presentificada, trazida para o presente da escrita de Alexandra.

Essa presentificação da voz do outro, seja esse outro o interlocutor direto do eu que escreve uma carta, seja esse outro o poeta, ou escritor cujas obras são citadas ou mencionadas no texto epistolar, contribui para uma "perturbação", um transverter do tempo cronológico para o leitor de cartas pessoais. A carta parece estar sempre no tempo presente daquele que a toma para leitura. Um texto epistolar escrito há cem anos, um ano ou dois, não transmite nitidamente o tempo cronológico em que foi produzido, apesar de conter marcadores temporais claros, sejam eles materiais, como o amarelado ou não do papel, tipo de tinta empregada, tipo de envelope, selo, e também marcadores textuais, como data, tratamento pronominal, vocabulário e outros tantos que, no entanto, não conseguem conter o leitor no passado da escrita. Assim, embora a linguagem se submeta ao tempo, ela também o subverte, criando uma temporalidade diversa. Essa relação tempo-linguagem foi estudada com bastante profundidade por Ricoeur (1994), retomando a idéia de tríplice presente, concebida por Santo Agostinho e a mimese, pensada na Antiguidade, por Aristóteles. No presente tríplice, o presente do passado é a memória, o presente do presente, a visão, e o presente do futuro, a espera.

Essa idéia foi mais tarde re-exposta por Bergson, para quem o passado coexiste com o presente que ele foi, conservando-se em si, como passado contínuo, mas não cronológico. Ainda de acordo com o pensamento de Bergson, o tempo se constitui como novidade absoluta a cada instante, por ser um processo contínuo de criação.

Deste modo, tem-se uma trama de tempos e é afastada a idéia de tempo como um círculo, que se reconciliaria consigo mesmo (Pelbart, 2007). E porque não mais se curva ao movimento que antes media e, por decorrência, se liberta da eternidade que servia de modelo a esse mesmo movimento, o tempo "já não é o tempo do Céu nem o da Terra, mas o da cidade, da cotidianidade. No cotidiano assim desenrolado não se medita mais aquilo que paira acima dele (o Eterno), mas a produção do Novo a partir do dia qualquer, do instante qualquer" (PELBART, 2007, p. 153).

Esse tempo fora dos eixos é o que identificamos na leitura de cartas pessoais em geral, e nas cartas de Adriana e Alexandra, mais particularmente.

Algumas considerações...

As cartas trocadas entre as duas amigas totalizam vinte; algumas delas puderam ser vistas neste trabalho, mas todas, a nosso ver, oferecem elementos para pensarmos questões da linguagem e da temporalidade. Nessas cartas se podem espiar histórias de vida por entre palavras. Histórias das próprias signatárias, de suas leituras e histórias de outras vidas, que elas incluíram em seus textos epistolares e remeteram uma à outra.

Deste modo, Adriana e Alexandra, ao se corresponderem, co-responderam a diversos outros textos, que lhes afetaram, que tiveram significado para elas. E pela transgressão que a linguagem opera sobre o tempo, transvertendo-o, nos tornamos também co-respondentes de uma conversação escrita que se deu no passado.

Nessa correspondência que enfocamos neste trabalho, reconhecemos nessa "subversão" do tempo pela linguagem a contribuição do fenômeno dialógico/intertextual, além de outros fatores que concorrem para que esta ocorra, percebidos com mais ênfase na leitura de outras cartas que integram nosso corpus. Cabe destacar que na escrita epistolar a narrativa se faz também pelas descontinuidades, isto é, o que é narrado não obedece ao tempo sucessivo. Começo, meio e fim não são lineares, mas labirínticos, ou rizomáticos. O conceito de rizoma temporal, formulado por Deleuze-Guattari e sintetizado por Pelbart, expressa como se dá o acesso a esse tempo não circular, ou linear, mas enramado: "Num rizoma entra-se por qualquer lado, cada ponto se conecta com qualquer outro; ele é feito de direções móveis, sem início ou fim, mas apenas um meio, por onde ele cresce e transborda..." (PELBART, 2007, p. xx).

Se na escrita de cartas não há uma linearidade, uma ordenação narrativa, tampouco isso ocorre em sua leitura. Embora possamos ler um conjunto de cartas na ordem cronológica em que foram escritas, chegamos ao meio da história, não sabemos como é a vida das pessoas que escrevem, o que aconteceu antes daquela correspondência ser enviada, nem como prosseguiu depois. Vamos descobrindo e construindo sentidos para o que lemos. A relação cartas pessoais e tempo é bastante ampla. Há o tempo de escrita, de envio, tempo em que ficam guardadas, tempo da leitura. Ao contrário das comunicações instantâneas, as cartas têm o tempo como um de seus componentes. Nelas, a observação de traços de uma época, de um determinado vocabulário ou aspectos da materialidade podem indiciar modos de vida outros tempos, mas paradoxalmente, é sempre no presente que percebemos o texto epistolar.

ANEXO 5

REFERÊNCIAS

BAKHTIN, Mikhail. Problemas da Poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense, p. 50-179, 1981.

______________ Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, p.141- 295, 2003.

CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano. Artes de fazer. Tradução de Ephraim F. Alves. Petrópolis: Vozes, p.57;99-261 - v.1, 1996.

CHARTIER, Roger. A ordem dos livros. Brasília: Editora Universidade de Brasília, p.24, 1999.

FIORIN, José Luiz. Polifonia textual e discursiva. In: BARROS, Diana Luz Pessoa de; FIORIN, José Luiz (Orgs.) Dialogismo, polifonia, intertextualidade. São Paulo: Edusp, p. 29-36, 2003.

LARROSA, Jorge. La expericencia de la lectura.Estudios sobre Literatura y Formacíon. Barcelona: Editorial Laertes, p. 466-472, 1996.

PELBART, Peter Pál. O tempo não reconciliado. São Paulo: Perspectiva, 2007.

PESAVENTO, Sandra Jatahy. História & História Cultural. 2ª. ed. Belo Horizonte: Autêntica, p.36-43;98, 2005.

RICOEUR, Paul. Tempo e Narrativa. Tomo I. Tradução Constança Marcondes César. Campinas: Papirus, 1994.

[1] Os nomes das duas correspondentes foram alterados neste trabalho, a fim de preservar sua identidade.

ANEXO i DO TRABALHO: O transverter do tempo em cartas de Adriana e Alexa ndra: Uma história de escrita e leituraO transverter do tempo em cartas de Adriana e Alexa ndra: Uma história de escrita e leitura

O transverter do tempo em cartas de Adriana e Alexa ndra: Uma história de escrita e leitura .

ANEXO 2 DO TRABALHO: O transverter do tempo em cartas de Adriana e Alexa ndra: Uma história de escrita e leitura.

ANEXO 3 DO TRABALHO: O transverter do tempo em cartas de Adriana e Alexa ndra: Uma história de escrita e leitura.

ANEXO 4 DO TRABALHO: O transverter do tempo em cartas de Adriana e Alexa ndra: Uma história de escrita e leitura.

ANEXO 5 DO TRABALHO: O transverter do tempo em cartas de Adriana e Alexa ndra: Uma história de escrita e leitura.

CARTAS ENVIADAS POR ALEXANDRA

DATA TRANSCRIÇÃO COMENTÁRIO MENÇÃO ANEXOS 16/5/2005 � Poema "Tecendo o Amanhã"

João Cabral de Mello Neto. � Poema "Decreto da

Alegria" � Livro Ana e Pedro � "O Decreto da Alegria" - Rubem Alves, recorte de

jornal

� Verso Mario Quintana � Poema "Nosso tempo" - Carlos Drummond de Andrade

30/5/2005 � Poema "A Amizade" de Pablo Neruda

• Filme "Colcha de retalhos"

12/7/2005 � Livro "Esaú e Jacó" Machado de Assis.

� Texto "Onde estiveres de noite" - Clarice Lispector.

� Livro "Ciranda de Pedra" Lygia Fagundes Telles

17/10/2005 � Texto de Machado de Assis. Livro "Os Catadores de Concha".

� "Dialogos de Relativa Grandeza" • Filme "Pão e Tulipas" • Filme "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain".

� "A terceira margem do rio" - Rubem Alves, recorte caderno C Jornal Correio Popular 29/02/2004.

� Livro "O Morro dos Ventos Uivantes".

� Foto de Clarice Lispector

� Livro "Todos os Homens são Mortais" Simone de Beauvoir

� Recorte de Jornal “Su cadáver estaba lleno de mundo" - Rubem Alves recorte caderno C Jornal Correio Popular 16/10/2005.

12/2005 � "O caminho que não leva a nada" Rubem Alves recorte de jornal caderno C Correio Popular 12/09/200?

� "Livros que dão alegria" Rubem Alves recorte de jornal caderno C Correio Popular 31/08/200?

� "Quarto de Badulaques" Rubem Alves recorte de revista.

� "Se pudesse viver novamente minha vida" Rubem Alves recorte de jornal caderno C Correio Popular 14/09/200?

� Poema "Cântico Negro" José Régio copiado do livro "Antologia Poética" José Régio edições Quasi, Lisboa - Portugal. 2001

5/1/2006 � Poema "Roteiro do Silêncio" Hilda Hilst Fragmento de texto da Clarice Lispector

25/1/2006 � Fragmento de texto de Rubem Alves

10/4/2006 � Fragmento Livro "Infância do Futuro" Clarisvaldo Rapeli.

� Filme "Quero ser John Malcovitch"

� Tira "Calvin e Haroldo" Watterson - recorte de jornal

� Poema "Uma Faca Salamina" João Cabral de Melo Neto.

� Livro "Grande Sertão: Veredas" Guimarâes Rosa

� "Diário de relativa grandeza" José J. Veiga copiado do Livro "Histórias Fantasticas" - contos Bertrand Brasil, Rio de Janeiro. 2002.

� Poema Carlos Drummond de Andrade "Convite à Poesia"

� Verso Mario Quintana

� Verso Paul Valéry

24/4/2006 � "O menino e a borboleta encantada" Rubem Alves recorte de Jornal.

� "O Rádio" Rubem Alves recorte de jornal caderno C Correio Popular 24/07/2005.

� "A cozinha" Rubem Alves recorte de jornal caderno C Correio Popular 31/07/2005.

� Reportagem "Espirito Livre" revista Metrópole 06/05/2005

15/5/2006 � Verso de Mario Quintana no envelope

� "Primeiras Estórias" Guimarães Rosa

� "Memórias de minhas Putas tristes" Gabriel Garcia Marquez.

� Verso de Fernando Pessoa

• Fragmento Lya Luft � "Memórias" Simone de Beauvoir

23/5/2006 � Verso de Manoel de Barros no envelope

� "Romeu e Julieta" Shakeaspeare

� "Hamlet" Shakeaspeare � Frase de Freud.

� Poema Adélia Prado � Poema de Manoel de Barros

27/6/2006 � "Pasargada" Manoel Bandeira

31/06/2006 � Filme "Colcha de Retalhos"

6/11/2006 � Frase Sócrates. � Crônica "Um dia de merda" - Luis Fernando Veríssimo.

� Prefácio à edição brasileira de "O Pequeno Príncipe" Saint Exupèry.

� Cópia de Página da internet. � Reportagem "Aroma, Sabor e Saúde" pág. 22-26, revista Metrópole 02/07/2006.

CARTAS ENVIADAS POR ADRIANA

DATA TRANSCRIÇÃO COMENTÁRIO MENÇÃO ANEXOS 8/6/2005 � Frase Fernando Pessoa

� Poema "Nosso tempo" Carlos Drummond de Andrade copiado do Livro "A Rosa do Povo"

6/7/2005 � Frase "Esaú e Jacó" Machado de Assis

� "Decreto da Alegria" � Paráfrase João Cabral de Melo Neto

3/10/2005 � "Mito da Caverna" Platão � "O Morro dos Ventos Uivantes"

• Filme "Fantasma da Ópera"

� "Viver!" Machado de Assis Recorte de jornal

26/7/2006 � Soneto XXVI de Jorge Lima

� Versos copiados do Livro "As meninas” de Lygia Fagundes Telles"

18/12/2006 � Texto "Abismo" de Nilson Oliveira.

� Poema "Aos que sonham" Raul de Leoni