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    Aula 5 pg. 45

    Saberes e metodologias do ensino de matemtica

    Escrita numrica

    Esta aula est relacionada ao contedo: comparao de escritas numricas, com a

    identicao de algumas regularidades (RCN, 1998, p. 220). Trata-se de contedo extre-

    mamente importante para a compreenso do sistema numrico decimal.

    O processo de interao da criana com os signos numricos bem parecido ao

    de construo da escrita da criana, sendo anterior ao processo de representao grca.

    A criana utiliza-se do recurso da leitura como auxiliador dessa interao.

    Da mesma forma que no processo da escrita, as crianas utilizam-se de signos

    indistintos, letras, sinais e nmeros, de maneira bastante prpria e isolada, existindo uma

    indiferenciao sobre o signicado da leitura de tais signos e, ainda, atribuindo-lhes arbi-

    trariamente o signicado que desejarem.

    Como uma evoluo do processo, deixam de utilizar-se de outros sinais, mantendo

    ainda a mistura entre letras e nmeros.

    Mais um avano nesse processo a utilizao de signos numricos, apenas. Ape-

    sar da semelhana, essa conduta superior precedente, pois, apesar de os signos

    serem isolados, j no se confundem com outras representaes que no sejam num-

    ricas. Tambm a criana j entendeu que o seu signicado nico e proveniente de uma

    conveno social; porm, apesar de escrever quase todos os numerais at nove, no o faz

    seguindo a sucesso numrica e no consegue fazer a leitura de todos os signos escritos.

    Apresentar o processo de representao do signo numrico.

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    Com mais um passo adiante, os signos so representados corretamente segundo a

    srie intuitiva at mais ou menos 5 ou 6.

    Quanto leitura, as crianas lem corretamente todos os numerais escritos; quando

    solicitadas a realizarem a leitura de um numeral qualquer, fazem-no por aproximao.

    A conduta posterior bastante semelhante fase anterior no que diz respeito

    escrita do numeral. A grande diferena est na possibilidade de o aluno ler os signos nu-

    mricos independentes do apoio na srie intuitiva at dez.

    O recurso do apoio na sucesso numrica ainda necessrio para a leitura de al-guns numerais alm do dez.

    Descreveremos a seguir o processo de representao grca do signo numrico

    pela criana a partir de diferentes situaes.

    Na primeira, consideraremos a representao grca espontnea de certa quanti-

    dade pela criana.

    Como ainda existe uma indiferenciao entre a representao simblica da nature-

    za do objeto individualizado que constitui a coleo e a representao grca da quantida-

    de dessa coleo, a criana recorre a smbolos do objeto que constitui sua coleo, estan-

    do muito longe de vir a conceber o signo numrico como a representao da quantidade.

    Nesse perodo, muitas crianas tm a representao grca caracterizada por garatujas.

    Por exemplo, elas desenham vrios sinais e dizem que ali esto seus muitos brinquedos.

    Uma evoluo desse procedimento seria a produo de um material concreto repre-

    sentativo (bolinhas, por exemplo), mas as crianas ainda no coordenam essa represen-

    Representao grca

    fundamental que as primeiras experincias escolares quesolicitam a representao grca da quantidade pela utilizao

    da numerao escrita estejam apoiadas sobre a necessidade dacriana de representar a quantidade de objetos de uma coleoconstruda em sua experincia concreta. (Rangel, 1991, p. 140)

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    tao com os elementos reais de uma coleo.

    Na segunda situao, consideraremos a representao da criana de certa quanti-

    dade de elementos de uma dada coleo.

    Nessa fase, as crianas so capazes de postular a objetividade necessria para a

    representao da quantidade no plano do registro grco. J avanaram no desenvolvi-

    mento simblico e do conceito do nmero.

    A relao entre os objetos e suas representaes presente nessa altura. A criana

    busca reproduzir em seus desenhos os objetos presentes em sua coleo. A representa-o grca dos objetos j est mais estruturada e a busca pela reproduo ainda um

    dos objetivos da criana; se ela tem carrinhos e bolas, representa ento algo semelhante

    a carrinhos e bolas.

    A interveno do adulto, professor ou no, bastante pertinente. Ela deve articular

    esse seu interesse e momento de estabelecimento de relaes com a quantidade e os

    nmeros, de modo a representar quantidades.

    Oferecer criana um jogo em que ela deva marcar os pontos obtidos em jogadas bastante interessante, assim ela passar a fazer essa ao com a inteno de representar

    o nmero de pontos obtidos.

    Nesse momento, vlida a interveno do professor no sentido de solicitar que

    a criana, antes de fazer uma representao com os materiais substitutivos, relacione a

    ao com a inteno, ou seja, pergunte criana: Quantos pontos voc fez?.

    Ou: Quantas garrafas do boliche voc derrubou?.

    Agora registre isso.

    Como na indicao anterior, primeiro a criana utiliza-se de smbolos, sinais e dese-

    nhos para representar essa certa quantidade, como material substitutivo.

    Ela j capaz de fazer a correspondncia numrica entre duas ou mais colees,

    com base na correspondncia termo a termo ou pelo recurso de contagem.

    Como as crianas utilizam-se de material substitutivo, interessante tambm que o

    professor produza esse tipo de material para auxili-las. Por exemplo, em um jogo de bo-liche, ter as garranhas do jogo representadas e recortadas como miniaturas do prprio

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    jogo, para que a criana as utilize na hora de referir seus pontos, legitimando a correspon-

    dncia termo a termo.

    Visando ao avano, a interveno posterior solicitar que a criana represente a

    quantidade da coleo constituda no jogo, substituindo seus elementos por outros de

    natureza distinta, ou seja, no ser dado mais o material substitutivo e ser pedido a ela

    que utilize outra maneira mais fcil, econmica de representar, para depois ser solicitado

    o registro grco da quantidade.

    A terceira situao justamente o registro grco de quantidades em uma dada

    coleo com a utilizao dos signos numricos convencionais.

    O registro grco de quantidades por meio da utilizao de signos numricos est

    atrelado ao conhecimento desses signos e capacidade de ler e escrev-los.

    Aqui vale uma observao muito importante: apesar desses processos no serem

    internalizados de modo gradativo, mas sim simultneo, existe um determinado tempo para

    que esses se consolidem, e o registro grco de quantidades por meio de signos numri-

    cos seria um dos ltimos passos a serem realizados pelas crianas. Porm, o que ainda

    hoje identicamos, principalmente em escolas de Educao Infantil, exatamente o con-

    trrio.

    O que queremos dizer? Que nas escolas, quando falamos em ensinar os nmeros,

    os professores comeam exatamente pela representao do signo numrico relacionado

    s quantidades.

    muito comum encontrarmos atividades estruturadas da seguinte maneira:

    Ou, ainda, com a ideia de ligar quantidades e representaes do signo numrico.

    Ligue:

    Veja a fgura 01 ao fnal desta aula.

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    Essas, no momento inicial, como j vimos, so atividades totalmente inadequadas

    s crianas.

    Mas, retornando terceira situao, do registro grco de quantidades com a utili-

    zao dos signos numricos convencionais: inicialmente as crianas utilizam o recurso da

    srie intuitiva. Exemplo: coleo de 5 objetos; alm de produzirem o desenho da coleo,as crianas registram 12345 ou 55555, mantendo, geralmente, a correspondncia termo

    a termo, desenho-signo.

    Quando questionadas sobre o signicado do uso da srie numrica intuitiva, ou

    seja, sobre a forma da representao utilizada, as crianas mostram-se confusas e reca-

    em na conduta anterior, no admitindo o carter da incluso hierrquica do nmero nesse

    plano de representao.

    Mais adiante, as crianas admitem a utilizao de um nico numeral para o registrode uma quantidade e passam a considerar essa a melhor forma de registro, ou seja, con-

    tam elementos, os relacionam a certa quantidade e a representam utilizando-se do signo

    numrico.

    Veja a fgura 02 ao fnal desta aula.

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    MINISTRIO DA EDUCAO E DO DESPORTO. Secretaria de Educao Fundamental.

    Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil. Braslia: MEC/SEF, 1998.

    DIAS, Ftima R. T.; FARIA, Vitria L. B. Como a criana constri o conceito de nmero?

    Caderno AMAE, n. 1, 1988.

    KAMII, Constance. A criana e o nmero. Campinas: Papirus, 1985.

    RANGEL, Ana Cristina de Souza. A construo do nmero: do desenvolvimento da estru-

    tura cognitiva evoluo da representao grca espontnea na matematizao do real

    pela criana. In: SILVA, Dinor F. (org.). Para uma poltica educacional da alfabetizao.

    Campinas: Papirus, 1991.

    Figura 01 - quantidades e representaes do signo numrico

    Figura 02 - quantidades e representaes dispersas do signo numrico

    Referncias

    Figuras

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